UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

92
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA FÁBIO MUNIZ DE OLIVEIRA Mycobacterium smegmatis recombinante expressando a proteína CMX induz resposta imune contra Mycobacterium tuberculosis em camundongos BALB/c. Goiânia 2014

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

E SAÚDE PÚBLICA

FÁBIO MUNIZ DE OLIVEIRA

Mycobacterium smegmatis recombinante expressando a proteína CMX

induz resposta imune contra Mycobacterium tuberculosis em camundongos BALB/c.

Goiânia 2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

ii

TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA

DISPONIBILIZAR AS TESES E DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS (TEDE) NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG

Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás (UFG) a

disponibilizar, gratuitamente, por meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD/UFG), sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.

1. Identificação do material bibliográfico: [ X ] Dissertação [ ] Tese 2. Identificação da Tese ou Dissertação

Autor (a): Fábio Muniz de Oliveira E-mail: [email protected] Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [X]Sim [ ] Não

Vínculo empregatício do autor Agência de fomento: CNPq Sigla: País: Brasil UF: GO CNPJ: Título: Mycobacterium smegmatis recombinante expressando a proteína CMX induz resposta imune contra Mycobacterium tuberculosis em camundongos BALB/c. Palavras-chave: Tuberculose, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium smegmatis, proteína CMX e BCG. Título em outra língua: Recombinant Mycobacterium smegmatis expressing CMX protein induces immune response against Mycobacterium tuberculosis in BALB/c mice. Palavras-chave em outra língua: Tuberculosis, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium smegmatis, CMX protein and BCG. Área de concentração: Microbiologia Data defesa: (dd/mm/aaaa) 28/02/2014 Programa de Pós-Graduação: Medicina Tropical e Saúde Pública Orientador: André Kipnis E-mail: [email protected] Co-orientador (a):* Ana Paula Junqueira-Kipnis E-mail: [email protected]

*Necessita do CPF quando não constar no SisPG

3. Informações de acesso ao documento: Concorda com a liberação total do documento [ X ] SIM [ ] NÃO1

Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se imprescindível o envio do(s) arquivo(s) em formato digital PDF ou DOC da tese ou dissertação.

O sistema da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações garante aos autores, que os arquivos contendo eletronicamente as teses e ou dissertações, antes de sua disponibilização, receberão procedimentos de segurança, criptografia (para não permitir cópia e extração de conteúdo, permitindo apenas impressão fraca) usando o padrão do Acrobat.

________________________________ Data: ____ / ____ / _____ Assinatura do (a) autor (a)

1 Neste caso o documento será embargado por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo suscita justificativa junto à coordenação do curso. Os dados do documento não serão disponibilizados durante o período de embargo.

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

iii

FÁBIO MUNIZ DE OLIVEIRA

Mycobacterium smegmatis recombinante expressando a proteína CMX induz resposta imune contra Mycobacterium tuberculosis em

camundongos BALB/c.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás para obtenção do Título de Mestre em Medicina Tropical e Saúde Pública. Orientador: Prof. Dr. André Kipnis Co-orientador: Prof. Dra. Ana Paula Junqueira-Kipnis

Goiânia 2014

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

iv

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP) GPT/BC/UFG

O48m

Oliveira, Fábio Muniz de.

Mycobacterium smegmatis recombinante expressando a proteína CMX induz resposta contra Mycobacterium tuberculosis em camundongos BALB/c [manuscrito] / Fábio Muniz de Oliveira. - 2014.

92 f. : il., figs, tabs. Orientador: Prof. Dr. André Kipnis; Co-orientadora:

Profª. Drª. Ana Paula Junqueira-Kipnis; Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás,

Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, 2014. Bibliografia.

Inclui lista de figuras, abreviaturas, siglas e tabelas. Apêndices. 1. Tuberculose – Tratamento – História 2. Tuberculose –

Vacinação 3. Tuberculose – Controle 4. Mycobacterium tuberculosis I. Título.

CDU: 616.24-002.5

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

v

Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás

BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Aluno (a): Fábio Muniz De Oliveira

Orientador (a): Prof. Dr. André Kipnis

Co-orientador (a): Prof.ª Dra. Ana Paula Junqueira Kipnis

Membros:

1.

2.

3.

Data:

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

vi

Dedico este trabalho aos meus pais, os quais sempre me apoiaram em todos os

momentos da minha vida.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

vii

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus, pois não cai se quer uma folha de uma árvore se

Deus não permitir, e com a graça e a permissão Dele, consegui a oportunidade de fazer

este mestrado. “Deus a ti dou louvores e cânticos, pois o Senhor foi fiel do início ao

fim. Como diz na Sua palavra, Vereis a diferença entre o que serve e o que não ao

Senhor dos Exércitos”.

Quero agradecer aos meus pais e meus irmãos que sempre estiveram ao meu lado nesta

jornada, dando apoio em todos os momentos difíceis e se alegrando comigo nos

momentos de alegria. Sou grato a Deus por ter uma família abençoada, da qual tenho

muito orgulho.

Quero agradecer também a minha namorada Jacqueline Souza Amaral Melo e sua

família a qual foi muito importante no desenvolvimento deste projeto, vários foram os

momentos que precisei de ajuda, e em todos recebi o melhor desta linda família. Muito

obrigado Jacque por tudo, pela compreensão e dedicação que teve comigo nesta jornada.

Quero de coração agradecer aos meus Professores de graduação Milton Camplesi e

Daniela Camplesi, os quais me orientaram a fazer o mestrado, dando conselhos e

motivando a fazer a melhor escolha da minha vida.

Quero agradecer ao meu orientador Prof. Dr. André Kipnis, que sempre foi um exemplo

de pessoa e ética, que dedicou o seu melhor em me ensinar a ser um mestre. Sempre

calmo no falar e educado nas palavras, me guiou pela mão neste mestrado, aprendi

muito ao lado deste grande Mestre, que com grande sabedoria me orientou. O saber é

algo que todos podem adquirir, mas transmiti-lo com clareza é algo que poucos

conseguem, “todas as vezes que fui a sua sala tive a certeza que iria aprender algo novo,

pois o senhor sempre me ensinou. O senhor é um exemplo de pessoa e de pesquisador

para mim e para todos, é um privilegio tê-lo como orientador. Admiro o que o senhor é,

pois és um grande pesquisador e orientador”.

Quero agradecer a minha co-orientadora Profa. Dra. Ana Paula Junqueira-Kipnis, a qual

considero orientadora, pois tive dois orientadores!! “Tive a graça de aprender da

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

viii

senhora as maiores lições que a pesquisa poderia ensinar, estar ao lado de uma grande

pesquisadora é um privilegio, e eu tenho este privilégio. Obrigado por tudo, foi muito

bom aprender com a senhora, te admiro muito!”

Quero agradecer a todos os colegas do Laboratório de Bacteriologia Molecular, pelo

companheirismo e apoio durante a realização deste trabalho, Luana, Suellen, Aline,

Lorena, Renato, Rogério, Beatriz, André, Fabiana, Aureliano e Viviane. Em especial

quero agradecer ao meu amigo Lázaro Moreira Marques Neto, o qual foi um grande

companheiro, não só dentro, como fora do Laboratório, “obrigado pelos conselhos e por

sempre estar disposto a me ajudar”.

Quero agradecer a todos os colegas do Laboratório de Imunopatologia das Doenças

Infecciosas, Bruna, Adeliane, Danilo, Joseane, Abadio, Marcos, Duanne, Joyce, Bruno,

Rafaela, por oferecerem atenção e serem sempre dedicados em ajudar e colaborar

comigo no desenvolvimento deste trabalho. Em especial quero agradecer a Minha

Colaboradora Monalisa Martins Trentini ou melhor MONA, pessoa que compartilhei

muito momentos felizes e tristes, uma amiga para todos os momentos, a qual foi

fundamental no desenvolvimento deste projeto.

Quero agradecer ao pessoal do Laboratório de Patologia Bucal da Faculdade de

Odontologia – UFG, na pessoa da Professora Aline C. Batista, que contribuiu e muito

na parte histopatológica deste trabalho.

Quero agradecer aos membros da banca de Qualificação, os quais foram enfáticos e

dedicados em contribuir para o crescimento deste trabalho, agradeço de coração, pois

aprendi muito com seus ensinamentos. Em especial quero agradecer a duas professoras

que me deram a honra de compor esta banca, Professora Maria Cláudia e Professora

Juliana Lamaro, que contribuíram e muito não só neste momento, mas em toda a minha

formação.

Quero agradecer ao CNPq pelo apoio financeiro e ao IPTSP pela a oportunidade de

estudo, e a todos os funcionários que sempre fizeram o seu melhor para manter o nível

desta instituição.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

ix

Quero agradecer a todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para realização

deste trabalho, obrigado a todos.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

x

SUMÁRIO

 TABELAS,  FIGURAS  E  ANEXOS   xii  

SÍMBOLOS,  SIGLAS  E  ABREVIATURAS   xiii  RESUMO   xv  

ABSTRACT   xvi  

  INTRODUÇÃO  /  REVISÃO  DA  LITERATURA   1  11.1   Histórico  .................................................................................................................................  1  1.2   Epidemiologia  .......................................................................................................................  5  1.3   Etiologia  ..................................................................................................................................  6  1.4   Imunopatologia  ....................................................................................................................  7  1.5   Manifestação  clínica  e  diagnóstico  ..............................................................................  13  1.6   Medidas  de  controle:  diagnóstico,  tratamento  e  prevenção  ...............................  15  1.7   Desenvolvimento  de  novas  vacinas  ............................................................................  18  1.8   Antígenos  imunodominantes  de  Mycobacterium  tuberculosis  abordados  

neste  trabalho  ...............................................................................................................................  19  1.9   Proteína  CMX  ......................................................................................................................  21  1.10   Vetor  de  vacina  ................................................................................................................  21  

  JUSTIFICATIVA   23  2

  OBJETIVOS   24  33.1   Objetivo  geral  .....................................................................................................................  24  3.2   Objetivos  específicos  ........................................................................................................  24  

  MÉTODOS   25  44.1   Fluxograma  das  etapas  do  desenvolvimento  deste  estudo.  ................................  25  4.2   Construção  dos  plasmídeos  recombinantes.  ...........................................................  26  4.3   Preparo  de  M.  smegmatis  eletrocompetente.  ..........................................................  26  4.4   Eletroporação  de  M.  smegmatis.  ...................................................................................  27  4.5   Determinação  da  concentração  da  vacina  recombinante  mc2-­‐CMX.  ................  27  4.6   Obtenção  e  determinação  da  concentração  da  vacina  BCG  Moreau.  ...............  28  4.7   Análise  da  expressão  da  proteína  recombinante  CMX  em  M.  smegmatis  mc2  

155  por  western  blotting.  ..........................................................................................................  28  4.8   Ensaio  de  estabilidade  do  plasmídeo  in  vitro.  .........................................................  29  4.9   Animais  utilizados  para  realização  do  estudo  e  condições  físicas  de  

manutenção.  ..................................................................................................................................  29  4.10   Avaliação  da  imunogenicidade  e  persistência  da  vacina  mc2-­‐CMX.  ..............  30  4.11   Estabilidade  in  vivo  do  mc2-­‐CMX.  ...............................................................................  30  

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

xi

4.12   Preparo  dos  inóculos  vacinais.  ...................................................................................  31  4.13   Imunização.  .......................................................................................................................  31  4.14   Infecção  intravenosa  com  Mtb.  ..................................................................................  31  4.15   Obtenção  do  soro  para  realização  de  ELISA.  .........................................................  32  4.16   ELISA.  ..................................................................................................................................  33  4.17   Obtenção  das  células  do  baço.  ....................................................................................  33  4.18   Obtenção  das  células  do  pulmão.  ..............................................................................  33  4.19   Avaliação  da  produção  celular  de  citocinas  do  baço  e  pulmão.  ......................  34  4.20   Histopatológico.  ..............................................................................................................  34  4.21   Determinação  da  carga  bacilar  no  pulmão.  ...........................................................  35  4.22   Análise  Estatística.  ..........................................................................................................  35  

  RESULTADOS   36  55.1   M.  smegmatis  recombinante  pLA71-­‐CMX  expressa  proteína  CMX.  ..................  36  5.2   mc2-­‐CMX  induz  resposta  imune  humoral  específica.  ............................................  37  5.3   mc2-­‐CMX  persiste  por  até  sete  dias  em  camundongos  BALB/c  e  este  mantém  

a  expressão  da  CMX  in  vivo.  ......................................................................................................  37  5.4   A  imunização  com  mc2-­‐CMX  em  dois  momentos  induz  melhor  resposta  

imune  humoral  específica  para  CMX  que  a  BCG.  ...............................................................  39  5.5   A  resposta  imune  celular  frente  a  infecção  com  Mtb.  ...........................................  39  5.6   Redução  das  lesões  pulmonares  induzidas  pela  infecção  com  Mycobacterium  

tuberculosis  pelas  vacinas  mc2-­‐CMX  e  a  BCG.  ......................................................................  41  5.7   Redução  da  carga  bacilar  no  pulmão  de  camundongos  imunizados  com  as  

vacinas  mc2-­‐CMX  e  BCG.  .............................................................................................................  43  

  DISCUSSÃO   44  6

  CONCLUSÕES   50  7   REFERÊNCIAS   51  8

  ANEXOS   74  99.1   Parecer  do  comitê  de  ética  em  pesquisa.  ..................................................................  74  9.2   Artigo:  Prime-­‐Boost  with  Mycobacterium  smegmatis  Recombinant  Vaccine  

Improves  Protection  in  Mice  Infected  with  Mycobacterium  tuberculosis.  ................  76  

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

xii

TABELAS, FIGURAS E ANEXOS

Tabela 1. Esquema básico de tratamento da tuberculose para adultos e

adolescentes...................................................................................................................16

Tabela 2. Possíveis explicações que possam justificar a variabilidade na eficácia

protetora da BCG contra a tuberculose pulmonar em adultos...............................17

Figura 1. O mapa representa uma estimativa do número casos novos de

tuberculoses no mundo no ano de 2012 e também demonstra que a tuberculose é

uma doença cosmopolita...............................................................................................5

Figura 2. Ativação da resposta antígeno-específica de células T contra Mtb.

Figura adaptada de Cooper 2009.................................................................................9

Figura 3. Fluxograma das etapas realizadas no desenvolvimento e avaliação da

vacina mc2-CMX em camundongos BALB/c............................................................25

Figura 4. Esquema de avaliação da vacina mc2-CMX em camundongos

BALB/c..........................................................................................................................32

Figura 5. Expressão da proteína CMX no recombinante mc2-pLA71-CMX.........36

Figura 6. Resposta imune humoral específica induzida pela vacina mc2-CMX em

camundongos BALB/c.................................................................................................37

Figura 7. A persistência do mc2-CMX em camundongos BALB/c..........................38

Figura 8. Gel de agarose do PCR do gene da fusão CMX........................................38

Figura 9. Resposta imune humoral específica induzida pelas vacinas salina, BCG

e mc2-CMX em esquema de prime-boost em camundongos BALB/c antes e após o

desafio com Mtb...........................................................................................................39

Figura 10. Total de linfócitos T CD4 no pulmão e baço dos camundongos............40

Figura 11. Porcentagem de linfócitos T CD4 produtores de citocinas pró-

inflamatórias no pulmão de camundongos................................................................41

Figura 12. A imunização com mc2-CMX induziu menor lesão pulmonar similar a

de camundongos imunizados com a BCG..................................................................42

Figura 13. Comparação do score de lesão pulmonar entre os grupos de

camundongos desafiados com M. tuberculosis...........................................................42

Figura 14. Resposta imune induzida pela a imunização com mc2-CMX é efetiva no

controle da infecção por Mtb......................................................................................43

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

xiii

SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, do inglês: Acquired

Immunodeficiency Syndrome

APCs Célula Apresentadora de Antígenos, do inglês: Antigen Presenting Cells

BAAR Bacilo Álcool Ácido Resistente

BCG Bacillus Calmette-Guérin

CD Marcador de Diferenciação, do inglês: Cluster of Diferentiation

CFP Proteína de Filtrado de Cultura, do inglês: Culture Filtrate Antigen

DAB Diaminobenzidina

DCs Células Dendríticas

DNA Ácido Desoxirribonucléico, do ingle: desoxyribonucleic acid

DOT Tratamento Diretamente Observado

DOTS Tratamento Diretamente Observado de Curta Duração, do infles: Direc

ESAT-6 Antígeno Alvo de Secreção Primária do inglês: Early Secretory

Antigenic Target

FITC Isotiocianato de Fluoresceína

FSC Dispersão frontal, do inglês: forward scatter

GlcB Malato sintase G

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

IFN-γ Interferon-gama

IL Interleucina

INH Isoniazida

KDa Quilodalton

LACEN-GO Laboratório Central de Goiás

LAM Lipoarabinomanana

MHC Complexo Principal de Histocompatibilidade de Classe

MPT-51 Proteína micobacterianas de 27kDa ou Ag85D

MTB Mycobacterium tuberculosis

NK Células Natural Killer

NO Óxido Nítrico

OADC Ácido Oléico, Albumina, Dextrose e Catalase

OMS Organização Mundial da Saúde

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

xiv

OPD Substrato Ortofenilenodiamina, do inglês: Ortho-Phenylenediamine

Dihydrochloride

PAS Para-amino-ácido do ácido salicílico

PBS Tampão Fosfato Salina, do inglês: Phosphate-buffered saline

PCR Reação em Cadeia da Polimerase, do inglês: Polymerase Chain Reaction.

PE Ficoeritrina

PerCP Proteína Peridinina de Clorofila

PI3P Fosfatidilinositol 3-fostato

PNCT Programa Nacional de Controle da Tuberculose

PPD Derivado Protéico Purificado de Mycobacterium tuberculosis

RIOs Reativos Intermediários de Oxigênio

RINs Reativos Intermediários de Nitrogênio

RPMI Roswell Park Memorial Institute

SDS-PAGE Eletroforese em gel de poliacrilamida com Duodecil Sulfato de Sódio

SM Estreptomicina

SSC Dispersao lateral, do inglês: side scatter

TB Tuberculosis

TB-MDR Tuberculose Multidroga-Resistente

Th Linfócito T auxiliar do inglês: T Helper

TLR Receptor Semelhante ao Toll, do inglês Toll-Like Receptor

TNF-α Fator de Necrose Tumoral-alfa, do inglês: Tumor Necrosis Fator

UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância, do inglês: United Nations

Children’s Fund

USA Estados Unidos da América, do inglês: United States of America

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

xv

RESUMO

Há séculos a tuberculose (TB), doença infectocontagiosa causada por Mycobacterium tuberculosis (Mtb), vem sendo um problema de saúde pública mundial. Mesmo após o surgimento da vacina BCG em 1921, o controle da tuberculose continua a passos lentos. Isso se deve à eficácia variável de 0 a 80% apresentada pela vacina na proteção contra TB em indivíduos adultos. Deste modo, o desenvolvimento de uma nova vacina contra a TB é necessário. Neste estudo, avaliou-se uma vacina recombinante composta por Mycobacterium smegmatis expressando a proteína de fusão CMX (mc2-CMX), formada por três antígenos do Mtb: Ag85C, MPT51 e HspX. M. smegmatis mc2 155 foi transformado com pLA71-CMX por eletroporação, sendo a expressão da proteína CMX confirmada por imunoblot. Camundongos BALB/c foram distribuídos em quatro grupos: salina, infecção, BCG e mc2-CMX. Os grupos foram imunizados com suas respectivas vacinas em dois momentos com intervalos de 15 dias, e o sangue de todos os animais coletado quinze dias após a última imunização. Trinta dias após a imunização, os animais foram desafiados com Mtb H37Rv (via endovenosa) e trinta dias após o desafio, o sangue foi coletado para realização de ELISA. Setenta dias após desafio, o pulmão e o baço de todos os camundongos foi coletado para obtenção de células para realização de citometria, histopatológico e determinação da carga bacilar. A imunização com o mc2-CMX induziu níveis maiores de anticorpos da classe IgG1 (1,910±0,70) e IgG2a (0,139±0,020) anti-CMX quando comparado com o grupo BCG (0,646±0,19 e 0,413±0,24, respectivamente, p<0,05). Estes resultados demonstram a relevância do antígeno CMX na imunogenicidade da vacina recombinante. Após setenta dias do desafio, a quantidade de células T CD4 produtoras de citocinas do tipo Th1 foi analisada no pulmão. Foi observado um aumento significativo na porcentagem de células T CD4 positivas para IFN-γ e TNF-α nos camundongos imunizados com vacina mc2-CMX, quando comparado com o grupo BCG. Camundongos desafiados com Mtb apresentaram porcentagens maiores de células produtoras de IL-2, quando comparado com o grupo não desafiado. Todavia, somente os camundongos imunizados com a vacina mc2-CMX apresentaram porcentagens significativamente maiores em comparação ao grupo infecção. A resposta imune observada foi efetiva no controle da infecção por Mtb, sendo isto confirmado quando os pulmões dos camundongos foram analisados histologicamente e a carga bacilar determinada. Os grupos vacinados com as vacinas mc2-CMX e BCG apresentaram uma redução significativa da lesão pulmonar induzida pela infecção por Mtb, e também da carga bacilar no pulmão, quando comparados com o grupo infecção. Conclui-se que mc2-CMX tem um bom potencial para ser explorado como vacina contra a TB.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

xvi

ABSTRACT

For hundreds years tuberculosis (TB), a contagious disease caused by Mycobacterium tuberculosis (Mtb), has been a global public health problem. Even after the development of the vaccine BCG, in 1921, tuberculosis control continues on slow pace. This comes to be as a result of the variable efficacy (from 0 to 80%) presented by the vaccine in the protection against TB in adults. Therefore, the development of a new vaccine against TB is necessary. In this study, it was evaluated a recombinant vaccine composed of Mycobacterium smegmatis expressing the CMX fusion protein (mc2-CMX), formed from three antigen epitopes of Mtb: Ag85C, MPT51 and HspX. M. smegmatis mc2 155 was transformed with pLA71-CMX by electroporation, and the presence of the CMX protein was confirmed by imuno blotting. BALB/c mice were distributed in four groups: saline, infection, BCG and mc2-CMX. The groups were immunized with their respective vaccines in two moments with an interval of fifteen days and the animal blood was collected fifteen days after the last immunization. Thirty days after the last immunization, the animals were challenged with Mtb H37Rv (intravenously) and thirty days after the challenge, the blood was collected to perform ELISA test. Seventy days after the challenge, the lungs from all mice were collected to obtain cells for flow-cytometry, histological analysis and also to determine the bacillary burden. The immunization with mc2-CMX induced higher levels of antibodies of IgG1 (1,910±0,70) and IgG2a (0,139±0,020) class anti-CMX when compared with BCG group (0,646±0,19 and 0,413±0,24; respectively, p<0,05). These results demonstrated the relevance of CMX antigen in the immunogenicity of the recombinant vaccine. Seventy days after the challenge, the amount of T CD4 cells in the lung producing Th1-type cytokines was assessed. It was observed a significant increase in the percentage of T CD4 cells positive for IFN-γ and TNF-α in the immunized mice with mc2-CMX vaccine, when compared with the group immunized with BCG. Mice challenged with Mtb presented significant higher percentage of IL-2 producer cells when compared with the non-immunized group. However, only the mice immunized with the vaccine mc2-CMX presented significant higher percentage when compared with the infection group. The immune response induced by the vaccine was effective in the control of Mtb infection, confirmed by the histological analysis and the bacillar burden determined. The groups vaccinated with mc2-CMX and BCG presented a significant reduction of the lung lesion induced by the Mtb infection, and also lung bacterial load, when compared with the infection group. Thus, the recombinant vaccine mc2-CMX presents potential characteristics to be used in the prevention of TB.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

1

INTRODUÇÃO / REVISÃO DA LITERATURA 1

1.1 Histórico

Conhecida na Grécia antiga como pthisis ou consumação, a tuberculose já era

problema de saúde pública. Hipócrates, por volta de 460 A.C., registrou que esta doença

atingia os maiores contingentes populacionais de seu tempo e era quase fatal, tempo em

que a maioria dos autores acreditava que a doença era hereditária. Já Aristóteles (384-

322 A.C.) a considerava contagiosa. Clarissimus Galen, médico de maior expressão

após Hipócrates, definiu pthisis como ulceração dos pulmões, peito ou garganta,

acrescida de tosse, febre baixa e perda de peso (PEASE, 1940).

A tuberculose foi conhecida também como ‘peste branca’ no início do século

XVII, devido à uma grande epidemia que persistiu por aproximadamente duzentos anos.

Durante este período surgiram pesquisadores como Laennec, lembrado por ter

inventado o estetoscópio, que elucidou a patogênese da tuberculose e estabeleceu as

formas da doença em pulmonar ou extrapulmonar. Já o militar Francês Jean-Antoine

Villemin demonstrou a infecção natural da tuberculose, quando inoculou uma pequena

quantidade de material tuberculoso em coelhos (DANIEL, 2006). Todavia, somente em

1830 que o termo tuberculose foi usado pela primeira vez por Shönlien, para definir a

doença (LIGON, 2002).

O grande marco histórico da tuberculose aconteceu em 24 de março de 1882,

quando o Dr. Hermann Heinrich Robert Koch em sua apresentação intitulada "Die

Aetiologie der Tuberculose" na audiência da Berlin Physiological Society (Sociedade de

Fisiologia em Berlin - Alemanha), demonstrou de forma categórica o agente etiológico

da doença, o Bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), o que lhe rendeu o prêmio

Nobel de Medicina em 1905. Na mesma ocasião ele também apresentou critérios

adaptados de Jacob Henle para estabelecer a etiologia das doenças infecciosas,

publicados e conhecidos como ‘Postulados de Henle-Koch’ em 1890 (DANIEL,

2005b).

O tratamento da tuberculose inicialmente baseou-se na administração de arsênio

e ouro, mas, eram muitos os efeitos adversos (BENEDEK, 2004). Na metade do século

XIX os doentes começaram a se recolher em sanatórios, onde além de descansar,

recebiam cuidados médicos, dietas ricas em proteínas, e faziam exercícios monitorados

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

2

(DANIEL, 2006). Em 1895, a descoberta dos raios-X por Wilhelm Konrad Von

Röntgen significou um grande avanço no diagnóstico e acompanhamento da doença.

Em 1902, Albert Calmette e Camille Guérin obtiveram uma cultura da cepa de

Mycobaterium bovis virulenta, isolada por Edmond Nocard do leite de uma vaca com

mastite tuberculosa bovina, a “Lait Nocard” (BARRETO et al., 2006). Frustrados com a

formação de grumos no meio de cultura, eles adicionaram bile bovina ao meio, no

intuito de diminuir esta formação. Contudo, a adição desta substância não diminuiu a

formação de grumos na cultura, entretanto, ao avaliar a virulência da cepa em

porquinhos-da-índia foi observado um decréscimo da mesma. Após 200 passagens da

cepa em meios de cultura com bile bovina, e em seguida em animais de laboratório, foi

isolada uma nova cepa de M. bovis atenuada. E para avaliar esta como possível

candidata à vacina contra TB, a injetaram em uma vaca (DANIEL, 2005a). Com 231

subcultivos sucessivos do M. Bovis Lait Nocard em meios de cultura realizados a cada

três semanas, foi alcançada a total atenuação do mesmo (PEREIRA et al., 2007). O que

resultou na perda de aproximadamente 130 genes que estão agrupados principalmente

na região de diferença 1 (RD1), a principal responsável pela atenuação. Em 1921, após

13 anos de estudos, os pesquisadores Calmette e Guérin liofilizaram o BCG (Bacillus

Calmette-Guérin) que é o M. bovis atenuado, no Instituto Pasteur (BARRETO et al.,

2006).

Em colaboração com o Dr. Benjamin Weill-Hallé e Raymond Turpin no

Hospital Charité em Paris, em Julho de 1921, Calmette e Guérin, administraram 6 mg

de BCG por via oral a um bebê com 3 dias de vida, cuja a mãe havia morrido de

tuberculose pulmonar, um dia após o seu nascimento. O bebê ficou sob os cuidados da

avó que tinha baciloscopia positiva, e doses adicionais de BCG foram dadas ao bebê nos

dias 5 e 7 de vida. Seis meses depois, eles examinaram o bebê e o mesmo não

apresentava sinais de tuberculose, apesar da exposição constante (DANIEL, 2005a).

O primeiro estudo clínico realizado entre 1921 e 1927 na França e Bélgica,

confirmou que a BCG era altamente eficaz na proteção contra tuberculose em crianças.

Na França, a BCG era administrada por via oral no leite, porém, a administração da

vacina foi interrompida em 1930, em consequência do desastre de Lubeck, no qual 67

dos 249 bebês, que receberam a vacina, morreram devido à negligente contaminação da

vacina com uma cepa de Mycobacterium tuberculosis (Mtb). Após este incidente,

alguns países priorizaram a administração da BCG pela via intradérmica, sendo uma

medida necessária para segurança da vacinação em massa. Em 1950 a vacina BCG já

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

3

era recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (ANDERSEN et al.,

2005).

Em 1948, foi realizada uma notável campanha objetivando o controle da

tuberculose, com o patrocínio da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e

da Cruz Vermelha Dinamarquesa. O programa era baseado no teste da tuberculina

seguida pela vacinação com BCG dos não reativos. Durante três anos, aproximadamente

30 milhões de pessoas fizeram o teste de tuberculina e 14 milhões de pessoas foram

vacinadas com BCG. O programa foi de fato, o primeiro programa de controle da

tuberculose organizado por uma agência da OMS (COMSTOCK, 1994).

Com a descoberta das sulfonamidas e penicilina na década de 30 do século XX,

a existência de uma terapia antimicrobiana eficaz tornou-se realidade. Iluminado pelas

observações que micróbios de solo pareciam ser capazes de prevenir o crescimento de

outras espécies “em seu território”, Selman Waksman, pesquisador em New Jersey,

identificou a estreptomicina (SM) em 1944. No mesmo período, Jorgen Lehman

trabalhando na Suécia, descrevia o para-amino-ácido do ácido salicílico (PAS).

Rapidamente cogitou-se o uso destes dois agentes que apresentavam claramente,

atividade contra o Mtb. Em estudos realizados na década 50 comparando os dois

agentes, observou-se que a combinação dos mesmos era mais eficaz no tratamento

contra tuberculose, prevenindo o aparecimento de resistência (BIGNALL, 1950;

ISEMAN, 2002; MURRAY, 2004). A isoniazida (INH), a primeira droga

micobactericida foi produzida em 1952 e as rifamicinas em 1957. Uma nova era para o

tratamento da tuberculose havia surgido (DANIEL, 2005b).

Novas drogas foram descobertas no decorrer do tempo permitindo que novos

esquemas terapêuticos fossem introduzidos, o uso destas drogas sugeriu que a

tuberculose seria um problema controlável, uma doença perto da eliminação (COSTA,

1988). Porém, com o aparecimento de resistência aos fármacos usados primariamente

no tratamento, esquemas terapêuticos compostos por mais de dois fármacos, como o de

1965 tiveram que ser implementados. Este consistia na administração combinada da

SM, INH e PAS, durante 12 meses, surgindo um novo regime de tratamento

(RUFFINO-NETTO, 2002).

O esquema de tratamento de menor duração (6 meses), utilizando a rifampicina

(RMP) no lugar da SM (RMP+INH+Pirazinamida (PZA)) foi introduzido em 1979

(RUFFINO-NETTO, 2002). Este era mais eficaz e menos tóxico que os anteriores,

sendo então implementado de forma pioneira em todo mundo (CAMPOS, 2007). Por

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

4

apresentar estas caraterísticas, o esquema terapêutico de curta duração tinha como

proposta, diminuir o abandono do tratamento. Todavia isto não foi observado na prática,

houve um aumento no número de abandono dando origem ao fenômeno da

multirresistência, no qual algumas cepas do bacilo conseguem neutralizar a ação de

algumas drogas usadas no tratamento. Com o advento da epidemia da Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida (SIDA), o números de casos de tuberculose voltaram a

aumentar a partir da década de 80 do século passado, iniciando assim a pesquisa por

programas de tratamento que pudessem auxiliar no controle da doença e evitar o

aparecimento de cepas resistentes aos fármacos (MURRAY, 2004; KWAN et al., 2011).

Nesse contexto foi preconizado o programa DOT – Tratamento Diretamente

Observado, que era um regime baseado em 68-78 encontros com o paciente durante os

seis meses de tratamento, que tinha como objetivo supervisionar a evolução do

prognóstico do paciente. Este foi implementado primariamente no Estados Unidos da

América (USA) na década de 90, levando a uma redução significativa no número de

casos de tuberculose, chegando aos 7,8% ao ano, entre 1995 e 2000. Em 1993 o

programa DOT foi modificado de acordo com recomendações da OMS para Tratamento

Diretamente Observado de Curta duração – DOTS, sendo uma estratégia de ação para o

controle da doença, com algumas recomendações que incluíam o comprometimento dos

governos, principalmente na garantia de suprimento dos medicamentos. O DOTS foi

implementado em vários países inclusive no Brasil em 1996 (SHRESTHA-

KUWAHARA R. et al.; ISEMAN, 2002; RUFFINO-NETTO, 2002).

Atualmente, a OMS recomenda como abordagem de cuidados e controle da

tuberculose, o programa Stop TB Strategy, que foi lançado em 2006 com objetivo de

reduzir pela metade o número de casos e mortes por tuberculose até 2015, com relação

aos índices de 1990, e eliminar a doença como um problema de saúde pública mundial

até 2050. O plano está dividido em seis itens: expandir a estratégia mundial DOTS com

qualidades; visar a co-infecção TB/HIV, tuberculose multidroga-resistente (TB MDR) e

as necessidades de populações pobres e vulneráveis; fortalecer o sistema de saúde

baseado na atenção primária; esclarecer as pessoas com a tuberculose e a sociedade civil

organizada; envolver todos os prestadores de serviços de saúde; e possibilitar e

promover pesquisas (WHO, 2012).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

5

1.2 Epidemiologia

Segundo a OMS, a tuberculose é atualmente a segunda principal causa de morte

por doença infecciosa, ficando atrás somente da SIDA (WHO, 2013). De acordo com o

último relatório anual da tuberculose emitido pela OMS, o número de óbitos resultante

da infecção pelo Mycobacterium tuberculosis foi de 1,3 milhões, incluindo neste total

300 mil mortes de pacientes HIV positivo. A doença apresenta uma incidência média

mundial de 122 casos por 100.000 habitantes, com o registro de 8,6 milhões de casos

novos no ano 2012 (WHO, 2013). Isto demostra que a tuberculose ainda é um problema

de saúde pública que demanda atenção especial.

O Brasil também apresenta dados preocupantes, com uma incidência de 46 casos

por 100.000 habitantes sendo que, em 2012, foram notificados 71.230 casos novos e

4.900 óbitos, incluindo-o entre os 22 países responsáveis por 81% dos casos notificados

em todo mundo (WHO, 2013). Outro fator preocupante é o aumento nos números de

casos novos de TB MDR no Brasil, passando de 560 em 2011 para 850 em 2012

(WHO, 2012; 2013). No estado de Goiás, a incidência da tuberculose em 2011, foi de

13,6 por 100.000 habitantes, registrando 826 casos de tuberculose no estado (MS/SVS,

2012).

Figura 1. O mapa representa uma estimativa do número casos novos de tuberculoses no mundo no ano de 2012. Adaptado de WHO, 2013.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

6

1.3 Etiologia

Mycobacterium tuberculosis (Mtb), o agente causador da tuberculose é uma

bactéria aeróbica, intracelular facultativa que possui a forma de bastonetes retos e finos,

que pode sobreviver na ausência quase total de água durante semanas. Resistente ao

processo de descoloração pelo álcool-ácido, o bacilo é classificado como um bacilo

álcool-ácido resistente (BAAR) (ADEREM et al., 1999). Mtb apresenta crescimento

lento, se duplicando a cada 12-20h, em temperatura ideal de 34-38°C. Para o seu

crescimento in vitro é necessário realizar a cultura do bacilo em meio Löwestein-Jensen

ou em meio ágar como o 7H10/7H11 Middlebrook, e somente após 2-6 semanas de

cultivo, nas condições apropriadas, é possível visualizar as suas colônias, as quais são

secas e de superfície irregular, sendo inicialmente branco-cremosas tornando-se

posteriormente amareladas (CRUMP et al., 2003; ADLER et al., 2005; KONEMAN,

2008).

Mtb pertence a um complexo chamado Complexo Mycobacterium tuberculosis

que é constituído por outras seis espécies e subespécies que incluem M. africanum, M.

bovis, M. canetti, M. microti, M. pinnipedii e M. caprae sendo que, somente as duas

primeiras espécies citadas, juntamente com Mtb, causam tuberculose em humanos

(ROBERTS, 1991). Os constituintes desse complexo possuem características comuns,

como o período de crescimento lento e pouca variação genética, levando a hipótese de

que são patógenos que derivam de um ancestral comum (ERNST et al., 2007).

A parede celular do Mtb é complexa, pois é rica em glicolipídeos,

polissacarídeos, lipídeos e proteínas que estão envolvidas na ativação e na regulação da

resposta imune do hospedeiro (COLLINS et al., 2001). Esta é composta por uma

camada interna de peptidoglicano, sutilmente diferente das presentes nas demais

micobactérias. Ligados covalentemente ao peptidoglicano, estão ramos de

polissacarídeos, os arabinogalactanos, cuja porção final é esterificada com ácidos graxos

de alto peso molecular, os chamados ácidos micólicos. Além disso, há uma variedade de

lipídeos livres ligados à parte externa da parede celular e uma grande quantidade de

glicolipídeos ancorados na membrana plasmática. Intercaladas à rede existe uma

quantidade significativa de proteínas que podem ser permanentes ou se encontram em

processo de secreção (BRENNAN et al., 1995; DAFFE et al., 1998). A parede celular

dá a forma característica do bacilo conferindo proteção, principalmente da ação

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

7

mecânica de enzimas hidrolíticas e radicais tóxicos produzidos pelas células fagocíticas

(BRENNAN, 2003).

A infecção por Mtb ocorre preferencialmente pela via respiratória, quando um

indivíduo com doença ativa, portador de lesão pulmonar, pode, ao tossir ou ao falar,

eliminar uma carga bacilar, diluída num aerossol no ambiente. As partículas contendo

os bacilos (gotículas de Flügge), ao serem expostas ao vento e aos raios solares, são

ressecadas e passam a ter volume ainda menor (núcleos de Wells), com diâmetros de até

5 µm e com 1 a 2 bacilos em suspensão, passíveis de serem inalados e atingirem o

pulmão das pessoas daquele ambiente. Vários fatores ambientais reduzem as

probabilidades das partículas infectantes serem inaladas: as correntes de ar dispersando

as partículas no ambiente, a luz ultravioleta (sol) e a radiação gama destruindo os

bacilos. Mas se a inalação acontecer, esses indivíduos podem ser infectados podendo

desenvolver doença ativa (CAMPOS, 2006).

O estabelecimento da doença ativa depende de fatores associados ao bacilo,

como a virulência da cepa infectante, a quantidade de bacilos viáveis que atingem o

pulmão e a fatores do hospedeiro, como a capacidade de resposta imune e a sua

predisposição genética (COLLINS et al., 2001).

1.4 Imunopatologia

Ao chegar no interior do pulmão, os bacilos são fagocitados rapidamente pelas

células fagocíticas, particularmente macrófagos alveolares, células dendríticas (DCs)

locais, macrófagos intersticiais e, eventualmente, quando passarem para os bronquíolos

pulmonares, poderão ser fagocitados por células epiteliais (OTTENHOFF, 2012a). Ao

fagocitar Mtb, o macrófago gera uma vesícula endocítica que se funde com lisossomas

repletos de substâncias lesivas formando o fagolisossoma, visando a destruição do

bacilo. Dentro do fagolisossomo, o ambiente é hostil para Mtb, que sofre a ação do pH

ácido, de reativos intermediários de oxigênio (RIOs) e nitrogênio (RINs), de enzimas

serina esterases e de peptídeos tóxicos (KAUFMANN, 2001; 2002; ROHDE et al.,

2007). Aparentemente, os RINs são a arma mais potente do macrófago contra as

micobactérias virulentas (CHAN et al., 1992; CHAN et al., 1995; MACMICKING et

al., 1997).

No entanto o glicolipídeo Lipoarabinomanana (LAM), principal componente da

parede celular do bacilo, pode impedir a formação do fagolisossoma, inibindo a

fosforilização do fosfatidilinositol 3-fostato (PI3P) etapa importante na maturação do

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

8

fagossoma, que irá se fundir com o lisossoma. Com isso Mtb permanece dentro do

endossoma primário, o qual é um ambiente favorável para o seu crescimento

(DERETIC et al., 2006; SHALER et al., 2012).

Além de inibir a maturação do fagolisossomo, Mtb apresenta outras habilidades

que retardam o início da resposta imune adaptativa por até 2-3 semanas, tanto em

humanos como em camundongos (OTTENHOFF et al., 2012). Estudos nos quais foram

usados camundongos transgênicos que apresentavam na superfície das células T

receptores específicos para antígenos do Mtb, demostraram que a ativação da resposta

específica de células T contra bacilo, ocorria somente nos linfonodos drenantes do

pulmão. Adicionalmente, foi evidenciado que o transporte das células infectadas com

Mtb do parênquima pulmonar para os linfonodos era significativamente demorado,

ocorrendo somente após 1 a 2 semanas após a infecção (ULRICHS et al., 2006;

GALLEGOS et al., 2008; REILEY et al., 2008; WOLF et al., 2008) (figura 1). Estas

estratégias adaptativas do Mtb permitem o estabelecimento da infecção e o aumento da

população bacilar no local (OTTENHOFF et al., 2012; REECE et al., 2012).

Em adição às habilidades de inibir a maturação e fusão do fagossoma com o

lisossomo e retardar o início da resposta imune específica, Mtb é capaz também de

manipular e persistir no interior de células hospedeiras, particularmente em células

fagocíticas profissionais, utilizando outros mecanismos de evasão do sistema imune.

Entre outros mecanismos o bacilo possui a capacidade de inibir a autofagia; inibir a

apoptose celular e induzir a morte celular por necrose; inibir o processamento e a

apresentação de antígenos às células T impedindo seu reconhecimento; inibir a via de

sinalização mediada pelo receptor de interferon-gama (IFN-γ) que é uma das vias mais

importantes na defesa contra esse microrganismo, que regula vários mecanismos imunes

do hospedeiro; inibir a formação de reativos de oxigênio e nitrogênio que tem ação

microbicida e evasão do ambiente hostil do fagossoma para dentro do citoplasma, um

ambiente mais favorável (GUTIERREZ et al., 2004; DERETIC, 2006; ROHDE et al.,

2007; SAHIRATMADJA et al., 2007; VAN DER WEL et al., 2007). O conjunto de

estratégias de evasão do sistema imune do Mtb, possibilita a sua resistência e escape da

defesa do hospedeiro estabelecendo a infecção (OTTENHOFF, 2012a).

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

9

Figura 2. Ativação da resposta antígeno-específica de células T contra Mtb. Figura adaptada de (COOPER, 2009). Ao entrar em contato com Mtb, células dendríticas migram para o linfonodo drenante com objetivo de apresentar os antígenos do bacilo as células T virgens. Estas serão ativadas tornando-se células T efetoras específicas contra o patógeno, no entanto este processo é retardado por mecanismos de evasão do bacilo. Com isso, a geração de uma resposta imune celular específica contra o Mtb, demora de 18-20 dias após a infecção.

Após o estabelecimento da infecção, há um acúmulo de células no local da

infecção tais como neutrófilos, monócitos inflamatórios, macrófagos e células

dendríticas durante a fase inicial da resposta inata (ERNST, 2012). O resultado do

recrutamento de macrófagos e outras células e sua agregação e organização, representa

o passo inicial para a formação do granuloma (PHILIPS et al., 2012). Durante os

estágios iniciais da formação deste, uma fração dos macrófagos infectados afastam-se

do granuloma nascente. A morte destes, leva a liberação dos bacilos no espaço

extracelular, disseminando a infecção em outros locais do tecido pulmonar (DAVIS et

al., 2009).

Com o início efetivo da resposta imune adaptativa, células T específicas para

antígenos do Mtb infiltram também para dentro do granuloma, levando à formação e

reorganização deste, em que os bacilos juntamente com os macrófagos ficam

preferencialmente no centro e células T na periferia. Em contraste do que se acredita, os

granulomas são estruturas dinâmicas que podem aumentar rapidamente o influxo e

efluxo de células hospedeiras, como demonstrado em modelos peixe-zebra no qual foi

estudado este fenômeno (DAVIS et al., 2002; RAMAKRISHNAN, 2012). Egen et al.

(2008), demonstrou também o dinamismo do granuloma quando infectou camundongos

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

10

com BCG por via endovenosa, observando no fígado destes uma migração inicial de

células de Kupffer (macrófagos residentes do fígado) e macrófagos derivados de

monócitos após 2-3 semanas de infecção. Porém, ele observou que estas células

mieloides estavam relativamente estáticas, embora suas membranas pareciam estar em

constante fluxo.

Quando o controle da infecção e inflamação não é devidamente balanceado,

desenvolve-se assim necrose caseosa central no granuloma, o que facilita o crescimento

extracelular de um grande número de bacilos no local da infecção (DORHOI et al.,

2011). Logo que o granuloma necrosante começa a se liquefazer e produzir danos no

tecido pulmonar, um grande número de bacilos é liberado tornando-se passível de ser

transmitido por aerossol (OTTENHOFF, 2012a). Durante os primeiros cinco anos de

infecção o risco de transmissão é alto, diminuindo substancialmente depois deste

período (LAWN et al., 2011). Inicialmente, a probabilidade de desenvolvimento da

tuberculose, após a inalação do aerossol contendo o bacilo, é pequena, com uma

estimativa de risco de 5 a 10% de desenvolvimento da doença ativa (LAWN et al.,

2011).

O desenvolvimento de uma resposta imune contra Mtb é importante para o

controle da infecção, embora não esteja totalmente esclarecida, esta resposta envolve

diferente tipos celulares, variando da clássica resposta de células T à ação de

neutrófilos, células B, “natural killer” (NK), dentre outras (OTTENHOFF, 2012a).

A resposta imune mediada por células T tem um papel muito importante no

controle da infecção de Mtb. Os linfócitos T CD4, são células que reconhecem

peptídeos processados e apresentados por via Complexo Principal de

Histocompatibilidade de classe II (MHC II), de células apresentadoras, como as DC.

Inicialmente, ao migrar do pulmão infectado para o linfonodo, as DCs entram em

contato com células T virgens, as quais são ativadas primariamente, com apresentação

de peptídeos do Mtb via MHC II. Contudo, a total ativação e diferenciação destas

células é dependente de outros sinais, como o realizado por moléculas co-estimuladoras,

como CD80, CD86, CD40, CD27, e 4-1BB/CD137, e também pelo sinal executado pela

principal citocina produzida na infecção por Mtb, a Interleucina 12 (IL-12), ocorrendo

então a ativação e diferenciação do linfócito T CD4+ em linfócito T-helper tipo 1 (Th1

CD4+) (OTTENHOFF et al., 2012).

Os linfócitos T helper tipo 1 (Th1) produtores de IFN-γ, principal citocina

envolvida na ativação de macrófagos (BOEHM et al., 1997), são cruciais na proteção

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

11

contra a tuberculose. Isto é evidenciado com o aumento do risco de desenvolver a

doença ativa, em indivíduos com deficiência nas vias de sinalizações de IFN-γ e

Interleucina-12 (OTTENHOFF et al., 2005), e também a partir da associação entre a

depleção de células T CD4+ e elevada susceptibilidade à tuberculose em indivíduos

HIV positivos (LAWN et al., 2009). Camundongos CD4-/- e MHCII-/- são incapazes de

controlar o crescimento bacteriano e sucumbem à infecção significativamente mais cedo

do que camundongos selvagens homólogos (CARUSO et al., 1999). Apesar da

importância que as células T CD4 tem no controle da infecção do Mtb ser bastante

evidente, os mecanismos pelos quais elas mediam esta proteção ainda não estão bem

definidos (COOPER, 2009; COOPER et al., 2012).

As células Th1 CD4+ secretam também outras citocinas que são importantes na

imunidade protetora contra a infecção de micobactérias (KAUFMANN, 2011), tais

como o Fator de Necrose Tumoral-alfa (TNF-α) principal mediador da resposta

inflamatória aguda em infecções causadas por microrganismos intracelulares e

Interleucina-2 (IL-2) que induz a expansão de células T amplificando a resposta efetora

destas (WILLIAMS et al., 2006; SEDER et al., 2008).

Já está bem caracterizada a existência de vários subtipos de células T CD4+

efetoras, variando incialmente de células produtoras de IL-2, para células que secretam

IFN-γ, e até células multifuncionais capazes de produzir ao mesmo tempo IL-2, IFN-γ e

TNF-α, as quais são correlacionadas também com a proteção (DARRAH et al., 2007).

Juntamente com ativação das células Th1 CD4+, pode ocorrer também a

proeminente ativação de outro subtipo de linfócito Th, os Th17. Recentemente,

observou-se que este subtipo de células T produz IL-17A, IL-17F e TNF,

preferencialmente, mas também a IL-22 e em alguns casos IFN-γ. Os linfócitos Th17

são células pro-inflamatórias que estão envolvidas na resposta imune contra bactérias e

fungos extracelulares, particularmente na superfície das mucosas (OTTENHOFF,

2012a). Estudos indicam que as células Th17 são importantes na fase inicial da

infecção, surgindo no início da imunidade adaptativa, contribuindo na defesa do

hospedeiro ativando principalmente neutrófilos contra Mtb (KHADER et al., 2007;

COOPER, 2009).

Diferente das células Th1 e Th17, que apresentam um papel importante no

controle da infecção pelo Mtb, as células T helper CD4+ tipo 2 (Th2) produtoras de

Interleucina-4 (IL-4), Interleucina-5 (IL-5) e Interleucina-13 (IL-13), não estão

correlacionadas com a proteção contra tuberculose, apesar delas estarem envolvidas na

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

12

regulação da imunidade humoral. A IL-4 por exemplo, secretada por células Th2,

desregula a defesa do hospedeiro na hanseníase e na TB, similar a coinfecções com

helminto em camundongos (SALGAME et al., 1991). Assim, o aumento desta

interleucina em indivíduos, está associado com o aumento de lesões no pulmão

(ORDWAY et al., 2004). Pessoas de países em desenvolvimento que estão mais

expostas ao Mtb, podem apresentar um aumento significativo de IL-4 o que

compromete a ação efetora de células Th1, dificultando o controle da infecção e

consequentemente favorecendo a transmissão de TB (TAN et al., 2012).

Embora o papel dos linfócitos T CD8+ na TB não esteja tão claro como os dos

linfócitos T CD4+, eles são geralmente reconhecidos por contribuírem na geração de

uma imunidade ideal e protetora capaz de conter a infecção por Mtb (OTTENHOFF,

2012b). Em camundongos, as células T CD8+ contribuem na proteção contra a rápida

progressão da infecção por Mtb; camundongos deficientes em células T CD8+

infectados com M. tuberculosis sucumbem mais cedo que camundongos selvagens,

contudo mais tardiamente que camundongos deficientes em células T CD4+ (MOGUES

et al., 2001).

As células T CD8+ são capazes de reconhecer antígenos em células não

fagocíticas através do MHC de classe I, como as células epiteliais que podem ser

infectadas pelo Mtb (HERNANDEZ-PANDO et al., 2000). Todas as células nucleadas

expressam moléculas de MHC de classe I, isto implica que as células T CD8+ podem

reconhecer uma grande variedade de células que possam estar infectadas por Mtb. Estas

apresentam mecanismos efetores únicos, como secreção de grânulos com moléculas

citotóxicas, tais como perforinas e granzimas, que podem matar as células infectadas e o

Mtb, dessa forma, as células T CD8 são importantes no desenvolvimento de uma

resposta imune protetora contra a tuberculose (OTTENHOFF, 2012a).

Os linfócitos B são capazes de reconhecer macromoléculas (incluindo proteínas,

polissacarídeos, lipídeos e ácidos nucleicos), bem como pequenos grupamentos

químicos e partes de macromoléculas. Estes, ao contrário dos linfócitos T, reconhecem

os antígenos em sua conformação natural, sem a necessidade de um processamento

prévio. Este reconhecimento se dá nos folículos linfóides do baço, linfonodos e tecidos

linfóides associados às mucosas (ABBAS, 2006).

A perfeita ativação das células B depende da cooperação das células T CD4+.

As células T CD4+ atuam na ativação das células B através da produção de IL-4 e IL-5,

bem como pela interação entre CD40 e CD40-ligante. Os linfócitos B ativados se

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

13

diferenciam em células produtoras de anticorpos. Estes podem estimular a proliferação,

a sobrevivência e diferenciação de células T (ABEBE et al., 2009).

Apesar da produção de anticorpos não ser considerada importante na proteção

contra o M. tuberculosis, a opsonização, um dos mecanismos efetores destes, tem se

mostrado importante durante a infecção por Mtb. Alguns estudos têm observado um

aumento na internalização e morte da micobactéria por neutrófilos e macrófagos na

presença de anticorpos específicos (BROWN et al., 2003; DE VALLIERE et al., 2005).

Outros demonstraram inclusive que, quando a micobactéria está revestida por

anticorpos específicos, o processamento e apresentação por DCs é mais efetivo,

induzindo uma resposta tanto de células T CD4+ como de CD8+ (TEITELBAUM et al.,

1998; PETHE et al., 2001; CHAMBERS et al., 2004).

1.5 Manifestação clínica e diagnóstico

A maioria dos indivíduos infectados (90%) desenvolve a forma latente e

assintomática da doença. Uma pequena porcentagem desses, (cerca de 10%) pode

apresentar reativação da infecção, geralmente como consequência de uma infecção

secundária, imunossupressão, tabagismo, desnutrição, consumo alcoólico, condições

sanitárias precárias ou elevado grau de exposição, podendo desenvolver a TB ativa que,

quando não tratada, mata em torno de 50% dos indivíduos doentes (PHILIPS et al.,

2012).

A principal manifestação clínica da doença é a forma pulmonar, cujos principais

sintomas são: tosse produtiva com mais de 15 dias, febre vespertina baixa, suor noturno,

dor no tórax e perda de peso. A suspeita clínica da TB começa com quadro clínico

constituído por febre baixa, geralmente vespertina, cansaço excessivo, sudorese noturna,

anorexia, perda de peso e indisposição. As outras manifestações clínicas da doença são

várias dependendo principalmente do órgão acometido pelo agente, incluindo a pleural,

ganglionar, óssea, meníngea, entre outras (CAMPOS, 2006).

Por ser uma doença infecciosa, faz-se necessário a confirmação diagnóstica por

meio da identificação do Mtb em amostras da lesão. A realização da baciloscopia

associada aos sintomas clínicos são as principais metodologias usadas para o

diagnóstico da doença. No entanto, a baciloscopia que é baseada na pesquisa de bacilos

álcool ácido resistentes (técnica de coloração de Ziehl Neelsen), apresenta baixa

sensibilidade (34% a 60%), sendo necessário de 5.000 a 10.000 bacilos por mL para sua

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

14

identificação, o que inviabiliza o diagnóstico de indivíduos que apresentam baixa carga

bacilar (L.J. et al., 2009).

A prova laboratorial confirmatória da infecção é a cultura em meio de

Löwenstein-Jensen (LJ), que em casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura

do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico da doença. Assim, a cultura em

meio LJ é considerada como “padrão ouro” para o diagnóstico de tuberculose, porém

além de demorar pelo menos 3 semanas para ter um crescimento positivo, de acordo

com o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), ela só deve ser

solicitada quando há falha no tratamento (MS/SVS, 2010).

Além dos métodos clássicos de diagnóstico da tuberculose novas técnicas foram

desenvolvidos utilizando biomarcadores genéticos e imunológicos, tais como Xpert

MTB/RIF e o IGRA (do inglês Interferon-gamma relase assay). O teste Xpert®

MTB/RIF é um teste de amplificação de ácidos nucléicos utilizado para detecção de M.

tuberculosis e para a triagem de cepas resistentes a fármacos. O teste consiste na

purificação, concentração e amplificação de ácidos nucléicos por reação em cadeia da

polimerase em tempo real e na identificação de seqüências de ácidos nucléicos no

genoma Mtb, especificamente do gene rpoβ. A diferença deste para os demais testes de

amplificação de ácidos nucléicos utilizados na detecção de TB é que a plataforma do

dispositivo de teste, o GeneXpert, integra e automatiza os três processos (preparação de

amostras, amplificação e detecção), necessários para a PCR em tempo real baseada em

testes moleculares. O teste Xpert® MTB/RIF é atualmente único, pois utiliza um

cartucho contendo todos os elementos necessários para a reação, incluindo reagentes

liofilizados, tampões líquidos e soluções de lavagem. O teste pode fornecer resultados

num laboratório local, em menos de 2 horas, sem necessitar de tratamento da amostra ou

de recursos humanos especializados em biologia molecular. Esse método detecta

simultaneamente Mtb e a resistência à rifampicina pela amplificação, por meio de PCR,

de cinco sondas sobrepostas que são complementares à região determinante da

resistência à rifampicina, composta por 81 pares de bases do gene rpoβ de M.

tuberculosis. Em seguida, esta região é examinada com o objetivo de identificar

mutações associadas à resistência à rifampicina. O processo de amplificação por PCR,

neste teste, é heminested e o alvo amplificado é detectado em tempo real por

fluorescência. Neste processo, dois conjuntos de primers são utilizados em duas reações

sucessivas. Na primeira PCR, um par de primers é usado para gerar produtos de DNA,

que podem conter produtos amplificados a partir de áreas não-alvo. Os produtos da

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

15

primeira PCR são, então, usados como modelo em uma segunda PCR, usando um

primer diferente, cujo sítio de ligação esteja localizado dentro do primeiro produto

amplificado, consequentemente, aumentando a especificidade da reação (VAN RIE et

al., 2010; NICOL et al., 2011; TOOSKY et al., 2014).

Já os testes baseados no IGRA quantificam a produção de IFN-γ por células T

sensibilizadas com antígenos do Mtb. Dois tipos de IGRA estão disponíveis

comercialmente: o QuantiFERON TB Gold, (Cellestis Ltd, Carnegie, Australia) e o T-

SPOT.TB (Oxford Immunotech, Abingdon,UK). Ambos utilizam os antígenos ESAT-6

e CFP-10 como estímulo para as células produzirem IFN-γ, mas as técnicas em que se

baseiam são diferentes, o ELISA e ELISpot, respectivamente. Uma nova versão do

QuantiFERON TB foi desenvolvida, e uma das melhorias técnicas foi a adição do

antígeno TB 7.7, também codificado pela região RD1 ausente no M. bovis BCG,

passando a se chamar então QuantiFERON-TB Gold IT, também disponível

comercialmente (PAI et al., 2004; SONG et al., 2013).

1.6 Medidas de controle: diagnóstico, tratamento e prevenção

A dificuldade de se controlar a tuberculose no Brasil, e em muitos países do

mundo, acontece por diversos fatores, que incluem o diagnóstico, tratamento e

prevenção. Como já exposto acima, a baixa sensibilidade dos métodos de diagnóstico

não permite a detecção de todos os casos esperados de TB e, consequentemente, permite

que indivíduos doentes não diagnosticados disseminem o bacilo.

A terapia para a tuberculose envolve o emprego de uma combinação de drogas

específicas, por um período longo para evitar o desenvolvimento de cepas resistente aos

fármacos empregados. Recentemente, foi adotado no Brasil, o esquema de tratamento

único para casos novos e recidivas, que envolve o uso de quatro fármacos: Rifampicina

(R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E). Este esquema é dividido em duas

fases: a intensiva que consiste em dois meses de medicação com doses fixas RHZE; e a

de manutenção que é composta por RH por quatro meses (tabela 1.). Com um período

de seis meses de duração, o tratamento de curta duração, quando empregado

corretamente, leva à cura do indivíduo (MS/SVS, 2010).

Apesar de bastante eficiente, este esquema apresenta por sua vez problemas

como reações adversas aos fármacos e alívio dos sintomas da doença após a terceira

semana de tratamento, o que leva os pacientes que não foram orientados corretamente, a

abandonar o tratamento, permitindo que a doença reative com o agravante de os bacilos

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

16

infectantes daquele paciente terem grandes chances de desenvolver resistência a um ou

mais fármacos (CAMPOS, 2007). Tabela 1. Esquema básico de tratamento da tuberculose para adultos e adolescentes.

Tabela adaptada do Informe Técnico de Tuberculose publicado em julho de 2010 pela Secretária de Vigilância em Saúde/MS. R – Rifampicina; H – Isoniazida; Z – Pirazinamida; E – Etambutol. A prevenção da tuberculose consiste em evitar o contato de indivíduos saudáveis

com pacientes com TB ativa, pois a transmissão do bacilo ocorre na maioria das vezes

pela via aérea. Calcula-se que em uma determinada comunidade, durante um ano, uma

única fonte de infecção poderá infectar, em média, de 10 a 15 pessoas que com ela

tenham tido contato (CAMPOS, 2006).

Hoje, a principal arma disponível para prevenção da TB é a vacina BCG, que foi

desenvolvida em 1921 por Calmette e Guérin. Esta é empregada mundialmente no

controle da tuberculose, sendo administradas anualmente 120 milhões de doses da

vacina. Cada dose contém de 200 mil a um milhão de bacilos (BCG) por dose vacinal

(0,1 mL), a qual é administrada por via intradérmica, no braço direito de recém-nascidos

que tenham peso igual ou superior a 2 kg. Estima-se atualmente que mais de 4 bilhões

de pessoas foram imunizadas com a mesma, atingindo em alguns países uma

abrangência de 90% da população. Com um perfil de segurança surpreendente, a vacina

BCG é eficaz na proteção contra as formas severas da tuberculose em crianças,

conferindo uma proteção de 52% a 100% na prevenção da meningite tuberculosa e de 2

a 80% na prevenção da tuberculose pulmonar (TIDJANI et al., 1986; ROMANUS,

1987; MS/SVS/PNCT, 2010; DALMIA et al., 2012; LUCA et al., 2013).

No entanto, diversos estudos de caso controle têm relatado uma eficácia variável

da vacina BCG na proteção contra tuberculose pulmonar, principalmente em indivíduos

adultos. Nestes estudos observou-se que a eficácia da vacina variava de 0 a 80% (FINE,

1995; KAUFMANN et al., 2010). Vários estudos foram realizados nas últimas décadas

com objetivo de entender os fatores que justificam esta variabilidade na eficácia

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

17

protetora da vacina BCG. Nestes estudos foram levantadas hipóteses descritas em uma

revisão, resumidas na tabela 2 (FINE, 1989; 2001; KAUFMANN, 2005; KAUFMANN

et al., 2010). Com esta variável eficácia protetora da BCG, tem-se observado em dados

epidemiológicos recentes que a tuberculose continua incidente mesmo em países em

que a abrangência vacinal da BCG é de até 90% da população, como é caso do Brasil.

Tabela 2. Possíveis explicações que possam justificar a variabilidade na eficácia protetora da BCG contra a tuberculose pulmonar em adultos. Possíveis explicações Evidências

Exposição a micobactérias

ambientais

Diversos dados epidemiológicos de animais indicaram que tal exposição

pode tanto mascarar como até inibir a proteção induzida por BCG, seja

por induzir um nível de proteção até o qual a vacina pode melhorar

pouco ou até muito, ou talvez por induzir uma resposta imune contra a

própria vacina.

Variabilidade das cepas

vacinais

Estudos demonstraram que o cultivo in vitro das cepas vacinais nos

grandes centros produtores de vacina ao longo de décadas, levaram ao

desenvolvimento de uma grande variabilidade genética das cepas BCG

empregada hoje nos diferentes países, com propriedades antigênicas e

imunogênicas variadas e distintas da cepa original, desenvolvida por

Calmete e Guérin.

Variabilidade genética das

populações

Há evidências para influências genéticas no hospedeiro susceptível, mas

não há dados suficientes no controle genético da resposta à BCG em

humanos.

Ausência de antígenos

perdidos

Alguns antígenos foram perdidos durante o processo de atenuação da

cepa M. bovis que originou M. bovis BCG.

Resposta imune afetada pela

infecção por helmintos

Em diversas teorias, helmintos induzem resposta Th2, mas nenhuma

evidência relacionando proteção por BCG contra tuberculose.

Adaptado de Lambert et al. 2010

O controle da TB deve ser melhorado em diferentes frentes, tanto na melhoria

das técnicas de diagnóstico, nos programas de implementação dessas técnicas, melhoria

no atendimento aos doentes e seus contatos, quanto na melhoria da vacina para proteger

os indivíduos susceptíveis de todas as formas da doença durante toda a sua vida

(LAWN et al., 2011). Em relação à vacina, ainda há necessidade do desenvolvimento de

novas vacinas com maior capacidade de induzir uma imunidade protetora contra TB, em

adultos e jovens, e com maior segurança com relação à BCG (HESSELING et al., 2007;

OTTENHOFF et al., 2012; WHO, 2012).

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

18

1.7 Desenvolvimento de novas vacinas

Diversas são as estratégias de desenvolvimento de novas ou melhores formas de

induzir uma imunidade protetora contra a TB. Basicamente, estas se resumem em dois

tipos de abordagens: a primeira é conhecida como vacina primária e reforço, do inglês

“prime-boost” na qual a BCG é administrada em neonatos, prevenindo a TB juvenil. E

quando estes indivíduos atingem uma determinada faixa etária, eles recebem uma dose

“booster” de uma nova vacina, objetivando recuperar a resposta imunológica protetora

conferida inicialmente pela vacina BCG (WHO, 2012). Baseada nesta estratégia,

múltiplos trabalhos desenvolveram antígenos para serem avaliados como “booster”, os

quais têm apresentado bons resultados como o Mtb72F, que é uma proteína de fusão

recombinante baseada na fusão de duas serino proteases do Mtb, denominadas Mtb32A

e Mtb39A, codificadas pelas regiões gênicas Rv0125 e Rv1196, respectivamente

(SKEIKY et al., 1999).

Formulações vacinais da Mtb72F com os adjuvantes AS01 e AS02, mostraram-

se ser protetoras em modelos animais como camundongos, cobaias e coelhos desafiados

com Mtb (BRANDT et al., 2004; SKEIKY et al., 2004; TSENOVA et al., 2006).

Também observou-se que a vacinação de macacos com a Mtb72F/AS02 em esquema de

“prime-boost”, induzia uma maior sobrevivência e proteção após o desafio com Mtb,

em comparação aos controles (REED et al., 2009). Posteriormente, em estudos clínicos

de fase I/II, a Mtb72F/AS02 apresentou um perfil de segurança e imunogenicidade

promissor em indivíduos não infectados com Mtb e não vacinados com BCG. Nestes

estudos, observou-se que a vacinação com Mtb72F induzia uma alta resposta de células

T CD4+ polifuncionais (co-expressando CD40L, IL-2, TNF-α e IFN-γ), e de anticorpos

contra o Mtb72F (VON ESCHEN et al., 2009; LEROUX-ROELS et al., 2010).

A segunda estratégia é o desenvolvimento de vacinas que possam substituir a

BCG – como atenuação de M. tuberculosis ou uma nova BCG, através da adição e/ou

hiper-expressão de antígenos de Mtb imunodominantes (FINE, 2001). Esta tem

produzido também bons resultados, como a vacina VPM1002 que é uma cepa de BCG

Prague recombinante que expressa listeriolisina da Listeria monocytogenes e não

expressa a urease C, gene deletado, com finalidade de aumentar apresentação cruzada

de BCG para células T CD8 via MHC de classe I. Estudos vacinais demostraram que a

imunização de camundongos BALB/c com a VPM1002 induziu um perfil de resposta

imune do tipo Th1 e Th17 balanceada, a qual foi protetora, reduzindo de forma mais

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

19

eficiente a carga bacteriana no pulmão, em comparação ao grupo vacinado com a BCG

(DESEL et al., 2011). Com esses e outros resultados, a vacina VPM1002 evoluiu para

ensaios clínicos de fase IIa em crianças na África do Sul (MEYER et al., 2013).

1.8 Antígenos imunodominantes de Mycobacterium tuberculosis abordados neste

trabalho

O grupo de pesquisa liderados pela Prof. Dra. Ana Paula Junqueira-Kipnis e Dr.

André Kipnis, vem desenvolvendo, há alguns anos, projetos que visam avaliar a

resposta imune de indivíduos com tuberculose ativa e/ou latente, frente a diferentes

antígenos de Mtb, que nos permite identificar candidatos (proteínas e/ou epítopos

proteicos) que possuirão melhores chances de adicionar propriedades imunogênicas

desejadas a vacina BCG.

Em condições de estresse, o Mtb produz e secreta uma série de proteínas que

estão relacionadas com seu metabolismo e sobrevivência. Uma vez sintetizadas e

secretadas tornam-se alvo da resposta imune do hospedeiro, tanto celular quanto

humoral (BOESEN et al., 1995; AREND et al., 2000). Algumas dessas proteínas já

foram isoladas e caracterizadas (NAGAI et al., 1991). A caracterização imunológica

dessas proteínas revelou que algumas delas são potencialmente imunogênicas in vivo,

em modelos humano e animal (DE ARAUJO-FILHO et al., 2008; CAVALCANTI et

al., 2009). Dentre as caracterizadas, as proteínas MPT-51, ESAT-6, GLcB, Groes,

Complexo Ag 85, HspX, CFP-10, dentre outras estão sendo largamente estudadas no

contexto da TB.

O Ag 85C (Rv0129c) faz parte de um complexo antigênico composto por dois

outros antígenos, Ag 85A (Rv3804c) e Ag 85B (Rv1886c), sendo codificados pelos

genes fbpC, fbpA e fbpB, respectivamente, apresentando peso molecular que varia entre

30 a 32-KDa (OHARA et al., 1997). Esta proteína possui atividade micolil transferase,

participando da síntese do ácido micólico que faz parte da constituição da parede celular

dos bacilos, contribuindo para manutenção de sua integridade e patogênese da

tuberculose (HARTH et al., 1996). Devido à sua característica imunodominante, e ser

secretado pelo Mtb no início da infecção em adultos, o Ag 85C vem sendo avaliado

como forte candidato a marcador de diagnóstico da tuberculose (SAMANICH et al.,

1998; SAMANICH et al., 2000; KASHYAP et al., 2010). A importância e relevância

destas proteínas se devem, provavelmente, ao seu papel na síntese da parede celular da

micobactéria. De modo igual, demonstrou-se que quando os monócitos humanos são

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

20

infectados por Mtb, estas micobactérias secretam proteínas do complexo Ag 85. Esta

propriedade poderia ser vantajosa para desenvolver uma vacina, visto que a liberação

destas proteínas é de suma importância para o processamento intracelular deste

patógeno via MHC de classe II (RE, 1994). A imunização de camundongos utilizando

plasmídeo para expressão de Ag 85 induziu resposta imune humoral e mediada por

células, conferindo proteção significante, quando desafiados com M. tuberculosis e

BCG (HUYGEN, 1998).

O MPT-51 (Rv3803c) também denominado como Ag 85 D, é uma proteína de

27-KDa codificada pela região gênica fbpC1 pelos genomas do Mycobacterium

tuberculosis, Mycobacterium leprae, Mycobacterium avium e Mycobacterium bovis

BCG (NAGAI et al., 1991; RINKE DE WIT et al., 1993). Apesar de possuir 40% de

homologia ao complexo Ag 85, este não possui atividade micolil transferase (RINKE

DE WIT et al., 1993; WILSON et al., 2004), caracterizando-o como uma nova família

não catalítica de α/β hidrolases que liga-se a fibronectina, cuja função fisiológica, em

analogia com a acetilcolina esterases não-catalíticas, podem ser baseadas em sua

capacidade de se conectar a ligantes extracelulares, tais como fibronectina e

potencialmente carboidratos (KITAURA et al., 2000). Este antígeno tem se mostrado

um bom marcador para diagnóstico de tuberculose principalmente em pacientes co-

infectados com HIV (SINGH et al., 2005) cuja a imunodeficiência favorece uma rápida

disseminação do patógeno, tornando a detecção precoce essencial. Além disso, o MTP-

51 apresenta importância significativa como marcador de diagnóstico da TB como já

mostrado por nosso grupo de pesquisa (ARAUJO-FILHO et al., 2008).

A HspX (Rv2031c), é uma proteína de choque térmico, codificada pela região

gênica Acr, com peso molecular de 16-KDa, também conhecida como proteína α-

cristalina. Esta tem ação de chaperonina, o qual auxilia na conformação final das

proteínas (QAMRA et al., 2005). O gene Acr, o qual codifica a expressão da proteína

HspX, é altamente regulado quando o bacilo se encontra no interior dos macrófagos, os

quais induzem um ambiente intracelular com hipóxia e presença de doadores de NO,

condições estas que induzem a expressão de transcritos do gene HspX no estágio de

latência em infecções com o Mtb. Em infecções humanas, este antígeno é expresso na

fase latente da tuberculose, desencadeando resposta imune tanto humoral quanto celular

(RABAHI et al., 2007; SPRATT et al., 2010). Geluk et al. (2007) mostraram que a

vacinação com BCG não induz uma resposta de células T contra HspX como

apresentada em pacientes com TB, e ainda determinaram epítopos imunodominantes da

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

21

proteína HspX. Assim acredita-se que o BCG ou até mesmo outro vetor como M.

smegmatis mc2 155, expressando fragmentos de antígenos relacionados à latência do M.

tuberculosis (BOSHOFF et al., 2005; LEYTEN et al., 2006), como a proteína HspX,

pode ter potencial como vacinas contra a tuberculose latente.

1.9 Proteína CMX

Resultados da literatura, incluindo os do nosso grupo, permitiram formular uma

hipótese de que a construção de uma proteína de fusão recombinante, contendo epítopos

imunodominantes das proteínas Ag 85C, MPT-51 e HspX e a sua expressão em um

vetor, seria capaz de induzir uma resposta imune protetora contra TB. Diante disso

nosso grupo construiu a proteína CMX que contém epítopos dos antígenos Ag 85C,

MPT-51 e a proteína HspX inteira (DE SOUSA et al., 2012), baseando-se nas

publicações que determinaram os epítopos imunodominantes de cada uma destas

proteínas (D'SOUZA et al., 2003; SUZUKI et al., 2004; GELUK et al., 2007). Desta

forma, o gene artificial construído possui em sua extremidade amino terminal a porção

gênica correspondente aos aminoácidos 85 ao 149 da proteína Ag 85C (Ag85C85-149).

Após esta porção gênica, foi inserida uma sequência de cinco aminoácidos de glicina

para separa-la (sequência hinge) do epítopo da proteína MPT-51, correspondente aos

aminoácidos 91 ao 112 da proteína (MPT-5191-112), que também está separada da

proteína madura completa do HspX (sem peptídeo sinal) por uma sequência hinge

constituída de 5 resíduos de glicina (DE SOUSA et al., 2012).

A proteína CMX purificada obtida foi testada com o soro de uma pequena coorte

de pacientes e os resultados demonstraram que dosando os níveis de anticorpos da

classe IgM anti a proteína de fusão foi possível discriminar indivíduos com tuberculose

pulmonar ativa dos controles saudáveis (p<0.001). Estes resultados confirmaram que a

proteína CMX foi reconhecida pela resposta imune humoral de pacientes com TB,

portanto manteve conservado a estrutura terciária dos epítopos das proteínas de Mtb

originais (DE SOUSA et al., 2012).

1.10 Vetor de vacina

Mycobacterium smegmatis, um membro não patogênico do gênero

Mycobacterium, de crescimento rápido e que pode ser transformado eficientemente com

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

22

vários genes in vitro, tem apresentado várias características importantes para uma

vacina contra tuberculose (ZHANG et al., 2010).

Ao contrário de outras cepas micobacterianas, tais como a BCG, que sobrevive

em células hospedeiras por meses inibindo a maturação do fagossoma, M. smegmatis é

rapidamente destruído por proteases fagossomais das células infectadas, fato que facilita

o processamento e apresentação pelas células apresentadoras de antígenos (APC). Este

também induz maior produção de citocinas pelos macrófagos do que espécies

patogênicas de micobactérias podendo ativar e induzir a maturação de células

dendríticas, pela regulação positiva do MHC de classe I e moléculas co-estimulatórias

(BELTAN et al., 2000; YADAV et al., 2004). M. smegmatis também pode acessar o

MHC classe I como caminho para a apresentação de antígenos de micobactérias de

forma mais eficiente do que a BCG (CAYABYAB et al., 2006; ZHAO et al., 2012).

A ausência de toxicidade em modelos imunodeprimidos, deficientes de células T

ou NK, é uma das características marcantes deste vetor, observada em estudos

realizados por Young et al. (2004), sugerindo que este vetor é um seguro veículo que

pode ser usado como vacina em indivíduos imunocomprometidos (YOUNG et al.,

2004; YANG et al., 2009). Conhecendo estas características, vários estudos têm sido

realizados utilizando este vetor para expressão de proteínas, como o estudo do Zhang et

al. (2010), no qual a vacinação com o M. smegmatis expressando uma proteína de fusão

ESAT6-CFP10, induziu uma imunidade humoral e celular significativamente melhor

que a vacinação com BCG em camundongos. Outro estudo, realizado por Yi et al.

(2007) observou que a imunização com M. smegmatis pZ607 recombinante

transportando IL-12/GLS em camundongos BALB/c, induziu uma eficiente resposta

imune protetora Th1 incluindo um alto nível de IFN-gama e IL-12 similar a cepa BCG.

Modelos de estudos indicam que o desenvolvimento de uma nova vacina que

apresente pelo menos 60% de eficácia na proteção contra tuberculose em adolescentes e

adultos, pode potencialmente evitar de 30 a 50 milhões de novos casos de tuberculose

no mundo, por um período 25 anos (WHO, 2013). Com isso o desenvolvimento de

novas vacinas contra a tuberculose é de extrema importância, pois esta conquista é um

passo importante para a erradicação da tuberculose no mundo.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

23

JUSTIFICATIVA 2

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pela infecção com

Mycobacterium tuberculosis, e de acordo com a OMS, é a segunda principal causa de

morte por doença infecciosa, ficando atrás somente da SIDA. No ano 2012 foram

registrados 8,6 milhões de casos novos de tuberculose e mais de 1,3 milhões de mortes

decorrentes da infecção com o bacilo. Esses dados demonstram que mesmo com a

implementação de medidas preventivas, tais como a vacinação com a BCC, a

tuberculose continua sendo um problema de saúde pública mundial. A vacina BCG,

amplamente administrada em crianças no mundo, é a única vacina viável contra a

tuberculose, no entanto apresenta uma eficácia variável na proteção principalmente em

adolescentes e adultos. Com isso, países como o Brasil, que possuem 90% da população

imunizada com a BCG, apresentam números significativos de casos e mortes por ano

decorrentes da infecção com Mtb. Como esta é a única vacina existente para este fim, o

desenvolvimento de novas vacinas ou o melhoramento da BCG é de grande

importância. Modelos de estudos indicam que o desenvolvimento de uma nova vacina

que apresente pelo menos 60% de eficácia na proteção contra tuberculose em

adolescentes e adultos, pode potencialmente evitar de 30 a 50 milhões de casos novos

de tuberculose no mundo, por um período 25 anos. Diante disso, propomos a construção

de uma vacina recombinante M. smegmatis-mc2-CMX expressando a proteína

recombinante de fusão CMX produzida e estudada pelo nosso grupo nos últimos anos.

A proteína CMX é formada através da fusão de epítopos imunodominantes do Mtb

(Ag85C-MPT51-HspX) reconhecidamente capazes de produzir no hospedeiro uma

resposta imune. A análise da expressão da proteína CMX em M. smegmatis mc2 155

fornecerá dados importantes necessários para a construção da vacina BCG recombinante

pretendida, como por exemplo: se o gene da proteína CMX será transcrito pela célula

hospedeira; se o vetor é estável na célula hospedeira; se a proteína CMX está sendo

integralmente expressa; qual a cito-localização da proteína recombinante; entre outros.

Com a mesma importância será a análise da resposta imune induzida em camundongos

isogênicos vacinados com M. smegmatis expressando a proteína CMX, com a

possibilidade de esta ser uma nova vacina contra tuberculose.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

24

OBJETIVOS 3

3.1 Objetivo geral

Construir e caracterizar uma vacina recombinante contra Mtb utilizando como

vetor vacinal M. smegmatis mc2 155, expressando a proteína recombinante de fusão

CMX composta por três subunidades de antígenos imunodominantes de Mycobacterium

tuberculosis.

3.2 Objetivos específicos

Ø Transformar o M. smegmatis mc2 155 com os vetores de expressão

pLA71-CMX, pLA73-CMX e pMIP12-CMX;

Ø Analisar a transcrição gênica (RNAm) das construções no vetor M.

smegmatis mc2 155 recombinante;

Ø Analisar a expressão e a imunoreatividade das proteínas de fusão CMX

recombinantes no M. smegmatis mc2 155;

Ø Avaliar a estabilidade dos plasmídeos em M. smegmatis mc2 155;

Ø Imunizar camundongos BALB/c e avaliar a resposta imune humoral dos

camundongos vacinados através do ensaio imunoenzimático ELISA;

Ø Avaliar resposta imune de camundongos BALB/c vacinados frente à

infecção por Mycobacterium tuberculosis H37Rv;

Ø Determinar a eficácia protetora da vacina mc2-CMX em camundongos

frente a infecção por Mycobacterium tuberculosis H37Rv.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

25

MÉTODOS 4

4.1 Fluxograma das etapas do desenvolvimento deste estudo.

O presente trabalho foi desenvolvido seguindo o fluxograma abaixo, o qual cita as

etapas realizadas neste estudo.

Figura 3. Fluxograma das etapas realizadas no desenvolvimento e avaliação da vacina mc2-CMX

em camundongos BALB/c.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

26

4.2 Construção dos plasmídeos recombinantes.

A partir das sequências de DNAs correspondentes aos epítopos

imunodominantes dos Ag85C e MPT-51, e o gene inteiro do HspX, descritos em

estudos anteriores realizados por Sousa et al. (2012), foram desenhados

oligonucleotídeos iniciadores, que permitiram a amplificação das regiões e ao mesmo

tempo a síntese de sítios para enzimas de restrição para posterior clonagem. O produto

desta amplificação foi clonada no vetor pGEM-T easy (Promega) através de um sistema

de ligação. Posteriormente, o vetor de clonagem pGEM-T easy contendo o gene de

fusão (CMX) foi digerido com as enzimas KpnI e NotI para eluição do gene CMX, para

posterior inserção deste nos plasmídeos pLA71 e pLA73 (JUNQUEIRA-KIPNIS et al.,

2013). O produto da eluição foi preparado para clonagem no plasmídeo pMIP12 e para

tanto, as enzimas usadas para digerir o plasmídeo pGEM-T easy/CMX foram BamHI e

KpnI. Os plasmídeos pLA71, pLA73 e pMIP12 (cedidos gentilmente pela Dra. Brigitte

Gicquel, Instituto Pasteur, França) são plasmídeos que possuem origem de replicação

para E. coli/micobactéria, tendo como marcador de seleção um gene de resistência à

Canamicina obtido do Tn903 (LIM et al., 1995). Após digestão, o gene CMX foi eluído

e inserido nos plasmídeos pLA71, pLA73 e pMIP12 previamente digeridos com as

mesmas enzimas. Posteriormente, os plasmídeos recombinantes pLA71-CMX, pLA73-

CMX e pMIP12-CMX, foram sequenciados para verificar a integridade das sequências

clonadas (JUNQUEIRA-KIPNIS et al., 2013).

4.3 Preparo de M. smegmatis eletrocompetente.

M. smegmatis mc2 155 (gentilmente cedidos pela Dra. Luciana Leite do Instituto

Butantan) foi cultivado em tubos contendo 5 mL de meio Middlebrook 7H9 caldo

(Himedia®) com tween 80 a 0,05%, até atingir a fase exponencial (aproximadamente 3

dias). Foi usado 1 mL da cultura para inocular em 100 mL de meio Middlebrook 7H9

caldo com tween 80 a 0,05% em um erlenmeyer de 500 mL. Depois de três dias de

crescimento, as culturas foram centrifugadas a 6.000 rpm por 15 minutos a 10˚C e

lavadas com igual volume de solução gelada de glicerol 10%. Por último, as células

eletrocompetentes foram ressuspendidas em 3 mL de glicerol 10% gelado e alíquotas de

100 µL foram congeladas em criotubos a -80˚C.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

27

4.4 Eletroporação de M. smegmatis.

Os plasmídeos pLA71, pLA73 e pMIP12 que correspondem aos plasmídeos

originais sem insertos gênicos, e plasmídeos recombinantes contendo a proteína de

fusão CMX (Ag85C, MPT-51 e HspX), pLA71-CMX, pLA73-CMX e pMIP12-CMX,

foram inseridos em M. smegmatis mc2 155 por eletroporação usando o eletroporador de

pulsação (Bio-Rad®) a 4°C. Cada sistema de transformação consistiu em 3 µL

(contendo 100 a 500 ɳg de DNA plasmidial) do plasmídeo em 100 µL de células

eletrocompetentes, com posterior incubação no gelo por 10 minutos. Logo após,

condições padrões de pulsação 2,5KV, 25µF e 1000Ω foram aplicadas numa cuveta de

2 mm (Bio-Rad®). Posteriormente, foi adicionado ao sistema 1 mL de meio SOB

(extrato de levedura 0,5%, triptona 2%, NaCl 10 mM e KCL 2,5 mM) (HANAHAN,

1983), o qual juntamente com as células eletroporadas foi transferido para um tubo de

ensaio e incubado por 3 horas, sob agitação a 37°C.

Os transformantes foram selecionados a partir do plaqueamento e incubação dos

mesmos em meio Middlebrook 7H11 (Himedia®) com Canamicina (20 µg/mL) numa

estufa com atmosfera úmida contendo 5% de CO2. Após 3 dias de incubação, colônias

representativas de micobactérias recombinantes foram selecionadas e transferidas para

um tubo contendo 5 mL de meio Middlebrook 7H9 caldo com tween 80 a 0,05% com

Canamicina (20 µg/mL), que foi incubado a 37°C sob agitação por três dias.

Posteriormente, 2 mL da cultura foram transferidos para um volume de 200 mL de meio

Middlebrook 7H9 caldo com tween 80 a 0,05% contendo Canamicina (20 µg/mL) e

incubados sob agitação a 37°C até atingir a fase exponencial (cerca de três dias). Ao

atingirem a fase exponencial de crescimento, as culturas foram transferidas para tubos

de fundo cônico de 50 mL, centrifugadas a 6.000 rpm por 15 minutos a 10˚C e depois

lavadas em igual volume de glicerol 10% por três vezes. Feito isso, o sedimento foi

ressuspendido em 5 mL de glicerol 10% e alíquotas de 100 µL foram congeladas a -

80°C em criotubos.

4.5 Determinação da concentração da vacina recombinante mc2-CMX.

A determinação da concentração da vacina foi realizada através da contagem de

Unidades Formadoras de Colônias (UFC) em meio Middlebrook 7H11 ágar contendo

Canamicina (20 µg/mL). Portanto, algumas alíquotas da vacina mc2-CMX congeladas a

-80°C, foram selecionadas aleatoriamente e 50 µL destas foram diluídas seriadamente

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

28

10, 100, 1000 e 10000 vezes resultando nas diluições 10-1, 10-2, 10-3 e 10-4,

respectivamente. Foram plaqueados 50 µL de cada diluição em meio Middlebrook

7H11 com Canamicina (20 µg/mL) e posteriormente incubados por 3 dias a 37°C em

estufa com atmosfera úmida contendo 5% de CO2. O número de colônias que cresceu

nas placas foi usado para determinar a concentração do estoque da vacina mc2-CMX em

UFC/mL aplicando-se a seguinte fórmula: N x 20 x 1/FD, onde N corresponde ao

número de colônias crescidas na placa, 20 é o fator de correção do volume semeado e

1/FD é o inverso da diluição correspondente à placa onde se obteve colônias isoladas

(de 20 a 80) usadas na contagem.

4.6 Obtenção e determinação da concentração da vacina BCG Moreau.

A cepa BCG Moreau oriunda do Instituto Butantan, foi cultivada em meio

Middlebrook 7H9 suplementado com Ácido Oleico, Albumina, Dextrose e Catalase

(OADC) e tween 80 a 0,05%, sob agitação a 37ºC por 21 dias, quando então, foram

lavadas com igual volume de solução gelada de glicerol 10% e ressuspendidas em 3 mL

de glicerol 10% gelado. Alíquotas de 100 µL da vacina foram congeladas em criotubos

a -80ºC e após algumas semanas foram selecionadas aleatoriamente para determinação

do UFC. Estas foram diluídas seriadamente em 10, 100, 1000, 10000 vezes resultando

nas diluições 10-1, 10-2, 10-3 e 10-4, respectivamente, quando então foram plaqueados 50

µL de cada diluição em meio Middlebrook 7H11 suplementado com OADC, com

posterior incubação de 21 dias a 37°C em estufa com atmosfera úmida contendo 5% de

CO2. Após 21 dias de incubação, o plaqueamento da diluição que resultou em colônias

isoladas (de 20 a 80) foi usado para determinar a concentração do estoque da vacina

BCG Moreau em UFC/mL.

4.7 Análise da expressão da proteína recombinante CMX em M. smegmatis mc2

155 por western blotting.

Culturas de M. smegmatis mc2 155 recombinante foram crescidas em meios

Middlebrook 7H9 contendo Canamicina (20 µg/mL) por três dias, quando então foram

centrifugadas. O sobrenadante foi descartado e então o sedimento foi ressuspendido em

tampão fosfato salina (PBS) e sonicado em 10 ciclos de 30 segundos de duração cada,

com intervalos de 30 segundos para ruptura das células. O lisado celular foi

centrifugado a 6.000 rpm 10ºC por 10 minutos e o sobrenadante (fração intracelular

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

29

solúvel) transferido para um novo tubo, no qual foi adicionado 0,5 µL de inibidores de

proteases (Ditiotreitol, Fluoreto fenilmetilsulfonil, Aproptin, Leupeptin e Pepstatin). O

sedimento do lisado foi ressuspendido em tampão PBS contendo os inibidores de

protease citados acima (fração intracelular insolúvel) (JUNQUEIRA-KIPNIS et al.,

2013).

As frações obtidas foram analisadas quanto à presença da proteína CMX através

da técnica de western blotting. Os extratos proteicos das duas frações descritas acima

foram aplicados em gel de poliacrilamida e duodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE).

Após separação eletroforética, os extratos proteicos foram eletrotransferidos para uma

membrana de nitrocelulose e incubados com uma diluição 1:10000 de anticorpos

policlonais, pré-adsorvidos com proteínas de E. coli, obtidos do soro de camundongos

BALB/c após três imunizações com a rCMX e adjuvante Freund’s completo.

Posteriormente, foi adicionado o anticorpo anti-IgG de camundongo conjugado com

avidina-peroxidase (Sigma-Aldrich®). A presença de proteínas CMX foi revelada pela

incubação com o substrato diaminobenzidina (DAB) (Roche, Germany®).

4.8 Ensaio de estabilidade do plasmídeo in vitro.

A estabilidade do plasmídeo no M. smegmatis mc2 155 recombinante foi

avaliada através de repetições de subcultivo e contínuo crescimento em meio

Middlebrook 7H9 sem o antibiótico Canamicina (20 µg/mL) por aproximadamente 50

gerações. Subsequentemente, as células foram plaqueadas em meio Middlebrook 7H11,

e 50 colônias foram selecionadas aleatoriamente e plaqueadas em dois meios

Middlebrook 7H11, um com Canamicina (20 µg/mL) e outro sem Canamicina e

incubados por três dias a 37°C em estufa com atmosfera úmida contendo 5% de CO2. A

estabilidade do plasmídeo foi determinada pela porcentagem de colônias que após as

passagens sem a seleção de antibiótico permaneceram resistentes à Canamicina.

4.9 Animais utilizados para realização do estudo e condições físicas de

manutenção.

O estudo foi realizado em camundongos BALB/c com idade entre 6-8 semanas,

provenientes do biotério do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG,

mantidos em micro isoladores acoplados à rack ventilada contendo filtros HEPA para

entrada e saída de ar, com água e dieta ad libitum. A temperatura foi mantida entre 20 a

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

30

24ºC com umidade relativa do ar entre 40-70%, com ciclos de luz/escuridão de 12

horas. Os camundongos foram manejados de acordo com as normas da Sociedade

Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL/COBEA). O presente estudo

foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFG sob N°: 229/11 (Anexo 1).

4.10 Avaliação da imunogenicidade e persistência da vacina mc2-CMX.

Quarenta e cinco camundongos BALB/c fêmeas com idade entre 6-8 semanas,

foram distribuídos em três grupos de quinze, os quais receberam as seguintes doses da

vacina mc2-CMX: 106, 107 e 108 UFC/animal, por via subcutânea. Os camundongos

permaneceram em observação durante 60 dias. Três camundongos de cada grupo foram

eutanasiados, nos dias 1, 7, 14, 30 e 60 após a imunização para coleta do baço, o qual

foi homogeneizado e plaqueado em meio Middlebrook 7H11 para determinar a

persistência da vacina mc2-CMX a partir da contagem de UFC. O sangue dos animais

eutanaziados foi coletado em três momentos, nos dias 14, 30 e 60 após a imunização

para determinar a imunogenicidade através do ELISA.

4.11 Estabilidade in vivo do mc2-CMX.

Para determinar a estabilidade do plasmídeo in vivo, camundongos imunizados

com 108 UFC de mc2-CMX foram eutanasiados para coleta do baço, o qual foi

posteriormente homogeneizado e plaqueado em meio Middlebrook 7H11 com

Canamicina. Após três dias de incubação a 37ºC, colônias crescidas na placa foram

analisadas através da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), usando

iniciadores específicos para as sequências codificadoras da proteína CMX. Cinco

colônias foram selecionadas das placas aleatoriamente e transferidas para tubos

contendo 5 mL de 7H9, e incubadas por três dias a 37ºC. Após a incubação, 500 µL de

cada cultura foram transferidos para tubos eppendorfs de 1,5 mL e centrifugados por 10

minutos a 10.000 g na temperatura de 10ºC. Posteriormente, o sobrenadante foi

desprezado e o pellet ressuspendido em 100 µL de miliqH2O e fervido por 10 minutos.

Feito isso, a solução foi centrifugada por 5 minutos a 10.000 g na temperatura de 10ºC.

Assim, o sobrenadante foi transferido para outro tubo, e deste volume foi coletado 4 µL

para realização de PCR. O sistema de PCR foi preparado para um volume final de 30

µL em tubos de 0,2 mL no qual foram acrescentados 4 µL do sobrenadante, 6 µL

tampão Colorless GoTaqTM (Promega®), 0,47 µM de cada oligonucleotídeo iniciador

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

31

específico, 250 µM de cada dNTPs, e 1U de Taq DNA Polimerase (Invitrogen®). O

DNA foi submetido à desnaturação a 94ºC por 4 minutos e em seguida a 35 ciclos de

92ºC por 45 segundos, 58ºC por 1 minuto e 72ºC por 1 minuto, com etapa de extensão

final a 72ºC por 10 minutos. Os produtos de PCR foram analisados em gel de agarose a

1,5% contendo 0,5 µg/mL de brometo de etídeo, com um marcador de 100 pb

(Invitrogen®). O gel de agarose contendo os produtos da PCR foram visualizados e a

imagem digitalizada no aparelho Gel Doc System (Bio-Rad®) com o auxílio do software

Quantity One 4.6.7 (Bio-Rad®).

4.12 Preparo dos inóculos vacinais.

Alíquotas da vacina mc2-CMX (M. smegmatis mc2 155/pLA71-CMX) foram

retiradas do freezer -80ºC e a concentração foi ajustada com PBS tween 80 a 0,05%

para 1x108 UFC/mL. O mesmo processo foi realizado para o preparo do inóculo vacinal

de BCG Moreau, todavia, a concentração ajustada foi de 107 UFC/mL. Para os grupos

controles foram preparados PBS tween 80 a 0,05%.

4.13 Imunização.

Dezesseis camundongos BALB/c foram distribuídos em quatro grupos de

quatro camundongos: Salina; Salina+Mtb (infecção); BCG+Mtb e mc2-CMX+Mtb

(Figura 3). Os grupos de camundongos Salina; Salina+Mtb (infecção) e mc2-CMX+Mtb

receberam duas imunizações com intervalo de 15 dias entre elas. O grupo BCG+Mtb

recebeu uma única imunização. Em todas imunizações o inóculo vacinal foi plaqueado

para confirmar a concentração.

4.14 Infecção intravenosa com Mtb.

Trinta dias após a ultima imunização os animais foram desafiados com

Mycobacterium tuberculosis H37Rv por via endovenosa. A cepa de Mycobacterium

tuberculosis H37Rv fornecida pelo Laboratório Central de Goiás (LACEN-GO) foi

cultivada em meio 7H9 suplementado com OADC, contendo tween 80 a 0.05% até a

fase log de crescimento, e em seguida foram alíquotadas e mantidas no freezer -80ºC. O

estoque foi plaqueado e quantificado um mês após o congelamento. Diluições

centesimais do estoque foram plaqueadas em meio 7H11 suplementado com OADC e as

unidades formadoras de colônias foram contadas. No dia da infecção, o inóculo foi

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

32

diluído em PBS tween 80 a 0,05% na concentração de 108 UFC/mL, então foi

administrado 100 µL deste pela via intravenosa (via plexo retro-orbital), sendo

inoculado, portanto 107 UFC/animal. Com setenta dias de infecção, os camundongos

foram eutanasiados para análise da resposta imune celular induzida frente a infecção e

eficácia protetora das vacinas (Figura 3).

4.15 Obtenção do soro para realização de ELISA.

O sangue dos camundongos imunizados que receberam duas imunizações, foi

coletado 15 e 60 dias após a segunda imunização para obtenção do soro (Figura 3). Já o

grupo BCG+Mtb teve o sangue coletado nos dias 30 e 75 após imunização. O sangue

coletado foi incubado por uma hora a 37°C, centrifugado a 1.200 g a 4°C por 15

minutos para separação do soro, e posteriormente estocado a -20°C.

Figura 4. Esquema de avaliação da vacina mc2-CMX em camundongos BALB/c. Camundongos BALB/c foram distribuídos em quatro grupos: salina, salina+Mtb (infecção), mc2-CMX+Mtb, sendo estes imunizados em dois momentos com intervalo de 15 dias, e o BCG+Mtb que recebeu somente uma imunização. Nos dias 30 e 75, o sangue de todos os camundongos foi coletado para realização de ELISA, e após 45 dias da primeira imunização camundongos dos grupos infecção, BCG e mc2-CMX foram desafiados com 1x107CFU/animal de M. tuberculosis H37Rv por via intravenosa. Com 70 dias de infecção, todos os camundongos foram eutanasiados para realização de citometria, CFU e histopatológico.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

33

4.16 ELISA.

Para determinação dos níveis séricos de anticorpos anti-CMX da classe IgG1 e

IgG2a, foi realizado um ELISA conforme otimizado por de Sousa et al. (2012). Placas

de poliestireno (Nunc®) de 96 poços foram inicialmente sensibilizadas com 10 µg/mL

de proteína CMX diluída em 0,05 M de tampão carbonato/bicarbonato de sódio 0,05 M

(pH 9,6) e incubadas a 4°C por 16 horas. Posteriormente, a placa foi lavada e incubada

por uma hora a 37°C com tampão carbonato de sódio (PBS) contendo 1% de gelatina. A

partir dessa etapa seguiu-se a adição dos soros, com posterior incubação de 1 hora a

37°C. Os anticorpos conjugados à biotina (anti-IgG1 e anti-mouse IgG2a;

Pharmingen®), diluídos a 1:5000, foram adicionados e as placas foram incubadas por 1

hora a 37°C. Foi adicionada a estreptoavidina peroxidase, diluída a 1:1000 e as placas

foram novamente incubadas por 1 hora a 37°C. A reação foi então revelada com o

substrato ortofenilenodiamina (OPD) e bloqueada adicionando-se ácido sulfúrico a 4N.

A leitura da absorbância foi realizada em comprimento de onde de 492 ηm em leitor de

ELISA (Multiskan Thermo Labsystems®). Entre cada uma das etapas, as placas foram

lavadas cinco vezes com PBS tween 20 0,05%.

4.17 Obtenção das células do baço.

Para obtenção das células, o baço dos camundongos foi coletado após setenta

dias de infecção, passado em filtro de 70 µm para células (BD Biosciences, Lincoln

Park, NJ) e posteriormente, as mesmas foram ressuspendidas em meio Roswell Park

Memorial Institute medium GIBCOTM (RPMI medium GIBCOTM). Os eritrócitos foram

lisados com solução de lise (0,15M NH4Cl, 10mMKHCO3), depois as células foram

lavadas e ressuspendidas em meio RPMI completo (cRPMI) suplementado com 10% de

soro bovino fetal, 0,15% de bicarbonato de sódio, 1% de L-glutamina (200 mM

SIGMA®) e 1% de aminoácidos não essenciais 100X (SIGMA®). Posteriormente, as

células foram contadas utilizando a câmara de Neubauer e ajustadas para concentração

de 1x106 células/mL.

4.18 Obtenção das células do pulmão.

Para obtenção das células, o lóbulo esquerdo pulmão dos camundongos foi

coletado após setenta dias de infecção e posteriormente, digerido como descrito por

Junqueira-Kipnis et al. (2003). O sistema sanguíneo do pulmão foi perfundido com 5

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

34

mL de solução gelada contendo PBS e 45 U/mL de heparina (Sigma-Aldrich). Após

coletado, o pulmão foi tratado com uma solução de DNAse IV (30 µg/mL; Sigma-

Aldrich) e colagenase III (0,7 mg/mL; Sigma-Aldrich) por 1 hora a 37°C. Para a

obtenção das células, o homogenato foi passado em filtro de 70 µm para células. O

restante dos eritrócitos foram lisados com solução de lise, e então as células foram

lavadas e ressuspendidas em meio cRPMI. Posteriormente, as células foram contadas

utilizando a câmara de Neubauer e ajustadas para concentração de 1x106 células/mL.

4.19 Avaliação da produção celular de citocinas do baço e pulmão.

Para determinar a produção de citocinas pelas células do baço e pulmão, foram

distribuídos 200 µL de suspensão celular destes órgãos em placa de cultura celular de

96 orifícios (Cell WellsTM). As células foram cultivadas sem estímulo (meio), em estufa

de CO2 a 5% a 37°C por 4 horas. Após este período, foi acrescentado um inibidor de

transporte de proteínas, a monensina na concentração de 3 µM (eBioscience®), e então,

as culturas foram submetidas à nova incubação por 4 horas. Logo, as células foram

marcadas com anticorpos anti: PercP-CD4 (BD PharMingen®); PE-IL-2 (eBioscience®);

FITC-TNF-α (eBioscience®); APC-IFN-γ (eBioscience®) por 30 minutos, lavadas com

PBS contendo 0,1% de ácida sódica, fixada e permeabilizada com Perm Fix/ Perm

Wash (BD PharMingen®). Todas as análises foram realizadas com aquisição de 50.000

eventos no citômetro de fluxo BD Biosciences FACSCalibur (Hospital Araújo Jorge

Goiânia/GO) e os dados foram analisados com o software FlowJo 8,7. Os linfócitos

foram selecionados baseado nas características de tamanho (FSC) e granulosidade

(SSC).

4.20 Histopatológico.

Para análise histopatológica do pulmão, o lóbulo pulmonar caudal direito de

cada camundongo foi coletado e fixado com formol a 10% tamponado, após setenta dias

de infecção intravenosa (Figura 3). Os espécimes foram processados em histotécnico

automático, incluídos em parafina e seccionados em micrótomo (Leica RM2165®).

Obteve-se de cada bloco, cortes consecutivos de 5µm, os quais foram colocados sobre

lâminas histológicas e corados pelo método de hematoxilina e eosina (HE) para análise

em microscopia de luz (Axio scope.A1 - Carl Zeiss), utilizando o programa AxioVision

4.7. Os eventos microscópicos avaliados nestes cortes histológicos foram: intensidade

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

35

de infiltrado inflamatório, presença ou não de macrófagos espumosos e área de necrose,

sendo esta análise realizada nas objetivas de 5x, 10x 40x e 100x. A determinação dos

escores de lesão foi adaptada do algoritmo desenvolvido pelo Dr. Randall Basaraba da

Colorado State University, descrito abaixo.

Foi considerado o valor de 0 aos cortes histológicos que não apresentaram lesão

e focos inflamatórios, sendo observado a conservação da arquitetura pulmonar. Para

cortes histológicos que apresentaram lesões com poucos focos inflamatórios,

mononuclear e macrófagos espumosos, o valor considerado foi entre 1-5, sendo 1, um

número mínimo de eventos por campo e 5 para um número 1 a 2 por campo. Presença

de lesões, focos inflamatórios, infiltrado mononuclear difuso e macrófagos espumosos,

o valor do score considerado foi entre 5-7, sendo o valor 5 para um número 3 a 5 de

eventos por campo e 7 para um número 6 a 8 por campo. Cortes histológicos que

apresentaram lesões, focos inflamatórios, infiltrado mononuclear difuso moderado,

macrófagos espumosos e presença de necrose, o valor do score considerado foi entre 7-

10, sendo 7 quando o número de 8 a 10 focos inflamatórios por campo, com presença

de pouca necrose e 10 para cortes histológicos que apresentaram juntamente com os

focos, lesão acentuada e necrose, com perda total da arquitetura pulmonar. Todos os

procedimentos citados acima foram realizados no Laboratório de Patologia Bucal da

Faculdade de Odontologia – UFG.

4.21 Determinação da carga bacilar no pulmão.

Para avaliar a eficácia protetora das vacinas, após setenta dias de infecção,

camundongos desafiados com Mtb foram eutanasiados (Figura 3), para coleta dos lobos

pulmonares direito superior e mediano, os quais foram homogeneizados e plaqueados

em meio Middlebrook 7H11 suplementado com OADC para determinação da carga

bacilar a partir da contagem de UFC, após 21 dias de incubação a 37ºC.

4.22 Análise Estatística.

Os resultados obtidos foram tabulados usando o Microsoft Office Excel 2011 e

Software Prism (versão 5.0c, GraphPad). A comparação entre os grupos foi dada pela

análise de variância (ANOVA) e teste t não pareado. Valores de p<0,05 foram

considerados estatisticamente significativos.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

36

RESULTADOS 5

5.1 M. smegmatis recombinante pLA71-CMX expressa proteína CMX.

Para avaliar a expressão da proteína CMX nos recombinantes mc2-pLA71-

CMX, mc2-pLA73-CMX e mc2-pMIP12-CMX, alíquotas foram selecionadas

aleatoriamente no freezer -80°C e analisadas através da técnica de western blotting,

utilizando anticorpos policlonais específicos para a proteína CMX. Como controle,

alíquotas de M. smegmatis mc2 155 com pLA71 e selvagem, foram analisadas

juntamente. Como demonstrado na figura 4 A, somente a construção mc2-pLA71-CMX

apresentou a banda correspondente à proteína CMX (36KDa), sendo esta expressão

confirmada em uma réplica do mesmo experimento como demostrado na figura 4 B.

Diante desses resultados, escolhemos a mc2-pLA71-CMX como vacina, passando a ser

denominada de mc2-CMX.

Figura 5. Expressão da proteína CMX no recombinante mc2-pLA71-CMX. (A) e (B) Avaliação da expressão da proteína CMX nos recombinantes através da técnica de western blotting utilizando anticorpos policlonais anti-CMX. Canaleta M, marcador BlueStepTM Broad Range Protein (Amresco). (A) Canaleta 1: proteína recombinante CMX purificada. Canaleta 2: poço vazio. Canaleta 3: M. smegmatis mc2 155 com plasmídeo pLA71-vazio. Canaleta 4, 5: M. smegmatis pMIP12-CMX sedimento e sobrenadante, respectivamente. Canaleta 6, 7: M. smegmatis pLA71-CMX sedimento e sobrenadante, respectivamente. Canaleta 8, 9: M. smegmatis pLA73-CMX sedimento e sobrenadante, respectivamente. (B) Canaleta M, marcador BlueStepTM Broad Range Protein (Amresco). Canaleta 1: proteína recombinante CMX purificada. Canaleta 2, 3: M. smegmatis pLA71-CMX sedimento e sobrenadante, respectivamente. Canaleta 4: M. smegmatis mc2 155 com plasmídeo pLA71-vazio. Canaleta 5: M. smegmatis mc2 155 Selvagem.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

37

5.2 mc2-CMX induz resposta imune humoral específica.

Para definir a melhor dose vacinal da vacina mc2-CMX a ser administrada,

grupos de camundongos foram imunizados com uma dose única de mc2-CMX em

diferentes concentrações, 106, 107 e 108, e posteriormente, a resposta imune humoral

específica foi avaliada através da técnica de ELISA nos dias 14, 30 e 60 após

imunização. Como demonstrado na Figura 5 A e B, todas as doses vacinais foram

capazes de induzir níveis séricos de anticorpos anti-CMX, tanto classe IgG1 quanto

IgG2a. Diante desse resultados decidimos usar a dose intermediaria 107 para imunização

em dois momentos com intervalo 15 dias, pois apesar da dose 108 ter apresentado uma

maior resposta humoral, observamos a formação de uma pequena lesão no local da

imunização (dados não mostrados), fator não observado na dose 107.

Figura 6. Resposta imune humoral específica induzida pela vacina mc2-CMX em camundongos BALB/c. (A) e (B) Três grupos de camundongos foram imunizados com uma dose única da vacina mc2-CMX em diferentes concentrações 106, 107 e 108, sendo os níveis séricos de anticorpos IgG1 (A) e IgG2a (B) anti-CMX dosados em diferentes pontos pela técnica de ELISA.

5.3 mc2-CMX persiste por até sete dias em camundongos BALB/c e este mantém a

expressão da CMX in vivo.

Para determinar a persistência do mc2-CMX in vivo, grupos de camundongos

BALB/c foram imunizados com uma dose única da vacina em diferentes concentrações,

106, 107 e 108, por via subcutânea. O baço foi coletado nos dias 1, 7, 14, 30 e 60 para

determinar as UFCs. Como observado na figura 6, somente na dose 108 houve

persistência do mc2-CMX por até sete dias após a imunização.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

38

Figura 7. A persistência do mc2-CMX em camundongos BALB/c. Camundongos BALB/c foram imunizados com uma única dose da vacina em diferentes concentrações, 106, 107 e 108, por via subcutânea. O baço foi coletado nos dias 1, 7, 14, 30 e 60 para determinar as UFC.

Para avaliar se durante este período de persistência o mc2-CMX manteve o

plasmídeo in vivo na ausência de pressão seletiva (Canamicina), colônias recuperadas

do baço de camundongos foram analisadas através da técnica de PCR usando

iniciadores específicos para as sequências codificadoras da proteína CMX. Como

demonstrado na figura 7, todas as colônias recuperadas apresentaram PCR positiva com

uma banda de tamanho correspondente ao da sequência codificadora da proteína CMX.

A partir destes resultados, notamos que a vacina não apresentou mudança na

persistência com adição da CMX, e este manteve o plasmídeo em ambiente sem pressão

seletiva in vivo.

Figura 8. Gel de agarose do PCR do gene da fusão CMX. Para avaliar se o mc2-CMX manteve o plasmídeo in vivo, colônias recuperadas do baço de camundongos imunizados foram analisadas através da técnica de PCR usando iniciadores específicos para as sequências codificadoras da proteína CMX. Todas as colônias analisadas apresentavam o gene da fusão CMX. Canaleta M, marcador de DNA Axygen 100pb (Biosciences®). Canaletas 1- 5: colônias de bactérias recuperadas e testadas pela PCR. Canaleta 6: controle negativo do PCR.

Dia 0 Dia 1 Dia 7 Dia 14 Dia 30101

102

103

104

105

106

107

108

109

106CFU/camundongo107CFU/camundongo108CFU/camundongo

CFU

/baç

o

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

39

5.4 A imunização com mc2-CMX em dois momentos induz melhor resposta imune

humoral específica para CMX que a BCG.

Para analisar a capacidade imunogênica da vacina mc2-CMX, camundongos

BALB/c foram imunizados em dois momentos com intervalo de 15 dias. Como

controles foram utilizados camundongos imunizados com salina ou BCG Moreau. Após

15 dias da ultima imunização o sangue de todos os camundongos foi coletado para

realização de ELISA. Como evidenciado na figura 8 (A e B) camundongos imunizados

com a vacina mc2-CMX em dois momentos, apresentaram maiores níveis de anticorpos

anti-CMX, tanto da classe IgG1 quanto IgG2a, quando comparado com os grupos

controles. Trinta dias após a ultima imunização, os camundongos foram desafiados com

Mtb, e depois de trinta dias de infecção o sangue de todos os animais foi coletado

novamente e os níveis de anticorpos anti-CMX determinados. Como evidenciado na

figura 8 (A e B) os níveis de anticorpos tanto da classe IgG1 quanto IgG2a foram

significativamente maiores nos camundongos imunizados com vacina mc2-CMX que

nos animais do grupo salina e BCG após desafio com Mtb (Figura 8 A e B). Estes

resultados mostram que a vacina mc2-CMX induziu uma resposta imune humoral

específica e esta se manteve após o desafio, sendo mais imunogênica que a BCG.

Figura 9. Resposta imune humoral específica induzida pelas vacinas salina, BCG e mc2-CMX em camundongos BALB/c antes e após o desafio com Mtb. (A) Níveis séricos de anticorpos da classe IgG1 anti-CMX antes e após o desafio com Mtb. (B) Níveis séricos de anticorpos da classe IgG2a anti-CMX antes e após o desafio com Mtb. Camundongos foram distribuídos em três grupos: salina, BCG e mc2-CMX, os quais receberam em dois momentos as seguintes vacinas, salina, 106 UFC de BCG Moreau e 107 UFC de mc2-CMX, respectivamente. *P< 0,05, **P<0,01 ***P<0,001 indica a significante diferença entre os grupos.

5.5 A resposta imune celular frente a infecção com Mtb.

Setenta dias após desafio com Mtb H37Rv, pulmão e o baço dos camundongos

foram coletados para obtenção de células e avaliação da resposta imune celular induzida

frente a infecção. Como observado na figura 9 A, a infecção por Mtb por si só foi capaz

Não-desafiado Desafiado0

1

2

3

Salina BCG mc2-CMX

*

****

IgG

1 (4

92 η

m)

Não-desafiado Desafiado0.0

0.5

1.0

Salina BCG mc2-CMX

*****

IgG

2a (4

92 η

m)

A B

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

40

de induzir uma maior migração de linfócitos T CD4 para o pulmão, tanto nos

camundongos imunizados quanto no grupo infecção (Salina+Mtb) quando comparados

grupo não desafiado. Contudo, não houve diferença significativa entre os grupos

desafiados. O mesmo foi observado no baço, aonde houve proliferação linfocítica

significativa em todos os grupos desafiados com Mtb, em comparação ao grupo não

desafiado (Figura 9 B).

Figura 10. Total de linfócitos T CD4 no pulmão e baço dos camundongos. Camundongos foram imunizados e após trinta dias da última imunização, foram desafiados com Mtb. Setenta dias depois do desafio, pulmão e baço foram coletados para realização da citometria de fluxo. As células foram cultivadas ex vivo sem estímulo, por 4 h a 37°C. Na (A) quantidade de linfócitos T CD4 totais no pulmão e na (B) baço. *P< 0,05, **P<0,01 ***P<0,001 indica a significante diferença entre os grupos.

A produção de citocinas efetoras pelos linfócitos T CD4 é um fator importante no

controle da infecção pelo Mtb, principalmente quando estas são características de uma

resposta do tipo Th1 como IFN-γ, TNF-α e IL-2. Deste modo, avaliamos o perfil de

citocinas produzidas pelas células T CD4 obtidas do pulmão de camundongos

imunizados com suas respectivas vacinas, desafiados com Mtb, tendo como controle um

grupo de camundongos imunizados com salina sem desafio. Como observado na figura

10 A, camundongos imunizados com vacina mc2-CMX apresentaram uma porcentagem

significativamente maior de células produtoras de IFN-γ, quando comparado com os

grupos imunizados com Salina e BCG Moreau, todavia não houve diferença

significativa quando comparado o grupo BCG+Mtb com o grupo infecção

(Salina+Mtb). A porcentagem de células produtoras de TNF-α foi também

significativamente maior no grupo imunizado com vacina mc2-CMX quando comparada

com o grupo BCG, (Figura 10 B), porém este aumento não foi significativo quando

comparado o grupo mc2-CMX+Mtb com os grupos que receberam salina (Salina e

Salina+Mtb). Como mostrado na figura 10 C, camundongos desafiados com o Mtb,

apresentaram porcentagens significativas de células produtoras de IL-2, quando

comparado com o grupo não desafiado. Todavia somente os camundongos imunizados

Salina Salina+Mtb BCG+Mtb mc2-CMX+Mtb0.0

0.5

1.0

1.5

Pulmão

Tot

al d

e Li

nfóc

itos

TC

D4+

(x10

8 )

****

*

Salina Salina+Mtb BCG+Mtb mc2-CMX+Mtb0

2

4

6

8

10

***

****

Baço

Tot

al d

e Li

nfóc

itos

TC

D4+

(x10

8 )

A B

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

41

com a vacina mc2-CMX apresentaram porcentagens significativas, quando comparadas

com o grupo infecção (Salina+Mtb).

Figura 11. Porcentagem de linfócitos T CD4 produtores de citocinas pró-inflamatórias no pulmão de camundongos. Camundongos foram imunizados e após trinta dias da última imunização, foram desafiados com Mtb. Setenta dias depois do desafio, o pulmão foi coletado para realização da citometria de fluxo. As células foram cultivadas ex vivo sem estímulo, por 4 h a 37°C. (A) produção de IFN-γ por células T CD4, (B) produção de TNF-α por células T CD4 e (C) produção de IL-2 por células T CD4. Comparação entre os grupos pelo teste t, *P< 0,05, **P<0,01 indica a significante diferença entre os grupos.

5.6 Redução das lesões pulmonares induzidas pela infecção com Mycobacterium

tuberculosis pelas vacinas mc2-CMX e a BCG.

Após setenta dias de infecção foi avaliado a eficácia da resposta imune

específica induzida pelas vacinas no controle da infecção. O pulmão de todos os

camundongos foram coletados e as lesões induzidas pelo desafio foram determinadas.

No grupo infecção (Salina+Mtb), o desafio intravenoso com Mtb induziu inflamação

pulmonar grave e difusa, acompanhada de grandes aglomerados inflamatórios de

linfócitos (seta preta) e macrófagos espumosos (seta verde) (Figura 11 B). Quando

observado os pulmões dos camundongos imunizados com as vacinas BCG Moreau e

mc2-CMX, estes apresentaram uma significante redução da lesão pulmonar, com poucos

focos inflamatórios (seta preta), em comparação ao grupo infecção (Figura 11 C e D).

Ao determinar o escore de lesão (figura 12) foi observado um número

significativamente maior de lesões no grupo infeção em comparação aos grupos

imunizados com as vacinas BCG e mc2-CMX, mas ao comparar esses dois últimos

grupos não houve diferença . A resposta induzida pelas vacinas BCG Moreau e mc2-

Salina Salina+Mtb BCG+Mtb mc2-CMX+Mtb0

5

10

15

20

25

*

**

*

% c

élul

as T

CD

4+/IF

N-γ

+

**

Salina Salina+Mtb BCG+Mtb mc2-CMX+Mtb0

5

10

15

*

***

% c

élul

as T

CD

4+/IL

-2+

**

Salina Salina+Mtb BCG+Mtb mc2-CMX+Mtb0.0

0.5

1.0

1.5 **

*

*

% c

élul

as T

CD

4+/T

NF-α+

A B

C

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

42

CMX foi capaz de conservar a arquitetura pulmonar (seta azul), sendo estas efetivas no

controle da infecção.

Figura 12. A imunização com mc2-CMX induziu menor lesão pulmonar similar a de camundongos imunizados com a BCG. Análise histopatológica do pulmão de camundongos BALB/c após setenta dias de infecção por Mtb H37Rv, na objetiva de 10x. (A) Camundongo Salina não infectado. (B) Camundongo infectado (Salina+Mtb) com uma significante inflamação pulmonar grave e difusa, acompanhada de grandes aglomerados inflamatórios de linfócitos (seta preta) e macrófagos espumosos (seta verde). (C) Camundongo imunizado com BCG e infectado apresentando uma significante redução da lesão pulmonar com poucos focos inflamatórios (seta preta), em comparação ao grupo infecção (Salina+Mtb). (D) Camundongo imunizado com mc2-CMX e infectado apresentando uma redução da lesão pulmonar similar ao camundongo imunizado com BCG.

Figura 13. Comparação do score de lesão pulmonar entre os grupos de camundongos desafiados com M. tuberculosis. Após setenta dias de infecção o pulmão de todos os camundongos foi coletado para realização da análise histológica determinando os score de lesão com base no número de focos inflamatórios, lesões, macrófagos espumosos, células inflamatórias e presença de necrose. ***P<0,001 indica diferença significante entre os grupos.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

43

5.7 Redução da carga bacilar no pulmão de camundongos imunizados com as

vacinas mc2-CMX e BCG.

Após setenta dias de infecção camundongos desafiados com Mtb foram

eutanasiados para coleta dos lobos pulmonares direitos superior e mediano, os quais

foram homogeneizados e plaqueados em meio Middlebrook 7H11 suplementado com

OADC, para determinação da carga bacilar a partir da contagem de UFC. Como

observado na figura 13, camundongos imunizados com vacinas BCG e mc2-CMX,

apresentaram uma significante redução da carga bacilar no pulmão, quando comparado

com o grupo infecção (Salina+Mtb). A resposta induzida pelas vacinas BCG e mc2-

CMX foi efetiva no controle da infeção por Mtb, sendo essa protetora.

Figura 14. Resposta imune induzida pela a imunização com mc2-CMX é efetiva no controle da

infecção por Mtb. Com setenta dias de infecção os camundongos desafiados com Mtb foram

eutanasiados para coleta dos lobos pulmonares direitos superior e mediano, os quais foram

homogeneizados e plaqueados em meio Middlebrook 7H11 suplementado com OADC para determinação

da carga bacilar, a partir da contagem de UFC. Comparação entre os grupos pelo teste t, *P< 0,05, indica

a significante diferença entre os grupos.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

44

DISCUSSÃO 6

Há séculos a tuberculose vem sendo um problema de saúde pública mundial.

Mesmo após o surgimento da vacina BCG, em 1921, o controle da tuberculose continua

a passos lentos. Diante deste cenário, medidas que possam auxiliar no controle desta

doença são necessárias, tais como o desenvolvimento de novas vacinas, que possam

substituir ou melhorar a resposta imune induzida pela vacina BCG (CHECKLEY et al.,

2011). Neste estudo desenvolvemos a vacina recombinante mc2-CMX, a partir da

transformação da cepa M. smegmatis mc2 155 com o plasmídeo contendo a sequência

codificadora da proteína de fusão CMX (Ag85C-MPT51-HspX) (DE SOUSA et al.,

2012). A vacinação de camundongos BALB/c com mc2-CMX foi capaz de induzir a

produção de anticorpos específicos para a proteína CMX. Além disso, esses

camundongos, quando infectados por Mtb, apresentaram significativa redução da lesão

pulmonar e carga bacilar, similar aos camundongos imunizados com a BCG Moreau.

Como já descrito na literatura, a proteína CMX é imunogênica em camundongos

e antigênica em humanos, características que a qualifica como um bom antígeno para o

desenvolvimento de uma nova vacina contra tuberculose (DE SOUSA et al., 2012). No

entanto, para induzir uma resposta a um determinado patógeno é necessário apresentar

este antígeno às células do sistema imune, e a melhor forma de o apresentar é utilizando

um vetor que possua características constitucionais similares ao patógeno. O M.

smegmatis tem características únicas que permitem a boa apresentação de antígenos

recombinantes à células apresentadoras de antígenos, tais como a não inibição da

maturação do fagossoma. Em nossos estudos, a transformação de Mycobacterium

smegmatis mc2 155 com o plasmídeo pLA71-CMX gerou a vacina recombinante mc2-

CMX, o qual expressou eficientemente a proteína CMX. Camundongos BALB/c

imunizados com a vacina mc2-CMX apresentaram resposta imune humoral específica

para CMX similar a resultados obtidos por de Sousa et. al., (2012), com a proteína de

fusão, mostrando que o mc2-CMX foi um bom vetor vacinal, mantendo a

imunogenicidade do antígeno recombinante (figuras 4 e 5). Vários outros estudos

realizados com o vetor M. smegmatis têm demonstrado a habilidade deste vetor em

expressar proteínas recombinantes e induzir resposta imune específica como observado

por exemplo no estudo realizado por Zhang et al., (2010). Neste estudo, observou-se

que a vacinação de camundongos com o M. smegmatis expressando uma proteína de

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

45

fusão ESAT6-CFP10, induziu uma melhor imunidade humoral e celular que a

vacinação com BCG. Em outro estudo, realizado por Yi et al., (2007), notou-se que a

imunização de camundongos BALB/c com M. smegmatis pZ607 recombinante,

transportando IL-12/GLS, induziu uma eficiente resposta imune protetora Th1 com alta

produção de IFN-γ e IL-12, similar à vacinação com BCG. Estes resultados em conjunto

com os obtidos neste trabalho, demostram que o vetor M. smegmatis é um ótimo

carreador de proteínas capaz de induzir em camundongos resposta imune específica

para estas proteínas.

A determinação de um protocolo de imunização é importante para avaliação de

uma vacina. Em nossos estudos observamos que a imunização com uma única dose de

mc2-CMX não induziu significante resposta imune humoral, mesmo na dose 108

UFC/animal (Figura 5), a qual induziu lesão no local da imunização (dados não

mostrados). Quando imunizamos os camundongos com 107 UFC/animal em dois

momentos, com intervalo de 15 dias, observamos um aumento significativo da resposta

induzida. Dessa maneira, este protocolo foi o escolhido para avaliação da vacina mc2-

CMX (figura 8). Zhao et al. (2012), obtiveram resultados similares quando imunizaram

camundongos BALB/c com M. smegmatis recombinante expressando a proteína de

fusão HBHA-hIL12, observando que a imunização com uma única dose do

recombinante não era suficiente para induzir resposta imune protetora desejada em

camundongos, sugerindo a imunização em dois momentos com intervalos de duas

semanas como esquema de imunização ideal. Possivelmente, a necessidade de uma dose

reforço, pode estar relacionada à persistência de M. smegmatis mc2 155 in vivo. Em

nosso estudo observamos que a persistência do mc2-CMX em camundongos BALB/c

imunizados com uma única dose 108, foi de sete dias (Figura 6), sendo então necessário

um reforço para recuperar as células do sistema imune induzidas inicialmente. Pelosi et

al., (2012), observaram in vitro que após 48hs de infecção por M. smegmatis em

macrófagos J774A, a infecção era resolvida, mostrando o que já estava postulado na

literatura: a suscetibilidade de M. smegmatis aos mecanismos microbicidas dos

macrófagos, fator que favorece à apresentação de antígenos beneficiando a indução de

uma resposta Th1. Todavia, com esse rápido processamento e apresentação de M.

smegmatis, diminui a persistência do antígeno dentro da APC dificultando a geração de

uma resposta imune de memória, sendo necessário uma dose reforço para recuperar as

células ativadas incialmente (KUEHNEL et al., 2001; ANES et al., 2006).

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

46

Apesar de ser determinante no controle de infecções, como por Leishmania

major (WOELBING et al., 2006), o papel dos anticorpos na resposta imune contra

tuberculose, não está claro. Todavia, estudos têm mostrado a importância das células B

na geração de uma resposta imune protetora contra a infecção por Mtb (MAGLIONE et

al., 2007; MAGLIONE et al., 2009). Torrado et al., (2013), observaram que

camundongos deficientes na maturação de anticorpos são mais susceptíveis à infecção

por Mtb, porém não determinaram o papel do anticorpos, pois ao injetar soro de

camundongo normal não houve controle da infecção. Todavia, foi observada uma alta

produção de IL-10 pelos camundongos deficientes, o que resultou numa maior

susceptibilidade à infecção. Isso mostra que a indução de uma resposta humoral é

importante no desenvolvimento de uma resposta imune protetora, pois esta pode não ser

efetiva no controle da infecção, mas sim na modulação da resposta a ser desenvolvida,

auxiliando na proliferação, diferenciação e sobrevivência de células T e até modulando

a ativação dos macrófagos (ABEBE et al., 2009; TORRADO et al., 2013).

Em nossos estudos a vacina mc2-CMX foi capaz de induzir níveis significativos

de anticorpos da classe IgG1 e IgG2a, específicos para a proteína CMX (figura 8). O

mesmo foi observado por de Sousa et al., 2012, ao imunizar camundongos BALB/c com

a proteína CMX. Além disso, observamos que mesmo contendo os antígenos presentes

na proteína CMX, a vacina BCG não induziu níveis significativos de anticorpos contra

ela. Possivelmente, a baixa resposta observada nos camundongos imunizados com a

BCG é devido à menor expressão da HspX pela bactéria, pois vários estudos têm

mostrado, tanto em humanos quanto em camundongos, que a BCG não induz uma

resposta imune específica contra a proteína (GELUK et al., 2007; SHI et al., 2010;

SPRATT et al., 2010). Foi demonstrado também por de Sousa et al., (2012), que grande

parte da resposta imune humoral induzida pela CMX, em camundongos, era específica

para o antígeno HspX.

As células T CD4 possuem um papel muito importante na controle da infecção

por Mtb, pois estas secretam citocinas do tipo Th1, como IFN-γ e TNF-α, ativadoras de

macrófagos (COOPER, 2009; BOLD et al., 2012). Diante disso, a migração destas

células para o local da infecção, principalmente para o pulmão, é importante no

desenvolvimento de uma resposta imune protetora, pois a secreção de citocinas como

IFN-γ, pode induzir em macrófagos ações microbicidas como a produção dos reativos

intermediários do oxigênio e nitrogênio e também, induzir a autofagia (FLYNN et al.,

1993; SAUNDERS et al., 2002; GUTIERREZ et al., 2004; OTTENHOFF et al., 2012;

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

47

PHILIPS et al., 2012; SHALER et al., 2012). Outro mecanismo de proteção exercido

pelas células T CD4 é auxiliar no desenvolvimento do granuloma, através da produção

de TNF-α (KINDLER et al., 1989; FLYNN et al., 1995; RAMAKRISHNAN, 2012).

Neste estudo foi observada uma migração de linfócitos T CD4 para o pulmão em

todos os grupos desafiados com Mtb, mostrando que a infecção por si só foi capaz de

induzir a migração destas células (Figura 9). Todavia, quando avaliamos o perfil de

citocinas Th1 produzidas por estas células no pulmão, observamos que a produção de

IFN-γ e TNF-α, foi maior no grupo de camundongos imunizados com a vacina mc2-

CMX, sendo significativa quando comparada ao grupo imunizado com a BCG (Figura

10 A e B). Resultados similares foram obtidos no estudo realizado por Zhang et al.,

2010, cuja produção de IFN-γ pelas células T CD4 foi maior no grupo de camundongos

que foram imunizados com o M. smegmatis expressando a proteína de fusão ESAT6-

CFP10 em comparação ao grupo BCG.

A resposta imune que se tem por objetivo a ser induzida por uma vacina, a qual

possa substituir ou melhorar a BCG, não é uma resposta imune melhor que a BCG, mas

sim balanceada, cujos mecanismos de defesa do hospedeiro sejam otimizados e as

lesões inflamatórias reduzidas, resultando no controle da infecção e manutenção da

arquitetura do órgão infectado (OTTENHOFF, 2012a).

Diversos estudos têm demonstrado que a proteção induzida pela vacina BCG

não é totalmente dependente de IFN-γ, pois ao infectar camundongos vacinados com

BCG deficientes de IFN-γ, estes apresentaram um maior controle da infecção do que

camundongos depletados de células T CD4, mostrando que o controle da infecção por

Mtb pode ser realizado por outros mecanismos dos linfócitos T CD4 não dependentes

de IFN-γ, ou por outras células como as NK (COWLEY et al., 2003; MITTRUCKER et

al., 2007; ABEBE, 2012). Em nossos estudos observamos este fenômeno, pois mesmo

não induzindo uma produção significativa de citocinas como IFN-γ em comparação ao

grupo infecção (Figura 10 A), camundongos imunizados com a vacina BCG

apresentaram uma significante redução da lesão pulmonar, similar aos camundongos

imunizados com a vacina mc2-CMX (Figura 11 C e D), os quais apresentaram

porcentagens significativas de produção de citocinas do tipo Th1 (Figura 10 A e B). O

mesmo foi observado ao avaliarmos a carga bacilar, pois camundongos imunizados com

BCG apresentaram uma significante redução da carga bacilar em comparação ao grupo

infecção, similar ao grupo imunizado com a com a vacina mc2-CMX (Figura 13).

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

48

Possivelmente, a resposta imune induzida pela nossa vacina é dependente de IFN-γ,

diferente da vacina BCG. A produção de IFN-γ pelas células T CD4 é essencial no

controle da infecção por Mtb, todavia esta produção não deve ser o único marcador de

proteção a ser determinado numa vacina candidata contra a tuberculose (ABEBE,

2012).

Ao observarmos os pulmões dos camundongos do grupo infecção, os quais

apresentaram porcentagens significativas de citocinas Th1, observamos acentuada lesão

tecidual acompanhada de aglomerados inflamatórios linfocíticos e macrofágicos,

mostrando que não houve um controle da infecção (Figura 11 B e 12). Isto se confirmou

ao determinamos carga bacilar no pulmão destes camundongos (figura 13), o quais

apresentaram uma maior carga bacilar em comparação aos grupos vacinados.

Provavelmente este fenômeno observado está relacionado ao fato de que uma resposta

imune protetora não se resume à produção de citocinas Th1, mas sim ao balanceamento

da resposta imune como um todo (WALZL et al., 2011). Torrado et al., 2013

observaram e demonstraram em seus estudos, a necessidade de uma resposta imune

balanceada para controle da infecção por Mtb. Em seus estudos, camundongos

deficientes na maturação de anticorpos apresentaram uma maior suscetibilidade ao Mtb

em relação aos camundongos controles, embora estes apresentassem porcentagens

similares de produção de citocinas Th1 e ativação de macrófagos. Interessantemente, ao

avaliar o perfil de citocinas Th2 como a IL-10, observou-se uma maior porcentagem

destas citocinas em relação aos controles. E ao determinar o perfil de ativação

microbicida dos macrófagos, notou-se uma produção reduzida de iNOS nestes

camundongos, sendo este o possível motivo de maior suscetibilidade. Possivelmente em

nossos estudos, os camundongos do grupo infecção juntamente com a elevada reposta

Th1 este apresentaram também uma resposta mais Th2, com maior produção de IL-10,

que pode ter regulado negativamente a resposta Th1, resultando na redução da produção

de iNOS pelos macrófagos, o que culminou em uma maior suscetibilidade a infecção e

o não controle da mesma observado.

O esquema de imunização primer-boost é uma alternativa na adição de

propriedades imunogênicas a vacina BCG. A vacina mc2-CMX mostrou neste trabalho,

sua capacidade de induzir em camundongos BALB/c uma resposta imune diferenciada e

efetiva no controle da infecção, que poderia aumentar o efeito protetor da BCG se

administrada em esquema de primer-boost. A vacina mc2-CMX apresenta

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

49

características significantes que a qualificam como uma boa candidata à vacina contra a

tuberculose.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

50

CONCLUSÕES 7

A transformação do M. smegmatis mc2-155 com os plasmídeos pLA71/CMX,

pLA73/CMX e pMIP12/CMX foram bem sucedidas.

Somente o recombinante obtido com a transformação com o plasmídeo

pLA71/CMX expressou a proteína CMX.

O plasmídeo pLA71/CMX foi mantido pelo M. smegmatis in vitro e in vivo sem

a pressão seletiva do antibiótico.

A vacina mc2–CMX foi recuperada de camundongos em até 8 dias.

A vacina mc2–CMX recuperada dos animais permaneceu com o plasmídio

pLA71/CMX.

A vacina mc2-CMX induziu uma resposta imune humoral específica para a

proteína CMX em camundongos BALB/c, antes e após o desafio com Mtb.

A imunização de camundongos BALB/c com a vacina mc2-CMX foi capaz de

induzir em camundongos BALB/c uma significante resposta imune celular, a qual foi

efetiva na redução da lesão pulmonar induzida pelo desafio com Mtb similar à vacina

BCG.

A resposta imune induzida pela vacinação com a mc2-CMX foi efetiva no

controle da infecção, reduzindo de forma significativa a carga bacilar no pulmão quando

comparado com o grupo infecção, portanto está resposta é protetora.

A vacina mc2-CMX apresenta características significantes que a qualificam

como uma boa candidata à vacina contra a tuberculose, sendo necessários ainda, estudos

mais aprofundados, tais como a avaliação desta vacina em esquemas vacinais como

primer-boost e também o entendimento dos mecanismos imunes pelos quais ela induz

esta resposta observada.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

51

REFERÊNCIAS 8

ABBAS, A. K., LICHTMAN, A. H. . Imunologia Celular e Molecular. Elsevier, v. 5

ed., 2006.

ABEBE, F. Is interferon-gamma the right marker for bacille Calmette-Guerin-induced

immune protection? The missing link in our understanding of tuberculosis immunology.

Clin Exp Immunol, v. 169, n. 3, p. 213-9, Sep, 2012.

ABEBE, F.; BJUNE, G. The protective role of antibody responses during

Mycobacterium tuberculosis infection. Clin Exp Immunol, v. 157, n. 2, p. 235-43,

Aug, 2009.

ADEREM, A.; UNDERHILL, D. M. Mechanisms of phagocytosis in macrophages.

Annu Rev Immunol, v. 17, p. 593-623, 1999. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10358769%3E.

ADLER, H.; STRAUB, C.; FREI, R. Comparison of BacT/ALERT 3D, Lowenstein-

Jensen medium and Middlebrook 7H10/7H11 biplate for recovering mycobacteria from

clinical specimens. Eur J Clin Microbiol Infect Dis, v. 24, n. 7, p. 499-500, Jul, 2005.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15986232%3E.

ANDERSEN, P.; DOHERTY, T. M. The success and failure of BCG - implications for

a novel tuberculosis vaccine. Nat Rev Microbiol, v. 3, n. 8, p. 656-62, Aug, 2005.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16012514%3E.

ANES, E.; PEYRON, P.; STAALI, L.; JORDAO, L.; GUTIERREZ, M. G.; KRESS, H.;

HAGEDORN, M.; MARIDONNEAU-PARINI, I.; SKINNER, M. A.; WILDEMAN, A.

G.; KALAMIDAS, S. A.; KUEHNEL, M.; GRIFFITHS, G. Dynamic life and death

interactions between Mycobacterium smegmatis and J774 macrophages. Cell

Microbiol, v. 8, n. 6, p. 939-60, Jun, 2006.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

52

ARAUJO-FILHO, J. A.; VASCONCELOS, A. C., JR.; MARTINS DE SOUSA, E.;

KIPNIS, A.; RIBEIRO, E.; JUNQUEIRA-KIPNIS, A. P. Cellular responses to MPT-51,

GlcB and ESAT-6 among MDR-TB and active tuberculosis patients in Brazil.

Tuberculosis (Edinb), v. 88, n. 5, p. 474-81, Sep, 2008. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18676203%3E.

AREND, S. M.; ANDERSEN, P.; VAN MEIJGAARDEN, K. E.; SKJOT, R. L.;

SUBRONTO, Y. W.; VAN DISSEL, J. T.; OTTENHOFF, T. H. Detection of active

tuberculosis infection by T cell responses to early-secreted antigenic target 6-kDa

protein and culture filtrate protein 10. J Infect Dis, v. 181, n. 5, p. 1850-4, May, 2000.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10823800%3E.

BARRETO, M. L.; PEREIRA, S. M.; FERREIRA, A. A. BCG vaccine: efficacy and

indications for vaccination and revaccination. J Pediatr (Rio J), v. 82, n. 3 Suppl, p.

S45-54, Jul, 2006. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16826312%3E.

BELTAN, E.; HORGEN, L.; RASTOGI, N. Secretion of cytokines by human

macrophages upon infection by pathogenic and non-pathogenic mycobacteria. Microb

Pathog, v. 28, n. 5, p. 313-8, May, 2000.

BENEDEK, T. G. The history of gold therapy for tuberculosis. J Hist Med Allied Sci,

v. 59, n. 1, p. 50-89, Jan, 2004. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15011812%3E.

BIGNALL. TREATMENT of pulmonary tuberculosis with streptomycin and para-

aminosalicylic acid; a Medical Research Council investigation. Br Med J, v. 2, n. 4688,

p. 1073-85, Nov 11, 1950. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14772553%3E.

BOEHM, U.; KLAMP, T.; GROOT, M.; HOWARD, J. C. Cellular responses to

interferon-gamma. Annu Rev Immunol, v. 15, p. 749-95, 1997. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9143706%3E.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

53

BOESEN, H.; JENSEN, B. N.; WILCKE, T.; ANDERSEN, P. Human T-cell responses

to secreted antigen fractions of Mycobacterium tuberculosis. Infect Immun, v. 63, n. 4,

p. 1491-7, Apr, 1995. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7890415%3E.

BOLD, T. D.; ERNST, J. D. CD4+ T cell-dependent IFN-gamma production by CD8+

effector T cells in Mycobacterium tuberculosis infection. J Immunol, v. 189, n. 5, p.

2530-6, Sep 1, 2012. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22837486%3E.

BOSHOFF, H. I.; BARRY, C. E., 3RD. Tuberculosis - metabolism and respiration in

the absence of growth. Nat Rev Microbiol, v. 3, n. 1, p. 70-80, Jan, 2005. Disponível

em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15608701%3E.

BRANDT, L.; SKEIKY, Y. A.; ALDERSON, M. R.; LOBET, Y.; DALEMANS, W.;

TURNER, O. C.; BASARABA, R. J.; IZZO, A. A.; LASCO, T. M.; CHAPMAN, P. L.;

REED, S. G.; ORME, I. M. The protective effect of the Mycobacterium bovis BCG

vaccine is increased by coadministration with the Mycobacterium tuberculosis 72-

kilodalton fusion polyprotein Mtb72F in M. tuberculosis-infected guinea pigs. Infect

Immun, v. 72, n. 11, p. 6622-32, Nov, 2004.

BRENNAN, P. J. Structure, function, and biogenesis of the cell wall of Mycobacterium

tuberculosis. Tuberculosis (Edinb), v. 83, n. 1-3, p. 91-7, 2003. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12758196%3E.

BRENNAN, P. J.; NIKAIDO, H. The envelope of mycobacteria. Annu Rev Biochem,

v. 64, p. 29-63, 1995. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7574484%3E.

BROWN, R. M.; CRUZ, O.; BRENNAN, M.; GENNARO, M. L.; SCHLESINGER, L.;

SKEIKY, Y. A.; HOFT, D. F. Lipoarabinomannan-reactive human secretory

immunoglobulin A responses induced by mucosal bacille Calmette-Guerin vaccination.

J Infect Dis, v. 187, n. 3, p. 513-7, Feb 1, 2003.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

54

CAMPOS, H. S. Tuberculosis: etiopathogenesis and clinical presentations. Pulmão RJ,

v. 15, p. 29-35, 2006.

CAMPOS, H. S. Tuberculosis treatment. Pulmão RJ, v. 16, p. 21-31, 2007.

CARUSO, A. M.; SERBINA, N.; KLEIN, E.; TRIEBOLD, K.; BLOOM, B. R.;

FLYNN, J. L. Mice deficient in CD4 T cells have only transiently diminished levels of

IFN-gamma, yet succumb to tuberculosis. J Immunol, v. 162, n. 9, p. 5407-16, May 1,

1999.

CAVALCANTI, Y. V.; PEREIRA, V. R.; REIS, L. C.; RAMOS, A. L.; LUNA, C. F.;

NASCIMENTO, E. J.; LUCENA-SILVA, N. Evaluation of memory immune response

to mycobacterium extract among household contact of tuberculosis cases. J Clin Lab

Anal, v. 23, n. 1, p. 57-62, 2009. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19140213%3E.

CAYABYAB, M. J.; HOVAV, A. H.; HSU, T.; KRIVULKA, G. R.; LIFTON, M. A.;

GORGONE, D. A.; FENNELLY, G. J.; HAYNES, B. F.; JACOBS, W. R., JR.;

LETVIN, N. L. Generation of CD8+ T-cell responses by a recombinant nonpathogenic

Mycobacterium smegmatis vaccine vector expressing human immunodeficiency virus

type 1 Env. J Virol, v. 80, n. 4, p. 1645-52, Feb, 2006. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16439521%3E.

CHAMBERS, M. A.; GAVIER-WIDEN, D.; HEWINSON, R. G. Antibody bound to

the surface antigen MPB83 of Mycobacterium bovis enhances survival against high

dose and low dose challenge. FEMS Immunol Med Microbiol, v. 41, n. 2, p. 93-100,

Jun 1, 2004.

CHAN, J.; TANAKA, K.; CARROLL, D.; FLYNN, J.; BLOOM, B. R. Effects of nitric

oxide synthase inhibitors on murine infection with Mycobacterium tuberculosis. Infect

Immun, v. 63, n. 2, p. 736-40, Feb, 1995.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

55

CHAN, J.; XING, Y.; MAGLIOZZO, R. S.; BLOOM, B. R. Killing of virulent

Mycobacterium tuberculosis by reactive nitrogen intermediates produced by activated

murine macrophages. J Exp Med, v. 175, n. 4, p. 1111-22, Apr 1, 1992.

CHECKLEY, A. M.; MCSHANE, H. Tuberculosis vaccines: progress and challenges.

Trends Pharmacol Sci, v. 32, n. 10, p. 601-6, Oct, 2011. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21803435%3E.

COLLINS, H. L.; KAUFMANN, S. H. The many faces of host responses to

tuberculosis. Immunology, v. 103, n. 1, p. 1-9, May, 2001. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11380686%3E.

COMSTOCK, G. W. The International Tuberculosis Campaign: a pioneering venture in

mass vaccination and research. Clin Infect Dis, v. 19, n. 3, p. 528-40, Sep, 1994.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7811874%3E.

COOPER, A. M. Cell-mediated immune responses in tuberculosis. Annu Rev

Immunol, v. 27, p. 393-422, 2009. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19302046%3E.

COOPER, A. M.; TORRADO, E. Protection versus pathology in tuberculosis: recent

insights. Curr Opin Immunol, v. 24, n. 4, p. 431-7, Aug, 2012. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22613092%3E.

COSTA, D. C. Comentários sobre a tendência secular da tuberculose. Cad. Saúde

Pública [online]. v. vol.4, n.4., n. ISSN 0102-311X., p. pp. 398-406., 1988.

COWLEY, S. C.; ELKINS, K. L. CD4+ T cells mediate IFN-gamma-independent

control of Mycobacterium tuberculosis infection both in vitro and in vivo. J Immunol,

v. 171, n. 9, p. 4689-99, Nov 1, 2003.

CRUMP, J. A.; TANNER, D. C.; MIRRETT, S.; MCKNIGHT, C. M.; RELLER, L. B.

Controlled comparison of BACTEC 13A, MYCO/F LYTIC, BacT/ALERT MB, and

ISOLATOR 10 systems for detection of mycobacteremia. J Clin Microbiol, v. 41, n. 5,

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

56

p. 1987-90, May, 2003. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12734238%3E.

D'SOUZA, S.; ROSSEELS, V.; ROMANO, M.; TANGHE, A.; DENIS, O.; JURION,

F.; CASTIGLIONE, N.; VANONCKELEN, A.; PALFLIET, K.; HUYGEN, K.

Mapping of murine Th1 helper T-Cell epitopes of mycolyl transferases Ag85A, Ag85B,

and Ag85C from Mycobacterium tuberculosis. Infect Immun, v. 71, n. 1, p. 483-93,

Jan, 2003. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12496199%3E.

DAFFE, M.; DRAPER, P. The envelope layers of mycobacteria with reference to their

pathogenicity. Adv Microb Physiol, v. 39, p. 131-203, 1998. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9328647%3E.

DALMIA, N.; RAMSAY, A. J. Prime-boost approaches to tuberculosis vaccine

development. Expert Rev Vaccines, v. 11, n. 10, p. 1221-33, Oct, 2012.

DANIEL, T. M. Leon Charles Albert Calmette and BCG vaccine. Int J Tuberc Lung

Dis, v. 9, n. 9, p. 944-5, Sep, 2005a. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16158885%3E.

______. Robert Koch and the pathogenesis of tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis, v.

9, n. 11, p. 1181-2, Nov, 2005b. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16333923%3E.

______. The history of tuberculosis. Respir Med, v. 100, n. 11, p. 1862-70, Nov, 2006.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16949809%3E.

DARRAH, P. A.; PATEL, D. T.; DE LUCA, P. M.; LINDSAY, R. W.; DAVEY, D. F.;

FLYNN, B. J.; HOFF, S. T.; ANDERSEN, P.; REED, S. G.; MORRIS, S. L.;

ROEDERER, M.; SEDER, R. A. Multifunctional TH1 cells define a correlate of

vaccine-mediated protection against Leishmania major. Nat Med, v. 13, n. 7, p. 843-50,

Jul, 2007.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

57

DAVIS, J. M.; CLAY, H.; LEWIS, J. L.; GHORI, N.; HERBOMEL, P.;

RAMAKRISHNAN, L. Real-time visualization of mycobacterium-macrophage

interactions leading to initiation of granuloma formation in zebrafish embryos.

Immunity, v. 17, n. 6, p. 693-702, Dec, 2002.

DAVIS, J. M.; RAMAKRISHNAN, L. The role of the granuloma in expansion and

dissemination of early tuberculous infection. Cell, v. 136, n. 1, p. 37-49, Jan 9, 2009.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19135887%3E.

DE ARAUJO-FILHO, J. A.; VASCONCELOS, A. C., JR.; MARTINS DE SOUSA, E.;

KIPNIS, A.; RIBEIRO, E.; JUNQUEIRA-KIPNIS, A. P. Cellular responses to MPT-51,

GlcB and ESAT-6 among MDR-TB and active tuberculosis patients in Brazil.

Tuberculosis (Edinb), v. 88, n. 5, p. 474-81, Sep, 2008. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18676203%3E.

DE SOUSA, E. M.; DA COSTA, A. C.; TRENTINI, M. M.; DE ARAUJO FILHO, J.

A.; KIPNIS, A.; JUNQUEIRA-KIPNIS, A. P. Immunogenicity of a fusion protein

containing immunodominant epitopes of Ag85C, MPT51, and HspX from

Mycobacterium tuberculosis in mice and active TB infection. PLoS One, v. 7, n. 10, p.

e47781, 2012. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23133523%3E.

DE VALLIERE, S.; ABATE, G.; BLAZEVIC, A.; HEUERTZ, R. M.; HOFT, D. F.

Enhancement of innate and cell-mediated immunity by antimycobacterial antibodies.

Infect Immun, v. 73, n. 10, p. 6711-20, Oct, 2005.

DERETIC, V. Autophagy as an immune defense mechanism. Curr Opin Immunol, v.

18, n. 4, p. 375-82, Aug, 2006.

DERETIC, V.; SINGH, S.; MASTER, S.; HARRIS, J.; ROBERTS, E.; KYEI, G.;

DAVIS, A.; DE HARO, S.; NAYLOR, J.; LEE, H. H.; VERGNE, I. Mycobacterium

tuberculosis inhibition of phagolysosome biogenesis and autophagy as a host defence

mechanism. Cell Microbiol, v. 8, n. 5, p. 719-27, May, 2006.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

58

DESEL, C.; DORHOI, A.; BANDERMANN, S.; GRODE, L.; EISELE, B.;

KAUFMANN, S. H. Recombinant BCG DeltaureC hly+ induces superior protection

over parental BCG by stimulating a balanced combination of type 1 and type 17

cytokine responses. J Infect Dis, v. 204, n. 10, p. 1573-84, Nov 15, 2011.

DORHOI, A.; REECE, S. T.; KAUFMANN, S. H. For better or for worse: the immune

response against Mycobacterium tuberculosis balances pathology and protection.

Immunol Rev, v. 240, n. 1, p. 235-51, Mar, 2011.

EGEN, J. G.; ROTHFUCHS, A. G.; FENG, C. G.; WINTER, N.; SHER, A.;

GERMAIN, R. N. Macrophage and T cell dynamics during the development and

disintegration of mycobacterial granulomas. Immunity, v. 28, n. 2, p. 271-84, Feb,

2008. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18261937%3E.

ERNST, J. D. The immunological life cycle of tuberculosis. Nat Rev Immunol, v. 12,

n. 8, p. 581-91, Aug, 2012. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22790178%3E.

ERNST, J. D.; TREVEJO-NUNEZ, G.; BANAIEE, N. Genomics and the evolution,

pathogenesis, and diagnosis of tuberculosis. J Clin Invest, v. 117, n. 7, p. 1738-45, Jul,

2007. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17607348%3E.

FINE, P. E. The BCG story: lessons from the past and implications for the future. Rev

Infect Dis, v. 11 Suppl 2, p. S353-9, Mar-Apr, 1989. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2652252%3E.

______. Variation in protection by BCG: implications of and for heterologous

immunity. Lancet, v. 346, n. 8986, p. 1339-45, Nov 18, 1995. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7475776%3E.

______. BCG: the challenge continues. Scand J Infect Dis, v. 33, n. 4, p. 243-5, 2001.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11345212%3E.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

59

FLYNN, J. L.; CHAN, J.; TRIEBOLD, K. J.; DALTON, D. K.; STEWART, T. A.;

BLOOM, B. R. An essential role for interferon gamma in resistance to Mycobacterium

tuberculosis infection. J Exp Med, v. 178, n. 6, p. 2249-54, Dec 1, 1993. Disponível

em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7504064%3E.

FLYNN, J. L.; GOLDSTEIN, M. M.; CHAN, J.; TRIEBOLD, K. J.; PFEFFER, K.;

LOWENSTEIN, C. J.; SCHREIBER, R.; MAK, T. W.; BLOOM, B. R. Tumor necrosis

factor-alpha is required in the protective immune response against Mycobacterium

tuberculosis in mice. Immunity, v. 2, n. 6, p. 561-72, Jun, 1995.

GALLEGOS, A. M.; PAMER, E. G.; GLICKMAN, M. S. Delayed protection by

ESAT-6-specific effector CD4+ T cells after airborne M. tuberculosis infection. J Exp

Med, v. 205, n. 10, p. 2359-68, Sep 29, 2008.

GELUK, A.; LIN, M. Y.; VAN MEIJGAARDEN, K. E.; LEYTEN, E. M.; FRANKEN,

K. L.; OTTENHOFF, T. H.; KLEIN, M. R. T-cell recognition of the HspX protein of

Mycobacterium tuberculosis correlates with latent M. tuberculosis infection but not with

M. bovis BCG vaccination. Infect Immun, v. 75, n. 6, p. 2914-21, Jun, 2007.

GUTIERREZ, M. G.; MASTER, S. S.; SINGH, S. B.; TAYLOR, G. A.; COLOMBO,

M. I.; DERETIC, V. Autophagy is a defense mechanism inhibiting BCG and

Mycobacterium tuberculosis survival in infected macrophages. Cell, v. 119, n. 6, p.

753-66, Dec 17, 2004.

HANAHAN, D. Studies on transformation of Escherichia coli with plasmids. J Mol

Biol, v. 166, n. 4, p. 557-80, Jun 5, 1983.

HARTH, G.; LEE, B. Y.; WANG, J.; CLEMENS, D. L.; HORWITZ, M. A. Novel

insights into the genetics, biochemistry, and immunocytochemistry of the 30-kilodalton

major extracellular protein of Mycobacterium tuberculosis. Infect Immun, v. 64, n. 8,

p. 3038-47, Aug, 1996.

HERNANDEZ-PANDO, R.; JEYANATHAN, M.; MENGISTU, G.; AGUILAR, D.;

OROZCO, H.; HARBOE, M.; ROOK, G. A.; BJUNE, G. Persistence of DNA from

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

60

Mycobacterium tuberculosis in superficially normal lung tissue during latent infection.

Lancet, v. 356, n. 9248, p. 2133-8, Dec 23-30, 2000. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11191539%3E.

HESSELING, A. C.; MARAIS, B. J.; GIE, R. P.; SCHAAF, H. S.; FINE, P. E.;

GODFREY-FAUSSETT, P.; BEYERS, N. The risk of disseminated Bacille Calmette-

Guerin (BCG) disease in HIV-infected children. Vaccine, v. 25, n. 1, p. 14-8, Jan 2,

2007.

HUYGEN, K. DNA vaccines: application to tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis, v. 2,

n. 12, p. 971-8, Dec, 1998. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9869111%3E.

ISEMAN, M. D. Tuberculosis therapy: past, present and future. Eur Respir J Suppl, v.

36, p. 87s-94s, Jul, 2002. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12168751%3E.

JUNQUEIRA-KIPNIS, A. P.; DE OLIVEIRA, F. M.; TRENTINI, M. M.; TIWARI, S.;

CHEN, B.; RESENDE, D. P.; SILVA, B. D.; CHEN, M.; TESFA, L.; JACOBS, W. R.,

JR.; KIPNIS, A. Prime-Boost with Mycobacterium smegmatis Recombinant Vaccine

Improves Protection in Mice Infected with Mycobacterium tuberculosis. PLoS One, v.

8, n. 11, p. e78639, 2013.

JUNQUEIRA-KIPNIS, A. P.; KIPNIS, A.; JAMIESON, A.; JUARRERO, M. G.;

DIEFENBACH, A.; RAULET, D. H.; TURNER, J.; ORME, I. M. NK cells respond to

pulmonary infection with Mycobacterium tuberculosis, but play a minimal role in

protection. J Immunol, v. 171, n. 11, p. 6039-45, Dec 1, 2003.

KASHYAP, R. S.; SAHA, S. M.; NAGDEV, K. J.; KELKAR, S. S.; PUROHIT, H. J.;

TAORI, G. M.; DAGINAWALA, H. F. Diagnostic markers for tuberculosis ascites: a

preliminary study. Biomark Insights, v. 5, p. 87-94, 2010.

KAUFMANN, S. H. How can immunology contribute to the control of tuberculosis?

Nat Rev Immunol, v. 1, n. 1, p. 20-30, Oct, 2001.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

61

______. Protection against tuberculosis: cytokines, T cells, and macrophages. Ann

Rheum Dis, v. 61 Suppl 2, p. ii54-8, Nov, 2002.

______. Recent findings in immunology give tuberculosis vaccines a new boost.

Trends Immunol, v. 26, n. 12, p. 660-7, Dec, 2005. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16246622%3E.

______. Fact and fiction in tuberculosis vaccine research: 10 years later. Lancet Infect

Dis, v. 11, n. 8, p. 633-40, Aug, 2011. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21798463%3E.

KAUFMANN, S. H.; HUSSEY, G.; LAMBERT, P. H. New vaccines for tuberculosis.

Lancet, v. 375, n. 9731, p. 2110-9, Jun 12, 2010. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20488515%3E.

KHADER, S. A.; BELL, G. K.; PEARL, J. E.; FOUNTAIN, J. J.; RANGEL-

MORENO, J.; CILLEY, G. E.; SHEN, F.; EATON, S. M.; GAFFEN, S. L.; SWAIN, S.

L.; LOCKSLEY, R. M.; HAYNES, L.; RANDALL, T. D.; COOPER, A. M. IL-23 and

IL-17 in the establishment of protective pulmonary CD4+ T cell responses after

vaccination and during Mycobacterium tuberculosis challenge. Nat Immunol, v. 8, n. 4,

p. 369-77, Apr, 2007. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17351619%3E.

KINDLER, V.; SAPPINO, A. P.; GRAU, G. E.; PIGUET, P. F.; VASSALLI, P. The

inducing role of tumor necrosis factor in the development of bactericidal granulomas

during BCG infection. Cell, v. 56, n. 5, p. 731-40, Mar 10, 1989.

KITAURA, H.; OHARA, N.; NAITO, M.; KOBAYASHI, K.; YAMADA, T.

Fibronectin-binding proteins secreted by Mycobacterium avium. APMIS, v. 108, n. 9,

p. 558-64, Sep, 2000. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11110042%3E.

KONEMAN. Diagnóstico Microbiológico v. sexta edição, p. 1078-1118, 2008.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

62

KUEHNEL, M. P.; GOETHE, R.; HABERMANN, A.; MUELLER, E.; ROHDE, M.;

GRIFFITHS, G.; VALENTIN-WEIGAND, P. Characterization of the intracellular

survival of Mycobacterium avium ssp. paratuberculosis: phagosomal pH and

fusogenicity in J774 macrophages compared with other mycobacteria. Cell Microbiol,

v. 3, n. 8, p. 551-66, Aug, 2001.

KWAN, C. K.; ERNST, J. D. HIV and tuberculosis: a deadly human syndemic. Clin

Microbiol Rev, v. 24, n. 2, p. 351-76, Apr, 2011. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21482729%3E.

L.J., A.-R.; L., S.; J.T., A.; J.D., S.; JR., L. I.; C., D.; E., H. M. Epidemiological benefits

of more-effective tuberculosis vaccines, drugs, and diagnostics. . Proc Natl Acad Sci

USA v. 106, p. 13980-13985, 2009.

LAWN, S. D.; MYER, L.; EDWARDS, D.; BEKKER, L. G.; WOOD, R. Short-term

and long-term risk of tuberculosis associated with CD4 cell recovery during

antiretroviral therapy in South Africa. AIDS, v. 23, n. 13, p. 1717-25, Aug 24, 2009.

LAWN, S. D.; ZUMLA, A. I. Tuberculosis. Lancet, v. 378, n. 9785, p. 57-72, Jul 2,

2011. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21420161%3E.

LEROUX-ROELS, I.; LEROUX-ROELS, G.; OFORI-ANYINAM, O.; MORIS, P.; DE

KOCK, E.; CLEMENT, F.; DUBOIS, M. C.; KOUTSOUKOS, M.; DEMOITIE, M. A.;

COHEN, J.; BALLOU, W. R. Evaluation of the safety and immunogenicity of two

antigen concentrations of the Mtb72F/AS02(A) candidate tuberculosis vaccine in

purified protein derivative-negative adults. Clin Vaccine Immunol, v. 17, n. 11, p.

1763-71, Nov, 2010.

LEYTEN, E. M.; LIN, M. Y.; FRANKEN, K. L.; FRIGGEN, A. H.; PRINS, C.; VAN

MEIJGAARDEN, K. E.; VOSKUIL, M. I.; WELDINGH, K.; ANDERSEN, P.;

SCHOOLNIK, G. K.; AREND, S. M.; OTTENHOFF, T. H.; KLEIN, M. R. Human T-

cell responses to 25 novel antigens encoded by genes of the dormancy regulon of

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

63

Mycobacterium tuberculosis. Microbes Infect, v. 8, n. 8, p. 2052-60, Jul, 2006.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16931093%3E.

LIGON, B. L. Robert Koch: Nobel laureate and controversial figure in tuberculin

research. Semin Pediatr Infect Dis, v. 13, n. 4, p. 289-99, Oct, 2002.

LIM, E. M.; RAUZIER, J.; TIMM, J.; TORREA, G.; MURRAY, A.; GICQUEL, B.;

PORTNOI, D. Identification of mycobacterium tuberculosis DNA sequences encoding

exported proteins by using phoA gene fusions. J Bacteriol, v. 177, n. 1, p. 59-65, Jan,

1995.

LUCA, S.; MIHAESCU, T. History of BCG Vaccine. Maedica (Buchar), v. 8, n. 1, p.

53-8, Mar, 2013.

MACMICKING, J. D.; NORTH, R. J.; LACOURSE, R.; MUDGETT, J. S.; SHAH, S.

K.; NATHAN, C. F. Identification of nitric oxide synthase as a protective locus against

tuberculosis. Proc Natl Acad Sci U S A, v. 94, n. 10, p. 5243-8, May 13, 1997.

MAGLIONE, P. J.; CHAN, J. How B cells shape the immune response against

Mycobacterium tuberculosis. Eur J Immunol, v. 39, n. 3, p. 676-86, Mar, 2009.

MAGLIONE, P. J.; XU, J.; CHAN, J. B cells moderate inflammatory progression and

enhance bacterial containment upon pulmonary challenge with Mycobacterium

tuberculosis. J Immunol, v. 178, n. 11, p. 7222-34, Jun 1, 2007.

MEYER, J.; MCSHANE, H. The next 10 years for tuberculosis vaccines: do we have

the right plans in place? Expert Rev Vaccines, v. 12, n. 4, p. 443-51, Apr, 2013.

MITTRUCKER, H. W.; STEINHOFF, U.; KOHLER, A.; KRAUSE, M.; LAZAR, D.;

MEX, P.; MIEKLEY, D.; KAUFMANN, S. H. Poor correlation between BCG

vaccination-induced T cell responses and protection against tuberculosis. Proc Natl

Acad Sci U S A, v. 104, n. 30, p. 12434-9, Jul 24, 2007.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

64

MOGUES, T.; GOODRICH, M. E.; RYAN, L.; LACOURSE, R.; NORTH, R. J. The

relative importance of T cell subsets in immunity and immunopathology of airborne

Mycobacterium tuberculosis infection in mice. J Exp Med, v. 193, n. 3, p. 271-80, Feb

5, 2001. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11157048%3E.

MS/SVS, M. D. S. S. D. V. E. S. Botelim Epidemiológico - Especial Tuberculose -

Secretaria de Vigilância Sanitaria - Ministério da Saúde Boletim Epidemiológico, v.

43, 2012.

MS/SVS, M. D. S. S. D. V. E. S. D. A., GISELE O, DRÁURIO B, FÁBIO M,

STEFANO C, PATRÍCIA B. . Informe técnico de Tuberculose julho de 2010. . 2010.

MS/SVS/PNCT, M. D. S. S. D. V. E. S. P. N. D. C. D. T. Manual de recomendações

para o controle da tuberculose no Brasil. . 2010. Disponível em:

<http://www.itarget.com.br/newclients/sppt.org.br/2010/extra/download/manual_de_rec

omendacoes_controle_tb_novo.pdf%3E.

MURRAY, J. F. A century of tuberculosis. American Journal of Respiratory and

Critical Care Medicine, v. 169, p. 1181-1186, 2004.

NAGAI, S.; WIKER, H. G.; HARBOE, M.; KINOMOTO, M. Isolation and partial

characterization of major protein antigens in the culture fluid of Mycobacterium

tuberculosis. Infect Immun, v. 59, n. 1, p. 372-82, Jan, 1991. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1898899%3E.

NICOL, M. P.; WORKMAN, L.; ISAACS, W.; MUNRO, J.; BLACK, F.; ELEY, B.;

BOEHME, C. C.; ZEMANAY, W.; ZAR, H. J. Accuracy of the Xpert MTB/RIF test for

the diagnosis of pulmonary tuberculosis in children admitted to hospital in Cape Town,

South Africa: a descriptive study. Lancet Infect Dis, v. 11, n. 11, p. 819-24, Nov, 2011.

OHARA, N.; OHARA-WADA, N.; KITAURA, H.; NISHIYAMA, T.; MATSUMOTO,

S.; YAMADA, T. Analysis of the genes encoding the antigen 85 complex and MPT51

from Mycobacterium avium. Infect Immun, v. 65, n. 9, p. 3680-5, Sep, 1997.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

65

ORDWAY, D. J.; COSTA, L.; MARTINS, M.; SILVEIRA, H.; AMARAL, L.;

ARROZ, M. J.; VENTURA, F. A.; DOCKRELL, H. M. Increased Interleukin-4

production by CD8 and gammadelta T cells in health-care workers is associated with

the subsequent development of active tuberculosis. J Infect Dis, v. 190, n. 4, p. 756-66,

Aug 15, 2004.

OTTENHOFF, T. H. The knowns and unknowns of the immunopathogenesis of

tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis, v. 16, n. 11, p. 1424-32, Nov, 2012a. Disponível

em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23044443%3E.

______. New pathways of protective and pathological host defense to mycobacteria.

Trends Microbiol, v. 20, n. 9, p. 419-28, Sep, 2012b.

OTTENHOFF, T. H.; KAUFMANN, S. H. Vaccines against tuberculosis: where are we

and where do we need to go? PLoS Pathog, v. 8, n. 5, p. e1002607, 2012. Disponível

em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22589713%3E.

OTTENHOFF, T. H.; VERRECK, F. A.; HOEVE, M. A.; VAN DE VOSSE, E. Control

of human host immunity to mycobacteria. Tuberculosis (Edinb), v. 85, n. 1-2, p. 53-

64, Jan-Mar, 2005.

PAI, M.; RILEY, L. W.; COLFORD, J. M., JR. Interferon-gamma assays in the

immunodiagnosis of tuberculosis: a systematic review. Lancet Infect Dis, v. 4, n. 12, p.

761-76, Dec, 2004.

PEASE, A. S. Some remarks on the diagnosis and treatment of tuberculosis in

antiquity. Isi v. 31, p. 380-393, 1940.

PELOSI, A.; SMITH, D.; BRAMMANANTH, R.; TOPOLSKA, A.; BILLMAN-

JACOBE, H.; NAGLEY, P.; CRELLIN, P. K.; COPPEL, R. L. Identification of a novel

gene product that promotes survival of Mycobacterium smegmatis in macrophages.

PLoS One, v. 7, n. 2, p. e31788, 2012.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

66

PEREIRA, S. M.; DANTAS, O. M.; XIMENES, R.; BARRETO, M. L. [BCG vaccine

against tuberculosis: its protective effect and vaccination policies]. Rev Saude Publica,

v. 41 Suppl 1, p. 59-66, Sep, 2007. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18038092%3E.

PETHE, K.; ALONSO, S.; BIET, F.; DELOGU, G.; BRENNAN, M. J.; LOCHT, C.;

MENOZZI, F. D. The heparin-binding haemagglutinin of M. tuberculosis is required for

extrapulmonary dissemination. Nature, v. 412, n. 6843, p. 190-4, Jul 12, 2001.

PHILIPS, J. A.; ERNST, J. D. Tuberculosis pathogenesis and immunity. Annu Rev

Pathol, v. 7, p. 353-84, 2012. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22054143%3E.

QAMRA, R.; MANDE, S. C.; COATES, A. R.; HENDERSON, B. The unusual

chaperonins of Mycobacterium tuberculosis. Tuberculosis (Edinb), v. 85, n. 5-6, p.

385-94, Sep-Nov, 2005. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16253564%3E.

RABAHI, M. F.; JUNQUEIRA-KIPNIS, A. P.; DOS REIS, M. C.; OELEMANN, W.;

CONDE, M. B. Humoral response to HspX and GlcB to previous and recent infection

by Mycobacterium tuberculosis. BMC Infect Dis, v. 7, p. 148, 2007. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18166139%3E.

RAMAKRISHNAN, L. Revisiting the role of the granuloma in tuberculosis. Nat Rev

Immunol, v. 12, n. 5, p. 352-66, May, 2012.

RE, H. [Recommendations for BCG vaccination in Germany. German Central

Committee for control of tuberculosis and Current Vaccination Commission of the

German Health Office]. Pneumologie, v. 48 Suppl 1, p. 352-4, May, 1994. Disponível

em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8084883%3E.

REECE, S. T.; KAUFMANN, S. H. Floating between the poles of pathology and

protection: can we pin down the granuloma in tuberculosis? Curr Opin Microbiol, v.

15, n. 1, p. 63-70, Feb, 2012.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

67

REED, S. G.; COLER, R. N.; DALEMANS, W.; TAN, E. V.; DELA CRUZ, E. C.;

BASARABA, R. J.; ORME, I. M.; SKEIKY, Y. A.; ALDERSON, M. R.; COWGILL,

K. D.; PRIEELS, J. P.; ABALOS, R. M.; DUBOIS, M. C.; COHEN, J.; METTENS, P.;

LOBET, Y. Defined tuberculosis vaccine, Mtb72F/AS02A, evidence of protection in

cynomolgus monkeys. Proc Natl Acad Sci U S A, v. 106, n. 7, p. 2301-6, Feb 17, 2009.

REILEY, W. W.; CALAYAG, M. D.; WITTMER, S. T.; HUNTINGTON, J. L.;

PEARL, J. E.; FOUNTAIN, J. J.; MARTINO, C. A.; ROBERTS, A. D.; COOPER, A.

M.; WINSLOW, G. M.; WOODLAND, D. L. ESAT-6-specific CD4 T cell responses to

aerosol Mycobacterium tuberculosis infection are initiated in the mediastinal lymph

nodes. Proc Natl Acad Sci U S A, v. 105, n. 31, p. 10961-6, Aug 5, 2008.

RINKE DE WIT, T. F.; BEKELIE, S.; OSLAND, A.; WIELES, B.; JANSON, A. A.;

THOLE, J. E. The Mycobacterium leprae antigen 85 complex gene family:

identification of the genes for the 85A, 85C, and related MPT51 proteins. Infect

Immun, v. 61, n. 9, p. 3642-7, Sep, 1993. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8359887%3E.

ROBERTS, G. D. Manual of clinical microbiology. Washington DC.: Book, 1991.

304-339. p.

ROHDE, K.; YATES, R. M.; PURDY, G. E.; RUSSELL, D. G. Mycobacterium

tuberculosis and the environment within the phagosome. Immunol Rev, v. 219, p. 37-

54, Oct, 2007.

ROMANUS, V. Tuberculosis in Bacillus Calmette-Guerin-immunized and

unimmunized children in Sweden: a ten-year evaluation following the cessation of

general Bacillus Calmette-Guerin immunization of the newborn in 1975. Pediatr Infect

Dis J, v. 6, n. 3, p. 272-80, Mar, 1987.

RUFFINO-NETTO, A. [Tuberculosis: the negleted calamity]. Rev Soc Bras Med

Trop, v. 35, n. 1, p. 51-8, Jan-Feb, 2002. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11873262%3E.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

68

SAHIRATMADJA, E.; ALISJAHBANA, B.; DE BOER, T.; ADNAN, I.; MAYA, A.;

DANUSANTOSO, H.; NELWAN, R. H.; MARZUKI, S.; VAN DER MEER, J. W.;

VAN CREVEL, R.; VAN DE VOSSE, E.; OTTENHOFF, T. H. Dynamic changes in

pro- and anti-inflammatory cytokine profiles and gamma interferon receptor signaling

integrity correlate with tuberculosis disease activity and response to curative treatment.

Infect Immun, v. 75, n. 2, p. 820-9, Feb, 2007.

SALGAME, P.; ABRAMS, J. S.; CLAYBERGER, C.; GOLDSTEIN, H.; CONVIT, J.;

MODLIN, R. L.; BLOOM, B. R. Differing lymphokine profiles of functional subsets of

human CD4 and CD8 T cell clones. Science, v. 254, n. 5029, p. 279-82, Oct 11, 1991.

SAMANICH, K. M.; BELISLE, J. T.; SONNENBERG, M. G.; KEEN, M. A.; ZOLLA-

PAZNER, S.; LAAL, S. Delineation of human antibody responses to culture filtrate

antigens of Mycobacterium tuberculosis. J Infect Dis, v. 178, n. 5, p. 1534-8, Nov,

1998.

SAMANICH, K. M.; KEEN, M. A.; VISSA, V. D.; HARDER, J. D.; SPENCER, J. S.;

BELISLE, J. T.; ZOLLA-PAZNER, S.; LAAL, S. Serodiagnostic potential of culture

filtrate antigens of Mycobacterium tuberculosis. Clin Diagn Lab Immunol, v. 7, n. 4,

p. 662-8, Jul, 2000.

SAUNDERS, B. M.; FRANK, A. A.; ORME, I. M.; COOPER, A. M. CD4 is required

for the development of a protective granulomatous response to pulmonary tuberculosis.

Cell Immunol, v. 216, n. 1-2, p. 65-72, Mar-Apr, 2002.

SEDER, R. A.; DARRAH, P. A.; ROEDERER, M. T-cell quality in memory and

protection: implications for vaccine design. Nat Rev Immunol, v. 8, n. 4, p. 247-58,

Apr, 2008.

SHALER, C. R.; HORVATH, C.; LAI, R.; XING, Z. Understanding delayed T-cell

priming, lung recruitment, and airway luminal T-cell responses in host defense against

pulmonary tuberculosis. Clin Dev Immunol, v. 2012, p. 628293, 2012. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22545059%3E.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

69

SHI, C.; CHEN, L.; CHEN, Z.; ZHANG, Y.; ZHOU, Z.; LU, J.; FU, R.; WANG, C.;

FANG, Z.; FAN, X. Enhanced protection against tuberculosis by vaccination with

recombinant BCG over-expressing HspX protein. Vaccine, v. 28, n. 32, p. 5237-44, Jul

19, 2010. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20538090%3E.

SHRESTHA-KUWAHARA R.; WILCE M.; JOSEPH H.A.; CAREY J.W.; R., P.; E., S.

Tuberculosis Research and Control. Anthropological Contribution, v. 01, p.

http://www.findtbresources.org/material/Anthrop_Contrib.PDF. Acesso em: 2013.

SINGH, K. K.; DONG, Y.; BELISLE, J. T.; HARDER, J.; ARORA, V. K.; LAAL, S.

Antigens of Mycobacterium tuberculosis recognized by antibodies during incipient,

subclinical tuberculosis. Clin Diagn Lab Immunol, v. 12, n. 2, p. 354-8, Feb, 2005.

SKEIKY, Y. A.; ALDERSON, M. R.; OVENDALE, P. J.; GUDERIAN, J. A.;

BRANDT, L.; DILLON, D. C.; CAMPOS-NETO, A.; LOBET, Y.; DALEMANS, W.;

ORME, I. M.; REED, S. G. Differential immune responses and protective efficacy

induced by components of a tuberculosis polyprotein vaccine, Mtb72F, delivered as

naked DNA or recombinant protein. J Immunol, v. 172, n. 12, p. 7618-28, Jun 15,

2004.

SKEIKY, Y. A.; LODES, M. J.; GUDERIAN, J. A.; MOHAMATH, R.; BEMENT, T.;

ALDERSON, M. R.; REED, S. G. Cloning, expression, and immunological evaluation

of two putative secreted serine protease antigens of Mycobacterium tuberculosis. Infect

Immun, v. 67, n. 8, p. 3998-4007, Aug, 1999.

SONG, G. G.; BAE, S. C.; LEE, Y. H. Interferon-gamma release assays versus

tuberculin skin testing in patients with rheumatoid arthritis. Int J Rheum Dis, v. 16, n.

3, p. 279-83, Jun, 2013.

SPRATT, J. M.; BRITTON, W. J.; TRICCAS, J. A. In vivo persistence and protective

efficacy of the bacille Calmette Guerin vaccine overexpressing the HspX latency

antigen. Bioeng Bugs, v. 1, n. 1, p. 61-5, Jan-Feb, 2010. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21327127%3E.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

70

SUZUKI, M.; AOSHI, T.; NAGATA, T.; KOIDE, Y. Identification of murine H2-Dd-

and H2-Ab-restricted T-cell epitopes on a novel protective antigen, MPT51, of

Mycobacterium tuberculosis. Infect Immun, v. 72, n. 7, p. 3829-37, Jul, 2004.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15213124%3E.

TAN, Q.; XIE, W. P.; MIN, R.; DAI, G. Q.; XU, C. C.; PAN, H. Q.; MIAO, C. D.;

YANG, Z.; XU, W. G.; WANG, H. Characterization of Th1- and Th2-type immune

response in human multidrug-resistant tuberculosis. Eur J Clin Microbiol Infect Dis,

v. 31, n. 6, p. 1233-42, Jun, 2012.

TEITELBAUM, R.; GLATMAN-FREEDMAN, A.; CHEN, B.; ROBBINS, J. B.;

UNANUE, E.; CASADEVALL, A.; BLOOM, B. R. A mAb recognizing a surface

antigen of Mycobacterium tuberculosis enhances host survival. Proc Natl Acad Sci U S

A, v. 95, n. 26, p. 15688-93, Dec 22, 1998.

TIDJANI, O.; AMEDOME, A.; TEN DAM, H. G. The protective effect of BCG

vaccination of the newborn against childhood tuberculosis in an African community.

Tubercle, v. 67, n. 4, p. 269-81, Dec, 1986. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3499015%3E.

TOOSKY, M.; JAVID, B. Novel diagnostics and therapeutics for drug-resistant

tuberculosis. Br Med Bull, May 8, 2014.

TORRADO, E.; FOUNTAIN, J. J.; ROBINSON, R. T.; MARTINO, C. A.; PEARL, J.

E.; RANGEL-MORENO, J.; TIGHE, M.; DUNN, R.; COOPER, A. M. Differential and

site specific impact of B cells in the protective immune response to Mycobacterium

tuberculosis in the mouse. PLoS One, v. 8, n. 4, p. e61681, 2013.

TSENOVA, L.; HARBACHEUSKI, R.; MOREIRA, A. L.; ELLISON, E.;

DALEMANS, W.; ALDERSON, M. R.; MATHEMA, B.; REED, S. G.; SKEIKY, Y.

A.; KAPLAN, G. Evaluation of the Mtb72F polyprotein vaccine in a rabbit model of

tuberculous meningitis. Infect Immun, v. 74, n. 4, p. 2392-401, Apr, 2006.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

71

ULRICHS, T.; KAUFMANN, S. H. New insights into the function of granulomas in

human tuberculosis. J Pathol, v. 208, n. 2, p. 261-9, Jan, 2006. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16362982%3E.

VAN DER WEL, N.; HAVA, D.; HOUBEN, D.; FLUITSMA, D.; VAN ZON, M.;

PIERSON, J.; BRENNER, M.; PETERS, P. J. M. tuberculosis and M. leprae translocate

from the phagolysosome to the cytosol in myeloid cells. Cell, v. 129, n. 7, p. 1287-98,

Jun 29, 2007.

VAN RIE, A.; PAGE-SHIPP, L.; SCOTT, L.; SANNE, I.; STEVENS, W. Xpert((R))

MTB/RIF for point-of-care diagnosis of TB in high-HIV burden, resource-limited

countries: hype or hope? Expert Rev Mol Diagn, v. 10, n. 7, p. 937-46, Oct, 2010.

VON ESCHEN, K.; MORRISON, R.; BRAUN, M.; OFORI-ANYINAM, O.; DE

KOCK, E.; PAVITHRAN, P.; KOUTSOUKOS, M.; MORIS, P.; CAIN, D.; DUBOIS,

M. C.; COHEN, J.; BALLOU, W. R. The candidate tuberculosis vaccine

Mtb72F/AS02A: Tolerability and immunogenicity in humans. Hum Vaccin, v. 5, n. 7,

p. 475-82, Jul, 2009.

WALZL, G.; RONACHER, K.; HANEKOM, W.; SCRIBA, T. J.; ZUMLA, A.

Immunological biomarkers of tuberculosis. Nat Rev Immunol, v. 11, n. 5, p. 343-54,

May, 2011. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21475309%3E.

WHO. Global tuberculosis report 2012. 2012.

______. Global tuberculosis report 2013. 2013.

WILLIAMS, M. A.; TYZNIK, A. J.; BEVAN, M. J. Interleukin-2 signals during

priming are required for secondary expansion of CD8+ memory T cells. Nature, v. 441,

n. 7095, p. 890-3, Jun 15, 2006.

WILSON, R. A.; MAUGHAN, W. N.; KREMER, L.; BESRA, G. S.; FUTTERER, K.

The structure of Mycobacterium tuberculosis MPT51 (FbpC1) defines a new family of

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

72

non-catalytic alpha/beta hydrolases. J Mol Biol, v. 335, n. 2, p. 519-30, Jan 9, 2004.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14672660%3E.

WOELBING, F.; KOSTKA, S. L.; MOELLE, K.; BELKAID, Y.; SUNDERKOETTER,

C.; VERBEEK, S.; WAISMAN, A.; NIGG, A. P.; KNOP, J.; UDEY, M. C.; VON

STEBUT, E. Uptake of Leishmania major by dendritic cells is mediated by Fcgamma

receptors and facilitates acquisition of protective immunity. J Exp Med, v. 203, n. 1, p.

177-88, Jan 23, 2006.

WOLF, A. J.; DESVIGNES, L.; LINAS, B.; BANAIEE, N.; TAMURA, T.;

TAKATSU, K.; ERNST, J. D. Initiation of the adaptive immune response to

Mycobacterium tuberculosis depends on antigen production in the local lymph node,

not the lungs. J Exp Med, v. 205, n. 1, p. 105-15, Jan 21, 2008.

YADAV, M.; ROACH, S. K.; SCHOREY, J. S. Increased mitogen-activated protein

kinase activity and TNF-alpha production associated with Mycobacterium smegmatis-

but not Mycobacterium avium-infected macrophages requires prolonged stimulation of

the calmodulin/calmodulin kinase and cyclic AMP/protein kinase A pathways. J

Immunol, v. 172, n. 9, p. 5588-97, May 1, 2004.

YANG, C.; HE, Y. L.; ZHANG, L.; XU, L.; YI, Z.; WANG, Y.; LI, N.; ZHU, D.

GLS/IL-12-modified Mycobacterium smegmatis as a novel anti-tuberculosis

immunotherapeutic vaccine. Int J Tuberc Lung Dis, v. 13, n. 11, p. 1360-6, Nov,

2009. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19861007%3E.

YI, Z.; FU, Y.; YANG, C.; LI, J.; LUO, X.; CHEN, Q.; ZENG, W.; JIANG, S.; JIANG,

Y.; HE, Y.; YANG, J.; LIU, Y.; LI, N.; ZHU, D. Y. Recombinant M. smegmatis

vaccine targeted delivering IL-12/GLS into macrophages can induce specific cellular

immunity against M. tuberculosis in BALB/c mice. Vaccine, v. 25, n. 4, p. 638-48, Jan

8, 2007.

YOUNG, S. L.; MURPHY, M.; ZHU, X. W.; HARNDEN, P.; O'DONNELL, M. A.;

JAMES, K.; PATEL, P. M.; SELBY, P. J.; JACKSON, A. M. Cytokine-modified

Mycobacterium smegmatis as a novel anticancer immunotherapy. Int J Cancer, v. 112,

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

73

n. 4, p. 653-60, Nov 20, 2004. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15382047%3E.

ZHANG, H.; PENG, P.; MIAO, S.; ZHAO, Y.; MAO, F.; WANG, L.; BAI, Y.; XU, Z.;

WEI, S.; SHI, C. Recombinant Mycobacterium smegmatis expressing an ESAT6-

CFP10 fusion protein induces anti-mycobacterial immune responses and protects

against Mycobacterium tuberculosis challenge in mice. Scand J Immunol, v. 72, n. 4,

p. 349-57, Oct, 2010. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20883320%3E.

ZHAO, S.; ZHAO, Y.; MAO, F.; ZHANG, C.; BAI, B.; ZHANG, H.; SHI, C.; XU, Z.

Protective and therapeutic efficacy of Mycobacterium smegmatis expressing HBHA-

hIL12 fusion protein against Mycobacterium tuberculosis in mice. PLoS One, v. 7, n. 2,

p. e31908, 2012. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22363768%3E.

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

74

ANEXOS 9

9.1 Parecer do comitê de ética em pesquisa.

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

75

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS ...

76

9.2 Artigo: Prime-Boost with Mycobacterium smegmatis Recombinant Vaccine

Improves Protection in Mice Infected with Mycobacterium tuberculosis.

Prime–Boost with Mycobacterium smegmatisRecombinant Vaccine Improves Protection in MiceInfected with Mycobacterium tuberculosisAna Paula Junqueira-Kipnis1*, Fabio Muniz de Oliveira , Monalisa Martins Trentini , Sangeeta Tiwari ,1 1 2

Bing Chen , Danilo Pires Resende , Bruna D. S. Silva , Mei Chen , Lydia Tesfa , William R. Jacobs Jr� � ,2 1 1 2 2,3 2

Andre Kipnis1

1 Instituto de Patologia Tropical e Saude Publica. Universidade Federal de Goias, Goiania, Goias, Brazil, 2Microbiology and Immunology, Molecular Genetics, Albert

Einstein College of Medicine, New York, New York, United States of America, 3 Flow Cytometry Core Facility, Albert Einstein College of Medicine, New York, New York,

United States of America

Abstract

The development of a new vaccine as a substitute for Bacillus Calmette–Guerin or to improve its efficacy is one of the manyWorld Health Organization goals to control tuberculosis. Mycobacterial vectors have been used successfully in thedevelopment of vaccines against tuberculosis. To enhance the potential utility of Mycobacterium smegmatis as a vaccine, itwas transformed with a recombinant plasmid containing the partial sequences of the genes Ag85c, MPT51, and HspX (CMX)from M. tuberculosis. The newly generated recombinant strain mc2-CMX was tested in a murine model of infection. Therecombinant vaccine induced specific IgG1 or IgG2a responses to CMX. CD4+ and CD8+ T cells from the lungs and spleenresponded ex vivo to CMX, producing IFN-c, IL17, TNF-a, and IL2. The vaccine thus induced a significant immune response inmice. Mice vaccinated with mc2-CMX and challenged with M. tuberculosis showed better protection than mice immunizedwith wild-type M. smegmatis or BCG. To increase the safety and immunogenicity of the CMX antigens, we used arecombinant strain of M. smegmatis, IKE (immune killing evasion), to express CMX. The recombinant vaccine IKE-CMXinduced a better protective response than mc2-CMX. The data presented here suggest that the expression of CMX antigensimproves the immune response and the protection induced in mice when M. smegmatis is used as vaccine againsttuberculosis.

Citation: Junqueira-Kipnis AP, de Oliveira FM, Trentini MM, Tiwari S, Chen B, et al. (2013) Prime–Boost with Mycobacterium smegmatis Recombinant VaccineImproves Protection in Mice Infected with Mycobacterium tuberculosis. PLoS ONE 8(11): e78639. doi:10.1371/journal.pone.0078639

Editor: Anil Kumar Tyagi, University of Delhi, India

Received August 5, 2013; Accepted September 21, 2013; Published November 8, 2013

Copyright: ! 2013 Junqueira-Kipnis et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permitsunrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.

Funding: This work was funded by Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientıfico e Tecnologico (CNPq, grants numbers: 301976/2011-2, 472906/2011-9,301198/2009-8, 472909/2011-8); Fundacao de Amparo a Pesquisa do Estado de Goias: FAPEG-PRONEX. APJK was awarded with a Science without borders seniortraining fellowship from CNPq. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.

Competing Interests: The authors have declared that no competing interest exist.

* E-mail: [email protected]

Introduction

Tuberculosis (TB) was the eighth most frequent cause of deathworldwide in 2008 according to a World Health Organization(WHO) report, although since the Millennium Development Goalsand Stop TB Strategy were established by WHO, more than 51million people have been successfully treated and cured of TB [1].Although these data are encouraging, the incidence of the diseaseis persistently high in several countries, explaining the continualspread of TB.Early diagnostic and prophylactic strategies are still required to

control TB. Bacillus Calmette–Guerin (BCG), the currentlyavailable vaccine for TB, although safe, does not protect againstTB in adults [2]. To date, several TB vaccines have been tested inpreclinical and clinical trials and in 2012, a review articledescribed 12 promising vaccines. Those vaccines differ in theirvaccination schemes and their use as primary vaccines or boostersfor the BCG vaccine. The only vaccine being tested in a phase 3trial to date is an attenuated Mycobacterium indicus pranii, to be usedin immunotherapy [3].

To select molecules or agents that can be tested as TB vaccines,it is important to understand the immune response induced duringTB infection. TB has several clinical forms, and approximatelyone third of the world population is infected with M. tuberculosis(Mtb), comprising a massive population of individuals with latentdisease. It has been shown by our group and others that theimmune response of individuals infected with Mtb specificallyrecognizes a set of proteins, including HspX, produced by Mtbbacilli under stress conditions that mimic in vivo circumstances [4–7]. Patients that present with active pulmonary TB, for instance,preferentially recognize and respond to other Mtb antigens, i.e.,the GLc-B, MPT51, Ag85 complex [8–12]. Some responses inpatients with extrapulmonary forms of TB are the same as thoseseen with the active pulmonary TB form [12,13]. These featuressupport the hypothesis that a good candidate vaccine shouldinduce immune responses to antigens common to more than oneform of TB and should include more than one protein in a singleformulation. Antigens recognized by both the humoral andcellular immune responses might also improve the protectionprofile of a vaccine [14,15].

PLOS ONE | www.plosone.org 1 November 2013 | Volume 8 | Issue 11 | e78639