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Anais II Simpósio Gênero e Políticas Públicas ISSN2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 18 e 19 de agosto de 2011.
GT6- Gênero e Educação – Coordenação: Wagner Roberto do Amaral
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A percepção de gênero nos cursos de Educação Física
Mário Moreno Rabelo Silva1
Resumo
As questões de gênero se constituem mediante construções sociais do gênero masculino e do
gênero feminino as quais, por sua vez, se manifestam em vários ambientes, entre eles na
Educação. A forma como o Ensino Superior, sobretudo no curso de Educação Física, discute
as representações de gênero na formação inicial através de seus currículos suscitou a temática
partindo da seguinte questão-problema: quais as dimensões da incorporação de gênero nos
currículos dos cursos de licenciatura em Educação Física das Instituições Federais mineiras?
Nesse sentido o objetivo geral desta pesquisa se propõe a identificar e analisar as diferentes
formas de veiculação da noção de gênero nos projetos pedagógicos de tais cursos. De modo
específico pretendemos: aprofundar reflexões sobre as categorias gênero, currículo e projeto
pedagógico; analisar os projetos pedagógicos dos cursos de Educação Física mencionados e
problematizar as concepções de gênero no contexto de: organização do currículo formal sob
as proposições das diretrizes curriculares e a organização da grade curricular. Pretende-se
problematizar os avanços e limitações presentes nos projetos pedagógicos dos cursos
superiores em questão, no que tange à temática de gênero. Tendo em vista a natureza do
problema deste estudo, utilizaremos a pesquisa documental de caráter qualitativo. Nosso
referencial teórico se baseia em autores como: Louro, Goellner, Altmann, Saraiva, Pereira,
Libâneo, Moreira e Candau, entre outros. A pesquisa encontra-se em faze de revisão
bibliográfica, desde já estamos analisando os periódicos de maior relevância na área como o
grupo de trabalho da ANPED: “Gênero, Sexualidade e Educação”, em articulação com a atual
literatura referente à temática abordada.
Palavras-chave: Gênero, Currículo e Formação de Professores.
1 Mestrando em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)/ email: [email protected]
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1. APRESENTAÇÃO
Durante minha trajetória acadêmica no âmbito do curso de graduação em
Educação Física participei de projetos de pesquisa que abordava temas como: iniciação
esportiva e treinamento, prática pedagógica, políticas públicas e gênero na escola. Este
último, por sua vez, me despertou maior interesse, por ser um assunto instigante, embora tal
tema seja relativamente discutido no meio acadêmico. Recentemente, alguns grupos e
núcleos de pesquisas têm feito esforços para desenvolver estudos sobre o tema dar
visibilidade a ele no meio educacional, tais como: GEERGE2 (PPGE/ UFRGS); NIGS
3
(PPGAS/UFSC), Grupo de Trabalho da ANPED “Gênero, Sexualidade e Educação”, entre
outros.
Nas aulas de Educação Física, as relações de gênero sempre foram
acirradas, sobretudo quando o conteúdo é o futebol, onde agrega os meninos e exclui as
meninas. E ainda, que quando as aulas não se apresentam com essas características, traz à
tona uma disputa entre meninos e meninas que acaba promovendo outros conflitos que
ocasionam, da mesma forma, a exclusão da maioria das meninas das aulas. (LOURO, 1997,
p.59).
Desta forma, surgiu a necessidade de entender como se permeiam as
relações de gênero nas aulas de Educação Física, no âmbito do conteúdo o futebol. Nesse
sentido desenvolvemos o trabalho de conclusão de curso de graduação, através de um artigo,
sobre as relações de gênero e o futebol nas aulas de Educação Física.
Este trabalho, que se intitulou “Cruzando Fronteiras: um olhar sobre gênero
e o futsal nas Escolas em Catalão - GO” teve como objetivo identificar e analisar a
2 Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação
da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
3 Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Social (PPGAS) da Universidade Federal de Santa Catarina.
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configuração das relações de gênero em aulas de Educação Física dos 6º e 7º anos, quando o
conteúdo é o futebol/futsal, nas Escolas Públicas Estaduais.
Dentre as reflexões proporcionadas por este artigo, destaca-se o fato de a
grande maioria das aulas serem segregadas, visto que há uma grande rejeição por parte dos
alunos às aulas mistas e um enorme preconceito com a prática feminina ao futebol, e com isso
as ações masculinas se tornam modelo, enquanto as ações femininas são negligenciadas.
Portanto, com base nestas conclusões do artigo, surgiram algumas
problematizações e indagações e que nos nortearam no desenvolvimento deste projeto de
pesquisa:
Os cursos de Educação Física cumprem os seus papéis educativos, de fato, atendendo
às necessidades e aos anseios da sociedade?
Como as Faculdades de Educação Física trabalham os temas transversais relacionados
à questão das desigualdades de gênero?
Na formação do professor de Educação Física durante o curso de graduação há
discussões pertinentes às relações de gênero?
Há uma estrutura renovada nos Projetos Pedagógico dos cursos de Educação Física
que abrange temas relacionados às representações de gênero?
Assim, a partir destes pontos elencados e das considerações ressaltadas em
nosso artigo, de modo a aprofundar nas discussões de gênero, este projeto de pesquisa foi
construído partindo da seguinte questão-problema: quais as dimensões da incorporação de
gênero presentes nos currículos dos cursos de Educação Física das Instituições Federais
mineiras.
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2. JUSTIFICATIVA
É possível constatar que a abordagem sobre as relações de gênero é
relativamente nova na literatura educacional. Para Vianna e Unbehaum (2003):
A intersecção das relações de gênero e educação ganhou maior visibilidade nas
pesquisas educacionais apenas em meados dos anos de 1990, com grandes avanços
na sistematização de reivindicações que visam à superação, no âmbito do Estado e
das políticas públicas, de uma série de medidas contra a discriminação da mulher.
(p.01)
A produção de conhecimento sobre questões de gênero na educação, tais
como: o impacto da desigualdade de gênero na escola e no ensino superior; a persistência da
discriminação contra as mulheres expressa nos currículos e materiais didáticos; à restrição ao
acesso à educação e permanência na escola, sobretudo de jovens gestantes; o fracasso escolar
que reflete de forma contraditória a trajetória de meninos e meninas; bem como as concepções
de gênero retratadas nos currículos do ensino superior, são, portanto estudos investigativos
ainda bem escassos.
Segundo Vianna e Unbehaum (2003), a escassez dessas abordagens espelha-
se na raridade de análises densas sobre a discussão acerca da igualdade entre homens e
mulheres previstas na Constituição Federal de 1988.
Na área educacional, a desigualdade de gêneros, durante as aulas de
Educação Física, é nítida, sendo necessária uma reestruturação curricular e uma nova postura
frente a questões da segregação feminina, para que tais preconceitos possam ser eximidos.
Práticas pedagógicas, cristalizadas historicamente pela sociedade patriarcal, precisam ser
repensadas para que possam contribuir para uma ressignificação dos conteúdos sob o olhar
das relações de gênero. (OLIVEIRA, 2005, p.48).
Para Vianna e Unbehaum (2003), nas escolas:
As relações de gênero também ganham pouca relevância entre educadores e educadoras, assim como no conteúdo dos cursos de formação docente. Ainda temos
os olhos poucos treinados para ver as dimensões de gênero no dia-a-dia escolar,
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talvez pela dificuldade de trazer para o centro das reflexões não apenas as
desigualdades entre os sexos, mas também os significados de gênero subjacentes a
essas desigualdades e pouco contemplados pelas políticas públicas que ordena o
sistema educacional. (p. 68)
A partir dessas constatações, acreditamos na necessidade de desenvolver
pesquisas voltadas para a abordagem de gênero e currículo, de modo a provocar uma reflexão
nos cursos de Educação Física, bem como entre os profissionais da área para que se possam
quebrar os paradigmas tradicionais em sua prática pedagógica.
Ao término desta pesquisa espero encontrar respostas que possam contribuir
para um melhor entendimento do universo das questões de gênero nos Projetos Pedagógicos
das Faculdades de Educação Física das Instituições Federais de Minas Gerais, e, se há novas
propostas curriculares que motivem os respectivos cursos a refletirem e discutirem, com seus
pares, temas que condiz a equidade, discriminação e desigualdades de gêneros.
2.1 CATEGORIAS DE ANÁLISES
2.1.1 GÊNERO
Apesar de fazerem parte do universo, homens e mulheres fazem parte do
mesmo meio cultural e social, mas apresentam diferenças entre si e essas diferenças são
determinantes no papel que assumem na sociedade que, segundo Louro (2003) estão
fundamentados na idéia das diferenças de sexo e de gênero. Para a autora:
Diferenças de sexo são aquelas diferenças biológicas que se apresentam desde o
nosso nascimento e que determinam “o ser macho” ou “o ser fêmea”. Diferenças
de gênero são aquelas diferenças que se constroem na sociedade e na cultura,
indicando os papéis adequados aos homens e às mulheres, delineando, portanto,
representações de masculinidade e feminilidade. (p.82-83).
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Coadunando com esta idéia, segundo Souza e Altmann (1999), gênero pode
ser entendido como a construção social que uma dada cultura estabelece ou elege em relação a
homens e mulheres, e acreditamos que as relações de gênero estabelecidas socialmente estão
fundadas no caráter fundamentalmente social das relações de poder entre os sexos.
As autoras citadas anteriormente avançam na discussão de gênero ao
trazerem as relações de poder como fator determinante nas relações entre os sexos, deixando
explícito que homens e mulheres são condicionados ao envolvimento de dominação. A
entender melhor este assunto, Louro (1997) nos traz uma citação de Foucault:
Os gêneros se produzem, portanto, nas relações de poder, onde homens e mulheres,
não são constituídos apenas através de mecanismos de repressão ou censura, eles e
elas se fazem, também, através de práticas e relações que instituem gestos, modos de
ser e de estar no mundo, formas de falar e de agir, condutas e posturas apropriadas
(e, usualmente, diversas). (p.63).
Segundo Scott apud Louro (2003) gênero é compreendido como um
“elemento constitutivo de relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os
sexos (e como) um primeiro modo de dar significados às relações de poder”.
A mesma autora reforça, ainda, que o cerne do conceito de gênero é sair de
explicações das desigualdades fundamentadas sobre as diferenças físicas e biológicas,
afirmando assim seu caráter social, histórico e político. (Scott apud Louro, 2003, p.50)
Louro (2003) afirma que gênero é uma construção social feita sobre as
diferenças sexuais. O que interessa não é propriamente a diferença sexual, mas a forma como
essa diferença é representada ou valorizada, aquilo que se diz ou se pensa sobre a diferença.
Gênero se refere, portanto, ao modo como as diferenças sexuais são compreendidas numa
dada sociedade, num determinado grupo, em determinado contexto, ou então como elas são
trazidas para a prática social e tornadas parte do processo histórico.
O que se tem comprovado, de acordo com Saraiva (2005) é que as
diferenças entre as moças e rapazes são fortemente condicionadas pela socialização. Idéia esta
que alguns cientistas sociais reforçam, ao dizer que o social decide sobre o que acontece com
o biológico, e, que a chave do comportamento humano está no meio ambiente e não nas
possibilidades genéticas e na constituição dos homens.
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As justificativas para as desigualdades de gênero, segundo Louro (1997),
precisariam ser buscadas não nas diferenças biológicas, mas sim nos arranjos sociais, na
história, nas condições de acesso aos recursos da sociedade, nas formas de representação.
Nesse sentido, Scott apud Louro (2003) destaca que:
O gênero foi utilizado pelas feministas como uma referência à organização social da
relação entre os sexos. Em um contexto mais recente, entre as feministas
americanas, este conceito foi utilizado para enfatizar o traço fundamentalmente
social das distinções baseadas no sexo, numa tentativa de rejeição do caráter
determinista da biologia. (p.14).
O modo como vemos cada um dos gêneros pressupõe oposição e polaridade,
ou seja, para Saraiva (2005): “É preconcebido como feminino emocionalidade, intuitividade,
suavidade, função de esposa e mãe; esperado do homem competência própria, atividade,
lógica, independência, ambição, agressividade, etc.” (p.107).
Louro (1997) privilegia, portanto, o conceito de gênero não relacionado aos
papéis masculinos ou femininos, mas sim ligado à produção de identidade de mulheres e
homens no interior de relações e práticas sociais, que não apenas constituem os sujeitos, mas
produzem as formas de como as instituições são organizadas e percebidas.
O que se registra, diante desses conceitos acima, é que a cultura constrói e
distingue corpos e sujeitos femininos e masculinos, assim sendo, torna-se necessário admitir
que isso se expressa nas instituições de ensino, desde o ensino básico até o ensino superior,
enquanto espaços generificados, pela articulação de gênero com as outras “marcas” sociais,
tais como classe, raça/etnia, sexualidade, geração, religião, nacionalidade.
Dentro de um contexto sócio-cultural, entendemos que as questões
referentes às relações de poder como: violência contra mulher, oportunidade de emprego,
diferenças salariais, autonomia financeira, discriminação e preconceito no âmbito escolar,
entre outras, continuam em voga, e, apesar de serem temáticas específicas, que mereçam
estudos particulares, são assuntos condicionados pelas dinâmicas de gênero. Daí a devida
importância desta abordagem.
Em tempos contemporâneos notamos uma transformação no papel da
mulher na sociedade, que outrora tinha a imagem de mulher submissa e marginalizada, e, que
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agora se faz por uma mulher autônoma, atuante e com mais liberdade de expressão e
participação ativa em setores sociais, econômicos e políticos.
No entanto nos deparamos com notícias vinculadas, diariamente, pela mídia
virtual e impressa acerca de questões de violência e abuso sexual feminino, o que faz
contradizer e relativizar essa relação de equidade social entre os sexos. Como bem relata
alguns recortes de informação a seguir.
Segundo uma matéria veiculada ao jornal “O Estado de São Paulo” - de 03
de julho do corrente ano, e editada pelo jornalista Bruno Manso - de acordo com o estudo
Mapa da Violência no Brasil 2010, do instituto Zangari, em dez anos (1997-2007) dez
mulheres foram assassinadas por dia no Brasil. Elas morrem em número e proporção bem
mais baixos do que os homens (92% das vítimas), mas o nível de assassinato feminino no
Brasil fica acima do padrão internacional.
A matéria ressalta que estes números mostram que as taxas de assassinatos
femininos no Brasil são mais altas do que as da maioria dos países europeus, cujos índices
não ultrapassam 0,5 caso por 100 mil habitantes, mas ficam abaixo de nações que lideram a
lista, como África do Sul (25 por 100 mil habitantes) e Colômbia (7,8 por 100 mil).
O jornal ainda traz falas de pesquisadoras sobre violência contra mulher,
como da psicóloga Paula Licursi Prates, doutoranda na Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, onde estuda homens autores de violência. Para Paula “Quanto
mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher”.
Em um estudo das motivações de 23 assassinatos contra mulheres ocorridos
nos cinco primeiros meses deste ano e investigados pelo Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP), em 25% dos casos o motivo foi qualificado como
torpe.
A matéria destaca ainda, a fala de Wânia Pasinato Izumino, pesquisadora do
Núcleo de Estudo da Violência da USP: “No caso das mulheres, os assassinos são atuais ou
antigos maridos, namorados ou companheiros, inconformados em perder o domínio sobre
uma relação que acreditam ter o direito de controlar”
São casos como negativas de fazer sexo ou de manter a relação, segundo o
jornal. Em 50% das ocorrências, o motivo foi qualificado como fútil, como casos de
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discussões domésticas. Houve 10% de mortes por motivos passionais, ligados a ciúmes, por
exemplo, e 10% relacionado ao uso ou à venda de drogas.
Logo, diante destes fatos expostos, se faz necessário uma reflexão e um
questionamento: como uma mulher que adquiriu uma independência social, econômica e
política possa ainda ser refém de um modelo patriarcal da sociedade? É possível afirmar que a
violência contra mulher está ancorada em relações assimétricas de poder, as quais são
referenciadas por relação desigual de gênero.
Para Vianna e Unbehaum (2003), o gênero enquanto um modo de dar
significado às relações de poder estabelecidas e difundidas pelas políticas educacionais está
presente nas mais variadas esferas, níveis e modalidades de ensino. Portanto, a avaliação
sistemática dos currículos dos cursos de Educação Física, nesta perspectiva, pode-se tornar
um precioso aporte para a concepção das desigualdades de gênero.
Contudo temos como pressupostos destas análises – a dimensão de gênero
no currículo dos cursos de Educação Física das Instituições Federais de Minas Gerais - uma
proposta de pesquisa de cunho social que trás elementos significativos e relevantes para a
sociedade contemporânea.
Nesse sentido, iremos apresentar a seguir, como o Projeto Pedagógico e
Currículo pode servir como um excelente instrumento de ensino ao tratar assuntos pertinentes
à gênero.
2.1.2 PROJETO PEDAGÓGICO E CURRÍCULO
O ensino superior não deve ser visto e tratado como um mero formador de
profissionais para o mercado de trabalho, embora haja algumas áreas que trabalhem sob este
viés. Entretanto, entendemos que uma das principais funções da Universidade seja a formação
de cidadãos críticos e autônomos, que saibam refletir e questionar tudo que o cercam na
sociedade.
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Logo, uma destas reflexões atuais, que, emergi em grupos de estudos em
Instituições Federais, bem como em G.T´s.(Grupos de trabalhos temáticos) de eventos
acadêmicos (simpósios, seminários e congressos científicos), retrata questões a cerca da
desigualdade/descriminação de gênero.
Nesse sentido, é de suma importância que os cursos de Educação Física
possam trazer em seus currículos questões relacionadas à desigualdade/descriminação de
gênero, que promovam uma quebra de paradigmas tradicionais de uma sociedade reforçada de
preconceitos, e, que isso de fato, possa se refletir na pratica docente.
Segundo Verbena (apud JESUS et al, 2008), é necessária a atuação docente
no sentido de: romper com a ideologia sexista que reina na sociedade; desenvolver o respeito
entre meninos e meninas; combater a discriminação e os preconceitos, principalmente em
relação às meninas.
Para Moreira e Candau (2008):
Ainda, é inegável a pluralidade cultural do mundo em que vivemos e que se
manifesta, de forma impetuosa, em todos os espaços sociais, inclusive nas escolas e
nas salas de aula. Essa pluralidade frequentemente acarreta confrontos e conflitos,
tornando cada vez mais agudos os desafios a serem enfrentados pelos profissionais
da educação. No entanto essa mesma pluralidade pode propiciar o enriquecimento e
renovação das possibilidades de atuação pedagógica. (p.20).
Como reflexão, segundo Silva e Costa (2008) é nosso dever como docentes
superar tanto as reticências por parte das alunas como dos alunos, professoras e professores,
porém é essencial desvelar as discriminações as quais sofrem as mulheres com as atitudes
sexista, indiferentes, compensatórias, marginais e, de igualdade, que ocultam as desigualdades
entre os sexos. Lembrando que educar é um processo de conversação onde aprendemos a
reconhecer as diferentes vozes, a nossa e a das alunas/os, e desta forma, definimos e
redefinimos nossa tarefa. Uma vez que as/os docentes implementarem imagens positivas
sobre as mulheres, permitirão que estas participem e aprendam as atividades propostas para
que se tornem sujeitos de aprendizagem.
Durante todos os anos da escolaridade, segundo Silva (1996), as atividades
de Educação Física em classes mistas de forma reflexiva, ou seja, através da práxis, fornecem
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oportunidades valiosas para o aprofundamento da orientação sexual utilizando-se, para tanto,
a identificação e diferenciação de características e capacidades entre os gêneros, devendo-se
procurar explorá-las como forma de orientação para a convivência e respeito mútuo.
A priori entendemos que a construção de um modelo contra hegemônico
que rompe os paradigmas de uma sociedade patriarcal, onde o masculino sobrepõe ao
feminino, deve perpassar por uma discussão e sistematização em nível de projeto pedagógico
e currículo dos cursos de Educação Física. Nesse sentido trazemos alguns conceitos destes
respectivos temas.
Projeto Pedagógico, segundo Vasconcellos (1995) é:
Um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do
cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada,
orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que
possibilita re-significar a ação de todos os agentes da instituição (p.143).
Ainda, para Pereira (1999) o Projeto Pedagógico é o instrumento balizador
para o fazer universitário e, por conseqüência, expressa a prática pedagógica das instituições e
dos cursos dando direção à gestão e às atividades educacionais.
Essa elaboração exige uma reflexão acerca da concepção e das finalidades
da educação e sua relação com a sociedade, bem como uma reflexão aprofundada sobre o tipo
de indivíduo que queremos formar e de mundo que queremos construir com nossa
contribuição. (PEREIRA, 1999, p.78).
O Projeto Pedagógico é mais do que a necessidade de responder a uma
solicitação formal. É a reflexão e a contínua expressão de nossas idéias sobre a educação
superior, sobre a universidade e sua função social, sobre o curso, sobre o ensino, sobre a
pesquisa e sua relação com o ensino, sobre a extensão e sua relação com o currículo, sobre a
relação teoria e prática. (PEREIRA, 1999, p.79).
Assim, o Projeto Pedagógico é construído no contexto de uma realidade
complexa e sua estruturação revela as características das inter-relações existentes na
instituição, nos cursos e entre cursos, no sistema educacional superior e no contexto social do
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qual faz parte. As possibilidades e os limites dos Projetos Pedagógicos passam por questões
do contexto externo e da natureza interna da instituição. (PEREIRA, 1999, p.80).
Portanto, ao trazermos os conceitos de Projeto Pedagógico, não devemos
abrir mão do termo currículo, uma vez que este é um componente prático da sistematização
do projeto pedagógico. Libâneo et alli (2003) ressalta que “o currículo é a concretização, a
viabilização das intenções e das orientações expressas no projeto pedagógico”.
Os currículos escolares muitas vezes deixam passar a oportunidade de serem
instrumentos não regulatórios e normatizadores, e acabam por contribuir para a reprodução de
uma ordem social estratificada. A forma através da qual ele é organizado, os princípios pelos
quais é elaborado e avaliado, além do próprio conhecimento, são fatores importantes para
entender como o poder é reproduzido. Para Tomaz Tadeu Silva (1999),
O currículo não pode ser visto simplesmente como um espaço de transmissão de
conhecimentos. O currículo está centralmente envolvido naquilo que somos, naquilo
que nos tornamos, naquilo que nos tornaremos. O currículo produz, o currículo nos
produz (p.27).
Em se falando da Educação Física, especificamente, o currículo, para
Oliveira (2005) apresenta como objetivo o desenvolvimento da aptidão física, sem considerar
que o ser humano não é só físico. Outra questão a ser colocada ainda, é a nítida separação de
gêneros e a priorização da aptidão física, não considerando que nem todos podem ter essa
aptidão ou mesmo gosto pela atividade.
Assim, de acordo com Oliveira (2005), nosso currículo não favorece que se
tenha uma educação igualitária, com as mesmas oportunidades a todos e capaz de ser
transformadora e formadora de cidadãos plenos, mas de sujeitos individualistas, talvez
levados a ser dessa forma por ter que se “adequar” ao sistema e ao que o currículo requer de
cada um.
Por outro lado, para Moreira e Candau (2008), há docentes que têm incluído
nos currículos discussões acerca da mulher, do índio e do negro, e por isso tais inclusões
estariam preenchendo algumas das lacunas encontradas nas propostas curriculares originais,
trazendo à cena vozes e culturas negadas e silenciadas no currículo.
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Entretanto, Torres Santomé (1995) afirma que estas culturas ou vozes dos
grupos sociais minoritários e/ ou marginalizados que não dispõem de estruturas de poder
costumam ser excluídas das salas de aula, chegando mesmo a ser deformadas ou
estereotipadas.
Sendo assim, segundo Moreira e Candau (2008), faz-se necessário que os
estudos desenvolvidos venham a catalisar junto aos membros das culturas negadas e
silenciadas, a formação de uma auto-imagem positiva. Os autores afirmam ainda que:
Para esse mesmo propósito, pode ser útil a discussão, em diferentes disciplinas, dos
rumos de diferentes movimentos sociais (negro, mulheres, indígenas,
homossexuais), para que se compreendam e se acentuem avanços, dificuldades e
desafios. (MOREIRA e CANDAU, 2008, p.35).
Segundo Paraíso apud Moreira (2001), as escassas investigações sobre
currículo e gênero focalizam os silêncios, os preconceitos e as discriminações referentes a
gênero, que se encontram no currículo, tanto no currículo formal como no currículo em ação.
Moreira e Candau (2008) vão além desta discussão ao lançar algumas
perguntas que nos provocam a refletir sobre tais imbricações:
Como as diferenças derivadas de dinâmicas sociais como classe social, gênero,
etnia, sexualidade, cultura e religião têm “contaminado” nosso currículo, tanto o
currículo formal quanto o currículo oculto? Como temos considerado, no currículo,
essa pluralidade, esse caráter multicultural de nossa sociedade? Como articular
currículo e multiculturalismo? Que estratégias pedagógicas podem ser selecionadas?
Temos professores e gestores, reservado tempo e espaço suficientes para que essas
discussões aconteçam nas escolas? Como nossos projetos político-pedagógicos têm
incorporado tais preocupações? (MOREIRA e CANDAU, 2008, p. 29).
Contudo, são com base nos trabalhos dos autores apresentados acima que
este projeto de pesquisa se dispõe a investigar como os Projetos Pedagógicos contemporâneos
dos cursos de Educação Física das Universidades Federais mineiras abordam temas
transversais como as desigualdades de gêneros.
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3. OBJETIVOS
O presente estudo tem como objetivo geral identificar e analisar as
diferentes formas de veiculação da noção de gênero nos projetos pedagógicos dos cursos de
Educação Física das Instituições Federais Mineiras. De modo específico pretendemos:
Aprofundar reflexões sobre as categorias gênero, currículo e projetos pedagógicos;
Analisar os projetos pedagógicos dos cursos de Educação Física das Instituições
Federais mineiras e problematizar as concepções de gênero; organização do currículo
formal, sob as proposições das diretrizes curriculares e a organização da grade
curricular;
Problematizar os avanços e limitações presentes nos projetos pedagógicos dos cursos
de Educação Física das Instituições Federais mineiras no que tange à questão de
gênero.
4. METODOLOGIA
Tendo em vista a natureza do problema deste estudo, para a investigação das
concepções de gênero nos projetos pedagógicos contemporâneos dos cursos de graduação em
Educação Física das Universidades Federais mineiras, utilizaremos a pesquisa documental de
caráter qualitativo.
O referencial teórico-metodológico a ser utilizado como estratégia para
desenvolvimento da pesquisa, basea-se em Minayo (1994) e Triviños (1987):
A “análise documental” é outro tipo de estudo descritivo que fornece ao
investigador a possibilidade de reunir uma grande quantidade de informação
sobre leis estaduais de educação, processos e condições escolares, planos de
estudos, requisitos de ingresso, livros-textos etc.” (TRIVIÑOS, 1987, p.111).
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Minayo (1994), reforça ainda que a pesquisa qualitativa responde a questões
muito particulares, sendo assim, ela se preocupa com um nível de realidade que não pode ser
quantificado.
O estudo envolverá uma análise documental, utilizando como fontes de
consultas os Projetos Pedagógicos dos cursos de Educação Física das Universidades Federais
de Minas Gerais, aos quais compreendem:
Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID) / UFJF – Juiz de Fora;
Faculdade de Educação Física (FEF) / UFLA - Lavras;
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) / UFMG
- Belo Horizonte;
Centro Desportivo (CEDUFOP) / UFOP - Ouro Preto;
Coordenadoria do Curso de Educação Física (COEFI) / UFSJ - São João Del Rei;
Faculdade de Educação Física (FAEFI) / UFU - Uberlândia;
Departamento de Educação Física (DES) / UFV - Viçosa;
Curso de Educação Física (CEF) / UFVJM – Diamantina.
Será feito um levantamento de todos os Projetos Pedagógicos dos cursos de
Educação Física que correspondem à modalidade de licenciaturas, das Instituições Federais de
Minas Gerais. E através de um ofício, via Faculdade de Educação da UFU (FACED),
solicitaremos aos coordenadores dos respectivos cursos os Projetos Pedagógicos devidamente
atualizados.
Com o intuito de alcançar o primeiro objetivo, será desenvolvido um estudo
bibliográfico, de modo a aprofundar os conceitos de gênero, currículo e projeto pedagógico.
Este estudo bibliográfico analisará os periódicos de maior relevância na área, como o grupo
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de trabalho da ANPED4 “Gênero, Sexualidade e Educação”, em articulação com a atual
literatura referente à temática abordada, com fundamentos tanto no pensamento de autores
clássicos, como em autores contemporâneos (FOUCAULT, SCOTT, LOURO, GOELLNER,
ALTMANN, SARAIVA, entre outros.)
Para o segundo objetivo, será realizado um debate teórico sobre a inserção
de gênero nos projetos pedagógicos dos cursos de ensino superior. Serão analisadas e
discutidas produções científicas de autores com o referencial e com a problemática proposta.
(PEREIRA, LIBÂNEO, SILVA, MOREIRA E CANDAU, OLIVEIRA, entre outros).
Em função do terceiro objetivo, será realizada uma análise documental,
frente aos projetos pedagógicos dos cursos de licenciaturas de Educação Física das
Instituições Federais mineiras. No entanto, sabemos que a análise desses documentos implica
tarefa difícil, dada a sua extensão. Assim, não pretendemos uma reflexão exaustiva dos
mesmos.
Nessa direção, optamos por um recorte menos abrangente, procurando
evidenciar as contribuições e contradições que o conceito de gênero pode adicionar ao exame
de: currículos, ementário das disciplinas, proposta didático-pedagógica e objetiva, sob o viés
da desigualdade e discriminação dos sexos.
Para atingir o quarto objetivo, de posse dos referenciais teóricos e
documentos legais, será feito um confronto e análise de todos os dados encontrados no
desenvolvimento da pesquisa.
Logo, com a análise dos dados obtida, iremos contextualizar as conclusões,
elencando avanços ou retrocessos pertinentes às questões de gênero garantidas nos Projetos
Pedagógicos dos cursos de Educação Física das Instituições Federais de Minas Gerais.
4 Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
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5. RESULTADOS
Como resultados parciais a pesquisa encontra-se em fase de pesquisa
bibliográfica através de produções científicas de autores, bem como análise dos periódicos de
maior relevância na área.
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6. REFERÊNCIAS:
ALTMANN, Helena. Rompendo fronteiras de gênero: marias (e) homens na educação
física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 20, nº 2, São Paulo, 1999.
JESUS, M. L. et al. Apresentação e análise de trabalhos acerca da distribição dos alunos
por sexo nas aulas de Educação Física escolar. Movimento, v. 14, Porto Alegre, 2008.
LIBÂNEO, J.C. et alli. Educação Escolar: políticas, estruturas e organização. São Paulo:
Cortêz, 2003, p. 357-362. Coleção Docência em Formação.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-
estruturalista. Petrópolis. Vozes, 1997. p. 14-16.
LOURO, Guacira Lopes; NECKEL; Jane Felipe; GOELLNER, Silvana Vilodre. (orgs).
Corpo, gênero, e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis, Rio de
Janeiro, Vozes, 2003, p. 09-83.
MANSO, Bruno Paes. Dez mulheres são mortas por dia no País. Matéria do jornal O
Estado de São Paulo, do dia 03/07/2010, veiculada pelo site:
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,dez-mulheres-sao-mortas-por-dia-no-
pais,575974,0.htm. Acessada no dia 27/09/2010, ás 08h30min.
MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa. A recente produção científica sobre currículo e
multiculturalismo no Brasil (1995-2000): avanços, desafios e tensões. Rio de Janeiro:
Revista Brasileira de Educação, 2001, nº 18.
MOREIRA, A.F.B. e CANDAU, V.M. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento
e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.
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Educação Física Escolar. Catálogo da Biblioteca On-line da Universidade Gama Filho. Rio
de Janeiro, 2005.
PEREIRA, E.M.A. Subsídios para a elaboração do Projeto Pedagógico. Texto do site da
Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp, consultado dia 10/05/2010, ás 07h30min.
http://www.prg.unicamp.br/projeto_pedagogico.html.
SARAIVA, Maria do Carmo. Co-Educação física e esportes: quando a diferença é mito.
Ijuí: 2º ed. UNIJUÍ, 2005.
SILVA, R. G.; COSTA, M. R. F. O Ensino da diferença sexual nas aulas de Educação
Física. In: I Encontro da ALESDE “Esporte na América Latina: atualidades e perspectivas”.
Curitiba-PR. Anais: I Encontro da ALESDE – UFPR - Curitiba, 2008.
SILVA, Sheila A. P. S. Educação Física Escolar: relação com outros componentes
curriculares. São Paulo: Motriz, v.2, 1996.
SILVA, Tomaz Tadeu. O currículo como fetiche. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
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São Paulo: Libertad, 1995.
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teóricas e práticas. In: Relações de gênero e escola: das diferenças ao preconceito. São Paulo:
Summus, 1998, 2ª edição, p. 93-106.