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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CAMPUS JUSSARA LICENCIATURA EM MATEMÁTICA SELMA MARTINS DE MELO PROFESSORES E A AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO EM MATEMÁTICA: CONCEPÇÕES, PRÁTICAS E REFLEXÕES JUSSARA-GO OUTUBRO/2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CAMPUS JUSSARA

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

SELMA MARTINS DE MELO

PROFESSORES E A AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO EM MATEMÁTICA:

CONCEPÇÕES, PRÁTICAS E REFLEXÕES

JUSSARA-GO

OUTUBRO/2015

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SELMA MARTINS DE MELO

PROFESSORES E A AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO EM MATEMÁTICA:

CONCEPÇÕES, PRÁTICAS E REFLEXÕES

Monografia apresentada ao Departamento de Matemática, da Universidade Estadual de Goiás-UEG,

campus de Jussara-GO; em cumprimento as exigências para conclusão do curso de licenciatura em Matemática,

sob orientação da professora Me. Cleonice Maria Cruz

de Oliveira.

JUSSARA – GO

OUTUBRO/2015

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Dedico este trabalho a Jeová Deus meu criador e autor da minha fé, presente em todos

os momentos, sustento nas dificuldades e força para romper barreiras. A minha família e amigos

que me apoiam e se alegram com meus êxitos. E em especial aos meus filhos que são a maior

dadiva de Jeová Deus em minha vida. A minha saudosa mãe, que mesmo, já não estando aqui

entre nós, é o pilar que dá suporte em tudo o que faço, pelos princípios e ética que me ensinou,

pelo amor eterno que ficou plantado em meu coração.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus Jeová por me capacitar e dar a oportunidade de

progredir, colocando em minha vida pessoas especiais, fundamentais para que eu pudesse

concluir este trabalho.

Agradeço profundamente a minha saudosa mãe, exemplo de fé e coragem. Em tudo, sou

grata ao seu infinito amor, dedicação e cuidado. A meus filhos por compreender a ausência nos

diversos momentos, que estive me dedicando a esta tarefa. A minha família e amigos que me

ajudaram e apoiaram, sem eles seria impossível percorrer esta jornada. Aos meus professores

que se doaram, empenhados na transmissão do conhecimento, em busca de me capacitar como

docente. A minha orientadora que com paciência me incentivou e ajudou a concluir este

trabalho de conclusão de curso.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 05

CAPÍTULO 1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: TRAJETORIAS, CONCEPÇÕES,

ASPECTOS LEGAIS, PROCESSOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 08

1.1 Concepções Educacionais em Avalição 10

1.2 Analise da Legislação Educacional com foco na Avaliação Escolar 14

1.3 Tipos de Avaliação 21

1.4 Instrumentos de Avaliação 26

CAPÍTULO 2 PROCESSO AVALIATIVO NAS AULAS DE MATEMÁTICA:

REFLEXÕES DOCENTE 31

2.1 Considerando os Documentos que Regem o Funcionamento da Escola Campo 31

2.2 Apresentando os Dados da Pesquisa 38

2.2.1 Visão do Professores Sobre o Ensino da Matemática 40

2.2.2 Avaliando o Aluno: Recursos, Estratégias e Conceitos 45

2.4 Refletindo Sobre o Trabalho do Professor no Processo Avaliativo 50

CONSIDERAÇÕES FINAIS 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55

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INTRODUÇÃO

A educação no Brasil passou, ao longo dos anos por uma variedade de políticas públicas,

propostas pedagógicas e metodológica no processo de ensino-aprendizagem. É preciso

conhecer um pouco sobre a educação escolar para entender as principais concepções em que os

processos de ensino estão orientados. A escola prepara as pessoas para atuar no meio social,

essa tarefa tem se tornando cada vez mais complexa. Luckesi (2002) diz que para acontecer a

assimilação ativa dos conteúdos socioculturais, dentro da escola, por meio do processo de

ensino aprendizado intencional, pois, se o aluno vai à escola buscar a aprendizagem intencional,

o professor ao trabalhar na escola precisa oferecer ao educando condições efetivas para

aquisição de conhecimento. Sendo função do professor, criar as condições apropriadas para

esse aprendizado ocorra, esta função depende da postura e concepção que o professor tem diante

das práticas empregadas ao avaliar o processo de ensino aprendizado. A avalição assume

grande importância no cenário educativo. Vista por muitos como ameaçadora e excludente,

aspecto combatido por Cipriano C. Luckesi (2002), que defende o ato de avaliar a aprendizagem

como um ato amoroso que acolhe a situação, na sua verdade, ao incluir a si mesmo e assim

incluir ao outro, e que o julgamento das ações e para dar curso a vida e não como forma de

exclusão.

No caminho da formação docente é necessário compreender melhor como se portar

perante o ato de avaliar, criar estratégias reflexivas que possam servir de base na atuação

prática. Assim este trabalho busca analisar a prática de avaliação dos professores de matemática

no Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos em Jussara-GO. Identificar os instrumentos

e processos avaliativos utilizados pelos professores de matemática do Colégio Jandira Ponciano

dos Passos, conhecer a base legal do processo de avaliação da escola objeto de pesquisa,

reconhecer as concepções explícitas e implícitas nessas práticas e investigar as situações que

envolvem o processo avaliativo e se tornam relevantes ao oferecer reflexões sobre o processo

de ensino-aprendizagem na formação de professores. Com objetivo de compreender como as

concepções se manifestam enquanto os professores então avaliando e se os educadores são

influenciados pelas concepções conscientes ou inconscientemente.

As diversas concepções filosóficas se manifestam em toda forma de cultura

desenvolvida pelo ser humano, a educação intencional se baseia na transmissão e produção

proposital de conhecimento, assim se há um objetivo especifico na transmissão e aquisição

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destes saberes existe uma ou mais concepção filosófica guiando esta atividade educativa que

também irá nortear os processos avaliativos. Partindo da hipótese de que a concepção

tradicionalista com o predomínio da aplicação de provas e testes, como forma de medida do

conhecimento, nas práticas avaliativas dos professores de matemática na escola campo de

pesquisa. Mas com influencias das concepções de rompimento com as práticas tradicionais ao

procurar recuperar e socializar os alunos, com trabalho em grupo e atividades que levem a

reflexão sobre aquisição do saber matemático. Esta investigação pretende trazer um rumo a

seguir para o aluno formando em licenciatura em matemática que, como futuro professor, terá

que lidar com as dificuldades na hora de avaliar o aprendizado dos alunos.

Para entender o que são concepções e o que é avaliar e então analisar como estes

aspectos se interagem no processo avaliativo, faz se necessário saber o que é concepção. No

dicionário Ferreira (2009) define que concepção é “[...] O ato de conceber ou criar mentalmente,

de formar ideias, especialmente abstrações: a concepção de um princípio filosófico, de uma

teoria matemática. Maneira de conceber ou formar uma ideia original, um projeto, um plano,

para posterior realização [...]”. Nota-se que concepção remete aos princípios que guiam os

pensamentos para formulação de estratégias, é o que direciona as ações a serem desenvolvidos

na prática do saber. Segundo Pontes (1992) as concepções têm sua natureza cognitiva,

indispensável por determinar a importância que cada coisa assume para nós, mas atua, por outro

lado, como bloqueador das novidades que limita a compreensão e impede diferentes atuações.

É num contexto individual e social que as concepções se formam, as concepções sobre

matemática são frutos das experiências vivenciadas por cada indivíduo que foram

habitualmente transformadas em condutas sociais dominantes.

Hoffmann (2013) destaca que as finalidades das práticas avaliativas estão

profundamente interligadas ao conceito que o docente tem de avaliação e a prática que utiliza

no cotidiano escolar, bem como aos fins do processo de ensino aprendizagem. Cury (2001), diz

que as concepções do professor de matemática a cerca desta ciência é que determina sua prática

docente, mas sua prática docente é determinada por elas e as experiências de vida e a relação

do professor com o mundo também interfere nas concepções que serão dominantes em cada

época, no caso da matemática a principal tem sido a absolutista.

Para Libâneo (1994), a avaliação exerce a função de controle por meio da frequente

verificação e qualificação de resultados dos objetivos programados pelos projetos políticos

pedagógicos da educação escolar. É também instrumento de adequação social por classificar,

por meio dos resultados, adequando aos alunos segundo o que é exigido pelo meio social em

que se encontram. Por meio da avaliação, se faz o diagnóstico ou acompanhamento dos

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progressos, das dificuldades dos estudantes e também da atuação do professor sendo importante

a sua função no cotidiano escolar. Também para Luckesi (2002) a avaliação é trabalho

necessário no desempenho das funções do professor, é um ato de estimação de valor qualitativo

de dados proeminentes do processo de ensino aprendizagem e auxilia os professores no

desenvolvimento de seu trabalho.

Este trabalho monográfico foi dividido em dois capítulos. O primeiro trata se de um

breve estudo sobre a avaliação da aprendizagem escolar e aborda as concepções educacionais

em avaliação, a legislação com foco na avaliação escolar, os tipos e os instrumentos de

avaliação, fundamentado em autores como LUCKESI (2002), Camargo (2010), Ruiz-Calleja

(2008), Saviani (2008), Libâneo (1994), Hadji (2001), Hoffmann (2003, 2013), Aranha (2006),

Haydt (1988). Nas Leis nº 4024/61, nº 5692/71de Resoluções como a nº 194/2005, nº 5/2011 e

outras, sendo que a nº 9394/96 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação é a lei orgânica vigente

que rege a educação no Brasil e outras. Pela relevância da avaliação nos processos de ensino

aprendizagem, é indispensável observar as Leis que determinam os rumos que a avaliação deve

trilhar.

O segundo capítulo aborda o processo avaliativo nas aulas de matemática da escola

objeto da pesquisa, considera as proposta de avaliação do Projeto Político Pedagógico e

regimento Escolar, apresenta os dados da pesquisa e reflexões do trabalho do professor. Está

fundamentado em autores como Minayo (1995), Caldeiras (2000), Hadji (2001), Almeida

(2009), Vilas Boas (1998) e outros que discutem o sobre avaliaçao da aprendizagem.

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CAPITULO 1- AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: TRAJETORIAS,

CONCEPÇÕES, ASPECTOS LEGAIS, PROCESSOSS E INTRUMENTOS DE

AVALIAÇÃO.

A educação segundo Ruiz- Calléja (2008) é a ação exercida sobre as pessoas que

compõem uma sociedade na intenção de habilitá-las de forma consciente, íntegra, eficiente e

eficaz. O processo de educar coloca o ser humano no centro das atividades com o propósito

de influenciar as pessoas na transformação crítica do meio em que vive. Já Libâneo (1994) diz

que a escola é a mola transformadora da sociedade.

Diante dessas exigências, a escola precisa oferecer serviços de qualidade e um produto

de qualidade, de modo que os alunos que passem por ela ganhem melhores e mais

efetivas condições de exercício da liberdade política e intelectual. É este o desafio que

se põe à educação escolar neste final de século. (LIBÂNEO,1994, p.4).

O desafio enfrentado pelas escolas no processo de formação do indivíduo moderno

torna-se cada vez mais amplo e complexo, é certo que com o progresso das sociedades o

principal papel da escola é preparar as pessoas para atuar no meio social.

A avaliação segundo Luckesi (2002) vem permitir julgamento e consequentemente a

classificação, não tendo este como seu oficio constitutivo que é de diagnostico, possibilitando

tomadas de decisão na busca do caminho mais adequado para alcançar resultados esperados.

Falar em avaliação escolar sempre foi uma questão problemática e cheia de

controvérsias, ao fazer em uma breve apreciação histórica encontramos as raízes de muitas

dificuldade em relação a avaliação. Percebe-se que desde os primeiros anos no ensino

fundamental, no ensino médio e até mesmo na universidade a avaliação está constituída como

uma forma de controle dos estudantes e que a forma que os professores procedem na pratica

avaliativa é muitas vezes para aprovar ou reprovar os alunos, sem muita preocupação em

repensar o processo de ensino com o objetivo de, realmente, e propiciar condições de

aprendizagem que levem a produção do conhecimento crítico. Observa-se também, que a

maioria dos instrumentos que os professores fazem uso ao avaliar são provas, testes, trabalhos,

a frequência e a participação. Porém quais serão as concepções didático-pedagógicas destes

professores ao avaliar. Estariam eles buscando uma avaliação para promoção do aprendizado

ou apenas preocupados em aprovar ou reprovar seu alunos?

Segundo Libâneo (1994) a avaliação está inserida na prática pedagógica de forma

permanente no trabalho docente, sendo esta ação cotidiana e constante, durante todo o processo

de ensino/aprendizagem. Percebe-se que avaliar é estar sempre transformando, mudando para

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que a ação avaliativa colabore em adaptações e modificações necessárias na prática docente.

Porém, muitos professores ainda mantém uma postura tradicional perante a ação de avaliar.

Para Hoffmann, são muitos os fatores que interferem no processo e influenciam essa postura.

Muitos fatores dificultam a superação da pratica tradicional, já tão criticada, mas,

dentre muitos, desponta sobre maneira a crença dos educadores de todos os graus de

ensino na manutenção da ação avaliativa classificatória como garantia de um ensino

de qualidade, que resguarde de um saber competente dos alunos. (HOFFMANÑ,2003,

p.11).

Boa parte dos professores demonstram acreditar que a avaliação é uma maneira de medir

e classificar os alunos em que aprenderam ou não o conteúdo, com dificuldades de realizar uma

avaliação que auxilie no processo de transmissão e aquisição do saber.

A avaliação escolar possui grande relevância no processo de ensino aprendizagem,

Luckesi (2002, p. 17) ressalta que “[...] a avaliação da aprendizagem ganhou um espaço tão

amplo nos processos de ensino que a nossa prática educativa escolar passou a ser direcionada

por uma ‘pedagogia de exames`.” É realmente um fato inegável que a avaliação é foco de

inúmeras discussões nos cenários da educação, tanto professores e alunos como os pais se

interessam por como e quando está ocorrendo a avaliação. Segundo Luckesi; “Pais, sistema de

ensino, profissionais da educação, professores e alunos, todos têm suas atenções centradas na

promoção, ou não do estudante de uma série de escolaridade para outra.” LUCKESI, 2002, p.

18).

Há que se refletir em como vem sendo empregado o ato avaliativo dentro das

instituições de ensino. Ao avaliar o objetivo é a melhoria no ensino, pensa se em propiciar as

mudanças pedagógicas que levaram ao crescimento do educando em seu aprendizado ou apenas

esta visando a mensuração de resultado, na aprovação ou reprovação ou até mesmo em fazer

uso deste como mecanismo de punição e controle social? Como muitos pesquisadores que já se

dedicaram a estudar os processos avaliativos, nossa intensão é promover uma análise crítica do

tema que contribua para a melhoria e desenvolvimento da educação escolar, que tem como

objetivo ensinar para tornar nossos jovens cidadãos conscientes e participativos numa

promoção social mais igualitária.

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1.1 Concepções Educacionais em Avaliação.

Uma breve revisão histórica leva ao melhor entendimento do que vem acontecendo no

cenário educacional do Brasil, e porque a avaliação é foco de muitas discussões em torno da

pratica de ensino aprendizagem.

Segundo Luckesi (2002) a avaliação vem sendo usada por muitos professores ao longo

da história como forma de disciplinar os alunos. Porém esta ação ameaçadora não se relaciona

em nada com conteúdo, mas com o disciplinamento social do aluno. Este fato não acontece por

acaso, as práticas disciplinadoras da avaliação já se manifestavam nas pedagogias dos séculos

XVI e XVII, com os Jesuítas, nas normas do ensino escolástico que dedicava uma atenção

especial as avaliações, seja com as bancas examinadoras e procedimentos de exames, ou pela

divulgação pública e comparação de resultados. Assim, com a intenção de conhecer melhor

como chegamos a teorias de educação vigentes, vamos fazer um breve apontamento das

principais concepções que orientaram os caminhos percorridos pela educação escolar até hoje.

Nos tempos feudais buscou-se inspirações pedagógicas nas tradições, as pedagogias

foram elitistas, voltada ao clero e a nobreza, em que a educação visava corrigir a natureza

corrompida do homem e ligá-lo a “Deus” por meio do esforço e de uma rigorosa disciplina,

com total controle pessoal, sem nenhuma manifestação emocional ou corporal. O ambiente

escolar era fechado e mantinha o estudante isolado. Os educadores eram muito rígidos com

autoridade de decisão sobre a educação do aluno, e este devia total obediência. Era incentivado

a competição entre os estudantes, o outro era visto como concorrente. O conteúdo estava

voltado para o passado, com um saber enciclopédico, algo que já vem pronto, valorizando a

memorização da informação. (SME-São Paulo, 2006, p.1)1.

De acordo com Aranha (2006), essa concepção tradicionalista da educação predominou

por um longo período, do Século XVI até o século XX e sofreu inúmeras mudanças no decorrer

desse longo período, com influência dos movimentos que foram surgindo. Com o

Renascimento, a escola transforma se em uma instituição mais complexa, surgem os internatos,

a separação em séries, a criação de currículos e manuais didáticos. Com a Revolução Industrial

no século XIII ocorre um aumento do número de escolas visando a alfabetização da mão de

obra para as fábricas e transmissão do conhecimento produzido pelas novas ciências. No século

1 Coordenação de Ação Cultural MOVA-SP (Prefeitura Municipal de São Paulo) Movimento de Alfabetização de

Jovens e Adultos. (2006).

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XIX a educação tradicional começa a ser muito criticada, pois em alguns países a educação

passa a ser laica e gratuita. Aparece também o interesse pelo individuo, com busca mais eficaz

na aprendizagem. Ocorre, nesse período, muitas descobertas em ciências humanas e biológicas.

Ainda segundo Aranha (2006), nesse período a avaliação era homogênea, não havia

distinção de processo de acordo com os indivíduos, o estímulo negativo era usado por meio de

reprovação e notas baixas, o positivo pela aprovação e bons conceitos, as verificações de

resultados eram em médio e curto prazo. Assim, a avaliação é vista como processo seletivo

envolvendo conteúdos e objetivos.

As concepções Liberalistas foram se estabelecendo em resposta à concepção

tradicionalista, os primeiros indícios se manifestam com movimentos como o Renascimento, a

burguesia liberal até chegar a chamada Nova Escola2 baseada na Psicologia Humanista. Com

uma concepção liberalista da educação, entendendo que os valores para a vida humana deve ser

buscado no próprio homem. Enxerga o homem como um ser bom, a criança é inocente,

devendo ser protegida e isolada da sociedade adulta. A educação deve dar condições ao homem

da busca do autoconhecimento, realizando-se, a partir da própria vida, e apoiada em três

princípios básicos: liberdade, subjetividade, atividade. O educador conter-se e deixar que o

aluno se desenvolva, sendo apenas um facilitador do aprendizado. Os relacionamentos são de

cooperação, enfatizando as relações interpessoais. A escola é vista como um lugar lúdico, que

busca se isolar do meio social e os conteúdos são de acordo com os interesses das crianças

evitando mostrar o lado negativo, usa o método indutivo, salientando as descobertas, o aprender

a aprender. Na educação predomina uma concepção burguesa de mundo capitalista. Com o

princípio da livre iniciativa, contesta o autoritarismo e valoriza a liberdade de expressão e os

direitos humanos. (SME-São Paulo, 2006)

A Concepção Técnico-Burocrática da Educação Ou Tecnicista, surge por volta de 1950,

com o modelo organizacional capitalista nas escolas, tendo o homem como ser produtivo que

está condicionado pelo meio em que o indivíduo está inserido. A educação funciona como meio

de adaptar o educando ao meio social, a escola separa o administrativo do pedagógico e

funciona em harmonia e hierarquia garantida pela ordem das relações humanas, com

educadores que tem formação cientifica e produz cultura. Os métodos pedagógicos valorizam

2 Movimento de renovação do ensino na primeira metade do sec. XX com a concepção de que a escola deveria funcionar como uma pequena comunidade onde os aluno interagia entre se. Devido a muitas críticas, perdeu forças e não consegui grandes mudanças no dia-a-dia escolar.

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o saber fazer técnico, o ensino valoriza o conhecimento técnico profissional e reproduz a

concepção capitalista da sociedade. (SME-São Paulo, 2006)

Para Concepção Dialético, de educação, o homem é um ser agente da construção da sua

própria história, ser construtor e transformador do meio em que se encontra. “A História nos

faz, refaz e é feito por nós continuamente” Freire (1982, p70). Ela se baseia na arte do diálogo,

suas origens se retomam a Grécia no período antes de Cristo e considera Sócrates (469-399)

como maior representante. A Educação é criadora de condições mais igualitária das classes

sociais por dar a todos o direito de participar da cultura e produção de conhecimento, portanto

prega a escola pública de qualidade, Freire (1982) diz que a educação é transformadora na

medida em que tiver como objetivo a ação e reflexão consciente e criadora das classes

oprimidas sobre seu próprio processo de libertação. A escola é vista como local de conflitos e

o professor é um mediador entre os estudantes e a comunidade. No Brasil, o pedagogo Paulo

Freire é um grande representante desta concepção. (SME-São Paulo, 2006).

A concepção pedagógica Socio-Interacionalista foi desenvolvida por Lev. S.

Vygotsky(1896-1934), esta considera o homem como fruto do meio social em que está inserido,

nessa concepção, a escola tem a função de transmissão de conhecimento que deve promover a

interaçao social e na direção do aprendizado. O ensino deve ser planejado com critério e

estratégias. A auto avaliação dispensa outros processos formais e o professor é orientador ativo

no aprendizado do estudante. (GOIAS/SRE-Jussara, 2008)

O Construtivismo tem grande importancia como concepção de educação ligado a

psicologia cognitiva de Jean Piaget, que surge nos anos 1960 com a proposta de ensinar o aluno

a aprender, ou seja, buscar sua própria aprendizagem e passa a não ser importante aprender

conceito, nesse sentido a escolar assume papel de socializadora que auxilia o desenvolvimento

do indivíduo com conteúdo que esteja de acordo com as propostas estabelecidas pelo Estado.

Os processos avaliativos partiram da idéia de que os resultados da aprendizagem aparecem

lentamente, valorizando mais o processo continuo de avaliação diagnostico, mediadora,

individual. Dessa forma, torna necessária uma aproximação maior com o aluno com muitas

práticas que vão analisar e investigar o porquê de cada conduta como um processo evolutivo de

pensamento. O professor tem que instigar o aluno vendo o erro como algo construtivo,

mediando o desenvolvimento social. (GOIAS/SRE-Jussara, 2008)

As Concepções Pedagógicas Crítico Social Dos Conteúdos surge no início dos anos

1980 com a visão da escola como lugar onde a ação desenvolvida ajuda a transformar o meio

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social que trabalha os conteúdos culturais e visa despertar uma postura crítico-social dos

educandos. O professor tem o papel de mediação entre teoria e prática social que leva o aluno

a interagir com a comunidade. Esse aluno é avaliado continuamente, de forma participativa

tendo em vista a qualidade, mas é também avaliado o trabalho da instituição de ensino.

(GOIAS/SRE-Jussara, 2008)

No Brasil estas são as principais concepções que permeou os processos de ensino

aprendizagem. As influências de cada concepção no processo avaliativo variam de acordo com

o período. No século XIX até o momento a verificação do rendimento dos alunos se deu nos

moldes tradicionalistas, na Concepção do Ensino Jesuíta, segundo LUCKESI (2002). Já no

início do século XX, surge as teorias comportamentais com a Nova Escola, a avaliação se volta

as atribuições de valores comportamentais de desenvolvimento. De acordo com SAUL (1995),

na década de 1930, com a influência de Ralph W. Tyler, a avaliação da aprendizagem se

preocupava apenas em julgar o comportamento dos educandos, em função dos objetivos em

postos pelos programas curriculares e instrucionais. A avaliação se baseava ainda em

mensuração de valores que confundia se com medida. Assim Tyler surge com novas ideias que

diferem da concepção de avaliaçao como processo de mensuração de resultados, segundo

Almeida (2009):

Quem primeiramente procurou mudar o conceito de avaliação educacional vista sob

a ótica de medida foi Ralph Tyler que, em 1942, apresentou o “Estudo dos oito anos”,

realizado com Smith, onde preconizava uma série de instrumentos avaliativos como

testes, escalas de atitudes, inventários, questionários, fichas de registro de

comportamentos e outras maneiras de verificar o aproveitamento dos alunos.

(ALMEIDA, 2009, p.23)

Então a partir de 1942, as ideias de Tyler começa a provocar mudanças no

comportamento dos alunos com um olhar de verificar se o aluno está atingindo os objetivos da

aprendizagem. De acordo Almeida (2006):

O processo de avaliação consiste essencialmente em determinar em que medida os

objetivos educacionais estão sendo alcançados pelo programa do currículo e do

ensino. Como os objetivos educacionais são essencialmente mudanças em seres

humanos - em outras palavras, como os objetivos visados consistem em produzir

certas modificações desejáveis nos padrões de comportamento do estudante - a

avaliação é o processo mediante o qual se determina o grau em que essas mudanças

de comportamento estão realmente ocorrendo (Tyler,1974, p.99 apud ALMAEIDA.

2009, p. 23).

De acordo com Vianna (1989), o trabalho de Cronbach, em 1963, sobre a avaliaçao tem

profundo impacto ao dizer que o processo avaliativo não pode dedicar se somente em fazer

julgamento, o que seria limitar este processo, este deve apontar os rumos a seguir para aprimorar

os currículos. A avaliação tem seu conceito enriquecido.

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Pode ser definida como um processo que visa à coleta e ao uso de informações que

permitam tomar decisões sobre um programa educacional. (...) deve ser entendida

como uma atividade diversificada, que exige a tomada de diversos tipos de decisões

e o uso de uma grande variedade de informações (Cronbach, 1963, apud VIANNA,

1989, p.29).

A partir dos anos de 1970, desenvolve-se o conceito de avaliação iluminativa, passa se

então para uma postura diferente em relação ao processo de ensino mais crítico do que técnico,

Almeida (2009) afirma:

O avaliador vai contribuir para a tomada de decisão, proporcionando informações,

comentários e análises que aumentam o conhecimento e a compreensão dos

problemas educacionais. A sua metodologia é flexível e usa técnicas diversas

conforme a natureza do problema investigado. (ALMEIDA,2009, p.28).

Vários outros estudiosos brasileiros deram importantes contribuições ao processo

avaliativo com seus trabalhos, vale citar: Medeiros (1977), Vianna (1989), Perrenoud (1993),

Luckesi (1994).

No século XXI ainda cheios de incertezas e desafios existe a necessidade de que se faça

uma reafirmação da fé na avaliação educacional como guia do pensamento, sentimento e

atitudes do educador, direcionando os rumos mais significativos e satisfatórios para a realização

do ensino aprendizado, no ambiente escolar, na sociedade, no país para uma trajetória

educacional mais feliz.

1.2 Analise da Legislação Educacional com Foco em Avaliação Escolar

Desde os tempos mais remotos a ação avaliativa está presente nas atividades humanas

ao escolhermos o que serve ou não serve, o que está ou não adequado, estamos sempre fazendo

todo tipo de julgamento no intuito de decidir o que é apropriado, mais oportuno para nossa vida.

Esta avaliação acontece empiricamente, sem métodos ou normas especificas que orientem o

processo.

No âmbito escolar os conceitos avaliativos se diferem das avaliações empíricas, no

contexto escolar o ato avaliativo assume um cunho diferente, baseado em teorias com objetivos

específicos, explícitos ou não, e que irão refletir tantos os valores quanto as normas sociais. Os

conceitos de avaliação vão além da mensuração de valores ou classificação de indivíduos, são

capazes de manter ou transformar os valores sociais.

Diferentemente dos tempos antigos, tradicional, os atos avaliativos tem passado por

diversas inovações. Avaliação acontece em todas as etapas do processo didático-pedagógico,

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diariamente dentro do ambiente escolar através da observação feita pelo professor, ou por meio

de atividades escrito/orais planejadas. Estas não ocorrem de maneira aleatória, são direcionadas

por concepções ou projetos que fundamentam todo o processo de ensino. Sobre esta perspectiva

Caldeiras (2000) afirma:

A avaliação escolar é um meio em si mesma; está delimitada por uma determinada

prática pedagógica. Ela não ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada por

um modelo teórico de sociedade, de homem, de educação e, consequentemente, de

ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na prática pedagógica. (Caldeiras,

2000, p.122).

Existe por trás do processo avaliativo todo um contexto amparado por estatuto, tanto

político como epistemológico que mostram que o processo tem finalidade definida.

Compreender a importância do processo em seu âmbito local e social torna a finalidade da

avaliaçao mais passível de sucesso.

Compreender que ensinar e aprender estão alicerçados numa concepção de mundo e de

ciência, facilitou uma visão mais global e elucidativa, especialmente numa época em que a

supremacia da ciência tem sido amplamente reconhecida. Álverez Méndez (2002, p.29) em suas

análises sobre a direção e a finalidade do processo avaliativo afirma que: “[...] o conhecimento

deve ser o referente teórico que dá sentido global ao processo de realizar uma avaliação, que

pode diferir segundo a percepção teórica que guia a avaliação. Aqui está o sentido e o

significado da avaliação e, como substrato, o da educação.”

Nesta perspectiva, a avaliaçao é um ato natural do processo de construção do

conhecimento. Percebe se que no cenário da educação, a avaliação não é uma atividade neutra

ou meramente técnica, ela representa o modelo teórico político da época vigente, transformada

em prática pedagógica. As legislações vigentes em cada período validam o processo avaliativo.

De acordo Souza (2009), em relação aos processos avaliativos, as primeiras legislações

brasileira que tratava da educação se referindo ao avaliar, surgiram com a criação do Ministério

dos Negócios da Educação e Saúde Pública3, era o início da organização dos procedimentos

para o processo avaliativo. Logo após em 1931, cria-se o Decreto nº 19890/31, até então nada

consta sobre avaliação nas legislações. Neste decreto, as referências a prova e exames, bem

como a promoção do aluno, é apresentado em pormenores, mostrando o interesse de se

3 O Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, criado pelo Decreto nº 19.402, de 14 de novembro de

1930, pelo Governo Provisório de Getúlio Vargas. Tendo como Ministro Francisco Campos com a missão de

reformar o Ensino no Brasil. Foi regulamentado pelos Artigos 33 e 43, Capítulo IV, Título I. Nos Artigos 10 e 11

do Capítulo I, Título I, Consta que os programas de ensino secundário, assim como as instruções sobre os métodos

de ensino, ficavam a cargo do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública e onde seriam revistos, a

cada três anos, por uma comissão designada pelo ministro. É, também definia os conteúdos dos programas de

ensino.

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estabelecer critérios para o processo de ensino nacional. A avaliação é tida como a aferição de

notas aos estudantes. Os princípios que orientam o ato avaliativo é a inflexibilidade que

desconsidera qualquer eventual empecilho para que o aluno atinja média e a imparcialidade

salientada com o controle estabelecido para a correção do exames parciais e finais, que era pelos

professores e inspetores e se escondia a identidade dos autores do exame, julgamento imparcial.

Porém a tarefa é do professor que apenas é auxiliado pelo inspetor.

De acordo com Souza (2009), em 1932 o Decreto nº 21.241/32 que se manteve em vigor

até 1942 com a oficialização da Lei Orgânica do Ensino Secundário, a chamada Reforma

Capanema, as definições feitas através do Decreto nº 4.244/42 que diz em seu cap. IV e art.30:

a avaliação dos resultados em exercícios e em exames serão obtidos por meio de notas, que se

graduarão de zero a dez. O processo de avaliação se baseava em escala numérica, com

finalidade de classificação do aluno viabilizando a promoção de série. Também estipulava os

chamados exames de suficiência, compostos por: primeira e segunda provas parcial com

conteúdo visto até uma semana anterior, e da prova final, com o conteúdo de todo o período.

Já em 1961 é aprovada a Lei nº4.024/61 que fixa as Diretrizes e Bases da Educação e

que substitui a Reforma Capanema. E os Pareceres nº 102/62 e nº 207/66 do Conselho Federal

de Educação, com disposições gerais sobre a avaliação, colocando-a como o ato de julgar o

grau de aproveitamento do aluno para a série cursada, ressalta a importancia de se realizar a

avaliação continua, mas não há avanços quanto as finalidades do processo avaliativo. Segundo

Parecer do CFE nº 102/62: “Não se trata de prescrição de provas e exames, mas de verificação

da aprendizagem de maneira contínua e acumulada, ao longo de todo o curso de forma que se

mantenha razoável e segura aferição do aproveitamento do aluno.” No Decreto nº 207/66 trata

da analise compreensiva dos resultados considerando eventuais imprevistos.

A lei nº 5.692/ 71 entra em vigor fixando as normas para o ensino de 1º e 2º grau. Em

seu art. 14 fala da avaliaçao escolar como sendo de forma regimental a cargo da instituição de

ensino, e compreendendo a verificação do rendimento e da assiduidade. Trata também de

promoção, recuperação e de avanços progressivos. Devido a sua grande importância, faz-se

interessante citar alguns de seus parágrafos:

§1º - Na avaliação do aproveitamento, a ser expresso em notas ou menções,

preponderarão os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e os resultados obtidos

durante o período letivo sobre os da prova final, caso esta seja exigida.

§2º - O aluno de aproveitamento insuficiente poderá obter aprovação mediante

estudos de recuperação proporcionados obrigatoriamente pelo estabelecimento.

§3º - Ter-se-á como aprovado quanto à assiduidade:

a) o aluno de frequência igual ou superior a 75% na respectiva disciplina, área de

estudo ou atividade;

b) o aluno de frequência inferior a 75% que tenha tido aproveitamento superior a 80%

da escala de notas ou menções adotadas pelo estabelecimento;

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c) o aluno que não se encontre na hipótese da alínea anterior, mas com frequência

igual ou superior ao mínimo estabelecido em cada sistema de ensino pelo respectivo

Conselho de Educação, e que demonstre melhoria de aproveitamento após estudos a

título de recuperação.

§4º - Verificadas as necessárias condições, os sistemas de ensino poderão admitir a

adoção de critérios que permitam avanços progressivos dos alunos pela conjugação

dos elementos de idade e aproveitamento. (BRASIL, 1971)

Já o decreto nº 360/74 traz a avaliação como o acompanhamento dos progressos do

aluno, que serve para propiciar condições de aprendizagem do educando por meio do

replanejamento. O avaliar em caráter classificatório é característico do sistema de classes das

escolas. A avaliação continuada aparece na LDB nº 5692/71, art.14, no parecer nº 306/74 e

também no Parecer nº 2,164/78 ambos salienta que o aluno deve ser avaliado pelo professor ao

longo de todo ano letivo, e em diferentes momentos, avaliação continua e integral do estudante.

O Parecer do Conselho Federal de Educação nº2.194/73 fala da Recuperação de

Estudos. A importância da recuperação para a aprendizagem colocando a possibilidade que

ocorra em um período diferente e com atendimento individual para acompanhamento dos

estudos.

A Lei nº 9394 de 1996, em vigor no Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, traz uma evolução histórica a respeito de avaliação do aluno, pois até então,

predominava a idéia de avaliação somatória visando apenas obtenção de nota final, por meio

de uma soma matemática e de média aritmética, usando como instrumentos a aplicação de

provas. Nos textos da Lei nº 9394/96 surge conceitos inovadores em que a aprendizagem visa

o exercício de cidadania plena, visando a formação do indivíduo para atuar nas mais diversas

áreas de atuação do ser humano. Coloca a educação como um direito fundamental de todo

cidadão brasileiro, em que o ato avaliativo não deve ter como princípio classificar o estudante,

mas de buscar todas as oportunidades de aprendizagem possível na intenção de que o estudante

permaneça na escola e obtenha a melhor capacitação possível para exercer sua cidadania, e as

escolas precisam ter como princípio a inclusão sem nenhuma forma de distinção entre os seus

alunos como racial, religiosa, cultual. O professor deve fazer o acompanhamento

individualizado do aprendizado de cada aluno e a recuperação paralela do mesmo, se

necessário. Este educando deve ser preparado para exercer seus direitos e cumprir seus deveres

de maneira crítica e consciente, em uma pratica educativa que visa o acolhimento e manutenção

do estudante nas escolas, o que levou a necessidade de se repensar o processo avaliativo, que

poderia estar mais voltado apenas para os conteúdos didáticos de cada disciplina.

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação, define a finalidade da atividade

pedagógica, na Educação Básica, como a de assegurar formação necessária para todo brasileiro,

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no exercício da cidadania e também capacitá-los para progredir no trabalho e estudos futuros.

Assim, o aluno passa a ser avaliado em todas as etapas do processo de ensino aprendizagem,

em um conjunto global, interdisciplinar, processual, cumulativo, que passa a priorizar os

aspectos qualitativos em detrimento dos quantitativos. Pelos princípios adotados, a avaliaçao

passa a apresentar predominância das funções Diagnóstica e Formativa, dando as escolas a

liberdade de optar por outros instrumentos avaliativos, além de provas e testes, colocando ainda

a necessidade dos educadores estarem repensando seus planejamentos na intenção de valorizar

potencialidades e corrigir pontos vulneráveis das estratégias de ensino aprendizagem.

A Lei de Diretrizes e Base da Educação nº 9.394/96 que aborda o processo avaliativo

no art.24, inciso V, possibilita a progressão acelerada e a recuperação dos estudos. Como a nova

LDB não traz esclarecimentos sobre a cargo de quem fica a responsabilidade pelo processo

avaliativo, foi criado o Decreto nº 05/97 para esclarecer que a verificação dos rendimentos

escolares permanece como responsabilidade da escola. Já o Decreto do Conselho Nacional de

Educação nº12/97 evidencia o intuito de não se associar a avaliação classificação de alunos.

II – a classificação em qualquer serie ou etapa, exceto a primeira do ensino

fundamental, pode ser feita:

a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase

anterior, na própria escola;

b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;

c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola,

que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua

inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema

de ensino;

III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento

escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a sequência

do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino; (BRASIL, 1996).

A Resolução nº 05/2011 trata de avaliação, nos Artigos nº 89 até o Artigo nº 95. Afirma

que as instituições de educação tem o dever de explicitar em seu projeto político pedagógico,

no regimento escolar e no plano de gestão as normas e condições para fazer o acompanhamento

pedagógico e avaliativo dos alunos que estabelecem suas ações pedagógicas e a propicia

condições que garantam a entrada, a continuidade, o aprimoramento e o desenvolvimento do

aluno em seus estudos.

A resolução, em concordância com a atual LDB, determina que a ação avaliativa se dê

pelo processo diagnóstico, formativo e emancipador, de forma continua e cumulativa, sendo

qualitativa, buscando progresso da ação educativa e a avaliação da instituição de ensino. Na

Resolução supracitada, a avaliação da aprendizagem escolar é descrita em seus parágrafos:

§1º A avaliação contínua é aquela efetuada durante todo o período letivo, por meio de

inúmeros instrumentos de observação do desenvolvimento humano e escolar do aluno.

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§2º A avaliação cumulativa é aquela que tem como objeto os resultados conseguidos pelo

educando no conjunto do seu desenvolvimento global, humano e escolar, analisado em

conjunto pelos docentes da área.

§3º A avaliação qualitativa é aquela que supera os critérios matemáticos e valoriza os avanços

do educando visando ao seu desenvolvimento no processo de aprendizagem.

§4º As pessoas com deficiência devem ser avaliadas segundo os critérios que normatizam a

Educação Especial no Estado de Goiás. (GOIAS, 2011)

A avaliação escolar na legislação atual, tem uma função a mais que a de medir

conhecimento, adquiriu a função de avaliar desempenho. Assim o estudante precisa ser

acompanhado e analisado de forma integral, constante, em que seus avanços qualitativos

prevaleça mais que os valores numéricos, percebendo e avaliando, assim o aluno

individualmente, em seus aspectos particulares, considerando suas possíveis limitações.

O processo avaliativo vem funcionando como mais uma ferramenta para auxiliar o

aluno, contribuindo para o aprendizado e capacitação deste como cidadão e futuro profissional.

Durante o ensino fundamental e médio os alunos são avaliados pelo professor e pela

instituição educacional, como instrumento que possibilita redirecionar as propostas

pedagógicas, assim assume função processual, formativo e participativo, contínua, cumulativa

e diagnóstica. O ato avaliativo objetiva:

a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar problemas de ensino;

b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de acordo com as

necessidades dos educandos;

c) criar condições de intervir de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades

e redirecionar o trabalho docente;

d) manter a família informada sobre o desempenho dos educandos;

e) reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de avaliação, inclusive

em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos sempre que as reivindicações

forem procedentes. (GOIÁS, 2011))

A Resolução mencionada esclarece que a avaliação vem funcionar como uma

ferramenta que permite descobrir o que está funcionando ou não no processo de ensino

aprendizagem, e dá condições para tomar novos rumos, com estratégias instantâneas ou para o

períodos maiores que permita corrigir as dificuldades. O estudante e a família pode participar

da situação escolar deste e ainda requerer revisão de resultados.

Para medir o desempenho do aluno, é necessário o uso de diversos instrumentos e

procedimentos, destacando a análise qualitativa e o pregresso por períodos prolongados. É

obrigação escolar criar condições para a recuperação dos alunos com dificuldade, em horários

paralelos ao regular e períodos que possibilite a recuperação de conteúdo, mas também

diminuindo a retenção por falta. Os professores precisam considerar diariamente a participação

dos alunos nas atividades e conteúdos desenvolvidos nas aulas. Os conteúdos apropriados a

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idade e serie com objetivo de desenvolver a capacidade de ler, escrever e interpretar, e criar a

prática da cidadania plena.

Os processos avaliativos devem ser considerados pelos docentes em conselhos de classe.

Os processos usados serão vinculados a outros viés do sistema de ensino, sendo que o resultado

dos alunos participam da avaliaçao escolar e de seus professores, visando uma educação de

qualidade. Assim para melhorar o ensino precisa:

I - os Sistemas de Ensino a incrementarem os dispositivos da carreira e de condições de

exercício e valorização do magistério e dos demais profissionais da educação e a oferecerem

os recursos e apoios que demandam as escolas e seus profissionais para melhorar a sua

atuação;

II - as escolas a uma apreciação mais ampla das oportunidades educativas por elas oferecidas

aos educandos, reforçando a sua responsabilidade de propiciar renovadas oportunidades e

incentivos aos que delas mais necessitem. (GOIÁS, 2011)

Cabe ao Sistema Educacional propiciar melhorias que permitam uma educação de

qualidade e um processo avaliativo qualitativo, realmente eficiente e eficaz permitindo o

desempenho adequado da atuação ao avaliar o crescimento do discente ao ser avaliado.

Percebe-se que ao longo dos anos foram criando normas na tentativa de avançar e promover

um sistema de classificação ou avaliação de aluno mais justo e eficiente, promovendo uma

capacitação crítica e consciente dos estudantes.

Cabe a gestão escolar manter os pais e ou responsável informados da assiduidade e do

desempenho dos estudantes, e também a divulgação de suas propostas político pedagógicas.

Nesse intuito, o mais recente documento elaborado, para regulamentar as práticas

avaliativas dos professores em nosso Estado é o Parecer do CEE/GO, nº 11/2011, que expressa

às principais normas a serem considerados durante o processo avaliativo da aprendizagem do

aluno. Este Parecer diz que a avaliação do rendimento escolar merece toda atenção, embasada

nos princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, como o

desenvolvimento humano e social como finalidade da educação, tendo a família como parceiros

da escola na responsabilidade para com o aprendizado do aluno. Este aprendizado deve ser

verificado, considerando-se como critérios um conjunto de indicadores, estando estes

apresentados pela documentação escolar como Regimento Escolar e Projeto Político

Pedagógico. O aluno deve saber com antecedência em que e como estará sendo avaliado. Sendo

que o resultado dessa avaliaçao embase num conjunto amplo de critérios e verificação continua

e cumulativa do desempenho individual do aluno. Busca se sempre a prevalência do aspecto

qualitativo sobre o quantitativa, incluindo frequência, participação, notas entre outros

indicadores do rendimento escolar, ao verificar o desenvolvimento do educando. A atual LDB

estabelece 75% como frequência mínima para a aprovação, sendo que a escola deve buscar

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apoio da família e em casos extremos até do conselho tutelar para garantir esta frequência do

aluno.

A recuperação é um aspecto importante colocado pelo Parecer CEE/GO nº 11/2011 que

garante a cada aluno o direito de ser orientado imediatamente, visando reforço pedagógico do

aprendizado, dando ao aluno a possibilidade de revisão das aulas sendo para toda a turma no

turno ou para os alunos com dificuldade no contra turno, possibilitando a recuperação

individual das dificuldades.

1.3- Tipos de Avaliação

A avaliação precisa acontecer em todo o processo de ensino aprendizagem dentro das

escolas. Avaliação está diretamente ligada ao trabalho pedagógico, avaliar o conhecimento é

fundamental para que se faça os ajustes necessários no planejamento didático dos conteúdos, a

fim de que haja coerência entre trabalho desenvolvido e resultados esperados. De acordo Haydt

(1988, p. 13), “[...] ela não pode ser esporádica nem improvisada, mas, ao contrário, deve ser

constante e planejada”. O ato de avaliar vai muito além de uma simples rotina escolar, está

envolvido em teorias, processos burocrático e técnico pertinentes a tarefa de verificar os

resultados. Através da avaliação o professor pode avaliar o resultado do próprio trabalho

enquanto ao fazer docente, Paulo Freire afirma:

Ao pensar o dever que tenho, como professor [...]. Isto exige de mim uma reflexão

crítica permanente sobre minha prática através da qual vou fazendo a avaliação do

meu próprio fazer com os educandos. O ideal é que, cedo ou tarde, se invente uma

forma pela qual os educandos possam participar da avaliação [...]. (Freire, 1996, p.26).

É o professor quem avalia e infere sentido e significado as diferentes etapas do processo

avaliativo, assim é o professor o sujeito agente da avaliação escolar, portanto tem que

desenvolver uma conduta crítica que leve qualidade e eficiência ao avaliar. “Esta avaliação

crítica da prática vai revelando a necessidade de uma série de virtudes ou qualidades sem as

quais não e possível nem ela, a avaliação, nem tampouco o respeito do educando.”

(FREIRE,1996, p.26)

No decorrer do processo avaliativo, o professor dispõe de alguns tipos de avaliação, que

possibilita acompanhar o desenvolvimento do aprendizado de cada aluno, Haydt (1988) observa

três funções que a avaliação da aprendizagem assume: de diagnosticar (conhecer), de organizar

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(acompanhar) e de classificar (valorar). Em acordo com a finalidade que lhe é dada, o ato

avaliativo, divide-se em três modalidades: diagnóstica, formativa e somativa.

É importante estar ciente que avaliar permite o julgamento e por consequência é

classificatória. A função diagnostico da avaliação fornece informações que dão suporte e

orienta o professor na tomada de decisões. Para Luckesi (2002) é importante a atenção a função

constitutiva da avaliação, que é de diagnóstico, é meio de encaminhar as próximas ações a

serem tomadas, na expectativa de se atingir resultados mais satisfatórios. É por meio do

diagnostico, que se propicia a auto compreensão, tanto do aluno como do professor. É atribuição

do diagnostico revelar onde está e aonde se pode chegar, provocando a vontade de se atingir

resultados mais satisfatório. Possibilitar o aprofundamento da aprendizagem quando, por meio

de exercício a avaliação, funciona como mais uma oportunidade de aprendizagem, para isso o

professor precisa estar atento as necessidades do aluno e fazer a correção e devolutiva mais

breve possível dos instrumentos de avaliação.

Para Haydt (1988), a avaliação que ocorre no início do período letivo para saber qual o

nível de domínio que aos estudantes tem sobre os conteúdos exigidos para aquela série, e se o

aluno possui os conhecimentos necessários para alicerçar um novo aprendizado, é chamada de

diagnóstica, é ela que fornece também informações sobre as possíveis dificuldades de

aprendizagem e as prováveis causas, apresentando subsídios para eliminá-las. A avaliação

diagnostica vai ajudar ao professor saber se o aluno está preparado para o ensino de novos

conhecimentos e proporcionar maior conhecimento de seus educandos, para então traçar um

perfil da turma antes de iniciar seu trabalho o que vai auxiliar no planejamento das aulas. Nesse

momento, o professor descobre o que seus alunos trazem de conhecimento dos anos anteriores.

No início de cada unidade de ensino, é recomendável que o professor verifique quais

as informações que seus alunos já têm sobre o assunto, e que habilidades apresentam

para dominar o conteúdo. Isso facilita o desenvolvimento da unidade e ajuda a garantir

a eficácia do processo ensino-aprendizagem. (HAYDT, 1988, p. 20).

Sempre que o professor inicia seu trabalho com um aluno ou uma turma de alunos, é

interessante saber qual a bagagem de conhecimento que estes carregam, para a partir desse

momento rever, se necessario, algum assunto, acrescentar algum conhecimento a mais ou

mesmo começar um novo assunto que necessite de pré-requisitos para ser trabalhado.

Segundo Camargo (2010), o diálogo constante é necessario ao se fazer a avaliação

diagnostico que exige a utilização de diversos instrumentos avaliativos, nesse momento a

criatividade do professor, os instrumentos e recursos disponíveis aplicados, determinam a

eficácia do processo avaliativo. Freire (1987, p.31) afirma, o “Educador e educandos

(lideranças e massas) co-intencionados à realidade, se encontram numa tarefa em que ambos

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são sujeitos no ato não só de desvela-la e, assim, criticamente conhece-la, mas também no de

recriar este conhecimento.” Assim, no trabalho de avaliar, o professor deve trabalhar junto com

o aluno e juntos construírem condições para que o aprendizado aconteça. De outra forma esta

avaliação se torna apenas classificação de indivíduos, que não traz nenhum ganho para os

envolvidos no processo, não alavanca crescimento do conhecimento crítico social dos

educandos.

Muitas vezes, de acordo com Haydt, as dificuldades do aluno em assimilar o

conhecimento se localiza no próprio processo de ensino. Tem origem no processo pedagógico

aplicado e por isso para sana-las é necessário um trabalho continuo e sistemático para recuperar

o aluno, sendo este serviço exclusivo do professor. Há também as dificuldades de fundo

emocional e afetivo, causados por possíveis conflitos familiares. O comportamento dos

estudantes denunciam esses problemas, o aluno pode apresentar uma rebeldia, indisciplina ou

tornar-se muito retraído e displicente, e muitas vezes estes ultrapassam o âmbito do professor

assim os pais ou responsável pelo aluno precisa estar ciente e procurar auxilio especializado.

Para Haydt (1988) avaliação formativa está presente na prática pedagógica e exerce

função de controle durante todo o ano letivo, possibilita o aluno conhecer as informações sobre

seu rendimento e ao professor melhorar sua atuação pedagógica. E quando o estudante confere

o que aprendeu, o que errou ou acertou, pode aprimorar seu conhecimento por meio do

aprendizado sistematizado.

Para o professor, a informação fornecida pela avaliação formativa dá condições de

reencaminhar seu planejamento pedagógico, pois possibilita uma retomada daquilo que não deu

muito certo durante o processo de ensino e aprendizagem. Esta retomada Haydt (1988), chama

de feedback “[...] à medida que fornece dados ao professor para replanejar seu trabalho docente,

ajudando-o a melhorar o processo ensino–aprendizagem”. (HAYDT, 1988, p. 21-22). Este

feedback deve servir de incentivo e estímulo para o estudo, e o retorno no processo da sentido

real a avaliação quando o aluno conhece os resultados de seu desempenho. Haydt (1988) diz,

“[...] que o aluno conheça os resultados de sua aprendizagem, isto é, que logo após o término

de uma prova ou, outra atividades avaliativa, saiba quais foram seus acertos e erros”. Em relação

ao professor Hoffmann (1995, p. 18), afirma que a avaliação é um ato de constante reflexão

sobre a realidade, e de acompanhamento do estudante no percurso de construção do saber.

A avaliação pode aproximar o educador de seus educandos, a medida que o docente

observar seus estudantes irá descobrir formas de instigá-los, provocar o interesse de aprender

com assuntos de suas preferências. É mais que saber se o aluno está ou não preparado, se tem

ou não condições de ser aprovado ou reprovado. Hoffmann (1995) afirma:

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A finalidade da avaliação, ao desencadear estudos, não é assim, a de simplesmente

observar se os alunos apresentam ou não condições de “dar conta” das propostas

delineadas, ou perceber, de início, os que apresentam mais ou menos dificuldades em

determinada área. Mas a de conhecê-los cada vez melhor, tateando em busca de

questões que verdadeiramente os provoquem a agir, à escuta de suas próprias

questões, propondo em conjunto situações que lhes sejam verdadeiramente

problemáticas a ponto de lhes despertar a atividade, a curiosidade [...] (HOFFMANN,

1995, p. 86).

Ainda segundo Hoffmann (1995), é com a avaliação que se pode mover os processos de

ação-reflexão, provocando no aluno novas interrogações e novas curiosidades. A avaliação

formativa tem a finalidade de informar professores e alunos sobre a situação do processo de

ensino aprendizagem e dos resultados obtidos com as atividades que foram desenvolvidas,

possibilitando ao professor modificar suas estratégias para, então, ajusta-los de forma que

reforce os conteúdos menos assimilados. Por ser realizada de forma continua e informal, através

de atividades, jogos, seminários ou relatórios elaborados pelo professor, traz o real significado

a que a avaliação se propõe, tanto no ato de avaliar como em seus procedimentos, melhorar o

aprendizado escolar.

[...] a ideia de avaliação formativa corresponde ao modelo ideal de uma avaliação: -

colocando-se deliberadamente a serviço do fim que lhe dá sentido: tornar-se um

elemento, um momento determinante da ação educativa; - propondo-se tanto a

contribuir para uma evolução do aluno quanto a dizer o que, atualmente, ele é; -

inscrevendo-se na continuidade da ação pedagógica, ao invés de ser simplesmente

uma operação externa de controle, cujo agente poderia ser totalmente estrangeiro à

atividade pedagógica. (HADJI, 2001, p. 21).

A avaliação somativa é o modo, teoricamente, mais adequado e abrangente de se

proceder ao verificar o progresso alcançado pelos alunos, pois permite não só acompanhar o

desenvolvimento destes mais também subsidiar novos planejamentos que permitam maior

progresso, possibilitando uma averiguação de resultados mais comprometida com a qualidade

do processo de ensino aprendizagem.

Já a avaliaçao somativa tem a finalidade de demostrar os resultados obtidos ao final de

uma unidade semestral, de um período ou um ano letivo. Seu objetivo é de uma avaliação

global, que abarque o que foi apreendido pelo aluno, num contexto amplo do trabalho realizado

ao fim do curso ou etapa de ensino. No final de um procedimento avaliativo de função somativa,

o professor, necessariamente, tem que atribuir notas ou conceitos aos alunos afim de comprovar

seus avanços.

A avaliação somativa, com função classificatória, realiza-se ao final de um curso,

período letivo ou unidade de ensino, e consiste em classificar os alunos de acordo com

níveis de aproveitamento previamente estabelecidos, geralmente tendo em vista sua

promoção de uma série para outra, ou de um grau para outro. (HAYDT, 1988, p.18).

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Ainda segundo Haydt (1988), o aluno vai sendo promovido de uma etapa a outra na

medida que vai alcançando os objetivos de aprendizado esperado para o período em curso.

Conforme o nível de conhecimento adquirido, ou seja, a partir do aproveitamento do aluno,

verifica se ele está preparado ou não para um próximo nível. Assim, por sua característica de

julgar os resultados obtidos e, consequentemente, classificar os estudantes em aprovados ou

reprovados, a avaliação somativa vem sendo vista como punitiva. Sobre este fato Hoffmann

(1993) coloca que:

A avaliação tem se caracterizado como disciplinadora, punitiva e discriminatória,

como decorrência, essencialmente, da ação corretiva do professor e os enunciados que

emite a partir dessa correção. Daí a crítica que faço sobre a utilização de notas,

conceitos, estrelinhas, carimbos, e outras menções nas tarefas dos alunos. O sentido

discriminatório da avaliação começa nesse momento. As crianças comparam as

tarefas entre si, o número de estrelinhas, os décimos e centésimos. Classificam-se,

eles mesmos, em burros e inteligentes, e têm sua auto - estima abalada a ponto de

surgirem bloqueios intransponíveis. (HOFFMANN, 1993, p. 111).

Por este aspecto de classificação, a avaliação somativa traz muitas discussões, segundo

alguns autores, ela faz com que os alunos, pais e até professores tenham suas atenções

direcionadas apenas para a obtenção de notas sem valorizarem o processo de aprendizagem,

nesse caso o que importa é conseguir a aprovação.

Os alunos têm sua atenção centrada na promoção. [...] O que predomina é a nota; não

importa como elas foram obtidas nem por quais caminhos. São operadas e

manipuladas como se nada tivessem a ver com o percurso ativo do processo de

aprendizagem. Os pais das crianças e dos jovens, em geral, estão na expectativa das

notas dos seus filhos. O importante é que tenham notas para serem aprovados.

(LUCKESI, 2002, p. 18-19, grifos do autor).

Muitas vezes, os alunos por ficarem preocupados apenas em obter a classificação

requerida para sua promoção, procura subterfúgios na hora de realizar a prova, e faz uso de

artimanhas como a “cola”.

Para Vianna (1997) a medida é um fator inevitável no começo da avaliação e certamente

importante na pratica docente, porém não é condição fundamental e bastante para se avaliar a

aprendizagem que necessita da coleta de informações qualitativas e quantitativas para

concretização do julgamento e tomada de decisão. A avaliaçao assume na conduta de diversos

professores e alunos apenas a função de medida de desempenho. Segundo Hadji (2001) este

conceito se enraizou na concepção de muitos educadores e habitualmente no pensamento dos

estudantes também. Questão que precisa ser refletida, ao considerar que o ambiente escolar tem

função de preparar os estudantes, por meio da aquisição de conhecimento, para atuar na

sociedade de forma crítica e consciente afim de promover de maneira eficiente e eficaz uma

comunidade, mais justo e igualitário como colocado no texto de Libâneo (1994). Portanto, o

professor engajado em desenvolver um processo avaliativo de qualidade precisa estar atento

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em não deixar que essa prática se torne apenas uma rotina escolar pela qual ele classificará seus

alunos buscando meio de despertar no estudante a consciência de que só a compreensão

cognitiva do conhecimento que lhe é ofertada traz real sentido ao processo educativo.

1.4- Instrumentos de Avaliação

A aquisição de dados e informações é essencial para que se realize uma avaliação, e esta

coleta ocorre por meio da utilização de recursos apropriadamente planejados e desenvolvidos.

O professor deve usar com criatividade o maior número de recursos possível para obter o

máximo de informação sobre o desenvolvimento e progresso educacional de seus alunos. Sobre

esse aspecto, Haydt (1988, p. 55), fala que “[...] quanto mais dados ele puder colher sobre os

resultados da aprendizagem, utilizando instrumentos variados e adequados aos objetivos

propostos, tanto mais válida será considerada a avaliação”. Quanto mais informações

qualitativas e quantitativas, possíveis, o professor conseguir extrair dos seus alunos mais

abrangente e fidedigno será o ato avaliativo.

Os instrumentos de avaliação não podem ser escolhidos aleatoriamente, na escolha

destes tem todo um trabalho de planejamento pedagógico que viabilizam a opção por aqueles

mais apropriados, isso vai depender da habilidade e do aspecto que o professor pretende

investigar sobre o processo de ensino e desenvolvimento do aluno e qual foi o aprendizado

exigido. Portanto, não é uma tarefa tão simples, o professor precisa saber escolher e aplicar

convenientemente o instrumento de forma a conseguir compreender as informações a serem

avaliadas. Segundo Luckesi (2000) o bom planejamento da avaliaçao, com instrumento

satisfatórios, implica que sejam adequados as condutas e habilidades a serem avaliadas; aos

conteúdos indispensáveis planejados e aplicados; uma linguagem clara e objetiva; e ao processo

de ensino aplicado auxiliando como reforço do aprendizado.

São vários os instrumento de avaliação, mas qualquer que seja o escolhido deve ter a

qualidade necessária para que a qualificação do aluno seja criteriosa e aceitável exigindo do

mesmo um desempenho ao nível daquilo que foi ministrado durante as aulas. Nesta perspectiva,

Luckesi (2002, p.178) afirma “um instrumento de avaliação da aprendizagem não tem que ser

nem mais fácil nem mais difícil do que aquilo que foi ensinado e aprendido. O instrumento de

avaliação deve ser compatível, em termos de dificuldade, com o ensinado.”

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A eficácia dos instrumentos de avaliação, independentemente de sua formalidade, está

no preparo do professor, ou seja, depende do planejamento feito pelo professor para sua

aplicação. “Qualquer que seja o tipo de instrumento, é necessário o domínio da tecnologia da

sua construção, a fim de que sejam meios válidos de mensuração e fidedignos os resultados da

sua aplicação”. (VIANNA, 1989, p. 70).

Sobre os instrumentos de avaliação, Hoffmann (2005) afirma que a documentação de

diversas ordens, seja os registros produzidos pelo próprio aluno ao desenvolver atividades como

resolução de exercícios, tarefas, provas, trabalhos, ou seja, qualquer que seja o instrumento

proposto pelo professor ou mesmo os registros das informações feitas por observação e

anotações do professor sobre sua turma, enquanto mais detalhadas forem as informações mais

fácil verificar as condições do ensino aprendizado. É mais fácil o professor trabalhar as

carências de cada aluno ou da classe. Então para Hoffmann (2005, p.121), os instrumentos

mais acertados de avaliação “[...] todas as tarefas e registros feitos pelo professor que o auxiliam

a resgatar uma memória significativa do processo, permite uma análise abrangente do

desenvolvimento do aluno”.

Segundo Haydt (1988) para uma avaliaçao global do aluno é importante a variação dos

instrumentos com técnicas ajustados convenientemente e escolhidos segundo os propósitos de

averiguação da aprendizagem. Entre as variadas técnicas e instrumentos constantes no dia-a-

dia da escola, alguns merecem destaque com suas particularidades. Contudo, parece importante

apontar alguns instrumentos com suas funções e características próprias.

As observações e registros feitos pelo professor é um forte instrumento de avaliação da

turma, segundo Haydt (1988) na observação diária dos alunos, em seus momentos de

espontaneidade é que o professor pode ver quem apresenta dificuldades e como estão

resolvendo as atividades. Possibilitando a apreciação de aspectos que não é viável obter por

outras técnicas. O professor observa os alunos dentro e fora de aula e registrar informações

pertinentes, sobre a postura de sua turma. Esses registros devem ser casual e sistematizados em

fichas individuais, listas de verificações ou outros meios de anotações, é uma avaliação informal

feita de maneira espontânea. Outro conceito ou aspecto que o professor normalmente está atento

é com a avaliação continuada, por meio de atividades dirigidas e trabalhos em grupos ou

individuais que irão compor um processo de acompanhamento do aprendizado.

Os dados obtidos através da observação podem ser usados de forma proveitosa na

apreciação do resultado do aproveitamento escolar do aluno, como também para o

aperfeiçoamento do trabalho didático em sala de aula, pois, a partir das conclusões de

suas observações, o professor pode introduzir modificações para adaptar os conteúdos

curriculares e melhorar as estratégias de ensino. (HAYDT, 1988, p.126)

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Então as observações são úteis não apenas para a verificação do aprendizado da turma,

mas também para que o professor procure sanar as limitações que surgem em seu trabalho

pedagógico.

As provas, segundo Camargo (2010), é normalmente o instrumento de avaliação mais

conhecido dos alunos e, em geral, o mais aplicado pelos professores com a intenção de atribuir

notas. As provas pelo seu processo histórico, tende a causar receio nos alunos que as veem

como uma ação punitiva, estressante e apenas um meio classificatório. Mas cabe ao professor

usa-las como formativa, tendo claro quais os objetivos pedagógicos que as provas podem

assumir, não somente no intuito de medir o desempenho na sua resolução, mas como forma de

colher informações relevante sobre o que está dando certo.

A prova pode ser oral ou escrita. A prova oral analisa a capacidade de interpretação do

aluno e de expressar oralmente seus conhecimentos. De acordo com Haydt, a dificuldade de se

aplicar as provas orais surge com o aumento do número de estudante, porque a avaliação

demanda mais tempo em avaliar individualmente o aluno, o que levou ao surgimento da prova

escrita que pode ser objetiva ou dissertativa.

As provas objetivas, ou exames, surgiram com o intuito de aumentar a precisão das

medidas educacionais, e ainda sobre isso Haydt (1988, P.95) afirma, “[...] só será realmente

válido e fidedigno se suas questões forem bem elaboradas. É a boa construção das questões que

garante a validade e a fidedignidade do teste ou, melhor dizendo, a sua qualidade”. Este tipo de

instrumento tem a característica de apresentar resultados objetivos e de fácil correção, sendo

que os critérios de correção são igualitários e relativamente simples. Porém, a elaboração deste

tipo de prova exige muita atenção, pois precisam ser claras, sem ambiguidades e o professor

precisa ter bem decidido que conhecimento será avaliado. Ela apresenta ainda a desvantagem

do aluno não poder se expressar espontaneamente o que de fato sabe sobre o conteúdo.

As provas dissertativas segundo Haydt (1988), são aquelas que possibilita ao aluno se

expressar por permitir que responda as questões com suas próprias palavras colocando sua visão

sobre o conteúdo, “Ela pode ser apresentada através de uma ou várias perguntas, sob a forma

de uma preposição a ser desenvolvida ou enunciando o título de um tema”. (HAYDT, 1988, p.

114). É o tipo de prova que o aluno expressa sua interação com o assunto com certa liberdade,

não se prendendo a um ponto especifico do conteúdo. Esta forma de avaliar tem como vantagem

o professor ter condições de analisar a capacidade mental de formular respostas. Há dificuldade

de acertos casuais, pois o aluno precisa ter domínio do assunto para contextualiza-lo e é

relativamente tranquila de se planejar. Suas limitações estão na hora de apresentar resultados

por não ser tão fidedignas na correção, e requer muito tempo do professor.

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Outra forma de avaliação é a auto avaliação, esta é a apreciação feita pelo aluno a

respeito de si. E de acordo com Haydt (1988), a auto avaliação dá ao aluno a possibilidade de

apreende ser responsável e crítico, a partir de se próprio, admitindo seus erros e seus acertos,

se responsabilizando por suas atitudes. Assim, um aluno bem preparado consegue falar sobre

seu desempenho, tanto das dificuldades encontradas na aprendizagem quanto daquilo que

assimilou melhor. É neste momento que o professor deve estimular o aluno a vencer suas

dificuldades de se expressar e avaliar os avanços sobre os conteúdos trabalhados de forma

realista. Como outras habilidades a auto avaliação vai aprimorando com a prática.

Através da auto-avaliação, o aluno tem uma participação mais ampla e ativa no

processo de aprendizagem, porque ele tem oportunidade de analisar seu progresso nos

estudos (o quanto rendeu e quanto poderia ter rendido), bem como suas atitudes e

comportamento frente ao professor e aos colegas. Além disso, a auto-avaliação tem

uma função pedagógica, pois a consciência dos próprios erros e acertos é a melhor

forma de conduzir ao aperfeiçoamento. (HAYDT, 1988, p. 147-148).

Para a auto avaliação é necessário a preparação de um questionário que oriente o

processo. Para Haydt (1988) deve ser apresentada uma lista de verificações que guie a auto

avaliação, sendo esta planejada segundo a expectativa do professor e o nível da classe. Para o

autor a produção da lista, junto aos alunos facilitará a compreensão dos propósitos significados

desta prática. Se a lista for planejada apenas pelo professor precisa dar espaço para que os

alunos expressem itens, que por ventura, não apareceram no questionário e façam suas próprias

observações. Apresentando uma escala de verificações esta lista deve ter três níveis como ruim,

bom ou ótimo. Este processo pode se dar individualmente ou em grupo, porém o ponto fraco

da auto avaliação está em depender da disposição e sinceridade de quem a responde. Sob a auto

avaliação Hoffmann afirma:

Embora não entenda a aprendizagem sem um processo permanentemente reflexivo do

aprendiz, não considero que tais processos venham ocorrendo verdadeiramente em

benefício aos estudantes e professores nas escolas. Centram-se tais processos em

questões atitudinais, desvinculando-se do ato de aprender, da sua finalidade de auto-

regulação e abstração reflexionante, pertinentes à construção do conhecimento.

(HOFFMANN, 2005, p. 53).

Para a autora esta avaliação só é significativa quando leva o educando a uma reflexão

crítica sobre si, assumindo a aprendizagem como fundamental para seu crescimento intelectual,

criando estratégias para ajudar em seus estudos.

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CAPITULO 2- PROCESSO AVALIATIVO NAS AULAS DE MATEMÁTICA:

REFLEXÕES DOCENTE

A compreensão do trabalho desempenhado pelo professor ao avaliar seus alunos na sala

de aula é tarefa muito complexa e abrangente, com diversos aspectos relevantes que vão muito

além do julgamento de um indivíduo sobre outro, do professor sobre os alunos, que se

correlacionam dentro da sala de aula. Envolve as concepções educacionais de uma sociedade,

as normas da comunidades escolar, a utilização de critério e instrumentos que cada professor

aplica e interpreta segundo sua leitura de mundo. Considerando que cada pessoa interpreta suas

vivencias de maneira única e particular, busca-se extrair as concepções explícitas e implícitas

que direcionam o trabalho dos professores, objetos da pesquisa deste trabalho.

Toda pessoa ao conviver em um meio precisa conhecer e respeitar as normas ou regras

que implícitas ou explicitamente circundam aquele grupo de indivíduos. Quando professores e

alunos passam a conviverem no ambiente escolar, esta relação professor aluno está respaldada

em estatutos e projetos que visam um bom andamento do trabalho, com o objetivo de tornar o

ensino aprendizado mais eficiente e eficaz. Faz–se necessário conceituar e analisar os estatutos

do Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, sendo estes o Projeto Político e Pedagógico

e o Regimento Escolar, para saber quais são as bases legais que este fornece para as práticas

avaliativas do aprendizado de seus alunos.

2.1 Considerando os Documento Que Regem o Funcionamento da Escola Campo:

Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar.

O Projeto Político Pedagógico (PPP), é de responsabilidade da escola como está

determinado pela Lei nº 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a qual

expressa que salve as regras comum e do sistema que se aplica a toda instituição, cada escola

tem que formular e pôr em prática suas próprias propostas pedagógicas, é por meio dessa tarefa

que as instituições de ensino podem refletir sobre sua missão a intensão educativa, que orienta

o aprendizado. Segundo Veiga (2009):

A proposta pedagógica ou o projeto pedagógico relaciona-se à organização do

trabalho pedagógico da escola; o plano de trabalho está ligado à organização didática

da aula e a outras atividades pedagógicas e administrativas. Isso significa que o plano

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de trabalho é o detalhamento da proposta ou projeto (artigo 13). Portanto, compete

aos docentes, à equipe técnica (diretor, conselho escolar, coordenador pedagógico,

orientador educacional, etc.) e aos funcionários elaborar e cumprir o seu plano de

trabalho, também conhecido entre os profissionais por plano de ensino e plano de

atividades técnico-administrativas. (VEIGA, 2009, p. 164).

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos traz

consigo a função de provocar essa reflexão coletiva e dialogada da comunidade escolar,

professores, trabalhadores da escola, alunos e pais. Vem garantir a autonomia da escola

colocando-a como espaço público de ações organizadas, intencional e com objetivos definidos.

A escola persegue finalidades. É importante ressaltar que os educadores precisam ter

clareza das finalidades de sua escola. Para tanto, há necessidade de si refletir sobre a

ação educativa que a escola desenvolve com base nas finalidades e nos objetivos que

ela define. A finalidade da escola refere-se aos efeitos intencionalmente pretendidos

e almejados (VEIGA, p.23, 1996).

Os profissionais da escola são legalmente incumbidos da elaboração e execução e

avaliação das proposta de ensino da escola em que exercem suas funções, e assim buscam o

melhor caminho para atingir os objetivos e metas educativas que almejam. Então é este projeto

pedagógico que direcionar todo o trabalho dos profissionais envolvidos nas atividades de

ensino, sendo que alunos e sociedade que convivem nesta escola precisam conhecer e respeitar

suas normas de funcionamento e agirem em cumprimento das mesmas.

O Projeto Político Pedagógico possui fundamental importancia dentro da escola, por

direcionar as atividades pedagógicas, é na elaboração deste que a escola tem por missão refletir

e criar propostas, projetos e estratégias eficazes para melhor aproveitamento e desempenho do

processo de ensino e aprendizagem. O Projeto pedagógico e criado de forma coletiva, buscando

soluções em consenso, que diminua as divergências comuns ao trabalho de equipe, busca

diminuir as diferenças a competitividade permitindo maior participação dos agentes envolvidos

no trabalho: ou seja possibilita processos mais democráticos dentro da escola.

O projeto pedagógico, ao se constituir em processo participativo de decisões,

preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que

desvele os conflitos e as contradições, buscando eliminar as relações competitivas,

corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando pessoal e racionalizado

da burocracia e permitindo relações horizontais no interior da escola. (Veiga, 2004,

p.38)

A construção do Projeto Político Pedagógico é um ato democrático em que cada um tem

direito de participação e é considerado em suas particularidades como ser capaz de contribuir

para melhorar o trabalho desenvolvido em conjunto, em que se priorize o coletivo ao tentar

minimizar as diferenças e encontrar propostas que leve ao crescimento do grupo. Portanto, ao

formular estas propostas pedagógicas deve se considerar mais que apenas as relações de

convivência pessoal, mas também tem que se respeitar as funções estruturais características de

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uma escola, as ações propostas tendo caráter de continuidade com prazos determinados,

considerando os recursos e limites de cada um e da instituição de ensino. (MARQUES, 1990,

p. 22).

Nesta construção do Projeto Político Pedagógico as concepções de educação devem ser

pensadas sobre como esta escola se relaciona com a comunidade, com suas concepções de

cidadania, de trabalho, de individuo como ser participativo e crítico. Que tipo de seres humanos

se deseja formar com as ações desenvolvidas na sua proposta pedagógica. De acordo com Veiga

(2009, p. 165), “[...]cabe à escola explicitar os fundamentos teórico-metodológicos, os

objetivos, os conteúdos, a metodologia da aprendizagem, o tipo de organização e as formas de

execução e avaliação da escola.” Estas propostas precisam ser permanentemente repensadas e

avaliadas, sofrendo as adequações que se fizer necessárias.

Segundo Veiga (2009) ao se formular o Projeto Político Pedagógico, deve se considerar

dois tempos distintos, o cronológico aquele real, da hora dado pelo relógio, que pode ser

matematicamente marcado e o tempo pedagógico o da vivencia, que prevalece na sala de aula,

exigindo uma continuidade da prática docente, em que escolhas são feitas e o aprendizado

acontece por meio do diálogo, interação e socialização. O tempo cronológico é dominante ao

se preparar as aulas mas dentro da sala de aula, ao contrário é no tempo pedagógico que o

professor atua.

Sobre a avaliação dos alunos, o Projeto Político Pedagógico do escola campo da

pesquisa destaca esta, como sendo um dos aspectos de maior importância para o cotidiano da

sala de aula, com pensamento de que não existe certo ou errado, impondo critérios de avaliação

comuns a todos, sem nenhuma forma de distinção entre os estudantes, considerando que por

tempos a avaliação vem se manifestando como ameaçadora, autoritária e as vezes punitiva,

objetiva uma visão melhorada, com novas formas de avaliar o estudante.

A proposta de avaliação formativa oferecida pela Secretaria de Educação, Seduce, que

foi discutida pela rede estadual de ensino de Goiás, disseminada pela equipe pedagógica das

Subsecretarias Regionais de Educação do Estado de Goiás e consolidada pelo Núcleo de

Orientação Pedagógica é adotada Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, expressa em

seu Projeto Político Pedagógico, que coloca a avaliação como sendo um dos aspectos mais

importantes do cotidiano da escola.

A escolha da proposta de avaliação formativa é em consenso, pois acreditam que a

prática avaliativa deve ser continua possibilitando observar o desenvolvimento do aluno. De

acordo com legislação brasileira, por meio da Lei nº 9394 de 1996, em seu Artigo 25, e, na

legislação estadual, com a Resolução nº 5/2011 do Conselho Estadual de Educação do Estado

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de Goiás. Estas leis tratam o processo avaliativo como uma ação continuada e acumulativa, em

que os aspectos qualitativos sobressaem aos quantitativos, visando acompanhamento do

aprendizado dos estudantes. Tendo como finalidade garantir a aplicação da legislação

educacional em vigor no Estado de Goiás, fez necessário implementar a prática da avaliação

formativa nas Instituições de ensino da rede.

A avaliação formativa é considerada mais benéfica, por considerar a prova como mais

um entre vários instrumentos avaliativos significativos, por isto, não pode ser o único

instrumento aplicado. A verificação contínua da aprendizagem exige a análise de todo o

processo de ensino aprendizagem, examinando o desempenho do estudante em seus diversos

momentos, impedindo que o educando obtenha sua nota, ou seja, aferida em apenas um

instrumento aplicado.

Como a avaliação acompanha as aprendizagens e sabemos que estas ocorrem de

maneira variada em cada sujeito presente na sala de aula, torna-se necessário que a

cada elemento avaliado, também se tenha o elemento recuperado, para que a avaliação

não recaia na punição, mas que o aluno tenha a oportunidade de rever o que foi

ensinado e, consequentemente, recuperar a nota do critério aplicado. (PPP do CEJPP,

2015, p. 21)

Como proposto pelo PPP do Colégio Jandira a avaliação deve dar ao aluno, a cada

conteúdo ministrado, a oportunidade de rever os itens em que teve dificuldade de assimilação

para se recuperar, e assim, seguir acompanhando a grade curricular. Essa avaliação e

recuperação constante, ocorrem na escola campo como que na maior parte das instituições de

ensino do estado de Goiás. Porém, entre as unidade de educação estadual, há dificuldade de

consenso sobre a prática de avaliação e recuperação continuada, sendo a maior delas em definir

quais os critérios a serem submetidos ao ato avaliativo. Segundo o PPP do CEJPP (2015, p. 21)

as unidades escolares concordaram em dar “[...]notas para assiduidade, participação, aos vistos

ao fim do bimestre, entre outros procedimentos que erroneamente consideram-se como

pertinentes a um processo de avaliação contínua.” Sendo estes critérios básicos do processo de

ensino aprendizagem, o que torna estes elementos questionáveis quanto sua utilização como

instrumentos de avaliação, afinal pensa-se que ao avaliar o indivíduo, este precisa ser

considerado como um todo e esta avaliação acontece por meio de um instrumento que permita

averiguar o conhecimento adquirido pelo aluno e processo pedagógico usado pelo professor.

No processo de avaliação formativa, compete identificar os alunos que estão com

aprendizagens insuficiente. O professor juntamente com o coordenador pedagógico da Unidade

Educacional possuem a função de examinar os resultados para descobrir qual a verdadeira

dificuldade do educando. A avaliação diagnóstica ajuda a encontrar as lacunas no aprendizado

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de cada aluno e viabilizar ações e projetos que trabalhem de maneira preventiva essas

limitações, buscando uma aprendizagem significativa.

Referente à recuperação, PPP do CEJPP diz, que acontece apenas no termino do

bimestre ou no final do ano letivo, possibilitando recuperar a nota do estudante, porém por

vezes não permiti a recuperação da aprendizagem por não considerar as especificidades de cada

aluno, é necessario apresentar a proposta de avaliação formativa, alternativa que vise recuperar

a aprendizagem onde a nota passa a ser a consequência e não o objetivo principal, ao ver que a

escola é a unidade social de formação e evolução do indivíduo através da aprendizagem.

O Regimento Escolar é um documento elaborado pelo corpo de funcionários da

instituição de ensino, e para sua validade deve ser aprovado pelo conselho escolar. No caso das

instituições de ensino público pelo órgão governamental responsável pela escola, Secretarias

de Educação seja Municipal, Estadual ou Federal, sendo que o documento deve ser formulado

seguindo as normas e leis de educação praticadas no país. “O regimento escolar é a expressão

da política pedagógica, administrativa e disciplinar da escola, e regula, em seu âmbito, as

relações do coletivo escolar, com base nos princípios educacionais vigentes e na legislação

educacional. (Augusto, 2010, p. 1)”

A construção do Regimento Escolar vem como estratégia para sanar dificuldades

encontrada para o desenvolvimento do trabalho dentro da escola, sendo elaborado anualmente

e vigorado no ano subsequente a sua aprovação, ele deve caminhar lado a lado com as propostas

pedagógicas apresentadas pelo Projeto Político Pedagógico da escola, estes são documentos

democráticos que buscam a participação do quadro de profissionais envolvidos no processo de

ensino aprendizagem, constituído pelas normas didático pedagógicas da escola. Assim:

A escola deve ser transparente no que diz respeito a toda sua funcionalidade,

princípios e concepção e o Regimento Escolar cumpre este papel, na medida em que torna explícitas as decisões institucionais. Expressar o PPP é, também, orientar os diferentes segmentos escolares na busca de objetivos claros, democráticos e participativos. Se a escola é pública, laica e gratuita, o processo de constituição do

PPP e do Regimento Escolar deve ser um movimento de participação ampla de toda

a comunidade escolar para pensar seus princípios e diretrizes. (Gomes aput Bairros,

2006, p.4)

O Projeto do Regimento Escolar vem propor as questões relacionadas com a prática de

ensino, objetiva regulamenta os procedimentos necessários ao trabalho docente. Um exemplo

de dificuldades que pode ser trabalhada na construção do Regimento Escolar é buscar propostas

de avaliação menos classificatórias dos alunos. O regimento materializa em forma de

procedimentos aquilo que foi colocado pelo PPP. É o Regimento escolar que registra quais são

as funções e atribuições de cada funcionário, qual setor desempenha qual tarefa, ou seja, a

organização escolar é descrita pelo seu regimento que é fundamental para o bom funcionamento

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desta. Segundo Augusto (2010, p.2) “O Regimento Escolar reflete as características da escola

e estabelece as normas de seu funcionamento, de forma a garantir a segurança quanto aos

procedimentos e diretrizes das ações educacionais.”

No Regimento Escolar se encontra descrita as políticas de educação adotadas pela

instituição de ensino. Assim as política educacional compreende:

[...]os objetivos, os princípios e as diretrizes da educação escolar oferecida, as formas

de verificação do rendimento escolar e avaliação da aprendizagem, as normas sobre o

controle de frequência, o calendário escolar, a carga horária anual, a distribuição dos

dias letivos, as normas sobre matrícula, transferência, classificação, reclassificação de

alunos, aceleração e aproveitamento de estudos e estudos de recuperação da

aprendizagem. (Augusto, 2010, p. 2)

São as políticas de educação contidas no Regimento Escolar que definem os rumos que

o ensino vão tomar, direcionando os professores no planejamento e execução das estratégias de

ensino aprendizagem dos alunos. No regimento escolar encontra-se as informações sobre

organização escolar, administração de seu pessoal, administração dos recursos materiais e

financeiros, sistema de avaliação adotado, formas de recuperar os alunos com deficiência de

aproveitamento nos conteúdos, convívio entre escola, as famílias e comunidade, diálogo com

os pais e alunos, e execução do calendário escolar, seguindo os dias e horas-aula letivas

determinados.

Nesse sentido, o Regimento Escolar do Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos

discorre sobre avaliação e recuperação. Segundo o referido documento (2015, p.14) “a

verificação do rendimento escolar é mecanismo adotado para apurar o desenvolvimento

qualitativo e quantitativo do aluno.” Ou seja a escola faz uma avaliação qualitativa do

aprendizado dos seus alunos, segundo o Regimento o processo de avaliação compreende a

análise dos desenvolvimentos e também da frequência dos estudantes. Esta deve ser continua e

acumulativa, sobressaindo a análise dos critérios qualitativos e do progresso alcançado ao longo

prazo, com acompanhamento de desenvolvimento cognitivos, afetivos e psicomotores.

O Regimento Escolar vem seguindo a Resolução do CEE nº 194/20054 que traz a

avaliação feita por meio de trabalhos, pesquisas, exame individual ou em grupo, observação do

desempenho do aluno, auto avaliação, entre outros instrumentos pertinentes. Sendo que estes

instrumentos são escolhidos convenientemente pelo professor, segundo a demanda do conteúdo

e procedimento metodológico a ser aplicado. No decorrer do bimestre, o professor precisa

4 Resolução do CEE nº 194/2005 foi, na integra, incorporada a Resolução nº 05/2011.

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utilizar no mínimo dois instrumentos avaliativos diferentes. A apuração dos resultados obtidos

pelos alunos é expressa por meio de notas, variando em décimos, de 0 à 10.

Fica claro no documento da escola, o processo avaliativo deve considerar o aluno como

um todo, acompanhar e analisar o progresso de maneira integral do estudante, a prioridade é

prepara-lo para o convívio social como cidadão consciente e ativo na comunidade.

O processo de avaliação da aprendizagem deve considerar cotidianamente a

afetividade, presença e a participação do aluno nas atividades escolares, comunicação

com os colegas, professores e com os agentes educacionais, sua sociabilidade,

capacidade de tomar iniciativas, de criar e de apropriar dos conteúdos disciplinares

inerentes a sua idade e ano, se responsabilizando com os pais na sua aquisição de

conhecimento, desenvolvimento das habilidades de ler e escrever, interpretar,

atividades de valores indispensáveis ao pleno exercício da cidadania.( Regimento

Escolar CEJPP, 2015, p. 14).

O documento da escola estabelece que os professores estão proibidos de repetir notas

sobre qualquer pretexto, os alunos que perderem avaliações poderão requerer posteriormente

perante comprovação de justificativa. Os responsáveis pelos alunos menores de dezesseis anos

terão ciência dos desempenhos e frequências insatisfatória obtidos, nas matérias, pelo aluno,

estes relatados bimestralmente. Este relatório deverá ser devolvido a escola com assinatura do

pai ou responsável.

A recuperação segundo o Regimento Escolar do CEJPP (2015) é uma nova

oportunidade dada ao aluno, pela escola, para que este alcance o resultados desejados. Assim,

a unidade escolar lhe oferece uma outra oportunidade de aprendizagem, conforme o Parecer nº

5/2011, num período paralelo ao regular.

A recuperação no processo ensino aprendizagem precisa ser uma intervenção contínua

acompanhando o conteúdo aplicado pelo professor com objetivo de recuperar, imediatamente,

deficiências de assimilação daquele assunto. Esta recuperação tem caráter cumulativo e

continuo, seguindo o calendário escolar.

De acordo com o Regimento Escolar do CEJPP (2015) o aluno será promovido

respeitando os seguintes critérios: assiduidade igual ou superior a 75% da carga horária prevista

no calendário escolar e média anual igual ou superior a 6,0 pontos, coloca ainda, seguindo o

Parecer nº 5/2011 do Conselho Estadual de Educação, a possibilidade da promoção do aluno,

da própria Unidade Escolar, de série ou etapa mediante comprovação circunstanciada, que

apresentar grau de desenvolvimento e rendimento superiores aos dos demais.

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2.2 Apresentando os Dados da Pesquisa

Na etapa do Estágio Supervisionado I, que aconteceu no ano de 2014, com a turma dos

acadêmicos de Licenciatura em Matemática, nas dependências do Colégio Estadual Jandira

Ponciano dos Passos, tivemos o primeiro contato direto com as dificuldade enfrentada na

prática do trabalho docente. Foi pelas experiências vivenciados, como estagiaria nesta escola,

que foram surgindo os questionamentos sobre como ocorria os processos avaliativos dos alunos,

em que estava baseado a prática avaliativa dos professores titulares ao quais estávamos

acompanhando. Com estas interrogações, se tornou cada vez mais forte a inquietação pelo

interesse em conhecer melhor estes procedimentos. Assim surgem o projeto de realização dessa

pesquisa com os professores de matemática da nossa escola campo do estágio que passou a ser

também objeto de pesquisa neste trabalho.

O Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos (CEJPP), localizado na Praça Goiás,

s/nº, Bairro Goiás, na cidade de Jussara– GO. Está em funcionamento desde 1971, fundada em

homenagem a senhora Jandira mãe do primeiro medico da cidade de Jussara. A Lei 8.408/78

cria a escola e regulariza seu funcionamento, que é aprovado pela Lei 909/73. No início, com

apenas dois pavilhões de três salas cada, depois foi ampliada em mais um pavilhão com três

salas. Em 1994, posteriormente é ampliada em mais três salas, em um novo pavilhão. Foi

reformada em 1996 e através da lei 8.408/78, passa a funcionar como Colégio após 29 de

dezembro de 1997 (PPP, 2015).

O Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos exerce função social, como uma escola

inclusiva, trabalhando com diversidade humana de uma forma ainda mais abrangente, tendo

como princípio democrática a educação para todos ao acolher os alunos com deficiência. É uma

escola que prima por um ensino de qualidade para todos os alunos, provocando e exigindo

novos posicionamentos, sendo um motivo a mais para que o ensino se modernize. Tem

ideologia criar condições para uma educação transformadora, refletindo sobre a

intencionalidade educativa, busca alcançar objetivos com autonomia, tanto sócio econômicos

como cultural. (PPP, 2015). Funciona nos períodos matutino, vespertino e noturno, com Ensino

Fundamental e Médio, atendendo alunos dos bairros próximos, mas também atende um

considerável número de alunos da zona rural. Estes distribuídos no período escolar vespertino.

Os alunos, na maioria, são provenientes de famílias de baixa renda que vem sendo beneficiada

pelos Programas do Governo de combate à pobreza, como: Beneficio Jovem e o Bolsa Família.

Ainda em 2014, na elaboração do projeto de pesquisa, exigido pela Universidade

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Estadual de Goiás, na disciplina de Pesquisa em Educação Matemática, do terceiro ano do curso

de licenciatura em matemática, foi pensada a estrutura do questionário que permitisse coletar

dados, com o objetivo de conhecer mais a situação em que os professores praticam a avaliação

dos alunos, o que é levado em consideração e quais são as suas concepções ao avaliar o

desenvolvimento do aprendizado de seus educandos.

O Questionário dividido em três blocos visa a análise de aspectos relevantes para

compreender em que os professores do Colégio Jandira estão se fundamentando durante o ato

de avaliar. No Bloco I constam questões sobre os dados pessoais destes professores; experiência

profissional e carga de trabalho. No Bloco II as perguntas são voltadas a disciplina de

matemática; a concepção do professor e relevância que esta assume para o professor na

educação escolar. Já no Bloco III o questionamento é especificamente sobre a avaliação em

matemática procurando extrair informação que contribua para uma discussão produtiva sobre

avaliação escolar do aluno.

Segue os resultados dos questionários apresentado ao professores de matemática do

CEJPP e uma análise das respostas fornecidas por eles relacionadas a algumas das principais

ideias defendidas pelas autores que fundamentaram essa pesquisa.

Neste primeiro bloco as perguntas visam conhecer o perfil do professor, sua formação e

experiência profissional, foi respondido pelos três professores de matemática em exercícios das

funções em salas de aulas na escola. Estes três professores serão convenientemente aqui

chamados de professor(a) A, B e C para analise anônima dos questionários.

O professor(a) A com idade de 33 anos, é pós graduado, trabalha há doze anos com

ensino fundamental e a dez anos também com ensino médio, estando nos últimos cinco anos

trabalhando apenas em escola estadual, não respondeu se com cargo efetivo ou não. Está a seis

anos como professora no CEJPP atuando nos ensinos fundamental e médio, com jornada de

trabalho de sessenta horas semanal, dedica se exclusivamente a pratica docente.

O Professor(a) B tem 25 anos, graduado em Licenciatura em Matemática, trabalha a três

anos como professor nos ensinos fundamental e médio em escola estadual. É professor

contratado, há três anos nesta escola. E atua, além dos ensinos fundamental e médio também

com o ensino de jovens e adultos, EJA, com carga de quarenta e duas horas semanais, não

exercendo outra profissão se não a de professor.

O professor(a) C com vinte e quatro anos é graduado no curso de Licenciatura em

Matemática, há quatro anos trabalha como docente, sendo que quatro no ensino fundamental e

três também no ensino médio. Nos últimos cinco anos exerceu a profissão em escolas particular

e estadual, não respondeu se por contrato ou efetivo. Começou a trabalhar no CEJPP no ano de

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2015, com carga de sessenta horas semanais dedicando se somente à docência.

Os três professores com formação e experiências distintas, têm em comum uma jornada

de trabalho extensa, com muitas horas dentro da sala de aula, o que tende a desgastar e dificultar

o trabalho do professor. Um professor com tantas aulas pra ministrar teria condições adequadas

para conhecer e avaliar os progressos de cada um de seus alunos com uma avaliaçao

diagnostica, formativa e somativa de maneira justa e apropriada?

A seguir em um segundo bloco o foco das questões foi na matemática e no papel que

ela assume dentro das práticas de ensino aprendizagem. Será exposto o que cada um dos

professores diz ao sobre este assunto.

2.2.1 Visão do Professor Sobre o Ensino da Matemática

Os professores definem a Matemática como uma disciplina desafiadora, cheia de altos

e baixos, onde busca tornar o educando pensante, crítico e com raciocínio lógico. Como uma

disciplina que motiva o aluno a raciocinar, fascina e impressiona a todo momento. É a ciência

que estuda as quantidades, medidas, o espaço, lógicas aplicadas aos símbolos, números, figuras

e funções.

A definição que se faz da matemática expressa muito da concepção do professor, de

como é que os professores veem a matemática, isso se refletido implícita ou explicitamente nas

práticas de ensino, Segundo Ponte (1992, p.17) “[...] a idéia de que as concepções (conscientes

ou inconscientes) acerca da Matemática e do seu ensino desempenham um papel significativo,

embora sutil, na determinação do estilo de ensino de cada professor.”. A visão de cada professor

sobre a matéria, objeto de seu trabalho, terá influência em suas condutas no trabalho diário de

ensino de seus conteúdos.

A segunda questão foi para saber se os professores consideram a Matemática como uma

disciplina importante no currículo escolar? E por quê? Todos responderam que sim, muito

importante. De acordo, com os professores entrevistados a matemática é a base para uma

carreira de sucesso no mercado de trabalho. Sem os números, operações e raciocínio lógico não

há sociedade pensante. Por isso se torna algo fundamental na vida do ser humano. A

matemática está presente em diversas situações no nosso dia-a-dia. Basta olhar a nossa volta e

perceber a presença de números, nas medidas (comprimento, tempo, massa), nas formas

geométricas, etc.

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Partindo da visão dos professores percebe-se que a matemática ocupa uma posição de

destaque no currículo escolar, é uma disciplina que traz conhecimentos importantes para a

atuação social dos indivíduos, traz uma bagagem muito grande de conhecimentos adquiridos,

daí uma visão tradicionalista da disciplina em que muitas vezes parece pronta aos olhos dos

estudantes, portanto cabe ao professor buscar métodos ativos de ensinar, por meio de

metodologias dialógicas levarem os alunos a pensarem.

Na questão terceira os professores responderam se acreditam que a concepção do

professor sobre o ensino da matemática interfere no trabalho diário de sala de aula e de que

forma isso acontece? Para os três professores entrevistados interfere sim, porque professor

precisa ter amor pela disciplina e pelo ensinar. Desta forma, quando o professor demonstra

gosto e amor pela disciplina isso se torna algo motivador aos que apreciam, mas se não acreditar

que a matemática possa oferecer subsídio para que os alunos aprenda a se preparar para atuar

fora das salas de aula, sendo consciente e crítico, não faz sentido ensinar matemática.

As concepções são de natureza cognitiva, funcionam como uma espécie de filtro daquilo

e dão sentido e ou significado as coisas, orientam nossas ações mas também pode bloquear

novas experiências. Para Ponte (1992, p.1) “[...] as nossas concepções sobre a Matemática são

influenciadas pelas experiências que nos habituámos a reconhecer como tal e também pelas

representações sociais dominantes. A Matemática é um assunto acerca do qual é difícil não ter

concepções.” Com certeza todos temos uma ideia ou opinião formada acerca da matemática.

Esta visão que o professor de matemática tem da disciplina certamente se refletirá na sua prática

de ensino, assim de acordo com Ponte (1992, p.10) “as concepções influenciam as práticas, no

sentido em que apontam caminhos, fundamentam decisões, etc.”

Quais os critérios que você utiliza para a escolha do livro didático de matemática? Esta

foi a quarta questão apresentada, em que disseram ser o Currículo Referência do Estado de

Goiás, atividades elaboradas com clareza de soluções, exemplos de fácil entendimento,

baseados em fatos reais e com linguagem adequada.

Os critérios para a escolha dos livros didáticos é alvo de constantes discussões nos

cenários da educação, pela importância que estes ocupam no desempenho do trabalho do

professor, sendo que os livros são usados como instrumento principal na orientação do conteúdo

a ser trabalhado. Os livros didáticos utilizados pelos professores de matemática, são

normalmente escolhidos em conjunto, estes devem satisfazer ao Currículo proposto pelo

sistema de educação e auxiliar na prática de ensino dos conteúdos programados para aquele

nível.

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Na quinta questão procurou saber qual o procedimento que utiliza pelo docente para

ajudar o aluno, quando este apresenta dificuldades para desenvolver o conteúdo de matemática?

Os professores disseram existir várias maneiras, o atendimento individualizado, muito estudo,

pesquisas, jogos, dinâmica, livros. Evita ressaltar as dificuldades do aluno, não expondo diante

da turma, trabalha com ele situações concretas.

Observa-se que quando os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, os

professores buscam metodologias que auxilie-o na assimilação do conteúdo, mas muitas vezes

estas metodologias não surtem muitos efeitos por estarem baseadas em mecanismos rotineiros

que não exigem muito raciocínio por parte do alunos. Há predomínio tradicionalmente de uma

conduta de ensino que leve à memorização de conceitos e processos e não aprendizado crítico.

Em suas respostas os professores dizem fazer uso de diferentes instrumentos, o que ajuda a

fugir desse tradicionalismo, proporcionando formas diferentes de demonstração do conteúdo

para facilitar o aprendizado do aluno.

Já a sexta pergunta foi que recursos didáticos utiliza para trabalhar os conteúdos

matemáticos? Os professores responderam que Jogos matemáticos, oficinas, livros didáticos,

exercícios e suas correções, dinâmicas. Data show, vídeos, bastante exemplos. Pelas respostas

apresentadas pelos professores nota-se que eles fazem uma confusão entre o que é recurso5 e

estratégias de ensino6. Apresentam estratégias como sendo recursos, sendo que recursos são

meios materiais, palpáveis dos quais os professores podem fazer uso para auxiliar na aplicação

de suas estratégias de ensino, que são os procedimentos, ou seja formas de utilização destes

recursos que o professor acreditar facilitar a assimilação de determinado conteúdo. Assim

oficinas, correção de exercícios, explicação de exemplos são estratégias de ensino e não

recursos.

Certamente o uso de recursos didáticos diversificados é importante no ensino

aprendizado, analisando as respostas ao questionário apresentado vemos que os professores faz

uso de instrumentos tradicionalistas como livros didáticos, aplicação de exercícios e correção

5 Recursos são matérias e equipamentos didáticos, todo e qualquer recurso utilizado em um procedimento de ensino, visando a estimulação do aluno e a sua aproximaçao com o conteúdo. (FREITAS, 2007, p.21) 6 Estratégias de ensino são o modo de organizar o saber didático, apresentando diversas técnicas e recursos que

possibilitem o alcance dos objetivos propostos para a atividade. Significa pensar e utilizar os recursos mais

adequados para não só dinamizar as aulas, mas principalmente fazer os elos necessários entre o saber transmitido

e sua sedimentação no repertório do aluno. (FREITAS, 2007, P.14)

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o que representa. Segundo Ponte (1992, p.18) “[...]que os professores tendem para uma visão

absolutista e instrumental da Matemática, considerando-a como uma acumulação de factos,

regras, procedimentos e teoremas.”, mas também recorrem a jogos, dinâmicas, oficinas que

mostra a interferência de concepções de educação mais modernas em que, de acordo com O

Pontes (1992, p.18) “ [...] assumem uma concepção dinâmica, encarando a Matemática como

um domínio em evolução, conduzido por problemas, e sujeito ele próprio a revisões mais ou

menos significativas.”

O que acontece é que muitas vezes os professores buscam encontra a solução para as

dificuldades de aprendizagem encontradas em sala de aula em jogos e materiais sem saber

muitas vezes como ou porque estes recursos são importantes para o ensino aprendizagem de

matemática ou em que momento deve ser usados. Assim, para a aplicação adequada destes

recursos é preciso conhecer bem o material e planejar bem o que está sendo trabalhado. Surge

uma outra questão: Será que os professores com uma carga de trabalho exaustiva teriam

condições e tempo suficientes para planejar e realizar estas ações de ensino de maneira

satisfatória?

A sétima questão foi sobre qual é a maior dificuldade que você encontra ao trabalhar os

conteúdos matemáticos? Em que todos os professores atribuíram a falta de interesse e preparo

dos alunos, que são desmotivados, que muitos chegam as series finais do ensino médio sem

saber as quatro operações básicas da matemática. Também foi citado os pais que acreditam que

a escola é quem deve educar seus filhos, as salas lotadas, e os recursos didáticos insuficientes.

A matemática muitas vezes é tida como uma disciplina difícil, vista pelos alunos como

uma vilã do currículo escolar. As dificuldades desse ensino-aprendizado da matemática tem

diversas origem que podem ser a má formação dos professores, uso de metodologias

tradicionais, metas ineficientes e até mesmo pela utilização inadequada de recursos didáticos.

Existe ainda as dificuldades relacionadas à falta de contextualização da linguagem

matemática. Mas, para os professores entrevistados, o problemas está na falta de condições

oferecidas pelos alunos. É que muitas vezes a visão, tradicionalmente repassada a eles é a de

que a matemática é complicada e chata, isso causa um desinteresse nos alunos em aprender a

disciplina. Cabendo, portanto, ao professor criar artifícios que despertem nos alunos o interesse

pela disciplina, mostrando que a matemática possui diversas possibilidades de se chegar a um

resultado, revelando, assim as suas aplicações práticas, e não só trabalhando cálculos que não

que não tem significado para os alunos. Um dos problemas é que os professores na maioria das

vezes ministram de 8 à 10 horas de aulas por dia, o que lhes dificulta a dedicação para mudar

essa visão negativa dos alunos sobre a matemática.

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A oitava questão: Qual a sua relação com a Matemática? Fale-me um pouco sobre a sua

escolha em ser professor e porque escolheu ensinar matemática? Foi respondida pelos

professores sendo muito boa a relação com a matemática por gostarem de desafios, curiosidades

e a matemática é absoluta, é sem meio termos. Disciplina que nos leva a pensar, buscar soluções.

Trabalhar com números e operações, me encanta e instiga. ë desafiadora e questionadora, mas

sempre sabe-se que haverá uma resposta exata. É uma disciplina com a qual os professores tem

afinidade.

São diversas as motivações que cada professor teve para trabalhar com matemática e

esta relação que se estabeleceu entre a matemática e o professor se manifesta implicitamente,

no decorrer de seu trabalho didático pedagógico, e as concepções sobre a matemática está

diretamente ligada as vivencias de cada um. Assim segundo Alba Thompson (1982) aput Ponte

(1992, p. 17) diz que “[...] muitas das concepções e crenças manifestadas pelos professores

acerca do ensino pareceram ter mais a ver com uma adesão a um conjunto de doutrinas abstratas

do que com uma teoria pedagógica operatória.” Ou seja a visão do professor parece influenciar

mais o seu trabalho do que as teorias pedagógicas adotadas.

Na nona questão os professores falaram sobre a participação em processo de formação

continuada nos últimos cinco anos? E qual ou quais? Estes afirmaram terem participado, em

cursos como: Oficinas oferecidas pela Secretaria Regional de Educação em início de ano. Pacto

pelo fortalecimento do Ensino Médio, outros como Inclusão- Conhecer para fazer, Educação

Especial Numa Perspectiva Inclusiva, Formação para Professores I, II, III, IV e V, Somando

Ideias, Encontros Regionais de Ensino e Praticas Pedagógicas de Goiás.

A necessidade de preparar os professores para os crescentes desafios encontrados na

prática docente com o avanço da sociedade, é uma realidade que tem sido bastante abordada

nas discussões sobre a melhoria da educação. Para Libâneo (2003), é os professores frente a

uma nova sociedade, e aos conhecimentos exigidos por esta, precisam ter condições de ofertar

um ensino mais qualificado. É importante formar melhor os futuros docentes com ampliação

de sua cultura geral, dando assim ao professor “[...] maior capacidade de aprender a aprender,

competência para saber agir em sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem

informacional, saber usar meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e

multimídias”. (LIBÂNEO, 2003, p.10).

A formação continua de professores é de fundamental importancia para melhorar a

qualidade da educação, é um dos caminhos que pode levar a modificar e transformar a realidade

das escolas. A formação continuada busca contribuir para que o professor tenha condições de

formular soluções para os problemas enfrentados no cotidiano das práticas de ensino, ainda

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fortalece no compartilhamento de experiências por meio da interaçao surgida em meio aos

elementos formativos.

2.2.2 Avaliando o Aluno: Recursos, Estratégias e Conceitos.

Direcionando as perguntas ao tema principal desta pesquisa, o terceiro bloco passa a

dialogar sobre avaliação da aprendizagem, com a intenção de conhecer as condutas dos

professores durante a ato avaliativo de seus alunos. Assim, a primeira questão deste bloco, é

como o professor define avaliação da aprendizagem? Estes definiram-na como analise do que

foi aprendido pelo educando, aproveitando a mesma para uma auto- avaliação. Ação pela qual

se percebe o que o aluno conseguiu absorver do que foi apresentado até um certo momento, que

permite descobrir onde está a dificuldade do aluno, para então poder trabalhar os pontos mais

fracos. Essa avaliação pode ser feita por diversas maneiras, não somente por provas e trabalhos,

avaliar também é levar ao aprender, ou seja, é uma reorientação para uma aprendizagem mais

significativa.

Os conceitos que cada professor tem sobre avaliar são diversos, tendo em comum a

visão de que a avaliação é o meio de acompanhar o que o aluno aprendeu sobre o conteúdo

ensinado. O juízo de valor, ou seja, a concepção pessoal do professor sobre a avaliação, está

intrínseco neste processo, mesmo quando o professor procura fazer uso de instrumentos e

procedimentos mais sistematizados. Segundo Gatti (2003), “isto traz ao primeiro plano de

considerações e responsabilidades de cada professor como avaliador perante seus próprios

alunos a necessidade de que reflita sobre suas concepções quanto ao papel da avalição em seu

trabalho com os alunos” (GATTI, 2003, p. 102).

O professor tem uma grande responsabilidade no processo avaliativo dos alunos, é

preciso considerar formas de acompanhar e avaliar o desenvolvimento de maneira construtiva,

buscando compreender as funções inerentes ao ato de avaliar dentro da sala de aula.

A segunda questão foi para saber com que objetivo você avalia seu aluno? E obteve

como resposta que é para ver o que foi aprendido durante as aulas e o que deve ser revisto por

eles. Com objetivo de diagnosticar a situação de aprendizagem de cada aluno, em relação ao

currículo referência do estado de Goiás.

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O professor ao pensar um processo avaliativo de seus alunos precisa ter claro qual o

objetivo daquele processo o que, em que e para que está avaliando, qual o objetivo daquela

prática, ou este se torna um processo sem sentido que não irá contribuir em nada para o

desenvolvimento do aprendizado. Assim:

[...] a avaliação da aprendizagem deveria servir de suporte para a qualificação daquilo

que acontece com o educando, diante dos objetivos que se têm, de tal modo que se

pudesse verificar como agir para ajudá-lo a alcançar o que procura. A avaliação não

deveria ser fonte de decisão sobre o castigo, mas de decisão sobre os caminhos do

crescimento sadio e feliz (LUCKESI, 2002, p. 139).

O aprendizado é o principal objetivo da prática docente, assim ao avaliar o professor

precisa ter em mente que a função da avaliação é contribuir para o desenvolvimento cognitivo

dos alunos sobre determinado conteúdo, auxiliar para que os estudantes possam a aumentar não

apenas seus conhecimentos, mas tenham uma compreensão crítica da sociedade possibilitando

a participação, meio social como cidadão a autônomo e consciente.

As ações desenvolvidas dentro da sala de aula precisam ser previamente planejadas, e

delineados quais os objetivos deseja-se alcançar a partir de determinada proposta de ensino

aprendizado. Assim, o planejamento sistematizado possibilita a criação de mecanismo para o

desenvolvimento da educação, o que viabiliza o avanço do educando em sua trajetória de

formação. Se toda ação vem acompanhada de uma intenção, no processo de ensino

aprendizagem é preciso planejamento que será executado e por fim faz se a verificação dos

resultados para saber se os objetivos de ensino foram atingidos, ou seja, feita a avaliação.

“Enquanto o planejamento é o ato pelo o qual decidimos o que construir, a avaliaçao é o ato

crítico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto. Luckesi

(2002, p.118).” Os objetivos do processo avaliativo são estabelecidos na etapa de planejamento

das aulas, nesse momento quando o professor escolhe os recursos e estratégias de ensino-

aprendizagem, e quais instrumentos serão usados para avaliar os alunos, é indispensável que

este professor determine com que objetivos avaliará seus alunos.

O que você considera ao avaliar seu aluno? Foi a terceira questão apresentada. Os

professores falaram que participação, resolução de exercícios diagnostico de resposta por

raciocínio lógico, disseram considerar toda forma de participação, de resolução de exercícios e

problemas, diferentes maneiras de obter resultados iguais, ou seja, a produção e o resultado

final.

Ao avaliar o aluno, o professor pode fazer considerações qualitativas ou quantitativas

do desempenho deste aluno, sendo que a avaliação qualitativa que vem sendo defendida prioriza

os processos, o desempenho e o interesse do aluno mais que o resultado propriamente dito.

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Qualquer evolução apresentada pelo aluno deve ser considerada e analisada como

aproveitamento para avaliação, assim o professor precisa ser o agente responsável por uma

avaliaçao mediadora, ao refletir sobre toda a produção de conhecimento dos educandos,

valorizando a iniciativa e a curiosidade na produção de novos saberes juntamente com os

alunos. Ao fazer uma análise do cominho percorrido, por meio de avaliação formativa, processo

importante, ao passo que informe o professor onde está a dificuldade de aprendizagem dos

alunos é o que dá ao professor subsídios para buscar outros caminhos que auxilie a

aprendizagem. Com base nas respostas dos questionários os professores buscam uma avaliação

qualitativa, continua, mas que não precisamente é formativa que possibilita essa retomada do

planejamento didático para recuperar o aprendizado dos alunos.

Nas questões quatro e seis, que foram sobre como você avalia seu aluno, e quais são os

instrumentos mais comuns utilizados para avalia-los, obteve-se como resposta que é por meio

de atividades extra classe e em sala de aula, são observados aspectos como participação nas

aulas, relatórios, tabuada, pesquisas, trabalhos artísticos (Tangram, Mosaico, figuras

geométrico, etc), seminários e prova escrita. Como instrumentos citaram o caderno/

participação, pesquisas, seminários/debates, trabalhos individuais ou em grupos, desenhos e

avaliaçao oral ou escrita.

Os professores citam os Seminários como forma de avaliar seus alunos, mas como são

organizados esses seminários de matemática? Como os alunos são avaliados em seminários?

Quais os critérios observados, pelo professor?

Os professores precisam dispor de vários mecanismos avaliativos, usados

continuamente durante as aulas, estes criados e aplicados pelo professor com o objetivo de

constantemente acompanhar os avanços dos seus alunos. É interessante que estes sejam de fácil

aplicação permitindo uma avaliaçao rápida em sala, daquilo que os alunos estão conseguindo

assimilar sobre o conteúdo abordado. Os professores demostram aplicar procedimentos

diversificados para acompanhar o desenvolvimento dos alunos.

Os instrumentos avaliativos são mecanismos concretos, de natureza diversa, que os

professores utilizam para acompanhar o processo de ensino aprendizado dos alunos, entre os

mais comuns estão provas, aplicação de atividades individuais ou em grupo, acompanhamento

da participação, fichas de observação e relatórios. Estes instrumentos usados para avaliar estão

culturalmente associados ao ação de avaliar o aluno. De acordo com Hoffmam (2005, p. 13),

“métodos e instrumentos de avaliação estão fundamentados em valores morais, concepções de

educação, sociedade, de sujeito. São essas concepções que regem o fazer avaliativo e que lhe

dão sentido.”

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Os instrumentos e métodos de avaliação indiscutivelmente são fundamentais para a

análise feita pelo professor daquilo que está ou não dando certo em suas aulas o que o aluno

conseguiu progredir na aprendizagem. Porém para o aproveitamento adequado, o professor

precisa conhecer bem o instrumento escolhido e refletir sobre qual habilidade está sendo

avaliada.

Numa quinta questão os professores disseram em que momento avaliam seus alunos. E

foram unanimes em responder que os alunos são avaliados em todos os momentos por meio de

uma ação continua. Mas não mencionaram nenhum forma de registro desse processo avaliativo,

nenhum tipo de relatório que forneça informações sobre esta avalição continua.

O fluxo continuo de informações exige processos de avaliação que possibilite ao

professor obter informações sobre o que o aluno está aprendendo. A avaliação continuada

possui a função de direcionar e redirecionar diariamente o trabalho do professor dentro da sala

de aula buscando meios de que os alunos superarem as dificuldades, consigam aprender e

adquirir mais conhecimento.

Sobre quais são as maiores dificuldades encontradas no processo de avaliação dos

alunos, sétima questão, os professores atribuíram as dificuldades a desinteresse dos mesmos,

que são desmotivados, que o professor trabalha com alunos analfabetos e alunos espaciais sem

laudos médico, ou ainda, sem o professor de apoio.

Os professores culpam os alunos por sua falta de interesse e motivação, porém há de se

pensar o que está sendo feito para que estes alunos tenham mais interesse, porque eles não se

importem com a aquisição de conhecimento, como a disciplina poderia se tornar mais atraente

e interessante para estes estudantes? O problema será somente de aprendizagem ou também de

ensino? Em que momento as falhas tem surgido e porque não são corrigidas?

O que é feito para recuperar os alunos quando a maioria da turma tem resultado ruim,

foi a oitava questão abordada. Já na questão nove os professores deram suas opiniões sobre

como devem ser tratados os erros em matemática e o que faz diante o erro do aluno. Os

professores declararam que as aulas de reforço e atividades extra classe, com Revisão do

conteúdo são atividades desenvolvidas para recuperar os alunos. Porém um professor fez a

seguinte afirmação: “Nas escolas o que se faz é recuperar notas através dos critérios de

avaliação citado na questão 4, bloco III. Dificilmente se recupera o aprendizado desses

alunos.”

Ao serem questionados sob as tentativas em recuperar o conteúdo dos alunos os

professore responderam que é por meio das aulas de reforço, o que é estipulado pela legislação

na resolução nº 5/2011 no artigo nº 106 que diz “A recuperação, parte integrante do processo

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de construção do conhecimento, deverá ser entendida como orientação contínua de estudos e

criação de novas situações de aprendizagem, [...]”, porém nas respostas também percebe-se que

não há uma preocupação com um replanejamento didático e uma retomada do conteúdo que

vise realmente recuperar o aprendizado dos alunos. Pela resposta apresentada pelo professor

que diz que apenas se recupera notas e não aprendizado, surge a questão estaria o professor

interessado ou não a recuperação da aprendizagem dos alunos, ou será o as condições de

trabalho do professor que não permite que se faça, efetivamente uma avaliação formativa, em

que a preocupação com a apropriação do saber pelo aluno seja o foco principal do processo

avaliativo. Estaria este professor sendo negligente ou apenas fazendo o melhor que pode com

as condições que tem para realizar seu trabalho?

Em relação a questão dos erros matemáticos, os professores disseram analisar a proposta

de desenvolvimento feita pelo aluno, como fazer, o caminho pelo qual ele passou até chegar

em seu resultado final. E todo erro deve ser claramente destacado e discutido com o aluno, afim

de mostrar, corrigir e ensinar a fazer o certo. Não podemos tratar só como erros, mas como um

caminho pra chegar no correto. Primeiramente erros são comuns a todos, quando se envolve

matemática também é comum. Rever os conceitos e os metodologias que estão sendo utilizados.

Encarados com naturalidade e racionalmente tratados, os erros passam a ter

importância pedagógica, assumindo um papel profundamente construtivo, e servindo

não para produzir no aluno um sentimento de fracasso, mas para possibilitar-lhe um

instrumento de compreensão de si próprio, uma motivação para superar suas

dificuldades e uma atitude positiva para o seu futuro pessoal. (PAVANELLO, 2006

P. 9)

No processo avaliativo é essencial, além de identificar o erro, o tratamento dado a ele

numa interação com quem o praticou, com a finalidade de que o aluno consiga perceber em que

errou e porque errou, assim o professor tem a oportunidade de conhecer até que ponto chega a

compreensão do aluno sobre o que lhe foi ensinado. Segundo Luckesi (2002, p.56), “tanto o `

sucesso/insucesso´ como o ´ `acerto/erro` podem ser utilizados como fonte de virtude em geral

e como fonte de “virtude” na aprendizagem escolar”.

O erro é importante na ação avaliativa, pois permite ao professor saber em que o

educando está tendo dificuldade. Conhecer a limitação do aluno e a partir de então buscar

metodologias diferentes que contribuam para a assimilação daquele conteúdo. O caminho

percorrido pelo aluno, o que o levou ao erro, diz muito sobre suas dificuldades de

desenvolvimento. Ainda para Luckesi (2002, p.58), “de fato, avaliação da aprendizagem

deveria servir de suporte para qualificação daquilo que acontece com o educando, diante dos

objetivos que se têm, de tal modo que se pudesse verificar como agir para ajudá-lo a alcançar

o que procura.”

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A décima questão: foi você acredita que o processo do ensino aprendizagem escolar

seria possível sem a avaliação? Todos os Professores disseram não acreditar, pois é essencial

para ambas as partes, sendo indispensável para o processo de ensino aprendizagem.

Para os professores entrevistados não é possível uma visão do processo de ensino

aprendizagem sem a ação avaliativa. As práticas de ensino aprendizagem demostram, de acordo

com Luckesi (2002), que “[...] a avaliação da aprendizagem ganhou um espaço tão amplo nos

processos de ensino que nossa prática educativa escolar passou a ser direcionada por uma

`pedagogia do exame. ` ” . Porém, esta deve existir como forma de contribuir para com o

processo de formação do educando, dando condições de discernimento para exercer a própria

cidadania, conhecer a si mesmo e respeitar suas particularidades ao agir diante das situações

encontradas, diariamente, no meio social.

2.3 Refletindo Sobre o Trabalho do Professor no Processo Avaliativo.

Ao analisar o questionário, muitos aspectos chamam a atenção e revelam, de forma sutil,

as concepções dos professores de matemática do CEJPP sobre a avaliação da aprendizagem

escolar. Há traços muito fortes das concepções tradicionalistas de educação, em que, segundo

Aranha (2006), ocorre uma avaliação homogênea sem distinção do processo de acordo com os

indivíduos. Nesta concepção o estímulo negativo era usado por meio de reprovação e notas

baixas o positivo pela aprovação e bons conceitos, as verificações de resultados eram em médio

e curto prazo. Com a aplicação de instrumentos de origem tradicional, como as provas, e

colocando a obtenção de notas como objetivo principal do processo avaliativo, demostram uma

avaliação quantitativa tradicionalista. Segundo Luckesi (2003, p. 18), “[...] o nosso exercício

pedagógico escolar é atravessado mais por uma pedagogia do exame que por uma pedagogia

do ensino/aprendizagem.”

Essa permanência da cultura tradicionalista e tecnicista da avaliação, tem raízes

profundas na educação brasileira. É difícil saber quais fatores fazem com que elas se

mantenham tão fortes nas práticas da maioria dos professores. Porém, a concepção dos

professores é um dos fatores que levam a dificuldade de se superar essa conduta.

Muitos fatores dificultam a superação da pratica tradicional, já tão criticada, mas,

dentre muitos, desponta sobre maneira a crença dos educadores de todos os graus de

ensino na manutenção da ação avaliativa classificatória como garantia de um ensino

de qualidade, que resguarde de um saber competente dos alunos. (HOFFMAN, 2003,

p.11).

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Mas é notável que em alguns aspectos percebe-se influências de concepções de

educação mais modernas quando os professores procuram utilizar de procedimentos como

trabalho em grupos, participação e acompanhamento da evolução do aluno durante as aulas o

que caracteriza uma avaliação mais qualitativa continuada.

Outro aspecto que remete as concepções mais modernas em avaliação é o tratamento

dado ao erro, em que demostra a importância do caminho que o aluno percorreu em busca da

solução desejada. Ao que se percebe, a avaliação está em processo de evolução, transitando

entre práticas tradicionalista e concepções mais modernas, em que dependendo da vivencia de

cada professor há o predomínio de uma ou outra. E a partir de uma nova postura, assumida por

parte dos docentes, os estudantes podem se tornar mais emancipados, cidadãos maduros

emocionalmente e psicologicamente com autonomia e postura critico consciente. Segundo

HOFFMANN (2003, p. 90). “O descontentamento dos professores com a prática tradicional,

classificatória e mantenedora das diferenças sociais é o primeiro passo na direção de uma

investigação séria sobre uma perspectiva libertadora da avaliação.”

Essas novas ações avaliativas decorrem de uma visão mais ampla da educação e das

funções que o professor assume durante a prática avaliativa, uma concepção da importância

que o ato avaliativo exerce nos processos de ensino aprendizagem, podendo ser meio de

investigação para melhor conhecer a realidade do educando, e então, acolhê-lo em suas

necessidades e ajudá-lo a superar suas limitações ou apenas como meio de classificação em que

se julga que está apto ou não, sabe ou não sabe sem se importar realmente com o

desenvolvimento daquele aluno. A mudança depende de uma concepção e postura inovadora

dos professores, só assim as tão desejadas mudanças na qualidade do processo de ensino-

aprendizagem de nossas crianças e jovens tem chances de ser realidade.

A prática avaliativa não irá mudar em nossas escolas em decorrência de leis,

resoluções, decretos ou regimentos escolares, mas a partir do compromisso dos

educadores com a realidade social que enfrentamos. Questionar os procedimentos

avaliativos seletivos e excludentes de nossas escolas é uma das etapas desse

compromisso. (LUCKESI, 2003, p. 36).

No momento em que há uma concepção, por parte dos professores, de que o processo

avaliativo integrado aos demais aspectos pedagógicos, constituem as estratégias para um

trabalho eficaz e bem sucedido nas práticas docentes tem assim consciência de que a avaliação

não pode ser apenas uma simples medida e que as notas nem sempre mede fielmente o

conhecimento adquirido, assim:

[...] registraremos aqui o fato de que hoje se sabe que a avaliação não é uma medida

pelo simples fato de que o avaliador não é um instrumento, e porque o que é avaliado

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não é um objeto no sentido imediato do termo. Todos os professores-avaliadores

deveriam, portanto, ter compreendido definitivamente que a “nota verdadeira” quase

não tem sentido (HADJI, 2001, p.34).

Ao longo do tempo houve várias mudanças significativas no currículo pedagógico

nacional, em diferentes épocas as novas propostas avaliativas evidenciam a tentativa de

melhorar, e tornar mais justo, o processo avaliativo dos estudantes procurando promover o

desenvolvimento do potencial de cada aluno na busca de torná-lo um cidadão crítico e

consciente, capaz de analisar e avaliar o mundo a sua volta para contribuir para melhorá-lo.

Nessa trajetória da educação intencional os processos avaliativos foram se desenvolvendo na

perspectiva de avaliar os alunos de forma mais abrangente possível, analisando o

desenvolvimento do aluno amplamente em todo seu potencial. No entanto, os professores da

escola objeto de pesquisa, tem uma extensa carga horaria, como acontece com a grande maioria

dos professores da rede pública brasileira. Isto dificulta o trabalho deles, pois com muitas e

numerosas turmas, se desdobram para cumprir as atribuições inerentes ao trabalho docente.

Nessas condições, seria possível realizar eficiente e eficazmente uma avaliação formativa,

qualitativa, contínua da aprendizagem? Está talvez seja a principal questão que fica para se

pensar.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar as concepções de avaliação da aprendizagem dos três professores do

Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, com foco nos objetivos desta pesquisa,

observando os principais conceitos associadas a uma avaliação escolar, as legislações sobre

avaliação, e os questionários aplicados aos professores, nota-se que, estes profissionais tendem,

em vários momentos, a praticar uma forma de avaliação voltada a concepção tradicional, com

aplicação de provas escritas para verificação dos conhecimentos assimilados pelos alunos e que

medem estes conhecimentos por meio da correção destes instrumentos e atribuições de notas.

Porém, os três professores pesquisados dizem desenvolver um processo continuo de avaliação

que acolhem os alunos, que buscam entender o que eles não compreenderam, que procuram

reverem os percursos que conduziram aos erros dos mesmo, na tentativa de construir uma

relação amigável que permita apoiar e propor novos caminhos mais adequados a seus alunos.

Neste aspecto, acabam aproximando um discurso de uma avaliação formativa, com as

suas práticas avaliativas, mas ao considerar que os professores procuram responsabilizar os

alunos pelas dificuldades encontradas no processo de ensino aprendizado, e nas ações

avaliativas, e ainda notando que a dificuldade em retomar os conteúdos com baixo desempenho

pela turma, por exemplo, percebe-se que está havendo uma contradição entre teoria e prática.

A realidade enfrentada pelo professor em sala de aulas é bem diferente da teoria

apresentada por muitos autores. A verdade é que estes professores trabalham em salas de aula

muito cheias, com carga de 8 à 12 horas/aulas diárias, nestas condições é inviável um processo

de avaliação formativa, qualitativa e contínua adequada.

Não se trata de discutir que tipo de avaliação deve ou não ser feita, qual a melhor ou

a mais moderna. Trata-se, sim, de verificar quais são as reais condições de trabalho

dos professores e, daí, repensar o que pode resultar da aplicação de medidas que não

possam efetivamente ser realizadas com qualidade. (ZAGURY,2006, P.207).

Dentro das condições vivenciada, atualmente pelos professores, principalmente os de

escolas públicas, observa-se que mesmo que o professor queira avaliar os seus alunos

qualitativamente, em aspectos que vão desde sua formação e conduta sócio/moral, passando

por hábitos e comportamento até o desenvolvimento psicológico, emocional e cognitivo, ou

seja esta avaliação é uma tarefa que exige muito mais do professor comparadas as práticas

tradicionais de avaliação, como aplicação de provas, baseadas nos conteúdos ministrados e

aferição de notas pela correção destas . De acordo com Zagury (2006, p. 209), “a questão que

me parece essencial, na situação atual das escolas brasileiras, é encarar a realidade que temos e

escolher, entre as duas alternativas acima, a que menor prejuízo traz à qualidade do ensino.”

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Não é questão defender ou não uma ou outra forma de avaliar, mas sim refletir sobre as

condições em que estas avaliações estão ocorrendo, procurar o que pode ou não funcionar

melhor para despertar nos estudantes a vontade de adquirir o conhecimento necessario para seu

futuro.

Segundo Zagury (2006, p.222) “[...] qualquer iniciativa de mudança que não conte com

a adesão e o treinamento prévio de quem vai executá-la correrá sempre um enorme risco de

fracasso.” Nestas circunstâncias os professores podem avaliar seus alunos, seguindo os juízos

de valor que fazem deles, justa ou injustamente, colaborando para sucesso de alguns e o fracasso

escolar de outros. Os discursos de avaliação qualitativa precisa se concretizarem na prática,

para que realmente, se efetive os processos avaliativos inovadores que contribuam para

melhorar a qualidade do ensino, isto parece possível, apenas se os professores disporem de

infraestrutura e formação necessárias, melhores condições de trabalho, melhores salários,

menor número de alunos, e ainda é indispensável mudanças nas concepções destes professores,

para transformar suas práticas avaliativas em processos mais significativos.

É interessante observar que mesmo em situações precárias, muitas desfavoráveis, com

esforço é possível buscar alternativas que contribua para a superar as carências apresentadas no

processo avaliativo.

Muitas são as questões que surgem com esta análise, o intuito desta pesquisa não é

propor soluções, mas provocar reflexões que possam somar na busca de um denominador

comum, que satisfaça as necessidades de melhoria na qualidade do processo de ensino e

aprendizagem.

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