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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A OROMOTRICIDADE PARA UMA LINGUAGEM
COMPETENTE
Por: Erika Santos da Silva Ferreira
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A OROMOTRICIDADE PARA UMA LINGUAGEM
COMPETENTE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Psicomotricidade.
Por: Erika Santos da Silva Ferreira
3
AGRADECIMENTOS
... Aos meus pequenos alunos
com quem posso desenvolver meus
conhecimentos...
DEDICATÓRIA
4
... À minha filha que me fez
despertar esse olhar psicomotricista.
RESUMO
5Ter uma linguagem competente é o direito da criança. Cabe o educador
saber estimulá-la para o seu bom desenvolvimento, observando-a, avaliando-a,
diagnosticando-a e reeducando-a em um todo, ou seja, no seu sistema
psicomotor.
METODOLOGIA
6
Fundamentei meus estudos teóricos pelos seguintes autores: Vitor da
Fonseca, Celso Antunes e Regina Jalubovicz. No primeiro, tive uma visão geral
sobre a Psicomotricidade, principalmente na abordagem multicomponencial; no
segundo, os estímulos que a criança possa ter para o seu desenvolvimento, e
no terceiro, um entendimento no déficit no rendimento da fala da criança pelas
problemáticas apresentadas na aquisição da linguagem e/ou no controle
postural. Tive que entender a diferença entre oromotricidade e motricidade oro-
facial para deixar claro essa diferença por escrito. Embora tenham muito em
comum nas suas práticas pedagógicas sobre o desenvolvimento da linguagem,
cada uma tem sua particularidade. A melhor maneira de falar sobre a
linguagem da criança é vivenciando com ela e esse foi o meu olhar, ou seja,
analisar crianças da Educação Infantil no seu processo de desenvolvimento de
linguagem com experiências vividas com elas para entender o por quê das
suas dificuldades da fala e consequentemente atingir uma prática terapêutica
que favorece a melhora da linguagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
7CAPÍTULO I
A Influência da Psicomotricidade na linguagem 10
CAPÍTULO II
A Oromotricidade no desenvolvimento da fala 17
CAPÍTULO III
Inteligências e competências do ser humano 23
CAPÍTULO IV
Práticas de exercícios para uma aquisição de fala competente 33
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 44
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
INTRODUÇÃO
O tema sobre Desenvolvimento da Linguagem pela Psicomotricidade
surgiu a partir de algumas observações feitas em crianças da Educação
Infantil. Nessa fase é muito comum observar na maioria das crianças, a
8freqüente troca de fonemas. Essas falas marcadas por alguma deficiência,
sempre chama a atenção e a preocupação dos profissionais da área de
Educação, sejam eles professores, coordenadores ou orientadores, para
que tão logo se descubra à causa. A partir daí, a Escola, junto à família,
toma uma medida preventiva e resolutiva para tal deficiência da criança.
Nesses casos, faz-se necessário a parceria entre ambas, para que haja um
tratamento adequado com o profissional especializado na área, e assim
atender as necessidades da criança.
Sabe-se que a linguagem é o maior meio de comunicação do ser
humano. Além do mais, existem vários tipos de linguagem que levam ao
homem a estabelecer atos de comunicação com outro ser humano. Quando
a comunicação não é compreendida pelo interlocutor, percebe-se a
necessidade de fazê-la entender de alguma forma, utilizando recursos não
só verbais, mas visuais também.
Sabe-se que na idade pré-escolar, as crianças têm consigo o
compromisso de brincar. Elas não estão preocupadas na maneira de se
expressar e de se desenvolver. É o adulto que tem a responsabilidade de
desenvolver, nessas crianças, uma coordenação adequada a sua idade por
estímulos e oportunidades. Será na Psicomotricidade que se encontrará
esse trabalho, pois ela tem como objetivo o estudo do homem através do
seu corpo em movimento, mesmo que ele esteja estático. Ela é uma
especialidade terapêutica e re-educadora para o conhecimento do próprio
corpo. O profissional desta área terá um olhar para a criança sempre em
movimento, procurando educá-la para tornar coerente a sua linguagem
gestual com a escrita, possibilitando até, já um preparo para sua
alfabetização. Ele pretende atingir o conhecimento que a criança tem de seu
corpo nas suas relações simbólicas e conceituais com os objetos, para
estimular seu desenvolvimento da linguagem juntamente com suas
habilidades.
9Acredita-se que a criança poderá sim melhorar sua fala por meio de
exercícios e conhecimentos dos movimentos da fala. São práticas
oramotrizes, onde a criança, no processo de aquisição da linguagem, acaba
internalizando os fonemas e consequentemente obtendo uma boa
consciência fonológica para uma boa construção da fala. A Oromotricidade
é uma parte dessa ciência que estuda especificamente a linguagem falada,
ou seja, a linguagem auditivo-verbal. Ela será o ponto essencial nas práticas
de exercícios para uma aquisição de fala competente. É importante lembrar
que o desenvolvimento da criança resulta da relação social com o adulto,
por isso a importância do laço afetivo que se constrói com ela, para se obter
um bom relacionamento com o profissional, e assim, em conjunto,
possibilitar um resultado favorável ao seu desenvolvimento.
CAPÍTULO I
10
A INFLUÊNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
1.1 - O que é Psicomotricidade?
A psicomotricidade é uma ciência que procura aprofundar a interação da
motricidade e do psiquismo do ser humano. Ela compreende um ramo
interdisciplinar de conhecimentos, e um deles é o psicolingüístico cuja função é
analisar qualquer processo que diz respeito à comunicação humana, mediante
o uso da linguagem, seja ela oral, escrita, gestual. Sabendo que a
comunicação é um processo que envolve a troca de informações e utiliza os
sistemas simbólicos como apoio; a linguagem é qualquer sistema de signos
constitutivos por gestos, sinais, símbolos, sons ou palavras usadas para
representar a comunicação, significados e pensamentos.
Esta ciência tem também como característica de atuação sobre a
investigação e o desenvolvimento psicomotor intra do indivíduo que são: as
problemáticas da aquisição da linguagem a qual está centrada no psiquismo e
o controle da postura a qual faz parte da motricidade do ser humano. Trata-se
de um conjunto de reflexões multicomponencial, onde deve “atender às
questões epistemológicas da investigação e do desenvolvimento intrínseco do
indivíduo, no sentido de buscar a significação mental e inteligível subjacente à
motricidade humana nas suas várias vertentes de estudo” (FONSECA, 2004,
p.09). Enquanto o psiquismo integra a totalidade dos processos cognitivos,
compreendendo as funções de atenção, percepção, automatização,
memorização, seqüência lógica, organização e ação; a motricidade já é
entendida como o conjunto de expressões mentais e corporais que envolvem
as funções tônicas, posturais, somatognósicas e práxicas. Juntos, suas
funções compõem o sistema psicomotor do ser humano (SPMH) que
caracterizam o autoconhecimento, a plasticidade psíquica, a adaptabilidade e a
capacidade do homem de aprender a aprender.
11v A somatognosia é o reconhecimento e a representação experiencial
pessoal (FONSECA, 2004). Ela representa a totalidade do EU, ou seja,
o Ser consciente de seu esquema e de sua imagem corporal. Essa
representação mental do corpo é traduzida por uma linguagem corporal
(também chamada biológica) que tem um papel fundamental no
comportamento social humano. Para que isso aconteça, é preciso de
uma organização superior dos dois hemisférios cerebrais, e ela se dá no
acesso ao esquema corporal. O lado direito compõe os dados posturais,
espaciais e somáticos, enquanto que o lado esquerdo foca os dados
práxicos, temporais e verbais. Segundo Ajuriaguerra existem três níveis
de corticalização somatognósia, são eles: o corpo agido, o corpo
atuante e o corpo transformador. No primeiro, a criança experimenta e
apropria-se do meio pela interação social. Nessa fase, os aspectos
tônico-emocionais e posturais desempenham suas funções. No
segundo, a criança aperfeiçoa sua libertação diante do “outro” e quanto
ao meio exterior; é o momento de organização da aprendizagem. No
terceiro, a criança tem o domínio do meio, adquirindo sua autonomia. Só
assim que a espécie humana atinge a um desempenho simbólico
(Eccles, 1980) como base de comunicação entre as pessoas, ao mesmo
tempo em que ela se internaliza numa linguagem interior como meio de
auto-regulação e controle de condutas. Só a partir de então, que se dará
ao início à evolução do pensamento. Além disso, a somatognosia tem
sido estudada dentro de várias perspectivas e uma delas é a psicológica
que tem como objetivo o estudo do pensamento para a aquisição da
inteligência espacial pré-operacional e operacional (Piaget, 1970,1976).
v As praxias são sistemas de adaptação que a criança recebe das
atividades motoras externas. Elas são consideradas movimentos
espaço-temporal.
Juntando os dois lados de adaptação da espécie humana (um interno o
qual é a noção do EU) e um outro externo (o qual cujos movimentos corporais
são sequencializados), “origina um sistema de comunicação que envolve as
12transmissões de sinais, constituindo dessa forma um processo de comunicação
de significações entre a motricidade e o psiquismo” (FONSECA, 2004),
fazendo gerar uma ação do indivíduo resultante de sua consciência, e, por
conseguinte, seu psiquismo resultante de sua motricidade. “Em resumo, a
gênese da consciência é a gênese da psicomotricidade, na qual entra a
imagem do corpo do outro, sua postura, lateralidade e motricidade”
(FONSECA, 2004, p.131).
1.2 - O papel do cérebro
O ser humano é a espécie que tem como principal órgão o cérebro
sendo o mais organizado do organismo. Ele é capaz de captar, integrar,
elaborar e expressar a linguagem, pois conseguiu, com a sua neomotricidade,
acrescentar a ela um mundo simbólico-civilizacional por meio da
oromotricidade e da grafomotricidade. A evolução cultural e o desenvolvimento
do cérebro influenciaram ao longo do tempo a razão pela qual a criança
precisa de um período de dependência para se apropriar de tais aquisições
complexas como se fosse uma nova hierarquia da motricidade humana.
Segundo Piaget (1964a e 1964b) a criança tem seu tempo certo de
aprendizagem e de complexidade de entender o mundo que a cerca. Por isso
a necessidade de fazê-la passar pelo processo de aprendizagem de acordo
com sua faixa etária: primeiramente pelas inteligências sensório-motora, pré-
operacional e operacional antes de chegar à inteligência formal e hipotética-
dedutiva. Piaget chamou essas denominações de “construtivismo sequencial”,
ou seja, a construção da inteligência dá-se em etapas sucessivas, encadeadas
umas às outras. Traduzindo para uma linguagem psicomotricista, a criança
precisa, primeiro conquistar o macromotricidade para se permitir diversas
posturas e práxias globais proporcionando a libertação de seus membros
superiores (FONSECA, 1989a), depois a micromotricidade para se permitir
preensões e práxias finas (Fonseca, 1989a) como também a visão binocular
(FONSECA, 1999a), para lhe proporcionar a criação e a utilização de
13utensílios, antes de atingir a oromotricidade. Esta produz a fala (FONSECA,
1989a) para uma comunicação verbal entre os seres humanos, devido o
desenvolvimento do aparelho fonético que lhe permite falar rápida e
articuladamente. Mais tarde a criança aprende a grafomotricidade cujo estágio
permitiu ao Homem a invenção do símbolo, a representação gráfica da
palavra, e assim o surgimento da linguagem escrita. Isso tudo leva a conclusão
de que o ser humano no seu processo evolutivo e de crescimento, o cérebro é
que realiza o comportamento e a interconexão de múltiplas redes de
informação espalhada pelo corpo e é o que organiza um sistema de
comunicação que sustenta os processos de aprendizagem. Segundo Vigotsky
(1996), a fala é a grande organizadora do pensamento e do comportamento.
Mesmo sabendo que a primeira inteligência a ser desenvolvida na criança é a
sensório-motora, para proporcionar à criança a capacidade de agir sobre o
mundo e de se adaptar a ele intuitivamente desde seu nascimento. Sua
responsabilidade é de captar informações do mundo pelos seguintes canais:
tátil-cinestésicas que é o tocar; vestibulares que integra a gravidade e a
motricidade, e proprioceptivas que são os músculos e as articulações
(FONSECA, 2004). Assim elas formam sua gênese de competência motora
humana e consequentemente, cria sua gênese de comunicação não-verbal
nos ambientes que lhe dão segurança e conforto tônico e tátil à criança. Isso
mostra a competência de comunicação instintiva que o ser humano tem que
consubstancia o papel da motricidade na aquisição da linguagem. A
competência adquirida é resultante de uma herança biológica decorrente de
um tempo sócio-histórico, portanto, sociogenético que, por sua vez, se fez
adapta-se a uma herança cultural. Essas duas heranças denominam a primeira
como fenótipo e o segundo genótipo.
1.3 - Diagnóstico
Para diagnosticar uma pessoa com uma possível dificuldade
psicomotora, o profissional deve preceder com uma observação psicomotora
14com base na aplicação de uma bateria psicomotora (BPM) onde deve apurar o
perfil psicomotor intra-individual (PPI) ou um inventário de possibilidades e
dificuldades para criar condições que permitam fazer emergir, facilitar e
enriquecer o potencial de aprendizagem e de adaptação do indivíduo. Só
assim ele poderá resolver as situações-problemas propostas que podem estar
sitiadas no corpo, na área da inteligência e/ou na afetividade. Segundo
FONSECA, (1995) a bateria psicomotora permite observar a dinâmica de
fatores psicomotores e analisar não só as funções sensoriais e auditivas
visuais, táteis, quinestésicas, vestibulares, mas também as competências
sócio-emocionais, lingüísticas e intelectuais da criança.
O psicomotricista estuda e compensa as condutas inadequadas da
criança geralmente ligadas aos problemas de desenvolvimento e de maturação
psicomotora. Eles são causados por um processo psicoafetivo mal
estabelecido e uma alteração funcional. Quando os problemas de
desenvolvimento são diagnosticados, por meio de BPM, significa dizer que o
seu corpo possui uma insuficiência no esquema corporal, ou seja, no
conhecimento do próprio corpo, e/ou da estruturação temporo-espacial que se
refere à utilização do corpo propriamente dito. Estes são responsáveis pelo
processo de conduta e aprendizagem, pois se trata de uma unidade
psicossomática e consequentemente também responsáveis pelo
desenvolvimento da consciência. Já os problemas de maturação psicomotora,
elas estão muito ligados à história da criança e pode estar ligado a
personalidade. JAKUBOVICZ (1972) conclui dizendo: “Serão as percepções, a
vivência e os investimentos do sujeito, que irão fazer a ponte de união entre o
autoconhecimento ou a somatognosia e as experiências sensório-motoras,
afetivas e relacionais que acontecem”. Quando é diagnosticada uma criança
com dificuldades de aprendizagem verbais, que caracterizam as aquisições
psicolinguisticas, estudos científicos chamam a atenção para o problema
anterior, que é a dificuldade de aprendizagem chamada não-verbais,
“certamente correlacionadas com a repercussão das pertubações da
somatognosia” (FONSECA, 2004, p.91).
15Para uma boa prática profissional, o objetivo da educação corporal está
além do movimento do ser, pois precisa da motivação e do emocional do
cliente para uma busca do conhecimento de seu corpo nas suas relações
perceptivas, simbólicas, imaginárias e conceituais. A finalidade é levar a
pessoa a um esquema representacional à elaboração e à expressão do ato ou
gesto intencional. Por isso, que a vivência da criança e a conscientização de
sua ação são os fatores que organizam sua linguagem. Quando diz que o
psicomotricista deve considerar os conhecimentos de seu cliente para uma boa
relação psicoafetivo entre ambos, significa estar atento ao desenvolvimento de
sua inteligência para obter um progresso evolutivo na re-educação. Assim
pode-se dizer que:
“A psicomotricidade visa, em comtrapartida, a
privilegiar a qualidade de relação afetivo-emocional, a
disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o
controle de postura, a noção fenimenológica do corpo e a
sua dimensão existencial, a sua lateralização e
direcionalidade, da aprendizagem e de seu ato mental
concomitante. Nelas, o corpo e a motricidade são
abordados como unidade e totalidade do ser. Seu
enfoque é, portanto, psicossomático, psicoemocional,
psicognitivo, fenomenológico, psiquiátrico, psicanalítico
(somato-analítico), psiconeurológico, psicoterapêutico,
etc., enfocando-se preferencialmente nos processos e
não tanto nos produtos da motricidade” (FONSECA,
2004, p.10-11).
1.4 - Origem da linguagem
Acredita-se que a linguagem está associada à motricidade. Ao analisar
um bebê, ele primeiramente aprende a fazer movimentos corporais, para, após
algum tempo, começar a emitir os primeiros sons de linguagem. Esta,
16reforçada por gestos e mímicas, inicia a emissão de palavras progredindo
conforme seu conhecimento do mundo externo. Nesse momento, as palavras,
o corpo e a sua motricidade no sentido sensorial ao simbólico elevam seu
conhecimento dos objetos concretos ao abstrato. É uma fase em que o recém
nascido começa a acomodar sua postura diante dos objetos procurando
reproduzir, assemelhar-se e até imitá-los. Denominamos este acontecimento
de pensamento descritivo baseado na motricidade na qual se opera a ação
concreta à imagem. Primeiramente o bebê produz uma ação mímica, em
pouco tempo de crescimento progride para a fala e mais tarde, já criança,
progride para a escrita.
CAPÍTULO II
A OROMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA
FALA
“É evidente que o professor não pode confiar cegamente em sua intuição, é mais do que essencial que estude e que aprenda, que pratique e que divulgue seus experimentos, que tenha um espírito analítico para
17acompanhá-lo e para anotar a progressão de seus resultados...”(ANTUNES, 1998 p.98)
Como já dito no primeiro capítulo, a Oromotricidade é uma parte da ciência
psicomotora que estuda especificamente a linguagem falada, ou seja, a
linguagem auditivo-verbal. Ela permite a produção da fala devido ao
desenvolvimento do aparelho fonético que permite o homem a falar
articuladamente. Diferentemente da motricidade orofacial, que é um campo
abordado pela Fonoaudiologia cujo objetivo é somente o lado físico do ser
humano. Na Oromotricidade, o lado emocional da criança é privilegiado.
O objetivo aqui é mostrar a importância do professor, principalmente da
Educação Infantil, que especializados em Psicomotricidade, podem se utilizar
da Oromotricidade sabendo-se que é uma extensão dessa ciência, no
desenvolvimento da fala nas crianças em aquisição de linguagem. A diferença
desse profissional de Educação, estará no olhar voltado para o emocional da
criança.
2.1 - A Comunicação não-verbal
A comunicação não-verbal é uma linguagem interior baseada numa
motricidade expressiva que antecede a linguagem falada. Essa motricidade é
composta de contribuidores sensoriais da CNV. São eles: os cinco sentidos, a
vocalização que é o mecanismo da fala, a mímica que é expressa pela face e
os gestos expressos pela mão, as ritualizações que são dadas pela cabeça, as
posturas que são comandadas pelo corpo e a proxêmica pelo espaço pessoal
de indivíduo em um meio social. Segundo Birdwhistell (1970) todos esses
contribuidores operam para a formação da linguagem não verbal entre 65% a
1870% no discurso. Para o lingüista Chomsky a estrutura da linguagem é, em
grande parte, especificada biologicamente. Ele explica que a linguagem é uma
capacidade específica da espécie humana e é desenvolvida naturalmente,
como uma habilidade criativa e não memorizada. Essa capacidade inata do ser
humano de receber e enviar as mensagens comunicativas não-verbais é de
extrema importância para satisfazer suas necessidades básicas e afetivas. Se
juntar essas informações, pode-se dizer que a motricidade e a linguagem do
homem e, o seu cérebro e seus sistemas funcionais, se desenvolvem em
conjunto, pois a evolução da motricidade precede a evolução do cérebro, e
este requer certa maturação neurológica vertical para dar origem à evolução
dos sistemas de comunicação não-verbal à comunicação verbal. Esses
sistemas transcendem as necessidades biológicas, pois subentendem
necessidades extrabiológicas na base da emergência da própria linguagem.
Para que a linguagem seja significativa é necessário que os sons emitidos
sejam vocais, articulados, significativos, indicativos, intencionais,
multicombináveis. As linguagens que estabelecem atos de comunicação são:
sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais que são a
escrita e a mímica. São por meio desses artifícios que o ser humano se utiliza
para comunicar-se.
A comunicação gestual é o primeiro ato social da criança que
transcende a limitação cultural da linguagem falada no intuito de substituir o
choro e posteriormente traduzi-lo em palavras. Segundo Quirós (1975), o
hemisfério direito do cérebro é o lado não-simbólico, ou seja, propriamente
postural e gestual. Estes têm a responsabilidade de se automatizar antes do
desenvolvimento da linguagem cuja localização fica no hemisfério esquerdo e
representa o lado simbólico dos objetos, para que a criança tenha a
integridade de importantes centros e circuitos neurológicos e
consequentemente uma aprendizagem da linguagem de forma eficaz. Há
casos em que crianças chegam ao desenvolvimento simbólico sem a
integridade do sistema postural e a noção do corpo. Partindo desse princípio,
19tomando a estabilidade postural como exigência de aprendizagem, como Ayres
(1982) denomina de segurança gravitacional, é aparente a deficiência dessa
formação em crianças que apresentam déficit de atenção, desordens
emocionais, e dificuldade de aprendizagem. É exatamente esse domínio
postural que fará o cérebro e a motricidade a desenvolverem, e a atividade
simbólica ser bem formada. É como se fosse o pré-requisito das aquisições
cognitivas, ou seja, o desenvolvimento do conhecimento inicia a partir das
atividades motoras, que por sua vez só dão início quando a criança estabelece
uma segurança gravitacional.
2.2 - Comunicação Verbal
Segundo Fonseca, a comunicação não-verbal conta com diversos
canais e modos dos contribuidores sensoriais. Diferentemente da
comunicação verbal que tem como contribuidores, somente o mecanismo da
fala cujo meio de expressão é oral, e o ouvido que é o único canal de
recepção na linguagem falada. Este processo de entrada da linguagem, o
termo conhecido como o input, apresenta dois níveis: o escutar e o ouvir. O
primeiro é um fenômeno captado sem descriminação ainda, enquanto o
segundo, o nível de percepção dos sons já é analisado. Para que a criança,
com dificuldades, chegue ao processo de análise dos sons distintivos, é
preciso muitas vezes de uma ajuda profissional que desempenhará um
papel de educador. Nos momentos de encontros, esse profissional fará
estímulos auditivos que despertará a memória remota de acordo com seu
conhecimento, para conseguir a estocagem destes estímulos no paciente e
consequentemente à correção da fala.
É muito comum no início da aquisição da fala, a troca de fonemas nas
falas das crianças, por isso, é bom observar essa frequência e o seu tempo
de permanência. É recomendável encaminhar a criança com ou sem trocas
de fonemas a um fonoaudiógolo antes do seu ano de alfabetização na
escola, para que se faça uma avaliação audiométrica o qual é usado para
20indicar a habilidade do paciente para a recepção da fala, embora esta
avaliação não seja suficiente para tal finalidade, já que:
“A percepção auditiva depende em grande proporção do
contexto em que o fonema se encontra, da freqüência dos
seus componentes, do conhecimento da pessoa sobre o
estímulo apresentado e na habilidade do sujeito em
decodificar padrões de sons complexos” (JAKUBOVICZ,
2002, p.49).
Por isso a importância do responsável e/ou das pessoas mais próximas
estejam atentos para a frequência de trocas de fonemas. Para uma pessoa
que fala mais que um idioma, esta tem uma competência na produção da fala
melhor que aquela que só tem a língua materna. Isso acontece porque a
aprendizagem envolve uma exploração maior dos sentidos e das articulações
faciais.
2.3 - Os transtornos de desenvolvimento da linguagem
Os transtornos de desenvolvimento da linguagem dificultam a capacidade
da criança de se expressar e de ser compreendida pelo outro. São problemas
de comunicação que podem ser ocasionados pelo desvio fonológico, presente
na fala de algumas crianças em fase de aquisição dos sons. Como a fala é um
pré-requisito para o reconhecimento e o desenvolvimento da linguagem, ou
seja, primeiramente a criança internaliza a aprendizagem dos sons
estabelecidos pela língua materna, ficando assim no plano fonético, para em
seguida entrar no plano fonológico, quando começa a organizar esses sons em
palavras com significados. Além dessa diferença existente entre esses dois
planos, no nível fonético se concentra apenas na produção articulatório, ou
seja, a criança focaliza seus esforços nos motores da fala pelo balbucio e é o
início da troca verbal com o meio. Enquanto que no nível fonológico, a criança
21começa adquirir a consciência do uso dos sons com significados para
conquistar a correspondência de sua fala com o outro. Os primeiros sons,
emitidos pelo bebê, vêm do choro. Só após de alguns meses de nascido, ele
aprende a balbuciar. Essa experiência é realizada por ritmo e articulação.
Geralmente eles dependem, ao longo do tempo inicial de vida, da estimulação
oferecida, do nível de inteligência, da memória e retenção de aprendizagem da
criança ou até mesmo dos problemas comportamentais. Quando o ritmo e a
articulação não são bem realizados, consequentemente, esta criança
apresenta uma deficiência na produção da fala durante sua aquisição da
linguagem. Para se obter um desenvolvimento do ritmo adequado,
primeiramente a criança precisará ter a capacidade de coordenar os
mecanismos da fala, ou seja, os articuladores como a língua, os lábios e a
mandíbula. Dessa forma poderá organizar os sons para conectá-los às
palavras. Isso envolve a velocidade e as pausas da fala, a pressão nos
articuladores e a seqüência silábica.
2.4 - Habilidades necessárias à aquisição da linguagem
O cérebro tem um papel principal para a formação da espécie humana
como ser pensante e capaz de se desenvolver. Mas para seu desempenho
acontecer, conta com ajuda de algumas funções cerebrais cujas habilidades
favorecerão a criança, nas fases mais precoces de seu desenvolvimento, a
delinear sua personalidade, seu potencial, sua cognição, e consequentemente
o aparecimento da linguagem e a compreensão desta de forma adequada à
idade. Segundo JALUBOVICZ (2002) são elas:
Organização simbólica
Julgamento das relações
Cognição
Atenção
Concentração
22Percepção
Raciocínio indutivo e dedutivo
Controle dos impulsos
Memória
Retenção
Toda essa integração favorece o seu desenvolvimento, maturação e
organização, mas o principal motivo, para que tudo isso se realize, é a
existência de uma relação psicoafetivo com o outro Ser, seja em relações
familiares ou em contexto social.
CAPÍTULO III
Inteligências e Competências do ser humano.
”Ao estimular as múltiplas inteligências que o aluno possui
com a operacionalização de diferentes habilidades,
espera-se que ele se torne um ser autônomo, reconstrutor
permanente do espaço para fazê-la melhor” (ANTUNES,
2008, p.98).
23A psicomotricidade tem como objetivo o estudo do homem nas suas
relações com o seu mundo interno e externo. Além disso, é uma ciência que
visa o desenvolvimento das funções da inteligência. Gardner (1994) classifica
dentre as inteligências do homem na psicologia cognitiva, a inteligência
cinestésico-corporal como sendo o “controle do corpo, de objetos e de
situações, envolvendo movimentos globais ou movimentos delicados dos
dedos, produzindo ações altamente diferenciadas para fins expressivos,
expositivos ou intencionais”. Stenberg (1985) considera que a inteligência
humana é adaptável ao meio que o indivíduo se encontra, podendo assim,
facilitar seu processo de adaptação e desempenho intelectual. Também é
importante levar em consideração as habilidades da criança, para que ela
tenha um bom desempenho cognitivo nas atividades propostas e nos
momentos de adaptação dos contextos em que se encontra, para não
apresentar um baixo rendimento no processo de aprendizagem.
A inteligência é uma habilidade cognitiva que o ser humano tem e pode
desenvolver suas capacidades cerebrais e solucionar problemas. Ela é
constituída, graças ao convívio com o mundo externo, favorecendo ao homem
uma vida cultural, uma língua convencional para se comunicar, uma ideologia e
crença. Atualmente o mundo externo passou a ser o centro transmissor de
informações. Cabe agora a escola ser a estimuladora da inteligência e o
professor, o facilitador para as informações, de forma a ensinar aos alunos a
maneira de “aprender a aprender”. O resultado dessa nova maneira de ensinar
é o aumento da capacidade de inteligência de cada aluno por meio de
estímulos significativos, principalmente nos primeiros anos de vida. Para que
as inteligências do aluno perdurem ao longo da vida, é importante o constante
número de estímulos que darão oportunidades para o contato entre as células
nervosas cuja responsabilidade é ativar o cérebro para a aprendizagem.
Segundo ANTUNES (1998 p.18-19),
24“... os circuitos cerebrais responsáveis pelas diferentes
inteligências amadurecem em períodos diferentes da vida,
destacando a importância do estímulo durante a infância.
A densidade das sinapses na criança de 1 a 2 anos é
cerca de 50% maior do que em um adulto, mas o
universitário de 22 anos tem tanta facilidade ou
dificuldade de aprender quanto seu avô de 71”.
Gardner, desde 1983 considera, em suas pesquisas, que um ponto do
cérebro representa a competência de oito inteligências. São elas, a linguística
ou verbal, a lógica-matemática, a espacial, a musical, a cinestésica corporal, a
naturalista e as pessoas que subdividem em intrapessoal e interpessoal. As
inteligências não nascem já prontas nas pessoas, o que acontece muitas
vezes, é que uma se sobressai mais que a outra e sua autonomia pode ser
investigada pela memória. Sua capacidade serve para criar idéias e permite
dar sentido ao que a pessoa está fazendo. Segundo ANTUNES, (2008) “a
inteligência é saber pensar, possuir vontade para fazê-lo, criar e usar símbolos,
acionar a memória e a atenção, dar asas à linguagem e incendiar a
motivação”. Já a competência, esta é um produto de aprendizagem. Ser
competente é saber fazer, ou seja, é saber a maneira de como articular a
habilidade para alcançar um objetivo. Uma pessoa pode se destacar em uma
inteligência, mas não ser competente nela suficientemente para o seu uso,
quando não estimulada. Por isso a necessidade de um profissional qualificado
que desenvolva as competências nas diversas habilidades existentes de cada
área de conhecimento do aluno por estratégias e meios de ensino. Dessa
forma o aluno pode usar sua criatividade e agir com uma ação operatória das
inteligências que possui. Essa criatividade será manifestada quando o
professor levantar questões intrigantes, desafiadoras que façam o aluno a
conquista de uma resposta criativa pelas buscas de alternativas diferentes.
Trabalhos em grupo favorecem esse exercício, pois o aluno aprende a aceitar
25críticas, como também fazê-los, além do mais, aprimorar sua comunicação e
aprender a pensar.
3.1 - A manifestação de cada inteligência
“... se nada se conhece, nada existe para ser
transformado e, portanto, o foco do saber se cristaliza no
ponto de partida do local conhecido para o endereço a
aprender”. (ANTUNES, 1998 p.100).
Muitas pessoas denominam um aluno inteligente, aquele que tem uma
boa memória e tira boas notas na escola, sem saber como este aprende os
conteúdos das matérias. É importante deixar claro que a inteligência é
desmembrada em áreas de conhecimentos e todo ser humano possui essas
múltiplas inteligências, basta estimulá-las para se ter um bom
desenvolvimento, já que a maioria das pessoas se destaca em apenas
algumas e não todas. Também é notável dizer que a memória é uma parte do
cérebro e seu registro é feito de várias formas. A competência em tê-las,
estará na capacidade do aluno em se concentrar nos conteúdos para obter
uma aprendizagem eficaz que justifique os resultados das avaliações feitas
pelos professores. Segundo Gardner existem evidências neuropsicológicas da
independência entre as memórias lingüística, espacial, corporal e musical, e as
formas diferenciadas de concentração. Sempre foi questionado o tempo da
memória da pessoa sobre algum assunto, e muito era visto como uma
dependência do método utilizado para a permanência dessa aprendizagem.
Atualmente, não se preocupa mais com o tempo de memória da pessoa sobre
algum conceito, mas a sua importância em transformá-lo em instrumento de
ação. Por isso a importância de fazer associações de informações com alguma
que já esteja internalizada na pessoa, para assim transformar a aprendizagem
desta em um conhecimento adquirido, já que o novo conhecimento se constrói
com base no anterior. Essa conquista é adquirida com a intermediação do
professor e pela ação do estudante, onde juntos encontrarão as resoluções
26dos problemas sob pontos de vistas diferentes, ou seja, sob habilidades
diferenciadas que desenvolveram no percurso da aprendizagem. Essa
perspectiva construtivista de aprendizagem coloca o papel do professor não
mais como informador e detentor de conhecimentos que transmite ao aluno,
mas, um colaborador desse aprendiz o qual toma consciência da construção
de seus conhecimentos com base no que já conhece sob formas de
experiências de vida. Segundo ANTUNES (2008), “Ter sua inteligência
estimulada é direito de todo aluno; aprender meios e estratégias para estimulá-
la é compromisso de todo verdadeiro educador”. São elas, as inteligências
divididas por áreas de conhecimentos:
3.1.1 - A inteligência lógico-matemática:
É encontrada em pessoas com facilidade para cálculo, no prazer que
estas têm de resolver quebra-cabeças nos momentos de descanso.
Piaget considera esse estímulo nas ações das crianças sobre o mundo.
Primeiramente explorando, por exemplo, seus móbiles no espaço do
berço. Depois, reconhecendo a permanência do objeto, se referindo a
ele mesmo na sua ausência, reconhecendo as similaridades dos objetos
e ordenando-os em classes e conjuntos. São exercícios de buscar a
lógica dos acontecimentos nas operações mentais. O professor tem o
compromisso de selecionar jogos e desafios compatíveis à capacidade
de seu aluno, trabalhar a partir de erros e dificuldades apresentadas por
eles, identificar e explorar o progresso do aluno na sua criatividade e a
utilização do raciocínio numérico, desenvolver o emprego de diferentes
operações lógico-matemáticos nos alunos e saber administrar situações
problemáticas em atividades lúdicas e desafios entre eles. O aluno por
sua vez precisa dominar e interpretar o procedimento operacional que
27desenvolvam números e grandezas, sentir sua progressão na
compreensão e criação em operações de raciocino-lógico, perceber o
uso de suas competências lógico-matemático em ações do cotidiano,
perceber elementos matemáticos nos ambientes que freqüenta.
3.1.2 - A inteligência espacial:
A competência do indivíduo está na capacidade de perceber formas e
objetos em diferentes ângulos, se localizar no espaço, imaginar
deslocamento espacial de algum objeto, recriar experiências visuais. Ela
é importante para nossa orientação no mundo físico. A capacidade do
professor está em selecionar situações que envolvam localização,
deslocamentos espaciais e temporais, identificar a evolução do aluno no
domínio de sua percepção do espaço em que vive, explorar a
criatividade e a utilização do raciocínio espacial do aluno em ações do
cotidiano, conceber problemáticas que envolvam a espacialidade como
atividade lúdica e desafios entre os alunos, estimular o aluno a
transformar um texto em figura, uma música em desenho ou em outras
situações. Em contrapartida, o aluno deve dominar a compreensão e
interpretação de procedimentos operacionais que envolvam números e
grandezas, dominar a capacidade de se auto-avaliar e criar desafios e
jogos que explorem sua relação com espaço e distâncias.
3.1.3 - A inteligência linguística:
É uma ferramenta essencial para a sobrevivência do homem, pois a
linguagem é o principal meio de comunicação e para muitas pessoas,
ainda é o único meio. Essa diferença de conhecimentos está na
capacidade que cada um tem de se utilizar dela com um vocabulário
mais rebuscado ou não. As crianças começam a compreender a
28linguagem em que estão inseridas no espaço social e cultural pelos sons
da língua mãe e suas relações com as letras que os simbolizam. Por
isso a importância de uma alfabetização fonética, visto que ela
representa o centro estrutural da inteligência lingüística. Ela se resume
na capacidade daquele de compreender e dominar as expressões da
linguagem. Ser competente nessa área, exige do professor a
capacidade de selecionar textos compatíveis com a capacidade de
significação do aluno, desenvolver uma avaliação contínua sobre a
capacidade de compreensão dele, saber explorar a criatividade e a
explanação oral dos alunos envolvendo-os em atividades de pesquisa e
desenvolver os alunos no emprego de diferentes verbos de ação
lingüística. Quando ao aluno, cabe a ele fazer a compreensão e
interpretação de textos, dominar diferentes formas de apresentação de
textos, interessar-se pela exploração oral nas conversas em grupo,
desenvolver o hábito de uso por dicionário, interessar-se por projetos de
pesquisas e saber diferenciar o uso de pensamentos e textos.
3.1.4 - A inteligência cinestésica-corporal:
É a capacidade que o homem tem de usar seu próprio corpo de uma
forma diferenciada. A expressão corporal tem sua importância de
ampliar a relação de pessoa com o mundo. Segundo Piaget, a fase
sensório-motora representa o início dos estímulos dessa inteligência,
pois é quando a criança começa a usar seu corpo pelos sentidos para
identificar o mundo que a cerca. O professor deve selecionar situações
que envolvam relações entre o que se pensa e os movimentos corporais
para facilitar a retenção dos saberes, trabalhar a evolução do aluno na
sua percepção corporal na transposição de sua capacidade de pensar,
identificar a capacidade do aluno em contextualizar referências
aprendidas a movimentos corporais, administrar idéias sobre danças
culturais e estimular o aluno a transpor informações de uma linguagem
29para outras apresentações, transformar um texto em dança ou jogo.
Enquanto o aluno, que se destaca nessa inteligência, é capaz de
compreender e interpretar movimentos corporais ao que está
aprendendo, criar desafios e jogos que explorem relação com o corpo e
seus movimentos, perceber o suo de suas competências cinestésicas
em ações de seu cotidiano, sentindo e imaginando o envolvimento
motor e a sensibilidade fina nos fatos que aprende, interessa-se por
práticas corporais diversas e aprimora a sensibilidade para compreender
a importância da alimentação e dos esportes.
30
3.1.5 - A inteligência musical:
Muitas pessoas consideram essa competência como um talento, em vez
de inteligência. Isso porque existem pessoas que se destacam ao ter
facilidade de identificar sons diferentes e até a intensidade da música. A
diferença entre talento e inteligência está que esta última é encontrada
quase em todo mundo e muitas vezes precisam de estímulos para
desenvolvê-la. Já a pessoa talentosa já se desenvolve por si só. Essa
inteligência tem uma grande importância no desenvolvimento da criança
na percepção do ritmo musical e na capacidade de fazê-la expressar
seus sentimentos e seus conhecimentos através do som se destacando
com extrema sensibilidade para a entoação, o ritmo, a melodia e o tom.
O professor que tem esse conhecimento aprimorado, precisa trabalhar a
evolução do aluno na sua percepção sonora, identificar e explorar o
progresso do aluno sobre sua capacidade em contextualizar suas
referências a sons musicais, explorar a criatividade e a utilização do
raciocínio sonoro ou musical do aluno em ações do cotidiano, estimular
o aluno a transpor informações conquistadas em uma linguagem para
outras apresentações e transformar um texto em música e vice-versa ou
um dança em outras situações. O aluno, para se desenvolver nessa
inteligência, precisa saber interpretar sons ambientais e músicas, criar
desafios e jogos que explorem sua relação com o som e a música,
interessar-se pelo aperfeiçoamento da capacidade auditiva, aprimorar
seu pensamento crítico e desenvolver a sensibilidade para compreender
a música clássica e popular, e desenvolver a criatividade explorando
reflexões que contextualizem o que aprende em outras situações.
31
3.1.6 - A inteligência naturalista:
Ela se manifesta em pessoa com um interesse maior em observar e
explorar a natureza, para desvendar os mistérios da Terra e seus
elementos naturais pela sensibilidade de percepção e compreensão dos
elementos naturais, entre a vida animal e vegetal. O professor, para
estimular esta inteligência, precisa saber selecionar situações que
envolvam relações entre o que se estuda e sua aplicação na natureza,
trabalhar a evolução do aluno no domínio de sua percepção naturalista
e acreditar ser o responsável pela preservação ambiental, administrar
novas idéias sobre o meio ambiente e a proteção, como coleta seletiva
de lixo, economia de água e outras atuações. O aluno, por sua vez,
deve interessar-se por práticas ecológicas preservacionistas, aprimorar
o pensamento crítico e desenvolver a sensibilidade para compreender a
importância para si e para outros da qualidade de vida.
3.1.7 - As inteligências intrapessoal e interpessoal:
Pessoas que se destacam com a inteligência interpessoal têm a
capacidade de perceber: contrastes em seus estados de ânimo e suas
motivações, de identificar intenções e desejos de outras pessoas, como
também entendê-las. Mas pouco se liga para o que outros pensam a
seu respeito, pois valoriza a privacidade. Embora o estilo de uma se
associe ao da outra, percebe-se que as que se destacam pela
inteligência intrapessoal, têm um profundo conhecimento de si mesmo,
a auto-estima é elevada e tem facilidade de se relacionar com o outro.
32
3.1.8 - As inteligências pessoais e emocionais:
Tanto Gardner, quanto Goleman acreditam na importância de ampliar o
significado e a singularidade do indivíduo nas suas inteligências em
geral, embora se divergem em vários pontos, começando pela
denominação da inteligência. O primeiro retrata a inteligência pessoal
como uma simbiose entre a carga hereditária e as interações do sujeito
com o ambiente social. Já o segundo, denomina a inteligência como
emocional e uma representação exclusiva da bagagem hereditária.
Ainda que essa inteligência pessoal ou emocional surja na vida pré-natal
com uma dependência afetiva, a primeira relação é a mãe, a qual é a
primeira pessoa com quem o bebê tem contato. À medida que a criança
vai crescendo, esse afeto recíproco vai dando lugar para outras pessoas
e a relação discriminação de expressões faciais de afeto ou rejeição já é
capaz de ter. Daí a importância da sociabilidade da criança no
desenvolvimento pessoal de cada uma, principalmente já dentro de uma
ambiente escolar cujo local é onde se dá a descoberta do “eu” conforme
sua interação com o “outro” da mesma idade.
Para Gardner, as inteligências inter e intrapessoal integram o grupo das
chamadas inteligências pessoais, pois considera que todas as inteligências
humanas respondem aos mesmos estímulos. Sendo assim, a competência
desse professor deve estar vinculada à capacidade de ampliar as relações
interpessoais dos alunos, trabalhar a evolução do aluno na capacidade de
aceitar e praticar valores e conceber novas idéias sobre o relacionamento
humano. O aluno nesse caso deve ser capaz de se relacionar com diversas
pessoas, explorar sua sensibilidade em relação ao autoconhecimento e
conhecimento do outro, saber fazer amizades, como conversar e aceitar o
outro, e compreender a importância da amizade e solidariedade.
33
3.1.9 - A inteligência pictórica:
É uma forma de linguagem que traduz o conhecimento que a pessoa
tem em expressões gráficas, criando imagens por meio de traços. Essa
inteligência pictórica, considerada por Nilton Machado desde 1996,
segundo Gardner é simplesmente a atuação de três inteligências de
forma simultânea, por ele considerado: espacial, cinestésica e
interpessoal.
Essa nova atitude do professor em usar sua habilidade em motivar os
alunos, leva-os aos estímulos de suas diferentes inteligências, para
consequentemente estarem aptos a resolverem problemas usando, segundo
ANTUNES (1998), suas habilidades operatórias de conhecer, compreender,
analisar, deduzir, criticar, sintetizar, classificar, comparar, dentre outras. Mas
para que tudo isso se realize, é preciso que o aprendiz seja competente nas
áreas de conhecimentos, explorando diferentes recursos cognitivos para
solucionar problemas, ou seja, ser capaz de saber fazer com criatividade. Mas
para alcançar essa criatividade, é preciso buscar alternativas diferentes,
principalmente numa cooperação com o outro. Pois, um trabalho em grupo
favorece o aprendizado na aceitação de críticas e aprimoramento da
comunicação.
“A prática construtivista no estímulo das múltiplas
inteligências, portanto, requer que a escola se transforme
em um espaço de formação e de informações em que a
aprendizagem de conteúdos, a formação de conceitos, o
desenvolvimento de habilidades e a avaliação das tarefas
relevantes possam favorecer a interação do aluno na
sociedade em que vive o onde necessita aprender a
conviver”.(ANTUNES, 1998 p.103)
34
No decorrer dos primeiros anos de vida da criança, existem períodos de
maiores oportunidades de aprendizagem. Elas são conhecidas como aberturas
de janelas e em determinados momentos da vida estão mais abertas para o
desenvolvimento das inteligências. Elas devem ser estimuladas pelos
profissionais, independente das necessidades de cada criança, para que
favoreça um maior desenvolvimento de suas capacidades psicomotoras,
cognitivas e socioafetivo.
É importante, desde o nascimento da criança, haver estímulos para seu
desenvolvimento em todas as áreas das inteligências múltiplas como:
1 Estimular a identificação das cores e brincar de interpretação de imagens.
A criança começa a ver o mundo que a cerca pelas cores que lhe são
apresentadas, pois está associada à função visual;
2 Estimular o tato, o paladar e o olfato pelas brincadeiras, são oportunidades
para desenvolver a imaginação.
3 O ponto inicial para o desenvolvimento da linguagem está associado a
conversas construídas sobre imagens para estimular novos vocabulários
que transformam os sons em palavras;
4 Favorecer a percepção dos sons em sensações pela percepção da
temperatura e do movimento do ar e da água;
5 Estimular desenhos que representam a evolução simbólica inicialmente
derivada das ações da criança sobre os objetos do mundo que evoluem
pelas suas experiências. Exercícios com atividades sonoras aprimoram
esse raciocino-lógico;
6 Estimular os movimentos dos dedos pela música, pois ela acalma a criança
quando agitada. Uma música calma e adequada ao ambiente é estimulante
nos momentos de brincadeira, sono e se alimentando;
357 Para o aperfeiçoamento da coordenação motora, é importante o exercício
físico e jogos operatórios, pois estimulam a lateralidade e a noção do corpo.
Esses estímulos são alguns, dentre vários, onde o profissional deve
estar atento para o desenvolvimento da criança.
CAPÍTULO IV
36
PRÁTICAS DE EXERCÍCIOS PARA UMA AQUISIÇÃO
DE FALA COMPETENTE
Recapitulando um pouco o capítulo I sobre o desenvolvimento da espécie
humana no sentido perceptivo de seu próprio Ser e sua organização no meio
em que vive, a psicogenética esclarece essa noção onde a criança se organiza
no seu mundo a partir de seu próprio corpo, no intuito de evitar um distúrbio na
comunicação oral. A primeira etapa é tomar consciência de seus limites com
seu EU corporal; a segunda etapa começa gradativamente, quando ao tomar
consciência dos objetos, automaticamente começará a organização perceptiva
que lhe ajudarão para a noção do EU corporal juntamente com os dados
visuais e proprioceptivos. Nesse caso começa a preferência visual com a figura
da mãe. Partindo daí, a criança começa a entrar no período linguístico
empregando o pronome EU e a estruturar seu corpo fazendo distinção de suas
partes.
4.1 - APRENDIZAGEM
A Psicomotricidade existe em todas as atividades física e mental da
criança, com o intuito de buscar o conhecimento e domínio de seu corpo. Ela é
tão importante para o processo intelecto e de aprendizagem do ser humano o
qual envolve o desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade,
Estruturação Espacial, Orientação Temporal e Pré-Escrita. Quando algum
desses elementos é mal estruturado, a criança poderá apresentar problemas
no desenvolvimento da linguagem oral, escrita, dentre outras. Por isso a sua
grande importância principalmente nos três primeiros anos de vida, pois a
Psicomotricidade favorece as capacidades básicas da criança ao
desenvolvimento, aumentando seu potencial motor em harmonia com suas
37experiências pessoais. Essa maturação orgânica progressiva ocorre pela
experiência pessoal da pessoa junto com uma educação psicomotora.
Para que se obtenha uma boa aprendizagem, é preciso que a criança se
sinta segura, para ter iniciativa de se arriscar. A conseqüência desse ato será o
conhecimento de si mesma, o entendimento de suas possibilidades e
limitações, favorecendo assim, uma expressão corporal no ambiente que a
cerca, uma linguagem comunicativa com outros que estão ao seu redor e o
aperfeiçoamento de suas habilidades para novas competências a serem
adquiridas. Sendo assim, a aprendizagem é um processo de construção e (re)
significação e apropriação de conhecimentos. Segundo Vygotsky, a construção
de conhecimento é realizada pelas experiências vividas, envolvendo o
emocional na vinculação da fantasia com a realidade, ou seja, o mundo
imaginário com a realidade que presencia.
Para a criança desenvolver a confiança em si mesma, é preciso que o
profissional deixe expor seus fatos vivenciados para fazer uma ligação entre o
mundo imaginário e o real, levando em consideração os lados socioafetivo
(que favorece sua auto-imagem positiva para uma ação e crescimento),
cognitivo (que demonstre resoluções de situações enfrentando desafios e
trocando experiências com o outro para desenvolver seu pensamento) e
psicomotor (explorando seu próprio corpo pelos movimentos no meio em que
se encontra, realizando atividades que envolvam esquema e imagem corporal,
lateralidade, relações tempôro-espaciais). Todas essas ações formam
melhores condições para uma boa aprendizagem futura na leitura e na escrita.
Portanto, a Psicomotricidade tem o papel de observar o indivíduo como um
todo, procurando diagnosticar se o problema está no corpo, na área da
inteligência ou na afetividade, visto que seu objetivo é estimular a criança
nessas áreas de uma forma equilibrada. Mas quando o profissional percebe
que a deficiência está na fala, cabe a ele criar um ambiente favorável para que
a criança desenvolva sua linguagem. O brincar é a melhor maneira de colocar
em prática as técnicas profissionais, pois sustenta muitas ligações com
fantasias, criatividade, aprendizagem, prazer, comunicação verbal etc.
38“... A criança em idade pré-escolar brinca num mundo
ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis
podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos
de brinquedo. A imaginação é um processo novo para a
criança... Assim, ao estabelecer critérios para discutir o
brincar da criança de outras formas de atividade,
concluímos que no brinquedo a criança atinge uma
situação imaginária (Vygotsky, 1991 p.106-107)”.
E para compreender a evolução da linguagem da criança, é necessário
obter dados de seu comportamento e seu desenvolvimento global.
A reprodução de estruturas rítmicas sugere à criança a capacidade de
discriminação auditiva. A função principal dos exercícios de ritmo é harmonizar
os sons e dispor as crianças para a aprendizagem. De forma lúdica e alegre,
ensinam-se jogos, poemas e muito movimento e ritmo. Em conjunto também
se se trabalham o esquema corporal, espacialidade, dicção, atenção,
integração social e muito outros aspectos. Um bom começo para essa prática
pode ser com um lápis batendo na mesa e o aluno deve reproduzir o som com
o mesmo ritmo. Essa atividade sugere à criança a capacidade de
discriminação auditiva.
Exercícios de respiração são típicos para um controle da emissão dos sons
e melhora a produção da fala, como a natação, encher bola de gás com a boca
e colocá-la sobre a barriga para observar seu movimento de subir e descer
conforme o controle do ar entrando e saindo dos pulmões.
Aulas de música que dêem oportunidades de cantar e manusear diversos
instrumentos musicais para aprender a diferenciar sons e até mesmo utilizá-los
para exercitar a velocidade do ar, como os instrumentos de sopro fazem.
Essas ideias são alguns estímulos que os próprios pais podem estar
atentos para uma prática diária de forma lúdica criando momentos prazerosos.
Falar o tempo todo com a criança com frases curtas é muito importante, pois a
39possibilita internalizar naturalmente os sons fonéticos para uma boa
organização de linguagem e uma consciência fonológica.
É importante lembrar que a prática de exercícios é um fator importante
para o desenvolvimento de uma fala competente, pois trabalha o processo
cognitivo da criança. Mas também depende de uma expressão mental e
corporal da criança, para que o seu sistema psicomotor humano esteja
equilibrado e caracterizado pelo autoconhecimento, plasticidade psíquica,
adaptabilidade e a capacidade de aprender a aprender.
CONCLUSÃO
A linguagem é um tema muito abrangente no ramo da Educação. Por
algum momento era preciso analisar até que ponto poderia desenvolvê-la sem
sair da área de Psicomotricidade, tendo em vista a existência de outros
40profissionais que podem dar conta do assunto, dependendo de extensão do
problema encontrado na criança.
A Psicomotricidade ainda é uma área de estudo que está se ampliando
na área educacional, o que é diferentemente da Fonoaudiologia cujo trabalho
está voltado para motricidade oro-facial, ou seja, ao lado físico do
desenvolvimento da linguagem e da fala. O papel da Psicomotricidade vai
muito, além disso, porque o profissional deve avaliar e diagnosticar a criança
no seu psicomotor intra. Essa investigação e desenvolvimento psicomotora
envolve dois lado: a aquisição da linguagem e o controle de postura. Em
conjunto, eles formam o sistema psicomotor humano. Isso significa que,
mesmo que a criança tenha uma deficiência na fala, o problema não
necessariamente estará no psiquismo, mas na expressão mental e corporal
dela. O controle de postura é como se fosse um pré-requisito para o
desenvolvimento do processo cognitivo de qualquer pessoa, pois são com as
funções tônicas, posturais, somatognósicas e práxicas que o indivíduo terá um
bom desenvolvimento psíquico.
Primeiramente se deve cuidar do lado externo da criança, construir uma
base sólida para que todo seu desenvolvimento seja ele motor, emocional,
social ou cognitivo, esteja adequado à idade. Será nessa organização que a
criança terá o seu interior equilibrado.
Quando uma criança apresenta um quadro de deficiência na linguagem,
o Psicomotricista poderá diagnosticar na criança, o ponto em que ela precisa
ser “reparada”, visto que ele tem como objetivo um tratamento reeducativo
naquilo que está destoando de seu corpo e prejudicando sua aprendizagem.
A vantagem de se ter um profissional qualificado nessa área para estar
atento ao desenvolvimento psicomotor na criança, é que ele terá sempre um
olhar para criança como um todo, ou seja, percebendo não só o seu lado
físico, mas o cognitivo, o emocional e social. Sabe-se que o emocional é o
ponto primordial para a construção da consciência da criança diante do mundo
que ela se depara desde seu nascimento, por isso a importância materna
41desde o início da gestação, exatamente para lhe oferecer segurança para tudo
o que lhe terá por vir.
Sempre é muito bom estimular a criança no seu desenvolvimento como
um ser. Cabe o adulto, com esses conhecimentos da área, desenvolver as
múltiplas inteligências do homem e lhe oferecer oportunidades de experimentar
e vivenciar esses momentos significativos para sua aprendizagem formando
um cidadão capaz de.
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17. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo:
Martins Fontes, 1991.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
46RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A Influência da Psicomotricidade na Aquisição da Linguagem 10
1.1 – O que é Psicomotricidade 10
1.2 – O papel do cérebro 12
1.3 – Diagnóstico 14
1.4 – Origem da Linguagem 16
CAPÍTULO II
A Oromotricidade no Desenvolvimento da Fala 17
2.1 – A comunicação não-verbal 18
2.2 – A comunicação verbal 19
2.3 – Os transtornos de desenvolvimento da linguagem 21
2.4 – Habilidades necessárias à aquisição da linguagem 22
CAPÍTULO III
Inteligência e Competência do Ser Humano 23
3.1 – A manifestação de cada inteligência 25
3.1.1 – A inteligência lógica-matemática 27
3.1.2 – A inteligência espacial 28
473.1.3 – A inteligência lingüística 28
3.1.4 – A inteligência cinestésica-corporal 29
3.1.5 – A inteligência musical 30
3.1.6 – A inteligência naturalista 31
3.1.7 – A inteligência intrapessoal e interpessoal 31
3.1.8 – As inteligências pessoais e emocionais 32
3.1.9 – A inteligências pictórica 33
CAPÍTULO IV
Práticas de exercícios para uma aquisição de fala competente. 36
4.1 – Aprendizagem 36
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
BIBLIOGRAFIA CITADA 44
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CONDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
48
Título da Monografia:
A OROMOTRICIDADE PARA UMA LINGUAGEM COMPETENTE
Autor: ERIKA SANTOS DA SILVA FERREIRA
Data da entrega: 28/02/2008
Avaliado por:
Conceito: