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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA AGRICOLA TECNOLOGIA POS-COLHEITA: ARMAZENAMENTO DE ROSAS CULTIVAR 'VEGAS'. JACQUELINE BERNUCI PINTO &1£ exer ftn..O: cLw Orientador: Prof.Dr.SYLVIO LUIS HONORIO d.. cttf, 11 cL-dcv ._ Dissertavao de mestrado apresentada a Faculdade de Engenharia Agricola para obtenyao do titulo de Mestre em Engenharia Agricola - Area de Pre-Processamento de produtos agricolas. Campinas- SP/Dezembro - 1997

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRICOLA

TECNOLOGIA POS-COLHEITA: ARMAZENAMENTO DE ROSAS CULTIVAR

'VEGAS'.

JACQUELINE BERNUCI PINTO

&1£ exer ~~'- ~ A<~ ftn..O: cLw ~~

Orientador: Prof.Dr.SYLVIO LUIS HONORIO

d.. -~ cttf, 11cL-dcv

~Y1MU: fn~ ._ Dissertavao de mestrado apresentada a

Faculdade de Engenharia Agricola para obtenyao

do titulo de Mestre em Engenharia Agricola -

Area de Pre-Processamento de produtos

agricolas.

Campinas- SP/Dezembro - 1997

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FICHA CATALOGRAfiCA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA AREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP

Pinto, Jacqueline Bernuci P658t Tecnologia p(is-rolheita: armazenamento de rosas

eultivar 'vegas'. f Jacqueline Bernuei Pinto.--Campinas, SP: ts.n.}, 1997.

Orienta doc Sylvio Luis Hon6rio Dissert~ao (mestrado) - Universidade Estadual {je

Campinas, Faculdade de Engenharia Agricola.

1 c Rosa- Cultivo. 2. Rosa- Armazenamento. I. HonOrio, Sylvio Luis. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Agricola. III. Titulo.

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Aos meus pais

Jose Luiz e Doroti, por tudo o que sou.

e ao Alexandre, por ser muito especial em minha vida.

DEDI CO

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ser possfvel realizar esse momento.

Ao Prof. Dr. Sylvio Luis Hon6rio, antes de tudo urn grande AMIGO.

Ao Prof. Dr,Kil Jin Park, peloapoio eaten~ao.

Aos Srs Nelson e Milton Tida, proprietarios da Flora Tida, pelo interesse e

colabora~ao para o execu~ao desse trabalho.

A Prof. Dra. Maria Esmeralda S. Payao Dematte e Prof. Dra. Ana Maria Liner

Pereira Lima pela contribui~ao como membros da banca na avalia~ao desta

Disserta~ao de mestrado.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento a Pesquisa, pelo auxflio

concedido na forma de bolsa.

A Viinia, pela simpatia e toda aten~ao.

A Marlise e Baiano, pela indispensavel ajuda durante a fase experimental.

Aos funcionarios da FEAGRI em especial: Ze Ricardo, Rosalia, Andre, Clovis

e Fuba por toda ajuda e boa vontade.

A Bilula pelos anos de convivencia e o muito que aprendi.

A Sara por me ensinar o que e amizade ... Sinceramente, Obrigada AMIGA!

Aos amigos: Junqueira, Rogerio, Cal, Mariela, Rafael, o pessoal da

Cooperativa Brasil, Kellinha, Helena, Claudinho, Arsenio, Saul, Sussa,

Laurent, Lagras, Teresa, Admilson, Aninha, Judy e muitos outros que

contibufram atraves da harmoniosa convivencia para este momento.

A toda comunidade da FEAGRI.

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SUMARIO

RESUMO .......................................................................................................................... 1

ABSTRACT ---··············-·····-·-···-··········-·-·------···············-····························3 1. INTRODU<;'AO ... --. ........................... u ................................................................................. u .............. u ....... u5

2. REVISAO BffiLIOGRAFICA ··-----··-·····························-··························· 7

2.1. SITUA<;:AO lXJ MERCAJXJ DE FLORES .......................................................................... 7

2.2. AsPECTOS GERAis DAROSEIRA ............................................................................... 1 0

2.3. F ATORES QUE lNFLUENCIAM A MANUTEN<;:AO DA QUALIDADE P6s-COLHEITA .......... 11

2.3.1 Ponto de colheita ............................................................................................... 12

2. 3. 2. Solur,:oes Conservantes ... ................................................................................. .. 14

2. 3. 3 Processo de Reidratar,:iio .................................................................................. . 16

2. 3. 4 Temperatura/Umidade Relativa .. ..................................................................... .. 17

2.4. RESFRIAMENTO ....................................................................................................... 21

2.5 ARM:AzENAMENTO ................................................................................................... 24

2.5.1 Armazenamento umido ...................................................................................... 27

2. 5. 2 Armazenamento seco ... ...................................................................................... 28

2. 5. 3 Circular,:iio deAr ............................................................................................... 29

2.6 FUN<;:AO DAS EMBALAGENS ...................................................................................... 29

2. 7 CRITERIOS DE AVALIA<;:AO ...................................................................................... .31

2. 7.1 Aspectos Gerais da Cor ..................................................................................... 33

3. MATERIAL E METODOS .............. - ........................................................................ 35

3.1 MATERIAL ............................................................................................................ 35

3.1.1. CARACTERIZA<;:AO DO MATERIAL .......................................................................... 35

3.1.2. APARATOSPARACURVADERESFRIAMENTO .......................................................... 36

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32 METODOS ............................................................................................................. 37

3.2.1. EPOCASDEAMOSTRAGEM .......................... -. ......................................................... 37

3 .2.2 PONTO DE COLHEITA .............................................................................................. 38

3.2.3. PROCESSODEREIDRATA<;:A0 ................................................................................ .39

3.2.4.- CRITERIOSDE AVALIA<;:AO ................................................................................ .45

3.2.5 - CURVADERESFRIAMENT0 .................................... ., ............................................ 47

3.2.6 ANALISE ESTATISTICA ............................................................................................ 49

4. RESULTADOS E DISCUSSAO ................................................................................. SO

4.1 QUEDADEPESCG<;:O ................................................................................................. 50

4.2 DESIDRATA<;:AO DAS PET ALAS ................................................................................... 52

4.3 DESIDRATA<;:AO DAS HASTES ..................................................................................... 53

4.4 ABERTURA DE BOTOES .............................................................................................. 55

4.5 RESULTADOS ESTATfSTICOS ...................................................................................... 55

4.6 CURVADERESFRIAMENT0 ........................................................................................ 57

5. CONCLUSOES ........................................................................................................... 60

APENDICE ..................................................................................................................... 61

6. LITERA TURA CITADA ............................................................................................ 61

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INDICE DE FIGURAS

FIGURAT Foffiiasmais cornunsdos botoes derosas ............ : .......................................... 1 o

FIGURA 2. Equipamento utilizado para determinar a curva de resfriamento ..................... 36

FIGURA 3. Estadios de desenvolvimento do botao floral de rosas .................................... .38

FIGURA 4. Recipiente com agua utilizado para reidratar as flo res logo que colhidas ...... .39

FIGURA 5. Rosas em agua para serem transportadas ate o galpao de sele9iio ................. ..40

FIGURA 6. Flores depositadas no chao sobre plastico ate que toda estufa seja colhida .... .42

FIGURA 7. Forma convencional como o material e transp. ate o galpao de sele9iio ........ ..42

FIGURA 8. A.rmazenamento umido de rosas em ciimara fria a 5°C .................................. .44

FIGURA 9. A.rmazenamento a seco de rosa em ciimara fria a soc ................................... ..45

FIGURA 10. Disposi9iio das flores no laborat6rio para avaliayao ..................................... .47

FIGURA 11. Limite de 20% das flores com queda de pesco90 ........................................... 52

FIGURA 12. Limite de 20% das flores com desidrata9iio das petalas ................................ 53

FIGURAS 13. Limite de 20% das flores com desidrata9iio das hastes ............................... 54

FIGURA 14. Curva de resfriamento a partir das tomadas de temp. para hastes .................. 59

FIGURA 15. Curva de resfriam. a partir das tomadas de temp. para bot6es ........................ 59

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RESUMO

A floricultura e uma das atividades agricolas que vern alcanyando grande destaque, nao

so do ponto de vista tecnoliigico, como ecooomico. 0 mercado de flores no Brasil e rent<1vel e

bastante interessante por ser muito pouco explorado.

A rosa, uma das principais flores de corte comercializada no Pais, por ser uma flor

tradicional de consumo, e cultivada em quase todos os municipios produtores de flores. 0

produto ainda nao tern a qualidade desejada para a exporta9ao, apesar de ser uma das flores

cortadas de maior consumo mundiaL A qualidade do produto que chega ao mercado

consumidor esta intimamente ligada aos tratos pos-colheita, onde se encontram grandes perdas

de importante significado do ponto de vista econ6mico, iniciando-se no momento da retirada

do produto do campo ate a prepara9ao para o consumo finaL

No presente trabalho, as flores forarn submetidas a urn processo de reidratayao como

tecnica pos-colheita, isto e, apiis serem colhidas, foram colocadas em agua e armazenadas a

temperatura adequada em camara fria sob variadas condiyiies (seco ou Umido, com ou sem o

uso de soluyao conservante e com o uso de embalagens de polietileno ou papel ondulado ). Os

resultados dos tratarnentos forarn comparados aos resultados do procedimento tradicional pos­

colheita dos produtores locais, visando a manutenyao de boa aparencia e maior durabilidade

dos produtos.

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Ainda foi calculado o calor especifico em rosas, com o intuito de fornecer subsidio

necessario para trabalhos futuros e auxiliar no dimensionamento adequado de urn sistema de

resfriamento para flores.

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ABSTRACT

Floriculture is one of the agricultural activities that is emerging more and more, not

only as to the tecnological point of view but also economical. The Brazilian flower market is

profitable and very interesting because of its small exploration.

The rose is one of the main cutting flower commercialised in Brazil, because it is a

tradicional consumer's flowers and is cultivated in almost all the flower producing

municipalities. The product does not yet have the desired export quality, notwithstanding the

fact that it is the most sold cutting flower in the world.

The quality of the product that arrives on the consumer's market is closely related to

post harvest treatments, where they suffer great important loss that is significant to the

economical point of view, initiating when the product is harvested on the field until the final

consumer's preparation.

In this research the flowers underwent a dehydration process as a post-harvest

treatment. After the flowers were harvested they were kept and stocked in coolhouses, in

water at an adequate temperature with different conditions. (dry or humid; with or without

conserving solution; and with the use of packing materials like polyethylene or ribbed paper).

The treatment results were compared to the traditional post harvest and durability of

the products.

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The specific heat of roses were also calculated to subsidese futures works on the

dimensioning of a cooling systems for flowers.

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1. INTRODUt;AO

A floricultura brasileira comevou a se destacar como atividade agricola de importancia

econ6mica ha pouco mais de vinte anos. Antes disso, era caracterizada como empreendimento

amador, com cultivo de flores localizado nos arrectores das capitais dos estados das regioes Sui

e Sudeste, abastecendo o mercado interno apenas em datas especiais. Com o desenvolvimento

de pesquisas pr6prias e incremento it produvao, a floricultura brasileira tornou-se realidade

econ6mica.

Toda produvao brasileira de flores e plantas ornamentals esta distribuida,

principalmente, nos estados de Sao Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina,

Pernambuco e Rio Grande do Sui, ocupando uma area de 4.500 hectares. Mais de 3.600

produtores respondem por neg6cios em torno de R$ 350 milhoes e 10.000 pontos de venda,

sendo que as taxas de crescimento dessa atividade estao em torno de 20"/o ao ano, podendo ser

considerada entre as maiores de nossa economia (IDRAFLOR, 1997).

Dentre as flores cultivadas, a rosa, de diferentes cultivares, e uma das principals flores

de corte comercializadas no Pais. Em 1991, representava 19,1% da produ;;ao das flores

exportadas e contribuia com 12,12% da quanti dade de flores comercializadas na CEAGESP, o

equivalente a 4,8 milhoes de duzias (OLIVETTI et al. 1994).

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No Brasil, o comercio de rosas vermelhas detem a maior fatia do mercado de rosas,

seguidas por brancas, champanhe, amarelas e cor -de-rosa. Existem tambem tres padroes de

comercializagao: haste longa, haste media e haste curta, de acordo com as exigencias do

mercado consumidor.

Para uma produgao lucrativa, a cultura da roseira requer alto investimento, mao-de­

obra especializada e cultivares adequados para as regioes produtoras, dentre outros fatores que

refletem na qualidade final do produto e, conseqiientemente, no seu valor de mercado.

Mesmo com o manejo adequado no campo, a qualidade do produto que chega ao

mercado consumidor esta intimamente ligada aos tratos p6s-colheita. As perdas nessa fase tern

importante significado do ponto de vista economico, sendo que o processo se mtcta no

momento da retirada do produto do campo ate a preparagao para o consumo final.

0 armazenamento em camaras frias pode ser considerado como uma das etapas mais

importantes para a manutengao do equilibria entre os mercados distribuidor e consumidor de

flores cortadas (CASTRO, 1984).

Ao resfriar produtos agricolas, tais como as flores cortadas, e necessaria dimensionar

urn sistema de resfriamento com capacidade suficiente para retirar o calor do produto. Para se

calcular a quantidade de energia liberada pelo produto, e preciso conhecer o calor especifico

da especie de interesse. Alem do produto em si, outras fontes de calor contribuem para o

aumento da carga termica a ser retirada do ambiente de armazenamento.

As flores destinadas ao armazenamento devem ser sadias e de boa qualidade, resistindo

a todo processo o p6s-colheita sem perder suas caracteristicas pr6prias, correspondendo,

assim, as expectativas do consumidor final.

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2. REVISAO BIDLIOGAAFICA

2.1. Situa9ao do Mercado de Flores

A produ9ao de flores e plantas ornamentais no Brasil teve inicio por volta da decada de

30, quando imigrantes japoneses se estabeleceram nos arredores da cidade de Sao Paulo e

deram inicio a uma pequena produ9ao comercial, voltada para consumidores da grande Sao

Paulo. Urn novo impulso foi dado somente em meados da decada de 60, quando imigrantes

holandeses trouxeram novas tecnicas de produ9ao para a regiao de Holambra. Ate entao, as

flores disponiveis no mercado eram somente rosas, gladiolos, cravos e algumas variedades de

crisantemos.

0 grande impulso, entretanto, ocorreu no final dos anos 70 com a introdu9ao de tecnica

de produ9ao em estufa (uso da plasticultura). Segundo levantamentos preliminares realizados

pelo Instituto Brasileiro de Floricultura (ffiRAFLOR), a area de produ9ao de flores no Brasil e

de aproximadamente 4.000 ha, sendo cerca de 630 ha sob estufas, dos quais 80% localizam-se

no Estado de Sao Paulo, principalmente nos municipios de Holambra, Atibaia, Mogi das

Cruzes, Piedade, Ibiuna, Guararema e Paranapanema. As regioes produtoras em outros estados

sao Barbacena (MG), Friburgo (RI), Joinville (SC), Porto Alegre (RS), Gravata (PE), Brasilia

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(DF), dentre outras. A produyao anual das principais especies e de 22 milhoes de diizias de

rosas, 6 milhiies de pacotes de crisiintemos de corte e 18 milhoes de vasos de violetas (OPITZ,

1995)

Em 1987, a comercializavao mundial de produtos da floricultura, de acordo com

estatisticas das Na~oes Unidas, atingiu o montante de US$ 4, 7 bilhiies, sendo que os principais

paises exportadores foram a Rolanda, Italia, Dinamarca e Colombia, e os principals

importadores a Alemanha, a Fran~ os Estados Unidos e a Inglaterra. A Colombia, segundo

maior exportador de flores de corte, possuia em 1995, uma area cultivada de aproximadamente

4.200 ha, correspondendo a urn valor de exporta~ao de aproximadamente US$ 475,7 milhiies.

Visando a exportavao, as flores de corte sao produzidas em estufas, das quais o cravo e a rosa

representam 60% do volume exportado. (FOREZ RONCANCIO, 1992).

0 Brasil e conhecido mundialmente pela riqueza de sua biodiversidade, na qual se

destacam as plantas ornamentals. 0 mercado para a floricultura, porem, e ainda pequeno,

sendo estimado pela Associa~ao Central dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentals do

Estado de Sao Paulo (ACPF) em apenas US$4,00 por habitante/ano; na Argentina, este

consumo atinge US$25,00; na Europa, 80% do mercado mundial, chega aos US$135,00 e no

Japao, onde as flores movimentam tantos d6lares quanto as fiutas, o consumo e de US$180,00

per capita/ano. Este setor da agricultura brasileira movimenta hoje cerca de 700 a 800 milhiies

de d6lares anualmente, e caminha a uma velocidade que promete tormi-lo uma das estrelas

desse setor no final do seculo. Os principais canais de distribui~ao de flores no Pais sao

floriculturas (55% do mercado), decoradores (20%), funeritrias (10%), supermercados (8%) e

floras (5%) (ALMEIDA e AKI, 1995).

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A prodw;;ao e comercializavao de plantas omamentais, particularmente flores de corte,

vern ampliando-se cada vez mais; sabe-se que, a partir da decada de 80, os produtores

passaram a utilizar tecnologia modema e agir como empresa, com a utilizavao de estruturas

especiais para o cultivo de determinadas plantas (LORENZI e SOUZA, 1995).

A geravao e difusao de tecnologias foram, sem duvida, estimuladas com a criavao, em

1979, da Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais (SBFPO), tendo como

objetivo divulgar os trabalhos produzidos e aglutinar os diversos profissionais que atuam na

floricultura. Dada a necessidade de mganizar o setor, foi criado em abril de 1994, o

IBRAFLOR, sociedade civil de abrangencia nacional, com os objetivos de congregar e

representar os segmentos que se dedicam a producao, comercializacao, exportavao e defesa

dos interesses dos seus filiados. Neste periodo, o IBRAFLOR elaborou a Carta de Floricultura

Brasileira, documento bitsico utilizado nas negociacoes do setor no Mercosul, ficando

encarregado do gerenciamento do banco de dados do setor (IBRAFLOR, 1997).

Em 1994 foi instalada a Cfunara Setorial de Flores ePlantas Ornamentals do Estado de

Sao Paulo, integrando os diferentes segmentos do setor, visando a: produvao, comercializavao,

ensino, pesquisa, assistencia tecnica, servicos e insumos. A comercializavao e fortemente

apoiada pelos varejistas, mercados atacadistas (CEAGESP e CEASA-Campinas) eo Veiling,

sistema de leilao da Holambra, (IBRAFLOR, 1997).

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2.2. Aspectos Gerais da Roseira

0 genero Rosa tern ao redor de 5.000 especies pertencentes a familia Rosaceae. E urn

genero altamente variavel porque suas especies sao, geralmente, de fecundavao cruzada. 0

genero consiste de quatro sub-generos, sendo que o sub-genero Eurosa, se subdivide em 10

sub-sec\)oes, que sao as mais importantes. Este genero nomeia plantas geralmente rusticas,

com folhas de urn tom verde-escuro, imparipenadas ( composta com urn numero impar de

folhas ovais ou ovais-lanceoladas), que apresentam aculeos nas hastes e cujas flores se

formam a partir de botOes (DARLINGTON apud NUNES, 1974).

A forma dos botoes e urn elemento de grande valia para identificavao de

roseiras, sendo que cada variedade possui urn botao de formato caracteristico. Dentre eles, os

mais comuns sao o afilado, o ponteagudo, o ovoide, o urnario e o globular, como mostra a

Figura. 1.

Seguindo seus habitos de desenvolvimento, as roseiras podem ser classificadas em

arbustivas (Hibridas de Ch<i, Floribundas, Poliantas, Grandifloras e Miniaturas) e trepadeiras

(Sarmentosa, Flor Grande, Semperflorens e Rasteiras), (GON<;AL VES, 1972).

~ . -~-·-. "_' .

.

~

AF!LAOO PqNTEAGUDO OVOIDE URNARIO GLOBULAR __________________________ _)

Figura 1 Formas mais comuns dos botoes de rosa (GON(:ALVES, 1972)

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As roseiras hibridas provenientes do cruzamento das "roseiras Floribundas" com as

''Hibridas de ella" sao arbustos de crescimento ereto, de 1,5 - 2,0 m de altura, espinhentos,

com maior numero de flores por hastes individuais, mais longas do que as das rose1ras

Floribundas e mais apropriadas para o corte de flores (LORENZI e SOUZA, 1995).

2.3. Fatores que Influenciam a Manutenyao da Qualidade P6s-Colheita.

Os fatores p6s-colheita estao diretamente ligados as condiyoes ambientais e manejo a

que sao expostos os produtos no campo durante seu desenvolvimento ate o ponto ideal de

colheita. E sabido que o tratamento p6s-colheita, em geral, nao melhora a qualidade original

do produto; apenas a mantem, prolon_gando sua vida util.

Estudos realizados estimam perdas em cerca de 20% das flores de corte durante a

comercializayao em paises desenvolvidos. Isso ocorre durante todo o processo, envolvendo a

colheita, o manuseio, o armazenamento, o transportee a venda (ST ABY eta!, 1976).

Flores deterioram-se de modo semelhante as frutas e hortaliyas; por meio de complexos

processos fisiol6gicos (HARDENBURG eta!., 1990). Dentre eles, a respirayao e que causa o

esgotamento das reservas nos tecidos, principalmente os carboidratos. A estocagem

refrigerada e extremamente efetiva na reduyao da respirayao, preservando as reservas e

aumentando a vida das flores. (HALEVY e MAYAK, 1979, POST e FISCHER, 1952 e

SIEGELMAN, 1952).

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Nao ha urn tratamento p6s-colheita que seja universal e eficiente para todos os tipos de

flores, mas alguns tratamentos especificos podem contribuir para a manutenvao da qualidade

de certas flores (HALEVY e MAY AK, 197 4 b).

Qualidade, em floricultura, e definida como o conjunto de atributos que fazem com que

o produto se tome vendavel. A qualidade, na hora da compra, e avaliada a partir de valores

relativos a varias caracteristicas que, juntas, irao determinar a aceitabilidade do produto pelos

consumidores. Para as flores de corte, estas caracteristicas sao: tamanho, forma e condivao

(sanidade, turgescencia e maturidade). A epoca do ano em que o produto e colhido e

comercializado e diretamente dependente da demanda, pois, muitas vezes, a materia prima

permanece muito tempo armazenada, comprometendo suas caracteristicas de qualidade

(CASTRO, 1993).

2.3.1 Ponto de colheita

0 ponto de colheita varia muito conforme a regiao, epoca do ano, condiviies de cultivo

(campo ou estufa) e variedade; outro fator determinante e o mercado para o qual se distribui a

rosa (OLIVEIRA, 1995).

STABY et al. (1976) sugeriram ser o ponto de colheita de uma flor dependente de urn

grande numero de fatores, tais como a maturidade, a hora da colheita, a epoca do ano, a

distancia do mercado e a exigencia do consumidor.

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Flores destinadas diretamente a venda sao freqiientemente colhidas num estadio mais

avanvado de desenvolvimento do que aquelas destinadas ao transporte a longa distilncia ou a

estocagem (NOWAK e RUDINICKI, 1990).

0 corte de flores no estadio de botao deve ser o preferido, por ser o manuseio facilitado

e as flores, menos suscetiveis a condiv5es ambientais desfavoraveis (BARDEN e HANAN,

1972 e MAXIE et al., 1973 apud CASTRO, 1993).

KOFRANEK e HALEVY (1972) e HALEVY e MAYAK (1974 a) observaram que,

no estadio de botao, as flores permanecem urn periodo menor de tempo no campo do que em

casa de vegetav1io, apresentando melhor abertura, tamanho, cor e longevidade, principalmente

nas flores desenvolvidas sob luz inadequada e alta temperatura .

0 estadio de maturav1io no periodo do corte toma-se critico para a preservav1io p6s­

colheita de flores. Para uma vida uti! maxima ap6s o armazenamento, a maioria das flores

deve ser cortada no estadio mais jovem possivel que possibilite o desenvolvimento floral

pleno. Flores como rosas, gladiolos e boca-de-leao precisam ser cortadas no estadio de botao

para mostrarem uma vida comercial adequada (CASTRO, 1988).

Generalizando o ponto de colheita para rosas, podemos proceder ao corte ap6s o

deslocamento das sepalas do botao e o inicio de abertura das petalas. Para algumas variedades,

e necessario esperar que pelo menos uma petala ja se encontre bern separada do botao, como e

o caso da cultivar 'Dallas' (OLIVEIRA, 1995).

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2.3 .2. Solw;:oes Conservantes

0 uso de solu~oes conservantes para manter a qualiclade e prolongar a vida de flores

cortadas tern evoluido acentuadamente nos ultimos anos, sendo pnitica corrente nos paises em

que a floricultura representa importante fonte de geracao de recursos. Tais solucoes sao

constituidas principalmente por acucares e germicidas, algumas vezes contendo de outros

ingredientes. Normalmente, sao utilizados quatro tipos de solucoes, podendo ser classificadas

como solucoes de condicionamento, solucoes de "pulsing", solucoes de inducao a abertura

floral e solucoes de manutencao (CASTRO, 1993).

0 principal constituinte das solu~oes de "pulsing" e a sacarose em concentracoes que

variam de 2 a 20% ou mais; ja em solu~oes de manutencao, a concentracao varia de 0,5 a 2%,

dependendo da especie a ser conservada (HALEVY et. al., 1978).

As flores destinadas a estocagem ou ao transporte sao geralmente colhidas no estadio

de maturidade mais precoce possivel, desde que mantidas a qualidade e a longevidade em vaso

aos consumidores; algumas sao colhidas em estadio de botao, como a rosa, o gladiolo, e a iris,

que continuam seu desenvolvimento em a_gua ap6s a colheita. Ja as orquideas, os anrurios e as

gerberas, nao. Ha tratamentos com solucoes de abertura floral que possibilitam born

desenvolvimento em algumas especies de flores de corte quando colhidas no estadio de botao,

como cravos, crisiintemos e estrelitzias (OLIVEIRA, 1996).

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As funvoes de uma soluvao conservante sao: o suprimento de carboidratos utilizados na

respiravao; a diminuio;:ao da produo;:ao ou a<;ao de etileno, responsavel pela senescencia das

flores; efeito bactericida pela acidificavao do meio, para a supressao do crescimento de

bacterias; e quebra da tensao superficial da agua, facilitando sua absor<;ao pelas flores

(OLIVEIRA, 1995)

HALEVY e MAYAK (1974 b) verificaram que as principais causas que dificultam o

desenvolvimento e a sobrevivencia de hastes colbidas em estadio de botao sao a falta ne

reservas de carboidratos e a dificuldade na absorvao da agua. Em rosas, o a9ucar segue o

mesmo padrao de translocavao dos carboidratos de formavao natural, das folhas para as petalas

(HALEVY e MAY AK, 1979).

A inclusao de acido citrico em soluvoes conservantes resulta numa diminui9ao do pH,

melhorando a conduvao do fluxo de agua atraves da haste e fazendo com que as flores

recuperem a turgescencia, para retirar o chamado "calor de campo" (CASTRO, 1993).

Os componentes que formam as solu<;oes conservantes permitem que as flores

mantenham a qualidade durante todo processo de comercializavao. A quantidade de cada

componente depende do tempo de absorvao da propria flor (OLIVEIRA, 1995).

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2.3.3 Processo de Reidrata<;:ao

Urn dos fatores que determinam a vida p6s-colheita das flores de corte e a manuten<;:ao

da sua turgescencia. As cortadas e vendidas ou manuseadas, por periodos curtos, podem ser

reidratadas facilmente, desde que sejam colocadas imediatamente ap6s o transporte em

recipientes com agua. 0 recomendavel, e o uso de agua com solu<;:oes conservantes, antes da

estocagem refrigerada (HARDENBURG et at., 1990).

A qualidade da agua tern urn efeito importante sobre a manuten<;:ao da qualidade de

flores cortadas e folhagens ornamentals, devendo conter poucos sais. Agua deionizada ou

destilada e geralmente melhor do que agua de torneira ou sem conservantes (REID e

KOFRANEK, 1980 e STABY e ERWIN, 1978).

Rosas colocadas em agua de torneira foram descartadas com 4,2 dias em compara9ao

aquelas com 9,8 dias em agua destilada.; entretanto, a primeira, em muitas areas

metropolitanas nas condi96es do Hemisferio Norte, sao boas e satisfat6rias. (ST ABY et al.,

1976).

Segundo OLIVEIRA, (1996), cuidados especiais devem ser tornados para evitar a

perda da turgescencia das flores cortadas. Quando as flores sao colhidas em condi96e1> de

estresse, provoca-se uma tensao no sistema vascular, favorecendo a entrada de bolhas de ar

nas extremidades do corte. De acordo com CRAFTS (1968), a ruptura na coluna de agua nos

vasos das hastes florais, devido a entrada de ar, tern sido considerada como urn dos principals

fatores que causam o deficit de ilEUa. Na planta, essas bolhas alojam-se nas paredes dos vasoB

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do xilema, criando urn impedimenta para o fluxo de agua, fazendo com que a flor entre em

processo de murchamento.

2.3.4 Temperatura/Umidade Relativa

A temperatura e o fator mais importante na preservaviio da aparencia das flores de

corte. Apesar de haver muitos metodos para prolongar a vida de armazenagem dos produtos

horticolas, a refrigeraviio ainda e o mais economico por longos periodos (CASTRO, 1988).

A umidade relativa do ar e a temperatura sao fatores que estao estreitamente ligados

entre si. Quanto mais elevada a umidade do ar e mais baixa a temperatura da ciimara, mais

importante torna-se a regulagem desta. Com ciimara sob temperatura de 4°C e UR de 95%,

uma diferenva de 1 °C ja pode causar condensaviio, o que acontece quando o ar entra em

contato com areas muito frias. 0 ar aquecido do exterior pode penetrar por uma porta aberta

ou por urn vazamento na ciimara, entrando em contato com o produto frio e provocando a

condensaviio do vapor de agua, que, sobre o produto, propicia o alastramento de pat6genos

(SCHEER, apud PFAFFENBACH, 1995).

As flores cortadas contem consideravel teor de agua e quando armazenadas perdem

umidade devido ao deficit de pressao de vapor. Tendo em vista que o conteudo de vapor

d'agua em condi!(oes ambientais e inferior aquele existente nos espa!(os intercelulares

(proximo a 100%), as flores perderao agua mais vagarosamente sob condiv5es de alta umidade

relativa (COST A, 1994).

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Existe uma temperatura ideal para armazenamento e conservayao de diferentes

especies ve_getais. Dentro de uma variayao fisiol6gica propria para cada especie, a taxa de

respiravao normalmente aumenta com o aumento da temperatura, principalmente na faixa de

S0 a 20°C (CHITARRA e CHITARRA, 1990).

Temperatura baixa e o principal fator ambiental para se retardar a deteriora9ao p6s­

colheita das flores cortadas; aumentos na temperatura elevam a taxa de respira9ao da flor

colhida e, portanto, afetam a sua Iongevidade. A taxa de respiravao e urn indice de tempo de

armazenamento, pois indica o consumo de a9ucares ou outros substrates da planta. Em rosas,

esta taxa e tres vezes maior a uma temperatura de armazenagem a 1S°C do que a S°C e seis

vezes maior a 2S°C do que a 5°C. Uma outra forma de expressar o efeito da temperatura, nesse

caso, e dizer que urn dia sob a condi9ao de 1S°C e equivalente a 3 dias a S°C (SIEGELMAN,

19S2; KUC e WORKMAN, 1964).

As flores continuam produzindo calor mesmo ap6s empacotadas em grandes ma9os

para transporte. 0 calor produzido e transferido lentamente, a temperatura sobe, aumenta a

respira9ao e, rapidamente, as substancias de reserva sao exauridas, abreviando a vida da flor.

Alem disso, o desenvolvimento do botao e acelerado, resultando em perda de durabilidade

(OVERBEEKE, 1988).

Muitas vezes, as maiores perdas sao resultantes da demora da remoyao do "calor de

campo" ap6s a colheita das flores; para tanto, o processo de resfriamento deve come9ar

imediatamente ap6s o corte, e a temperatura baixa mantida durante a estocagem, o transporte e

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a exposi9ao do produto, para que seja alcan9ada a longevidade maxima. Para a estocagem, a

temperatura recomendada varia de acordo com o tipo de flor e o estadio de desenvolvimento

em que foi colhida (NELL, 1992).

As temperaturas baixas sao cruciais na manuten9ao das flores cortadas (NELL, 1992),

prolongando sua longevidade em vaso, porque diminuem a taxa de respira9ao e a perda de

agua, alem de reduzirem a produ9ao e a sensibilidade da flor ao etileno (FISCHER, 1953 e

STABY et al., 1976).

V aria96es de temperatura no interior de dimaras frias devem ser mini mas, para evitar

prejuizos as flores estocadas (OVERBEEKE, 1988). Para NOWAK e RUDlNlCKI (1990), a

varia9ao da temperatura causa mudan9as na umidade relativa do ar, resultando na condensa9ao

de agua sobre as flores. Porem, essa varia9ao pode ser minimizada com sistemas de

refrigera9ao de alta performance e bern planejados e com urn born empilhamento do material

estocado.

Tern sido descritos metodos de estocagem refrigerada umido ou seco, segundo LUTZ e

HARDENBURG (1968) e NOWAK e RUDlNlCK (1979). Normalmente, o metodo umido,

pelo qual as flores sao mantidas durante a estocagem com a por9ao basal das hastes imersas

em agua ou em solu9ao conservante (NOWAK e RUDlNlCK, 1990 e HARDENBURG et al.,

1990), e utilizado para periodos curtos, urn a tres dias, enquanto o metodo a seco, pelo qual as

flores sao embaladas em sacos plasticos ou de papel, e usado para periodos longos.

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A eficiencia do sistema de resfriamento e do armazenamento refrigerado deve ser

ajustada levando-se em conta a quantidade de flores a serem resfriadas e armazenadas, assim

como a freqiiencia com que os lotes serao carregados para dentro das camaras.

Temperaturas 6timas de armazenamento sao variaveis e dependem de cada especie.

Muitas flores originadas em clima tropical requerem estocagem entre 7 a 15°C, tendo em vista

que temperaturas mais baixas podem causar injurias por "chilling", com sintomas de

descolora9ao de flores, lesoes necr6ticas nas petalas e folhas e demora no desenvolvimento do

botao depois do armazenamento. Flores originadas de zonas de clima temperado podem ser

armazenadas por urn periodo maior a uma temperatura menor do que o ponto de congelamento

dos tecidos das plantas. Alta umidade relativa do ar e recomendavel em camaras de

armazenamento; pequenas varia9oes, 5 a 10%, podem reduzir a qualidade da flor. Petalas de

algumas flores comeyam a desidratar a uma condi9ao de 70 a 80% de umidade relativa; cravos

mantiveram-se duas a tres vezes mais duraveis quando em atmosfera saturada do que il

umidade relativa inferior a 80% (HITCHCOK e ZIMMERMAN, 1929).

A evapora9ao continua igualmente ap6s a colheita. Se a ;igua perdida nao for suprida,

as flores ficam com aparencia de ressecadas. Apesar de a medida de perda de umidade

admissivel variar de planta para planta, algum ressecamento (aproximadamente 5%) e

permissive!, pois as flores conseguem se recuperar tao logo sejam colocadas em ilgua. Quando

se perde 10 a 15% do peso da haste em fun9ao da evapora9ao, a lesao e irreparilvel

(OVERBEEKE, 1988).

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A perda de agua excess1va pode ser evitada colocando-se as flores em agua, de

preferencia fria, imediatamente apos a corte, o que ira aumentar sua durabilidade (KADER,

1985).

A umidade relativa influi na qualidade do produto final, uma vez que baixa umidade

podem provocar perda de agua da superficie (em fun93o da diferen~ de pressiies parciais

entre o vapor de agua existente na superficie do produto e o ar de resfriamento ), a qual e

detectada em termos de perda de peso do produto. A mudanva de estado da agua liquida ao

estado de vapor contribui favoravelmente a transferencia de calor (NOVY, 1985).

Quando se promove o resfriamento da flor, os processes fisiologicos sao minimizados,

e a menor diferen9a de temperatura entre a flor e o ar reduz o deficit de pressiio de vapor. A

umidade relativa do ar deve ser elevada, de modo que a transpiraviio diminua (OVERBEEKE,

1988).

2.4. Resfriamento

A ma10r parte das ciimaras frias niio possuem capacidades de refrigera9iio nem

movimentaciio de ar necessarias para urn resfriamento rapido e, por este motivo, esta e, em

geral, uma operaviio separada, que requer equipamentos e/ou recintos especiais. Tern por

finalidade a remociio rapida do calor de campo dos produtos recem-colhidos, antes do

transporte, do armazenamento ou do processamento. Quando realizado de modo adequado,

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reduz a incidencia de doen.;as e retarda a perda de frescor e qualidade (CIITT ARRA e

CIITT ARRA, 1990)

0 pre-resfriamento das flares frescas colhidas e embaladas e uma tecnica eficiente para

reduzir rapidamente suas temperaturas. A manuten;;ao da temperatura e da umidade relativa

adequadas e essencial para o sucesso do pre-resfriamento, sendo que, de outra forma, as flares

secarao inteiramente durante o processo (NELL, 1992).

0 termo pre-resfriamento foi empregado por Powel e seus colaboradores no

Departamento de Agricultura dos E.U.A em 1904, para indicar o resfriamento de umproduto

antes do embarque. Este significado original foi ampliado para abranger tambem o

resfriamento do produto antes da estocagem em cfu:naras frias, (RYALL e PENTZER, 1974).

0 pre-resfriamento e comumente usado para reduzir rapidamente a temperatura das

flares empacotadas ate os niveis requeridos para a estocagem e o transporte, tendo em vista

que a respira;;ao das plantas produz grande quantidade de calor, (NOWAK e RUDINICKI,

1990).

Os principais metodos utilizados para o pre-resfriamento de produtos vegetais sao:

resfriamento com ar for;;ado e resfriamento com agua. Como se sabe, ambos os metodos tern

suas vantagens e desvantagens. As vantagens do resfriamento com ar for;;ado sao: melhor

estado sanitaria, menor deteriora;;ao do equipamento proveniente de corrosao e melhor asseio;

a mais seria desvantagem reside na perda de agua que ocorre durante o processo. Ja o

resfriamento com agua oferece como vantagens maior rapidez e menores custos; entretanto,

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existem serias desvantagens, qua:ts seJam, os danos causados pela agua nos recipientes e

materiais de embalagem e as perdas de produto provenientes de infec96es induzidas por

agentes transportados pela mesma (MONTEIRO, 1978).

0 pre-resfriamento mais comum desenvolvido na floricultura utiliza urn plenum de ar

ou parede para causar uma pequena diferenva de pressiio entre ele e a camara, permitindo que

o ar frio seja succionado atraves de orificios nas embalagens de caixas de papeliio. As flores

sao resfriadas em aproximadamente 30 minutos, dependendo do tipo de flor e da sua

temperatura iniciaJ (OLIVEIRA, 1996).

Logo ap6s o corte, a flor continua transpirando, respirando e produzindo calor na

mesma intensidade, ou ate mais, do que antes do corte (OVERBEEKE, 1988). Neste processo

sao consumidas as substancias de reserva ja produzidas pela planta, sendo a maior responsavel

pelo consumo das reservas, a respiraviio, com conseqiiente produvao de calor, aumento da

transpiraviio e desenvolvimento do botao. E importante que as flores sejam resfriadas

rapidamente; quanto mais rapido, tanto menor e a perda de agua (NOWAK e RUDlNICKI,

1990).

De modo geral, o resfriamento com ar forvado e o de uso mais adequado no campo,

uma vez que seu custo e relativamente baixo e nao exige tratamento e fomecimento de agua

adequados. No entanto, as muitas variaveis, como a magnitude do coeficiente de transferencia

de calor, sua variavao com a velocidade do ar no ambiente de acordo com o arranjo que o

produto possui dentro da embalagem, temperatura do ar e do produto, dentre outros, fazem

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com que o tempo de resfriamento necessario para que seja atingida a temperatura desejada nao

seja conhecido de forma imediata (NOVY, 1985).

Uma vez que a taxa de desprendimento de energia na forma de calor atraves da

respirayaO e, de maneira geraJ, inversamente proporcionaJ a vida de estocagem para diferentes

produtos, e sendo a taxa de respira91io governada pela temperatura, quanto mais rapidamente

for retirado o calor do produto ap6s a colheita, mais tempo este reteni sua qualidade. Os

produtos vegetais sao s6lidos heterogeneos por causa das diferentes propriedades fisicas e

termicas em cada uma das partes que os constituem. Urn produto pode ser considerado mais

ou menos homogeneo em termos de transferencia de calor a medida que suas diversas partes

constituintes apresentem valores pr6ximos de condutividade e difusividade termica (LUTZ e

HARDENBURG, 1968).

2.5 Armazenamento

0 armazenamento, considerado uma das etapas mais importantes para a manuten9ilo do

equilibrio entre os mercados distribuidor e consumidor de flores de corte, pode ser efetuado

em temperaturas baixas, em atmosfera controlada ou modificada, a pressao reduzida, ou com o

uso de compostos quimicos (LUTZe HARDENBURG, 1968). 0 emprego de temperaturas

baixas permite o transporte a longas distancias, viabilizando a comercializayao intemacional.

NOWAK e RUDINICK (1990), GOSZCZYN'SKA e RUDINICK (1988) e

RUDINICK et al. (1986), afirmam que cada especie ou variedade de flor de corte exibe

diferentes niveis de tolerancia a estocagem. Dois fatores determinam o periodo de

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armazenamento mais adequado para cada planta: fatores geneticos e condicoes extemas

durante a estocagem, tais como temperatura, umidade relativa do ar, luz, composicao do ar

atmosferico, velocidade do ar dentro da cfunara fria, taxa respirat6ria, perda de agua, producao

e sensibilidade ao etileno e a contaminacao microbiol6gica. 0 ajuste das condicoes de

estocagem as necessidades de cada planta possibilita longos periodos de conservacao e, por

conseqiiencia, auxilia na manutencao da qualidade durante a distribui9iio ate o consumidor

final.

NOWAK et al (1991) afirmam que a estocagem de flores de corte e plantas

omamentais e, para muitas especies, uma fase muito importante do ciclo de producao da

moderna agro-industria da horticultura ornamental, sendo que as pesquisas e as pniticas acerca

da mesma tern progredido paralelamente a intensificacao do mercado intemacional.

Para minimizar a deterioracao fisiol6gica e patol6gica durante a estocagem e o

transporte refrigerados de flores cortadas, e importante manter as condicoes ideais de

manuseio antes e durante o periodo de refrigeracao. Na colheita, deve ser observado o horario

mais adequado, utilizar -se de tratamentos quimicos especificos e ser providenciado urn rapido

resfriamento antes da embalagem; ja na estocagem, faz-se necessaria a manutencao da

temperatura estavel e uniforme, da umidade relativa do ambiente a niveis 6timos, da

velocidade do ar adequada e de excelentes condi<;oes fitossanitarias, de acordo com as

caracteristicas de cada variedade (GOSZCZYN'SKA e RUDINICK, 1988 e RUDINICK et at.,

1986).

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As flores destinadas a estocagem devem ser de muito boa qualidade (NOWAK e

RUDINICK, 1990), nao podendo ser despontadas, quebradas ou amassadas, porque todos os

danos mecanicos aceleram a perda de agua, a produ<;:iio de etileno e a contamina<;:iio por

microrganismos; tambem, devem ser livres de doenyas e pragas.

Segundo HARDENBURG et al. (1990), na estocagem de flores cortadas, devem ser

considerados quatro pontos distintos relativos ao produtor, ao atacadista, ao varejista e ao

consumidor. Muitos dos primeiros possuem uma ou mais camaras frias, com temperaturas ao

redor de 1 °-4°C, para manter as flores cortadas em boas condi!(oes, ate que tenham acumulado

o suficiente para justificar o transporte. Este procedimento, via de regra, niio e superior a 24

horas; produtores interessados em estocar por longos periodos devem ter uma camara separada

para manter na temperatura ideal para cada produto. Os atacadistas niio tern interesse em

estocar flores e, normalmente, conseguem renovar seus estoques diariamente, ou os mantem

por poucos dias, uma vez que, geralmente, tern duas ou mais camaras frias colocadas a 0,5° -

2° C e 4° C. 0 varejista, por sua vez, esta interessado em vender as flores ao consumidor o

mais rapidamente possivel, niio tendo interesse na estocagem por longos periodos; muitos

compram as flores que precisam para urn dia em especial e poucas sao estocadas. Finalmente,

o consumidor quer flores frescas, de boa qualidade e que durem por urn periodo razoavel.

Flores cortadas devem, portanto, ser estocadas somente por periodos curtos, a fim de garantir a

satisfa<;:iio do consumidor .

A durabilidade das flores cortadas depende do manuseio adequado em todos os niveis.

Manuseio inadequado, falta do uso de solu<;:oes conservantes e corte da base das

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hastes e condivoes de refrigeraviio impr6prias antes de efetuada a venda final ao

consumidor podem reduzir seriamente a vida de vaso (ST ABY et al, 1976).

2.5.1 Armazenamento umido

Estocagem umida de flores cortadas, isto e, em recipientes com agua ou em solu9oes

conservantes, e o metodo mais amplamente praticado, conforme NOWAK e RUDINICK

(1990). As flores estocadas desta forma nao necessitam ser embaladas e preservam a

turgescencia; entretanto, ocupam mais espa9o do que o metodo a seco.

NOWAK eta/. (1991), relatam que algumas especies como cravos, gerberas, lirios e

anrurios podem ser estocadas pelo metodo umido com solu9oes conservantes por varias

semanas, porem esse processo nao e comercialmente aplicada em larga escala. NOWAK e

RUDINICKI (1990), mencionam que flores abertas de cravo podem ser armazenadas

adequadamente em agua ou em soluviio conservante, it temperatura de 3° - 4° C, por 3-4

semanas. Ja segundo HALEVY e MAYAK (1979), algumas flores como fresias, dalias e

gypsofilas sao melhores estocadas por longos periodos em agua ou em conservantes do que

sob condivoes a seco.

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2.5.2 Armazenamento seco

Metodos de estocagem a seco sao mais freqiientemente utilizados para longos periodos.

Entretanto, al~mas flores armazenadas em estitdio de botao, como cravos, crisiintemos e

estrelitzias, apresentam melhor qualidade, por periodos mais longos, quando estocadas pelo

metodo iimido em relav1io ao metodo a seco (NOWAK et al., 1991).

HARDENBURG et al. (1990), afirmam que, para a estocagem a seco, as flores sao

normalmente colhidas no periodo da manh1i, quando estao totalmente tiirgidas, devendo ser

imediatamente embaladas em recipientes fechados, a prova de umidade, antes que ocorra

qualquer perda de it~a.

A vantagem da estocagem pelo metodo seco em relav1io aquela pelo metodo iimido e

de permitir, para al~mas especies de flores, urn maior periodo de armazenamento, utilizando

menor espayo da ciimara; entretanto, e mais trabalhosa e mais onerosa, em funv1io da

necessidade de se embalar as flores antes da estocagem. Alem disso, nem todas as flores se

adaptam bern as suas condivoes (NOWAK e RUDINICKI, 1990).

Anitlises quimicas de carboidratos em flores estocadas tern mostrado que a diminuiyao

das reservas energeticas e muito mais ritpida naquelas armazenadas em itgua do que a seco

(HARDENBURG et at., 1990). Algumas, como o gladiolo, o cravo em botao e a estrelitzia,

podem ser estocadas por longos periodos, desde que pre- condicionadas com soluvoes

conservantes antes do armazenamento em embalagens a seco (RUDINICKI, 1981).

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Flores de corte quando armazenadas a seco perdem agua rapidamente, em decorrencia

da transpira~ao, cuja intensidade e controlada pela temperatura do ambiente e pela umidade

relativa e movimenta~ao do ar (NOWAK e RUDINICK, 1990).

2.5.3 Circulacao deAr

A circula~ao de ar pela parte interna da camara fria permite uma uniformidade da

temperatura, prevenindo contra a estratifica~ao do ar e a forma~o de zonas, quentes ou frias

(NELL, 1992). Segundo NOWAK e RUDINICKI (1990) e HARDENBURG et al. (1990), a

velocidade de circula~ao do ar ideal para flores estocadas sem embalagem e em agua e de IS-

23m/min.

0 movimento do ar em torno e entre as flores, e entre as caixas de flores, efetivamente,

remove o calor (NELL, 1992 e HARDENBURG et al., 1990). Estas ultimas devem ser

empilhadas de maneira que permitam a circulacao do ar pela maior area possivel, para maior

eficiencia na troca de calor, mantendo a temperatura das flores em equilibrio com o a

temperatura do ar da camara (NOWAK e RUDINICKI, 1990).

2.6 Fun~ao das Embalagens

As flores devem ser embaladas antes de estocadas, sendo que aquelas em embalagens

muito apertadas, totalmente cheias, sao, de modo geral, mais suscetiveis ao desenvolvimento

de fungos e tern maiores dificuldades de resfriamento rapido quando do armazenamento.

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Quando estocadas muito apertadas em prateleiras, as rosas sofrem o efeito de fon;:as de

compresslio que induzem a abertura dos botoes mais rapidamente, comprometendo o tempo de

vida de vaso (PINTO, 1996). 0 tamanho do mayo e determinado pelo consumidor e nao varia

muito entre mercados; outro fator que o determina, para o manuseio ou unidades de venda, e o

custo (HARDENBURG et al., 1990).

H<i varios metodos de embalagem, cuja utilizavao varia em funvao da especie, do tipo

de estocagem ou do meio de transporte (NOWAK et al., 1991). Geralmente, procuram

minimizar danos mecanicos ou perda de iigua das flores durante o armazenamento e o

transporte, o que e possivel nos casos de estocagem por via umida e transporte umido, pelos

quais a base das hastes das flares sao colocadas em iigua ou soluyoes conservantes

(OLIVEIRA, 1996).

Quando frutas e produtos vegetais sao colocados em embalagens fechadas, hii

mudanvas respirat6rias resultantes da modificavao na atmosfera intema da embalagem,

implicando o decrescimo da taxa de oxigenio e o aumento da taxa de di6xido de carbona. Tais

modificayoes sao influenciadas por viirios fatores, como o peso e o tipo de tecido vegetal, a

iirea da superficie de contato da embalagem e sua permeabilidade a gases (HENIG,1975;

GEESON, 1987)

0 filme micro-perfurado e uma alternativa de embalagem que estii sendo estudada para

se encontrar urn grau limite de troca de giis, atraves das pequenas perfurayoes existentes no

mesmo. Utilizando-o, e criada uma atmosfera modificada, que retarda algumas das trocas

deteriorativas.

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Em 1991, a industria de embalagens no Brasil foi responsavel pela receita de US$

5.124 bilhoes, sendo 19,20%, equivalentes a US$ 983.8 milhoes, o percentual referente as

embalagens plasticas (SARANTOPOULOS e OLIVEIRA, 1993)), as quais podem ser

utilizadas em diferentes setores, sendo o mais expressive o alimenticio" raziio pela qual devem

oferecer maior proteyiio ao produto e possuir vida de prateleira mais longa, baixo custo e

conveniencia a distribui~iio e ao consume, alem do proprio apelo de venda.

0 papeliio, por sua vez, oferece boa resistencia fisico-mecanica, razao pela qual vern

sendo testado como embalaEem entre os produtores de flores do municipio de Holambra - SP;

alem disso, possibilita o marketing do produtor, atraves de logotipos e informavoes na mesma.

A decomposiviio da embalagem no meio ambiente tern, nos dias de hoje, consideravel

importancia para o desenvolvimento s6cio-econ6rnico dos paises em todo o mundo. Por este

motivo, novos materiais e tecnologias sao desenvolvidos a cada dia, com o intuito de gerar

uma vida melhor, mais confortavel e mais segura para o homem.

2.7 Criterios de Avaliaviio

A avaliaviio da qualidade de flores de corte e particularmente subjetiva, variando nos

diferentes mercados. Incluidos dentre os parametres de qualidade estiio a forma, a cor, o

tamanho e a fragrancia das flores, das hastes e das folhas, sendo que alguns podem ser

observados na colheita, enquanto outros - como abertura de botiio e longevidade, apenas

podem ser avaliados, de acordo com seu desenvolvimento, pelo consumidor final. Cada

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parametro de qualidade e determinado por condil(oes especificas de pre e p6s-colheita, que

podem variar para diferentes tipos de flores.

GOSZCZYN'SKA et al (1988), estudaram o efeito de composivoes de soluviio

nutritiva em rosas cv Sonia, avaliando os resultados atraves da longevidade das flores,

diametro e taxa de desenvolvimento dos botoes e das mudan9as no peso de materia fresca,

sendo que o criterio utilizado para avaliar a senescencia das flores foi a queda de pesco90 e a

perda de turgescencia das petalas, enquanto a avaliaviio do desenvolvimento dos botoes era

realizada diariamente, baseada em criterios visuais.

Os pariimetros para caracterizar e determinar a longevidade da rosa de corte sao

segundo ZIESLIN e GOTTESMAN (1983), o amarelecimento de sepalas; a murcha, o

azulamento e a abscisao das petalas; a falha na abertura de botoes e a queda de pescol(o, sendo

que o fator metab6lico que mais a afeta e o fluxo de agua nos vasos lenhosos. A vida p6s­

colheita de rosas normalmente chega ao fim devido it. perda de rigidez do pedunculo,

conhecido como queda de pescoi(O, fenomeno que esta associado it. perda de agua e it.

lignifical(ao insuficiente do mesmo.

As hastes devem ser retas e fortes o suficiente para segurar as flores, normalmente

pesadas, sendo que o comprimento destas e o principal parametro de qualidade para a

avalial(ao de algumas flores de corte. No entanto, deve sempre haver urn equilibria entre o

tamanho da flor e o comprimento da haste, equilibria este cuja determinal(ao e muito subjetiva,

uma vez que os problemas com as hastes, como queda de pescol(o ou queda por geotropismo,

s6 podem ser observados durante os processos p6s-colheita.

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Para avaliaviio da qualidade de flores, devem ser levados em conta nao so os

parametros visuais na hora da colheita, mas tambem seu desenvolvimento em vaso,

especialmente sua longevidade; quando abertas, os consumidores as querem assim o maximo

de tempo, raziio pela qual sugere-se que mais estudos e pesquisas tentem solucionar os

principais problemas p6s-colheita que envolvem este produto.

2. 7.1 Aspectos Gerais da Cor

A mudanva de cor, como o desvanecimento de cravos e o azulamento de rosas,

reduzem o valor de mercado, sendo a refrigeraviio indispensavel para a prevenviio e

manutenviio da cor do produto recem colhido (OLIVEIRA, 1996).

A pigmentaviio das flores de rosa e fortemente influenciada pelas condivoes do

ambiente durante seu cultivo. Ja o azulamento, que pode ser observado durante o

armazenamento, foi atribuido a liberaviio da amonia livre, concomitantemente ao aumento do

pH, durante a sintese de proteinas (BIRAN eta!, 1973).

Urn serio problema em algumas variedades de rosas vermelhas e cultivares de cravos e

o enegrecimento do interior das petalas, ou de suas pontas, que pode ser causado por

exposiviio a baixas temperaturas (ZIESLIN e HALEVY, 1969), combinada com a radiaviio

solar ultra-violeta (SCHA YER eta!., 1987). 0 "azulamento" de rosas vermelhas e de cravos e

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causado por alta temperatura e baixa intensidade luminosa (BIRAN et a/. 1973; BIRAN and

HALEVY, 1974, a, b); e tambem urn sinal freqiiente de senescencia precoce.

LOZANO (1977), definiu como cor urn atributo da luz que faz corresponder a cada

distribuiviio espectral uma sensaviio, que esta condicionada a intensidade e a duraviio do

estimulo, estado de adaptaviio do observador, area da retina afetada e contraste luminoso e

cromatico com que se percebe. Quando urn observador ve uma cor, pode discriminar sua

claridade, seu tom e sua saturaviio. 0 tom e urn atributo que adiciona a cor uma acuidade que

se define como amarelo, verde, azul, vermelho ou qualquer combinaviio destas; ja a saturaviio

e urn atributo que firma o tom, descreve a cor por sua semelhan<;:a com uma cor espectral pura

e, quanto mais parecido a esta, tanto mais saturado. 0 observador nao pode, em compensa<;:ao,

decidir sobre a composiviio espectral do estimulo, o qual e diferenciado de acordo com a

igualdade ou diferens:a de sensayoes. Alem disso, existem dois aspectos importantes a respeito

das tomadas de medidas de cor e evolu<;:oes visuais: o que se refere ao controle e classifica<;:iio

dos produtos e sua exposio;ao ao publico.

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3. MATERIAL E METODOS

3.1 MATERIAL

3 .1.1. Caracterizaviio do material

0 material utilizado foi proveniente do municipio de Atibaia, localizado na regiao de

Campinas, Estado de Sao Paulo, onde foi executado o experimento.

A regiao e predominantemente de clima temperado, situada a 805m de altitude, latitude

23°07'S e longitude 46°34'W.

Foram utilizadas rosas do cultivar 'Vegas' (cor vermelha), produzidas em estufas (que

atingem temperaturas no verao em torno de 38 +/- 2°C de dia, 16 +/- 2°C a noite e no inverno

14 +/- 2°C de dia e 6 +/- 1°C a noite) e irrigadas por aspersao. Esse cultivar foi escolhido por

apresentar grande potencial de mercado, por suas caracteristicas de qualidade e born preyo.

Foram utilizadas rosas com hastes de 60cm (padrao para hastes longas) e, para manter

a uniformidade, as bases foram cortadas com guilhotina, exatamente na medida estabelecida.

As folhas da parte basal da haste foram retiradas nos seus 20 em finais, evitando, assim, que

houvesse fermenta91io quando em contato com a agua.

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3 .1.2. Aparatos para curva de resfriamento

Para obtenvao do calculo do calor especifico adaptou-se urn equipamento desenvolvido

para realizavao de pn\-resfriamento, construido de chapas galvanizadas, com encaixe na saida

paraseraeopladoat~mventilador, acionadopor MetorWeg, modelo63,de 2540 rpme 0,26

CV, t~tilizado como urn succionador de ar. 0 equipamento ficou posicionado dentro da ciimara

fria, em frente ao evaporador.

Neste ensaio as rosas foram cortadas separando a haste do botao floral (total de 300

flores ), para que fosse determinado o calor especifico de forma homogenea entre as partes que

compoe a flor.

As flores, primeiramente so os botoes e depois somente as hastes, eram colocadas em

uma caixa de dimensao 25x25xl5 em, fechada com tela de avo, facilitando a passagem do ar

de maneira uniforme por todo produto, que ocupava todo espayo da caixa. Esta tambem foi

adaptada para encaixar se na entrada do equipamento de pn\-resfriamento (figura 2). Na

tomada das medivoes de temperatura, acionava-se o ventilador e iniciava-se o procedimento

de leitura.

Figura 2: Equipamento utilizado para determinar a curva de resfriamento.

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Para medida da temperatura do material dentro do sistema, foram utilizados termopares

de cobre-constantan, AWG 24, com isolamento de fibra de vidro e amianto, instalados em

cinco pontos, distribuidos da seguinte forma:

T 1 -? termopar numero 1, entrada da caixa

T2 -? termopar numero 2, meio da caixa

T3 -? termopar numero 3, saida da caixa

T4-? termopar numero 4, dentro do botao

T5 -? termopar numero 5, saida do ventilador.

Os valores das temperaturas em cada ponto foram obtidos por leitura do medidor de

temperatura digital Cole Parmer, 12 canais, modelo 8534-25.

Com movimento dear moderado na dimara fria, foi medida a velocidade do ar (rnls),

em diferentes pontos dentro da ciimara e do equipamento, utilizando o anemometro Air Flow

LCA6000.

3.2 METODOS

3.2.1. Epocas de amostragem

0 ensaio foi realizado nos meses de abril a junho (incluem meses de pi co de produyao)

e as rosas foram colhidas manualmente, pela manha, cortando-se a base das hastes com

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tesoura de poda. A colheita nos periodos frescos do dia visa a manter os tecidos vegetais das

rosas bern turgidos, oferecendo maior resistencia ao estresse sofrido durante a colheita.

3.2.2 Ponto de colheita

As rosas tiveram o ponto de colheita determinado pelo deslocamento das sepalas e

inicio da abertura das petalas. 0 cultivar 'Vegas' foi colhido somente ap6s suas sepalas

estarem bern separadas do botlio e as petalas come<;:ando a se soltar (OLIVEIRA, 1995).

0 ponto de colheita esta discriminado de acordo com a figura 3. Para o cultivar em

estudo foi adotado como ponto de corte adequado o ponto 2.

ponto 1

ponto 4

Ponto 1 - Sepalas aderidas as petalas e todas as petalas

fechadas.

Ponto 2 - Sepalas separadas do botao floral e inicio da

separac;:ao das pontas das petalas.

Ponto 3 - De 1 a 2 sepalas bern separadas do botao

floral.

Ponto 4 - Sepalas abertas, formando urn angulo de 90°

com as petalas abertas.

Figura 3 Estadios de desenvolvimento do botao floral

de rosas (Zieslin et al., !989).

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3.2.3. Processo de reidratayao

0 processo de reidratayao das rosas consistiu em coloca-las, logo que cortadas, em

uma caixa d' agua com capacidade de 200 litros, a qual foi posta sob abrigo com cobertura de

sombrite60 % , construido dentro das estufas, no final das linhas de plantio, conforme mostra

a figura 4, protegendo o material colhido do efeito direto do sol, evitando a perda excessiva de

agua pela transpirayaO.

Figura 4 - Recipiente com agua utilizado para reidratar as flores logo que colhidas.

Ap6s retirado do recipiente, o material colhido foi transportado em baldes com agua

ate o galpao de selevao e classifica.;ao (vide figura 5). Depois de selecionado e classificado

pelos padroes de mercado (curto periodo em que ficava fora da agua), foi embalado em

plastico micro-perfurado ou papelao ondulado face simples e estocado em camara fria por tres

dias, com temperatura e umidade relativa do ar controladas, sac e 80%, respectivamente.

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Figura 5 Rosas em agua para serem transportadas ate o galpao de seleviio

Para comparayao dos resultados, foi mantida uma amostra realizando o procedimento

habitual de muitos produtores, que e o de nao se preocuparem com a reidratayao durante a

primeira etapa do manuseio p6s-colheita, ou seja, o material colhido foi depositado sabre

cobertura plastica no chao ate que todas as linhas da estufa tivessem sido colhidas e, s6 entao,

transportado para o galpao de seleviio e classificaviio (figuras 6 e 7). Ate a embalagem, esse

material ainda passa por urn periodo fora da agua, mantendo seu calor de campo por todo o

tempo das operayoes. Embalado, o material foi deixado em agua para que recuperasse a

turgidez, baixando, consequentemente, o calor de campo, e entao estacada em ciimara fria por

tres dias, com temperatura e umidade relativa do ar controladas, 5°C e 80%, respectivamente.

Foi observado o efeito do armazenamento seco e umido (armazenar o material em

recipientes com agua, com ou sem o uso de soluviio conservante Chrysal RVS- 2ml/l agua) e

o uso de embalagens de polietileno (plastico transparente microperfurado) e papelao ondulado

de face simples.

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As embalagens foram avaliadas, quanto a abson;iio de agua, pelo Centro de Tecnologia

de Embalagem (CETEA) do Instituto de Tecnologia de alimentos em Campinas/SP.

As amostras de papelao ondulado de face simples submetidas aos ensaios de

determinayiio da absor9iio de agua, seguiram de acordo a norma NBR 7153, "Determinayiio da

absorviio de agua", Teste de Cobb - ABNT, 1981. Os resultados foram:

ENSAIO ABSOR(:AO DE AGUA (g!m')

M CV(%) IV

Cobb extemo 37,4 3,2 35,5-38,7

Cobb papel ondulado (papel miolo) 31,0 4,3 29,3 - 32,8

-Quadro 1. Resultados dos ensa10s reahzados para papelao ondulado face s1mples

M = Media de I 0 corpos de prova

CV% = Coeficiente de varia9iio

IV = Intervalo de varia9iio dos dados obtidos nos ensaios

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Figura 6. Flores depositadas no chao sobre plastico ate que toda estufa seja colhida.

Figura 7. Forma convencional como o material e transportado ate o galpao de sele9ao .

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Os tratamentos utilizados nos procedimentos reidratado e nao reidratados realizados

em cultivar 'Vegas', nos periodos de colheita de abril a maio de 1997, estao abaixo

relacionados:

Rl-+ Processo de reidrata<;ao, armazenamento umido com uso de solu<;ao conservante,

utilizando embalagem phistica<

R2-+ Processo de reidrata<;ao, armazenamento umido sem uso de solucao conservante,

utilizando embalagem phistica<

R3-+ Processo de reidratacao, armazenamento a seco, utilizando embalagem plastica<

R4-+ Processo de reidratayao, armazenamento umido com uso de solu<;ao conservante,

utilizando embalagem de papelao<

RS-+ Processo de reidrata<;ao, armazenamento umido sem uso de solucao conservante,

utilizando embalagem de papelao<

R6-+ Processo de reidratacao, armazenamento a seco, utilizando embalagem de papelao<

Nl-+ Procedimento nao reidratado, armazenamento umido com uso de solu<;ao conservante,

utilizando embalagem plastica<

N2-+ Procedimento nao reidratado, armazenamento umido sem uso de solucao conservante,

utilizando embalagem plastica<

N3-+ Procedimento nao reidratado, armazenamento a seco, utilizando embalagem plastica<

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N4---+ Procedimento nao reidratado, armazenamento umido com uso de soluc;ao conservante,

utilizando embalagem de papelao.

N 5---+ Procedimento nao reidratado, armazenamento umido sem uso de soluc;ao conservante,

utilizando embalagem de papelao.

N6---+ Procedimento nao reidratado, armazenamento a seco, utilizando embalagem de papelao.

As figuras 8 e 9 ilustram a maneira como as rosas foram armazenadas de acordo com

os respectivos tratamentos dentro da cfunara fria.

Figura 8. Armazenamento umido de rosas em camara fria a 5° C

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Figura 9. Armazenadas a seco de rosas em camara fria a 5° C

3 .2.4. - Criterios de Avaliavi[o

Para avaliaviio da qualidade p6s-colheita das rosas, foram adotados criterios subjetivos,

analisados diariamente por uma imica pessoa, mantida, desta forma, a confiabilidade dos

resultados, quanto ao seu valor ornamental, sendo os seguintes parametros adotados:

queda de pescovo: termo usualmente utilizado para definir a diminuic;;iio da rigidez do

pedunculo (regiiio localizada entre o botiio e a haste floral), em decorrencia da perda de agua e

da lignificaviio insuficiente do mesmo. Tal parametro foi utilizado como dado de durabilidade

das flores, adotado como criterio o descarte daquelas que apresentavam essa caracteristica. A

durabilidade foi definida pelo numero de dias de estocagem somado a vida de vaso.

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desidrata<;ilo das petalas: este parametro visou avaliar a turgescencia, frescor das flares, pelo

tato, com sensa<;ilo de aspereza quando hidratadas e de maciez quando desidratadas.

desidrata<;ilo das hastes: tambem visou avaliar a turgescencia, sendo que as hastes, quando

desidratadas, apresentavam estrias ao Iongo de seu comprimento.

abertura de botOes: avaliado com o objetivo de quantificar o numero de botoes abertos ao

Iongo dos dias.

Ap6s retirado da camara fria, o material foi transportado em veiculo nao refrigerado,

do local do experimento em Atibaia, SP, em baldes com agua e pela manh1i, no intuito de

minimizar os efeitos da temperatura sobre o mesmo durante o processo de transporte, para o

laborat6rio de analise de produtos pereciveis do Departamento. de Pre-Processamento de

Produtos Agropecuarios da FEAGRIIUNICAMP.

0 ambiente do laborat6rio foi mantido em condi<;oes de temperatura e umidade relativa

do ar de 24°C e 63%, respectivamente, e ilumina<;ilo ininterrupta com lampada fluorescente,

com o objetivo de que o fator luz n1io influenciasse na avaliayao dos pariimetros adotados. A

Figura I 0 mostra a disposi<;ao do material para avalia<;1io dentro do laborat6rio.

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Figura 10- Disposi9iio das flores no laborat6rio para avalia9iio.

3.2.5 - Curva de resfriamento

As rosas, a uma temperatura inicial uniforme T; foram continuamente resfriadas por ar

mantido it temperatura To (5°C); ressalta-se que tal resfriamento niio se deu de maneira

uniforme, uma vez que, em fun9iio da resistencia interna it transferencia de calor, a

temperatura das camadas internas diminuiu mais lentamente do que aquela das regioes

pr6ximas it superficie.

Foram determinadas as curvas de resfriamento para botOes e hastes das rosas,

separadamente. De tais curvas obtiveram-se as areas correspondentes its temperaturas mais

altas lidas para os botoes e hastes e a temperatura do ar na dimara, conforme a Tabela 2.

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Tabela 2- Integravao das curvas de resfriamento.

Integrais das curvas (°C*min.) Botoes 196,75 Hastes 52,00

Ar para botoes 94,25 Ar para hastes 21,00

Foi determinado o calor total transferido pelo ar tanto no caso da haste como para botao (ASHRAE, 1967).

[Bha.te = Ma, *Cpa, * Aa,[ .. .................. kcal

[Bbatao = M 0 , * Cp"' * A"'[ .................... kcal

onde:

B = Calor transferido (kcal) Mar= Vazao massica do ar (kg/s) Cp., = Calor especifico do ar a pressao constante (760mmhg): 0,24 kcaVkg °C Aar = Integral(ao da curva de resfriamento do ar (°C*min.)

Com os val ores de Bha&e e Bbotao obteve-se o fluxo de calor ( q) sendo:

q""'" = ~ .................... (kcallmin), onde T= tempo (min).

qbotao = Bb;o .................... (kcaVmin), onde T= tempo (min).

Os val ores obtidos de B (haste e botao) foram utilizados na equaviio de transferencia de

calor, determinando-se finalmente o Calor Especifico (Cp) da haste e do botao, pela formula

de Siebels.

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(cp = M~ A IH HHHHH H H(kcalfkg0C)

On de:

Cp = Calor especifico do botao ou da haste (kcal/kg0 C).

B = Calor transferido para o resfriamento do botao ou da haste (kcal).

M = Massa do botao ou da haste (kg).

A= Area obtida a partir da curva de resfriamento do botao ou da haste (°C*min.).

0 ensaio avaliou a distribuivao da velocidade do ar e as temperaturas atingidas durante

a permanencia das hastes e botoes no equipamento, pariimetros que podem acelerar ou retardar

o resfriamento do produto e controlar sua qualidade.

3.2.6 Aruilise estatistica

Os resultados obtidos experimentalmente foram avaliados estatisticamente segundo urn

Delineamento Inteiramente ao Acaso, comparando-se os diferentes tratamentos descritos

anteriormente. A comparavao das medias foi realizada atraves do teste de Tukey em nivel de

5% de significancia.

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4. RESULTADOS E DISCUSSAO

Os criterios escolhidos para avaliaviio dos tratamentos vtsaram determinar a

durabilidade e fatores de qualidade das flores atraves das medias dos resultados, considerando­

se 20% como o limite para a perda de flores de corte desde a colheita ate a comercializaviio,

percentual este estimado atraves de estudos realizados por STABY, eta/. (1976).

4.1 Queda de pescoyo

As medias dos resultados nas cinco avaliaviies indicaram que o material submetido ao

tratamento Nl (nao reidratado, arrnazenamento umido com uso de soluviio conservante,

embalagem phistica) apresentou maior durabilidade, atingindo o limite de 20% de flores com

queda de pescoyo no decimo dia ap6s a colheita, ou no setimo dia de vida de vaso (figura.ll ).

Ja para as flores expostas aos tratamentos R3 (.reidratado, arrnazenamento a seco, embalagem

plastica), R6 (reidratado, arrnazenamento a seco, embalagem de papelao) e N6 (nao reidratado,

arrnazenamento a seco, embalagem de papelao ), as medias daquelas descartadas por queda de

pescoyo atingiram o percentual considerado no oitavo dia ap6s a colheita, ou no quinto dia

apos terem sido retiradas da Camara fria. As medias observadas para OS demais tratamentos

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apresentaram comportamentos semelhantes, isto e, 20% das rosas perderam o valor

ornamental ao nono dia ap6s a colheita, ou no sexto dia de vida de vaso .

. A justificativa para que os melhores resultados tenham sido observados para as flo res

submetidas ao tratamento nao reidratado (no caso Nl) pode ser a mesma descrita por

CRAFTS, 1968, ou seja, as rosas provavelmente foram colhidas em condi<;oes de estresse,

provocando uma tensao no sistema vascular, o que favoreceu a entrada de bolhas de ar na

extremidade das hastes, impedindo o fluxo continuo de agua nos vasos lenhosos, tornando

dessa maneira ineficaz o processo de reidrata<;iio das flores. Comparando-se os resultados do

tratamento N1 e N4 que diferiram apenas no tipo de embalagem, verificou-se que as

embalagens plasticas foram mais eficazes que aquelas de papelao. Uma das possiveis causas

da vantagem da embalagem plastica e que o filme micro-perfurado deve ter permitido maior

rapidez na troca de gases, aliviando o acumulo de gases indesejaveis, tal como o etileno,

removendo o calor gerado pela respira<;ao e permitindo melhor oxigena<;iio.

Contrariamente ao observado por LUTZ e HANDERBURG (1968) e NOWAK e

RUDlNlCK (1979), que afirmaram que metodos de armazenamento a seco, em embalagem de

papel ou de plastico sao recomendaveis para periodos rnais longos, os resultados obtidos para

o material armazenado sob tais condi<;oes atingiram o limite antes dos demais, sendo

descartados no oitavo dia (R3, R6 e N6) eo tratamento N3 (nao reidratado, armazenamento a

seco, embalagem plastica), descartado no nono dia ap6s a colheita. Porem HARDENBURG et

al. (1990), afirmam que as flores cortadas e vendidas ou manuseadas, por periodos curtos,

podem ser reidratadas facilmente, desde que sejam colocadas imediatamente ap6s o transporte

em recipientes com agua.

Com rela<;iio aos demais tratamentos R4 (reidratado, armazenamento umido com uso

de solw;ao conservante, embalagem de papelao), RS (reidratado, armazenamento umido sem

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usa de soluviio conservante, embalagem de papeliio ), N4 (niio reidratado, armazenamento

umido com usa de soluviio conservante, embalagem de papeliio) e NS (.niio reidratado,

armazenamento ilmido sem usa de soluviio conservante, embalagem de papeliio ), observaram-

se resultados semelhantes, com o limite de descarte no nona dia ap6s a colheita,

independentemente de reidratados ou niio, com ou sem uso de soluviio conservante, sendo que

todos apresentaram como caracteristica comum a embalagem de papeliio.

Durabilidade critllrio: queda de pesCOlfO

R3 R6

Tratamentos

Figural!. Limite de 20% das flares com queda de pescovo

4.2 Desidrataviio das petalas

F::::~~~

N6

I I

Para este criteria observou-se que o tratamento Nl apresentou o limite de 20% de

petalas desidratadas no nono dia de durabilidade, ou seja, no sexto dia de vida de vaso, a

melhor media dentre todos OS tratamentos (figura 12). Ressalta-se o usa de soluviio

conservante que e para as flares o suprimento de carboidratos utilizados na respiraviio e para

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rosas, o avlicar segue o mesmo padrao de translocavao dos carboidratos, das folhas para as

petalas (HALEVY e MAY AK, 1979).

Ja o tratamento N6 mostrou atraves das medias dos resultados, sinais de desidrata9ao a

partir do setimo dia ap6s a colheita, o que pode ser justificado pelas condi96es de

armazenarnento que o caracterizam. Segundo NOWAK e RUDINICK (1990) flores de corte

quando armazenadas a seco perdem agua rapidamente, em decorrencia da transpira9ao; alem

de que algumas flores sao melhores estocadas por longos periodos em agua ou em soluv5es

conservantes do que sob condi96es a seco (HALEVY e MAY AK, 1979).

Os demais tratamentos apresentaram comportamento semelhante, atingindo o limite de

20% de desidrata9ao das petalas no oitavo dia ap6s a colheita (quinto dia de vida de vaso).

Durabilidade crit~rio: desidratac;lio de p~talas

7.

N6

Tratamentos

Figura 12. Limite de 20% das flores com desidratavao das petalas.

4.3 Desidratavao das hastes

Pode-se observar na figura 13, que a maioria dos tratamentos tiveram o mesmo

comportamento para as medias dos resultados, apresentando sinais de desidrata9ao das hastes

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no nona dia ap6s a colheita exceto os tratamentos R3, R6, e N6, que apontaram o surgimento

de estrias a partir do oitavo dia de durabilidade.

E importante ressaltar que a desidrata9iio das hastes esta intimamente ligada a

queda de pesco90, pais ambos estao vinculados it mesma estrutura fazendo parte do processo

de perda de rigidez do pedimculo, dai o fato das curvas das medias dos resultados observados

para esses criterios terem comportamento semelhante. Nao obstante, a observancia desses

sinais nao seja condi9iio sine qua non para a ocorrencia da desidrata9iio de petalas e vice-

versa, apesar de todos serem predicativos da senescencia de flares e da conseqiiente perda de

qualidade e valor ornamentaL

Durabilidade criterio: desidrata~o de hastes

10

9 1 N2 N3 N4 ·-.,

8 R3 R6

7

Tratamentos

Figura 13. Limite de 20% das flo res com desidrata9iio das hastes.

f=+- Medi-a d~;;-J' :_, _ avalia96e!;

N6

Os criterios discutidos acima levaram a determina9iio da durabilidade de flores de

corte. Da analise geral dos resultados para os criterios acima avaliados foi possivel observar

que a durabilidade maxima esta em toroo de oito a nove dias ap6s a colheita (cinco a seis dias

de vida de vaso). Esse periodo e de extrema importancia se levarmos em conta todos os

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processos a que as flores de corte sao submetidas ate chegarem ao consumidor final. A

avaliaviio de durabilidade tambem e importante para as exportavoes, mercado bastante

atrativo; ou quando os mercados consumidores estao distantes das zonas de produviio, como e

o caso do nordeste ou da regiao sui do Pais, areas onde o consumo vern crescendo.

0 tratamento p6s-colheita que apresentou melhor efeito para maior durabilidade das

flores (com limite de 20% de perdas), mantendo-as por mais tempo com born valor ornamental

foi o procedimento de nao reidratar as flores na estufa, logo ap6s serem cortadas e ainda

armazemi-las em ilgua com soluviio conservante, devidamente embaladas em plitstico.

4.4 Abertura de botoes

Outro criterio de durabilidade e fator de qualidade de flores avaliado foi a

abertura de botoes.

Os resultados analisados estatisticamente mostraram que para todos os tratamentos,

nao houve diferenva significativa ao nivel de 5% de probabilidade e os valores medios de

abertura dos botoes foram abaixo de 50%, ou seja, a grande parte das flores acabaram sendo

descartadas antes de abrir, frustrando dessa maneira a expectativa de quem as compra.

4. 5 Resultados estatisticos

Os resultados analisados estatisticamente pelo teste de Tukey mostraram que

nao houve diferenvas significativas entre os tratamentos, em nivel de 5% de probabilidade,

para todos os criterios avaliados. Isso pode ser justificado pelas condivoes a que foram

submetidas as flores, isto e, embora tenha havido a preocupayao em manter da forma mais

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homogenea passive! os procedimentos p6s-colheita, devemos sempre considerar a

heterogeneidade natural dos produtos biol6gicos, assim como o proprio sistema de produviio

(irrigaviio, diversidade de defensivo agricola utilizado, temperatura e umidade relativa dentro

da estufa, dentre outros) o que nao pretendeu ser monitorado, uma vez que a proposta do

presente trabalho foi avaliar a manutenviio da qualidade de rosas, em confronto a diferentes

tratos p6s-colheita.

Nesses termos procedeu-se a analise estatistica considerando para os 12 tratamentos e 5

repetiv5es as variaveis: queda de pescoyo, desidratayiio de petalas, desidrataviio de hastes e

abertura de bot5es.

Para a variavel queda de pescovo o melhor valor medio foi referente ao tratamento N4,

obtendo-se 5,6% de descarte das flores na totalidade dos dias avaliados e o tratamento que

revelou pior resultado foi o N6 com valor medio de 23,5%.

Quanto a desidratayii.o das petalas o resultado dos valores medios foi melhor para R4

com 9,6% e pior para N6 com 29,2%. 0 mesmo foi verificado para desidrataviio das hastes, ou

seja, o tratamento R4 apresentou os melhores valores de media e N6 os piores resultados,

sendo 10,1% e 23,9% respectivamente.

Os diferentes tratamentos observados pela analises estatisticas diferiram para os

criterios adotados na avaliaviio onde analisou-se a faixa de limite de 20%. Isso deveu-se

ao futo de que estatisticamente utilizou-se os resultados medios globais, em funviio do

total de dias que cada tratamento durou em todos os criterios avaliados.

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4. 6 Curva de resfriamento

Os calculos de calor especifico em funyao do tempo de resfriamento do produto

foram feitos para cargas de 6,03 kg de bot6es e 4,24 kg de hastes com velocidade do ar de

0,2m/s.

Nas figuras 14 e 15 estao travadas curvas que descrevem o comportamento da

temperatura do produto e do ambiente como uma funvao do tempo de resfriamento. Tais

temperaturas foram tomadas a partir das leituras dos termopares.

A taxa de troca de calor entre o produto e o ar em cada camada varia com o tempo,

dirninuindo a medida que as temperaturas do produto e do ar se aproximam do equilibrio e

tende a aumentar porque a temperatura do ar que entra nas camadas superiores vai

diminuindo.

Os resultados encontrados para obtenyao dos valores de calor especifico estao

descritos na tabela 3.

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Tabela 3. Pariimetros calculados para a obtenyiio dos valores de calor especificos

Boroes Hastes

Vaziio,. (m3/s) 0,0017 0,0016

Vaziio .truissica (kgls) 0,0019 0,0019

B (kciil) 2,6768 0,:')884

q (kcaukrillD) 0,0534 0,0235

Cp (kca1tkg"q (), 107~ O,tl607 I ~

I

Os valores de Cp encontrados para botoes e hastes das rosas estiio, comparativamente a

outros produtos vegetais, abaixo dos val ores esperados (ex: couve-flor, escarola, alface

~lkcallkg0C), STANDARDS, 1990. 0 provavel fator que contribuiu para este baixo valor foi

o metodo aplicado, onde as mediyoes foram indiretas somando ao efeito da presenva do ar.

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e .. ...

0

Tomadas de temperaturas para resfriamento em hastes

-+-TI -ii!-T2

T3

5 10 15 20 25

tempo

Figura 14. Curvas de resfriamento a partir das tomadas de temperaturas para hastes.

20

19

18

17

16

15

() 14

""':'" 13 ~

12 E • 11

... 10

9

8

7

6

5

Tomadas de temperatura para resfriamento em botoes de rosa cv 'Vegas'

5 10 15 20 25

Tempo (seg.)

30 35 40 45 50

Figura 15. Curvas de resfriamentos a partir das tomadas de temperaturas para bot5es

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5. CONCLUSOES

~ Os tratamentos reidratados ou n1io, que mantiveram as flores armazenadas a seco,

apresentaram os piores resultados quanto a durabilidade e manuten<;:1io da qualidade do

material, comprometendo seriamente seu valor ornamentaL

~ A desidrata<;:1io das hastes esta diretamente relacionada ao descarte das flores, causando a

falta de rigidez do pedunculo, fen6meno conhecido como "queda de pesco<;:o".

~ Os criterios de avalia<;:1io desidrata<;:1io das petalas e abertura de botoes, embora

comprometam o valor ornamental, n1io sao urn indicative imediato para o descarte das

flores.

~ Os val ores de calor especifico (Cp) encontrados em rosas, apresentaram val ores de 0.1079

kcal/kg°C para o bot1io e 0.0667 kcal/kg°C para a haste, o que comparativamente a outros

produtos vegetais esta abaixo dos valores esperados.

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APENDICE

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Percentuais coletados de queda de pesco!fo

Primeira avaliac;ao

Durabilidade ( queda de pescoc;o)

: ·~q: ~I 100

~ t !--R6 0. 20 t 0~ .... ~~~~~

100

80

0 60

~ 40

20

0 1 2 3 4 56 7 8 91011121314

NUmero de dias

Durabilidade (queda de pescoc;o)

Segunda avaliac;iio

-~~r;~ =7.lf1li;;i!HII!-IIIh

!-li-R2

I R3 ,....-R4 I--R5 --R6

0 .. ~ .. ~~5,-r~~~ 0 1 2 3 4 56 7 8 910111213141516 i

Nlimero de dias _j

20

Ourabilidade (queda de pescoc;o)

Terceira avaliac;:ao

I

o .. ~~e4~~~~~ I 0 1 2 3 4 56 7 8 91011121314151

NUmero de dias

0

Durabilidade (queda de pescoo;o)

1 .. •. N11 i~N2 N3

....-N4j --N5. --N6

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314 ' NUmero de dias __j

Durabilidade (queda de pescoc;o)

j--Nii i --fi-N2i i N31 ....-N4'

I :_~jJ

2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516

NUmero de dias

0 1 2 3 4 56 7 8 9101112131415 NUmero de dias

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100

80

Durabilidade 0 ( queda de pesca<;o) -+ciflrii!HIII-1

Quarta avalia<;:!io

!-

Ourabilidade 100 ~- (queda de pe5CO<;O) ooooooo..,IIH!t-'

80

0 60

" 40 ~~~~~

of-II!-R5j L:::!::of16J

" 60

" 40

" 0

" Q

20

o._~~~~h-~~~

a. 20

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 1314

NUmero de dias-0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

NUmero-de dias

100

80

60

40

20

0

Ourabilidade (Queda de Pescoyo)

r::..-Ril

1

__ R2

R3 --R4

1-11!-RS e R6

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314 NUmero de-cfias

Quinta avalia9!io

Durabilidade (queda de pesca<;o)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314

NUmero-de dias

Percentuais coletados de desidratac;!io de hastes

Durabilidade (desidrata<;ao de hastes)

0 1 2 3 4 56 7 8 91011121314

NUmeros de dias

Primeira avalia<;:!io

Durabilidade (desidral09:!o de hastes)

100r---;~~l~OOOOO~ooo1~ 80 I---R1j

0 60

" 40

'-liii-R2j R3,

~R4i

-11!-R51

....-R6 20

0~--~~H&~~~-r~~

0 1 2 3 4 5 6 7 8 91011121314

NUmero de dias

63

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Durabilidade ( desidrata9<'lo de hastes)

: :[~1: :il~~-: =r- l:::~i!

20j

0 l-r-HlHIHI!-iiiHIH!o~--H 0 1 2 3 4 56 7 8 91011121314

20

NUmero de dias

Durabilidade­(desisratay§o de hastes)

0 HIIHIII<IHHIIHII'lii"IL-~~-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 91011121314

NUmero de dias

Durabllidade (desidratac;ao de hastes)

NUmero de dias

Segunda avalia9llo

100

80

" 0 60

'" 40 (l_

20

Terceira avaliagao

100

80

0 60

" 40 a_

20

Durabilidade (desidrala9<'lo de hastes)

--N1 -ii-N2

N3 ....-N4 -lii-N5 _...N6

NUmero de dias

Durabilidade (desidratay8o de hastes)

0 +-t--fiiHIHHIHIIf'R- -+-+-t-j

L 0 1 2 3 4 5 6 7 8 91011121314

NUmero de dias --~

Quarta avalia9iio

Durabilidade (desidratay8o de hastes)

100 ,-----------------------------~-~

80

0 60

20

0+-t--~HH~~++_,....;

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314

NUmero de dias

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0

Durabilidade (desldrafa\:ao de hastes)

2 3 4 56 7 8 91011121314

NUmero de dlas

Quinta avaliac;iio

100

80

(desidrataqao de hastes) Durabilidade l

--ic-ceo-~N~1 r·-·-·· --~c~~~·•~~---N2

N3 ~N4

-l!E-N5 ". -~ 0 1 2 3 4

Percentuais coletados de desidrata~ao de petalas

100

I Q) ao­I o 60

I: :

Durabilidade ( deslratao;iio de petalas)

--~ 0 R1l·-··--Jti~----, I--R2j I R3i ~R4i -l!E-R5j -+-_1<6_]

0 ~~~~ff-t-+--t-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 91011121314

NUrnero de dias

Durabilidade ( desidrataqao de peta!as)

100

i 80 i$ lo 60 i~ f-+-R1 !" 40 !--R2

I~ ' R3 ~~R4 20j l-l!E-R5

0 1-+-RS

0 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314

NUmero de dias

Primeira avaliac;:ao

100

80

I" ·" 60 I~

lm 40 ill.

20

0

Segunda av aliac;iio

" " " 0.

Durabilidade (desldratao;iio de petalas)

·T=+=N~-------N2

N3 ~N4

-l!E-N51 =-N6_1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1314 NUmero de dias

---

Durabilidade (desldra!a9i!o de petalas)

100 --------~

80 '

l!r 60

R2! 40 R3 1

R4! 20 ~-=-~~j 0

0 1 2 3 4 5 6 7 8 91011121314

NUmero de cfras

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Durabilidade ( desidrata9i!o de petalas)

0 1 2 3 4 5 6 7 8

NUmero de dias

Ourabilidade (desidratay~ de petalas)

Terceira avaliac;:!lo

I~ lm !o..

L Quarta avalial(!lo

~

1: I

0 1 2 3 4 56 7 8 91011121314

100

80

o60

Durabilidade (desidratay~ de petalas)

20

0~~~~~~~~ 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314

NUmero de dias

Quinta avaliac;:!lo

100

80

60

40

20

0

Durabilidade (desidrala9~0 de petaJas)

'=i=N1 f----,-~;;;~~~--~'llt --N2i

N3' --.N4 --N5 _._N6

0 1 2 3 4 56 7 8 91011121314

NUmero de dias

Durabilidade (desidrata9i!o de petalas)

100 --N1

80 1--N2 I N3 60 --.N4

40 !-JE-N5 I--NS

20

0 0 1 2 3 4 5 9 10 11121314 1

NUmero de dias

Durabilidade (desidrala9i!o de petalas)

0 1 2 3 4 56 7 8 91011121314

NUmero de dias

66

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Percentuais coletados de abertura de botoes

Abertura de botOes

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 to tt 12 1314

MlmenTdlnfias

Abertura de botOes

Primeira avaliayao

~

! 0

I ~

I "-

Segunda avaliayao

100

60

40

20

0

Abertura de botOes

--R1j --.R2

R3! ~R4i -li!-R51 --R6[ I

I

I 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141

I

Abertura de bot6es

120 ,------~-----~~-------~---, 100

100

t~: 20

oh~~~~~~~~~~-r-1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14f

NUmero de dias

80

0 60

~ 40 "-

20

i_._N1! j--liii--'N2jl 1 N3

1, II N41 '-li!-N5 , __ N5 L__

0~~~~~~~~~~~ 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314

NUmero de dias

Terceira avaliayao

----------------------------1

~

0

~

"-

Abertura de botOes

100 f

80 __.:f,jjj --§I-N2'

N31 60 -...-N4i

--.-Nsl 40

-+-N61

20

oh~~,--::,:~~~~~-r-1~ 012 3 4 56 7 ~ 910111,21,314

NUmero de dias [

80

~

0 60

" "-40

20

---~~ert_u_ra_de_botii __ es------~

I--R1[ j--liii--'R2 I R3 I-...-R4 1-lii-RS 1-+--RS ~~--~

a 1 2 3 4 5 s 7 8 9 1011121314

NUmero de dias

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"ffi

~ $ e $ 0.

Abertura de bot6es

:-~Ril

!-111--R2i ' ' ! R3: !---R4l t_._Rs! !--R6[

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

NUmero de dias ·--~~~ ~~~~~~

Quarta avalia9ilo

100

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" 80 "E $ e 40 8:

20

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Abertura de bot6es

2 3 4 5 6 7 8 9 101112 13141

NUmero de dias

Quinta avalia9ao

100

80

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40

20

Abertura de bot6es

:~iii: ;-11!--R2! ' R3! l---R4l !_.,..R5[ '--R6!

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 13

NUmero de dias

"ffi

" "E ~ $ 0.

Abertura de botOes

100 ------·-·-·

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N3' 60 ;-*-N4i 40

'--li!-N5! !-+-N6!

20

0 1 2 3 4 56 7 8 91011121314

NUmero de dias

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6. LITERA TURA CIT ADA

ALMEIDA, F.R.F., AKl, A Y. Grande Crescimento no mercado das flores. Rev.

Agroanalysis, 1995. p 8-11.

ASHRAE, American Society of Heat, Refrigerating and Air conditioning Engineers,

Application Volume, 1967.

BIRAN, l.;ENOUCH, HL;ZIESLIN, N. e HALEVY, A. H. The influence of light intensity,

temperature and carbon dioxide concentration on anthocyanin content and blueing of

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