UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA CENTRO DE … · 2015-08-04 · ... o laser...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA
CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS
AVALIAÇÃO CLÍNICA DA AÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA APÓS ATIVAÇÃO ORTODÔNTICA
ROGÉRIO FREDERICO ALVES FERREIRA FILHO
C D
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal da Bahia,
como parte dos requisitos para obtenção do
Título de Especialista em Ortodontia e Ortopedia
Facial.
Salvador
2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA
CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS
AVALIAÇÃO CLÍNICA DA AÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA APÓS ATIVAÇÃO ORTODÔNTICA
ROGÉRIO FREDERICO ALVES FERREIRA FILHO
C D
Orientador: Prof. Dr. MARCOS ALAN VIEIRA BITTENCOURT
Co-orientador: Prof. Dr. ANTÔNIO LUIZ BARBOSA PINHEIRO
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal da Bahia,
como parte dos requisitos para obtenção do
Título de Especialista em Ortodontia e Ortopedia
Facial.
Salvador
2006
Ficha Catalográfica
F383 Ferreira Filho, Rogério Frederico Alves. Avaliação clínica da ação do laser de baixa potência após ati- vação ortodôntica / Rogério Frederico Alves Ferreira Filho. - Salvador, 2006. 76 p. : il. Orientador : Prof. Dr. Marcos Alan Vieira Bittencourt. Co-Orientador : Prof. Dr. Antônio Luiz Barbosa Pinheiro. Dissertação (Especialização) – Ortodontia e Ortopedia Facial. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Odontologia, 2006.
1. Ortodontia. 2. Laserterapia. 3. Dor. 4. Movimento Orto- dôntico. I. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Odonto- logia. II. Bittencourt, Marcos Alan Vieira (Orientador). III. Pi- nheiro, Antônio Luiz Barbosa (Co-Orientador). IV. Título. CDU 616.314-089.23:621.375.826
A meus pais,
Rogério e Hulda,
Como agradecimento pelo constante empenho em minha formação,
constituindo os verdadeiros alicerces de toda minha jornada.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
A Deus, sempre presente em minha vida, por me permitir concretizar mais
uma vitória.
A Profa. Dra. Telma Martins de Araújo, Coordenadora do Curso de
Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal da Bahia.
Aos Professores Doutores Marcos Alan Viera Bittencourt e Antônio Luiz
Barbosa Pinheiro, pela extrema dedicação na orientação desta pesquisa, minha
sincera admiração.
Aos Professores do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia,
pelo exemplo de abnegação e dedicação ao ensino, não só da Ortodontia, mas ao
ensino da vida; e pela oportunidade de ingressar na família Ortodontia – UFBA,
mencionada tantas vezes por meu pai, Prof. Rogério Frederico Alves Ferreira,
minha eterna gratidão.
A meus irmãos, João e Carol, pela harmonia em nosso convívio.
A Cida, pelo exemplo de dedicação incondicional.
A Keila, pelo amor, paciência e apoio durante todo este período.
À Professora Cristina Cangussu pela extrema paciência na condução dos
resultados deste trabalho.
À amiga Érica Guanaes, pela especial contribuição na realização desta
pesquisa.
A meus grandes amigos e eternos colegas, Daniel, Leonardo, Marcus,
Sabrina e Taiana, pela união durante esta intensa jornada de estudo da
Ortodontia, por todos os nossos momentos de alegria e tristeza, tão especiais, que
deixarão saudades.
Aos colegas da 4ª e 6ª turmas, pelo apoio e agradável convívio durante esta
etapa.
Aos estagiários do Centro de Laser da Faculdade de Odontologia da UFBA,
pelo auxílio na viabilização desta pesquisa.
Aos funcionários Lúcia, André, Damião e Ginalva, pelo prazer de partilhar
esse convívio, tornado essa jornada mais agradável.
A todos que, de alguma maneira, contribuíram para a realização deste
trabalho.
RESUMO
Devido a suas propriedades, o laser pode depositar grande quantidade de
energia nos tecidos vivos, com extrema precisão, o que permite sua utilização
clínica nas mais diversas áreas da Medicina e Odontologia. Atualmente, têm-se
estudado os efeitos do laser de baixa intensidade durante o tratamento
ortodôntico, pela possibilidade de proporcionar benefícios como a redução da
percepção dolorosa, e o aumento na quantidade de movimento dentário. Este
trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade antiálgica do laser de diodo, com
comprimento de onda de 790nm, após a instalação de elásticos separadores, bem
como verificar a seu efeito na potencialização do movimento dentário. Foram
selecionados 42 indivíduos adultos, de ambos os sexos, pacientes do Centro de
Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo Soares Martins da UFBA. Os
elásticos foram inseridos nos espaços interproximais mesial e distal do primeiro
molar permanente superior esquerdo. Em seguida, metade dos pacientes,
escolhidos aleatoriamente, foram submetidos à terapia com laser, sendo
irradiados em duas sessões, cada uma com 2J/cm² e, a outra metade, utilizada
como grupo controle. A mensuração da percepção dolorosa foi realizada por meio
de uma escala visual analógica modificada, durante sete dias. Após este período,
a quantidade de movimentação dentária foi quantificada por meio de um medidor
de espessura incremental. Verificou-se que houve redução da dor, bem como o
retardo de seu início, nos pacientes que sofreram aplicação do laser, embora não
tenha sido encontrada diferença estatisticamente significante entre os grupos.
Sendo também observada melhor resposta de movimentação no grupo que sofreu
a aplicação do laser.
PALAVRAS-CHAVE: Ortodontia – Laserterapia – Dor - Movimento Ortodôntico.
ÍNDICE
Página
1 INTRODUÇÃO
2 PROPOSIÇÃO
3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL
4 DESENVOLVIMENTO SEQUENCIAL DE PESQUISA
4.1 ARTIGO 1: Avaliação clínica da ação antiálgica do laser de
baixa potência após instalação de separadores ortodônticos.
4.2 ARTIGO 2: Utilização do laser de baixa potência na
potencialização da movimentação ortodôntica.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXOS
9
19
20
26
26
53
68
69
77
9
1 INTRODUÇÃO
Com o surgimento e a melhora progressiva dos materiais de colagem
existentes, é comum a diminuição do emprego de separadores ortodônticos para a
adaptação de anéis. Contudo, existem ainda inúmeras situações clínicas que
requerem a utilização de anéis ortodônticos, como, por exemplo, dentes que
sofrerão forças pesadas e intermitentes, pacientes que utilizarão aparelhos extra-
orais ou aparelhos auxiliares de ancoragem, em que se fizer indispensável a
utilização de acessórios vestibulares ou linguais (PROFFIT, 2002).
Para a inserção dos anéis, é necessária a criação de um espaço adequado
na região interproximal dos dentes que os receberão. Embora exista grande
variedade de separadores disponíveis, muitos ortodontistas acreditam que o
material ideal é aquele que proporciona rápida separação dentária sem provocar
interferências oclusais, injúrias aos tecidos moles e desconforto para o paciente
(HOFFMAN, 1972).
10
A discreta pressão promovida pela inserção de um separador ortodôntico
pode gerar resposta inflamatória aguda, caracterizada por vasodilatação na região
periodontal e sensação de dor (BROWN & MOERENHOUT, 1991; NGAN et al.,
1994; FERNANDES et aI., 1998). Neste sentido, e ainda segundo estes autores e
a literatura científica (NGAN et al.,1989; JONES & CHAN, 1992; SCHEURER et
al., 1996), o nível de desconforto tende a aumentar nas primeiras 24 horas após a
instalação dos separadores e a diminuir até o sétimo dia. Apesar disto, é difícil
para o ortodontista determinar a extensão e a duração deste desconforto, e em
que magnitude o paciente poderá suportar (NGAN et al., 1989).
Embora alguns profissionais não estejam atentos à sensação dolorosa
experimentada por seus pacientes, estudos de prevalência (KVAM et al., 1987;
LEW, 1993; SCHEURER et al., 1996) mostram que a maioria destes pacientes se
queixa de dor em alguma etapa do tratamento. Fisiologicamente, durante a
movimentação dentária induzida por forças ortodônticas, a dor ocorre quando
existe pressão sobre o ligamento periodontal. Essa pressão parece criar áreas
isquêmicas no interior do ligamento, constituindo um estímulo nocivo que resulta
em lesão tecidual. Ocorre a liberação ou síntese de vários mediadores
bioquímicos, alguns envolvidos em períodos mais curtos ou imediatos de
manifestação de dor (histamina e bradicinina) e outros em períodos mais
prolongados ou tardios (prostaglandinas). Esses mediadores causam edema,
eritema e dor por estimulação direta dos nociceptores (PROFFIT, 2002;
CONSOLARO, 2005).
De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP),
dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que é associada a
11
lesões reais ou potenciais ou descrita em termos de tais lesões. A IASP dá grande
importância aos aspectos psicológicos desta sensação. Assim, dor sempre é
reconhecida e aceita como subjetiva e desagradável, não necessariamente
conectada a um estímulo, podendo ocorrer até mesmo na ausência de dano
tecidual direto, devido a fatores emocionais ou cognitivos (TEIXEIRA &
FIGUEIRÓ, 2001). Como regra geral, é um sinal de advertência, permitindo o
organismo sentir o prejuízo tecidual e evitar o dano. Seu limiar é a experiência de
dor mais leve que é reconhecida pelo indivíduo. No outro extremo, o nível de
tolerância é a maior experiência de dor que o indivíduo pode suportar. Porém,
assim como o limiar, o nível de tolerância de dor não é definido em termos de
excitação externa e, sim, pelo relatório subjetivo do indivíduo (BERGIUS et al.,
2000).
A intensidade da sensação dolorosa também está relacionada à experiência
inerente a cada individuo, sendo influenciada não só pelos fatores emocionais e
cognitivos, como já mencionado, mas também por fatores ambientais, inclusive
cultura, gênero e idade (TEIXEIRA, 2001). Entre os fatores emocionais, o medo e
a ansiedade se destacam como as principais sensações dos pacientes
odontológicos. Contudo, comparado a outros campos da Odontologia, parece que
os aspectos envolvidos na modulação da dor raramente são considerados no
conjunto da terapia ortodôntica. Tayer e Burek em 1981, procurando avaliar a
atitude dos pacientes frente à terapia ortodôntica, observaram que 74% dos
mesmos tiveram certa hesitação antes de começar o tratamento. Porém,
experiências clínicas mostram que a maioria dos pacientes relatam dor ou
desconforto durante os primeiros dias de tratamento e dores subseqüentes não
12
podem ser identificadas claramente pelo ortodontista nas visitas de retorno,
principalmente depois de uma semana ou mais (BERGIUS et al., 2000).
Oliver e Knapman, em 1985 relataram que a dor é um dos principais fatores
que desencorajam o paciente a procurar por tratamento ortodôntico. Além disso,
Tayer e Burek (1981) afirmam que alguns pacientes descontinuam o tratamento
devido à experiência de dor no estágio inicial da terapia. Contudo, a resposta
frente à ativação ortodôntica varia e é difícil para o profissional quantificar a
extensão e a duração do desconforto (NGAN et al., 1989).
É impossível avaliar precisamente a dor de outra pessoa. Considerando
que é um fenômeno de percepção complexa e uma experiência subjetiva, só é
possível analisá-la indiretamente. Neste sentido, diferentes métodos têm sido
propostos (BERGIUS et al., 2000). Os mais comuns são a escala visual analógica
e diferentes escalas de avaliação verbal. A escala visual analógica é uma das
ferramentas mais usadas para medir a intensidade da dor, constituindo uma reta
de 100mm, com duas linhas nas extremidades, representando respectivamente
"nenhuma dor" e a "pior dor já sentida", na qual o paciente marca um ponto que
corresponde à intensidade da dor sentida naquele momento (JONES &
RICHMOND, 1985; JONES & CHAN, 1992).
Em relação à duração da sensibilidade dolorosa, existe uma gama variada
de posicionamentos. Fernandes et aI. (1998), através de avaliações diárias por
meio da escala visual, verificou que o nível de desconforto ou dor aumentou
continuamente nas primeiras quatro horas depois da inserção do arco inicial. Por
outro lado, alguns pacientes descrevem períodos de maior sensibilidade após os
primeiros dois dias (BERGIUS et al., 2000). Ngan et aI. (1989) observaram, após a
13
inserção de elásticos separadores ou arcos, que a percepção dolorosa diminui
consideravelmente no período de sete dias. Jones e Chan (1992) avaliaram a
montagem de aparelhos fixos e verificaram que, depois da inserção dos
aparelhos, 25% dos pacientes ainda informaram dor após sete dias. Além disso,
em alguns pacientes, a dor ou desconforto durou mais de quatro semanas. Porém,
de acordo com Jones (1984), alguns pacientes informam dor severa, mais intensa
à noite, tendo as contagens mais altas dentro dos primeiros três dias. Outros
informam dor moderada e entre estes, a maior duração é antes do segundo dia.
Atualmente, nos mais diversos campos da Medicina, o laser de baixa
intensidade tem sido utilizado como conduta terapêutica da dor. É um tipo de
terapia não-invasiva, indolor, não-térmica e asséptica, sem efeitos colaterais, com
boa relação custo-benefício (LEW & TAY, 1995). Na Odontologia, seu uso também
não é novo. Em 1990, Visser et al. afirmaram que o laser já vinha sendo aplicado
no Japão e na Europa há mais de 10 anos. Em 1995, Prokhonchukov relatou que
a literatura russa já demonstrava mais de 30 anos de experiência com esta
técnica.
A palavra laser, derivada do inglês ligth amplification by stimulated emission
of radiation, pode ser entendida como a amplificação da luz pela emissão
estimulada de radiação. Esta radiação é eletromagnética, não-ionizante, com
propriedades bastante distintas da luz fluorescente ou da emitida pela lâmpada
comum. É uma luz monocromática, resultante da emissão de radiações em
apenas um único comprimento de onda, sendo suas características especiais de
coerência e colimação responsáveis por propriedades terapêuticas importantes
(BRUGNERA & PINHEIRO, 1998; GENOVESE, 2000; WALSH, 2003). Possui
14
coerência espacial e temporal, ou seja, suas ondas se propagam com a mesma
fase no espaço e no tempo. Apresenta direcionalidade e, por ser paralela ao eixo
da cavidade que a produz, possui divergência angular muito pequena, permitindo
que seu feixe de fótons seja colimado. Este aspecto possibilita a concentração de
toda a energia do laser, de forma precisa, num ponto focal, através de um sistema
de lentes (BRUGNERA & PINHEIRO, 1998).
Devido a suas propriedades diferenciadas, o laser pode depositar grande
quantidade de energia nos tecidos vivos, com extrema precisão, o que permite sua
utilização clínica nas mais diversas áreas da Medicina e Odontologia. Os raios
com comprimento de onda situados na faixa do vermelho e do infravermelho,
próximos ao espectro eletromagnético, são utilizados de forma terapêutica,
exercendo ação na bioregulação ou normalização das funções celulares dos
tecidos irradiados (GENOVESE, 2000). Para a terapia com laser, os equipamentos
mais utilizados são os de hélio-neônio (He-Ne), com emissão de raios com
comprimento de onda de 632,8nm, e os diodos semicondutores como arsenieto de
gálio (GaAs) e arsenieto de gálio e alumínio (GaAIAs), com raios de 650 e 790nm,
respectivamente, tendo como característica a não geração de efeitos térmicos
(FERREIRA, 2002).
Com o objetivo de obter melhor aproveitamento da energia que será
depositada nos tecidos, os aparelhos de laser de baixa intensidade permitem que
a aplicação seja feita de diferentes formas, ou seja, pontual, em varredura ou por
zona. Na técnica de aplicação pontual, a energia será depositada em cada ponto
da região, devendo cada aplicação ter um raio de 1cm de distância da outra. Na
aplicação em varredura, deve ocorrer o deslize do aparelho sobre a superfície a
15
ser irradiada. Finalmente, na aplicação por zona, abrange-se, de uma só vez, área
maior que um ponto, utilizando-se recursos como fibras óticas e lentes divergentes
(GENOVESE, 2000).
Quando um tecido é irradiado pelo laser, introduz-se determinada
quantidade de energia no sistema biológico, que a utiliza e transforma. A
densidade de energia é o parâmetro mais importante na terapia a laser, sendo
que, se a dose aplicada for muito baixa, não se obtém o resultado esperado e, se
for muito alta, pode-se ter como resultado a inibição, ou seja, um efeito não
estimulativo (RIGAU, 1998; SOMMER et al., 2001). Assim, a interação entre o
laser e os tecidos vivos é de extrema importância para o entendimento das
reações que podem ser induzidas. Além dos fatores inerentes ao laser, como
comprimento de onda, densidade de potência, forma de emissão da luz, se
contínua ou pulsada, feixe focado ou desfocado e tempo de exposição, deve-se
observar as características peculiares de cada tecido, principalmente as que
controlam reações moleculares e bioquímicas (FERREIRA, 2002). Para que seja
produzido algum efeito biológico, é de vital importância que a radiação seja
absorvida de forma a interagir com estruturas moleculares e celulares dos tecidos
vivos. A extensão desta interação é determinada pelo comprimento de onda da
radiação e pelas propriedades óticas de cada tecido (PINHEIRO, 1998).
Esse processo pode ocorrer de diversas formas. O laser pode agir
diretamente na célula, produzindo um efeito primário ou imediato, aumentando o
metabolismo celular, ou, por exemplo, aumentando a síntese de β-endorfinas e
diminuindo a liberação de transmissores nociceptivos, como a bradicinina e a
serotonina. Também pode agir na estabilização da membrana celular,
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promovendo efeito secundário ou indireto, aumentando o fluxo sanguíneo e a
drenagem linfática, exercendo assim ação mediadora na inflamação. Por fim,
observa-se clinicamente a ocorrência de efeitos terapêuticos gerais ou tardios pela
ativação do sistema imunológico (IIJIMA, 1991).
Atualmente, os efeitos do laser durante o tratamento ortodôntico têm sido
avaliados com maior interesse, não só pelos relatos de diminuição da
sensibilidade dolorosa, mas também pela possibilidade de proporcionar outros
benefícios, como a redução do período de contenção, melhor estabilidade após
expansão da sutura palatina mediana e aumento da quantidade do movimento
dentário (COOMBE et al., 2001).
Sabe-se que o movimento dentário induzido ortodonticamente ocorre graças
à liberação de mediadores químicos, que gerenciam os fenômenos de absorção e
neoformação óssea. Assim, a procura por meios que possam facilitar ou
potencializar a movimentação ortodôntica é uma realidade atual. Na clinica, a
aplicação de forças para induzir este movimento é uma constante, sendo
importante que os conceitos biomecânicos estejam bem claros para que melhor
aproveitamento dos dispositivos ortodônticos possa ser conseguido. O ligamento
periodontal é estruturado para resistir às forças de curta duração, porém perde
rapidamente sua capacidade adaptativa com a compressão e o extravasamento
do fluido tissular desta área confinada. Forças prolongadas, mesmo de baixa
magnitude, produzem uma resposta diferente, com remodelação do osso
adjacente e permitindo, assim, o movimento dentário (PROFFIT, 2002).
A utilização de drogas para acelerar ou potencializar este movimento tem
sido uma constante entre os trabalhos de pesquisas. A aplicação de mediadores
17
químicos, como prostaglandinas, citocinas ou fatores de crescimento, diretamente
nos dentes a serem movimentados, pode revelar-se inviável em função da
necessidade de constantes aplicações. Por outro lado, com o aprimoramento
técnico e científico, a administração sistêmica desses produtos pode ser traduzida
em efetividade, abrindo perspectiva para o controle medicamentoso da
movimentação dentária, com o mínimo de possíveis efeitos colaterais
(CONSOLARO, 2005).
Neste sentido, tem-se estudado os efeitos do laser de baixa potência como
forma de potencializar a movimentação ortodôntica. Através de estudos
experimentais em animais, observaram-se efeitos bioestimuladores sobre os
fibroblastos, a síntese de colágeno, a regeneração de células nervosas e, em
particular, a aceleração da remodelação óssea, sendo esta objeto principal de
recentes pesquisas (SHIMIZU & KAWASAKI, 2000; SAITO & SHIMIZU, 1997).
Porém, é preciso o conhecimento profundo da atuação do laser a nível celular
que, segundo Carnevalli et al. (2003), é bastante controverso devido à dificuldade
de observar seus efeitos nas células.
Como a terapia com laser é simples, não causa injúria aos dentes ou
periodonto e não possui efeitos colaterais, Cruz et al. (2004) avaliaram
clinicamente, em 12 pacientes, a eficácia do laser de diodo sobre a distalização de
caninos, obtendo em seus resultados aceleração do movimento em todas as
unidades irradiadas. Porém, Limpanichkul et al. (2006), também avaliando em 12
pacientes a eficácia do laser de diodo sobre a distalização de caninos, não
encontraram diferença na movimentação dentária entre o grupo controle e o
irradiado. Em função desta e de inúmeras dúvidas relacionadas à terapia com
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laser, foi feito um estudo sobre a utilização do laser de baixa intensidade na clínica
ortodôntica, observando sua efetividade na redução da dor e na aceleração da
movimentação dentária, em pacientes do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial
Prof. José Édimo Soares Martins, da Faculdade de Odontologia da UFBA.
19
2 PROPOSIÇÃO
Diante do exposto, o autor pretendeu:
2.1 Avaliar, o efeito antiálgico do laser de baixa intensidade, após a
instalação de separadores elásticos;
2.2 Verificar, o efeito do laser de baixa intensidade em potencializar a
movimentação dentária.
20
3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL
Para a realização desta pesquisa, foram selecionados 42 indivíduos
adultos, de ambos os gêneros, pacientes do Curso de Especialização em
Ortodontia e Ortopedia Facial do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof.
José Édimo Soares Martins da Faculdade de Odontologia da UFBA, indicados
para a realização de tratamento ortodôntico. Todos os componentes da amostra
possuíam os primeiros molares permanentes superiores irrompidos, livres de
restaurações ou lesões cariosas interproximais e com contato proximal bem
estabelecido em sua face mesial com o segundo pré-molar e, em sua face distal,
com o segundo molar permanente. Este contato foi checado com fio dental
(Sanifill), sendo descartados os pacientes que apresentaram separação
espontânea nesta região. A seleção da amostra, bem como todos os
procedimentos clínicos, foram feitos por apenas um examinador. Obedecendo às
recomendações éticas, todos os pacientes concordaram com sua participação na
21
pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1,
página 78).
Para todos os pacientes, de acordo com o planejamento de tratamento,
estava indicada a colocação de anéis nos primeiros molares superiores. Desta
forma, uma semana antes da consulta prevista para a adaptação dos mesmos,
foram utilizados, nos espaços interproximais mesial e distal dos primeiros molares
permanentes superiores esquerdos, separadores ortodônticos Dentalastics X-Ray
Visible (Dentaurum), inseridos com o auxílio de dois segmentos de fio dental
(Sanifill). Foi solicitado aos pacientes que tivessem cuidado em relação à
manutenção dos separadores em posição, especialmente nos momentos de
higienização bucal. Da mesma forma, foram orientados a preencher um formulário,
que tinha como objetivo avaliar a sensibilidade dolorosa após a inserção dos
separadores. Foi utilizada uma escala visual analógica modificada significativa da
gradação da dor, desde ausência da mesma até dor insuportável, passando por
três outros estágios intermediários. Os pacientes caracterizaram a dor logo após a
consulta e nos períodos de 12 horas, 24 horas, três dias e sete dias, contados a
partir do momento da colocação dos separadores elásticos. Foi solicitado que o
mesmo registrasse sua percepção dolorosa em repouso (R) e nas atividades
funcionais rotineiras de mastigação (M) e fonação (F). O paciente foi também
instruído a, caso fosse necessária a utilização de analgésico, relatar em que fase
e de que tipo. Neste caso, seus dados foram posteriormente descartados das
análises estatísticas. Um exemplo da escala visual utilizada pode ser observado
na Figura 1(página 22). O formulário completo pode ser visto no Anexo 2 (página
79).
22
Figura 1 Segmento da escala visual analógica contida no formulário entregue a cada paciente. Neste caso, para ser assinalada a percepção dolorosa logo após a consulta, em repouso (R), e nas atividades funcionais de mastigação (M) e fonação (F).
Em seguida, foram criados dois grupos. Metade dos pacientes, escolhidos
aleatoriamente, foram submetidos à terapia com laser e denominados grupo laser.
A outra metade não sofreu a aplicação do laser, sendo denominada grupo
controle. Foi utilizado o laser de diodo Kondortech (Laser Unit) com comprimento
de onda de 790nm, que pode ser visualizado na Figura 2 (página 23). Foram
realizadas duas sessões, sendo a primeira imediatamente após a instalação dos
separadores elásticos e, a segunda, 24 horas depois. A dose total empregada em
cada sessão foi de 2J/cm², dividida em quatro aplicações de 0,5J/cm² em cada
ponto. Foram determinados dois pontos no processo alveolar acima dos espaços
interproximais mesial e distal do primeiro molar superior esquerdo, de forma que
correspondessem, aproximadamente, aos terços cervical e apical das unidades
adjacentes, o que pode ser visto na Figura 3 (página 23). As normas de proteção
para o emprego do laser na prática clínica, como utilização de óculos de proteção,
tanto para os pacientes como os profissionais, a utilização de instrumentais de
plásticos e o uso de filme plástico para proteção da ponta do aparelho, foram
rigorosamente seguidas.
Logo após a
consulta
R M F
∪∪
23
Figura 2 Laser de diodo Kondortech (Laser Unit).
Figura 3 Sítios de aplicação do laser no processo alveolar adjacente ao primeiro molar superior esquerdo.
Para que os testes estatísticos pudessem ser aplicados, os níveis de dor
representados pela escala visual foram substituídos por números de 1 a 5, em
uma variação gradual da intensidade da dor, desde a ausência da mesma (1) até
dor insuportável (5). Os formulários foram preenchidos por todos os pacientes,
tanto os do grupo controle quanto os que receberam a aplicação do laser. Os
24
pacientes foram orientados a retornar após uma semana, quando os separadores
foram, então, removidos. O espaço proximal foi higienizado com o auxílio do fio
dental (Sanifill) e água e, em seguida, a quantidade de separação mensurada por
meio de um medidor de espessura incremental idealizado para este fim
(Invisalign), calibrado para medições de 0,1mm, 0,2mm, 0,3mm, 0,4mm e 0,5mm
(Figura 4).
Figura 4 Medidor de espessura incremental (Invisalign).
Figura 5 Medidor de espessura incremental (Invisalign).
25
Após a aferição do espaço os pacientes foram encaminhados para a
instalação de seus acessórios ortodônticos, obedecendo ao planejamento de
tratamento pré-estabelecido. Após a avaliação dos formulários, os dados obtidos
foram tratados estatisticamente. Inicialmente, foi feita uma análise descritiva dos
resultados e, em seguida, procurando-se estabelecer coeficientes de correlação
entre os tempos e entre os grupos, foi realizado o teste de Kruskal-Wallis.
26
4 DESENVOLVIMENTO SEQÜENCIAL DA PESQUISA
4.1 ARTIGO 1
Avaliação clínica da ação antiálgica do laser de baixa potência após instalação de
separadores ortodônticos. Rogério Frederico Alves Ferreira Filho, Marcos Alan
Vieira Bittencourt, Antônio Luiz Barbosa Pinheiro. Artigo a ser traduzido e enviado
para a revista Photomedicine and Laser Surgery.
RESUMO
De acordo com estudos clínicos e científicos, a experiência de desconforto
ou dor é uma situação comum durante o tratamento ortodôntico. Contudo,
comparado a outros campos da Odontologia, parece que os aspectos da dor,
raramente, são considerados no conjunto da terapia ortodôntica. Este trabalho
teve como objetivo avaliar a efetividade da ação analgésica do laser de diodo após
a instalação de elásticos separadores. Foram selecionados 42 indivíduos adultos,
27
de ambos os gêneros, pacientes do Curso de Especialização em Ortodontia e
Ortopedia Facial do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo
Soares Martins da Faculdade de Odontologia da UFBA, indicados para a
realização de tratamento ortodôntico. Os elásticos foram inseridos nos espaços
interproximais mesial e distal do primeiro molar permanente superior esquerdo.
Em seguida, metade dos pacientes, escolhidos aleatoriamente, foram submetidos
à terapia com laser, sendo irradiados em duas sessões, cada uma com 2j/cm². A
outra metade foi utilizada como controle. A mensuração da percepção dolorosa foi
realizada por meio de uma escala visual analógica, durante sete dias. Verificou-se
que houve, embora não significativa estatisticamente, redução da dor, bem como
o retardo de seu início, na atividade funcional de mastigação, nos pacientes que
sofreram aplicação do laser. Nos demais grupos a irradiação não exerceu
influência.
PALAVRAS-CHAVE: Laserterapia; dor; tratamento ortodôntico.
INTRODUÇÃO
Com o surgimento e a melhora progressiva dos materiais de colagem
existentes é comum a diminuição do emprego de separadores ortodônticos para a
adaptação de anéis. Contudo, existem ainda inúmeras situações clínicas que
requerem a utilização dos mesmos, como, por exemplo, dentes que sofrerão
forças pesadas e intermitentes, pacientes que utilizarão aparelhos extra-orais ou
aparelhos auxiliares de ancoragem onde se faz indispensável a utilização de
acessórios vestibulares e linguais (PROFFIT, 2002).
28
Para a inserção dos anéis, é necessária a criação de um espaço adequado
na região interproximal dos dentes que os receberão. Embora exista grande
variedade de separadores disponíveis, muitos ortodontistas acreditam que o
material ideal é aquele que proporciona rápida separação dentária sem provocar
interferências oclusais, injúrias aos tecidos moles e desconforto para o paciente
(HOFFMAN, 1972).
A discreta pressão promovida pela inserção de um separador ortodôntico
pode gerar resposta inflamatória aguda, caracterizada por vasodilatação na região
periodontal e sensação de dor (BROWN & MOERENHOUT, 1991; NGAN et al.,
1994; FERNANDES et aI., 1998). Neste sentido, e ainda segundo estes autores e
a literatura científica (NGAN et al., 1989; JONES & CHAN, 1992; SCHEURER et
al., 1996), o nível de desconforto tende a aumentar nas primeiras 24 horas após a
instalação dos separadores e a diminuir até o sétimo dia.
De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP),
dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que é associada a
lesões reais ou potenciais ou descrita em termos de tais lesões. A IASP dá grande
importância aos aspectos psicológicos da experiência de dor. Assim, a dor sempre
é reconhecida e aceita como subjetiva e desagradável, não necessariamente
conectada a um estímulo. Pode ser informada dor até mesmo na ausência de
dano tecidual direto, devido a fatores emocionais ou cognitivos (TEIXEIRA &
FIGUEIRÓ, 2001).
Tem sido relatado que a dor é um dos principais fatores que desencorajam
o paciente a procurar por tratamento ortodôntico (OLIVER & KNAPMAN, 1985).
Além disso, Tayer e Burek (1981) relatam que alguns descontinuam o tratamento
29
devido à experiência de dor no estágio inicial da terapia. Contudo, a resposta dos
pacientes frente à ativação ortodôntica varia e é difícil para o profissional
quantificar a extensão e a duração do desconforto (NGAN et al., 1989; BERGIUS
et al., 2000).
O laser de baixa intensidade tem sido utilizado, atualmente, nos mais
diversos campos da Medicina, como conduta terapêutica da dor. É um tipo de
terapia não-invasiva, indolor, não-térmica e asséptica, sem efeitos colaterais, com
boa relação custo-benefício (LIM et al., 1995). A palavra laser, derivada do inglês
ligth amplification by stimulated emission of radiation, pode ser entendida como a
amplificação da luz pela emissão estimulada de radiação. Esta radiação é
eletromagnética, não-ionizante, com propriedades bastante distintas da luz
fluorescente ou da emitida pela lâmpada comum. É uma luz monocromática,
resultante da emissão de radiações em apenas um único comprimento de onda,
sendo suas características especiais de coerência e colimação responsáveis por
propriedades terapêuticas importantes (BRUGNERA & PINHEIRO, 1998;
GENOVESE, 2000; WALSH, 2003).
Para que seja produzido algum efeito biológico, é de vital importância que a
radiação seja absorvida de forma a interagir com estruturas moleculares e
celulares dos tecidos vivos. A extensão desta interação é determinada pelo
comprimento de onda da radiação e pelas propriedades óticas de cada tecido
(PINHEIRO, 1998). Esse processo pode ocorrer de diversas formas. O laser pode
agir diretamente na célula, produzindo um efeito primário ou imediato,
aumentando o metabolismo celular, ou, por exemplo, aumentando a síntese de β-
endorfinas e diminuindo a liberação de transmissores nociceptivos, como a
30
bradicinina e a serotonina. Também pode agir na estabilização da membrana
celular, promovendo um efeito secundário ou indireto, aumentando o fluxo
sangüíneo e a drenagem linfática, exercendo assim ação mediadora na
inflamação. Por fim, observa-se clinicamente a ocorrência de efeitos terapêuticos
gerais ou tardios pela ativação do sistema imunológico (IIJIMA et al., 1991).
Atualmente, os efeitos do laser de baixa potência têm sido analisados com
maior interesse pela comunidade odontológica, especialmente pela possibilidade
de proporcionar diminuição da sensibilidade dolorosa experimentada pelo paciente
após a terapia instituída, o que geraria maior conforto ao mersmo. Em função
desta possibilidade, foi feito um estudo sobre a utilização do laser na clinica
ortodôntica, com o objetivo de avaliar seu efeito no controle da dor após a
utilização de separadores ortodônticos.
MATERIAL E MÉTODO
Para a realização desta pesquisa, foram selecionados 42 indivíduos
adultos, de ambos os gêneros, pacientes do Centro de Ortodontia e Ortopedia
Facial Prof. José Édimo Soares Martins da Faculdade de Odontologia da UFBA,
indicados para a realização de tratamento ortodôntico. Todos os componentes da
amostra possuíam os primeiros molares permanentes superiores irrompidos, livres
de restaurações ou lesões cariosas interproximais e com contato proximal bem
estabelecido, em sua face mesial, com o segundo pré-molar e, em sua face distal,
com o segundo molar permanente. Este contato foi checado com fio dental
(Sanifill), sendo descartados os pacientes que apresentaram separação
espontânea nesta região. A seleção da amostra, bem como todos os
31
procedimentos clínicos, foram feitos por apenas um examinador. Obedecendo às
recomendações éticas, todos os pacientes concordaram com sua participação na
pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido que foi
elaborado para atender às normas do projeto (Anexo 1, página 78).
Para todos os pacientes, de acordo com o planejamento de tratamento,
estava indicada a colocação de anéis nos primeiros molares superiores. Desta
forma, uma semana antes da consulta prevista para a adaptação dos mesmos,
foram utilizados, nos espaços interproximais mesial e distal dos primeiros molares
permanentes superiores esquerdos, separadores ortodônticos Dentalastics X-Ray
Visible (Dentaurum), inseridos com o auxílio de dois segmentos de fio dental
(Sanifill). Foi solicitado aos pacientes que tivessem cuidado em relação à
manutenção dos separadores em posição, especialmente nos momentos da
higienização bucal. Da mesma forma, foram orientados a preencher um formulário
que tinha como objetivo avaliar a sensibilidade dolorosa após a inserção dos
separadores. Foi utilizada uma escala visual analógica significativa da gradação
da dor, desde ausência da mesma até dor insuportável, passando por três outros
estágios intermediários. Os pacientes caracterizaram a dor logo após a consulta e
nos períodos de 12 horas, 24 horas, três dias e sete dias, contados a partir do
momento da colocação dos separadores elásticos. Foi solicitado que o mesmo
registrasse sua percepção dolorosa em repouso (R) e nas atividades funcionais de
mastigação (M) e fonação (F). O paciente foi também instruído a, caso fosse
necessária a utilização de analgésico, relatar em que fase e de que tipo, sendo
seus dados posteriormente descartados das análises estatísticas. Um exemplo da
escala visual utilizada pode ser observado na Figura 1.
32
Figura 1 Segmento da escala visual analógica contida no formulário entregue a cada paciente.
Neste caso, para ser assinalada a percepção dolorosa logo após a consulta, em repouso (R), e nas atividades funcionais de mastigação (M) e fonação (F).
Em seguida, foram criados dois grupos. Metade dos pacientes, escolhidos
aleatoriamente, foram submetidos à terapia com laser e denominados grupo laser.
A outra metade não sofreu a aplicação do laser, sendo denominada grupo
controle. Foi utilizado o laser de diodo Kondortech (Laser Unit), de comprimento
de onda de 790nm, e realizadas duas sessões, sendo a primeira imediatamente
após a instalação dos separadores elásticos e, a segunda, 24 horas depois. A
dose total empregada, em cada sessão, foi de 2J/cm², dividida em quatro
aplicações de 0,5J/cm² em cada ponto. Foram determinados dois pontos no
processo alveolar acima dos espaços interproximais mesial e distal do primeiro
molar superior esquerdo, de forma que correspondessem, aproximadamente, aos
terços cervical e apical das unidades adjacentes (Figura 2).
As normas de proteção para o emprego do laser na prática clínica, como
utilização de óculos de proteção, tanto para os pacientes como para os
profissionais que estiveram no recinto onde o laser foi aplicado, foram
rigorosamente seguidas.
Logo após a
consulta
R M F
∪ ∪
33
Figura 2 Sítios de aplicação do laser no processo alveolar adjacente ao primeiro molar superior esquerdo
Os formulários foram preenchidos por todos os pacientes, tanto os do grupo
controle quanto os que receberam a aplicação do laser. Os pacientes foram
orientados a retornar após uma semana, quando os separadores foram então
removidos. O espaço interproximal foi higienizado com o auxílio do fio dental
(Sanifill) e água, e os pacientes encaminhados para a instalação de seus
acessórios ortodônticos, obedecendo ao planejamento de tratamento pré-
estabelecido. Após a avaliação dos formulários, os dados obtidos foram tratados
estatisticamente. Para que os testes estatísticos pudessem ser aplicados, os
níveis de dor representados pela escala visual foram substituídos por números de
1 a 5, em uma variação gradual da intensidade da dor, desde a ausência da
mesma (1) até dor insuportável (5). Inicialmente, foi feita uma análise descritiva
dos resultados e, em seguida, procurando-se estabelecer coeficientes de
correlação entre os tempos e entre os grupos, foi realizado o teste de Kruskal-
Wallis.
34
RESULTADOS
Os valores obtidos através dos questionários de percepção dolorosa, em
repouso, e nas atividades funcionais de mastigação e fonação, tanto para o grupo
controle quanto para o grupo laser, nos intervalos de tempo avaliados, estão
representados nas Tabelas 1 a 6 (páginas 34 a 36).
Tabela 1 Distribuição dos indivíduos do grupo controle, de acordo com a percepção dolorosa em repouso, nos períodos avaliados.
Tabela 2 Distribuição dos indivíduos do grupo laser, de acordo com a percepção dolorosa em repouso, nos períodos avaliados.
Tempo
Dor
0h
n (%)
12h
n (%)
24h
n (%)
3 dias
n (%)
7 dias
n (%)
1 11 (55) 13 (65) 14 (70) 15 (75) 16 (80)
2 7 (35) 3 (15) 3 (15) 4 (20) 3 (15)
3 1 (5) 3 (15) 1 (5) 1 (5) 1 (5)
4 1 (5) 1 (5) 2 (10) _ _
5 _ _ _ _ _
Tempo
Dor
0h
n (%)
12h
n (%)
24h
n (%)
3 dias
n (%)
7 dias
n (%)
1 13 (65) 12 (60) 12 (60) 17 (85) 19 (95)
2 6 (30) 5 (25) 7 (35) 2 (10) 1 (5)
3 _ 3 (15) 1 (5) 1 (5) _
4 1 (5) _ _ _ _
5 _ _ _ _ _
35
Tabela 3 Distribuição dos indivíduos do grupo controle, de acordo com a percepção dolorosa na atividade funcional de mastigação, nos períodos avaliados.
Tempo
Dor
0h
n (%)
12h
n (%)
24h
n (%)
3 dias
n (%)
7 dias
n (%)
1 6 (30) 5 (25) 5 (25) 4 (20) 9 (45)
2 9 (45) 8 (40) 6 (30) 8 (40) 7 (35)
3 4 (20) 3 (15) 3 (15) 7 (35) 4 (20)
4 _ 3 (15) 6 (30) 1 (5) _
5 1 (5) 1 (5) _ _ _
Tabela 4 Distribuição dos indivíduos do grupo laser, de acordo com a percepção dolorosa na atividade funcional de mastigação, nos períodos avaliados.
Tempo
Dor
0h
n (%)
12h
n (%)
24h
n (%)
3 dias
n (%)
7 dias
n (%)
1 11 (55) 7 (35) 5 (25) 6 (30) 15 (75)
2 7 (35) 6 (30) 7 (35) 8 (40) 4 (20)
3 2 (10) 4 (20) 4 (20) 3 (15) _
4 _ 3 (15) 2 (10) _ 1 (5)
5 _ _ 2 (10) 3 (15) _
36
Tabela 5 Distribuição dos indivíduos do grupo controle, de acordo com a percepção dolorosa na atividade funcional de fonação, nos períodos avaliados.
Tempo
Dor
0h
n (%)
12h
n (%)
24h
n (%)
3 dias
n (%)
7 dias
n (%)
1 14 (70) 16 (80) 14 (70 17 (85) 18 (90)
2 3 (15) 1 (5) 4 (20) 2 (10) 2 (10)
3 2 (10) 3 (15) 1 (5) 1 (5) _
4 1 (5) _ 1 (5) _ _
5 _ _ _ _ _
Tabela 6 Distribuição dos indivíduos do grupo laser, de acordo com a percepção dolorosa na atividade funcional de fonação, nos períodos avaliados.
Tempo
Dor
0h
n (%)
12h
n (%)
24h
n (%)
3 dias
n (%)
7 dias
n (%)
1 14 (70) 14 (70) 14 (70) 19 (95) 19 (95)
2 5 (25) 3 (15) 5 (25) _ _
3 _ 3 (15) 1 (5) 1 (5) 1 (5)
4 1 (5) _ _ _ _
5 _ _ _ _ _
37
Para melhor visualização dos dados, foi testada a normalidade da amostra,
utilizando o teste de Kolmogorov-Smirnov (p < 0,001), não tendo sido encontrada
uma distribuição normal. Por este motivo, foi realizado o teste de Kruskal-Wallis, a
partir das medianas dos níveis de resposta dolorosa nos tempos da avaliação em
repouso, mastigação e fonação. Vale ressaltar que o objetivo deste teste foi
avaliar a variação da intensidade da resposta dolorosa, realizando comparação
entre os grupos e entre os tempos. Os níveis de resposta dolorosa em repouso, na
fonação e na mastigação, para os grupos controle e laser, estão representados
por suas médias e medianas através das Tabelas 7 a 12 (páginas 38 a 40), e
pelos Gráficos 1 a 3 (páginas 41 e 42).
38
Tabela 7 Representação do nível de dor em repouso, através de suas médias e medianas, para o grupo controle.
Tabela 8 Representação do nível de dor em repouso, através de suas médias e medianas, para o
grupo laser.
Tempo Média DP Q1 Mediana Q3
0h 1,6 0,82 1,0 1,0 2,0
12h 1,6 0,94 1,0 1,0 2,0
24h 1,5 0,99 1,0 1,0 2,0
3dias 1,3 0,57 1,0 1,0 1,75
7dias 1,2 0,55 1,0 1,0 1,0
Tempo Média DP Q1 Mediana Q3
0h 1,4 0,75 1,0 1,0 2,0
12h 1,5 0,75 1,0 1,0 2,0
24h 1,5 0,76 1,0 1,0 2,0
3dias 1,2 0,52 1,0 1,0 1,0
7dias 1,0 0,22 1,0 1,0 1,0
39
Tabela 9 Representação do nível de dor na atividade funcional da mastigação, através de suas médias e medianas, para o grupo controle.
Tabela 10 Representação do nível de dor na atividade funcional da mastigação, através de suas médias e medianas, para o grupo laser.
Tempo Média DP Q1 Mediana Q3
0h 2,0 0,99 1,0 2,0 2,75
12h 2,3 1,18 1,25 2,0 3,0
24h 2,5 1,19 1,25 2,0 4,0
3dias 2,2 0,85 2,0 2,5 3,0
7dias 1,7 0,78 1,0 2,0 2,0
Tempo Média DP Q1 Mediana Q3
0h 1,5 0,68 1,0 1,0 2,0
12h 2,1 1,08 1,0 2,0 3,0
24h 2,4 1,27 1,25 2,0 3,0
3dias 2,3 1,34 1,0 2,0 3,0
7dias 1,3 0,74 1,0 1,0 1,75
40
Tabela 11 Representação do nível de dor na atividade funcional da fonação, através de suas médias e medianas, o grupo controle.
Tabela 12 Representação do nível de dor na atividade funcional da fonação, através de suas médias e medianas, para o grupo laser.
Tempo Média DP Q1 Mediana Q3
0h 1,5 0,19 1,0 1,0 2,0
12h 1,3 0,16 1,0 1,0 1,0
24h 1,4 0,18 1,0 1,0 2,0
3dias 1,2 0,11 1,0 1,0 1,0
7dias 1,1 0,06 1,0 1,0 1,0
Tempo Média DP Q1 Mediana Q3
0h 1,4 0,75 1,0 1,0 2,0
12h 1,5 0,75 1,0 1,0 2,0
24h 1,4 0,58 1,0 1,0 2,0
3dias 1,1 0,44 1,0 1,0 1,0
7dias 1,1 0,44 1,0 1,0 1,0
41
0
0,5
1
1,5
2
0h 12h 24h 3 dias 7 dias
Tempo
Nív
el d
e do
rControle
Laser
Gráfico 1 Representação Kruskal-Wallis do nível de dor em repouso, através de suas medianas,
para os grupos controle e laser, nos diferentes tempos analisados (p = 0,64 ao decorrer do tempo e p = 0,27 entre os grupos).
0
0,5
1
1,5
2
0h 12h 24h 3 dias 7 dias
Tempo
Nív
el d
e D
or
Contro leLaser
Gráfico 2 Representação Kruskal-Wallis do nível de dor na atividade funcional de mastigação,
através de suas medianas, para os grupos controle e laser, nos diferentes tempos analisados (p = 0,11 ao decorrer do tempo e p = 0,93 entre os grupos).
42
0
0,5
1
1,5
2
0h 12h 24h 3 dias 7 dias
Tempo
Nív
el d
e do
rControle
Laser
Gráfico 3 Representação Kruskal-Wallis do nível de dor na atividade funcional de fonação, através
de suas medianas para os grupos controle e laser, nos diferentes tempos analisados (p = 0,73 ao decorrer do tempo e p = 0,57 entre os grupos).
DISCUSSÃO
A caracterização da experiência dolorosa, por auxiliar na avaliação
sistematizada, é de grande importância em trabalhos científicos, pois transforma
dados subjetivos em categorias e números, permitindo análises mais
aprofundadas (MORLIN & LEMOS, 2005). Neste trabalho, foi utilizada a escala
visual analógica como forma de mensurar o nível de dor ou desconforto referido
pelos pacientes. Este método tem sua eficácia e validade comprovada em
diversos estudos (HUSKISSON & SCOTT, 1976; DOWNIE et al., 1978;
SRIWATANAKUL et al., 1983).
O grau de rotação dentária, a posição no sentido horizontal ou vertical dos
dentes vizinhos e a proximidade das raízes não foram avaliados nesta pesquisa
pois, em estudo realizado por JONES e RICHMOND, em 1985, não foi observada
qualquer relação entre estes aspectos e a resposta dolorosa.
43
Com o intuito de aprimorar o controle da dor durante o tratamento
ortodôntico, diversos recursos têm sido empregados, desde a utilização de fios
mais flexíveis, liberando forças mais leves sobre os dentes, até aparelhos para
fisioterapia, como o Tens (eletro-estimulação transcutânea), passando pelos
fármacos, a escolha mais comum durante décadas (ROTH & THRASH, 1986;
LAW et al., 2000; HASS, 2002). Erdinç e Dinçer (2004), ao avaliarem a percepção
dolorosa após a inserção do primeiro arco de alinhamento e nivelamento,
encontraram níveis de 55% de consumo analgésico. Contudo, nesta pesquisa,
apenas 2 pacientes (5%), dos gêneros masculino e feminino, relataram ter
utilizado algum tipo de medicamento, demonstrando que a dor, apesar de
presente, não foi elevada o suficiente para requerer o uso de analgésicos. Esses
pacientes pertenciam ao grupo que não sofreu aplicação do laser, corroborando a
idéia de que esta terapia pode auxiliar na redução da percepção dolorosa.
A ação do laser de baixa potência nos tecidos periodontais e nos dentes
tem sido grande coadjuvante no controle da dor na Odontologia (WALSH, 1997) e,
atualmente, tem crescido o interesse da comunidade ortodôntica por seu emprego,
já que o controle da dor sem o uso de analgésicos não está bem estabelecido na
literatura. O laser é uma modalidade terapêutica não invasiva, fácil de administrar
e sem efeitos colaterais (HARAZAKI et al., 1998). A terapia com laser inibe a ação
da enzima ciclooxigenase, interrompendo a conversão do ácido araquidônico em
prostaglandinas, aumenta a liberação de β-endorfinas ao nível do líquido
cefalorraquidiano e, também, atua como fator de equilíbrio do potencial da
membrana em repouso, dificultando a transmissão do estímulo doloroso
(GENOVESE, 2000). Para gerar estas alterações, a literatura afirma ser
44
necessária uma densidade de energia que varia de 1 a 5J/cm² (BASFORD, 1995;
CARNEVALLI et al., 2003; WERNECK et al., 2005). Neste trabalho, foi utilizada a
dose de 2J/cm², o que está de acordo com a dose habitual utilizada clinicamente.
Quando o tecido é irradiado, desta forma, introduz-se quantidade determinada de
energia no sistema biológico que, através de moléculas celulares fotorreceptoras
(citocromo), promove sua absorção e transformação (SOMMER et al., 2001).
De acordo com estudos prévios (NGAN et al., 1989; LIM et al., 1995), a
instalação de elásticos separadores promove desconforto ou dor. Neste trabalho,
é possível perceber a ocorrência de dor, em repouso e nas atividades funcionais
de mastigação e fonação, nos dois grupos avaliados e em todos os períodos de
tempo testados, como pode ser visualizado nas Tabelas 1 a 6. Bergius et al.
(2000) afirmam que não existe qualquer dor durante as primeiras 2 horas após a
inserção ou ativação de aparelhos ortodônticos e que, depois de seu início,
geralmente, dura aproximadamente 3 dias. Nesta pesquisa, contudo, pode-se
perceber que o maior nível de resposta dolorosa, tanto no grupo controle quanto
no grupo laser, esteve entre os períodos de 12 e 24 horas, diminuindo
consideravelmente até o sétimo dia. Estes achados estão de acordo com os
trabalhos de Ngan et al., 1989; Jones e Chan, 1992 e Scheurer et al., 1996, os
quais afirmam que o nível de desconforto tende a aumentar nas primeiras 24
horas após a instalação dos separadores e a diminuir até o sétimo dia.
Em relação ao gênero, considerando-se a amostra como um todo, 52,5%
dos pacientes eram do gênero feminino e 47,5% do gênero masculino. Contudo,
houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos (p = 0,003),
predominando o gênero feminino, no grupo controle (70%) e, o masculino, no
45
grupo laser (65%). Por outro lado, apesar de Teixeira (2001) afirmar que a
percepção dolorosa pode ser influenciada por diversos fatores, inclusive o gênero,
diversos autores (NGAN et al, 1989; JONES & CHAN, 1992; HARAZAKI &
ISSHIKI, 1997; FERNANDES et al., 1998; SERGL et al., 1998; ERDINÇ &
DINÇER, 2004) afirmam não haver correlação entre o gênero e o desconforto
durante o tratamento ortodôntico, fazendo com que este fato não pareça relevante
nos resultados desta pesquisa. Além disto, não houve em nenhum dos grupos e
em nenhum dos tempos, diferença estatisticamente significante entre os gêneros
(p > 0,15).
A literatura científica apresenta controvérsia quanto à influência da idade na
percepção dolorosa. Existem autores que acreditam como sendo das crianças o
maior índice de queixa sobre dor (MAJ et al., 1967). Outros afirmam que, devido
ao estágio do desenvolvimento em que se encontram, os adolescentes são os
mais susceptíveis (BROW & MOERENHOUT, 1991). Outro, ainda, que os adultos
possuem uma experiência de dor mais evidente (JONES, 1984) ou que não existe
diferença significativa entre a intensidade do desconforto e a idade. Nesta
pesquisa, a população estudada apresentou média de idade de 22,2 anos, não
havendo diferença estatisticamente significante na percepção da dor (p = 0,23)
entre o grupo controle (média de 20,65 anos) e laser (média de 23,75 anos).
Em relação à efetividade analgésica do laser durante o repouso, foi possível
observar a manutenção do nível da sensação dolorosa, desde o início até o sétimo
dia de avaliação, tanto nos pacientes que sofreram irradiação quanto no grupo
controle, como pode ser visto no Gráfico 1 (página 41). Contudo, ao se observar
as Tabelas 7 e 8 (página 38) é possível verificar que, quando se considera a
46
sensibilidade dolorosa média, ocorre discreta diminuição na mesma, embora não
significativa estatisticamente, nos pacientes que sofreram irradiação. Da mesma
forma, Harazaki e Isshiki (1997), que avaliaram, através de questionários,
pacientes fazendo uso do primeiro arco de alinhamento e nivelamento,
observaram, em alguns, redução da sensibilidade dolorosa com a irradiação,
porém não havendo diferença estatisticamente significante quando comparados
com os que não utilizaram o laser.
Na mastigação, como pode ser visto no Gráfico 2 (página 41), o uso do
laser promoveu retardo no início da sensação dolorosa, não promoveu alterações
nos períodos de 12 horas, 24 horas e 3 dias, e acarretou diminuição do nível de
dor aos 7 dias. Quando se observa as Tabelas 9 e 10 (página 39), pode-se
confirmar que a percepção da sensibilidade dolorosa foi menor, em média, no
grupo que sofreu a aplicação do laser. Estes achados contradizem os resultados
de Lim et al. (1995), que avaliaram a efetividade analgésica do laser de baixa
potência em 39 pacientes, após a instalação de separadores ortodônticos,
observando que o mesmo foi incapaz de promover alívio imediato da dor.
Quanto à fonação, o grupo laser apresentou o mesmo comportamento que
o grupo controle, como pode ser visto no Gráfico 3 (página 42). Quando se
observa as Tabelas 11 e 12 (página 40), pode-se verificar, pelas médias, apesar
de não representativa estatisticamente, que também houve grande semelhança
entre a percepção da sensibilidade dolorosa no grupo que sofreu a irradiação e o
grupo controle. Além disto, nota-se que 12 horas após a instalação dos
separadores elásticos, os pacientes que sofreram irradiação relataram maior
47
sensibilidade. Da mesma forma, Lim et al. (1995) encontraram leve aumento na
intensidade da dor no segundo e terceiro dias.
É importante para o ortodontista saber que a dor não é uma condução
simples de impulsos nocivos, via várias sinapses, para o córtex cerebral, onde é
sentido e concretizado como sensação dolorosa. O que é sentido como dor pode
nem mesmo surgir de uma excitação nociva. Contribuições de estímulos somato-
sensoriais que, normalmente, não seriam percebidos ou pelo menos não como
sensação dolorosa, podem ser sentidos como dor se as influências inibitórias não
forem efetivas (TEIXEIRA, 2001).
Sabe-se que a intensidade da sensação dolorosa é de caráter multifatorial,
envolvendo variáveis emocionais, cognitivas, motivadoras e de atenção. Esses
elementos modificam as sensações e afetam o limiar de dor. Dessa forma, o
fenômeno central de modulação da dor é um fator importante, esclarecendo a
enorme variação nesta experiência de indivíduo para indivíduo. Por outro lado,
como pode ser visto nesta pesquisa e em outros trabalhos (HARAZAKI e ISSHIKI,
1997; HARAZAKI et al., 1998), a terapia com laser de baixa intensidade pode vir a
corroborar no sentido de assegurar diminuição no número de queixas de dor ou
desconforto durante o tratamento ortodôntico, proporcionando maior aceitação do
mesmo. Porém, para que os resultados obtidos sejam mais significativos na clínica
ortodôntica, estudos adicionais são necessários, levando-se em consideração o
tipo de aparelho a ser utilizado, a dosagem e o sítio de aplicação, entre outros,
com o intuito de se estabelecer um adequado protocolo de utilização.
48
CONCLUSÃO
Diante do exposto, pode-se concluir que o laser de baixa intensidade
promoveu discreta redução, embora não significativa estatisticamente, na
percepção dolorosa, após a inserção dos elásticos separadores, na atividade
funcional de mastigação, não exercendo influência em repouso ou na fonação.
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53
4.2 ARTIGO 2
Utilização do laser de baixa intensidade na potencialização da movimentação
ortodôntica. Rogério Frederico Alves Ferreira Filho, Marcos Alan Vieira Bittencourt,
Antônio Luiz Barbosa Pinheiro. Artigo a ser traduzido e enviado para a revista
Photomedicine and Laser Surgery.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o aumento da intensidade de
movimentação dentária, em pacientes fazendo uso de separadores ortodônticos,
através da aplicação do laser de diodo de comprimento de onda de 790nm. Sabe-
se que o movimento dentário induzido ortodonticamente ocorre graças a um
mecanismo coordenado de absorção e deposição de tecido ósseo, resultante da
ação de mediadores químicos, os quais são liberados quando da aplicação de
uma força sobre a unidade dentária. Como a procura por meios que facilitem ou
potencializem a quantidade de movimento é a realidade atual, o laser de baixa
intensidade pode ser uma opção para a aceleração da remodelação óssea. Para a
realização desta pesquisa, foram selecionados 40 indivíduos adultos, de ambos os
54
gêneros, pacientes do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo
Soares Martins da Faculdade de Odontologia da UFBA, indicados para a
realização de tratamento ortodôntico. Os elásticos separadores foram inseridos
nos espaços interproximais mesial e distal do primeiro molar permanente superior
esquerdo. Em seguida, metade dos pacientes, escolhidos aleatoriamente, foram
submetidos à terapia com laser, sendo irradiados em duas sessões, cada uma
com 2J/cm² e, a outra metade, utilizada como grupo controle. A avaliação da
quantidade de movimentação dentária foi realizada por meio de um medidor de
espessura incremental. Após o período de sete dias, foi observada melhor
resposta de movimentação no grupo irradiado.
PALAVRAS-CHAVE: Laserterapia; dor; tratamento ortodôntico.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que o movimento dentário induzido ortodonticamente ocorre graças
à liberação de mediadores químicos, que gerenciam os fenômenos de absorção e
neoformação ósseas. Neste contexto, a procura por meios que possam facilitar ou
potencializar a movimentação ortodôntica é uma realidade atual. Essa aceleração
pode ser alcançada com a utilização de osteocalcina (HASHIMOTO et al., 2001)
ou através da aplicação local de prostaglandinas (YAMASAKI et al., 1984) ou
vitamina D (COLLINS & SINCLAIR, 1988; YAMAMOTO et al., 1992). Porém, a dor
e o desconforto durante a aplicação são os principais fatores inviabilizadores da
utilização destas substâncias.
55
Atualmente, têm-se estudado os efeitos do laser durante o tratamento
ortodôntico, pela possibilidade de proporcionar benefícios como a redução do
período de contenção, melhor estabilidade após expansão da sutura palatina
mediana e aumento da quantidade do movimento dentário (COOMBE, 2001).
Porém, é preciso um conhecimento profundo da atuação do laser a nível celular, o
que, segundo Carnevalli et al. (2003), é bastante contraditório.
Avaliando os efeitos biomoduladores do laser nas células, em recentes
pesquisas, foi possível observar eventos positivos como aumento do nível de
divisão celular, manutenção das células sob condição de deficiência nutricional,
com membrana e material genético mais preservados e ausência de sinais de
apoptose (PINHEIRO et al., 2002; CARNEVALLI et al., 2003; WERNECK et al.,
2005). Em cultura de células ósseas de ratos, foi possível observar que a
formação de osso ocorre através do aumento da proliferação celular,
principalmente da linhagem osteoblástica. No entanto, esses efeitos foram
observados apenas em células imaturas (OZAWA et al., 1998; JÚNIOR et al.,
2002; STEIN et al., 2005). Ozawa et al. (1998) ressalta que o mecanismo
responsável por esta formação óssea é mediado por fatores de crescimento,
citocinas e prostaglandinas. Já Combe et al. (2000), avaliando o efeito da terapia
com laser em osteoblastos, não observou atuação sobre a divisão e a proliferação
celulares.
Avaliando o comportamento do laser em animais com defeitos ósseos,
diversos estudos observaram aumento da quantidade de fibras colágenas e da
atividade osteoblástica, com formação evidente de osso trabeculado (GARCIA et
al., 1996; OZAWA et al., 1998; JÚNIOR et al., 2002). Além disso, Gerbi et al.
56
(2005), em experimento com animais, relataram que alcançaram melhor qualidade
de neoformação óssea no grupo que sofreu irradiação.
Pinheiro et al. (2003), em estudo experimental com animais, encontraram
aumento na produção de colágeno no grupo que sofreu irradiação. Sendo o
colágeno um importante componente da matriz óssea extra-celular, este aumento
é considerado um estímulo para o aumento da neoformação óssea.
Saito e Shimizu (1997) avaliaram a regeneração óssea em ratos submetidos
à expansão da sutura palatina, encontrando aumento de formação óssea no grupo
irradiado. Em relação à movimentação dentária, tem sido relatado que o laser
promove aceleração da deposição óssea no lado de tensão e aumento do número
de osteoclastos no lado de pressão, sugerindo um efeito estimulatório do laser
sobre o movimento dentário (SHIMIZU & KAWASAKI, 2000; SUN et al., 2001).
Como a terapia com o laser é simples, não causa injúria aos dentes ou
periodonto e não possui efeitos colaterais, Cruz et al. (2004) avaliaram
clinicamente, em 12 pacientes, a eficácia do laser de diodo sobre a distalização de
caninos, obtendo em seus resultados aceleração do movimento em todas as
unidades irradiadas. Porém, Limpanichkul et al. (2006), também avaliando em 12
pacientes sua eficácia sobre a distalização de caninos, não encontraram diferença
na movimentação dentária entre o grupo controle e o irradiado.
Devido aos poucos trabalhos clínicos existentes na literatura e à
necessidade de maiores investigações, este trabalho teve como objetivo avaliar a
efetividade do laser de diodo na potencialização da movimentação dentária, após
a instalação de separadores ortodônticos.
57
MATERIAL E MÉTODO
Para a realização desta pesquisa, foram selecionados 42 indivíduos
adultos, de ambos os sexos, pacientes do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial
Prof. José Édimo Soares Martins da Faculdade de Odontologia da Universidade
Federal da Bahia, indicados para a realização de tratamento ortodôntico. Todos os
componentes da amostra possuíam os primeiros molares permanentes superiores
irrompidos, livres de restaurações ou lesões cariosas interproximais e com contato
proximal bem estabelecido, em sua face mesial, com o segundo pré-molar e, em
sua face distal, com o segundo molar permanente. Este contato foi checado com
fio dental (Sanifill), sendo descartados os pacientes que apresentaram separação
espontânea nesta região. A seleção da amostra, bem como todos os
procedimentos clínicos, foram feitos por apenas um examinador. Obedecendo às
recomendações éticas, todos os pacientes concordaram com sua participação na
pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido que foi
elaborado para atender às normas do projeto (Anexo 1, página 78).
Para todos os pacientes, de acordo com o planejamento de tratamento,
estava indicada a colocação de anéis nos primeiros molares superiores. Desta
forma, uma semana antes da consulta prevista para a adaptação dos mesmos,
foram utilizados, nos espaços interproximais mesial e distal dos primeiros molares
permanentes superiores esquerdos, separadores ortodônticos Dentalastics X-Ray
Visible (Dentaurum), inseridos com o auxílio de dois segmentos de fio dental
(Sanifill). Foi solicitado aos pacientes que tivessem cuidado em relação à
manutenção dos separadores em posição, especialmente nos momentos da
higienização bucal. O paciente foi também instruído a, caso fosse necessária a
58
utilização de analgésico, relatar em que fase e de que tipo, sendo seus dados
posteriormente descartados das análises estatísticas.
Em seguida, foram criados dois grupos. Metade dos pacientes, escolhidos
aleatoriamente, foram submetidos à terapia com laser, e denominados grupo
laser. A outra metade não sofreu a aplicação do laser, sendo utilizada como grupo
controle. Foi utilizado o laser de diodo Kondortech (Laser Unit) de comprimento de
onda de 790nm, aplicado em duas sessões, sendo a primeira imediatamente após
a instalação dos separadores elásticos e, a segunda, 24 horas depois. A dose total
empregada, em cada sessão, foi de 2J/cm², dividida em quatro aplicações de
0,5J/cm² em cada ponto. Foram determinados dois pontos no processo alveolar
acima dos espaços interproximais mesial e distal do primeiro molar superior
esquerdo, de forma que correspondessem, aproximadamente, aos terços cervical
e apical das unidades adjacentes (Figura 1, página 58). As normas de proteção
para a utilização de laser na prática clínica, como utilização de óculos de proteção
tanto para os pacientes como os profissionais que estiveram no recinto onde o
laser foi aplicado, foram rigorosamente seguidas.
Figura 1 Sítios de aplicação do laser.
59
Os pacientes foram orientados a retornar após uma semana, quando os
separadores foram então removidos. O espaço interproximal foi higienizado com o
auxílio de fio dental (Sanifill) e água. Em seguida, a quantidade de separação foi
mensurada por meio de um medidor de espessura incremental idealizado para
este fim (Invisalign), calibrado para medições de 0,1mm, 0,2mm, 0,3mm, 0,4mm e
0,5mm, podendo ser visto na Figura 2.
Figura 2 Medidor de espessura incremental (Invisalign).
Após a aferição dos espaços, os pacientes foram encaminhados para a
instalação de seus acessórios ortodônticos, obedecendo ao planejamento de
tratamento pré-estabelecido. Os dados obtidos com a medição foram tratados
estatisticamente, inicialmente realizando-se uma análise descritiva dos resultados
e, em seguida, testando-se a normalidade dos valores (Teste de Kolmogorov-
Smirnov) para estabelecer coeficientes de correlação entre os mesmos (Teste de
Pearson e Anova).
RESULTADOS
Em relação à analise inferencial, primeiramente realizou-se o teste de
Kolmogorov-Smirnov para os valores referentes à quantidade de espaço
60
conseguido com a separação, nas porções mesial e distal, com o objetivo de
verificar se os mesmos poderiam ser considerados provenientes de uma
distribuição normal, validando o coeficiente de Pearson. Observou-se que, nas
duas regiões, os valores apresentaram distribuição normal (p = 0,15). Obteve-se,
então o coeficiente de correlação de Pearson para os afastamentos mesial (p =
0,008) e distal (p = 0,000), que podem ser observados no Gráfico 1 (página 60). A
correlação entre a quantidade de afastamento e a idade dos pacientes também foi
avaliada, podendo ser visualizada nos Gráficos 2 e 3 (páginas 60 e 61).
Gráfico 1 Quantidade de afastamento (mm) nos espaços interproximais mesial e distal nos grupos controle e laser.
Mesial Distal
61
Gráfico 2 Correlação entre afastamento mesial e a idade dos pacientes.
Gráfico 3 Correlação entre o afastamento distal e a idade dos pacientes.
Como as demais relações não puderam ser verificadas pelo coeficiente de
correlação de Pearson, foi realizado o teste da análise de variância (ANOVA), que
pode ser observado na Tabela 1.
62
Tabela 1 Quantidade de afastamento (mm) conseguido nos grupos avaliados
Grupo Controle Laser P valor-
ANOVA Mesial DP
0,253 0,103
0,272 0,085
F = 2,02 P = 0,16
Distal DP
0,265 0,097
0,325 0,054
F = 29,33 P = 0,000
DISCUSSÃO
O movimento dentário induzido ortodonticamente pode ser traduzido como
resultado da remodelação dos tecidos ósseo e periodontal. Segundo Frost (1985),
o primeiro evento para o início da remodelação óssea e o conseqüente movimento
dentário é a atividade dos osteoclastos. Contudo, pode-se afirmar que os tecidos
biológicos são pouco homogêneos do ponto de vista ótico. Assim, ao utilizar-se a
terapia com laser, deve-se ter em mente que toda radiação eletromagnética, ao
incidir sobre o tecido, pode ter uma parte absorvida e outra refletida. Segundo
Pinheiro (1998), a interação do laser com o tecido é determinada por fatores
inerentes ao laser, tais como a composição de seu meio ativo, o comprimento de
onda por ele determinado, a potência, a quantidade de energia depositada no
tecido e a forma de emissão do laser, bem como por fatores inerentes aos
componentes protoplasmáticos celulares do tecido. Para gerar estas alterações, a
literatura afirma ser necessária densidade de energia que varia de 1 a 5J/cm²
(BASFORD, 1995; CARNEVALLI et al., 2003; WERNECK et al., 2005). Quando o
tecido é irradiado desta forma, introduz-se uma quantidade determinada de
63
energia no sistema biológico que, através de moléculas celulares fotorreceptoras
(citocromo), promove absorção e transformação (SOMMER et al., 2001).
Neste trabalho foi utilizada a dose de 2J/cm², o que está de acordo com a
dose habitual utilizada clinicamente. Através desta, como pode ser visualizado na
Tabela 1 (página 62) e no Gráfico 1 (página 60), a instalação dos elásticos
separadores promoveu afastamento nos espaços interproximais mesial e distal,
tanto no grupo controle quanto no grupo laser. Além disto, foi possível verificar
que, embora estatisticamente significante apenas na região distal (p = 0,000), a
aplicação do laser foi efetiva em potencializar a movimentação em ambas as
regiões, passando de 0,253mm para 0,272mm, na região mesial, e de 0,265mm
para 0,325mm, na distal.
Este efeito está de acordo com diversos trabalhos experimentais de
remodelação óssea (COOMBE et al., 2001; JÚNIOR et al., 2002; PINHEIRO et al.,
2003), bem como com o trabalho clínico de Cruz et al. (2004), nos quais as doses
aplicadas giraram em torno de 1 a 5J/cm². Por outro lado, existem estudos, como
o de Shimizu e Kawasaki (2000), que utilizaram doses altíssimas (6000J/cm²),
conseguindo aumento de 30% a 40% na movimentação dentária em ratos.
Assim, embora ainda exista grande controvérsia quanto ao mecanismo de
atuação do laser sobre o movimento dentário, pode-se observar que houve
aumento de 0,19mm na região mesial e de 0,6mm na região distal, deixando claro
o efeito positivo do laser. Este benefício também foi verificado por Cruz et al.
(2004), que conseguiram melhora na resposta periodontal e na movimentação
ortodôntica na distalização de caninos. Por outro lado, Limpanichkul et al. (2006),
ao avaliar a distalização de caninos com e sem aplicação de laser, não encontram
64
efetividade em sua utilização. Segundo Combe et al. (2001), esta divergência
pode estar relacionada à inibição da produção de mediadores, como
prostaglandina e fatores de crescimento, promovida pelo laser, o que qualifica esta
modalidade de tratamento como controversa.
Teoricamente, outro fator que poderia comprometer a movimentação do
segundo molar e, consequentemente, o aumento do espaço na distal do primeiro
molar, seria a presença do terceiro molar superior esquerdo. Contudo, observou-
se que esta unidade esteve mais presente no grupo irradiado, com 55% dos
indivíduos apresentando-a na cavidade oral, que no grupo controle, com apenas
25%, o que vem comprovar o efeito positivo do laser na potencialização do
movimento dentário.
Em relação à idade, a população estudada apresentou média de 22,2 anos,
não havendo diferença estatisticamente significante (p = 0,23) entre os grupos
controle (média de 20,65 anos) e laser (média de 23,75 anos). Da mesma forma,
não houve diferença estatisticamente significante entre os valores obtidos, quando
comparados separadamente os gêneros masculino e feminino.
Assim, de acordo com os resultados deste trabalho, pode-se afirmar que o
laser de baixa intensidade parece ser uma ferramenta útil no sentido de
potencializar a movimentação ortodôntica. Desta forma, tornam-se necessários
estudos adicionais para definir as alterações promovidas pela irradiação, com o
objetivo de se determinar os protocolos de aplicação mais eficazes.
65
CONCLUSÃO
Diante do exposto, pode-se concluir que o laser de baixa intensidade foi
efetivo na potencialização do movimento dentário, após a inserção de separadores
elásticos, especialmente no espaço interproximal distal.
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68
5 CONCLUSÃO
Diante do exposto, pode-se concluir que:
5.1 O laser de baixa intensidade, promoveu discreta redução, embora não
significativa estatisticamente, na percepção dolorosa, após a inserção dos
elásticos separadores, na atividade funcional de mastigação, não exercendo
influência em repouso ou na fonação.
5.2 Quanto ao movimento dentário, o laser de baixa intensidade foi efetivo
na potencialização do mesmo, sendo estatisticamente significante no espaço
interproximal distal.
69
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78
Termo de consentimento livre e esclarecido
Avaliação clínica do laser de baixa potência após ativação ortodôntica
Você está sendo convidado(a) a participar voluntariamente de um trabalho de pesquisa que utilizará o aparelho de laser de baixa potência para diminuição de dor. Antes de concordar em participar desta pesquisa é importante que você leia este documento. Eu,................................................................................,fui procurado pelo Doutor Rogério Ferreira Filho, sobre o Projeto de pesquisa com título acima citado, coordenado pelo Prof. Marcos Alan Vieira Bittencourt na Faculdade de Odontologia. Você estará ajudando no desenvolvimento da pesquisa e na melhora do tratamento, permitindo benefícios futuro para si próprio e para outras pessoas. Você a qualquer momento poderá retirar-se do estudo, sem qualquer prejuízo para si ou na condução do seu tratamento ortodôntico. Os pesquisadores não estão sendo remunerados para a execução desta pesquisa, assim como os pacientes voluntários não receberão benefícios financeiros para a sua participação no mesmo. Declaro que minha participação na pesquisa é voluntária e que estarei contribuindo para a melhora do meu tratamento. Estou esclarecido de que minha recusa em participar do estudo ou a minha desistência no curso do mesmo não afetará a qualidade e a disponibilidade da minha assistência odontológica. Qualquer dúvida ou complicação que possa a vir acontecer durante esse estudo, poderei contactar com o Dr Rogério Ferreira Filho – Tel: (71) 96070540, ou o Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa, pelo Tel: (71) 32032740, ou no ambulatório Magalhães Neto. Como tenho dificuldades para ler o escrito acima, atesto também que o Dr Rogério Ferreira Filho, quando da leitura pausada desse documento, esclareceu todas minhas dúvidas e como dou minha concordância para participar do estudo, coloco abaixo a impressão do meu dedo polegar. Paciente / RG Representante Legal Data
Investigador Data
Anexo 1
79
R – repouso, M – mastigação, F – fala.
R M F
R M F
R M F
R M F
R M F
Universidade Federal da BahiaFaculdade de Odontologia
Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial
AVALIAÇÃO DO DESCONFORTO DURANTE O TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Nome:___________________________________ No: ___________ Data: ___/___/___ Clínica:_______________________ Sexo: _______ Data de nascimento: ___/___/___
Fase ( ) Separação (dente _____ ) ( ) Colagem superior ( ) Colagem inferior ( ) Arco inicial _____________ ( ) Arco retração ( ) Arco retangular _____________
Logo após a
consulta
12h após a
consulta
24h após a
consulta
Fez uso de analgésico nesse período? ( ) Não ( ) Sim – Qual?_________________________ Quando?_______________________
Responda marcando apenas uma alternativa para seu nível de desconforto:
Algum episódio de desconforto fora dos períodos relacionados abaixo? ( ) Não ( ) Sim – Quando?_________________________ Em que intensidade (utilize um símbolo)?____________
Anexo 2
7dias após a
consulta
3 dias após a
consulta
∪ ∪ ∪ ∪
∪ ∪ ∪ ∪
∪ ∪