UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS INSTITUTO DE … · empresa fabricante de utensílios de alumínio...
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS INSTITUTO DE … · empresa fabricante de utensílios de alumínio...
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
HUGO ZOTTI ROCHA
ESTUDO DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO EM UMA
EMPRESA DE ALUMÍNIO NO INTERIOR DO SUL DE MINAS
Varginha/MG
2014
2
HUGO ZOTTI ROCHA
ESTUDO DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO EM UMA
EMPRESA DE ALUMÍNIO NO INTERIOR DO SUL DE MINAS
Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências
Econômicas com Ênfase em Controladoria
pelo Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
da Universidade Federal de Alfenas.
Orientador: Leandro Rivelli Teixeira
Nogueira
Varginha/MG
2014
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço á Universidade Federal de Alfenas Campus Varginha pela oportunidade oferecida.
Á minha família que me incentivou para a conclusão deste trabalho.
Ao meu orientador Leandro Rivelli que me prestou total apoio em todos os
quesitos nesta fase do meu curso.
Agradeço também a Maria Aparecida Curi, esta que foi minha orientadora na
primeira etapa deste Trabalho de Conclusão de Curso e uma grande amiga em todo o
período que estive na Universidade.
4
RESUMO
O assunto deste trabalho é Certificação de Qualidade. Ele tem como objetivo mostrar a
importância da certificação de um produto, descrever as etapas deste processo em uma
empresa fabricante de utensílios de alumínio e elencar as dificuldades para se conseguir
a concessão para o uso do selo do Inmetro. Foi feito um estudo de caso por pesquisa
participativa em uma empresa de alumínio denominada de Alfa. Por fim foi feito uma
análise econômica, analisando as mudanças nos preços dos produtos e no processo de
produção desta empresa. O estudo mostrou que para uma empresa de utensílios de
alumínio obter o Selo de Qualidade do Inmetro deve estar em conformidade com uma
série de normas, passando por vários testes em seus produtos e despendendo muito
tempo e dinheiro.
5
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Agrupamento dos tipos de utensílios por família..........................................20
Quadro 2 - Classificação de antiaderência do leite..........................................................25
Quadro 3 - Classificação de antiaderência do ovo..........................................................25
Quadro 4 - Classificação da aderência do revestimento no metal...................................25
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Principais normas sobre Certificação de Panelas Metálicas..........................14
Tabela 2 - Classificação da resistência à abrasão do antiaderente...................................26
Tabela 3 - Classificação da resistência a corrosão..........................................................26
Tabela 4 - Exemplo de classificação do revestimento quanto à aderência......................27
Tabela 5 - Custos de alguns pré-testes.............................................................................31
7
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 8 2 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................9 2.1 - A necessidade da Certificação de Qualidade............................................................9 2.2 - O Processo de Certificação de Panelas Metálicas...................................................11
2.3 - Normas para Certificação das Panelas Metálicas....................................................13
3 METODOLOGIA......................................................................................................15
3.1 Objeto de estudo........................................................................................................16
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...................................................16
4.1 - Etapas do processo de certificação................................................ .........................16
4.2 - Início da certificação.............................................................................................. 18
4.3 - Testes.......................................................................................................................20
4.3.1- Testes para avaliar o alumínio e seus acessórios...................................................21
4.3.2 - Testes para avaliar o revestimento.......................................................................24
4.4 - Resultados dos testes realizados..............................................................................28
4.5 - Gastos..................................................................................................................... 30
4.5.1 - Gastos para a realização dos pré-testes no laboratório acreditado.......................31
4.5.2 - Gastos para a realização dos testes internamente no laboratório da empresa
Alfa..................................................................................................................................32
4.5.2.1 - O Laboratório....................................................................................................32
4.6 - ANÁLISE ECONÔMICA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO NA EMPRESA ALFA...............................................................................................................................35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................36
8
1 INTRODUÇÃO
Com o crescimento, cada vez maior, da concorrência, muitos produtos de baixa
qualidade estão sendo lançados no mercado. Com isso, uma forma utilizada pelas
empresas para se diferenciarem é a certificação de seus produtos. Além disso, há
produtos que são exigidos a certificação com o objetivo de dar maior segurança ao
usuário. No entanto, para que as empresas possam ser certificadas, elas precisam se
adaptarem a várias normas definidas por instituições como Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) e Agencia de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Atendendo às exigências de certificação, as empresas passam a produzir
produtos de maior qualidade. Com essa certificação, há um aumento na capacidade de
competição pelo mercado consumidor devido à credibilidade com os consumidores,
visto que os produtos certificados recebem um selo atestando sua qualidade.
No entanto, são muitas as dificuldades que uma empresa se defronta ao dar
início ao processo de certificação. As empresas fazem uma análise geral dos seus
produtos para verificar o que esta de acordo com as normas e o que não está. Muitas
empresas que tem produtos em desconformidade com as exigência da certificação, são
obrigadas a parar de fabricá-los ou precisam tomar medidas corretivas no processo de
fabricação, demandando tempo e recursos financeiros.
Nesse sentido, o presente estudo tem como foco a certificação de panelas
metálicas que passou a ser exigida recentemente pelo Inmetro. Mais precisamente, a
partir de 2015, todo produto que for utilizado em forno ou fogão deverá conter o selo de
certificação do Inmetro (INMETRO, 2012).
Sendo assim, busca-se com essa pesquisa responder o seguinte questionamento:
Quais os procedimentos para a certificação de uma fábrica de utensílios de alumínio?
Para responder a esse questionamento, esta pesquisa tem como objetivo demonstrar os
procedimentos para certificação de uma empresa fabricante de utensílios de alumínio.
Na seqüência, no referencial teórico serão abordadas a necessidade e
obrigatoriedade da certificação no geral, em vários tipos de empresas; o processo de
certificação de panelas metálicas em especial, panelas de pressão, mostrando como
passou a ser necessário o selo de qualidade neste produto; e finalmente serão
apresentados os documentos e suas normas que devem ser seguidos no processo de
avaliação de conformidade.
9
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A necessidade da Certificação de Qualidade
Os mercados estão se tornando cada vez mais competitivos e um certificado de
qualidade pode ajudar na competição com os concorrentes. A partir dos anos 70, a
política protecionista do governo de fechar o mercado brasileiro às importações gerou
uma baixa produtividade, devido ao atraso tecnológico da indústria brasileira. O
desenvolvimento de novos produtos e a incorporação de novas tecnologias aos
processos produtivos ficou restrito a poucos setores da economia, sendo incipiente do
ponto de vista do conjunto do parque industrial. Como conseqüência, a indústria
brasileira perdeu competitividade, devido aos altos custos de produção, à baixa
produtividade e a pouca inovação tecnológica. Todos esses fatores estavam criando
barreiras à entrada de produtos nacionais no mercado internacional (BARROS, 2004).
Barros (2004) ainda explicita que a década de 90 foi, para o Brasil, o início de
uma nova era com relação à qualidade e à produtividade. Dois fatores principais
contribuíram para que o movimento da qualidade fosse impulsionado: o crescimento do
comércio internacional, devido à eliminação das barreiras tarifárias e sua crescente
substituição por barreiras técnicas, e a abertura do mercado brasileiro aos produtos
importados. O processo de certificação se tornou essencial para que os produtos
brasileiros se tornassem mais confiáveis e com melhor qualidade, aumentando assim
sua competitividade.
Segundo Barbalho (1997), a Certificação tem por objetivo demonstrar a
capacidade da organização para produzir bens ou serviços em conformidade com as
exigências, ou seja, é o reconhecimento de que a organização possui um sistema de
qualidade. Ela funciona como um fator de marketing uma vez que assegura bens e
serviços de qualidade aos clientes.
A certificação deve ser entendida como o modo pelo qual uma terceira parte,
independente, provê garantia escrita de que um determinado sistema de gestão está em
conformidade com os requisitos, que geralmente são especificados em normas de
referência. Esse conceito justifica a importância da normalização para a certificação de
10
sistemas de gestão, do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade – SBAC
(SORATTO et al., 2006).
No processo de certificação algumas normas devem ser atendidas e segundo
normas do Sistema Brasileiro de Conformidade (SBC), certificação de conformidade é
um documento de espectro abrangente que pode certificar qualquer material,
componente, equipamento, interface, protocolo, procedimento, função, método e
atividade de organismos ou pessoas. As entidades ou empresas que tem interesse em
certificação de conformidade de seus processos, produtos ou serviços, buscam
orientação de organismos de certificação credenciada pela Coordenação Geral de
Acreditação do Inmetro.
As normas da série ISO 9000 são um conjunto de normas que visam padronizar
e melhorar continuamente a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas
empresas no mundo inteiro, tendo com foco principal o cliente. Essas normas e normas
relacionadas possuem quatro objetivos estratégicos: aceitação universal, flexibilidade
futura, compatibilidade atual e compatibilidade futura, estabelecendo um modelo para
especificação, documentação e manutenção de um sistema de qualidade, sendo
constituídas por um conjunto de princípios que identificam as necessidades básicas de
disciplina interna da empresa e especificam os procedimentos e critérios para assegurar
que seu produto atenda ás necessidades do consumidor. Adicionalmente, as normas
descrevem quais elementos o sistema da qualidade deve englobar, mas não como uma
organização específica deve implementar estes elementos. A certificação é concedida a
aqueles que cumprirem suas exigências.
No decorrer da década de 80, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro) implementou diversos programas de certificação de produtos,
alguns de caráter voluntário, outros de caráter compulsório. Entre os Programas de
Certificação implementados com base nesse modelo, pode-se citar os de Recipientes de
Aço para GLP; Reguladores de Pressão para GLP; Mangueira de PVC Plastificado para
instalação doméstica de GLP; Emissões de Veículos Automotores; Capacetes para
Motociclistas; Fusíveis Rolha e Cartucho; e Interruptores, Plugues e Tomadas de Uso
Doméstico (BARROS, 2004). Com um lado mais técnico, tem-se o processo de
Acreditação. Este processo que é tido como o reconhecimento da competência técnica
para exercer as atividades de avaliação de conformidade, como por exemplo,
reconhecimento para certificação.
Segundo Mendonça:
11
O processo de Acreditação é fundamental para regular e dar credibilidade às trocas comerciais entre diferentes países. Ainda que os programas de Acreditação sigam diferentes estruturas em cada país, a essência da atividade permanece inalterada, ou seja, contribuir para a agregação da confiança nas trocas comerciais no mercado interno ou externo. Além de auxiliar no acesso ao comércio exterior, o sistema de Acreditação desempenha hoje papel fundamental na competitividade da indústria, na medida em que estimula sua produtividade e atribui credibilidade à marca de certificação (MENDONÇA, 2005).
O Inmetro é o organismo de Acreditação do Sistema Brasileiro de Certificação
(SBC). Esse SBC é um bom instrumento para o desenvolvimento industrial, para o
incremento das exportações e para a defesa do consumidor. A certificação de
conformidade induz à busca contínua da melhoria da qualidade. As empresas que se
engajam neste movimento, orientam-se para assegurar a qualidade dos seus produtos,
processos e serviços, beneficiando-se com a melhoria da produtividade e aumento da
competitividade.
Conforme descrito na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR),
certificar o Sistema de Gestão da Qualidade garante uma série de benefícios à
organização. Além do ganho de visibilidade frente ao mercado, surge também a
possibilidade de exportação para mercados exigentes ou fornecimento para clientes que
queiram comprovar a capacidade que a organização tem de garantir a manutenção das
características de seus produtos. A implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade
representa a obtenção de uma ferramenta que possibilita a otimização de diversos
processos dentro da organização. Além destes ganhos, fica evidenciada também a
preocupação com a melhoria contínua dos produtos e serviços fornecidos. Certificar um
produto ou serviço significa comprovar junto ao mercado e aos clientes que a
organização possui um sistema de fabricação controlado, garantindo a confecção de
produtos ou a execução dos serviços de acordo com normas específicas, garantindo sua
diferenciação face aos concorrentes.
Sendo assim, este processo de certificação e conseqüente obrigatoriedade de
obtenção do selo de qualidade do Inmetro, passou a ser exigido em muitos outros ramos
do mercado, chegando recentemente ao ramo de panelas metálicas.
2.2 O Processo de Certificação de Panelas Metálicas
12
A certificação vem sendo exigida no Brasil em vários produtos há muito tempo.
A ABNT atua desde a década de 50 na certificação de conformidade de produtos e
serviços. Esta atividade está fundamentada em guias e princípios técnicos
internacionalmente aceitos e alicerçada em uma estrutura técnica e de auditores
multidisciplinares, garantindo credibilidade, ética e reconhecimento dos serviços
prestados (ABNT, 2013).
No ramo de panelas de pressão esse processo é recente. O objetivo da
certificação é estabelecer os critérios para o Programa de Avaliação da Conformidade
para Panela de Pressão, com foco na segurança do usuário, através do mecanismo desta
certificação, atendendo aos requisitos das normas técnicas ABNT NBR 11823:2008,
ABNT NBR 14876:2002 e ABNT NBR 8094:1983, atuando sobre o agente causador de
acidentes, com o objetivo de reduzir a possibilidade de sua ocorrência. Segundo Portaria
do Inmetro n.º 328/2008, torna-se compulsória a certificação do produto e delega-se a
fiscalização aos Órgãos conveniados, para sua execução (ABRACESP, 2013).
Contudo, com o aumento na incidência de acidentes de consumo provocados por
panelas metálicas; considerando a necessidade de zelar pela segurança dos
consumidores visando à prevenção de acidentes; considerando a necessidade de revisar
os requisitos técnicos de panelas de pressão e incorporá-los aos requisitos de panelas
metálicas; considerando a importância das panelas metálicas, comercializadas no país,
apresentarem requisitos mínimos de segurança, foi aprovado, pelo Inmetro, o
Regulamento Técnico da Qualidade para Panelas Metálicas (INMETRO, 2012). O
Regulamento Técnico da Qualidade – RTQ se aplica aos utensílios a seguir, conforme
orientação do Inmetro:
a) para uso em forno: abafadores, assadeiras, formas, tabuleiro e torteiras, ou outro utensílio que faça a função desses; b) para uso em fogão: banhos-maria, bifeteiras, bistequeiras, bules, canecas, caçarolas, cafeteiras, caldeirões, chaleiras, churrasqueiras, cozedores a vapor, crepeira, cuscuzeiras, espagueteiras, fervedores, formas de pizza fechadas, formas para fonte direta de calor, frigideiras, fritadeiras, leiteiras, marmitas, merendeiras, molheiras, omeleteiras, paejeiras, panelas, panelas de pressão, panquequeiras, papeiros, pipoqueiras, pudinzeiras, tachos, tapioqueiras e woks, ou outro utensílio que faça a função desses (INMETRO, 2012).
O processo de certificação garante às empresas adquirentes desse processo maior
competitividade no mercado. Neste aspecto, a certificação ABNT tem sido um forte
instrumento para elevação dos padrões setoriais de concorrência, assegurando vantagens
13
competitivas para os produtos e serviços que ostentam sua marca e, para as
organizações, uma possibilidade a mais para diferenciação e crescimento (ABNT,
2013).
Contudo, o processo de certificação faz com que as empresas adequem seus
produtos de acordo com uma serie de normas, as quais definem a boa qualidade do que
a empresa tem a oferecer.
2.3 Normas para Certificação das Panelas Metálicas
De acordo com a Portaria nº 398 do Inmetro de 2012, com os vários acidentes
causados por panelas de pressão, várias normas foram estabelecidas para que este
produto pudesse ser utilizado sem que causasse danos ao usuário. Estas normas devem
ser atendidas para que o produto possua um selo de certificação ao qual, demonstra que
o produto está em conformidade com os critérios estabelecidos.
Visto que as panelas metálicas em geral também podem causar acidentes, estes
produtos serão obrigados a possuir alguns requisitos técnicos presentes nas panelas de
pressão. Com sua grande importância no mercado nacional, as panelas metálicas
também passarão por um processo de certificação em que terão que ser sujeitas a vários
testes atendendo várias normas. Os documentos complementares que devem ser
seguidos no Processo de Avaliação da Conformidade estão descritos na Tabela 01:
14
Tabela 01- Principais normas sobre Certificação de Panelas Metálica.
DOCUMENTO/ÓRGÃO ASSUNTO
Resolução GMC nº. 46, de 2006 Regulamento Técnico Mercosul sobre Disposições para Embalagens, Revestimentos, Utensílios, Tampas e Equipamentos Metálicos em Contato com Alimentos.
Resolução GMC nº. 03, de 1992 Critérios Gerais para Embalagens e Equipamentos Alimentícios em Contato com Alimento.
RDC da Anvisa nº 20/2007, ou sua sucessora
Aprova o Regulamento Técnico sobre Disposições para Embalagens, Revestimentos, Utensílios, Tampas e Equipamentos Metálicos em Contato com Alimentos.
ABNT NBR ISO 209 Alumínio e suas ligas - Composição química
ABNT NBR ISO 4287 Especificações geométricas do produto(GPS) - Rugosidade: Método do perfil – Termos, definições e parâmetros da rugosidade.
ISO 2747 Vitreous and porcelain enamels
Utensílios de cozinha esmaltados - Determinação da resistência ao choque térmico.
ISO 4532 Vitreous and porcelain enamels
Determinação de resistência de artigos esmaltados para impacto - test Pistol.
ISO 6508-1 Materiais metálicos
Ensaio de dureza Rockwell Parte 1 - Método de ensaio(escalas A,B,C,D,E,F,G,H,K,N,T)
ISO 28706-2 Vitreous and porcelain enamels
Determinação da resistência à corrosão química - Parte 2: Determinação da resistência à corrosão química por ácidos de ebulição, líquidos neutros e/ou seus vapores
ASTM A240M Especificação Padrão para o cromo e chromim-Nickel Plate Stainless Steel, Folha e tiras para vasos de pressão e para aplicações gerais.
ABNT NBR 8094 Material metálico revestido e não revestido - Corrosão por exposição à névoa salina.
ABNT NBR 11823 Utensílios domésticos metálicos – Panela de Pressão ABNT NBR 12610 Tratamento de superfície do alumínio e suas ligas –
Determinação da espessura de camadas não condutoras pelo método de corrente parasita .
ABNT NBR 12611 Alumínio e suas ligas – Tratamento de superficie – Determinação da espessura de camada anódica – Método de microscopia óptica.
ABNT NBR 12155 Tratamento de superfície do alumínio e suas ligas – Determinação da microdureza da camada anódica da anodização para fins técnicos(dura).
ABNT NBR 14630 Utensílios domésticos metálicos para uso em forno e fogão.
ABNT NBR 14622 Alumínio e suas ligas – Tratamento de superfície – Determinação da aderência da pintura – Método de corte em X e corte em grade.
ABNT NBR 14876 Utensílios domésticos metálicos – Alças, cabos, poméis e sistemas de fixação.
ABNT NBR 15321 Utensílios domésticos de alumínio e suas ligas – Revestimento Antiaderente – Avaliação do desempenho
ABNT NBR 15975 Alumínio primário e de fundição – Composição química.
Fonte: Portaria Inmetro Nº 398/2012 adaptado pelo autor
15
Como consta no site da Universidade da Madeira (2009) a certificação é uma
decisão voluntária das empresas, que exige um grande envolvimento das diversas partes
da empresa pelo que deve ser tomada de forma consciente e empenhada e por forma a
envolver todos os colaboradores da empresa. No entanto, e apesar da voluntariedade do
processo, a certificação começa a tornar-se uma imposição do mercado nacional e
internacional, sendo impossível a penetração em alguns setores de atividade a empresas/
produtos que não sejam certificados.
Qualquer certificação é temporária. A ISO, organismo internacional de
normalização e responsável pela publicação da maior parte dos referenciais normativos
reconhecidos internacionalmente, prevê que todas as normas sejam reavaliadas
periodicamente, o que normalmente se traduz na alteração e publicação de uma nova
edição da norma. Por outro lado, aos certificados emitidos é atribuído um prazo ao fim
do qual todo o processo de certificação é reiniciado.
Durante cada ciclo de certificação a entidade certificadora faz visitas regulares à
empresa, normalmente com uma cadência anual, no sentido de confirmar que os
requisitos continuam a ser cumpridos. Durante o período de validade dos certificados a
entidade é sujeita a avaliações periódicas. O grau de gravidade ou a importância das não
conformidades detectadas no decorrer destas, podem levar à suspensão da certificação
ou mesmo à perca do certificado.
3 Metodologia
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva, pois, segundo Hymann
(1967), indica pesquisa como descritiva, na qual descreve um fenômeno e registra a
maneira que ocorre. Neste trabalho é descrito o fenômeno da certificação de panelas
metálicas.
A coleta de dados foi feita por uma pesquisa participante com análise física dos
produtos a serem certificados e dos processos de produção dos mesmos disponibilizados
pela empresa. Segundo PERUZZO(2003), a pesquisa participante consiste na inserção
do pesquisador no ambiente natural de ocorrência do fenômeno e de sua interação com a
situação investigada.
Os Organismos de Certificação e Credenciados (OCC) são as entidades que
conduzem e concedem a certificação de conformidade. O OCC Escolhido pela empresa
foi a “Avaliação Brasil Conformidade de Ensaios” (ABRACE).
16
Trata-se também de um estudo de caso. De acordo com C & C (2002) no estudo
de caso o investigador recorre a fontes múltiplas de dados e a métodos de recolha
diversificados como observações diretas e indiretas, entrevistas, questionários,
narrativas, registros de áudio e vídeo, diários, cartas, documentos.
3.1 Objeto de estudo
Este estudo foi realizado em uma pequena empresa no interior do Sul de Minas.
Esta empresa conta com dezesseis funcionários e vende seus produtos para todo o
Estado de Minas Gerais. A empresa compra o alumínio semi-acabado, ou seja, sem
alças, cabos, poméis ou qualquer outro acessório. Os acessórios são comprados de
quatro empresas diferentes. Os materiais para a embalagem como caixas, plásticos,
jornais, etiquetas, também são comprados de outras empresas. Depois de finalizados os
produtos, estes são entregues pelo caminhão da empresa ou por transportadoras.
4 Análise e Discussão dos Resultados
4.1 Etapas do processo de certificação
Esse estudo acompanha as seguintes etapas de certificação exigidas pela
ABRACE:
1. Solicitação de Início processo:
A Empresa deverá enviar os documentos exigidos para cada escopo, que será
apresentado na Proposta Técnico Comercial. A Empresa Solicitante deve apresentar
também uma Solicitação formal à ABRACE, por meio do formulário “F-001 –
Solicitação de Avaliação da Conformidade” constando sua opção pelo modelo de
certificação. Na Solicitação deverá constar, toda descrição do produto que será
certificado.
2. Análise da solicitação e da documentação:
A “ABRACE” efetuará a análise dos documentos emitidos inclusive aqueles
inerentes às etapas de fabricação e controle da qualidade do produto objeto da
17
solicitação. Além da documentação do Sistema de Gestão da Qualidade (para Modelo
5), a ABRACE avaliará as informações registradas no Formulário de Solicitação, além
do Memorial Descritivo dos produtos
3. Auditoria Inicial (apenas para Modelo 5):
Após análise e aprovação da solicitação e da documentação, a “ABRACE”, de
comum acordo com o solicitante, programará a realização da Auditoria Inicial do
Sistema de Gestão da Qualidade do fabricante, tendo como referência, os requisitos
apresentados abaixo, e a coleta de amostras na fábrica para a realização de todos os
ensaios de tipo.
4. Amostragem:
A coleta de amostras será realizada pela ABRACE, obedecendo a uma
quantidade mínima necessária para realização dos ensaios estabelecidos. Os quantidade
e critérios especificados serão estabelecidos nos PACs (Procedimentos de Avaliação da
Conformidade), disponíveis a todos os clientes.
5. Ensaios Iniciais:
Os ensaios iniciais serão conduzidos pela ABRACE e devem ser realizados por
laboratórios acreditados ou avaliados pela ABRACE. Este critério será sempre
estabelecido pelos Regulamentos de Avaliação da Conformidade, publicados através de
Portarias. Serão realizados ensaios de acordo com as Normas específicas para cada
produto. Os critérios de aceitação e Rejeição estarão previstos para cada produto
específico.
6. Emissão da Autorização para Uso do Selo de Identificação da Conformidade:
A Autorização para Uso do Selo de Identificação será concedida após a
execução de todas as etapas estabelecidas acima. A Responsabilidade pelas certificações
concedidas é da ABRACE.
7. Registro do produto no INMETRO:
Quando aplicável, a emissão do registro do produto com conformidade avaliada
é de responsabilidade do INMETRO, e tem como pré-requisito o atestado da
conformidade emitido pela ABRACE, para o produto objetivo deste Procedimento,
18
obedecendo a regulamentação específica para este fim. O extrato referente ao registro
do produto deve ser publicado no D.O.U pelo INMETRO. Este requisito deve ser
considerado também para os processos de manutenção da autorização.
8. Avaliação de Manutenção:
Para manter as características iniciais da Certificação, serão avaliadas em
períodos estabelecidos, para garantir que as condições iniciais foram mantidas.
A seguir, estão apresentados os primeiros passos para ser iniciada a certificação
da empresa Alfa.
4.2 Início da certificação
No processo de certificação de panelas metálicas, para obter o selo de
certificação de qualidade é necessário seguir as exigências do Inmetro, que são passadas
através de outra organização intermediadora, a OCP1, que no caso da empresa analisada
foi a ABRACE (Associação Brasileira de Acreditação). Para tanto, segue-se a portaria
nº 419, de 09 de agosto de 2012 do Inmetro. De acordo com esta portaria, a partir de
2015 toda panela metálica que for para uso em forno ou fogão deve conter o selo de
qualidade do Inmetro.
Primeiramente, segundo Inmetro (2012), define-se o Modelo de Certificação a ser
utilizado. São três modelos de certificação, como descrito a seguir:
� Modelo de certificação 4 – Consiste em um ensaio de tipo seguido de
verificação através de ensaio em amostras retiradas no comercio e no fabricante,
valido somente para Micro e pequena Empresa;
� Modelo de certificação 5 – Consiste em ensaio de tipo, avaliação e aprovação do
Sistema de Gestão da Qualidade do fabricante, acompanhamento através de
auditorias no fabricante e ensaio em amostras retiradas no comercio e no
fabricante;
� Modelo de certificação 7 – Ensaio de lote.
A Empresa Alfa utilizou o Modelo 4, pois este modelo é apenas para Micro e
Pequena Empresa (MPE). Neste modelo é feito o ensaio de tipo seguido de verificação
1 Organismo de Certificação de Produto
19
através de ensaio em amostras retiradas no comércio e no fabricante. Cabe a OCP
(ABRACE neste caso) avaliar e validar esta classificação.
Para que a empresa possa iniciar o processo de certificação, os seguintes
documentos devem ser enviados à ABRACE:
- Formulário “Solicitação de Avaliação de Conformidade”;
- Aprovação da proposta técnico-comercial;
- Memorial descritivo das panelas metálicas a serem avaliadas;
- Comprovação de pagamento, relativa à taxa de abertura do processo de certificação;
- Cópias autenticadas do Contrato Social.
No formulário deve conter as informações da empresa tais como Razão Social;
Nome fantasia; endereço completo e CNPJ e também as descrições dos produtos os
quais esta solicitando a Avaliação da Conformidade.
A Proposta Técnico-comercial enviada pela OCP tem como objetivo a concessão
da autorização para o uso do selo de Identificação da Conformidade, no âmbito do
Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – SBAC. Esta proposta contém as
despesas necessárias com todo o processo de certificação, tem validade de 30 dias e
após a sua aprovação, a empresa deve enviar os seguintes comprovantes descritos a
cima.
Deve ser feito um Memorial Descritivo para cada utensílio contendo: Família a
qual pertence; tipo de revestimento e material; modelo; dimensões; manual de
instruções, indicação do local do carimbo e os fornecedores dos acessórios.
Findado o Memorial Descritivo a empresa pode enviar todos os documentos para
a ABRACE e assim, esta, já iniciar os testes em seu laboratório. Porém, estes testes são
caros e caso os produtos não estejam em conformidade, são reprovados e a empresa
deve fazer as correções necessárias e reenviar os utensílios para outro teste,
despendendo ainda mais dinheiro.
20
Sendo assim, a empresa Alfa montou um mini-laboratório em suas instalações
para reproduzir os testes que deverão ser feitos. A seguir serão apresentados os testes
necessários para que os utensílios possam ser certificados.
No entanto, tendo em vista que vários utensílios são similares, o Inmetro em sua
portaria nº 419 agrupou os utensílios em quatro famílias, cada família contendo vários
utensílios semelhantes, considerando o mesmo material de construção e o mesmo tipo
de revestimento. O Quadro 01 mostra como foram divididas as famílias.
Quadro 01 - Agrupamento dos tipos de utensílios por família
Família Tipos de utensílios
1 Abafador, assadeira, churrasqueira, forma, formas de pizza fechadas, formas para fonte
direta de calor, marmita, merendeira, tabuleiro e torteiras
2 Bifeteiras, bistequeiras, crepeira, frigideira, omeleteiras, fritadeiras, paejeiras,
panquequeiras, tapioqueiras e wok
3 Bule, cafeteira, caneca, chaleira, fervedor e leiteira
4 Banho-maria, caçarola, caldeirão, espagueteiras, molheira, cuscuzeira, cozedor a vapor,
panela, papeiro, pipoqueira, pudinzeiras e tacho
Fonte: Portaria nº 419. De 09 de agosto de 2012. INMETRO.
Sendo assim, um utensílio de cada família a representará inteiramente no
momento dos testes, reduzindo assim, o número de testes a serem realizados.
De acordo com as normas brasileiras ABNT NBR 14876:2009 e ABNT NBR
15321, o utensílio deve passar por uma seqüência de testes. São testes para avaliar tanto
o alumínio e, se possuir, seu revestimento, como avaliar os acessórios como alças, cabos
e poméis.
4.3 Testes
De acordo com a Portaria n.º 398, de 31 de julho de 2012, os utensílios devem
passar por testes para avaliar o alumínio e seus acessórios (Ensaio das dimensões;
Ensaio das propriedades mecânicas; Ensaio das propriedades físicas; e Ensaio das
propriedades químicas) e para avaliar o revestimento (Ensaio de antiaderência ao
leite; Ensaio de antiaderência ao ovo; Ensaio de grade; Ensaio de abrasão; Ensaio de
corrosão com solução de cloreto de sódio em ebulição; Ensaio de corrosão com solução
de detergente), que estão discutidos na sequência.
21
4.3.1 Testes no alumínio e seus acessórios
A) Teste das dimensões: No memorial descritivo deve conter as dimensões tais como
espessura efetiva, diâmetro efetivo e diagonal de todos os utensílios. No laboratório da
ABRACE estes utensílio serão medidos e caso não estejam iguais as do memorial
descritivo, os utensílios em desacordo são reprovados. As medidas devem ser feitas da
seguinte maneira:
A.1 - Espessura efetiva: Deve ser determinada em milímetros a partir da menor
dimensão da superfície plana e fora da área da marcação do fundo do utensílio. A
espessura efetiva é a medi aritmética entre 3 medidas de espessura tomadas da
superfície plana de medição, eqüidistantes a 120º entre elas. A espessura efetiva não
deve ser inferior a espessura nominal.
A.2 - Diâmetro efetivo: Deve ser determinado em milímetros medido na borda, ou no
fundo do corpo do utensílio, o que for maior entre eles, excluindo as abas, orlas e
virolas internas.
A.3 - Diagonal: Também deve ser determinada em milímetros, medida da borda ou do
fundo interno do utensílio, o que for maior entre eles, excluindo abas, orlas e virolas
internas, entre dois ângulos extremos opostos.
B) Ensaio de Propriedade Mecânicas
B.1 - Flexão: Os cabos, alças e os sistemas de fixação devem resistir a uma força de 75
N +/- 1N, sem apresentar fraturas e/ou fissuras visíveis a olho nu. Para este ensaio foi
utilizado uma maquina de compressão. Com o dispositivo firmemente preso a base da
maquina colocou-se comprensador e aplicou uma força de 15 N a velocidade de 50
mm/min.
B.2 - Torção: Os cabos, alças e os sistemas de fixação devem resistir a uma momento
de torção de 5 N.m +/- 0,5 N.m, sem apresentar fraturas e/ou fissuras visíveis a olho nu.
Neste ensaio a empresa adquiriu um Torquimetro de Estalo com força variando de 3
N.m ate 15 N.m e foi feito um adaptador para obter o encaixe perfeito em todos os
tamanhos de cabos e alças. Prendeu-se o corpo do utensílio a base do dispositivo e a 90º
em relação ao plano de apoio. Fixou-se o acoplamento ao cabo ou alça, colocou-se o
Torquimetro e aplicou-se o momento de torção ate atingir 5 N.M.
22
B.3 Impacto: Os cabos, as alças e os sistemas de fixação devem resistir a um impacto
de 0, 500 kg +/- 0,005 Kg e os poméis a 0,250 Kg +/- 0,005, sem apresentar fraturas
e/ou fissuras visíveis a olho nu. Para a realização deste teste a empresa pediu pra que
fosse feito um dispositivo em forma de “forca” com um espaço para se colocar dois
golpeadores de pesos 0,5 kg e 0,250 kg, e uma plataforma para ficar fixa o utensílio
com o pomél ou cabo virados para o local onde tais golpeadores caiam. Colocou-se o
golpeador de peso 0,5 kg no dispositivo e o deixou cair em queda livre ate atingir o
cabo. O mesmo foi feito com cabos em forma de “L” e as alças. No teste dos pomeis foi
utilizado o golpeador com peso 0,250 kg e refeito o mesmo processo.
B.4 Fadiga: Os cabos, as alças e os sistemas de fixação devem resistir a 1500 ciclos,
sendo 1 ciclo/min, sem apresentar fraturas e/ou fissuras visíveis a olho nu. Este
maquinário foi o mais complicado de ser produzido. Foi feito um equipamento com três
braços que se movem de cima para baixo. Colocou-se, como pedido na norma, uma
massa correspondente a 2,25 vezes a massa do volume interno do corpo do utensílio em
água e distribuído uniformemente. Esta massa utilizada foram grãos de areia. O
utensílio foi elevado ate 100 mm a partir da superfície de apoio.
B.5 - Ensaio de cantos vivos e rebarbas: Neste teste é necessário um mandril* de aço
com superfície livre de riscos, cortes ou rebarbas e com leve rugosidade superficial com
diâmetro de 9,35 mm. Pede para ser usado um dispositivo capaz de aplicar qualquer
força ate 6 N ao mandril, perpendicular ao eixo do mandril.
C) Ensaios de propriedade física
C.1 - Vazamento: Os utensílios, não podem apresentar vazamentos. De acordo com a
norma é necessário uma fonte de calor de 3,3 kW +- 0,2 capazes de aquecer apenas o
fundo do utensílio e um termômetro de contato de imersão. A empresa utilizou uma
boca de um fogão como fonte de calor. Encheu-se o utensílio com água a temperatura
ambiente ate ultrapassar todo o sistema de fixação, aguardou-se 5 minutos e verificou se
houve vazamentos. Após repetiu este procedimento, porem agora elevando a
temperatura ate atingir 85ºC e depois ate atingir o ponto de ebulição.
Com as frigideiras o ensaio foi diferente. Encheu-se a frigideira com óleo de
cozinha ate a metade de sua capacidade e levou a uma fonte de calor (nesse caso foi
utilizado um fogão) e controlando a temperatura com o termômetro de imersão. Foi
elevando a temperatura do óleo ate manter em 220 ºC.
C.2 - Propagação de Calor:
23
C.2.1 - Os utensílios não devem permitir aos cabos, alças ou poméis ultrapassar as
máximas temperaturas descritas abaixo:
a) plástico, plástico termo fixos, madeiras e borrachas: 70°C;
b) vidro, porcelana e materiais vítreos: 60° C;
c) metais: 50°C.
C.2.2 - Não deve ser possível atingir com uma sonda esférica de 14 mm de diâmetro
qualquer parte de metal contido dentro do cabo, alça ou pómel, cuja temperatura Exceda
55°C.
C.2.3 - Como medida de segurança do usuário, quando os cabos, as alças ou os poméis
ultrapassarem a temperatura de 45 °C deve ser indicado o uso de proteção para
manuseio do utensílio domestica.
C.3 - Resistência a queima: Quando da aplicação de chama em qualquer posição de
suas extensões, os cabos e as alças não devem apresentar fusão 2/ou propagação de
chamas.
C.4 - Resistência ao calor.
C.4.1 - Os cabos, alças e poméis fabricados em plástico termo fixos, quando colocados
em um forno suja temperatura interna do ar esteja a 180 °C +/- 2 °C pelo período de 1h,
e logo resfriados a temperatura ambiente por 3h, não devem apresentar quaisquer danos
ou distorções tanto em si próprios quanto nos sistemas de fixação do corpo ou da tampa
do utensílio.
C.4.2 - Os cabos, alças e poméis fabricados em outros tipos de materiais, quando
colocados em forno, cuja temperatura interna do ar esteja a 100 °C +/- 2° C pelo
período de 1h, e logo resfriados a temperatura ambiente por 3h, não devem apresentar
quaisquer danos ou distorções tanto em si próprios quanto nos sistemas de fixação do
corpo ou da tampa do utensílio.
D) Ensaios das propriedades químicas
D.1 - Resistência da exposição a nevoa salina
D.1.1 - As partes metálicas dos cabos, alças e poméis devem ser submetidas ao ensaio
de exposição a nevoa salina pelo período de 48h. O utensílio deve ser ensaiado
preservando-se sua montagem original e a analise da corrosão deve ser feita logo após o
ensaio, com o utensílio desmontado nas partes metálicas dos cabos, alças e poméis, os
quais não devem apresentar corrosão no substrato (corrosão vermelha).
24
D.1.2 - A haste situada na tampa não deve apresentar corrosão vermelha ate 24 h de
ensaio.
D.2 -Resistência a lavagem em maquina de lavar louça
D.2.1 - Os cabos e alças devem ser submetidos a 25 ciclos de 60 min cada em maquinas
de lavar louça
Este ensaio não possui critério de aprovação e rejeição mas é um pré-requisito
para dar seqüência aos ensaios, ou seja, passando por estes ensaios na maquina de lavar,
o utensílio não pode sofrer nenhum fratura e/ou fissuras visíveis a olho nu para passar
para a etapa seguinte.
Caso a empresa trabalhe com utensílios com revestimento antiaderente, é
necessário que a empresa de adéqüe de acordo com a norma ABNT NBR 15321.
Segundo esta norma deve-se seguir uma seqüência de ensaios onde utiliza-se seis
peças da mesma linha de utensílios, compondo três amostras com duas peças cada. A
primeira amostra (duas peças) deve ser utilizada para os ensaios de antiaderência- uma
peça para o ensaio com leite e a outra peça para o ensaio com ovo. A segunda amostra
(duas peças) deve ser utilizada para os ensaios de aderência no metal (uma peça) e de
resistência a abrasão (uma peça). A terceira amostra (duas pelas) deve ser utilizada para
os ensaios de corrosão.
4.3.2) Ensaio do antiaderente
A) Ensaio de antiaderência com leite
Para a realização deste ensaio é necessário uma fonte de calor, a gás ou de resistência
elétrica, capaz de aquecer o utensílio no seu interior e também um termômetro com
termopar. Após repetir o procedimento por mais duas vezes deve classificar a
antiaderência do leite conforme especificado no Quadro 02 levando em consideração
somente o resultado do terceiro ensaio.
25
Quadro 02 - Classificação de antiaderência do leite
Remoção do filme de leite carbonizado do utensílio Classificação
Totalmente 5
Totalmente, após aplicação de pano macio 3
Sobra de resíduo de ate 50 %, após aplicação de pano macio 1
Sobra de resíduo após aplicação de pano macio 0
Fonte: Portaria nº 398. De 31 de julho de 2012. INMETRO.
B) Ensaio de antiaderência com ovo
Neste ensaio é necessário: A mesma fonte de calor e termômetro do ensaio com
leite e uma espátula plástica e flexível. Após repetir os procedimentos por mais duas
vezes. Na terceira vez, após a remoção do ovo com espátula plástica flexível, classificar
a antiaderência do ovo conforme o Quadro 03.
Quadro 03 - Classificação de antiaderência do ovo
Remoção do ovo do utensílio Classificação
Sem resíduo 5
Com resíduo de ate 50% da área do ovo 3
Com resíduo de 51% ate 90% da área do ovo 1
Com resíduo acima de 90% da área do ovo 0
Fonte: Portaria nº 398. De 31 de julho de 2012. INMETRO.
C) Ensaio de grade.
Deve-se efetuar a limpeza do utensílio, submergindo-o em água fervente durante
15 min. Após o resfriamento, fazer vários cortes quadriculados e leves no utensílio e em
seguida a aplicação de uma fita adesiva nas referidas partes do utensílio.
Após esse teste, o revestimento poderá ser classificado, conforme a Quadro 04.
No entanto, se o produto receber a classificação 0, ele deve ser rejeitado.
Quadro 04 - Classificação da aderência do revestimento no metal
Área da película destacada Classificação
Destacamento na área quadriculada... 5
Destacamento da área quadriculada... 0
Fonte: Portaria nº 398. De 31 de julho de 2012. INMETRO.
26
D) Ensaio de abrasão
É necessária a utilização de um dispositivo de abrasão, consistindo em uma
esponja de náilon. Deve-se executar o movimento ate a exposição de 10% do substrato
ou até 5001 ciclos, analisando a superfície antiaderente, a cada troca da esponja e,
finalmente classificá-la conforme a tabela 2.
Tabela 2: Classificação da resistência à abrasão do antiaderente
Numero de ciclos Classificação
Maior ou igual 5001 5
3001 a 5000 4
1001 a 3000 3
501 a 1000 2
251 a 500 1
Menor que 250 0
Fonte: Portaria nº 398. De 31 de julho de 2012. INMETRO.
E) Ensaio de corrosão com solução de cloreto de sódio em ebulição
Concluído este ensaio, deve-se demarcar uma área circular de 10 dm2 que
apresente maior incidência de defeitos adicionais, como bolhas, seja na lateral ou no
fundo do utensílio, e classificá-la em numero de defeitos por decímetro quadrado,
conforme especificado na tabela 5.
F) Ensaio de corrosão com solução de detergente
Depois de feito o ensaio demarcar uma área circular de 10 dm2 que apresente
maior incidência de defeitos adicionais, tais como bolhas, seja na lateral ou no fundo do
utensílio, e classificá-la em números de defeitos por decímetro quadrado, de acordo com
a Tabela 3:
Tabela 3 - Classificação da resistência a corrosão
Numero de defeitos
por dm2
Classificação
0 5
1 a 3 3
27
4 a 6 1
Maior que 6 0
Fonte: Portaria nº 398. De 31 de julho de 2012. INMETRO.
Classificação do revestimento
As notas são obtidas através da classificação dos quadros 2, 3, 4 e tabelas 2 e 3
multiplicados pelo seus respectivos pesos. As classes são as seguintes:
a) Classe A – antiaderência ótima, onde somatório = 55;
b) Classe B – antiaderência boa, onde somatório fica entre 37 e 55
c) Classe C – antiaderência fraca , onde somatório fica entre 21 e 37;
d) Classe D - nenhuma antiaderência, onde somatório menos que 21.
O utensílio deve ser classificado através do somatório das notas, conforme tabela
4.
Tabela 4: Exemplo de classificação do revestimento quanto a aderência
Classes Notas
N1 N2 N3 N4 N5 N6
A 5 5 5 5 5 5
B 3 3 5 4,3,2 5 5
C 1 1 5 0 a 1 5 5
D 0 0 5 0 a 1 5 5
Correspondência das notas:
N1:tabela 1 – Antiaderência do leite com peso 3;
N2: tabela 2 – Antiaderência do ovo com pes3;
N3: tabela 3 – antiaderência do revestimento no metal com peso 1;
N4: tabela 4 – resistência a abrasão do antiaderente com peso 2;
N5: tabela 5 – resistência a corrosão- cloreto de sódio com peso 1;
N5: resistência a corrosão – detergente com peso 1.
Fonte: Portaria nº 398. De 31 de julho de 2012. INMETRO.
28
Estes testes para verificar o grau de antiaderência do revestimento nos utensílios
já haviam sido feitos na empresa que fornece os produtos semi-acabados para a empresa
Alfa. Porém mesmo assim tais testes foram refeitos e o grau de aderência foi
classificado com classe A. Estes testes não têm a função de reprovar ou não um
utensílio e sim classificá-lo de acordo com seu grau de antiaderência.
Os “testes “Resistência a lavagem em maquina de lavar louça”, “Resistência da
exposição a nevoa salina” e ”Flexão” não foram feitos pela empresa por falta de
equipamentos e tempo.
No restante, todos os outros testes puderam ser executados e foram encontrados
alguns problemas pela empresa, conforme apresentado a seguir.
4.4 Resultados dos testes realizados
No teste das dimensões os desenhos do memorial descritivo dos utensílios foram
feitos por um terceiro. Junto aos desenhos já vierem estas dimensões, porem foram
feitas novamente para ter certeza se estavam todas corretas. Realmente não eram todas
as medições que estavam de acordo com os desenhos.
No teste de torção, um cabo sofreu leve rachadura, com isso, foi o fornecedor foi
notificado e este tipo de cabo foi substituído.
O teste de Impacto foi o principal para já a eliminação de uma linha da empresa.
Neste teste tiveram-se problemas com a Linha Leve da empresa. Os cabos e alças
suportaram bem ao impacto, porém a parte do alumínio ligada ao cabo amassou muito
ao ponto de permitir que a água vaze pelos locais com rebites2. Esta linha teve que parar
a sua produção com cabos pois como o problema era na espessura do alumínio, caso
aumentasse tal espessura esta linha passaria para a linha seguinte, que é a “Extra
Nobre”. 3Com o teste feito com alças não ouve deformação nas alças nem no alumínio,
fazendo com que a linha Leve passasse a ser produzida apenas com alça. Na linha
“Extra Nobre” somente teve um leve amasso quando utilizado o cabo, porém, como não
permitiu, mesmo com esta leve deformação, o vazamento da água, a peça pode
continuar a seqüência de testes. As demais linhas superiores não apresentaram nenhum
problema neste teste.
2 Rebite é a espécie de um parafuso, que é colocado através de uma rebitadeira.
3 Linha de alumínio um nível de espessura acima da linha leve.
29
O ensaio de Fadiga também expôs alguns problemas graves nos utensílios.
Como o peso inserido nos utensílio para fazer este teste era de 2,25 a massa do volume
interno, os cabos dos utensílios de maior porte não suportaram a todos os ciclos
exigidos. Utensílios que mesmo sendo de uma linha de alumínio mais espessa passaram
a ser produzidos apenas com alças, pois estas suportam mais a alta carga inserida. O
caso da pipoqueira gerou uma grande discussão com a ABRACE. A empresa alegou
que o peso máximo em uma pipoqueira em seu uso normal é insignificante, porem a
ABRACE disse que mesmo assim tem que ser seguido a norma exigida pelo Inmetro.
Sendo assim, parou-se a produção deste utensílio.
No ensaio de cantos vivos e rebarbas como o que foi pedido na norma é muito
complexo e de difícil aplicação, foi feito apenas testes de contato com os dedos.
Passamos os dedos na bordas, principalmente das assadeiras para analisar se havia risco
de corte. Apenas um tipo de assadeira, uma com fundo removível, estava com sua borda
contendo rebarbas. Para lixar tais bordas gastaria muito tempo no processo, sendo assim
ficando inviável a mudança deste utensílio, fazendo com que este tipo de assadeira
saísse de linha.
Em relação ao ensaio de Vazamento, o teste, de acordo com o pedido na norma,
foi feito após cada um dos outros testes. O vazamento é o critério para que um utensílio
passe para o próximo teste dando continuidade no processo.
No quesito propagação de calor a maioria das alças teve que ser substituídas.
Um dos problemas foi que as alças que não possuíam distanciadores ficaram muito
próximas do utensílio fazendo com que o calor da chama passasse mais intensamente
para o acessório. Outro problema foi que os parafusos das alças estavam expostos,
sendo facilmente possível atingir com uma sonda esférica de 14 mm.
Para testar a resistência ao calor foi utilizada uma estufa e a regulou com os
180º exigidos. Cabos e alças fabricados com o tipo de material Baquelite4 não sofreram
nenhum dano. Como os poméis eram todos feitos de plástico, todos derreteram quase
que por completo, sendo assim passou-se a comprar este tipo de acessório apenas de
Baquelite, que por sua vez é mais caro do que os de plástico.
Após os ajustes necessários e a realização de todos os testes no pequeno
laboratório montado na empresa, para que a empresa possa ser certificada, é necessário
enviar no mínimo 24 utensílios (de cada família, sendo um modelo de utensílio por
4 A Baquelite é uma resina sintética, quimicamente estável e resistente ao calor, que foi o primeiro
produto não plástico.
30
família) para ABRACE para ser submetido a todos os testes. Cada amostra de utensílio
é enviada em triplicata, sendo 24 utensílios se parados em 8 utensílios para prova, 8
para contra-prova e 8 para testemunha
As amostras de prova serão enviadas para o laboratório, se forem aprovadas o
produto é considerado aprovado, caso ocorra alguma reprovação serão enviadas as
amostras de contraprova, se estas forem aprovadas serão testadas as amostras de
testemunha.
Sendo assim a empresa Alfa tem a opção de pedir esta Contra-Prova dos testes e
também a testemunha. Caso não opte por estas duas opções, para minimizar custos,
deve iniciar as ações corretivas e reenviar os produtos. Por isso a importância de se
fazer os testes internamente, evitando estes problemas desnecessários.
Para que todos esses procedimentos possam ser implementados, serão
apresentados na seqüência, todos os gastos incorridos pela empresa Alfa desde o início
do processo de certificação.
4.5 Gastos
Para a abertura do processo de analise da documentação paga-se:
- Imediatamente paga-se a quantia de R$250,00.
- Logo em seguida é necessário que um técnico da ABRACE vá ate empresa para fazer
uma auditoria. Na visita deste técnico são cobradas as despesas de transporte, que
independente do local é no mínimo de R$ 100,00, e o valor do deslocamento que é de
R$ 90,00 por hora calculada desde a saída do técnico da sede da ABRACE ate seu
efetivo retorno.
- Conforme exigido pelo pela portaria 419, Inmetro (2012), é necessário fazer os
ensaios, ou testes, de conformidade, como descrito acima. Estes são realizados por
Laboratórios acreditados pelo Inmetro. Este valor depende do laboratório escolhido, que
fica a cargo da empresa, junto com a ABRACE.
- Se a empresa optar por ter um acompanhamento de um técnico da ABRACE nos
ensaios para maior confiabilidade, tem que desembolsar o valor de R$ 880,00 por dia.
31
Despesas extras como: traslados, transporte local, refeições e hospedagem dos
técnicos, quando necessários, são de responsabilidade do solicitante da certificação.
Após os fabricantes estarem em conformidade e a empresa estar com o aval do
uso do selo do Inmetro têm o custo da emissão da Autorização para Uso do Selo de
Identificação da Conformidade no valor de R$ 180,00. E a manutenção desta
autorização tem o custo de R$ 200,00 até 3 modelos e de R$ 50,00 para cada modelo
adicional, que tem que ser paga mensalmente.
O certificado de conformidade tem validade de 4 anos, a sua validade esta
atrelada a realização das avaliações de manutenção. As avaliações de manutenção
devem ser realizadas anualmente.
4.5.1 Gastos para a realização dos pré-testes no laboratório acreditado
Para a realização dos ensaios foi o escolhido o laboratório próprio da ABRACE.
Como muitos testes são possíveis fazer no laboratório próprio da Empresa Alfa, apenas
os testes mais complexos foram orçados.
A empresa Alfa pediu para aplicar os testes em um utensílio por família.
Assadeira referente a família 1, frigideira referente a família 2, cafeteira referente a
família 3 e caçarola referente a família 4. Os testes pedidos e seus respectivos custos
estão na tabela 5 a seguir:
Tabela 5: Custos de alguns pré-testes
Ensaio completo de fadiga R$ 810,45
Resistência a nevoa salina R$ 113,09
Resistência a lavagem R$ 112,42
Ensaio de bordas cortantes R$ 97,52
Fonte: Elaboração própria.
Contudo, tem-se um considerável gasto, porém se os produtos obtiverem
resultados positivos nestes ensaios, significa que provavelmente estarão em
conformidade no momento de envio para a ABRACE.
32
4.5.2 Gastos para a realização dos testes internamente no laboratório da empresa
Alfa.
Muitos testes são possíveis ser feitos com um mini-laboratório dentro da
empresa. Os gastos são altos para a montagem deste, porem sempre que um produto
novo for lançado, este já poderá ser testado.
A empresa Alfa montou mini-laboratório com a principal maquinaria para os
ensaios, que são de torção, flexão, impacto, fadiga e resistência a queima e propagação
de calor.
O dispositivo para o teste de fadiga foi no valor de R$ 5.000 e como este teste
teria que ser feito varias vezes, optou-se por ter no laboratório da empresa.
Para o ensaio de torção foi necessário apenas um Torquímetro, encontrado no
mercado pelo valor de R$ 150,00.
No ensaio de impacto foi montada uma plataforma com um objeto de metal em
forma de “L” invertido, onde se coloca a certa altura um golpeador que caia sobre os
poméis, alças e cabo. Este aparelho ficou no valor de R$ 300,00.
Os testes de propagação de calor foram feitos em um fogão de duas bocas,
comprado no valor de R$ 200,00.
Um Bico de Bunsen 5comprado por R$ 60,00 foi utilizado para o teste de
resistência a queima.
4.5.2.1 - O Laboratório
A seguir estão as imagens dos equipamentos presentes no laboratório da empresa Alfa:
Máquina para teste de fadiga:
5 O Bico de Bunsen é um dispositivo usado para efetuar aquecimento de soluções em laboratório .
33
Fonte: Laboratório da empresa Alfa.
Dispositivo para teste de Impacto:
Fonte: Laboratório da empresa Alfa.
34
Fogão para teste de Propagação de Calor e Bico de Bunsen para teste de
Resistência a Queima:
Fonte: Laboratório da empresa Alfa.
Termômetro a laser para medição da temperatura:
Fonte: Laboratório da empresa Alfa.
35
Esta etapa de testes é a última que antecede a ida dos profissionais da ABRACE
à empresa para a coleta das amostras que serão testadas no laboratório acreditado pelo
INMETRO. Alguns testes ainda serão feitos pela empresa Alfa, porém os principais e
mais responsáveis por reprovações foram executados.
4.6 Análise econômica do processo de certificação na empresa Alfa
Mesmo com estes gastos com aparelhagem fica mais em conta primeiramente
fazer os testes internamente. A empresa Alfa não chegou a mandar para o laboratório da
Abrace para fazer os testes finais, porém outra empresa fabricante de utensílio de
alumínio teve um dispêndio muito grande para testar toda sua linha. Caso a empresa
Alfa mande seus produtos para os testes sem ter a certeza que estão em conformidade,
terá este grande dispêndio também desnecessariamente.
Após o término da maior parte dos testes, uma série de problemas com os
acessórios foram encontrados. Poméis de plásticos não suportaram a alta temperatura no
teste da estufa, alguns tipos de cabos não suportaram as vinte e cinco horas no teste de
fadiga, entre outros. Sendo assim, os fornecedores destes acessórios foram notificados
dos problemas e alguns alteraram seus produtos, enquanto outros substituíram por
acessórios mais resistentes.
Os cabos mais resistentes são na faixa de 10% mais caros do que os que haviam
sendo comprados. Os poméis passaram a ser comprados do material baquelite, que são
quase o dobro do preço dos pomeis de plástico. Este aumento nos preços dos acessórios
foi inserido no preço final dos produtos.
Como uma das exigências é que todo utensílio tem que possuir em seu corpo
um carimbo estampado, uma nova etapa no processo de produção será adicionada para
esta finalidade.
O preço do produto da empresa Alfa vai aumentar. De início, pode ser que os
clientes passem a comprar menos ou até mudem de fornecedores de alumínio, porém,
como será obrigatório que as empresas se adéqüem as normas, as outras empresas
também terão que aumentar o preço de seus produtos.
5 Considerações Finais
36
Portanto, o objetivo desde estudo foi demonstrar a importância do processo de
certificação para as empresas, identificando os procedimentos necessários a uma
empresa fabricante de utensílios de alumínio no processo de certificação, como também
as dificuldades encontradas para uma firma se adequar as normas exigidas e assim
possuir o selo do Inmetro.
A priori foi definido o modelo de certificação tipo 4, destinado a Micro e
Pequenas empresas. Em seguida foram enviados alguns documentos com dados da
empresa Alfa para a entidade intermediadora do processo e acreditada pelo INMETRO,
a ABRACE. Após a aceitação da documentação pela ABRACE, deu-se início aos testes,
nos utensílios para verificar se os produtos estavam de acordo com as normas ABNT
NBR 14876 e ABNT NBR 15321.
Concluiu-se que a certificação de qualidade é um processo que demanda tempo
e dinheiro para as empresas, porém é muito importante, tanto para a empresa ganhar
maior confiabilidade dos consumidores e aprimorar seu produto, como pelo fato de o
selo de qualidade do Inmetro ser obrigatório. Mesmo não sendo possível aplicar todos
os testes necessários nos utensílios da empresa Alfa, detectaram-se alguns problemas
nos produtos e acessórios, sendo assim algumas mudanças internas foram feitas para a
adequação as normas exigidas e até a necessidade da substituição de fornecedores.
Referências Bibliográficas
Avaliações Brasil da Conformidade e Ensaio (ABRACE). www.abracesp.gov.br.
BRASIL. Acesso em: 11/07/2013.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). www.abnt.org.br. BRASIL.
Acesso em: 12/07/2013.
BARBALHO, Célia Regina Simonetti. Padrão de conformidade para unidades de
informação: Apresentação do modelo inglês. Revista Gestão Industrial, Londrina,
1997.
BARROS, Márcia. Estudo comparativo do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade com o Sistema de Comunidade Européia IIIIIIIII. Niterói, 2004.
37
CLARA, Coutinho & JOSÉ, Chaves (2002). O estudo de caso na investigação em
Tecnologia Educativa em Portugal. Revista Portuguesa de Educação, 15(1), pp. 221-
244. CIED – Universidade.
INMETRO. Portaria n.º 419, de 09 de agosto de 2012. Disponível em:
<http://www.inmetro.gov.br>. Acesso em: 01/07/2013.
INMETRO. Portaria nº 398 de 31/07/2012- Panelas Metálicas. Disponível em:
<http://www.inmetro.gov.br>. Acesso em: 03/07/2013.
MENDONÇA, R. O. Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial. Revista Meio Ambiente Industrial, são Paulo, n.55, maio/junho,
2005.
HYMANN, Herbert. Planejamento e análise da pesquisa: princípios, casos e
processos. Rio de Janeiro: Lidador, 1967.
PERUZZO, Cicilia Maria Krohling. Da Observação Participante à Pesquisa-Ação
em Comunicação: pressupostos epistemológicos e metodológicos, Belo Horizonte,
2003.
SORATTO; MORINI; ALMEIDA; KNABBEN; VARVAKIS. Sistema da gestão da
responsabilidade social: Desafios para a certificação NBR 1600. Ponta Grossa. 2006.
Universidade da Madeira. Controle de Qualidade.
http://max.uma.pt/~a2118207/index.html. Acesso em: 17/07/2013.