UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 5 RESUMO A presente monografia reflete sobre a...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ASPECTOS RELEVANTES DA FAMÍLIA BRASILEIRA ATUAL NA
FORMAÇÃO INTEGRAL DO INDIVÍDUO
Por: Camila Lopes Valente
Orientador
Prof. Edla Trocoli
Nova Friburgo
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ASPECTOS RELEVANTES DA FAMÍLIA BRASILEIRA ATUAL
NA FORMAÇÃO INTEGRAL DO INDIVÍDUO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Educação
Infantil e Desenvolvimento.
Por: Camila Lopes Valente
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AGRADECIMENTOS
À Deus, pela oportunidade da vida.
Aos pais, José Valdecy A. Valente e
Libéria L. Valente, pela vida amorosa.
Aos mestres, pela sabedoria de ensinar
e aprender.
Ao noivo Rafael Fernandes e a irmã
Carolina Valente por partilharem do
meu sonho e nele acreditarem.
Aos amigos que conquistei, dividi
alegrias e dificuldades.
Ao Colégio Anchieta, laboratório vivo,
fonte de desafios e crescimento.
À Universidade Cândido Mendes, pela
oportunidade de construir-me
especialista em Educação Infantil.
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DEDICATÓRIA
Aos professores da Educação Infantil,
que participam amorosamente e
comprometidamente com a arte de cuidar
e educar dos pequeninos.
Que todos os dias semeiam com sua
prática a esperança e alimentam com
amor o sonho de vê-los crescer como
seres humanos singulares, dignos e
felizes.
Acreditem na vida, invistam nas crianças,
na capacitação pessoal-profissional,
partilhem e cultivem sonhos. Sintam-se
verdadeiramente aprendentes e
ensinantes.
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RESUMO
A presente monografia reflete sobre a importância da família,
destacando alguns aspectos relevantes da família brasileira atual na formação
integral do indivíduo.
Este tema justifica-se pela preocupação de resgate das relações entre
as pessoas.
Sendo o relacionamento social de suma importância para o ser humano,
deveria acontecer no seio da sua família o aprendizado primeiro sobre respeito
e valores em geral.
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METODOLOGIA
Este trabalho pretende ser desenvolvido com leituras de livros, de
artigos especializados sobre o assunto.
Serão feitas, também, pesquisas na Internet visando a um
acompanhamento nos sites sobre o comportamento da família atual.
As informações obtidas serão analisadas e registradas com relação
própria e com citações dos autores pesquisados, facilitando, assim, a
elaboração corrente do texto final.
Serão empregados métodos de pesquisa social e bibliográfica.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Histórico, Origem da Família 10
Nuclear
CAPÍTULO II - Concepções de Família 17
CAPÍTULO III – Pesquisa Sobre a Família 28
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
BIBLIOGRAFIA CITADA 42
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
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INTRODUÇÃO
A família brasileira atual se encontra inserida num contexto cujos
paradigmas não se referem totalmente aos anteriores. Tudo é tão novo, que,
na maior parte das vezes, não conseguimos nos reconhecer na sociedade em
que vivemos.
Devido às crises sócio-econômica, moral e ética, a família em geral
deixa de ser referência para a formação do indivíduo como um ser integral.
Há, além disso, questões relevantes a serem postas em destaque. Qual vem a
ser o limite da atuação da família na formação integral do indivíduo? Como os
responsáveis podem exercer autoridade sobre os filhos sem autoritarismo? Até
que ponto o panorama social atual influencia na atitude dos pais e dos filhos?
Espera-se com esta pesquisa apresentar a relevância da família na
formação de um ser humano integral. O presente trabalho visa, ainda,
relacionar aspectos de divergência entre a família tradicional e a moderna na
constituição do indivíduo, além de abordar pontos de vista de diversos
profissionais da área de educação sobre a postura do jovem, de maneira geral,
na sociedade.
O tema escolhido “Aspectos relevantes da família brasileira atual na
formação integral do indivíduo” justifica-se pela preocupação de resgate das
relações entre as pessoas.
Sendo o relacionamento social de suma importância para o ser humano
deveria acontecer no seio da sua família o aprendizado primeiro sobre respeito
e valores em geral.
Há que se resgatar os valores anteriores ou aprender a conviver com os
novos? De qualquer forma, justifica-se a discussão, na medida em que
estamos no “olho do furacão”, ou seja, em meio a uma crise social sem
precedentes.
A dualidade entre os caminhos mencionados anteriormente é o foco
motivador deste trabalho monográfico, por ser considerada responsável pela
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angústia dos pais frente ao processo de construção de valores que guiarão o
indivíduo pessoal e socialmente para o resto de suas vidas.
Faz-se também necessário colocar a relevância da ética e da moral no
processo de construção de valores norteadores do comportamento não só
individual como social.
Este trabalho pretende ser desenvolvido com leituras de livros, de
artigos especializados sobre o assunto.
Serão feitas, também, pesquisas na Internet visando a um acompanhamento
nos sites sobre o comportamento da família atual. As informações obtidas
serão analisadas e registradas com redação própria e com citações dos
autores pesquisados, facilitando, assim, a elaboração coerente do texto final.
Quanto ao critério para identificação dos assuntos a serem arrolados,
numa primeira fase, será feita uma análise dos títulos sugeridos pelos
professores e na Internet, procurando identificar aqueles que melhor atenderão
ao conhecimento e desenvolvimento do tema. Serão empregados métodos de
pesquisa social e bibliográfica.
Após essas considerações iniciais, passo a esclarecer que o trabalho será
estruturado da seguinte maneira: no primeiro capítulo, será abordado um breve
histórico da família nuclear, seguido de dados sobre a família brasileira
contemporânea.
No segundo, haverá uma exposição sobre concepções de família, suas
estruturas, formação, mudanças ocorridas e exemplo familiar.
No terceiro capítulo, será apresentada uma pesquisa ilustrativa sobre a
família, realizada pelo Datafolha e publicada pelo Jornal de São Paulo.
Virão a seguir as considerações finais a que pude chegar com esta análise
e, finalmente, a referência de que me servi para meu embasamento teórico.
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CAPÍTULO I
HISTÓRICO
ORIGEM DA FAMÍLIA NUCLEAR
Segundo antropólogos, um dos marcos da separação entre o
homem e os demais primatas foi o advento da família nuclear. Formada por
pai, mãe e filhos que vivem juntos, ela se opõe à chamada família estendida,
na qual os animais andam em bandos e as relações entre os membros
consanguíneos se dão de outras formas.
A mais antiga ossada de família nuclear já identificada data de quatro
mil e seiscentos anos antes de Cristo. Constava de pai, mãe e filhos de cinco e
nove anos de idade, que estavam enterrados juntos. Suas fraturas sugeriam
que foram vítimas de um massacre.
Até meados do século XX, prevalecia entre os antropólogos a ideia de que a
família nuclear era uma instituição apenas cultural, consagrada em mitos como
Adão e Eva, a primeira das famílias, segundo a Bíblia.
Segundo o biólogo holandês Frans de Waal, um dos maiores
primatologistas da atualidade, machos que ficavam perto das fêmeas tinham
mais chances de ter relações sexuais com elas e consequentemente ter mais
descendentes que os machos que apareciam apenas eventualmente.
A relação estável ganhou espaço porque, entre humanos, a criação de
um filho exige mais tempo do que a de outros primatas. O pai, estando por
perto, garantia comida, proteção contra predadores e assegurava a
sobrevivência da prole. O instinto familiar é ancestral ao Homo Sapiens.
11
1.1 – Histórico da Família Brasileira
Para compreendermos a família brasileira atual, sua estruturação, suas
características, foi feita uma retomada histórica. Primeiramente, foi abordada a
história da organização familiar no Brasil, a “família patriarcal”.
CORRÊA (1982), em “Repensando a Família Brasileira”, mostra que sua
história começa nas regiões onde foram implantadas as grandes unidades
agrárias de produção, os engenhos de açúcar, as fazendas de criação ou as
plantações de café, no século XVI, transformando-se em matriz da sociedade
colonial inteira até meados do século XIX.
Questiona, ainda, as abordagens apresentadas pelos autores GILBERTO
FREYRE (Casa-Grande & Senzala) e ANTÔNIO CÂNDIDO ( “The Brazilian
Family”). A maneira como GILBERTO FREYRE denominou a família brasileira
não é representativa, visto que na mesma época existiam outras formas de
composição familiar no Brasil. Na crítica a GILBERTO FREYRE, aparece a
exclusão de todos os segmentos sociais que contribuíram para a compreensão
de família patriarcal da época, como a escravidão indígena, que teve papel
fundamental na povoação do país.
No início do século XIX, a corte portuguesa imperava no Brasil colonial. Nesse
período surge uma oposição entre o Estado colonial e a família senhorial
brasileira.
O respeito pela criança e pela mulher passou a ter lugar de destaque na
família. A mulher é percebida como responsável pela formação dos filhos. No
relacionamento conjugal, a higiene introduz normas que afetam as relações; a
intimidade permite um fluxo objetivo mais harmônico entre os membros da
família. A casa é modificada arquitetonicamente para melhorar o contato entre
o ambiente doméstico e o meio social.
Os pais preocupam-se com o desenvolvimento físico e sentimental dos filhos,
educam-nos para adquirir maior consciência de suas próprias individualidades.
O amor entre pais e filhos torna-se energia moral responsável pela coesão
familiar. ( COSTA, 1989).
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A medicina reafirma a posição da mulher no lar como o principal agente
da ideologia da família. Para isso, o casamento é instituído e o pai ganha um
papel significativo nessa relação. A citação de JURANDIR FREIRE COSTA,
em seu livro “Ordem Médica e Norma Familiar” (1989), ilustra este momento
com as seguintes colocações:
“O pai antigo era fundamentalmente um proprietário. Possuía bens, escravos, mulheres e filhos, a quem impunha sua lei e seu direito sem maiores obrigações para com terceiros. Deveres só consigo mesmo;(...) o ´pai higiênico´ nasceu com sua outra ética e outra profissão. (...) Seus deveres eram inúmeros, seus direitos diminutos. Devia prover a subsistência material da família, otimizar a reprodução física da raça e maximizar o patriotismo da sociedade”. ( COSTA, 1989, p. 239-240)
Assim, o homem perde seu poder absoluto, porém passa a ser visto
como modelo mais sensual e menos amoroso, mais racional e menos
sentimental; mais inteligente e menos objetivo. Além de trabalhar e manter a
família tinha de cuidar do corpo e do sexo. Com a higiene, esse homem vai
atuar sobre os filhos:
...”vai casar para ter filhos; trabalhar para manter os filhos; ser honesto
para dar bom exemplo aos filhos; investir na saude e na educação dos filhos;
poupar pelo futuro dos filhos, submeter-se a todo tipo de opressão pelo amor
dos filhos; enfim, ser acusado e aceitar a acusação, ser culpabilizado e aceitar
a culpa, por todo tipo de mal físico, moral ou emocional que ocorresse aos
filhos”. ( COSTA, 1989, P. 251).
Apesar de alguns estudos darem muita ênfase ao quadro da estrutura
familiar patriarcal no início do século XVI, outros estudos apontam para
aspectos diferentes da composição familiar no Brasil. Para SAMARA (1987),
houve uma exagerada tendência à moral e à pureza, conforme historiadores e
romancistas descreverem o quadro, esteriotipando algumas relações. Segundo
a autora, houve uma ruptura na complexidade familiar, levando pais a se
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separarem dos filhos solteiros e casados, de genros, de noras, e netos, não
vivendo com isso a mesma estrutura dos séculos XVIII e XIX, como era vivida
na “Casa-Grande & Senzala”, de GILBERTO FREIYRE.
A excessiva ênfase dada à autoridade do homem (marido) sobre a
mulher, no modelo patriarcal, não retrata outras formas de problemas
vivenciados. As mulheres, ociosas e recatadas, teriam, sob o ponto de vista da
historiografia tradicional, um estilo de vida restrito ao lar, segregadas e com
raras oportunidades de aparecer em público. As pinturas da época retratam
outra faceta da realidade: acrescentam imagens das mulatas, negras e
brancas pobres que andavam pelas ruas em busca da sobrevivência, ou viviam
vida promíscua ( prostituição). (p.34).
O quadro se apresenta no final do período colonial com características
marcantes, mostrando que na prática os valores tradicionais de submissão da
mulher estavam sendo afetados e modificados, embora a autoridade
permanecesse nas mãos do sexo masculino. Nota-se, nesse período, a saída
do homem do lar, levando a mulher a chefiar a casa. Inúmeras mulheres
começam a participar da vida ativa da sociedade, abrindo negócios, assumindo
cargos, assumindo chefia da família e trabalhando para manter os filhos.
(SAMARA, 1987).
A família contemporânea das classes populares luta pela sobrevivência,
enfrenta o estado de miséria, a desumanização, a perda de vínculos. De outro
lado, surgem os laços estreitos e amplos de solidariedade entre as famílias.
Essa luta pela sobrevivência aumenta a intimidade nos pequenos cortiços.
1.2. A formação de uma família
Quando um bebê nasce é responsável também pelo nascimento de uma
nova família. É a presença do primeiro filho que transforma um casal em
família.
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A separação de um casal sem filhos é muito mais simples que uma
separação de cônjuges que também são pais. É possível virar ex-marido ou
ex-mulher, mas pais são sempre pais, mesmo separados.
Com o nascimento de um bebê, nasce também um pai e uma mãe. A
mãe tem certeza da maternidade: a gravidez é sua garantia. Um filho
desenvolve o vínculo com a mãe antes mesmo de nascer.
A história tem demonstrado que o homem não tem tanta certeza de sua
paternidade. Não são tão raros os casos em que pais exigem exames de DNA
para comprovar a paternidade.
Na própria língua portuguesa a assimetria é evidente. Pai é sempre pai,
seja no singular ou no plural. Mãe é mãe somente no singular, pois no plural, a
palavra pais abrange o pai e a mãe.
As reuniões escolares são atividades mais familiares às mães que os
pais masculinos. Em reuniões escolares que chamam as mães, os pais
masculinos não vão. Nas reuniões de pais da escola, a grande maioria é
composta por mães, pois os pais masculinos geralmente não participam.
1.3. Família de Édipo
Pai e mãe são diferentes também em outro aspecto. É quase
impossível deixar de ser mãe. No entanto, deixa-se de ser pai com grande
facilidade. Na mitologia grega, há histórias em que pais masculinos matam
seus filhos masculinos pela disputa do poder.
Laio, pai de Édipo, mandou matá-lo porque o oráculo de Tebas
profetizou que o rei seria morto pelo próprio filho, que usurparia seu trono. Seu
criado levou Édipo para a floresta, pendurou-se numa árvore com um gancho
espetado nos pés e lá o abandonou. O menino foi encontrado por pastores que
o chamaram de Édipo, que significa “pés inchados”, e levaram-no ao Rei de
Corinto que o adotou. Já adolescente, Édipo ouviu do oráculo que mataria seu
pai e se casaria com sua mãe. Ele não sabia que era filho adotivo, por isso
fugiu para Tebas para evitar a tragédia.
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Numa “briga de estrada”, acabou matando Laio, sem saber que este
era seu pai. Por ter decifrado o Enigma da Esfinge que guardava Tebas, foi
pelo seu povo transformado em herói.
Como herói conheceu a rainha Jocasta, casou-se com ela e teve filhos.
Foi então que outro oráculo lhe confirmou: Édipo tinha matado seu pai, Laio, e
casado com sua mãe, Jocasta.
Sigmund Freud, criador da Psicanálise, eternizou o mito com o
Complexo de Édipo: competir com o pai pelo amor da mãe.
1.4. Pai menos educador que mãe
O problema da participação do pai na educação dos filhos tem uma
origem muito antiga. Falo desse problema, pois o pai faz muita falta no
cotidiano da educação.
Não é tão difícil encontrar ex-pais como também não é difícil encontrar
filhos procurando seus pais DNA. Pai DNA é o nome que dou ao pai biológico
identificado graças aos exames de carga genética.
É interessante observar o comportamento de alguns animais na relação
pai-filho. Num grupo de leões, por exemplo, quando um novo chefe vence uma
luta, costuma matar os filhotes do leão vencido. Com seus filhotes mortos, as
leoas entram no cio e são cobertas pelo novo chefe. Isso significa que elas
mantêm o novo DNA mais forte para sua descendência.
Talvez um estudioso do comportamento de leões pudesse pesquisar
quais complexos desenvolveriam os leõezinhos contra este “novo marido” da
mãe. Querer matar o grande leão talvez sem seja uma disputa de poder, mas
uma questão de sobrevivência dos leõezinhos.
Na natureza, a mãe, de modo geral, mata mais seus companheiros
sexuais que os seus filhos. O pai, na natureza, também de modo geral, mata
mais seus filhos que sua companheiras sexuais. É comum o homem ser mais
macho do que pai e a mulher mais mãe do que fêmea.
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Numa briga entre mãe e filhos, o homem geralmente protege mais a sua
companheira que os seus filhos. Numa briga entre pai e filhos, a mulher
geralmente protege mais os seus filhos que o seu companheiro.
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CAPÍTULO II
CONCEPÇÕES DE FAMÍLIA
A família representa um social primário que influência e é influenciado
por outras pessoas e instituições. É um grupo de pessoas, ou um número de
grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou estipulada) a
partir de um ancestral comum, matrimônio ou adoção. Dentro de uma família
existe sempre algum grau de parentesco. Membros de uma família costumam
compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes diretos. A
família é unida por múltiplos laços capazes de manter os membros
moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as
gerações.
Podemos, então, definir família como um conjunto invisível de
exigências funcionais que organiza a interação dos membros da mesma,
considerando-a, igualmente, como um sistema que opera através de padrões
transacionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir
subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ ou
função, havendo diferentes níveis de poder, e onde os comportamentos de um
membro afetam e influenciam os outros membros. A família, como unidade
social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos
parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais
(MINUCHIN,1990).
2.1. Estruturas familiares
A família assume uma estrutura característica. Por estrutura entende-se
“uma forma de organização ou disposição de um número de componentes que
se interrelacionam de maneira específica e recorrente” (WHALEY e WONG,
1989; p.21). Deste modo, a estrutura familiar compõe-se de um conjunto de
indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com
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uma interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A
família pode, então, assumir uma interação regular e recorrente também ela,
socialmente aprovada. A família pode, então, assumir uma estrutura nuclear ou
conjugal que consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos
ou adotados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem
uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição,
quando necessário.
Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou
monoparental, tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional
devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar,
ilegitimidade ou adoção de crianças por uma só pessoa.
A família ampliada ou extensa (também dita consanguínea) é uma
estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos
ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para
avós, pais e netos.
Para além destas estruturas, existem também as denominadas de
famílias alternativas, sendo elas as famílias comunitárias e as famílias
homossexuais.
As famílias comunitárias, ao contrário dos sistemas familiares
tradicionais, onde a total responsabilidade pela criação e educação das
crianças se refere aos pais e à escola, nelas, o papel dos pais é
descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros
adultos.
Nas famílias homossexuais, existe uma ligação conjugal ou marital entre
duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adotadas ou filhos
biológicos de um ou ambos os parceiros.
Quanto ao tipo de relações pessoais que se apresentam numa família,
Lévi-Strauss (1982) refere-se a três tipos de relação. São elas, a de aliança
(casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nesta
relação de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento ou por
uniões sexuais, que se geram os filhos.
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Segundo ATKINSON e MURRAY (cit. Por VARA, 1996), a família é um
sistema social uno, composto por um grupo de indivíduos, cada um com um
papel atribuído e, embora diferenciados, consubstanciam o funcionamento do
sistema como um todo. O conceito de família, ao ser abordado, evoca,
obrigatoriamente, os conceitos de papéis e funções, como se pode verificar.
Em todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro
ocupa determinada posição ou tem determinado estatuto, como, por exemplo,
marido, mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis. Papéis estes, que
não são mais do que, “as expectativas de comportamento, de obrigações e de
direitos que estão associados a uma dada posição na família ou no grupo
social” ( DUVALL; MILLER cit. Por STANHOPE, 1999; P. 502).
2.2. Formação pela família
“Eu queria que meu corpo fosse um ninho para o meu filho.” Rubem Alves.
Pode-se dizer que a educação começa no berço. Na verdade, a
educação pode começar já no útero. Sabe-se, através de pesquisas, que a
criança ouve “ruídos” do mundo externo e sabe distinguir entre voz do pai e da
mãe. Pelo tom de voz, o bebê poderá educar sua escuta e quem sabe sua fala
futura.
Desde sempre, a família acaba por surgir como um lugar onde aprende
a viver, ser e estar, e onde se começa o processo de conscientização dos
valores sociais inerentes à vida em sociedade e sem os quais, esta não
consegue subsistir. É neste ambiente que o indivíduo aprende a respeitar os
outros e a colaborar com eles.
A família é uma instituição privilegiada, pois é no seu seio que o homem
nasce e existe, despertando-se como pessoa.
Para SERRA (1999), a família tem como finalidade principal, a de
proteção. Reforça ainda, que a família ajuda a manter a saude física e mental
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do indivíduo, por constituir o maior recurso natural para lidar com situações
potencializadoras de “stress” associadas à vida na comunidade. Especialmente
a figura materna desempenha papel fundamental no atendimento das
necessidades básicas da criança: alimentação, proteção e as primeiras noções
de estar no mundo, a qual chamamos formar.
Formar é uma palavra de origem latina, que instaura a ideia de “dar
forma aquilo que está disforme”. Entretanto, o desafio que se propõe à família
atual é que se passa fazer frente à questão da formação enquanto construção,
como um processo que contribua na organização dos conhecimentos e
pensamentos.
A intenção é a de auxiliar na construção de uma nova sociedade mais
harmônica e reflexiva. Isto significa, de certa maneira, encontrar para a
educação familiar alternativas democráticas, proporcionando às crianças o uso
de ferramentas com o objetivo para um “correto pensar”.
2.3. Mudanças na família
A Antropologia pode ajudar a compreender as diferenças entre pai e
mãe, por exemplo.
Um estudo do antropólogo Luiz Almeida Marins Filho sobre aborígenes
australianos revelou que várias sociedades primitivas eram matrilineares.
Os filhos ficavam com a mãe, que pertencia a um clã. O pai pertencia a
outro clã, onde estava a sua própria mãe. Não havia consanguinidade, pois pai
e mãe eram de clãs diferentes. Assim, quem educava o filho era a família da
mãe e o real protetor era o irmão da mãe.
Foi somente com o advento da agricultura na Mesopotâmia, há doze mil
anos, que as sociedades nômades começaram a tornar-se sedentárias, dando
início à civilização urbana, e o modelo de família mudou para o que
conhecemos hoje em dia.
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De acordo com Aranha (1996), “a família por ser uma instituição social e
historicamente situada, está sujeita a mudanças de acordo com as relações
estabelecidas entre os homens”. Hoje, o que se observa é certo
distanciamento dos pais da tarefa de educar os filhos, visto que circunstâncias
históricas ligadas ao avanço e à hegemonia do capitalismo colocam em
primeiro plano o mundo do trabalho.
Nesse sentido, pais e mães, ausentes do mundo do lar, acabam por
delegar à escola a educação dos seus, o que gera uma certa transferência de
funções daquela instituição que tradicionalmente oferecia as bases sólidas
para a formação do sujeito para aquela que cumpria essencialmente a função
de socializar. Um bom exemplo dessa situação são os casos de pais que não
conseguem estabelecer limites claros em casa e cobram da escola o jeito de
se comportar das crianças.
Na nossa época, o relativismo moral tem se tornado semelhante a um
novo código de ética. Há um crepúsculo de valores que pode chegar a ser
dramático. Os juízes de valor não obedecem a um critério permanentemente, o
comportamento é bom ou mau em função das circunstâncias, do ponto de
vista pessoal, da opinião da maioria. Sobre esses juízes, Marilena Chauí
( 2000:336) considera que:
Não se procura viver e proclamar a verdade, mas relativizar a verdade para
que sirva às próprias conveniências e desejos. Há um conflito de valores e
gerações. Temos dois exemplos claros: nos jovens, a droga, e nos adultos, as
rupturas conjugais. Ambos os aspectos, nos colocam diante da fragilidade
existente nos nossos dias. Como faltam os valores, também faltam os
compromissos. Os compromissos representam estabilidade; os desejos levam
à versatilidade. Estes, tal como as sensações, variam de acordo com os
estados de ânimo ou a situação orgânica.
A família na atualidade vive uma crise, sem dúvida. Os diversos
modelos familiares estão confrontados, com uma decadência da autoridade
paterna, com dissoluções de costumes e com um desgaste dos princípios.
Esse confronto cria dificuldades em nível de estabilização social. Porém, só a
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família é a instituição que pode assegurar a continuidade da civilização. Há de
haver uma saída. E a saída estará na família.
Considerando os novos tempos e os tipos de família que compõem a
sociedade, tentamos compreender este caos que se apresenta
cotidianamente e que nos amedronta: filhos assassinam pais e vice-versa,
irmãos se degladiam, marido mata a mulher, casamentos desfeitos após anos
de convivência ou com pouco tempo; filhos revoltados, desajustados e
infelizes. Jovens que estão se matando pelo uso das drogas. O que está
ocorrendo com as famílias?
No nosso cotidiano, a realidade da família está profundamente mudada.
Não são muitas delas bem constituídas no estilo tradicional, formadas por pai,
mãe e filhos, vivendo na unidade e compreensão.
Devemos ampliar o nosso conceito de família e pensar em grupos
diferenciados, constituídos por várias pessoas morando na mesma casa, mas
que podem estar unidos por segundas núpcias, com filhos que não são irmãos
entre si, às vezes, avós, tios ou outros parentes formando, assim, uma família
diferente. São frequentes os casos em que o que une pessoas não são os
laços de sangue ou parentesco, que mesmo quando existem não são garantia
de vínculos estreitos e clima familiar.
Toda a convivência humana é difícil, complicada. Frequentemente, os
interesses pessoais se sobrepõem aos valores comuns. É preciso que as
pessoas saibam que fazem diferença quando realizam bem o seu trabalho,
que a sua honestidade é um valor, que essa crença constrói esse país.
O filósofo Sócrates, conhecido pela máxima “apenas sei que nada sei”,
chama à reflexão e à percepção para uma verdadeira arte de viver: elevar o
diálogo ao patamar mais alto quanto possível, (ou seja, nada sou sem a
existência do outro). Serve de incentivo às pessoas, a refletirem sobre
aspectos importantes da vida. Platão, por exemplo, o mais brilhante discípulo
de Sócrates, ressalta sobre o valor da ética: a ética para muitos. Em tempos
como que vivemos, ser ético é essencial para qualquer atitude e ganha
significado em nosso dia a dia. Muitas vezes, confundem-se os termos ética e
moral.
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Pode-se definir moral como o conjunto de princípios orientadores do
comportamento humano tendo como base, os valores cultivados pela
sociedade. Já a ética aponta para uma reflexão filosófica sobre os princípios
morais, tentando compreender os fundamentos das normas e das proibições.
A moral é praticada no nosso dia a dia através de nossas ações; a ética
seria a teoria sobre essas ações. Na verdade, a ação obedece a um critério de
cooperação social entre cidadãos. É uma ação moral. Existe uma ética
pensando essa ação, pois a cooperação é um critério de preservação da
própria espécie humana.
Segundo o Psicanalista Jurandir Freire Costa, a própria psicanálise foi
responsável por certa irresponsabilidade, principalmente por volta dos anos
1970, quando se costumava dizer que a religião já havia feito muitos de nós se
sentirem culpados. Desse modo, a Psicanálise incentivava
“... a pessoa ao encontrar o seu próprio desejo e o próprio prazer. Não tem
nada a ver com o que Freud pensava. Ele nunca imaginou a vida como uma
Disneylândia. As noções fundamentais do mesmo são as que dizem que nada
existe de mais importante do que a responsabilidade do sujeito para consigo e
para com o outro.”
Na opinião de Paulo Freire, mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos
tornamos capazes de comparar, de valorizar, de intervir, de escolher, de
decidir, de romper. Por tudo isso, nos fizemos seres éticos. Só somos porque
estamos sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. Não é possível
pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar
longe ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma
transgressão.
Voltando a analisar a sociedade moderna, observa-se que uma das mudanças
mais significativas é a forma como a família se encontra estruturada. Aquela
família tradicional, constituída de pai, mãe e filhos tornou-se uma raridade.
Existem famílias dentro de famílias. Com as separações e os novos
casamentos, aquele núcleo familiar mais tradicional tem dado lugar a
diferentes famílias vivendo sob o mesmo teto. Esses novos contextos
familiares podem gerar muitas vezes, uma sensação de insegurança e até
24
mesmo de abandono, pois a ideia de um pai e de uma mãe cuidadores, dá
lugar a diferentes pais e mães “gerenciadores” de filhos que nem sempre são
seus. Sendo assim, filhos podem estar perdidos, sem saber quais são as
regras mais elementares da convivência em sociedade destinadas
principalmente, a regular as relações humanas.
Antigamente, as funções exercidas dentro da família eram bem
definidas, hoje, o casal além de assumir diferentes papéis, conforme as
circunstâncias sai todos os dias para suas atividades profissionais. Assim,
observa-se que, em muitos casos, crianças e adolescentes acabam ficando
aos cuidados de parentes (avós, tios), estranhos (empregados) ou das
chamadas babás eletrônicas, como a TV e a Internet, vendo seus pais
somente à noite.
Toda essa situação acaba gerando uma série de sentimentos conflitantes, não
só entre pais e filhos, mas também entre os próprios pais. E um dos
sentimentos mais comuns entre estes é o de culpa. É ela que, na maioria das
vezes, impede um pai ou uma mãe de dizer “não” às exigências de seus filhos.
É ela que faz um pai dar a seu filho tudo o que ele deseja, pensando que
assim poderá compensar a sua ausência. É a culpa que faz uma mãe não
avaliar corretamente as atitudes de seu filho, pois isso poderá significar que ela
não esteve suficientemente presente para corrigi-las.
Enfim, a culpa de não estar presente, de forma efetiva e construtiva na
vida de seus filhos que faz, muitas vezes, um pai ou uma mãe ignorarem o que
se passa com eles.
Assim, pai e mães acabam tornando-se reféns de seus próprios filhos.
Com receio de contrariá-los, reforçam atitudes inadequadas e, com isso,
prejudicam o seu desenvolvimento, não só intelectual como também mental e
emocional.
2.4. Pelo exemplo
25
“Se antes as pessoas almejavam ser íntegras, solidárias, honestas como
foram seus pais, hoje isso parece não ter mais valor”, para Jurandir Costa.
Entretanto, diz ele, “há também o pai que batalha e tem coragem se impuser
ao filho, para que depois o filho agradeça.” (2004, p. 9 a 13).
Acredita-se que, uma boa forma de educar seja pelo exemplo; é a consciência
de não ter se omitido, negligenciado, e a certeza de ter repassado o melhor de
si para os filhos. Já diz um ditado: “As palavras movem, mas os exemplos
arrastam”. Ensinar valores éticos, morais e espirituais faz parte do exemplo a
ser dado. A conscientização vem seguida da ação. A receita do diálogo ainda
parece ser o caminho mais eficiente.
Num mundo globalizado, torna-se necessária a aproximação da família. Há a
necessidade de uma qualidade no tempo dispensado aos filhos.
Nossas crianças e adolescentes são bombardeados de informações
recebendo também educação pela mídia, pela escola, por amigos e tantas
outras fontes de aprendizado. Toda esta avalanche tanto pode levar ao
desenvolvimento sadio quanto ao desenvolvimento nocivo. Certamente,
nossos filhos encontram-se bem mais informados do que nós, pais, sobre a
realidade para a sua idade e de seu tempo.
A pedagogia do terror, do medo, da mentira com objetivo de intimidá-los e
nutri-los pelo medo, não funcionam mais. Não existe tampouco possibilidade
de colocá-los numa redoma para protegê-los das adversidades da vida.
Algo fundamental, e que se faz urgente, está pautado na diminuição da
distância existente entre as pessoas. A desinformação leva ao medo, este
produz a insegurança e por consequência o preconceito que colabora para a
rotulação, promovendo ainda mais a distância.
Nosso comportamento diante da sociedade é o reflexo do que recebemos
através da educação de um modo geral. Os exemplos dos pais nas atitudes e
nos gestos norteiam a educação dos filhos por toda a vida.
As crianças aprendem o que é respeito quando observam seus pais
tratando um ao outro, assim como os membros de sua própria família, com
gentileza e considerações. E também quando crescem convencidas de que a
maneira como foram tratadas é como devem tratar os outros. Gentileza e
26
consideração são marcas de respeito: podem ser manifestadas de mil
pequenas formas, dia após dia, semana após semana, ano após ano.
Nossa disposição para oferecer solidariamente um ao outro e a nossos filhos
ensinando-lhes como respeitar seus semelhantes. Através de nosso exemplo,
mostramos que respeito também significa aceitar as outras pessoas como ela
são, admitir que suas necessidades têm o mesmo peso das nossas e que, às
vezes, há até de vir antes das nossas.
Os filhos possuem uma noção muito prática de equidade e justiça: o que
é justo é certo; o que é injusto é errado. Estão habituadas aos jogos e
brincadeiras com regras claras definindo o que é justo e esperam que todo
mundo siga as mesmas regras.
Evidentemente, não é isto o que acontece no mundo real, embora existam
momentos em que todos gostaríamos que houvesse um livro de regras da vida
determinando qual maneira certa de proceder e que fosse respeitado por
todos.
A justiça é uma questão das mais sérias. Mas a noção de justiça e
equidade de nossos filhos começa com coisas pequenas também. Se
encararmos de modo respeitoso seus anseios de serem tratados de modo
justo, eles terão os fundamentos de que necessitam para estender o mesmo
tipo de respeito aos outros. É um grande salto dos seus direitos dentro de casa
para os direitos das pessoas no mundo inteiro, mas, com a nossa ajuda, verão
que um mundo com justiça para todos é algo por que podemos trabalhar juntos
e que este é um dos mais nobres desafios do homem.”
A melhor maneira de ensinar aos filhos conceitos abstratos, como
gratidão e solidariedade, é por meio de exemplos concretos. “As crianças
aprendem imitando os adultos”, afirma a psicopedagoga Nívea Fabrício, do
Colégio Graphein, em São Paulo.
Dizer uma coisa e fazer outra pode confundir a cabecinha delas.
“Os pais falam que o filho tem de respeitar o colega, mas, ao mesmo tempo,
violam as leis de trânsito, falando ao celular ou ultrapassando o sinal
vermelho”, exemplifica Nívea. Os pequenos protestam ao testemunhá-los
quebrando as regras: “Não pode fazer isso, mamãe!” “Os pais são o principal
27
modelo do filho. Por isso, é natural serem observados o tempo inteiro”, explica
a psicóloga Ana Cássia Maturano. Segundo ela, as crianças são pouco
flexíveis e costumam seguir “ao pé da letra” as regras. “O respeito ao grupo é
muito importante nessa faixa etária, daí vem a cobrança”, ressalta a mesma.
Além da coerência no discurso, se você infringiu um combinado na frente do
seu filho, os especialistas recomendam pedir desculpas, reforçando que ele
tem razão em corrigir os “infratores”. “Caso contrário, ele pode achar que é
normal, ou até divertido, desrespeitar as regras”, alerta Ana Cássia.
As necessidades humanas para uma formação emocional saudável não
mudaram, então, como enfrentar esse conflito?
Existem, sim, muito tipos de família hoje em dia, e essa instituição social,
nem de longe se parece com o modelo patriarcal existente antes. Porém, nem
por isso, se desviou dos deveres que a família tem em relação à educação,
provimento do sustento, condições de vida dignas e de respeito perante o
sujeito que ela forma.
A formação familiar é diversificada, com certeza, mas de forma alguma
pode ser negligente ou irresponsável a ponto de empurrar as suas
responsabilidades para outras instituições.
28
CAPÍTULO III
PESQUISA SOBRE A FAMÍLIA
A pesquisa realizada a seguir revela as mudanças no perfil da família
brasileira.
A edição de domingo, 07 de outubro de 2007 da Folha de São Paulo traz a
pesquisa nacional do Datafolha, realizada em 211 municípios, que traçou um
novo perfil da família brasileira. O resultado indica uma mudança nos hábitos,
valores e opiniões no país desde 1998, quando a Folha realizou a primeira
edição do mesmo levantamento.
Segundo a pesquisa, 49% dos brasileiros são casados. Já o número
médio de pessoas por casa é de 3,8 enquanto 2,7 é a quantidade média de
filhos por família. Sobre a renda, 35% dos brasileiros ganham até dois salários
mínimos, e outros 24% ganham entre dois e três salários mínimos.
Entre as principais mudanças detectadas pela pesquisa, entre dois
períodos, está a maior tolerância das famílias para aspectos como perda da
virgindade, sexo no namoro e na casa dos pais, gravidez sem casamento e
homossexualismo. Por outro lado, cresceu a rejeição à prática do aborto, o uso
de drogas é condenado, e a fidelidade é mais valorizada que uma vida sexual
satisfatória.
O levantamento é mostrado em revista com 74 páginas. Especialistas,
cientistas sociais e colunistas do jornal fazem interpretação das mudanças.
3.1. Muitas mudanças
Está longe de ser um “liberou geral”. Mas de 1998 a 2007 mudou
bastante coisa nas atitudes dos brasileiros com relação à sexualidade, à moral
e à família. A pesquisa do Datafolha feita neste ano, que repete questões
feitas quase dez anos atrás, apresenta sinais contraditórios. Diminui (muito) a
29
rejeição ao homossexualismo. Mas também aumenta a rejeição ao aborto.
Cresce a importância atribuída à religião. Mas ver a filha solteira engravidar já
não alarmaria tanta gente.
A aceitação ao homossexualismo parece estar como dizem,
“bombando”. Leia-se a pergunta. “Se você soubesse que um filho homem está
namorando um homem, você consideraria um problema muito grave, mais ou
menos grave, pouco grave ou não consideraria um problema?”
Em 1998, 77% dos entrevistados achavam que essa situação seria
“muito grave”. O índice caiu 20 pontos percentuais em nove anos: hoje, só 57%
teriam essa reação. Se o “problema” ocorresse com uma filha, os níveis de
tolerância não se alterariam significativamente: 55% dos entrevistados não
achariam “muito grave” se ela namorasse outra garota.
Os dados surpreendem bastante, uma vez que num livro recém-publicado, A
Cabeça do Brasileiro, de Alberto Carlos de Almeida (editora Record), o
homossexualismo é objeto de forte rejeição. A pesquisa foi feita em 2002 e
mostra que 89% da população afirma ser “totalmente contra” ou “um pouco
contra” o sexo entre dois homens.
3.2. Homossexualismo e raça
Cinco anos de intervalo entre uma pesquisa e outra não explicam tudo,
e sem dúvida entramos aqui no labirinto das sutilezas metodológicas. É que a
pergunta feita na pesquisa de Alberto Almeida é um bocado diferente. Em vez
de imaginar a situação de um filho namorando outro homem, o questionário
indaga diretamente se o entrevistado aprova ou rejeita “o homossexualismo
masculino” em geral. Pode-se imaginar que ele condene a prática, pensando
nas suas próprias preferências ou nas “leis da natureza”, sem, entretanto
arrancar os cabelos se um filho a experimentasse.
Mesmo assim, o avanço é espantoso. Ainda mais quando só 3% da
população consideram “moralmente aceitável” fazer um aborto, contra 87%
30
que acham isso “moralmente aceitável” fazer um aborto, contra 87% que
acham isso “moralmente errado”, e 6% que, estranhamente, afirmam não ser
essa “uma questão moral”.
Os maiores sinais de liberação e modernidade talvez apareçam, na verdade,
quando determinadas “questões” simplesmente deixam de ser. . . “questões”.
De 1998 a 2007, subiu de 76% para incríveis 92% o índice de entrevistados
que não considerariam um problema se o filho namorasse uma pessoa de
outra cor. Com a filha, a toada muda um pouco: o índice baixa para 85%.
Mesmo assim, eis uma questão em que a teoria faria bem em ser testada na
prática.
3.3. Modernidade
Em 1998, quando foram publicados os números da primeira pesquisa foi
lembrado alguns costumes e preconceitos que os brasileiros conheceram na
infância, durante os anos 1960.
Os familiares mais velhos costumavam reclamar quando grávidas usavam
biquíni; divórcio, ou “desquite”, que era o que havia na época, surgia
indubitavelmente como um acontecimento raro e de considerável gravidade.
Hoje, nenhum pesquisador nem sequer cogitaria colocar questões sobre
divórcio num levantamento de opinião. O assunto foi vencido pela
modernidade. Seria o caso de dizer que pergunta boa, numa pesquisa sobre
sexualidade, é pergunta morta. As melhores notícias, como se sabe, são
aqueles de que ninguém se dá conta.
Os maiores sinais de liberalização talvez apareçam quando determinadas
questões deixam de ser questões; o assunto é vencido pela modernidade.
3.4. Lugar de mulher é em casa
31
Para as feministas, esse, sim, é um número alarmante. No mesmo país
em que, segundo o dado mais recente do IBGE, 29,2% dos lares são
chefiados por mulheres, 33% dos entrevistados pelo Datafolha acham que as
mulheres devem deixar de trabalhar fora para cuidar dos filhos. Na
segmentação por sexo, a resposta foi dada por 36% dos homens e 30% das
mulheres ouvidas.
Outros 49% dos brasileiros aceitam que a mulher trabalhe desde que o salário
dela seja realmente necessário para o orçamento familiar. O índice dos que
defendem que a mulher deve abrir mão do trabalho pelos filhos é menor entre
os que cursaram o ensino superior: 19%. O que, no entanto, não deixa de ser
um número alarmante, segundo a assistente social Sonia Coelho, militante da
Sempreviva Organização Feminista ( SOF).
Para ela, os dados revelam que a melhoria das condições das mulheres na
sociedade não depende apenas da evolução do nível educacional da
população. “Mais do que uma mudança ideológica sobre o papel da mulher, é
necessária uma mudança na atuação do Estado no setor”, acha.
(Coelho,2007).
Para ela, enquanto as mulheres tiverem que se redobrar para conciliar sua
atividade remunerada e a maternidade, dificilmente poderão concorrer em pé
de igualdade com os homens no mercado de trabalho. E, se não puderem
concorrer com eles, tampouco conseguirão derrubar a opinião arraigada de
que a maternidade é o seu principal papel na sociedade. “É preciso acabar
com a ideia de que a mulher só trabalha para complementar a renda do
marido”, afirma.
A saída, segundo a feminista: “O Estado deveria garantir condições para
que elas tenham filhos sem serem prejudicadas por isso. Oferecer vagas em
creches e promover campanhas que combatam a discriminação no mercado
de trabalho estão entre as ações prioritárias”, defende. (2007).
3.5. Comportamento de risco
32
A discussão intensa, nos últimos anos, sobre a descriminalização da maconha
ainda não provocou mudanças significativas na opinião pública. A nova
consulta apontou só uma pequena queda nas respostas “muito grave” à
pergunta sobre o que o entrevistado pensaria de o filho ou a filha fumar
maconha. No caso de filhos homens, caiu de 78% para 72%. No caso de
filhas, oscilou de 80% para 78%. Fumar maconha ainda é considerado
moralmente errado por 85% das pessoas, número só abaixo do que diz
respeito a praticar o aborto (87%).
“A violência tem piorado, a criminalidade aumenta exponencialmente, e isso
está sendo associado, correta ou incorretamente, ao tráfico de drogas e à
acusação que se faz aos usuários de também serem responsáveis pela
violência”, avalia o antropólogo Gilberto Velho (1987), do Museu Nacional da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Já tendo acompanhado por muito tempo pesquisa com usuários, ele diz ter
ouvido muitos relatos de pessoas que deixaram as drogas “por causa do
banditismo, assumindo que tinham algum tipo de responsabilidade”.
Velho, argumenta que, ao contrário do que indicar os números, a maconha é
muito difundida. As respostas, dadas pode não ver problema nenhum em
fumar maconha, mas é ato ilícito”, afirma ela. (Vermelho/FSP – publicado em
08/10/2007).
A opção “muito grave” fica num patamar mais alto quando o tema é
cocaína, mas também sem alteração significativa: 83% dos entrevistados
avaliaram assim o ato entre os filhos ( contra 87% de 1998 ) e 86% se fossem
filhas ( contra 84%).
O índice mais alto de “muito grave” é no item “fazer parte de uma
gangue violenta”.
Pensando em filhos homens, 89% cravaram a resposta e, em mulheres, 90%.
Em 24 de junho, num caso de repercussão nacional, jovens espancaram a
doméstica Sirlei Dias Carvalho no Rio. No último dia 16 de outubro, três
adolescentes mataram um índio em Minas Gerais.
Sobre o filho ser corrupto, 80% das pessoas avaliaram a hipótese como muito
grave – sobre as filhas, 83%.
33
3.6. Moral mais - de - 20
O que vale para o brasileiro em geral não vale para os que vivem renda
superior a 20 salários mínimos mensais, é o que se conclui avaliando as
respostas sobre questões morais. Começa na pergunta sobre mentir ao
declarar o Imposto de Renda. Enquanto, na média, 66% consideram a atitude
“moralmente errada”, na turma dos mais de 20 – que o leão também tende a
morder com mais força – o índice é de 46%. Para 29%, a mentira nesse caso
nem é uma questão moral. Nessa parcela de renda, o comportamento
homossexual é aceito por 31%, enquanto a média estaciona em 21%. No
aborto, o índice de 87% de “moralmente errado” para 87% cai a 69% para os
que ganham mais de R$7.600.
Entre os que ganham mais de 20 salários mínimos mensais, cai para 50% os
que consideram muito grave fumar maconha.
A diferença de 20 pontos se mantém na questão das drogas. Na média, 87%
consideram fumar maconha “moralmente errada”. Entre os mais – de - 20,
67%. Beber excessivamente? Na média, 79%, contra 54% dos mais ricos. Já
entre os que ganham até dez salários mínimos, a reprovação à bebedeira
alcança 80%, um abismo de 26 pontos em relação à classe mais alta.
São também os mais ricos que preferem mentir a magoar os sentimentos
alheios: 40% aceitam a prática, contra 22% na faixa de ganhos médios e 18%
entre os menos – de – dez.
3.7. A família brasileira
- 3,8 é o número médio de pessoas por casa.
- A quantidade média de filhos por família é 2,7.
- 27% dos casais estão juntos há mais de dez anos e menos de 20 anos.
- Os casados com filhos que têm renda de até dez salários mínimos são 91%.
- Os brasileiros que não costumam conversar durante as refeições equivalem a
30%.
34
- 35% dos brasileiros ganham até dois salários mínimos, e outros 24%
ganham entre dois e três salários mínimos.
- 65% têm escolaridade de nível médio e 15% nível superior.
- 49% dos homens arcam com a maior parcela das despesas da família. Entre
as mulheres, esse percentual cai para 29%.
3.8. Relações de família
- 76% dos entrevistados avaliam como ótima/boa a relação com o pai,
enquanto 91% dizem o mesmo da relação com a mãe.
- 71% consideram ótimo/bom o relacionamento com irmãos e 68% com irmãs.
- No caso do almoço dominical com pai/mãe, 92% professam o hábito; com os
filhos, 96%. Com outros integrantes da família, 90% almoçam com avô/avó.
- Em 90% dos casos em que o filho fica doente quem cuida é a mãe, contra
15% o pai.
Acompanhar refeições (83%, elas a 18%, eles); levar ao médico ou dentista
(89% a 22%); e ir a reuniões na escola ( 78% a 21%).
- Para 93% delas, o relacionamento é considerado ótimo/bom com os filhos. E
65% avaliam ter dedicado o tempo necessário aos filhos. Já entre os homens,
88% avalia a relação com filhos como ótima/boa e apenas 49% acham que
dedicaram o tempo necessário.
3.9. Solidão pesa mais para elas
- 60% de quem mora sozinha na região Sul avalia a experiência como
ótima/boa; é o maior percentual do país.
35
- 38% dos que moram sozinhos nas regiões Norte/Centro-Oeste avaliam a
experiência como ótimo-boa. No Nordeste, são 42%; no Sudeste, 54%.
- Na faixa dos 26 aos 40 anos, 77% das mulheres reclamam da falta de
companhia; eles são apenas 30%.
- 37% dos brasileiros são solteiros.
- 24% de mulheres e homens solteiros no país moram com os pais.
3.10. Impactos da separação
- 1 em cada três jovens diz ser filho de pais separados, mas apenas 9% dos
entrevistados declaram esta situação.
- 6% são viúvos.
- Em 75% dos casos é a mulher que ajuíza o pedido de divórcio.
- Só 45% pagam pensão. 43% dos que ganham de dez a 20 salários mínimos
pagam, contra 31% dos que recebem mais de 20 salários.
- O percentual de homens que paga pensão para a ex-mulher é de 7%. Entre
as mulheres, a taxa das que pagam pensão aos filhos é de 1%.
- 1 em cada três jovens é filho de separados.
- 22% dos sulistas têm os pais separados, contra 25% em todas as outras
regiões do país.
36
- 2% dos entrevistados declaram ter filhos de outra relação, e menos ainda,
1%, convivem com filhos de casamento anterior e do atual.
3.11 Casamento e fidelidade
- Quatro em cada dez mulheres votaram na “fidelidade” como o item mais
importante para um casamento feliz. 35% delas preferiram o “amor”, 14% a
“honestidade” e, surpresa, “filhos” e “vida sexual satisfatória” foram a opção de
apenas 5%.
- Para 37% dos homens a fidelidade também é o mais importante para o
casamento, seguido de 35% o amor.
- 49% de brasileiros casados
- 44% selam a união tanto em cartório de registro civil quanto em igreja
- Entre os homens, 50% querem se casar novamente e 318, não; entre
mulheres, o cenário é o oposto.
- A classe A/B trai mais: 24% contra 16% na D/E
- Entre os que têm de 16 a 25 anos, 92% dos homens afirmam que o
casamento está “ótimo” e “bom”. A diferença com as mulheres é de apenas
três pontos percentuais: 8%.
-Depois dos 41 anos: 87% dos homens consideram “bom ou ótimo” o seu
casamento, contra 77% das mulheres.
- 14% dos casais entrevistados não têm filhos.
37
- Solteiros que já se casaram ou viveram com alguém como se fossem
casados são 17%
- 84% discorda de que o casamento deva ser mantido pelo “bem dos filhos”.
3.12. Drogas e homossexualismo
- Entre os que ganham mais de 20 salários mínimos mensais, cai para 50% os
que consideram muito grave fumar maconha.
- No Norte/Centro-Oeste e no Sul a tolerância ao homossexualismo cai para
15% no Nordeste, 10%.
- 57% acham que uma relação homossexual de um filho homem é “muito
grave”. Já se ocorresse com uma filha, 55% dos entrevistados não achariam
“muito grave”.
3.13. Aborto
- 87% condenaram a interrupção da gravidez. No caso de acontecer dentro da
família o número para 71%.
- A resposta de o aborto ser “moralmente errado” foi dada por 90% dos que
têm ou cursam ensino fundamental e por 77% dos de ensino superior.
- 82% responderam que forneciam apoio para que a filha levasse a frente
gravidez em qualquer situação. Mas quando a pergunta troca de gênero e se
38
refere a um filho que engravidasse uma garota, o índice dos que apoiariam o
nascimento em qualquer circunstância cai para 71%.
- 15% dos pais entrevistados pressionam filhos a casar quando há a gravidez.
39
CONCLUSÃO
Há a garantia que uma das comunidades que conseguiu sobreviver a
tudo, desde o início, há mais de dez mil anos, até os dias de hoje, é a familiar.
Ela se adapta a todos os tipos de mudanças: de número, de poder, de política,
de sociedade, de riqueza, de cultura, de gênero, de religião, de língua, de raça,
de cor, etc.
A família garante a perpetuação e a sobrevivência da espécie custe o
que custar. Dificilmente vamos encontrar adultos totalmente dedicados à
educação dos descendentes, como os pais. Desde a vida uterina até
praticamente a morte, os membros da família passam por ciclos de
dependência; a última fase é a senilidade, que nos torna dependentes outra
vez.
Portanto, por tudo que foi pesquisado ratifica-se que a família esteve,
está e sempre estará presente claramente com as funções biológica, de
garantir a proteção e os cuidados às novas gerações, e social, de transmissão
de padrões e normas de cultura bem como tantas outras funções. Desta
maneira, o modelo familiar pode mudar, mas seu caráter instrumental de
formação do indivíduo dentro da população permanece.
Á família caberá o dever de educar...
Família é doação.
A família assume os seus.
A família, meu teto, meu chão.
Na família, o porto seguro.
Com a família, o conviver...
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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3 - COSTA, Jurandir Freire. Entrevista. A violência é resultado da
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6 - MINUCHIN, Salvador – Famílias: Funcionamento & Tratamento. Porto
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7 - STRAUSS, Lévi – As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis RJ:
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Trabalhos/6-laudas/BAI%C30,%20 Alyne%20Turbay%20Baebetto.pdf
Acesso em 05/09/2010
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
HISTÓRICO, 10
ORIGEM DA FAMÍLIA NUCLEAR
1.1 – Histórico da família brasileira 11
1.2 – A formação de uma família 14
1.3 – Família de Édipo 14
1.4 – Pai menos educador que mãe 15
CAPÍTULO II
CONCEPÇÕES DE FAMÍLIA 17
2.1 - Estruturas familiares 17
2.2 – Formação pela família 19
2.3 – Mudanças na família 20
2.4 – Pelo exemplo 25
CAPÍTULO III
PESQUISA SOBRE A FAMÍLIA 28
3.1 - Muitas mudanças 28
3.2 - Homossexualismo e raça 29
3.3 – Modernidade 30
3.4 – Lugar de mulher é em casa 30
3.5 - Comportamento de risco 31
44
3.6 – Moral mais – de – 20 33
3.7 - A família brasileira 33
3.8 – Relações de família 34
3.9 – Solidão pesa mais para elas 34
3.10 – Impactos da separação 35
3.11 – Casamento e fidelidade 36
3.12 - Drogas e homossexualismo 37
3.13 – Aborto 37
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
BIBLIOGRAFIA CITADA 42
ÍNDICE 43