UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA...

66
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINARIA GESTÃO DE AGRONEGOCIOS Talita de Oliveira Cunha CUSTO DE PRODUÇÃO DE UM SISTEMA DE CONFINAMENTO INTENSIVO DE BOVINOS: UM ESTUDO DE CASO EM ARINOS - MG Brasília/DF Julho/2016

Transcript of UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA...

Page 1: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINARIA GESTÃO DE AGRONEGOCIOS

Talita de Oliveira Cunha

CUSTO DE PRODUÇÃO DE UM SISTEMA DE CONFINAMENTO INTENSIVO DE

BOVINOS: UM ESTUDO DE CASO EM ARINOS - MG

Brasília/DF Julho/2016

Page 2: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

ii

Talita de Oliveira Cunha

Monografia apresentada ao curso de Gestão de Agronegócios, da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB), como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Gestão de Agronegócios.

Orientador(a): Prof(a). Dr(a). Maísa Santos Joaquim

Brasília/DF Julho/2016

Page 3: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

CUNHA, TALITA DE OLIVEIRA .

CUSTO DE PRODUÇÃO DE UM SISTEMA DE CONFINAMENTO INTENSIVO DE

BOVINOS: UM ESTUDO DE CASO EM ARINOS - MG, 2016.

63 p., 210x297mm (FAV/UnB, Bacharel, Gestão do Agronegócio, 2016).

Dissertação de Graduação – Universidade de Brasília. Faculdade de Agronomia e Medicina

Veterinária. Departamento de Agronomia e Medicina Veterinária.

1. Custo de Produção

3. Confinamento

I. FAV/UnB

2. Gado de corte

II. Título (Série)

Page 4: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

CUSTO DE PRODUÇÃO DE UM SISTEMA DE CONFINAMENTO INTENSIVO DE

BOVINOS: UM ESTUDO DE CASO EM ARINOS - MG

A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Conclusão do

Curso da aluna Talita de Oliveira Cunha.

_______________________________________________ Prof(a). Dr(a). Maísa Santos Joaquim

Universidade de Brasília / FAV /UnB (Orientador)

_______________________________________________ Prof. Dr. Álvaro Nogueira de Souza

Universidade de Brasília / EFL/FT /UnB (Examinador)

_______________________________________________ Prof(a). Dr(a). Thatiana de Andrade Figueira

Universidade de Brasília / FAV /UnB (Examinadora)

Brasília/DF Julho/2016

Page 5: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

Dedico este trabalho aos meus pais pelo apoio como acadêmica do curso de Gestão do Agronegócio e por sempre estarem ao meu lado nos momentos mais difíceis para que assim conseguisse alcançar o sonho em ser gestora de agronegócios.

Page 6: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por sua infinita bondade, força, sabedoria e

cuidado para comigo.

Aos meus pais Amozio da Cunha e Maria Abadia de Oliveira Cunha pelo

amor, zelo, paciência, sabedoria, investimento e apoio para alcançar o tão árduo

título de Gestora do Agronegócio.

Aos professores que participaram da minha formação durante a graduação:

cada um teve um papel fundamental para minha formação. Agradeço as

oportunidades que me foram proporcionadas. Em especial à minha orientadora a

Dra. Maísa Santos Joaquim pelo apoio e paciência durante os momentos finais do

curso.

Aos meus amigos por estarem sempre ao meu lado mesmo na ausência física

gerada pela necessidade em estudar aos fins de semana e feriados.

E por fim agradeço a todos os colegas e amigos que fiz durante a graduação

e que contribuíram de alguma forma para realização deste trabalho.

Page 7: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.

Hebreus 11:1

Page 8: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

viii

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo determinar cada seguimento na produção de

bovinos destinados a corte e também calcular o tempo de retorno por meio do

payback simples, de um sistema de confinamento intensivo de bovinos em uma

propriedade localizada na Região Noroeste de Minas Gerais, mais precisamente no

município de Arinos, além de fornecer dados para futuros estudos e auxílio aos

produtores e investidores rurais. Os dados coletados na propriedade foram os custos

de produção e receitas geradas com a venda dos animais ao fim do período. O custo

fixo foi de R$ 12.320,00, o custo referente a benfeitorias foi de R$ 2.298,91, os

custos variáveis somaram um total de R$ 274.256,85 e o custo de aquisição dos 900

animais foi de R$ 1.066.000,00. O custo de absorção no período foi de R$ 324,19

por animal e o tempo de retorno de investimento - payback simples foi de sete

meses. Concluiu-se que é de grande importância os instrumentos da análise de

custos por contribuírem para o processo decisório e também para uma melhor

produtividade da pecuária de corte, em especial para o município de Arinos – MG.

Sendo que o objetivo de produzir informações referentes à atividade foi alcançado.

Palavras-chave: Custo de produção, gado de corte, Confinamento.

Page 9: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

ABSTRACT

This present study aimed to determine each segment in the production of livestock

for cutting and also calculate the return time through the simple payback of an

intensive feedlot of livestock system in a property located in the northwest region of

Minas Gerais, more precisely in the municipality of Arinos, besides provide data for

future studies and aid to producers and rural investors. The data collected on the

property were the production costs and revenues generated from the sale of animals

at the end of the period. The fixed cost was R$ 12320,00, the cost related to

improvements was R$ 2.298,91, variable costs amounted to a total of R$ 274.256,85

and the cost of the aquisition of the 900 animals was R$ 1066.00000. The cost

absorption in the period was R$ 324,19 per animal and the investment return time -

simple payback was seven months. It was concluded that it is very important of the

tools of cost analysis for these who contribute to decision making and also for a

better productivity of livestock cut, especially for the city of Arinos - MG. Being that

the objective to produce information concerning the activity was achieved.

Key-words: Production cost, cattle, confinement.

Page 10: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

x

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Produto Interno Bruto Arinos – MG ......................................................... 24

Gráfico 2 – Custos Fixos Totais ................................................................................ 29

Gráfico 3 – Percentual dos Custos de Produção ....................................................... 47

Gráfico 4 – Custo dos Animais por Categoria ........................................................... 48

Page 11: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Instrumentos de Coleta de Dados Qualitativos ...................................... 39

Page 12: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Resultado do Custeio por Absorção ......................................................... 32

Figura 2 – Município de Arinos .................................................................................. 36

Figura 3 – Curral de Engorda .................................................................................... 38

Figura 4 – Chegada ao Confinamento ...................................................................... 41

Figura 5 – Curral de Alimentação .............................................................................. 41

Figura 6 – Cochos para Alimentação ........................................................................ 42

Figura 7 – Bebedouros .............................................................................................. 42

Figura 8 – Custo de Absorção da Atividade .............................................................. 49

Page 13: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de Animais Abatidos na Região Sudeste no Segundo Semestre de 2015 ..................................................................................................... 23

Tabela 2 – Ranking da Distribuição da Produção de Gado Confinado por Estado ... 24

Tabela 3 – Medidas de Peso de Carcaça e Idade ..................................................... 25

Tabela 4 – Resumo de Custos .................................................................................. 40

Tabela 5 – Idade, Quantidade e Custo de Aquisição de Animais.............................. 40

Tabela 6 – Custo de Produção no Sistema Intensivo de Bovinos ............................. 46

Tabela 7 – Cálculo do Custeio por Absorção ............................................................ 48

Tabela 8 – Valores de Diária de Acordo com o Peso de Entrada ............................. 50

Tabela 9 – Payback Simples ..................................................................................... 52

Page 14: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

xiv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIEC....................Associação Brasileira das Industrias Exportadoras de Carne

ASSOCOM.............................Associação Brasileira dos Confinadores de Carne

EMBRAPA....................................Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EUA...........................................................................Estados Unidos da América

IATF...........................................................Inseminação Artificial por Tempo Fixo

IBGE...............................................Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDHM............................................Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

MAPA...................................Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

MG....................................................................................................Minas Gerais

PIB.......................................................................................Produto Interno Bruto

Page 15: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – Custos de Produção ................................................................................. 64

Page 16: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 17

1.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 19

1.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 19

2.1 Atividade Pecuária ...................................................................................... 19

2.1.1 A Atividade Pecuária de Corte no Brasil ....................................................... 21

2.1.2 A Atividade Pecuária em Minas Gerais ........................................................ 23

2.2 Sistemas de Produção Agropecuária ....................................................... 25

2.2.1 Cruzamentos, Raças e a Eficiência Financeira ............................................ 25

2.2.2 Sistema de Produção Extensivo ................................................................... 26

2.2.3 Sistema de Produção Semi-intensivo ........................................................... 26

2.2.4 Sitema de Produção Intensivo ...................................................................... 27

2.3 Custos de Produção ................................................................................... 28

2.3.1 Custos Fixos ................................................................................................. 29

2.3.2 Custos Variáveis ........................................................................................... 30

2.3.3 Custos Diretos .............................................................................................. 30

2.3.4 Custos Indiretos ............................................................................................ 30

2.4 Método de Custeio por Absorção ............................................................. 31

2.4.1 Vantagens e Desvantagens do Custeio por Absorção ................................. 32

2.5 Modalidade de Boitel .................................................................................. 33

2.6 Receitas ....................................................................................................... 33

2.7 Tempo de Retorno de Investimento – Payback simples ......................... 33

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ................................................... 34

3.1 Localização e Caracterização da Área de Estudo .................................... 36

3.1.1 Caracterização do Município ........................................................................ 36

3.1.2 Caracterização da Propriedade Rural ........................................................... 37

3.2 Instrumentos e Procedimentos para Coleta e Análise de dados ........... 38

3.3 Base de Dados ............................................................................................ 40

3.4 Análise de Custos ....................................................................................... 43

3.4.1 Vantagens e Desvantagens do Custeio por Absorção ................................. 43

Page 17: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

xvii

3.4.2 Método de Custeio por Absorção ................................................................. 44

3.4.3 Modalidade Boitel ......................................................................................... 44

3.4.4 Receita ......................................................................................................... 44

3.4.5 Tempo de Retorno de Investimento – Payback Simples .............................. 45

4 RESULTADOS ............................................................................................. 45

4.1 O Estudo de Caso ....................................................................................... 45

4.2 Custos ......................................................................................................... 46

4.2.1 Custos de Produção ..................................................................................... 46

4.2.2 Custeio por Absorção ................................................................................... 48

4.2.3 Modalidade Boitel ......................................................................................... 49

4.3 Receita ......................................................................................................... 51

4.4 Payback Simples ........................................................................................ 52

5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 54

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 55

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

APÊNDICE ................................................................................................................ 62

APÊNDICE A: ........................................................................................................... 62

ANEXOS ................................................................................................................... 64

ANEXOS 1: Custos de Produção ........................................................................... 64

Page 18: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,
Page 19: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

17

1 INTRODUÇÃO

O Brasil possui maior rebanho comercial do mundo, com aproximadamente

209 milhões de bovinos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2016). No cenário mundial de produção de carne, o país é o líder do ranking

desde 2008 e apresenta crescimento para os próximos anos devido à adoção de

tecnologia de confinamento, segundo o Ministério de Agricultura e Abastecimento

(MAPA, 2016).

Segundo Santos e Balsalobre (2000, p. 14) “ao contrário do que ocorre nos

Estados Unidos, nossos confinamentos foram criados para resolver o problema de

estacionalidade da produção forrageira”. O confinamento destinado à corte veio

para garantir um produto de qualidade e sustentabilidade da demanda pela carne

em qualquer período do ano, obedecendo aos aspectos sanitários e nutricionais.

Há alguns fatores que fazem com que o produtor invista nessa modalidade

mesclando com outras atividades dentro da fazenda, pois o confinamento traz

consigo um aumento na produtividade e rendimento por unidade de área, podendo

ser oferecido ao consumidor um produto de alta qualidade e preço satisfatório.

O desejo do mercado consumidor de carne bovina é por produtos com alta

qualidade e baixo preço e, para que o produtor possa ofertar o produto demandado,

é necessário que sejam adotados modelos de gestão mais eficientes e eficazes em

todas as etapas do processo produtivo, visando à redução de custos.

Em algumas regiões em que há aptidão para pecuária, a falta de

conhecimento do produtor rural e ausência de assistência técnica prejudicam o

desenvolvimento da atividade. Com isso, o desenvolvimento da região fica

deficitário. Esse cenário é comum no Brasil, principalmente, em cidades interioranas

em que as inovações tecnológicas são inacessíveis aos produtores como é o caso

de Arinos, município de Minas Gerais.

O mercado produtor de Arinos – MG tem várias especificidades pertinentes ao

município por se tratar de uma região com baixos índices econômicos, baixa

produtividade, mas ao mesmo tempo é uma região que vem buscando o

desenvolvimento econômico através de diversos meios de produção e que não

possui estudos direcionados a produção de carne. Para a evolução de mercado é

necessário que se compreenda os fatores de produção pertinentes ao setor.

Page 20: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

18

A compreensão de todos os fatores que compõem o sistema de produção da

pecuária intensiva e conhecimento dos custos envolvidos em todos os processos,

faz com que a tomada de decisão seja mais confiável e proporcione ao produtor

maior rentabilidade.

Diante do exposto, são necessárias ferramentas que possibilitem aos

pecuaristas conhecer os detalhes e criar uma base sólida e confiável para a tomada

de decisão precisa, e por meio dessas ferramentas o alcance de uma melhor

produtividade, visando à ampliação de lucros.

Como as ferramentas da Contabilidade de Custos poderão contribuir para o

conhecimento adequado dos custos de um confinamento de bovinos destinados à

corte, na região de Arinos?

Justificativa

Essa pesquisa se justifica como base de dados para todos que desejam

investir ou saber os custos de um sistema de confinamento intensivo em uma

propriedade rural localizada no município de Arinos - Minas Gerais.

A necessidade de suprir a demanda da cadeia da carne bovina vem

impulsionando o pecuarista a adotar novas tecnologias referentes à produção e à

gestão da propriedade rural e agroindustrial.

A tomada de decisão do empresário rural precisa ser firmada em fatos

concretos, pois é necessário que se tenha o conhecimento da atividade, da

localidade que se está inserido e também um rigoroso controle econômico da

atividade.

As informações coletadas e compiladas serão utilizadas como contribuição

teórica, prática e econômica para pecuaristas, pesquisadores, futuros investidores

na área de confinamento ou aqueles que querem estudar tal sistema futuramente e

também como demonstração do trabalho de um gestor do agronegócio.

Page 21: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

19

1.1 Objetivo Geral

Levantar os custos em um confinamento de gado de corte em uma

propriedade rural localizada no município de Arinos - Minas Gerais.

1.2 Objetivos Específicos

Objetiva-se especificamente:

Determinar os custos de cada seguimento na produção de bovinos destinados

a corte;

Mensurar o tempo de retorno do investimento com o payback.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Atividade Pecuária

Em 2016 o número de bovinos confinados nos Estados Unidos para

estabelecimentos de engorda com capacidade de 1.000 ou mais cabeças totalizou

10,9 milhões de cabeças em primeiro de abril de 2016, 1% a mais que 2015

apresentou BeefPoint.

Vasconcellos (1993) ressalta que em outros países, as razões para usar o

confinamento não são as de sazonalidade, mas outras como o frio ou o calor

intenso, porém eles utilizam tecnologias mais desenvolvidas e adaptadas a

produção, conseguindo superar as dificuldades e obter rentabilidade.

Brasil e Estados Unidos possuem finalidades distintas para utilização da

técnica de confinamento intensivo. Santos e Balsamore (2012) fazem algumas

comparações entre os dois países, tais como:

a) período: No Brasil é realizado no período de entressafra, ou seja, quando há

escassez de alimento, já nos EUA ele acontece o ano todo;

Page 22: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

20

b) concentrado: Utilizado a quantidade mínima suficiente no Brasil, já nos

Estados Unidos são utilizadas quantidades bem maiores;

c) quantidade de animais: Um confinamento grande no Brasil é a partir de três

mil cabeças, já no EUA só é considerado grande a partir de cem mil cabeças.

O mercado brasileiro de produção de carne bovina, segundo o Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) projeta que até 2020 a expectativa é

que a produção nacional de carnes suprirá 44,5% do mercado mundial. Tal

estimativa indica que o Brasil pode manter posição de primeiro exportador mundial

de carne bovina, impulsionando a pecuária.

A pecuária, segundo Marion (1996), é “a arte de criar e tratar o gado”. Dentro

da produção pecuária existem alguns traços que não variam mesmo com a cultura

ou país, como a aptidão de um animal, ou seja, a característica mais presente em

sua genética. Há animais destinados à produção de leite, carne e também animais

de dupla aptidão que produzem carne e leite.

Nas fazendas pecuárias existem três atividades incorporadas que passam um

animal destinado à corte. Essas são a cria, recria e engorda, ainda há outras que

fazem uma combinação nos processos produtivos como: a cria-recria, cria-recria-

engorda e recria-engorda.

Marion (1996) evidencia cria, recria e engorda como sendo:

a. cria: atividade básica, na qual há produção e venda de bezerros após o

desmame. Geralmente uma matriz selecionada produz um bezerro ao ano;

b. recria: partir do bezerro adquirido, a produção e a venda do novilho magro

para a engorda;

c. ngorda: pós a recria o animal magro adquirido é feita a produção e a venda

do novilho gordo para abate.

Peixoto, Moura e Faria (2012) ressaltam que no Brasil, devido ao custo de

produção e preço da carne, períodos de confinamentos maiores que 120 dias são

inviáveis, enquanto nos Estados Unidos o confinamento ocorre o ano todo. Ainda

segundo os mesmos autores, em ambos os países, o concentrado o componente de

maior valor na composição do custo.

Page 23: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

21

Ormond (2006), define concentrado como alimentos ricos em nutrientes e

pobres em fibras obtidos por processo, caseiro ou industrial, em que se retira a água

ou parte dela, se transformando em substâncias de consistência sólida ou pastosa e

que, para ser utilizado, é em geral dissolvido em alimento ou líquido.

A avaliação econômica de uma propriedade deve ser feita separadamente de

acordo com a atividade. Peixoto, Moura, Faria (2012) trazem aspectos de relevância

econômica que devem ser analisados para avaliar o confinamento, e são esses:

valor do boi magro no momento do confinamento;

custo diário do confinamento para diferentes ganhos de peso;

tempo de confinamento;

valor de venda do boi gordo.

Os mesmos autores ressaltam que o potencial de ganho de peso e a

precocidade com que este atinge o peso de abate estão diretamente ligados à com a

aptidão do animal, ou seja, a raça a qual este pertence.

2.1.1 A Atividade Pecuária de Corte no Brasil

Segundo Boaventura e Fioravanti (2012), os primeiros bovinos chegaram ao

Brasil após a sua descoberta por Pedro Ávares Cabral, juntamente com outros

animais domésticos. Ainda, segundo esses autores, aos poucos, com o crescimento

da economia da região litorânea, a criação de gado foi se estendendo ao interior do

território por meio do aumento populacional.

As mudanças no ramo da pecuária de corte brasileira, assim como em outros

seguimentos, tornaram-se mais intensas após o plano real em 1994, e se tornaram

tornaram mais eminentes após a globalização, tornando o maior exportador de carne

em 2004, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes

(ABIEC).

Peixoto at al (2012), especificam as práticas de manejo intensivo de

pastagens, suplementação durante a estiagem, cruzamentos industriais, difusão de

touros por meio da inseminação artificial e terminação em confinamento como

técnicas oriundas da globalização.

Page 24: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

22

O Brasil tem um rebanho aproximado de 209 milhões de cabeças segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016) e é estimado pela

Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC, 2016) que

apenas 3%, ou seja, pouco mais de 6 milhões de cabeças, são terminadas no

sistema intensivo.

Ainda segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne

(2016), cerca de 80% do rebanho é composto por animais de raças zebuínas (Bos

indicus), que são animais de comprovada rusticidade e adaptação ao ambiente

predominante no Brasil.

Peixoto, Moura e Faria (2012) ressaltam que, a partir necessidade de suprir a

demanda de carne bovina, algumas técnicas de confinamentos que já eram

utilizadas no hemisfério Norte, devido ao rigoroso inverno, começaram a serem

inseridas e adaptadas ao hemisfério Sul.

Os autores ainda ressaltam queo confinamento no Brasil não deve ser

avaliado como atividade isolada, pois essa é uma atividade a mais dentro da

porteira. É importante que haja integração nas atividades dentro da propriedade para

que todos os elos de produção sejam viabilizados. Assim, o enfoque sistêmico busca

uma maximização dos lucros na propriedade como um todo.

O ano de 2015 se iniciou financeiramente conturbado o que proporcionou

algumas consequências ao setor pecuário e aos confinadores. Coan e Pimentel

(2015) observaram a baixa oferta de animais para abate e uma remuneração da

arroba bastante satisfatória, por outro, tem-se um custo de reposição extremamente

elevado, exportações em queda, consumo interno baixo e insumos precificados. E

para que a demanda seja suprida há alguns tipos de terminação.

Atualmente na pecuária há três tipos de sistemas de terminação de animais,

que são a forma extensiva, semi intensiva e intensiva. O que diferencia cada uma

delas é a forma de alimentação e manejo que esse animal terá durante sua vida.

Prohmann (2015) afirma que o semiconfinamento está inserido como possível

opção para tornar mais eficiente o período de engorda, em que elevada quantidade

de concentrado é fornecido para bovinos mantidos em pastagens.

Na produção semi intensiva e intensiva há a utilização de concentrado na

alimentação dos animais, o qual é o componente de maior custo dentro desses

sistemas. Dessa forma, a utilização de grandes quantidades só é viável quando se

Page 25: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

23

tem uma grande quantidade de animais, como ressaltam Peixoto, Moura e Faria

(2012).

2.1.2 A Atividade Pecuária em Minas Gerais

A região Sudeste é formada pelos estados do Espírito Santo, Minas Gerais,

Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2015), os quatro estados foram responsáveis por mais de 3 milhões de

cabeças abatidas em frigoríficos regularizados no Brasil no último semestre de 2015,

como mostram os dados a seguir.

Tabela 1: Quantidade de Animais Abatidos na Região Sudeste no

Segundo Semestre de 2015

Junho Julho Agosto Setembro Outubro Dezembro

MG 249.109 219.749 227.139 227.247 202.710 215.666

ES 32.743 27.481 28.293 29.078 24.071 31.922

SP 242.719 243.863 254.153 265.158 255.834 268.775

RJ 19.233 18.453 15.418 15.956 13.840 15.533

Total 3.109.492 Fonte: IBGE, 2016 adaptado pela autora.

O Estado de Minas Gerais está localizado a noroeste da região Sudeste

brasileiro com 7% do território nacional, sendo 57% do território de bioma Cerrado,

41% de Mata Atlântica e 2% de Caatinga, como afirma Herrmann (2011) no

Panorama da Biodiversidade em Minas Gerais.

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2014

o estado mineiro estava em segundo lugar no ranking efetivo de bovinos com 11,2%

do rebanho, ficando atrás apenas do estado de Mato Grosso que na ocasião obtinha

13,5%. No mesmo período, o noroeste mineiro possuía uma participação de 2,1

milhões de cabeças, com destaque para o município de Unaí em segundo lugar no

ranking estadual com 364,5 mil cabeças de bovinos segundo o IBGE.

A produção de gado confinado por estados brasileiros entre os anos de 2010

a 2012 mostraque o estado esteve oscilando entre quarto e quinto lugar no ranking

como mostra a Tabela 2.

Page 26: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

24

Tabela 2: Ranking da Distribuição da Produção de Gado Confinado por Estado

2010 2011 2012

Posição

Estado Rebanho (mil cbs)

Estado Rebanho (mil cbs)

Estado Rebanho (mil cbs)

1º Goiás 704,7 Goiás 1.004,30 Goiás 1.021,80 2º São Paulo 422,9 Mato Grosso 886,9 Mato Grosso 983 3º Mato Grosso 404,7 São Paulo 538,6 São Paulo 585,4 4º Minas Gerais 186,3 Mato G. do Sul 342,6 Mato G. do Sul 466,4 5º Mato G. do Sul 182,3 Minas Gerais 309,6 Minas Gerais 409,7 6º Rondônia 72,1 Rondônia 95 Rondônia 139,6 7º Paraná 38,4 Paraná 86,3 Paraná 102 8º Tocantins 30,4 Tocantins 54,1 Tocantins 66,9

Demais Estados 15,5

Demais Estados 43,4

Demais Estados 91,6

Total de Animais 2.057,50

Total de Animais 3.360,90

Total de Animais 3.866,50

Fonte: ASSOCOM – Associação Nacional dos Confinadores adaptado pela autora.

Quando direcionado o olhar para o município de Arinos, a atividade pecuária

no município é uma das principais fontes de renda. Culturalmente o ramo está ligado

à produção de leite, sendo mais intenso que o da produção de carne.

Segundo o IBGE, em 2014 havia 126.300 cabeças sem distinção de aptidão

(carne, leite ou carne/ leite) do animal no município de Arinos.

No Gráfico 1 é possível observar o impacto da atividade agropecuária tem no

município.

Gráfico 1: Produto Interno Bruto Arinos - MG

Fonte: IBGE, 2010 adaptado pela autora.

Page 27: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

25

2.2 Sistemas de produção pecuária

2.2.1 Cruzamentos, Raças e a Eficiência Financeira

Thiago (1996) diz que o conceito de uso de raças puras especializadas na

produção de carne foi derrubado em razão dos resultados obtidos em todo o mundo,

com trabalho de cruzamentos. O mesmo autor define cruzamento como o

acasalamento de animais de raças diferentes.

Ormond (2006) define a raça como um grupo de seres vivos de uma

população dentro da espécie, com características hereditárias fixas e definidas que

as distinguem de outras populações da mesma espécie.

Após a popularização da inseminação artificial, Ormond (2006), define a

inseminação como sendo uma técnica que consiste na introdução do sêmen dentro

do útero da fêmea no momento oportuno para fecundação por meio de instrumentos

e materiais adequados.

Plastina (2014) ressalta que, após a inserção desse método na década de 70,

houve a introdução do cruzamento com Zebu. Ainda, segundo o autor, esses

cruzamentos melhoraram o rendimento e o peso de carcaça, mantendo a qualidade

da carne e melhorando a rentabilidade.

Na Tabela 3 é possível visualizar com maior clareza os cruzamentos e seus

respectivos ganhos de carcaça.

Tabela 3: Medidas de Peso de Carcaça e Idade

Grupo Genético Peso (@) Idade (meses)

Raças britânicas 14,90 24,5

Raças continentais 15,40 27,2

Raças zebuínas 17,10 22,4

Animais F1¹:

Raças britânicas x Zebu 16,1 22,7

Raças continentais x Zebu 17,0 22,0

Animais retrocusados²

Com raças britânicas 16,0 17,7

Com raças continentais 16,4 22,5

Com raças zebuínas 16,9 24,1

Animais cruzados de três raças1 17,4 23,6

Fonte: de Peixoto, Moura e Faria 2012, adaptado pela autora.

11

¹ Usando-se touros, ou sêmen, de raças europeias e vacas zebuínas, ou vice-versa, que nesse caso (pai e mãe puros de raças distintas) são

chamadas de F1

² Retrocruzamento – cruzamento de um híbrido com qualquer um dos seus genitores. ORMOND. Glossário de termos utilizados em

atividades agropecuárias, florestais e ciências ambientais.

Page 28: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

26

Coelho (2016) destaca que a razão principal para se fazer o cruzamento

orientado entre raças é aumentar a lucratividade (renda líquida), através do aumento

de produtividade (eficiência de produção).

O mesmo autor ainda destaca que nenhuma raça é perfeita. Cada uma tem

seus pontos fortes e fracos. O animal produto de cruzamento deverá combinar

elevado potencial de produção da raça de clima temperado com a adaptação da

raça tropical.

2.2.2 Sistema de Produção Extensivo

Na pecuária é comum usar o termo extensivo quando se refere a um sistema

que tem características como o uso de uma grande extensão de terra. Segundo

Marion (1996), a produção extensiva é conceituada como um sistema que

geralmente os animais são mantidos em pastos nativos, na dependência quase

exclusiva dos recursos naturais, normalmente sem alimentação suplementar. Ocorre

em grandes glebas de terra e sua produtividade é baixa.

Segundo Alencar (2003), devido às limitações de produção forrageira em

função da sazonalidade, em quantidade e qualidade, os animais apresentam idade

de abate elevada (acima de 36 meses) e baixa produtividade por unidade de área.

Em decorrência dos fatores já citados, o mesmo autor ressalta que essa

técnica resulta em um maior tempo para a realização do abate e carcaça com baixo

peso.

Segundo Guimarães (2005), nesse sistema é necessário dispor de 0,5 a 1,0

hectares de pastagens por animal, por ano.

2.2.3 Sistema de Produção Semi-intensivo

O sistema semi-intensivo é aquele no qual em algum momento o animal

recebe suplementação alimentar aliada à pastagem para que seja potencializado o

acabamento e ganho de peso do animal. Para Gomes at al (2015), a suplementação

estratégica, principalmente na seca e quando corretamente realizada, faz com que a

Page 29: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

27

perda de peso seja revertida para ganhos moderados ou, pelo menos, que haja a

manutenção de peso dos animais.

Vasconcellos (1993), conceitua o modelo semi-intensivo como sendo o

fornecimento de alimentação suplementar de concentrados e volumosos e de baixo

investimento. O autor ainda ressalta que deve existir água em abundância, porém

em bebedouro de tipo caixa ou espraiado, onde a temperatura não seja muito baixa.

Ormond (2016) define volumosos são definidos pelo mesmo autor como uma

biomassa vegetal com alto teor de fibras, normalmente com baixo teor de nutriente,

utilizado na alimentação do gado, podendo ser na forma seca (feno) ou verde

(pastagem ou corte de capineiras).

Prohmann (2015) afirma que o semiconfinamento tem gerado bons resultados

práticos. O mesmo ainda destaca o fornecimento de concentrado para novilhos

cruzados mantidos em pastagem, que tiveram ganho de 110 kg em 109 dias durante

o verão.

2.2.4 Sistema de Produção Intensivo

Para Quadros (2005), confinamentos são feitos a partir de piquetes bem

delimitados onde água e ração são fornecidos em cocho. Dentro do sistema

intensivo tudo é monitorado, para que haja controle da quantidade de ganho de peso

do animal e também do custo que o mesmo está gerando.

Filho (1996) ressalta que à medida que a pecuária de corte evolui e o

mercado consumidor se torna mais exigente, maior atenção tem de ser dada ao

produto final da atividade pecuária: a carne.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2000),

o peso mínimo inicial do confinamento, independentemente da idade, deve ser de

320 quilos, pois quanto mais leve o animal, mais tempo no confinamento, maior o

consumo de alimento e maior o dispêndio financeiro.

Peixoto, Moura e Faria (2012) relatam que, tanto no Brasil como nos Estados

Unidos, o concentrado é o componente de maior valor na composição do custo.

Para que a engorda dos animais tenha êxito, Lopes (1996) descreve as

instalações como sendo simples, eficientes e práticas. O autor ainda ressalta que o

dimensionamento do curral é dado pela seguinte maneira: 70 cm lineares/ cabeça no

Page 30: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

28

cocho e esse valor é multiplica pelo número de animais, respeitando o mínimo de 9

m² por animal.

Vasconcellos (1993) destaca algumas vantagens de ordem técnica e

financeira do sistema intensivo de produção tais como:

a. produção de carne de melhor qualidade e maior produção por área;

b. maior rendimento de carcaças, com diminuição da proporção de ossos e

outros componentes de pouco valor;

c. aumento a área de desfrute do rebanho ou podendo liberar mais áreas para

plantações anuais;

d. aproveitamento mais intensivo de pequenas propriedades pela utilização mais

racional das pastagens;

e. maior retorno por unidade de área;

f. índice de mortalidade baixíssimo (praticamente zero);

g. utilização melhor dos recursos humanos e técnicos disponíveis;

h. retorno rápido do capital investido na aquisição dos animais.

2.3 Custos de Produção

Lopes e Carvalho (20--), tratam a importância do estudo dos custos de

produção de uma empresa agrícola como uma tarefa indispensável a uma boa

gestão e tem como finalidade aspectos como: analisar a rentabilidade do gado de

corte, reduzir custos controláveis, determinar preço de venda e planejar e controlar

operações.

Para que análise de custos fosse realizada no estudo de caso, foram

utilizados os custos fixos e variáveis, diretos e indiretos, custo por absorção e a

ferramenta payback.

Page 31: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

29

2.3.1 Custos Fixos

Koliver (2003) define custos fixos como aqueles que tendem a permanecer

num determinado nível, entre certos limites no uso da capacidade instalada da

entidade.

Já Gottshall et al (2002), o custo fixo é aquele que permanece inalterável, em

termos físicos de valor, independentemente do volume de produção e dentro de um

intervalo de tempo relevante.

Aguiar e Resende (2010) consideram custos fixos fatores como a depreciação

dos bens e benfeitorias, impostos, taxas de remuneração fixa, calagem, adubação

entre outros fatores que compõem o custo de produção.

Os custos fixos não sofrem alteração com a quantidade produzida. Logo, seu

gráfico segundo Batalha (2007) seria:

Gráfico 2: Custos Fixos Totais

Fonte: Batalha, 2007.

Page 32: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

30

2.3.2 Custos Variáveis

Vasconcellos e Garcia (2009) definem custos variáveis como a parcela dos

custos que dependem da produção e por isso muda com a variação do volume de

produção.

Segundo Martins (1998), os custos variáveis são aqueles que variam com a

venda de produtos e, por consequência, com as receitas.

Nogueira (2004) aponta que, muitas vezes, o fluxo de caixa é confundido com

o custo variável. O primeiro é a relação entre as entradas e as saídas de capital de

uma empresa, enquanto o segundo são os recursos que se incorporam ao produto

ao longo do ciclo de produção.

2.3.3 Custos Diretos

Crepaldi (2004) define como sendo os custos que podem ser diretamente

apropriados aos produtos e de maneira geral, associam-se a produtos e

proporcionalmente à quantidade produzida.

De acordo com Motta (2000), isto é realizado da seguinte forma:

a. epara os custos incorridos pela empresa em fixos e variáveis.

b. aloca os custos variáveis aos respectivos produtos.

c. alcula a margem de contribuição dos produtos (receita dos produtos menos

os custos variáveis).

d. alcula o lucro subtraindo da margem de contribuição total da empresa

(somatória das margens de contribuição dos produtos) os custos fixos.

2.3.4 Custos Indiretos

Garrison et al (2013) Definem os custos indiretos como todos os custos de

produção exceto os de materiais diretos e mão de obra direta. O mesmo autor ainda

ressalta que apenas os custos associados à operação da fábrica integram os custos

indiretos.

Page 33: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

31

Segundo Crepaldi (2004) são os que, para serem incorporados aos produtos,

necessitam da utilização de algum critério de rateio.

Wernke (2007) afirma que quanto maior o volume produzido, maiores os

custos variáveis totais.

2.4 Método de Custeio por Absorção

Segundo Andrade et al. (20--), o sistema de custeio por absorção é aquele

sistema o qual apura o valor dos custos dos bens e serviços, tomando como base

todos os custos da produção, quer sejam fixos ou variáveis, diretos ou indiretos.

No método de Custeio por Absorção suas despesas são jogadas diretamente

para o resultado do período e os custos, fixos e variáveis, são atribuídos ao custo do

produto, assim os custos diretos e indiretos fazem parte do custo de produção,

afirma Souza (2009).

Martins (2006) reforça que o rateio dos custos indiretos é uma desvantagem

pelo fato de não ser possível a mensuração de forma clara e objetiva de tais custos.

Crepaldi (2006) propõe o fluxograma da Figura 1 para que seja mais bem

entendido como funciona o resultado no custeio por absorção.

Page 34: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

32

Figura 1: Resultado no Custeio por Absorção

Fonte: Crepaldi, 2006.

O custeio de absorção é utilizado em diversas áreas, dentre elas por

Hartenberg (2013) na “Apuração do custo e análise de resultados da produção

leitera”, Pinto e Franco (2014), no “Custo de produção de gado bovino em regime de

confinamento: análise do método de custeio por absorção em uma propriedade rural

em Tangara da Serra – MT” e ainda por Raupp e Fuganti (2014), no “Gerenciamento

de custos na pecuária de corte: um comparativo entre a engorda de bovinos em

pastagens e em confinamento”.

2.4.1 Vantagens e Desvantagens do Custeio por Absorção

Leone (1997) descreve que as principais vantagens estão no fato de os

resultados do custeio por absorção serem aceitos para a preparação de

demonstrações contábeis de uso externo.

Page 35: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

33

Para Megliorini (2001), a dificuldade do método para alocar custos indiretos

reside na definição da base de rateios. Se o critério adotado não for bem

consistente, o resultado de custos ficará por certo deficiente para atender aos fins a

que se propões.

2.5 Modalidade Boitel

Segundo Varella (2015) os boiteis são uma alternativa para aqueles

pecuaristas que não têm condições de engordar os animais na própria propriedade

por falta de pasto, principalmente no período da seca.

Dias Filho (2011) define boitel como o uso da estrutura para terminação de

animais de terceiros, ou seja, um aluguel do espaço físico cobrando diárias por

cabeça.

2.6 Receitas

Gottschall et al (2002), definem renda como o fruto do somatório do volume

vendido multiplicado pelo preço unitário de cada produto.

Segundo Lopes e Carvalho (20--), a receita representa o resultado da

atividade em valores monetários, tendo que ser considerados tanto as receitas com

os produtos, como as dos subprodutos.

3.7 Tempo de Retorno do Investimento – Payback

Nogueira (2007) define que o tempo de retorno do investimento representa o

período em anos que os resultados levarão para possibilitar um novo investimento

de mesmas proporções.

Fonseca e Bruni (2003) explicam que o método do payback representa o

período de recuperação do investimento inicial, sendo obtido por meio do cálculo do

número de anos que será necessário para que os fluxos de caixa futuros

acumulados igualem o montante do investimento inicial.

Page 36: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

34

Nogueira (2004) destaca que não se usa aqui o lucro operacional, mas sim o

resultado de caixa, que é representado pela receita total menos o custo variável.

Logo o cálculo do tempo de retorno é representado por:

Tempo de retorno = Valor inicial do capital (valor de mercado) Resultado caixa

O payback simples é utilizado em diversos trabalhos como, por exemplo:

Rodrigues at al (2012) para “Viabilidade econômica de um sistema de produção de

pecuária bovina sob alta lotação: uso na pesquisa e na pecuária comercial” e

também por Santos e Jurca (2012) na “Análise de investimento em confinamento

bovino no centro-oeste brasileiro: um estudo de caso”.

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

Para a realização da pesquisa a campo foi necessário analisar, escolher e

delimitar os métodos pelo qual a pesquisa foi desenvolvida. Segundo Gil (2008),

torna-se necessário o delineamento da pesquisa para que seja confrontada a visão

teórica do problema com os dados da realidade.

Ainda segundo o autor, a partir do delineamento que é decidido quais serão

os procedimentos para a coleta e análise de dados e como a pesquisa irá se

desenvolver. A partir de todos os fatores citados é que pode realizar a classificação

a pesquisa e por isso é necessário definir os métodos e técnicas de pesquisa.

Essa pesquisa é definida como qualitativa, pois segundo Gerhardt e Silveira

(2009), esse tipo de pesquisa não se preocupa com representatividade numérica,

mas sim com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma

organização, etc.

A pesquisa qualitativa em si passa por diversos campos como ciências

humanas, traços culturais, fenômenos e outros campos que na pesquisa quantitativa

eram eliminados por não serem expressos numericamente e primando pela

qualidade do objeto estudado.

Page 37: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

35

Esse tipo de pesquisa também é utilizado para identificar o detalhamento das

respostas ou opiniões de determinada pesquisa realizada com um grupo de

pessoas.

Segundo Patton (1990), os dados qualitativos - a matéria-prima produzida por

estes métodos - consistem de descrições detalhadas de situações, eventos,

pessoas, interações dos comportamentos observados; citações diretas das pessoas

acerca das suas experiências, atitudes, crenças e pensamentos; e extratos ou

passagens inteiras de documentos, registros de correspondência e históricos de

casos. Os dados são coletados sem que se tente enquadrar as atividades

institucionais ou as experiências das pessoas em categorias pré-determinadas e

padronizadas, tais como as escolhas de respostas que compõem os questionários

ou testes típicos.

Segundo Tesch (1990), dentro de tal conceito amplo, os dados qualitativos

incluem também informações não expressas em palavras, tais como pinturas,

fotografias, desenhos, filmes, vídeo tapes e até mesmo trilhas sonoras.

Outro traço desta pesquisa é ser de caráter exploratório, pois segundo

Gerhardt e Silveira (2009), este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar

maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explicito ou a

concluir hipóteses.

Características que envolvem a pesquisa exploratória segundo Gil (2008) são

os levantamentos bibliográficos, entrevistas com pessoas que tiveram experiências

práticas com o problema pesquisado e a análise de exemplos que estimulem a

compreensão.

Gil (2008) define uma pesquisa exploratória podendo ser caracterizada tanto

como: pesquisa bibliográfica e estudo de caso. No estudo de caso é focado apenas

em um indivíduo, um pequeno grupo ou uma instituição.

Após as definições apresentadas previamente este trabalho é qualitativo de

caráter exploratório, caracterizado como um estudo de caso.

Page 38: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

36

3.1 Localização e Caracterização da Área de Estudo

3.1.1 Caracterização do Município

Arinos é um município integrante do Parque Nacional Grande Sertão Veredas,

tem o cerrado como maior parte de seu bioma, situado a 507 metros de altitude, com

latitude de 15º 91’ Sul e Longitude de 46º 1’ Oeste, de acordo com Minas Gerais

(2016). O município faz parte da mesorregião do Noroeste de Minas Gerais e da

microrregião de Unaí, que está localizado a aproximadamente 150 km de distância.

Abaixo na Figura 2 encontra-se o mapa do município e suas divisas.

Figura 2: Município de Arinos

Fonte: IBGE, 2016.

O (IBGE) estimou para o ano de 2015 uma população de 18.221 habitantes,

com densidade demográfica de 3,35 hab/ km², tendo no ano de 2010 um índice de

desenvolvimento humano municipal (IDHM) de 0,656 e um PIB per capita em 2013

de R$ 9.636,83.

Page 39: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

37

3.1.2 Caracterização da Propriedade Rural

A propriedade está localizada no município de Arinos – Minas Gerais, a

aproximadamente 50 km do centro da cidade, possui 10.000 hectares de área, tendo

parte de sua extensão às margens do Rio Urucuia.

O processo produtivo realizado em 2015 na fazenda consiste desde a

produção de grãos (milho e soja) e também de volumosos (capineiras e silo), a cria,

recria e engorda de bovinos destinados à corte.

Para que todo esse trabalho seja executado, atualmente existem 15

colaboradores, que passam por treinamentos frequentes referentes às áreas

zootécnicas atuantes na propriedade.

A área de confinamento intensivo possui aproximadamente 3 hectares, sendo

divididos em 12 currais de alimentação com a capacidade de 150 cabeças por

curral, todos equipados com cochos para sal, volumosos, concentrados e

bebedouros.

O espaço destinado à área de alimentação dos animais foi projetado para 150

animais, com 10m² e 0,7 m de cocho para cada. A seguir na Figura 3 segue um

esboço dos 12 currais e suas dimensões.

Page 40: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

38

Figura 3: Curral de Engorda

Fonte: SOUZA at al adaptado pela autora, 2016.

3.2 Instrumentos e Procedimentos para Coleta e Análise de Dados

Para coleta de dados foi utilizado um questionário para a entrevista

semiestruturada, informal, observação simples, diário de campo, análise documental

e também recursos fílmicos e fotográficos. Para que fique mais explícito, cada uma

das técnicas citadas anteriormente encontra-se no Quadro 1 com as definições e os

objetivos que são pretendidos com cada um de seus instrumentos.

Page 41: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

39

Quadro 1: Instrumentos de Coleta de Dados Qualitativos

Instrumento Definição Objetivos

Análise documental

(Nota fiscal, documentos da propriedade e da empresa, guias de trânsito animal – GTA e entre outros documentos).

Pádua (2000) descreve a análise documental como sendo a realizada a partir de documentos, contemporânea ou retrospectiva, considerada cientificamente autêntica. Há dois tipos de dados: primários, aquele que ainda não recebeu tratamento e os secundários que são aqueles que de alguma forma foram analisados.

Por meio da análise documental objetiva-se adquirir dados antigos e que contribuam para a pesquisa, dados financeiros, dados dos animais, da propriedade e qualquer dado ligado a produção.

Diário de campo

Segundo Beaud e Weber (1998), é como um “diário de bordo”, onde se anotam, dia após dia, com estilo telegráfico, os eventos da observação e a progressão da pesquisa.

O diário de campo será utilizado com a finalidade de anotar tudo o que acontece nas visitas e que seja relevante ao projeto.

Entrevista semiestruturada

(Realizar-se-á com o indivíduo que tem o papel de gestor ou gerente na propriedade).

Segundo Gerhardt e Silveira (2009), é um documento organizado pelo pesquisador como um roteiro sobre o tema em estudo, esse tipo de semi estruturação que não permite que haja falta de foco durante a entrevista.

A utilização desse tipo de entrevista será necessária para que dados sejam coletados e principalmente que não haja perca de foco da conversa.

Entrevista informal

Gil (2008) a define a entrevista informal como a menos estruturada possível, e só se distingue da simples conversação, pois tem o objetivo de coleta de dados e é recomendada para estudos exploratórios.

A entrevista informal é o momento no qual se cria vínculo com o entrevistado e dentro dessa conversa surgem pontos relevantes para a pesquisa.

Recursos fílmicos e fotográficos

Utilizado para que se registrem os dados que não podem ser anotados com tanta riqueza de detalhes.

A utilização de fotografias e filmagens será utilizada para facilitar quando for necessário descrever estruturas e etc.

Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

As informações obtidas com os métodos citados trouxe a pesquisa os dados

necessários para que fossem confrontados com o embasamento teórico necessário

Page 42: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

40

para que seja gerado um diagnóstico da atividade, para verificar se o resultado é

viável ou não.

3.3 Base de Dados

Na propriedade foram coletados dados financeiros por meio de transferência

de dados de programa de Excel e também análise documental. Foram feitas em

março de 2016 fotografias para demonstração da estrutura de confinamento, tais

como: currais, bebedouros, cercas, estradas e etc.

Para complemento de informações foram feitas anotações em relação as

informações passadas por meio de conversa informal com o encarregado do

confinamento e também foram realizadas observações relativas à estrutura,

especificidades da produção e perguntas que estavam fora do questionário

semiestruturado (Apêndice A).

A Tabela 4 traz o resumo dos custos do período de maio a dezembro

referente à atividade, já a discriminação de cada um dos itens e quantidades está no

Anexo 1.

Tabela 4: Resumo de Custos

Mês Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Total 6.123,82 8.520,63 67.564,80 63.994,95 43.007,07 59.545,90 25.327,06 21.798.63

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

A Tabela 5 discrimina as informações dos animais, faixa etária, quantidade e

valores de compra por cabeça.

Tabela 5: Idade, Quantidade e Custo de Aquisição de Animais Discriminação Idade (em meses) Quantidade Valor/ Cabeça

Bezerros 7 300 1.200,00

Bezerras 7 300 1.100,00

Garrotes 24 160 1.300,00

Vacas de descarte - 140 1.200,00

Total 900 1.066.000,00 Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

Page 43: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

41

Os 900 animais que foram confinados tem exigências nutricionais diferentes

um dos outros devido à faixa etária, sexo e raça. Todos os bezerros, bezerras e

garrotes são frutos de inseminação artificial por tempo fixo (IATF), logo todos são

animais com aptidão para a engorda, sendo a maioria de origem zebuína. As vacas

de descarte são todas com aptidão para engorda, porém não foi possível fazer uma

discriminação das raças presentes.

Para uma melhor compreensão da estrutura física dos currais de alimentação,

foram inseridas algumas fotografias que mostram de que forma estão dispostos na

propriedade.

Figura 4: Chegada ao Confinamento

Fonte: Da autora, 2016.

A Figura 4 apresenta a chegada ao confinamento que fica em uma área mais

isolada, a aproximadamente 800 metros da sede da fazenda. É possível observar à

direita o corredor de serviço, onde é feito o trânsito de animais e também é utilizado

para o abastecimento dos cochos.

Figura 5: Curral de Alimentação

Fonte: Da autora, 2016.

Page 44: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

42

Nos currais de alimentação há alguns sombrites para que os animais se

refugiem do sol intenso, bebedouros de água com boia.

Figura 6: Cochos para Alimentação

Fonte: Da autora, 2016.

A Figura 6 mostra os cochos onde é fornecido o volumoso e também o

concentrado. Nessa cerca há uma abertura que possibilita o animal colocar o tronco

para realizar a ingestão alimentar de forma adequada.

Figura 7: Bebedouros

Fonte: Da autora, 2016.

A figura 7 monstra o posicionamento dos sombrites, cocho de sal, bebedouros

e também dos cochos de alimentação.

Page 45: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

43

3.4 Análise de Custos

3.4.1 Análise de Custos de Produção

Para a análise de custo de produção foi gerada uma planilha resumida que

foi subdividida em:

Benfeitorias

Apenas foram consideradas as cocheiras, pois o curral para confinamento já

existia e estava desativado há algum tempo e para que as atividades pudesse

retornar, houve a necessidade da substituição de cochos, por esse motivo foi

contabilizado apenas as cocheiras para o cálculo de benfeitorias.

Custos Fixos

Na análise, a mão de obra foi considerada um custo fixo, pois essa é despesa

é gerada independentemente do funcionário estar trabalhando ou não, a alavanca,

cavadeira e enxada.

Custos Variáveis

Suplementação: barbante de feno, cloreto de potássio, farelo de soja, milho

em grão, sal, silagem de milho, sulfato de amônia, ki-lamb, suplementos minerais e

ureia.

Manutenção

Manutenção do curral: adaptados SR32X1, arame farpado, arame oval,

esticadores, globo para boias e grampo de cerca.

Diversos

Material de uso: Grylon, fita Silver e luvas.

Page 46: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

44

Insumos

Insumos para o solo: corretivo de Silício, formicida, gesso agrícola, herbicidas

e Fosfato.

Matéria Prima

Os animais são a matéria prima para a produção de carne.

3.4.2 Método de Custeio por Absorção

O método de custo por absorção foi feito de acordo com a categoria do

animal. Cada classe foi criada de acordo com a idade e custo de aquisição, logo

foram criadas as seguintes classes: bezerros, bezerras, garrotes e vacas.

A partir do custo de aquisição dos animais foi adicionado o custo referente à

engorda. Sendo assim cada categoria teve um custo de absorção diferente.

Por meio dos cálculos foi feito um fluxograma que teve como base o

fluxograma utilizado por Crepaldi (2006).

3.4.3 Modalidade Boitel

A modalidade de Boitel é um exemplo dentro da pecuária que trabalha por

custo de absorção para formulação de suas diárias, repassando o valor diário ao

proprietário dos animais e fazendo a divisão de lucros.

3.4.4 Receita

A receita é referente a todo o volume monetário gerado a partir da venda dos

animais, levando em consideração que apenas 300 animais foram abatidos, os

demais estiveram em recria e foram vendidos para que o comprador finalizasse esse

processo.

Page 47: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

45

3.4.5 Tempo de Retorno do Investimento – payback simples

O payback foi calculado apenas referente à atividade de confinamento, e para

a realização dos cálculos foi utilizada a definição de Nogueira (2004) que não se usa

o lucro operacional, mas sim o resultado de caixa, que é representado pela receita

total menos o custo variável, representado por:

Tempo de retorno = Valor inicial do capital (valor de mercado) Resultado caixa

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 O Estudo de Caso

O estudo de caso foi realizado em uma fazenda, localizada a 50 Km, no

município de Arinos – MG. A propriedade possui a extensão de 10.000 hectares.

Os dados foram coletados mediante entrevistas com o encarregado do

confinamento e o proprietário, análise documental, diário de campo, entrevista

semiestruturada, entrevista informal e recursos fotográficos, referente ao ano de

2015.

O sistema analisado foi o sistema intensivo, pouco utilizado na região,

utilizando-se a técnica de confinamento intensivo, no qual o gado é monitorado o

tempo todo e as quantidades de alimentos são fornecidas de acordo com o ganho

esperado.

A base de informações foi gerada por meio das informações disponibilizadas

pelo encarregado e o proprietário e também por meio da análise de documentos

referentes à atividade.

A partir dessa base foram geradas todas as planilhas de custos de acordo

com sua origem e receitas, e por meio delas foi possível realizar as análises.

Page 48: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

46

4.2 Custos

4.2.1 Custos de Produção

Os custos de produção identificados foram os de benfeitorias, custos

fixos, custos variáveis, custos diversos e de manutenção, os dados a respeito da

atividade e também o custo referente à matéria prima ou aquisição dos animais. Na

Tabela 6 foram separados e classificados os custos de acordo com a origem de

cada um.

Tabela 6: Custo de Produção no Sistema Intensivo de Bovinos

DISCRIMINAÇÃO TOTAL

CUSTO TOTAL 1.359.484,45

CUSTO OPERACIONAL TOTAL 1.359.484,45

BENFEITORIA 2.298,91

Cocheira 2.298,91

CUSTOS FIXOS 12.455,62

Vaqueiros 12.455,62

CUSTOS VARIAVEIS 274.256,85

Alimentação 274.256,85

DIVERSOS 75,56

Material de uso 75,56

MANUTENÇÃO 1.082,85

Manutenção do Curral 1.082,85

INSUMOS

Insumos para o solo MATÉRIA PRIMA

Bovinos

3.314,66

3.314,66 1.066.000,00

1.066.000,00

Fonte: Da autora, 2016.

A partir dos dados foi gerado o Gráfico 3, que representa percentualmente o

dispêndio financeiro com cada uma das classificações citadas.

Page 49: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

47

Gráfico 3: Percentual dos Custos de Produção

Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

Conforme demonstrado anteriormente, o custo variável é aquele que muda de

acordo com a quantidade de animais. Neste estudo de caso o maior dispêndio é

com a matéria prima, ou seja, com a aquisição dos animais, o que representa

78,41% seguido do custo com a alimentação, responsável por uma parcela de

20,17%referente aos custos e estão compostos por concentrado, suplementos

minerais, proteinados e outros.

O custo gerado com a alimentação em um confinamento está diretamente

ligado à quantidade de dias e animais, portanto a partir da mensuração de gasto

diário dentro do confinamento o gestor pode monitorar até quando é viável manter

aquele animal.

Essa mensuração é feita a partir de alguns aspectos ligados à capacidade de

engorda diária dos animais que estão sendo confinados, a quantidade e valor do

concentrado e volumoso que esse ingere diariamente e ao valor que será recebido

em média por animal.

A partir dessa mensuração se consegue estabelecer um custo diário por

animal e a receita futura do mesmo. Sabendo então até que ponto é viável mantê-lo

confinado.

Page 50: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

48

4.2.2 Custeio por Absorção

Por meio do método de custeio por absorção foi criada a Tabela 7, que

mostra o valor da matéria-prima, no caso do estudo de caso bezerros, bezerras,

garrotes e vacas que foram confinados.

Tabela 7: Cálculo do Custeio por Absorção

Matéria-Prima Total Quantidade Valor por cabeça

Bezerros (7 meses) R$ 360.000,00 300 R$ 1.200,00

Bezerras (7 meses) R$ 330.000,00 300 R$ 1.100,00

Garrotes (24 meses) R$ 208.000,00 160 R$ 1.300,00

Vacas R$ 168.000,00 140 R$ 1.200,00

Custos

Rateio dos Custos R$ 291.773,21 900 R$ 324,19

Total

Bezerros (7 meses)

R$ 1.524,19

Bezerras (7 meses)

R$ 1.424,19

Garrotes (24 meses)

R$ 1.624,19

Vacas R$ 1.524,19 Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

A partir do rateio dos custos, gerou-se um valor diferenciado para cada faixa

etária e sexo dos animais, representados no Gráfico 4.

Gráfico 4: Custo dos Animais por Categoria

Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

Page 51: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

49

Com base no fluxograma de Crepaldi (2006), já exposto anteriormente neste

trabalho, foi criado um fluxograma da Figura 8 demonstrando a atividade.

Figura 8: Custo por Absorção da Atividade

Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

A partir do fluxograma é possível observar nitidamente as etapas que fazem

parte do processo de custo por absorção. As despesas não foram mencionadas no

fluxograma, pois foram analisados apenas os custos diretos do confinamento pela

restrição de dados que foram disponibilizados pelo empresário rural.

A alocação correta dos custos possibilita o acompanhamento por área de

cada frente de cada produto ou área de atuação para se conhecer o custo total de

cada produto.

4.2.3 Modalidade Boitel

A modalidade de custo por absorção assume todos os valores referentes ao

processo de engorda do animal, e ele é variável de acordo com a quantidade

produzida, podendo ser estabelecido um custo total unitário.

Page 52: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

50

A mensuração feita do custo diário unitário do animal, a necessidade da

escolha de um animal com aptidão para o corte e a as recomendações de peso

mínimo são fatores que levam ao sucesso da atividade.

Segundo Varella (2015) os boiteis são uma alternativa para aqueles

pecuaristas que não têm condições de engordar os animais na própria propriedade

por falta de pasto, principalmente no período da seca.

Varella ainda ressalta que as estruturas de confinamento do Norte de Minas

estão instaladas nos municípios de Pirapora, Buritizeiro, Itacarambi, São João da

Ponte e Janaúba. Em média, cada uma delas tem a capacidade para manter cerca

de 10 mil animais em regime de engorda ao mesmo tempo.

Na modalidade Boitel, o pecuarista leva o animal de acordo com o peso

mínimo, e por meio da pesagem é definida a quantidade de concentrado e volumoso

que esse animal irá consumir. As diárias são cobradas de acordo com o consumo.

Para exemplo de como funciona foi utilizado um Boitel localizado no município

de Jaíba - Minas Gerais, que tem como visão fomentar a pecuária e acelerar o

processo de terminação de animais.

A Agropeva possui a seguinte tabela de preços:

Tabela 8: Valores de Diária de Acordo com o Peso de Entrada

Fonte: Agropeva, 20--.

Por meio da análise do Boitel e da tabela de preços diários é possível

observar diversos fatores ligados a uma gestão eficiente, tais como:

1. necessidade de se ter um animal selecionado, pois segundo Plastina

(2014), os cruzamentos melhoraram o rendimento e o peso de carcaça, mantendo a

qualidade da carne e o melhoramento nos aspectos da rentabilidade da atividade;

Page 53: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

51

2. o sistema de produção intensivo, Vasconcellos (1993) ressalta a maior

produtividade por área, gerando um maior retorno financeiro em um menor espaço

de tempo;

3. Seguir protocolos de peso mínimo para que se obtenha um maior ganho

em um menor tempo, ganhando pela redução custos desnecessários;

4. Lopes e Carvalho (20--) tratam a importância do estudo dos custos de

produção de uma empresa agrícola como uma tarefa indispensável a uma boa

administração, pois, a partir do conhecimento deles é possível saber até que ponto é

eficiente confinar;

O auxilio de profissionais especializados principalmente para a gestão e da

propriedade e nutrição animal faz com que todos os dispêndios financeiros sejam

monitorados, garantindo então uma maior eficiência da atividade.

Aplicando a técnica de custo diário utilizada no boitel ao estudo de caso a

partir do custo de absorção, foi necessário quantificar quantos dias houve desde a

entrada do animal até seu abate.

O confinamento no ano de 2015 foi atípico, pois bezerros de desmama foram

inseridos para que esses não atrasassem seu crescimento pós desmama. Usando o

método de custeio por absorção para fazer uma projeção dos custos diários dos

animais adultos que fic 90 dias confinados obteve-se um custo por absorção de

R$324,19, esse valor dividido pela quantidade de dias que o animal foi confinado

gerou um custo diário de R$3,60.

A partir do custo diário de R$ 3,60 por dia é possível o gestor da propriedade

mensurar até que ponto esse animal gera lucro pra atividade, e por meio desse valor

é possível fazer projeções se é viável aumentar a quantidade de alimento fornecido

minimizando assim a quantidade de dias confinados, aumentar a quantidade de dias

visando uma dieta mais barata e todas essas possíveis formar visando a obtenção

de uma maior eficiência financeira.

4.3 Receita

A receita de uma atividade é o fruto do somatório do volume produzido pela

quantidade de produto comercializado. Na propriedade em análise foram terminadas

300 cabeças e vendido 600 bezerros gerando um montante de R$1.530.000,00 no

Page 54: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

52

período de maio a dezembro de 2015. Tendo uma receita média de R$1.700,00 por

animal.

No período de confinamento foram inseridos 600 bezerros, que

convencionalmente não são inseridos, porém, devido o ano de 2015 ter sido um ano

atípico dos demais em índices pluviométricos, houve a necessidade para que esses

animais não viesse a óbito por escassez alimentar.

No mês de dezembro, quando se encerrou o confinamento, cada bezerro foi

vendido a um valor de R$1.600,00, gerando um montante de R$ 960.000,00, esse

valor foi inserido a receita obtida com o abate do restante dos animais fechando no

fim do período o montante total de R$ 1.530.000,00.

Considerando que o restante dos animais, 300 cabeças foram responsáveis

por R$ 570.000,00, a receita média por animal abatido foi de R$1.900,00.

4.4 PayBack Simples

O payback engloba o período em anos em que o investimento retornará em

valores monetários e será possível fazer um novo investimento nas mesmas

proporções.

O estudo de caso foi feito em uma propriedade em que se obtiveram

informações apenas do ano de 2015 e analisou-se apenas a atividade. Os custos

mensais geraram a Tabela 9, e o payback foi feito apenas de 2015, no período de

maio a dezembro.

Tabela 9: Payback Simples

Mês Fluxo de Caixa

Maio -R$ 1.072.123,83

Junho -R$ 8.520,63

Julho -R$ 67.564,80

Agosto -R$ 63.994,95

Setembro -R$ 43.007,05

Outubro -R$ 59.545,90

Novembro -R$ 25.327,06

Dezembro R$ 1.508.201,37

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Page 55: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

53

Os projetos relacionados a confinamento de bovinos possuem a característica

de um investimento regular e normalmente apenas uma receita obtida ao fim do

ciclo. Como foi analisado apenas um ciclo, o payback, ou seja, o tempo de retorno

do investimento foi de sete meses.

Page 56: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

54

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que o único custo fixo identificado na produção foi com a mão-de-

obra dos colaboradores que trabalham diretamente com a atividade gerando

um montante de R$ 12.455,62 durante os sete meses de confinamento.

O custo referente a benfeitorias foi apenas da troca de cochos destinados a

alimentação que gerou um investimento de R$ 2.298,91.

Os custos variáveis somaram um total de R$ 274.256,85 divididos em

material de uso, manutenção do curral e insumos para o solo.

Os custos diversos totalizaram R$ 75,56 no período.

A aquisição dos 900 animais gerou uma quantia de R$ 1.066.000,00.

A análise dos custos mostrou que o custo total da atividade foi de R$

1.359.484,45, o custo de absorção no valor de R$ 324,19 por animal. E o

maior custo variável foi com a aquisição dos animais R$ 1.066.000,00.

O tempo de retorno para o investimento, payback da atividade foi de sete

meses.

Page 57: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

55

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ferramentas de contabilidade de custos adotadas para identificar e

classificar os custos foram necessárias para se obter maior controle para a tomada

de decisão de forma consciente e baseada em informações concretas, auxiliando o

gestor a mensurar ganhos, comparar com futuros ciclos, projetar gastos e tornar a

gestão mais eficiente e eficaz. Infelizmente a maioria dos empreendimentos rurais

ainda não utilizam esses procedimentos. Logo, fica como legado, futuros estudos de

custo para as atividades rurais principalmente para o município.

Page 58: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

56

REFERÊNCIAS ABREU, U.G.P; CEZAR, I.M; TORRES, R.A. Análise bioeconômica da introdução de período de monta em sistemas de produção de rebanhos de cria na região Brasil Central. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.5, p.1198-1206, 2003. AGROPEVA. Confinamento Agropeva – Sistema Parceria/ Boitel. Disponível em <http://www.agropeva.com.br/uploads/arquivos/PARCERIA_CONFINAMENTO_AGROPEVA.pdf> Acesso em: 1 de jul. de 2016. AGUIAR, A. P. A., RESENDE, J. R. Pecuária de corte: custo de produção e análise econômica. Aprenda Fácil, 2010. ALENCAR, Maurício Mello de, at al. Criação de bovinos de corte na Região Sudeste. Disponível em: https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/BovinoCorte/BovinoCorteRegiaoSudeste/. Acesso em: 17 de maio de 2016. BARBALHO, V. F.; PEREIRA, A. C.; OLIVEIRA A. B. S. Indicadores de controle e desempenho: uma ferramenta de gestão direcionada para a atividade pecuária. Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos62006/449.pdf> Acesso em: 17 de maio de 2016. BATALHA, M. O. Gestão Agroindustrial. 3o ed. São Paulo: Atlas, 2007. BEAUD, Stéphane; WEBER, Florence. Guide de l’Enquête de Terrain. Paris: La Découverte, 1998. Beefpoint. EUA: em março, foram alojados 10,9 milhões de cabeças em confinamento. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/giro-do-boi/eua-em-marco-foram-alojados-109-milhoes-de-cabecas-em-confinamento/> Acesso em: 25 mai. 2016.

BRANCO, H, R. Degradação de pastagens. Diminuição da produtividade com o tempo. Conceito de sustentabilidade. 2000. 27 d. Trabalho da disciplina degraduação Forragicultura. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2000. BRASIL. Consumo Mundial de carne bovina. http://www.abiec.com.br/download/stat_mercadomundial.pdf. Acesso em 24 ago, 2015. BRASIL. Rebanho bovino nacional cresce 2,1% e chega a 209,5 milhões de cabeças. Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/noticias.html?view=noticia&id=1&idnoticia=2002&busca=1&t=ppm-2010-rebanho-bovino-nacional-cresce-2-1-chega-209-5-milhoes>. Acesso em 15 ago, 2015.

Page 59: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

57

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado> Acesso em: 26 nov. 2015. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/animal/mercado-interno> Acesso em: 27 nov. 2015.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/animal> Acesso em: 27 nov. 2015. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/animal/mercado-interno> Acesso em: 27 nov. 2015.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/animal> Acesso em: 27 nov. 2015. COELHO. C. Escolhendo touro para cruzamento industrial – Critérios importantes para selecionar um bom reprodutor. Disponível em: <http://senepolsan.com.br/> Acesso em: 23 de mai. 2016. COAN, R. M.; PIMENTEL, L. Viabilidade do confinamento em 2015 (avaliação parcial – 1º semeste). Disponível em: http://www.coanconsultoria.com.br/ArtigosTexto.aspx?idAmbiente=5&ambiente=10&idNoticia=424 Acesso em: 17 mai. 2016. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade rural: uma abordagem Decisorial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. EMBRAPA. Cruzamento simples, com produção de F1. Disponível em: <http://www.cnpgl.embrapa.br/sistemaproducao/book/export/html/292> Acesso em: 25 mar de 2016. EMBRAPA INFORMATIVO. Confinar é bom para quem busca competitividade e aumento de produção. Informativo do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte. Volume 13, número 2, julho de 2000. EMBRAPA. Localização e infra-estrutura. Disponível em: <http://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc64/03localizacao.html> Acesso em: 26 jun. 2016. FILHO, K. E. A Pecuária de Corte no Cerrado Brasileiro. In: IX SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE O CERRADO E II SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE SAVANAS TROPICAIS, 2008, Brasília. Disponível em: <http://simposio.cpac.embrapa.br/simposio/projeto/palestras/capitulo_17.pdf> Acesso em: 22 nov. 2015. FILHO, K. E. Cruzamento em gado de corte. 1. ed. Brasília – DF: Embrapa, 1996. DIAS FILHO, A. Técnicas aplicadas para o confinamento de bovinos. 2011. 53 f. Dissertação (Graduação em Veterinária) – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – UnB, Brasília, 2011.

Page 60: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

58

GALVES, C. Manual de economia política atual. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. GUIMARÃES, M. C. C. Metodologia para análise de projetos de sistema intensivos de terminação de bovinos de corte. Viçosa: UFV, 2005. GOMES, L. F. A. M; GOMES, C. F. S. Tomada de decisão gerencial. 4. ed. Atlas: São Paulo, 2012. GOTTSCHALL, C. S. et al. Gestão e Manejo para bovinocultura leitera. Guaíba: Palloti, 2002. HERRMANN, G. Plano estadual de proteção à diversidade: Panorama da Biodiversidade em Minas Gerais. Disponível em: <http://www.ief.mg.gov.br/images/stories/planobiodiversidade/rascunho%20panorama%201%20atualizao.pdf> Acesso em: 3 de mai. 2016. HARTENBERG, J, P. Apuração do custo e análise dos resultados da produção leiteira. 2013, 62 f. Dissertação (Graduação em Ciências Contábeis) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2013. KOLIVER. O. Os custos dos portadores finais e os sistemas de custeio. [S.l.: s.n.], 2000. LEONE. G. G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1997. LOPES, M. A.; CARVALHO, F. M. Custo de produção do gado de corte. UFLA (Universidade Federal de Lavras). Disponível em: <http://livraria.editora.ufla.br/upload/boletim/tecnico/boletim-tecnico-47.pdf>. Acesso em: 04 set, 2015. LOPES, M. A.; MAGALHÃES, G. P. Análise da rentabilidade da terminação de bovinos de corte em condições de confinamento: um estudo de caso. Departamento de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Lavras. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v. 57, n. 3. 2009. MEGLIORINI. E. Custos. 1. ed. São Paulo: Makron Books, 2001. MARION, J. C. Contabilidade na pecuária: manejo do gado, teoria contábil na pecuária, custo e coleta de dados, contabilidade (planos de contas e manialização), imposto de renda na agropecuária, pessoa física e jurídica. 5. ed. Atlas: São Paulo – SP, 1996. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

Page 61: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

59

MOTTA, F. G. Fatores condicionantes na adoção de custeio em pequenas empresas: estudo multicascos em empresas do setor metal-mecânico de São Carlos – São Paulo. Dissertação (mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000. MEDEIROS, S. R.; GOMES, R. C.; BUNGENSTAB, D, J. Nutrição de bovinos de corte: fundamentos e aplicações. 1. ed. Embrapa: Brasília – DF, 2015. MINAS GERAIS. Prefeitura Municipal de Arinos. Disponível em: < MORAES, E. H. B. K. at al. Avaliação nutricional de estratégias de suplementação para bovinos de corte durante a estação da seca. Revista Brasileira de Zootecnia. V. 39, n. 3, p. 608-616, 2010. NOGUEIRA, M. P. Gestão de custos e avaliação de resultados: agricultura e pecuária. 1. ed. Bebedouro – SP: SCOT CONSULTORIA, 2004. NOGUEIRA, E. Análise de Investimentos. In: BATALHA, M. O. et al. Gestão Agroindustrial. 2. ed. Atlas: São Paulo - SP, 2007. PÁDUA, E. M. M.. Metodologia da pesquisa: abordagem teórica-prática. 6. Ed. São Paulo: Papirus, 2000. PATTON, Q. M. Qualitative evaluation and reserarch methods. Newbury Park, CA, Sage Publications, 1990. PEIXOTO, A. M.; MOURA, J. C, et al. Confinamento de bovinos de corte. Fealq, 2000. PINTO, M. A. B. A.; FRANCO, C. Custos de produção de gado bovino em regime de confinamento: analise do método de custeio por absorção em uma propriedade rural em Tangara da Serra – MT. Revista UNEMAT de Contabilidade. v. 3, n. 5. Jan/ Jun. 2014. Disponível em: <http://periodicos.unemat.br/index.php/ruc/article/view/309> Acesso em: 20 Jun. 2016. PLASTINA, A. Cruzamento entre bovinos europeus, britânicos x continentais – será que é uma tendência que veio para ficar? Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/cruzamento-entre-bovinos-europeus-britanicos-x-continentais-sera-que-e-uma-tendencia-que-veio-para-ficar/> Acesso em: 25 mai. 2016. PROGMANN, P, E, F. Semiconfinamento de bovinos de corte. Disponível em: <

http://iepec.com/semiconfinamento-de-bovinos-de-corte/> Acesso em: 22 jun. 2016. PROJECT MANAGENT INSTITUTE, INC. (PMI®). Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®). 4 ed. Project Management Institute, Inc. Newtown Square, Pensilvânia, EUA, 2008 QUADROS, D. G. Sistemas de produção de bovinos de corte. Salvador: NEPA-UNEB, 2005. Apostila técnica do curso sobre “Sistemas de produção de bovinos de

Page 62: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

60

corte”, realizado na pró-reitoria de extensão da UNEB. Disponível em: <http://www.neppa.uneb.br/textos/publicacoes/cursos/sistemas_producao_gado_corte.pdf> Acesso em: 24 nov. 2015. RAUPP, F. M; FUGANTI, E.N. Gerenciamento de custos na pecuária de corte: um comparativo entre a engorda de bovinos em pastagens e em confinamento. Custos e agronegócio on line. v. 10, n.3 – Jul/ Set – 2014. Disponível em: <http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero3v10/Artigo%2013%20pecuaria.pdf> Acesso em: 12 jul. 2016. REZENDE, J. L. P.; OLIVEIRA, A. D. Análise econômica e social de projetos florestais. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, 2013. RODRIGUES, R. et al. Viabilidade econômica de um sistema de produção de pecuária bovina sob alta lotação: uso na pesquisa e na pecuária comercial. Revista Brasileira Saúde Produção Animal. Salvador, v.13, n.1, p.244-257 jan/mar, 2012. Disponível em: <http://revistas.ufba.br/index.php/rbspa/article/view/2265/1236> Acesso em: 10 de jun. 2016. SANTOS, D. T. et al. Suplementos energéticos para recria de novilhas de corte em pastagens anuais análise econômica. Revista Brasileira de Zootecnia. V. 33, n.6, p. 2359-2368, 2004. SANTOS, F. A. P; BALSALOBRE. Por que confinar?. In: ______. Confinamento de bovinos de corte. Piracicaba: FEALQ, 2012. Cap 1, p. 7-20. SANTOS, D. F. L; JURCA, F. L. Análise de investimento em confinamento bovino no centro-oeste brasileiro: um estudo de caso. Custos e Agronegócio on line. v. 9, n.4 – Out/ Dez 2013. Disponível em: >http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero4v9/opcoes%20reais.pdf >Acesso em: 15 Jul. 2016. SILVA, M. C.; BOAVENTURA, V. M. FIORAVANTI, M. C. S. História do povoamento bovino no Brasil central. Disponível em: <http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/dezembro2012/arquivos_pdf/05.pdf> Acesso em: 23 de mai. 2016. SOUZA, A; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e analise de investimentos. 6. ed. Atlas: São Paulo, 2008. TESCH, R. Qualitative research: analysis types and software tools. Basingstoke: The Falmer Press, 1990. TESOURO NACIONAL. Classificação de risco. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/classificacao-de-risco-faq> Acesso em: 21 Jun. 2016. THIAGO, L. R. L. S. Confinamento de bovinos. 3. ed. Brasília – DF: Embrapa, 1996.

Page 63: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

61

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Retrocruzamentos. Disponível em: <http://www.ufv.br/dbg/gbolhtm/gbol10.htm> Acesso em: 18 fev. 2016. VARELLA. M. Confinamento é alternativa para engorda de bovinos no período de seca no Norte de Minas. Disponível em: <http://www.emater.mg.gov.br/portal.cgi?flagweb=site_tpl_paginas_internas2&id=15099#.V3YYYLgrLIU> Acesso em: 1 de jul. de 2016. VASCONCELLOS, P. M. B. Guia prático para confinador. 1. ed. São Paulo, SP: Nobel, 1993. WERNKE, R. Gestão de Custos: Uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

Page 64: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

62

Apêndice A: Questionário

Universidade de Brasília

Trabalho de Conclusão de Curso em Gestão de Agronegócios

ANÁLISE DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE UM SISTEMA DE CONFINAMENTO

INTENSIVO DE BOVINOS: UM ESTUDO DE CASO EM ARINOS – MG

Talita de Oliveira Cunha

- Este questionário tem como objetivo levantar os dados para analise de

viabilidade financeira de um confinamento de gado de corte em uma propriedade

rural localizada no município de Arinos - Minas Gerais.

1 – PROPRIEDADE: __________________________________________________

2 – RESPONSÁVEL: __________________________________________________

3 – GRAU DE ESCOLARIDADE:

( ) Fundamental Incompleto ( ) Fundamental Completo

( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo

( ) Nível Superior Incompleto ( ) Nível Superior Completo

( ) Especialização ( ) Mestrado

( ) Doutorado

Profissão: ___________________________________________________________

4 – QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS: __________________________________

5 – HÁ CAPACITAÇÃO PARA FUNCIONÁRIOS:

( ) Sim ( ) Não

6 – QUANTOS FUNCIONÁRIOS ESTÃO DIRETAMENTE ENVOLVIDOS NA

ATIVIDADE DE CONFINAMENTO INTENSIVO DE BOVINOS? _________________

7 – QUAL A ÁREA TOTAL DA FAZENDA? ________________________________

8 – QUAL A ÁREA DESTINADA AOS CURRAIS DE ALIMENTAÇÃO? ___________

9 – QUANTOS CURRAIS DE ALIMENTAÇÃO HÁ? __________________________

10 – QUAL A CAPACIDADE DE ANIMAIS POR CURRAL? ____________________

11 – COMO É FEITA A AQUISIÇÃO DE ANIMAIS?

Page 65: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

63

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________.

12 – OBSERVAÇÕES DO PESQUISADOR:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Muito obrigada!

Page 66: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA …bdm.unb.br/bitstream/10483/14545/1/2016_TalitadeOliveiraCunha_tcc.pdf · Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam,

64

Anexo A: Custos de Produção Discriminação Unid. Quant. Valor (R$) Quant. Valor (R$) Quant. Valor (R$) Quant. Valor (R$) Quant. Valor (R$) Quant. Valor (R$) Quant. Valor (R$) Quant. Valor (R$)

1. Benfeitorias

Cocheira 0,6X1,0 Unid. 58 2.298,91

2. Custo Fixo

Alavanca Jupiter1,8mts Unid. 1 56,30

Cavadeira Tucano1,5mts Unid. 1 59,67

Enxada 2 Cara2LB Unid. 1 19,65

Mão de obra Pessoas 2 1.760,00 2 1.760,00 2 1.760,00 2 1.760,00 2 1.760,00 2 1.760,00 2 1.760,00 2 1.760,00

3. Custos Variáveis

Barbante Feno 150mt 11 1.443,49 10 1.403,30 8 1.122,64 7 982,31 10 1.453,53

Cloreto de Potassio Unid. 10 727,51

Farelo de Soja 46% 40kg 500 23.409,58 459 23.280,04 465 25.245,90 369 22.346,11 129 8.137,71 124 7.822,29

Milho Grão 1000kg 69,26 25.741,17 61 22.671,26 14,3 7.802,31 0,578 333,97

Milho Grao 50kg 24 555,65

Sal Comum Ema 25kg 80 705,94 188 1.665,92 210 1.976,15 189 1.683,15 180 1.585,25 282 2.529,88 134 1.202,14 101 906,09

Silagem Milho 1000kg 91,14 12.591,96

Sulfato de Amonia 50kg 1 50,73

Sulp.Pr. Ki-Lamb 60 30kg 31 1.248,37 129 5.194,83

Supl.M. Capul Reprod 25kg 44 1.949,97 4 177,27 20 886,35

Supl.Mineral.160 25kg 29 1.707,92 64 3.876,29 55 3.535,49 66 4.249,13 77 5.112,03 52 3.508,04 70 4.747,91 34 2.306,13

Supl.Prot. Ki-Lamb 30kg 35 1.046,21 77 2.315,23 53 1.646,59 102 3.396,41 48 1.612,47

Ureia saco 50kg 12 1.041,15 54 5.467,45 74 6.070,25 80 6.501,43 38 3.380,51 43 3.903,44

4. Manutenção

Adap. SR32X1 Unid. 4 4,77

Arame Farap. M. 500mts 3 384,90

Arame Oval. Z700 1000Mt 2 627,26 2 627,26

Esticador Aram. Farp. Saco 1 7,03

Globo p/Boias1/2e3/4 Unid.

Grampo Cerca Saco 10 63,66 1 6,37

5. Diversos

Barrig.Grylon10F Unid.

Barrig.Grylon18F Unid.

Enxadao Largo Unid.

Fita Siver-Tape 3M Unid. 1 6,94

Luva em Raspa Unid. 1 7,63

Luva Vaqueta Unid. 1 20,81 2 40,18

6. Insumos

Corret. Silício Saco 7 70,49

Formic. Isca 500GR 23 59,98

Gesso Agric. 50kg 2 77,96

Herb. Jump Milenia 5kg 4 826,17

Herb.Tordon 2.4D 1lt 1 45,79

Herb.Turuna Kross 20lt 3 1.588,71

Map Fosf.Hering.11.52.00 Saco 5 645,56

7. Matéria Prima

Bovinos 900 1.066.000,00

TOTAL 1070363,83 6.760,63 63.505,89 62.234,95 41.247,05 57.785,90 23.431,44 21798,63