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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
IMPORTAÇÃO MARÍTIMA DE VEÍCULOS
Por: Carla Maciel Dornelles
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
IMPORTAÇÃO MARÍTIMA DE VEÍCULOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Logística Empresarial.
Por.: Carla Maciel Dornelles
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, amigos e
parentes, que durante toda a minha
vida me apoiaram nas minhas
decisões.
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DEDICATÓRIA
A presente monografia dedica-se às
minhas filhas e companheiras do dia a
dia, Jim Morrison e Janis Joplin. Amo
vocês!
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RESUMO
Com a abertura comercial da economia mundial, a indústria
automobilística vem utilizando a interação entre gestão logística e a gestão
empresarial para a obtenção de melhores resultados. O trabalho a seguir tem
como objetivo identificar os aspectos que envolvem a logística do transporte
marítimo internacional de veículos na importação. O estudo foi desenvolvido
com base na temática de importação, comércio exterior, logística e transporte
internacional. Além do meu conhecimento profissional, para a coleta de dados,
utilizei a leitura e pesquisa em livros, revistas e sites.
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METODOLOGIA
O presente estudo foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica em
livros, revistas, artigos científicos e materiais disponíveis na Internet. Fazendo
o uso da abordagem teórica e a operacionalidade das empresas atuantes na
área de comércio internacional.
Por se tratar de um estudo sobre o fluxo de importação de veículos de
uma montadora, procedimentos operacionais e material profissional também
foram fundamentais na construção da análise do estudo que será apresentado.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Indústria Automobilística 09
no Brasil
CAPÍTULO II - O Processo de Importação 13
de Veículos
CAPÍTULO III - Transporte Marítimo 26
Internacional de Veículos
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 42
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INTRODUÇÃO
O Brasil atualmente e é um dos países que mais importa no mundo. A
atividade de importação tem se mostrado uma atividade relevante e constante
em vários segmentos, principalmente na indústria automobilística.
Segundo Pires (2004), nos últimos cem anos a indústria automotiva se
desenvolveu e tornou-se um dos segmentos industriais mais representativos.
Por seu pioneirismo e nível de competitividade, posicionou-se em termos de
inovações tecnológicas e gerenciais, tornando-se um verdadeiro referencial
para o ambiente industrial.
No entanto, o processo de importação apresenta riscos pela sua
complexidade, elevada incidência de impostos, regulamentação das atividades
no Brasil por meio de leis, decretos, portarias, resoluções, etc., entre outros.
A falta de entendimento do conjunto da logística na importação pode
comprometer o alcance de resultados satisfatórios, e muitas vezes as
empresas que não estão bem preparadas para isso podem sofrer prejuízos no
final da cadeia logística.
Este trabalho demonstra o cenário da indústria automobilística no
Brasil no capítulo I, as etapas de importação de automóveis com as suas
especificidades no capítulo II, e procura identificar os aspectos que envolvem a
logística do transporte marítimo internacional de veículos nessa operação no 3º
capítulo.
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CAPÍTULO I
A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL
...viver o amor completamente.
O Brasil viveu uma situação muito especial com o fechamento do
mercado para a importação na década de 80, atitude que visava o
desenvolvimento autônomo da indústria nacional.
Nesse período o setor automobilístico brasileiro ficou estagnado, após
a euforia de seu desenvolvimento há duas décadas.
As principais indústrias automobilísticas (as americanas General
Motors e Ford, a alemã Volkswagen e a italiana Fiat) dominavam o mercado e
contavam com apoio do governo com a reserva de mercado, o que afastava
qualquer concorrência. Além disso, elas praticavam preços abusivos,
oligopolizavam o mercado e não investiam em tecnologia.
Depois da abertura do mercado pelo governo Collor em 1991, o Brasil
se tornou um dos mais importantes alvos dos investimentos diretos
estrangeiros em todo o mundo.
No setor automotivo, além da reabertura da importação de automóveis,
outras montadoras foram estimuladas a instalar novas fábricas em território
nacional.
O governo federal nos anos 90, com a elaboração do regime
automotivo, contou com mais de 190 empresas (entre montadoras, empresas
de autopeças e firmas de outros setores produtivos) para aumentar os
investimentos estrangeiros no país.
O capital estrangeiro do setor automobilístico buscou o Brasil não para
investir em novas fábricas e produtos apenas, mas também comprando as
empresas nacionais de autopeças que não conseguiam resistir à
reestruturação que se dava naquele momento para o setor.
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Nos últimos dez anos, aproximadamente US$ 30 bilhões foram gastos
em investimentos no segmento automobilístico brasileiro, segundo Pires
(2004). Além de incentivos fiscais que as empresas ganham para se instalar no
país, o câmbio favorável, a estabilização da moeda brasileira, as taxas de juros
menores, entre outros, faz com que a demanda do país por veículos novos
aumente potencialmente a frota dos mesmos nas ruas.
Gráfico 1 - Licenciamento de automóveis novos no Brasil Nacionais e
Importados (adaptado de ANFAVEA, 2010, p. 77 e 78)
O gráfico acima demonstra o crescimento do licenciamento de
automóveis novos no Brasil, e podemos observar um aumento superior a
100% na quantidade de veículos licenciados no período final de 10 anos
(1999-2009).
Nesse mesmo período, a participação dos veículos importados veio
numa crescente, chegando em 2009 ao aumento percentual de 177%, se
comparado a quantidade que era importada em 1999.
O Brasil atualmente e é um dos países que mais importa no mundo. O
volume nacional de importação é representativo. No setor automobilístico essa
atividade é constante e, portanto, requer um processo ágil e preciso.
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À medida que o nível de atenção dedicado às compras e suprimentos
aumenta, o trabalho tende a tornar-se mais estratégico na busca da redução
do custo total (BAILY et al., 2000). A comercialização internacional envolve
fatores externos não controlados pela empresa que interferem diretamente
nesses custos, fazendo com que sejam desenvolvidas novas tecnologias e
inovações na busca da otimização dos resultados empresariais.
A logística é um assunto vital. É um fato econômico que tanto os
recursos quanto os seus consumidores estão espalhados numa ampla área
geográfica. Além disso, os consumidores não residem próximos donde os bens
ou produtos estão localizados. Este é o problema enfrentado pela logística:
diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores
tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que
desejarem.
Para Ballou (1993), a logística empresarial estuda como a administração
pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos
clientes e consumidores, através do planejamento, organização e controle
efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam
facilitar o fluxo de produtos.
Esses autores teorizaram sobre a gestão da cadeia de suprimentos e
distribuição, além das estratégias de marketing utilizadas para criar vínculos e
agregar valores ao produto final.
Segundo Martin Christopher (1999) o processo de criar e levar valor
para o cliente através da entrega física eficiente e níveis de serviços
adequados aliados a flexibilidade de resposta junto com a ligação da logística
devem ser vistos como um poderoso meio de criar vínculos mais fortes entre
as cadeias de valor do cliente e do fornecedor.
Além disso, na atividade de importação, toda a operação logística deve
ser muito bem estudada, pois é essencial na formação do custo total do bem,
uma vez que as negociações comerciais e o frete internacional compõem a
base de cálculo para os impostos a serem recolhidos na nacionalização da
mercadoria.
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As montadoras com fábricas instaladas no Brasil são responsáveis,
além da produção, por grande parcela da aquisição de autoveículos
importados no país.
De acordo com os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (ANFAVEA), no ano de 2009 o emplacamento de
veículos importados obteve a participação de 12,70% dentre o total de
licenciamento de automóveis novos no Brasil.
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CAPÍTULO II
O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE VEÍCULOS
A importação no Brasil, tanto de produtos quanto de serviços, possui
vantagens que são hoje largamente conhecidas e aceitas, distanciando a
imagem daquele país de décadas atrás, como vimos no capítulo anterior.
Quando pensamos em importação de veículos automotivos, sejam
carros, motocicletas, caminhões ou qualquer outro tipo de produto que se
encaixe nesta categoria, alguns cuidados devem ser observados sob pena de
ocasionar prejuízos para o importador – como o recolhimento de multas, tempo
perdido, não entrega do produto para o consumidor, ou mesmo a perda da
mercadoria, entre outros.
A legislação brasileira, em princípio, só permite a importação de veículos
novos. Entretanto, excetuam-se dessa regra:
§ veículos antigos, com mais de trinta anos de fabricação, para fins culturais
e de coleção;
§ veículos importados por missões diplomáticas, repartições consulares e
representações de organismos internacionais;
§ veículos importados sob a forma de doação;
§ veículos havidos por herança aberta no exterior,
§ veículos para testes, feiras ou exposições na modalidade de Admissão
Temporária.
Qualquer pessoa física ou jurídica pode importar um veículo, sendo que
a pessoa física só poderá importar em quantidade que não revele prática de
comércio e desde que não se configure habitualidade.
É necessário também que o importador, ou seu representante legal,
esteja credenciado e habilitado no SISCOMEX (Sistema Integrado de
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Comércio Exterior da Receita Federal do Brasil), nos termos e condições
estabelecidas na Instrução Normativa SRF nº 650, de 12 de maio de 2006 e no
Ato Declaratório Executivo Coana nº 3, de 1º de junho de 2006.
Do Pedido de Compra
Com base na previsão de vendas e no estoque de veículos por modelos
e cores nas concessionárias, o departamento comercial realiza o pedido de
compra através de um Sistema de Gestão Empresarial (ERP) e envia por email
a confirmação de abertura do mesmo para o país de origem.
A nossa montadora, em particular, realiza importações de veículos
procedentes do MERCOSUL (Argentina) e da Europa (Vigo e Le Havre).
Definido o modelo a ser importado, o importador ou seu representante
legal, deve solicitar a emissão da LCVM (Licença para Uso da Configuração de
Veículo ou Motor) junto ao IBAMA e requerer o CAT (Certificado de Adequação
à Legislação Nacional de Trânsito) junto ao Denatran.
Do Licenciamento de Importação
Em posse dos documentos acima citados (LCVM e CAT), damos início
ao registro da LI (Licença de Importação) no SISCOMEX, nos termos da
Portaria Secex nº 35, de 24 de novembro de 2006.
Apesar de a importação estar decidida e mesmo com as licenças e
certidões obrigatórias para o veículo transitar em território brasileiro, a
mercadoria ainda não pode se embarcada para o Brasil sem que a LI esteja
deferida.
A nossa legislação prevê o licenciamento das importações como forma
de implementar do controle administrativo. Este mecanismo impõe ao
importador a obrigatoriedade de solicitar ao Governo brasileiro autorização
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prévia para importar. Devemos ressaltar que em geral, está dispensada desta
autorização prévia grande parte das importações brasileiras.
Em se tratando de importação de veículos, o licenciamento de
importação não é automático. O importador solicita ao órgão responsável pelo
controle da entrada e saída dos veículos no Brasil e, fica a critério deste órgão
o deferimento ou não do licenciamento.
Os órgãos anuentes são responsáveis pelo controle administrativo do
que pode e o que não pode entrar no país. Podemos citar:
§ DECEX (Departamento de Operações de Comércio Exterior),
§ Ministério da Saúde,
§ IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis),
§ ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis),
§ Ministério do Exército, etc.
Na importação de veículos, os órgãos anuentes são DECEX e IBAMA.
Do Embarque
O importador comunica ao exportador estrangeiro que a mercadoria
pode ser embarcada para o Brasil somente após o deferimento da LI pelos
órgãos anuentes. Caso o embarque aconteça antes desse deferimento, o
importador está sujeito ao pagamento de multa.
A partir desse momento, o exportador inicia a cadeia logística para a
entrega dos veículos solicitados no Brasil.
O exportador envia previamente os lotes a serem embarcados com os
números dos chassis para controle logístico da operação e prepara toda a
documentação comercial: fatura comercial, packing list e certificado de origem
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(para as importações da Argentina) e cambial de acordo com as normas e leis
brasileiras.
Em seguida, os automóveis são encaminhados de sua área de
produção até o local de início do transporte internacional, que no caso da
nossa montadora, é realizado em dois modais:
§ Marítimo (Europa e Argentina)
§ Rodoviário (Argentina)
OBS: Para as importações da Argentina a escolha pelo modal rodoviário
depende do fluxo de exportação, para uma melhor otimização do frete e
redução dos custos de transporte.
No Transporte Marítimo, o documento emitido é denominado de
Conhecimento de Embarque Marítimo (Bill of Lading ou BL como é mais
conhecido) e funciona como título de crédito.
Os veículos são transportados em navios do tipo Roll-on / roll-off,
através de embarque e desembarque em rampas e acondicionados no porão
da embarcação.
No Transporte Rodoviário, o documento obrigatoriamente emitido é o
Conhecimento de Transporte Rodoviário (CRT). O CRT funciona como contato
de transporte rodoviário, como recibo de entrega da carga e como título de
crédito.
Os automóveis são transportados em caminhões cegonhas, em
quantidade de oito ou nove unidades, dependendo do tamanho da carroceria.
A contratação de um seguro na cadeia logística se faz necessária
devido ao valor envolvido em toda operação. Um contrato de seguro deve ser
consensual e bilateral, na medida em que se geram direitos e obrigações para
as duas partes (quem contrata e a empresa contratante) e deve possuir dois
instrumentos: a proposta e a apólice.
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São utilizadas as seguintes modalidades de seguro internacional na
importação de veículos:
§ Seguro do transporte;
§ Seguro do transportador;
§ Seguro de Responsabilidade Civil;
§ Seguro de crédito à Exportação/Importação;
§ Seguro Aduaneiro
A escolha do Incoterm define as mútuas obrigações entre vendedor e
comprador para movimentação de mercadorias sob contrato internacional,
como por exemplo: os riscos, os custos, a contratação do seguro internacional,
entre outras. Uma vez definido o incoterm, vendedor e comprador têm total
consciência de onde começa e termina a responsabilidade de cada parte
envolvida.
Modalidades de Incoterms praticadas no Comércio Internacional:
§ EXW (Ex Works)
O exportador encerra sua participação no negócio quando acondiciona a
mercadoria na embalagem de transporte (containers, caixas, sacos, entre
outros). Ou seja, a entrega da mercadoria se dá na porta da fábrica ou
depósito, não se responsabilizando o vendedor sequer pelo seu carregamento
no meio de transporte utilizado. A negociação se realiza no próprio
estabelecimento do exportador. Assim, cabe ao importador estrangeiro adotar
todas as providências para retirada da mercadoria do país do vendedor, tais
como embarque para o exterior, contratar frete e seguro internacionais etc.
Como se pode observar, o comprador assume todos os custos e riscos
envolvidos no transporte da mercadoria do local de origem até o de destino.
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§ FCA (Free Carrier Named Point)
O vendedor cumpre sua obrigação quando entrega a mercadoria, pronta
para exportação (desembaraçada), aos cuidados do transportador, no local por
ele designado. Cabe ao comprador contratar frete e seguro internacionais. O
local escolhido para entrega é importante para definir a responsabilidade
quanto à carga e descarga da mercadoria: ser a entrega acontecer nas
dependências do vendedor, este será responsável pelo carregamento no
veículo coletor do comprador; se a entrega for combinada em qualquer outro
local, o vendedor não se responsabiliza pelo descarregamento de seu veículo.
Pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte, mas é mais
empregado no transporte multimodal de containers ou Rol-On / Roll-Off.
§ FAS (Free Alongside Ship)
O vendedor tem a obrigação de colocar a mercadoria ao longo do navio,
no porto de carga, já liberada para exportação. A contratação do frete e do
seguro internacionais fica por conta do comprador ou importador. A mercadoria
somente é considerada entregue quando estiver suspensa no guindaste que a
está removendo ou quando ultrapassar a balaustrada, se guindaste de terra.
Somente utilizado no transporte aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre).
§ FOB (Free on Board)
O vendedor tem a obrigação de colocar a mercadoria vendida a bordo
do navio, no porto designado no contrato. Considera-se entregue a mercadoria
quando elas transpõem a amurada do navio (ship’s rail) no porto de embarque.
Todo o custo e o risco de estivagem ficam a cargo do vendedor, como também
o desembaraço da mercadoria. O importador pode escolher o navio que
transportará a carga, inclusive um de sua nacionalidade.
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§ CFR (Cost and Freight)
O vendedor assume todos os custos, inclusive a contratação do frete
internacional para transportar a mercadoria até o porto de destino indicado.
Também fica responsável pelo desembaraço da exportação. Destaque-se que
os riscos por perdas e danos e/ou quaisquer outros custos adicionais são
transferidos do vendedor para o comprador no momento em que a mercadoria
cruze a amurada do navio, no porto de carga. Assim, a negociação (venda)
ocorre ainda no país do vendedor. Cabe ao comprador, porém, contratar e
pagar seguro da mercadoria, caso queira se resguardar.
§ CPT (Carriage Paid to)
O vendedor contrata e paga o frete de transporte da mercadoria até o
porto designado. Os riscos de avarias, perdas e danos, bem como quaisquer
custos adicionais em razão de fatos ocorridos após sua entrega ao
transportador, são transferidos ao comprador quando a mercadoria é entregue
à custódia do primeiro transportador. O vendedor é responsável pelo
desembaraço das mercadorias. Esse termo pode ser usado em qualquer
modalidade de transporte, inclusive o multimodal.
§ CIF (Cost, Insurance and Freight)
O vendedor transfere a responsabilidade sobre a mercadoria, já
desembaraçada, ao comprador, no momento da transposição da amurada do
navio no porto de embarque. No entanto, o vendedor fica responsável pelo
pagamento dos custos relativos ao embarque, frete e descarga, até o porto de
destino indicado no contrato. Também obriga-se a contratar e pagar prêmio de
seguro do transporte principal. No entanto, o seguro pago pelo vendedor tem
cobertura mínima, cabendo ao comprador avaliar a necessidade de efetuar
seguro complementar. Cabe ao vendedor escolher a embarcação que levará a
mercadoria.
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§ CIP (Carriage and Insurance Paid to)
Nesse termo o vendedor tem as mesmas obrigações definidas no
Carriage Paid to e, além disso, arca com o pagamento dos prêmios dos
seguros contra riscos de perdas e danos da mercadoria durante todo o
percurso do transporte. Quando as mercadorias são entregues à custódia do
transportador, os riscos por perdas e danos se transferem do vendedor ao
comprador, assim como eventuais custos adicionais. O prêmio do seguro pago
pelo vendedor tem cobertura mínima, competindo ao comprador avaliar a
necessidade de realizar seguro complementar.
§ DAF (Delivered at Frontier)
O vendedor deve entregar a mercadoria, pronta para a exportação, em
local previamente designado na fronteira, antes, porém, da divisa alfandegária,
arcando com todos os custos e riscos até esse momento. A entrega ocorre
ainda no veículo do transportador, sem descarregar. O vendedor
responsabiliza-se pelo desembaraço da exportação, mas fica com o comprador
a responsabilidade pelo desembaraço da importação. Geralmente o DAF é
empregado na modalidade de transporte rodoviário ou ferroviário.
§ DES (Delivered Ex Ship)
O vendedor fica responsável pela entrega da mercadoria, a bordo do
navio, no porto de destino, cabendo a ele todos os custos e riscos de
embarque, seguros e transporte. A retirada da mercadoria do navio com os
custos daí decorrentes são de responsabilidade do comprador, como também
o desembaraço da mercadoria para efetivar a importação.
§ DEQ (Delivered Ex Quay)
O vendedor fica responsável e se obriga a colocar a mercadoria
disponível ao comprador no porto de descarga. O vendedor assume todos
custos e riscos durante o transporte, além de se responsabilizar pela descarga
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da mercadoria no cais. O desembaraço e encargos no país do comprador
ficam por conta deste.
§ DDU (Delivered Duty Unpaid)
O vendedor se obriga a entregar as mercadorias, com todos os custos e
riscos de transporte, no local designado pelo comprador, mas sem a
responsabilidade de descarregar o veículo transportador. Os gastos com
impostos e demais encargos oficiais porventura devidos em razão da
importação ficam com o comprador. Ressalta-se que o comprador deve arcar
com quaisquer custos adicionais e assumir eventuais conseqüências geradas
por sua omissão em desembaraçar no prazo as mercadorias.
§ DDP (Delivered Duty Paid)
Contrariamente ao ex works, onde praticamente não existem
responsabilidades ou riscos para o vendedor, no DDP todas as
responsabilidades e custos, inclusive tributários, além de quaisquer outros
encargos no país do comprador ficam a cargo do vendedor. É o incoterm que
estabelece a maior responsabilidade ao vendedor.
Da Chegada
No modal marítimo, a confirmação da chegada e atracação do navio é
feita no sistema Siscarga (Siscomex Carga), pelos armadores nos terminais do
Porto do Rio. Já no modal rodoviário, a confirmação da chegada e atracação
da carga é realizada no Ambiente Siscomex de Presença de Carga,
diretamente pelo EADI (Estação Aduaneira do Interior).
A função do Despachante Aduaneiro é efetuar o acompanhamento,
informando qualquer anomalia ou indisponibilidade ao importador.
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Do Desembarque
No momento do desembarque, os veículos serão levados para o
armazém alfandegado e aguardarão a nacionalização.
Na importação marítima, por ocasião do desembarque, algumas
despesas são pagas:
§ Capatazias
§ Liberação de BL
§ AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante) *
* O Acordo de Complementação Econômica ACE-18 (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), dá o benefício da isenção do pagamento da taxa de AFRMM para as importações de produtos de origem da Argentina
Da Conferência Física e Serviços do Armazém
No armazém é realizada uma conferência física dos números dos
chassis, motores, cor e modelos dos automóveis de acordo com o informado
no Packing list.
Neste momento, também deverão ser realizados os serviços de
verificação de conformidade para a comercialização dos automóveis no Brasil,
de acordo com cada origem.
Do Pedido de Nacionalização
De acordo com a necessidade de distribuição, é solicitada ao
despachante a nacionalização dos lotes de automóveis, considerando a data
do desembarque e o tempo de armazenagem nos terminais alfandegados.
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O despachante aduaneiro deverá registrar a DI (Declaração de
Importação) no SISCOMEX, documento base do despacho de importação que
demonstra as informações do importador, da mercadoria e os valores
envolvidos na operação para fins de apuração de impostos a serem recolhidos.
No momento do registro da DI, é realizado o pagamento dos tributos
nacionais: II, IPI, PIS e COFINS, além de uma taxa de utilização do
SISCOMEX.
Ainda para efeito do despacho aduaneiro de veículos importados,
deverão constar na DI alguns dados essenciais à sua identificação. São eles:
§ Marca, tipo e modelo;
§ Ano de fabricação/ano modelo;
§ Potência do motor;
§ Número de chassis;
§ Cilindrada e número de cilindros;
§ Tipo de transmissão (manual ou automática);
§ Cor;
§ Acessórios opcionais;
§ Combustível;
§ N° de passageiros;
§ Capacidade de carga (veículo de transporte de mercadorias);
§ Outros dados que permitam a completa individualização do bem, segundo o
seu tipo e natureza;
Da Liberação
Após o registro, a DI é submetida a uma análise fiscal e selecionada
para um dos canais de conferência. Essa conferência é feita de maneira
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aleatória, e foi implementada no SISCOMEX. Tal procedimento de seleção
recebe o nome de parametrização.
Os canais de conferência são:
VERDE A DI selecionada para o canal verde é desembaraçada
automaticamente sem qualquer verificação.
AMARELO O canal amarelo significa conferência dos documentos de instrução
da DI e das informações constantes na declaração.
VERMELHO No caso de seleção para o canal vermelho, além da conferência
documental, há conferência física da mercadoria.
CINZA DI selecionada para o canal cinza deve-se: realizar o exame
documental, a verificação física da mercadoria e a aplicação de procedimento
especial de controle aduaneiro para verificação de elementos indiciários de
fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria.
OBS: Havendo motivos que o justifiquem, pode-se determinar a conferência da
mercadoria, mesmo quando o despacho for selecionado para o canal verde
Cumprida a etapa de desembaraço aduaneiro, o importador deve gerar
uma guia para o pagamento do ICMS (Imposto sobe Circulação de
Mercadorias e Serviços), junto à Secretaria Estadual da Fazenda.
Da Distribuição
Cumprida as fases de liberação da mercadoria pela SRF (Registro e
desembaraço da DI), DMM (Departamento da Marinha Mercante) e SEF-RJ
(ICMS), é feito o transporte dos automóveis, do Armazém para o pátio de
veículos localizado nas próprias instalações da montadora.
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Para o transporte dos veículos, agora já nacionalizados, é necessária a
emissão do CTRC (Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas) e a
Nota Fiscal de Entrada.
O departamento de Logística Automotiva é responsável pela
administração do transporte e pelo controle e movimentação no pátio de
veículos.
De acordo com a solicitação do departamento comercial, os veículos
saem do pátio para abastecimento das concessionárias das marcas no Brasil.
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CAPÍTULO III
TRANSPORTE MARÍTIMO INTERNACIONAL DE
VEÍCULOS
De acordo com Ballou (1993, p.113), “basta comparar as economias de
uma nação desenvolvida e de outra em desenvolvimento para enxergar o
papel do transporte na criação de alto nível de atividade na economia”.
O gerenciamento dos transportes é parte essencial de um sistema
logístico. Uma boa gestão da cadeia logística pode garantir melhores margens
para a empresa, através de reduções de custos e/ou uso mais racional
dos ativos. Além disso, um nível de serviço satisfatório para os clientes,
através de um aumento da disponibilidade de produtos, reduções nos
tempos de entrega, entre outros benefícios.
O transporte tem um peso significativo no custo de distribuição da
maioria dos produtos e influencia no resultado final de uma operação de
prestação de serviços aos clientes.
Todos os avanços que foram feitos em transporte, principalmente no
que se refere ao mercado internacional, tem influenciado de forma incisiva nos
custos dos produtos exportados e importados.
Para termos uma importação que seja eficiente, além de observarmos
todos os passos já detalhados no capítulo II, é preciso escolher a melhor forma
ou meio de transporte que atenda a real necessidade do produto,
considerando o menor custo e o menor tempo para o Importador.
A escolha do modal de transporte está ligada ao tipo de carga e a
embalagem da mesma, como também está relacionado ao planejamento da
operação logística.
É necessário que se faça previamente uma análise das diversas
variáveis que entram neste processo decisório. Dentre todos os pontos a
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serem verificados, podemos citar a relação peso-volume, valor da carga,
distância da movimentação, possibilidade de avarias e o custo do serviço.
O transporte marítimo é o transporte de mercadorias e de passageiros
realizado em mares e oceanos abertos. Ele pode englobar todo o tipo de
carga: produtos químicos, combustíveis, alimentos, areias, cereais, minérios,
automóveis entre outras.
“Estima-se que o transporte marítimo é o modal utilizado em mais
de 90% das operações de comércio exterior no mundo” (VIEIRA, 2009 p.14).
A história do barco é tão antiga como a história do homem. A navegação
marítima nas épocas antiga, medieval e moderna, foi o mais importante meio
de difusão comercial e cultural no planeta.
Um dos meios de embalagem de carga mais utilizados e que mais
contribuiu para o desenvolvimento e crescimento do transporte marítimo desde
1960 é o uso de container.
Existem tamanhos padronizados que possibilitam o transporte de carga
de uma forma eficiente e segura, facilitando o transporte e a arrumação da
mercadoria dentro dos navios.
No mercado, já temos vários softwares especializados para o
carregamento de containers, divulgando informação sobre como e de que
forma dispor a carga dentro dos mesmos, otimizando o espaço e cumprindo as
regras de transporte, como podemos citar como exemplo, a organização de
cargas leves em cima de cargas pesadas.
Evolução Histórica
A madeira foi o primeiro material utilizado na construção naval, onde
a mesma era utilizada de diversas formas, de acordo com os recursos
físicos, ferramentas e técnicas existentes em cada região.
Utilizado apenas para cobrir os cascos de madeira, o ferro passou
a ser utilizado na construção dos navios com cascos de ferro e
propulsão à vela e posteriormente, início do século XIX, nas
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embarcações com propulsão a vapor. Já no final deste mesmo século, o
aço o substituiu.
O avanço da tecnologia também contribuíram para o surgimento das
melhorias na qualidade do material que era utilizado na construção naval,
evolução das soldas e surgimento de novas técnicas, ocasionou o
crescimento, capacidade e especialização das embarcações, constituindo-se,
assim, o passo final para a evolução dos cascos dos navios atuais.
Na França, se deu o início da mecanização na navegação, e só foi
possível após a realização dos primeiros testes de propulsão a vapor,
realizadas em 1775. A utilização conjunta da vela e do remo proporcionaram
o início do transporte de grandes quantidades de mercadorias através de
grandes distâncias.
Em 1845, outro fator contribuiu para a evolução das grandes
embarcações, foi a utilização da hélice. Com isso, ocorreu a decadência
da navegação a vela para fins comerciais. A utilização da hélice
proporcionou aumentar o comércio marítimo, pois foi possível alcançar
distâncias ainda maiores.
Seguindo a essa evolução, tivemos a aparição das turbinas a vapor
e dos motores de combustão interna, marcando a evolução da propulsão
marítima. Tudo isso, só fez com que aumentasse e se desenvolvesse ainda
mais o transporte marítimo de carga e de passageiros.
Evolução do transporte de veículos
Inicialmente, os veículos que eram embarcados como cargas marítimas
em navios oceânicos tinham o mesmo tratamento de qualquer outro tipo de
carga. Os reservatórios dos automóveis eram esvaziados e eles tinham as
baterias desconectadas antes de serem içados no porão do navio.
No período da Segunda Guerra Mundial, os militares desenvolveram as
primeiras embarcações que transportavam veículos (tanques) diretamente para
terra com os seus próprios meios.
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Depois da guerra, a mesma idéia foi utilizada para a construção de
navios de carga, que eram utilizados em rotas de curta distância.
A definição de carga Roll-on / Roll-off (RO-RO) é simples e intuitiva: é
qualquer tipo de carga que embarque e desembarque a rolar, seja em cima
das suas próprias rodas, seja em cima de equipamento concebido
especificamente para o efeito, como é o caso de containers ou carga geral que
se utilizam dessa operação.
No final da década de 50, o sistema RO-RO começou a ser usado em
navios mercantes. Antes disso, as operações de carga e descarga eram
demoradas, muito complicadas, e, sobretudo resultavam numa grande
incidência de danos.
O navio RO-RO revolucionou o transporte marítimo de automóveis, pois
além de agilizar a logística da carga e da descarga, vinha equipado com um
sistema de peação automático e ventilação para eliminar os gases de escape
acumulados durante essas operações.
Diferentemente dos navios que se utilizam gruas (de terra ou de bordo)
para embarque e desembarque das cargas, os navios RO-RO possuem
rampas que permitem o máximo de eficiência nas operações. A carga é
“rolada” para bordo e para terra durante a permanência do navio em porto. As
rampas mais comuns nesse tipo de embarcação são as rampas traseiras
(paralelas ao navio ou formando um ângulo de 45% com a popa do mesmo),
dianteiras e laterais.
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Tipos de navios tipo RO-RO:
§ Ferries – Navios para o transporte de passageiros e veículos:
Figura 1 – Navio Estline (extraída de VENTURA, 2012)
§ Freight – Navios para o transporte de Carga Rodada:
Figura 2 – Navio Finncarriers (extraída de VENTURA, 2012)
31
§ Ro-Pax – Navios para o transporte misto de passageiros, veículos e
carga rodada:
Figura 3 – Navio Finnlines (extraída de VENTURA, 2012)
§ Pure Car Carriers (PCC) – Navios para o transporte de automóveis:
Figura 4 – Navio Wallenius Lines (extraída de VENTURA, 2012)
32
§ Pure Car Truck Carrier (PCTC) – Navios para o transporte de automóveis e
caminhões:
Figura 5 – Navio Courageous Ace (extraída de VENTURA, 2012)
§ Container Ro/Ro – Navio combinado, misto de Porta-Container e RO-RO:
Figura 6 – Navio See Transit (extraída de VENTURA, 2012)
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§ RO-RO LO-LO – Navio combinado, que pode carregar e armazenar carga
rodada, mas que tem meios de elevação próprios para carga/descarga
através de escotilha para o transporte de passageiros e veículos:
Figura 7 – Navio CEC Lines (extraída de VENTURA, 2012)
Diferentemente de todo o resto do setor marítimo, onde a carga é
normalmente medida usando a tonelada métrica, a carga RO-RO é
tipicamente medida com recurso aos metros lineares (LM). O cálculo da
capacidade é feito nesse caso multiplicando o cumprimento da carga em
metros pelo número de convés e pela largura standard das faixas
(normalmente 2,5 m).
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No caso dos navios PCCs, a capacidade de carga toma como base as
dimensões de um modelo específico da marca Toyota de 1966.
No transporte marítimo de linha regular, as companhias marítimas
estabelecem as condições de transporte através de aplicação de condições
definidas pelas tarifas e pelas cláusulas do Conhecimento de Embarque. Ele
também apresenta algumas características específicas: itinerário é
predeterminado com portos e escalas fixas, cumpridas com grande
aproximação; as cargas são heterogêneas, do grupo “carga geral”,
conteinerizadas ou soltas, obtidas de grande quantidade de embarcadores e
expedidas a numerosos destinatários.
Documentação e Regulamentação: Conhecimento de Embarque
O principal documento utilizado no transporte marítimo é o
Conhecimento de Embarque, conhecido internacionalmente como Bill of
Lading (B/L).
Além de conter todas as informações necessárias à realização do
transporte e à delimitação das responsabilidades das partes, o B/L serve como
recibo de entrega da carga a ser embarcada, contrato de transporte entre a
companhia marítima e o usuário e representa um título de propriedade da
mercadoria (transferível e negociável).
Informações que devem constar no B/L:
§ dados completos do embarcador (shipper);
§ dados completos do destinatário (consignee);
§ dados completos do transportador (carrier);
§ Porto de Origem;
§ Porto de Destino;
§ Descrição da mercadoria;
§ Peso bruto e metragem cúbica;
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§ NCM: Nomenclatura Comum do Mercosul;
§ Número de containers ou quantidade de mercadorias embarcadas e o tipo
de embalagem;
§ Marcas necessárias para identificação da carga;
§ Local e data de emissão do Conhecimento de Embarque;
§ Frete, moeda e local de pagamento;
Agentes que Intervêm nos Transportes de Linha Regular
§ Agente Marítimo:
Os agentes marítimos são representantes das companhias de
navegação e respondem pelas condições do navio, problemas com a
tripulação, acidentes, embarque e desembarque das cargas e emite à
Alfândega todas as informações sobre a embarcação, como por exemplo, a
assinatura de termos de responsabilidade e a regulamentação dos registros
necessários antes mesmo da embarcação atracar no cais do porto.
§ Agente de transportes internacionais ou International Freight Forwarder:
Os agentes internacionais de carga são intermediários entre os
exportadores, importadores e companhias de transporte internacionais e atuam
como mediadores nas operações de transporte internacional. Entre outras
funções, os freight forwarders são responsáveis pela contratação do
transporte, atuando como intermediário entre o usuário e a empresa
transportadora; recepção das mercadorias no porto e sua entrega ao
transportador terrestre; cumprimento de formalidades administrativas e
consolidação e desconsolidação de cargas.
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§ NVOCCs Non Vessel Owner Common Carriers
São as companhias de navegação que não possuem navios
próprios e utilizam espaços em navios de terceiros, comercializando estes
espaços e emitindo seus próprios Conhecimento de Embarque. Atuam como
consolidadores de cargas, isto é, recebem diversas cargas de inúmeros
clientes do mesmo porto de origem, que são consolidadas e embarcadas
para o mesmo destino final. No porto de destino, também podem realizar o
processo de desconsolidação marítima.
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CONCLUSÃO
Depois da globalização, clientes mais exigentes, produtos com
menores ciclos de vida e o aumento da competitividade são desafios que não
podem mais ser postergados. Ao invés disso, exigem que as empresas sejam
mais criativas e se diferenciem de seus concorrentes para que possam ser
lucrativas e competitivas a curto e a longo prazos.
O comércio internacional está fundamentado nos desejos e nas
necessidades humanas. As importações exercem papel importante na vida
econômica de qualquer país, pois nenhum país é auto suficiente. Por
décadas, o Brasil sustentou uma economia fechada para o comércio
internacional. Adotou, de propósito, uma política paternalista destinada a
beneficiar a exportação, mirando à manutenção superavitária da balança
comercial, o que acabou por distanciá-lo dos outros . Ultimamente, o país
alterou esta postura, com a adoção de uma política de abertura à
economia e de integração ao contexto internacional para poder participar
do processo de globalização.
A logística pode ser um dos caminhos para se atingir estes objetivos.
Sua evolução expandiu sua área de atuação e a tornou mais complexa. Agora,
o seu horizonte não está restrito só a empresa. Abrange toda a cadeia
produtiva e os canais de distribuição.
A pesquisa e a construção desse trabalho visou demonstrar a evolução
do setor automobilístico no Brasil, além de retratar todas as informações
básicas para uma visão ampla dos principais aspectos fiscais e
administrativos do processo de importação de veículos, além de elencar
aspectos da logística do transporte internacional de cargas por via marítima.
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No setor automobilístico a logística é integradora e harmonizadora de
diversos interesses, dentro e fora da organização, e juntamente com o
aumento da eficiência operacional exige a integração dos esforços de todos os
elos para eliminar custos e agregar valor, duas condições para aumentar a
lucratividade.
A tomada de decisões dos profissionais desta área deve buscar
melhorar o desempenho global do sistema. Isto os força a se preocupar com a
utilização racional dos recursos disponíveis e faz com que suas escolhas se
traduzam no aumento dos índices de liquidez, atividade e lucratividade.
No transporte, cada modal possui diferentes características que
deverão ser levadas em conta para a adequação ao transporte das cargas.
Na importação de veículos, o transporte marítimo internacional consegue ser a
escolha mais acertada, pois permite deslocar cargas de maior tamanho e em
maior quantidade com menores custos associados em comparação com o
transporte aéreo ou terrestre para deslocações intercontinentais.
Portanto, concluímos que pode ser estabelecida uma relação entre a
logística e a administração, demonstrando assim que a excelência na primeira
irá favorecer sensivelmente a outra. Muitas empresas estão buscando a
excelência em logística para vencer estes desafios.
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BIBLIOGRAFIA
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40
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41
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VIE IRA, Guilherme Bergmann Borges. Transporte Internacional de Cargas. São Paulo: Aduaneiras, 2009.
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A INDÚSTRIA AUTOMOBILISTICA NO BRASIL 9
CAPÍTULO II
O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE VEÍCULOS 13
CAPÍTULO II
TRANSPORTE MARÍTIMO
INTERNACIONAL DE VEÍCULOS 26
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 42