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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO APLICAÇÃO DE COBERTURA DE QUITOSANA E ÓLEO ESSENCIAL DE ÓREGANO EM QUEIJO MINAS ARTESANAL: ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL Vitória de Santo Antão 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

APLICAÇÃO DE COBERTURA DE QUITOSANA E ÓLEO

ESSENCIAL DE ÓREGANO EM QUEIJO MINAS ARTESANAL:

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL

Vitória de Santo Antão

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

APLICAÇÃO DE COBERTURA QUITOSANA E ÓLEO ESSENCIAL

DE ÓREGANO EM QUEIJO MINAS ARTESANAL: ANÁLISES

FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Graduação em

Nutrição como requisito para conclusão

do Curso de Bacharel em Nutrição

Aluno: Luana Thamirys Pereira de Rezende

Orientadora: Profª Drª Roberta de Albuquerque Bento

Vitória de Santo Antão

2010

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Dedicatória

Dedico este trabalho a Deus pelo dom da existência, aos pais que

me deram à vida, a minha vó que sempre acreditou na realização de

meu sonho, aos meus irmãos que mesmo distante me ajudaram nas

conversas e apoio, e ao meu amor que suportou meu estresse por

todos esses anos e sempre me deu força nas horas difíceis.

4

Agradecimentos

Movida por um profundo sentimento de gratidão, agradeço a todos que

participaram de mais essa etapa da minha vida, com a certeza de que nenhum

esforço me foi negado para que colocasse em prática os meus conhecimentos.

A Deus pela vida e proteção.

Aos pais e familiares pelo apoio e dedicação, por todo esforço para que

estivesse aqui.

A professora Roberta Bento, pelo aprendizado, dedicação e orientação

prestada.

Ao meu amor, não tenho palavras para agradecer o que você me faz por

mim. Obrigada por acreditar no meu sonho, pela força e pelo amor e carinho.

Aos meus queridos técnicos do laboratório Danúbia, Rafael e Sílvio que em

tanto me ajudaram, sem em momento algum negar qualquer esforço, pela

amizade sincera.

Aos amigos e colegas que contribuíram direto e indiretamente em mais

essa etapa da minha vida.

Enfim, agradeço por tudo do fundo do meu coração e peço meu muito

obrigado.

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RESUMO

O poder dos óleos essenciais de especiarias vem sendo cada vez mais explorado

pela ciência dos alimentos, sendo dentre vários, o óleo de orégano se destacado,

por suas propriedades funcionais benéficas à saúde, pelo poder antioxidante e

antimicrobiano dos seus compostos. Outro antimicrobiano que tem demonstrado

ser de grande interesse pela comunidade científica é a quitosana, devida a sua

atoxicidade e sua capacidade de por inibir diversos tipos de microorganismos,

dentre eles, Listeria monocytogenes e Staphylococcus aureus, principais

contaminantes de queijos. Dentre os diversos tipos de queijo, o queijo minas,

possui características particulares que facilitam a proliferação bacteriana, devido

à ausência de barreiras antimicrobianas, como: alta umidade, pH quase neutro,

ausência de “starter” e pouco conteúdo de sal que permitem o crescimento

acelerado de alguns tipos de microorganismos. Portanto, este trabalho teve como

objetivo aplicar a cobertura de quitosana e do óleo essencial de orégano em

queijo minas artesanal, e avaliar sua influência sobre as características físico-

químicas e sensoriais do produto. Para tal, o queijo minas arsenal foi produzido

em laboratório, sendo em seguida coberto com o gel de quitosana adicionado do

óleo essencial de orégano. Em seguida foram realizadas análises físico-químicas

de umidade, cinzas, proteínas e lipídios do queijo com e sem antimicrobianos. Na

análise sensorial foi aplicado um teste descritivo de comparação pareada de

diferença e de preferência em equipe de 15 julgadores treinados, todos com faixa

etária de 18 à 30 anos. Os resultados físico-químicos foram satisfatórios, estando

o produto em acordo com a legislação vigente, exceto o teor de lipídios que

apresentou valores acima do recomendado. Nas análises sensoriais não foram

detectadas alterações nas características organolépticas do produto, com

satisfatória aceitação por parte dos provadores. Dessa forma concluí-se que a

aplicação de quitosana e óleo essencial de orégano pode ser uma alternativa

viável na conservação de queijo minas frescal, proporcionando ao consumidor

uma melhor qualidade higiênico-sanitária dos produtos consumidos.

DESCRITORES: antimicrobiano, queijos, conservantes naturais

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Lista de ilustrações

FIGURA 01 ....................................................................................................... 16

FIGURA 02 ....................................................................................................... 20

FIGURA 03 ....................................................................................................... 20

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Lista de tabelas

TABELA 1 .................................................................................................................. 22

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 13 3. OBJETIVOS .......................................................................................................... 14 3.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 14 3.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 14 4. METODOLOGIA ................................................................................................... 15 4.1 Obtenção do óleo essencial de orégano e quitosana ........................................... 15 4.2 Preparação do queijo minas artesanal ................................................................. 15 4.3. Tratamento do queijo minas artesanal com quitosana e óleo essencial de orégano ................................................................................................................. 17 4.4 Análise físico-química do queijo minas artesanal ................................................. 17 4.4.1 Determinação de Proteína ................................................................................ 17 4.4.2 Determinação de Gordura utilizando butirômetro para leite ............................... 18 4.4.3 Determinação de Umidade ................................................................................ 19 4.4.4 Determinação de Cinzas ................................................................................... 20 4.5 Análise sensorial do queijo minas artesanal ........................................................ 20 4.6. Análise Estatística ............................................................................................... 21 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 22 5.1 Análise físico-química do queijo minas artesanal ................................................. 22 5.2 Análise sensorial do queijo minas artesanal ......................................................... 23 5.2.1. Avaliação do atributo aparência ....................................................................... 24 5.2.2. Avaliação do atributo cor .................................................................................. 25 5.2.3. Avaliação do atributo odor ................................................................................ 27 5.2.4. Avaliação do atributo sabor .............................................................................. 28 5.2.5. Avaliação do atributo textura ............................................................................ 29 5.2.3 Avaliação de preferência do queijo com antimicrobianos .................................. 31

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 33 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 34

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1. INTRODUÇÃO

O queijo é um dos alimentos mais nutritivo que se conhece, constituído de

proteínas, lipídios, carboidratos, sais minerais, cálcio, fósforo e vitaminas. Sua

classificação baseia-se em características decorrentes do tipo de leite utilizado,

do tipo de coagulação, da consistência, da umidade, do teor de gordura, do tipo

de casca e tempo de cura (PERRY, 2003).

No Brasil, a produção leiteira apresenta-se com grande importância

econômica e social, sendo 60% deste total destinado à fabricação de queijos, a

qual atinge 450 mil toneladas anuais, sendo o consumo anual per capita de 2,3kg

(CERRI; SOUZA, 2002). Dentre diversos queijos consumidos, o queijo minas é

um produto que tem ampla aceitação comercial e vem fazendo parte do hábito

alimentar da população brasileira (LOGUERCIO; ALEIXO, 2001). Entretanto, no

queijo minas deve-se ter uma atenção especial, pois por não passar pelo

processo de maturação, torna-se mais susceptível à contaminações microbianas,

que podem ocorrer a partir do leite utilizado como matéria-prima, ou por

contaminações cruzadas durante o processamento. As contaminações, aliadas às

alterações decorrentes, podem em poucos dias, tornar o queijo inaceitável ou até

mesmo impróprio para o consumo, mesmo quando estocado em temperatura de

refrigeração (ROCHA, 2006).

Dentre vários patógenos alimentares, os mais envolvidos nos relatos de

contaminação de queijo minas frescal em várias cidades brasileiras são: Listeria

monocytogenes, Staphylococcus aureus e Aeromonas (SABIONI; MAIA, 1998;

SILVA et al., 1998; ALMEIDA FILHO; NADER FILHO, 2000; BULHÕES; ROSSI

JÚNIOR, 2002). A fácil contaminação do queijo minas ocorre devido à ausência

de barreiras antimicrobianas, como: alta umidade, ausência de Stater, pH quase

neutro e pouco conteúdo de sal que permitem o crescimento acelerado de alguns

tipos de microorganismos, daí a importância do uso de aditivos para a melhor

conservação e tempo de vida de prateleira deste alimento (ALARCÓN, 2007).

As indústrias tecnológicas têm implementado cada vez mais mecanismos

para conservar e prolongar a vida de prateleira dos alimentos. Entretanto, apesar

dos alimentos estarem aparentemente higiênicos e saudáveis, o risco de

toxiinfecção alimentar é frequente, o que tem transformado o consumidor cada

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vez mais exigente em relação ao uso correto e seguro dos aditivos e

conservantes. Os antimicrobianos naturais têm sido cada vez mais utilizados na

conservação de alimentos, por auxiliar na manutenção da qualidade, isto é, nas

características sensoriais, na oxidação do produto, e principalmente na atividade

antimicrobiana, fator este importante por evitar as Doenças Transmitidas por

Alimentos (DTA).

Dentre os diversos tipos de aditivos naturais, as especiarias estão sendo

bastante utilizadas não apenas pelas suas propriedades benéficas, mas também

pelo fácil acesso e custo não oneroso.

Antigamente, as especiarias eram utilizadas pela medicina popular devido

ao seu poder curandeiro, que serviam de medicamentos para o tratamento de

diversas doenças. Atualmente, os olhares da ciência estão voltados para o poder

dos óleos essenciais, dentre vários, o óleo de essencial orégano vêm se

destacando por suas propriedades funcionais (NASCIMENTO et al., 2007). O óleo

de Origanum vulgare L., popularmente conhecido como “orégano”, pertence à

família Lamiaceae e têm sido alvo de muitas avaliações quanto ao potencial

antioxidante e antimicrobiana, de seus componentes químicos contidos nos seus

óleos essenciais (SERPA et al., 2007).

Segundo Bíscola (2007), os principais compostos ativos do óleo essencial

de orégano são o timol e o carvacrol, cuja ação bactericida é desintegrar a

membrana externa de bactérias Gram-negativas, liberando os lipopolissacarídeos

e aumentando a permeabilidade da membrana citoplasmática ao ATP. O óleo

essencial de Origanum vulgare L. possui outros compostos carbonados que

também possuem ação bacteriostática contra bactérias Gram-positivas e fungos,

onde a Concentração Inibitória Mínima (CIM) varia de acordo com a cepa testada,

o método aplicado e a quantidade de óleo utilizado (KRUGER, 2006). Algumas

bactérias apresentam sensibilidade sob a ação do óleo de orégano, entre elas, as

mais comuns são: Staphylococcus aureus, Clostridium botulinum, Listeria

monocytogenes, Bacillus cereus e Escherichia coli (ERNANDES; GARCIA-CRUZ,

2007).

Outro antimicrobiano que tem demonstrado ser de grande interesse pela

comunidade científica é a quitosana. Polissacarídeo encontrado na natureza,

obtida por processo de baixo custo, através dos exoesqueletos dos insetos,

crustáceos e parede celular de fungos; produção essa de grande interesse

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ambiental, uma vez que é biodegradável. Diante da abundância e atoxicidade da

quitosana, o seu potencial de aplicação tem sido cada vez mais ampliado, indo

desde o uso para a terapia genética, e até mesmo na indústria alimentícia, como

base na fabricação de suplementos nutricionais, emulsificantes, conservantes,

fibras em biscoitos dietéticos, estabilizantes em alimentos em conservas e

clarificantes de bebidas (COSTA SILVA, 2006). A eficiência como antimicrobiano

é comprovada sob diversos microrganismos, dentre eles, os contaminantes de

queijos, como Staphylococcus aureus (LI et. al., 2007) e Listeria monocytogenes

(COMA et al., 2002).

Recentemente CHI et al. (2006) apontou em seu trabalho inédito, o efeito

combinado de óleo essencial de orégano com quitosana em mortadela

armazenada sob refrigeração por 5 dias, obtendo um resultado satisfatório em

termos microbiológicos e sensoriais, quando comparados o produto com ambos

antimicrobianos e com o produto apenas com a quitosana. Assim, acredita-se que

estudos que analisem a combinação dos antimicrobianos em outros produtos,

trariam ainda mais subsídio para a efetiva utilização da quitosana e do óleo

essencial de orégano, como preservativo em alimentos.

Dessa forma, diante da necessidade de controlar patógenos ser constantes

e provocar alterações físico-químicas e sensoriais, este trabalho tem a finalidade

de aplicar o óleo essencial de orégano e quitosana em queijo minas artesanal

para melhor conservação e qualidade higiênico sanitária.

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2. JUSTIFICATIVA

Diante dos trabalhos existentes que demonstram os benefícios da

aplicação do óleo essencial de orégano e da quitosana como conservantes

alimentares, deve-se relatar a importância de se usar os antimicrobianos

associados, para que as doses utilizadas, não ultrapassem quantidades que

afetem as características físico-químicas e sensoriais do alimento. Com isso,

pesquisas com intuito de verificar a aplicação de quitosana e óleo essencial de

orégano em queijo minas artesanal e sua influência nas características físico-

químicas e sensoriais são essenciais, uma vez que estes aditivos são fontes

naturais, seguras e de baixo custo.

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3. OBJETIVOS

3.1. Geral:

Aplicação de cobertura quitosana e óleo essencial de orégano na

conservação de queijo minas artesanal e sua influência nas características

físico-químicas e sensoriais.

3.2 Específicos:

Produzir queijo minas artesanal com cobertura de quitosana e óleo essencial

de orégano;

Analisar as características físico-químicas do queijo adicionado dos

antimicrobianos naturais;

Avaliar a interferência da cobertura nas características sensoriais do queijo

minas artesanal.

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4. METODOLOGIA

A produção do queijo, e as análises físico-químicas e sensoriais foram

realizadas no Laboratório de Bromatologia, Tecnologia e Ciência dos Alimentos, e

no Laboratório de Técnica Dietética, ambos do Centro Acadêmico de Vitória, bem

como no Laboratório de Experimentação e Análise de Alimentos (LEAAL), sendo

todos da Universidade Federal de Pernambuco. As análises foram realizadas em

triplicata.

4.1. Obtenção do óleo essencial de orégano e da quitosana

O óleo essencial de orégano foi adquirido pela empresa Aromalândia

(Centro, Belo Horizonte, MG, Brasil). Por sua vez, a quitosana através do Sigma-

Aldrich (Alto de Pinheiros, São Paulo, SP, Brasil), a qual utiliza como fonte

produtora a carapaça de crustáceo.

4.2. Preparação do queijo minas artesanal

O queijo foi elaborado segundo Ordóñez (2005). O processo de produção

iniciará a partir do aquecimento (37°C) do leite bovino integral seguida da adição

de cloreto de cálcio, fermento e coalho líquido enzimático para que a coagulação

ocorra em aproximadamente 50 minutos. O coagulo formado ficou em repouso

até obter a consistência lisa, firme e compacta, sendo em seguida, realizado o

corte e mexedura, sendo logo em seguida realizada a desoragem, a fim de formar

blocos de massa homogêneos e firmes. A etapa seguinte foi a salga,

adicionando-se a proporção de cloreto de sódio e posteriormente a enformagem

em fôrmas plásticas. O queijo minas, assim como o comercializado, não foi

prensado, nem maturado, permanecendo assim em temperatura de refrigeração

até que fosse realizada as etapas posteriores.

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FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DE QUEIJO MINAS FRESCAL

Figura 01: Fluxograma do processamento do queijo Minas Frescal

Fonte: Ordóñez, 2005

RECEPÇÃO DO LEITE

PASTEURIZAÇÃO

ADIÇÃO DO CLORETO DE CÁLCIO

ADIÇÃO DE FERMENTO

CORTE DA COALHADA

ADIÇÃO DO COALHO

ENFORMAGEM

SALGA DA MASSA

VIRAGEM

ARMAZENAMENTO

DESORAGEM

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4.3. Tratamento do queijo minas artesanal com quitosana e óleo essencial

de orégano

Primeiramente foram realizados experimentos pilotos com quitosana em

diversas concentrações, sendo estabelecida à concentração de 20 mg/ml, por

possuir maior aderência ao produto, sem provocar escoamento do líquido o que

provocaria uma alteração visual perceptível. A quitosana foi oriunda da carapaça

de crustáceo, sendo o gel preparado por dissolução do pó da quitosana, em ácido

acético a 1%. No caso do óleo essencial de orégano, foi utilizada a solução pura,

adicionada ao gel na quantidade que ao final fosse obtido a concentração de 1%,

concentração esta considerada pela literatura (QUEIROGA et al, 2009; BURT,

2004) como sendo a mínima utilizada para inibir o crescimento microbiano.

Cubos de queijo minas produzidos no laboratório, com aproximadamente 3

cm de aresta, e 15g foram mergulhados no gel com a ajuda de um suporte

metálico, e posteriormente armazenados em condições de refrigeração a 4ºC,

para escoamento do excesso do gel, e secagem para formação da cobertura. A

realização das análises ocorreu sempre no dia seguinte após a preparação do

produto.

4.4. Análise físico-química do queijo minas artesanal

4.4.1. Determinação de Proteína

4.4.1.1 – Digestão

Foi pesado de 2 a 5g de amostra em papel filtro (papel manteiga) tarado é

transferida para tubo de Kjeldhal. Adicionou-se 10ml de ácido sulfúrico

concentrado sobre a amostra pré-umedecida com água destilada e acrescentou-

se 1g de mistura catalizadora (CuO + Se). Homogeneizou-se a mistura, sendo

levada a amostra para o bloco digestor, onde permaneceu até a solução tornar-se

esverdeada, o que indica o final da digestão. Após a mudança de coloração,

esfriou-se e transferiu-se os tubos do bloco digestor para um suporte de aço inox.

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4.4.1.2 – Destilação

O tubo de Kjeldhal resfriado foi aclopado ao bloco de destilação do

aparelho de destilação, mas antes colocou-se 50ml de água destilada.

Paralelamente, preparou-se um erlenmeyer de 250ml e foi adicionado ao mesmo

25ml de solução saturada de ácido bórico a 3,5%, e 2 gotas de indicador misto

amoniacal a fim de receber o destilado da amostra. O erlenmeyer foi aclopado ao

aparelho de destilação. O aparelho foi ligado depois de acrescentados 50ml de

soda cáustica (NaOH a 40%). Quando a coloração da solução de ácido bórico

tornou-se verde e atingiu cerca de 150ml considerou-se a etapa finalizada. Este

volume indica que todo o nitrogênio presente na amostra foi destilado.

4.4.1.3 – Titulação

Em seguida, titulou-se o material destilado no erlenmeyer, utilizando-se

uma bureta graduada, com ácido clorídrico (HCl 0,1N) e fator previamente

calculado. A titulação foi concluída quando o conteúdo do erlenmeyer tornou-se

rósea.

O teor de ácido utilizado foi anotado, assim como o fator da solução de

ácido clorídrico, posto que estes valores foram utilizados para o cálculo do

percentual protéico.

g Proteína/100g = V x F x 0,885, considerando F=1,02.

P.A

V = Volume de HCl gasto

F = Fator de solução de HCl 0,1N

P.A = Peso da amostra

4.4.2. Determinação de Gordura utilizando butirômetro para leite

Pesou-se os butirômetros com suas respectivas rolhas para verificar se os

mesmos estão com os pesos equivalentes. Pesou-se aproximadamente 1g da

amostra em um béquer de 25ml e foi adicionado 5ml de ácido sulfúrico (D = 1,5),

contido em uma bureta. A amostra foi aquecida em chapa aquecedora com

19

temperatura aproximada de 250º C e agitada até completa dissolução da amostra

e em seguida foi transfirida para o butirômetro. Adicionou-se porções de 5ml até

completar o volume de 20ml, sempre aquecendo em chapa aquecedora. Com

auxílio de um pipetador automático, adicionou-se 1ml de álcool isoamílico. Estas

adições devem ser feitas sem molhar internamente o gargalo do butirômetro. O

butirômetro foi arrolhado e pesado em temperatura ambiente. Levou-se ao banho-

maria a (63 ± 2ºC) por 15 min, com a rolha para baixo. Centrifugou-se a (1200 ±

100rpm) durante 15 min. Por fim o butirômetro foi retirado da termocentrífuga.

Manejando-se a rolha, colocou-se a camada amarelo-clara, transparente

(gordura), dentro da escala graduada do butirômetro e foi feita a leitura na escala

do butirômetro.

Cálculo: V x 11,33 = lipídios, por cento, mm

P

V = valor lido na escala do butirômetro 11,33 = equivalente em peso de 11ml de

leite (a escala do butirômetro está graduada para 11ml de leite).

P = Número de gramas da amostra.

4.4.3. Determinação de Umidade

Pesou-se em balança analítica, duas cápsulas de porcelana vazias

acondicionadas em dessecador. Acrescentou-se de 2 a 5g de queijo em cápsula

de porcelana tarada, submetendo-se a um aquecimento em estufa a 105º C,

durante um tempo mínimo de 4 horas. Esfriou-se em dessecador com sílica gel

por 30 a 60 minutos. Pesou-se em balança analítica até peso constante.

O teor de água é obtido pela diferença entre o peso da cápsula + amostra

úmida e o peso da cápsula + amostra seca. A obtenção do percentual de

umidade é foi calculado a partir da fórmula:

% Umidade = Teor de água na amostra x 100

Peso da amostra úmida

20

4.4.4. Determinação de Cinzas

As cápsulas de porcelana com as amostras secas foram carbonizadas em

Bico de Bunsen (a ±200º C). Após este procedimento, a amostra foi transferida

para a mufla a 550º C por aproximadamente 6 horas, até a obtenção de cinzas

branco-acinzentadas (destruição da matéria orgânica). As amostras, então, foram

acondicionadas em dessecador com sílica gel até atingir a temperatura ambiente.

Calcula-se o % de Cinzas com a aplicação da fórmula: 100 x N

P

N = Número de gramas de cinzas (peso da cápsula + amostra incinerada – peso

da cápsula)

P = Número de gramas da amostra

4.5. Análise sensorial do queijo minas artesanal

Foram realizadas análises sensoriais com amostras comparando queijo

minas sem adição dos antimicrobianos, queijo com quitosana, e queijo com

quitosana e óleo essencial de orégano. O teste empregado para avaliação dos

queijos foi o descriminativo de comparação pareada de preferência e diferença, e

descritivo de ADQ (Análise Descritiva Quantitativa), com equipe de 15 julgadores

treinados com idade de 18 à 30 anos. As amostras foram servidas em

temperatura de aproximadamente 10ºC, sendo divididas e devidamente

codificadas em números e letras aleatórios de três dígitos, acompanhadas de

copo com água para remoção de sabor residual e da ficha de avaliação.

Figura 02 – Bandeja de degustação

sensorial

Figura 03 – Bandeja de degustação

sensorial com ficha de avaliação

21

4.6. Análise Estatística

A análise estatística foi realizada utilizando testes de estatística descritiva

(média e desvio padrão) e de estatística inferencial (teste t de Student e teste de

Tukey) para determinação de diferenças estatisticamente significantes (p<0.01)

entre os diferentes tratamentos aplicados. Os dados dos testes sensoriais foram

avaliados pela Tabela de número mínimo de julgadores para o teste de

comparação pareada (ABNT, 1994). No teste afetivo (ADQ), foi avaliado a

freqüência e o intervalo de confiança, utilizando o teste qui-quadrado. O programa

utilizado foi o statistica 7.0.

22

5. RESULTADOS E DISCURSSÃO

5.1. Análise físico-química do queijo minas artesanal

Na tabela 1 estão expressos os valores médios encontrados nas análises

físico-químicas das amostras de queijo minas artesanal.

TABELA 1

Variável (%)

Queijos

P* Queijo Controle Queijo com

quitosana

Queijo com

quitosana e óleo

MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP

Proteína 16,15b ±0,08 17,02

a ±0,30 17,66

a ±0,39 <0,001

Lipídeo 60,97b ±0,70 58,19

b ±0,94 76,35

a ±1,69 <0,001

Umidade 56,26b ±0,19 67,50

a ±0,75 66,52

a ±0,60 <0,001

RMF** 1,80c ±0,03 2,62

a ±0,13 2,37

b ±0,05 <0,001

* Menor valor significativo ** Resíduo Mineral Fixo

Valores em uma mesma linha, para cada média, seguidos de diferentes letras minúsculas diferem

estatisticamente (p<0,05) de acordo com o teste de Tukey.

Os resultados encontrados demonstraram que houve diferença

significativa, ao comparar o queijo controle, queijo com quitosana e o queijo com

quitosana e óleo essencial de orégano.

Foram encontrados altos valores de lipídio e umidade nos 3 tratamentos.

De acordo com a legislação brasileira (Portaria n°146 de 07 de março de 1996), o

queijo minas frescal é classificado como um queijo macio, semi-gordo (teor de

gordura varia entre 25,0 – 44,9%) e de alta umidade (teor de água ≥ 55%).

Com relação ao lipídio, sugere-se que os valores elevados em todas as

amostras, pode ser explicado pelo tipo de leite utilizado (leite tipo C), uma vez que

este apresenta um teor de gordura maior do que o leite tipo B, leite este

recomendado para a produção do queijo minas. Outro fato importante, é que a

adição do óleo essencial de orégano ao gel de quitosana pode ter sido

responsável pela elevação nos valores de lipídio na amostra de queijo com

quitosana e óleo, o que o diferiu estatisticamente.

Em trabalhos realizados com queijo minas artesanal, a variação de gordura

é grande, e depende do modo fabricação do produtor, do tipo de leite utilizado.

FERREIRA et al. (1992), VARGAS, PORTO & BRITO (1998) trabalhando com

queijo Minas do Serro encontraram valores de 24,10; e 25,00g/100g,

23

respectivamente. BARROS (2001) encontrou valores entre 24,25 e 29,58g/100g.

Por outro lado, LONDOÑO (1998) e OLIVEIRA (1999) encontraram valores

superiores: 33,88 e 32,47g/100g em média, respectivamente.

Na variável umidade, não houve diferença entre os queijos tratados (com

quitosana, e com quitosana e óleo), porém com diferenças estatísticas ao

comparar estes com o queijo controle, o que demonstra que houve um aumento

da umidade pela adição da cobertura. Contudo, é importante ressaltar que a

maior preocupação com relação à alta umidade nos produtos lácteos, é devido à

probabilidade de interferir como fonte de risco para desenvolvimento de

microorganismos, o que provavelmente não irá ocorrer visto os efeitos

antimicrobianos da cobertura.

Em estudo realizado com morango e filme de quitosana (CÉ, 2009), a

umidade encontrada foi maior e a perda de água pelo fruto diminuiu, pois o filme

de quitosana retém a água do alimento.

No item referente à proteína, os produtos em estudo apresentaram-se

como uma rica fonte protéica, valor que está em acordo com o exigido pela

legislação, que determina o valor de 17% com variação normal de até 30%, o que

é considerado normal, segundo SAMPAIO (1998), para respostas obtidas na área

biológica. Machado et al (2004) trabalhando com queijo minas artesanal

encontrou valores similares para proteínas, 17,06g/100g de queijo.

No caso do resíduo mineral fixo (cinzas), onde estão contidos os minerais,

foram encontrados valores coerentes com os descritos na literatura, cuja variação

pode chegar até 30%, o que é permitido pela legislação. Machado et al (2004)

trabalhando com queijo minas artesanal encontrou valores similares para cinzas,

3,79g/100g de queijo, sendo estes de grande importância, uma vez que o queijo

possui quase todos os minerais fundamentais para a nutrição humana, entre eles

o cálcio, fósforo, sais minerais.

5.2. Análise sensorial do queijo minas artesanal

Os produtos foram submetidos aos testes sensoriais, visto que esses

antimicrobianos apesar de possuir uma imensa aplicabilidade em diversos

produtos indústrias e in natura, ainda apresenta poucos estudos demonstrando a

interferência nesse principal atributo de qualidade.

24

Os gráficos abaixo expressam a influência das variáveis do processo

(adição ou não, de quitosana e óleo essencial de orégano), sobre os atributos de

qualidade (aparência, cor, odor, sabor e textura). Os primeiros testes ocorreram

com queijo com adição apenas da quitosana, seguido teste com queijo com

quitosana e óleo essencial de orégano, tendo os mesmos ocorridos em diferentes

dias para não confundir sensorialmente os provadores, uma vez que o teste

baseou-se na comparação de dois produtos.

5.2.1. Avaliação do atributo aparência

Nos gráficos 1 e 2, estão representados o nível de satisfação com relação

ao atributo aparência nos produtos com e sem os antimicrobianos.

No gráfico 1, maiores percentuais dos provadores atribuíram ao produto

com quitosana o termo “nem gostou, nem desgostou”, resultado este positivo por

não despertar rejeito do produto. Entretanto, maiores valores com relação à

intensidade “gostei” foram relacionados ao produto sem quitosana, em

contraposição, com valores também superiores com “não gostei” para o mesmo

produto. Porém, conforme demonstrados no gráfico, ambos os resultados não

foram significativos estatísticamente.

Gráfico 1 – Avaliação da aparência do queijo com quitosana

25

Conforme expresso abaixo no gráfico 2, ao comparar o produto sem, com

o produto com quitosana e óleo essencial de orégano, a maioria dos provadores

atribuíram ao produto com quitosana e óleo essencial de orégano o termo “nem

gostou, nem desgostou”, resultados estes similares ao teste em que se aplicou

somente a quitosana no produto (gráfico 1). Com relação ao termo “gostei”,

percentuais mais elevados, com diferença significativa, foram atribuídos ao

produto sem quitosana. Este resultado foi bastante positivo, visto que nenhum

provador atribui o termo “desgostei” para ambos os produtos.

5.2.2. Avaliação do atributo cor

Nos gráficos 3 e 4, estão representados o nível de satisfação com relação

ao atributo cor nos produtos com e sem os antimicrobianos.

No gráfico 3, maiores percentuais dos provadores atribuíram ao produto

com quitosana o termo “nem gostou, nem desgostou”. Entretanto, maiores valores

com relação à intensidade “gostei” foram relacionados ao produto sem quitosana,

em contraposição, com valores também superiores para “não gostei”. Porém,

CQO

Gráfico 2 – Avaliação da aparência do queijo com quitosana e óleo essencial de orégano

26

conforme demonstrados no gráfico, ambos os resultados não foram significativos

estatísticamente.

Conforme expresso abaixo no gráfico 4, a maioria dos provadores

atribuíram o termo “gostei” para ambos os produtos (com e sem os

antimicrobianos). Este resultado foi bastante positivo, visto que nenhum provador

atribuiu o termo “desgostei” para ambos os produtos.

Gráfico 3 – Avaliação da cor do queijo com quitosana

CQO

Gráfico 4 – Avaliação da cor do queijo com quitosana e óleo essencial de orégano

27

5.2.3. Avaliação do atributo odor

Nos gráficos 5 e 6, estão representados o nível de satisfação com relação

ao atributo odor nos produtos com e sem os antimicrobianos.

No gráfico 5, maiores percentuais dos provadores atribuíram ao produto

com quitosana o termo “nem gostou, nem desgostou”, porém sem diferenças

estatística do produto sem quitosana. O Termo “gostei” tiveram percentuais iguais

para ambos os produtos. Entretanto, fato que chama atenção, foi o alto

percentual de “não gostei” nos produtos sem quitosana, sugerindo que a

cobertura pode atenuar o odor característico do quejo, interferindo assim de

maneira positiva.

Conforme expresso abaixo no gráfico 6, ao comparar o produto sem, com

o produto com quitosana e óleo essencial de orégano, maiores percentuais dos

provadores atribuíram ao produto com quitosana e óleo essencial de orégano o

termo “nem gostou, nem desgostou”, resultado este similar ao encontrado

anteriormente. Entretanto, maiores valores com relação à intensidade “gostei”

foram relacionados ao produto com quitosana e óleo essencial de orégano.

Gráfico 5 – Avaliação do odor do queijo com quitosana

28

5.2.4. Avaliação do atributo sabor

Nos gráficos 7 e 8, estão representados o nível de satisfação com relação

ao atributo sabor nos produtos com e sem os antimicrobianos.

No gráfico 7, maiores percentuais dos provadores atribuíram ao produto

com quitosana o termo “nem gostou, nem desgostou”, resultado este positivo por

não despertar rejeito do produto. Contudo, houve uma contradição nestes

resultados, visto que foram atribuídos maiores percentuais tanto para o item

“desgostei”, como para “gostei” nos produtos com quitosana.

Gráfico 7 – Avaliação da sabor do queijo com quitosana

Gráfico 6 – Avaliação do odor do queijo com quitosana e óleo essencial de orégano

CQO

29

Conforme expresso abaixo no gráfico 8, ao comparar o produto sem, com

o produto com quitosana e óleo essencial de orégano, maiores percentuais dos

provadores atribuíram ao produto com quitosana e óleo essencial de orégano o

termo “nem gostou, nem desgostou. Entretanto, percentual significativos do termo

“desgostei” foram relacionados ao produto com quitosana e óleo essencial de

orégano, sugerindo uma interferência negativa no sabor pela adição da cobertura

de quitosana e óleo.

5.2.5. Avaliação do atributo textura

No gráfico 9 e 10, estão representados o nível de satisfação com relação

ao atributo textura nos produtos com e sem os antimicrobianos.

No gráfico 9, maiores percentuais dos provadores atribuíram ao produto

com quitosana o termo “nem gostou, nem desgostou”. Entretanto, foram

encontrados valores significativos de provadores que afirmam que desgostaram

de ambos os produtos.

Gráfico 8 – Avaliação de sabor do queijo com quitosana e óleo essencial de orégano

CQO

30

Conforme expresso abaixo no gráfico 10, o produto com quitosana obteve

percentuais iguais para o termo “gostou” e “nem gostou, nem desgostou”

relacionado ao atributo textura. Ao comparar o produto sem antimicrobianos, com

o produto com quitosana e óleo essencial de orégano, os resultados não diferiram

estatisticamente.

Gráfico 9 – Avaliação da textura do queijo com quitosana

CQO

Gráfico 10 – Avaliação da textura do queijo com quitosana e óleo essencial de orégano

31

Em estudos com queijo coalho e óleo essencial, Silva et al (2006),

demonstraram que nos atributos aparência, cor e textura, maiores percentuais

foram encontrados para o termo “gostei”, e nos demais atributos, odor e sabor, o

termo “nem gostei, nem desgostei”. Estes resultados ratificam os encontrados

nesta pesquisa, visto que também a maioria das variáveis sensoriais (aparência,

cor e textura) obtiveram o termo “nem gostei, nem desgostei”, porém com

resultados inferiores nos atributos odor e sabor.

Por outro lado, em estudo realizado com mamão e cobertura de quitosana,

Júnior et al (2010), encontraram em todos os atributos o termo “nem gostei e

nem desgostei”, o que demonstra a não influência negativa nos atributos

sensoriais de produtos adicionados de quitosana.

5.2.3 Avaliação de preferência do queijo com antimicrobianos

No teste de comparação pareada, para detectar se existia diferença nos

produtos oferecidos, foi observado que dos 15 provadores, 14 perceberam a

diferença, pelo teste monocaudal 15<14, sendo, portanto comprovado que não

existe diferença sensorial entre as duas amostras ao nível de 5% de significância.

Chi et al. (2006) relataram que ao incorporar filmes de quitosana com óleo

essencial de orégano em fatias de mortadela, armazenada à 10 ºC por 5 dias,

também obteve boa aceitação sensorial. Em outro estudo, Chien et al. (2007)

também reportaram a eficiência e não influência na qualidade sensorial de pitayas

com quitosana.

Os gráficos abaixo expressam o nível de preferência de amostras com ou

sem os antimicrobianos.

32

Conforme observado, apesar dos julgadores preferirem as amostras sem

quitosana, o percentual de preferência dos produtos com antimicrobianos foram

bastante elevados, o que sugere que os produtos contendo os antimicrobianos

não interferem significativamente na preferência ou rejeição do produto.

55,5%

44,5%

62,5%

37,5%

Gráfico 11 – Teste de preferência (Queijo com quitosana e óleo essencial de orégano X queijo sem quitosana)

Gráfico 12 – Teste de preferência (Queijo com quitosana X queijo sem quitosana)

33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa confirma que de antimicrobianos naturais, quitosana e óleo

essencial de orégano, é de grande valia na conservação dos alimentos e bastante

útil para as indústrias alimentícias, tendo como embasamento seu potencial

antimicrobiano, e sua vantagem em não ocasionar alterações físico-químicas e

sensoriais significativas.

Portanto, estudos adicionais são necessários para que se avalie a

qualidade microbiológica, físico-química e sensorial do queijo Minas artesanal em

diferentes concentrações dos antimicrobianos, para que se possa garantir com

certeza ao consumidor uma qualidade higiênico-sanitária do produto, garantindo

assim a saúde do consumidor.

34

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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