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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O CONSUMO DE ALIMENTOS ENLATADOS
Por: Maria Aparecida Montan Carvalho
Orientador
Prof. Samuel Fernandes
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O CONSUMO DE ALIMENTOS ENLATADOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Marketing.
Por: . Maria Aparecida Montan Carvalho.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado saúde, coragem, despreendimento para
realizar este sonho. Agradeço à minha família pelo apoio e aos meus amigos
pelo incentivo; em especial a Ângela Ribeiro pela amizade, conforto e ajuda
nos momentos difíceis. Ao meu marido e Professor Ivan Silva agradeço a
cumplicidade e ao fato de estimular com suas ricas sugestões em todo o meu
Curso.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a minha querida e
saudosa mãe ROSA ELISA MONTAN,
que sempre me incentivou aos estudos,
com certeza está muito feliz com o meu
desenvolvimento e progresso junto as
frentes de conhecimentos que estou
conquistando.
5
RESUMO
Este trabalho tem por objet ivo apresentar as práticas alimentares
dos consumidores brasi leiros no segmento dos alimentos
enlatados, com foco específ ico nas Sopas Campbell 's. O estudo
realiza uma ref lexão sobre o consumo de alimentos e seus
aspectos nutricionais, levando em consideração os alimentos
in natura e os enlatados. Enquanto no processo da pesquisa, o
tema se torna bastante interessante devido às contribuições de
diferentes áreas de conhecimento. Por ser um assunto de grande
relevância na vida dos seres humanos, pois o alimento é base da
vida, a abrangência do mesmo passa por vários caminhos e não
só avaliar meramente o consumo em si. Mas o de verif icar que o
alimento está ligado a área da sensação, o paladar. Vemos na
pesquisa efetuada, o comportamento do consumidor diante das
inovações. Para tanto mostramos a forma como o mesmo se
posiciona, desde o início da História do Brasi l Colônia até os dias
de hoje, na era da industrialização e da tecnologia avançada.
Falamos também, sobre os hábitos alimentares que permeiam a
vida do consumidor, mostrando o quão versáti l pode ser o ser
humano no ato da alimentação, assim como as diferentes gerações
e como elas se colocam diante dessa nova realidade.
6
METODOLOGIA
Os métodos que levam ao problema proposto ocorreram durante
uma aula de Comunicação em Marketing, junto a esta faculdade.
Coleta de dados, na internet, e apoio em livros de Marketing, como
também assunto multidiscipl inar (nutrição). Após coleta de dados,
pesquisa bibliográf ica, pesquisa de campo, observação do objeto
de estudo, leitura, compreensão, redação e exposição do material.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Cultura Alimentar 11
1.1 Distanciamento das origens alimentares 11
1.2 O Valor da Cultura Alimentar 15
1.3 Globalização e a Influência do Hábito Alimentar e na Saúde 16
CAPÍTULO II - Comportamento do Consumidor – Single 19
2.1 O Grande Mercado Individual 19
2.1.2 Hábitos Saudáveis 21
2.1.3 A Busca do Single 22
2.1.4 Mercado Atento ao Nicho dos “Singles” 25
CAPÍTULO III – A História da Lata: Desenvolvimento 27
3.1 Embalagens de Aço 29
3.2 Cuidados na Hora da Compra 31
3.3 O Processo 32
3.4 Sopas Campbell`s no Mundo e no Brasil 34
3.4.1 A História 34
3.4.2 O Valor que Representa a Marca de Sucesso 37
3.4.3 Sopas Campbell`s no Brasil 38
3.4.4 Sopas Campbell`s X Single 42
CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47
FOLHA DE AVALIAÇÃO 49
8
INTRODUÇÃO
O estudo tem o objetivo de entender a relação do consumidor f inal
com os al imentos "in natura" e os al imentos enlatados.
Com a proposição vejo a importância de colocar como se
estabelece a relação do brasileiro com sua cultura alimentar, a
história do alimento e o que interfere nessas relações.
A importância da alimentação não se restringe ao aspecto
nutricional. Entre outros fatores igualmente signif icat ivos está a
cultura al imentar. A escolha dos alimentos, sua preparação e
consumo estão relacionados com a identidade cultural - são
fatores desenvolvidos ao longo do tempo, que distingue um grupo
social de outro e que estão intimamente relacionados com a
história, o ambiente e as exigências específ icas impostas ao grupo
social pela vida do dia-a-dia.
A sociedade estabelece um conjunto de práticas al imentares,
consolidadas ao longo do tempo. Essas expressam diferentes
culturas alimentares - algumas l igadas ao que é tradicional e
outras ao que é inovador.
As tradições alimentares peculiares de cada grupo social têm
importância no seu auto-reconhecimento e auto-est ima,
expressando ou af irmando determinado valor.
Nas Américas, as diferentes expressões de culturas alimentares
estão fortemente ligadas às populações que para cá se deslocaram
trazendo hábitos, necessidades, uma variedade muito grande de
alimentos e temperos e, também preferências, prescrições e
interdições. Havendo dessa forma, uma soma a uma cultura já
consolidada. As mesmas foram introduzidas num contexto de
colonização, de relações de força diferentes entre povos
diferentes, confrontando sistemas alimentares diversos.
9
A afirmação de que a "cozinha" brasi leira é o resultado das
inf luências portuguesa, negra e indígena. Esta é a base principal
da cultura al imentar brasi leira, mas não se pode deixar de
considerar que a inf luência da cozinha portuguesa se dá em um
contexto de colonização em que os africanos eram escravos e os
indígenas estavam sendo dizimados.
Outros aspectos a considerar: é a dimensão continental do país, a
marcante presença de famíl ias italianas, alemãs, espanholas,
polonesas, entre outras que se estabeleceram em regiões
específ icas do país, por f im considerando os fatores ambientais e
sua inf luência nas condições de existência-clima, t ipo de solo,
disposição geográf ica, a fauna e a f lora de cada região, bem como
a própria capacidade de acesso dos diferentes grupos sociais ao
alimento.
Tudo isso faz com que a cozinha brasileira expresse uma
multipl icidade de culturas, marcadamente regionais. O
denominador comum encontrado em todo o país e em todas as
classes sociais é o feijão com arroz, frequentemente acrescido da
farinha de mandioca.
Nos últ imos 50 anos, em quase todo o mundo, os alimentos
sofreram um processo de grandes transformações, com tendência
crescente à padronização dos hábitos alimentares. Com a
urbanização do país, valorizou-se cada vez mais a praticidade,
pois houve uma redução do tempo para o preparo dos al imentos, e
também para seu consumo.
Além das transformações no cardápio, também houve mudanças
profundas na forma de se alimentar, com destaque para os
segmentos das populações urbanas que se alimentam fora de
casa. Para atender a uma população com horários de almoço cada
vez mais curtos, surgiram várias opções, tanto a partir da indústria
10
de alimentos, quanto dos serviços - alimentos congelados e pré-
cozidos, os fast-food e self-service , entre outras modalidades.
A alimentação é necessidade primária do ser humano, sendo sua
importância crucial na propagação da espécie.
Com a globalização e a industrialização muitas mudanças foram
introduzidas aos antigos hábitos al imentares, gerando
transformações no esti lo de vida, de praticamente toda população.
Desta forma observamos a entrada no mercado de novos produtos
para atender as exigências al imentares dessa postura populacional
diferente.
Exemplif icando, podemos avaliar o que aconteceu com o consumo
de alimentos enlatados no Brasil, especialmente no caso das
Sopas Campbell 's , mundialmente famosa, e presente em muitos
países.
Apresentando assim nesta minha pesquisa, o estudo para juntos
decifrarmos a razão da mesma não ter no Brasi l o mesmo sucesso
obtido em outros países.
11
CAPÍTULO I
CULTURA ALIMENTAR
1.1 Distanciamento das Origens Alimentares
O padrão alimentar brasileiro tem como característica uma forte
determinação geográf ica e temporal, com o pleno domínio, em
cada região e época do ano, do consumo de alimentos produzidos,
na estação em curso.
Na Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional,
extraímos a seguinte ponderação:
“Com a urbanização do país, valorizou-se cada vez mais a praticidade, a redução do tempo para o preparo dos alimentos, e também o seu consumo. A ampliação das possibilidades de comunicação, com a expansão do sistema de transportes, encurtou as distâncias entre os diferentes mercados e um crescente número de alimentos passou à categoria de produto industrializado. Os consumidores viram crescer as oportunidades de conhecerem alimentos provenientes de regiões distantes, ampliando suas opções de escolha, acelerando-se o intercâmbio de hábitos alimentares entre as diferentes regiões do país, bem como o contato e mesmo adoção de culturas alimentares de outras partes do mundo. Ainda assim, estudos focados no tema do consumo geral e na alimentação em particular mostram que essa tendência à globalização coexiste com o seu oposto, de fortalecimento das diversidades regionais. Alguns estudiosos vão mais além, demonstrando que não necessariamente o global substitui o local, havendo situações de globalização em que as culturas locais e regionais são reafirmadas e as diferenças de culturas alimentares não só persistem, mas podem ser apropriadas pelo mercado.
12
No curso das transformações assinaladas, observou-se a redução do consumo per capita dos produtos mais tradicionais da cozinha brasileira, como o arroz, o feijão e a farinha de mandioca, e o aumento do consumo de carnes, ovos, laticínios e açúcar, além do forte incremento no consumo de alimentos industrializados.“ 1
Então, constatamos a entrada no mercado a indústria dos
alimentos enlatados, que vem reafirmar o que colocamos antes,
como:
a) a vida nas cidades grandes,
b) a necessidade de otimizar tempo no preparo dos al imentos,
c) as refeições deixando de ser um hábito a serem feitas em
família, passando a ser individualizada.
d) o fator econômico incide sobre esta substituição, por que o
arroz e feijão passam a ser trocados pela batata e o
macarrão porque estes custam mais barato, ainda que
representem uma desvantagem no aspecto nutricional.
O estudo Multicêntrico de Consumo Alimentar (NEPA/Unicamp,
1997), real izado pelo ministério da Saúde inicialmente em
Campinas/SP, Curit iba/PR, Goiânia/GO, Ouro Preto/MG e Rio de
Janeiro/RJ, e, depois, também em Belém/PA e Brasília, apresenta
que nos últ imos dez anos, pesquisas sobre padrão al imentar médio
do brasileiro mostram essa tendência, investigando o consumo das
diferentes faixas de renda em cada município, constatou que
1 CONFERENCIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Brasília, 2003. In: Disponível: www. mds.gov.br/backup/institucional; 04/03/2012.
13
dezessete (17) dos vinte e quatro (24) itens de uma cesta básica
foram os mesmos em todos os locais.
“Embora o arroz e o feijão tenham permanecido na lista dos mais consumidos, um conjunto de outros produtos também se destacou, como carne bovina, leite frango, macarrão, ovos, farinha de trigo, pão francês, carne de porco, peixe, bolachas doces, fubás de milho, café, achocolatados, batata e queijo. Observa-se, nesta lista dos mais consumidos, que ao lado de produtos característicos do padrão globalizado, como os achocolatados e bolachas doces, está também o fubá de milho, tipicamente nacional.
É importante mencionar a incorporação de novos hábitos alimentares nos estratos mais pobres da população, o que acorreu não apenas pelo menor custo de algum desses produtos, mas também por força da influência da publicidade sobre as camadas sociais mais pobres. Assim se explica o incremento do consumo de produtos alimentares industrializados nesse segmento.”2
Vale ressaltar, que a cultura al imentar não é algo estát ico, mas um
processo de permanente mutação, no qual pode-se observar
iniciat ivas interessantes, como as tomadas por cadeias – t ipo fast-
food, que oferecem a população, serviços que aproximam o
consumidor da sua necessidade alimentar e que junto ao seu
cardápio convencional, oferecem itens que se igualam as refeições
usualmente servidas em cada região.
O diferencial relevante dos processos atuais é que as
transformações não são mais resultado da chegada de populações
2 IDEM. Pág. 3.
14
de outras regiões ou países, trazendo suas tradições, ou seja, a
inf luência dos povos colonizadores, há o acréscimo de outras
culturas al imentares, advinda de vários países, exemplif icando os
Estados Unidos da América como referência.
Agora a transformação se dá a partir de fatores econômicos e
sociais e com a util ização decisiva dos instrumentos de
comunicação de massa. O resultado é uma homogeneização dos
hábitos al imentares nunca antes experimentadas.
Conforme o exposto, vislumbra uma discussão em torno do que
seja a soberania al imentar do país, condição que só existe quando
os povos são l ivres para decidirem o que será produzido, como
será a produção e o que consumirão, sempre respeitando a cultura
alimentar.
Podemos questionar se está ocorrendo uma perda do patrimônio,
este que representa nossa identidade alimentar ou podemos
estabelecer um contraponto com o caso das Sopas Campbell 's,
que é mundialmente consumida e não ter t ido sucesso no Brasil.
Com base no eminente professor Richard Wilk, da Indiana
University, dos Estados Unidos, em palestra realizada por
videoconferência, sobre os ref lexos da globalização, destaca-se:
“Em termos físicos, é um objeto simples, mas culturalmente e politicamente o hambúrguer é tão complexo e poderoso aparelhos eletrônicos que, que como os telefones estão modificando o mundo.”
O professor avalia ainda que:
“ A culinária é um meio de excepcionalmente fértil, para mostrar como a globalização trabalha, tanto como objeto cultural, quanto fenômeno econômico.
15
... gostos e desgostos são incorporados à cultura uma coisa que sentimos como o gosto de uma comida atravessam aspectos conscientes e inconscientes da cultura.”3
1.2 O Valor da Cultura Alimentar
A cultura al imentar de um povo é a sua marca na história é
importante criar condições para esta sociedade conhecer a sua
história agrícola e alimentar. Essa compreensão traz junto a
valorização dos hábitos al imentares dos seus antepassados
mantendo a tradição.
Este é um processo de trabalho que deve ser vinculado à
educação formal e informal. Para ser desenvolvido nos bancos de
escola, bem como por outros meios, como carti lhas e outras
publicações, programas de rádio, f i lmetes, programas de TV, etc.
É necessário haver uma pesquisa sobre a cultura alimentar
brasi leira, considerando sua diversidade e promovendo, assim, um
resgate desse aspecto patrimonial e cultural acumulado pelo país.
Compreendemos que para a preservação da cultura al imentar a
mesma deve vir associada a outros processos relativos à garantia
das condições de segurança alimentar para o conjunto da
população.
a) o direito inalienável de todas as pessoas terem acesso aos
alimentos,
3 GLOBALIZAÇÃO ATRAVÉS DOS ALIMENTOS. Disponível :In: www. administradores.com.br/informe-se/informativo/globalizaçao-atraves-dos-a ... em 19/03/2012
16
b)ser assegurado por meio da plena condição de aquisição os
alimentos ou de sua produção para autoconsumo.
c) Permitir ao consumidor fazer suas escolhas, sem o
constrangimento de se defrontar com custos que não pode assumir
ou de se ver obrigado a consumir alimentos que não correspondem
a seus hábitos e tradições.
d) o direito do consumidor ser informado sobre o que está
comendo, também uma condição da segurança al imentar, ainda
está longe de ser respeitado, haja vista as poucas informações que
são concedidas.
1.3 A Globalização e a Influência no Hábito Alimentar e na
Saúde
A globalização amplia a diversidade alimentar, por outro também
a reduz. As mudanças na alimentação devem ser entendidas no
contexto sócio-cultural da urbanidade em seus determinantes
objetivos e subjet ivos. Para tanto, de que maneira essa diferente
cultura será absorvida em nosso cot idiano alimentar.
A globalização da economia e a industrial ização exercem um papel
importante, devido a gama de produtos e serviços distr ibuídos em
escala mundial e ao suporte publicitário envolvido. Uma tendência
crescente para o consumo de alimentos de maior concentração é
promovida pela industria de al imentos através da produção de
alimentos saborosos com custos mais baixos. A globalização
atinge a industria de alimentos, setor agropecuário, distr ibuição de
alimentos em rede de mercados de grande superfície e em cadeias
de lanchonete e restaurantes.
17
Os meios de comunicação e o uso do discurso científ ico na
publicidade de alimentos também exercem seu papel no cenário
das mudanças al imentares.
Com base no argumento da Professora Rosa Wanda Diez Garcia,
da Faculdade de Nutrição, Centro de Ciência da Vida, PUC-
Campinas.
“ ... Esta concepção de “tradição da modernidade” interessa particularmente para compreender como a cozinha tradicional se reinstala na cultura mundializada. A existência de uma cultura mundializada no padrão alimentar, a qual não se restringe aos produtos industrializados ou aos restaurantes e lanchonetes de rede, é inegável. A noção de “tradição da modernidade” explica as mudanças que ocorrem na estrutura alimentar contemporânea: os pratos tradicionais ou típicos são transferidos para os restaurantes e instituições e, no âmbito doméstico, são preparados ou encomendados (em restaurantes, rotisserias, e outros prestadores de serviço) apenas em ocasiões especiais como festividades e comemorações. Estes pratos tradicionais, por sua vez, são readaptados às condições atuais, sejam no modo de preparo, seja no produtos industrializados. Há uma simplificação nos procedimentos culinários e uma adaptação aos valores atuais, entre eles os relacionados à saúde e ao corpo. Por exemplo: a feijoada passa a ser feita com partes menos gordurosas do porco – uma adaptação à preocupação com a gordura e a obesidade, a moqueca de peixe passa a ser feita com leite coco engarrafada, os pratos que demandam um preparação nos moldes originais como a galinha a molho pardo, ou ficam localizados nos restaurantes ou são comprados os ingredientes prontos para serem utilizados, sendo pouco provável que a dona de casa mate à galinha, depene-a e processe-a de
18
modo a obter seu sangue para o preparo do molho, procedimento utilizado pelas gerações anteriores.” 4
Desta forma conclui-se que, os brasi leiros estão consumindo mais
produtos industrial izados, constatamos que existe uma facil idade
maior em aderir a novos hábitos e costumes de outros países e
que os produtos industrial izados têm espaço no cotidiano desta
população.
4 DIEZ GARCIA, Rosa Wanda. Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações sobre as mudanças na alimentação urbana. Ver. Nutri. (online). 2003, v. 16, n.4, pp. 483-492. ISSN 1415-5273
19
CAPÍTULO II
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR – SINGLE.
2.1 O Grande Mercado Individual
No mercado consumidor brasileiro, destaca-se a presença, cada
vez mais expressiva, do "single", palavra inglesa incorporada ao
vocabulário do Marketing brasileiro que signif ica pessoa que vive
sozinha.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geograf ia e Estatíst ica -
IBGE, no Brasi l existem 4 milhões de domicíl ios com uma só
pessoa. O single passou a ser um público alvo para algumas
indústrias de al imentos, bebidas, de produtos de higiene pessoal e
de limpeza doméstica. O mesmo censo do IBGE demonstra que as
pessoas estão casando menos e com mais idade, principalmente
com o status de mais r icos da população, e as separações formais
(divórcios e desquites) estão acontecendo mais cedo e em número
maior a cada ano que fora pesquisado.
O supervisor estadual de informações do IBGE na Paraíba,
Lamartine Candeia, aponta para uma importante demanda do
mercado consumidor. No país, o número de brasi leiros que moram
sozinhos dobrou na últ ima década. A estimativa da empresa de
pesquisa de mercado Market Analysis é que até 2016 esta
quantidade aumente para 12 milhões. 5
5 MERCADO ESTÁ DE OLHO NO NICHO DOS “SINGLES”. Disponível 12/03/2012 em : www. abmapro.org.br/page/noticias_clipping _detalhes.asp?id=319.
20
Apostando nesse público muitas empresas passaram a direcionar,
há algum tempo seus investimentos para esse novo f i lão do
mercado. Os produtos e serviços destinados aos consumidores que
moram sozinhos crescem paulat inamente no mercado variando de
alimentos a imóveis, serviços diferenciados nos shoppings
centers e casas de lazer entretenimento até roteiros turíst icos
especiais.
De acordo, com Vivaldo Ferreira em artigo na Revista ABAD,
destacamos:
“Podemos observar que o número de casamentos vai no sentido oposto ao do crescimento populacional, enquanto o número de separações acompanha o aumento da população. Em 1998, as separações já correspondiam a 13% das uniões de "papel passado". Para a advogada Jacyra Pereira da Cunha, especializada em direito da família, as separações não sacramentadas pela justiça, representam pelo menos o dobro das legalizadas, a maior parte ocorrem motivados pela impossibilidade de continuar coabitando com o outro. Ou seja, elas não estão saindo de uma relação para entrar em outra, e sim para viverem sozinhas. São portanto, mais dois consumidores - ou pelo menos um, pois a mulher costuma voltar para casa dos parentes- a engrossar o mercado single. “6
Em seguida, há algum tempo os supermercados fracionam e
acondicionam queijos, frios e outras mercadorias, em pequenas
quantidades para atender a cl ientela de baixo consumo e, muitas
6 FERREIRA, Vivaldo. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR. In: Revista ABAP nº 09/2002. Disponível em www.crativamarkenting.com.br/paginanoticias2.asp?area=Artigos&subarea=Co... Em 12/03/2012.
21
vezes, sem tempo ou paciência para esperar o processamento nos
balcões das seções especial izadas.
Os fabricantes por sua vez, atentos a demanda dos consumidores,
passaram a comercial izar seus produtos em "blisters". Por
exemplo, os frios fatiados pré-embalados seguem uma tendência
mundial de liberar o varejo da tarefa de cortar os produtos. Como
af irma Antônio Batista de Souza, Gerente de Marketing da
Chapecó:
"Além disso, o consumidor tem certeza de que o produto é exatamente aquele que ele pretende comprar e o processo de embalagem em blister aumenta o prazo de validade dos frios fatiados".7
2.1.2 Hábitos Saudáveis
As sopas desidratadas são uma boa pedida para os solitários,
principalmente nos dias de inverno. "São adequadas para aqueles
que preferem à noite, preparar refeições leves e que não requerem
nenhum prévio conhecimento de culinária. Dentro do conceito de
alimentos leves e saudáveis, uma l inha de sopas de aveia foi
lançada pela indústria L. Ferenczi, detentora da marca Ferla,
fornecedora de aveia em f locos,em farelo e de farinha de aveia
para indústria al imentícia.
I lustrando a BFAlimentos que já vende seus patês swif t, em latas
de 100g. e salcichas em latas com apenas cinco (5) unidades, está
preparando uma série de lançamentos dest inados ao mercado
single.
7 Idem, pág. 01.
22
Assim, informa o Diretor Zanone Campos:
“A BF já produz alimentos em embalagens individuais, dentro de suas linhas de marcas próprias para cadeia de supermercados europeus, quase todos são acondicionados em latas, uma exigência do mercado internacional, pois a lata é considerada a embalagem ecologicamente mais correta. Além disso, os enlatados não utilizam conservantes, condenados por uma boa parcela de consumidores do primeiro mundo.”8
2.1.3 A Busca do Single.
Os produtos e serviços dest inados aos consumidores que moram
sozinhos, crescem paulatinamente no mercado variando de
alimentos à imóveis, serviços diferenciados nos shoppings centers
e casas de lazer, entretenimento até roteiros turíst icos especiais
voltados a este grupo.
Uma pesquisa realizada pelo DiamondMall constatou que, além do
interessante poder de compra, os solteiros e descasados têm
hábitos de consumo diferenciados e representam mais de 50% dos
consumidores de shopping, cuja atuação está mais voltada para
solteiros: o perf i l dos seus clientes é composto de 60% de pessoas
classe A/B e 80% desse público não têm f i lhos.
A gerente de marketing do DiamondMall, Li l iane Dutra, explica
que:
8 Idem . pág. 01
23
“O próprio conceito centro de compras e sua localização de fácil acesso são fatores que fazem os shoppings investir também na promoção de eventos para estes consumidores” 9
Ouvir o cl iente é fundamental, saber o que o cliente quer, deseja e
necessita, colocando-o como co-autor dos seus produtos para
então satisfazê-lo. Palavras como do Professor João Batista
Correia, diretor da Mégano Consultoria em Marketing, analisando
que, na luta por um espaço na mente do cliente, buscando atendê-
lo de forma singular, as empresas estão conseguindo que novos
segmentos venham surgindo, com suas característ icas bem
peculiares, como por exemplo, o segmento de indivíduos que
residem sozinhos.
"Vamos encontrar, aí, um dos bons desafios do Marketing, que é o de transformar as expectativas do cliente em produtos e atributos dos seus produtos."10
Avalia ainda, o Professor João Batista Correia que os
classif icados como solteiros (indivíduos que não vivem com a
família) e sobreviventes solitários, são comumente independentes
do ponto de vista econômico-f inanceiro e com razoável poder
aquisit ivo, recomendando que:
"Os profissionais de Marketing devem estar atentos a esses novos nichos de mercado, que representam boas oportunidades com grandes potenciais de consumo, para então desenvolver produtos e serviços específicos para cada um desses segmentos emergentes". 11
9 Idem, pág, 01.
10 Idem. Pág. 2.
11 Idem pág. 2
24
E acrescenta que as decisões de compra desse segmento são
inf luenciadas, na maioria das vezes, pelas características
pessoais, que incluem a idade e o estágio do ciclo da vida,
ocupação, renda, esti lo de vida, personalidade e auto-est ima.
" A importância de estar monitorando o comportamento de consumo desses segmentos já no início de suas manifestações é conseguir, antes que seus concorrentes, ocupar um "lugar" na mente de seus clientes, além é claro, de estarem se atualizando quanto às expectativas e gostos, obtendo a preferência de compra dos seus clientes".
Advert indo para:
“ ... que empresas que, na vanguarda do atendimento desses novos segmentos, oferecem produtos que atendam suas necessidades quanto a volume, cor, sabor e quantidade, garantem significativa fatia desse mercado.” 12
Maior durabil idade e prat icidade solicitado na área dos alimentos
são fatores que crescem a cada dia. É importante ressaltar que as
embalagens individuais, com produtos acondicionados em menores
quantidades e sistemas de uso com maior grau de prat icidade, tem
maior procura.
Sabendo que os solteiros buscam praticidade, a Vilma Alimentos
invest iu R$20 milhões em novos equipamentos para o lançamento
de embalagens inteligentes ( inéditas no mercado brasileiro) com o
objetivo de faci l itar a identif icação e manuseio do produto e seu
cozimento. A embalagem conta com um sistema "abre fácil" e
"fecha fácil", dosador de porções individuais, receitas, informações
sobre os diferentes tempos de cozimento (f irme, al dente ou
12 Idem p. 2.
25
macio), tabela nutricional, modo de preparo ilustrado e a pirâmide
alimentar do Ministério da Saúde, informando ao consumidor a
forma correta de se alimentar.1 3
Essas novas embalagens são resultado de uma demanda dos
próprios consumidores, que não usam todo o pacote durante uma
refeição.
2.1.4 Mercado Atento ao Nicho dos "Singles"
Neste segmento do mercado, podemos ressaltar a indústria
alimentícia Cotochés, no qual, os solteiros fazem parte de um
nicho de mercado diferenciado que consome muito, mas que ainda
está carente de opções de produtos em diversas áreas.
A Cotochés estuda o desenvolvimento de tecnologia que permita
prolongar a durabil idade dos produtos para os que moram
sozinhos, uma vez que levam mais tempo para consumi-los.
Exemplif icando esta modalidade podemos citar o lançamento dos
Queijos em Pedaços (200mg), t ipo Mussarela, Prato e Minas.
A empresa acredita que a tendência na indústria al imentícia é o
desenvolvimento de tecnologia que amplie o prazo de validade dos
produtos.
Atento ao poder aquisit ivo desse mercado cada vez maior vários
segmentos econômicos como indústrias de alimentos,
supermercados, construtoras e empresas de serviços estão
13 Idem, p. 3
26
adequando os produtos para atender às necessidades deste
universo formado por viúvas, mulheres e homens solteiros que
estão adiando os planos de ter uma família, jovens que se
separam dos pais para morar perto da Universidade, descasados
sem f ilhos e até solteiros com namorados que descartam a vida a
dois.
Apesar de t ímidos, já é possível encontrar nas prateleiras de
alguns supermercados produtos com embalagens reduzidas de
arroz, feijão, sabão e de frutas em porção. De acordo com
pesquisas de mercado de varejo, os moradores sol i tários são
responsáveis por 40% do consumo de produtos embalados
individualmente.
A assessoria do Grupo Pão de Açúcar, constatou em pesquisa
junto a seus clientes que na busca de praticidade e conveniência,
esse público está aos poucos criando seus próprios hábitos de
consumo. A estratégia de embalagens reduzidas está pautada no
crescimento deste público, que a cada ano aumenta sua
participação no mercado e busca uma compra mais prática e
ef iciente.
Sabendo da importância desse universo já somos capazes de
af irmar que é um f i lão aberto, mas ainda pouco explorado. As
pessoas que moram sós procuram por pratos prontos e
semiprontos, porções individualizadas de enlatados, frios, frutas,
legumes e reduzidos estes são pontos importantes para este grupo
de consumidores como forma de evitar o desperdício.
27
CAPITULO III
A HISTÓRIA DA LATA: DESENVOLVIMENTO.
Começaremos discorrer sobre o enlatado, para tanto, se faz
necessário contar como surgiu, como são, para que servem, sua
representação e a importância das latas na vida atual.
Af inal como são feitas e como é o enlatamento?
“Ao longo da história da humanidade, a conservação de alimentos sempre foi especial para sobrevivência. Alimentos frescos ou crus são perecíveis,ou seja, ficam impróprios para o consumo depois de curtos períodos de tempo devido à multiplicação de micro-organismos como bactérias, fungos ou vírus e ainda devido à atividade enzimática. Muitos desses micro-organismos são perigosos,pois contaminam os alimentos provocando doenças. O homem passou a buscar formas de conservação de alimentos para que ficassem bons para o consumo mesmo após longos períodos. Métodos tradicionais como secagem pelo sol,salga e congelamento foram utilizados. Ao final do século XVIII, o imperador francês Napoleão Bonaparte ofereceu recompensa para qualquer um que apresentasse uma nova forma de preservação de alimentos. Os métodos tradicionais até então utilizados, não eram suficientes e não aguentavam o tempo necessário para acompanhar o exército em suas batalhas.
A recompensa foi paga a Nicolas Appert o qual descobriu que a aplicação do calor em frascos de vidro e tampados hermeticamente com rolhas de cortiça levavam os alimentos a prazos de validade até então desconhecidos.
Em 1809, Nicolas publicou um livro sobre o tema e foi premiado. Uma cópia de seu livro foi parar nas mãos de Peter Durant, que deu entrada com o pedido de patente em 1810: "primeiramente acondicionamos os alimentos em garrafas ou outros
28
vasilhames de vidros, potes ou recipientes de estanho, ou outros materiais adequados". Esta foi a primeira sugestão de que recipientes revestidos de estanho, a futura lata, poderiam ser usados na conservação de alimentos. Durant vendeu sua patente em 1811 à firma londrina Donkin, Hall and Gamble, que achavam o vidro muito frágil e a cortiça muito porosa. Começaram então a usar recipientes de chapas de ferro estanhadas - na realidade as primeiras latas a serem produzidas. O desenvolvimento da estrutura da lata começou em 1824, pelo inglês Joseph Rhodes, que utilizou um método prático de colocação da tampa e fundo - a recravação- que só muitos anos depois foi largamente utilizado. A maioria do mercado ainda era destinada à campanha de navegação e logo, caravanas e trens passaram a estocar as latas para longas viagens - a comida enlatada tornou-se, então, parte dos hábitos alimentares. A guerra civil americana foi outro fator importante para a expansão da comida enlatada, pois o governo direcionava toda a comida disponível para seus exércitos nos campos de batalha. O aumento da demanda levou, naturalmente, ao aperfeiçoamento dos processos de fabricação das latas e do enlatamento. O primeiro grande passo foi dado em 1847 com a invenção da máquina para impressão gráfica para o corpo das latas, sendo seguida pela invenção das máquinas de lavar latas e pelos sistemas de transporte entre vários estágios das linhas de processo. Em 1896, Max Mas e Julius Brezinger se conscientizaram de que o negócio de produção de latas dependeria do desenvolvimento de métodos mais modernos e rápidos. Após um ano patentearam um processo para produção de 20.000 latas/dia, dispensando a necessidade de soldagem das tampas e fundos das latas, além de aumentar a resistência, abrindo o caminho para o desenvolvimento de linhas de altas velocidades. Em 1874, Ak Scriver inventou a autoclave, que reduziu consideravelmente o tempo de cozimento dos alimentos. Em 1892, surgiu o primeiro abacaxi em lata no Havaí. Entre 1870-1900 o número de enlatadores saltou de menos de 10 para 1800. Em 1930, as latas começaram a se tornar populares. Em 1935, aconteceu o lançamento das primeiras cervejas em lata. Hoje, são milhares os números de
29
latas produzidas e consumidas por dia em todo o planeta. A pesquisa e desenvolvimento em torno das latas são realizados constantemente. Atualmente temos latas de diferentes shapes e tamanhas aplicações para diversos segmentos desde bebidas, alimentos até produtos químicos perigosos, sistemas de abertura super modernos, litografias de alto impacto e muito mais. Hoje, já é realidade, a lata para micro-ondas até então vista como futuro distante. A comida enlatada foi um sucesso entre os marinheiros. As primeiras latas de comida só chegaram às lojas em 1830. Incluíam tomates, ervilhas e sardinhas, mas suas vendas eram lentas, principalmente pelo preço ainda elevado e pela dificuldade de abertura da latas usava-se martelo e talhadeira. O alto preço das latas era atribuído à baixa demanda de mercado e ao método artesanal de fabricação e envasamento. As latas já têm quase 200 anos e continuam cada dia mais atual. Devido à sua praticidade, segurança e baixo custo, estão presentes no dia-a-dia de toda população. A cada dia que passa, os processos de produção envolvidos nesta indústria estão sendo aprimorados para oferecer ao consumidor final sempre as melhores opções.”14
Com esta retrospectiva história poderemos destacar a sua
viabi l idade na uti l ização para o acondicionamento adequado dos
alimentos, visto que, a mesma apresenta qualidades como
resistência, luz, calor e desta forma mantendo os valores nutrit ivos
importantes na composição da dieta do consumidor.
3.1 Embalagens de Aço
14 HISTÓRIA DA LATA: História e desenvolvimento. In: www.abeaco.org.br/lataabeacotexto.html. Disponível em 13/03/2012.
30
Tecnicamente, verif icamos que a embalagem de aço é considerada
uma das melhores formas de acondicionar produtos, é sabido que
pode evitar desperdícios e mantém a integridade de seu conteúdo
no transporte e comercialização. Quando se pensa no transporte
de longa distância ou em condições crít icas, por exemplo, a
embalagem de aço é a primeira a ser cogitada por sua resistência
mecânica
Destaca-se, a versatil idade da embalagem de aço é pois verif icado
um excelente facing de prateleira, podendo ainda se transformar
em um brinde para o consumidor. Podendo conter, desde
produtos delicados como balas e biscoitos f inos até produtos de
uso industrial ,como os óleos lubrif icantes e t intas navais.
Outro benefício da mesma, é totalmente reciclável e conserva
mais propriedade nutrit iva nos alimentos do que os processados
artesanalmente.
Nos processos de fechamento e soldagem, hoje em dia a
fabricação é de até 1,2 mil embalagens de aço por minuto. O
produto quando envasado, por exemplo, o óleo comestível, chega
a alcançar o total de 800 (oitocentas) embalagens de aço por
minuto, sendo este um ritmo impossível de ser alcançado por
outros materiais de embalagem, o que torna um diferencial no
mercado competit ivo.
“Pesquisa recente na Universidade de Cornell , nos Estados Unidos indica que alimentos enlatados conservam mais propriedades nutritivas do que os processados artesanalmente. O aço é barreira contra luz, que destrói ou compromete a integridade de diversos nutrientes dos alimentos.”15
15 Idem.
31
Elas são seguras, modernas, convenientes, duráveis, l ivres de
conservantes químicos e ainda proporciona uma alimentação
saudável a qualquer hora em qualquer lugar.
Destinada a diversos públicos, pois são recicláveis e contêm uma
série de diferentes produtos, al imentos com baixos teores de sal e
açúcar, conhecidos como diet e light, as latas de aço apresentam
uma alimentação balanceada e adaptada ao estilo prático e
moderno. As mesmas, são perfeitas para armazenar desde
salgadinhos até pratos prontos para o consumo, tanto para o
público "single" quanto para a famíl ia.
Os enlatados em sua maioria são fechados hermeticamente e
autoclavados, os alimentos são cozidos na própria lata o que
proporciona ao consumidor alimentos mais saudáveis e nutrit ivos.
As latas de aço são feitas de metal 100% reciclável, desta forma
entendemos que além de serem mais seguras a saúde, elas
também são consideradas embalagem ecologicamente correta.
3.2 Cuidados na Hora da Compra
Os al imentos in natura devem ser cuidadosamente verif icados
pela dona de casa no ato da compra o mesmo cuidado na hora do
alimento enlatado. os alimentos enlatados. Mesmo com tantas
qualidades, deve-se manter alguns cuidados na hora da compra.
Um dos sinais de perigos é as latas estufadas, quando é percebido
que há um invólucro deformado é possível que esteja contidos
32
alimentos em processo de fermentação de micro-organismos e,
portanto, não podem ser consumidos.
Dê preferência ao alimento que foi cozidos à vapor, pois este
uti l iza um método onde menos substancias que podem causar
alergias. Frisamos ainda, bastante cautela para os alimentos que
passam por processos de industrial ização.
Outro cuidado a ser tomado é f icar atento as latas amassadas.
Quando ocorre esse acidente, normalmente no transporte da
industria até o supermercado, pode prejudicar a qualidade do
alimento. Quando se parte a lata, o material que se solta mistura-
se com o al imento. E, em relação as latas amassadas é preciso
verif icar se contem furos, o que pode deixar exposto o conteúdo a
luz, umidade e a poeira acumulada em prateleiras.
3.3 O Processo
O alimento passa por alguns processos até chegar a mesa do
consumidor f inal, o mesmo é colhido e armazenado. Depois é
selecionado, lavado, descascado e cortado. No processo da
industrialização é cozido e resfriado dentro da lata passando
autoclave. Após este processo está pronto para ser embalado e
destinado para a distr ibuição.
Importante se faz citar, a ret icência de alguns consumidores,
quanto ao uso dos enlatados, é o botulismo.
33
Mas segundo prof issionais do setor, pode ser considerado um mito,
o envase da lata precisa seguir todas as normas de higiene e
saúde alimentar.
“Além disso, informações do Ministério da Saúde confirmam que os enlatados são as opções que menos causam problemas alimentares. Entre 1999 e 2009 foram registrados 152 casos suspeitos de botulismo no país, dos quais 60 foram confirmados, sendo 58 deles de botulismo alimentar. Os alimentos mais envolvidos são as conservas vegetais artesanais, os produtos cárneos cozidos, os curados e os defumados de forma artesanal, queijos e pastas de queijos. Dos casos de botulismo alimentar confirmado apenas um terço este relacionado às conservas industrializadas, sendo 65% deles causados por conservas caseiras ou produtos de padarias e restaurantes. É importante ressaltar que as conservas artesanais nunca são embaladas em lata de aço, pois o aço requer processo industrial sofisticado.” 16
Consumo de produtos fora do prazo de validade é sabidamente
que não é recomendável. Algumas reações químicas indesejáveis
podem ocorrer com tais alimentos, como consequência podem
trazer dano da saúde do consumidor, o armazenamento dos
alimentos enlatados devem ser feito em locais secos, frescos e
arejados.
Atualmente, há uma conquista de mais espaço de mercado de
alimentos pelos enlatados, isto se dá por que os mesmos primam
pela qualidade, segurança, imagem em prateleira e isolamento.
16 ALIMENTOS ENLATADOS: é possível fazer parte do seu cardápio? Disponível em: www.enirvana .com.br/blog/alimentos-enlatados-e-possivel-fazer-parte –do-seu-cardápio em 04/03/2012.
34
Passamos a conhecer a história da lata, vimos como surgiu, de que
são feitas, suas praticidades, conveniência, como estão presentes
na vida do consumidor atual, moderno. Consumidor esse que exige
rapidez, sabor, saúde, versati l idade,preço, boa distribuição, prazos
de validade estendidos,visual que chame a atenção dos olhos.
Enfim esse consumidor moderno quer ser bem atendido em todos
os níveis. Num mercado globalizado onde tudo é oferecido por
todos, a diferença se faz no serviço.
A partir de agora vamos conhecer um pouco de como as Sopas
Campbell 's chegaram ao Brasi l, seu desempenho aqui e no mundo.
3.4 Sopas Campbell's no Mundo e no Brasil
3.4.1 A História
A sopa Campbell`s é conhecida e reconhecida mundialmente por
sua alta qualidade no segmento al imentício. Essa marca de valor,
conhecida pelos consumidores em todo mundo vêm de longa data
sendo al icerçada por anos com prof issionalismo, dedicação,
ef iciência com um forte desejo em suprir as necessidades
alimentares do consumidor.
“Tudo começou no ano de 1869, quando o comerciante de frutas Joseph C Campbell e o fabricante de latas Abrahan Anderson fundaram a Joseph A. Campbell Preserve Company, com o objetivo de enlatar tomates, vegetais, condimentos, geléias e carnes em pedaços, na cidade de Candem, estado de New Jersey. Pouco depois em, em 1876, os sócios acabaram dissolvendo a sociedade por divergências e Joseph comprou a parte de Anderson para formar uma outra sociedade com Arthur
35
Dorrance, constituindo a Joseph Campbell & Company, que passou a se chamar, em 1891, Joseph Campbell Preserve Company, sendo conhecida pelo famoso "Beefsteak Ketchup", um molho feito com pimenta preta, vinagre, mostarda, canela e cravo, que podia ser encontrado com ingredientes como cogumelos, anchovas, lagostas, nozes, e feijão de soja. Porém foi somente em 1895 que a empresa lançou as famosas sopas prontas de tomate. Dois anos depois introduziu as sopas condensadas nos sabores de tomate, vegetal e galinha. O químico John Dorrance, sobrinho de Arthur, criou em 1899 um novo método de enlatar sopa, retirando a água, fazendo com que o produto custasse um terço mais barato que os principais concorrentes, barateando os custos de embalagem, transporte e acondicionamento. O novo produto rapidamente se tornou um grande sucesso, pois além de ser barato, custava cerca de 10 cents a lata, era de preparo pratico e fácil. As sopas eram vendidas nas tradicionais latas vermelha e branca. O designer e a coloração das latas foi sugerido pelo executivo da empresa, Herberton Williams, pois eram as cores do time de futebol americano da Cornell University, do qual ele era fã. Em 1902 a empresa já comercializava sopas em 21 variedades diferentes. Em 1905, com as vendas de sopas crescendo rapidamente, a empresa descontinuou a fabricação de outros produtos, focalizando forças somente na produção de sopas. as sopas atingiram distribuição nacional depois de serem introduzidas no estado da Califórnia em 1911. Em 1918, devido a grande demanda para suprir as tropas americanas na Primeira Guerra Mundial, a empresa lançou as sopas de vegetais com carne, que continha altos ingredientes nutricionais. Em homenagem ao sucesso das sopas a empresa resolveu adotar a palavra soup em seu nome oficial: Campbell Soup Company. Em 1930 a primeira subsidiária estrangeira inaugurada no Canadá. A empresa passou a fabricar suas próprias latas em 1936. No ano de 1994 introduziu os novos rótulos vermelhos e brancos. Nesta época, 100 latas de sopas
36
CAMPBELL'S eram compradas por segundo no mundo inteiro.”37
Com tamanho sucesso faz-se necessário mostrar, as varias etapas
do nascimento, crescimento destes produtos. Segue uma linha
do tempo.
“1902 - Lançamento de dois novos produtos enlatados: carne de porco e feijão. 1913 - Lançamento no mercado da sopa de galinha com arroz e a com molho de aipo. 1916 - Lançamento do livro de receitas "Helps for the Hostess", principal responsável pelo aumento do hábito de utilizar as sopas condensadas em várias receitas. 1934- Vários novos produtos foram introduzidos: sopa de creme de cogumelo (Cream Mushroom) e sopa de galinha com macarrão (Chicken Noodle). 1937- Lançamento da sopa de vegetais
1938 - Lançamento do suco de tomate Campbell nacionalmente nos Estados Unidos. 1947 - Lançamento da sopa de creme de galinha (Cream of Chicken). 1964 - Lançamento da sopa com menos sal. 1970 - Introdução das sopas prontas CHUNKY. Essa linha não era condensada e continha pedaços de vegetais e legumes. 1981 - Introdução do molho de tomate para macarrão PREGO. A receita continha ingredientes importados e não demorou muito para se tornar líder de mercado. 1988 - Lançamento da sopa de tomate pronta para comer e das sopas Campbell's Soup to Go, especialmente desenvolvidas para fornos micro-ondas. 1990 - Introdução da sopa de creme de brócolis um dos lançamentos de maior sucesso da empresa. 1999 - Lançamento da linha de sopas Select Soups, com sabores refinados e prontas para o consumo.
17 MUNDO DAS MARCAS. In: http://www.mundodasmarcas.blogspot.com/2010/09/sopas-campbells ... Disponível em 04/03/2012.
37
2002- Lançamento da linha de sopas Campbell's Soup Art Hand, para consumo imediato direto na embalagem. 2003- Lançamento das linhas de sopas Campbell's Chunky and Selects nas versões para micro-ondas.38
3.4.2 O Valor que Representa a Marca de Sucesso
Falar sobre o valor que uma marca representa, nada mais é do que
dizer, de que maneira ela é vista, percebida pelo consumidor, além
disso, levamos em conta nesta l inha de raciocínio, a empresa
trabalha em sua ação estratégica, missão, valor, objetivo.
Especif icamente com a marca CAMPBELL'S para milhões de
famílias representa não apenas sopas, mas conveniência,
qualidade, vanguarda e principalmente sabor.
Representando um valor de marca tão grandiosa, vimos os Astros
de Hollywood, como o ex-presidente Ronald Reagan e o ator e
diretor Orson Welles, foram seus “garotos de propaganda”. O
mesmo se dá com o comediante e apresentador Johnny Carson.
Citamos ainda, o maior expoente da Pop Ar Americana, Andy
Warhol, que ao retratá-las entre os anos de 1963 à 1968, em seus
quadros, imortal izou as embalagens vermelhas e brancas das
sopas CAMPBELL'S , admirados ao redor do mundo.
As crianças, também participaram de forma enfática fazendo
conhecidas a linha Campbell Kids. Essa propaganda começou em
1904 tendo como o i lustrador Grace Wederseim, que desenhou
uma série de pôsteres com crianças brincando. Ocasionando em
deixar estas crianças famosas em 1910 e levando a empresa a
dar como brinde, bonecas miniaturas delas.
18 Idem, pág. 2
38
Como estudo dessa pesquisa tentamos entender, como um
produto com tamanha qualidade, sucesso, prat icidade entre tantas
outras qualidades no segmento al imentício não ter t ido o mesmo
sucesso no Brasil .
3.4.3 Sopas Campbell's no Brasil
Em 1979, a empresa americana decidiu que invest ir no mercado
brasi leiro, isto baseado no sucesso da sopa CAMPBEL'S, ao redor
do mundo, Poe segurança a empresa decidiu associar-se a outra
potência a Gessy Lever, para produzir suas sopas. Como
campanha de lançamento, foi uti l izado o slogan era "Campbell 's
as pedaçudas", usando como estrela a atriz e cantora Lucinha
Lins. Tinha tudo para fazer sucesso, certo? Dois anos depois a
empresa deixava o Brasil.
Como resultado de algumas pesquisas, verif icou-se que as
mulheres brasileiras se sentiam aquém de suas obrigações
domésticas se não servissem à família uma sopa que elas mesmas
haviam preparado, e como a sopa da CAMPBELL'S já vinha pronta
(bastava adicionar um pouco de água), esta seria uma das
explicações para o insucesso.
A revista Exame, uma matéria fala especif icamente deste assunto:
"Quer sopa?", onde num simpósio de Marketing, o palestrante
defende a tese de que no Brasi l, "em se propagandeando, tudo
dá". Af irmando que qualquer produto que fosse sucesso no
exterior aqui também faria sucesso, neste caso resumindo a
importância da uti l ização dos quatro Ps fundamentais: Produto,
Posicionamento, Promoção e Preço.
39
Participando do Simpósio um gerente de Supermercado se
posicionou alegando que por experiência própria, que a proporção
de fracassos e sucessos em lançamentos de produtos era de (sete)
7 para (um)1. Nesse momento, o palestrante desafiou o mesmo
que ele cita-se o nome de um só produto de reconhecimento
mundial que tivesse falhado no Brasil ! No qual ele respondeu
prontamente: A sopa CAMPBELL'S.
Para surpresa na platéia geral, percebe-se que para os
participantes deste Simpósio não sabiam que as sopas Campbell 's
já t inham sido fabricadas no Brasil. Neste momento, o palestrante
tentou argumentar que elas estão disponíveis em algumas lojas
especializadas, mas sempre foram importadas.
“A Campbell's é uma empresa de grande capital. Empresa essa que, fatura 6 bilhões de dólares por ano e está presente em 120 países no mundo, vendendo 100 latas de sopa por segundo. Nos Estados Unidos, seu país de origem, a consagrada sopa de tomate existe há 105 anos e adotou o slogan "Alimento favorito da América". Muita gente aqui no Brasil pode até não ter visto uma lata de sopa Campbells ao vivo, mas provavelmente já viu seu retrato: o artista Andy Warhol a transformou em ícone da pop art nos anos 60 ao pintar uma célebre tela cujo valor é equivalente a muitos milhões de latinhas de sopa.
Um dos fatores primordiais para o iminente sucesso da sopa de tomate seria é claro, o tomate. Naquela época as Fábricas Peixe ganharam a concorrência para fornecer a polpa. A produção ocorreu na unidade de Pesqueira, no interior de Pernambuco. Um especialista da Campbells, um escocês chamado MacAdam, era o responsável por acompanhar rodo o processo da fabricação.O mesmo passava dias e noites na fábrica checando tudo, da higiene dos banheiros aos relatórios de análises laboratoriais. Quando ficava satisfeito com um lote produzido, mister MacAdam pegava um pincel atômico e numerava e assinava cada uma das
40
latas, para ter certeza que nós, descuidados como somos, não as substituiríamos por outras.”··”.
A Sopa passou a fabricar 200.000 caixas. A part ir daí, o produto
foi para distribuição e o comercial de lançamento no ar. Tudo
certo, só que não deu certo.
Após 18 meses, mais precisamente em outubro de 1981, a revista
americana Business Week publicaria uma entrevista com um
psicólogo da Campbells. No qual, ele explica que a empresa
tinha decidido deixar o Brasil, depois de enterrar mais de 2 (dois)
milhões de dólares, porque "a dona-de-casa brasi leira não tem
propensão a mudanças". Segundo ele, nossas mulheres se
sentiriam desvalorizadas no seu papel".2 0
Uma pesquisa havia sido realizada com nossas donas-de-casa.
Onde e mesma deixa claro que as respostas para os quatros P
fundamentais estavam sendo atendidas, mas na prática, ou seja,
na hora do ato consumo e do pagamento, isto não se concret izava.
Em 1981, a Campbells não t inha como reverter este quadro sendo
irreversível, a Peixe compraria 60% das latas de polpa que havia
produzido.
Um questionamento se faz presente, O que poderia ter acontecido?
Segundo o escocês: Mister MacAdam há uma teoria curiosa:
“ ... brasileiro não sabe responder pesquisa, a mulher brasileira, ao ser abordada por um sorridente e simpático entrevistador, havia respondido não o que estava perguntando, mas o que estava
20 Idem, pág. 2
41
imaginando que o entrevistador iria gostaria de ouvir.” 21
Observando esse comportamento, podemos entender porque
tantas pesquisas, principalmente, as corporativas não representam
a realidade. Exemplo disso é, quando são feitas pesquisas de
satisfação em mundos corporat ivos, depois de tabuladas, as
respostas revelam ambientes de trabalho altamente satisfatórios,
só que isso não bate com as opiniões que se ouve pelos
corredores. As pesquisas internas, ou seja, sempre acabam de
uma forma ou de outra mostrando a verdade que a empresa
gostaria de ouvir, isso por medo ou por cortesia, por parte dos
funcionários.
Um outro fator que pode ter contribuído para o insucesso das
sopas Campbells, seria que num país onde temos um cl ima
tropical. O consumo de sopas não ser o alimento mais desejável.
Ponderando também, a época que a sopa foi implantada no Brasil,
1979, a realidade era outra. Uma grande parcela das mulheres
não faziam parte do mercado de trabalho, sendo responsáveis por
cuidar da família em tempo integral, portanto, um produto como a
sopa Campbells, signif icava para as mulheres da época uma
descaracterização do seu papel na famíl ia.
É relevante, entender a divulgação, publicidade, realizada na
época, se estavam de acordo com os desejos da consumidora.
Neste aspecto, é importante perceber o que é valor para essa
mulher naquele momento. Então vale salientar que o enfoque dado
ao comercial pode não ter sido o mais adequado.
21 Idem . pag. 02
42
Concluindo que, por melhor que o produto seja, conhecido
mundialmente, consumido em massa, quando os fatores internos e
externos não são bem compreendidos.
Atualmente, vivemos num mundo globalizado, em tempos onde a
Internet tudo aproxima e agil iza. As empresas devem estar atentas
a tudo que acontece, principalmente as informações necessárias
para que possa at ingir seus objetivos. A informação alinhada a
estratégias corretas é sinônima de sucesso. Para tanto é preciso
estar conectado a esse novo consumidor e mercado que está
despontando. Constatamos que este novo mercado, chamado "de
solteiros" se coloca forte e intenso.
Questionando, vislumbrando este mercado na área alimentícia:
a) o que poderia desejar estes novos consumidores?
b) como satisfazer as necessidades e desejos deste novo
segmento de mercado?
3.4.4 Sopas Campbells X Single
O perf i l deste novo consumidor, que chega, de acordo com a
pesquisa realizada pelo Instituto de Opinião Pública Market
Analysis, na casa dos 7 (sete) milhões, é que eles são mais
exigentes e interessados em uma alimentação saudável e vale
43
ressaltar, que têm poder de compra. Outra novidade neste grupo é
que contrariando o passado, o fast food não é mais sua única
opção. O estudo ainda deixa claro que esse grupo que antes
frequentava fast food (por ser uma opção fácil, rápida e também por
não ter que cozinhar), vem mudando seus hábitos al imentares para
alimentos mais saudáveis. Com isso, os alimentos enlatados vêm
ganhando grande destaque na dieta deste novo consumidor,
Conforme relatado por Thaís Fagury, gerente executiva da
Associação Brasi leira de Embalagem de Aço - ABEACO:
" ... uma alimentação rápida, saudável e saborosa começa a fazer parte da rotina deste grupo e os enlatados são ideais para facilitar o dia-a-dia. Com diversas opções para incrementar o cardápio, esses alimentos atendem a todos os gostos. Frutas, carnes, saladas, doces, derivados do tomate, caviar,café, azeite, entre outros, estão disponíveis no mercado", 22
Discorrendo sobre o tema tão extenso e importante na vida do ser
humano, destacamos diversos pontos a ser considerados, a
história do alimento desde a época colonial, até hoje, estudamos
um produto, a sopa Campbell`s de uma determinada época, aqui
instalando-se não teve a sua aceitação.
Trilhando por estes caminhos, percebendo os novos hábitos
alimentares deste novo consumidor, chegando a época atual, onde
o tempo é muito importante para isso então é preciso que haja um
produto que atenda este consumidor, com a otimização do tempo,
alimento nutrit ivo, saboroso e com preços acessíveis e uma
distribuição de fáci l acesso.
22 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL – enlatada para solteiros: In: http://www. ubaweb.com/revista/g-mascara.php?grc=36191, em 16/03/2012.
44
Percebemos que como perf i l (single) exigente e apurado, essa
nova geração que as empresas precisam atingir.
CONCLUSÃO
Este estudo foi proposto a partir de uma curiosidade sobre o
consumo de al imentos enlatados, especif icamente, as Sopas
Campbell 's. O que poderia ter acontecido para um produto famoso,
saboroso, conhecido e consumido mundialmente não ter t ido
sucesso no Brasil .
Comecei meus estudos pela cultura alimentar do brasi leiro,
iniciando com o início da colonização, entendendo a interação dos
alimentos que já exist iam aqui, da contribuição dos indígenas e o
que foi também acrescido pelos africanos trazidos para o Brasi l
como escravos. De toda essa mistura percebemos que o arroz,
feijão e a farinha de mandioca são produtos tradicionais na cultura
alimentar do brasileiro.
A pesquisa ainda cuida da parte onde o Brasil se urbaniza e com
essa caracterização do novo, tudo começa a mudar. A
alimentação é algo mutável e se adequa as novas situações que
começam a surgir num mundo onde tudo passa a ser mais rápido,
que a otimização do tempo se faz necessária. O hábito de se fazer
as refeições com a família, especialmente no almoço, já não mais
existe. Os horários são variados, e as refeições passam a ser
individualizadas e fora das residências. O mercado do segmento
alimentício percebe esta necessidade e começa a criar condições
para atender a este novo consumidor. Surgindo, os fast foods ,
restaurantes self services , que são uma opção neste vasto
universo. A indústria em si vê neste momento um grande f i lão a
45
desbravar. Notamos a partir de então que os al imentos são
consumidos com maior rapidez, com sabores, nutrit ivos podendo
ser consumidos em qualquer hora, em qualquer lugar.
È importante frisar os enlatados, como fonte de segurança,
resistência e nutrição, o consumo deste alimento usando esta
embalagem, além de ser reaproveitável, é comprovadamente a que
menos agride a natureza. Descobrimos como tudo começou, como
a lata de aço foi descoberta e começou a ser ut i l izada. Ela é de
fácil armazenagem, sendo também transportada com mais
facil idade, e tendo que se ter o cuidado de ser guardada em
lugares secos e arejados.
O al imento nela acondicionado promove uma série de fatores que
levam o consumidor a ter qualidade de vida melhor ao consumi-las.
Depois de toda esta pesquisa, entendemos que as Sopas
Campbell 's t inha tudo para dar certo no Brasil, mas não foi o que
aconteceu.
Entendo que além de não ser o momento mais propício, ela foi
lançada no Brasi l em 1979, quando a mulher não estava
preparada para tal mudança. A pesquisa realizada pela empresa
foi correta, mas as respostas não corresponderam exatamente ao
que as “donas-de-casas” queriam, necessitavam de fato.
Ressaltamos a existência de um novo mercado surgindo na
atualidade que é o SINGLE, este sim voltado para o arrojo,
l iberdade, moderno, onde o sabor, preço, qualidade devem vir
aliados. Este é o novo mercado que se apresenta para as Sopas
Campbell 's que diferentemente do que ocorreu antes, tem tudo
para dar certo na sua invest ida.
46
Entendemos ainda que por mais que um produto seja sucesso fora
do Brasil , tenha consumo mundial reconhecido, quando um
trabalho não é bem realizado, focando agora sobre o processo
especif ico de Marketing, este produto poderá não ter aceitação.
Estar atento ao consumidor, as novas tendências, estabelecendo
ações estratégicas alinhadas ao novo mercado podem ser
indicadores que colocarão um produto em um patamar
diferenciado.
47
BIBLIOGRAFIA
ALIMENTOS ENLATADOS: é possível fazer parte do seu cardápio? Disponível
em: www.enirvana.com.br/blog/alimentos-enlatados-e-possivel-fazer-parte –
do-seu-cardápio em 04/03/2012.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL – enlatada para solteiros: In: 16/03/2012
http://www. ubaweb.com/revista/g-mascara.php?grc=36191.
CONFERENCIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.
Brasília, 2003. In: Disponível: www. mds.gov.br/backup/institucional;
04/03/2012
DIEZ GARCIA, Rosa Wanda. Reflexos da globalização na cultura alimentar:
considerações sobre as mudanças na alimentação urbana. Ver. Nutri. (online).
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