UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Auditoria do Instituto de Contadores Públicos...

55
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE “O PAPEL DO CONTROLE INTERNO DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES” Por: José Carlos Sanches Muniz Orientador Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2008

Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Auditoria do Instituto de Contadores Públicos...

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

“O PAPEL DO CONTROLE INTERNO DENTRO DAS

ORGANIZAÇÕES”

Por: José Carlos Sanches Muniz

Orientador

Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2008

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

“O PAPEL DO CONTROLE INTERNO DENTRO DAS

ORGANIZAÇÕES”

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Auditoria e

Controladoria.

Por: José Carlos Sanches Muniz

3

AGRADECIMENTOS

...Primeiramente a Deus fonte de toda

sabedoria, meus familiares, amigos e

todos aqueles que de uma forma direta

ou indiretamente contribuíram para a

realização deste curso.

4

DEDICATÓRIA

...Dedico este trabalho à minha esposa

Vera Lúcia, companheira de todos os

momentos, a meus filhos Lauro e

Fabiano, razão de minha incansável luta,

aos meus pais José Sanches Pereira (in

memorian) e Alice Muniz Sanches .

5

RESUMO

O objetivo deste trabalho é abordar a parte conceitual de controle

interno, seus Objetivos, seus Princípios, os Riscos decorrentes pela sua

inobservância, as fraudes que podem ocorrer dentro de uma empresa, entre

outros aspectos. Faremos também um breve relato sobre estudo do controle

interno. Por ultimo , concluiremos apresentando exemplos de falhas na

aplicação dos métodos de controle interno e suas conseqüências, através de

fatos reais ocorridos com grandes empresas de diversos setores, tanto

nacionais quanto internacionais, que até então eram consideradas grandes

potenciais mundiais , com estruturas sólidas , que vieram a desmoronar pela

inobservância de seus gestores quanto ao emprego correto dos controles

internos.

6

METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa utilizada para a elaboração deste trabalho

esta calcada em uma pesquisa bibliográfica, posto que foi elaborada a partir de

material já publicado, quanto aos fins é uma pesquisa explicativa e descritiva,

pois tem a finalidade de descrever , a partir das informações fornecidas pela

literatura pesquisada sobre o assunto. Foi utilizado como fonte de dados, entre

outros, obras dos principais autores como: Willian Attie, Antonio Lopes de Sá,

Silvio Aparecido Crepaldi, Hilário Franco/Ernesto Marra, Joshua Onome

Imoniana, etc. Em complemento, consideramos informações fornecidas pela

Webgrafia.

Foram utilizadas também, pareceres sobre os principais trabalhos já

realizados, e considerados importante, por serem capazes de fornecer dados

atuais e relevantes relacionados com o tema.

A consulta às publicações pertinente foi de suma importância no

desenvolvimento do trabalho, servindo como fonte indispensável de

informações.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Conceito 10

CAPÍTULO II - Estudo do Controle Interno 37

CAPÍTULO III - Falhas na Aplicação dos Métodos de Controles

Internos e suas Conseqüências 44

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 550

8

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo de aprimorar e consolidar os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Para iniciar citamos a frase do

Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores

Públicos Certificados, ACIPA, publicado por Willian Attie:¹ (ano 1998)

"O controle interno compreende o plano de organização e o

conjunto coordenado dos métodos e medidas, adotados pela

empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a

fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência

operacional e encorajar a adesão à política traçada pela

administração". (Pag. 110)

Em países como o Brasil, em que somente agora se começa a dar a

devida importância aos métodos científicos de administração, é praticamente

desconhecida uma acepção clara de controle interno. às vezes imagina-se ser

o controle interno sinônimo de auditoria interna, e em outra vezes, de auditoria

externa. É uma idéia totalmente equivocada, pois tanto a auditoria interna

quanto à externa, equivalem a um trabalho organizado de revisão e apreciação

dos controles internos, normalmente executado por um departamento

especializado, ao passo que o controle interno se refere a procedimentos de

organização adotados como planos permanentes da empresa.

Inquestionavelmente, trabalho dos auditores independentes bem como

dos auditores internos estão centrados nos controles internos .

Individualmente, cada auditoria realiza seus trabalhos de acordo com

os objetivos a que se propõem, mas tomam por base os controles existentes

para dar inicio a sua atividade propriamente dita.

9

No decorrer do tempo, as auditorias independentes e internas têm

insistido na necessidade de sistemas de controle interno eficazes. Muitos

auditores estão sujeitos aos regulamentos do Comitê de Procedimentos de

Auditoria do Instituto de Contadores Públicos Certificados (AICPA) que

identificou importante ligação entre o sistema de controle interno e os controles

contábeis de uma organização. É cada vez mais freqüente as empresas

adotarem comitês de auditoria independente para fazer o acompanhamento

dos controles internos .

Levando em consideração a grandeza das empresas, sua

descentralização e diversificação das atividades, a existência de controles

internos adequados passa a ser peça fundamental para o sucesso dos

negócios realizados, uma vez que as empresas passam de uma estrutura

familiar para uma estrutura complexa de pessoas e atividades.

Por outro lado, a ausência de controles adequados, para as empresas

de estrutura complexa, as expõe a inúmeros e riscos de toda espécie.

Um lançamento contábil realizado deve representar uma transação

efetiva, por exemplo, uma venda realizada a terceiros. Um sistema eficiente e

adequado de controle interno precisa proporcionar que tal transação esteja

registrada no tempo certo, local e conta corretos, não dispondo de aberturas

que permitam que a transação seja registrada indevidamente ou nem seja

registrada. É virtualmente impossível assumir a existência de controles

administrativos eficientes sem a alta qualidade dos controles contábeis, pois a

ligação entre ambos é que fornece eficácia.

Esta monografia será composta por três capítulos que versarão sobre o

conceito do controle interno (I), o estudo do controle interno (II) e exemplos de

falhas na aplicação de controle interno e suas conseqüências:

10

CAPÍTULO I

CONTROLE INTERNO

1.1 - Conceito

Após leitura dos vários conceitos dados por diversos autores que se

dedicaram ao assunto, conclui-se que não existe uma unidade de pensamento

sobre o que se entende por CONTROLE INTERNO.

O Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de

Contadores Públicos Certificados, afirma que o significado de Controle Interno

é: "O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos

e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a

exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas

operações e estimular o seguimento das políticas executivas prescritas."

A Instrução Normativa n.º 16, de 20.12.91, do Departamento de

Tesouro Nacional, conceitua Controle Interno como sendo: "O conjunto de

atividades, planos, métodos e procedimentos interligados utilizado com vistas a

assegurar que o objetivo dos órgãos e entidades da administração pública

sejam alcançados, de forma confiável e concreta, evidenciando eventuais

desvios ao longo da gestão, até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder

Público."

A Instrução SEST n.º 02, 05.10.86, estabelece como orientação

específica, as "NORMAS PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA

AUDITORIA INTERNA", estabelecidas pelo Instituto dos Auditores Internos do

Brasil, que define Controle Interno como: "Qualquer ação tomada pela

administração (assim compreendida tanto a Alta Administração como os níveis

gerenciais apropriados) para aumentar a probabilidade que os objetivos e

metas estabelecidos sejam atingidos. A Alta Administração e a gerência

planejam, organizam, dirigem e controlam o desempenho de maneira a

possibilitar com razoável certeza essa realização."

11

Como podemos observar a conceituação é bastante abrangente. O

que se verifica, de imediato, é que o Controle Interno não esta restrito apenas

aos aspectos diretamente relacionados às funções de contabilidade e finanças,

mas sim a todas as atividades operacionais de uma empresa.

Com a objetivo de entendermos o que significa CONTROLE

INTERNO, adotaremos mais uma vez, a descrição contida no livro Auditoria

Interna, de Willian Attie (ano 1998), já mencionada anteriormente, relativa a

definição pelo Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de

Contadores Públicos Certificados, já descrita anteriormente.

"O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto

coordenado de métodos e medidas, adotados pela empresa, para

proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de

seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar

a adesão à política traçada pela administração." (Pag 110)

1. 2 - Interpretação do Conceito de Controle Interno

Pela sua amplitude, o conceito de Controle Interno, para ser

compreendido corretamente, deve ser devidamente examinado quanto ao seu

real significado. Vamos efetuar a análise, observando os fatores que

compõem o conceito:

a. políticas - composta pelo conjunto de regras relativas à direção dos

negócios e à pratica dos princípios normas e funções . Podem ser definidas

como "guias de raciocínio" planejadas para a tomada de decisões em níveis

inferiores, decisões estas aplicáveis a situações repetitivas, tendo em vista

canalizar as decisões para os objetivos estabelecidos. É possível a

identificação de dois níveis distintos de preocupação em termos do

estabelecimento de políticas: Políticas Globais, que afetam todo o

comportamento da organização (políticas estratégicas), Políticas operacionais,

que tem uma menor influência e que muitas vezes, aparecem como

verdadeiras "regras de trabalho;"

12

b. metas -Também denominadas como metas operacionais. Devem

ser identificadas em cada sistema, claramente definidas e mensuráveis com

adequado grau de realismo e consistentes com os objetivos estratégicos. Os

riscos de sua não realização devem ser também explicitamente reconhecidos,

pois podem comprometer o resultado da empresa;

c. objetivos - no amplo sentido devem ser entendidos como seus

planos e declarações estratégicas. O estabelecimento de objetivos antecede

sempre a escolha das metas e seleção, desenho, implementação e

manutenção dos sistemas que têm como finalidade a segurança na

consecução dos objetivos;

d. métodos e medidas - estabelecem os caminhos e os meios de

comparação e julgamento para se chegar a determinado fim, mesmo que não

tenham sido preestabelecidos formalmente . A empresa, como um todo, pode

ser caracterizada como a conjunção de vários subsistemas. Cada um dos

subsistemas, por sua vez, compõem-se de uma cadeia de procedimentos

destinados a gerar e registrar informações finais. O planejamento de um

sistema, além de resultar num sistema eficiente, prático, econômico e útil, deve

levar em conta a definição de procedimentos especificamente destinados a

promover o controle sobre as operações e as atividades preferencialmente

formalizadas através de manuais;

e. plano de organização - através do qual se organiza um sistema. A

estrutura organizacional precisa corresponder a uma segmentação de

trabalho, adequada e balanceada, de modo que sejam estabelecidas as

relações de autoridade e responsabilidade entre os indivíduos de vários níveis,

pelas parcelas de trabalho exigidas para a consecução dos objetivos da

empresa, e de maneira que sejam definidas, claramente, as responsabilidades

e autoridades dos diversos níveis. Em outras palavras representa a definição

de quem faz o que, e quem tem autoridade sobre quem na empresa;

f. proteção do patrimônio - compreende a forma pela qual são

salvaguardados e defendidos os bens e direitos da empresa (custódia, controle

e contabilização de bens alçadas, normas, etc.);

13

g. exatidão e fidedignidade dos dados contábeis - correspondem a

adequada precisão e observância aos elementos dispostos na contabilidade. A

classificação dos dados dentro de uma estrutura formal de contas, seguida da

existência de um plano de contas que facilite o seu registro, preparação e

contabilização de um manual descritivo do uso das contas conjugado à

definição de procedimentos que possibilitem a análise, a conciliação e a

solução tempestiva de quaisquer divergências são elementos significativos

para a expressão da fiel escrituração contábil (plano geral de contas, regras de

contabilização, manuais de serviços, conciliação contábil dos diversos

sistemas com a contabilidade, levantamentos das contas não escrituradas

eletronicamente, etc.);

h. eficiência operacional - compreende a ação ou força a ser posta

em prática nas transações realizadas pela empresa. A definição de adequado

plano de organização aliada aos métodos e procedimentos bem definidos,

assim como o cumprimento de normas salutares a observação dos deveres e

funções com a existência de pessoal qualificado, treinado para desempenhar

suas atividades com supervisionamento adequado pelos responsáveis, tendem

a implementar a desejada eficiência operacional . Finalmente, vamos colocar

na análise dois componentes, que apesar de não aparecerem explicitamento

no conceito de Controle Interno, estão presente em todos os fatores acima

descritos,

i. interdependência - pela definição dos fatores de controle

anteriormente dispostos, é de fácil compreensão que todos os itens estão

interrelacionados e sofrem influência de forma acentuada. Esses elementos,

pela importância que cada um representa , são essenciais para um controle

interno adequado, que na ausência ou uma deficiência de qualquer um deles

comprometeria o funcionamento eficiente de todo o sistema. As políticas

operacionais são essenciais ao planejamento e operação dos sistemas, e

estes por sua vez, fluem segundo a estratégia definida. Assim sendo, se os

procedimentos componentes de um sistema foram estabelecidos de

conformidade com uma determinada política, a execução desses

procedimentos corresponde, por si só, ao cumprimento da política

14

estabelecida. Desta forma , fica evidente a extrema dificuldade de se ter

sistemas eficientes onde inexistem políticas adequadas, ou em situações

organizacionais não bem definidas e vice-versa;

j. pessoal - é imprescindível lembrar que estes planos de políticas,

sistemas e organização são "ferramentas" utilizadas por pessoas.

Dentro de uma visão sistêmica da empresa, é fácil compreender que,

mesmo com sistemas, políticas etc. adequadamente planejados, a eficiência

administrativa depende de um quadro de pessoal adequadamente

dimensionado, capaz, eficiente e motivado. Considerando os fatores acima

expostos, podemos definir CONTROLE INTERNO como sendo o conjunto de

políticas estratégicas e operacionais, normas, procedimentos e definições de

estrutura organizacional, operado por pessoas qualificadas, com o objetivo

salvaguardar os ativos da empresa, assegurar a fidedignidade das informações

contábeis e gerenciais e estimular a eficiência operacional.

1. 3 - Importância do Controle Interno

A importância do controle interno fica patente a partir do momento em

que se torna impossível conceber uma empresa que não disponha de

controles que possam garantir a continuidade do fluxo de operações e

informações proposto.

A confiabilidade dos resultados gerados por esse fluxo que transforma

simples dados em informações a partir das quais os empresários, utilizando-se

de sua experiência administrativa, tomam decisões com vistas no objetivo

comum da empresa, assume vital importância.

Em adição, como é possível tomar decisões adequadas utilizando-se

de informações que correm o risco de não serem confiáveis?

Para que se verifique a importância do controle é oportuno analisar o

crescimento e a diversificação de uma empresa. Se pudermos identificar uma

empresa em fase inicial, verificaremos que o dono é o ponto referencial do

controle. É ele quem analisa e controla praticamente todos os segmentos da

empresa, verifica a pontualidade dos funcionários, a fabricação e o padrão de

15

qualidade dos produtos, o despacho e a entrega aos clientes, o pedido e o

contas a pagar aos fornecedores, o contas a receber e o recebimento dos

clientes, etc.

A partir do momento que a empresa toma vulto e inicia sua fase de

crescimento em volumes, em diversificação de produtos, em locais

diferenciados de produção e de vendas a clientes em várias localidades e até

de segmentação diversa de novos produtos, torna-se inviável que seu dono,

sozinho, controle todas as operações e transações. Quanto maior vai ficando a

entidade social, maior e mais complexa se torna a organização estrutural, pois

grande parte das atividades controladas inicialmente pelo dono vão sendo

delegadas a outros funcionários, dos quais ele espera que haja compromisso e

capacitação igual àquela que dispunha pessoalmente na gestão do negócio.

Dado isso, para existir controle eficiente das operações e poder de

análise é preciso existir relatórios, indicadores e outros índices que reflitam a

gestão das operações pelos funcionários contratados e o entendimento aos

planos e metas traçados. Um sistema de controle interno implica que os

funcionários tenham liberdade de atuação na execução de seus compromissos

para buscarem melhores resultados. Contudo, para evitar que esses mesmos

funcionários exorbitem em suas funções e possam tirar benefícios em seu

próprio proveito e causarem, deste modo, prejuízos a entidade social, por erros

intencionais ou dolosos, um adequado sistema de controle interno limita a

prática desses atos e possibilita que estes não permaneçam arquivados em

definitivo.

Por último, o sistema de controle interno previne que funcionários

possam cair em tentação dado a possíveis problemas pessoais ou financeiros

e incorrer em atos ilícitos.

Todas empresas possuem controles internos. A diferença básica é que

estes podem ser adequados ou não. A classificação pode ser dada analisando-

se a eficiência dos fluxos de operações e informações e a sua avaliação do

benefício deve ser atribuído à importância e qualidade da informação a ser

gerada. Quanto ao custo, vale lembrar que sempre que possível se deve

utilizar o conceito de custo de oportunidade, que é muito mais amplo.

16

O controle interno é parte integrante de cada segmento da organização

e cada procedimento corresponde a uma parte do conjunto do controle interno.

Por exemplo, se o departamento de venda tira um pedido, devem existir

procedimentos que permitam determinar se o cliente poderá quitar seus

compromissos junto à companhia. Por sua vez, o setor de expedição terá de

saber se a venda foi realizada para proceder ao seu despacho e solicita a

emissão da documentação comprobatória, que compulsoriamente terá de ser

contabilizada, e assim por diante. O conjunto dos procedimentos no exemplo é

que pode ser considerado como controle interno, muito embora haja outros

procedimentos que mereçam considerações para que se complete o ciclo, de

vendas, no caso.

Como se pode depreender do referido exemplo, o controle interno que

gira em torno dos aspectos administrativos, que têm influencia direta sobre os

aspectos contábeis, há, portanto, necessidade premente de sua consideração

conjunta para efeito de determinação de adequado sistema de controle interno.

A função da contabilidade como instrumento de controle administrativo

é hoje unanimente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não esteja

apoiado em eficiente controle interno é, até certo ponto, inútil uma vez que não

é possível confiar nas informações contidas nos seus relatórios.

Informações contábeis distorcidas podem levar as conclusões erradas

e danosas para empresa. Apesar disso, embora pareça absurdo, existem

muitas empresas para as quais o controle interno é desconhecido. Pensam

que, tendo empregados de confiança estarão cobertas contra qualquer

irregularidade. Confiar nos subordinados não deixa de ser correto, é

necessário, porém, admitir que esta confiança pode dar lugar a toda espécie

de fraudes. Basta dizer que grande parte das irregularidades nos negócios,

segundo se tem verificado, deve-se a empregados nos quais se confiava. Além

disso, quando não existem procedimentos adequados de controle interno, são

freqüentes os erros involuntários e os desperdícios.

17

1. 4 - Objetivos do Controle Interno

O conceito, a interpretação e a importância do controle interno

envolvem imensa gama de procedimentos e praticas que, em conjunto,

possibilitam a consecução de determinado fim, ou seja, controlar.

Regra geral, o controle interno tem quatro objetivos básicos a saber:

*a salvaguarda dos interesses da empresa;

*a precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis,

financeiros e operacionais;

*o estímulo à eficiência operacional;

*a aderência às políticas existentes.

1. 4.1 - Salvaguarda dos interesses da empresa

O objetivo do controle interno relativo a salvaguarda dos interesses

refere-se à proteção do patrimônio contra quaisquer perdas e riscos

devidos a erros ou irregularidades.

Uma empresa dispõe de bens, direitos e obrigações que se

encontram divididos por diversos departamentos e setores que cuidam

individualmente da parte que lhes cabe. Dessa forma, o almoxarifado tem

ao seu dispor o material estocado da empresa e requer cuidado na sua

manutenção, guarda e distribuição. A tesouraria, por sua vez, controla os

saldos bancários, entradas e saídas de numerários, e assim por diante. O

setor de pessoal é o responsável pelo calculo e controle da folha de

pagamento, assim como pelo reconhecimento dos encargos sociais.

Como se vê, por esses exemplos, a empresa dispõe de enorme

gama de atividades que requer especialização, conhecimento e

entendimento de forma que sejam conduzidas dentro de padrões

adequados, minimizando a possibilidade de perdas e riscos.

Os principais meios que podem dar o suporte necessário à

salvaguarda dos interesses são os seguintes:

18

a. Segregação de funções: estabelece a independência para as

funções de execução operacional, custódia física e contabilização. As

diversas fases de um processo operacional deve ficar sob a

responsabilidade de pessoas diferentes . Cada uma dessas fases deve,

preferencialmente, ser executada por pessoas e setores independentes

entre si;

b. Sistema e autorização e aprovação: compreende o controle

das operações através de métodos de aprovações, de acordo com as

responsabilidade e os riscos envolvidos. Na medida do possível, a pessoa

que autoriza não deve ser a mesma que aprova para não expor a risco os

interesses da empresa;

c. Determinação de funções e responsabilidade: cada

funcionário deve ter a noção exata de suas funções, incluindo as

responsabilidade que compõem o cargo. A existência de organogramas

claros determinam linhas de responsabilidades e autoridades definidas por

toda a linha hierárquica;

d. Rotação de funcionários: corresponde ao rodízio dos

funcionários designados para cada trabalho, possibilita reduzir as

possibilidades de fraudes e resulta, geralmente, em novas idéias de

trabalho para as funções;

e. Carta de fiança: determina aos funcionários que em geral lidam

com valores a responsabilidade pela custódia de bens e valores,

protegendo a empresa e dissuadindo, psicologicamente, os funcionários em

tentação. De acordo com as circunstâncias pode-se utilizar seguro

fidelidade, isolada ou conjuntamente à carta de fiança;

f. Manutenção de contas de controle: indica exatidão dos saldos

contas detalhadas, geralmente controladas por outros funcionários. Permite

a realização de confrontação permanente entre os saldos detalhados e o

saldo sintético, e a aplicação de procedimentos de comprovação da

exatidão dos registros;

19

g. Seguros: compreende a manutenção de apólice de seguros, a

valores adequados de reposição, dos bens, valores e riscos a que está

sujeita a empresa;

h. Legislação: corresponde à utilização permanente sobre a

legislação vigente, visando diminuir riscos e não expor a empresa as

contingências fiscais e legais pela não-obediência aos preceitos atuais

vigentes;

i. Diminuição de erros e desperdícios: indica a detecção de erros

e desperdícios na fonte, comumente essas falhas são originadas devido a

controles mal definidos, falta de controles, cópias e vias excessivas etc. A

divisão racional do trabalho, com a identificação clara e objetiva das

normas, procedimentos, impressos, arquivos e número de subordinados

compatível, fornece condições razoáveis que permitem supervisão

suficiente e, conseqüentemente, prevenir-se contra ocorrência de erros e

desperdícios;

j. Contagens físicas independentes: corresponde à realização de

contagens físicas de bens e valores, de forma periódica, por intermédio de

pessoa independente ao custodiante, visando maximizar o controle físico e

resguardar os interesses da empresa;

l. Alçadas progressivas: compreende o estabelecimento de

alçadas e procurações da forma escalonada, configurando aos altos

escalões as principais decisões e responsabilidades. A utilização de

alçadas progressivas, com dupla assinatura de pessoas independentes

entre si, fornece maior segurança à empresa, permitindo que as principais

decisões, de acordo com os riscos e valores envolvidos, fiquem canalizadas

junto aos principais administradores.

20

1. 4.2 - A precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios

contábeis, financeiros e operacionais

O objetivo de controle interno relativo, precisão e contabilidade dos

informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais compreende a

geração de informações adequadas e oportunas, necessárias gerencialmente

para administrar e compreender os eventos realizados na empresa.

Uma empresa precisa constituir, para si, sistemas que lhe garantam

conhecer os atos e eventos ocorridos em cada um dos seus segmentos. Os

efeitos ocorridos através da realização de cada ato devem ser escriturados e

levados, em tempo hábil, ao conhecimento dos administradores.

A contabilidade controla os fatos que têm ressonância contábil, porem

não levanta um balancete diário de cada fato transcorrido. Por outro lado, um

pedido de venda ou de compra colocado não é contabilizado até que haja

documentações suficientes para fazê-lo.

Um fluxo financeiro é projetado com base em fatos reais e fatos

estimados. O setor de cobrança necessita conhecer dia a dia os valores a

receber dos clientes, indicando-os nominalmente. O setor de vendas precisa

conhecer rapidamente os produtos disponíveis em estoque e, por vezes, a

próxima produção.

Pelos exemplos descritos, vemos que a empresa necessita de

informações que possam auxiliar a administração dos negócios e os que

possibilitem entendimento uniforme da informação. A informação só tem

validade a partir do momento em que é exata, confiável e oportuna, dessa

forma, precisa basear-se em dados verídicos, informados tempestivamente.

Os principais meios que possibilitam dar o suporte necessário à

precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e

operacionais são:

a. Documentação confiável: corresponde a utilização de

documentação hábil para o registro das transações. A utilização de provas

independentes serve para comprovação mais segura de que as operações e

os registros estão em forma exata;

21

b. Conciliação: indica a precisão ou diferenças existentes entre as

diversas fontes de informação, visando à manutenção equilibrada entre estas e

à eliminação tempestiva de possíveis pendências;

c. Análise: objetiva a identificação da composição analítica dos itens

em exame, de forma a possibilitar a constatação de sua constituição;

d. Plano de contas: compreende a classificação dos dados da

empresa dentro de uma estrutura formal de contas, com a existência de um

plano de contas bem definido. A existência de um manual de contabilidade,

acrescido do procedimento de uso das contas, fomenta a classificação e a

utilização adequada de cada conta;

e. Tempo hábil: determina o registro das transações dentro do

período de competência e o menor espaço de tempo possível. O

desenvolvimento e a aplicação de um sistema de corte permanente (cut-off)

visam identificar o adequado registro em seu período de competência;

f. Equipamento mecânico: a utilização de equipamento mecânico

visa facilitar e agilizar o registro das transações, fomentando a divisão de

trabalho. A adoção de meios de registros mecânicos ou eletrônicos deve ser

feita de acordo com as características e necessidades da empresa.

1. 4.3 - O estímulo à eficiência operacional

O objetivo do controle interno relativo ao estimulo à eficiência

operacional determinada prover os meios necessários à condução das tarefas,

de forma a obter entendimento, aplicação e ação tempestiva e uniforme.

As inúmeras tarefas praticadas pelos diversos setores de uma

empresa necessitam de uma linha mestra de raciocínio e de conduta. Cada um

dos segmentos tem suas particularidades e cada indivíduo precisa conhecer

sua tarefa, para que a totalidade mova a empresa como um todo.

A empresa dispõe de políticas que estabelecem procedimentos para

cada setor. Se há uma política de credito, é preciso que seja comunicada a fim

de que possa ser praticada. Se o funcionário tem de lidar com uma maquina

específica, é necessário que lhe seja fornecido o treinamento adequado. Se há

22

funcionários com falhas pessoais, é necessária comunicação que possibilite

correção dessas falhas.

Cada um desses exemplos implica o estabelecimento de regras para

que se possa permitir um desenvolvimento suave e harmônico de toda a

empresa, e possibilitar maior eficiência na forma que se desenvolvem as

operações.

Os principais meios que podem prover suporte ao estimulo à eficiência

operacional são:

a. Seleção: possibilita a obtenção de pessoal qualificado para exercer

com eficiência as funções específicas;

b. Treinamento: possibilita a capacitação do pessoal para a atividade

proposta, com o objetivo de obter melhores rendimentos, minimizar custos e

pessoal atento e ativo à sua função;

c. Plano de carreira: determina a política da empresa ao pessoal

quanto às possibilidades de remuneração e promoção, incentivando

crescimento o entusiasmo e a satisfação do pessoal;

d. Relatórios de desempenho: compreendem a identificação

individual de cada funcionário, indicam suas virtudes e deficiências e sugerem

alternativas necessárias ao aperfeiçoamento pessoal e profissional;

e. Relatórios de horas trabalhadas: possibilita a administração mais

eficiente do tempo despendido pelo pessoal e indica mudanças necessárias ou

correções das metas de trabalho;

f. Tempos e métodos: possibilitam o acompanhamento mais eficiente

de execução das atividades e regulam possíveis ineficiências do pessoal;

g. Custo-padrão: permite o acompanhamento permanente do custo de

produção dos bens e serviços produzidos, identificando benefícios e

ineficiências do processo de produção;

h. Manuais internos: sugerem clara exposição dos procedimentos

internos, possibilitam pratica uniforme, normatização e eficiência dos atos e

previnem a ocorrência de erros e desperdícios;

23

i. Instruções formais: indicam formalmente as instruções a serem

seguidas pelo pessoal, evitando interpretações dúbias, mal entendidos e a

possibilidade de cobranças e follow-up tempestivos.

1. 4.4 - A aderência às políticas existentes

O objetivo do controle interno, relativo à aderência às políticas

existentes, é assegurar que os desejos da administração, definidos através de

suas políticas e indicados por meio de seus procedimentos, sejam

adequadamente seguidos pelo pessoal.

A empresa tem seu objetivo maior assegurado pelo fato de poder

continuar operando indefinidamente, gerando resultado favoráveis que

possibilitem sua permanência e expansão de suas atividades. Cada pessoa e

cada segmento da organização precisam funcionar harmonicamente, fazendo

com que toda a estrutura da empresa caminhe para o mesmo objetivo.

Ao setor de faturamento cabe emitir as faturas certas aos clientes

certos e no tempo certo, para que se possa despachar e entregar as

mercadorias. O setor de vendas deve realizar os pedidos de vendas de acordo

com as políticas de preço e prazos definidos. Os cheques para pagamentos de

compromissos precisam ser emitidos no tempo e valores certos para as

aquisições realizadas.

Esses exemplos servem de base para verificar-se que as atividades

necessitam ser realizadas de forma eficiente e de acordo com as políticas

traçadas pela empresa.

Os principais meios que visam dar embasamento para a aderência às

políticas existentes são:

a. Supervisão: uma supervisão permanente melhora o rendimento

pessoal, corrigindo-se rapidamente possíveis desvios e dúvidas decorrentes

da execução das atividades. À medida do possível, a estrutura da empresa

precisa permitir número de funcionários em extensão compatível que possibilite

efetiva supervisão. Quando não são aplicados os procedimentos de controles

24

adequados, a eficiência do sistema passa a depender, em grande parte, da

supervisão exercida;

b. Sistema de revisão e aprovação: indica, através do método de

revisão e aprovação, que políticas e procedimentos estão sendo

adequadamente seguidos;

c. Auditoria Interna: possibilita a identificação de transações

realizadas pela empresa que estejam em consonância com as políticas

determinadas pela administração.

1. 5 - Características de um Sistema de Controle Interno

Um sistema de controle interno bem desenvolvido pode incluir o

controle orçamentário, custo-padrão, relatórios operacionais periódicos,

análises estatísticas, programas de treinamento do pessoal e, inclusive,

auditoria interna. Podem também, por conveniência, abranger atividades em

outros campos, como, por exemplo, estudo de tempos e movimentos e

controle de qualidade.

Em sentido amplo, o controle interno inclui, portando, controles que

podem ser peculiares tanto à contabilidade como à administração, como

segue:

a. Controles contábeis: compreendem o plano de organização e

todos os métodos e procedimentos diretamente relacionados, principalmente

com a salvaguarda do patrimônio e a fidedignidade dos registros contábeis.

Geralmente incluem os seguintes controles: sistema de autorização e

aprovação; separação das funções de escrituração e elaboração dos relatórios

contábeis daquelas ligadas às operações ou custódia dos valores; e controles

físicos sobre estes valores;

b. Controles administrativos: compreendem o plano de

organização e todos os métodos e procedimentos que dizem respeito à

eficiência operacional e à decisão política traçada pela administração.

Normalmente, se relacionam de forma indireta aos registros financeiros. Com

25

freqüência abrangem analises estatísticas, estudos de tempo e movimentos,

relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle de qualidade.

As delimitações que indicam se certos planos especiais de

organização e determinados métodos e procedimentos podem ser

classificados como controles contábeis ou administrativos variam,

naturalmente, de acordo com circunstâncias específicas.

As características de um eficiente sistema de controle interno

compreendem:

- plano de organização que proporcione apropriada segregação de

funções entre execução operacional e custódia dos bens patrimoniais e sua

contabilização;

- sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados,

que proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receita, custos e

despesas;

- observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e

funções de cada um dos departamentos da organização; e

- pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para

execução de suas atribuições.

1. 6 - Princípios Fundamentais do Controle Interno

A administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do

sistema de controle interno, pela verificação se está sendo seguido pelos

funcionários, e por sua modificação, no sentido de adaptá-lo às novas

circunstâncias.

Todos têm responsabilidades e as atribuições dos funcionários ou dos

setores da empresa devem ser claramente expostos, de preferência por

escrito, mediante o estabelecimento de manuais internos de organização.

Vejamos alguns exemplos de tarefas internas de controle segundo

Antônio Lopes de Sá: (Ano 1998)

* aprovação de aquisição de bens e serviços;

* programação financeira do pagamento;

26

* guarda de talonários de cheques em branco;

* assinatura de cheques;

* pagamentos de funcionários;

* registro contábil das operações da empresa, etc.

Por trás dessas tarefas, existem rotinas que devem ser definidas no

manual da empresa.

1. 6.1 - Rotinas internas

* requisição de aquisição de material ou serviços;

* mapa de controle de programação financeira;

* formulário de devolução de material;

* ficha de lançamento contábil;

* adiantamento para viagens;

* carta de comunicação com os bancos, etc.

1. 6.2 - Acesso aos ativos

A empresa deve limitar o acesso dos funcionários a seus ativos e

estabelecer controles físicos sobre esses. Os ativos por sua vez, devem estar

protegidos contra qualquer situação indesejável. Toda informação contábil,

tanto para uso interno quanto externo, deve ser direcionada e adequada.

1. 6.3 - Confronto dos ativos com os registros

O objetivo desse procedimento é detectar desfalque de bens ou até

mesmo registro contábil inadequado de ativos.

Alguns desses confrontos:

* contagem de caixa e comparação com o saldo razão geral;

*inventário físico dos bens do estoque e do ativo imobilizado,

confronto com os registros individuais e comparação do somatório dos saldos

desses registros contábeis, fica em aberto a possibilidade do funcionário

27

custodiante apoderar-se indevidamente do ativo sem que esse fato seja

descoberto por muito tempo.

1. 6.4 - Amarração do sistema

O sistema do controle interno deve ser conhecido de maneira que

sejam registradas apenas as transações autorizadas, por seus valores corretos

e dentro do período de competência. Esse fato exige uma série de

providencias, tais como:

* conferencia independente do registro das transações contábeis;

* conferencia independente dos cálculos;

* conferencia da classificação contábil de todos os registros por um

contador experiente;

* estabelecimento de controles seqüências sobre as compras e

vendas;

* as rotinas internas de controles devem ser determinadas de modo

que uma área controle a outra, etc.

1. 6.5 - Custos do controle versus benefícios

Os controles mais sofisticados, normalmente mais onerosos, devem

ser estabelecidos para transações de valores relevantes, enquanto os

controles menos rígidos devem ser implantados para as transações menos

importantes. Exemplo:

Se o carro chefe da empresa é na área de compras, o procedimento

utilizado para valores de até 01 (um) salário mínimo seria o de não licitar

necessariamente, agora se o valor fosse superior a 20 (vinte) salários mínimos,

a licitação seria por meio de formulário próprio com no mínimo três

fornecedores.

28

1. 6.6 - Limitações do controle interno

A relação das limitações do controle interno tem mais haver com:

* concluio de funcionários na apropriação de bens da empresa;

* os funcionários não são adequadamente instruídos com relação às

normas internas;

* funcionários negligentes na execução de suas tarefas diárias; etc.

1. 7 - Responsabilidade da Administração

Em geral, uma empresa é constituída através da representação

hierárquica superior dos administradores. A partir do instante em que os

administradores possam exercer forte pressão e influência no sistema de

controle interno, conseguem aderência do pessoal que depende das ações de

seu administrador.

Funções de controle existem em todos níveis da organização. As

funções de controle devem ser posicionadas nos mais altos níveis para

preservar sua independência e objetividade, o que permanece verdadeiro,

independente do nível hierárquico do pessoal, pois a posição não deve

confundir-se com a verdadeira natureza da responsabilidade de supervisão.

A segregação de funções é um elemento crítico do sistema de controle

interno e em empresas pequenas é mais difícil de consegui-la. À medida do

possível, separação rotineira de deveres deve ocorrer, e exceções devem

existir somente quando estabelecidas ou aprovadas pelos administradores,

que devem revisá-las periodicamente.

A mais visível evidência de compromisso da administração para uma

organização controlada são as políticas, práticas e procedimentos a serem

seguidos. A documentação de políticas, práticas e procedimentos leva muito

tempo para assegurar controles internos sadios, o que não deve reduzir o

esforço de produzir manuais bem redigidos, consistentes e cuidadosamente

revisados pelos administradores. Somente a constante diligência dos

executivos pode sustentar padrões éticos sadios.

29

1.8 - Padrões de Comportamento que Reforçam os Controles

Internos

O comportamento dos administradores a cerca da integridade e da

permanente difusão da cura dos controles internos é essencial para se obter

eficientes e eficazes sistemas de controle internos. Os administradores devem

específica e consistentemente focalizar a atenção a atenção de todos os

níveis para este aspecto crítico e importante.

As organizações empenhadas em manter um sistema sadio de controles

internos obtêm sucesso porque os administradores fixam as regras do jogo.

Tais organizações trazem à luz o comportamento que desejam que seja

praticado e eliminam o comportamento que segundo elas devem ser punido.

Para proteger o patrimônio da empresa, os administradores devem

consistentemente reforçar o sistema de controle interno. Quando os executivos

assumem a responsabilidade, a média administração e os demais níveis são

compelidos a repartir o empenho e a assumir os padrões próprios de

comportamento.

Os aspectos a seguir descritos, implementados pela administração ,

visam reforçar os controles para produzirem os efeitos desejados:

a . Recompensar pessoas que buscam controles prevenindo ocorrência

de perdas. Quando o sistema de gratificação contempla o pessoal que gera o

aumento de negócios ou a redução de custos, as ações tendem a focalizar

estas atividades e não o controle interno. Se os violadores de controle são

promovidos, a organização entenderá que a obediência ao controle não é

medida significativa de mérito promocional.

b . Disciplinar a obediência às políticas , práticas e procedimentos.

Embora admitindo que políticas, práticas e procedimentos reforçam a

qualidade das atividades, a falta de cobrança e obediência rapidamente motiva

a perda da qualidade de controlar.

c. Enfatizar a revisão dos relatórios de auditoria. O trabalho dos

auditores, de forma geral, mostra deficiências de controle interno e fornece

30

recomendações para melhorias. Muitas das vezes, a atenção é insuficiente

para estabelecer prioridade para resolver esses problemas, porém eles podem

delegar o acompanhamento de auditoria para assegurar a a implementação

dos controles recomendados.

d . Inquirir todo pessoal quanto aos controles. Usualmente os

administradores perguntam sobre marketing, concessão de créditos e

despesas. Raramente se preocupam com as seguintes questões: o contas a

pagar foi conciliado no último mês? As contas sem movimento foram

reconciliadas? Que controles foram adotados para evitar processamentos

errados ou fraudes?

e . Analisar a pressão exercida para crescimento e seus benefícios. Tal

análise deve consistentemente testar pressões exercidas contra o ambiente de

controle a fim de assegurar efetivo e balanceado padrão de benefício. Por

vezes, um funcionário é eliminado, com economia de salários e encargos

sociais, mas pode acarretar a organização o triplo de perdas. Se apropriados

sistemas de controle não forem estabelecidos, verdadeiros desastres podem

ocorrer.

f . Enfatizar o recrutamento, aplicação e disposição do pessoal à

observação dos padrões éticos da organização. Todos os novos contratados

devem conhecer os padrões de conduta da empresa, e o uso de

comunicações serve para estabelecer o empenho da organização quanto aos

padrões de conduta impostas ao pessoal.

g . Avaliar os programas de treinamentos para assegurar a inclusão de

temas que eduquem sobre o valor da disciplina do controle interno.

1. 9 - Controle Interno e Fraude

Em abril de 2002, o Jornal do Brasil, na seção de Economia, a Auditora

Elaine Cristina, publicou artigo com o título: ² "Aumenta corrupção entre

executivos". O artigo iniciava com a seguinte afirmativa: "a corrupção entre

31

funcionários graduados das empresas, principalmente executivos de primeira

linha e diretores, está aumentando".

Um exemplo disso é utilizado para espelhar esta preocupação refere-

se ao caso mundialmente divulgado de falência da gigante americana Enron, a

sétima corporação privada nos Estados Unidos e a maior empresa do mundo

na área de energia, que tinha cerca de 20 mil empregados na empresa-matriz

e 3.500 subsidiárias espalhadas pelo mundo.

Após ter sido alvo de uma série de denúncias de fraudes contábeis e

fiscais, foi descoberto que a Enron criou parcerias com empresas e banco que

permitiram manipular seu balanço patrimonial e esconder débitos de até US$

25 bi.

Esta introdução força-nos a refletir sobre a seguinte questão: O que

facilita a fraude nas empresas? Podemos ter várias respostas, mas, sem

dúvida, uma das principais é que quando há falhas no sistema gerencial de

controles internos, o resultado pode ser desastroso.

Conforme a AICPA (American Institute of Certified Public Accountants)

controle interno é o plano da organização e todos os metidos e medidas

coordenados, adotados dentro da empresa para salvaguardar seus ativos,

verificando a adequação e confiabilidade de seus dados contábeis,

promovendo a eficiência operacional e fomentando o respeito e obediência às

políticas administrativas fixadas pela gestão.

Em outras palavras, controle interno é o conjunto de normas e

procedimentos que tem o objetivo de mitigar riscos visando salvaguardar os

ativos da empresa.

A administração da empresa é a responsável pelo estabelecimento do

sistema de controle interno, pela verificação do seu cumprimento e por sua

modificação, visando adaptá-lo às novas circunstâncias.

Assim, o sistema de controle interno representa todas as políticas e

procedimentos adotados pela administração de uma empresa para ajudar a

assegurar, tanto quanto possível, a condução ordenada e eficiente do seu

negócio, incluindo:

² Elaine Cristina da Silva é auditora da ASPR (http://www.aspr.com.br)

32

* a adesão as políticas da administração;

• a salvaguarda dos ativos;

* a prevenção e detecção de fraudes e erros;

* a precisão e integridade dos registros contábeis; e

* a oportuna preparação de informações contábeis.

Citamos abaixo os 5 componentes inter-relacionados de controles

internos e suas principais funções que são de exclusiva responsabilidade dos

administradores das empresas:

a. ambiente de controle - esse componente é fortemente influenciado

pela administração. Normalmente a filosofia da administração, sua cultura e o

estilo operacional são ensinados tradicionalmente pelas empresas e formam a

base do ambiente de controle;

b. avaliação de riscos - identifica as áreas com potenciais erros que

podem ocorrer e cria procedimentos e políticas de controle que visam

minimizar tais erros;

c. atividades de controle - estabelecem e mantém as políticas e

procedimentos para assegurar que os registros contábeis das organizações

sejam completos e acurados e que existam controles sobre os ativos;

d. informação - estabelece e mantém um sistema de informação para

manter a contabilização dos ativos, passivos e patrimônio de uma empresa; e

e. monitoramento - constrói atividades de monitoramento como

atividades normais e recorrentes. As atividades deveriam incluir supervisão em

todos os níveis de modo que os controles possam ser acessados e corrigidos

tempestivamente.

Como um dos exemplos mais difundidos de controle internos pode-se

citar o relativo às segregações de funções (já citado anteriormente), neste tipo

de controle interno um empregado não deve ocupar cargo em que tenha

controle pelo registro do fato na contabilidade e, ao mesmo tempo,

controle das operações que ocasionam lançamentos.

Apesar da grande importância e relevância em se ter um adequado

sistema de controle interno, é importante frisar que há limitações.

33

Assim, o sistema de controle interno de uma empresa é um processo

que sempre deve ser aprimorado visando suprir a ineficiência ou ausência de

controles adequados.

Por fim, um bom sistema de controle interno é aquele que acusa, de

forma rápida, a necessidade da adoção de medidas preventivas ou corretivas

visando eliminar, ou mesmo minimizar, perdas decorrentes de ineficiências,

desvios e a maximização do lucro da empresa.

1. 10 - Auto Avaliação de Controle de Riscos

Muitos profissionais, mais especificamente, aqueles que de alguma

forma, ligados à área de auditoria das empresas, estão se qualificando através

da certificação CCSA – Certified Control Self Assessment. (Certificação em

Auto Avaliação de Controle), oferecido pelo IIA – The Institute of Internal

Auditors, representado no Brasil pelo AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil, para aplicarem seus conhecimentos nas empresas em que

atuam, ou mesmo, prestarem serviços nesta área.

Esta certificação identifica o profissional qualificado para conduzir um

processo de Auto Avaliação de Controle.

A Auto Avaliação de Controle é reconhecidamente uma poderosa

ferramenta para ajudar gestores, auditores, e demais empregados de uma

organização a conhecerem melhor os processos de seu negócio e seus

respectivos controles.

A Auto Avaliação de Controle representa uma ajuda para que as

pessoas e as organizações aprimorem suas habilidades para alcançar seus

objetivos de negócios.

A Auto Avaliação de Controle consiste na colaboração interativa entre

auditores e outros facilitadores e a organização que esta sendo objeto do

processo de Auto Avaliação de Controle.

Através do processo de Auto Avaliação de Controle os participantes

aprendem mais sobre os controles e suas responsabilidades no gerenciamento

34

de riscos, eles se tornam envolvidos na identificação e execução de controles

que levam a organização a atingir suas metas e objetivos.

Quando usado adequadamente, a Auto Avaliação de Controle pode

ser uma ferramenta vital para auxiliar os auditores e gestores na identificação e

gestão dos pontos fortes e fracos da organização e a respectiva adoção dos

controles identificados nos processos que auxiliará na melhoria e na obtenção

dos resultados esperados pela organização.

A aplicação da Auto Avaliação de Controle nas organizações deve

levar em conta, na sua implantação, os aspectos legais, regulatórios e éticos

ligados ao segmento de atuação da organização.

A Auto Avaliação de Controle pode seguir os formatos abaixo:

* reuniões facilitadoras com a equipe (workshop);

* questionários ou pesquisas feita com a equipe;

* produzidas através de entrevistas com a gerência;

A escolha do melhor formato para a aplicação da Auto Avaliação de

Controle ou Control Self Assessment, depende de vários fatores, por exemplo:

* natureza do negócio;

* recursos humanos e materiais disponíveis;

* atitude de comitê de auditoria;

* custos envolvidos no processo.

1. 10.1 - Reuniões facilitadoras com a equipe (workshop)

As reuniões facilitadoras representam o mais popular caminho adotado

pelas organizações na aplicação da Auto Avaliação de Controle ou Control Self

Assessment. O workshop é uma reunião facilitada pelo apoio de um auditor

interno com objetivo de identificar riscos e controles num determinado

processo na organização empresarial. O workshop normalmente envolve um

grupo de seis a quinze pessoas e dois auditores, sendo um deles, o facilitador

e o outro, o registrador.

A reunião facilitadora (workshop) pode ser:

35

a. com base no Objetivo. O workshop baseado no objetivo tem como

foco cumprir um objetivo, ele começa na identificação de controles que estão

presentes e que podem levar a alcançar o objetivo que se espera e também

identifica os riscos residuais;

b. com base no Risco. Focaliza na identificação dos riscos para

atingir os objetivos, inicia-se o processo com a identificação dos riscos que

representam uma barreira para alcançar os objetivos e então identifica as

atividades de controles que asseguram que eles são suficientes para gerenciar

os riscos chaves;

c. com base no Controle. Identifica se os controles estão funcionando

adequadamente através de entrevistas com os gerentes, funcionários e através

do exame dos documentos;

d. com base no Processo. O objetivo deste workshop é avaliar,

atualizar e validar todos os processos selecionados previamente. Processo

neste contexto significa todas as atividades do inicio ao fim da atividade de

compras, desenvolvimento de produtos, etc. O exame é feito de ponta a ponta.

1. 10.2 - Utilização de questionários e pesquisas na auto

avaliação de controle

Os questionários ou pesquisas utilizados na Auto Avaliação de

Controle oferecem a oportunidade de obter respostas simples (sim, não, tem,

não tem). Estas pesquisas ou questionários permitem ao dono do processo

identificar a sua estrutura de controle. Este método de questionário ou

pesquisa são normalmente utilizados em ambientes onde um workshop não

deixaria os participantes a vontade para emitirem sua opinião de forma aberta.

Os questionários ou pesquisas utilizados no processo de Auto

Avaliação de Controles ou Control Self Assessment pode ser mais apropriado

em relação ao workshop nas seguintes circunstancias:

a. quando a cultura organizacional não está pronta para compartilhar

informações sensíveis de controle de forma aberta, como usualmente se faz

num workshop;

36

b. quando não há habilidade disponível para condução de uma reunião

facilitadora (workshop);

c. quando os auditores internos estão buscando informações sobre

riscos na organização, para a preparação do plano anual de auditoria, com

baixo custo;

d. quando a organização é enorme e a informação é necessária de

forma urgente;

e. quando a gerencia está muito preocupada com o tempo que será

tomado de sua equipe numa reunião facilitadora (workshop).

Embora as reuniões facilitadoras com a equipe (workshop) e os

questionários de pesquisa sejam mais populares, os resultados obtidos através

de entrevistas com a gerencia é um outro caminho a ser utilizado pelas

organizações na Auto Avaliação de Controle.

Alguns exemplos de análises que podem ser obtidos através das

entrevistas com a gerencia são:

a. a opinião da gerencia em relação aos controles que eles consideram

importantes para atender as agencias reguladoras e a necessidade de estar

em conformidade com estas exigências reguladoras do seu setor de atuação;

b. a opinião do grupo gerencial em relação à qualidade dos relatórios

financeiros apresentados e a necessidade de obter uma opinião independente

sobre estes demonstrativos contábeis e financeiros;

c. necessidade e envolvimento na investigação considerada relevante

para apurar eventual falha de controle existentes ou fraude;

Uma revisão dos controles internos relacionados ao desenvolvimento e

implantação de novos sistemas ou a unificação de unidades de negócio.

37

CAPÍTULO II

ESTUDO DO CONTROLE INTERNO

2.1 - Relação do Controle Interno com a Auditoria Independente

Atualmente, já se encontra bem caracterizada a função de auditoria

independente, exercida por contadores independentes ou equivalentes,

conforme as particularidades de legislação de cada país.

A auditoria independente realiza o exame das demonstrações

financeiras de uma empresa com o propósito de expressar uma opinião sobre

a justeza com que apresentam a situação financeira e o resultado das

operações para o período examinado.

O auditor independente pode executar muitos tipos de serviços para

seu cliente, mas sua função primordial é, realmente, expressar uma opinião

sobre as demonstrações financeiras.

Dentro do objetivo da auditoria independente, consta a indicação de

que seu exame deve ser efetuado de acordo com as normas de auditoria,

inclusive quanto às provas nos registros contábeis e aos procedimentos de

auditoria julgados necessários nas circunstâncias.

As normas de auditoria relativas à execução do trabalho determinam

que o auditor independente deve efetuar o levantamento do sistema contábil e

de controle interno, avaliar o grau de confiabilidade e, baseado neste,

estabelecer a extensão e a profundidade dos procedimentos de auditoria, a

oportunidade, o momento de sua aplicação.

Dessa forma, o controle interno da empresa sob exame é de

fundamental importância para o auditor independente e, por isso, a revisão do

controle interno passou a ser consagrada como padrão de auditoria.

Embora a responsabilidade pelo estabelecimento e observância do

controle interno repouse nos ombros da administração, o grau em que estes

controles existem e são levados a cabo constitui grande preocupação para o

auditor independente.

38

Do ponto de vista do auditor independente, a função do controle

interno é proporcionar a segurança de que erros e irregularidades possam ser

descobertos com razoável prontidão, assegurando assim a confiança e a

integridade dos registros contábeis. A revisão do controle interno, pelo auditor

independente, auxilia-o na aplicação de outros procedimentos de auditoria

adequados à formulação do parecer sobre a correta apresentação das

demonstrações financeiras.

Quando o auditor estabelece e define a extensão dos procedimentos

de auditoria e o momento de sua aplicação, ele executa uma serie de estes

nas operações para determinar se existem ou não erros que possam distorcer

as demonstrações financeiras.

Mas esses testes não são suficientes para que o auditor possa chegar

à conclusão de que as demonstrações financeiras refletem adequadamente os

resultados das operações. Mesmo que o auditor conte, confirme, examine e

verifique 100% dos ativos, nunca poderá ter segurança completa de que as

demonstrações financeiras refletem todos ativos, a menos que o auditor tenha

um grau de confiança na operação do sistema de controle interno.

A avaliação adequada de um sistema de controle interno requer

conhecimento e entendimento dos procedimentos e métodos prescritos, assim

como um grau de certeza de que eles estão sendo aplicados e funcionam

conforme os planos. O grau de confiança no controle interno, para determinar

a extensão e profundidade dos testes aos quais os procedimentos de auditoria

devem restringir-se, não pode ser totalmente determinado no inicio de um

exame, uma vez que se funda em suposições relativas ao sistema, suposições

essas que os testes posteriores, efetuados pelo auditor independente podem

desmentir.

Uma revisão do programa de auditoria pode tornar-se necessária se os

testes posteriores não confirmarem as suposições iniciais em relação ao grau

de confiança nos controles internos. A revisão pode constituir-se em aplicação

dos testes de auditoria ou em mudança de ênfase ou da época na aplicação

dos procedimentos de auditoria.

39

Pelos comentários expostos, identifica-se que a avaliação do sistema

de controle interno serve de base para o auditor determinar o grau de

confiança que ele possa depositar e, a partir daí, fixar a natureza e extensão

dos procedimentos de auditoria a serem aplicados. Especificamente, a

avaliação do controle interno permite uma seleção racional de testes. Se, após

a avaliação, decidir-se que o sistema existente é bom e que se pode confiar

nos resultados, tende-se a reduzir a extensão dos testes.

A existência de um bom sistema de controle interno aumenta a

confiança do auditor quanto à exatidão dos registros contábeis e à veracidade

de outros documentos e informações internas. Entretanto, se a avaliação

aponta fraquezas no sistema, é preciso intensificar os testes nas áreas onde

ocorrem tais fraquezas.

Em adição, o trabalho do auditor interno deve ser considerado pelo

auditor independente como complemento e não como substituto de seu

trabalho. O auditor independente deve avaliar as atividades dos auditores

internos, a fim de determinar os seus efeitos na seleção que o auditor

independente fizer dos procedimentos de auditoria apropriados e da extensão

exigida por seus testes.

Em suma, pode-se dizer, por um lado, que o auditor independente está

fundamentalmente interessado nos controles contábeis, os quais têm relação

direta e importante com a confiança que se pode ter nos registros contábeis e,

por isso, requerem avaliação por parte do auditor. Por outro lado, os controles

administrativos relacionam-se de forma geral apenas indiretamente com os

registros contábeis e, por tanto, não requerem avaliação.

Entretanto, se o auditor independente entender que certos controles

administrativos possam ter relação importante com a exatidão dos registros

contábeis, ele deve considerar a necessidade de avaliá-los.

À medida do possível, a revisão do controle interno, pelo auditor

independente, pode ser feita à parte do exame, em data intermediária ao do

encaminhamento das demonstrações financeiras, aplicando-se procedimentos

de auditoria apropriados, com o objetivo principal de avaliar a eficiência do

40

sistema da empresa. Em caso contrario, a revisão precisa ser realizada

juntamente com as outras áreas do programa de auditoria.

2.2 - Relação do Controle Interno com a Auditoria Interna

Segundo O Instituto de Auditores Internos de Nova York, pode-se

definir auditoria interna como uma atividade de avaliação independente dentro

da organização para a revisão da contabilidade, finanças e outras operações,

como base para servir à Administração . É um controle administrativo que

mede e avalia a eficiência de outros controles. (1998)

O objetivo geral da auditoria interna é assessorar a administração no

desempenho eficiente de suas funções, fornecendo-lhe análise, avaliações,

recomendações e comentários sobre as atividades auditadas.

As normas de auditoria relativas ao âmbito de trabalho asseguram que

a auditoria interna deve proceder ao exame e avaliação da adequação e

eficácia do sistema de controle interno e da qualidade do desempenho na

realização do trabalho.

A finalidade da revisão de adequação do sistema de controle interno é

determinar se ele estabelece certeza razoável de que os objetivos da

organização são cumpridos de maneira eficiente e econômica. A finalidade da

revisão para determinar a eficácia é assegurar que o sistema de controle

interno funciona como deve. A finalidade da revisão quanto à qualidade de

desempenho é assegurar que os objetivos da organização foram atingidos.

Pelo exposto, vemos que, enquanto a auditoria independente se

preocupa com o controle interno, quanto aos possíveis efeitos que ele pode

acarretar às demonstrações financeiras, base para emissão de seu parecer, o

auditor interno tem sua ótica voltada para o que ele representa à organização,

de forma a possibilitar o desempenho harmônico, seguro e adequado de todas

as ações e permitir o reflexo aos setores e pessoal interessado nas

informações.

Para atingir este objetivo, o auditor interno, entre outras, executa as

seguintes funções:

41

* revisa e avalia a eficiência, a adequação e a aplicação dos controles

contábeis, financeiros e operacionais;

* verifica se estão sendo cumpridas, corretamente, as políticas, os

procedimentos e os planos estabelecidos;

* examina o grau de confiabilidade das informações contábeis e outras

obtidas dentro da organização; e

* avalia a qualidade de desempenho das tarefas delegadas.

Pela simples observação dos objetivos e funções da auditoria interna

mencionados, verifica-se o importante papel por ela desempenhado em termos

do exame, fortalecimento e constante melhoria do controle interno.

2.3 - Aplicação do Estudo do Controle Interno

Do ponto de vista da auditoria, o controle interno tem grande influencia,

pois é o ponto de partida dos trabalhos a serem realizados pelo auditor.

Compete ao auditor o estudo e avaliação do controle interno como

base de determinação da extensão da auditoria e para fornecer-lhe o

conhecimento geral sobre a empresa, que nos ciclos de exame, quer na

empresa como um todo.

Regra geral, todo trabalho de auditoria se inicia com o conhecimento

do controle interno praticado pela empresa. Todavia, a fim de conseguir o

máximo proveito do trabalho a executar, é recomendável que o auditor

identifique os ciclos ou áreas operacionais de maior influência ou risco na

atividade global da empresa, de forma a neles concentrar sua atenção no

estudo e avaliação do controle interno existente. Cada empresa, como uma

entidade diferente, têm objetivos operacionais específicos de acordo com suas

atividades, e se utiliza procedimentos de controle interno distintos em função

do ramo de atividade, volumes das operações e riscos envolvidos.

A determinação dos ciclos operacionais ou áreas de maior interesse

para a auditoria baseia-se na relevância e riscos das operações abrangidas e

seus conseqüentes reflexos nas demonstrações financeiras.

42

A totalidade dos ciclos operacionais e área merecem a atenção do

auditor para estudo e avaliação do controle interno, variando apenas quanto ao

enfoque de acordo com os riscos envolvidos. De maneira em geral, as

operações praticadas de forma contínua e uniforme ao longo do tempo, com

um número substancial de operações realizadas durante um período, são

examinadas de forma diferente daquelas operações ou atividades de número

limitado e sem grandes reflexos nas demonstrações financeiras.

Pra cada ciclo operacional, atividade ou área identifica pelo auditor

como de interesse, seu trabalho será executado de forma ordenada e dirigida

para obtenção de um conhecimento abrangente que lhe permita formar uma

opinião sobre a efetividade e adequação do controle interno e assegurar-se do

processamento das operações, inclusive quanto à elaboração de dados

contábeis confiáveis para o lançamento e registro contábil.

2.4 - Determinação do Estudo do Controle Interno

A determinação do estudo do controle interno diz respeito aos

controles internos que serão objeto de exame por parte do auditor.

Invariavelmente, o auditor está preocupado com a empresa como um todo e

adota o critério de subdividi-la em partes, deforma a facilitar a execução de sua

tarefa.

Cada um dos segmentos e setores de uma empresa precisa ser

olhado de acordo com o que representa para o conjunto. A forma segundo a

qual será vista deve variar de acordo com as características de cada caso,

deve ocorrer estudo para atividades ou ciclos operacionais, atividades

departamentalizadas e demonstrações financeiras observadas de forma

estanque.

43

2.5 - Metodologia de Estudo do Controle Interno

Como em todo trabalho executado de auditoria, também no estudo do

controle o auditor deve desenvolver um método que vise ao mesmo assegurar-

lhe atingir os objetivos necessários, bem como a realização do trabalho em

tempo compatível com sua disponibilidade.

Dessa forma, na escolha da metodologia a ser utilizada, o auditor deve

considerar os fatores tempo de execução, segurança quanto às informações

obtidas e expectativa de que o trabalho realizado o levará a atingir os objetivos

a que se propôs.

A metodologia de trabalho voltada para o estudo e avaliação dos

controles internos visa atender a essas considerações e está assim distribuída:

* documentação do controle interno;

* avaliação do controle interno;

* resultado da avaliação do controle interno; e

* teste de procedimentos.

44

CAPÍTULO III

EXEMPLO DE FALHAS NA APLICAÇÃO DE CONTROLE

INTERNO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Pela relevância do tema tratado não poderíamos deixar de registrar

exemplos de falhas na aplicação dos métodos de controle interno e suas

conseqüências, caso não sejam empregados com seriedade e

responsabilidade pelos seus gestores. Veremos abaixo exemplos ocorridos

com grandes empresas de diversos setores , tanto no âmbito nacional quanto

internacional, que vistas a olho nu, eram consideradas grandes potências da

atualidade, com estruturas aparentemente inabaláveis, que vieram a se ruir

pela inobservância de seus gestores quanto ao emprego correto dos

procedimentos de controles internos.

3.1 - Caso ENRON

A gigante americana de energia Enron, que já foi a companhia mais

admirada do planeta, é agora mais conhecida por ser protagonista da maior

concordata da história corporativa nos Estados Unidos. Seu colapso provocou

uma série de investigações, incluindo uma criminal. Antes do escândalo

qualquer rumor envolvendo a Enron era considerado sem fundamento. Durante

cinco anos foi eleita pela revista Fortune como uma da cem empresas

melhores para se trabalhar.

Fundada em 1985, a partir da fusão de duas empresas distribuidoras de

gás natural e em apenas 10 anos atuando nesse mercado, a Enron já detinha

25% do mercado de commodities de energia, com mais de US$ 100 bilhões

em ativos.

Quando a empresa apresentou o resultado de seu terceiro trimestre

em outubro de 2001 , revelou um enorme e misterioso buraco em suas contas

que derrubou os preços de suas ações.

45

Depois desse anúncio, a comissão responsável pela fiscalização do

mercado acionário americano, a SEC (Securities and Exchange Commission),

começou a investigar os resultados da empresa.

3.1.1 - A Fraude

O caso da fraude Enron é muito complexo. Alguns dizem que o legado

da Enron está baseado no fato de, em 1992, Jeff Skilling, então presidente das

operações comerciais da Enron, ter convencido fiscais federais a permitirem

que a Enron usasse um método contábil conhecido como "mark to market".

Esta era uma técnica usada por empresas de corretagem e importação e

exportação. Com esta prática contabil, o preço ou valor de um seguro é

registrado em uma base diária para calcular lucros e perdas. O uso deste

método permitiu a Enron contar ganhos projetados de contratos de energia a

longo prazo como receita corrente. Este era dinheiro que não deveria ser

recolhido por muitos anos. Acredita-se que esta técnica foi usada para

aumentar os números de rendimento manipulando assim, projeções para

rendimentos futuros.

O uso desta técnica e de outras práticas questionáveis da Enron, criou

dificuldades para que o mercado visse como a Enron realmente fazia dinheiro.

Os números estavam nos livros contábeis e as ações continuaram altas, mas

que impostos pagos pela Enron não estavam condizente com o seu

faturamento. Robert Hermann, o conselheiro geral de impostos da empresa na

época, foi avisado por Skilling que o método contábil permitia que a Enron

fizesse dinheiro e crescesse, porém este dinheiro não era passível de taxação

para a empresa.

A Enron comprava quaisquer novos empreendimentos que pareciam

promissores. Suas aquisições estavam crescendo exponencialmente. A Enron

também formou empresas (LJM, LJM2 e outras) para movimentar débitos para

fora de seus balanços e transferir riscos para seus outros negócios. Estas

novas unidades eram também estabelecidas para manter o crédito da Enron

alto, o que era muito importante em suas outras áreas de negócios com o

46

objetivo de proteger investimentos, transferir ativos e disfarçar empréstimos.

Como os executivos acreditavam que o valor das ações da Enron a longo

prazo permaneceriam altos, eles procuraram várias maneiras de usar as ações

da empresa para dar cobertura aos investimentos nestas outras entidades.

Eles o fizeram por meio de um arranjo complexo de entidades com fins

especiais chamadas Raptores. Os Raptores foram estabelecidos para cobrir

suas perdas caso as ações no começo dos negócios caíssem.

Quando a indústria de comunicação à distância sofreu seu primeiro

impacto negativo nos negócios, isso também afetou a Enron. Analistas

financeiros começaram a tentar descobrir a fonte do dinheiro da Enron. Os

Raptores poderiam entrar em colapso se as ações da Enron caíssem a um

certo ponto, pois eles estavam apoiados apenas por elas. As regras contábeis

requeriam um investidor independente para uma barreira funcionar, mas a

Enron usou uma de suas novas unidades.

As operações eram tão complexas que ninguém realmente podia

determinar o que era legal e ou não . Mas, uma hora, o castelo de cartas

desmoronou. Quando as ações da Enron começaram a declinar também. Em

14 de agosto de 2001, o CEO da Enron, Jeff Skilling, demitiu-se por "assuntos

de família". Isto chocou tanto a indústria quanto os empregados da Enron. O

chefe-executivo da Enron, Ken Lay, assumiu como CEO.

3.1.2 - A descoberta da fraude

Em 15 de agosto, Sherron Watkins, vice-presidente da Enron,

escreveu uma carta anônima para Ken Lay que sugeria que Skilling havia

saído devido a impropriedades contábeis e outras ações ilegais. A carta

questionou os métodos contábeis da Enron, especificamente citando as

transações dos Raptores.

Mais tarde no mesmo mês, Chung Wu, um corretor da UBS

PaineWebber em Houston, enviou um e-mail para 73 clientes de dizendo que a

jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id – Ana Maria da Costa Borgeth – SP 2007

47

Enron estava com problemas e advertindo-os a considerar venderem suas

cotas.

Sherron Watkins então se encontrou com Ken Lay pessoalmente,

adicionando mais detalhes a suas acusações. Ela notou que as unidades

foram controladas pelo CFO da Enron, Fastow, e que ele e outros funcionários

da Enron fizeram dinheiro e deixaram apenas a Enron em risco com o

resguardo dos Raptores (os acordos dos Raptores foram escritos para que a

Enron tivesse que apoiá-las com suas ações). Quando as ações da Enron

caíram a um certo ponto, as perdas dos Raptores começaram a aparecer nas

declarações financeiras da Enron. Em 16 de outubro, a Enron anunciou um

terceiro trimestre de perdas de US$ 618 milhões. Durante 2001, as ações da

Enron caíram de US$ 86 para US$ 0,30. Em 22 de outubro, a SEC começou

uma investigação nos procedimentos contábeis e parceiros da Enron. Em

novembro, a Enron admitiu oficialmente ter exagerado os ganhos da empresa

em US$ 57 milhões desde 1997. A Enron decretou falência em dezembro de

2001.

3.2 - Caso WordCom

Quando do pedido de falência em julho de 2002, a WorldCom era

reconhecida como a segunda maior empresa de telefonia a longa distância nos

Estados Unidos.

Nos cinco anos anteriores à sua falência, a empresa havia apresentado grande

crescimento, a partir de aquisições e fusões, utilizando os dólares de suas

próprias ações e um grande endividamento (US$ 25 bilhões) como forma de

financiamento desse crescimento.

Para crescer a empresa agarrou-se à indústria de telecomunicações

no começo da loucura das aquisições dos anos 90. As pequenas margens que

a indústria estava acostumada na erma o bastante para Bernie Ebbers, diretor

executivo da empresa. De 1995 a 2000, a WorldCom comprou mais seis

empresas de telecomunicações. Em 1997, ela comprou a MCI por US$ 37

bilhões. A WorldCom mudou para a indústria da internet e informações,

48

abraçando 50% de todo o tráfego de internet dos Estados Unidos e 50% de

todos os e-mails da rede mundial. Em 2001, a WorldCom era dona de um terço

de todos os cabos de dados nos Estados Unidos. Além disso, era a segunda

maior transportadora de longa distância em 1998 e 2002.

3.2.1 - A Fraude

Em 1999, as receitas cresciam lentamente e os preços das ações

começaram a cair. Os custos da WorldCom como uma porcentagem de sua

renda total aumentaram devido a uma diminuição dos lucros. Isto também

significou que os lucros da WorldCom não atendiam as expectativas dos

analistas de Wall Street. Para adequação às expectativas dos analistas

independentes a empresa revisa seus números após cada trimestre. Essa

revisão envolvia reclassificações contábeis sem qualquer tipo de fato que

justificasse esses lançamentos.

Com essas práticas a empresa captou US$ 17 bilhões em

lançamentos de notas nos de maio de 200 e 2001, obtendo a classificação de

Investiment Grade, categoria de excelente risco, quando na realidade a

empresa já estava a beira da falência.

Dentre as manipulações praticadas destacamos a contabilização de

gastos operacionais como se fossem investimento. Essas operações eram

realizadas com a anuência do seu auditor.

3.2.2 - A descoberta da fraude

A descoberta se deu a partir de pistas que foram enviadas para a

equipe de auditoria interna e as irregularidades dos métodos contábeis foram

encontradas nos livros ma MCI, a SEC solicitou que a WorldCom fornecesse

mais informações. A SEC suspeitou porque, enquanto a AT&T (outra gigante

das telecomunicações) estava perdendo dinheiro a WorldCom estava obtendo

um lucro muito alto. Uma auditoria interna detectou que os bilhões que a

WorldCom tinha anunciado como gastos de capital assim como os US$ 500

49

milhões em despesas não documentadas. Havia também outros US$ 2 bilhões

em entradas questionáveis. O comitê de auditoria da WorldCom foi

questionado a apresentar os documentos que sustentavam os gastos de

capital, porém ela não tinha como produzi-los. O controlador admitiu à auditoria

interna que eles não tinham os padrões de contabilidade correspondentes. A

WorldCom então admitiu ter aumentado seus lucros em US$ 3,8 bilhões. Um

pouco mais de um mês depois da auditoria interna ter começado, a WorldCom

decretou falência.

O julgamento contra os executivos da WorldCom e outras partes

envolvidas na fraude foi concluído em dezembro de 2005. A condenação foi o

pagamento de multas altíssimas e cumprimento de pena , sendo que o seu ex-

presidente Bernard Ebbers, ainda teve que colocar o seu patrimônio pessoal a

disposição de um fundo de liquidação destinado a indenizar os acionistas.

empresasefinancas.hsw.uol.com.br/fraudes-contabeis2.htm

50

CONCLUSÃO

O objetivo do presente estudo FOI demonstrar a importância do Papel

do Controle Interno dentro das Organizações, através de dados tanto teóricos

e citações de casos práticos.

Concluí-se que o papel do controle interno fica evidenciado, a partir do

momento em que se torna inconcebível imaginar uma organização que não

utiliza de controles que possam garantir a continuidade do fluxo de suas

operações e informações propostas.

O resultado dos dados gerados, quando confiáveis, transformam

simples dados em informações que serão utilizadas pelos executivos da

organização para a definição de metas e tomadas de decisões visando

alcançar os objetivos comuns.

Para que um sistema de controle interno funcione corretamente, não

depende apenas do planejamento efetivo da organização e da eficiência dos

procedimentos e práticas instituídas, mas essencialmente da competência do

pessoal envolvido, para executar de forma eficiente e econômica os objetivos

propostos.

Verificamos através de exemplos empresas que com o aval de

auditorias utilizaram-se de meios ilícitos para atingir seus objetivos, e quando

detectados não tiveram tempo de corrigir, levando a organização ao insucesso,

objetivos estes, que não devem fazer parte dos planos de nenhuma gestão.

A exposição ora encerrada não tem definitivamente a pretensão de

esgotar tão vasto e importante tema, mas sim, traçar um esboço, no sentido

de ampliar os conhecimentos e apoiar o trabalho acadêmico enfatizando o

papel do controle interno dentro das organizações e as conseqüências pela

sua ineficácia. Acredito assim, ter alcançado o objetivo almejado.

51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ATTIE, Willian– Auditoria Conceitos e Aplicações, São Paulo: Atlas - 1998

CRIPALDI, Sílvio Aparecido – Auditoria Contábil Teoria e Prática – São

Paulo: Atlas 2004

FRANCO, Hilário/MARRA, Ernesto – Auditoria Cóntabil Normas,

procedimentos, Papéis de Trabalho, Programas e Relatórios de Auditoria -

São Paulo Atlas 2001.

IMONIANA , Joshuo Onome – Auditoria de Sistema de Informação – São

Paulo Atlas 2005.

SÁ, Antônio Lopes de – Curso de Auditoria – São Paulo Atlas 1998. .

52

WEBGRAFIA .

empresasefinancas.hsw.uol.com.br

www1.folha.uol.com.br/folha

www.aspr.com.br

revistaepoca.globo.com/Epoca/

www,wharton.universia.net

empresasefinancas.hsw.uol.com.br/fraudes-contabeis2.htm

jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id

53

INDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CONTROLE INTERNO 10

1.1 - Conceito 10

1.2 - Interpretação do Conceito de Controle Interno 10

1.3 - Importância do Controle Interno 14

1.4 - Objetivos do Controle Interno 17

1.4.1 - Salvaguarda dos interesses da empresa 17

1.4.2 - A precisão e a confiabilidade dos informes

e relatórios contábeis, financeiros e

operacionais 20

1.4.3 - O estímulo à eficiência Operacional 21

1.4.4 - A aderência às políticas existentes 23

1.5 - Características de um Sistema de Controle Interno 24

1.6 - Princípios Fundamentais do Controle Interno 25

1.6.1 - Rotinas internas 26

1.6.2 - Acesso aos ativos 26

1.6.3 - Confronto dos ativos com os registros 26

1.6.4 - Amarração do Sistema 27

1.6.5 - Custos do controle versus benefícios 27

1.6.6 - Limitação do controle interno 28

1.7 - Responsabilidade da Administração 28

54

1.8 - Padrões de Comportamentos que Reforçam o Controle

Interno 29

1.9 - Controle Interno e Fraude 30

1.10 - Auto Avaliação de Controle de Risco 33

1.10.1 - Reuniões facilicitadoras com a equipe (workshop) 34

1.10.2 - Utilização de questionário e pesquisa na auto

avaliação de controle 35

CAPÍTULO II

ESTUDO DO CONTROLE INTERNO

2.1 - Relação do Controle Interno com a Auditoria Independente 37

2.2 - Relação do Controle Interno com a Auditoria Interna 40

2.3 - Aplicação do Estudo do Controle Interno 41

2.4 - Determinação do Estudo do Controle Interno 42

2.5 - Metodologia de Estudo de Controle Interno 43

CAPÍTULO III

FALHAS NA APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE CONTROLE

INTERNO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

3.1 - Caso ERRON 44

3.1.1 - A fraude 45

3.1.2 - A descoberta da fraude 46

3.2 - Caso WorldCom 47

3.2.1 - A fraude 48

3.2.2 - A descoberta da fraude 48

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 53

55

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Projeto a Vez do

Mestre

Título da Monografia: O Papel do Controle Interno Dentro das

Organizações

Autor: José Carlos Sanches Muniz

Data da entrega: 22 de abril de 2008

Avaliado por: Conceito: