UNIVERSIDADE DE BRASLIA - ufrgs.br · prÁtica desenvolvida na escola estadual de 1° grau 'ruth de...
Transcript of UNIVERSIDADE DE BRASLIA - ufrgs.br · prÁtica desenvolvida na escola estadual de 1° grau 'ruth de...
2
Universidade de Brasília
JORGE LUIZ MORAES DA SILVA
A CORRIDA DE RUA COMO ESPORTE DE INCLUSÃO SOCIAL: A PRÁTICA DESENVOLVIDA NA ESCOLA ESTADUAL DE 1° GRAU 'RUTH
DE ALMEIDA BEZERRA'
Macapá
2007
3
JORGE LUIZ MORAES DA SILVA
A CORRIDA DE RUA COMO ESPORTE DE INCLUSÃO SOCIAL: A PRÁTICA DESENVOLVIDA NA ESCOLA ESTADUAL DE 1° GRAU 'RUTH DE ALMEIDA
BEZERRA'
MACAPÁ/AP
Relato de experiência apresentado à Universidade de Brasília (UnB) como requisito para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Prof. Ms. Álvaro Adolfo Duarte Alberto.
2007
4
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) _______________________________________________________________
Silva, Jorge Luiz Moraes da A corrida de rua como esporte de inclusão social: a prática desenvolvida na Escola Estadual de 1º Grau ‘Ruth de Almeida Bezerra’ / Jorge Luiz Moraes da Silva ; orientadora, Cristiane Melo de Oliveira. - 2006
Relato de experiência (Especialização em Esporte Escolar) - Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
1. Educação física (Primeiro grau) - Macapá (AP). 2. Esportes escolares -
Macapá (AP). 3. Corridas - Macapá (AP). 4. Inclusão social. I. Título.
CDD - 22. ed. 372.86098116 ______________________________________________________________________
5
JORGE LUIZ MORAES DA SILVA
A CORRIDA DE RUA COMO ESPORTE DE INCLUSÃO SOCIAL: A PRÁTICA DESENVOLVIDA NA ESCOLA ESTADUAL DE 1° GRAU 'RUTH
DE ALMEIDA BEZERRA' Relato de experiência apresentado à Universidade de Brasília (UnB) como requisito para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar.
Banca Examinadora
Profª .Ms. Rita de Cássia Pereira Pinto Homem Universidade de Brasília
Prof. Ms. Álvaro Adolfo Duarte Alberto
Universidade Federal do Amapá Aprovado em 28 de julho de 2007
Macapá/AP 2007
6
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Feliciano Esmeraldo da Silva, in memoriam, e Maria de Lourdes
Moraes da Silva, que, com muito esforço e dedicação à família, construíram uma base
sólida de educação para seus filhos, proporcionando à todos a oportunidade de
instrução e crescimento.
7
AGRADECIMENTOS
A produção de um trabalho de final de curso, à primeira vista, depende apenas
do interesse de um sujeito para construí-la. Porém, com um olhar mais atento é
possível observar o quanto esse processo requer a contribuição de muitas pessoas,
sejam os estudiosos da área ou aqueles que convivem conosco no dia a dia.
Neste momento, e como é comum lermos nas considerações iniciais de
trabalhos acadêmicos, eu poderia simplesmente agradecer a todos que direta ou
indiretamente colaboraram com esta pesquisa. Mas, em se tratando de um espaço
onde tenho a oportunidade de mencionar nomes dos que foram especiais durante o
andamento deste relato de experiência, deixo registrado o meu agradecimento a minha
filha Marina, um dos mais abençoados presentes que Deus me deu, a minha esposa
Luiza, pelo companheirismo e paciência nos momentos de ausência, à Maria de Nazaré
Moraes da Silva, da Universidade Federal do Pará (UFPA), pelo seu profissionalismo na
leitura e revisão do texto final, à bibliotecária Alzira Rosa Farias de Almeida, também da
UFPA, pela valiosa colaboração no trabalho de normalização textual, e a todos os
membros da equipe de orientação da Universidade de Brasília (UnB), pela contribuição
que prestaram ao desenvolvimento crítico-reflexivo dos participantes do curso de
Especialização em Esporte Escolar.
8
RESUMO
A história do atletismo remonta ao início dos tempos, quando o homem, ao lutar pela
sua sobrevivência, de maneira inconsciente, desenvolvia habilidades utilizadas nas
provas de atletismo. Na atualidade, a corrida de São Silvestre é reconhecida como o
principal evento internacional de rua na América Latina, além de contribuir de maneira
positiva com o processo de inclusão social. Apesar das várias leis nacionais e
internacionais, criadas para garantir direitos aos Portadores de Necessidades Especiais
(PNEs), o Brasil ainda é um país formado por uma sociedade preconceituosa. Um
exemplo desse fato, são as edificações públicas, principalmente os prédios escolares
que, de certa maneira, dificultam o acesso dos alunos ao conhecimento. Atualmente, na
área esportiva, a participação de deficientes físicos ou sensoriais em olimpíadas tem
aumentado consideravelmente. De maneira gradativa, as pessoas estão se
conscientizado de que a prática de atividades esportivas pode contribuir para a
melhoria de sua qualidade de vida. O projeto desenvolvido na Escola Estadual de 1º
grau “Ruth de Almeida Bezerra” é resultado de discussões entre professores e alunos,
sobre uma modalidade esportiva onde todos pudessem participar em um único
momento, objetivando assim o processo da inclusão, com o fim de resgatar o interesse
pelas aulas de Educação Física e aproximar a comunidade local à escola. A corrida de
rua é a modalidade destacada, por se tratar de uma atividade que permite a
participação de todos, sem discriminação, sendo, por isso, um esporte de inclusão
social.
Palavras-chave: Inclusão social. PNEs. Atividades esportivas.
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10
1 OBJETIVOS............................................................................................................... 12
1.1 Geral ....................................................................................................................... 12
1.2 Especificos .............................................................................................................. 12
2 O ATLETISMO: UMA BREVE HISTÓRIA ................................................................. 13
3 INCLUSÃO SOCIAL .................................................................................................. 16
3.1 A lei de diretrizes e bases (LDB) e a educação especial ........................................ 19
3.2 Algumas leis internacionais que amparam a educação especial..............................20
4 AS EDIFICAÇÕES PÚBLICAS E O PROBLEMA DO ACESSO AOS PRÉDIOS ESCOLARES ............................................................................................ 23
5 A DISCIPLINA EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE ADAPTADO........................... 25
6 OLIMPÍADAS ESPECIAIS......................................................................................... 27
7 A CORRIDA COMO BASE PARA TODOS OS ESPORTES..................................... 28
8 O PROJETO INCLUSIVO DA ESCOLA ESTADUAL DE 1º GRAU ‘RUTH DE ALMEIDA BEZERRA’ ................................................................................. 33
9 METODOLOGIA..........................................................................................................33 9.1 Tipo de estudo...........................................................................................................33
9.2 População e amostra.................................................................................................33
9.3 Local e período da pesquisa.....................................................................................33
9.4 Critérios de inclusão e exclusão para seleção da amostra.......................................33
9.5 Instrumentos de coletas de dados.............................................................................33
9.6 Estudo piloto..............................................................................................................33
9.7 Estratégias para coleta de dados..............................................................................33
10. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 37
10
INTRODUÇÃO
Na sociedade brasileira, situações preconceituosas são muito comuns de serem
presenciadas. Algumas pessoas, principalmente as que apresentam alguma deficiência
física ou sensorial, são deixadas à parte, sem oportunidade de participar efetivamente
de atividades, sejam laborais, políticas, artísticas, esportivas etc. Esse fato nada mais é
do que uma conseqüência da falta de atenção ou até mesmo de sensibilidade das
autoridades políticas que não se interessam em estruturar o país para acolher essas
pessoas de maneira digna, de modo a assegurar-lhes a inclusão na sociedade.
Em contraste com esse quadro, existem muitos brasileiros comprometidos com a
conscientização e o combate ao preconceito. São pessoas dispostas a lutar, por
exemplo, por construções com rampas que facilitem o acesso de todos. Os professores
que respeitam a diversidade de seus alunos também são grandes aliados da inclusão.
Mas, infelizmente, existem outros profissionais dessa área que atribuem o problema
educacional somente ao governo, cruzam os braços e se recusam a colaborar com o
bem-estar da sociedade.
Nas escolas, sempre existiu incompatibilidade do número de vagas para atender
a crescente clientela de educandos em todo o território brasileiro, principalmente no que
se refere às vagas destinadas aos Portadores de Necessidades Educativas Especiais
(PNEEs), sem deixar de mencionar a falta de preparo dos educadores no momento de
enfrentar as particularidades de seus alunos, uma dificuldade que acaba favorecendo o
preconceito. Sem preparo ou apoio, eles contribuem para que, em alguns casos, a
escola, para os que têm deficiência, seja apenas um espaço para recreação. Nesse
contexto, o direito de estudar passa a ser exercido pela metade.
A realidade tem exigido a capacitação continuada dos profissionais de qualquer
área, sobretudo os da rede educacional, pois assim como a língua é um processo
dinâmico, o comportamento dos seres humanos também o é. Dessa forma, qualquer
profissional consciente de seu papel social deve se manter atualizado não somente no
que se refere ao campo teórico, mas também ao prático, pois é a experiência diária que
aponta suas falhas e acertos e, assim, enriquece seu aprendizado. Portanto, o sucesso
profissional depende do interesse de cada pessoa.
11
No que se refere aos professores da disciplina Educação Física, categoria que
será estudada neste relato de experiência, a capacitação continuada certamente os
favorecerá no sentido de atualizar sua metodologia de educação; é necessário,
urgentemente, rever conceitos e práticas. Hoje, a sociedade tem reclamado, com base
em seus direitos, que alunos especiais não mais sejam matriculados em escolas
diferenciadas, uma vitória conquistada após muita luta. Evidentemente, o sistema
educacional deve oportunizar também a esses profissionais cursos direcionados para a
nova realidade, a fim de que se sintam preparados e capacitados para minimizar ou até
mesmo solucionar o problema da exclusão, pelo menos na escola onde se encontrem
atuando.
As diversas modalidades esportivas, entre inúmeros programas e atividades,
decerto facilitam os caminhos a serem percorridos no trabalho de inclusão de novos
comportamentos na sociedade. Nas escolas, ao iniciarem suas aulas de maneira lúdica,
os professores da área em questão podem atingir seus objetivos, desde que planejem
sua aula, procurando prever sua clientela, respeitando a diversidade da turma. Entre as
modalidades, a corrida de rua, o esporte de inclusão social que será estudado, tendo
como locus a Escola Estadual de 1º grau “Ruth de Almeida Bezerra”, surge como uma
pequena proposta para trilhar os caminhos da inclusão, preenchendo o “vazio” dos
excluídos.
12
1 OBJETIVOS
1.1 GERAL - Estimular o prática esportiva, como processo norteador da inclusão social.
1.2 ESPECÍFICOS
- Despertar o interesse dos discentes pela corrida de rua
- Resgatar a comunidade local evasora através da prática da corrida de rua
13
2 O ATLETISMO: UMA BREVE HISTÓRIA
Relata a história que o homem, desde os tempos remotos, mesmo
inconscientemente, sempre foi induzido a trabalhar seus movimentos de agilidade. Na
luta pela sobrevivência, era obrigado a correr, saltar, lançar, em sua própria defesa,
pois necessitava caçar para se alimentar e também se defender das presas de alguns
animais. Na verdade, estava desenvolvendo habilidades relacionadas às diversas
provas de atletismo que têm como base atividades naturais e fundamentais do dia a dia
do ser humano (SILVA; CAMARGO, 1978).
Segundo Silva e Camargo (1978), a primeira referência de uma prova de corrida
como prova atlética data do ano de 1496 a.C. e foi organizada por Hércules. Diz a lenda
que Hércules, depois de peregrinar pelo mundo, realizando proezas incríveis, radicou-
se na ilha de Creta, onde construiu um estádio. Nele, passou a realizar competições de
corridas com outros simpatizantes.
O estádio de Hércules possuía, inicialmente, apenas uma pista, com
aproximadamente duzentas jardas, que era percorrida em um único sentido. Anos
depois, foi instituída a prova de diaulo, com percurso de ida e volta. Após algum tempo,
o percurso das provas de corridas foi aumentado para quatro vezes duzentas jardas.
Segundo a história, Ladas, um célebre corredor, ao percorrê-la com esta última
distância veio a falecer.
Por contarem apenas com a corrida, os jogos olímpicos da antiguidade eram
realizados em um dia. Com o aumento das modalidades de competição, passaram a
cinco dias. De quatro em quatro anos, o povo grego era despertado e motivado para a
realização do grandioso espetáculo. Conforme relatam Silva e Camargo (1978, p. 12),
Se em torno do estádio de Hércules havia plantações de oliveiras para coroar os vencedores, já no período grego, muitos vencedores passaram a receber até pensões vitalícias e ficavam isentos de qualquer tributo.
A história de muitos povos relata situações que envolvem a corrida. Ferreira
(1984, p. 21), conta que Pheidípides, um soldado grego, “teria corrido durante dois dias
14
e duas noites, por caminhos montanhosos e sinuosos, para entregar uma mensagem,
recebendo a promessa de ajuda por parte de Esparta sobre a invasão do povo Persa à
cidade de Atenas”.
Outro exemplo pode ser encontrado na literatura de Fernandes (1979, p. 3-4).
Segundo ele,
os competidores eram em geral os mensageiros dos senhores feudais, quando as condições climáticas dificultavam o transporte pesado, porque os caminhos tornavam-se intransitáveis. Os corredores iam à frente, para anunciar a chegada do seu patrão nas cidades a serem visitadas. Esses corredores eram chamados de runningfootman. Os turcos também possuíam corredores desse tipo, denominados puchs.
Ao longo dos tempos, esse desporto foi evoluindo expressivamente por sua
utilidade social. Atualmente, a tradicional Corrida de São Silvestre, sempre realizada na
cidade de São Paulo, no dia 31 de dezembro, é reconhecida como o principal evento
internacional do atletismo de rua da América Latina. Foi “batizada” com esse em
homenagem a Silvestre I, o santo católico, que foi o papa no IV século da era cristã. O
dia 31 de dezembro foi a data de sua canonização.
Cásper Líbero, um milionário que fez fortuna no início do século XX no setor de
imprensa, foi o idealizador e fundador dessa competição. Sua idéia original era utilizar a
corrida como meio de promoção de seu jornal. Em 1928, ano da quarta edição da
Corrida de São Silvestre, Líbero fundou um dos primeiros periódicos dedicados
exclusivamente ao esporte no país, A Gazeta Esportiva, que, a partir de então, passou
a ser a organizadora e patrocinadora oficial do evento, condição que ainda detém nos
dias atuais. A corrida se tornou o principal meio de publicidade daquela publicação
esportiva.
A primeira edição da Corrida de São Silvestre foi realizada em 31 de dezembro
de 1925. Um dado importante é o fato de que, ao contrário de outros eventos
desportivos tão ou mais antigos, essa corrida jamais deixou de realizar-se, nem mesmo
durante a Segunda Guerra Mundial.
No início, apenas os cidadãos da cidade de São Paulo tinham o direito de
participar. Mas, após algum tempo, foi liberado para corredores de outros estados e, em
15
1941, o vencedor foi um corredor de Minas Gerais, José Tibúrcio dos Santos. Nessa
época, a regra bania a vinda de atletas estrangeiros, porém não impedia que
estrangeiros residentes na cidade de São Paulo (imigrantes) participassem. Nesse
contexto, um italiano, Heitor Blasi, foi o único estrangeiro a vencer a prova antes de
1947. Somente em 1945 foi liberada a participação de estrangeiros, mas apenas para
corredores convidados. Todavia, o sucesso das duas primeiras edições internacionais
levou os organizadores a liberarem a participação de corredores de todo o mundo a
partir de 1947.
A corrida permanecia restrita aos homens até 1975, quando as Nações Unidas
declararam aquele ano como o "Ano Internacional da mulher". Os organizadores da São
Silvestre aproveitaram o ensejo para realizar a primeira corrida feminina. O evento
feminino começou com livre participação internacional, e a primeira mulher a vencer foi
Christa Valensieck (1975-1976) da República Federal da Alemanha. A primeira vitória
feminina brasileira ocorreu somente na 20ª edição da prova, quando Carmem Oliveira
chegou em primeiro lugar, em 1995. Em 1993, foi realizada a primeira maratona infantil,
denominada São Silvestrinha, como evento para ambos os sexos
A trajetória da Corrida de São Silvestre constitui um importante exemplo de
inclusão social. De maneira gradativa, os responsáveis pela sua organização foram
tomando consciência de sua importância para a sociedade. Assim, com o passar do
tempo, esse evento sofreu algumas adaptações para atingir um público cada vez maior.
Hoje, amadores, mulheres, crianças, deficientes físicos e sensoriais têm a oportunidade
de participar dessa grande festa esportiva (FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO, 2006).
16
3 INCLUSÃO SOCIAL
Segundo Sassaki (1997, p. 41), a inclusão social pode ser definida como:
o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.
Kolucki apud SASSAKI 1997, p. 41-42 comenta que:
a prática da inclusão social repousa em princípios até então considerados incomuns, tais como, a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação. A diversidade humana é representada, principalmente, por origem nacional, sexual, religiosa, gênero, cor, idade, raça e deficiência. No entender de alunos e professores do Instituto de Diversidade Estudantil, da Universidade de Minnesota, nos EUA, a sociedade tem usado esses atributos pessoais como critérios para separar pessoas, o que transforma esses atributos em ‘tentáculos da opressão humana.
Na opinião de Cavalcante (2006a, p. 11),
na escola que é de todos, cada criança recebe aquilo de que precisa: para os surdos, língua de sinais; para os que não se mexem, tecnologias de comunicação alternativa; para quem demora a aprender, jogos coloridos e muita repetição; para os cegos, braile. A escola não se resume mais a lápis, caneta, giz, lousa e professor. É o lugar da diversidade, que se reflete na quantidade de recursos, que têm por objetivo fazer o aluno progredir.
Segundo Vygotsky apud Rabelo, 1999, p. 20, “uma criança portadora de um
defeito não é simplesmente uma criança menos desenvolvida que as demais, apenas
17
se desenvolveu de forma diferente”. Portanto, a deficiência não pode ser entendida
como uma barreira para o desenvolvimento humano, porque o deficiente, naturalmente,
em sua luta por um espaço na sociedade, sempre consegue desenvolver mecanismos
para se comunicar e se integrar.
Nos últimos 50 anos, estudos acerca da integração social têm surgido com o fim
de criar leis que beneficiem os PNEEs. Alencar (2006, p. 1) afirma:
este parâmetro consiste em criar mecanismos que adaptam os deficientes aos sistemas sociais comuns e, em caso de incapacidade por parte de alguns deles, criar-lhes sistemas especiais separados. A Inclusão Social consiste em tornar toda a sociedade um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e inteligências na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades.
A integração social, que pode ser apenas integração ou integração total ou
plena, prepara o cidadão deficiente, mas não o inclui porque a sociedade ainda não
sofreu transformações e os serviços oferecidos continuam os mesmos, ou seja, não
foram adaptados para receber esse tipo de classe. A inclusão social, por sua vez,
modifica a sociedade de uma forma geral para que as pessoas com necessidades
especiais possam buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania.
O termo integração possui o sentido de inserção da pessoa deficiente preparada
para conviver na sociedade e o termo integração total corresponde ao moderno
conceito de inclusão. Ambos foram usados em trabalhos acadêmicos, científicos e
técnicos até aproximadamente 1994, quando a UNESCO publicou a primeira edição da
Declaração de Salamanca, o documento internacional que abordou extensamente o
conceito de inclusão. Mesmo após a publicação desse documento em português,
muitas pessoas continuam não usando o vocábulo “inclusão”, em decorrência do que
está explicado no documento da UNESCO (SASSAKI, 1997).
A Declaração de Salamanca representa um marco importantíssimo para os
PNEEs. É um documento que redefine a educação especial no que se refere ao
alunado e seu foco de ação. Tendo em vista sua grande abrangência, traz implicações
significativas à organização dos sistemas educacionais e das escolas propriamente
18
ditas. Mas, antes da edição desse documento, várias leis internacionais já estabeleciam
os direitos das pessoas com deficiência no Brasil (CAVALCANTE, 2006b, p. 14-15):
- 1988 (Constituição da República): prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem
preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação; garante o direito à escola para todos; e coloca como princípio para a
Educação o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacitação de cada um”.
- 1989 (Lei n. 7.853/89): define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou
extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso
ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de um
a quatro anos de prisão, mais multa.
- 1990 (Estatuto da criança e do adolescente (ECA)): garante o direito à igualdade de
condições para o acesso e a permanência na escola, sendo o Ensino Fundamental
obrigatório e gratuito (também aos que não tiveram acesso na idade própria); o respeito
dos educadores; e atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede
regular.
- 1994 (Declaração de Salamanca): o texto, que não tem efeito de lei, diz que também
devem receber atendimento especializado crianças excluídas da escola por motivos
como trabalho infantil e abuso sexual. As que têm deficiências graves devem ser
atendidas no mesmo ambiente de ensino que todas as demais.
Após esse ano, outras leis foram criadas com o fim de ampliar os direitos aos
PNEEs:
- 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)): a redação do parágrafo
2º do artigo 58 provocou confusão, dando a entender que, dependendo da deficiência, a
criança só podia ser atendida em escola especial. Na verdade, o texto diz que o
atendimento especializado pode ocorrer em classes ou em escolas especiais, quando
for possível oferecê-lo na escola comum.
- 2000 (Leis n. 10.048 e n. 10.098): a primeira garante o atendimento prioritário de
pessoas com eficiência em locais públicos. A segunda estabelece normas sobre
acessibilidade física e define como barreira obstáculos nas vias e no interior dos
19
edifícios, nos meios de transportes e tudo o que dificulte a expressão ou recebimento
de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou não de massa.
- 2001 (Decreto n. 3.956 (Convenção da Guatemala)): põe fim às interpretações
confusas da LDB, deixando clara a impossibilidade de tratamento desigual com base na
deficiência. O acesso ao Ensino Fundamental é, portanto, um direito humano e privar
pessoas em idade escolar dele, mantendo-as unicamente em escolas ou classes
especiais, fere a convenção e a Constituição.
Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (INEP), 41% dos alunos com deficiência estão em classe inclusiva. O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra que o número de escolas
inclusivas aumentou em 179%, sendo que 82,3% dos municípios do Brasil oferecem
Educação Especial na sua rede de ensino. Em 2005, o mesmo instituto registrou que
91% das matrículas de crianças com deficiência foram feitas em escolas regulares
(CAVALCANTE, 2006a). Tudo isso constitui um grande avanço social.
3.1 A LEI DE DIRETRIZES E BASES (LDB) E A EDUCAÇÃO ESPECIAL
A LDB n. 9.394/96, em seu capítulo V, artigo 58, define a educação especial
como "a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos com necessidades especiais". De acordo com essa lei, "o
poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento dos
educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino”
(BRASIL, 1996, p. 18-19).
Segundo Souza e Silva (1997), os pontos principais da LDB n. 9.394/96, com
relação à educação especial, são: priorizar o atendimento aos PNEEs nas escolas
regulares; considerar as diversas necessidades especiais; preparar essa clientela para
o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade; e assegurar o
acesso igualitário dos alunos com necessidades especiais aos programas de
assistência do educando que forem executados no ensino regular.
20
3.2 ALGUMAS LEIS INTERNACIONAIS QUE AMPARAM A EDUCAÇÃO ESPECIAL
Segundo Winnick (2004, p. 12),
o órgão governamental que mais tem se encarregado da administração dos programas com financiamento federal ligados à educação física é o Office of Special Education and Rehabilitative Services (Secretaria de Educação Especial e Serviços de Reabilitação) (OSE/RS), vinculado ao departamento de educação.
Esse autor afirma que a Individuals With Disabilities Education Act (IDEA), lei
federal que apóia a educação especial, garante certos direitos classificados como
salvaguardas procedimentais para as famílias em cujo seio há PNEEs:
- educação gratuita e adequada;
- aulas de educação física para crianças portadoras de deficiência;
- oportunidades iguais em atividades e serviços não-acadêmicos e extracurriculares;
- programa individualizado, preparado para suprir as necessidades especiais de
crianças portadoras de deficiência;
- participação em programas desenvolvidos em ambientes menos restritivos;
- testes não discriminatórios e critérios objetivos para classificação;
- processo justo;
- assistência aos serviços relacionados à educação especial.
Todos esses direitos contribuem para a autonomia e independência dos PNEEs.
O objetivo maior sempre está voltado à intensificação de participação na sociedade e,
conseqüentemente, à redução de obstáculos ao seu desenvolvimento. Assim, por se
encontrarem mais preparados, poderão ocupar vagas no mercado de trabalho, não por
serem pessoas com deficiência, mas sim por terem competência para desenvolver suas
tarefas. Nesse contexto, a sociedade, passará a ver o deficiente tão eficiente quanto
qualquer cidadão e reconhecerá a grandiosidade de seu valor para a Nação.
Winnick (2004, p, 13), ainda sobre a mesma discussão, cita algumas leis criadas
a partir da década de 70:
- PL 93-112: Rehabilitation Act (1973).
21
A seção 504 dessa lei foi criada para impedir a discriminação de portadores de
deficiência e lhes dar oportunidades iguais em programas e atividades que recebem
assistência federal.
- PL 94-142: Education for All Handicapped Children Act (1975).
Lei criada para garantir que todas as crianças “incapacitantes” tenham à sua
disposição uma educação apropriada, pública e gratuita, com ênfase na educação
especial (inclusive educação física) e nos serviços relacionados que supram suas
necessidades especiais.
- PL 95-606: Amateur Sports Act (1978).
Lei aprovada com o intuito de coordenar os esforços nacionais no que diz
respeito à atividade amadora, inclusive a que está associada às Olimpíadas. Essa
legislação levou ao estabelecimento do Committe on Sports for the Disabled (COSD)
(Comitê Esportivo para Portadores de Deficiências) como órgão permanente dentro do
Comitê Olímpico dos EUA. O COSD coordena os esforços do país nos jogos
paraolímpicos.
- PL 98-199: emendas à Education for All Handicapped Children Act (1983).
Essa lei forneceu incentivos aos estados, a fim de que estes passassem a
prestar serviços a bebês, crianças e pré-escolares portadores de deficiência.
- PL 99-457: emendas à Education for All Handicapped Children Act (1986).
Com essa emenda, os serviços educacionais foram estendidos às crianças pré-
escolares, com idades entre três e cinco anos. Além disso, foi estabelecido um
programa de critérios para ajudar os estados a planejar, desenvolver e implementar um
programa abrangente, coordenado e interdisciplinar para serviços de intervenção
precoce, dirigidos a bebês e crianças portadoras de doenças, denominados
“incapacitantes”, desde o nascimento até os três anos (ou de zero a dois anos).
- PL 101-476: Individuals With Disabilities Education Act (IDEA) (1990).
O termo "doenças incapacitantes" foi substituído por "deficiências", os tipos de
serviços prestados foram ampliados e as deficiências protegidas.
- PL 101-336: Americans With Disabilities Act de 1990.
A proteção dos direitos civis foi estendida a todos os portadores de deficiência,
em todos os aspectos da vida norte-americana.
22
- PL 105-17: emendas à Individuals With Disabilities Education Act (1997).
Após essa emenda, foram incluídas as cláusulas sobre educação pública,
apropriada e gratuita para todas as crianças portadoras de deficiência (entre três e 21
anos); a cláusula sobre "atraso de desenvolvimento” foi estendida às crianças com
idades entre três e nove anos; os resultados educacionais foram enfatizados; passou-
se a exigir que os relatórios sobre o desempenho das crianças portadoras de
deficiência fossem idênticos aos das não-portadoras; e foram modificados os requisitos
do plano de educação individualizada.
- PL 105-277: Olympic and Amateur Sports Act in Omnibus Appropriation Bill (1998).
Os serviços relacionados à Amateur Sports Act de 1978 continuaram vigorando.
Em conseqüência dessa legislação, o comitê olímpico dos EUA assumiu a função e as
responsabilidades do comitê paraolímpico dos EUA.
De acordo com Crespo (2006, p. 1),
no programa de ação mundial relativo às pessoas com deficiência, aprovado pela ONU, equiparação e oportunidades é o processo através do qual o sistema geral da sociedade, tais como os ambientes físicos e culturais, a moradia e o transporte, os serviços sociais e de saúde, as oportunidades educacionais e de trabalho, a vida cultural e social, incluindo as instalações esportivas e recreativas, é tornado acessível para todos.
As leis mencionadas por Winnick (2004) e o programa de ação mundial da
Organização das Nações Unidas (ONU) referido por Crespo apontam uma crescente
preocupação, também em nível internacional, pelo desenvolvimento de uma sociedade
mais justa e igualitária. No entanto, em algumas situações, as leis elaboradas não saem
do “papel” ou são pouco divulgadas para a sociedade, causando certos
constrangimentos aos portadores de alguma deficiência e às suas famílias que, muitas
vezes, passam a vida mendigando ajuda para conseguirem sobreviver, ou se calando
diante de situações em que, caso fossem mais esclarecidos, poderiam reivindicar seus
direitos.
23
4 AS EDIFICAÇÕES PÚBLICAS E O PROBLEMA DO ACESSO AOS PRÉDIOS ESCOLARES
Projetar edificações que apresentem condições ideais de acessibilidade a todas
as pessoas é acima de tudo uma questão de humanidade. Edifícios públicos ou
privados de uso coletivo, como escolas, hospitais e agências bancárias, por exemplo,
quando construídos, ampliados ou reformados, deveriam ser projetados de modo a
garantir o acesso a todos os usuários, permitindo-lhes a mínima autonomia de
movimentos e liberdade de ações.
Qualharini; Santos (1997, p. 21) classifica as edificações, quanto à
acessibilidade, em três grupos:
- Franqueáveis: construções que permitem a entrada das pessoas portadoras de
limitações físicas, a partir da rua, sem ajuda de terceiros (característica necessária a
todos os edifícios abertos ao público);
- Acessíveis: além de franqueáveis, são construções que permitem o deslocamento
das pessoas portadoras de deficiências a todos os seus espaços;
- Utilizáveis: construções acessíveis que permitem que todas as atividades projetadas
para o edifício possam ser realizadas por pessoas portadoras de deficiência. Por serem
as que mais reúnem condições ideais de acessibilidade aos deficientes, deveriam
predominar nas propostas dos projetos selecionados pelas autoridades competentes.
Os problemas causados pela falta de acessibilidade nas edificações, cujas
origens encontram-se inseridas na própria conjuntura político-administrativa da
sociedade, também podem ser caracterizados como fontes de discriminação. Segundo
Fávero apud Shinozak; Alves, 2002, p. 32), “enquanto a visão da sociedade for de
simples integração de pessoas portadoras de deficiências, e não entender como ‘viver’
a inclusão, a exclusão permanecerá [...]”.
A Secretaria de Educação Especial (SEESP), no livro Desafios da educação
especial (BRASIL, 1994, p. 23), conceitua integração como “um processo dinâmico de
participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua integração nos
grupos sociais”. Logo, integração implica reciprocidade.
Conforme mencionado, da mesma forma que os alunos sem deficiência, as
crianças especiais têm direito de participar livremente no contexto social, principalmente
24
no que se refere à educação. Para isso, cabe à escola criar mecanismos de adaptação
para receber e manter de maneira adequada todos os alunos.
Segundo a SEESP (BRASIL, 1994, p. 22),
o aluno com necessidades educativas especiais é aquele que, por apresentar dificuldades maiores que as dos demais alunos, no domínio das aprendizagens à sua idade [...], necessita para superar ou minimizar tais dificuldades, de adaptações para o acesso físico (remoção de barreiras arquitetônicas) e/ou de adaptações curriculares significativas, em várias áreas do currículo.
Portanto, não é a criança que deve se adaptar à escola, ao contrário, a escola
deve oportunizar condições de acesso e permanência do aluno. Isso inclui também o
projeto arquitetônico da escola, que deve oferecer condições para que seus alunos
acessem de maneira autônoma a todos os espaços, principalmente aos destinados às
aulas.
Na opinião de Cavalcante (2006c, p. 56),
em escolas projetadas para todos, a altura do mobiliário, o espaço entre as estantes e as mesas, a localização de bebedouros, o tipo de piso, as cores dos ambientes e outros cuidados garantem que as pessoas, não só com eficiência, possam se locomover com segurança e autonomia.
Para as aulas de Educação Física, há uma diversificação, pois, podem ser
ministradas em espaços específicos, como campos de futebol, quadras poliesportivas e
piscinas, e também em locais improvisados, como pátios e outros espaços livres no
interior da escola. Apesar disso, para que os alunos participem de todas as atividades,
há necessidade de garantir a acessibilidade de todos os alunos.
25
5 A DISCIPLINA EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE ADAPTADO
Nos dias de hoje, a vida tem exigido que as pessoas reservem um tempo para
cuidarem da saúde. Em decorrência de graves problemas causados pelo sedentarismo,
a comunidade científica da área de educação física e da saúde pública tem trabalhado
em busca de alternativas, com o objetivo de reverter as recorrentes incidências de
distúrbios orgânicos associados à falta de atividade física.
Em vista disso, para amenizar problemas futuros, o conteúdo programático das
escolas, desde as séries iniciais, no que se refere às aulas de Educação Física, passou
a incluir, além das aulas práticas de exercícios físicos, um trabalho de conscientização
acerca da importância do cuidado com a saúde. Tudo objetiva que corpo e mente
convivam em harmonia, pois, para garantir uma vida saudável, é imprescindível que o
homem seja trabalhado de maneira holística.
Mas, para que todos tenham a mesma oportunidade, são necessárias algumas
adaptações. Nesse contexto, os portadores de necessidades especiais também podem
e devem cuidar-se. Para eles, assim como para qualquer pessoa, a escolha de uma
modalidade depende de alguns fatores, como a preferência esportiva, materiais e locais
adequados. As modalidades atuais praticadas por essa categoria foram adaptadas ou
criadas para facilitar sua participação em eventos competitivos e, em conseqüência,
contribuir de maneira positiva para a melhoria de sua qualidade de vida, pois, de acordo
com Melo e Alonso López (2002, p. 25),
quanto ao aspecto físico, proporciona ganhos de agilidade no manejo da cadeira de rodas, de equilíbrio dinâmico ou estático, de força muscular, de coordenação motora, de resistência física; enfim, o favorecimento de sua readaptação ou adaptação física global. [...] Na esfera psíquica, podemos observar ganhos variados, como a melhora da auto-estima, integração social, redução de agressividade, dentre outros benefícios.
As modalidades esportivas para atletas olímpicos especiais apresentam um
leque variado de opções: arco e flecha (praticado tanto por atletas andantes como por
amputados ou lesados medulares), atletismo (praticado por atletas com qualquer tipo
26
de deficiência), basquetebol sobre rodas (lesados medulares, amputados ou com
poliomielite), ciclismo (paralisados cerebrais, cegos com guias e amputados), equitação
(apenas na categoria de habilidades), futebol (o atleta portador de paralisia cerebral
compete na modalidade de campo e o atleta amputado, na modalidade de quadra),
halterofilismo (modalidade aberta a todos os portadores de deficiência física), iatismo
(também para todos os atletas deficientes), natação (modalidade praticada por todos os
deficientes), tênis de campo (esporte realizado em cadeiras de rodas, independente do
tipo de deficiência), tênis de mesa (lesado cerebral, medular, amputados ou portador de
qualquer tipo de deficiência), tiro ao alvo (praticado por portadores de qualquer tipo de
deficiência física, nas categorias sentado e em pé), voleibol (pode ser praticado por
atletas lesados medulares) etc.
Para que os professores garantam um bom o resultado, as atividades físicas
praticadas nas escolas, além de adaptadas, devem ser estimuladas e orientadas, a fim
de que os alunos sintam-se seguros e motivados para participar. Para isso, o diálogo
entre a família do aluno e o professor é fundamental, pois, durante esse momento, o
professor obterá informações sobre o estado de saúde do aluno e se ele está tomando
algum remédio. Essas informações determinarão a possibilidade ou não da aplicação
de atividades que exijam esforço físico, pois, em alguns casos, os exercícios podem, se
mal empregados, interferir na metabolização dos medicamentos.
Nas aulas de educação física, é possível incentivar a socialização da criança por
meio de brincadeiras que possibilitem a participação de todos. Por exemplo, os alunos
poderão jogar bola sentados em uma cadeira para que os que andam em cadeiras de
rodas também possam participar; nas brincadeiras em dupla, o colega sem deficiência
poderá ajudar um colega deficiente; o futebol poderá ser jogado com uma bola que
contenha guizos a fim de facilitar a participação dos deficientes visuais etc. Na
avaliação, o importante será a valorização de cada um de acordo com os seus limites, e
não os resultados.
27
6 OLIMPÍADAS ESPECIAIS
Segundo Winnick (2004, p. 466), "As olimpíadas especiais oferecem eventos de
atletismo em maior quantidade e variedade do que qualquer organização de esportes
para portadores de deficiência”.
Para esse autor, são várias as provas que podem fazer parte de uma
competição. As principais são 100, 200, 400, 800, 1.500, 3.000, 5.000 e 10.000 metros,
além da marcha atlética em 100, 400 e 800 metros. As mulheres competem nos 100m e
os homens, nos 110m com barreiras. Além dessas, há revezamentos de 4x100 e
4x400m. O salto em distância, salto em altura, arremesso de peso e pentatlo são
considerados competições de campo. Para todos esses eventos, com exceção das
corridas com barreiras, há um equivalente dos esportes unificados.
As provas de atletismo para usuários de cadeira de rodas ficaram conhecidas
somente após a Segunda Guerra Mundial, uma tragédia deixou graves seqüelas em
muitos soldados. O pós-guerra criou uma situação emergencial e contribuiu para a
construção de centros de reabilitação. Nesse momento, os esportes passaram a ter
papel importante como auxiliar na recuperação dos veteranos da guerra que adquiriram
algum tipo de deficiência.
As competições dos esportes unificados, segundo Winnick (2004) incluem provas
de caminhadas e corridas de 1.500, 3.000, 5.000, 10.000 e 15.000 metros, disputadas
junto com a maratona e meia-maratona. As competições sancionadas pelas Olimpíadas
Especiais de 1998 adotaram as regras da International Association of Athletics
Federations (IAAF), com as seguintes modificações:
- nas provas de corrida, é permitido o uso de uma corda ou sineta para auxiliar atletas
com deficiências visuais. Nos casos em que o atleta é surdo-mudo, é permitida a
utilização do toque somente para indicar a largada.
- nas provas de marcha atlética, os atletas não são obrigados a manter a perna de
apoio estendida durante toda a competição.
Atualmente, as provas de atletismo são bem mais numerosas, pois, com o
respeito às diversidades, todos têm o direito de participar, independentemente de
gênero, raça, ou qualquer tipo de deficiência.
28
7 A CORRIDA COMO BASE PARA TODOS OS ESPORTES
Conforme mencionado no item referente à história do atletismo, a corrida faz
parte dos processos de agilidade desenvolvidos pelo homem desde a antiguidade. E
por ser natural, é uma modalidade incluída em diversos desportos, fazendo parte da
preparação física do atleta para que este atinja um bom condicionamento. Na escola, é
caracterizada como um momento de atitude de deslocamento dos alunos, seja no
handebol, basquetebol, futsal, voleibol etc.
Ao longo dos tempos, vários estudiosos se dedicaram ao estudo dessa
modalidade. Para Fernandes (1979, p. 3), “os gregos chegaram até a considerar a
corrida como de vital importância para as funções orgânicas, acreditando que elas
fortaleciam as pernas, os pulmões, o coração, o peito e o abdome".
Pernisa (1985, p. 27) define a corrida como "um exercício utilitário, por
excelência, de rápido emprego, de fácil realização, de grandes e profundos efeitos
sobre todo organismo. Seu emprego será sempre recomendável em se tratando de
educação física". Segundo ele,
a corrida, se praticada com discernimento, é um trabalho físico ótimo por desenvolver a flexibilidade e dar a ação exata da utilização da força, tendo em vista o esforço a despender. Atua notadamente sobre as qualidades morais, por exigir de quem a pratica uma força de vontade considerável, não só durante o treinamento, como também durante a competição. A quase totalidade dos exercícios, jogos e desportos se originam da corrida ou a emprega como o principal meio de ação.
Em decorrência da importância dessa modalidade esportiva para saúde e para o
condicionamento físico, hoje, sua aplicação se estende de maneira mais intensa
também às escolas. Durante as aulas de educação física, desde as primeiras séries, os
alunos são estimulados a desenvolver a coordenação motora, a flexibilidade e a
musculatura, o que pode ser atingido também com a prática da corrida.
Com base na discussão traçada até o momento, foi iniciado um projeto de
incentivo, que será apresentado no item a seguir, com a finalidade principal de integrar,
30
8 O PROJETO INCLUSIVO DA ESCOLA ESTADUAL DE 1º GRAU ‘RUTH DE ALMEIDA BEZERRA’
O projeto desenvolvido na escola “Ruth de Almeida Bezerra” surgiu com base em
uma tentativa de modificar a práxis das aulas da disciplina Educação Física, em 2004. A
idéia inicial dessa modificação foi posta em prática na semana do estudante, durante a
qual os alunos e a comunidade local tiveram a oportunidade de participar de uma
corrida de rua. Esse evento contou com o total apoio da escola, pois dele participaram
também docentes e funcionários. Em vista disso, após reunião com o corpo docente,
ficou decidido e lavrado em ata a sua inclusão no calendário esportivo da escola para
os próximos anos.
Nesse ano de 2004, a escola foi consagrada vice-campeã sub-17 anos e
campeã sub-14 anos no atletismo. O sucesso alcançado contribuiu para que alguns
alunos - um total de 20, entre meninos e meninas - fossem selecionados para participar
de jogos realizados em Brasília/DF.
Em 2005, a fim de garantir o sucesso do ano anterior, mas também de estender
o evento a todos – alunos, família e escola – sem discriminação, foi iniciada a
elaboração e a prática do projeto inclusivo da referida escola. Na ocasião, a realidade
evidenciava alunos interessados apenas em praticar esportes ou atividades que não
lhes exigiam muito esforço individual e, de uma maneira geral, sem muito interesse em
estudar. Certamente, eles faziam parte do chamado “círculo vicioso”, ou seja, estavam
interessados apenas nas aulas de recreação. Outros, em decorrência de suas
limitações físicas ou mentais, isolavam-se e recusavam-se a participar das atividades.
Diante desse contexto, para elaborar uma atividade que entusiasmasse uma
parcela considerável de alunos, foi necessário iniciar um diálogo com a turma para
detectar onde estava o “problema”.
No primeiro momento, o direcionamento principal não era a prática do desporto.
Em vista disso, para garantir aceitação, o projeto voltou-se para o incentivo da prática
de um evento esportivo de baixo custo, ou custo zero, que estimulasse a participação
de todos. Para tanto, foi iniciado um processo de conscientização sobre a importância
31
da prática esportiva como prevenção e para a melhoria da saúde física e mental, com
os mesmos sujeitos.
Nesse mesmo ano, foi dado o primeiro passo. Estudantes, professores,
serventes, administradores e familiares de alunos tiveram a oportunidade de
inscreverem-se na primeira corrida de rua promovida pela escola. A todos foi estipulado
o tempo de uma semana para tomarem conhecimento do conteúdo do regulamento.
Entre as várias cláusulas, havia a divisão por faixa etária masculina e feminina de 10 a
11, 12 a 14, 15 a 17 anos, e por portadores de necessidades especiais.
Por medidas de segurança, e objetivando não deixar os alunos por muito tempo
expostos ao perigo no trânsito, foi estipulada uma distância de 2.400 metros, com
largada em frente ao quartel da polícia militar, cujos membros atuaram como batedores
do evento até a escola “Ruth Bezerra”, local da chagada. Para isso, foram enviados
ofícios ao Exército, Bombeiros, Guarda Municipal e Polícia Militar, solicitando apoio. A
motivação ficou por conta da banda do 34º BIS e a divulgação, pelos meios de
comunicação. Os professores atuaram como fiscais de percurso, cronometristas,
orientadores e premiadores da prova.
Conforme previsto pelo calendário escolar, no ano de 2006, sempre contando
como apoio e a participação do corpo docente, o evento esportivo obteve o êxito
esperado. Os inscritos, bem como a equipe de apoio, foram identificados com camiseta
padronizada. A Polícia Militar e a Guarda Municipal, entre outras autoridades,
novamente garantiram a segurança.
A realização desses eventos esportivos tem sido muito proveitosa, pois algumas
pessoas passaram a entender que:
o objetivo da Educação Física nas escolas não visa, diretamente a formação de atletas. Mas, se for realizado um trabalho sério, a escola pode ser considerada a árvore dos frutos a serem consumidos futuramente, porque nela trabalha-se com a quantidade, da qual se origina a qualidade (FERNANDES 1979, p. 18).
O incentivo dos profissionais de Educação Física no que se refere à prática
desportiva em massa, certamente, é um meio de contribuir com o processo de inclusão
dos alunos na sociedade. Todavia, é importante que esses professores não considerem
32
seus planos de aula como prontos e acabados. É necessário que estejam atentos para
observar o momento de parar para trocarem idéias com seus alunos e, se necessário,
modificarem suas aulas para torná-las mais interessantes. Dessa forma, os resultados
serão mais lucrativos para todos.
O projeto inclusivo aplicado na escola “Ruth de Almeida Bezerra” tem
apresentado bons resultados. Isso está sendo possível porque, paralelamente às
atividades de cada ano, são realizadas avaliações por meio das quais é possível
detectar algumas falhas e, portanto, continuar aprimorando o projeto até atingir a sua
consolidação.
Após o primeiro passo, um grande número de alunos, PNEEs ou não, familiares,
professores e funcionários da escola têm demonstrado interesse em participar das
próximas atividades esportivas promovidas pela escola. O próximo evento está previsto
para 2007, ano em que, na semana do estudante, novamente serão realizadas as
Olimpíadas Ruthnianas. Certamente, será um momento em que todos poderão
envolver-se em jogos de diversas modalidades. O encerramento será marcado com a
corrida de rua, e todos estarão convidados a participar.
33
9 METODOLOGIA 9.1 Tipo de Estudo
A pesquisa é de caráter transversal quantitativa.
9.2 População e amostra
A amostra foi composta por alunos (as) de ensino fundamental, do 5º a 8º ano de
1º e 2º turnos, divididos por faixa etária de 10 a 11, 12 a 14, 15 a 17 anos e PNEES da
Escola Estadual Ruth de Almeida Bezerra.
9.3 – Local e período do estudo
O estudo foi desenvolvido na Escola Estadual Ruth de Almeida Bezerra,
localizada na Av. Adilson José Pinto Pereira s/n, no Bairro São Lázaro, Macapá-AP,
durante o mês de agosto de 2005 e 2006.
9.4 – Critérios de inclusão e exclusão para seleção da amostra
Houve liberdade de inscrição para todos os alunos (as) do 5º ao 8º ano da 1º e
2º turnos, matriculados regulamente no estabelecimento de ensino. O tipo de
amostragem foi aleatória simples.
9.5 – Instrumentos de coletas de dados
Foi realizado fichas de inscrição para coleta de dados. 9.6 – Estudo piloto
Foi realizado um estudo piloto, no mês de agosto de 2004, com os alunos
matriculados regularmente, com o intuito de testar a aceitação dos mesmos quanto a
modalidade em questão.
9.7 – Estratégias para coleta de dados
Foi realizado em sala de aula através de divulgação e panfletos fixados na
própria instituição de ensino.
34
10 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este estudo aborda a necessidade de algo inovador para dar aos educandos um
novo estimulo e interesse pela disciplina Educação Física na Escola Estadual de Ensino
Fundamental Ruth de Almeida Bezerra, através da corrida de rua enquanto processo
norteador da inclusão social.
Os dados foram observados e analisados por meio de fichas de inscrição o mês
de agosto dos anos de 2005 e 2006, com a participação de alunos (as) do 5º ao 8º ano
do 1º e 2º turnos na faixa etária de 10 a 11, 12 a 14, 15 a 17 e PNEES.
Conforme pode-se notar as tabelas abaixo, a aceitação foi bastante positiva,
abrindo-se assim os pactos para uma nova concepção esportiva do processo inclusivo.
TABELA nº 1: alunos participantes e PNEES durante os anos de 2005 e 2006, de acordo com a faixa etária. FAIXA ETÁRIA ANO Nº DE PARTICIPANTES ANO Nº DE PARTICIPANTES
15 – 17 2005 19 2006 20 12 – 14 2005 79 2006 80 10 – 11 2005 16 2006 20 PNEES 2005 01 2006 01 TOTAL 115 121
TABELA nº 2: alunas participantes e PNEES durante os anos de 2005 e 2006, de acordo com a faixa etária. FAIXA ETÁRIA ANO Nº DE PARTICIPANTES ANO Nº DE PARTICIPANTES
15 – 17 2005 03 2006 10 12 – 14 2005 26 2006 30 10 – 11 2005 18 2006 20 PNEES 2005 0 2006 0 TOTAL 47 60
Total geral de participantes em 2005: 162
Total geral de participantes em 2006: 181
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar dos vários projetos de lei aprovados, que versam o tema da inclusão
social, a realidade ainda apresenta resultados insatisfatórios. Não é de hoje que a
sociedade anseia por leis que façam valer os diretos de todos: mulheres, idosos,
crianças, homossexuais, deficientes, negros, grávidas etc. Não basta apenas integrar o
cidadão portador de necessidades especiais, mas sim incluí-lo de fato na sociedade,
lhe proporcionado condições para usufruir seus direitos. Isso caracterizaria um grande
avanço social.
Além de elaboradas e promulgadas, as leis devem estar acessíveis a todos, pois
à medida que a sociedade tiver conhecimento de seu conteúdo, terá mais facilidade de
reivindicar os seus direitos. Dessa forma, o Brasil estará caminhando para que, no
futuro, seja conhecido como um país inclusivista. Certamente, as novas idéias são
assimiladas de maneira gradativa, mas ganham força, principalmente, por meio das
atitudes das pessoas ao se depararem em situações que envolvam portadores de
necessidades especiais.
No esporte, de maneira geral, o processo de inclusão social tem sido trabalhado
de maneira positiva, principalmente no atletismo, atividade que oferece uma maior
quantidade e variedade de provas das quais os portadores de necessidades especiais
podem participar. A prática dessa atividade é um caminho pelo qual as pessoas podem
aprender também questões relacionadas à higiene e à disciplina, além de noções sobre
seus direitos e deveres. Isso contribui para a formação do homem como elemento
reflexivo-crítico à sociedade.
O projeto iniciado na Escola Estadual de 1º grau “Ruth de Almeida Bezerra”,
dentro do universo de grandes iniciativas criadas para preparar um mundo estruturado
para receber pessoas portadoras de necessidades especiais, pode constituir apenas
uma semente. Mas, será de suma contribuição para o futuro da Nação, crescer
predisposto a lutar por seus ideais.
A aceitação do próximo, com respeito às suas diferenças, é a atitude mais
louvável que o ser humano deve possuir para contribuir com o progresso da
humanidade. Esse pensamento deve ser cultivado na escola, no trabalho e,
36
principalmente, na família, pois quem convive com as diferenças desde cedo se torna
um cidadão melhor e mais consciente.
37
REFERÊNCIAS
ALENCAR, Semíramis. Inclusão social no Brasil. [S.l.: s.n.], 2006. Disponível em: <http://users.hotlink.corn.br/fico>. Acesso em: 6 jan. 2006. BRASIL, Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 1997. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Desafios da educação. Brasília: MEC, 1994.
CAVALCANTE, Meire. Caminhos da inclusão. In: Revista Nova Escola. Ed. Especial. São Paulo: Editora Abril, out. 2006a. p.11. _____. As leis sobre diversidade. In: revista Nova Escola. Ed. Especial. São Paulo: Editora Abril, out. 2006b. p. 14-15. _____. Segurança e autonomia. In: Revista Nova Escola. Ed. Especial. São Paulo: Editora Abril, out. 2006c. p. 56. CRESPO, Ana Maria Morales. Pessoa com deficiência e a construção da cidadania. [S.l.: s.n], 2001. Disponível em: <http://www.entreamigos.com.br/temas. Acesso em: 4 mar. 2001. FERNANDES, Jose Luís. Atletismo: corridas. São Paulo: EPU, 1979.
FERREIRA, Ayrton. Maratona. Salvador: Bureau, 1984.
FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO. História da São Silvestre. [S.l.: s.n.], 2006. Disponível em: <http://jlspinelli.br.tripod.com/histor.htm>. Acesso em: 25 out. 2006. MELO, Ana Cláudia Raposo; ALONSO L. F. O esporte adaptado. [S.l.; s.n. 200-?]. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/revistadigital>, Buenos Aires, ano 8, n. 51. Acesso em: 2 out. 2006. PERNISA, Hamlet. Atletismo: desporto base. 6. ed. Juiz de Fora: [s.n.], 1985.
38
QUALHARINI, Eduardo Linhares; SANTOS, Flávio Corrêa dos. O projeto sem barreiras. Niterói: EDUFF, 1997. RABELO, Annete Scotti. Adaptação curricular. In: Integração, v. 9, n. 11, 1999. p. 19-20. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. SHINOZAKI, Kazumi; ALVES, Marta de Souza. Arquitetura para crianças especiais: proposta de um centro de (re) habilitação aos portadores de necessidades educacionais especiais. Belém: [s.n], 2002. SILVA, José Ferreira da; CAMARGO, Roberto Junqueira de. Atletismo: corridas. São Paulo: Ediouro, 1978. SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. A nova LDB: como entender e aplicar. São Paulo: Pioneira, 1997. WINNICK, Joseph P. Educação Física e esportes adaptados. Barueri: Manole, 2004.