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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA DIETAS COM REDUÇÃO PROTÉICA SUPLEMENTADAS COM ÁCIDO GLUTÂMICO PARA FRANGOS DE CORTE E POEDEIRAS COMERCIAIS ROSEANE MADEIRA BEZERRA AREIA-PB DEZEMBRO/2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA

DIETAS COM REDUÇÃO PROTÉICA SUPLEMENTADAS COM ÁCIDO

GLUTÂMICO PARA FRANGOS DE CORTE E POEDEIRAS COMERCIAIS

ROSEANE MADEIRA BEZERRA

AREIA-PB DEZEMBRO/2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA

DIETAS COM REDUÇÃO PROTÉICA SUPLEMENTADAS COM ÁCIDO

GLUTÂMICO PARA FRANGOS DE CORTE E POEDEIRAS COMERCIAIS

ROSEANE MADEIRA BEZERRA Zootecnista

AREIA-PB

DEZEMBRO/2012

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ROSEANE MADEIRA BEZERRA

DIETAS COM REDUÇÃO PROTÉICA SUPLEMENTADAS COM

ÁCIDO GLUTÂMICO PARA FRANGOS DE CORTE E

POEDEIRAS COMERCIAIS

Tese apresentada ao Programa de Doutorado Integrado em

Zootecnia, da Universidade Federal da Paraíba,

Universidade Federal Rural de Pernambuco e

Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do título de Doutor em Zootecnia.

Área de Concentração: Nutrição Animal

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Fernando Guilherme Perazzo Costa – Orientador Principal

Prof. Dr. Ednardo Rodrigues Freitas – Co-orientador

Profa. Dra. Patrícia Emilia Naves Givisiez – Co-orientador

AREIA-PB DEZEMBRO/2012

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

ROSEANE MADEIRA BEZERRA – Filha de Otávio Madeira Bezerra e Maria

da Conceição Madeiro Bezerra, nasceu no dia 13 de novembro de 1977 na cidade de

Fortaleza, no Estado do Ceará. Prestou o vestibular para o Curso de Zootecnia na

Universidade Federal do Ceará em 2002, onde se formou em Junho de 2007. Em março

de 2008 ingressou no Curso de Mestrado em Zootecnia desta referida universidade

sobre orientação do professor Dr. Ednardo Rodrigues Freitas, trabalhando com níveis de

cloro para Codornas Japonesas (Coturnix coturnix japônica) nas fases de crescimento e

produção, recebendo o título de Mestre em Zootecnia no dia 05 de fevereiro de 2010.

Em março de 2010 ingressou no Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia na

Universidade Federal da Paraíba, no Campus de Areia, onde defendeu sua Tese em

dezembro de 2012 sobre orientação do professor Dr. Fernando Guilherme Perazzo

Costa.

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"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,

mas na intensidade com que acontecem.

Por isso existem momentos inesquecíveis,

coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

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vi

(Fernando Pessoa)

À Deus, meu guia e confidente, que me orienta em

todos os momentos de minha vida e me ajuda, dando-me forças,

saúde e esperança para enfrentar os obstáculos da vida.

À minha família, pela compreensão das minhas

faltas, pelos conselhos, apoio e amizade. Tudo que sou e tudo

que aprendi é fruto dos ensinamentos e dedicação deles.

Ao meu noivo, Renato Andrade dos Santos, um

anjo enviado por Deus, sua presença enriquece cada momento

de minha vida. Agradeço com todo meu coração pelo seu

companheirismo, sua amizade, por toda a ajuda e dedicação, não

só nos experimentos, mas em todos os momentos que vivemos e

viveremos juntos, agradeço por trazer alegria e amor a minha

vida. Te amo!

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vii

Dedico

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus, por ter me conduzido e auxiliado a concluir mais essa

conquista em minha vida.

Aos meus pais, Otavio Madeira Bezerra e Maria da conceição Madeiro Bezerra

pelo incentivo, dedicação e amor que proporcionaram durante minha criação.

Aos meus irmãos, Elisângela, Rosângela, Elisiane e Otavio Filho, pela alegria e

inspiração oferecida em todos os momentos de convívio.

Ao meu noivo e companheiro, Renato Andrade dos Santos pela grande ajuda nos

experimentos e laboratório, pelo carinho, compreensão e todos os momentos

maravilhosos ao meu lado.

A família de meu noivo, que considero como minha; minha avó (DIDI),

Laudiene, minha sogrinha (Luciene), meu sogro (Reinaldo), cunhados (Walber e

Raniere) e minha cunhada (Jaqueline), eu agradeço muito, a força e amizade de todos.

Ao meu orientador, Prof. Fernando Guilherme Perazzo Costa, suas orientações e

amizade serão guardadas com muito carinho. Agradeço muito cada momento e

oportunidade que o senhor me ofereceu.

A Coordenação do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia (PDIZ) do

Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pela

oportunidade de fazer parte deste Curso que muito contribuiu para minha formação

como profissional.

Aos professores José Humberto Villar da Silva, Edilson Paes Saraiva, Jorge

Vitor Ludke, Wilson Moreira Dutra Junior, Germano Augusto Jerônimo do Nascimento,

Patrícia Araújo Brandão e Janete Gouveia de Souza pela participação e pelas valiosas

contribuições para a melhoria no exame de Qualificação e na Defesa da Tese.

Ao prof. Ricardo Romão Guerra e seus alunos pela ajuda nos abates e

contribuição nas análises de histologia dos experimentos com frangos e poedeiras,

sempre presente e oferecendo total apoio.

A coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES) pela

concessão da bolsa de estudo.

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viii

A Ajinomoto Animal Nutrition, pela contribuição nas pesquisas, análises

laboratoriais e participação em eventos científicos.

Aos professores do PPGZ, que contribuíram para meu aprendizado durante esse

período, seja em sala de aula, com as disciplinas cursadas, e também fora de sala.

A secretária do PPGZ, Graça, pela amizade, pelo carinho e auxilio nas

dificuldades.

Aos funcionários do CEPEC, D. Carmem e Damião, pela amizade, carinho e

receptividade.

Aos funcionários do Setor de Avicultura, Ramalho e Josivaldo (Josa), que me

ajudaram nas preparações de rações, abate e montagem de galpão, a colaboração de

vocês foi essencial para o sucesso dos experimentos. Ao Roberto da apicultura pelo

auxílio e paciência nos abates.

Aos funcionários do Laboratório de Nutrição Animal, José Alves, José Sales,

Antônio (Duelo) e Antônio Costa, pela atenção e colaboração nas análises laboratoriais.

Aos amigos e colegas da Pós-Graduação, em especial a Geovânia Canafístula,

Ariane Loudemilla Silva, Raffaella Castro e Valéria Rodrigues, pelo carinho, apoio e

amizade nesses bons momentos compartilhados.

Aos amigos do Grupo de Estudos em Tecnologia Avícola (GETA) que me

ajudaram nos experimentos de campo; Cleber, Valéria, Ismael, Milka, Raffaella, Bruno,

Guilherme, Ana Paula, Luzia, Lavoisier, Clariana, Anilma, Leonilson, Gil, Danilo,

Rafael, Sarah, Matheus, Marcelo e Pessoa, muito obrigada a todos vocês.

Ao companheirismo e amizade de Valéria Rodrigues e sua família (Sra. Maria,

Sr. Benjamim, Vitória e Roberto) que me ajudaram muito apesar do pequeno período de

tempo que nos conhecemos, vocês estarão sempre em meu coração.

A Claudia Goulart por sua amizade, orientação e contribuição nos experimentos,

mesmo ocupada sempre estava contribuindo de alguma forma, muito obrigada

Claudinha.

Enfim eu quero agradecer a todos os que foram citados e aos que não foram, mas

que de alguma maneira contribuíram com mais essa conquista em minha vida, obrigada!

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SUMÁRIO

Página

Lista de Tabelas.............................................................................................. xi

Lista de Figuras............................................................................................... xv

Resumo Geral.................................................................................................. xix

Abstract........................................................................................................... xxi

Considerações Iniciais.................................................................................... 01

Capítulo 1- Referencial Teórico...................................................................... 03

Introdução.................................................................................................... 04

Revisão de Literatura................................................................................... 06

Redução protéica.......................................................................................... 06

Importância da suplementação de aminoácidos não essenciais................... 08

Glutamato na dieta....................................................................................... 10

Glutamato como nutriente para o sistema imunológico............................... 13

Considerações Finais................................................................................... 16

Referências Bibliográficas........................................................................... 17

Capítulo 2 - Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução

protéica para frangos de corte.........................................................................

22

Resumo........................................................................................................ 23

Abstract........................................................................................................ 25

Introdução.................................................................................................... 27

Material e Métodos...................................................................................... 28

Resultados e Discussão................................................................................ 36

Conclusão..................................................................................................... 51

Referências Bibliográficas........................................................................... 52

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x

Capítulo 3 – Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados em

dietas com redução protéica para frangos de corte......................................... 57

Resumo........................................................................................................ 58

Abstract........................................................................................................ 60

Introdução.................................................................................................... 62

Material e Métodos...................................................................................... 63

Resultados e Discussão................................................................................ 71

Conclusão..................................................................................................... 82

Referências Bibliográficas........................................................................... 83

Capítulo 4 - Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução

protéica para poedeiras semipesadas.............................................................. 86

Resumo........................................................................................................ 87

Abstract........................................................................................................ 88

Introdução.................................................................................................... 89

Material e Métodos...................................................................................... 90

Resultados e Discussão................................................................................ 96

Conclusão..................................................................................................... 105

Referências Bibliográficas........................................................................... 106

Capítulo 5 - Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados com

redução protéica em dietas para poedeiras leves............................................ 109

Resumo........................................................................................................ 110

Abstract........................................................................................................ 111

Introdução.................................................................................................... 112

Material e Métodos...................................................................................... 113

Resultados e Discussão................................................................................ 119

Conclusão..................................................................................................... 137

Referências Bibliográficas........................................................................... 138

Conclusão Final.............................................................................................. 143

Considerações Finais...................................................................................... 144

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xi

LISTA DE TABELAS

Capítulo 2 - Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução protéica para

frango de corte

Página

1. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na

fase pré inicial (1-7 dias de idade)............................................................. 30

2. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na

fase inicial (8-21 dias de idade).................................................................. 31

3. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na

fase de crescimento (22-35 dias de idade)................................................. 32

4. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na

fase final (36-45 dias de idade).................................................................. 33

5. Efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, peso final, ganho de

peso e conversão alimentar de frangos de corte em todas as fases de

criação........................................................................................................ 36

6. Médias de consumo de ração durante os três dias de coleta de excreta, do

nitrogênio consumido, excretado, retido e eficiência de retenção de

nitrogênio de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade, e a média do

nível sérico de ácido úrico dos frangos aos 45 dias de idade..................... 40

7. Médias do peso vivo, peso e rendimento de carcaça e partes nobres

(peito, coxa e sobrecoxa) dos frangos aos 45 dias de idade, em função

dos tratamentos........................................................................................... 44

8. Médias do peso do fígado, moela, coração, gordura celomática e relação

fígado/carcaça, moela/carcaça, coração/carcaça e gordura

celomática/carcaça dos frangos de corte abatidos aos 45 dias de idade..... 47

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xii

LISTA DE TABELAS

Capítulo 3 - Ácido glutâmico suplementado em dietas de frango de corte com

redução protéica

Página

1. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na

fase pré-inicial (1-7 dias de idade)............................................................. 65

2. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na

fase inicial (8-21 dias de idade).................................................................. 66

3. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na

fase de crescimento (22-35 dias de idade)................................................. 67

4. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na

fase final (36-42 dias de idade).................................................................. 68

5. Efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, peso final, ganho de

peso e conversão alimentar de frangos de corte em todas as fases de

criação........................................................................................................ 71

6. Médias de consumo de ração durante os três dias de coleta de excreta, do

nitrogênio consumido, excretado, retido e eficiência de retenção de

nitrogênio de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade, e a média do

nível sérico de ácido úrico dos frangos aos 45 dias de idade..................... 74

7. Médias do peso vivo, peso e rendimento de carcaça e partes nobres

(peito, coxa e sobrecoxa) dos frangos aos 45 dias de idade, em função

dos tratamentos………………………………………………………… 77

8. Médias do peso do fígado, moela, coração, gordura celomática e relação

fígado/carcaça, moela/carcaça, coração/carcaça e gordura

celomática/carcaça dos frangos de corte abatidos aos 45 dias de idade..... 80

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xiii

LISTA DE TABELAS

Capítulo 4 - Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução protéica para

poedeiras semipesadas

Página

1. Composição percentual e nutricional das dietas para poedeiras

semipesadas em fase de postura................................................................. 92

2. Efeito dos tratamentos sobre o peso final, consumo de ração,

produção de ovos, peso do ovo, massa do ovo, conversão por massa e

por dúzia de ovos produzidos pelas poedeiras semipesadas em

postura........................ 96

3. Efeito dos tratamentos sobre a gravidade específica, porcentagem de

casca, gema e albúmen e as Unidades Haugh dos ovos de poedeiras

semipesadas................................................................................................ 98

4. Médias do nitrogênio consumido, nitrogênio excretado, nitrogênio

retido, eficiência de retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido úrico

das poedeiras semipesadas......................................................................... 100

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xiv

LISTA DE TABELAS

Capítulo 5 - Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados com redução

protéica em dietas para poedeiras leves

Página

1. Composição percentual e nutricional das dietas para poedeiras leves em

fase de postura............................................................................................ 115

2. Efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, produção de

ovos, peso do ovo, massa do ovo, conversão por massa e por dúzia de

ovos produzidos pelas poedeiras leves em

postura............................................. 119

3. Efeito dos tratamentos sobre a gravidade específica, porcentagem de

casca, gema e albúmen dos ovos de poedeiras leves............................... 121

4. Médias do nitrogênio consumido, nitrogênio excretado, nitrogênio

retido, eficiência de retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido úrico

das poedeiras leves..................................................................................... 123

5. Efeito dos tratamentos sobre o peso final, peso da carcaça, peso da

gordura celomática, peso do fígado, relação gordura celomática/carcaça

e fígado/carcaça das poedeiras leves em produção.................................... 127

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xv

LISTA DE FIGURAS

Capítulo 2 - Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução protéica para

frangos de corte

Página

1. Consumo de ração e ganho de peso de frangos de 1 a 45 dias de idade.... 38

2. Consumo de ração, nitrogênio consumido, excretado, retido, eficiência

de retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido úrico dos frangos de

corte............................................................................................................ 43

3. Peso vivo, rendimento de carcaça e sobrecoxa de frangos abatidos aos

45 dias de idade.......................................................................................... 46

4. Peso de fígado, gordura celomática e relação gordura

celomática:carcaça de frangos abatidos aos 45 dias de idade.................... 48

5. Fotomicrografias representativas de fígados de frangos em diferentes

tratamentos com adição de ácido glutâmico na dieta. A) Tratamento

controle; B) Tratamento com suplementação de glutamato com mesmo

teor do controle; C) Tratamento com suplementação de 2% de

glutamato excedente ao controle. Coloração de hematoxilina-eosina.

Barra: 300 micrômetros.............................................................................. 49

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xvi

LISTA DE FIGURAS

Capítulo 3 - Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados em dietas

com redução protéica para frangos de corte

Página

1. Consumo de ração e ganho de peso de frangos de 1 a 42 dias de idade.... 73

2. Consumo de ração, nitrogênio consumido, excretado, retido,

eficiência de retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido úrico dos

frangos de

corte............................................................................................................ 76

3. Peso vivo, peso de carcaça, peso de peito e rendimento de sobrecoxa de

frangos abatidos aos 42 dias de idade........................................................ 79

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xvii

LISTA DE FIGURAS

Capítulo 4 - Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução protéica para

poedeiras semipesadas

Página

1. Produção de ovos, peso de ovo e conversão por dúzia de ovos de

poedeiras semipesadas............................................................................... 97

2. Nitrogênio consumido, retido e nível sérico de ácido úrico de

poedeiras

semipesadas................................................................................................ 102

3. Fotomicrografias de magno de poedeiras semipesadas sob diferentes

dietas (T1 - 17% PB; T2 - 15,5% PB; T3 - 14% PB; T4 - 15,17% PB +

2,982% glutamato; T5 - 15,74% PB + 3,982% glutamato; T6 - 16,32%

PB + 4,982% glutamato.). A) fotomicrografia representando os magnos

dos animais dos tratamentos 1, 2 e 3. B) fotomicrografia representando

os magnos dos animais dos tratamentos 4, 5 e 6. Coloração de

hematoxilina-eosina. Barra: 1 mm............................................................. 103

4. Fotomicrografias do intestino de poedeiras semipesadas sob diferentes

dietas (T1 - 17% PB, T2 - 15,5% PB, T3 - 14% PB, T4 - 15,17% PB +

2,982% glutamato, T5 - 15,74% PB + 3,982% glutamato, T6 - 16,32%

PB + 4,982% glutamato). A) fotomicrografia representando as

vilosidades intestinais dos animais dos tratamentos 1, 2 e 3. B)

fotomicrografia representando as vilosidades intestinais dos animais dos

tratamentos 4, 5 e 6. Coloração de periodic acid Schiff. Barra: 100 µm... 104

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xviii

LISTA DE FIGURAS

Capítulo 5 - Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados com redução

protéica em dietas para poedeiras leves

Página

1. Nitrogênio consumido, excretado, eficiência de retenção de nitrogênio e

nível sérico de ácido úrico de poedeiras leves........................................... 126

2. Peso de carcaça e de gordura celomática em poedeiras leves.................... 129

3. Fotomicrografia representativa do fígado encontrado em todos os

tratamentos. Coloração de periodic acid Schiff (PAS). Barra: 200µm...... 130

4. Fotomicrografias de intestino de poedeiras leves sob diferentes

tratamentos com redução de proteína e suplementação com ácido

glutâmico. A) Tratamento 1; B) Tratamento 2; C) Tratamento 3; D)

Tratamento 4; E) Tratamento 5; F) Tratamento 6. Coloração de PAS.

Barra: 200µm............................................................................................. 131

5. Fotomicrografias de magno de poedeiras leves sob diferentes

tratamentos com redução de proteína e suplementação com ácido

glutâmico. A) Tratamento 1. B) Tratamento 2. C) Tratamento 3. D)

Tratamento 4. E) Tratamento 5. F) Tratamento 6. Coloração de PAS.

Barra: 1mm................................................................................................. 133

6. Fotomicrografias de magno de poedeiras leves sob diferentes

tratamentos com redução de proteína e suplementação com ácido

glutâmico. A) Tratamento 1. B) Tratamento 2. C) Tratamento 3. D)

Tratamento 4. E) Tratamento 5. F) Tratamento 6. Coloração de

hematoxilina-eosina. Barra: 400µm........................................................... 133

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xix

7. Fotomicrografias de úteros de poedeiras leves sob diferentes

tratamentos com redução de proteína e suplementação com ácido

glutâmico. A) Tratamento 1. B) Tratamento 2. C) Tratamento 3. D)

Tratamento 4. E) Tratamento 5. F) Tratamento 6. Coloração de periodic

acid Schiff (PAS). Barra: 1mm.................................................................. 135

DIETAS COM REDUÇÃO PROTÉICA SUPLEMENTADAS COM ÁCIDO

GLUTÂMICO PARA FRANGOS DE CORTE E POEDEIRAS COMERCIAIS

RESUMO GERAL

Durante muitos anos, as dietas para aves foram formuladas com base na proteína

bruta, e isso resultava em dietas com um conteúdo de aminoácidos superiores ou em

desequilíbrio em relação ao exigido pelos animais. Com a redução dos custos dos

aminoácidos sintéticos e, portanto, após sua viabilidade econômica, as dietas puderam

ser formuladas com base em aminoácidos essenciais, com um menor nível protéico, e

com aminoácidos mais próximos às necessidades das aves. Contudo, a redução protéica

de forma inadequada pode provocar um desbalanceamento de aminoácidos não

essenciais induzindo a uma redução do crescimento animal, podendo comprometer a

deposição de tecido magro e, conseqüentemente, direcionar calorias para o tecido

adiposo. A presente tese foi realizada com o objetivo de avaliar os efeitos da

suplementação de ácido glutâmico em dietas com redução protéica, suplementadas com

aminoácidos essenciais para frangos de corte e poedeiras comerciais. Dessa forma,

quatro experimentos foram conduzidos, utilizando dietas à base de milho e farelo de

soja. No primeiro estudo, foram avaliados o efeito da redução protéica e suplementação

de L-glutamato em rações para frangos de corte. Verificou-se que a ração controle e com

redução de 1,8% da PB apresentou as maiores médias de ganho de peso em relação aos demais

tratamentos. No balanço de nitrogênio, a ração controle, com redução protéica e as duas

primeiras rações suplementadas com glutamato promoveram as menores médias de nitrogênio

excretado, em relação ao tratamento com maior suplementação de glutamato. A ração com 2%

de glutamato excedente ao controle apresentou o maior rendimento de carcaça em relação aos

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xx

tratamentos controle, com redução de 1,8% de PB e suplementado com o mesmo teor de

glutamato controle. Os menores pesos de gordura ocorreram no controle e com suplementação

de glutamato. Dessa forma, recomendando-se o tratamento com 2% de glutamato excedente ao

controle. No segundo estudo, avaliou-se o efeito da suplementação seqüencial dos

aminoácidos limitantes com redução protéica, e L-glutamato para frangos de corte.

Verificou-se que o melhor resultado de desempenho de 1 a 42 dias de idade, ocorreu

com a ração controle em relação à ração com redução PB + arginina. Sendo que, os

menores valores de nitrogênio excretado foram dos tratamentos com 19,16% de PB +

isoleucina e com 17,85% de PB + arginina em relação aos demais tratamentos. Para

peso vivo, peso de carcaça e peso de peito, observa-se que o tratamento controle

apresentou maiores médias em relação ao tratamento com 16,77% de PB + arginina.

Desta forma, recomenda-se a controle que apresentou o menor teor de ácido úrico no

sangue e os melhores resultados de ganho de peso, peso vivo, peso de carcaça e peso de

peito para os frangos de corte de 1 a 42 dias de idade em relação à ração com redução

de PB + arginina. No terceiro estudo, foram avaliados o efeito da redução protéica e a

suplementação de L-glutamato em rações para poedeiras semipesadas em produção.

Verificou-se que os melhores resultados de desempenho ocorreram com 15,17% PB +

2,982% de glutamato. Histologicamente foram observados efeitos positivos no intestino

e magno nos tratamentos com suplementação de glutamato. Dessa forma, os melhores

resultados para poedeiras semipesadas na fase de produção ocorreram com 15,17% PB

+ 2,982% de glutamato. No quarto estudo, foram avaliados o efeito da suplementação

seqüencial dos aminoácidos limitantes com redução protéica e L-glutamato para

poedeiras leves em produção. Verificou-se que a redução protéica e a suplementação de

L-glutamato não afetaram as variáveis de desempenho e qualidade de ovo, mostrando

que a redução protéica é eficaz, pois promoveu as mesmas condições de desempenho e

qualidade de ovo que a dieta controle. Histologicamente foram observadas alterações

morfológicas no intestino, magno e útero das poedeiras leves. Dessa forma, a ração com

14,87% PB + DL-Metionina + L- Isoleucina + L-Lisina + L- Valina, L- Triptofano

promoveu os melhores condições para as poedeiras leves na fase de produção.

Palavras-chaves: ácido úrico, aminoácido não essencial, exigência nutricional,

excreção, formulação de ração, nitrogênio

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PROTEIN DIETS WITH REDUCTION FOR SUPPLEMENTED WITH ACID

GLUTAMIC BROILER AND COMMERCIAL LAYERS

ABSTRACT

For many years, the poultry diets were formulated based on protein, and this

resulted in diets with a higher content of amino acids or imbalance in relation to that

required by the animals. With the reduced cost of synthetic amino acids and, therefore,

after its economic viability, diets could be formulated on the basis of essential amino

acids, with a lower protein level, and amino acids closer to the needs of the birds.

However, the reduction in protein improperly can cause an imbalance of essential amino

acids leading to a reduction in animal growth, which could compromise the deposition

of lean tissue and consequently direct calories for fat. This thesis was carried out to

evaluate the effects of glutamic acid supplementation in reducing protein diets

supplemented with essential amino acids for broilers and laying hens. Thus, four

experiments were conducted using diets based on corn and soybean meal. In the first

study, we evaluated the effect of reducing protein and supplementation of L-glutamate

in diets for broilers. It was found that the control diet and decreased 1.8% CP had the

highest mean weight gain compared to other treatments. In nitrogen balance, the control

diet with reduced protein and the first two diets supplemented with glutamate promoted

the lowest averages of nitrogen excreted, compared to treatment with higher glutamate

supplementation. The ration of 2% over the control of glutamate had the highest carcass

yield compared to control treatment, a reduction of 1.8% CP and supplemented with the

same level of glutamate control. The lower weight of fat occurred in control and

glutamate supplementation. Thus, recommending treatment with 2% excess of

glutamate to control. In the second study, we evaluated the effect of supplementation

with limiting amino acid sequence of the protein reduction, and L-glutamate for

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broilers. It was found that the best result of performance of 1 to 42 days of age occurred

in the control diet compared to the diet with reduced CP + arginine. Since, the lowest

values were excreted nitrogen treatments with 19.16% CP + isoleucine and 17.85% CP

+ arginine compared to other treatments. To live weight, carcass weight and breast

weight, it is observed that the control treatment had higher averages in relation to

treatment with 16.77% CP + arginine. Thus, it is recommended that the control had the

lowest levels of uric acid in the blood and the best results in weight gain, live weight,

carcass weight and breast weight for broilers from 1 to 42 days of age the diet with

reduced CP + arginine. In the third study, we evaluated the effect of reducing protein

and supplementation of L-glutamate in diets for laying hens in production. It was found

that the best performance occurred 15.17% CP + 2.982% glutamate. Histologically

positive effects were observed in the intestine and magnum in treatments supplemented

with glutamate. Thus, the best results for laying hens in production occurred with

15.17% CP + 2.982% glutamate. In the fourth study, we evaluated the effect of

supplementation with sequential reduction of the limiting amino acids and protein L-

glutamate for laying hens in production. It was found that reducing protein and

supplementation of L-glutamate did not affect the variables of performance and egg

quality, showing that reducing protein is effective because it promoted the same

conditions of performance and egg quality than the control diet. Histologically

morphological changes were observed in the intestine, uterus and magnum of laying

hens. Thus, diet with 14.87% CP + DL-Methionine + L-Isoleucine + L-Lysine + L-

Valine + L-Tryptophan promoted better conditions for hens in production.

Keywords: uric acid, nonessential amino acid, nutritional requirement, excretion, diet

formulation, nitrogen

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A proteína é um dos nutrientes mais importantes na formulação das rações, além

de apresentar várias funções vitais para o organismo ela também influencia no

desempenho das aves, e na qualidade dos produtos (carne e ovos). Dessa forma, o nível

protéico das rações deve fornecer uma quantidade ideal de proteína para atender às

exigências em aminoácidos que as aves necessitam, considerando as fases de criação e

se estas são destinadas para corte ou postura (leve ou semipesada).

Antigamente as rações para aves eram formuladas com base na proteína bruta,

gerando um excesso de nitrogênio excretado e um gasto energético desnecessário ao

desenvolvimento animal, podendo ocasionar uma redução no apetite e

conseqüentemente no ganho de peso, sendo desfavorável ao produtor. Contudo, hoje

sabemos que a exigência de proteína das aves é na realidade exigência de aminoácidos.

Com esta informação e com o desenvolvimento das indústrias de aminoácidos

sintéticos, as rações passaram a ser formuladas com base em aminoácidos essenciais e

desta forma, o nível de proteína bruta foram reduzidos.

Muitos trabalhos ainda buscam saber quanto de proteína bruta pode ser reduzida

sem prejudicar o desempenho dos animais, visto que, com a redução protéica, ocorre

também à redução dos compostos nitrogenados para formação de aminoácidos não

essenciais, levando a uma situação, onde os aminoácidos não essenciais escassos no

organismo serão sintetizados a partir dos aminoácidos essenciais oriundos da ração

fornecida ao animal.

Os aminoácidos são divididos em essenciais e não essenciais. Os primeiros não

são sintetizados em quantidades suficientes ao atendimento das exigências dos animais,

sendo necessário o seu fornecimento na dieta, enquanto que, os não essenciais são

sintetizados no organismo das aves a partir de precursores nitrogenados, e desta forma,

não apresentam a necessidade de ser fornecido na dieta. No entanto, são tão essenciais

ao bom funcionamento do organismo quanto os aminoácidos essenciais.

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O L-Glutamato é uma fonte sintética de aminoácido não essencial que apresenta

grandes funções no sistema imune e no metabolismo do nitrogênio, exerce um papel

chave na transaminação (transferência do grupo amino para o α-cetoglutarato) e

desaminação (liberação do grupo amino como amônia livre) de aminoácidos. Este

aminoácido também é considerado por vários autores como uma fonte eficiente de

nitrogênio não específico, capaz de melhorar o desempenho, diminuir a incidência de

problemas de pernas, e espera-se que influencie melhorando a qualidade de carne e ovos

nas aves.

Sabendo disto, no primeiro capítulo deste trabalho serão abordados assuntos como

o uso da redução protéica na ração, a importância da suplementação dos aminoácidos

não essenciais em rações com redução protéica, o uso do glutamato como fonte de

aminoácido não essencial na dieta e as interações entre o glutamato e o sistema imune

das aves.

O segundo capítulo apresenta um experimento para avaliar o efeito da redução

protéica e suplementação de L-Glutamato em rações para frangos de corte de 1 a 45 dias

de idade sobre o desempenho, qualidade de carcaça, balanço de nitrogênio, teor de ácido

úrico no soro e análise histológica do fígado e duodeno.

O terceiro capítulo apresenta um experimento para avaliar o efeito da

suplementação seqüencial dos aminoácidos limitantes com redução protéica e L-

Glutamato para frangos de corte de 1 a 42 dias de idade sobre o desempenho, qualidade

de carcaça, balanço de nitrogênio, teor de ácido úrico no soro e análise histológica do

fígado e duodeno.

O quarto capítulo apresenta um experimento para avaliar o efeito da redução

protéica e a suplementação de L-glutamato em rações para poedeiras semipesadas sobre

o desempenho, qualidade de ovos, balanço de nitrogênio, teor de ácido úrico no soro e

análise histológica do fígado e duodeno.

O quinto capítulo apresenta um experimento para avaliar o efeito da

suplementação seqüencial dos aminoácidos limitantes com redução protéica e L-

Glutamato para poedeiras leves sobre o desempenho, qualidade de ovos, balanço de

nitrogênio, teor de ácido úrico no soro e análise histológica do fígado e duodeno.

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CAPÍTULO 1

Referencial Teórico

Dietas com Redução Protéica Suplementadas com Ácido Glutâmico

para Frangos de Corte e Poedeiras Comerciais

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Dietas com Redução Protéica Suplementadas com Ácido Glutâmico para Frangos

de Corte e Poedeiras Comerciais

INTRODUÇÃO

A indústria avícola tem apresentado um progresso contínuo, fruto da contribuição

científica e tecnológica das áreas de nutrição e de melhoramento genético. Entretanto,

para que o máximo potencial genético de frangos de corte e poedeiras comerciais seja

alcançado, a constante atualização das exigências nutricionais, dos valores de

composição química dos alimentos e dos programas de alimentação empregados é de

extrema importância (Rostagno et al., 2002).

Nesse contexto, as proteínas ganham ênfase por serem nutrientes essenciais para

as aves, elas estão relacionadas aos processos vitais do organismo, tais como a formação

de tecidos, de enzimas e de hormônios, entre outros (Leeson; Summers, 2001). Em

segundo plano, serão usadas como fonte de energia, onde o esqueleto carbônico dos

aminoácidos será encaminhado para o ciclo do ácido cítrico e grupo amino eliminado na

forma de uréia ou ácido úrico (Nelson; Cox, 2005).

Antigamente, as dietas das aves eram formuladas com base em proteína bruta, o

que poderia resultar em grandes perdas, tanto energéticas quanto econômicas,

principalmente quando ocorria desbalanceamento entre aminoácidos. Atualmente,

recomenda-se formular dietas com aminoácidos na proporção ideal, de modo que não

existam deficiências ou excessos (Campestrini et al., 2008). Visto que, as aves não têm

requerimentos nutricionais para proteína bruta, e sim para cada um dos aminoácidos

essenciais constituintes das proteínas e uma quantidade de nitrogênio suficiente para a

biossíntese de aminoácidos não essenciais (Costa; Goulart, 2010).

Dessa forma, a redução protéica vem sendo cada dia mais utilizada pelos

pesquisadores, além de ser vista como uma das vias de possível melhoria dos custos de

produção. O nível de proteína bruta da ração passou a ser definido como o nível ótimo

para responder as necessidades das aves em aminoácidos, considerando o custo dos

ingredientes usados na formulação e o valor das carnes produzidas (Sabino et al., 2004).

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Sendo assim, várias pesquisas apontam a redução protéica, com suplementação de

aminoácidos essenciais na dieta, como uma ferramenta para melhorar o desempenho e

reduzir a excreção de nitrogênio para o ambiente, desde que esta redução não

comprometa o fornecimento de nitrogênio para a síntese de aminoácidos não essenciais.

Alguns estudos demonstram que a suplementação de aminoácidos não essenciais na

dieta também é utilizada como recurso para melhorar o desempenho das aves, evitando

que aminoácidos essenciais sejam utilizados para sua síntese, aumentando, assim, a

síntese protéica (Costa; Goulart, 2010) e provocando redução do crescimento, podendo

comprometer a deposição de tecido magro e, conseqüentemente, direcionar calorias para

o tecido adiposo (Dahiya et al., 2005).

Um exemplo típico de gasto de aminoácidos essenciais é o caso da metionina. A

cisteína (não essencial) pode ser substituída totalmente pela metionina, no entanto, esta

reação é irreversível (Bertechini, 2004). Portanto, a restrição de cisteína na dieta deve

ser compensada por um aumento na ingestão de metionina (Motta, 2003).

Dentre os aminoácidos não essenciais, o que apresenta grande potencial para ser

utilizado sinteticamente em dietas para frangos de corte está o ácido glutâmico. Este

aminoácido não essencial é importante para a manutenção da mucosa intestinal, por ser

fonte de energia para o turnover da mucosa, por intermédio do ATP produzido a partir

do ciclo de Krebs; é fonte de nitrogênio para a síntese de outros aminoácidos e

compostos nitrogenados; e precursor da glutationa (Berres et al, 2010). A glutationa é

um tripeptídeo composto por ácido glutâmico, glutamina e glicina que atua na matriz

mitocondrial e citosol como um antioxidante para a proteção de células contra o estresse

oxidativo causado por peróxidos (Cawthon et al., 1999; Wang et al., 1997).

O ácido L-glutâmico também é considerado uma fonte eficiente de nitrogênio não

específico capaz de promover o desenvolvimento e o crescimento, melhorar o

desempenho, diminuir a incidência de problemas de pernas e a mortalidade em aves de

corte (Silva et al., 2001a).

Assumindo que os aminoácidos não essenciais podem estar sendo um fator

limitante em dietas com baixo teor de proteína bruta, objetivou-se com este trabalho

abordar os aspectos da redução protéica e a importância do uso do aminoácido não

essencial em dietas com redução protéica, a importância do uso do L-Glutamato como

fonte de nitrogênio não específico e sua participação no sistema imune dos animais.

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REVISÃO DE LITERATURA

Redução protéica

A proteína da ração é um dos nutrientes mais importantes da produção de aves

de corte, que tem por objetivo a eficiente conversão em proteína muscular (Costa et al.,

2001), e os aminoácidos digestíveis estando em quantidades ideais na ração, promovem

aumento na eficiência da utilização protéica e maximização do uso dos aminoácidos

digestíveis para síntese de proteína, minimizando o seu uso como fonte de energia

(Pinto et al., 2003) e diminuindo a contaminação ambiental pela quantidade de fósforo e

nitrogênio excretado (Prezzi et al., 2006).

Um animal adulto ingerindo uma dieta adequada e balanceada esta geralmente

em balanço nitrogenado equilibrado, ou seja, a quantidade de nitrogênio ingerida

diariamente é igual à quantidade excretada. Em estado de jejum observa-se o balanço

nitrogenado negativo, onde mais nitrogênio é excretado do que ingerido. E em estado de

crescimento animal verifica-se o balanço nitrogenado positivo, onde mais nitrogênio é

ingerido do que excretado. Desta forma, a ingestão de dietas com redução protéica,

dependendo da qualidade da proteína e do nível de energia consumido, promove uma

redução do nitrogênio urinário. Após cinco dias de balanço nitrogenado negativo, o

organismo não consegue adaptar-se e a deficiência protéica é acompanhada de edema,

perda da massa muscular, fígado gorduroso, dermatose, diminuição da resposta imune e

debilidade geral (Angeles; Tirapegui, 2007).

Em casos extremos de deficiência protéica, desnutrição protéica ou em estados

catabólicos, o organismo recorre a mecanismos adaptativos, os quais são regulados pela

presença de nutrientes ou de hormônios, tanto anabólicos quanto catabólicos, com a

finalidade de preservar a massa protéica. Quando esse processo é muito intenso,

ocorrem alterações bioquímicas, fisiológicas e morfológicas (Angeles; Tirapegui, 2007).

Aftab et al. (2006) apontam algumas prováveis causas para a redução do

desempenho com dietas de baixa proteína: mudanças nas concentrações de potássio e

balanço eletrolítico da dieta; insuficiência de nitrogênio não específico para a síntese de

aminoácidos não essenciais; tendência dos frangos em reduzirem o consumo voluntário

em dietas com baixa proteína; relação aminoácido essencial e aminoácido não essencial

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alterada; insuficiente síntese de aminoácido não essencial; baixa eficiência da utilização

de aminoácidos de uma fonte livre vs. da proteína dietética intacta, para a deposição de

proteína corporal; deficiência de alguns aminoácidos essenciais; relação entre a energia

metabolizável e a energia liquida da dieta de baixa proteína vs. dieta de alta proteína.

A adequação das dietas às exigências dos animais é muito difícil de ser realizada

sem que ocorra a administração excessiva de alguns nutrientes. Sendo comum a

suplementação excessiva de alguns aminoácidos quando estes não são suplementados

de forma individual, ou seja, em dietas com elevada proteína na ração. Excedendo

assim, os níveis considerados suficientes para maximizar respostas de desempenho

zootécnico, imunidade e rendimentos pós abate. Neste contexto, a redução protéica das

dietas ganha ênfase, e relações mais precisas entre os aminoácidos passam a ser

requeridas (Berres et al, 2010). Dentre as diversas vantagens da redução do teor

protéico, destaca-se a redução de excessos de aminoácidos, aproximando as dietas do

perfil ideal, além de reduzir a excreção de nitrogênio para o ambiente e o incremento

calórico das dietas, o que é bem visto em situações de estresse por calor (Suida, 2001).

Antigamente se afirmava que níveis menores de proteína dietética poderiam ser

empregados sem comprometer o desempenho das aves, desde que fossem apenas

atendidas as exigências dos três primeiros aminoácidos limitantes em frangos de corte

(Metionina, Lisina e Treonina). Nesse sentido, Berres et al. (2010) avaliaram estudos

com rações de baixo teor protéico visando à necessidade de também serem atendidas as

exigências dos aminoácidos limitantes e não essenciais como (valina, isoleucina, glicina

e ácido glutâmico), a fim de evitar quedas no desempenho dos animais.

Em dietas com alto ou normal teor de proteína, os aminoácidos não essenciais

(AANE) podem ser sintetizados a partir dos aminoácidos essenciais (AAE) em excesso

(Aftab et al., 2006). Contudo, com a redução do teor da proteína acima de três a quatro

pontos percentuais, o AANE ou nitrogênio para que estes possam ser sintetizados pelas

aves é limitado, e mesmo atendendo as exigências de todos os aminoácidos essenciais

ainda resultam em pior crescimento (Dean et al., 2006; Payne, 2007) e composição de

carcaça em frangos de corte na fase crescimento (Bregendahl et al., 2002). Dessa forma,

a suplementação de AANE, atendendo o correto balanço entre AAE e AANE nas aves,

proporciona maior eficiência do animal na utilização da proteína presente na dieta.

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Importância da suplementação de aminoácidos não essenciais

A síntese dos aminoácidos não essenciais ocorre a partir da amônia e de

substâncias ternárias, ou então edificando um aminoácido as expensas de outro. No

último caso, é comum a mobilização de um aminoácido essencial para a síntese do não

essencial. Isto ocorre principalmente quando há um desequilíbrio destes aminoácidos na

ração, pois o termo aminoácido não essencial não significa que o mesmo seja

dispensável ao desenvolvimento animal (Andriguetto, 2002). Contudo, para que ocorra

a síntese protéica, todos os aminoácidos componentes desta devem estar presentes a

nível celular, no local da síntese, e em correta proporção relativa (Moreira et al., 2004).

Os aminoácidos essenciais devem ser fornecidos a dieta por causa da incapacidade

do animal em sintetizar estes em quantidades adequadas, devido à ausência da síntese

dos α-cetoácidos apropriados para transaminação (Reece, 2006). Os aminoácidos não

essenciais são sintetizados a partir de α-cetoácidos precursores, pela transferência de um

grupo amino pré-existente de outro aminoácido pelas aminotransferases, também

chamada transaminases (Devlin, 2011).

Os aminoácidos não essenciais são chamados dessa forma por não terem que

necessariamente ser fornecidos na dieta. No entanto, são tão necessários ao bom

funcionamento do organismo animal quanto os aminoácidos essenciais, e em caso de

deficiência dos não essenciais, aminoácidos essenciais serão utilizados para a sua

síntese (Costa; Goulart, 2010), principalmente quando os níveis protéicos são muito

baixos. Desta maneira é necessária a suplementação de uma fonte de aminoácidos não

essencial na ração, que economizaria os aminoácidos essenciais da dieta (Bertechini,

2004).

Berres et al. (2010), afirmaram que a semelhança no desempenho e qualidade de

carcaça de frangos alimentados com dietas com proteína reduzida e dietas controle pode

ser atribuído a insuficiência de nitrogênio para a síntese de aminoácidos não essenciais,

especialmente glicina, serina, prolina e ácido glutâmico. É possível que isto ocorra

devido a um decréscimo do nível de potássio, desbalanço entre aminoácidos ou

alteração no balanço iônico. Além disso, a redução elevada da proteína promove o

desequilíbrio da relação aminoácido essencial e não essencial originando o

aparecimento de aminoácidos limitantes na ração.

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Para que o animal possa sintetizar proteínas corporais, todos os aminoácidos

precisam estar presentes em quantidades adequadas a partir das dietas, desde que tenha

uma fonte de nitrogênio disponível, como ácido L-glutâmico. Silva et al. (2001b),

estudaram os efeitos de níveis de ácido L-glutâmico (5, 10 e 15 %) e vitamina D3 (0,

5.000, 10.000 e 15.000 UI) na dieta de pintos de corte de um dia. Os autores verificaram

que as proteínas (12,6% com 5% L-Glu; 17,1% com 10% L-Glu; 21,7% com 15% L-

Glu) balanceadas em relação ao glutamato, são utilizadas com maior eficiência com

10% de L-Glutamato e 15.000 UI de vitamina D3, obtendo melhora no desempenho e

redução na incidência de problemas de pernas. Confirmando que esse aminoácido é uma

boa fonte de nitrogênio não específico para maximizar o desempenho e reduzir a

incidência de problemas de pernas.

Silva et al. (2001b), verificaram que o desbalanceamento do ácido glutâmico nos

pintos alimentados com 5% de L-glutamato promovia elevada incidência de problemas

de pernas. Além disso, com 15% de L-glutamato houve decréscimo significativo no

desempenho das aves, provavelmente devido à elevada excreção de nitrogênio

fornecido pela dieta, uma vez que todo aminoácido causa toxidez quando está presente

acima da exigência do animal.

Baker e Molitoris (1974), em estudos com frangos de corte alimentados com

dietas de aminoácidos purificados, limitadas em nitrogênio não específico, observaram

que a suplementação com 3% de ácido glutâmico resultou no dobro de ganho de peso

em relação a dietas não suplementadas.

Han et al. (1992), reportaram o nitrogênio amino não específico como fator

limitante em dietas de baixa proteína, indicando a necessidade da suplementação de

aminoácidos não essenciais (glicina e ácido glutâmico) como alternativa para a melhoria

do desempenho. Estes mesmos autores verificaram que pintos entre 1 a 21 dias de idade

alimentados com dieta a base de milho e farelo de soja, com 19% de PB, suplementados

com metionina, lisina, treonina, arginina, valina e ácido glutâmico, tiveram um

desempenho equivalente aqueles alimentados com a dieta de 23% de PB. Dos 22 aos 42

dias de idade, as aves que receberam 16% de PB, suplementadas com os mesmos

aminoácidos, tiveram desempenho similar àquelas que receberam a dieta controle com

20% de PB, não havendo, inclusive, diferença no teor de gordura corporal.

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Glutamato na dieta

A maioria do glutamato ingerido na dieta é metabolizado pelo intestino, quer para

a geração de energia ou para conversão em outros aminoácidos. No fornecimento de

redução protéica elevada ao animal, sem a suplementação de uma fonte de nitrogênio, a

capacidade do organismo para sintetizar aminoácidos pode ficar comprometida e os

aminoácidos não essenciais podem tornar-se limitantes no organismo animal (Reeds,

2000).

O ácido glutâmico atua no intestino, e seus efeitos são observados diretamente

sobre os enterócitos, células que compõem as vilosidades da mucosa intestinal,

responsáveis pela absorção de nutrientes. Os enterócitos apresentam altas taxas de

multiplicação (turnover) durante o crescimento animal e dependem deste aminoácido

como precursor para o metabolismo celular (Ajinomoto, 2007).

O ácido glutâmico e a glutamina são dois aminoácidos não essenciais que estão

estreitamente relacionados, possuem papel vital no metabolismo do nitrogênio devido

aos seus grupos amino agruparem-se com o grupo α-amino e amido (Newsholme et al.,

2003), fornecendo metade da exigência de nitrogênio para a síntese de purina e

pirimidina e também para alguns aminoácidos (Lobley et al., 2001). Contudo,

apresentam papéis funcionalmente diferentes no intestino. A extensão do metabolismo

do glutamato no lúmen do intestino delgado é superior ao do metabolismo do glutamato

arterial. No entanto, a concentração do glutamato no intestino não tem efeito

significativo sobre a utilização de glutamina intestinal (Reeds et al., 2000).

Reeds et al. (2000), estudaram o metabolismo intestinal do glutamato, glicose e

glutamina em suínos e verificaram que o maior contribuinte para a geração de energia

pelo intestino foi o glutamato da dieta. Os autores mostraram que o glutamato enteral,

glicose enteral e glutamina arterial contribuem com 36, 6 e 15%, respectivamente, da

produção de CO2 pela víscera drenada pela veia portal. Ou seja, o glutamato entérico é

um oxidante muito mais importante no ciclo de Krebs para gerar energia do que a

glicose entérica ou glutamina arterial. Este estudo fornece subsídios para entender que o

glutamato da dieta desempenha um papel importante no intestino. Além disso, estas

funções são aparentemente diferentes daquelas da glutamina arterial.

Contudo, o glutamato, especialmente o proveniente da dieta, pode facilmente

substituir a glutamina em diversos dos seus papéis metabólicos, incluindo a geração de

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energia e a síntese de aminoácidos (Reeds et al., 2000). Dessa forma, o glutamato é

utilizado em algumas vias para a substituição da glutamina e a via comum entre esses

dois aminoácidos é a metabolização da glutamina em glutamato mais amônia pela

glutaminase. O glutamato é degradado a α-cetoglutarato via transaminação através da

enzima glutamato sintetase (Reeds; Burrin, 2001), e também pode ser transformado em

glutamina pela ação da glutamina sintetase (Maiorka et al., 2002), sendo então

considerados como substratos permutáveis na mucosa intestinal (Wu et al., 1995).

A Figura 1 mostra a atuação do glutamato e glutamina na membrana plasmática

fornecendo importantes substâncias metabólicas ao organismo animal.

Figura 1. Metabolismo da glutamina e glutamato. Importancia da glutamina e glutamato nas reações de

transaminação e desaminação de aminoácidos e como precursores de importantes substâncias

metabólicas (óxido nítrico, glutationa, uréia e GABA) (Newsholme et al., 2003).

O glutamato dietético participa como precursor específico da biossíntese de

glutationa, arginina e prolina na mucosa do intestino delgado (Reeds et al., 2000). A

glutationa é um tripeptídeo (ácido glutâmico, glutamina e glicina) que atua como um

antioxidante para a proteção de células contra o estresse oxidativo causado por

peróxidos (Cawthon et al., 1999; Wang et al., 1997). Dessa forma, o glutamato

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desempenha um papel importante na remoção de oxidantes e na regulação da resposta

imunitária (Li et al., 2007; Wu et al., 2004).

O glutamato também é precursor da arginina e prolina. Nos mamíferos, a arginina

é sintetizada através do glutamato-5-semialdeído que é transaminado à ornitina numa

reação catalisada pela ornitina aminotransferase. A partir daí a ornitina entra no ciclo da

uréia e forma arginina. Portanto, a ornitina, precursora de citrulina, arginina e prolina é

sintetizada a partir do glutamato também (Nelson; Cox, 2005). Contudo, a enzima

carbamil fosfato sintetase é ausente nas aves. Assim a arginina não é regenerada a partir

da ornitina, como ocorre nos mamíferos. Com isso a arginina é nutricionalmente

essencial para as aves (Moreira; Scapinello, 2004).

A prolina é formada através da reação entre a carboxila gama do glutamato e o

ATP resultando num composto denominado glutamato-5-fosfato. A enzima que atua

nesta reação é a glutamil cinase. O glutamato 5 fosfato é reduzido por NADPH a

glutamato-5-semialdeído (semialdeído glutâmico) que se torna cíclico espontaneamente

formando o pirrolino-5-carboxilato, este sofre uma redução final catalizada pela

pirrolino-5-carboxilato redutase, uma enzima que requer NADPH. Esta última redução

resulta na formação da prolina (Reece, 2006).

De fato, o intestino tem grande necessidade de glutamato, tem sido verificado que

de todo o glutamato ingerido através dos alimentos, apenas 4% é transportado do

enterócito para o sangue, para ser reutilizado pelo corpo. Assim, o organismo precisa

sintetizar praticamente todo o glutamato de que necessita. Isto se aplica especialmente

para o cérebro, onde o glutamato é usado como um neurotransmissor. A barreira

hematoencefálica que controla o tipo de moléculas que entram no cérebro, não permite a

passagem do glutamato, assim o cérebro precisa produzir seu próprio glutamato a partir

da glicose e de outros aminoácidos (Reeds et al., 1997).

O glutamato também atua como neurotransmissor excitatório amplamente

distribuído pelo sistema nervoso central. O glutamato é reciclado nos neurônios e nas

células gliais (astrócitos). A célula glial transforma o glutamato em glutamina, que

então difunde novamente para o neurônio. A glutaminase mitocondrial no neurônio

produz novamente o glutamato, para reutilização. A ativação de seu receptor N-metil-D-

aspartato aumenta a sensibilidade aos estímulos de outros neurotransmissores (Motta,

2003).

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Glutamato como nutriente para o sistema imunológico

A defesa do corpo provém de um sistema complexo de mecanismos sobrepostos e

interligados, denominado sistema imune. Uma falha deste mecanismo pode resultar em

doenças ou até na morte do animal. Para que o organismo consiga expulsar invasores

causadores de enfermidades, são necessários múltiplos sistemas de defesa que possam

interagir contra vários tipos de invasores ou destruir organismos específicos. Alguns

sistemas atuam somente na superfície do corpo (imunidade inata), outros agem

internamente combatendo os patógenos que conseguiram vencer o mecanismo de defesa

externo, e aprendendo a reconhecê-los quando encontrá-los novamente (imunidade

adquirida) (Tizard, 2002).

Os nutrientes têm um papel direto na imunologia por servirem de substrato e

cofatores enzimáticos para multiplicação celular durante a resposta imune (fagócitos,

linfócitos) e para a síntese de moléculas efetoras (anticorpos, óxido nítrico, lisozimas)

ou moléculas de comunicação (citocinas, mediadores inflamatórios). Eles também

podem ter um efeito indireto na resposta imune ao modificarem as vias de comunicação

intra e extra celulares (citocinas) ou limitar efeitos indesejáveis de moléculas efetoras.

Por fim, o sistema imune é regulado por muitos hormônios, muitos dos quais respondem

a nutrientes como glicose, relação proteína/energia, aminoácidos, entre outros (Genton;

Kudsk, 2003; Klasing et al., 1980).

Dessa forma, a alta produtividade observada na exploração animal depende,

dentre outros fatores, da obtenção adequada de nutrientes pelo organismo. Para tanto,

dietas específicas para cada fase da vida, linhagem e diferentes climas têm sido

exaustivamente pesquisados e utilizados. Entretanto, para que estas dietas sejam

devidamente digeridas e absorvidas, a mucosa intestinal deve apresentar características

estruturais morfo-fisiológicas adequadas. Os processos de absorção são dependentes de

mecanismos de transporte que ocorrem na membrana das células epiteliais da mucosa,

sendo dessa forma, a integridade destas de vital importância, já que é a via de entrada

dos nutrientes para o desenvolvimento do animal (Maiorka et al., 2000).

Portanto, é sempre bom suplementar com alguns nutrientes que podem influenciar

de forma positiva a capacidade de absorção da mucosa intestinal, pois modificam sua

estrutura e metabolismo, resultando em melhora da capacidade de digestão e absorção

dos nutrientes pelas aves (Freitas et al., 2001). Essas substâncias são consideradas

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agentes tróficos, que segundo Maiorka et al. (2002), são capazes de estimular o processo

mitótico e, como conseqüência aumentar o número de células e tamanho dos vilos.

Dentre os aminoácidos importantes para o restabelecimento do animal, está o

glutamato. Este aminoácido desempenha várias funções no metabolismo e na função de

leucócitos (Newsholme et al., 2003). O glutamato regula óxido nítrico sintase indutível

(iNOS) em tecidos específicos, tais como cérebro. A expressão de iNOS é considerado

como um mecanismo fundamental na proteção contra os parasitas, bactérias, fungos,

células malignas, protozoários intracelulares e vírus em diferentes espécies animais,

incluindo ambos os mamíferos e aves (Li et al., 2007).

O óxido nítrico (NO) é sintetizado a partir da arginina pela óxido nítrico sintetase

indutível (iNOS) sendo produzida em muitas áreas do cérebro onde sua função está

relacionada a função neurotransmissora do glutamato. Quando o glutamato é liberado de

um neurônio, liga-se a receptores, onde é disparado um fluxo de Ca2+

através da

membrana pós sináptica, estimulando a síntese de iNOS. Uma vez sintetizado, o óxido

nítrico difunde da célula de origem para a célula pré sináptica, promovendo a liberação

do glutamato. Desta forma, o NO atua como um neurotransmissor retrógado, e promove

um ciclo no qual o glutamato é liberado do neurônio pré sináptico ligando-se e

promovendo potenciais de ação no neurônio pós sináptico (Motta, 2003).

Além disso, a descarboxilação do glutamato dá origem ao γ-aminobutirato

(GABA), neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central produzido por algumas

células do tecido periférico, tais como as células β das ilhotas pancreáticas. Também

está presente em linfócitos (Tian et al., 2004) e macrófagos (Stuckey et al., 2005). O

glutamato também atua no metabolismo de leucócitos, como substratos de energia. É

considerado um neurotransmissor central e periférico do sistema nervoso, agindo sobre

os receptores ionotrópicos e metabotrópicos, que desempenham várias funções na

modulação do sistema imunitário (Newsholme et al., 2003).

Desta forma, pode-se considerar que o glutamato é um dos principais

combustíveis para os enterócitos (Wu, 1998), mantendo a integridade da barreira

intestinal e impedindo a translocação intestinal de microorganismos para a circulação

sistêmica (Van der Hulst et al., 1993).

Em estudos com suínos, Molino et al. (2012), avaliaram em um dos seus

experimentos os efeitos do uso de 0,80% de glutamina + ácido glutâmico ou não em

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rações com diferentes níveis de lactose (0, 4 e 8%) para leitões desmamados aos 21 dias

de idade. O autor observou que a suplementação dos aminoácidos influencia de forma

positiva no ganho de peso dos leitões dos 21 aos 49 dias de idade e promoveu aumento

da altura das vilosidades em todos os três segmentos do intestino delgado (duodeno,

jejuno e íleo). Segundo o autor, o efeito da glutamina e do ácido glutâmico mostrou-se

evidente mesmo que não tenha sido induzida qualquer resposta inflamatória nos

animais.

Silva el al. (2010) estudaram o desempenho e morfometria intestinal de juvenis de

tilápia do Nilo alimentados com dietas suplementadas com L-glutamina e L-glutamato

(0, 1, 2 e 3%), durante 85 dias. O aumento nos níveis de L-glutamina e L-glutamato nas

dietas proporcionou um aumento linear sobre o ganho de peso e efeito quadrático na

altura das vilosidades intestinais da tilápia do Nilo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formulação de ração com redução protéica deve proporcionar todos os

nutrientes necessários à exigência dos animais, sem excesso ou falta, sendo assim,

formulada de acordo com o conceito de proteína ideal. De forma que seja adicionado

aminoácidos essenciais os quais os animais não sintetizam em seu organismo, quanto

também o nitrogênio necessário para formação dos não essenciais. Os aminoácidos não

essenciais são tão necessários ao bom funcionamento do organismo animal quanto os

aminoácidos essenciais, e quando reduzimos a proteína na ração estamos reduzindo

também o nitrogênio necessário para síntese dos aminoácidos não essenciais. Nesse

sentido, o ácido glutâmico atua como uma fonte de nitrogênio não específico nas rações

com redução protéica, e apresenta várias funções no organismo animal; transportador do

grupo amina, neurotransmissor, precursor em células do sistema imune, etc. Portanto,

espera-se que, a suplementação de ácido glutâmico em rações para frangos e poedeiras

comerciais atendam os requerimentos necessários de nitrogênio para proporcionar

melhorias no desempenho e qualidade de carcaça e ovos das aves, e conseqüentemente

proporcionando lucro ao produtor.

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CAPÍTULO 2

Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução protéica para

frangos de corte

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Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução protéica para frangos de

corte

RESUMO

Com o objetivo de avaliar o efeito da redução protéica e a suplementação de L-

glutamato em rações para frangos de corte, 648 pintos de um dia da linhagem Cobb

foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com seis tratamentos e

seis repetições de dezoito aves por unidade experimental, com duração de 45 dias,

divididos nas fases pré inicial (1-7 dias), inicial (8-21 dias), crescimento (22-35 dias) e

final (36-45 dias). O primeiro tratamento consistiu de uma ração controle formulada em

função do atendimento das exigências dos aminoácidos essenciais para cada fase de

criação. O segundo e terceiro tratamento teve uma redução de 1,8 e 3,6% da proteína

bruta em relação ao controle, respectivamente. No quarto tratamento, o L-glutamato foi

adicionado em quantidade suficiente para fornecer o mesmo teor de glutamato controle,

e nos dois últimos tratamentos, suplementou-se 1 e 2% de glutamato excedente ao

controle, respectivamente. No desempenho de 1 a 45 dias de idade, a ração controle,

com redução protéica e com suplementação de 1% de glutamato excedente ao controle,

apresentou as maiores médias de consumo de ração em relação ao tratamento com

suplementação de glutamato com o mesmo teor e 2% excedente ao controle. Para ganho

de peso, a ração controle e com redução de 1,8% da PB apresentou as maiores médias

em relação aos demais tratamentos. No balanço de nitrogênio, a ração controle, com

redução protéica e as duas primeiras rações suplementadas com glutamato promoveram

as menores médias de nitrogênio excretado, em relação ao tratamento com maior

suplementação de glutamato. Para o nível sérico de ácido úrico a menor média ocorreu

com redução de 3,6% de PB. Na qualidade de carcaça, a ração com 2% de glutamato

excedente ao controle apresentou o maior rendimento de carcaça em relação aos

tratamentos controle, com redução de 1,8% de PB e suplementado com o mesmo teor de

glutamato controle. Os menores pesos de gordura ocorreram no controle e com

suplementação de glutamato. Conclui-se que o tratamento com 2% de glutamato

excedente ao controle apresentou o melhor resultado de rendimento de carcaça em

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relação ao controle, com redução de 1,8% de PB e com suplementação de glutamato

com o mesmo teor do controle. Com menor teor de gordura em relação aos tratamentos

com redução de 1,8 e 3,6% de PB.

Palavras-chave: aminoácido, conversão alimentar, desempenho, exigência nutricional,

nitrogênio

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Glutamic acid supplemented diets with reduced protein for broilers

ABSTRACT

With the objective of evaluating the effect of reducing protein and

supplementation of L-glutamate in diets for broilers, 648 day-old chicks of Cobb were

distributed in a completely randomized design with six treatments and six repetitions of

eighteen birds each, lasting 45 days, divided in pre initial (1-7 days), early (8-21 days),

growth (22-35 days) and late (36-45 days). The first treatment consisted of a control diet

formulated on the basis of meeting the requirements of essential amino acids for each

phase. The second and third treatment was reduced by 1.8 and 3.6% crude protein

compared to control, respectively. In the fourth treatment, the L-glutamate was added in

sufficient quantity to provide the same level of glutamate control, and the last two

treatments, supplemented by 1 to 2% excess glutamate to control, respectively. In the

performance of 1 to 45 days of age, the control diet with reduced protein and

supplemented with 1% of the excess glutamate control, had the highest average feed

intake in relation to treatment with glutamate supplementation with the same content

and 2% over the control. For weight gain, the control diet and decreased 1.8% CP had

the highest average compared to other treatments. In nitrogen balance, the control diet

with reduced protein and the first two diets supplemented with glutamate promoted the

lowest averages of nitrogen excreted, compared to treatment with higher glutamate

supplementation. For the level of serum uric acid with the lowest average was down

3.6% CP. Carcass quality, feed with 2% excess glutamate control had the highest

carcass yield compared to control treatment, with a reduction of 1.8% CP and

supplemented with the same level of glutamate control. The lower weight of fat

occurred in control and glutamate supplementation. We conclude that treatment with

2% excess glutamate to control showed the best result of carcass yield compared to

control, with a reduction of 1.8% CP and glutamate supplementation with the same

level of control. With lower fat content compared to treatments with reductions of 1.8

and 3.6% of CP.

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Keywords: amino acids, feed conversion, nutritional requirement, nitrogen,

performance

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INTRODUÇÃO

A redução protéica tem sido vista como uma das vias de possível melhoria dos

custos de produção e o nível de proteína bruta (PB) da ração passou a ser definido como

o nível ótimo para responder às necessidades da ave em aminoácidos, considerando o

custo dos ingredientes usados na formulação e o valor das carnes produzidas (Sabino et

al., 2004).

Em concordância com a necessidade da redução de PB da dieta, vem sendo

utilizado pelos nutricionistas o conceito de proteína ideal, definida como o balanço

exato de aminoácidos que é capaz de prover sem excesso ou falta, os requerimentos de

todos os aminoácidos necessários para a manutenção animal e máxima deposição

protéica (Suida, 2001).

Além da redução dos custos da alimentação, os benefícios trazidos pela redução

da PB da dieta envolvem a maior eficiência de utilização da proteína e a redução da

poluição ambiental, em função da menor excreção de nitrogênio ao meio ambiente

(Hurwitz et al., 1998). De acordo com Silva et al. (2001), todo o excesso de aminoácido

que não é utilizado pelo organismo das aves para a síntese protéica, as substâncias

nitrogenadas são excretadas, havendo um desperdício de nitrogênio. Este processo

metabólico, além de caro para o organismo, que passa a sintetizar mais ácido úrico com

gasto de energia e de aminoácidos, como glicina e serina, eleva o risco de contaminação

ambiental, com graves conseqüências em regiões onde a densidade de criação das aves é

alta.

Contudo, a redução dos níveis de PB das dietas de frangos de corte tem que ser

avaliada com cautela, pois reduções acima de 3% podem causar reduções na taxa de

crescimento e na eficiência alimentar, comparadas aquelas obtidas por aves submetidas

a dietas com alta PB (Dean et al., 2006; Payne, 2007), e mesmo com o atendimento das

exigências conhecidas dos aminoácidos essenciais (AAE) através da suplementação

com aminoácidos industriais. Nesse sentido, Pesti (2009) afirma que para obter a

otimização do ganho de peso e conversão alimentar não basta suplementar as dietas de

baixa proteína com AAE, e sim garantir também o balanço entre AAE e a PB ou o

somatório de AAE e aminoácidos não essenciais (AANE).

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Desta forma, em função da tendência cada vez maior da suplementação com

aminoácidos industriais e redução da PB, faz-se necessário avaliar o fornecimento de

fontes de nitrogênio não específico nas dietas para aves. E o ácido glutâmico é

considerado por vários autores uma fonte eficiente de nitrogênio não específico, capaz

de promover o desenvolvimento e o crescimento, melhorar o desempenho e reduzir a

mortalidade em aves de corte (Silva et al., 2001).

Contudo, ainda são poucos os trabalhos que avaliam a eficiência do glutamato

como fonte de nitrogênio não específico em dietas com redução protéica para frangos de

corte, sendo necessário o desenvolvimento de mais pesquisas nessa área. Dessa forma,

objetivou-se avaliar o efeito da redução protéica e suplementação de L-glutamato em

rações para frangos de corte de 1 a 45 dias de idade.

MATERIAL E MÉTODOS

Local e duração do experimento

O experimento foi conduzido no Módulo de Avicultura do Departamento de

Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus

II, no município de Areia, na região Norte do Estado da Paraíba, a 6º57’48’’ de latitude

sul e 35º41’30’’ de longitude oeste, com altitude de 618 m acima do nível do mar.

O experimento foi conduzido no período de 19/08 a 03/10/2011, totalizando 45

dias, divididos nas fases pré-inicial (1-7 dias), inicial (8-21 dias), crescimento (22-35

dias) e final (36-45 dias).

Instalações e equipamentos

Nas duas primeiras fases (1-21 dias de idade), os pintos foram alojados em

baterias metálicas tipo “Brasília”, com piso de tela e bandejas coletoras de excreta,

contendo comedouros e bebedouros tipo calha. O aquecimento dos pintos foi realizado

através de um sistema elétrico, com lâmpadas incandescentes de 60 W por parcela, que

eram acionadas conforme a necessidade, tendo como base a temperatura observada no

termômetro digital e no comportamento das aves.

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De 22 a 45 dias de idade, os pintos foram alojados em boxes de 1,40 x 1,80 m,

com piso de cimento coberto com cama de bagaço de cana-de-açúcar, com comedouros

tubulares e bebedouros pendulares. Durante o período experimental, as aves receberam

água e ração à vontade, e o programa de luz adotado foi contínuo (24 horas de luz =

natural + artificial).

Animais, delineamento e dietas experimentais

Foram utilizados 648 pintos machos de um dia da linhagem de corte Cobb,

distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e seis

repetições de dezoito aves por unidade experimental. A média do peso inicial dos pintos

foi de 49,7 ± 0,05g.

O primeiro tratamento foi constituído de uma ração controle, à base de milho e

farelo de soja, suplementada com L-lisina, DL-metionina e L-treonina, formulada para

atender as exigências nutricionais das aves para cada uma das fases da criação, com os

níveis de todos os aminoácidos essenciais alcançando ou excedendo ligeiramente as

recomendações de Rostagno et al. (2005). O segundo tratamento, constituiu-se de uma

ração com redução de 1,8% na PB em relação à ração controle, suplementada com

aminoácidos industriais de forma a atender as exigências nutricionais das aves em

aminoácidos essenciais para cada fase de criação. No terceiro tratamento, a PB da ração

foi reduzida em 3,6% da PB em relação à ração controle, e da mesma forma,

aminoácidos industriais foram utilizados para garantir os requerimentos mínimos dos

aminoácidos essenciais.

Com a redução da proteína bruta no segundo e terceiro tratamentos, alguns

aminoácidos essenciais e não essenciais também foram reduzidos. Desta forma, os

tratamentos seguintes foram suplementados com ácido glutâmico com o objetivo de

servir como fonte de nitrogênio não específico na dieta. No quarto tratamento, o L-

glutamato entrou em quantidade suficiente para fornecer o mesmo teor de glutamato da

ração controle, e no quinto e sexto tratamentos as quantidades de L-glutamato forneceu

um excedente de 1 e 2% de glutamato em relação à ração controle, respectivamente.

As rações experimentais para cada uma das fases de criação dos frangos de corte

estão apresentadas nas Tabelas 1, 2, 3 e 4.

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Tabela 1. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na fase

pré inicial (1-7 dias de idade)

Ingredientes Controle - 1,8% PB - 3,6% PB

+ glu

controle +1% glu +2% glu

Milho 49,466 56,388 63,675 62,869 61,940 60,856

Farelo de soja 44,006 37,912 30,681 30,687 30,772 30,871

Óleo de soja 2,628 1,317 - - - 0,056

Fosfato bicálcico 1,875 1,907 1,950 1,954 1,957 1,960

Calcário 0,829 0,854 0,880 0,879 0,877 0,874

Sal 0,448 0,454 0,461 0,462 0,462 0,463

DL-Metionina 0,325 0,368 0,423 0,425 0,427 0,430

L-Lisina.HCl 0,156 0,335 0,549 0,551 0,551 0,551

L-Treonina 0,070 0,149 0,245 0,247 0,247 0,249

L-Valina - 0,093 0,207 0,210 0,211 0,213

L-Isoleucina - 0,026 0,143 0,145 0,146 0,147

L-Arginina - - 0,185 0,188 0,188 0,189

L-Glutamato - - - 0,919 1,931 2,944

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Suplementação Mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Suplementação Vitamínica² 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano³ 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Promotor de Cresc.(+)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Promotor de Cresc.(-)5

0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Antioxidante6

0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Inerte (areia lavada) - - 0,404 0,267 0,094 -

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 2950 2950 2950 2950 2950 2950

PB (%) 23,89 22,09 20,29 20,76 21,30 21,84

Cálcio (%) 0,939 0,939 0,939 0,939 0,939 0,939

Fósforo disponível (%) 0,470 0,470 0,470 0,470 0,470 0,470

Lisina dig (%) 1,330 1,330 1,330 1,330 1,330 1,330

Met+cistina dig (%) 0,944 0,944 0,944 0,944 0,944 0,944

Metionina dig (%) 0,630 0,650 0,676 0,678 0,679 0,680

Treonina dig (%) 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865

Valina dig (%) 0,998 0,998 0,998 0,998 0,998 0,998

Isoleucina dig (%) 0,937 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865

Arginina dig (%) 1,602 1,431 1,397 1,397 1,397 1,397

Triptofano dig (%) 0,286 0,254 0,215 0,215 0,215 0,215

Fenilalanina dig (%) 1,207 1,015 0,884 0,881 0,880 0,878

Histidina dig (%) 0,596 0,544 0,479 0,478 0,477 0,475

Leucina dig (%) 1,824 1,687 1,516 1,509 1,504 1,498

Glutamato (%) 4,316 3,909 3,413 4,316 5,316 6,316

1 - Suplemento mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2

g; I – 1 g; veiculo q.s.p. - 500 g. 2 - Suplemento vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A -

15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g;

vit. B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25 g; Ácido pantatênico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Ácido fólico - 1,0 g;

Se - 250 mg; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 - Coban; 4 - Enradin - 100g/ton; 5 - Colistin - 20 g/ton; 6 -

Etoxiquim - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 2. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na fase

inicial (8-21 dias de idade)

Ingredientes Controle - 1,8% PB - 3,6% PB

+ glu

controle +1% glu +2% glu

Milho 59,318 66,382 70,108 68,829 67,901 66,973

Farelo de soja 35,316 29,067 22,301 24,717 24,802 24,887

Óleo de soja 1,661 0,312 0,235 - - -

Fosfato bicálcico 1,770 1,804 1,857 1,838 1,841 1,844

Calcário 0,818 0,843 0,862 0,855 0,853 0,851

Sal 0,433 0,439 0,449 0,445 0,446 0,446

DL-Metionina 0,254 0,299 0,360 0,338 0,340 0,342

L-Lisina.HCl 0,173 0,357 0,566 0,491 0,491 0,491

L-Treonina 0,060 0,141 0,238 0,204 0,205 0,205

L-Valina - 0,091 0,207 0,166 0,167 0,168

L-Isoleucina - 0,047 0,165 0,122 0,123 0,124

L-Arginina - 0,021 0,241 0,162 0,163 0,164

L-Triptofano - - 0,014 - - -

L-Glutamato - - - 0,747 1,759 2,771

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Sup. Mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Sup. Vitamínico² 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano ³ 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Promotor de Cresc.(+)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Promotor de Cresc.(-)5

0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Antioxidante6

0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Inerte (areia lavada) - - 2,200 0,889 0,712 0,537

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 3000 3000 3000 3000 3000 3000

PB (%) 20,79 18,99 17,19 18,25 18,80 19,34

Cálcio (%) 0,884 0,884 0,884 0,884 0,884 0,884

Fósforo disponível (%) 0,442 0,442 0,442 0,442 0,442 0,442

Lisina dig (%) 1,146 1,146 1,146 1,146 1,146 1,146

Met+cistina dig (%) 0,814 0,814 0,814 0,814 0,814 0,814

Metionina dig (%) 0,529 0,550 0,580 0,569 0,570 0,571

Treonina dig (%) 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745

Valina dig (%) 0,865 0,860 0,860 0,860 0,860 0,860

Isoleucina dig (%) 0,798 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745

Arginina dig (%) 1,358 1,203 1,203 1,203 1,203 1,203

Triptofano dig (%) 0,240 0,207 0,183 0,183 0,183 0,183

Fenilalanina dig (%) 0,969 0,859 0,725 0,773 0,772 0,770

Histidina dig (%) 0,521 0,467 0,401 0,425 0,423 0,422

Leucina dig (%) 1,629 1,487 1,301 1,368 1,363 1,358

Glutamato (%) 3,735 3,317 2,811 3,735 4,735 5,735

1 - Suplemento mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2

g; I – 1 g; veiculo q.s.p. - 500 g. 2 - Suplemento vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A -

15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g;

vit. B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25 g; Ácido pantatênico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Ácido fólico - 1,0 g;

Se - 250 mg; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 - Coban; 4 - Enradin - 100g/ton; 5 - Colistin - 20 g/ton; 6 -

Etoxiquim - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 3. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na fase

de crescimento (22-35 dias de idade)

Ingredientes Controle - 1,8% PB - 3,6% PB

+ glu

controle +1% glu +2% glu

Milho 60,594 67,640 71,403 69,547 68,288 67,031

Farelo de soja 33,052 26,821 20,014 24,482 24,597 24,712

Óleo de soja 2,920 1,566 1,476 1,112 1,231 1,349

Fosfato bicálcico 1,620 1,654 1,707 1,669 1,674 1,678

Calcário 0,777 0,801 0,821 0,809 0,807 0,804

Sal 0,414 0,420 0,429 0,422 0,423 0,424

DL-Metionina 0,233 0,277 0,339 0,296 0,299 0,302

L-Lisina.HCl 0,149 0,332 0,543 0,403 0,402 0,402

L-Treonina 0,044 0,124 0,222 0,157 0,158 0,159

L-Valina - 0,096 0,213 0,134 0,136 0,138

L-Isoleucina - 0,060 0,178 0,099 0,100 0,101

L-Arginina - 0,012 0,233 0,086 0,087 0,088

L-Triptofano - - 0,026 - - -

L-Glutamato - - - 0,587 1,601 2,615

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Sup. Mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Sup. Vitamínico² 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano³ 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Promotor de Cresc.(+)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Promotor de Cresc.(-)5

0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Antioxidante6

0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Inerte (areia lavada) - - 2,199 - - -

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 3100 3100 3100 3100 3100 3100

PB (%) 19,84 18,04 16,24 17,78 18,32 18,85

Cálcio (%) 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824

Fósforo disponível (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411

Lisina dig (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073

Met+cistina dig (%) 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773

Metionina dig (%) 0,498 0,519 0,549 0,528 0,530 0,531

Treonina dig (%) 0,697 0,697 0,697 0,697 0,697 0,697

Valina dig (%) 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826

Isoleucina dig (%) 0,759 0,719 0,719 0,719 0,719 0,719

Arginina dig (%) 1,290 1,127 1,127 1,127 1,127 1,127

Triptofano dig (%) 0,228 0,195 0,182 0,182 0,182 0,182

Fenilalanina dig (%) 0,925 0,814 0,680 0,771 0,767 0,767

Histidina dig (%) 0,499 0,445 0,378 0,424 0,422 0,421

Leucina dig (%) 1,566 1,425 1,239 1,366 1,356 1,353

Glutamato (%) 3,566 3,149 2,640 3,566 4,566 5,566

1 - Suplemento mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2

g; I – 1 g; veiculo q.s.p. - 500 g. 2 - Suplemento vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A -

15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g;

vit. B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25 g; Ácido pantatênico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Ácido fólico - 1,0 g;

Se - 250 mg; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 - Coban; 4 - Enradin - 100g/ton; 5 - Colistin - 20 g/ton; 6 -

Etoxiquim - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g.

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33

Tabela 4. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na fase

final (36-45 dias de idade)

Ingredientes Controle - 1,8% PB - 3,6% PB

+ glu

controle +1% glu +2% glu

Milho 63,333 70,553 78,122 71,182 69,925 68,667

Farelo de soja 30,322 23,906 17,112 22,807 22,922 23,037

Óleo de soja 3,142 1,748 0,249 1,557 1,675 1,793

Fosfato bicálcico 1,469 1,503 1,540 1,512 1,516 1,521

Calcário 0,736 0,762 0,788 0,765 0,762 0,759

Sal 0,389 0,395 0,401 0,396 0,397 0,398

DL-Metionina 0,211 0,257 0,306 0,267 0,270 0,273

L-Lisina.HCl 0,158 0,346 0,546 0,380 0,380 0,380

L-Treonina 0,043 0,127 0,215 0,142 0,144 0,145

L-Valina - 0,098 0,203 0,117 0,119 0,121

L-Isoleucina - 0,070 0,178 0,089 0,089 0,090

L-Arginina - 0,038 0,113 0,074 0,075 0,076

L-Triptofano - - 0,030 - - -

L-Glutamato - - - 0,515 1,529 2,543

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Sup. Mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Sup. Vitamínico² 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano³ 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Promotor de Cresc.(+)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Promotor de Cresc.(-)5

0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Antioxidante6

0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 3150 3150 3150 3150 3150 3150

PB (%) 18,84 17,04 15,24 17,04 17,57 18,10

Cálcio (%) 0,763 0,763 0,763 0,763 0,763 0,763

Fósforo disponível (%) 0,380 0,380 0,380 0,380 0,380 0,380

Lisina dig (%) 1,017 1,017 1,017 1,017 1,017 1,017

Met+cistina dig (%) 0,732 0,732 0,732 0,732 0,732 0,732

Metionina dig (%) 0,467 0,489 0,512 0,494 0,495 0,496

Treonina dig (%) 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661

Valina dig (%) 0,783 0,783 0,783 0,783 0,783 0,783

Isoleucina dig (%) 0,714 0,681 0,681 0,681 0,681 0,681

Arginina dig (%) 1,212 1,068 1,068 1,068 1,068 1,068

Triptofano dig (%) 0,213 0,179 0,173 0,173 0,173 0,173

Fenilalanina dig (%) 0,875 0,762 0,641 0,740 0,738 0,736

Histidina dig (%) 0,475 0,419 0,361 0,409 0,407 0,406

Leucina dig (%) 1,501 1,356 1,202 1,326 1,319 1,313

Glutamato (%) 3,379 2,949 2,493 3,379 4,379 5,379

1 - Suplemento mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2

g; I – 1 g; veiculo q.s.p. - 500 g. 2 - Suplemento vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A -

15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g;

vit. B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25 g; Ácido pantatênico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Ácido fólico - 1,0 g;

Se - 250 mg; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 - Coban; 4 - Enradin - 100g/ton; 5 - Colistin - 20 g/ton; 6 -

Etoxiquim - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g.

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34

Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram: consumo de ração (g/ave), peso final (g/ave),

ganho de peso (g/ave), conversão alimentar (g/g), consumo de ração no período do

ensaio de metabolismo, nitrogênio consumido, excretado e retido (g/ave/dia), eficiência

de retenção de nitrogênio (%), nível sérico de ácido úrico (mg/dL), peso vivo (kg), peso

de carcaça (kg), rendimento de carcaça (%), peso (g) e rendimento (%) de peito, coxa e

sobrecoxa, peso do fígado, moela, coração, gordura celomática, relação fígado/carcaça,

moela/carcaça, coração/carcaça, gordura celomática/carcaça e análise histológica do

fígado e duodeno.

O consumo de ração foi calculado pela diferença entre a quantidade de ração

fornecida e as sobras experimentais, pesadas no início e final de cada fase experimental.

O peso final foi obtido pelo peso total dividido pelo número de aves. Para determinação

do ganho de peso, as aves foram pesadas no início e no final de cada fase experimental.

A partir dos dados de consumo de ração e ganho de peso, foi calculado a conversão

alimentar dos animais em cada fase.

O nitrogênio consumido, excretado, retido, eficiência de retenção de nitrogênio

foi determinado pelo método de coleta total de excretas. No período de 18 a 21 dias de

idade, com os frangos nas baterias, foi realizado o monitoramento do consumo de ração,

pela pesagem da ração fornecida, acrescida de óxido férrico como marcador, e das

sobras de ração no final do período analisado. Durante esse período de 3 dias, as

excretas foram coletadas, por meio de bandejas acondicionadas abaixo das gaiolas,

identificadas, pesadas duas vezes ao dia (8 e 16h) e armazenadas em freezer a -20ºC até

o final do período experimental. Posteriormente, as excretas foram homogeneizadas,

identificadas e uma amostra de aproximadamente 150 g por parcela foi colocada em

bandejas marmitex de alumínio em estufa de ventilação forçada a 60 ± 5 ºC. Após a

secagem, foi pesada novamente, moída e guardada em potes plásticos identificados até o

momento da análise de matéria seca e nitrogênio no laboratório.

O consumo (NC) e a excreção (NE) média diária de nitrogênio, por parcela

experimental, foram calculados dividindo-se o consumo e a excreção média diária de

proteína bruta (PB), expresso na matéria seca a 105 ºC, pelo fator 6,25. A retenção

média diária de nitrogênio (N) foi calculada pela diferença entre o consumo médio

diário de N e a excreção média diária de N, (NR=NC-NE). E a porcentagem da

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eficiência de retenção de nitrogênio foi calculada usando a fórmula: (100-

(NEx100/NC)).

Aos 45 dias, foram selecionadas três aves por parcela, com peso médio

representativo da parcela para realização do abate, coleta de sangue, avaliação da

carcaça, vísceras e análises histológicas. No abate, foi aferido o peso vivo, o peso e

rendimento de carcaça e partes nobres (peito, coxa e sobrecoxa), onde foi considerado o

peso da carcaça eviscerada (cabeça, pescoço e pés), em relação ao peso vivo após jejum.

O rendimento das partes nobres foram calculados em relação ao peso da carcaça

eviscerada. Foram pesados também; o fígado, moela, coração e gordura celomática,

calculados os pesos relativos pela relação destes com o peso da carcaça. Na coleta de

sangue, foram retirados cerca de 10 ml de sangue pelo corte na veia jugular de 3

animais por tratamento. O soro obtido após a centrifugação do sangue foi estocado a -20

ºC para posterior análise das concentrações de ácido úrico, através de “kit” comercial

(Labtest) e leitura em espectrofotômetro, de acordo com as instruções do fabricante.

Nas análises histológicas, foi realizada através da retirada de fragmentos do

sistema digestório (duodeno e fígado) de 10 animais por tratamento. Os fragmentos

foram imersos em fixador metacarn (60% metanol, 30% clorofórmio e 10% ácido

acético) por 12 horas, sendo transferidos para álcool 70% em seguida. Para a

microscopia óptica foi feita a inclusão dos fragmentos em paraplast. Foram realizados

cortes seriados dos fragmentos com 5 μm de espessura. As seguintes colorações

histológicas foram realizadas para a descrição histológica: hematoxilina e eosina,

periodic acid Schiff (PAS) e tricômio de Masson. As fotomicrografias foram capturadas

com o auxílio de microcâmera acoplada ao microscópio Olympus BX-51 e as imagens

digitalizadas no software KS 400.3 (Zeiss).

Análise Estatística

As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa Statistical

Analysis System (SAS, 2000). Os dados foram submetidos a comparação das médias

realizadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

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36

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, peso final, ganho de peso e

conversão alimentar de frangos de corte em todas as fases de criação são apresentados

na Tabela 5.

Tabela 5. Efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, peso final, ganho de peso e

conversão alimentar de frangos de corte em todas as fases de criação 1 a 7 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB 23,89 22,09 20,29 20,76 21,30 21,84

CR(g/ave) 163,53 167,04 168,24 158,54 163,37 158,70 4,40

PF(g/ave) 201,44a 198,52ab 196,59ab 189,02b 197,30ab 194,45ab 3,59

GP(g/ave) 151,72a 148,80ab 146,91ab 139,31b 147,60ab 144,75ab 4,81

CA(g/g) 1,078 1,126 1,150 1,140 1,107 1,097 5,73

8 a 21 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB 20,79 18,99 17,19 18,25 18,80 19,34

CR(g/ave) 1161,31 1171,21 1161,73 1110,64 1121,23 1113,61 3,35

PF(g/ave) 971,14a 945,10ab 914,70bc 894,26c 919,11bc 923,06abc 3,05

GP(g/ave) 769,71a 746,58ab 718,11b 705,24b 721,81ab 728,61ab 3,85

CA(g/g) 1,511b 1,568ab 1,618a 1,576ab 1,556ab 1,530ab 3,86

1 a 21 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V

CR(g/ave) 1324,83ab 1338,25a 1329,97ab 1269,18b 1284,60ab 1272,31ab 2,91

GP(g/ave) 921,43 a 895,37 ab 865,01 bc 844,55 c 869,42 bc 873,37 abc 3,23

CA(g/g) 1,439 b 1,494 ab 1,537 a 1,503 ab 1,479 ab 1,458 ab 3,16

22 a 35 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB 19,84 18,04 16,24 17,78 18,32 18,85

CR(g/ave) 2351,38ab 2453,76a 2361,06ab 2225,12b 2310,19ab 2237,72b 4,94

PF(g/ave) 2342,06a 2314,74ab 2197,62c 2159,98c 2228,05bc 2203,93bc 2,83

GP(g/ave) 1370,92a 1369,64ab 1282,92ab 1265,72b 1308,94ab 1280,87ab 4,54

CA(g/g) 1,715 1,792 1,841 1,760 1,764 1,749 4,11

36 a 45 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB 18,84 17,04 15,24 17,04 17,57 18,10

CR(g/ave) 2125,68 a 1913,82 ab 1886,86 b 1833,04 b 1872,04 b 1853,05 b 5,50

PF(g/ave) 3197,21 a 3087,22 ab 2961,53 c 2971,53 bc 2985,30 bc 3001,12 bc 1,82

GP(g/ave) 864,66 a 736,68b 749,44b 788,80b 768,85b 780,37b 3,80

CA(g/g) 2,461 2,600 2,517 2,324 2,435 2,380 5,80

1 a 45 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

CR(g/ave) 5792,33a 5717,08a 5603,17ab 5293,43b 5472,17ab 5376,81b 3,47

GP(g/ave) 3195,81a 3097,70a 2942,45b 2929,94b 2978,16b 2970,69b 3,18

CA(g/g) 1,813 1,847 1,905 1,808 1,838 1,810 3,40

C.V. (%): Coeficiente de variação; CR - consumo de ração; PF - peso final; GP - ganho de peso; CA -

conversão alimentar; T1- Ração controle; T2 e T3- redução de 1,8 e 3,6% da PB controle,

respectivamente; T4- suplementação de glutamato com mesmo teor do controle; T5 e T6- suplementação

de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle, respectivamente. a, b, c

Médias seguidas por letras diferentes

nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

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De 1 a 7 dias de idade, a redução de 1,8 e 3,6% da PB e suplementação de 1 e

2% de glutamato excedente ao controle, não diferiu estatisticamente do tratamento

controle. Apresentando as maiores médias de peso final e ganho de peso, em relação ao

tratamento com suplementação de glutamato com o mesmo teor do controle. De 8 a 21

dias de idade, a redução de 1,8% de PB e suplementação de 2% de glutamato excedente

ao controle não diferiu estatisticamente do tratamento controle, contudo o controle

apresentou maior peso em relação ao tratamento com redução de 3,6% de PB,

suplementação de glutamato com mesmo teor do controle e suplementação de 1% de

glutamato excedente ao controle.. Para o ganho de peso, a redução de 1,8% de PB e

suplementação de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle não diferiu

estatisticamente do tratamento controle, apresentando as maiores médias em relação aos

demais tratamentos.

De 1 a 21 dias de idade, a redução de 1,8 e 3,6% da PB e suplementação de 1 e

2% de glutamato excedente ao controle, não diferiu estatisticamente do tratamento

controle. A redução de 1,8% de PB apresentou as maiores médias de consumo de ração,

em relação ao tratamento com suplementação de glutamato com o mesmo teor do

controle. Para o ganho de peso, a redução de 1,8% da PB e suplementação de 2% de

glutamato excedente ao controle, não diferiu estatisticamente do tratamento controle,

apresentando as maiores médias em relação aos demais tratamentos. Para a conversão

alimentar, o tratamento com redução de 1,8% da PB e os tratamentos com

suplementação de glutamato, não diferiu estatisticamente do tratamento controle. O

tratamento controle apresentou melhor conversão alimentar em relação ao tratamento

com redução de 3,6% de PB.

De 22 a 35 dias de idade, a redução de 1,8 e 3,6% da PB e suplementação de 1%

de glutamato excedente ao controle, não diferiu estatisticamente do tratamento controle.

Apresentando as maiores médias de consumo de ração, em relação ao tratamento com

suplementação de glutamato com o mesmo teor e 1% excedente ao controle. No peso

final, verifica-se que a redução de 1,8% de PB não diferiu do controle, apresentando os

maiores resultados em relação aos demais tratamentos. Para ganho de peso, a redução

de 1,8 e 3,6% da PB e suplementação de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle,

não diferiu estatisticamente do tratamento controle. Apresentando as maiores médias de

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ganho de peso, em relação ao tratamento com suplementação de glutamato com o

mesmo teor do controle.

De 36 a 45 dias de idade, a redução de 1,8% de PB não diferiu estatisticamente

do controle. Apresentando as maiores médias de consumo de ração e peso final em

relação aos demais tratamentos. Contudo, nesta fase para ganho de peso, a maior média

ocorreu no tratamento controle. Para consumo de ração, de 1 a 45 dias idade, a redução

de 1,8 e 3,6% da PB e suplementação de 1% de glutamato excedente ao controle, não

diferiu estatisticamente do tratamento controle. Apresentando a maior média de

consumo de ração em relação ao tratamento com a suplementação de glutamato com o

mesmo teor e 2% excedente ao controle. Para ganho de peso, a redução de 1,8% da PB

não difere do tratamento controle, apresentando as maiores médias em relação aos

demais tratamentos.

Na figura 1 são apresentados os parâmetros significativos de desempenho

(consumo de ração e ganho de peso) de 1 a 45 dias de idade.

Figura 1. Consumo de ração e ganho de peso de frangos de 1 a 45 dias de idade

Dessa forma, para o período completo de criação, pode-se supor que a

suplementação com os aminoácidos essenciais foi suficiente para suportar a síntese de

proteína orgânica. No entanto, quando as dietas receberam maior redução protéica, o

ganho de peso diminuiu, demonstrando que há outros fatores influenciando a síntese

tecidual, além do atendimento das exigências de AAE. Esperava-se que a

suplementação com glutamato nas dietas com PB reduzida melhorasse o ganho de peso

e conversão alimentar das aves, em função do maior aporte de nitrogênio amino

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39

disponível para a síntese de AANE, poupando os AAE para a utilização da síntese de

proteína orgânica. Porém, este efeito não foi observado neste estudo.

Pelícia et al. (2011), avaliaram a suplementação de glutamato, glutamina e

aditivos fitogênicos em frangos de corte, criados em sistema alternativo de produção de

1 a 42 dias de idade. Os autores descreveram que a adição de glutamina e ácido

glutâmico não influenciou as variáveis de desempenho de frangos de corte.

Sakamoto et al. (2006), estudando a influência da glutamina e vitamina E no

desempenho e sistema imune de frangos de corte, verificaram que não houve efeito da

glutamina no desempenho (ganho de peso, conversão alimentar e consumo de ração) de

frangos de corte durante os períodos estudados de criação (1 a 41 dias). Resultados

semelhantes foram encontrados por Maiorka et al. (2000), estudando a influência da

suplementação de glutamina sobre o desempenho e o desenvolvimento de vilos e criptas

do intestino delgado de frangos de corte aos 7, 21 e 49 dias de idade. Os autores

mostraram que a adição de 1% de glutamina na dieta dos frangos, não influenciou

(P>0,05) o desempenho zootécnico (ganho de peso, conversão alimentar e consumo de

ração) em nenhuma das fases do desenvolvimento.

Leclercq et al. (1994), utilizaram três dietas (18,9% de PB; 14,4% de PB + AAE

e 16,8% de PB + 4% de AANE). Os autores observaram que a adição de glutamato e

aspartato nas dietas de baixa proteína suplementadas com aminoácidos, teve apenas um

leve aumento na taxa de crescimento de frangos machos dos 30 aos 44 dias de idade, e

não teve efeito sobre a eficiência alimentar.

Em um estudo de desempenho de sete semanas com frangos de corte, Moran Jr.

e Stilborn (1994), relataram que a suplementação de glutamato melhorou o peso

corporal final, mas não teve efeito sobre a eficiência alimentar acumulada ou sobre a

mortalidade.

Namroud et al. (2008), verificaram que a suplementação com uma mistura de

AANE (glutamato + glicina) em dietas com redução protéica resultou em melhorias no

desempenho de frangos de corte, quando comparado as aves que não receberam

suplementação.

Em contraste com a pesquisa, Soltan (2009), estudando a influência de

glutamina dietética sobre o desempenho de frangos de corte, observaram que no início

do experimento não houve melhorias significativas no ganho de peso, apenas após a

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40

terceira semana observaram melhorias quando foi adicionado 1% de glutamina na ração

em comparação com a dieta controle (aumento médio de 8,3%). Yi et al. (2005),

também relataram maior ganho de peso em frangos de corte, quando suplementaram 1%

de glutamina na ração. Bartell e Batal (2007), relataram que 1% de glutamina melhorou

o ganho de peso em cerca de 11% em relação ao controle. Da mesma forma com ácido

glutâmico, Silva e Morais (2002), estudando os efeitos do ácido glutâmico na dieta de

pintos de corte de 1 a 14 dias, observaram que os pintos alimentados com 7,5% de ácido

glutâmico apresentaram maior ganho de peso.

Dados semelhantes são observados por Berres et al. (2009), utilizando dietas

suplementadas com aminoácidos essenciais e não-essenciais (L-Val; L-Val e L-Gly; L-

Val e L-Glu; L-Val, L-Gly e L-Glu; L-Val e L-Ile; L-Val, L-Ile e L-Gly; e L-Val, L-Ile,

L-Gly e L-Glu), verificaram maior ganho de peso e melhor conversão alimentar dos

frangos aos 42 dias, quando a glicina e o glutamato foram suplementados, sendo que

com a glicina os efeitos foram observados na fase inicial da criação e com o glutamato

durante todo o período.

Na Tabela 6, são apresentadas as médias do consumo de ração durante três dias

de coleta de excreta, do nitrogênio consumido, excretado, retido e eficiência de retenção

de nitrogênio de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade, e médias do nível sérico de

ácido úrico dos frangos aos 45 dias de idade, em função dos tratamentos.

Tabela 6. Médias de consumo de ração durante os três dias de coleta de excreta, do

nitrogênio consumido, excretado, retido e eficiência de retenção de nitrogênio

de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade, e a média do nível sérico de

ácido úrico dos frangos aos 45 dias de idade Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB (8-21d) 20,79 18,99 17,19 18,25 18,80 19,34

PB (36-45d) 18,84 17,04 15,24 17,04 17,57 18,10

CR (g/ave/dia) 81,17ab 88,10a 87,56a 79,07b 83,33ab 83,31ab 3,38

NC (g/ave/dia) 2,39a 2,36a 2,14bc 2,04c 2,21abc 2,28ab 3,49

NE (g/ave/dia) 0,44b 0,46b 0,45b 0,48ab 0,50ab 0,51a 4,39

NR (g/ave/dia) 1,95a 1,91ab 1,69dc 1,56d 1,72bcd 1,77abc 4,08

ER (%) 81,42a 80,69ab 78,79bc 76,34d 77,58cd 77,45cd 1,12

AU (mg/dL) 5,16c 4,02d 3,20e 5,78b 7,15a 7,01a 2,18

C.V. (%): Coeficiente de variação. CR – Consumo de ração durante 3 dias; NC – Nitrogênio consumido;

NE – Nitrogênio excretado; NR – Nitrogênio retido; ER – Eficiência de retenção de nitrogênio; AU -

nível sérico de ácido úrico; T1- Ração controle; T2 e T3- redução de 1,8 e 3,6% da PB controle,

respectivamente; T4- suplementação de glutamato com mesmo teor do controle; T5 e T6- suplementação

de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle, respectivamente. a, b, c, d, e

Médias seguidas por letras

diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

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41

Para o consumo de ração, pode-se observar que a redução de 1,8 e 3,6% de PB, e

suplementação de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle não diferiu em relação ao

tratamento controle. Sendo que, os maiores valores foram observados nos tratamentos

com redução de 1,8 e 3,6% de PB em relação ao tratamento com suplementação de

glutamato com mesmo teor do controle.

Para o nitrogênio consumido, a redução de 1,8% de PB, e suplementação de 1 e

2% de glutamato excedente ao controle não diferiu em relação ao tratamento controle.

Sendo que, os maiores valores foram observados nos tratamentos controle e com

redução de 1,8% de PB em relação ao tratamento com redução de 3,6% de PB e

suplementação de glutamato com mesmo teor do controle.

Para o nitrogênio excretado, a redução de 1,8 e 3,6% de PB, e suplementação de

glutamato com o mesmo teor e 1% excedente ao controle não diferiu em relação ao

tratamento controle. Os menores valores foram observados nos tratamentos; controle,

com redução de 1,8 e 3,6% de PB em relação ao tratamento com suplementação de 2%

de glutamato excedente ao controle.

Para o nitrogênio retido, a redução de 1,8% de PB, e suplementação de 1% e 2%

de glutamato excedente ao controle não diferiu em relação ao tratamento controle. A

maior retenção foi obtida no tratamento controle em relação aos tratamentos com

redução de 3,6% de PB e suplementação com mesmo teor de glutamato controle.

Para eficiência de retenção de nitrogênio, a redução de 1,8% de PB não diferiu

em relação ao tratamento controle, e apresentaram as maiores médias em relação aos

tratamentos que receberam suplementação de glutamato. Para o nível sérico de ácido

úrico, observa-se a menor média com redução de 3,6% de PB e os maiores valores nos

tratamentos com suplementação de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle.

Vasconcellos et al. (2011), estudando a determinação da energia metabolizável e

balanço de nitrogênio em dietas com diferentes teores de proteína bruta para frangos de

corte dos 25 aos 29 dias de idade, mostraram que a medida que os teores de PB da dieta

foram reduzidos, a quantidade de nitrogênio consumido e excretado diminuiu de forma

linear. O nitrogênio retido e a eficiência de utilização do nitrogênio apresentaram efeito

quadrático sobre a diminuição do teor de PB. Os autores verificaram que aves

alimentadas com teores de 18,3 e 15,3% de PB na dieta, apresentaram maior retenção e

maior eficiência de utilização do nitrogênio, respectivamente. A menor eficiência das

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42

dietas de alta proteína, provavelmente, está relacionada ao excesso de nitrogênio que foi

eliminado.

Corzo et al. (2005), avaliaram os efeitos da suplementação de aminoácidos

essenciais e não essenciais sobre a concentração de ácido úrico no plasma e verificaram

aumento da deste na dieta controle. Aves alimentadas com dietas de baixa proteína bruta

apresentaram menores níveis de ácido úrico. Verificou-se após suplementação

individual do aminoácido não essencial, que houve redução da concentração de ácido

úrico comparado aos resultados da dieta controle. Os autores concluíram que a

suplementação de aminoácidos não essenciais às dietas de baixa proteína bruta, tem

efeito benéfico sobre a melhoria da utilização do nitrogênio em relação à menor

concentração de ácido úrico no plasma sanguíneo.

Ribeiro et al. (1995), estudando os efeitos do ácido L-glutâmico, L-alanina e L-

prolina na dieta de pintos de corte, verificaram que a elevação de L-glutâmico na dieta

resultava em aumento da concentração deste aminoácido no soro. Estes autores

verificaram, que os maiores teores de ácido úrico no soro ocorriam com 12,5% de L-

glutâmico ou 6,25% de L-glutâmico + 3,79% de L-alanina.

Segundo Bertechini (2006), a maior parte do ácido úrico é sintetizada no fígado,

podendo também ocorrer nos rins. Os rins das aves secretam ácido úrico para urina e

também consegue remover o ácido úrico do sangue de forma eficiente. Os níveis de

ácido úrico no sangue são de 5 a 10mg/100ml, sendo que uma ave adulta consegue

eliminar de 4 a 5g por dia.

Fisiologicamente, pode-se considerar que a redução do ácido úrico

independentemente do fator de significância, é considerada positiva, pois este fato pode

indicar um processo de economia de energia pelo organismo dos animais, pois o ácido

úrico sintetizado no fígado é um processo dispendioso e consome grandes quantidades

de aminoácidos (ácido aspártico, glutamina e glicina), relatam Almeida et al. (2007).

Verificou-se neste estudo, que os dois últimos tratamentos indicaram maior

metabolismo aminoacídico, contribuindo para um maior catabolismo protéico. Apesar

de apresentarem os maiores teores de ácido úrico no sangue, a suplementação de

aminoácidos não essenciais às dietas de baixa proteína bruta teve efeito benéfico sobre

os valores de gordura celomática (Tabela 8) que se apresentaram abaixo do controle,

corroborando com os resultados de Ishibashi e Yonemochi (2002), que afirmam que a

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43

suplementação de até 5% de ácido glutâmico em rações com redução protéica reduz a

gordura abdominal de frangos de corte.

Na figura 2 são apresentados os parâmetros significativos do balanço de

nitrogênio (consumo de ração, nitrogênio consumido, excretado, retido e eficiência de

retenção de nitrogênio), e nível sérico de ácido úrico das aves.

Figura 2. Consumo de ração, nitrogênio consumido, excretado, retido, eficiência de

retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido úrico dos frangos de corte

Neste estudo, verifica-se que o consumo de ração aumentou com a redução

protéica e reduziu quando foi suplementado com glutamato. O nitrogênio excretado

aumentou com a redução de PB e suplementação de glutamato. Á medida que a proteína

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foi reduzida o nitrogênio consumido, retido e eficiência de retenção de nitrogênio

reduziram até o tratamento com suplementação de glutamato com o mesmo teor do

controle. Quando suplementou com 1 e 2% de glutamato excedente ao controle há uma

tendência a aumentar esses parâmetros. Para o nível sérico de ácido úrico verifica-se

uma redução com a redução protéica até o tratamento com redução de 3,6% de PB, em

seguida há um aumento desse parâmetro quando se suplementou com glutamato.

Na Tabela 7, são apresentados os resultados das médias de peso vivo e dos pesos

e rendimentos de carcaça, peito, coxa e sobrecoxa dos frangos aos 45 dias de idade, em

função dos tratamentos.

Tabela 7. Médias do peso vivo, peso e rendimento de carcaça e partes nobres (peito,

coxa e sobrecoxa) dos frangos aos 45 dias de idade, em função dos

tratamentos Tratamentos T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB (36-45d) 18,84 17,04 15,24 17,04 17,57 18,10

PV (kg) 3,09a 3,05ab 2,91ab 2,86b 2,90ab 2,87b 3,70

PC (kg) 2,40 2,37 2,28 2,22 2,29 2,32 4,76

RC (%) 77,83b 77,79b 78,40ab 77,53b 78,87ab 80,74a 2,07

PP (g) 828,00 812,11 778,72 772,33 782,78 795,33 5,59

RP (%) 34,49 34,26 34,09 34,74 34,19 34,37 3,17

PCx (g) 317,61 308,83 303,39 294,44 301,50 297,83 4,76

RCx (%) 13,24 13,03 13,28 13,28 13,17 12,88 3,89

PSx (g) 385,75 386,00 376,92 372,56 372,67 357,22 5,73

RSx (%) 16,07ab 16,29ab 16,51a 16,76a 16,26ab 15,44b 3,52

C.V. (%): Coeficiente de variação. PV - peso vivo; PC - peso de carcaça; RC - rendimento de carcaça; PP

- peso de peito; RP - rendimento de peito; PCx - peso de coxa; RCx - rendimento de coxa; PSx - peso de

sobrecoxa; RSx – rendimento de sobrecoxa; T1- Ração controle; T2 e T3- redução de 1,8 e 3,6% da PB

controle, respectivamente; T4- suplementação de glutamato com mesmo teor do controle; T5 e T6-

suplementação de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle, respectivamente. a, b

Médias seguidas por

letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Para peso vivo, observa-se que a redução de 1,8 e 3,6% de PB e suplementação

de 1% de glutamato excedente ao controle não diferiu do tratamento controle. Contudo,

o tratamento controle apresentou o maior peso vivo em relação aos tratamentos com

suplementação de glutamato com o mesmo teor e com 2% excedente ao controle. O

tratamento com 2% de glutamato excedente ao controle apresentou o maior rendimento

de carcaça em relação aos tratamentos; controle, com redução de 1,8% de PB e

suplementado com glutamato com o mesmo teor do controle. Contudo, o tratamento

com 2% de glutamato excedente ao controle, apresentou menor rendimento de

sobrecoxa em relação aos tratamentos; controle, com redução de 1,8% de PB e com

suplementação de 1% de glutamato excedente ao controle.

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Berres et al. (2010), estudaram diferentes níveis de proteína (20,64; 20; 20,08;

20,64; 20,64; 18,66; 18,89; 20,64%) e suplementação de valina, isoleucina, glicina e

ácido glutâmico, individualmente ou em conjunto, para frangos de corte de 1 a 42 dias

de idade. Os autores não verificaram efeito do tratamento sobre o rendimento de

carcaça. Houve efeito para o rendimento de peito e coxas, onde observou-se maior

rendimento de peito no tratamento com 20,64% PB + valina + isoleucina + glicina +

glutamato, e para rendimento de coxa o tratamento controle obteve os maiores valores,

o que comprova a necessidade de nitrogênio para a síntese de aminoácido não essencial

nas dietas.

Oliveira et al. (2011), estudaram a redução protéica (21,6; 20,6; 19,6; 18,6 e

17,6% de PB) formulada de acordo com o conceito de proteína ideal em frangos de

corte de 22 a 42 dias de idade mantidos em ambiente termoneutro. Os autores

verificaram que o peso absoluto de carcaça, peito, coxa e sobrecoxa não foi influenciado

pela redução da proteína bruta da ração. Segundo esses autores, a redução do teor de PB

da ração não altera significativamente esses parâmetros quando os aminoácidos

essenciais são suplementados em níveis suficientes para atender as exigências

nutricionais das aves.

Faria Filho et al. (2006), estudando o rendimento de carcaça e cortes nobres de

frangos de corte submetidos a baixa proteína (18; 16,5 e 15%). Os autores verificaram

que as dietas de baixa proteína bruta não influenciaram o rendimento de carcaça e de

cortes comerciais dos frangos. Resultados semelhantes foram obtidos Rodrigues et al.

(2008), que avaliaram as características de carcaça de frangos de corte no período de 42

dias alimentados com rações formuladas com diferentes relações lisina

digestível:proteína bruta (17 e 19,5%). Não houve efeito significativo dos dois níveis de

PB utilizados sobre os rendimentos de carcaça e de partes. Rojas (2012), avaliou o

efeito da redução protéica (22, 20, 19% PB) e suplementação de relações glicina +

serina para frangos de corte abatidos aos 42 dias de idade, e também não verificou efeito

no rendimento de carcaça, peito e coxas.

Sabino et al. (2004), estudaram o nível de proteína bruta (15, 17, 19, 21 e 23%)

para frangos de corte Hubbard, machos e fêmeas de 22 a 42 dias de idade. Os autores

verificaram efeito linear do rendimento de carcaça, mostrando que o aumento no teor de

proteína aumentou o rendimento de carcaça. Contudo, a porcentagem de peito não foi

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influenciada pelos níveis de proteína bruta da dieta, indicando que, mesmo nos menores

níveis protéicos, houve fornecimento satisfatório de aminoácidos essenciais.

Os resultados deste experimento corroboram com os encontrados por Lisboa et

al. (1999), que avaliaram três grupos genéticos de frangos de corte com 42 dias de

idade, submetidos a diferentes níveis de proteína (16,5; 18; 19,5 e 21%) na ração. Estes

autores observaram que à medida que o nível de PB da ração aumentou, o rendimento

de carcaça e gordura abdominal reduziu e o de coxa aumentou (efeito linear).

Na figura 3 são apresentados os parâmetros significativos da qualidade de

carcaça (peso vivo, rendimento de carcaça e sobrecoxa) dos frangos aos 45 dias de

idade.

Figura 3. Peso vivo, rendimento de carcaça e sobrecoxa de frangos abatidos aos 45 dias

de idade

Neste estudo, verifica-se que o peso vivo reduziu com a redução protéica até o

tratamento com suplementação de glutamato com mesmo teor do controle. O

rendimento de carcaça aumentou com a suplementação de glutamato. Para o rendimento

de sobrecoxa, verifica-se um aumento com a redução protéica até o tratamento com

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suplementação de glutamato com mesmo teor do controle, e em seguida ocorre uma

redução com a suplementação de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle.

Na Tabela 8 são apresentadas as médias do peso do fígado, moela, coração,

gordura celomática e relação entre as partes pesadas e carcaça dos frangos de corte

abatidos aos 45 dias de idade.

Tabela 8. Médias do peso do fígado, moela, coração, gordura celomática e relação

fígado/carcaça, moela/carcaça, coração/carcaça e gordura celomática/carcaça

dos frangos de corte abatidos aos 45 dias de idade Tratamentos T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB (36-45d) 18,84 17,04 15,24 17,04 17,57 18,10

PFg (g) 53,58a 50,50ab 48,00ab 46,22b 49,22ab 49,22ab 6,35

PMo (g) 74,28 70,39 71,94 66,28 72,39 69,28 9,37

PCr (g) 15,44 14,78 14,36 13,78 13,61 14,94 9,28

PGo (g) 35,06bc 46,33ab 49,14a 40,17abc 39,00abc 32,22c 18,86

Fg:C 2,234 2,130 2,101 2,087 2,152 2,130 6,71

Mo:C 3,101 2,972 3,150 2,984 3,161 2,999 9,32

Cr:C 0,644 0,622 0,629 0,621 0,595 0,646 7,76

Go:C 1,462bc 1,949ab 2,154a 1,801abc 1,694abc 1,392c 16,83

C.V. (%): Coeficiente de variação. PFg - peso do fígado; PMo - peso da moela; PCr – peso do coração;

PGo - peso da gordura celomática; Fg:C - relação fígado/carcaça; Mo:C – relação moela/carcaça; Cr:C –

relação coração/carcaça; Go:C – relação gordura celomática/carcaça; T1- Ração controle; T2 e T3-

redução de 1,8 e 3,6% da PB controle, respectivamente; T4- suplementação de glutamato com mesmo

teor do controle; T5 e T6- suplementação de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle, respectivamente. a, b,c

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey,

a 5% de probabilidade.

Para peso do fígado, observa-se que a redução de 1,8 e 3,6% de PB e

suplementação de 1 e 2% de glutamato excedente ao controle não diferiu do tratamento

controle. Contudo, o tratamento controle apresentou o maior peso de fígado em relação

ao tratamento com suplementação de glutamato com o mesmo teor do controle. Quanto

ao peso da gordura celomática e a relação gordura celomática:carcaça, verifica-se que

não diferiu entre os tratamentos com suplementação de glutamato e o controle.

Contudo, o tratamento com redução de 1,8 e 3,6% da PB apresentou maior gordura

celomática e relação gordura celomática:carcaça em relação ao tratamento com

suplementação de 2% de glutamato excedente ao controle, o que indica que a energia

desses animais pode estar sendo destinada para a produção de tecido adiposo e não para

crescimento ou estoque em forma de glicogênio no fígado.

Faria Filho (2003); Sklan e Plavnik (2002), mostram aumento na deposição de

gordura com a redução dos níveis protéicos da dieta. Sklan e Plavnik (2002) citam que

rações com baixo conteúdo protéico causam aumento na deposição de gordura nos

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tecidos, em razão da incapacidade da ave de utilizar energia para a deposição de

proteína. Como a ração não contém quantidade suficiente de proteína para ótimo

crescimento, a energia extra é convertida em gordura.

De acordo com os dados de Ishibashi e Yonemochi (2002), é possível uma

redução da proteína bruta da dieta em até 4%, sem afetar o desempenho e a gordura

abdominal. Segundo os autores, a redução da PB dietética satisfazendo os

requerimentos de aminoácidos resulta em um aumento na gordura, sendo que, a

suplementação com 5% de ácido glutâmico, não afetou no ganho de peso, mas reduziu a

gordura.

Namroud et al. (2008), verificaram que a suplementação com uma mistura de

AANE (glutamato + glicina) em dietas com redução protéica resultou em redução na

deposição de gordura corporal em frangos de corte, quando comparado as aves que

receberam as dietas de baixa PB (19 e 17%) sem suplementação.

Na figura 4 são apresentados os parâmetros significativos de peso de fígado,

gordura celomática e relação gordura celomática: carcaça dos frangos aos 45 dias de

idade.

Figura 4. Peso de fígado, gordura celomática e relação gordura celomática:carcaça de

frangos abatidos aos 45 dias de idade

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Neste estudo, verifica-se que o peso do fígado reduziu com a redução protéica

até o tratamento com suplementação de glutamato com mesmo teor do controle. Após,

verifica-se uma tendência a aumentar esse parâmetro com a suplementação de 1 e 2% de

glutamato excedente ao controle. O peso de gordura celomática e a relação gordura

celomática:carcaça, aumentou com a redução protéica e reduziu quando suplementou-se

com glutamato.

Na Figura 5, estão os resultados das análises histológicas do fígado de frangos

de corte.

Figura 5. Fotomicrografias representativas de fígados de frangos em diferentes

tratamentos com adição de ácido glutâmico na dieta. A) Tratamento

controle; B) Tratamento com suplementação de glutamato com mesmo teor

do controle; C) Tratamento com suplementação de 2% de glutamato

excedente ao controle. Coloração de hematoxilina-eosina. Barra: 300

micrômetros

O tratamento com suplementação de glutamato com o mesmo teor do controle

não diferiu do tratamento com suplementação de 2% de glutamato excedente ao

controle. Contudo verifica-se menor acúmulo de glicogênio hepático, ou seja, menores

teores de energia corpórea são apresentados no fígado dos frangos submetidos ao

tratamento com suplementação de glutamato com o mesmo teor do controle.

Lima (2012), estudando as exigências nutricionais de treonina e triptofano para

codornas japonesas e galinhas poedeiras leves em postura, verificou que o aumento de

treonina e triptofano na dieta, causava aumento da deposição de colágeno parenquimal e

esteatose hepáticas nas aves, respectivamente. Contudo, histologicamente, neste

experimento não foram observadas alterações patológicas hepáticas em decorrência da

redução protéica ou do aumento dos teores de ácido glutâmico na dieta. Entretanto,

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pode-se observar que o tratamento com suplementação de glutamato com o mesmo teor

do controle apresentou congestão hepática no parênquima do fígado, ou seja, dilatação

dos capilares sanguíneos do fígado (Figura 1B) devido a um aumento do fluxo

sanguíneo neste tratamento.

Os estudos histológicos também demonstraram que não houve alteração

morfológica nas vilosidades intestinais, assim como no número de células caliciformes

ou na quantidade de muco produzido pelas mesmas. Os animais de todos os tratamentos

estudados não apresentam lesões renais, levando a supor que sobre essas condições

experimentais a suplementação do ácido glutâmico não alterou o potencial do sistema

imunológico dos animais.

Os resultados encontrados neste estudo, corroboram com Yi e Allee (2006), os

quais descrevem que os efeitos da suplementação do glutamato são variáveis e

inconsistentes sob condições normais de alimentação, sendo mais pronunciados em

quadros inflamatórios ou doença com catabolismo. Nestas condições, segundo esses

autores, espera-se que o glutamato atue aumentando a resposta imune, na manutenção

da integridade da mucosa intestinal, aumentando a síntese protéica e reduzindo o

catabolismo protéico, diminuindo a mortalidade, enfim, tenha um impacto positivo

sobre o desempenho de leitões ou aves jovens.

Os resultados corroboram também com Ebadiasl (2011), que avaliou a influência

da glutamina e glutamato (0% de glutamato e glutamina; 1% de glutamina, 0,5%

glutamina; 1% de glutamato, 0,5% de glutamato) na dieta de frangos de corte machos de

1 a 35 dias de idade sobre o desempenho e morfologia intestinal, não sendo observado

efeito dos tratamentos sobre o desempenho de frangos de corte, morfologia intestinal,

comprimento dos diferentes segmentos do intestino delgado, o peso do baço e do fígado

em relação ao peso corporal. Segundo o autor os efeitos do glutamato dietético em

órgãos linfóides e no fígado deveriam ser avaliados quando os frangos forem

desafiados.

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CONCLUSÃO

Recomenda-se o tratamento com 2% de glutamato excedente ao controle, pois

apresentou o melhor resultado de rendimento de carcaça em relação ao controle, ao

tratamento com redução de 1,8% de PB e ao suplementado com glutamato com o

mesmo teor do controle. Além disso, esse tratamento apresentou o menor teor de

gordura em relação aos tratamentos com redução de 1,8 e 3,6% de PB.

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CAPÍTULO 3

Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados em dietas

com redução protéica para frangos de corte

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Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados em dietas com redução

protéica para frangos de corte

RESUMO

Com o objetivo de avaliar o efeito da suplementação de aminoácidos essenciais

limitantes e de L-glutamato em rações de frangos de corte com redução protéica, 540

pintos de um dia de idade da linhagem Cobb foram distribuídos em um delineamento

inteiramente casualizado com seis tratamentos e seis repetições de quinze aves por

unidade experimental, com duração de 42 dias, divididos nas fases pré-inicial (1 a 7

dias), inicial (8 a 21 dias), crescimento (22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias). O primeiro

tratamento consistiu de uma ração controle formulada em função do atendimento das

exigências dos aminoácidos essenciais limitantes para cada fase de criação com

suplementação de L-lisina, DL-metionina e L-treonina. Além da suplementação dos

aminoácidos citados anteriormente, a L-valina foi suplementada no segundo tratamento

e a redução de proteína forneceu o próximo aminoácido limitante para formular o

terceiro tratamento, que no caso foi a L-isoleucina. De forma semelhante, no quarto

tratamento ocorreu à suplementação de L-arginina. Para os tratamentos 5 e 6, as rações

foram suplementadas com L-glutamato, em quantidades suficientes para atender os

requerimentos mínimos de proteína bruta para cada uma das fases, suplementou-se

também, L-valina e L-isoleucina no quinto tratamento e L-valina, L-isoleucina e L-

arginina no sexto. Para o desempenho, de 1 a 42 dias de idade, o melhor resultado

ocorreu na ração controle em relação a ração com redução PB + arginina. Sendo que, os

menores valores de nitrogênio excretado ocorreu nos tratamentos com 19,16% de PB +

isoleucina e com 17,85% de PB + arginina em relação aos demais tratamentos. Para o

nitrogênio retido, verifica-se as maiores médias no tratamento controle e com 19,80%

de PB + valina em relação ao tratamento com 17,85% de PB + arginina. A maior

eficiência de retenção de nitrogênio ocorreu com 19,16% de PB + isoleucina em relação

ao controle. Contudo, o menor teor de ácido úrico ocorreu no controle em relação aos

demais tratamentos. Para peso vivo, peso de carcaça e peso de peito, observa-se que o

tratamento controle apresentou maiores médias em relação ao tratamento com 16,77%

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de PB + arginina. Desta forma, conclui-se que a ração controle promoveu resultados

semelhantes, para o desempenho e qualidade de carcaça, nos tratamentos com redução

protéica e suplementação de glutamato e AAE. Contudo, apresentou o menor teor de

ácido úrico no sangue e os melhores resultados de ganho de peso, peso vivo, peso de

carcaça e peso de peito para os frangos de corte de 1 a 42 dias de idade em relação a

ração com redução de PB + arginina.

Palavras-chave: aminoácido não essencial, desempenho animal, exigência nutricional,

formulação de ração, nitrogênio

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Glutamic acid and limiting amino acids in diets supplemented with reduced

protein for broilers

ABSTRACT

In order to evaluate the effect of supplementation of essential amino acids and L-

glutamate in diets of broilers with reduced protein, 540 day-old chicks of the old Cobb

were distributed in a completely randomized design with six treatments and six

replications of fifteen birds each lasting 42 days, divided in pre-starter (1-7 days), early

(8-21 days), growth (22 to 35 days) and late (36 to 42 days) . The first treatment

consisted of a control diet formulated on the basis of meeting the requirements of

essential amino acids for each phase supplementation with L-lysine, DL-methionine and

L-threonine. Besides the aforementioned supplementation of amino acids, L-valine was

supplemented in the second treatment and reduction of protein provided near the

limiting amino acid for formulating the third treatment, which in this case was L-

isoleucine. Similarly, in the fourth treatment occurred supplementation of L-arginine.

For treatments 5 and 6 were supplemented with L-glutamate in amounts sufficient to

meet the minimum requirements of crude protein for each phase, are also supplemented,

L-valine and L-isoleucine and L in the fifth treatment -valine, L-isoleucine and L-

arginine in the sixth. For the performance, from 1 to 42 days old, the best result

occurred in the control diet compared with the diet reduced PB + arginine. Since the

lowest values of nitrogen excreted occurred in treatments with 19.16% CP + isoleucine

and 17.85% CP + arginine compared to other treatments. For nitrogen retained, there is

the highest averages in the treatment and control 19.80% of CP + valine compared to

treatment with 17.85% CP + arginine. The greater efficiency of nitrogen retention

occurred with 19.16% CP + isoleucine compared to control. However, the lower levels

of uric acid occurred in control compared to other treatments. To live weight, carcass

weight and breast weight, it is observed that the control treatment had higher averages

in relation to treatment with 16.77% CP + arginine. Thus, we conclude that the control

diet promoted similar results for performance and carcass quality in treatments with

reduced protein and supplementation of glutamate and AAE. However, had the lowest

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levels of uric acid in the blood and the best results in weight gain, live weight, carcass

weight and breast weight for broilers from 1 to 42 days of age in relation to diet with

reduced CP + arginine.

Keywords: animal performance, feed formulation, nitrogen, nonessential amino acid,

nutritional requirements,

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INTRODUÇÃO

A avicultura no mundo todo tem um objetivo comum que é a obtenção de

produtos avícolas de alta qualidade, juntamente com menores custos de produção. Uma

vez que, do custo total de produção na avicultura cerca de 70% é devido à alimentação,

tendo os alimentos protéicos grande contribuição neste custo total, ficando evidente a

grande importância da estratégia nutricional a ser utilizada dentro de uma empresa. Uma

das alternativas utilizadas com o intuito de redução dos custos é a diminuição do nível

protéico das rações adicionando aminoácidos sintéticos em níveis que proporcionem às

aves índices de desempenho semelhantes ou até melhores (Neme et al., 2001).

A progressiva redução na proteína bruta (PB) da dieta pode levar a uma situação

em que aminoácidos, como valina e isoleucina, que são geralmente supridos por dietas

com alta proteína, se tornem limitantes ao melhor desempenho (Peganova; Eder, 2002).

Desta forma, para se alcançar o aumento no desempenho das aves submetidas a dietas

com maiores reduções protéicas, deve-se ter a preocupação de fornecer níveis mínimos

de aminoácidos limitantes, como isoleucina, valina, arginina e triptofano, bem como

adequar o nível energético da dieta para se obter melhor eficiência de deposição da

proteína sem prejudicar a qualidade da carcaça.

Contudo, a redução do teor de PB acima de três a quatro pontos percentuais,

inclusive atendendo as exigências de todos os aminoácidos essenciais (AAE), ainda tem

apresentado resultados de prejuízo no crescimento (Dean et al., 2006; Payne, 2007) e

composição de carcaça em frangos de corte na fase de crescimento (Bregendahl et al.,

2002).

Nesse sentido, o nutricionista deve estar atento ao conceito de proteína ideal, que

corresponde a uma mistura dos vinte aminoácidos com disponibilidade total na

digestão, absorção e metabolismo, cuja composição seria idêntica as exigências dos

animais para manutenção e crescimento (Green; Hardy, 2002; Pezzato et al., 2004). Em

outras palavras, o padrão aminoacídico ideal pode ser definido como o padrão dietético

em que cada aminoácido essencial e a sua relação com os aminoácidos não essenciais

estão igualmente limitantes para a máxima deposição protéica (Boisen et al., 2000;

Green; Hardy, 2002).

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De acordo com Berres et al. (2010), possivelmente, os aminoácido não

essenciais (AANE) podem se tornar limitantes abaixo de um certo nível de proteína na

dieta. Nesse sentido, Corzo et al. (2004), afirmaram que é estritamente necessário a

suplementação de nitrogênio não específico em dietas com redução de 4 p.p. da PB para

frangos de corte na fase inicial.

O ácido L-glutâmico é considerado uma fonte eficiente de nitrogênio não

específico capaz de promover o desenvolvimento e o crescimento, melhorar o

desempenho, diminuir a incidência de problemas de pernas e a mortalidade em aves de

corte (Silva et al., 2001).

Desta forma, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas com a

suplementação de glutamato em dietas com redução de PB, verificando seus efeitos no

desempenho e qualidade de carcaça. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o

efeito da suplementação de aminoácidos limitantes e L-glutamato em rações com

redução protéica para frangos de corte.

MATERIAL E MÉTODOS

Local e duração do experimento

O experimento foi conduzido no Módulo de Avicultura do Departamento de

Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus

II, no município de Areia, na região Norte do Estado da Paraíba, a 6º57’48’’ de latitude

sul e 35º41’30’’ de longitude oeste, com altitude de 618 m acima do nível do mar.

O experimento foi conduzido no período de 13/10 a 17/11/2011, totalizando 42

dias, divididos nas fases pré-inicial (1 a 7 dias), inicial (8 a 21 dias), crescimento (22 a

35 dias) e final (36 a 42 dias).

Instalações e equipamentos

Nas duas primeiras fases (1-21 dias de idade), os pintos foram alojados em

baterias metálicas tipo “Brasília”, com piso de tela e bandejas coletoras de excreta,

contendo comedouros e bebedouros tipo calha. O aquecimento dos pintos foi realizado

através de um sistema elétrico, com lâmpadas incandescentes de 60 W por parcela, que

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eram acionadas conforme a necessidade, tendo como base a temperatura observada no

termômetro digital e no comportamento das aves.

De 22 a 42 dias de idade, os pintos foram alojados em boxes de 1,40 x 1,80 m,

com piso de cimento coberto com cama de bagaço de cana-de-açúcar, com comedouros

tubulares e bebedouros pendulares. Durante o período experimental, as aves receberam

água e ração à vontade, e o programa de luz adotado foi contínuo (24 horas de luz =

natural + artificial).

Animais, delineamento e dietas experimentais

Foram utilizados 540 pintos machos de um dia da linhagem de corte Cobb,

distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e seis

repetições de quinze aves por unidade experimental. A média do peso inicial dos pintos

foi de 42,1 ± 0,04g.

O primeiro tratamento foi constituído de uma ração controle, à base de milho e

farelo de soja, suplementada com L-lisina, DL-metionina e L-treonina, formulada para

atender as exigências nutricionais das aves para cada uma das fases da criação, com os

níveis de todos os aminoácidos essenciais alcançando ou excedendo ligeiramente as

recomendações de Rostagno et al. (2005). O segundo tratamento foi suplementado com

L-valina, além dos aminoácidos industriais utilizados no controle. Desta forma, o

conteúdo de PB da dieta foi o suficiente para fornecer o próximo aminoácido limitante,

isoleucina, ficando esta dieta com teor protéico reduzido em relação ao controle.

De forma semelhante, para compor o terceiro tratamento foi adicionado a L-

isoleucina na formulação e a PB foi reduzida até atender as exigências de arginina. Por

sua vez, o quarto tratamento foi constituído pela adição de L-arginina na formulação,

provocando uma redução nos níveis de PB até atender a exigência mínima de triptofano.

Como a PB das dietas foi reduzida, as exigências ficaram abaixo das recomendações de

Rostagno et al. (2005). Nos dois últimos tratamentos, as rações foram suplementadas

com L-glutamato em quantidades suficientes para atender os requerimentos mínimos de

PB para cada uma das fases de criação, sendo que além dos aminoácidos citados, foram

adicionados a L-valina e L-isoleucina no tratamento 5 e a L-arginina no tratamento 6.

As rações experimentais para cada uma das fases de criação dos frangos de corte

estão apresentadas nas Tabelas 1, 2, 3 e 4.

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Tabela 1. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na fase

pré inicial (1-7 dias de idade)

Ingredientes T1 T2 T3 T4 T5 T6

Milho 49,466 54,569 57,763 63,898 57,043 60,602

Farelo de soja 44,006 39,524 36,696 30,253 36,778 30,555

Óleo de soja 2,628 1,672 1,049 - 1,119 0,037

Fosfato bicálcico 1,875 1,899 1,914 1,954 1,916 1,965

Calcário 0,829 0,847 0,858 0,882 0,857 0,874

Sal 0,448 0,452 0,455 0,462 0,455 0,464

DL-Metionina 0,325 0,357 0,377 0,427 0,378 0,434

L-Lisina.HCl 0,156 0,287 0,370 0,563 0,370 0,562

L-Treonina 0,070 0,127 0,164 0,251 0,165 0,254

L-Valina - 0,069 0,112 0,214 0,113 0,219

L-Isoleucina - - 0,045 0,151 0,045 0,153

L-Arginina - - - 0,199 - 0,201

L-Glutamato - - - - 0,564 3,483

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Sup. Mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Sup. Vitamínico² 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano³ 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Promotor de Cresc.(+)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Promotor de Cresc.(-)5

0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Antioxidante6

0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Inerte (areia lavada) - - - 0,549 - -

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 2950 2950 2950 2950 2950 2950

PB (%) 23,89 22,55 21,73 20,17 22,04 22,04

Cálcio (%) 0,939 0,939 0,939 0,939 0,939 0,939

Fósforo disponível (%) 0,470 0,470 0,470 0,470 0,470 0,470

Lisina dig (%) 1,330 1,330 1,330 1,330 1,330 1,330

Met.+cistina dig (%) 0,944 0,944 0,944 0,944 0,944 0,944

Metionina dig (%) 0,630 0,645 0,655 0,678 0,655 0,682

Treonina dig (%) 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865

Valina dig (%) 0,998 0,998 0,998 0,998 0,998 0,998

Isoleucina dig (%) 0,937 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865

Arginina dig (%) 1,602 1,476 1,397 1,397 1,397 1,397

Triptofano dig (%) 0,286 0,263 0,248 0,213 0,248 0,213

Fenilalanina dig (%) 1,207 1,122 1,068 0,876 0,993 0,871

Histidina dig (%) 0,596 0,557 0,535 0,475 0,532 0,471

Leucina dig (%) 1,824 1,723 1,657 1,504 1,656 1,486

Glutamato (%) 4,316 4,017 3,828 3,381 4,385 6,822

1 - Suplemento mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2

g; I – 1 g; veiculo q.s.p. - 500 g. 2 - Suplemento vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A -

15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g;

vit. B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25 g; Ácido pantatênico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Ácido fólico - 1,0 g;

Se - 250 mg; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 - Coban; 4 - Enradin - 100g/ton; 5 - Colistin - 20 g/ton; 6 -

Etoxiquim - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. T1 - Ração Controle; T2 - redução protéica + valina; T3 -

redução protéica + isoleucina; T4 - redução protéica + arginina; T5 - suplementação de valina, isoleucina,

glutamato; T6 - suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato.

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66

Tabela 2. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na fase

inicial (8-21 dias de idade)

Ingredientes T1 T2 T3 T4 T5 T6

Milho 59,318 63,078 65,608 69,515 61,695 64,491

Farelo de soja 35,316 32,013 29,773 24,655 30,224 25,114

Óleo de soja 1,661 0,958 0,465 - 0,845 -

Fosfato bicálcico 1,770 1,788 1,800 1,835 1,812 1,852

Calcário 0,818 0,832 0,840 0,857 0,832 0,846

Sal 0,433 0,437 0,439 0,445 0,441 0,448

DL-Metionina 0,254 0,278 0,294 0,336 0,301 0,348

L-Lisina.HCl 0,173 0,270 0,336 0,492 0,332 0,490

L-Treonina 0,060 0,103 0,132 0,203 0,134 0,208

L-Valina - 0,046 0,080 0,165 0,084 0,172

L-Isoleucina - - 0,036 0,122 0,037 0,125

L-Arginina - - - 0,162 - 0,166

L-Glutamato - - - - 3,066 5,476

Colina - 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Sup. Mineral¹ 0,070 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Sup. Vitamínico² 0,050 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano³ 0,025 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Promotor de Cresc.(+)4 0,030 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Promotor de Cresc.(-)5

0,010 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Antioxidante6

0,002 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Inerte (areia lavada) 0,010 - - 1,016 - 0,067

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 3000 3000 3000 3000 3000 3000

PB (%) 20,79 19,80 19,16 17,85 20,79 20,79

Cálcio (%) 0,884 0,884 0,884 0,884 0,884 0,884

Fósforo disponível (%) 0,442 0,442 0,442 0,442 0,442 0,442

Lisina dig (%) 1,146 1,146 1,146 1,146 1,146 1,146

Met.+cistina dig (%) 0,814 0,814 0,814 0,814 0,814 0,814

Metionina dig (%) 0,529 0,54 0,548 0,569 0,552 0,574

Treonina dig (%) 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745

Valina dig (%) 0,865 0,860 0,860 0,860 0,860 0,860

Isoleucina dig (%) 0,798 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745

Arginina dig (%) 1,358 1,266 1,203 1,203 1,203 1,203

Triptofano dig (%) 0,240 0,223 0,211 0,183 0,212 0,183

Fenilalanina dig (%) 0,969 0,911 0,871 0,774 0,868 0,767

Histidina dig (%) 0,521 0,493 0,474 0,425 0,47 0,419

Leucina dig (%) 1,629 1,553 1,503 1,372 1,485 1,344

Glutamato (%) 3,735 3,515 3,365 2,997 6,395 8,409

1 - Suplemento mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2

g; I – 1 g; veiculo q.s.p. - 500 g. 2 - Suplemento vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A -

15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g;

vit. B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25 g; Ácido pantatênico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Ácido fólico - 1,0 g;

Se - 250 mg; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 - Coban; 4 - Enradin - 100g/ton; 5 - Colistin - 20 g/ton; 6 -

Etoxiquim - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. T1 - Ração Controle; T2 - redução protéica + valina; T3 -

redução protéica + isoleucina; T4 - redução protéica + arginina; T5 - suplementação de valina, isoleucina,

glutamato; T6 - suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato.

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67

Tabela 3. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na fase

de crescimento (22-35 dias de idade)

Ingredientes T1 T2 T3 T4 T5 T6

Milho 60,594 63,412 67,190 70,272 64,140 65,712

Farelo de soja 33,052 30,577 27,233 24,416 27,584 24,833

Óleo de soja 2,920 2,392 1,655 1,044 1,952 1,473

Fosfato bicálcico 1,620 1,633 1,651 1,667 1,661 1,682

Calcário 0,777 0,787 0,800 0,811 0,793 0,801

Sal 0,414 0,416 0,419 0,422 0,421 0,425

DL-Metionina 0,233 0,250 0,274 0,295 0,280 0,305

L-Lisina.HCl 0,149 0,222 0,320 0,403 0,317 0,402

L-Treonina 0,044 0,076 0,119 0,156 0,121 0,160

L-Valina - 0,038 0,089 0,133 0,092 0,140

L-Isoleucina - - 0,053 0,099 0,054 0,102

L-Arginina - - - 0,085 - 0,089

L-Glutamato - - - - 2,388 3,679

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Sup. Mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Sup. Vitamínico² 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano³ 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Promotor de Cresc.(+)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Promotor de Cresc.(-)5

0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Antioxidante6

0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 3100 3100 3100 3100 3100 3100

PB (%) 19,84 19,10 18,14 17,48 19,41 19,41

Cálcio (%) 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824

Fósforo disponível (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411

Lisina dig (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073

Met.+cistina dig (%) 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773

Metionina dig (%) 0,498 0,506 0,518 0,528 0,521 0,533

Treonina dig (%) 0,697 0,697 0,697 0,697 0,697 0,697

Valina dig (%) 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826

Isoleucina dig (%) 0,759 0,719 0,719 0,719 0,719 0,719

Arginina dig (%) 1,290 1,221 1,127 1,127 1,127 1,127

Triptofano dig (%) 0,228 0,215 0,197 0,182 0,197 0,182

Fenilalanina dig (%) 0,925 0,881 0,822 0,772 0,819 0,765

Histidina dig (%) 0,499 0,478 0,449 0,424 0,446 0,419

Leucina dig (%) 1,566 1,510 1,435 1,370 1,421 1,346

Glutamato (%) 3,566 3,401 3,177 2,987 5,538 6,616

1 - Suplemento mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2

g; I – 1 g; veiculo q.s.p. - 500 g. 2 - Suplemento vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A -

15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g;

vit. B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25 g; Ácido pantatênico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Ácido fólico - 1,0 g;

Se - 250 mg; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 - Coban; 4 - Enradin - 100g/ton; 5 - Colistin - 20 g/ton; 6 -

Etoxiquim - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. T1 - Ração Controle; T2 - redução protéica + valina; T3 -

redução protéica + isoleucina; T4 - redução protéica + arginina; T5 - suplementação de valina, isoleucina,

glutamato; T6 - suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato.

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Tabela 4. Composição percentual e nutricional das dietas para frangos de corte, na fase

final (36-42 dias de idade)

Ingredientes T1 T2 T3 T4 T5 T6

Milho 63,333 65,690 69,162 71,821 67,502 68,842

Farelo de soja 30,322 28,251 25,176 22,749 25,367 23,021

Óleo de soja 3,142 2,700 2,023 1,496 2,184 1,777

Fosfato bicálcico 1,469 1,480 1,496 1,510 1,502 1,520

Calcário 0,736 0,745 0,757 0,766 0,753 0,760

Sal 0,389 0,391 0,394 0,396 0,395 0,398

DL-Metionina 0,211 0,226 0,248 0,266 0,251 0,273

L-Lisina.HCl 0,158 0,218 0,309 0,380 0,307 0,380

L-Treonina 0,043 0,070 0,110 0,142 0,111 0,145

L-Valina - 0,032 0,079 0,116 0,081 0,121

L-Isoleucina - - 0,049 0,088 0,050 0,090

L-Arginina - - - 0,073 - 0,076

L-Glutamato - - - - 1,300 2,400

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Sup. Mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Sup. Vitamínico² 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano³ 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Promotor de Cresc.(+)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Promotor de Cresc.(-)5

0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Antioxidante6

0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 3150 3150 3150 3150 3150 3150

PB (%) 18,84 18,22 17,34 16,77 18,03 18,03

Cálcio (%) 0,763 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824

Fósforo disponível (%) 0,380 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411

Lisina dig (%) 1,017 1,017 1,017 1,017 1,017 1,017

Met.+cistina dig (%) 0,732 0,732 0,732 0,732 0,732 0,732

Metionina dig (%) 0,467 0,474 0,484 0,493 0,486 0,496

Treonina dig (%) 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661

Valina dig (%) 0,783 0,783 0,783 0,783 0,783 0,783

Isoleucina dig (%) 0,714 0,681 0,681 0,681 0,681 0,681

Arginina dig (%) 1,212 1,154 1,068 1,068 1,068 1,068

Triptofano dig (%) 0,213 0,202 0,186 0,173 0,186 0,173

Fenilalanina dig (%) 0,875 0,839 0,784 0,741 0,783 0,737

Histidina dig (%) 0,475 0,457 0,430 0,409 0,429 0,406

Leucina dig (%) 1,501 1,455 1,385 1,330 1,378 1,314

Glutamato (%) 3,379 3,240 3,035 2,871 4,319 5,238

1 - Suplemento mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2

g; I – 1 g; veiculo q.s.p. - 500 g. 2 - Suplemento vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A -

15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g;

vit. B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25 g; Ácido pantatênico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Ácido fólico - 1,0 g;

Se - 250 mg; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 - Coban; 4 - Enradin - 100g/ton; 5 - Colistin - 20 g/ton; 6 -

Etoxiquim - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. T1 - Ração Controle; T2 - redução protéica + valina; T3 -

redução protéica + isoleucina; T4 - redução protéica + arginina; T5 - suplementação de valina, isoleucina,

glutamato; T6 - suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato.

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Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram: consumo de ração (g/ave), peso final (g/ave),

ganho de peso (g/ave), conversão alimentar (g/g), consumo de ração no período do

ensaio de metabolismo, nitrogênio consumido, excretado e retido (g/ave/dia), eficiência

de retenção de nitrogênio (%), nível sérico de ácido úrico (mg/dL), peso vivo (kg), peso

de carcaça (kg), rendimento de carcaça (%), peso (g) e rendimento (%) de peito, coxa e

sobrecoxa, peso do fígado, moela, coração, gordura celomática, relação fígado/carcaça,

moela/carcaça, coração/carcaça, gordura celomática/carcaça e análise histológica do

fígado e duodeno.

O consumo de ração foi calculado pela diferença entre a quantidade de ração

fornecida e as sobras experimentais, pesadas no início e final de cada fase experimental.

O peso final foi obtido pelo peso total dividido pelo número de aves. Para determinação

do ganho de peso, as aves foram pesadas no início e no final de cada fase experimental.

A partir dos dados de consumo de ração e ganho de peso, foi calculado a conversão

alimentar dos animais em cada fase.

O nitrogênio consumido, excretado, retido, eficiência de retenção de nitrogênio

foi determinado pelo método de coleta total de excretas. No período de 18 a 21 dias de

idade, com os frangos nas baterias, foi realizado o monitoramento do consumo de ração,

pela pesagem da ração fornecida, acrescida de óxido férrico como marcador, e das

sobras de ração no final do período analisado. Durante esse período de 3 dias, as

excretas foram coletadas, por meio de bandejas acondicionadas abaixo das gaiolas,

identificadas, pesadas duas vezes ao dia (8 e 16h) e armazenadas em freezer a -20ºC até

o final do período experimental. Posteriormente, as excretas foram homogeneizadas,

identificadas e uma amostra de aproximadamente 150 g por parcela foi colocada em

bandejas marmitex de alumínio em estufa de ventilação forçada a 60 ± 5 ºC. Após a

secagem, foi pesada novamente, moída e guardada em potes plásticos identificados até o

momento da análise de matéria seca e nitrogênio no laboratório.

O consumo (NC) e a excreção (NE) media diária de nitrogênio, por parcela

experimental, foram calculados dividindo-se o consumo e a excreção média diária de

proteína bruta (PB), expresso na matéria seca a 105 ºC, pelo fator 6,25. A retenção

média diária de nitrogênio (N) foi calculada pela diferença entre o consumo médio

diário de N e a excreção média diária de N, (NR=NC-NE). E a porcentagem da

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eficiência de retenção de nitrogênio foi calculada usando a fórmula: (100-

(NEx100/NC)).

Aos 42 dias, foram selecionadas três aves por parcela, com peso médio

representativo da parcela para realização do abate, coleta de sangue, avaliação da

carcaça, vísceras e análises histológicas. No abate, foi aferido o peso vivo, o peso e

rendimento de carcaça e partes nobres (peito, coxa e sobrecoxa), onde foi considerado o

peso da carcaça eviscerada (cabeça, pescoço e pés), em relação ao peso vivo após jejum.

O rendimento das partes nobres foram calculados em relação ao peso da carcaça

eviscerada. Foram pesados também; o fígado, moela, coração e gordura celomática,

calculados os pesos relativos pela relação destes com o peso da carcaça. Na coleta de

sangue, foram retirados cerca de 10 ml de sangue pelo corte na veia jugular de 3

animais por tratamento. O soro obtido após a centrifugação do sangue foi estocado a -20

ºC para posterior análise das concentrações de ácido úrico, através de “kit” comercial

(Labtest) e leitura em espectrofotômetro, de acordo com as instruções do fabricante.

Nas análises histológicas, foi realizada através da retirada de fragmentos do

sistema digestório (duodeno e fígado) de 10 animais por tratamento. Os fragmentos

foram imersos em fixador metacarn (60% metanol, 30% clorofórmio e 10% ácido

acético) por 12 horas, sendo transferidos para álcool 70% em seguida. Para a

microscopia óptica foi feita a inclusão dos fragmentos em paraplast. Foram realizados

cortes seriados dos fragmentos com 5 μm de espessura. As seguintes colorações

histológicas foram realizadas para a descrição histológica: hematoxilina e eosina,

periodic acid Schiff (PAS) e tricômio de Masson. As fotomicrografias foram capturadas

com o auxílio de microcâmera acoplada ao microscópio Olympus BX-51 e as imagens

digitalizadas no software KS 400.3 (Zeiss).

Análise Estatística

As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa Statistical

Analysis System (SAS, 2000). Os dados foram submetidos a comparação das médias

realizadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

O efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, peso final, ganho de peso e

conversão alimentar de frangos de corte em todas as fases de criação são apresentados

na Tabela 5.

Tabela 5. Efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, peso final, ganho de peso e

conversão alimentar de frangos de corte em todas as fases de criação 1 a 7 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB 23,89 22,55 21,73 20,17 22,04 22,04

CR (g/ave) 146,87b 150,93ab 156,80a 158,13a 153,71ab 148,16b 2,93

PF (g/ave) 178,56 178,24 181,11 177,64 179,81 177,00 3,48

GP (g/ave) 136,44 136,11 139,00 135,56 137,70 134,87 4,55

CA (g/g) 1,077b 1,110b 1,130ab 1,167a 1,118ab 1,100b 3,04

8 a 21 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB 20,79 19,80 19,16 17,85 20,79 20,79

CR (g/ave) 1131,15a 1133,02a 1110,10a 1057,06ab 1075,04ab 999,37b 4,55

PF (g/ave) 997,95a 962,14ab 929,15bc 902,45c 941,10abc 884,91c 4,11

GP (g/ave) 819,39a 783,89ab 748,04bc 724,80c 761,29abc 707,91c 5,16

CA (g/g) 1,381b 1,449ab 1,488a 1,460ab 1,412ab 1,413ab 3,46

1 a 21 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

CR (g/ave) 1278,02a 1283,95a 1266,90a 1215,19ab 1228,75ab 1147,53b 3,95

GP (g/ave) 955,84a 920,01ab 887,04bc 860,36c 898,99abc 842,78c 4,31

CA (g/g) 1,337b 1,398ab 1,430a 1,413a 1,367ab 1,362ab 2,87

22 a 35 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB 19,84 19,10 18,14 17,48 19,41 19,41

CR (g/ave) 2128,08 2047,36 2065,65 1967,80 2069,82 2088,12 4,61

PF (g/ave) 2299,81a 2224,10ab 2187,25ab 2108,91b 2204,43ab 2154,76b 3,73

GP (g/ave) 1301,86 1261,96 1258,11 1206,46 1263,33 1269,84 6,21

CA (g/g) 1,635 1,625 1,643 1,632 1,639 1,654 4,59

36 a 42 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB 18,84 18,22 17,34 16,77 18,03 18,03

CR (g/ave) 1322,08 1292,29 1297,73 1251,51 1272,61 1337,68 5,31

PF (g/ave) 2958,15a 2896,73ab 2837,26ab 2730,59b 2856,50ab 2870,12ab 3,70

GP (g/ave) 658,34ab 672,64ab 650,01ab 621,68b 652,08ab 715,36a 8,02

CA (g/g) 2,010 1,927 1,998 2,013 1,953 1,886 4,98

1 a 42 dias

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

CR (g/ave) 4728,18a 4623,61ab 4630,28ab 4434,50b 4571,17ab 4573,33ab 3,59

GP (g/ave) 2916,04a 2854,60ab 2795,15ab 2688,50b 2814,39ab 2827,99ab 3,76

CA (g/g) 1,621 1,621 1,657 1,650 1,625 1,617 1,61

C.V. (%): Coeficiente de variação; CR - consumo de ração; PF - peso final; GP - ganho de peso; CA -

conversão alimentar; T1 - Ração Controle; T2 - redução PB + valina; T3 - redução PB + isoleucina; T4 -

redução PB + arginina; T5 - suplementação de valina, isoleucina, glutamato; T6 - suplementação de

valina, isoleucina, arginina, glutamato. a, b, c

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem

estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

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De 1 a 7 dias de idade, a ração com redução PB + isoleucina, com redução PB +

arginina apresentaram as maiores médias de consumo de ração em relação aos

tratamentos controle e com suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato. A

melhor conversão alimentar ocorreu nos tratamentos controle, com redução PB + valina,

com suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato em relação ao com

redução PB + arginina.

De 8 a 21 dias de idade, o maior consumo de ração ocorreu na ração controle,

com redução PB + valina e com redução PB + isoleucina em relação a ração com

suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato. O maior peso final e ganho de

peso ocorreram nas rações controle e com redução PB + valina em relação a ração com

suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato. A melhor conversão alimentar

ocorreu na ração controle em relação a ração com redução PB + isoleucina.

De 1 a 21 dias de idade, os maiores consumos de ração ocorreu na ração

controle, com redução de PB + valina e com redução de PB + isoleucina em relação a

ração com suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato. O maior ganho de

peso ocorreu na ração controle em relação ao tratamento com suplementação de valina,

isoleucina, arginina, glutamato. E a melhor conversão alimentar foi obtida na ração

controle em relação ao tratamento com redução PB + isoleucina e com redução PB +

arginina.

De 22 a 35 dias de idade, o maior peso final ocorreu na ração controle em

relação aos tratamentos com redução PB + arginina e com suplementação de valina,

isoleucina, arginina, glutamato. De 36 a 42 dias de idade, a ração controle obteve o

maior peso final em relação a ração com redução PB + arginina. O maior ganho de peso

ocorreu com suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato em relação a

ração com redução PB + arginina. De 1 a 42 dias de idade, o maior consumo de ração e

ganho de peso ocorreu na ração controle em relação a ração com redução PB + arginina.

Corzo et al. (2005), estudaram a resposta de frangos de corte de 5 a 21 dias de

idade submetidos a uma dieta com baixo nível de proteína bruta (18% PB)

suplementado com aminoácidos essenciais (lisina, metionina, treonina e isoleucina), e

composta por seis tratamentos com adições individuais de aminoácidos não essenciais

(glicina, alanina, acido aspártico, ácido glutâmico, prolina e leucina), em comparação a

uma dieta controle positiva convencional (22% PB). Nesse estudo, verificou-se ganho

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de peso semelhante à dieta controle e a dieta com baixa proteína bruta suplementada

com aminoácidos não essenciais. Estes resultados comprovam a necessidade de

suplementação de aminoácidos não essenciais em dietas com redução protéica.

Berres et al. (2010), avaliaram os efeitos da suplementação de valina, isoleucina,

glicina e acido glutâmico individualmente ou combinados, em dietas de frangos de

corte, com reduções graduais na proteína. Os autores observaram que os frangos de

corte alimentados com dietas com baixa proteína, suplementadas com aminoácidos

industriais tiveram o mesmo ganho, consumo de ração e conversão alimentar em

comparação com aves alimentadas com a dieta controle, o que comprova a necessidade

de nitrogênio para a síntese de aminoácido não essencial em dietas com reduções

protéicas.

Han et al. (1992), demonstraram que pintos com idade entre 1 e 21 dias,

consumindo rações a base de milho e farelo de soja, com 19% de PB e suplementado

com metionina, lisina, treonina, arginina, valina e acido glutâmico tiveram um

desempenho equivalente aqueles alimentados com a dieta controle (23% PB). Da

mesma forma, entre 22 a 42 dias de idade, com 16% PB e suplementada com os

mesmos aminoácidos, tiveram desempenho semelhante ao controle (20% PB).

Na figura 1 são apresentados os parâmetros significativos de desempenho

(consumo de ração e ganho de peso) de 1 a 42 dias de idade.

Figura 1. Consumo de ração e ganho de peso de frangos de 1 a 42 dias de idade

Dessa forma, verifica-se para o período completo de criação, a redução do

consumo de ração e ganho de peso até o tratamento com redução PB + arginina (T4), e

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em seguida com a suplementação de glutamato há uma tendência a elevação desses

parâmetros, supondo que é necessário uma fonte de AANE em dietas com redução

protéica, poupando os AAE para a utilização da síntese de proteína orgânica.

Na Tabela 6, são apresentadas as médias do consumo de ração durante três dias

de coleta de excreta, do nitrogênio consumido, excretado, retido e eficiência de retenção

de nitrogênio de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade, e médias do nível sérico de

ácido úrico dos frangos aos 42 dias de idade, em função dos tratamentos.

Tabela 6. Médias de consumo de ração durante os três dias de coleta de excreta, do

nitrogênio consumido, excretado, retido e eficiência de retenção de nitrogênio

de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade, e a média do nível sérico de

ácido úrico dos frangos aos 45 dias de idade

Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB (8-21d) 20,79 19,80 19,16 17,85 20,79 20,79

PB (36-42d) 18,84 18,22 17,34 16,77 18,03 18,03

CR (g/ave/dia) 97,13a 102,72ab 88,83bc 89,12bc 89,74bc 82,94c 3,47

NC (g/ave/dia) 2,82 a 2,82 a 2,40 bc 2,20 c 2,62 ab 2,44 bc 3,49

NE (g/ave/dia) 0,72 a 0,67 b 0,52 e 0,54 e 0,64 c 0,60 d 3,32

NR (g/ave/dia) 2,11 a 2,14 a 1,88 ab 1,66 b 1,98 ab 1,84 ab 4,47

ER (%) 74,61 b 76,08 ab 78,30 a 75,38 ab 75,56 ab 75,32 ab 1,06

AU (mg/dL) 6,44d 7,38c 7,81c 7,62c 9,59b 10,87a 2,25

C.V. (%): Coeficiente de variação; CR - Consumo de ração durante 3 dias; NC - Nitrogênio consumido;

NE - Nitrogênio excretado; NR - Nitrogênio retido; ER - Eficiência de retenção de nitrogênio; AU - nível

sérico de ácido úrico; T1 - Ração Controle; T2 - redução PB + valina; T3 - redução PB + isoleucina; T4 -

redução PB + arginina; T5 - suplementação de valina, isoleucina, glutamato; T6 - suplementação de

valina, isoleucina, arginina, glutamato. a, b, c

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem

estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Para o consumo de ração, pode-se observar que a ração com 19,80% de PB +

valina não diferiu em relação ao tratamento controle. Sendo que, o maior consumo

ocorreu na ração controle em relação aos tratamentos com 19,16% de PB + isoleucina,

com 17,85% de PB + arginina, com suplementação de valina, isoleucina, glutamato e

com suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato.

Para o nitrogênio consumido, a ração com 19,80% de PB + valina e a

suplementação de valina, isoleucina, glutamato não diferiu em relação ao tratamento

controle. As maiores médias ocorreram nos tratamentos controle e com 19,80% de PB +

valina em relação ao tratamento com 19,16% de PB + isoleucina, com 17,85% de PB +

arginina e com suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato. Os menores

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valores de nitrogênio excretado ocorreu nos tratamentos com 19,16% de PB +

isoleucina e com 17,85% de PB + arginina em relação aos demais tratamentos.

Para o nitrogênio retido, verifica-se as maiores médias no tratamento controle e

com 19,80% de PB + valina em relação ao tratamento com 17,85% de PB + arginina. A

maior eficiência de retenção de nitrogênio ocorreu com 19,16% de PB + isoleucina em

relação ao controle. Contudo, o menor teor de ácido úrico ocorreu no controle em

relação aos demais tratamentos.

De acordo com este experimento, Corzo et al. (2005), estudaram as resposta do

balanço de nitrogênio de frangos de corte aos 21 dias de idade, que receberam

suplementação de aminoácidos essenciais e não essenciais submetidos a dietas de baixa

proteína bruta, os tratamentos consistiram de uma dieta controle (22% de PB), uma

dieta de baixa proteína (18%) suplementada com L-lisina, DL-metionina, L-treonina, e

L-isoleucina, e seis tratamentos compostos de adições individuais de glicina, alanina,

ácido aspártico, ácido glutâmico, prolina e leucina. Segundo os autores, a dieta controle

apresentou os maiores consumos e excreção de nitrogênio, contudo, com menor

retenção de nitrogênio.

Corzo et al. (2005), estudaram a necessidade do aminoácido não essencial em

dietas para frangos de corte, sobre o teor de ácido úrico, e verificaram que o maior valor

foi apresentado nos animais que receberam ração controle (22% PB). Nesse sentido, os

autores concluíram que existe a necessidade de adicionar aminoácidos não essenciais à

ração com redução de 4% de PB. Entretanto neste estudo, verificou-se que os dois

últimos tratamentos, apesar de serem suplementados com ácido glutâmico em dietas

com redução protéica, apresentaram elevado teor de ácido úrico no soro sanguíneo em

relação aos demais tratamentos, levando a supor que o alto teor de ácido úrico em dietas

com AANE, foi em virtude do desbalanço entre AAE e AANE.

Namroud et al. (2008), avaliaram 4 dietas experimentais com diferentes níveis

de redução protéica (23; 21; 19 e 17%), e 4 dietas formuladas para ter 17 e 19% PB, em

que 2 delas continham um adicional de 10% dos aminoácidos essenciais (lisina,

treonina, arginina, triptofano) e 2 foram suplementadas com aminoácidos não essenciais

(0,49% de glutamato + 0,20% de glicina). Os autores verificaram a suplementação das

dietas de baixa PB (19 e 17%) com 10% a mais de AAE promoveu aumento no teor de

nitrogênio (N) na excreta, enquanto a mistura de AANE (glicina + glutamato) somente

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aumentou a excreção de N quando adicionada a dieta com 19% PB, não tendo efeito

significativo sobre a N da excreta quando suplementada com 17% PB. Os autores

verificaram um aumento do nível de ácido úrico no plasma e uma redução do nível de

amoníaco com a redução da PB para 17%. Em aves, o amoníaco é metabolizado por

conversão ao ácido úrico; assim, o aumento da formação de ácido úrico deve ser um

fator eficaz na redução do nível de amoníaco.

Na figura 2 são apresentados os parâmetros significativos do balanço de

nitrogênio (consumo de ração, nitrogênio consumido, excretado, retido e eficiência de

retenção de nitrogênio) e nível sérico de ácido úrico das aves.

Figura 2. Consumo de ração, nitrogênio consumido, excretado, retido, eficiência de

retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido úrico dos frangos de corte

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Neste estudo, verifica-se uma redução do consumo de ração, do nitrogênio na

excreta, e aumento da eficiência de retenção de nitrogênio até o tratamento com 19,16%

de PB + isoleucina. O nitrogênio consumido e retido reduzem até o tratamento com

17,85% de PB + arginina. Quanto ao ácido úrico, verifica-se um aumento com a

redução protéica e suplementação de AAE e AANE.

Na Tabela 7, são apresentados os resultados das médias de peso vivo e dos pesos

e rendimentos de carcaça, peito, coxa e sobrecoxa dos frangos aos 42 dias de idade, em

função dos tratamentos.

Tabela 7. Médias do peso vivo, peso e rendimento de carcaça e partes nobres (peito,

coxa e sobrecoxa) dos frangos aos 45 dias de idade, em função dos

tratamentos Tratamentos T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB (36-42 d) 18,84 18,22 17,34 16,77 18,03 18,03

PV (kg) 2,82a 2,76ab 2,68ab 2,63b 2,74ab 2,72ab 3,49

PC (kg) 2,44a 2,42ab 2,34ab 2,28b 2,39ab 2,36ab 3,43

RC (%) 86,41 87,63 87,21 86,92 87,31 86,57 1,15

PP (g) 825,83a 796,50ab 776,94ab 751,69b 792,81ab 794,89ab 4,44

RP (%) 33,86 32,91 33,25 32,95 33,13 33,74 2,08

PCx (g) 262,67 267,06 255,81 255,28 258,25 259,89 5,45

RCx (%) 10,77 11,03 10,94 11,18 10,81 11,04 3,99

PSx (g) 327,39 328,39 316,47 313,67 327,72 302,94 4,66

RSx (%) 13,42ab 13,56ab 13,54ab 13,75a 13,71a 12,87b 3,19

C.V. (%): Coeficiente de variação; PV - peso vivo; PC - peso de carcaça; RC - rendimento de carcaça; PP

- peso de peito; RP - rendimento de peito; PCx - peso de coxa; RCx - rendimento de coxa; PSx - peso de

sobrecoxa; RSx – rendimento de sobrecoxa; T1 - Ração Controle; T2 - redução PB + valina; T3 - redução

PB + isoleucina; T4 - redução PB + arginina; T5 - suplementação de valina, isoleucina, glutamato; T6 -

suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato. a, b

Médias seguidas por letras diferentes nas

colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Para peso vivo, peso de carcaça e peso de peito, observa-se que os tratamentos

com 18,22% de PB + valina, 17,34% de PB + isoleucina, suplementado com valina,

isoleucina, glutamato e o suplementado com valina, isoleucina, arginina, glutamato não

diferiram do tratamento controle. Contudo, o tratamento controle apresentou o maior

peso em relação ao tratamento com 16,77% de PB + arginina. Quanto ao rendimento de

sobrecoxa, os tratamentos com 18,22% de PB + valina, 17,34% de PB + isoleucina,

16,77% de PB + arginina e com suplementação de valina, isoleucina, glutamato não

diferiram em relação ao controle. Os tratamentos com 16,77% de PB + arginina e

suplementado com valina, isoleucina, glutamato apresentaram os maiores rendimentos

de sobrecoxa em relação ao tratamento suplementado com valina, isoleucina, arginina,

glutamato.

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78

Goulart (2010), avaliando o efeito dos níveis de proteína bruta (16,5; 17,5; 18,5

e 19,5) e da relação aminoácidos essenciais e não essenciais (49:51, 46:54, 44:56,

41:59), sobre o rendimento de carcaça de frangos de corte de 40 dias de idade, não

verificou efeito significativo dos níveis de PB sobre as características de rendimento de

carcaça e cortes nobres, diferenciando dos dados analisados neste trabalho.

Faria Filho et al. (2006), estudando o rendimento de carcaça e cortes nobres de

frangos de corte submetidos a uma ração com 18% de PB e duas rações de baixa

proteína (16,5 e 15%) com suplementação de aminoácidos essenciais (lisina, metionina,

treonina, triptofano, valina, arginina e isoleucina). Os autores verificaram que as dietas

com baixa proteína bruta não influenciaram o rendimento de carcaça e de cortes

comerciais. Resultados semelhantes foram obtidos por Rodrigues et al. (2008), que

avaliaram as características de carcaça de frangos de corte no período de 42 dias de

idade alimentados com rações formuladas com diferentes relações lisina digestível:

proteína bruta (17 e 19,5%). Os autores não observaram efeito significativo dos dois

níveis de PB utilizados sobre os rendimentos de carcaça e de partes.

De acordo com este experimento, Berres et al. (2010), avaliaram os efeitos da

suplementação de valina, isoleucina, glicina e ácido glutâmico individualmente ou

combinados, em dietas de frangos de corte, com reduções graduais na proteína. Os

autores observaram que os frangos que receberam a dieta controle tiveram os maiores

rendimentos de coxas, que as aves de todos os outros tratamentos, exceto aqueles

alimentados com dietas suplementadas com valina ou + valina e glicina, houve melhora

no rendimento de peito em frangos alimentados com dietas suplementadas com

isoleucina e bom rendimento de carcaça em dietas com redução protéica suplementada

com glicina e ácido glutâmico, o que implica na necessidade de nitrogênio para a síntese

de AANE.

Na figura 3 são apresentados os parâmetros significativos da qualidade de

carcaça (peso vivo, peso de carcaça, peso de peito e rendimento de sobrecoxa) dos

frangos aos 42 dias de idade.

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Figura 3. Peso vivo, peso de carcaça, peso de peito e rendimento de sobrecoxa de

frangos abatidos aos 42 dias de idade

Neste estudo, verifica-se que o peso vivo, peso de carcaça e peso de peito

reduziu com a redução protéica, do controle até o tratamento com 16,77% de PB +

arginina, em seguida, nos dois últimos tratamentos, com suplementação de AANE,

houve uma tendência a elevar esses parâmetros. Contudo, a suplementação de valina,

isoleucina, arginina, glutamato, no último tratamento, influenciou negativamente o

rendimento de sobrecoxa em relação aos tratamentos com 16,8% de PB + arginina e

18,03% de PB com suplementação de valina, isoleucina, glutamato.

Na Tabela 8 são apresentadas as médias do peso do fígado, moela, coração,

gordura celomática e relação entre as partes pesadas e carcaça dos frangos de corte

abatidos aos 42 dias de idade.

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Tabela 8. Médias do peso do fígado, moela, coração, gordura celomática e relação

fígado/carcaça, moela/carcaça, coração/carcaça e gordura celomática/carcaça

dos frangos de corte abatidos aos 45 dias de idade

Tratamentos T1 T2 T3 T4 T5 T6 C.V.

PB (36-42 d) 18,84 18,22 17,34 16,77 18,03 18,03

PFg (g) 45,22 44,44 43,72 42,89 44,97 44,56 5,82

PMo (g) 46,33 51,06 49,19 48,89 52,33 48,39 8,94

PCr (g) 15,33 15,06 15,22 13,64 14,89 15,00 8,70

PGo (g) 32,33 35,11 30,25 33,86 33,72 27,33 16,35

Fg:C 1,855 1,837 1,872 1,880 1,883 1,892 5,48

Mo:C 1,901 2,111 2,109 2,144 2,187 2,054 8,54

Cr:C 0,628 0,622 0,652 0,597 0,624 0,636 8,47

Go:C 1,327 1,447 1,300 1,490 1,407 1,158 16,39

C.V. (%): Coeficiente de variação; PFg - peso do fígado; PMo - peso da moela; PCr – peso do coração;

PGo - peso da gordura celomática; Fg:C - relação fígado/carcaça; Mo:C – relação moela/carcaça; Cr:C –

relação coração/carcaça; Go:C – relação gordura celomática/carcaça; T1 - Ração Controle; T2 - redução

PB + valina; T3 - redução PB + isoleucina; T4 - redução PB + arginina; T5 - suplementação de valina,

isoleucina, glutamato; T6 - suplementação de valina, isoleucina, arginina, glutamato. Médias seguidas por

letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Nenhuma diferença significativa foi observada na Tabela 8 para pesos das

vísceras e relações vísceras/carcaça entre os tratamentos avaliados. Também não foi

verificada nenhuma diferença histológica significativa entre os tratamentos estudados,

seja no intestino ou fígado. Os resultados encontrados neste estudo corroboram com Yi

e Allee (2006), os quais descrevem que os efeitos da suplementação do glutamato são

variáveis e inconsistentes sob condições normais de alimentação, sendo mais

pronunciados em quadros inflamatórios ou doença com catabolismo. Nestas condições,

segundo esses autores, esperava-se que o glutamato atuesse aumentando a resposta

imune, na manutenção da integridade da mucosa intestinal, aumentando a síntese

protéica e reduzindo o catabolismo protéico, diminuindo a mortalidade e a morbidade,

enfim, tendo um impacto positivo sobre o desempenho de leitões ou aves jovens.

Sakamoto (2009), estudou em um de seus experimentos a suplementação de

glutamina (0,5; 1; 1,5; 2%) e aminogut (0,5; 1; 3; 5%) com 21% de PB na mucosa

intestinal de frangos de corte com 7, 14, 21 e 42 dias de idade. Não sendo observado

efeito significativo dos pesos relativos dos órgãos digestórios em todas as idades para os

tratamentos avaliados, apenas a porcentagem de intestino aos 7 dias de idade aumentou

com 5% de aminogut.

Os resultados corroboram também com Ebadiasl (2011), que avaliou a influência

da glutamina e glutamato (0% de glu e gln, 1% de gln, 0,5% de gln, 1% de glu, 0,5% de

glu) na dieta de frangos de corte machos de 1 a 35 dias de idade sobre o desempenho e

morfologia intestinal. Não foi observado efeito dos tratamentos sobre o desempenho de

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frangos de corte, morfologia intestinal, comprimento dos diferentes segmentos do

intestino delgado, o peso do baço e do fígado em relação ao peso corporal. Segundo o

autor os efeitos do glutamato dietético em órgãos linfóides e no fígado deveriam ser

avaliados quando os frangos forem desafiados.

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CONCLUSÃO

Recomenda-se a ração controle, pois apresentou menor teor de ácido úrico no

sangue e os melhores resultados de ganho de peso, peso vivo, peso de carcaça e peso de

peito para os frangos de corte de 1 a 42 dias de idade em relação a ração com redução

de PB + arginina.

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CAPÍTULO 4

Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução protéica para

poedeiras semipesadas

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Ácido glutâmico suplementado em dietas com redução protéica para poedeiras

semipesadas

RESUMO

Com o objetivo de avaliar o efeito da redução protéica e a suplementação de L-

glutamato em poedeiras semipesadas na fase de produção, 384 poedeiras da linhagem

Dekalb Brown com 34 semanas de idade foram distribuídas em um delineamento

inteiramente casualizado com seis tratamentos, oito repetições, de oito aves por unidade

experimental, com duração de 140 dias, divididos em 5 períodos de 28 dias cada. Os

tratamentos avaliados continham 17%, 15,5%, 14% de PB, 15,17% PB + 2,982% de

glutamato, 15,74% PB + 3,982% de glutamato, 16,32% PB + 4,982% de glutamato,

respectivamente. Para o produção e conversão por dúzia de ovos, os maiores e melhores

valores, respectivamente, foram observados tratamento com 15,17% de PB + 2,982%

glutamato em relação ao controle. O peso do ovo foi maior nos tratamentos controle e

com 15,5% de PB em relação aos demais tratamentos. O tratamento controle obteve um

maior consumo e retenção de nitrogênio em relação ao tratamento com 14% de PB e

15,74% PB + 3,982% glutamato. O menor teor de ácido úrico ocorreu nos tratamentos

com 15,5% e 14% de PB em relação ao controle. Os tratamentos com suplementação de

glutamato, apresentaram um magno com mais dobras secundárias e mais glândulas

ativas e vilosidades intestinais mais largas que os demais tratamentos. Concluindo que o

tratamento com 15,17% PB + 2,982% de glutamato apresentou maior produção e

melhor conversão por dúzia de ovos, o mesmo consumo e retenção de nitrogênio e um

menor teor de ácido úrico no soro em relação ao controle.

Palavras-chave: ácido úrico, aminoácidos, desempenho, produção de ovos, nitrogênio,

vilosidades intestinais

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Glutamic acid supplemented diets with reduced protein for laying hens

ABSTRACT

With the objective of evaluating the effect of reducing protein and

supplementation of L-glutamate in laying hens in production phase, 384 Dekalb Brown

hens strain at 34 weeks of age were distributed in a completely randomized design with

six treatments and eight replicates of eight birds per experimental unit, lasting 140 days,

divided into 5 periods of 28 days each. The treatments contained 17%, 15.5%, 14% CP,

15.17% CP + 2.982% glutamate, 15.74% CP + 3.982% glutamate, 16.32% CP +

4.982% glutamate, respectively. For the production and conversion dozen eggs, the

biggest and best values, respectively, were observed treatment with 15.17% CP +

2.982% glutamate compared to control. The egg weight was higher in the control

treatment and 15.5% of CP compared to other treatments. The control treatment

obtained a higher intake and nitrogen retention in relation to treatment with 14% CP and

15.74% CP + 3.982% glutamate. The lowest levels of uric acid occurred in treatments

with 15.5% CP and 14% compared to control. The treatments with glutamate

supplementation showed a magnum with secondary folds more active and more glands

and intestinal villi wider than the other treatments. Concluding that treatment with CP +

2.982% 15.17% glutamate showed higher yield and best conversion for dozen eggs, the

same consumption and nitrogen retention and a lower content of serum uric acid

compared to control.

Keywords: uric acid, amino acids, performance, egg production, nitrogen, intestinal

villi

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INTRODUÇÃO

As necessidades nutricionais de aminoácidos para poedeiras comerciais têm sido

bastante pesquisadas, pois atualmente é prática comum calcular as rações com base nas

recomendações de aminoácidos, no padrão de proteína ideal, na digestibilidade dos

aminoácidos e no custo do arraçoamento (Rocha et al., 2009). A formulação de ração de

forma incorreta pode acarretar em deficiências e/ou excessos, em função da

variabilidade dos dados relativos à digestibilidade dos aminoácidos. Como medida para

contornar este problema, surge o conceito de proteína ideal, que implica no

conhecimento da digestibilidade verdadeira dos aminoácidos, permitindo formulações

sem excessos e deficiências. Formular uma dieta com base no conceito de proteína ideal

implica no fornecimento de nutrientes de forma equilibrada, sendo apenas utilizado o

necessário para a obtenção do ótimo desempenho dos animais. Como conseqüência,

obtendo o máximo de retenção de proteína (ganho em relação ao consumo), e o mínimo

de excreção de nitrogênio para o ambiente (Leclercq, 1998).

De acordo com Heger (2003), a redução protéica exagerada, mesmo com a

suplementação de aminoácidos essenciais, pode levar a uma situação que parte dos

aminoácidos essenciais sejam desviados para a síntese de aminoácidos não essenciais,

pela falta de nitrogênio não específico para este processo, reduzindo, desta maneira, a

deposição de proteína corporal e o desempenho do animal.

E o ácido glutâmico é considerado por vários autores uma fonte eficiente de

nitrogênio não específico, capaz de promover o desenvolvimento e o crescimento,

melhorar o desempenho e reduzir a mortalidade em aves de corte (Silva et al., 2001).

Ele regula o óxido nítrico sintase induzida em tecidos específicos, tais como cérebro e

atua como uma substância imediata na síntese de glutationa que é um composto

importante na eliminação de oxidantes e na modulação da resposta imune (Li et al.,

2007).

Contudo, apesar da grande importância deste aminoácido são poucos os

trabalhos que avaliam a eficiência deste como fonte de nitrogênio não específico em

dietas para poedeiras, objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito da redução

protéica e a suplementação de L-glutamato e aminoácidos essenciais nas rações de

poedeiras semipesadas em postura.

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90

MATERIAL E MÉTODOS

Local e duração do experimento

O experimento foi conduzido no Módulo de Avicultura do Departamento de

Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus

II, no município de Areia, na região Norte do Estado da Paraíba, a 6º57’48’’ de latitude

sul e 35º41’30’’ de longitude oeste, com altitude de 618 m acima do nível do mar, no

período de 10/05 a 26/09/2010, totalizando 140 dias, divididos em cinco períodos de 28

dias cada.

Instalações e equipamentos

Durante toda a fase experimental as poedeiras foram alojadas em gaiolas de

arame (24 cm x 37 cm x 41 cm), com comedouros tipo calha e bebedouros tipo nipple.

O programa de luz adotado foi de 17 horas de luz: 7 horas de escuro, utilizando-se um

timer para o controle da luz artificial. A ração e a água foram fornecidas à vontade

durante todo período experimental.

Animais, delineamento e dietas experimentais

Foram utilizadas 384 poedeiras semipesadas, da linhagem Dekalb Brown, com

34 semanas de idade, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado com seis

tratamentos, oito repetições, com oito aves por unidade experimental, onde a média de

peso inicial foi de 1.807 g.

O primeiro tratamento foi constituído de uma ração controle com 17% de PB, à

base de milho e farelo de soja, suplementada com DL-metionina, formulada para

atender as exigências nutricionais de poedeiras semipesadas na fase de postura, com os

níveis de todos os aminoácidos essenciais alcançando ou excedendo ligeiramente as

recomendações de Rostagno et al. (2005), em aminoácidos digestíveis.

O segundo tratamento constituiu-se de uma ração com redução de 1,5% na PB

em relação à PB da ração controle, 15,5% de PB, suplementada com aminoácidos

industriais de forma a atender as exigências nutricionais das aves em aminoácidos

essenciais.

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No terceiro tratamento, a proteína bruta da ração foi reduzida em 3% em relação

à ração controle, 14% de PB, e da mesma forma, aminoácidos industriais foram

utilizados para garantir o atendimento dos requerimentos mínimos dos aminoácidos

essenciais.

Com a redução da proteína bruta no segundo e terceiro tratamentos, de 17% para

15,5 e 14% de PB, respectivamente, o teor de glutamato, assim como de alguns

aminoácidos essenciais e não essenciais também foram reduzidos. Desta forma, os

tratamentos seguintes foram suplementados com ácido glutâmico com o objetivo de

servir como fonte de nitrogênio não específico na dieta.

No quarto tratamento, o L-glutamato entrou em quantidade suficiente para

fornecer o mesmo teor de glutamato da ração controle (2,982%) e no quinto e sexto

tratamentos as quantidades de L-glutamato foram calculadas de forma a fornecer um

excedente de 1 e 2% de glutamato em relação à ração controle (3,982 e 4,982%),

respectivamente.

As rações experimentais para poedeiras semipesadas em fase de postura estão

apresentadas na Tabela 1.

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Tabela 1. Composição percentual e nutricional das dietas para poedeiras semipesadas

em fase de postura Ingredientes T1 T2 T3 T4 T5 T6

Milho 63,469 67,82 73,27 67,849 66,509 65,168

Farelo de soja 22,584 18,900 13,723 18,531 18,739 18,946

Óleo de soja 2,364 1,468 0,575 1,429 1,556 1,683

Fosfato bicálcico 1,550 1,575 1,605 1,579 1,583 1,586

Calcário 9,289 9,308 9,328 9,309 9,305 9,302

Sal 0,373 0,377 0,382 0,378 0,378 0,379

DL-Metionina 0,201 0,234 0,273 0,238 0,240 0,243

L-Lisina. HCl - 0,066 0,219 0,078 0,074 0,071

L-Valina - 0,031 0,112 0,038 0,039 0,039

L-Isoleucina - 0,048 0,132 0,055 0,054 0,053

L-Triptofano - 0,003 0,031 0,005 0,004 0,004

L-Treonina - - 0,059 - - -

L-Glutamato - - - 0,341 1,349 2,356

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Supl. mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Supl. vitamínico² 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Carbonato de Potássio - - 0,121 - - -

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição Nutricional

EM (Kcal/kg) 2800 2800 2800 2800 2800 2800

PB (%) 17,00 15,50 14,00 15,17 15,74 16,32

Cálcio (%) 4,200 4,200 4,200 4,200 4,200 4,200

Fósforo disponível (%) 0,375 0,375 0,375 0,375 0,375 0,375

Met.+cistina dig (%) 0,683 0,683 0,683 0,683 0,683 0,683

Metionina dig (%) 0,444 0,440 0,459 0,442 0,443 0,444

Lisina dig (%) 0,750 0,727 0,750 0,750 0,750 0,750

Valina dig (%) 0,675 0,684 0,675 0,675 0,675 0,675

Isoleucina dig (%) 0,623 0,603 0,603 0,603 0,603 0,603

Treonina dig (%) 0,495 0,486 0,480 0,495 0,495 0,495

Triptofano dig (%) 0,173 0,187 0,173 0,173 0,173 0,173

Arginina dig (%) 0,750 0,932 0,785 0,92 0,921 0,924

Fenilalanina dig (%) 0,771 0,674 0,573 0,692 0,692 0,692

Histidina dig (%) 0,421 0,387 0,338 0,356 0,364 0,382

Leucina dig (%) 1,349 1,244 1,124 1,232 1,221 1,223

Sódio (%) 0,230 0,230 0,230 0,230 0,230 0,230

Cloro (%) 0,351 0,351 0,353 0,354 0,353 0,351

Potássio (%) 0,590 0,590 0,590 0,590 0,590 0,590

B.E. (mEq/kg)³ 152,020 152,020 151,460 151,180 151,460 152,020

Glutamato (%) 2,982 2,670 2,318 2,982 3,982 4,982

1-Suplemento mineral (composição/ Kg do produto ): Vit. A - 12.000.000 UI (IU); Vit. D3 - 3.600.000

UI (IU); Vit. B1 – 2.5 g; Vit. B2 – 8 g; Vit. B6 – 3 g; Ácido Pantatênico – 12 g; Biotina – 0.2 g; Vit. K - 3

g; Ácido Fólico – 3.5 g; Ácido Nicotinico – 40 g; Vit. B12 – 20 mg; Se – 0.13 g; Excipiente q.s.p. – 1000

g. 2-Suplemento Mineral (composição/ Kg do produto): Mn – 160 g; Fe – 100 g; Zn – 100 g; Cu - 20 g;

Co – 2 g; I – 2 g. Excipiente q.s.p. . 1.000 g.; ³Balanço eletrolítico. T1 - 17% PB; T2 - 15,5% PB; T3 -

14% PB; T4 - 15,17% PB + 2,982% glutamato; T5 - 15,74% PB + 3,982% glutamato; T6- 16,32% PB +

4,982% glutamato.

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93

Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram consumo de ração (g/ave/dia), peso final (kg),

produção de ovos (%), peso de ovo (g), massa de ovo (g), conversão por massa (g/g) e

por dúzia de ovo (kg/dz), gravidade específica (g/cm³), porcentagem de casca, gema e

albúmen (%), Unidade Haugh, nitrogênio consumido, excretado e retido (g/ave/dia),

eficiência de retenção de nitrogênio (%), nível sérico de ácido úrico (mg/dL) e análise

histológica do duodeno e magno.

O consumo de ração foi calculado pela diferença entre a quantidade de ração

fornecida e as sobras experimentais, pesadas no início e final de cada período de 28

dias. O peso final foi realizado pelo peso de todas as parcelas dividido pelo numero de

aves, no final do experimento. A produção dos ovos foi anotada por período, em

planilhas de postura, diariamente às 15h da tarde, dividindo a quantidade de ovos

totalizados por parcela pelo número de aves.

Nos últimos três dias de cada período, os ovos de cada parcela foram pesados

individualmente para a obtenção do peso médio dos ovos. O cálculo da massa de ovo foi

realizado pelo produto da produção de ovos e do peso médio dos ovos por parcela. A

conversão alimentar por massa de ovo foi calculada através da relação entre o consumo

de ração e massa de ovo produzida, e a conversão por dúzia de ovos foi calculada pela

relação entre o consumo de ração dividido pela produção, sendo esse resultado

multiplicado por doze.

Ao final de cada período, foram selecionados quatro ovos por parcela, sendo

que, 2 foram utilizados para a gravidade específica e 2 foram utilizados para

determinação do peso e porcentagem de gema, de albúmen e de casca. A porcentagem

foi realizada após separação manual destes componentes, as cascas foram colocadas em

estufa a 105 °C por quatro horas. A porcentagem de cada um dos componentes do ovo

foi obtida dividindo-se o peso do componente pelo peso do ovo, em seguida

multiplicando o resultado por 100.

A gravidade específica foi determinada pelo método de flutuação salina,

conforme metodologia descrita por Hamilton (1982). A cada final de período

experimental foram selecionados dois ovos por parcela; em seguida, foram feitas

imersões dos ovos em diferentes soluções salinas com os devidos ajustes para um

volume de 25 litros de água com densidades que variavam de 1,060 a 1,100 com

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94

intervalo de 0,0025. Os ovos foram colocados nos baldes com as soluções, da menor

para a maior densidade e foram retirados ao flutuarem, sendo anotados os valores

respectivos das densidades correspondentes às soluções dos recipientes. A Unidade

Haugh foi determinada por meio da fórmula: Unidades Haugh (UH) = 100 log (H +

7,57 - 1,7W 0,37

), sendo, H = altura do albúmen (mm); e W = peso do ovo (g), segundo

Silversides et al. (1993). A altura do albúmen foi medida usando-se um micrômetro. A

espessura da casca foi medida com o auxílio de um micrômetro analógico com precisão

de 0,1 mm em três pontos na linha mediana do ovo, com os quais foi calculada a média

aritmética.

O nitrogênio consumido, excretado, retido, eficiência de retenção de nitrogênio

foi determinado pelo método de coleta total de excretas. No início do terceiro período,

foi realizado o monitoramento do consumo de ração, pela pesagem da ração fornecida,

acrescida de óxido férrico como marcador, e das sobras de ração no final do período

analisado. Durante esse período de 3 dias, as excretas foram coletadas, por meio de

bandejas acondicionadas abaixo das gaiolas, identificadas, pesadas duas vezes ao dia (8

e 16h) e armazenadas em freezer a -20ºC até o final do período experimental.

Posteriormente, as excretas foram homogeneizadas, identificadas e uma amostra de

aproximadamente 150 g por parcela foi colocada em bandejas marmitex de alumínio em

estufa de ventilação forçada a 60 ± 5 ºC. Após a secagem, foi pesada novamente, moída

e armazenadas em potes plásticos identificados até o momento da análise de matéria

seca e nitrogênio no laboratório.

O consumo (NC) e a excreção (NE) média diária de nitrogênio, por parcela

experimental, foram calculados dividindo-se o consumo e a excreção média diária de

proteína bruta (PB), expresso na matéria seca a 105 ºC, pelo fator 6,25. A retenção

média diária de nitrogênio (N) foi calculada pela diferença entre o consumo médio

diário de N e a excreção média diária de N, (NR=NC-NE). E a porcentagem da

eficiência de retenção de nitrogênio foi calculada usando a fórmula: (100-

(NEx100/NC)).

No final do quinto período as aves foram pesadas para determinação do peso

vivo e duas aves com peso representativo do peso médio da parcela foram selecionadas

para o abate e coleta de sangue. No abate foi retirado fragmentos do duodeno e magno

de 10 animais por tratamento. Os fragmentos foram imersos em fixador metacarn (60%

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metanol, 30% clorofórmio e 10% ácido acético) por 12 horas, sendo transferidos para

álcool 70% em seguida.

Para a microscopia óptica foi feita a inclusão dos fragmentos em paraplast.

Foram realizados cortes seriados dos fragmentos com 5 μm de espessura. As seguintes

colorações histológicas foram realizadas para a descrição histológica: hematoxilina e

eosina, periodic acid Schiff (PAS) e tricômio de Masson. As fotomicrografias foram

capturadas com o auxílio de microcâmera acoplada ao microscópio Olympus BX-51 e

as imagens digitalizadas no software KS 400.3 (Zeiss).

Na coleta de sangue, foram retirados cerca de 10 ml de sangue pelo corte na veia

jugular de 3 animais por tratamento. O soro obtido após a centrifugação do sangue foi

armazenado em freezer a -20ºC para posterior análise das concentrações de ácido úrico,

através de “kit” comercial (Labtest) e leitura em espectrofotômetro, de acordo com as

instruções do fabricante.

Análise Estatística

As análises estatísticas foram realizadas pelo programa Statistical Analysis

System (SAS, 2000), sendo os dados submetidos a comparações de médias realizadas

pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

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96

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O peso final, consumo de ração, produção de ovos, peso dos ovos, massa dos

ovos, conversão em massa e conversão em dúzia de ovos produzidos por poedeiras são

apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Efeito dos tratamentos sobre o peso final, consumo de ração, produção de

ovos, peso do ovo, massa do ovo, conversão por massa e por dúzia de ovos

produzidos pelas poedeiras semipesadas em postura Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB 17,00 15,50 14,00 15,17 15,74 16,32

PF (kg) 1,66 1,74 1,69 1,70 1,76 1,72 8,13

CR (g/ave/dia) 110,84 111,08 110,84 110,48 110,22 108,98 2,64

PR (%) 88,38b 92,05ab 92,31ab 94,31a 91,21ab 91,86ab 3,84

PO (g) 67,31a 64,94ab 63,91b 64,20b 64,00b 63,79b 2,52

MO (g) 61,45 59,76 59,71 60,55 59,1 58,6 3,42

CMO (g/g) 1,80 1,85 1,85 1,82 1,86 1,86 3,27

CDZ (kg/dz) 1,51a 1,44ab 1,44ab 1,40b 1,45ab 1,42ab 4,85

C.V. (%): coeficiente de variação. PF - Peso final; CR - consumo de ração; PR - Produção de ovos; PO -

Peso do ovo; MO - Massa do ovo; CMO - Conversão por massa do ovo; CDZ - Conversão por dúzia de

ovos; T1 - 17% PB; T2 - 15,5% PB; T3 - 14% PB; T4 - 15,17% PB + 2,982% glutamato; T5 - 15,74% PB

+ 3,982% glutamato; T6- 16,32% PB + 4,982% glutamato. a, b

Médias seguidas por letras diferentes nas

colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Para o produção de ovos, o tratamento com 15,17% de PB + 2,982% glutamato

não diferiu em relação aos tratamentos com 15,5 e 14% de PB, 15,74% PB + 3,982%

glutamato e 16,32% PB + 4,982% glutamato. Sendo que, os maiores valores foram

observados tratamento com 15,17% de PB + 2,982% glutamato em relação ao controle.

O peso do ovo foi maior nos tratamentos controle e com 15,5% de PB em relação aos

demais tratamentos. A conversão por dúzia de ovos foi melhor com 15,17% de PB +

2,982% glutamato em relação ao controle.

Pavan et al. (2005), realizaram um experimento com poedeiras vermelhas

avaliando os níveis de PB e aminoácidos sulfurados totais (14 e 0,57; 14 e 0,64; 14 e

0,71; 15,5 e 0,57; 15,5 e 0,64; 15,5 e 0,71; 17 e 0,57; 17 e 0,64; 17 e 0,71 % de PB e

AAST, respectivamente). O peso dos ovos foi influenciado pelos tratamentos, que

apresentou os maiores valores para as combinações de 15,5 e 0,71; 17 e 0,71; 15,5 e

0,64; 14 e 0,71 e 17 e 0,64% de PB e AAST, respectivamente. Não foram observadas

diferenças significativas para consumo de ração, porcentagem de postura, massa de

ovos, conversão alimentar por dúzia e por massa de ovos.

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97

Segundo Pesti et al. (2005), a proteína deve estar bem balanceada e ser de alta

qualidade, para que a ave possa maximizar sua produção de ovos de maneira

economicamente viável. A característica de peso de ovos pode sofrer influência do nível

de proteína utilizado, pois para a síntese de albúmen a necessidade em proteína e

aminoácido é alta e, portanto, qualquer decréscimo em tais nutrientes poderia ocasionar

a redução dessa quantidade de albúmen, levando a um menor tamanho de ovo.

Na figura 1 são apresentados os parâmetros significativos do desempenho

(produção de ovos, peso de ovo e conversão por dúzia de ovos) das poedeiras

semipesadas.

Figura 1. Produção de ovos, peso de ovo e conversão por dúzia de ovos de poedeiras

semipesadas

Quando avalia-se produção e conversão por dúzia de ovos pode-se observar que

todos os tratamentos foram melhores que o controle. Dessa forma, pode-se supor que a

redução protéica e suplementação de aminoácidos não essenciais para poedeiras foi

suficiente para suportar a síntese de proteína orgânica. No entanto, para peso de ovo, o

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tratamento controle e o tratamento com redução de 1,5% de PB obteve os melhores

resultados. Esperava-se que a suplementação com glutamato nas dietas com PB

reduzida melhorasse o peso do ovo, em função do maior aporte de nitrogênio amino

disponível para a síntese de AANE, poupando os AAE para a utilização da síntese de

proteína orgânica. Porém, este efeito não foi observado neste estudo.

Na Tabela 3, são apresentados os resultados da qualidade interna e externa dos

ovos das poedeiras semipesadas avaliadas no estudo.

Tabela 3. Efeito dos tratamentos sobre a gravidade específica, porcentagem de casca,

gema e albúmen, e as Unidades Haugh dos ovos de poedeiras semipesadas Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB 17,00 15,50 14,00 15,17 15,74 16,32

GE (g/cm3) 1,085 1,086 1,086 1,085 1,086 1,086 0,15

CAS (%) 9,50 9,52 9,95 10,12 9,81 9,69 5,23

GEM (%) 25,21 26,02 26,58 26,54 26,45 26,69 4,81

ALB (%) 64,57 62,73 64,14 63,94 63,93 63,29 2,60

UH 96,71 95,28 95,76 96,12 95,10 96,23 2,10

C.V. (%): coeficiente de variação. GE - Gravidade específica; CAS - Porcentagem de casca; GEM -

Porcentagem de gema; ALB - Porcentagem albúmen; UH - Unidades Haugh; T1 - 17% PB; T2 - 15,5%

PB; T3 - 14% PB; T4 - 15,17% PB + 2,982% glutamato; T5 - 15,74% PB + 3,982% glutamato; T6-

16,32% PB + 4,982% glutamato. Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem

estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

As variáveis de qualidade de ovo apresentadas na Tabela 3, não foram

influenciadas pelos tratamentos. Assim, a redução protéica e a suplementação de L-

glutamato utilizados nesse experimento não alteraram as variáveis de qualidade interna

e externa dos ovos avaliadas.

Na literatura não existem resultados com ácido glutâmico suplementado em

rações com redução protéica envolvendo poedeiras comerciais, contudo podemos

observar que a gravidade específica, a percentagem de casca, gema e albúmen, além da

Unidade Haugh dos ovos apresentaram bons parâmetros em todos os tratamentos

avaliados.

A gravidade específica está diretamente relacionada com a resistência da casca

do ovo à quebra (Abdallah et al., 1993). Neste experimento, a qualidade da casca dos

ovos representada pela gravidade específica foi adequada, pois ficou acima de 1,080,

que segundo Balander et al. (1997), é o valor mínimo para que os ovos comerciais

resistam ao transporte e ao processamento.

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99

A gravidade específica dos ovos apresenta relação direta com o percentual de

casca do ovo (Olsson, 1934). Esta observação foi confirmada nesta pesquisa, pois não

se observou efeito da redução protéica e suplementação de ácido glutâmico para a

gravidade específica e para o peso da casca.

Pavan et al. (2005), realizaram um experimento com poedeiras vermelhas

avaliando os níveis de PB (14; 15,5 e 17% de PB), e observaram diferenças apenas para

as porcentagens de gema e de albúmen, onde os melhores resultados foram com 14 e

17% de PB, respectivamente. Dessa forma, os autores concluíram que a ração contendo

14% de PB pode ser utilizada, sem prejuízos na qualidade dos ovos.

Quanto a Unidade Haugh, é considerada uma expressão matemática que

correlaciona o peso do ovo com a altura da clara espessa. De modo geral, quanto maior

o valor da Unidade Haugh, melhor a qualidade do ovo (Rodrigues, 1975). Leeson e

Caston (1997), ao utilizar níveis de proteína para poedeiras, não verificaram diferença

na altura do albúmen e na Unidade Haugh, apesar de observarem alteração significativa

no peso do ovo.

Da mesma forma, Brugalli et al. (1998), estudaram o efeito de níveis de proteína

(16,0 e 14,1%) na dieta de poedeiras semipesadas de 43 a 55 semanas de idade. Os

autores verificaram que os valores da Unidade Haugh não foram, significativamente,

influenciados pelos níveis protéicos utilizados. As proteínas depositadas no albúmen,

são secretadas na região do magno do oviduto, pelas glândulas tubulares e células

epiteliais (Etches, 1996), portanto, torna-se difícil modificar o teor de proteína do

albúmen nutricionalmente (Gonzales et al., 1991).

Na Tabela 4 são apresentadas as médias do nitrogênio consumido, nitrogênio

excretado, nitrogênio retido, eficiência de retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido

úrico das poedeiras semipesadas, em função dos tratamentos.

Para o nitrogênio consumido e retido, pode-se observar na Tabela 4, que os

tratamentos com 15,5% de PB, 15,17% PB + 2,982% glutamato e 16,32% PB + 4,982%

glutamato não diferiu do tratamento controle. Sendo que, o controle obteve um maior

consumo e retenção de nitrogênio em relação ao tratamento com 14% de PB e 15,74%

PB + 3,982% glutamato.

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100

Tabela 4. Médias do nitrogênio consumido, nitrogênio excretado, nitrogênio retido,

eficiência de retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido úrico das

poedeiras semipesadas Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB 17,00 15,50 14,00 15,17 15,74 16,32

CR (g/ave/dia) 121,48 114,16 113,27 116,49 104,54 112,01 8,13

NC (g/ave/dia) 2,93a 2,50ab 2,23b 2,52ab 2,34b 2,60ab 7,93

NE (g/ave/dia) 0,76 0,64 0,62 0,69 0,66 0,72 8,79

NR (g/ave/dia) 2,16a 1,87ab 1,61b 1,82ab 1,68b 1,88ab 8,14

ER (%) 73,96 74,57 71,95 72,47 71,89 72,22 1,80

AU (mg/dL) 3,02a 1,67c 1,68c 1,94bc 2,38b 2,44b 5,98

C.V. (%): coeficiente de variação. CR – Consumo de ração durante 3 dias; NC – Nitrogênio consumido;

NE – Nitrogênio excretado; NR – Nitrogênio retido; ER – Eficiência de retenção de nitrogênio; AU -

nível sérico de ácido úrico; T1 - 17% PB; T2 - 15,5% PB; T3 - 14% PB; T4 - 15,17% PB + 2,982%

glutamato; T5 - 15,74% PB + 3,982% glutamato; T6- 16,32% PB + 4,982% glutamato. a,b,c,

Médias

seguidas por letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de

probabilidade.

Segundo Penz Jr. (1993), nas aves somente 35 a 45% do nitrogênio das proteínas

ingeridas da ração são transformadas em carne e ovos. O nitrogênio restante é

excretado, sendo uma fonte de contaminação ambiental. A suplementação com

aminoácidos sintéticos nas dietas de poedeiras proporcionam um melhor

aproveitamento das proteínas, ocasionando uma redução no nitrogênio excretado e

conseqüentemente melhoria no desempenho produtivo das aves.

Meluzzi et al. (2001), estudaram o balanço de nitrogênio em poedeiras Hy-line

Brown com 24 semanas de idade submetidas a redução protéica (17, 15 e 13% PB). Os

autores não verificaram diferença do nitrogênio consumido entre os níveis de PB

testados, houve um decréscimo linear do nitrogênio excretado com a redução da

proteína na dieta e um aproveitamento de 50% de nitrogênio ingerido com 15% de PB.

Dessa forma, os autores consideraram que com 15% de PB na dieta houve uma melhor

utilização do nitrogênio nas aves.

Pavan et al. (2005), avaliaram a redução protéica (17; 15,5 e 14% PB) em

poedeiras semipesadas, e observaram que o consumo de dietas com 14% de PB

proporcionaram uma redução na excreção de nitrogênio em 27% quando comparadas

em dietas com 17% de PB. Do mesmo modo, Ishibashi e Yonemochi (2003), estudaram

a exigência de aminoácidos e redução protéica na produção de ovos e excreção de

nitrogênio e observaram que houve uma queda evidente na quantidade de nitrogênio

eliminada nas excretas de poedeiras quando reduzia a proteína na ração.

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101

Nesse experimento, não houve efeito estatístico da excreção de nitrogênio, mas

em dietas com redução de 3% de proteína na ração (14% de PB), pode-se observar uma

redução de 18,42% de nitrogênio nas excretas em relação ao tratamento com 17% de

PB. Quando suplementamos 1% de ácido glutâmico, no tratamento com 15,74% PB +

3,982% glutamato, verifica-se uma redução de 13,16% de nitrogênio nas excretas em

relação ao tratamento controle.

Para o teor de ácido úrico no sangue, o tratamento com 15,5% e 14% de PB não

diferiu do tratamento com 15,17% PB + 2,982% glutamato. O menor teor ocorreu nos

tratamentos com 15,5% e 14% de PB em relação ao controle e aos tratamentos com

15,74% PB + 3,982% glutamato e 16,32% PB + 4,982% glutamato.

O ácido úrico é o principal produto catabólico de proteínas, de nitrogênio

protéico e das purinas em aves. Aproximadamente 90% é secretado pelos túbulos

contorcidos proximais em aves sadias (Harr, 2002). Sua concentração aumenta quando a

função renal está prejudicada, reduzindo sua eliminação via renal. Os valores normais

encontram-se na faixa de 2-15 mg/dL (Benez, 2004). Em frangos de corte, Ross et al.

(1978), obtiveram uma média de 7,7 mg/dL e em galinhas Brown Leghorn, uma

variação de 0,27 a 4,93 mg/dL, tendo ainda observado aumento dos valores do ácido

úrico sanguíneo com a idade. Além da idade, a grande diferença nas taxas de ácido

úrico pode estar associada a dieta, ao estado de hidratação das aves e a espécie (Kaneko

et al., 2008).

Umigi (2009), avaliando a redução protéica (22, 20 19, 18, 17% de PB) no

plasma sanguíneo de codornas japonesas na fase de postura não verificou efeito dos

níveis de proteína no teor de ácido úrico de codornas em postura. Pinto et al. (2002),

avaliando níveis de proteína (16, 18, 20, 22 e 24% de PB), também não observaram

efeito dos níveis de proteína na ração sobre o teor de ácido úrico no soro de codornas

japonesas. Os autores sugeriram que este resultado esteja relacionado com a aparente

mobilização de proteína corporal para suprir as exigências de mantença e de produção

de ovos.

Corzo et al. (2004) estudaram o teor de ácido úrico em frangos de corte aos 21

dias de idade que receberam suplementação de aminoácidos essenciais e não essenciais

submetidos a dietas de baixa proteína bruta, os tratamentos consistiram de uma dieta

controle (22% de PB), uma dieta de baixa proteína (18%) suplementada com L-lisina,

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102

DL-metionina, L-treonina, e L-isoleucina, e seis tratamentos compostos de adições

individuais de glicina, alanina, ácido aspártico, ácido glutâmico, prolina e leucina.

Segundo os autores, o maior valor foi apresentado nos animais que receberam a ração

controle (22% PB). Nesse sentido, os autores concluíram que existe a necessidade de

adicionar aminoácidos não essenciais à ração com redução protéica de 4%.

Na figura 2, são apresentados os parâmetros significativos do balanço de

nitrogênio (nitrogênio consumido e retido), e nível sérico de ácido úrico das poedeiras

semipesadas em produção.

Figura 2. Nitrogênio consumido, retido e nível sérico de ácido úrico de poedeiras

semipesadas

Neste estudo, verifica-se uma redução do nitrogênio consumido, retido e teor de

ácido úrico no soro com a redução protéica da ração. Mostrando que a redução protéica

e suplementação de AANE, como no tratamento com 16,32% PB + 4,982% glutamato,

foi eficiente em relação ao controle, pois apresentou o mesmo consumo e retenção de

nitrogênio com um menor teor de ácido úrico no soro.

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103

Os resultados das análises histológicas do magno e duodeno, são apresentados

nas figuras 3 e 4.

Figura 3. Fotomicrografias de magno de poedeiras semipesadas sob diferentes dietas

(T1 - 17% PB; T2 - 15,5% PB; T3 - 14% PB; T4 - 15,17% PB + 2,982%

glutamato; T5 - 15,74% PB + 3,982% glutamato; T6 - 16,32% PB + 4,982%

glutamato.). A) fotomicrografia representando os magnos dos animais dos

tratamentos 1, 2 e 3. B) fotomicrografia representando os magnos dos animais

dos tratamentos 4, 5 e 6. Coloração de hematoxilina-eosina. Barra: 1 mm

O magno dos tratamentos com 17, 15,5 e 14% de PB foram similares, sendo

representados pela Figura 3A. Da mesma forma, o magno dos tratamentos com

suplementação de glutamato, 15,17% PB + 2,982% glutamato, 15,74% PB + 3,982%

glutamato, 16,32% PB + 4,982% glutamato foram similares, sendo representados pela

Figura 3B.

Os tratamentos com suplementação de glutamato, apresentaram um magno com

mais dobras secundárias (pontas de setas) e mais glândulas ativas (setas) que os demais

tratamentos (Figura 3A). O aumento das dobras secundárias do magno proporciona uma

maior área para comportar as glândulas do magno responsáveis pela produção do

albúmen, e a maior atividade destas glândulas promove uma produção de ovos em um

menor tempo.

Como alguns dados na literatura apenas relatam os efeitos da redução protéica e

suplementação de glutamato nas rações sobre o desempenho zootécnico, os dados com

as modificações histológicas no trato digestório e reprodutor das poedeiras, possibilitam

maior respaldo aos efeitos gerados, elevando a confiabilidade nas informações obtidas.

Histologicamente foi observado que a suplementação com glutamato não provocou

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104

esteatose hepática (fígado gorduroso) ou deposição de colágeno hepático parenquimal

como demonstrado por Lima et al. (2012), que trabalharam com níveis de triptofano na

dieta de poedeiras leves em produção sobre alterações histológicas em seus sistemas

reprodutivos e digestivo.

Figura 4. Fotomicrografias do intestino de poedeiras semipesadas sob diferentes dietas

(T1 - 17% PB, T2 - 15,5% PB, T3 - 14% PB, T4 - 15,17% PB + 2,982%

glutamato, T5 - 15,74% PB + 3,982% glutamato, T6 - 16,32% PB + 4,982%

glutamato). A) fotomicrografia representando as vilosidades intestinais dos

animais dos tratamentos 1, 2 e 3. B) fotomicrografia representando as

vilosidades intestinais dos animais dos tratamentos 4, 5 e 6. Coloração de

periodic acid Schiff. Barra: 100 µm

O duodeno dos tratamentos com 17, 15,5 e 14% de PB foram similares, sendo

representados pela Figura 4A. Da mesma forma, o duodeno dos tratamentos com

suplementação de glutamato, 15,17% PB + 2,982% glutamato, 15,74% PB + 3,982%

glutamato, 16,32% PB + 4,982% glutamato foram similares, sendo representados pela

Figura 4B.

Os tratamentos com suplementação de glutamato apresentaram um duodeno com

vilosidades mais largas que os demais tratamentos (Figura 4A) indicando um aumento

da área de contato da superfície de absorção com o alimento, ou seja aumentando a

captação dos nutrientes para os animais destes tratamentos. Contudo, os tratamentos não

influenciaram na quantidade de células caliciformes no intestino.

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105

CONCLUSÃO

Recomenda-se o tratamento com 15,17% PB + 2,982% de glutamato, pois

apresentou maior produção e melhor conversão por dúzia de ovos, o mesmo consumo e

retenção de nitrogênio e um menor teor de ácido úrico no soro em relação ao controle.

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CAPÍTULO 5

Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados com redução

protéica em dietas para poedeiras leves

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Ácido glutâmico e aminoácidos limitantes suplementados com redução protéica em

dietas para poedeiras leves

RESUMO

Com o objetivo de avaliar o efeito da suplementação de ácido glutâmico e de

aminoácidos limitantes em rações com redução protéica em poedeiras leves na fase de

produção, 384 poedeiras da linhagem Hy line white, com 44 semanas de idade, foram

distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado com seis tratamentos, oito

repetições, de oito aves por unidade experimental, com duração de 112 dias, divididos

em 4 períodos de 28 dias cada. O primeiro tratamento, consistiu de uma ração controle

formulada para atender as exigências dos aminoácidos essenciais limitantes para

poedeiras leves na fase de produção, com suplementação de metionina. No segundo

tratamento, foi suplementado metionina e isoleucina. No terceiro tratamento, foi

adicionado lisina e valina e no quarto tratamento ocorreu a suplementação de triptofano.

Nos tratamentos 5 e 6, as rações foram suplementadas com a glutamato sem e com

triptofano, respectivamente. Não houve efeito dos tratamentos para as variáveis de

desempenho e qualidade de ovo. Para o balanço de nitrogênio, verifica-se que o

tratamento com 14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano

obteve menor consumo, excreção de nitrogênio e maior eficiência de retenção de

nitrogênio, com mesmo teor de ácido úrico no soro, em relação ao controle. Para o peso

de carcaça e gordura, o tratamento com 14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina

+ valina + triptofano apresentou as menores médias de peso de carcaça e gordura em

relação ao tratamento com 15,69% de PB + metionina + isoleucina. Na análise

histológica foram observadas alterações morfológicas no intestino magno e útero das

poedeiras leves. Dessa forma, recomenda-se a ração com 14,87% de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina + triptofano que promoveu melhor balanço de nitrogênio e

morfologia em relação ao tratamento controle.

Palavras-chave: ácido úrico, aminoácidos, desempenho, produção de ovos, nitrogênio,

vilosidades intestinais

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111

Glutamic acid and supplemented with limiting amino acids in reducing protein

diets for laying hens

ABSTRACT

Aiming to evaluate the effect of supplementation of glutamic acid and limiting

amino acids in diets with reduced protein in laying hens in production phase, 384 hens

Hy line white, 44 weeks old, were distributed in a completely randomized design six

treatments with eight replicates of eight birds each, with 112 days, divided into 4

periods of 28 days each. The first treatment consisted of a control diet formulated to

meet the requirements of essential amino acids for laying hens in production, with

supplemental methionine. The second treatment was supplemented methionine and

isoleucine. In the third treatment, lysine and valine was added and the fourth treatment

occurred tryptophan supplementation. In treatments 5 and 6 were supplemented with

glutamate with and without tryptophan, respectively. There were no treatment effects

for the variables of performance and egg quality. For nitrogen balance, it appears that

treatment with 14.87% CP + methionine + valine + isoleucine + lysine + tryptophan had

lower consumption, nitrogen excretion and efficiency of nitrogen retention, with the

same level of uric acid in serum compared to control. For carcass weight and fat,

treatment with 14.87% CP + methionine + valine + isoleucine + lysine + tryptophan

showed the lowest average carcass weight and fat compared to treatment with 15.69%

CP + methionine + isoleucine. The histological changes were observed in the intestine

morphological magnum and uterus of laying hens. Thus, it is recommended to feed with

14.87% CP + methionine + valine + isoleucine + lysine + tryptophan which promoted

better nitrogen balance and morphology compared to control treatment.

Keywords: uric acid, amino acids, performance, egg production, nitrogen, intestinal

villi

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112

INTRODUÇÃO

A ingestão de proteína bruta é um parâmetro importante na qualidade do ovo,

pois os sólidos do albúmen do ovo são quase inteiramente protéicos e apresentam um

alto requerimento de proteína e aminoácidos, ou seja, uma carência de proteína

resultaria principalmente em um decréscimo da qualidade e quantidade de albúmen,

podendo diminuir o tamanho dos ovos (Rabello et al., 2007).

Nesse sentido, os aminoácidos apresentam grande importância para o

desempenho produtivo das poedeiras, pois têm relação direta com a produção de ovos,

conversão alimentar e eficiência na utilização do nitrogênio. Os aminoácidos são

componentes essenciais dos ovos e constituem as moléculas protéicas presentes no

albúmen e na gema (Leeson e Summers, 2001).

Devido a grande importância dos aminoacidos para as aves, a redução do teor

protéico só é possível pelo uso do conceito da proteína ideal, sendo os níveis dos

aminoácidos mantidos através da utilização de aminoácidos sintéticos (Santos, 2007). A

proteína ideal é uma mistura dos aminoácidos, capaz de fornecer, sem excessos nem

deficiências, as necessidades absolutas de todos os aminoácidos exigidos para

manutenção e produção animal, no intuito de favorecer a deposição protéica com

máxima eficiência (Parsons e Baker, 1994).

Contudo, a redução do teor protéico acima de três ou quatro pontos percentuais,

pode levar a uma situação em que os aminoácidos essenciais, como valina e isoleucina,

que são geralmente supridos em dietas com alta PB, se tornem limitantes ao melhor

desempenho do animal (Peganova e Eder, 2003). A redução protéica exagerada, sem

suplementação de aminoácidos, apresenta baixo teor de nitrogênio para formação de

aminoácidos não essenciais acarretando em mobilização de um aminoácido essencial (AAE)

para a síntese do não essencial (AANE) (Andriguetto, 2002).

Segundo Berres (2010), o insucesso na obtenção no desempenho de frangos

alimentados com dietas de proteína reduzida deve-se a insuficiência de nitrogênio para a

síntese de AANE. Dentre os AANE, que apresentam potencial para serem utilizados

sinteticamente se destaca o ácido glutâmico. O ácido glutâmico é essencial para a

manutenção da mucosa intestinal por ser fonte de energia para o turnover da mucosa

(renovação celular), por intermédio do ATP produzido a partir do ciclo de Krebs; fonte

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113

de nitrogênio para a síntese de aminoácidos e outros compostos nitrogenados, entre

outros.

Sabendo da grande importância deste aminoácido, e que ainda são poucos os

trabalhos que avaliam a eficiência do glutamato como fonte de nitrogênio não específico

em dietas para poedeiras, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da redução

protéica com suplementação de aminoácidos limitantes, e do L-glutamato nas rações de

poedeiras leves em postura.

MATERIAL E MÉTODOS

Local e duração do experimento

O experimento foi conduzido no Módulo de Avicultura do Departamento de

Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus

II, no município de Areia, na região Norte do Estado da Paraíba, a 6º57’48’’ de latidude

sul e 35º41’30’’ de longitude oeste, com altitude de 618 m acima do nível do mar, no

período de 04/06 a 23/09/2012, totalizando 112 dias, divididos em quatro períodos de

28 dias cada.

Instalações e equipamentos

Durante toda a fase experimental as poedeiras foram alojadas em gaiolas de

arame (24 cm x 37 cm x 41 cm), com comedouros tipo calha e bebedouros tipo nipple.

O programa de luz adotado foi de 17 horas de luz: 7 horas de escuro, utilizando-se um

timer para o controle da luz artificial. A ração e a água foram fornecidas à vontade

durante todo período experimental.

Animais, delineamento e dietas experimentais

Foram utilizadas 384 poedeiras leves, da linhagem Hy line White, com 44

semanas de idade, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado com seis

tratamentos, oito repetições, de oito aves por unidade experimental, onde a média de

peso inicial foi de 1.410 g.

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114

O primeiro tratamento foi constituído de uma ração controle, à base de milho e

farelo de soja, suplementada com DL-metionina, formulada para atender as exigências

nutricionais de poedeiras leves na fase de postura, com os níveis de todos os

aminoácidos essenciais alcançando ou excedendo ligeiramente às recomendações de

Rostagno et al. (2005). Desta forma, a proteína bruta (PB) da dieta controle ficou livre

na formulação e seu teor foi calculado em função do atendimento das exigências dos

aminoácidos essenciais limitantes.

No segundo tratamento, além da DL-metionina, também foi utilizada a L-

isoleucina na formulação. Desta forma, o conteúdo de PB da dieta obteve o suficiente

para fornecer o próximo aminoácido limitante para poedeiras em postura, que no caso

dos ingredientes utilizados foi a lisina e valina, ficando com teor protéico reduzido em

relação ao controle. De forma semelhante, para compor o terceiro tratamento, foi

adicionado a L-lisina e L-valina na formulação e a PB foi reduzida até o ponto em que

atendeu as exigências de triptofano. Por sua vez, o quarto tratamento foi constituído

pela adição de L-triptofano na formulação, provocando uma redução nos níveis de PB.

Os tratamentos 5 e 6, foram constituídos com a suplementação de ácido

glutâmico em quantidades suficientes para atender os requerimentos mínimos de PB

para poedeiras leves em produção, diferindo pela ausência e presença do aminoácido L-

triptofano, respectivamente.

As rações experimentais para poedeiras leves em fase de postura estão

apresentadas na Tabela 1.

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Tabela 1. Composição percentual e nutricional das dietas para poedeiras leves em fase

de postura Ingredientes T1 T2 T3 T4 T5 T6

Milho 60,499 63,256 64,647 66,321 61,871 62,379

Farelo de soja 25,996 23,643 22,388 20,872 22,642 21,482

Óleo de soja 1,952 1,492 1,259 0,974 1,504 1,347

Fosfato bicálcico 1,498 1,511 1,518 1,526 1,527 1,537

Calcário 9,237 9,247 9,252 9,258 9,246 9,249

Sal 0,477 0,479 0,480 0,482 0,482 0,483

L-Lisina.HCl - - 0,037 0,082 0,036 0,073

DL-Metionina 0,196 0,213 0,222 0,233 0,228 0,239

L-Isoleucina - 0,014 0,034 0,058 0,036 0,056

L-Valina - - 0,018 0,041 0,022 0,042

L-Triptofano - - - 0,008 - 0,007

L-Glutamato - - - - 2,261 2,961

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Supl. Mineral¹ 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Supl. Vitamínico² 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição nutricional

EM (Kcal/kg) 2800 2800 2800 2800 2800 2800

PB (%) 16,50 15,69 15,32 14,87 16,50 16,50

Cálcio (%) 4,020 4,020 4,020 4,020 4,020 4,020

Fósforo disponível (%) 0,475 0,475 0,475 0,475 0,475 0,475

Met.+cistina dig (%) 0,662 0,662 0,662 0,662 0,662 0,662

Metionina dig (%) 0,424 0,432 0,436 0,442 0,440 0,445

Lisina dig (%) 0,780 0,727 0,727 0,727 0,727 0,727

Isoleucina dig (%) 0,627 0,603 0,603 0,603 0,603 0,603

Valina dig (%) 0,691 0,656 0,654 0,654 0,654 0,654

Triptofano dig (%) 0,186 0,174 0,167 0,167 0,167 0,167

Treonina dig (%) 0,545 0,515 0,499 0,480 0,497 0,480

Arginina dig (%) 1,063 0,997 0,961 0,919 0,959 0,924

Fenilalanina dig (%) 0,772 0,731 0,708 0,681 0,704 0,681

Histidina dig (%) 0,420 0,400 0,390 0,376 0,386 0,375

Leucina dig (%) 1,339 1,287 1,258 1,224 1,243 1,210

Glutamato (%) 2,982 2,826 2,742 2,640 4,972 5,579

1-Suplemento mineral (composição/ Kg do produto ): Vit. A - 12.000.000 UI (IU); Vit. D3 - 3.600.000

UI (IU); Vit. B1 – 2.5 g; Vit. B2 – 8 g; Vit. B6 – 3 g; Ácido Pantatênico – 12 g; Biotina – 0.2 g; Vit. K –

3 g; Ácido Fólico – 3.5 g; Acido Nicotinico – 40 g; Vit. B12 – 20 mg; Se – 0.13 g; Excipiente q.s.p. –

1000 g. 2-Suplemento Mineral (composição/ Kg do produto): Mn – 160 g; Fe – 100 g; Zn – 100 g; Cu -

20 g; Co – 2 g; I – 2 g. Excipiente q.s.p. . 1.000 g. T1 - 16,5% de PB + metionina; T2 - 15,69% de PB +

metionina + isoleucina; T3 - 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina; T4 - 14,87% de PB

+ metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano; T5 - 16,5% de PB + metionina + isoleucina +

lisina + valina + glutamato; T6 - 16,5 % de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano +

glutamato.

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Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram: consumo de ração (g/ave/dia), produção de ovos

(%), peso de ovo (g), massa de ovo (g), conversão por massa (g/g) e por dúzia de ovo

(kg/dz), gravidade específica (g/cm³), porcentagem de casca, gema e albúmen (%),

nitrogênio consumido, excretado e retido (g/ave/dia), eficiência de retenção de

nitrogênio (%), nível sérico de ácido úrico (mg/dL), peso final (kg), peso da carcaça

(kg), peso da gordura celomática (g), peso do fígado (g), relação gordura

celomática/carcaça, fígado/carcaça e análise histológica do fígado, duodeno, magno e

útero.

O consumo de ração foi calculado pela diferença entre a quantidade de ração

fornecida e as sobras experimentais, pesadas no início e final de cada período de 28

dias. A produção de ovos foi anotada por período, em planilhas de postura, diariamente

às 15h da tarde, dividindo a quantidade de ovos totalizados por parcela pelo número de

aves.

Nos últimos três dias de cada período, os ovos de cada parcela foram pesados

individualmente para a obtenção do peso médio dos ovos. O cálculo da massa de ovo foi

realizado pelo produto da produção de ovos e do peso médio dos ovos por parcela. A

conversão alimentar por massa de ovo foi calculada através da relação entre o consumo

de ração e massa de ovo produzida, e a conversão por dúzia de ovos foi calculada pela

relação entre o consumo de ração dividido pela produção, sendo esse resultado

multiplicado por doze.

Ao final de cada período, foram selecionados quatro ovos por parcela, sendo

que, 2 foram utilizados para a gravidade específica e 2 foram utilizados para

determinação do peso e porcentagem de gema, de albúmen e de casca. A porcentagem

foi realizada após separação manual destes componentes, as cascas foram colocadas em

estufa a 105 °C por quatro horas. A porcentagem de cada um dos componentes do ovo

foi obtida dividindo-se o peso do componente pelo peso do ovo, em seguida

multiplicando o resultado por 100.

A gravidade específica foi determinada pelo método de flutuação salina,

conforme metodologia descrita por Hamilton (1982). A cada final de período

experimental foram selecionados dois ovos por parcela; em seguida, foram feitas

imersões dos ovos em diferentes soluções salinas com os devidos ajustes para um

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volume de 25 litros de água com densidades que variavam de 1,060 a 1,100 com

intervalo de 0,0025. Os ovos foram colocados nos baldes com as soluções, da menor

para a maior densidade e foram retirados ao flutuarem, sendo anotados os valores

respectivos das densidades correspondentes às soluções dos recipientes.

O nitrogênio consumido, excretado, retido, eficiência de retenção de nitrogênio

foi determinado pelo método de coleta total de excretas. No início do terceiro período,

foi realizado o monitoramento do consumo de ração, pela pesagem da ração fornecida,

acrescida de óxido férrico como marcador, e das sobras de ração no final do período

analisado. Durante esse período de 3 dias, as excretas foram coletadas, por meio de

bandejas acondicionadas abaixo das gaiolas, identificadas, pesadas duas vezes ao dia (8

e 16h) e armazenadas em freezer a -20ºC até o final do período experimental.

Posteriormente, as excretas foram homogeneizadas, identificadas e uma amostra de

aproximadamente 150 g por parcela foi colocada em bandejas marmitex de alumínio em

estufa de ventilação forçada a 60 ± 5 ºC. Após a secagem, foi pesada novamente, moída

e armazenadas em potes plásticos identificados até o momento da análise de matéria

seca e nitrogênio no laboratório.

O consumo (NC) e a excreção (NE) média diária de nitrogênio, por parcela

experimental, foram calculados dividindo-se o consumo e a excreção média diária de

proteína bruta (PB), expresso na matéria seca a 105 ºC, pelo fator 6,25. A retenção

média diária de nitrogênio (N) foi calculada pela diferença entre o consumo médio

diário de N e a excreção média diária de N, (NR=NC-NE). E a porcentagem da

eficiência de retenção de nitrogênio foi calculada usando a fórmula: (100-

(NEx100/NC)).

No final do quarto período as aves foram pesadas para determinação do peso

final e duas aves com peso representativo do peso médio da parcela foram selecionadas

para o abate e coleta de sangue. No abate foi pesada a carcaça, fígado e gordura

celomática, onde foi considerado o peso da carcaça eviscerada em relação ao peso vivo

após jejum. Em seguida foi realizado os cálculos das relações: fígado/carcaça = peso do

fígado x 100 / carcaça e gordura/carcaça = peso do gordura x 100 / carcaça.

Na coleta de sangue, foram retirados cerca de 10 ml de sangue pelo corte na veia

jugular de 3 animais por tratamento. O soro obtido após a centrifugação do sangue foi

armazenado em freezer a -20ºC para posterior análise das concentrações de ácido úrico,

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através de “kit” comercial (Labtest) e leitura em espectrofotômetro, de acordo com as

instruções do fabricante.

Nas análises histológicas, a coleta do material foi realizada através da retirada de

fragmentos do sistema digestório (duodeno e fígado) e reprodutor (magno e útero) de 10

animais por tratamento. Os fragmentos foram imersos em fixador metacarn (60%

metanol, 30% clorofórmio e 10% ácido acético) por 12 horas, sendo transferidos para

álcool 70% em seguida.

Para a microscopia óptica foi feita a inclusão dos fragmentos em paraplast.

Foram realizados cortes seriados dos fragmentos com 5 μm de espessura. As seguintes

colorações histológicas foram realizadas para a descrição histológica: hematoxilina e

eosina, periodic acid Schiff (PAS) e tricômio de Masson. As fotomicrografias foram

capturadas com o auxílio de microcâmera acoplada ao microscópio Olympus BX-51 e

as imagens digitalizadas no software KS 400.3 (Zeiss).

Análise Estatística

As análises estatísticas foram realizadas pelo programa Statistical Analysis

System (SAS, 2000). Os dados foram submetidos a comparações de médias realizadas

pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

O consumo de ração, produção de ovos, peso dos ovos, massa dos ovos,

conversão em massa e em dúzia de ovos produzidos por poedeiras leves em produção

são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, produção de ovos, peso do

ovo, massa do ovo, conversão por massa e por dúzia de ovos produzidos

pelas poedeiras leves em postura Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB 16,50 15,69 15,32 14,87 16,50 16,50

CR (g/ave/dia) 98,66 97,28 96,23 98,63 96,30 98,45 3,15

PR (%) 87,07 86,21 86,02 86,24 84,98 87,23 4,94

PO (g) 63,82 63,90 63,19 64,87 63,60 63,30 2,32

MO (g) 55,58 55,05 54,34 55,90 54,03 55,19 5,06

CMO (g/g) 1,78 1,77 1,78 1,77 1,79 1,78 3,82

CDZ (kg/dz) 1,36 1,36 1,35 1,37 1,36 1,35 4,08

C.V. (%): coeficiente de variação. CR - consumo de ração; PR - Produção de ovos; PO - Peso do ovo;

MO - Massa do ovo; CMO - Conversão por massa do ovo; CDZ - Conversão por dúzia de ovos; T1 -

16,5% de PB + metionina; T2 - 15,69% de PB + metionina + isoleucina; T3 - 15,32% de PB + metionina

+ isoleucina + lisina + valina; T4 - 14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano;

T5 - 16,5% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + glutamato; T6 - 16,5 % de PB + metionina

+ isoleucina + lisina + valina + triptofano + glutamato. Médias seguidas por letras diferentes nas colunas

diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

A redução protéica e a suplementação de L-glutamato utilizada nesse

experimento não afetaram as variáveis de desempenho avaliadas na Tabela 2. Dessa

forma, pode-se afirmar que as dietas utilizadas neste experimento são eficazes, pois

mesmo reduzindo a PB, promovem as mesmas condições de desempenho que a dieta

controle.

Diferente deste experimento, Costa et al. (2011), realizaram um experimento

avaliando a redução protéica (17; 16,5 e 14% de PB) e suplementação de ácido

glutâmico nos três últimos tratamentos (15,17% PB + 2,982% de glutamato, 15,74% PB

+ 3,982% de glutamato, 16,32% PB + 4,982% de glutamato) em poedeiras semipesadas

em postura. O consumo de ração, a massa e a conversão por massa de ovos não foram

influenciados estatisticamente pelos tratamentos, exceto a produção, peso e a conversão

por dúzia de ovos. O tratamento com redução protéica (15,17% PB) e suplementação de

2,982% de glutamato promoveu a maior taxa de postura e melhor conversão em dúzia

de ovos nas galinhas.

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Bunchasak et al. (2005), avaliaram três níveis de proteínas na dieta (14, 16 e

18% PB) sem suplementação de aminoácidos para poedeiras comerciais (Babcock B-

308), de 21 a 33 semanas de idade. Segundo os autores, o consumo de ração não foi

afetado pela níveis de proteína. Não houve efeito para produção de ovo, mas os

resultados mostraram que maiores teores de proteína (16 e 18% PB), tendem a ter

melhor percentual de produção de ovo. A conversão por massa de ovo e a massa de

ovos de galinhas alimentadas com 16 e 18% de PB foram significativamente melhores e

mais elevadas do que com 14%, devido ao maior peso do ovo (P < 0,05).

De acordo com este experimento, Penz Júnior. e Jensen (1991), realizaram um

estudo contendo dois níveis de proteína (13 e 16%) e seis tratamentos com

suplementação de lisina; lisina, metionina e triptofano individualmente ou combinados

20% acima da NRC; glicina (1,3%) e ácido glutâmico (2,5%), em poedeiras leves de 28

a 34 semanas de idade. Os autores verificaram que os tratamentos não influenciaram o

desempenho (consumo de ração, produção, peso do ovo e conversão) seja com

suplementação de aminoácidos essenciais e não essenciais em dietas com 13% de PB

comparados a uma dieta contendo 16% PB.

Da mesma forma, Silva et al. (2006), realizaram um experimento avaliando o

efeito da redução da PB (14; 15,25; 16,5% de PB) e suplementação de lisina (0,66; 0,73

e 0,80%) e metionina:cistina (0,58; 0,64 e 0,70%) durante 4 períodos de 28 dias, sobre o

desempenho de poedeiras leves Lohmann LSL, com 26 semanas de idade. Os autores

verificaram que a redução do nível protéico da ração de 16,5% para 15,25 e 14,00%,

sem suplementação aminoacídica, não afetou o consumo de ração e as conversões por

massa e por dúzia de ovos (P>0,05), sugerindo a possibilidade de uso de dietas com

níveis protéicos abaixo do recomendado Rostagno et al. (2000).

Harms e Russeell (1993), avaliaram em três experimentos, a suplementação de

aminoácidos em dietas com baixo teor protéico. No primeiro experimento, a dieta

controle foi formulada com 17,61% de PB e a dieta suplementada ou não com

aminoácidos tinha 14,89% de PB. No segundo experimento a dieta controle tinha

15,51% de PB e a dieta suplementada ou não com aminoácidos tinha 13% de PB. No

terceiro experimento, a dieta controle tinha 15,46% de PB e a dieta suplementada ou

não com aminoácidos tinha 12,70% de PB. O desempenho das aves nos três

experimentos foi prejudicado quando as aves receberam dietas com baixo teor protéico

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sem suplementação de aminoácidos. No entanto, quando receberam as dietas

suplementadas com aminoácidos recuperaram o desempenho igualando com os

resultados das dietas controle.

Keshavarz e Austic (2004), observaram que dietas com 13% de proteína bruta

mais a adição de metionina, lisina e triptofano, segundo o NRC (1994), proporcionaram

resultados semelhantes aos de uma dieta convencional com 16% de proteína bruta.

Entretanto, quando se realiza redução protéica muito acentuada, como a estudada por

Summers et al. (1991), com 10% de proteína bruta, os aminoácidos não são capazes de

proporcionar desempenho semelhante a dietas com níveis protéicos mais elevados.

Portanto, a resposta das aves à redução da proteína na ração parece estar condicionada à

extensão em que esse nutriente é reduzido na ração.

Na Tabela 3 são apresentados os resultados de qualidade de ovo das poedeiras

leves em produção, de acordo com os tratamentos avaliados.

Tabela 3. Efeito dos tratamentos sobre a gravidade específica, porcentagem de casca,

gema e albúmen dos ovos de poedeiras leves Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB 16,50 15,69 15,32 14,87 16,50 16,50

GE (g/cm3) 1,083 1,086 1,083 1,082 1,083 1,083 0,13

CAS (%) 5,79 5,79 5,76 5,85 5,79 5,81 2,78

GEM (%) 17,86 17,89 18,15 18,00 17,54 17,82 3,63

ALB (%) 40,40 39,89 38,73 40,08 39,45 39,01 2,98

C.V. (%): coeficiente de variação. GE - Gravidade específica; CAS - Porcentagem de casca; GEM -

Porcentagem de gema; ALB - Porcentagem albúmen; T1 - 16,5% de PB + metionina; T2 - 15,69% de PB

+ metionina + isoleucina; T3 - 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina; T4 - 14,87% de

PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano; T5 - 16,5% de PB + metionina + isoleucina +

lisina + valina + glutamato; T6 - 16,5 % de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano +

glutamato. Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste

Tukey, a 5% de probabilidade.

As variáveis de qualidade de ovo apresentadas na Tabela 3, não foram

influenciadas pelos tratamentos. Assim, a redução protéica e a suplementação de L-

glutamato utilizados nesse experimento, promoveram as mesmas condições para todos

os tratamentos avaliados.

Pavan et al. (2005), realizaram um experimento com poedeiras vermelhas

avaliando os níveis de PB (14; 15,5 e 17% de PB) e verificaram que os níveis de PB

utilizados não melhoraram a qualidade da casca dos ovos, o que pode ser constatado

pela inexistência de diferença significativa entre os tratamentos para gravidade

específica e porcentagem de casca. Os autores observaram diferenças significativas

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apenas para as porcentagens de gema e de albúmen, onde os melhores resultados foram

com 14 e 17 % de PB, respectivamente. Dessa forma, eles concluíram que a ração

contendo 14% de PB pode ser utilizada, sem prejuízos na qualidade dos ovos.

El-Maksoud et al. (2011), avaliaram o efeito dos níveis de proteína (12; 14, 16%

de PB) com e sem suplementação de metionina e lisina, no desempenho de poedeiras,

de 32 a 44 semanas de idade. Os autores verificaram que não houve efeito significativo

dos níveis de proteína para a porcentagem da casca e albúmen. Contudo, a melhor

porcentagem de gema ocorreu com 14% de PB.

De acordo com este experimento, Costa et al. (2011), avaliaram a redução

protéica (14; 16,5 e 17% de PB) e suplementação de ácido glutâmico (15,17% PB +

2,982% de glutamato, 15,74% PB + 3,982% de glutamato, 16,32% PB + 4,982% de

glutamato) em poedeiras semipesadas em postura. Os autores não observaram efeito dos

tratamentos avaliados sobre os parâmetros de qualidade dos ovos (gravidade especifica,

percentagem de casca, gema e albúmen e Unidades Haugh). Contudo, concluíram que a

redução protéica com suplementação de L-glutamato com o nível de ácido glutâmico

igual à dieta controle (15,17% PB + 2,982% de glutamato) melhora o desempenho

produtivo e oferece melhor retorno econômico ao produtor de ovos.

Da mesma forma, Penz Júnior. e Jensen (1991), realizaram um estudo contendo

dois níveis de proteína (13 e 16%) e seis tratamentos com suplementação de lisina;

lisina, metionina e triptofano individualmente ou combinados 20% acima da NRC;

glicina (1,3%) e ácido glutâmico (2,5%), em poedeiras leves, de 28 a 34 semanas de

idade. Os autores verificaram que os tratamentos não influenciaram na qualidade do ovo

(percentagem de albúmen, gema e casca) seja com suplementação de aminoácidos

essenciais e não essenciais em dietas com 13% de PB comparados a uma dieta contendo

16% PB.

A gravidade específica dos ovos apresenta relação direta com o percentual de

casca (Olsson, 1934). Esta observação foi confirmada nesta pesquisa, pois não se

observou efeito da redução protéica e suplementação de ácido glutâmico tanto para a

gravidade específica como para o peso da casca.

Na Tabela 4, são apresentadas as médias do nitrogênio consumido, nitrogênio

excretado, nitrogênio retido, eficiência de retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido

úrico das poedeiras leves, em função dos tratamentos.

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Tabela 4. Médias do nitrogênio consumido, nitrogênio excretado, nitrogênio retido,

eficiência de retenção de nitrogênio e nível sérico de ácido úrico das

poedeiras leves Variáveis T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB 16,50 15,69 15,32 14,87 16,50 16,50

CR (g/ave/dia) 134,06 131,20 135,72 132,90 132,29 132,88 4,19

NC (g/ave/dia) 3,17a 2,95ab 2,99ab 2,82b 3,14ab 3,15ab 4,08

NE (g/ave/dia) 0,67a 0,55b 0,48bc 0,41c 0,55b 0,52bc 8,03

NR (g/ave/dia) 2,50 2,40 2,51 2,41 2,60 2,63 5,03

ER (%) 78,84c 81,19bc 83,92ab 85,42a 82,62abc 83,63ab 1,77

AU (mg/dL) 1,53bcd 1,13d 1,57bc 1,95b 1,37cd 2,44a 6,49

C.V. (%): coeficiente de variação. CR - Consumo de ração durante 3 dias; NC - Nitrogênio consumido;

NE - Nitrogênio excretado; NR - Nitrogênio retido; ER - Eficiência de retenção de nitrogênio; AU - nível

sérico de ácido úrico; T1 - 16,5% de PB + metionina; T2 - 15,69% de PB + metionina + isoleucina; T3 -

15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina; T4 - 14,87% de PB + metionina + isoleucina +

lisina + valina + triptofano; T5 - 16,5% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + glutamato; T6

- 16,5 % de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano + glutamato. a,b,c,d

Médias seguidas

por letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de

probabilidade.

Para o nitrogênio consumido, pode-se observar na Tabela 4, que os tratamentos

com 15,69% de PB + metionina + isoleucina, com 15,32% de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina, com 16,50% de PB + metionina + isoleucina + lisina +

valina + glutamato e com 16,50% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina +

triptofano + glutamato não diferiu do tratamento controle. Sendo que, o controle obteve

um maior consumo de nitrogênio em relação ao tratamento com 14,87% de PB +

metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano.

Para o nitrogênio excretado, pode-se observar na Tabela 4, que os tratamentos

com 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina, com 14,87% de PB +

metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano e com 16,50% de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina + triptofano + glutamato não diferiu entre si, apresentando

os menores valores em relação ao controle.

Silva et al. (2010a), avaliando dietas com diferentes níveis de proteína (12, 14,

16 e 18%) e suplementação de lisina (0,85 e 1%) para poedeiras Hisex White, não

verificou influência da lisina no balanço de nitrogênio. Contudo, os níveis de proteína

bruta avaliados influenciaram as características de ingestão e excreção de nitrogênio

pelas aves. Segundo a autora as características estão diretamente relacionadas com a

disponibilidade de nutriente na dieta, quanto maior o nível de proteína bruta ingerida

maior a quantidade de nitrogênio excretado.

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124

Pack (2002), reportou que uma maneira prática de se reduzir a quantidade de

proteína bruta das dietas de poedeiras comerciais, seria através da suplementação com

aminoácidos essenciais específicos, o que traria inúmeros benefícios, como a utilização

mais eficiente do nitrogênio pelas aves e uma menor excreção para o meio ambiente.

Ishibashi e Yonemochi (2003), avaliaram a exigência de aminoácidos na produção de

ovos, e observaram uma redução na quantidade de nitrogênio nas excretas de poedeiras

quando utilizaram menores níveis de proteína bruta nas dietas, e ressaltaram que, para a

realização de uma produção animal sustentável, a redução da quantidade de nitrogênio e

fósforo eliminada no meio ambiente devem ser estudadas.

Corroborando com este experimento, Faria Filho et al. (2005), observaram

diminuição gradual da excreção de nitrogênio à medida que reduziram o teor de

proteína na dieta. Segundo os autores, a redução de 21 para 20 e para 18% de PB na

dieta resultou em redução do nitrogênio na excreta em 11,6 e 21,7%, respectivamente.

No presente trabalho, quando se reduziu a PB na dieta de 16,5 para 14,87%, houve

redução de 38,8% de nitrogênio excretado, houve também uma redução na eliminação

de nitrogênio entre o tratamento controle e os dois últimos tratamentos, com

suplementação de glutamato, apresentando redução de 17,91% e 22,38% de nitrogênio

excretado em relação ao controle, respectivamente.

Keshavarz e Austic (2004), compararam dietas com baixos níveis de proteína

(13%), sem suplementação e com suplementação de aminoácidos (lisina, metionina,

triptofano, isoleucina, valina), com dietas com 16% de proteína. Foi observado maior

consumo de nitrogênio para aves alimentadas com 16% de PB. A retenção de nitrogênio

foi menor para aves com dietas de 16% e 13% sem suplementação em comparação a

dietas com 13% de PB suplementadas.

Para a eficiência de retenção do nitrogênio, pode-se observar na Tabela 4, que os

tratamentos com 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina, com 14,87%

de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano, com 16,5% de PB +

metionina + isoleucina + lisina + valina + glutamato e com 16,5 % de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina + triptofano + glutamato não diferiram entre si. Sendo que,

os tratamentos com 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina, com

14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina, triptofano e com 16,5 % de

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125

PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano + glutamato, apresentaram

maiores valores em relação ao tratamento controle.

De acordo com este experimento, Vasconcellos et al. (2011), avaliaram a

redução protéica (15, 17, 19 e 21% de PB) em dietas para frangos de corte e observaram

um aumento da eficiência de retenção de nitrogênio com a redução protéica na ração.

Segundo os autores, a menor eficiência das dietas de alta proteína, provavelmente está

relacionada ao nitrogênio em excesso eliminado pela ave. Nesse sentido, os tratamentos

com 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina, com 14,87% de PB +

metionina + isoleucina + lisina + valina, triptofano e com 16,50% de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina + triptofano + glutamato por possuir uma maior eficiência

de retenção de nitrogênio em relação ao controle apresentam-se como uma importante

ferramenta para reduzir o poder poluente de dejetos da produção animal.

Para o nível sérico de ácido úrico, pode-se observar na Tabela 4, que o

tratamento com 15,69% de PB + metionina + isoleucina e com 16,5% de PB +

metionina + isoleucina + lisina + valina + glutamato não diferiram do controle, e

apresentaram os menores teores de ácido úrico no soro sanguíneo das poedeiras em

relação ao tratamento com 16,50% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina +

triptofano + glutamato.

Corzo et al. (2005), avaliaram os efeitos da suplementação de aminoácidos

essenciais e não essenciais sobre a concentração de ácido úrico no plasma sanguíneo de

frangos de corte. Os autores verificaram que os maiores valores foram obtidos na dieta

controle. Aves alimentadas com dietas de baixa proteína bruta apresentaram menores

níveis de ácido úrico, quando foi suplementado individualmente a glicina, houve

redução da concentração de ácido úrico comparado aos das aves da dieta controle. Os

autores concluíram que a suplementação de aminoácidos não essenciais às dietas de

baixa proteína bruta tem efeito benéfico sobre a melhoria da utilização do nitrogênio em

relação à menor concentração de ácido úrico no plasma sanguíneo.

Na Figura 1, são apresentados os parâmetros significativos do balanço de

nitrogênio (nitrogênio consumido, excretado, eficiência de retenção de nitrogênio), e

nível sérico de ácido úrico das poedeiras leves em produção.

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126

Figura 1. Nitrogênio consumido, excretado, eficiência de retenção de nitrogênio e nível

sérico de ácido úrico de poedeiras leves

Verifica-se na Figura 1, que o nitrogênio consumido e excretado reduz do

controle até o tratamento com 14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina

+ triptofano, com redução protéica, assim como a eficiência de retenção de nitrogênio

aumenta com a redução protéica. Contudo, não há efeito da redução protéica no nível

sérico de ácido úrico, que apresenta um aumento devido a suplementação com

triptofano.

O triptofano é um aminoácido essencial, que atua como um precursor imediato

para a síntese de serotonina. Este aminoácido regula diversos processos fisiológicos e

comportamentais tais como; humor, agressão, susceptibilidade ao estresse, aos padrões

de sono e consumo de alimento (Markus et al., 2000). Além disso, dietas com elevados

níveis de aminoácidos neutros (fenilalanina, treonina, leucina, isoleucina e valina)

competem com o triptofano pelo transportador da barreira hematoencefálica (Dye et al.,

2000), e desta forma, o triptofano fica ligado a albumina, resultando no aumento da

proporção de triptofano disponível no sangue (Moore et al., 2000).

O triptofano também é precursor da melatonina, uma amina que regula o ritmo

circadiano (dia/noite). A melatonina é sintetizada na glândula pineal e se refere a

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127

oscilações hormonais, que reduz a atividade gonadal ao inibir a secreção do hormônio

luteinizante (LH). A luz inibe a produção de melatonina e a escuridão a estimula, sendo

de grande importância um período de escuro de 7 a 8h para poedeiras (Rozenboim et al.,

2002).

Emadi et al. (2010), estudaram o desempenho e parâmetros sanguíneos de

frangos de corte de 0 a 49 dias de idade, dividido na fase inicial (0 a 21 dias),

crescimento (21 a 42 dias) e final (42 a 49 dias), submetidos a diferentes níveis de

triptofano, de acordo com as fases de criação; inicial (0; 0,10 e 0,20), crescimento

(0;0,07 e 0,15) e final (0;0,05 e 0,13), e verificaram que com o aumento dos níveis de

triptofano ocorre um aumento do teor de acido úrico no plasma.

Corzo et al. (2005), avaliaram as exigência de triptofano em frangos de corte de

42 a 45 dias de idade, e verificaram um aumento numérico de ácido úrico no plasma

sanguíneo, devido aos produtos restantes de catabolismo do triptofano. Os autores

observaram um aumento no peso corporal devido a maior concentração de proteínas no

plasma sangüíneo total, quando comparado com os frangos mais leves, possivelmente

associado com maior demanda para a manutenção do tecido magro e turnover protéico.

Na Tabela 5 são apresentadas as médias do peso final, peso da carcaça, peso da

gordura celomática, peso do fígado, relação gordura celomática/carcaça e

fígado/carcaça das poedeiras leves em produção.

Tabela 5. Efeito dos tratamentos sobre o peso final, peso da carcaça, peso da gordura

celomática, peso do fígado, relação gordura celomática/carcaça e

fígado/carcaça das poedeiras leves em produção Tratamentos T1 T2 T3 T4 T5 T6

C.V. PB 16,50 15,69 15,32 14,87 16,50 16,50

PF (kg) 1,51 1,51 1,46 1,46 1,48 1,49 3,94

PC (kg) 1,05ab 1,06a 1,01ab 0,98b 1,01ab 1,02ab 4,89

PGo (g) 58,06ab 63,69a 53,50ab 46,56b 55,69ab 54,06ab 17,75

PFg (g) 25,88 25,31 24,81 24,69 24,63 25,38 10,07

Go:C 0,055 0,060 0,053 0,047 0,055 0,053 16,05

Fg:C 0,025 0,024 0,025 0,025 0,024 0,025 10,72

C.V. (%): coeficiente de variação. PV - Peso final; PC - Peso da carcaça; PGo - Peso da gordura

celomática; PFg - Peso do fígado; Go:C - relação gordura celomática/carcaça; Fg:C - relação

fígado/carcaça; T1 - 16,5% de PB + metionina; T2 - 15,69% de PB + metionina + isoleucina; T3 -

15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina; T4 - 14,87% de PB + metionina + isoleucina +

lisina + valina + triptofano; T5 - 16,5% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + glutamato; T6

- 16,5 % de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano + glutamato. a,b

Médias seguidas

por letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de

probabilidade.

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128

Para o peso de carcaça e gordura, pode-se observar na Tabela 5, que o

tratamento com 15,69% de PB + metionina + isoleucina, com 15,32% de PB +

metionina + isoleucina + lisina + valina, com 16,5% de PB + metionina + isoleucina +

lisina + valina + glutamato e com 16,5 % de PB + metionina + isoleucina + lisina +

valina + triptofano + glutamato não diferiu do tratamento controle. Sendo que, o

tratamento com 14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano

apresentou as menores médias de peso de carcaça e gordura em relação ao tratamento

com 15,69% de PB + metionina + isoleucina. O menor peso destas variáveis, sugerem

que o animal destinou sua energia para a produção de ovos e não para a produção de

tecido muscular ou tecido adiposo.

O excesso de peso e deposição de gordura na carcaça é prejudicial na produção

de frango de corte e poedeiras, pois a gordura é vista de modo desfavorável pelo

consumidor, representando perda no rendimento se for removida durante a

industrialização (McLeod, 1982; Leenstra, 1986), e perda na produção de ovos, pois o

excesso de peso na matriz está relacionado a maturação folicular, ou seja, ocorrerão

mais ovulações que a capacidade do oviduto em gerar ovos resultando em ovos

defeituosos e inadequados para incubação e comercialização (Macari e Mendes, 2005).

Namroud et al. (2010), avaliaram seis tratamentos, quatro com redução protéica

(230, 210, 190 e 170 PB g/kg) e suplementação de aminoácidos essenciais (metionina;

metionina, lisina e treonina; metionina, lisina, treonina e arginina; metionina, lisina,

treonina, arginina, triptofano, isoleucina e valina) e dois com 190 e 170 g/kg de PB +

suplementação de aminoácidos não essenciais (glicina e acido glutâmico) e sem e com

suplementação de aminoácidos essenciais (triptofano, isoleucina e valina),

respectivamente, para frangos de corte de 10 a 25 dias de idade. Os autores verificaram

que o as rações com baixa proteína bruta provocaram uma elevação na acumulação de

gordura nas aves, e que este efeito é independente dos níveis dietéticos dos aminoácidos

essenciais. Quando os autores suplementaram com aminoácidos não essenciais no nível

de 170 g CP/kg de PB ocorreu uma diminuição da gordura abdominal.

Contudo, Ker e Kidd (1999), avaliaram rações com redução protéica (19, 17, 15,

13% de PB) suplementado com 1% de ácido glutâmico (17, 15 e 13% de PB) ou com

ácido glutâmico e aminoácidos essenciais (arginina, treonina, triptofano, isoleucina e

valina) e observaram que a adição de aminoácidos essenciais e ácido glutâmico em

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129

rações com redução protéica apresentavam semelhança na quantidade de gordura

abdominal dos frangos que consumiram a dieta controle.

Na Figura 2, são apresentados o peso de carcaça e gordura celomática das

poedeiras leves em produção

Figura 2. Peso de carcaça e de gordura celomática em poedeiras leves

Algumas pesquisas mostram que o efeito da proteína da dieta é essencialmente

oposto para à gordura abdominal, ou seja, maiores quantidades de gordura são

depositadas nos animais alimentados com menores níveis de proteína na ração,

indicando que, talvez, a redução do nível de proteína das dietas, mesmo sendo estas

suplementadas com aminoácidos, não reconstitui o balanço de aminoácidos das

mesmas, levando, neste caso, ao catabolismo de aminoácidos e conseqüente deposição

de gordura na carcaça (Sklan e Plavnik, 2002; Faria Filho et al., 2005). Além disso,

Sklan e Plavnik (2002), citam que a redução da proteína acarreta em aumento da

deposição de gordura nos tecidos, devido a incapacidade da ave em utilizar energia para

a deposição de proteína. Como a ração não contém quantidade suficiente de proteína

para ótimo crescimento, a energia extra é convertida em gordura.

Contudo, este estudo mostrou estatisticamente que a redução protéica da ração

com suplementação de aminoácidos limitantes provocou uma redução da gordura

celomática, e que a suplementação dos aminoácido não essenciais assemelharam-se aos

resultados do tratamento controle, sugerindo que houve um correto balanço de

aminoácidos quando utilizou-se a redução protéica, não gerando acumulo de gordura

nas aves.

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130

O resultado da análise histológica do fígado de poedeiras leves, está apresentado

na Figura 3.

Figura 3. Fotomicrografia representativa do fígado encontrado em todos os tratamentos.

Coloração de periodic acid Schiff (PAS). Barra: 200µm

O fígado é um dos principais órgãos responsáveis pela metabolização dos

nutrientes absorvidos pelos animais. Por isso, em dietas com maior teor de proteína

poderia ocorrer um aumento no metabolismo e peso do fígado, devido a uma maior

síntese de proteína, além da eliminação de aminoácidos em excesso via excreta. Em

caso de deficiência protéica, pode ocorrer um aumento do tamanho do fígado, devido a

mobilização dos nutrientes no organismo do animal, forçando a uma maior atividade

hepática (Flauzina, 2007).

Além disso, a suplementação de outros aminoácidos como o triptofano e a

treonina, podem levar a um estoque diferenciado de glicogênio hepático. Lima et al.

(2012), avaliaram as exigências nutricionais de treonina e triptofano para galinhas

poedeiras leves em postura verificou que o aumento de treonina e triptofano na dieta

causava aumento da deposição de colágeno parenquimal e esteatose hepáticas nas aves,

respectivamente. Contudo, neste estudo a redução protéica não provocou diferenças

significativas no peso do fígado (Tabela 5), e também não foi observado acúmulo de

glicogênio hepático ou esteatose hepática nas análises histológicas do fígado de todos os

tratamentos (Figura 3).

Lima et al. (2012), avaliaram uma suplementação de 0,069% de L-triptofano em

poedeiras leves com o objetivo de alcançar o nível de 0,215% de triptofano digestível na

ração. No presente experimento, o tratamento com 14,87% de PB + metionina +

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131

isoleucina + lisina + valina + triptofano, utilizou apenas 0,008% de L-triptofano,

alcançando o nível de 0,167% de triptofano digestível na ração, sendo essa quantidade

insuficiente para causar tal alteração hepática.

Bunchasak et al. (2005), estudaram o efeito dos níveis de proteína (14, 16 e 18%

PB) no peso do fígado e resposta imune de poedeiras (Babcock B-308) de 21 a 33

semanas de idade. Os resultados mostraram que o peso do fígado de galinhas

alimentadas 14% de PB foi menor do que as de 16 e 18% PB. Houve tendências de

aumento de triglicéridos no fígado e NEFA, devido ao consumo elevado de proteínas.

Para o aspecto imunológica, doença de Newcastle de galinhas alimentadas com 18% de

PB foi significativamente maior do que os de galinhas alimentadas com dietas de 16 e

18% PB.

O resultado da análise histológica do intestino (duodeno) de poedeiras leves, está

apresentado na Figura 4.

Figura 4. Fotomicrografias de intestino de poedeiras leves sob diferentes tratamentos

com redução de proteína e suplementação com ácido glutâmico. A)

Tratamento 1; B) Tratamento 2; C) Tratamento 3; D) Tratamento 4; E)

Tratamento 5; F) Tratamento 6. Coloração de PAS. Barra: 200µm

Na análise histológica foram observadas alterações morfológicas no intestino das

poedeiras leves. O duodeno dos animais do tratamento com 14,87% de PB + metionina

+ isoleucina + lisina + valina + triptofano apresentaram vilosidades mais ramificadas

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132

(pontas de setas), em relação as dos tratamentos com suplementação de glutamato, e

parecidas com a do tratamento controle, entretanto, as vilosidades do tratamento com

14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano eram mais largas e

integras (traço vermelho). O tratamento com 15,32% de PB + metionina + isoleucina +

lisina + valina apresentava vilosidades intestinais menos ramificadas, seguido do

15,69% de PB + metionina + isoleucina em relação aos demais tratamentos (Figura 2).

Vilosidades mais largas e com mais ramificações proporciona uma maior área de

contato da superfície de absorção intestinal com o alimento, aumentando dessa forma a

captação de nutrientes. Fatos que corroboram com os resultados de Gomide-Júnior et al.

(2004), nos quais demonstraram que a mucosa intestinal responde a agentes exógenos

por meio de modificações morfológicas. Sendo assim, os animais do tratamento com

14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano poderiam se

beneficiar com essa alteração morfológica do intestino, absorvendo mais nutrientes para

a produção de ovos. A maior integridade das vilosidades no tratamento com 14,87% de

PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano, está de acordo com os

resultados de Yi e Allee (2006), os quais citam que a adição de glutamato atua na

manutenção da integridade intestinal.

Lima et al. (2012), avaliaram a exigência de triptofano digestível em poedeiras

leves em produção, com 29 semanas de idade. As dietas foram suplementadas com

0,00; 0,017; 0,035; 0,052; e 0,069 g / kg de L-triptofano com o objetivo de alcançar os

níveis de 0,151; 0,167; 0,183; 0,199 e 0,215 g / kg de triptofano digestível na ração. Os

autores verificaram efeito positivo no aumento da largura das vilosidades intestinais

com a suplementação de triptofano. As vilosidades intestinais das galinhas poedeiras

sob dietas com uma maior proporção triptofano:lisina (27%) eram mais largas e teve

mais ramificações.

Silva et al. (2010b), avaliaram diferentes relações triptofano:lisina digestível

(19,21,23,25 e 27%) nas rações de poedeiras Dekalb White e verificaram que o intestino

das aves respondeu de forma quadrática as relações de triptofano da dieta. Segundo os

autores o triptofano apresenta relação com as perdas endógenas e a renovação celular da

mucosa intestinal, o que justifica o aumento do peso do intestino com o nível de

triptofano na dieta.

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133

O resultado da análise histológica do magno de poedeiras leves, são

apresentados nas figuras 5 e 6.

Figura 5. Fotomicrografias de magno de poedeiras leves sob diferentes tratamentos com

redução de proteína e suplementação com ácido glutâmico. A) Tratamento 1.

B) Tratamento 2. C) Tratamento 3. D) Tratamento 4. E) Tratamento 5. F)

Tratamento 6. Coloração de PAS. Barra: 1mm

Figura 6. Fotomicrografias de magno de poedeiras leves sob diferentes tratamentos com

redução de proteína e suplementação com ácido glutâmico. A) Tratamento 1.

B) Tratamento 2. C) Tratamento 3. D) Tratamento 4. E) Tratamento 5. F)

Tratamento 6. Coloração de hematoxilina-eosina. Barra: 400µm

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134

O magno das poedeiras do tratamento com 14,87% de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina + triptofano apresentou mais dobras secundárias (pontas de

setas) (Figura 5D e 6D), seguidos dos tratamentos com 16,5% de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina + glutamato, controle e com 16,5 % de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina + triptofano + glutamato, aumentando dessa forma, a área de

contato com o ovo em formação. Os tratamentos com 15,69% de PB + metionina +

isoleucina e com 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina apresentaram

magnos com menos dobras.

O tratamento com 14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina +

triptofano seguido do controle foram os tratamentos que apresentaram magnos com

epitélio mais espesso (seta) (Figura 6A, 6D), sendo o epitélio do tratamento com

14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano o mais positivo

para a coloração PAS (coloração rosa) (Figura 5D), ou seja, apresentava a maior

produção de muco. Tal característica possibilita o correto fluxo do ovo em formação

pelo oviduto, possivelmente diminuindo o tempo para a sua formação do ovo.

Apesar das características vantajosas citadas acima, para a produção de ovos,

encontradas no magno dos animais do com 14,87% de PB + metionina + isoleucina +

lisina + valina + triptofano, os tratamentos que proporcionaram magnos com glândulas

mais ativas foram os com suplementação de glutamato (Figura 6E, 6F), seguidos pelos

tratamentos com 14,87% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina + triptofano

e controle. Os tratamentos com 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina

e com 15,69% de PB + metionina + isoleucina apresentaram menor atividade glandular

no magno.

Lima et al. (2012), avaliaram a exigência de triptofano digestível em poedeiras

leves em produção, com 29 semanas de idade. As dietas foram suplementadas com

0,00; 0,017; 0,035; 0,052; e 0,069 g / kg de L-triptofano com o objetivo de alcançar os

níveis de 0,151; 0,167; 0,183; 0,199 e 0,215 g / kg de triptofano digestível na ração. Os

autores verificaram histologicamente, que o aumento do nível de triptofano digestível

levou a maior produção de albúmen pelo magno, uma vez que as glândulas tubulares do

magno se apresentaram em estágio funcional mais ativo e apresentando maior

quantidade de albúmen o que, permitem que a produção dos ovos seja feita em um

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período de tempo menor, aumentando assim a produção, peso, massa, conversão em

massa e dúzia de ovos.

O resultado da análise histológica do útero de poedeiras leves em produção, está

apresentado na Figura 7.

Figura 7. Fotomicrografias de úteros de poedeiras leves sob diferentes tratamentos com

redução de proteína e suplementação com ácido glutâmico. A) Tratamento 1.

B) Tratamento 2. C) Tratamento 3. D) Tratamento 4. E) Tratamento 5. F)

Tratamento 6. Coloração de periodic acid Schiff (PAS). Barra: 1mm

Em relação ao útero, os tratamentos com 14,87% de PB + metionina +

isoleucina + lisina + valina + triptofano e com 16,5% de PB + metionina + isoleucina +

lisina + valina + glutamato proporcionaram úteros com maiores ramificações (dobras

primárias, secundárias e terciárias) (Figura 7D, 7E), sendo essas mais espessas e mais

desenvolvidas, além de serem totalmente preenchidas por glândulas.

Os tratamentos controle e com 16,5 % de PB + metionina + isoleucina + lisina +

valina + triptofano + glutamato, possuem grandes espaços preenchidos com tecido

conjuntivo no interior das dobras (Figura 7A, 7F). Os tratamentos com 15,69% de PB +

metionina + isoleucina e com 15,32% de PB + metionina + isoleucina + lisina + valina

apresentaram os úteros menos desenvolvidos (Figura 7B, 7C).

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Quanto maiores os números de dobras no útero, maior o número de glândulas

em seu interior, e maior será a produção de carbonato de cálcio para a produção de ovo,

ou seja, mais rápida a produção de ovo e maior a eficiência em produção de dúzia de

ovos, visto que o ovo em formação fica no útero por tempo variável para a deposição de

carbonato de cálcio (King e McLelland, 1979), sendo esta acelerada pelo aumento da

superfície interna do órgão.

Há poucos estudos na literatura que avaliam a utilização de triptofano no sistema

reprodutor de poedeiras. Contudo, Lima et al. (2012), avaliaram a exigência de

triptofano digestível e verificaram histologicamente, que o aumento do nível de

triptofano digestível elevou a quantidade de dobras secundárias do útero das poedeiras

leves em postura e gerou uma hiperplasia do epitélio desse órgão, permitindo a

formação da casca em um menor tempo, aumentando assim, a produção de ovos.

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CONCLUSÃO

Recomenda-se a ração do tratamento com 14,87% PB + DL-Metionina + L-

Isoleucina + L-Lisina + L- Valina, L- Triptofano, pois promoveu os melhores índices de

balanço de nitrogênio e morfologia em relação ao tratamento controle.

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CONCLUSÃO FINAL

No primeiro estudo, com frangos de corte, recomenda-se o tratamento com 2%

de glutamato excedente ao controle, por ter apresentado o melhor resultado de

rendimento de carcaça em relação ao controle, ao tratamento com redução de 1,8% de

PB e ao suplementado com glutamato com o mesmo teor do controle. Além disso, esse

tratamento apresentou o menor teor de gordura em relação aos tratamentos com redução

de 1,8 e 3,6% de PB.

No segundo estudo, com frangos de corte, recomenda-se a ração controle, pois

apresentou o menor teor de ácido úrico no sangue e os melhores resultados de ganho de

peso, peso vivo, peso de carcaça e peso de peito para os frangos de corte de 1 a 42 dias

de idade em relação a ração com redução de PB + arginina.

No terceiro estudo, com poedeiras semipesadas, recomenda-se o tratamento com

15,17% PB + 2,982% de glutamato, pois apresentou maior produção e melhor

conversão por dúzia de ovos, o mesmo consumo e retenção de nitrogênio e um menor

teor de ácido úrico no soro em relação ao controle.

No quarto estudo, com poedeiras leves, recomenda-se a ração do tratamento com

14,87% PB + DL-Metionina + L- Isoleucina + L-Lisina + L- Valina, L- Triptofano, pois

promoveu os melhores índices de balanço de nitrogênio e morfologia em relação ao

tratamento controle.

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144

CONSIDERAÇÕES FINAIS E IMPLICAÇÕES

A proteína utilizada na alimentação das aves ainda é o nutriente mais caro para o

setor avícola, além de promover custos financeiros elevados, pode acarretar em gastos

energéticos indesejáveis ao animal e problemas de poluição ao meio ambiente se usado

de forma inadequada. O uso da redução protéica utilizando o conceito de proteína ideal,

com suplementação de aminoácidos essenciais e não essenciais em correta proporção,

vêm proporcionando animais com melhor desempenho, qualidade de ovo e carcaça,

além de reduzir a quantidade de excreta ao meio ambiente, a um custo bem menor para

o produtor.

Um aspecto muito importante, e simples de compreender na redução protéica, é

o uso do aminoácido não essencial, muitas vezes este aminoácido tão importante não é

adicionado a ração, pois na literatura é preconizado que organismo dos animais são

capazes de sintetizar estes aminoácidos. Entretanto, quando reduzimos a proteína na

ração, a fonte de nitrogênio oriundo da alimentação é reduzida também, e a síntese deste

aminoácido pode ser prejudicada.

O presente estudo avaliou várias formas de redução protéica com suplementação

de aminoácidos limitantes e ácido glutâmico para frangos de corte e poedeiras

comerciais em produção. De um modo geral pode-se observar que a redução protéica é

eficaz, trazendo vantagens ao animal e ao produtor avícola. Contudo, o glutamato,

apesar de apresentar várias funções ao organismo animal através do transporte de

nitrogênio e imunidade, não promoveu desempenho ou qualidade de carne e ovos

superior ao tratamento controle. Todavia, é possível que ele seja mais eficaz ao sistema

imune, ou até mesmo no que se refere ao desempenho e qualidade de ovos e carcaça de

poedeiras e frangos de corte, quando estes forem submetidas a algum desafio sanitário

ou térmico.

Nesse sentido, a redução protéica e a suplementação de glutamato precisam ser

mais estudadas, verificando a melhor forma de utilização deste nutriente e objetivando

um melhor desempenho do animal e valor econômico dos produtos gerados por estes,

preconizando um meio ambiente mais adequado a população.