UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO...

125
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DETERMINAÇÃO DA IMAGEM DA CIDADE DE PAU DOS FERROS-RN COMO UM DESTINO TURÍSTICO PAU DOS FERROS - RN 2016

Transcript of UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO...

Page 1: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

DETERMINAÇÃO DA IMAGEM DA CIDADE DE PAU DOS FERROS-RN COMO UM DESTINO TURÍSTICO

PAU DOS FERROS - RN 2016

Page 2: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes

DETERMINAÇÃO DA IMAGEM DA CIDADE DE PAU DOS FERROS-RN COMO UM DESTINO

TURÍSTICO

Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel(a) em administração.

Professora Orientadora: Profa. Ma. Sidnéia Maia de Oliveira Rego

Área: Administração Pública

PAU DOS FERROS - RN 2016

Page 3: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

_____________________________________________________________________ Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes

Aluna

_____________________________________________________________________ Prof. Ma. Sidnéia Maia de Oliveira Rêgo

Orientadora

_____________________________________________________________________ Luiz Carlos da Silva

Supervisor de Estágio

_____________________________________________________________________ Prof. Me. Alexandre Wállace Ramos Pereira Coordenador de Estágio Supervisionado

Page 4: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes

DETERMINAÇÃO DA IMAGEM DA CIDADE DE PAU DOS FERROS-RN COMO UM DESTINO

TURÍSTICO

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHAREL(A) EM ADMINISTRAÇÃO

e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de Administração/CAMEAM/UERN, Área:____________________________________________.

Pau dos Ferros/RN, em _____ de __________________ de __________.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Sidnéia Maia de Oliveira Rêgo

Orientadora – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Alexandre Wállace Ramos Pereira

Examinador – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ José Vivaldo Machado Fernandes Junior

Examinador – UERN

Page 5: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

Á minha estimada Avó (in memorian), Terezinha Mota da Silva,

em agradecimento por tudo.

Page 6: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus aquele que nos deu o dom da vida e colocou no nosso caminho

pessoas que nos ajudaram na conclusão desta pesquisa, além do discernimento, inspiração e força para

seguir em frente, sempre

A minha família (mãe, padrasto e irmã) que são a base de tudo, sem eles não seria possível a

concretização de mais esta etapa na minha vida.

A minha orientadora, a Professora Mestra Sidnéia Maia de Oliveira Rêgo pela disposição de

continuar nos guiando nesta etapa final do curso, pela contribuição e orientação inestimável no

desenvolvimento desta pesquisa e formação acadêmica.

Ao Professor Doutor João Batista de Freitas pela confiança na qual depositou em nós, ao dá

início a construção desta pesquisa.

Aos colegas do curso de graduação, pela jornada que compartilhamos juntos na concretização

de um mesmo objetivo, nos tornar Bachareis em Administração. Em especial as amigas Angélica Aquino,

Aline Saito, Epifania Bessa, Micaele Lopes e Silvia Cibeli, pelos momentos de alegria e atividades

acadêmicas vivenciados durante o curso.

Aos professores do Curso de Administração da UERN/CAMEAM, pelos valiosos ensinamentos,

palavras de motivação, experiências compartilhadas e esforços dedicados a nossa formação não apenas

como administradores, mas também como seres humanos.

A todos que compuseram a amostra desta pesquisa, visitantes, turistas, empresários do setor

hoteleiro, fontes de informações inestimáveis, que doaram seu tempo e se dispuseram a contribuir no

desenvolvimento desta pesquisa.

A toda equipe da Secretaria de Cultura e Turismo (SECULT), pelo acolhimento durante a

realização do estágio. Em especial a Secretária Marta Pontes e ao coordenador de turismo Luiz Carlos

da Silva pela disponibilização de tempo para realização de entrevistas e informações que nortearam a

construção deste trabalho.

A banca examinadora pela atenção, avaliação e contribuições postas a este trabalho, que foram

de suma importância para o seu aprimoramento.

Page 7: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

“O fomento do turismo, não importa onde for, só

será acompanhado de desenvolvimento

econômico e social se for feito a partir de um

planejamento sustentável”.

(RUSHMANN)

Page 8: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

RESUMO

O turismo tem-se destacado como uma atividade contemporânea de grande impacto mundial na geração de emprego e renda, a partir disso visualiza-se esta atividade como uma alternativa para o desenvolvimento socioeconômico de toda e qualquer localidade com um potencial turístico eminente. Dessa forma o presente trabalho analisou a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na escolha da localidade como destino turístico. A presente pesquisa configura-se como um estudo de caso, onde foram aplicados 68 questionários com visitantes e ainda foram realizadas entrevistas com agentes públicos e empresários do setor hoteleiro, na busca por entender melhor como se desenvolve a atividade turística no Município, permitindo assim uma análise qualitativa e quantitativa do estudo. Os resultados obtidos confirmaram o potencial da cidade para o Turismo de Negócios e Eventos, mesmo sendo incipiente alguns recursos e serviços indispensáveis para o seu pleno desenvolvimento. A pesquisa revelou ainda que a imagem da cidade é positiva e atrativa, embora apresente uma composição mista de elementos e características que representam a localidade como destino turístico, a imagem como um elemento do produto turístico deve ser trabalhada como um diferencial competitivo para posicionar-se diante dos demais destinos que compõe o Polo Turístico Serrano. Palavras-Chave: Turismo de Negócios e Eventos; Imagem; Pau dos Ferros-RN.

ABSTRACT

Tourism has been highlighted as a contemporary activity of great global impact on the generation of employment and income, from visual-viewing this activity as an alternative to the socioeconomic development of any and all locality with an eminent potential. In this way the present work analyzed the influence of the image of Pau dos Ferros-RN in the choice of the locality as tourist destination. The present research is a case study, where 68 questionnaires were applied with the visitors and were also interviewed with public agents and businessmen of the hotel sector, in the search for a better understanding of how a tourism activity in the Municipality develops, thus allowing a Qualitative and quantitative analysis of the study. The results obtained confirmed the city's potential for Business and Event Tourism, even though some resources and services are incipient for its full development. The research also revealed that the image of the city is positive and attractive, although it presents a mixed composition of elements and characteristics that represent the locality as a tourist destination, the image as an element of the tourist product must be worked as a competitive differential to position itself In front of the other destinations that make up the Serrano Tourist Polo. Keywords: Business Tourism and Events; Image; Pau dos Ferros - RN.

Page 9: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Siglas

CAD – Curso de Administração

CVBX – Convention & Visitors Bureaux

EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo

FGV – Fundação Getúlio Vargas

FINECAP – Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste Potiguar

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OMT – Organização Mundial do Turismo

PDITS – Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo

PNT – Plano Nacional do Turismo

RN – Rio Grande do Norte

SECULT – Secretaria de Cultura e Turismo

SETUR – Secretaria Estadual de Turismo

SMT – Sistema Municipal de Turismo

UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Page 10: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figuras

Figura 01 – Mapa do Rio Grande do Norte: em destaque o Município de Pau dos Ferros....................16

Figura 02 – Organograma da SECULT...................................................................................................20

Figura 03 – Eventos realizados pela SECULT........................................................................................21

Figura 04 – Estrutura do Estado.............................................................................................................29

Figura 05 – Composição do Produto Turístico........................................................................................39

Figura 06 – Processo de decisão de compra..........................................................................................49

Figura 07 – Fatores que influenciam na decisão de compra do consumidor..........................................50

Figura 08 – Fatores Pessoais e de estimulo na formação da imagem de destinos turísticos.................59

Figura 09 – Microrregião de Pau dos Ferros...........................................................................................64

Figura 10 – Nuvem de palavras da Imagem da cidade de Pau dos Ferros..........................................104

Quadros

Quadro 01 – Projetos futuros da SECULT..............................................................................................22

Quadro 02 – Tipos de turismo.................................................................................................................42

Quadro 03 – Fases do processo de decisão de compra do turista.........................................................53

Quadro 04 – Motivações relacionadas ao turismo..................................................................................54

Quadro 05 – Definições de Imagem........................................................................................................57

Quadro 06 – Tipos de Imagem................................................................................................................60

Quadro 07 – Ficha Técnica de Pesquisa................................................................................................67

Quadro 08 – Caracterização empresários do setor hoteleiro..................................................................68

Tabelas

Tabela 01 – Valores críticos associados ao grau de confiança na amostra............................................65

Tabela 02 – Calculo amostral..................................................................................................................65

Page 11: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

Tabela 03 – Cidade e Estado de Origem................................................................................................84

Tabela 04 – Avaliação da infraestrutura da cidade de Pau dos Ferros...................................................98

Tabela 05 – Avaliação dos atrativos turísticos cidade de Pau dos Ferros..............................................98

Tabela 06 – Avaliação dos serviços turísticos ofertados na cidade de Pau dos Ferros..........................99

Fotografias

Fotografia 01 - Sede da Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros...........................................................17

Fotografia 02 - Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia”....................................................................18

Fotografia 03 - Feira-Livre de Pau dos Ferros........................................................................................78

Fotografia 04 - Açude Público de Pau dos Ferros: Barragem................................................................79

Fotografia 05 - Terminal Turístico “Lindalva Torquato”: Barravento.......................................................79

Fotografia 06 - Praça de Eventos “Nossa Senhora da Conceição” .......................................................80

Fotografia 07 - Igreja Matriz “Nossa Senhora da Conceição” ................................................................80

Fotografia 08 - Obelisco do Centenário..................................................................................................81

Fotografia 09 - Praça da Matriz “Monsenhor Caminha” .........................................................................81

Fotografia 10 - Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia” ....................................................................82

Gráficos

Gráfico 01 – Gênero................................................................................................................................85

Gráfico 02 – Estado Civil.........................................................................................................................86

Gráfico 03 – Faixa Etária........................................................................................................................86

Gráfico 04 – Nível de escolaridade.........................................................................................................87

Gráfico 05 – Renda.................................................................................................................................88

Gráfico 06 – Profissão.............................................................................................................................88

Gráfico 07 – Motivação...........................................................................................................................90

Gráfico 08 – Fontes de informação que ajudaram na escolha do destino..............................................91

Gráfico 09 – Transporte que utilizou para chegar ao destino.................................................................91

Gráfico 10 – Transporte que utiliza na cidade........................................................................................92

Gráfico 11 – Tempo de estada na cidade...............................................................................................93

Gráfico 12 – Periodicidade que vem a Pau dos Ferros...........................................................................94

Page 12: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

Gráfico 13 – Acomanhamento................................................................................................................94

Gráfico 14 – Hospedagem......................................................................................................................95

Gráfico 15 – Quanto gasta na cidade.....................................................................................................96

Gráfico 16 – Estabelecimentos mais frequentados.................................................................................97

Gráfico 17 – Intenção de retornar a cidade...........................................................................................101

Gráfico 18 – Intenção de recomendar a cidade....................................................................................101

Page 13: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

EPÍGRAFE

RESUMO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................15

1.1 Caracterização da organização.......................................................................................................15

1.1.1 O Município de Pau dos Ferros-RN..................................................................................................16

1.1.2 A Secretária de Cultura e Turismo (SECULT)..................................................................................18

1.2 Situação problemática.....................................................................................................................23

1.3 Objetivos...........................................................................................................................................25

1.3.1 Geral................................................................................................................................................25

1.3.2 Específicos......................................................................................................................................25

1.4 Justificativa.......................................................................................................................................26

2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................................28

2.1 Administração Pública.....................................................................................................................28

2.1.1 Definição, estrutura e elementos que compõe o Estado...................................................................28

2.1.2 Governo...........................................................................................................................................30

2.1.3 Administração Pública: conceitos e modelos...................................................................................31

2.1.3.1 Administração Pública Patrimonialista..........................................................................................32

2.1.3.2 Administração Pública Burocrática...............................................................................................33

2.1.3.3 Administração Pública Gerencial..................................................................................................34

2.1.4. O Turismo e a Administração Pública.............................................................................................34

2.2 Turismo.............................................................................................................................................36

2.2.1 Destinos Turisticos..........................................................................................................................38

2.2.2 Segmentação da atividade turística.................................................................................................41

2.2.2.1 Turismo de Negócios e Eventos....................................................................................................43

2.2.3 Marketing aplicado ao turismo.........................................................................................................46

2.2.3.1 Comportamento do consumidor no turismo..................................................................................48

Page 14: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

2.2.3.2 O consumidor de turismo e suas motivações................................................................................51

2.3 Imagem de destinos turísticos.........................................................................................................55

2.3.1 Formação da imagem......................................................................................................................58

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................................................62

3.1 Tipo de pesquisa...............................................................................................................................62

3.2 Universo e amostra...........................................................................................................................63

3.3 Coleta de dados................................................................................................................................65

3.4 Tratamento dos dados.....................................................................................................................67

3.4.1 Caracterização dos entrevistados....................................................................................................68

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................................................................70

4.1 Mapeamento da cidade de Pau dos Ferros como destino turístico..............................................70

4.1.1 História............................................................................................................................................70

4.1.2 Turismo na cidade de Pau dos Ferros..............................................................................................71

4.1.2.1 Atrativos turísticos da cidade........................................................................................................77

4.2 Caracterização sócio demográfica dos visitantes e turistas.........................................................83

4.2.1 Perfil socieconomico........................................................................................................................83

4.2.2 O consumidor de turismo e seus hábitos de viagem.........................................................................89

4.3 Imagem da cidade de Pau dos Ferros enquanto destino turístico..............................................102

5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES.....................................................................106

5.1 Conclusões.....................................................................................................................................106

5.2 Sugestões e recomendações........................................................................................................107

REFERÊNCIAS......................................................................................................................................110

APÊNDICES..........................................................................................................................................116

Apêndice A – Questionário aplicado aos visitantes e turistas da cidade de Pau dos Ferros-RN.........116

Apêndice B – Formulário aplicado aos empresários do setor hoteleiro da cidade...............................118

Apêndice C – Roteiro de entrevista aplicado aos agentes públicos responsáveis pelo desenvolvimento

do turismo na cidade de Pau dos Ferros...............................................................................................119

Page 15: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

ANEXOS................................................................................................................................................120

ANEXO A – Lei nº 1487/15 da Politica Municipal de Turismo..................................................................120

Page 16: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

15

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi estruturado em 5 (cinco) capítulos, além de referências biográficas,

apêndices e anexos. O primeiro capítulo inicia-se com a introdução e traz consigo a caracterização da

organização onde foi realizado o estágio supervisionado I e II, e um pouco do processo histórico e

características geográficas do Município escolhido para a realização desta pesquisa, que é a cidade de

Pau dos Ferros – RN. Ainda neste capítulo temos a situação problemática, os objetivos e a justificativa

que norteou o desenvolvimento dessa pesquisa.

O capítulo II trata-se do referencial teórico que embasou a construção dessa pesquisa, onde são

abordados os conceitos e reflexões acerca de Administração Pública, Turismo e Imagem de destinos

turísticos.

No capítulo III estão expressos os procedimentos metodológicos, técnicas que nos guiaram e

permitiram alcançar os resultados e atingir os objetivos propostos nesse trabalho.

O capitulo IV foram descritos as análises e os resultados dessa pesquisa, relatando todos os

aspectos mencionados anteriormente pelos objetivo geral e objetivos específicos nessa pesquisa,

mostrando os dados obtidos através de gráficos, tabelas e imagens, bem como sua discussão com o

referencial teórico construído.

E o capítulo V que nos traz as conclusões, sugestões e recomendações ao fim da pesquisa,

como ela pode ser aplicada e qual as suas contribuições para a organização do estágio, para os

participantes da pesquisa e para o próprio Município de Pau dos Ferros – RN.

1.1 Caracterização da organização

Este tópico irá tratar da caracterização da organização onde foi realizado o Estágio

Supervisionado I e II, a Secretaria de Cultura e Turismo do Município de Pau dos Ferros-RN, e para

melhor entendimento no que diz respeito a atuação da respectiva pasta no Município, foi subdividido em

duas subseções, que estão dispostas da seguinte forma: O Município de Pau dos Ferros e A Secretaria

de Cultura e Turismo (SECULT).

Page 17: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

16

1.1.1 O Município de Pau dos Ferros-RN

Município que se destacou desde o início pela sua localização privilegiada e de fácil acesso,

mantinha um crescimento regular dentre os pequenos povoados que o cercava, sendo também favorável

a realização de atividades comerciais, especialmente advindos do setor pecuário. Teve seu crescimento

de forma gradativa de um pequeno povoado, a uma freguesia que logo veio a se tornar vila e por fim no

dia 2 de dezembro de 1924, a lei nº 593, o governador em exercício elevava a vila de Pau dos Ferros à

categoria de cidade.

Na atualidade, o espaço rural vem sendo substituído pelo urbano, e para atender às exigências

de expansão urbana, dada pelo aumento das atividades produtivas na cidade (indústria, comércio e

serviços) e pelo aumento da demanda habitacional, em consequência do desenvolvimento da cidade nos

últimos anos provocado principalmente pela instalação de universidades federais e faculdades privadas,

como também, pelo rotativo movimento comercial, pelo qual sempre se destacou; vale salientar que Pau

dos Ferros-RN é tida como cidade polo da região e capital do Alto Oeste Potiguar (PAU DOS FERROS,

2016).

Pau dos Ferros está localizada no interior do estado do Rio Grande do Norte, Região Nordeste

do país. Situa-se na microrregião homônima e mesorregião do Alto Oeste Potiguar situada a uma

distância de quatrocentos quilômetros a oeste da capital do estado, Natal, como pode ser visualizado na

Figura 01.

Figura 01 – Mapa do Estado do Rio Grande do Norte: em destaque o Município de Pau dos Ferros

Fonte: Open Brasil (2012). Disponível em: <http://paudosferros.openbrasil.org/search/label/%28%2004%20%29%20GEOGRAFIA>

Ocupando uma área de 259,959 km², e com uma população estimada no ano de 2016 em 30.206

habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Município está

cadastrado no referido órgão através do código 2409407. E segundo dados resultantes do Senso 2010

realizado pelo respectivo órgão, o Município de Pau dos Ferros consta com uma densidade demográfica

Page 18: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

17

de 106, 73. Seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é de 0,678 e um Produto Interno

Bruto (PIB) per capita de 10.817,84 reais, advindo do setor de serviços e com participação expressiva

das atividades comercias, segundo dados divulgados pelo IBGE, referentes ao ano de 2013 (DANTAS,

2014; IBGE, 2016).

À sua posição geográfica, associada ao seu processo histórico de ocupação do solo urbano, onde foram instalados alguns dos principais serviços públicos estaduais e federais, bem como diversas atividades comerciais, fizeram de Pau dos Ferros – RN o polo regional de Atividades Socioeconômicas do Alto Oeste Potiguar (DANTAS, 2014, p.153).

A Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros, está inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

com o CNPJ de n° 08.148.421/0001-76, e localiza-se na Avenida Getúlio Vargas, 1323, Centro, na

Cidade de Pau dos Ferros-RN, como pode ser visto na Fotografia 01.

Fotografia 01 – Sede da Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros

Fonte: Portal Rafael Fernandes (2016). Disponível em: <http://www.portalrafaelfernandes.com/2016/12/liminar-deferida-pela-justica-garante.html>

A estrutura administrativa Organizacional da Prefeitura foi modificada através da Lei N°

1408/2013 e instituída pela Lei complementar n°03/09, pelo prefeito em exercício que em uso das suas

atribuições fixadas no Art. 72° da Lei Orgânica do Município tornando pública está restruturação com o

intuito de simplificar e modernizar a gestão pública municipal como consta nos Art. 3° da referida lei,

promovendo assim o fortalecimento da gestão pública.

Atualmente, a Prefeitura Municipal está estruturada administrativamente em cinco eixos divididos

entre órgãos decisórios, de assessoramento, estratégicos, gerenciais e de serviços, estes eixos estão

subdivididos em 13 (treze) Secretarias (Governo; Planejamento e Desenvolvimento Econômico;

Tributação; Administração; Finanças; Saúde; Desenvolvimento Social; Educação; Meio Ambiente;

Desenvolvimento Rural; Infraestrutura; Cultura e Turismo; Esporte e Lazer). Além de quatro Assessorias,

Page 19: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

18

três Gerências, uma Controladoria que são subsidiadas internamente por Coordenadorias, Diretorias,

Núcleos e Seções.

Órgãos esses, que tem como principal função dentro de suas atribuições especificas auxiliar a

Administração Municipal na formulação de planos de ação, diretrizes e operacionalização de políticas

instituídas pelo Governo, através de um trabalho colaborativo entre as pastas, o que resultará em uma

gestão comprometida com o desenvolvimento da cidade e o bem estar dos munícipes (PAU DOS

FERROS. Lei N°1408/2013, 2016).

1.1.2 A Secretária de Cultura e Turismo (SECULT)

A Secretaria de Cultura e Turismo, foi implementada na gestão do Prefeito Luiz Fabrício do Rego

Torquato, e tem como secretária Marta Maria Pontes Feitosa Chaves, cuja a sigla é SECULT, compete

dentre outras atribuições regimentais, promover e desenvolver atividades e iniciativas de natureza

artística, cultural e de turismo. Como também planejar, coordenar e executar programas, projetos,

eventos e iniciativas, por meio de políticas públicas sustentáveis entre o governo municipal e em parceria

com os demais entes públicos e setores da sociedade, no intuito de fomentar o incremento das atividades

turísticas do Município e a valorização de sua cultura local (SECULT, 2016).

A “Casa de Cultura Popular Joaquim Correia”, como pode ser vista na Fotografia 02, foi

reinaugurada em 12 de Junho de 2015 com essa nova denominação e está situada na Rua Praça da

Matriz, 157 – Centro. E desde então, abriga a sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo

(SECULT) e a Biblioteca “Manoel Jácome de Lima”.

Fotografia 02 – Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia”

Fonte: Barão Turismo (2016). Disponível em: <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html>

Page 20: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

19

Prédio histórico, patrimônio cultural e importante atrativo turístico da cidade, local onde foram

dados os primeiros passos na educação dos habitantes do Município de Pau dos Ferros, primeira escola

oficializada no Município e na região Oeste do Estado (Lei nº 11 de 09/03/1835), o Grupo Escolar

“Joaquim Correia”. E ainda na década de 1980 abrigou o Campus Avançado da Universidade do Estado

do Rio Grande do Norte (UERN) e foi posteriormente transformado em centro cultural.

Conforme o Art. 26° da Lei Complementar N°03/09, são competências da Secretaria de Cultura

e Turismo:

I - promover eventos e campanhas de incentivo à cultura, à arte, e a preservação do patrimônio

histórico, artístico e cultural do Município;

II - desenvolver ações para a captação de projetos culturais e artísticos para o Município;

III - montar um sistema de informações culturais, artísticas, do patrimônio histórico e

informações;

IV - incentivar a criação e manutenção de museus, teatros, dança, literatura, grupos folclóricos,

cinema, música, artesanato, artes plásticas e equipamentos culturais, com base na lei de incentivo à

cultura;

V - promover a organização de festivais, concursos, encontros, seminários, conferências e

demais promoções educativas e culturais, bem como o calendário cultural e cívico do Município;

VI - planejar, elaborar e coordenar a execução de projetos, estudos, pesquisas e levantamentos

de dados necessários à formação e ao funcionamento do sistema de turismo e eventos;

VII - contribuir para o diagnóstico de necessidade de melhorias na qualidade da infraestrutura

oferecida ao turista no Município;

VIII - sugerir e acompanhar a execução de campanhas publicitárias, com vistas à projeção do

Município no âmbito estadual, nacional e internacional;

IX - estabelecer e manter permanente contato com órgãos oficiais de turismo, público ou

privados com o objetivo de manter a Secretaria atualizada quanto aos planos, programas e normas de

turismo vigentes;

X - executar o Plano de Desenvolvimento Integrado de Turismo Sustentável.

São órgãos vinculados a Secretaria de Cultura e Turismo:

I - Assessoria Técnica;

A) Coordenadoria de Artes e Patrimônio Cultural:

- Orquestra Sinfônica.

Biblioteca Municipal.

B) - Coordenadoria de Turismo:

Page 21: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

20

Diretoria de Promoção Turística;

Diretoria de Eventos.

II - Núcleo de Suporte Administrativo (PAU DOS FERROS. Lei N°1408/2013, 2016).

Na Figura 02, podemos visualizar a estrutura administrativa da SECULT:

Figura 02 – Organograma da SECULT

Fonte: Lei n.º 1408/2013 que modifica a Estrutura Administrativa Organizacional da Prefeitura de Pau dos Ferros.

Em conformidade com as suas competências e estrutura administrativa composta por órgãos

responsáveis pelo desenvolvimento do potencial turístico da cidade, como também, pela conservação

de seu patrimônio histórico-cultural, para esse fim a SECULT busca desenvolver projetos e promover

eventos que fomentam as necessidades do Município no víeis cultural e turístico, como mostra a Figura

03.

Importante salientar o crescimento notório do turismo de negócios e eventos tem-se destacado

como fomentador da economia local, mesmo ocorrendo em datas especificas, movimenta o comercio

local e principalmente nos segmentos de calçados, vestuários e serviços de salão de beleza,

hospedagem e alimentação, atraindo visitantes de municípios circunvizinhos e até de outros estados

para participar da Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste Potiguar

(FINECAP), principal evento da cidade (DANTAS, 2014).

Page 22: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

21

Figura 03 – Eventos realizados pela SECULT

Fonte: Elaboração própria baseada em informações da SECULT (2016). Disponível em: <http://www.secultpdf.com.br/projetos>

Eventos que são responsáveis por atrair milhares de pessoas anualmente, sendo considerados

os principais atrativos turísticos do município, dentre estes eventos estão:

O Arrasta Fest: festival realizado durante o mês de junho com intuito de

preservar e resgatar as tradições populares das festas juninas, especialmente

as quadrilhas nos estilos matuta estilizada;

A Vitrine Cultural “Xanana Diógenes”: abre as festividades culturais da

Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste

Potiguar (FINECAP). Evento que é realizado em três noites, proporcionando

ao povo de Pau dos Ferros e região, diversas atrações culturais, sob a

coordenação das instituições de ensino (privadas, municipais, estaduais e

federais);

A Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto

Oeste Potiguar (FINECAP): é um evento que celebra a emancipação política

da cidade de Pau dos Ferros. Tornou-se, desde sua criação, no ano de 1997,

o principal evento cultural, turístico e de desenvolvimento socioeconômico da

cidade e da região do Alto Oeste Potiguar, evento que conta com exposição

de stands e shows musicais regionais e nacionais.

A Cavalgada e Missa do Vaqueiro: realizada sempre aos 04 (quatro) dias do

mês de setembro, em que se comemora a Emancipação Política do Município,

enaltece e homenageia o principal personagem da história pauferrense, “o

vaqueiro”, que com marcas de ferro do seu gado, fixado no tronco da frondosa

oiticica, originou o nome de Pau dos Ferros (SECULT, 2016).

Page 23: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

22

A cidade ainda compõe o Polo Turístico Serrano juntamente com outros 18 (dezoito) municípios,

criado com o intuito de promover o desenvolvimento do turismo sustentável através das potencialidades

turísticas dos municípios com características semelhantes, tornando-os aptos a serem comercializados

como produtos turísticos, visto que, esse segmento é um grande gerador de ganho econômico e social

em todo o mundo (RIO GRANDE DO NORTE, 2016).

Considerando as competências da SECULT, principalmente pensando no desenvolvimento da

atividade turísticas no Município, verifica-se que a secretaria procura atuar de forma efetiva em projetos,

em especial na perspectiva futura, como pode ser visto no Quadro 01:

Quadro 01 – Projetos futuros da SECULT

Fonte: Elaboração própria baseada em informações da SECULT (2016). Disponível em: <http://www.secultpdf.com.br/projetos>

Além disso, com intuito de promover e divulgar o Município e seus atrativos turísticos,

desenvolver, ordenar e promover o potencial turístico de forma participativa e sustentável, agregar renda

à economia local, dentre outros objetivos, foi sancionada a Lei n°1487/15 que instituiu a Politica Municipal

de Turismo e cria o Sistema Municipal de Turismo (SMT) que constitui-se num instrumento de articulação,

gestão e fomento de políticas públicas voltadas ao turismo, compreendendo ainda a criação de um

Conselho, Plano Municipal e um Fundo Municipal de Turismo.

A SECULT de acordo com suas atribuições legais, realiza um trabalho integrado com a promoção

da cultura e do turismo da cidade de Pau dos Ferros, desenvolvendo ações e atividades que visam

fortalecer e resgatar a cultura do Município, se fazendo atuante e participativo nas iniciativas que resultam

no desenvolvimento constante da cidade para torná-la ainda mais atrativa para outras pessoas.

PROJETOS FUTUROS

PROJETOS CULTURAIS PROJETOS TURÍSTICOS

Criação da Academia Pauferrense de Literatura e Artes.

Construção do Teatro Municipal.

Criação da Feira de Literatura.

Realização do Festival "Vozes do Sertão Potiguar".

Criação dos Pontos de Cultura.

Realização do Carnaval Cultural Popular (CCP).

Criação de Arte Teatral Dona Cotinha

Construção da Rodoviária Regional de Pau dos Ferros.

Iluminação do entorno do aeroporto de Pau dos Ferros.

Sinalização turística da cidade de Pau dos Ferros.

Construção da Arena do Vaqueiro: Praça temática, auditório, parque de hipismo, parque de exposição de Bovino, Equino, Ovino, Caprino e etc.

Page 24: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

23

1.2 Situação problemática

Atualmente, o turismo se destaca como uma das mais importantes atividades econômicas do

mundo, principalmente por ser um grande gerador de emprego e renda, sendo considerado um fenômeno

de várias faces: geográfica, cultural social, econômica, ambiental, pois seu desenvolvimento gera

impactos positivos em todos esses aspectos, porém seu potencial ainda é pouco explorado no Brasil

(DIAS e CASSAR, 2005).

Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo nas principais capitais do país Brasília, Belo

Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo aponta a intenção de viagens de

brasileiros com baixa renda e nível de escolaridade marcando um aumento no percentual de intenção de

viagem para 26,3% o melhor resultado deste ano de 2016 onde os atrativos do Nordeste destaca-se

como os preferidos dos entrevistados tendo avião como principal meio de transporte, os hotéis e as casas

de parentes e amigos serão os principais meios de hospedagem dos brasileiros que viajaram nos

próximos seis meses período que corresponde as festividades do fim do ano de 2016 até o carnaval

(BRASIL. Ministério do Turismo, 2016).

Nesse contexto, a atividade turística apresenta-se como forte potencial para o estudo, não só

empírico, mas também como prático, pois há evidencias que em alguns municípios que compõe o Polo

Turístico Serrano esta atividade ainda não está totalmente consolidado como produto turístico, por não

apresentar a infraestrutura adequada, recursos turísticos, gestão profissional, preço competitivo,

equipamentos, ou seja, os aparatos indispensáveis para que o turista possa satisfazer as necessidades

mínimas, durante a sua estada nos destinos turísticos selecionados; portanto, tais fatores podem

impactar de forma direta na imagem, a qual o turista terá da localidade, e consequentemente, no seu

comportamento e motivação para retornar e recomendar o destino.

Em linhas gerais, partindo do pressuposto das potencialidades existentes, entende-se que uma

alternativa para fortalecer da atividade turística, pode estar na promoção do desenvolvimento local com

ênfase na potencialização do turismo local como estratégia para o fortalecimento da imagem dos destinos

turísticos, o que pode contribuir para a construção de uma identidade local, visto que são os atrativos

associados com a imagem projetada pelo turista que tendem a influenciar sobre o comportamento do

consumidor, e principalmente na escolha da localidade como destino turístico (DIAS e CASSAR, 2005).

A imagem de um lugar pode ser definida a partir de um conjunto de ideias, crenças, impressões,

nas quais o indivíduo tem de uma determinada localidade baseado em informações, opiniões

experiências que posteriormente serão utilizadas para designar uma percepção geral daquele destino,

seja ela positiva ou negativa (IGNARRA, 2003).

Page 25: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

24

É importante ressaltar que o conceito de imagem se torna complexo, por nos conduzir a vários

significados. Porém, quando se fala em imagens de destinos turísticos, a maioria dos conceitos nos

remete a um conjunto de impressões que as pessoas associam a um determinado lugar. Imagem essa,

que será um forte motivador ou desmotivador do consumo de um determinado destino.

O estudo da imagem de destinos turístico tem sido considerada uma temática de grande

interesse para os pesquisadores em todo o mundo, mais especificamente pela sua interdisciplinaridade,

ou seja, capacidade de ser analisado por diferentes áreas do conhecimento como: geografia,

antropologia, psicologia, sociologia e marketing (SCALABRINI; REMOALDO e LOURENÇO, 2015).

Conforme estudo realizado sobre as publicações de turismo envolvendo o tema “imagem de

destinos” com base em periódicos nacionais evidenciou-se que o tema de estudo ainda é pouco

explorado, mas está em potencial ascensão, visto que, o foco dessas pesquisas realizadas no país, nos

últimos anos limita-se apenas a imagem do Brasil e de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba

(SCALABRINI; REMOALDO e LOURENÇO, 2015). Torna-se relevante estudar a imagem das pequenas

localidades visando o desenvolvimento e fortalecimento do setor de turismo nesses destinos através do

seu potencial caracterizador, uma vez que o sucesso do desenvolvimento de um destino turístico está

relacionado a imagem que os turistas e potenciais turistas projetam dessa localidade o que,

consequentemente, influencia no seu comportamento de compra, pois a construção de uma imagem

forte e consolidada implica desenvolver no consumidor-turista uma percepção diferenciada e favorável,

tornando-se uma vantagem competitiva em relação as demais localidades.

Para o desenvolvimento desta pesquisa foi selecionada a cidade de Pau dos Ferros-RN,

Município Polo do Alto Oeste Potiguar, que atrai inúmeras pessoas diariamente com intuito de usufruir

de suas atividades comerciais, serviços públicos, lazer e que nos últimos dez anos destaca-se pelo

crescimento da oferta do ensino superior através das instalações de universidades públicas e privadas,

atraindo cada vez mais pessoas para a cidade, cidade que também pode ser classificada como um centro

sub-regional em função de algumas características especificas, como a oferta de emprego, serviços de

complexidade média nas áreas de educação e saúde, esse destaque do Município de Pau dos Ferros –

RN, bem como o fluxo de pessoas constante em busca dos mais variados produtos e serviços que a

cidade dispõe, esse destaque a cidade de Pau dos Ferros - RN deve-se em grande parte a sua

localização, pois o Município se encontra-se as margens de duas rodovias federais (BR-405) e (BR-226),

além da proximidade com as fronteiras do Estado da Paraíba e Ceará (DANTAS, 2014). E ainda pode-

se ressaltar as transformações urbanas ocorridas nos últimos doze anos como uma forma de tornar a

cidade mais moderna e atrativa para residentes e visitantes. Ademais, o Município compõe o Polo

Turístico Serrano e se destaca também pelo turismo cultural e de eventos, atraindo milhares de pessoas

todos os anos para um dos eventos mais tradicionais no segmento de negócios do estado do Rio Grande

Page 26: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

25

do Norte, a Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste Potiguar

(FINECAP) (SETUR, 2016). “Pau dos Ferros foi e continua sendo na atualidade um destes Polos

Regionais cuja a dinâmica espacial é condicionada pela prestação de serviços comerciais básicos até

serviços mais especializados nas áreas de educação superior, de saúde e financeiros (DANTAS, 2014,

p.152). Portanto, estudar a imagem da respectiva localidade é indispensável para a consolidação da

cidade como destino turístico e potencialização de novos atrativos que possam ser identificados pelos

visitantes.

O estudo da imagem como fator determinante na escolha do destino turístico, mostra-se

indispensável como estratégia de impulsionamento do potencial turístico da localidade, não apenas como

um diferencial competitivo, mas principalmente como suporte ao desenvolvimento sustentável a partir da

criação e manutenção de uma imagem forte e atrativa capaz de persuadir e atrair o turista a conhecer o

destino (CHAGAS, 2009). Assim, mediante os argumentos apresentados, o presente trabalho buscará

responder a seguinte problemática de pesquisa: Qual imagem de Pau dos Ferros é percebida enquanto

destino turístico?

1.3 Objetivos

Este tópico apresenta os objetivo geral e os objetivos específicos a qual está pesquisa propõem-

se a responder. Objetivos estes que foram criados com base na atividade turística que desenvolve-se na

cidade de Pau dos Ferros – RN.

1.3.1 Geral

Analisar a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na escolha da localidade como destino

turístico.

1.3.2 Específicos

Mapear a cidade de Pau dos Ferros-RN como destino turístico a partir de seus aspectos

históricos e atrativos turísticos;

Traçar o perfil do visitante de Pau dos Ferros-RN;

Identificar o comportamento do consumidor do turismo na cidade de Pau dos Ferros-RN;

Page 27: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

26

Levantar as variáveis que compõe a imagem do destino turístico na perspectiva dos agentes

públicos, hoteleiros e visitantes.

1.4 Justificativa

O presente trabalho tem como norte conhecer a imagem da cidade de Pau dos Ferros, a partir

da percepção dos visitante, agentes públicos e empresários do setor hoteleiro, no intuito de aprofundar

e ampliar os estudos acerca do turismo em âmbito local, bem como sua aplicabilidade, pois os resultados

obtidos podem servir de subsídio para a criação de políticas públicas e auxiliar na tomada de decisões

estratégicas para a construção de uma imagem forte e consistente do destino.

Hoje, o turismo se caracteriza como um dos mais importantes instrumentos de geração de

emprego e renda em todo o mundo (DIAS e CASSSAR, 2005), porém é um fenômeno ainda pouco

estudado na região do Nordeste, em particular no interior do estado do Rio Grande do Norte. Nesse

contexto, pensar no desenvolvimento do turismo local, é pensar de forma global e agir localmente;

paralelo a isso, vale ressaltar que os municípios precisam compreender que o turismo é uma fonte

indutora do desenvolvimento local, não só economicamente falando, mas também em qualidade de vida

e progresso social.

Dito isto, vale salientar ainda, que o Governo do Estado do Rio Grande do Norte tem investido

na interiorização do turismo, este que pode ser entendido como a expansão da atividade turística para

as pequenas localidades, através de projetos como a construção do Plano de Desenvolvimento Integrado

do Turismo (PDITIS), Plano de Sinalização e o Plano Estratégico de Marketing, que serão elaborados

de forma participativa a partir das reuniões do Polo Serrano, planos estes que o Município deve se

apropriar e fomentar a realização de atividades dentro do Município que venha atrair os visitantes até a

localidade. Além da promoção e divulgação dos destinos em eventos de turismo, bem como a criação

de eventos que fomentem a cidade em períodos sazonais (TURISMOETC, 2016).

Inicialmente, a escolha da imagem como o foco principal desta pesquisa se deu pela

necessidade de conhecer a percepção dos visitantes, até então desconhecida, pois não se tem estudos

nesse campo que contemplem a respectiva localidade, ou mesmo, um outro Município que compõem o

Polo Turístico Serrano. Além do mais, a imagem de uma localidade é um dos elementos mais

significativos que pode atrair os turistas; portanto, a imagem deve ser trabalhada como um produto da

atividade turística (DIAS e CASSAR, 2005).

Vale salientar que o Município de Pau dos Ferros caracteriza-se por ser a cidade polo da

mesorregião do Alto Oeste Potiguar do Rio Grande do Norte, visto sua relevância no contexto econômico

Page 28: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

27

e educacional da região. Contudo, a cidade recebe um número considerável de visitantes, principalmente

porque se tem um grande público que circula diariamente em função de negócios, serviços públicos e

lazer ofertados. Ainda, a cidade se destaca pelo turismo religioso e eventos de negócios que atraem

milhares de pessoas todos os anos (SETUR, 2016).

Dessa forma, mostra-se pertinente conhecer a imagem do destino, a qual é projetada pelos

consumidores-turistas que frequentam a cidade, e assim compreender as motivações que os fizeram

escolher a respectiva cidade como destino turístico. Sendo assim, o estudo pode favorecer na criação

de estratégias para o desenvolvimento do turismo na cidade, a partir da imagem identificada pelos

visitantes e relaciona-la com a imagem percebida pelos agentes públicos e empresários do setor hoteleiro

e assim, subsidiar a construção de uma marca, ou seja, criação de sua identidade própria, a qual

representará o principal motivo pelo qual o consumidor-turista potencial escolheu esse destino.

Quanto à motivação pessoal para desenvolver esta proposta de pesquisa na área do turismo,

esta surgiu após ter contato com a temática por meio da disciplina optativa ofertada pelo Curso de

Administração (CAD), como também pela percepção de ser uma temática pouco estudada

regionalmente, além do conhecimento de avanços que se tem feito nas discussões realizadas pelo Polo

Serrano, tendo em vista sua importância na economia mundial.

No que diz respeito a academia, o presente estudo será de grande valia para instigar a realização

de novos trabalhos sobre a temática que se apresenta em potencial ascensão. Quanto a Secretaria de

Cultura e Turismo do Município, órgão onde foi realizado o estágio supervisionado, visto que entre as

suas competências está a contribuição para o diagnóstico de necessidade de melhorias na qualidade da

infraestrutura oferecida ao turista no Município e ainda à projeção do Município no âmbito estadual,

nacional e internacional, a presente pesquisa servirá de subsídio para o desenvolvimento de novas ações

e projetos que venham concretizar as atividades a que se propõe a missão da referida Secretaria. Diante

do que foi exposto, visualiza-se a necessidade de potencializar a atividade do turismo a nível local, por

meio da construção de uma identidade projetada através da imagem percebida pelo turista.

Page 29: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

28

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capitulo, irá tratar do embasamento teórico, na qual está respaldada esta pesquisa,

apresentando os conceitos fundamentais para o desenvolvimento do trabalho.

Nesse contexto, o presente capitulo está estruturado em três seções principais, à conhecer:

Administração Pública; Turismo e Imagem de destinos turísticos, que estão subdivididos em subseções

para melhor compreensão da temática abordada com o intuito de compreender como essas definições

estão atreladas ao desenvolvimento da atividade turística.

2.1 Administração Pública

A administração pública compõe-se de todo aparato existente a disposição do governo,

(recursos, leis, normas, processos, instituições) que são responsáveis por estabelecer as diretrizes que

regem o exercício da autoridade política, para que assim, o governante legitimo possa gerir a máquina

pública de forma que suas ações, tomadas de decisões e objetivos públicos, resulte primordialmente no

bem comum da coletividade (PALUDO, 2010; MATIAS-PEREIRA, 2010).

Partindo desse entendimento, compreende-se que a essência da administração pública é a

promoção do bem comum da coletividade, subsidiada por uma gestão pautada pelas necessidades de

um povo que tem suas características próprias.

Porém, antes de adentrar-se definitivamente, no que vem a ser de fato a “Administração Pública”,

é importante entender e conhecer algumas definições que estão associadas a esse termo, entre elas o

conceito de Estado, Governo, suas funções, como ele está organizado. Importante salientar que o

conceito a qual objetivamos chegar, não está definido de forma exata e absoluta, pois existe uma

multidisciplinaridade que o envolve, proveniente das ciências administrativas, políticas e sociológicas

(ACERENZA, 2002).

2.1.1 Definição, estrutura e elementos que compõem o Estado

No que refere-se ao viés administrativo, o estado é a execução legitima do poder através do

Governo, em prol do bem coletivo. E para esse fim, está composto pelas “entidades estatais, pelo

aparelho (Governo e administração) e pelo sistema constitucional legal, que regula a população nos

limites de um território” (PALUDO, 2010. p. 03).

Page 30: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

29

Estado pode ser definido como sendo um conjunto de regras, pessoas e organizações, que se

separam da sociedade para organizá-la, estabelecendo limites, separando o público do privado, através

da sua representatividade legitima, que por sua vez, só irá existir com a garantia de uma instancia legal

que reconheça a existência de uma hierarquia e que esteja claro a separação de governantes e

governados (PALUDO, 2010; COSTIN, 2011).

Já Acerenza (2002) nos apresenta um conceito mais rebuscado de Estado definindo-o como

uma pessoa jurídica, sujeita de direitos e deveres, que está organizada de forma política, jurídica e

administrativamente, na qual seu principal objetivo é fazer com que o interesse geral prevaleça sobre os

interesse particulares. Exercendo, assim a sua função social como representante legitimo de um povo.

Assim, pode-se concluir que o Estado é a instancia social que detém o poder de governar o povo

de um determinado território, através de um sistema constitucional-legal, de sua estrutura administrativa

e de um representante político na qual sua missão é primordialmente a realização do bem comum.

Na sua versão moderna o Estado apresenta um conjunto de organismos de decisão (parlamento

e governo) que está associado a produção de normas que conduzirão a sociedade, e de execução

(Administração Pública), que é responsável pela gestão das instituições públicas (COSTIN, 2011).

A Figura 04 a seguir, ilustra a estrutura do Estado, considerando a forma política,

física/geográfica, administrativa e jurídica.

Figura 04 – Estrutura do Estado

Fonte: Elaboração própria adaptado de Paludo (2010).

Na sua forma política o Estado é composto por três níveis, a União, Estados Membros e

Município, que por sua vez exercem seus poderes a partir de três funções: O legislativo que é

responsável pelo estabelecimento das leis que serão seguidas pela sociedade. O Executivo que tem a

incumbência de aplicar e fiscalizar essas leis, além de implementar políticas públicas, arrecadar impostos

para o desempenho das funções do Estado. E por fim o Judiciário que detém o poder de julgamento, no

Page 31: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

30

que refere-se ao descumprimento das leis, e ainda aplicando as penas que correspondem ao ato ilícito

cometido (PALUDO, 2010; COSTIN, 2011).

Ainda segundo Costin (2011), o Estado está disposto de duas formas: O Estado unitário e o

Estado federativo, na primeira forma de estado o país é governado por um governo centralizado, embora

exista um subdivisão de níveis inferiores denominados de unidades subnacionais, elas não tem qualquer

autonomia política, são criadas apenas para fins meramente administrativos. Já o Estado federativo conta

com unidades subnacionais autônomas, ou seja, com governo próprio e competências estabelecidas

pela carta maior que é a constituição do país, que jamais serão revogadas pelo governo central.

O estado está composto por 3 (três) elementos essenciais que legitimam a sua existência, são

eles: o povo, o território e o poder político, que aqui serão apresentados de forma breve e objetiva:

O povo: um agrupamento de pessoas que habitam uma determinada localidade;

Território: espaço físico com limites territoriais estabelecidos, onde o povo não apenas

reside, mas produz e retira recursos necessários para sua sobrevivência;

Poder: compreende um grau de influência que uma pessoa exerce sobre outra a partir

da função que exerce.

O Estado não pode existir sem o povo, ao contrário de uma nação, na qual a sua essência é a

cultura (costumes, crenças, dialetos, comportamento). Dessa forma, entende-se que dentro de um grupo

de pessoas que dividem o mesmo espaço territorial pode existir várias nações, mas o povo é a essência

do Estado (ACERENZA, 2002; PALUDO, 2010).

2.1.2 Governo

O governo define a forma como o Estado é administrado. Em linhas gerais refere-se as diretrizes,

definições dos objetivos de atuação, como são fixadas as políticas públicas, de que forma são tomadas

as decisões políticas-administrativas, ou seja, é responsável por estabelecer as normas, regras,

processos a serem seguidos pela administração pública de forma que sejam alcançados os objetivos do

Estado e a promoção do bem comum (PALUDO, 2010).

De forma a complementar este conceito mais técnico, Matias-Pereira (2010) ao citar Jhoson

(1997) diz que o governo é constituído por um grupo específicos de pessoas que ocupam cargos de

poder dentro do Estado.

Reforçando o que foi dito anteriormente, Costin (2011) afirma que o Governo é comando direto

exercido por um representante político legal (elegido pelo povo) e que através de suas atribuições legais

são responsáveis por gerir um povo, visando o cumprimento das leis e o prevalecimento do bem comum.

Page 32: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

31

Nesse contexto, compreende-se que o Governo é a ferramenta utilizada pelo Estado para

exercer o poder sobre o povo de um determinado território, isto é, através de um representante político

legal e que detém toda a responsabilidade constitucional e política para comandar o povo (MATIAS-

PEREIRA, 2010).

2.1.3 Administração Pública: conceitos e modelos

Inúmeras são as definições atribuídas ao termo “Administração Pública” e para melhor

compreensão conceitual Paludo (2010) apresenta essa definição a partir de duas ciências, são elas:

Quanto ciência da administração: que corresponde ao ramo da administração

aplicada nas administrações diretas e indiretas na gestão das três esferas de governo

(Municipal, Estadual e Federal);

Quanto ciência jurídica: que está relacionada as atividades desenvolvidas pelos entes

públicos, dentro dos limites legais, e que tem como objetivo maior a prestação de

serviços a sociedade em prol do bem comum.

Pois, como dito anteriormente, o conceito de “Administração Pública” apresenta uma

multidisciplinaridade, sendo objeto de estudo de diversas ciências sociais como a economia,

administração e direito.

Para definir administração pública Costin (2011) usando das palavras de Alexandre Moraes,

(2003) apresenta este conceito a partir de dois enfoques: o objetivo que a define como uma atividade

direta que o Estado desenvolve para garantir o interesse da coletividade. E o enfoque subjetivo a

determina como um conjunto de entidades e pessoas jurídicas estabelecidas em Lei para exercer

funções administrativas.

De uma forma mais genérica e abrangendo em um único conceito todas as ideias expostas

anteriormente, Acerenza (2002), afirma que a Administração Pública é uma atividade realizada pelo

Estado para alcançar suas finalidades, auxiliadas por organismos que compõe o estado em sua forma

administrativa.

Nesse contexto, vale salientar que a administração pública está pautada por alguns princípios

que servem de alicerce para a execução de uma gestão racional e pura, tais princípios permitem a exata

compreensão dos atos públicos.

E para que possa desempenhar o seu papel de forma efetiva a “Administração Pública” está

dividida em órgãos e entidades, a sua estruturação, eventuais alterações, atribuições de competências

Page 33: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

32

administrativas estão previstas em lei, e para tanto, conforme o art. 37 da Constituição Federal a

administração pública divide-se em direta e indireta (PALUDO, 2010).

A administração direta é composta pelos órgãos integrantes dos três poderes e que possuem

competências especificas. Já a Administração indireta compõe as entidades que possuem personalidade

jurídica própria, ou seja, órgãos e entidades que auxiliam os governantes a gerirem de forma eficaz e

eficiente.

Vale salientar, que para existir uma gestão competente e a administração pública possa alcançar

seus objetivos, faz-se necessário realizar três funções básicas praticadas pela administração privada que

são o planejamento, a execução e a supervisão das atividades desenvolvidas, pois muito se fala da

modernização da administração pública, e o caminho para isso seria adotar algumas práticas da

administração de negócios, claro, adaptando as suas necessidades e particularidades. E para esse fim,

faz-se necessário uma estrutura organizacional compatível com a forma de gestão adotada pelo

representante político (ACERENZA, 2002).

Os conceitos de Estado, Governo e Administração Pública estão interligados de tal forma que

podem causar confusão, até mesmo para quem atua no meio público, e para desmistificar esses termos,

possibilitando uma melhor compreensão Paludo (2010) reconhece que o Estado exerce seu poder

através do Governo, ou seja, o Governo é o instrumento que o Estado usa para gerir a máquina pública,

através do agente político que por meio das suas atribuições legais define os as normas a serem

seguidas pela administração pública.

A Administração Pública é responsável por executar serviços realizados pelo Governo e pôr em

pratica as funções políticas e assim atender as necessidades da população. E para esse fim passou por

três diferentes formas, durante o seu processo histórico, são elas: Patrimonialista, Burocrática e

Gerencial (MATIAS-PERREIRA, 2010).

2.1.3.1 Administração Pública Patrimonialista

A evolução do processo histórico da Administração Pública não ocorreu de forma autoritarista,

isto é, por imposição de Governo, mas exatamente pela necessidade de mudanças na forma de gerir e

organizar a máquina pública, mudanças essas, advindas das conquistas políticas e sociais da população

que já lutavam por seus direitos (MATIAS-PERREIRA, 2010).

Este modelo de Administração Pública denomina-se patrimonialista, exatamente por não haver

qualquer tipo de separação entre o patrimônio da monarquia e o patrimônio público. Nesta época, o poder

soberano, reinava na mão dos monarcas, que por sua vez, distribuíam cargos públicos como

Page 34: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

33

recompensas, ou seja, não existia carreiras organizadas ou se quer divisão do trabalho, todos os cargos

eram de livre nomeação do soberano. O estado era propriedade do soberano e a administração pública

apenas uma extensão de seu poder, não pensava-se no bem da coletividade, tudo o que era feito

restringia-se a um pequeno grupo encabeçado pelo soberano os serviços públicos oferecidos consistiam,

na segurança contra invasores e na justiça exercida pelo soberano pautada pelo respeito a tradições de

cunho religioso e ocasionalmente alguns bons súditos contavam com auxilio econômico.

No entanto, as mudanças decorrentes das conquistas políticas e sociais da população como: o

surgimento de grandes organizações, o processo de industrialização e as demandas sociais emergentes

que impuseram a necessidade de haver essa distinção de patrimônios, pois, os cidadãos que pagam

impostos passaram a exigir garantia dos seus direitos e lutar por eles (MATIAS-PERREIRA, 2010;

PALUDO, 2013).

2.1.3.2 Administração Pública Burocrática

A administração Burocrática surge na segunda metade do século XIX, com intuito de combater

a corrupção e o nepotismo patrimonialista. E propunha aplicação dos princípios do desenvolvimento, da

profissionalização, ideia de carreira pública, hierarquia funcional, impessoalidade, formalismo, tudo

imposto pelo poder legal com intuito de reestruturar e fortalecer a administração pública. No entanto,

para esse fim, era necessário um controle rígido dos processos e do ingresso a carreira púbica, impondo

regras nas admissões, controle de compras, evitando assim abusos de poder e ineficiência da máquina

pública.

Embora, fosse necessário mudanças gestão pública, este modelo apresentou inadequações na

no que diz respeito aos interesses da população, pois suas regras passaram a sobrepor o bem comum,

suas regras e normas eram extremamente rígidas e operando de forma funcional, como se tudo pudesse

ser resolvido por meio de regras e manuais (MATIAS-PERREIRA, 2010; PALUDO, 2013).

Nesse contexto, após adoção do modelo burocrático quando o Estado passa a ser democrático

em meados do século XX, na qual seu principal fim é a geração do bem comum, ocorre um aumento

significativo das funções do Estado nos campos socioeconômicos e políticos, a partir daí o modelo

burocrático já não é mais suficiente para atender as necessidades desse novo Estado que surge,

proveniente do atendimento adequado das crescentes demandas da população.

Sendo assim, com a incapacidade do modelo burocrático de atender as novas demandas do

Estado, tem-se início um processo de transformação, impondo uma reforma na gestão pública, que visa

transformar o modelo de Estado burocrático em Estado gerencial.

Page 35: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

34

2.1.3.3 Administração Pública Gerencial

O Estado assume um novo papel, agora como Estado gerencial exime-se da total

responsabilidade sob o desenvolvimento econômico e social do seu território, transferindo para o setor

privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado, mediante expansão comercial, como

estratégia para reduzir custos e tornar mais eficiente a gestão dos inúmeros serviços, que até então,

eram de inteira responsabilidade do Estado.

Segundo Bresser-Pereira e Spink (2006), o Estado gerencial vai além de criação de agências

reguladoras, ele apresenta-se como um Estado democrático e eficiente que age como capacitador da

competitividade entre as empresas privadas e ainda, como financiador de serviços sociais e pesquisas

cientificas. Isto é, esta nova forma de Estado orienta-se para o cidadão e para o alcance de resultados

atribuindo aos políticos e funcionários públicos um grau limitado de confiança que permite a execução

da descentralização e o incentivo a criatividade e inovação e os gestores públicos tenham liberdade para

escolher os métodos mais apropriados para o alcance de suas metas.

Em suma, a Administração Pública Gerencial está pautada pelo desenvolvimento tecnológico,

abertura e expansão de mercados e globalização da economia mundial, visando a melhoria da qualidade

dos serviços ofertados, a eficiência, a flexibilidade das regras, a avaliação dos processos que reconhece

o cidadão como contribuinte e cliente dos serviços ofertados pelo Governo (PALUDO, 2013).

Vale salientar ainda, que as duas fases evolutivas posteriores a administração patrimonialista

que compõe o processo histórico da Administração Pública no Brasil estão pautadas pela criação de

novas instituições, mudanças constitucionais e ainda transformações profundas no sistema

administrativo afetando os interesses políticos e econômicos do país (MATIAS-PERREIRA, 2010).

Após todas as reformas pela qual a Administração Pública passou, sua atual missão é construir

um Estado que atenda às necessidades dos cidadãos, um Estado democrático que permita o cidadão

fiscalizar o desempenho dos representantes políticos, e que ao mesmo tempo os políticos possam

fiscalizar e prestar contas com a sociedade.

2.1.4. O turismo e a administração pública

A atuação da Administração Pública no âmbito do turismo ocorre a partir da criação de órgãos e

entidades constituídos com intuito de fomentar essa atividade em lugares que se destacam como

potenciais destinos turísticos. Além da manutenção dos serviços básicos públicos como transporte,

saneamento básico, gestão da via pública, segurança, limpeza, dentre outros que são responsáveis pelo

Page 36: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

35

bem estar da população, satisfação do turista e fortalecimento da imagem do destino (VALLS, 2006).

Embora não haja uma classificação especifica para o turismo no setor econômico, por envolver um

conjunto de negócios dos mais variados ramos e que ofertam diversos produtos e serviços aos visitantes

(turistas e excursionistas), é percebido claramente o impacto econômico desta atividade em alguns

destinos já consolidados (ACERENZA, 2002).

Importante salientar que, o planejamento realizado de forma estratégica e sustentável do turismo

é o passo inicial para o desenvolvimento dessa atividade em uma localidade, através dele é que ações

e direcionamentos poderão ser tomados de forma apropriada, com a participação de todos os agentes

envolvidos na atividade turística, pois não envolve somente a construção de atrativos ou a construção

de uma boa imagem, todos os elementos que compõe a atividade turística perpassa por decisões

estratégicas que se iniciam com o Plano Nacional do Turismo (PNT) que associado aos planos municipais

criem projetos e estruturas capacitadas para manutenção de um fluxo turístico constante (BIGNAMI,

2005; QUEVEDO, 2007 ).

No âmbito local, o turismo deve estar presente na estrutura administrativa do Município, através

da criação de secretarias de turismos e suas atividades compreendem a criação de infraestrutura,

conservação e proteção de atrativos, concessão de alvarás para abertura de negócios que venham

atender as necessidades dos turistas, criação de impostos especiais, criação e divulgação de roteiros e

atrativos disponíveis. Tais atividades são subsidiadas por entes estaduais que cooperam na

disponibilização de recursos financeiros, criação de órgãos especializados para ajudar no

desenvolvimento da atividade turística, através da criação de planos, políticas públicas, projetos,

capacitação, ou seja, é um agente facilitador tanto na alocação de recursos, quanto no estabelecimento

de diretrizes a serem seguidas (BIGNAMI, 2005; VALLS, 2006).

Já no âmbito nacional concentra-se o desenvolvimento e direcionamento de políticas turísticas,

promoção do turismo no exterior, criação de planos voltados para construção de atrativos turísticos, leis

que estimulem a criação de negócios especializados em serviços turísticos, fiscalização e distribuição de

recursos.

Mas para que de fato aconteça o desenvolvimento efetivo da atividade turística e ela possa de

fato produzir os resultados esperados deve-se criar estratégias de cooperação e conscientização para

que haja articulação e sinergia entre os atores envolvidos (administração pública, iniciativa privada,

universidades, comunidade local) só assim será possível o desenvolvimento de uma atividade turística

com a qualidade que os visitantes e turistas almejam quando buscam um destino para visitar (VALLS,

2006).

Page 37: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

36

2.2 Turismo

Na literatura, historicamente, o conceito de turismo é amplo e não há uma definição universal, a

palavra turismo que surgiu ainda no século XVII na Inglaterra atribuindo-se ao um tipo de viagem

especial, denominada tour, palavra de origem francesa que significa voltar e que remete-se a classe

privilegiada, pois só eles realizavam esse tipo de viagem. E para melhor compreensão é importante

desmistificar o conceito de viajem e turismo Viajem é o ato de deslocar-se e turismo exige a presença de

alguns elementos como infraestrutura, recursos e uma estrutura administrativa. Os Romanos se

destacaram como principais antecedentes remotos do turismo, eles foram os primeiros a viajar por

prazer, tinham como destino o campo, o mar, os templos e festivais, movidos pelos objetivos que hoje é

identificado como turismo de lazer. Mas foi somente após a Segunda Guerra Mundial, mais

especificamente no século XX que esse fenômeno obteve destaque e expandiu-se para o mundo inteiro,

atividade que antes era privilégios da elite, com o advento da indústria, o aumento do poder de compra

do consumidor e a busca pelo bem estar, tornou-se uma das atividades econômicas mais importantes

do mundo, presente nas mais variadas formas e para os mais diversos públicos (BARRETO, 2008;

RUSCHMAN, 2008).

O turismo para Dias e Cassar (2005), pode ser analisado a partir de duas vertentes: a

sociocultural que considera essa atividade uma prática social e cultural, que busca atender as

necessidades psicossociologicas dos potenciais consumidores-turistas que podem ser de lazer,

descanso, negócios, conhecimento de novos lugares, culturas e/ou pessoas. E a econômica que define

o sistema turístico como um sistema econômico-industrial integrado por várias empresas que ofertam

inúmeros serviços (alimentação, transporte, hospedagem) e consumo de bens.

Segundo La Torre (1992), o turismo é um fenômeno social que tem como principal objetivo o

deslocamento temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que tem como motivação o lazer,

descanso, cultura, esporte. Enquanto Trigueiro (2001), diz que o turismo é um somatório de fenômenos

resultantes das relações que surgem da interação entre turistas, empresas, comunidade receptora

durante a sua estada no destino.

Já Beni (2007), apresenta três tendências para a definição de turismo: a econômica, a técnica e

a holística. A definição econômica entende o turismo como um conjunto de operações envolvidas no

deslocamento do turista até a localidade, bem como os serviços que garantem a sua estada no local,

(transporte, alojamento, recreação, alimentação e serviços afins), porém, existe uma grande controvérsia

entre os teóricos quanto a existência de uma definição econômica precisa do turismo, pois enquanto

alguns autores tratam-no como uma indústria, outros o visualizam como um fenômeno econômico e

social.

Page 38: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

37

Na busca de estabelecer algum controle sob o tamanho e as características do mercado turístico,

alguns órgãos governamentais competentes e empresas especializadas no turismo adotaram algumas

definições técnicas, dentre elas tem-se a desmistificação dos termos “visitantes” e turistas”. Em 1963, as

Nações Unidas durante uma Conferência sobre viagens internacionais e Turismo realizada em Roma,

concluiu que “para fins estatísticos, o termo ‘visitante’ descreve a pessoa que visita um país que não seja

o de sua residência, por qualquer motivo, e que nele não venha a exercer ocupação remunerada” (BENI,

2007, p. 35).

Definição esta, que incorpora dois novos conceitos:

Turistas – visitantes temporários que permaneçam pelo menos vinte quatro horas no

país visitado, cuja finalidade de viagem pode ser classificada sob um dos seguintes

tópicos: lazer (recreação, férias, saúde, estudo, religião e esporte), negócios, família,

missões e conferencias;

Excursionistas – visitantes temporários que permaneçam menos de vinte e quatro

horas no país visitado, incluindo os viajantes de cruzeiros marítimos (BENI, 2007, p. 35).

Quanto a definição holística do turismo, busca-se estabelecer um conceito que incorpore toda a

sua essência, nessa perspectiva o turismo pode ser definido como um conjunto de fenômenos e relações

que ocorrem fora do seu local habitual, proporcionados pelas atividades econômicas envolvidas na

satisfação das necessidades dos visitantes, durante a sua estada.

Mediante o contexto atual, observa-se que são inúmeras as definições de turismo e estas se

diferenciam pela sua abordagem, ótica e múltiplos aspectos que envolvem o turismo. As definições aqui

expostas por La Torre (1992), Trigueiro (2001), Dias e Cassar (2005) e Beni (2007) evidenciam o turismo

como um fenômeno social e econômico pela interação que surge a partir da escolha da destinação,

movimento das pessoas até outras localidades estendendo-se ao longo da sua estada e satisfação de

suas necessidades motivadas por atividades de descanso e lazer.

Embora, os conceitos apresentados sobre o turismo enfatize que os elementos fundamentais

para a ocorrência desse fenômeno esteja ligado a atividades de descanso, lazer, entretenimento, tempo

de permanência na localidade e realização de atividades não lucrativas. Observa-se que, oposto a isso

estão as pessoas que viajam por motivos alheios ao turismo, mas utilizam dos mesmos serviços

disponíveis aos turistas, destacam-se nesse aspecto os profissionais que viajam a trabalho que as vezes

estão acompanhados da família que irão usufruir dos serviços e atrativos turísticos disponíveis na

localidade (BARRETO, 2008).

No contexto teórico, o conceito de turismo vem avançando na medida em que cresce sua

relevância no mundo; paralelo a isso, vem sendo desenvolvido diversos termos no campo de

conhecimento do turismo, dentre eles podemos destacar os Destinos Turísticos e Produtos Turísticos.

Page 39: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

38

2.2.1 Destinos Turísticos

Em linhas gerais, um destino turístico é formado por produtos turísticos que dão suporte ao

desenvolvimento dos recursos e atrativos existentes na localidade. A Organização Mundial do Turismo

(OMT), define que destinação turística é o local onde um visitante permanece por pelo menos uma noite

e nela está incluído atividades de suporte e atrações, bem como equipamentos turísticos que satisfaçam

a sua breve estada.

Segundo Dias e Cassar (2005), para que uma localidade seja considerada uma destinação

turística, deve-se ter um conjunto de organizações e indivíduos integrados que colaboram e competem

na oferta de diversos produtos e serviços que venham satisfazer as necessidades dos turistas.

Desse modo, uma localidade não pode se tornar uma destinação turística apenas por deter um

atrativo turístico, seja ele natural, artificial ou qualquer acontecimento que desperte interesse turístico e

motive o deslocamento de pessoas, este potencial atrativo configura-se como um elemento

desencadeador e motivador, mas sobreposto a ele, e indispensável para que a atividade turística possa

acontecer de forma sustentável no destino, faz-se necessário a formação de uma cadeia integrada e

preparada para atender o turista ofertando-os serviços que tornem a atração ou atrativo turístico

passiveis de ser aproveitado, que envolve não apenas a iniciativa privada, mas órgãos de apoio,

comunidade local e a gestão pública, pois a oferta turística é composta não somente de atrativos, mas

de equipamentos e serviços turístico (hospedagem, serviços de alimentação e entretenimento e

infraestrutura básica (saneamento básico, água, luz, segurança, serviços médico-hospitalares,

transportes) dentre outros que permita a plena satisfação das necessidades dos visitantes (turistas e

excursionistas) durante a sua estada no destino.

Ou seja, pode ser qualquer unidade territorial que esteja disposta a desenvolver o seu potencial

turístico através de um planejamento sustentável e uma equipe administrativa capaz de desenvolve-la,

o que nos remete a um novo conceito presente na atividade turística e no próprio conceito de destino

turístico, que é o de produto turístico (VALLS, 2006; CAMPOS, 2010).

O produto turístico pode ser definido como sendo um conjunto de bens e serviços especializados

no atendimento das necessidades dos turistas que estarão presentes desde a saída da sua casa, bem

como durante a sua estada e até o seu retorno, o que também se configura como oferta turística, ou seja,

o produto turístico é formado a partir dos bens e serviços ofertados ao turista desde o momento da

escolha da destinação turística, que correspondem, aos atrativos naturais, culturais, estrutura turística,

preço e comercialização, sem estes itens não é possível a realização de qualquer atividade turística na

localidade, pois a mesma não estará apta para receber visitantes. (ROSE, 2002; IGNARRA, 2003)

Page 40: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

39

Ainda segundo Ignarra (2003), o produto turístico é composto por seis componentes, como

mostra a Figura 05:

Figura 05 – Composição do Produto Turístico

Fonte: Elaboração própria adaptado de Ignarra (2003)

Conforme os elementos apresentados na figura 05, temos os bens e serviços necessários para

atender as necessidades do consumidor-turista que são produtos alimentícios, produtos de uso nas

instalações turísticas de acordo com a atividade ofertada, hospedagem, ou seja, são os serviços já

esperados pelos turistas, assim como os serviços auxiliares cinema, livrarias, lavandarias, organizadores

de eventos entre outros. Já infraestrutura básica refere-se à sinalização, saneamento básico, energia

elétrica, redes de comunicação, capacitação de recursos humanos, ou seja, são elementos fundamentais

para que ocorra a atividade turística. Os recursos dizem respeito aos recursos naturais (solo, fauna, flora,

água) de trabalho (organizações e recursos humanos) e de capital (público e privado). A gestão que é

responsável pelo planejamento estratégico e realização continua da atividade turística no local,

proporcionando a integração entre os agentes. E por fim a imagem da marca que pode ser conhecida ou

não pelos turistas, como também, pode estar apenas na mente do visitante e está relacionada as

impressões, ideias, opiniões que um potencial turista tem sobre o destino. Ou seja, o produto turístico

nada mais é que uma cadeia produtiva formada por subprodutos que estão implícitos durante o processo

de escolha da destinação turística que mais se adequa as necessidades do turista naquele momento

(IGNARRA, 2003; FERNANDES, 2011).

Diferentemente da oferta de produtos e serviços convencionais, o produto turístico apresenta

algumas características peculiares, pois trata-se de um produto estático que só pode ser consumido

durante a sua utilização, uma vez que, o turista é quem deve ser atraído até o produto para de fato

consumi-lo. Além de enfrentar uma concorrência forte em relação aos seus atrativos e passar por

Page 41: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

40

períodos sazonais, a atividade turística necessita de uma complementariedade, resultante da integração

entre os empreendimentos disponíveis no mercado para atender as necessidades dos consumidores.

Diante desse cenário, uma localidade turística que busca atuar competitivamente nesse mercado deve

prezar pela diversidade dos atrativos turísticos e fortalecimento da sua cadeia produtiva (ROSE, 2002).

Todos esses elementos que compõem a oferta do produto turístico devem estar integrados em

uma cadeia produtiva de forma que venha oferecer preços competitivos, diversidade de atrativos,

serviços de qualidade, atendimento personalizado de forma que o turista tenha em mente uma imagem

forte e positiva da localidade o que resultará na indicação para outras pessoas, bem como na intenção

dele de retornar a localidade.

Conhecido os elementos que envolve o sistema turístico, bem como os recursos e serviços

necessários para que de fato possa acontecer a atividade turística, o próximo passo é compreender como

utilizar o marketing para divulgação, atração e retenção desse potencial turista até a localidade, pois

diferentemente dos produtos convencionais que podem ser avaliados antes da compra, o turismo é um

serviço de consumo simultâneo.

Como uma atividade de muitas faces, o turismo pode trazer inúmeros efeitos positivos desde de

impactos sobre o comportamento dos indivíduos na sociedade, a aproximação desses indivíduos com

lugares diferentes, contatos com novas culturas provoca a mudança de hábitos, quebra de preconceitos

e tabus, pois trata-se de uma experiência única, rica de conhecimento e transformadora.

Já na vertente econômica é uma atividade geradora de empregos, provoca um efeito cascata,

pois todas as demais atividades econômicas presente na localidade são afetadas, fomenta o

empreendedorismo, valoriza o patrimônio cultural, induzindo a gestão pública a investir nesses setores,

porém quando não bem gerida essa atividade pode causar alguns pontos negativos como o

encarecimento de produtos, investimentos em infraestrutura que serão utilizadas apenas em períodos

sazonais, aumento de gastos públicos.

Embora apresente aspectos tanto positivos, quanto negativos caracterizando o turismo como um

fenômeno paradoxal e estereotipado pelas pessoas que o associam apenas a “sol e praia”, porém,

através de uma conscientização, gestão integrada e oferta de serviços de qualidade, qualquer localidade

poderá desenvolver alguma atividade turística que seja adequada as suas particularidades e

posteriormente a construção de uma imagem capaz de atrair potenciais turistas (DIAS e CASSAR).

Page 42: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

41

2.2.2 Segmentação da atividade turística

A segmentação surge na atividade turística como uma forma de organizá-la, permitindo assim a

realização do planejamento, da gestão e construção do mercado. Estes segmentos podem ser

estabelecidos a partir dos elementos e características que compõe a identidade do destino gerando uma

relação de oferta e demanda o que a caracteriza como atividade econômica.

Segundo o Ministério do Turismo (2006, p. 03) a partir da identificação da oferta, que está

associada as potenciais características do destino é que se define os tipos de turismo, que podem ser

identificados a partir da existência das seguintes elementos na localidade:

Atividades, práticas e tradições (agropecuária, pesca, esporte, manifestações culturais,

manifestações de fé);

Aspectos e características (geográficas, históricas, arquitetônicas, urbanísticas, sociais);

Determinados serviços e infraestrutura (de saúde, educação, de eventos, hospedagem,

de lazer).

Dessa forma, identificado os elementos turísticos presentes na localidade, deve-se também,

identificar os grupos de consumidores, suas motivações, fatores que determinam a sua decisão,

características, isto é, a determinação de roteiros, estruturação de produtos devem ser estabelecidos em

função demanda. Pois, como bem sabemos o mercado está em constante transformação, da mesma

forma, que as pessoas mudam de ideias, atitudes e buscam novas experiências, exatamente em função

do desenvolvimento, criatividade e inovação tecnológica.

A motivação da viagem configura-se como principal elemento disponíveis para segmentação do

mercado turístico que abrange desde a exploração de recursos naturais com o ecoturismo até a utilização

de recursos econômicos, culturais e históricos da cidade com a pratica do turismo de negócios e eventos,

dessa forma, dentre os maiores segmentos desse mercado destaca-se: descanso ou férias, negócios

ou compras, desportivo ecológico; rural; de aventura; religioso; cultural; cientifico; gastronômico;

estudantil; congressos; familiar e de amigos; de saúde e ainda o turismo de interesses específicos com

uma ampla variedade de opções (COBRA, 2005; BRASIL, 2006).

Dentre os vários conceitos de turismo existentes na literatura, compreende-se que as pessoas

viajam por diversos motivos, seja a busca de conhecimento, repouso, lazer, ou até mesmo por

simplesmente gostar de viajar (ATHENIENSE, 2004). Dessa forma, os diversos tipos de turismo podem

ser classificados da seguinte forma, como mostra o Quadro 02, a seguir.

Page 43: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

42

Quadro 02 – Tipos de Turismo

TURISMO DE FÉRIAS

A forma mais tradicional e comum do turismo praticado em dias que as pessoas tem por direito após

um ciclo anual de trabalho e caracteriza-se pela busca de descanso, lazer e alivio da rotina, os destinos

mais procurados para esse tipo de turista são os de sol e praia, em outros casos optam pela neve,

montanhas, parques temáticos.

TURISMO CULTURAL

Procurado por pessoas que buscam conhecer e apreciar novas culturas, etnia, atraídos por

monumentos históricos, museus e as mais diversas manifestações culturais. Ou seja, a principal

motivação desses turistas é a busca pelo conhecimento de outros povos

TURISMO DE LAZER

Este tipo de turismo, considerado um dos mais comuns, são realizados por pessoas que viajam em

busca de conhecer novos localidades, descansar. Locais que ofereçam uma infraestrutura adequada.

ECO TURISMO

Turismo realizado por pessoas que apreciam a natureza, e objetivam praticar atividades que tenham

contato direto com a natureza como trilhas, caminhadas para respirar ar puro e contemplar sua beleza

TURISMO DE AVENTURA

Praticado por pessoas que gostam de adrenalina, destacam-se nesta prática atividades como rapel,

alpinismo, escaladas.

TURISMO DE CONGRESSOS

Turismo realizado por pessoas motivadas a participar de congressos, convenções, seminários,

palestras que abordam determinadas áreas de interesse ligados a sua profissão ou curso universitário.

TURISMO DE NEGÓCIOS

Esta relacionados a viagens realizadas e caráter profissional que envolvam: reuniões, parcerias,

vendas, conhecimento de mercado, capacitações.

TURISMO DESPORTIVO

Engloba as viagens realizadas para participação em competições esportivas nacionais, estaduais e

mundiais, feitas por torcedores, atletas e comissões técnicas.

TURISMO DE SAÚDE

Pessoas que viajam em busca técnicas avançadas e inovadoras de tratamentos de saúde física ou

mental objetivando uma melhor qualidade de vida.

TURISMO RELIGIOSO

Motivado pela realização de visitas a lugares que expressam sentimentos místicos e suscitam a fé de

pessoas ligadas aos vários tipos de religião.

Fonte: Elaboração própria a partir de Rose (2002); Atheniense (2004); Cobra (2005); Brasil (2006).

O turismo apresenta-se de modo geral como um fenômeno de caráter econômico e social que

surge a partir da necessidade que o indivíduo, grupo de indivíduos ou famílias, perpetuam ao procurar

uma forma de sair do seu lugar habitual, da sua casa, cidade em busca lazer, descanso e que na maioria

Page 44: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

43

das vezes está relacionado ao período de férias das pessoas, essa seria a prática de turismo mais

comum, porém o turismo com sua dinamicidade apresenta-se de várias formas como o turismo de

negócios, eventos, natureza, entre outros.

2.2.2.1 Turismo de Negócios e Eventos

O turismo de negócios é considerado uma das mais antigas formas do turismo, pois ocorre

desde as antigas civilizações. Ainda na Idade Média esta prática já e estava presente durante a

realização da famosa feira anual de Beaucaire1, que era conhecida e frequentada por todo mundo

ocidental, em seguida veio a Revolução Industrial e suas transformações, que impulsionaram ainda mais

essa prática com a implantação das estradas de ferro, facilitando assim a locomoção das pessoas aos

destinos, mas foi somente após a Segunda Guerra Mundial que essa prática intensificou-se provocada

por alguns aspectos, como:

Melhorias tecnológicas nos meios de transporte;

Ascenção da economia local;

O desenvolvimento de novas formas de turismo de negócios como as viagens de

incentivo (SWARBROOKE e HORNER, 2002).

Ainda no século XIX em Detroit nos Estados Unidos, empresários do setor hoteleiro na busca

por atrair clientes para se hospedarem em seus hotéis uniram-se para promover a localidade como um

destino propicio para realização de convenções e eventos, e a partir daí surge um dos instrumentos mais

eficazes a disposição do mercado para promover o turismo, mas principalmente o turismo de negócios

os convention e visitor bureaux.

A ideia originou-se de um artigo publicado pelo recém chegado jornalista Milton Carmichel no

The Detroit Journal, um das principais meios de comunicação da época, tal artigo gerou alvoroço ao

criticar a forma pelo qual os empresários do setor hoteleiro divulgavam seu negócio, viajando para

cidades vizinhas com o mesmo discurso batido “se um dia você for a Detroit, lembre-se de que sua

melhor opção de hospedagem é o meu hotel” além de criticar a competição predatória que havia entre

os empresários dos principais setores econômicos da cidade.

Algumas semanas depois um novo artigo de Carmichel anunciava a criação do primeiro

convention bureau do mundo e partir daí empresários do setor hoteleiro, comerciantes decidiram fundar

1 Feira Anual de Beaucaire uma das feiras comercias mais famosas do século XV realizada as margens rio Rhône, no Sul de

França, era conhecida em todo o Mundo Ocidental onde vinham comerciantes de todas as partes para usufruir dos serviços locais existentes como alojamento e alimentação (MARQUES, 2012).

Page 45: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

44

uma organização para promover de forma estratégica e conjunta a cidade de Detroit como o destino ideal

para realização de convenções, e assim surgiu em 1907 o The Detroit Convention & Businessmen’s

League, ou Liga de Convenções e Homens de Negócios de Detroit, esta prática que surgiu a partir de

um artigo de opinião, gerou fortes impactos no desenvolvimento do turismo de forma estratégica,

ganhando assim notoriedade em muitos países juntamente com a criação de Convention & Visitors

Bureaux (CVBx) pelo mundo (CARVALHO, 2013).

Os CVBx, segundo o Ministério do Turismo (2008) se configuram como organizações não

governamentais, ou seja, sem fins lucrativos criadas e mantidas pelos agentes que atuam no segmento

turístico de negócios (hotéis, organizadores de eventos, centro de convenções) e tem como objetivo

principal promover o aumento do fluxo de visitantes e turistas através da captação de eventos para o

destino, sua entidade representativa é a Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux.

As viagens realizadas por motivos profissionais e denominada como “Turismo de Negócios” não

envolve mais, apenas vendas e transporte de mercadorias, nos últimos anos novas modalidades dessa

prática vem surgindo, como: conferencias, lançamentos de produtos, cursos de treinamento, eventos

corporativos, feiras são alguns exemplos de atividades neste segmento. E para acompanhar o seu

desenvolvimento alguns negócios como o setor hoteleiro tem se especializado para atender as

necessidades desses turistas. Pois, a realização dessas atividade requer a utilização de algumas

estruturas como centro de convenções, auditórios, salas de reuniões, laboratórios para realização de

oficinas e/ou minicursos. Evidenciando e consolidando ainda mais a denominação não somente de

turismo de negócios, mas “Turismo de Negócios e Eventos”, embora ambos possam acontecer

separadamente, necessitam de estruturas físicas semelhantes para sua realização e podem estar

integrados (SWARBROOKE e HORNER, 2002).

Pensando na abrangência e integração das temáticas de negócios e eventos, o Ministério de

Turismo define o Turismo de Negócios e Eventos como sendo um conjunto de atividade turísticas

resultantes dos encontros de interesse profissional, institucional, técnico, cientifico e social (BRASIL,

2008).

Diante disso, o turismo de negócios pode ser entendido como viagens realizadas por motivos

profissionais, como participação de reuniões ou eventos corporativos, viagens de incentivo, compra e

venda de produtos ou serviços, ou seja, realização de atividades que estejam relacionadas a empresa

ou instituição na qual tem-se um vínculo empregatício (CUNHA e SANTOS, 2011). Ou ainda, praticado

por qualquer pessoa que saia da sua localidade habitual com objetivo de realizar negócios, cumprir

tarefas profissionais, participar de eventos de caráter comercial, promover futuros negócios, ou seja, toda

ou qualquer atividade quem envolva fins comerciais de qualquer natureza econômica (ROGERS e

MARTIN, 2011).

Page 46: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

45

Este segmento do turismo pode ser desenvolvido principalmente em localidades onde não

existem fortes atrativos físicos, naturais e/ou culturais capazes de provocar o deslocamento de turistas

até o destino, bem como, cidades que disponibiliza de um mercado comercial significativo provocando

assim o fortalecimento da rede hoteleira e o crescimento econômico local, através da geração de

emprego e renda e criação de infra estrutura (PAWELKIEWICZ e BANDEIRA, 2012).

Atrelado o Turismo de Negócios e Eventos está o Turismo Educacional com a expansão de

universidades em todo o país, anterior a isto os povos da elite grega e romana já viajavam em busca de

ampliar sua compreensão de mundo, dessa forma, destaca-se nesse segmento de turismo as viagens

de intercambio de estudantes onde os jovens vão para outros países por um determinado tempo

aprender o idioma e vivenciar a cultura daquele país e também temo as férias com interesse especial

viagens realizados por pessoas que buscam sempre aprender algo novo como cursos de pintura,

culinária, aprender novos idiomas e a partir daí com o passar do tempo surge novas subcategorias como

é o caso do Turismo de Congressos realizado por pessoas pela participação em congressos,

convenções, seminários em busca de aprendizagem e crescimento profissional (SWARBROOKE e

HORNER, 2002; ATHENIENSE, 2004).

O Ministério do Turismo (2008, p. 20) define alguns aspectos importantes no desenvolvimento

do Turismo de Negócios e Eventos em uma localidade, merecem destaque:

Institui-se como atividade de alta rentabilidade, uma vez que o turista desse segmento, em relação ao turista de lazer, apresenta maior gasto médio, normalmente retorna mais vezes e com maior tempo de permanência no destino.

Os eventos e atividades de negócio funcionam como ferramenta de marketing para o destino, expondo-o significativamente na mídia e estimulando que o turista volte para fins de lazer e divulgue-o a outras pessoas.

Possibilidade de interiorização da atividade turística, pois podem ser realizados em cidades menores, desde que apresentem as condições e estruturas necessárias para a realização de eventos, reuniões e visitas de negócio.

Aumento da arrecadação de impostos – normalmente, o turista de negócios e eventos necessita da emissão de notas fiscais para comprovação de despesas à empresa a qual pertence.

Motivação ocasionada pelo interesse no evento, e não pela atratividade do destino (BRASIL, 2008).

Além dos benefícios acima destacados, as viagens de negócios são cada vez mais importantes

para as organizações e instituições que as promovem, pois podem proporcionar o surgimento de

parcerias, abertura de novos negócios, capacitação de funcionários gerando diferencial competitivo para

a organização e crescimento de suas atividades (CASTELLARI e POGGI, 2006).

Ainda segundo os mesmos autores esse segmento de turismo durante a sua estada na

localidade realizam gastos superiores aos turistas de lazer, embora alguns autores não considere o

turismo de negócios uma atividade turística a Organização Mundial do Turismo (OMT) classificou-o como

Page 47: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

46

segmento turístico, exatamente pela demanda expressiva das pessoas que viajavam por motivos

profissionais, mas que utilizam os bens e serviços turísticos no seu tempo livre, como visitas a pontos

turísticos, idas a restaurantes (CORIOLANO, 2006).

Importante salientar que existe uma linha tênue entre o turismo de negócios e o turismo de lazer,

pois após o fim dos seus compromissos profissionais os turistas que podem estar acompanhados de sua

família ou colegas de profissão podem buscar atrativos de lazer para relaxar, como restaurantes,

passeios turísticos e locais para diversão ofertadas pela localidade, com intuito de socializar com os

colegas de profissão, ou simplesmente conhecer a cidade no seu tempo livre, além disso, os turistas de

negócios utilizam dos equipamentos necessários para realização da atividade turística de qualquer

segmento (SWARBROOKE e HORNER, 2002; ROGERS e MARTIN, 2011).

2.2.3 Marketing aplicado ao turismo

Nos dias atuais, o turismo tem se destacado como uma das atividades de maiores fontes de

renda e geração de empregos. Dessa forma, a promoção do produto turístico através de ações

estratégicas de marketing bem definidas é fundamental para o crescimento da destinação turística, de

modo, que venha atrair cada vez mais turistas ao destino. Vale salientar que a principal função do

marketing é reter e conquistar clientes. Porém, a promoção do fenômeno turístico é complexa, porque o

consumidor tem que ser atraído até o produto turístico, diferentemente da compra de produtos

convencionais, uma vez que, envolve uma série de diferentes produtos e serviços ofertados aos turistas

durante a sua estada na localidade, e é a partir das relações provenientes do turista com as empresas,

gestão pública local e comunidade receptora que o turismo acontece (TRIGUEIRO, 2001).

Diferentemente da oferta de produtos na forma de bem de consumo, o produto turístico é

intangível e caracteriza-se como uma experiência que pode ser positiva ou negativa e só poderá ser

avaliada completamente após o fim da sua estada, onde o turista terá formado uma imagem definitiva

daquele destino o que interfere diretamente na recomendação e intenção de retorno a localidade.

Diante disso, o mercado turístico pode ser definido como um conjunto de consumidores-turistas

potenciais que compartilham a necessidade ou desejo de viajar, dispostos a conhecer novos lugares,

que ofertem produtos e serviços turísticos adequados e organizados de tal forma que permita a

realização da atividade turística no destino e atenda os anseios e expectativas dos consumidores (DIAS

e CASSAR, 2005).

Segundo Trigueiro (2001), a função do marketing turístico é precisamente identificar potenciais

localidades, promover o desenvolvimento de produtos turísticos e fornecer ao turista informações sobre

Page 48: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

47

os atrativos e os equipamentos disponíveis para atender as necessidades do consumidor-turista durante

sua permanência no destino.

Uma vez identificado e desenvolvido seu potencial turístico deve-se pesquisar onde se

encontram os turistas, quais as suas motivações, necessidades e desejos, conhecer o seu

comportamento durante a busca pela localidade, que impressões ele tem desse destino, qual o seu poder

aquisitivo, dentre outras informações que venham resultar na escolha do destino turístico.

Uma destinação que busca crescer e atuar de forma competitiva deve conhecer e definir

precisamente seus mercados e públicos alvos. Mas para que isso ocorra, é necessário a presença de

uma administração profissional e comprometida com a criação de políticas voltadas a geração de

emprego e renda, com a criação de negócios que estejam focados no turista, ou seja, proporcionando o

desenvolvimento turístico na localidade, sobretudo focado na auto sustentabilidade do destino.

Para Beni (2007), o marketing turístico é o meio pelo qual as empresas de turismo identificam

seus clientes e com eles se conectam para conhecer suas necessidades, motivações, desejos para que

assim possam adaptar seus produtos para satisfazer os turistas.

De forma geral, se observa que as definições de marketing turístico se direcionam para o

conhecimento do comportamento do consumidor, para que a partir disso possam ser desenvolvidos

produtos e serviços que venham satisfazer plenamente a necessidade do turista, pois sabemos que a

sua insatisfação pode implicar na queda da demanda de turista, pois estará se produzindo uma imagem

negativa daquele destino.

Como dito anteriormente, o produto turístico é formado por (bens, serviços, serviços auxiliares,

recursos, infraestrutura, equipamentos gestão, imagem da marca e preço), ou seja, uma cadeia integrada

é que torna possível o desenvolvimento da atividade turística. Dessa forma, o marketing de uma

destinação deve ser trabalhado de forma que venha informar e atrair o turista até a localidade.

Destinações com potenciais turísticos que buscam se desenvolver e atrair potenciais turistas

devem investir em um bom plano de marketing que abrange pelo menos 4 (quatro) atividades chaves

definidas por Trigueiro (2001, p. 20 - 21), são elas:

1. Elaborar um marketing-mix adequado; 2. Incentivar a criação de atrações e eventos para conquistar e manter os turistas; 3. Fornecer produtos e serviços que atendam suas necessidades e desejos; 4. Promover adequadamente os valores e imagem para que os turistas conheçam

realmente as vantagens e diferenciais de localidades.

A criação de um bom plano de marketing permite que a localidade diferencia-se das demais e

ainda possibilita uma análise sistêmica dos pontos positivos e negativos em relação ao seu design urbano

que diz respeito a conservação do patrimônio histórico e arquitetura urbana, investimento e manutenção

da infraestrutura básica como saneamento, limpeza pública, energia elétrica, bem como manter a

Page 49: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

48

qualidade na prestação dos serviços básicos como segurança, atendimento nos órgão públicos e

privados, a divulgação de eventos e atrações de forma integrada, para que atinja o maior número de

pessoas possíveis, possibilitar ações de conscientização da população para que ela se envolva no

desenvolvimento de atividades turísticas da localidade, gerando assim uma imagem positiva para a

localidade, a partir da hospitalidade das pessoas (TRIGUEIRO, 2001).

A aplicabilidade do marketing para a promoção de destinos turísticos é de fundamental

importância tanto para a atração de potenciais consumidores-turistas, quanto para o aumento da

competitividade no setor, pois como sabemos que o processo de escolha de um destino é complexo e

parte da influência de vários fatores externos e internos a localidade evidenciado pelo estudo do

comportamento do consumidor, que torna-se pertinente para a desenvolvimento de um marketing

adequado ao que a localidade está ofertando ao potencial turista.

2.2.3.1 Comportamento do consumidor no Turismo

O estudo do comportamento do consumidor é fundamental para a realização de um plano de

marketing adequado e desenvolvimento de estratégias promissoras para o púbico alvo que se pretende

atingir. Pois como sabemos o principal objetivo do marketing é satisfazer as necessidades e desejos dos

clientes, dessa forma o comportamento do consumidor estuda e busca compreender como as pessoas,

grupos de indivíduos ou organizações compram, selecionam, usam e descartam produtos, serviços ou

experiências e que está atrelada a diversas áreas do conhecimento como (economia, psicologia,

comunicação e administração) e que contribuem para a compreensão do comportamento do consumidor

a partir da análise de vários aspectos que influenciam perante uma ação de compra. (LAS CASAS, 2006).

Vale salientar, que o comportamento do consumidor é um processo continuo que não acaba no momento

em que o consumidor entrega o dinheiro, bem como, dinâmico, pois opiniões, atitudes e sentimentos

mudam constantemente (KOTLER e KELLER, 2006; PETER e OLSON, 2010; SOLOMON, 2016).

Mais do que apenas adquirir um determinado produto ou serviço, o estudo do comportamento

do consumidor envolve atividades de pré-compra que estão voltadas para a conscientização da

existência de uma necessidade e busca de opções para satisfazê-la, e atividades de pós-compra que

estão relacionadas a avaliação do item comprado durante a sua utilização, tal conhecimento é

fundamental para a gestão de marketing nas suas tomadas de decisões e consequentemente transformar

esse consumidor em cliente assíduo.

Dessa forma, faz-se necessário entender como se dá o processo de compra do consumidor até

chegar a decisão final, aquela que se julga ser a melhor opção mediante os atributos oferecidos. O

Page 50: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

49

processo de decisão de compra do consumidor é tido por muitos teóricos como cognitivo por estar

relacionado a forma como as pessoas percebem as coisas, processam informações e agem sobre elas.

Visto isso, esse processo inicia-se com a conscientização da necessidade ou desejo do indivíduo que

em seguida buscará uma forma de satisfazer a necessidade ou desejo despertado perpassando por uma

variedade de situações até chegar a aquisição do produto ou serviço que irá satisfazê-lo (BAKER et al.,

2005).

Para Las Casas (2006), o processo de decisão de compra se efetua a partir de cinco etapas,

conforme pode ser observado na Figura 06, a seguir:

Figura 06 – Processo de decisão de compra

Fonte: Adaptado de Las Casas (2006)

Tal processo tem início com a formação da necessidade, onde o indivíduo percebe que precisa

de determinado bem ou serviço para satisfazer algum desejo, seja ele momentânea ou não; em seguida,

por uma questão pragmática, se busca informações e recomendações desse bem ou serviço ofertado

nos diversos meios de comunicação; posteriormente, munido de um conjunto de informações, o

consumidor passa a avaliar todas as alternativas disponíveis e viáveis; a etapa seguinte é a decisão,

momento no qual se visualiza com mais frequência a subjetividade, principalmente pelas experiências

vividas no decorrer de outras compras, porém essa etapa pode ser caracterizada por um processo de

intensa reflexão, visto a complexidade da decisão final; por fim, é efetuada a decisão mais conveniente

para cada realidade, tem-se a etapa de pós-compra, na qual o indivíduo entra em estado de ansiedade

para saber se suas expectativas serão ou não atendidas.

Nesse contexto, se tem uma significativa contribuição de Kotler e Keller (2006), no qual os

autores apresentam de forma simples e singular os vários fatores influenciam no processo de decisão

de compra do consumidor, como podemos ver na Figura 07, a seguir:

Page 51: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

50

Figura 07 – Fatores que influenciam na decisão de compra do consumidor

Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2006)

Os fatores culturais são um dos principais determinantes do comportamento e desejos de uma

pessoa, pois durante a sua evolução o indivíduo vai absorvendo e adquirindo costumes, valores,

preferencias, comportamentos de sua família e pessoas que fazem parte do seu cotidiano. Existem

também as subculturas que são grupos que fornecem identificação e socialização ao indivíduo de uma

forma mais especifica, onde eles passam a usufruir de alguns elementos particulares.

Além dos fatores culturais os indivíduos também são influenciados pelos fatores sociais que são

compostos pelos grupos de referência: são aqueles que exercem alguma influência direta ou indireta. Os

grupos que influenciam diretamente são os grupos de afinidade, primários como família, amigos, vizinhos

a qual interage de forma continua e informalmente e secundários como grupos religiosos, associações,

onde as pessoas interagem com um menor grau de interação. Já as famílias destacam-se como o grupo

de referência mais influente, pois as pessoas tendem a confiar mais nas opiniões dos seus familiares e

por fim os papeis sociais e status: as pessoas em geral participam de vários grupos e nele desempenha

um papel e cada papel carrega um status o que influencia diretamente no poder de compra, pois elas

irão optar por produtos e serviços que evidenciem seu papel e status real ou desejado na sociedade.

As características pessoais de um indivíduo como idade, estágio no ciclo de vida, circunstâncias

econômicas, personalidade, estilo de vida e valores também geram um impacto direto sobre o

comportamento do consumidor, atrelado a isso temos alguns fatores psicológicos como motivação,

percepção, aprendizagem, e memoria que exercem poder sobre a mente do consumidor levando-o a

efetivação da compra.

O ser humano possui necessidades o tempo todo, algumas delas são fisiológicas (fome, sede e

desconforto), outras psicológicas como ser reconhecido em determinada situação de destaque público,

dito isso, uma necessidade pode vir a se transformar em motivo quando a pessoa está envolvida de tal

forma que seu próximo passo é agir em busca da satisfação de suas necessidades.

Algumas teorias sobre motivação humana surgiram com o intuito de analisar o comportamento

do consumidor mediante ações projetadas pelo marketing, como as teorias de Sigmund Freud, Abraham

Page 52: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

51

Maslow e Frederick Herzberg sobre motivação humana se destacam entre elas. Sigmund Freud atribui

as forças psicológicas as decisões tomadas pelo consumidor durante o processo de compra, afirmando

que os indivíduos nesse processo estão quase inconscientes, de forma que ninguém consegue

compreender por completo as próprias motivações (KOTLER e KELLER, 2006).

O conhecimento dos fatores que influenciam na decisão de compra dos consumidores, bem

como o desenvolvimento de teorias que procuram explicar o que faz as pessoas agirem de tal forma

mediante uma situação de compra que na maioria das vezes resulta de uma ação de marketing deixa

claro que o comportamento do consumidor é um processo constante de decisão, avaliação, percepção

e aprendizagem que se renova a cada nova experiência. Dessa forma, o marketing deve identificar essas

mudanças e alinhar suas estratégias para atingir seu o público alvo.

Portanto, levando-se em consideração o mercado atual, onde os consumidores estão sendo

constantemente bombardeados de informações por vários meios de comunicação, em razão do

crescimento da web através da criação de páginas na internet, com intuito de informar, persuadir e

vender. Nesse contexto, os consumidores tornam-se cada vez mais exigentes, buscam o máximo de

informações possíveis sobre o produto ou serviço antes de tomar sua decisão final, bem como, valor

agregado e produtos que atendam suas necessidades e excedam suas expectativas.

Mesmo sendo um processo complexo e de muitas variáveis envolvidas, que dificulta o

entendimento do que realmente acontece na mente do consumidor quando exposto a uma ação de

marketing garantindo que a mesma produza resultados satisfatórios. Muitos progressos foram feitos e

ainda estão sendo conduzidos para produzir teorias consistentes que proporcionem melhor

entendimento, e consequentemente a satisfação dos clientes.

2.2.3.2 O consumidor de turismo e suas motivações

O estudo do comportamento do consumidor é primordial para a construção de um projeto de

marketing adequado para o público alvo que se deseja atingir. Porém, ainda mais difícil e necessária

quando se trata do consumidor de turismo, pois envolve um significado emocional e ainda maiores

dispêndios, mas para se tornar um destino turístico competitivo, conhecer o perfil do turista e qual tipo

de viagem ele prefere, a melhor resposta seria investir em modelos do comportamento do consumidor.

(COBRA, 2005; SONAGLIO e FABBRIS, 2012).

Porém, conhecer o perfil do turista, seus hábitos, preferencias, necessidades, faixa-etárias,

rendimentos, se viajam em grupos ou sozinho, tais características, montam um perfil de turistas que

frequentam assiduamente aquela localidade, mas não permite compreender outros fatores que surgem

Page 53: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

52

durante a sua estada no local, bem como, não mostra o motivo pelo qual o destino foi escolhido, pois

sempre vão existir grupos e pessoas com características semelhantes que irão demonstrar

comportamentos diferentes em relação a viagens (BENI, 2007). Por esse motivo que a presente pesquisa

busca analisar não apenas o perfil do turista, mas suas motivações e principalmente a imagem que

produzida por ele em relação a cidade como potencial destino turístico.

O consumidor de turismo durante o seu processo de decisão de compra tendem a tomar mais

decisões do que os consumidores de produtos convencionais, pois ele precisa escolher o pacote de

viagem que mais se adequa aos seus objetivos, escolha do meio de transporte para se deslocar até o

destino, onde irá se hospedar, ou seja, o consumidor de turismo é altamente envolvido com o processo

de decisão, o que caracteriza-se como um comportamento complexo do consumidor no que diz respeito

ao estilo de compra (BAKER et al., 2005).

O turista como principal agente da atividade turística deve ser analisado como um subconjunto

dos consumidores de modo geral, pois trata-se de uma experiência de compra mais complexa, pois

envolve decisões relacionadas ao tempo que irá permanecer no local, quanto gastar, o que levar e

principalmente avaliar o custo benefício da viagem.

As informações disponíveis sobre o destino nos mais variados meios de comunicação permitem

que o turista absorva e filtre essas informações orientandas por suas aspirações e desejos, ou seja,

inicialmente, ele selecionará aqueles destinos que preencham os requisitos necessários para a

satisfação das suas expectativas durante a sua estada na destinação; posteriormente, o segundo passo

é a tomada de decisão a partir da imagem que ele cria na sua mente e análise de variáveis como

facilidades, preços, valor dos atributos, e pôr fim, a tomada de decisão final onde o destino receberá um

turista exigente, com alto nível de expectativa (PETROCHI, 2009).

Para Dias e Cassar (2005), o consumo turístico envolve uma série de características que torna

a decisão de compra do consumidor um processo complexo:

Envolve o deslocamento do consumidor para fora do seu lugar habitual;

Disponibilidade de recursos financeiros compatível com o a destinação que se deseja

visitar;

Não se trata de uma simples estada, mas toda a experiência vivenciada durante o

período que permanecerá na localidade;

A decisão de compara envolve a compra de algo desconhecido e composto de diversos

elementos, gerando assim expectativas e incertezas no consumidor.

Assim, como todos os consumidores de modo geral, os consumidores de turismo também são

influenciados por grupos de referência, fatores culturais, sociais, psicológicos, personalidade a atitudes,

Page 54: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

53

como mencionados anteriormente. Portanto, mediante o exposto, se pode concluir que o consumidor-

turista é o único que perpassa por todo o processo de decisão de compra, pois as pessoas viajam para

satisfazer necessidades, realizar sonhos e desejos; dessa forma, faz-se necessário compreender o que

se passa na cabeça das pessoas na compra de uma viagem ou pacote turístico, e só assim poderá

atender as suas expectativas e oferecer alternativas adequadas com elementos que eliminem suas

dúvidas e acelerem o processo de decisão.

O processo de compra do consumidor-turista está condicionado ao conceito de valor, quer dizer,

a destinação escolhida pelo consumidor será aquela que apresentará o maior valor em relação a outros

lugares que o mesmo deixou de escolher. Esse real valor será percebido de forma mais realista a partir

do contato inicial com a localidade, a interação com as pessoas, as experiências vivenciadas, os

conhecimentos adquiridos, onde turista irá perceber se realmente era o que ele esperava (DIAS e

CASSAR, 2005).

Nesse processo intervém algumas fases, que foram desenvolvidas por Beni (2007) na qual o

turista leva em consideração na hora de decidir pela compra, como mostra o Quadro 03, a seguir:

Quadro 03 – Fases do processo de decisão de compra do turista

FASES DO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA DO TURISTA

1. ESTIMULO INICIAL Desejos e necessidades provocadas pela publicidade, literatura especializada ou sugestões de viajantes.

2. REFERÊNCIA CONCEITUAL

Pré-escolha de um conjunto de produtos oferecidos ao consumidor que corresponde as suas expectativas, levando em consideração características pessoais e socioeconômicas.

3. IDENTIFICAÇÃO DE FATOS INTERVENIENTES

Conjunto de elementos ou fatores que causem repulsa no consumidor.

4. FIXAÇÃO DE PRESSUPOSTOS

Obtenção de informações nos pontos de vendas e de informações relativas aos processos turísticos.

5. QUADRO DE ALTERNATIVAS

Listando e ordenando as possíveis compras que possa efetuar.

6. PREVISÃO DE CONSEQUÊNCIAS

Avaliação dos riscos que possam apresentar.

7. ANÁLISE DE CUSTO BENEFÍCIO

Tangíveis e intangíveis que ele poderá obter.

8. DECISÃO DE COMPRA Levando em consideração todas as etapas anteriores.

9. CONSEQUÊNCIAS DESSA DECISÃO

Que irão proporcionar uma real satisfação ou mesmo decepção do consumidor

Fonte: Adaptado de Beni (2007).

Dentre os diversos fatores que podem influenciar no comportamento de compra do consumidor

a motivação destaca-se como um dos mais importantes fatores psicológicos no consumo do produto

turístico, vale salientar que a motivação parte de uma necessidade, porém quando se trata principalmente

de produto turístico a intensidade e o envolvimento do consumidor deve ser estimulado de tal forma, que

resulte na ação de compra. É importante destacarmos que motivações são subjetivas e diferem de

Page 55: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

54

consumidor para consumidor, dessa forma alguns autores como Swarbrooke e Horner (2002) e

Montejano (1996) desenvolveram modelos tipológicos de motivações turísticas, pois em sua maioria

corroboram que as motivações estimulam o desejo de viajar nas pessoas (DIAS e CASSAR, 2005).

As motivações propostas por esses autores estão relacionadas a fuga da rotina diária, relaxar,

visita a familiares e amigos, relação com a natureza, liberdade, busca por novos conhecimentos, como

pode ser visualizado no Quadro 04.

Quadro 04 – Motivações relacionadas ao turismo

MOTIVAÇÕES RELACIONADAS AO TURISMO

PREÇO Primeira forma de induzir o cliente quando o mesmo busca satisfação e baixo preço.

MODA Lugares onde aconteceram algum fato histórico, foram gravados cenas marcantes de filmes, tendem a tornar-se modismo por determinado período de tempo.

HOSPITALIDADE A amabilidades, simpatia dos habitantes daquele local é um dos fatores determinantes na sua escolha e fundamental na construção de uma imagem positiva.

COMODIDADE As pessoas em geral buscam o conforto que não encontram em sua localidade.

PRESTIGIO Viagens para determinados lugares dão prestigio as pessoas que pertencem a determinados grupos sociais.

SEGURANÇA Um dos fatores que mais pesam na decisão do turista, pois eles buscam um lugar seguro e tranquilo.

PRAZER A satisfação da necessidade de prazer é o ponto inicial quando começa o planejamento da viagem.

EFEITO DEMONSTRAÇÃO

O turista muitas vezes busca repetir o comportamentos de outras pessoas influentes e que viajam com frequência.

ENTRETENIMENTO Com a correria e stress do dia a dia a viajem se torna um dos entretenimentos mais eficientes quando busca-se distanciar por um período de tempo.

SAÚDE As pessoas também viajam para sanar problemas de saúde e que muitas vezes são recomendações médicas.

Fonte: Adaptado de Dias e Cassar (2005).

Tais motivações podem atender inúmeras necessidades dos turistas que podem evoluir e

modificar com o tempo, dessa forma faz-se necessário acompanhar as mudanças de comportamento

dos consumidores.

Todas essas decisões que são tomadas pelo consumidores serão de fato definidas no momento

de programar sua viajem. Dito isto, o destino turístico deve ser desenvolvido com base em um perfil

turístico bem definido, a qual permitirá o desenvolvimento de estratégias mais assertivas, ofertando o

que realmente aquele turista deseja, levando em consideração suas características e motivações. E

consequentemente conhecendo o perfil de turista adequado para os atrativos ofertados pela destinação.

Page 56: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

55

Os empresários devem ter em mente que estão sendo avaliado a todo momento desde o primeiro

contato do visitante com o destino, até o fim da sua estada. Pois, segundo Petrochi (2009, p. 04), o turista

deseja:

Encontrar os atributos pelos quais o destino foi escolhido entre tantos outros

concorrentes;

Ter a percepção de qualidade dos serviços à altura do valor pago;

Viver uma experiência memorável durante a permanência no destino.

Este comportamento crítico do consumidor-turista de analisar a todos os aspectos em todos os

momentos deve ser considerado pelos empresários, e monitorado de forma constante, pois uma única

empresa que compõe a cadeia produtiva do turismo pode prejudicar a imagem do destino turístico como

o todo resultando em uma avaliação negativa do turista no fim da sua permanência que acarretará no

não retorno do turista e na divulgação de uma imagem negativa comprometendo assim a sobrevivência

econômica dos negócios que compõe a destinação turística.

Porém o comportamento do consumidor-turista não está estagnado, ele tem passado por

algumas mudanças provenientes do aumento da preocupação socioambiental, interesse maior na

diversidade cultural, maior flexibilidade nos períodos de férias, além das exigências por um serviço de

qualidade, fatores esses que serão fundamentais na tomada de decisão dos turistas, quanto escolha do

destino.

O consumidor-turista tende a se tornar mais crítico e exigente a cada nova experiência

vivenciada, seja ela positiva ou negativa, bem como o acumulo de informações que possui sobre

determinado destino, e a partir disso ele estará formando em sua mente, uma imagem que deseja

encontrar desde o primeiro contato com o destino.

2.3 Imagem de destinos turísticos

O estudo da imagem de destinos turísticos tem se destacado como um tema de grande interesse

entre os pesquisadores, especialmente pela interdisciplinaridade, isto é, a capacidade de ser estudada

por várias áreas do conhecimento como marketing, geografia, sociologia (SCALABRINI; REMOALDO e

LOURENÇO, 2015); assim como, a própria área do turismo que vem sendo trabalhada como uma forma

de impulsionar o desenvolvimento local nos municípios, devido ao impacto causado por esse fenômeno

na economia mundial. Nesse contexto, observa-se que, tanto a nível local, quanto regional a imagem de

Page 57: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

56

destinos turísticos é pouco explorada no campo científico, por consequência esse fato evidencia a

importância de um aporte teórico que possa subsidiar a construção e desenvolvimento de novos

conhecimentos.

A Imagem é um termo originado do latim imāgo e que se refere à figura, representação,

semelhança ou aparência de algo. Dentre as principais definições apresentadas pelo Dicionário Aurélio

(2016) podemos citar:

Representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoa ou de objeto.

Estampa que representa assunto ou motivo religioso.

Representação mental de um objeto, impressão, lembrança, recordação.

Analisando as seguintes definições percebe-se claramente a amplitude e complexidade da

definição de imagem, embora as definições sejam distintas, é possível estabelecer uma relação entre os

três conceitos apresentados aqui e a “imagem de destinos turísticos”, a qual se pretende compreender

com mais propriedade no decorrer deste trabalho.

Partindo do pressuposto que o consumidor turista antes de chegar a localidade projeta em sua

mente uma imagem do destino, durante a sua estada ele irá verificar se a imagem projetada em sua

mente condiz com a realidade e após isso irá fazer registros que o façam recordar dos momentos e

experiências vividas, bem como, sua motivação poderá está atrelada ao cunho religioso.

Para melhor compreender o termo “imagem” é importante compreender que ela está dividida em

dois domínios. O primeiro domínio refere-se as imagens como representações visuais que estão

dispostas através de desenhos, pinturas, gravuras, fotografias e as imagens televisivas e

cinematográficas, imagens nessa perspectiva, são objetos matérias que representam o nosso meio

ambiente visual. Já o segundo domínio trata da imagem como imaterial, projetada na nossa mente,

através de visões, fantasias, imaginações, modelos, ou de forma geral, representações mentais. Porém,

ambos os domínios estão interligados, um não existe sem o outro, não existe uma imagem visual, que

anteriormente não tenha sido projetada na mente de alguém (SANTTAELA e NOTH, 2008).

No que diz respeito à definição de imagem de destinos turísticos, inúmeros sãos os conceitos

encontrados na literatura. Nesse sentido, a imagem de um lugar pode ser definida a partir de um conjunto

de ideias, crenças, impressões, no qual o indivíduo tem de uma determinada localidade baseado em

informações, opiniões e experiências, que posteriormente serão utilizadas para designar uma percepção

geral daquele destino. Essa imagem representa uma simplificação de todas as informações que o turista

conhece da localidade, ou seja, é o produto de uma mente que tenta processar e extrair a essência do

local (TRIGUEIRO, 2001; IGNARRA, 2003).

A imagem, nada mais é, que uma representação mental que as pessoas criam de uma

determinada localidade, a partir de impressões visualizadas por elas, através de informações de

Page 58: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

57

familiares e amigos, obtidas nos meios de comunicação, ou ainda, através de fotografias. E essa imagem

projetada pelo consumidor-turista influencia diretamente no comportamento de compra e escolha da

destinação (DIAS e CASSAR, 2005).

O Quadro 05 a seguir, mostra as principais definições de imagem baseada em Gallarza et al.

(2002):

Quadro 05 – Definições de Imagem

Fonte: Adaptado pela autora com base em Gallarza, et al. (2002 apud Tomikawa, 2004).

Diante das definições aqui apresentadas sobre imagens de destinos turísticos, pode-se perceber

claramente que há similaridades entre os conceitos discutidos, todos os autores corroboram que imagem

vem a ser um conjunto de ideias, impressões, crenças que uma pessoa tem de uma determinada

localidade baseada em um conhecimento prévio e pela seleção de diferentes fontes de informações, pois

diferentemente dos outros produtos, a imagem de um destino turístico é gerada pelos próprios turistas a

partir dos estímulos recebidos e processados pelo visitante.

Dessa forma, a construção de uma imagem própria para o destino irá desenvolver no potencial

consumidor turista uma percepção diferenciada e favorável em relação ao produto que se deseja

DEFINIÇÕES DE IMAGEM PARA ALGUNS TEÓRICOS

Hunt (1971): Impressões que uma pessoa ou pessoas têm sobre um estado no

qual eles não residem.

Markin (1974): Nosso próprio, personalizado, internalizado entendimento do que

conhecemos.

Lawson and Bond-Bovy (1977):

A expressão de todo conhecimento objetivo, impressões,

preconceitos, imaginações e emoções que um indivíduo ou grupo tem

de um lugar em particular.

Crompton (1979): A soma de crenças, ideias e impressões que uma pessoa tem de uma

destinação.

Reynolds (1985):

Imagem é a construção mental desenvolvida pelo consumidor

baseada em uma seleção de poucas impressões entre o total de

impressões. Ela vem de um processo criativo no qual as impressões

selecionadas são elaboradas, enfeitadas e ordenadas.

Kotler et al (1994): A imagem de um lugar é a soma de crenças, ideias e impressões que

uma pessoa tem dele.

Santos Arrebola (1994): Imagem é a representação mental dos atributos e benefícios

percebidos de um produto.

Parenteau (1995): É um pré-julgamento favorável ou desfavorável que o público tem de

um produto ou destinação.

Page 59: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

58

oferecer, e principalmente que esteja condizente com a realidade (DIAS e CASSAR, 2005; COOPER, et

al., 2011).

A imagem caracteriza-se como um fator determinante no processo de decisão de compra do

consumidor, e consequentemente como uma mola propulsora que impulsiona as vendas. Um

consumidor-turista que não conhece o destino irá tomar a sua decisão baseada em expectativas, desejos

e elementos construídos a partir de experiências já vividas e a partir disso ele projetará em sua mente

uma imagem positiva baseado nas informações que ele adquiriu, porém, essa imagem será transformada

após a sua estada no destino de forma positiva ou negativa. No turismo uma imagem já estabelecida

pode atrair o consumidor-turista, porém ela deve estar condizente com a realidade (BIGNAMI, 2005).

No que diz respeito ao produto turístico, o consumidor não tem como avaliar fisicamente o que

está sendo comprado, no processo de decisão de compra, por que ele só irá usufruir durante o período

em que permanecerá no destino, ou seja, a imagem é a única evidencia que o turista tem antes de visitar

o destino. Portanto, ele está comprando uma imagem que foi projetada na sua mente e para que seja

criado uma imagem turística positiva, é necessário causar impactos positivos e atributos relevantes

capazes de penetrar na mente do consumidor de forma que os atraiam a essa localidade.

Para Cooper et al. (2011) existem duas razões que fundamentam a importância da formação de

uma imagem para os destinos turísticos, são elas:

I. A natureza intangível do produto, pois a imagem é a única coisa que o turista tem como

evidencia antes de visitar o destino, para ele as possibilidades são incertas, e as suas

decisões estão pautadas pelo que foi construído em sua mente e que servirá como

parâmetro de avaliação da sua estada na localidade.

II. A inseparável natureza dos processos turísticos, ou seja, a imagem construída em sua mente

será modificada a partir do momento que o turista estiver realmente no destino.

O conhecimento da imagem que os turistas geram e absorvem de um determinado lugar é

indispensável para o crescimento da localidade como destino turístico, pois ela é capaz de afetar a

percepção individual de um potencial turista e principalmente afetar a sua escolha pelo lugar.

2.3.1 Formação da Imagem

A imagem de um lugar é construída a partir de um processo cognitivo, que envolve a absorção

e entendimento de informações verdadeiras, ou não, difundidas pelos setores envolvidos na atividade

turística, bem como na mídia através dos variados meios de comunicação.

Page 60: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

59

De acordo com Gun 1989 (apud BIGNAMI, 2005), a imagem de destinos se classifica a partir de

dois níveis, orgânico e induzido. A imagem orgânica é formada com as informações, conhecimentos

assimilados e socialização, ou seja, imagem inicial. Já a induzida, refere-se a imagem formada a partir

da promoção turística. E ainda podemos citar a imagem complexa, e por que não dizer real, que é

exatamente a imagem formada de acordo com a experiência direta com o destino que consequentemente

será a imagem que o turista irá incorporar.

Porém essa imagem também é resultante de uma construção coletiva baseada em três pilares:

a cadeia produtiva, os órgãos públicos e a sociedade do lugar. De forma geral, pode-se entender que

para alcançar níveis satisfatórios de qualidade, bem como atender as perceptivas e anseios dos

consumidores turistas se faz necessário um planejamento de ações integradas, no qual possa envolver

o maior número de agentes ou instituições que compõem a cadeia produtiva do turismo no intuito de

fortalecer a imagem do destino (PETROCHI, 2009).

Outro modelo criado para a formação de imagem de destinos turísticos foi desenvolvido

originalmente por Baloglu e McCleary (1999), posteriormente sendo adaptado por Guttiérrez (2005), na

ocasião os autores ratificam que as variáveis envolvidas no construto da imagem de destinos podem ser

divididas em duas categorias: fatores de estímulo e fatores pessoais, conforme pode ser visualizado na

Figura 08.

Figura 08 – Fatores Pessoais e de estimulo na formação da imagem de destinos turísticos

Fonte: Adaptado de Gutiérrez (2005, p. 23).

Em linhas gerais, os fatores pessoais referem-se as características psicológicas e sociais dos

visitantes e turistas através das motivações, da própria personalidade e de valores culturais que estão

atrelados aos grupos de influência evidenciados nas teorias do comportamento do consumidor. Enquanto

que, os fatores de estímulo se reportam as fontes de informações, isto é, os meios de comunicação que

estão entre as principais fontes de informação que definem as imagens turísticas, elementos físicos que

FATORES PESSOAIS IMAGEM DE DESTINO FATORES DE ESTÍMULO

Psicológicos

- valores

- motivações

- Personalidade

Sociais

- Idade, educação,

estado civil e outros.

Cognitiva

Afetiva

Global

Fonte de informações

- quantidade

- tipo

Experiência prévia

Page 61: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

60

influenciam na formação da imagem, bem como a experiência anterior (prévia) que pode fortalecer ou

enfraquecer a imagem do destino a cada nova visita.

A imagem projetada dos destinos turísticos está condicionada a diversos fatores que compõe o

sistema turísticos e não exclusivamente a existência de seus atrativos, o que resultará na formação de

uma imagem atrativa ou repulsiva (BIGNAMI, 2005). Dessa forma, no Quadro 06, pode-se visualizar os

tipos de imagens projetadas pelos turistas.

Quadro 06 – Tipos de Imagem

TIPO DE IMAGEM CARACTERIZAÇÃO

Demasiadamente

atraente

Aqueles poucos destinos que possuem atratividade excessiva. Existe a

necessidade de maior controle e responsabilidade na promoção, pois, podem

vir a ter problemas em suportar tantos interessados em visitá-lo.

Positiva/atrativa

É aquela imagem que favorece o destino. Estimula fortemente a vinda de

turistas ao local. Inexiste a necessidade de mudanças da imagem, apenas faz-

se necessário a maior divulgação para mais mercados em potencial.

Contraditória É aquela que dá margens a diferentes perspectivas na análise da imagem.

Pobre/fraca É aquela com baixo potencial atrativo, seja por falta de divulgação ou mesmo

de recursos naturais/artificiais para o turismo.

Neutra Aquela que não provoca nenhum sentimento de atração ou repulsa no

consumidor turístico.

Negativa/repulsiva

Aquela em que um ou mais aspectos desfavoráveis apresentam-se de maneira

mais intensa que os possíveis aspectos favoráveis junto ao público-alvo do

destino.

Mista

Aquela que apresenta um mix de componentes atrativos e repulsivos, ao

mesmo tempo em que desperta interesse e causa sentimentos de incerteza ou

ressalva com relação a um ou mais aspectos.

Estereotipada Aquelas em que algum aspecto do destino tomou grandes proporções a ponto

de se tornar um tipo de “ícone”, de representação ao se falar dele.

Distorcida/confusa Aquela que apresenta certa supervalorização de algum(s) aspecto(s)

desfavorável(is), não necessariamente expressando a verdade.

Fonte: Chagas (2008, p. 450-451).

O destino que pretende construir uma imagem consistente e atrativa deve identificar as

necessidades dos turistas-alvo, posicionando-a através da integração dos benefícios ofertados e

necessidades identificadas, avaliando sistematicamente o impacto dessa imagem junto aos turistas.

Trigueiro (2001, p. 46) define alguns critérios necessários para que uma imagem produza efeitos

sobre os turistas, são elas:

Page 62: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

61

Validade e credibilidade: o local só deve divulgar aquilo que tem;

Simplicidade: não se deve divulgar diversas imagens, pode causar confusão na mente do turista;

Atratividade: a imagem deve sugerir atrações que motivem a visita do turista;

Diferenciada: a imagem funciona melhor quando diferencia-se das demais localidades.

A imagem de um local pode estar atrelada a uma característica peculiar da localidade, um evento

de grande visibilidade. Ter uma imagem definida pode ser um diferencial para uma localidade que deseja

tornar-se competitiva no segmento turístico, porém a definição dessa imagem, requer a manutenção e

percepção imediata por parte do turista assim que chegar a localidade, pois ela estará refletida no clima,

na hospitalidade, na estrutura urbana, nas pessoas, nas paisagens e o turista é um avaliador constante

que busca uma experiência única e memorável e para que essa imagem seja percebida e divulgada, faz-

se necessário o auxílio de um plano de marketing com estratégias bem definidas, que possibilitará o

alcance do objetivo principal que é atrair cada vez mais turistas ao destino.

Page 63: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

62

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa cientifica consiste na realização de um estudo planejado e estruturado de forma

sistemática, a partir da aplicação de métodos científicos que possibilitarão a sua validação e o alcance

dos objetivos preestabelecidos neste trabalho.

Apresenta-se a seguir a caracterização metodológica da pesquisa, a partir da sua tipologia,

universo e amostra, coleta de dados e tratamento dos dados que consiste na apresentação dos

procedimentos intelectuais e técnicos adotados, e que configura a presente pesquisa como cientifica.

3.1 Tipo de pesquisa

Uma pesquisa cientifica pode ser qualificada a partir de vários aspectos, mas de forma especifica

quanto a seus objetivos, procedimentos e natureza. Porém, os critérios de caraterização para cada tipo

de pesquisa podem divergir de autor para autor; no entanto, os critérios devem estar em conformidade

com o objetivo do trabalho.

O presente trabalho analisou a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na escolha da

localidade como destino turístico na ótica dos visitantes, agentes públicos e empresários do setor

hoteleiro. Trata-se de uma pesquisa pura quanto a sua finalidade, pois busca-se aprofundar e ampliar os

estudos acerca do turismo em âmbito local.

Quanto aos fins esta pesquisa classifica-se como descritiva e exploratória. Descritiva porque

dentre os objetivos específicos está conhecer o perfil do turista da cidade de Pau dos Ferros, e esse nível

de pesquisa permite a descrição das características de determinado público como (idade, sexo, renda,

escolaridade) e ainda o estabelecimento de relações entre essas variáveis, e por fim, analisar como elas

influenciam na formação da imagem da respectiva cidade. Como também exploratória, que possibilita

não somente o desenvolvimento um estudo com uma temática pouco explorada, como é o caso do

turismo em âmbito local, mas também, possibilita a construção e esclarecimento de ideias e

pensamentos acerca do tema em questão de forma que proporcione uma visão geral, clara e objetiva do

que se propõe a pesquisa (GIL, 2008).

Quanto aos meios a pesquisa se caracteriza como um estudo de caso. Entende-se por estudo

de caso um método que busca analisar com profundidade informações coletadas sobre determinado

individuo ou grupo de indivíduos, com intuito de compreender esse fenômeno no contexto em que está

inserido, no que diz respeito ao objetivo da pesquisa, que remete-se as variáveis que compreende a

formação da imagem do respectivo destino a partir da visão dos visitantes, agentes públicos e

Page 64: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

63

empresários do setor hoteleiro, na qual permite-se obter um conhecimento mais abrangente a partir da

análise dos resultados e descrição das conclusões (YIN, 2001; SANTOS, 2012; PRODANOV e FREITAS,

2013). Além disso, a pesquisa proposta tem como objeto de estudo os visitantes (turistas e

excursionistas) que frequentam a cidade de Pau dos Ferros-RN, e que está entre os 18 (dezoito)

municípios que compõe o Polo Serrano, vale salientar ainda, que o contexto na qual está inserida esta

pesquisa, seus elementos não estão claramente definidos, pois não há evidencias de estudos realizados

no Polo que compreenda os objetivos aqui propostos.

Quanto a sua natureza essa pesquisa caracteriza-se como quali-quantitativa, para atender os

objetivos aqui propostos e analisar a influência da imagem na escolha do destino, requer tanto uma

abordagem quantitativa, quanto qualitativa. O método quantitativo permite a mensurar a relação entre

variáveis, identificando associações, causa ou efeitos e ainda nos permitirá transformar em números,

opiniões e informações que posteriormente serão analisadas e classificadas, para tal requer o uso de

recursos estatísticos e softwares adequados para a mensuração dos dados coletados (ROESCH, 1999;

PRODANOV e FREITAS, 2013). Já a análise qualitativa possibilita ao pesquisador organizar os dados

coletados por meio de etapas que envolvem sua categorização, interpretação e construção do relatório

de analises onde o pesquisador é o instrumento chave que irá interpretar e atribuir significados as

informações coletadas (GIL, 2002; PRODANOV e FREITAS, 2013).

3.2 Universo e amostra

Markoni e Lakatos (2003) definem universo como sendo um conjunto de seres que apresentam

ao menos uma característica em comum relacionados ao objeto de estudo da pesquisa. Dessa a forma,

a presente pesquisa não trabalha com o senso, ou seja, a totalidade desse universo, pois o mesmo é

desconhecido, mas com a amostra, que pode ser definida, pelas mesmas autoras como uma parte

selecionada e representativa desse universo.

A amostra da pesquisa será representada pela cidade de Pau dos Ferros – RN, a qual está

localizado na região do Alto Oeste Potiguar, possui uma população estimada de 30.204 habitantes (IBGE,

2016). Conforme ilustra a Figura 09, temos em destaque no número 07 o Município de Pau dos Ferros

juntamente com as demais cidades que compreendem sua microrregião, bem como de onde também se

origina as pessoas que visitam a referida cidade.

Page 65: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

64

Figura 09 – Microrregião de Pau dos Ferros-RN

Fonte: City Brasil (2016).

Os sujeitos pesquisados foram os visitantes (turistas e excursionistas) que frequentaram a

respectiva cidade, nesse sentido para definição da amostra necessária para realização dessa pesquisa,

que se classifica como probabilística, por utilizar-se de procedimentos estatísticos para determinar o

número sujeitos da pesquisa, e quanto ao seu tipo de amostra, configura-se como por conglomerados,

pois ela é indicada para pesquisas que apresentam algumas limitações, como dificuldades na

identificação de seus sujeitos. Vale salientar ainda, que uma amostra só poderá representar com

fidedignidade o seu universo a partir da definição de alguns fatores, são eles: amplitude do universo,

nível de confiança e erro máximo permitido (GIL, 2008).

Os sujeitos investigados foram representados por 68 visitantes (turistas e excursionistas), sendo

que esse valor foi determinado para um intervalo de confiança de 90% e um erro amostral de 10%.

Considerando que a população alvo é desconhecida, será adotada uma taxa de prevalência esperada

da ordem de 50%.

A definição da amostra de 68 visitantes (turistas e excursionistas) foi definida com base na

formula de amostras para populações infinitas, por tratar-se de uma população desconhecida.

Fórmula para o cálculo de amostra com populações infinitas conforme Gil (2008):

n = 𝜎2 p.q e2

Onde: n = Tamanho da amostra;

𝜎2 = Nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão; p = Percentagem com a qual o fenômeno se verifica; q = Percentagem complementar (1 - p); e2 = Erro máximo permitido.

Page 66: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

65

Os valores de confiança mais utilizados podem ser encontrados na Tabela 01:

Tabela 01 – Valores críticos associados ao grau de confiança na amostra

Grau de Confiança 𝜎 Valor crítico 𝜎2

90% 0,10 1,645

95% 0,05 1,96

99% 0,01 2,575

Fonte: Elaboração própria (2016).

O cálculo do valor da amostra para esta pesquisa pode ser visualizado na Tabela 02, a seguir:

Tabela 2 – Cálculo amostral

1º Passo 2º Passo 3º Passo 4º Passo

n = 𝜎2 p.q e2

n = 1,6452 x 0,5 (1 - 0,5) 0,102

n = 2.706025 x 0,25 0,01

n = 68

Fonte: Elaboração própria (2016).

3.3 Coleta de dados

Para a coleta dos dados, foi utilizado um questionário estruturado e adaptado a partir do modelo

desenvolvido pelo Centro de Excelência em Turismo e aplicado na “Pesquisa do perfil e da Satisfação

do turista de lazer e de negócios em Brasília” (CET-UnB/BrasiliaTur, 2008) Este instrumento, consiste

em uma série de questões fechadas, e que foi apresentado aos sujeitos da pesquisa, por escrito (Ver

Apêndice A).

Optou-se por este instrumento de coleta de dados por entender que o questionário estruturado

é um instrumento que permite de forma clara e objetiva o alcance dos objetivos propostos, quando busca-

se conhecer valores, sentimentos, características, expectativas e comportamento de um determinado

público, questionário este que será composto de questões fechadas e abertas por permitir, mas em sua

maioria fechadas, permitindo ao pesquisador uma maior uniformidade, bem como questões de fácil

entendimento do público alvo, além de permitir um maior alcance de pessoas, essa técnica de

investigação não expõe os pesquisados de forma que venha sofrer qualquer influência (MARKONI e

LAKATOS, 2003; GIL, 2008).

Esse questionário teve como diretriz a literatura que trata de Turismo, Comportamento do

Consumidor e Imagem de destinos turísticos, fruto de uma revisão teórica que terá como propósito

Page 67: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

66

investigar as características relativas à satisfação dos visitantes (turistas e excursionistas) que estiveram

na cidade de Pau dos Ferros no período de 29 de julho a 19 de setembro de 2016 abordados nos pontos

turísticos da cidade (Praça de eventos, Feira Livre, Hotéis e Pousadas) em relação a sua infraestrutura,

atrativos turísticos e qualidade dos serviços ofertados. Essas características serão quantificadas por meio

de uma escala Likert na qual os inqueridos avaliavam a partir das seguintes opções (ótimo, bom,

razoável, ruim e não sei).

A escala de Likert, é uma das escalas mais utilizadas nas ciências sociais, onde pretende-se

mensurar alguma característica, comportamento ou atitude de determinado púbico, através da atribuição

de pontos para as diferentes categorias, gerando uma escala artificial de pontos, sua aplicação exige

que os respondentes indiquem um grau de concordância ou discordância (ROESCH, 1999).

O uso de escalas sociais na mensuração dos dados da pesquisa permite medir de forma mais

objetiva possível a intensidade de opiniões e atitudes dos indivíduos pesquisados através de uma série

de itens que representam da melhor forma a sua percepção acerca da imagem do destino (GIL, 2008).

Dessa forma, será possível realizar uma análise descritiva das variáveis para medir objetivamente a

imagem percebida pelos visitantes.

Para aprofundar-se e melhor compreender como desenvolve-se a atividade turística na cidade,

bem como, identificar a imagem divulgada e percebida da cidade de Pau dos Ferros-RN, foi realizada

também entrevistas com os principais atores que fomentam a atividade turística no Município, são eles

a Secretária de Cultura e Turismo, o Coordenador de Turismo e os empresários do setor hoteleiro da

cidade

Segundo Markoni e Lakatos (2003) a entrevista é um instrumento de coleta de dados realizado

através de uma conversação profissional entre duas pessoas, na qual uma delas busca obter

informações sobre determinado assunto, este instrumento possibilita a obtenção de dados mais precisos

e fidedignos do contexto situacional, permitindo assim averiguação de fatos, determinação de opiniões e

sentimentos, descoberta de planos de ações, dentre outras informações que não seria possível com a

utilização de outros instrumentos.

Essas entrevistas foram realizadas com a utilização de um formulário semiestruturado (Ver

Apêndices B e C) que permite o investigador guiar a entrevista de acordo com a situação tornando a

entrevista mais descontraída, o formulário será preenchido pelo próprio investigador no decorrer da

entrevista. Importante enfatizar que o processo da realização de uma entrevista deve ser pontual e muito

bem planejado, de forma que não ocorra nenhum imprevisto, ou situação incomoda que comprometa o

andamento da entrevista e a obtenção dos dados necessários para a conclusão da pesquisa (MARKONI

e LAKATOS, 2003).

Page 68: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

67

3.4 Tratamento dos dados

Para Gil, (2008) o tratamento ou análise dos dados é a forma como esses dados foram

organizados para fornecer ao pesquisador as respostas necessárias para o problema de pesquisa

proposto. Como este estudo possui um delineamento cuja natureza é quantitativa e qualitativa, sendo

assim, para os dados qualitativos foi utilizado a análise de conteúdo; em quanto que, para os dados

quantitativos foi utilizado a estatística descritiva.

A definição da análise de conteúdo ocorreu em função das características dos dados que foram

coletados; este método trata-se de um conjunto de procedimentos que permite ao pesquisador analisar

a comunicação ocorrida durante a coleta dos dados, ou seja, tem como objetivo decifrar a mensagem

que foi dita pelo emissor, descrevendo-as de forma objetiva e sistemática (BARDIN,1977). Assim,

entende-se essa técnica como uma forma de descrever objetiva e sistematicamente o conteúdo buscado

para embasar esse estudo de forma que se resulte nas interpretações coesas destas informações (GIL,

2008). Logo, o mesmo autor enfatiza que para o tratamento dos dados de natureza quantitativa que

apresentam um comportamento particular, serão utilizados alguns recursos proporcionados pela

estatística descritiva com o auxílio de formulas estatísticas e planilhas eletrônicas.

De modo a facilitar a compreensão do leitor a vista dos procedimentos metodológicos aplicados

nesta pesquisa, apresenta-se através do Quadro 07, a seguir:

Quadro 07 – Ficha Técnica de Pesquisa

Fonte: Adaptada de Gomes (2012).

Uma Ficha Técnica de pesquisa que evidencia de forma sucinta as principais informações acerca

dos elementos necessários para que seja realizada a coleta de dados e posteriormente sua análise e

descrição atingindo assim os objetivos propostos neste trabalho.

FICHA TÉCNICA DA PESQUISA

Universo da amostra: visitantes (excursionistas e turistas) que frequentaram a cidade de Pau dos Ferros-RN no período de 29 de Julho a 19 de Setembro de 2016 abordados na Praça de Eventos, Hotéis e Pousadas, Praça da Matriz e Feira Livre. ;

Instrumento de coleta de dados: questionário semiestruturado

Censo populacional: população infinita;

Tipo de amostra: probabilística;

Tamanho: 68 respondentes.

Page 69: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

68

3.4.1 Caracterização dos entrevistados

Durante o período de 29 de Julho a 19 de Setembro de 2016 foram aplicados 68 questionários

com visitantes e turistas que frequentaram a cidade neste período, abordados nas praças da cidade, nos

hotéis, na feira livre, nos pontos de paradas dos transportes alternativos que trazem os visitantes até a

cidade, ou seja, nos pontos de maior circulação de pessoas, com intuito de identificar o perfil desse

visitante e turista que vêm a Pau dos Ferros – RN.

E ainda participaram da pesquisa um grupo de turistas da cidade do Rio de Janeiro que estavam

na cidade para realizar eventos de cunho social e religioso, o que nos mostra o potencial da cidade para

atrair visitantes de todo o Brasil e para realizar diversas atividades e não apenas em função das

festividades e negócio. Esses turistas estiveram na cidade por um período de sete dias, em sua maioria

estavam hospedados em uma escola estadual, mas alguns utilizaram serviços de hotéis e pousadas da

cidade. Embora esses turistas não representem o perfil dos visitantes que frequentam a cidade

diariamente, o que configura-se como uma fragilidade da pesquisa, mas eles são uma espécie de

alavanca para o desenvolvimento da atividade turística, pois a partir do momento que tem-se potenciais

turistas deve-se buscar estratégias para reter e fazer com que eles retornem a cidade.

A fim de atender os objetivos da pesquisa de forma mais ampla realizou-se também entrevistas

com os agentes envolvidos na atividade turística da cidade de Pau dos Ferros-RN, foram eles os

empresários do setor hoteleiro, onde realizou-se 3 (três) entrevistas dos 7 (sete) meios de hospedagem

existentes na cidade, através de formulários estruturados nos dias 12 e 30 de Agosto de 2016 de acordo

com a disponibilidade dos entrevistados.

Na análise dos dados, as informações obtidas na aplicação dos formulários foi utilizado a

codificação (EMP) para empresários do setor hoteleiro, dispostas uniformemente de acordo com a ordem

de aplicação dos formulários apresentados no Apêndice C, e não houve registro por meio de áudio. Como

mostra o Quadro 08.

Quadro 8 – Caracterização empresários do setor hoteleiro

CODIFICAÇÃO HOTEL/ POUSADA DATA DE

ABERTURA TOTAL DE

LEITOS

EMP 1 Hotel Jatobá 29 de Janeiro de

1986 55

EMP 2 Pousada Mão Preta 20 de Junho de

1999 57

EMP 3 Pousada Parque das

Serras

14 de Janeiro de

1997 59

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Page 70: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

69

Como também, foram realizadas entrevistas com os agentes públicos responsáveis pela pasta

do turismo no Município na gestão do Prefeito Fabricio Torquato (2013 – 2016), foram entrevistados a

Secretaria de Cultura e Turismo do Município a Senhora Marta Pontes e o Coordenador de Turismo Luís

Carlos da Silva. As entrevistas foram realizadas em 19 de Setembro de 2016 gravadas em áudios de

11min cada e transcritas conforme o roteiro que pode ser verificado no Apêndice B desta pesquisa. Na

análise e interpretação do conteúdo obtido foi utilizado como forma de codificação a sigla (AGP) para

agente público.

Page 71: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

70

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capitulo será abordado as discussões e analises acerca dos dados coletados durante o

desenvolvimento da pesquisa e para esse fim, estará dividido em três partes, o mapeamento da cidade

de Pau dos Ferros enquanto destino turístico, o perfil dos visitantes (turistas e excursionistas) e a imagem

da cidade enquanto destino turístico.

4.1 Mapeamento da Cidade de Pau dos Ferros como Destino Turístico

Este tópico apresenta os elementos que compõe a atividade turística no município de Pau dos

Ferros - RN desde os seus aspectos históricos, onde buscou-se também identificar o segmento de

turismo praticado na cidade, a infraestrutura disponível, aspectos legais de fomentação desta atividade.

E assim poderemos compreender como está sendo desenvolvida a atividade turística no Município e o

que ele dispõe para tornar a localidade cada vez mais atrativa para os visitantes e turistas.

4.1.1 História

Até o início do século XVII a região onde hoje está localizada a cidade de Pau dos Ferros, era

apenas uma extensa área ainda inexplorada, uma região que ficava entre duas grandes serras permitindo

fácil acesso a longas caminhadas, onde vaqueiros e viajantes criaram uma trilha para ter acesso a

Província do Ceará e ao longo dessa trilha seguia um curso de água que estava sempre cheio no período

de janeiro a julho, caracterizado como época de inverno na região. Mais tarde o pequeno curso de água

ficou conhecido como Rio Apodi, e nas suas margens haviam grandes árvores que eram utilizados pelos

viajantes e vaqueiros para descanso e ainda, como ponto de atividades comercias, principalmente a

venda e marcação a ferro dos rebanhos de gado.

Francisco Marçal, considerado o grande pioneiro da história de Pau dos Ferros, que com grande

mobilização ergueu a capela em 1738; a qual veio a se tornar Matriz em 1756, dando continuidade ao

desenvolvimento da freguesia construíram um núcleo de um pequeno povoado, alguns anos depois já

havia muitas casas de taipas ao redor da pequena fazenda.

O pequeno povoado continuava a se desenvolver durante o século XVII, mas a freguesia sentia-

se prejudicada por estar subordinada político-administrativamente ao pequeno povoado de Portalegre,

Page 72: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

71

distante 33 km a leste do povoado, localizado em uma serra, localização que era considerada pelas

pessoas como empecilho comercial.

Em toda zona serrana só havia três povoados (Apodi, Portalegre e Pau dos Ferros), e ainda

existiam mais dois que começavam a se destacar, São Miguel e Luís Gomes, ambos localizados em

serra, o que dificultava o crescimento de ambos. De todos estes, apenas Pau dos Ferros tinha um

crescimento regular pela sua localização privilegiada pelo fácil acesso.

Em 23 de agosto de 1856, na sessão da Assembleia Legislativa Provincial em Natal, o deputado

provincial Benvenuto Fialho apresentou um projeto que criava a Vila de Pau dos Ferros. A lei n.º 344 foi

sancionada em 4 de setembro daquele ano e elevou à categoria de vila a povoação de Pau dos Ferros

e fixou um limite de 1700 km². O nome Pau dos Ferros permaneceu como denominação do local desde

quando era um pequeno povoado, vem de uma árvore, mais precisamente de marcas fixadas com ferro

em brasa numa oiticica muito frondosa que, pela sua grande dimensão, oferecia uma farta sombra e

consequentemente um excelente local para o repouso dos vaqueiros, quando chegavam cansados do

difícil trabalho de campear reses tresmalhadas. Naquela época havia um rotativo movimento comercial

e o lugar era um importante entroncamento para a região. Na gestão do governador José Augusto

Bezerra de Medeiros, no dia 2 de dezembro de 1924, a lei n.º 593, eleva a vila de Pau dos Ferros à

categoria de cidade (PAU DOS FERROS, 2016).

Atualmente com cerca de 30.206 mil habitantes, segundo dados atualizados de 2016 pelo IBGE

e considerada cidade Polo do Alto Oeste Potiguar pela sua localização privilegiada que permite a

circulação de 200 mil pessoas por semana, o espaço rural vem cada vez mais, sendo substituído pelo

urbano em decorrência do aumento das atividades produtivas na cidade (indústria, comércio e serviços)

e pelo aumento da demanda habitacional, gerado pela concentração populacional, uma das causas mais

evidentes, seriam a instalação de universidades públicas e privadas na cidade nos últimos anos e o

desenvolvimento comercial constante com instalação de novas atividades comercias gerando assim um

desenvolvimento socioeconômico Município.

4.1.2 Turismo na cidade de Pau dos Ferros

Pau dos Ferros é um dos municípios que compõe Polo Turístico Serrano, mecanismo criado em

2008 para desenvolver o potencial turístico de cidades com características semelhantes, permitindo

assim, um crescimento socioeconômico dessas regiões através da atividade turística. Dentro do Polo

Pau dos Ferros destaca-se pelo Turismo de Negócios e Eventos, Turismo Religioso e Turismo Ecológico,

ou seja, percebe-se que há uma oferta diversificada no segmento turístico da cidade, mas são os grandes

Page 73: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

72

eventos tradicionais que ocorrem pontualmente na cidade os principais responsáveis por atrair os

visitantes, como a Feira de Educação, Cultura e Negócios do Oeste Potiguar (FINECAP), criada em 1997

para celebrar a emancipação política do Município, evento que conta com exposições de stands e

atrações musicais. E a Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição que acontece no mês de

dezembro, período em que a cidade recebe seus filhos ausentes e seu público devoto.

Considerada ainda cidade Polo do Alto Oeste Potiguar ou Capital do Alto Oeste Potiguar pela

sua localização estratégica, afirmado desde a sua origem, além de ser referência econômica e cultural

para mais de 30 municípios que compõe o estado do Rio Grande do Norte (SETUR, 2016; SECULT,

2016).

Podemos destacar o Turismo de Negócios e Eventos como o segmento turístico em

desenvolvimento na cidade de Pau dos Ferros, identificado, não somente pelo Polo Turístico Serrano

através dos planos e projetos desenvolvidos pela Secretaria Estadual de Turismo (SETUR) em parceria

do RN Sustentável, e que estão em fase de elaboração, temos o Plano de Desenvolvimento Integrado

do Turismo Sustentável (PDITS), o Projeto de Sinalização Turística e ainda o Plano Estratégico de

Marketing Turístico do RN, como também, pelo Inventário Turístico do Município realizado em 2007, com

intuito de identificar o potencial turístico do Município, este que é tido como um dos primeiros processos

de planejamento municipal para políticas de turismo. Corroborando com isso, os agentes públicos

responsáveis pela pasta do turismo no Município, quando questionados sobre o tipo de turismo que eles

consideravam predominante na cidade de Pau dos Ferros, obteve-se as seguintes respostas:

AGP1: “Aqui em Pau dos Ferros, o turismo predominante é o de negócios e o turismo de

eventos [...], e dentro desse turismo de negócios eu quero enfatizar o comércio e a prestação de serviços,

devido, essa grande oferta que a gente tem aqui [...]”.

AGP2: “Em Pau dos Ferros o nosso turismo é o que podemos identificar turismo de passagem e turismo de negócios, [...] por ser uma cidade muito centralizada, a maioria dessas pessoas, vem em busca, exatamente dos negócios a questão de passagem por que liga os estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte”.

Diante das respostas obtidas, afirma-se o potencial existente já identificado anteriormente por

meio dos documentos consultados e elementos existentes para o desenvolvimento da atividade turística

na localidade, embora esse turismo de negócios ainda não esteja desenvolvido em todo seu potencial,

pois não trata-se apenas de transações comerciais realizadas por pessoas de outras localidades, estas

que ainda não conseguem identificar as suas visitas frequentes a cidade de Pau dos Ferros como uma

forma de turismo, isso ocorre em função da carência de divulgação dos atrativos e ainda pela inexistência

de elementos que produza essa identificação imediata na cabeça das pessoas, contribuindo assim com

Page 74: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

73

a geração de uma imagem na mente das pessoas e consequentemente na formação de uma identidade

para o destino.

Posto isto, o mesmo questionamento foi feito aos empresários do setor hoteleiro da cidade, que

confirmaram o potencial da localidade para o Turismo de Negócios e Eventos, embora alguns deles

afirmarem que não existe turismo na cidade, quando questionados sobre o perfil e a motivação dos

hospedes ao escolherem a cidade de Pau dos Ferros, a palavra “negócios” entra mais uma vez em

evidência.

EMP 1: “Não existe turismo em Pau dos Ferros, os hóspedes diários são viajantes vindos a

negócios e o fluxo maior ocorre na época dos eventos como a FINECAP”.

EMP 2: “Turismo de Negócios e Eventos, pois os hóspedes diários em sua maioria são viajantes

a negócios e Funcionários Públicos e o período de maior movimentação ocorre durante as festas

tradicionais da cidade”.

EMP3 “Não existe turismo em Pau dos Ferros pela falta de atrativos e incentivo, os hóspedes

que vem a pousada são professores, funcionários públicos, representantes de vendas e universitários, e

o maior fluxo de hóspedes ocorre durante o período da FINECAP e demais eventos festivos da cidade”.

A fala dos empresários do setor hoteleiro é direta e objetiva, embora o potencial para o Turismo

de Negócios confirme-se, é perceptível que não há uma comunicação integrada e efetiva entre o setor

público e o setor privado para a criação de estratégias que fomentem a atividade turística voltada para

os negócios, talvez aliado a uma certa competitividade entre os hoteleiros e a falta de discussões

continuas, pois essa integração é o que permitirá de fato a existência de uma atividade turística que

satisfaça a necessidade dos turistas, pois o turismo precisa ser visto como um sistema, onde as

premissas básicas sejam investir, fomentar e gerir.

O Turismo de Negócios e Eventos que anteriormente só envolviam viagens de transações de

mercadorias, hoje contempla novas modalidades como treinamentos, convenções, seminários,

capacitações, mas para que essa atividade seja bem desenvolvida necessita-se de uma infraestrutura

adequada com salas de reuniões, laboratórios, centro de convenções, auditórios e até mesmo hotéis

especializados nesse segmento (SWARBROOKE e HORNER, 2002; BRASIL, 2008).

Dito isto, as discussões e os projetos a serem desenvolvidos em âmbito municipal deve-se voltar

para a captação de recursos a serem investidos em uma infraestrutura apropriada para o

desenvolvimento do turismo de negócios na cidade, como a construção de um centro de convenções,

uma estrutura que permite a realização de eventos dos mais diversos segmentos de uma forma mais

ampla, além de ser um recurso necessário para atrair eventos para a localidade.

Page 75: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

74

Os hoteleiros também foram questionados sobre o que é necessário ser feito para aumentar o

fluxo de turistas na cidade, e responderam que o retorno dos grandes eventos festivos, pois são os

principais atrativos turístico da cidade.

EMP 1: “Retornar os eventos que existiam como Carnapau, Pau dos Ferros Cidade do Forró e

ações de melhoria na crise hídrica do Município”.

EMP 2: “Melhorar as atrações dos eventos tradicionais como a FINECAP, Arrasta Fest, criar um

calendário anual de eventos da cidade e melhorar a estrutura dos recursos turísticos naturais locais como

Barravento e a construção de uma Orla no “Açude 25 de Março”.

EMP 3: “Promover mais eventos e melhorar as atrações dos eventos tradicionais existentes”.

Nota-se por parte dos hoteleiros uma visão limitada e cômoda quanto ao desenvolvimento do

turismo na localidade, evidencia-se apenas os eventos festivos, não se visualizando outras

possibilidades, o que talvez seja fruto de poucas discussões e da competitividade local. Visto isso, os

agentes públicos foram questionados quanto ao crescimento universitário na cidade, se isso poderia ser

um fator impulsionador para o turismo de eventos acadêmicos, e obteve-se as seguintes respostas:

AGP1: “Eu considero crucial, está sendo assim um ponto muito positivo, e nós precisamos demais explorar as universidades para esses eventos científicos de grande natureza, por que Pau dos Ferros não tem um centro de convenções, para realizar esses eventos [...] Isso é uma rede e tem que um funcionar bem, [...] por que se realiza um grande evento cientifico, então quem vier vai procurar os serviços de hotéis, de restaurantes, vai procurar os atrativos turísticos, vai procurar onde vende lembranças da cidades, os survinis, vai procurar o comércio, realmente é uma rede, precisa trabalhar em conjunto e de forma integrada”. AGP2: “[...] Realmente Pau dos Ferros tem crescido muito, avançado muito, em termos universitário [...] as pessoas estão centralizando mais em suas cidades e vindo a Pau dos Ferros em busca do ensino superior e é muito gratificante de se ver, agora infelizmente, a gente ainda tem essa questão de espaços ainda não suficientes para atender essa necessidade, a gente não ter um grande teatro, ter um centro de convenções que anexe isso, ou seja, tendo as devidas modalidades culturais, turísticas, desportivas [...] então isso deixa um pouco a desejar”.

Apesar de não ser mencionado pelos agentes públicos e pelo setor hoteleiro de forma imediata

como um potencial fomentador do turismo de eventos e que já está acontecendo, é notório o crescimento

universitário da cidade nos últimos 10 (dez) anos, falta discussão e integração entre os setores públicos

privados, inibindo assim o desenvolvimento do potencial turístico da cidade, pois os olhares estão

voltados para uma única direção, impactando diretamente no desenvolvimento de uma infraestrutura

Page 76: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

75

adequada para a prática do Turismo de Negócios e Eventos, quando na verdade se observa um

movimento significativo dos eventos acadêmicos que precisam de maiores investimentos.

Dessa forma, identifica-se não somente o potencial turístico para negócios e eventos, mas uma

limitação de infraestrutura, considerado um ponto chave inibidor desse progresso e consequentemente

de vender a cidade como um destino turístico, pois o turista não escolherá o destino com base em um

potencial, ele será atraído por produtos e oferta turística. Quando questionados sobre as dificuldades de

vender o Município como destino turístico, os agentes públicos responderam que:

AGP 1: “Os elementos que dificultam e [...] que realmente prejudicam um pouco a demanda turística daqui, primeiro é, essa barragem seca, por consequência dessa grave seca [...]. Outra questão, que eu acho que Pau dos Ferros ainda precisa muito investir nesses profissionais que fazem parte dos elementos que compõe a oferta turística, a gente precisa muito de profissionais capacitados nos hotéis, nos restaurantes, nas pousadas, [...] ter aqueles guias turísticos que orientem a onde se encontra o artesanato, aonde se encontra os pontos históricos que eles poderão visitar, então a gente não tem, esses guias turísticos, placas de sinalização [...] a gente precisa urgentemente de um projeto de governo, tanto da instancia federal como estadual [...] um projeto de engenharia de trafego, o transito daqui está prejudicando muito, [...] não ter um estacionamento adequado pra esses carros de linha, tudo isso”.

AGP 2: “Olhe é muito complicado a gente vender Pau dos Ferros hoje, inclusive debatíamos isso na última reunião do Polo que aconteceu em Patu [...] nós não temos alguns serviços essenciais, como por exemplo, [...] a gente não tem ainda aquele hotel, ou aquela pousada, a reclamação dos serviços dos elementos são muito grandes, ou seja, da forma de atendimento, a gente sabe que isso reflete muito, quando alguém chega lá fora e vai colocando, [...] nós também não temos guias turísticos, para que o turista chegue, e ele seja recepcionado, e que tenha essa visão turística de Pau dos Ferros, [...] nós não temos empresas de linha, de vendas de pacotes, é uma pena, mais ainda fica esses pontos a desejar, mais que, é uma cidade que ainda recebe muitos elogios, de muitas coisas e de algumas formas de embelezamento”.

Ainda que, o Município de um modo geral disponha de bons elementos e recursos de

infraestrutura turística como restaurantes, hotéis, pousadas e serviços públicos, é perceptível que há

uma deficiência na qualidade do atendimento e ainda na falta de alguns recursos essências como foi

mencionado pelos agentes públicos, guias turísticos, deficiência no tráfego urbano, um hotel ou pousada

mais especializado no turista, a atual crise hídrica e principalmente a divulgação e valorização dos

atrativos pela comunidade local e a própria integração do setor público e privado.

Mostrando-se envolvido e ativo nas discussões do Polo Serrano por meio da Secretaria de

Cultura e Turismo (SECULT), órgão criado para ser responsável pelo desenvolvimento de projetos que

fomentem o turismo e a cultura no Município. O Prefeito em exercício Fabricio Torquato por meio de suas

atribuições legais, além de implementar uma pasta encarregada pelo desenvolvimento da atividade

Page 77: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

76

turística, também instituiu a Lei nº 1487/15 Política Municipal de Turismo, e cria o Sistema Municipal de

Turismo (SMT).

A referida lei dispõe da Política Municipal de Turismo que estabelece o papel da gestão pública

municipal no desempenho da atividade turística e define pressupostos que embasam os projetos,

políticas e ações formuladas e executadas pela Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros, com a

participação da sociedade, no campo do turismo, dentre os seus objetivos está promover e divulgar o

Município e seus atrativos; estimular a integração com o setor privado e o terceiro setor para a realização

de parcerias necessárias ao desenvolvimento turístico e proporcionar o crescimento da oferta de trabalho

e melhor distribuição de renda.

Propondo a criação do Sistema Municipal de Turismo, ferramenta de articulação, gestão e

fomento da atividade turística do Município, através da implementação de políticas públicas efetivas,

essas que serão discutidas, analisadas, revisadas e aprovadas pelo Conselho Municipal de Turismo

órgão de classe deliberativo, consultivo e normativo com composição paritária entre Poder Público

Municipal e Sociedade Civil, se constitui no principal espaço de participação social institucionalizada, de

caráter permanente, na estrutura do Sistema Municipal de Turismo. E posteriormente exposto, discutido

e aprovado na Conferencia Municipal de Turismo instancia de participação da sociedade civil. Tem-se

como instrumentos de gestão do Sistema Municipal de Turismo (SMT) o Plano Municipal de Turismo e o

Sistema Municipal de Financiamento ao Turismo que se caracterizam como ferramentas de

planejamento, técnico e financeiro, e de qualificação dos recursos humanos (Ver Anexo A).

É importante evidenciar que as decisões políticas implementadas para o produto turístico devem

ser tomadas de forma estratégica e para isso deve-se considerar, entre outros fatores: a imagem, o

produto, (recursos, bens de consumo e serviços), a infraestrutura em geral (hotéis, restaurantes, vias de

acesso) os profissionais e a tecnologia a disposição, as responsabilidades de cada agente e formas de

controle para a manutenção dos níveis da atividade turística ofertada, além disso não se faz marketing

turístico de lugares sem a participação de todos os elementos facilitadores.

A Gestão Municipal dispõe de elementos fundamentais para o desenvolvimento da atividade

turística, como dito anteriormente por Valls (2006) o primeiro passo para o desenvolver da atividade

turística na administração pública é a criação de órgãos instituídos para impulsionar o desenvolvimento

do potencial turístico através da criação de infraestrutura, conservação e proteção de atrativos,

concessão de alvarás para abertura de negócios que venham atender as necessidades dos turistas

dentre outras atividades, inciativas possibilitam o subsidio de recursos financeiros das esferas estaduais

e federais, consolidando assim o potencial do destino turístico através de um planejamento estratégico

focado em tornar o destino mais atrativo e competitivo e assim concorrer em nível de igualdade com os

outros destinos e consequentemente atrair moradores, turistas, investidores possibilitando a geração de

Page 78: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

77

lucros, bem como, a divulgação e promoção do destino através de um investimento continuo seja na

revitalização, conservação dos atrativos, novas infraestrutura e até mesmo na criação de uma imagem

positiva da cidade.

Porém, é preciso estar mais atuante as vistas da sociedade e principalmente dos visitantes,

turistas ou excursionistas que frequentam a cidade diariamente, colocando em prática o que está previsto

na lei do Plano Municipal de Turismo. Visitantes estes, oriundos de cidades circunvizinhas e dos estados

do Ceará e da Paraíba em busca do comercio local, serviços públicos, como também, entretenimento e

lazer através dos eventos tradicionais, praça de eventos e uma oferta diversificada de restaurantes e

lanchonetes disponíveis na localidade.

4.1.2.1 Atrativos Turísticos da Cidade

De acordo com Dias e Cassar (2005), para que uma localidade seja considerada uma destinação

turística, deve-se ter um conjunto de organizações e indivíduos integrados que colaboram e competem

na oferta de diversos produtos e serviços que venham satisfazer as necessidades dos turistas, além de

seus atrativos, que pode ser considerado o principal fator determinante pela escolha do destino, mas

sem os serviços essenciais o turista não terá uma experiência satisfatória, e consequentemente não

retornará, criando em sua mente uma imagem negativa daquele destino.

Dito isto, e em conformidade com o que foi mencionado anteriormente a cidade no geral conta

com um bom aparato de serviços turísticos, tais como, hotéis, pousadas, restaurantes, serviços públicos,

embora, ainda seja incipiente, a localidade é uma destinação turística com potencial iminente, mas ainda

pouco explorado efetivamente como produto turístico, pois não há uma integração entre os elementos

que compõe a atividade turística enquanto produto (bens e serviços auxiliares, gestão, imagem da marca,

preço, infraestrutura e equipamentos e recursos) dificultando assim a venda da localidade como um

destino turístico. Inicialmente, faz-se necessário identificar o potencial turístico, a partir de seus atrativos,

e para melhor identifica-los, foi questionado aos agentes públicos responsáveis pela pasta do turismo,

quais eram os principais elementos que representava a cidade enquanto destino turístico, e obteve-se

as seguintes respostas.

AGP 1: “Os elementos que eu considero, que representa Pau dos Ferros como destino turístico [...] dentro do turismo religioso que a gente sabe que é a festa da padroeira, dentro do turismo de eventos, a FINECAP [...] mas o mais forte mesmo desses elementos, [...] é o comercio daqui, o comercio junto com a feira livre, que é muito diversificada”.

Page 79: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

78

AGP 2: “O que nos representa mais, são os elementos culturais, aqui gente ainda tem muito forte

a questão do turismo de cultura, de eventos, então é muito atrativo, por isso que a gente pode ver por

exemplo a FINECAP, a cavalgada do vaqueiro, o Arrasta Fest”.

De acordo com a fala dos agentes públicos, é nítido que eles consideram os eventos tradicionais

e o comercio da cidade, como os principais elementos que expõe e representa a cidade de Pau dos

Ferros como um destino turístico, pois são eles os responsáveis por atrair turistas a cidade em épocas

de festividades e aos sábados com a Feira Livre. Mas de acordo com alguns documentos internos

consultados como o próprio Inventário Turístico da cidade feito em 2007 a cidade apresenta alguns

atrativos turísticos, na qual pode-se destacar:

Fotografia 03 – Feira livre de Pau dos Ferros

Fonte: Nossa Pau dos Ferros (2016). Disponível em:

<http://nossapaudosferrosrn.blogspot.com.br/2015/09/decreto-executivo-modifica-feira-livre.html>

Criada em dia 01 de Dezembro de 1859 pela câmara dos vereadores, a Feira Livre que

anteriormente representava apenas um pequeno ponto de encontro e reunião dos habitantes locais, é

hoje um importante empório de comercialização dos mais variados produtos de abastecimento e

consumo e tem como dia especifico os sábados, e tida como um dos maiores destaques de feira livre da

região do Alto Oeste Potiguar (SECULT, 2016).

Page 80: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

79

Fotografia 04 – Açude Público de Pau dos Ferros (Barragem)

Fonte: RN Cidades (2016). Disponível em: <http://www.rncidades.com/place/barragem-de-pau-dos-ferros/>

A construção da Barragem teve início no ano de 1965 com uma capacidade de 54.846.000 (m³)

e em 1967, dois anos após sua construção teve sua primeira sangria. Considerado ponto turístico natural

de bastante destaque na cidade durante os fins de semana e períodos de cheia. Nos dias atuais em

consequência de uma crise hídrica severa consta com um volume atual de 0% da sua capacidade, ou

seja está, completamente seca, fato que ocorre pela primeira vez na sua história que interrompeu não

somente o fluxo de visitantes e turistas no atrativo, como também, a distribuição de água na cidade.

(IGARN, 2016; SECULT, 2016).

Fotografia 05 – Terminal Turístico “Lindalva Torquato”: Barravento

Fonte: Evanio Araújo (2016). Disponível em: <http://evanioaraujo.zip.net/images/09_2.JPG>

Page 81: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

80

Inaugurado dia 09 de setembro de 2003, é um espaço de bastante notoriedade na cidade de Pau

dos Ferros por ser um forte pilar de sustentação turística no Município. Frequentado durante os fins de

semana e períodos de cheia da barragem, hoje em desuso devido crise hídrica que assola a região

(SECULT, 2016).

Fotografia 06 – Praça de Eventos Nossa Senhora da Conceição

Fonte: Jânio Melo Disponível em: < https://www.flickr.com/photos/janiomelo/6843994375 >.

A Praça de Eventos Nossa Senhora da Conceição, construída no mandato do ex-prefeito

Leonardo Rêgo, foi inaugurada no dia 25 de junho de 2008. Esta obra ofertou aos pauferrenses maior

visibilidade no setor do turismo e é referência em estrutura de eventos na região como a FINECAP, além

de ser um local bastante frequentado para a prática de exercícios físicos e entretenimento e lazer através

dos eventos que sedia como a FINECAP, Arrasta Fest e através dos quiosques mantem o fluxo de

pessoas diariamente (SECULT, 2016).

Fotografia 07 – Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição (Antes e nos dias atuais)

Fonte: Barão Turismo (2016). Disponível em: <http://mapio.net/a/14571840/> e <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html />

Page 82: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

81

A capela de Nossa Senhora Imaculada Conceição foi construída no ano de 1738. Em 1756 foi

elevada à categoria de Matriz. Atualmente com uma nova arquitetura, a última reforma foi de 2012 a

2015 e culminou com a construção da segunda torre da igreja e principal ponto turístico religioso da

cidade (SECULT, 2016).

Fotografia 08 – Obelisco do Centenário

Fonte: Barão Turismo (2016). Disponível em: <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html>

O Obelisco, monumento que foi construído, inicialmente, no ano de 1955 e inaugurado em 17 de

dezembro de 1956 em comemoração ao centenário do Município de Pau dos Ferros-RN e ao

bicentenário da freguesia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição (SECULT, 2016)

Fotografia 09 – Praça da Matriz “Monsenhor Caminha”

Fonte: Férias Tur (2016). Disponível em: <http://www.ferias.tur.br/fotos/7233/pau-dos-ferros-rn.html >

Page 83: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

82

Construída durante o início do século XX, mais precisamente no ano de 1942, a Praça da Matriz

“Monsenhor Manoel Caminha Freire” é um marco memorial na cultural e na história do Município pau-

ferrense. E reinaugurada em 27 de junho de 2009 após reforma de modernização urbana que a tornou

mais bonita e atrativa (SECULT, 2016).

Fotografia 10 – Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia”

Fonte: Barão Turismo (2016). Disponível em: <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html>

A atual Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia” O prédio foi erguido em virtude do decreto nº

234 de 10 de novembro de 1910 que instituía a primeira escola da região Oeste do RN. Reinaugurada

em 12 de Junho de 2015 com essa nova denominação e que desde então, abriga a sede da Secretaria

Municipal de Cultura e Turismo (SECULT) e a Biblioteca “Manoel Jácome de Lima”, galerias de exposição

e ainda um auditório, espaço na qual é realizado diversos eventos (SECULT, 2016).

Em relação aos atrativos turísticos da cidade, é importante ressaltar que alguns acabam sendo

autossuficientes como a Feira Livre e a própria praça de eventos, mesmo não sendo tão divulgados, em

razão das atividades comerciais envolvidas ao seu redor, outros utilizados eventualmente como a Casa

de Cultura, enquanto os atrativos naturais tais como a Barragem e o Açude da 25 Março sofrem com a

crise hídrica que assola a região nos últimos anos.

Os elementos e características aqui identificados compõe a identidade do destino, e devem ser

trabalhados de forma que gerem uma relação de oferta e demanda, e consequentemente a pratica efetiva

da atividade turística e para que isso aconteça, o desenvolvimento da atividade turística da cidade de

Pau dos Ferros, deve ser feita com base em um plano estratégico com ações efetivas para que seus

atrativos sejam de fato divulgados, através do marketing, que fará o papel de informar e atrair o turista

Page 84: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

83

até a localidade, pois não há um site que os divulgue ou venda a cidade como destino turístico,

aproveitando todo o seu potencial, através de projetos e ações realizadas frequentemente, de forma que

venham atrair os visitantes que circulam diariamente na cidade, uma vez que a cidade não dispõe de

recursos naturais tão atrativos como Martins e Portalegre, municípios serranos com uma atividade

turística já consolidada, no entanto, devido a sua localização a cidade se torna uma espécie de “canal”

para divulgação e acesso aos atrativos dos demais municípios que compõe o Polo Serrano, o que poderia

desencadear no surgimento de empreendimentos especializados no turismo.

4.2 Caracterização sócio demográfica dos visitantes

Nesta seção será analisado o perfil sócio demográfico dos visitantes e turistas que frequentaram

a cidade de Pau dos Ferros no período de 29 de Julho a 19 de Setembro de 2016. Conhecer o perfil dos

visitantes (turistas e excursionistas) de um destino é fundamental para o desenvolvimento da atividade

turística da localidade, além de influenciar, na formação da imagem que o indivíduo constrói sobre o

destino antes e após a sua estada na cidade. Pois eles são fontes de informação importantes no

apontamento de direções a serem seguidas no desenvolvimento da atividade turística de uma localidade.

As variáveis a serem analisadas e discutidas serão: cidade de origem, gênero, estado civil, grau

de escolaridade, renda e ocupação.

4.2.1 Perfil socioeconômico

Durante o período de 29 de Julho a 19 de Setembro de 2016 foram aplicados 68 questionários

com visitantes e turistas que frequentaram a cidade neste período, abordados nas praças da cidade, nos

hotéis, na feira livre, pontos de maior circulação de pessoas, com intuito de identificar o perfil desse

visitante e turista para melhor compreender esse turismo que ainda ocorre de forma latente.

Conforme mostra a Tabela 03, os visitantes e turistas que frequentaram a cidade de Pau dos

Ferros durante esse período vieram de pelo menos 20 (vinte) localidades diferentes que em sua grande

maioria são cidades circunvizinhas o que reforça o fato de que cerca de 200 mil pessoas circulam durante

a semana na cidade, fato mencionado em uma edição do Programa “Rota Inter Tv” na edição em que

apresenta o município de Pau dos Ferros, devido sua localização geográfica estratégica, comércio local

e serviços públicos, dentre outros motivos que serão abordados posteriormente (ROTA INTER TV, 2016).

Page 85: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

84

Tabela 03 – Cidade e Estado de Origem

CIDADE E ESTADO DE ORIGEM FREQUÊNCIA PORCENTAGEM

RIO DE JANEIRO – RJ 20 29,41%

NATAL – RN 5 7,35%

MOSSORÓ – RN 4 5,88%

TENENTE ANANIAS – RN 3 4,41%

ALEXANDRIA – RN 3 4,41%

ITAÚ – RN 3 4,41%

MARTINS – RN 3 4,41%

TABULEIRO GRANDE – RN 3 4,41%

RAFAEL FERNANDES – RN 2 2,94%

ÁGUA NOVA – RN 2 2,94%

MARCELINO VIEIRA – RN 2 2,94%

JOSÉ DA PENHA – RN 1 1,47%

PILÕES – RN 1 1,47%

RIACHO DE SANTANA – RN 1 1,47%

SOUSA – PB 1 1,47%

FRANCISCO DANTAS – RN 1 1,47%

RODOLFO FERNANDES – RN 1 1,47%

ANTONIO MARTINS – RN 1 1,47%

LUÍS GOMES – RN 1 1,47%

VIÇOSA – RN 1 1,47%

PETROLINA – PE 1 1,47%

SERRINHA DOS PINTOS – RN 1 1,47%

UIRAÚNA - PB 1 1,47%

CURRAIS NOVOS – RN 1 1,47%

PARNAMIRIM – RN 1 1,47%

LAVRAS – CE 1 1,47%

SÃO FRANCISCO DO OESTE – RN 1 1,47%

SEVERIANO MELO – RN 1 1,47%

ENCANTO – RN 1 1,47%

TOTAL 68 100%

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Em destaque na tabela 03 temos a cidade do Rio de Janeiro – RJ com (29, 41%), representado

por um grupo de turistas que neste período estavam não somente visitando a cidade, mas também

realizando eventos de cunho religioso e social, deixando um legado e realizando conexões que possam

estar trazendo-os de volta a localidade futuramente. Embora, não vieram pensando na localidade como

um destino turístico propriamente dito, passaram um processo de decisão que envolveram visitas

prévias, pesquisas e votação para saber se a cidade de Pau dos Ferros tinha as características que eles

Page 86: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

85

consideravam ideias para implementação do seu projeto, o que envolve a influência de fatores culturais,

sociais, pessoais e psicológicos apresentados pela teoria do comportamento do consumidor. Seguido da

capital do estado Natal representado por (7,35%) e da cidade de Mossoró com (5,88%) e o restante

oriundos de municípios circunvizinhos como Alexandria, Tenente Ananias e Itaú representados

respectivamente por (4,41%) Marcelino Vieira, Rafael Fernandes com (2,94%) e até de outros estados

como Souza – PB, Petrolina - PE e Lavras – CE com (1,47%) dos entrevistados.

Quando questionados sobre o gênero, e expresso no Gráfico 01, o sexo masculino se

sobressaiu em relação ao sexo feminino.

Gráfico 01 – Gênero

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Conforme mostra o gráfico 01, quanto ao gênero, (58,82%) dos entrevistados eram do sexo

masculino, enquanto (41,18%) do sexo feminino. Embora não haja nenhuma pesquisa que identifique a

predominância do gênero masculino na localidade, durante a aplicação dos questionários percebeu-se

uma certa resistência do público feminino para responder os questionários, bem como, a presença mais

forte do público masculino nos meios de hospedagem da cidade, evidencia-se a presença constante de

representantes de vendas e profissionais que pernoitam na cidade, e outros profissionais que trabalham,

mas não utilizam de meios de hospedagem na cidade que também é considerada Polo Comercial.

Em relação ao estado civil dos entrevistados, como pode ser visualizado no Gráfico 02, a seguir:

58,82

41,18

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

Masculino Feminino

Page 87: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

86

Gráfico 02 – Estado Civil

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Com uma porcentagem bastante significativa de (55,88%) a grande maioria dos respondentes

afirmaram serem casados, seguidos de (32,35%) solteiros e (8,82%) divorciados, as categorias de união

estável, viúvo e outros obtiveram uma representatividade inexpressiva de (1,47% e 0%) respectivamente.

Os resultados desse questionamento demonstram que deve-se pensar em projetar atrativos e

empreendimentos turísticos voltados para o público familiar, vale salientar que a Barragem (ver

Fotografia 04) era o atrativo que supria as necessidades deste público, mas em consequência da crise

hídrica, o atrativo está impossibilitado de ser frequentado.

Em relação as pessoas que afirmaram estarem solteiros segunda maior parcela dos

respondentes, estes são atraídos constantemente pelos eventos, clubes de festas, restaurantes e bares

noturnos ofertas já existentes na cidade e que tem-se intensificado ainda mais com a instalação de novas

atividades comerciais com um conceito mais jovem e moderno.

Em relação a faixa-etária de idade do público pesquisado e expresso no Gráfico 03, a seguir.

Gráfico 03 – Faixa etária

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

55,88

8,82

32,35

1,47 1,47

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Casado Divorciado Solteiro União estável Viúvo

4,41

22,06

44,12

26,47

2,94

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

Até 20 21 - 30 31 - 45 46 - 65 Acima de 65

Page 88: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

87

De acordo com o Gráfico 03, quanto a faixa etária de idade, de forma expressiva (44,12%)

concentra-se na faixa etária de 31 a 45 anos, o que configura-se como pessoas de meia idade que podem

já estar inseridos no mercado de trabalho e consequentemente em busca de alguma forma de

entretenimento e lazer que pode ser suprida através da comercialização de pacotes turísticos, permitindo

assim, uma experiência mais vasta em relação a atividade turística, seguidos de (26,47%) com 46 a 65

anos e (22,06%) 21 a 30 anos, com (4,41%) até 20 anos e (2,94%) acima de 65 anos apresentam

resultados pouco expressivos.

O Gráfico 04, a seguir apresenta os dados coletados em relação ao nível de escolaridade dos

visitantes e turistas.

Gráfico 04 – Nível de Escolaridade

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

De acordo com o Gráfico 04, (44,12%) dos entrevistados possuem habilitação no ensino

superior completa ou incompleta, fator decorrente do desenvolvimento universitário na localidade nos

últimos 10 (dez) anos e que consequentemente é um dos elementos responsáveis por atrair pessoas em

busca de qualificação e ascensão profissional. E consequentemente fomentador do turismo de eventos

acadêmicos, dando subsídio para a cidade desenvolver-se neste segmento turístico. Enquanto (13, 24%)

já possui alguma especialização, (4,41%) mestrado e apenas (1,47%) possuí doutorado, é perceptível o

avanço do nível de escolaridade, uma vez que a localidade vem crescendo neste setor. Já (23, 53%)

afirmaram ter concluído ou não o ensino médio e uma parcela de (13, 24%) possuem ensino fundamental

completo ou incompleto.

No que diz respeito a renda mensal dos respondentes, como pode ser visualizado no Gráfico

05, abaixo.

13,24

23,53

44,12

13,24

4,41

1,47

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00

Fundamental (1° a 9° ano)

Médio (2º grau)

Superior

Especialização

Mestrado

Doutorado

Page 89: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

88

Gráfico 05 - Renda

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Quando questionados sobre a sua renda mensal, de acordo com o gráfico 05, (29,41%)

responderam que tem uma renda que mensal que varia de R$ 881,00 a R$ 2.250,00, seguidos de (25%)

que se enquadram na categoria de R$ 2.251, 00 a R$ 4.500, 00 e (20, 59%) que ganham até R$ 880,00.

E ainda temos uma parcela de (16,18%) que ganham de R$4.501,00 a R$9.000,00 e (8,82%) que tem

uma renda estimada de acima de R$9.001,00. E a partir destes dados pode-se constatar que há um

equilíbrio entre a renda mensal dos visitantes e turistas, ou seja, a cidade recebe um público com um

poder aquisitivo variado, o que possibilita o desenvolvimento de uma atividade turística mais

diversificada.

Diretamente associado ao fator renda, o Gráfico 06 a seguir, mostra qual a profissão dessas

pessoas.

Gráfico 06 – Profissão

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

20,59

29,41

25,00

16,18

8,82

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00

Até R$ 881,00

R$881,00 – R$2.250,00

R$ 2.251,00 – R$4.500,00

R$4.501,00 – R$9.000,00

Acima de R$ 9.001,00

2,94

11,76

5,88

20,59

35,29

13,24

10,29

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00

Do lar

Aposentado

Estudante

Profissional liberal

Emprego Público

Empresa privada

Outro

Page 90: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

89

De acordo com o Gráfico 06, quanto a profissão dos respondentes que corresponde a maior

parcela de (35,29%) são funcionários públicos, o que justifica a estabilidade financeira apresentada pelos

entrevistados na variável renda, seguidos de (20,59%) que são profissionais liberais e (13, 24%) que

trabalham em empresas privadas, (11,76%) aposentados e (10,29%) outros, porém não foi mencionado

o tipo de ocupação. E com números pouco expressivos (5,88%) são estudantes e (2,94%) do lar.

4.2.2 O Consumidor-turista e seus hábitos de viagem

Identificado os elementos turísticos presentes na localidade e identificar o perfil desse visitante,

deve-se também, apontar suas motivações, fatores que determinam a sua decisão, isto é, a

determinação de roteiros, estruturação de recursos, empreendimentos e atrativos devem ser

estabelecidos em função da sua demanda.

A motivação é tida como principal elemento disponível para identificação do mercado turístico

que envolve desde a exploração de recursos naturais através do ecoturismo até a utilização de recursos

econômicos, culturais e históricos da cidade como a pratica do turismo de negócios e eventos, tendo em

vista que o turista está mais envolvido no processo de decisão na escolha de um destino, do que os

consumidores convencionais, pois essa pratica requer um planejamento que inicia na escolha da

localidade e vai até o seu retorno para casa e nesse processo estão envolvidas várias decisões como:

qual meio de transporte utilizar, o que levar, quanto gastar dentre outras. Mas o que influenciará além da

motivação e dos atrativos turísticos será a própria experiência em si com a satisfação de suas

expectativas e uma imagem previa condizente com a realidade.

Embora o Município não detenha de tantos atrativos turísticos naturais e estruturas de grande

porte responsáveis por atrair milhares de pessoas aos destinos e pela qual muitos cidades se destacam,

e tem esses atrativos como cartões postais.

O município de Pau dos Ferros diferentemente dos outros municípios que compõe o Polo

Serrano ele atua como um ponto estratégico para o crescimento do Polo, pois pode e deve ser trabalhado

como o ponto de partida, divulgação para os demais municípios e ofertando entretenimento e atividades

comerciais que os outras cidades não dispõe.

Quando questionados sobre a principal que os trouxeram a cidade de Pau dos Ferros, como

mostra o Gráfico 07, a seguir:

Page 91: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

90

Gráfico 07 – Motivação

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

A principal motivação com (46,25%) das respostas estão relacionados à negócios/ trabalhos,

embora não haja frequentemente a realização de eventos de negócios, devido à falta de uma

infraestrutura adequada, as pessoas que identificam essa motivação, relacionam a atividades de compra,

funcionários públicos em prestação de serviço, professores e universitários que vem participar de eventos

ou visitar universidades. Seguido de (25%) que responderam eventos religiosos, representados em maior

parte pelos turistas oriundos da cidade do Rio de Janeiro que estavam na cidade realizando atividades

relacionadas a esta modalidade. Enquanto (11,25%) afirmam estar na cidade para visitar parentes

amigos, e consequentemente acabam conhecendo a cidade e frequentando algum atrativo, mesmo que

só tenha conhecimento após já estar no destino, o que não causa nenhuma expectativa ou projeção de

uma imagem de forma turística. As demais opções foram eventos festivos representado por (6,25%),

seguido de lazer e entretenimento com (5%), eventos acadêmicos (3,75%) e outros com (2,5%) não

mencionando a motivação. Importante ressaltar que as motivações foram marcadas em conjunto,

obtendo-se um total de 117 respostas, o que caracteriza a existência de um potencial não identificado

pela maioria das pessoas e ainda pouco explorado. Tendo como grande destaque o comercio local e a

oferta de serviços, por isso deve-se evidenciar e divulgar seus atrativos e atividades de entretenimento

disponíveis para que as pessoas que visitam a cidade em função do comercio e serviços, também

venham usufruir desse entretenimento ofertado pela cidade.

O Gráfico 08 a seguir, diz respeito as fontes de informação que conduziram esses visitantes a

cidade de Pau dos Ferros.

5,00

11,25

46,25

25,00

6,25

3,75

2,50

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00

Lazer/entretenimento

Visitar parentes e amigos

Negócios/trabalho

Eventos Religiosos

Eventos Festivos

Eventos Acadêmicos

Outros

Page 92: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

91

Gráfico 08 – Fontes de informação que ajudaram na escolha do destino

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

De acordo com os dados representados pelo Gráfico 08, podemos identificar que (47,06%) estão

na cidade devido visitas anteriores, evidenciando visitas frequentes, que em maior parte está relacionada

ao atrativo comercial que a cidade possui. Seguido de outros com (42,65%) afirmado pelos turistas

advindos do Rio de Janeiro, na qual realizam uma longa pesquisa e visitas prévias, que colocava a cidade

de Pau dos Ferros como opção de destino. E ainda (8,82%) que responderam indicação de familiares e

amigos, internet e sites especializados e agências de viagem obtiveram o percentual de (1,47% e 0%)

respectivamente, o que podemos remeter a pouca divulgação e informações em sites especializados de

turismo.

Os Gráficos 09 e 10 a seguir, nos mostra qual o meio de transporte utilizado pelas pessoas para

chegar até o destino, bem como, o meio utilizado para transitar na cidade.

Gráfico 09 – Transporte que utilizou para chegar ao destino

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

1,47

8,82

47,0642,65

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

Internet/Siteespecializado

Indicação deparentes/amigos

Visitasanteriores

Outros

42,65

19,1222,06

7,35 8,82

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

Carro Van Ônibus Moto Outros

Page 93: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

92

Os meios de transporte são um dos serviços essenciais da atividade turística, responsáveis pela

locomoção do turista até chegar ao destino e durante a sua estada para conhecer a cidade.

Gráfico – 10 Transporte que utiliza na cidade

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

De acordo com os Gráficos 09 e 10 acima, (42,65%) dos respondentes afirmaram que vem a

cidade de Carro, o que corrobora com os (48,53%) como pode ser visualizado no gráfico 10, que utilizam

carro próprio para locomoção dentro do destino. Seguido de (22,06%) que vieram e utilizaram o ônibus

também para deslocamentos dentro da cidade, estes representados pelos turistas cariocas e (19,12%)

responderam van, representado pelos visitantes das cidades circunvizinhas que frequentam diariamente

o destino, estes que após a chegada no destino se locomovem a pé, representado por (17,65%) dos

inqueridos. No decorrer da coleta de dados foi mencionado pelos visitantes o problema da escassez de

vaga de estacionamentos da cidade, que são ocupadas pelas vans e carros de linha diariamente. Ou

seja veículos alternativos que diariamente circulam com pessoas de todas as localidades circunvizinhas

e até de outros estados para usufruírem do comercio local e serviços ofertados pelo Município de Pau

dos Ferros – RN.

Dessa forma para que de fato aconteça uma atividade turística é preciso estar atento aos

serviços básicos da cidade, nesse caso, principalmente uma restruturação no trafego, pois esse fator é

um ponto negativo para o planejamento da atividade turística.

O tempo de estada destas pessoas na cidade, representado no Gráfico 11, a seguir, é o que

nos revela a classificação deste público na atividade turística.

2,94

22,0617,65

2,94

48,53

5,88

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Van Ônibus A pé Moto táxi Carropróprio

Motoprópria

Page 94: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

93

Gráfico 11 – Tempo de estada na cidade

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Conforme podemos visualizar no Gráfico 11, (41,18%) dos inqueridos permanecem na

localidade por menos de 24h, em sua grande maioria pessoas oriundas de cidades circunvizinhas,

seguidos de (32,35%) que permaneceram por cerca de 6 a 7 dias, a qual pode ser justificada pelos

turistas cariocas e (17,65%) que responderam mais de 7 dias, representadas por pessoas que estudam

ou trabalham na cidade, mas que nos fins de semana voltam para suas cidades de origem. Com pouca

representatividade (5,88%) estão as pessoas que passam eventualmente 2 a 3 dias na cidade,

geralmente a negócios ou trabalho, mais que utilizam os meios de hospedagem e frequentam os atrativos

da cidade, (2,94%) permanecem de 4 a 5 dias.

Este público, segundo Beni (2007) podem ser classificados de duas maneiras, são eles:

Turistas, considerando as pessoas que permanecem na localidade por mais de 24 horas, ou seja, que

pernoitam e realizam atividades que envolvam entretenimento e lazer e Excursionistas, estes

permanecem na localidade por menos de 24 horas e realizam atividades de recreação, descanso e lazer

independente da sua modalidade, seja ela (férias, esportes, entretenimento, saúde, cultural, religioso

entre outros). Uma das alternativas para atração de novos públicos que venham a se tornar turistas, é

investir na infraestrutura adequada para realização de eventos acadêmicos e de negócios, consolidando

assim a atividade turística no Município.

Com relação a periodicidade que frequenta a cidade de Pau dos Ferros, como pode-se visualizar

no Gráfico 12, a seguir:

41,18

5,88

2,94

32,35

17,65

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00

Menos de 24hs

2 a 3 dias

4 a 5 dias

6 a 7 dias

Mais de 7 dias

Page 95: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

94

Gráfico 12 – Periodicidade que vem a Pau dos Ferros

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

De acordo com o Gráfico 12, com a parcela significativa de (36,76%) e justificada pela presença

de um grupo de turistas cariocas estavam na cidade pela primeira vez, seguidos de (33,82%) que visitam

a cidade de 2 a 5 vezes, (23,53%) ou mais de 11 vezes durante o mês e (5,88%) entre 6 e 10 vezes.

Inúmeras pessoas frequentam a cidade de Pau dos Ferros mensalmente, embora essas pessoas sejam

apenas excursionista, podem vir a se tornar potenciais turistas se forem enxergados nesta perspectiva.

Pois são frequentemente atraídos pelo comercio e variedade de opões de entretenimento e lazer,

normalmente fazem uso de veículo próprio, o que corrobora com os resultados expostos nos Gráficos 09

e 10 desta pesquisa.

Quando questionados sobre as pessoas que lhe acompanhavam na viagem, demonstrado pelo

Gráfico 13, obteve-se os seguintes resultados.

Gráfico 13 – Quem lhe acompanha na viajem

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

36,76

33,82

5,88

23,53

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00

Primeira Vez

Entre 2 e 5 vezes

Entre 6 e 10 vezes

Mais de 11 vezes

1,47

7,35

26,47

30,8833,82

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

Filho(s) Cônjuge Amigo(s) Família Viaja sozinho

Page 96: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

95

De acordo com o Gráfico 13, a maioria dos inqueridos na pesquisa afirmaram com (33,82%) que

viajam sozinhos, comportamento esse, que também pode estar relacionado a falta de divulgação dos

atrativos e recursos que retenham esses visitantes, bem como investimentos por parte da iniciativa

privada em atrativos que satisfaçam a necessidade de um púbico mais diversificado, seguidos de

(30,88%) que viajam acompanhado da família e (26,47%) vieram com amigos e ainda (7,35%) com o

cônjuge e (1,47%) com filhos.

Quando questionados se utilizavam algum meio de hospedagem, atingiu-se os seguintes

resultados expostos no Gráfico 14, a seguir.

Gráfico 14 – Hospedagem

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Conforme o gráfico 13, (39,71%) não pernoitaram na cidade, seguidos de (25%) que

responderam outros, representados pelos turistas oriundos do Rio de Janeiro que estavam hospedados

em uma escola da cidade, (17, 65%) estavam hospedados em casa de amigos e familiares, e outros (10,

29%) mantem apartamento ou casa alugada na cidade, e apenas (7,35%) estiveram hospedados nos

hotéis e pousadas da cidade. Os resultados aqui há uma procura relativamente baixo pelo setor hoteleiro,

porém durante entrevista com os empresários o fluxo de pessoas se mantém pelas pessoas que vêm a

negócios e o fluxo intensifica nos períodos festivos, principalmente durante a FINECAP.

Em relação aos gastos realizados na cidade, como demonstrado no Gráfico 15, abaixo.

17,65

10,29

7,35

39,71

25,00

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00

Casa de amigos/Familiares

Apartamento/Casa alugada

Hotel/Pousada

Sem hospedagem

Outros

Page 97: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

96

Gráfico 15 – Quanto gasta na cidade

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Segundo o Gráfico 15, logo acima, como uma parcela significativa de (47,06%) gastam pelo

menos R$ 100,00 durante sua estada na localidade, seguido de (26,47%) que afirmaram gastar de R$

101 a R$ 300,00, gastos que podem estar relacionados a compras eventuais realizadas no dia respectivo

a aplicação do questionário, ou ainda por não ser o período na qual os inqueridos costumam fazer

compras (14,71%) R$ 301 a R$ 500,00. Ainda temos (8,82%) que desembolsam acima de R$ 501,00,

que podem ser considerados os que satisfazem todas as suas necessidades comerciais na cidade e

(2,94%) que afirmaram gastar nada.

Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) em parceria com a

Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que o turista de negócios gasta 4 (quatro) vezes mais que o

visitante de lazer no Brasil, tal fato demonstra que o turismo de negócios e eventos dentre os tipos de

turismo existentes mais rentáveis, pois, além disso, movimenta vários setores econômicos desde a

hotelaria até os setores de apoio as organizações de eventos como a produção de material gráfico

(BRASIL. Embratur, 2016).

Relacionado diretamente ao despenho financeiro durante a estada na cidade estão os locais

mais frequentados pelos visitantes e turistas durante a sua estada, representado de forma mais

detalhada pelo Gráfico 16, a seguir.

2,94

47,06

26,47

14,71

8,82

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00

Nada

Até R$100,00

R$101,00 a R$300,00

R$301,00 a R$500,00

Acima de R$501,00

Page 98: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

97

Gráfico 16 – Estabelecimentos mais frequentados

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Quando questionados sobre quais estabelecimentos mais frequentavam durante sua

permanência na cidade em sua maioria com (29,91%) responderam que costumam visitar as lojas

comerciais, seguidos de (23,93%) que afirmaram frequentar os empreendimentos do setor alimentício,

ambos de grande variedade e destaque na cidade de Pau dos Ferros - RN, considerado um de seus

principais atrativos. Representados por (19,66%) estão as instituições religiosas que foram motivação

principal do grupo de turistas cariocas e outros divididos entre (12,82%) frequentam as instituições

financeiras, (7,69%) instituições de ensino e (5,98%) hospitais e clinicas, mas em sua maioria, os

visitantes frequentam todos esses estabelecimentos em momentos diferentes. Mais uma vez destaca-se

a oferta do comercio, mostrando-se que os atrativos e estabelecimentos de entretenimento são pouco

divulgados, além de não atenderem a necessidade de todos os púbicos.

Além de conhecer o perfil dos visitantes e turistas, seus hábitos de viajem também foram

avaliados pelos inqueridos a infraestrutura da cidade, os serviços disponíveis e seus atrativos, como

mostram as tabelas 04, 05 e 06 a seguir. Estes considerados elementos fundamentais para o

desenvolvimento da atividade turística bem como responsáveis por garantir a satisfação do turista

durante a sua estada na localidade produzindo uma imagem positiva em sua mente.

De acordo com a Tabela 04, logo abaixo, quanto a avaliação da infraestrutura da cidade, levando

em consideração vias de acesso, sinalização, arquitetura, segurança e transportes, obteve-se os

seguintes resultados:

23,93

29,91

12,82

7,69

19,66

5,98

0,00 5,00 10,0015,0020,0025,0030,0035,00

Restaurantes/ Padarias/…

Lojas comerciais

Instituições Financeiras (bancos)

Instituições de Ensino

Instituições Religiosas

Hospital/Clínicas

Page 99: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

98

Tabela 04 – Avaliação da Infraestrutura da cidade de Pau dos Ferros

AVALIAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE PAU DOS FERROS ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI

Vias de acesso a Pau dos Ferros (estradas, placas)

14,71% 35,29% 38,24% 5,88% 5,88% 0%

Sinalização (nomes de rua, faixa de pedestre, estacionamento);

7,35% 33,82% 44,12% 10,29% 4,41% 0%

Arquitetura e Limpeza urbana (Prédios, praças, monumentos);

4,41% 57,35% 27,94% 5,88% 2,94% 1,47%

Segurança pública (iluminação, câmeras policiamento)

8,82% 33,82% 45,59% 4,41% 4,41% 2,94%

Transportes (taxi, moto-taxi, ônibus) 7,35% 36,76% 32,35% 13,24% 2,94% 7,35%

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Conforme mostra a tabela 04, em relação as vias de acesso a cidade com (35,29%) e (38,24%)

avaliaram como “BOM” e “REGULAR” respectivamente, devido ser uma cidade com uma localização

geográfica estratégica facilitando o acesso e o fluxo continuo de pessoas, gerando nas pessoas uma

expectativa positiva quanto a qualidade das estradas e sinalização. Já em relação a sinalização das ruas

(44,12%) consideram “REGULAR”, como já mencionado anteriormente pelos próprios agentes púbicos

a cidade necessita de uma restruturação no trafego, o que justifica a avaliação dos inqueridos. Quanto a

arquitetura e limpeza urbana do Município (57,35%) classificaram como “BOM” o que podemos

considerar também fruto das mudanças arquitetônicas, principalmente nas praças da cidade realizada

nos últimos anos, tornando-as mais atrativas aos visitantes. Em relação a segurança maior parte dos

respondentes com (45,59%) consideraram “REGULAR” embora não haja presença de câmeras ou

policiamento nas ruas de forma mais efetiva. Já quanto aos meios de transporte disponíveis na cidade

(36,76%) e (32,35%) classificaram como “BOM” e “REGULAR” respectivamente, devido ao acesso

relativamente fácil, embora a maioria dos respondentes afirmaram vir de carro próprio a cidade.

A Tabela 05, a seguir, traz a avaliação acerca dos atrativos turísticos da cidade.

Tabela 5 – Avaliação dos Atrativos Turísticos cidade de Pau dos Ferros

AVALIAÇÃO DOS ATRATIVOS DE PAU DOS FERROS ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI

Atrativos naturais (barragem) 4,41% 10,29% 20,59% 13,24 13,24% 38,24%

Atrativos culturais/sociais/religiosos (igrejas, casa de cultura popular) 11,76% 44,12% 26,47% 8,82% 2,94% 5,88%

Atrativos comerciais/negócios/saúde (comercio local) 11,76% 60,29% 23,53% 1,47% 1,47% 1,47%

Atrativos acadêmicos (Universidades, eventos acadêmicos) 11,76% 45,59% 29,41% 0% 1,47% 11,76%

Page 100: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

99

Atrativos de entretenimento e lazer (Finecap, Arrasta Fest, bares e restaurantes, pizzarias, Praça de eventos).

25,00% 41,18% 26,47% 1,47% 1,47% 4,41%

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Conforme os dados apresentados na tabela 05, em relação aos atrativos naturais da cidade, os

entrevistados avaliaram em sua maioria como “NÃO SEI” (38,24%) devido à crise hídrica na região que

causou a seca da Barragem, antes considerado um atrativo natural que atraia um grande fluxo de

pessoas durante os fins de semana e nos períodos de cheia. Quanto aos atrativos culturais e religiosos

(44,12%) dos inqueridos classificaram como “BOM” pois dois dos principais atrativos que representam

esse tipo de turismo estão localizados no centro da cidade como a “Igreja da Matriz” que após a sua

reforma se tornou ainda mais atrativa e a casa de Cultura Popular “Joaquim Correia” responsável por

resgatar e manter viva a cultura da cidade, mesmo considerando seu potencial como atrativo turístico

deveria ser mais explorado através de exposições dentre outras atividades que atraísse o público que

circula diariamente na cidade.

Em relação aos atrativos comerciais como a feira livre e a oferta comercial e responsável por

manter o fluxo diário de pessoas (60,29%) avaliaram como “BOM”, o mesmo ocorreu com os atrativos

acadêmicos (45,59%) avaliaram como “BOM” pois é um setor que está em desenvolvimento na cidade e

merece mais atenção como potencial fomentador de eventos. E no que diz respeito aos atrativos de

entretenimento e lazer com destaque para os eventos tradicionais como a FINECAP, (25%) e (41,18%)

avaliaram como “ÓTIMO” e “BOM” respectivamente, o que pode-se considerar uma avaliação que

excedeu as expectativas do público.

Como sabemos os serviços e recursos turísticos disponíveis na cidade são essenciais na

garantia da satisfação do visitante e turista durante a sua estada na localidade, só a presença de um

ótimo atrativo turístico não basta, é necessário uma integração entre os setores públicos e privados para

a promoção de uma atividade turística adequada as necessidades dos turistas e condizente com as suas

expectativas.

A Tabela 06 a seguir, apresenta a avaliação realizada pelos inqueridos acerca dos serviços

ofertados na localidade.

Tabela 06 – Avaliação dos Serviços Turísticos ofertados na cidade de Pau dos Ferros

AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS TURÍSTICOS

ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI

Qualidade no atendimento dos hotéis e pousadas 4,41% 22,06% 29,41% 8,82% 2,94 32,35

Restaurantes/Lanchonetes/ Padarias (variedades de pratos, qualidade no atendimento, preços)

8,82% 54,41% 33,82% 0% 1,47% 1,47%

Page 101: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

100

Entretenimento ofertados (festas, bares, praça de eventos, restaurantes, pizzarias, etc.)

7,35% 57,35% 29,41% 1,47% 1,47% 2,94%

Qualidade do comércio/instituições financeiras/instituições de saúde (variedade, atendimento, preços, diversidade dos produtos e serviços)

8,82% 44,12% 42,65% 1,47% 1,47% 1,47%

Informações disponíveis a respeito dos atrativos da cidade (folders, sites, mapas, outdoor, etc.)

- 13,24% 20,59% 11,76% 47,06% 7,35%

Como classifica, em termos de satisfação, a sua estada na cidade de Pau dos Ferros

23,53% 64,71% 8,82% 2,94% 0% 0%

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Conforme a tabela 06, em relação a avaliação dos meios de hospedagem da cidade (32,35%)

avaliaram como “NÃO SEI” devido a maior presença de excursionistas na cidade, ou seja, que assam

menos de 24 horas e outros que se hospedam em casa de familiares e amigos. Quanto a avaliação dos

empreendimentos do setor alimentício no que diz respeito a qualidade, preço, variedade (8,82%) e

(54,41%) dos respondentes classificaram como “ÓTIMO” e “BOM” respectivamente caracterizando como

uma avaliação satisfatória. Em relação aos eventos e opções de entretimento ofertadas (7,35%) e

(57,35%) %) dos inqueridos também avaliaram como “ÓTIMO” e “BOM”. Quanto as atividades comerciais

disponíveis (44,12%) e (42,65%) classificaram como “BOM” e “REGULAR” nesta ordem, o que configura-

se como uma avaliação mediana, deixando algo a desejar.

Com relação as informações disponíveis sobre os atrativos turísticos (47,06%) avaliaram como

“PESSIMO”, pois não divulgação através de cartazes, folders ou panfletos ou um site que divulgue a

cidade como atrativo turístico, para ser atraído o turista necessita de informações e ela devem estar

disponíveis nos locais onde os turistas são recepcionados.

Por fim quando questionados sore o grau de satisfação em relação a sua estada na cidade com

(23,53%) e (64,71%) avaliaram como “ÓTIMO” e “BOM” respectivamente, ou seja, as pessoas mesmo

que não consigam visualizar a localidade como um destino turístico ainda, gostam de estar na cidade e

usufruir do que ela oferece de melhor que o seu comercio e a oferta de serviços, porém o Município

dispõe de ferramentas e elementos que podem tornar a cidade ainda mais atrativa para seus visitantes

e potencias turistas, através de um planejamento estratégico estruturado, colocando em prática a Lei

Municipal de Turismo, com a participação mais efetiva da comunidade local, universidades com apoio a

pesquisas e o interesse da iniciativa privada, mas isso só será possível com a integração deste eixos,

gerando de fato uma cadeia produtiva do turismo.

Page 102: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

101

E ainda confirmando o que o Gráfico 17 e 18, a seguir que apresentam dados sobre a intenção

dos visitantes e turistas em retornar a cidade, bem como, de recomendar o destino para amigos e

familiares.

Gráfico 17 – Intenção de retornar a cidade

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

De acordo com o Gráfico 17 (89,71%) dos inqueridos da pesquisa pretendem retornar a cidade

em função do setor comercial, serviços públicos e eventos, seguidos de (8,82%) que responderam

“TALVEZ”, provavelmente por serem de uma cidade mais distante e apenas (1,47%) disse que não

retornaria.

Gráfico 18 – Intenção de recomendar a cidade

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

89,71

1,47

8,82

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00

Sim

Não

Talvez

94,12

5,88

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00

Sim

Talvez

Page 103: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

102

Conforme o Gráfico 18, logo acima (94,12%) recomendariam o destino aos familiares e amigos,

apenas (5,88%) afirmaram que “TALVEZ”, e nem um dos inqueridos optaram pela alternativa “NÃO”

Apesar de pouco divulgado como atrativo turístico a cidade consegue se manter com a sua oferta

comercial e eventos tidos e confirmados aqui como os principais elementos responsáveis por manter o

fluxo constante de pessoas na cidade, mas foram identificados ferramentas que serão a chave para o

desenvolvimento de forma efetivo desse potencial turístico, alavancando recursos de esferas estaduais

e federais para a construção de uma infraestrutura adequada ao desenvolvimento efetivo do turismo de

negócios e eventos para que assim a cidade seja de ato visualizada como uma destinação turística tanto

para os visitantes e turistas, quanto pela comunidade local e assim possa se formar uma imagem positiva

na mente do visitante ou turista e condizente com a realidade o que resultará na construção de uma

identidade.

4.3 Imagem da cidade de Pau dos Ferro – RN como destino turístico

A imagem de um destino pode ser definida a partir de um conjunto de ideias, crenças,

impressões, no qual o indivíduo tem de uma determinada localidade baseado em informações, opiniões

e experiências, que posteriormente serão utilizadas para designar uma percepção geral daquele destino.

Essa imagem representa uma simplificação de todas as informações que o turista conhece da

localidade, ou seja, é o produto de uma mente que tenta processar e extrair a essência do local a partir

das informações, fotografias ou opiniões que ouviu sobre o local e é através dessa imagem projetada na

mente do turista que ele coloca todas as suas expectativas antes de chegar ao destino, e essa imagem

deve estar condizente com a realidade, sua formação definitiva acontece a partir da interação entre o

indivíduo e a realidade, e caso isso não ocorra a reputação do destino estará comprometida.

A formação dessa imagem está diretamente ligada a natureza intangível do produto, no caso o

destino, onde os turistas só avaliaram de forma definitiva após toda experiência vivenciada, esta que

pode vir a ser positiva ou negativa, como também pelo segmento de público que a localidade poderá

atrair, por isso deve-se trabalhar na construção de uma imagem não somente positiva, mas

principalmente atrativa, pois essa imagem também é resultante de uma construção coletiva baseada em

três pilares: a cadeia produtiva, os órgãos públicos e a sociedade do lugar que são os atores

responsáveis por promover uma estada satisfatória do turista na localidade. Pois a imagem é o elemento

que com auxílio do marketing servirá para a criação de um vínculo entre o público e o produto turístico,

na medida que os potenciais turistas identificam um lugar como aquele que possa satisfazer as suas

Page 104: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

103

necessidades através da imagem que tem dela, estará contribuindo para o seu posicionamento diante

de outras localidades.

A partir desse entendimento, foi questionado aos agentes públicos qual a imagem está sendo

divulgada sobre a cidade de Pau dos Ferros para atrair visitantes e potenciais turistas e obteve-se as

seguintes respostas:

AGP 1: “A Imagem é a feira livre [...] esse centro, esse grande complexo comercial [...] como

também, é, os prédios históricos, principalmente, esse grande templo que a gente tem, por que o turismo

religioso é muito forte, então a Igreja Matriz, um grande patrimônio histórico da nossa cidade.

ENT 2: “Olha, é bem complicado, apesar da secretaria ser muito nova, a gente vive buscando parceria com o setor privado, [...] para que se possa ter verdadeiramente uma imagem de forma atrativa, ou seja, a imagem maior mesmo no momento que a gente tem muito voltada para o negócio, só que muitas pessoas não despertam dessa determinada forma quando elas veem usar esse serviço, elas estão de uma determinada forma usufruindo do turismo, mas o que realmente a gente precisa ainda ter um marco que seja atraente, [...] mas ainda o forte que a gente pode dizer é a feira livre de Pau dos Ferros.

De acordo com as respostas obtidas é nítido que não há uma imagem formada da cidade, tudo

o que foi dito está relacionado aos elementos que eles consideram como maior atrativo da cidade, que é

a feira livre e o comercio, dessa forma, podemos concluir que precisa-se definir uma imagem voltada

para o Turismo de Negócios e Eventos anteriormente identificado como os segmentos predominantes

na cidade, embora ainda não esteja desenvolvido com todo seu potencial, pela falta de uma infraestrutura

adequada.

Quando questionado aos empresários do setor hoteleiro qual a imagem da cidade de Pau dos

Ferros, obteve-se as seguintes respostas:

EMP 1: “Negativa, pois a cidade teve um declínio no seu desenvolvimento em relação aos

eventos, incentivos e infraestrutura.”

EMP 2: “A imagem da cidade em relação ao turismo é negativa, pois não se tem atrativos.”

EMP: 3 “Mesmo com a falta de atrativos e incentivos, temos uma imagem bastante positiva em

relação aos negócios e eventos.”

A definição de uma imagem em relação a Pau dos Ferros não está clara tanto na mente dos

agentes públicos, nem dos empresários do setor hoteleiro, o que observa-se é uma inclinação para os

negócios, este que ainda precisa ser trabalhado e desenvolvido de forma mais efetiva a partir de

Page 105: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

104

parcerias entre o público e o privado, conscientização da comunidade local, capacitações e capitação de

recursos a partir das ferramentas que o Município já dispõe, mas necessita-se colocar em prática.

De acordo com o modelo desenvolvido por Gutiérrez (2005) dois fatores influenciam na formação

de uma imagem, são eles os fatores pessoais que estão divididos em psicológicos e sociais e envolve

seu perfil socioeconômico, suas motivações e personalidade, dados na qual coletamos por meio de

questionário aplicado com os visitantes e turistas, e fatores de estimulo que envolve fontes de informação

que o levaram até a localidade e experiências previas que definem uma imagem que pode ser cognitiva,

afetiva ou global.

Foi feito aos visitantes e turistas da cidade o seguinte questionamento “Quando você pensa em

Pau dos Ferros que “IMAGEM” vem a sua cabeça?” os resultados obtidos a partir dele, podem ser

visualizados na Figura 10.

Figura 10 – Nuvem de palavras: Imagem da cidade de Pau dos Ferros-RN

Fonte: Elaboração própria com base em dados da pesquisa (2016).

As respostas obtidas em frases ou em um único elemento característico ou palavra, e que foram

compiladas em 10 (dez) palavras, as quais foram mencionadas com mais frequência, são elas:

“COMERCIO”; “NEGÓCIOS”; “HOSPITALIDADE”; “PRAÇA DE EVENTOS”; IGREJA MATRIZ”;

“DESENVOLVIMENTO”; “CLIMA”; “TRABALHO”; “FAMILIA”; UNIVERSIDADES”.

Os visitantes não tem em mente uma imagem do destino enfatizada para o turismo, mas

identificam essa imagem de forma “GLOBAL” a partir dos elementos que consideram ser os pontos fortes

da localidade na qual se destacaram os negócios, o comercio e a hospitalidade dos residentes.

A imagem é identificada como fator determinante na escolha de um destino turístico, é

necessário que esta imagem tenha vínculo com a realidade do lugar e com as suas características locais,

Page 106: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

105

dessa forma, de acordo com os dados obtidos na pesquisa podemos classificar a imagem da cidade de

Pau dos Ferros como “MISTA”, por apresentar um mix de componentes atrativos e repulsivos, ao mesmo

tempo em que desperta interesse e causa sentimentos de incerteza ou ressalva com relação a um ou

mais aspectos, ao mesmo tempo que se torna POBRE/FRACA pela falta de divulgação e atrativos, mas

ainda assim “POSITIVA e POTENCIALMENTE ATRATIVA”, pois ainda precisa ser promovida de fato

como um destino turístico a partir da divulgação e integração dos setores públicos e privados. Imagem

essa que deve ser simples, deve ter credibilidade e deve ser diferenciada e facilmente percebida pelos

visitantes e turistas assim que chegarem ao destino, pois o lugar que o produto ocupa na mente do

visitante ou turista deve ser claro, exclusivo na medida do possível e diferente do posicionamento dos

destinos concorrentes.

Portanto, a criação de uma imagem forte, consistente e condizente com a realidade deve ser

fruto de tomadas de decisões estratégicas de médio e longo prazo, presentes em um plano de decisões

políticas e vinculadas ao produto turístico e coerentes com os objetivos da cidade e que permita

mudanças positivas na estrutura social que irão refletir direta e positivamente na oferta turística do local.

Pois durante um processo de decisão na escolha de uma localidade o turista levará em consideração

dentre outros fatores, a promessa de uma experiência, que estará associada a uma imagem seja ela

promovida, ou criada em sua mente através dos diversos tipos de informações obtidos em conversas

com amigos, familiares e pelos meios de comunicação. Ou seja, a decisão por uma determinada

localidade é a resposta para a satisfação de suas necessidades naquele momento.

Page 107: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

106

5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

Este capitulo trata-se das conclusões, sugestões e recomendações obtidas após análise e

discussão dos dados, evidenciando a concretização dos objetivos a qual se propôs esta pesquisa na

qual tinha como objetivo principal analisar a imagem de Pau dos Ferros-RN fator determinante na escolha

da localidade enquanto destino turístico.

5.1 Conclusões

O objetivo geral deste trabalho foi analisar a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na

escolha da localidade como destino turístico e para esse fim foram elencados 4 (quatro) objetivos

específicos e por meio deles buscou-se identificar elementos para compreender se de fato a imagem de

Pau dos Ferros é utilizada como um fator determinante na escolha da localidade enquanto destino

turístico.

As cidades transformam-se ao longo do tempo e se tornam sedes de organizações, eventos,

festas, centro de compras, centros religiosos e referência para inúmeras pessoas, tudo isso ocorre em

decorrência de uma imagem informal que as pessoas criam na sua imaginação, gerando assim uma

identidade para a localidade. Os elementos identificados na definição da imagem do Município de Pau

dos Ferros-RN a define como uma cidade de referência, onde pode-se realizar atividades que vão desde

a utilização de serviços públicos e privados até a busca por entretenimento e lazer, gerando uma imagem

positiva, pois é um centro comercial onde as pessoas consideram que podem fazer quase tudo que

necessitam.

Dessa forma percebe-se que esses atributos podem e devem ser utilizados como diferencial e

posicionamento competitivo diante dos demais municípios que compõe o Polo Turístico Serrano, pois a

cidade dispõe de ferramentas para o desenvolvimento turístico. O fortalecimento dessa identidade

informal construída na mente das pessoas deve ocorrer de forma concreta a partir do envolvimento da

gestão pública local, do setor privado, este que tem a maior parcela de responsabilidade na satisfação

dos turistas durante a sua estada e ainda a comunidade local, estes que consomem permanentemente

os serviços ofertados na cidade devem reconhecer e aceitar a cidade como um destino turístico, já que

a “HOSPITALIDADE” dos residentes foi um elemento que se destacou na pesquisa.

O perfil dos visitantes e turistas identificados pela pesquisa são do gênero masculino, casados e

com uma certa estabilidade financeira, mas que viajam sozinhos a negócios e passam menos de 24h na

cidade, configurando--se como excursionistas, a partir disso evidencia-se a carência de atrativos que

Page 108: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

107

motivem estas pessoas a trazerem suas famílias, ou ainda provocado pela falta de divulgação dos

atrativos que se tem, mas um perfil condizente com o segmento de turismo identificado como sendo de

negócios e eventos pelos agentes públicos, visitantes e empresários do setor hoteleiro.

A cidade ainda destacou-se por uma diversidade na oferta de atividades e atrativos turísticos,

embora tenha-se obtido uma avaliação satisfatória no que diz respeito a sua infraestrutura, qualidade e

oferta de serviços e recursos turísticos com destaque para o comercio local, mas para que possa de fato

tornar-se efetivamente um produto turístico deve-se identificar com clareza aquela forma de turismo que

mais se destaca na cidade e fazer dele o atrativo principal, o segmento de turismo de negócios e eventos

foi a atividade turística de destaque na cidade, este que será responsável pelo fluxo constante de

visitantes turistas, e assim os demais atrativos serão complementares a experiência vivenciada durante

a estada do visitante. Mas para que essa atividade turística aconteça de forma efetiva deve-se colocar

em prática a Lei Municipal de Turismo, promover a integração entre todos os agentes envolvidos nesta

atividade e desenvolver a infraestrutura necessária, concretizando assim o potencial identificado.

Com os dados obtidos na pesquisa podemos ainda classificar a imagem da cidade de Pau dos

Ferros como “MISTA”, por apresentar um mix de componentes atrativos, ao mesmo tempo que se torna

POBRE/FRACA pela falta de divulgação e atrativos, mas ainda assim “POSITIVA e POTENCIALMENTE

ATRATIVA”, pois ainda precisa ser promovida de fato como um destino turístico a partir da divulgação e

integração dos setores públicos e privados. Imagem essa que deve ser diferenciada, simples e que seja

percebida pelos visitantes e turistas assim que chegarem ao destino, portanto ele compra uma imagem

antes de mais nada e só irá desfruta-la durante a sua estada. Podemos concluir que a cidade de Pau

dos Ferros dispõe de ferramentas e elementos que se trabalhados de forma adequada, possibilitam a

destinação de ter uma atividade turística planejada, organizada e sustentável capaz de contribuir para o

desenvolvimento socioeconômico local e regional.

Portanto, conclui-se que todos os objetivos na qual a presente pesquisa, foram atingidos e

evidenciaram a importância da construção de uma imagem para a cidade de Pau dos Ferros-RN, já que

a mesma dispõe de ferramentas e elementos que incentivam e fomentam o desenvolvimento da atividade

turística voltada para o segmento de negócios e eventos.

5.2 Sugestões e recomendações

Através dos resultados obtidos na presente pesquisa aos agentes públicos municipais por meio

da Secretaria de Cultura e Turismo (SECULT) e os demais atores envolvidos no desenvolvimento da

Page 109: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

108

atividade turística da localidade com intuito de posicionar a cidade de Pau dos Ferros como um destino

turístico a vista dos visitantes e potenciais turistas, sugere-se:

Pôr em prática as ações propostas na Lei n°1487/15 (Lei Municipal do Turismo);

Capacitar os profissionais responsáveis pela pasta do turismo através de parcerias com

outros municípios que compõe o Polo Serrano;

Atualizar o Inventario Turístico Municipal a cada 2 (dois) anos e disponibilizá-lo nos sites

oficiais da prefeitura;

Estabelecer parcerias com as universidades públicas e privadas da cidade no que diz

respeito ao desenvolvimento de pesquisas cientificas voltadas a temática do turismo na

qual seu resultados auxiliaram na tomada de decisões e construção do planos turísticos;

Criar calendário anual de eventos e fazer ampla divulgação;

Realizar frequentemente eventos, discussões, seminários, palestras, oficinas para

mobilizar e orientar comunidade local para compreensão do fenômeno turístico e sua

capacidade de geração de emprego e renda;

Criar parcerias público e privado para capacitar a mão de obra para os próximos anos

com apoio do SEBRAE/RN.

Utilizar os resultados desta pesquisa para a criação de uma imagem forte e consistente

do destino levando em consideração as opiniões de todos os envolvidos no

desenvolvimento da atividade turística agentes públicos, setor hoteleiro, residentes;

Alinhar recursos e iniciativas para a captação de recursos para construção de uma

infraestrutura adequada ao desenvolvimento do segmento turístico de negócios e

eventos como um centro de convenções;

Melhorar a infraestrutura geral dos recursos e serviços ofertados na localidade em

relação a crise hídrica e ao trafego urbano que necessitam de uma atenção especial;

Intensificar a segurança pública da cidade;

Divulgar a cidade através da internet e em parcerias com os empresários produzir folders

informativos e deixar nos hotéis, praças e restaurantes, no próprio site da oficial da

prefeitura, mídias sociais e ainda criação de um site destinado exclusivamente ao

turismo;

Criar um centro de informações turísticas;

Desenvolver um aplicativo turístico que contenha rotas para os atrativos e os serviços e

recursos disponíveis na localidade.

Page 110: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

109

E em relação a trabalhos futuros levando-se em consideração as limitações deste trabalho, com

intuito de despertar o interesse dos graduandos do curso de administração para a temática do turismo

no desenvolvimento de trabalhos científicos, recomenda-se:

Identificar a imagem do destino perante os moradores, o gestor público e demais

agentes envolvidos a qual não foram utilizados nessa pesquisa com intuito de construir

uma marca-destino compatível com realidade do destino;

Realizar a presente pesquisa em um período de tempo relativo a um ano e com uma

amostra maior de pessoas, considerando os eventos tradicionais da cidade a fim de

confrontar os resultados da pesquisa;

Realizar pesquisas de oferta e demanda de serviços e equipamentos turísticos.

Page 111: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

110

REFERÊNCIAS

ACERENZA, M. A. Administração do turismo: conceituação e organização. São Paulo: Edusc, 2002. ATHENIENSE, L. R. A responsabilidade jurídica das agências de viagem. Belo Horizonte: Del Rey, 2004. BARÃO TURISMO. Pau dos Ferros-RN. Disponível em: <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html>. Acesso em: 04 de nov.2016 BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. BARRETO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 17. ed. São Paulo: Papirus, 2008. BAKER, M. J., et al. Administração de marketing. 4. ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2005. BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 12. ed. São Paulo: Editora Senac, 2007. BRASIL. Ministério do Turismo. Aumenta intenção de viagem de brasileiros com baixa renda e escolaridade. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/component/content/article.html?id=7219> Acesso em: 09 de nov. 2016.

______. Embratur. Instituto Brasileiro do Turismo. Turista de negócios gasta quatro vezes mais. Disponívelem:<http://www.embratur.gov.br/piembraturnew/opencms/salaImprensa/clipping/arquivos/Embratur_turista_de_negocios_gasta_quatro_vezes_mais.html>. Acesso em: 06 de Novembro de 2016. ______. Marcos Conceituais. Segmentação do turismo. Brasília: Ministério do Turismo, 2006. ______. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Turismo de negócios e eventos: orientações básicas. 2.ed. Brasília: Ministério do Turismo, 2008. BRESSER PEREIRA, L. C; SPINK; P.K. Reforma do Estado e administração pública gerencial. 7.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

Page 112: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

111

BIGNAMI, R. V. S. A imagem do Brasil no turismo: construção, desafios e vantagem competitiva. 2.ed. São Paulo: Aleph, 2005. CAMPOS, S. S. Segmentos do Turismo. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. CARVALHO, R. O turismo de negócios e eventos: origem e história. In: ______. Turismo de eventos: Atuação e história dos Convention Bureaux no Brasil. Publicação independente, 2013. CET-UnB/BrasiliaTur (2008). Pesquisa do perfil e da satisfação do turista de lazer e de negócios em Brasília. Brasília, s.n. CHAGAS, M. M. Imagem de destinos turísticos: uma discussão teórica da literatura especializada. Revista Turismo Visão e Ação. v. 10. n. 03. p. 435 – 455, 2008. ______. Formação da Imagem de Destinos Turísticos: Uma Discussão dos Principais Modelos Internacionais. Caderno Virtual de Turismo. v. 09. n. 1. p. 117 – 127, 2009. CITY BRASIL. Microrregião Pau dos Ferros. Disponível em: <www.citybrazil.com.br/rn/microregiao_detalhe.php?micro=6> Acesso em: 31 de mar 2016. COBRA, M. Marketing de turismo. São Paulo: Cobra, 2005. COSTIN, C. Administração Pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. COOPER, C. et al. Turismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. CORIOLANO, L. N. M. T. O turismo nos discursos, nas políticas e no combate à pobreza. São Paulo: Annablume, 2006. Curiosidades e riqueza cultural da cidade de Pau dos Ferros. Rota Inter TV. Inter TV Cabugi. 03 de setembro de 2016. Programa de TV. DANTAS, J. R. Q. As cidades médias no desenvolvimento regional: um estudo sobre Pau dos Ferros (RN). Natal, 2014, 260p. Tese (Doutorado em Ciência Sociais) Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, 2014. DIAS, R.; CASSAR, M. Fundamentos do marketing turístico. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005

Page 113: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

112

DICIONARIO AURÉLIO ONLINE. Imagem. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/imagem> Acesso em: 20 mai. 2016. FERNANDES, I. Planejamento e Organização do turismo: uma abordagem desenvolvimentista com responsabilidade social e ambiental. Rio de Janeiro: Elservier, 2011. FERNANDES, A. R. P. M. et al. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO, 13, 2016, Natal. Anais Eletrônicos. A imagem como elemento determinante na escolha de um destino turístico. Disponível em: < http://www.admpg.com.br/2016/selecionados.php?ordem01=autor&ordem02=autor> Acesso em: 13 dez. 2016. GALLARZA, M. G., GARCÍA, H. C, SAURA, I. G. “Destination Image Towards a Conceptual Framework”. Annals of Tourism Research, v. 29, n. 01, p. 56-78, 2002. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008. GOMES, D. P. A imagem do destino turístico Lisboa na perspectiva do turista que visita o património.123 f. Dissertação (Mestrado em Marketing e Promoção Turística). Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar e Instituto Politécnico de Leiria. Portugal, 2012. GUTIÉRREZ, H. S. M. Estudio de La imagen de destino turístico y el processo global de satisfacción: adopción de um enfoque integrador. 374 f. Tese. Universidad de Cantabria. Santander, 2005. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio Grande do Norte. Pau dos Ferros. Disponível em: <http://ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?lang=&codmun=240940> Acesso em: 31 de mar.2016. IGARN. Instituto de Gestão das Águas. Situação Volumétrica de Reservatórios do RN. Disponível em <http://sistemas.searh.rn.gov.br/monitoramentovolumetrico> Acesso em: 03 de nov. 2016. IGNARRA, L. R. Fundamentos do turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

Page 114: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

113

__________. Administração de marketing: conceitos planejamentos e aplicações a realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2006. LA TORRE, O. El turismo: fenômeno social. Cidade do México: Fundo de Cultura Econômica, 1992. MATIAS-PEREIRA, J. Curso de administração pública: foco nas instituições e ações governamentais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARQUES, J. Trabalho, lazer e turismo de negócios. Revista de Geografia e Ordenamento do Território, n. 02. p. 139 – 163, 2012. MARKONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia cientifica. 5. ed. São Paulo; Atlas, 2003 OLSON, J. C.; PETER, J. P. Comportamento do consumidor e estratégias de marketing. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. OPEN BRASIL. Geografia. 2012. Disponível em: <http://paudosferros.openbrasil.org/2012/05/geografia.html>. Acesso em 31 de mar.2016. PALUDO, A. V. Administração Pública: teoria e mais de 500 questões. Serie Provas e Concursos. Rio de Janeiro: Elsevier: 2010. PAU DOS FERROS. Lei nº 1.408/2013, de 23 de julho de 2013. Modifica a Estrutura Administrativa Organizacional da Prefeitura de Pau dos Ferros, instituída pela Lei Complementar nº 03/09, e dá outras providências. Disponível em: <http://paudosferros.rn.gov.br/uploads/files/19082013095809.pdf >. Acesso em: 28 de mar.2016. ______. Site Oficial do Município. Disponível em: <http://paudosferros.rn.gov.br/site/principal>. Acesso em 31 de mar.2016. ______. Lei nº 1.487/2015, de 28 de abril de 2015. Institui a Política Municipal de Turismo, cria o Sistema Municipal de Turismo (SMT), e dá outras providências. Disponível em: <http://paudosferros.rn.gov.br/uploads/files/ce821454f099aed9521b9e347db6f625.pdf>. Acesso em: 26 de abr.2016. PAWELKIEWICZ, D. A; BANDEIRA, M. B. Turismo de Negócios e Eventos em Hotelaria Estudo de Caso: Hotel Blue Tree Towers Caxias do Sul. In: Seminário de Pesquisa e Turismo do Mercosul, 7., 2012. Caxias do Sul. Anais. p. 01 – 16.

Page 115: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

114

PEREIRA, B. C; BORGES, M. P. Turismo de negócios: uma análise do setor em Piracicaba/SP. Caderno Virtual de Turismo. v. 06. n. 04. p. 61 – 68, 2006. PETROCCHI, M. Turismo: planejamento e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. Ed. Rio Grande do Sul: Universidade Feevale, 2013. QUEVEDO, M. (Org.). Turismo na era do conhecimento. Florianópolis: Pandion, 2007. RIO GRANDE DO NORTE. Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Norte Polo Serrano. Disponível em: <http://rnbrasil.tur.br/polo-serrano/>. Acesso em 12 de mar.2016. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em administração. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. ROGERS, T; MARTIN, V.Eventos: planejamento, organização e mercados. Rio de Janeiro: Elsevier ,2011. ROSE, A.T, Turismo: planejamento e marketing. São Paulo: Manole, 2002. RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. 14. ed. São Paulo: Papirus, 2008. SANTAELLA, N.; NOTH, W. Imagem: cognição, semiótica e mídia. São Paulo: Iluminuras, 2008. SANTOS, N. P; CUNHA, L. (Coord.). Triunfos de uma geografia activa: desenvolvimento local, ambiente, ordenamento e tecnologia. Portugal: Universidade de Coimbra, 2011. SCALABRINE, E. C. B.; REMOALDO, P. C.; LOURENÇO, J. M. Imagem de Destinos Turísticos: um estudo sobre as publicações brasileiras. Revista Turismo em Análise. v. 26 n. 3. 2015. p. 541 – 557. Disponível em: < http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/41579/1/2206-107919-195082-1-PB.pdf>. SECULT. Secretaria de Cultura e Turismo de Pau Dos Ferros. Site oficial. Disponível em: <http://www.secultpdf.com.br/> Acesso em: 31 de mar.2016

Page 116: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

115

______. Projetos. Disponível em: <http://www.secultpdf.com.br/projetos> Acesso em: 18 de mai.2016 SETUR. Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Norte. Pau dos Ferros. Disponível em: <http://rnbrasil.tur.br/polo-serrano/pau-dos-ferros/>. Acesso em 12 de mar.2016. SOLOMON, M. R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. 11. ed. São Paulo: Bookman, 2016. SONAGLIO, E. K; FABRIS, C. Turismo: reflexões e desafios de um fenômeno contemporâneo. São Paulo: Livrus, 2012. SWARBROOKE, J; HORNER, S. O comportamento do consumidor no turismo. São Paulo: Aleph, 2002. TOMIKAWA, J. M. A importância da imagem no processo de escolha da destinação turística, 2004. Monografia de Especialização em Turismo do Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasilia. TRIGUEIRO, C. M. Marketing & turismo: como planejar e administrar o marketing turístico para uma localidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. TURISMO ETC. R$ 5 milhões para interiorizar o turismo do RN. Disponível em: <http://turismoetc.com.br/r-5-milhoes-para-interiorizar-o-turismo-do-rn/>. Acesso em 19 de Junho de 2016. VALLS, Josep-Francesc. (Coord.). Gestão integral de destinos sustentáveis. Rio de Janeiro: FGV, 2006. YIN, Robert. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

Page 117: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

116

APÊNDICES APÊNDICE A - Questionário aplicado aos visitantes e turistas da cidade de Pau dos Ferros-RN

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Caro respondente,

Este questionário é parte de uma pesquisa com a finalidade “Analisar a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na escolha da localidade como destino turístico”, sendo um estudo de caráter obrigatório para conclusão do Curso de Administração/CAMEAM/UERN.

A sua participação é voluntária e sua identidade será preservada com padrões profissionais de sigilo, utilizando as informações somente para os fins acadêmicos e científicos. Seu nome ou o material que indique sua participação não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar. Contamos com a sua colaboração.

I. SEU PERFIL

1. Qual a sua cidade e estado de origem? ___________________________

2. Gênero: □ Masculino □ Feminino

3. Estado civil: □ Solteiro □ Casado □ Viúvo □ Divorciado □ União estável □ Outro

4. Faixa etária:

□ Até 20 □ 21-30 □ 31-45 □ 46-65 □Acima de 65

5. Escolaridade: Fundamental (1° a 9° ano): □completo □ incompleto Médio (2º grau): □ completo □ incompleto Superior (3º grau): □ completo □ incompleto Especialização: □ completo □ incompleto Mestrado: □ completo □ incompleto Doutorado: □ completo □ incompleto Pós-doutorado: □ completo □ incompleto

6. Qual o valor da sua renda? 7. Local de trabalho □ Até R$880,00 □ Empresa privada □ Emprego público □ R$881,00 – R$2.250,00 □ Profissional liberal □ Empresário □ R$ 2.251,00 – R$4.500,00 □ Estudante □ Aposentado

□ □ R$4.501 – R$9.000,00 □ Do lar □ Outro. Qual? __________ □ Acima de R$ 9.001,00

II. HÁBITOS DE VIAGEM

8. Motivo que o trouxe a Pau dos Ferros □ Lazer/entretenimento □ Visitar parentes e amigos

□ Negócios/trabalho □ Eventos Religiosos □ Eventos Festivos □ Eventos Acadêmicos □ Outros

9. Quais das seguintes fontes de informação o ajudaram a escolher o destino de Pau dos Ferros: □ Agência de Viagem □ Internet/Site especializado

□ Indicação de parentes/amigos □ Visitas anteriores

□ Outros________________________

10. Qual o meio de transporte “prioritário” que utilizou para chegar a Pau dos Ferros? □ Carro □ Ônibus □ Moto □ Van □ Outro. Qual? _________________

11. Qual o tempo de sua estada na cidade de Pau Dos Ferros? □ Menos de 24 horas □ 1 dia □ 2 a 3 dias □ □ 4 a 5 dias □ 6 a 7 dias □ mais de 7 dias

□ 4 a 5 dias □ 6 a 7 dias □ mais de 7 dias

Page 118: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

117

12. Periodicidade que vem a Pau dos Ferros: □ 1ª vez □ Entre 2 e 5 vezes

□ Entre 6 e 10 vezes □ Mais de 11 vezes

13. Quem lhe acompanha na viagem? □ Filho(s) □ cônjuge □ outro(s) familiar(s) □ Amigo(s) □ família □ viaja sozinho

14. Onde está hospedado? □ Casa de amigos/familiares □ Apartamento/casa alugada □ Hotel/Pousada □ Sem hospedagem □ Outros. Qual? _____________________

15. Qual transporte utiliza na cidade? □ Carro alugado □ Táxi □ Van □ Ônibus □ A pé □ Moto táxi □ Carro próprio □ Outros. Qual? ______________ □ Moto própria

16. Quanto gasta por dia em Pau dos Ferros (inclua despesas com hospedagem, alimentação, entretenimento, transporte na cidade)? □ Nada □ Até R$100,00 □ R$101 a R$300,00 □ R$301 a R$500,00 □ Acima de R$501,00

17. Durante a sua estada na cidade de Pau dos Ferros, quais os estabelecimentos mais frequentados por você? □ Restaurantes/ Padarias/ Lanchonetes □ Lojas comerciais □ Instituições Financeiras (bancos) □ Instituições de Ensino □ Instituições Religiosas □ Hospital/clínicas □ Outros. Qual? ________

18. Pensa em voltar a cidade? □ Sim □ Não □ Talvez

19. Recomendaria Pau dos Ferros para amigo/familiar? □ Sim □ Não □ Talvez

III. SUAS IMPRESSÕES SOBRE PAU DOS FERROS

20. Avaliação da infraestrutura de Pau dos Ferros

Itens Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

Não Sei

1 Vias de acesso a Pau dos Ferros (estradas, placas)

2 Sinalização de Trânsito (nomes de rua, faixa de pedestre), semáforos, placas)

3 Arquitetura e Limpeza urbana (Prédios, praças, monumentos) 4 Segurança pública (iluminação, câmeras policiamento)

5 Transportes (taxi, moto-taxi, ônibus)

21. Avaliação dos atrativos de Pau dos Ferros

Itens Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

Não Sei

1 Atrativos naturais (barragem)

2 Atrativos culturais/sociais/religiosos (igrejas, casa de cultura popular)

3 Atrativos comerciais/negócios/saúde (comercio local)

4 Atrativos acadêmicos (Universidades, eventos acadêmicos)

5 Atrativos de entretenimento e lazer (Finecap, Arrasta Fest, bares e restaurantes, pizzarias, Praça de eventos).

22. Avaliação dos serviços turísticos

Itens Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

Não Sei

1 Qualidade no atendimento dos hotéis e pousadas

2 Restaurantes/Lanchonetes/ Padarias (variedades de pratos, qualidade no atendimento, preços)

3 Entretenimento ofertados (festas, bares, praça de eventos, restaurantes, pizzarias, etc.)

4 Qualidade do comércio/instituições financeiras/instituições de saúde (variedade, atendimento, preços, diversidade dos produtos e serviços)

5 Informações disponíveis a respeito dos atrativos da cidade (folders, sites, mapas, outdoor, etc.)

6 Como classifica, em termos de satisfação, a sua estada na cidade de Pau dos Ferros.

Page 119: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

118

Obrigada por participar desta pesquisa!

APÊNDICE B - Formulário aplicado aos empresários do setor hoteleiro da cidade

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração – CAD

IDENTIFICAÇÃO

ENTREVISTADO (FUNÇÃO):

DATA: HORÁRIO:

QUESTIONAMENTOS

1. Tempo de atuação no mercado?

2. Media de dias que os hospedes costumam ficar no hotel?

3. Período de mais movimento no hotel ou pousada?

4. Que estratégias utiliza para atrair os hospedes nos períodos de sazonalidade?

5. Qual o turismo que você considera predominantes na cidade de Pau dos Ferros e esse

turismo seria um dos principais responsáveis por atrair hospedes para o hotel ou pousada?

6. Quais as principais motivações que trazem os hospedes a cidade de Pau dos Ferros?

7. Quais ações devem ser realizadas tanto pela administração pública, quanto pelo setor

privado para impulsionar o fluxo de turistas na cidade de Pau dos Ferros?

8. Para você qual a “IMAGEM” da cidade de Pau dos Ferros enquanto destino turístico?

23. Quando você pensa em Pau dos Ferros que “IMAGEM” vem a sua cabeça? _____________________________________________________________________________________________

Page 120: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

119

APÊNDICE C - Roteiro de entrevista aplicado aos agentes públicos responsáveis pelo desenvolvimento

do turismo na cidade de Pau dos Ferros

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração – CAD

IDENTIFICAÇÃO

ENTREVISTADO (FUNÇÃO):

DATA: HORÁRIO:

ROTEIRO DE ENTREVISTAS 1. Em sua opinião, qual o tipo de turismo identificado como predominante na Cidade de Pau

dos Ferros/ RN?

2. Na sua opinião, quais elementos melhor representam a cidade de Pau dos Ferros enquanto destino turístico?

3. Quais as maiores dificuldades encontradas ao “vender” a cidade como um destino turístico?

4. Que imagem da Cidade de Pau dos Ferros está sendo divulgada para atrair potenciais turistas e visitantes?

5. Como sabemos Pau dos Ferros é cidade Polo do Alto este Potiguar e tem se desenvolvido

em função das instalações de Universidades públicas e privadas. Nesse contexto o(a) senhor(a) acha que a cidade pode ser trabalhada na perspectiva da realização de grandes eventos acadêmicos?

Page 121: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

120

ANEXOS

ANEXO A - Lei nº 1487/15 da Política Municipal do Turismo

Institui a Política Municipal de Turismo, cria o Sistema Municipal de Turismo (SMT) e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE PAU DOS FERROS. Faz saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I DA POLÍTICA MUNICIPAL DE TURISMO Art. 1º A Política Municipal de Turismo em conformidade com a Constituição Federal art. 180 e Lei nº 11.771/08 (Lei geral do turismo – LGT) estabelece o papel do Poder Público Municipal na gestão do turismo e define pressupostos que fundamentam as políticas, programas, projetos e ações formuladas e executadas pela Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros-RN, com a participação da sociedade, no campo do turismo. Parágrafo Único - A Política Municipal de Turismo obedecerá aos princípios constitucionais da livre iniciativa, da descentralização, da regionalização e do desenvolvimento econômico-social justo e sustentável. CAPÍTULO I DA CONCEITUAÇÃO Art. 2º Para fins desta Lei devem ser observados os conceitos: I - Turismo é uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações, compra e venda de produtos e serviços turísticos efetuadas entre os agentes econômicos do turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita. II - Turistas são aqueles que se deslocam de sua residência, em busca de um conjunto de experiências e sensações, consumindo produtos e serviços. Pode-se também dizer que são visitantes temporários que permanecem pelo me- nos vinte e quatro horas no local visitado, com a finalidade de lazer, negócios, família, eventos. III - Excursionistas são aqueles que permanecem menos de vinte e quatro horas e mais de quatro horas em local que não seja o de sua residência, com as mesmas finalidades que caracterizam os turistas, mas não pernoitam nesta localidade. IV - Região Turística é o território caracterizado por um conjunto de espaços turísticos ou de interesse turístico, que possuem afinidades e complementaridades culturais ou naturais, que possibilitam o planejamento e a organização integrados, como também a oferta de produtos turísticos mais competitivos nos diferentes mercados, agregando força principalmente na gestão e promoção. V - Demanda Turística é o número total de pessoas que viajam, ou gostariam de viajar, utilizando instalações ou serviços turísticos em lugares afastados de seus locais de residência e trabalho. VI - Oferta Turística é o conjunto de atrativos, equipamentos, bens e serviços de alojamento, alimentação, de recreação e lazer, de caráter cultural, social, ambiental, econômico, entre outros, capaz de atrair e assentar num determinado local, durante um período determinado de tempo, um público visitante. VII - Atrativos turísticos são locais, objetos, equipamentos, pessoas, fenômenos, eventos ou manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los.

Page 122: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

121

VIII - Atividades Turísticas são aquelas ligadas à hospedagem, alimentação, agenciamento, transporte, recepção turística, eventos, entretenimento, entre outras utilizadas pelos turistas em seus deslocamentos. IX - Produto Turístico são atrativos, infraestrutura e serviços urbanos, equipamentos e serviços turísticos, acrescidos de facilidades, contando com uma gestão integrada, ofertados no mercado de forma organizada, por um determinado preço e caracterizados por uma imagem diferenciada. CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS Art. 3º A Política Municipal de Turismo tem por objetivos: I - promover e divulgar o município e seus atrativos turísticos; II - desenvolver, ordenar e promover o potencial turístico de forma participativa e sustentável, visando à ampliação dos fluxos turísticos, o tempo de permanência e o gasto médio dos turistas no Município; III - agregar renda à economia local; IV - auxiliar na redução das disparidades sociais e econômicas, promovendo o crescimento da oferta de trabalho e melhor distribuição de renda; V - descentralizar e desconcentrar o turismo municipal, estimulando o planejamento participativo das atividades turísticas de forma sustentável e a integração com a Região Turística; VI - estimular a integração com o setor privado e o terceiro setor para a realização de parcerias necessárias ao desenvolvimento turístico; VII - orientar empreendedores e empresários e estimular a competitividade do setor por meio da melhoria da qualidade, eficiência e segurança na prestação de serviços e a busca da diferenciação dos produtos; VIII - estimular a formação, o aperfeiçoamento, a qualificação e a capacitação de recursos humanos para a área do turismo, bem como a implementação de políticas que viabilizem a colocação profissional no mercado de trabalho; IX - implementar a produção, a sistematização, o intercâmbio e a divulgação de informações relativas à demanda, às atividades, atrativos e aos empreendimentos turísticos instalados no Município e mantê-los atualizados. TÍTULO II DO SISTEMA MUNICIPAL DE TURISMO CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO Art. 4º O Sistema Municipal de Turismo se constitui num instrumento de articulação, gestão, fomento e promoção de políticas públicas, bem como de informação e formação na área de turismo, tendo como essência a coordenação e cooperação intergovernamental. Art. 5º O Sistema Municipal de Turismo fundamenta-se na Política Municipal de Turismo expressa nessa Lei para instituir um processo de gestão compartilhada com os demais entes federativos, instituições e a sociedade civil. CAPÍTULO II DOS COMPONENTES Art. 6º Integram o Sistema Municipal de Turismo: I - coordenação: a) Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT). II - instâncias de articulação, pactuação e deliberação:

Page 123: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

122

a) Conselho Municipal de Turismo; b) Conferência Municipal de Turismo. III - instrumentos de gestão: a) Plano Municipal de Turismo; b) Sistema Municipal de Financiamento ao Turismo; SEÇÃO I DA COORDENAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE TURISMO Art. 7º A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT) é órgão superior, subordinado diretamente a gestão municipal, e se constitui no órgão gestor e coordenador do Sistema Municipal de Turismo. SEÇÃO II DAS INSTÂNCIAS DE ARTICULAÇÃO, PACTUAÇÃO E DELIBERAÇÃO Art. 8º Constituem-se instâncias de articulação, pactuação e deliberação do Sistema Municipal de Turismo: I - Conselho Municipal de Turismo; II - Conferência Municipal de Turismo. Art. 9º O Conselho Municipal de Turismo, órgão colegiado deliberativo, consultivo, e normativo, com composição paritária entre Poder Público Municipal e Sociedade Civil, se constitui no principal espaço de participação social institucionalizada, de caráter permanente, na estrutura do Sistema Municipal de Turismo. Art. 10º O Conselho Municipal de Turismo será constituído por 08 membros titulares e igual número de suplentes, com a seguinte composição: Representantes do poder público municipal: a) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECULT; b) 01 (um) representante da Secretaria de Meio Ambiente – SEMA; c) 01 (um) representante de Secretaria de Desenvolvimento Social – SEDES; d) 01 (um) representante de Educação – SEDUC; Representantes da sociedade civil organizada: e) 02 (dois) representantes de organizações sem fins lucrativos; f) 01 (um) representante das empresas de hospedagem; g) 01 (um) representante dos proprietários de restaurantes, bares e similares. § 1º O Presidente do Conselho é detentor somente do voto de desempate. § 2º Nenhum membro representante da sociedade civil, titular ou suplente, poderá ser detentor de cargo em comissão ou o servidor ocupante de cargo ou emprego público vinculada ao Poder Executivo do Município; § 3º O mandato dos membros do Conselho Municipal de Turismo terá a duração de 02 (dois) anos, permitida uma única recondução pelo mesmo período de 02 (dois) anos. Art. 11º. Ao Conselho Municipal de Turismo compete: I - Formular políticas, diretrizes, apreciar, aprovar e acompanhar a execução do Plano Municipal de Turismo; II - Garantir o cumprimento dos objetivos da Política Municipal de Turismo; III - Deliberar, supervisionar e fiscalizar as ações do Fundo Municipal de Turismo; IV - Analisar e emitir parecer aos projetos apresentados ao Fundo Municipal de Turismo; V - Fiscalizar a realização e o cumprimento dos projetos financiados; VI - Convocar técnicos para emissão de parecer sempre que necessário. Art. 12º. Compete à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo viabilizar ao Conselho Municipal de Turismo espaço físico para reuniões e material de expediente para realização de suas funções. Art. 13º. O desempenho do Conselho Municipal de Turismo será considerado de relevante interesse público e seus membros não serão remunerados.

Page 124: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

123

SUBSEÇÃO II DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE TURISMO Art. 14º. A Conferência Municipal de Turismo constitui-se numa instância de participação social, em que ocorre articulação entre o Governo Municipal e a sociedade civil, para analisar e propor diretrizes na área de turismo do Município para a formulação de políticas públicas de Turismo. § 1º É de responsabilidade da Conferência Municipal de Turismo analisar, aprovar proposições e avaliar a execução das metas concernentes ao Plano Municipal de Turismo e às respectivas revisões ou adequações. § 2º Cabe à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo convocar e coordenar a Conferência Municipal de Turismo. Art. 15º. Constituem-se instrumentos de gestão do Sistema Municipal de Turismo: I - Plano Municipal de Turismo; II - Sistema Municipal de Financiamento ao Turismo. Parágrafo Único - Os instrumentos de gestão do Sistema Municipal de Turismo se caracterizam como ferramentas de planejamento, inclusive técnico e financeiro, e de qualificação dos recursos humanos. SUBSEÇÃO I DO PLANO MUNICIPAL DE TURISMO Art. 16º. O Plano Municipal de Turismo tem duração decenal e é um instrumento de planejamento estratégico que organiza, regula e norteia a execução da Política Municipal de Turismo na perspectiva do Sistema Municipal de Turismo. Art. 17º. O Plano Municipal de Turismo será a base das atividades e programações do Sistema Municipal de Turismo e seu financiamento será previsto no Plano Plurianual - PPA, na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, na Lei Orçamentária Anual - LOA e no Fundo Municipal de Turismo. Art. 18º. O Plano Municipal de Turismo será aprovado pelo Conselho Municipal de Turismo e submetido à homologação do Executivo Municipal através de Decreto específico. SUBSEÇÃO I DO SISTEMA MUNICIPAL DE FINANCIAMENTO AO TURISMO Art. 19º. O Sistema Municipal de Financiamento ao Turismo é constituído pelo conjunto de mecanismos de financia- mento público do turismo, no âmbito do Município de Pau dos Ferros/RN, que devem ser diversificados e articulados. Parágrafo Único - São mecanismos de financiamento público do turismo, no âmbito do Município de Pau dos Ferros/RN: I - Orçamento Público do Município, estabelecido na Lei Orçamentária Anual (LOA); II - Fundo Municipal de Turismo, definido nesta lei; III - Outros que venham a ser criados. Art. 20º. Fica criado o Fundo Municipal de Turismo, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo para financiamento das políticas públicas municipais de turismo. Art. 21º. O Fundo Municipal de Turismo se constitui em um mecanismo de financiamento com recursos destinados a programas, projetos e demais ações de turismo. Art. 22º. O Fundo Municipal de Turismo será administrado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e fiscaliza- do pelo Conselho Municipal de Turismo na forma estabelecida no regulamento, e poderá financiar projetos de turismo apresentados por pessoas físicas e jurídicas, conforme disponibilidade orçamentária por meio das modalidades: I - Induzida, via solicitações espontaneamente apresentadas ao Fundo. II - Indutora, via lançamento de editais. Parágrafo Único - A prestação de contas será obrigatória independente da forma de concessão.

Page 125: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO …uern.br/controledepaginas/2016-/arquivos/5019antonia...PAU DOS FERROS - RN 2016 Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes DETERMINAÇÃO DA

124

Art. 23º. São receitas do Fundo Municipal de Turismo: I - dotações consignadas na Lei Orçamentária Anual (LOA) do Município de Pau dos Ferros/RN e seus créditos adicionais; II - transferências federais e/ou estaduais à conta do Fundo Municipal de Turismo; III - doações e patrocínios; IV - auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive de organismos internacionais; V - saldos de exercícios anteriores; VI - outras receitas legalmente incorporáveis que lhe vierem a ser destinadas; Art. 24º. Os custos referentes à gestão do Fundo Municipal de Turismo com planejamento, estudos, acompanhamento, avaliação e divulgação de resultados, incluída a aquisição ou locação de equipamentos e bens necessários ao cumprimento de seus objetivos, não poderão ultrapassar cinco por cento (5%) de suas receitas, observados o limite fixado anualmente pelo Conselho Municipal de Turismo. Art. 25º. Compete à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo com o apoio do Conselho Municipal de Turismo a elaboração dos editais do Fundo Municipal de Turismo e ao Conselho Municipal de Turismo a indicação de técnicos para avaliação, a aprovação dos projetos selecionados, a homologação e divulgação final dos resultados. Art. 26º. Os recursos provenientes do Fundo Municipal de Turismo serão destinados ao financiamento de até 100% (cem por cento) dos valores aprovados para os projetos selecionados. § 1º Os projetos da modalidade indutora beneficiados pelo Fundo Municipal de Turismo deverão apresentar contra- partida para o Município de Pau dos Ferros/RN a ser definida de forma específica nos editais. § 2º Os projetos da modalidade induzida beneficiados pelo Fundo Municipal de Turismo deverão apresentar contra- partida para o Município de Pau dos Ferros/RN a ser definida de forma específica no próprio projeto. Art. 27º. A utilização indevida dos recursos financeiros obtidos por meio do Fundo Municipal de Turismo, sujeita o proponente, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, à suspensão do direito de apresentar projetos de turismo por prazo de até 02 (dois) anos, à devolução ao Município dos recursos não utilizados na finalidade originalmente prevista, e à multa correspondente até o dobro do valor destes recursos. Art. 28º. Na seleção dos projetos deve-se ter como referência maior o Plano Municipal de Turismo e considerar as diretrizes e prioridades definidas anualmente pelo Conselho Municipal de Turismo. TÍTULO III Das Disposições Finais Art. 29 - O desempenho da função de Conselheiro Municipal será considerado de relevância para o Município. Art. 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação