UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · O primeiro experimento (conhecido como...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
GESTÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DOS BIBLIOTECÁRIOS DA UFF
Por Sheyla Vieira Kayat
Orientadora Prof. Adélia Araújo
Niterói 2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
GESTÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DOS BIBLIOTECÁRIOS DA UFF
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão de Recursos Humanos.
Por: Sheyla Vieira Kayat
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me capacitado para vencer essa etapa da minha vida.
Aos meus filhos que sempre acreditaram em mim
4
RESUMO
Este trabalho tem o propósito de trazer aos leitores, uma reflexão sobre a
qualidade de vida dos bibliotecários da Universidade Federal Fluminense
(UFF). Realizamos uma pesquisa bibliográfica exploratória e na seqüência uma
pesquisa descritivo-quantitativa, com a utilização de um questionário que foi
aplicado entre 50 bibliotecários da UFF. Identificar o grau de satisfação dos
funcionários com seu ambiente de trabalho e suas expectativas e motivações
foi o que procuramos mostrar e ainda analisar a importância das relações de
trabalho focada na motivação. Nunca foi tão importante conhecer, identificar as
necessidades e os anseios das pessoas e compatibilizá-las com sua atuação
no trabalho, porque para um bom desempenho profissional é necessário
conhecer e avaliar o “homem” para que novas políticas ou estratégias sejam
estudadas e aplicadas com finalidade de obterem-se melhores e maiores
resultados na produção (criatividade, etc..) e também no atendimento aos
clientes. Por isso, nos utilizamos de alguns importantes conceitos e referências
de autores reconhecidos na área, atualizando o debate sobre o tema, além de
apresentarmos os resultados de uma pesquisa aplicada, que levanta aspectos
interessantes sobre o mundo do trabalho do bibliotecário, que é um profissional
qualificado e exerce um trabalho relacionado à tecnologia da informação,
sendo um pilar importante para os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de
tecnologias diversas e que englobam todos os campos do conhecimento,
principalmente em se tratando de funcionários de bibliotecas de uma instituição
de ensino superior do porte da UFF.
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METODOLOGIA
Este é um estudo de caso que tem caráter exploratório e está embasado em
uma pesquisa bibliográfica. Foram utilizados livros, artigos publicados,
trabalhos acadêmicos, revistas especializadas e um questionário.
Conceitos e informações de diversos autores foram compilados sobre a
evolução da concepção do conceito de qualidade de vida e sobre os desafios
do desenvolvimento das organizações quando confrontadas com a
necessidade de modernizarem-se, levando em consideração a satisfação e
motivação no trabalho, do seu capital humano. Este trabalho centrou-se
principalmente na investigação sobre a importância da Qualidade de Vida para
um grupo de Bibliotecários (da UFF), no que diz respeito ao seu
desenvolvimento profissional, sua atuação e sua capacitação na melhoria da
prestação desse serviço tão complexo.
O questionário, que foi aplicado junto a 50 bibliotecários da Universidade,
compõe-se de 09 itens com 29 perguntas objetivas. As respostas obtidas nos
permitiram fornecer dados quantitativos e qualitativos para ilustrar a realidade
do universo dos bibliotecários da UFF, aprofundando o conhecimento sobre o
tema.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I - Conceito de qualidade de vida 09
CAPÍTULO II - Mudança Organizacional, satisfação
e motivação no trabalho 17
CAPÍTULO III – Estudo de caso – qualidade de vida
Dos profissionais das bibliotecas da Universidade
Federal Fluminense 22
COMENTÁRIOS FINAIS 34
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
ANEXOS 39
7
INTRODUÇÃO
Neste trabalho abordamos, de maneira exploratória, o tema Qualidade de Vida
procurando mostrar a atualidade desse assunto e sua importância na vida atual
no mundo do trabalho.
Enfocamos nossas análises a partir das questões relativas às contribuições e
as limitações geradas na aplicabilidade de procedimentos que melhorem a
produtividade de trabalhadores, porque o objetivo deste trabalho é analisar a
importância da humanização das relações de trabalho focada na motivação,
enquanto instrumento para uma melhor qualidade de vida e satisfação para os
bibliotecários da UFF.
O problema de pesquisa que irá nortear o trabalho é: como adaptar os recursos
humanos em um ambiente de alta complexidade e diversidade para
desenvolver um trabalho eficaz e produtivo.
A hipótese básica de pesquisa é a de que manter o quadro de funcionários
atualizados, capacitados e satisfeitos, são os desafios para o desempenho
pleno das funções essenciais das bibliotecas.
A variável encontrada é que o aperfeiçoamento dos bibliotecários é relevante e
o grau de conhecimento é primordial para execução dos trabalhos, gerando
resultados positivos diante da complexidade dos serviços inerentes à
biblioteca.
A atualidade do tema motivou esse estudo em função da importância da
capacitação e treinamento dos recursos humanos no mundo de hoje, uma vez
que empresas e governos buscam melhorar as competências dos funcionários
no que tange ao seu papel de multiplicador de conhecimentos e habilidades
técnicas, a fim de proporcionar às organizações competitividade e
8
sustentabilidade para acompanhar a velocidade das demandas complexas que
envolvem o trabalho dos bibliotecários.
No capítulo I ao discutir a conceituação de qualidade de vida, procuramos
mostrar a atualidade da discussão sobre as condições físicas e as relações
interpessoais no ambiente de trabalho e como esses fatores influenciam a
qualidade de vida dos atores. Estes têm sido assuntos muito relevantes para a
produção econômica e financeira e também para as questões que envolvem os
serviços públicos em todos os níveis (federal, estadual e municipal), ou seja,
prestação de serviços.
No capítulo II procuramos destacar as argumentações que embasam as
reflexões a respeito das relações entre mudança organizacional, satisfação dos
profissionais e motivação no ambiente de trabalho. Procuramos enriquecer um
dos mais profícuos debates a respeito do tema da busca pela eficiência na
produção ou na prestação de serviços. Este tema foi enfocado durante muito
tempo, sob a ótica da mecanização, ou seja, na necessidade de prover
maquinário moderno que permitisse um aumento na produção ou prestação de
serviços e mais recentemente esta ótica vem mudando de direção, voltando-se
para o ser humano e suas potencialidades.
No Capítulo III, apresentamos como ilustração do tema qualidade de vida, um
estudo de caso, ou seja, aplicamos um questionário e registramos opiniões,
condições de trabalho e perspectivas dos profissionais das Bibliotecas da
Universidade Federal Fluminense (UFF).
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CAPÍTULO I
CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA
Qualidade de vida no trabalho vem se tornando cada vez mais uma
preocupação para as empresas, devido a ligação que existe entre condições
adequadas para a realização de um trabalho e produtividade, ou seja, se a
empresa não oferecer boas condições certamente terá funcionários
desmotivados, e como conseqüência não conseguirá atingir os objetivos por
ela definidos baixando a produtividade.
Nos Estados Unidos originaram-se os primeiros conceitos de qualidade, porém
foi no Japão que ocorreu a revolução da chamada Qualidade Total. O Japão
após a Segunda Guerra Mundial era um país totalmente destroçado e com
apoio dos EUA reestruturaram suas empresas e suas economias. Nessa
época, o Dr. Edwards Deming proferiu várias palestras aos japoneses sobre
controle de qualidade. O povo japonês aderiu às ferramentas de qualidade para
melhoria dos processos de trabalho nas empresas. Desde então, vários
autores começaram a dissertar sobre o assunto. Miranda (1995 apud SILVA,
2005, p.20) define,
“Conceito de qualidade refere-se à adequação ao uso e
ausência de defeitos. As organizações precisam gerar
produtos e serviços em condições de satisfazer as
demandas dos usuários finais (consumidores), sob todos
os aspectos.”
Cerqueira (1994 apud SILVA, 2005, p. 20) conceitua qualidade total como
sendo:
10
“o conjunto de todas as ações de atividades
desenvolvidas numa organização, para que ela atenda às
expectativas de seus clientes ou superior”.
O primeiro experimento (conhecido como Experimento Hawthorne), na tentativa
de correlacionar as variáveis condições físicas de local de trabalho e
produtividade, ocorreu entre 1924 e 1927, na Westerm Eletric Company(WEC).
Esta era uma empresa que sempre manteve um alto nível de salários, boas
condições de trabalho, porém, apesar desses fatores positivos, Homas (1971
apud RODRIGUES, 1995, p. 37) afirma que:
“os pesquisadores concluíram que o resultado negativo foi
obtido não porque a relação (QTV x produtividade)
existisse, mas porque era impossível isolar essas, de
outras variáveis, que entravam em qualquer determinação
de eficiência produtiva... o resultado obtido comprovou a
importância do fator psicológico.”
Ainda, segundo Motta (1985 apud RODRIGUES, 1995, p. 36)
“o homem era encarado como uma unidade isolada, cuja
eficiência poderia ser estimada cientificamente”,
George Elton Mayo, autor do Experimento Hawthorne, iniciou, nova fase desse
experimento em 1927, que foi considerado como um dos primeiros estudos
sobre o comportamento humano no trabalho e que deram origem à Teoria das
Relações Humanas. A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo
Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (National Research
Council), em uma fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no
bairro de Hawthorne, Estados Unidos.
Para Chiavenato (2000), a origem dessa teoria se deu devido à necessidade
de humanização e democratização do trabalho industrial, na tentativa de
libertação dos pressupostos rígidos e mecanicistas das teorias precedentes:
11
Científica (ênfase na tarefa) e Clássica (ênfase na estrutura). A experiência de
Hawthorne é descrita em vasta literatura e é apontada como o primeiro
experimento que buscou correlacionar os efeitos das condições físicas do
ambiente de trabalho sobre a produtividade do indivíduo.
Essa experiência objetivou também, determinar os efeitos produzidos por
mudanças nas condições de trabalho; conhecer os sentimentos e opiniões dos
empregados sobre o trabalho desenvolvido, sobre o tratamento recebido e
ouvir suas sugestões sobre o treinamento de supervisores e conhecer a
“organização informal”. Rodrigues (2002).
O trabalho de Elton Mayo teve principalmente o mérito de demonstrar que o
pagamento ou recompensa salarial, não é o único fator decisivo na satisfação
do trabalhador dentro da situação de trabalho. Ao contrário da Administração
Científica de Taylor, na qual o homem é motivado exclusivamente pelo dinheiro
e pelas recompensas salariais e materiais do trabalho, a experiência de
Hawthorne passou a chamar a atenção para o fato do ser humano ser
motivado por recompensas sociais, simbólicas e não materiais. Chiavenato
(2000).
No entanto, algumas críticas foram feitas a este estudo, sobretudo quanto aos
procedimentos metodológicos adotados. Porém, não se pode desconsiderar o
pioneirismo nos experimentos de Hawthorne, que constituíram uma nova
escola de pensamento e a grande relevância do mesmo para os estudos do
comportamento humano e para a Qualidade de Vida no Trabalho. Rodrigues
(2002).
Ao final da década de 50, do século XX, a Teoria das Relações Humanas
entrou em declínio. Essa primeira tentativa sistemática de introdução das
ciências do comportamento, na teoria administrativa através de uma filosofia
humanística a respeito da participação do homem na organização, gerou uma
profunda reviravolta na administração. Se, de um lado, combateu
profundamente a Teoria Clássica, por outro lado não proporcionou as bases
adequadas de uma nova teoria que a pudesse substituir. Chiavenato (2000).
12
Os anos 80 foram marcados fortemente pela idéia de uma maior participação
dos trabalhadores nos processos decisório das empresas. Isso levou os
trabalhadores a questionarem seus direitos trabalhistas, acarretando dessa
forma, o repensar das organizações na forma de conduta para com seus
empregados.
Nos anos 90, a qualidade de vida no trabalho torna-se foco de programas que
relatam valores ambientais e humanísticos, negligenciado pelo avanço
tecnológico. Segundo (FERNANDES; GUTIERREZ, 1988, p. 47):
“A QVT consiste na aplicação concreta de uma filosofia
humanística pela introdução de métodos participativos,
visando modificar um ou vários aspectos do meio
ambiente de trabalho, a fim de criar uma nova situação,
mais favorável a satisfação dos empregados na empresa”
Atualmente, segundo (LIMONGI-FRANÇA 2004, p. 24):
“a base da discussão sobre o conceito de qualidade de
vida encerra escolhas de bem-estar e percepção do que
pode ser feito para atender às expectativas criadas tanto
por gestores como por usuários de ações de qualidade de
vida na empresa”
Essa mesma autora define que também:
“íntima correlação entre melhoria da Qualidade de Vida
das Pessoas e Estilo da vida dentro e fora da
organização” e que essa melhoria “causará impacto na
excelência e na produtividade dos indivíduos em seu
trabalho” (LIMONGI-FRANÇA 2004, p. 42)
Com isso a qualidade no trabalho seria um ótimo estado de eficiência e eficácia
na ação de todos os elementos que constituem a existência da empresa.
13
A qualidade de vida pode se definir por vários itens que formam um conjunto de
fatores que interferem no desempenho do funcionário. Como definem os
autores: (BOWDITCH; BUONO, 1992, p. 207).
"um conjunto de definições equaciona a QVT com a
existência de um certo conjunto de condições e práticas
organizacionais tais como cargos enriquecidos,
participação dos empregados nos processos de tomada
de decisões, condições seguras de trabalho e assim por
diante. Uma outra abordagem equaciona a QVT com os
efeitos visíveis que as condições de trabalho têm no bem-
estar de um indivíduo (por exemplo, manifestação de
satisfação no local de trabalho, crescimento e
desenvolvimento dos funcionários, a capacidade de
atender a toda a gama de necessidades humanas)"
Uma vez que são vários os fatores que podem vir a intervir nos níveis de
qualidade de vida no trabalho dos indivíduos e que a importância atribuída a
cada um desses difere de uma para outra pessoa ou grupo, fazendo-se
necessário antes de mais nada, realizar um levantamento visando avaliar quais
os níveis atuais de satisfação do grupo alvo em relação aos fatores que
possam intervir em sua qualidade de vida no trabalho, identificando os pontos
críticos. Pereira (2001).
Segundo Limongi-França:
“fatores físicos, tecnológicos e sócio-psicológicos que
afetam a cultura e renovam o clima organizacional,
refletindo no bem estar do trabalhador e a produtividade
das empresas.” Fernandes (1996 apud LIMONGI-
FRANÇA, 2002, p. 299).
A qualidade de vida significa, portanto, entender e procurar atender a pessoa
em suas necessidades integrais relacionadas as dimensões mental, física,
14
social, emocional e espiritual. Sendo assim a definição de qualidade de vida é
tão ampla como a dimensão do ser humano, uma vez que perseguir a
qualidade de vida significa entender e procurar atender a pessoa em suas
necessidades integrais
Para Lacaz (apud SCHMIDT, 2004), o termo Qualidade de Vida no Trabalho
passa por noções de motivação, satisfação, saúde e segurança no trabalho e
envolve recentes discussões sobre novas formas de organização do trabalho e
novas tecnologias.
As oito categoriais conceituais de Qualidade Vida no Trabalho, segundo Walton
(apud BECKER, 2006) são: compensação justa e adequada, condições de
trabalho seguras e saudáveis, oportunidades imediatas para desenvolver e
usar capacidades humanas, oportunidades futuras para crescimento contínuo e
garantia de emprego, integração social na organização, constitucionalismo na
organização, trabalho e espaço total na vida do indivíduo e relevância do
trabalho
Esses aspectos são estudados sob vários prismas: a organização do trabalho
humano como um dos elementos na análise e projeto ergonômicos;
abordagens clínico-verbais em questão de atendimento à qualidade de vida e a
importância do comportamento individual; os distúrbios osteomusculares
relacionados com o trabalho e a complexa natureza psicossocial de seus
sintomas; os próprios fatores psicossociais e qualidade de vida envolvidos em
ações de recuperação, proteção e promoção da saúde; o momento de cuidar
do agravo à saúde, ressaltando a importância da medicina preventiva nos
casos de patologias mentais; além da legislação e os programa de segurança e
saúde do trabalho. Becker (2006)
Rodrigues e Walton (apud PEREIRA, 2001) apontam dois focos importantes
no que chamam de uma definição operacional concreta de Qualidade de Vida
no Trabalho: (1) uma preocupação com o impacto do trabalho sobre as
pessoas, assim como na eficiência das organizações, e (2) a idéia de participar
na resolução de problemas e decisões organizacionais
15
Para Fernandes (apud PEREIRA, 2001), tudo leva a crer que o advento dos
Programas de Qualidade Total tenha igualmente despertado o interesse por
Qualidade de Vida no Trabalho no Brasil, exatamente em função da
globalização do mercado em termos de uma maior abertura para a importação
de produtos estrangeiros.
Se é nas organizações que passamos a maior parte das nossas vidas, natural
seria, que as transformássemos em lugares mais aprazíveis e saudáveis para a
execução do nosso trabalho. Locais onde pudéssemos, de fato, passar
algumas horas vivendo, criando e realizando plenamente – com qualidade,
satisfação e alegria.
Um programa de qualidade de vida no trabalho tem como meta, gerar uma
organização mais humanizada como cita (PILATTI; BEJARANO, 2005, p. 97)
“a idéia de QVT é calcada em humanização do trabalho e
responsabilidade social da empresa, envolvendo o
entendimento de necessidades e aspirações do indivíduo,
através da reestruturação do desenho de cargos e novas
formas de organizar o trabalho, aliado a uma formação de
equipes de trabalho com um maior poder de autonomia e
uma melhoria do meio organizacional.”
Campos (1992 apud CONTE, 2003, p.33) afirma:
“programa de qualidade está na premissa de que somente
se melhora o que se pode medir e, portanto, é preciso
medir para melhorar”
Faz-se necessário avaliar de forma sistemática a satisfação dos funcionários
da empresa, pois, nesse processo de auto-conhecimento, as sondagens de
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opinião interna são uma importante ferramenta para detectar a percepção dos
mesmos.
No capítulo a seguir, dando prosseguimento a essa linha de raciocínio
apresentada até aqui, procuramos resgatar, algumas reflexões de importantes
autores atuais, voltadas para o enriquecimento da discussão a respeito do
tema da humanização no mundo do trabalho na sociedade contemporânea,
tratando especificamente dos conceitos de mudança organizacional, satisfação
e motivação no trabalho.
17
CAPITULO II
MUDANÇA ORGANIZACIONAL, SATISFAÇÃO E MOTIVAÇÃO NO TRABALHO
Nas empresas modernas, alguns autores afirmam que talvez se possa dizer
que a única certeza quanto a seu destino é de que estarão sujeitas a
mudanças constantes.
Corroborando essa afirmativa, temos a seguinte contribuição:
“as principais forças propulsoras da mudança como: a
natureza do trabalho que agora tem que se ajustar a um
ambiente multicultural; a tecnologia que está mudando o
trabalho e as organizações; os choques econômicos que
têm imposto contínuas mudanças às organizações; a
competição agora no âmbito global o que exige
flexibilidade em sua ação, bem como da sua força de
trabalho, além de rápida resposta aos concorrentes; as
tendências sociais e mudanças nos hábitos dos
consumidores e a política internacional que se modifica
rapidamente a cada ano.” (ROBBINS, 2002, p. 526)
As mudanças podem ser ocorrências acidentais ou atividades planejadas,
intencionais e orientadas para resultados. Quanto as planejadas, Robbins
afirma:
“Os objetivos das mudanças planejadas são: buscar
melhorar a capacidade da organização em se adaptar
às mudanças em seu ambiente e visar a mudar o
comportamento dos funcionários. Essas mudanças
18
podem ser classificadas em termos de magnitude como:
de primeira ordem, linear e contínua e de segunda ordem,
que, em contraste, é uma mudança multidimensional,
multinível, descontínua e radical, envolvendo a redefinição
das convicções sobre a organização e o mundo no qual
ela se insere” (ROBBINS, 2002, p. 528)
E continua:
“Os responsáveis pela administração das atividades de
mudança dentro da organização são os agentes. São
pessoas que atuam como catalisadores e assumem a
responsabilidade pela administração das atividades da
mudança e podem mudar a estrutura da organização, a
tecnologia, as instalações físicas e as pessoas”
(ROBBINS, 2002, p. 529).
As organizações deveriam criar condições para que os indivíduos liberem seu
potencial criativo e promovam as “inovações“ necessárias adaptativas a novas
mudanças.
As mudanças enfrentam, ainda, resistências organizacionais e individuais. As
primeiras abrangem:
“a inércia estrutural e do grupo, a ameaça à alocação de
recursos estabelecida, às relações de poder
estabelecidas e a especialização. Já as resistências
individuais abrangem: hábito, segurança, fatores
econômicos, processamento seletivo de informações e o
medo do desconhecido” (ROBBINS 2002, p. 531).
Cesar (2004) explora um pouco mais a questão relativa as resistências
individuais, afirmando que as pessoas que estão nas organizações acabam
vivenciando as mudanças na organização como se fossem mudanças em seus
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próprios esquemas pois, em maior ou menor grau, existe um mecanismo de
identificação entre eles e a empresa.
Vergara indica que:
“A busca do autoconhecimento, certamente conduz ao
autodesenvolvimento.
Ambos, provavelmente lhe permitirão entender suas
motivações e a dos outros e enfatiza que gestores
precisam perceber as mudanças no ambiente para obter o
conteúdo para as suas decisões. (VERGARA,1999, p. 67)
A busca do autoconhecimento desafia as pessoas alcançarem seu padrão de
excelência e estimula as pessoas a sentirem orgulho do que fazem.
Em decorrência disso é importante conhecer identificar as necessidades e os
anseios das pessoas e compatibilizá-los com sua atuação no trabalho.
Conhecer o que motiva as pessoas é fundamental para o sucesso
organizacional, comprovando que o profissional produz mais e melhor quando
se sente feliz e motivado.
Archer nos ajuda a compreender esses aspectos citando Freud, como a seguir:
“uma necessidade é um estímulo que ataca de dentro do
organismo e que atua de forma persistente. A
necessidade fornece energia para o comportamento e sua
fonte é o processo somático interno do corpo no qual
resulta um estímulo representado na vida real como uma
necessidade e quanto mais repetitiva, maior será a
probabilidade da programação de manutenção da
satisfação. Portanto, um indivíduo não estará motivado
para se comportar, a menos que tenha uma necessidade
energizando o seu comportamento.” Freud (apud
ARCHER, 1997, p. 7)
20
Locke afirma que satisfação no trabalho é
“um estado de prazer emocional resultante da avaliação
que um profissional faz sobre até que ponto seu trabalho
apresenta a capacidade de facilitar ou permitir o
atendimento de seus objetivos e valores”. Locke (apud
CODA 1997, p. 88)
Segundo (Coda 1997, p. 89)
“Essa satisfação no trabalho pode ser mensurada, em
relação a uma série de fatores, ressaltando-se dois
considerados básicos: satisfação em relação ao conteúdo
e tipo do trabalho que está sendo realizado e satisfação
dos funcionários de uma organização em relação às
políticas de recursos humanos definidas e que servem de
guia para a gestão desses funcionários.”
Sendo assim os motivos variam de acordo com, expectativas e anseios de
cada pessoa, pois estas realizam atividades, trabalhos por interesses distintos
e possuem comportamentos específicos.
Conforme Davis e Newstrom,
“cada indivíduo tem tendência a desenvolver certas forças
motivacionais como produto do ambiente cultural no qual
vive, afetando a maneira pela qual vive, afetando a
maneira pela qual as pessoas percebem seu trabalho e
encaram suas vidas” (DAVIS; NEWSTROM, 1992, p. 47)
Como a motivação está ligada ao processo de compreensão do
comportamento humano e por serem as pessoas diferentes, a motivação varia
de indivíduo para indivíduo, as necessidades e expectativas variam, produzindo
21
diferentes padrões de comportamento, valores sociais, expectativas e o que é
mais complexo é que estes variam na mesma pessoa ao longo do tempo.
No próximo capítulo, estaremos contextualizando o tema, através da
apresentação de um estudo de caso. Entrevistamos um grande número de
bibliotecários da UFF, valendo-nos de um instrumento de abordagem já
aplicado em outros ambientes de trabalho, que nos trouxe à luz interessantes
indicadores que sugerem que muito há ainda para se debater sobre o tema
enfocado neste trabalho.
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CAPITULO III
ESTUDO DE CASO - QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS DAS BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Neste capítulo apresentamos uma prospecção, através da aplicação de um
questionário relativo à questão da qualidade de vida entre 50 bibliotecários da
UFF, bem como de sua satisfação e motivação. Não realizamos uma análise
do clima organizacional desta Instituição.
Cada indivíduo na organização interage com suas próprias crenças e os
valores da empresa, determinando sua própria dinâmica psicossocial.
Conforme Limongi (1994), essa dinâmica é psico porque é única para cada
indivíduo e social porque é partilhada e reconhecida pelas pessoas que estão
comprometidas com as tarefas, responsabilidades e funções na empresa.
O indivíduo é, por definição, um ser biopsicossocial de complexidade singular.
Limongi (1994).
O biológico, o psíquico e o social contribuem para a construção do indivíduo e
uma esfera influencia a outra – uma perturbação funcional pode levar o
indivíduo a rever sua posição no trabalho, suas atividades e relações sociais. O
inverso é, igualmente, verdadeiro: o psíquico e o social podem ter
conseqüências biológicas.
O biológico envolve fatores herdados geneticamente e/ou adquiridos durante a
existência do indivíduo, inclusive aspectos endócrinos metabólicos de
resistência e vulnerabilidade física.
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Já o psicológico considera os processos perceptivos, afetivos emocionais,
simbólicos, cognitivos e intelectuais conscientes ou não que caracterizem o
indivíduo.
O social consiste em toda interação ocorrida com os referenciais culturais como
valores, normas e sanções.
Os três componentes da dinâmica biopsicossocial reproduzem relações de
busca de satisfação e fuga do indesejável, o que ocasiona, por um lado, uma
tensão realizadora e, por outro, frustração. Os impactos são incorporados no
indivíduo. Isso tudo constrói, simultaneamente, a história do corpo dentro do
limite de ser, sentir e reagir.
O ponto ressaltado foi justamente essa percepção dos indivíduos. Conforme
constatado, a influência da esfera indivíduo justifica as diferentes percepções
sobre o clima organizacional.
Para alguns bibliotecários, o clima estava adequado enquanto para outros não,
ou seja, as disfunções nem sempre podem ser vistas pelo lado organizacional
e sim do indivíduo.
Essas percepções individuais são definidas por Robbins como:
“o processo pelo qual os indivíduos organizam e
interpretam suas impressões sensoriais, com a finalidade
de dar sentido ao seu ambiente. O comportamento das
pessoas baseia-se na sua percepção de realidade e não
na realidade em si. O mundo como é percebido passa a
ser o mais importante quando se trata de
comportamento”. (ROBBINS, 2002, p. 118)
E os fatores que a influenciam, continua Robbins:
“Os fatores que influenciam essa percepção são: o
observador, o alvo e a situação em si. No observador,
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influenciam suas atitudes, suas motivações, seus
interesses, sua experiência e suas expectativas. Na
situação, o momento, o ambiente de trabalho e o
ambiente social. E no alvo, a novidade, o movimento, os
sons, o tamanho, o cenário e a proximidade” (ROBBINS,
2002, p. 118)
Acadêmicos, consultores e profissionais são unânimes ao concordar que as
organizações contemporâneas atuam num mercado de muitas mudanças e
que, para serem competitivas, devem criar ambientes propícios à
aprendizagem. As pessoas, por sua vez, percebem a importância do
conhecimento para o seu desenvolvimento e crescimento profissional.
Ambas as partes – organizações e pessoas – teriam, portanto, o objetivo
comum de buscar a aprendizagem como referência para as relações que
estabelecem no trabalho. Isso ocorre porque gerar e gerir conhecimento
pressupõe processos de aprendizagem, única forma de se promover
integradamente o desenvolvimento individual, coletivo e organizacional.
Como o tema tratado está diretamente ligado aos bibliotecários, cabe inclui a
visão de bibliotecário de Scortecci (SCORTECCI, 2005, p. 87)
“Tem um papel importante de mediador entre o homem e
o conhecimento registrado, pois atua nas mais diversas
áreas das ciências, da pesquisa científica à extensão
cultural, no apoio ao ensino e aprendizagem, da educação
infantil à pós-graduação. É um disseminador de
informação registrada que atua no mercado de trabalho
difundindo o hábito da leitura e incentivando o uso da
informação em seus múltiplos suportes. Alem de
especialista no tratamento da informação, ‘e responsável
pela democratização do acesso a mesma, contribuindo
para o desenvolvimento social e os avanços científicos e
tecnológicos.”
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Os 50 bibliotecários da Universidade Federal Fluminense foram investigados
com o intuito de fazer-se uma verificação sobre a importância da humanização
das relações de trabalho focada na motivação, enquanto instrumento para uma
melhor qualidade de vida e satisfação para estes bibliotecários. O questionário
utilizado foi obtido a partir do trabalho de pós-graduação (mestrado) de Evaristo
Quinino de Medeiros Neto (2003).
As variáveis utilizadas foram:
1. dos fatores de condições de trabalho: limpeza, arrumação, segurança e
insalubridade;
2. do fator de saúde foram: assistência ao funcionário e
educação/conscientização;
3. do fator moral foram: identidade na tarefa, relações interpessoais,
reconhecimento/feedback, orientação para pessoa, garantia de
emprego; condições de emprego;
4. do fator de compensação foram: salário e benefícios;
5. do fator de participação foram: criatividade, recuperação de idéias
dadas, capacitação;
6. do fator comunicação: Conhecimento de metas, Fluxo de informação;
7. do fator imagem da instituição: Identificação com a instituição, imagem
interna e imagem externa;
8. do fator relação chefe-subordinado: Apoio sócio emocional, Orientação
técnica, Igualdade de tratamento, Gerenciamento por exemplo;
9. do fator organização do trabalho: Inovações/ métodos/processos,
Grupos de trabalho, Variedades de tarefas, Ritmo de trabalho.
A seguir, apresentamos a tabela com a compilação das respostas, a leitura dos
dados ilustrados por 09 (nove) gráficos, com análise de cada um.
26
TABELA
Conforme mostrado abaixo, na tabela com os resultados, verifica-se que nos
utilizamos de uma escala de 1 a 5 para graduação das fatores e das variáveis
dos fatores acima descritos.
FATORES VARIÁVEIS 1 2 3 4 5
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Limpeza 5 9 3 23 10 Arrumação 1 11 5 23 10 Segurança 3 14 8 20 6 Insalubridade 16 12 11 10 1 Total condições de trabalho 25 46 27 76 27
SAÚDE Assistência ao funcionário 6 14 17 10 3 Educação/Conscientização 4 11 17 14 3 Total Saúde 10 25 34 24 6
MORAL
Identidade na Tarefa 0 1 4 26 19 Relações Interpessoais 0 2 3 24 22 Reconhecimento/Feedback 0 6 7 28 9 Orientação para pessoa 1 3 11 25 8 Garantia de Emprego 0 1 1 19 25 Total Moral 1 13 26 122 83
COMPENSAÇÃO Salário 2 19 7 19 3 Benefícios 2 22 11 16 1 Total Compensação 4 41 18 35 4
PARTICIPAÇÃO
Criatividade 0 3 12 24 9 Recuperação de idéias dadas 0 4 14 24 8 Capacitação 0 10 6 25 8 Total Participação 0 17 32 73 25
COMUNICAÇÃO Conhecimento de metas 2 12 11 14 10 Fluxo de informação 2 13 15 13 6 Total Comunicação 4 25 26 27 16
IMAGEM DA INSTITUIÇÃO
Identificação com a instituição 1 5 5 25 14 Imagem interna 0 11 11 24 5 Imagem externa 1 9 14 27 6 Total Imagem da Instituição 2 25 30 76 25
RELAÇÃO CHEFE-SUBORDINADO
Apoio sócio emocional 1 5 6 17 20 Orientação técnica 0 2 9 18 21 Igualdade de tratamento 1 4 7 14 23 Gerenciamento por exemplo 1 3 6 16 24 Total Relação Chefe-
Subordinado 3 14 28 65 88
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Inovações/ métodos/processos 2 11 11 19 7 Grupos de trabalho 2 5 13 21 8 Variedades de tarefas 1 4 13 25 8 Ritmo de trabalho 1 2 9 21 16 Total Organização do Trabalho 6 22 46 86 39
27
13%
23%
13%38%
13%
Gráfico 1: Condições de Trabalho
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
Assim, nos resultados obtidos com a pesquisa aplicada aos bibliotecários da
UFF, tem-se que no que concerne às condições de trabalho (gráfico 1) que
39% dos bibliotecários estão satisfeitos com seu trabalho, sendo que 12%
estão muito insatisfeitos e 23% estão insatisfeitos, o que resulta em 35% do
total dos pesquisados.
Já quanto ao fator saúde e suas variáveis (grafico 2), percebe-se que os
bibliotecários pesquisados se mantém neutros em sua maioria (35%), porém há
quase um empate entre os insatisfeitos (25%) e os satisfeitos (24%), o que
demonstra uma divergência na compreensão de cada funcionário da UFF.
Neste quesito temos também apenas 6% muito satisfeitos e 10% muito
insatisfeitos.
28
10%
25%
35%
24%6%
Gráfico 2: Saúde
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
No mais, temos ainda o fator moral (gráfico 3), neste há uma coalizão de
entendimentos, pois 34% dos pesquisados se dizem muito satisfeitos e 50%
satisfeitos, sendo que apenas 5% se dizem insatisfeitos com este fator na UFF
e 11% apresentam-se neutros. E o mais interessante, nenhum funcionário se
disse muito insatisfeito no fator moral.
0%
5% 11%
50%
34%
Gráfico 3: Moral
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
29
Já no que se refere a compensação (gráfico 4), tem-se que 40% se consideram
insatisfeitos e 4% muito insatisfeitos, levando em conta as variáveis analisadas,
ou seja, criatividade, recuperação de idéias dadas, capacitação. No mais, 18%
se consideram neutros e 35% se consideram satisfeitos, havendo neste fator,
4% muito satisfeito.
4%
40%
18%
34%4%
Gráfico 4: Compensação
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
Quanto ao fator participação(gráfico 5), temos que 49%, a maioria, se diz
satisfeito com a participação que possui junto a UFF em sua função. No mais,
17% se consideram muito satisfeitos com suas participações; 12% se
consideram insatisfeitos e 22% se consideram neutros. Novamente não há
nenhum participante que se considere muito insatisfeito.
30
0%
11%
22%
50%
17%
Gráfico 5: Participação
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
Quanto à comunicação (gráfico 6), há quase um empate entre os neutros 27%,
satisfeitos 28% e insatisfeitos 25%, sendo que o restante dos pesquisados, são
16% muito satisfeitos; 4% insatisfeitos.
4%25%
27%28%
16%
Gráfico 6: Comunicação
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
31
Já quanto ao fator imagem da instituição (gráfico 7), tem-se que 48 % estão
satisfeitos, 16% muito satisfeitos; 19% neutros; 16% insatisfeitos e 1% muito
insatisfeitos.
1%
16%
19%
48%
16%
Gráfico 7: Imagem da Instituição
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
Analisando a relação chefe-subordinado (gráfico 8), percebe-se que o clima
organizacional da empresa é bom, o que reflete na qualidade de vida destes e
em sua motivação e satisfação, tendo em vista que estes se mostram
satisfeitos.
Assim, temos que 44% dos pesquisados estão muito satisfeitos com a relação
que possuem com seus chefes ou subordinados; sendo que apenas 6% se
sentem insatisfeitos, não havendo nenhum muito insatisfeito; 21% são neutros
e 29% são satisfeitos.
32
2%
7%14%
33%
44%
Gráfico 8: Relação Chefe/Subordinado
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
O último fator analisado nesta pesquisa é a organização do trabalho (gráfico 9)
e quanto ao mesmo os pesquisados indicam que 43% estão satisfeitos; 20%
muito satisfeitos; 23% são neutros; 11% são os poucos insatisfeitos e 3% são
os muito insatisfeitos.
3%
11%
23%
43%
20%
Gráfico 9: Organização do Trabalho
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Neutro
Satisfeito
Muito satisfeito
33
Finalmente, uma leitura detalhada dos dados nos leva a inferir que os
bibliotecários da UFF, sentem-se bastante satisfeitos com as condições de
trabalho em geral, mostrando-se mais insatisfeitos com a questão salarial.
34
COMENTÁRIOS FINAIS
Neste trabalho procuramos mostrar que a busca da qualidade de vida no
trabalho constitui um ponto vital, não só para a realização do homem no
trabalho, mas também, em toda sua existência.
Sem dúvida o tema abordado é de extrema importância para o sucesso das
bibliotecas da UFF, pois para um bom desempenho profissional é necessário
conhecer e avaliar o nível de motivação e satisfação dos bibliotecários para
que novas políticas ou estratégias sejam implantadas ou discutidas garantindo
assim uma melhor qualidade de vida para os bibliotecários desta Universidade.
Apresentamos primeiramente, um histórico do surgimento da discussão
acadêmica sobre os conceitos de qualidade de vida e mais especificamente, os
desdobramentos e aspectos científicos sobre a de qualidade de vida no
trabalho.
Entretanto, não há como abordar o tema qualidade de vida no trabalho sem
mencionar a motivação no trabalho. Por isso, desenvolvemos no segundo
capítulo, uma seleção das principais considerações disponíveis na literatura
atual, sobre mudança organizacional, satisfação e motivação no trabalho, onde
observamos que a importância da atenção ao capital humano atualmente, é
tendência global e fundamental para melhor desempenho das empresas –
públicas ou privadas, no Brasil e no mundo.
As análises dos resultados da pesquisa do nosso estudo de caso, foram
desenvolvidas no terceiro capítulo. Os dados mostram que os bibliotecários
pesquisados, estão em sua maioria satisfeitos com seu trabalho (39%). Ao
mesmo tempo em que 35% do total mostraram-se insatisfeitos.
35
As variáveis trabalhadas nos fizeram perceber que há entre eles, uma
divergência na compreensão de cada um, sobre suas crenças e as da
instituição. Em sua maioria mostraram-se insatisfeitos em relação à variável
compensação (criatividade, recuperação de idéias, capacitação) 40% - vide
gráfico 4.
A UFF, por ser uma instituição de ensino onde os clientes das bibliotecas são
professores, estudantes e pesquisadores, parece estabelecer um ambiente
agradável para seus funcionários, uma vez que 49% deles responderam estar
satisfeitos na variável participação (vide gráfico 5).
A satisfação demonstrada pela variável participação é acompanhada pela
variável relação chefe/subordinado, onde 44% dos entrevistados mostraram-se
muito satisfeitos. (vide gráfico 8) que por sua vez parece resultar na satisfação
com a organização do trabalho, onde pode-se ver no gráfico 9, que 44% deles
declararam-se muito satisfeitos.
Somando-se ao que foi exposto nos parágrafos anteriores, a análise dos dados
apresentados nos gráficos 1, 2, 3, 6 e 7, podemos afirmar que dentre os nove
itens escolhidos para dimensionar a qualidade de vida no trabalho, somente na
variável compensação mostrou um grau alto de insatisfação dos bibliotecários.
Frente a isso se pode inferir que os bibliotecários da UFF, malgrado não
disporem de recursos de treinamento, capacitação, humanização,
modernização de equipamentos, etc. sentem-se satisfeitos com as condições
de trabalho em geral, mostrando-se insatisfeitos particularmente, ou somente
ou mais agudamente com a questão salarial.
Este resultado, de certa forma surpreendente, pode denotar um comodismo do
funcionalismo público, estando os bibliotecários acomodados com as condições
de trabalho atuais, o que não os leva a demandar por melhor qualidade de vida
no trabalho, condição tão importante apresentada pela literatura aqui
analisadas.
36
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