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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
CARINE MORGENSTERN
ANÁLISE DOS EFEITOS DE UM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO
DE ROTAÇÃO E FLEXÃO LATERAL DO TRONCO SOBRE A
EXPANSIBILIDADE TORÁCICA DE INDIVÍDUOS IDOSOS
CASCAVEL 2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
CARINE MORGENSTERN
ANÁLISE DOS EFEITOS DE UM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO
DE ROTAÇÃO E FLEXÃO LATERAL DO TRONCO SOBRE A
EXPANSIBILIDADE TORÁCICA DE INDIVÍDUOS IDOSOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Cascavel, como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Fisioterapia
Orientador: Prof. Carlos Eduardo de Albuquerque
CASCAVEL2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
TERMO DE APROVAÇÃO
CARINE MORGENSTERN
ANÁLISE DOS EFEITOS DE UM PROTOCOLO DE EXERCÍCIOS DE
ROTAÇÃO E FLEXÃO LATERAL DO TRONCO SOBRE A
EXPANSIBILIDADE TORÁCICA DE INDIVÍDUOS IDOSOS
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
Profº Eduardo Alexandre LothCoordenador do Curso
BANCA EXAMINADORA
________________________________________Orientador Profº Carlos Eduardo de Albuquerque
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
_______________________________________________Profª Keila Okuda Tavares
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
_______________________________________________Profª (Mestre) Cristina Diamante
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
22 de novembro de 2005AGRADECIMENTOS
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Enfim esta jornada acabou. Mas ela não se resume apenas a estes quatro anos. Chegar até aqui é primeiramente mérito dos meus pais, que me apoiaram em minhas decisões, me ensinaram a ser persistente, e em momento algum deixaram de compartilhar comigo meus ideais. Por tudo isso, agradeço principalmente à meu pai Irineu e à minha mãe Lairce.
Agradeço a minha irmã Laura pela amizade, e simplesmente por estar ao meu lado em todos os momentos difíceis.
Agradeço à meu namorado Pedro, por ter me compreendido nos momentos em que não pude lhe dar a atenção que merecia, por ter sido paciente nos momentos que estive triste, nervosa, cansada. Pelo carinho, atenção e amizade dedicados nos momentos em que mais precisei de proteção.
A minha professora e orientadora Keila, agradeço por todo o incentivo, paciência, competência e dedicação ao me auxiliar na conclusão deste trabalho. Também devo agradecer meu “desorientador” e professor Carlos, que mostrou-se muito amigo, me ensinando a ter calma nos momentos de “desespero”.
Aos meus amigos Mirian, Eloeth e Jean, agradeço simplesmente pela amizade. Por terem sido sinceros, confiáveis, compreensivos, e principalmente divertidos. Com certeza, esta amizade me incentivou e me fez persistente para concluir esta etapa de minha vida.
Apesar de termos nos distanciado, agradeço a algumas pessoas da minha turma, que algum dia participaram da minha vida, e que por motivos desconhecidos se afastaram e cursaram outros caminhos diferentes dos meus.
Agradeço aos professores, pelo conhecimento compartilhado, e pela atenção dedicada. E à todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para que este projeto de vida tenha sido concluído.
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“CHEGARÁ UM DIA...
QUANDO O PESO DO TEMPO CURVAR NOSSOS OMBROS.
QUANDO A EXPERIÊNCIA ACERTAR NOSSOS PASSOS.
QUANDO A LEMBRANÇA DE CADA UM DESPERTAR SAUDADES, E AS LÁGRIMAS DESCEREM FÁCEIS.
QUANDO LÁ, BEM DISTANTE NOVAMENTE NOS ENCONTRARMOS, CADA UM COM SEU NOVO SONHO.
ENTÃO SABEREMOS QUE FOMOS FELIZES A CADA MOMENTO, E QUE DE TODOS OS SONHOS.....
.....ESTE FOI O MAIOR”.
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RESUMO
O envelhecimento acarreta uma série de mudanças no sistema respiratório do idoso, dentre elas a diminuição da expansibilidade torácica. O objetivo deste estudo foi elaborar e analisar um protocolo de exercícios de rotação e flexão lateral de tronco, como o intuito de verificar se estes exercícios contribuem para a melhora da expansibilidade torácica de indivíduos idosos. Foram selecionadas 20 mulheres com idade entre 60 e 75 anos, que foram divididas em dois grupos de 10 pessoas, um chamado de grupo tratamento (GT) e outro controle (GC). O GT foi submetido ao protocolo proposto, por um período de 3 meses, enquanto o GC recebeu palestras sobre o envelhecimento e sua repercussão sobre o sistema respiratório. Os métodos de avaliação utilizados foram: cirtometria torácica, amplitude de movimento do tronco (goniometria), inspeção do tórax e amplitude de movimento da caixa torácica (palpação). Ocorreu aumento estatisticamente significante da expansibilidade torácica no GT (p<0,0001) em relação ao GC (p>0,4791) quando analisada através da cirtometria. Observou-se também, um aumento da amplitude de movimento do tronco para os movimentos de rotação e flexão lateral quando analisada através da goniometria. Através dos resultados obtidos pode-se concluir que os exercícios propostos promovem um aumento da expansibilidade torácica.
Palavras chaves: idosos, exercícios, fisioterapia.
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ABSTRACT
Aging causes several changes on the respiratory system of the elderly, among them the reduction of the thorax expandability. The objective of this study was to elaborate and to analyse a sequence of rotation exercises and side bending of the trunk, with the purpose of verifying if these exercises contribute for the improvement of the thorax expandability of aged individuals. 20 women with age between 60 and 75 years had been selected, that had been divided in two groups of 10 people, a group call treatment (GT) and another control (GC).Women who belong to the GT group carried out the sequence of rotation exercises and side bending of the trunk, for a period of 3 months, while women of the control group received lectures about aging. The methods used for the evaluation were: thorax cirtometry, amplitude of the trunk movement, inspection of the thorax and amplitude of the thorax movement. Significant increase of the thorax expansibility the GT (p<0,0001) in relation to the GC (p>0,4791) when analyzed through the cirtometria occurred estatisticamente. It was also observed, an increase of the amplitude of movement of the trunk for the rotation movements and bending when analyzed through the goniometria. Through the gotten results it can be concluded that the considered exercises promote an increase of the torácica expansibilidade.
Keys words: aged, exercises, physiotherapy.
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SUMÁRIO
RESUMO .......................................................................................................................... 6
ABSTRACT ...................................................................................................................... 7
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... 10
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................... 11
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13
2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 19
2.1 Anatomia do Sistema Respiratório ....................................................................................... 19 2.1.1Componentes ósseos e articulares ..................................................................................... 19 2.1.2 Componentes Musculares ................................................................................................. 22 2.1.3Vias aéreas ......................................................................................................................... 26 2.1.4 Pulmões e pleuras ............................................................................................................. 32
2.2 Fisiologia do Sistema Respiratório ........................................................................................ 34 2.2.1 Ventilação Pulmonar ........................................................................................................ 34 2.2.2 Propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório. ............................................... 36 2.2.3 Forças elásticas e resistivas dos pulmões. ........................................................................ 36 2.2.4 Forças elásticas e resistivas da caixa torácica ................................................................... 39 2.2.5 Complacência pulmonar ................................................................................................... 39 2.2.6 Complacência torácica ...................................................................................................... 42 2.2.7 Volumes e Capacidades .................................................................................................... 43 2.2.8 Ventilação/ Perfusão ......................................................................................................... 45
2.3 Tronco ...................................................................................................................................... 48 2.3.1 Anatomia e Biomecânica do tronco .................................................................................. 49
2.4 Sistema Respiratório do Indivíduo Idoso ............................................................................. 54
2.5 Cirtometria .............................................................................................................................. 57
2.6 Goniometria ........................................................................................................................... 58
2.7 Inspeção do Tórax .................................................................................................................. 60
2.8 Amplitude de Movimento do Tórax ...................................................................................... 62
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3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 63
4 RESULTADOS ........................................................................................................... 67 Indivíduos .................................................................................................................... 68
H ....................................................................................................................................... 68 A ....................................................................................................................................... 69
Fonte: A autora ........................................................................................................ 69 Piora ........................................................................................................................ 70
Direita .......................................................................................................................... 72 Esquerda ....................................................................................................................... 72
M ....................................................................................................................................... 72 A ....................................................................................................................................... 73
Grupo Controle ................................................................................................... 81 Grupo Tratamento .......................................................................................... 81
5.0 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 81
6 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 90
7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 91
8 APÊNDICES ................................................................................................................ 97
APÊNDICE A – Termo de Aprovação do Comitê de Ética ...................................................... 97
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Grupo Controle) ............... 98 Assinatura: ______________________________________________________________ ..... 98
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Grupo Tratamento) .......... 99
APÊNDICE D – Ficha de Avaliação ........................................................................................ 100
APÊNCICE E – Protocolo de Exercícios .................................................................................. 104
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Estrutura da caixa torácica.........................................................................................19Figura 02 – Vias aéreas.................................................................................................................26Figura 03 – Laringe, Traquéia e Brônquios..................................................................................29Figura 04 – Brônquios e Bronquíolos...........................................................................................30Figura 05 – Sistema Respiratório, corte transversal do tórax e estrutura de um alvéolo..............31Figura 06 – Pulmões......................................................................................................................32Figura 07 – Movimento diafragmático realizado na inspiração e expiração................................35Figura 08 – Volumes e Capacidades pulmonares.........................................................................45Figura 09 – Zonas Pulmonares de ventilação/ perfusão...............................................................48Figura 10 – Curvaturas Vertebrais................................................................................................50Figura 11 – Estrutura básica vertebral...........................................................................................51Figura 12 – Disco intervertebral...................................................................................................52Figura 13 – Cirtometria do tórax...................................................................................................101Figura 14 – Flexão lateral do tronco.............................................................................................101Figura 15 – Rotação do tronco......................................................................................................102Figura 16 – Amplitude de movimento do tórax, terço superior....................................................103Figura 17 – Amplitude de movimento do tórax, terço médio.......................................................103Figura 18 – Amplitude de movimento do tórax, terço inferior.....................................................104Figura 19 – Exercício de flexão lateral do tronco 01....................................................................105Figura 20 – Exercício de flexão lateral do tronco 02....................................................................105Figura 21 – Exercício de flexão lateral do tronco 03....................................................................106Figura 22 – Exercício de flexão lateral do tronco 04....................................................................106Figura 23 – Exercício de flexão lateral do tronco 05....................................................................107Figura 24 – Exercício de rotação do tronco 01.............................................................................107Figura 25 – Exercício de rotação do trono 02...............................................................................108Figura 26 – Exercício de rotação do tronco 03.............................................................................108Figura 27 – Exercício de rotação do tronco 04.............................................................................109Figura 28 – Exercício de rotação do tronco 05.............................................................................109
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – média de aumento da expansibilidade nos índices axilar, xifoideano e infracostal no grupo controle e grupo tratamento................................................................................................. 71
Gráfico 2 – média de aumento em graus, da amplitude de movimento relacionada a flexão lateral do tronco (direita e esquerda) obtidas através da goniometria, para o grupo controle e tratamento..................................................................................................................................... 74
Gráfico 3 – média de aumento em graus, do aumento da amplitude de movimento relacionada a rotação lateral do tronco (direita e esquerda) obtidas através da goniometria, para o grupo controle e tratamento..................................................................................................................... 78
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Valores da cirtometria ao nível axilar, xifoideano e infracostal, encontrados no grupo controle antes e depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em centímetros.....................................................................................................................................68
Tabela 2 – Valores da cirtometria ao nível axilar, xifoideano e infracostal, encontrados no grupo tratamento antes e depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em centímetros.....................................................................................................................................69
Tabela 3 – Porcentagem de indivíduos que apresentaram melhora, piora ou inalteração da expansibilidade torácica nos níveis axilar, xifoideano e infracostal, avaliada através da cirtometria.......................................................................................................................................70
Tabela 4- Valores da flexão lateral direita e esquerda, encontrados no grupo controle antes e depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em graus..............................72
Tabela 5- Valores da flexão lateral direita e esquerda, encontrados no grupo tratamento antes e
depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em graus..............................73
Tabela 6– Porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração, na amplitude de movimento relacionada a flexão lateral do tronco (direita e esquerda).....................................73
Tabela 7- Valores da rotação do tronco encontrados no grupo controle antes e depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em graus............................................................75
Tabela 8- Valores da rotação do tronco encontrados no grupo tratamento antes e depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em graus...............................................76
Tabela 9 – Porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração, na amplitude de movimento relacionada a rotação do tronco (direita e esquerda)..............................................77
Tabela 10 – Porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração da expansibilidade torácica avaliada através da inspeção do tórax.....................................................79
Tabela 11 - Porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração da amplitude de movimento da caixa torácica, avaliada através da palpação do tórax.......................................80
Tabela 12 – Valores indicando a porcentagem de melhora em todos os itens avaliados em ambos os grupos........................................................................................................................................81
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1 INTRODUÇÃO
A respiração tem por objetivo fornecer oxigênio aos tecidos e remover o dióxido de
carbono, desempenhando desta forma uma das funções vitais aos seres aeróbios. A troca de
oxigênio e de gás carbônico entre os pulmões e o sangue ocorre em conseqüência da ventilação e
da difusão. Assim, a ventilação se refere ao processo mecânico de mobilização de ar para dentro
e para fora dos pulmões, e a difusão ao movimento aleatório das moléculas de uma área de maior
para menor concentração.
Segundo Costa (2002) o sistema respiratório é composto pelas vias aéreas superiores e
inferiores. As vias aéreas superiores são indispensáveis para a captação do ar na atmosfera, a fim
de que ele chegue de forma adequada aos pulmões. Já as vias aéreas inferiores são constituídas
pela árvore brônquica, que tem início na traquéia, segue pelos brônquios e bronquíolos e termina
nos alvéolos.
O tórax é constituído por um arcabouço osteomuscular cartilaginoso, tendo como
estruturas principais: as costelas, o esterno, as cartilagens costais e as vértebras torácicas, todos
revestidos e intercalados por músculos esqueléticos. É limitado anteriormente pelo esterno,
posteriormente pelos corpos das doze vértebras torácicas, superiormente pela clavícula e
inferiormente pelo diafragma. Este conjunto de estruturas denomina-se gradil costal (COSTA,
2002).
As articulações do tórax compreendem as que se fazem entre as costelas e as vértebras
(articulações costoverterbrais), entre as costelas e as cartilagens costais (articulações
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intercondrais), entre o esterno e as cartilagens costais (esternocondrais), e entre as partes do
esterno (manúbio-esternal, xifo-esternal) (DANGELO e FATTINE, 2002).
A caixa torácica provê o local de inserção dos músculos da respiração, que trabalham para
aumentar mecanicamente o volume torácico na inspiração, ou para diminuir esse volume na
expiração. Assim, o desempenho da função pulmonar, sob o ponto de vista mecânico, é
conseqüência dos movimentos da caixa torácica, que por sua vez dependem da inter-relação entre
as forças elásticas do conjunto pulmão-caixa torácica e das forças musculares aplicadas ao gradil
costal (SILVA, 2001).
A contração dos músculos respiratórios depende necessariamente, de impulsos nervosos
gerados nos centros respiratórios, localizados no tronco cerebral. O ritmo normal da respiração é
mantido devido ao automatismo desses centros respiratórios (BETHLEM, 1999).
As costelas possuem dois pontos de apoio fixos, um na articulação costovertebral e outro
na costotransversal. Pode-se considerar que por estas duas articulações passa um eixo de rotação,
que determina nas primeiras costelas o movimento para cima e para baixo obliquamente em
relação ao plano frontal, e ao nível das décimas segundas costelas no plano sagital. Quando
elevadas, as extremidades anteriores das costelas movem-se para frente e para cima, juntamente
com o movimento anterior do esterno, assemelhando-se ao movimento de “braço de bomba”. Ao
mesmo tempo, a rotação das costelas ocasiona, o aumento do diâmetro transverso, assemelhando-
se ao movimento de “alça de balde” (CARVALHO, 2001; LIPPERT, 2003).
Portanto, todos os músculos que expandem a caixa torácica são classificados como
músculos inspiratórios, enquanto os músculos que a deprimem são classificados como músculos
expiratórios. Para que o ar entre nos pulmões é necessária uma pressão intrapulmonar mais
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negativa ou menos positiva que a pressão atmosférica, sendo assim, a pressão dentro do pulmão
deverá ser alterada constantemente em cada respiração (COSTA, 2002).
O diafragma é considerado o principal músculo responsável pela inspiração, porque
durante uma inspiração calma ele se contrai e força o conteúdo abdominal para baixo e para
frente, aumentando os três diâmetros da caixa torácica, fazendo com que o ar entre nos pulmões.
Porém quando o indivíduo realiza um esforço, como uma atividade física, torna-se
necessário o uso da musculatura acessória, que é chamada desta maneira por entrar em ação
somente quando requisitada e quando há uma maior demanda ventilatória. Normalmente, durante
uma respiração calma os músculos acessórios não participam dos movimentos respiratórios,
contudo quando estes músculos se contraem, há um indicativo de deficiência dos músculos
primários devido a uma dificuldade ventilatória (COSTA, 2002).
Durante a respiração calma, a expiração é passiva, isto ocorre porque os pulmões e a
parede torácica são elásticos e tendem a retornar a posição de equilíbrio após se expandirem
durante a inspiração. A expiração também pode ser classificada como forçada, ela pode ocorrer
após uma inspiração forçada ou após episódios de tosse. (AZEREDO, 2002).
A complacência pulmonar refere-se ao grau de expansão dos pulmões, que ocorre para
cada unidade de aumento da pressão transpulmonar, assim a complacência pode ser definida
como o poder de distensibilidade dos tecidos dos pulmões. O mesmo se aplica ao tórax, portanto,
aplica-se o termo complacência torácica à expansibilidade do tórax. A expansão do tórax
juntamente com os pulmões é chamada de complacência toracopulmonar (COSTA, 2002;
GUYTON e HALL, 2002).
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Os movimentos da caixa torácica, realizados durante a inspiração determinam a
expansibilidade toracopulmonar, e a retração durante a expiração determina o recuo elástico
(COSTA, 2002). No caso da expansibilidade torácica, um recurso bastante utilizado para
obtenção de dados mensuráveis, devido a simplicidade e baixo custo, é a cirtometria ou
perimetria torácica (CAROMANO et. al., 2003).
Como descrito por Kakizaki et. al. (apud PAULIN; BRUNETTO; CARVALHO, 2003,
p.5), a cirtometria torácica pode ser mensurada utilizando-se uma fita métrica, colocada sobre a
caixa torácica dos indivíduos sobre a região axilar, xifoideana e infracostal.
A técnica consiste na medição das circunferências torácicas realizadas na fase expiratória
e inspiratória máxima. A diferença entra as medidas, obtidas nas fases inspiratória e expiratória,
fornecem informações sobre o grau de expansibilidade e de retração dos movimentos tóraco-
abdominais (COSTA, 2002).
Com a diminuição da força muscular respiratória, evidencia-se a diminuição da
expansibilidade torácica, alterando as pressões pleurais, diminuindo a complacência alveolar,
diminuindo o volume pulmonar, podendo causar hipoventilação e colapso alveolar (AZEREDO,
2002).
Nos indivíduos idosos ocorrem mudanças anatômicas e fisiológicas no sistema
respiratório determinadas pelo envelhecimento. As mudanças que ocorrem no tórax do idoso são
atribuíveis a diminuição da massa muscular, as alterações na configuração da coluna torácica e as
mudanças nas propriedades físicas do pulmão. Ocorre uma diminuição da pressão de recuo
elástico pulmonar, relacionada com as mudanças na composição do tecido conjuntivo do pulmão
(elastina, colágeno, proteoglicanos). Simultaneamente, a parede do tórax enrijece com a idade, e
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devido a rigidez das articulações, ocorre uma diminuição da eficiência dos músculos
respiratórios, ocasionando uma diminuição da complacência tóraco-pulmonar (REBELATTO e
MORELLI, 2004).
Segundo Kisner e Colby (1998), os exercícios respiratórios são elaborados para treinar os
músculos da respiração e para melhorar ou redistribuir a ventilação, diminuir o trabalho
respiratório, melhorar a troca de gases e a oxigenação. Exercícios ativos de amplitude de
movimento para o tronco ajudam a reexpandir o tórax, facilitando a respiração profunda, e
geralmente estimulando a tosse.
As condutas utilizadas na Fisioterapia Respiratória para a expansão torácica consistem em
impor novos padrões respiratórios ao paciente. Os exercícios direcionados a movimentação do
tronco, agem sobre a coluna vertebral influenciando também a movimentação das costelas,
modificando desta forma a expansão torácica.
A rotação do tronco é produzida por uma contração simultânea dos músculos oblíquo
externo e oblíquo interno, sendo que este movimento pode ser acompanhado por uma ligeira
flexão do tronco. Outros músculos envolvidos na rotação do tronco são os multifídeos, rotadores
e o semiespinhal. Já a flexão lateral do tronco é proporcionada pelos músculos quadrado lombar,
intratransversários, oblíquo externo, oblíquo interno, reto do abdomem, eretor da espinha e
multifídeos (PALASTANGA, FIELD e SOAMES, 2000).
Diante disto, observa-se que alguns dos músculos que fazem a rotação e a flexão
lateral do tronco também estão envolvidos no processo de respiração. Então, supõe-se que o
aumento da atividade destes músculos, relacionados a estes movimentos, possa de alguma forma
influenciar na expansibilidade torácica. Desta forma o objetivo deste estudo foi elaborar e
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analisar um protocolo de exercícios de rotação e flexão lateral de tronco, como o intuito de
verificar se estes exercícios contribuem para a melhora da expansibilidade torácica de indivíduos
idosos.
Este trabalho justifica-se no fato de que em situações corriqueiras os fisioterapeutas
utilizam exercícios de rotação e flexão lateral de tronco para aumentar a expansibilidade torácica,
contudo, a sua eficácia ainda está pouco embasada cientificamente. Assim, este trabalho tem o
propósito de esclarecer e complementar esta questão com dados mais concretos. Espera-se
também que os resultados obtidos neste estudo possam estimular emprego dos exercícios de
rotação e flexão lateral do tronco para o aumento da expansibilidade torácica de idosos, e torne-se
prática corriqueira no trabalho fisioterapeutico.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Anatomia do Sistema Respiratório
2.1.1Componentes ósseos e articulares
A cavidade torácica ou tórax constitui uma estrutura óssea e muscular que circunda e
protege o coração e os pulmões (entre outras estruturas), sendo considerada a porção superior do
tronco. A estrutura óssea do tórax inclui o esterno, as costelas, as cartilagens costais, as vértebras
torácicas e discos intervertebrais, segue abaixo figura demonstrativa (PALASTANGA, FIELD,
SOAMES, 2000; GARDNER, GRAY e RAHILLY, 1988).
Figura 1 – Estrutura da caixa torácica
Fonte: http://www.iqb.es/galeria/gala002.htm
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O esterno é uma longa e estreita placa óssea mediana na parede anterior do tórax.
Proporciona inserção na região anterior do tórax para as costelas, através das cartilagens costais,
permitindo flexibilidade que auxilia nas alterações dimensionais do tórax, necessárias a
respiração. O osso esterno é composto por três partes: o manúbio, o corpo e o processo xifóide.
(DANGELO e FATTINE, 2002).
As vértebras torácicas suportam e permitem o movimento da cabeça e do tronco, e se
articulam com as costelas, formando articulações fundamentais para o movimento do tórax
durante a respiração; também fornecem fixações para os músculos da respiração, do tronco e das
extremidades superiores (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997).
Segundo Dangelo e Fattine (2002) as vértebras torácicas possuem algumas características
próprias, dentre as quais pode-se citar:
1-articulam-se com as costelas através do corpo vertebral e do processo transverso, para isto o
corpo vertebral apresenta uma fóvea costal superior, uma fóvea costal inferior e uma fóvea costal
transversa para articularem-se com o tubérculo da costela.
2-os processos espinhosos são muito inclinados em relação ao plano do corpo da vértebra.
3-os corpos vertebrais tem um volume intermediário entre o das vértebras cervicais e lombares.
4-as facetas articulares situam-se principalmente num plano frontal.
Há em geral doze costelas em cada lado do tórax. Elas são ossos alongados, achatados,
que se encurvam anterior e inferiormente, partindo das vértebras torácicas posteriormente e se
direcionando ao esterno anteriormente. Tanto as cartilagens costais quanto as costelas, aumentam
em comprimento da primeira a sétima, e a seguir diminuem até a décima segunda. As primeiras
sete costelas, se articulam com o esterno através das cartilagens costais e são chamadas de
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costelas verdadeiras. A oitava, a nona e a décima são chamadas de falsas por se unirem a
cartilagem costal superior através de suas cartilagens costais. A décima primeira e décima
segunda são chamadas de flutuantes por terminarem entre músculos da parede lateral do
abdomem e não possuírem cartilagens (GARDNER, GRAY e RAHILLY, 1988; DANGELO e
FATTINE, 2002).
As cartilagens costais são prolongamentos das costelas anteriormente e também
contribuem para a elasticidade da parede torácica. Nos indivíduos idosos, as cartilagens costais
perdem um pouco sua elasticidade e se tornam frágeis, podendo até mesmo sofrer calcificações
(MOORE e DALLEY, 2001).
De acordo com Dangelo e Fattine (2002), as articulações do tórax compreendem, além das
que já foram citadas, as articulações intervertebrais, costovertebrais, as esternocondrais, as
intercondrais, esternoclavicular e as articulações do esterno.
A articulação intervertebral, corresponde a articulação formada entre uma vértebra e sua
vértebra subjacente. Já as articulações costovertebrais compreendem a articulação entre as
costelas com as vértebras, e ocorrem entre a cabeça da costela com as fóveas costais superiores e
inferiores, com exceção da primeira, da décima primeira e da décima segunda, que se articulam
com as costelas correspondentes por uma única faceta articular na face articular da cabeça
(DANGELO e FATTINE, 2002; CARVALHO, 2001).
As articulações esternocondrais ocorrem entre as cartilagens costais e a borda lateral do
esterno. Na articulação da primeira costela, a cartilagem costal está firmemente fixada ao
manúbrio, formando uma juntura cartilaginosa, enquanto que da segunda à sétima costela as
articulações são sinoviais. Já as articulações intercondrais ocorrem entre cada uma das cartilagens
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costais da quinta até a oitava costela, e às vezes até a nona, com a cartilagem imediatamente
inferior; estas são pequenas articulações sinoviais e cada uma é envolta por uma cápsula articular
(DANGELO e FATTINE, 2002).
As superfícies articulares esternais, nas bordas superiores do manúbrio, recebem as faces
articulares da clavícula, formando assim as articulações esternoclaviculares (CARVALHO,
2001).
Os movimentos das articulações da parede torácica, são frequentemente analisados em
conjunto durante a respiração. Contudo, quando estes movimentos são observados
individualmente, pode-se perceber que sua amplitude de movimento é muito reduzida. Portanto,
qualquer distúrbio que diminua a mobilidade de qualquer uma destas articulações, interfere na
movimentação da caixa torácica e consequentemente influencia na respiração (MOORE e
DALLEY, 2001).
2.1.2 Componentes Musculares
Os músculos respiratórios têm como função primária o deslocamento da parede torácica
para possibilitar o fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões, e são classificados em
músculos inspiratórios e expiratórios (AZEREDO, 2002; KAPANDJI, 2000).
Os músculos inspiratórios são divididos em principais e acessórios. Os principais
músculos da inspiração são o diafragma, os intercostais paraesternais e os intercostais externos,
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enquanto que os músculos acessórios são os escalenos, esternocleidomastoídeo, trapézio, serrátil,
peitorais maiores e menores e os rombóides (AZEREDO, 2002; KAPANDJI, 2000).
O diafragma é um músculo que se origina a partir das vértebras lombares, das margens
costais das seis costelas inferiores, e do processo xifóide, apresentando o formato de uma cúpula
músculo-aponeurótica. Visualizando-o de perfil, a cúpula é mais baixa na parte posterior do que
na parte anterior, sendo seu ponto mais elevado constituído pelo centro frênico. Ele possui uma
face convexa na sua parte superior, e uma face côncava na parte inferior (AZEREDO, 2002;
KENDALL, 1995).
No centro frênico se originam os feixes das fibras musculares, que irão se inserir na face
medial das cartilagens costais das seis costelas inferiores, nas extremidades da décima primeira e
décima segunda costelas e por último nas vértebras lombares. A porção do diafragma que se
originam nas vértebras lombares formam dois pilares musculares que por sua vez também se
ligam ao centro tendíneo. Pode-se distinguir três grandes aberturas que são o Hiato aórtico, o
Hiato esofágico e o Hiato da veia cava inferior (AZEREDO, 2002; KAPANDJI, 2000;
GARDNER ,GRAY e RAHILLY, 1988).
Quando as fibras musculares do diafragma se contraem, o centro fênico é tracionado para
baixo comprimindo o conteúdo abdominal, aumentando o volume torácico e diminuindo a
pressão intratorácica. A entrada em tensão dos elementos do mediastino, e a presença da massa
visceral limitam a descida do centro frênico. A partir deste momento, ocorre a contração das
fibras costais do diafragma, promovendo a elevação das costelas inferiores, desta forma
aumentando o diâmetro transversal do tórax inferior, e simultaneamente através do esterno, a
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elevação das costelas superiores, aumentando também o diâmetro ântero-posterior (KAPANDJI,
2000; SCANBAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
Os intercostais paraesternais correspondem a porção intercartilaginosa dos músculos
intercostais internos. Sua função é diminuir o ângulo entre o esterno e as costelas, elevando as
costelas lateralmente e aumentando desta forma o volume pulmonar. Os intercostais externos se
conectam as costelas adjacentes, ocupando os espaços intercostais, e quando se contraem elas são
tracionadas para cima e para frente, causando o aumento do diâmetro lateral e ântero-posterior do
tórax (WEST, 2002; AZEREDO, 2002).
Os escalenos possuem origem nos processos transversos das últimas cinco vértebras
cervicais e com inserção na primeira e segunda costelas. Eles elevam e fixam a primeira e a
segunda costela, sendo sua função mais importante auxiliar na inspiração quando os músculos
principais não respondem a demanda ventilatória (SCANBAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
Os esternocleidomastoídeos são músculos que se originam no processo mastoídeo do osso
temporal e se inserem no manúbio esternal e no terço médio da clavícula. Sua ação é solicitada
sempre que o trabalho ventilatório precisa ser aumentado. O trapézio também possui ação
acessória na inspiração, participando dos movimentos escapulares (AZEREDO, 2002).
O músculo serrátil, principalmente sua porção superior, é recrutado em situações de
extrema fraqueza muscular inspiratória, e sua função é elevar as costelas superiores, e realizar
movimentos de rotação e da abdução da escápula. Os músculo peitoral maior participa da
abdução, da flexão, da rotação medial do ombro e da rotação da escápula, enquanto que o peitoral
menor interfere na elevação da terceira, da quarta e da quinta costela. Os músculos rombóides
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também têm relação com as funções dos movimentos escapulares, sendo também considerados
músculos acessórios da inspiração (AZEREDO, 2002).
O principal músculo da expiração é representado pelo intercostal interno, já os acessórios
correspondem ao triangular esternal, os abdominais e o quadrado lombar (AZEREDO, 2002;
KAPANDJI, 2000).
O músculo intercostal interno durante altos volumes promove a descida das costelas,
rebaixando-as, o que caracteriza sua ação predominantemente expiratória. Já o triangular do
esterno consiste em uma camada muscular plana e fina profundamente aderida aos músculos
intercostais internos sendo atribuída a ele a função de puxar as costelas ventralmente para baixo,
a fim de diminuir o tamanho volumétrico da cavidade torácica, explicando assim sua ação
acessória na expiração (AZEREDO, 2002).
Os músculos abdominais são formados pelo reto abdominal, pelo oblíquo interno e
externo, e o transverso abdominal. Ao se contraírem empurram o conteúdo abdominal para
dentro, aumentando assim a pressão intra-abdominal, levando a um deslocamento do diafragma
para cima, com conseqüente aumento da pressão dentro do tórax e a saída do ar. As inserções
destes músculos no gradil costal sugerem que ao se contraírem essa musculatura traciona as
costelas para baixo. Além de sua função na expiração, estes músculos são importantes rotadores e
flexores do tronco (AZEREDO, 2002).
O músculo quadrado lombar atua na flexão lateral da coluna vertebral, deprime a última
costela, atuando juntamente com o diafragma na respiração. Sua origem é no ligamento
iliolombar e na crista ilíaca, e sua inserção encontra-se na borda inferior da última costela e
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processos transversos das quatro vértebras lombares superiores (KENDALL, MCCREARY e
PROVANCE, 1995).
2.1.3Vias aéreas
O sistema respiratório humano é constituído por um grupo de passagens, chamadas de
vias aéreas, que transportam o ar para o interior dos pulmões, favorecendo a troca gasosa no
interior dos alvéolos. As vias aéreas podem ser classificadas em superiores e inferiores. A figura
2 demonstra as vias aéreas (POWERS e HOWLEY, 2000).
Figura 2 – Vias aéreas
Fonte:http://www.alh.bio.br/resp/resp1.asp
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As vias aéreas superiores também podem ser chamadas de zona de condução,
compreendendo as narinas, a cavidade nasal, as coanas, o complexo nasobucofaringolaríngeo e a
laringe. A zona de condução não serve somente como via de passagem do ar, mas também
umidifica e filtra o ar a medida que ele se dirige para as zonas mais distais do sistema
respiratório. Este aquecimento e umidificação do ar auxiliam na manutenção da temperatura
corporal da mucosa respiratória e impedindo que o tecido pulmonar resseque. Isto é decorrente do
contato do ar turbulento com a mucosa úmida que reveste as fossas nasais, faringe e laringe
(POWERS e HOWLEY, 2000; COSTA, 2002; AIRES, 1999).
As narinas são dois orifícios que constituem externamente a base do nariz, e internamente
formam o vestíbulo nasal. Este é o local de preparação do ar captado, apresentando para esta
função, estruturas vibráteis em forma de pêlos, denominadas de vibrissas, que filtram o ar,
impedindo a lesão pulmonar decorrente do acúmulo de partículas inaladas. Na parte mais interna
do vestíbulo nasal encontra-se uma camada de muco permanente, cuja função é captar as
partículas inaladas que não foram retidas pelas vibrissas (POWERS e HOWLEY, 2000; COSTA,
2002).
A cavidade nasal inicia-se nas narinas, abre-se no nariz e continua posteriormente até as
coanas. É separada centralmente pelo septo nasal e nas porções laterais, contém reentrâncias e
saliências denominadas, respectivamente, de conchas e meatos nasais. Todas essas estruturas são
compostas por tecido ósseo e cartilagem, sendo revestidas por uma camada mucosa, muito
vascularizada. É também nesse segmento que o ar é aquecido, devido a extensa rede de
vascularização que há na região. A cavidade nasal pode ser dividida em vestíbulo, região
respiratória e região olfatória (COSTA, 2002; DANDELO e FATTINE, 2002).
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As coanas são pequenas aberturas posteriores a cavidade nasal, que têm a função de
direcionar para a laringe o fluxo aéreo inspirado e também funcionar como válvula de retenção
desse fluxo, quando ocorrer passagem de alimento da boca para a faringe. O complexo
nasobucofaríngeo, situa-se na parte anterior da faringe, compreendendo a “garganta”. No
momento da deglutição a base da língua faz um movimento de retroversão, liberando a
cartilagem da epiglote, que por sua vez irá obstruir a passagem do ar para a faringe, e desta forma
impedir que o alimento vá para as vias aéreas inferiores (COSTA, 2002).
A laringe é um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior, constituindo ao mesmo
tempo uma via aérea e também um órgão da fonação, pois é nela que se situam as cordas vocais.
Internamente, a laringe apresenta uma parte mediana e mais estreita denominada glote, sendo que
pequenos músculos estão localizados nessa região e apresentam uma função esfincteriana. Sua
disfunção acarreta distúrbios fonatórios e respiratórios (COSTA, 2002; DANGELO e FATTINE,
2002).
As vias aéreas inferiores têm início na traquéia, seguem pelos brônquios e bronquíolos e
terminam nos alvéolos. A unidade alvéolo capilar é o principal sítio de trocas gasosas a nível
pulmonar, sendo composta pelo alvéolo, septo alveolar e a rede capilar, a figura apresenta as vias
aéreas inferiores (COSTA, 2002; AIRES, 1999).
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Figura 3 – Laringe, Traquéia e Brônquios
Fonte: http://www.alh.bio.br/resp/resp1.asp
A traquéia tem início na parte inferior da laringe e termina na bifurcação brônquica
denominada “carina”. Possui uma estrutura cilíndrica, constituída por uma série de anéis
cartilaginosos incompletos, em forma de “C”, sobrepostos e ligados entre si pelos ligamentos
anulares. Esses anéis proporcionam rigidez suficiente para impedir que ela entre em colapso, ao
mesmo tempo que se encontram unidas por um tecido elástico, assegurando também mobilidade
a toda estrutura (DANGELO e FATTINE, 2002).
Os brônquios principais são em número de dois e emergem a partir da carina. Então,
passam a sofrer divisões resultando em aproximadamente dezoito gerações, prosseguindo com os
bronquíolos e terminando nos alvéolos. Quanto mais os brônquios se distanciam da traquéia,
menor a quantidade de cartilagem e maior a de músculo liso presentes em sua constituição. Os
bronquíolos sofrem uma pequena dilatação durante a inspiração e retornam a posição inicial
durante a expiração; em sua parede existem numerosas glândulas que produzem e lançam muco
na luz bronquial. Os cílios da árvore traqueobronquial realizam movimentos rápidos promovendo
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a condução das secreções pulmonares para fora dos pulmões. Segue a figura 4 ilustrando
brônquios principais e bronquíolos (COSTA, 2002).
Figura 4 – Brônquios e Bronquíolos
Fonte: http://www.alh.bio.br/resp/resp1.asp
Os bronquíolos são classificados em bronquílos terminais e respiratórios. Os terminais são
estruturas delgadas, constituídas basicamente por tecido muscular liso. Os bronquíolos
respiratórios situam-se entre os bronquíolos terminais e os alvéolos (COSTA, 2002).
O espaço compreendido desde o nariz até os bronquíolos, é uma região onde não ocorre a
troca de oxigênio e gás carbônico entre o ar e o sangue, e por esta razão recebem o nome de
espaço morto anatômico ou zona de condução, como dito anteriormente. Enquanto isso, o espaço
morto fisiológico é considerado a soma do espaço morto anatômico mais a parte da ventilação
que é direcionada para as unidades alveolares que são ventiladas, porém mal perfundidas, não
havendo desta forma uma troca eficaz de gases (KOEPPEN et. al., 2000).
Os alvéolos são estruturas saculares, cujas paredes se “fundem” com a dos capilares
dando origem a membrana alveolocapilar, que tem como propriedade fundamental permitir a
passagem de gás carbônico proveniente das hemáceas para a luz alveolar, assim como o oxigênio
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dos alvéolos para a corrente sanguínea. A superfície alveolar é constituída por três tipos de
células, os pneumócitos tipo I, que possuem poucas organelas e recobrem grande parte da
superfície alveolar, os pneumócitos tipo II, que armazenam e secretam surfactante, e os
pneumócitos tipo III, com possível função quimiorreceptora. Segue figuras demonstrando todo o
sistema respiratório, um corte transversal do tórax, e estrutura de um alvéolo (AIRES, 1999;
COSTA, 2002).
Figura 5 – Sistema Respiratório, corte transversal do tórax e estrutura de um alvéolo.
Fonte: JARVIS, C. Exame físico de avaliação de saúde. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
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2.1.4 Pulmões e pleuras
A principal finalidade dos pulmões é prover a distribuição adequada do ar inspirado e do
fluxo sangüíneo pulmonar, de modo que a troca de oxigênio e gás carbônico entre os alvéolos e o
sangue dos capilares alveolares, se realize com o mínimo de gasto energético (BERNE e LEVY,
1996).
Os pulmões como mostra a figura a seguir, são dois órgãos em forma de cone, localizados
dentro da cavidade torácica, separados pelo mediastino. Este por sua vez consiste na região
mediana do tórax ocupada pelo coração, esôfago, partes da traquéia e pelos brônquios principais,
além de nervos e vasos linfáticos. As porções superiores dos pulmões são chamadas de ápices e
as porções mais inferiores são chamadas de bases pulmonares. Eles também são formados por
duas faces, a costal e a medial (SCANBAN, WILKINS e STOLLER, 2000; DANGELO e
FATTINE, 2002).
Figura 6 – Pulmões
Fonte: PUTZ, R.; RABST, R. Sobota- Atlas de Anatomia Humana.21 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000.
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Na sua face medial, cada pulmão apresenta uma fenda chamada hilo, pelo qual entram e
saem os vasos sangüíneos, linfáticos e nervos. Cada pulmão é dividido em lobos, sendo que o
pulmão direito possui um lobo superior, um médio e um inferior, enquanto o pulmão esquerdo
possui somente um lobo superior e um inferior. Cada lobo é dividido em segmentos e estes são
subdivididos em lóbulos secundários. Os lóbulos secundários contem aglomerados de três a cinco
bronquíolos terminais (SCANBAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
As pleuras são duas membranas serosas, direita e esquerda, independente uma da outra,
que revestem externamente os pulmões, e internamente a cavidade torácica. Considera-se a
pleura parietal aquela que envolve a cavidade torácica, e pleura visceral aquela que reveste o
pulmão. O folheto visceral envolve o pulmão em toda a sua extensão: face externa e mediastinal,
bordas anterior e posterior, ápice e base. O folheto parietal recobre toda a cavidade torácica
dividindo-se em porção cervical, diafragmática, mediastinal, e costal (TARANTINO, 2002).
Entre a pleura visceral e a parietal encontra-se a cavidade pleural, que constitui um espaço
virtual ocupado por uma fina camada de líquido seroso, que forma uma fina película que une as
superfícies das duas pleuras, permitindo o livre deslizamento de um folheto sobre o outro durante
os movimentos respiratórios (SCANBAN, WILKINS e STOLLER, 2000; DANGELO e
FATTINE, 2002).
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2.2 Fisiologia do Sistema Respiratório
2.2.1 Ventilação Pulmonar
A principal função dos pulmões é a troca gasosa, e para que ela seja adequadamente
realizada, eles devem ser ventilados de forma correta. (SCANBAN, WILKINS e STOLLER,
2000).
A ventilação é dependente da pressão gerada pelos músculos respiratórios durante a
inspiração, do volume de ar inspirado, da complacência dos pulmões e da caixa torácica, da
resistência imposta ao fluxo aéreo e tecidual, e do fluxo de ar (que corresponde a alteração do
volume por unidade de tempo) (SCANBAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
Os pulmões podem ser expandidos ou contraídos através do movimento do diafragma
para cima e para baixo, aumentando ou diminuindo verticalmente a cavidade torácica; e também
através da elevação e depressão das costelas, aumentando ou diminuindo o diâmetro ântero-
posterior da cavidade torácica (GUYTON e HALL, 2002).
A inspiração ocorre de forma ativa através da contração dos músculos inspiratórios, já
citados previamente. Conseqüentemente é gerada uma pressão negativa fazendo com que o ar se
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desloque para o interior dos pulmões. Quando os músculos da inspiração se relaxam, a retração
elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais “comprime” os pulmões,
realizando de forma passiva a expiração. Porém quando o indivíduo realiza um esforço, como
uma atividade física, torna-se necessário o uso da musculatura acessória. Esta musculatura auxilia
os músculos inspiratórios e expiratórios quando eles não podem exercer uma função ventilatória
eficiente. A seguir encontra-se a figura 7 ilustrando o movimento diafragmático realizado durante
a inspiração e a expiração.
Figura 7 – Movimento diafragmático realizado na inspiração e expiração.
Fonte: http://www.alh.bio.br/resp/resp1.asp
Como já foi visto, o trato respiratório é composto de várias partes, contudo as trocas
gasosas ocorrem predominantemente nos alvéolos, e desta forma é muito importante citar a
ventilação alveolar. Pode-se dizer que é a quantidade de gás inspirado que chega aos alvéolos a
cada minuto, sendo determinada pela freqüência respiratória, o volume corrente e a área de
espaço morto (TARANTINO, 2002).
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2.2.2 Propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório.
A elasticidade é a propriedade que os corpos possuem de voltarem ao seu estado original
após terem sido deformados por uma força. Os tecidos dos pulmões e do tórax são constituídos
por fibras elásticas, cartilagens, células epiteliais e endoteliais, glândulas, nervos, vasos
sangüíneos e linfáticos que possuem propriedades elásticas. Assim, quanto maior a pressão
gerada pelos músculos inspiratórios, maior o volume inspirado, e cessada essa força os tecidos
retraem-se para a posição original. Portanto, quanto maior a complacência do sistema
respiratório, mais distensível será o tecido, e quanto menor, mais rígido ele será (AIRES, 1999).
Durante a movimentação do sistema respiratório, quando ocorre o fluxo de gás, um
elemento adicional á elasticidade deve ser vencido pela pressão do ar, este é representado pela
resistência ou pressão resistiva, ou seja, a resistência imposta pelos pulmões e pela parede
torácica (AIRES, 1999).
2.2.3 Forças elásticas e resistivas dos pulmões.
Para gerar os gradientes de pressão necessários para que ocorra a inspiração, os pulmões
devem ser distendidos, e esta distensão deve superar várias forças de oposição. As forças de
oposição á insulflação podem ser agrupadas em duas categorias: as forças elásticas e as forças de
atrito. As forças elásticas envolvem os tecidos pulmonares e torácicos, junto com a tensão
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superficial dos alvéolos. As forças de atrito incluem a resistência provocada pelo fluxo gasoso e
pelo movimento tecidual durante a respiração (SCABAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
Um dos fatores responsáveis pelo comportamento elástico dos pulmões é representado
pelas fibras elásticas e colágenas do tecido pulmonar. Elas são encontradas em todo o
parênquima, dando ao pulmão a propriedade de elasticidade. A capacidade de distensão é
limitada; uma vez atingido o ponto de distensão máxima, o aumento na tensão pode produzir
pequeno ou nenhum aumento no comprimento. Assim, a força de retração elástica dos pulmões
tende a faze-los voltar para seu volume mínimo, ou seja, os pulmões tendem sempre a se retrair e
colabar (SCABAN, WILKINS e STOLLER, 2000; AIRES, 1999).
Todas as estruturas do pulmão encontram-se interligadas pela trama de tecido conjuntivo
pulmonar, e quando há insulflação, todos esses componentes se dilatam, caracterizando o
fenômeno chamado interdependência, que contribui para manter os alvéolos abertos, visto que, se
alguns se fechassem, os demais alvéolos ao seu redor “puxariam” suas paredes, na tentativa de
reabri-los (AIRES, 1999).
Além das propriedades elásticas do seu tecido, os pulmões ainda possuem um importante
fator que contribui para suas características elásticas, este fator é a tensão superficial do líquido
que recobre os alvéolos. Durante a insulflação, é necessária uma pressão adicional para superar as
forças da tensão superficial (SCABAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
Esta tensão superficial é reduzida devido à ação do surfactante. Observa-se que sua ação
associada aos elementos do tecido pulmonar, é suficiente para assegurar a estabilidade e prevenir
o colapso alveolar durante a expiração. Desta forma, a perda do surfactante leva a redução da
complacência pulmonar, áreas de atelectasia, e alvéolos cheios de transudato (AIRES, 1999).
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Já em relação à resistência pulmonar, esta pode ser dividida em dois componentes: a
resistência da via aérea e a tecidual. A resistência das vias aéreas depende do fluxo de ar no
interior dos pulmões. Quando o ar se desloca no interior de um tubo existe uma diferença de
pressão entre suas duas extremidades. A baixos fluxos de ar, as moléculas de ar fluem
paralelamente às paredes do tubo, caracterizando o chamado fluxo laminar. Assim, as moléculas
mais próximas da parede do tubo, aderem-se a esta e a velocidade do fluxo aí diminui, e uma
maior velocidade é encontrada no centro do tubo (AIRES, 1999).
Quando o fluxo aumenta, as linhas de fluxo não fluem mais paralelamente, mas se
desintegram e comportam-se de maneira desorganizada, caracterizando assim o fluxo turbilhonar.
Deste modo, a pressão necessária para manter este fluxo é consideravelmente maior do que a
força necessária para o fluxo laminar (AIRES, 1999).
A resistência tecidual é determinada pelas perdas energéticas geradas pelo atrito
pertinente a movimentação do pulmão durante o ciclo respiratório. Assim, as moléculas
constituintes do tecido pulmonar atritam-se quando ocorrem os movimentos respiratórios,
gastando energia ao longo do processo (AIRES, 1999).
A resistência tecidual também depende da velocidade de deslocamento do ar, o que é
importante tanto durante a inspiração como na expiração. Quanto maior for a intensidade da força
elástica perdida para vencer a resistência tecidual durante a expiração, menor a força elástica
disponível para vencer a resistência das vias aéreas (AIRES, 1999).
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2.2.4 Forças elásticas e resistivas da caixa torácica
Observa-se que a parede torácica tende sempre a expansão, exceto em volumes
pulmonares superiores a capacidade vital, quando esta tende a retração. Para a determinação da
complacência torácica, utiliza-se os valores da pressão transtorácica, ou seja, a diferença entre a
pressão intrapleural e a pressão ao redor do tórax (AIRES, 1999).
A determinação da complacência da parede torácica é importante, pois esta pode ser
alterada por diversas afecções, como por exemplo, cifoescoliose, anquilose vertebral, obesidade.
Assim, observa-se que a complacência do sistema respiratório pode ser alterada tanto por seu
componente pulmonar, quanto pela modificação da complacência da parede torácica (AIRES,
1999).
Enquanto isso, a resistência da parede torácica é determinada pelas perdas energéticas
geradas durante a movimentação e pela viscosidade dos tecidos da parede torácica. Semelhante à
resistência pulmonar, a resistência da parede é maior quanto menor os fluxos de ar, caindo com a
elevação destes (AIRES, 1999).
2.2.5 Complacência pulmonar
O grau de expansão pulmonar, que ocorre a cada unidade de aumento na pressão
transpulmonar (pressão pleural menos a pressão alveolar) é chamada de complacência pulmonar,
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e reflete o grau de distensibilidade pulmonar. No ser humano adulto, a complacência pulmonar
total é de aproximadamente 200ml/cm (GUYTON e HALL, 2002).
Desta forma a complacência reflete a facilidade com que um objeto pode ser deformado,
enquanto que a elasticidade refere-se a oposição de um objeto a se deformar, mediante uma força
externa. Então, pode-se dizer que a elasticidade (E) é o inverso da complacência (C): E = 1/C
(KOEPPEN et. al., 2000).
Deve-se lembrar que a complacência é diferente entre as fases da respiração, porque a
pressão gerada para a entrada de uma certa quantidade de ar no pulmão, é diferente da pressão
gerada para a saída dessa mesma quantidade de ar. Durante a avaliação da complacência
pulmonar, seus valores podem ser estimados pelos testes de função pulmonar, pela cirtometria
toracoabdominal dinâmica e pela fluxometria expiratória (GUYTON e HALL, 2002; COSTA,
2002).
A complacência pulmonar é definida como a alteração no volume dividida pela alteração
na pressão dentro do pulmão, e esta relação é diferente, como já foi dito, para a inspiração e para
a expiração. Pode ser interpretada quando o tórax e os pulmões encontram-se em movimento,
podendo ser chamada de complacência dinâmica, ou em um determinado momento entre a
inspiração e a expiração, chamada de complacência estática (SCANBAN, WILKINS e
STOLLER, 2000; COSTA, 2002).
As características da complacência são determinadas pelas forças elásticas dos pulmões,
que podem ser divididas em dois grupos: as forças elásticas do tecido pulmonar e as forças
elásticas causadas pela tensão superficial do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos
(GUYTON e HALL, 2002).
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As forças elásticas do tecido pulmonar são determinadas principalmente pela elastina e
fibras colágenas entrelaçadas no parênquima pulmonar. Nos pulmões, durante a fase expiratória,
as fibras tornam-se “retraídas” e onduladas, e durante a fase inspiratória, as fibras tornam-se
alongadas, sem ondulações (GUYTON e HALL, 2002).
As forças elásticas provocadas pela tensão superficial, ocorrem devido a interface ar-
líquido que ocorre na membrana alveolar. Quando a água forma uma interface com o ar, as
moléculas de água na superfície possuem uma força de atração recíproca, gerando uma tensão
superficial. Nos alvéolos, a superfície de água também tende a retrair-se, e isto expulsa o ar dos
alvéolos, induzindo-os ao colapso. Contudo, devido à ação do surfactante a tensão superficial é
reduzida significativamente (GUYTON e HALL, 2002).
O surfactante pulmonar é um agente tensoativo superficial, isto significa que quando ele
se espalha sobre a superfície de um líquido, ele reduz a tensão superficial. Consiste em uma
mistura de diversos fosfolipídeos, chamada dipalmitoilfosfatidilcolina,. O surfactante não se
mistura ao líquido, mas se espalha por sua superfície, porque uma porção da molécula é
hidrofílica e outra porção é hidrofóbica, sendo esta propriedade que o torna um redutor da tensão
superficial (GUYTON e HALL, 2002).
Uma complacência reduzida pode ser causada pelo aumento do tecido fibroso pulmonar,
pelo edema alveolar e pela diminuição da ventilação por um longo período. Uma complacência
aumentada pode ocorrer nos casos de enfisema pulmonar e no pulmão idoso normal (WEST,
2002).
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2.2.6 Complacência torácica
O gradil costal se movimenta em todas as direções, e a capacidade de distensibilidade da
parede torácica dá-se o nome de complacência torácica ou expansibilidade torácica. Os
componentes da caixa torácica devem trabalhar juntos, sob controle nervoso central, para
implementar o processo cíclico da respiração, durante o qual ocorrem alterações nas dimensões
da parede torácica, sendo estas alterações possíveis devido a complacência da caixa torácica
(KOEPEN et. al., 2000; SCANBAN, WILKINS e STOLLER, 2000; COSTA, 2002).
Assim como os pulmões, a parede torácica possui propriedades elásticas, decorrentes de
seus ossos e músculos. Ao contrário dos pulmões, que possuem forças elásticas que o induzem ao
colapso, a parede torácica pode retrair tanto para fora quanto para dentro, e a direção do
movimento da parede depende do volume da insuflação pulmonar (SCANBAN, WILKINS e
STOLLER, 2000).
Como os pulmões estão contidos dentro do tórax, eles e a caixa torácica atuam como
molas que tracionam-se mutuamente. Portanto, quando a parede torácica tende a expandir, os
pulmões tendem a se retrair. No repouso, as forças da parede torácica e dos pulmões estão
equilibradas, e este equilíbrio de forças determina o volume pulmonar de repouso ou a
capacidade residual funcional. Durante a inspiração ocorre um desequilíbrio entre as forças
impostas pelos pulmões e a força imposta pela caixa torácica, sendo que a energia dos músculos
inspiratórios se sobrepõe à força contrátil dos pulmões, e a tendência da parede torácica de
expandir-se facilita a expansão pulmonar (SCANBAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
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2.2.7 Volumes e Capacidades
Os volumes pulmonares correspondem a quantidade de gás que entra ou permanece nos
pulmões a cada ciclo respiratório. Podem ser mensurados por meio de uma técnica denominada
espirometria, onde o indivíduo respira em um dispositivo capaz de mensurar o gás inspirado e
expirado (AIRES,1999).
Segundo Guyton e Hall (2002), os volumes pulmonares podem ser classificados da
seguinte maneira:
1) volume corrente (VC), que corresponde ao volume de ar inspirado ou expirado em cada ciclo
respiratório, e seu valor corresponde a cerca de 500 mililitros;
2) volume de reserva inspiratório (VRI) é o volume máximo adicional de ar que pode ser
inspirado além do volume corrente, e em geral corresponde a 3.000 mililitros;
3) volume de reserva expiratório (VRE) que corresponde ao volume máximo que pode ser
expirado a partir do nível final de uma expiração normal, e em condições normais seu valor
corresponde a 1.100 mililitros;
4) volume residual (VR) é o volume de gás que permanece nos pulmões ao final de uma
expiração máxima, e em média é de 1.200 mililitros (TARANTINO, 2002; GUYTON e HALL,
2002).
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Segundo Guyton e Hall (2002), a soma dos volumes pulmonares determina as
capacidades pulmonares, que podem ser classificadas da seguinte maneira:
1) capacidade residual funcional (CRF), que é composta pelos volumes de reserva expiratório e
pelo volume residual, e pode ser definida como o volume de ar que permanece nos pulmões após
uma expiração tranqüila, e corresponde a cerca de 2.300 mililitros;
2) Capacidade Inspiratória (CI) é a soma do volume corrente com o volume de reserva
inspiratório, corresponde o máximo de volume de ar que pode ser inalado a partir da CRF, e seu
valor corresponde a aproximadamente 3.500 mililitros;
3) Capacidade Vital (CV) é o máximo de volume de ar que pode ser expirado após uma
inspiração máxima, podendo ser definida como a soma do volume de reserva inspiratório, com o
volume corrente e o volume de reserva expiratório, sendo seu valor por volta de 4.600 mililitros;
4) Capacidade Pulmonar total (CPT) refere-se ao volume máximo que o pulmão pode alcançar
com um maior esforço possível, e corresponde a cerca de 5.800 mililitros (TARANTINO, 2002;
GUYTON & HALL, 2002).
A figura 8 demonstra os volumes e capacidades pulmonares, ilustrados em um gráfico,
que possui como variáveis o tempo e o volume pulmonar em mililitros.
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Figura 8 – Volumes e Capacidades Pulmonares
Fonte: GUYTON, A.C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
Os volumes e as capacidades pulmonares podem ser afetados de diversas maneiras pelas
patologias que atingem os pulmões e a caixa torácica, e a alteração mais comumente encontrada é
a diminuição da Capacidade Vital. A sua redução pode ser causada por uma limitação da
expansão pulmonar e/ou torácica, ou por um volume residual muito elevado (BERNE e LEVY,
1996).
2.2.8 Ventilação/ Perfusão
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O pulmão é um órgão que não se comporta de forma homogênea, pois tanto a ventilação
quanto a perfusão não são semelhantes em todas as suas partes. Em relação a distribuição da
ventilação, pode-se dizer que esta varia da base para o ápice pulmonar, sendo a base pulmonar
melhor ventilada em relação ao ápice. A razão para isto é a desigualdade dos valores da pressão
pleural ao longo do pulmão, que ocorre provavelmente devido a ação da força da gravidade.
Qualquer objeto que seja suportado exige uma pressão maior embaixo dele, a fim de equilibrar as
forcas que atuam de cima para baixo. Sendo assim, a pressão perto da base é mais alta do que no
ápice (WEST, 2002; AIRES, 1999; HAMILTON e SLONIM,1981).
Já que a pressão intrapleural na base é mais positiva, os alvéolos desta região encontram-
se menores do que os alvéolos do ápice em situação de repouso. Com a contração muscular
inspiratória, a pressão intrapleural diminui em todo o espaço pleural. O pulmão é mais fácil de
inflar a baixos volumes do que a altos volumes, desta maneira, os alvéolos do ápice se enchem
menos do que os da base, pois partiram de um volume inicial maior, isto significa que sua
complacência é menor do que os alvéolos da base (WEST, 2002; AIRES, 1999).
Assim, embora a base pulmonar seja relativamente menos expandida do que o ápice, ela é
melhor ventilada. Quando o indivíduo encontra-se em pé ou sentado, a base é denominada de
zona dependente do pulmão e o ápice é chamado de zona não dependente. Caso o indivíduo
estivesse em decúbito dorsal, a região posterior do pulmão seria chamada de zona dependente, e a
região anterior seria a zona não dependente (AIRES, 1999).
Em relação a perfusão pulmonar, pode-se dizer que no pulmão existem dois tipos de
circulação, a pulmonar e a brônquica, ou também chamada de sistêmica. A circulação pulmonar,
tem como principal função a oxigenação sangüínea, através de trocas gasosas ao nível alvéolo-
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capilar, enquanto a circulação brônquica ou sistêmica nutre as estruturas pulmonares, exceto os
ductos alveolares e alvéolos que já são banhados pela circulação pulmonar (AIRES, 1999).
Normalmente, o fluxo sangüíneo é maior na circulação pulmonar devido ao débito
cardíaco, com resistência e níveis pressóricos semelhantes ao cardíaco, enquanto na circulação
brônquica, a pressão é sistêmica, com a resistência elevada e a perfusão reduzida (HAMILTON e
SLONIM, 1981; AIRES, 1999).
A circulação pulmonar pode sofrer importantes influências da pressão hidrostática, e
conseqüentemente, não ser uniforme em todo o pulmão. Para fins didáticos divide-se o pulmão
em três zonas, a zona I localizada no ápice do pulmão, a zona II localizada no terço médio e a
zona III localizada na base pulmonar. Na zona I a pressão alveolar seria superior a pressão
arterial pulmonar, e os capilares estariam colapsados, e desta forma esta região seria mal
perfundida. Na zona II a pressão arterial pulmonar suplantaria a pressão alveolar, mas ainda seria
superior a pressão venosa pulmonar, resultando em certa dificuldade para a passagem do fluxo
sangüíneo. Já na zona III tanto a pressão arterial quanto a pressão venosa pulmonar seriam
maiores que a pressão alveolar, e deste modo, esta região seria melhor perfundida, como mostra o
gráfico da figura 9 (AIRES, 1999).
Figura 9 – Zonas pulmonares de ventilação/ perfusão.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Fonte: BETHLEM, N. Pneumologia. 4 ed. São Paulo: Atheneu, 1999.
Analisando a distribuição da relação da ventilação-perfusão, observa-se que tanto a
ventilação quanto a perfusão são maiores na base e decrescem em direção ao ápice, sendo que a
perfusão varia mais do que a ventilação, devido aos fatores explicados a cima (AIRES, 1999).
2.3 Tronco
2.3.1 Anatomia e Biomecânica do tronco
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O tronco é formado pelo tórax e abdomem, e juntamente com os ossos da cabeça e do
pescoço formam o eixo do corpo, que por sua vez une-se ao esqueleto apendicular através das
cinturas pélvica e escapular. (DANGELO & FATTINE, 2002).
A coluna vertebral está formada de modo a oferecer a resistência de um pilar de
sustentação, mas também a flexibilidade necessária á movimentação do tronco. Existem trinta e
três vértebras na coluna vertebral, arranjadas em quatro curvaturas (como mostra o gráfico
abaixo): sete vértebras formam a curvatura cervical, doze vértebras formam a curvatura torácica,
cinco vértebras formam a lombar e a última curvatura é a sacrococcígea, formada pelas cinco
vértebras fundidas do sacro e quatro a cinco vértebras fundidas do cóccix. A junção onde termina
uma curvatura e começa a próxima é geralmente um local de maior mobilidade, mais vulnerável
a lesões. Essas junções são as regiões cervicotorácica, toracolombrar e lombossacral (HAMILL e
KNUTZEN, 1999).
Figura 10 – Curvaturas Vertebrais
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Fonte: http://www.webciencia.com/11_18pulmão.htm
Os principais ligamentos que unem as vértebras umas as outras são: o ligamento
longitudinal posterior e anterior, estendendo-se por toda a extensão dos corpos vertebrais da
coluna; os ligamentos flavos ou amarelo (entre as lâminas das vértebras adjacentes), ligamentos
intratransversários, interespinhais e supraespinhais, e ligamento da nuca (SMITH, WEISS e
LEHMKUHL, 1997).
Embora seja possível descrever características particulares para as vértebras de cada
região da coluna, todas elas possuem uma estrutura básica comum. Desta forma, cada vértebra é
constituída por um anel ósseo que circunda o forame vertebral, a parte anterior do anel é o corpo
da vértebra, que possui forma cilíndrica e duas superfícies planas (cranial e caudal). Em sua parte
posterior encontra-se o processo espinhoso, em suas laterais os processos transversos, em sua
porção cefálica o processo articular superior, e em sua porção caudal o processo articular inferior,
como pode ser observado na figura 11 (DANGELO e FATTINE, 2002).
Figura 11 – Estrutura básica verterbral
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Fonte: http:// www.iqb.es/galeria/gala002.htm
Na coluna torácica cada vértebra aumenta de tamanho, de modo que a décima segunda
vértebra torácica é mais larga que a primeira. Os corpos tornam-se mais altos e as vértebras
torácicas apresentam pedículos mais longos que as vértebras cervicais. Na parte posterior destas
vértebras encontram-se processos espinhosos longos sobrepondo-se as vértebras, direcionados
para baixo em vez de estarem direcionados na horizontal, como ocorre nas outras regiões da
coluna. Devido a esta configuração particular das vértebras torácicas, os movimentos na região
são limitados primariamente pela ligação com as costelas e pelos longos processos transversos
que se sobrepõem na parte posterior (HAMILL e KNUTZEN, 1999).
Separando os dois corpos vertebrais adjacentes encontramos o disco intervertebral. O
disco é uma estrutura que une uma vértebra a outra e, ao mesmo tempo, permite que ocorra
movimento entre elas. Ele é capaz de suportar forças compressivas, forças de torção e de
curvamento aplicadas sobre a coluna. Assim, o principal papel desta estrutura é de suportar e
distribuir as cargas na coluna vertebral, e também restringir o excesso de movimento que ocorre
em determinado segmento vertebral. A figura 12 ilustra o disco intervertebral (HALL, 2000;
HAMILL e KNUTZEN, 1999).
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Figura 12 – Disco intervertebral
Fonte: http:// www.iqb.es/galeria/gala002.htm
A movimentação entre qualquer conjunto de duas vértebras adjacentes é pequena, assim,
os movimentos vertebrais envolvem sempre um grande número de segmentos móveis. A
amplitude de movimento permitida para cada segmento é determinada pelas contenções
anatômicas que variam nas regiões cervical, torácica e lombar da coluna vertebral (HALL, 2000).
Em relação ao movimento de flexão lateral do tronco, a maior amplitude de movimento
ocorre na região cervical, uma flexão lateral ligeiramente menor é possível na região torácica,
sendo este movimento muito reduzido na região lombar. Na flexão lateral do tronco, ocorre a
inclinação das vértebras superiores no lado da flexão, gerando compressão naquele lado e tensão
no lado oposto. Ocorre um leve movimento das vértebras para os lados, com a compressão do
disco no lado da inclinação; a flexão lateral também é acompanhada geralmente de uma certa
rotação (HALL, 2000; HAMILL e KNUTZEN, 1999).
Durante a flexão lateral da coluna torácica, do lado da convexidade da coluna, o tórax se
eleva, os espaços intercostais aumentam, o tórax se dilata e o ângulo condrocostal da décima
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costela tem a tendência de se abrir. Já no lado da concavidade, observam-se os fenômenos
inversos, o tórax desce e se retrai, enquanto os espaços intercostais diminuem seu tamanho e os
ângulos condrocostais se fecham (KAPANDJI, 2000).
Os principais músculos que flexionam lateralmente o tronco são o quadrado lombar,
intertransversários, oblíquo externo, oblíquo interno, reto do abdomem, eretor da espinha e
multifídeos (PALASTANGA, FIELD e SOAMES, 2000).
Em relação ao movimento de rotação, este também é mais livre na região cervical da
coluna, seguida pela região torácica, sendo que da sétima vértebra torácica para baixo, a
amplitude de capacidade rotacional diminui progressivamente até a região lombar. À medida que
o tronco realiza o movimento de rotação, desenvolve-se tanto tensão quanto atrito no anel fibroso
do disco. Metade das fibras do anel fibroso, que estão orientadas na direção da rotação,
permanecem tensionadas, e a outra metade orientada na direção oposta, fica frouxas (HALL,
2000).
O movimento de rotação na coluna torácica apresenta algumas características bastante
particulares, pois durante a rotação de uma vértebra sobre a outra, o deslizamento das superfícies
nas apófises articulares é acompanhada de uma rotação de um corpo vertebral sobre o outro,
sobre seu eixo comum. Geralmente a rotação para os lados direito ou esquerdo na região torácica
é acompanhada de alguma flexão lateral para o mesmo lado durante a ação. (KAPANDJI, 2000;
HAMILL e KNUTZEN, 1999).
O movimento de rotação da coluna torácica é muito amplo, contudo, esta rotação seria
ainda maior se a coluna não estivesse diretamente ligada ao tórax. A rotação das vértebras
torácicas é diretamente acompanhada por uma deformação do par de costelas associadas á
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vértebra com a qual se articula, sendo que as principais deformações encontradas durante a
rotação são aumento da concavidade costal do lado da rotação, diminuição da concavidade costal
do lado oposto, aumento da concavidade condrocostal no lado oposto ao da rotação, diminuição
da concavidade condrocostal no lado da rotação (KAPANDJI, 2000).
Os principais músculos responsáveis pela rotação do tronco são os multifídeos, rotadores,
semiespinhal, oblíquo interno e oblíquo externo (PALASTANGA, FIELD e SOAMES, 2000).
Desta forma, devido à ligação direta entre as vértebras torácicas e as costelas, pode-se
esperar que qualquer movimento executado na coluna torácica irá modificar o posicionamento
das costelas, alterando consequentemente a ventilação. (CARVALHO, 2001).
2.4 Sistema Respiratório do Indivíduo Idoso
As alterações estruturais do sistema respiratório caracterizam-se por um conjunto de
mudanças fisiológicas que acometem os pulmões, a caixa torácica e a musculatura respiratória,
acarretando prejuízo da função pulmonar, com intensidade variável e dependente de fatores
endógenos e exógenos (FREITAS et. al., 2002).
Com o avançar da idade, mudanças estruturais acontecem nas vias aéreas superiores e
inferiores do sistema respiratório. Ocorrem mudanças no tecido pulmonar, havendo uma
diminuição do leito capilar, e uma diminuição do recuo elástico pulmonar. Isto ocorre porque a
fibra colágena torna-se mais estável, enquanto a rede de fibras elásticas perde sua organização
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devido a presença de fibras pseudo-elásticas. A área de superfície interna do pulmão também
diminui, porque os alvéolos tornam-se menores em virtude da perda de fibras elásticas nos septos
alveolares e nos ductos alveolares (BERNE e LEVY, 1996; REBELATTO e MORELLI, 2004;
MAYOR e MAYOR, 2004).
Devido à atrofia do epitélio ciliar e das glândulas da mucosa brônquica, o mecanismo de
clareance é reduzido, predispondo o indivíduo idoso a um maior risco de infecções. Não existem
dados evidentes que comprovem mudanças na quantidade ou qualidade do surfactante produzido,
nem no número ou função dos pneumócitos tipo II em idosos (MAYOR e MAYOR, 2004).
Pode-se observar que o pulmão do idoso torna-se mais complacente, enquanto a
complacência da parede torácica diminui progressivamente. Assim, a parede torácica torna-se
mais rígida, pois muitos condrócitos das cartilagens costais se degeneram, as fibras colágenas se
espessam, ocorrendo também um aumento do depósito de cálcio (MAYOR e MAYOR, 2004;
NETO, 2002).
As mudanças no arcabouço torácico, além de diminuírem a complacência da parede
torácica modificam a curvatura do músculo diafragma, alterando sua capacidade de gerar força.
Assim, esta rigidez da parede torácica, devido as alterações que ocorrem no gradil costal,
diminuem a massa e a eficiência dos músculos respiratórios, que por sua vez determina um
aumento do trabalho respiratório ao repouso (REBELATTO e MORELI, 2004; MAYOR e
MAYOR, 2004).
Desta forma, a complacência total do aparelho respiratório no idoso está reduzida à custa,
principalmente do enrijecimento da parede torácica em contraposição aos efeitos da redução da
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elasticidade pulmonar, ocasionando mudanças no formato do pulmão e na dinâmica respiratória
(FREITAS et. al., 2002).
Pode-se observar que com o envelhecimento, a articulação sinovial entre o esterno e as
cartilagens costais desaparecem e os elementos ósseos e cartilaginosos se fundem. Da mesma
forma, a fibrocartilagem que une o manúbio e o corpo do esterno pode desaparecer, unindo desta
forma as duas peças ósseas. Como a mobilidade da caixa torácica na respiração depende da
movimentação de todas as articulações envolvidas, as alterações previamente explicadas, acabam
reduzindo as pressões geradas durante a inspiração e a expiração (NETO, 2002; CAROMANO e
CANDELORO, 2001).
As mudanças nas propriedades do pulmão e da parede torácica, associadas à calcificação
dos arcos costais (principalmente no sexo feminino), podem resultar no aumento do diâmetro
ântero-posterior do tórax, caracterizando o chamado pulmão senil (REBELATTO e MORELI,
2004).
Em relação aos volumes pulmonares, observa-se um declínio na capacidade vital e no
fluxo expiratório, assim como um aumento no volume residual, pois o indivíduo passa a respirar
com volumes mais altos, porque o pulmão torna-se mais distensível e a parede torácica menos
complacente, aumentando o volume de ar aprisionado dentro do pulmão. A capacidade pulmonar
total não diminui significativamente ao longo da vida, porque a diminuição da complacência
torácica é contrabalançada pela maior distensibilidade pulmonar (MAYOR e MAYOR, 2004).
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2.5 Cirtometria
A técnica consiste em medir as circunferências torácicas durante as fases inspiratória e
expiratória máximas. A diferença entre essas duas medidas fornece informações em relação ao
grau de expansibilidade e de retração dos movimentos toracoabdominais. Essas medidas podem
ser feitas com uma fita métrica e devem ser realizadas nas regiões axilar, xifoideana e infracostal.
A cirtometria é realizada fixando-se o ponto zero da fita métrica na região anterior do
nível em que se está aferindo a expansibilidade, e a outra extremidade da fita, após contornar
todo o tórax com a máxima pressão possível, deverá ser tracionada pelo avaliador ao final do
movimento respiratório sobre o ponto fixo. Deve-se realizar o máximo de pressão possível da fita
para que a presença de tecidos moles não interfira nas medidas. Deve-se solicitar ao indivíduo
que realize uma expiração máxima, e neste momento o avaliador traciona a fita e registra o valor
obtido. Em seguida o indivíduo deve ser instruído a realizar uma inspiração máxima, e o
avaliador registra novamente o valor obtido. A diferença entre os dois resultados fornecerá a
chamada elasticidade torácica ou coeficiente de amplitude torácica (COSTA, 2002; AZEREDO,
2002).
Um dos fatores que podem alterar a mobilidade toracoabdominal é a anatomia das
costelas, pois quanto mais oblíquas, mais amplo é o movimento que podem realizar. Como as
costelas superiores são menos oblíquas que as inferiores, menos movimento ocorre nessa região.
As costelas articulam-se com o esterno mediante cartilagens cujo comprimento vai aumentando
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da 1ª à 10ª, e assim, a expansão da caixa torácica aumenta em função do comprimento das
cartilagens costais, e em conseqüência disto, a parte inferior do tórax é mais móvel que a superior
(TRIBASTONE, 2001).
Segundo Evans (2003) os valores de referência para normalidade da expansibilidade
torácica são entre 3.75cm e 7.5cm. Indivíduos que possuem valores abaixo de 3.75cm apresentam
uma diminuição da expansibilidade, e aqueles com valores acima de 7.5cm possuem um aumento
deste componente.
2.6 Goniometria
Um método de avaliação cada vez mais utilizado para medir os ângulos articulares do
corpo é a goniometria. Este método vem sendo usado pelos fisioterapeutas desde os anos 20 e a
principal vantagem da goniometria é fato do goniômetro ser um instrumento barato e de fácil
manuseio (MARQUES, 1997; PALMER e EPLER, 2000).
O goniômetro comumente usado é chamado de goniômetro universal, e corresponde a um
círculo completo (0 a 360 graus) ou meio círculo (0 a 180 graus), podendo ser de plástico ou
metal, possuindo dois braços, um fixo e um móvel; o braço móvel sempre acompanha o arco de
movimento enquanto o braço fixo como o próprio nome diz, não se move (MARQUES, 1997;
EVANS, 2003).
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Para a realização da goniometria o terapeuta deve basear-se em pontos anatômicos para
direcionar a colocação do braço fixo e móvel do goniômetro, sendo aconselhável a realização de
“marcas” na pele do paciente (com uma caneta por exemplo), para que o terapeuta possa orientar
adequadamente o braço móvel do goniômetro durante o movimento no momento da aferição.
As principais finalidades ao avaliar a amplitude de movimento articular, além de
estabelecer a amplitude de movimento de uma articulação e compará-la com a amplitude normal,
são: auxiliar o diagnóstico e determinar o comprometimento da função articular do indivíduo,
reavaliar o estado do indivíduo após o tratamento e compará-lo com o estado inicial, desenvolver
o interesse do indivíduo, assim como sua motivação e entusiasmo pelo programa de tratamento
(PALMER e EPLER, 2000).
Segundo Marques (1997), alguns cuidados devem ser tomados antes da avaliação: o
paciente deve estar despido, para uma melhor observação dos pontos anatômicos; recomenda-se a
utilização do movimento passivo, porém também pode ser utilizado o movimento ativo; antes de
iniciar a avaliação deve-se explicar ao paciente como este deve proceder, caso necessário, o
terapeuta deve fazer uma demonstração; deve-se posicionar o paciente de forma alinhada. Caso o
indivíduo possua um lado comprometido e outro são, este também deve ser avaliado para
comparação. Deve-se evitar muitas mudanças de posição, sendo indicado realizar todas a
medições necessárias em decúbito dorsal, depois como o indivíduo sentado, e em pé. Os dados
devem ser registrados de forma cuidadosa e correta, e de preferência o mesmo avaliador deve
realizar todas as medidas, aumentando desta forma a confiabilidade das verificações.
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2.7 Inspeção do Tórax
A inspeção do tórax consiste em avaliar visualmente a configuração torácica e sua
movimentação, podendo ser classificada em inspeção estática e dinâmica. Na inspeção estática
examina-se a forma do tórax e suas anormalidades congênitas ou adquiridas, localizadas ou
difusas, simétricas ou não. Na inspeção dinâmica, observam-se os movimentos respiratórios, suas
características e alterações. Para que a inspeção seja adequada, o ambiente deve estar bem
iluminado e o paciente em uma posição confortável com o tórax desnudo (SCABAN, WILKINS
e STOLLER, 2000; TARANTINO, 2002).
Na inspeção estática, a morfologia do tórax deve ser observada, e esta varia conforme o
biotipo do paciente, cuja caracterização leva em conta a abertura do ângulo formado pelas últimas
costelas (ângulo de Charpy), o qual pode ser classificado em: normolíneo, quando o ângulo for
igual a 90º, longilíneo quando este ângulo for menor que 90º e brevilíneo quando for maior que
90º. Também na inspeção estática, deve-se observar a coloração da pele, o grau de hidratação, a
presença de lesões, as mamas, a presença de alterações tróficas de certos grupos musculares e
analisar a parte óssea, observando abaulamentos difusos ou localizados. Deve-se observar os
vários tipos de tórax, dentre os principais podem ser citados: tórax em tonel ou globoso, tórax
infundibuliforme ou tórax de sapateiro, tórax cariniforme, tórax cônico ou em sino, tórax cifótico,
e tórax cifoescoliótico (TARANTINO, 2002).
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Na inspeção dinâmica deve-se observar o tipo da respiração do indivíduo, sendo esta
determinada pelo movimento do segmento do tronco que predominar durante a respiração,
podendo ser classificada em torácica ou costal quando o movimento predominar na porção
superior do tronco, e respiração abdominal ou diafragmática, quando ocorrer o predomínio da
movimentação da porção mais inferior. Também pode ser classificada em tipo misto, ou tóraco-
abdominal quando ambas as partes do tronco moverem-se de forma semelhante (TARANTINO,
2002).
O ritmo respiratório também deve ser observado na inspeção dinâmica. Normalmente a
expiração é um pouco mais longa que a inspiração, sendo a relação aproximada entre o tempo
inspiratório e expiratório (relação I:E) de 1:1.5 a 1:2. Quando uma destas características se
modifica, surgem os ritmos respiratórios anormais (TARANTINO, 2002; PRYOR e WEBBER,
2002).
A expansibilidade do tórax também pode ser analisada na inspeção dinâmica. O terapeuta
deve observar a movimentação da caixa torácica durante os movimentos da inspiração e
expiração, focando sua atenção no ápice, terço médio e base do tórax do indivíduo, observando se
há simetria na movimentação ou restrições. Deve-se classificar a expansibilidade do tórax em
aumentada, diminuída ou normal.
Quando a expansibilidade encontra-se alterada, na maioria das vezes está diminuída, e
ocorre em doenças que acarretam restrição pulmonar, seja unilateral, como em derrames pleurais,
pneumotórax, seqüela de tuberculose ou, bilateralmente, em fibroses pulmonares intersticiais
difusas e no enfisema pulmonar. Em virtude do envelhecimento, como já citado previamente,
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pode ocorre uma diminuição da expansibilidade torácica (MAYOR e MAYOR, 2004; AIDÉ et.
al., 2001).
2.8 Amplitude de Movimento do Tórax
A avaliação da amplitude de movimento do tórax é realizada através da palpação do tórax.
Deve ser feita sempre comparando os hemitórax direito e esquerdo. Assim, pode-se perceber
melhor qualquer alteração localizada (BETHLEM, 1999).
A parede do tórax normal expande simetricamente durante a inspiração profunda. Para
avaliá-la, as mãos do terapeuta podem ser posicionadas espalmadas sobre a região anterior do
tórax, nas porções superior, média e inferior. Quando o paciente realiza a expiração as mãos do
avaliador devem acompanhar o movimento do tórax, sentindo as restrições ao movimento. Pode
ser classificada em aumentada, normal ou diminuída.
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3 METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste
do Paraná (UNIOESTE), do Campus da cidade de Cascavel-PR, no período compreendido entre
junho e agosto do ano de 2005.
Foram incluídas no estudo, mulheres com idade entre 60 e 75 anos, não praticantes de
atividade física, que apresentavam diminuição da expansibilidade torácica avaliada através da
cirtometria dinâmica e que possuíam disponibilidade de tempo para a realização do protocolo de
exercícios proposto (em anexo). Somente deram entrada no estudo, as participantes que leram e
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (em anexo), após explanação da
justificativa e objetivos deste trabalho, bem como esclarecimento sobre os riscos a que elas
poderiam estar se submetendo ao participar das atividades propostas.
Escolheu-se o sexo feminino como critério de inclusão devido as diferenças entre a
expansibilidade torácica de homens e mulheres, deixando deste modo o grupo de estudo mais
homogêneo. Foram excluídas do estudo as idosas que possuíam idade inferior a 60 anos e
superior a 75 anos, praticantes de atividade física, fumantes, que apresentassem patologia
respiratória e deformidades torácicas, e também aquelas que não compareceram na aplicação do
protocolo de exercícios do estudo, duas vezes consecutivas, ou três vezes intercaladas, sem
justificativa.
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A amostra, composta de 20 pessoas, foi dividida em dois grupos, cada um contendo de 10
pessoas, um chamado de grupo de tratamento (GT) e outro de grupo controle (GC), seguindo a
ordem de apresentação das pessoas que se habilitaram a participar do estudo.
O grupo controle recebeu palestras sobre envelhecimento e suas repercussões sobre o
sistema respiratório, e o grupo tratamento foi submetido ao protocolo de exercícios proposto. Os
dois grupos foram submetidos a uma avaliação inicial, seguindo uma ficha previamente elaborada
(em anexo) que foi realizada antes do primeiro dia de aplicação das atividades propostas, e a uma
avaliação final que aconteceu no último dia, após as atividades.
Após o período proposto para aplicação do protocolo de exercícios para o grupo
tratamento, o grupo controle também foi submetido ao protocolo, para que estas idosas não se
sentissem frustradas em não realizarem nenhuma atividade prática.
O protocolo de exercício foi aplicado duas vezes por semana, nas terças e quintas-feiras,
das 18h às 18:50h, nas dependências da Clínica de Fisioterapia da UNIOESTE, totalizando ao
final 25 atendimentos. O protocolo de exercícios era composto 10 exercícios, e a cada aplicação
do protocolo foram selecionados aleatoriamente três exercícios de flexão e três de rotação. Todas
as aplicações do protocolo foram realizadas pela autora, assim como as avaliações iniciais e
finais.
A avaliação fisioterapêutica levou em consideração os seguintes itens: cirtometria
dinâmica, amplitude de movimento de tórax, amplitude de movimento de tronco e inspeção
torácica.
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A expansibilidade torácica avaliada através da cirtometria dinâmica foi realizada com o
indivíduo sentado, com o tórax desnudo, colocando-se uma fita métrica em torno do tórax ao
nível axilar, xifoideano, e infracostal. A medida foi realizada fixando-se o ponto zero da fita
métrica na região anterior do tronco do nível correspondente a ser verificado. A outra
extremidade da fita, foi tracionada pelo avaliador sobre o ponto fixo, promovendo a máxima
pressão possível da fita no corpo do indivíduo. Foi realizada a verificação das circunferências
torácicas nas fases expiratória e inspiratória, solicitando que o indivíduo realizasse primeiro uma
expiração máxima e depois uma inspiração máxima, comparando-se posteriormente a diferença
entre as duas medidas. Entre a avaliação de cada nível do tórax foi respeitada uma pausa de 3
minutos, para evitar que o sujeito avaliado fadigasse. Antes da realização do procedimento, o
indivíduo foi orientado verbalmente sobre como deveria proceder.
Segundo Evans (2003) os valores de referência para normalidade da expansibilidade
torácica situam-se entre 3.75cm e 7.5cm. Os indivíduos que possuíam valores abaixo de 3.75cm
foram considerados com diminuição da expansibilidade, e aqueles com valores acima de 7.5cm
com aumento da expansibilidade.
O método utilizado para a avaliação da amplitude de movimento do tronco foi a
goniometria. O movimento de flexão lateral de tronco foi mensurado com o indivíduo em pé,
bem alinhado e de costas para o terapeuta. O braço fixo do goniômetro foi nivelado com as
espinhas ilíacas póstero-superiores, e o braço móvel foi alinhado com os processos espinhosos
vertebrais, acompanhando o movimento de flexão lateral do tronco (MARQUES, 1997). Para
facilitar a visualização dos pontos de referência, o terapeuta utilizou uma caneta esferográfica
para marcar a pele do indivíduo.
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O movimento de rotação de tronco foi avaliado com o sujeito sentado com a coluna ereta,
com a pelve fixa, rodando a coluna para o lado que será avaliado. O braço fixo do goniômetro foi
colocado no ápice da cabeça com a sua extremidade voltada para o acrômio, sendo que o braço
móvel acompanhou o movimento de rotação (MARQUES, 1997).
A inspeção do tórax foi realizada com o indivíduo em decúbito dorsal, observando-se a
expansão do tórax em seus terços superior, médio e inferior, e classificando a expansibilidade
torácica em normal, diminuída ou aumentada.
A amplitude de movimento de tórax foi realizada com o paciente em decúbito dorsal,
sendo que terapeuta posicionou as mãos bilateralmente sobre o tórax do indivíduo, e enquanto ele
expirava, o movimento antero-posterior das costelas foi palpado no sentido do movimento,
observando se havia restrições ou não. Foi avaliada a amplitude de movimento do tórax em seus
terços superior, médio e inferior, classificando-os em móvel, hipomóvel ou hipermóvel.
Os exercícios do protocolo foram realizados nas posições sentada, deitada em decúbito
dorsal e em pé. Todos os exercícios foram demonstrados pela pesquisadora, que quando
necessário, realizou as correções pertinentes. Os indivíduos foram orientados a realizar a
respiração diafragmática (ensinada previamente) durante a realização dos exercícios.
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4 RESULTADOS
Este estudo foi iniciado com uma amostra de vinte pessoas, 10 pessoas fizeram parte do
grupo controle e 10 pessoas do grupo tratamento, porém, três indivíduos do grupo tratamento
desistiram por motivos pessoais. Para que o grupo controle permanecesse com o mesmo número
de indivíduos que o grupo tratamento, os dados relativos aos três últimos sujeitos selecionados
(pela ordem de apresentação) para o grupo controle, foram excluídos da análise final, embora eles
tenham participado das atividades propostas normalmente.
No grupo controle, a expansibilidade no índice axilar avaliada através da cirtometria,
apresentou uma melhora dos resultados obtidos na avaliação inicial em 42,86% dos indivíduos,
sendo que 14,29% dos sujeitos apresentaram uma piora dos valores e 42,86% permaneceram com
seus valores inalterados. No nível xifoidiano, 14,29% dos indivíduos tiveram aumento da
expansibilidade, 42,86% apresentaram diminuição dos seus valores iniciais e 42,86%
permaneceram com os mesmos valores. E, na região infracostal 28,57% dos indivíduos
apresentaram melhora, 71,43% apresentaram piora e nenhum dos indivíduos teve seus valores
inalterados.
Em relação ao grupo tratamento, 100% dos indivíduos tiveram aumento dos valores
obtidos na avaliação inicial, tanto ao nível axilar, xifoideano e infracostal, evidenciando um
ganho na expansibilidade torácica após a aplicação da intervenção proposta. Segue abaixo as
tabelas 1 e 2 demonstrando os valores encontrados na cirtometria antes e depois da aplicação do
protocolo, e a diferença encontrada em centímetros no grupo controle e no grupo tratamento. E
em seguida encontra-se a tabela 3, mostrando a porcentagem de melhora, piora ou inalteração dos
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valores encontrados inicialmente na cirtometria. Para fins didáticos os indivíduos do grupo
tratamento foram denominados de indivíduos A; B; C; D; E; F; G, e os indivíduos do grupo
controle foram chamados de indivíduos H; I; J; K; L; M; N.
Tabela 1- Valores da cirtometria ao nível axilar, xifoideano e infracostal, encontrados no grupo
controle antes e depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em
centímetros.
Indivíduos Axilar Xifoideano Infracostal
Antes Depois Diferença Antes Depois Diferença Antes Depois Diferença
H 3 2 -1 3 2 -1 2 2.5 0.5
I 1.5 2.5 1 2 2 0 2 1 -1
J 2 2.5 0.5 2.5 2 -0.5 2 3 1
K 2 3 1 3 3 0 2.5 2 -0.5
L 2 2 0 1.5 1.5 0 2 1.5 -0.5
M 3 3 0 2.5 2 -0.5 2.5 2 -0.5
N 3.5 3.5 0 1.5 2 0.5 1.5 2 0.5
Fonte: A autora
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Tabela 2 – Valores da cirtometria ao nível axilar, xifoideano e infracostal, encontrados no grupo
tratamento antes e depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em
centímetros.
Indivíduos Axilar Xifoideano Infracostal
Antes Depois Diferença Antes Depois Diferença Antes Depois Diferença
A 1 3 2 1.5 3 1.5 1.5 3 1.5
B 1.5 3 1.5 1 3 2 2 3 1
C 3 6 3 1.5 4 2.5 3.5 4 0.5
D 2 3.5 1.5 2 4.5 2.5 1 3 2
E 2 3.5 1.5 2 3.5 1.5 2 4 2
F 2 4 2 3 4 1 2 4 2
G 2.5 3.5 1 1.5 3 1.52
2.5 0.5
Fonte: A autora
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Tabela 3 – Porcentagem de indivíduos que apresentaram melhora, piora ou inalteração da
expansibilidade torácica nos níveis axilar, xifoideano e infracostal, avaliada através da
cirtometria.
Grupo
Controle
Grupo
TratamentoMelhora Piora Inalterado Melhora Piora Inalterado
Axilar 42,86% 14,29% 42,86% 100% 0,00% 0,00%
Xifoideano 14,29% 42,86% 42,86% 100% 0,00% 0,00%
Infracostal 28,57% 71,43% 0,00% 100% 0,00% 0,00%
Fonte: A autora
No grupo controle, a média de incremento da expansibilidade, em centímetros, para o
nível axilar foi de 0,83cm, para o nível xifoideano de 0,5cm e para o nível infracostal de 0,75cm.
Enquanto isso, no grupo tratamento, a média de aumento para o nível axilar e xifoideano foi de
1,79cm, e de 1,36cm para o nível infracostal. Segue o gráfico explicativo.
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Gráfico 1 – média de aumento da expansibilidade nos índices axilar, xifoideano e infracostal no
grupo controle e grupo tratamento.
Cirtometria: média de aumento
0
0,5
1
1,5
2
AxilarXifoideano
InfracostalNíveis de medição
Cen
tímet
ros
GrupocontroleGrupotratamento
Fonte: A autora
Para a realização da análise estatística do presente estudo foi utilizado o teste Kruskal-
Wallis statistic. Os resultados encontrados comparando-se os resultados iniciais e finais da
cirtometria mostraram uma melhora da expansibilidade torácica (dos três níveis avaliados
conjuntamente) no grupo tratamento (p<0.001) em relação ao controle (p>0.4791). Porém, ao
avaliar-se os níveis torácicos isoladamente, verificou-se que no grupo tratamento houve melhora
estatisticamente significante apenas ao nível xifoideano (p<0.005).
Ao analisar os resultados obtidos na flexão lateral do tronco, observa-se que no grupo
controle houve uma melhora na flexão lateral de tronco para a direita em 28,57% dos indivíduos,
sendo que 42,86% apresentaram piora e 28,57% tiveram seus valores inalterados. Ainda neste
mesmo grupo em relação na flexão lateral para a esquerda, 28,57% dos indivíduos apresentaram
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melhora, 57,14% apresentaram piora e 14,29% permaneceram com os mesmos valores. No grupo
tratamento foi possível observar um aumento dos valores obtidos através da goniometria em
100% dos indivíduos, para ambos os movimentos. As tabelas 4 e 5 são referentes aos valores
encontrados antes e depois do período proposto de atividades, e a diferença em graus, para ambos
os grupos. Em seguida encontra-se a tabela 6 com a porcentagem de indivíduos que obtiveram
melhora, piora e inalteração, na amplitude de movimento relacionada a flexão lateral do tronco
(direita e esquerda).
Tabela 4- Valores da flexão lateral direita e esquerda, encontrados no grupo controle antes e
depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em graus.
Indivíduos Direita Esquerda
Antes Depois Diferença Antes Depois Diferença
H 23 19 -4 18 20 2
I 10 15 5 12 15 3
J 12 10 -2 11 10 -1
K 15 15 0 20 19 -1
L 11 10 -1 15 10 -5
M 10 10 0 10 9 -1
N 19 20 1 20 20 0
Fonte: A autora
Tabela 5- Valores da flexão lateral direita e esquerda, encontrados no grupo tratamento antes e
depois do período proposto de atividades, e a diferença encontrada em graus.
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Indivíduos Direita Esquerda
Antes Depois Diferença Antes Depois Diferença
A 17 20 3 12 15 3
B 11 15 4 11 18 7
C 15 20 5 10 20 10
D 12 22 10 16 20 4
E 10 20 10 12 20 8
F 18 20 2 20 20 0
G 11 12 1 10 15 5Fonte: A autora
Tabela 6– Porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração, na amplitude
de movimento relacionada a flexão lateral do tronco (direita e esquerda).
Grupo Controle Grupo Tratamento
Melhora Piora Inalterado Melhora Piora Inalterado
Direita 28,57% 42,86% 28,57% 100% 0,00% 0,00%
Esquerda 28,57% 57,14% 14,29% 100% 0,00% 0,00%
Fonte: A autora
No grupo controle, a média de aumento, em graus, para a flexão lateral do tronco à direita
foi de 3º, enquanto na flexão lateral à esquerda foi de 2,5º. No grupo tratamento houve uma
média de aumento de 5º para a flexão lateral à direita e de 5.29º para a flexão lateral à esquerda
como pode ser visualizado no gráfico abaixo.
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Gráfico 2 – média de aumento em graus, da amplitude de movimento relacionada a flexão lateral
do tronco (direita e esquerda) obtidas através da goniometria, para o grupo controle e tratamento.
Flexão lateral: média de aumento
0123456
Direita Esquerda
valo
res
em g
raus
Grupo controleGrupo tratamento
Fonte: A autora
Quando realizada a análise estatística para o movimento do flexão lateral do tronco, foi
possível verificar um maior aumento da amplitude de movimento no grupo tratamento em relação
ao controle,porém estes resultados não foram estatisticamente significantes (p>0.05).
Em relação à rotação do tronco, no grupo controle evidencia-se na rotação a direita,
aumento dos valores em 28,57% dos indivíduos, sendo que 42,86% apresentaram uma
diminuição destes valores e 14,29% tiveram seus valores inalterados. Já em relação a rotação à
esquerda, 71,43% dos indivíduos apresentaram melhora, nenhum indivíduo apresentou piora e
28,57% não tiveram alteração nos valores obtidos na avaliação inicial. No grupo tratamento,
analisando a rotação à direita 71,43% dos indivíduos apresentaram melhora, 14,29%
apresentaram piora e 14,29% permaneceram inalterados. Quando analisada a rotação à esquerda,
neste mesmo grupo, observou-se melhora em 71,43% dos indivíduos, piora em 14,29% e
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inalteração em 14,29%, como mostra a tabela abaixo. Segue abaixo as tabelas 7 e 8
demonstrando os valores encontrados antes e depois do período proposto de atividade, e a
diferença em graus para ambos os grupos. Em seguida encontra-se a tabela 9 apresentando a
porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração, na amplitude de
movimento relacionada a rotação lateral do tronco (direita e esquerda).
Tabela 7- Valores da rotação do tronco encontrados no grupo controle antes e depois do período
proposto de atividades, e a diferença encontrada em graus.
Indivíduos Direita Esquerda
Antes Depois Diferença Antes Depois Diferença
H 23 20 -3 20 25 5
I 22 21 -1 15 30 15
J 12 12 0 10 10 0
K 19 20 1 18 20 2
L 12 20 8 12 20 8
M 12 10 -2 10 15 5
N 12 12 0 10 10 0
Fonte: A autora
Tabela 8- Valores da rotação do tronco encontrados no grupo tratamento antes e depois do
período proposto de atividades, e a diferença encontrada em graus.
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Indivíduo Direita Esquerda
Antes Depois Diferença Antes Depois Diferença
A 20 20 0 15 15 0
B 15 30 15 12 20 8
C 20 40 20 15 25 10
D 30 25 -5 28 20 -8
E 20 30 10 15 21 6
F 10 20 10 10 20 10
G 25 28 3 13 20 7
Fonte: A autora
Tabela 9 – Porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração, na amplitude
de movimento relacionada a rotação do tronco (direita e esquerda).
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Grupo Controle Grupo Tratamento
Melhora Piora Inalterado Melhora Piora Inalterado
Direita 28,57% 42,86% 14,29% 71,43% 14,29% 14,29%
Esquerda 71,43% 0,00% 28,57% 71,43% 14,29% 14,29%
Fonte: A autora
No grupo controle foi constatado uma média de aumento 4,5º para a rotação lateral à
direita, e de 7º para a rotação à esquerda. No grupo tratamento foi observado uma média de
aumento de 11,6º na rotação à direita, e uma média de 8,2º na rotação à esquerda, como pode ser
observado no gráfico abaixo.
Gráfico 3 – média de aumento em graus, da amplitude de movimento relacionada a rotação
lateral do tronco (direita e esquerda) obtidas através da goniometria, para o grupo controle e
tratamento.
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Rotação: média de aumento
02468
101214
Direita Esquerda
Valo
res
em g
raus
Grupo ControleGrupo tratamento
Fonte: A autora
Quando realizada a análise estatística para o movimento de rotação do tronco, assim como
no movimento de flexão lateral, foi observada uma melhora do grupo tratamento em relação ao
controle porém esta melhora não foi estatisticamente significante (p>0.05).
Em relação aos dados relativos a expansibilidade, obtidos através da inspeção, observou-
se no grupo controle, uma melhora no terço superior do tórax em 28,57% dos indivíduos, sendo
que 71,43% permaneceram com a expansibilidade inalterada e nenhum deles apresentou piora.
No terço médio, 100% dos indivíduos permaneceram com seus resultados inalterados. Na região
do terço inferior do tórax, 14,29% dos indivíduos apresentaram melhora, nenhum apresentou
piora e 85,71% continuaram com seus valores inalterados.
Em relação ao grupo tratamento, analisando o terço superior do tórax, 28,57% dos
indivíduos apresentaram melhora, nenhum indivíduo apresentou piora e 71,43% permaneceram
com os resultados inalterados. Observando o terço médio, 14,29% das pessoas avaliadas
apresentaram melhora, nenhum indivíduo apresentou piora e 85,71% permaneceram com os
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mesmos resultados obtidos na avaliação inicial. No terço inferior 14,29% dos indivíduos
apresentaram melhora, nenhum indivíduo apresentou piora e 85,71% permaneceram com os
mesmos resultados iniciais, como mostra a tabela abaixo.
Tabela 10 – Porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração da
expansibilidade torácica avaliada através da inspeção do tórax.
Grupo
Controle
Grupo
TratamentoMelhora Piora Inalterado Melhora Piora Inalterado
Superior 28,57% 0,00% 71,43% 28,57% 0,00% 71,43%
Médio 0,00% 0,00% 100% 14,29% 0,00% 85,71%
Inferior 14,29% 0,00% 85,71% 14,29% 0,00% 85,71%
Fonte: A autora
Os dados estatísticos para a inspeção do tórax, mostraram uma melhora do grupo
tratamento em relação ao grupo controle, porém esta melhora não foi estatisticamente significante
(p>0.061).
Ao analisar a amplitude de movimento do tórax do grupo controle, através da palpação,
evidenciou-se no terço superior do tórax uma melhora da movimentação da caixa torácica em
14,29% dos indivíduos, piora em 42,86% dos indivíduos e inalteração em 42,86%. No terço
médio nenhum indivíduo apresentou melhora, 42,86% apresentaram piora e 57,14% das pessoas
avaliadas permaneceram com seus resultados inalterados. Em relação ao terço inferior nenhum
indivíduo apresentou melhora, 28,57% apresentaram piora e 71,43% permaneceram com os
mesmos resultados.
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No grupo tratamento, a amplitude de movimento da caixa torácica melhorou em 14,29%
dos indivíduos na região do terço superior do tórax, nenhum indivíduo apresentou piora e 85,71%
dos indivíduos permaneceram com seus resultados inalterados. Quando analisado o terço médio,
100% dos indivíduos permaneceram com os mesmos resultados obtidos na avaliação inicial. E,
em relação ao terço inferior, 57,14% dos indivíduos apresentaram melhora, nenhum apresentou
piora e 42,86% permaneceram com seus resultados inalterados, como pode ser visualizado na
tabela abaixo.
Tabela 11 - Porcentagem de indivíduos que obtiveram melhora, piora e inalteração da amplitude
de movimento da caixa torácica, avaliada através da palpação do tórax.
Grupo
Controle
Grupo
TratamentoMelhora Piora Inalterado Melhora Piora Inalterado
Superior 14,29% 42,86% 42,86% 14,29% 0,00% 85,71%
Médio 0,00% 42,86% 57,14% 0,00% 0,00% 100%
Inferior 0,00% 28,57% 71,43% 57,14% 0,00% 42,86%
Fonte: A autora
A análise estatística obtida a partir dos dados da amplitude de movimento do tórax,
mostrou que o grupo tratamento conseguiu um melhora em relação ao controle, contudo, esta
melhora não foi estatisticamente significante (p>0.186).
Tabela 12 – Valores indicando a porcentagem de melhora em todos os itens avaliados em ambos
os grupos.
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Grupo Controle Grupo Tratamento
Cirtometria axilar 42,86% 100%
Cirtometria Xifoidiana 14,29% 100%
Cirtometria Infracostal 28,57% 100%
Flexão Lateral Direita 28,57% 100%
Flexão Lateral Esquerda 28,57% 100%
Rotação Direita 28,57% 71,43%
Rotação Esquerda 71,43% 71,43%
Inspeção Terço Superior 28,57% 28,57%
Inspeção Terço Médio 0,00% 14,29%
Inspeção Terço Inferior 14,29% 14,29%
ADM (Terço Superior) 14,29% 14,29%
ADM (Terço Médio) 0,00% 0,00%
ADM (Terço Inferior) 0,00% 57,14%
Fonte: A autora
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5 DISCUSSÃO
O envelhecimento, fisiologicamente acarreta modificações morfofuncionais em diversos
sistemas orgânicos, entre eles o sistema respiratório. A prática de exercícios de forma regular
pelos indivíduos idosos, adapta o sistema respiratório a níveis mais altos de exigência física,
porém, estes exercícios não eliminam completamente a perda muscular relacionada à idade, mas
podem aumentar a endurance e a força muscular de maneira similar à observada em jovens
(MAYOR e MAYOR, 2004).
Acredita-se que através da Fisioterapia Preventiva trabalhada em grupos, seja possível
conscientizar os idosos sobre a importância do envelhecimento saudável e das medidas
profiláticas contra os aspectos negativos dessa fase. Desta forma, a atividade física na terceira
idade pode levar a um bem estar físico e mental, e a autoconfiança por meio do domínio do
corpo, maior disposição, maior mobilidade articular, melhora da circulação sangüínea sobretudo
das extremidades, aumento da capacidade de coordenação e reação, combate a depressão, medo,
decepções, tédio e solidão (GALDOLFI e SKORA, 2002).
Segundo Mayor e Mayor (2004), a melhora da endurance favorece a adaptação dos grupos
musculares esqueléticos a uma maior demanda metabólica, que por sua vez, favorece um
aumento da tolerância à fadiga muscular, inclusive nos músculos respiratórios.
Os exercícios de rotação e flexão lateral do tronco agem sobre o posicionamento das
vértebras torácicas, repercutindo também sobre o posicionamento e movimentação das costelas.
Este estudo teve o propósito de demonstrar que estes exercícios podem influenciar a
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expansibilidade torácica. Melhorando a rotação e flexão lateral do tronco esperava-se melhorar
conseqüentemente a expansibilidade através do aumento da amplitude de movimento do tórax.
Após o período proposto de aplicação do protocolo de exercícios, foi possível observar
que os exercícios direcionados a movimentação do tronco aumentaram a expansibilidade torácica
de senhoras idosas que fizeram parte do grupo tratamento, avaliada pela cirtometria torácica, e
também promoveram aumento em graus na movimentação do tronco avaliado pela goniometria.
No grupo controle também foi possível observar melhora da expansibilidade e da movimentação
do tronco em um numero reduzido de senhoras, como pode ser observado nos resultados já
apresentados.
Paulin e Noris (2001), analisaram a interferência dos exercícios de readequação do
complexo toracopulmonar em um paciente portador de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Os
exercícios realizados foram direcionados ao fortalecimento da musculatura abdominal e
mobilidade do tronco em várias posturas (decúbito dorsal, sentado, de gato, de joelho e em pé),
assim como neste estudo, onde foram usados exercícios de movimentação do tronco.
Estes autores utilizaram como métodos de avaliação a prova de função pulmonar, as
pressões expiratórias máximas, o questionário de qualidade de vida e o teste de distancia
percorrida em seis minutos. Após quatro meses de tratamento, o paciente relatou maior facilidade
para insuflar e desinsuflar o pulmão ao término de cada terapia, mostrando que os exercícios
direcionados a readequação do complexo tóracopulmonar agem sobre a mecânica respiratória e
podem aumentar a capacidade de realização de exercícios, aumentar a mobilidade da caixa
torácica, a força dos músculos respiratórios e melhorar a dinâmica do músculo diafragma.
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Apesar do estudo realizado por Paulin e Noris (2001) ter sido realizado com um
indivíduo portador de uma patologia e o presente estudo ter sido realizado com indivíduos
saudáveis, existe correlação entre os trabalhos, pois ambos visam atuar sobre o tórax do indivíduo
através de exercícios direcionados a movimentação do tronco, e ambos os estudos encontraram
como resultado um aumento da expansibilidade torácica após a aplicação de um protocolo de
exercícios de movimentação do tronco.
Após o término do protocolo proposto, os resultados obtidos na cirtometria mostraram
que no grupo controle a maioria dos indivíduos apresentou melhora ao nível axilar do tórax
(42,86%), enquanto o local onde a maior parte das pessoas apresentou piora foi ao nível
infracostal (71,43%). No grupo tratamento 100% dos indivíduos obtiveram melhora tanto ao
nível axilar, xifoideano como infracostal.
A média de aumento encontrada na cirtometria do grupo controle foi maior na região
axilar (0,83cm), e menor ao nível infracostal (0,75cm). No grupo tratamento, a média de aumento
em centímetros foi maior para o nível axilar e xifoideano, 1,79cm para ambos, enquanto o nível
infracostal apresentou 1,36cm de aumento. Isto pode ser justificado pelo fato de que grande parte
dos exercícios do protocolo, foram realizados em associação de flexão dos membros superiores,
promovendo uma maior movimentação da porção superior do tórax. Provavelmente ocorreu um
maior aumento da expansibilidade em centímetros nesta região, porque a porção superior do
tórax está diretamente ligada aos membros superiores. Através da movimentação das
extremidades superiores pode-se alcançar um incremento da expansibilidade nesta região.
A pesquisa realizada por Paulin, Brunetto e Carvalho (2003), demonstrou que exercícios
direcionados ao aumento da mobilidade torácica melhoraram a expansibilidade em pacientes
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portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica moderada e grave, principalmente na região
torácica inferior, sugerindo melhora da excursão diafragmática. Estas informações contradizem
os achados deste estudo, onde a região de maior aumento da expansibilidade foi ao nível axilar e
xifoideano no grupo tratamento, como explanado anteriormente.
No estudo realizado por Caromano et.al.(2003), onde comparou-se a cirtometria livre com
a cirtometria dirigida em mulheres jovens e idosas saudáveis, constatou-se que diferentes técnicas
durante a cirtometria produzem resultados diferentes e complementares. O processo de
envelhecimento desenvolve diminuição da mobilidade torácica, e acentua o mecanismo de
compensações posturais durante a respiração forçada. Isto poderia explicar os resultados
encontrados no grupo controle, onde algumas senhoras apesar de não terem realizado as
atividades do protocolo de exercícios, tiveram melhora dos dados obtidos na cirtometria. Durante
a avaliação final do grupo controle esperava-se que os resultados obtidos na avaliação inicial não
tivessem alterações, porém os resultados não foram os mesmos. Desta forma, as senhoras
poderiam ter realizado compensações durante a avaliação final não percebidas pela avaliadora,
que mascararam os resultados do estudo, ou estas idosas iniciaram algum tipo de atividade física
não comunicada à avaliadora
Os dados obtidos na goniometria para flexão lateral do tronco, mostraram que no grupo
tratamento houve um aumento dos valores iniciais em 100% dos indivíduos, porém a média de
aumento em graus foi maior para o lado esquerdo (5,29º) que para o lado direito (5º). Já no grupo
controle os dados apontam para uma maior média de aumento em graus na flexão lateral direita
(3º) que à esquerda (2,5º).
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Este aumento em graus no grupo controle, pode ser explicado pelo fato de o indivíduo se
sentir mais à vontade na segunda avaliação e executar o movimento de flexão lateral mais
confiante e corretamente, contrariamente ao que ocorreu na primeira avaliação, quando as idosas
aparentavam insegurança.
O mesmo aconteceu com a goniometria para a rotação do tronco, onde no grupo
tratamento houve uma média de aumento em graus maior para a direita (11,6º) que para a
esquerda (8,2º), porém, também houve um aumento em graus no grupo controle, existindo uma
média maior em graus para a rotação à esquerda (7º) que à direita (4,5º). A partir dos dados
apresentados, pode-se perceber que houve uma maior média de aumento em graus no grupo
tratamento em relação ao controle, tanto para o movimento de flexão lateral como para o de
rotação do tronco, provando desta forma que a intervenção proposta por este estudo teve os
resultados esperados.
Analisando a inspeção torácica do grupo tratamento e do grupo controle, percebe-se que
na inspeção do terço superior a maioria (71,13%) dos indivíduos do grupo tratamento
permaneceram com seus valores inalterados, o mesmo ocorreu com o grupo controle (71,43%).
Na inspeção do terço médio do tórax ocorreu que a maioria dos indivíduos do grupo tratamento
(85,71%) permaneceu com seus valores inalterados, e no grupo controle 100% dos indivíduos
ficaram também com os mesmos valores. Em relação a inspeção do terço inferior do tórax, no
grupo tratamento a maioria (85,71%) do grupo tratamento ficou com seus valores inalterados, o
mesmo ocorreu no grupo controle (85,71%). Aparentemente os dois grupos obtiveram os
mesmos resultados na inspeção da expansibilidade, porém, estes dados não condizem com os
resultados obtidos na cirtometria, onde foi possível observar uma melhora da expansibilidade do
grupo tratamento em relação ao grupo controle. Isto significa que os dados obtidos na cirtometria
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puderem mostrar com maior clareza que a intervenção foi eficaz no grupo tratamento, já os dados
obtidos na inspeção não foram similares aos encontrados na cirtometria. Isto pode ter ocorrido
porque a inspeção e um método de avaliação subjetivo e depende da habilidade do avaliador.
Pode-se realizar uma comparação dos resultados obtidos na inspeção do tórax com os
dados encontrados na cirtometria, correlacionando o terço superior avaliado na inspecão com o
nível axilar avaliado na cirtometria, o terço médio com o nível xifoideano e o terço inferior com o
nível infracostal em ambos os grupos.
No grupo tratamento, ao se comparar os resultados obtidos pela inspeção com aqueles
obtidos na cirtometria tem-se que no terço superior do tórax houve uma melhora em 28,57% dos
indivíduos, sendo que a maioria permaneceu com seus resultados iniciais inalterados (71,43%),
quando realizada a avaliação pela inspeção. Porém, quando realizada a cirtometria ao nível axilar
foi possível observar melhora em 100% dos indivíduos.
No terço médio avaliado pela inspeção houve melhora em 14,29% das pessoas, e a
maioria manteve seus resultados inalterados (85,71%). Enquanto isso, na avaliação do nível
xifoideano pela cirtometria 100% dos indivíduos tiveram melhora.
E no terço inferior avaliado pela inspeção, houve melhora em 14,29% dos indivíduos e
85,71 não tiveram alteração nos resultados iniciais, já na avaliação do nível infracostal pela
cirtometria 100% dos indivíduos apresentaram melhora. Desta forma, os dados obtidos pela
cirtometria provaram uma melhora da expansibilidade no grupo tratamento, enquanto os dados
obtidos pela inspeção não condizem como os dados encontrados na cirtometria. Segue abaixo a
tabela 13, comparando os resultados obtidos na Cirtometria e na Inspeção do tórax, no grupo
tratamento.
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Tabela 13 – Comparação dos resultados obtidos na Cirtometria e na Inspeção do tórax
(Grupo Tratamento).
Grupo
TratamentoCirtometria Inspeção
Níveis Melhora Piora Inalterado Níveis Melhora Piora InalteradoAxilar 100% 0,00% 0,00% 1/3
superior
28,57% 0,00% 71,43%
Xifoideano 100% 0,00% 0,00% 1/3
médio
14,29% 0,00% 85,71%
Infracostal 100% 0,00% 0,00% 1/3
inferior
14,29% 0,00% 85,71%
Fonte: A autora
No grupo controle, no terço superior do tórax avaliado pela inspeção, houve melhora em
28,57% das idosas, e a maioria que corresponde a 71,43% permaneceu com seus valores
inalterados. Quando o nível axilar foi avaliado pela cirtometria houve melhora em 42,86% dos
indivíduos, 42,86% ficaram com seus valores inalterados, e 14,29 ficaram com seus valores
inalterados.
Ao avaliar o terço médio do tórax pela inspeção, observou-se que nenhum indivíduo teve
melhora, e 100% deles permaneceram inalterados, contradizendo os achados da cirtometria ao
nível xifoideano, onde 14,29% dos indivíduos apresentaram melhora, 46,86% permaneceram
inalterados e 42,86 tiveram piora.
Analisando os resultados obtidos na inspeção do terço inferior, percebe-se melhora em
14,29% das idosas e 85,71% delas permaneceram com os mesmos valores. Já os dados obtidos na
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
cirtometria ao nível infracostal, mostraram melhora em 28,57% e piora em 71,43% dos
indivíduos. As mesmas observações feitas acima cabem aqui, os dados obtidos pela inspeção
confundem os resultados obtidos na cirtometria. Segue abaixo a tabela 14 comparando os dados
obtidos na cirtometria com os da inspeção do tórax no grupo controle.
Tabela 14 – Comparação dos resultados obtidos na Cirtometria e na Inspeção do tórax
(Grupo Controle).
Grupo
ControleCirtometria Inspeção
Níveis Melhora Piora Inalterado Níveis Melhora Piora InalteradoAxilar 42,86% 14,29% 42,86% 1/3
superior
28,57% 0,00% 71,43%
Xifoideano 14,29% 42,86% 42,86% 1/3
médio
0,00% 0,00% 100%
Infracostal 28,57% 71,43% 0,00% 1/3
inferior
14,29% 0,00% 85,71%
Fonte: A autora
Estas comparações realizadas entre os mesmos níveis de medição, porém com métodos de
avaliação diferentes, mostraram que os dados obtidos pela avaliação visual não são compatíveis
com os dados obtidos na cirtometria, que fornece dados quantitativos. Isto supõe a hipótese de
uma falta de fidedignidade dos dados obtidos subjetivamente na inspeção, pois apesar da
expansibilidade torácica ter melhorado quantitativamente sendo avaliada pela cirtometria, essa
melhora não foi visualizada através da inspeção.
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Examinando os dados fornecidos pela amplitude de movimento da caixa torácica,
observa-se que o local onde a maior parte dos indivíduos do grupo tratamento obteve melhora, foi
no terço superior do tórax. Este dado condiz com o achado na cirtometria do tórax, onde o local
que a maioria dos indivíduos apresentou melhora foi ao nível axilar.
No grupo controle, o terço superior também avaliado pela amplitude de movimento do
tórax foi o local onde a maioria dos indivíduos obteve melhora dos resultados iniciais, nos terços
médio e inferior nenhum indivíduo apresentou melhora. Este resultado também correlaciona-se
com os dados na cirtometria, onde a maioria da idosas obteve melhora ao nível axilar. Desta
forma percebe-se que há relação entre os resultados obtidos pela amplitude de movimento do
tórax e pela cirtometria torácica.
Todos os resultados obtidos poderiam ter sido mais satisfatórios caso a amostra de estudo, ou o
tempo de estudo fossem maiores.
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6 CONCLUSÃO
De acordo com os resultados apresentados, pode-se concluir que o protocolo de exercícios
proposto foi eficaz para o aumento da expansibilidade torácica de senhoras idosas, quando
avaliadas através da cirtometria, e também foi eficaz para melhorar a amplitude de movimento do
tronco nos movimentos de flexão lateral e rotação do tronco, quando avaliada através da
goniometria.
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7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.webciencia.com/11_18pulmão.htm acesso dia 03/11/2005.
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8 APÊNDICES
APÊNDICE A – Termo de Aprovação do Comitê de Ética
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APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Grupo Controle)
Nome da pesquisa: Análise dos efeitos de um protocolo de exercícios de rotação e flexão lateral de tronco sobre a
expansibilidade torácica de indivíduos idosos.
Orientador: Carlos Eduardo Albuquerque
Justificativa: Este trabalho justifica-se no fato de que em situações corriqueiras os fisioterapeutas utilizam
exercícios de rotação e flexão lateral de tronco para aumentar a expansibilidade torácica, contudo, a sua eficácia
ainda está pouco embasada cientificamente. Assim, este trabalho tem o propósito de esclarecer e complementar esta
questão com dados mais concretos. Caso haja uma melhora da expansibilidade nos indivíduos idosos através dos
exercícios, isto irá promover uma conseqüente melhora da capacidade ventilatória e uma menor propensão a
desenvolver problemas respiratórios.
Procedimentos: O estudo será realizado através da avaliação da expansibilidade torácica pela cirtometria dinâmica,
amplitude de movimento do tórax, amplitude de movimento do tronco ,e inspeção do tórax antes e após as atividades
propostas. As atividades propostas consistirão em palestras sobre o processo de envelhecimento e suas repercussões
sobre o sistema respiratório, realizadas nas dependências da clínica de fisioterapia da UNIOESTE.
Riscos: De acordo com a literatura atual, os procedimentos do estudo não apresentam riscos aos participantes, visto
que são simples avaliações e exercícios físicos, respeitando a capacidade e a individualidade de cada pessoa.
Custos adicionais: Não haverão custos adicionais para os participantes, todos os materias necessários serão
fornecidos pelo pesquisador.
Sua participação será muito importante para a realização desta pesquisa.
Assinatura do pesquisador: ________________________________________________
Tendo recebido as informações anteriores e, esclarecido dos meus direitos relacionados a seguir, declaro estar ciente
e disposto a participar da pesquisa.
1-A garantia de receber respostas a qualquer pergunta ou esclarecimentos a dúvidas sobre os procedimentos, riscos e
benefícios e outros relacionados com a pesquisa;
2-A liberdade de retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;
3-A segurança de não ser identificado (a) e que será mantido o caráter confidencial das informações relacionadas a
privacidade;
4-Procurar esclarecimentos com o Comitê de Ética de Pesquisas da UNIOESTE, através do telefone 220- 3131, em
caso de dúvida ou notificação de acontecimentos não previstos.
5-Em seguida assino o consentimento
Cascavel, ________de_________________ de 2005.
Nome do responsável: _____________________________________________________
Nome:____________________________________________ RG___________________
Assinatura: ______________________________________________________________
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APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Grupo Tratamento)
Nome da pesquisa: Análise dos efeitos de um protocolo de exercícios de rotação e flexão lateral de tronco sobre a
expansibilidade torácica de indivíduos idosos.
Orientador: Carlos Eduardo Albuquerque
Justificativa: Este trabalho justifica-se no fato de que em situações corriqueiras os fisioterapeutas utilizam
exercícios de rotação e flexão lateral de tronco para aumentar a expansibilidade torácica, contudo, a sua eficácia
ainda está pouco embasada cientificamente. Assim, este trabalho tem o propósito de esclarecer e complementar esta
questão com dados mais concretos. Caso haja uma melhora da expansibilidade nos indivíduos idosos através dos
exercícios, isto irá promover uma conseqüente melhora da capacidade ventilatória e uma menor propensão a
desenvolver problemas respiratórios.
Procedimentos: O estudo será realizado através da avaliação da expansibilidade torácica pela cirtometria dinâmica,
amplitude de movimento do tórax, amplitude de movimento do tronco ,e inspeção do tórax antes e após as atividades
propostas. Este tratamento consistirá na aplicação de um protocolo de exercícios de rotação e flexão lateral de tronco,
num total de 25 sessões, 2 vezes por semana, com duração de 50 minutos cada atendimento, realizados nas
dependências da clínica de fisioterapia da UNIOESTE.
Riscos: De acordo com a literatura atual, os procedimentos do estudo não apresentam riscos aos participantes, visto
que são simples avaliações e exercícios físicos, respeitando a capacidade e a individualidade de cada pessoa.
Custos adicionais: Não haverão custos adicionais para os participantes, todos os materias necessários serão
fornecidos pelo pesquisador.
Sua participação será muito importante para a realização desta pesquisa.
Assinatura do pesquisador: ________________________________________________
Tendo recebido as informações anteriores e, esclarecido dos meus direitos relacionados a seguir, declaro estar ciente
e disposto a participar da pesquisa.
6-A garantia de receber respostas a qualquer pergunta ou esclarecimentos a dúvidas sobre os procedimentos, riscos e
benefícios e outros relacionados com a pesquisa;
7-A liberdade de retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;
8-A segurança de não ser identificado (a) e que será mantido o caráter confidencial das informações relacionadas a
privacidade;
9-Procurar esclarecimentos com o Comitê de Ética de Pesquisas da UNIOESTE, através do telefone 220- 3131, em
caso de dúvida ou notificação de acontecimentos não previstos.
10-Em seguida assino o consentimento
Cascavel, ________de_________________ de 2005.
Nome do responsável: _____________________________________________________
Nome:____________________________________________ RG___________________
Assinatura: ______________________________________________________________