UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO … LUCIA DE FREITAS MOREIRA.pdf ·...
-
Upload
truongtruc -
Category
Documents
-
view
214 -
download
0
Transcript of UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO … LUCIA DE FREITAS MOREIRA.pdf ·...
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE
AUTISMO INFANTIL
Por: Maria Lucia de Freitas Moreira
Orientador: Prof° Celso Sanches
RIO DE JANEIRO JULHO/2007
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE
AUTISMO INFANTIL
A Importância Da Família No Desenvolvimento Da Criança Autista
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Terapia Familiar da Universidade Cândido Mendes como requisito para conclusão do Curso de Pós-Graduação em
Terapia Familiar
RIO DE JANEIRO JULHO/2007
AGRADECIMENTOS
A todos aqueles que contribuíram direta e ou indiretamente
para a realização deste trabalho.
DEDICATÓRIA
É com muito carinho e prazer que aproveito a oportunidade para
dedicar meu trabalho aos autistas, principalmente ao meu filho Bruno,
que também é autista. Minha admiração e respeito
aos que amam e cuidam destas crianças.
Muito Prazer, Eu Existo!
Existem filhos que precisam mais carinho Mais cuidados e atenção especial
E essas crianças quando muito bem amadas Só Deus quem sabe qual o seu potencial
Seus pais conhecem um segredo do universo
Da harmonia na diversificação Amar alguém dito normal é muito fácil Longe de indiferença e discriminação
Me pergunto se indiferença é natural
Me pergunto em que consiste ser normal Me pergunto qual o referencial
Porque todo mundo tem que ser igual?
Quem de nós é um ser humano exemplar Quem de nós não tem espelho para se olhar
Quem de nós é capaz de atirar A primeira pedra sem se machucar
Alguns de nós julgam-se mais que todo mundo
Como se o sol fosse escolher para quem nascer Comparações são vaidosas ou amargas
Tudo na vida tem uma razão de ser
Tem gente preconceituosa e arrogante E eu me preocupo com seu modo de pensar
Como se Deus fosse algum ser inconseqüente Quem faz pessoas diferentes só pra olhar
Muito prazer, Eu existo.
Augusto César / Carlos Colla
RESUMO No presente trabalho, podemos tecer considerações a respeito do tema autismo
infantil. Kanner teve grande importância para os estudos sobre o autismo, foi o
pioneiro ao abordar uma síndrome, descrita pelo mesmo como “autismo infantil
primitivo”. Pode-se perceber que o autismo infantil corresponde a um quadro de
extrema complexibilidade que exige que abordagens multidiciplinares sejam
efetivadas visando não somente as questões de como interagir, educar e
socializar, mas principalmente as questões clínicas e a tentativa de estabelecer
etiologias, e quadros clínicos bem definidos, passíveis de prognósticos precisos e
abordagens terapêuticas eficazes. São diversas as inquietações, bem como
desafios, dilemas e dúvidas que compartilhamos no passado e ainda permanecem
no estágio atual do conhecimento científico. Concomitantemente, o
desenvolvimento de vias de pesquisas neurológica e cognitiva deve trazer futuras
implicações não somente na questão diagnóstica, mas principalmente, na questão
terapêutica da síndrome. O conhecimento gerado pela presente revisão constitui
um recorte que contribui para uma maior compreensão da situação das famílias
que têm como um de seus membros uma criança portadora da síndrome autística.
Ainda que não tenha sido o objetivo do presente estudo esgotar o assunto, fica a
convicção de que a revisão efetuada oferece suporte teórico para o argumento de
que trabalhos de intervenção e diferentes abordagens, baseados em uma reflexão
desenvolvida a partir de diferentes referências teóricas, podem abrir novos rumos
para os desafios colocados pelo autismo infantil.
SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ________________________________________________ 8
2- AUTISMO INFANTIL
2.1 Definição ______________________________________________________ 10
2.2 Causas ________________________________________________________ 12
2.3 Sintomas e Diagnósticos __________________________________________ 13
3- UMA LEITURA PSICANALÍTICA
3.1 Léo Kanner ____________________________________________________ 15
3.2 Francis Tustin __________________________________________________ 17
4- UMA LEITURA COGNITIVISTA _________________________________ 19
5- UMA LEITURA NEUROLÓGICA _________________________________ 20
6- INFLUÊNCIA FAMILIAR NOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE _____ 22
7- CENTROS DE TRATAMENTO
7.1 AMA _________________________________________________________ 23
7.2 CAPS _________________________________________________________ 25
7.3 TRATAMENTO ________________________________________________ 26
8- CONCLUSÕES FINAIS __________________________________________ 30
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _______________________________ 36
10- ANEXOS ______________________________________________________ 38
INTRODUÇÃO
“É com o coração que se vê corretamente;o
essencial é invisível aos olhos”.
Antoyne De Saint-Exupéry
O interesse pelo autismo infantil tem sido crescente no Brasil, e uma prova
completa disto é o grande número de congressos, encontros e grupos de estudos que tem se
realizado.
Esse tema chamou minha atenção porque estou buscando ter conhecimento de como
uma família que tem em seu “seio” uma criança portadora da síndrome autista pode ajudar
no processo de desenvolvimento da mesma.
Inicialmente aborda-se o conceito de autismo, causas e diagnósticos analisando a
constituição do sentimento de infância e de família.
Costa e Nunesmais (1998) pesquisaram sobre: “Diagnóstico Genético e Clínico do
Autismo Infantil”. O objetivo deste estudo foi caracterizar variáveis selecionadas para um
melhor entendimento e diagnóstico do autismo infantil. Foram considerados achados
clínicos de imagem, critérios diagnósticos com freqüência de distúrbios neuropsiquiátricos
nos familiares dos propósitos de recorrência familiar e a ocorrência de consangüinidade
entre os pais e outros casais da família.
Kupfer (2000) realiza uma pesquisa sobre autismo no Brasil. Neste estudo
desenvolve uma discussão em torno do “Diagnóstico Diferencial da Psicose e do Autismo
na Infância”. Delineando um diagnóstico diferencial a partir da proposição de que no
autismo infantil há uma falha na função materna e na psicose infantil há uma falha função
paterna.
Fávero e Santos (2005) desenvolveram um estudo sobre “Autismo Infantil e
Estresse Familiar”. O presente estudo propôs a avaliar sistematicamente a leitura científica
da área, através da pesquisa bibliográfica com o objetivo de investigar a ocorrência de
alterações na dinâmica destas famílias, decorrente de um estresse parental crônico.
Considerando os estudos relacionados acima com a experiência no meu âmbito
familiar com criança autista, considerou-se de relevância desenvolver um estudo em que
pudesse ser observado os diferentes fatores que podem conduzir ao autismo, levantando-se
a hipótese de que causas multifatoriais conduzem ao desenvolvimento anormal que
caracteriza o autismo.
O objetivo do presente trabalho é de apresentar os aspectos cognitivos
comportamentais, psíquicos, neurológicos e sociais da síndrome autística que poderão
auxiliar a família no desenvolvimento da criança autista.
A metodologia a ser utilizada é a pesquisa bibliográfica que é um apanhado teórico
sobre o assunto e, portanto familiarizar os já existente trabalhos.
A pesquisa bibliográfica permite, a partir da delineação de várias posições teóricas,
uma moldura conceitual que ofereça base para a derivação da hipótese e a explicitação de
sua fundamentação.
2- AUTISMO INFANTIL
2.1 DEFINIÇÃO
Autismo é uma desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver
relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não
desenvolve inteligência normal.
O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora
crianças com autismo também tenham essas doenças.
È uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces,
tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios
qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
È uma complexa desordem neurobiológica que tipicamente dura a vida inteira
(tipicamente porque tem sido relatados casos com tratamentos intensivos em que algumas
crianças conseguiram sair do espectro). É parte de um grupo de desordens conhecido como
Desordens do Espectro Autista. As outras quatro desordens do espectro são: a Síndrome de
Asperger, a Síndrome de Rett (conforme novas informações do VII Congresso Brasileiro de
Autismo, esta síndrome já está sendo retirada do espectro por apresentar características
muito próprias), a Desordem Invasiva do Desenvolvimento e a Desordem Desintegrativa da
Infância. O autismo acontece em todas as raças, etnias e grupos sociais e é quatro vezes
mais comum em meninos do que meninas. Hoje, 1 em cada 166 indivíduos é diagnosticado
com autismo nos EUA, tornando essa desordem mais comum do que o câncer infantil, a
diabetes e a AIDS reunidos.
Embora não se conheça ao certo as origens, sabe-se que a predisposição genética
aliada a fatores ambientais, fornecem a condição necessária ao aparecimento dos sintomas.
Os sintomas têm uma gama imensa de variações partindo dos mais sutis chegando
aos mais severos no tocante ao que diz respeito aos fatores de socialização, comunicação e
imaginação (interesses). O retardo mental severo ou paradoxamente ‘a inteligência normal
com habilidades muito acima do normal em algumas áreas também são observáveis em
crianças portadoras do autismo, tornando cada vez mais complexos o diagnóstico e
dificultando alternativas mais consistentes para intervenção nestes casos.
A respeito das áreas que se apresentam são prejudicadas em crianças autistas
ressalto aqui algumas considerações que foram observadas:
Os distúrbios na área da sociabilidade incluem prejuízos nos comportamentos não
verbais, na interação social (ausência ou diminuição do contato ocular, gestos, expressões
faciais e sinais convencionais expressivos de desejo ou emoções), impossibilidade de
desenvolvimento de relações sociais apropriadas especialmente com indivíduos da mesma
idade, inabilidade em compartilhar interesses e satisfação com os outros e falha na
reciprocidade social emocional.
Na área da comunicação os prejuízos incluem atraso ou ausência da fala e
inadequação da linguagem. Crianças autistas podem verbalizar, mas não utilizar a fala para
se comunicar. A ecolalia, isto é, repetição imediata ou tardia de sons e discursos ouvidos, é
uma manifestação muito comum, assim como a utilização de frases de músicas ou
comerciais utilizadas no contexto exato para se comunicar. Nos indivíduos verbais falta a
habilidade de iniciar ou manter uma conversa. Com freqüência a linguagem apresenta-se
repetitiva e esteriotipada. As brincadeiras imaginativas e atividades sociais são restritivas
ou até mesmo ausentes.
Na categoria interesses e atividades, tem-se um comportamento esteriotipado,
incluindo rituais, rotinas não funcionais, maneirismos motores (dedos / mãos, “flapping” ou
movimentos com o corpo) e preocupações com partes dos objetos (rodinhas, mecanismos,
olhos de boneca).
2.2 Causas
Não se sabe exatamente todas as causas que levam ao autismo, conseqüentemente
não se consegue explicar corretamente o porquê do atraso do desenvolvimento. Sabe-se,
porém, que ele é devido a um comprometimento neurológico, com alterações no
funcionamento de enzimas que levam as células cerebrais a não funcionarem
adequadamente, acarretando, quando comprometidas, problemas diversos. Muitas
pesquisas têm sido feitas nesta área e descobertas importantes estão vindo ‘a tona, a fim de
diminuir o atraso no desenvolvimento da criança.
Cerca de 70 a 80% dos autistas apresentam uma defasagem intelectual importante,
60% têm inteligência abaixo de 50 em testagens de QI, 20% dos casos apresentam um QI
entre 50-70 e apenas 20% têm um QI acima de 70. A maioria mostra uma variação muito
grande com relação ao que objetivamente podem fazer e oscilam muito de época para
época. Não se sabe explicar exatamente o porquê da associação entre autismo e deficiência
mental, mas parece que o retardo mental está relacionado ao mesmo problema básico que
gerou o autismo. Por outro lado, por não conseguirem interagir adequadamente com o meio
ambiente, a defasagem intelectual aumenta ainda mais.
A incidência da síndrome é mais comum em meninos numa relação de 4 casos em
meninos para 1 em meninas.
2.3 SINTOMAS E DIAGNÓSTICOS
Uma criança autista prefere estar só, não forma relações pessoais íntimas, não
abraça, evita contado de olho, resiste ‘as mudanças é excessivamente presa a objetos
familiares e repete continuamente certos atos e rituais. A criança pode começar a falar
depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou
pode não conseguir – por não poder ou não querer – falar nada. Quando falamos com a
criança, ela freqüentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir as
palavras que são ditas a ela (ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente
usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si própria.
Sintomas de autismo em uma criança levam do médico ao diagnóstico, que é feito
através da observação. Embora nenhum teste específico para autismo esteja disponível, o
médico pode executar certos testes para procurar outras causas de desordem cerebral.
Infelizmente, muitas pessoas têm uma experiência limitada e uma imagem restrita
da criança autista. Alguns sentem que, se a criança faz contato direto com alguém, então
não pode ser autista. Infelizmente isto não é verdade. Existe na maior parte, se não em
todas as crianças com este distúrbio, a presença do atraso na fala. Este atraso é apenas um
dos sintomas que junto aos outros definirão o espectro autista.
Listaremos alguns sinais que podem ser identificados em uma criança portadora do
autismo:
• Quando o bebê, não se aninha no colo, possui uma certa intolerância ao
toque e muitas vezes não conseguem se amamentar ao seio.
• O choro é constante não havendo co-relação com os desconfortos usuais que
geram o choro dos bebes, como fralda molhada ou fome por exemplo.
• O bebê autista não demonstra interesse pela figura humana. Seu olhar é
distante, sem foco.
• O interesse por objetos que giram, como ventiladores, rodas de carrinhos é
evidente.
• Agem como se fossem surdos, geralmente não atendem quando seus nomes
são chamados.
• Sua relação com a rotina é bastante marcada, isto é observado quando eles
organizam os brinquedos de uma certa maneira, que faz sentido somente
para ele mesmo, se algo desta organização é modificado por outra pessoa, a
criança autista entra em um estado de total desespero, chora, se torna
agressiva.
• A relação com alimentação também pode ser prejudicada, pois a criança
autista possui um comportamento bastante inflexível no que diz respeito a
mudança de seus padrões.
• A habilidade da fala é prejudicada no sentido reproduzir palavras dos outros,
mas que na verdade, não são empregadas adequadamente em um contexto
social, ela simplesmente as repete. Este aspecto denomina-se Ecolalia. Em
casos mais severos a fala é ausente.
3- UMA LEITURA PSICANALÍTICA
3.1 LEO KANNER
Em 1943, Leo Kanner, médico austríaco que realizou seus estudos em Berlim,
emigrou para os Estados Unidos, onde se tornou um dos fundadores da psiquiatria infantil.
Em um artigo princeps, “Os distúrbios autísticos da relação afetiva”, descreveu apoiando-se
sobre onze casos de crianças, uma síndrome (associação de sintomas que caracteriza uma
doença particular) ‘a qual deu o nome de “autismo infantil precoce”.
Kanner definiu o autismo infantil precoce, que ele busca diferenciais da
esquizofrenia infantil, da seguinte maneira:
O excepcional, o patognomônico1, a desordem fundamental é a inaptidão das crianças a estabelecer
relações normais com pessoas e a reagir ‘as situações desde o início da vida. Os pais referem-se a
eles como tendo sempre sido auto-suficientes, como em uma concha, agindo como se ninguém
estivesse presente, perfeitamente esquecidos de tudo a seu redor, dando a impressão de uma
sabedoria silenciosa, faltando desenvolver a quantidade habitual de consciência social, agindo como
se estivessem hipnotizados... Há, desde o início, uma extrema solidão autística que, sempre que
possível, despreza, ignora, exclui tudo aquilo que chega do exterior a criança. O contato físico direto,
tal movimento ou tal barulho são vividos como uma ameaça de romper sua solidão e ou são tratados
como se não estivessem lá” ou, se não possuem uma duração suficiente, ressentidos dolorosamente
como uma interferência desoladora.
Embora haja controvérsias sobre a idade de aparecimento do autismo ou, ao menos,
sobre o perigo de um diagnóstico muito precoce, a descrição de Kanner (no que concerne
ao autismo em sua forma mais pura) permanece, no conjunto, válida. Kanner ainda
acrescentará o desejo de imutabilidade (nada deve mover-se nem mudar) e a patologia
severa da linguagem, que quando está presente (estima-se que cerca de 50% das crianças
autistas não adquirem a linguagem) não possui, e por um longo tempo, valor de
comunicação. As hipóteses quanto ‘a origem do autismo infantil precoce variarão
constantemente para Kanner ao longo de seus anos de observação e ___________
1 Sintoma específico.
pesquisa. No artigo de 1943, ele escreve: “Nós podemos portanto supor que
essas crianças vieram ao mundo com a incapacidade inata de constituir biologicamente o
contato afetivo habitual com as pessoas.” No entanto, fazendo alusão ‘as onze crianças
observadas por ele, nota: ”Um outro fato se sobressai de maneira importante: em todo o
grupo, só havia um número muito pequeno de pais e mães que os amassem.”
Em 1956, ele falará de uma “total desordem psicobiológica... . Sendo necessário um
estudo compreensivo da disfunção a cada etapa da interrogação biológica, psicológica e
social.” Em 1958, escreve: “A falta de calor maternal sincero é normalmente observada na
primeira visita ‘a clínica. Os pais são aparentemente amigáveis... observando
objetivamente, mas raramente descem de seu pedestal de adulto para se abandonar nos
jogos infantis.” Em 1968, podemos ler: “É reconhecido pelos observadores, exceto por um
pequeno número que está atrasado por um distanciamento doutrinário, que o autismo não é,
em sua origem, algo adquirido ou uma doença criada pelo homem.” Em 1971 escreve
ainda: “As explorações bioquímicas realizadas vigorosamente em um passado recente
podem trazer novas visões sobre a natureza fundamental da síndrome autística.”
De todo modo, tendo partido de uma hipótese ao mesmo tempo biológica e
psicodinâmica (funcionamento mental tendo possibilidades evolutivas), Kanner chegará a
uma tese organicista (ligada a um déficit orgânico) e, portanto, bastante mais negativa. Hoje
em dia, as perspectivas evoluíram e as pesquisas progrediram. No entanto, as diferentes
hipóteses de Kanner relacionadas ‘as origens do autismo infantil precoce foram um campo
ermo, onde só se encontra aquilo que se leva. Nelas se envolveram correntes de pesquisa e
experiências muito diferentes, que levaram muitos dos “filhos profissionais” de Kanner a se
conduzir como irmãos inimigos.
3.2 FRANCES TUSTIN
Francês Tustin, recentemente desaparecida na idade de oitenta e um anos, foi
certamente – no movimento criado por Melanie Klein – a psicanalista inglesa mais sutil
quanto ao sentido a ser dado aos sintomas autísticos. Sua hipótese sobre essas crianças, que
ela chamava de “crianças encapsuladas” (ao menos para aquelas que correspondiam ‘as
descrições de Kanner), estava fundada na idéia de que seu desenvolvimento psicológico
“havia sido paralisado, em um estágio precoce da vida do bebê, por uma tomada de
consciência traumática da separação do corpo da criança do da mãe”. Este fato provocava
na criança uma vivência psíquica fantasmática de ruptura, de “buraco negro”.
Em uma conferência feita em Paris para educadores, Tustin falou da criança autista
como de uma “criança tomada de pânico embora, na maior parte do tempo, nos pareça
passiva e imperturbável”. Francis Tustin mostra que essas crianças lutam contra suas fortes
angústias através de procedimentos que ela denomina “de auto-sensualidade” e que
consistem em assegurar-se com a ajuda de formas ou de objetos autísticos. Ela descreve
esses objetos autísticos como objetos duros, que parecem dar ‘a criança sensações de
limites corporais, como se ela se assegurasse sobre sua própria solidez e seus fantasmas de
fragmentação, de desmoronamento ou de liquefação. As formas autísticas são, ao contrário,
suaves ou macias e, em geral, amorfas. Elas podem emanar da própria criança, como a
saliva ou as fezes, ou serem equivalentes, como a areia e a água. Tais formas têm uma
função calmante, reconfortante, envolvente. É a Francês Tustin que devo a compreensão do
“buraco negro” em que vivia François. Prisioneiro de um fantasma em que toda separação
era vivida como uma extirpação corporal, ele demonstrava em seu terror por todos os
buracos o quanto essa extirpação era para ele algo que poderia lhe levar ao buraco negro da
dissipação.
Tendo sido uma educadora por inúmeros anos, Francês Tustin dava grande
importância ‘a abordagem educativa e pedagógica dessas crianças. Nesta mesma
conferência, falou longamente de Maria Montessori, de Rudolf Steiner e do Dr. Walden,
que haviam igualmente estabelecido um método educativo. Ela exprimiu sua preferência
pelas pequenas unidades pedagógicas, especialmente concebidas para os cuidados dessas
crianças, e acrescentou:
É importante que os pais, os educadores e os terapeutas criem uma presença que seja sentida sob a
forma de uma atmosfera de confiança, de calor, de encorajamento... . Não devemos nos tornar uma
massa mole e maleável que essas crianças particularmente vigorosas e fortes possam modelar em
função de seus estados; nós não devemos também ser demasiado duros ou rígidos, pois essas
crianças poderiam ser esmagadas.
4- UMA LEITURA COGNITIVA
“Cognitivo” tem a seguinte definição no dicionário Larousse: “refere-se aos
processos através dos quais um ser vivo adquire informações sobre seu ambiente.” Essas
informações passam por um funcionamento mental que reagrupa o pensamento, o
julgamento, a percepção, a memória e a atenção. Os cognitivistas (na maior parte de origem
anglo-saxônica) que se debruçaram sobre o autismo estudaram a deficiência ou as ausências
de certos componentes desse funcionamento mental. Descreveram as conseqüências sobre a
empatia, a identificação e o reconhecimento dos sentimentos ou das emoções do outro. A
total ausência, em seu pensamento e em seus escritos, de uma hipótese relativa a uma
possível interação entre o psíquico e o mental está na origem de tudo, e aquilo que se
observa de um ponto de vista psicológico não é mais do que a repercussão dessa disfunção.
As causas e os efeitos são assim fixados e não podem jamais ser invertidos. As experiências
e os inúmeros testes sobre os quais apóiam suas observações levaram-nos a ser
extremamente prudentes quanto ‘a idade de aparecimento do autismo infantil: seus
instrumentos de avaliação supõem uma idade mental (qualquer que seja a idade real da
criança) de ao menos três anos.
Estarei principalmente interessada nos trabalhos de Alan Leslie e de Uta Fritch. No
entanto, dentre os pioneiros, é preciso citar Hermelin e O´Connor (cognitivistas ingleses)
que, desde os anos 1970, introduziram elementos relevantes sobre o autismo. Eles
enfatizaram a desintrincação ou a não intrincação sensorial dessas crianças, que parecem,
com efeito, não poder associar jamais duas percepções ao mesmo tempo. Mostraram
igualmente dois aspectos deficitários na estrutura autística, a saber: a dificuldade em
compreender o significado das coisas e, como conseqüência, o tratamento muito perturbado
da informação, levando a uma incapacidade ou a uma incompreensão notória dos
mecanismos de execução.
5- UMA LEITURA NEUROLÓGICA
Hoje em dia, quaisquer que sejam os métodos de investigação utilizados, todos os
pesquisadores reconhecem que ainda sabemos muito pouco sobre as origens do autismo
infantil. Se constatamos fatos, não podemos ainda determinar suas causas objetivas.
Marie Dominique Amy resume algumas pesquisas desenvolvidas seja de modo
coletivo (unindo competências tão variadas como a de pesquisadores médicos, psiquiatras,
psicanalistas e cognitivistas), seja de maneira mais individualizada.
Em uma hipótese genética, observa-se uma proporção de cerca de quatro a cinco
crianças autistas por dez mil, uma relação de três a quatro meninos para uma menina e uma
taxa de incidência elevada entre os gêmeos monozigóticos. Essas pesquisas demonstraram
que o percentual de crianças autistas possuidoras de X-Frágil não é realmente significativa
(cerca de 8%).
A freqüente associação do autismo e da epilepsia tem levado ‘a hipótese de uma
disfunção neurológica, mas os resultados não são comprobatórios. Sem dúvida, deparamo-
nos com eletroencefalogramas alterados, de algumas dessas crianças, mas esse fato não é
absolutamente constante. Os estudos imunológicos parecem indicar atualmente que certos
sistemas de defesa poderiam ser deficientes. No entanto, o estado dessas pesquisas ainda
está longe de dar resultados verdadeiramente conclusivos. Atualmente, as únicas hipóteses
que parecem poder ser consideradas dizem respeito, por um lado, ‘a taxa muito elevada de
um dos neurotransmissores: a serotonina, e, por outro, ‘a taxa de estresse produzida pelo
hormônio hipofisário. Esta última parece ser igualmente muito elevada, embora se constate
que ela possa baixar quando a criança evolui. Algumas pesquisas (que estão sendo feitas
somente com animais) tenderiam a provar que poderia haver uma conjunção entre um
estresse materno anormal durante a gravidez, a taxa elevada encontrada na criança, um
atraso do desenvolvimento motor e certas insensibilidades ‘a dor. Não se pode desprezar a
hipótese de uma interação de diferentes processos (sobre a qual trabalham os grupos de
pesquisa), que poderia, tal como uma engrenagem defeituosa, provocar uma
desmobilização muito ampla dos mecanismos psíquicos, cerebrais e motores.
Durante um colóquio intitulado de “O Autismo: da biologia ‘a clínica”, ocorrido na
Faculdade de Medicina de Paris-Sul, em abril de 1995, e organizado pelo professor Ferrari
(diretor de um coletivo de pesquisa INSERM sobre autismo), a doutora Sylvie Tordjman,
membro de sua equipe, propôs uma modelagem interessante que definiria o autismo como
um “perfil comportamental associado a um perfil biológico (neuroanatômico e
neuroquímico)”. Essa hipótese implicaria uma abordagem interada dos dados biológicos,
psicológicos e ambientais. Sylvie Tordjman propôs três níveis para esse modelo:
1. causas multifatoriais geradoras de sensações incompreensíveis e não-
controláveis, devido a uma disfunção no tratamento dos sinais
ambientais;
2. angústias primitivas ou primárias relacionadas essencialmente ‘as
representações espaciais e ‘a imagem do corpo; angústias responsáveis
pela vivência do desmoronamento, do aniquilamento, da queda ou da
liquefação;
3. uma tentativa de dominar suas angústias por um controle de sistemas
sensoriais e perceptivos, que estariam na origem dos estereótipos vividos
como uma descarga de tensões ansiosas.
Esse modelo tem o mérito de propor aos clínicos, neurocientistas, biólogos,
geneticistas e cognitivistas uma linha de pesquisa e intercâmbios em que os dados
conjugados e interativos poderiam ser a melhor via de acesso ao autismo infantil.
6- INFLUÊNCIA FAMILIAR NOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Até o momento vários estudos foram feitos no sentido de buscar alguma
relação familiar (ambiental ou genética) dos distúrbios de ansiedade entre crianças
e parentes próximos. Esses trabalhos confirmaram uma maior prevalência de
ansiedade e depressão nos parentes das crianças, mas não encontraram o
mesmo transtorno psiquiátrico nesses dois grupos. Isto significa que as crianças
com fobia social por exemplo, podem ter parentes com depressão ou pânico. A
finalidade deste trabalho é complementar os estudos anteriores.
Método – Foram examinadas 129 crianças selecionadas a partir dos transtornos
de ansiedade e depressão dos pais, e não o contrário como nos estudos
anteriores: os pais a partir das crianças com transtornos de ansiedade. A faixa
etária variava de 7 a 12 anos com a média de 9,6 anos. Deste grupo, os pais de
48 crianças não sofriam de nenhum transtorno psiquiátrico; os pais de 28 crianças
tinham pelo menos um dos pais com algum transtorno de ansiedade; os pais de
24 crianças tinham alguma forma de depressão e os pais de 29 crianças tinham
transtornos mistos de ansiedade e depressão. Essas crianças foram entrevistadas
segundo os critérios de transtornos mentais
americanos e questionários padronizados.
Resultados – Os filhos de pais com transtornos de ansiedade apresentam maior
incidência desses transtornos que os filhos de pais sem problemas mentais. Não
se detectou diferenças psiquiátricas entre as crianças dos três
grupos afetados.
Conclusão – Os distúrbios de ansiedade e depressão ocorrem em família,
contudo ainda não é possível saber a extensão da influência ambiental por um
lado e genética pelo outro.
7- CENTROS DE TRATAMENTO
7.1 AMA
A história da AMA começa em 1983. A síndrome do autismo, que hoje muitos
tratam com familiaridade, era totalmente desconhecida. A palavra autismo, definida em
1943/44 por Leo Kanner e Hans Asperger, constava apenas do vocabulário de alguns
psicólogos e psiquiatras, e ainda assim só os especializados.
Mas, como diz Uta Frith, "um transtorno descrito recentemente não é
necessariamente um transtorno novo". O autismo já existia. O Dr. Raymond Rosenberg
tinha alguns clientes que viviam um momento de angústia: eles tinham filhos de 3 anos, em
média, que há pouco tinham sido diagnosticados como autistas. Essa era toda a informação
que esses pais tinham: o nome da síndrome. Não havia qualquer pesquisa ou tratamento na
cidade, no estado ou no país que pudesse ser utilizado para ajudar aquelas crianças. Os
atendimentos para crianças excepcionais não eram adequados e nem mesmo
aceitavam pessoas com autismo.
Foi então que esses pais decidiram se reunir para, juntos, construir um futuro que
amparasse seus filhos, e proporcionasse a eles maior independência e produtividade.
Fundaram a AMA - Associação de Amigos do Autista - e antes de completar um ano de
fundação, a AMA já tinha uma escola, que funcionava no quintal de uma igreja batista. Este
espaço era cedido pelo pastor Manuel de Jesus Thé, pai de César, portador de Síndrome de
Asperger.
A partir de então, começou uma luta sem igual. Por sua natureza de pesquisa na área do
autismo e por haver uma população carente para ser atendida, a instituição - beneficente e
sem fins lucrativos - lutava e luta até hoje para manter-se financeiramente. Na época da
fundação da AMA, sendo o autismo ainda pouco conhecido, tornava-se muito difícil
conseguir ajudas e arrecadar fundos. Também, fez-se necessária uma campanha na
televisão para que não continuassem confundindo a AMA com Associação de Amigos do
Artista, ou
Alpinista, etc... .
Hoje esse quadro está muito mudado. A luta ainda é muito dura, pois a cada mês
enfrenta-se a falta de recursos finaceiros. Contudo, a palavra autismo não é mais aquele
mistério. Muitas pessoas se envolveram com a causa e fundaram associações semelhantes,
para a educação de pessoas autistas, por todo o Brasil. Já foram realizados encontros
regionais e nacionais, cursos e congressos. Continuamos trazendo profissionais estrangeiros
altamente qualificados que dão apoio técnico a todo o trabalho realizado pela AMA, no
Brasil.
Ao longo desta dura jornada, a AMA conquistou reconhecimento como instituição
de utilidade pública (Utilidades Públicas: Municipal - Decreto n. 23.103 - 20/11/86,
Estadual - Decreto n. 26.189 - 06/11/86 e Federal - D.O.U.24/06/91). Recebeu, da
sociedade, prêmios pelo trabalho realizado, como o "Prêmio Bem Eficiente", da Kanitz e
Associados (1997) e o "Prêmio Direitos Humanos", da Unesco e Poder Executivo Federal
(1998), entregue à AMA pelo presidente Fernando Henrique Cardoso..
7.2 CAPS
O Centro de Atenção Psicossocial é um serviço comunitário que tem como papel
cuidar de pessoas que sofrem com transtornos mentais, em especial os transtornos severos e
persistentes, no seu território de abrangência.
Os CAPS deverão obedecer a alguns princípios básicos: devem se responsabilizar
pelo acolhimento de 100% da demanda dos portadores de transtornos severos de seu
território, garantindo a presença de profissional responsável durante todo o período de
funcionamento da unidade (plantão técnico) e criar uma ambiência terapêutica acolhedora
no serviço que possa incluir pacientes muito desestruturados que não consigam acompanhar
as atividades estruturadas da unidade.
A atenção deve incluir ações dirigidas aos familiares e comprometer-se com a
construção dos projetos de inserção social. Devem ainda trabalhar com a idéia de
gerenciamento de casos, personalizando o projeto de cada paciente na unidade e fora dela e
desenvolver atividades para a permanência diária no serviço.
Os projetos terapêuticos dos CAPS devem ser singulares, respeitando-se diferenças
regionais, contribuições técnicas dos integrantes de sua equipe, iniciativas locais de
familiares e usuários e articulações intersetoriais que potencializem suas ações. O CAPS
deve considerar o cuidado intra, inter, e transubjetivo, articulando recursos de natureza
clínica, incluindo medicamentos, de moradia, de trabalho, de lazer, de previdência e outros,
através do cuidado clínico oportuno e programas de reabilitação psicossocial.
7.3 TRATAMENTO
O tratamento vem evoluindo a cada ano que passa, não só na área escolar como
também médica. Em linhas gerais a abordagem destas crianças é semelhante ‘a do
deficiente mental grave, usando-se técnicas comportamentais visando a induzir uma
normalização de seu desenvolvimento e lhes ensinado noções básicas de funcionamento,
tais como vestir, comer, higiene e etc.
O uso de medicação sintomática, para tentar controlar melhor o comportamento
destas crianças, tornando-as mais fáceis de tratar com técnicas escolares e
comportamentais, está muito desenvolvido. O resultado final é muito mais favorável,
atualmente, do que há algum tempo atrás.
A educação é uma das maiores ferramentas para ajudar uma criança autista em seu
desenvolvimento, para não dizer até que é a maior delas. Atualmente existem algumas
variações de abordagens mais utilizadas para o ensino especial de crianças autistas, mas a
maioria delas concorda nos pontos fundamentais. Na maioria dos métodos de educação
especializados para a criança autista, inicia-se um processo de avaliação para poder
selecionar os objetivos estabelecidos por área de aprendizado. A forma de levar a criança
aos objetivos propostos varia conforme o método adotado, mas na grande maioria dos
métodos a seleção de um sistema tem tanta importância quanto as estratégias educacionais
adotadas. A educação vista desta forma tem como meta ensinar tanto matérias acadêmicas
quanto coisas que outras crianças costumam aprender através da própria experiência.
Quando um profissional começa a suspeitar que a criança que ele está avaliando
possui características que sugerem o quadro que caracteriza o distúrbio se torna
imprescindível abordar o assunto de maneira humana, mas firme com os pais. É sempre um
choque para os pais escutarem de um profissional que seu filho pode se enquadrar em uma
patologia tão complexa. A atitude profissional, ética e humana de ser o fio condutor no
tocante ‘a orientação a estes pais.
Este profissional ajuda os pais a compreenderem, discutirem, entenderem, além de
trazer ‘a tona sentimentos universalmente presentes em todos aqueles que têm filhos com
problemas, ou seja, negação, culpa, frustração, impotência, ressentimento, raiva, rejeição,
além de fantasias diversas. Ele ajuda a trabalhar estes sentimentos levando a uma aceitação
dos mesmos como algo normal e com isto desenvolve-se uma sensação de alívio e de
compreensão.
Uma avaliação do quadro clínico é feita de forma criteriosa, pois não existe ainda
testes laboratoriais específicos para a detecção do autismo. O médico poderá solicitar
exames que investigarão as condições que tem causas identificáveis, e podem por
conseqüência gerar o autismo infantil, como fenilcetunúria, a síndrome do x-frágil. Porém
esta investigação também é insegura, pois nem sempre se tem estes quadros atrelados ao
autismo.
Por ser uma síndrome complexa, o autismo possui uma grande variedade de graus
de comprometimento, sendo de grande importância que o médico que está conduzindo ‘a
avaliação tenha vasta experiência neste campo para que se evite o máximo os equívocos.
Para auxiliá-lo nesta tarefa, foram criadas escalas, critérios e questionários. Normalmente o
diagnóstico não é conclusivo antes dos 2 anos deixando este desfeixo para os 2 anos e 6
meses.
O diagnóstico precoce para determinar que tipo de abordagem educacional será feita
no sentido de ajudar a criança a adaptação.
O encaminhamento a uma equipe multidisciplinar para abalizar o caso se torna
indispensável. A composição desta equipe se faz através de neurologista, fonoaudiólogos,
psicólogos e serviços de apoio a criança e aos pais.
Uma avaliação do ASD deve confirmar o diagnóstico e também fornecer
informação acerca da força e desafios de aprendizagem da criança. Isto deve ser útil para o
plano de intervenção. Os componentes de avaliação para ASD devem incluir:
1- Desenvolvimento Médico e a história da família
2- Uma avaliação da ação dos problemas sociais
3- Uma avaliação do desenvolvimento verbal e não verbal de comunicação
4- Uma avaliação do repertório de atividades e interesses e comportamento quando
brinca
5- Uma avaliação audiológica
6- Uma avaliação do funcionamento da família incluindo força, recursos, violência
e apoio necessário, ambos emocional e financeiro
É comum pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade
anteriormente ‘a manifestação dos sintomas.
Quando as crianças com autismo crescem, desenvolvem sua habilidade social em
extensão variada. Alguns permanecem indiferentes, não entendendo muito bem o que se
passa na vida social. Elas se comportam como se as outras pessoas não existissem, olham
através de você como se você não estivesse lá e não reagem a alguém que fale com elas ou
as chame pelo nome.
Freqüentemente suas fases mostram muito pouco de suas emoções, exceto se
estiverem muito bravas ou agitadas. São indiferentes ou têm medo de seus colegas e usam
as pessoas como utensílios para obter alguma coisa que queiram.
Pessoas com esse distúrbio possuem dificuldades qualitativas na comunicação,
interação social, e a imaginação (a chamada tríade), e consequentemente apresentam
problemas comportamentais.
Muitas vezes o simples fato de querer ir ao banheiro e não conseguir comunicar a
ninguém pode ocasionar problemas como auto-agressão ou agressão aos outros.
Os principais exames solicitados pelos centros de tratamento são:
• Sorologias
• ECG
• Avaliação oftalmológica
• Neuropsicológico
• Pesquisa do X frágil / Cariótipo
• RNM
• EEG
• Erros inatos do metabolismo / teste do pezinho
• Avaliação Audiológica
O diagnóstico precoce e a pronta intervenção não trazem a cura, mas, sem dúvida,
promovem uma melhor qualidade de vida para esses pacientes e toda sua família.
8- CONCLUSÕES FINAIS
Há quase duas décadas o campo de saúde mental no Brasil vem sofrendo
significativas transformações em diferentes pontos de sua intrincada estrutura. Num
processo ininterrupto de construção de novas experiências, redimensionamento do ato
clínico, produção de conhecimento, embasamento normativo-jurídico e ampliação das
condições para o exercício da gestão pública, este campo – alavancado pelo conhecido
movimento da reforma psiquiátrica brasileira – parece cada vez mais caminhar na direção
proposta pelos agentes pioneiros da reforma, ou seja, constituir-se como um campo onde o
cuidado do paciente não redunde em exclusão social, onde a existência de um transtorno
não reduza a condição de existência dos sujeitos que o portam e, fundamentalmente, onde
sejam retiradas todas as conseqüências éticas e, portanto, cidadãs, das idiossincrasias
humanas.
Entretanto, o processo que constitui a reforma psiquiátrica brasileira vem se
constituindo nesses quase vinte anos por um movimento pendular, caracterizado por um
lado pelo reconhecimento de avanços significativos e, por outro, pela imposição
permanente de novos desafios, como se cada nova conquista festejada fosse acompanhada
da certeza de que há ainda muito a ser feito em direção a construção efetiva de um novo
modo de cuidar.
As questões colocadas ao movimento da reforma pelas crianças e adolescentes
constituem-se, nesta virada de século, como um dos mais importantes desafios a enfrentar.
Ausentes da agenda de debates, excluídas das proposições de políticas públicas de saúde
mental, silenciadas nos documentos oficiais, as crianças vêm sorrateiramente evidenciar
que restam intactas certas produções asilares, em sua maioria sedimentadas fora dos
hospitais psiquiátricos mas capazes de serem tão nefastas como se tivessem sido produzidas
intra-muros.
Qualquer um que se dê o trabalho de olhar mais atentamente ao redor vai se deparar
com uma legião delas vivendo nos chamados “abrigos para deficientes” – verdadeiros
asilos ‘a margem do sistema formal de saúde mental - , submetidas a toda sorte de
banalização de sua condição humana em nome da “proteção” e do “cuidado”. São elas que
na maioridade ingressarão diretamente na rede hospitalar psiquiátrica, constituindo uma
clientela que vem desafiando os mais inovadores projetos de desinstitucionalização em
curso pelos programas de reabilitação psicossocial. Outras tantas crianças e adolescentes
diagnosticados como autistas ou psicóticos são encontrados peregrinando em busca de
atendimento especializado, sem que os localiza. “Peregrinos de lugar nenhum”, estes,
freqüentemente, acabam por se verem submetidos a métodos pedagógicos de controle de
suas condutas bizarras ou, ainda, ‘a excessiva medicalização, com conseqüências
devastadoras a suas existências. Não raramente ainda depara-se com um contingente
significativo da clientela infanto-juvenil incluída nos programas oficias de saúde mental se,
e somente se, portadoras de diagnósticos de “distúrbio de aprendizagem” ou de “distúrbio
de conduta” (parecendo reeditar o viés higiênico-preventista do inívio do século XX),
superlotando os ambulatórios públicos que freqüentemente as absorve sem problematizar
esta demanda, dificultando assim um ordenamento mais racional dos serviços de saúde
mental para que possam efetivamente responder pelo cuidado de crianças e adolescentes
portadores de transtornos psíquicos severos.
A oferta quase indiscriminada para psicologização ou psiquiatrização da demanda
escolar ou alteração de conduta situa-se no vértice oposto da ausência de serviços
adequados para o atendimento de autistas e psicóticos por exemplo, mas parecem integrar o
mesmo problema da falta de diretrizes públicas e éticas capazes de balizar a implantação de
uma rede conseqüente de cuidados. É como se em relação a crianças e adolescentes não
fossem claros os “inimigos” a combater, deixando ‘a própria sorte ou ‘a inércia do sistema
a oferta dos serviços. Crianças e adolescentes vêm, assim, exibindo formas silenciosas mas
efetivas de exclusão frente as quais não se podem mais postergar os enfrentamentos
necessários.
O desafio de construir uma direção pública para o atendimento em saúde mental não
é entretanto uma tarefa simples. Impõem-se para sua construção delineamentos éticos,
clínico-assistenciais, políticos, de produção de conhecimento, formação de recursos
humanos e de planejamento, que vão requerer um esforço conjunto para que possam
reverter de forma efetiva a situação atual.
O conhecimento gerado pela presente revisão constitui um recorte que contribui
para uma melhor compreensão essa imprecisão do conceito de autismo, que até hoje é um
grande mistério para a ciência.
Mas como podemos compreender há um interesse muito grande sobre esse assunto,
visto que diferentes teorias vêm se desenvolvendo buscando compreender as causas, que
até o presente momento vem se delineando como causas dessa síndrome. Com isso
podemos entender que suas causas são multifatoriais.
Ainda que não tenha sido o objetivo do presente estudo esgotar o assunto, fica a
convicção de que a revisão efetuada oferece suporte técnico para o argumento de que
intervenções em diferentes abordagens, baseadas em uma reflexão de leituras teóricas,
podem abrir novos rumos para os desafios colocados pelo autismo na contemporaneidade.
Podemos perceber que o mesmo a psicanálise apresenta divergências nas
concepções sobre as causas do autismo. Pois, os teóricos divergem em determinados
aspectos. Assim acontece com as demais teorias, a cognitiva e a neurológica.
Para a psicanálise há uma concentração em definir dois quadros distintos para o
autismo e a psicose.
No autismo há uma falha na função materna e na psicose uma falha na função
paterna.
Para as teorias psicodinâmicas, o lugar das mães na montagem do autismo, tem
muita importância. A partir do colapso da função materna, muitos podem ser os efeitos.
Podem ocorrer inoperâncias radicais da função e do desejo materno, o que resultará em
uma ausência de imagem do corpo. Ou melhor, dizendo, para a psicanálise há uma relação
para patogenia mantida na relação entre mãe e filho.
Nenhum psicanalista pode negar que um bebê seja antes de qualquer coisa um feixe
de nervos. Sendo assim acolhe como bem vindas todas as experiências que puderem
avançar no conhecimento das bases neurológicas de todas as patologias. A psicanálise
acredita, porém que o corpo de um bebê jamais sairá de sua condição de organismo
biológico se não houver um outro ser que o pilote em direção ao mundo humano, e lhe
dirija os atos para além dos reflexos, e principalmente, que lhes dê sentido. Assim nada
adiantará um organismo absolutamente “são” se não houver quem o introduza no mundo.
De outro lado, acredita a psicanálise que uma criança com sérios problemas
neurológicos, como tomografias e outros que foram descritos, e que se avaliará onde se
localiza a alteração e lesão cerebral que serão identificadas as características
sintomatológicas referente ao autismo.
Por isso alguns exames mostram alterações morfológicas na fossa craniana
posterior. Desta forma, torna-se evidente a necessidade do estudo de imagem, não só na
fase de diagnóstico inicial como também no acompanhamento para melhorar a
categorização do achado neurológico.
Pode-se perceber que na atualidade há neurocientistas e psicanalistas trabalhando
em conjunto por acreditarem na colaboração das pesquisas nessas áreas.
De maneira diferente, o enfoque cognitista, que no passado defendeu a linguagem
como déficit primário no autismo, hoje, defende um prejuízo inato na afetividade, isto é, da
sensibilidade o desenvolvimento social e que, no passado, argumentou ser prejuízo social
ou prejuízo primário do autismo.
Na introdução deste trabalho foi comentado ligeiramente um estudo sobre “Autismo
Infantil” e “Estresse Familiar”. Que contribuiu para um melhor entendimento da situação
das famílias que tem como um de seus membros uma criança portadora de transtornos
autistas. Visto que há uma associação entre um perfil típico das famílias de crianças autistas
e um nível socieconômico, educação, religião e outros fatores que não foram confirmados.
Contudo, os estudos revisados ressaltam que, a despeito da falta de um padrão peculiar de
respostas, a presença recorrente do achado da condição de ter como um de seus membros
uma criança portadora de transtorno autista constitui fonte de estresse nos pais, que acarreta
uma sobrecarga, principalmente de natureza emocional.
Nessas pesquisas podemos perceber que a cada passagem de tempo, uma parte deste
“mistério” que é o autismo vem sendo desvendada e estudada. E uma parte dessas
pesquisas é desvendada através de exames de imagens que identificam lesões ou ausências
de funções em alguma parte do cérebro.
Há, no entanto, equipes interdisciplinares que vêm trabalhando na tentativa de fazer
as especialidades gerarem em torno de um mesmo eixo, sem que com isso se percam suas
especificidades.
Diante dessas questões, alguns autores vêm propondo um reordenamento do campo
do diagnóstico.
Assim sendo não se pode deixar de pensar que as diversas teorias nada mais são que
complemento e uma continuidade da outra, visto que todas são de extrema importância para
o estudo sobre o autismo e sua forma de tratamento. Pois diante da importância que tais
diagnósticos vêm tomando, qualquer discussão que gire em torno dos diagnósticos do
autismo não poderá ignorar o que se vem pesquisando nos âmbitos da neurologia, da
psicanálise, das teorias cognitivas e de outras que não foram foco do presente estudo, mas
que também são relevante como a genética, a psiquiatria infantil e a fonaudiologia.
Portanto, mediante os dados, cabe ressaltar que tributar a uma criança a enigmática
condição de uma existência particular, louca, exige um duro exercício de rompimento com
os ideais que na modernidade sustentaram sua inclusão diferenciada e valorada na cena
social. A construção histórica do período da infância – do qual a criança é o sustentáculo –
forjou um ideário de qualidades determinantes para sua inclusão na história social dos
homens. Infância, então, passou a ser o tempo da inocência, pureza, beleza, ingenuidade,
felicidade, descompromisso, aprendizado e, fundamentalmente, um tempo sem angústias.
Um tempo de preparação... um caminho, de preferência retilíneo, a ser percorrido para que
se forme o “homem de amanhã”.
Incluir a loucura como uma das possíveis condições de existência da criança supõe
o desmonte deste cardápio ideal e, ao mesmo tempo, uma profunda revisão de nossos ideais
de descendência. A “sua majestade o bebê”, objeto de tantos investimentos narcísicos e
esperanças de superação, pode não ser tão majestoso assim. Pode sofrer, enfear-se,
angustiar-se, mutilar-se, ter horror ao contato, recusar o olhar e carinho que lhe são
dirigidos, inquietar-se e inquietar. Esta criança louca macula os ideais, subverte o
imaginário cultural, mas nos convoca, a todos, o desafio de delas cuidar e com elas
coexistir. Criança deficiente e desadaptada sim, louca não!
É deste ponto que teremos que partir se quisermos reescrever a história das ações
públicas de saúde mental, alterando o atual estado da arte. Sem esta tomada de posição,
corremos o risco de ver perpetuada a lógica do “cresça e apareça” que vem isentando o
campo da saúde mental de responder pelo cuidado ético de crianças e adolescentes. Afinal,
no atual estado das coisas, só ao alcançarem a maioridade cronológica adquirirão
visibilidade para os agentes do cuidado neste campo, ao ingressarem nas tramas sem saídas
instituições asilares.
Consideramos que só seremos conseqüentes em nossa empreitada se nossas ações
estiverem dirigidas para sujeitos em sofrimento. Ou seja, para criança-sujeito, na condição
de estar vivenciando a complexa experiência de um sofrimento para ela intolerável, sejam
quais forem as formas escolhidas para a expressão de sua dor; do fracasso na escola ao
horror do olhar.
Se não reconhecermos na criança sua condição de sujeito psíquico e a dimensão
subjetiva que lhe concerne, toda tentativa de transformação no campo assistencial e familiar
redundará em mera maquiagem.
“ Eu não direi as razões que você tem de me amar, porque você não as tem. A
razão de amar é o amor”
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, Lídia da Rocha; PAIXÃO, Lyra; FERNANDES, Lucia M. Manual para
Elaboração de Projetos e Relatórios de Pesquisa, Teses e Dissertações. 3. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. 117p.
BERGÉS & BALBO. A criança e a psicanálise. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de Transtornos Mentais e de
Comportamento (CID 10): Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1993.
FERNANDES, L. O Olhar do Engano: autismo e outro primordial. São Paulo: Escuta,
2000.
GARCIA-ROZA, L. A., Freud e o Inconsciente. 19 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
GAUDERER, C. Autismo. São Paulo: Atheneu, 1997.
GAUDERER, C. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento – Guia Prático Para os
Pais e Profissionais. Rio de Janeiro: Revinter, 1997.
KUPFER, M. C. Educação Para o Futuro: Psicanálise e Educação. 2. ed.. São Paulo:
Escuta, 2001.
LOPES, A. G. O Autismo. Letra Freudiana: Escola, Psicanálise e Transmissão, Ano XIV
– Nº 14. Rio de Janeiro, Revinter, 1995.
PAIVA, A. L. Z. O Autismo. Letra Freudiana: Escola, Psicanálise e Transmissão, Ano
XIV – Nº 14. Rio de Janeiro, Revinter, 1995.
SOUZA, N. S. A Psicose: Um Estudo Lacaniano. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
TUSTIN, F. Autismo e Psicose Infantil. Rio de Janeiro. Imago, 1995.
ARIÉS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.
COSTA, J. F. Ordem Médica e Norma Familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1983.
MELMAN, J. Família e Doença Mental: Repensando a Relação entre Profissionais de
Saúde e Familiares. São Paulo: Escrituras Editora, 2001.
AMY, MARIE D. Enfrentando o Autismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
ANEXOS
Autismo Critérios Diagnósticos para F81.0 – 299.00 Transtorno Autista
A. Um total de seis (ou mais) itens de (1), (2) e (3), com pelo menos dois de (1), um de (2)
e um de (3):
(1) Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes
aspectos:
(a) prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como contato
visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social
(b) fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de
desenvolvimento
(c) falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com
outras pessoas (por ex., não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse)
(d) falta de reciprocidade social ou emocional
(2) Prejuízos qualitativos na comunicação, manifestados por pelo menos um dos seguintes
aspectos:
(a) atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada (não acompanhado por
uma tentativa de compensar através de modos alternativos de comunicação, tais como
gestos ou mímica)
(b) em indivíduos com fala adequada, acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou
manter uma conversação
(c) uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática
(d) falta de jogos ou brincadeiras de imitação social variados e espontâneos apropriados ao
nível de desenvolvimento
(3) Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, manifestados
por pelo menos um dos seguintes aspectos:
(a) preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse,
anormais em intensidade ou foco
(b) adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não-funcionais
(c) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por ex., agitar ou torcer mãos ou
dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo)
(d) preocupação persistente com partes de objetos
B. Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início
antes dos 3 anos de idade: (1) interação social, (2) linguagem para fins de comunicação
social, ou (3) jogos imaginativos ou simbólicos.
C. A perturbação não é melhor explicada por Transtorno de Rett ou Transtorno
Desintegrativo da Infância.
Fonte: DSM IV
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Latu Sensu”
Título da monografia: Autismo Infantil
Data da Entrega:
Avaliação:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________.
Avaliado por: ________________________________ Grau: ______.
___________________ _____ de ______________ de 200____