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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE “GESTÃO SEM RUÍDOS” A COMUNICAÇÃO COMO GRANDE ALIADA DO GESTOR Por: LUCIANA ROCHA DA CRUZ PROFESSOR ORIENTADOR MARY SUE Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

“GESTÃO SEM RUÍDOS”

A COMUNICAÇÃO COMO GRANDE ALIADA DO GESTOR

Por: LUCIANA ROCHA DA CRUZ

PROFESSOR ORIENTADOR MARY SUE

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

“GESTÃO SEM RUÍDOS”

A COMUNICAÇÃO COMO GRANDE ALIADA DO GESTOR

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão Escolar.

Por: Luciana Rocha da Cruz

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar forças para eu sempre continuar e seguir em frente e a minha Família que além de não cansar em me apoiar, me tornam a cada dia uma pessoa melhor.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha Mãe, que por muitas vezes abdicou de sua vida pela minha, ao meu Pai, aos meus Filhos João Pedro e Maria Clara que são meus grandes orgulhos, ao meu Marido Sandro, meu amor para toda a vida e as minhas grandes amigas Daniele Peres e Virginia Cipoli, que colaboraram de forma efetiva na conclusão deste curso.

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EPÍGRAFE

Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria liguagem, você atinge seu coração."

Nelson Mandela

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RESUMO

A presente monografia tem como objetivo ressaltar a importância

da comunicação dentro das instituições é sabido que o tempo

desperdiçado com conflitos no ambiente de trabalho causa grandes

prejuízos dentro de uma instituição. Eles afetam a produtividade, podem

gerar estresse, desgaste emocional, ansiedade e muita infelicidade, e isso

se deve, em grande parte, a falhas na comunicação entre as partes

envolvidas.

A comunicação possibilita que as tarefas distribuídas entre

pessoas que integram a instituição sejam realizadas corretamente e

estejam dirigidas aos mesmos objetivos. A comunicação também auxilia

e complementa os demais instrumentos de gestão. Ela é um requisito

importante para formular os planos, implementá-los e avaliar os

resultados de sua execução. A comunicação cria, altera e mantém a

relação entre as operações. O bom fluxo de informações entre a direção,

a equipe pedagógica e os funcionários é um dos elementos da gestão

transparente.

Palavras-chaves: Comunicação; Informação; Conflitos; Gestão

Transparente.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a realização deste artigo foi a pesquisa

exploratória, através de levantamento bibliográfico sobre o tema em

livros, periódicos e sites da Internet.

Assim, o referencial teórico foi organizado a partir de análises de

conteúdos relevantes para o estudo. O tratamento dos dados da pesquisa

bibliográfica foi avaliado à luz dos teóricos que trabalham os conceitos

utilizados.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - COMUNICAÇÃO 11

CAPÍTULO II - COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL 18

CAPÍTULO III – LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO 26

NO CENÁRIO DA GESTÃO ESCOLAR

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

As Instituições de Ensino Brasileiras vivenciam a falta de uma cultura de

comunicação interna, onde as várias equipes trocam informações com o

objetivo de valorizar o diálogo e fortalecer o espírito do grupo.

É muito comum no dia a dia da escola ouvirmos frases deste tipo:

ninguém me avisou desta reunião; eu não sabia que o calendário de provas

tinha sido alterado; eles não se interessam em ler as circulares. Estas queixas

provam que a comunicação dentro deste espaço não está acontecendo a

contento. É um erro pensar que informar é igual a comunicar, a comunicação

exige um feedback do interlocutor.

Cabe ao gestor ressignificar os suportes utilizados para a comunicação

interna, tornar a comunicação com a equipe mais eficiente, criar um grupo

colaborativo de trabalho e assegurar que as informações cheguem às pessoas

no tempo desejado e de forma clara e cabe aos professores e demais

funcionários comunicar com regularidade o trabalho pedagógico para os

diferentes públicos, compreender a comunicação interna como um meio de

valorização da atuação como educador e colaborador da gestão escolar.

É o processo da comunicação que permite ao homem estabelecer

contatos, exprimir os seus desejos, aprender a partilhar conhecimentos, etc.

Este sistema ocorre sempre que alguém procura a dar conhecer uma

determinada informação ou dado e os envia através de códigos

convencionados por um canal de transmissão para uma segunda ou terceira

pessoa.

Derrubar as barreiras para melhorar a comunicação entre equipe gestora

e funcionários é um grande desafio a ser enfrentado pelo gestor, mesmo com

tantas tecnologias da comunicação ao seu alcance. Para criar uma cultura

favorável à comunicação, o gestor deve fazer da troca de informações uma

rotina, mostrando às pessoas que com ele trabalham que o conhecimento

sobre as diversas atividades que acontecem na escola favorece a criação de

um bom clima institucional. E isso só é possível através de um trabalho

permanente.

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É impossível imaginar uma instituição de qualquer tipo ou porte em que

não haja nenhum tipo de relação entre as pessoas situadas nos ambientes

internos e externos. Isto significa que não existe empresa que não dependa

dos processos de comunicação eficazes que auxiliam o esforço de criar e

manter essas relações. Além disso, vale salientar que muitos acertos, enganos,

distorções são cometidos porque as informações são mal veiculadas.

É na comunicação que se estabelecem os objetivos de qualquer projeto

e qual o papel de cada departamento para o público interno e externo. A

comunicação eficiente faz com que as informações sejam distribuídas de

maneira clara para cada receptor. - “Comunicação é a ferramenta que vai

permitir que a administração torne comum as mensagens destinadas a motivar,

estimular, considerar diferenciar, promover, premiar e agrupar os integrantes

de uma organização. A gestão e seu conjunto de valores, missão e visão de

futuro proporcionam as condições para que a comunidade empresarial atue

com eficácia.” (Nassar, 2000).

O tema “ A Comunicação como ferramenta de gestão eficaz”, permitirá

uma possibilidade de reflexão no sentido de redirecionar suas ações, tendo

como visão a melhoria da veiculação de informações dentro da escola,

implantar medidas de ajustes quanto à ação efetiva de toda a comunidade

escolar, contribuindo, assim, para uma formação de qualidade.

“Quem sabe se comunicar tem poder . Poder de influenciar, transformar, sensibilizar, comover,convencer, esclarecer, agitar grandes lances, firmar sua presença no mundo”. (Lair Ribeiro, 1993)

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CAPÍTULO I -

COMUNICAÇÃO

O termo comunicação deriva do latim “comunicare” que significa pôr em

comum. Comunicação para Bateman e Snell (1993, p. 402) "é a transmissão de

informação e significado de uma parte para outra através da utilização de

símbolos partilhados".

A Comunicação é entendida como a transmissão de estímulos e

respostas provocadas, através de um sistema completa ou parcialmente

compartilhado. É todo o processo de transmissão e de troca de mensagens

entre seres humanos

Para a realização de um processo de comunicação podemos destacar:

• fonte (que pode ser pessoa, processo ou equipamentos que fornece as

mensagens);

• transmissor (processo ou equipamento que codifica a mensagem e a

transmite ao canal);

• canal (equipamento ou espaço intermediário entre transmissor e

receptor);

• receptor (processo ou equipamento que recebe e decodifica a

mensagem);

• destino (a pessoa, processo ou equipamento a quem é destinada a

mensagem);

“A Comunicação completa e eficaz, entendida como fornecimento ou troca de informações, idéias e sentimentos, através de palavras, escritas ou orais ou de sinais – é vital para o ajustamento das pessoas dentro de uma organização.”(MINICUCCI, 1992)

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• ruído (perturbações indesejáveis que tendem a alterar, de maneira

imprevisível, a mensagem). (Shannon apud Pimenta, 2007, p. 45)

Os componentes que fazem parte da comunicação foram estudados por

Shannnon e Weaver no ano de 1949 (Tomasi e Medeiros, 2007, p. 7),

originando assim o modelo mecanicista de comunicação onde podemos

apresentá-lo no seguinte gráfico:

Figura 1: Modelo mecanicista da comunicação

Fonte: Tomasi e Medeiros, 2007

Na comunicação o ruído é algo que atrapalha a mensagem e a mesma

não leva a informação ou não desperta no receptor o sentimento ou a ação

desejável por quem as emitiu. Existem vários tipos de canais utilizados para se

transmitir uma mensagem, basta identificar os mais eficientes e eficazes para

se alcançar o que se deseja no momento em que se precisa, ou seja, sempre.

FONTE

DE

INFORMAÇÃO

TRANSMISSOR

RUÍDO

CANAL

RECEPTOR

MENSAGEM

MENSAGEM

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E sempre conseguir o que se deseja através da comunicação não é tarefa fácil,

visto que cada pessoa tem uma forma de pensar e interpretar diferente. Vários

estudiosos vêm analisando, aplicando pesquisas e descobrindo métodos que

auxiliará se aplicados de forma correta, o alcance dos objetivos através da

comunicação.

Para que exista comunicação é necessário que se tenha um

entendimento do que se quer transmitir, no caso das empresas as

comunicações muitas vezes, ou quase sempre não têm o intuito de apenas

comunicar, mas de persuadir, sensibilizar o receptor a tomar ou ter

determinada atitude ou reação.

Segundo Tomasi e Medeiros (2007, p. 12) " O destinatário pode ter

comportamento passivo, ativo ou proativo" De pouco vai adiantar a

comunicação de uma empresa que esta despertando em seus receptores uma

ação passiva, pois segundo Tomasi e Medeiros (2007, p. 12) "se o destinador é

passivo, ele recebe a mensagem, mas não a utiliza" e a mensagem é para ser

utilizada. Para Tomasi e Medeiros (2007, p. 12) " se é ativo, o destinador

recebe a mensagem e reage a ela. Por isso se diz que seu comportamento é

reativo". Mas reagir a ela não significa que o mesmo esteja reagindo de forma

positiva, ou de acordo com o que se esperava do mesmo.

Agora analisando o comportamento proativo do destinatário podemos

entender que:

No comportamento proativo, o destinador provoca uma mensagem da

parte do destinador. Ele estimula o destinador a oferecer-lhe uma mensagem.

Uma tosse, um franzir de cenho, uma risada, todos podem ser estímulos

provocadores da emissão de uma mensagem. Pessoas envolvidas em uma

comunicação tanto emitem, como recebem mensagens. Assim, ora uma

pessoa desempenha a função de emissor, ora de receptor. Da mesma forma, a

função de receptor ou emissor pode não ser representada por uma única

pessoa; às vezes, ela o é por um grupo, por uma empresa, por toda a

sociedade. (Tomasi e Medeiros, 2007, p. 12)

Visto que o destinatário pode ter várias reações ao que se esta sendo

transmitido nas empresas os comunicadores, que serão todos, devem ter

cautela ao se transmitir uma comunicação, no caso dos gerentes,

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coordenadores, diretores, ou seja, profissionais que têm outros sob sua

orientação o cuidado é, e deve, ser maior, eles devem mensurar o grau de

entendimento de seus comunicados, caso contrário corre-se o risco de não se

obter os resultados esperados através dos mesmos.

Os destinatários recebem as mensagens através de canais ao se

analisar os canais utilizados por uma organização podemos destacar:

Os canais ou meios de informação são classificados em relação à

capacidade de transmitir informação mais ou menos rica, com a riqueza

diminuindo na seqüência, a saber (DAFT, 1997):

1. meio mais rico é o face a face, que é caracterizado pela riqueza das

expressões adicionais como linguagem não-verbal e proporciona um feedback

imediato para possíveis correções; por isso, esse tipo de canal permite diminuir

ao máximo a ambigüidade no processo da comunicação;

2. o telefone (fixo ou móvel) e outros meios eletrônicos pessoais de

comunicação formam o segundo grupo mais rico, pois o feedback é rápido, as

mensagens são direcionadas pessoalmente e com recursos adicionais como a

entonação, porém as expressões visuais não podem ser transmitidas;

3. documentos escritos, endereçados pessoalmente (cartas, notas, faz, e-mails

etc.) têm riqueza menor ainda; o feedback é mais lento e as

expressões/indicações visuais são mínimas (figuras, gráficos, esquemas,

fontes diferentes como negrito, itálico etc.);

4. documentos escritos, endereçados pessoalmente (boletins, relatórios,

bancos de dados de computador) são mais "enxutos" (menos ricos),

geralmente eles são mais quantitativos, não necessariamente proporcionam

feedback e servem bem para transmitir dados exatos para muitas pessoas.

Vemos que estes canais são meios de comunicação utilizados para se

transmitir informação em uma empresa. A escolha do canal de informação a

ser utilizado depende, não somente, do que se vai transmitir como também do

resultado que se quer alcançar e do feedback quer se quer ter. Ao analisarmos

as ações e reações do receptor da mensagem se não for satisfatório ao que se

esperava, a culpa não necessariamente é do receptor, mas do transmissor que

não tomou as devidas cautelas ao se comunicar.

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Com isto percebemos o quanto é importante conhecer todos os

componentes que faz parte de uma comunicação eficaz, não importa se a

comunicação será escrita, oral ou gestual. A atenção deve ser a mesma para

toda a comunicação, pois dela depende o sucesso ou o não sucesso de uma

organização.

1.1 – Comunicação Verbal

Quase toda a comunicação verbal é realizada por escrito e

devidamente documentada por meio de protocolo, mas é composta pela

palavra.

As dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm

graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras

não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe

permite decifrar e interpretar as palavras). A comunicação verbal é plenamente

voluntária.

Comunicação Oral: são as ordens, pedidos, conversas, debates,

discussões.

Comunicação Escrita: são as cartas, telegramas, bilhetinhos, letreiros,

cartazes, livros, folhetos, jornais, revista.

“Quanto mais a técnica permite a expressão, mais a questão do feedback, do retorno, torna-se importante. A comunicação traz um duplo desafio: aceitar o outro e defender sua identidade própria. No fundo, a comunicação levanta a questão da relação entre o eu e o outro, o eu e o mundo. Há uma dimensão antropológica e ontológica na comunicação" (WOLTON, 2006).

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O sucesso da Comunicação Verbal depende completamente da clareza

das mensagens passadas, e esta clareza está ligada à compatibilidade do

acervo vocabular e intelectual dos envolvidos na troca de informações. Para

que haja êxito na Comunicação Verbal, seja ela escrita ou falada, o receptor da

mensagem precisa compreender o que lê ou ouve, para isso é necessário que

a mensagem esteja em um código comum ao emissor e ao receptor (mesmo

idioma) e que ambos estejam no mesmo patamar de conhecimento. Quando

qualquer uma dessas condições essenciais há falha na comunicação.

1.2 – Comunicação Não-Verbal

A comunicação não-verbal é definida como o processo de

comunicação por meio de enviar e receber mensagens sem palavras.

Comunicação não-verbal compreende as expressões faciais, contato visual,

gestos, postura e linguagem corporal. Roupas e estilos de cabelo também

desempenhar um papel significativo é esta categoria de comunicação.

Através desta comunicação não-verbal ocorre a troca de sinais: olhar,

gesto, postura, mímica.

Comunicação por mímica: são os gestos das mãos, do corpo, da face,

as caretas.

Comunicação pelo olhar: as pessoas costumam se entender pelo olhar.

Comunicação pela postura: o modo como nos sentamos, o corpo

inclinado para trás ou para frente, até mesmo a posição dos pés. Tudo isso na

maioria das vezes é o nosso subconsciente transmitindo uma mensagem.

Comunicação por gestos: pode ser voluntária, como um beijo ou um

cumprimento. Mas também pode ser involuntária, como por exemplo, mãos que

não param de rabiscar ou de mexer em algo. Isso é sinal de tensão e, ou

nervosismo.

Segundo Marcondes (2003), uma comunicação mal feita, seja ela

escrita ou falada, pode, muitas vezes, colocar a pessoa ou a situação em risco.

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Se o emissor da mensagem não souber utilizar as palavras certas e nem frases

concisas, com começo, meio e fim, o receptor pode não entender ou

compreender de maneira correta a informação, o que, dependendo da

situação, pode causar transtornos enormes.

Alguns cargos e segmentos profissionais exigem mais habilidade em

comunicação do que os outros. Alguns profissionais precisam falar mais, outros

escrever, mas ambos exigem um bom conhecimento do Português.

Escrever correto de forma comunicativa não pode ser apenas

predicado dos professores da Língua Portuguesa.

E estes “equívocos” podem prejudicar e muito, o profissional emissor

da mensagem, caso o seu receptor tenha um maior domínio do idioma.

Aumenta o problema quando entram em questão outros idiomas.

Não basta produzir textos com alto grau de formalismo para a

informação e a necessidade de um processo decisório cada vez mais eficaz, é

necessário aumentar o grau de compreensão, assimilação e uso da mensagem

a ser veiculada.

Sempre que a comunicação não é entendida de acordo com o seu

objetivo, sofre a qualidade do trabalho e a qualidade se inferioriza.

“Quando as pessoas falam, escute completamente.” (HEMIHGWAY,1989)

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CAPÍTULO II

COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

A Comunicação Interpessoal é o estabelecimento de uma corrente de

pensamento ou mensagem, dirigida de um indivíduo a outro ou a outros, com o

fim de informar, persuadir, ou divertir. Podemos, ainda, acrescentar que é um

processo interativo e didático em que o emissor constrói significados e

desenvolve expectativas na mente do receptor.

O processo de comunicação acontece, quando duas pessoas interagem

reciprocamente, colocando-se uma no lugar da outra. A interação envolve,

pois, uma incorporação de papéis recíproca, e uma empatia mútua de

habilidades. Os objetivos da interação são: um interligar-se com o outro, a

completa habilidade de antecipar, prever e comportar-se de acordo com as

necessidades recíprocas de um e de outro.

O importante na comunicação interpessoal é o cuidado e a preocupação

dos interlocutores dados ou das informações em questão para que se obtenha

o sucesso no processo desejado.

A impossibilidade de não comunicar origina que qualquer situação

comportamental de duas ou mais pessoas seja uma situação interpessoal, uma

situação de comunicação sob um ponto de vista racional e mecânico, um fala,

o outro ouve e responde. Contudo, raramente as comunicações são assim tão

simples. As comunicações são muito mais do que palavras ditas entre as

pessoas. Todo o comportamento transmite uma mensagem. Quando

pensamos no conceito de comunicação interpessoal, temos de examinar a

relação interpessoal como um todo.

“A Comunicação é a constante interação com outras pessoas, com os mais diversos grupos sociais, sendo, portanto a comunicação (interpessoal, profissional ou qualquer outro tipo de contato), a interação com terceiros, a convivência, etc. são condições imprescindíveis à sobrevivência e produtividade humanas.” (AQUINO, 1987)

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Cada indivíduo troca informações baseadas em seu repertório cultural,

sua formação educacional e toda a sua experiência que acumulou ao longo da

vida. Quando falamos em comunicação interpessoal, há pelo menos três

diferentes pontos de vistas a serem considerados:

PESSOA 1:

Aquela que transmite

a mensagem

Esta pessoa conhece o significado

profundo que deseja transmitir. Ela tem

controle sobre os detalhes da mensagem e,

possivelmente, também tem controle sobre o

meio de comunicação.

A frustração desta pessoa é que mesmo com

a cuidadosa montagem da mensagem, o que

é recebido e interpretado será sempre um

pouco (ou muito) diferente daquilo que ela

pretendeu.

Saber como a mensagem foi recebida

pode ser um grande desafio. Imagine um

jornalista ou um publicitário que falam com

milhares de pessoas ao mesmo tempo. No

entanto, quando a comunicação é pessoal,

temos a chance de observar as reações

não-verbais e expressões de nossos

interlocutores.

PESSOA 2:

Aquela que recebe

a mensagem

A pessoa que recebe a mensagem pode

estar ou não estar interessada (em alguns

casos pode até rejeitar a situação). Isto

depende, em parte, das intenções

percebidas no emissor da mensagem e,

em parte, do humor e do estado

emocional.

Esta pessoa pode ter a opção de prestar

atenção ou de afastar-se da mensagem.

Ela pode frustrar-se se tiver dificuldades

em interpretar ou abreviar a mensagem.

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PESSOA 3:

O observador

A terceira pessoa é um observador da

interação entre a pessoa 1 e 2. O observador

não participa diretamente do processo de

comunicação e não é o foco prioritário da

mensagem.

Em sua posição, o observador é capaz de

fornecer um feedback valioso aos

envolvidos na comunicação, ajudando a

solucionar situações conflituosas e mal-

entendidos

2.1. – Os Princípios da Comunicação Interpessoal

Segundo Adler e Towne (2002), existem alguns importantes princípios para

uma boa comunicação interpessoal. Em primeiro lugar, a interação pessoal não

é algo que fazemos para os outros, e sim uma atividade que realizamos com os

outros. Uma pessoa com grandes habilidades na dança, por exemplo, que não

se adapta ao nível de habilidade do seu parceiro, terá um resultado final muito

abaixo do esperado.

Em segundo lugar, a comunicação pode ser intencional ou não intencional.

Apesar de alguns autores classificarem como comunicação apenas as mensagens

intencionais, outros afirmam que comportamentos não intencionais também são

formas de comunicação. Sem se dar conta, uma pessoa pode transmitir uma

mensagem por meio de suspiros, olhares e movimentos impacientes.

Em terceiro lugar, a comunicação é irreversível. Infelizmente, não podemos

voltar no tempo e apagar o que dissemos ou fizemos. O máximo que podemos

fazer é amenizar a situação com esclarecimentos adicionais e pedidos de

desculpas.

Por fim, é impossível repetir a comunicação. Vivemos um fluxo contínuo de

mudanças que afeta todas as pessoas e situações a nossa volta, além de nós

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mesmos. Por isso, palavras e comportamentos, mesmo quando repetidos, são

diferentes dependendo do momento, do contexto e dos interlocutores.

Segundo Adler e Towne (2002), existem conceitos sobre comunicação

interpessoal que precisam ser compreendidos para que possamos desenvolver

melhores relacionamentos.

1. Os significados não estão nas palavras. Sua audiência pode interpretar a

mensagem de uma forma que você não planejou nem desejou, em virtude de

fatores fora do seu controle, como ambiente, cultura, religião, memória,

percepções, entre outros.

2. Mais comunicação nem sempre é melhor. Se falar pouco é ruim, falar demais

também pode ser. Repassar e repetir por muitas vezes as mesmas coisas é

improdutivo, além de, em certas situações, agravar o problema. Há também

situações em que nenhuma comunicação é o melhor caminho: pessoas

zangadas devem deixar o tempo passar e as idéias clarearem.

3. A comunicação não ocorre no vazio, ou seja, um conjunto de fatos e eventos

anteriores (por exemplo, a história de um relacionamento) contribuirá para que

uma palavra ou frase provoque determinado resultado.

4. A comunicação não soluciona todos os problemas. Mesmo conhecendo os

motivos pelos quais foi demitido, um indivíduo continuará vivenciando aquele

problema. Em alguns casos, a objetividade excessiva pode ser a causa de

alguns problemas de relacionamento, já que nem sempre as pessoas estão

preparadas para ouvir críticas de forma direta, como: “esta roupa não lhe cai

bem”; “você engordou”.

5. A comunicação não é uma habilidade natural. A maioria das pessoas precisa

desenvolver suas habilidades de comunicação por meio de observação, prática

e treinamento.

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2.2. – Comunicação Interpessoal no Espaço Escolar

A comunicação no trabalho escolar nem sempre causa os efeitos

desejados por conta da complexidade da mente humana. O impulso de dizer

alguma coisa pode até começar bem. Quando, porém, as palavras passam

pelos diferentes filtros dos preconceitos, dos medos, das preferências e das

características de personalidade, o que sai da boca não representa,

necessariamente, o impulso inicial. O interlocutor também é refém dos próprios

filtros. Por isso, muitas vezes ele ouve o que quer ouvir e compreende o que

quer compreender (O’ DONNELL, 2006).

No âmbito da comunicação interpessoal - aquela que ocorre entre o

receptor e o emissor de forma direta, sem intermediação, como a do professor

com os alunos em sala de aula, ou entre duas pessoas conversando - é preciso

planejar e intensificar algumas ações para se obter qualidade neste processo

dentro da escola.

É claro que é na comunidade interna que os primeiros e permanentes

esforços de comunicação devem se concentrar: entre professores, alunos e

funcionários, a comunicação deve fluir como música executada por uma

orquestra bem afinada. Sem este primeiro nível de comunicação funcionando a

contento, não é possível avançar neste processo.

É bom lembrar que, para potencializar os resultados e para uma gestão

mais democrática e eficiente, a integração da direção da escola com as

“É impossível evitar a comunicação quando seres humanos estão juntos. De alguma maneira eles trocam informações de forma consciente ou não, verbal ou não. Sempre emissores e receptores. A palavra comunicação vem da mesma raiz dos termos comunidade e comum. Por isso, comunicação é a base de qualquer relacionamento.” (O’ DONNELL, 2006)

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associações de pais e mestres e com os grêmios estudantis é fundamental. É

sempre oportuno conversar com os professores para que eles expliquem aos

alunos a importância das reuniões nas associações de pais e mestres. Lembre-

se que os alunos são multiplicadores de informação e podem influenciar de

maneira positiva ou negativa os pais, colegas de trabalho e a comunidade,

quando o assunto é a escola.

Estabelecida com qualidade esta primeira etapa da comunicação na

escola, é preciso instalar o processo em outros níveis: comunicação com

outras escolas; com a Secretaria Estadual de Educação, núcleos regionais de

Educação e outros órgãos de política, planejamento e financiamento

educacional; comunicação com os pais de alunos ou responsáveis;

comunicação com a vizinhança e com a comunidade; comunicação com as

lideranças políticas, religiosas, culturais, etc.; sem esquecer das lideranças

informais.

Quem está preocupado em estabelecer um processo de comunicação

interpessoal efetivo deve ainda lembrar que falar em público exige preparo e

desenvolvimento de técnicas adequadas e isso também se aplica quando você

precisa "vender" uma boa idéia; e que a comunicação subjetiva é fundamental:

você se comunica pela roupa que usa, pelo aperto de mão, pelo atendimento

por telefone, pela postura corporal, pela expressão fisionômica, por saber ouvir,

pela maneira como faz críticas e evita conflitos.

O pensamento pedagógico de Paulo Freire contribuiu de maneira

decisiva para a formulação de um modelo de comunicação horizontal e

democrático. Ainda que a única oportunidade em que Freire se referiu

explicitamente à comunicação foi em seu livro Extensão e comunicação, no

qual realizou uma crítica radical ao modelo “extensionista”, suas propostas

formuladas a partir da educação tiveram, especialmente na América Latina,

impacto significativo sobre a teoria da comunicação em geral.

Freire partiu do princípio de que a comunicação é a que transforma

essencialmente os homens em sujeitos. Com esta base formulou sua

proposição fundamental de que a educação, como construção compartilhada

de conhecimentos, constitui um processo de comunicação porque se gera

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através de relações dialéticas entre os seres humanos e com o mundo. A

educação como prática da liberdade é sobretudo e antes de tudo uma situação

de conhecimento que não termina no objeto estudado, já que se comunica a

outros sujeitos também abertos ao conhecimento.

Um processo interativo e co-participado de criação entre sujeitos

necessita estar baseado numa relação de diálogo que, como processo

significativo, compartilhado por sujeitos iguais em uma relação também de

igualdade, constitui a “essência”, a “estrutura fundamental” e o campo social da

educação.

A comunicação adquiriu em Freire uma dimensão política, em vista do

caráter problematizador, gerador de reflexão (consciência crítica) e de

transformação da realidade que possui o diálogo. Este não é possível sem um

“compromisso com seu processo”.

O caráter problematizador do diálogo em torno das situações ou

conteúdos reais, concretos, existenciais, implica necessariamente um “retorno

crítico à ação” transformadora.

A reflexão e a ação constituem para Freire as duas dimensões

necessárias da essência da comunicação, mediadas pela “palavra” ou

“linguagem-pensamento”. Daí que somente se pode falar da “palavra

verdadeira” como práxis, no sentido de “dar nome ao mundo”, “de compreender

o processo sócio-histórico em que são gerados o pensamento e a linguagem” e

de “transformar o mundo”.

Como proposta de “ação cultural” libertadora, Freire finalmente defendeu

que o desafio fundamental para os oprimidos do Terceiro Mundo, consistia em

“seu direito à voz”, ou seu “direito de pronunciar sua palavra”, “direito de auto

expressão e expressão do mundo”, de participar, em definitivo, do processo

histórico da sociedade.

Seguindo esta matriz de pensamento, diversos comunicadores e grupos

latino-americanos contribuíram, durante a década de 70, para configurar

melhor proposta de um modelo de comunicação horizontal, democrático e

participativo do qual somos herdeiros. Nossas novas propostas democráticas

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para esta década não podem esquecer de onde provém sua inspiração

fundamental.

O gestor é co-responsável pelo sucesso ou o fracasso de uma boa

comunicação e, consequentemente, por uma relação interpessoal de

qualidade, pois é o articulador do processo e o incentivador do trabalho

coletivo. Ao iniciar o processo de coordenação de um grupo o gestor precisa

dar mais informações claras , organizar o tempo , o espaço , a rotina , as

tarefas para facilitar o processo de inclusão das pessoas na equipe.

Quando a equipe já está mais organizada , o gestor passa a sugerir ,

discutir, emitir opiniões, valorizar a participação de cada um. Seu desafio é

permitir o exercício do confronto, criar um clima de confiança e respeito pelas

diferenças, sempre atento para que a equipe não se afaste de seu objetivo

maior.

Se a equipe já demonstra traços de maturidade , o coordenador só

intervém em momentos específicos, ampliando as discussões, trazendo

subsídios teóricos, promovendo a avaliação e um novo planejamento conjunto

das ações.

“A conseqüência natural de

uma comunicação deficiente ou

ausente é o boato. Quando a

administração não oferece

respostas os funcionários

inventam-nas.”

Francisco Gomes de Matos

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CAPITULO III

LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO ESCOLAR

A comunicação é, atualmente, um dos mais poderosos instrumentos de

apoio à gestão de qualquer área de atividade. Não poderia ser diferente na

área de gestão escolar - a escola é um ambiente em que o processo de

comunicação deve fluir, eficientemente, em todos os níveis e atingir

eficazmente todos os segmentos envolvidos.

A gestão da comunicação na educação é uma área de estudos e

pesquisas da Educomunicação que está relacionada ao uso do recurso

midiático em sala de aula, tendo em vista ampliar o coeficiente comunicativo

das ações humanas mediadas pelas tecnologias. O objetivo da gestão da

comunicação na educação seria criar e desenvolver ecossistemas

comunicativos mediados por processos de comunicação humana

intermediados por tecnologias. (SOARES, 2003)

“Você pode comprar o tempo de um homem; Você pode comprar a presença física de um homem em um determinado lugar; Você pode igualmente comprar certa atividade muscular, pagando-a por hora ou por dia; Mas Você não pode comprar entusiasmo; Você pode comprar iniciativa; Você pode comprar lealdade; Você não pode comprar devoção de corações, de espíritos, de almas; Estas virtudes Você deve conquistá-las.

O modo de direção, tanto autocrática como a paternalista, está sendo mudada e substituída por uma direção liderada. O líder é uma pessoa que consegue a cooperação dos membros da organização que ele dirige.” (WEIL, 1996)

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Observa-se, mundialmente, que os sistemas educacionais que mais têm

avançados são aqueles em que a comunidade participa intensivamente da vida

escolar. Os novos diretores escolares não podem limitar-se apenas à

administrar bem seus recursos humanos e financeiros, centralizando em si

responsabilidades, tarefas e informações. Este modelito tem seus dias

contados em todo o mundo. Internacionalmente, o desafio dos novos diretores

das escolas públicas é atrair a comunidade para participar da vida da escola e,

no sentido inverso, levar a escola para a comunidade. Para isso, o gestor

escolar deve saber planejar e executar diferentes e adequadas estratégias de

comunicação.

Em primeiro lugar, é preciso ter muito claro o fato de que comunicação e

informação não são sinônimos. A comunicação só se efetiva quando há uma

via de mão dupla na circulação da informação entre o emissor e o receptor.

Portanto, a informação está contida no processo de comunicação e esta só se

efetiva quando há feedback, ou seja, troca de informações entre quem informa

e quem é informado. Trocando em miúdos: há comunicação quando há

diálogo.

Ao fazer seu planejamento escolar, o diretor precisa ter tempo e espaço

também para planejar a comunicação na escola. Ele precisa saber,

inicialmente, sistematizar as informações, organizá-las e selecioná-las, para,

assim, efetivar o processo de comunicação. A quem interessa esta

informação? Como repassá-la? Como a comunidade vai trabalhar esta

informação? Que informações são prioritárias e quais são descartáveis e como

decidir isto de maneira democrática e técnica?

Ao efetivar o processo de comunicação, automaticamente a comunidade

começa a aumentar sua participação na escola.

É necessário que o gestor desenvolva uma cultura de relacionamentos.

É fator determinante, para a sobrevivência da instituição, que as informações

estejam disponíveis e de fácil acesso e compreensão. Antes de a escola

pensar em contratar um programa de informações gerenciais é necessário que

o diretor seja o principal incentivador da ferramenta. E o início desse processo

se dá por meio do contato humano. Chamar o funcionário da escola e ver se

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ele não tem nada de interessante para comentar a respeito dos alunos e pais.

Fazer reuniões com o pessoal administrativo e procurar conhecer as suas

opiniões sobre o desenvolvimento do seu trabalho e como os alunos encaram

itens como limpeza, espaço físico, banheiros, bebedouros e quadras.

A comunicação é uma ferramenta que não se deixa engessar. Fazer

uma análise da sua organização, levar em consideração aspectos humanos,

gerenciais, avaliar a cultura participativa do grupo. Fazer uma auto-avaliação e

procurar identificar como você, diretor da escola, se comunica com os diversos

grupos (internos e externos). Qual a imagem que os seus pares têm da sua

gestão.

No sistema das organizações empresariais, muitas deficiências são

encontradas. É necessária uma constante análise no processo de

gerenciamento para detecção de problemas institucionais, causados pela

desconexão do grupo, em decorrência de distorções na comunicação interna.

Se a comunicação interna é imprescindível em qualquer empresa, mais

vital ainda é em uma instituição educacional, onde o conhecimento é o objetivo

fundamental dos principais envolvidos: alunos e professores.

A desinformação em relação aos eventos e atividades desenvolvidas na

instituição escolar prejudica o contato interpessoal, deixa o processo de

comunicação interna vulnerável e alvo de ruídos, de diversas interpretações,

colocando toda a instituição à mercê de subjetividades e com menor

aproveitamento das ações criadas.

Em uma época onde a evolução tecnológica marcadamente privilegia a

comunicação, a escola precisa utilizar todos os recursos possíveis para

promover o fluxo informativo entre seus membros. Nesse cenário, um novo

campo teórico-prático começa a ser desbravado: a “educomunicação”. Unir os

conhecimentos da Educomunicação e de Comunicação Institucional e, a partir

deles, propor estratégias que contribuam para uma comunicação interna mais

efetiva dentro do ambiente escolar é o desafio aqui proposto.

Há tempos a escola deixou de ser o único ou principal fornecedor de

conhecimento a crianças e adolescentes. O desenvolvimento de novas

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tecnologias eletrônicas, cada vez mais acessíveis, alia-se à crescente presença

da mídia no cotidiano das pessoas, por isso torna-se imperativo refletir sobre a

importância da comunicação interna como meio facilitador do entrosamento

social e das práticas pedagógicas no ambiente escolar.

A comunicação na escola não deve ser vista somente como circulação

de informação para dar a conhecer o que deve ser feito, como deve ser feito e

quem faz o quê. Ela deve ser vista como o processo de criação de um sistema

de interações entre vários emissores e receptores que se interligam, se inter-

fluenciam e partilham significados simbólicos.

Com base neste processo de comunicação é possível criar e construir

um meio eficaz de derrubar as barreiras da comunicação interpessoal,

contribuindo para o bem estar e o desenvolvimento de todos que fazem parte

deste universo.

Apesar da comunicação ter papel essencial em qualquer instituição é

comum encontrarmos alguns obstáculos organizacionais, que se resumem nos

seguintes:

Estratégia de

Poder A ânsia de poder é condicionadora da racionalidade das ações que se desenvolvem o que pode provocar distorções do papel da comunicação.

Hierarquia O assumir que a hierarquia é detentora de toda a verdade e conhecedora do que é essencial impossibilitando a criação de um sistema aberto e com um circuito de baixo para cima e de cima para baixo.

Pressão

Temporal A urgência de dar respostas às solicitações que permanentemente se colocam à empresa é um fato dissuado da construção do sistema interno de informação.

Centralização quando se centralizam todos os processos de decisão na criação do sistema de comunicação global, não havendo lugar à participação, cumprindo-se apenas o que a direção decide fazer.

Estes obstáculos impossibilitam qualquer tentativa de criação de um

sistema de comunicação e informação interna, visto que não se reconhece

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qualquer papel à comunicação como fator de desenvolvimento organizacional

e, consequentemente, como fator de participação e motivação das Pessoas.

3.1. – Liderança Organizacional

As teorias baseadas em traços específicos do líder são as mais antigas

sobre liderança e foram as teorias dominantes até aos anos 40. A 1ª teoria foi

defendida por Carlyle, em 1910, e ficou conhecida por Teoria do "grande

homem". Segundo este autor os grandes avanços e progressos da humanidade

deveram-se a determinados homens com traços personalísticos muito

específicos.

Este tipo de teorias agrupa em 4 os traços que um líder deve possuir:

1. Traços físicos: energia, aparência e peso;

2. Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e

autoconfiança;

3. Traços sociais: cooperação, capacidade de relacionamento interpessoal e

de gestão;

4. Traços relacionados com a tarefa: capacidade de realização, persistência

e iniciativa.

“Apenas no decurso dos últimos 75 anos foram realizados milhares de estudos empíricos e, apesar disso, não se poderá dizer claramente e sem equívoco o que distinge os líderes dos não líderes e, talvez mais importante, o que distingue os líderes eficazes dos líderes ineficazes e as organizações eficazes das não eficazes.”(SYROIT, 1996).

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Em muitas definições é ainda assumido que a liderança é um processo

interativo entre os membros do grupo e que os líderes influenciam os seus

seguidores. Muitas definições contêm a noção de orientação para objetivos.

Apesar da quantidade e diversidade de definições de liderança, selecionei

uma, cuja leitura conjunta nos permite entrar nos principais enfoques deste

trabalho, Liderança Organizacional.

Segundo SYROIT (1996) Liderança organizacional é um conjunto de

atividades de um indivíduo que ocupa uma posição hierarquicamente superior,

dirigidas para a condução e orientação das atividades dos outros membros,

com o objetivo de atingir eficazmente o objetivo do grupo.

O gestor escolar deve atuar como líder, ou seja, formar pessoas que o

acompanhem em suas tarefas e prepará-las para serem abertas às

transformações. Nesse sentido, necessita ter motivação, responsabilidade,

dinamismo, criatividade e capacidade de atender às necessidades mais

urgentes.

É um grande desafio para o gestor escolar atuar como líder e desenvolver

formas de organização inovadoras, empreendedoras e participativas, mas isto

é indispensável. Algumas das importantes e atuais funções do gestor escolar

são prever e se antecipar às mudanças, assim, o gestor deve saber ir além e

intuir as mudanças, aprender a pesquisar, avaliar e enfrentar os novos

desafios. Sendo assim, o gestor para liderar as mudanças e implantá-las deve

ter a consciência da existência de riscos para que assim possa evitar possíveis

erros, por meio de um planejamento bem elaborado e participativo. No entanto,

os erros e acertos do passado podem ser fundamentais para direcionar as

decisões futuras.

Segundo Lück et al. (2002, p. 35) “liderança é a dedicação, a visão, os

valores e a integridade que inspira os outros a trabalharem conjuntamente para

atingir metas coletivas”. De acordo com a autora “a liderança eficaz é

identificada como a capacidade de influenciar positivamente os grupos e de

inspirá-los a se unirem em ações comuns coordenadas”. Deste modo, é

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importante que a liderança do gestor seja participativa, para que todos

compartilhem a gestão da escola.

O líder organizacional pode ser considerado como um generalista, um

visionário, alguém que se distingue por possuir uma personalidade persuasiva,

sedutora e capaz de provocar uma interação com seus seguidores fundada em

sentimentos com um elevado teor de afetividade, e esses se identificam entre

si e a partir dele, e agem em conformidade com a missão que o líder

personifica. Ele possui a audácia de inovar, inspira confiança, tem uma

perspectiva de longo prazo e preocupa-se mais com as interações do que com

a atividade administrativa em si. Independentemente de sua posição na

estrutura hierárquica da organização ele opera sobre fatores emocionais, além

dos recursos físicos, tecnológicos e financeiros, e ainda articula significados

adstritos à trajetória histórico-cultural da organização, cujo desenvolvimento,

em geral, teve e tem nele o seu principal protagonista (ALVES, 2003).

No que diz respeito a um gestor, o que o diferencia de um líder é que, ao

contrário deste, a sua autoridade está necessariamente amparada pela

hierarquia formalmente estabelecida. Em relação ao líder, ele não desperta em

seus subordinados sentimentos tão intensos, nem constitui fortes vínculos

sócio-afetivos, nem tampouco é um paladino de profundas transformações do

status quo organizacional.

Para o gestor prevalece uma visão de curto-médio prazo e a sua

preocupação é primordialmente com o bom desempenho do sistema gerencial

e com a conquista de metas e resultados satisfatórios. Por certo ele procura

assegurar a otimização dos recursos disponíveis e o alcance dos objetivos da

organização que gerencia, porém dificilmente consegue promover mobilização

entusiástica e comprometimento espontâneo das pessoas, que é típico dos

seguidores do líder.

Entretanto algumas atitudes semelhantes são requeridas para um e para o

outro, no esforço de obtenção de um melhor desempenho organizacional.

Ressalvadas aquelas peculiaridades associadas a cada um deles, é necessário

que ambos, o líder e o gestor (DRUCKER, 2000; ROBBINS, 2006):

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ü delineiem as crenças e os valores organizacionais;

ü formulem as diretrizes e objetivos estratégicos;

ü selecionem as pessoas-chave para por em prática a sua filosofia

de negócio;

ü estabeleçam as retribuições às pessoas pela adoção do

comportamento desejado;

ü criem mecanismos de controle que orientem o desempenho

pretendido;

ü atuem como facilitador da execução de tarefas, assegurando meios

para a realização dos objetivos;

ü orientem os integrantes do sistema técnico-operacional para

alcançarem melhores padrões de qualidade;

ü esclareçam o “futuro pretendido” para a organização;

ü interpretem os cenários alternativos, procurando minimizar as

ameaças e maximizar as oportunidades;

ü motivem os integrantes da organização para perceberem as suas

atividades como autogratificante;

ü suportem a freqüente convivência com a tensão e os riscos;

ü construam redes de relacionamentos com pessoas e grupos

externos;

ü promovam a integração entre os diversos segmentos

organizacionais;

ü ajudem os integrantes da organização a compreenderem a

inevitável convivência de componentes burocráticos, tradicionais e

afetivos que, em momentos distintos e em diferentes intensidades,

estão sempre presentes nas diversas configurações

organizacional-administrativas.

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As transformações organizacionais amplas e profundas implicam em

alterações substantivas de natureza estrutural, comportamental, estratégica e

cultural. Quanto a esta última, importa dizer que tais mudanças afetam

inclusive as crenças e os valores compartilhados, que foram difundidos na

organização a partir das escolhas e preferências de sua liderança.

Nesse sentido, o líder organizacional é por excelência um vetor a nortear

e induzir um novo comportamento desejado em relação a um propósito mais

ambicioso, concomitantemente com a preservação da unidade interna e com o

esforço de adaptação às circunstâncias externas (ALVES, 1997).

Ele exerce um controle sócio-normativo para a consolidação de sua

filosofia diretiva, a qual é condicionada pelos eventos críticos que a

organização tenha vivenciado ao longo da sua história.

Alguns valores mudam com o tempo. Outros, mudam o tempo. É hora de

sermos mais empreendedores, comunicativos, líderes formando novos líderes,

especialmente dentro das salas de aula. Os estudantes, razão de ser de uma

escola, não são apenas destinatários, mas podem vir a ser aqueles que darão

as respostas para, junto dos gestores, enfrentarem os desafios.

O diálogo leva à criatividade. E a criatividade faz a diferença entre o que

temos e o que desejamos alcançar. Se cada dia na obra educacional é um

novo encontro, então cada encontro representa a possibilidade da mudança, do

novo, da aprendizagem.

Diálogo, discernimento, comunicação e gestão educacional são

expressões que precisamos aprofundar para superarmos o narcisismo da

mínima diferença e compreendermos melhor aquele que talvez seja o maior de

todos os desafios: o de aprender; o desejo de aprender nos estudantes,

educadores e gestores. Somos todos aprendizes e ao mesmo tempo

ensinantes.

Vivemos numa tensão constante, entre ser aprendiz e ensinante. O

ponto de equilíbrio pode ser, nesse sentido, a comunicação, o diálogo,

valorizando as pessoas e a própria obra educacional em constante diálogo,

num processo permanente de abertura ao outro.

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Para Rego (1986), a comunicação, enquanto processo, promove o

encadeamento das partes de uma organização. O diagnóstico amplo das

situações internas, sob perspectivas sociológicas e antropológicas, é

necessário para implantação de projetos comunicacionais. É preciso conhecer

o meio para intervir e melhorá-lo. É preciso ser claro, objetivo, dentro das reais

necessidades, para que os participantes organizacionais possam assimilar as

informações sem ruídos e sentindo-se parte da organização.

A comunicação institucional atua como mediadora, equilibrando e

ajustando a identidade da organização ao meio social. Na educomunicação,

por outro lado, os próprios educandos e professores tornam-se agentes de

comunicação, atuando eles próprios também como mediadores da informação.

A comunicação dentro de qualquer organização, inclusive na instituição

escolar, revê condutas, fortalece ações, viabiliza metas, incorpora cooperação

e oportuniza ganhos.

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COMUNICAR: UM GRANDE DESAFIO

Frente aos desafios impostos ao Gestor Escolar na implantação de

um Processo Comunicativo mais eficaz pequenas mudanças de

comportamento melhoram o convívio e as relações e miniminizam os

ruídos constantes na Comunicação.

Em tempos de permanentes mudanças, precisamos de uma dose

diária de ousadia e muito, muito de humildade para avançarmos na

direção do sucesso. Utilizar uma comunicação clara, curta e objetiva;

Evitar ao máximo as circulares enfadonhas, cansativas, prolixas. É

necessário explicitar o que pretende com o comunicado. Para não errar

faça algumas perguntas para você mesmo antes de avançar. O que

pretendo dizer? Para quem irei me comunicar?

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CONCLUSÃO

O aperfeiçoamento das boas relações interpessoais é um dos objetivos

decisivos na educação, podendo contribuir para a facilitação das relações com

a família com os amigos, colegas, a relação com o professor ou com os

diversos grupos sociais onde se vai inserindo e com a comunidade como um

todo.

No caso das comunicações interpessoais, a própria presença de uma

pessoa na situação pode ter um impacto na natureza da interação. Falar com

uma pedra é um processo estático, pois que a pedra não reage; falar com outra

pessoa é um processo dinâmico, pois a outra pessoa reage, como tal a sua

reação influencia as nossas reações subsequentes.

O desenvolvimento das relações interpessoais envolve o

desenvolvimento da capacidade da relação com os outros, também em

situação de conflito; e a criação de estratégias para a resolução desses

conflitos interpessoais, deve constituir um conteúdo de intervenção educativa.

A comunicação interpessoal é um processo de interação social recíproca

entre duas ou mais pessoas, cuja relação poderá influenciar no

comportamento, na motivação e no estado emocional do emissor ou do

receptor. Tal processo ocorre nas relações das pessoas como sujeitos

membros de um determinado grupo social e cultural. Este processo, pelo qual

ideias e sentimentos se transmitem de indivíduo para indivíduo, tornando

possível a interação social, é sem dúvida fundamental para o homem,

enquanto ser social e cultural.

“Tudo acontece pela interação, complexo de ações e reações, que compreende o meio pelos quais os indivíduos se relacionam uns com os outros. Refere-se às modificações de comportamento que se dão, quando duas ou mais pessoas se encontram e entram em contato. Os indivíduos se influenciam mediante e emprego de: Linguagem, Símbolos, Gestos, Postura (MINICUCCI, 1992)

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Conclui que o processo de comunicação é essencial para que duas ou

mais pessoas se entendam, para que as pessoas interajam umas com as

outras e para que a sociedade tenha um sentido de conhecimento do que é e

do que tem de fazer.

O gestor, grande articulador da escola, deve esforçar-se por criar canais

adequados de comunicação e interação e garantir o alcance dos objetivos da

escola, mantendo um bom clima entre as pessoas que fazem parte da

comunidade escolar e local.

A interação das pessoas passa também pelas dificuldades e

divergências do cotidiano e não somente no trocar idéias ou dividir as tarefas

do dia a dia. Um grupo de pessoas se transforma em uma equipe quando

consegue criar um espírito de trabalho coletivo no qual as diversidades

pessoais não se constituam em entraves, mas se transformam em riquezas

unindo e se completando na busca de objetivos comuns.

O gestor deve trabalhar a diversidade de pontos de vista ou

comportamentos como fator de enriquecimento para o grupo e como forma de

ampliar a visão particular de cada indivíduo na escola.

Conclui que é necessário, uma maior conscientização e entendimento

das responsabilidades existentes, aos diferentes níveis, que tendemos a

valorizar só quando nos faz falta.

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que fracassa a educação no Brasil.Editora Record, Rio de Janeiro, 2006.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

EPÍGRAFE 05

RESUMO 06

METODOLOGIA 07

SUMÁRIO 08

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

COMUNICAÇÃO 11

1.1 – Comunicação Verbal 15

1.2 – Comunicação Não Verbal 16

CAPÍTULO II

COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL 18

2.1 – Os Princípios da Comunicação Interpessoal 20

2.2 – Comunicação Interpessoal no Espaço Escolar 22

CAPÍTULO III

LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO ESCOLAR 26

3.1 – Liderança Organizacional 30

CONCLUSÃO 37

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BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia:

Autor: Luciana Rocha da Cruz

Data da entrega: 28/01/2011

Avaliado por: Conceito: