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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR Por: Maria Delza Santos de Souza Prof. Orientador Marco Antônio Claves Rio de Janeiro 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR

Por: Maria Delza Santos de Souza

Prof. Orientador Marco Antônio Claves

Rio de Janeiro 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR

Apresentação de monografia ao conjunto Universitário Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Supervisão Escolar, por Maria Delza Santos de Souza.

Rio de Janeiro

2002

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que me concedeu o privilégio de realizar este trabalho e a minha família que me incentivou.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho àqueles que crêem que é possível uma educação mais digna e promissora.

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SUMÁRIO

Resumo -------------------------------------------------------------------------------------- 06

Introdução ---------------------------------------------------------------------------------- 07

1-A Prática dos Profissionais ligados à Educação na Avaliação Escolar ------------ 08

1.1.Uma reflexão sobre a avaliação -------------------------------------------------- 08

1.2. Avaliação ou verificação da aprendizagem na escola? ----------------------- 11

2 - Relação Professor – Aluno da Avaliação Escolar Julgamento X Construção 15

2.1. O professor e avaliação ----------------------------------------------------------- 15

2.2. O aluno e a avaliação ------------------------------------------------------------- 16

2.3. Mecanismos de avaliação presentes na relação professor – aluno --------- 17

2.3.1. As significações de poder no âmbito da turma ------------------------- 17

2.3.2. As significações do poder no conteúdo das provas -------------------- 18

2.3.3. Aspectos simbólicos nas correções das provas ------------------------- 19

3 - As Funções da Avaliação --------------------------------------------------------------- 21

3.1. Diagnóstica ------------------------------------------------------------------------- 21

3.2. Formativa --------------------------------------------------------------------------- 23

3.3. Somativa ---------------------------------------------------------------------------- 23

4 - Caracterização dos Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem 25

4.1. Conselho de classe ---------------------------------------------------------------- 25

4.1.1. Por que conselho de classe ----------------------------------------------- 27

4.2. Pré-teste ------------------------------------------------------------------------------ 27

4.3. Testagem ----------------------------------------------------------------------------- 28

4.3.1. Características gerais dos testes -------------------------------------------- 28

4.3.2. Tipos de testes ---------------------------------------------------------------- 28

4.3.3. Teste construído pelo professor -------------------------------------------- 29

4.3.4. Teste padronizado ------------------------------------------------------------ 29

4.4. Auto-avaliação --------------------------------------------------------------------- 30

4.5. Observação -------------------------------------------------------------------------- 32

Conclusão -------------------------------------------------------------------------------- 34

Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------ 35

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RESUMO

A escolha do tema avaliação se deu diante da complexidade do assunto, com o

objetivo de contribuir para que os professores possam rever a sua prática como forma de

prevenir o surgimento de possíveis dificuldades de aprendizagem decorrentes da

inadequação das metodologias usadas, predominantemente voltadas para os aspectos

cognitivos da escolarização. Não se pretendeu esgotar o assunto, mas identificar as

interferências da relação professor – aluno nesse julgamento. Procurou-se, dentro de

uma visão do ensino – aprendizagem, esclarecer o papel do professor como incentivador

do aluno na busca de melhores resultados, como parte de uma avaliação global do

rendimento escolar. Procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica como forma de coleta de

dados disponíveis na literatura, para melhoria do processo avaliativo, principalmente na

educação fundamental.

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INTRODUÇÃO

O objetivo do estudo não foi esgotar o assunto em pauta, nem uma crítica aos

diversos autores que dedicaram tantos anos de trabalho ao tema, mas sim expor de

maneira clara e objetiva, propostas para a melhoria da aprendizagem, considerando a

avaliação escolar como instrumento fundamental no crescimento educacional e pessoal

do ser humano.

Será observado no decorrer da explanação que existem preocupações dos

professores ao confrontarem-se diariamente com as dificuldades de orientação para uma

avaliação adequada que envolva todo o sistema educacional. Cabe ao educador conduzir

o aluno ao aprendizado. Mas entre a teoria e a prática ainda existem muitas barreiras a

serem superadas, obstáculos que graças à dedicação de diversos profissionais de

educação começam a ser transpostos.

Por quê e como avaliar? São perguntas que vários professores, moldados em

sistemas pedagógicos ultrapassados, fazem ao se verem diante de problemas inerentes

ao dia-a-dia de uma sala de aula. Os professores devem contribuir com uma avaliação

adequada para reduzir o fracasso e evasão escolar, e que tenham consciência e use todos

os instrumentos de avaliação que são oferecidos no processo do ensino da

aprendizagem. Serão mostradas proposições para que a avaliação da aprendizagem

escolar seja feita de forma global e não simplesmente constitua uma verificação do que

foi adquirido pelo aluno.

As escolas privadas procuram dar maior assistência ao aluno na falta dos

responsáveis. Sendo uma escola onde a turma da 4ª série do Ensino Fundamental do

Município de Mesquita que possuem poucos alunos na classe, a professora está sempre

atenta ao processo de ensino e orientando nas tarefas exigidas, para que no final do ano

letivo os objetivos propostos sejam alcançados.

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1. A PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS LIGADOS À EDUCAÇÃO NA

AVALIAÇÃO ESCOLAR

1.1- Uma reflexão sobre avaliação

Avaliar é usar instrumentos que testem ou meçam, mas é muito mais do que

atribuir um valor quantitativo e qualificativo; é acima de tudo confirmar a validade de

um empreendimento. É constatar se a estratégia escolhida na busca de um objetivo

funcionou e se era a mais adequada à situação.Tudo na vida é avaliado, conscientemente

ou não.

Em se tratando de escola, o professor deve utilizar instrumentos adequados para

que a interação entre o aluno e o objeto de aprendizagem se constitua em vínculo ativo e

reforçador de vivências experenciais.

Segundo o professor Luckesi 1 , a avaliação “é uma aplicação qualitativa sobre

dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem em que o professor e aluno

estão empenhados em atingir os objetivos.” Pode-se então, definir avaliação como um

componente do processo de ensino que busca através da verificação e qualificação dos

resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e,

então, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas.

Educadores e alunos de diferentes níveis de ensino têm questionado sobre o

tema avaliação. Todos concordam com a sua necessidade, mas ao mesmo tempo

comentam sobre complexidade da questão e reconhecem o significado de valorar os

resultados ou suas expectativas, seja qual for o aspecto da vida em que estejam

envolvidos. Com isso, detectam-se duas razões que justificam a inclusão da avaliação na

instituição escolar: a melhoria da instrução está condicionada a uma avaliação eficiente

e eficaz da organização e o desenvolvimento pessoal.

____________

1LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação educacional escolar: para além do

autoritarismo.Revista da ANDE, p.47-51.

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A verificação, a qualificação e a apreciação qualitativa são objetivos da

avaliação nos diversos momentos do processo de ensino. A avaliação escolar cumpre

pelo menos três funções: pedagógica - didática, de diagnostico e de controle. A função

pedagógica – didática se refere ao papel da avaliação para verificar o cumprimento dos

objetivos gerais e específicos da educação escolar.A função de diagnostico permite

identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor para que se

determinem modificações do processo de ensino para melhor cumprir as exigências dos

objetivos.

Na prática escolar geral a sua importância é considerada, pois ocorre no início,

durante e ao final do desenvolvimento das aulas. No início verificam-se as condições

prévias dos alunos; durante o processo de transmissão e assimilação é feito o

acompanhamento do progresso dos alunos, apreciando os resultados, estimulando-os a

continuarem trabalhando até que alcancem resultados positivos; no final de um

bimestre, semestre ou ano letivo é necessário avaliar os resultados da aprendizagem de

uma unidade didática; a função controle se refere aos meios e à freqüência das

verificações e de qualificação dos resultados.

A prática da avaliação nas escolas tem sido criticada sobre tudo por reduzir-se à

função de controle, mediante a qual se faz uma classificação quantitativa dos alunos

com base nas notas que obtiveram nas provas. Os educadores não têm conseguido usar

os procedimentos de avaliação para atender a função educativa da mesma. Em relação

aos objetivos, funções e papel da avaliação na melhoria das atividades escolares e

educativas vale explicitar alguns equívocos.

O mais comum é se tomar a avaliação como ato de aplicar provas, atribuir notas

e classificar os alunos. O professor reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno

memorizou e usa a nota somente como instrumento de controle. Essa idéia é descabida

porque a atribuição de nota apenas o controle forma com o objetivo classificatório e não

educativo, e ainda porque o que importa é o veredicto do professor sobre a grande

adequação e conformidade do aluno ao conteúdo que lhe foi transmitido. Essa atitude

ignora a complexidade de fatores que envolvem o ensino.

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Um outro equívoco é utilizar a avaliação como recompensa aos bons alunos e

punição para os desinteressados ou indisciplinados. As notas transformam-se em arma

de intimidação e ameaça para uns e prêmio para outros. Um acontecimento também

corriqueiro é o do professor que, por confiar demais em seu conhecimento, dispensa

verificações parciais no decorrer das aulas.Com isso, o prejuízo dos alunos é grande,

uma vez que seu destino é traçado no início do ano letivo, quando o professor define

quem passa ou não de ano.

Esses equívocos identificam duas posições extremas em relação à avaliação

escolar, considerar somente os aspectos quantitativos ou qualitativos. No caso do

quantitativo, a avaliação é vista apenas como medida, e ainda assim, mal utilizada. No

caso qualitativo a avaliação se prende na subjetividade de professores e alunos, além de

ser uma atitude fantasiosa quanto aos objetivos da escola e à natureza das relações

pedagógicas.

O entendimento correto da avaliação consiste em considerar a relação mútua

entre os aspectos quantitativos e qualitativos. As duas devem estar intimamente

relacionadas no sentido próprio que se aproxime do método mais desejado. Avaliação

escolar é parte integrante do processo de ensino e aprendizagem e não uma etapa

isolada. Há uma exigência de que esteja concatenado com os objetivos - conteúdos –

métodos expresso no plano de ensino e desenvolvidos no decorrer das aulas.

Os objetivos explicam conhecimentos, habilidades e atitudes, cuja compreensão,

assimilação e aplicação por meio de métodos adequados, devem manifestar-se em

resultados obtidos nos exercícios, provas, conversação didáticas, trabalho independente.

A avaliação ajuda tornar mais claro aquilo que deseja atingir. O alvo do processo

de ensino e da educação é que todas as crianças desenvolvam capacidades físicas e

intelectuais, pensamento independente e criativo considerando tarefas teóricas e

práticas. A avaliação deve ter caráter definido, capaz de comprovar o reconhecimento

realmente assimilado pelo aluno. Para garantir a exigência de objetividade aplicam-se

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instrumentos e técnicas variadas de avaliação.

1.2- Avaliação ou verificação da aprendizagem na escola?

Somente se consegue uma real avaliação da aprendizagem quando se integra um

projeto pedagógico com o conseqüente projeto de ensino. No primeiro, o educador irá

se fundamentar em uma proposta pedagógica que for interessante à escola e ao seu

ensino, no segundo, o mesmo será adaptado às propostas pedagógicas da escola e dos

alunos. O importante é garantir a qualidade do resultado que é construído. Assim, a

avaliação necessita de um projeto prévio que a delineie e a defina.

Basicamente são realizados três procedimentos que aferem o aproveitamento

escolar: medição do aproveitamento; transformação da medida em nota ou conceito;

utilização dos resultados encontrados. A análise desses três procedimentos indicará se a

escola está verificando ou avaliando.

Na prática, os resultados são adquiridos inicialmente pela medida, variando as

formas e instrumentos que foram obtidos. Medir é uma forma de comparar grandezas,

tomando uma como padrão e outra como objeto a ser medido, tendo como resultado a

quantidade de vezes que a medida padrão cabe dentro do objeto medido. Os professores

utilizam o acerto de questão como padrão de contagem sobre um conteúdo, com um

limite máximo, o que significa o número de questões que possui o teste.

Dependendo do acordo, cada acerto pode valer dez pontos, ou ainda,

considerando a ênfase neste ou naquele assunto, as questões podem ter valores

diferenciados, mas completariam o total de cem. A forma de se atribuir pontos às

questões e seus correspondentes acertos não muda a qualidade da prática; continua

sendo medida e não avaliada.

Os instrumentos para a coleta de dados pelos educadores vão desde uma simples

observação até sofisticados testes, produzindo normas e critérios técnicos de elaboração

e padronização. O importante é ter a clareza de que no movimento real da operação com

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resultados é necessário ter-se primeiramente a medida e, a partir dela, continuidade aos

passos posteriores da medição da aprendizagem.

A segunda conduta do educador na aferição da avaliação é transformar nota em

conceito. Essa formatação dá-se por meio de uma equivalência entre acertos obtidos e

uma escala, previamente definida, de notas ou conceitos. Se o estabelecimento de

ensino não possui uma tabela oficial, cada educador deverá construir a sua, em função

dos instrumentos de coleta que utiliza.

As notas e conceitos expressam a qualidade que se atribui à aprendizagem do

educando, medida sob forma de acerto ou pontos. Para se obter o resultado final de um

período, o professor se utiliza à média de notas ou conceitos. No caso das primeiras,

esse valor é facilitado pelo fato de estar operando com números; no segundo caso, a

média é obtida depois de se converter conceito em número. A partir daí faz-se a média

ponderada, ou simples. Isso implica na ocorrência da transposição indevida de

qualidade para quantidade, de tal forma que se torna impossível obter uma média de

conceitos qualitativos.

O professor tem várias maneiras de utilizar os resultados. Uma delas é

simplesmente registrá-las no documento oficial do aluno. Outra possibilidade é oferecer

ao educando uma segunda chance caso tenha sido nota inferior, permitindo que faça

uma nova aferição. Outro ponto é atender para as dificuldades e desvios da

aprendizagem dos alunos e decidir trabalhar com eles para que, de fato, aprendam

aquilo que lhes foi proposto.

Caso os dados conseguidos mostrem que o aluno está abaixo das expectativas

em termos de aprendizagem, geralmente, registram-se os dados em documentos oficiais

e, no máximo, chama-se atenção do aluno para que estude mais e que faça um segundo

teste, tendo como objetivo somente a melhoria da nota. Deve-se observar que o objetivo

final não é de que o aluno estude para ter uma aprendizagem efetiva, e sim para

melhorar a nota.

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A terceira forma de utilização dos resultados é mais rara, pois exige que o

educador esteja em sintonia com a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno, ou seja,

a efetiva aprendizagem seria o objetivo do educador, que deve operacionalizar essa

opção de maneira conjunta com a proposta da escola, estimulando os alunos a criarem

os próprios resultados. Contudo, esta não tem sido a prática dos educadores que estão

mais preocupados com a aprovação ou reprovação do aluno, e isso depende mais de

nota do que uma aprendizagem consistente.

Conclui-se que as observações feitas demonstram que a aferição da

aprendizagem é utilizada, na maioria das vezes, para classificar os alunos em aprovados

ou reprovados. O processo de verificar configura-se pela observação, obtenção, análise

e síntese dos dados ou informações que delimitam o objeto que se está trabalhando.

O ato de avaliar não termina na determinação de um valor ou qualidade

atribuídos ao objeto em questão, exigindo uma tomada de posição favorável ou

desfavorável ao objeto de avaliação, com uma conseqüente decisão de ação. A escola

brasileira usa a verificação e não a avaliação. Isto fica claro quando se vê que os

resultados da aprendizagem geralmente têm tido a função de estabelecer uma

classificação do aluno, aprovando ou reprovando.

Raramente encontram-se educadores que fazem aferição da aprendizagem um

efetivo ato de avaliação. Para esses professores essa medição manifesta-se como um

processo de compreensão dos avanços, limites e dificuldades que os alunos encontram

para atingir os objetivos do curso. A avaliação, neste contexto, é um excelente

mecanismo da condução da ação.

Com essas observações pode-se dizer que a prática educacional no Brasil opera,

na maioria das vezes, como verificação. Com esse procedimento, tem sido difícil

alcançar conseqüências mais significativas para os alunos. Em resumo, sob forma de

verificação além de não se obter as mais significativas conseqüências para a melhoria

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do ensino da aprendizagem,ainda impõe aos alunos resultados negativos, como viver

com o medo e a ameaça da reprovação.

O momento da aferição do aproveitamento escolar não é o ponto definitivo de

chegada, mas um momento para observar se a caminhada está fluindo com a qualidade

desejada. Neste sentido, a verificação transforma o processo dinâmico em passos

estáticos e definitivos. A avaliação, ao contrário, manifesta-se como um ato dinâmico

que qualifica e conduz ao reencaminhamento da ação, possibilitando a construção dos

resultados que se deseja.

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2. RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO – DA AVALIAÇÃO ESCOLAR –

JULGAMENTO X CONSTRUÇÃO

2.1- O professor e a avaliação

O professor é um educador e educação é um ato essencialmente humano. O

homem como um ser limitado, para construir uma vida melhor, precisa de outro ser e

está condicionado aos valores da sociedade que o próprio homem constrói e reconstrói

durante toda a vida.

O aluno só desenvolve totalmente suas capacidades e acredita na existência de

uma força que vai mostrar toda a criatividade, quando o educador se propõe a ser um

agente produtivo e renovador na forma de trabalhar. A educação está relacionada

diretamente às estruturas biológicas, psicológicas, sociais e estas devem ser tratadas de

forma integradas e não isoladamente, pois o desenvolvimento integral do aluno deve ser

priorizado na avaliação, considerando as condições iniciais do aluno, seu esforço e as

condições em que se encontrava durante este processo, assim terá mais clareza o que ele

alcançou e quais as possibilidades para o futuro.

O aluno deve ter oportunidade de avaliar, não somente a si, como também o

professor e as atividades praticadas. Mas, para que essa participação seja levada em

consideração, precisa-se ter certeza de que sua ação será tão produtiva quanto maior for

o significado dos objetivos para ele, levando-o a buscar meios de alcançá-los.Esse

processo fará com que se sinta estimulado a considerar novas aprendizagens à medida

que conhecem as propostas a serem atingidas.

É importante que o professor olhe para dentro de si, conheça-se, observando

quem é, o que gostaria de ser. A avaliação só é bem sucedida depois que o professor

conseguir afastar preconceitos, temores, necessidades, estando em harmonia consigo

mesmo, sentindo-se confiante, vai conseguir caminhar em direção a metas que devem

ser atingidas.

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2.2- O aluno e a avaliação

É desagradável reconhecer e ter conhecimento de que a porcentagem de escolas

que informam ao aluno seus é muito baixa. No entanto, o aluno precisa, deve, e é

cobrado de coisas que desconhece, que não sabe para que servem e que servirão de

prova de sua habilidade ou competência. Professor, pais, escola, enfim, os responsáveis

pela educação precisa adotar critérios compatíveis com valores definidos que favorecem

o desenvolvimento e crescimento pessoal do educando.

O educador precisa ver o aluno como alguém apto a estabelecer uma relação

cognitiva e efetiva com o meio, mantendo uma ação capaz de uma transformação que o

liberte, que o ajude a ter uma vivência harmoniosa com a realidade pessoal e social que

envolve. Para atingir satisfatoriamente uma boa interação no aspecto cognoscitivo é

preciso levar em conta: o manejo dos recursos da linguagem, reconhecer bem o nível de

conhecimento dos alunos, explicar aos alunos o que espera deles em relação à

assimilação da matéria.

Ilza Santana tem a seguinte definição dos educadores no país:

Os professores, em sua maioria, cansados, carentes

financeiramente, enfrentando uma fase de transição social (...)

não estão dispostos a arriscar e permitir ao educando caminhar

com suas próprias pernas.Muitos mestres (...) usam a avaliação

como uma ameaça e até se vangloriam de reprovar a classe

toda, levando alguns alunos e familiares ao desespero (...)

Enquanto todos os dedos estiverem apontados para o aluno,

apenas para condená-lo, classificá-lo, conscientizá-lo de sua

derrota, a educação continuará tendo como produto uma

sociedade e políticos da categoria que estamos acostumados a

ver.2

A avaliação só será eficiente e eficaz se for de forma interativa envolvendo o

professor e o aluno, ambos caminhando na mesma direção, com os mesmos objetivos.O

aluno, então, não será um indivíduo passivo e o professor a autoridade que decide o que

ele precisa ou não saber. O educador não irá apresentar verdades, mas junto com o

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aluno irá investigar e descobrir horizontes, e ainda avaliar o sucesso das descobertas

conhecendo os erros e encontrar alternativas para superá-los.

Uma avaliação precisa se basear em objetivos claros, simples e preciosos, que

conduzam, inclusive, à melhoria do currículo escolar. Quando se perceber alguma

dificuldade é preciso analisar as causas dentro do esquema total do rendimento. A falha

poderá estar na metodologia usada, mas também, estar em alguns fatos psicofísico ou

outro qualquer, como falta de tempo para estudar, desinteresse.

2.3- Mecanismos de avaliação presentes na relação professor - aluno

2.3.1- As significações de poder no âmbito da turma

A possibilidade de o professor não realizar uma avaliação em conjunto de todas

as provas da turma ao corrigi-las parece bem evidente pelo simples fato de anular

determinada questão que a maioria da turma errou. Essa atitude mostra que é mais fácil

admitir que o aluno não aprendeu, do que admitir que não ensinou. Isso demonstra que

o professor não leva em consideração a incidência de erros por questão.

Quando o professor não se conscientiza de que a prova é um instrumento de

avaliação do processo pedagógico como um todo, acaba realizando um julgamento da

aprendizagem individual de cada aluno. Um bom exemplo desta prática são os recados

escritos nas provas, onde o motivo do erro é visto pelo educador como relativo a cada

um individualmente.

O professor isenta-se da avaliação quando não a verifica na totalidade, ou seja,

não se questiona se de fato ensinou, mas sim se o aluno aprendeu. Quando uma turma

inteira, ou sua maioria, responde errado a uma questão, parece não perceber este fato.

Agindo dessa forma, o professor está também excluído do processo, torna-se um

simples verificador.

_____________ 2SANTANA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? – critérios e instrumentos,

p. 27.

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Não fazendo parte do processo avaliado, conseqüentemente, mostra um grau de

poder muito grande no uso deste instrumento. Neste caso, apenas a competência do

aluno está sendo julgada e nunca o do professor. Pois é o único que detém o

conhecimento do conjunto dos resultados, embora não faça uso deles, e ao serem

passados para os alunos e pais tornam-se ainda mais dispersos.

Um bom exemplo desta situação é quando os alunos tentam justificar aos pais as

notas baixas, dizendo que a turma toda se deu mal, mas por diversos fatores acabam por

atribuir a si mesmo o fracasso. Os pais, completamente desinformados do processo,

tomam a avaliação do ponto de vista do fracasso do próprio filho tendo como referência

o melhor da classe.

2.3.2- As significações de poder no conteúdo das provas

A forma de pontuação é extremamente distinta de professor para professor e

apresenta variações, inclusive na mesma prova, de aluno para aluno. Esse dado tem um

significado de extrema importância, uma vez que os alunos estão sujeitos a pontuações

extras que dizem respeito a outras atividades ou mesmo à disciplina, ao comportamento.

Verifica-se um elemento bastante fácil de ser percebido que consiste em

valorizar mais o cálculo do que o problema ou a gramática do que a leitura,

interpretação e redação. Assim, os aspectos menos importantes em relação ao

desenvolvimento da inteligência parecem ser os mais valorizados no processo de

avaliação.

O cálculo se limita apenas a um simples arme efetue e a gramática é um

conjunto de palavras analisadas sem qualquer contexto temático. Ou seja, o conteúdo

das provas, na maioria dos casos, consiste em questões de cálculos e, Língua Português,

a gramática é desvinculada de textos, o que conduz os alunos mais facilmente ao

fracasso, pois dependem de memorizações e mecanismos sem qualquer aplicabilidade

do raciocínio lógico. Um exemplo deste fato é visto nas provas com questões onde

aparecem lacunas a serem preenchidas por uma única palavra que pode ser colocado no

espaço em branco.

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Isto mostra uma incoerência de não observar a lógica interna ao próprio sistema

de avaliação proposto. Se um aluno acerta a parte gramatical não deveria ter tantos erros

em redação e interpretação; e ainda ser incapaz de resolver simples cálculos, se é capaz

de resolver problemas onde o raciocínio lógico é a própria fonte de compreensão. O

cálculo é estruturado de forma que o único meio de se resolver se dá pelo esquema

criado pelo professor, sem a possibilidade de o aluno criar o próprio método.

Isto mostra um poder ainda mais particular exercido pelo indivíduo que está

transmitindo o ensino, o qual define a maneira como devem ser resolvidas as questões.

Há sempre uma resposta exata para cada questão. Isto gera uma angústia no aluno que

às vezes lembra parte da resposta e sabe que de nada valerá.

Forma-se então, um paradigma de verdade individual e simbólico que consiste

na resposta imaginada pelo professor como única possível. A posse deste saber lhe

permite, nas correções desconsiderar conteúdos altamente lógicos, criativos e

inteligentes, e até inquietantes, que deveriam levá-lo a se questionar do porquê daquela

resposta. Geralmente a marcação do erro é feita com um risco com caneta e escrita a

colocação considerada correta.

Neste caso, a criança fica totalmente indefesa, mas os jovens, mostrando uma

disputa de poder, questionam o critério de acerto e erro adotado pelo professor. Mas este

com certeza, possui uma norma que lhe garante vencer. Este dado aparece como

bastante significativo por sua característica de posse da verdade e, portanto, do saber, o

que, conseqüentemente concede ao professor o poder absoluto sobre o aluno.

2.3.3- Aspectos simbólicos nas correções das provas.

O uso da tinta vermelha é o primeiro aspecto a se considerar. Sua interpretação

consiste no princípio do erro. Não se utiliza o vermelho para muitas coisas no cotidiano,

como, por exemplo, preencher um cheque; e no âmbito escolar o aluno não usa o

vermelho como cor. Esta é a cor do professor, do destaque do erro.

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Quando o professor coloca a resposta correta sobre o do aluno, impossibilita-o

de questionar a correção, pois fica quase impossível ler o que escreveu. Isto demonstra

um esmagamento do mais frágil e de suas respostas e, conseqüentemente, um

mecanismo poderoso de poder, de domínio da verdade. Este fato diminui

significativamente quando se trata de adolescentes.

Para os alunos até, aproximadamente, a sexta série, este gesto do professor

parece compulsivo, pois o aluno nesta idade não revê a prova para observar os erros

assinalados, só importa a nota. Assim, as observações e correções destinam-se somente

aos pais. Uns outros aspectos importantes são recados aos alunos, dos mais variados

tipos e objetivos, como, por exemplo, parabéns, muito bem, com significado positivo ou

estude, péssimo, com significado negativo. Ambos, independentes da intenção,

demonstram um significado de prêmio e castigo.

Estes recados, entretanto, constituem um importante elemento para estudar o

sistema de crenças dos professores, os métodos que deduzem destas crenças. Podem

demonstrar um inatismo ou um pragmatismo unidos pela crença de que bons resultados

dependem do aluno, de sua vontade, mas o professor exercita o poder na medida em

que passa para o aluno a culpa dos maus resultados, sendo os resultados bons a certeza

de que o trabalho do professor foi ótimo.

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3 - AS FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO

São múltiplas as funções da avaliação. Ela deve e podem desempenhar funções

as mais variadas:

- analisar os objetivos de ensino;

- assegurar o domínio da aprendizagem;

- demonstrar os efeitos da metodologia empregada no processo do ensino –

aprendizagem;

- revelar conseqüência da atuação do professor;

- fornecer dados para avaliar à eficácia do currículo escolar.

Basicamente, a avaliação apresenta três funções: diagnosticar, controlar e

classificar. Relacionadas a essas três funções existem três modalidades de avaliação:

diagnóstica, formativa e somativa.

3.1- Avaliação diagnóstica

A avaliação diagnóstica é realizada no início de um curso, período do ano letivo

ou unidade de ensino, para constatar se os alunos apresentam ou não os domínios dos

pré-requisitos necessários, se possuem os conhecimentos e habilidades imprescindíveis

para as novas aprendizagens. É também utilizada para caracterizar eventuais problemas

de aprendizagem e identificar suas possíveis causas, numa tentativa de saná-los. Um dos

propósitos da avaliação com função diagnóstica é informar o professor sobre o nível de

conhecimento e habilidades dos alunos antes de iniciar o processo ensino –

aprendizagem para determinar o quanto se progrediram.

As diferenças individuais, alguns alunos aprendem mais rapidamente do que

outros, no que se refere à retenção da aprendizagem, alguns alunos têm mais facilidade

para reter o que foi aprendido, enquanto outros esquecem mais rapidamente. O

professor através dessa avaliação inicial,vai determinar mais conhecimentos e

habilidades que devem ser retornados, antes de introduzir os conteúdos programáticos

específicos.

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A avaliação diagnóstica também auxilia a equipe técnica da escola no que se

refere à formação e remanejamento das classes. Não é apenas no início do período

letivo que se realiza a avaliação diagnóstica, é também no final de um ano letivo e de

um semestre ou curso. Para determinar a presença ou ausência dos pré-requisitos

necessários para que as novas aprendizagens possam efetivar-se.

Mas existe também outro propósito: identificar as dificuldades de aprendizagem,

tentando descriminar e caracterizar suas possíveis causas. Algumas dificuldades são de

natureza cognitiva e tem uma origem no próprio processo ensino-aprendizagem. É o

caso dos alunos que apresentam dificuldades em determinadas matérias escolares e

conteúdos curricular.

Essas dificuldades devem ser somadas através de um trabalho contínuo e

sistemático de recuperação, pois sua solução é da estrita competência do professor. O

aluno também pode apresentar dificuldades de natureza afetivas e emocionais,

decorrentes de situações conflitantes por ele vivenciadas em casa, na escola ou com seu

grupo de colegas. Podem ser de ordem afetiva ou emocional esses problemas e o aluno

manifestam um comportamento em sala de aula interferindo no processo ensino-

aprendizagem.

Cabe ao professor investigar. Nesses casos, o professor pode ajudar de várias

formas:

- estimulando o relacionamento entre os alunos, através de jogos e atividades dinâmicas

que possam incrementar a integração da classe;

- distribuindo funções e dividindo tarefas como: apagar a lousa, distribuir cadernos,

pendurar cartazes etc, o que permite que todos os alunos participem da dinâmica da sala

de aula e se sintam responsáveis;

- aplicar uma ampla gama de atividades de expressões oral, nas quais o aluno possa

ouvir e fazer-se ouvir, falar e externar suas opiniões, ser o foco das atenções, enfim,

nem que seja apenas algum minuto;

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- reforçando o comportamento positivo sem exacerbar nas críticas negativas, pois o

reforço positivo aumenta a motivação de auta-confiança e auto-estima.

3.2- Avaliação formativa

A avaliação formativa com função de controle é realizada durante todo o

decorrer do período letivo, para verificar se os alunos estão atingindo os objetivos

previstos, isto é, quais os resultados alcançados durante o desenvolvimento das

atividades. É através da avaliação formativa que o aluno conhece seus erros e acertos e

encontra estímulo para um estudo sistemático. Essa modalidade de avaliação é

basicamente orienta tanto o estudo do aluno como o trabalho do professor.

A avaliação também permite ao professor detectar e identificar deficiências na

forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando

aperfeiçoá-lo. A avaliação formativa não apenas fornece dados para que o professor

passa realizar um trabalho de recuperação e aperfeiçoar seus procedimentos de ensino

como também oferece ao aluno informação sobre seu desempenho em decorrência da

aprendizagem, fazendo o conhecimento de seus erros e acertos e dando-lhe

oportunidade para recuperação paralela e orientando o estudo contínuo e sistemático do

aluno.

A avaliação formativa também leva à individualização do ensino, uma vez que,

de acordo com as falhas, o professor vai dando atenção adequada a cada aluno,

abandonando em parte a estratégia de sempre ensinar da mesma forma a todos. O uso da

avaliação formativa é uma prova de que a avaliação pode ser utilizada como um recurso

de ensino e como fonte de motivação, tendo efeitos altamente positivos e evitando as

tensões que usualmente a avaliação causa.

3.3- Avaliação somativa

A avaliação somativa, com função classificatória, consiste em classificar os

resultados da aprendizagem alcançados pelos alunos ao final de um semestre, ano ou

curso, de acordo com níveis de aproveitamento preestabelecidos. Consiste em atribuir

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ao aluno uma nota ou conceito final para fins de promoção. Sua utilidade é mais

administrativa do que pedagógica.

A promoção de uma série para a outra é, para o aluno, um estímulo para

prosseguir nos estudos. O aluno que repete várias vezes a mesma série tende a

demonstrar ausência de estímulo e falta de motivação para estudar; torna-se

indisciplinado ou totalmente apático às atividades escolares. A escola, que antes de tudo

deve ser um lugar de estudo e realização pessoal, torna-se para o aluno um local de

tortura psicológica, devido aos seus constantes fracassos escolares.

Às vezes, ocorre o mesmo com o professor, que tem pela frente alunos

totalmente apáticos, ou então, acaba enfrentando alunos revoltados e indisciplinados.

Segundo Bbom et alii, a avaliação somativa é “objetiva avaliar de maneira geral o grau

em que os resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e ao final de um

curso”. No momento atual a classificação do aluno se processa segundo o rendimento

alcançado, tendo por parâmetro os objetivos previstos.

Não apenas os objetivos individuais devem-se servir de base, mas também o

rendimento apresentado pelo grupo. Por exemplo, se em número x de questões a classe

toda ou uma percentagem significativa de alunos não corresponde aos resultados

desejados, esta habilidade, atitude ou informação deveria ser desconsiderada e retomada

no novo planejamento, pois ficou constatado que a aprendizagem não ocorreu. A

classificação deve se processar conforme parâmetros individuais e grupais.

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4- CARACTERIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA

APRENDIZAGEM

4.1- Conselho de classe

O conselho de classe “é a atividade que reúne um grupo de professores, visando

em conjunto chegar a um conhecimento mais sistemático da turma, e avaliar cada aluno

individualmente, através de reuniões periódicas. É também um instrumento que visa

traçar o perfil de cada aluno e do grupo”.

As escolas devem trabalhar melhor com os professores para que o Conselho de

Classe possa atingir seus objetivos. Normalmente é quase regra de que no dia da

destinado à avaliação pelo conselho os alunos não tenham aula, enquanto isto, os

responsáveis pela classe passem horas reunidas apenas citando nomes, notas ou

conceitos respectivos e registrando um parecer descrito padronizado.

Diagnóstico, aconselhamento, prognóstico, levantamento de soluções

alternativas, elaboração de programas de recuperação, apoio, incentivo, reformulação de

objetivos, preocupação, envolvimento, coleta de evidência de mudanças de

comportamento do aluno são totalmente esquecidos.

Para o conselho de classe reúnem-se (às vezes) supervisão pedagógica, serviço

de orientação educacional, professores da área ou professores das diferentes disciplinas,

professor conselheiro, representante da turma, representante dos pais. Esta equipe toda

reunida com o propósito de avaliar, sem saber mesmo para que se limita a informações

vagas, teóricas, muitas vezes consistindo em fofocas e desejando concluir a tarefa mais

rápido possível, para sentir o alívio do dever cumprido.

É preciso que fiquem bem claros e definidos os objetivos de cada conselho. E

que, como instrumento de avaliação cumpra seus propósitos, e os educadores sua

missão. Para ver o aluno no grupo e de acordo com sua própria medida, considerando

sua capacidade pessoal e seu esforço é preciso pensar a avaliar como um procedimento

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referente não apenas ao aluno como indivíduo; é preciso reconhecer que o processo

escolar e em particular todos os aspectos do currículo.

É preciso não rotular o aluno, promover condições para seu desenvolvimento,

fazendo observações concretas, procurando debater o aproveitamento de cada aluno e da

classe como um todo, analisando as causas dos baixos ou altos rendimentos da turma,

estabelecendo o tipo de assistência especial para o aluno que não apresentou rendimento

favorável, procurando aperfeiçoar o trabalho diário do professor com o aluno, com

subsídios emitidos pelo supervisor, pelo orientador educacional, pela direção, por

trabalhos realizados, e por colegas.

Fazer uma análise do currículo da escola, em função de sua filosofia,

desempenho do professor, rendimento da capacidade dos alunos, validade dos

conteúdos trabalhados, equipamento e materiais disponíveis e como estão sendo

concretizados os objetivos. O professor deve conscientizar de que a auto-avaliação

contínua do seu trabalho, é o modo mais eficaz para promover a aprendizagem do aluno.

A organização do Conselho de Classe normalmente ocorre ao final de cada

bimestre, depende das necessidades ou interesse da escola aos diversos aspectos do

rendimento escolar, além das disponibilidades de tempo previsto no calendário escolar

(podendo ser semestral, anual). Ex.: Organização do Conselho de Classe.

Quando Com que propósito?

Início do Ano Letivo -Diagnosticar, esclarecer, planejar (visão

geral )

1º Conselho

Final de março / abril

-Diagnosticar turma

-Alguns alunos em particular

2º Conselho

Maio / junho

-Acompanhamento (análise do crescimento

dos alunos e da turma).

3º Conselho

Agosto / Setembro

-Prognóstico, previsão do trabalho a ser

desenvolvido (recuperação preventiva).

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4º Conselho

Outubro / Novembro

-Avaliação final (ou recuperação

terapêutica).

4.1.1- Por que Conselho de Classe?

Porque favorece a integração entre os professores, aluno e família, também pode

tornar a avaliação mais dinâmica e compreensiva, possibilitando um desenvolvimento

progressivo da tarefa educacional, procurando conscientizar o aluno de sua atuação no

processo da aprendizagem. O professor conselheiro é responsável pela a comunicação

dos resultados que é sigilo.

Existem alguns professores que tentam apresentar seus conceitos, procurando

prevalecer suas idéias e são ajudados pelos colegas a visualizarem o aluno como um

todo e terem uma concepção clara dos propósitos de uma avaliação formativa. São

esclarecidos de que, se nos objetivos se propôs apenas identificar, comparar ou associar,

eles não tem direito de querer avaliar aplicação de conhecimentos. Não esquecer que é

preciso buscar instrumentos e critérios que permitam abranger os diferentes domínios

do comportamento humano, em função do conhecimento.

4.2- Pré – teste

Ilza Martins Sant’Anna define a caracterização de pré – teste: “é um teste

aplicado para averiguar pré – requisitos para alguma aquisição dos conhecimentos” 3. Os

professores raramente usam os pré – teste, conforme diz o termo, é o preparo antecipado

de um teste, pois o objetivo é verificar de forma global os conhecimentos adquiridos por

um aluno ou uma classe. Funciona como sondagem para estabelecimento de um

diagnóstico da turma.

Também o pré - teste visa, averiguar os pré – requisitos dos alunos para elaborar

o planejamento de uma nova unidade de trabalho. Quando elaborado deve ser constituir

por uma amostra quantativa e qualitativa dos conhecimentos, que o grupo deve ter sobre

determinada aprendizagem, ou detectar o que é desconhecido e será trabalhado durante

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o semestre ou ano letivo. O pré – teste poderá ser usado como teste final, após o

desenvolvimento das unidades previstas terem sido trabalhadas, o que se denominará

pós – teste. É um instrumento muito importante para testar o progresso dos alunos e o

grau desenvolvido pela turma.

4.3- Testagem

4.3.1- Características gerais dos testes

A testagem é uma técnica de avaliação que se utiliza instrumentos chamados

testes. Os testes consistem num conjunto uniforme de tarefas apresentadas a todos os

membros de um grupo, com procedimento também uniformes de aplicação e correção.

Tenbrink diz que “um teste se caracteriza por”:

1- uma situação comum à qual todos os estudantes respondem;

2- um conjunto de instruções comum que dirige as respostas dos alunos;

3- um conjunto de regras comum para apurar as respostas dos alunos;

4- uma descrição numérica do desempenho de cada aluno, feita após a apuração das

respostas.

O teste é um instrumento de avaliação que existe e apresenta maior precisão nas

informações obtida, além de satisfazer critérios de objetividade na apuração dos

resultados. Isso porque se faz acompanhar de instruções que facilitam sua aplicação e

correção, havendo também um critério de interpretação igual para todos os indivíduos

que a ele se submetem. Os testes embora sejam mais utilizados para obter informações

sobre o domínio cognitivo, podemos também, através deles, obter informações

referentes às áreas afetiva e psicomotora.

_____________

3SANT’ANA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? – Critérios e

instrumentos.Petrópolis: Vozes, 1995.

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4.3.2- Tipos de testes

Os testes são divididos em dois grandes grupos: testes elaborados pelo professor

e testes padronizados.

4.3.3- Teste construído pelo professor

É uma prova objetiva organizada para fins imediatos, com finalidade de

averiguar o aproveitamento escolar do aluno como resultado do processo ensino-

aprendizagem. Suas questões são elaboradas de acordo com o conteúdo e os objetivos

específicos do plano de ensino desenvolvido pelo professor na sala de aula. São

instrumentos organizados especialmente para o grupo-classe a que se aplicam,e

procuram medir o alcance e a consecução dos objetivos.

4.3.4- Teste padronizado

É elaborado e organizado por especialistas em testes e medidas, e antes de ser

regularmente aplicado, suas tarefas são previamente experimentados em grupos de

controle. Os testes padronizados possuem normas e tabelas para interpretação dos

resultados “baseadas numa vasta amostragem de desempenhos de alunos, amplamente

distribuídos em termos de área geográfica níveis de capacidade e, em alguns casos,

níveis de idade e série escolar”.

A característica básica do teste padronizado, é que ele supõe uma amostragem

padronizada, isto é, suas tarefas são previamente aplicadas num grupo normativo, que

constitui a amostra padrão. A padronização de um teste consiste num conjunto de

operações de natureza psicológica e estatística, com a múltipla finalidade de estabelecer

regras fixas para a sua aplicação e avaliação de seus resultados, de forma que essas

operações se realizem sempre de modo tão idêntico quanto possível.

O teste também conduz a uma avaliação tão exata quanto possível daquilo que se

pretende avaliar; fornecer aos que devem aplicá-lo informações detalhadas sobre o

método empregado em sua construção, sobre suas finalidades e condições em que sua

aplicação seja recomendada. A vantagem da utilização de testes padronizados é

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justamente a existência de normas e tabelas que facilitam a interpretação de seus

resultados.

Há três tipos de testes padronizados: testes de aptidão; testes de personalidade e

interesse; testes de aproveitamento ou escolaridade.

4.4- Auto – avaliação

Constantemente avalia-se as próprias atitudes, habilidades, interesses e aptidões,

para poder melhorar o desempenho e obter êxito nas atividades realizadas. A auto-

avaliação é uma forma de apreciação normalmente usada quando se dedica a atividades

significativas, decorrentes de um comportamento intencional.

A auto-avaliação é capaz de conduzir o aluno a uma modalidade de apreciação

que se põe em prática durante a vida inteira. Os alunos conseguem ter uma capacidade

cada vez maior de analisar suas próprias aptidões, atitudes, comportamento, pontos

fortes, necessidades e êxito na consecução de propósitos, graças a saber, usar a auto-

avaliação, também desenvolvem sentimentos de responsabilidade pessoal ao apreciar a

eficácia dos esforços individuais e de grupo.

Aprendem a enfrentar corajosamente as competências necessárias em várias

tarefas e aquilatar suas próprias potencialidades e contribuições. Já que se espera do

aluno a responsabilidade por sua própria aprendizagem, é que isto, só ocorrerá se o

aluno tiver uma visão clara do que está tentando obter e de como está agindo a respeito.

Procurar dar condições para ajudar o aluno a pensar sobre si mesmo e o que tem

realizado, é prepará-lo para que tenha uma aprendizagem na caminhada da vida. Para

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que a auto-avaliação tenha êxito é preciso que o professor acredite no aluno e ofereça

condições favoráveis à aprendizagem, pois só assim o aluno sentirá seguro e confiante.

Quanto à forma, a auto-avaliação poderá ser expressa livremente ou obedecendo

a critérios que podem ser registrados em fichas. Exemplo:

FICHA DE AUTO – AVALIAÇÃO

Escola:- -----------------------------------------------------------------

Aluno: ------------------------------------------------------------------

Turma: -----------------------------------------------------------------

Disciplina: -------------------------------------------------------------

Data: --------------------------------------------------------------------

Assinale o desempenho que você considera correspondente ao seu

comportamento;

SIM NÃO ÀS VEZES

Habilidade de saber ouvir

Presto atenção à fala do professor

Respondo com prontidão às perguntas feitas em

classe.

Escuto as opiniões dos colegas

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O teor das perguntas pode variar, de acordo com os aspectos a serem analisados:

aproveitamento nos estudos, comportamento na escola, relacionamento com os colegas,

participação e cooperação nos trabalhos em grupo, condições de saúde, hábitos,

sentimentos, atitudes. Algumas listas destinam-se uso do professor, para registro de

observação. Outras devem ser respondidas pelos próprios alunos. Nesse caso, os

aspectos focalizados devem levar em conta o nível de desenvolvimento dos alunos e sua

formação escolar.

Aos alunos que cursam as séries iniciais do 1º grau, convém apresentar um

roteiro contendo poucas perguntas, pois ainda estão sendo iniciados na auto-avaliação.

4.5- Observação

A observação é uma das técnicas de que o professor dispõe para melhor

conhecer o comportamento de seus alunos, identificando suas dificuldades e avaliando

seu desempenho nas várias atividades realizadas e seu progresso na aprendizagem.

Através da observação direta dos alunos no contexto das atividades cotidianas de sala de

aula, onde eles agem espontaneamente, sem pressão externa que altere a sua conduta

(como no caso de uma situação de prova), o professor pode colher e registrar muitas

informações úteis sobre o rendimento escolar.

A observação permite avaliar objetivos educacionais que não podem ser

apreciados com eficiência por outras técnicas. A observação direta do comportamento e

dos trabalhos realizados pelos alunos pode ser a melhor forma de colher e registrar

informações que permita avaliar:

• A consecução de certos objetivos educacionais na área afetiva envolvendo

interesses, hábitos e mudanças de atitudes;

• Comportamentos sociais, traduzindo em termos de habilidades de convívio

social;

• Alguns aspectos referentes ao desenvolvimento físico.

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Portanto, a observação fornece dados não apenas sobre o rendimento e as

dificuldades de aprendizagem, mas também sobre o alcance de certos objetivos. “É a

técnica mais adequada para apreciação dos aspectos do desenvolvimento que não

podem ser aferidos através de provas, o que é muito importante para a escola atual, onde

se pretende criar condições para que o aluno desenvolva sua personalidade

integralmente, e não apenas adquira conhecimentos”.

Em geral, os professores aplicam na sala de aula a observação casual,

observando os alunos de modo espontâneo e informal. Embora a observação casual ou

assistemática também forneça dados aplicativos, seu uso requer certo cuidado, evitando-

se fazer interpretações muito apressadas, que conduzam os julgamentos falsos, baseados

em idéias preconcebidas.

É comum os professores concentra-se suas observações nos alunos considerados

“indisciplinados” ou que causa problemas de aprendizagem, registrando apenas os casos

pertinentes esquecendo de observar mais detalhadamente os alunos “quietinhos’ e

calados, ou aqueles que aprendem com facilidade e rapidez”.

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CONCLUSÃO

Em virtude do que mencionado, constata-se a ênfase no desempenho do aluno.

Verifica-se que, com isso, enquanto a avaliação escolar estiver voltada exclusivamente

para o aluno, ou sela, não houver uma conscientização de uma nova metodologia para o

aluno e a inclusão da própria escola no processo, a qualidade do ensino continuará

comprometida.

Uma vez que verificado este fato, reforça-se o posicionamento e a importância

de que o professor e os profissionais da instituição de ensino vem estar continuamente

investigando as melhores situações de avaliação, as mais eficientes formas de coleta e

sistematização dos dados, sua compreensão e utilização, bem como o processo mais

eficiente de capacitação dos professores em avaliação.

Sugestões em termos de soluções alternativas foi o propósito do trabalho.

Procurando dar continuidade à interpretação das definições, enfatizou-se a diferença

entre testar, medir e avaliar e como utilizar os instrumentos de avaliação. Visto isso,

verifica-se a importância da avaliação no sistema escolar, pois é através da mesma que o

professor e a escola avaliam se os objetivos foram alcançados.

Em relação às deficiências de aprendizagem possivelmente decorrentes de

práticas inadequadas de avaliação, a escola pode contar com o auxílio do corpo

pedagógico, a revisão dos procedimentos avaliativos em relação ao aluno. Não é uma

tarefa fácil, mas que pode ser alcançada a medida que cada um se predispõe para tal fim,

criando um meio organizacional favorável aos objetivos desejáveis.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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