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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO SÃO JOSÉ CURSO DE AUTOMAÇÃO DE ESCRITÓRIOS E SECRETARIADO RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO UMA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO INTERNA ENTRE OS SETORES DA SEDE DA JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Área de concentração: Comunicação nas Organizações Geni da Cruz São José 2004

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍCENTRO DE EDUCAÇÃO SÃO JOSÉ

CURSO DE AUTOMAÇÃO DE ESCRITÓRIOS E SECRETARIADO

RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

UMA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO INTERNAENTRE OS SETORES DA SEDE DA JUNTA COMERCIAL DO ESTADO

DE SANTA CATARINA

Área de concentração: Comunicação nas Organizações

Geni da Cruz

São José2004

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Geni da Cruz

UMA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO INTERNAENTRE OS SETORES DA SEDE DA JUNTA COMERCIAL DO ESTADO

DE SANTA CATARINA

Relatório de conclusão de cursoapresentado à banca examinadora deEstágio Supervisionado, no Curso deAutomação de Escritórios eSecretariado, na Universidade do Valedo Itajaí, Centro de Educação São José,como requisito parcial para obtenção dotítulo de bacharel em Automação deEscritórios e Secretariado Executivo.

Orientadora: Jadna Nara Herbst Vieira

São José2004

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AGRADECIMENTOS

À Deus por sempre estar presente e ter me dado forças nos momentos mais difíceis.

Ao meu querido pai pela coragem e a persistência que sempre teve em sua vida, servindo

como exemplo para que eu atingisse meus objetivos.

A todos os meus familiares que sempre acreditaram no meu sucesso, incentivando a minha

formação.

A minha orientadora, Professora Jadna Nara Herbst Vieira, pela dedicação e companheirismo

compartilhados neste trabalho.

A banca examinadora professoras Cláudia Andréa Rost e Emília Marta Schveitzer, que

contribuíram de inúmeras formas para que fosse cada vez melhor.

Aos professores, sem exceção, meus agradecimentos por todo o conhecimento e apoio

compartilhados, permitindo o meu crescimento pessoal e profissional.

Aos diretores e todos os colaboradores da Junta Comercial do Estado de Santa Catarina pela

colaboração e compreensão no desenvolvimento deste trabalho.

Aos funcionários da Federação Catarinense de Municípios – FECAM, em especial a minha

amiga Édina Maria Carara David, pelo incentivo e apoio contínuo para que eu concluísse essa

importante etapa da minha vida.

Ao meu amigo Antônio Carlos Zimmermann cujo incentivo sempre foi incondicional para

realização deste curso, meus sinceros agradecimentos.

Aos meus queridos amigos, Lika, Sandrinha, Lu, Alê, Andréa, Francis, Beti, Carol, Tereza,

Fátima, Leila, Bea e todos os outros que de alguma forma estiveram presente.

O meu agradecimento a todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste

trabalho e na conclusão do curso. Muito Obrigada!

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EPÍGRAFE

O sucesso sempre está um pouco alémde onde as pessoas costumam desistir.

Autor anônimo

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RESUMO

Este trabalho foi realizado na Junta Comercial do Estado de Santa Catarina, autarquia estadualque tem a incumbência de registrar e publicar os atos constitutivos e possíveis alterações defirmas e sociedades mercantis no Estado. Objetivou-se avaliar a comunicação interna entre ossetores do órgão e sugerir alternativas de melhoria. Conheceu-se seu atual processo decomunicação interna, suas principais falhas e influências no desenvolvimento das atividades.Utilizou-se de bibliografia de vários autores sobre assuntos relevantes como conceito decomunicação, processo, barreiras, comunicação nas organizações, relacionamento interpessoale tecnologias como ferramenta no aperfeiçoamento do ato de comunicar. Tendo como baseessa fundamentação teórica, aplicou-se questionários com perguntas abertas e fechadas juntoaos colaboradores de cada setor, a fim descobrir possíveis problemas existentes nacomunicação interna. Os dados levantados foram analisados e posteriormente apresentadauma proposta de melhoria na comunicação interna entre os setores, visando agilizar oandamento dos trabalhos.

Palavras-chaves: Organizações, Comunicação, Tecnologias.

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ABSTRACT

This work was carried through in the Junta Comercial do Estado de Santa Catarina, stateautarchy that has the incumbency to register and to publish the constituent acts and possibleadjustments of companies and business corporation in the State. The work had as objective toevaluate the internal communication between the sectors of the agency and to suggestimprovement alternatives. It was known its internal current communication process and itsmain imperfections and influences in the development of the activities. Bibliography of someauthors was used on relevant subjects as concept of communication, process, barriers,communication in the organizations, interpersonal relationship and technologies as tool in theimprovement of the act of communicating. Having as foundation this theoreticalsubstantiation, questionnaires were applied with open and closed questions with thecollaborators of each sector in order to discover possible existent problems in the internalcommunication. The raised data were analyzed and later an improvement proposal was shownin the internal communication between the sections, aiming to activate the course of theworks.

Key words: Organizations, Communication and Technologies.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – A Janela de Johari: O indivíduo e suas partes .....................................................17FIGURA 2 – Processo de interação entre duas pessoas...........................................................18FIGURA 3 – Atividades dos Sistemas: entrada, processamento e saída...................................24FIGURA 4 – Sede da JUCESC em Florianópolis.....................................................................29FIGURA 5 – Organograma do órgão........................................................................................30

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Sistema de comunicação no órgão...................................................................32

GRÁFICO 2 – Ferramentas utilizadas para comunicação interna............................................33

GRÁFICO 3 – Necessidade de melhoria na comunicação interna...........................................34

GRÁFICO 4 – Controle automatizado das informações..........................................................35

GRÁFICO 5 – O fluxo de informações entre os setores..........................................................36

GRÁFICO 6 – Conhecimento de decisões e procedimentos dos setores.................................37

GRÁFICO 7 – Rapidez na busca de documentos....................................................................38

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SUMÁRIOAGRADECIMENTOS ...............................................................................................................II

EPÍGRAFE ............................................................................................................................... III

RESUMO ................................................................................................................................. IV

ABSTRACT .............................................................................................................................. V

LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................VI

LISTA DE GRÁFICOS ..........................................................................................................VII

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 1

1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ................................................... 11.2. OBJETIVOS.................................................................................................................. 2

1.2.1. OBJETIVO GERAL............................................................................................... 21.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 2

1.3. JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... 2

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 5

2.1. COMUNICAÇÃO: CONCEITOS DE BASICOS........................................................... 52.2. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ................................................................................ 62.3. FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO.................................................................................. 72.4. COMUNICAÇÃO VERBAL ORAL............................................................................... 82.5. COMUNICAÇÃO VERBAL ESCRITA......................................................................... 92.6. COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL.............................................................................. 102.7. COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES................................................................. 10

2.7.1. COMUNICAÇÃO INTERNA................................................................................. 112.7.2. COMUNICAÇÃO EXTERNA................................................................................ 12

2.8. REDES DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES............................................. 132.9. COMUNICAÇÃO EFICAZ........................................................................................... 142.10. BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO ......................................................................... 152.11. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL .................................................................. 16

2.11.1. INTERAÇÃO ........................................................................................................ 182.12. TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO X COMUNICAÇÃO....................................... 19

2.12.1. INTRANET............................................................................................................ 222.12.2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO.......................................................................... 23

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS ................................................................................... 25

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA......................................................................... 253.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA........................................................................................ 263.3. COLETA DE DADOS................................................................................................... 263.4. ANÁLISE DOS DADOS............................................................................................... 26

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................. 28

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ......................................................................... 284.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO ............................................. 30

4.2.1. O ATUAL SISTEMA DE COMUNICAÇÃO ........................................................ 324.2.2. PRINCIPAIS FALHAS EXISTENTES NA COMUNICAÇÃO ............................ 35

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4.2.3. PONTOS RELEVANTES DAS QUESTÕES DISSERTATIVAS......................... 394.3. PROPOSTA DE MELHORIAS..................................................................................... 41

5. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 49

6. RECOMENDAÇÕES......................................................................................................... 50

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 51

APÊNDICE .............................................................................................................................. 53

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1. INTRODUÇÃO1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

O mundo passa por um processo de globalização e nesse sentido, conforme Kon (apud

DOWBOR, IANNI e RESENDE,1998), esse fenômeno observado no mercado mundial tem

se propagado, de forma mais veloz nas últimas três décadas, graças aos avanços tecnológicos.

Todo esse avanço é devido à necessidade de aumentar a produtividade e usar com mais

eficiência os recursos que consequentemente refletem no desenvolvimento do trabalho

humano. Moldam-se então, novas formas de competição entre as empresas e os sistemas

econômicos.

Stoner e Freeman (1999) consideram que, com a globalização dos negócios, é

necessário que os administradores estejam muito bem informados acerca dos processos de

comunicação. Um sistema de comunicação eficaz é fundamental para a sobrevivência de uma

empresa, pois é por meio dele que seus gestores exercem suas funções e dedicam a maior

parte de seu tempo.

Para Montana e Charnov (1999, p. 285),

a comunicação serve de ponte entre a meta e a criação de padrões dedesempenho e de realização do funcionário. Funcionários que nãocompreendem aquilo que é esperado no local de trabalho têm pouca, se tiveralguma, chance de alcançar os resultados desejados.

Através de estudos realizados por especialistas da área, confirma-se que a

comunicação interna foi reconhecida como ponto fundamental para o bom andamento das

organizações, sendo que as falhas nesse processo têm causado problemas gravíssimos. Com

um sistema de comunicação interna eficiente, pode-se agilizar e desenvolver melhor as

atividades, refletindo de forma positiva nos produtos e ou serviços, trazendo assim

prosperidade à organização. (STONER e FREEMAN, 1999).

Ao referir-se à organização, a Junta Comercial do Estado de Santa Catarina -

JUCESC - tem trabalhado, ultimamente, com uma política de qualidade voltada para a

conscientização e motivação de seus colaboradores, a fim de melhorar o clima organizacional

e aperfeiçoar os serviços prestados à comunidade catarinense. Para que sejam atingidos esses

objetivos há a necessidade de um aperfeiçoamento na comunicação interna dessa autarquia.

Conforme levantamento feito anteriormente pelo órgão, constatou-se que o sistema de

comunicação interna atual não atende às necessidades dos setores, apresentando falhas na

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circulação de informações, interferindo também no bom relacionamento entre seus

colaboradores.

Nesse sentido, apresenta-se o problema de pesquisa que norteará todo o estudo: Quais

são os problemas existentes no atual sistema de comunicação interna da Sede da JUCESC? O

que poderá ser feito para melhorar o sistema de comunicação existente?

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Sugerir alternativas para melhoria do processo de Comunicação Interna entre os

setores da Sede da Junta Comercial de Santa Catarina, Florianópolis/SC.

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

� Conhecer o atual sistema de comunicação interna entre os diversos setores da Sede da

JUCESC;

� Identificar as principais falhas existentes na comunicação interna entre os diversos setores;

� Relatar de que forma o atual sistema de comunicação interna interfere no

desenvolvimento das atividades da empresa; e

� Selecionar algumas alternativas que possam contribuir para a melhoria da comunicação

interna entre os setores.

1.3. JUSTIFICATIVA

As empresas vêm mudando suas formas de administrar a fim de acompanhar a

propagação do mercado, cada vez mais competitivo. Conforme Montana e Charnov (1999), as

organizações que não se adaptarem às transformações do mercado, terão como conseqüência

seu desaparecimento.

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Para que aconteçam essas adaptações, são necessárias mudanças. Gerenciar mudança

implica mudar hábitos, diretrizes e dar mais ênfase a assuntos que anteriormente não eram

considerados tão importantes, como a comunicação interna, a qual passou a ser vista como um

fator fundamental para o bom andamento da empresa.

Com o passar dos anos, o setor público também tem sofrido inúmeras transformações

em virtude da sociedade estar exigindo cada vez mais que os serviços sejam prestados com

qualidade. Para atender a esses anseios, os órgãos públicos do Estado de Santa Catarina

parecem estar se modernizando e mudando suas formas de administrar, através de uma gestão

mais participativa.

Segundo Dowbor, Ianni e Resende (1998), o exercício do poder público deve estar

mais próximo do cidadão, transformando a pirâmide hierárquica que ainda faz parte das

decisões na área pública.

Com o desenvolvimento da economia no Estado, a demanda dos serviços prestados

pela Junta Comercial do Estado de Santa Catarina cresceu consideravelmente, em

conseqüência, aumentaram-se também as exigências da população quanto à rapidez e precisão

nas informações fornecidas pelo órgão. Com todas essas mudanças, a organização

modernizou-se, tanto em termos tecnológicos como administrativos, gerando assim, maior

fluxo de informações. A JUCESC mesmo passando por enormes dificuldades por ser um

órgão público estadual, cujas tarefas muitas vezes são executadas de forma lenta, devido a

alguns procedimentos administrativos ainda impostos pelo Estado, tem como objetivo

principal melhorar os trabalhos prestados à sociedade catarinense. Sendo assim, um sistema

de comunicação interna bem elaborado é de suma importância para que as tarefas sejam

desenvolvidas de forma eficiente e rápida.

O trabalho de pesquisa despertou o interesse da pesquisadora, primeiramente, pelo fato

de ser profissional na área de Secretariado Executivo, profissão que tem mudado seu perfil

nos últimos tempos, passando a desenvolver um papel de maior importância nas organizações.

Capacitado para participar de planejamentos, organização e gerenciamento de trabalhos, das

intermediações internas e externas, não mais desenvolvendo as simples tarefas rotineiras de

um escritório. Conhece melhor a política, a cultura, o clima organizacional e objetivos da

empresa, auxiliando na melhoria contínua da qualidade e produtividade dos trabalhos

desenvolvidos. Nesse sentido, como servidora da JUCESC, deseja colaborar com a autarquia

para alcançar seus objetivos. Em segundo lugar, o interesse justifica-se porque o setor onde a

pesquisadora desenvolve seus trabalhos diariamente é responsável por grande parte das

informações disponibilizadas aos outros departamentos do órgão, portanto, há uma

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necessidade de aperfeiçoar a comunicação interna, visando ao melhor andamento e

organização dos trabalhos.

No mês de julho de 2003, o órgão elaborou seu Planejamento Estratégico, com o

objetivo de estabelecer metas até o ano 2007. Esse trabalho desenvolvido apontou que o

sistema de comunicação interna da JUCESC apresenta falhas na distribuição das informações,

influenciando também, no bom relacionamento entre seus funcionários.

Nesse sentido, constatou-se que até o presente momento não foi realizado nenhum

estudo mais aprofundado de como efetivamente funciona o sistema de comunicação interna

utilizado pela JUCESC e se o mesmo atende às necessidades de cada setor.

A pesquisa desenvolvida apontou possíveis melhorias para os problemas que surgiram,

tendo grande probabilidade de serem postos em prática, pois os atuais dirigentes têm

demonstrado interesse em aperfeiçoar o andamento dos trabalhos, bem como a maior

interação entre os colaboradores.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA2.1. COMUNICAÇÃO: Conceitos Básicos

A comunicação serve para que as pessoas se relacionem entre si, compartilhem

conhecimentos, mudando-se mutuamente e a realidade em suas voltas. As pessoas não vivem

isoladas, elas se relacionam continuamente umas com as outras em seus ambientes através da

comunicação.

Para Stoner e Freeman (1999, p. 389), “a comunicação é definida como o processo

através do qual as pessoas tentam compartilhar significados através da transmissão de

mensagens simbólicas”.

A palavra comunicação vem do latim comunicatio, que em uma interpretação mais

simplificada quer dizer: o ato de entender alguém e se fazer entendido (ALONSO, 2002).

A comunicação chama a atenção por três pontos fundamentais, em princípio porque

envolve pessoas, e para compreender a comunicação, tenta-se então, entender como as

pessoas se relacionam umas com as outras. Outro ponto que merece ser considerado é que a

comunicação abrange significados compartilhados, havendo a necessidade das pessoas

concordarem quanto à definição dos termos usados. E também, a comunicação é simbólica

como gestos, sons, letras, números e palavras podendo somente representar as idéias que eles

pretendem comunicar (STONER e FREEMAN, 1999).

Medeiros e Hernandes (1999, p. 210), no que se refere ao ato de comunicar, dizem

que

comunicar é tornar conhecido, é participar, é transmitir algo a alguém.Comunicação é o ato de emitir, transmitir e receber mensagens por meio deprocessos previamente estabelecidos ou convencionados, quer por meio dalinguagem falada ou escrita, quer mediante outros sinais, signos ou símbolos.

Comunicar é o ato de transmitir uma mensagem a alguém, seja ela através da fala, da

escrita ou qualquer outro sinal como gestos, sendo este caracterizado pela comunicação não

verbal.

Todas as pessoas têm a necessidade de se expressar, algumas sendo mais outras menos

comunicativas, no entanto todas precisam se comunicar para que haja um relacionamento,

seja ele pessoal ou profissional. O ser humano se comunica antes mesmo de nascer, durante a

gestação, é impossível não comunicar. Essa comunicação passa por um aprimoramento

contínuo pela simples necessidade de sobrevivência.

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Alonso (2002, p. 27) apresenta algumas considerações acerca da necessidade que os

seres humanos têm de se comunicar, pois

a comunicação é um produto funcional da necessidade humana de expressãoem relacionamento. Tudo comunica, é impossível não comunicar. Atémesmo o silêncio comunica, ou seja, nosso corpo fala – nossos olhos, nossosgestos e atitudes muitas vezes “dizem” mais do que nossas palavras. Umexemplo belo da grandeza da comunicação é que o ser humano se comunicamesmo antes de nascer, dentro do útero da mãe.

A comunicação ocorre através de um processo, contendo vários elementos

responsáveis por sua realização, os quais serão apresentados no tópico seguinte.

2.2 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

De acordo com Chiavenato (2003), toda comunicação envolve pelo menos duas

pessoas, sendo uma que envia e outra que recebe a mensagem, não podendo uma única pessoa

completar o ato de comunicação. Para esse mesmo autor, a comunicação é feita por um

processo composto de cinco elementos, sendo eles: o emissor, é a pessoa que emite a

mensagem para alguém; transmissor ou codificados, é o equipamento que liga a fonte ao

canal, ou seja, codifica a mensagem emitida; canal, é a parte do sistema que transporta a

mensagem; o receptor ou decodificador, é o equipamento situado entre o canal e o destino,

decodificando a mensagem e como último elemento destaca-se o destino, sendo a pessoa para

a qual a mensagem é enviada.

Já Stoner e Freeman (1999) apresentam o processo de comunicação considerando

como principais os seguintes elementos: o emissor, a codificação, a mensagem, o canal, o

receptor, a decodificação, o ruído e o feedback. De acordo com o mesmo autor, com relação

aos elementos citados, apresenta-se alguns conceitos: o emissor, corresponde a pessoa que

tem a informação e inicia a comunicação; A codificação, ela representa a tradução da

informação em uma série de símbolos; A mensagem, sendo a forma física na qual o emissor

codifica a informação; O canal, é o meio por onde é transmitida a mensagem devendo e deve

ser adequado a mesma; O receptor, é a pessoa que capta a mensagem do emissor; A

decodificação, diz respeito a interpretação e tradução de uma mensagem em informação

significativa; O ruído, é qualquer coisa que confunda, perturba ou interfira na comunicação; e

o Feedback, é o que ocorre quando o receptor expressa sua reação à mensagem do emissor.

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Considerando as apresentações dos dois autores acima, destaca-se que o ruído e

feedback poderá ou não fazer parte do processo de comunicação, pois dependendo da

circunstância eles poderão não ocorrer.

De acordo com Montana e Charnov (1999, p. 287),

a comunicação começa com o emissor codificando uma mensagem e terminacom o receptor decodificando a mensagem. Entre esses dois pontos amensagem passa pelos filtros tanto do emissor quanto do receptor e peloruído externo.

Em outras palavras, para que ocorra a comunicação é necessário uma pessoa que

origina a mensagem passando para outra, a qual é a receptora. A mensagem é interpretada por

quem recebe, podendo ocorrer ou não o feedback, passando geralmente pelos ruídos que em

muitos casos podem atrapalhar a comunicação.

Como visto anteriormente a comunicação tem a finalidade de transmitir mensagens a

alguém, sendo essencial para o relacionamento humano, exercendo inúmeras funções, as

quais veremos a seguir.

2.3. FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO

A globalização exigiu grandes mudanças no processo e nas funções de comunicação,

as quais causaram grandes transformações no ambiente de trabalho e no mercado. Dentre elas

a preocupação com a qualidade dos serviços num ambiente cada vez mais competitivo.

Ackoff (apud BERNARDES e MARCONDES, 2003) classifica as comunicações em

apenas três tipos: a comunicação informativa, a instrutora e a impositiva. No que se refere à

comunicação informativa, a informação é predominante na mensagem, sem o intuito de

influenciar comportamentos. Na comunicação instrutora, o emissor procura influenciar

mostrando qual o comportamento deve-se ter. Já na comunicação impositiva, denominada

pelo autor de motivacional, acontece quando o emissor tenta influenciar no comportamento do

receptor para efetivação de uma meta, ficando implícita a punição caso não a concretize.

Já para Bordenave (apud ALONSO 2002, p. 39), “a comunicação é um produto

funcional da necessidade humana de expressão e relacionamento”. Nesse sentido, ela satisfaz

assim, inúmeras funções como: função instrumental, função informativa, função regulatória,

função interacional, função expressão pessoal, função heurística ou explicativa e função

imaginativa, sendo que essas funções têm os seguintes significados:

- Função instrumental: supre as necessidades materiais e espirituais da pessoa;

- Função informativa: apresenta nova informação;

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- Função regulatória: controla o comportamento de outros;

- Função interacional: refere-se ao relacionamento com outras pessoas;

- Função expressão pessoal: identifica e expressa o verdadeiro eu da pessoa;

- Função heurística ou explicativa: explora o mundo dentro e fora da pessoa;

- Função imaginativa: cria um mundo próprio de fantasias.

O mesmo autor afirma que outra função da comunicação é a de indicar a qualidade da

participação no ato de comunicar: demonstrando desejos, atitudes, expectativas, juízos e

sentimentos. Com isso, será também apresentando o item de comunicação não-verbal, por sua

grande importância nas comunicações nas organizações e na vida pessoal, pois muitas vezes o

corpo expressa informações que comunicação verbal exprime.

2.4. COMUNICAÇÃO VERBAL ORAL

Em qualquer atividade do mundo moderno, em permanente evolução, as melhores

oportunidades são aproveitadas pelos indivíduos que possuem mais informação. O adequado

gerenciamento das informações é um fator decisivo no desenvolvimento pessoal e no

crescimento profissional.

Há, sem dúvida, diversas maneiras de intercambiar informações e uma forma delas é

através comunicação verbal oral, que ocorre quando um grupo de indivíduos com interesses

comuns se reune para conversar. Na área de trabalho, freqüentemente exercita-se essa forma

de comunicação, seja nos treinamentos, cursos, congressos e principalmente nas rotinas

diárias da empresa.

Segundo Terra (1997, p. 12), comunicação verbal é “aquele cujos sinais utilizados

para atos de comunicação são as palavras”

Nas reuniões, as informações são trocadas através da comunicação oral, a mais

importante para a transmissão das idéias. Existe a oportunidade de aprofundar os detalhes de

maior interesse relacionados à informação oferecida, bem como a possibilidade de se obter a

repetição ou o detalhamento de uma informação não completamente entendida. Podem

também ser apresentadas observações ou pontos de vista capazes de enriquecer a informação

inicial, tornado-a mais clara, concisa e completa. Ocorre não somente em encontros formais

como também nas conversas entre colaboradores em empresa.

A leitura, por mais atenta que possa ser, não tem o poder de transmissão da

informação que a comunicação verbal tem, pois a idéia do autor nem sempre é claramente

entendida e não existe a possibilidade do diálogo.

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As pessoas têm, cada vez mais, a necessidade de desempenhar melhor as suas

atividades. Entretanto, fazer uso da comunicação verbal oral em pequenos ou grandes grupos,

descrevendo suas experiências, idéias, opiniões ou observações pode ser um exercício penoso,

se não houver uma preparação adequada, por isso, deve-se coordenar boas idéias e preparar-se

para falar.

É fundamental que as pessoas sejam habilitadas ao uso adequado da comunicação nas

suas diferentes formas, especialmente neste tipo, como instrumento de aperfeiçoamento e

progresso profissional.

Um das desvantagens da comunicação verbal oral é a não possibilidade de armazenar

as informações expressadas de modo documental, dificultando a busca ou análise posterior.

Neste sentido, mostra-se no item a seguir a comunicação verbal escrita, a qual é de grande

importância no mundo dos negócios.

2.5. COMUNICAÇÃO VERBAL ESCRITA

Outro forma de comunicação verbal é a escrita bastante utilizada na organizações, pois

é por meio dela que as pessoas se comunicam formalmente, podendo ser registrados as

informações e acontecimentos para consulta posterior, como confirma o autor abaixo.

Considerada nas empresas a maneira mais adequada de comunicação, podendo ser melhor

controlada e responsabilizando o emissor por suas mensagens, diminuindo as divergências

ocasionadas pelos esquecimentos de opiniões já expostas, entre outras situações que possam

prejudicar tanto as pessoas envolvidas no processo como trazer prejuízos a instituição.

Para Terra (1997, p. 13), “a única razão de ser da escrita é a de representar

graficamente, e ainda de modo imperfeito, a língua”. Para o mesmo autor, através da escrita

são registrados os acontecimentos e poderão ser pesquisados após muitos anos e até mesmo

séculos, que é o caso da bíblia. É também por meio da escrita que negociações importantes

são documentadas.

Com isso, quanto à presença da escrita pode-se dizer que, mesmo criada pelo engenho

humano tardiamente em relação ao surgimento da oralidade, ela permeia hoje quase todas as

práticas sociais dos povos em que penetrou. Assim, a escrita é usada em contextos sociais

básicos da vida cotidiana como: no trabalho, na escola, no dia-a-dia, na família, a vida

burocrática, na atividade intelectual, entre outros.

Por fim, também serão apresentados outras formas de comunicação como a

comunicação não-verbal.

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2.6. COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL

A comunicação não-verbal é um processo complexo de sinais emitidos pelas pessoas

quando em interação. Essa comunicação poderá ser percebida se for prestada atenção aos

sinais sabendo interpretá-los.

Na linguagem corporal, um dos princípios básicos é que os sinais não devem ser lidos

separadamente. Qualquer sinal, por mais simples que seja, fará parte de uma comunicação

maior, vindo a ser o complemento da mensagem verbalizada .

As mensagens corporais tendem a transmitir as verdadeiras intenções do comunicador,

lembrando que os sinais devem sempre ser vistos em conjunto, pois fazem parte de uma

mensagem global, sendo que um único sinal pode ser insuficiente para se tirar conclusões

corretas.

Os sinais do corpo emitidos por um indivíduo possibilitam saber o que está ocorrendo

no seu interior, dessa forma, eles fornecem uma oportunidade das pessoas serem mais

adequadas e assertivas nas relações. (PIERRE e TOMPAKNOW, 2000).

Para Cohen e Fink (2003), os comportamentos não-verbais podem tornar-se parte do

estilo habitual do indivíduo. Para que as pessoas possam se descobrir melhor é possível pedir

um feedback, embora nem sempre é a maneira mais agradável. Ou seja, quando alguém se

comunica é possível pedir ao receptor qual a sua opinião a respeito do assunto e ou

comportamento tratado. Em alguns casos, pode não ser a maneira mais agradável porque a

maioria das pessoas não está preparadas para receber críticas, muitas vezes não transmitidas

da forma mais adequada.

2.7. COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

A comunicação visa essencialmente fornecer informações necessárias aos membros do

grupo ou da organização, através de mensagens sobre novas idéias e procedimentos que

ajudam a empresa a adaptar-se ao meio. É um processo conjunto de métodos, técnicas,

recursos, meios etc., pelo qual a empresa se dirige ao público interno, seus funcionários, e ao

público externo, seus consumidores e sociedade de modo geral.

Nesse sentido, de acordo com Stoner e Freeman (1999), a comunicação organizacional

obscura pode tornar uma idéia ou um processo complexo completamente incompreensível.

Pode-se citar alguns fatores que influenciam a comunicação nas organizações:

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- Canais formais de comunicação – eles influenciam de duas maneiras a eficácia da

comunicação. Primeiro, cobrindo uma distância cada vez maior à medida que as organizações

se desenvolvem e crescem. Segundo, os canais formais de comunicação inibem o fluxo livre

de informação entre os diversos níveis da organização. Os canais de comunicação podem ter

conseqüências inesperadas como estrutura de autoridade, especialização do trabalho e

propriedade da informação.

Na estrutura de autoridade, as diferenças de status e de poder ajudam a determinar

quem irá se comunicar confortavelmente com quem. No que diz respeito à especialização do

trabalho, usualmente ela facilita a comunicação dentro de grupos diferenciados. Divide o

trabalho em tarefas padronizadas e simplificadas. Já na propriedade da informação, significa

que os indivíduos possuem informações e conhecimentos especiais sobre os seus trabalhos.

Muitos desses indivíduos não querem compartilhar essas informações com outras pessoas,

não havendo uma comunicação aberta na organização.

A comunicação organizacional implica uma estratégia que se deve praticar de forma

competente, devendo ser considerada um complexo cultural ou uma rede de notícias. Essa

forma de comunicação insere-se num conceito de permanência, derivando da cultura

organizacional. Portanto, quanto mais esclarecida for a empresa acerca do seu papel social,

mais preparada estará a informar.

A rede de informação de uma empresa não se limita a praticar técnicas de

comunicação, possibilita à organização o contato direto com seus públicos, seja ele interno ou

externo, sabendo o que eles pensam ou desejam. Objetiva também, a melhoria de produtos ou

de serviços, a valorização dos recursos humanos ou a construção de uma imagem que adquira

a confiança do mercado, podendo a organização investir para ser bem informada e para

informar bem. (BAHIA, 1995).

Para esse mesmo autor, a comunicação interna e a comunicação externa são os tipos

de ações mais importantes na estratégia da empresa, podendo ser exercida simultaneamente

ou paralelamente, independentemente do ramo que a empresa se dedica. Neste sentido,

apresenta-se um breve conceito desses dois tipos de comunicação.

2.7.1. COMUNICAÇÃO INTERNA

Esse tipo de comunicação é a que se verifica entre a organização e seus colaboradores.

Transmitindo ao público da casa, com freqüência e clareza, as opiniões e ações da empresa,

destacando as posições dos dirigentes e a política adotada.

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O administrador deve dar prioridade à informação, pois assim habilitará suas

audiências interna e externa para conhecerem a realidade da empresa, fortalecendo também as

ligações sociais da organização.

Constituem uma rede de informações natural na empresa, os fatos, os eventos, as

transações, as iniciativas, as promoções, etc. Para efeito de melhor distribuição, esses

acontecimentos podem ser classificados ou selecionados.

Atualmente o fluxo de informações que circulam nas empresas é muito mais intenso

do que em épocas passadas, mas deve-se selecionar o que é relevante divulgar e conforme

Bahia (1995, p. 32),

eventuais temores ou restrições da empresas e dos empresários sobre adivulgação de suas atividades podem ser contestados mediante a convicçãode que é relevante conhecer a realidade do empreendimento, do que estesignifica para os empregados e consumidores, para o mercado e para aopinião pública.

Observam-se mudanças no comportamento das empresas e o silêncio dá espaço à

informação, quanto mais abrangente melhor, no entanto, selecionando o que convém ser

divulgado prestando a atenção no reflexo que terá perante aos funcionários e ao público

externo.

Bahia (1995) diz que “a comunicação interna é um modo de difundir entre os

empregados a realidade da empresa, de ampliação dos laços de identidade funcional, de

prestação de informações [...]”.

Neste contexto, não deve o administrador dizer algo ao público interno e ao contrário

ao público externo, considerando que essa atitude poderia ser altamente prejudicial à

organização.

2.7.2. COMUNICAÇÃO EXTERNA

A comunicação externa é aquela que abrange consumidores, clientes, fornecedores e a

sociedade de modo geral. Incluindo toda veiculação de informações e todos os comunicados

emitidos pela organização para um público fora dos limites internos, usando os meios de

comunicação para tornar conhecida suas mensagens.

Esse tipo de comunicação em uma empresa deve estar disponível para as questões que

vêm dos meios de comunicação. Havendo então, uma relação de interesses onde a empresa

quer a difusão da notícia e o veículo de comunicação quer ser o portador dela sendo que,

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ambos têm a meta de levar a informação ao público. Deve-se observar também que

independentemente do que se propõe divulgar, a empresa deve privilegiar, além do público

específico, os vários setores da sociedade, como consumidores em geral, escolas,

universidades, organizações governamentais e não-governamentais etc. (BAHIA, 1995).

Tanto a comunicação interna como a externa são essenciais para o bom andamento da

empresa e de acordo com Bahia (1995, p. 16),

essa convergência que se observa no interior da empresa – a anotação e aespecial atenção às sugestões, queixas ou opiniões internas ou externas –influi para fortalecer decisões e é fundamental para reciclar, vitalizarobjetivos de melhoria de produtos ou de serviços. Um sistema efetivo decomunicação empresarial [...] deve consubstanciar contatos diretos com osempregados e com o universo de consumidores, fornecedores, acionistas,clientes, seja um público específico, seja um público restrito como ogoverno.

Percebe-se que é de suma importância que o administrador conheça as opiniões de

seus funcionários, estimulando uma administração participativa, possibilitando maior

facilidade na resolução de possíveis problemas, pois com uma comunicação interativa esses

problemas poderão ser detectados ainda no início não trazendo maiores danos à empresa. É

necessário também estar atendo ao público externo, verificando se a organização está

atendendo as exigências do mercado.

2.8. REDES DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

As redes de comunicação em uma empresa são um conjunto de canais através dos

quais a comunicação se processa, suas estruturas de comunicação são projetadas de várias

formas. Algumas dessas estruturas são rigidamente projetadas, sendo que outras são mais

liberais, qualquer pessoa se comunica com outra independentemente do nível hierárquico.

Pode-se classificar em dois tipos de comunicação: a comunicação vertical e a comunicação

lateral e informal. Resumidamente pode-se constatar que as comunicações citadas têm as

seguintes características:

- Comunicação Vertical: consiste na comunicação de cima para baixo na cadeia de

comando da organização, começando na administração de topo descendo pelos níveis

hierárquicos. Essa forma de comunicação tem como finalidade aconselhar, informar, dirigir,

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instruir e avaliar os subordinados e dar informações acerca das políticas administrativas da

empresa.

- Comunicação Lateral e Informal: geralmente, segue o fluxo de trabalho da

organização, cujo objetivo principal dessa comunicação é dar um canal direto para a

coordenação da organização e para solucionar problemas, evitando procedimentos lentos na

transmissão de informações.

Outro tipo de comunicação é a informal. São as informações de bastidores, formadas

por várias linhas de comunicação, geralmente muito rápidas e difíceis de serem controladas,

alguns indivíduos bem informados pertencem a mais de uma rede informal. Essa rede não

deve ser confundida com informações legítimas que a administração procura passar

oralmente. Para que todos os membros da empresa recebam as informações com exatidão,

aconselha-se que elas sejam enviadas por escrito. (STONER e FREEMAN, 1999).

Embora as organizações se esforcem para alcançar seus objetivos, esbarram em

dificuldades e não atingem uma comunicação eficaz, a qual será apresentada no item seguinte.

2.9. COMUNICAÇÃO EFICAZ

Para que os sistemas de comunicação empresarial sejam eficazes necessitam ter

consistência profissional, adequada apresentação, pensamentos e ações devem ser

compatíveis. Esse processo deve ser genuinamente benéfico para empresa, aos empregados e

ao público externo. Os administradores devem manter os colaboradores bem informados

sobre o que acontece no âmbito da empresa, não podendo pregar opiniões ou dar

determinações e na prática executá-las de forma inversa, o que influencia de forma negativa

na confiabilidade da empresa.

Um sistema de comunicação deve guiar-se e orientar-se a partir de conceitos que são

comuns à informação e aos negócios.

Muitas vezes a sociedade não demonstra conhecer o exato papel de uma determinada

empresa – seus problemas, seus resultados e seu valor. Por outro lado, algumas empresas se

isolam ou praticam atos que a excluem da sociedade.

Algumas barreiras de compreensão podem ser eliminadas com instituição de canais de

comunicação. Para Bahia (1995, p. 18), “a empresa e o empresário devem estar aptos a

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informar os cidadãos e as organizações políticas e sociais sobre as suas atividades, assim

como expor as suas idéias e opiniões”.

A organização e seu administrador buscam nos meios de comunicação compreensão e

reconhecimento para seus produtos e ou serviços, idéias ou opiniões, desejando um lugar no

qual possam se expressar e influir.

Dessa forma, justifica-se a necessidade de um sistema de comunicação que visa

aproximar a empresa da sociedade bem como, os administradores dos funcionários havendo

então, uma intermediação de informações para o melhor desempenho da empresa.

2.10. BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO

Deve-se reconhecer que a comunicação é um processo complexo, sendo difícil porque

os seres humanos percebem e interpretam a realidade de acordo com seus passados, valores,

suas necessidades, emoções e experiências individuais.

Alguns autores acreditam que a maioria das barreiras de comunicação nas empresas

baseiam-se nas diferentes maneiras como as pessoas interpretam as informações que recebem,

diferenças atribuídas muitas vezes nas diversidades culturais. Vários fatores influenciam a

comunicação criando barreiras, dentre elas pode-se citar: as diferentes percepções, as

diferenças de linguagem, os ruídos, a emocionalidade, as comunicações incoerentes e a

desconfiança.

Deve-se compreender as barreiras na comunicação, tentando sempre minimizá-las para

se comunicar bem. Dentro desse contexto, os administradores e outros profissionais não

devem presumir que informações não incluídas em uma comunicação deverão ser conhecidas

pelo receptor. (STONER e FREEMAN, 1999).

Como já citado anteriormente, as diferenças culturais interferem no processo de

comunicação. Deve-se conhecer essas diferenças para que haja uma boa comunicação.

Segundo Alonso (2002, p. 28), “É bastante difícil a comunicação entre as diversas culturas,

em função dos seus diferentes valores e costumes, por isso é importante haver a preocupação

em conhecer as diferenças culturais para sabermos respeitá-las”.

Observa-se que cada cultura apresenta valores e costumes diferenciados, levando

consequentemente as pessoas a terem conceitos diferentes sobre assuntos que pareciam ser

claros para um determinado grupo. Caso não sejam observadas essas diferenças culturais,

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poderá ocorrer interpretações errôneas acerca das mensagens passadas pelo emissor, criando

assim barreira à comunicação.

A própria natureza da linguagem constitui uma barreira à comunicação. Muitas

palavras têm diversos sentidos e as falhas na comunicação acontecem quando as partes

envolvidas aplicam interpretações diferentes. As diferenças culturais também fazem com que

essas falhas aumentem por isso deve-se evitar ao máximo palavras ambíguas.

As palavras têm uma matriz emocional que influenciam o processo de comunicação

pois desencadeiam associações mentais e respostas emocionais (COHEN e FINK, 2003).

2.11. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

Comportamentos e atitudes de certas pessoas podem parecer iguais, mas não são. O

que ocorre são semelhanças de comportamentos. As pessoas agem e reagem de forma

diferente umas das outras, de acordo com suas origens e seus aprendizados.

Passadori (2003, p. 75) destaca que “os conflitos entre pessoas surgem porque há

discordâncias, pontos de vista diferentes, interesses diversos ou mesmo antagônicos”.

Para lidar com pessoas, é necessário compreender os outros respeitando as crenças,

valores, cultura e até mesmo estado psicológico de cada um. Não é uma tarefa fácil, mas é

possível o entendimento desde que se aja de forma flexível, com maturidade e empatia.

Geralmente os semelhantes se atraem, sendo assim, diminuem as dificuldades de convivência

quando os indivíduos possuem características parecidas.

A flexibilidade sugerida anteriormente, pode ser manifestada através da atenção para

ouvir e entender o interlocutor.

Como cada indivíduo vê o mundo que o cerca de forma diferente, devido a sua

capacidade de interpretação, sensibilidade, cultura, etc., a maioria têm opiniões, atitudes e

comportamentos diferenciados que devem ser respeitados para que haja um bom

relacionamento.

Primeiramente, antes de serem apresentados os estágios da comunicação interpessoal,

é importante destacar a Janela de Johari, que nada mais é que um modelo conceitual criado

por estudiosos para analisar como o indivíduo ou o grupo processam as informações

(CHIAVENATO, 2003).

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Figura 1 – A Janela de Johari – O indivíduo e suas partesFonte: Chiavenato (2003)

Como mostra a figura constitui-se quatro quadrantes situados no espaço interpessoal,

sendo qualificados da seguinte forma:

� Quadrante 1 – O “eu” aberto, que representa as facetas da personalidade conhecida

pela própria pessoa e compartilhada com as demais. É a área aberta da

personalidade e todos vêem a pessoa como ela realmente é.

� Quadrante 2 – O “eu” oculto, que representa aspectos da personalidade que a

pessoa conhece mas esconde das de mais. É a área secreta que o indivíduo oculta

para proteger-se.

� Quadrante 3 – O “eu” cego, que é a área cega da personalidade da pessoa,

inconscientemente ela esconde de si mesma, mas faz parte do seu comportamento

vista pelos outros ou seja a pessoa não percebe mas os outros conhecem.

� Quadrante 4 – O “eu” desconhecido, que representa aspectos da personalidade da

pessoa que é desconhecido por todos, até mesmo por ela própria por exemplo,

certos impulsos inconscientes, talentos, habilidades etc. (CHIAVENATO, 2003).

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2.11.1. INTERAÇÃO

A interação entre duas pessoas ocorre em vários estágios de comunicação, como pode-

se observar na figura abaixo:

Figura 2: Processo de interação entre duas pessoasFonte: Chiavenato (2003)

� Flexa A – Comunicação aberta: a comunicação processa-se entre os dois “eus“,

sendo um tipo de relacionamento interpessoal mais comum e ao mesmo tempo é

estágio mais superficial.

� Flexa B – Revelações sub-reptícias ou inconscientes: é o segundo grau de

comunicação, podendo-se perceber ou captar sinais do “eu” cego de uma pessoa,

cuja comunicação ela própria não percebe.

� Flexa C – Confidências ou nivelamentos: é o terceiro grau de comunicação, é

quando uma pessoa revela algo que esconde, confidenciando a alguém quando

compartilha reações ou sentimentos.

� Flexa D – Contágio Emocional: ocorre quando uma pessoa pode influenciar os

sentimentos de outra, sem que nenhum dos “eus” das duas tenham consciência do

sentimentos ou comunicação (CHIAVENATO, 2003).

De acordo com Chiavenato (2003), quando os indivíduos estão na fase inicial do

relacionamento a área aberta geralmente é menor, já as áreas ocultas e desconhecidas são

maiores. No início das relações não há comportamentos muito liberais. Com o passar do

tempo, as pessoas vão se conhecendo melhor e consequentemente a área aberta amplia,

aumentando também, a confiabilidade no relacionamento e maior segurança, pois essas

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passam a comunicar-se mostrando seu verdadeiro “eu” e ambas vêem os outros como

realmente são.

Crescem as dificuldades de relacionamentos entre pessoas que predominam os

aspectos da área secreta ou da área cega, pois grau de tensão de desconfiança é maior.

Percebe-se que, para haver um bom relacionamento interpessoal, é necessário

flexibilidade de ambas as partes e conforme Passadori (2003, p. 77), “essa flexibilidade

também pode ser chamada de tolerância, paciência, amor ao próximo, empatia, bom senso,

compreensão, boa vontade, bom humor, calma e inteligência emocional”.

Deve-se ter consciência de que a comunicação interpessoal é necessária não somente

para vida pessoal, mas como uma competência básica para o contexto profissional.

Tanto na melhoria da comunicação organizacional como no aumento da interação

entre funcionários as empresas utilizam cada vez mais tecnologias da informação como

ferramenta de competitividade, com resultados positivos nos negócios, nos mais variados

ramos de atividade. No próximo capítulo, serão apresentados um breve relato desses avanços

tecnológicos.

2.12. TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO - COMUNICAÇÃO

As informações estão chegando cada vez em maior quantidade e mais instantâneas nas

organizações. Com isso, as novas tecnologias ou as inovações na utilização de tecnologias já

existentes surgem, em sua maioria, de necessidade manifestadas pelos usuários à procura de

ferramentas de apoio.

McLuhan (1979), através de seus estudos, chegou à conclusão de que "o meio é a

mensagem". Ele considera o meio como extensão dos seres humanos. As novas tecnologias

(meios) são abordadas como agentes modificadores da sociedade, que consideradas extensões

do indivíduo, geram mudanças em seu próprio comportamento. Não é relevante o tipo de

resultado que se pode obter através de uma tecnologia, mas que tipo de mudanças esta nova

tecnologia estabelece nas relações humanas.

Segundo o mesmo autor, um exemplo clássico é o da luz elétrica, considerada como

"informação pura". Muitas vezes, erroneamente, acredita-se que a luz só possui um conteúdo

quando ilumina um letreiro. Na verdade, a partir do momento em que a luz se torna

imprescindível para que ocorra determinada ação (qualquer evento noturno, por exemplo) este

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sim deve ser entendido como o conteúdo da luz, pois só é possível receber aquela mensagem

através deste meio, ficando implícito, portanto que o meio é a mensagem. Outro exemplo é o

da construção de uma ferrovia. Além dos benefícios materiais, traz consigo alterações

significativas no cotidiano dos indivíduos, com relação a tempo, espaço, distâncias e outros

fatores agregados. Muito mais do que um novo meio de transporte significa uma evolução no

sistema de vida das pessoas que com ela se relacionam das mais diversas formas.

Analogicamente, pode ser inserido num contexto atual o exemplo da introdução do

computador nas organizações. Esta ferramenta de trabalho foi se incorporando à rotina de

seus usuários e se tornando imprescindível à realização de diversas atividades, o que

ocasionou modificações intensas.

O computador não é mais uma máquina autônoma e intermediária de duas fontes de

comunicação: o emissor e o receptor, o sujeito e o objeto, o usuário e a máquina; pois se

encontra escancarado tanto em suas interfaces quanto em suas possibilidades interativas, de

forma quase imprevisível. Fica caracterizada a mudança de paradigma quando citamos que a

máquina de escrever, meio utilizado anteriormente para a realização de tarefas que hoje são

melhor desenvolvidas pelo computador, se tornou totalmente obsoleto em função das

possibilidades e facilidades que o seu sucessor oferece. Fundamenta ainda, sua afirmação de

que "o meio é a mensagem" pela seguinte colocação: "o conteúdo de qualquer meio ou

veículo é sempre outro meio ou veículo". (MCLUHAN, 1979)

Partindo-se deste pressuposto, pode-se citar o advento da Internet, um "meio" que é

conteúdo de outro "meio", o computador, se tornou potente veículo de comunicação.

Independente da maneira como vem sendo utilizada, foi totalmente assimilada e causou

modificações significativas no dia-a-dia dos cidadãos e das empresas que compartilham essa

tecnologia.

Hoje há uma mudança nos padrões de comunicação nas empresas pela necessidade de

dominância dos meios de comunicação de base eletrônica. Muda-se de uma comunicação

fragmentada, linear, de propagação lenta e de caráter individualizante para uma comunicação

integrada, de propagação instantânea e de caráter comunitário.

A sociedade atual caracteriza-se por ser tecnologicamente mais definida e na nova

configuração social o que importa é a possibilidade dos indivíduos moverem-se e

comunicarem-se com rapidez. E nada leva o homem mais rápido a qualquer lugar do que as

infovias. A rede mundial de computadores, a Internet, permite aos indivíduos um acesso

rápido às informações, com relativa segurança e com muito conforto.

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A Internet tem revolucionado a comunicação mundial e pode ser definida como uma

rede global de computadores que se comunicam utilizando uma linguagem comum,

possibilitando a troca de informações entre pessoas de todo o mundo. Essa rede mundial de

computadores interconectados, é um privilégio da vida moderna para o homem moderno. É o

maior repositório de informações acessíveis a qualquer pessoa de qualquer parte do mundo. O

que torna a Internet tão diferente das outras invenções humanas é o insignificante período de

tempo em que ela precisou para ser usada por milhões de pessoas.

Desenvolvida nos Estados Unidos, a Internet tinha o propósito de proteger as

comunicações militar e posteriormente expandiu-se para uso das universidades e por fim a

evolução que pode-se perceber nos dias atuais, onde qualquer pessoa pode conectar-se de

qualquer lugar do planeta e obter informações, criando uma grande comunidade de usuários e

atividades comerciais cada vez maiores.

De acordo com Hills (1997, p. 8),

o governo dos Estados Unidos criou a Internet na década de 70, por razõesde segurança nacional. Seu propósito era proteger as comunicações militares,caso ocorresse um ataque nuclear. (...) Na década seguinte, a FundaçãoNacional de Ciência (National Science Foundation – NSF) expandiu a redepara as universidades, a fim de fornecer aos pesquisadores acesso aos carossupercomputadores e facilitar a pesquisa.

A iniciativa privado só teve permissão para assumir a Internet na década de 90,

causando uma explosão na taxa de crescimento. Cada vez mais pessoas utilizam a internet,

fazendo com que a web continue a se expandir.

A World Wide Web, mais conhecida como www ou web, foi desenvolvida a partir de

1989 com o objetivo de facilitar o acesso às informações por meio de hipertexto, que

estabelece vínculos entre informações. Os hipertextos quando acessados disponibilizam

informações adicionais. A Web cria a imagem de uma teia que interliga documentos através

da Internet, daí o seu nome World Wide Web - Teia de Alcance Mundial. É sem dúvida o

sistema que mais cresce atualmente na Internet, sendo o maior responsável pelo crescimento

da internet nos últimos anos.

Hills (1997) destaca que “a Web é constituída por home pages, que são pontos de

partida para localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages dão acesso

a todos os tipos de informações, seja em forma de texto, imagens, som e ou vídeos”.

Esse breve histórico da internet colocado anteriormente, serve para destacar as

mudanças que o mundo vem passando nas últimas décadas, ficando mais moderno e fazendo

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uso de novas tecnologias desenvolvidas pelo homem, como também, para interpretar o uso de

outra tecnologia que será trabalhada no próximo item.

Em decorrência das transformações globais as empresas também passam por um

processo de adaptação e com esse aumento considerável no fluxo de informações no mundo, a

comunicação interna das organizações vem sendo valorizada, destacando-se como um

diferencial competitivo e essencial para maior produtividade e progresso das mesmas. Com

essas transformações as empresas estão adotando novos recursos e práticas para melhorar os

trabalhos, entres esses recursos adotados pode-se destacar as novas tecnologias de

comunicação, como a intranet, a qual estará caracterizada a seguir.

2.12.1. INTRANET

Com os inúmeros avanços tecnológicos e conseqüentes transformações no mercado

cada vez mais globalizado, as empresas objetivam aumentar a produção com maior rapidez,

qualidade e custos reduzidos para conseguir permanecer e se destacar em um mercado tão

competitivo. As Intranets e gropware agem como facilitadores, auxiliando nessa busca

incessante de aperfeiçoamento dos trabalhos e melhoria no fluxo de informações.

A intranet, é um termo usado para caracterizar uma rede local de computadores, ou

seja, restritos a uma determinada área, organização e utiliza a mesma tecnologia desenvolvida

para a Internet, sendo que geralmente está interligada à mesma, contendo um programa de

segurança, o qual a protege a rede permitindo assim, o acesso somente aos usuários

devidamente autorizados.

Segundo Hills (1997), após o avanço das web, destacada no tópico anterior, algumas

empresas se interessaram pela grande força da web, sendo que algumas dessas passaram a

criar webs internas utilizando ferramentas da Internet. Posteriormente, surgiram os servidores

e navegadores para acesso à web. Os usuários passaram a colocar seus programas e

documentação no servidor da web interna protegendo de acessos externos.

De acordo com o mesmo autor, essas chamadas internets internas receberam vários

nomes como: webs internas, clones da internet, webs particulares e web corporativa. Somente

em 1994 passou a ser definida como Intranet, como nos referimos até os dias atuais.

Conceituada como uma ferramenta que utiliza recursos computacionais para suprir as

dificuldades da empresas em compartilhar informações internamente, a qual, sendo

implementada adequadamente, é garantia de sucesso em uma empresa, com uso especificado

como uma ferramenta administrativa de apoio ao gerenciamento nas empresas.

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Sendo uma tecnologia que reúne recursos de software e hardware, utilizando

protocolos de rede, servidores web e browsers, sobre topologias de rede já existentes, a

Intranet é uma tecnologia com finalidade de disponibilizar nas empresas uma ferramenta útil

para distribuição de informações, compartilhamento de documentos, acesso e interação com

bancos de dados.

Com a aplicação da tecnologia de Intranets, comprova-se a expectativa de que a

informática continue estabelecendo âncoras em todas as áreas do conhecimento. Isto ocorre

devido ao crescente desenvolvimento destas novas tecnologias que são aplicadas como um

meio, não apenas de automatizar informações, como também de garantir a segurança no

armazenamento, e de propiciar a desejada interação com os recursos de computação e pessoas

permitindo o acesso compartilhado às informações.

Nesse caso específico, a aplicação da intranet é sugerida na JUCESC, sendo uma

importante ferramenta utilizada para tornar mais eficiente a comunicação interna do órgão e

melhor acompanhamento e coordenação dos trabalhos. Este foi desenvolvido levando-se em

conta as necessidades de cada setor, em função destes, definidas as informações a serem

disponibilizadas.

2.12.2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Os sistemas de informação estão cada vez mais sendo essenciais para execução das

tarefas diárias em uma organização, transformando a maneira como o trabalho é conduzido.

Independente do seu tamanho as empresas necessitam com mais freqüência fazer uso dessa

tecnologia para reagir aos problemas e oportunidades. É necessário a compreensão sobre os

sistemas de informação e sua importância para aumentar os níveis de produtividade e eficácia

nos trabalhos.

Laudon (1999, p.4) define um sistema de informação como

um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos paracoletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações com afinalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise eo processo decisório em empresas e em outras organizações. Os sistemas deinformação contém informação sobre pessoas, lugares e coisas de interesse,no ambiente ao redor da organização e dentro da própria organização.

Um sistema de informação pode ser utilizado por uma determinada empresa para

registrar, organizar e processar e armazenar informações que sejam de seu interesse,

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transformando a informação em uma forma utilizável para melhor coordenação do fluxo de

trabalho, auxiliando na tomada de decisões.

As atividades básicas de um sistema são: entrada, seriam a captação de dados brutos

da organização ou do ambiente externo; o processamento, envolve a conversão da entrada em

uma forma mais apropriada para o uso; a saída, seria a transferência da informação processada

às pessoas ou atividades que usarão. Também deve ser considerado a realimentação (ou

fedback) que é a saída que retorna para alguém da organização para auxiliá-los a corrigir os

dados de entrada (LAUDON, 1999). Para se observar melhor o processo descrito apresenta-se

a figura abaixo:

Entr

Figura 3: Atividades dos Sistemas: entrada, processamento e saídaFonte: Laudon (1999)

Tecnicamente os sistemas de informação atuais são muitos mais amplos do que no

passado, sendo que a maioria dos computadores não operam mais isoladamente, mas como

parte de redes de comunicação. Uma rede liga dois ou mais computadores entre si para

transmitir dados, voz, imagens, sons, vídeo ou para compartilhar recursos como impressoras

etc.

Os sistemas de informação armazenam dados e informações de uma forma organizada

para que no caso de necessidade o usuário possa acessar facilmente. Passaram a ser essenciais

no ambiente de trabalho de hoje, podendo ajudar as pessoas a analisar problemas, visualizar

assuntos complexos, auxiliando na comunicação da empresa, na tomada de decisões, na

coordenação e controle dos trabalhos.

Neste sentido, é fundamental que haja facilidade, agilidade, rapidez e segurança no

fluxo de informações de uma empresa, seja internamente ou com seus clientes e fornecedores,

sendo uma das principais ferramentas na busca de competitividade, redução de custos e

excelência de serviços prestados.

Entrada Processamento Saída

Realimentação

Organização

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3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISAA presente pesquisa caracteriza-se pelo tipo de pesquisa exploratória e descritiva,

bibliográfica, documental e um estudo de caso.

Segundo Santos (1999, p. 26), pesquisa exploratória “é tipicamente a primeira

aproximação de um caso e visa criar maior familiaridade com relação a um fato ou

fenômeno”, podendo mostrar ao pesquisador caminhos na busca de informações, que

geralmente é feita através de pesquisas bibliográficas. Já a pesquisa descritiva, conforme o

mesmo autor, tem como objetivo a descrição um fato ou fenômeno, sendo normalmente feita

na forma de levantamentos ou observações.

Para Gil (1991), a pesquisa bibliográfica caracteriza-se pela busca de solução de

determinado problema usando material já elaborado, como livros e artigos científicos. No que

se refere a pesquisa exploratória tem o objetivo de aumentar a familiaridade com o problema,

aprimorando idéias ou descobrindo intuições, tornando-o mais explícito ou construindo

hipóteses.

Para o mesmo autor, a pesquisa documental é bastante semelhante à pesquisa

bibliográfica, sendo que a diferença está na natureza das fontes, é o caso das pesquisas

elaboradas a partir de documentos de natureza quantitativa, sendo que o conteúdo do material

poderá ser mudado de acordo com a necessidade da pesquisa.

O estudo de caso tem como característica sua grande flexibilidade, impossibilitando o

estabelecimento de um roteiro rígido para o desenvolvimento da pesquisa. Na maioria do

estudos da casos distingui-se quatro fases, sendo elas: delimitação da unidade-caso, coleta de

dados, análise e interpretação dos dados e redação do relatório. (GIL,1991).

O estudo de caso corresponde a uma análise de um caso individual, de uma

comunidade, de uma organização, ou de uma empresa. Pode ser até mesmo de vários casos

particulares. Através dele, coletam-se dados, registram-se informações sobre uma realidade ou

fenômeno, tendo como característica grande flexibilidade. Elaboram-se também relatórios

críticos organizados e avaliados para se intervir sobre o objeto a ser investigado (GIL,1991).

Tal delineamento se baseia na idéia de que a avaliação de uma unidade de determinado

universo tem como possibilidade a compreensão do mesmo.

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3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRADe acordo com Lakatos e Marconi (1991, p. 223). “população é o conjunto de seres

animados ou inanimados que apresentam pelos menos uma característica em comum” sendo

que a amostra é conceituada pelos mesmos autores como “uma porção ou parcela,

conveniente selecionada do universo (população)”.

A JUCESC, em sua sede em Florianópolis/SC, é composta por aproximadamente 100

colaboradores. Para esta pesquisa definiu-se como amostra 10% da população, ou seja 10

colaboradores, os quais fazem parte da diretoria do órgão e são responsáveis pelos setores da

sede. Escolheu-se as pessoas acima, por serem os coordenadores dos trabalhos diários e

consequentemente, estarem mais inteirados das informações que circulam na entidade.

3.3. COLETA DE DADOSOs dados foram levantados através da elaboração e aplicação de um questionário

estruturado, contendo perguntas fechadas e abertas, o qual foi submetido a pré-testes para

verificação de sua adequação aos objetivos pretendidos na pesquisa.

Na concepção de Chizzotti (2001), o questionário representa um instrumento de coleta

de dados que contém um conjunto de questões dispostas de forma ordenada, as quais dever

ser respondidas sem a presença do pesquisador. Já o pré-teste serve para verificar a confiança,

a validade e a eficiência da operação.

3.4. ANÁLISE DOS DADOSOs dados coletados por meio de questionário com perguntas abertas foram examinados

pelo pesquisadora através de análise de conteúdo, sendo uma técnica de investigação através

de uma descrição quantitativa. De acordo com Richardson (1999), resumidamente a análise de

conteúdo pode ser definida como um conjunto de instrumentos metodológicos aplicados nos

diversos discursos, os quais vêm se aperfeiçoando diariamente, buscando melhorar a

interpretação dos conteúdos das mensagens. Já no que se refere ao método quantitativo,

segundo o mesmo autor, representa a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitando

distorções na interpretação aumentando a segurança no que se refere à dedução. É aplicado

nos estudos descritivos que visam descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como

nos que investigam a relação de casualidade entre fenômenos.

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Quanto as questões fechadas do questionário, foram elaboração gráficos para

demonstrar estatisticamente os dados coletados com a aplicação. Estabelecendo de maneira

bastante objetiva os resultados obtidos.

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS4.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Esta parte do Relatório de Conclusão de Curso visa caracterizar a organização onde a

pesquisadora realizou o estágio. Para esta caracterização foi utilizada documentação do órgão

tais como: regimento interno, jornais internos, leis, fichas cadastrais de funcionários entre

outros documentos, caracterizando assim, uma pesquisa documental.

� Histórico:

A Junta Comercial do Estado de Santa Catarina é uma autarquia estadual, com

autonomia financeira, outorgada pela Lei Estadual nº 7165, de 23/12/1987. Atualmente, no

âmbito estadual, a JUCESC é vinculada à Secretaria de Estado da Administração de Santa

Catarina, e subordinada tecnicamente ao Departamento Nacional de Registro do Comércio –

DNRC, o qual faz parte do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio e

Exportação, com Sede em Brasília/DF, pela norma da Lei nº 8934, de 18 de novembro de

1994. Sua sede está localizada na avenida Rio Branco, nº 387, centro, Florianópolis, Estado

de Santa Catarina.

Foi criada em 1893 pela Lei nº 68, de 16 de maio de 1893, decretada e sancionada pelo

Presidente do Estado de Santa Catarina, o Tenente Manoel Joaquim Machado. O

Poder Executivo do Estado foi autorizado a regulamentar o respectivo serviço e criar o

funcionalismo necessário. Instalada no dia 02 de setembro de 1893, a JUCESC teve seu

primeiro endereço na Rua da República, nº 06, centro, de Florianópolis/SC. Seu primeiro

presidente foi o Sr. Antônio Joaquim Brinhosa.

Em 18 de fevereiro de 1919, um incêndio destruiu as instalações da JUCESC,

aniquilando seus arquivos e móveis. Em 21 de fevereiro de 1919, esse órgão publicou um

edital a fim de recuperar, junta às empresas que já haviam se registrado na JUCESC, cópias

dos documentos perdidos com o incidente.

Desde a sua criação, o órgão teve vários endereços no centro da capital catarinense,

mas somente em 03 de junho de 1981 transferiu-se para sua sede própria, onde encontra-se até

os dias atuais.

� Objetivos:

Regulamentada por lei, a JUCESC, atualmente, tem a incumbência de registrar e

publicar os atos constitutivos e possíveis alterações das firmas e sociedades mercantis do

Estado de Santa Catarina, dando-lhes personalidade jurídica. Também é de sua

responsabilidade, conceder matrículas e controlar os atos dos leiloeiros, tradutores públicos e

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intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns gerais. Além disso, tem

como obrigação o arquivamento dos documentos das empresas mercantis registradas e dos

agentes auxiliares do comércio, fornecendo à população informações gerenciais sócio –

econômicas, mediante pagamento de taxas regulamentadas por lei.

� Organograma e quadro funcional:

A JUCESC possui 27 escritórios regionais e 39 postos de atendimento distribuídos do

interior do Estado, todos esses subordinados à administração da sede. A administração da

autarquia é dividida em doze setores, sendo distribuída da seguinte forma: Presidência, tendo

com presidente o Sr. Antônio Carlos Zimmermann; Vice-Presidência; Secretaria Geral;

Procuradoria Regional; Consultoria de Planejamento; Diretoria de Administração; Gerência

de Administração; Gerência de Apoio Operacional; Diretoria de Registro Mercantil; Gerência

de Informação e Controle de Processos; Gerência de Registro Cadastro e Arquivo. O órgão

conta com aproximadamente 100 funcionários prestando serviço na sede, sendo 9

comissionados, 16 funcionários efetivos e o restante são contratados através de empresas

terceirizadas.

Figura 4 – Sede da JUCESC em FlorianópolisFonte – Álbum de fotos do Autarquia

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A seguir, apresenta-se o organograma da JUCESC, sendo que os setores representados pelacor vermelha foram os setores pesquisados no decorrer deste trabalho.

Figura 5 – OrganogramaFonte – Regimento interno da JUCESC

Colégio de Vogais

Presidência

Procuradoria RegionalVice-Presidência

Assessoria de Gab.

Diretoria de Registro Diretoria de Admin.

Gerência decadastro e arquivo

Gerência de Infor.e Processos

Gerência deAdministração

Gerência de ApoioOperacional

Secretaria Geral

Consultoria de Planej.

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4.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO PARA OS

COLABORADORES

Entre os dias 03 a 12 de maio de 2004 foram aplicados os questionários com os

responsáveis por cada setor da sede da JUCESC, sendo que estes poderão ser observados no

apêndice deste relatório. O número de questionários distribuídos foi de 10 e a taxa de

devolução foi de 100%, ou seja, 10 questionários, contendo perguntas abertas e fechadas

possibilitando o levantamento de dados de forma bastante ampla e consistente, devido a

grande participação dos funcionários escolhidos para a amostra.

A seguir, representa-se, sob a forma de gráficos, a análise dos resultados no que se

refere às questões fechadas do questionário, isto é, as perguntas com opções de respostas pré-

definidas pela pesquisadora.

O questionário foi elaborado com o propósito de atender os objetivos específicos que

são eles:

� Conhecer o atual sistema de comunicação interna entre os diversos setores da Sede da

JUCESC;

� Identificar as principais falhas existentes na comunicação interna entre os diversos setores;

� Relatar de que forma o atual sistema de comunicação interna interfere no

desenvolvimento das atividades da empresa; e

� Selecionar algumas alternativas que possam contribuir para a melhoria da comunicação

interna entre os setores.

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4.2.1 O ATUAL SISTEMA DE COMUNICAÇÃO ENTRE OS SETORES

Gráfico 1 – Sistema de comunicação interna do órgão

Questão 1 - Como você considera o sistema de comunicação interna entre os setores da JUCESC?

( ) Excelente ( ) Bom ( ) regular ( ) ruim

A pergunta teve como objetivo verificar como os colaboradores consideram o atual

sistema de comunicação interna entre os setores.

Conforme ilustração acima, constatou-se que 90% dos pesquisados consideram o

sistema de comunicação regular e 10% consideram bom, sendo que nenhum deles considera

excelente e ruim. Observa-se que o grau de insatisfação é bastante elevado justificando

assim, a necessidade do desenvolvimento de um trabalho voltado ao aperfeiçoamento da

comunicação no órgão.

Como já relatado anteriormente, a comunicação interna foi reconhecida como ponto

fundamental para o bom andamento das organizações, sendo que as falhas nesse processo têm

causado problemas gravíssimos. Com um sistema de comunicação interna eficiente, pode-se

agilizar e desenvolver melhor as atividades, refletindo de forma positiva nos produtos e ou

serviços, trazendo assim prosperidade à organização. A comunicação organizacional obscura

pode tornar uma idéia ou um processo complexo completamente incompreensível. (STONER

e FREEMAN, 1999).

O Sistema de Comunicação

0% 10%

90%

0%Excelente

Bom

Regular

Ruim

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Gráfico 2 – Ferramentas utilizadas para comunicação interna

Questão 3 - Que tipos de ferramentas você utiliza para comunicar-se com os outros setores?

( ) telefone ( ) pessoalmente ( ) e-mail ( ) enviando cópia de documentos

Esta questão teve como finalidade a verificação de quais as ferramentas mais

utilizadas pelos setores no processo de comunicação. Essas ferramentas seriam os canais que

transportam as informações.

De acordo com o gráfico, observa-se que 30% utilizam as formas de comunicação

interna por: telefone, a qual caracteriza-se por ser um tipo de comunicação verbal oral como

visto nos fundamentos teóricos. A mesma é difícil de ser documentada, o que facilitaria um

acesso posterior. Ainda 30% dos entrevistados a fazem pessoalmente e através de e-mail; 10%

comunicam-se enviando cópia de documentos.

Pode-se constatar que não há uma padronização das ferramentas utilizadas pelos

servidores, e que utilizam as formas de comunicação sem nenhuma instrução.

Portanto, a própria demonstração do gráfico deixa claro que com uma padronização de

informação na sede da JUCESC, iria auxiliar e muito, na comunicação e na execução das

tarefas diárias.

Há, sem dúvida, diversas maneiras de intercambiar informações e uma forma delas é

através da comunicação verbal oral, que ocorre quando um grupo de indivíduos com

interesses comuns se reúne para conversar. Na área de trabalho, freqüentemente exercita-se

essa forma de comunicação, seja nos treinamentos, cursos, congressos e principalmente nas

rotinas diárias da empresa. Segundo Terra (1997, p. 12), comunicação verbal é “aquela cujos

sinais utilizados para atos de comunicação são as palavras”.

Ferramentas Utilizadas

30%

30%

30%

10%

telefone

pessoalmente

e-mail

enviando cópia dedocumentos

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Necessidade de Melhoria

90%

10% 0%

Sim

Não

Talvez

Gráfico 3 – Necessidade de melhoria na comunicação interna

Questão 4 - Há a necessidade de melhorias na Comunicação interna entre os setores?

( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez

Com a questão verificou-se junto aos setores se há a necessidade de melhoria na

comunicação interna entre eles. Os dados do gráfico mostram que 90% dos pesquisados

consideram que há necessidades de melhoria, sendo que apenas 10% disseram não ser preciso.

Este gráfico confirma as informações citadas no gráfico 1, o qual mostrava a

insatisfação dos colaboradores com o sistema de comunicação interna existente e também,

confirma se os entrevistados responderam de maneira coerente as perguntas feitas.

Nesse sentido, para que os sistemas de comunicação organizacional melhorem e sejam

eficazes necessitam ter consistência profissional, adequada apresentação sendo que os

pensamentos e ações devem ser compatíveis. Esse processo deve ser benéfico para empresa,

aos empregados e ao público externo.

A rede de informações de uma empresa não se limita a praticar técnicas de

comunicação, possibilita à organização o contato direto com seus públicos, seja ele interno ou

externo, sabendo o que eles pensam ou desejam. Objetiva também, a melhoria de produtos ou

de serviços, a valorização dos recursos humanos ou a construção de uma imagem que adquira

a confiança do mercado, podendo a organização investir para ser bem informada e para

informar bem. (BAHIA, 1995).

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4.2.2 IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS FALHAS EXISTENTES NA

COMUNICAÇÃO INTERNA ENTRE OS SETORES

Gráfico 4 – Controle automatizado das informações

Questão 5 - O seu setor tem um controle automatizado de todas as informações que circulam?

( ) Sim ( ) Não ( ) de parte da informações

Com esta pergunta a pesquisadora procurou saber se existe um controle automatizado

das informações que circulam nos setores.

Os dados levantados relataram que 90% dos setores possuem parte das informações

controladas por uma forma automatizada e 10 % controlam suas informação sem a utilização

de tecnologias. Considerando a informação de que 90% dos pesquisados fazem uso de

tecnologias somente para controlar parte das informação, destaca-se que um número bastante

grande de informação circula pelos setores sem o controle adequado, ou seja, fazendo uso de

tecnologias existentes, as quais possibilitam a execução dos trabalhos de uma maneira muito

mais eficiente e ágil. Contudo, obteve-se informações relevantes para atender o objetivo

específico estabelecido.

As novas tecnologias existentes servem como ferramenta de apoio ao usuários na

execução das suas tarefas diárias fazendo também, com que a comunicação aconteça de

maneira muito mais rápida. Uma das tecnologias de apoio são os sistemas de informação cada

vez mais utilizados pelas empresa, tornando-se praticamente imprescindíveis para a execução

dos trabalhos em uma empresa moderna.

Controle de Informações

0%

10%

90%

Sim

Não

de parte dasinformações

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Gráfico 5 – O fluxo de informações entre os setores

Questão 6 - Você considera que o fluxo de informações na sede da JUCESC acontece de maneira

satisfatória? ( ) Sim ( ) Não

Aplicou-se a questão para verificar se fluxo de informações acontece de maneira

satisfatória na autarquia. Como mostra o gráfico, 70% dos pesquisados dizem que não ocorre

de forma satisfatória de 30 % consideram o fluxo de informações satisfatório., os dados

levantados revelam que a maioria das informações não transitam de maneira eficaz, fazendo

com que os trabalhos sejam prejudicados devido a má distribuição das informações, indo ao

encontro também, às notas do Planejamentos Estratégico da Autarquia realizado em 2003 e

citado na justificativa deste trabalho.

Deve-se considerar que as barreiras na comunicação influenciam no fluxo de

informações, pois elas baseiam-se nas diferentes maneiras como as pessoas interpretam as

informações que recebem, diferenças atribuídas muitas vezes nas diversidades culturais.

Vários fatores influenciam a comunicação criando barreiras, dentre elas pode-se citar: as

diferentes percepções, as diferenças de linguagem, os ruídos, a emocionalidade, as

comunicações incoerentes e a desconfiança. Deve-se compreender as barreiras na

comunicação, tentando sempre minimizá-las para se comunicar bem.

Fluxo de Informações

30%

70%

Sim

Não

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Gráfico 6 – Conhecimento de decisões e procedimentos dos setores

Questão 7 - Você se sente informado sobre as decisões e procedimentos adotados nos demais setores?

( ) Sim ( ) Não ( ) às vezes

A pergunta procurou descobrir se os pesquisados sentem-se informados sobre as

decisões e os procedimentos adotados nos demais setores.

Conforme gráfico, 90 % dos colaboradores sentem-se informados às vezes, 10% não

se consideram informados e nenhum dos colaboradores sente-se devidamente informado.

Neste sentido, observa-se que a grande maioria deles não tomam conhecimento de decisões

tomadas e procedimentos adotados nos outros setores e que em muitos casos esses

procedimentos poderão vir a afetar diretamente o setor não informado. A situação constatada

pode ser destacada como uma falha na comunicação entre os setores.

Os fundamentos teóricos demonstram que os colaboradores devem estar sempre bem

informados sobre o que acontece no âmbito da empresa, e os administradores não devem

pregar opiniões ou dar determinações e na prática executá-las de forma inversa, atitude que

influencia de forma negativa o andamento dos trabalhos. Sendo assim, é necessário que haja

uma intermediação de informações entre os setores da JUCESC para o melhor desempenho de

todos.

Para Bahia (1995, p. 18), “a empresa e o empresário devem estar aptos a informar os

cidadãos e as organizações políticas e sociais sobre as suas atividades, assim como expor as

suas idéias e opiniões”.

Conhecimento de Decisões e Procedimentos

0% 10%

90%

Sim

Não

Às vezes

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Gráfico 7 – Rapidez na busca de documentos

Questão 8 - No que diz respeito aos documentos que circulam entre os setores, a forma de busca

ocorre de maneira eficiente e rápida? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes

Com o objetivo de conferir se a forma de busca dos documentos que circulam nos

setor da JUCESC ocorre da maneira eficiente e rápida aplicou-se a pergunta.

O gráfico mostra que 70% dos colaboradores pesquisados consideram que às vezes os

documentos são encontrados rapidamente, 20% deles destacam que não há rapidez na

localização e 10% dizem que sim, os documentos são encontrados de uma forma eficiente e

rápida.

Como já visto anteriormente no gráfico 4, muitas informações que circulam nos

setores não são controladas adequadamente e como a circulação de documentos é bastante

intensa entre os setores, consequentemente apresenta dificuldades no caso de localização dos

mesmos.

Como as informações chegam cada vez em maior quantidade nas empresas, os

sistemas de informação estão cada vez mais sendo essenciais para execução das tarefas diárias

em uma organização, pois eles armazenam dados e informações de uma forma organizada

para que no caso de necessidade o usuário possa acessar facilmente, transformando a maneira

como o trabalho é conduzido. Independente do seu tamanho as empresas necessitam com

mais freqüência fazer uso dessa tecnologia para reagir aos problemas e oportunidades. É

necessário a compreensão sobre os sistemas de informação e sua importância para aumentar

os níveis de produtividade e eficácia nos trabalhos. (LAUDON, 1999)

Busca de Documentos

10%

20%

70%

Sim

Não

Às vezes

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4.2.3 PONTOS RELEVANTES DAS QUESTÕES DISSERTATIVAS

Conforme análise das informações obtidas através das perguntas dissertativas,

apresentadas no questionário sob os números 2, 9, 10 e 11, constatou-se que os setores se

comunicam em sua grande maioria por meio de documentos impressos, muitas vezes

discutidos e entregues pessoalmente e via telefone.

Atendendo a um dos objetivos específicos que é relatar de que forma o atual sistema

de comunicação interfere no desenvolvimento das atividades na empresa, salienta-se que

alguns colaboradores destacam que há o uso demasiado do telefone como ferramenta de

comunicação entre os setores, interferindo de forma negativa no desenvolvimento das tarefas

pois, quando se trata principalmente de solicitações deve-se interromper trabalhos em

execução para documentar as informações com objetivo de desenvolvê-las posteriormente ou

obriga-se a executar o pedido na mesma hora. Segundo escreveu um colaborador, “Hoje

ainda está sendo usado muito o telefone. Não que deveria ser proibido, mas feito uma

conscientização do uso racional e aumentar a utilização do e-mail, devendo ser mais

utilizado para comunicação interna”.

Ainda atendendo o objetivo específico anteriormente citado, e também avistando

como uma falha na comunicação, observou-se a falta de uniformidade nas informações

distribuídas causando assim, inúmeras divergências principalmente se essas informações

devem ser levadas em conta na tomada de decisões como também, quando devem ser

transmitidas para o público externo, perdendo assim a qualidade e agilidade dos trabalhos.

Verificou-se também, a inexistência de um controle e gerenciamento automatizado dos

documentos e outras informações que circulam entre setores torna mais dificultoso o

desenvolvimento dos trabalhos sendo assim, há a necessidade de tirar cópias dos documentos

despachados para outros setores, aumentando os custos e ocasionando maior desperdício de

tempo. Outra deficiência detectada foi a inexistência de um controle preciso da numeração

dos documentos criados pelos setores como por exemplo: ofícios, comunicação interna,

exposição de motivos etc, ocasionando atraso na busca ou até mesmo havendo o risco de

repetição de numeração.

Dependendo do grau de importância da informação ou da solicitação interna ela é

documentada, através de comunicação interna, possibilitado um controle um pouco maior, no

entanto, na maioria das vezes esse controle do andamento é feito de forma manual e

consequentemente, no caso de localização tudo fica mais demorado. Quando os documentos

impressos são entregues a outro setor, na maioria das vezes, o funcionário que recebe

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carimba com nome, data e hora de recebimento, para que o setor emissor tenha um

comprovante de recebimento e possa posteriormente se isentar de possíveis responsabilidades.

Mesmo com esse controle manual de recebimento o setor emissor não tem como acompanhar

o futuro andamento do documento.

A grande maioria dos colaboradores diz que o fluxo de informações não acontece de

maneira satisfatória e muitas vezes eles só tomam conhecimento de determinados assuntos

com muito atraso dificultando assim, o andamento dos trabalhos, principalmente quando

envolve diretamente o setor não informado, o qual fica sabendo depois do fato já ocorrido ou

das providências já tomadas sem seu conhecimento.

Destaca-se a necessidade de maior utilização do e-mail como ferramenta de trabalho, o

qual facilitaria e agilizaria a comunicação interna.

O aumento no número de reuniões de trabalho também foi colocado como uma

necessidade, tanto entre os responsáveis pelos setores como também entre os funcionários de

cada setor.

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41

4.3 PROPOSTA DE MELHORIAS

Baseado nas informações disponibilizadas pelos responsáveis pelos setores do Órgão,

observa-se que um dos fatores críticos que geram falhas na comunicação interna é o não

controle adequado dos documentos que circulam entre os setores, já que as informações,

quando mais importantes, são documentadas.

Propõem-se primeiramente a implantação de um sistema informatizado de controle e

gerenciamento dos documentos que circulam entre os setores, documentos estes que poderão

ser criados pelos setores ou recebido do público externo. No caso dos documentos originados

no órgão, estes serão gerenciados desde o momento da sua criação, inclusive a numeração

será gerada via sistema, até o seu arquivamento. Essa ferramenta servirá como um meio

facilitador para a supervisão do andamento das comunicações internas e externas da JUCESC

através de um número de protocolo, isto é, no que se refere às informações documentadas.

Antes do detalhamento do sistema proposto destaca-se que a autarquia não dispõe de

um setor específico para o recebimento de documentos externos. Nesse sentido, a fim

complementar o primeiro item da proposta apresentado acima, e com o intuito de padronizar o

recebimento e andamento dos documentos, se propõe instalar um setor de protocolo, o qual

teria pessoal devidamente treinado e capacitado para coordenar os trabalhos do setor,

cadastrando e dando andamento em todos os documentos recebidos no órgão. Dessa forma,

qualquer documento externo recebido, que posteriormente venham a circular entre os setores,

deverão ter seu primeiro andamento feito pelo setor de protocolo que lhe dará uma numeração

de controle.

O funcionamento do sistema que se propõe se dividirá basicamente em três segmentos:

o controle de entrada de documentos, o controle de saída de documentos e o controle sobre a

circulação de documentos internamente na JUCESC.

Quanto aos documentos que tramitarão internamente serão subdivididos em:

documentos produzidos e expedidos na própria organização; documentos externos recebidos,

que serão trabalhados e retornarão ao remetente; documentos externos recebidos, que são

trabalhados e arquivados.

� Entrada de documentos no órgão:

Ao chegarem os documentos junto ao responsável pelo setor de protocolo, este irá emitir

automaticamente duas etiquetas padrão de igual teor, com data e numeração única, assim

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havendo controle tanto interno quanto dos remetentes, os quais ficarão com uma das vias

devidamente protocolada.

O documento recebido será aberto e averiguado seu teor e a qual setor destina-se, após

essa primeira análise, serão cadastrados seus principais dados no sistema para posterior

encaminhamento ao devido responsável, sendo que este no momento da chegada do

documento físico dará junto ao sistema o pronto de chegada e tomará as devidas providências.

No que se refere a prazos de cumprimento, no momento do encaminhamento de

documentos de um setor para outro o emissor terá a possibilidade de estipular, que quando

não cumprido o sistema automaticamente emitirá avisos de pendências com prazos esgotados.

Caso o receptor necessite repassar para uma terceira pessoa, fica inviabilizada a passagem

de um prazo maior que o já pré-estabelecido pelo primeiro emissor. Isso poderá ocorrer caso

um setor precise informações de outro para atender as solicitações feitas.

Se o teor do documento exijir alguma ação e ou um encaminhamento a outro setor, este

deve ser divulgado através do sistema, que estará mapeando o andamento até seu

arquivamento.

� Saída de documentos do órgão:

Cada setor da JUCESC poderá encaminhar seus documentos para o responsável pelo setor

de protocolo. Estes documentos poderão vir com numeração pré-estabelecida, visto que sua

impressão será efetuada pelo então sistema de protocolo. Até que o documento seja

encaminhado ao destinatário permanecerá em aberto no sistema. Os documentos levarão a

etiqueta de saída pelo setor de protocolo ou também poderá ser gerada pelo próprio setor

criador, possibilitando ,em casos de urgência, o envio direto ao destinatário sem passar pelo

setor de protocolo.

Resumidamente ao chegarem documentos na JUCESC estes devem ser recebidos pelo

setor de protocolo que irá cadastrá-los imediatamente, examiná-los e encaminhados a seus

respectivos setores destino. Após o término dos trabalhos, os documentos poderão ser

arquivados nos respectivos lugares, de forma organizada, para melhor controle. O atraso na

conclusão enviará um sinal de alerta para o remetente do trabalho para que busque

esclarecimento dos motivos que levaram a este.

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� Numeração automatizado para criação de documentos:

Tratando-se de documentos originados na JUCESC, os setores apresentam numerações

distintas, pois cada um deles emite seus próprios ofícios, pareceres, comunicação interna etc.,

sendo que cada qual possui seu próprio número. Nesse sentido, o sistema deverá servir

também para controlar e disponibilizar os números automaticamente. O segundo número que

é o do protocolo deverá vir automaticamente explicito no cabeçalho do documento pronto

assim para impressão.

� Relatórios de movimentação de documentos:

Controle de produtividade também poderá aumentar consideravelmente, já que o sistema

proposto pode permitir a emissão de relatórios bastante completos e precisos, relatórios estes

que poderão ser emitido individualmente, ou seja, de determinado funcionário, de algum setor

específico.

A fim de modernizar a instituição propõe-se também, a instalação de uma intranet na

JUCESC. Como já visto nos fundamentos teóricos, a intranet é um termo usado para

caracterizar uma rede local de computadores, ou seja, restrito a uma determinada área,

organização e utiliza a mesma tecnologia desenvolvida para a Internet. É uma tecnologia com

finalidade de disponibilizar nas empresas uma ferramenta útil para distribuição de

informações, compartilhamento de documentos, interação com bancos de dados, sendo uma

rede com segurança permitindo assim, o acesso somente aos usuários devidamente

autorizados. Agem como facilitadores, auxiliando nessa busca incessante de aperfeiçoamento

dos trabalhos e melhoria no fluxo de informações.

No início do mês de junho/2004, a proposta acima foi apresentada à diretoria da

JUCESC que se mostrou bastante interessada. Com autorização da Diretoria, foram feitas

reuniões com alguns colaboradores da entidade com o intuito de detalhar todo o planejamento

e funcionamento do sistema de gerenciamento de documentos e as possíveis ferramentas da

intranet. Após esses encontros definiu-se detalhes acerca das ferramentas da intranet e os

responsáveis autorizaram a execução do trabalho no menor espaço de tempo possível.

Nesse sentido, a implantação da intranet na JUCESC utilizará a mesma topologia de

rede já existente será uma importante ferramenta utilizada para tornar mais eficiente a

comunicação interna do órgão e melhor acompanhamento e coordenação dos trabalhos. Esta

foi planejada e o modelo está sendo desenvolvido levando-se em conta as necessidades de

cada setor, em função destes, definidas as informações a serem disponibilizadas.

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Conforme o planejamento desta proposta destaca-se a seguir quais as ferramentas que

serão disponibilizadas na intranet da autarquia, levando em consideração as sugestões dos

colaboradores consultados. Abaixo, ilustra-se um modelo da página principal, a qual estará à

disposição mediante login e senha de acesso dos seus usuários devidamente cadastrados.

Figura 6 – Página principal da intranet para JUCESCFonte – Primária

� Agenda:

Através do recurso da utilização de agenda pela intranet, os funcionários da órgão

poderão agendar tanto os compromissos particulares do setor, que neste cada estarão visíveis

somente para o setor interessado, bem como os compromissos profissionais que envolve

outros setores, ficando disponível para outras pessoas devidamente autorizados. Para que não

haja uma visualização conturbada derivada do grande número de compromissos, estes

deverão ser visualizados mediante clique no respectivo nome ou setor, podendo selecionar o

dia que deseja consultar.

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Cada funcionário pode cadastrar um número ilimitado de compromissos, sendo que

cada evento poderá ser constituído de texto, data, hora e tipo. Ao cadastrar um evento, o

usuário poderá escolher entre dois tipos de registros: compromisso ou evento, podendo

selecioná-lo como particular do setor ou poderá ainda escolher se gostaria que esse

compromisso fosse público, ou seja, apareceria na página principal da intranet. Caso este

usuário escolha o compromisso público, o compromisso deve ser aprovado por uma pessoa

que ficará responsável pela seleção das informações publicas na página, conforme ficou

definido em reunião com os responsáveis pela autarquia. Optou-se pela disponibilização um

calendário de navegação, onde ao clicar no dia, o usuário poderá ver todos os compromissos

públicos da data especificada. Uma página de resumo será criada, mostrando os próximos 5

compromissos desse funcionário, visando facilitar uma busca mais rápida.

� Calendário:

O calendário deverá ser visualizado através da página principal trazendo mais

informações a respeito das atividades pertinentes aos dias. Isto é, ao clicar no próprio

calendário, este abrirá em outro formato trazendo mais informações sobre os acontecimentos

do dia na empresa e para o funcionário. Esta área ficará aberta à publicação de mais

informações pelos próprios funcionários da autarquia, sendo que a coibição de informações

não pertinentes, serão realizadas através da senha de acesso ao sistema.

� Avisos:

Um outro facilitador dentro da Intranet é o quadro de avisos. Como o próprio nome

diz, tem a função de comunicar avisos para o público que tem acesso a Intranet. Através dele

poderão ser marcadas desde festas de aniversario a reuniões importantes. Avisos serão

compostos de data, autor, título, texto e prioridade. Como na ferramenta agenda terá uma

página de resumo deve indicar os títulos dos últimos avisos.

� Carta do Presidente:

A carta do presidente será um texto disponibilizado na página principal, com

periodicidade determinada, onde o presidente da JUCESC explanará seus pensamentos com

relação à instituição, entre outros assuntos que achar pertinente. Será apenas um campo de

texto, o qual será atualizado por usuários autorizados.

� Downloads:

Como uma das funções principais da intranet é a de facilitar as atividades dos

funcionários e assim uma melhoria no desempenho destes dentro da instituição, será aberta

esta área para downloads de programas, drivers e aplicativos necessários ao desenvolvimento

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da instituição. Serão classificados por categorias sendo coordenadas pelo administrador

responsável pela área.

� Arquivamento

Os documentos trabalhados na JUCESC serão arquivados através de um identificador

único podendo ser baseado no número de protocolo, de acordo com a definição do sistema de

gerenciamento de documentos aceito pelo órgão. Através deste sistema haverá a condição de

maior controle sobre os trâmites de documentos dentro da instituição, principalmente com o

auxílio das ferramentas de busca. Como esse controle poderá ser feito utilizando a numeração

de protocolo estará integrada no Sistema de protocolo e gerenciamento de documentos

anteriormente descrito.

� Web Mail

Para que os funcionários possam acessar sua correspondência eletrônica através de

qualquer lugar do mundo, será providenciado um web mail, isto é, um acesso para que estes

possam ler e enviar seus e-mails pelo seu endereço eletrônico da instituição.

� Chat:

Para facilitar a localização dos funcionários e diminuir a utilização do telefone, o chat

do sistema de intranet será uma ferramenta bastante valiosa, pois é uma forma de

comunicação instantânea, onde a troca de informações acontece com rapidez. As salas, ou

seja, as divisões do chat serão por setores ou até mesmo com a organização como um todo.

� Sistema de busca:

Para melhor controle e localização mais rápida dos documentos protocolados, um

sistema de busca por palavra-chave e datas e numerações será desenvolvido para a intranet

que está sendo desenvolvida para instituição.

� Lista Telefônica

Seria uma lista telefônica a qual poderá der dividida em duas partes tais como: pública

e privada. Serão especificados os campos para preenchimento. Na lista publica terá um

administrador o qual criará, removerá e alterará as categorias de telefones, sendo que na

segunda lista o próprio usuário fará as alterações.

� Aniversariantes

Nesta ferramenta será mostrado os aniversariantes do mês. Os dados de aniversários

serão coletados diretamente do cadastro de usuários, pois para utilização da intranet terá que

ser preenchido um cadastro funcional. Na janela desta ferramenta, aparecerá um seletor de

mês, e clicando no mês ou no dia desejado, será mostrada a lista de aniversariantes. Poderá ser

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feito uma página de resumo onde diz o nome do(s) próximo(s) funcionário que fará

aniversário.

� Notícias:

É a parte da intranet onde são publicadas de notícias. Essas poderão ser cadastradas

por todos, porém os usuários com senhas limitadas serão moderadas pelo administrador.

� Links

Seria um serviço de atalho para páginas da internet previamente selecionadas,

utilizando um sistema semelhante ao da agenda de telefones, se subdividirá em links pessoais

e links públicos, sendo que no segundo link as publicações serão moderadas. Esta ferramenta

facilitará o acesso rápido a sites bastante utilizadas como: site do governo estadual, secretarias

de estado, departamento nacional de registro do comércio entre outros.

� Agenda do auditório:

Como a JUCESC possui um auditório em suas dependências, observou-se a

possibilidade de utilização de uma agenda específica para ele, já que as reservas são feitas

atualmente por vários setores, sendo que um setor faz o agendamento de eventos de forma

manual, podendo ocorrer esquecimentos e até mesmo choque de horários. As alterações dessa

agenda via intranet será feita somente pelos responsáveis por cada setor ou pelo

administrador, no entanto, estará à disposição para visualização de todos os funcionários.

� Institucional

Corresponde ao espaço na intranet onde serão inseridos detalhes sobre a JUCESC,

para que funcionários, principalmente os novos, conheçam melhor o órgão, informações

como: um breve histórico, a visão e missão, a estrutura e pessoal (setores, filias, hierarquia

etc). Seria uma seção bastante flexível, possibilitando inserir imagens entre outros.

Caso a instituição sinta a necessidade de desenvolvimento de novas ferramentas na

intranet que está sendo executada, nada impede que essas possam ser planejadas e

posteriormente desenvolvidas.

Tanto o Sistema de protocolo e gerenciamento de documentos como a implantação da

intranet na JUCESC são propostas que estão sendo executadas a fim de servir para melhorar o

fluxo de trabalho de cada servidor, independente do seu setor de atuação, através de

ferramentas úteis no seu dia-a-dia, otimizando o tempo de trabalho para execução de tarefas,

deduzindo os gastos e tempos com comunicação. Possibilita também, a utilização e a consulta

ao ambiente de trabalho a partir de qualquer ponto da rede Internet. Enfim, são ferramentas

que possibilitam um maior controle sobre a execução dos trabalhos, visando a diminuição de

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prazos e a responsabilização sobre as tarefas, abrindo caminho para o reconhecimento dos

serviços prestados tanto pela sociedade, a qual é sua cliente, como pelos próprios

colaboradores, pois trará inovações no ambiente de trabalho proveitosas para ambas as partes.

Foram feitas pesquisas de mercado e em Florianópolis existem inúmeras empresas que

desenvolvem sistema semelhantes ao proposto e implantam a intranet com as ferramentas

sugeridas para a Autarquia.

Verificou-se que não será preciso adquirir novos equipamentos nem mudanças

drásticas deverão ser feitas na estrutura de rede já existente, pois se usará a mesma topologia e

serão feitos somente alguns ajustes nos servidores, podendo ser perfeitamente viável.

Para a aquisição e implantação das propostas de melhorias a autarquia teve um

investimento total e de aproximadamente R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais). No valor

citado estão inclusos 40 horas de trabalho para o planejamento, 80 horas para o design, 100

horas para programação, HTML e banco de dados entre outras atividades necessárias para o

término do serviço contratado.

Ressalta-se que após a implantação das novas tecnologias, o órgão deverá pagar à

empresa escolhida para executar os serviços, um valor mensal de R$ 300,00 (trezentos reais),

o qual servirá para manutenção do sistema.

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5. CONCLUSÃO

Para uma empresa se manter no mercado, cada vez mais competitivo, é necessário

atualização constante, buscando os recursos existentes para melhorar e agilizar o

desenvolvimento das tarefas.

O trabalho teve como principal objetivo sugerir melhorias na comunicação interna

entre setores da sede JUCESC.Para realização deste fez-se necessário a elaboração de uma

fundamentação teórica.

Com as teorias estudadas, constatou-se que a comunicação serve para que as pessoas

se relacionem entre si compartilhando conhecimentos, pois as mesmas não vivem

isoladamente, tendo a necessidade de se expressar. A globalização exigiu grandes mudanças

no processo e nas funções de comunicação, as quais causaram grandes transformações no

ambiente de trabalho e no mercado. Dentre elas a preocupação com a qualidade dos serviços

num ambiente cada vez mais competitivo.

Dessa forma ressalta-se, que a comunicação interna das organizações vem sendo

valorizada, destacando-se como um diferencial competitivo e essencial para maior

produtividade e progresso das mesmas. Um sistema de comunicação quando bem elaborado, é

de suma importância para que a mesma alcance seus objetivos e obtenha sucesso.

Verificou-se, através de aplicação de questionário, que a JUCESC não dispõem de um

controle preciso da sua comunicação interna, ocasionando muitas vezes divergências nas

informações disponibilizadas e consequentemente trazendo interferência e atraso nos

trabalhos.

Faz-se necessário lembrar que para manter os colaboradores atualizados são

necessários alguns programas de treinamento. Pois, paralelamente ao desenvolvimento destas

atividades, é indispensável a definição de um colaborador que interaja, sempre com os demais

setores, para que o ciclo de informações esteja em movimento continuo.

Ante ao exposto, ressalta-se que com este trabalho não se buscou esgotar de forma

exaustiva o tema, e tampouco responder definitivamente a todos os questionamentos

levantados. Espera-se, porém, que a presente pesquisa possa servir de fonte a todos os

profissionais de Automação de Escritórios. Deseja-se, então contribuir com a cultura

secretarial como um todo.

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6. RECOMENDAÇÕESConsiderando a aceitação da proposta por parte dos responsáveis pela organização,

deve-se escolher a empresa que prestará os serviços. Sugere-se a escolha de um colaborador

para coordenação da execução dos trabalhos, já que quem irá desenvolver será uma empresa

prestadora de serviços a qual precisará de um contato e apoio dentro do órgão.

Lembrando que instituição não dispõe atualmente de um setor de protocolo este

deverá ser criado e selecionado um servidor competente como responsável, bem como,

escolha de eventual pessoal de apoio ao setor. A intranet, contará com um administrador que

estará controlando as informações que serão publicadas na página, pessoa esta que também

será escolhida e orientada.

Recomenda-se também, que após a instalação do sistema de protocolo e

gerenciamento de documentos e da intranet, se realize um treinamento detalhado e eficaz para

todos os usuários. Um responsável para o suporte técnico deverá ter treinamento

especificamente para solucionar possível falhas operacionais, neste caso a empresa não

estaria dependendo somente do pessoal responsável pela manutenção, o que poderia atrasar os

serviços.

Então, espera-se com a implantação dos recursos propostos que a JUCESC venha a ter

melhores resultados na realização das tarefas diárias, obtendo sucesso e satisfação de todos.

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APÊNDICE

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS COLABORADORES DAJUCESC

Objetivo: O objetivo deste questionário é levantar a atual situação da comunicação interna

entre os setores da Sede da JUCESC para posteriormente estar propondo alternativas de

melhoria.

1. Como você considera o sistema de comunicação interna entre os setores da JUCESC?

( ) Excelente ( ) Bom ( ) regular ( ) ruim

2. Descreva como é realizado o processo de comunicação interna entre o seu setor com os

demais setores?

3. Que tipos de ferramentas você utiliza para comunicar-se com os outros setores?

( ) telefone ( ) pessoalmente ( ) e-mail ( ) enviando cópia de documentos

4. Há a necessidade de melhorias na Comunicação interna entre os setores?

( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez

5. O seu setor tem um controle automatizado de todas as informações que circulam?

( ) Sim ( ) Não ( ) de parte da informações

6. Você considera que o fluxo de informações na sede da JUCESC acontece de maneira

satisfatória? Justifique. (caso a resposta for não, exemplifique algumas barreiras encontradas)

( ) Sim ( ) Não

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7. Você se sente informado sobre as decisões e procedimentos adotados nos demais setores?

( ) Sim ( ) Não ( ) às vezes

8. No que diz respeito aos documentos que circulam entre os setores, a forma de busca ocorre

de maneira eficiente e rápida?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes

9. Da maneira que vem sendo realizada a comunicação interna entre os setores, você acha que

interfere no desenvolvimento das suas tarefas? De que forma?

10. Na sua concepção como a Comunicação Interna entre os setores poderia melhorar?

11. Como Você considera o relacionamento interpessoal no Órgão?