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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
FUNDAMENTAÇÃO DOS CONCEITOS DO ENDOMARKETING
Por: Viviane Werneck Santos
Orientador
Prof. Jorge Vieira
Rio de Janeiro
2013
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
FUNDAMENTAÇÃO DOS CONCEITOS DO ENDOMARKETING
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Marketing.
Por: . Viviane Werneck Santos
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e avós, que sempre me
apoiaram e me ensinaram a nunca
desistir.
4
DEDICATÓRIA
Ao meu avô, Miguel Batista dos Santos,
que sempre será para mim uma grande
inspiração de força de vontade para
superar os obstáculos da vida.
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RESUMO
As empresas sobrevivem do retorno financeiro dos investimentos que
fazem para lançar, posicionar ou fortalecer um produto ou serviço no mercado.
No entanto, quando por vezes o retorno não é satisfatório, parte da culpa pode
recair numa possível falta de comprometimento dos funcionários com suas
metas.
Mas antes de apontar culpados, por que algumas corporações não
procuram analisar o atual estado de contentamento deste indivíduo dentro da
empresa? Compreender e buscar soluções para motivar a base que move um
negócio, ou seja, os funcionários é tão importante quanto o consumidor final do
seu produto ou serviço. Se o funcionário não estiver focado e determinado em
sua tarefa, o produto final poderá ser aquém do esperado.
Em um esforço para tornar o empregado mais engajado
corporativamente, algumas empresas estão fazendo uso do endomarketing
como instrumento complementar ao esforço de marketing de uma organização,
mobilizando e motivando o seu público interno.
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METODOLOGIA
As metodologias empregadas foram de caráter bibliográfico, descritivo e
dogmático. O estudo dos fundamentos do marketing focou-se em conceitos
atuais baseados em estudos realizados por alguns dos principais autores do
assunto, como o professor Philip Kotler. Em relação à análise sobre
endomarketing, o trabalho inspirou-se em informações também atualizadas de
processos já aplicados na área por autores com experiência no segmento,
como a especialista em endomarketing Analisa de Medeiros Brum. Ambos os
tópicos foram estudados em âmbito geral e global, sem a delimitação
específica de alguma localidade ou empresa.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O que é Marketing? 09
1.1: Bem-vindo ao Marketing 09
1.2: A era do Marketing Colaborativo 11
1.3: O atual desafio do Marketing 14
CAPÍTULO II - O que é Endomarketing? 16
2.1: Os conceitos de Endomarketing 16
2.2: Motivação do cliente interno:
compartilhando a informação 19
2.3: O Endomarketing inteligente 24
2.4: Os seis princípios do Endomarketing 26
CAPÍTULO III – A importância de programas
de Endomarketing 29
3.1: Como o colaborador deve enxergar
a própria empresa? 29
3.2: A criação de um programa
de Endomarketing 31
3.3: Manutenção do processo e
análise de resultados 38
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
8
INTRODUÇÃO
Alinhar o pensamento das pessoas à estratégia da empresa aborda
questões que vão do valor das informações que existem e circulam dentro das
organizações à capacidade de gerenciá-las para que se transformem em
eficiente instrumento de gestão e, principalmente, se constituam em um
importante atributo de um positivo clima organizacional.
No entanto, para se compreender corretamente os fundamentos do
endomarketing é necessário, primeiramente, estudar um pouco a essência de
sua criação: o marketing. Somente assim será possível desenvolver uma
correlação coerente entre os instrumentos, de forma com que ambos ecoem
harmoniosamente tanto para o cliente interno quanto para o cliente externo.
Uma das grandes questões atuais, no meio corporativo, é: as
empresas estão realmente dando importância e cuidando do seu cliente
interno? Os colaboradores são fundamentais para o bom andamento das
organizações e tem-se discutido avidamente em como desenvolver ações para
mantê-los o mais focado possível em suas tarefas e, principalmente,
engajados e participativos. Um funcionário desmotivado pode significar
grandes perdas de produtividade e, consequentemente, prejuízo para a
empresa.
Para tentar fortalecer o conceito e a importância do “marketing para
dentro”, serão discutidos os pontos de vistas de respeitados autores das áreas
de marketing e endomarketing, como: o professor Philip Kotler, considerado o
“pai do marketing moderno” e uma das maiores autoridades mundiais em
marketing. Saul Bekin, criador do termo endomarketing e que, desde 1986,
dirige seu escritório de consultoria e treinamento especializado em marketing e
endomarketing. Analisa Brum, especialista em endomarketing com mais de 20
anos de experiência em Comunicação Social. E Daniel Costa, administrador de
empresas, com especialização em gestão de pessoas.
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CAPÍTULO I
O QUE É MARKETING?
“Uma empresa não vale mais do que
o valor vitalício dos clientes.” (KOTLER, Philip)
1.1 - Bem-vindo ao Marketing
Um dos problemas principais que se apontam no atual cenário
mercadológico, não é a escassez de bens de produto ou serviço, mas sim a
escassez de clientes. Em geral, a maioria dos setores de atividade pelo mundo
é capaz de produzir muito mais do que os consumidores estão aptos a
comprar.
Esta realidade, segundo o professor e especialista em Marketing Philip
Kotler (2003), cria o que ele denomina de “hipercompetição”, ou seja,
competidores dispostos a tudo para conquistar clientes, baixando seus preços
e oferecendo brindes. Como consequência dessa atitude desesperada, as
empresas que a praticam acabam alcançando margens insignificantes, lucros
irrisórios, gestões problemáticas e aumento de fusões e, em casos mais
graves, falências.
É possível citar algumas formas alternativas de se competir no
mercado utilizando outro viés que não apenas o preço. Uma dessas respostas
é dada por Philip Kotler (2003): “Por causa do excesso de capacidade, o
marketing tornou-se mais importante do que nunca. O marketing é o
departamento de fabricação de clientes da empresa” (p.9).
Mesmo a ideia do Marketing sendo considerada uma espécie de centro
agregador de consumidores, ou seja, de novos negócios, ela ainda é mal
compreendida em alguns círculos de negócio e no conceito do público.
Algumas empresas, por vezes, acreditam que o marketing existe apenas para
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ajudar os fabricantes a se livrarem de seus produtos. Sobre isso, Kotler afirma
que:
“Muitas vezes confunde-se marketing com vendas.
Entretanto, marketing e vendas são conceitos quase
opostos. (...) Marketing não é a arte de descobrir
maneiras inteligentes de descartar-se do que foi
produzido. Marketing é a arte de criar valor genuíno para
os clientes. É a arte de ajudar os clientes a tornarem-se
ainda melhores. As palavras-chave dos profissionais de
marketing são qualidade, serviços e valor” (KOTLER,
2003, p.10).
A partir desta afirmação, é possível compreender melhor que as vendas
somente começam quando há um produto. O marketing, no entanto, começa a
ser trabalhado antes da existência do mesmo. É dever da empresa determinar
o que as pessoas precisam e o que a organização pode oferecer, a partir da
análise dessas necessidades.
O marketing é responsável por determinar como lançar um produto ou
serviço, atribuir preço, cuidar da distribuição e promover as ofertas no mercado
consumidor. Após essas etapas, ele deve monitorar os resultados e aprimorar
as ofertas com o passar do tempo. O marketing também é quem decide se e
quando extinguir uma determinada oferta.
As campanhas de marketing não são um esforço de vendas de curto
prazo e com resultados imediatos, mas sim um investimento de recursos em
longo prazo. Quando é bem fundamentado, ele ocorre antes mesmo da
empresa produzir qualquer produto ou até mesmo entrar em qualquer
mercado, e continua funcionando muito tempo após a venda.
Para desmistificar ainda mais estes conceitos, Kotler define o marketing
como:
“Gestão de marketing é a arte e a ciência de escolher os
mercados-alvo e de conquistar, reter e cultivar clientes,
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por meio da criação, comunicação e fornecimento de
valor superior para os clientes” (KOTLER, 2003, p.11).
O exercício do marketing precisa estar a um passo a frente de uma
simples transação comercial, quem quase sempre se resumem a vendas hoje
e possível perda de clientes amanhã. O profissional de marketing deve
construir e fidelizar relacionamentos com os clientes, mutuamente lucrativos e
de longo prazo, ao invés de apenas vender um produto para eles.
Sobre como se organizam os profissionais de marketing em uma
determinada organização, Kotler (2003) explica que a atividade não está
concentrada em um departamento que cria anúncios, seleciona veículos de
divulgação e responde às dúvidas dos clientes. “O marketing é um processo
mais amplo que consiste determinar de maneira sistemática o que produzir,
como chamar a atenção dos clientes para o produto ou serviço, como facilitar o
acesso ao produto ou serviço e como reter o interesse do cliente pelo produto
ou serviço, de modo que sempre queira comprar mais” (p.12).
1.2 - A era do Marketing Colaborativo
Os avanços tecnológicos dos últimos anos têm mudado radicalmente a
forma com que os consumidores absorvem as informações compartilhadas
sobre determinado produto ou serviço ofertados. Tais avanços também
geraram mudanças nos mercados e no marketing ao longo do último século.
A nova onda tecnológica da atualidade torna-se o maior propulsor do
nascimento do que os autores Kotler, Kartajaya e Setiawan chamaram de
“Marketing 3.0”.
“Essa nova onda abrange uma tecnologia que permite a
conectividade e a interatividade entre indivíduos e grupos.
A nova onda de tecnologia é formada por três grandes
forças: computadores e celulares baratos, Internet de
baixo custo e fonte aberta. A tecnologia permite que os
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indivíduos se expressem e colaborem entre si” (KOTLER,
KARTAJAYA, SETIAWAN, 2010, p. 7).
Um dos fatores que propiciou esse novo movimento tecnológico, ainda
de acordo com os autores anteriormente citados, foi a ascensão das mídias
sociais. Estas, por sua vez, podem ser classificadas em duas extensas
categorias.
Uma delas é formada por mídias sociais “expressivas”, que agregam
blogs, Twitter, Facebook, sites de compartilhamento de imagens - como o
Flickr, dentre outros. A segunda categoria é composta por mídias
“colaborativas”, que incluem sites como Wikipedia, Rotten Tomatoes e
Craiglist.
E o que o consumidor atual pode tirar de vantagem desta nova maneira
de inteiração social, que independe de barreiras físicas ou ideológicas? Para
Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), “à medida que as mídias sociais se
tornarem cada vez mais expressivas, os consumidores poderão, cada vez
mais, influenciar outros consumidores com suas opiniões e experiências” (p.9).
Com isso, o poder de influência da tradicional propaganda corporativa,
em conduzir o comportamento de compra inteiramente a seu favor, começa a
perder força gradativamente. “Como as mídias sociais são de baixo custo e
pouco tendenciosas, será delas o futuro das comunicações de marketing”
(KOTLER, 2010, p.9). Agora, a colaboração passa a ser também uma nova
fonte de inovação.
No geral, as organizações têm estado atentas a esta mudança no perfil
do cliente, já que a crescente tendência à existência de consumidores
colaborativos tem afetado os negócios. Kartajaya (2010) diz que “hoje, os
profissionais de marketing não têm mais controle total sobre suas marcas, pois
agora estão competindo com o poder coletivo dos consumidores” (p.11).
As empresas precisam agora desenvolver formas de colaborar
com este novo perfil de consumidor. A Trendwatching, grande rede de
pesquisas e tendências, resume a motivação dos consumidores em atuar
como cocriadores de produtos da seguinte forma:
13
“Alguns consumidores gostam de demonstrar suas
habilidades na geração de valor para que todos vejam.
Alguns consumidores querem adaptar um produto ou
serviço ao seu estilo de vida pessoal. Às vezes, os
consumidores estão de olho na recompensa em dinheiro
que as empresas oferecem pelos esforços de cocriação.
Outros veem a cocriação como oportunidade de garantir
um emprego. Existem também aqueles que encaram a
cocriação como mera diversão”.1
Por muitas vezes, o conteúdo gerado por cocriadores alcança melhor os
consumidores por ser mais relevante e mais acessível. É a opinião sobre um
produto ou serviço oriunda de um usuário para outro usuário. O aumento desta
participação e colaboração do consumidor é analisado pelos autores Prahalad
e Ramaswamy, que argumentam sobre a mudança do papel do consumidor.
“Os consumidores já não são mais indivíduos isolados;
agora, estão conectados uns aos outros. Suas ações não
são mais inconscientes; ao contrário, são bem
fundamentadas em informações. Não são mais passivos;
são ativos, oferecendo feedback útil às empresas”
(PRAHALAD, RAMASWAMY, 2004, p.12).
Devolvendo a palavra a Kotler (2010), o autor afirma que o marketing
colaborativo é o primeiro elemento básico do que ele denominou de “Marketing
3.0”. No cenário atual da economia interligada, “as empresas precisam
colaborar umas com as outras, com seus acionistas, com seus parceiros de
canal, com seus empregados e com seus consumidores” (p.12).
1 Consumer-made, www.trendwatching.com/trends/consumer-made.htm.
14
1.3: O atual desafio do Marketing
O mercado amadurecido e mais consciente é o desafio dos profissionais
de marketing da atualidade. Os consumidores agora estão mais ativos, são
bem informados e estão começando a ver os produtos como “commodities”, ou
seja, produtos básicos e geralmente produzidos em larga escala por diferentes
empresas.
Neste novo panorama, companhias criativas e inovadoras se
diferenciam das demais, oferecendo um ótimo serviço e uma experiência única
e empolgante. Mesmo assim, todos esses fatores podem alimentar o mercado
por um tempo, mas seus produtos acabarão se tornando “commodities”
também.
Para tentar amenizar ou até mesmo evitar esses efeitos, Setiawan
(2010) recomenda que “os profissionais de marketing precisam se adiantar e
proporcionar a transformação. A transformação dura mais tempo, pois causa
maior impacto sobre a vida dos seres humanos” (p.139).
O autor ainda acrescenta a informação que, em mercados maduros
como os Estados Unidos e Reino Unido, é cada vez maior o número de
consumidores que preferem as empresas cujas atividades resultem em um
feedback sociocultural positivo.
As empresas precisam tomar a frente e resolver os desafios sociais,
além de participar da busca por soluções. Kotler sustenta esta afirmação
acrescentando que:
“Os desafios já existem há anos. Todos sabem quais são
eles, e ninguém espera que uma empresa consiga
resolvê-los do dia para a noite. Ser um profissional do
marketing na era do Marketing 3.0 não significa gerar
unilateralmente uma mudança, mas sim colaborar com
outras empresas na busca de maneiras criativas de
resolver os problemas” (KOTLER, 2010, p.140).
15
Ao exercer o marketing com foco na colaboração, abordar os desafios
sociais não deve se limitar a ser apenas uma ferramenta de Relações Públicas
ou uma forma de disseminar críticas sobre um determinado acontecimento
negativo consequente de práticas da empresa. Para Kotler (2010), “as
empresas devem agir como bons cidadãos corporativos e lidar com os
problemas sociais no âmago de seus modelos de negócios” (p. 146).
A transformação sociocultural de uma organização passa a enxergar os
consumidores como seres humanos e não como meros receptáculos de sua
produção. Fazendo uso do poder da colaboração, elas ainda podem conseguir
reduzir custos e gerar maior impacto.
Normalmente, as empresas surgem com o propósito de gerar lucros
através da satisfação de algum cenário que o marcado quer e deseja. Se
conseguirem crescer e ser bem-sucedidas, costumam receber pedidos para
que façam doações a causas dignas. Elas podem, então, lidar com a situação
oferecendo contribuições menores de diversas formas ou criando campanhas
de marketing de causas.
“Com o passar do tempo, o público começa a esperar que
as empresas operem como mecanismos de
desenvolvimento sociocultural, e não como mecanismos
de geração de lucros. Um número cada vez maior de
consumidores pode começar a julgar as empresas
parcialmente por seu nível de comprometimento com os
problemas públicos e sociais” (KOTLER, 2010, p.153).
Algumas empresas podem se mostrar em condições de lidar com tal
situação ao incorporar o desafio social à filosofia da organização, assim, elas
terão reais condições de transformar a sociedade. Quanto este momento
chegar, Kotler (2010) afirma que essas empresas terão passado ao Marketing
3.0.
16
CAPÍTULO II
O QUE É ENDOMARKETING?
“A informação é (...) a maior arma de uma
empresa para contribuir com a felicidade
do seu público interno” (BRUM, Analisa)
2.1 - Os conceitos de Endomarketing
A Comunicação e o Marketing Interno estão diretamente ligados a
gestão de pessoas nas empresas. No entanto, a relação capital/trabalho nunca
foi uma tarefa fácil de ser gerida e a realidade atual mostra que, com o passar
do tempo, está se tornando cada vez mais complexa.
No entanto, segundo Analisa Brum (2010), “apesar das dificuldades que
têm enfrentado, as empresas brasileiras parecem ter entendido que ambientes
corporativos baseados no paternalismo, no favor, na desinformação e no
desestímulo, geram uma forma de trabalho servil, triste e desunida” (p.17).
Mas como fomentar a felicidade do colaborador a ponto que o mesmo
sinta-se engajado a ajudar, por espontânea vontade, o crescimento da
empresa? Brum acredita que a felicidade depende unicamente da pessoa e
que não há como atribuir a uma organização a responsabilidade sobre a
felicidade de alguém.
Por isso, em sua obra “Endomarketing de A a Z”, a autora afirma o
quanto é importante que “a empresa mantenha o foco na informação clara e
transparente, na informação que gera valor, na informação que faz a pessoa
sentir-se importante para a organização” (p.18).
Quando a pessoa detém de um bom nível de informação sobre
objetivos, estratégias e resultado da empresa, esta se tornará mais próxima e
17
mais alinhada a tudo que se refere ao meio corporativo. Consequentemente,
isso a tornará mais feliz no ambiente de trabalho.
Outra questão importante de ser lembrada é que a democratização da
informação em uma determinada empresa pode contribuir para a redução no
nível de tensão das pessoas. E, para Brum, é exatamente em momentos de
tensão que o cérebro humano se concentra em pensamentos negativos.
“Tudo isso nos mostra que a felicidade empresarial não
pode ser representada por uma família de propaganda de
margarina, nem conquistada através de campanhas
internas com conteúdo demagógico e pouco real, pois ao
fazer isso, a empresa estará trabalhando contra si”
(BRUM, 2010, p.19)
De acordo com Gil (2001), gestão de pessoas é uma atividade que visa
integrar os indivíduos que atuam em uma determinada organização. “Trata-se,
portanto, da evolução nas áreas conhecidas anteriormente por Administração
de Pessoal, Relações Industriais e Administração de Recursos Humanos, que
passaram a ser vistas e denominadas como Gestão de Pessoas” (p.20).
Essa nova área surgiu com a finalidade de desencadear nas pessoas
um sentimento de cooperatividade, fugindo dos conceitos tradicionais de
recursos humanos. Hoje em dia, quando se fala em gestão de pessoas, fala-se
de gente, de mentalidade, vitalidade, ação e pró-ação.
A Comunicação e o Marketing Interno têm encontrado o cenário que
procuravam, dentro dessa nova formatação da gestão de pessoas, para
expandir e se consolidar como estratégia de gestão.
Mas, apesar do setor responsável por motivar pessoas possuir mais de
um nome, de onde surgiu o termo endomarketing? A denominação foi
registrada no Brasil, em 1996, pelo consultor de empresas e também escritor
Saul Faingaus Bekin, como resultado de sua experiência real com essa
atividade profissional, na época, quando ocupava o cargo de média gerência
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de uma empresa multinacional. Saul Bekin define endomarketing da seguinte
forma:
“O endomarketing tem como objetivo realizar e facilitar
trocas, construindo lealdade no relacionamento das
pessoas com seu cliente interno, compartilhando seus
objetivos, cativando e cultivando certa harmonia para
fortalecer as relações interpessoais e, principalmente, a
comunicação interna” (BEKIN, 2000, p.21).
A função de uma organização, na atualidade, não deve se restringir a
apenas produzir e vender bens e serviços, mas principalmente viabilizar um
bom nível de satisfação interna que conquiste e fidelize clientes.
Portanto, o objetivo do endomarketing é, segundo Brum (2010), “criar
uma consciência empresarial (visão, missão, princípios, procedimentos, etc.),
dentro de um clima organizacional positivo. O propósito é transformar o
colaborador em facilitador para consolidar a imagem da empresa e o seu valor
para o mercado” (p.21).
Existem várias definições para endomarketing que utilizam, como pano
de fundo, a relevância em se desenvolver um bom ambiente interno para que
isso se reflita no relacionamento com o cliente.
Para Albrecht (2004), “se os empregados não estão convencidos da
qualidade dos serviços prestados por sua empresa e da importância de seus
papéis nesta prestação, não há nada na terra que os torne dispostos a vendê-
los para seus clientes” (p.22).
Um mesmo assunto pode ter várias denominações e ser observados por
diversos pontos de vista, especialmente quando se lida com um conceito
emergente para empresas de qualquer porte e área de atuação.
19
2.2 - Motivação do cliente interno: compartilhando a
informação
Revisando o conceito básico de endomarketing, que significa marketing
para dentro ou marketing interno, é necessário que também haja um objeto de
troca nesta relação. E qual seria o serviço ou produto trocado no processo de
comunicação interna? Brum (2010) argumenta que a resposta é a informação.
Para ela, “a informação é o produto da comunicação interna e o “objeto de
valor” que se estabelece na relação empresa/empregado” (p.100).
Neste processo, não há a circulação de dinheiro para se obter esta
informação, mas sim a troca da informação pela informação, estabelecendo
uma parceria que pode trazer bons frutos para ambos os lados, ou seja,
empresa e colaborador.
No momento em que uma empresa decide democratizar internamente a
informação, permitindo que seus funcionários conheçam mais a organização,
seus processos, metas e desafios, estes passam a também fazer parte do
cotidiano dos colaboradores e, com isso, desenvolve um nível maior de
motivação pelo simples fato de colocá-los numa posição de importância.
Brum (2010) explica que é altamente relevante que a empresa tenha a
opinião e a participação dos funcionários para produzir mais e melhor.
“A informação não deve ser apenas algo que desce da
parte de cima da pirâmide organizacional para a base,
passando pelas chefias intermediárias. A informação deve
também fazer o processo inverso, subindo para que a
Direção da empresa possa conduzir a sua gestão com
base em dados reais, além de poder contar com a visão
dos funcionários sobre aspectos do seu dia a dia” (BRUM,
2010, p.101).
Esses fatores, bem estruturados, influenciam decisivamente na
conquista e fidelização do cliente. Assim como ressalta Jan Carlzon, no livro A
20
Hora da Verdade, “um funcionário sem informação não pode assumir
responsabilidades, mas um funcionário que recebe informação não pode deixar
de assumir responsabilidades” (p.101).
Mas nem tudo é tão simples quanto parece. O cliente interno possui um
acesso formal e, ao mesmo tempo, informal à informação. Em algumas
organizações, devido à ausência de uma estrutura de comunicação interna, o
acesso acaba se dando sempre de maneira informal, o que além de ser
perigoso - por pode propiciar a disseminação de boatos - também dificulta
completamente todos os processos internos.
“Por ter uma posição privilegiada a ponto de receber tanto
a informação formal quanto a informal, o público interno
pode ser considerado formador de opinião por excelência.
Ele sai da empresa e sua opinião passa a ser dividida
com familiares, amigos, vizinhos etc. Tudo acontece muito
rapidamente” (BRUM, 2010, p.101).
Algumas empresas já têm claro que a informação é o produto da
comunicação interna e a principal forma de aproximação da organização com
os seus funcionários. Esta é, na maioria dos casos, a razão pela qual tomam a
iniciativa de adotar um programa de endomarketing. Novamente, esta é uma
decisão delicada para alguns gestores, pois, segundo Brum (2010), “mais do
que canais e instrumentos, as empresas precisam de coragem para
democratizar a informação internamente” (p.102).
Quem domina a informação, de maneira oficial, dentro da empresa é a
sua direção. É esta direção que toma a decisão que, posteriormente, irá se
transformar em informação a ser compartilhada. Mas, como aponta Brum
(2010), “no caso de a decisão demorar muito para ser transformada em
informação, as pessoas se encarregam de criar as suas versões” (p.103).
A integração dos colaboradores dentro do ambiente organizacional é,
portanto, resultado de um bom processo de transferência de informação.
Atualmente, as empresas convivem com ambientes muito competitivos, o que
21
faz com que tenham de administrar uma série de problemas referentes ao
convívio entre pessoas, setores e unidades.
“Acredito que a informação, quando bem trabalhada,
acaba se transformando em conhecimento para o público
interno. E o conhecimento, por sua vez, pode
proporcionar bons níveis de integração” (BRUM, 2010,
p.107).
Brum (2010) também acredita que uma empresa tem a obrigação, junto
a seu público interno, de proporcionar a oportunidade de cultivar a curiosidade
e desenvolver o gosto pela informação. “Um bom processo de endomarketing é
aquele que faz que as pessoas coloquem a sua criatividade em busca do
conhecimento” (p.108).
Algo parecido acontece com a integração entre pessoas. Não há algo
que crie mais disparidades do que níveis diferentes de informação,
especialmente quando algumas pessoas a utilizam para se sobrepor aos
demais.
Entretanto, integrar áreas distintas dentro da mesma empresa pode ser
mostrar um desafio. Isso se dá em função dos objetivos não serem os mesmos
e, na maior parte das vezes, a estrutura e funcionamento também não.
Tendo conhecimento do grau de complexidade que pode ser integrar
diferentes setores de uma organização, os gestores podem proporcionar -
como medida para desenvolver a empatia e confiança entre os funcionários -
momento de leveza e descontração.
As festas e acontecimentos sociais, por exemplo, são de grande
importância para que as pessoas sejam encorajadas a conhecer melhor uns
aos outros e a conviver também fora do ambiente de trabalho.
“A festa jamais deve ser realizada apenas ‘pela festa’. É
preciso ter um objetivo, um conceito maior. Tudo o que a
empresa realiza internamente deve estar associado aos
22
seus objetivos estratégicos, mesmo quando se trata de
uma ação de integração” (BRUM, 2010, p.110).
Da mesma forma, de nada adianta a empresa investir em integração
sem antes ter investido em informação.
Mas afinal de contas, quais os caminhos a serem utilizados para
transmitir esse conhecimento para o público interno? Brum (2010) sugere dois
caminhos: por meio das lideranças e por meio de canais, instrumentos e
ações.
Ambos os caminhos de complementam. Entretanto, a liderança pode ser
considerada como o primeiro e principal caminho para o conteúdo da
comunicação interna. Para Brum (2010), “vivemos um momento em que muitas
empresas já dominam técnicas e estratégias de comunicação interna e
endomarketing, mas sofrem com o fato de não terem preparado suas
lideranças para participarem desse processo de maneira efetiva” (p.121).
O ideal é que os líderes estejam aptos de promover o direcionamento da
informação, ter uma visão empresarial ao repassá-la e transformá-la em
motivação para o cliente interno. Mais do que um canal, o líder é a própria
empresa, especialmente para as pessoas de base.
“Quando os líderes recebem a informação para repassar
para a base, através de canais específicos para eles,
acabam entendendo e assumindo o papel de
intermediários entre a direção da empresa e a base da
pirâmide organizacional” (BRUM, 2010, p.122).
Assim, quando informados sobre uma possível crise e orientamos sobre
a melhor maneira de abordar o tema junto ao público externo, os líderes se
tornam capazes de ajudar a empresa a superar problemas, mobilizando as
pessoas de base.
Mas o que não se pode esquecer é que para manter sua equipe
motivada, focada e na direção certa, é essencial que o líder também esteja
23
motivado, focado e na direção certa. O próprio líder é quem possui o papel de
decidir sobre a sua atitude pessoal, com base nos resultados que almeja
alcançar.
Brum (2010) também deixa claro que “um líder não tem a
responsabilidade de repassar apenas informações sobre o cotidiano na
empresa, pois repassar conceitos, ideias e objetivos a serem atingidos aos
seus funcionários também está sob sua responsabilidade” (p.127).
Estar atento às reações dos empregados, observar e oferecer a eles as
condições das quais necessitam para alcançar os objetivos traçados é o
caminho mais certo a seguir. A grande questão é: será que a total satisfação
pelo local onde se trabalha pode mesmo ser alcançada?
“O homem é apenas 10% vocação e 90% adaptação. Isso
significa que nunca é tarde para que a pessoa aprenda a
gostar daquilo que faz e da empresa na qual trabalha” (B
RUM, 2010, p.133).
Mas o que é exatamente motivação? A palavra quer dizer momento para
a ação. É um conjunto de motivos que levam um ser humano a empreender
uma determinada ação. A motivação é um processo com intensidade, direção
e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma
determinada meta.
Tudo o que uma determinada pessoa vivencia, ao longo da vida,
contribui para sua capacidade de automotivação. Esta capacidade, segundo
Brum (2010), representa 50% da motivação de um ser humano e não depende
da empresa na qual ele trabalha.
“Os outros 50% sim podem ser proporcionados pela
empresa. São fatores e/ou oportunidade geradas pela
empresa que, juntamente com a capacidade de
automotivação que a pessoa possui, determinam o seu
grau de motivação” (BRUM, 2010, p.137).
24
Outra questão relevante de se analisar é: o que as organizações
desejam é um funcionário motivado, pura e simplesmente? Certamente que
não. O que as empresas desejam hoje é mais do que motivação, é
engajamento.
As empresas buscam ter colaboradores engajados para obterem
maiores níveis de qualidade, produtividade e, principalmente, um excelente
atendimento ao público.
Brum (2010) acredita que sempre que um alto nível de informação é
disseminado internamente, seja através de canais, instrumentos e ações, seja
através das lideranças, “os empregados passam a ter aquilo que chamamos de
envolvimento espiritual com a empresa” (p.140).
2.3 - O Endomarketing inteligente
O endomarketing, se aplicado de forma inteligente, influencia fortemente
todas as áreas da organização, uma vez que sua prática gera repercussões
nas atitudes das pessoas que a compõem.
Para o administrador de empresas e escritor Daniel Costa (2012),
“perceber o tema como uma função organizacional estratégica que se
manifesta em toda estrutura de poder da empresa e que promove diferenciais
competitivos, percebidos pelo mercado, requer o emprego de bom senso e
inteligência” (p.43).
Costa (2012) afirma também que, diferentemente de outras disciplinas,
o endomarketing ainda não encontrou um caminho técnico-científico único,
reconhecido e legitimado por pesquisadores e profissionais da área.
Saul Bekin, em 2004, revitaliza suas proposições sobre o tema e
atualiza sua definição de endomarketing como “ações gerenciadas de
marketing eticamente dirigidas ao público interno das organizações e empresas
focadas no lucro, das organizações não-lucrativas e governamentais e das do
terceiro setor, observando condutas de responsabilidade comunitária e
ambiental” (p.2).
25
A partir dessa definição, o conceito de endomarketing para Bekin é o
seguinte:
“Um processo cujo foco é alinhar, sintonizar e sincronizar,
para implementar e operacionalizar a estrutura
organizacional de marketing da empresa ou organização,
que visa e depende da cão para o mercado e a
sociedade, apoiado em B2E (business-to-employees: o
negócio apresentado para funcionários) e ERM
(employee relationship management: gestão do
relacionamento com funcionários” (BEKIN, 2004, p.47).
Analisando as explicações de Bekin, Costa (2012) ressalta o pioneirismo
do autor e sua preocupação com organizações não-empresariais. Ele ainda
afirma que Bekin é o primeiro especialista a promover uma discussão ética
sobre a prática do marketing interno, incorporando-a a sua definição.
Considerando a evolução das abordagens sobre marketing interno,
construídas a partir de diferentes raízes empíricas ou científicas de
conceituação, Costa (2012) propõe uma abordagem diferenciada que
assumem como premissas fundamentais para a construção de um
endomarketing inteligente, seus próprios atributos de valor, também presentes
nos conceitos dos demais autores que estudam o tema.
O autor chegou, então, ao seguinte conceito:
“Endomarketing é um processo gerencial, cíclico e
contínuo, direcionado ao propósito da organização, que é
integrado aos seus demais processos de gestão e utiliza
eticamente ferramentas multidisciplinares de incentivo,
com o objetivo de promover a motivação das pessoas
com seu trabalho e garantir seu compromisso com os
objetivos estratégicos, contribuindo para a obtenção de
26
melhores resultados, econômicos e humanos, a partir de
desempenhos superiores” (COSTA, 2012, p.53).
2.4 - Os seis princípios do Endomarketing
O endomarketing proporciona diferenciação competitiva ou comparativa
através de pessoas, o que, segundo Porter (1986), é referência obrigatória
quando o assunto é estratégia empresarial.
Portanto, de acordo com Costa (2012), para se entender endomarketing
é preciso entender os seis princípios estratégicos que norteiam o conceito. De
forma resumida, são eles:
1º. Do endomarketing ao marketing
“A qualidade da relação de uma empresa com seu
mercado, clientes e consumidores é um reflexo direto da
qualidade do relacionamento com seus colaboradores”
(COSTA, 2012, p.56).
Quanto melhor for a relação empresa/colaborador, mais poder
competitivo e legitimidade a organização terá em seu campo de atuação. Isso
significa dizer que os valores transacionais internos serão os mesmo valores
negociais externos. Consequentemente, o empregado só será capaz de
oferecer ao cliente aquilo que lhe é oferecido dentro da empresa.
2º. Da motivação e do engajamento
“As pessoas estão nas empresas para tomar decisões, e
decisões corretas significam a estratégia empresarial
colocada em prática - é dessa forma que o engajamento
se revela” (COSTA, 2012, p.57).
27
Costa (2012) exemplifica este segundo ponto dizendo que, diferente de
uma máquina, até é possível “comprar” um profissional no mercado e contratá-
lo para trabalhar na empresa, mas nunca será possível saber quanto,
exatamente, ele poderá gerar de resultados. Inclusive, o fato de ele ser
possivelmente bem remunerado não garante que o mesmo irá empregar o
melhor de si.
Nesse sentido, ainda segundo Costa, o endomarketing contribuirá para
incentivar as pessoas a validar seu compromisso, ajudando-as a conhecer
melhor a si mesmas e a empresa, para que, com isso, possam dedicar a ela
um algo mais.
“Ter um grupo de pessoas motivadas é apenas o primeiro
passo da organização rumo ao sucesso. O passo
seguinte é garantir que as decisões que tomem, de maior
ou menor complexidade, sejam cada vez melhores, com
menos probabilidade de erro, e direcionadas ao propósito
da organização” (COSTA, 2012, p.57).
3º. Do pragmatismo nos fins
Existem algumas empresas bem-sucedidas que deixaram de tentar se
diferenciar na árdua disputa do mercado e fizeram isso dentro de casa, ou
seja, criando ambientes de trabalho muito mais promissores do que os de seus
concorrentes e, com isso, aferindo ótimos e até inesperados desempenhos.
Dificilmente alguém irá trabalhar satisfeito em um ambiente que não lhe
ofereça condições mínimas de salubridade, equipamentos específicos e
funcionando ou em constante desequilíbrio de humor. Costa (2012) acrescenta
que “empresas melhores para as pessoas trabalharem também são mais
rentáveis, sólidas e competitivas” (p.58).
28
4º. Da subjetividade nos meios
“A chave para o engajamento pouco reside em
remuneração ou benefícios. Ela está principalmente na
forma como as pessoas percebem aquilo que a empresa
oferece em troca de seu trabalho” (COSTA, 2012, p.59).
Se uma determinada empresa almeja se diferenciar no mercado por
meio de conhecimento, a mesma deverá oferecer aprendizagem aos seus
colaboradores. Se o diferencial pretendido for inovação, internamente a
empresa deverá oferecer autonomia, encorajar que as pessoas assumam
riscos e compreender eventuais erros.
Caso queira ser percebida como referência em atendimento ao cliente, a
organização precisará tratar seus colaboradores com respeito e transparência,
buscando sempre antecipar suas necessidades. Para a empresa ser a marca
preferida do mercado, precisará construir um alto grau de orgulho por parte de
seus colaboradores.
5º. Da mutualidade
“No vocabulário do endomarketing, não existe o verbo
‘dar’. O relacionamento da empresa com seu colaborador
segue duas vias distintas que possuem muitas
intersecções em pontos em comum: a via afetiva e a
comercial. A primeira fortalece o relacionamento, a
segunda o determina” (COSTA, 2012, p.59).
Tudo aquilo que a organização entrega ao colaborador como
contrapartida do seu trabalho precisa ser precificado, explica Costa (2012).
Nunca deve ser dado, pois corre o risco das pessoas banalizarem a oferta.
É comum nas empresas o discurso orientado sob a lógica do dar: a
empresa dá plano de saúde, dá cesta básica, dá vale transporte, etc. O perigo
29
desse discurso é o colaborador não valorizar o benefício, achando que é
obrigação da empresa. Para Costa, “a recomendação é: pare de dar e comece
a vender!” (p.60).
Se, no marketing, a precificação é estratégica, no endomarketing,
também é preciso agregar valor às ofertas da organização para que as
pessoas paguem com seu trabalho na forma de um desempenho superior.
6º. Da reciprocidade
“Tão importante quanto falar às pessoas é ouvi-las”
(COSTA, 2012, p.61).
Ao implantar sistemas de comunicação interna, é preciso ter em mente
que o ator de comunicar é uma via de mão dupla: do contrário a empresa
estará apenas informando e não comunicando.
Da mesma forma, para despertar no colaborador a preocupação com as
necessidades da empresa, a mesma deverá também demonstrar sua
preocupação com o atendimento das necessidades do colaborador. É a partir
desse princípio que se consegue fortalecer o compromisso de parceria entre
organizações e seus empregados.
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DE PROGRAMAS DE
ENDOMARKETING
“No marketing interno, a regra é a
mesma, ou seja, o que importa é o que se faz
para a mente do empregado” (BRUM,
Analisa)
30
3.1 - Como o colaborador deve enxergar a própria empresa?
O discurso que se propaga nas organizações, através da comunicação
interna, é responsável pela forma como a empresa é percebida pelos seus
colaboradores. Segundo Costa (2012), essa prática gera ações que
influenciam a relação das pessoas com a organização. “Trata-se de uma
realidade, pois essa relação pode ser promotora de prazer e reconhecimento
ou, no outro exemplo, de indignação” (p.37).
Alguns estudiosos do pensamento do marketing interno apontam para a
necessidade de construir no empregado o sentimento de propriedade em
relação à empresa. A questão agora é tentar descobrir se isso é realmente
possível para a maioria das organizações.
Existem também linhas mais paternalistas sobre o endomarketing, que
propõem a constituição da empresa como uma “grande família”, defendendo
ainda a difusão do conceito que as pessoas são o principal patrimônio da
empresa.
“De novo, cabe a pergunta sobre sua viabilidade, já que,
normalmente, famílias não costumam demitir seus
membros. Além disso, sendo as pessoas o principal
patrimônio da empresa, por que motivo, em situações de
crise, a empresa, ao invés de demitir pessoas, não
prefere vender outros ativos? É preciso uma relação
muito madura para sustentar um discurso assim de forma
duradoura” (COSTA, 2012, p.38).
Isso não significa que a proposição de uma “empresa família” não seja
válida; apenas que é preciso ter cuidado ao definir premissas no discurso a ser
propagado dentro da organização. Para muitas empresas, esta prática pode
até funcionar muito bem, mas há o risco ao disseminar irrestritamente essa
ação.
31
Com base em uma análise um pouco mais criteriosa, Costa (2012)
afirma que aquilo que de fato se busca - seja com o marketing interno, seja
com políticas inovadoras de gestão de pessoas - é “um maior compromisso,
com engajamento autêntico dos membros da organização com seus objetivos,
evidenciando a partir de um desempenho superior, individual e coletivo, ou
seja, com o endomarketing, buscamos a corresponsabilidade” (p.38).
3.2 - A criação de um programa de Endomarketing
Ao longo das décadas de 1980 e 1990, as empresas despertaram para
a importância da comunicação com o público interno e passaram a realizar
campanhas internas. A partir desse momento foi possível identificar o início do
endomarketing.
Já no final da década de 1990 e nos primeiros anos do novo século,
uma demanda muito grande foi gerada pela organização do marketing para
dentro nas empresas que já a praticavam, que estava sendo conduzido sem
nenhuma diretriz sólida ou padronização.
A partir daí, a expectativa das corporações passou a ser por planejar e
implantar um processo estruturado que lhes permitisse documentar, oficializar
e veicular a informação em todos os níveis.
“Documentar significa colocar a informação dentro de um
canal ou instrumento de comunicação interna. Formalizar
significa assinar com marca e slogan internos. Veicular
significa tornar disponível visualmente para que todos os
colaboradores tenham acesso à informação. É
exatamente para isso que devem existir canais oficiais de
comunicação com o público interno” (BRUM, 2010,
p.159).
32
Posicionamento Interno
Assim como uma empresa deve se posicionar para fora, no que diz
respeito ao mercado, também deve se posicionar para dentro, em relação ao
público interno.
Afinal, segundo Brum (2010), “posicionamento é o ato de desenvolver a
imagem e a oferta da empresa de forma a fazê-la ocupar um lugar distinto e
valorizado na mente do consumidor, neste caso, o empregado” (p.160).
O ideal é que a organização seja o número um para o seu colaborador e
que ele acredite e lute para mantê-la nesse patamar. Mesmo assim, o
posicionamento psicológico provocado pelo endomarketing precisa ser
sustentado por um posicionamento real, a fim de que não se estabeleça
apenas um jogo mental e, sim, uma relação de credibilidade entre a empresa e
o funcionário.
“Se a empresa ocupa a décima posição no mercado, não
é adequado adotar um posicionamento interno de número
um. Neste caso, o ideal é partir para posicionamentos
mais subjetivos e mais fáceis de serem avalizados
internamente” (BRUM, 2010, p.161).
Para isso, é importante que a empresa identifique as possíveis
diferenças que existem entre seu jeito de ser e o da concorrência, aplicando
critérios para selecionar as suas características mais importantes. Da mesma
forma, Brum (2010) afirma que “o posicionamento interno pode ser
estabelecido a partir da visão estratégica da empresa ou dos objetivos que ela
pretende atingir” (p.161).
Nenhum trabalho de marketing interno bem feito e duradouro pode ser
planejado sem que haja a determinação inicial de um bom e consistente
conceito, ou seja, uma ideia principal que seja pensada e elaborada.
33
“Um bom processo, na sua totalidade, precisa estar
sustentado em conceitos fortes, arrojados, duráveis e,
principalmente, complementares. Um esforço tem que ter
a ver com o outro, até porque o sucesso do
endomarketing está exatamente na sistemática e na
integração” (BRUM, 2010, p.162).
No planejamento estratégico de endomarketing pode-se utilizar a
mesma forma de trabalho: pesquisar, buscar o ponto principal, ou seja, a
grande idéia. Depois de descobrir o conceito principal, é que será possível
construir a comunicação através das mais diversas associações e
mecanismos.
A partir desse momento, Brum (2010) afirma que se deve levar o
conceito para lapidação e refinamento, porque ele nunca vem pronto. “Se ele
for bom mesmo, vai sobreviver e deixar a sua marca no caminho da
comunicação empresarial como um todo” (p.162.).
Slogan Interno
O slogan é a frase que representa o posicionamento interno e que pode
estar associada à assinatura do processo ou identificando os canais oficiais de
comunicação interna.
“Às vezes, se acompanhada do slogan, a assinatura fica
muito pesada. Nesse caso, é melhor fazer com que o
slogan assine diretamente os canais, ou seja, seja
colocado abaixo do cabeçalho com o nome de cada
canal, identificando o processo. Em outros casos, o
slogan torna-se desnecessário, pois o posicionamento
pode estar representado apenas por um ícone” (BRUM,
2010, p.168).
34
Existem casos ainda, segundo Brum (2010), em que algumas empresas
optam por assinar o seu processo apenas com as expressões: Comunicação
Interna ou Endomarketing associadas à marca e sem a presença de um
slogan, “deixando que o posicionamento esteja presente na linha criativa dos:
canais; instrumentos; ações; e campanhas internas” (p.168).
Além de representar o posicionamento interno, o slogan deve ser uma
frase curta e de fácil assimilação, que resuma o objetivo da empresa ao adotar
o processo.
Planejamento de Conteúdo
Em endomarketing, vive-se em curto prazo. Isso acontece porque a
informação é decorrente de decisões e de fatos cotidianos, o que permite o
planejamento conceitual, estrutural e criativo, mas impede o planejamento de
conteúdo. O que é possível prever são grupos de conteúdo, criados a partir
dos objetivos estratégicos de cada empresa e, também, do seu jeito de ser.
“Existem empresas para as quais a celebração é muito
importante. Para outras, o importante é preparar o
pessoal de linha de frente com técnicas e estratégias de
vendas. Existem, ainda, aquelas para as quais tudo, em
nível de conteúdo, é importante” (BRUM, 2010, p.172).
Dentro de cada grupo de conteúdo, é necessário alocar todos os
assuntos, relacionados com aquele grupo, com os quais a empresa se depara
diariamente e que, no entender da direção, devem ser do conhecimento do
público interno.
A partir dos grupos de conteúdo é que devem ser determinados os
espaços dentro dos canais de comunicação interna. Brum (2010) exemplifica,
neste caso, um jornal interno ou um jornal de parede, que precisam de
espaços específicos para informações de Recursos Humanos.
35
Planejamento Estrutural e de Processos
Planejar a estrutura de um processo de comunicação interna significa
determinar canais, instrumentos e ações que serão utilizados. O primeiro
passo para isso é determinar as suas dimensões. Brum (2010) afirma que o
ideal é que sejam planejadas, no mínimo, três dimensões:
- Comunicação Interna Corporativa: da empresa para o público interno de
todas as suas unidades;
- Comunicação Interna Local: da unidade para o seu público interno;
- Comunicação Face a Face: da liderança para a sua equipe.
A proposta da comunicação corporativa é dar acesso às informações
geradas pela empresa, como corporação, a todos os colaboradores. O objetivo
é fazer com que os funcionários entendam que, antes de pertencer a uma
determinada empresa ou unidade, eles pertencem a um grupo empresarial.
“Em algumas empresas, a dimensão corporativa é
classificada como dimensão mundo, contemplando as
informações oriundas da sede da empresa em outro país
ou da sede da empresa no Brasil para unidades
localizadas em outros países” (BRUM, 2010, p.173).
A proposta da comunicação local é garantir a cobertura de fatos e
decisões diárias da empresa ou unidade, respeitando assim as
individualidades de cada uma.
Dentro dessas três dimensões, estarão os processos informativos, de
integração e interativos, e seus respectivos canais. Os canais informativos, por
exemplo, devem ter, em sua maioria, conotação e formato jornalístico.
Além disso, Brum (2010) explica que eles devem ser complementares,
ou seja, “a informação deve estar disponível através de vários canais ao
mesmo tempo, a fim de que o colaborador possa recebê-la e/ou acessá-la de
36
diversas formas” (p.174). Isso permite que uma mesma informação seja
abordada através de diferentes níveis de intensidade e de linguagem.
Campanhas Internas: Informativas e Motivacionais
Os canais oficiais podem veicular instrumentos informativos e
motivacionais, ou seja, também devem estar preparados para a divulgação de
campanhas internas.
“Os instrumentos informativos devem ter sempre, além da
informação, a explicação da informação. Independente de
estar num cartaz no jornal de parede, numa matéria da
revista interna ou na intranet, o texto informativo deve ser
sempre um pouco mais longo e consistente do que uma
mensagem motivacional” (BRUM, 2010, p.190).
Uma empresa necessita de esforços para informar e para engajar.
Quando a necessidade é de informação, Brum (2010) afirma que devem ser
criados instrumentos informativos a serem veiculados nos canais oficiais de
comunicação interna. Quando a necessidade é de engajamento, deve ser
criada uma campanha motivacional.
A autora justifica esta afirmação dizendo que “as empresas, quando
descobrem o endomarketing, querem fazer campanhas para tudo. Às vezes, a
necessidade é de informação e não engajamento, ou seja, basta que seja
criado um instrumento informativo e veiculado nos canais oficiais de
comunicação interna” (p.190).
No entanto, continua Brum (2010), existem processos, programas e
projetos que necessitam de esforços maiores do que instrumentos informativos
veiculados nos canais oficiais de comunicação interna.
“São processos, programas e projetos que precisam do
engajamento do público interno. Por isso, merecem ser
37
divulgados por meio de campanhas motivacionais
específicas. Além disso, as campanhas internas
representam uma oportunidade para que as empresas
possam trabalhar a emoção, o bom humor e,
principalmente, o respeito pelos colaboradores” (BRUM,
2010, p.191).
Planejamento Criativo
O planejamento criativo começa por um bom briefing, baseado em
informações concretas sobre o perfil do cliente e as principais características
do seu público interno.
É com base nessas informações que se torna possível estabelecer um
perfil criativo para o padrão em questão. Brum (2010) comenta que o
planejamento de um padrão de comunicação interna acontece após o
diagnóstico onde se levanta o máximo de informação, mas antecede o
relacionamento com o cliente.
O estilo de linguagem e a programação visual que será utilizada na
construção dos canais e instrumentos serão definidos a partir do perfil da
empresa e do público a ser atingido.
“Existem empresas que exigem uma linha criativa mais
econômica em detalhes e, outras, que preferem algo mais
voltado para humor. Há, também, aqueles que merecem
uma linha criativa mais ousada, com recursos mais
modernos, enquanto outras preferem uma abordagem
criativa mais leve, mais delicada” (BRUM, 2010, p.197).
Responsabilidades
Para a criação, implantação e operacionalização do endomarketing o
ideal é que haja uma parceria entre as áreas de Marketing e de Recursos
38
Humanos das empresas. Afinal, a área de Recursos Humanos domina a
informação sobre o elemento humano dentro da empresa, mas é a área de
Marketing que domina as técnicas e estratégias a serem adotadas.
“Um dos desafios enfrentados pelas grandes empresas
tem sido fazer com que todas as suas unidades
desenvolvam o mesmo processo com o mesmo nível de
eficiência” (BRUM, 2010, p.201).
O desafio, segundo Brum (2010), está em fazer o mesmo processo ser
implantado e mantido em unidades tão distantes, pois as áreas de
endomarketing das empresas são compostas por poucas pessoas, quando não
é apenas um profissional que se responsabiliza por todo o processo.
No entanto, algumas empresas, ainda de acordo com a autora,
desenvolveram agentes de endomarketing em cada uma de suas lojas. “Trata-
se de uma rede de colaboradores-parceiros da área de endomarketing que
auxiliam na sua operacionalização em nível local” (p.202).
Portanto, o agente de comunicação interna deve ser reconhecido como
um ponto de apoio da comunicação da empresa com o colaborador e do
colaborador com a empresa, garantindo assim a via de mão-dupla das
informações.
3.3 - Manutenção do processo e análise de resultados
Os orçamentos das áreas de Recursos Humanos e/ou Marketing das
empresas já costumam dedicar um porcentual considerável para o
endomarketing, que precisa ser justificado em resultados.
Atualmente, o grande desafio é mensurar o retorno de endomarketing,
especialmente no que se refere às campanhas internas. Para realizar a
mensuração de resultados, basta fazer uso das métricas estabelecidas e de
um instrumento quantitativo elaborado de acordo com aquilo que realmente foi
oferecido ao público interno, em nível de informação e de integração.
39
Brum (2010) explica que o ideal é não trabalhar com respostas
numéricas e, sim, com palavras que determinam o sentimento e a percepção
da pessoa em relação ao assunto.
“Com isso, a cada ano, será possível medir o quanto
aumentou ou diminuiu a percepção favorável do público
interno em relação à informação, integração, (...) além de
haver a oportunidade de melhoria de cada canal/veículo
para os quais haverá questões específicas” (BRUM,
2010, p.212).
Uma organização que possui muitas unidades pode identificar, por
exemplo, em qual unidade a informação corporativa não está chegando ou,
também, qual a unidade que está encontrando dificuldades para
operacionalizar a comunicação local.
Manutenção do Processo
Os resultados das pesquisas realizadas periodicamente devem servir
para que os processos de comunicação interna sejam aperfeiçoados
sistematicamente.
A cada ano, ao realizar o levantamento de resultados, a organização
poderá rever seu posicionamento interno, os conceitos que estão sendo
adotados e a eficácia de cada canal de comunicação interna, a partir da
percepção do funcionário.
Costa (2012) afirma que o posicionamento interno precisa ser
consolidado para, então, refletir na relação da empresa com seu mercado,
“gerando benefícios perceptíveis a seus clientes externos e internos e, dessa
forma, melhores resultados e maior lucratividade” (p.127).
Já Brum (2010) acredita que os esforços de planejamento conceitual, de
conteúdo, estrutural, criativo e de pesquisa podem ser contratados. No
40
entanto, cabe à empresa manter a sua comunicação e o seu marketing interno
em funcionamento.
“A chave para a continuidade e a perpetuação dos
programas de endomarketing, entretanto, não está na
qualidade das ações que realiza, e sim na mentalidade
dos empresários e executivos que, compreendendo a
necessidade de garantir que sua promessa de mercado
seja cumprida pelos colaboradores, irão patrocinar e
apoiar pessoalmente essas iniciativas” (COSTA, 2012,
p.127).
Um processo, quando bem estruturado, torna-se fácil de ser implantado
e mantido. Mesmo assim, segundo Brum (2010), é utopia acreditar que seja
possível mantê-lo funcionando com eficácia sem uma equipe preparada e
comprometida.
“Comunicação interna não é um assunto com o qual
profissionais de Marketing ou de Recursos Humanos
possam se envolver de quinze em quinze dias. É preciso
dedicação permanente” (BRUM, 2010, p.222).
A informação, principal estratégia de aproximação da empresa com
seus empregados, é algo que existe dentro da própria organização. Por isso, é
importante que a empresa assuma a responsabilidade pela sua comunicação
interna e não a entregue totalmente na mão de fornecedores.
No entanto, agindo em parceria, um bom fornecedor pode ajudar a
organização a dar valor e visibilidade a essa informação, mas - de acordo com
Brum (2010) - ele “jamais pode gerá-la na sua essência, nem responsabilizar-
se completamente pelo gerenciamento do processo” (p.223).
41
CONCLUSÃO
No caso de estratégias corporativas, o endomarketing é um poderoso
conjunto de ferramentas ideal para lançar, apoiar e integrar processos de
fusões e aquisições, engajar e obter adesão a programas internos de
qualidade de atendimento, programas de produtividade, prevenção de
acidentes e assim por diante.
Saul Bekin (2004) acrescenta ainda que o endomarketing “também
mobiliza e conscientiza sobre a importância do relacionamento entre áreas,
realçando a mútua dependência, decorrente da noção de cliente/fornecedor
interno, garantindo excelência de serviços percebidos pelos clientes externos e
parceiros” (p.168).
O grande diferencial de uma empresa, nos dias de hoje, deve ser
medido muito além da sua capacidade em vender um serviço ou produto no
mercado. Uma empresa bem sucedida é aquela que também consegue
enxergar, dar atenção e preparo ao seu cliente interno.
É a forma como as organizações transformam sua ideologia central, o
pensamento que a constituiu, em bases de troca coerentes com seus
colaboradores, para que eles se tornem maduros e também responsáveis
pelos objetivos da corporação. A comunicação fortalecerá o relacionamento
entre empresa e seus empregados, mantendo-os em uma mesma direção e
tendo a informação como subsídio principal para a realização das estratégias.
Contudo, o endomarketing não serve apenas para empresas grandes,
Daniel Costa (2012) afirma que o processo é sim voltado para “grandes
empresas, pois a verdadeira grandeza está no pensamento transformado em
ação, na visão transformada em estratégia e na coerência transformada em
relacionamento” (p.134).
42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALBRECHT, Karl. Serviços Internos. Tradução A. T. Carneiro. São Paulo:
Pioneira, 1994.
BEKIN, Saul Faingaus. Endomarketing: como praticá-lo com sucesso. 8ª
edição. São Paulo: Pearson, 2004.
BRUM, Analisa de Medeiros. Endomarketing de A a Z: como alinhar o
pensamento das pessoas à estratégia da empresa. 3ª edição. São Paulo:
Integrare, 2010.
CARLZON, Jan. A hora da verdade. Rio de Janeiro: COP Editora. 1989.
COSTA, Daniel. Endomarketing Inteligente: a empresa pensada de dentro para
fora. Porto Alegre: Dublinense, 2012.
GIL, Antônio Carlos. Gestão de Pessoas: um enfoque nos papéis profissionais.
São Paulo: Atlas, 2001.
KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa
saber. 14ª edição. Rio de Janeiro: 2003.
KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0:
as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. 9ª
edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - O que é Marketing? 09
1.1: Bem-vindo ao Marketing 09
1.2: A era do Marketing Colaborativo 11
1.3: O atual desafio do Marketing 14
CAPÍTULO II - O que é Endomarketing? 16
2.1: Os conceitos de Endomarketing 16
2.2: Motivação do cliente interno:
compartilhando a informação 19
2.3: O Endomarketing inteligente 24
2.4: Os seis princípios do Endomarketing 26
CAPÍTULO III – A importância de programas
de Endomarketing 29
3.1: Como o colaborador deve enxergar
a própria empresa? 29
3.2: A criação de um programa
de Endomarketing 31
3.3: Manutenção do processo e
análise de resultados 38
44
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
45
FOLHA DE AVALIAÇÃO