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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORI A DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE” A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA EDUCAÇÃ O INFANTIL ANA M ARIA EV A RISTA DA SILVA ORIENTADORA: PROFª. FABIANE MUNIZ RIO DE JANEIRO ABRIL/2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

ANA MARIA EVARISTA DA SILVA

ORIENTADORA:

PROFª. FABIANE MUNIZ

RIO DE JANEIROABRIL/2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”

Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicomotricidade.

RIO DE JANEIROABRIL/2006

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

ANA MARIA EVARISTA DA SILVA

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AGRADECIMENTOS

À Deus por tudo que venho conquistando em minha caminhada. Pois se não fosse por Ele nada disso seria possível. E agradeço também a Nossa Senhora das Dores por ter intercedido junto a Deus para eu realizar esse meu sonho.Agradeço aos meus pais em memória que me presentearam com o Dom da vida o mais precioso do universo. Ao meu querido filho José Geraldo pelas muitas vezes de minhas ausências. Nos momentos mais difíceis me olhava com ar de esperança e confiança. Ao meu marido o meu muito obrigado pelo apoio, companheirismo, amor e paciência. As minhas mães de coração: Irmã Anna, Piedade, Goretti, Cecília e Salete. Pois se eu não tivesse a ajuda delas seria impossível realizar este sonho. Meu muito obrigado. A minha família: José Messias, Wanderley, Luíza e Waleska. As minhas verdadeiras amigas: Andréa Chagas, Ana Paula, Silvana, Daniele, Luciana, Cecília, Sandra, Marly, Penha e Fátima. Agradeço aos professores pelo seu amor, sabedoria, criatividade, perspicácia, dentro e fora da sala de aula.O mundo pode não os aplaudir, mas o conhecimento mais lúcido da ciência tem de reconhecer que vocês são os profissionais mais importantes da sociedade.Professores, muito obrigado. Em especial Fátima Alves, Marize Piloto e Fabiane Muniz. Vocês são mestres da vida. Levarei por toda minha história um pedaço do seu ser dentro do meu coração.

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DEDICATÓRIA

À minha Família; em especial meu filho José Geraldo Júnior e meu marido José Geraldo, meus alunos e ex-alunos que me fizeram sentir a necessidade de estudar para adquirir mais conhecimentos.À Irmã Anna e Piedade por acreditarem e me ajudarem dando condições de realizar este sonho. A minha coordenadora Ana Paula por Ter me incentivado a fazer este curso. A todos os meus amigos de trabalho.

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METODOLOGIA

Ciência do método de transmissão do procedimento, estudo dos

métodos, não existe não existe um método por excelência e sim um grande

leque, caminhos que nos conduzirão aos objetivos propostos.

Recurso didático mais importante o qual o psicomotricista conduz o

ensino-aprendizagem com o propósito de que em seus educandos se operem

mudanças substâncias. Essa busca é conhecer ferramentas estratégicas de

ensino que propiciem desenvolver as potencialidades e auto-conhecimentos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I

A Educação e a sua história 10

CAPÍTULO II

A importante mudança na Educação Infantil com as novas Leis de

Diretrizes e Bases 24

CAPÍTULO III

Educação Psicomotora 28

CAPÍTULO IV

Tipos de coordenação 47

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA 52

ÍNDICE 53

ANEXO 1 55

ANEXO 2 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 57

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INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa e identificar a importância da

psicomotricidade na Educação Infantil e em sala de aula em áreas livres e

quadras esportiva. Criar uma atmosfera de motivação que permiti aos alunos

participar ativamente do processo ensino-aprendizagem.

Incentivando para um bom desempenho na caminhada para a

alfabetização e séries futura sem dificuldade.

Ao se movimentar, brincar, jogar é um desenvolvimento natural do

ser humano. Quando a criança está desenvolvendo atividade prazerosa ela fica

tão envolvida com o que está fazendo, que coloca na ação seu sentimento e

emoção.

A educação psicomotora é um elo integrador entre os aspectos

motores, cognitivo, afetivo e sociais, ajuda a criança ordena o mundo á sua

volta, assimilando experiência, valores interagindo com o meio a sua volta.

Objetivo também é de verificar a existência de algumas crianças que

possuem comportamentos diferentes mesmo tendo uma inteligência normal.

Apresentando algumas dificuldades na aprendizagem.

São atrapalhados derruba as coisas que estão em sua volta não

dominando o seu espaço, seus movimentos são lentos e pesados, tem

dificuldade em participar da atividade mo seus colegas. Na sala de aula não

conseguem pegar corretamente no lápis, apresentando uma letra ilegível, ás

vezes escrevem com tanta força que rasga; o papel, ou então escrevem tão

clarinho que não se enxerga, não ver o limite da folha, tem dificuldade em se

concentrar e entender ordens, como quando se exige o conhecimento de seu

corpo, lateralidade, esquerda e direita, coordenação motora, não conseguido

manusear uma tesoura, pular correr etc.

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Objetivo da educação infantil dentro ou fora de sala deve ser um

ambiente prazeroso para o docente e o discente.

Educar é um ato de amor. É cultivar os territórios mais difíceis de

serem trabalhados os da inteligência e da emoção. Despertando afetividade

entre docente e discente para uma aprendizagem significativa integrando os

num contexto social, para uma sociedade mais justa e igualitária. Preparando

os educandos para a vida, com uma qualidade de vida melhor.

Com está pesquisa poder refletir da importância da

psicomotricidade, com suas novas técnicas a serem implantadas numa

aprendizagem mais significativa e atuante. Porque é na educação infantil que

as coisas acontecem ou deixam de acontecer, porque ela é a base é a

estrutura da aprendizagem.

Não se pode esquecer que é na educação infantil e nas salas de

aula, que os métodos e que as técnicas os materiais didáticos as teorias se

confirma ou se desmentem.

Escolher a psicomotricidade como um tema central para uma

pesquisa é acreditar no homem, no amor, na vida e no futuro melhor com mais

qualidade de vida.

Para ocorre êxito do processo ensino-aprendizagem depende, em

grande parte, da interação professor-aluno, sendo que neste relacionamento, a

atividade do professor é fundamental, Ele deve ser, antes de tudo, um

facilitador da aprendizagem, criando condições para que a criança explore seus

movimentos, manipule materiais, interaja com seus companheiros e resolva

situações- problema.

Psicomotricidade contribui para enriquecer a dinâmica das relações

sociais na sala de aula.

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A psicomotricidade integra a compreensão psicodinâmica da criança

pela via motora vem, pouco a pouco a pouco, assegurando sua importância

nos campo s da Educação Infantil, a instituição escolar vem, cada mais, com

valorizando e estimulando o desenvolvimento psicomotor da criança, com

objetivo principal de transformá-la num ser ativo, capaz de expressar suas

potencialidades de for ma dinâmica e integrada no contexto social.

Psicomotricidade na educação infantil deve ser um espaço de

investigação onde sejam enfocados a construção com atividades que

despertem o prazer de aprender.

Ela aprimora a qualidade do ensino aprendizagem, promovendo uma

educação democrática e transformadora, proporcionando ao educando uma

aprendizagem significativa, tornando-a um cidadão critico, dinâmico e

participativo.

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CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO E A SUA HISTÓRIA

1.1. História da Psicomotricidade

Sua história está relacionada as civilizações antigas, á filosofia, á

antropologia, ás etnias, á psicofisiologia, á medicina e por fim á educação. Para

falar em educação é preciso saber em que contexto ela está inserida para se

fazer valer, esse corpo é aquele ilustrado por uma cultura, a uma sociedade, a

uma política, a um contexto sócio- político e há um tempo histórico. O corpo é

um abrigo da história de um sujeito. O corpo tem os seus primeiros escritos

originais no período helênico, tempo em que Platão apresenta a cisão entre o

corpo e a alma; o que é apenas um local transitório para alojar a alma que é

eterna. Segundo Lorenzon "para os gregos, o corpo expressa a beleza da

alma, e a saúde do corpo é uma virtude" (1995).

Aristóteles já entende o homem como sendo um corpo com certa

quantidade de matéria moldada em uma forma que é a alma.

Segundo Lorenzon "...na filosofia romana, a historicidade do

conceito Psicomotricidade pode resumir-se na máxima de Juvenal uma mente

sã em corpo são.''

Chega a Idade Média e emerge as teorias do cristianismo que

afirmam que a alma é absoluta e o corpo é um obstáculo. Nesse mesmo tempo

tem-se a influência de Descarte (1590-1650) afirma a teoria da dualidade corpo

- alma "onde o corpo reduz se a uma simples mecânica movida pelo espírito".

(Lorenzon 1995).

Segundo Coste (1992), tal é a teoria do indivíduo livre e voluntário

'um ser que domina as suas reações corpo raiz e cuja força reside o controle

que exerce sobre as paixões. O corpo-máquina, submetido ás leis da

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mecânica, também o está ás regras da liberdade espiritual.

Uma definição clara sobre psicomotricidade foi elaborada no

Congresso Brasileiro de Terapia Psicomotora realizado em 1982:

"psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo o estudo do homem,

através do seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e

externo'' (Mello 1989). A psicomotricidade é o estudo do homem através do seu

movimento na relação como os meios interno e externo, e, por isso, tem ampla

possibilidades de desenvolver o indivíduo com consciência crítica de si e do

mundo (Carvalho, 1993).

Alguns teóricos pensavam erroneamente que a psicomotricidade

fazia parte da Educação Física, como sendo uma nova técnica. Entretanto, é

uma área de conhecimento que possui bases que interagem também na

educação para o processo de ensino-aprendizagem escola. É claro que não se

resume apenas ao âmbito escola. A sua aplicação e muito mais abrangente e

determinante para o crescimento e desenvolvimento do sujeito.

Psicomotricidade como processo ensino-aprendizagem ajuda a criança a

refletir sobre suas possibilidades corporais com autonomia. Quando a criança

já possui conhecimentos suficientes de si e do controle corporal, consegue por

intermédio das múltiplas atividades sentidas, vividas .O que vem a ser

Psicomotricidade?

Segundo Coste "é uma ciência-encruzilhada;... uma técnica em que

se cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista "(1977).

Psicomotricidade é uma unidade formada pela psique e pelo

movimento. Então Psic(o) vem do grego, Psijch, de ps, ychêque refere a

alento,, o sopro de vida, alma, a espírito. Já motrici(d) vem do latino,

motricitale, que significa a função do sistema nervoso pelo qual se manifesta o

movimento (Souza, 1997).

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Psicomotricidade é a concepção de movimento organizado e

integrado em funções das experiências vividas forma resultante e

características da sua individualidade.

Segundo Wernick quem utilizou pela primeira vez o termo composto

psicomotricidade, foi Dupré por volta de 1900-1910, que estabeleceu e utilizou

o termo psicomotricidade relacionado á psique e o movimento. Dupré foi

considerado o pai da Psicomotricidade, pois este vinha discutindo a diferença

radical entre a motricidade e seus aspectos negativos, a relaxação

(Mello,1989).

A área de conhecimento da psicomotricidade recebeu várias

influências de áreas distintas tais como: a da psicologia, da neurologia, da

psiquiatria, da psicanálise e das correntes educacionais baseadas no

desenvolvimento do processo de aprendizagem infantil.

O início dos estudos relacionados à psicomotricidade eram muito

voltados para as pessoas com deficiência, com problemas de conduta e

neurológicos. A princípio o enfoque era todo voltado para o trabalho com

pessoas com os corpos debilitados, sem controle, fora dos padrões de

normalidade aceitos pela sociedade.

Daí, a relação da psicomotricidade com as áreas da medicina, da

psicologia da neurologia e da psiquiatria.

Hoje em dia psicomotricidade abrange três campos de atuação: a

reeducação psicomotora (RP) a terapia psicomotora (TP) e a educação

psicomotora (EP).

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1.2. Histórico da Educação Psicomotora

Objetivo é trabalhar a ação motora o movimento, habilidade e a

experiência motora.

Segundo Le Boulch (1982) essa corrente educativa nasceu, na

década de 60 , pela insuficiência da educação física em corresponder ás

exigências reais do corpo. Também foi ele que "buscando o reconhecimento

dos valores da educação psicomotora, influência na decisão ministerial de

incluí-la nos cursos primário da França” (Mello, 1989).

A educação psicomotora é uma educação através do movimento.

“Movimento do seu corpo movimento deste corpo no

espaço e no tempo, coordenando-se e sincronizando-se

espera com seus aspectos anatômicos neuropsicológico,

mecânicos e locomotores, para emitir e receber, significa

e ser significante” (Carvalho, 1993).

A educação psicomotora na educação Infantil tem como objetivo

trabalhar com criança que estão em início das descobertas corporais,

espaciais, no seu intercâmbio consigo e com o meio ambiente. É baseada nas

atividades espontâneas da criança que estão em ligação direta com o seu

inconsciente - o imaginário. E o conhecimento corporal se estabelece a partir

de três aspectos a imagem do corporal.

Segundo Barreto (1998) a educação Psicomotora

“... é a educação da criança através de seu próprio corpo

e de seu movimento, levando em consideração a idade, a

cultura corporal, a maturidade e os interesses da criança"

(Barreto, 1998).

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Partindo do princípio que toda criança brinca, experimente, manipula

objetos a Educação Psicomotora torna-se o caminho para o desenvolvimento

global a partir do prazer obtido na ludicidade e na corporeidade de forma

saudável e feliz. Assim:

“A educação psicomotora tem conotação mais

pedagógico... muito utilizado... em classes maternais...

trata se de um trabalho realizado pela introjeção de novos

modelos de funcionamento propostos sendo um

verdadeiro processo de facilitação de aprendizado, para a

escola ou para a vida” (Morizot).

O objetivo da Educação Psicomotora na Educação Infantil são seus

benefícios que visa melhorar e oportunizar o sujeito ao movimento;

conscientizando-o do seu próprio corpo ;da consciência do esquema corporal;

domínio do equilíbrio; construção e controle das coordenações global e parcial;

organização das estruturas espaço- temporal; melhoria das possibilidades de

adaptação ao mundo extremo; estrutura das percepções. Os benefícios serão

notados ao longo da vida desse sujeito, pois será um ser bem resolvido em

suas questões internas, podendo se libertar para as questões externas.

(Carvalho,1993 Mello,1989). Segundo Barreto (1998) a Educação Psicomotora

é de extrema importância para o trabalho preventivo de desenvolvimento

psicomotor da Educação Infantil e segundo segmento.

Em fase da grande quantidade de teóricos pode-se encontrar

variações nas definições das funções psicomotoras. Sendo assim,

apresentadas uma lista com as principais funções psicomotora segundo Costa

(1992),Mello(1989), e Oliveira (1997).

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1.2.1. Funções psicomotoras

Esquema corporal

Tônus da postura

Dissociação de movimentos

Coordenação global, fina e óculos manual.

Motricidade fina

Estruturação e organização espacial

Estruturação e organização temporal

Ritmo

Lateralidade

Equilíbrio

Discriminação visual e auditiva

Comunicação

Relaxamento total e diferencial

1.3. O que é Psicomotricidade?

É a ciência cujo objeto de estudo é o homem e seu movimento,

fundamentado por três conhecimentos básicos: O movimento o intelecto e o

afetivo queremos mas a diante.

A psicomotricidade pode ser vista como um processo ensino-

aprendizagem, como tal propõem técnicas que auxilia o educando no seu

desenvolvimento. É uma função integradora do qual alcançamos o controle

corporal.

A psicomotricidade é a relação entre o pensamento e ação,

envolvendo, também, a emoção. Assim a psicomotricidade como ciência da

educação procura educar o movimento, ao mesmo tempo em que desenvolve

as funções da inteligência. Que veremos, mas a diante no desenvolvimento do

intelecto).

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E é através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo

interior e externo e suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro,

com os objetos e consigo mesmo. Está relacionado ao processo de maturação

onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetiva e orgânica.

Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma

concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências

vivida pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade sua linguagem

e sua socialização.

“Psicomotricidade é a expressão de um pensamento através do ato

motor preciso e econômico e harmonioso” (Ajuriaguerra).

A Psicomotricidade na verdade é possível entender que ela envolva

a ações realizadas pelo indivíduo, que represente suas necessidades e

permitem a sua relação com os demais. É a integração da psique-motricidade.

A motricidade pode ser definida como resultado da ação do sistema

nervoso sobre a musculatura, como resposta á estimulação sensorial.

Psiquismo é considerado um conjunto de sensações, percepções,

imagens, pensamentos, afetos etc.

A psicomotricidade de ser compreendida em sua integridade

partindo de fenômenos que envolvem o desejar e o querer.

1.4. O desenvolvimento do movimento

O movimento é um suporte que ajuda a criança a adquirir o

conhecimento do mundo que a rodeia através de seu corpo, de sua percepção

e sensações.

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O movimento, portanto, assume uma grande significação. No inicio a

criança apresenta grande "agitação orgânica e um hipertonicidade global.”

Segundo Fátima Alves a tomada de consciência do corpo é

necessário para a execução e controle dos movimentos preciso que vão ser

executado. Para que execute corretamente um movimento coordenado, que

seja simultâneo, simétrico ou coordenação assimétrica.

Segundo Le Boulch uma das características essenciais de gestos,

movimento e atitude da criança de "escola maternal" é sua espontaneidade e

sua naturalidade. É nesta fase que as gesticulações e movimento da criança

podem realizar-se em toda sua plenitude.

Os movimentos têm uma evolução fisiológica que se traduz pela

diminuição progressivo dos movimentos associado se como conseqüência dela

independência no aumento dos grupos musculares.

A psicomotricidade reflete um estado da vontade, que corresponde a

execução dos movimentos. Os movimentos podem ser voluntários ou

involuntários. Dos movimentos involuntários temos os Automatismos,

Elementares Inatos e os Adquiridos. Os inatos são aqueles que nascem

conosco e são representados pelos Reflexos, que são respostas

caracterizadas pela variabilidade qualitativa de sua produção e execução.

Estes reflexos podem ser agonista, antagonistas ao deflexos (alternantes) que

são mais hierarquizados que os reflexos puros, permitindo certo grau de

variabilidade, conforme a adaptabilidade individual. Refere-se às necessidades

orgânicas. Influindo nestas respostas temos os instintos, responsável pela

auto-conservação individual no homem ele é misturado com o afeto produzindo

tendências ou inclinações.

Os automatismos adquiridos são os refluxos condicionados, que

ocorrem devido a aprendizagem e nos forma hábitos, que quando bons,

poupam tempo e esforço, porém se exagerados, eliminam nossa criatividade e

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nos deixam embotados. Os reflexos condicionados, são produzidos desde as

primeiras semanas de vida.

Os atos voluntários estão relacionados e dependem da inteligência e

do afeto. O ato evolutivo envolve 4 etapas:

1. Intenção ou propósito inclinações e tendência que fazem com

que surja interesse em determinado objeto.

2. Deliberação onde ponderamos os motivos (razões

intelectuais) e os móveis (atração ou repulsão, vindas do

plano afetivo).

3. Decisão demarca o começo da ação, inibindo os móveis e os

inativos vencidos.

4. Execução há os movimentos físicos.

1.5. Desenvolvimento do intelecto

1.5.1. 1ª Fase: criança de 2 anos a 4 anos

O Intelecto se constrói a partir do exercício físico que tem uma

importância fundamental no desenvolvimento do corpo da mente e da emoção.

A criança descobre a existência da realidade exterior independente

dela. Sua atitude é mais realista e mais objetivo o vocabulário passa de mil

para quase duas mil palavras e melhora muito a comunicação verbal. Mantém

longas conversas e em suas frases entra muito o "eu".

Suas atividades são acompanhadas de monólogos tem grande

interesse pelo mundo que a cerca, quer saber o "como" e o "porque" das

coisas; por isso pergunta sempre como ver, se ao ouvir uma "história

entremeando ficção e realidade; usa muito a fantasia e encontra pretextos com

facilidade.

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1.5.2. 2ª Fase: criança de 5 anos

Desenvolve a capacidade de controlar a atividade pelo pensamento.

Apega-se ao realismo; aumenta sua capacidade de atenção. É mais

responsável e mais prática pode guardar seus brinquedos de forma ordenada.

É capaz de comparar; tem percepção de ordem forma e detalhe. O estado do

tempo e duração se desenvolve.

Segue o enredo de estória com atenção, sendo capaz de repetir

satisfatoriamente muitos trechos.

O pensamento da criança se instala graças a linguagem e com ela

ganha em coerência, clareza e comunicabilidade.

A linguagem é importante fator de contribuição ao desenvolvimento

social, intelectual e emocional.

O vocabulário chaga a 2.000 palavras, o que melhora a

comunicação e a interação. Não tem raciocino lógico; continuam no concreto.

Tem apenas o pensamento intuitivo. Liga as coisas á sua própria

experiência ou as explicações dos adultos.

1.5.3. 3ª Fase: criança de 6 anos

Seu processo intelectual são ainda concretos, mas começa a

perceber símbolos semi-abstratos e começa a deduzir.

Pegar, de recortar, picotar, ver livros, modelar.

Distrai-se com o ambiente que a rodeia, mas suas mãos podem

continuar trabalhando enquanto observa o que os outros fazem. Aparece uma

primeira forma de responsabilidade; é capaz de assumir seus atos, mas

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geralmente encontra meios de se desculpar.

Tem consciência da bondade e da maldade em si mesmo e em

seus atos.

Está no ponto de leitura e escrita. Atinge certa maturidade que torna

possível a escolarização.

Nesta fase segundo Le Bouch citando Ajuriaguerra o nível

intelectual pode ser caracterizado com o pré-operatório, porque está

centralizando o próprio corpo.

1.6. Desenvolvimento afetivo

Objeto afetivo no nível sensório-motor, mão passa de um contato

direto, que só se pode evocar durante as separações . Com o advento da

linguagem, da imagem mental, do jogo simbólico, o objeto afetivo está sempre

presente e sempre atuante, até em sua ausência física. Assim é que surgem

simpatia e antipatias duradouras e ainda valorização na consciência duradoura

de si.

A partir dessa valorização de si a criança começa opor-se a pessoa

alheia, e surge o que Charlotte Buller chamou crise de oposição . As relações

objetais do nível sensório-motor são marcadas pela necessidade de segurança;

a crise de oposição , contudo, é assinalada pela necessidade de afirmação e

independência assim como por todos os tipos de rivalidade, quer do tipo

edipiano, quer em geral.

Quanto às funções da linguagem na troca entre criança. Segundo

Piaget que elas trabalham, brincam e falam livremente, as expressões dos

sujeitos não se destinam todas a fornecer informações ou a formula perguntas

(= linguagem socializada), mas cosistema, geralmente, em monólogo ou “

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monólogos coletivos” em cujo transcurso cada um fala para sim, sem escutar

os outros (= linguagem egocêntrica).

A observação mostra a dificuldade sistemática de criança na fase

pré-operatória de se colocarem no ponto de vista do parceiro, de fazê-lo

compreender a informação desejada e de modificar-lhe a compreensão inicial.

Depois de longas atividades realizadas que a criança chega no

nível operatório, a fala não mais para si, porém na perspectiva do outro .

Objetivo da Educação Psicomotora na educação infantil é ajudar a criança

interagir com o meio com o ao apoio de um profissional surgi a

psicomotricidade integrando o educando. Desenvolvimento da criança nas suas

capacidades de agir, interagir e reagir com outro e consigo mesmo. No mundo

do jogo e da atividade, suas experiências de sucesso e insucessos constituem-

se em fatores importantes na formação de seu auto- conceito e auto- estima.

A afetividade é o território dos sentimentos das paixões, das

emoções por onde transita medo, interesse, alegria.

É preciso mais que conhecimento metódico de técnicas de dar aulas

para formar um educador.

Uma relação educativa pressupõe o conhecimento de sentimentos e

alheios.

1.7. Contribuições dos teóricos e suas opiniões

"A Psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das

atividades dos gestos, das atitudes e posturas, enquanto

sistema expresso, realizador e representativo do "ser em

ação " e da "coexistência" com outrem." (Jacques

Chazand, 1976)

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Segundo Wallon (1979), um dos pioneiros no estudo da

psicomotricidade de salienta a importância do aspectos afetivo como anterior a

qualquer tipo de comportamento .Existe, para ele, evolução tônica e corporal

chamada diálogo corporal é constitui "o prelúdio da comunicação verbal"

desempenha o papel fundamental de estruturação cortical e está a base da

representação.

Segundo Defontaine (1980) declara que só poderemos entender a

psicomotricidade, através de uma triangulação corpo, espaço e tempo.

A psicomotricidade é um caminho, é “o desejo de fazer, de querer

fazer e saber fazer e o poder fazer.”

Segundo La Pierre (1986 e Le Bouch ) A psicomotricidade se propõe

a permitir ao homem "sentir-se bem na sua pele, "permitir que se assuma como

realidade corporal, possibilitando-lhe a livre expressão "panacéia" que vá

resolver todos os problemas encontrados em sala de aula. Ela é apenas um

meio de auxiliar a criança a superar suas dificuldades e prevenir possíveis

inadaptações.

Ela procura proporcionar ao aluno algumas condições mínimas a um

bom desempenho escolar. pretende aumentar seu potencial motor dando-lhe

recursos para que se saia bem na escola .

O indivíduo não é feito de uma só vez, mas se constrói,

paulatinamente, através da interação com o meio e de suas próprias

realizações e a psicomotricidade desempenha aí um papel fundamental.

Ela procura proporcionar ao aluno algumas condições mínimas a um

bom desempenho escolar. Pretende aumentar seu potencial motor dando-lhe

recursos para que se saia bem na escola.

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Segundo Carvalho (2004) a psicomotricidade é um meio de

intercâmbio e contanto como exterior o que importa não é a materialidade de

um gesto, mas sim o sistema integrado a que ele pertence e representa no

instante em que se manifesta sendo um determinante social e funcional ao

atuar no ambiente.

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CAPÍTULO II

A IMPORTANTE MUDANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

COM AS NOVAS LEIS DE DIRETRIZES E BASES

2.1. Novas Leis de Diretrizes e Bases

O objetivo dessa pesquisa é observar as mudanças que vêm

ocorrendo na educação infantil, como também as possibilidades de atuação do

psicomotricista no ambiente escolar, com suas estratégia de trabalho e seu

sistema de atitude, está pesquisa trata de forma sucinta, das transformações

da Educação Infantil no Brasil nesta última década, principalmente a partir de

1996, com a novas perspectivas para um trabalho integrado multiprofissonal.

A nova lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (Lei nº

9.394) – LDB - promulgada em dezembro de 1996, reconhece a necessidade

de que a educação promova a integração entre os aspectos físicos,

emocionais, cognitivos e sociais das crianças.

No Artigo 29 do capítulo sobre Educação Básica, seção II, a

Educação Infantil é vista como

"(...) a primeira etapa básica, que tem como finalidade o

desenvolvimento integral da criança até seis anos de

idade em seus aspectos físico, psicológico e social,

complementando a ação da família e da comunidade

"(Ministério da Educação e do Desportivo, 1996).

Os avanços nas teorias do desenvolvimento infantil forneceram uma

nova imagem da primeira infância e de suas necessidades, evidenciando os

aspectos cognitivos do desenvolvimento, ou seja, estratégias que guiam o

desenvolvimento de competências cognitivas e os aspectos relacionais,

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afetivos que promovem processo perceptivos e de pensamento. Esses estudos

revelaram também a relação entre a necessidade da criança em explorar

livremente o meio ao seu redor e a segurança afetiva dada pelo adulto á sua

volta.

A socialização, a autonomia e a capacitação de contrair o mundo

explorando-o são aspectos dessa imagem da primeira infância e também

objetivos educacionais. Dessa forma, existe uma especificidade da educação

infantil, na qual há necessidade as da criança a serem respeitadas e satisfeitas

e competências a serem fornecidas e incentivadas.

Na educação infantil, as estratégicas que orientam a ação do adulto

devem promover e facilitar as experiências das crianças, procurando

aprofundar e articular suas atividades produtivas como, exemplo, o rabisco, as

histórias construídos livremente, as atividades motoras, identificando situações

inéditas que possam incentivá-las a explorar e a transformar seu ambiente,

Objetivo desta pedagógica exige uma reflexão sobre as relações:

relação individualizada e relação personalizada entre educadores e criança;

atividades que favoreçam as brincadeiras de livre escolha; fortalecimento

espontaneidade das relações por meio da flexibilidade na organização dos

tempos, espaços, e grupos infantis. O educador, nesse sentido, é um facilitador

das trocas entre crianças e adultos, sendo sensível ao acolher pedido,

respeitando as necessidades e preferências individuais, dotado de empatia

para se relacionar e funciona como elemento estruturante de uma realidade

que ainda se mostra fragmentada para a criança. Sua atitude deve promover o

desperta o interesse para buscar um mundo colorido dos objeto, incentivando-

o a trocá-lo, olhá-lo, manipulá-lo, e principalmente, a transformá-lo. Objetivo é

de levar as crianças a adquirir formas, sempre mais complexas de

descentralização, cognitivo, sociais.

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Estabelecer uma relação de segurança, confiança, afetividade,

incentivo e limites colocados de forma sincera, clara e afetiva, a criança se

encontra acompanhada e sustentada na conquista progressiva do

conhecimento da realidade. Nesse processo, a manipulação e exploração dos

materiais são de fundamental importância, já que o processo de descoberta

pode ser solicitado, mas não imposto ou encenado.

Ter essa idéia inserida numa lei nacional é, sem duvida, um grande

avanço para a educação. Durante muito tempo, a educação brasileira vem

tentando superar a jesuítica tradicional, conservadora, que dominava o

pensamento pedagógico brasileiro desde os seus primórdios.

Foram muitos as influências que os jesuítas nos legaram, um ensino

de caráter verbalista, retórico, livresco, memorístico e repetitivo, características

marcantes de nossa cultura ainda hoje (Gadalltti,1997).

Fortes correntes pedagógicas influenciaram o avanço da educação

que está diretamente ligada à evolução da própria sociedade. Entre elas,

destacam-se as idéias da Escola Nova que valoriza auto formação e a

atividade espontânea, pessoal e produtiva da criança da educação: colocar a

criança no centro das perspectivas educativas.

Teóricos como Montessori, Claparede e Piaget contribuíram com

seus estudos e experiências para o que é chamado escolanovismo, que

marcou a história das correntes pedagógica e auxiliou para as novas

perspectivas que surgiram a posteriori, Essas idéias apontaram para a

formação de um novo conceito, preocupado com o desenvolvimento global da

criança, a partir de suas experiências e do seu vivido, abrindo-se, assim, uma

porta de entrada para o trabalho do psicomotricista na educação.

A escola foi criada para resolver a questão da transmissão do saber,

histricamente construído e socialmente valorizado. Mas uma indagação parece

perece pertinente: será esse o único intuito de uma Instituição que concentra

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um público de criança em formação e desenvolvimento?

Objetivo é não ignora o importante papel da escola: o de formar

cidadão críticos e ativos que possam, mais tarde, enfrentar e resolver os

problemas da sociedade e não ficar submissos a eles.

A escola é um lugar de formação do cidadão, um ser que age, fala e

desenvolve a sua criatividade, tomando para si as responsabilidade que lhe

são inerentes. Em outras palavras, um cidadão político, sujeito de sua própria

história.

Nesse sentido, a instituição escolar deve ser um lugar de

democracia, de criação e de aprendizagem, no qual o psicomotricista tem um

papel importante e transformador.

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CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO PSICOMOTORA

3.1. O que é Educação Psicomotora

Objetivo da educação psicomotora é desenvolver corretamente

frente á aprendizagem de caráter preventivo do desenvolvimento integral do

indivíduo nas varias etapas de crescimento.

A educação psicomotora deve ser considerada com uma educação

de base na Educação Infantil. Ele condiciona todos os aprendizados na

Educação Infantil; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da

lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a coordenação de seus

gestos e movimentos.

Segundo Lapierre (1986 e Le Boulch) tem a mesma posição quando

afirma que a educação psicomotora deve ser uma formação de base

indispensável a toda criança em sua primeira infância.

A educação psicomotora vem atuando em forma a levar a criança a

adquirir melhores condições de aprendizagem. Sua perspectiva metológia,

essa busca conceber recursos e estratégias de ensino que propiciem

desenvolver as potencialidades dos educandos, percebendo e lidando com as

suas diferenças, desenvolvendo a autonomia, a cooperação, a participação

social e a afirmação de valores e princípios democráticos. Busca-se na infância

a integração das faculdades humanas, percebendo a criança como um todo. A

criança é tratada em suas múltiplas dimensões. Quando a criança integrada em

uma sala de educação psicomotora exige do psicomotricista uma atenção

especial para o seu todo.

Atua na formação da criança, é esta constituída de toda a sua

variedade, de todo o seu colorido e calor.

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Ajuda a criança a adquirir o estagio de perfeição motora até o final

da infância , nos seus aspectos neurológicos de maturação, nos planos rítmico

e espacial, no plano da palavra e no plano corporal. Através da

Psicomotricidade e dos órgãos dos sentidos a criança descobre o mundo e se

auto descobre.

Através de jogos e brincadeiras, que parecem passatempos, é que

prepara a criança para o aprendizado posterior, mostrando lhe os limites.

Desenvolvendo assim pouco a pouco a confiança e melhor

conhecimento de suas possibilidade e, condições necessárias para uma boa

relação com o mundo.

“A natureza construi a cérebro de tal forma que, durante os seis

primeiros anos de vida, Ele é capaz de captar informações com ritmo

extraordinário e sem o mínimo esforço”.

3.2. Desenvolvimento do esquema corporal

O corpo não deve ser compreendido simplesmente como algo

orgânico e biológico que possibilita o movimento, a visão, a audição, mas

também, como sendo um lugar que permite expressar emoções e sentimentos.

Todo ser tem seu mundo construído a partir de suas experiências corporais.

O corpo é uma forma de expressão da individualidade e

subjetividade do ser humano. É através dele que cada indivíduo percebe-se e

percebe as coisas que estão ao seu redor, sendo ele, o primeiro objeto que a

criança percebe. As experiências vivenciadas pelo corpo da criança

possibilitam a construção do seu esquema corporal, tornando o seu corpo um

instrumento de conhecimento e transformação, pois todo ser tem seu mundo

construído no decurso de suas experiências corporais.

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O objetivo desta pesquisa não é de tirar dúvidas sobre o tema

esquema corporal, mas diante das abordagens aproximadas de diversos

autores a respeito das definições de esquema corporal serão levantados

questionamentos a fim de explicitar estas definições, além da fundamentação

teórica sobre alguns aspectos à construção do esquema corporal.

É através do esquema corporal que a criança toma consciência do

seu corpo e das possibilidades de expressar-se por meio deste. O conceito de

esquema corporal refere-se à representação que temos de nosso corpo, dos

diferentes segmentos corporais, de duas possibilidades de movimento e ação,

bem como suas limitações. É um elemento básico indispensável para a

formação da personalidade e da criança. É a representação relativamente

global, sentifica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo.

Esquema corporal

“é a percepção e o conhecimento global de nosso corpo,

estando este em movimento ou repouso, em função da

inter-relação de suas partes é a relação destas com o

espaço que nos rodeia, dos objetos e das pessoas” (Le

Boulch, 1988 apud Alves 2005).

“O esquema corporal e elaborado progressivamente e

simultaneamente à evolução sensório motora. A

apresentação mais ou menos específica é o elemento

básico, indispensável à construção de sua personalidade.”

(Wallon, 1966 apud Alves, 2005).

Um esquema corporal organizado, portanto, permite a uma criança

se sentir bem na medida em que seu corpo lhe obedece, em que o conhece

bem, que tem domínio sobre ele e que pode utilizá-lo não somente para

movimentar-se, mas também para agir e aumentar seu poder cognitivo.

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O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a

formação da personalidade da criança, sendo seu núcleo central, pois reflete o

equilíbrio entre as funções psicomotoras e sua maturidade. A consciência do

corpo e alcançada pela percepção do mundo exterior, da mesma forma que a

consciência do mundo exterior acontece por meio do corpo. E a linguagem que

a criança estabelece através desse corpo é de fundamental importância no

processo educativo. Escobar (1985, apud Alves 2005): comenta: “a linguagem

fundamental é a ação, pois somente a ação é a comunicação.”

O desenvolvimento do esquema corporal também apresenta a

função de socialização do indivíduo. As primeiras experiências sociais

realizam-se com o corpo das pessoas significantes que rodeiam a criança e as

atitudes mantidas são percebidas pela criança que aprende a relacionar essas

atitudes com o mundo exterior.

Segundo Vayer (1984, apud Valadares; Araujo, p.16, 1999),

esquema corporal “é a organização das sensações relativas ao próprio corpo, e

das posturas e atitudes com os dados do mundo exterior.”

Para Le Boulch (1981), a imagem corporal realiza-se dentro do

conjunto do processo simbólico, vindo a ser uma imitação idealizada. Ou seja,

a imagem corporal expressa essa intuição que tem do próprio corpo em relação

ao espaço dos objetos e das pessoas. Ela se forma como uma imagem

totalizada, mas e obtida pelas experiências fragmentadas no tempo e espaço.

Essas experiências são constituídas a partir do desenvolvimento, mas

garantidas com relacional, com o investimento do outro em nós e nosso

investimento no outro. O ser humano se constrói no enredo do contato com o

outro.

A imagem é a representação mental do corpo e não constitui uma

mera percepção, mas uma integração.

“A imagem corporal é uma intuição de conjunto ou

conhecimento imediato que temos de nosso em posição

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estática ou em movimento, na relação das diferentes

partes entre si e, sobretudo na relação com o espaço e os

objetos que nos circulam.” Le Boulch (1983, p.37 apud

Melo, 1989).

3.2.1. Diferenciação

Segundo Morais e Santos (1987, apud Oliveira 2004), explicam de

maneira clara e objetiva os três aspectos que envolve a noção de esquema

corporal, pois muitas vezes as definições desses aspectos são utilizados de

maneira equivocada.

Imagem Corporal: É a impressão que a pessoa tem de si mesmo,

subjetivamente, baseada em percepções internas e externas e no confronto

com outras pessoas do meio social.

Conceito Corporal: Envolve um conhecimento intelectual, e

consciente do corpo e também da função de seus órgãos.

Esquema Corporal: É o resultado das experiências que possuímos,

provenientes do corpo e das sensações que experimentamos.

3.3. Perturbação no esquema corporal

Segundo Vayer (1984, apud Valadares; Araújo, 1999),

“o resultado de um esquema corporal mal estruturado

acarreta transtorno nas áreas motora, perceptiva e social.

Na área motora, apresenta dificuldades como:

coordenação deficiente, lentidão nos gestos simples e má

postura. Na área perceptiva, dificuldades de estruturação

espaço-temporal, e na área social, problemas de relações

com as outras pessoas, originados por perturbações

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afetivas” (Vayer, 1984 apud Valadares; Araújo, p.16,

1999).

Os prejuízos na formação do esquema corporal refletem-se sob

múltiplas formas: a criança torna-se desajustada, demonstra dificuldades na

compreensão de palavras que designam posição espacial (dentro / fora, em

cima / embaixo, etc.), é incapaz de perceber as diferenças de letras (p por b, b

por d, p por q, etc.), e palavras (porco, por corpo), numerais (24 por 42) e

outros.

Uma perturbação do esquema corporal portanto, pode levar a uma

impossibilidade de se adquirirem os esquemas dinâmicos que correspondem

ao hábito visomotor e também na leitura e escrita. Na escrita, por exemplo, não

obedecer os limites de uma folha, não conseguir trabalhar com vírgulas,

pontos, nem armar bem as contas.

Uma conseqüência série de falta de esquema corporal é o não

desenvolvimento dos instrumentos adequados para um bom relacionamento

com as pessoas e com seu meio ambiente, e, pior ainda, leva a um mal

desenvolvimento da linguagem. A este respeito, Ajuriaguerra (in Fonseca, 1988

p.65) afirma: “(...) sem um verdadeiro conhecimento do corpo e do investimento

sobre o mundo dos objetos e das pessoas, não se atinge, consequentemente,

a linguagem.”

3.4. Conhecimento do corpo

O corpo é o principio de toda a aprendizagem, tornando-se o centro

desta, principalmente, dos primeiros momentos após o nascimento ate

aproximadamente o inicio do terceiro ano de vida, etapa que Piaget (1972)

caracterizou de Período Sensório-motor. Nessa etapa, a criança organiza as

informações obtidas através dos sentidos e desenvolve respostas aos

estímulos ambientais, utilizando-se de um comportamento adaptativo, porque

ela está constantemente modificando os esquemas de ação em resposta ao

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ambiente. Esta complexa representação vai sendo lentamente construída como

conseqüências das experiências que realizamos com o nosso corpo e das

vivencias que temos dele. Graças a esta representação, conhecemos nosso

corpo e somos capazes de ajudar a cada momento nossa ação a nossos

propósitos. Os aspectos sensoriais vão se ajustando ao ato motor. Com o

nascimento, existem potencialidades que, para desenvolver-se requerem a

manutenção dos processos orgânicos e o intercâmbio com outras pessoas,

pois é através das relações com os outros que o ser se descobre e que sua

personalidade constrói-se pouco a pouco. Piaget (1972 apud Ferreira) coloca

que:

“O período que vai do nascimento ate da linguagem é

marcado por extraordinário desenvolvimento mental (...),

na verdade, é decisivo para todo o curso da evolução

psíquica: representa a conquista, através da percepção e

dos movimentos, de todo o universo pratico que cerca

criança. No ponto de partida deste desenvolvimento, o

recém-nascido traz tudo para si ou, mais precisamente,

para o corpo, seu final, isto é, quando começam a

linguagem e o pensamento, ele se coloca, praticamente

como um elemento ou um corpo entre os outros, em um

universo que construiu pouco a pouco, e que sente depois

como a si próprio” (Piaget apud Ferreira, 1972, p. 16).

A percepção representa o primeiro degrau das funções cognitivas,

pois é ela que permite a visão do objeto à distância. Em decorrência disso, os

dados do meio são organizados em relação ao próprio corpo, tornando

indispensável à aprendizagem do ser humano seu relacionamento com o

ambiente e com o próprio corpo.

Segundo Lacan, o estágio do espelho é fundamental importância

para o desenvolvimento do esquema corporal. Para ele a criança, até mais ou

menos seis meses de idade, possui uma visão de corpo fragmentada,

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retalhada, e com imagem espetacular começa a ser ver de forma integrada,

organizada, como um todo.

A criança gradativamente vai percebendo que o reflexo do espelho é

uma representação dela e passa a ser ver de forma global como um ser único.

As experiências anteriores realizadas de formas espontâneas

constituem para a memória corporal que está carregada de afeto. O corpo,

então, além de ser dotado de eficácia, está presente no mundo como uma

unidade fundamental original, como corpo próprio sendo assim, o bebê

manifesta interesse e necessidade de intercâmbio com ambiente humano,

sendo a comunicação instaurada entre a criança e seu meio um dos principais

fatores do desenvolvimento.

A criança aprende os conceitos e as palavras correspondentes aos

diferentes segmentos e regiões do corpo, como também quais as funções que

cada uma delas exerce. A este respeito, Vayer (1982, apud Oliveira, 2004)

afirma:

“Estes conceitos não fazem parte da experiência

propriamente dita, são entidades abstratas mais do que

processo preceptivo ou afetivo. Mas a existência a tais

conceitos influência, certamente, a experiência corporal”

(Vayer apud Oliveira, p. 31, 1982).

A nomeação das partes do corpo, diz Ajuriaguerra (1980, apud

Oliveira, 2004, p. 343), “confirma o que é percebido, reafirma o que é

conhecido e permite verbalizar aquilo que é vivenciado.”

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3.5. Etapas da estruturação do esquema corporal

Segundo Le Boulch, O desenvolvimento integral da criança pode ser

favorecido, para tanto, é necessário observar e respeitar as diferentes etapas

da estruturação do esquema corporal.

3.5.1. Fase do corpo vivido (de 0 a 3 anos)

Desde o nascimento até dois anos de idade, as ações da criança

são estritamente sensoriais e motoras, representando assim um

comportamento automático e reflexo, dominado pelas necessidades orgânicas

e ritmados pela alternância alimentação / sono. Pela necessidade de

movimentar - se e de explorar tudo aquilo que a cerca através de movimento

globais, a criança progressivamente enriquece sua experiência motora e

começa a distinguir seu próprio corpo do mundo dos objetos. As vivências

desta fase somam-se e vão constituir - se em suporte para a estruturação da

imagem do corpo, que é a experiência subjetiva do próprio corpo, como

também para organização e estruturação de uma nova fase não pensada,

porém tendem a uma intencionalidade, ou seja, pouco a pouco o objetivo a ser

atingido torna-se consciente. Pôr isso, faz-se necessário que o adulto promova

situações de estimulação dessas vivências porque elas serão o suporte das

etapas seguintes.

3.5.2. Fase do corpo percebido ou descoberto (de 3 a 6 anos)

Levando-se em conta as experiências vividas anteriormente, a

criança, nesta fase, será submetida a uma evolução rápida no plano de

percepção. Com o aparecimento da função de interiorizarão que representa

uma percepção centrada no próprio corpo, o conceito corporal estabelece na

criança a tomada de consciência de suas características corporais e a

verbaliza, produzindo ações que tornarão possível melhor dissociação de

movimentos. No final desta fase o nível do comportamento motor e o nível

intelectual podem ser caracterizados como pré-operatórios, porque, embora

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sejam ainda centrados sobre o próprio corpo-noção que já se baseia numa

atividade simbólica, está submetido à percepção num espaço em parte

representado.

3.6. Proprioceptividade

A criança nasce com uma bagagem de sensações e percepções

proprioceptivas, mas por falta de mielinização das fibras nervosas, não

consegue organizá-la. Na medida em que há maior amadurecimento do

sistema nervoso, ela vai podendo distinguir, por exemplo, sensações de dor, de

fome, que anteriormente eram considerados apenas como desconforto.

Guillame (apud Oliveira, 2004) traduz com propriedade esta

afirmativa:

“O esquema corporal... não tem nada a ver com uma

tomada de consciência sucessiva de elementos distintos,

os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco

encaixar-se uns nos outros para compor um corpo

completo a partir de um corpo desmembrado. O esquema

corporal revela-se gradativamente à criança, da mesma

forma que uma fotografia revelada na câmara escura

mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando

contorno, forma e uma coloração cada vez mais nítidos”

(Guillame apud Oliveira, 2004).

O esquema corporal se estrutura sobre a base dos componentes

neurológicos em desenvolvimento e maturação onde se liga

fundamentalmente, as percepções esterorreceptivas, propriceptivas e

interorreceptivas que permitem estabelecer, em um momento inicial a

consciência sobre localização espacial total, a capacidade e o funcionamento

de uma determinada parte do corpo, a consciência inicial sobre a magnitude

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do esforço necessário para realizar uma determinada ação, e a consciência

sobre a posição do corpo e suas partes no espaço durante esta ação (Barreto,

2002).

Estas noções que se desenvolvem prioritariamente durante os

primeiros meses de vida extra-uterina, mas que se inicia durante a vida intra-

uterina, vão ocorrendo cada vez mais fáceis e inconscientes pela repetição

continua e eficaz de cada ato em questão, até chegar a automatização da

resposta frente ao estímulo específico. Liga-se sem associações ao

estabelecimento dos reflexos em que as percepções sensoriais, sensitivas e

proprioceptivas se conjugam para gerar a excitação neuronal que, em nível

central ou em nível da medula espinal, desencadeia a motricidade requerida

como resposta ao estimulo percebido ou uma ação gerada conscientemente.

“O esquema corporal se implanta e evolui, especial e

especificamente, sobre a manutenção do conjunto

neuromúsculo-esquelético e que se liga ao processo de

ereção que leva o bebê através das etapas de

desenvolvimento motor, até ao total domínio da marcha e

orientação, as quais são suportadas pelo eixo axial que

está localizado na coluna vertebral” (Barreto, 2002).

Propriocepção é a sensibilidade que nos informa sobre a atividade

própria de nosso corpo, como nas sensações cinestésicas e posturais.

As sensações proprioceptivas são aquelas relacionadas com o

estado físico do corpo, incluindo as sensações de posição, as sensações dos

tendões e músculos, as sensações provenientes da planta dos pés e até

mesmo a sensação de equilíbrio, que é de maneira geral, considerada como

sendo uma sensação especial ao invés de sensação somática.

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O controle apropriado da função muscular requer não apenas a

excitação do músculo pelos neurônios motores anteriores, mas também um

contínuo feedback de informações de cada músculo ao sistema nervoso, dando

o estado de cada músculo a cada instante. Para fornecer essas informações,

os músculos, seus tendões e articulações são abundantemente supridos, por

receptores sensoriais. Os sinais desses receptores destinam-se quase

totalmente ao controle muscular propriamente dito, porque operam quase que

de modo total a um nível subconsciente.

3.7. Receptores sensoriais

Os receptores são pequenos órgãos especializados em internalizar

informações ao SNC sobre as relações do corpo, com ele mesmo ou com o

meio externo.

Exterorreceptores - Localizadas na superfície do corpo,

especializadas em captar estímulos provenientes do ambiente, como a luz,

calor, sons e pressão. Exemplo: os órgãos de tato, visão, audição, olfato e

paladar.

Interorreceptores - Percebem as condições internas do corpo (pH,

pressão osmótica, temperatura e composição química do sangue).

Propriorreceptores - Detectam alterações de tensão e posição das

estruturas na qual estão localizados: Angulo articular, velocidade de movimento

articular, tração articular, contração muscular e força da contração muscular.

Captam os estímulos do interior do corpo.

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Receptores Articulares - São encontrados nas cápsulas e ligamentos

articulares. São estimulados a partir da deformação. A informação destes

receptores articulares notifica continuamente o SNC sobre a angulação

momentânea e a velocidade do movimento da articulação.

Receptores Musculares - Fusos neuromusculares que são

encontrados nos músculos esqueléticos. Sinalizam o comprimento do músculo

e a velocidade do movimento. Detectam as modificações no comprimento das

fibras musculares extrafusais pela contração e enviam essas informações para

o SNC onde se geram reflexos para manter a postura do corpo e regulam as

contrações dos músculos envolvidos nas atividades motoras.

Receptores Tendinosos - O órgão tendinoso de Golbi (OTG) situam-

se dentro dos tendões, próximos do ponto de fixação das fibras musculares.

Algumas fibras se conectam diretamente com o OTG, que é estimulado pela

tensão produzida por esse feixe de fibras, ou seja, quando há estiramento do

tendão (ou contração muscular). A chegada destes impulsos aferentes na

medula excita os interneurônios inibitórios, que por sua vez inibem os

motoneurôrios do músculo em contração, limitando assim a força desenvolvida

e que será maior que a tolerada pelos tecidos que estão sendo estirados.

Neste ponto agem como “disjuntores” do músculo. Esse fato é chamado de

reflexo miotático inverso.

3.8. Lateralidade

A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar

preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão,

olho e pé. Existem um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um

dos lados. O lado dominante apresenta mais precisão, mais rapidez e maior

força. É aquele que inicia a executa a ação principal, e o outro lado auxilia na

realização da mesma, possuindo os lados igual importância.

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A lateralidade liga-se ao desenvolvimento do esquema corporal, a

predominância de um lado do corpo se faz em função do hemisfério cerebral.

Os movimentos preferenciais de um dos lados são controladas por um

hemisfério cerebrais, considerado dominante. A metade esquerda do corpo é

controlada pelo hemisfério direito, ao passo que a outra metade é controlada

pelo hemisfério direito. Quando há dominância do hemisfério esquerdo, temos

o indivíduo destro; e quando ocorre a dominância do hemisfério direito, temos o

indivíduo sinistro ou canhoto. É legítimo porém admitir que haja colaboração

dos dois hemisférios na elaboração da inteligência.

Para Coste (198, p.64), a dominância lateral só se desenvolver “a

partir do momento em que os movimentos se combinam e se organizam numa

intenção motora”, impondo-se dessa forma, a lateralidade por intermédio das

experiências e da complexibilidade e dos movimentos vividos pela criança.

Segundo Le Boulch (1982), a lateralidade da criança inicia-se a partir

dos 2 anos de idade, durante um período denominado por ele como

“discriminação perceptiva”, que se elabora na criança a predominância lateral,

contudo a lateralidade só será definida após os 5 anos de idade.

Com efeito a lateralização participa em todos os níveis de

desenvolvimento da criança, somente sendo estabelecida permanentemente

após a criança Ter passado pelas diversas etapas do processo de

desenvolvimento.

“A lateralização (...) da criança (...) acompanha cada um

de seus passos: localização no próprio corpo, projeção de

seus pontos de referências a partir do corpo e, depois,

organização do espaço independente do corpo.” (Coste

1981, p.66).

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O conhecimento “esquerda-direita” decorre na noção de dominância

lateral. É a generalização da percepção do eixo corporal, a tudo que cerca a

criança, esse conhecimento será mais facilmente apreendido quanto mais

acentuada e homogênea for a lateralidade da criança. Se a criança percebe

que trabalha naturalmente “com que mão”, guardará sem dificuldades que

“aquela mão” é direita ou esquerda.

Algumas funções e operações são realizadas sob a dominância é

relativa mesmo no que se refere à organização neurológica e cerebral e podem

ocorrer numerosas substituições.

3.8.1. Tipos de lateralidade

Falsa Lateralidade (lateralidade contrariada) - Crianças canhotas

forçadas a usar a outra mão, apresentam dificuldades para serem

alfabetizadas, podendo demorar para ler e escrever. Ás vezes, acaba sofrendo

de problemas de orientação espacial, o que as faz tropeçar e trombar nas

coisas. Nunca deve-se forçar o uso de mão ou pé direitos, ser canhoto é uma

característica pessoal, e não há desvantagem nisso.

Lateralidade Cruzada - Acontece, por exemplo, quando a criança é

canhota de olho e destra de mão ou pé, ou alguma outra combinação deste

tipo. É preciso, então, fazer um programa psicomotor com a criança para

organizar sua lateralidade. Com uma série de exercícios visuais, motores e

escritos, tentam harmonizar essas preferências e organizar a dominância

exercida pelos dois lados do cérebro. Espelhamentos, trocas de letras,

alongamentos e encurtamentos de palavras, podem ocorrer devido à

lateralidade cruzada.

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Lateridade Absoluta ou Homogênea - Quando uma pessoa utiliza

exclusivamente uma lado, mão, pé e olho, predominantes para executar todas

as ações, ou seja, um dos hemisférios prevalece de forma absoluta sobre o

outro.

Lateridade Alternante (ambidestral) - Possui a dominância

espontânea nos dois lados do corpo ou seja, executa os mesmos movimentos

tanto com um lado como o outro do corpo. A ambiedestria pode causar

dificuldades de síntese por não saber escolher os dados relevantes. Quando

uma criança e ambidestra, pode sofrer dos mesmos prejuízos causados pela

falsa lateralidade, ou seja, pode apresentar dificuldade de alfabetização e

desorientação espacial, que são problemas freqüentes em crianças que não

possuem simetria lateral definida.

A lateralidade está presente em todos os níveis de desenvolvimento

da criança, mas somente será definida à medida que a criança passar por

todas as fases do desenvolvimento. Devendo ser considerado de grande

importância no desenvolvimento infantil a coordenação viso-motora a

organização das percepções táteis e visuais, através de experiências que

desenvolvam sua estruturação espacial, da qual dependerá a lateralidade. O

conhecimento frente-trás adquirido nos primeiros deslocamentos da criança

antecipa o de direita e esquerda.

A criança precisa se descobrir, necessita realizar atividades com os

dois lados do corpo, contribuindo para seu desenvolvimento e sua eficiência na

realização dos movimentos. A lateralidade deve surgir da própria criança, de

maneira espontânea e não imposta.

3.9. Organização e expressão

Para uma criança agir através de seus aspectos psicológicos,

psicomotores, emocionais, cognitivos e sociais, precisa Ter um corpo

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“organizado”. Esta organização de si mesma é o ponto de partida para que

descubra suas diversas possibilidades de ação e, portanto precisa levar em

consideração os aspectos neurofisiológicos, mecânicos, anatômicos,

locomotores.

A organização de si envolve uma percepção e controle do próprio

corpo através da interiozação das sensações. Isto quer dizer que a criança

aprende a conhecer e diferenciar seu corpo como um todo e também, adquirir

um equilíbrio econômico e postural, uma lateralidade bem definida, uma

dependência dos diferentes segmentos corporais e um domínio das pulsões e

das inibições. (Picq e Vayer 1985)

Segundo De Meur e Staes (1984), a criança vai aprender a

desenvolver suas possibilidades do corpo, isto é, executar movimentos

complexos que exijam uma boa percepção corporal, uma análise dos

movimentos, memória, movimento que tenham um objetivo determinado, o que

implica: a precisão dos gestos, em uma avaliação da distância, da força

necessária para a realização, a destreza, o equilíbrio na execução, etc.;

“perceber e compreender o significado dos gestos realizados por outro

(mímicas); expressar sentimentos e emoções com seu corpo ou poder

compreender os sentimentos e as emoções expressas pelos outros”.

É fundamental que em todos os conceitos desenvolvidos a

expressão corporal e facial tenha sido realizada nas atividades de maneira

espontânea, através de mímicas, dramatizações e danças, pois são atividades

que proporcionam prazer e facilitam a livre expressão.

Uma expressão plena, de corpo inteiro, só é atingida com a

coordenação física e psíquica integradas.

Criar é se organizar e expressar o que se tem dentro de si, um

autêntico esforço interior. A criança tem uma representação gráfica de imagem

de si. Podendo inferir esta imagem desenhando uma figura humana, o que

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facilita conhecer sua visão sobre si mesmo através do desenho.

A criatividade facilita a comunicação e a livre expressão. Para que

haja uma boa expressão, a ação deve ser considerada natural, espontânea, de

livre vontade, sendo por meio de espontaneidade é que a criança facilita sua

adaptação a novas situações.

Segundo Berge (1988),

“o movimento espontâneo nascerá quando o corpo tomar

consciência da pele, dos músculos, das articulações, da

respiração, quando o ouvido perceber os sons, quando o

olhar souber ver no outro a graça viva do gesto” (Berge,

1988).

A função imaginativa exercida durante os jogos de expressão livre

não é orientada para o objeto nem para outrem, mas implica, ao contrário a

volta do indivíduo a si próprio, primeiras manifestações da interiorizarão. Esta

etapa indispensável à formação do eu individual e social, não passa no entanto

de uma primeira fase: a expressão autêntica de uma personalidade que se

manifesta em seus gestos, suas atitudes, suas palavras.

Aos três anos, os interesses da criança estão sobre tudo centrados

no mundo exterior e, em especial, sobre os aspectos prático do movimento. É

importante salientar o jogo simbólico através do qual se observa o papel

expressivo do movimento. Tornando-se consciente esta expressão perde sua

espontaneidade no momento que a criança se dá conta do efeito que ela

produz na outra pessoa. Aos quatro anos, a criança está consciente de suas

atitudes e entra na “idade da comédia”, multiplicando as suas fisionomias,

sorrisos, através dos quais ela “mostra-se interessante”.

A criança durante o jogo expressivo, vai poder identificar-se aos

personagens sociais marcantes: professor da escola, bombeiro, cowboy,

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campeão. Gostará muito das transformações, das fantasias. A possibilidade de

fazer e apreender diversas atitudes permite o intercâmbio com a outra pessoa.

Este intercâmbio é o sinal de socialização.

Uma expressão plena de corpo inteiro, só é conseguida quando a

emoção e a consciência se aliam na comunicação com o mundo.

Quando o indivíduo aprende a expressa-se corporalmente,

interiorizando as sensações sentidas pelas partes do seu corpo e consegue

exteriorizá-las através da linguagem, desenhos, mímicas etc., ele assume sua

identidade e se relaciona com os outros e com o mundo.

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CAPÍTULO IV

TIPOS DE COORDENAÇÃO

Coordenação motora fina

Envolve pequenos músculos é uma coordenação segmentar, é

sempre utilizada com as mãos exigindo precisão nos movimentos na realização

de tarefas complexas.

Coordenação motora

Envolve grandes pares musculares, é mais fácil para a criança fazer

movimentos simétrico e simultâneos, pois só numa segunda etapa é que ela

movimentará os membros separados .Interromper subitamente um movimento

é difícil, mas esse controle muscular indispensável para o processo ensino-

aprendizagem da criança, Envolve as atividades de arrastar, rolar engatinhar,

andar, correr e soltar etc.

Coordenação visomotora

É a habilidade de coordenar a visão com movimentos do corpo. Com

esta ausência de um a adequada coordenação visomotora a criança se

mostra desajeitada em toda as suas atitudes e ação, tendo dificuldade no

ensino - aprendizagem.

Coordenação audiomotora

Pelo aparelho auditivo que da capacidade de transformar em

comando sensibilizado o movimentos.

Coordenação facial

É a primeira e mais importante quando se fala em comunicação

interpessoal. São os olhos a fonte mais usada, mais fascinante, mais rica, mais

ativa e rápida de comunicação.

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Equilíbrio

É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações

musculares com o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base,

contra a lei da gravidade. Quando uma criança consegue manter-se em um

bom equilíbrio estático e dinâmico, mantendo-se normalmente sobre um pé

durante algum tempo, trepa, pula, solta etc. Um bom equilíbrio permitindo o

ajustamento do homem ao meio. É um dos sentidos mais nobre do corpo

humano. A medida que ele cresce e evolui, o equilíbrio torna-se cada vez mais

fundamental para sua maturação.

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CONCLUSÃO

Objetivo destes capítulos é analisa, diferença e apontar qual a

melhor escolha da educação infantil para atingir objetivo de desenvolvimento

para criança na faixa etária entre criança de 0 a 6 anos de idade, seja na

educação física ou educação psicomotora.

Quais seriam os pontos determinantes para uma boa educação com

qualidade e com finalidade de atender ás necessidades de experiências

corporais nesses primeiros anos de vida que são de fundamental importância

para a composição do seu Eu, do ser desejante, do ser atuante, do ser

consciente de si e do outro, enfim, para a formação do cidadão. A melhor é a

que nutre as exigências básicas da criança naquele período específico, e

permite a essa vivências experiência que valem para o seu aprendizado.

E está educação deve ser para o corpo, pelo corpo, para o

movimento e pelo movimento, que valorize a constituição do sujeito e o

consciente da sua existência na sociedade.

Cada educação aqui descrita, foi levada em consideração a sua

história, o seu movimento de criação, os seus métodos, técnicas e objetivos de

trabalho na educação infantil.

A Educação Psicomotora é mais recente e surgiu da necessidade de

atender criança s em desenvolvimento. Seu objetivo é direcionado á maturação

do sistema motor, psíquico, afetivo da criança. E, dentro do universo da

psicomotricidade, atua o âmbito escolar por ser favorecedor do

desenvolvimento psicomotor.

Ambas são imprescindíveis para o ambiente escolar, pois se

preocupam com o desenvolvimento motor da criança integrando com o estado

naturacional de cada um.

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Educação Infantil no período de 0 a 6 anos de idade deve atuar com

a psicomotricidade, ou melhor a Educação Psicomotora, devido neste

momentos estarmos descobrindo as partes do corpo, os movimentos, os

sentimentos e os relacionamentos.

A criança esta si descobrindo e realizando relações com o meio.

A psicomotricidade foi criando corpo por meio de pesquisas e

tornando-se peça importante no processo de aprendizagem.

Não se pode deixar de falar da peça fundamental deste quebra-

cabeça: que é o corpo. O corpo representa toda a evolução histórica da

humanidade. É o reflexo da sociedade da cultura de um povo. Possui ritos,

emoção e encantos.

A nova lei de Diretrizes e Bases apresenta indícios de uma

preocupação com o desenvolvimento harmonioso da criança, apontando

maneiras de atender ás suas necessidades, como também formas de viabilizar

essas idéias.

A psicomotricidade desponta como uma prática que vem

conquistando seu espaço na Instituição Escolar, tornando necessária uma

maior reflexão sobre o sistema de atitudes do psicomotricista e suas

particularidades diante dos outros profissionais.

De acordo com a opinião dos autores analisados a importância da

formação do esquema corporal da criança. Percebe que quanto maior forem os

estímulos e as possibilidades de novas experiências, maiores serão as

possibilidade de formação do esquema corporal, principalmente sob o ponto de

vista piscomotor. É importante salientar que a formação da imagem corporal é

contínua e representada através do esquema corporal e segue com o indivíduo

desde o seu nascimento até a sua morte, sofrendo adaptações e

transformações globais de acordo com o movimento vivido. Estas experiências

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corporais determinam a imagem corporal e colaboram para a elaboração de um

esquema corporal que refletirá na adolescência e na vida adulta. Cabe

ressaltar que no decorrer do percurso poderão ocorrer mudanças, mas os

elementos construídos inicial serão preservados, apesar das transformações

ocorridas ao longo da vida.

Quando a criança percebe que é amada, sente-se segura, confiante,

determinada e vai para frente. Pois ela tem alta estima, por ser amada. Ela vai

se amar.

Criança insegura e desvalorizada age com raiva ou se esconde, fica

acuada. Pois ela não tem auto-estima. Ela não se gosta, não se valoriza sente-

se incapaz de realizar qualquer tarefa apresentando dificuldades no ensino

aprendizagem.

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BIBLIOGRAFIA

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BARRETO, C. S. Educação-reeducação e terapia psicomotora. In: Revista

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Odarizzi, 1998.

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OLIVEIRA, V. M. O que é Educação Física? São Paulo: Brasiliense, 1990.

Psicomotricidade - teoria Prática: estimulação educação e reeducação

psicomotora com atividades aquáticas. São Paulo: Lovise, 1998.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02AGRADECIMENTOS 03DEDICATÓRIA 04METODOLOGIA 05INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO IA Educação e a sua história 101.1. História da Psicomotricidade 101.2. Histórico da Educação Psicomotora 131.2.1. Funções psicomotoras 151.3. O que é Psicomotricidade? 151.4. O desenvolvimento do movimento 161.5. Desenvolvimento do intelecto 181.5.1. 1ª fase: criança de 2 anos a 4 anos 181.5.2. 2ª fase: criança de 5 anos 191.5.3. 3ª fase: criança de 6 anos 191.6. Desenvolvimento afetivo 201.7. Contribuições dos teóricos e suas opiniões 21

CAPÍTULO IIA importante mudança na Educação Infantil com as novas Leis deDiretrizes e Bases 242.1. Novas Leis de Diretrizes e Bases 24

CAPÍTULO IIIEducação Psicomotora 283.1. O que é Educação Psicomotora 283.2. Desenvolvimento do esquema corporal 293.2.1. Diferenciação 323.3. Perturbação no esquema corporal 323.4. Conhecimento do corpo 333.5. Etapas da estruturação do esquema corporal 363.5.1. Fase do corpo vivido (de 0 a 3 anos) 363.5.2. Fase do corpo percebido ou descoberto (de 3 a 6 anos) 363.6. Proprioceptividade 373.7. Receptores sensoriais 393.8. Lateralidade 403.8.1. Tipos de lateralidade 423.9. Organização e expressão 43

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CAPÍTULO IVTipos de coordenação 47

CONCLUSÃO 49BIBLIOGRAFIA 52ANEXO1 55ANEXO 2 56FOLHA DE AVALIAÇÃO 57

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ANEXO 1

A criança vive em uma casa tranqüila, onde os pais se dão bem, não há

muitas brigas.

Contudo, na escola ela teve um dia uma dificuldade para completar

uma tarefa solicitada pela professora. A professora a chama de burra, pois ela

não foi capaz de fazer a atividade. O que ocorre?

A criança fica com um sentimento de insegurança porque ela vai

acreditar nas palavras da professora e vai se considerar burra. Esta criança

incorpora as palavras ditas pela professora. Ela introjeta aquilo que ouviu e

passa a acreditar que é burra de verdade. Assim, em uma outra atividade em

vez de sair-se bem ,correspondendo as expectativas que fizeram dela , ela se

acha antes mesmo de começar a fazer o dever que não vai conseguir. Por que

ela age assim? Porque ela agora se acha burra. E pessoas burras não

conseguem fazer nenhum dever escola.

Como resolver este problema? Primeiro, devemos observar se na

escola que a criança freqüenta os professores foram bem orientados, bem

formados. Se foram eles não usarão palavras grosseira e desmoralizadoras

para as criança, porque eles sabem que isto pode afetar o emocional das

criança não é burra, que ela é inteligente, mas que somente não aprendeu

porque estava nervosa e insegura. É importante colocar para ela que a

professora errou em chamá-la assim.

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ANEXO 2

A professora acredita no aluno, os colegas gostam dele, mas a mãe

ou pai vivem criticando qualquer coisa que ele faça. Se faz o dever e erra, não

está bom. Se faz o dever, acerta, mas a letra não está boa, também é criticado.

Se demora a começar a estudar, é criticado, chamam a atenção dele. Uma

criança muito criticada fica com a impressão de nunca é capaz de fazer nada

certo. Então, ela mesma começará a ser muito crítica com ela mesma, ela

achará que nada do que ela faz está bom.

Se ela incorporar somente as criticas, ela poderá desistir de agir,

porque ela vai pensar que não adianta fazer nada, porque nunca conseguirá

fazer bem feito. A criança pode e deve ser criticada quando ela erra, contudo,

ela deve também ser elogiada quando ela acerta. Se somente elogiada, ela

cresce em um mundo de mentira, onde pode ficar com uma falsa impressão

sobre si mesmo. Se for somente criticada, ela fica sem auto-estima, o que

bloqueia seu aprendizado, suas iniciativas, suas relações interpessoais.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas

Pós-Graduação “Latu Sensu”

Título da Monografia

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Data da Entrega: ___________________________

Avaliado por: ______________________________Grau: ________________

Rio de Janeiro, ______ de ______________________ de ________

_______________________________________________________________

Coordenação do Curso