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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA X INDISCIPLINA ESCOLAR Josete Cavalcante da Silva Orientadora: Profª. Fernanda Canavez Rio de Janeiro Outubro/2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA X INDISCIPLINA ESCOLAR

Josete Cavalcante da Silva

Orientadora: Profª. Fernanda Canavez

Rio de Janeiro

Outubro/2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

INTERVENÇÃO PSICOPEDÁGOGICA X INDISCIPLINA ESCOLAR

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como

requisito parcial para obtenção do grau de especialista em

Psicopedagogia.

Por: Josete Cavalcante da Silva

Rio de Janeiro

Outubro/2012

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por me propiciar o privilégio da vida e por

me conceber a oportunidade de cursar uma pós-graduação e me especializar como

Psicopedagoga.

Agradeço, à minha orientadora Prof.ª Fernanda Canavez pela sua atenção e

por compartilhar o seu conhecimento, pois através dele foi possível concretizar este

trabalho.

Agradeço imensamente aos meus amigos e colegas da faculdade, pelo

incentivo e por me motivarem em diversos momentos. Amigas que fiz e que vou

levar eternamente comigo. E aos amigos que passaram por essa minha trajetória e

os que ficam, muito obrigada, por participarem dessa conquista.

Agradeço imensamente, ao meu namorado Rafael, pela ajuda, paciência e

compreensão que teve comigo durante os últimos meses.

Agradeço à minha família, pela força que me deram, pois sem eles eu não

teria chegado, aonde cheguei. Em especial a minha mãe Maria das Graças, ao meu

pai José Rildo da Silva e a minha querida irmã Bianca Cavalcante da Silva.

À conclusão deste trabalho, só foi possível devido à essas pessoas que

colaboraram e estiveram presentes no meu caminho, me possibilitando concretizar

mais uma etapa da minha vida.

À todos, muito obrigada!

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DEDICATÓRIA

A minha mãe Maria das Graças,

com todo o meu carinho e amor.

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EPÍGRAFE

“A criança e o adolescente são páginas em branco onde se inscrevem os princípios da vida, são uns barros moldáveis, uma argila de modelagem, que vai se transformar pela mão dos adultos na obra prima de um vaso artístico ou na figura grotesca de uma vasilha de excrementos” (PIAGET, 1994).

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RESUMO

Este estudo objetivou conhecer melhor a atuação do psicopedagogo nas

causas, os motivos e os principais determinantes da indisciplina escolar. O

conceito de indisciplina escolar, que teve como referencial teórico baseado em

Vasconcellos (2000), Aquino (1996), Piaget (1977), Porto (2011) entre outros

autores. Júlio Aquino, afirma que a ausência de limites, instituídas na educação

familiar dos pais, tem como consequência, crianças indisciplinadas, rebeldes e

desobedientes.

O indivíduo que não obteve um bom desenvolvimento manifesta na escola,

ou fora dela, um comportamento inadequado, que muitas vezes são julgados

indisciplinados. O psicopedagogo deve olhar o sujeito, em todas suas

dimensões como, seus limites e possibilidades. Sendo assim, objetivou-se

nesse estudo analisar o fenômeno da indisciplina na escola e suas implicações

nos processos de aprendizagem dos discentes a partir do olhar

psicopedagógico, visando o estabelecimento da relação dialógica entre aluno,

família e escola

Palavras-chave: Indisciplina. Aprendizado. Psicopedagogia.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que tem uma dimensão histórica sobre

a atuação do psicopedagogo na questão da indisciplina escolar, na qual os dados

serão coletados em fontes secundárias de livros, revistas e artigos, que abordam a

intervenção psicopedagógica na indisciplina escolar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................. 09

CAPÍTULO I - Conceituar as ações do Psicopedagogo sobre a indisciplina escolar e o desenvolvimento moral...............................................................

13

CAPÍTULO II - Caracterizar os principais determinantes da indisciplina escolar ..........................................................................................................

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CAPÍTULO III - Discutir o papel do Psicopedagogo, da escola e da família, na condução dos processos de desenvolvimento e da indisciplina escolar

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3.1 – Indisciplina Do Aluno ..................................................................... 25

3.2 – Indisciplina Do Professor .............................................................. 26

3.3 – Indisciplina Da Escola ................................................................... 27

3.4 – Indisciplina Da Família .................................................................. 27

CONCLUSÃO ............................................................................................... 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 31

ÍNDICE ......................................................................................................... 34

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INTRODUÇÃO

Durante o a pós-graduação, tive uma disciplina chamada Psicopedagogia

Institucional, onde tive que fazer um trabalho em uma escola filantrópica e pude

observar e aprender muito. O que mais me chamou atenção foi a indisciplina dos

alunos em uma turma da 2ª série do ensino fundamental. As professoras se

recusavam a dar aula nessa turma, devido o comportamento dos alunos. Eram

crianças muito agitadas, que falavam palavrão, batiam nos amiguinhos e não tinham

um bom desempenho.

Depois de algumas semanas participando do cotidiano dessas crianças, elas

demonstraram em alguns momentos ser dóceis e carinhosas comigo, começaram a

contar sobre o relacionamento e o convívio com os pais. Eles diziam que seus pais

não lhes davam muita atenção e ficavam sozinhos em casa ao sair da escola.

Contudo, cheguei a conclusão que as brigas e intrigas que ocorriam em sala

de aula era um comportamento indisciplinado, mas que fazia parte do seu dia a dia,

ou seja, ele não se comportava daquela maneira apenas na escola, mas com todas

as pessoas que faziam parte do seu convívio e meio social.

Escolhi o tema, intervenção psicopedagógica e indisciplina escolar, pois

gostaria de entender um pouco mais porque crianças carentes de afeto, atenção e

carinho, em sua maioria são tão indisciplinadas. Pretendo estudar quais os principais

determinantes da indisciplina escolar e de que maneira o psicopedagogo pode

intervir.

Qual o significado da palavra indisciplina? Segundo o dicionário Aurélio

(1986), “indisciplina é um ato ou dito contrário à disciplina”. A indisciplina sempre

existiu na escola, mas nos últimos anos tem crescido bastante, e tem se tornado um

assunto constante entre os pais, a escola e os professores, (GARCIA, 1999, p. 101).

Para La Taille, (2001, p. 23) limites e regras devem ser impostos tanto pela

família quanto pela escola. A família deve educar o seu filho de forma que, quando

disser um “não”, deve explicar o porque do “não”, deixando claro que a criança tem

um limite que não pode ultrapassar.

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Desta forma quando a criança chegar pela primeira vez na escola e conhecer

as regras, ela já vai estar consciente do que pode e do que não pode fazer. Com

isso ocorre a construção do respeito entre o aluno, o professor e a família.

(VASCONCELLOS, 2000, p. 102)

No processo de aprendizagem, onde o indivíduo atinge a sua autonomia, ele

passa a ter consciência sobre seus atos e responsabilidades. A responsabilidade

pelos atos é proporcional à intenção e não apenas pelas consequências do ato

(PIAGET, 1994, p. 36).

Nos últimos anos, podemos perceber as mudanças da sociedade como: a

economia em crise; o desemprego em alta; a escola que não muda o seu processo

de ensino; o professor confuso e angustiado com a situação; e a família que trabalha

mais para manter o sustento da casa e não tem tempo para dar atenção e educar os

filhos, jogando esta responsabilidade para a escola, (VASCONCELLOS, 2000, p 19).

Vasconcellos (2000, p. 20) afirma que hoje, na atualidade, com a

modernidade e a tecnologia avançada, as crianças se tornaram mais independentes

e menos obedientes à autoridade dos adultos. Isso porque elas estão expostas a

diversos fatores externos e internos da sociedade que a levam a um comportamento

indisciplinado.

Segundo Aquino (1996, p.46) a indisciplina não é uma responsabilidade

integral da escola, este é apenas um dos fatores que o compõe, sendo a família o

principal responsável.

A educação pode representar um meio facilitador de socialização, pois os

valores e regras sociais são abordados de modo crítico auxiliando o indivíduo a

cumprir essa tarefa. Por outro lado, é importante observar que existe em relação à

educação, uma certa cultura moralista na qual os valores são repassados de modo

sistemático a outras gerações, como formas de condutas que precisam ser utilizados

em decorrência de momentos anteriores vivificados por seus pais e/ou

antepassados. Porém, se por moral, entendemos um conjunto de normas e regras

destinadas às relações dos indivíduos numa comunidade social, o seu significado,

função e validade não podem deixar de variar historicamente nas diferentes

sociedades (VAZQUES, 1996, p.32).

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Com o objetivo geral de apontar alguns fatores que contribuem com a

indisciplina na escola, e no que isso interfere no desenvolvimento da criança,

pretendo trabalhar com os seguintes objetivos específicos:

Conceituar as ações do Psicopedagogo sobre a indisciplina escolar e o desenvolvimento moral.

Caracterizar os principais determinantes da indisciplina escolar.

Discutir o papel do Psicopedagogo, da escola e da família, na condução dos

processos de desenvolvimento e da indisciplina escolar.

Podemos observar que as crianças chegam à escola, com ausências de

comportamentos educativos mínimos e cada vez mais sem limites, visto pela fala de

gratidão, respeito, e cumprimento de regras que deveriam ser trabalhadas em casa

pela família. O que se configura na ausência de valores e regras ou com presença

de valores e regras contraditórias no seio de uma mesma sociedade. (LA TAILLE,

1998, p. 07).

La Taille (1998, p. 22) nos diz que a indisciplina em sala de aula não se deve

essencialmente a falhas psicopedagógicas, pois está em jogo o lugar que a escola

ocupa hoje na sociedade, o lugar que a criança e o adolescente ocupa, bem como o

lugar que a moral ocupa.

A indisciplina escolar não é um fenômeno que surgiu nos dias atuais, mas ao

longo das últimas décadas. A diferença da indisciplina de hoje para os anos

anteriores, é que ela está evoluindo com uma nova característica, como a violência

nas escolas, conforme Garcia (1999, p. 101).

Para Estrela (1992, p. 16) a indisciplina é um dos problemas mais antigos

encontrados na escola. Ela pode ser entendida como negação da disciplina, ou

como quebra das normas ou regras estabelecidas pelo grupo. Estrela (1992, p. 66)

também ressalta para a sensibilidade que os docentes devem ter sobre as ações de

indisciplina que são manifestadas em sala de aula.

Aquino (1996, p. 46) questiona a responsabilidade dos pais e da escola, e diz

que os papéis estão sendo invertidos. A escola deve tratar o indivíduo como um todo

e a família deve determinar os limites e as ações, pois a responsabilidade de educar

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é dos pais e não dos professores. Para De La Taille (1996, p.139), as crianças

devem ter um limite em suas ações, pois através de limites impostos, os pais vão

obter o respeito das crianças, que se faz necessário para sua educação.

Para Aquino, “a indisciplina escolar apresenta, atualmente, expressões

diferentes, é mais complexa e criativa, e para os professores, parece mais difícil de

equacionar e resolver de um modo efetivo”. (AQUINO, 1999, p. 103).

Para La Taille (1996, p.11), seguindo uma perspectiva piagetiana, defende

que se a disciplina for entendida como comportamento regidos por um conjunto de

normas, traduzidas em duas formas como: a revolta contra essas normas e o

desconhecimento delas, essa definição demonstra que a indisciplina traduz-se como

forma de desobediência ou desconhecimento das regras.

Segundo Vivhessi (2009), numa pesquisa realizada pela revista Nova Escola

e Ibope em 2007 com 500 professores de todo o país revelou que 69% deles

apontavam a indisciplina e a falta de atenção entre os principais problemas da sala

de aula.

Portanto, esse trabalho é uma maneira de contribuir no ensino-aprendizagem

do indivíduo. Direcionada aos professores, pais, escolas e todos os meios que a

indisciplina escolar e a intervenção psicopedagógica estão incluídas. Contudo,

espero contribuir na reflexão do assunto e na busca de solução para esses

problemas.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que tem uma dimensão histórica sobre

a indisciplina escolar; na qual os dados serão coletados em fontes secundárias, tais

como: livros, revistas e artigos, que abordam o tema.

Irei pesquisar autores, como: La Taille; Piaget; Vygotsky; Aquino; Nádia

Bossa; Vasconcellos; Olívia Porto; Jorge Visca, entre outros que mostram soluções

e ações pedagógicas para o desenvolvimento do aprendizado com relação à

indisciplina. Vou citar outros autores como Aquino (1998), Piaget (1994), Porto

(2011), Vasconcellos (1996), Visca (1991), Garcia (1999) e Estrela (1992). Os dados

serão analisados através de um paralelo entre o pensamento dos autores e serão

interpretados numa perspectiva pólitico-pedagógica.

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CAPÍTULO I

CONCEITUAR AS AÇÕES DO PSICOPEDAGOGO SOBRE A INDISCIPLINA

ESCOLAR E O DESENVOLVIMENTO MORAL

Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa, em 1946,

por J. Boutonier e George Mauco, com direção médica e pedagógica. Estes Centros

uniam conhecimentos da área de Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, onde

tentavam readaptar crianças com comportamentos socialmente inadequados na

escola ou no lar e atender crianças com dificuldades de aprendizagem apesar de

serem inteligentes, atendiam também, problemas de aprendizagem. Naquela época

acreditava-se que a maior parte dos problemas de aprendizagem escolar, eram

oriundos de fatores orgânicos. (BOSSA, 2000, p. 39).

A psicopedagogia tem como objetivo de estudo a aprendizagem humana, que

surgiu de uma demanda as dificuldades de aprendizagem, colocada em um espaço

pouco explorado, situado além dos limites da Pedagogia e da Psicologia. Como

essas duas áreas de conhecimento não são suficientes para formar o corpo teórico

da Psicopedagogia, recorre-se a outras áreas como: Linguística, a Psicanálise, a

Sociologia, a Filosofia, a Neurologia, que embasam a dão forma teórica prática

psicopedagógica e temos então várias faces e múltiplos olhares. (PORTO, 2011, p.

7).

Para Bossa (1994, p. 25):

[...] no momento, a validade da psicopedagogia, como corpo teórico organizado, não lhe assegura a qualidade de saber científico, devendo-se fazer realmente ainda muito no sentido de ela sair da esfera empírica e poder vir a estruturar-se como tal.

Segundo Bossa (2000, p. 26), devido à complexidade do seu objeto de

estudo, são importantes à psicopedagogia conhecimentos específicos de diversas

outras teorias, as quais incidem sobre os seus objetos de estudos, por exemplo: A

psicanálise encarrega-se do mundo inconsciente, das representações profundas,

operantes por meio da dinâmica psíquica que se expressa por sintomas e símbolos,

permitindo-nos levar em conta a face desejante do homem; A psicologia social

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encarrega-se da constituição dos sujeitos, que responde às relações familiares,

grupais, institucionais, em condições socioculturais e econômicas específicas e que

contextuam toda a aprendizagem; A epistemologia e psicologia genética se

encarregam de analisar e descrever o processo construtivo do conhecimento pelo

sujeito em interação com os outros e com os objetivos; a linguística traz a

compreensão da linguagem como um dos meio que caracterizam o tipicamente

humano e cultural: a língua enquanto código disponível a todos os membros de uma

sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e historiado de acesso a

estrutura simbólica; A pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo

ensino aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina; fundamentos

na neuropsicologia, possibilitando a compreensão dos mecanismos cerebrais.

Para Porto (2011, p.8), nesta ampla gama de conhecimento, é que a

psicopedagogia vai se constituindo e se perfilando com uma complexidade do seu

objeto de estudo, aprendizagem humana. O psicopedagogo sendo um profissional

multiespecialista em aprendizagem humana que congrega conhecimentos de

diversas áreas a fim de intervir nesse processo, com uma intervenção

psicopedagógica, pode assumir uma feição preventiva ou terapêutica, relacionando-

se com equipes ligadas aos campos de saúde e educação, terapêutica e

institucional, respectivamente.

Assim, para Bossa (2000, p. 67):

(...) a psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, culturais, orgânicos e pedagógicos que interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que resgatem o prazer de aprender em sua totalidade, incluindo a promoção da integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no universo educacional do aluno.

Segundo Porto (2011, p. 91), “(...) entende-se como atendimento

psicopedagógico clínico a investigação e a intervenção para que se compreenda o

significado, a causa e a modalidade de aprendizagem do sujeito, com o intuito de

sanar as dificuldades. A marca diferencial entre o psicopedagogo e outros principais

profissionais é que seu foco é o vetor da aprendizagem, assim como o neurologista

prioriza o aspecto orgânico; o psicólogo, a “psique”; o pedagogo, o conteúdo

escolar”.

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Pode-se concluir que o campo da atuação da psicopedagogia é a

aprendizagem, e sua intervenção é preventiva e curativa, pois se dispõe a detectar

problemas de aprendizagem e “resolvê-los”, além de preveni-los, evitando que

surjam outros. No enfoque preventivo, o papel do psicopedagogo é detectar

possíveis problemas no processo ensino-aprendizagem; participar da dinâmica das

relações da comunidade educativa, objetivando favorecer processos de integração e

trocas; realizar orientações metodológicas para o processo ensino-aprendizagem,

considerando as características do indivíduo ou grupo; colocar em prática alguns

processos de orientação educacional, vocacional e ocupacional em grupo ou

individual. Estando claro o que é psicopedagogia e qual a sua área de atuação,

cabe-nos refletir sobre os recursos que o psicopedagogo utiliza para detectar

problemas de aprendizagem e neles intervir. (PORTO, 2011, p.93)

Assim, para Bossa (2000, p. 67):

(...) a psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, culturais, orgânicos e pedagógicos que interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que resgatem o prazer de aprender em sua totalidade, incluindo a promoção da integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no universo educacional do aluno.

Ações do Psicopedagogo:

Segundo Bossa (2000, p. 42), a presença de um psicopedagogo no contexto

escolar é essencial e sua intervenção inclui:

Orientar os alunos e pais;

Buscar instituições parceiras, envolvendo toda a comunidade;

Acompanhar a implementação e implantação de nova proposta metodológica

de ensino;

Auxiliar os educadores e consequentemente à toda comunidade aprendente;

Colaborar no desenvolvimento de projetos, planejamento e oficinas

psicopedagógicas;

Promover encontros socializadores entre corpo docente, discente,

coordenadores, corpo administrativo e de apoio e dirigentes.

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Segundo Porto (2011, p. 91) “(...) tanto na clínica quanto na instituição, o

psicopedagogo atua intervindo como mediador entre o sujeito e sua história

traumática, ou seja, a história que lhe causou a dificuldade de aprender... no

entanto, o profissional não deve fazer parte do contexto do sujeito, já que ele está

contido em uma dinâmica familiar, escolar ou social. O profissional deve tomar

ciência do problema de aprendizagem e interpretá-lo para a devida intervenção,

Com essa atitude, o psicopedagogo auxiliará o sujeito a reelaborar sua história de

vida, reconstruindo fatos que estavam fragmentados, e a retomar o percurso normal

de sua aprendizagem. Assim, o trabalho clínico do psicopedagogo se completa com

a relação entre o sujeito, sua história pessoal e sua modalidade de aprendizagem.

Já o trabalho preventivo pretende evitar os problemas de aprendizagem, utilizando-

se da investigação da instituição escolar, de seus processos didáticos e

metodológicos. Enfim, analisa a dinâmica institucional com todos os profissionais

nela inseridos, detectando os possíveis problemas e intervindo para que a instituição

se reestruture”.

Conceito de Disciplina:

Segundo Garcia, nos últimos anos a indisciplina tem sido o assunto que vem

ganhando um espaço destacado no meio escolar, no meio familiar e na sociedade. A

indisciplina escolar se firma como uma questão complexa a ser resolvida a partir dos

anos 90. (GARCIA, 1999, p. 101)

Garcia (2000, p. 51) sugere duas matrizes latinas associadas ao termo

disciplina. De um lado o termo “discipulus”, originado do verbo “capere”, que

descreve um indivíduo em situação de aprendizagem, que se apropria de algo que

lhe é mostrado. E de outro lado uma matriz que seria o verbo disco, significado de

aprender ou tornar-se familiarizado. Dessas duas matrizes deriva o sentido de

disciplina como seguir ou acompanhar.

Para Garcia (1999, p. 101):

“o conceito de indisciplina apresenta uma complexidade que precisa ser considerada. Um entendimento suficientemente amplo do conceito de indisciplina escolar precisa integrar diversos aspectos. É preciso, por exemplo, superar a noção arcaica de indisciplina como algo restrito à dimensão comportamental. Ainda, é necessário pensá-la em consonância com o momento histórico desta virada de século”.

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Segundo La Taille (1996, p. 122), desde cedo à criança aprende que há

limites a serem respeitados, e aos poucos ela própria vai compreendendo que as

regras são como contratos estipulados para que todas as partes sejam beneficiadas.

Para La Taille (1996, p. 09):

[...] “as crianças precisam sim aderir a regras e estas somente podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os „limites‟ implicados por estas regras não devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo: o que não poderia ser feito ou ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentido positivo, o limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum espaço social, como a família, a escola, e a sociedade como um todo”.

É através do processo de socialização, que a criança começa a interagir na

sociedade. Um dos objetivos mais importantes do processo de socialização consiste

em que as crianças diferenciem o que é considerado correto e o que é incorreto em

seu meio, ou seja, que elas construam conhecimentos e valores morais. Esse

resultado é obtido através de um processo de construção de valores, normas e

regras sociais, e um processo que tende a favorecer o desenvolvimento moral da

criança. (PIAGET, 1977, p. 321).

Conceito de Desenvolvimento Moral:

Segundo Piaget (1977, p. 310), durante toda vida o indivíduo, passa por três

estágios distintos, são eles: anomia, heteronomia e autonomia. A evolução de um

estágio para o outro depende, principalmente, dos fatores relacionados às

experiências, das relações interpessoais que o ser humano estabelece com a

sociedade, o seu ambiente familiar e o seu círculo de amigos. Desta forma, pais,

professores e escolas, devem ficar mais atentos sobre o ambiente e o tipo de

aproximação, que se estabelece nas relações sociais.

Ao nascer, a ausência das normas e das regras define a anomia, ela é a

primeira fase, a pré-moral, que vai até os cinco anos de idade. A palavra anomia tem

origem grega e vem de “a + nomos”, que significa ausência, falta, privação,

inexistência e nomos quer dizer lei, norma. Portanto, anomia significa falta de lei ou

ausência de norma de conduta. Na fase da anomia, é natural ver na criança

pequena o egocentrismo, pois ainda não existem regras e normas. Um exemplo

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disso é o bebê que quando está com fome, chora e quer ser alimentado na hora. As

necessidades básicas determinam as normas de conduta. Já no indivíduo adulto,

essa fase se caracteriza na pessoa que não respeita as leis, pessoas, normas ou

regras. Na medida em que a criança cresce, ela vai percebendo que a sociedade

tem suas regras, então ela vai fazer essa descoberta através das brincadeiras com

as crianças maiores, que são úteis para ajudá-la a entrar na fase de heteronomia.

(PIAGET, 1977, p. 316)

Em seguida vem a fase heterônoma e logo após a fase autônoma. Essas

fases se sucedem sem constituir estágios propriamente ditos. Através desse estudo,

vamos verificar que existem adultos em plena fase de anomia e muitos ainda na fase

de heteronomia. (PIAGET, 1977, p. 313).

Segundo Piaget, (1994, p. 117).

[...] o ponto de vista moral, a cooperação leva não mais à simples obediência às regras impostas, sejam elas quais forem, mas a uma ética da solidariedade e da reciprocidade. Essa moral caracteriza-se, quanto à forma, pelo desabrochar do sentimento de um bem interior independente dos deveres externos, ou seja, por uma progressiva autonomia da consciência, prevalecendo sobre a heteronomia dos deveres primitivos.

Segundo Piaget (1977, p. 318), na heteronomia, o certo é o cumprimento das

regras e qualquer interpretação que esteja diferente disso não corresponde a uma

atitude correta. A responsabilidade pelos atos é avaliada de acordo com as

consequências das ações e não pelas intenções da pessoa, que obedece às normas

por medo da punição e na ausência da autoridade ocorre à desordem, a indisciplina.

A moralidade autônoma, o indivíduo adquire a consciência moral. Os deveres são

cumpridos com consciência de sua necessidade e significado, ele possui princípios

éticos e morais.

A autonomia possui dois aspectos, o moral e o intelectual. A autonomia moral

se dá através de um conjunto de regras e valores que conduz e orienta o indivíduo

em sua sociedade, e a autonomia intelectual é que com o passar do tempo se

estabelece os seus princípios morais. (PIAGET, 1997, p. 323).

Piaget afirma que a moralidade que uma criança aprende a respeitar, é

transmitida pela grande parte dos adultos, da família com quem ela convive, por isso

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que as normas, já chegam elaboradas, mesmo que não sejam na medida de suas

necessidades e interesses, elas tem que se adaptar a situação imposta. (PIAGET,

1994, p. 23).

A educação moral pode ser representada como um meio facilitador de

socialização para as crianças, pois os seus valores e regras sociais são abordados

de modo crítico auxiliando o indivíduo a cumprir essa tarefa. Então é de grande

importância observar que existe uma cultura moralista na qual os valores são

repassados de modo sistemático as gerações, como formas de condutas que

precisam ser utilizadas em decorrência de momentos anteriores, vivenciados por

seus pais e/ou antepassados. Portanto entendemos que a moral é um conjunto de

normas e regras destinadas às relações dos indivíduos numa sociedade.

(VAZQUES, 1996, p. 56).

A moral é um conjunto de regras e de condutas que caracterizam as

imposições e proibições que o indivíduo impõe sobre ele em relação as suas

atitudes e decisões. A consciência moral atua na tomada de decisões relacionadas

ao comportamento e a personalidade da pessoa, pois ela necessita tomar decisões

relacionadas a si próprio e a outras pessoas, de forma que seja responsável e

consciente por suas atitudes, assumindo as consequências de tais decisões. O

discernimento promove a relação entre os meios e os fins que auxiliam na distinção

de reações e atitudes morais e imorais. (PIAGET, 1996, p. 40).

Para Puig (1995, p. 32), educação moral é uma forma de desenvolver e

caracterizar a moralidade como uma identidade humana através de um trabalho,

reflexão e ação que parte das circunstâncias que cada indivíduo se encontra no seu

dia a dia. A moralidade é mais um elemento na idéia de educação, pois desta

maneira o ser humano constrói sua personalidade tanto moral quanto intelectual. A

dimensão moral dá direção e sentido ao ser humano como um todo.

Segundo Piaget (1996, p. 37):

[...] agir moralmente bem não é a mesma coisa que agir de acordo com a regras sociais ou mesmo as leis que nos cercam, se assim fosse não precisaríamos dessa moral dessa coisa chamada moral, todos os povos tem suas regras suas leis e para ser “bom” ou “correto” bastaria segui-las.

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Segundo Puing (1995, p. 45), os meios e os elementos que contribuem para

a construção da personalidade moral são os problemas da sociedade, a cultura

regional, os meios de experiência moral e os recursos morais individuais.

O desenvolvimento moral é de grande importância no processo de

moralização e socialização da família, pois esta relação de obdiência das crianças

com o adulto é a favor do desenvolvimento da sua personalidade, através da

integração das crianças com a sociedade e com o mundo, para que ela alcança a

sua própria autonomia. Isso ocorre porque o adulto procura compreender o ponto de

vista da criança e procura estabelecer e manter uma comunicação de igual para

igual, mas a relação entre eles permanecem hierarquisadas, proporcionando apenas

o respeito da criança pelo adulto. (PIAGET, 1973, p. 63).

O procedimento mais conhecido de educação moral é aquele que recorre

exclusivamente ao respeito unilateral, onde o adulto impõe suas regras e as faz

observar a uma coação espiritual ou em parte material. Esse procedimento encontra

sua aplicação mais sistemática no domínio da disciplina escolar tradicional.

(PIAGET, 1996, p. 12).

Para Vasconcellos (2004, p. 172).

[...] a disciplina consciente e interativa pode ser entendida como o processo de construção da auto regulação do sujeito e/ou grupo, que se dá na interação social pela tensão dialética adaptação-transformação, tendo em vista atingir conscientemente um objetivo, qual seja, disciplina é essencialmente autodisciplina e auto-organização.

A indisciplina apesar de ser identificada por algumas pessoas como sendo um

obstáculo no cotidiano escolar e no trabalho pedagógico, por outros é entendida

como favorável ao processo de ensino e de aprendizagem quando trabalhada de

modo adequado pelo professor. (VASCONCELLOS, 2004, p. 182).

Sendo assim, vamos ver no próximo capítulo, os principais determinantes da

indisciplina escolar.

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CAPÍTULO II

CARACTERIZAR OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA INDISCIPLINA

ESCOLAR

Para Garcia (1999, p. 101) “a indisciplina tem sido intensamente vivenciada

nas escolas, apresentando-se como uma fonte de estresse nas relações

interpessoais, particularmente quando associada a situações de conflito em sala de

aula. Mas, além de constituir um “problema”, a indisciplina na escola tem algo a dizer

sobre o ambiente escolar e sobre a própria necessidade de avanço pedagógico e

institucional. Trata-se de uma questão, portanto, a ser debatida e investigada

amplamente. Atendendo a esta preocupação, o presente artigo traz uma reflexão

sobre a indisciplina escolar na educação básica, partindo de algumas considerações

conceituais, para então comentar algumas formas atuais de expressão da

indisciplina, bem como suas principais causas. Ao final, traz algumas ponderações

sobre a dimensão preventiva em nível de escola”.

Garcia diz que (1999, p. 104):

“A indisciplina escolar não apresenta uma causa única, ou mesmo principal. Eventos de indisciplina, mesmo envolvendo um sujeito único, costumam ter origem em um conjunto de causas diversas, e muito comumente reflete uma combinação complexa de causas. Esta complexidade é parte do perfil da indisciplina e deve ser considerada, se desejamos compreendê-la e estabelecer soluções efetivas”.

Segundo La Taille (1996, p. 25), as crianças precisam aderir às regras, que

implicam valores e formas de condutas, e estas somente podem vir de seus pais,

dos professores ou da escola. Os limites implicados por estas regras não devem ser

apenas interpretados no seu sentido negativo, o que não pode ser feito ou

ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentido positivo através da

escola, da família ou da sociedade como um todo.

Para Aquino (1996, p.47), a família e a escola são as duas instituições

responsáveis pela educação num sentido amplo. O processo educacional depende

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da articulação desses dois âmbitos institucionais. Um não substitui o outro e vice

versa. Se tanto para a família quanto para a escola são as principais responsáveis

pela formação da criança e do adolescente, é preciso que haja coerência entre

princípios e valores de uma e outra, evitando confrontos entre alunos, escola,

professores e família, o que favoreceria a rebeldia e a indisciplina dos alunos.

Portanto, as transformações que o mundo está passando são frutos da

história do homem. Entende-se que a indisciplina é gerada em resposta às várias

mudanças que são ou não bem quistas por eles; que a disciplina é o resultado do

processo educativo, o qual deve objetivar a formação do indivíduo, respeitando suas

diferenças e, ao mesmo tempo, proporcionando condições para integrá-las,

adquirindo assim, resultados positivos nas relações pessoais. (VASCONCELLOS,

2000, p.41).

É importante que a família defina que tipo de escola ela deseja que seu filho

estude, e que conheça os métodos e regras disciplinares da instituição de ensino.

Também é importante para a escola conhecer quais os valores e expectativas dos

pais, para que ela possa saber atuar nas concepções que permeiam tais

expectativas favorecem o entendimento entre ambos, uma vez que a escola e

família são duas instâncias nas quais as crianças passam a maior parte de suas

vidas. (AQUINO, 1996, p. 82).

Segundo Aquino (1996, p. 98), é impossível negar, a importância e o

impacto que a educação familiar tem, do ponto de vista cognitivo, afetivo e moral,

sobre o indivíduo. Entretanto, seu poder não é absoluto e irrestrito.

Para Piaget (1994, p. 47):

[...] a criança e o adolescente são páginas em branco onde se inscrevem os princípios da vida, são uns barros moldáveis, uma argila de modelagem, que vai se transformar pela mão dos adultos na obra prima de um vaso artístico ou na figura grotesca de uma vasilha de excrementos.

Embora o fenômeno da indisciplina seja um velho conhecido de todos nós, a

sua relevância teórica não é tão nítida assim. A origem da indisciplina escolar pode

estar em diversos fatores, uns ligados às questões relacionadas ao professor na

sala de aula, outros focados nos alunos, outros centrados nas famílias dos alunos,

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outros gerados pelo processo pedagógico escolar, e outros contra o contexto

escolar. (AQUINO, 1996, p. 40)

Vasconcellos (2003, p. 58) diz que:

[...] o professor desempenha neste processo o papel de modelo, guia referência, mas os alunos podem aprender a lidar com o conhecimento também com os colegas. Uma coisa é o conhecimento “pronto”, sistematizado, outro, bem diferente, é este conhecimento em movimento, tencionado pelas questões da existência, sendo montado e desmontado. Aprende-se a pensar, ou, se quiserem, aprende-se a aprender.

Para Sampaio (2011, p. 28) “...sintomas e comportamentos infantis se

apresentam com tal intensidade, que fica difícil para um professor distinguir

distúrbios de problemas de aprendizado. É uma tarefa complicada diferenciar os

limites que os separam um do outro, cabendo ao professor apenas detectar as

dificuldades que se apresentam em sala de aula e investigar as causas de forma

ampla, incluindo aspectos orgânicos, neurológicos, psicológicos, psicológicos e

possíveis problemas oriundos do meio em que vive. Agindo assim, o educador

estaria facilitando o encaminhamento ao especialista mais adequado, que ajudará a

criança, tratando seus problemas”.

Enfim, embora que o tema seja complexo, não podemos perder a esperança

de solucionar a indisciplina escolar. Vamos, ver no próximo capítulo, o papel do

psicopedagogo, da escola e da família, na condução dos processos da moralidade e

da indisciplina escolar.

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CAPÍTULO III

DISCUTIR O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO, DA ESCOLA E DA FAMÍLIA, NA

CONDUÇÃO DOS PROCESSOS DA MORALIDADE E DA INDISCIPLINA

ESCOLAR

Hoje, a vida numa sociedade, exige o cumprimento das regras e normas,

capazes de nortear as relações entre o psicopedagogo, escola e família,

possibilitando o diálogo, a cooperação e a troca entre membros deste grupo social.

A escola, por sua vez, também necessita de regras e normas orientadoras do seu

funcionamento, e para que seja possível essa convivência entre os diferentes

elementos que nela atuam. Portanto, nesse sentido as regras deixam de assumir a

característica de instrumentos de obediência e, passam a ser compreendidas como

condição necessária para o convívio na sociedade, desse jeito o disciplinador é

aquele que educa, oferece parâmetros e estabelece limites. (REGO, 1996, p. 42).

A indisciplina escolar não apresenta uma única causa, ou mesmo principal,

ela apresenta diversas causas, cada uma com sua gravidade. Eventos de

indisciplina ocorrem todos os dias, mesmo envolvendo uma única pessoa ou mais

de uma, sua origem costuma ser em um conjunto de fatores relacionados ao

comportamento, condutas e atitudes. Esta complexidade é uma parte do perfil da

indisciplina e deve ser considerada, afim de, estabelecer soluções efetivas para os

alunos. (GARCIA, 1999, p. 101).

A indisciplina é vista como um ato ou sinal de rebeldia ou desacato, que é

traduzida como desobediência, às vezes agressividade ou falta de limites. Portanto,

vendo por este lado, as regras são impostas e imprescindíveis as normas

estabelecidas para cada aluno. Então deve-se observar que o conceito de disciplina

está associado à tirania, a regras e limites. Sendo assim, apresentar condutas

indisciplinadas pode ser entendido como falta de limites ou regras, que desafiam os

padrões vigentes, se opor à tirania muitas vezes presente no cotidiano escolar.

(REGO, 1996, p. 85).

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La Taille (1996, p.9) analisa que:

(...) regras e limites devem ser estabelecidos para a s crianças, e estas somente podem vir de seus educadores, professores ou dos seus pais. Os „limites‟ implicados por estas regras não devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo, o que não poderia ser feito ou ultrapassado. Estas também devem ser entendidas no seu sentido positivo, ou seja, o limite situa e dá consciência de posição ocupada dentro de algum espaço social como, a escola, a família e a sociedade como um todo.

3.1 - Indisciplina do aluno:

Muitas vezes o ato indisciplina está relacionado à atitude dos alunos, como

por exemplo, não obedecer às ordens estabelecidas pela escola, falar ao mesmo

tempo junto com o professor atrapalhando suas aulas, responder o professor com

grosseria, brigar com os colegas ou mesmo com o professor. A sociedade mudou

muito e a família também, o aluno de hoje é diferente, mas algumas escolas

continuam com seus métodos de ensino e pensamentos antigos. Desta forma, o

comportamento indisciplinado do aluno sinaliza que algo na escola não está

ocorrendo de acordo com suas expectativas e estes estariam reivindicando

mudanças necessárias para que se realize o objetivo da escola, que é uma

educação de qualidade e que desperte o interesse do aluno pelo aprendizado e pelo

ambiente escolar. Segundo Aquino (1996, p. 20) "estamos em outro tempo e

precisamos estabelecer outras relações". O aluno precisa ter consciência do meio

que está inserido.

O sujeito que não se sente integrado ao processo ensino-aprendizagem da

escola, provavelmente apresentará comportamentos que causam preocupação à

escola, em suas manifestações que surgem na forma de indisciplina ou rebeldia.

(VASCONCELLOS, 2000, p.36).

Contudo, fazendo uma comparação das brincadeiras e da infância que eu tive

com as brincadeiras atuais, podemos ter uma visão de como era a nossa educação

há 20 (vinte) anos atrás para o momento atual em que vivemos, onde brincar de

amarelinha, pique-esconde, queimado, pique-bandeira, entre outras brincadeiras,

que eram mais sadias, divertidas e havia uma integração maior com outras crianças.

E hoje, essas brincadeiras foram substituídas pela internet, jogos, games, facebook,

MSN e outros tipos de redes sociais, transformando as crianças em indivíduos

sedentários e acomodados com esta nova ferramenta que é a internet.

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3.2 - Indisciplina do professor:

De acordo com Garcia (2000, p.91) a percepção social dos professores sobre

a indisciplina nas escolas é ainda mais delicada, pois a concepção de indisciplina

que predomina no discurso educacional expressa como são pensados os processos

sociais que estariam na base da indisciplina. O processo de elaboração da

construção social da indisciplina é complexo e depende do contexto onde o

professor está inserido.

Segundo Sampaio (2011, p. 36) “o sonho de consumo de vários professores,

muitos deles despreparados ou cansados, seria ter em sua classe alunos que

participassem ativamente, fizessem as tarefas com autonomia, ficassem atentos à

aula, diminuindo assim o resgate de ficar chamando-lhes a atenção, o que, em

contrapartida, daria a entender que estão dando uma boa aula. Mas, quando isto

não acontece, a quem culpam? Frequentemente, não a si mesmos. Portanto,

esperar ter uma classe de alunos que se enquadram neste perfil “ideal” é iniciar um

processo de exclusão daquelas crianças que têm dificuldades reais de

aprendizagem. Muitas deixam de aprender porque não podem. Aprendem menos

ainda quando não encontram na figura do professor um verdadeiro mediador”.

Para Aquino (1998, p.08)

[...] indisciplina parece ser uma resposta clara ao abandono à habilidade das funções docentes em sala de aula, mas porque é só a partir do seu papel evidenciado corretamente na ação em sala de aula que os alunos podem ter clareza quanto ao seu próprio papel, complementar ao do professor.

Para Vasconcellos (2004, p. 25) o ato pedagógico é o momento de emergir

das falas, do movimento, da rebeldia, da oposição, da ânsia de descobrir e construir

junto com o aluno um ambiente agradável de aprendizado. Entretanto, grande parte

dos professores não compreendem dessa forma sua intervenção pedagógica, pois

eles estão apegados a antigos modelos pedagógicos.

Contudo, podemos ver que antigamente o professor era um profissional muito

respeitado, tanto pelos alunos, quantos por sua família, mas hoje não é o que ser vê

nas escolas. São alunos e pais desrespeitando professores, tornando cada vez mais

difícil a prática de ensinar.

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3.3 - Indisciplina da escola:

À medida que a escola castiga e pune o seu aluno, ela se torna indisciplinada,

conforme sua atitude, ela assume uma postura que não é esperada. Para

Vasconcellos (2000, p. 57), hoje, um dos grandes impasses que é colocado para a

escola, é a verdadeira definição de sua efetiva função social. É de suma importância

a participação da comunidade e da família, para que elas procurem recuperar o

sentido e o valor da escola, dos estudos e da educação para seus filhos.´

Segundo Vasconcellos (2000, p.64) “Diante dos problemas com os alunos,

antes de procurar saber se é problema de família, seria importante procurar saber se

não é problema da escola”. Portanto sabemos que muitas vezes as informações que

os educadores passam em relação aos alunos, acabam sendo usadas contra o

próprio aluno, como, porque os pais são separados, tirando a responsabilidade da

escola. (VASCONCELLOS, 2000, p.64).

Diante da abordagem de Vasconcellos, vejo o quanto é importante à presença

da família no cotidiano escolar dos alunos, nos conselhos de classe e nas reuniões

de pais. Acredito que esse acompanhamento pode não auxiliará somente nas notas,

mas também no seu desempenho escolar e moral.

Através das minhas pesquisas, foi possível verificar que a presença da família

na escola diminui a cada ano que passa, e os alunos estão ficando mais soltos e

sem limites. Com a intenção de estreitar uma relação com os pais e responsáveis,

algumas escolas estão agendando encontros e reuniões, onde a família tenha que

estar presente, nos sábados ou domingos, pois desta forma a escola consegue

disponibilizar um tempo e horário mais flexível, trazendo para a escola a presença

da família.

3.4 - Indisciplina da família

O ambiente e a relação familiar entre pais e filhos, nem sempre é repleta de

harmonia, amor e paz, ou seja, para um pai é difícil entender as atitudes,

comportamentos e personalidades do seu filho, quando eles não o conhecem muito

bem, ou quando ele não tem nenhuma participação efetiva da família.

(VASCONCELLOS, 2000, p. 101).

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Dessa maneira, a desobediência e a falta de respeito, podem surgir dentro do

ambiente familiar, e esses atos podem intensificar o aparecimento da indisciplina do

aluno na escola. Portanto, os pais reagem de forma autoritária, afim de, aplicar

regras, limites e normas que não são obedecidas, dificultando o convívio e o diálogo

com os filhos. Por esse motivo, não percebem que também estão sendo

indisciplinados, pela falta de comunicação e acompanhamento preventivo sobre

regras e limites, que deveriam ter sido impostos desde cedo. (VASCONCELLOS,

2000, p. 103).

Tendo em vista a nossa realidade, hoje em dia todos os integrantes da família

trabalham, e a cada dia que passa essa jornada de trabalho aumenta mais, e os pais

geralmente ficam até tarde no trabalho ou têm um segundo emprego para auxiliar na

renda familiar e dar uma vida mais confortáveis a seus filhos. Entretanto, chegam

tão cansados em casa, que à noite estão cansados e não sobra tempo para dar

atenção aos filhos, ver o caderno ou simplesmente pergunta como foi o seu dia.

Portanto, atualmente o que mais se vê, são creches e escolas com ensino

integral, onde as crianças entram às 7 (sete) horas da manhã e sai às 19 (dezenove)

horas, ficando um período de 12 (doze) horas dentro de uma escola, e quando

chegam em casa ficam com uma babá, avó ou vizinho, até a hora dos pais

chegarem do trabalho, que dependendo do horário, encontram seus filhos já

dormindo. Desta forma, a relação entre pai e filho fica abalada devido à distância e o

pouco tempo que a família tem com seus filhos.

Sendo assim, a família se sente culpada em não dar a devida atenção aos

seus filhos e erram quando fazem todas as suas vontades, como, comprar

presentes, brinquedos, aparelhos de telefonia, portáteis ou eletrônicos, tendo como

objetivo suprir a falta que ele, adulto faz, não exercendo sua função de pai educador.

Então, através deste capítulo consegui compreender que a indisciplina não

parte apenas da criança, mas também de diversos fatores que fazem parte do seu

dia a dia, como o seu ambiente familiar, a escola e a sociedade onde ela está

inserida.

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CONCLUSÃO

Venho concluir este trabalho, na certeza que alcancei os meus objetivos,

compreendendo todo o processo de intervenção psicopedagógica que ocorre com o

sujeito e os motivos que causam a indisciplina. Embasada nos textos que pesquisei,

posso dizer o quanto o psicopedagogo é importante, o acompanhamento e o auxílio

da família, no desenvolvimento humano e moral, e no processo de ensino-

aprendizagem das crianças no âmbito escolar.

Conforme meus objetivos neste trabalho, consegui entender os fatores que

afetam a indisciplina, como: o autoritarismo, a falta de diálogo, a dificuldade no

aprendizado, a dificuldade dos pais em estabelecer limites, entre outros fatores. Mas

pude verificar que ainda não se tem uma solução efetiva para as causas, e que a

escola e a família ainda recorrem para o castigo, ou seja, a punição. Poratnto,

através da minha experiência no estágio supervisionado que realizei nas séries

iniciais, pois pude constatar que educação, não é responsabilidade da escola e sim

da família.

Entretanto, a família tem uma grande influência no comportamento dos seus

filhos, pois os pais são os seus primeiros educadores. Esse comportamento pode

ser visto no desenvolvimento moral da criança, onde a moralidade é uma forma

específica de desenvolvimento e em diversas situações, o indivíduo tem que

escolher qual conduta tomar, e geralmente a opção escolhida são aquelas regras e

normas que foram estabelecidas dentro de casa, ou seja, regras e normas que

podem ser seguidas ou não, isso vai depender do indivíduo.

Portanto, podemos observar que, famílias que não impõem nenhum tipo de

limite, educação, e não transmitem a importância do respeito na sociedade. Desta

forma não respeitam os professores, colegas ou qualquer pessoa que faça parte do

seu convívio, portanto, a família e a escola exercem papéis distintos no processo de

educação da criança, onde a família tem como função, educar e transmitir os valores

morais, e a escola a missão de ensinar.

Contudo, atualmente, as crianças passam mais tempo na escola com seus

professores do que em casa com seus pais e os momentos em que estão juntos,

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muitas vezes ocorrem somente no final de semana, deixando a responsabilidade de

educar para outras pessoas, como parentes, babás ou conhecidos.

Tendo em vista, o estudo de pesquisa e o trabalho realizado, tive como base

as dificuldades de aprendizagem causadas pela indisciplina, o comportamento dos

alunos e sua falta de afeto, para desenvolver o meu tema, visando intervir

psicopedagogicamente na indisciplina escolar e na moral do indivíduo. Sendo assim,

através das minhas pesquisas, concluo o meu trabalho, certa que alcancei os meus

objetivos e minhas perspectivas.

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Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que tem uma dimensão histórica sobre a atuação do psicopedagogo na questão

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

EPÍGRAFE 5

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - Conceituar as ações do Psicopedagogo sobre a

indisciplina escolar e o desenvolvimento moral. 1413

CAPÍTULO II - Caracterizar os principais determinantes da indisciplina escolar.

21

CAPÍTULO III - Discutir o papel do Psicopedagogo, da escola e da família, na condução dos processos de desenvolvimento e da indisciplina escolar.

2624

3.1 – Indisciplina Do Aluno 2625

3.2 – Indisciplina Do Professor 2726

3.3 – Indisciplina Da Escola 2727

3.4 – Indisciplina Da Família 2827

CONCLUSÃO 3129

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÍNDICE

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