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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE PLANALTINA ISABEL CRISTINE DA FONSECA ROSA TURISMO RURAL ACESSÍVEL NA REGIÃO DE SOBRADINHO D.F. PLANALTINA DF 2016

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Page 1: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA

FACULDADE DE PLANALTINA

ISABEL CRISTINE DA FONSECA ROSA

TURISMO RURAL ACESSIacuteVEL NA REGIAtildeO DE SOBRADINHO DF

PLANALTINA ndash DF

2016

ISABEL CRISTINE DA FONSECA ROSA

TURISMO RURAL ACESSIacuteVEL NA RIGIAtildeO DE SOBRADINHO DF

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

curso de Gestatildeo do Agronegoacutecio como requisito

parcial agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharel em

Gestatildeo do Agronegoacutecio

Orientador(a) Prof Dra Donaacuteria Coelho Duarte

Planaltina ndash DF

2016

Poema dedicado agrave deficiecircncia

Deficiente eacute aquele que natildeo consegue modificar sua vida aceitando as

imposiccedilotildees de outras pessoas ou da sociedade em que vive sem ter

consciecircncia de que eacute dono do seu destino

Louco eacute quem natildeo procura ser feliz com o que possui

Cego eacute aquele que natildeo vecirc seu proacuteximo morrer de frio de fome de miseacuteria e

soacute tecircm olhos para os seus miacuteseros problemas e pequenas dores

Surdo eacute aquele que natildeo tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo ou o

apelo de um irmatildeo Pois estaacute sempre apressado para o trabalho e quer garantir

seus tostotildees no fim do mecircs

Mudo eacute aquele que natildeo consegue falar o que sente e se esconde por traacutes da

maacutescara da hipocrisia

Paraliacutetico eacute quem natildeo consegue andar na direccedilatildeo daqueles que precisam de

sua ajuda

Diabeacutetico eacute quem natildeo consegue ser doce

Anatildeo eacute quem natildeo sabe deixar o amor crescer

E finalmente a pior das deficiecircncias eacute ser Miseraacutevel pois MISERAacuteVEIS satildeo

todos que natildeo conseguem enxergar a grandeza de Deus

Amizade eacute um amor que nunca morre

Maacuterio Quintana

Agradecimentos

Agradeccedilo a Deus pela vida sabedoria e capacitaccedilatildeo sem as quais natildeo seria

possiacutevel o alcance desta e de outras conquistas

Manifesto minha extrema gratidatildeo a meu esposo Samuel Lemos Rosa pelo

amor apoio suporte e encorajamento nos momentos difiacuteceis

A minha matildeezinha querida Josefa Maria de Carvalho que sempre se dedicou

me amou e acreditou em mim

A meus filhos Raquel Rosa e Daniel Rosa que compreenderam a minha

ausecircncia

A minha querida professora e orientadora Doutora Donaacuteria Coelho Duarte por

sua dedicaccedilatildeo compreensatildeo tempo e paciecircncia disponibilizadas durante todo

o processo de elaboraccedilatildeo deste trabalho

A todos os professores da FUP que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo

acadecircmica

A meus amigos queridos que caminharam comigo durante todo esse tempo

Amo vocecircs

Resumo

Este trabalho reflete sobre a relaccedilatildeo do turismo rural na regiatildeo administrativa de Sobradinho DF sua acessibilidade e seu potencial econocircmico e sua inclusatildeo social Como as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzida satildeo acolhidas nesses estabelecimentos Ressalta-se que as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzidas eacute um segmento em crescimento mas eacute necessaacuterio que os estabelecimentos ofereccedilam uma infraestrutura adequada as suas necessidades Portanto procurou-se realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural acessiacutevel bem como a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de caraacuteter qualitativo exploratoacuterio e descritiva com o objetivo de descrever as caracteriacutesticas dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do Cavalo Nas conclusotildees foram pautadas algumas sugestotildees como a conscientizaccedilatildeo dos empreendedores a respeito da acessibilidade e a fiscalizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a inclusatildeo social Visando-se a melhoria da acessibilidade no turismo rural na regiatildeo de Sobradinho Aconselha-se ainda o aprofundamento das pesquisas sobre o tema de modo a favorecer o conhecimento e a qualidade da acessibilidade para que o turismo rural seja um potencializador de inclusatildeo social Palavras-chave Turismo rural Acessibilidade Rota do Cavalo Sobradinho- DF

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 3

3 JUSTIFICATIVA 3

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO 5

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE 5

42 TURISMO RURAL 11

43 TURISMO ACESSIacuteVEL 14

5 METODOLOGIA 19

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE

SOBRADINHO 20

7 ANALISE DE DADOS 23

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS RESPONDENTES

PESQUISADOS 23

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 24

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 29

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL 29

8 CONCLUSAtildeO 33

REFEREcircNCIAS 37

APEcircNDICE 42

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

A dinacircmica da vida eacute transformadora e continua no iniacutecio o ser

humano tinha que se deslocar de um lugar para outro de tempos em tempos

para sobreviver pois se alimentava do que caccedilava pescava e dos frutos que

colhia da natureza Com o decorrer dos tempos o homem foi se desenvolvendo

e veio o que chamamos da primeira revoluccedilatildeo onde o homem se fixou numa

regiatildeo e comeccedilou a plantar e colher Daiacute por diante as mudanccedilas nos haacutebitos

alimentares e na forma de produzir os alimentos prossegue de forma aacutevida

Por meio de tantas transformaccedilotildees e evoluccedilotildees tecnoloacutegicas

principalmente nas uacuteltimas deacutecadas o ambiente rural vem sofrendo intensas

mudanccedilas e tem se favorecido em termos de produtividade qualidade

produccedilatildeo em escala entre outros Mas esse desenvolvimento tecnoloacutegico

trouxe tambeacutem questotildees desfavoraacuteveis agraves famiacutelias que vivem no campo como

a reduccedilatildeo de horas trabalhadas nas atividades agriacutecolas e consequentemente

houve uma draacutestica diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de matildeo de obra Desta forma as

famiacutelias comeccedilaram a sofrer com uma renda minguada que natildeo supri suas

necessidades baacutesicas e impulsiona o ecircxodo rural

Diante dessa nova realidade os agricultores comeccedilaram a buscar

novas alternativas de renda seja agriacutecola e natildeo agriacutecola para complementar a

renda familiar o que deu origem a pluriatividade rural Em conformidade com

Graziano da Silva e Del Grossi (2002) a pluriatividade incorpora os conceitos

de diversificaccedilatildeo produtiva e de agricultura em tempo parcial sendo

consideradas todas as atividades exercidas por todos os membros do

domiciacutelio inclusive as ocupaccedilotildees por conta proacutepria o trabalho assalariado e

natildeo assalariado realizado dentro eou fora das exploraccedilotildees agropecuaacuterias

Essas atividades estatildeo relacionadas a qualquer ramo de atividade e uma delas

eacute o turismo rural que eacute uma nova oportunidade de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural

integrando a produccedilatildeo agropecuaacuteria tradicional com a prestaccedilatildeo de um novo

serviccedilo por meio do lazer e da cultural cooperando assim para o aumento da

renda familiar e para a permanecircncia do homem no campo

O turismo de forma geral eacute um segmento em expansatildeo que contribui

para o desenvolvimento econocircmico e social da naccedilatildeo Para Campos e Marodin

2

(2013) o serviccedilo turiacutestico abarca vaacuterios setores da economia como o

transporte a alimentaccedilatildeo o lazer a recreaccedilatildeo e a hospedagem No caso do

turismo rural a experiecircncia vivida pelo turista vai aleacutem desses serviccedilos pois

envolve questotildees sensorial e sentimental onde o individuo tem a oportunidade

de interagir com a natureza experimentando momentos uacutenicos como tirar leite

da vaca andar a cavalo e a oportunidade de descobrir o outro pois em muitos

casos o turista receba a hospitalidade do proprietaacuterio e se hospeda na proacutepria

casa da fazenda

Por conseguinte para progredir com a igualdade de direitos e

oportunidades eacute necessaacuterio agrave preocupaccedilatildeo com o outro Essa preocupaccedilatildeo

com o proacuteximo pressupotildee o acolhimento e por conseguinte a acessibilidade

Entende-se que um estabelecimento acessiacutevel elimina as barreiras desde o

transporte fornece informaccedilotildees seguras e disponiacuteveis atividades adequadas

com profissionais preparados para atender as necessidades de pessoas com

deficiecircncia ou com mobilidade reduzida (PDMR) e ainda instalaccedilotildees e mobiacutelias

adaptadas assegurando desta forma a liberdade de ir e vir a todo e qualquer

cidadatildeo independente de sua condiccedilatildeo fiacutesica

Diante de tal realidade expansiva do turismo rural em todo o paiacutes este

trabalho tem como objetivo identificar a acessibilidade dos estabelecimentos

turiacutesticos no espaccedilo rural da regiatildeo administrativa de Sobradinho no Distrito

Federal

Trata se de uma cidade sateacutelite que estaacute localizada a 22 km do centro

de Brasiacutelia Como toda regiatildeo do Distrito Federal estaacute situada no Planalto

Central tem o cerrado como vegetaccedilatildeo o clima predominante eacute o tropical

sazonal com estaccedilatildeo chuvosa e quente no veratildeo e outra fria e seca no

inverno Sobradinho eacute conhecida como uma cidade serrana onde se encontra

o ponto mais alto do Distrito Federal razatildeo pela qual o arquiteto Oscar

Niemayer escolheu para a construccedilatildeo da torre digital de Brasiacutelia Em sua aacuterea

de demarcaccedilatildeo existem muitos rios e riachos aleacutem de cachoeiras de aacutegua

liacutempida e gelada para amenizar o calor e a baixa umidade do ar que em

algumas eacutepocas do ano pode chegar a menos de 20 Desse modo a regiatildeo

favorece ao turismo rural por sua diversidade vegetativa relevo e hidrografia

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

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relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

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Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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PERO V MIHESSEN V Mobilidade Urbana e Pobreza no Rio de Janeiro Revista Econocircmica ndash Niteroacutei v 15 n 2 p 23-50 dez 2013 RAMALHO M M C Estudos Sobre o Turismo no Espaccedilo Rural em Barra do Piraiacute e sua Relaccedilatildeo com o Desenvolvimento Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18- n 2 ndash Mai ndash Ago 2016 p223-250 ROCHA E S PETRY T R E Acolhimento e Hospitalidade o caso do Museu Comunitaacuterio Engenho do Sertatildeo ndash Bombinhas SC 8ordm Semintur Roda Conversaccedilotildees sobre Hospitalidade Caxias do Sul (RS) 2015 SANTOS A F L Hospitalidade a palavra chave para aumentar as vendas e potencializar relacionamentos 2015 Disponiacutevel emgthttpwwwportaleducacaocombrturismoehotelariaartigos59440hospitalidade-achave-para-aumentar-as-vendas-e-potencializar-relacionamentosgt Acesso em novembro de 2015 SANTOS Tania Globalizaccedilatildeo e exclusatildeo a dialeacutetica da mundializaccedilatildeo do capital Sociologias Porto Alegre n6 ju-dez 2001 Disponiacutevel emgthttpscielobrgt Acesso em 25 de outubro de 2015 SANTOS M M C PERAZZOLO A O PEREIRA S A hospitalidade numa perspectiva coletiva O corpo coletivo acolhedor In SANTOS M M C SANSOLO D G BURSZITYN I (Orgs) Turismo de base comunitaacuteria diversidade de olhares e experiecircncias brasileiras Rio de Janeiro Letra e Imagem 2009 p348-355 SCHNEIDER S FIALHO M A V Atividades Natildeo Agriacutecolas e Turismo Rural no Rio Grande do Sul II Congresso Internacional Sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentaacutevel Santa MariaRS 2000 Disponiacutevel em httpwwwturismoruralorgbrdownload20080614174402pdf Acesso em 27 de dezembro de 2015 SEVERINI Valeacuteria Ferraz Hospitalidade urbana ampliando o conceito Revista Iberoamericana de Turismo ndash RITUR Penedo v 3 n2 p 84-99 2013 SEVERINI Valeacuteria Ferraz Hospitalidade Urbana a arte de conviver e bem receber nas grandes cidades P63 2014 SWARBROOKE J Turismo sustentaacutevel setor puacuteblico e cenaacuterios geograacuteficos Satildeo Paulo Aleph 2000 TRIGO L G Anaacutelises regionais e globais do turismo brasileiro Satildeo Paulo Roca 2005

42

VEIGA Joseacute Eli da Cidades imaginaacuterias O Brasil eacute menos urbano do que se calcula Campinas Autores associados 2002 ZANCAN C DANTAS A B CAMPOS V O Estrutura de serviccedilos de varejo nas redes de hospedagem brasileiras Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo Satildeo Paulo 9(2) p 278-297 maioago 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwrbturorgbrrbturarticleview756676gt Acesso em setembro de 2015

APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 2: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

ISABEL CRISTINE DA FONSECA ROSA

TURISMO RURAL ACESSIacuteVEL NA RIGIAtildeO DE SOBRADINHO DF

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao

curso de Gestatildeo do Agronegoacutecio como requisito

parcial agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharel em

Gestatildeo do Agronegoacutecio

Orientador(a) Prof Dra Donaacuteria Coelho Duarte

Planaltina ndash DF

2016

Poema dedicado agrave deficiecircncia

Deficiente eacute aquele que natildeo consegue modificar sua vida aceitando as

imposiccedilotildees de outras pessoas ou da sociedade em que vive sem ter

consciecircncia de que eacute dono do seu destino

Louco eacute quem natildeo procura ser feliz com o que possui

Cego eacute aquele que natildeo vecirc seu proacuteximo morrer de frio de fome de miseacuteria e

soacute tecircm olhos para os seus miacuteseros problemas e pequenas dores

Surdo eacute aquele que natildeo tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo ou o

apelo de um irmatildeo Pois estaacute sempre apressado para o trabalho e quer garantir

seus tostotildees no fim do mecircs

Mudo eacute aquele que natildeo consegue falar o que sente e se esconde por traacutes da

maacutescara da hipocrisia

Paraliacutetico eacute quem natildeo consegue andar na direccedilatildeo daqueles que precisam de

sua ajuda

Diabeacutetico eacute quem natildeo consegue ser doce

Anatildeo eacute quem natildeo sabe deixar o amor crescer

E finalmente a pior das deficiecircncias eacute ser Miseraacutevel pois MISERAacuteVEIS satildeo

todos que natildeo conseguem enxergar a grandeza de Deus

Amizade eacute um amor que nunca morre

Maacuterio Quintana

Agradecimentos

Agradeccedilo a Deus pela vida sabedoria e capacitaccedilatildeo sem as quais natildeo seria

possiacutevel o alcance desta e de outras conquistas

Manifesto minha extrema gratidatildeo a meu esposo Samuel Lemos Rosa pelo

amor apoio suporte e encorajamento nos momentos difiacuteceis

A minha matildeezinha querida Josefa Maria de Carvalho que sempre se dedicou

me amou e acreditou em mim

A meus filhos Raquel Rosa e Daniel Rosa que compreenderam a minha

ausecircncia

A minha querida professora e orientadora Doutora Donaacuteria Coelho Duarte por

sua dedicaccedilatildeo compreensatildeo tempo e paciecircncia disponibilizadas durante todo

o processo de elaboraccedilatildeo deste trabalho

A todos os professores da FUP que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo

acadecircmica

A meus amigos queridos que caminharam comigo durante todo esse tempo

Amo vocecircs

Resumo

Este trabalho reflete sobre a relaccedilatildeo do turismo rural na regiatildeo administrativa de Sobradinho DF sua acessibilidade e seu potencial econocircmico e sua inclusatildeo social Como as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzida satildeo acolhidas nesses estabelecimentos Ressalta-se que as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzidas eacute um segmento em crescimento mas eacute necessaacuterio que os estabelecimentos ofereccedilam uma infraestrutura adequada as suas necessidades Portanto procurou-se realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural acessiacutevel bem como a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de caraacuteter qualitativo exploratoacuterio e descritiva com o objetivo de descrever as caracteriacutesticas dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do Cavalo Nas conclusotildees foram pautadas algumas sugestotildees como a conscientizaccedilatildeo dos empreendedores a respeito da acessibilidade e a fiscalizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a inclusatildeo social Visando-se a melhoria da acessibilidade no turismo rural na regiatildeo de Sobradinho Aconselha-se ainda o aprofundamento das pesquisas sobre o tema de modo a favorecer o conhecimento e a qualidade da acessibilidade para que o turismo rural seja um potencializador de inclusatildeo social Palavras-chave Turismo rural Acessibilidade Rota do Cavalo Sobradinho- DF

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 3

3 JUSTIFICATIVA 3

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO 5

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE 5

42 TURISMO RURAL 11

43 TURISMO ACESSIacuteVEL 14

5 METODOLOGIA 19

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE

SOBRADINHO 20

7 ANALISE DE DADOS 23

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS RESPONDENTES

PESQUISADOS 23

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 24

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 29

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL 29

8 CONCLUSAtildeO 33

REFEREcircNCIAS 37

APEcircNDICE 42

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

A dinacircmica da vida eacute transformadora e continua no iniacutecio o ser

humano tinha que se deslocar de um lugar para outro de tempos em tempos

para sobreviver pois se alimentava do que caccedilava pescava e dos frutos que

colhia da natureza Com o decorrer dos tempos o homem foi se desenvolvendo

e veio o que chamamos da primeira revoluccedilatildeo onde o homem se fixou numa

regiatildeo e comeccedilou a plantar e colher Daiacute por diante as mudanccedilas nos haacutebitos

alimentares e na forma de produzir os alimentos prossegue de forma aacutevida

Por meio de tantas transformaccedilotildees e evoluccedilotildees tecnoloacutegicas

principalmente nas uacuteltimas deacutecadas o ambiente rural vem sofrendo intensas

mudanccedilas e tem se favorecido em termos de produtividade qualidade

produccedilatildeo em escala entre outros Mas esse desenvolvimento tecnoloacutegico

trouxe tambeacutem questotildees desfavoraacuteveis agraves famiacutelias que vivem no campo como

a reduccedilatildeo de horas trabalhadas nas atividades agriacutecolas e consequentemente

houve uma draacutestica diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de matildeo de obra Desta forma as

famiacutelias comeccedilaram a sofrer com uma renda minguada que natildeo supri suas

necessidades baacutesicas e impulsiona o ecircxodo rural

Diante dessa nova realidade os agricultores comeccedilaram a buscar

novas alternativas de renda seja agriacutecola e natildeo agriacutecola para complementar a

renda familiar o que deu origem a pluriatividade rural Em conformidade com

Graziano da Silva e Del Grossi (2002) a pluriatividade incorpora os conceitos

de diversificaccedilatildeo produtiva e de agricultura em tempo parcial sendo

consideradas todas as atividades exercidas por todos os membros do

domiciacutelio inclusive as ocupaccedilotildees por conta proacutepria o trabalho assalariado e

natildeo assalariado realizado dentro eou fora das exploraccedilotildees agropecuaacuterias

Essas atividades estatildeo relacionadas a qualquer ramo de atividade e uma delas

eacute o turismo rural que eacute uma nova oportunidade de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural

integrando a produccedilatildeo agropecuaacuteria tradicional com a prestaccedilatildeo de um novo

serviccedilo por meio do lazer e da cultural cooperando assim para o aumento da

renda familiar e para a permanecircncia do homem no campo

O turismo de forma geral eacute um segmento em expansatildeo que contribui

para o desenvolvimento econocircmico e social da naccedilatildeo Para Campos e Marodin

2

(2013) o serviccedilo turiacutestico abarca vaacuterios setores da economia como o

transporte a alimentaccedilatildeo o lazer a recreaccedilatildeo e a hospedagem No caso do

turismo rural a experiecircncia vivida pelo turista vai aleacutem desses serviccedilos pois

envolve questotildees sensorial e sentimental onde o individuo tem a oportunidade

de interagir com a natureza experimentando momentos uacutenicos como tirar leite

da vaca andar a cavalo e a oportunidade de descobrir o outro pois em muitos

casos o turista receba a hospitalidade do proprietaacuterio e se hospeda na proacutepria

casa da fazenda

Por conseguinte para progredir com a igualdade de direitos e

oportunidades eacute necessaacuterio agrave preocupaccedilatildeo com o outro Essa preocupaccedilatildeo

com o proacuteximo pressupotildee o acolhimento e por conseguinte a acessibilidade

Entende-se que um estabelecimento acessiacutevel elimina as barreiras desde o

transporte fornece informaccedilotildees seguras e disponiacuteveis atividades adequadas

com profissionais preparados para atender as necessidades de pessoas com

deficiecircncia ou com mobilidade reduzida (PDMR) e ainda instalaccedilotildees e mobiacutelias

adaptadas assegurando desta forma a liberdade de ir e vir a todo e qualquer

cidadatildeo independente de sua condiccedilatildeo fiacutesica

Diante de tal realidade expansiva do turismo rural em todo o paiacutes este

trabalho tem como objetivo identificar a acessibilidade dos estabelecimentos

turiacutesticos no espaccedilo rural da regiatildeo administrativa de Sobradinho no Distrito

Federal

Trata se de uma cidade sateacutelite que estaacute localizada a 22 km do centro

de Brasiacutelia Como toda regiatildeo do Distrito Federal estaacute situada no Planalto

Central tem o cerrado como vegetaccedilatildeo o clima predominante eacute o tropical

sazonal com estaccedilatildeo chuvosa e quente no veratildeo e outra fria e seca no

inverno Sobradinho eacute conhecida como uma cidade serrana onde se encontra

o ponto mais alto do Distrito Federal razatildeo pela qual o arquiteto Oscar

Niemayer escolheu para a construccedilatildeo da torre digital de Brasiacutelia Em sua aacuterea

de demarcaccedilatildeo existem muitos rios e riachos aleacutem de cachoeiras de aacutegua

liacutempida e gelada para amenizar o calor e a baixa umidade do ar que em

algumas eacutepocas do ano pode chegar a menos de 20 Desse modo a regiatildeo

favorece ao turismo rural por sua diversidade vegetativa relevo e hidrografia

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 3: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

Poema dedicado agrave deficiecircncia

Deficiente eacute aquele que natildeo consegue modificar sua vida aceitando as

imposiccedilotildees de outras pessoas ou da sociedade em que vive sem ter

consciecircncia de que eacute dono do seu destino

Louco eacute quem natildeo procura ser feliz com o que possui

Cego eacute aquele que natildeo vecirc seu proacuteximo morrer de frio de fome de miseacuteria e

soacute tecircm olhos para os seus miacuteseros problemas e pequenas dores

Surdo eacute aquele que natildeo tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo ou o

apelo de um irmatildeo Pois estaacute sempre apressado para o trabalho e quer garantir

seus tostotildees no fim do mecircs

Mudo eacute aquele que natildeo consegue falar o que sente e se esconde por traacutes da

maacutescara da hipocrisia

Paraliacutetico eacute quem natildeo consegue andar na direccedilatildeo daqueles que precisam de

sua ajuda

Diabeacutetico eacute quem natildeo consegue ser doce

Anatildeo eacute quem natildeo sabe deixar o amor crescer

E finalmente a pior das deficiecircncias eacute ser Miseraacutevel pois MISERAacuteVEIS satildeo

todos que natildeo conseguem enxergar a grandeza de Deus

Amizade eacute um amor que nunca morre

Maacuterio Quintana

Agradecimentos

Agradeccedilo a Deus pela vida sabedoria e capacitaccedilatildeo sem as quais natildeo seria

possiacutevel o alcance desta e de outras conquistas

Manifesto minha extrema gratidatildeo a meu esposo Samuel Lemos Rosa pelo

amor apoio suporte e encorajamento nos momentos difiacuteceis

A minha matildeezinha querida Josefa Maria de Carvalho que sempre se dedicou

me amou e acreditou em mim

A meus filhos Raquel Rosa e Daniel Rosa que compreenderam a minha

ausecircncia

A minha querida professora e orientadora Doutora Donaacuteria Coelho Duarte por

sua dedicaccedilatildeo compreensatildeo tempo e paciecircncia disponibilizadas durante todo

o processo de elaboraccedilatildeo deste trabalho

A todos os professores da FUP que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo

acadecircmica

A meus amigos queridos que caminharam comigo durante todo esse tempo

Amo vocecircs

Resumo

Este trabalho reflete sobre a relaccedilatildeo do turismo rural na regiatildeo administrativa de Sobradinho DF sua acessibilidade e seu potencial econocircmico e sua inclusatildeo social Como as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzida satildeo acolhidas nesses estabelecimentos Ressalta-se que as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzidas eacute um segmento em crescimento mas eacute necessaacuterio que os estabelecimentos ofereccedilam uma infraestrutura adequada as suas necessidades Portanto procurou-se realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural acessiacutevel bem como a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de caraacuteter qualitativo exploratoacuterio e descritiva com o objetivo de descrever as caracteriacutesticas dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do Cavalo Nas conclusotildees foram pautadas algumas sugestotildees como a conscientizaccedilatildeo dos empreendedores a respeito da acessibilidade e a fiscalizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a inclusatildeo social Visando-se a melhoria da acessibilidade no turismo rural na regiatildeo de Sobradinho Aconselha-se ainda o aprofundamento das pesquisas sobre o tema de modo a favorecer o conhecimento e a qualidade da acessibilidade para que o turismo rural seja um potencializador de inclusatildeo social Palavras-chave Turismo rural Acessibilidade Rota do Cavalo Sobradinho- DF

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 3

3 JUSTIFICATIVA 3

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO 5

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE 5

42 TURISMO RURAL 11

43 TURISMO ACESSIacuteVEL 14

5 METODOLOGIA 19

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE

SOBRADINHO 20

7 ANALISE DE DADOS 23

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS RESPONDENTES

PESQUISADOS 23

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 24

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 29

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL 29

8 CONCLUSAtildeO 33

REFEREcircNCIAS 37

APEcircNDICE 42

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

A dinacircmica da vida eacute transformadora e continua no iniacutecio o ser

humano tinha que se deslocar de um lugar para outro de tempos em tempos

para sobreviver pois se alimentava do que caccedilava pescava e dos frutos que

colhia da natureza Com o decorrer dos tempos o homem foi se desenvolvendo

e veio o que chamamos da primeira revoluccedilatildeo onde o homem se fixou numa

regiatildeo e comeccedilou a plantar e colher Daiacute por diante as mudanccedilas nos haacutebitos

alimentares e na forma de produzir os alimentos prossegue de forma aacutevida

Por meio de tantas transformaccedilotildees e evoluccedilotildees tecnoloacutegicas

principalmente nas uacuteltimas deacutecadas o ambiente rural vem sofrendo intensas

mudanccedilas e tem se favorecido em termos de produtividade qualidade

produccedilatildeo em escala entre outros Mas esse desenvolvimento tecnoloacutegico

trouxe tambeacutem questotildees desfavoraacuteveis agraves famiacutelias que vivem no campo como

a reduccedilatildeo de horas trabalhadas nas atividades agriacutecolas e consequentemente

houve uma draacutestica diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de matildeo de obra Desta forma as

famiacutelias comeccedilaram a sofrer com uma renda minguada que natildeo supri suas

necessidades baacutesicas e impulsiona o ecircxodo rural

Diante dessa nova realidade os agricultores comeccedilaram a buscar

novas alternativas de renda seja agriacutecola e natildeo agriacutecola para complementar a

renda familiar o que deu origem a pluriatividade rural Em conformidade com

Graziano da Silva e Del Grossi (2002) a pluriatividade incorpora os conceitos

de diversificaccedilatildeo produtiva e de agricultura em tempo parcial sendo

consideradas todas as atividades exercidas por todos os membros do

domiciacutelio inclusive as ocupaccedilotildees por conta proacutepria o trabalho assalariado e

natildeo assalariado realizado dentro eou fora das exploraccedilotildees agropecuaacuterias

Essas atividades estatildeo relacionadas a qualquer ramo de atividade e uma delas

eacute o turismo rural que eacute uma nova oportunidade de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural

integrando a produccedilatildeo agropecuaacuteria tradicional com a prestaccedilatildeo de um novo

serviccedilo por meio do lazer e da cultural cooperando assim para o aumento da

renda familiar e para a permanecircncia do homem no campo

O turismo de forma geral eacute um segmento em expansatildeo que contribui

para o desenvolvimento econocircmico e social da naccedilatildeo Para Campos e Marodin

2

(2013) o serviccedilo turiacutestico abarca vaacuterios setores da economia como o

transporte a alimentaccedilatildeo o lazer a recreaccedilatildeo e a hospedagem No caso do

turismo rural a experiecircncia vivida pelo turista vai aleacutem desses serviccedilos pois

envolve questotildees sensorial e sentimental onde o individuo tem a oportunidade

de interagir com a natureza experimentando momentos uacutenicos como tirar leite

da vaca andar a cavalo e a oportunidade de descobrir o outro pois em muitos

casos o turista receba a hospitalidade do proprietaacuterio e se hospeda na proacutepria

casa da fazenda

Por conseguinte para progredir com a igualdade de direitos e

oportunidades eacute necessaacuterio agrave preocupaccedilatildeo com o outro Essa preocupaccedilatildeo

com o proacuteximo pressupotildee o acolhimento e por conseguinte a acessibilidade

Entende-se que um estabelecimento acessiacutevel elimina as barreiras desde o

transporte fornece informaccedilotildees seguras e disponiacuteveis atividades adequadas

com profissionais preparados para atender as necessidades de pessoas com

deficiecircncia ou com mobilidade reduzida (PDMR) e ainda instalaccedilotildees e mobiacutelias

adaptadas assegurando desta forma a liberdade de ir e vir a todo e qualquer

cidadatildeo independente de sua condiccedilatildeo fiacutesica

Diante de tal realidade expansiva do turismo rural em todo o paiacutes este

trabalho tem como objetivo identificar a acessibilidade dos estabelecimentos

turiacutesticos no espaccedilo rural da regiatildeo administrativa de Sobradinho no Distrito

Federal

Trata se de uma cidade sateacutelite que estaacute localizada a 22 km do centro

de Brasiacutelia Como toda regiatildeo do Distrito Federal estaacute situada no Planalto

Central tem o cerrado como vegetaccedilatildeo o clima predominante eacute o tropical

sazonal com estaccedilatildeo chuvosa e quente no veratildeo e outra fria e seca no

inverno Sobradinho eacute conhecida como uma cidade serrana onde se encontra

o ponto mais alto do Distrito Federal razatildeo pela qual o arquiteto Oscar

Niemayer escolheu para a construccedilatildeo da torre digital de Brasiacutelia Em sua aacuterea

de demarcaccedilatildeo existem muitos rios e riachos aleacutem de cachoeiras de aacutegua

liacutempida e gelada para amenizar o calor e a baixa umidade do ar que em

algumas eacutepocas do ano pode chegar a menos de 20 Desse modo a regiatildeo

favorece ao turismo rural por sua diversidade vegetativa relevo e hidrografia

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 4: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

Agradecimentos

Agradeccedilo a Deus pela vida sabedoria e capacitaccedilatildeo sem as quais natildeo seria

possiacutevel o alcance desta e de outras conquistas

Manifesto minha extrema gratidatildeo a meu esposo Samuel Lemos Rosa pelo

amor apoio suporte e encorajamento nos momentos difiacuteceis

A minha matildeezinha querida Josefa Maria de Carvalho que sempre se dedicou

me amou e acreditou em mim

A meus filhos Raquel Rosa e Daniel Rosa que compreenderam a minha

ausecircncia

A minha querida professora e orientadora Doutora Donaacuteria Coelho Duarte por

sua dedicaccedilatildeo compreensatildeo tempo e paciecircncia disponibilizadas durante todo

o processo de elaboraccedilatildeo deste trabalho

A todos os professores da FUP que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo

acadecircmica

A meus amigos queridos que caminharam comigo durante todo esse tempo

Amo vocecircs

Resumo

Este trabalho reflete sobre a relaccedilatildeo do turismo rural na regiatildeo administrativa de Sobradinho DF sua acessibilidade e seu potencial econocircmico e sua inclusatildeo social Como as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzida satildeo acolhidas nesses estabelecimentos Ressalta-se que as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzidas eacute um segmento em crescimento mas eacute necessaacuterio que os estabelecimentos ofereccedilam uma infraestrutura adequada as suas necessidades Portanto procurou-se realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural acessiacutevel bem como a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de caraacuteter qualitativo exploratoacuterio e descritiva com o objetivo de descrever as caracteriacutesticas dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do Cavalo Nas conclusotildees foram pautadas algumas sugestotildees como a conscientizaccedilatildeo dos empreendedores a respeito da acessibilidade e a fiscalizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a inclusatildeo social Visando-se a melhoria da acessibilidade no turismo rural na regiatildeo de Sobradinho Aconselha-se ainda o aprofundamento das pesquisas sobre o tema de modo a favorecer o conhecimento e a qualidade da acessibilidade para que o turismo rural seja um potencializador de inclusatildeo social Palavras-chave Turismo rural Acessibilidade Rota do Cavalo Sobradinho- DF

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 3

3 JUSTIFICATIVA 3

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO 5

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE 5

42 TURISMO RURAL 11

43 TURISMO ACESSIacuteVEL 14

5 METODOLOGIA 19

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE

SOBRADINHO 20

7 ANALISE DE DADOS 23

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS RESPONDENTES

PESQUISADOS 23

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 24

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 29

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL 29

8 CONCLUSAtildeO 33

REFEREcircNCIAS 37

APEcircNDICE 42

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

A dinacircmica da vida eacute transformadora e continua no iniacutecio o ser

humano tinha que se deslocar de um lugar para outro de tempos em tempos

para sobreviver pois se alimentava do que caccedilava pescava e dos frutos que

colhia da natureza Com o decorrer dos tempos o homem foi se desenvolvendo

e veio o que chamamos da primeira revoluccedilatildeo onde o homem se fixou numa

regiatildeo e comeccedilou a plantar e colher Daiacute por diante as mudanccedilas nos haacutebitos

alimentares e na forma de produzir os alimentos prossegue de forma aacutevida

Por meio de tantas transformaccedilotildees e evoluccedilotildees tecnoloacutegicas

principalmente nas uacuteltimas deacutecadas o ambiente rural vem sofrendo intensas

mudanccedilas e tem se favorecido em termos de produtividade qualidade

produccedilatildeo em escala entre outros Mas esse desenvolvimento tecnoloacutegico

trouxe tambeacutem questotildees desfavoraacuteveis agraves famiacutelias que vivem no campo como

a reduccedilatildeo de horas trabalhadas nas atividades agriacutecolas e consequentemente

houve uma draacutestica diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de matildeo de obra Desta forma as

famiacutelias comeccedilaram a sofrer com uma renda minguada que natildeo supri suas

necessidades baacutesicas e impulsiona o ecircxodo rural

Diante dessa nova realidade os agricultores comeccedilaram a buscar

novas alternativas de renda seja agriacutecola e natildeo agriacutecola para complementar a

renda familiar o que deu origem a pluriatividade rural Em conformidade com

Graziano da Silva e Del Grossi (2002) a pluriatividade incorpora os conceitos

de diversificaccedilatildeo produtiva e de agricultura em tempo parcial sendo

consideradas todas as atividades exercidas por todos os membros do

domiciacutelio inclusive as ocupaccedilotildees por conta proacutepria o trabalho assalariado e

natildeo assalariado realizado dentro eou fora das exploraccedilotildees agropecuaacuterias

Essas atividades estatildeo relacionadas a qualquer ramo de atividade e uma delas

eacute o turismo rural que eacute uma nova oportunidade de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural

integrando a produccedilatildeo agropecuaacuteria tradicional com a prestaccedilatildeo de um novo

serviccedilo por meio do lazer e da cultural cooperando assim para o aumento da

renda familiar e para a permanecircncia do homem no campo

O turismo de forma geral eacute um segmento em expansatildeo que contribui

para o desenvolvimento econocircmico e social da naccedilatildeo Para Campos e Marodin

2

(2013) o serviccedilo turiacutestico abarca vaacuterios setores da economia como o

transporte a alimentaccedilatildeo o lazer a recreaccedilatildeo e a hospedagem No caso do

turismo rural a experiecircncia vivida pelo turista vai aleacutem desses serviccedilos pois

envolve questotildees sensorial e sentimental onde o individuo tem a oportunidade

de interagir com a natureza experimentando momentos uacutenicos como tirar leite

da vaca andar a cavalo e a oportunidade de descobrir o outro pois em muitos

casos o turista receba a hospitalidade do proprietaacuterio e se hospeda na proacutepria

casa da fazenda

Por conseguinte para progredir com a igualdade de direitos e

oportunidades eacute necessaacuterio agrave preocupaccedilatildeo com o outro Essa preocupaccedilatildeo

com o proacuteximo pressupotildee o acolhimento e por conseguinte a acessibilidade

Entende-se que um estabelecimento acessiacutevel elimina as barreiras desde o

transporte fornece informaccedilotildees seguras e disponiacuteveis atividades adequadas

com profissionais preparados para atender as necessidades de pessoas com

deficiecircncia ou com mobilidade reduzida (PDMR) e ainda instalaccedilotildees e mobiacutelias

adaptadas assegurando desta forma a liberdade de ir e vir a todo e qualquer

cidadatildeo independente de sua condiccedilatildeo fiacutesica

Diante de tal realidade expansiva do turismo rural em todo o paiacutes este

trabalho tem como objetivo identificar a acessibilidade dos estabelecimentos

turiacutesticos no espaccedilo rural da regiatildeo administrativa de Sobradinho no Distrito

Federal

Trata se de uma cidade sateacutelite que estaacute localizada a 22 km do centro

de Brasiacutelia Como toda regiatildeo do Distrito Federal estaacute situada no Planalto

Central tem o cerrado como vegetaccedilatildeo o clima predominante eacute o tropical

sazonal com estaccedilatildeo chuvosa e quente no veratildeo e outra fria e seca no

inverno Sobradinho eacute conhecida como uma cidade serrana onde se encontra

o ponto mais alto do Distrito Federal razatildeo pela qual o arquiteto Oscar

Niemayer escolheu para a construccedilatildeo da torre digital de Brasiacutelia Em sua aacuterea

de demarcaccedilatildeo existem muitos rios e riachos aleacutem de cachoeiras de aacutegua

liacutempida e gelada para amenizar o calor e a baixa umidade do ar que em

algumas eacutepocas do ano pode chegar a menos de 20 Desse modo a regiatildeo

favorece ao turismo rural por sua diversidade vegetativa relevo e hidrografia

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 5: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

Resumo

Este trabalho reflete sobre a relaccedilatildeo do turismo rural na regiatildeo administrativa de Sobradinho DF sua acessibilidade e seu potencial econocircmico e sua inclusatildeo social Como as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzida satildeo acolhidas nesses estabelecimentos Ressalta-se que as Pessoas Deficientes ou com Mobilidade Reduzidas eacute um segmento em crescimento mas eacute necessaacuterio que os estabelecimentos ofereccedilam uma infraestrutura adequada as suas necessidades Portanto procurou-se realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural acessiacutevel bem como a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de caraacuteter qualitativo exploratoacuterio e descritiva com o objetivo de descrever as caracteriacutesticas dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do Cavalo Nas conclusotildees foram pautadas algumas sugestotildees como a conscientizaccedilatildeo dos empreendedores a respeito da acessibilidade e a fiscalizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a inclusatildeo social Visando-se a melhoria da acessibilidade no turismo rural na regiatildeo de Sobradinho Aconselha-se ainda o aprofundamento das pesquisas sobre o tema de modo a favorecer o conhecimento e a qualidade da acessibilidade para que o turismo rural seja um potencializador de inclusatildeo social Palavras-chave Turismo rural Acessibilidade Rota do Cavalo Sobradinho- DF

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 3

3 JUSTIFICATIVA 3

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO 5

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE 5

42 TURISMO RURAL 11

43 TURISMO ACESSIacuteVEL 14

5 METODOLOGIA 19

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE

SOBRADINHO 20

7 ANALISE DE DADOS 23

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS RESPONDENTES

PESQUISADOS 23

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 24

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 29

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL 29

8 CONCLUSAtildeO 33

REFEREcircNCIAS 37

APEcircNDICE 42

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

A dinacircmica da vida eacute transformadora e continua no iniacutecio o ser

humano tinha que se deslocar de um lugar para outro de tempos em tempos

para sobreviver pois se alimentava do que caccedilava pescava e dos frutos que

colhia da natureza Com o decorrer dos tempos o homem foi se desenvolvendo

e veio o que chamamos da primeira revoluccedilatildeo onde o homem se fixou numa

regiatildeo e comeccedilou a plantar e colher Daiacute por diante as mudanccedilas nos haacutebitos

alimentares e na forma de produzir os alimentos prossegue de forma aacutevida

Por meio de tantas transformaccedilotildees e evoluccedilotildees tecnoloacutegicas

principalmente nas uacuteltimas deacutecadas o ambiente rural vem sofrendo intensas

mudanccedilas e tem se favorecido em termos de produtividade qualidade

produccedilatildeo em escala entre outros Mas esse desenvolvimento tecnoloacutegico

trouxe tambeacutem questotildees desfavoraacuteveis agraves famiacutelias que vivem no campo como

a reduccedilatildeo de horas trabalhadas nas atividades agriacutecolas e consequentemente

houve uma draacutestica diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de matildeo de obra Desta forma as

famiacutelias comeccedilaram a sofrer com uma renda minguada que natildeo supri suas

necessidades baacutesicas e impulsiona o ecircxodo rural

Diante dessa nova realidade os agricultores comeccedilaram a buscar

novas alternativas de renda seja agriacutecola e natildeo agriacutecola para complementar a

renda familiar o que deu origem a pluriatividade rural Em conformidade com

Graziano da Silva e Del Grossi (2002) a pluriatividade incorpora os conceitos

de diversificaccedilatildeo produtiva e de agricultura em tempo parcial sendo

consideradas todas as atividades exercidas por todos os membros do

domiciacutelio inclusive as ocupaccedilotildees por conta proacutepria o trabalho assalariado e

natildeo assalariado realizado dentro eou fora das exploraccedilotildees agropecuaacuterias

Essas atividades estatildeo relacionadas a qualquer ramo de atividade e uma delas

eacute o turismo rural que eacute uma nova oportunidade de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural

integrando a produccedilatildeo agropecuaacuteria tradicional com a prestaccedilatildeo de um novo

serviccedilo por meio do lazer e da cultural cooperando assim para o aumento da

renda familiar e para a permanecircncia do homem no campo

O turismo de forma geral eacute um segmento em expansatildeo que contribui

para o desenvolvimento econocircmico e social da naccedilatildeo Para Campos e Marodin

2

(2013) o serviccedilo turiacutestico abarca vaacuterios setores da economia como o

transporte a alimentaccedilatildeo o lazer a recreaccedilatildeo e a hospedagem No caso do

turismo rural a experiecircncia vivida pelo turista vai aleacutem desses serviccedilos pois

envolve questotildees sensorial e sentimental onde o individuo tem a oportunidade

de interagir com a natureza experimentando momentos uacutenicos como tirar leite

da vaca andar a cavalo e a oportunidade de descobrir o outro pois em muitos

casos o turista receba a hospitalidade do proprietaacuterio e se hospeda na proacutepria

casa da fazenda

Por conseguinte para progredir com a igualdade de direitos e

oportunidades eacute necessaacuterio agrave preocupaccedilatildeo com o outro Essa preocupaccedilatildeo

com o proacuteximo pressupotildee o acolhimento e por conseguinte a acessibilidade

Entende-se que um estabelecimento acessiacutevel elimina as barreiras desde o

transporte fornece informaccedilotildees seguras e disponiacuteveis atividades adequadas

com profissionais preparados para atender as necessidades de pessoas com

deficiecircncia ou com mobilidade reduzida (PDMR) e ainda instalaccedilotildees e mobiacutelias

adaptadas assegurando desta forma a liberdade de ir e vir a todo e qualquer

cidadatildeo independente de sua condiccedilatildeo fiacutesica

Diante de tal realidade expansiva do turismo rural em todo o paiacutes este

trabalho tem como objetivo identificar a acessibilidade dos estabelecimentos

turiacutesticos no espaccedilo rural da regiatildeo administrativa de Sobradinho no Distrito

Federal

Trata se de uma cidade sateacutelite que estaacute localizada a 22 km do centro

de Brasiacutelia Como toda regiatildeo do Distrito Federal estaacute situada no Planalto

Central tem o cerrado como vegetaccedilatildeo o clima predominante eacute o tropical

sazonal com estaccedilatildeo chuvosa e quente no veratildeo e outra fria e seca no

inverno Sobradinho eacute conhecida como uma cidade serrana onde se encontra

o ponto mais alto do Distrito Federal razatildeo pela qual o arquiteto Oscar

Niemayer escolheu para a construccedilatildeo da torre digital de Brasiacutelia Em sua aacuterea

de demarcaccedilatildeo existem muitos rios e riachos aleacutem de cachoeiras de aacutegua

liacutempida e gelada para amenizar o calor e a baixa umidade do ar que em

algumas eacutepocas do ano pode chegar a menos de 20 Desse modo a regiatildeo

favorece ao turismo rural por sua diversidade vegetativa relevo e hidrografia

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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41

PERO V MIHESSEN V Mobilidade Urbana e Pobreza no Rio de Janeiro Revista Econocircmica ndash Niteroacutei v 15 n 2 p 23-50 dez 2013 RAMALHO M M C Estudos Sobre o Turismo no Espaccedilo Rural em Barra do Piraiacute e sua Relaccedilatildeo com o Desenvolvimento Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18- n 2 ndash Mai ndash Ago 2016 p223-250 ROCHA E S PETRY T R E Acolhimento e Hospitalidade o caso do Museu Comunitaacuterio Engenho do Sertatildeo ndash Bombinhas SC 8ordm Semintur Roda Conversaccedilotildees sobre Hospitalidade Caxias do Sul (RS) 2015 SANTOS A F L Hospitalidade a palavra chave para aumentar as vendas e potencializar relacionamentos 2015 Disponiacutevel emgthttpwwwportaleducacaocombrturismoehotelariaartigos59440hospitalidade-achave-para-aumentar-as-vendas-e-potencializar-relacionamentosgt Acesso em novembro de 2015 SANTOS Tania Globalizaccedilatildeo e exclusatildeo a dialeacutetica da mundializaccedilatildeo do capital Sociologias Porto Alegre n6 ju-dez 2001 Disponiacutevel emgthttpscielobrgt Acesso em 25 de outubro de 2015 SANTOS M M C PERAZZOLO A O PEREIRA S A hospitalidade numa perspectiva coletiva O corpo coletivo acolhedor In SANTOS M M C SANSOLO D G BURSZITYN I (Orgs) Turismo de base comunitaacuteria diversidade de olhares e experiecircncias brasileiras Rio de Janeiro Letra e Imagem 2009 p348-355 SCHNEIDER S FIALHO M A V Atividades Natildeo Agriacutecolas e Turismo Rural no Rio Grande do Sul II Congresso Internacional Sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentaacutevel Santa MariaRS 2000 Disponiacutevel em httpwwwturismoruralorgbrdownload20080614174402pdf Acesso em 27 de dezembro de 2015 SEVERINI Valeacuteria Ferraz Hospitalidade urbana ampliando o conceito Revista Iberoamericana de Turismo ndash RITUR Penedo v 3 n2 p 84-99 2013 SEVERINI Valeacuteria Ferraz Hospitalidade Urbana a arte de conviver e bem receber nas grandes cidades P63 2014 SWARBROOKE J Turismo sustentaacutevel setor puacuteblico e cenaacuterios geograacuteficos Satildeo Paulo Aleph 2000 TRIGO L G Anaacutelises regionais e globais do turismo brasileiro Satildeo Paulo Roca 2005

42

VEIGA Joseacute Eli da Cidades imaginaacuterias O Brasil eacute menos urbano do que se calcula Campinas Autores associados 2002 ZANCAN C DANTAS A B CAMPOS V O Estrutura de serviccedilos de varejo nas redes de hospedagem brasileiras Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo Satildeo Paulo 9(2) p 278-297 maioago 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwrbturorgbrrbturarticleview756676gt Acesso em setembro de 2015

APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 6: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 3

3 JUSTIFICATIVA 3

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO 5

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE 5

42 TURISMO RURAL 11

43 TURISMO ACESSIacuteVEL 14

5 METODOLOGIA 19

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE

SOBRADINHO 20

7 ANALISE DE DADOS 23

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS RESPONDENTES

PESQUISADOS 23

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 24

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO 29

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL 29

8 CONCLUSAtildeO 33

REFEREcircNCIAS 37

APEcircNDICE 42

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

A dinacircmica da vida eacute transformadora e continua no iniacutecio o ser

humano tinha que se deslocar de um lugar para outro de tempos em tempos

para sobreviver pois se alimentava do que caccedilava pescava e dos frutos que

colhia da natureza Com o decorrer dos tempos o homem foi se desenvolvendo

e veio o que chamamos da primeira revoluccedilatildeo onde o homem se fixou numa

regiatildeo e comeccedilou a plantar e colher Daiacute por diante as mudanccedilas nos haacutebitos

alimentares e na forma de produzir os alimentos prossegue de forma aacutevida

Por meio de tantas transformaccedilotildees e evoluccedilotildees tecnoloacutegicas

principalmente nas uacuteltimas deacutecadas o ambiente rural vem sofrendo intensas

mudanccedilas e tem se favorecido em termos de produtividade qualidade

produccedilatildeo em escala entre outros Mas esse desenvolvimento tecnoloacutegico

trouxe tambeacutem questotildees desfavoraacuteveis agraves famiacutelias que vivem no campo como

a reduccedilatildeo de horas trabalhadas nas atividades agriacutecolas e consequentemente

houve uma draacutestica diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de matildeo de obra Desta forma as

famiacutelias comeccedilaram a sofrer com uma renda minguada que natildeo supri suas

necessidades baacutesicas e impulsiona o ecircxodo rural

Diante dessa nova realidade os agricultores comeccedilaram a buscar

novas alternativas de renda seja agriacutecola e natildeo agriacutecola para complementar a

renda familiar o que deu origem a pluriatividade rural Em conformidade com

Graziano da Silva e Del Grossi (2002) a pluriatividade incorpora os conceitos

de diversificaccedilatildeo produtiva e de agricultura em tempo parcial sendo

consideradas todas as atividades exercidas por todos os membros do

domiciacutelio inclusive as ocupaccedilotildees por conta proacutepria o trabalho assalariado e

natildeo assalariado realizado dentro eou fora das exploraccedilotildees agropecuaacuterias

Essas atividades estatildeo relacionadas a qualquer ramo de atividade e uma delas

eacute o turismo rural que eacute uma nova oportunidade de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural

integrando a produccedilatildeo agropecuaacuteria tradicional com a prestaccedilatildeo de um novo

serviccedilo por meio do lazer e da cultural cooperando assim para o aumento da

renda familiar e para a permanecircncia do homem no campo

O turismo de forma geral eacute um segmento em expansatildeo que contribui

para o desenvolvimento econocircmico e social da naccedilatildeo Para Campos e Marodin

2

(2013) o serviccedilo turiacutestico abarca vaacuterios setores da economia como o

transporte a alimentaccedilatildeo o lazer a recreaccedilatildeo e a hospedagem No caso do

turismo rural a experiecircncia vivida pelo turista vai aleacutem desses serviccedilos pois

envolve questotildees sensorial e sentimental onde o individuo tem a oportunidade

de interagir com a natureza experimentando momentos uacutenicos como tirar leite

da vaca andar a cavalo e a oportunidade de descobrir o outro pois em muitos

casos o turista receba a hospitalidade do proprietaacuterio e se hospeda na proacutepria

casa da fazenda

Por conseguinte para progredir com a igualdade de direitos e

oportunidades eacute necessaacuterio agrave preocupaccedilatildeo com o outro Essa preocupaccedilatildeo

com o proacuteximo pressupotildee o acolhimento e por conseguinte a acessibilidade

Entende-se que um estabelecimento acessiacutevel elimina as barreiras desde o

transporte fornece informaccedilotildees seguras e disponiacuteveis atividades adequadas

com profissionais preparados para atender as necessidades de pessoas com

deficiecircncia ou com mobilidade reduzida (PDMR) e ainda instalaccedilotildees e mobiacutelias

adaptadas assegurando desta forma a liberdade de ir e vir a todo e qualquer

cidadatildeo independente de sua condiccedilatildeo fiacutesica

Diante de tal realidade expansiva do turismo rural em todo o paiacutes este

trabalho tem como objetivo identificar a acessibilidade dos estabelecimentos

turiacutesticos no espaccedilo rural da regiatildeo administrativa de Sobradinho no Distrito

Federal

Trata se de uma cidade sateacutelite que estaacute localizada a 22 km do centro

de Brasiacutelia Como toda regiatildeo do Distrito Federal estaacute situada no Planalto

Central tem o cerrado como vegetaccedilatildeo o clima predominante eacute o tropical

sazonal com estaccedilatildeo chuvosa e quente no veratildeo e outra fria e seca no

inverno Sobradinho eacute conhecida como uma cidade serrana onde se encontra

o ponto mais alto do Distrito Federal razatildeo pela qual o arquiteto Oscar

Niemayer escolheu para a construccedilatildeo da torre digital de Brasiacutelia Em sua aacuterea

de demarcaccedilatildeo existem muitos rios e riachos aleacutem de cachoeiras de aacutegua

liacutempida e gelada para amenizar o calor e a baixa umidade do ar que em

algumas eacutepocas do ano pode chegar a menos de 20 Desse modo a regiatildeo

favorece ao turismo rural por sua diversidade vegetativa relevo e hidrografia

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterios espaccedilos e equipamentos urbanos (segunda ediccedilatildeo) 2004 Disponiacutevel em gthttpptscribdcomdoc7323906NBR-9050-2004-acessibilidade-a-es-rio Espacos-e-Equipamentos-Urbanosgt Acesso em novembro de 2015 ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterio espaccedilos e equipamentos urbanos (terceira ediccedilatildeo) 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwpessoacomdeficienciagovbrappsitesdefaultfilesarquivos5Bfield_generico_imagens-filefield-description5D_164pdfgt Acesso em junho de 2016 AMARAL M I C A Cooperaccedilatildeo Entre os Stakeholders e o Desenvolvimento Turiacutestico dos Territoacuterios Rurais - O Caso da Sub-Regiatildeo do Baixo Alentejo (Alentejo ndash Portugal) Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18 ndash n1 p29-59 Jan-Abr 2016 ASHTON M S G TOMAZZONI E L EMMENDOERFER M L Turismo em cidades criativas e validaccedilatildeo de novos destinos turiacutesticos competitivos 2014 Disponiacutevel em gt httpwwwanpturorgbranpturanaisv10AnaisDPG4100pdfgt Acesso em outubro de 2015 AZEVEDO R M M RODRIGUES C G O Poliacuteticas puacuteblicas e turismo rural em estudo acerca das possibilidades e limitaccedilotildees no municiacutepio de Apodi (RN) Caderno Virtual de Turismo Rio de Janeiro v 15 n2p131-145 ago 2015 BARBOSA G E A cultura da hospitalidade como fundamento do bom relacionamento na hotelaria PUC - Satildeo Paulo 2007 Disponiacutevel emgthttplivros01livrosgratiscombrcp040383pdfgt Acesso setembro de 2015 BAPTISTA I (orgs) Laccedilos Sociais Por uma epistemologia da hospitalidade Caxias do Sul RS Educs 2014 BENI M C Anaacutelise estrutural do turismo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo 2001 BLANCO Enrique Sergio O turismo rural em aacutereas de agricultura familiar as novas ruralidades e a sustentabilidade do desenvolvimento local Caderno Virtual de Turismo v 4 n 3 2006

38

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 7: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

A dinacircmica da vida eacute transformadora e continua no iniacutecio o ser

humano tinha que se deslocar de um lugar para outro de tempos em tempos

para sobreviver pois se alimentava do que caccedilava pescava e dos frutos que

colhia da natureza Com o decorrer dos tempos o homem foi se desenvolvendo

e veio o que chamamos da primeira revoluccedilatildeo onde o homem se fixou numa

regiatildeo e comeccedilou a plantar e colher Daiacute por diante as mudanccedilas nos haacutebitos

alimentares e na forma de produzir os alimentos prossegue de forma aacutevida

Por meio de tantas transformaccedilotildees e evoluccedilotildees tecnoloacutegicas

principalmente nas uacuteltimas deacutecadas o ambiente rural vem sofrendo intensas

mudanccedilas e tem se favorecido em termos de produtividade qualidade

produccedilatildeo em escala entre outros Mas esse desenvolvimento tecnoloacutegico

trouxe tambeacutem questotildees desfavoraacuteveis agraves famiacutelias que vivem no campo como

a reduccedilatildeo de horas trabalhadas nas atividades agriacutecolas e consequentemente

houve uma draacutestica diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de matildeo de obra Desta forma as

famiacutelias comeccedilaram a sofrer com uma renda minguada que natildeo supri suas

necessidades baacutesicas e impulsiona o ecircxodo rural

Diante dessa nova realidade os agricultores comeccedilaram a buscar

novas alternativas de renda seja agriacutecola e natildeo agriacutecola para complementar a

renda familiar o que deu origem a pluriatividade rural Em conformidade com

Graziano da Silva e Del Grossi (2002) a pluriatividade incorpora os conceitos

de diversificaccedilatildeo produtiva e de agricultura em tempo parcial sendo

consideradas todas as atividades exercidas por todos os membros do

domiciacutelio inclusive as ocupaccedilotildees por conta proacutepria o trabalho assalariado e

natildeo assalariado realizado dentro eou fora das exploraccedilotildees agropecuaacuterias

Essas atividades estatildeo relacionadas a qualquer ramo de atividade e uma delas

eacute o turismo rural que eacute uma nova oportunidade de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural

integrando a produccedilatildeo agropecuaacuteria tradicional com a prestaccedilatildeo de um novo

serviccedilo por meio do lazer e da cultural cooperando assim para o aumento da

renda familiar e para a permanecircncia do homem no campo

O turismo de forma geral eacute um segmento em expansatildeo que contribui

para o desenvolvimento econocircmico e social da naccedilatildeo Para Campos e Marodin

2

(2013) o serviccedilo turiacutestico abarca vaacuterios setores da economia como o

transporte a alimentaccedilatildeo o lazer a recreaccedilatildeo e a hospedagem No caso do

turismo rural a experiecircncia vivida pelo turista vai aleacutem desses serviccedilos pois

envolve questotildees sensorial e sentimental onde o individuo tem a oportunidade

de interagir com a natureza experimentando momentos uacutenicos como tirar leite

da vaca andar a cavalo e a oportunidade de descobrir o outro pois em muitos

casos o turista receba a hospitalidade do proprietaacuterio e se hospeda na proacutepria

casa da fazenda

Por conseguinte para progredir com a igualdade de direitos e

oportunidades eacute necessaacuterio agrave preocupaccedilatildeo com o outro Essa preocupaccedilatildeo

com o proacuteximo pressupotildee o acolhimento e por conseguinte a acessibilidade

Entende-se que um estabelecimento acessiacutevel elimina as barreiras desde o

transporte fornece informaccedilotildees seguras e disponiacuteveis atividades adequadas

com profissionais preparados para atender as necessidades de pessoas com

deficiecircncia ou com mobilidade reduzida (PDMR) e ainda instalaccedilotildees e mobiacutelias

adaptadas assegurando desta forma a liberdade de ir e vir a todo e qualquer

cidadatildeo independente de sua condiccedilatildeo fiacutesica

Diante de tal realidade expansiva do turismo rural em todo o paiacutes este

trabalho tem como objetivo identificar a acessibilidade dos estabelecimentos

turiacutesticos no espaccedilo rural da regiatildeo administrativa de Sobradinho no Distrito

Federal

Trata se de uma cidade sateacutelite que estaacute localizada a 22 km do centro

de Brasiacutelia Como toda regiatildeo do Distrito Federal estaacute situada no Planalto

Central tem o cerrado como vegetaccedilatildeo o clima predominante eacute o tropical

sazonal com estaccedilatildeo chuvosa e quente no veratildeo e outra fria e seca no

inverno Sobradinho eacute conhecida como uma cidade serrana onde se encontra

o ponto mais alto do Distrito Federal razatildeo pela qual o arquiteto Oscar

Niemayer escolheu para a construccedilatildeo da torre digital de Brasiacutelia Em sua aacuterea

de demarcaccedilatildeo existem muitos rios e riachos aleacutem de cachoeiras de aacutegua

liacutempida e gelada para amenizar o calor e a baixa umidade do ar que em

algumas eacutepocas do ano pode chegar a menos de 20 Desse modo a regiatildeo

favorece ao turismo rural por sua diversidade vegetativa relevo e hidrografia

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 8: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

2

(2013) o serviccedilo turiacutestico abarca vaacuterios setores da economia como o

transporte a alimentaccedilatildeo o lazer a recreaccedilatildeo e a hospedagem No caso do

turismo rural a experiecircncia vivida pelo turista vai aleacutem desses serviccedilos pois

envolve questotildees sensorial e sentimental onde o individuo tem a oportunidade

de interagir com a natureza experimentando momentos uacutenicos como tirar leite

da vaca andar a cavalo e a oportunidade de descobrir o outro pois em muitos

casos o turista receba a hospitalidade do proprietaacuterio e se hospeda na proacutepria

casa da fazenda

Por conseguinte para progredir com a igualdade de direitos e

oportunidades eacute necessaacuterio agrave preocupaccedilatildeo com o outro Essa preocupaccedilatildeo

com o proacuteximo pressupotildee o acolhimento e por conseguinte a acessibilidade

Entende-se que um estabelecimento acessiacutevel elimina as barreiras desde o

transporte fornece informaccedilotildees seguras e disponiacuteveis atividades adequadas

com profissionais preparados para atender as necessidades de pessoas com

deficiecircncia ou com mobilidade reduzida (PDMR) e ainda instalaccedilotildees e mobiacutelias

adaptadas assegurando desta forma a liberdade de ir e vir a todo e qualquer

cidadatildeo independente de sua condiccedilatildeo fiacutesica

Diante de tal realidade expansiva do turismo rural em todo o paiacutes este

trabalho tem como objetivo identificar a acessibilidade dos estabelecimentos

turiacutesticos no espaccedilo rural da regiatildeo administrativa de Sobradinho no Distrito

Federal

Trata se de uma cidade sateacutelite que estaacute localizada a 22 km do centro

de Brasiacutelia Como toda regiatildeo do Distrito Federal estaacute situada no Planalto

Central tem o cerrado como vegetaccedilatildeo o clima predominante eacute o tropical

sazonal com estaccedilatildeo chuvosa e quente no veratildeo e outra fria e seca no

inverno Sobradinho eacute conhecida como uma cidade serrana onde se encontra

o ponto mais alto do Distrito Federal razatildeo pela qual o arquiteto Oscar

Niemayer escolheu para a construccedilatildeo da torre digital de Brasiacutelia Em sua aacuterea

de demarcaccedilatildeo existem muitos rios e riachos aleacutem de cachoeiras de aacutegua

liacutempida e gelada para amenizar o calor e a baixa umidade do ar que em

algumas eacutepocas do ano pode chegar a menos de 20 Desse modo a regiatildeo

favorece ao turismo rural por sua diversidade vegetativa relevo e hidrografia

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterios espaccedilos e equipamentos urbanos (segunda ediccedilatildeo) 2004 Disponiacutevel em gthttpptscribdcomdoc7323906NBR-9050-2004-acessibilidade-a-es-rio Espacos-e-Equipamentos-Urbanosgt Acesso em novembro de 2015 ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterio espaccedilos e equipamentos urbanos (terceira ediccedilatildeo) 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwpessoacomdeficienciagovbrappsitesdefaultfilesarquivos5Bfield_generico_imagens-filefield-description5D_164pdfgt Acesso em junho de 2016 AMARAL M I C A Cooperaccedilatildeo Entre os Stakeholders e o Desenvolvimento Turiacutestico dos Territoacuterios Rurais - O Caso da Sub-Regiatildeo do Baixo Alentejo (Alentejo ndash Portugal) Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18 ndash n1 p29-59 Jan-Abr 2016 ASHTON M S G TOMAZZONI E L EMMENDOERFER M L Turismo em cidades criativas e validaccedilatildeo de novos destinos turiacutesticos competitivos 2014 Disponiacutevel em gt httpwwwanpturorgbranpturanaisv10AnaisDPG4100pdfgt Acesso em outubro de 2015 AZEVEDO R M M RODRIGUES C G O Poliacuteticas puacuteblicas e turismo rural em estudo acerca das possibilidades e limitaccedilotildees no municiacutepio de Apodi (RN) Caderno Virtual de Turismo Rio de Janeiro v 15 n2p131-145 ago 2015 BARBOSA G E A cultura da hospitalidade como fundamento do bom relacionamento na hotelaria PUC - Satildeo Paulo 2007 Disponiacutevel emgthttplivros01livrosgratiscombrcp040383pdfgt Acesso setembro de 2015 BAPTISTA I (orgs) Laccedilos Sociais Por uma epistemologia da hospitalidade Caxias do Sul RS Educs 2014 BENI M C Anaacutelise estrutural do turismo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo 2001 BLANCO Enrique Sergio O turismo rural em aacutereas de agricultura familiar as novas ruralidades e a sustentabilidade do desenvolvimento local Caderno Virtual de Turismo v 4 n 3 2006

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40

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41

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 9: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

3

2 OBJETIVOS

Em termos de objetivo geral essa investigaccedilatildeo pretende analisar a

potencialidade para o turismo rural acessiacutevel na regiatildeo de Sobradinho ndash DF

De uma forma especiacutefica pretende-se

Analisar o conceito de turismo hospitalidade e turismo rural

acessiacutevel

Verificar a acessibilidade das instalaccedilotildees dos estabelecimentos

com potencial para um turismo rural na regiatildeo de Sobradinho -

DF

Ponderar sobre a percepccedilatildeo dos funcionaacuterios do estabelecimento

em relaccedilatildeo agrave acessibilidade

Contribuir para uma melhor divulgaccedilatildeo desta temaacutetica

destacando a vantagem competitiva das PDMR como clientes

em potencial

Propor sugestotildees a respeito de melhorias sobre a acessibilidade

nos estabelecimentos

3 JUSTIFICATIVA

A preocupaccedilatildeo com a igualdade e a inclusatildeo social foram os principais

motivadores para este trabalho A inclusatildeo social visa o acesso agraves atividades

comuns e a inclusatildeo de todas as pessoas natildeo apenas de um grupo Como

confirmaccedilatildeo da importacircncia da acessibilidade os dados do Censo Demograacutefico

Brasileiro de 2010 do IBGE revelou que cerca de 239 da populaccedilatildeo total

brasileira apresentam algum tipo de necessidade especial ou deficiecircncia

(BRASIL 2010) Essas pessoas podem ser idosos deficientes fiacutesicos

deficientes mentais obesos ou qualquer incapacidade fiacutesica

As pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida buscam um

tratamento anaacutelogo agraves demais pessoas e querem usufruir de serviccedilos que lhes

proporcionam lazer e novas experiecircncias assim como as atividades turiacutesticas

rurais e para tanto soacute precisam que sejam observadas algumas adaptaccedilotildees

que possam garantir a acessibilidade e a mobilidade individual

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 10: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

4

A acessibilidade diz respeito a locais produtos serviccedilos ou

informaccedilotildees disponiacuteveis ao maior nuacutemero e variedade possiacutevel de pessoas

independentemente de suas capacidades fiacutesico-motoras e perceptivas

culturais e sociais (BRASIL 2005) A presenccedila de barreiras afeta a qualidade

dos serviccedilos prestados e consequentemente a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais

A autora ressalta ainda que estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal a

cidadania a dignidade da pessoa humana a igualdade de todos perante a lei

a garantia de benesses soacutecias do acesso ao lazer agrave cultura agrave educaccedilatildeo e

outros Todas essas coisas devem ser observadas e garantidas em todos os

setores e o turismo rural acessiacutevel eacute uma das formas de inclusatildeo a qualquer

cidadatildeo

Similarmente relevante para este trabalho eacute a potencialidade

competitiva do turismo rural Como acadecircmica de Gestatildeo do Agronegoacutecio eacute

importante salientar que muito se tem discutido recentemente sobre as vaacuterias

formas de utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural entre elas o turismo rural acessiacutevel

Neste sentido o turismo rural acessiacutevel tem oferecido contribuiccedilotildees

socioeconocircmicas para o desenvolvimento das aacutereas rurais visando o

empreendedorismo rural mantendo o emprego rural trazendo renda ao meio

rural e poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento local o que valoriza e conserva o

espaccedilo rural e sua diversidade produtiva e o meio ambiente Segundo

Schneider e Fialho (2000 p21) ldquoo turismo rural propicia a valorizaccedilatildeo do

ambiente onde estaacute sendo explorado por sua capacidade de destacar a cultura

e a diversidade natural de uma regiatildeo proporcionando a conservaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico cultural e naturalrdquo

No entanto o turismo rural no Brasil natildeo estaacute livre de problemas como

apontam Mendonccedila et al (2002) e entre eles estaacute a falta de planejamento e

gestatildeo baixa capacidade econocircmica da populaccedilatildeo e dificuldade de acesso a

informaccedilotildees

Sendo assim o presente trabalho questiona portanto a potencialidade

do turismo rural e se haacute e de que forma ocorre a acessibilidade para as

pessoas com necessidades especiais na estruturaccedilatildeo da atividade turiacutestica

rural na realidade dos empreendimentos turiacutesticos na regiatildeo Administrativa de

Sobradinho DF

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterios espaccedilos e equipamentos urbanos (segunda ediccedilatildeo) 2004 Disponiacutevel em gthttpptscribdcomdoc7323906NBR-9050-2004-acessibilidade-a-es-rio Espacos-e-Equipamentos-Urbanosgt Acesso em novembro de 2015 ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterio espaccedilos e equipamentos urbanos (terceira ediccedilatildeo) 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwpessoacomdeficienciagovbrappsitesdefaultfilesarquivos5Bfield_generico_imagens-filefield-description5D_164pdfgt Acesso em junho de 2016 AMARAL M I C A Cooperaccedilatildeo Entre os Stakeholders e o Desenvolvimento Turiacutestico dos Territoacuterios Rurais - O Caso da Sub-Regiatildeo do Baixo Alentejo (Alentejo ndash Portugal) Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18 ndash n1 p29-59 Jan-Abr 2016 ASHTON M S G TOMAZZONI E L EMMENDOERFER M L Turismo em cidades criativas e validaccedilatildeo de novos destinos turiacutesticos competitivos 2014 Disponiacutevel em gt httpwwwanpturorgbranpturanaisv10AnaisDPG4100pdfgt Acesso em outubro de 2015 AZEVEDO R M M RODRIGUES C G O Poliacuteticas puacuteblicas e turismo rural em estudo acerca das possibilidades e limitaccedilotildees no municiacutepio de Apodi (RN) Caderno Virtual de Turismo Rio de Janeiro v 15 n2p131-145 ago 2015 BARBOSA G E A cultura da hospitalidade como fundamento do bom relacionamento na hotelaria PUC - Satildeo Paulo 2007 Disponiacutevel emgthttplivros01livrosgratiscombrcp040383pdfgt Acesso setembro de 2015 BAPTISTA I (orgs) Laccedilos Sociais Por uma epistemologia da hospitalidade Caxias do Sul RS Educs 2014 BENI M C Anaacutelise estrutural do turismo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo 2001 BLANCO Enrique Sergio O turismo rural em aacutereas de agricultura familiar as novas ruralidades e a sustentabilidade do desenvolvimento local Caderno Virtual de Turismo v 4 n 3 2006

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 11: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

5

4 REFERENCIAL TEOacuteRICO

Com o propoacutesito de observar e analisar a acessibilidade do turismo

rural na regiatildeo de Sobradinho - DF este trabalho buscou primeiramente

embasamento teoacuterico atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica do material jaacute

elaborado por diversos autores

Para tanto esse capiacutetulo inicia-se com uma abordagem sobre turismo

e hospitalidade para introduzir o tema foco de estudo o turismo rural acessiacutevel

41 CONCEITO DE TURISMO E HOSPITALIDADE

O setor de serviccedilos tem crescido e um exemplo disso eacute o setor do

turismo devido agrave necessidade das pessoas por momentos de descanso e

lazer principalmente para as que vivem nos grandes centros Essa

necessidade atinge a todos os grupos de pessoas independente da condiccedilatildeo

socioeconocircmica e principalmente de suas condiccedilotildees fiacutesicas

Neste sentido as pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida

(PDMR) tecircm buscado cada vez mais o seu direito a liberdade e principalmente

com qualidade o que inclui o turismo e todas as suas possibilidades e uma

delas eacute o turismo rural que se for elaborado de forma hospitaleira e

observando as normas legais de acessibilidade pode atender a todas as

pessoas de forma inclusiva O turismo rural acessiacutevel eacute uma possibilidade de

melhorar a qualidade de vida relaxar e recuperar as forccedilas para retomar as

atividades rotineiras

Entretanto para compreender de forma clara o que eacute turismo rural

acessiacutevel vamos examinar alguns conceitos como turismo hospitalidade e

turismo rural

Primeiramente entenderemos o turismo de forma ampla onde

podemos observar com o respaldo de diversos autores que as atividades

turiacutesticas tecircm expressiva participaccedilatildeo no PIB mundial e gera emprego e renda

como podemos ver em publicaccedilotildees da aacuterea tanto em acircmbito empresarial

quanto em acircmbito acadecircmico (BENI 2001 PEARCE 2002 TRIGO 2005

CACHO AZEVEDO 2010)

O turismo se caracteriza como atividade de integraccedilatildeo sociocultural

promovendo o intercacircmbio de diferentes culturas e o estreitamento das

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterios espaccedilos e equipamentos urbanos (segunda ediccedilatildeo) 2004 Disponiacutevel em gthttpptscribdcomdoc7323906NBR-9050-2004-acessibilidade-a-es-rio Espacos-e-Equipamentos-Urbanosgt Acesso em novembro de 2015 ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterio espaccedilos e equipamentos urbanos (terceira ediccedilatildeo) 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwpessoacomdeficienciagovbrappsitesdefaultfilesarquivos5Bfield_generico_imagens-filefield-description5D_164pdfgt Acesso em junho de 2016 AMARAL M I C A Cooperaccedilatildeo Entre os Stakeholders e o Desenvolvimento Turiacutestico dos Territoacuterios Rurais - O Caso da Sub-Regiatildeo do Baixo Alentejo (Alentejo ndash Portugal) Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18 ndash n1 p29-59 Jan-Abr 2016 ASHTON M S G TOMAZZONI E L EMMENDOERFER M L Turismo em cidades criativas e validaccedilatildeo de novos destinos turiacutesticos competitivos 2014 Disponiacutevel em gt httpwwwanpturorgbranpturanaisv10AnaisDPG4100pdfgt Acesso em outubro de 2015 AZEVEDO R M M RODRIGUES C G O Poliacuteticas puacuteblicas e turismo rural em estudo acerca das possibilidades e limitaccedilotildees no municiacutepio de Apodi (RN) Caderno Virtual de Turismo Rio de Janeiro v 15 n2p131-145 ago 2015 BARBOSA G E A cultura da hospitalidade como fundamento do bom relacionamento na hotelaria PUC - Satildeo Paulo 2007 Disponiacutevel emgthttplivros01livrosgratiscombrcp040383pdfgt Acesso setembro de 2015 BAPTISTA I (orgs) Laccedilos Sociais Por uma epistemologia da hospitalidade Caxias do Sul RS Educs 2014 BENI M C Anaacutelise estrutural do turismo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo 2001 BLANCO Enrique Sergio O turismo rural em aacutereas de agricultura familiar as novas ruralidades e a sustentabilidade do desenvolvimento local Caderno Virtual de Turismo v 4 n 3 2006

38

BRASIL Ministeacuterio do Turismo Rede de Cooperaccedilatildeo para Roteirizaccedilatildeo 26 de maio de 2015 Disponiacutevel em gt httpwwwturismogovbrpublicacoesitem52-rede-de-cooperacao-para-roteirizacaohtmlgt Acesso em novembro de 2015 BRASIL Constituiccedilatildeo Federal 1988 Disponiacutevel e gthttpwwwplanaltogovbrccivil_03ConstituicaoConstituicaohtmgt Acesso em setembro de 2015 BRASIL [MTur] Ministeacuterio do TurismoTurismo Rural Orientaccedilotildees Baacutesicas 2ordf ediccedilatildeoBrasiacutelia 2010p1834 Disponiacutevel em lthttpwwwturismogovbrgtAcesso em setembro de 2015 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Coordenadoria Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Acessibilidade Brasiacutelia-DF 2005 BRASIL Decreto no 5296 de 2 de dezembro de 2004 Regulamenta a Lei no 10048 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2004-20062004DecretoD5296htmgt Acesso em setembro 2015 BRASIL [MTur] Ministeacuterio do Turismo Diretrizes para o desenvolvimento do turismo rural no Brasil Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em httpwwwturismogovbr Acesso em setembro 2015 BORJA J La ciudad conquistada Madrid Alianza Editorial 2003 BUHALIS D Marketing the competitive destination of the future Tourism Management 21 p 97-116 2000

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41

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42

VEIGA Joseacute Eli da Cidades imaginaacuterias O Brasil eacute menos urbano do que se calcula Campinas Autores associados 2002 ZANCAN C DANTAS A B CAMPOS V O Estrutura de serviccedilos de varejo nas redes de hospedagem brasileiras Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo Satildeo Paulo 9(2) p 278-297 maioago 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwrbturorgbrrbturarticleview756676gt Acesso em setembro de 2015

APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 12: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

6

relaccedilotildees entre as sociedades com relevantes contribuiccedilotildees para a geraccedilatildeo de

renda e emprego (ZANCAN DANTAS CAMPOS 2015)

Portanto percebemos que o turismo eacute uma oportunidade iacutempar

imensuraacutevel de se conhecer lugares e pessoas com culturas e costumes

diferentes dos nossos pois geralmente nos deslocamos de onde moramos

Para Melgar (2001) turismo eacute o conjunto de atividades realizadas por

uma pessoa em um lugar diferente daquele onde possui sua residecircncia

habitual quando motivado por razotildees surgidas livremente por setores

econocircmicos do lugar visitado

O turismo aleacutem de favorecer o desenvolvimento econocircmico e social eacute

principalmente uma forma de descanso e lazer De acordo com Barbosa

(2007) o turismo eacute uma das opccedilotildees de lazer existentes e oferece novas

experiecircncias ao turista que pode se desligar por um momento de seus

problemas rotineiros e assim descansar Para que haja descanso com

qualidade eacute necessaacuterio observar a qualidade das instalaccedilotildees do destino

turiacutestico

Por se tratar de um setor relevante para a economia do paiacutes segundo

o Ministeacuterio do Turismo (MTur 2010) a participaccedilatildeo do turismo na economia jaacute

representa 37 do PIB do nosso paiacutes

Para tanto o Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a

Poliacutetica Nacional de Turismo estabelecendo as diretrizes que devem nortear o

desenvolvimento do turismo brasileiro Diretrizes essas que fortalecem os

incentivos agrave inovaccedilatildeo e ao conhecimento a todos os setores envolvidos com o

turismo visando melhorar a qualidade e aumentar a competitividade do turismo

brasileiro como as diversas poliacuteticas puacuteblicas destinadas ao turismo de base

local e de preservaccedilatildeo das identidades culturais no Brasil Haacute diversos casos

inovadores que deram certo como roteiros e festas temaacuteticas satildeo referecircncias

para novas iniciativas de regionalizaccedilatildeo e de roteirizaccedilatildeo do turismo

Estrateacutegias como eventos religiosos tal como o Ciacuterio de Nazareacute em

Beleacutem ou eventos esportivos como a Corrida de Foacutermula 1 em Satildeo Paulo ou

eventos culturais como Festa do Vinho em Caxias no Rio Grande do Sul ou a

Festa do morango em Brazlacircndia no Distrito Federal ou mesmo rotas

turiacutesticas satildeo caminhos que levam o visitante a desfrutar o que tem de melhor

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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41

PERO V MIHESSEN V Mobilidade Urbana e Pobreza no Rio de Janeiro Revista Econocircmica ndash Niteroacutei v 15 n 2 p 23-50 dez 2013 RAMALHO M M C Estudos Sobre o Turismo no Espaccedilo Rural em Barra do Piraiacute e sua Relaccedilatildeo com o Desenvolvimento Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18- n 2 ndash Mai ndash Ago 2016 p223-250 ROCHA E S PETRY T R E Acolhimento e Hospitalidade o caso do Museu Comunitaacuterio Engenho do Sertatildeo ndash Bombinhas SC 8ordm Semintur Roda Conversaccedilotildees sobre Hospitalidade Caxias do Sul (RS) 2015 SANTOS A F L Hospitalidade a palavra chave para aumentar as vendas e potencializar relacionamentos 2015 Disponiacutevel emgthttpwwwportaleducacaocombrturismoehotelariaartigos59440hospitalidade-achave-para-aumentar-as-vendas-e-potencializar-relacionamentosgt Acesso em novembro de 2015 SANTOS Tania Globalizaccedilatildeo e exclusatildeo a dialeacutetica da mundializaccedilatildeo do capital Sociologias Porto Alegre n6 ju-dez 2001 Disponiacutevel emgthttpscielobrgt Acesso em 25 de outubro de 2015 SANTOS M M C PERAZZOLO A O PEREIRA S A hospitalidade numa perspectiva coletiva O corpo coletivo acolhedor In SANTOS M M C SANSOLO D G BURSZITYN I (Orgs) Turismo de base comunitaacuteria diversidade de olhares e experiecircncias brasileiras Rio de Janeiro Letra e Imagem 2009 p348-355 SCHNEIDER S FIALHO M A V Atividades Natildeo Agriacutecolas e Turismo Rural no Rio Grande do Sul II Congresso Internacional Sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentaacutevel Santa MariaRS 2000 Disponiacutevel em httpwwwturismoruralorgbrdownload20080614174402pdf Acesso em 27 de dezembro de 2015 SEVERINI Valeacuteria Ferraz Hospitalidade urbana ampliando o conceito Revista Iberoamericana de Turismo ndash RITUR Penedo v 3 n2 p 84-99 2013 SEVERINI Valeacuteria Ferraz Hospitalidade Urbana a arte de conviver e bem receber nas grandes cidades P63 2014 SWARBROOKE J Turismo sustentaacutevel setor puacuteblico e cenaacuterios geograacuteficos Satildeo Paulo Aleph 2000 TRIGO L G Anaacutelises regionais e globais do turismo brasileiro Satildeo Paulo Roca 2005

42

VEIGA Joseacute Eli da Cidades imaginaacuterias O Brasil eacute menos urbano do que se calcula Campinas Autores associados 2002 ZANCAN C DANTAS A B CAMPOS V O Estrutura de serviccedilos de varejo nas redes de hospedagem brasileiras Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo Satildeo Paulo 9(2) p 278-297 maioago 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwrbturorgbrrbturarticleview756676gt Acesso em setembro de 2015

APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 13: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

7

na regiatildeo visitada satildeo bem aceitas pois ajuda a definir o destino mais

adequado de acordo com o perfil e as preferencias dos turistas

Os destinos turiacutesticos conforme Cooper et al (2001) satildeo territoacuterios

constituiacutedos por ofertas relacionadas ao turismo e reconhecido pelo mercado

com um receptaacuteculo para os turistas os mesmo tecircm como componentes

fundamentais os recursos ou atrativos turiacutesticos instalaccedilotildees serviccedilos uma

rede de infraestrutura e sobretudo hospedagem e alimentaccedilatildeo

Ainda no mesmo sentido cabe destacar os atrativos turiacutesticos pois

devem ser conceituados como aqueles que compotildeem a oferta turiacutestica

considerada agregada e que estatildeo em algum ponto relacionados com a

histoacuteria e a cultura dos lugares podendo estes serem preacutedios igrejas ruiacutenas

arqueoloacutegicas palaacutecios casas e ateacute mesmo cidades Haacute tambeacutem atrativos

especiacuteficos para o entretenimento como os parques temaacuteticos e de lazer locais

destinados ao esporte e a recreaccedilatildeo (COOPER et al 2001)

Salientando o que jaacute foi discutido para a EMBRATUR (1992) os

atrativos turiacutesticos como uma forma de representaccedilatildeo dos lugares objetos e

ateacute mesmo de acontecimentos que geram interesse no visitante podendo-se

acrescentar em tal categoria os haacutebitos e costumes dos povos considerados

patrimocircnios imateriais relevantes dentro da atividade turiacutestica

A compreensatildeo do destino turiacutestico de acordo com Ashton

Tomazzoni Emmendoerfer (2014) satildeo territoacuterios onde haacute pessoas que

valorizam o turismo como um bem comum e que atuam em prol da perenidade

das organizaccedilotildees por meio da capacidade de ofertar bens e serviccedilos turiacutesticos

integrados atendendo as demandas dos turistas com hospitalidade

Essa preocupaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo por parte das pessoas envolvidas e

mesmo pelos moradores do local as vantagens competitivas dos destinos

turiacutesticos aumentam devido o desenvolvimento do processo de formaccedilatildeo de

imagem dos destinos turiacutesticos fazendo do marketing um elemento relevante

Pesquisadores como Buhalis (2000) jaacute apontavam a necessidade de

estrateacutegias de marketing com uma preocupaccedilatildeo natildeo somente de stakeholders

mas tambeacutem com os recursos locais se preocupando com o ciclo de vida de

um destino turiacutestico e trabalhando sua competitividade numa perspectiva de

longo prazo

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 14: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

8

Elaborar um destino turiacutestico que satisfaccedila as necessidades de seu

mercado alvo atendendo as exigecircncias e expectativas de turistas e

fornecedores e acima de tudo se preocupar com a sustentabilidade do local

O turismo enquanto atividade econocircmica quando natildeo gerenciado de forma

efetiva pode ocasionar impactos negativos para o destino turiacutestico (BUHALIS

2000)

Portanto os destinos turiacutesticos devem possuir atratividades com

infraestrutura de qualidade que permitam receber bem todos os turistas Essa

qualidade dos serviccedilos oferecidos vatildeo aleacutem de estruturas fiacutesicas novas e bem

cuidado eacute necessaacuteria adequaccedilatildeo que respeitem as leis e normas de

adaptaccedilatildeo de mobilidade e acessibilidade contando natildeo somente com

instalaccedilotildees mas tambeacutem com profissionais bem treinados e preparados para

acolher a todos incluindo os PDMR

A autora deste trabalho reconhece que o turista quando se sente bem

acolhido ele tende a voltar e indicar o local a outros seja entre os amigos ou

mesmo nas redes sociais favorecendo a imagem do estabelecimento

aumentando o fluxo de turistas

Analisando tais abordagens contata-se que o turismo favorece ao

empreendedor que tem assim um aumento na sua renda e a valorizaccedilatildeo do

seu empreendimento gera emprego e distribuiccedilatildeo de renda o que beneficia a

populaccedilatildeo local acarretando o desenvolvimento econocircmico e social para

regiatildeo Aleacutem disso vemos que o turismo produz a preocupaccedilatildeo com o outro

pois atraveacutes do turismo comeccedilamos a presenciar a conscientizaccedilatildeo das

necessidades dos outros

Poreacutem para que o turismo desempenhe o seu papel no

desenvolvimento socioeconocircmico eacute necessaacuterio investir na hospitalidade e

proporcionar um atendimento diferenciado voltado a suprir as necessidades de

todos que usufruem dos serviccedilos

Uma vez que a hospitalidade natildeo pode ser mensurada de forma

tangiacutevel uma vez que ela envolve valores empiacutericos como a capacidade de

recepcionar cordialmente ao outro de forma amaacutevel acolhendo a todos com

igualdade independente de suas aptidotildees fiacutesicas Pois a hospitalidade eacute a arte

de acolher e fazer com que o turista se sinta bem acolhido em sua

permanecircncia no local que visita

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterios espaccedilos e equipamentos urbanos (segunda ediccedilatildeo) 2004 Disponiacutevel em gthttpptscribdcomdoc7323906NBR-9050-2004-acessibilidade-a-es-rio Espacos-e-Equipamentos-Urbanosgt Acesso em novembro de 2015 ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterio espaccedilos e equipamentos urbanos (terceira ediccedilatildeo) 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwpessoacomdeficienciagovbrappsitesdefaultfilesarquivos5Bfield_generico_imagens-filefield-description5D_164pdfgt Acesso em junho de 2016 AMARAL M I C A Cooperaccedilatildeo Entre os Stakeholders e o Desenvolvimento Turiacutestico dos Territoacuterios Rurais - O Caso da Sub-Regiatildeo do Baixo Alentejo (Alentejo ndash Portugal) Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18 ndash n1 p29-59 Jan-Abr 2016 ASHTON M S G TOMAZZONI E L EMMENDOERFER M L Turismo em cidades criativas e validaccedilatildeo de novos destinos turiacutesticos competitivos 2014 Disponiacutevel em gt httpwwwanpturorgbranpturanaisv10AnaisDPG4100pdfgt Acesso em outubro de 2015 AZEVEDO R M M RODRIGUES C G O Poliacuteticas puacuteblicas e turismo rural em estudo acerca das possibilidades e limitaccedilotildees no municiacutepio de Apodi (RN) Caderno Virtual de Turismo Rio de Janeiro v 15 n2p131-145 ago 2015 BARBOSA G E A cultura da hospitalidade como fundamento do bom relacionamento na hotelaria PUC - Satildeo Paulo 2007 Disponiacutevel emgthttplivros01livrosgratiscombrcp040383pdfgt Acesso setembro de 2015 BAPTISTA I (orgs) Laccedilos Sociais Por uma epistemologia da hospitalidade Caxias do Sul RS Educs 2014 BENI M C Anaacutelise estrutural do turismo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo 2001 BLANCO Enrique Sergio O turismo rural em aacutereas de agricultura familiar as novas ruralidades e a sustentabilidade do desenvolvimento local Caderno Virtual de Turismo v 4 n 3 2006

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 15: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

9

Conforme Barbosa (2007) a hospitalidade praticada nos hoteacuteis do

paiacutes funciona como um auxiacutelio no desenvolvimento do turismo nacional

favorecendo ao aumento no fluxo de turistas estrangeiros e ateacute mesmo no

fluxo de turistas domeacutesticos

De acordo com Rocha e Petry (2015) a hospitalidade eacute uma aacuterea do

conhecimento que possibilita seu entendimento em diversas dimensotildees mas

no geral estaacute vinculada agraves relaccedilotildees estabelecidas entre os indiviacuteduos a tiacutetulo

de exemplo entre o hoacutespede e o anfitriatildeo

Essa percepccedilatildeo vai aleacutem da relaccedilatildeo direta dos indiviacuteduos eacute a

preocupaccedilatildeo em preparar o ambiente com antecedecircncia para receber o outro

de forma a gerar a sensaccedilatildeo de bem estar pelo que eacute recebido

Na definiccedilatildeo de Severini (2014 p65) ldquoa sensaccedilatildeo de hospitalidade eacute

decorrente de uma somatoacuteria de percepccedilotildees que leva em consideraccedilatildeo

aspectos fiacutesicos naturais ou subjetivosrdquo O fato de se sentir acolhido com

simpatia disposiccedilatildeo para ajudar alegria e informaccedilotildees a disposiccedilatildeo A

somatoacuteria desses adjetivos daacute ao turista a sensaccedilatildeo de seguranccedila e bem estar

enquanto visita o local

Assim sendo a hospitalidade vai aleacutem do local em que se visita e de

onde se hospeda Eacute um conjunto Segundo Grinover (2002) hospitalidade eacute o

ato de acolher e prestar serviccedilos a algueacutem que esteja fora de seu local de

domiciacutelio

Eacute fundamental destacar que hospitalidade eacute o prazer de bem acolher

algueacutem e estaacute estruturado no ato de dar e receber em que o anfitriatildeo busca

satisfazer e tornar feliz o hoacutespede que eacute a pessoa recebida e que permite ser

agradada e satisfeita por quem o hospeda

O autor deste trabalho considera que a hospitalidade contribui para o

estabelecimento de espaccedilos turiacutesticos mais acessiacuteveis tornando-os assim

inclusivos e democraacuteticos onde a liberdade de ir e vir eacute garantido a todos

respeito e suprindo a necessidade das PDMR

Consequentemente a acessibilidade na cidade a torna mais segura

dando a todos autonomia e tornando a cidade mais hospitaleira com calccediladas

e rampas de acesso sinalizaccedilatildeo vertical e horizontal aacutegua tratada iluminaccedilatildeo

puacuteblica transporte disponiacutevel de qualidade enfim uma cidade estruturada de

tal forma que supra as necessidades baacutesicas da populaccedilatildeo dando aos

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 16: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

10

cidadatildeos local a sensaccedilatildeo de bem estar Pois uma cidade boa para se viver

tambeacutem eacute uma cidade boa para se visitar E natildeo ao contraacuterio (SEVERINI

2013)

Quando as pessoas tecircm uma qualidade de vida onde moram elas satildeo

mais contentes e consequentemente recebem melhor os seus visitantes Desse

modo a hospitalidade estaacute na relaccedilatildeo estabelecida entre os sujeitos que

deseja ser recebido e o que vai receber

A imagem absorvida por aquele que visita a cidade influencia na

qualidade do destino e na opiniatildeo positiva ou negativa que o turista vai levar da

cidade como um todo (FRANZEN OLIVEIRA 2015)

Logo a hospitalidade eacute o resultado da troca afetiva e relacional entre

os seres humanos Como vemos no conceito de Santos Perazzolo e Pereira

(2014) a hospitalidade se daacute na relaccedilatildeo com o outro qualquer outro pois

todos os outros satildeo estrangeiros ao eu

Nesse processo acolhedor e acolhido se distanciam progressivamente

de demandas autocentradas e de verdades a priori ou seja de seus desejos e

preconceitos voltando-se um para o outro abertos a novos saberes

Se compreendemos a ldquohospitalidaderdquo como gestos de gentileza ndash que tendem a ser reciacuteprocos ndash o mesmo acredita que pouco a pouco forma-se uma espeacutecie de corrente do bem E que se compreendermos a ldquohospitalidaderdquo como uma ferramenta de trabalho capaz de potencializar as vendas por meio do bom atendimento e da transparecircncia nas relaccedilotildees comerciais [] a hospitalidade faz parte de uma compreensatildeo maior mais ampla que parece partir de elementos sentimentos como o amor e a bondade com noacutes mesmos (RIBEIRO ALMEIDA 2015 p 40 apud SILVA 2015)

O fato do visitante se sentir bem acolhido faz com que ele volte e em

muitos casos indique o local a outras pessoas principalmente quando se trata

de uma pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzida que necessita de

atenccedilatildeo e acomodaccedilotildees especiais isso eacute a melhor propaganda que se tem

pois confiamos na opiniatildeo dos que conhecemos Por outro lado a

hospitalidade favorece a competitividade do mercado turiacutestico e o

estabelecimento que passa aos seus hospedes essa sensaccedilatildeo de bem estar e

confianccedila certamente aumenta o seu fluxo de visitantes

Camargo (2004) afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo de seres

humanos com seres humanos em tempos e espaccedilo planejados para essa

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterios espaccedilos e equipamentos urbanos (segunda ediccedilatildeo) 2004 Disponiacutevel em gthttpptscribdcomdoc7323906NBR-9050-2004-acessibilidade-a-es-rio Espacos-e-Equipamentos-Urbanosgt Acesso em novembro de 2015 ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterio espaccedilos e equipamentos urbanos (terceira ediccedilatildeo) 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwpessoacomdeficienciagovbrappsitesdefaultfilesarquivos5Bfield_generico_imagens-filefield-description5D_164pdfgt Acesso em junho de 2016 AMARAL M I C A Cooperaccedilatildeo Entre os Stakeholders e o Desenvolvimento Turiacutestico dos Territoacuterios Rurais - O Caso da Sub-Regiatildeo do Baixo Alentejo (Alentejo ndash Portugal) Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18 ndash n1 p29-59 Jan-Abr 2016 ASHTON M S G TOMAZZONI E L EMMENDOERFER M L Turismo em cidades criativas e validaccedilatildeo de novos destinos turiacutesticos competitivos 2014 Disponiacutevel em gt httpwwwanpturorgbranpturanaisv10AnaisDPG4100pdfgt Acesso em outubro de 2015 AZEVEDO R M M RODRIGUES C G O Poliacuteticas puacuteblicas e turismo rural em estudo acerca das possibilidades e limitaccedilotildees no municiacutepio de Apodi (RN) Caderno Virtual de Turismo Rio de Janeiro v 15 n2p131-145 ago 2015 BARBOSA G E A cultura da hospitalidade como fundamento do bom relacionamento na hotelaria PUC - Satildeo Paulo 2007 Disponiacutevel emgthttplivros01livrosgratiscombrcp040383pdfgt Acesso setembro de 2015 BAPTISTA I (orgs) Laccedilos Sociais Por uma epistemologia da hospitalidade Caxias do Sul RS Educs 2014 BENI M C Anaacutelise estrutural do turismo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo 2001 BLANCO Enrique Sergio O turismo rural em aacutereas de agricultura familiar as novas ruralidades e a sustentabilidade do desenvolvimento local Caderno Virtual de Turismo v 4 n 3 2006

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 17: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

11

interaccedilatildeo sendo que a hospitalidade natildeo pode ignorar o campo do comeacutercio e

vice versa

Nesse sentido entende-se que um ambiente planejado pensado para

complementar a necessidades do outro que tem como foco a mobilidade e a

acessibilidade juntamente com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel

geram seguranccedila e consequentemente confianccedila para quem utiliza os serviccedilos

e o estabelecimento Tais fatores agregam portanto valor na forma de acolher

a diversos puacuteblicos e atraindo assim novos turistas para utilizarem esses

serviccedilos e serem mais competitivos no segmento

42 TURISMO RURAL

O meio rural compreende o espaccedilo que natildeo eacute urbano portanto possui

diferentes atividades produtivas as tradicionais como a agricultura onde se daacute

o cultivo de vegetais hortaliccedilas e frutas e a pecuaacuteria que eacute a criaccedilatildeo de

animais sejam de grande ou pequeno porte e outras atividades como

cavalgadas hotel para animais entre outras atividades relacionadas a

agropecuaacuteria A apresentaccedilatildeo de uma nova configuraccedilatildeo como prestador de

serviccedilos nas aacutereas mais diversas como a medicina esteacutetica e tambeacutem com o

turismo Para Ramalho (2016) o turismo rural eacute conhecido como uma atividade

que ocorre no meio rural de forma que os proprietaacuterios integram o setor agrave

produccedilatildeo sendo o turismo considerado uma fonte para complementar a renda

Atualmente o turismo rural tem modificado a configuraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo

do espaccedilo rural envolvendo a agropecuaacuteria com o lazer e descanso no meio

rural onde hoteacuteis fazendas e restaurantes rurais tecircm levado os seus clientes a

desfrutar das paisagens do silecircncio e das atividades do campo Segundo

Azevedo e Rodrigues (2015 p133) ldquoo turismo rural tem sido promovido pelas

esferas puacuteblicas e privada como uma possibilidade para ampliar as diferentes

funccedilotildees no espaccedilo rural na perspectiva de descentralizar a renda e gerar

novos empreendimentosrdquo

Consta nas Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural que

esta atividade seria entendida como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas

desenvolvidas no meio rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 18: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

12

agregando valor a produtos e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio

cultural e natural da comunidaderdquo (BRASIL 2004 p7)

Conforme Elesbatildeo (2007 p 58) ldquoa visatildeo simplista do rural como

agriacutecola vai ficando totalmente superada pelo menos como campo de anaacutelise

jaacute que novas funccedilotildees vatildeo sendo consolidadas e incorporadasrdquo

Tais atividades natildeo necessitam do tempo integral sendo assim os

produtores podem continuar com suas atividades agriacutecolas diaacuterias e ao mesmo

tempo com o turismo rural

A utilizaccedilatildeo do espaccedilo rural com o turismo tem alavancado o

desenvolvimento econocircmico do mesmo como eacute considerado por Veiga (2002)

que afirma que a introduccedilatildeo de atividades turiacutesticas possibilitou novas

perspectivas aos seus moradores E corroborando com Elesbatildeo e Souza

(2011 p 17) ldquoo papel do turismo no desenvolvimento rural eacute basicamente

econocircmico e pode ajudar a manter e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees rurais se desenvolvido em condiccedilotildees de desenvolvimento

sustentaacutevelrdquo Em conformidade com Brandatildeo (2012) acredita que o

desenvolvimento resulta de variadas e complexas interaccedilotildees sociais que

buscam o alargamento de possibilidades de determinada sociedade O

desenvolvimento vai aleacutem do crescimento econocircmico

Poreacutem eacute importante ressaltar que para se obter um desenvolvimento

satisfatoacuterio as atividades rurais precisam de planejamento e infraestruturas que

vatildeo aleacutem da propriedade rural A participaccedilatildeo governamental eacute imprescindiacutevel

para contribuir com o desenvolvimento de uma localidade Segundo Amaral

(2016 p31) ldquoa poliacutetica o planejamento e o desenvolvimento sustentaacutevel

pressupotildeem que sejam conduzidos dentro de uma estrutura organizacional

conjunta colaborante e cooperativa resultante de uma interaccedilatildeo muacutetua entre

setor puacuteblico e o setor privado []rdquo O setor privado busca junto ao setor

puacuteblico apoio como a construccedilatildeo de pavimentaccedilatildeo asfaacuteltica programa de apoio

ao desenvolvimento local e financiamento para o fortalecimento do territoacuterio

rural De acordo com Ramalho (2016 p229)

O turismo quando planejado eacute de grande valia para os destinos Entretanto para que haja o desenvolvimento eacute necessaacuteria a soma de diversos aspectos ou seja ter somente a atividade turiacutestica como vetor de desenvolvimento pode ser uma visatildeo muito micro do processo

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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40

C M M (org) Hospitalidade reflexotildees e perspectivas Barueri Manole 2002 Instituto Brasileiro de Geografia E Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 resultados preliminares da amostra 2011 Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrhomeestatisticapolulacaocenso2010resultados_preliminares_amostradefault_resultados_preliminares_amostrashtm gt Acesso em outubro 2015 Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Censo demograacutefico 2014 Disponiacutevel emgthttpibgegovbrcidadesatpainelhistoricophpcodmun=530010ampsearch=distrito-federal7Cbrasilia7Cinphographics-historyamplanggt Acesso em outubro de 2015 KUSHANO E S ALMEIDA W G Inclusatildeo Social Cidadania E Turismo ndash Uma Investigaccedilatildeo Sobre A Existecircncia De Serviccedilos Adaptados Agraves Pessoas Com Necessidades Especiais Nos Meios De Hospedagem De Ragiatildeo Metropolitana De Curitiba Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo V2 n 4 Pp119-132 2008 MARTINS M R FUTEMMA C A Inserccedilatildeo da Juventude no Turismo no Espaccedilo Rural e a Construccedilatildeo da Hospitalidade Local o caso dos Assentados Ipanema (Iperoacute ndash SP) Revista Turismo Em Anaacutelise v 24 n 3 pp 601-626 dezembro 2013 MELGAR E Fundamentos de planejamento e Marketing em Turismo Satildeo Paulo Contexto 2001 MENDONCcedilA M C ET AL Turismo no espaccedilo rural debate e tendecircncia Disponiacutevel em httpdae2uflaBrrevista2002htm Acesso em outubro de 2015 MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana ndash Brasil Acessiacutevel ldquoConstruindo a cidade acessiacutevel (Caderno 02)rdquo in PORTAL ODM 1ordf ediccedilatildeo 2006 Disponiacutevel em gthttpwwwportalodmcombrbrasil-acessivel-caderno-2-construindo-a-cidade-acessivel--bp--262--np--14gt Acesso em novembro de 2015 NUMES A A Turismo acessiacutevel O Caso da Lousatilde Faculdade de Letras ndash Universidade de Coimbra 2011 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DO TURISMO Atualizaccedilotildees das Resoluccedilotildees de 2005 ResoluccedilatildeoARES637 agosto de 2013 Disponiacutevel em gthttpethicsunwtoorgcontentaccessible-tourismgt acesso em setembro de 2015 (Traduccedilatildeo nossa) PEARCE D BUTLER R Desenvolvimento em turismo Satildeo Paulo Contexto 2002

41

PERO V MIHESSEN V Mobilidade Urbana e Pobreza no Rio de Janeiro Revista Econocircmica ndash Niteroacutei v 15 n 2 p 23-50 dez 2013 RAMALHO M M C Estudos Sobre o Turismo no Espaccedilo Rural em Barra do Piraiacute e sua Relaccedilatildeo com o Desenvolvimento Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18- n 2 ndash Mai ndash Ago 2016 p223-250 ROCHA E S PETRY T R E Acolhimento e Hospitalidade o caso do Museu Comunitaacuterio Engenho do Sertatildeo ndash Bombinhas SC 8ordm Semintur Roda Conversaccedilotildees sobre Hospitalidade Caxias do Sul (RS) 2015 SANTOS A F L Hospitalidade a palavra chave para aumentar as vendas e potencializar relacionamentos 2015 Disponiacutevel emgthttpwwwportaleducacaocombrturismoehotelariaartigos59440hospitalidade-achave-para-aumentar-as-vendas-e-potencializar-relacionamentosgt Acesso em novembro de 2015 SANTOS Tania Globalizaccedilatildeo e exclusatildeo a dialeacutetica da mundializaccedilatildeo do capital Sociologias Porto Alegre n6 ju-dez 2001 Disponiacutevel emgthttpscielobrgt Acesso em 25 de outubro de 2015 SANTOS M M C PERAZZOLO A O PEREIRA S A hospitalidade numa perspectiva coletiva O corpo coletivo acolhedor In SANTOS M M C SANSOLO D G BURSZITYN I (Orgs) Turismo de base comunitaacuteria diversidade de olhares e experiecircncias brasileiras Rio de Janeiro Letra e Imagem 2009 p348-355 SCHNEIDER S FIALHO M A V Atividades Natildeo Agriacutecolas e Turismo Rural no Rio Grande do Sul II Congresso Internacional Sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentaacutevel Santa MariaRS 2000 Disponiacutevel em httpwwwturismoruralorgbrdownload20080614174402pdf Acesso em 27 de dezembro de 2015 SEVERINI Valeacuteria Ferraz Hospitalidade urbana ampliando o conceito Revista Iberoamericana de Turismo ndash RITUR Penedo v 3 n2 p 84-99 2013 SEVERINI Valeacuteria Ferraz Hospitalidade Urbana a arte de conviver e bem receber nas grandes cidades P63 2014 SWARBROOKE J Turismo sustentaacutevel setor puacuteblico e cenaacuterios geograacuteficos Satildeo Paulo Aleph 2000 TRIGO L G Anaacutelises regionais e globais do turismo brasileiro Satildeo Paulo Roca 2005

42

VEIGA Joseacute Eli da Cidades imaginaacuterias O Brasil eacute menos urbano do que se calcula Campinas Autores associados 2002 ZANCAN C DANTAS A B CAMPOS V O Estrutura de serviccedilos de varejo nas redes de hospedagem brasileiras Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo Satildeo Paulo 9(2) p 278-297 maioago 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwrbturorgbrrbturarticleview756676gt Acesso em setembro de 2015

APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 19: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

13

Neste cenaacuterio de acordo com Ramalho (2016) o setor de serviccedilos

como o turismo tem alcanccedilado importante posiccedilatildeo na geraccedilatildeo de empregos e

renda num meio anteriormente exclusivamente agriacutecola

O interesse pelo turismo rural intensifica as mudanccedilas no acircmbito social

poliacutetico e econocircmico Para Martins e Futemma (2013) o turismo rural incentiva

a melhoria da autoestima dos produtores rurais valorizando seu estilo de vida

os seus costumes e a proacutepria produccedilatildeo familiar

Com o intuito de fortalecer a atividade e promover o desenvolvimento

em regiotildees menos favorecidas socioeconomicamente o governo federal vem

implantando poliacuteticas e programas de incentivo ao turismo e agrave agricultura

familiar em aacutereas rurais favorecendo iniciativas locais e fortalecendo a

identidade cultural

Diante dessa nova configuraccedilatildeo do espaccedilo rural vale ressaltar que a

qualificaccedilatildeo estaacute correlacionada diretamente com a hospitalidade que por sua

vez estaacute em conexatildeo com agrave acessibilidade revelando-se como um dos

elementos responsaacutevel para o sucesso da atividade turiacutestica

Por mais urbano e desenvolvido que o ser humano seja a sociedade

que temos hoje teve a sua origem no meio rural Temos um vinculo emocional

com o ambiente rural

Em conformidade com Swarbrooke (2000 p 15) ldquoas aacutereas rurais

ocupam um lugar especial na cultura do paiacutes e na psique de seu povo Isto natildeo

surpreende jaacute que eacute o campo que sempre abasteceu a mais baacutesica

necessidade humana o alimentordquo Mas o meio rural vai aleacutem da produtividade

segundo Elesbatildeo (2007) o rural aleacutem de espaccedilo produtivo eacute lugar de vida de

interaccedilatildeo social

Devido a esse viacutenculo do homem com o campo o turismo rural eacute uma

escapatoacuteria da vida urbana e um refrigeacuterio Portanto em conformidade com as

Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural estas atividades seriam

entendidas como ldquoo conjunto de atividades turiacutesticas desenvolvidas no meio

rural comprometido com a produccedilatildeo agropecuaacuteria agregando valor a produtos

e serviccedilos resgatando e promovendo o patrimocircnio cultural e natural da

comunidaderdquo (BRASIL 2010 p18)

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterios espaccedilos e equipamentos urbanos (segunda ediccedilatildeo) 2004 Disponiacutevel em gthttpptscribdcomdoc7323906NBR-9050-2004-acessibilidade-a-es-rio Espacos-e-Equipamentos-Urbanosgt Acesso em novembro de 2015 ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterio espaccedilos e equipamentos urbanos (terceira ediccedilatildeo) 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwpessoacomdeficienciagovbrappsitesdefaultfilesarquivos5Bfield_generico_imagens-filefield-description5D_164pdfgt Acesso em junho de 2016 AMARAL M I C A Cooperaccedilatildeo Entre os Stakeholders e o Desenvolvimento Turiacutestico dos Territoacuterios Rurais - O Caso da Sub-Regiatildeo do Baixo Alentejo (Alentejo ndash Portugal) Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18 ndash n1 p29-59 Jan-Abr 2016 ASHTON M S G TOMAZZONI E L EMMENDOERFER M L Turismo em cidades criativas e validaccedilatildeo de novos destinos turiacutesticos competitivos 2014 Disponiacutevel em gt httpwwwanpturorgbranpturanaisv10AnaisDPG4100pdfgt Acesso em outubro de 2015 AZEVEDO R M M RODRIGUES C G O Poliacuteticas puacuteblicas e turismo rural em estudo acerca das possibilidades e limitaccedilotildees no municiacutepio de Apodi (RN) Caderno Virtual de Turismo Rio de Janeiro v 15 n2p131-145 ago 2015 BARBOSA G E A cultura da hospitalidade como fundamento do bom relacionamento na hotelaria PUC - Satildeo Paulo 2007 Disponiacutevel emgthttplivros01livrosgratiscombrcp040383pdfgt Acesso setembro de 2015 BAPTISTA I (orgs) Laccedilos Sociais Por uma epistemologia da hospitalidade Caxias do Sul RS Educs 2014 BENI M C Anaacutelise estrutural do turismo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo 2001 BLANCO Enrique Sergio O turismo rural em aacutereas de agricultura familiar as novas ruralidades e a sustentabilidade do desenvolvimento local Caderno Virtual de Turismo v 4 n 3 2006

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 20: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

14

Por fazer parte da nova dinacircmica do meio rural onde atividades natildeo

agriacutecolas eacute uma parte importante do desenvolvimento econocircmico Segundo

Blanco (2009) a associaccedilatildeo entre turismo e o modo de vida das famiacutelias rurais

tem se mostrado como um importante componente estrateacutegico para a melhoria

do desenvolvimento local

O turismo no espaccedilo rural engloba todas essas formas de turismo e se associa aos agricultores familiares de maneira inovadora valorizando e preservando o patrimocircnio rural O produtor rural passa a ser um empreendedor e prestador de serviccedilos turiacutesticos trabalhando diretamente na conservaccedilatildeo do patrimocircnio ambiental e cultural de sua regiatildeo A relevacircncia da atividade do turismo rural em aacutereas onde haacute a predominacircncia da agricultura familiar pode ser constatada agrave medida em que essa associaccedilatildeo reverte em novas oportunidades de trabalho e renda pois nesses casos a economia local eacute ativada por meio da diversificaccedilatildeo de novas formas de trabalho no campo (BLANCO 2009 p349)

Portanto a valorizaccedilatildeo do espaccedilo rural atraveacutes do turismo veio para

melhorar a qualidade de vida dos agricultores e para contribuir para a sua

permanecircncia no campo Aleacutem de ser uma oacutetima alternativa para quem busca

ter uma aproximaccedilatildeo com a vida no campo e descanso Em meio a essa nova

forma de se relacionar com o meio ambiente eacute necessaacuterio que o

empreendedor turiacutestico rural se preocupe com a preservaccedilatildeo ambiental e ao

mesmo tempo precisa empenhar-se para fazer com que o turista tenha uma

experiecircncia uacutenica de inclusatildeo social garantindo que haja acesso aos serviccedilos

prestados visando o bem estar do consumidor e sua mobilidade e

acessibilidade a todos os atrativos da propriedade rural

43 TURISMO ACESSIacuteVEL

A liberdade de locomoccedilatildeo a igualdade e a dignidade da pessoa

humana eacute um direito garantido a todos os brasileiros independente de sua

condiccedilatildeo financeira ou fiacutesica pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988

Em conformidade com Duarte Borda Moura Spezia (2015 p 539)

A questatildeo da inclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia eacute fator fundamental no desenvolvimento do paiacutes uma vez que devem ser garantidos aleacutem dos direitos constitucionais de ir e vir o acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo niacuteveis mais elevados de qualidade de vida por meio de atividades de lazer e turismo todos esses satildeo elementos dos direitos humanos e da cidadania

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterios espaccedilos e equipamentos urbanos (segunda ediccedilatildeo) 2004 Disponiacutevel em gthttpptscribdcomdoc7323906NBR-9050-2004-acessibilidade-a-es-rio Espacos-e-Equipamentos-Urbanosgt Acesso em novembro de 2015 ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificaccedilotildees mobiliaacuterio espaccedilos e equipamentos urbanos (terceira ediccedilatildeo) 2015 Disponiacutevel em gthttpwwwpessoacomdeficienciagovbrappsitesdefaultfilesarquivos5Bfield_generico_imagens-filefield-description5D_164pdfgt Acesso em junho de 2016 AMARAL M I C A Cooperaccedilatildeo Entre os Stakeholders e o Desenvolvimento Turiacutestico dos Territoacuterios Rurais - O Caso da Sub-Regiatildeo do Baixo Alentejo (Alentejo ndash Portugal) Revista Turismo ndash Visatildeo e Accedilatildeo ndash Eletrocircnica V 18 ndash n1 p29-59 Jan-Abr 2016 ASHTON M S G TOMAZZONI E L EMMENDOERFER M L Turismo em cidades criativas e validaccedilatildeo de novos destinos turiacutesticos competitivos 2014 Disponiacutevel em gt httpwwwanpturorgbranpturanaisv10AnaisDPG4100pdfgt Acesso em outubro de 2015 AZEVEDO R M M RODRIGUES C G O Poliacuteticas puacuteblicas e turismo rural em estudo acerca das possibilidades e limitaccedilotildees no municiacutepio de Apodi (RN) Caderno Virtual de Turismo Rio de Janeiro v 15 n2p131-145 ago 2015 BARBOSA G E A cultura da hospitalidade como fundamento do bom relacionamento na hotelaria PUC - Satildeo Paulo 2007 Disponiacutevel emgthttplivros01livrosgratiscombrcp040383pdfgt Acesso setembro de 2015 BAPTISTA I (orgs) Laccedilos Sociais Por uma epistemologia da hospitalidade Caxias do Sul RS Educs 2014 BENI M C Anaacutelise estrutural do turismo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo 2001 BLANCO Enrique Sergio O turismo rural em aacutereas de agricultura familiar as novas ruralidades e a sustentabilidade do desenvolvimento local Caderno Virtual de Turismo v 4 n 3 2006

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41

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Page 21: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ......Cego, é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para os seus míseros problemas e pequenas

15

Para melhor compreensatildeo sobre o turismo acessiacutevel eacute necessaacuterio

discutir previamente o conceito de Pessoa Deficiente ou com Mobilidade

Reduzida (PDMR) a luz do Decreto Nordm 5296 de 02 de dezembro de 2004 que

estabelece para caraacuteter de regulaccedilatildeo que pessoas portadoras de deficiecircncia

aleacutem daquelas previstas na Lei no 10690 de 16 de junho de 2003 que possui

limitaccedilatildeo ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas

seguintes categorias resumidamente

a) Deficiecircncia fiacutesica alteraccedilatildeo completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano

b) Deficiecircncia auditiva perda parcial ou total de quarenta e um decibeacuteis ou

mais

c) Deficiecircncia visual cegueira na qual a acuidade visual eacute igual ou menor

que 005 no melhor olho

d) Deficiecircncia mental funcionamento intelectual significativamente inferior agrave

meacutedia

e) Deficiecircncia muacuteltipla associaccedilatildeo de duas ou mais deficiecircncias (BRASIL

2003)

O Decreto inclui ainda as pessoas com mobilidade reduzida aquela

que natildeo se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiecircncia mas

que por qualquer motivo tenha dificuldade de movimentar-se permanente ou

temporariamente gerando reduccedilatildeo efetiva da mobilidade flexibilidade

coordenaccedilatildeo motora e percepccedilatildeo O disposto no caput aplica-se ainda agraves

pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos gestantes lactantes e

pessoas com crianccedila de colo

Muito se tem discutido recentemente acerca de mobilidade e

acessibilidade Pesquisas de diversas aacutereas do conhecimento tem levantado

essa questatildeo divido agrave fragilidade da acessibilidade que afeta o exerciacutecio da

cidadania como vemos na citaccedilatildeo de Borja (2003) o uso dos espaccedilos puacuteblicos

como lugar de exerciacutecio da cidadania

Segundo Pero Mihessen (2013 p 26)

o conceito de acessibilidade evoluiu passando tambeacutem a considerar de maneira mais enfaacutetica a acessibilidade universal e os meios internacionalmente difundidos para o atendimento a cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoccedilatildeo como as rampas de acesso etc Em suma associa-se agrave facilidade de alcanccedilar fisicamente um

16

determinado lugar enquanto que mobilidade estaacute relacionada com a capacidade com que o deslocamento pode ser realizado levando em conta natildeo soacute aspectos geograacuteficos como socioeconocircmicos

Uma definiccedilatildeo muito aprovada sobre acessibilidade eacute da ABNT NBR

9050 (2004 p 2) ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e

entendimento para a utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de edificaccedilotildees

espaccedilo mobiliaacuterio equipamento urbano e elementosrdquo

A acessibilidade segundo o Ministeacuterio das Cidades (2006 p16) eacute o

ldquoprocesso de obter igualdade de oportunidades e a participaccedilatildeo plena em todas

as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econocircmico do paiacutes

pelas pessoas com deficiecircncia ou com mobilidade reduzidardquo

Ainda conveacutem lembrar que turismo acessiacutevel eacute composto por medidas

que promovem a inclusatildeo social e o acesso aacute atividade turiacutestica as PDMR A

acessibilidade afeta todas as aacutereas da sociedade e no setor do turismo eacute um

diferencial que garante qualidade na prestaccedilatildeo do serviccedilo e uma importante

vantagem competitiva pois geralmente as PDMR sempre andam

acompanhadas por um parente ou amigo

Aleacutem disso as pessoas com deficiecircncia tecircm conquistado a cada dia

uma vida mais autocircnoma e com liberdade Na qual muitas delas estatildeo

inseridas no mercado de trabalho tem sua proacutepria renda seu carro moram

sozinhas viajam e levam uma vida totalmente independente

Enfatiza-se ainda que o fato de compreender essas limitaccedilotildees e

restriccedilotildees nos possibilita aumentar a independecircncia dessas pessoas ajustando

adequadamente os ambientes e os estabelecimentos puacuteblicos e privados

deixando-os livre de barreiras como sobre salto nas portas calccediladas sem

rampas de acesso escadas sem barras de apoio piso sem revestimento taacutetil

etc Essas medidas satildeo necessaacuterias para que haja a inclusatildeo social por meio

de atitudes pessoais e poliacuteticas puacuteblicas para trazer as Pessoas com

Deficiecircncia ou Mobilidade Reduzida (PDMR) para uma sociedade na qual elas

nunca fizeram parte ateacute entatildeo

A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) tem como suas premissas a

promoccedilatildeo do turismo sustentaacutevel responsaacutevel e universalmente acessiacutevel

como indutor do desenvolvimento inclusivo

17

Diante de tal premissa da OMT (2013) a integraccedilatildeo geral fundamental

para assegurar que as pessoas com deficiecircncia tenham acesso ao ambiente

fiacutesico o sistema de transporte canais de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem

como a uma ampla gama de equipamentos e serviccedilos puacuteblicos (Traduccedilatildeo

nossa)

Considerar a acessibilidade como um contratempo voltado apenas as

PDMR eacute um equivoco pois essa natildeo eacute uma questatildeo isolada que envolve

somente os familiares e as entidades especializadas no assunto a

acessibilidade passa pela mobilidade cidadania e pela democracia envolvendo

a todos Pois a acessibilidade eacute um conjunto de peculiaridades do ambiente

que possibilita a sua utilizaccedilatildeo por todas as pessoas independentemente das

suas aptidotildees fiacutesicas sensoriais ou intelectuais

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as

pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a

sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar

dependentes de ajuda ou de terceiros

Para Santos (2003) o universalismo que queremos hoje eacute aquele que

tenha como ponto em comum a dignidade humana O diferente sempre sofre e

colocamos em foco as diferenccedilas e restriccedilotildees

Assim sendo a dignidade eacute esquecida a igualdade social se torna

desigualdade exclusatildeo e privaccedilotildees onde o entretenimento e o lazer satildeo

direcionados a um puacuteblico dentro dos padrotildees de normalidade humana

Corroborando com Kushano e Almeida (2008 p121)

a falta ou reduccedilatildeo de um dos sentidos natildeo eacute e natildeo pode ser o principal obstaacuteculo para a inclusatildeo dos portadores de deficiecircncia como cidadatildeos plenos de direitos e deveres Quando lhes forem oferecidas agraves condiccedilotildees de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas habilidades haveraacute consequentemente as condiccedilotildees de participaccedilatildeo na vida social econocircmica cultural e poliacutetica da sociedade

Consoante com Duarte e Borda (2013 p368) ldquoturismo inclusivo natildeo

abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem as pessoas denominadas

com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aquelas que possuem algum tipo

de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

18

Essa mobilidade reduzida temporaacuteria pode ser o caso de uma gestante

ou a presenccedila de uma crianccedila de colo pode se daacute por um problema de sauacutede

como uma perna quebrada ou tratamento de uma enfermidade qualquer

situaccedilatildeo que momentaneamente reduz ou prejudica a mobilidade do individuo

Ainda para com Duarte e Borda (2013 p369)

entende-se que a acessibilidade no turismo visa primordialmente o reconhecimento do outro (o deficiente) em seus direitos e responsabilidades Busca portanto coloca-lo natildeo como algueacutem ldquodigno de penardquo mas como algueacutem capaz de exercer todas as atividades turiacutesticas de forma equacircnime ndash como um igual

Para tanto o turismo acessiacutevel eacute visto como o comprometimento de se

ofertar soluccedilotildees e respostas conjuntas ao niacutevel do territoacuterio pressupondo o

envolvimento das vaacuterias entidades do setor puacuteblico privado e associativo de

diferentes aacutereas de atividade e natildeo somente a exclusividade do setor do

turismo (NUNES 2011)

Corroborando Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram que

acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

O turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial

motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em

tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de

acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

(DUARTE BORDA MOURA SPEZIA 2015)

O turismo em todas as suas variaccedilotildees vem crescendo e sendo

valorizado como fonte de desenvolvimento socioeconocircmico Mas em termos de

acessibilidade e igualdade ainda deixa a desejar Eacute necessaacuterio entender a

diversidade como regra e natildeo exceccedilatildeo Nesse intuito o Ministeacuterio do Turismo

criou um manual de orientaccedilotildees Turismo e Acessibilidade com o propoacutesito de

servir de instrumento orientador sobre temas relativos agrave acessibilidade onde eacute

possiacutevel encontrar criteacuterios paracircmetros recomendaccedilotildees e informaccedilotildees para o

exerciacutecio da plena cidadania que envolve o reconhecimento que todos temos

os mesmos direitos independente da classe social raccedila ou condiccedilotildees fiacutesicas

Finalmente no que diz respeito a uma sociedade globalizada e

moderna eacute necessaacuterio ver o outro como igual em todos os sentidos

19

percebendo os outros como si mesmo entendendo que as diferenccedilas nos

fazem uacutenicos e que temos direitos e deveres de igual modo Portanto natildeo haacute

democracia sem acessibilidade informativa cultural social e econocircmica por

forma a natildeo excluir ningueacutem porque ningueacutem eacute dispensaacutevel (CUNHA 1998)

Em vista dos argumentos apresentados a cidadania para as PDMR

refere-se agrave ideia de inclusatildeo social envolvem questotildees culturais mercado de

trabalho inclusatildeo poliacutetica e civil lazer diversatildeo e qualquer tipo de

entretenimento

5 METODOLOGIA

Este trabalho procurou realizar uma discussatildeo teoacuterica com diversos

autores sobre os temas turismo hospitalidade turismo rural e turismo rural

acessiacutevel bem como expor uma anaacutelise do espaccedilo turiacutestico rural da cidade

sateacutelite de Sobradinho no Distrito Federal Brasil

Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica e documental

referente aos temas citados Segundo Gil (2008) eacute o desenvolvimento com

base em material jaacute elaborado constituiacutedo principalmente de livros e artigos

cientiacuteficos A pesquisa documental por sua vez foi fundamentada no banco de

dados do IBGE com os resultados gerais da amostra do censo Demograacutefico

2010 e nas Leis e decretos citados no decorrer do trabalho Tal pesquisa se faz

necessaacuteria para elucidaccedilatildeo de conceitos e o embasamento teoacuterico necessaacuterio

para discursatildeo do assunto

Num segundo estaacutegio foi realizada uma pesquisa de caraacuteter

qualitativo exploratoacuteria e descritiva que objetiva descrever as caracteriacutesticas

dos estabelecimentos rurais localizados na Rota do cavalo na cidade sateacutelite

de Sobradinho DF relativa agrave acessibilidade dos empreendimentos As

pesquisas descritivas satildeo juntamente com as exploratoacuterias as que

frequentemente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuaccedilatildeo

praacutetica (GIL 2002)

Para tanto foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com

questotildees abertas e fechadas com a intensatildeo de identificar as condiccedilotildees da

acessibilidade nos estabelecimentos turiacutesticos no meio rural de

SobradinhoDF O roteiro de entrevista composto por cinco blocos Nos blocos

20

A e B abordavam a caracterizaccedilatildeo do respondente e do estabelecimento bloco

C adaptaccedilatildeo do estabelecimento bloco D divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento e por fim o bloco E PDMRs como segmento de

mercadocliente em potencial E fotos de dados primaacuterios como forma de

complementaccedilatildeo para um melhor analise de dados

Num primeiro momento buscou-se junto a Administraccedilatildeo Regional e

na Secretaria de Turismo de Sobradinho DF um roteiro dos destinos turiacutesticos

rurais para pesquisa de campo onde nos fui apresentado uma lista com o

telefone nome dos proprietaacuterios e endereccedilo dos estabelecimentos A princiacutepio

foi nos apresentado 36 propriedades rurais que fazem parte da zona rural de

Sobradinho e estatildeo localizadas na Rota do cavalo poreacutem somente treze

dessas propriedades faziam parte da roteirizaccedilatildeo turiacutestica implantada em 2013

pela secretaria de Turismo do DF e atualmente apenas duas propriedades

estatildeo funcionando

Portanto foram entrevistados dois estabelecimentos localizados na

aacuterea rural da cidade sateacutelite de Sobradinho DF no segundo semestre de 2015

Como forma de diferenciar os estabelecimentos vamos identifica-los como

estabelecimento A e B pois os proprietaacuterios de ambos natildeo autorizaram a

divulgaccedilatildeo dos nomes dos entrevistados e dos estabelecimentos no presente

trabalho Sendo assim os entrevistados foram o administrador do

estabelecimento A e no outro estabelecimento B o gerente O objetivo era de

investigar qual o niacutevel de adaptaccedilatildeo dos estabelecimentos qual a percepccedilatildeo

dos entrevistados sobre a acessibilidade dos estabelecimentos e qual a

importacircncia de se ter instalaccedilotildees adaptadas

6 CARACTERIZACcedilAtildeO DA REGIAtildeO ADMINISTRATIVA DE SOBRADINHO

A cidade de Sobradinho surgiu durante a construccedilatildeo de Brasiacutelia pela

necessidade de alojar definitivamente as famiacutelias imigrantes dos diversos

estados brasileiro e foi oficialmente fundada em 1960 Eacute uma cidade sateacutelite

que fica a 22 km da regiatildeo central do Plano Piloto como podemos ver na figura

1 Atualmente possui uma populaccedilatildeo estimada de 175 mil habitantes de

acordo com o ultimo censo 2010 do IBGE (IBGE 2014)

21

Figura 1 Mapa do Distrito Federal Figura 2 Mapa da Regiatildeo Adm de Sobradinho Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Em destaque na figura 2 tem-se a Regiatildeo Administrativa de

Sobradinho uma cidade convidativa ao turismo rural pois eacute cercada por muitos

morros e cachoeiras e clima ameno caracteriacutesticas naturais que datildeo a

Sobradinho o tiacutetulo de cidade serrana e de capital do ecoturismo no Distrito

Federal tiacutetulo esse concedido pela secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia

que em parceria com a Administraccedilatildeo Regional manteacutem o programa Viver na

Serra eacute Bom Demais

Sobradinho eacute a uacutenica cidade da regiatildeo do DF localizada em uma serra

devido a essa peculiaridade possui muitas trilhas rios e fazendas onde eacute

possiacutevel andar a cavalo pescar e encontrar restaurantes rurais no meio do

cerrado Podemos observar na figura 3 que a regiatildeo de Sobradinho eacute dividida

em setor Oeste e setor Leste neste trabalho estamos discutindo sobre o setor

leste destacado na figura 4 regiatildeo onde estaacute localizada a Rota do Cavalo

A Rota do Cavalo eacute um tipo de roteirizaccedilatildeo De acordo com Brasil

(2015) a roteirizaccedilatildeo turiacutestica eacute uma estrateacutegia para diversificar a oferta

turiacutestica e estruturar destinos Deste modo a roteirizaccedilatildeo forma um tipo de

aglomerados turiacutesticos que objetiva despertar a atenccedilatildeo e o interesse dos

turistas

22

Figura 3 mapa de Sobradinho Figura 4 Mapa da Rota do Cavalo Fonte Googlecombr (2016) Fonte Googlecombr (2016)

Localizada a 22 km do Plano Piloto outrora teve sua origem por meio de

um grupo proprietaacuterios de terras que haacute pelo menos 30 anos deu iniacutecio ao que

hoje conhecemos como Rota do Cavalo Mas somente em 2013 que a Secretaria

de Turismo do DF lanccedilou um roteiro de turismo rural que inclui 36 propriedades

de Sobradinho com o objetivo de desenvolver o turismo rural na regiatildeo e oferecer

uma opccedilatildeo de renda aacutes famiacutelias que vivem nesses locais Como parte do projeto

foram colocadas placas de identificaccedilatildeo como a que vemos na figura 5 e em todos

os ranchos Na eacutepoca do lanccedilamento a Secretaria relacionou 14 espaccedilos rurais

prontos para iniciar o programa turiacutestico

Figura 5 Placa da Rota do Cavalo Fonte Dados primaacuterios

O roteiro turiacutestico formado por ranchos e centros de treinamentos

equestres escolas haras no qual encontramos restaurantes rurais e outros tipos

23

de serviccedilos voltados ao turismo rural Satildeo estabelecimentos localizados entre

quatro rodovias distritais (BR-020 DF-001 DF-330 3 DF- 440)

7 ANALISE DE DADOS

O objetivo do trabalho era verificar nos empreendimentos rurais

localizados na Regiatildeo de Sobradinho a existecircncia de adaptaccedilotildees para receber

pessoas com deficiecircncia ou mobilidade reduzida e investigar se as mesmas eram

adequadas Objetivou-se aleacutem disso conhecer a frequecircncia em que os PDMR

procuram esses estabelecimentos e se essa procura era devido agraves adaptaccedilotildees

das instalaccedilotildees oferecendo assim serviccedilos com mais qualidade a esses

cidadatildeos

A regiatildeo possui diversas propriedades rurais voltadas agrave equitaccedilatildeo mas

atualmente apenas dois desses estabelecimentos fornecem serviccedilos como

alimentaccedilatildeo passeio a cavalo ou charrete arborismo escola de equitaccedilatildeo ou

mesmo para passar o dia utilizando as dependecircncias sem se hospedar

71 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ESTABELECIMENTOS E DOS

RESPONDENTES PESQUISADOS

Para facilitar a identificaccedilatildeo dos estabelecimentos vamos denominaacute-los

com estabelecimento A e B

Os dois primeiros blocos de questotildees referem-se a caracterizaccedilatildeo dos

respondentes e do estabelecimento Sendo que atualmente temos apenas dois

estabelecimentos voltados ao turismo rural em funcionamento na Rota do Cavalo

Dentre o perfil dos estabelecimentos o estabelecimento A tem 20 anos de

atividades e 15 funcionaacuterios fixos e o estabelecimento B jaacute atua haacute 18 anos no

ramo de turismo rural e tem 20 funcionaacuterios fixos

O perfil dos entrevistados foram os seguintes estabelecimento A o

respondente ocupa o cargo de administrador tem 28 anos de idade e eacute do sexo

masculino No estabelecimento B a respondente do questionaacuterio ocupa o cargo de

gerente tem 52 anos de idade e eacute do sexo feminino E em relaccedilatildeo ao tempo de

24

trabalho no estabelecimento para ambos a resposta foi de 11 anos ou mais isso

demostra que o tempo de serviccedilo no empreendimento eacute constante

72 ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

Como o foco desta pesquisa estaacute direcionado agraves pessoas deficiente ou

com mobilidade reduzida foi questionado se na visatildeo dos entrevistados o

estabelecimento encontrava-se adaptado ou natildeo A resposta do administrador

estabelecimento A foi sim para essa questatildeo Mas o que observamos eacute que nem

todo ambiente eacute acessiacutevel como observamos nas figuras 6 e 7 a aacuterea de lazer que

eacute liberada para utilizaccedilatildeo sem que seja hospede natildeo possui acessibilidade por

exemplo o cadeirante natildeo tem acesso por natildeo haver rampa de acesso nas aacutereas

mostradas

Figura 6 aacuterea de lazer do Estabel A Figura 7 aacuterea de lazer do Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

Outra questatildeo de grande importacircncia observada no estabelecimento A

sobre a acessibilidade incompleta eacute o estacionamento que como podemos ver

nas figuras 8 e 9 natildeo tem vaga demarcada exclusiva para deficientes e nem para

idosos eacute de cascalho e totalmente desnivelado e com buracos o que dificulta o

acesso de cadeira de rodas ou mesmo o acesso independente de um deficiente

visual por exemplo

25

Figura 8 Estacionamento do Estabel A Figura 9 Estacionamento Estabel A Fonte Dados Primaacuterios Fonte Dados Primaacuterios

No entanto quando o estabelecimento B foi questionado quanto o

estabelecimento ser ou natildeo adaptado a gerente num primeiro momento

respondeu que sim e ateacute aceitou que o nome do estabelecimento fosse divulgado

no presente trabalho Contudo no decorrer da entrevista com a sequecircncia de

questionamento ela percebeu que o estabelecimento natildeo era adaptado e mudou a

resposta e por consequecircncia pediu para natildeo divulgar o nome do estabelecimento

no trabalho pois considerou que isso seria prejudicial agrave imagem do

estabelecimento B

Verificamos durante as trecircs visitas que fizemos ao estabelecimento B que

a acessibilidade eacute bem precaacuteria como vecirc-se nas figuras a seguir O

estabelecimento B tambeacutem natildeo possui vagas de estacionamento exclusivo para

deficiente e nem para idosos Poreacutem a aacuterea do estacionamento do

estabelecimento B eacute toda nivelada e coberta por cascalho como vecirc-se na figura

10

Figura 10 estacionamento estabel B Fonte Dados primaacuterios

26

Na figura 11 tem-se um desniacutevel no ambiente do restaurante que vai das

mesas para a aacuterea de serviccedilo do buffet com uma escada e o destaque aqui eacute para

a falta de corrimatildeo que eacute indispensaacutevel para a seguranccedila principalmente de

idosos e crianccedilas De acordo com as normas da ABNT a acessibilidade tem que

possibilitar a condiccedilatildeo de alcance utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de

edificaccedilotildees espaccedilos mobiliaacuterio e equipamento (ABNT NBR 9050 2004 p2)

Na figura 12 tem-se a aacuterea do buffet onde os alimentos satildeo servidos no

fogatildeo agrave lenha a aacuterea em destaque na figura eacute alta o que impossibilita a um

cadeirante se servir sozinho Em ambas figuras foram feridos os princiacutepios baacutesicos

da acessibilidade quanto ao que se referi a seguranccedila autonomia e ao espaccedilo e

equipamentos adaptados

Figura 11 Estabel B aacuterea de circulaccedilatildeo Figura 12 Estabel B aacuterea do bufet Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

A questatildeo seguinte trata da percepccedilatildeo da importacircncia da adaptaccedilatildeo do

estabelecimento Perante o enfoque nos estabelecimentos o setor de turismo

deve reconhecer a necessidade de se oferecer serviccedilos acessiacuteveis e de

qualidade de modo a natildeo cometer nenhum ato discriminatoacuterio que pode levar a

perdas financeiras e principalmente denegrir a imagem da empresa

(DARUWALLA DARCY 2005)

27

Quando indagado a respeito da importacircncia de ter instalaccedilotildees adaptadas

obtivemos as seguintes respostas O administrador (estabelecimento A) disse que

ldquoa importacircncia era de manter o respeito e a dignidade das pessoas que precisamrdquo

Para essa questatildeo a gerente (estabelecimento B) disse que se as instalaccedilotildees

fossem adequadamente adaptadas eles ldquopoderiam receber um maior nuacutemero de

pessoas e atender com mais qualidade aos deficientesrdquo

Na figura 13 tem-se o banheiro adaptado do estabelecimento A Eacute um

banheiro amplo com barra na lateral do vaso sanitaacuterio e com a pia e o espelho

mais baixo para o acesso de cadeirantes mas natildeo possui campainha de

emergecircncia tambeacutem natildeo se percebe nenhum tipo de acessibilidade para as

demais deficiecircncias como piso taacutetil ou sinalizaccedilatildeo em braile

Figura 13 banheiro adaptado Estabelecimento A Fonte Dados primaacuterios

Verificou-se que quando questionado em relaccedilatildeo ao tempo de adaptaccedilatildeo

dos estabelecimentos o administrador (estabelecimento A) respondeu que a

adaptaccedilatildeo foi feita em 2014

Nas figuras 14 e 15 temos os banheiros feminino e masculino do

estabelecimento B um banheiro sem nenhuma adaptaccedilatildeo

28

Figura 14 Banheiro feminino estabel B Figura 15 Banheiro masculino estabel B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

O banheiro da figura 15 foi nos apresentado como acessiacutevel num primeiro

momento mas depois de conversamos sobre o que eacute um banheiro acessiacutevel a

entrevistada voltou atraacutes e reconheceu que no estabelecimento B natildeo possui

nenhum banheiro com o miacutenimo de acessibilidade A gerente (estabelecimento B)

disse que a adaptaccedilatildeo tem sido feita e a previsatildeo de conclusatildeo eacute para 2016

Poreacutem em visita de verificaccedilatildeo feita em maio de 2016 natildeo observamos nenhuma

mudanccedila ou melhoria na acessibilidade dos banheiros principalmente e em

nenhuma outra dependecircncia do estabelecimento

Contudo eacute importante ressaltar que um ambiente planejado juntamente

com um serviccedilo prestado de forma cordial e amaacutevel geram seguranccedila e

consequentemente confianccedila para os PDMR Neste sentido Camargo (2004)

afirma que a hospitalidade eacute a interaccedilatildeo entre os seres humanos em tempos e

espaccedilo planejados

Aleacutem disso eacute importante ressaltar que as PDMRs satildeo consumidores em

potencial e que geralmente viajam ou fazem passeios acompanhados por

familiares e amigos De acordo com Duarte e Borda (2013) atender a todas as

necessidades das PDMRs possibilitaraacute o crescimento do contiacutenuo nos proacuteximos

anos dos destinos turiacutesticos brasileiro O turismo rural acessiacutevel tem grande

potencial de crescimento econocircmico e de inclusatildeo social

29

73 DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO TURIacuteSTICO

O proacuteximo questionamento foi se o estabelecimento possui endereccedilo

eletrocircnico na web e ambos entrevistados disseram que possuem endereccedilo

eletrocircnico mas quando indagado se divulgam a acessibilidade no site ambos

responderam que natildeo divulgam se possuem acessibilidade ou natildeo e nem mesmo

em outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo Mas natildeo especificaram o motivo para natildeo

divulgar

74 PDMRS COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTE EM POTENCIAL

O propoacutesito desse bloco eacute investigar se o puacuteblico de PDMRs eacute visado

como clientes em potencial

O turismo acessiacutevel eacute um agente da inclusatildeo social e um potencializador

dos negoacutecios De acordo com Garciacutea-Caro Waal e Buhalis (2012) consideram

que acessibilidade e turismo satildeo dois conceitos relacionados e que o turismo

acessiacutevel eacute uma importante oportunidade de negoacutecios

Quando perguntamos sobre a procura de PDMR e suas famiacutelias pelo

estabelecimento as resposta foram Administrador (estabelecimento A) foi que

ldquoExistem vaacuterios clientes cadeirantes mas a procura pelo estabelecimento natildeo

creio estar ligada agrave acessibilidade mas a qualidade de nosso serviccedilordquo No caso

da gerente (estabelecimento B) a resposta foi que ldquonatildeo satildeo muitos PDMR que

procuram mas temos esse objetivordquo

Em relaccedilatildeo agrave resposta da gerente do estabelecimento B o que

observamos durante as visitas que fizemos e ateacute mesmo em conversas com a

proacutepria gerente e o proprietaacuterio eacute que eles tecircm um fluxo de clientes PDMRs sim

Eles trabalham com hipismo como terapia para crianccedilas autistas e com leves

deficiecircncias e que o programa soacute natildeo atende um nuacutemero maior pessoas por falta

de apoio do governo esse ultimo item conforme relatos da entrevistada Tambeacutem

foi observada a presenccedila de muitos idosos e pessoas deficientes no local em

nossas trecircs visitas durante o periacuteodo de pesquisa

30

Quando questionado sobre a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas

e a procura das PDMRs pelo estabelecimento o administrador (estabelecimento

A) respondeu que ldquonatildeo acredito que o fato de termos algumas adaptaccedilotildees tenha

aumentado a visitardquo Para gerente (estabelecimento B) ldquoacho que se fosse perfeito

e totalmente adaptado aumentaria a demandardquo Ambos consideram as adaptaccedilotildees

do estabelecimento importante para o bom atendimento ao cliente

A questatildeo final foi sobre se existe ou natildeo uma preocupaccedilatildeo em permitir

que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de todos os serviccedilos

prestados pelo estabelecimento A resposta do administrador (estabelecimento A)

foi que ldquonatildeo pois algumas aacutereas do estabelecimento satildeo bastante acidentadas O

que inviabiliza essas adaptaccedilotildees mas enquanto restaurante todos podem

usufruiacuterem com conforto e comodidaderdquo A gerente (estabelecimento B) respondeu

que sim porque aumentaria o fluxo de visitantes em nosso espaccedilordquo

De acordo com Carvalho (2015 p582) a recepccedilatildeo de hoacutespedes

portanto desempenha papeacuteis sociais importantes na vinculaccedilatildeo de indiviacuteduos e

grupos na interaccedilatildeo social dos envolvidos e das famiacutelias A hospitalidade desde a

chegada do visitante eacute o fator determinante para a permanecircncia e principalmente

para o retorno dos visitantes ao estabelecimento turiacutestico Pois a sua impressatildeo

primeira eacute o que determina se satisfez ou natildeo as suas necessidades

Baseado nas questotildees fechadas do questionaacuterio verificamos que a

deficiecircncia que mais chama a atenccedilatildeo dos entrevistados e dos proprietaacuterios eacute a

deficiecircncia motora e que as adaptaccedilotildees satildeo sempre voltadas a esse tipo de

deficiecircncia mesmo que natildeo sejam adaptaccedilotildees dentro das normas da ABNT Natildeo

observamos nenhuma acessibilidade ou mesmo preocupaccedilatildeo com os demais

tipos de deficiecircncia como por exemplo a deficiecircncia visual como podemos

observar nas figuras a seguir Na figura 16 temos uma das aacutereas de circulaccedilatildeo do

estabelecimento A sem piso taacutetil e na figura 17 temos a aacuterea de acesso ao buffet

do estabelecimento B onde vemos uma rampa de acesso mas nenhum dos

estabelecimentos possuiacutea cardaacutepio em braile ou com a letra maior para facilitar a

visualizaccedilatildeo e nem mesmo havia piso taacutetil

31

Figura 16 Estabelecimento A Figura 17 Estabelecimento B Fonte Dados primaacuterios Fonte Dados primaacuterios

Natildeo foram observadas adaptaccedilotildees relacionadas a necessidades especiais

como assentos mais espaccedilosos para pessoas obesas nem assentos mais

adequados para pessoas com baixa estatura Nenhum dos estabelecimentos

pesquisados possui campainha nos banheiros para o caso de emergecircncia nem

profissional para acompanhar idosos ou com conhecimento em liacutenguas de sinais

para orientar os deficientes auditivos

Uma questatildeo que os proprietaacuterios natildeo compreendem claramente eacute que a

acessibilidade eacute uma questatildeo necessaacuteria a todos noacutes em determinada tempo ou

situaccedilatildeo da vida como no caso de uma gestante ou uma pessoa que se encontra

com um dos membros quebrados Corroborando com Duarte e Borda (2013 p

368) ldquoturismo inclusivo natildeo abrange apenas os deficientes fiacutesicos mas tambeacutem

as pessoas denominadas com mobilidade reduzida incluindo tambeacutem aqueles

que possuem algum tipo de limitaccedilatildeo que porventura passo ser momentacircneardquo

Observou-se durante o dialogo com o proprietaacuterio do estabelecimento B

que a ausecircncia de poliacuteticas puacuteblicas e de parcerias governamental prejudica o

crescimento e por muitas vezes essa deficiecircncia de parcerias leva o proprietaacuterio

a mudar de ramo ou a falecircncia do empreendimento o que eacute lamentaacutevel tanto para

os clientes como para o desenvolvimento local da aacuterea rural

A norma 9050 da ABNT referente agrave acessibilidade orienta como deve ser

feita a adequaccedilatildeo dos equipamentos serviccedilos espaccedilos e mobiliaacuterios O

documento estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos a serem observados quanto

32

ao projeto construccedilatildeo instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo de edificaccedilotildees transportes

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao

puacuteblico de uso privado ou coletivo tanto no meio urbano como rural por pessoas

com deficiecircncia ou mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050 2015) Poreacutem as

diretrizes satildeo apenas como forma de sugestatildeo No quadro 01 temos um

comparativo entre alguns autores e a realidade constatada Numa segunda parte

do quadro temos um comparativo entre as diretrizes da ABNT 9050 e o que

encontramos nos estabelecimentos visitados

Quadro 01 - Quadro comparativo entre a teoria e a praacutetica

Teoria Praacutetica

Turismo Rural Acessiacutevel Turismo Rural Acessiacutevel em Sobradinho DF

Segundo Duarte Borda Moura e Spezia (2015) o turismo acessiacutevel mais especificamente surge como potencial motivador da inclusatildeo social visando agrave ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo de todos em tal atividade com a finalidade de proporcionar agraves pessoas a oportunidade de acesso a atividades comuns e natildeo em grupos isolados e estigmatizados

O turismo rural em Sobradinho tem se apresentado pouco hospitaleiro no que tange a acessibilidade A falta de informaccedilatildeo e entendimento sobre o que eacute realmente acessibilidade tem sido uma barreira nos estabelecimentos pesquisados

De acordo com Nunes (2011) a acessibilidade natildeo estaacute ligada soacute as pessoas portadoras de deficiecircncia Contudo em qualquer altura da vida a sauacutede que temos hoje podemos natildeo ter amanhatilde e assim podemo-nos tornar dependentes de ajuda ou de terceiros

Encontramos nos estabelecimentos visitados a presenccedila de muitos idosos Poreacutem as adaptaccedilotildees voltadas a esse tipo de cliente eram precaacuterias ou mesmo inexistentes

Duarte Gil (2009) a noccedilatildeo de mobilidade estaacute relacionada com o grau de liberdade que nos movimentamos em determinado espaccedilo

No estabelecimento A encontramos barreiras nos acessos a aacuterea de lazer O estacionamento tambeacutem eacute deficiente quando falamos em liberdade nos movimentos pois eacute desnivelado e com buracos e natildeo havia demarcaccedilatildeo de vagas para deficientes e nem havia vagas para idosos

ABNT NBR 9050 ATUALIZADA EM 2015

ACESSIBILIDADE NO TURISMO RURAL DE SOBRADINHO DF

Aacuterea de aproximaccedilatildeo espaccedilo sem obstaacuteculos destinado a garantir manobra deslocamento e aproximaccedilatildeo de todas as pessoas para utilizaccedilatildeo de mobiliaacuterio ou elemento com autonomia e seguranccedila

Por serem espaccedilos rurais ambos os restaurantes satildeo amplos e possuem boas aacutereas de manobra deslocamentos e aproximaccedilatildeo mesmo para cadeirantes Garantindo assim a circulaccedilatildeo de todas as pessoas

Aacuterea de descanso aacuterea adjacente e interligada agraves aacutereas de circulaccedilatildeo interna ou externa agraves edificaccedilotildees destinada a usuaacuterios que necessitam de paradas temporaacuterias para posterior continuaccedilatildeo do trajeto

Ambos os estabelecimentos possuem bancos nos trajetos que ligam agraves aacutereas externas dos restaurantes as aacutereas internas que servem de apoio caso haja a necessidade de descanso

33

Aacuterea de refuacutegio ou resgate aacuterea com acesso direto para uma saiacuteda destina a manter em seguranccedila PDMR enquanto aguardam socorro em situaccedilatildeo de sinistro

Natildeo foram observadas em ambos os estabelecimentos aacutereas reservadas a PDMR rota de acesso direto a saiacuteda

Banheiro acessiacutevel cocircmodo que dispotildee de chuveiro banheira bacia sanitaacuteria lavatoacuterio espelho e demais acessoacuterios

No estabelecimento A o banheiro eacute acessiacutevel com todos os itens adaptados No entanto o estabelecimento B natildeo possui banheiro adaptado

Rampa inclinaccedilatildeo da superfiacutecie de piso longitudinal ao sentido de caminhamento com declividade igual ou superior a 5

Na aacuterea do estabelecimento A agrave aacuterea interna possui rampas de acesso mas o mesmo natildeo possui rampas em sua aacuterea externa Jaacute o estabelecimento B possui rampa somente na aacuterea de acesso ao buffet nas demais aacutereas soacute haacute escadas e sem corrimatildeo

Piso taacutetil piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relaccedilatildeo ao piso adjacente destinado a constituir alerta ou linha-guia servindo de orientaccedilatildeo principalmente agraves pessoas com deficiecircncia visual ou baixa visatildeo Satildeo dois tipos piso taacutetil de alerta e piso taacutetil direcional

Natildeo foi observado nenhum tipo de adaptaccedilatildeo a deficientes visuais e ambos os estabelecimentos natildeo possuem nenhum tipo de piso taacutetil

Fonte A autora (2016) de acordo com a norma 9050 da ABNT

Tendo em vista que este trabalho tem o foco no turismo rural acessiacutevel

onde o destino eacute a Rota do Cavalo em Sobradinho DF a comparaccedilatildeo foi realizada

somente dentro do contexto dos estabelecimentos visitados no periacuteodo da

pesquisa

Portanto a acessibilidade eacute de grande importacircncia para o

desenvolvimento do turismo rural pois natildeo e possiacutevel existir desenvolvimento sem

acessibilidade Quando damos prioridades agraves necessidades do outro e nos

colocamos em seu lugar e que o verdadeiro desenvolvimento estaacute surgindo

8 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho estudou sobre o Turismo Rural Acessiacutevel na regiatildeo

Administrativa de Sobradinho no Distrito Federal

Na primeira parte desse trabalho apresentou-se uma revisatildeo de literatura

sobre este toacutepico que nos permitiu ter uma visatildeo abrangente da temaacutetica e

registrar as principais tendecircncias e questotildees atraveacutes da anaacutelise de diversos

documentos orientadores relacionados com o tema em questatildeo

34

A proposta de turismo rural acessiacutevel eacute uma ideia relativamente nova mas

com grande potencial de inclusatildeo social pois por muito tempo a inclusatildeo das

pessoas com deficiecircncia foi vista somente como um problema da famiacutelia e das

entidades especializadas que se responsabilizavam pelos cuidados Poreacutem

analisando os diversos autores pesquisados observou-se que progressivamente o

turismo de forma geral tem assumido uma atitude criacutetica e preocupada com a

integraccedilatildeo das pessoas com deficiecircncias

Levando-se em consideraccedilatildeo o que foi mencionado na revisatildeo literaacuteria eacute

necessaacuterio que iniciativas puacuteblicas e privadas continuem centradas neste puacuteblico

com necessidades especiais para que futuramente possa se dar respostas

positivas a essas necessidades e que a inclusatildeo natildeo seja uma exceccedilatildeo e sim uma

constante na sociedade como um todo

Diante da precariedade da acessibilidade eacute necessaacuteria uma melhor

capacidade profissional e poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo voltada a praacutetica da

acessibilidade e mobilidade no turismo rural em todo territoacuterio brasileiro

Percebe-se que a necessidade de informaccedilatildeo teacutecnica qualificada de como

se daacute a acessibilidade o turismo para todos soacute eacute possiacutevel se o conhecimento

sobre as necessidades do outro for pleno

A pesquisa de campo revelou durante as entrevistas estruturadas que falta

informaccedilatildeo sobre o que eacute realmente acessibilidade e turismo rural inclusivo Que a

ausecircncia de informaccedilatildeo leva ao erro pois num primeiro momento quando

questionado sobre o espaccedilo ser ou natildeo acessiacutevel a resposta geralmente eacute sim

mas o que observamos na praacutetica eacute que a acessibilidade nem sempre existe e que

quando existe alguma preocupaccedilatildeo com a acessibilidade esta eacute voltada apenas

para a deficiecircncia motora as demais deficiecircncias nem sempre satildeo lembradas

pelos entrevistados E isso eacute o que se observa na sociedade como um todo

A existecircncia de barreiras no turismo rural resulta em espaccedilos sem

hospitalidade e consequentemente sem qualidade de vida daiacute a necessidade de

se projetar espaccedilos que pense no outro e nas suas necessidades eliminando as

barreiras no intuito de tornar os diferentes ambientes e as atividades acessiacuteveis a

todos

35

As barreiras no turismo rural assumem-se como um elemento pertinente a

forma como os estabelecimentos propiciam ambientes e atividades que sejam

agradaacuteveis ou natildeo para quem os visitam Sendo assim a acessibilidade eacute um

grande desafio tanto na hora de se planejar um empreendimento turiacutestico

acessiacutevel como na hora de se pensar nas intervenccedilotildees para eliminar as barreiras

A elaboraccedilatildeo da acessibilidade eacute um desafio para mitigar os impactos causados a

uma parte da populaccedilatildeo com dificuldades

Eacute imprescindiacutevel que todos se conscientizem para se resolver o problema

da acessibilidade no turismo rural que se sensibilizem de que o fator de inclusatildeo

social deve ser presente nos princiacutepios de base Faz-se necessaacuterio ter um novo

entendimento na forma de ver o proacuteximo Para tanto eacute essencial a informaccedilatildeo e a

conscientizaccedilatildeo das necessidades e diferenccedilas de cada um Nesta conjuntura os

agentes puacuteblicos devem prestar informaccedilotildees para que os estabelecimentos sejam

acessiacuteveis e fiscalizar a realizaccedilatildeo de intervenccedilotildees para eliminar as barreiras pois

projetos devidamente estudados e implementados tornam os espaccedilos acessiacuteveis

criando um espaccedilo de inclusatildeo social

Entende-se que um turismo rural acessiacutevel com qualidade eacute um

diferenciador de sucesso muito importante no que diz respeito a vantagens

competitivas O planejamento e a gestatildeo devem envolve cuidados com as

necessidades especiais desde o principio do empreendimento pois hoje eacute

indiscutiacutevel que a igualdade de participaccedilatildeo na sociedade eacute parte dos direitos de

cada cidadatildeo garantido na Constituiccedilatildeo Federal brasileira

Em face aos dados apresentados a acessibilidade no turismo rural eacute um

elemento que contribui para a qualidade de vida das pessoas com necessidades

especiais e ao mesmo tempo na medida em que se qualifica o acesso aos

serviccedilos melhora-se tambeacutem a competitividade do estabelecimento e sua

visibilidade

Conclui-se que o Brasil tem hoje uma das melhores legislaccedilotildees voltadas

para os direitos da pessoa com deficiecircncia No entanto essas ainda precisam ser

mais bem implementadas e fiscalizadas para que se possam construir accedilotildees

36

conjuntas para a facilitaccedilatildeo da acessibilidade o que possibilitaraacute a verdadeira

inclusatildeo social dessas pessoas

37

REFEREcircNCIAS

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APEcircNDICE

Universidade de BrasiacuteliaUnB

Faculdade UnB PlanaltinaFUP

Profa Donaacuteria Coelho Duarte Dra

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro de entrevista faz parte de uma pesquisa que estaacute sendo realizada na Universidade de

Brasiacutelia e tem como objetivo investigar ateacute que ponto as Pessoas com Deficiecircncia e Mobilidade

Reduzida (PDMR) satildeo visualizadas como um segmento de mercado em potencial para os

estabelecimentos de turismo rural Tal questionaacuterio visa tambeacutem abordar questotildees voltadas a

pessoas que possuem alguma necessidade especial como os obesos e idosos Entende-se assim

que a sua contribuiccedilatildeo eacute extremamente relevante para a realizaccedilatildeo desse estudo Para um maior

entendimento o questionaacuterio foi divido da seguinte forma

BLOCO A Caracterizaccedilatildeo do respondente

43

BLOCO B Caracterizaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO C Adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO D Divulgaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do estabelecimento turiacutestico

BLOCO E PDMRs como segmento mercadocliente em potencial

Agradecemos desde jaacute a sua contribuiccedilatildeo neste processo e GARANTIMOS O ANONIMATO do

respondente

BLOCO A CARACTERIZACcedilAtildeO DO RESPONDENTE

1 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 Idade

3 Cargo

4 Tempo que trabalha no estabelecimento

( ) ateacute 1 ano

( ) 2 a 4 anos

( ) 5 a 7 anos

( ) 8 a 10 anos

( ) 11 anos ou mais

BLOCO B CARACTERIZACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1Nome do estabelecimento turiacutestico

2 Localizaccedilatildeo

44

3 Nuacutemero de empregadosfuncionaacuterios

4 Quantos anos de atuaccedilatildeo o estabelecimento possui

_____________________________________________________________________

5 Quais serviccedilos satildeo oferecidos pelo estabelecimento Ex alimentaccedilatildeo hospedagem passeios

eou outros serviccedilos

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO C ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 Em sua opiniatildeo o seu estabelecimento estaacute adaptado para receber PDMRs (Pessoas com

Deficiecircncia e Mobilidade Reduzida)

( ) Sim ( ) Natildeo

Se Sim qual a importacircncia de ter suas instalaccedilotildees adaptadas

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se Sim desde a inauguraccedilatildeo do estabelecimento jaacute havia preocupaccedilatildeo em adaptaacute-lo Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

45

Se Natildeo existe dificuldade ou considera apenas irrelevante para o negoacutecio

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Se Natildeo estaacute previsto algum projeto para adaptar o estabelecimento agraves necessidades da PDMR

( ) Natildeo

( ) Sim Para quando ________________________________

2 Quais satildeo as adaptaccedilotildees que o seu estabelecimento possui (Assinale quantas alternativas vocecirc

achar necessaacuterio) - PESQUISA DE OBSERVACcedilAtildeO

TIPO DE

LIMITACcedilAtildeO

ITEM POSSUI OU

NAtildeO

OBSERVACcedilAtildeO

ATENDE AS

NORMAS DA

ABNT

SIM NAtildeO SIM NAtildeO

MOTORA Estacionamento com vagas reservadas para

deficientes

Estacionamento com vagas reservadas para

idosos

Rampa(s) para ingresso no

estabelecimentorecepccedilatildeo

46

Barras de apoio em rampas

Barras de apoio em escadas

Portas mais largas

Corredores mais largos

Elevador(es)

Recepccedilatildeobalcatildeo e caixa mais baixos

Telefones na altura adequada para

cadeirantes

Moacuteveis em altura adequada para deficientes

com limitaccedilatildeo motora

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo motora

Banheiro(s) puacuteblico(s) adaptados

Aacuterea para manobra da cadeira de rodas

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

limitaccedilatildeo motora

Outros Quais___________________

VISUAL Cardaacutepio em Braile

Cardaacutepio com letras de faacutecil visualizaccedilatildeo

(tamanho de letra adequado)

Piso taacutetil

Profissional do estabelecimento devidamente

treinado para acompanhar essa pessoa com

47

limitaccedilatildeo visual

Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo visual

Permissatildeo para entradas de animais (no caso

catildeo guia)

Corrimatildeo nas escadasrampas

Folders sobre a promoccedilatildeodivulgaccedilatildeo do

estabelecimento em braile

Outros Quais______________

Profissional do estabelecimento com

conhecimento em liacutenguas de sinais

AUDITIVA Possui circulaccedilatildeo adequada a todos os

ambientes do local (sem restriccedilatildeo) para

pessoas com limitaccedilatildeo auditiva

Outros Quais

Assentos mais espaccedilosos para pessoas

obesas

PESSOAS

COM ALGUM

TIPO DE

NECESSIDADE

ESPECIAL

Assentos mais adequados para pessoas com

baixa estatura dentre esses os anotildees

Profissional para acompanhar o idoso

ESPECIFICAM

ENTE NO

BANHEIRO

Campainha em caso de emergecircncia

Barras de apoio ao redor do vaso sanitaacuterio

Indicaccedilatildeo em braile

48

Piso anti-derrapante

Tamanho adequado para circulaccedilatildeo de

cadeirantes

Pia e espelho em altura acessiacuteveis

Outros Quais________________

Sinalizaccedilatildeo visual

ESPECIFICAM

ENTE NAS

SAIacuteDAS DE

EMERGEcircNCIA

Sinalizaccedilatildeo taacutetil (no piso)

Sinalizaccedilatildeo sonora

Sinalizaccedilatildeo vibratoacuteria (para limitaccedilatildeo

auditiva)

Assentos acessiacuteveis proacuteximos a rota de fuga

BLOCO D DIVULGACcedilAtildeO DA ADAPTACcedilAtildeO DO ESTABELECIMENTO

1 O estabelecimento possui endereccedilo eletrocircnico na web

( ) Sim Qual ______________________________________________

( ) Natildeo

2 No seu endereccedilo na web haacute indicaccedilatildeo se o estabelecimento eacute adaptado para receber PDMR

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

49

Se sua resposta foi NAtildeO qual o motivo

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

Se sua resposta foi SIM haacute menccedilatildeo na internetweb de que o seu estabelecimento eacute devidamente

adaptado para algum tipo de deficiecircncia especifica (motora visual auditiva)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Haacute outros veiacuteculos de comunicaccedilatildeo utilizados para divulgar que o estabelecimento eacute adaptado

Quais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

BLOCO E PDMRs COMO SEGMENTO DE MERCADOCLIENTES EM POTENCIAL

1 Como vocecirc observa a procura de PDMRs pelo estabelecimento (famiacutelias com parentes

PDMRs ou amigos)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

50

2 Com base em sua resposta agrave pergunta 1 desse bloco por qual motivo vocecirc acha que as

PDMRs e suas famiacutelias procuram o seu estabelecimento

________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

2 Como vocecirc considera a relaccedilatildeo entre as suas instalaccedilotildees adaptadas e a procura das PDMRs

pelo seu estabelecimento O fato do seu estabelecimento ser adaptado tem aumentado a

demanda desse puacuteblico Ou se fosse adaptado aumentaria essa demanda das pessoas com

deficiecircncia ou mobilidade reduzida Quais as suas ponderaccedilotildees a respeito

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

3 Vocecirc considera a adaptaccedilatildeo do estabelecimento importante para o bom atendimento Por

quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

__________________________________________________

4 Existe uma preocupaccedilatildeo em permitir que todos (pessoas com ou sem deficiecircncia) usufruam de

todos os serviccedilos prestados pelo estabelecimento Por quecirc

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

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