UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · A piscicultura ornamental vem crescendo muito...

40
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA TAMARA BOAVENTURA DE AMORIM VIABILIDADE DE EXPLORAÇÃO NA UTILIZAÇÃO DE BIOFLOCOS NA PRODUÇÃO DE PLATYS (Xiphophorus maculatus) CUIABÁ 2016

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · A piscicultura ornamental vem crescendo muito...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

TAMARA BOAVENTURA DE AMORIM

VIABILIDADE DE EXPLORAÇÃO NA UTILIZAÇÃO DE BIOFLOCOS NA PRODUÇÃO DE PLATYS (Xiphophorus maculatus)

CUIABÁ 2016

i

TAMARA BOAVENTURA DE AMORIM

VIABILIDADE ECONÔMICA NA UTILIZAÇÃO DE BIOFLOCOS NA PRODUÇÃO DE PLATYS(Xiphophorus maculatus)

Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Márcio Aquio

Hoshiba

CUIABÁ 2015

Primeiramente à Deus,

aos meus pais Rubens Mauro e Loecy Ennes e

meu irmão Rubens Jr

Dedico.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus pela dádiva da vida e conseguir chegar até o final de

mais uma jornada.

Aos meus pais, Rubens e Loecy pelo amor, paciência, compreensão e

companheirismo, não medindo esforços para me ajudar a realizar meus sonhos e,

por jamais desacreditarem em mim, até mesmo nos momentos em que eu duvidava.

Mostrando-me sempre a ter fé e jamais desistir dos meus objetivos.

Ao meu irmão Rubens Jr, pelo amor, carinho, e por me aguentar nos

momentos de estresse.

Aos meus avós paternos Petronílio e Juracy e minha avó materna Cecília pelo

amor, carinho, palavras de apoio e especialmente pelas lições de vida.

A todos familiares e amigos, pelo apoio e torcida.

À Universidade Federal do Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e

Zootecnia, e todos os professores que contribuíram para realização deste sonho.

Ao professor e orientador Márcio Aquio Hoshiba, que me recebeu de braços

abertos, pelos conhecimentos transmitidos, paciência, palavras amiga e

principalmente por confiar em mim.

À professora Regina Carvalho, pela ajuda e contribuição na partilha de

conhecimentos.

À banca examinadora deste trabalho na pessoa da, Janessa Sampaio de

Abreu e Calixto Ramos Correa Neto.

ÀS Najas, Anna Luz, Júlia, Juliana, Kamila, Renata e Ronyatta, pela amizade

que construímos durante o curso, os momentos de estudos e especialmente os de

descontrações. Sei que posso contar com vocês e que nossa amizade ultrapassará

esses 5 anos de graduação.

À Alessandra e Alline, pela amizade de vocês que já perdura há anos e pela

compreensão nos momentos de correria ou até mesmo ausência.

“Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que

você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que

você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita

futura.”

Padre Fábio de Melo

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Exemplar de Platy (Xiphophorus maculatus) ...........................................02

Figura 2 - Sistemas de recirculação fechados utilizados no experimento, tratamentos

AC (aquários superiores) e AA (aquários inferiores) ................................................12

Figura 3 - Sistemas de recirculação fechados utilizados no experimento, tratamentos

BC (aquários superiores) e BCA (aquários inferiores) ..............................................12

Figura 4 – Desenho esquemático para comprimento total e padrão.........................14

Figura 5 - Crescimento em peso (g) de Platy (Xiphophorus maculatus) durante

período experimental de 56 dias................................................................................17

Figura 6 - Comprimento total (mm) de Platy (Xiphophorus maculatus) durante

período experimental de 56 dias................................................................................18

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Média ± desvio padrão das variáveis avaliadas no desempenho zootécnico de Platy (Xiphophorus maculatus) ..........................................................16 Tabela 2 - Custos comuns aos 4 tratamentos...........................................................19 2.1 - Gasto com infraestrutura de produção (as caixas e equipamentos).......19 2.2 - Gastos com mão de obra......................................................................20 2.3 – Gatos com alevinos..............................................................................20 Tabela 3 - Custos específicos dos tratamento..........................................................20 3.1 Gastos com bioflocos. ............................................................................20 3.2 - Gastos com ração.................................................................................20 3.3 – Gastos com reagentes para algas.......................................................21 Tabela 4 - Custo de cada tratamento........................................................................21 4.1 – Tratamento AC.....................................................................................21 4.2 – Tratamento AA.....................................................................................21 4.3 - Tratamento...........................................................................................21 4.4–Tratamento BCA....................................................................................22 Tabela 5- Custo por animal em cada tratamento.......................................................22

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 2. OBJETIVO(S) ........................................................................................................ 5 3. REVISÃO ............................................................................................................... 6 4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 11 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 16 6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 24

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 25 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26

RESUMO

A piscicultura ornamental vem crescendo muito nos últimos anos auxiliada

pela busca de novas tecnologias, um exemplo é o bioflocos, que auxilia no controle

da qualidade da água de cultivo, estimulando o desenvolvimento de comunidade

microbiana através da manutenção das concentrações carbono e nitrogênio. Neste

sistema a reposição de água é mínima, e os flocos que também servirão como fonte

de alimentos são formados através dos restos de fezes e ração. O objetivo deste

estudo foi avaliar a viabilidade de exploração de Platys em diferentes sistemas com

bioflocos, onde se desenvolveu um experimento em 2 etapas, a primeira no

Laboratório de Aquariofilia da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana

e a segunda parte consistiu na tabulação dos dados e análises de exploração,

realizados na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. O

experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, com quatro

repetições em cada tratamento. Dentre os tratamentos estão AC (água - controle),

AA (Água + Alga Ankistrodesmus sp.), BC (Bioflocos) e BCA (Bioflocos + Alga

Ankistrodesmus sp.). O peso médio inicial foi de 0,054g, onde se obteve taxa de

sobrevivência de até 100%. O custo por animal por tratamento foi de R$ 1,80;

R$1,87; R$1,83 e R$1,89 respectivamente. Concluiu que a utilização de meios

heterotróficos é viável para produção de peixes ornamentais, pois possibilita

aumentar a taxa de estocagem e consequentemente diminui o custo unitário.

Palavras-chaves: aquicultura, ornamental, sistema heterotrófico.

1

1. INTRODUÇÃO

A utilização de peixes para fins estéticos é bastante antiga, iniciou-se com os

chineses a mais de 3 milênios, utilizando a espécie Carassius auratus. Outros

registros também foram encontrados nas culturas egípcia, romana e também na

oriental, confirmando isso nas ilustrações de peixes ornamentais em tanques no

Egito Antigo (VINATEA ARANA, 1995). Com o passar dos anos, a aquariofilia vem

crescendo e hoje assume um importante papel econômico, sendo considerado o

segundo hobby do planeta, perdendo somente para a coleção de selos. O aumento

da demanda de peixes, especialmente por aquaristas dos países desenvolvidos a

partir da década de 90, teve um crescimento de 10% ao ano de 1991 a 1996

(FISHSTAT PLUS, 2008).

Segundo a FAO, desde o ano de 1985 a exportações de peixes ornamentais

no mundo apresenta um crescimento médio de 14% ao ano, mesmo com a queda

entre os anos de 1998 e 1999, onde esse ocorrido foi justificado por pesquisadores

pelo El Niño ocorrido nos anos de 1997 e 1998 (Prang, 2007). Dentre os maiores

exportadores de peixes ornamentais estão os países do sudeste asiático como,

Cingapura, Sri Lanka, Hong Kong entre outros. Já na América do Sul, destacam-se

Colômbia, Brasil e Peru.

O Brasil possui uma área alagada em reservatório maior que 5 milhões de

hectares e uma costa de mais de 8.000 km (FAO, 2009) e é um país com elevado

potencial de desenvolvimento no setor da aquicultura, além de ser o quarto país com

maior taxa de crescimento anual na aquicultura (DIDAQ, 2007).

Um dos cuidados que devem ser tomados para manter esse tipo de hobby

sustentável é quando se trata da introdução de espécies exóticas e os riscos

associados a eles (MAGALHÃES et al., 2010). Estudos indicam que a proporção do

impacto causado pela introdução de espécies ornamentais no Brasil ainda é

insuficiente. Porém, deve haver a conscientização do aquicultor, onde este deve ter

um controle quanto à fuga junto com o aquarista que deve descartar os animais de

maneira adequada.

2

O Platy (Xiphophorus maculatus) é um peixe ornamental da ordem

Cyprinodontiformes e família Poeciliidae. É um animal que possui um tamanho

médio de 2,4 cm, podendo chegar a 6 cm de comprimento, de comportamento

pacífico apesar de alguns machos poderem se tornar agressivos entre si (KALLMAN,

1975).

Quanto ao habitat, estão presentes em regiões de água doce e/ou bento

pelágico, podendo ser encontrados também em canais, valas com águas lentas,

fundos e bancos de lodo, riachos e brejos (ALLEN et al.2002). Podem ser

encontrados na América Central e do Norte- da cidade de Veracruz no México ao

norte de Belize (REIS et al. 2003). Quanto à sua biologia: alimenta-se de crustáceos

e matéria vegetal (ALDERTON, 2008). Quando criados em aquários a maturação

sexual é atingida por volta de 3 a 4 meses, reproduzindo com facilidade (RIEHL E

BAENSCH, 1991). São animais tolerantes a pequenas variações de temperatura e

pH, adequados para aquaristas inexperientes (PACHECO, 2009). São ovovivíparos,

onde os ovos que foram fecundados serão desenvolvidos no ventre da fêmea e seus

alevinos quando nascem apresentam as características fenotípicas de um adulto da

espécie (LIMA, 2003).

Figura 1– Exemplar de Platy (Xiphophorus maculatus)

Fonte: http://www.segrestfarms.com

Na produção aquícola tradicional, há utilização de água em larga escala e a

elevada quantidade de afluente é inevitável, e muitas das vezes voltam para o

ambiente natural sem tratamento adequado. No entanto, a preocupação e a pressão

com a preservação ambiental estão cada vez maiores e como forma de amenizar

esta situação e reduzir os problemas ambientais surgiu-se então a criação em

3

bioflocos (“Biofloc Technology”-BTF) que se diferencia das demais tecnologias, uma

vez que toda criação pode ser realizada sem renovação de água ou utilização de

filtros para tratamento (KUBITZA, 2011).

Em 1970 o Ifremer-COP (Instituto Francês para a Exploração do Mar, Centro

do Oceano Pacífico), desenvolveu pela primeira vez o BTF, utilizando diferentes

espécies de peneídeos, dentre elas Penaeus monodon, Fenneropenaeus

merguiensis, Litopenaeus vannamei e L. stylirotris (EMERENCIANO et al., 2012). O

bioflocos visa uma criação com aproveitamento dos microrganismos presente na

água como alimentação natural, oriundo dos excrementos dos animais e o

excedente de ração não consumida no fornecimento. Estes tem capacidade de

assimilar os compostos nitrogenados presentes na água de cultivo e associar-se a

suplementação de fontes de carbono, produzindo compostos proteicos

(AVNIMELECH, 2007).

A indústria da aquarofilia tem desenvolvido equipamentos para produção de

peixes ornamentais em SRA (sistema de recirculação de água), visto que à

produção de peixes ornamentais tem uma grande relevância para o setor da

aquicultura. Até pouco tempo a captura desses animais eram de forma extrativista

tanto aqui no Brasil (Rio Amazonas) como no sudeste da Ásia, como forma de

resposta às pressões ambientalistas, acredita-se que a utilização de SRA na criação

de peixes ornamentais abrange cada vez mais espécies, evitando o desequilíbrio

ambiental causado por explorações extrativistas (HALACHMI, 2006). Com a

utilização desse sistema, o controle da produção fica mais fácil, aumentando a

eficiência do sistema além de amenizar a ocorrência de patógenos (FADHIL, 2011).

O surgimento da SRA em laboratórios de forma comercial deu-se pela

necessidade de técnicas e equipamentos mais sofisticados para criações em

pequenos espaços. Assim a produção dos animais aconteceria em laboratório,

semelhante a um biotério, o que permitiria um elevado controle nos parâmetros de

qualidade de água, mas principalmente na manutenção de unidades estéreis.

AVDESH et al. 2012, descrevem um exemplo deste protocolo, que refere-se sobre

os cuidados e manutenção em laboratório de peixe-zebra Danio rerio. Nele o

interesse era realização de trabalhos em genética, farmacologia e pesquisa

comportamental. Com isso, percebe-se que este tipo de tecnologia além da

vantagem comercial, é uma alternativa de reduzir o uso de água na aquicultura,

diminuindo os custos na produção. A análise econômica deve ocorrer no momento

4

do desenvolvimento do projeto a ser executado futuramente e precisam ser

detalhadas, pois elas são o conhecimento e análises de custo de produção do

cultivo de peixe e a não realização desta etapa implicará em um fracasso da

produção (CASACA E TOMAZELLI JÚNIOR, 2001).

Gameiro e Cardoso (2001) relatam que o custo de produção é uma

característica fundamental para qualquer atividade produtiva. Em especial na

piscicultura, onde a busca pela competição perfeita ocorre constantemente. Com

isso, sabe-se que os custos tanto da piscicultura comercial quanto ornamental, são

baseados no sistema de produção, da área geográfica que se encontra e da

tecnologia que será utilizada.

Com a busca cada vez maior por uma produção aquícola sustentável, que

também proporcione lucro ao produtor, surge a necessidade de realizações de

trabalhos que utilizem novas tecnologias. Sendo assim este trabalho aborda a

tecnologia do bioflocos a fim de determinar a viabilidade da sua utilização.

5

2. OBJETIVO

Avaliar a viabilidade de exploração, utilizando bioflocos, algas e um sistema

multitrófico, na produção de Platy (Xiphophorus maculatus).

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar o sistema mais viável para o Platy (Xiphophorus

maculatus), analisando o sistema convencional (água); a inoculação da

alga Ankistrodesmus sp. (unialgal); e a combinação dos meios

heterotróficos e unialgal;

Determinar o melhor sistema de cultivo para Platy (Xiphophorus

maculatus)

Avaliar sobrevivência do Platy (Xiphophorus maculatus) nos diferentes

meios de cultivo.

Verificar qual o melhor sistema de produção em termos de viabilidade

6

3. REVISÃO

Apesar de já ocorrerem estudos quanto a utilização de bioflocos antes da

década de 90, somente a partir dessa época houve uma maior repercussão nesta

área. EUA, América Central e Israel foram os locais de maior relevância em

aprimoramento da atividade e conhecimento, tanto na área de carcinicultura

(CHAMBERLAIN E HOPKINS, 1994) como a de piscicultura (AVNIMELECH, 1999;

CRAB et al. 2007; AZIM E LITTLE, 2008).

O sistema de bioflocos também pode ser definido por “Zeah” (“zero Exchange,

aerobic,heterotrhophic”), assim como McNeil (2000) definiu. Este tipo de sistema

recebe um manejo diferenciado em sua produção, fazendo com que os compostos

nitrogenados existentes na água de criação sejam convertidos em biomassa

bacteriana ou bioflocos, a partir de incorporação destes nutrientes pelas bactérias

heterotróficas do meio (EBELING et al. 2006, AVNIMELECH, 2007).

Ballester et al. (2010) e Rocha et al (2012), definem bioflocos como partículas

com formato de material floculados que foram colonizados por microalgas,

flagelados, rotíferos, ciliados e bactérias heterotróficas, suspensos na coluna d’água

que são controlados pela relação C:N na água, sendo composto especialmente de

microrganismos, fezes, exoesqueleto, entre outros.

O sistema de bioflocos tem como objetivo estimular o desenvolvimento de

uma elevada comunidade microbiana através da manipulação da relação C:N na

água de cultivo, onde a reposição de água será mínima, e bactérias e outros

microrganismos formarão os bioflocos através dos restos de fezes e ração

(KUBITZA, 2011).

A relação C:N deve ser estabelecida entre 15 a 20:1, para proporcionar o

aparecimentos das bactérias heterotróficas e consequentemente a formação dos

bioflocos (AVNIMELECH, 2009). Para que isso ocorra como fonte de carbono é

utilizada melaço de cana de açúcar e ou dextrose, que irá alterar a relação C:N junto

com a aeração constante e formar os flocos. Após sua formação, são utilizados

como fonte de suplementação para os animais e assimilarão os compostos

nitrogenados presente na água que podem ser tornar tóxicos para os mesmos. Outro

benefício do bioflocos é a redução da exigência de altos teores de proteína bruta das

rações, que consequentemente irá reduzir os custos da produção (WASIELESKY et

al., 2006).

7

Este sistema é totalmente dependente de oxigênio, visto que as bactérias

heterotróficas são aeróbicas e o revolvimento constante da água é fundamental para

que os bioflocos se mantenham em suspensão na água. Consequentemente a isso

ocorrerá o crescimento das bactérias heterotróficas que sintetizam proteína a partir

do carbono orgânico e nitrogênio inorgânico, que promoverá a ciclagem dos

compostos nitrogenados no sistema, melhorando a qualidade da água

(AVNIMELECH, 1999).

Entre os integrantes do bioflocos está o probiótico, que é definido por

Gastesoupe (1999) como: células microbianas que se mantém vivas no trato

gastrointestinal tendo como objetivo, melhorar a saúde do animal. Porém, a

eficiência desse tipo de suplemento na aquicultura não está bem reconhecida na

área.

Dentre os mecanismos de atuação dos probióticos estão presentes: fonte de

nutriente que atua sobre a qualidade de água, exclusão competitiva de bactérias

patogênicas, contribuição enzimática para digestão, melhora da resposta imune e

efeitos antivirais (BALCÁZAR et al. 2006).

A utilização de probióticos atua na persistência das bactérias benéficas, e

consequentemente contribuem para o desempenho dos organismos cultivados.

Porém, nesse tipo de sistema a ocorrência de acúmulo de matéria orgânica é

existente, e esta faz com que os níveis de oxigênio sejam reduzidos (AVNIMELECH,

2001; BOYD E CLAY, 2002). Deste modo o probiótico auxilia na decomposição

desta matéria orgânica acumulada e consequentemente proporciona ao meio, níveis

de oxigênio equilibrado (MORIARTY,1997).

Quanto à produção e eficiência de retenção de nitrogênio vários autores

mostram resultados satisfatórios quando utilizam fontes de carbono orgânico

(açúcar, melaço, amido de mandioca) para estimular o desenvolvimento de bactérias

heterotróficas. O melaço, por exemplo, subproduto do processo de refinamento do

açúcar, possui 17 a 25% de água e teor de açúcar de 45 a 50% (NAJAFPOUR;

SHAN, 2003). É um subproduto que está cada vez mais sendo aderido na

preparação de meios heterotróficos (EMERENCIANO et al., 2007).

Dentre as vantagens na produção em bioflocos encontramos: aumento da

produtividade, utilização de menores áreas de cultivo, aumento da biossegurança,

diminuição ou isenção da renovação de água, maior estabilidade do sistema,

redução da quantidade de proteína nas rações, maior disponibilidade de alimento

8

natural, comunidade microbiana atuando como probiótico e menor impacto

ambiental. Porém também há as desvantagens onde existe maior custo de

instalação, maiores gastos com energia na aeração, maior custo operacional,

acúmulo de fósforo no sistema (risco com cianobactérias) e risco com surgimento de

microrganismos tóxicos.

A alga é um elemento introduzido ao bioflocos e serve também de alimento

aos organismos aquáticos, tanto em seu meio natural quanto em espaços artificiais.

Diante disso, ele torna-se essencial quando garante a um melhor crescimento e

sobrevivência dos peixes, principalmente no início da vida. Furuya (1999) garante

que este elemento aumenta as chances de sobrevivência desses animais e

disponibiliza nutrientes essenciais para este período. Para Garcia (2011) “Em

sistemas aquáticos as microalgas possuem importante papel na ciclagem de

nutrientes, estabilizando o pH, removendo o dióxido de carbono, produzindo

oxigênio e propiciando a melhoria na qualidade de água, através de compostos

oxigenados.”

Nos ambientes artificiais algumas microalgas são mais consumidas pelos

peixes de água doce. Dentre elas encontra-se a espécie ANkistrodesmus sp. que

atua como alimento na fase larval dos peixes e possui grande resistência no intenso

manejo característico desse meio artificial. Além disso, possui uma cor verde intenso

e forma filamentosa. Para garantir a saúde e qualidade dos peixes criados nesse

ambiente faz-se necessário o uso de algas que possuam todas as propriedades

essenciais para um desenvolvimento eficaz e vigoroso desses animais. Deve-se

optar por algas que possuam uma maior quantidade de nutrientes, mas que também

resista às características do meio.

As Chlorophyceae unicelulares são micro algas utilizadas no cultivo em

laboratório e participam significativamente da alimentação de organismos

planctônicos e em especial Ankistrodesmus gracilis, comum da região sudeste do

Brasil, com capacidade de incremento na atividade aquícola (SIPAÚBA-TAVARES,

1995). Segundo Emericiano (2007), elas são utilizadas nos cultivos animais,

principalmente camarões e algumas espécies de peixes em sistemas de bioflocos

formados durante o ciclo de produção. Atuam como suplemento alimentar dos

animais, e assimilam compostos nitrogenados presentes na água de cultivo, sendo a

mesma reutilizada por diversos ciclos.

9

Ao se definir ou estudar a utilização de sistemas de produção se torna muito

importante também verificar os custos oriundos de cada. Nogueira (2004) defende

que as tomadas de decisões fundamentadas nos dados adquiridos, são mais

importantes que estimar e controlar os custos de produção e para isso, não existe

um modelo pronto a ser seguido, existem métodos mais rigorosos e outros mais

flexíveis, no entanto, ambos devem permitir que o produtor tome decisões gerenciais

e operacionais baseando nas informações de custo.

“A falta de indicadores econômicos gera um alto grau de incerteza para o

desenvolvimento da atividade.” (FURLANETTO; ESPERANCINI, 2009). Segundo

Carneiro et al, apud, Furlaneto e Esperancini (2009) recentemente não persiste um

modelo adequado de produtividade e viabilidade econômica para cultivos intensivos

e semi-intensivos no Brasil. A partir daí observam-se duas funções

gerenciais/empresarias destacando-se na contabilidade de custos. A primeira

caracteriza-se pelo auxilio ao controle e assistência nas tomadas de decisões. “No

que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o

estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num

estágio imediatamente seguinte, o acompanhamento daquilo que efetivamente

aconteceu para comparação com os valores anteriormente definidos.” (MARTINS,

2006).

Os projetos são designados para avaliação com o objetivo de garantir

possíveis subsídios, em que para Sabbag et al. (2007) essas tomadas de decisões

podem definir o êxito do empreendimento. Para completar, Ludícibus (1986) e

Martins (1993a), afirmam que a importância dos custos nessas atividades lucrativas

tornam-se fundamentais, afinal uma boa gestão garante a qualidade do produto para

competividade e continuidade no mercado. Sabbag et al. (2007) afirma que embora

a piscicultura brasileira seja uma atividade recente, a avaliação econômica dos

projetos disponibiliza subsídios para tomadas de decisões gerenciais que contribuem

para êxito do empreendimento.

Nesses projetos é comum encontrar os custos de determinados produtos, por

isso surge a Gestão de Custos que tem como objetivo determinar o custo da

produção em questão. Esse departamento é indispensável já que nenhuma empresa

ou organização sobrevive sem um sistema, ainda que básico, de contabilidade de

custos. Leone (2000) garante que essa contabilidade faz parte da Contabilidade

Geral e desempenham diversos papéis desde o auxílio às funções de determinação

10

de desempenho, de planejamento e controle das operações para a tomada de

decisões.

Bornia (1995), diz que: "o efetivo controle das atividades produtivas é

condição indispensável para que qualquer empresa possa competir em igualdade de

condições com seus concorrentes, hoje em dia. Sem este controle, ou seja, sem a

capacidade de avaliar o desempenho de suas atividades e de intervir rapidamente

para a correção e melhoria dos processos, a empresa estará em desvantagem frente

à competição mais eficiente". Diante disso é essencial considerar que a gestão de

custos é indispensável para muitos sistemas organizacionais, afinal garante uma

segura manutenção de suas atividades e sucesso dos negócios/operações.

Em outra perspectiva, observa-se que de acordo com o posicionamento

estratégico, os custos assumem papéis distintivos. Permitindo diferentes formas de

atuação das administrações (maior ou menor ênfase ao seu controle),

independentemente das técnicas a serem utilizadas. Para Ludícibus (1988) essas

características geram um fator diferenciador em relação a concorrentes, pares ou

mesmo entre unidades de uma mesma organização.

Ao realizar a análise da situação econômica, rentabilidade da empresa, o foco

não deve permanecer apenas em seu lucro. Deve-se comparar o lucro com o ativo,

visto que é o ativo da empresa que gera receita, e consequentemente o lucro.

Sobre a relevância do que foi descrito, torna-se importante analisar a

viabilidade da utilização de bioflocos nos sistemas de produção para peixes

ornamentais, haja vista que este tipo de produção promove redução no tempo de

produção, é mais sustentável que outras tecnologias e estudos nessa área ainda

são incipientes.

11

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 LOCAL

O experimento foi dividido em 2 etapas, a primeira desenvolvida no

Laboratório de Aquariofilia da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana,

no período de janeiro a março de 2015, totalizando cinquenta e seis dias, a segunda

etapa consistiu na tabulação dos dados e análise de viabilidade, realizados na

Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá, no período de agosto a

setembro de 2016.

4.2 ANIMAIS

Foram utilizados cento e sessenta alevinos de Platy (Xiphophorus maculatus),

sem determinação de sexo, oriundos da reprodução de matrizes do laboratório,

distribuídos em dezesseis aquários com capacidade útil de vinte e cinco litros de

água divididos em quatro sistemas fechados independentes de recirculação de

água. Cada sistema foi composto por quatro aquários e uma caixa de manutenção

da água sem biofiltro com recirculação por meio de bombas submersas, dotados de

aeração constante, temperatura controlada e fotoperíodo mantido em 12 h claro e 12

h escuro dia-1. Em todos os aquários foram colocadas telas de nylon (tamanho

30cmx10cm), servindo de substrato para o biofloco aderir. A água nos sistemas não

foi renovada, sendo reposta apenas a quantidade perdida por evaporação.

4.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental foi constituído por quatro tratamentos com

quatro repetições: AC (água - controle); AA (Água + Alga Ankistrodesmus sp.); BC

(Biofloco) e BCA (Biofloco + Alga Ankistrodesmus sp.).

12

Figura 2: Sistemas de recirculação fechado utilizados no experimento. Tratamentos AC (aquários superiores) e AA (aquários inferiores)

Fonte: Marjana Cardoso, 2015.

Figura 3: Sistemas de recirculação fechado utilizados no experimento. Tratamentos BC (aquários superiores) e BCA (aquários inferiores)

Fonte: Marjana Cardoso, 2015.

Antes de receber os animais, procedeu-se a preparação dos sistemas BC e

BCA, que consistiu na fertilização nos dias um, três e cinco com 2,0 g de probiótico

PAS-TR®, 1,0 g de melaço de cana-de-açúcar em pó e 0,75 g de farelo de arroz em

cada fertilização para a formação dos flocos. A cultura de alga adicionada nos

tratamentos AA e BCA foi formada a partir do método utilizado por Borghetti (2009).

Após o início do ensaio experimental as quantidades foram ajustadas para 0,2 g de

probiótico e 0,75 g de farelo de arroz, fixos até o final do experimento, três vezes a

13

cada sete dias. A quantidade de melaço de cana-de-açúcar em pó foi calculada de

acordo com a quantidade de ração ofertada com as equações segundo Silva (2009),

adaptadas de estudos de Avnimelech (1999), Hari et al. (2004) e Samocha et al.

(2007), sendo assim corrigida após cada biometria.

As quantidades de melaço adicionados nos tratamentos BC e BCA foram

calculadas com base nas relações C:N (Carbono/Nitrogênio) na quantidade de

nitrogênio da ração convertida em amônia (∆N) e no conteúdo de carbono no melaço

(%C), de acordo com as equações 1 e 2:

∆Melaço = [∆N x (C:N)] x %C-1

(Equação 1)

∆N = Q Ração x %N Ração x % N Excreção

(Equação 2)

A quantidade de melaço adicionada em cada unidade experimental,

requerida nas relações C:N dos tratamentos, foi calculada usando as equações (1) e

(2), ou seja:

∆Melaço = [(QRação x %NRação x %NExcreção) x (C:N)] x %C-1

(Equação 3)

O melaço utilizado continha cerca de 30% de carbono, portanto ao utilizar

ração comercial contendo 40% de proteína (6,4% N) e considerando que 50% do

nitrogênio da ração é excretado (%NExcreção), segundo Avnimelech (1999), tem-se:

∆Melaço= [(QRação x 0,064 x 0,5) x (C:N)] x 0.30-1

= QRação x 0.1067 x (C:N)

(Equação 4)

Nos tratamentos AA e BCA procedeu-se a inoculação de uma cultura unialgal

de Ankistrodesmus sp. O crescimento da alga foi feito em um meio suplementado. A

quantidade de alimento ofertada foi de 5% do peso vivo ao dia de ração comercial

floculada com 40 % proteína bruta, divididos em 2 refeições diárias (9h e 17h).

14

4.4 BIOMETRIA

As biometrias ocorreram a cada sete dias onde foram mensurados peso,

comprimento total e comprimento padrão, que foram utilizados para os cálculos dos

seguintes parâmetros zootécnicos.

Figura 4: Desenho esquemático para comprimento total e padrão

Fonte: www.agron.com.br

Ganho em Peso - GP(g)

Peso final – Peso Inicial

Sobrevivência

(Número final de peixes x 100)/ Número inicial de peixes

Durante o período experimental foram analisados os parâmetros físico-

químicos da água dos quatro sistemas: temperatura (°C), condutividade (µS.cm-1) e

pH utilizando sonda multiparâmetro; turbidez por meio de turbidimetro; oxigênio

dissolvido (mg.L-1) por oxímetro e amônia e nitrito utilizando kit colorimétrico.

Análise estatística

As médias obtidas foram submetidas aos testes de normalidade e

homocedasticidade pelos testes de Shapiro Wilk e Levene (p>0,05),

respectivamente, e submetidos à análise de variância ANOVA. As médias quando

significativas, (p<0,05) foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

15

4.5 VIABILIDADE

Para os dados de viabilidade de exploração foram utilizados cálculos,

baseado nos custos fixos segundo Reis (1986), que define estes custos como

aqueles que ultrapassam o curto prazo, ou seja, aqueles que têm vida útil maior,

ficando na propriedade por mais de um ciclo e são alterados com menor frequência.

Além desses custos foram utilizados, cálculos de depreciação da infraestrutura, de

acordo com a legislação tributária, onde conceitua a depreciação como a redução do

valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou

obsolescência.

Para mão-de-obra contratada, estão assegurados pela Consolidação das Leis

de Trabalho com todos seus direitos inclusos, além do salário estão inclusos

encargos sociais, tais como, férias, decimo terceiro, INSS etc.

Para os custos com alimentação e alevinos também foram baseados nos

custos variáveis segundo Reis (1986), que definem como os recursos que são

alterados em curto prazo, ou seja, aqueles que precisam ser repostos a cada ciclo.

Este mesmo autor também relata que os custos variáveis exigem gastos monetários

diretos e em curto prazo.

16

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 DESEMPENHO ZOOTÉCNICO

Diante dos resultados da avaliação zootécnica dos peixes (Tabela 2) foram

identificadas diferenças significativas (p<0,001) para variáveis analisadas em relação

ao início e final do ensaio experimental.

O peso final dos peixes submetidos ao tratamento BC foi superior aos demais

tratamentos, entretanto não se deve deixar de mencionar a potencialidade do

tratamento BCA justificado pela igualdade estatística ao BC nos dados de ganho em

peso.

Tabela 1: Média ± desvio padrão das variáveis avaliadas no desempenho zootécnico de Platy (Xiphophorus maculatus).

Variáveis Tratamentos*

AC AA BC BCA P

Peso inicial (g) 0,054±0,01 0,056±0,00 0,054±0,01 0,053±0,00 ns**

Peso final (g) 0,073±0,02d 0,111±0,01

c 0,288±0,045

a 0,215±0,01

b <0,001

Ganho em peso(g) 0,019±0,02b 0,055±0,00

b 0,211±0,03

a 0,162±0,02

a <0,001

Fator de condição 0,44±0,09b 0,56±0,03

b 1,03±0,11

a 0,87±0,05

a <0,001

Sobrevivência (%) 57,5b 35,0

c 95,0

a 100

a <0,001

abcdLetras diferentes na mesma linha diferenciam entre si pelo teste de Tukei a 5% de probabilidade.* AC -

água; AA - alga; BC- bioflocos e BCA – bioflocos + alga.** Não significativo. ***Taxa de crescimento específico.

Algumas espécies de peixes são capazes de se adaptar de forma tão

eficiente em sistemas de bioflocos, podendo até diminuir o fornecimento de ração e,

assim, reduzir os custos (AVNIMELECH, 2007). Os resultados obtidos dos animais

cultivados em sistemas com a presença de bioflocos demonstraram melhor

desempenho zootécnico, apresentando diferenças significativas em relação aos

demais tratamentos, onde essa diferença pode indicar a adaptabilidade e o

aproveitamento do bioflocos como fonte de alimento para o Platy (Xiphophorus

maculatus).

As médias do peso e comprimento total dos peixes, ao longo das biometrias

realizadas nos dias 7, 28, 42 e 56 são apresentadas nas Figuras 4 e 5. Diante

destes resultados podemos identificar que a partir do dia 28, após o início do ensaio

experimental, os peixes submetidos ao tratamentos BC e BCA apresentam os

17

maiores peso e comprimento total em comparação aos demais tratamentos, e este

resultado se mantém ate o final do experimento.

Figura 5 Crescimento em peso (g) de Platy (Xiphophorus maculatus) durante o período

experimental de 56 dias

AC AA BC BCA

7 28 42 56

DIAS

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

PE

SO

(g)

a

a

aa

b

b

b

b

c

c d

d

Legenda: AC - água; AA - alga; BC – bioflocos e BCA – bioflocos + alga.

18

Figura 6: Comprimento total (mm) de Platy (Xiphophorus maculatus) durante o período

experimental de 56 dias

AC AA BC BCA

7 28 42 56

DIAS

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

CO

MP

RIM

EN

TO

TO

TA

L (m

m)

a

b

c

b

bb

b

a

a

aa

a

Legenda: AC- água; AA - alga; BC – bioflocos e BCA – bioflocos + alga.

Entretanto, houve diferença entre os tratamentos BC e BCA para a variável de

peso final, o que não ocorreu em relação ao ganho de peso (Tabela 1).

As baixas taxas de sobrevivência nos tratamentos AC e AA, 57,5% e 35%

respectivamente, podem ser explicadas pelos manejos constantes de limpeza os

aquários, devido a ausência de sistemas de filtros, e pela disponibilidade de apenas

alimento comercial seco. Acredita-se que a mesma oferecida de forma única, não foi

suficiente para suprir uma boa nutrição, que pode ter ocasionado estresse e

desnutrição, consequentemente resultando em baixo ganho de peso dentre os

animais desses tratamentos. Em estudos com tilápia (Oreochromis niloticus)

Nootong et al. (2011) compararam o sistema de bioflocos com sistema somente

água (controle) durante 50 dias, onde não foi encontrada diferença significativa entre

os tratamentos.

Apesar dos sistemas com a presença da alga apresentarem resultados não

satisfatórios, quando comparados ao bioflocos, estudos realizados por Sun et al.

(2012) cultivando peixes ornamentais em Israel observaram maior crescimento dos

peixes quando alimentados com dietas enriquecidas com biomassa de microalgas

do que em qualquer outro tipo de dieta.

19

De acordo com Vidal (2006), o sistema semi-intensivo é o mais adotado no

Brasil para o cultivo de peixes ornamentais, e caracteriza-se por certa intervenção do

produtor na correção de alguns parâmetros de qualidade da água e do uso de ração

para suplementar a alimentação natural. Já no sistema intensivo, existe alto controle

sobre as características da água de cultivo e os peixes dependem exclusivamente

da ração como fonte de nutrientes.

Nota-se dessa forma que os sistemas de cultivo com a presença do bioflocos

apresentaram um melhor resultado no geral. Em estudo realizado por Fróes (2012),

a fertilização com uma fonte rica em carbono orgânico (melaço de cana) nos viveiros

de cultivo intensivo sem renovação de água do camarão L. vannamei mostrou-se

eficiente para um melhor desempenho zootécnico. Najdegerami, et al (2016)

encontraram bons resultados em experimento com bioflocos, no qual, mesmo com a

diminuição em 25% da quantidade de alimentação, o desempenho zootécnico não

diferiu significativamente do tratamento controle, no qual havia a totalidade de

alimentação diária com ração comercial e sem a presença de bioflocos.

5.2 VIABILIDADE DE EXPLORAÇÃO A partir desses resultados zootécnicos foram realizadas as seguintes análises

e considerações:

Custos comuns aos 4 tratamentos:

Gastos com infraestrutura de produção: descrição de todos equipamentos utilizados, informando o preço, vida útil, quantidade utilizada e a depreciação que se encontram na tabela 3.1

Gastos com mão de obra: baseando-se nas normas do CLT, garantindo todos seus direitos, quando o salário do funcionário for um salário mínimo.

Gastos com alevinos: relato de quantos animais foram adquiridos, seus respectivo preço e a quantidade utilizada por tratamento.

Tabela 2 - Custos comuns aos 4 tratamentos 2.1 Gastos com infraestrutura de produção (as caixas e equipamentos)

Descrição Preço Vida Útil

(mês)

Quantidade Valor Total Depreciação por mês

Bombas R$ 120,00 60 4 R$ 480,00 R$ 8,00 Aquecedores R$ 60,00 60 4 R$ 240,00 R$ 4,00 Aquário 25L R$ 40,00 120 16 R$ 640,00 R$ 5,33 Caixa manutenção R$ 60,00 120 4 R$ 240,00 R$ 2,00 Tela nylon (m) R$ 8,00 120 1,20 R$ 9,60 R$ 0,08 Lâmpada fluorescente R$ 5,00 12 4 R$ 20,00 R$ 1,67

Total gasto no experimento (por mês) R$ 21,08 Total gasto por tratamento (em dois meses) R$ 10,54

20

2.2 Gastos com mão de obra

Descrição Preço unidade Quantidade Total

Mão de obra R$ 880,00 Salário mínimo R$ 15.136,00/ ano Total de mão de obra por ciclo, ou 30 horas de trabalho R$ 165,00

Total de mão de obra por tratamento, ou quatro aquários R$ 41,25

2.3 Gastos com alevinos

Descrição Preço unidade Quantidade Total

Alevinos Platy R$ 0,50 160 R$ 80,00 Total gasto por tratamento 40 R$ 20,00

Custos específicos dos tratamentos:

Gasto com bioflocos: onde foram descritos os produtos utilizados para

formação do bioflocos, suas respectivas quantidades e preços.

Gasto com alimentação: detalhamento de cada tratamento quando a

quantidade utilizada e o preço gasto em cada um.

Gasto com reagentes para algas: apresentação de todos reagentes utilizados

na manutenção das algas, quanto a sua proporção e o valor gasto em cada

reagente.

Tabela 3- Custos específicos dos tratamentos 3.1 Gastos com bioflocos

Descrição Preço Unidade Quantidade Total

Probiótico R$ 493,00 10kg 16,02g R$ 0,55 Melaço R$ 50,00 25kg 40,88g R$ 0,045

Farelo arroz R$ 650,00 1T 44,25g R$ 0,225 Total gasto no experimento R$ 0,825

3.2 Gasto com alimentação

Descrição Preço unidade

Quantid. de ração

Preço gasto com ração

Preço da alga

Preço gasto com bioflocos

Total

AC- ração R$ 90,00 (1kg) 4,95 g R$ 0,44 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,44 AA- raç. +alga R$ 90,00 (1kg) 5,09 g R$ 0,45 R$ 2,35 R$ 0,00 R$ 2,80 BB- bioflocos R$ 51,95(1kg) 9,43 g R$ 0,84 R$ 0,00 R$ 0,825 R$ 1,72 BCA-bio.+alga R$ 51,95(1kg) 9,71g R$ 0,87 R$ 2,35 R$ 0,825 R$ 4,04

21

3.3 Gasto com reagentes para algas

Tabela 4- Custo de cada tratamento 4.1 Tratamento AC

Tratamento AC- ração Total

Gastos comuns: - Infraestrutura - Alevinos - Mão de obra - Ração

R$ 10,54 R$ 20,00

R$ 41,25 R$ 0,44

Total de Gastos: R$ 72,23

4.2 Tratamento AA

Tratamento AA- ração+ Alga Total

Gastos comuns: - Infraestrutura - Alevinos - Mão de obra - Ração - Alga

R$ 10,54 R$ 20,00

R$ 41,25 R$ 0,45

R$ 2,35 Total de Gastos: R$ 74,59

4.3 Tratamentos BC

Tratamento BC- Bioflocos Total

Gastos comuns: - Infraestrutura - Alevinos - Mão de obra - Ração - Bioflocos

R$ 10,54 R$ 20,00 R$ 41,25 R$ 0,84 R$ 0,82

Total de Gastos: R$ 73,45

Reagente Quantidade

(g/L) Para 100

ml (g) Preço

Total

CaCl2 - 3,68 R$14,56(500g) R$0,11 MgSO4 - 3,7 R$18,67(500g) R$0,14

NaHCO3 - 1,26 R$12,00 (500g) R$0,03 K2HPO4 - 0,87 R$41,07(500g) R$ 0,08 NaNO3 - 8,5 R$18,67(500g) R$0,32 Na2SiO3 - 2,84 R$84,00(500g) R$0,47

Na2EDTA 4,36 - R$46,67(500g) R$0,41 FeCl3 3,15 - R$84,00(500g) R$0,52

CuSO4 0,01 - R$22,40(500g) R$0,00044 ZnSO4 0,022 - R$28,00(500g) R$0,0012 CoCl2 0,01 - R$126,56(500g) R$0,00253 MnCl2 0,018 - R$140,00(500g) R$0,0050

Na2MoO4 0,0006 - R$166,00(500g) R$0,00019 H3BO3 0,1 - R$18,67( 500g) R$0,0037

Tiamina 0,1 - R$11,69 (300g) R$0,0038 Biotina 0,0005 - R$25,92 (5mg) R$2,59

B12 0,0005 - R$17,60(450mg) R$0,02 Total gasto no experimento R$ 4,71

Total gasto em cada tratamento R$ 2,35

22

4.4 Tratamento BCA

Tratamento BCA- Bioflocos+ Alga Total

Gastos comuns: - Infraestrutura - Alevinos - Mão de obra - Ração - Bioflocos - Alga

R$ 10,54 R$ 20,00

R$ 41,25 R$ 0,87 R$ 0,82

R$ 2,35 Total de Gastos: R$ 75,83

Tabela 5- Gasto por animal em cada tratamento

Tratamento AC Tratamento AA Tratamento BC Tratamento BCA

Gastos por

Tratamento

R$ 72,23 R$ 74,59 R$ 73,45 R$ 75,83

Gasto por

animal

R$1,80 R$ 1,87 R$ 1,83 R$1,89

Após os cálculos de custos de cada produção percebe-se que o tratamento

BC, onde foi utilizado o bioflocos e o tratamento AC, onde houve somente o

fornecimento de ração, foram os mais viáveis economicamente, tendo um custo total

de produção de R$ 73,45 e R$ 72,23 respectivamente, uma vez que na produção de

alga tem-se um gasto maior. No entanto percebe-se que a utilização do bioflocos

não proporciona um elevado custo de produção, sendo muito próximo ao sistema

tradicional.

O custo de ração para ornamentais varia de 35 a 40% no custo total de

produção, e utilizando o bioflocos a taxa de arraçoamento será reduzida, pois o

mesmo pode alcançar nível de proteína bruta de até 50%PB (AZIM e LITTLE, 2008),

o que possibilitará a redução da taxa de arraçoamento e consequentemente os

custos de produção (AVNIMELECH, 1999).

Porém, a viabilidade econômica está relacionada também com a

produtividade da produção, apesar dos tratamentos BC e AC terem obtido os

menores custos, os peixes que obtiveram maior peso e atingiram a idade reprodutiva

em menor tempo foram os do tratamento BC. Considerando este tratamento os

animais cresceram 1,57 vezes a mais num menor tempo quando comparado ao

tratamento ração, isso poderia permitir ao criador produzir num período de 12 meses

4 ciclos de peixes para a venda, possibilitando assim aumentar sua produtividade e

consequentemente seu lucro. Com essa maior produtividade anual, possibilitaria um

lucro líquido de R$27,02 quando comparado aos demais lotes o que permitiria um

23

lucro de 42% a mais. Considerando também a sobrevivência dos animais, o custo

por peixe em cada sistema foi de R$ 3,14 para o tratamento AC, R$ 5,32 para o

tratamento AA, R$ 1,93 para o tratamento BC e R$ 1,89 para o tratamento BCA,

demonstrando a superioridade do sistema BCA onde apresentou uma sobrevivência

de 100%.

De acordo com a literatura recomenda-se colocar 1 peixe a cada 2 litros,

sendo cada aquário de 25 litros em cada tratamento pode-se adotar no sistema

tradicional 50 peixes por tratamento. Estudo utilizando sistema de bioflocos a 3%,

onde a taxa de estocagem é mais elevada, pode ser utilizado 1 peixe para cada litro,

com uma alta sobrevivência (CUNHA, 2016). Dessa forma, em aquários de 25 litros

pode-se adotar um total de 25 peixes, totalizando 100 peixes por tratamento.

Simulando uma produção de 100 peixes em sistema de bioflocos, daria um

gasto por ciclo de R$ 4,15 com alimentação sendo os gastos com equipamentos de

infraestrutura, alevinos e mão de obra mantida, isso totalizaria um custo total de

produção de R$ 101,79 por ciclo que consequentemente promoveria um lucro anual

de R$ 380,00 se os peixes fossem vendidos a R$ 2,00 cada. O que representa um

lucro de 450%

Dessa forma, seguindo um exemplo de sistema produtivo comercial, se um

produtor vendesse 50 peixes por semana no sistema tradicional, utilizando o

bioflocos poderia no mesmo sistema vender 100 peixes por semana, o que poderia

praticamente dobrar o lucro do mesmo. Considerando também que o sistema de

bioflocos acelera o crescimento, o mesmo criador poderia ter por ano ao invés de 3

lotes de crias produzidas, considerando que no sistema tradicional o animal demora

4 a 5 meses para chegar ao tamanho comercial, com o sistema de bioflocos poderia

ter de 4 a 5 lotes de animais, pois de acordo com os resultados os mesmos animais

atingiram o tamanho comercial em 2 a 3 meses, podendo aumentar o lucro do

produtor em até 60%. Sendo assim, os resultados deixam claro o potencial de

utilização que o sistema de bioflocos poderá ocasionar na cadeia produtiva do peixe

ornamental.

24

6. CONCLUSÕES

Conclui-se que a produção em sistema de bioflocos, além de reduzir os

gastos com alimentação e proporcionar o aumento da taxa de estocagem, promove

redução do tempo de produção e consequentemente aumenta o lucro do produtor,

visto que durante o ano poderá realizar mais de três ciclos.

25

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração deste trabalho de conclusão de curso exigiu persistência,

detalhamento, sistematização, leitura, análise e observação na busca de

informações e conhecimento. Demandou perseverança e dedicação como em

qualquer outra atividade que um profissional necessita ter.

Consequentemente proporcionou a ampliação dos conhecimentos com

relação às novas tecnologias de produção utilizada na piscicultura,

especificadamente o bioflocos. Analisando como funciona a produção dessa

tecnologia e se a mesma é viável economicamente ou não em peixes ornamentais.

Esta experiência proporcionou colocar em prática não só o que foi adquirido

dentro da sala de aula, mas também fez com que vivenciasse como funciona a

produção no dia- a dia. Isso além de ser fundamental para formação profissional

como zootecnista permitiu crescimento pessoal.

26

REFERÊNCIAS

ALDERTON, D. 2008. Encyclopedia of Aquarium E Pond Fish. Dorling Kindersley Limited. London, 400p. ALLEN, G.R.; SH. MIDGLEY E M. ALLEN. 2002. Field guide to the freshwater fishes of Australia. Western Australia Museum, Perth, Wertern Australia, 394p. AVDESH, A.; CHEN, M.; MARTIN-IVERSON, M.T.; MONDAL, A.; ONG,D.; RAINEY-SMITH,S. (2012). Regular Care and Maintenance of a Zebrafish(Danio rerio) Laboratory: An Introduction. J. Vis. Exp. (69), e4196, doi: 10.3791/4196. AVNIMELECH,Y.1999.Carbon/nitrogen ratio as a control element in aquaculture systems. Aquaculture, 176: 227-235. AVNIMELECH, Y, G RITVO, LE MEIJER, M KOCHBA. 2001. Water content, organic carbon and dry bulk density in flooded sediments. Aquacultural Engineering, 25,25-33. AVNIMELECH, Y. Feeding with microbial flocs by tilapia in minimal discharge bio-flocs technology ponds. Aquaculture, v. 264,n.1, p.140-147,2007. AVNIMELECH, Y. Biofloc technology: a practical guide book. Baton Rouge: World Aquaculture Society, 2009. 182p. AZIM, M.E.; LITTLE, D.C. The biofloc technology (BTF) in indoor tanks: Water quality, biofloc composition, and growth and welfare of Nile tilapia( Oreochromis niloticus). Aquaculture, v. 283, n. 1, p. 29-35, 2008. BALCÁZAR, JL, I DE BLAS, I RUIZ- ZARZUELA, D CUNNINGHAM, D VENDRELL, JL MÚZQUIZ. 2006. The role of probiotics in aquaculture. Veterinary Microbiology, 114, 173-186. BALLESTER, ELC, PC ABREU, RO CAVALLI, M EMERENCIANO, L DE ABREU & W WASIELESKY JR. 2010. Effect of practical diets with different protein levels on the performance of Farfantepenaeus paulensis juveniles nursed in a zero exchange suspended microbial flocs intensive system. Aquaculture Nutrition, 16: 163-172. BORGHETTI, I. A. Avaliação do crescimento da microalga Chlorella minutíssima em meio de cultura com diferentes concentrações de manipueira. Dissertação (Mestrado em Processos Biotecnológicos) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009. BORNIA, A. C. Mensuração das perdas dos processos produtivos: uma abordagem metodológica de controle interno. Florianópolis: UFSC, 1995. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) PPGEP/UFSC. BOYD, C.E.; CLAY, J.W. Evaluation of Belize Aquaculture Ltd.: a superintensive shrimp aquaculture system. Rome: FAO, 2002. 17p.

27

CASACA, J.M de e TOMAZELLI JÚNIOR, O. 2001. Planilhas para cálculos de custo de produção de peixes. Florianópolis: Epagri. 38p. (EPAGRI.Documentos,206). CHAMBERLAIN, GW & SJ HOPKINS. 1994. Reducing water use and feed cost in intensive ponds. World Aquaculture, 25: 29-32. CRAB, R. et al. The application of bioflocos technology to protect brine shrimp (Artemia franciscana) from pathogenic Vibrio harveyi. Journal of applied microbiology, v. 109, n. 5, p. 1643-1649, 2007. CUNHA, L. Produção de Guppys (Poecilia reticulata) em sistemas de cultivo com bioflocos. 2016. 86, p. Dissertação Mestrado- Universidade Federal do Pampa. Unipampa 2016. DIDAQ, Diretoria de Desenvolvimento da Aquicultura, 2007. Aquicultura. Disponível em: < http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/didaq/htlm2/index.html>. Acesso em: 31 ago.2010. EBELING,J.M.; TIMMONS,M.B.; BISOGNI,J.J. Engineering analysis of the stoichiometry of photoautotrophic, autotrophic, an heterotrophic removal of ammonia-nitrogen in aquaculture systems. Aquaculture, v.257, n.1,p. 346-358, 2006. EMERCIANO, M. G. C.; WASIELESKY, W.; SOARES, R.B.; BALLESTER, E. C.; IZEPPI, E.M.; CAVALLI, R.O. Crescimento e sobrevivência do camarão- rosa( fanfantepenaeus paulensis) na fase de berçário em meio heterotrófico. Acta Scientarium. Biological Sciences, v.29, n. 1, p. 1-7,2007. EMERENCIANO, M. et al. Floc contribution on spawning performance of blue shrimp litopenaeus stylirostris. Aquaculture Research, v. 44 n.1, p.75-85, 2012. FADHIL, R.; EDAN, J.; ARZIMAN, S.N.B.S.; TAIP, F.S.; JÁAFAR,M.S.B.H.(2011). Effectiveness of Floating Micro-Bead Bio-Filter for Ornamental Fish in a Re-Circulating Aquaculture System. Fisheries and Aquaculture Journal, FAJ-28. FAO, El estado mundial de la pesca y la aquicultura 2008. Departamento de Pesca y Acuicultura de la FAO. Roma, 2009. p. 196. FishStat Plus. 2008. Universal software for fishery statistical time series. Version 2.3. FAO Fisheries Department, Fisheries information, Data and Statistics Unit. FISHSTAT PLUS, 2008.

FRÓES, C, et al. Fertilização orgânica com carbono no cultivo intensivo em viveiros com sistema de bioflocos do camarão branco Litopenaeus vannamei.Atlântica(Rio Grande) 34.1: 31-39, 2012.

FURLANETO, Fernanda de P. Badiz; ESPERANCINI, Maura S. Tsutsui. Estudo da viabilidade econômica de implantação de piscicultura em viveiros escavados. Instituto de Economia Agrícola – Informações Econômicas, São Paulo, v. 39, n. 2, 2009. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br>. Acesso em: 20/12/2009.

28

FURUYA, V. R. B. et al. Influência de plâncton, dieta artificial e sua combinação, sobre o crescimento e sobrevivência de larvas de curimbatá (Prochilodus lineatus).ActaScientiarum 21(3):699-703, 1999. GAMEIRO,A.H e CARDOSO, C.E.L. 2001. Custos na piscicultura. Disponível em: < http:// cepea.esalq.usp.br/zip/Analise_custo.pdf>. Acesso em: 28 nov.2007. GATESOUPE FJ. 1999. The use of probiotics in aquaculture. Aquaculture, 180, 147-165. HALACHMI, I. (2006). Systems engineering for ornamental fish production in a recirculating aquaculture system. Aquaculture, 259,300-314. HARI, B, et al. Effects of carbohydrate addition on production in intensive shrimp culture systems. Aquaculture, v. 241, n. 1/4, p. 187-194, 2004. HORNGREN, C. T. ; FOSTER, G.; DATAR, S. M. Contabilidade de Custos, Rio de Janeiro: LTD. Editora, 2000. KALLMAN K.D., 1975. The platyfish, Xiphophorus maculatus. In: R.C. King (ed): Handbook of Genetics Vol. 4. Plenum Publishing Corporation, NY, USA. KUBITZA,F. Criação de tilápias em sistemas de bioflocos sem renovação de água. Panorama da Aquicultura, v.21,n. 125,2011.

LUDÍCIBUS, S. de. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 4ª (1986). 314 p.

LUDÍCIBUS, S. de. Análise de Custos. São Paulo: Atlas, 1988.

LEONE, G. S. G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1ªed.,

2000.

LIMA, A. 2003. Peixes Ornamentais, potencial de Mercado para algumas espécies de peixes ornamentais. Panorama Aquicultura, nº 78. MAGALHÃES, A.L.B. ; Barbosa, N.P.U. ; Jacobi, C.M. 2010. Peixes de aquário Animais de estimação ou peste?. Revista Ciência Hoje vol 45, n 266. p. 40-45. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 4a ed. São Paulo: Atlas, 1993a. 312 p. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MCNEIL, R. 2000. Zero exchange, aerobic, heterotrophic systems: key considerations. Global Aquaculture Advocate, 72-76. MORIARTY DJW. 1997. The role of microorganisms in aquaculture ponds. Aquaculture,151,333-349.

29

NAJAFPOUR, G. D.; SHAN, C. P.Enzymatic hydrolysis of molasses. Bioresource Technology, v. 86,n. 1, p. 91-94, 2003. NAJDEGERAMI, E.H.; BAKHSHI F.;LAKANI, F.B. Effects of biofloc on growth performance, digestive enzyme activities and liver histology of common carp (Cyprinus carpio L.) fingerlings in zero-water exchange system. Fish Physiol Biochem. Springer Science+Business Media Dordrecht 2015. NOGUEIRA, M.P. 2004. Gestão de custos e avaliação de resultados: agricultura e pecuária. Bebedouro: Scot Consultoria. 219p. NOOTONG, K, et al. Effects of organic carbon addition in controlling inorganic nitrogen concentrations in a biofloc system. Journal of the World Aquaculture Society 42.3: 339-346, 2011. PACHECO, J.T.C. 2009. Efeito da temperatura da água da sedação com eugenol na sobrevida do platy (Xiphophorus maculatus Gunter). Universidade Católica de Goiás. Mestrado Profissional- Tecnologia em Aquicultura Continental. Orientador: Dr. Breno Faria e Vasconcellos. Goiânia, GO. PEREZ-GARCIA, O, et al. Heterotrophic cultures of microalgae: metabolism and potential products. Water research 45.1:11-36, 2011. Prang, G. (2007) “An industry analysis of the freshwater ornamental fishery with particular reference to the supply of brazilian freshwater ornamentals to the UK market.” UAKARI Volume, 45. REIS, A.J dos & Guimarães, J.M.P. Custo de produção na agricultura. Informe Agropecuário. Belo Horizont, n. 143, v. 12, nov. 1986. P. 15-22. REIS, R.E. ; S.O. KULLANDER E C. J FERRARIS JR., 2003. Check listo f the freshwater fishes of South and Central America. Porto Alegre. Edipucrs, 742p. RIEHL, R. E H.A. BAENSCH. 1991. Aquarien Atlas. Band. 1. Melle: Mergus, Verlang fur Natur- und Heimtierkunde, Germany, 992p. ROCHA, A.F. et al. Avaliação da formação de bioflocos na criação de juvenis de tainha Mugil cf. hospes sem renovação de água. Atlântica (Rio Grande), v. 34, n. 1, p. 63-74, 2012.

SABBAG, O. J.; ROZALES, R. R.; TARSITANO, M. A. A.; SILVEIRA, A. N. Análise econômica da produção de tilápias (Oreochromis niloticus) em um modelo de propriedade associativista em Ilha Solteira/SP. Custos e @gronegócio on line, Recife, v. 3, n. 2, jul./dez. 2007. Disponível em: <http://www.custoseagronegocioonline.com.br>. Acesso em: 28 jan. 2011.

SAMOCHA, T. M. et al. Use of molasses as carbon source in limited discharge nursery and grow-out systems for Litopenaeus vannamei. Aquaculture Engineering, v. 36, n. 2, p. 184-191, 2007.

30

SILVA, U et al. Efeito da adição do melaço na relação carbono/nitrogênio no cultivo de camarão Litopenaeus vannamei na fase berçário. v31i4. 4496. Acta Scientiarum. Biological Sciences 31.4: 337-343, 2009. SIPAÚBA-TAVARES, L. H., S. R. LIGEIRO, and J. G. DURIGAN.Variação de alguns parâmetros limnológicos em um viveiro de piscicultura em função da luz. Acta Limnológica Brasileira 7: 138-150. 1995. VINATEA ARANA, L. Aquicultura, evolução histórica. Revista Panorama de Aquicultura. V.5,n.23,p.08,jul./ ago. 1995. SUN, X., et al., 2012.The effect of dietary pigments on the coloration of Japanese ornamental carp (koi, Cyprinus carpio L).Aquaculture 342-343 (1), 62-68. 2012.

VIDAL, M. V. V. Sistemas de produção de peixes ornamentais. Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte 51:62-74, 2006. WASIELESKY, W.J.; ATWOOD,H.I.; STOKES, A. et al. Effect of natural production in brown water super-intensive culture system for white shrimp Litoprnaeus vannamei. Aquaculture, v.258, p. 396-403,2006.