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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA: FITOTERAPIA PROF.ª DANIELLA KOCH DE CARVALHO COLHEITA, SECAGEM ARMAZENAMENTO E CONTROLE DE QUALIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CURSO DE ENFERMAGEM

DISCIPLINA: FITOTERAPIA

PROF.ª DANIELLA KOCH DE CARVALHO

COLHEITA, SECAGEM

ARMAZENAMENTO E

CONTROLE DE QUALIDADE

DE PLANTAS MEDICINAIS

COLHEITA:

A colheita varia de acordo com o órgão da planta, estágio de

desenvolvimento, a época do ano, e a hora do dia.

As concentrações de princípios ativos, podem variar em

função do momento do dia em que se procede á coleta,

principalmente quando se trata de folhas e flores, as quais

devem ser coletadas nas primeiras horas da manhã, ou

após as dezesseis, evitando-se a coleta após o pôr-do-sol.

A colheita em período noturno, ao amanhecer e em dias

chuvosos resulta em plantas com elevada quantidade de

água e menor concentração de princípio ativo, o que dificulta

a secagem e favorece o surgimento de fungos (mofo),

comprometendo a qualidade da preparação fitoterápica.

Entre 10 e 16 horas a concentração de princípios ativos nas

folhas e flores fica comprometida devido a alterações metabólicas

ocorridas no vegetal, que fazem com que grande parte dos

princípios ativos, como por exemplo óleos essenciais, sejam

deslocados para o caule e para as raízes.

As variações sazonais (relacionadas às estações do ano)

influenciam a biossíntese de princípios ativos e até mesmo a sua

localização nos diferentes órgãos do vegetal.

As folhas devem ser coletadas quando a fotossíntese é mais

intensa, dando-se preferência às de tamanho médio, as flores são

coletadas na época de polinização, e as sementes, quando

estiverem completamente maduras e antes da deiscência do

fruto.

As cascas devem ser coletadas na primavera.

As raízes, rizomas e tubérculos são coletados geralmente

no outono e, em alguns casos, na primavera.

As plantas não devem ser coletadas em locais próximos de

ruas, estradas, chiqueiros, fábricas, esgotos, postes, beiras

de muro e locais sujeitos à contaminação em geral.

As ferramentas utilizadas variam de acordo com as partes

da planta colhido, para folhas e hastes utilizam-se tesouras

de poda, enquanto para raízes e partes subterrâneas são

utilizadas pás e enxadas.

As flores são colhidas com tesouras ou manualmente.

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As ferramentas usadas na colheita devem ser bem limpas

após o corte.

O instrumento de corte no momento da colheita deve ser

afiado, para que a cicatrização ocorra o mais breve possível

O material colhido é colocado em recipientes como cestos e

caixas, evitar embalagens feitas de materiais tóxicos, ou com

odores.

Optar por colher uma planta de cada vez, para não mistura-

las. É importante evitar a incidência direta de raios solares

sobre as partes colhidas, principalmente flores e folhas.

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Após a colheita as plantas não devem ser lavadas, a não ser

rizomas, raízes e cascas. Exceto se for usar imediatamente.

Recomenda-se que ao coletar as folhas não se retire todas de um

mesmo galho. Escolher plantas sem manchas e sem fungos.

Ao colher raízes, escolha as raízes superiores ou as que estão

perto do solo. Não corte a raiz principal.

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SECAGEM E ARMAZENAMENTO

DE PLANTAS MEDICINAIS

Por que preciso secar uma

planta? Tecidos ricos

em água Atividade

enzimática

Degradação

de ativos

Proliferação

microbiana

Risco para

quem ingere

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Processos de secagem

• Ao sol

• À sombra

• Sapeco

• Secadores a lenha, carvão ou serragem

• Estufas de ar circulante

• “No forno de casa”

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Umidade dos órgãos vegetais

Fruto

Flor

Folha

Raiz

Casca

Caule

Semente

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Processos de secagem

• Aspectos importantes na secagem

– Temperatura

– Circulação de ar

– Umidade do ambiente

• Equilíbrio entre as três variáveis

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Secagem natural

• Ao sol

– Para plantas cujos princípios ativos não

sejam termolábeis

– Não deve ser usada para plantas

aromáticas

– Não deve ser realizada em lugares onde o

clima é quente, porém úmido

– As plantas devem ficar expostas ao sol

pelo período mais curto possível

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Secagem natural

• À sombra

– Pode ser usada para plantas cujos princípios

ativos são termolábeis, como as aromáticas

– Não deve ser realizada em lugares onde o

clima é úmido

– O fator mais importante é a circulação de ar

Utilizar bandejas com molduras de madeira e fundo em tela

Pode-se também pendurar as plantas em feixes pequenos

amarrados com barbante.

Em geral o tempo de secagem varia de três a dez dias.

O local de secagem deve estar protegido de poeira, ataque

de insetos e outros animais e deve ser bem ventilado.

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Raízes e tubérculos mais grossos deverão ser

cortados em rodelas ou pedaços para a secagem

ser mais rápida

Látex e o sumo, devem ser usados imediatamente

ou mantidas sob refrigeração, logo após a sua

obtenção.

As sementes devem ser colhidas de frutos

maduros e sadios, limpas por peneiração, ou

lavagem, conforme o caso, secas ao sol e

guardadas ao abrigo da umidade e de roedores.

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Secagem artificial

• Secadores a lenha ou carvão:

– Processos de secagem mais rápidos

– Quantidades maiores de planta

– Dificuldade no controle da temperatura

– Circulação de ar limitada

– Emissão de poluentes

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Secagem artificial

• Estufas de ar circulante

– Para substâncias ativas termolábeis: T < 40oC

– Bom controle de temperatura/circulação do ar

– Modelos movidos a energia elétrica

– Boa produtividade

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Estufa de ar circulante

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Secagem artificial

• Forno doméstico

– Método do suspiro

– Pré-aqueça o forno a 200°C por 15 minutos

– Desligue o forno!

– Espalhe a planta em assadeiras

– Coloque as assadeiras no forno e mantenha a

porta aberta presa com um pano de prato limpo

SECAGEM

Quando o processo termina?

• Industrialmente: análise de umidade

• No meu dia-dia:

– Folhas e flores: quebradiças ao toque

– Raízes e frutos: corte uma amostra ao meio. O interior

não deve estar úmido

– Cascas e talos: quebram com as mãos. O interior não

deve estar úmido

• Importante:

– As folhas secas adequadamente conservam uma

coloração esverdeada. Tons de marrom podem indicar

excesso de temperatura na secagem!

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Conservação de plantas secas

• Saco de papel kraft + saco plástico

• Fechar com tira de ráfia ou barbante

• Evite fechar as embalagens com grampos, clipes ou

outros objetos metálicos

• Outras embalagens: vidro e potes plásticos bem

vedados*

• Evite embalagens metálicas

• Etiqueta de identificação

– Nome da planta

– Data de colheita/coleta

– Data de embalagem

Conservação

Conservação de plantas secas

• Importante: embalagem “suada” indica que a planta ainda

estava úmida quando foi embalada. Reveja seu método

de secagem da próxima vez;

• Conserve as embalagens em ambiente seco, com

temperatura amena, longe da luz solar e do alcance de

crianças e animais;

• Cuidado com insetos;

• Não deixe as embalagens próximas à naftalina,

cânfora ou pastilhas antimofo!

CONTROLE DE QUALIDADE

É necessário assegurar uma seqüência de operações desde

o plantio, coleta, preparações, até o produto final que chega

ao usuário.

Em relação ao controle do plantio, só deverão ser admitidas

para plantio no horto das farmácias vivas mudas ou

sementes de boa origem, especialmente aquelas certificadas

por especialistas.

Quanto ao controle da coleta só deverão ser colhidas

partes das plantas, tanto das cultivadas como das

silvestres, que estejam bem desenvolvidas sem marcas

de praga, doenças ou deficiências nutricionais.

Deve ser identificado por um rótulo, onde constará a data

da preparação e outras informações pertinentes indicadas

pelo farmacêutico.