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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical CRESCIMENTO, MORFOLOGIA E PRODUTIVIDADE DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR IRRIGADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS ANDRÉ VINICIUS SERRA CASAROTTO CUIABÁ MT 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE

AGRONOMIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

CRESCIMENTO, MORFOLOGIA E PRODUTIVIDADE DE

VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR IRRIGADAS EM DIFERENTES

ÉPOCAS

ANDRÉ VINICIUS SERRA CASAROTTO

CUIABÁ – MT

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE

AGRONOMIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

CRESCIMENTO, MORFOLOGIA E PRODUTIVIDADE DE

VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR IRRIGADAS EM DIFERENTES

ÉPOCAS

ANDRÉ VINICIUS SERRA CASAROTTO

Engenheiro agrônomo

Orientadora: Profa. Dra. OSCARLINA LÚCIA DOS SANTOS WEBER

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

CUIABÁ – MT

2017

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S487c SERRA CASAROTTO, ANDRÉ VINICIUS. CRESCIMENTO, MORFOLOGIA E PRODUTIVIDADE

DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR IRRIGADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS / ANDRÉ VINICIUS SERRA CASAROTTO. -- 2017

57 f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: OSCARLINA LÚCIA DOS SANTOS WEBER.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical, Cuiabá, 2017.

Inclui bibliografia.

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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Dedico este trabalho à minha querida esposa, Miriam

Tomaz, pelo apoio, compreensão e por tudo que ela

representa para mim.

Ofereço aos meus pais, Sirlei Serra e Aparecido A.

Casarotto a quem só Deus sabe o quanto os devo e

amo, e ao meu irmão Thiago Annibal Serra Casarotto e

minha cunhada Ligia Gonçalves pelo o apoio e

convivência.

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“Se as cidades forem destruídas e os campos conservados, as cidades

ressurgirão; mas se forem destruídos os campos e conservadas as cidades,

estas sucumbirão”

Benjamin Franklin

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por sempre estar presente e me proporcionar momentos felizes e de gloria, e também por me dar forças nos momentos de dificuldades.

Ao professor e tio Marcio Do Nascimento Ferreira pelo carinho, incentivo e

superação na minha carreira profissional. Agradeço minha família pelos momentos felizes, que indiretamente reflete a

boa condução da vida e do projeto, em especial minha amada avó Carmem Serra. Ao professor Antônio Marcos Iaia imensa gratidão pela oportunidade de

trabalho, pelo incentivo ao estudo e a amizade, pelas palavras ditas e ouvidas em especial a um “Deus só dá as dificuldades para quem aguenta”.

Aos Amigos Leandro Silva, Rafael Moraes, Edilson Faustino e Gian Pelegrin,

pelo respeito e convivência no curso de graduação em Agronomia. Ao Marcelo Mattos, Augusto César Dias e Leandro Mufato pelos momentos de

amizade e convivência. Ao meu amigo Eloi Fernandes de Freitas, pelo companheirismo, conhecimento,

e a convivência neste período do mestrado. Ao professor Campelo pela ajuda na condução do experimento. Ao coordenador Ricardo Amorim dos Santos, Programa de Pós-Graduação em

Agricultura Tropical pela atenção e apoio. A secretaria do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical, pela

atenção. Em agradecimento especial, ao Co-Orientador Marcio Roque, pela amizade e

por ter me ajudado e incentivado para a conclusão do mestrado, e a orientadora Oscarlina Lúcia dos Santos pela a orientação, colaboração e sugestões.

A Rede interuniversitária para o desenvolvimento do setor sucroenergético

(RIDESA) pela contribuição financeira, para as avaliações do projeto. Aos amigos de trabalho Ronie Jesus da Silva e Lucas Ferreira pela

convivência, amizade e ensinamentos. Aos colegas de pós-graduação da UFMT, em especial Wininton Mendes,

Wellington Magalhães, Luiz Augusto di Loreto di Raimo, Vinicius Melo da Silva, William Fenner e Rafael Rosseti pelos esclarecimentos metodológicos e pelo companheirismo durante o curso.

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Aos estagiários PBIC, Taylor Silva Aquino, Felipe Marsaro, Juarez Orsolin Junior e Mateus Araújo, pela amizade e ajuda na condução e avaliação do experimento.

Aos colegas graduandos do curso de agronomia pela contribuição na

realização das avaliações do experimento. A destilaria COOPERB Novo Milênio, pela ajuda no processo de análise

tecnológica. Ao Diego Coelho Jardim pela disponibilidade e contribuição de tradução do

texto, pela amizade e por todo aprendizado. Ao Gerente da fazenda experimento da UFMT, Miguel pela atenção. Aos funcionários da fazenda experimental da UFMT pelo apoio e contribuição

nas avaliações do experimento, em especial ao Dário, que me auxiliou nas horas de irrigação tomada.

A todos que fizeram parte e contribuíram para a execução do projeto, direto e indiretamente.

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CRESCIMENTO, MORFOLOGIA E PRODUTIVIDADE DE VARIEDADES DE

CANA-DE-AÇÚCAR IRRIGADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS

AUTOR: ANDRÉ VINICIUS SERRA CASAROTTO

ORIENTADOR: OSCARLINA LUCIA DOS SANTOS WEBER

RESUMO - A irrigação é uma alternativa para obter altas produtividades. O objetivo deste trabalho foi avaliar os aspectos biométricos de crescimento e produção das variedades de cana de açúcar, em cana planta, colhidas em meio de safra, submetidas em épocas distintas de déficits hídricos, no município de Santo Antônio do Leverger – MT. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados com quatro repetições em esquema de parcelas subdivididas, totalizando 60 parcelas. A época representa o tratamento principal, e as variedades os tratamentos secundários. As épocas de irrigação ocorreram no período seco do ano, repondo a evapotranspiração da cultura. As épocas foram: E1 – sem irrigação; E2 – com irrigação apenas em setembro; E3 – com irrigação em agosto e setembro; E4 – com irrigação em julho, agosto e setembro e E5 com irrigação plena durante todo o ciclo da cultura. Ocorreram diferenças quanto à morfologia e ao crescimento, com ganho na massa seca total, independente da variedade e da época. A irrigação, independentemente dos tratamentos, proporciona ganho na produtividade final de colmos (TCH) comparada ao cultivo em sequeiro, independente de variedade. A irrigação não influenciou no teor de açúcar, mas ocorreram diferenças de produção de açúcar por área (TPH). A RB92579 é a variedade mais responsiva à irrigação, seguido da RB928064 e RB867515. Palavras-chave: Saccharum spp. manejo de água no solo, déficit hídrico.

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GROWTH, MORPHOLOGY AND PRODUCTIVITY OF SUGAR CANE VARIETIES IRRIGATED IN DIFFERENT PERIODS

ABSTRACT - Irrigation is an alternative to obtain high productivity. The objective of this work was to evaluate the biometric aspects of growth and production of sugarcane varieties, harvested in the middle of the harvest, submitted at distinct periods of water deficits, in the town of Santo Antônio do Leverger – Mato Grosso (MT). The experimental design used was in a randomized complete block design with four replications in a subdivided plots scheme, totaling 60 plots. The period represents the main treatment, and the variety the secondary treatment. Periods of irrigation occurred in the dry period of the year, restoring the evapotranspiration of the crop. The periods were E1 - not irrigated, E2 - Irrigated only in September, E3 - Irrigated in August and September, E4 - Irrigated in July, August and September and E5 - Irrigated during the entire crop cicle. There were differences in morphology and growth, with gain in total dry mass, regardless of the variety and it Irrigation periods. Irrigation, regardless of the treatments, provides gain in the final productivity of culm (TCH) compared to the not irrigated system, regardless of variety. Irrigation did not influence the sugar content, but there were differences in sugar production by area (TPH). RB92579 is the most responsive variety for irrigation, followed by RB928064 and RB867515. Key words:. Saccharum spp, soil water management, hydric deficity

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 15

2.1. A cana-de-açúcar – Considerações Gerais ........................................................ 15

2.2. Irrigação .............................................................................................................. 16

2.3. Irrigação localizada ............................................................................................. 17

2.4. Uso eficiente da água e fases fenológicas da cana-de-açúcar ........................... 18

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 21

3.2. Solo da área experimental .................................................................................. 23

3.3. Caracterização da área experimental ................................................................. 23

3.4. Características das variedades .............................. Erro! Indicador não definido.

3.5. Implantação do experimento ............................................................................... 24

3.6. Preparo da área experimental e realização do experimento ............................... 25

3.7. Tratamentos e delineamento experimental ......................................................... 27

3.8. Avaliações das características morfológicas e de crescimento .......................... 29

3.8.1. Variáveis morfológicas .................................................................................... 29

3.8.1.1. Número de colmo – NC (m²) ........................................................................ 29

3.8.1.2. Estatura média do colmo – EMC (cm) .......................................................... 29

3.8.1.3. Diâmetro médio do colmo – DMC (cm) ........................................................ 29

3.8.1.4. Índice de área foliar – IAF (m² m²) ................................................................ 29

3.8.2. Variáveis de crescimento ................................................................................ 30

3.8.2.1. Massa seca – MS (t ha-1) ............................................................................. 30

3.8.2.2. Taxa de elongação da cultura – TEC (cm dia-1) ........................................... 30

3.8.3. Variáveis de produção ..................................................................................... 31

3.8.3.1. Tonelada de cana por hectare – TCH (t ha-1) ............................................... 31

3.8.3.2. Teor de sacarose – POL (%) ........................................................................ 31

3.8.3.3. Tonelada de POL por hectare – TPH (t ha-1) ................................................ 31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 32

4.1. Morfologia das cultivares RB867515, RB92579 e RB928064 submetidas à

irrigação .................................................................................................................... 32

4.1.1. Número de colmo – NC (m²) ........................................................................... 32

4.1.2. Estatura média do colmo – EMC (cm) ............................................................. 35

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4.1.3. Diâmetro médio do colmo – DMC (cm) ........................................................... 36

4.1.4. Índice de área foliar – IAF (m² m²) ................................................................... 38

4.2. Crescimento das cultivares RB867515, RB92579 e RB928064 submetidas à

irrigação .................................................................................................................... 40

4.2.1. Massa Seca – MS (t ha-1) ................................................................................ 40

4.2.2. Taxa de elongação do colmo – TEC (cm dia-1) ............................................... 43

4.3. Produção das cultivares RB867515, RB92579 e RB928064 submetidas à

irrigação .................................................................................................................... 45

4.3.1. Toneladas de cana por hectare – TCH (t ha-1) ................................................ 45

4.3.2. Teor de sacarose – POL (%) ........................................................................... 48

4.3.3. Tonelada de POL por hectare (t ha-1) .............................................................. 49

5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 51

6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 52

7. APÊNDICES ....................................................................................................... 59

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1. Introdução

No Brasil a cana-de-açúcar ocupa posição importante na agricultura por se

tratar de uma cultura de expressividade econômica no agronegócio brasileiro. A

produção de cana-de-açúcar estimada para a safra 2016/17 é de 684,77 milhões de

toneladas, com aumento de 4,40% em relação à safra 2015/16, que foi de 654,6

milhões de toneladas, significando que a quantidade que será moída deve ser 30,17

milhões de toneladas a mais que na safra anterior Conab (2016).

Com a implantação de áreas de produção de cana-de-açúcar no centro-sul

brasileiro, sobretudo na região do Cerrado, a cultura está sujeita à déficit hídrico,

principalmente na estação seca que ocorre entre abril e setembro, dificultando a

obtenção de produtividade econômica. Nesse período, os índices pluviométricos

mensais são reduzidos, podendo chegar a zero, e ocorrência de alta temperatura,

provocando maior evapotranspiração, o que levam as plantas, quando cultivadas

neste período, a demandar maior quantidade de água (Assad; Assad, 1999).

O consumo anual de água pela cultura da cana-de-açúcar varia de 1500 a

2500 mm, dependendo da região, do clima, das variedades e do solo (Doorenbos e

Kassam 1994). Castro (2008), relata que a umidade é importante em todos os

estádios fenológicos da cultura e que há necessidade de uma precipitação mínima

de 1.000 mm para suprir suas necessidades.

Nesses casos, a irrigação torna-se necessária, quando forem utilizados

métodos mais eficientes de irrigação, (Dantas Neto et. al., 2006; Dalri et al., 2008 e

Silva et al., 2009), o que pode propiciar melhor resposta de produção com o uso da

irrigação. Sabe-se que a cultura da cana-de-açúcar é tolerante ao déficit hídrico,

porém não sabemos qual o nível de stress hídrico a cana-de-açúcar pode ser

submetida, de forma que a produtividade não seja comprometida e que garanta alto

rendimento.

Esse conhecimento é de fundamental importância, pois as áreas de produção

de cana-de-açúcar ocupam grande extensão, o que torna os projetos de irrigação

um investimento de alto custo de implantação, por demandar energia elétrica, e por

necessitar de grande disponibilidade de água, o que representa um grande desafio

operacional.

Dessa forma, ao se analisar as condições hídricas para o cultivo da cana,

deve-se considerar que, não é o total de precipitação anual o mais importante, e sim

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sua distribuição ao longo do ciclo, a fim de disponibilizar água no solo para que

atenda todo o ciclo vegetativo da cultura.

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as características

morfológicas, crescimento e produtividade de três variedades de cana-de-açúcar em

cana planta, submetidas a diferentes épocas de irrigação, no Centro-Sul do estado

de Mato Grosso.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A cana-de-açúcar – Considerações Gerais

A cana-de-açúcar é uma gramínea tipicamente tropical, de clima quente e

úmido (Fernandes, 1984). Está enquadrada entre as gramíneas de maior eficiência

fotossintética, ou seja, é classificada entre as plantas de metabolismo C4, como

milho, sorgo e outras. As plantas com este metabolismo, apresentam maior

eficiência fotossintética, devido à abundância de cloroplastos dispostos em duas

camadas na folha.

Segundo Vieira (1986a), as gramíneas normalmente respondem muito bem à

irrigação, pois quando encontram umidade suficiente no solo, calor e luminosidade,

apresentam elevado desenvolvimento. Quantitativamente, isto propicia à cana-de-

açúcar, em relação às plantas de metabolismo C3, apresentar uma taxa de

crescimento e eficiência do uso da água 2 a 3 vezes maior (Casagrande, 1996).

A cultura da cana-de-açúcar possui múltipla utilização, podendo ser empregada

in natura, sob a forma de forragem para alimentação animal ou como matéria-prima

para fabricação de rapadura, melado, aguardente e principalmente açúcar e álcool

combustível.

Historicamente a cultura da cana-de-açúcar é tão antiga quanto o

descobrimento do Brasil, e a sua exploração se difundiu por diversas partes do país,

tornando-se de grande importância econômica, com maior relevância nas regiões

nordeste, sul e sudeste do país, para produção de aguardente, álcool e açúcar.

É originaria do sudoeste asiático, e cultivada em várias regiões tropicais e

subtropicais do mundo, e dentre as várias versões de sua introdução no Brasil a

mais aceita é que foi trazida por Martin Afonso de Souza no início do século XVI, um

dos primeiros colonizadores do Brasil, trazendo as primeiras mudas da Ilha da

Madeira (Junqueira; Dantas, 1964).

No entanto, outros relatos dizem que a introdução da cultura no Brasil pode ter

sido antes, pela citação de registros que a primeira exportação de açúcar para a

metrópole portuguesa foi em 1521 a partir de Pernambuco (Peixoto, 1973).

Atualmente, a cana-de-açúcar vem sendo cultivada em muitos países do

mundo. No Brasil, tem sido cultivada em escala comercial desde a proximidade da

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linha do Equador, no Estado do Amazonas, até regiões subtropicais, como o Estado

do Rio Grande do Sul, resultando numa extrema diversidade de unidades

edafoclimáticas FNP, (2003).

Dentre os cultivos no Brasil, a cana-de-açúcar é o terceiro em área plantada,

ficando atrás da soja e milho. No Estado de São Paulo, onde se concentra mais da

metade das áreas cultivadas e da produção brasileira (FNP, 2001), ela ocupa a

maior área plantada, vindo a contribuir com 29% do PIB agrícola. Pela dimensão que

atingiu após o Proálcool, a agroindústria sucroenergética é hoje não apenas de alto

valor socioeconômico na sociedade brasileira, mas também estratégica pela

participação do álcool, por ela ser produzida na matriz energética do país (Suguitani,

2006).

2.2. Irrigação da cultura da cana de açúcar

A água é essencial para a produção vegetal, pois tanto a falta quanto o

excesso prejudicam o crescimento e o desenvolvimento das plantas. O déficit hídrico

não é limitado apenas às regiões áridas e semiáridas do mundo, uma vez que,

mesmo em regiões consideradas climaticamente úmidas, a distribuição irregular das

chuvas pode, em alguns períodos, limitar o crescimento (Ometto, 1980).

A irrigação pode ser definida como sendo a aplicação artificial de água no solo,

de acordo com a capacidade de retenção e infiltração do mesmo, a fim de garantir o

suprimento hídrico da planta, durante todo seu ciclo vegetativo, propiciando melhor

desenvolvimento e maior produção (Vieira, 1986b).

De acordo com Bernardo (1995), não se deve fazer irrigação pelo simples

prazer de dizer que está fazendo agricultura irrigada, mas sim com o objetivo de

irrigar de forma consciente e precisa, visando aumentar a produção, seja em

quantidade e qualidade; e/ou com o objetivo de incorporar a agricultura em terrenos

que, sem o uso da irrigação, não seriam possíveis de cultivar.

Das muitas técnicas desenvolvidas na produção de alimentos, nenhuma é tão

antiga e mais importante que a irrigação. A ideia básica da irrigação é suprir a

necessidade hídrica das plantas, na quantidade certa e no momento adequado, para

obter máxima produção e a melhor qualidade do produto (Telles, 1986).

O conhecimento das relações solo-água-planta-atmosfera é de extrema

importância para melhorar o manejo da cultura da cana-de-açúcar, mesmo onde não

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se pratica a irrigação, possibilitando manejar a cultura de modo que nos períodos

críticos de falta de água, coincidam com a maior disponibilidade hídrica do local.

(Teodoro, 2011).

2.3. Irrigação localizada

Como uma das definições da irrigação localizada, é a aplicação da água

diretamente na zona abrangida pelo sistema radicular, este sistema tem como

característica o baixo volume de água aplicada, com alta frequência entre as

irrigações. Em razão dessa elevada frequência, a superfície do solo se mantém no

gotejamento superficial por um período de tempo, com alto nível de umidade,

fazendo que o primeiro estágio de evaporação persista por maior tempo (Meshkat et

al., 2000).

De acordo com Reichardt (1996), neste primeiro estágio de evaporação, há

uma alta velocidade de evaporação, a qual é constante e independente da umidade

do solo, estando principalmente relacionado às condições reinantes na atmosfera

junto ao solo, tais como energia radiante, velocidade do vento, temperatura e

umidade do ar.

Sobre a variável de estimativa da quantidade de água consumida pela irrigação

localizada, Matthias et al. (1986), estimaram que a evaporação respondeu por uma

perda de 33% a 40% da água aplicada em um solo nu, irrigado por gotejamento em

um período de sete dias. Com o mesmo objetivo, Lamm et al. (1995), utilizando o

gotejamento subsuperficial na cultura do milho, e analisando os componentes do

balanço hídrico de água, indicam que um manejo de água preciso do sistema de

irrigação, pode reduzir as necessidades de irrigação em até 25%. Também para a

cultura do milho, Evett et al. (1995), relatam que o sistema de irrigação localizada

pode proporcionar uma economia de 10% na aplicação de água, quando o tubo

gotejador estiver instalado a 30 cm de profundidade.

A irrigação por gotejamento subsuperficial é definido pela ASAE S526.1 (1997)

como “aplicação de água abaixo da superfície do solo através de emissores com

taxa de descarga semelhante à irrigação por gotejamento superficial.

Algumas vantagens da irrigação podem ser mencionadas: seguro contra as

secas, e veranicos, melhor produtividade das lavouras, melhor qualidade do produto,

em virtude de o metabolismo vegetal ser melhor e colheitas fora de épocas normais.

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2.4. Uso eficiente da água (UEA) e fases fenológicas da cana-de-açúcar

Em uma análise dos impactos da deficiência hídrica na produção de cana-de-

açúcar, (Inman-Bamber & SMITH, 2005), concluíram que a variabilidade temporal

das variações hídricas no solo, determinada pela irregularidade das chuvas, é o fator

isolado que exerce maior influência na oscilação do rendimento, e que a

suscetibilidade da cana-de-açúcar à deficiência hídrica é maior na fase de

alongamento dos colmos, o que causa sérios prejuízos na formação de fito massa e

no rendimento de sacarose.

Muitos pesquisadores têm proposto indicadores para avaliar a eficiência do uso

de água (Bos et al., 1994; Perry, 1996; Molden et al., 1998). Esses indicadores

consideram a resposta produtiva da cultura e o desempenho da aplicação de água

no sistema de produção, em relação à demanda hídrica máxima requerida (Pereira

et al., 2002).

Segundo Bernardo (2006), há basicamente três diferentes concepções de

projetos para irrigação de cana de açúcar, que poderão ser implantados de acordo

com a disponibilidade hídrica, nível tecnológico e exposição ao déficit hídrico local.

Sendo: irrigação de salvação, planeja-se irrigar somente num período relativamente

curto ou em um estágio do cultivo, com intuito de “salvar” a soca; irrigação com

déficit, planeja-se atender somente uma fração da demanda hídrica da cultura

aplicando lâminas acumuladas de 200 a 400 mm/ano, neste caso, faz-se necessário

realizar estudo climático da região, baseado no balanço-hídrico para definir

estratégia de decisão de irrigação; e irrigação total, refere-se a oferta de água

necessária para atender a demanda hídrica total das culturas, aplicada via irrigação,

com lâminas acumuladas acima de 500 mm/ano.

Um regime hídrico em que não ocorrem déficits hídricos é contraindicado para

a cultura da cana-de-açúcar, por ser necessária a existência de um período seco,

que favoreça a maturação em detrimento do crescimento. Por outro lado, quando a

deficiência hídrica anual ultrapassa determinados limites, o desenvolvimento da

planta poderá ficar seriamente comprometido. De acordo com SCARDUA (1985), a

frequência e a lâmina de irrigação, devem variar com os períodos de crescimento da

cana. Durante o período de estabelecimento, incluindo a emergência e o

estabelecimento das plântulas, é preferível efetuar aplicações de irrigação leves e

frequentes.

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Para o crescimento da cana-de-açúcar há vários componentes fenológicos,

como o número de perfilho, a altura dos colmos e densidade dos colmos, que são de

controle genético, mas que estão sujeitos a influências ambientais (SUGUITANI,

2006).

Os processos fisiológicos podem variar de acordo com as fases de

desenvolvimento da planta, no caso da cana-de-açúcar, esses processos podem ser

classificados como brotação, perfilhamento, crescimento, maturação e florescimento

(CASAGRANDE, 2008).

A necessidade hídrica da cana-de-açúcar varia conforme os diferentes estádios

fenológicos da cultura. Segundo Ometto (1980), dependendo do clima o volume de

água de que a cultura necessita, varia de 1.500 e 2.500 mm. Foligata (1974),

verificou que, de acordo com as condições climáticas de Tucumán, na Argentina, a

cana-de-açúcar careceu de 12,5 a 14,9 mm de água para produzir uma tonelada de

colmos.

No período vegetativo inicial, o perfilhamento é diretamente proporcional à

frequência de irrigação. Um perfilhamento vigoroso no início, é ideal porque

proporciona o surgimento de brotos aproximadamente da mesma idade. Com base

na análise de diferentes períodos do ciclo da cultura, o autor observou que, no

primeiro período de produção (brotação, perfilhamento e estabelecimento), a

redução na produtividade foi maior que no segundo (produção vegetativa), e que, no

terceiro (maturação) o efeito do déficit poderia ser considerado insignificante.

Conforme a fase fenológica, o déficit hídrico pode ter maior ou menor impacto

na produtividade agrícola (Ramesh, 2000; Pimentel, 2004), e a fase de maior

sensibilidade ao déficit hídrico é o de rápido desenvolvimento da cultura, quando as

plantas apresentam grande área foliar e necessitam de maior quantidade de água

para a troca gasosa (Pires et al., 2008).

Segundo Scardua e Rosenfeld (1987), é difícil estabelecer a relação entre

produção e consumo de água pela cana-de-açúcar, pelo fato de que o consumo

varia de acordo com o estádio fenológico e do ciclo da cana-de-açúcar, como

também das condições climáticas e da água disponível no solo, entre os diversos

fatores que interferem no desenvolvimento da cultura.

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20

2.5. Características das variedades

Neste estudo foram utilizadas, três variedades de cana-de-açúcar

desenvolvidas pela RIDESA (Rede Interuniversitária Para o Desenvolvimento do

Setor Sucroenergético). As características das variedades estão demonstradas na

Tabela 1 (RIDESA, 2010).

TABELA 1. Características das variedades RB867515, RB92579 e RB928064.

(Santo Antônio do Leverger, 2015/2016).

CARACTERÍSTICAS RB867515 RB92579 RB928064

Produtividade Agrícola Alta Alta Alta

Colheita Jul-Set Out-Jan Set-Nov

Perfilhamento Cana planta Médio Alto Médio

Cana soca Médio Alto Alto

Brotação da Soca Queimada Muito boa Muito Boa Muito Boa

Crua Boa Boa Boa

Fechamento entre linhas Boa Bom Bom

Porte Alto Alto Alto

Hábito de Crescimento Ereto Semi-decumbente Ereto

Tombamento Eventual Frequente Eventual

Chochamento Médio Pouco Ausente

Despalha Média Difícil Média

Velocidade de Crescimento Rápido Lento Rápido

Florescimento Eventual Eventual Raro

Maturação Média tardia Média tardia Média tardia

PUI Médio Longo Médio

Teor de Sacarose Alto Alto Médio

Teor de Fibra Médio Médio Médio

Doenças

Carvão Tolerante - Resistente

Ferrugem marrom Resistente Tolerante Resistente

Escaldadura Tolerante Resistente Tolerante

Mosaico Tolerante - Resistente

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3. Material e métodos

3.1. Descrição Geral da Área de Estudo

O presente trabalho foi instalado na Fazenda Experimental da Faculdade de

Agronomia e Zootecnia (FAAZ- UFMT) localizada no município de Santo Antônio do

Leverger, a sudoeste do estado de Mato Grosso nas coordenadas geográficas 15°

47’ 11’’ de latitude sul, 56° 04’ 47’’ de longitude oeste e altitude de 140 metros.

O clima de Santo Antônio do Leverger segundo a classificação de Köppen

(1948), é tropical úmido megatérmico (AW), com temperatura média anual de

24,4ºC. A estação chuvosa estende-se de outubro a abril e a de seca de maio a

setembro. Segundo dados obtidos na estação meteorológica da fazenda

experimental da FAAZ-UFMT, a precipitação média anual é de 1.320 mm ano-1

e a umidade relativa do ar varia entre 70 – 80%.

Os dados de temperatura (o

C) e umidade relativa (%), com médias mensais

estão na Figura 1. A precipitação mensal (mm), evapotranspiração de referência

(Etc) e os tratamentos de irrigação está apresentado na Figura 2, ambos obtidos no

posto meteorológico da Fazenda Experimental, conforme ilustrados na Tabela 1.

FIGURA 1. Média mensal de temperatura (o

C) e umidade relativa (%).

15,00

20,00

25,00

30,00

0

20

40

60

80

100Te

mp

erat

ura

(°C

)

Um

idad

e R

elat

iva

(%)

TEMPERATURA UMIDADE RELATIVA (%)

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FIGURA 2. Precipitação, Evapotranspiração da cultura (Etc) e as épocas (irrigação e

precipitação) aplicadas.

TABELA 2. Precipitação, Evapotranspiração da cultura (Etc) e as épocas (irrigação

e precipitação) aplicadas.

Mês Épocas de irrigação (mm) Precipitação

(mm) E1 E2 E3 E4 E5

Etc

Julho 53,68 53,68 53,68 53,68 0,00

Agosto 120,51 120,51 120,51 0,10

Setembro 149,68 149,68 40,90

Outubro 118,46 101,90

Novembro 139,31 238,30

Dezembro 119,82 116,90

Janeiro 126,10 336,10

Fevereiro 124,38 203,70

Março 131,69 205,70

Abril 113,54 108,50

Maio 86,87 11,70

Junho 90,85 18,60

irrigação e precipitação (mm)

0 53,68 174,19 323,87 1374,88 1382,40

Soma de irrigação + precipitação

(mm) 1382,40 1436,08 1556,59 1706,27 2757,28 -

Obs: Valores em branco = 0,00

0

50

100

150

200

250

300

350

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

E1 E2 E3 E4 E5 Etc precipitação

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3.2. Solo da área experimental

O solo, de acordo com a metodologia do Sistema Brasileiro de Classificação do

Solo (Embrapa, 2013), é classificado como LATOSSOLO VERMELHO AMARELO,

de textura média.

3.3. Caracterização da área experimental

O solo foi amostrado em três repetições por bloco do experimento, utilizando

um trado holandês para as amostras deformadas e um anel de Kopeck para as

amostras indeformadas. Por meio da análise de solos, foram obtidas as

características químicas e físicas do solo do experimento (Tabelas 3 e 4).

TABELA 3. Características químicas do solo da área experimental

(macronutrientes).

Prof. pH M.O. P-resina H+Al K Ca Mg SB CTC

(cm) CaCl² g/dm³ mg/dm³ cmolc/dm³

0 – 20 6,30 20,03 19,70 2,15 0,24 2,15 0,87 3,27 5,42 20 – 40 6,25 16,78 10,45 1,94 0,15 1,95 0,80 2,90 4,85

TABELA 4. Características físicas e químicas (micronutrientes) do solo da área

experimento.

Prof. B Cu Fe Mn Zn S Dens.

Solo Areia Argila Silte

Classe

Textural

(cm) ------------------mg/dm³---------------- (g.cm-3) -------(%)-------

0 – 20 0,38 0,63 102,75 50,35 1,38 6,78 1,69 68,58 24,73 6,70 médio

20 – 40 0,31 0,50 76,50 41,60 0,83 8,95 1,49 66,50 26,13 7,38 médio

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3.4. Implantação do experimento

Utilizou-se sistema de irrigação por gotejamento, fabricado pela Netafim e

utilizado superficial pelo fácil acesso e manejo do mesmo. É constituído de

polietileno de baixa densidade, com 350 micra de espessura da parede, emissores

tipo labirinto TurboNettm com amplas secções de passagem integrado a parede do

tubo e espaçamento 0,50 cm entre gotejadores, com vazão de 1 L h-1, com diâmetro

interno de 15,40 mm.

A uniformidade de distribuição de água via irrigação localizada, normalmente é

comprometida pela diferença de pressão entre os gotejadores, causada pela

declividade e pela perda de carga. Com o intuito de minimizar o erro de distribuição,

foi realizado coletas das vazões. Dessa forma, para avaliar a vazão e verificar a

uniformidade de distribuição de água, foram coletados todos os pontos em quatro

linhas, da seguinte forma: o primeiro gotejador, o segundo situado a 1/3; o terceiro a

2/3 do comprimento da linha; e o último gotejador. Foram escolhidas quatro parcelas

representativas de desuniformidade de declive, situada nas parcelas extremas do

experimento, sendo eles na Figura 3:

FIGURA 3. Esquema da avaliação da uniformidade de distribuição de água.

Para avaliar a uniformidade de distribuição de água ao longo da linha lateral,

utilizou-se o coeficiente de uniformidade de Crhistiansen (CUC), (1980). Equação 1:

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CUC = 100 (1 −∑|qi−q̅|

n∗q̅) eq. 1

qi = vazão de cada gotejador avaliados (L/h).

q̅ = vazão média dos gotejadores avaliado (L/h).

n = número de gotejadores avaliado.

TABELA 5. Coeficiente de uniformidade de vazão.

Coeficiente de uniformidade

B1L4 B2L2 B4L3 B4L4

GOTEJ. 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

CUC (%) 97 98 99 98 98 98 94 97 98 88 98 93 94 96 96 97

MÉDIA TOTAL

(%) 96

De acordo com Asae (1997), a uniformidade estatística de um sistema de micro

irrigação é considerada excelente quando os valores obtidos são maiores que 95%.

Para valores entre 95% e 85%, a uniformidade estatística é considerada boa. O

teste de uniformidade estatística obtida neste estudo foi de 96%, portanto a

uniformidade do sistema foi considerada excelente (Tabela 5).

3.5. Preparo da área experimental e realização do experimento

O preparo do solo da área experimental foi arado e gradeado. Para o plantio

foram abertos os sulcos distanciados de 1,50 m entre si com profundidade em média

de 20 cm. A parcela foi composta de quatro (4) linhas de dez (10) metros de cana-

de-açúcar (Figura 4). A área total da parcela foi de 60 m2 (10 x 6 m), utilizando a

parcela total como a útil para a colheita. O plantio da cana foi realizado

manualmente, no dia 28 de maio de 2015.

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FIGURA 4. Croqui do experimento.

As mudas utilizadas são oriundas dos viveiros da destilaria de Álcool Libra

Ltda. Os rebolos foram cortados, previamente com três gemas em cada tolete e

distribuídos uniformemente no sulco de plantio com 18 gemas por metro linear. Para

o controle de pragas de solo, foi realizada a aplicação do produto comercial Regent

800 WG na cobertura dos rebolos, na dose de 250 g ha-1.

A adubação mineral de plantio utilizado foi de, 30 kg de N/ha, 140 kg de P2O5,

e 120 kg ha-1 de K2O, sendo 68 kg ha-1 de ureia, 280 kg ha-1 de MAP e 200 kg de

cloreto de potássio, conforme Raij et al. (1997)

O ciclo da cultura foi de 380 dias, correspondente à data de plantio 28/05/2015

e a data de colheita foi no dia 13/06/2016. As avaliações foram realizadas

bimestrais, (61, 122, 183, 244, 305 e 366 dias após o plantio – DAP). Foram

avaliadas quinze canas seguidas, na segunda linha da parcela, pulando a bordadura

de um metro. Os colmos foram etiquetados 60 DAP e numerados para que se

acompanhasse o crescimento e desempenho da cultura ao longo do ciclo Figura 5.

E4 V1 V2 V3 V3 V2 V1 E2

E1 V2 V3 V1 V2 V1 V3 E4

E3 V3 V1 V2 V1 V3 V2 E3

E2 V1 V3 V2 V3 V1 V2 E1

E5 V3 V2 V1 V2 V3 V1 E5

E2 V2 V1 V3 V1 V2 V3 E3

E4 V1 V3 V2 V1 V3 V2 E1

E5 V2 V1 V3 V3 V1 V2 E2

E3 V1 V2 V3 V2 V1 V3 E5

E1 V2 V3 V1 V3 V2 V1 E4

BL

OC

O I

BL

OC

OIII

BL

OC

O I

I BL

OC

O IV

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Figura 5. Colmos de cana-de-açúcar avaliados na parcela.

3.6. Tratamentos e delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com arranjo

de parcelas subdivididas, com quatro blocos. Foram avaliadas cinco épocas de

irrigação e três variedades de cana-de-açúcar.

Para os resultados submetidos à análise de variância foi utilizado o programa

estatístico Sisvar® (Ferreira, 2003), onde as médias foram comparadas pelo teste de

Tukey, ao nível de 5% de probabilidade (Koehler, 1998).

Para as parcelas, foram representadas três variedades, de cana assim

denominadas: Variedade 1 (V1): RB867515; Variedade 2 (V2): RB92579; Variedade

3 (V3): RB928064.

As subparcelas representaram as laminas de irrigação, assim identificadas:

Tratamento 1 (E1) - sem irrigação; Tratamento 2 (E2) – Reposição da

evapotranspiração total no mês de setembro; Tratamento 3 (E3) – Reposição da

evapotranspiração total dos meses de agosto e setembro; Tratamento 4 (E4) –

Reposição da evapotranspiração nos meses de julho, agosto e setembro;

Tratamento 5 (E5) – Época de irrigação plena, ou seja, o sistema de irrigação foi

0,75 m 0,75 m6 metros

1,50 m 1,50 m 1,50 m

10

me

tro

s

1,5

m

Lin

ha

da

pa

rce

la

Colmo da cana de açúcar

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acionado diariamente e manualmente em painel de controle situado próximo à

bomba d’água.

Para obter as informações de evaporação da cultura foi utilizado o método do

tanque de Evaporação Classe “A”. Assim, realizado leituras diárias de evaporação

do tanque Classe “A”, foi quantificado o consumo de água pela cultura, segundo a

equação 2 de Doorenbos & Pruitt (1976), em que apresenta, coeficientes do tanque

Classe “A” (Kp), o qual é função da área circundante, velocidade do vendo e

umidade do ar que, ao multiplicar com sua evaporação, permite estimar a

evapotranspiração de referencia (ETo). A evaporação de referencia (ETo) é

determinada por meio da equação 2:

𝐸𝑇𝑜 = 𝐾𝑝 𝑥 𝐸𝑉TCA eq. 2

Onde:

Kp – coeficiente de correção, adimensional;

EVTCA – evaporação do tanque Classe “A”, em mm d-1;

A determinação de evapotranspiração da cultura (ETc), foi calculada pela eq. 3:

𝐸𝑇𝑐 = 𝐾𝑐 𝑥 𝐸𝑇𝑜 eq. 3

Onde:

ETo – evapotranspiração de referência.

Kc – coeficiente da cultura, em função do estádio de desenvolvimento (Tabela 6).

TABELA 6. Valores do coeficiente de cultura (Kc) utilizados no manejo da cana-de-

açúcar.

Idade da Cana-de-açúcar

em meses

Mês Coeficiente de Cultura

(Kc)

0 - 2 Julho - Agosto 0,50

2 – 3 Setembro 0,8

3 – 4 Outubro 0,95

4 – 7 Nov/Dez/Jan 1,1

7 – 14 Fev/Mar/Mai/Jun 1,2

Fonte: Doorenbos & Kassam (1994).

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3.7. Avaliações das características morfológicas e de crescimento

3.7.1. Variáveis morfológicas

3.7.1.1. Número de perfilhos – NPM (m²)

O número de perfilho por metro quadrado foi obtido, pela soma de colmos em

metro lineares total da parcela e dividida pela área da mesma, a cada época de

avaliação.

3.7.1.2. Estatura média do colmo – EMC (cm)

Para estatura média dos colmos foram medidos 15 colmos seguidos na linha,

com o auxílio de uma fita métrica, contabilizando a medição da base do colmo (rente

ao solo) até o início da bainha da folha +1, (primeira aurícula visível).

3.7.1.3. Diâmetro médio do colmo – DMC (cm)

O diâmetro médio dos colmos foi medido utilizando um paquímetro graduado

em centímetros, no meio (metade da altura do colmo).

3.7.1.4. Índice de área foliar – IAF (m² m²)

O índice de área foliar (IAF) em m² m² foi estimado por meio da área foliar do

colmo (Afc), onde se baseia no número de perfilhos, em m², dividido pela superfície

sombreada pelas folhas segundo a metodologia de Larcher (2000) equação 5.

IAF =AF x Sn° P

S eq. 5

Onde:

AF – área foliar total x perfilhos;

Sn° P – número de perfilho m-2;

S – Superfície do solo (1 m²).

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3.7.2. Variáveis de crescimento

3.7.2.1. Massa seca – MS (t ha-1)

Para massa seca foi coletada a parte aérea (folhas mais o ponteiro verde).

Foram pesadas a campo, acondicionadas e devidamente identificadas em sacos

apropriados, levadas ao laboratório para a secagem em estufa de circulação forçada

a 65°C, até o peso ficar constante.

Para descrever a taxa de produção de massa seca da folha + ponteiro e colmo,

entre as variedades, para as lâminas coletadas utilizou-se a equação:

MS (t ha−1) =MS% x Peso/colmo

6666,67 eq. 6

Onde:

MS – Massa seca;

MS% - Percentagem de massa seca;

6666,67 – Metros lineares por hectare a 1,5 metros de espaçamento.

A massa seca do colmo foi obtida a partir da equação 7, utilizada a análise de

qualidade da cana-de-açúcar, para descrever:

MS% = Fibra% + Brix% eq. 7

3.7.2.2. Taxa de elongação da cultura – TEC (cm dia-1)

A taxa de elongação da cultura (TEC), em cm dia-¹, descreve a quantidade de

elongação dos colmos, no intervalo entre duas avaliações (t2 – t1), de acordo com a

metodologia utilizada por Ramesh (2000) equação 8.

TEC =(TEC2 −TEC1)

(t2 −t1) eq. 8

Onde:

TEC1 e TEC2: Intervalo de duas épocas de amostragem em cm dia-¹.

t2 e t1: intervalo entre duas avaliações em dias.

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3.7.3. Variáveis de produção

3.7.3.1. Tonelada de cana por hectare – TCH (t ha-1)

A produtividade foi calculada com a pesagem da parcela total, as folhas verdes

foram retiradas no nível do internódio +1. Para o cálculo da tonelada de cana por

hectare (TCH) foi utilizado a equação 4:

TCH =Peso da parcela (Kg)

40 x 6.666,67 m eq. 4

Onde:

6.666,67 – Metros lineares a espaçamento 1,5 metros.

30 – Metros lineares da parcela.

3.7.3.2. Teor de sacarose – POL (%)

Para determinação do teor de sacarose (POL%), foram coletados 10 colmos

seguidos na linha de plantio na última avaliação, pesados e levados para a destilaria

de Álcool COOPERB - Novo Milênio, Mirassol – MT para se obter os resultados da

analise tecnológica, com foco no resultado de POL% (porcentagem aparente de

sacarose).

3.7.3.3. Tonelada de POL por hectare – TPH (t ha-1)

Para o cálculo de açúcar por hectares foi utilizada a equação 5:

TPH =TCH x POL

100 eq. 5

Onde:

POL – teor de sacarose aparente contida no caldo da cana-de-açúcar;

TCH – Tonelada de cana por hectare;

100 – Divisor para determinar o valor em percentagem.

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4. Resultados e Discussão

4.1. Morfologias das cultivares RB867515, RB92579 e RB928064 submetidas à

irrigação

4.1.1. Número de perfilho – NPM (m²)

O número de perfilho m-2 está apresentado na Tabela 7, em que se observa

que houve diferença entre as variedades, épocas e suas interações. Todas as

variedades tiveram o mesmo comportamento (Figura 6A, 6B e 6C), entre os 61 DAP

e 122 DAP ocasião em se que registra grande perfilhamento, com destaque para a

variedade RB92579 com 8,67 perfilho por metro quadrado. Oliveira (2010), com

trabalho desenvolvido no município de Paranavaí – PR, observou que o máximo de

perfilho ocorreu aos 90 DAP, portanto com resposta semelhante deste estudo. Diola

e Santos (2010), descrevem que o perfilhamento inicia em torno de 40 dias após o

plantio e pode durar até 120 dias, sendo um processo fisiológico de ramificação

subterrânea contínua das juntas nodais compactadas ao broto primário.

TABELA 7. Número de perfilho por metro quadrado, nas variedades RB867515,

RB92579 e RB928064, para as épocas L1, L2, L3, L4, L5. Estação

Experimental da UFMT em Santo Antônio do Leverger, 2015/2016.

ÉPOCAS RB867515 RB92579 RB928064

Perfilhos.m-² MÉDIA CV

E1 6,32 Bb 7,54 Ab 7,08 ABa 6,98 c

8,98%

E2 7,41 Bab 8,75 Aab 7,43 ABa 7,86 ab

E3 7,34 Bab 9,05 Aa 7,68 Ba 8,02 ab

E4 6,38 Bb 8,49 Aab 7,96 Aa 7,61 bc

E5 7,87 Ba 9,50 Aa 8,01 Ba 8,46 a

MÉDIA 7,059 C 8,665 A 7,89 B

CV 8,28% Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Houve redução no número de perfilho m-2, independente das épocas de

irrigação para as três variedades de 21,39% em relação do máximo de perfilho m-²

(122 DAP) até a colheita 366 (DAP). De acordo com Castro (2000) e Oliveira et al.

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33

(2004), o perfilhamento na cana-de-açúcar é crescente até o sexto mês após o

plantio e desse período em diante o número de perfilho, começa a reduzir em

decorrência da competição, por luz, área, água e nutrientes refletindo, assim, na

diminuição do número de perfilho, ocorrendo a morte dos perfilhos mais jovens.

De acordo com Bezuidenhout et al. (2003), o estresse hídrico pode causar

redução na emissão de novos perfilhos, pois a falta de água cessa a divisão e o

alongamento celular impedindo a diferenciação e o crescimento dos tecidos que

darão origem as novas estruturas dos perfilhos e durante o período de

perfilhamento, a cultura exige grande quantidade de água para que ocorra o seu

pleno desenvolvimento vegetativo.

A interação entre as variedades e as épocas de irrigação mostrou que

independente da época, a variedade RB92579, é mais responsiva à irrigação

(Tabela 7).

A produção final de perfilhos por metro quadrado diferiu, independente de

lâmina na RB867515, RB92579 e RB928064, foi de 7,06, 8,67 e 7,89 perfilhos m-2,

respectivamente. Segundo Iaia (2014), uma das características dessa variedade é o

alto perfilhamento, com 7,71 colmos m-² em sequeiro e irrigado com, 8,38 colmos m²

da produção final, com redução de 47,37 e 50,05% do pico de perfilhamento,

respectivamente.

De acordo com Almeida (2008), em ensaio no município de Rio Largo – AL, diz

que o aumento do perfilhamento foi acentuado da emergência até 120 DAP, isso se

deve ao fato das condições ambientais terem sido ótimas, por meio da combinação

entre suprimento hídrico adequado e temperaturas altas, chegando a uma produção

final de perfilho para a variedade RB92579 de 10,9 perfilhos m-2 superando as

variedades RB92509 – 10,5, SP79-1011 – 9,0, RB931530 – 8,3 perfilhos m-2.

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34

A. B.

C.

FIGURA 6. Número de colmos m-2 nas variedades A.- RB867515, B.- RB92579 e C.-

RB928064, para as épocas E1, E2, E3, E4, E5 em cana-planta. Estação Experimental

da UFMT em Santo Antônio do Leverger, 2015/2016.

Épocas e variedades mostraram interações, em que, o número de perfilho por

metro é totalmente dependente da época de irrigação, e para a época E1 - 7,12, o

número de perfilhos foi igual para todas as variedades.

0

2

4

6

8

10

12

14

0 61 122 183 244 305 366

de

co

lmo

s (

m²)

Dias após o plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

0

2

4

6

8

10

12

14

0 61 122 183 244 305 366

de

co

lmo

s (

m²)

Dias após o plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

0

2

4

6

8

10

12

14

0 61 122 183 244 305 366

de

co

lmo

s (

m²)

Dias após o plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

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35

4.1.2. Estatura média do colmo – EMC (cm)

As três variedades de cana-de-açúcar estudadas tiveram os mesmos

comportamentos quanto altura média da planta (Tabela 8), independente da época.

Porém observou-se diferença entre épocas de avaliações (p<0,001) e épocas

(p<0,001). O pico máximo de crescimento foi observado entre 183 e 244 DAP, com

valores médios entre variedades, independente de épocas de 2,47 cm dia-1,

representando 35,24% da altura total do colmo.

Os resultados deste estudo foram semelhante aos de Berton (2014) e Oliveira

(2010), ambos em estudos no município de Paranavaí -PR, , com maiores taxas de

crescimento em altura do colmo (TCA) que ocorreram entre 120 e 150 DAP e 122

DAC e 185 DAC, nesse intervalo de 63 dias, o crescimento médio é de 97,62 cm,

aproximadamente 1,55 cm dia-1, respectivamente.

Este mesmo período (120 e 150 DAP), coincide com o período de maior

precipitação, segundo Silva et. al. (2010), as relações hídricas desempenham papel

importante na elongação dos perfilhos e no crescimento final dos colmos da cana-

de-açúcar. A elongação celular e o crescimento da cultura são intimamente ligados

aos níveis de umidade do solo, quanto maior a disponibilidade hídrica do solo maior

o crescimento da cultura.

Oliveira et al. (2004), na região centro sul do Brasil, notaram maiores ganhos

em altura do colmo para variedades não irrigadas entre os meses de dezembro e

março, com taxas médias de crescimento de 1,7 cm dia-1, e estaturas finais de colmo

de 326 cm, valores esses semelhantes aos observados neste estudo.

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36

TABELA 8. Valores de F calculados da estatura do colmo para três variedades de

cana-de-açúcar e cinco lâminas de irrigação; (Santo Antônio do Leverger

– MT, dezembro de 2016).

Fontes de Variação Graus de

liberdade

Estatura do colmo

(cm)

Bloco 3 6,318**

Variedade 2 4,366ns

Erro 1 6

Épocas 4 1,208ns

Variedade x Épocas 8 0,355ns

Erro 2 36

Total 59

Coeficiente de Variação 1 6,42%

Coeficiente de Variação 2 9,19%

ns- não significativo ao nível de 5% de probabilidade *- significativo ao nível de 1% de probabilidade **- significativo ao nível de 1% de probabilidade

4.1.3. Diâmetro médio do colmo – DMC (cm)

O diâmetro médio do colmo (Tabelas 9 a 11), por variedade não diferiu entre as

variedades, porém diferiu entre as datas de avaliações. Na primeira época até os

122 DAP nem todas as plantas estavam com colmos totalmente desenvolvidos,

devido às altas temperaturas (Figura 2). De acordo com CASAGRANDE, (2008) a

temperatura interfere, principalmente nas relações bioquímicas e nas ações das

enzimas que diferenciam o crescimento celular da planta.

O diâmetro médio de colmos foi de 1,09 cm entre os 122 DAP e 183 DAP que

na média ficou em 2,69 cm. Moura (2003) constatou que o diâmetro da cana-de-

açúcar (1ª soca) variedade SP-791011, com regime de irrigação foi de 2,39 cm e,

sem irrigação, de 2,08 cm, ambos os valores menores do que os obtidos neste

trabalho.

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37

TABELA 9. Diâmetro médio do colmo (cm), na variedade RB867515, para as

lâminas E1, E2, E3, E4, E5 em cana-planta, em cinco épocas de avaliação.

Estação Experimental da UFMT em Santo Antônio do Leverger,

2015/2016

LÂMINAS

DIÂMETRO MÉDIO DO COLMO

Dias após o plantio (DAP)

122 183 244 305 366 MÉDIA CV

E1 1,98 Aa 2,59 Aa 2,84 Aa 2,81 Aa 2,88 Aa 2,62 a

27,69%

E2 1,35 Bab 2,51 ABa 2,79 Aa 1,99 ABa 2,72 ABa 2,27 a

E3 0,61 Bb 2,46 Aa 2,64 Aa 2,83 Aa 2,64 Aa 2,23 a

E4 2,19 Aa 2,56 Aa 2,86 Aa 2,85 Aa 2,70 Aa 2,63 a

E5 1,41 Aab 2,54 Aa 2,61 Aa 2,72 Aa 2,65 Aa 2,38 a

MÉDIA 1,51 B 2,53 A 2,75 A 2,64 A 2,72 A

CV 34,70%

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

TABELA 10. Diâmetro médio do colmo (cm), na variedade RB92579, para as

lâminas E1, E2, E3, E4, E5 em cana-planta, em cinco épocas de avaliação.

Estação Experimental da UFMT em Santo Antônio do Leverger,

2015/2016.

LÂMINAS

DIÂMETRO MÉDIO DO COLMO

Dias após o plantio (DAP)

122 183 244 305 366 MÉDIA CV

E1 1,39 Aa 2,60 Aa 2,63 Aa 2,72 Aa 2,74 Aa 2,42 a

32,03%

E2 0,58 Ba 2,51 Aa 2,49 Aa 2,39 Aa 2,57 Aa 2,11 a

E3 1,40 Aa 2,52 Aa 2,63 Aa 2,77 Aa 2,55 Aa 2,37 a

E4 0,88 Ba 2,30 Aa 2,52 Aa 2,59 Aa 2,54 Aa 2,16 a

E5 1,35 Aa 2,41 Aa 2,41 Aa 2,50 Aa 2,50 Aa 2,23 a

MÉDIA 1,12 B 2,47 A 2,53 A 2,59 A 2,58 A

CV 30,50%

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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38

TABELA 11. Diâmetro médio do colmo (cm), na variedade RB928064, para as

lâminas E1, E2, E3, E4, E5 em cana-planta, em cinco épocas de avaliação.

Estação Experimental da UFMT em Santo Antônio do Leverger,

2015/2016.

LÂMINAS

DIÂMETRO MÉDIO DO COLMO

Dias após o plantio (DAP)

122 183 244 305 366 MÉDIA CV

E1 1,89 Aab 2,38 Aa 2,63 Aa 2,77 Aa 2,90 Aa 2,51 a

25,05%

E2 2,54 Aa 2,37 Aa 2,76 Aa 2,60 Aa 2,67 Aa 2,59 a

E3 1,31 Bbc 2,41 ABa 2,70 Aa 2,74 Aa 2,88 Aa 2,41 a

E4 0,58 Bc 2,37 Aa 2,57 Aa 2,81 Aa 2,72 Aa 2,21 a

E5 1,21 Bbc 2,48 Aa 2,45 Aa 2,77 Aa 2,73 Aa 2,32 a

MÉDIA 1,50 C 2,40 B 2,62 AB 2,74 AB 2,78 A

CV 14,66%

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

4.1.4. Índice de área foliar – IAF (m² m²)

Verifica-se que o IAF demonstrou tendência quadrática (Figura 7A, 8B e 9C)

atingindo seu máximo aos 183 até os 305 DAP coincidindo no meio do ciclo e no

período de pico chuvoso seguida de queda com a diminuição das chuvas. Abreu

(2013) obteve os maiores índices de IAF nos períodos de maior precipitação, devido

à condição favorável ao crescimento vegetativo, depois esses valores decresceram

devido à senescência das folhas, por causa da deficiência hídrica e da maturação da

cultura. Farias (2008) também observou que o IAF decresce com a diminuição da

umidade do solo.

Observou-se crescimento lento do início do plantio até os 122 DAP e dos 305

DAP até a colheita o crescimento caiu em decorrência da maturação e acúmulo de

sacarose. Oliveira et al. (2007), Farias (2008) e Aquino & Medina (2014) também

observaram essa tendência no crescimento. Esta redução é causada pela

diminuição do número de folhas verdes na fase de maior senescência destas folhas

segundo Oliveira et al. (2007) e Gomide & Gomide (1999), explica que esta redução

no número de folhas e AF seriam em razão da idade avançada das folhas, aliada ao

aumento da atividade respiratória para a sua manutenção.

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39

A. B.

E1; y = -7E-05x2 + 0,0401x - 2,0712 R² = 0,9285; E2; y = -0,0001x2 + 0,0684x - 3,4062 R² = 0,8349; E3; y = -0,0001x2 + 0,0615x - 3,0879 R² = 0,8679; E4; y = -0,0001x2 + 0,0576x - 2,7785 R² = 0,8152; E5; y = -8E-05x2 + 0,0448x - 1,9967 R² = 0,9657.

E1; y = -0,0001x2 + 0,0572x - 2,9498 R² = 0,8171; E2; y = -0,0001x2 + 0,0654x - 3,4417 R² = 0,9757; E3; y = -0,0001x2 + 0,0735x - 3,7359 R² = 0,9966; E4; y = -0,0001x2 + 0,053x - 2,8144 R² = 0,9173; E5; y = -0,0001x2 + 0,0609x - 2,9342 R² = 0,9085.

C.

E1; y = -8E-05x2 + 0,0448x - 2,0344 R² = 0,903; E2; y = -0,0001x2 + 0,0671x - 3,4139 R² = 0,9819; E3; y = -0,0001x2 + 0,0594x - 2,6556 R² = 0,9064; E4; y = -9E-05x2 + 0,0467x - 2,3148 R² = 0,9519; E5; y = -0,0001x2 + 0,0542x - 2,6565 R² = 0,8637.

FIGURA 7. Índice de área foliar – IAF (m² m-²), nas variedades A.- RB867515, B.-

RB92579 e C.- RB928064, para as épocas E1, E2, E3, E4, E5 em cana-planta.

Estação Experimental da UFMT em Santo Antônio do Leverger, 2015/2016.

0

1

2

3

4

5

6

0 61 122 183 244 305 366

IAF

-(m

² m

-2)

Dias após plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

0

1

2

3

4

5

6

0 61 122 183 244 305 366

IAF

-(m

² m

-2)

Dias após o plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

0

1

2

3

4

5

6

0 61 122 183 244 305 366

IAF

-(m

² m

-2)

Dias após o plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

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40

Mesmo não observando diferença entre as variedades, durante todo o ciclo da

cana-planta, a RB92579 se destacou das demais variedades chegando a 4,95 m² m-

2 (Figura 8) de IAF, valor relativamente parecido com os valores de Holanda et. al.

(2009) que observaram maiores valores de IAF aos 215 DAP ao avaliarem as

variedades RB509 e RB98710 com índices entre 4,25 m² m-2 e 4,24 m² m-2,

respectivamente, e Iaia (2014) com valores máximos para variedade RB92579 de

5,65 m² m-2.

RB867515; y = -0,0001x2 + 0,0545x - 2,6681R² = 0,9543

RB92579; y = -0,0001x2 + 0,062x - 3,1752 R² = 0,9602

RB928064; y = -0,0001x2 + 0,0543x - 2,6648 R² = 0,9745

FIGURA 8. Índice de área foliar – IAF (m2 m-2), nas variedades RB867515, RB92579

e RB928064, em cana-planta. Estação Experimental da UFMT em Santo Antônio do

Leverger, 2015/2016.

4.2. Crescimento das cultivares RB867515, RB92579 e RB928064 submetidas à

irrigação

4.2.1. Massa Seca – MS (t ha-1)

A massa seca do colmo para as três variedades independentes de épocas foi

semelhante (p>0,001), sendo diferentes estatisticamente apenas entre tratamentos

irrigados (E2, E3, E4 e E5), dos não irrigados (E1) e a interação entre variedade e

0

1

2

3

4

5

6

0 61 122 183 244 305 366

IAF

-(m

² m

-2)

Dias após o plantio (DAP)

RB867515 RB92579 RB928064

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41

épocas apenas para as variedades RB92579 e RB928064 (p<0,0001), apresentada

na Figura 9A.

A variedade RB92579 teve maiores valores de acumulo de massa seca do

colmo, comparada as outras variedades, a qual apresentou diferenças entre as

épocas irrigadas E2 - 44,1, E3 - 44,58, E4 - 42,41 e E5 - 53,84 t ha-1 da época E1 -

36,93 t ha-1 não irrigada, portanto teve aumento de 45,78% a mais de massa seca

do colmo de cana-de-açúcar com irrigação plena (E5) e não irrigada (E1).

Na fase de intenso perfilhamento observa que a variedade RB92579, atingiu o

máximo de massa seca do colmo. De acordo com Oliveira, (2010), ao trabalhar no

município de Paranavaí - PR, nessa fase a variedade tem seu potencial genético em

função da massa seca é expressada pela sua alta capacidade em captar radiação

solar e convertê-la em massa seca. Iaia (2014), observou que a produtividade

máxima esperada aos 458 dias após o plantio foi da variedade RB92579, com as

Laminas L1 - 44,21 t ha-1, sem irrigação e, L5 - 55,91 t ha-1, a máxima de irrigação,

respectivamente.

A produção de massa seca para a variedade RB928064 é maior entre as

épocas irrigadas E2 - 41,70, E3 - 32,40, E4 - 46,67 e E5 - 55,17 t ha-1, da época não

irrigada E1 - 37,58 t ha-1, com 46% de diferença da E1 (não irrigado) comparado a E5

(irrigação plena). Logo, a variedade RB928064 respondeu semelhantemente à

variedade RB92579. Batista (2013) observou maior produção de massa seca da

variedade RB855453 aos 205 DAP, em comparação com a variedade RB867515, as

quais se destacaram RB92579 e RB928064.

Para a variedade RB867515 não se observa diferença, pois segundo Ridesa

(2010), essa variedade é mais rústica, com maior tolerante ao déficit hídrico, e não

interferindo na produção de massa seca de colmo.

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42

A. B.

FIGURA 9. Produção de massa seca da folha + ponteiro e dos colmos, entre as

variedades para as épocas de irrigação. (E1 - sem irrigação; E2 - Reposição da

evapotranspiração total no mês de setembro; E3 - Reposição da evapotranspiração total dos meses

de agosto e setembro; E4 - Reposição da evapotranspiração nos meses de julho, agosto e setembro;

E5 - Época de irrigação plena.

Observa-se diferença no acúmulo de massa seca da parte aérea da cana-de-

açúcar (Figura 9B). Quando se compara a época irrigada, onde E2 – 5,64 E3 – 5,69

E4 – 6,74 e E5 – 7,10 t ha-1, observa-se maiores valores de massa seca da folha +

ponteira, independente de variedade, comparada a época não irrigada, E1 – 4,46 t

ha-1.

Oliveira et al. (2007), ao avaliarem três variedades em Paranavaí, no norte do

Paraná, observaram que o aumento de massa seca foliar foi crescente nas

cultivares RB855113 e RB855536, com ligeiro decréscimo na colheita aos 497 DAP.

Machado et al. (1982), observaram que após 100 dias de ciclo a massa seca dos

colmos representa 70% de toda massa seca da planta e que ao redor de 400 DAP

apenas 9%.

Suguitani (2006), utilizou a variedade SP832847 em um experimento de

irrigação, e verificou que a irrigação não teve efeito na massa seca da parte aérea,

de colmos e produtividade, e os valores foram semelhantes da área não irrigada.

Não se observa diferença entre as variedades e suas interações, mas mesmo

assim, a variedade RB92579 responde bem para as maiores épocas com 14, 55 e

0

2

4

6

8

10

12

E1 E2 E3 E4 E5

MS

-fo

lha

+ p

on

teiro

(t h

a-1

)

Épocas de irrigação

RB867515 RB92579 RB928064

0

10

20

30

40

50

60

70

E1 E2 E3 E4 E5

MS

-(t

ha

-1)

Épocas de irrigação

RB867515 RB92579 RB928064

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43

13,28% maior que as variedades RB867515 e RB928064, respectivamente. Isso

pode ser explicado segundo Oliveira (2010), pelo potencial genético de

perfilhamento da RB92579, além de seu potencial de crescimento em altura. Além

disso, Bonnett El. (2006) e Terauchi & Matsuoka (2000), complementam ao

afirmarem que o rápido crescimento e o desenvolvimento na fase de perfilhamento

da cana-de-açúcar requerem elevada disponibilidade hídrica e temperatura elevada,

tal como características morfológicas que favoreçam a interceptação da radiação

solar, dessa forma a irrigação plena associada a temperaturas ideais foram fatores

importantes para que a variedade RB92579 se destacasse.

4.2.2. Taxa de elongação do colmo – TEC (cm dia-1)

A taxa de elongação dos colmos (TEC), se assemelham no comportamento

independente de época de irrigação em suas respectivas épocas de avaliação

(Figuras 10A, 10B e 10C). Mostrando que até os 61 dias após o plantio (DAP) a

planta teve apenas crescimento vegetativo, fase essa que segundo Berton (2014) as

plantas estão produzindo perfilhos. Observa-se que, a linha de elongação de colmos

se mantém linear para todas as épocas até no pico máximo de crescimento, nos 244

dias após o plantio (DAP), se destacando a (irrigação plena) E5- 2,93 cm dia-1 que ao

comparada com a (não irrigada) E1- 2,55 cm dia-1, obteve um acréscimo de 13% na

taxa de elongação do colmo.

As maiores taxas de elongação da cultura ocorreram entre 183 e 244 DAP,

para todas as lâminas, coincidindo com os meses de dezembro e janeiro, que são os

períodos mais chuvosos do ano e de elevada temperatura (Figuras 1 e 2). Em

condições de alta temperatura e disponibilidade de água o crescimento da cultura é

favorecido (Ramesh, 2000 e Oliveira et al., 2004). Portanto, as altas taxas na fase de

elongação da cultura podem ser explicadas devido à temperatura média estar em

torno de 22,3 ºC com precipitação acumulada de 1013,1 mm nesse período.

Segundo Oliveira (2004), o crescimento, na segunda fase, é mais rápido e tem

duração de 200 a 400 dias após o plantio e a planta acumula 75% do total de sua

massa.

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44

A. B.

C.

FIGURA 10. Taxa de elongação do colmo – TEC (cm dia-1), das variedades A.-

RB867515, B.- RB92579 e C.- RB928064, em função das épocas E1, E2, E3, E4, E5

aplicadas na cana-planta. Estação Experimental da UFMT em Santo Antônio do

Leverger, 2015/2016.

Dos 305 dias em diante observa-se queda na taxa de elongação dos colmos

indicando o início da fase de maturação da cultura. Segundo Ramesh (2000) e

Tavares et al. (2010), a redução da taxa de elongação dos colmos é ocasionada

pelo período de maturação.

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

0 61 122 183 244 305 366

TE

C -

(cm

dia

-1)

Dias após o plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

0 61 122 183 244 305 366

TE

C -

(cm

dia

-1)

Dias após o plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

0 61 122 183 244 305 366

TE

C -

(cm

dia

-1)

Dias após o plantio (DAP)

E1 E2 E3

E4 E5

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45

A taxa de elongação dos colmos comparadas entre variedades de cana-de-

açúcar mostra o mesmo desempenho das mesmas (Figura 11), em que as maiores

TECs, ocorreram entre 183 e 305 dias após o plantio (DAP), com o valor máximo de

2,69 cm dia-1, para a variedade RB92579 e 2,64 cm dia-1 para a variedade

RB867515 coincidindo com o valor de maior evapotranspiração da cultura (Figura 2).

Segundo Iaia (2014), observou valores máximos de TEC de 2,40 cm dia-1 e 2,2 cm

dia-1 para ambas variedades.

Fonseca & Egana (1989), relatam que o alongamento do colmo pode ser

utilizado como indicativo de desenvolvimento da cultura e que os três meses de

máximo crescimento coincidem com o período de máxima evapotranspiração.

FIGURA 11. Taxa de elongação do colmo – TEC (cm dia-1), em função das

variedades RB867515, RB92579 e RB928064, cana-planta. Estação Experimental

da UFMT em Santo Antônio do Leverger, 2015/2016.

4.3. Produção das cultivares RB867515, RB92579 e RB928064 submetidas à

irrigação

4.3.1. Toneladas de cana por hectare – TCH (t ha-1)

Os dados de produtividade para as três variedades, em função das épocas de

irrigação estão apresentados na Figura 12. Não houve diferença estatística entre as

variedades, mesmo RB92579 – 211,71 t ha-1 sendo maior que a RB867515 - 171,09

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

0 61 122 183 244 305 366

TE

C -

(cm

dia

-1)

Dias após o plantio (DAP)

RB867515 RB92579 RB928064

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t ha-1 e a RB928064 – 162,02 t ha-1, com 5,55% em rendimento agrícola comparada

à média entre as variedades RB867515 e RB928064, independente de épocas. A

melhor época foi a E5 - 190,45 t ha-1, (irrigação plena), superior a 26% da produção,

comparada a E1- 147,58 (não irrigada). Mostrando que o fator hídrico influencia

diretamente no rendimento de colmos.

RB867515 = 11,192x + 137,51 R² = 0,9273 RB92579 = 14,183x + 135,7 R² = 0,9444

RB928064 = 9,9685x + 135,11 R² = 0,7924

FIGURA 12. Produtividade agrícola (t ha-1), nas variedades RB867515, RB92579 e

RB928064, para as épocas E1, E2, E3, E4, E5 em cana-planta. Estação Experimental

da UFMT em Santo Antônio do Leverger, 2015/2016.

O modelo de regressão linear foi altamente significativo, explicando em média

88,8% das variações de TCH. A L5-199,29 t ha-1 diferenciou (P<0,001) das épocas

E3-171,81, E2-162,10 e E1-147,57 t ha-1, que por sua vez a época E3 diferenciou da

E1 (p<0,001).

A variedade RB92579 teve melhor produção em toneladas por hectares de

211,71 t ha-1, 29,33% maior que E1 (sem irrigação) – 149,62 t ha-1. Segundo Iaia

(2014), para a mesma variedade o tratamento L1 (sem irrigação), a estimativa de

TCH seria de 159,8 t ha-1 e o máximo de produtividade de TCH ocorreriam para a

época L4 (133 % da época base sob a capacidade de campo do solo), com 201,76 t

ha-1 representando um acréscimo de 26,25% em relação ao tratamento não irrigado.

120

140

160

180

200

220

240

E1 E2 E3 E4 E5

TC

H -

t h

a-1

Épocas de irrigação

RB867515 RB92579 RB928064

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Esse nível é considerado elevado quando comparado com a produtividade

média de cana-de-açúcar do Estado de Mato Grosso na safra de 2016/17 ficou de

68,875 t ha-1 de acordo com a CONAB (2016), bem como do Brasil de 76,313 t ha-1.

Dalri (2004), ao avaliar três ciclos de cultivo (cana planta, 1ª e 2ª soca), da

variedade RB72454 na região de Botucatu – SP, observou que a produtividade

média de 202 t ha-1 para cana irrigada por gotejamento e uma produtividade média

de 145 t ha-1 para cana não irrigada, acréscimo de 28% de produtividade da cana

irrigada em relação ao sem irrigação.

As variedades RB867515 e RB928064 tiveram um incremento 25,4 e 22,81%,

respectivamente na produtividade do tratamento com irrigação comparada ao

tratamento sem irrigação (E1), que também houve diferença estatística (p<0,001) da

época E5 – 191,03 e 195,14 t ha-1, respectivamente, entre a época E1-149,61 t ha-1 e

para a variedade RB867515 e E1-150,61 e E2-154,28 t ha-1 para RB928064

A interação de variedade x época apresentou desempenho gradual na

variedade RB92579, havendo diferenças estatísticas (P<0,001) entre a época E5-

211,71 t ha-1 e as épocas e E1-149,61 E2-165,69 t ha-1, sendo que quanto maior a

disponibilidade hídrica, maior seu rendimento (E1 - sem irrigação, E2 - 53,68 mm, E3 -

174,19 mm, E4 - 323,87 mm e E5 - 1374,88 mm), com produtividade 149,62, 165,69,

180,89, 183,33 e 211,71 t ha-1 respectivamente. A irrigação mostrou ser mais

produtiva perante a testemunha, tendo um incremento de 13% no rendimento

agrícola, apresentando que a variedade RB92579, que é extremamente responsiva

à irrigação e ao déficit hídrico.

A variedade RB72454 de acordo com Gava (2011), na região de Botucatu –

SP, uma produtividade média de 202 t ha-1 para cana irrigada por gotejamento e

uma produtividade média de 145 t ha-1 para cana não irrigada, havendo um alto

incremento de produtividade, mostrando resposta a irrigação também para esta

variedade, o autor diz que isso se deve a diminuição do estresse hídrico tendo em

vista que a ocorrência desse tipo de estresse provoca.

De acordo com Farquhar et al. (1989); Inman-Bamber & Smith (2005), ocorre

redução de trocas gasosas; diminuição da área foliar e, consequentemente, do

índice de área foliar (Inman-Bamber & Smith, 2005; Smit & Singels, 2006); redução

no surgimento de novas folhas e aumento da abscisão foliar (Smit & Singels, 2006)

em virtude da elevação da concentração de ácido abscísico na planta (Ghannoum,

2009), que é associado à quantidade de luz absorvida e à fotossíntese total da cana-

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de-açúcar (Irvine, 1975), reduzindo a produção de fotoassimilados (Farquhar et al.,

1989; Lopes et al., 1988). Essas características fisio-morfológicas modificadas pelo

estresse hídrico são consideradas de grande importância para se obter elevadas

produtividades vegetais (Inman-Bamber e Smith, 2005; Ghannoum, 2009).

4.3.2. Teor de sacarose – POL (%)

O teor de sacarose entre épocas e suas interações foram iguais (Figura 13),

porém diferentes entre variedades. De acordo com Dantas Neto (2006), em estudo

com irrigação e níveis de adubação, no município de Capim – PB observou que

como a irrigação era suplementar, o período de maior precipitação, verificada no

período do experimento, pode ter sido a causa do rendimento bruto do açúcar e

rendimento bruto do álcool não ter efeito significativo da época de irrigação.

As variedades RB92579 e RB928064 tiveram medias iguais para os teores de

sacarose, porém a RB867515 foi diferente que as duas anteriores com menor teor,

que teve um decréscimo de 7,86% comparado a RB928064. Os valores obtidos de

POL% foram baixos a uma média de 11,80 % do POL do caldo, independente de

variedades e épocas, isso se deve à antecipação do corte sendo que as variedades

são de ciclo médio-tardio, além da irrigação ser cortada na data da colheita.

Segundo Iaia (2014), ao avaliar potencial produtivo da cana-de-açúcar sob irrigação

por gotejamento interrompeu a irrigação trinta dias antes da colheita visando

favorecer a maturação.

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RB867515 = 0,238x + 11,514 R² = 0,3622 RB92579 = 0,515x + 10,353 R² = 0,8372 RB928064 = 0,4557x + 9,895 R² = 0,618

FIGURA 13. Pol do caldo (%), nas variedades RB867515, RB92579 e RB928064,

para as épocas E1, E2, E3, E4, E5 em cana-planta. Estação Experimental da UFMT

em Santo Antônio do Leverger, 2015/2016.

Mesmo que a irrigação não tenha sido cortada um mês antes da colheita, como

fizeram Silva A. M (2014) e Viera et al., (2013), não houve acréscimo de rendimento

industrial (POL %) com a manutenção da irrigação até próximo à colheita e não se

recomenda interromper a irrigação para a cultura da cana-de-açúcar, antes de sete

dias da colheita, com a finalidade de aumentar o teor de sacarose nos colmos.

4.3.3. Tonelada de POL por hectare (t ha-1)

Na produtividade de açúcar (TPH) o modelo de regressão linear (Figura 14),

em função das épocas de irrigação, mostrou significativo (p<0,001), explicando em

média entre as variedades de 89,1% das variações do rendimento de açúcar, em

que a E5 - 21,57 t ha-1, se diferenciou das épocas E1-14,34, E2-15,97 e E3-17,36 t ha-

1, que por sua vez a E3-17,36 se diferenciou da E1-14,34 t ha-1.

Segundo Gava (2011), na região de Botucatu – SP, a média de TPH dos três

genótipos no manejo irrigado foi de 17,5 t ha-1 de açúcar para cana-planta, já a

média dos três genótipos no manejo de sequeiro foi de 14,8 t ha-1, onde que,

9

10

11

12

13

14

E1 E2 E3 E4 E5

Te

or

de

sa

ca

rose

-P

OL

Épocas de irrigação

RB867515 RB92579 RB928064

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observa-se um incremento de 24% para os manejos irrigados por gotejamento e de

sequeiro.

RB867515 = 1,7075x + 11,624 R² = 0,9163 RB92579= 1,7278x + 13,879 R² = 0,9467

RB928064 = 1,8413x + 11,687 R² = 0,8103

FIGURA 14. Produtividade de açúcares, nas variedades RB867515, RB92579 e

RB928064, para as épocas E1, E2, E3, E4, E5 em cana-planta. Estação Experimental

da UFMT em Santo Antônio do Leverger, 2015/2016.

As variedades tiveram comportamento igual estatisticamente onde se

diferenciaram (p<0,001) entre as épocas irrigadas da não irrigada.

O maior teor de sacarose foi obtido para a variedade RB92579 quando

submetida às épocas de irrigação, com a E5 – 19,48 t ha-1 o teor de sacarose

incrementou 35,26% comparada à E1 – 12,61 t ha-1.

10

14

18

22

26

E1 E2 E3 E4 E5

TP

H -

t h

a-1

Épocas de irrigação

RB867515 RB92579 RB928064

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5. Conclusões

A estatura da planta e o diâmetro do colmo não foram influenciados pela

irrigação.

O uso da irrigação aumenta o número de perfilhos m-2, principalmente na fase

inicial até os 122 DAP, para todos os tratamentos.

A variedade RB92579 obteve maior número de perfilhos m-2, independente de

irrigação.

A irrigação plena promoveu maior número de perfilhos por metro quadrado na

produção final.

A cana-de-açúcar irrigada tem ganhos na massa seca total, para a todas as

variedades.

A taxa de elongação de colmos se comportou basicamente em 3 fases

semelhantes em todas as épocas de irrigação. A primeira fase até 183 DAP com um

crescimento lento; segunda fase com um crescimento acelerado até os 244 DAP;

terceira fase com um decréscimo de elongação até a colheita, independente de

irrigação.

A irrigação, independentemente dos tratamentos, proporciona ganho na

produtividade final de colmos (TCH) comparada ao cultivo em sequeiro,

independente de variedade.

A irrigação não influenciou no teor de açúcar, independentes de irrigação e

variedade.

A RB92579 é a variedade mais responsiva à irrigação seguido da RB928064 e

RB867515.

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7. Apêndices

TABELA 1. Valores de F calculados da análise de variância para massa seca das

folhas da ponteira e do colmo e gramas por perfilhos das folhas da ponteira

e do colmo para três variedades de cana-de-açúcar e cinco laminas de

irrigação; (Santo Antonio do Leverger – MT, Dezembro de 2016)

Fontes de Variação Graus de

liberdade

MS1 - Folha +

Ponteira MS - Colmo

----------------------------t/ha-----------------------------

Bloco 3 2,737NS 0,499NS

Variedade 2 0,566NS 1,338NS

Erro 1 6

Épocas 4 4,476** 7,601**

Variedade x

Épocas 8 0,311ns 0,5628ns

Erro 2 36

Total 59

Coeficiente de Variação 1 28,12% 23,85%

Coeficiente de Variação 2 26,32% 18,58%

MS- Massa seca ns- não significativo ao nível de 5% de probabilidade *- significativo ao nível de 1% de probabilidade **- significativo ao nível de 1% de probabilidade