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Universidade Candido Mendes Instituto a Vez do Mestre Pós graduação “Lato Senso” A contribuição da Equoterapia na Psicomotricidade Por: Karen Oliveira Gomes Orientador: Professora Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2010 Universidade Candido Mendes

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Universidade Candido Mendes

Instituto a Vez do Mestre

Pós graduação “Lato Senso”

A contribuição da Equoterapia na Psicomotricidade

Por: Karen Oliveira Gomes

Orientador:

Professora Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2010

Universidade Candido Mendes

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Instituto a Vez do Mestre

Pós – Graduação “Lato sensu”

A contribuição da Equoterapia na Psicomotricidade

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes com condição prévia para a conclusão do curso de Pós - graduação “Lato Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Karen Oliveira Gomes

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Agradecimentos

A Deus pela minha maior riqueza, a vida;

Aos meus Pais e familiares pelo apoio e incentivo e carinho;

As minhas amigas pela motivação;

Aos meus amigos de turma pelo apoio e companheirismo;

Ao meu amigo Nei pelo auxilio durante o curso.

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Dedicatória

Aos meu pai Luiz Carlos e a Minha Mãe Cleudia Gomes, pelo total apoio, carinho, incentivo e amor durante não só ao meu curso, mas sim em todos os momentos de minha vida, me

ensinando a cada dia a amare adquirir novos conhecimentos, obrigada por serem meus Pais.

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Resumo

Este trabalho tem como objetivo expor as Práticas da Equoterapia, sem deixar de lado as práticas da Psicomotricidade, mostrando como um tratamento pode ajudar no outro com perspectiva de melhor resultado psicomotor. Por isso este trabalho trás conceitos psicomotores baseados no esquema corporal (tonicidade e equilíbrio), Imagem corporal, coordenação motora, lateralidade, estruturação espacial, ritmo, percepção, atenção e concentração e como a Equoterapia pode auxiliar nos tratamentos destes conceitos através dos movimentos rítmico, precisos e tridimensional do cavalo, proporcionando benefícios físicos, psicológicos, educativos e

sociais, respeitando sempre uma visão social e seus limites.

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Metodologia

Este trabalho será elaborado a partir de análises de dados obtidos por através de pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo, tendo como finalidade um contato direto com materiais e informações que já foram escritos anteriormente sobre a psicomotricidade e a equoterapia.

A base dessa pesquisa será o estudo de livros, artigos especializados e teses, para tornar possível o acesso e manipulação de informações relevantes para uma reflexão sobre os benefícios da Psicomotricidade na Equoterapia com crianças portadoras de necessidades especiais. Tendo como referencias bibliográficas: LERMONTOV, Tatiana; MALUF, Eveli; MADEIROS, dias; FERIRE, Heloisa Grubits; FONSECA, Vitor; ALVES, Fátima; CUNHA, Eugênio.

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“Eu vi uma criança que não podia andar. Sobre

um cavalo, cavalgava por prados floridos que

não conhecia. Eu vi uma criança sem força em

seus braços. Sobre um cavalo, o conduzia por

lugares nunca imaginados. Eu vi uma criança

que não podia enxergar. Sobre um cavalo,

galopava rindo do meu espanto, com o vento

em seu rosto. Eu vi uma criança renascer,

tomar em suas mãos as rédeas da vida e, sem

poder falar, com seu sorriso dizer: ‘Obrigado

Deus, por me mostrar o caminho’.”

(JOHN ANTHONY DAVIES)

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Sumário

1. Introdução...................................................................................................................9

2. Equoterapia ............................................................................................................10 2.1 História da Equoterapia .............................................................................11 2.2 O cavalo para a equoterapia ......................................................................13

2.2.1 Andaduras do cavalo .....................................................................14 2.2.2 Freqüência do Cavalo ...................................................................15 2.2.3 Os movimentos tridimensional do dorso do cavalo e a sua

semelhança com a marcha humana...............................................15 2.3 A equipe de Equoterapia ..........................................................................16

3. Psicomotricidade ..................................................................................................18

4. conceitos psicomotores e como a Equoterapia pode ajudar nesses conceitos .....20

4.1 Esquema corporal .....................................................................................20

a) Tonicidade ..........................................................................................20 b) Equilíbrio ............................................................................................21

4.2 Imagem corporal ........................................................................................21 4.3 Coordenação motora .................................................................................22 4.4 Lateralidade .............................................................................................. 23 4.5 Estruturação espacial .............................................................................. 24 4.6 Ritmo ....................................................................................................... 25 4.7 Percepção ................................................................................................. 26 4.8 Concentração .......................................................................................... 26

5. Aspectos da psicomotricidade na Equoterapia ..................................................... 28

6. Conclusão ............................................................................................................ 30

7. Bibliografia ........................................................................................................... 31

8. Índice .................................................................................................................... 32

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INTRODUÇÃO

Na Equoterapia, os movimentos são considerados tridimensional, que através da andadura do cavalo, há um despertar no corpo do paciente, uma grande quantidade de estímulos sensoriais e neuromusculares que vão interferir diretamente no desenvolvimento global e na aquisição de habilidades motoras e assim elevando sua auto-estima e facilitando a construção de uma vida social produtiva.

A prática da Equoterapia é reconhecida como terapia de reabilitação, tornando-se uma revolucionária maneira de reintroduzir o convívio com a natureza, valorizando as atividades ao ar livre, na compania de um animal de grande porte e dócil. A psicomotricidade se encontra presente nesta terapia pelo fato de despertar no praticante sua imaginação e criatividade, isto porque as atividades e exercícios devem ser abordadas de forma lúdica e facilitadora, fazendo que os resultados sejam rápidos e intensos.

O estudo da Psicomotricidade não se refere somente ao empenho motor do indivíduo, à sua lateralidade, estruturação tempo-espacial ou as discriminações perceptuais que é capaz de realizar mais do “Eu” e as conseqüências da falta de um esquema corporal bem conscientizado. O psicomotricista tem como foco dentro da equoterapia, prevenir e avaliar o desenvolvimento do indivíduo através de estudos do corpo em movimento utilizando o cavalo como facilitador e mediador com a relação do mundo interno e externo, valorizando os menores gestos e todas as atividades motoras do indivíduo.

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2 – A EQUOTERAPIA

Esta atividade existe a participação do corpo inteiro, contribuindo assim para o desenvolvimento da força (tônus) muscular, relaxamento, conscientização do corpo, aperfeiçoamento da coordenação motora e equilíbrio. A integração do cavalo, incluindo os contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final, desenvolve novas formas de socialização, auto-confiança e auto-estima.

“A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e ou portadoras de necessidades especiais” (ANDE, 1999).

Cirillo (1982), citado por Uzun (2005), entende como “[...] um tratamento de reeducação e reabilitação motora e mental, por meio da prática de atividades eqüestres e técnicas de equitação.” (UZUN, 2005, p. 19).

Walter e Vendramini (2000, apud UZUN, 2005) enfatizam que essa atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo assim, para o desenvolvimento do tônus e da força muscular, do relaxamento, da conscientização do próprio corpo, do equilíbrio, do aperfeiçoamento da coordenação motora, da atenção e a auto-estima. “Assim, a equoterapia é um método de reabilitação e educação que trabalha o praticante de forma global.” (UZUN, 2005, p. 20).

Existem mundialmente divergências conceituais e semânticas a respeito do nome dado a esta atividade, sendo que, podem ser observadas várias nomenclaturas: hipoterapia, equitação terapêutica, reeducação eqüestre, equitação para deficientes, reabilitação eqüestre, (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA, 2004). A própria Federation of riding for the Disabled International (2001, apud LEITÃO, 2004) apresenta uma trilogia – hipoterapia, equitação psico-educacional, equitação desportiva/recreativa adaptada. Em virtude de tal divergência, a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE), em 1989, criou a palavra “equoterapia” com o objetivo de caracterizar todas as atividades que usam o cavalo como recurso terapêutico e/ou educacional no território brasileiro, (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA, 2004).

Para a Associação Nacional de Equoterapia (2004, p. 16), “Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência física e/ou com necessidades especiais”. A entidade também criou o termo “praticante de equoterapia”, que se refere à “[...] pessoa portadora de

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deficiência física e/ou com necessidades especiais quando em atividades equoterápicas.” (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA, 2004, p. 16).

2.1 – Conceito histórico da equoterapia.

Os princípios e fundamentos da equoterapia são recentes. Contudo, os benefícios proporcionados pelo cavalgar são descritos desde a Antigüidade. Vários autores (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA, 2004; MEDEIROS; DIAS, 2002; LERMONTOV, 2004; UZUN, 2005) discorrem a respeito da utilização do cavalo com fins terapêuticos ao longo da História:

- 458-370a.C.: Hipócrates, em “Livro das dietas”, referiu que a equitação tonificava os músculos e era eficaz no tratamento da insônia.

- 124-40a.C.: Asclepíades de Prússia, médico grego, indicou a equitação para

tratamento de epilepsia e vários tipos de paralisia.

- 130-199d.C.: Galeno recomendou que o Imperador Marco Aurélio praticasse

equitação como forma de estimular tomadas de decisão mais rápidas.

- Idade Média: A equitação é citada pelos povos árabes em um texto de pedagogia.

- 1569: Merkurialis, na Itália, escreve em “Da arte gymnastica” que a quitação exercita o corpo e os sentidos, além de mencionar as diferentes andaduras do cavalo.

- Século XVII: Foram produzidas diversas obras médicas na Europa com capítulos

Tratando dos benefícios da equitação.

- 1719: Friedich Hoffmann define o passo como a andadura mais saudável no livro

“Instruções aprofundadas de como uma pessoa pode manter a saúde e livrar-se de

graves doenças através da prática racional de exercícios físicos”.

- 1772: Giuseppe Benvenutti escreve em “Reflexões acerca dos efeitos dos movimentos do cavalo” que a equitação tem ativa função terapêutica.

- 1747: Na Alemanha, Samuel Theodor Quelmalz, na obra “A saúde através de equitação”, faz a primeira referência ao movimento tridimensional do dorso do cavalo.

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- 1782: Na França, Joseph C. Tissot define o passo como a andadura com maior ação terapêutica, e é o primeiro a descrever contra-indicações à prática exagerada da equitação.

- 1890: O fisiatra sueco Gustavo Zander afirma que vibrações com freqüência de 180 oscilações por minuto seriam capazes de estimular o sistema nervoso simpático.

- 1901 e 1917: O Hospital Ortopédico de Oswentry e o Hospital Universitário de Oxford, respectivamente, são os primeiros a estabelecer ligação entre a atividade eqüestre e hospitais.

“Após a Primeira Guerra Mundial o cavalo entrou definitivamente na área da

reabilitação, sendo empregado como instrumento terapêutico nos soldados

seqüelados do pós-guerra. Os países escandinavos foram os primeiros a utilizá-lo

com tal finalidade, obtendo resultados satisfatórios, estimulando o nascimento de

outros centros na Alemanha, França e Inglaterra.” (MEDEIROS; DIAS, 2002, p. 03).

- 1952: Olimpíadas de Helsinki, a dinamarquesa Liz Hartel, apesar das seqüelas de poliomielite, conquistou a medalha de prata no adestramento e despertou a atenção da classe médica. Repetiu a façanha quatro anos depois, em Melbourne.

- Década de 60: Grande desenvolvimento da equoterapia na Europa, principalmente na França. Neste período a equitação era usada empiricamente e os seus resultados relatados em alguns livros (“Reeducação através da equitação” de Delubersac e Lalleri “De Karen com amor” de Killilea) até que, em 1965, torna-se matéria didática na Universidade Salpetrièri.

- 1972: Defendida a primeira tese de doutorado sobre equoterapia, na Universidade de Paris – Val-de-Marne, pela Dra. Collete Picart Tritelin.

- 1974: Iniciada a realização de congressos internacionais sobre equoterapia, com repetição a cada três anos.

- 1984: Na Universidade Martin Luther, Alemanha, o suíço Detlvev Rieder mediu a freqüência de oscilações do dorso do cavalo, chegando ao número de 180 por minuto o mesmo recomendado por Zander, em 1890.

- 1985: Criada a Federation Riding Disabled International (FRDI), Federação

Internacional de Equoterapia, atualmente sediada na Bélgica.

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- 1989: No Brasil, fundada a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE), com sede em Brasília - DF.

- 1997: A equoterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como recurso terapêutico por meio do parecer 06/97 de 9 de abril de 1997.

2.2 – O Cavalo para a Equoterapia

Na equoterapia, o cavalo surge como instrumento cinesioterapêutico, agente pedagógico e de inserção social, (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA, 2004). Nesta pesquisa é discutido, em primeiro plano, o uso do cavalo como instrumento cinesioterapêutico. Portanto, preliminarmente é necessário discutir acerca da suas andaduras, de suas freqüências e do movimento tridimensional de seu dorso.

Para a Associação Nacional de Equoterapia (2004), não existe uma raça específica para prática da equoterapia, porém, devem ser observadas algumas características, tais como:

- possuir as três andaduras regulares;

- ser macho, castrado, com idade acima de dez anos;

- ter altura mediana, aproximadamente 1,50m, medindo-se do chão até a cernelha (do dorso ao chão)

- possuir aprumos simétricos, isto é, não possuir deformidades.

“[...] a cernelha esteja na mesma altura que a anca do cavalo. [...] que seus membros inferiores se posicionem embaixo de sua massa corporal, sendo que, para ter um bom engajamento o cavalo necessita ter o comprimento, medido da articulação escapulo umeral até a ponta da nádega, igual a sua altura. O comprimento do dorso deve ser mais ou menos do comprimento da caixa torácica, pois um dorso muito longo pode afundar, isto causa dor, e um dorso muito curto não permite a montaria dupla.” (RODRIGUES; 2003 apud KAGUE, 2004).

Lermontov (2004) acrescenta que o cavalo deve ser treinado para ser montado pela direita e pela esquerda; para o uso de brinquedos e objetos, de modo a não se assustar com eles; não deverá ser gordo, mas ter força suficiente para carregar duas pessoas. “Não há diferença entre a égua e o cavalo, mas caso seja um cavalo, deverá ser castrado e caso seja uma égua é necessário alerta quanto ao período crítico do cio [...].” (LERMONTOV, 2004, p. 72).

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2.2.1 – A andadura do cavalo

O cavalo possui três andaduras naturais – passo, trote e galope – as demais são adquiridas com o adestramento. Na equoterapia, as sessões são desenvolvidas com o cavalo ao passo. O trote e o galope são utilizados em programas mais avançados, quando os objetivos terapêuticos passam a não ser prioritários, (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA, 2004).

O passo, segundo Lermontov (2004) e Uzun (2005), é uma andadura simétrica, marchada, ritmada a quatro tempos e basculante. É simétrico porque todos os movimentos produzidos de um lado da coluna vertebral ocorrem de forma igual no outro lado. É marchado pelo fato de não haver suspensão, ou seja, um ou mais membros estão sempre em contato com o solo. É ritmado a quatro tempos pois se ouvem quatro batidas distintas que correspondem ao pousar dos membros do animal no solo. É basculante devido aos movimentos cervicais do cavalo.

O cavalo estático inicia o passo com um dos membros anteriores e, em seguida, movimenta o posterior do lado oposto. Depois, o outro anterior e o posterior contralateral, como é exemplificado por Lermontov (2004, p. 69): “Se é o AD (anterior direito) que inicia o passo, o membro seguinte a se elevar será o PE (posterior esquerdo), depois o AE (anterior esquerdo) e, finalmente o PD (posterior direito).”

Para Lermontov (2004) e Uzun (2005), o trote é simétrico, saltado, ritmado a dois tempos e fixado. É saltado pelo fato de cada diagonal bípede (composta por um membro anterior e o seu posterior contralateral) se eleva e pousa simultaneamente, com um tempo de suspensão. É ritmado a dois tempos porque se ouvem duas batidas no solo, que correspondem ao pousar de cada diagonal bípede, e fixado porque os movimentos cervicais do cavalo são quase imperceptíveis.

Os mesmos autores descrevem o galope como andadura assimétrica, saltada, muito basculante e ritmada a três tempos. Muito basculante por serem movimentos cervicais amplos. A três tempos pois se ouvem três batidas: “Supondo-se o cavalo galopando no pé direito, o primeiro tempo é o pousar do posterior esquerdo, seguido do pousar da diagonal esquerda (segundo tempo) e, finalizando com o pousar do anterior direito.” (LERMONTOV, 2004, p. 71).

“É bom lembramos que o esquema corpora, que é neurobiológico, se estabelece pela simultaneidade das informações proprioceptivas e exteroceptivas e nos

constatamos a importância da multiplicação dessas diversas informações que a equoterapia permite aproveitar” (LALLERY, 1988 apud. CIRILLO, 2001p.10)

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2.2.2 – A Freqüência do cavalo

Segundo Medeiros e Dias (2002, p. 13), “[...] a freqüência do cavalo está em função do comprimento do passo e da velocidade da andadura.” As autoras descrevem os tipos de freqüência:

- Transpistar: baixa freqüência, a pegada ultrapassa a pegada anterior.

- Sobrepistar: freqüência média, a pegada coincide com o mesmo lugar da anterior.

- Antepistar: alta freqüência, a pegada fica antes da anterior.

2.2.3 – Os movimentos tridimencional do cavalo e a sua semelhança com a marcha humana.

Quando o cavalo desloca-se ao passo, em seu dorso ocorre um movimento tridimensional, ou seja, o seu centro de gravidade sofre três deslocamentos: para cima e para baixo, para os lados, para frente e para trás, (WICKERT, 1999).

A estimulação infra-superior no eixo vertical é decorrente da flexão e extensão dos membros posteriores durante a impulsão. Ocorre duas vezes em um único passo e é da ordem de cinco a seis centímetros, (MEDEIROS; DIAS, 2002; WICKERT, 1999).

Ao iniciar o movimento, o cavalo avança um de seus posteriores, enquanto o outro se distende, deslocando o seu corpo para frente. Esta posição faz com que a anca do lado posterior, que avança, também avance e a anca oposta recue. A linha que une as duas ancas acompanha este deslocamento e sofre um movimento de torção, deslocando a coluna para o lado do posterior que ficou para trás. Para compensar este deslocamento e poder se movimentar para frente, o cavalo executa uma inflexão para o lado contrário com seu pescoço, mantendo a parte da coluna que fica sobre suas espáduas (anteriores), solidária com a garupa. (WICKERT, 1999, p. 05).

Ao iniciar o movimento de distensão da pata posterior direita, ocorre perda de equilíbrio, deslocando o corpo do cavalo para a frente e para a esquerda. Para retomar o equilíbrio, o cavalo alonga seu pescoço, abaixa a cabeça e avança a pata anterior esquerda para escorar a massa que se desloca. Ao tocar o solo com a pata anterior esquerda, o cavalo freia o movimento para frente, levanta a cabeça retomando equilíbrio, facilitando o avançar da pata posterior direita. (MEDEIROS; DIAS, 2002, p. 11).

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Para Wickert (1999), o deslocamento ântero-posterior, no plano sagital, é composto por consecutivas perdas e retomadas de equilíbrio, evidenciado pelos movimentos da cabeça do animal. Em um passo, isto ocorre duas vezes.

Wickert (1999), ainda apresenta um quarto deslocamento, composto pela rotação da pelve do cavaleiro, quando a coluna do cavalo desloca-se lateralmente ao mesmo tempo em que a anca ipsolateral se abaixa. Esta rotação é de aproximadamente oito graus e o cavaleiro, necessariamente, deve estar sentado com uma perna de cada lado do animal.

Wickert (1999), Medeiros e Dias (2002) apontam as seguintes semelhanças entre a marcha humana e a andadura do cavalo (ao passo): seqüência de perdas e retomadas de equilíbrio; movimento tridimensional; dissociação de cinturas pélvica e escapularexemplifica a semelhança entre os movimentos pélvicos do homem e do cavalo.

Segundo Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), a marcha humana possui os seguintes movimentos: no plano sagital ocorrem movimentos nas articulações do quadril, do joelho, do tornozelo e nas metatarsofalangenas, o que provoca oscilações verticais. No plano horizontal ocorrem os movimentos rotatórios em torno do eixo vertical, observam-se rotações nas vértebras, na pelve e na articulação do quadril. No plano frontal existem as oscilações laterais da cabeça, do tronco e da pelve, além dos movimentos de inversão e eversão das articulações do tarso.

Ao iniciar o movimento de distensão da pata posterior direita, ocorre perda de equilíbrio, deslocando o corpo do cavalo para a frente e para a esquerda. Para retomar o equilíbrio, o cavalo alonga seu pescoço, abaixa a cabeça e avança a pata anterior esquerda para escorar a massa que se desloca. Ao tocar o solo com a pata anterior esquerda, o cavalo freia o movimento para frente, levanta a cabeça retomando equilíbrio, facilitando o avançar da pata posterior direita. (MEDEIROS; DIAS, 2002, p. 11).

2.3 A equipe de Equoterapia:

O praticante da Equoterapia conta com o acompanhamento de uma equipe que se encaixa, no momento, mais na interdisciplinaridade, com alguns momentos de transdisciplinaridade. Geralmente este praticante vem encaminhado para o tratamento avaliado por um médico responsável, seja ele da equipe ou seu próprio médico, com o objetivo de avaliar o tratamento da equoterapia para um paciente específico, tanto no aspecto clínico como na alta do paciente, dando também respaldo à equipe.

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A composição da equipe deve levar em consideração o Programa de equoterapia a ser executado, a finalidade e os objetivos a ser atingidos. Geralmente a equipe é formada, entre outro por:

a) Profissionais da área de saúde: • Fisioterapeuta • Fonoaudióloga • Psicóloga • Terapeuta Ocupacional • Psicomotricista • Médico

b) Profissionais da área de educação:

• Pedagogo • Psicopedagogo • Professor de educação Física

c) Profissionais da área da Equitação e do trato animal:

• Instrutor de equitação • Auxiliar-guia • Tratador • Veterinário • Zootecnista

O praticante é avaliado pela equipe e a partir disso é elaborado um programa especial e definido em seus objetivos. As sessão são individuais e tem a duração média de 30 minutos cada.

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3 – A PSICOMOTRICIDADE

“A Psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades, dos gestos, das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo realizador e representativo do “ser-em-

ação” e da “coexistência” com outrem” (Jacques Chazaud, 1976)

É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

Historicamente o termo “Psicomotricidade” aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XiX, nomear as zonas do Cortez cerebral situadas mais alem das regiões motoras.

A história da psicomotricidade no Brasil, segue os passos da escola Francesa.Os estudos de Dupré às respostas de Charcot originados das vias instintos-emocional, busca de crianças com dificuldades escolares, nortearam também os cientistas Sul Americanos e Brasileiro a encontrarem na França, o refúgio das suas dúvidas. O Brasil foi invadido, mesmo que tardiamente, pelos primeiros indícios da Pedagogia e da Psicologia. Nos Países europeus, os pesquisadores se organizavam em grupos de pesquisas pois era preciso responder as aspirações e as necessidades da sociedade industrial, que levavam as mulheres ao trabalho formal, deixando as crianças em Creches. Os franceses se conscientizavam sobre a importância dos gestos e pesquisavam profundamente os temas corporais. André Thomas e Saint Dargassie, iniciavam suas pesquisas sobre o tônus axial. A maturação, os reflexos tônicos arcaicos do nascimento dos primeiros anos de vida, produziram as primeiras palavras-chaves da psicomotricidade. (Instituto Superior de psicomotricidade e educação, 2007)

No início, a Psicomotricidade tinha seus estudos voltado para a patologia. Wallon, Piaget e Ajuriaguerra tiveram a preocupação de aprofundar mais voltados para o do desenvolvimento, Wallon se preocupou com a relação Psicomotora, afeto e emoção, Piaget se preocupou com a relação evolutiva da Psicomotricidade com a inteligência e Ajuriaguerra, que vem consolidar as bases da evolução Psicomotora, voltou sua atenção mais específica para o corpo em sua relação com o meio. Para ele, a evolução da criança esta na conscientização do seu corpo. “O corpo é uma totalidade e uma estrutura interna fundamental para o desenvolvimento mental, afetivo e motor da criança”, São experiências e vivencias corporais que organizam a personalidade da criança. (O Educacional, 2007)

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“É uma ciência que tem como objetivo o estudo do homem através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno e externo” (SPB, 1984)

“A psicomotricidade nasce com a história do corpo. Um corpo que não é dado, mas um corpo construído e inscrito por intermédio do desejo do outro. Já não se apresenta como

uma totalidade, mas agora se permite descobrir-se por fração, como parte, como faltoso. Um corpo que é moldado e dividido, e se estrutura a partir do enodamento das instâncias real,

simbólico e imaginário, elaborado um processo continuo que tem como o aporte primeiro, o desejo” (PONTES,2007, p.1)

Psicomotricidade é a capacidade de se movimentar-se com intencionalidade, de tal forma que o movimento pressupõe o exercício de múltiplas funções psicológicas, memória, atenção, raciocínio, discriminação e etc. O estudo da Psicomotricidade centraliza-se nos processos de controle de tensões e desconcentrações musculares, que em última análise viabiliza o movimento. Esse controle é estudado em sua relação como processos cognitivos e afetivos. (MORAES, 2007)

De uma maneira estática, a motricidade pode ser definida como resultado da ação do sistema nervoso sobre a musculatura, como resposta à estimulação sensorial. Enquanto o psiquismo poderia ser considerado como um conjunto de sensações, percepções, imagens, pensamentos, afeto, etc. (ALVES, Fátima, 2007)

O desenvolvimento psicomotor se desenrolam a partir das etapas que se refazem. Assim que nasce a criança se vê num mundo estranho, e depende inteiramente de uma bagagem inata para sobreviver, isto é, estrutura seus movimentos a partir do automatismo, baseados na lei do efeito, experimentando, neste primeiro momento, um corpo submisso à vontade materna. É observável um comportamento inteiramente direcionados em função das necessidades orgânicas, e a criança estabelece um padrão de gestos explosivos, desprovidos de coordenação, orientação e intencionalidades, mas condizentes com crises e espasmos motores do que com movimentos propriamente ditos. (PONTES, 2007)

A reeducação é uma forma de estimular nas crianças suas funções psicomotoras. Enquanto proposta reeducativa com seu próprio corpo, considerando o desenvolvimento psicomotor (reflexos, coordenação, esquema corporal, tonicidade) a estruturação espaço – temporal (tempo, espaço, ritmo e distancia) e a lateralidade. Observando a forma como o individuo utiliza-se de seu corpo considerando ser a corporeidade a instancia central de relação com o mundo, dando ênfase a esta linguagem corporal.

A psicomotricidade não foge a esta regra quando define os padrões considerados normais para o desenvolvimento psicomotor (considerando descrições fetais pela neurologia, fisiologia, fonoaudióloga, e áreas afins) desenvolvendo pontos de referencia escalonados a partir dos quais poderse-ão construir todos os testes infantis e as escalas de quocientes de desenvolvimento; e, por conseguinte, avaliar e diagnosticar o atraso atual, assim como o desenvolvimento futuro. (Coste, Jean Claude, 198 1apud MOREIRA, 1997)

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4 – CONCEITOS PSICOMOTORES E COMO A EQUOTERAPIA PODE AJUDAR NESSES CONCEITOS

4.1 Esquema corporal:

Jakobsen (2002, p. 13) apresenta o esquema corporal como “[...] consciência e percepção global do próprio corpo e suas possibilidades de movimento”, ou seja, o esquema corporal é a imagem que construímos do nosso corpo, tanto da sua unidade quanto dos segmentos que o compõe, durante a estática e a dinâmica. Dize-se ainda que representa a relação do corpo com o ambiente que o circunda. Segundo Meur e Staes (1989, p. 09), “A criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam, em função de sua pessoa. Sua personalidade se desenvolverá graças a uma progressiva tomada de consciência de seu corpo,de seu ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo à sua volta.” Segundo Jakobsen (2002) e Le Boulch (1988), o desenvolvimento do esquema corporal ocorre por fases. A progressão depende da delimitação do corpo e de sua representação mental. Ambas obtidas por meio da exploração do ambiente, do contado com outras pessoas, da tomada de consciência da relação entre as partes e das possibilidades de movimento e de ação.

Quando está presente um distúrbio do esquema corporal, problemas relacionados à motricidade fina e global, equilíbrio, lateralidade e organização espacial são agravados. O que demonstra a importância dessa área motora, (CORRÊA; COSTA; FERNANDES, 2004).

a) Tonicidade:

A consciência do nosso corpo e sua possibilidade de utilização dependem de um correto funcionamento da tonicidade.

Segundo Osório (p.7), “a tonicidade é a ação corporal na qual determinados músculos alcançam um grau elevado de tensão enquanto outros se relaxam. É a dosagem adequada de tensão muscular para cada gesto ou atitude. Logo, a execução de um ato motor implica no controle de tônus do músculo”.

Em uma concepção ampla, o tônus não é apenas um aspecto da ação física ou muscular, mas possui um significado psicológico e humano, pois está intimamente relacionado às flutuações emocionai do indivíduo, constituindo um verdadeiro indicador de personalidade humana.

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b) Equilíbrio:

Um equilíbrio inadequado traz como consciência da mobilidades de alguns segmentos corporais, e afeta a correta construção do esquema corporal.

Um equilíbrio correto é a base de toda a coordenação dinâmica. É o conjunto de reações do sujeito ao peso, isto é, sua adaptação às necessidades da postura em pé e dos deslocamentos na posição ereta. É um estado particular pelo qual a pessoa pode encontrar ou manter uma atividade ou gesto, ficar imóvel ou deslocar-se pelo espaço, utilizando a gravidade ou resistindo a ela.

Para Hurtado (1991, p. 50), o equilíbrio é o estado de um corpo, quando forças distintas se encontram sobre ele, compensam-se e anulam-se mutuamente. É a capacidade de manter a estabilidade enquanto se realizam diversas atividades locomotoras e não locomotoras.

Como isso pode ser trabalhado na Equoterapia:

• Trabalhar com bolas, com o objetivo de trabalhar o alongamento e equilíbrio postural; • Pedir que o praticante elevar seu corpo para pegar algum objeto; • Fazer mudanças de posições posturais em busca do equilíbrio com o auxilio da equipe,

como erguer os braços para o auto, fazer movimentos circulares com a cabeça, tocar no cavalo batendo as pernas, arrumar os pés nos estribus, etc;

4.2 – Imagem corporal:

“conjunto de sensações concernentes ao próprio corpo. Imagem ou sensação que tem o indivíduo acerca de seu corpo, como resultado da soma total de suas experiências. É o produto da percepção, atitudes e valores que ele tem acerca de seu ambiente. É a representação mental que o indivíduo tem do próprio corpo”. (HURTADO, 1991,p.65)

Um bom desenvolvimento do esquema corporal vai ser mostrado na evolução da imagem do corpo, no reconhecimento do próprio corpo. Para wallon (apud Coste, 1992, p.20), o bebê, ao nascer, não está totalmente maduro, dependendo no meio social-relacional para se

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desenvolver, estabelecendo ligações entre seu movimento e seus sentimentos, graças às manipulações que os outros submetem ao seu próprio corpo. Depois, é em virtude de um outro em movimento que ela aprende a se mover-se. Durante seu crescimento, a criança é marcada por uma realidade distinta do meio circundante. “Assim a imagem do corpo não é somente o que o sujeito integra progressivamente, ao decorrer de suas relações com o mundo e no transcurso de uma maturação, mas também, e sobretudo, o que o universo da linguagem em que ele vive modela e lhe permite denominar”. (Les Écrits, apud Cost, 1992 ,p.22)

Como isso pode ser trabalhado na Equoterapia:

• Descobrir a imagem corporal para trabalhar o esquema corporal; • Uso de desenho para verificação da internalização da imagem corporal;

4.3 – Coordenação motora:

A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento físico, a integração de grupos musculares e sistema nervoso para realização de atividades complexas com o máximo de eficiência, economia e rapidez, quando envolvidas a velocidade e a força. Entendida como a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe integridade e maturação do sistema nervoso.

É o controle mental sobre expressão motriz. É o domínio da mente sobre o movimento- ação. É a utilização eficiente das partes do corpo na realização de um gesto (Osório, p. 12). Também chamada por Hurtado (1991, p.33) de coordenação motriz, que é a capacidade que o ser humano tem de movimentar o corpo conscientemente. Esse movimento é ligado a percepção.

A coordenação é a base do aprendizado, buscando o gesto mais apropriado para uma ação específica, tendo, como conseqüência, maior e melhor ação no meio ambiente.

a) Coordenação dinâmica global – É aquela que envolve movimentos com todo o corpo (cabeça, ombro, braços, pernas, pés, tornozelos, quadris e etc.), colocando em ação simultânea grupos musculares diferentes com vistas à execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos.

b) Coordenação viso-motora – É aquela que engloba movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividade, utilizando dedos, mãos e pulsos. São

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atividades de destreza e precisão. Capacidade de coordenar a visão com movimentos. São muito importantes para o desenvolvimento da criança quando se prepara para aprender a ler e escreve. Como isso pode ser trabalhado na Equoterapia:

• Fazer que o praticante prenda na crina do cavalo pequenos prendedores para trabalhar a coordenação motora fina; ou trançar a crina do cavalo;

• Encher bolas para fortalecer e trabalhar a coordenação facial; • Utilizar jogos de encaixe para trabalhar a coordenação viso-motora; • Atividades lúdicas com bambolê para aprimorar a coordenação motora ampla;

4.4 – Lateralidade:

A lateralidade “[...] diz respeito à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada um destes lados visto que sua distinção será manifestada ao longo do desenvolvimento da experiência.” (GRIMALDI, 2004). Segundo Rosa Neto (2003, p. 24), desenvolve-se “[...] em função de um predomínio que outorga a um dos dois hemisférios a iniciativa da organização do ato motor, o qual desembocará na aprendizagem e na consolidação das praxias.” É um elemento importante da motricidade, pois influi na concepção do esquema corporal e da estruturação espacial, (MEUR; STAES, 1989).

Sánchez, Martinez e Peñalver (2003 apud GRIMALDI, 2004) expõem que a lateralidade é classificada a partir da preferência em utilizar mais um lado do corpo ao outro, em três níveis – olho, mão e pé. O lado dominante caracteriza-se mais ágil, mais forte e mais preciso.

A preferência ocular é uma dominância de caráter motor, na qual o olho mais ágil se impõe, (LE BOUCH, 1988). Entretanto, deve-se estar atento a possíveis problemas oftalmológicos que algumas vezes mascaram os resultados, (GRIMALDI, 2004).

Segundo Gouvêa (2004), para que o lado dominante execute a ação, é preciso inibir o outro lado para que ele estabilize e apóie o movimento a ser realizado. Esta integração bilateral pode ser trabalhada na equoterapia através de exercícios de ziguezague, visto que eles despertam a propriocepção de ambos os lados. Depois, são realizadas atividades direcionadas

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para o uso da mão e do pé dominante, tais como alcançar e manipular objetos, (GOUVÊA, 2004).

“A lateralidade também já começa a ser estimulada quando o praticante monta, pois normalmente subimos pelo lado esquerdo do animal.” (LERMONTOV, 2005). De acordo ainda com Lermontov (2005), guiar o cavalo sozinho também requer uma noção de lateralidade para que não se erre o caminho estabelecido pelo terapeuta.

Como isso pode ser trabalhado na Equoterapia:

• Utilização de bolas coloridas para diferenciar os lados; • Exercícios visando a dissociação da cintura espacular e pélvica; • Fazer que o praticante narre os objetos que ele pode ver de um lado do cavalo e do

outro;

4.6 – Estruturação Espacial:

Para Meur e Staes (1989), constantemente somos solicitados a nos situarmos, ou seja, localizar um objeto em relação a outro, nos organizarmos em função de um espaço disponível. A partir dessas necessidades começamos a desenvolver a organização espacial, isto é, “[...] a orientação, estruturação do mundo exterior referindo-se primeiro ao eu referencial, depois às outras pessoas ou objetos em posição estática ou em movimento, (BUENO, 1998 apud GOUVÊA, p. 24).

De acordo com Lengruber (2004) e Gouvêa (2004) a organização espacial é dependente da consciência corporal e da lateralidade. Para os autores é preciso boa imagem corporal, já que o corpo é ponto de referência. A lateralidade definida facilita a distinção de conceitos como os de direita e esquerda.

Além dos conceitos supracitados, também fazem parte da organização espacial as noções de perspectiva (à frente, atrás, acima, abaixo), situação (dentro, fora, alto, baixo, longe, perto), tamanho (grosso, fino, grande, médio, pequeno), posição (de pé, ajoelhado, agachado), movimento (levantar, abaixar, empurrar, puxar), forma (círculo, quadrado

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triângulo), quantidade (cheio, vazio, muito, pouco), além das de superfície e volume, (GOUVÊA, 2004; ROSA NETO, 2002).

Segundo Hurtado (1991, p. 83), é a capacidade de movimentar o próprio corpo, de forma integrada, em volta de objetos no espaço-ambiente e passando por eles.

Sobre o cavalo a criança está imóvel em relação ao animal, mas móvel em relação ao ambiente, (GOUVÊA, 2004). Como a organização espacial trata das relações entre o corpo e o ambiente, a riqueza de estímulos da equoterapia gera no praticante o desenvolvimento de novas percepções, (MEDEIROS, DIAS; 2002).

Como isso pode ser trabalhado na Equoterapia:

• 0Utilizar matérias disposto no picadeiro da equoterapia tais como: rampa; cones, cestas de basquete, redondel;

• Realizar trocas de posturas também ajudam a estimular a organização espacial;

4.6- Ritmo:

“conjunto de fenômenos diversos e sucessivos que se repetem a intervalos regulares, tendo raízes fisiológicas” (Hurtado, 1991, p.99)

“Ritmo é harmonia e equilíbrio. Nós estamos envoltos nele, como a respiração, os batimentos cardíacos e o ciclo menstrual. O Homem, ser rítmico, vivendo um movimento rítmico atingiria a harmonia, com a união de seu próprioritmo do cosmo”. (Lermontov, 2005)

Como isso pode ser trabalhado na equoterapia:

• Trabalhar a passada do animal; • Utilizar objetos sonoros; • Trabalhar o relaxamento e a respiração costo-diagragmática;

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• Sentir a respiração do cavalo através do dorso do animal;

4.7 – Percepção:

É a capacidade de reconhecer e compreender os estímulos recebidos. Meio pelo qual o indivíduo organiza e chega à compreensão dos fenômenos que lhe são dirigidos. É a forma pela qual o indivíduo entra em contato com o mundo exterior, o meio ambiente (Osório, p. 16).

A percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos estando ligada à atenção, à consciência e memória. É a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. A percepção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico, envolvendo estímulos elétricos evocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos.

Como isso pode ser trabalhada na Equoterapia:

• Estimulação sensório-perceptiva explorada pelo toque, sensação do pêlo e da temperatura do animal;

4.8 – Concentração:

A concentração é o uso da mente focada em um determinado objeto; é a capacidade de abstrair-se num ponto, focar um alvo e mantê-lo pelo tempo que desejar. Por isso é uma tarefa difícil que exige muito controle mental.

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Para Hurtado (1991, p.31) a concentração é a capacidade de dirigir a atenção para alguma coisa durante um tempo considerável. É ser capaz de terminar alguma coisa antes que a atenção se dirija para outra. Isso exige de um modo geral certa maturidade.

A concentração também esta ligada a atenção, que para Hurtado “É a relação que há entre uma resposta e um estímulo discriminativo”. Para o mesmo, a atenção pode ser espontânea ou voluntária. É uma concentração eletiva da atividade mental. A atividade geral fica inibida, exceto de um psicomotor sobre o qual se encontra a eficiência, seja em nível de idéias, seja em nível de percepção ou de gesto preciso.

Como isso pode ser trabalhado na Equoterapia:

• Trabalhar atividades lúdicas como quebra-cabeça, jogo da memória, jogo da mamório auditivo com os sons de animais;

• Trabalhar jogos de perguntas e respostas;

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5- ASPECTOS DA PSICOMOTRICIDADE NA EQUOTERAPIA:

A Equoterapia é um tratamento que utiliza diversos exercícios psicomotores, com o objetivo de ajudar na reabilitação. Além do mais, é um tratamento que pode ser encarado com lazer.

É uma terapia que engloba a coordenação, a afetividade e acima de tudo desperta um bem star afetivo entre o praticante e o animal. Ao montarmos no cavalo já estamos estabelecendo movimentos amplos e dissociado, por lançarmos a perna sobre o dorso do animal. Um simples jogar bola, abraçar, tocar na orelha ou no rabo do cavalo, assim como dar banho escovar, acariciar, são alguns exemplos de movimentos Psicomotores utilizados na equoterapia pois elem de serem estímulos são também movimentos amplos e dissociados. Tais atividades também são importantes na relação afetiva que a criança começa a estabelecer com o animal, proporcionando melhora na auto-estima e auto-confiança, independência e senso de responsabilidade. O segurar da rédea com as mãos estimula os movimentos finos, como fazer trança e pegar pequenos objetos presos na crina do cavalo ou então pegar folinhas em árvores, visto que o trabalho é feito ao ar livre, o que ajuda na motricidade fina e no bem estar.

A estimulação do esquema corporal é feita na mesma forma que do consultório com suas devidas adaptações através de nomeação, função e comparação das partes do animal com a criança. Posteriormente, consegue-se verificar a imagem corporal com desenhos, que podem ser feitos sobre a garupa do cavalo.

A Lateralidade também já começa a ser estimulada quando o praticante monta, pois normalmente subimos pelo lado esquerdo do animal. Adaptamos basicamente os mesmos exercícios na Equoterapia. Guiar o cavalo sozinho, por exemplo, já requer uma noção de lateralidade, para que não se erre o caminho estabelecido pelos terapeutas.

A Equoterapia é um tratamento que pode ser trabalhado ao ar livre, pois as percepções olfativas e auditivas são estimuladas junto à natureza. O relinchar do cavalo, a buzina do carro, os sons emitidos de outros animais e o som da ferradura do animal, assim como o cheiro do estrume, da comida, do remédio, são mostrados ao praticante.

Todas as funções intelectivas, como memória, atenção, análise e síntese, organização do pensamento, orientação e organização espacial e temporal, figura-fundo, percepção visual, relação espacial, coordenação viso-motora, ritmo estão sendo estimuladas durante qualquer tipo de exercício. Dependendo da necessidade de cada praticante, uma função será mais enfatizada através de atividades específicas e adaptadas.

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Todo trabalho com ser humano que pretenda ser completo tem ganhos maiores se realizado com visão histórica. A garantia de eficiência do trabalho em equipe está baseada na melhor qualidade de vida e, dessa forma, a equipe tem a finalidade de procurar trocar informações entre si, procurando enriquecer a visão de cada integrante, numa concepção de interdisciplinaridade. Cabe ao psicomotor utilizar o cavalo como recurso terapêutico, aplicando seus conhecimentos para desenvolver uma variedade de benefícios físicos, mentais, sociais, educacionais e comportamentais e trocar suas experiências com os demais.

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CONCLUSÂO

É notório Observar que a equoterapia é um método mais raro de tratamento, isto porque, permite ao praticante vivenciar de maneira lúdica, diversos acontecimentos ao mesmo tempo.

A questão da psicomotricidade estar presente em nossa maneira de se movimentar e de agir emocionalmente, torna-se mais fácil a prática da Equoterapia pode ser um tratamento que acaba se tornando um lazer.

A utilização do cavalo exercita não só o corpo como a mente, pelo fato do mesmo proporcionar movimentos que beneficiam o indivíduo a sua totalidade, onde os estímulos naturais do animal, proporciona movimentos tridimencional, estimulando os sentidos favorecendo a conscientização corporal.

O estudo da psicomotricidade não se refere somente ao desempenho motor da criança, à sua lateralidade, estruturação tempo-espacial ou às discriminações perceptuais que é capaz de realizar mais do “eu” e as conseqüências da falta de um esquema corporal bem conscientizado. O psicomotricista tem como foco pesquisar, prevenir e avaliar o desenvolvimento do individuo através de estudos do corpo em movimento com relação ao mundo interno e externo, valorizando os menores gestos e todas atividades motoras no indivíduo.

A partir dessas considerações, parte-se a fundamental e essencial participação do psicomotricista na equoterapia, como facilitador indispensável no desenvolvimento global no tratamento.

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Bibliografia

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maio 2002. Disponível em:

<http://www.jornalexpress.com.br/noticias/detalhes.php?id_jornal=848&id_noticia=250>.

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LE BOULCH, J. Educação psicomotora: psicocinética na idade escolar. Tradução: Jeni

Wolff. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1988.

LERMONTOV, T. A psicomotricidade na equoterapia. Aparecida: Idéias e Letras, 2005.

MEDEIROS, M.; DIAS, E. Equoterapia: bases e fundamentos. Rio de Janeiro: Revinter

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MALUF, Eveli; MADEIROS, dias;

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ALVES, Fátima; CUNHA, Eugênio.

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Índice

1 -Introdução...................................................................................................................9

2 -Equoterapia ............................................................................................................10

a. História da Equoterapia .............................................................................11 b. O cavalo para a equoterapia ......................................................................13

i. Andaduras do cavalo .....................................................................14 ii. Freqüência do Cavalo ...................................................................15 iii. Os movimentos tridimensional do dorso do cavalo e a sua

semelhança com a marcha humana...............................................15 c. A equipe de Equoterapia ..........................................................................16

3 Psicomotricidade ..................................................................................................18

4 conceitos psicomotores e como a Equoterapia pode ajudar nesses conceitos .....20

a. Esquema corporal .....................................................................................20

c) Tonicidade ..........................................................................................20 d) Equilíbrio ............................................................................................21

b. Imagem corporal ........................................................................................21 c. Coordenação motora .................................................................................22 d. Lateralidade .............................................................................................. 23 e. Estruturação espacial .............................................................................. 24 f. Ritmo ....................................................................................................... 25 g. Percepção ................................................................................................. 26 h. Concentração .......................................................................................... 26

5 Aspectos da psicomotricidade na Equoterapia ..................................................... 28

6 Conclusão ............................................................................................................ 30

7 Bibliografia ........................................................................................................... 31