UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA ESTUDO E REALIZAÇÃO DE UM INVERSOR A TIRISTOR, COM COMUTAÇÃO GLOBAL, ALIMENTANDO O MOTOR DE INDUÇÃO DISSERTAÇÃO SUBMETIDA A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CA TARINA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA JOSÉ RENES PINHEIRO FLORIANÓPOLIS, ABRIL 1984

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

ESTUDO E REALIZAÇÃO DE UM INVERSOR A TIRISTOR, COM

COMUTAÇÃO GLOBAL, ALIMENTANDO O MOTOR DE INDUÇÃO

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CA

TARINA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA

JOSÉ RENES PINHEIRO

FLORIANÓPOLIS, ABRIL 1984

ESTUDO E REALIZAÇÃO DE UM INVERSOR A TIRISTOR, COM

COMUTAÇÃO GLOBAL, ALIMENTANDO O MOTOR DE INDUÇÃO

JOSÉ RENES PINHEIRO

ESTA DISSERTAÇÃO FOI JULGADA ADEQUADA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE

MESTRE EM ENGENHARIA

ESPECIALIDADE ENGENHARIA ELÉTRICA E APROVADA EM SUA FORMA FINAL

PELO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Prof. Ivo Barbi, Dr.Ing. Orientador

Prof. Augusto H. Bruciapaglia, Dr.Ing Coordenador do Curso de Pós-Graduação

em Engenharia Elétrica

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ivo Barbi, Dr.Ing. - Presidente

Prof. Renato Carlson, Dr.Ing.

Prof. Simon Tov Bahbouth, Dr.Ing.

ii

iii

A minha esposa Marta,

e ao meu filho Márcio.

IV

A G R A D E C I M E N T O S

Ao Prof. Ivo Barbi por sua excelente metodologia na

orientação, dedicação e amizade.

Aos colegas, funcionários e professores que contri-

buíram para a realização deste trabalho, em especial aos Professo­

res Simon Tov Bahbouth e Jorge Dantas de Melo.

Agradeço ao CNPq, CAPES, FINEP, à UFSC pelo apoio fi-

nanceiro.

Ao meu irmão Humberto, aos meus pais, sogro e sogra

pelo incentivo e apoio.

À minha esposa Marta pelo carinho e compreensão.

A Deus pela proteção e confiança no vencer.

V

R E S U M O

Este trabalho trata do estudo de um inversor a ti-

ristor com circuito de comutação global, para alimentar um motor

de indução trifásico sob tensão e freqüência variáveis.

São realizados estudos em regime permanente, utili-

zando simulação numérica, do torque eletromagnético e da corrente

de comutação do inversor alimentando um motor de indução.

São estabelecidas expressões e curvas que represen-

tam as características do circuito de comutação forçada. Circui-

tos auxiliares que permitem uma melhor performance do circuito de

comutação são apresentados.

São apresentados os circuitos de comando desenvolvi-

dos do inversor.

É construído em laboratório um protótipo do inver-

sor trifásico a tiristor com tensão e freqüência variáveis, que

é testado alimentando um motor de indução trifásico de 2,2 KW cu-

jos resultados experimentais são apresentados.

VI

A B S T R A C T

This work states about a thyristor Global-Commutation

inverter, feeding a variable voltage and frequency three-phase

induction motor.

A steady state analysis of inverter fed induction

motor concerning the eletromagnetic torque and the commutation

current are realized with digital simulation

Equations and curves of the forced commutation circuit

caracteristics are established. Auxiliary circuit are presented

which allow the best performance of the commutation circuit.

The inverter control circuits are shown.

A prototype of the three-phase thyristor inverter on

variable voltage and frequency is made in the laboratory, and test

with 2,2 KW induction motor and the experimental results are shown.

vii

S U M Á R I O

INTRODUÇÃO 01

CAPITULO 1 - INTERESSE DO ESTUDO DO INVERSOR ALIMENTANDO A MA

QUINA DE INDUÇÃO

1.1 - Introdução 02

1.2 - Vantagens da utilização do motor de indução 02

1.3 - Comportamento do motor alimentado com frequência vária

vel 04

1.4 - Alimentação do motor de indução com tensão retangular e

frequência variável 08

CAPÍTULO 2 - ESTUDO DO COMPORTAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO ALI-

MENTADO POR INVERSOR EM REGIME PERMANENTE

2.1 - Introdução 11

2.2 - Modelo do motor de indução trifásico 11

2.3 - Simulação do Sistema Inversor - Máquina 19

2.4 - Comportamento do torque electromagnético 27

2.5 - Estudo da corrente de comutação 30

2.6 - Conclusão 34

CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO DE ALGUMAS ESTRUTURAS DE INVERSORES

3.1 - Introdução 35

viii

3.2 - Necessidade da utilização de fontes auxiliares 35

3.3 - Inversor com comutação global 37

3.4 - Inversores com comutação individual 38

3.5 - Inversor com comutação complementar do tipo 180 43

3.6 - Conclusão 45

CAPÍTULO 4 - ESTUDO DO CIRCUITO DE COMUTAÇÃO FORÇADA C.C.F.

4.1 - Introdução 47

4.2 - Estudo qualitativo do C.C.F 47

4.3 - Estudo Analítico do C.C.F 54

4.4 - Conclusão . 66

CAPÍTULO 5 - ESTUDO DOS C.C.F. COM DISSIPAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE

ENERGIA

5.1 - Introdução 68

5.2 - Importância do circuito de recuperação da energia 6 9

5.3 - Utilização de resistores de Dissipação no C.C.F 70

5.4 - Estudo do circuito de recuperação da Energia 83

5.5 - Conclusão 94

CAPÍTULO 6 - DIMENSIONAMENTO DOS CIRCUITOS DE COMUTAÇÃO FORÇA

DA ESTUDADOS

6.1- Introdução 95

6.2 - Dimensionamento dos C.C.F 95

6.3 - Estudo Comparativo dos C.C.F 109

6.4 - Conclusão 111

CAPÍTULO 7 - CIRCUITOS DE COMANDO

7.1 - Introdução 113

7.2 - Circuitos de comando do inversor trifásico 114

7.3 - Circuito de comando do C.C.F 126

7.4 - Circuito de comando do Retificador trifásico 127

7.5 - Conclusão 131

CAPITULO 8 - IMPLEMENTAÇÃO DO INVERSOR E VERIFICAÇÃO EXPERIMEN-

TAL- ..

8.1 - Introdução 133

8.2 - Realização do C.C.F. - Inversor 133

8.3 - Verificação experimental do C.C.F 137

8.4 - Verificação experimental do inversor trifásico 141

CONCLUSÃO 148

APÊNDICE A 150

APÊNDICE B 155

APÊNDICE C 161

APÊNDICE D 168

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ix

I N T R O D U Ç Ã O

Atualmente, o baixo custo de um equipamento é um

dos fatores principais para sua aceitação; assim, o estudo e im-

plementação de estruturas inversoras com reduzido número de compo-

nentes (componentes passivo, semicondutores e fontes auxiliares)

tornam-se atrativos.

Ressaltando que quanto maior o número de componen

tes maior o volume, peso e complexidade.

Em razão das estruturas inversoras com comutação glo-

ba |10| normalmente apresentarem-um menor número de componentes

em relação as outras estruturas existentes ê de interesse seu es

tudo.

0 presente trabalho tem como objetivo principal o

estudo de comportamento do inversor com circuito de comutação glo-

bal para alimentar um motor de indução trifásico, sob tensão e

frequência variáveis. São obtidas suas características, do ponto

de vista qualitativo e quantitativo, e expressões e curvas capa

zes de representar suas propriedades.

Ê realizado o estudo em regime permanente, utilizan-

do simulação digital, do torque eletromagnético desenvolvido pelo

motor e da corrente de comutação para estruturas inversoras com

comutação global e com comutação individual.

A partir do circuito de comutação global proposto

são realizadas modificações para seu melhor desempenho.

A estrutura inversora estudada foi implementada em

laboratório, seu circuito de comando e os resultados experimen-

tais são apresentados.

2

C A P Í T U L O 1

INTERESSE DO ESTUDO DO INVERSOR ALIMENTANDO

A MAQUINA DE INDUÇÃO

1-1 - I n t r o d u ç ã o

I n i c i a l m e n t e s ã o r e s s a l t a d o s o s i n t e r e s s e s e a s van -

t a g e n s d a u t i l i z a ç ã o d a maqu ina d e i n d u ç ã o , com r o t o r e m g a i o l a

em vez da maquina de c o r r e n t e c o n t í n u a , em c o n t r o l e de v e l o c i d a d e .

É efetuado o e s t u d o do compor t amen to do moto r de in-

d u ç ã o a l i m e n t a d o em t e n s ã o , s o b f r e q u ê n c i a v a r i á v e l . P o d e n d o , de_

p e n d e n d o d a a p l i c a ç ã o , t e r a t e n s ã o d e a l i m e n t a ç ã o f i x a o u v a r i á -

v e l .

É ainda realizado o estudo do comportamento do mo

tor de indução alimentado por uma fonte de tensão trifásica, com

tensão retangular e frequência variável.

1.2 - Vantagens da Utilizacão do Motor de Indução |8|

Tradicionalmente, em aplicações onde ê necessário

o controle de velocidade de um motor elétrico, o motor de corren-

te continua tem sido empregado. 0 motor de corrente contínua com excitação

independente produz altos torques para baixas velocidades e uma

larga faixa de operação. E é facilmente controlado pela variação

3

da tensão de armadura e da corrente do campo.

Em certas aplicações o motor de corrente contínua

não é a melhor solução, tais como:

- lugares de difícil acesso, impossibilitando a manutenção pe

riõdica. Devido ao desgaste mecânico das escovas e comuta

dor.

- lugares explosivos e inflamáveis, devido ao faiscamento pro-

duzido na comutação.

- lugares abrasivos e corrosivos, devido ao maior desgaste

das partes móveis em contato.

- necessidade da redução da razão potência/peso.

Por outro lado, o motor de indução com rotor em

gaiola não necessita de manutenção periódica. Isto é resultado

da inexistência de contatos mecânicos. Sendo o mais indicado para

operar em lugares corrosivos e explosivos.

Tanto a faixa de temperatura de trabalho, como a ra

zão potência/peso do motor de indução ê aproximadamente duas ve

zes maior que de um motor de corrente contínua similar.

Aliando a todas as vantagens citadas, o custo do

motor de indução com rotor em gaiola, devido a sua simplicidade

construtiva, é menor que o de um motor de corrente contínua simi-

lar. Isto torna a utilização do motor de indução muito atrativa.

Para que o motor de indução tenha características

semelhantes às do motor de corrente contínua, deve ser alimentado

por fonte com tensão e frequência variáveis. Assim, conversores

estáticos ou rotativos deverão ser utilizados.

1.3 - Comportamento do Motor Alimentado com Frequên

cia Variável |7|,|8|

No motor de indução trifásico, a fonte de alimenta

ção trifásica produz um campo magnético rotativo no entreferro, o

qual interage com a força magnetomotriz (f.m.m) do rotor para de-

senvolver torque. A força magnetomotriz é criada pelo efeito de

indução do estator.

A velocidade do motor de indução está relacionada

com a freqüência de alimentação. 0 campo magnético rotativo gira

com velocidade síncrona. Para aumentar a velocidade do motor, man

tendo-se a tensão de alimentação constante, ê necessário que seja

aumentada a freqüência de alimentação.

Na figura(1.1) está representada a característica

torque versus velocidade do motor de indução, com tensão de ali

mentação constante e freqüência variável. Esta característica é

requerida para tração, onde deseja-se altos torques na partida em

baixa velocidade, e menores torques são suficientes em alta velo

cidade.

A velocidade do motor de indução ê determinada pela

velocidade síncrona (n ),

(1.1)

onde p r e p r e s e n t a o número de p a r e s de pó los e f a f r eqüênc i a de

a l imen tação (Hertz ou c / s ) -

A ve loc idade em que g i r a o motor é dada por

(1.2)

e , a f r e q ü ê n c i a r o t ó r i c a ( f r ) ê d a d a p o r

(1.3)

Figura 1.1 - Carac ter í s t icas com tensão constante e freqüência var iável .

6

A equação genérica para o torque eletromagnético de

senvolvido pelo motor de indução é dado por

(1,4)

onde K é uma constante de proporcionalidade, o fluxo magnético,

I2 a corrente do rotor e representa o ângulo com que a corten

te I2 está atrasada da f.e.m induzida.

A corrente de partida de um motor de indução é apro-

ximadamente seis vezes maior que a corrente nominal e, o torque

na partida é pequeno devido ao baixo fator de potência do rotor.

Assim, em sistemas com freqüência variável, a freqüência de ali-

mentação é reduzida na partida, melhorando o fator de potência do

rotor e também o torque desenvolvido.

Para que o fluxo magnético mantenha-se constante é

necessário que a relação tensão/freqüência (Volts/Hertz) seja cons-

tante, evitando-se que haja saturação magnética no ferro do mo-

tor. Na figura (1.2) é mostrada a característica torque versus ve-

locidade para a relação tensão-frequência constante, onde o tor-

que máximo se mantém constante.

Na figura (1.3) está representada uma relação ten-

são-frequência desejada para alimentar o motor, onde, abaixo da

freqüência base igual à um p.u., o fluxo magnético ê mantido

constante, resultando num torque máximo constante.

Para baixas freqüências de alimentação, a queda de

tensão ohmica predomina sobre a força eletromotriz f.e.m produzi-

da no entreferro. Isto provoca uma redução de torque, portanto

uma tensão adicional ê fornecida para compensar este efeito.

Figura 1.2 - Característica Torque x Velocidade do M.I., para a relação V/F cons-_

tante.

Para a frequência base (1,0 p.u.) tem-se a tensão

nominal do motor. Além desse ponto, com o aumento da frequência,

o torque eletromagnético desenvolvido diminui, devido a redução

do fluxo, o motor opera à potência constante.

8

Tensão (p.u)

CONPENSAÇÃO RESIST. ESTATOR

freq(pu)

Figura 1.3 - Relação Tensão-frequência do motor de indução. Característica Tor que-velocidade do motor c/tensao e frequência de alimentação va-

riável.

1.4 - Alimentação do Motor de Indução com Tensão Re

tangular e Frequência Variável |7[

Na figura (1.4) está representado um circuito de

potência convencional, constituída por uma fonte de alimentação tri-

fãsica com tensão retangular e frequência variável alimentando um

motor de indução. O circuito de comutação forçada do circuito in-

versor não é representado.

A fonte de alimentação ê constituída de uma ponte

retificadora trifásica controlada, convertendo a tensão senoidal

fixa para continua com nível variável, que alimenta o circuito in-

versor apôs ser filtrada. Já a ponte inversora faz o inverso, is-

to ê, converte a tensão contínua variável em uma tensão retangu-

lar alternada variável, com freqüência também variável.

REDE

RETIFICAPOR FILTRO INVERSOR

Figura 1-4 - Fonte de alimentação trifãsica, com tensão retangular e frequên-cia variável, para acionar a maquina de indução.

Normalmente, cada t i r i s t o r de um ramo da ponte in-

versora conduz por 180°, gerando uma tensão de forma de onda re-

tangular . Os diodos regenerat ivos ou rea t ivos ajudam a c i rculação

da energia r ea t iva da carga para o capaci tor do f i l t r o LC. A ten

são de saída do inversor ê fixada pela tensão contínua. Os diodos

regenerat ivos também podem p a r t i c i p a r do processo de comutação,

como será v i s t o no Capítulo I I I .

Para que os t i r i s t o r e s da ponte inversora se blo-

9

10

queiem, é necessário providenciar um circuito de comutação força

da. O circuito de comutação terá que providenciar uma tensão re

versa através dos tiristores, durante um período de tempo sufi-

ciente para permitir a recuperação da junção de bloqueio dos ti-

ristores, e ainda anular a corrente dos tiristores em condução.Só

assim o bloqueio dos tiristores é conseguido.

No circuito de comutação forçada um capacitor pré-

carregado estabelece uma tensão ou corrente transitória através

dos tiristores em condução. Isto causa o desvio da corrente de

carga, e como já mencionado,uma tensão inversa é aplicada sobre

os tiristores a serem bloqueados.

11

C A P I T U L O 2

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO

. ALIMENTADO POR INVERSOR EM REGIME PERMANENTE

2.1 - Introdução

Inicialmente é apresentado o modelo do motor de in

dução.

A simulação do motor de indução t r i f á s i c o alimenta

do por ura inversor em tensão do t i p o 180° ê r e a l i z a d a . E estudado

o comportamento do torque eletromagnetico desenvolvido pelo motor

quando alimentado com tensão retangular e frequência v a r i á v e l .

Finalmente, é rea l izado o estudo em regime permanen

te da cor rente de comutação, para o inversor com comutação global

e com comutação ind iv idua l .

2.2 - Modelo do Motor de Indução Tr i fás ico | l |

Nas equações (2 .1 ) , (2.2) e (2.3) é apresentado o

modelo matemático da máquina s imétr ica t r i f á s i c a . Certas hipóte

ses serão rea l izadas no estudo. São e l a s :

- os t r ê s enrolamentos do e s t a t o r são idên t icos

- os t r ê s enrolamentos do ro to r são idên t icos

- o ângulo e l é t r i c o en t re as bobinas é igual

12

- o en t r e f e r ro é considerado constante

- a distribuição da indução magnética no entreferro é r a d i a l

(2.3

onde:

a) Tensão no estator

b) Tensão no rotor

c) Corrente estator

(2.2)

d) Corrente rotor

e) Indutância do estator

pois,

f) Indutâncias do rotor

pois

13

g) Indutâncias mutuas entre os enrolamentos estatório e rotó-

co

pois,

h) Resistência do e s t a t o r

po is ,

i) Resistência do rotor

14

15

i) Resistência do rotor

pois.

As equações (2 .1 ) , (2-2) e (2.3) apresentadas são

não- l ineares e de d i f í c i l solução, revelando-se muito pouco ú t e i s no

estudo do comportamento de uma máquina. Por i s s o será u t i l i z a d o

um método de transformação l i n e a r , que i r á s i m p l i f i c á - l a s .

In terpre tação dos termos das equações (2 .1 ) , (2.2)

e (2 .3 ) .

- representa a queda de tensão nas r e s i s t ên -

c ias dos enrolamentos.

- representa as tensões provocadas pela va-

r iação das cor ren tes nos enrolamentos. São

as tensões va r i ac iona i s .

- só e x i s t e quando a velocidade da máquina

for d i fe ren te de zero. São as tensões ro ta

c i ona i s .

Para a representação a n a l í t i c a do motor de indução

t r i f á s i c o , u t i l i z a - s e o modelo da máquina b i fá s i ca equivalente, com

a referência si tuada no e s t a t o r . Na f igura (2.1.a) e s t ão represen-

16

tados os enrolamentos da máquina trifásica e na figura (2.1.b) os

enrolamentos da máquina bifásica equivalente, onde as forças magne-

tomotrizes instantâneas das duas estruturas são iguais.

Figura 2.1 - Estrutura trifásica e bifásica da maquina simétrica.

Para r e a l i z a r as transformações das va r i áve i s t r i f á -

s i ca s em b i f ã s i ca s I necessár io es tabe lecer as seguintes equações

aux i l i a r e s de transformação, para um re fe renc i a l no e s t a t o r :

17

onde representa as variáveis segundo os eixos simétricos e

Xo,d,q segundo os eixos direto e quadratura, representa o ângu

lo entre os enrolamentos e a referência, sendo para o estator

e para o rotor

Assim as equações de Park que representam a máquina

é representada a seguir:

(2.6)

(2.7)

onde:

L - indutância c í c l i c a do e s t a t o r s Lr - indutância c í c l i c a do ro to r

Ms r - indutância mútua c í c l i c a e s t a t o r - r o t o r

R - r e s i s t ê n c i a e s t a t o r s

18

n

)

m d

q

s

r

v

i

T

- resistência rotor

- n9 de pares de pólos

- velocidade da maquina

- eixo direto

- eixo de quadratura

- estator

- rotor

- tensão de fase

- corrente de fase

- torque eletromagnético

As equações (2.6) e (2.7) apresentadas são capazes

de representar a máquina de indução sob qualquer condição de ope­

ração.

As equações da máquina de indução sob a forma de

equação de estado são apresentadas a seguir:

onde

19

2.3 - Simulação do Sistema Inversor-Mãquina |3|

A simulação digital da montagem da figura (2.2) é

realizada. A relação tensão-frequência ê mantida constante. Para

cada ponto são impostas as frequências rotõrica e estatõrica. 0 mé-

todo utilizado para a simulação numérica do sistema é o de Adams-

Moult (predictor-corretor), utilizando na partida (quadro primei-

ras interações) o método de Range-Kutta de 4— ordem.

Assim, a cada condição de funcionamento calculam-se

as correntes instantâneas da máquina, seu conjugado instantâneo e

a corrente do lado contínuo do inversor.

• • • • .

Figura 2.2 - Sistema inversor-máquina simulado.

O inversor é considerado ideal, fornecendo ao mo

tor de indução ondas retangulares defasadas de 120 uma das outras.

Assim, o circuito inversor pode ser dissociado do motor.

Portanto o inversor ê visto pela maquina de indução

como uma fonte, com tensão e frequência variáveis segundo uma cer-

20

ta lei.

Do fato de se utilizar para a simulação, o modelo

da máquina de indução bifásica fictícia equivalente, as tensões

trifásicas retangulares terão que ser transformadas em tensões bi-

fásicas de Park. As tensões de alimentação do motor segundo os ei-

xos direto e de quadratura são dadas por:

( 2 . 9 )

(2 .10)

Na figura (2.3) estão representadas as formas de on-

da das tensões, as quais são fornecidas pelo inversor ao motor de

indução para os sistemas trifásico e bifásico.

Como já mencionado, é calculada a corrente do lado

contínuo do inversor. Este cálculo ê baseado na configuração da

estrutura inversora a cada seqüência. Estão representadas na figu-

ra (2.4) as seis seqüências, que o inversor realiza durante

um ciclo.

Um exemplo típico ê apresentado nas figuras (2.5)

e (2.6), para duas condições de funcionamento, ã vazio e plena

carga. A freqüência estatórica é igual a 60Hz para as duas situa

ções.

A corrente no ramo do inversor a comutar, correspon-

de ao valor da corrente de fase no instante 3T/6, onde T(período)

é dado na figura.

21

22

Figura 2.4 - Sequencia do inversor durante um período

23

A partir da figura (2.4) constata-se que a corrente

do lado contínuo do inversor para cada sequencia é:

SEQ

I

I I

I I I

IV

V

V I

I cc

- i c

i b

- i a

i c

-ib

i a

As correntes instantâneas do estator a partir de suas

correntes segundo os eixos direto e quadratura são dados por:

(2.11)

(2.12)

( 2 . 1 3 )

Assim a corrente continua poderá ser expressa em fun-

ção das correntes d e q:

24

Os valores de placa do motor de indução e os parâme_

tros medidos são apresentados no capitulo 8.

Nas figuras (2.5) e (2.6) estio representadas as

correntes instantâneas de fase do motor de indução em regime per-

manente, para a frequência estatórica igual â 60 Hz. A componente

fundamental da corrente é muito sensível, em módulo e fase, à fre-

quência rotórica. Já as harmônicas da corrente não dependem da

frequência rotórica.

0 deslocamento da componente fundamental da corren-

te explica a assimetria da forma da corrente de fase, para fre-

quência rotóricas elevadas. Constata-se que para baixas frequên-

cias rotóricas, a corrente possui uma forma quase simétrica.

As harmónicas da corrente estatórica, como menciona

do anteriormente, são insensíveis ã frequência rotórica, devido

ao fato que as harmónicas de tensão correspondente, de ordem 5,

7,11,13, etc..., produzem campos girantes com grande velocidade

em relação ao campo girante produzido pela componente fundamen-

tal. De maneira que suas velocidades relativas, em relação à velo

cidade do rotor, variam muito pouco com as variações da velocida-

de da maquina.

25

26

F i g u r a 2.6 - Simulação do Sistema para fs = 60Hz e fr = 5Hz

27

2.4 - Comportamento do Torgue Eletromagnético

Está representada na figura (2.7) a ondulação per

centual do torque, em função da freqüência rotórica, para uma fre-

quência estatórica constante igual à 60 Hz. Constata-se que a on-

dulação percentual do torque é significativa para baixas frequên-

cias. Isto ocorre, porque a amplitude das harmônicas de corrente

é independente da carga, mas a componente fundamental da cor

rente diminui ã medida que a carga diminui. Para fr = 1,0 Hz, por

exemplo, a ondulação percentual do torque é igual a 37% do torque

médio. Entretanto, para fr = 5,0 Hz, a ondulação percentual do

torque é igual a 8,5% do torque médio.

Figura 2.7 - Curva da ondulação percentual do torque, para f = 60 Hz.

28

Na figura (2.8) está representada a curva da ampli-

tude da ondulação do torque em função da frequência estatõrica.Ve

rifica-se que para frequências estatóricas elevadas a ondulação

do torque é pouco sensível ã frequência rotórica. Entretanto, ã

medida que a frequência estatórica diminui, a amplitude da ondula

ção do torque torna-se mais sensível ã frequência rotõrica,já que

a queda de tensão no estator torna-se significativa para baixas

frequências estatóricas.

Figura 2.8 - Amplitude da Ondulação do torque x frequência rotórica para varias frequências estatóricas.

Estão representados na f igura (2.9) as curvas que

estabelecem a var iação do torque médio em função da frequência ro-

t õ r i c a , para vár ios valores de frequência e s t a t ó r i c a .

29

Verifica-se que para frequências estatóricas eleva-

das a função T(fr ) é aproximadamente linear e, ã medida que a fre-

quência estatórica diminui a função torna-se menos linear.

Fr (Hz)

Figura 2.9 - Curvas do torque médio x frequência do rotor, para varias frequên-

cias estatóricas.

Constata-se pelas figuras (2.5) e (2.6) que a ondu-

lação do torque possui frequência seis vezes a frequência fundei

mental. Isto ocorre porque as harmônicas de corrente do estator

de ordem 5— e 7— produzem torques pulsantes com frequência seis

vezes a frequência fundamental. A combinação desses torques pul-

santes produzem uma flutuação no torque eletromagnético desenvol-

vido pelo motor. Igualmente, a 11— e 13— harmônica produzem um

torque pulsante harmônico de 12— ordem, mas sua componente harmô-

nica de 6— ordem predomina no caso em estudo.

30

2.5 - Estudo da Corrente de Comutação

Ê abordado o comportamento da corrente de comutação

em regime permanente, para dois tipos de estruturas de comutação

forçada. Que são:

- Comutação Global

- Comutação Individual.

Ê importante salientar porém que o estudo efetuado

é válido somente para uma relação tensão-frequência constante. As_

sim, para outras leis tensão-frequência outras curvas caracterís_

ticas são encontradas.

2.5.1 - Comutação Global

As estruturas inversoras que utilizam circuitos de

comutação forçada com comutação global, realizam o bloqueio de to

dos os tiristores em condução do inversor no instante da comuta_

ção. O circuito de comutação forçada está localizado no lado de

tensão contínua do circuito inversor.

A corrente de comutação em regime permanente em fun-

ção da frequência rotórica, para vários valores de frequência es-

tatórica, está representada na figura (2.10). A corrente de comia

tação corresponde ao valor de pico da corrente no lado contínuo

do inversor.

31

Figura 2.10 - Corrente de comutação para comutação global.

32

A corrente a comutar ê muito sensível ã frequência

rotórica. Por outro lado a corrente a comutar ê menos sensível ã

frequência estatórica. A variação existente é causada pela in­

fluência da resistência dos enrolamentos do estator, acentuando-

se com a diminuição da frequência estatórica.

A corrente a comutar é máxima para a frequência es-

tatõrica e rotórica máximas de operação. Este valor ê importante

para o dimensionamento do circuito de comutação.

2.5.2 - Comutação Individual

As estruturas que utilizam circuitos de comutação

forçada com comutação individual, realizam somente o bloqueio do

tiristor da sequência a comutar, sem interferir no estado de con-

duçao dos outros tiristores. Assim, a corrente de comutação será

a corrente que flui pelo tiristor a comutar e o circuito de comu-

taçao forçada atua somente sobre este tiristor.

Na figura (2.11) está representada a corrente de co-

mutação em regime permanente, em função da frequência rotórica,

para vários valores de frequência estatórica.

A corrente de comutação ê mais sensível â frequen-

cia rotórica para frequência estatórica elevada do que para baixa.

A corrente de comutação, como na comutação global, é máxima quan-

do as frequências estatóricas e rotóricas são máximas.

33

Figura 2.H - Correntes de comutação para comutação individual.

34

2.6 - Conclusão

Com o emprego do modelo idealizado, obtido a partir

da transformação de Park, foi realizado a simulação do motor de

indução alimentado por um inversor.

A partir da simulação foram estabelecidas as conclu

soes apresentadas abaixo.

As resistências dos enrolamentos do motor, para

baixas frequências do estator, influem enormemente no torque ele

tromagnêtico e na corrente de comutação. Para baixas frequências

estatóricas, a ondulação do torque torna-se significativa, poden-

do causar variação na velocidade do rotor.

A corrente máxima de comutação, para a frequência

rotórica nominal, é aproximadamente a mesma para os dois circui-

tos de comutação forçada estudados. Para cargas onde seu conjuga

do varie proporcionalmente com a velocidade do rotor, do ponto de

vista da corrente de comutação,o circuito de comutação forçada

com comutação global é mais apropriado.

35

C A P I T U L O 3

APRESENTAÇÃO DE ALGUMAS ESTRUTURAS DE INVERSORES

3.1 - Introdução

No presente capítulo é realizado a descrição do fun-

cionamento de algumas estruturas inversoras ]3| com fonte auxiliar

de comutação, cora comutação global e individual e ainda com comuta_

ção complementar do tipo 180°, pára alimentar o motor de indução

trifásico.

As diferentes estruturas inversoras apresentadas te

rão que providenciar o anulamento da corrente dos tiristores em

condução, e ainda aplicar uma tensão inversora anodo-catodo duran-•

te um tempo suficiente para assegurar o bloqueio.

3.2 - Necessidade da utilização de Fontes Auxilia­

res

A corrente de comutação, estudada no capitulo 2, de

um circuito inversor que alimenta o motor de indução permanece

aproximadamente constante durante toda a faixa de operação. Quan-

do for necessário o funcionamento do M.I. numa larga faixa de ve-

locidade, ocorre que para baixas velocidades a tensão de alimenta

ção torna-se baixa, devido ao fato que a relação tensão-frequência

é mantida constante.

à medida que a tensão da fonte de alimentação C.C.

36

diminui o poder de comutação também é reduzido, já que as tensões

nos capacitores de comutação se reduzem- Assim, a comutação não

pode ser assegurada.

Para uma relação tensão-frequincia constante, para

uma corrente de comutação constante e ainda para os parâmetros do

circuito dado, o tempo de aplicação de tensão inversa sobre os

terminais do tiristor a comutar em função da tensão de alimenta

ção E ê representado conforme figura (3.1)

Figura 3.1 - Tempo de aplicação da tensão inversa em função da tensão de alimen-tacão.

Em razão dos c i r c u i t o s de comutação forçada apresen-

tarem poder de comutação muito fraco para baixas tensões de ali-

mentação,tomam-se necessárias providenciar fontes aux i l i a r e s de

comutação. Enfatizando que só é necessár io a u t i l i z a ç ã o de fontes

aux i l i a r e s quando o inversor com tensão e frequência va r i áve i s

alimenta um motor de indução, assegurando uma indução magnética

adequada para toda faixa de operação.

37

3.3 - Inversor com Comutação Global | 3 |

Os i n v e r s o r e s com comutação g l o b a l são a q u e l e s cuja

comutação de todos os t i r i s t o r e s em condução é r e a l i z a d a a cada

i n t e r v a l o de comutação.

Figura 3.2 - Inversor com comutação global.

O funcionamento do c i r c u i t o da f i g u r a (3 .2) é des-

c r i t o de maneira s u c i n t a como segue :

a) Supondo que os t i r i s t o r e s T1,,T2 e T3 conduzem a c o r r e n t e

de c a r g a , a n t e s de r e q u e r i d a a comutação.

b) O c a p a c i t o r de comutação C e n c o n t r a - s e c a r r e g a d o , onde

V > 0. c

c) Suprimindo os s i n a i s de gatilho de T1 ,T2 e T'3 e d i spa rando

o t i r i s t o r de comutação Tc , a t en são na e n t r a d a do inve r -

sor t o r n a - s e momentaneamente n e g a t i v a e os t i r i s t o r e s que

38

conduziam a corrente de carga se bloqueiam.

d) As correntes reativas da máquina circulam através dos dio-

dos reativos D'1 , D'2 e para a fonte de alimentação.

e) Quando a corrente do capacitor de comutação se anular, o

• tiristor T se bloqueará naturalmente. A tensão do capaci-

tor será V < 0. c

f) A nova sequência de tiristores T'1 ,T2 e T3' poderá ser dis-

parada.

3.4 - Inversores com comutação Individual |3|, |10|

Sao os inversores o n d e o bloqueio de um tiristor ê

realizado sem interferir no estado de condução dos outros tiris-

tores.

Na figura (3.3) está representado um inversor com

comutação individual, com uma fonte auxiliar por ramo.

Do fato da estrutura ser simétrica é suficiente co-

nhecer o funcionamento de um ramo. Assim, o funcionamento ê des-

crito da maneira como segue:

a) Supondo que o tiristor T1 conduz a corrente de carga.

b) Os capacitores Ca e Cn dividem igualmente a tensão da fon-

te auxiliar, e o capacitor c'1 possui inicialmente tensão

igual à E.

c) Ê requerida a comutação, então Ta é disparado.

d) Começa a fluir uma corrente ressonante através dos enrola

mentos primário e secundário, T1p e T1s respectivamente.

39

Figura 3.3 - Inversor com comutação individual , com uma fonte auxi l i a r por fa-

se.

e) Os capaci tores C1 e C'1 proporcionam caminho para a corren-

te de comutação. Metade da cor rente do enrolamento secun-

dãr io f l u i para C1 e a outra metade para C'1.

f) Quando a corrente no enrolamento secundário a t i n g i r a cor

ren te de carga, a cor rente no t i r i s t o r T1 se anula.

g) O excesso de cor rente f l u i por D1 a queda de tensão sobre

o diodo D, po la r iza rá inversamente o t i r i s t o r T1 durante

um tempo suf ic ien te para bloqueá-lo.

h) Quando, novamente a corrente no enrolamento secundário atin-

g i r a corrente de carga, o diodo D1 b loqueia-se , e com o

decrescimento da cor rente de Tis o diodo D'1 passa a condu -

zir.

i) 0 gatilho do tiristor T'1 poderá ser acionado, mas só con-

duzirá a corrente de carga quando a corrente no diodo D'1

40

se anular, este tempo dependerá do fator de potência da

carga.

O funcionamento do circuito auxiliar de comutação ê

descrito a seguir:

) a) T é disparado.

b) Um semi-ciclo de cor rente senoidal f l u i por Ta , T1D e es a 1 p —

ta corrente é dividida igualmente entre Ca e Cb.

c) Quando a corrente ressonante que flui através do tiristor

de comutação T se anular, este bloqueará.

Deve-se salientar que os capacitores Cl e C,, assim

como T não interferem na operação do circuito inversor, exceto

no intervalo de comutação.

Na figura (3.4) está representada uma estrutura in-

versora com comutação individual, com circuito de comutação central

e com uma só fonte auxiliar de comutação. Este circuito é uma va-

riante do inversor de McMurray.

0 funcionamento para um ramo é descrito da seguinte

maneira:

a) Supondo que os tiristores T'1,T2 e T'3 conduzem a corrente

de carga.

b) O capacitor de comutação C possui tensão igual Vc > 0, con-

forme indicado na figura.

c) Ê requerida a comutação de T'3, então os tiristores Tc e T'2

são disparados simultaneamente.

d) A corrente de carga que circulava por T'3, começa a desviar-

41

se para T'2,L,C,Tc e Db.

e) Quando a corrente do capacitor i =i l, o tiristor T'3 blc_

queia-se (il representa a corrente de carga).

f) O excesso de corrente circula por D'3, aplicando uma tensão

reversa sobre T3.

g) Quando, novamente i = il o diodo D'3 bloqueia, e o diodo

D3 passara à conduzir.

h) Os tiristores Tc e T'z se bloqueiam, quando a corrente do

capacitor atingir â zero, terminando assim o intervalo de

comutação.

i) 0 tiristor T3 da nova sequência poderá ser disparado.

Figura 3.4 - Inversor com comutação individual, variante do inversor de McMurray.

42

Na figura (3.5) está representada uma outra estrutu-

ra com comutação individual, com um circuito de comutação por fa-

se e duas fontes auxiliares de comutação Ea e Eb.

O funcionamento da estrutura inversora da figura

(3.5) é descrita a seguir:

a) Supondo os tiristores T1,T2 e T'3 conduzindo a corrente de

carga.

b) 0 capacitor Cl está carregado com uma tensão Vl > 0, e

V > 0. conforme indica a figura. a

c) E requerida a comutação do tiristor T1,Ta é disparado.

d) Momentaneamente é aplicada uma tensão reversa sobre T1, via

L1 C1 e C a.

e) A corrente de carga, transfere-se de T1 para C1,L1 e Ca .

Quando a corrente do capacitor C1 atingir a corrente de

carga, a corrente em T1 se anula, bloqueando o tiristor.

f) 0 excesso de corrente circula pelo diodo D1, até que a

corrente no capacitor igualar-se a corrente de carga, apli-

cando uma tensão reversa sobre Tl.

g) Para i < il, o diodo D'1 entra em condução, conectando Ll,

C e CA aos terminais da fonte E. 1

h) Quando a corrente no capacitor iCl atingir â zero o tiris-

tor auxiliar T bloqueará.

i) 0 tiristor T'1 da nova sequência poderá ser disparado, e

uma nova sequência é reiniciada.

43

Figura 3.5 - Inversor com comutação individual , com duas fontes a u x i l i a r e s .

3 .5 - I n v e r s o r com Comutação Complementar do T i p o

180º |3|

São os inversores onde o circuito de comutação não

está externo a ponte principal. Assim, o circuito de comutação

forçada e a ponte principal estão no mesmo ramo. Não possui tiris-

tores auxiliares. Para provocar bloqueio de um tiristor da ponte,

é só disparar o outro tiristor do mesmo ramo da ponte.

Na figura (3.6) está representado um inversor com

comutação complementar do tipo 180°, com uma fonte auxiliar de co-

mutação. Este circuito ê uma variante do inversor de McMurray-Bed

ford.

44

Figura 3.6 - Inversor com comutação complementar do tipo 180º

O funcionamento da estrutura da figura (3.6) ê des_

cita como segue:

a) Supondo que os tiristores T1, T2 e T3 conduzem a corrente

de carga.

b) O capacitor C'1 está carregado com uma tensão V , = Ear como

T1 está conduzindo, V é aproximadamente igual â zero.

c) Ê requerida a comutação de Tl , é então suprido o sinal do

gatilho de T1 e dispara-se o tiristor complementar T'1.

d) Uma tensão induzida de valor V'c1 aparece sobre os termi-

nais de L1, polarizando inversamente T1 ,que bloqueia ins-

tantaneamente.

45

e) A corrente de carga é desviada para o capacitor C1 ,que se

carrega com uma corrente aproximadamente constante,

f) Quando V = E, o diodo D1 bloqueia-se e o diodo D'r1 passa

a conduzir. 0 capacitor continua a se carregar através da

fonte auxiliar de comutação.

g) Quando i'dr igualar-se à corrente de carga, a corrente so-

bre T1 se anulará.

h) A corrente de carga decresce, quando atingir ã zero, o dio-

dio D" se bloqueia. A corrente de carga circulará por

T'l , iniciando uma nova sequência.

3.6 - Conclusão

Devido ao fato que o poder de comutação dos circui-

tos de comutação forçada reduz consideravelmente para as zonas de

operação de baixas tensões, é necessário a utilização de fontes

auxiliares.

Assim, devido a necessidade da utilização de fontes

auxiliares, tornam as estruturas mais complexas, pesadas, volumo­

sas e mais caras. Mas que, por outro lado, asseguram um poder de

comutação confiável para uma larga faixa de velocidade da máqui-

na.

Em comparação com as estruturas inversora apresen-

tadas a estrutura com comutação global, em termos de custo, é mais

atrativa; pois possui reduzido numero de componentes passivos e

de tiristores auxiliares de comutação, e ainda somente uma fonte

47

C A P Í T U L O 4

ESTUDO DO CIRCUITO DE COMUTAÇÃO FORÇADA

4.1 - Introdução

Neste capítulo é realizado o estudo qualitativo e

quantitativo do circuito de comutação forçada C.C.F., da estrutu

ra apresentada na figura (4.1).

0 estudo qualitativo ê abordado em sequências dife-

renciadas pelos estados de comutação dos componentes semiconduto-

res do C.C.F. Formas de ondas de tensão e corrente nos componentes

de interesse são apresentadas.

No estudo quantitativo são estabelecidos expressões

e ábacos, para o dimensionamento dos componentes do circuito de

comutação forçada.

4.2 - Estudo qualitativo do C.C.F. [8|

Os semicondutores enegrecidos indicam que estão di-

retamente polarizados e conduzindo.

A corrente de carga se mantém praticamente constan-

te durante o intervalo de comutação. As sequências de funcionamen-

to do C.C.F., serão abordadas a seguir:

49

Figura 4.2 - Primeira sequencia de funcionamento do C.C.F.

b) Segunda Sequência

A comutação do tiristor da ponte inversora T1 e requerida,

o tiristor de comutação T é disparado. Como o capacitor de comu-

tação está adequadamente polarizado, com uma tensão igual à -Vo,

o ponto X assume o potencial do capacitor de comutação,

A segunda sequência está representada na figura (4.3).

Por sua vez, os pontos Y1, Y2 e Y3 possuem um potencial mais negativo do que a referência, polarizando diretamente os dio-

dos regenerativos D6 , D4 e D5 . Fazendo com que a corrente de carga

flue através dos diodos regenerativos e retornem a fonte de ali-

mentação potencial sobre a carga é invertido.

Fluirá também uma corrente a partir da fonte de alimenta

ção E via indutor superior L , tiristor de comutação Tc , capaci-

50

tor de comutação c, indutor inferior L . Esta corrente que inici-

almente é igual à ll, faz com que o capacitor de comutação C car-

regue-se a partir de -Vo.

Figura 4.3 - Segunda sequencia de funcionamento do C.C.F.

Uma tensão reversa é apl icada sobre os t i r i s t o r e s

da ponte que conduzem a corrente de carga. O tempo que f ica apl i-

cado uma tensão reversa sobre os t i r i s t o r e s é denominado de t . q

Esse intervalo termina quando o potencial X atinge -E.

c) Terceira Sequência

O capacitor de comutação carrega-se atê que o ponto Z atin-

ja o potencial v c=E. A corrente que flui através dos indutores

Lp e Ln tende a tornar o potencial do capacitor C, e consequente

mente o ponto X, mais positivo do que E, mas é impedido pelos dio

dos de roda-livre Dp e Dn, que são polarizados diretamente. Estes

assumem a corrente que flui pelos indutores Lp e Ln .

51

Entretanto, quando os diodos de roda-livre Dp e Dn

conduzem, a corrente através do tiristor de comutação T vai à ze-

ro, e o tiristor de comutação T é bloqueado.

Na figura (4.4) está representada a terceira sequên-

cia de funcionamento do circuito de comutação forçada.

Figura 4.4 - Terceira sequencia de funcionamento do C.C.F.

d) Quarta Sequência

Apôs a corrente de carga da fase que comuta a t i n g i r â ze-

ro , devido a tensão negativa apl icada sobre a carga via diodo re-

generat ivo D4. Os t i r i s t o r e s , da nova sequência, T1,T6 e T2 são

disparados

52

Figura 4.5 - Quarta sequencia de funcionamento do C.C.F,

Na figura (4,5) está representada a quarta sequência de fun-

cionamento do C.C.F..

O tiristor auxiliar T pode ser disparado. Assim feito,após

meio ciclo de ressonância de L C, o capacitor de comutação carre-3

ga-se de modo que o potencial através de seus terminais ê -Vo,

com polaridade e módulo apropriado para realizar a próxima comuta-

ção. 0 tiristor auxiliar Ta bloqueia-se naturalmente.

Os diodos de roda-livre D e D bloqueiam-se, quando a cor

rente através de seus terminais atingir â zero.

A figura (4.6) mostra as formas de onda da tensão e corren-

te de interesse, em todo o intervalo de comutação, bem como as se-

quencias de funcionamento do circuito de comutação forçada.

53

onde:

Ic tampo comutação

tq= tempo tontao inverto

i m - cor. max. comutação

IL= cor. corgo

Zma = cor. max. circ. auxiliar

Figura 4.6 - Formas de onda no intervalo de comutação.

48

Figura 4.1 - Circuito de comutação forçada C.C.F.

a) Primeira Sequência

Conforme está indicada na figura (4.2) antes de requerida

a comutação, os tiristores da ponte inversora T1,T3 e T2 condu-

zem a corrente de carga Il.

0 capacitor de comutação C está com uma tensão apropriada

igual â Vo, tendo sua placa superior carregada negativamente, co-

mo mostra a figura.

A corrente de carga circula através da fonte de alimenta

ção E de entrada, pelo indutor superior Lp , pelos tiristores da

ponte T1,T3 e T2 , pelo indutor inferior Ln e retorna à fonte

de alimentação.

54

4.3 - Estudo Analítico do C.C.F. |11|

Certas simplificações serão feitas, sem contudo,com

prometer o princípio de funcionamento do circuito de comutação for

cada. A seguir serão enumeradas as simplificações realizadas

1) Os semicondutores são ideais.

2) Não existem sobretensões nos finais das comutações.

3) Fator de qualidade do circuito de comutação Q é igual a in-

finito.

4) Não existem indutâncias parasitas no circuito.

5) A corrente de carga permanece constante durante todo inter

valo de comutação.

Vale ressaltar que estas simplificações muitas ve-

zes, na prática, podem alterar o comportamento do circuito. Deve-

se ter o cuidado de conhecer seus efeitos, a fim de que a análi-

se seja válida.

4.3.1 - Circuito Auxiliar de Comutação

0 circuito auxiliar de comutação e seu circuito equi-

valente estão representados na figura (4.7), no instante em que

o capacitor de comutação está sendo carregado.

Sabe-se de antemão que a tensão inicial no capaci-

tor de comutação é igual à E, onde E é o potencial da fonte de

alimentação, e a corrente inicial no indutor auxiliar La é nula. As —

sim para t = 0+ , tem-se:

Vc (0' ) = E V o l t s

i (0' ) = 0 Ampéres a

Figura 4.7 - Nas figuras a) e b) e s t i o representadas o C.C.F e o c i r cu i to equi-.

valente do c i rcu i to aux i l i a r , respectivamente.

A e q u a ç ã o de malha do c i r c u i t o e q u i v a l e n t e p a r a t=0 ,

oode s e r e s c r i t a

( 4 . 1 )

onde

E = tensão da fonte auxiliar (Volts) a

vc = tensão no capacitor (Volts)

i = corrente no circ. auxiliar (Amperes)

L = indutância do circ. auxiliar (Henrys a C = capacitor de comutação (Farads)

56

Resolvendo a equação diferencial de 2— ordem (4.1),

e inserindo as condições iniciais, fica

(4.2)

(E +E) _ a c x a

onde

reatância de ressonância do circuito

L C (ohms) a

freqüência natural do circuito auxiliar (rad/s).

Após meio ciclo de oscilação a corrente i do cir-a

cuito auxiliar irá se anular, fazendo com que o tiristor auxiliar

Ta se bloqueie, então

(4.3)

vc = 2Ea + E (4.5)

A equação (4.3) ocorre para assim a tensão do

capacitor de comutação fica

v = - (E + E ) c o s ( ) + E

57

A equação (4.5) representa a tensão inicial no ca

pacitor de comutação, quando é requerida a comutação.

4.3.2 - Circuito de Comutação Forçada

Na figura (4.8) estão representados o circuito de co

mutação forçada e seu circuito equivalente, no instante da comuta

ção, quando o tiristor T i disparado.

Foi calculada no item 4.3.1 a tensão inicial do ca

pacitor de comutação C que ê v (0+) = - (2E + E ) , onde Ea ê o poten

cial da fonte auxiliar e E é o potencial da fonte de alimentação.

A corrente inicial nos indutores Lp e Ln é ip (0 ) = in (0+ )= Il,

onde Il é a corrente de carga.

Figura 4.8 - a) circuito de comutação forçada;

b) circuito equivalente no intervalo de comutação.

58

A equação da malha do circuito equivalente para t=0,

pode ser escrita

onde

E = potencial da fonte de alimentação (Volts)

ic (t) = corrente de comutação (Ampéres)

vc = potencial do capacitor de comutação (Volts)

L = indutância de comutação (Henrys)

C = capacitância de comutação (Farads)

Resolvendo a equação (4.6) e inserindo as condições

iniciais, tem-se

(4.9)

(4.6)

(4.7)

( 4 . 8 )

onde X=wL, reatância de ressonância do circuito LC de comutação

é a freqüência natural dos componentes do circuito.

Na figura (4.9) está representado o diagrama de fa

se Xi versus v . c c

A equação do circuito da figura (4.9) é dada por

59

onde o centro do circulo é o ponto (E,0), e o raio pode ser escri

to

4.10)

Figura 4.9 - Diagrama de fase Xic x vc .

O intervalo de comutação tc e finalizado quando o

potencial do capacitor de comutação tem sua polaridade invertida

e alcançado o potencial E. Isso ocorre quando a corrente de comu

tação atinqe I .I representa a corrente máxima atingida no final m m

da comutação, isto é, quando

Do diagrama de fase da figura (4.9), tira-se a ex

pressão para o intervalo de comutação t .

60

(4.11)

(4.12)

No final do intervalo de comutação a corrente atin_

ge um valor máximo I e, pode ser tirada a partir da expressão m

!4.10) do raio, assim

(4.13)

(4.14)

Fazendo

Então a expressão (4.11) do intervalo de comutação

pode ser escrita em termos de x e

(4.15)

61

A razão entre a corrente de pico I no final da co m —

mutação e a corrente de carga Il no início da comutação, e dada

por

(4 .17)

O intervalo de tempo em que é aplicada uma tensão

negativa através dos tiristores a serem comutados, é denominado

tempo inverso tq . No diagrama de fase o intervalo de tempo wtq se

estende desde o início da comutação até a tensão do capacitor de

comutação atingir o potencial E, assim obtem-se

(4 .18 )

Expressando a equação (4.18) em função de x e

(4.19)

62

Figura 4.10 - I_/l/> versus x, para vários m

1,00.

0.75

0.50

0,25

63

4.3.3 - Energia Armazenada

Entre cada intervalo de comutação o capacitor é re

carregado, e durante o período de comutação sua energia é transfe

rida para os indutores de comutação superior e inferior Lp e Ln .

Portanto, no fim da comutação a corrente que circu

la pelo capacitor de comutação e, também pelo tiristor de comuta

cão T é desviado para os diodos de roda livre D e D , sob os in v c p n -

dutores de comutação Lp e Ln . A corrente nos indutores para t=tc

é igual a corrente de pico Im . A energia armazenada nos indutores

e dada por

(4 .20 )

onde L = L + Ln. P

Isolando a corrente de pico Im da equação (4.17) e

substituindo na equação (4.20), fica

dada por

(4.21

Tomando como energia de referência (base) W , que é

(4 .22 )

então, a razão entre a energia armazenada W e a energia de refe

rência Wr , representa a energia por unidade armazenada Wpu , assim

64

65

(4 .23 )

(4.24)

A e n e r g i a a rmazenada deve s e r d i s s i p a d a n o s d i o d o s

de r o d a - l i v r e Dp e Dn . É d e s e j á v e l m i n i m i z a r e s s a e n e r g i a , a fim

de melhorar a utilização dos componentes e, consequentemente a

eficiência do circuito de comutação forçada.

Nas figuras (4.12) e (4.13) estão representados os

gráficos de W e W . versus x, onde W representa a enerqia mí pu min min

nima armazenada para um dado &. Ê calculada por processo itera

tivo.

Encontra-se um ponto ótimo, para a energia mínima

armazenada, sendo igual à 7,6 para & = 1/8 e x=l,0.

A partir das equações anteriores pode-se estabele-

cer expressões para L e C, em termos de E, il e t .

(4.25)

( 4 . 2 6

onde

66

representa uma imagem do capacitor de comutação

representa uma imagem do indutor de comutação

tempo de bloqueio dos tiristores da ponte inversora

(dado de fabricante)

Para o ponto õtimo as expressões da capacitãncia e

indutância de comutação, fica

A partir dessas expressões pode-se calcular os com

ponentes do circuito de comutação forçada, ressaltando que o va

lor da fonte de alimentação de entrada E, corrente de pico da car

ga e o tempo de bloqueio dos tiristores são dados do projeto.

Na figura (4.14) estão representados fatores imagem

para o cálculo dos componentes do C.C.F., em função de £ e x.

4.4 - Conclusão

Através das expressões simples desenvolvidas neste

capitulo, o projetista pode determinar os componentes do circuito

de comutação forçada C.C.F., sob condições õtimas de operação.

0 circuito de comutação forçada estudado garante um

67

sistema inversor confiável, robusto e flexível, podendo ser usado

para uma larga faixa de operação.

Como em todos circuitos de comutação forçada, a ener

gia envolvida para realizar a comutação é grande, podendo em mui_

tos casos resultar numa redução significativa da eficiência do

sistema. Contudo, podem ser utilizados métodos de recuperação da

energia armazenada na comutação.

Figura 4.14 - Fatores imagem de L e C.

68

C A P Í T U L O 5

ESTUDO DOS C.C.F. COM DISSIPAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ENERGIA

5.1 - Introdução

Ha interesse, em circuitos práticos, em não somente

evitar a produção de calor gerado nas resistências dos indutores

de comutação e nos diodos de roda-livre como também em melhorar

o rendimento do sistema.

Podem ser adotados dois procedimentos:

a) recuperação da energia dos indutores de comutação com isto

diminui-se as perdas.

b) resistores de dissipação de energia. Com isto não se aumen

ta o rendimento, mas evita-se a produção de calor nos com

ponentes.

Neste capítulo são apresentados e estudados os dois

métodos descritos acima.

69

5.2 - Importância do Circuito de Recuperação da Ener­

gia

Durante cada período de comutação o capacitor i re

carregado e essa energia é transferida para os indutores de comu

tacão. Essa energia aparece como um excesso de corrente, devido a

tensão aplicada sobre seus terminais.

No Capitulo 4 foi estudado o circuito de comutação

forçada representado na figura (5.1). A energia armazenada no fi-

nal da comutação deve ser dissipada nos diodos de roda-livre, co

locados em paralelo com os indutores de comutação, conforme mos

tra a figura.

A queda de tensão através dos diodos de roda-livre

é da ordem de 1,0(um)Volt e uma corrente muito grande pode fluir

através da malha de roda-livre. Se o período entre as comutações

for menor do que a constante de tempo da malha, a corrente da ima

lha nunca atingirá à zero. Esta corrente ê a maior fonte de perda

do circuito de comutação, podendo em muitos casos reduzir signifi-

cativamente a eficiência do sistema.

Figura 5.1 - Circuito de comutação forçada.

70

5.3 - Utilização de Resistores de Dissipação no Cir

culto de Comutação Forçada

Nos inversores de pequena potência, muitas vezes

utiliza-se na prática a inserção de resistores em série com os dio

dios de roda-livre. A finalidade desses resistores é reduzir a

energia dissipada nos diodos de roda-livre e também, acelerar o

decaimento da corrente nos indutores de comutação.

Na figura (5.2) está representado o circuito de co_

mutação forçada com resistores, inseridos em série com os diodos

de roda-livre.

Figura 5.2 - Circuito de comutação, com resistor para reduzir a energia dissi-pada nos diodos de roda-livre.

71

Devido a presença dos resistores Rp e Rs o circuito

de comutação terá um comportamento diferente ao estudado no Capí-

tulo 4.

5.3.1 - Funcionamento do Circuito de Comutação Forçada com resis­

tências

0 funcionamento do Circuito de Comutação Forçada com

resistências para dissipação de energia é descrita da maneira co_

mo segue:

a) Ê requerida a comutação dos tiristores da ponte inversora

que conduzem a corrente de carga. O tiristor Tc é dispara

do.

b) O barramento que alimenta a ponte de tiristores do inver-

sor tem sua polaridade invertida momentaneamente, pois a

tensão no capacitor é Vc < 0.

c) Os tiristores que estavam conduzindo bloqueiam-se instanta-

neamente, e suas correntes são transferidas para o capaci-

tor,

d) O circuito ressonante LC faz com que a tensão do capacitor

inverta de polaridade.

e) Quando v = E, os diodos de roda-livre são polarizados di-

retamente. A corrente do capacitor começa a comutar para o

circuito de roda-livre. Aparece uma sobretensão sobre os

72

Figura 5.3 - Formas de onda da tensão e corrente do Circuito de Comutação For-çada.

7 3

componentes devido aos resistores.

f) O tiristor Tc irá bloquear-se quando a corrente no capaci

tor se anular. Portanto, circulando corrente somente pela

malha de roda-livre.

g) A corrente do diodo de roda-livre decrescerá exponencial

mente até que se dispare os tiristores principais, quando

então o diodo de roda-livre se bloqueará instantaneamente.

h) A partir do disparo dos tiristores principais da ponte in

versora a roda-livre ê feita através dos tiristores prin-

cipais e dos diodos regenerativos do inversor, até que a

corrente de roda-livre atinja o nível da corrente de car

ga.

As formas de onda de tensão e corrente nos componen

tes de interesse do circuito de comutação, estão representadas na

figura (5.3).

5.3.2 - Estudo Analítico do Circuito de Comutação Forçada com Re­

sistência

No estudo analítico do Circuito de Comutação Força-

da sem resistor realizado no Capítulo 4 não foi considerado o fa

tor de qualidade Q do circuito, já que a comutação efetua-se em

função do nível de tensão da fonte de alimentação E. Entretanto,

devido ã inserção de resistores em série com os diodos de roda-li

vre, a comutação será função das fontes de alimentação, das condi-

74

ç õ e s i n i c i a i s , d o s v a l o r e s dos componen te s d o C i r c u i t o d e Comuta-

ç ã o F o r ç a d a e do f a t o r de q u a l i d a d e Q do c i r c u i t o .

Na f i g u r a ( 5 . 3 ) e s t ã o r e p r e s e n t a d a s a s s e q u ê n c i a s es_

t a b e l e c i d a s n o i n s t a n t e d a c o m u t a ç ã o . Ass im, p a r a a p r i m e i r a s e

q u ê n c i a o C i r c u i t o de Comutação F o r ç a d a t e r ã a c o n f i g u r a ç ã o apre_

s e n t a d a n a f i g u r a ( 5 . 4 ) onde R 1 r e p r e s e n t a a s p e r d a s d o c i r c u i t o .

Figura 5.4 - Circuito de Comutação Forçada com r e s i s t o r .

a) Configuração na 1ª sequencia.

b) Circuito equivalente.

75

A equação de malha do circuito equivalente pode ser

escrita

onde:

E = tensão da fonte de alimentação (Volts)

L = indutância de comutação (Henrys)

C = capacitância de comutação (Farads)

R' = resistência do C.C.F. (Ohms)

ic (t) = corrente no capacitor de comutação (Amperes)

vc (t) = tensão no capacitor de comutação (Volts)

As condições iniciais são

Resolvendo a equação (5.1) e inserindo as condições

iniciais, para o caso subamortecido tem-se:

( 5 . 2 )

(5 .3)

76

Onde por definição os parâmetros são,

Na realidade o caso sem perdas é um caso limite do

caso subamortecido. Se R' tender ã zero (a = 0) , a oscilação amor

tecida torna-se uma oscilação senoidal com frequência angular W0 .

Pode-se então, já que as perdas no circuito são pequenas, reali-

zar as seguintes aproximações

Com estas aproximações pode-se estabelecer as se

cha-

mado de constante de amortecimento, e chamado de f r e -

quência de ressonância. conhecido como a f requen

cia de oscilação amortecida. Assim o parâmetro a fixa a rapidez

do decaimento da exponencial. o amortecimento relativo em uma os

cilação pode ser caracterizado pelo fator de qualidade Q, defini

do por

77

guintes equações aproximadas da tensão e corrente do capacitor C

5.4

(5.5)

A e x p r e s s ã o da t e n s ã o i n i c i a l V 0 no c a p a c i t o r de co

m u t a ç ã o , sendo ic (0)= 0 e vc (0)= V1 , é dada p o r

5 . 6

Onde V1 representa a tensão final atingida pelo ca

pacitor no instante da comutação.

=. O circuito equivalente para a segunda sequência es

tá representado na figura (5.5), no instante em que está sendo

realizada a comutação do tiristor T para o diodo de roda-livre D.

Do circuito da figura (5.5) tira-se as equações que

seguem

(5.7)

(5.8)

Aplicando transformada de Laplace e substituindo

suas condições iniciais, tem-se

78

Figura 5.5 - Circuito equivalente do C.C.F., para 2ª sequencia.

(5.10)

Resolvendo o sistema de equações diferenciais, a se

guinte solução e encontrada:

(5.11)

(5.12)

onde as frequências naturais s1 e s2 do circuito são

79

No f i n a l da comutação a c o r r e n t e no c a p a c i t o r é igual

ã z e r o . Assim e n c o n t r a - s e o tempo de d u r a ç ã o t1 , da comutação do

t i r i s t o r T c p a r a o d i o d o de r o d a - l i v r e D .

: 5 . i 3

is, S u b s t i t u i n d o o tempo t1 na e q u a ç ã o ( 5 . 1 2 ) , t e m - s e o

v a l o r da t e n s ã o f i n a l no c a p a c i t o r V 1 .

( 5 . 1 4 )

f a z e n d o

e n t ã o a t e n s ã o f i n a l n o c a p a c i t o r d e comutação f i c a

80

V1= Im K + E (5.15)

Substituindo as equações (5.15) e (5.6 ), tensão fi

nal e inicial no capacitor durante a comutação respectivamente,

em (5.4) calcula-se a corrente máxima na comutação. Assim

( 5 . 1 6

O intervalo de tempo totco é calculado a partir da

equação (5.5), quando a tensão no capacitor atingir a tensão da

fonte de alimentação, v (wtc0 ) = E.

( 5 . 1 7

O intervalo de tempo wtq , quando sob os tiristores

do inversor aparece uma tensão inversa, ê dada por

necessário utilizar métodos numéricos, já que as equações

transcedentais,

sao

81

Após a corrente no capacitor de comutação anular-se

o circuito de comutação forçada equivalente terá uma nova configu

ração, conforme mostra a figura (5.6), pois o tiristor Tc de co

mutação bloqueou-se.

Figura 5.6 - Circuito equivalente após Tc bloquear-se.

A expressão da corrente ins tantânea de roda - l iv re e

dada por

(5.19)

82

O tempo de duração da roda-livre sob o resistor de

dissipação e dado pelo tempo de retardo tr , calculado com referên

cia ã corrente de carga Il, assim

( 5 . 2 2

O intervalo total da comutação ê dado por

=. wtc = wotc0 + wt1+ wtr (5.23)

Devido a resistência inserida no circuito para adis

sipação de energia, aparecerá sobretensao no final do período de

comutação. A sobretensao i função do valor do resistor de dissipa^

ção. A expressão da sobretensao é

Vst = I1R (5.24)

0 tempo de decaimento máximo da corrente fica esta

belecido pela máxima sobretensao permitida pelo sistema.

83

5.4 - Estudo do Circuito de Recuperação da Energia

5.4.1 - Estudo Qualitativo |13|

Do circuito representado na figura (5.1) são reti

rados os diodos de roda-livre, sob os indutores de comutação, e

um segundo enrolamento ê adicionado ao indutor, formando assim um

trans formador.

0 enrolamento secundário do transformador é conecta

do ã fonte de alimentação E via diodo grampeador. Na figura (5.7)

está representado o circuito de comutação forçada com o circuito

de recuperação de energia.

Figura 5.7 - Inversor e C.C.F. com circuico de recuperação de energia.

84

A seguir estuda-se o funcionamento do circuito de

comutação forçada com circuito de recuperação de energia.

a) É requerida a comutação dos tiristores principais da ponte

inversora. O tiristor de comutação Tc é disparado.

b) 0 potencial inicial do capacitor ê menor do que zero. O pon

X é mais negativo do que o potencial da fonte de alimenta-

ção E.

c) Um potencial reverso aparece sobre os diodos D e D' e não

flui corrente através de L e L1 . s s

d) Devido ao circuito oscilante E, L ,T ,C e L' o potencial p c p

do ponto X torna-se p o s i t i v o .

e) Quando os potencia is de X e Y são t a i s que o potencia l atra

vés dos enrolamentos secundários Ls e L1s excedem ã E, os

diodos D e D* são polarizados diretamente. A corrente ten

ta elevar a tensão da fonte. O tiristor de comutação Tc é

bloqueado instantaneamente.

f) Os potenciais através de Lp e L'p são mantidos em um poten

ciai fixo, correspondente àqueles através dos enrolamentos

L e L' . s s

g) As correntes que fluem pelos enrolamentos Ls e L's caem rapi-

damente, pois um potencial relativamente alto é aplicado

sobre seus terminais.

h) Quando a corrente em L e L' atinge â zero, os diodos D e s s

85

D' se bloqueiam. O potencial através de Lp e L'p inverte,

e uma pequena tensão devido a corrente de carga, que flui

para o inversor aparece através de seus terminais.

5.4.2 - Estudo Quantitativo

Os componentes do circuito de recuperação de ener­

gia são considerados ideais, ã menos da corrente de magnetiza

ção, que é a corrente que flui pelo indutor .

Na figura (5.8) está representado o circuito de re

cuperaçao de energia, representando o transformador por um trans_

formador ideal com uma indutância de magnetização, igual a aquela

dos indutores de comutação.

Figura 5.8 - C.C.F. com circuico de recuperação de energia.

86

A energia armazenada no transformador no final da

comutação pode ser relacionada para o enrolamento Ns pela corren

te i . s

por:

A relação de transformação do transformador é dada

(5.25)

Os diodos D e D', mais a fonte de alimentação E são

referidos para o primário do transformador. 0 circuito resultante

equivalente é mostrado na figura (5.9).

Figura 5.9 - Circuito equivalente do circuito de recuperação de energia

Neste último c i r c u i t o , a energia armazenada nas in

dutâncias de magnetização Lp e L'p , fornecida â fonte nE, corres

ponde aquela que o transformador da figura (5.8) armazena e devol-

87

ve à fonte de alimentação E.

Para que os diodos D e D' sejam polarizados direta-

mente, o potencial através dos indutores Lp e L'p terá que ser

vp = v1p = nE (5.26)

pois

sao que segue

vp = n (vd + E) , para vd ~=0

A corrente que flui pelo indutor é dada pela expres_ -

(5.28

Integrando a equação (5.21) e substituindo pelas

condições iniciais, temos

88

Figura 5.10 - Forma de onda nos componentes durante os períodos de comutação e recuperação de energia.

89

(5.29

Para calcular o tempo de duração da recuperação da

energia armazenada noa indutores, faz-se is = 0, então

L I t- = B-B ud nE

(5.30)

As formas de onda da tensão e corrente de interesse

são mostradas na figura (5.10).

O diagrama de fase Xic versus vc , conforme figura

(5.11), permite estabelecer algumas relações de interesse.

Figura 5.11 - Diagrama de fase Xic versus vc .

90

A razão entre a corrente de pico e a corrente de

carga é dada pela seguinte equação

!5.31)

Fazendo

então

( 5 . 3 2 )

O intervalo cot no qual uma tensão reversa e apli.

cada sob os terminais dos tiristores a serem bloqueados, ê dado

por

5.34)

91

Na figura (5.121 estão representados os gráficos de

Im/Il ® wtq para vários valores de y, tomando como parâmetros a

e n.

A energia armazenada no final da comutação no trans

formador e devolvida posteriormente ã fonte E. A energia expressa

em p.u-, com base igual ã E.ll.tq , é

( 5 . 38 )

Na figura (5.13) estão representadas as curvas refe-

rentes aos fatores entre colchetes das expressões de L e C, para

duas diferentes relações de transformação.

A partir das equações anteriores são estabelecidas

expressões simples para o capacitor C e o indutor L de comutação.

Figura 5.13 - Fator imagens de L e C, para a) n = 1,0 e b) n = 0,25.

94

5.5- Conclusão

Conforme analizado, o circuito de recuperação de

energia não sõ garante que a energia envolvida durante a comuta-2

çao, a menos das perdas nos circuito e indutores (RI ) e nos semi

condutores, retorne ã fonte de alimentação, como também realiza-

a rapidamente, devido a tensão da fonte de alimentação.

Em favor da recuperação da energia tem-se maior efi-

ciência, mas depara-se em certas desvantagens, tais como:

- Volume, peso e custo do transformador de recuperação de ener

gia.

- Maior número de semicondutores (competentes adicionais).

- Maior tensão sobre os componentes.

95

C A P Í T U L O 6

DIMENSIONAMENTO DOS CIRCUITOS

DE COMUTAÇÃO FORÇADA ESTUDADO

6.1 - Introdução

Inicialmente são realizados os dimensionamentos dos

circuitos de comutação forçada estudados nos capítulos anteriores.

São eles: Circuito de comutação forçada com e sem resistores para

a dissipação de energia, e com circuito de recuperação da energia

de comutação.

Ê estabelecido um quadro comparativo, onde sao apre

sentados os valores de interesse da corrente e tensão sob os com

ponentes da estrutura inversora e C.C.F., para os três casos estu

dados.

6.2 - Dimensionamento dos C.C.F.

Sao realizados três projetos dos circuitos de comia

tacão forçada que seguem:

a) C.C.F., sem resistores para a dissipação de energia

b) C.C.F., com resistores para a dissipação de energia

c) C.C.F., com circuito de recuperação de energia

96

Serão encontrados os valores do capacitor c e indu

tor L de comutação, assim como aa variáveis de interesse do cix

cuito de comutação forçada.

Para os circuitos de comutação forçada dimensiona

dos, os seguintes dados de projeto são utilizados:

e do indutor de comutação L

- Tensão de alimentação Mãx.

- Tensão de alimentação Min.

- Corrente de carga

- Tensão da fonte a u x i l i a r

- Tempo de bloqueio 4

- Freqüência

Os dados de projeto são estabelecidos a partir do ti-_

po de carga que o conversor irá alimentar e dos componentes exis_

•tentes no mercado.

6 . 2 . 1 - C.C»F. sem r e s i s t o r

Fazendo uso das figuras (4.10), (4.11), (4.13) e

(4.14), ãbacos estabelecidos no Capítulo 4, são encontrados os va

lores dos componentes do circuito de comutação forçada. Para um

x = 4,2 escolhido, encontra-se facilmente através da figura (4.14)

os fatores imagem do capacitor de comutação C,

97

Ressaltando que B =1,2, pois como foi estabelecido

Assim ã partir da equação (4.25) e dos dados de pro

jeto, pode ser calculado o capacitor de comutação C.

C = 5,0 uF

Do mesmo modo como foi calculado o capacitor de co

mutação C, será calculado o indutor de comutação L. Agora utili-

zando a expressão (4.26).

( 6 . 2 )

98

Do fato que o circuito de comutação possui dois in

dutores de comutação L e Lft, para que a estrutura seja simêtri

ca, faz-se

Para o cálculo da energia W armazenada no final da

comutação nos indutores, recorre-se à figura (4.12) e a expressão

(4.23), assim para x = 4,2 e B = 1,2 encontra-se que

como

W = 15,04 p.u. p.u

W = Wp.uEVq < 6 ' 3

W = 15,04.500.10.5G.10~6

W = 3 ,76 J o u l e s

A corrente máxima alcançada na comutação ê calcula_

da, fazendo uso da figura (4.10) e da expressão (4.17), assim pa-

r a x = 4 , 2 e B = l , 2

K(x,B) = 5,1

portanto

Im = K(x,B)Il. (6.4)

99

I = 5,1.10 m

I =51,0 Amperes m

Para calcular o tempo de aplicação de tensão inver_

sa sob os tiristores da ponte inversora, para a tensão da fonte

de alimentação igual à E = 500 Volts, para x = 4,2 e 6= 1/2, uti

liza-se a figura (4.11).

tq = 50 ps

Agora para a tensão-de alimentação E = 50 volts ,tem-

se que x = 0,42 e 6 = 2,0. Com auxílio da figura (4.11) encontra-

se que

t q= 45 Us

0 tempo de bloqueio dos tiristores da ponte inverso

ra dada pelo fabricante, para os tiristores escolhidos, deverão

ter o tempo de bloqueio menor que 45 us, para que seja garantida

com segurança o bloqueio dos tiristores.

6.2.2 - C.C.F. com Resistores para Dissipação de Energia

O dimensionamento do circuito de comutação forçada

com resistores ê realizado a partir do efetuado no item 6.2.1. As_

sim, primeiramente calcula-se os componentes do C.C.F. sem resi£

tencia para a dissipação de energia. Portanto encontra-se

100

C = 5,0 uF

e

L = 2,85 mH

Do fato que a tensão no capacitor de comutação C no

final da comutação alcançará iam nível de tensão mais elevado que

a tensão de alimentação E, devido â presença de resistores de dis

sipaçao nas malhas de roda-livre, há a necessidade de calcular-se

os novos valores de tensão final no capacitor V1 e corrente máxi-

ma Im de comutação.

É escolhido uma resistência de valor R= 8,0ft. Como

já foi mencionado em capítulos anteriores, parte da energia arma

zenada no final da comutação no indutor L é liberada sob forma

de calor, devido a presença do resistor na malha de roda-livre,que

alivia termicamente o diodo de roda-livre e o indutor de comutação,

e ainda acelera o decaimento da corrente de roda-livre ate alcan

çar o nível da corrente de carga. Para que o modelo matemático de

senvolvido seja válido a corrente de roda-livre terá que se anu

lar, antes de requerida a próxima comutação.

O fator de qualidade do circuito de comutação força

da assumido nos cálculos ê igual a Q = 10.

Sabendo que R= 8,0Q, C * 5,0uF, L = 2,85 mH eQ=10,

pode-se calcular as freqüências naturais do circuito.

101

assim,

Sx = -4213,8 l/S

S2 = -21623,9 l/S

Substituindo os valores de Sx e S2 encontrados na

equação (5.13), encontra-se o tempo t1 de duração da comutação do

tiristor T para o diodo de roda-livre.

(6 .5 )

ti = 93,9 ys

É utilizado o método de Newton-Raphson~ para calcu

lar oot , tempo no qual a corrente de comutação atinge seu valor

máximo I e a tensão no capacitor v = E. O método numérico de m c c

Newton-Raphson é dado pela seguinte fórmula de iteração.

( 6 . 6 )

onde

(6.7)

102

Portanto o valor encontrado para o intervalo de tem

Po utco é

ut. = 1,41 rad/s co

A corrente máxima I de comutação ê dada pela equa

ção (5.16), sabendo-se que

então

I = 56,5 A

(6.10)

A partir da equação (5.14) pode-se calcular o valor

final da tensão no capacitor C-

V = I K + E (6.11) í m

103

V, = 56,5.6,2 + 500

Vj = 851,8 Volts

A tensão inicial V0 do capacitor no instante da co

mutação é dada pela expressão (5.6).

(6 .12 )

V = 100+ (100+851,8)0,85

V„ = 913,4 Volts ..

Para calcular o intervalo de tempo wt , tempo em

que a tensão sobre os tiristores da ponte inversora é negativa,

utiliza-se o método de Newton-Raphson.

(6.13)

onde

(6 .14 )

O valor encontrado para o intervalo de tempo inver

so

104

assim

wtq = 0,6 0 r a d / s

t q = 71,8 us

A sob re t ensao é dada pe l a expres são ( 5 . 2 4 ) , sendo

V „ = I R s t i (6.16)

onde

I = 4 4 , 0 A

e n t ã o

V s t = 4 4 , 0 . 8

por

V . = 3 5 2 , 0 V o l t s s t

A p o t ê n c i a média do r e s i s t o r de d i s s i p a ç ã o ê dada

2 P = R Imed , r (6.18)

onde 1 representa a corrente média na malha de roda-livre. A

corrente média sob o resistor R é dado pela expressão que segue

105

(6.19

Integrando e substituindo na equação os limites de

integração, tem-se

(6.20)

portanto

I , = 6,6 A med

A potência média dissipada pelo resistor será

Pr = R(6,6)2

P =348 Watts r

O tempo de retardo t que deve ser introduzido para

que haja roda-livre sob o resistor R é dado pela expressão (5.22),

6.21)

106

t = 108,8 us

A tensão mínima C.C. do barramento de entrada é

E = 50 Volts, para esta condição o tempo de aplicação de tensão

inversa sob os tiristores do inversor é tq = 82 \\s.

6.2.3 - C.C.F. com Circuito de Recuperação de Energia

Ê realizado o dimensionamento do C.C.F. com circui^

to de recuperação de energia, para uma relação de transformação

n = 0,25 escolhida. Assim, a partir dos dados de projetoe n =0,25

encontra-se

a = 1 + ÊTTTln) (6"22)

500(1 + 2.0,25)

a = 1,13

Escolhendo y= 6,2, com auxílio da figura (5.11.b)

encontra-se os fatores imagem do capacitor C e do indutor L de

comutação. O fator imagem do capacitor encontrado é

e o fator imagem do indutor L é igual a

107

Assim a partir das expressões (5.37) e (5.38) encon

tram-se os valores do capacitor C e do indutor L de comutação.

(6.23)

C = 5,0 uF

L = 1,325 mH

Do fato de existirem dois trasnformadores, um supe

rior e outro inferior, conforme figura (5.8), o valor do indutor

L de comutação equivalente será repartido entre os dois transfor

madores. Assim a indutância de magnetizaçao dos transformadores

será

L = L1 = ~ = 0,66 mH P P 2

108

A energia armazenada no f i n a l da comutação no trans

formador é calculada através da expressão (5 .35) . Com o aux i l i o

das f iguras (5.10.a) e (5.10.b) e da expressão (5.36) c a l cu l a - s ea

energia expressa em p .u .

ta = 1 3 , 2 3 p . u . pu

Assim a energia armazenada no final da comutação se_

--W = 3,3 Joules

A duração do período de recuperação ê dada pela ex

pressão (5.30).

ta=^r1 ( 6 - 2 6 >

0,66.10~3.71 d 0,25 500

t. = 375 ys d

109

O tempo inverso encontrado para a tensão de alimen

tação E = 500 volts, utilizando a figura (5.12), e t_ = 73 us, e

para tensão mínima de alimentação E = 50 volts encontra-se um tq =

80 us.

6.3 - Estudo Comparativo dos C.C.F.

O estudo comparativo e realizado tendo em vista as

correntes e tensões sobre os componentes do circuito de comutação

forçada e da ponte inversora.

Na tabela 6.1 são apresentadas as expressões da cor

rente e tensão dos componentes do C.C.F. - Inversor, para o C.C.F.

sem resistores, com resistores e com circuito de recuperação de

energia.

As constantes KlfK2 e K3 são dadas como segue

A p a r t i r da s exp re s sões e s t a b e l e c i d a s na t a b e l a com

p a r a t i v a pode-se c o n c l u i r que o C.C.F. sem r e s i s t o r é mais apro

p r i a d o pa ra pequenas p o t ê n c i a s , p o i s um volumoso e pesado r e a t o r

111

para o circuito de comutação é necessário. Isto ocorre devido a

alta corrente que circula pela malha de roda-livre. Contudo, inse

rindo-se resistores para a dissipação de energia na malha de ro

da-livre, faz com que o reator e o diodo de roda-livre sejam me

nos exigidos termicamente. Em contra-partida uma sobretensão apa

recerã sob os terminais dos componentes, sendo função do tamanho

do resistor. Ê necessária a introdução de circuito retardador que

atraze os disparos dos tiristores da ponte inversa.

O C.C-F. com circuito de recuperação da energia ar_

maíenada no final da comutação faz com que o rendimento do conver

sor seja elevado, já que a maior fonte de perdas encontra-se na

energia envolvida pelo circuito de comutação forçada, necessária

para bloquear os tiristores. No circuito de recuperação de ener

gia elevados níveis de tensão aparecem sobre os componentes, prin

cipalmente sobre o diodo grampeador, sendo muitas vezes necessã

rio a utilização de componentes adicionais. Por outro lado, o em

prego dos transformadores representa custo, peso e volume adicio

nais, sendo portanto uma desvantagem em relação ãs demais configu

rações.

6.4 - Conclusão

0 dimensionamento é um processo i t e r a t i v o , onde o

p r o j e t i s t a t e r á que re fazê - lo vá r i a s vezes a t é chegar â um valor

adequado para a implementação.

A tabela comparativa dos c i r c u i t o s de comutação for

112

cada oferece condições de avaliar os níveis de tensão e corrente

sobre os componentes principais do C.C.F. - Inversor. Muitas ve

zes, dependendo do dimensionamento do capacitor e do indutor de

comutação, poderão os níveis de tensão ou/e corrente serem inadmis_

sível para os níveis suportáveis pelos componentes atualmente

existentes no mercado. Soluções existem como colocar componentes

em serie ou paralelo, mas estas soluções acarretam um custo adi-

cional.

Dependendo do circuito de comutação forçada escolhi

do podem aparecer certas dificuldades na implementação, tais co

mo: volume, peso, confiabilidade, custos e complexidade. Assim

conforme o tipo de carga que o conversor terá que alimentar, como

a potência que o conversor terá que fornecer certos tipos de cir

cuito de comutação forçada são mais apropriados. Por isso a sensi

bilidade e experiência do projetista sao fundamentais para a re£

lização de um bom projeto.

113

C A P I T U L O 7

CIRCUITOS DE COMANDO

7.1. Introdução

Os circuitos de comando são responsáveis pelo estado

de condução ou bloqueio das chaves eletrônicas. São constituídos

de componentes analógicos e digitais na forma discreta ou integra

da, de modo a fornecer satisfatoriamente os sinais de comando dese

jados.

Os circuitos de comando podem ser divididos em:

a) Circuito de comando do inversor trifásico

b) Circuito de comando C.C.F.

c) Circuito de comando do retificador tifãsico

Na figura (7.1) está representado o diagrama de blo

cos unifilar da estrutura a ser-implementada, contendo o circuito

de comando associado ao circuito de potência.

F i e . ( 7 . 1 ) Diagrama comple to d o p r o t ó t i p o d e s e n v o l v i d o

114

7.2. Circuito de Comando do Inversor Trifásico

dividido em:

0 c i r c u i t o de comando do inversor t r i f á s i c o pode ser

- Conversor Tensão-Frequência

- Contador Johnson

- Circuito Retardador

- Circuito Amplificador e Isolador

O diagrama de blocos de circuito de comando do

sor trifásico está representado na figura (7.2).

inver

Fig, (7.2) Diagrama de blocos do comando do inversor

115

7.2.1. Conversor Tensão-Frequência |6|

0 conversor tensão-frequência estabelece uma relação

linear entre a tensão e a freqüência. O conversor V/F ê a célula

básica de tempo para o disparo dos tiristores da ponte inversora,

e como ver-se-á mais adiante do circuito de comando do C.C.F. Assim,

funciona como o "relógio" do circuito de comando.

O circuito utilizado está representado na figura

(7.3).

Fig. (7.3) Conversor tensao-freqüencia

O conversor tensão-frequência é constituído de três

circuitos básicos, sendo eles:

1. Amplificador com ganho ±1: transforma o nível con

tlnuo da tensão de entrada em um sinal alternado,

com amplitude igual à tensão de entrada.

2. Circuito integrador: integra a onda quadrada da

salda do amplificador com ganho ±1, aparecendo na

116

saída do integrador uma onda triangular.

3. Comparador com histerese: limita entre dois valo

res ±v (tensão de zener) a excursão do sinal de z

salda do integrador.

Na figura (7.4) está representada a tensão de entra

da V i, tensão na salda do amplificador de ganho ±1 V2, tensão na

saída do integrador V3 e tensão na saída do comparador com histere_

se Vi, ao longo do tempo.

Fig. (7.4) Formas de ondas das tensões na saída e entrada dos A.Op.

117

A relaçlo tensao-frequência i dada pela seguinte ex

pressão.

que representa uma relação constante entre a tensão e a frequên

cia, isto é, a freqüência varia linearmente com a tensão.

7.2.2. Contator Johnson |6|

Ê um contator em anel onde o complemento do último

estágio é realimentado ao primeiro. Isto resulta num contador com

2N estados, onde N é a capacidade de bits do registrador de deslo

camento.

Na figura (7.5) é apresentado o contador Johnson com

três estágios, utilizando componentes biestaveis (flip-flop) do t:L

po D.

Fig. (7.5) Contador Johnson de três estágios

118

O contator Johnson é o elemento responsável pelo co

mando lógico do inversor, atuando nos seis tiristores do inversor.

São necessário então três estágios.

Devido ao fato que o contator representado na figura

(7.5) possuir estados indesejados, houve a necessidade da implemen

tação de um circuito para que o contador possa ter partida automá

tica. Na figura (7.6) esta representado o diagrama de Karnaugh do

contador Johnson.

••- * = estados indesejados

Fig. (7*6) Diagrama de Karnaugh do contador Johnson.

Na figura (7.7) ê mostrado o mapa de transição do

contador Johnson para ter-se partida automática, e na figura (7.8)

seu diagrama de estado. Foram eliminados os estados indefinidos.

F i g . ( 7 . 7 ) Mapa de t r a n s i ç ã o do coii

t a d o r Johnson com p a r t i d a

a u t o m á t i c a .

119

Fig. (7.8) Diagrama de estado do contador Johnson com partida auto

mãtica.

-•

Tabela de Transição do FF-D

Com o a u x i l i o do mapa de t r a n s i ç ã o do contador e da

t a b e l a do FF-D, c o n s t r u i u - s e os s e g u i n t e s mapas de Karnaugh:

1 2 0

Do = Q i

Implementando-se as expressões de D2, Dj e D0 o con

tador Johnson de três estágios fica conforme representado na figu

ra (7.9)

121

Fig. (7.9) Contador Johnson com partida automática

Os sinais lógicos de comando para o inversor trifási^

co, estão na figura (7.10). Como se vê os sinais possuem simetria

180° (pares complementares) dois-a-dois, e ainda defasagem de 120

J» em relação ao comando das fases vizinhas

F i e . ( 7 . 1 0 ) S i n a i s l ó g i c o s d o 'comando d o i n v e r s o r t r i f á s i c o

122

7.2.3. Circuito Retardador

O circuito retardador, como jã mensionado no capltii

Io 5, serve para que parte da energia armazenada no final de cada

comutação seja liberada sobre os resistores de dissipação. Assim

um atraso do disparo da nova seqüência do inversor é efetuado.

0 circuito retardador e composto por componentes in

tegrados, seis portas lógicas do tipo "E" e um monoestável, com

tecnologia CMOS.

0 circuito retardador desenvolvido está representado

na figura (7.11). Os sinais de entrada Q ,Q IQ^Q^J Q2 e Q2 corres

pondem aos sinais de salda do contador Johnson, e o trem de pulsos

"T" ê gerado por um multivibrador astãvel.

F i g . ( 7 . 1 1 ) ' C i r c u i t o r e t a r d a d o r

123

Na figura (7.12) vê-se os sinais lógicos nas saldas

do monoestãvel e das portas "E".

F i g . ( 7 . 1 2 ) S i n a i s l ó g i c o s nas s a í d a s d o m o n o e s t ã v e l e d a s p o r t a s -

l ó g i c a s " E " .

0 multivibrador astãvel (gerador de onda quadrada)

faz com que um "trem de pulsos" seja conformado sobre os sinais

lógicos do comando, tornando mais confiáveis os disparos dos tiris_

tores. A freqüência dos pulsos em torno de 20 KHz é apropriada pa

ra este fim. Na figura (7.13) esta representado o multivibrador a£

tãvel, utilizando o versátil circuito integrado 555.

124

Fíg. (7.13) Multivibrador astável.

7.2.4. Circuito Amplificador e Isolador

Devido ao nível baixo de potência na saída das por

tas "E" ê necessário um estagio amplificador, adequando assim o ni_

vel de potência do sinal de comando ao circuito de gatilho dos ti

ristores.

Para que um maior ganho seja obtido, desenvolveu-se

um amplificador em configuração Darlington. Com esta configuração

obtem-se um ganho de corrente alto..

Na figura (7.14) está representado o estagio aiaplifi

125

cador e isolador. Ja o circuito isolador serve para proteger o ci£

cuito de comando de eventuais falhas do circuito de potência, evjl

tando que se propaguem para o circuito de comando através do gat:L

lho do tiristor. Portanto o transformador de pulsos isola o circui

to de comando do circuito de potência.

0 diodo zener, no primário do transformador de pul

so, ê responsável pela não saturação magnética do núcleo do tran^

formador. Os diodos no secundário do transformador retificam o si

nal alternado, eliminando seu semi-ciclo negativo. O resistor R6

serve para limitar a corrente de gatilho, mas assegurando uma cor

rente suficiente para o disparo dos tiristores.

Como são seis tiristores a serem comandados, seis

circuitos amplificador e isolador são adicionados às saldas do

circuito retardador.

Fig. (7.14). a) Circuito amplificador; b) Circuito isolador.

126

7,3. Circuito de Comando C.C.F

Dois circuitos foram realizados, utilizando multivi^

bradores, para comandar os tiristores de comutação e auxiliar. De

vido ao fato que a cada 1/6 do período da freqüência do inversor

a comutação ê requerida, tornou-se simples o comando dos tiristo

res do circuito de comutação forçada.

Na figura (7.15) são mostrados os sinais de entrada

e saída dos multivibradores monoestãveis, que comandam os tiristo

res de comutação e auxiliar. O monoestãvel que comanda os tiristo

res de comutação e sensível ã borda de subida e o que comanda o ti

ristor auxiliar ê sensível ã borda, de descida, ambos com saída si

métricas.

::3

Fig. (7.15) Sinais de entrada e saída nos monoestãveis do circuito

de comando do C.C.F.

Na figura (7.16) k mostrado o circuito completo do

comando C.C.F., sendo que o estagio amplificador e isolador ê o

127

mesmo mensionado no item 7.2.4, para o comando do inversor. Devido

â necessidade de se utilizar dois tiristores de comutação em série,

um transformador de pulso com dois secundário e utilizado.

F i g . ( 7 . 1 6 ) a) C i r c u i t o de comando dos t i r i s t o r e s de comutação T e TQ

b ) C i r c u i t o d e comando d o t i r i s t o r a u x i l i a r d e comutação

7 . 4 . C i r c u i t o d e Comando d o R e t i f i c a d o r T r i f á s i c o | 5 |

P a r a comandar o s t i r i s t o r e s d o r e t i f i c a d o r t r i f á s i c o

J28

ponte mista são utilizados circuitos que sincronizam os disparos dos

tiristores com a freqüência da rede de alimentação, de modo a po

der variar-se continuamente o ângulo de disparo de zero à 180.

Cada um dos três tiristores do retificador trifásico

controlado possui um circuito de comando, sincronizado com uma

fase. Na figura (7.17) está representado o diagrama de blocos do

circuito de comando.

A seguir será realizado um estudo funcional dos blo

cos que formam o circuito de comando do retificador controlado.

a) Comparador com zero: transforma a tensão senoidal

da rede em uma onda quadrada, de amplitude igual

a tensão de saturação do amplificador operacional,

e freqüência igual a da rede.

b) Supressão do Semi-ciclo negativo: retifica a

onda quadrada, eliminando seu semi-ciclo negat^

vo. já que os comandos dos tiristores atuam sómen

te no semi-ciclo positivo.

c) Gerador de rampa: realiza a integração durante o

semi-ciclo positivo da rede e leva â zero a saí

da durante o semi-ciclo negativo.

d) Comparador com referência variável: compara uma

tensão externa de referência variável com o nível

de tensão da rampa. Assim,através dessa rampa sin

cronizada com a rede pode-se comandar o ângulo de

disparo dos tiristores de 0 â 180.

e) Multivibrador astãvel: ê um gerador de onda qua

drada, com amplitude igual â tensão de saturação

do amplificador operacional, e com uma freqüência

129

. - • -

RCDC

F i g . ( 7 . 1 8 ) C i r c u i t o de comando do r e t i f i c a d o r 3<f>, p a r a uma f a s e .

o

131

em torno de 20 KHz.

f) Porta "E": A porta "E" utilizada é de lógica pos^

tiva à diodo, com duas entradas, uma com o sinal

de saída do comparador de referência variável e a

outra com o sinal de salda do multivibrador astã

vel. Somente quando as duas entradas forem positi

vas a porta estará aberta. Assim sobre a parte po

sitiva do sinal de saída do comparador serã con

formado um "trem de pulsos".

g) Circuito diferenciador: deriva o sinal do compa

rador de referência variável. Este circuito tem

como finalidade garantir o chaveamento dos tiris_

tores no instante da subida do sinal de saída do

comparador.

h) Porta "OU": assim como a porta "E", a porta "OU"

ê de lógica positiva â diodo com duas entradas,

uma conectada ao circuito diferenciador e a outra

ã porta "E". Efetua a adição dos sinais de entra

da.

já os circuitos amplificador, isolador e gatilho a

tuam do mesmo modo como mencionado no item 7.2.4. deste capítulo.

Na figura (7.18) está representado o circuito de co

mando, que foi implementado para comandar o retificador trifásico

ponte mista.

7.5. Conclusão

Neste capítulo descreveu-se todos os circuitos de co

132

mando utilizado na montagem, sendo que os mesmos satisfazem plena

mente os requisitos necessários ao inversor trifásico.

Todos os circuitos foram confeccionados em placas de

circuito impresso. Para evitar problemas em relação aos ruídos fo

ram utilizados capacitores de desacoplamento e plano de terra.

A utilização de pastilhas integradas além de reduzir

o custo e a complexidade do circuito, ainda aumenta a sua confiabi^

1idade.

/

133

C A P I T U L O 8

IMPLEMENTAÇÃO DO INVERSOR E VERIFICAÇÃO EXPERIMENTAL

8.1 - Introdução

A partir do estudo e dimensionamento do circuito de

comutação forçada com resistores para a dissipação de energia e

dos circuitos de comandos desenvolvidos nos capítulos anteriores,

realizou-se a implementação do C.C.F. - Inversor.

Resultados experimentais obtidos em laboratório,

utilizando o protótipo desenvolvido, são apresentados neste . capí

tu Io. ...

8.2 - Realização do C.C.F. -Inversor

É implementado o C.C.F. - Inversor tomando como ba

se o dimensionamento do C.C.F. com resistor realizado no capítii

Io 6, onde foram encontrados os seguintes valores para os compo

nentes do circuito de comutação forçada:

- Capacitor de Comutação - C = 5,0 uF

- Indutores de Comutação -L = LR = 1,43 niH

- Resistores - R - R - 4,0íi P n

134

A tensão e corrente através dos componentes são mui

to importantes para o dimensionamento. Assim, através da tabela

6.1 pode-se calcular a tensão máxima e a corrente eficaz sobre os

principais elementos do circuito de comutação forçada.

Na figura (8.1) está representado o circuito de po

tência do C.C.F. - Inversor implementado.

Figura 8.1 - C.C.F. - Inversor implementado.

O diagrama de blocos completo é apresentado na figu

ra (8.2), sendo representados os blocos dos circuitos de comando

e os blocos do circuito de potência.

135

Figura 8.2 - Diagrama de blocos do C.C.F. e Inversor Trifásico,

136

Devido â necessidade da freqüência de saída do in

versor ser função da tensão C.C. do barramento de entrada, para

que o motor de indução possua uma característica de torque cons

tante para uma larga faixa de velocidade, é utilizado um atenua

dor de tensão para unir a entrada do conversor tensão- freqüência

ao barramento C-C. de potência.

Conforme vê-se na figura (8.1) são utilizado dois

tiristores de comutação em série T e T Isto ocorre devido Y Cl C2

ao fato de aparecer sob seus terminais uma tensão elevada. Da ta

bela 6.1 tira-se que a tensão mãxina sob os tiristores de comuta

ção ê dada por

V - _ = 1413,6 Volts maxTc

Onde a tensão da fonte auxiliar E * 100 Volts, ten

são máxima do barramento C.C. E= 500 Volts, e a tensão máxima do

capacitor no final da comutação Vj= 852 Volts.

0 dimensionamento dos tiristores e diodos da estru

tura inversora ê realizado com auxílio da simulação do sistema,

onde são calculados os valores da corrente de pico, media e efi

caz nos tiristores e diodos da ponte inversora, o programa é apre

sentado no apêndice.

137

8.3 - Verificação Experimental do C.CF.

Primeiramente é mostrada na figura (8.3) a corren

te e a tensão no capacitor de comutação, para uma corrente de car

ga I* igual â 3,7 Ampéres e tensão C.C. de alimentação E igual

â 200 Volts. As expressões (5.16) e (5.14) que representam a cor

rente máxima I de comutação e tensão final atingida pela capaci

tor pelo capacitor no instante da comutação, são utilizadas para

calcular teoricamente seus respectivos valores. Assim são encon

trados

I = 28,4 Ampéres

Vj = 383,6 Volts

Para a mesma condição, isto ê,I« = 3,7 A e E = 200 V,

é observada na figura (8.4) a corrente instantânea no resistor de

dissipação. Para calcular o pico da corrente I1 no resistor é uti

lizada a expressão (5.20), assim sendo

I • 21,9 Ampéres

O atraso no circuito de disparo ajustado foi deapro

ximadamente 700 us, sendo que o tempo total de comutação calcula

do, pela expressão (5.23), ê de 740,8ps.

Através da figura (8.5), que mostra a tensão sob o

tiristor da ponte inversora a ser comutado, pode-se medir o tem

po inverso tq em que uma tensão inversa aparece sobre os tiristo

1 3 8

r e s

Figura 8.3 - Corrente e tensão instantânea no capacitor C, para uma 1^- 3,7A,

e tensão de alimentação E» 200 V.

Assim o tempo i n v e r s o tq m e d i d o é de ap rox imadamen te 120 us e , o

c a l c u l a d o é d e 1 0 0 , 5 p s .

139

Figura 8.4 - Corrente instantânea no r e s i s to r de diss ipação, para L = 3,7 Ae

E= 200 V.

A corrente C.C- fornecida pela fonte de alimentação

C.C. ao sistema C.C.F- -Inversor é mostrada na figura (8.6).

140

100 V

50us

Figura 8.5 - Tenslo sob os terminais do t i r i s t o r a comutar,

5 ,0 A

2ms

Figura 8.6. Corrente C.C. na entrada do C.C.F. - I nve r so r .

141

8.4 - Verificação Experimental do Inversor T r i f á s i -

co

Na f igura (8.7) são mostradas a tensão de fase e a

cor rente de fase do motor de indução t r i f á s i c o , para o sistema ope

rando com tensão de alimentação E= 350 Volts e freqüência f=55Hz,

com o motor de indução ã vazio .

Figura 8.7 - Tensão e corrente de fase, para o motor ã vazio, com E = 350 Volts e f= 55 Hz.

Nas mesmas condições que da f igura an te r io r ,na figu

ra (8.8) são apresentadas as formas de onda da tensão de fase e

cor rente de fase , para o motor operando em plena carga. Assim a

corrente ef icaz de fase do motor ê I_MC= 5,1 A.

142

200 V

5ras

8,3 A

5ms

Figura 8.8 - Tensão e Corrente de fase, para o motor em plena carga, com

E- 350 Volts e f = 55 Hz.

Nas f i g u r a s (8.9) e (8.10) são mos t radas as formas

de onda da t en são e c o r r e n t e de f a s e , pa r a o motor ã v a z i o e p i e

na ca rga r e spec t ivamen te operando em ba ixa v e l o c i d a d e , para uma

t ensão C.C. E = 200 Vol t s e f = 31 Hz. /

143

Figura 8.9 - Tensão e corrente de fase do motor ã vazio, para E - 200 Volts e

f - 31-Hs.

Figura 8.10 - Tensão e corrente de fase do motor a plena carga, para E Volts e f • 31 Hz.

= 200

144

A ondulação existente na tensão deve-se ao fato que

a tensão, de alimentação E do barramento C.c. não ser uma tensão

contínua pura. o pico da corrente no motor ê aproximadamente igual

o dobro da corrente eficaz nominal do motor.

A cada período de comutação e aplicada uma tensão

inversa sobre a carga via diodos regenerativos, o tempo de apli­

cação dessa tensão ê função do fator de potência da carga et do

atraso no disparo dos tiristores. A partir de uma seqüência esta

belecida são mostrados, através da figura (8.12,b), os valores

das tensões inversas aplicadas sobre a carga durante um semi-pe

ríodo.

Figura 8.11 - Circuito inversor.

145

Seqüência

I

II

III

IV

V

VI

Tiristor em condução

1

2

3

4

5

6

2 3

3 4

4 5

5 6

6 1

1 2

Figura (8.12) - a) Tiristores conduzindo a cor.de carga antes da comutação.

b) Diodos regenerativos conduzindo a cor. de carga após a comu

tação.

146

Na fLgujra (8.7) e s t ão representadas as tensões fase

neutro sobre a carga trLfãsLca.

Sa l ien ta-se que a ana l i se rea l i zada da tensão inver

sa ê para cargas com fator de potência maior ou igual ã 0,86.

Figura 8.17 - Tensão fase-neutro sobre a carga.

147

Ê utilizado no estudo uma máquina de indução trifãsi_'

ca com rotor bobinado, que apresenta os seguintes dados de placa:

Potência Ativa Nominal

Freqüência Estatorica Nom.

Tensão Estatõrica Nominal

Velocidade Nominal

Corrente Estatõrica Nom.

Numero de pares de pólos

- 2 , 2 KW

- 60 HZ

- 380 V

- 1700 RPM

- 5 , 1 A

- 2

Os parâmetros são determinados a partir de medidas

feita no estator (ensaios â vazio e rotor bloqueiado) e do circui^

to equivalente da máquina apresentado na figura (3.18).

são obtidos:

rs = 2,0n Lr = 223,9 mH

rr = 3,6a Msr = 206,7 mH

Ls = 223,9 mH

Ça73

ca com rotor bobinado, que apresenta os seguintes dados de placa:

Potência Ativa Nominal

Freqüência Estatõrica Nom.

Tensão Estatõrica Nominal

Velocidade Nominal

Corrente Estatõrica Nom.

Número de pares de põlos

- 2,2 KW

- 60 HZ

- 380 V

- 1700 RPM

- 5,1 A

- 2

Os parâmetros são determinados a partir de medidas

feita no estator (ensaios â vazio e rotor bloqueiado) e do circui

to equivalente da maquina apresentado na figura (3.18).

Fig.(3 .18) C i r c u i t o e q u i v a l e n t e por fase do M.I

são o b t i d o s :

r = s

rr

L = s

2,0íí

3,6íí

223,9 mH

L • 223,9 mH

M s r = 206,7 mH

148

C O N C L U S Ã O

A corrente de comutação para circuito com comutação

global varia acentuadamente com a freqüência do rotor do motor de

indução, o mesmo não acontecendo para os circuitos com comutação

individual.

0 circuito de comutação forçada C*C.F. com comuta

ção global estudado é robusto, pois possui poucos componentes (so

mente uma fonte auxiliar de comutação); confiável, pois assegura

um bom poder de comutação para toda a faixa de velocidade do mo

tor de indução; e de baixo custo comparado com outros circuitos

similares.

Devido à grande energia envolvida na comutação o

circuito de comutação forçada com comutação estudado ê mais apro

priado para os sistemas de pequena potência (menores que 10 KW),uti-

lizando circuitos de recuperação de energia a eficiência do cir_

cuito é melhorada.

O inversor utilizado possui um circuito de comando

relativamente simples e um circuito de comutação de fácil dimen

sionamento, como pode ser visto no estudo analítico desenvolvido.

O protótipo construído é um conversor autônomo,pois

possui todas as fontes de alimentação auxiliares necessárias.

Os componentes utilizados nos diversos circuitos de

comando e potência são facilmente encontrados no mercado nacional

especializado.

O inversor elaborado pode ser utilizado em proces

149

sos industriais, podendo, se necessário, possuir um limitador de

torque e de um regulador de velocidade-

150

A P Ê N D I C E A

RETIFICADOR TRIFÁSICO CONTROLADO

A.l. Introdução

Para se ter um inversor autônomo hã a necessidade da

utilização de uma fonte C.C. de tensão variável para a alimentação

do circuito inversor. Um conversor A.C, - C.C. variável pode ser

conseguido de varias maneiras, dentre elas:

- Transformador variável - retificador

- Retificador Controlado

- Retificador - Pulsador

Devido sua simplicidade e robustez, sem deixar de

ressaltar o baixo custo, foi escolhido o retificador controlado

para ser implementado. Assim, é" utilizado o retificador trifásico

ponte mista com diodo de roda-livre representado na figura (A.l)pa

ra alimentar a estrutura inversora.

A.2. Retificador Controlado Ponte Mista com Diodo de

Roda-livre [16|

O circuito da figura (A.l) opera somente como retifi^

cador. Se existir a necessidade de operação como inversor o circu^

to pode ser facilmente mudado colocando três tiristores no lugar

dos diodos Di, D2 e D3.

Na figura (A.2) está representada a forma de onda da

tensão v(t) na salda do retificador, quando uma carga resistiva ou

indutiva é colocada em seus terminais de saída.

151

Fíg. (A.l) Retificador 3<f> controlado c/ diodo roda-livre e filtro LC

Na figura (A.2) a representa o ângulo de disparo, e

representa a tensão de pico fase-neutro.

A forma de onda da tensão na salda do retificador

controlado com diodo de roda-livre alimentando uma carga resistiva

-indutiva é equivalente a de um retificador controlado sem diodo

de roda-livre alimentando uma carga resistiva. Na figura (A.3)está

representado o retificador trifásico controlado com uma carga resis

tiva em seus terminais de saída.

Fig. (A.2) Tensão

na saída do reti

f icador

152

Fig. (A.3) Circuito equivalente de um retificador

3<f> com diodo roda-livre alimentando uma

carga resistiva-indutiva.

A expressão da tensão V-, média na salda do retifica

dor ê dada por

(A.D

O ângulo de disparo a tem uma faixa de operação des_

de 0o (zero grau) até 180°.

Na tabela A.l. mostra as grandezas: tensões máxima

direta e reversa e ainda a corrente média sobre os componentes da

estrutura retificadora trifãsica controlada ponte mista com diodo

de roda-livre.

153

Ti r i s t o r e s

Dicdos

Diodos R-L

Carga

Tensão Pico Direta

v Vm

*0

»0

/3Vm

Tensão Pico R e v e r s o

/3vm

•5Vm

•3vtn

«o

Corrente Media

TTR

>£vm TTR

3/3Vm 7 , 1 4

3/5vm TTR

Através da tabela A.l. pode-se dimensionar os diodos

e tiristores do retificador.

Na figura (A.4) são apresentadas as curvas que mos_

tram a variação, em relação a Vm, da componente contínua e das ha£

mônicas predominantes em função do ângulo de disparo a

F i g . ( A . 4 ) V a r i a ç ã o d a c o m p o n e n t e c o n t í n u a e d a s

h a r m ô n i c a s d e t e n s ã o n a s a í d a d o r e t ^

f i c a d o r , em r e l a ç ã o a V , em função de a

154

A tensão média máxima na salda do retificador

e igual ã 470 Volts, pois para essa tensão C.C. na entrada do in

versor estabelece uma tensão entre fase eficaz de 380 Volts na sa£

da do inversor. Então, o ângulo de disparo a para V, =470 volts u

tilizando a expressão (A.I.), ê

Portanto o ângulo mínimo de disparo ê aproximadamen

te igual â 34°.

A tensão média mínima na salda do retificador e 50V,

portanto o ângulo máximo de disparo, utilizando a expressão (A.l),

é

-

155

A P Ê N D I C E B

OPERAÇÃO SÉRIE DE TIRISTORES

B.l. Introdução

Em muitas aplicações a tensão sobre os terminais do

tiristor excede a tensão máxima permitida, jã que às vezes torna

-se difícil obter um único tiristor que tenha características apro

priada. Portanto, o projetista ê forçado a usar tiristores com ca

racterísticas inferiores, por razões de economia e disponibilidade.

B.2. Estudo da Operação Serie de Tiristores |9|,|14|

Em razão da dificuldade de se ter tiristores com ca

racterísticas iguais, essas devem ser mais semelhantes quanto pos_

sível, há uma desigual distribuição de tensão nas unidades conecta

das em série.

Na figura (B.l) é mostrado a diferença entre dois

tiristores com mesma característica de tensão quando conectados em

série. Por eles circulam uma mesma corrente, o tiristor que possui

uma resistência de bloqueio R-, maior partilha com uma maior tensão

sobre seus terminais.

156

Fig. (B.l) Tensão sobre os terminais dos terminais dos tiristores Ti e T2, quando conectji dos em serie.

Como jã mensionado, por mais "casado" que sejam os

t i r i s t o r e s em sé r i e é" d i f í c i l encontrar t i r i s t o r e s com todas ca

r a c t e r l s t i c a s i g u a i s . As c a r a c t e r í s t i c a s de i n t e r e s se são:

- tempo de disparo

- tempo de recuperação

- corrente de bloqueio inversa

- corrente de bloqueio direta

Circuitos externos de compensação podem ser utiliza

dos, para produzir uma tensão uniforme de tensão sob todas as con

dições de operação.

B.2.1. Circuito de Equalização Estática

Sobre os tiristores em estado de bloqueio podem apa

157

recer tensões direta e reversa. Pra que a distribuição de tensão a

través dos tiristores seja a mais uniforme possível, é necessário

conectar um resistor "shunt" sobre cada tiristor conectado em sé

rie. Assim, os resistores "shunt" reduzem o efeito das diferenças

entre as resistências de bloqueio dos tiristores.

O cálculo da resistência "shunt" e realizado pela

expressão que segue:

n Vmãx - Vt R = - (B.l)

(n-1) IB

onde:

n - numero de tiristores em serie

Vmãx = tensão máxima permitida sob os tiristores

V. = tensão total sobre o arranjo

IB - corrente máxima de bloqueio

por

O número de tiristores conectado em serie e dado

Vt n = (B.2)

(n-Fs)Vmãx

onde Fs representa o fator de segurança que a conecção deve pos_

suir. 0 fator de segurança mínimo permitido é de 15%.

B.2.2, Circuito de Equalização Dinâmica

Devido a natureza transitória da tensão e da corren

te, durante os períodos de disparo e bloqueio dos tiristores, só

mente um divisor de tensão não é suficiente para equalizar a ten

158

sao. Assim, para limitar a taxa de aumento da tensão (dv/dt) nos

tiristores, durante o período de disparo, um capacitor "shunt" é

utilizado. Do mesmo modo, durante o intervalo de recuperação rever

sa (bloqueio) os capacitores "shunt" proporcionam um caminho para

a corrente de recuperação reversa para os tiristores mais lentos.

Quando os tiristores são disparados uma grande coir

rente de descarga flui através dos capacitores "shunt", para limi

tar essa corrente de descarga uma pequena resistência r ê inserida

em serie com o capacitor

Na figura (B.2) e mostrado a diferença entre as car

gas de recuperação reversa Qrí de dois tiristores Tj e T2-

À expressão para se"calcular a capacitada "shunt" ê*

dado por

(n-1) AQ

C =

n vmáx - v.

onde AQ é a diferença máxima entre as cargas de recuperação rever

sa Q „ dos tiristores. AQ deve ser absorvido pelo capacitor "shunt"

do tiristor que se recuperou primeiro.

Os circuitos equalizadores estático e dinâmico para

a conecção série de dois tiristores são apresentados na figura

(B.3K

159

Fig. (B.2) Variação na recuperação en-tre Ti e T2

Fig. (B.3) Circ. equalizadores estáticos e dinâmi-cos.

O v a l o r do r e s i s t o r r em s é r i e com o c a p a c i t o r nor

malmente e s t á compreendido e n t r e 5 â 50fl, dependendo da c o r r e n t e

r e p e t i t i v a d e p i c o pe rmi t ida p e l o s t i r i s t o r e s .

B . 3 . Exemplo de Dimensionamento dos C i r c u i t o s Equa l i

zadores

A t e n s ã o mãxima sobre o a r r a n j o de t i r i s t o r e s ê igual

a 1,5KV» Cada t i r i s t o r pode s u p o r t a r uma t e n s ã o mãxima de 1000

V o l t s . A ca rga de r ecuperação mãxima dos t i r i s t o r e s ê de 20u coulcmbs

e a c o r r e n t e máxima de b loque io ê de 10 mA.

U t i l i z a n d o um f a t o r de segurança de 15%, como reco

mendado, c a l c u l a - s e o numero de t i r i s t o r e s conec tados em s e r i e .

160

n = 1,76 n = 2

A resistência "shunt" do circuito de equalização es

tatórica ê

n Vmãx - Tt 2.1000 - 1500

R = =

(n-1).IB (2-1) 10.IO-3

R = 50KÍ2

Capacitância "shunt" do circuito de equalização dinâ

mica de tensão, calculada para o pior caso que é quando um dos ti_

ristores não possui carga de recuperação, ê

(n-1) AQ (2-1) .20.10-6

C = =

n Vmãx - V 2 .1000 - 1500

C = 0 ,04uF

161

A P Ê N D I C E C

PONTE AUXILIAR DE COMUTAÇÃO

C l . I n t r o d u ç ã o

Ê u t i l i z a d a uma f o n t e C .C. a u x i l i a r com um n í v e l de

t e n s ã o média i g u a l ã 100 V o l t s p a r a c a r r e g a r o c a p a c i t o r de comuta

ç ã o d o C . C . F . a n t e s d e s e r r e q u e r i d a a c o m u t a ç ã o d o s t i r i s t o r e s d a

p o n t e i n v e r s o r a .

N a f i g u r a ( C l ) e s t a r e p r e s e n t a d a a f o n t e a u x i l i a r

do C . C . F .

Fig. ( C l ) Fonte auxiliar de comutação.

162

onde E„ representa a tensão média na saída da fonte auxiliar.

C.3. Ponte Retificadora de Graetz e Filtro LC

A tensão na saída do retificador esta representada

C - capacitor de comutação (Farads)

V0 - tensão inicial em C na comutação (Volts)

VH - tensão final em C na comutação (Volts)

f - freqüência máxima de comutação (Hertz)

0 calculo da resistência aparente é efetuado para a

mãxima potência envolvida no circuito de comutação forçada C.C.F.

Assim, R é dado por a

na figura (C.2) .

163

Fig. (C.2) Tensão de saída do retificador.

Utilizando a serie de Fourier para calcular a tensão

instantânea v(t) na saída da ponte retificadora, tem-se

Considera-se para o cálculo somente a fundamental,

que contribui com 5,71% de Vmd. Jã a primeira harmônica (12—ordem)

contribui com 1,4% de Vmd, como também as de ordem superior são

desprezadas. Assim,

0 circuito equivalente da fonte auxiliar está repre

sentada na figura (C.3)

165

da reatância capacitiva, ela curto-circuita as componentes alterna

das do circuito. Então, Zg//Ra é aproximadamente igual ã Zç. A ex

pressão (C.5) fica

- X.>>Z , deve-se ao fato que quanto maior for a rea

tância indutiva maior serã a atenuação da componente alternada, en

tão a impedância do filtro é aproximadamente igual ã

0 período e igual â um sexto da freqüência da rede,

então a freqüência ê 6(seis) vezes maior. Portanto,

(C.6)

A corrente alternada através do circuito i dado pela

expressão (C.7). Despreza-se as resistências dos diodos, transfor

madores e indutor.

(C.7)

onde

(C8)

A ondulação da tensão na carga é representada pela

tensão eficaz no capacitor Cf, assim

(C.9)

0 fator de ondulação é dado por

164

A eficiência do filtro LC reside no fato do indutor

apresentar uma elevada reatância indutiva ã componente alternada

e baixa resistência à componente contínua; enquanto que o capaci

tor é calculado de maneira tal a curto-circuitar as componentes al

ternadas que possam ainda existir no circuito, que praticamente res

taria a componente continua.

Dependendo dos valores de Lf, Cf e R& os diodos po

dem ou não conduzir por picos, fato este que pode ser contornado

fazendo com que o indutor assuma um valor critico, possibilitando

a cada diodo conduzir por um terço da freqüência da rede,

A impedância do filtro ê dada por

Z = Z1 + Z c / / R a (C.5)

fazendo;

- X <<R deve-se ao fato que sendo pequeno o valor ca

166

O fator de ondulação é dado por

com Lf em milihenrys e Cf em microfarads., O fator de ondulação é

independente da carga.

0 valor de pico da componente alternada da corrente

não deve ultrapassar a componente continua. Desse modo calcula-se

a indutância critica L

para f = 60 Hz Ra

Lcr = (C.13)

39584

com Lcr em Henrys e Ra em ohms.

Em razão de não serem consideradas no calculo da in

dutãncia crítica as harmônicas de tensão na saída do retificador e

as resistências dos componentes, deve-se utilizar uma indutância

167

com valor maior que o calculado.

O capacitor Cp do filtro é calculado utilizando a

expressão (CIO). Assim

PROGRAMA DESENVOLVIDA PARA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DO ALUNO

JOSÉ RENES PINHEIRO

MOTOR DE I N D U Ç Ã O T R I F A S I C O ALIMENTADO0C 1..ALIMENTADO REDE(SENOIDAL) 2.ALIMENTADO INVERSOR

(QUADRADA) CALCJLO DAS CORRENTES EMO

1.MOTOR 2.TlRISTORES D3 INVERSOR 3.DI0Ü0S REGENERATIVOS

SIHULACAO DO MOTOR DE INDUCAO TRIFÁSICO ALIMENTADO COM TENSÃO E FREQUENCIA VARIÁVEIS

EQUACOES 00 SISTEMA

D( I ) = A * I * B*V

T = N*MSR*(IQS*IDR - I D S * I Q R )

DADOS DE ENTRADA GERAIS

N = NUMERO ÜE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS NM = NUMERO DE CURVAS A SEREM PLDTA3AS X = VETOR ONDE SERÃO INTRODUZIDAS AS CONDIÇÕES

I N I C I A I S CONT = MATRIZ CE IDENTIFICACÃ3 DAS CURVAS

TO = TEMP3 I N I C I A L NPER = NUMERO DE PEKIODOS PLüTADOS NOPH = NUMERU DE DIVISÕES DO PERÍODO PEL3 VALOR DE H

H = PASSO DE INTEGRAÇÃO Hl = NUMERO DE PONTOS IGNORADOS NO ARMAZENAMENTO

03S - DEVEMOS TER ( ( T F - T O ) / ( r i * H l i I . L E . 2 0 0 F = FRECUENCIA DE ALIMENTAÇÃO

PARÂMETROS DA MAQUINA

RS = RESISTÊNCIA DO ESTAUOK RR = RESISTÊNCIA DO ROTOR LS = INDUTÂNCIA DE DISPERSÃO DO ESTATOR LR = INDUTÂNCIA DE DISPERSA3 üO ROT3Í LM = INDUTÂNCIA MUTUA RN = RELAÇÃO ENTRE VEL3C. MECÂNICA E YELOC. S INC RO NA

DADOS DA CORRENTE DE ALIMENTAÇÃO

168 -

A P Ê N D I C E D

PROGRAMA UTILIZADO

O programa desenvolvido simula o sistema inversor-mo

tor de indução trifásico. 0 inversor é considerado ideal, fornecen

do tensões retangulares 3<J> desafasadas de 120 ao motor.

O programa calcula as correntes instantâneas da mji

quina, o torque eletromagnético instantâneo e a corrente do lado

C.C. do inversor. Ainda, as correntes máxima, media e eficaz no mo

tor, nos tiristores e nos diodos da ponte inversora são calculadas.

173

174

175

176

177

179

180

181

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