1 ROMA ANTIGA: DA MONARQUIA AO IMPÉRIO (DE 753 a.C. A 476 d.C.)
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · romano (476 d.c.) ocorreram ......
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
DOCÊNCIA SUPERIOR
NARDA ANGÉLICA DA SILVA E SILVA
PLANEJAMENTO PARA A EVOLUÇÃO DO ESTUDO DE TURISMO
RIO DE JANEIRO 2011
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
DOCÊNCIA SUPERIOR
NARDA ANGÉLICA DA SILVA E SILVA
PLANEJAMENTO PARA A EVOLUÇÃO DO ESTUDO DE TURISMO Monografia apresentada ao curso de pós-graduação latu-sensu em Docência Superior da Faculdade Cândido Mendes. Orientado pelo Prof. Marcelo Saldanha
RIO DE JANEIRO 2011
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PLANEJAMENTO PARA A EVOLUÇÃO DO ESTUDO DE TURISMO
Monografia defendida e aprovada, em (data da defesa), pela banca examinadora:
Professor Doutor Marcelo Saldanha Orientador Professora Mestre (Mary Sue) Coordenadora do curso à distância Professor Especialista (Marcelo Saldanha) Professor do curso de Monografia
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Dedico este trabalho a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta para conclusão do mesmo.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, aos meus pais, Sandoval e Suely, aos meus irmãos, Sandoval Júnior, Evandro e Alexandre, a minha cunhada,
maior incentivadora para o início deste curso, Anay, minha tia Neide e minha querida Lucia e a todos que colaboraram, de alguma maneira,
na elaboração desta monografia.
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"O analfabeto do século XXI não será aquele que não sabe ler e escrever, mas
aquele que não consegue aprender, desaprender e aprender novamente"
Alvin Tofler
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RESUMO
Ainda hoje as definições com fins estatísticos são as mais utilizadas. No
entanto, cumpre criar-se um marco conceitual que sirva de referência para que
se possa elaborar boas estatísticas turísticas em nível mundial. Contudo, existe
uma pluralidade de sistemas estatísticos, o que torna difícil expressar a
importância da atividade turística em toda sua amplitude.
Ao se compararem destinos turísticos em vários países, é comum
encontrarem-se diversificadas fontes de dados estatísticos, cada uma
utilizando seu conceito de turismo, isto é, para alguns o turista são os que
pernoitam, outros consideram as entradas de pessoas em uma determinada
localidade ou país.
Palavras chaves: Turismo, política, educação, ciência.
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INTRUDUÇÃO
A partir dessas discussões, realizou-se, no ano de 1991, a Conferência
sobre Viagens e Estatísticas de Turismo (Conferência de Otawa), organizada
pelas Nações Unidas (ONU), pela Organização Mundial do Turismo (OMT) e
pelo governo do Canadá, cujo principal objetivo foi o debate acerca dos
sistemas de estatística, visando à adoção de uma série de recomendações
internacionais sobre a análise e a apresentação de estatísticas de turismo
(OMT, 2001).
Como resultado desse encontro, criou-se uma Comissão de Estatísticas
das Nações Unidas a qual, em 1993, aprovou algumas orientações e
recomendações sobre o tema. Posteriormente, em 1994, a OMT definiu o
turismo como “atividades que realizam as pessoas durante sua viagens e
estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período
consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios e outros”
(OMT, 2001:38).
Também o fez a Organização das Nações Unidas – ONU, que classificou
as viagens de negócios como sendo turísticas, não por causa de sua natureza,
mas por reconhecer a existência de uma significativa demanda de empresários,
executivos e outros profissionais que utilizam os serviços, equipamentos e
infra-estrutura disponibilizados pela atividade turística.
As definições adotadas pela OMT apresentam, de uma forma flexível, as
principais características da atividade, dentre as quais a premissa segundo a
qual o deslocamento é algo imprescindível para que o turismo ocorra; que seja
um local fora de seu entorno habitual; que contenha elementos motivadores; e
que possua um período determinado inferior a um ano (OMT, 2001).
Embora as definições adotadas pela OMT abordem de modo amplo as
características da atividade, outras classificações também são utilizadas como,
por exemplo, a distinção entre turista e excursionista, elaborada na Espanha
pela Secretaria de Estado de Comércio, Turismo e de Pequenas e Médias
Empresas, para qual turista é o “passageiro que permanece uma noite, pelo
menos, em um meio de alojamento coletivo ou privado do país visitado” e
excursionista é o viajante que não pernoita num alojamento coletivo ou privado
do país visitado (OMT, 2001:40).
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As definições apresentadas devem orientar a elaboração de um
diagnóstico e o planejamento da atividade turística assim como compor a
análise do turismo sob o prisma de um sistema.
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CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA MUNDIAL
1.1 BREVES RELATOS DA ATIVIDADE TURÍSTICA
a) Histórica da Atividade Turística na Grécia
O povo grego foi uma das culturas mais voltadas ao ramo da atividade
turística no século VIII a.C, por ser banhada pelo mar mediterrâneo que
desempenhava um papel importante nas viagens para a Grécia, a maioria das
cidades-estado gregas foram fundadas ao longo da costa e estabeleciam
importantes rotas comerciais. As viagens por meio de estradas, ligando as
cidades interioranas aos portos eram bastante cansativas, feitas na maioria das
vezes por animais e escravos, que transportavam pertences e suprimentos.
Surgiam assim hospedarias muito precárias ao longo destas estradas e nos
portos.
Para muitos estudiosos, a 1ª fase da História da atividade turística
inicia-se a partir deste momento.
Segundo o professor e pesquisador Aurélio Badaró, relata em sua obra
que:
“podem-se identificar viagens realizadas pelo homem desde tempos mais remotos, podendo situar-se na antiga Grécia, entre fenícios, na antiga Roma ou até mesmo antes da idade escrita, há milhões de anos atrás. Alguns autores constatam que o turismo teve início na Grécia no século VIII a.C. com a locomoção de pessoas aos jogos olímpicos, outros acreditavam ter sido os fenícios (por serem os criadores da moeda e do comércio), e na antiga Roma (com a criação de estrada no século II a.C.)”. (BADARÓ, 2003:28).
Os gregos davam muita atenção aos lugares sagrados, principalmente
aos grandes festivais. O mais antigo e importante eram os jogos olímpicos que
aconteciam a cada quatro anos em homenagem a Zeus, em Olímpia.
Os forasteiros da época eram muito bem recebido e instalado pelos
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gregos, porque qualquer um deles poderiam ser Zeus (Deus grego máximo)
que participava de todos os jogos sem se identificar. Atualmente os jogos
olímpicos representam um grande impulso ao desenvolvimento turístico
mundial.
Existia em cada cidade-estado grega uma moeda própria e não uma
moeda única o que de certa forma poderia representar um limite à troca
comercial entre os viajantes. Porém havia sempre pessoas dispostas a realizar
a troca de moedas e facilitar as transações comerciais entre os viajantes, o que
acabou originando as primeiras casas de câmbio gregas. (BADARÓ, 2003:30).
b) Histórico da atividade turística na Roma Antiga
Desde a fundação de Roma no séc. VIII a.c. até o fim do império
romano (476 d.c.) ocorreram várias disputas por territórios, em função de sua
estratégia expansionista. A partir do século 30 a.c. até a queda do estado
imperial, sob orientação do Imperador Augusto Otávio, foi abandonada a
política de conquistas de terras e reformulada a administração pública romana.
Isto proporcionou, um período de tranqüilidade conhecido como pax romana ou
paz romana e se estendeu pelos dois primeiros séculos da era cristã.
Segundo alguns escritores, a primeira cultura a produzir produtos
turiscos de massa com o intuito de lazer, diversão e prazer foi o Império
Romano. Existia em Roma, um padrão amplo de viagens para a elite,
objetivando o prazer e a cultura.
Foi desenvolvida, neste período, uma infra-estrutura de viagens que
possibilitava viajar seguramente e por mais de 150 km num único dia, através
de pontes e estradas. O destino mais popular era a Riviera Italiana, a
aproximadamente 200 Km de Roma. Com o fim do Império Romano, no séc. V,
inicia-se a Idade Média ou Idade das Trevas, o que coloca em risco as viagens
de lazer e turismo na Europa. Poucas pessoas se arriscavam a viajar neste
período. Haviam vários assaltantes de estradas o que obrigava as pessoas a
transitarem em grupos. Aos poucos surgiam as cidades feudais e importantes
festas religiosas, conseguindo atrair peregrinos de diversos pontos do país. Em
função destas festas, chegavam mercadores o que acabou originando as
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feiras.(MAMEDE,2004:79)
Uma característica marcante desta sociedade era o nomadismo que
repercutiu em viagens de aventuras retratadas na literatura da época. Outro
fato de destaque foi às cruzadas, que expulsaram os mulçumanos da península
ibérica. A Europa medieval possuía uma grande quantidade de santuários e um
número crescente de peregrinos que se dirigiam à Terra Santa, a Roma, a
Jerusalém, Santiago de Compostela, a Canterbury, sendo considerados os
locais mais visitados.
O período das grandes descobertas no renascimento rompeu os
horizontes estreitos das comunidades medievais e a inquietação do homem
renascentista. As viagens de Marco Pólo, por exemplo, representaram um novo
contato do homem europeu com a China e até a descoberta de uma rota para a
Índia . Com o surgimento da Idade Moderna, aparecia uma dupla vertente das
viagens. Primeiramente tinha um sentido expansionista com a ampliação dos
territórios para além-mar e num segundo momento ocorreu um enriquecimento
cultural através do Grand Tour das classes privilegiadas, a precursora do
turismo.
c) Histórico da Atividade Turística Européia
Nos meados do século XVI, a expansão da atividade turística européia
tornou-se corriqueira devido as viagens realizadas pelos jovens de famílias
ricas, que iam aprimorar seus conhecimentos em famosas universidades
estrangeiras como, por exemplo, a de Viena e a de Roma. O meio de
transporte da época - a diligência - era bastante precário, dificultando o
percurso de grandes distâncias. (BADARÓ, 2003:35).
Somente ao final do século XVIII, com o aprimoramento dos meios de
locomoção, o Turismo tomou novos impulsos. O aparecimento do trem, na
metade do século XIX, teve relevante importância para o desenvolvimento
turístico, pois extensas redes ferroviárias foram desenvolvidas tanto na Europa
como na América. Posteriormente, já no séc. XX, o aparecimento de meios de
transportes mais velozes, como o carro e o avião, deu novo impulso a atividade
turística pois era considerado como fator de prestígio e elegância conhecer
outras cidades e povoações. (MAMEDE, 2004:59)
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No século XIX dá-se início a comercialização do turismo pelo inglês
Thomas Cook, quando em 1841 este organizou uma viagem de trem com o
objetivo de levar um grupo para participar de um encontro anti-alcólico, entre as
cidades inglesas Leicester e Loughborough. É nesse momento que acontece a
primeira excursão em todo o mundo, desse modo Cook intensifica
progressivamente suas relações comerciais com a implantação da pioneira
agência de viagens, a “Thomas Cook e Son” e outras empresas do ramo,
tomando o turismo um novo rumo em conseqüência dessa revolução. A parti
daí surgem as idéias de criar oportunidades e eventos que chamassem
atenção das pessoas despertando o desejo de participarem de promoções,
sendo os eventos um importante expositor, já que foram organizadas feiras e
exposições de âmbito universal.
Reconhecido como uma das atividades mais dinâmicas e prósperas do
mundo, o turismo na segunda metade do século XX mostra-se como um dos
principais setores socioeconômicos mundiais.
Ainda no séc. XX, o Turismo foi marcado por períodos de altos e baixos.
Entre o início do século e a eclosão da 1º Guerra Mundial o movimento turístico
permaneceu incipiente. Após a Guerra, o Turismo Internacional ganhou novo
impulso, atingindo o ápice em 1920, que marcou o início do Turismo de
massas.
A depressão econômica que abalou o mundo em fins da década de 1920
trouxe reflexos também ao desenvolvimento das atividades turísticas,
reduzindo-as sensivelmente. Após essa fase, um novo período de ascensão foi
observado até a deflagração da 2º Guerra Mundial quando o movimento
turístico ficou praticamente paralisado.
O período imediatamente posterior ao término da Guerra foi bastante
fraco em matéria de movimento turístico. A partir de 1949 esta situação foi
alterada, com o deslocamento, a princípio, de pessoas de classe mais
favorecidas, motivadas pelo desejo de conhecer as ruínas da guerra.
Daí para adiante, o aumento do movimento turístico foi acentuando
progressivamente, até atingir a explosão atual, quando o Turismo é praticado
por milhões de pessoas em todo o mundo, graças à grande facilidade de
comunicação, à utilização de novos meios de transporte, à elevação do nível
de renda, às conquistas sociais (férias, aposentadorias, etc.) e o aumento de
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número de horas livres.
O Turismo tornou-se, portanto, uma atividade organizada, com
implicações sócio-econômicas de grande alcance, passando a solicitar uma
infra-estrutura ampla e diversificada e gerando, dessa forma, novos campos de
trabalho e novas oportunidades de emprego.
d) Histórico da Atividade turística no Brasil
Analisando sua trajetória, pode-se afirmar que houve fatos marcantes na
história do turismo brasileiro. do ponto de vista institucional, a proto-história
jurídico institucional do turismo, data de 4 de maio de 1938, através do decreto-
lei 406, que no seu artigo 5º discutia as regras sobre a venda de passagens
aéreas, marítimas e terrestres. este decreto veio a ser regulamentado em 20 de
agosto do mesmo ano, dispondo sobre o funcionamento das agências de
vendas de passagens e das agências de turismo, além de vistos consulares.
No entanto foi só em 1966, que o país e a atividade foram contemplados
com uma política, através da lei 55 de 18/11/66, marco importante para o
turismo qualitativo brasileiro. Definia a política nacional de turismo bem como
criava o conselho nacional de turismo e a empresa brasileira de turismo, dentro
de uma grande reforma administrativa por que passava o país. a política
empregada neste período foi a de mega projetos dentro da metodologia
longitudinal urbano-turística, cujo objetivo maior era promover igualdade de
desenvolvimento, gerando equilíbrio entre os estados da federação, tendo sido
escolhido a região nordeste do país para se desencadear as diretrizes
estabelecidas. Problemas de sustentabilidade e princípios éticos são
detectados.
Embora o plano de 66 e o decreto 406 tenham trazido contribuições para
o desenvolvimento da atividade turística, são considerados como integrantes
da pré-história jurídico-institucional do turismo no país. a vigência do plano de
66 dura até 28 de março de 1991, com a revogação daquele decreto-lei, pela
lei 8.181 de 28 de março de 1991, que objetivava reestruturar a EMBRATUR,
dando início ao terceiro período da história institucional do turismo no Brasil.
concedia à EMBRATUR a finalidade de formular, coordenar e executar a
política nacional de turismo, propondo ao governo federal normas e medidas à
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execução da política nacional de turismo e executar as decisões.
A reestruturação por que passou a EMBRATUR través da Lei 8.181 de
28 de março e regulamentada pelo Decreto 448 de 14 de fevereiro de 1992
transformou a instituição de empresa pública para autarquia, mudando sua
nomenclatura de Empresa para Instituto Brasileiro de Turismo, durante o
primeiro mandato do Governo de Fernando Henrique Cardoso, que conforme o
artigo 2º tem a finalidade de formular, coordenar e executar o Política Nacional
do Turismo assim para EMBRATUR atividade Turística foi entendida como
sendo:
“Uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações – compra e venda de serviços turísticos – efetuadas entre os agentes econômicos do turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita (EMBRATUR, 1992)."
Como produto composto e pela própria estrutura, cuja funcionalidade
depende de uma série de fatores, Andrade (1997, p.38) diz que “parece ser
ideal, a seguinte conceituação: “turismo é o complexo de atividades e serviços
relacionados aos deslocamentos, transportes, alojamentos, alimentação,
circulação de produtos típicos, atividades relacionadas aos movimentos
culturais, visitas, lazer e entretenimento”.
A estrutura do sistema, portanto é constituída de elementos que
interagem concomitantemente em suas relações, expressando-se através de
seus componentes. Neil Leiper (1990) em seu sistema turístico modelado a
partir do comportamento da oferta e da demanda estabelece uma base de três
elementos orientadores. O primeiro deles é a presença do elemento geográfico,
caracterizado por uma região geradora de turistas, ou seja, de um núcleo
emissivo; uma região de destinação turística, convencionada de núcleo
receptivo e as rotas de trânsito que exigem por ilação o desencadeamento
tanto para frente, quanto para trás de toda a cadeia produtiva de uma indústria
caracterizada essencialmente pela existência de unidades de transporte, vias
de ligação, força motriz e dos terminais tão importantes, quanto à necessidade
da existência de recursos e atrativos turísticos.
O segundo elemento é a indústria turística observada desde a região
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geradora de turistas até o núcleo receptivo, através dos setores primários,
secundários e terciários ligados ao turismo, e, por último, do turista, epicentro
do sistema. Estes três princípios vêm contornados pelo ambiente social,
econômico, cultural, tecnológico, político e religioso, nas suas dinâmicas e
sensibilidades, que expandidas ou retraídas tanto no núcleo emissivo quanto
no receptivo, desencadeiam impactos na cadeia produtiva.
Esta associação permite, portanto, para Zacchi (1998, pg. 5) definir o
turismo como sendo:
“A organização geo-sócio-espacial de uma cidade, estado e ou país, observando sistematicamente os aspectos macro e micro-ambientais em todos os campos de seu complexo sistema, através de constante análise de suas variáveis, quer sejam elas exógenas ou endógenas”.
Já para Ignarra em seu livro Fundamentos e Dimensões do Turismo
(1999, p. 25), turismo pode ser definido como sendo o “deslocamento de
pessoas de seu local de residência habitual por períodos determinados e não
motivados por razões de exercício profissional constante”.
Entretanto as mais diversas definições de turismo apresentam um
consenso em alguns elementos que constituem as definições tais como viagem
e deslocamento, permanência fora do domicílio, temporalidade, sujeito do
turismo, objeto do turismo (BENI, 1998, p. 39)
1.2 Turismos como indústria: novas tendências mundiais
A indústria de turismo, que movimenta por ano bilhões de dólares e é
formada por uma poderosa cadeia de empresas, surgiu de forma prosaica
como vimos ao decorrer deste trabalho.
Destarte evolução dos sistemas de transportes, com destaque para o
surgimento dos aviões a jato na década de 50, completou o conjunto de
condições que favoreceram a explosão do turismo de massa. Poucos setores
da economia se desenvolveram num prazo tão curto. Em pouco mais de cinco
décadas de história, os destinos multiplicaram-se e essa indústria tornou-se
uma das mais ricas, dinâmicas e promissoras áreas da economia global. Não
por acaso, ela é hoje prioridade tanto nas nações desenvolvidas quanto nos
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países mais pobres -- que enxergam no turismo uma força incomparável na
geração de empregos e de divisas. "Nesses lugares, o setor cresce dez vezes
mais rapidamente que nos mercados industrializados", afirma o francês
Francesco Frangialli, secretário-geral da Organização Mundial de Turismo
(OMT), agência da Organização das Nações Unidas (ONU) voltada para o
setor.
Mesmo para uma indústria acostumada a dar saltos rápidos ao longo da
história, o momento atual é impressionante. Nunca houve tantas viagens
internacionais como em 2006. O ato de atravessar a fronteira de um país com
intenção turística -- o que pressupõe permanência acima de 24 horas e abaixo
de um ano, segundo critérios adotados pela Organização das Nações Unidas --
foi repetido 842 milhões de vezes ao redor do mundo no ano passado,
acréscimo de 4,5% em relação a 2005. É como se um de cada oito habitantes
do mundo tivesse viajado para outro país. Esses turistas deixaram 710 bilhões
de dólares nos países que visitaram, média de 845 dólares por pessoa.
Sozinho, o turismo responde por 6% das vendas de bens e serviços no mundo,
fatia que tende a crescer rapidamente. De acordo com um estudo da OMT, o
número de turistas internacionais deve aumentar a um ritmo de 4,1% nos
próximos anos, superando a marca de 1,5 bilhões de visitantes em 2020. Até
lá, ainda segundo as projeções da OMT, esses turistas deverão gastar mais de
2 trilhões de dólares por ano em suas viagens, o que transformaria o turismo
na maior indústria do planeta.
Além de ter alcançado tamanho enorme, o setor de turismo possui
algumas vantagens que o tornam um negócio único. Uma de suas
características mais marcantes é que, embora a ação do governo seja
importante na regulação e na infra-estrutura, são as empresas privadas que
dominam. Elas detêm hoje o título de campeãs em capacidade de criação de
empregos num período curto. Estudos mostram que o turismo é capaz de gerar
novas colocações uma vez e meia mais rápido que qualquer outro setor
industrial. A área também se destaca em tempos em que a preocupação com a
preservação do planeta é cada vez maior. Diferentemente de outros setores, a
expansão do turismo não consome mais recursos naturais, e tem pouco
impacto no aumento da poluição. Por fim, a indústria do turismo é
extremamente dinâmica. Por mais que se encantem com um destino, os
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viajantes estão sempre dispostos a conhecer coisas novas -- ou seja, não há
fidelização nessa área. Por causa disso, graças a uma política correta de
investimentos, roteiros completamente desconhecidos podem virar pesos
pesados da área, como foi o caso de Dubai, nos Emirados Árabes. Nos últimos
anos, a cidade-estado investiu bilhões de dólares na construção de obras
nababescas para atrair turistas. Hoje, Dubai recebe mais de 6 milhões de
visitantes por ano Assim como se beneficiou de um período de bonança para
se desenvolver rapidamente a partir da metade do século passado, a indústria
do turismo também é uma das que mais sentem na pele as grandes oscilações
da economia mundial. Um dos momentos mais críticos da história foi a crise
desencadeada em 2001, após os atentados de 11 de setembro, nos Estados
Unidos. O pânico gerado pelas ações terroristas afastou durante bom tempo as
pessoas dos aviões e aeroportos. No auge desse período negro, os parques da
Disney em Orlando, por exemplo, chegaram a registrar queda de movimento de
30%. Naquela época, as previsões sobre o futuro do setor eram bastante
pessimistas. Falava-se que a crise poderia durar alguns anos. O cenário
desastroso não se concretizou. Depois de uma queda no número de
passageiros entre 2001 e 2003, o setor voltou a entrar em rota de ascensão.
Desde então, vem batendo recordes de movimento e de faturamento a cada
ano.
Mais de 70 países obtiveram receitas acima de 1 bilhão de dólares em
2006 com a atividade. É uma mudança e tanto de perfil, considerando-se que,
após a primeira metade do século passado, 75% dos negócios do setor se
concentravam em apenas cinco países -- Canadá, Estados Unidos, França,
Itália e Suíça. Esse grupo ainda ocupa um espaço privilegiado na área. De
acordo com a OMT, o país que atrai mais visitantes no mundo é a França, com
76 milhões de turistas por ano. Do ponto de vista de faturamento, os Estados
Unidos superam qualquer outro lugar, com arrecadação anual superior a 80
bilhões de dólares. Mas o setor está cada vez mais democratizado. Destinos
que estavam em posições muito inferiores nos rankings da área passaram a
despontar nos últimos anos. É o caso de China, Turquia, Ucrânia, Índia e
Brasil, potências emergentes do mercado turístico mundial, com taxas anuais
de crescimento acima de 10% no número de visitantes.
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A importância econômica da atividade turística cresce na mesma
proporção do número de viajantes internacionais, em especial nos países em
desenvolvimento. Neles, o setor chega a representar 30% do PIB, ante a média
de 3% a 5% registrada nos países desenvolvidos. A importância social do
turismo já pode ser percebida pela evolução das estatísticas. O continente que
tem apresentado maior crescimento no número de visitantes é justamente o
mais pobre deles, a África -- 9% ao ano, bem acima da média mundial. Já o
que vem crescendo mais lentamente é o mais rico, a Europa -- 4% ao ano.
Embora o Velho Continente continue disparado na frente como principal
destino dos turistas internacionais, sua participação no bolo mundial vem
caindo gradualmente, de 60% em 1990 para os atuais 55%.
A enorme competição entre os países faz com que cada um procure
atrair visitante a seu modo. Essa guerra de marketing é cada vez mais
sofisticada. O cinema tem sido utilizado com freqüência como veículo para a
promoção de destinos. Uma das ações mais bem-sucedidas foi a desfechada
pela Nova Zelândia, por ocasião do lançamento da trilogia O Senhor dos Anéis,
em 2001. Além de emprestar 35 locações para as filmagens das aventuras de
hobbits, feiticeiros e elfos, entre outros seres fantásticos, o país investiu 2
milhões de dólares em campanhas publicitárias de divulgação de suas belezas
nacionais, pegando carona no enorme sucesso da trilogia. Resultado: entre
2001 e 2006, o número de turistas estrangeiros na Nova Zelândia aumentou
50%, de 1,6 milhão para 2,4 milhões ao ano. (EMBRATUR,2008)
Outra frente de batalha na competição da indústria do turismo é pela
criação de novas atrações. Entre as décadas de 80 e 90, um dos produtos que
mais geraram dividendos foi o ecoturismo. Destinos do tipo continuam a fazer
muito sucesso ao redor do mundo, mas não são mais vistos como a vanguarda
para o desenvolvimento do setor. Esse lugar cabe hoje ao turismo espacial,
negócio que começou a ser explorado a partir do início do século 21. No
momento, há várias empresas privadas concorrendo no desenvolvimento de
produtos como vôos suborbitais ou visitas à Estação Espacial Internacional
(ISS). Por trás do financiamento dos projetos estão nomes de grandes
empresários, como Paul Allen, um dos fundadores da Microsoft, e Richard
Branson, dono da Virgin. Por enquanto, o programa é para apenas alguns
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felizardos, como o milionário americano Dennis Tito, que pagou 20 milhões de
dólares para visitar a ISS em 2001. Na visão otimista de alguns dos entusiastas
do negócio, isso deve mudar em breve. Na opinião desses especialistas,
quando tiverem preços mais acessíveis, as viagens espaciais vão representar a
nova fronteira de expansão. (EMBRATUR, 2008)
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CAPITULO 2 – O TURISMO EM SI
O conceito de turismo é, no léxico da geografia do turismo, sem dúvida,
o mais polêmico de todos. Desde o aparecimento das primeiras viagens
organizadas, nos idos do século XIX – o chamado Grand Tour – até os dias de
hoje, muita coisa mudou. E continua mudando. E é justamente a dinamicidade
das sociedades que faz essa transformação no significado do que se habituou
chamar de turismo.
O turismo, que antes de tudo, é uma prática social, vem mudando de
sentido ao longo da história e cada nova definição consiste em nova tentativa
de se conceituar algo que tem, reconhecidamente, uma dinâmica
inquestionável.
Os conceitos do fenômeno do turismo são tão dinâmicos quanto as
viagens têm sido ao longo da História. As principais definições sobre o
fenômeno só passam a ter significado expressivo no momento em que se
comprova sua importância em termos econômicos (DANTAS et al.; 2001).
Uma das primeiras análises do turismo, a qual promoveu a elaboração
da primeira definição de qual se tem conhecimento, refere-se exatamente ao
aspecto econômico do movimento. Esta definição, datada de 1911, foi
elaborada pelo economista austríaco Hermann von Schullern zu
Schattenhofen, para quem turismo é “o conceito que compreende todos os
processos, especialmente os econômicos, que se manifestam na chegada, na
permanência e na saída do turista de um determinado município, país ou
região” (BARRETO, 1997:9).
Para Acerenza (1984) essa foi apenas uma das definições criadas para a
constatação da existência do fenômeno turístico. Segundo o autor, é
necessária uma definição geral que permita identificar as características
essenciais do turismo e distingui-lo de outras atividades. Pode-se definir
conceitualmente o turismo como uma atividade que necessita de
deslocamento, de recursos financeiros, de tempo disponível e de motivação.
O autor também afirma que se pode definir o turismo a partir do aspecto
técnico da atividade, o qual pode, por sua vez, se relacionar com diferentes
propósitos. Em sua obra apresentam-se definições técnicas para o turismo com
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fins estatísticos, comerciais, econômicos e jurídicos. Logo, a utilização de uma
definição técnica para o estudo do turismo é importante para que não haja
incoerências na interpretação do fenômeno (ACERENZA, 1984).
A definição para fins estatísticos surgiu a partir da necessidade de se
estabelecer uma unidade de medida que permitisse fazer comparações acerca
do ganho com o turismo em nível internacional. Em 1937, o Comitê de
Expertos en Estatísticas de la Sociedad de Naciones apresenta a primeira
definição, segundo a qual o “turista deve ser interpretado, em princípio, como
significativo de toda persona que viaje durante vienticuatro horas o más por
cualquier otro país que el de su residencia habitual” (ACERENZA, 1984:26).
Essa definição visou a facilitar as comparações entre as estatísticas
internacionais. Seu principal objeto não foi, portanto, o turismo, mas sim quem
o pratica, ou seja, o turista.
Ainda hoje as definições com fins estatísticos são as mais utilizadas. No
entanto, cumpre criar-se um marco conceitual que sirva de referência para que
se possa elaborar boas estatísticas turísticas em nível mundial. Contudo, existe
uma pluralidade de sistemas estatísticos, o que torna difícil expressar a
importância da atividade turística em toda sua amplitude.
Ao se compararem destinos turísticos em vários países, é comum
encontrarem-se diversificadas fontes de dados estatísticos, cada uma
utilizando seu conceito de turismo, isto é, para alguns o turista são os que
pernoitam, outros consideram as entradas de pessoas em uma determinada
localidade ou país.
A partir dessas discussões, realizou-se, no ano de 1991, a Conferência
sobre Viagens e Estatísticas de Turismo (Conferência de Otawa), organizada
pelas Nações Unidas (ONU), pela Organização Mundial do Turismo (OMT) e
pelo governo do Canadá, cujo principal objetivo foi o debate acerca dos
sistemas de estatística, visando à adoção de uma série de recomendações
internacionais sobre a análise e a apresentação de estatísticas de turismo
(OMT, 2001).
Como resultado desse encontro, criou-se uma Comissão de Estatísticas
das Nações Unidas a qual, em 1993, aprovou algumas orientações e
recomendações sobre o tema. Posteriormente, em 1994, a OMT definiu o
turismo como “atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e
23
estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período
consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios e outros”
(OMT, 2001:38).
Também o fez a Organização das Nações Unidas – ONU, que classificou
as viagens de negócios como sendo turísticas, não por causa de sua natureza,
mas por reconhecer a existência de uma significativa demanda de empresários,
executivos e outros profissionais que utilizam os serviços, equipamentos e
infra-estrutura disponibilizados pela atividade turística.
Em 1995, a OMT publicou oficialmente as definições adotadas pela
ONU, objetivando dessa forma unificar critérios e estabelecer um sistema
coerente de estatística que possibilitasse (OMT,2001:36):
a) Promover a elaboração de estatísticas turísticas mais
representativas, promovendo uma maior compatibilidade entre os dados
nacionais e os internacionais;
b) Proporcionar dados turísticos mais confiáveis e diretos aos
profissionais do setor, governos, etc, para melhorar seu conhecimento sobre os
produtos ou serviços turísticos e condições de mercado e para que possam,
conseqüentemente, atuar;
c) Oferecer uma conexão entre oferta e demanda turística;
d) Permitir uma valorização mais justa da contribuição do turismo aos
fluxos comerciais e internacionais.
As definições adotadas pela OMT apresentam de uma forma flexível, as
principais características da atividade, dentre as quais a premissa segundo a
qual o deslocamento é algo imprescindível para que o turismo ocorra; que seja
um local fora de seu entorno habitual; que contenha elementos motivadores; e
que possua um período determinado inferior a um ano (OMT, 2001).
Embora as definições adotadas pela OMT abordem de modo amplo as
características da atividade, outras classificações também são utilizadas como,
por exemplo, a distinção entre turista e excursionista, elaborada na Espanha
pela Secretaria de Estado de Comércio, Turismo e de Pequenas e Médias
Empresas, para qual turista é o “passageiro que permanece uma noite, pelo
menos, em um meio de alojamento coletivo ou privado do país visitado” e
excursionista é o viajante que não pernoita num alojamento coletivo ou privado
do país visitado (OMT, 2001:40).
24
As definições apresentadas devem orientar a elaboração de um
diagnóstico e o planejamento da atividade turística assim como compor a
análise do turismo sob o prisma de um sistema.
2.1. Evolução Conceitual do Turismo
2.1.1. O Turismo na História
Este fenômeno relaciona-se com viagens, com visitas a locais diversos
dos de residência das pessoas. Assim o turismo teve início quando o homem
deixou de ser sedentário e passou a viajar, motivado principalmente pela
necessidade de comercio com outros povos. Então se pode admitir que o
turismo de negócios antecedeu o turismo de lazer.
Dentre outras a motivação econômica acontecia em grandes viagens
exploratórias dos povos antigos, que buscavam novas terras para sua
ocupação e posterior exploração. Dessa forma, o turismo de aventura data de
milênios, antes de cristo.
Na Idade Média a motivação religiosa foi responsável por viagens,
através das cruzadas, portanto, o turismo religioso data de muitos séculos
atrás, bem como o turismo de saúde que originou no império romano onde era
comum viagens para visitas às termas.
Segundo Mc Intosh (2001, p. 15) “o turismo deve ter surgido com os
babilônios por volta de 4000 a C”.:
Então a três mil anos antes de cristo, o Egito já era uma Meca para os
viajantes que viajavam para contemplar as pirâmides e outros monumentos.
Na Grécia antiga existem registros de viagens organizadas para
participação em jogos olímpicos. Surgia o Turismo Esportivo.
No império romano destacam-se as primeiras viagens de lazer. Os
romanos viajavam longas distâncias para visitar grandes templos, com isso
desenvolveram grande capacidade para viagens à longa distância, chegando a
viajar cerca de 150 km por dia através da troca periódica dos cavalos que
puxavam suas carroças.
Nessa época eram usuais viagens dos romanos para as cidades
litorâneas para banho medicinais, a talassoterapia, cerca de 500 ª C. Foram os
25
primeiros SPAS registrados na história da humanidade.
Quase nessa mesma época, no governo de Alexandre, o Grande, na
Ásia Menor, registrava-se grandes eventos que atraíam visitantes de todas as
partes do mundo. Na região de Éfeso, onde hoje situa-se a Turquia registrou-se
mais de 700,000 visitantes que apreciavam apresentações de mágicos, de
animais amestrados, de acrobatas dentre outros artistas. Eram então, os
primeiros registros do turismo de eventos. Havia nestes eventos um grande
número de prostitutas, o que leva a crer que o turismo sexual já existia naquela
época.
Relata-se também na China antiga grande número de viagens, como a
de Chang Chien no ano 138 a.C.; chagando a visitar a Pérsia (atual Irã) e a
Síria.
Com o fim do império romano as viagens sofreram um grande
decréscimo, em função do perigo que elas representavam em termos de
assaltos de grupos de bandidos, o que demonstra que a preocupação com a
segurança dos turistas não é exclusiva dos tempos atuais. Com exceção das
Cruzadas que significavam grandes expedições organizadas para visitação dos
centros religiosos da Europa e para libertar Jerusalém do domínio dos árabes.
Após o ano 1000 começaram aparecer as grandes estradas por onde
circulavam os comerciantes, peregrinos e estudantes.
Na Idade Média nasciam as chamadas viagens de intercâmbio cultural,
quando as famílias nobres enviavam seus filhos para estudarem nos grandes
centros culturais da Europa.
Com o advento das ferrovias no século XIX o turismo ganhou grande
impulso, pois propiciou deslocamentos à distância maiores em períodos de
tempos menores. Na Inglaterra, desde 1830 já existiam linhas férreas que
transportavam passageiros.
Neste período desenvolveu bastante as viagens marítimas que na
metade do século XVIII a navegação passou a ser a mais segura, mais rápida
e com maior capacidade de carga e de passageiros. Mas o que deu maior
impulso definitivo foi à aviação que em menos de um século evoluiu muito
rapidamente, tornando as viagens bem mais rápidas e baratas o que
possibilitava um brande intercâmbio turístico (IGNARRA, 2001).
O turismo se caracteriza como a atividade econômica que mais gera
26
renda no mundo.
Segundo Petrochi (1999, p. 12) “o mercado internacional do turismo
evoluiu de 25 milhões de visitantes, em 1950, para 500 milhões em 1990.
França, Estados Unidos e Espanha – líderes no turismo mundial – em 1992
recebiam 40 por cento desse mercado”.
No Brasil, o turismo vem se desenvolvendo de forma ainda tímida, se
comparado aos outros grandes centros turísticos do mundo.
Entretanto, a partir do Plano Real, houve uma expansão significativa do
turismo no país.
Nesse sentido, o turismo no Brasil, na atualidade, tem apresentado uma
evolução considerável, a partir de estratégias como: campanhas publicitárias,
expansão dos cursos universitários de turismo, busca de conscientização da
população a cerca da importância de atividades turísticas na formação do ser
humano, bem como, valorização das belezas naturais e patrimônios históricos
do país.
As tentativas para uma modernização do processo turístico no Brasil,
são ainda lentas, considerando que o seu desenvolvimento passa primeiro pelo
sucesso nos aspectos sociais, econômicos e financeiros do país, associado a
necessidade de uma política educacional que desperte o brasileiro para a
busca de um comportamento mais ético e responsável para com o turista e
com o meio ambiente que o cerca.
“É ponto pacífico reconhecer no turismo uma alternativa poderosa de
desenvolvimento sustentado. Para sua evolução, torna-se necessário o
envolvimento do Poder Público, dos empresários, produtores rurais, estudantes
e toda a população”. (PETOCCHI, p. 16).
Portanto, fica clara a necessidade em estar atento às novas tendências e
perspectivas do turismo, que a cada momento surge novas práticas e novas
procuras.
2.1.2. Tendências e Perspectivas do Turismo
“Chamamos mercado turístico a interação da demanda e da oferta de
produtos relacionados com a execução e operacionalização das atividades que
envolvem bens e serviços de viagens e afins”. (Turismo: Teoria e Prática, p.
27
29).
Nesse universo, o mercado turístico comporta a competição e a
necessidade de uma estrutura das empresas direcionadas a esse mercado, no
sentido de que as mesmas apresentem tipos diversos de oferta turística,
visando a estimulação da concorrência em função do bem ou serviço
produzido.
Sabe-se que o processo acelerado de desenvolvimento tecnológico, o
crescimento dos meios de transporte e o avanço considerável das
comunicações, que reduzem distâncias contribuíram significativamente, para o
deslocamento de pessoas no mundo.
Dentro desse contexto, o setor do turismo se revela como o que mais
cresceu economicamente no planeta.
Daí, a necessidade de um desenvolvimento mais acentuado do setor,
que, para isso, demanda estratégias para acelerar esse processo.
As perspectivas do turismo apontam para a direção de um planejamento
sistemático que englobe educação para o meio ambiente físico, bem como,
uma mobilização mundial capaz de apresentar sugestões para uma melhoria
nos efeitos que os países desenvolvidos industrialmente têm causado na
natureza.
Essa preocupação se revela como uma tendência que possibilita uma
discussão sobre o futuro do turismo no Brasil e no mundo.
E essa discussão passa pelos setores educacionais, sociais econômicos
e políticos de todos os países. A final, o futuro do turismo depende da
mobilização da sociedade atual, no caminho para uma convivência mais
pacífica e lucrativa entre os povos.
Tais perspectivas se revelam na aprofundação do tema em todo mundo
e também, no Brasil, através dos cursos oferecidos nas universidades, no
aumento do número de agências e empresas ligadas ao setor.
“Portanto, as respostas às questões formuladas envolvem os setores
públicos e privado do país no sentido de se organizarem, planejarem e
executarem políticas, sob a orientação do governo” (LAGE, 1999 – p. 371).
Então com o avanço das tecnologias, a necessidade que os turistas tem
a cada dia de novas mudanças, de descobrir o novo é que foram surgindo cada
vez mas a busca por novos tipos de prática de turismo.
28
2.1.3. Tipologias do Turismo
Em decorrência da enorme demanda por diferentes tipos de
experiências em viagens, o turismo floresceu com uma enorme variedade de
termos que descrevem diferentes tipos de experiências de lazer em diferentes
locais, como nenhuma pesquisa disponível descreva esses diversos “tipos”
sistematicamente. Nesta pesquisa, a tipologia será tratada dando mais atenção
a variações particulares no que se refere às classificações.
Historicamente, a pesquisa sobre turismo tende a se concentrar não nos
tipos de turismo, mas nos tipos de turistas e seus diversos traços,
características, motivações, necessidades individuais, o que reflete as
características muitas vezes díspares e bastante amplas que a tipologia pode
abranger. O turista e o turismo podem ser classificados em turismo
individualizado ou em turismo de massa. Essa divisão está relacionada com o
volume de turistas em cada um. Porém, os termos têm sido utilizados também
para classificar o padrão de gastos dos turistas. O turismo individualizado seria
praticado por aqueles que consomem mais e de forma mais seletiva e o
turismo de massa seria mais econômico e mais coletivo.
O turismo individualizado se caracteriza pela maior indiferença em
relação aos níveis de gastos, busca destinações mais distantes e exóticas,
procura os meios de transportes mais cômodos, se hospeda em hotéis
luxuosos e procura os restaurantes mais famosos. O turismo de massa, ao
contrário, se caracteriza por utilização de agências de viagens para aquisição
de pacotes, procura destinações mais próximas, viagem com duração mais
curta, transporte mais baratos, hotéis econômicos, prefere destinações mais
conhecidas, escolhe os períodos de férias escolares.
A seção seguinte traz a tipologia necessária para referenciar a base
teórica desta pesquisa através da figura 02 de Mieczkowski. O TMC – Turismo
de Massa Convencional e o TA – Turismo Alternativo. Contudo, o “turismo
alternativo” raramente ocorre de forma específica como uma das classes da
literatura tipológica.
Destacam-se neste termo as várias práticas do turismo, bem como
define as classes sócias econômicas.
29
“Essas diversas classes sócias econômicas comumente justapõe-se à
semelhança da pirâmide social, propiciando assim a possibilidade de dividir
essa demanda em estratos, que passaremos a descrever, adotando a
terminologia já consagrada que a denomina simplesmente ”Turismo”.
Então nesta pesquisa destacam-se algumas práticas de turismo onde
pode ser encontrada na região.
• Turismo Ecológico: refere-se ao deslocamento de pessoas para
áreas naturais, com ou sem equipamentos receptivos, motivadas
pelo desejo ou necessidade da natureza, observação da fauna e
da flora, da paisagem e dos aspectos cênicos do entorno e
também aquelas que buscam uma observação participante e
interativa com o meio natural;
• Turismo Rural: denominação dada ao deslocamento de pessoas a
espaços rurais, em roteiros programados ou espontâneos, com ou
sem pernoite para fruição dos cenários e instalações rurícolas;
• Agroturismo: deslocamento de pessoas a espaços rurais, com
roteiros programados ou espontâneos, com ou sem pernoite, para
fruição de cenários e observação, vivência e participação nas
atividades agropastoris;
• Turismo de Aventura: deslocamento de pessoas para espaços
naturais, com ou sem roteiros programados ou insipiência de
equipamentos receptivos, motivadas pela atração exercida pelo
desconhecido e desejo de enfrentar situações de desafio físico e
emocional;
• Turismo Cultural: refere-se à afluência de turistas a núcleos
receptores q oferecem como produto essencial o legado histórico
do homem em distintas épocas, representado a partir do
patrimônio e do acervo cultural, encontrado nas ruínas, nos
monumentos nos museus e nas obras de arte;
• Turismo Habitacional: trata-se de imóveis particulares
disponibilizados durante todo o ano para locações por intermédio
de um pool imobiliário. Ou seja, o proprietário escolhe um
determinado período do ano para sua ocupação, fora esse tempo,
30
o imóvel ficara ofertado no pool;
• Turismo Sócio Familiar: refere-se ao deslocamento de turistas que
têm, na visita a parentes e amigos, a sua principal motivação de
viagem, utilizando-se de meios de transporte eminentemente
rodoviários e hospedando-se na residência de seus familiares e
de pessoas de seu relacionamento.
• Turismo Alternativo: atividades realizadas com impacto no meio
ambiente;
• Turismo Sexual: crimes relacionados ao favorecimento de
prostituição e o tráfico de mulheres que despertam o interesse de
alguns turistas.
Portanto, com a união de várias culturas o turismo muitas vezes acaba
sofrendo alguns impactos, pois com o acumulo de vários turistas em uma
determinada região acaba por gerar agressão ao meio ambiente, e os fatores
econômicos nem sempre são satisfatórios como se espera, talvez porque o
local não conta com a responsabilidade social que o poder público do local teria
que oferecer.
2.3.1 Sistema Turístico
Entende-se como sistema “um conjunto de partes que interagem de
modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou princípio; ou
conjunto de procedimentos, doutrinas, idéias ou princípios, logicamente
ordenados e coesos com intenção de descrever, explicar ou dirigir o
funcionamento de um todo.” (BENI, 1998, p.25).
MILLER apud BENI (1998, p.25) apresenta outra definição, “destacando
que ‘sistema é um conjunto de unidades com relações entre si’. A palavra
conjunto, para ele, ‘implica que as unidades possuem propriedades comuns’,
ou seja, ‘o estado de cada unidade é controlado, condicionado ou dependente
do estado das outras unidades’. Assim, o conjunto encontra-se organizado em
virtude das inter-relações entre as unidades, e seu grau de organização
permite que assuma a função de um todo que é maior que a soma de suas
partes.”.
BENI (1998, p.26) identifica algumas características básicas ao sistema,
31
que são elas:
a) meio ambiente - são todos os aspectos que não compõem
diretamente o sistema, porém exercem influências sobre a operação do
mesmo;
b) unidades ou elementos - são as partes que compõem o sistema;
c) relações - são as inter-relações entre os elementos através de
ligações que denunciam os fluxos;
d) atributos - qualidades atribuídas aos elementos ou ao sistema, a fim
de caracterizá-lo;
e) entrada (input) - tudo aquilo que o sistema recebe;
f) saída - (output) - produto final dos processos de transformação a que
se submete o conteúdo da entrada;
g) realimentação (feedback) - processo de controle para manter o
sistema em equilíbrio;
h) modelo - é a representação do sistema através da abstração para
facilitar o projeto e/ou análise do sistema. Tem por objetivo básico facilitar o
estudo do sistema, possibilitando uma maior abrangência e ao mesmo tempo
permitindo a análise de causa e efeito entre seus elementos.
O turismo visto sob o prisma da teoria geral dos sistemas deve ser
considerado como um sistema aberto, facilitando desta forma múltiplas trocas,
assim como também, análises multidisciplinares e transdisciplinares.
As relações estabelecidas a partir deste sistema podem ser estudadas e
trabalhadas nas mais diversas disciplinas.
A seguir apresenta-se o funcionamento do sistema turístico por meio de
um modelo referencial com base na análise da oferta e demanda. O modelo
proposto foi elaborado a partir do modelo da oferta e demanda de Roberto
Boullón (1997) e complementado sob alguns aspectos com a proposta do
sistema de turismo SISTUR de Mário Beni (1998).
32
FIGURA 1: Sistema Turístico - modelo Oferta e Demanda
O presente modelo permite a compreensão da atividade turística de
forma sistêmica, certamente quanto maior o objeto de estudo mais complexo
será o modelo. Para o presente estudo considera-se suficiente este modelo
simplificado, uma vez que o principal objetivo está em verificar a possibilidade
do desenvolvimento da atividade turística sob o prisma do “desenvolvimento
sustentável”.
33
CAPITULO 3 - COMPONENTES DO TURISMO
3.1 A oferta e seus componentes
A oferta é um elemento do sistema turístico que se pode investigar por
meio de uma análise econômica. Define-se também como a quantidade de
mercadoria ou de serviço que entra no mercado consumidor por um preço e em
um determinado período de tempo (BOULLÓN, 1997). Segundo Boullón
(1997), para que um serviço turístico se converta em uma oferta turística, é
necessário que o consumidor potencial conheça sua existência. Do contrário,
esse serviço não preenche o requisito de ter entrado no mercado por um
período de tempo determinado.
Portanto, a oferta turística torna-se realidade somente a partir do
momento em que surge o consumidor real, ou seja, o consumidor deve
conhecer o produto turístico oferecido, senão este produto não está sendo
ofertado.
Por sua vez, o produto turístico é formado pelos bens e serviços que
servem à atividade turística. Em um primeiro momento, o produto turístico é
abstrato. Por exemplo, durante o planejamento de uma viagem ou na compra
de um pacote turístico, torna-se difícil ver ou tocar o produto desejado. Desse
modo, cria-se uma imagem produzida a partir das informações divulgadas
principalmente por meio de materiais publicitários (DANTAS, BAASCH, 2002a).
Porém, o consumo desse produto ocorre apenas a partir do momento em que o
turista chega ao seu destino e utiliza os serviços oferecidos. Portanto, ao
mesmo tempo em que recebe o produto ele o consome. O turismo é
materializado quando da utilização dos equipamentos e das instalações
turísticas (DANTAS, BAASCH, 2002a).
Por meio da análise econômica entende-se por oferta a quantidade de
mercadorias ou serviços que entra no mercado consumidor, por um preço em
um determinado período de tempo.
Para que en servicio turístico se convierta enoferta turística, es imprescindible que el consumidor potencial conozca su existencia. De lo contrario, esse producto no cumple com el requisito de haber entrado en el mercado por un periodo determinado. (BOULLÓN, 1997 p. 35)
34
A oferta torna-se realidade a partir do momento que surge o consumidor real,
ou seja, o consumidor deve conhecer o produto turístico oferecido, do contrário
este produto não está sendo ofertado.
Podemos concluir diciendo que la oferta turísticaestá integrada por los servicios que suministran los elementos de la planta turística y por algunos bienes no turísticos, los cuales se comercializan mediante el sistema turístico, porque, en última instancia el que califica la clase de un bien es el sistema productivo y no el tipo de consumidor. (BOULLÓN, 1997 p. 36)
3.2 Demanda Turística
A demanda turística representa o total de turistas que entram em um
destino turístico, podendo ser um local, região, zona, país, centro ou atrativo
turístico. Pode-se verificá-la por meio de uma análise mais profunda,
identificando-se o modo como se distribuem esses gastos nos destinos
turísticos e os tipos de serviço utilizados. Para se realizar um estudo completo
sobre a demanda, devem-se analisar os seguintes tipos de demanda: real,
turista real - consumidor potencial, histórica, futura e potencial (BOULLÓN,
1997).
No Brasil, o estudo mais abordado é o da demanda real, isto é, a
quantidade de turistas que existe em um dado momento em um determinado
lugar. Representa a soma de bens e serviços utilizados pelos consumidores
durante o tempo de sua estada. Entre as principais pesquisas realizadas estão
os registros de passageiros desembarcados nos vôos nacionais e
internacionais; número de visitantes em determinado atrativo como, por
exemplo, em parques nacionais, em museus, eventos, parques temáticos,
entre outros.
Realiza-se também a pesquisa da demanda turística, desenvolvida pela
Organização Mundial do Turismo – OMT, adotada pela EMBRATUR e
repassada aos órgãos de turismo estaduais. Essa pesquisa tem como objetivo
caracterizar e dimensionar o movimento turístico no Brasil. Nela se analisam
variáveis sobre o perfil do turista, características das viagens, meio de
35
transporte e hospedagem utilizados, e informações sobre o motivo da viagem,
principais gastos, principais pólos emissores, número de turistas e receita
gerada.
O estudo sobre a demanda refere-se ao turista real – consumidor
potencial, aos gastos adicionais que podem se realizados pela demanda real
durante sua estada, o consumo de bens e serviços que não estavam
programados antes do deslocamento do turista.
A demanda histórica é o registro estatístico ocorrido durante
determinado período. Ele subsidia a realização do estudo da demanda futura,
isto é, o resultado de cálculos feitos a partir de fórmulas matemáticas para
projetar o perfil da demanda turística durante um período de tempo a partir do
presente.
Por fim, Boullón (1997) apresenta o estudo da demanda potencial,
possibilidade de se obter um segmento do mercado emissor ainda não
conquistado.
No Brasil, este estudo é realizado por algumas empresas privadas,
especializadas na área de planejamento e marketing turístico.
Além dos estudos que abordam o tipo de demanda turística, também é
possível se verificar a segmentação e os fatores espaciais condicionantes da
demanda. Para Ignarra (1999) a segmentação da demanda compõe-se de
critérios que caracterizam o turista de modo que cada critério se compõe de
alguns segmentos os quais, segundo ele, não são estanques e nem
excludentes, pois muitas vezes em uma mesma viagem utiliza-se mais de um
segmento. O Quadro 1 apresenta esses elementos.
36
Beni (2001) aborda outro aspecto da demanda, referente a fatores
espaciais que interferem na decisão do turista, ou seja, elementos que
influenciam a decisão de se efetuar ou não um deslocamento turístico,
apresentados no Quadro 2.
37
Estudar e analisar a demanda significa conhecer o consumidor do
produto turístico dentro de suas potencialidades, podendo esta análise ser
utilizada como instrumento para o planejamento da atividade turística.
Desse modo, no presente estudo o tipo de demanda analisada é o da
demanda real, investigada a partir dos seguintes critérios de segmentação da
demanda: formas de acompanhamento, duração da viagem, motivação da
viagem e local do turismo. Quanto aos fatores espaciais condicionantes da
demanda, todos os elementos apresentados serão apontados no
desenvolvimento do estudo.
Durante o estudo do turismo com base no sistema turístico, a demanda
não deve ser investigada de modo desvinculado dos outros elementos do
sistema, principalmente da oferta turística, que é o produto utilizado pela
demanda.
A demanda pode ser medida ou contabilizada pelo total de turistas que
entram em um destino turístico, podendo ser um local, região, zona, país,
38
centro ou atrativo turístico. Pode ser verificada por meio de uma análise mais
profunda, identificando como se distribuem esses gastos nos destinos
turísticos, e os tipos de serviços utilizados.
BOULLÓN (1997, p.33) aborda que para realizar um estudo completo
sobre a demanda, deve-se analisar os seguintes tipos de demanda: real, turista
real - consumidor potencial, histórica, futura e potencial.
a) demanda real: é a quantidade de turistas que existe em um dado
momento em um determinado lugar, e a soma de bens e serviços utilizados
pelos consumidores neste lugar durante o tempo de sua estadia;
b) turista real - consumidor potencial : se refere aos gastos adicionais
que podem realizar a demanda real durante sua estadia, e o consumo de bens
e serviços que não estavam previamente programados antes do deslocamento
do turista;
c) demanda histórica - que são os registros estatísticos ocorridos no
passado;
d) demanda futura - é o resultado de cálculos feitos a partir de fórmulas
matemáticas para projetar o perfil da demanda turística durante um período de
tempo a partir do presente;
e) demanda potencial - é a possibilidade de obter um segmento de
mercado emissor não conquistado.
Analisar a demanda significa conhecer o consumidor do produto
turístico, este estudo é utilizado como importante instrumento para o
planejamento da atividade turística.
39
CAPITULO 4 - POLÍTICAS DO TURISMO
O turismo é considerado uma das principais atividades econômicas do
século XXI. Esta importância se relaciona à sua capacidade de integração nos
mais diversificados setores da economia, envolvendo um significativo número
de atividades distribuídas por toda a cadeia econômica, o que muitas vezes
possibilita geração de emprego e de renda.
É bem verdade que o turismo movimenta a economia nos locais onde
ocorre, gera empregos, aumenta a circulação de mercadorias, entre outros.
Porém, ele pode gerar efeitos perversos como os empregos freqüentemente
ligados ao setor informal, muitas vezes precário, sazonal e subqualificados.
(PEREIRA, 1999).
O turismo também pode gerar efeitos sociais bastante prejudiciais às
localidades, dentre os quais se destaca a aculturação, a prostituição, a
expulsão da população local, motivada, em geral, pela especulação imobiliária.
Um outro significativo efeito negativo que pode ser produzido pela atividade
turística é a utilização inadequada dos recursos naturais, os quais sofrem,
muitas vezes, transformações irreversíveis.
Para que essa atividade possa realmente contribuir para o crescimento
econômico, a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida da
população, torna-se necessária a conscientização governamental para com a
necessidade de consolidação de políticas públicas de turismo, com normas e
regras claras para a definição tanto do papel do poder público como dos
demais atores relacionados à atividade (PEREIRA, 1999).
Além da regulamentação da atividade o poder público deve fornecer
subsídios para seu planejamento e gestão. Nos países que se encontram ainda
nos estágios iniciais de desenvolvimento do turismo, a intervenção do Estado
deve ser mais expressiva, principalmente porque esses países ainda não
possuem background, capital e mão-de-obra especializada na atividade.
Segundo Pereira (1999), países como Noruega, Dinamarca e Japão têm
ao invés de um órgão governamental responsável pela regulamentação,
planejamento e gestão do turismo, órgãos não governamentais, reconhecidos
pelo governo e respaldados pelas autoridades públicas e empresas privadas,
40
que exercem a função de planejadores e de gestores do turismo.
Em termos de estrutura oficial de turismo, não é possível se identificar
um modelo padrão. Cada país se organiza a partir de sua realidade e de suas
necessidades, isto é, possui um órgão central de turismo e outras organizações
periféricas ligadas a esse órgão. Ressalte-se que o desenvolvimento do
turismo demanda uma necessidade contínua de interfaces com outras políticas
recorrentes e complementares, ligadas direta e indiretamente à atividade
turística (PEREIRA, 1999).
Por fim, as políticas de turismo devem estar coordenadas com as
demais políticas setoriais, pois, principalmente quando essa atividade se
desenvolve em uma dada localidade, ela transforma o território em um espaço
turístico.
4.1. O processo de planejamento
MOLINA, S. et. al (2001, p. 79) define o planejamento da seguinte forma:
O planejamento é o resultado de um processo lógico de pensamento, mediante
o qual o ser humano analisa a realidade abrangente e estabelece os meios que
lhe permitirão transformá-la de acordo com os seus interesses e aspirações.
Disso resulta que a forma adequada de planejar consiste em analisar
objetivamente uma realidade e condicionar as ações ao problema.
O processo de planejar pode ser aplicado nas mais diversas áreas de
conhecimento e vivência do ser humano, começando com o planejamento
familiar, passando pelo econômico, até chegar ao planejamento de uma
organização privada, que visa lucro, ou de órgãos públicos, onde seus
resultados não podem ser medidos por indicadores quantitativos.
No planejamento turístico estão envolvidas as organizações públicas
que, para alcançar seus objetivos, necessitam da colaboração das empresas
privadas, atuando direta ou indiretamente no desenvolvimento da atividade. Em
estudos recentes, RUSCHMANN (1997, p. 84) afirma que: No turismo cabe ao
Estado zelar pelo planejamento e pela legislação necessários ao
desenvolvimento da infra-estrutura básica que proporcionará o bem-estar da
população residente e dos turistas. Além disso, deve zelar pela proteção e
conservação do patrimônio ambiental (natural, psicossocial e cultural) e criar
41
condições que facilitem e regulamentem o funcionamento dos serviços e
equipamentos nas destinações, necessários ao atendimento das necessidades
e dos desejos dos turistas, geralmente, a cargo de empresas privadas.
42
CAPITULO 5 - PERFIL DO PROFISSIONAL TURISMÓLOGO
O bacharel em turismo ou Turismólogo é um profissional formado no
curso de Graduação em Turismo. Cabe ao bacharel em turismo saber planejar,
organizar, dirigir e controlar as funções administrativas relacionadas ao turismo,
desenvolvendo habilidades técnicas e gerenciais que o levem a atuar em
produtos, serviços e processos que satisfaçam as necessidades e os desejos
dos turistas. E mais: deve fazer isso sempre de maneira responsável com o
meio ambiente e com a sociedade.
Infelizmente, a implantação de atividades de turismo em áreas naturais
muitas vezes resulta em degradação ambiental, devido a práticas inadequadas
de planejamento, administração e visitação.
O currículo de bacharel em turismo objetiva justamente formar um
profissional voltado para o diálogo constante entre o conhecimento teórico e as
exigências da prática cotidiana da profissão. A Graduação em Turismo oferece
métodos e técnicas para o melhor atendimento ao turista, priorizado o
compromisso com a sustentabilidade ambiental e a melhoria da qualidade de
vida da população do local onde a atividade está inserida. Isso significa que o
turismólogo está a desenvolver a atividade turística, zelando pela preservação
dos recursos não renováveis.
O bacharel em Turismo deve ser uma pessoa acima de tudo dinâmica. O
mercado é bastante instável. Isso significa que o profissional deve sempre
estar prestando atenção em diferentes tendências e não deve ter medo de
mudanças. Deve encará-las como uma constante da profissão.
O profissional turismólogo, que deve conter as seguintes características:
1. Ter sólida formação crítica. Deve entender politicamente a formação de sua
categoria enquanto organização política e sindical. E saiba lutar por um turismo
auto-sustentável que preserve o ecossistema e os interesses nacionais no
campo econômico, cultural e político.
2. Ser um hábil administrador nos inúmeros campos profissionais, no convívio
com as equipes multidisciplinares, saber pedir o apoio de áreas afins,
buscando entender o fenômeno turístico em sua totalidade histórica e
humanista.
43
3. Entender que o turismo é um fenômeno histórico, e, portanto produto que se
configura no cotidiano da luta de classes, onde os interesses são dados pelos
homens vivos.
4. Buscar preservar a identidade do fenômeno turístico enquanto ciência,
afastando-o da noção tecnicista que parece querer abarcá-lo. O próprio
Ministério da Educação lança como isca no mercado a idéia de facilitar ao
máximo a transformação dos cursos de turismo em curso de tecnólogo. Com
isso o Estado sinaliza sua visão plenamente tecnicista, tentando desqualificar o
ensino superior crítico e humanista.
5. Lutar por um campo próprio do turismo, recuperando o espaço que nos foi
tomado pela ciência da administração, para isso devemos aguçar o
pensamento crítico.
5.2 direitos e deveres de um turismólogo
1- Direitos iguais para obter os conhecimentos necessários ao aprimoramento
do saber turístico. 2- Ter a estabilidade devida garantida pelo poder público.3-
Ter sua profissão reconhecida.4- Ser respeitado pelo estado como profissional
liberal. 5- Ser contratado como turismólogo profissional por toda empresa
ligada ao turismo.6- Possuir "cotas", "vagas", "empregos", seja em qualquer
instituição pública ou privada, com fins de segmentação do turismo. 7- Ocupar
cargos públicos relacionados com o turismo de forma justa e singular para
cargos altos. 8- A um piso salarial mínimo de R$1.000,00 (mil reais). 19- Todo
Turismólogo tem os seus direitos autorais reservados.
5.2.1 Deveres
1- Cumprir com as leis contidas na CLT .2- Respeitar todos os profissionais,
especialmente aqueles ligados ao setor turístico. 3- Incentivar a comunidade na
valorização dos atrativos locais. 4- Prever os possíveis impactos do turismo
para a comunidade local. 5- Organizar e divulgar eventos que, além de atrair
turistas para a região receptora, desenvolvam a cidade. 6- Envolver a
comunidade em todas as etapas do processo de desenvolvimento turístico. 7-
44
Proteger o turista fornecendo informações completas e verdadeiras sobre os
serviços ofertados. 8- Valorizar as riquezas nacionais perante os outros países.
9- Desenvolver pesquisas na área de turismo. 10- Contribuir para estender o
conhecimento do turismo para novas gerações de estudantes da área.
5.2.2 Mercado de trabalho do bacharel em turismo
O profissional de Turismo dispõe de um leque bastante abrangente de
áreas de atuação. Este profissional pode trabalhar na área de promoção e
eventos, agência de turismo, alimentos e bebidas, hotelaria, recreação, entre
outras.
O Turismólogo deve atuar em agências de viagens, parques temáticos,
hotéis, empresas de consultoria, empresas públicas e privadas e ONGs. Suas
atividades vão desde a elaboração de um pacote turístico até o planejamento
da exportação turística sustentável de uma unidade de conservação.
5.2.3 Guias Turísticos
De acordo com a Lei n.º 8.623/93, de 28 de janeiro de 1993, Art. 2º é
considerado Guia de Turismo o profissional que, devidamente cadastrado no
Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR, exerça atividades de
acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas,
excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou
especializadas.
Constituem atribuições do Guia de Turismo:
a) acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em
visitas, excursões urbanas, municipais. estaduais, interestaduais ou
especializadas dentro do território nacional;
b) acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil;
c) promover e orientar despachos e liberações de passageiros e respectivas
bagagens, em terminais de embarque e desembarque aéreos, marítimos,
fluviais, rodoviários e ferroviários;
45
d) ter acesso a todos os veículos de transportes, durante o embarque ou
desembarque para orientar as pessoas ou grupos sobre sua responsabilidade,
observados as normas específicas do respectivo terminal
e) ter acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas
e pontos de interesse turístico, quando estiver conduzindo ou não pessoas ou
grupos, observadas as normas de cada estabelecimento, desde que
devidamente credenciado como Guia de Turismo;
f) portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pela
EMBRATUR.
No exercício da profissão, o Guia de Turismo deverá conduzir-se com
dedicação, decoro e responsabilidade, zelando pelo bom nome do turismo no
Brasil e da empresa à qual presta serviços, devendo ainda respeitar e cumprir
leis e regulamentos que disciplinem a atividade turística, podendo, por
desempenho irregular de suas funções, vir a ser punido pelo seu órgão de
classe. Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o Guia de Turismo,
conforme a gravidade da falta e seus antecedentes, ficará sujeito às seguintes
penalidades, aplicadas pela EMBRATUR: advertência; cancelamento do
registro.
5.2.4 Técnico em turismo
O Técnico em turismo é o profissional formado em Tecnologia do
Turismo. Os cursos técnicos preparam o aluno para trabalhar em empresas da
área, desenvolvendo projetos ou coordenando atividades específicas além de
trabalhar em manutenção e/ou diversas atividades ligadas à área técnica.
5.2.5 Perfil do técnico
1.Programador de Turismo;
2. Promotor de Vendas de Produtos e Serviços Turísticos;
3. Gerente Promotor de Vendas de Produtos e Serviços Turísticos;
4. Coordenador de Eventos Turísticos;
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5. Consultor de Viagens;
6. Consultor de Eventos Turísticos;
7. Gerente Operacional.
5.2.6 Competências gerais do técnico
• Interpretar indicadores sócio-econômicos e culturais para a concepção de
produtos e serviços turísticos de acordo com as necessidades das clientelas
potenciais;
• Conceber produtos e serviços turísticos conforme indicações de estudos de
mercado e em consonância com a legislação vigente. Os referidos produtos e
serviços deverão estar de acordo com os paradigmas da sustentabilidade
social, cultural e do meio natural;
• Articular pessoas, meios físicos, econômico-financeiros em todo o processo
de produção de bens e serviços turísticos;
• Avaliar os resultados do processo de produção de bens e serviços turísticos
para os diferentes atores sociais envolvidos (clientes, fornecedores,
populações locais) providenciando os ajustes necessários quando for o caso.
É imprescindível a presença do profissional turismólogo no desenvolvimento da
atividade turística, já que como foi visto anteriormente esta traz impactos à
sociedade local.
Propõem - se que:
• Para execução de projetos turísticos, o mesmo seja elaborado e coordenado
por um Turismólogo;
• E para que a regulamentação do profissional turismólogo venha a acontecer,
primeiramente os próprios devem se conscientizar do seu papel na
comunidade e se empenhar, apresentando bons projetos e incentivando a
precisão da regulamentação; pois enquanto estiver profissionais capazes de
ocupar o seu lugar ela jamais será necessária;
• Realize um trabalho de conscientização aos visitantes e a população local;
• Investimentos em infra-estruturas necessárias para o desenvolvimento das
atividades;
• Viabilização de projetos de recuperação e proteção da área explorada;
47
• A realização de Projetos, envolvendo não só pessoas envolvidas com a
atividade turística, como também especialistas em demais áreas e a
comunidade local, com o intuito de minimizar os possíveis impactos causados
pelo fluxo turístico.
48
CAPITULO 6 - TURISMOLOGIA E CIENCIA - PESQUISA SOBRE TURISMO
O Turismo é uma rede complexa de setores interligados, cada um com
características próprias e diversas em termos de comportamento do
consumidor e do mercado do turismo.
Fatores que pesam na decisão de compra:
O preço é um dos principais fatores que influencia na decisão de compra
do consumidor, independente do setor do turismo em questão. O local é outro
fator importante na decisão de compra. Na cidade visitada, o hotel deve ser
bem localizado, perto de atrações, do aeroporto e do centro. A experiência
anterior do turista é fator relevante na hora de decisão quando falamos de
serviços prestados pela empresa bem como sua reputação.
Sazonalidade:
Todos os setores têm alta e baixa estação que mudam de um país para
outro. Em geral, as férias escolares são a alta estação de demanda para as
operadoras de viagens, companhias aéreas de vôos fretados e atrações para
visitantes. Contudo, para hotéis no centro das cidades e vôos de linha, as férias
escolares são a baixa estação, pois é nesta época que os executivos de
negócios saem de férias com a família.
Distância percorrida para o uso de produtos e serviços de turismo:
Os turistas sempre têm de viajar para o local onde se encontra o produto
ou serviço oferecido. A distância pode variar de alguns metros a centenas de
quilômetros, de acordo com o produto comprado.
Métodos de segmentação do mercado:
Nos setores do turismo, existem alguns métodos comuns de segmentação de
mercado que funcionam bem. Eles incluem:
• Fatores geográficos ( onde vivem os consumidores);
• Demográficos ( idade, sexo e status familiar);
• Viajantes de negócios e de lazer;
• Viajantes freqüentes e pouco freqüentes;
• Turistas independentes e grupos organizados.
49
São poucas as abordagens de segmentação de ampla aplicação a um único
setor. No setor de atrações para o visitante, por exemplo, a personalidade dos
turistas pode ser um modo importante de segmentação de mercado. Pessoas
introvertidas podem preferir visitas a museus uma vez que as extrovertidas
podem gostar de assumir riscos, ser aventureiras, fazendo parte do mercado
de parques temáticos.
Preço pago pelo produto ou serviço:
Os produtos oferecidos no mercado turístico sofrem enormes variações de
preço de acordo com as suas características:
• Destinações – não costuma haver taxa para pelo turista ao entrar em
uma destinação;
• Varejista de viagens – ao cliente não é Conrado um preço direto, mas é
repassado pela operadora uma comissão pela venda;
• Atrações para visitantes – muitas são gratuitas, mas algumas são pagas;
• Restaurantes – o preço da refeição varia de acordo com o cardápio e
com o nível de restaurantes;
• Hospedagem – varia de acordo com a sofisticação do hotel, pode-se
optar pelas opções mais baratas como os albergues ou as mais caras
como resorts, por exemplo;
• Transporte – varia de acordo com o tipo de transporte, um ônibus, por
exemplo, é o meio mais econômico.
• Operadoras de viagem – varia de acordo com o tipo de viagem, o
destino, a duração e o meio de hospedagem.
6.1 Métodos de reserva:
De acordo com o setor as reservas variam. No setor de atrações para
visitantes as reservas são raras, nas companhias aéreas dificilmente alguém
deixa de comprar sua passagem antecipadamente e o setor de hospedagem
algumas pessoas fazem reserva antecipadamente e outras preferem chegar ao
local para procurar um hotel adequado.
Se as reservas antecipadas são ‘a norma’, a escolha se dá entre usarem
intermediários ou agentes e a reserva direta junto ao produtor. A maior parte
dos produtos é vendida via intermediário, bem como a maioria dos vôos e
50
viagens de balsa. Contudo, a tendência em todos os setores é a reserva direta,
principalmente com os recursos tecnológicos em que as reservas podem ser
feitas pela internet.
Casos especiais:
Varejistas de viagens: é o único setor no turismo que não possui um
produto próprio. Ele existe para fornecer um serviço qualquer proporcionando
aos consumidores um acesso aos demais produtos dos demais setores do
turismo.
Destinações: proporciona ao turista uma série de variedades e
oportunidades a partir das quais o consumidor pode fazer o seu próprio produto
ou experiência. Os diversos modos de diferentes turistas usarem a mesma
destinação dependerão das características deles como idade, sexo,
experiências passadas, hobbies, interesses, estilo de vida e personalidade.
Turismo de negócios: é uma atividade diferente do turismo de lazer e
seu viajante apresenta diferenças básicas em relação ao viajante de lazer. Às
vezes o turista de negócios usa serviços semelhantes ao turista de lazer, como
quartos de hotel e reservas de companhias aéreas, outras vezes usam o que
lhes é oferecido com exclusividade, como os centros de convenções. Mesmo
quando usam os mesmo hotéis e companhias aéreas que os de lazer, uma
provisão especial pode ser feita para satisfazer suas necessidades, como
acesso ao computador no quarto e máquinas de fax a bordo do avião.
Inventário turístico - A decisão de explorar uma determinada região, ou
mesmo um só serviço turístico, entre outros, vem do reconhecimento dos
atrativos regionais que irão compor o seu projeto. O cliente não sairá de seu
habitat apenas por uma atração.
Quantas mais satisfações forem prometidas num roteiro, tantas mais
chances de fazê-lo aderir. O reconhecimento das novas oportunidades a serem
exploradas, avaliando as condições existentes e as necessidades de
investimento futuro, fará com que a expansão do produto turístico se amplie em
médio prazo.
Quanto à identificação dos públicos de interesse, O mercado de massa
explodiu em multiplicados, mutantes e exigentes minimercados que demandam
uma contínua expansão de opções, tipos, modelos, custos, cores e serviços.
Essa sociedade multiopcional e individualista é um novo desafio, em que
51
estratégias de Marketing têm de ir conquistando segmento por segmento.
O ranking de necessidades e desejos a satisfazer e que nos permite
identificar cada um e cada grupo de consumidores em potencial a serem
abordados é parte das teorias do comportamento humano que nos proporciona
a identificação do segmento que consumirá com satisfação o nosso produto e
preparação de uma eficiente argumentação promocional.
Num mercado competitivo, como é o do turismo, que pode ser até chamado de
saturado, as nossas vendas podem crescer especialmente às expensas da
concorrência. E o que primeiro o consumidor potencial percebe é a
comunicação, que deve ser adequada à qualidade intrínseca do nosso produto
ou serviço. Para convencer e persuadir não há nenhum recurso tão decisivo
quanto a marca. A marca é como o cliente perceberá as ofertas, criando um
vínculo com atuais e potenciais clientes.
Para muitos negócios, especialmente serviços, apenas a marca e o que
ela representa, são os seus mais importantes ativos, a base da vantagem
competitiva. Ao darmos ênfase à marca, devemos confirmar que a credibilidade
se torna uma das qualidades mais exigidas no mercado. Ou você cumpre o que
promete, entregando a solução real à necessidade que motivou a procura, ou
logo estará fora do mercado.
A promoção mercadológica tem o evidente propósito de obter mais
visitas turísticas, através da conquista de uma imagem salutar, do prestígiao da
marca, da valorização do produto turístico, do despertar de desejos e
necessidades e levar o cliente a agir, buscando a satisfação da frustração
despertada e a manutenção do cliente cativo pela coerência entre o promovido
e o serviço oferecido. A Promoção Mercadológica é composta por Publicidade
e Propaganda, Relações Públicas, Promoção de Vendas, Assessoria de
Imprensa e Contato Pessoal.
Publicidade e propaganda – é a forma mais rápida de chegar à venda,
pois dificilmente, num mercado saturado, chega-se à venda sem comunicação
profissional. Depois de definidos os públicos e dimensionados os mercados,
convocar profissionais de publicidade e propaganda para criarem a melhor e
mais eficiente comunicação para a mídia definida é o ideal.
Relações públicas – é uma função administrativa que, através de
técnicas de comunicação, relaciona-se com todos os públicos, internos e
52
externos, para causar boa impressão e compreensão das ações tomadas pela
empresa. É também uma via de mão dupla, pois permite ao profissional buscar
no mercado-alvo anseios e necessidades a satisfazer. Avaliam constantemente
a imagem da empresa e a satisfação dos clientes. Influenciam todos os
departamentos e funcionários da empresa para que considerem o cliente em
tudo o que pensarem e praticarem. Opera departamento idôneo e amigável de
serviço ao cliente, capaz de responder às suas perguntas, atender
reclamações e resolver problemas rápida e satisfatoriamente.
Promoção de vendas – é um esforço especial por parte da empresa,
para eliminar objeções detectadas e estimular o aumento das vendas, com
resultado em curto prazo. Há dois momentos diferentes que determinam a
época, duração, amplitude e intensidade da promoção. Em alta de venda,
quando o mercado já é comprador, por moda, sazonalidade ou situação
econômica favorável, para aumentar a participação proporcional. Em
entressafra, quando há pouca demanda, serve para manter a participação
regular das vendas.
Assessoria de imprensa – é desejável, e até decisivo, que o cliente
receba informações sobre nosso produto através da linha editorial dos veículos
de comunicação. Merecer a aprovação independente do veículo empresta ao
nosso negócio maior credibilidade. Ao preço de um bom assessor de imprensa,
colhem-se matérias ótimas que substituem com vantagem as matérias pagas.
Enquanto divulgam notícias favoráveis, controlam os danos das desfavoráveis.
Contato pessoal – o contato pessoal que nos importa aqui é o do
vendedor com seu cliente potencial. Quanto mais aceitação e credibilidade
tiverem nossa oferta, menos se exige do contato. Quanto menos imagem tiver,
mais responsabilidade nesse contato tem o profissional de venda. O material
de apoio à venda segue o mesmo nível de exigência.
Merchandising – é a manipulação das variáveis que controlamos, por
termos informações e o poder decisório, ou seja, produtos, preços, distribuição
venda e promoção, para facilitar a comercialização. É indispensável nos locais
de venda para fazer aflorar o impulso de compra. O merchandising subentende
a decoração, onde formas, materiais, cores e iluminação, juntamente com a
uniformização, o atendimento e os serviços agregam valor às nossas ofertas,
diferenciando-as da concorrência.
53
Incentivo – A empresa deve estabelecer prêmios para incentivar os
mais diversos elos da cadeia, desde o consumidor final, até o fornecedor de
matérias primas. Isso serve para fidelizá - los e não perdermos qualquer fonte
de qualificação.
Ambientação – É a colocação de nossa marca, nossos recursos de
promoção ou ainda qualquer display que nos represente, em locais, eventos e
patrocínios de atividades que nos acrescente a imagem positiva lá existente.
Tarifário – Os empresários de uma região, rota ou roteiro, poder público,
operadoras e agências de viagem, como também associações de classe,
enfim, todos os interessados na comercialização das ofertas turísticas devem
produzir e editar o tarifário turístico. No documento devem contar as atrações,
épocas, preços, prazos, condições de pagamento, incentivos e demais
informações necessárias para facilitar e atrair novas forças de venda.
Calendário promocional – é o cruzamento das informações levantadas
em todos os mercados-alvo sobre oportunidades ideais para despertar o desejo
por viagens com as melhores épocas na região turística.
Sejam quais forem nossas opções promocionais, todas elas devem levar o
consumidor do desconhecimento de nossa promoção até o conhecimento total
de nosso negócio, gerando compreensão de nossos argumentos e levando à
convicção de que nossa oferta é a melhor de todas e a conseqüente ação de
comprá-la.
As decisões de preço são muito difíceis, pois devem otimizar o lucro sem
perder de vista a conquista do mercado ao mais longo prazo e sua
permanência nele. Os fatores puros que compõem o preço são o custo dos
insumos, custo da produção e desenvolvimento da oferta turística, custos de
distribuição e transporte, custos de venda e promoção, acrescentando custo
dos impostos, incentivos e o lucro desejado.
Através desse raciocínio temos o preço baseado na mercadoria. Mas
devemos também levar em consideração os preços praticados pelos
concorrentes para imitá-los, se não temos melhor estrutura, agredi-los,
baixando nosso preço em época de promoção de vendas ou, ainda,
promovendo-o pela elevação do preço em lançamento de novos produtos a
públicos com bom poder aquisitivo, depois caindo a um preço competitivo,
54
permitindo a adesão de novos segmentos.
Ao preço acima descrito, deve-se acrescentar o percentual de 5 a 15%
para remunerar a operadora, conforme o envolvimento exigido pelo programa e
pelos participantes e os 10% para as agências de turismo e/ou agenciadores
independentes. Mas, nada como variar os preços conforme o contexto e os
objetivos mercadológicos, balizando-os com a experiência e o bom senso.
O database é a evolução da filosofia do relacionamento e da
capacitação mercadológica. O database busca um relacionamento contínuo e
bilateral, com dados mais sofisticados que o mailling list, com informações
demográficas, geográficas e psicológicas, possibilitando à empresa adotar
estratégias mais dirigidas e a grupos cada vez menores, com diálogo
individualizado com os públicos–alvos. Para iniciar a busca de dados para
compor o database, podemos contar com:
Dados secundários de pedidos de compra
• Respostas a promoções
• Cadastros já existentes
• Fontes externas, como cadastros comprados ou trocados com outras
empresas
• Bancos de dados de domínio público, como registros de automóveis,
proclamas de casamento, cartões de crédito, assinantes de revistas
especializadas, e outros tantos.
• Telemarketing, que conta com a vantagem instantânea e demonstrativa
do interesse do público.
• Clubes de fidelidade são clubes de associamento para descontos e
indicação de amigos, como o Smiles da Varig
• Participação em eventos que proporcionam contatos desejáveis com
públicos de interesse. É tão importante o aproveitamento total dos
eventos que merece que nos estendamos um pouco mais.
• Projetos para a Internet, a maior rede de conveniência e relacionamento
que se tem notícias.
55
6.2 ERA DA INFORMAÇÃO
Já temos enfatizado a importância de dominar a informação disponível
sobre clientes ou grupos de clientes potenciais. Quem tem mais e melhores
informações, terá certamente maior controle sobre seus mercados. Outra
vantagem dos eventos é estreitar relações com outros grupos de profissionais
que participam da cadeia do Marketing Turístico, tendo com eles objetivos
comuns para satisfazer o consumidor final, que é o esteio da cadeia sócio-
econômica.
Temos de desenvolver ações turísticas em condições melhores que a
concorrência, de acordo com as necessidades do consumidor atual e potencial
também. Portanto, não podemos dispensar qualquer informação, qualquer pista
que permita vislumbrar a direção em que vão os interesses, os hábitos e as
atitudes do consumidor final.
Qualidade no turismo: Qualidade é tudo o que os clientes percebem,
Por ser intangível, perecível, variável e inseparável, não é fácil avaliar a
qualidade senão pela otimização desses itens, transformando suas
características, de certa forma desfavorável, em pontos de distinção e
posicionamento.
Para tangibilizar não há melhor recurso do que a promoção, desde a
marca e a logotipia, a localização e a ambientação onde o serviço é oferecido,
pois são as partes visíveis na hora da escolha, mantendo sempre a mesma
percepção.
Para neutralizar a variabilidade, ou seja, a difícil uniformização da
qualidade da oferta tem de lançar mão do treinamento rigoroso de todos os
envolvidos na prestação do serviço. Esse treinamento deve fazer os
funcionários e parcerias compreenderem que quem paga todos os salários não
são os chefes, e sim, os clientes finais. As pesquisas de satisfação avaliadas
por todos os setores facilitam essa demonstração.
Para evitar a perecibilidade, usam-se recursos para o aproveitamento
dos tempos, das pessoas e das instalações ociosas nas ocasiões de baixa
demanda s busca-se a utilização de tudo isso com serviços correlatos e/ou
alternativos.
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E, finalmente, fazer frente à inseparabilidade pela compreensão de que, em
serviços, a produção é concomitante com o consumo. A utilização dos tempos
intermediários com ações agradáveis torna o tempo gasto no local do serviço
como fonte de satisfação, fazendo o cliente sentir-se em casa, estendendo
essa sensação positiva à marca e à imagem.
Para muitos negócios, especialmente serviços, apenas a marca e o que ela
representa são os seus mais importantes ativos, a base da vantagem
competitiva. Ao darmos ênfase à marca, devemos mencionar que a
credibilidade é uma das qualidades mais exigidas no mercado. Ou você
cumpre agilmente o que promete, entregando a solução real da necessidade
que provocou a demanda, ou logo estará fora do mercado.
O mercado do turismo é bastante diverso e seu produto está longe de
ser homogêneo. Por essa razão, abordaremos a natureza da demanda em
alguns segmentos diferenciados do mercado de turismo. Não se trata de uma
tentativa de produzir uma tipologia abrangente de segmentos de mercado em
turismo, mas muito mais de ilustrar a diversidade de segmentos de mercado,
cada um dos quais com suas próprias demandas características:
• Mercado familiar;
• Turistas hedonistas;
• O mercado mochileiro;
• Visitas a parentes e amigos;
• Excursionistas ou viajantes de um só dia;
• Turistas educacionais;
• Turistas religiosos;
• O mercado "snowbird";
• Turistas de minorias étnicas;
• Turistas com deficiências;
• Turismo social;
• O mercado de ‘short break’.
O mercado da família a primeira observação a ser feita diz respeito à
enorme variação na estrutura familiar de um país para outro. Nos Estados
Unidos e norte da Europa, "família" costuma significar "núcleo familiar" com os
dois pais e de um a três filhos. Mas no sul da Europa, Oriente Médio e muitos
57
países asiáticos há o fenômeno da família ampliada, com elevado número de
filhos e a inclusão de outros parentes no grupo das férias e/ou seu
envolvimento na decisão de compra.
O fator determinante no mercado familiar é a existência dos filhos.
Muitas famílias escolhem férias para satisfazer às necessidades dos filhos.
Turistas Hedonistas
Um mercado bastante diferenciado é o do turista hedonista, o amante do
prazer. Esse mercado é tradicionalmente associado a pessoas mais jovens e a
marcas registradas como Club 18-30, no Reino Unido. .
Nos últimos anos, o turismo hedonista cada vez mais tem fomentado a
expansão de um estilo diferenciado de vida noturna e de festas, em
destinações como Ibiza.
Para o turista hedonista a principal motivação é o desejo de prazer físico e vida
social.
O mercado "mochileiro" Os turistas usam a mochila em vez de malas
para levar todo o necessário para a viagem. Mas o terno traz implicações mais
amplas do que a simples referência à bagagem usada por esse turista. Implica
também:
• Uma viagem independente, em detrimento dos pacotes;
• O desejo de minimizar os gastos;
• Tendência a sair dos roteiros turísticos "manjados";
• Uma viagem que pode exceder a costumeira duração de uma ou duas
semanas das férias convencionais.
O mercado dos "mochileiros" encontra-se já intercionalizado, sendo
bastante popular entre os jovens de todos os países desenvolvidos,
particularmente os EUA, Reino Unido, Holanda, Alemanha, Austrália e Japão.
Visitas a amigos e parentes
Há um envolvimento claro de uma forte motivação social, ou então um
impulso de um forte sentido de obrigação familiar. Está também vinculado a
ocasiões mais formais, como casamentos e funerais.
Embora a maior parte desse tipo de turismo seja interno, ele também
tem suas dimensões internacionais, sobretudo no caso de pessoas cujus
parentes emigraram para outro país.
58
Excursionistas ou viajantes de um dia só
O viajante de um dia só, ou excursionista, é geralmente um turista em
seu próprio país e consiste no principal mercado para a maior parte das
atrações, dos resorts à beira-mar a algumas zonas rurais.
O excursionista, em geral, não é afeito a grandes distâncias, já que
dispõe de um dia ou menos para suas atividades de lazer.
Turistas educacionais
O amplo campo do turismo educacional tem conhecido um intenso
crescimento nos últimos anos, impulsionado tanto pela expansão dos níveis
superiores de educação em todo o mundo como pelos muitos turistas idosos
que desejam aprender algo novo durante suas férias anuais.
Turistas religiosos
O turismo religioso é uma das formas mais antigas de turismo. É uma
modalidade única, talvez pelo modo como é conduzida por um sentimento de
dívida e obrigação, mais do que por uma busca de prazer e lazer.
O mercado "snowbird" (dos pássaros migratórios)
O primeiro mercado internacional de turismo de massa fundamentou-se
nas férias "de sol de verão", com os europeus do norte viajando para o sul do
continente no verão, para bronzear-se.
No que diz respeito a pessoas mais idosas, sua motivação para esse
tipo de viagem está menos relacionada ao desejo de se bronzear e mais ao
desejo de:
• Escapar do clima frio de seu próprio país;
• Reduzir os gastos com aquecimento em casa;
• Fazer um bem à saúde, dado que pode sofrer de enfermidades como a
artrite, que pode ser exacerbada pelo clima frio e úmido do país de
origem;
• Fazer novos amigos e ter uma vida menos solitária do que teriam em
sua própria comunidade.
Turistas de minorias étnicas Muitos países contêm comunidades de
minorias étnicas, por vezes ali chegadas há várias gerações. São comuns tais
comunidades, manterem contato com o país de origem, adotando os seus
próprios padrões de turismo e de infra-estrutura turística.
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Em muitos países desenvolvidos, poucos são os indivíduos de minorias
étnicas que adquirem com regularidade os produtos de grande indústria do
turismo. No Reino Unido, por exemplo, poucos clientes das grandes
operadoras de viagens são representantes das comunidades asiática, afro-
caribenha e chinesa.
Turistas com deficiência
É preciso reconhecer que a situação para viajantes com deficiências
varia de país para país, a atenção a essas pessoas sendo maior nos EUA e na
Escandinávia do que na maior parte dos outros países. Um americano
deficiente que deseje viajar para Escandinávia, por exemplo, poderá fazê-lo
com um mínimo de inconveniência. Mas um viajante grego ou turco que,
deficiente, queira visitar a América do Sul, pode descobrir ser esse um sonho
impossível.
Turismo social O turismo social é um fenômeno amplamente europeu,
baseado na idéia de que o turismo é um direito social do cidadão e/ou de que o
turismo traz benefícios sociais para o indivíduo, justificando alguma forma de
subsídio ou apoio.
Com o clima de desregulamentação vigente em nossos dias, a
privatização e os gastos públicos reduzidos na Europa, o turismo social
encontra-se ameaçado. Não obstante, ele ainda tem sua importância em
países como Alemanha, França e Espanha. Assume formas variadas, entre
elas:
• Visitas subsidiadas a spas para pessoas com certas
enfermidades – na França;
• O Estado e o empregador apoiaram o esquema "chéques
vacances" na França, que ajuda os trabalhadores de baixa renda a se
proporcionar o luxo de sair de férias;
• Centros de férias não lucrativos, possuídos e mantidos por
associações comerciais ou organizações do setor de voluntariado numa
série de países europeus, notadamente a Alemanha, a França e a
Espanha.
O mercado do short break
O crescimento da semana de cinco dias, com fim de semana de dois
dias completos, a ascensão do carro particular e a maior rapidez das
60
aeronaves ajudaram a estimular o desenvolvimento do mercado de ‘short
breaks’ de fim de semana a partir da década de 60, no mundo desenvolvido.
Hoje é também um fenômeno crescente nas economias recém-desenvolvidas
da Ásia.
Na maior parte dos casos, os ‘short breaks’ estão mais para férias
adicionais do que para a condição de substituto das férias anuais principais.
E há também várias formas de ‘short breaks’, entre elas:
• Fins de semana românticos para um casal em uma cidade
como Roma ou Paris, ou para um casal americano em uma hospedaria
da Nova Inglaterra;
• Viagens para compras, como, por exemplo, uma turma de
amigas do Reino Unido indo a Londres, ou turistas russos visitando
Paris para comprar artigos de luxo, ou então uma visita à Indonésia por
um grupo de turistas de Cingapura em busca de artigos de artesanato
autêntico;
• Viagens de visita a amigos e parentes.
No mundo desenvolvido, é provável que as pausas cresçam em
importância na mesma medida das pressões do trabalho resultantes da
situação cada vez mais competitiva em todos os campos.
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7 Conclusão
O turismo é uma grande arma econômica, que de forma planejada pode
transformar uma economia. O turismo gera grandes impactos positivos. Ele é
um grande propulsor de empregos, e ele faz com que praticamente todas as
áreas do local visitado, tenham desenvolvimento econômico.
É algo perigoso se analisado de curto prazo. Talvez o mais importante
seja a forma de planejar. Afinal, o planejamento é a pedra angular para o
desenvolvimento do turismo. Ou seja, o planejamento certo, bem pensado e
estudado, tem grande chance de fazer com que a economia possa a cada dia
desenvolver mais e mais.
No turismo há uma concorrência muito grande de disputa de mercado, e
de turistas. Há uma grande diversidade de tipos de turismo, na qual a melhor
opção é a que concilia o bom, barato, e gostoso. O turista procura aquele lugar
que atenda melhor suas necessidades, de forma que podemos resumir essa
necessidade em cama, caminho, compras, comida e carinho.
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