UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE …§ão central na inicialização da dor e na resposta metabólica...

44
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA IURE CARVALHO DE SOUZA CONTROLE DA DOR NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO DE HERNIORRAFIAS EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ARACAJU 2013

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE …§ão central na inicialização da dor e na resposta metabólica...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

IURE CARVALHO DE SOUZA

CONTROLE DA DOR NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO DE

HERNIORRAFIAS EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO

ARACAJU

2013

IURE CARVALHO DE SOUZA

CONTROLE DA DOR NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO DE

HERNIORRAFIAS EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO

Monografia apresentada ao Colegiado de

Medicina da Universidade Federal de Sergipe

(UFS), como exigência parcial para a graduação

no curso de Medicina.

Orientador: Profº Drº Marco Antônio Prado

Nunes

ARACAJU

2013

IURE CARVALHO DE SOUZA

CONTROLE DA DOR NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO DE

HERNIORRAFIAS EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO

Monografia apresentada ao Colegiado de

Medicina da Universidade Federal de Sergipe

(UFS), como exigência parcial para a graduação

no curso de Medicina.

Aprovada em: ______/______/______

__________________________________________

Autor: Iure Carvalho de Souza

__________________________________________

Orientador: Profº Drº Marco Antônio Prado Nunes

ARACAJU

2013

SUMÁRIO

1. Revisão da Literatura ................................................................................................ 1

2. Referências .............................................................................................................. 10

3. Normas para Publicação .......................................................................................... 16

3.1. Forma e Preparação de manuscritos ................................................................ 16

3.2. Aprovação para Publicação.............................................................................. 16

3.3. Correção Final .................................................................................................. 17

3.4. Formas de Apresentação dos Trabalhos .......................................................... 17

3.5. Considerações Éticas e Legais ......................................................................... 20

3.6. Conflito de Interesses ....................................................................................... 20

3.7. Consentimento Livre e Esclarecido ................................................................. 20

3.8. Ética ................................................................................................................. 21

3.9. Registro de Ensaio Clínico .............................................................................. 21

3.10. Envio de Manuscritos ...................................................................................... 22

3.11. Aspectos éticos das publicações ...................................................................... 23

3.12. É vedado ao médico: ........................................................................................ 23

3.13. Anunciantes ..................................................................................................... 24

3.14. Mantenedora .................................................................................................... 24

4. Artigo Original ........................................................................................................ 25

4.1. FOLHA DE ROSTO ........................................................................................ 25

4.2. RESUMO ......................................................................................................... 26

4.3. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 27

4.4. MÉTODO ........................................................................................................ 28

4.5. RESULTADOS ............................................................................................... 30

4.6. DISCUSSÃO ................................................................................................... 33

4.7. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 35

5. Anexos ..................................................................................................................... 37

5.1. Anexo 1 ............................................................................................................ 37

5.2. Anexo 2 ............................................................................................................ 38

1

1. Revisão da Literatura

A dor pode ser definida como uma experiência emocional e sensorial

desagradável, associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de

tal lesão (MERSKEY; BOGDUK, 1994). No período pós- operatório, afeta não somente

o bem estar geral dos pacientes, como também aumenta o tempo de internamento

hospitalar e a morbi- mortalidade (MEISSNER et al., 2008).

A resposta sistêmica à dor envolve alterações fisiológicas que se expressam

através de manifestações autonômicas, metabólicas, hormonais e psicológicas. Pode

implicar em imunossupressão, redução da perfusão tissular, aumento do trabalho

cardíaco e consumo de oxigênio, espasmo muscular e alteração da mecânica

respiratória. Tais modificações têm por consequência aumento do catabolismo e

alteração do balanço nitrogenado (LUBENOW; IVANKOVICH; MCCARTHY, 1992).

Além disso, o aumento da aderência plaquetária e diminuição da fibrinólise,

associados à estase venosa em consequência da restrição de movimento causada pela

dor, podem contribuir para complicações tromboembólicas, havendo relação direta

destes eventos com o aumento da morbidade e mortalidade do paciente cirúrgico

(KSIAZEK et al., 2005).

Dessa forma, o adequado tratamento da dor pós-operatória contribui não

somente para a implementação da qualidade de vida, como também modifica a resposta

endócrino e metabólica ao trauma cirúrgico que compromete a funcionalidade orgânica.

A magnitude destas modificações depende, entretanto, da técnica de analgesia utilizada

em cada paciente (KEHLET, 1994; 1997 a; 1998 b; 1999 c).

A despeito dos constantes avanços das técnicas de analgesia, o adequado

tratamento da dor pós-operatória continua sendo um desafio entre as especialidades

cirúrgicas (SENER et al., 2008). Deficiência no controle da dor ainda é uma situação

frequente nos centros médicos e hospitais (DONOVAN; DILLON; MCGUIRE, 1987;

ABBOT et al., 1992) e pode ocorrer inclusive em hospitais universitários

(STROHBUECKER et al., 2005).

No período pós-operatório aproximadamente 80% dos pacientes sentem dor,

sendo que 11% a 20% destes relatam dor de alta intensidade (DOLIN; CASHMAN;

2

BLAND, et al., 2002). Apesar da disponibilidade de diretrizes internacionais para o

tratamento da dor aguda e crônica há anos, somente 26% dos pacientes são tratados de

acordo com estas diretrizes (VALLANO et al., 2007).

Em estudo realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo verificou- se que

somente 20% dos pacientes apresentavam controle adequado da dor nas primeiras 24

horas de pós-operatório e 50% deles manifestavam intensa dor nas 48 horas iniciais

(GOZZANI, 1997). Outro trabalho realizado nos Estados Unidos com 500 pacientes

operados mostrou que 77 % deles apresentavam dor pós-operatória, sendo que em 80%

dos casos a dor era classificada como moderada a intensa (ASHBURN, 1999).

Em 2005, a sociedade Americana da dor, orientou que uma estratégia de alta

qualidade no tratamento da dor deve abranger: Qualificação técnica adequada;

monitorização atenta para a presença de dor e reavaliações frequentes dos pacientes

após a terapêutica proposta (GORDON et al, 2005).

O controle adequado da dor pós-operatória já é considerado um indicador de

qualidade para diversos centros de saúde na atualidade. Neste sentido, o reconhecimento

e tratamento da dor em pacientes internados tem se tornado um dos principais objetivos

a serem alcançados pelos hospitais. Em alguns países, a analgesia pós-cirúrgica de alta

eficácia tem sido um pré- requisito para que os estabelecimentos de saúde consigam

certificados de qualidade segundo o projeto COMPAQH, além de servir como um

método de avaliação do nível de atividade do profissional anestesiologista segundo o

“Référentiel de pratiques professionnelles” (JCAHO, 2008).

Tem-se buscado progressivamente métodos capazes de quantificar a dor e

alívio fornecido pela analgesia adotada. Entretanto, mensurar a dor clínica representa

um grande desafio devido à subjetividade, complexidade e multidimensionalidade da

experiência álgica. Nas últimas décadas houve importantes avanços referentes à

elaboração de instrumentos capazes de facilitar a comunicação entre os pacientes e os

profissionais da área da saúde, possibilitando o conhecimento tanto da incidência,

duração e intensidade da dor. Dentre os mais utilizados no meio clínico sobressaem

aqueles que consideram o relato subjetivo da experiência dolorosa pelo paciente.

(PEREIRA; SOUSA, 1998).

3

Dentre os instrumentos unidimensionais utilizados para quantificar a dor,

destacam-se as escalas numéricas, que utilizam categorias numéricas; as escalas verbais,

nas quais utilizam-se categorias adjetivais e as escalas analógicas-visuais (EAV), nas

quais há possibilidade de julgamentos visuais numa dimensão tomada como padrão

(KREMER; ATKISON; IGNELZI, 1981).

Nas escalas numéricas, a quantificação pode variar de 0 a 100 (até 101 pontos),

sendo aquelas de 0 a 5 (6 pontos), 0 a 10 (11 pontos) e 0 a 20 (21 pontos) as mais

utilizadas. Sua vantagem decorre da familiaridade aos participantes, uma vez que o ser

humano comumente utiliza números desde sua infância. As escalas verbais, nas quais

são utilizados adjetivos do tipo leve, moderada, forte, severa ou variantes desses,

contém geralmente 5 ou 6 pontos, tendo essas também a vantagem de serem intuitivas

aos participantes uma vez que são utilizadas palavras comuns do vocabulário, as quais

expressam a dor qualitativamente (JENSEN; TURNER; ROMANO, 1994).

As EAV são frequentemente utilizadas na mensuração da dor pós-operatória.

Consistem de uma faixa limitada de 10 cm de comprimento, a qual representa o

contínuo da experiência dolorosa e tem em suas extremidades palavras-âncora como:

sem dor e pior dor possível. Os participantes são instruídos a assinalar a intensidade da

sensação dolorosa em um ponto dessa reta, sendo que os escores podem variar de 0

(zero) a 10 (dez) e são obtidos medindo-se, em milímetros, a distância entre a

extremidade ancorada pelas palavras sem dor e o ponto assinalado pelo participante.

Tais escalas têm a vantagem de serem de fácil aplicação, porém, alguns participantes,

especialmente crianças e idosos, referem dificuldades em utilizá- las, o que,

possivelmente, é decorrente da necessidade de certa abstração para compreendê- las

(SCOTT; ANSELL; HUSKISSON, 1977; KREMER; ATKISON; IGNELZI, 1981;

JENSEN; KAROLY; BRAVER, 1986; GIFT, 1989).

Zalon (1993) comparou a intensidade da dor pós-operatória de pacientes com

idades variando entre 19 e 83 anos, julgada pelos próprios pacientes e também por

enfermeiros, utilizando a escala VAS de 10 cm. Concluiu que os profissionais de

enfermagem superestimaram as dores leves em 20% dos casos e subestimaram dores

severas em 45,4% dos casos. Desta maneira, percebe-se que uma adequada avaliação da

dor permite analisar não somente a resposta clínica à analgesia empregada, como

4

também a qualidade da assistencial hospitalar e inclusive orientar o planejamento e

modificação de condutas relacionadas ao controle da dor.

O planejamento analgésico é fundamental para o controle da dor no período

pós-operatório. Recomenda-se que a abordagem seja multimodal, através da associação

de dois ou mais agentes ou técnicas analgésicas periféricas ou centrais, incluindo

métodos não farmacológicos. Assim, o sinergismo entre os fármacos e as técnicas

analgésicas permite o uso de menores doses, diminuindo seus efeitos colaterais e

aumentando a eficácia (KEHLET; DAHL, 1993; BUVANENDRAN; KROIN, 2009).

A abordagem da dor deve ser iniciada antes mesmo da realização do

procedimento cirúrgico com a analgesia preemptiva ou preventiva. O uso de fármacos e/

ou técnicas analgésicas antes da incisão cirúrgica reduz a sensibilização central

minimizando assim a intensidade da dor no pós- operatório (KELLY; AHMAD;

BRULL, 2001)

Sabe-se que a ativação do sistema nervoso central e periférico tem uma

participação central na inicialização da dor e na resposta metabólica e hormonal ao

trauma cirúrgico. De acordo com Kehlet (1998 b), o bloqueio do sistema nervoso

central (espinhal ou epidural) através de anestésicos locais reduz a resposta pituitária,

adrenocortical e simpática ao trauma cirúrgico. Além disto, há não apenas a redução da

secreção de glucagon como também a inibição da liberação de insulina. Como

consequência, ocorre economia proteica e redução da intolerância à glicose no período

pós-operatório.

O controle da dor pós-cirúrgica também possui importantes efeitos na função

respiratória do paciente. Observa-se que a anestesia peridural contínua melhora

sobremaneira a função pulmonar. Outros tipos de técnicas anestésicas, como a

administração sistêmica ou epidural de opióides, bloqueio de nervos intercostais não

apresentaram, entretanto, resultados comparativamente efetivos neste quesito

(BALLANTYNE et al., 1998).

A anestesia epidural contínua mostrou-se ainda favorável à redução de eventos

tromboembólicos em pós-operatório de cirurgias de joelho, quadril, próstata e vascular,

por interferir positivamente nos três pilares da tríade de Virchow. Constitui ainda, fator

cardioprotetor por reduzir a ativação do sistema nervoso simpático decorrente do trauma

5

cirúrgico e da dor. Desta maneira, previne o aumento da demanda cardíaca no pós-

operatório como taquicardia, arritmias e infarto agudo do miocárdio (LIU;

CARPENTER; NEAL, 1995; KEHLET, 1998 b).

A aplicação de anestésicos locais apresenta, ainda, outras vertentes a serem

consideradas. Ensaios clínicos analisaram os efeitos sobre a dor no pós-operatório

decorrente da utilização de anestesia local pré-incisional das feridas operatórias. Os

grupos que receberam tais fármacos antes da incisão cirúrgica demonstraram redução

importante nos escores do dor no período pós-operatório quando comparados com os

grupos placebo. Também foi avaliado o uso de anestésicos locais no espaço

intraperitoneal em cirurgias de colecistecomia vídeo laparoscópica. Foi demonstrado

melhoria da analgesia durante o período pós-cirúrgico. (CHUNDRIGAR et al., 1993;

BISGAARD et al., 1999)

Outras técnicas analgésicas foram sucessivamente avaliadas com relação à sua

eficácia no controle analgésico dos pacientes após procedimentos cirúrgicos. De acordo

com Kehlet et al. (1996), a utilização de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)

demonstrou, pouco ou nenhum papel na inibição da reação catabólica, na resposta

imunológica e na economia proteica. Em contrapartida, o uso de AINEs reduziu a dor e

a necessidade de opióides em 20 - 30%, contribuindo de forma indireta, para a

diminuição dos efeitos adversos associados a estes. Uma meta-análise realizada em

2005 por Elia et al. também evidenciou significativa redução da necessidade de opióides

quando anti-inflamatórios não esteroidais eram utilizados na analgesia pós-operatória.

A utilização de opióides por via sistêmica em doses convencionais de analgesia

também mostrou-se pouco efetiva na redução da resposta metabólica ao trauma

cirúrgico no pós- operatório. Porém, foi evidenciado que altas dosagens de opióides

durante a anestesia operatória poderiam estar associadas a uma redução da resposta ao

estresse intra- operatório, mas não do período pós- operatório (KEHLET, 1998 b; 1999

c).

Em concordância com Kehlet (1998 b), a despeito do controle limitado à

resposta endócrino-metabólica proporcionado por tais analgésicos quando analisados

isoladamente, destaca-se a importância central da aplicação de eficaz analgesia pelos

6

seus demais benefícios à recuperação pós-cirúrgica. Neste sentido faz-se mister ainda

destacar a importância de aplicação das técnicas multímodas de analgesia.

A eficácia de dose única de dipirona em dor pós-operatória foi avaliada em 15

estudos, sendo que foi comparada a placebo (oito ensaios) e outros analgésicos (sete

ensaios). Sua eficácia mostrou-se semelhante a 400 mg de ibuprofeno, 600-650 mg de

ácido acetilsalicílico e 500-1000 mg de paracetamol no tratamento de dor pós-

operatória de moderada a intensa. Os efeitos adversos mais frequentemente encontrados

foram sonolência, desconforto gástrico e náuseas (EDWARDS et al., 2005).

O balanço entre eficácia e risco do uso de dipirona vem sendo discutido há

vários anos (LAPORTE, 1987). Agranulocitose é um evento idiossincrásico raro, porém

grave. Sua incidência é variável e a taxa de fatalidade oscila entre 6-10%, o que

motivou a retirada do fármaco de muitos países (HAMERSCHLAK; CAVALCANTI,

2005). A variabilidade geográfica, com taxas de risco entre 0,8 e 23,7, pode ser

parcialmente explicada por diferenças em padrões de uso, doses, duração de tratamento

e uso concomitante de outros fármacos (IBANEZ et al., 2005).

Um estudo retrospectivo realizado em 2004 avaliou a exposição aguda à

dipirona por período de três anos. Em 243 prontuários analisados, registraram-se 49

eventos adversos em 39 (16%) pacientes. Em 57% deles ocorreram manifestações

gastrintestinais leves, mesmo nos que ingeriram altas doses com intenção suicida.

Agranulocitose não ocorreu em nenhum paciente. (BENTUR; COHEN, 2004).

Tanto os AINEs quanto os anti-inflamatórios não esteroidais seletivos COX-2

(Coxibes) foram significativamente melhores na analgesia pós- operatória que o uso

isolado de paracetamol, além de reduzirem a necessidade de opióides nesse período.

Entretanto, uma revisão sistemática apontou que a utilização combinada de AINEs e

paracetamol mostrou efeito analgésico sinérgico eficaz no controle da dor pós-

operatória. (ELIA; LYSAKOWSKI; TRAMER, 2005; ONG et al., 2010).

Os Coxibes também reduziram satisfatoriamente a dor pós- operatória, além de

melhor a satisfação dos pacientes após o ato cirúrgico (GAN et al., 2004). De acordo

com White et al. (2007), além de reduzir a necessidade de opióides no período pós-

cirúrgico, o celecoxibe também facilitou o retorno às atividades cotidianas dos

pacientes.

7

Em 2001, Gimbel et al. comparou a analgesia pós-operatória oferecida pelo

celecoxibe (Grupo teste) à associação entre acetomifeno e hidrocodone (Grupo

controle). 20% dos pacientes do grupo controle necessitaram de analgesia de resgate

pós-operatória, enquanto apenas 12% dos pacientes que receberam celecoxibe

necessitaram de medicação de resgate.

Sun et al. (2008) confrontou a terapia analgésica com Celecoxibe iniciada no

pré-operatória àquela introduzida no pós-operatório imediato de grandes procedimentos

de cirurgia plástica. Um grupo teste recebeu analgesia com o esquema de 400 mg

celecoxibe no dia da cirurgia e outro grupo (controle) recebeu 200 mg de celecoxibe nos

três primeiros dias do pós-operatório. Os dois grupos apresentaram efeitos de analgesia

comparativamente similares e ambos forma efetivos. A recuperação pós- cirúrgica

também foi equivalente entre os dois grupos.

Chang et al. (2002) estudou a comparação entre uma única dose de 50 mg de

rofecoxibe, à três doses de 50 mg de diclofenaco com revestimento entérico e placebo

no primeiro dia pós-operatório de cirurgia bucal com dor moderada à intensa. O

rofecoxibe apresentou melhores resultados analgésicos em comparação ao grupo do

diclofenaco e o grupo placebo.

Estudo prospectivo duplo-cego realizado em 2007 confrontou os efeitos

analgésicos no período pós-operatório do celecoxibe, ibuprofeno e placebo. Comparado

com o placebo, tanto o grupo celecoxibe quanto o do ibuprofeno mostraram uma

redução importante na necessidade de analgesia de resgate no período pós-operatório.

Ambos o celecoxibe e o ibuprofeno também demonstraram uma boa qualidade nos

escores de recuperação e satisfação do paciente em relação ao manejo da dor pós-

operatória, no entanto nenhuma diferença estatisticamente significativa foi observada

entre o celecoxib e o ibuprofeno entre si. (WHITE et al., 2007).

Sandhu et al. (2011) também demonstrou resultados satisfatório no controle de

dor pós-operatória em estudo realizado com utilização de etoricoxibe. Houve redução na

necessidade de analgesia de resgate e uma queda importante na pontuação da escala

analógica visual da dor no período pós-operatório de colecistecomia laparoscopica

quando 120 mg de etoricoxibe foi administrado antes do procedimento cirúrgico. Este

fármaco mostrou, entretanto, eficácia semelhante aos de outros Coxibes.

8

Mentes et al. (2008) analisou o efeito do uso de sulfato de magnésio intra-

operatório na analgesia dos pacientes no período pós-operatório. Quando comparado ao

grupo placebo, o grupo teste demonstrou uma redução significativa nos escores da dor

após o ato cirúrgico.

Com relação à clonidina, é um fármaco que atua como adjuvante das técnicas

neuroaxiais, aumentando de maneira dose-dependente a duração dos bloqueios sensitivo

e motor, por um mecanismo que afeta principalmente os receptores adrenérgicos

sinápticos (ROCHETTE et al., 2004; DUMA et al., 2005) e tem propriedades

antinociceptivas. Em analgesia pós-operatória, pode ser usada como fármaco adjuvante

tanto para opióides sistêmicos como espinhais (SCHECHTMANN et al., 2004; WU et

al., 2004). Em 2003, Yu et al. comparou o uso de 150 mcg via oral de clonidina antes da

indução anestésica com o placebo. Observou- se redução significativa da dor no 1º dia

pós-operatório.

A pregabalina é um fármaco análogo do ácido gama- amionobutírico (GABA),

que é o principal neurotransmissor com função inibitória do sistema nervoso central

(SNC). Atua através da inibição em nível de SNC de neurotransmissores excitatórios

como noradrenalina, substância P e o glutamato, neste aspecto, age como

neuromodulador. Este fármaco é normalmente empregado no tratamento de dor crônica

(STAHL, 2004). Um ensaio clínico randomizado evidenciou uma queda significativa na

dor aguda pós- operatória com o uso de pregabalina quando comparado ao grupo

controle com placebo. (AGARWAL et al., 2008).

Os constantes avanços das técnicas de analgesia e a expansão lenta, porém

gradativa da aplicação dos instrumentos de quantificação da dor, enfatizam a

importância e o interesse crescente que as ciências médicas têm dedicado a esta

temática. Entretanto, em contraste com esta tendência global, ainda percebe-se que a

aplicação de analgesia adequada e altamente eficaz continua sendo um desafio entre as

especialidades cirúrgicas.A grande maioria dos pacientes cirúrgicos ainda sentem muita

dor (KEHLET, 1997 a; DOLIN; CASHMAN; BLAND, 2002).

Importantes barreiras ainda justificando condutas analgésicas inadequadas.

Neste contexto destacam-se: a crença de que a dor pós-operatória é consequência

normal da cirurgia; o temor de que a analgesia mascare sinais de um evento adverso; a

9

tendência a subestimar a variabilidade na percepção da dor pelos indivíduos; a ausência

de reavaliações frequentes da dor; o desconhecimento das técnicas de analgesia e da

farmacologia dos analgésicos; o acesso restrito e mistificação acerca do uso dos

opióides; a inadequada orientação ao paciente e o receio do mesmo em solicitar a

analgesia; o déficit de recursos financeiros e a dificuldade de acesso ao cuidado

multidisciplinar (KEHLET, 1997 a; GORDON et al., 2005; FLETCHER et al., 2008).

Estas barreiras devem ser progressivamente transpostas no intuito de melhorar

a qualidade da assistência hospitalar à saúde (SENER et al., 2008).

A dor deve, portanto, ser entendida em sua globalidade e sua ocorrência no

período pós- operatório expandida de uma visão meramente fisiopatológica. Seu

controle evoca questões técnicas, éticas, econômicas e sociais. Melhor analgesia evita

sofrimento desnecessário, proporciona maior satisfação do doente com relação ao

atendimento e reduz os custos relacionados a possíveis complicações que determinam

maiores períodos de internação e por consequência, aumento da morbidade e

mortalidade (PIMENTA et al., 2001).

10

2. Referências

ABBOTT, F. V.; GRAY-DONALD, K.; SEWITCH, M. J. et al. The prevalence of pain

in hospitalized and resolution over six months. Pain, v. 50, p. 15- 28, 1992.

AGARWAL, A.; GAUTAM, S.; GUPTA, D. et al. Evaluation of a single preoperative

dose of pregabalin for attenuation of postoperative pain after laparoscopic

cholecystectomy. British Journal of Anaesthesia, v. 101, n. 5, p. 700-704, 2008.

ASHBURN, M. A. Future challenges in anesthesia- based acute postoperative pain

management. ASA Refresher Courses in Anesthesiology, v. 27, p. 1-12, 1999.

BALLANTYNE, J. C.; CAR, D. B.; deFERRANTI, S. et al. The comparative effects of

postoperative analgesic therapies on pulmonary outcome: cumulative meta-analyses of

randomized, controlled trials. Anesthesia and Analgesia, v. 86, n. 3, p. 598-612, 1998.

BENTUR, Y.; COHEN, O. Dipyrone Overdose. Clinical Toxicology, v. 42, n. 3, p.

261-265, 2004.

BISGAARD, T.; KLARSKOV, B.; KRISTIANSEN, V. B. et al. Multi-regional local

anesthetic infiltration during laparoscopic cholecystectomy in patients receiving

prophylactic multi-modal analgesia: a randomized, double-blinded, placebo-controlled

study. Anesthesia and Analgesia, v. 89, n. 4, p. 1017-1017, 1999.

BUVANENDRAN, A.; KROIN, J. S. Multimodal analgesia for controlling acute

postoperative pain. Current Opinion in Anesthesiology, v. 22, n. 5, p. 588-593, 2009.

CHANG, D. J.; DESJARDINS, P. J.; CHEN, E. et al. Comparison of the analgesic

efficacy of rofecoxib and enteric-coated diclofenac sodium in the treatment of

postoperative dental pain: a randomized, placebo-controlled clinical trial. Clinical

Therapeutics, v. 24, n. 4, p. 490-503, 2002.

CHUNDRIGAR, T.; HEDGES, A. R.; MORRIS, R. et al. Intraperitoneal bupivacaine

for effective pain relief after laparoscopic cholecystectomy. Annals of the Royal

College of Surgeons of England, v. 75, n. 6, p. 437, 1993.

11

DOLIN, S. J.; CASHMAN, J. N.; BLAND, J. M. Effectiveness of acute postoperative

pain management: I. Evidence from published data. British Journal of Anaesthesia, v.

89, n. 3, p. 409-423, 2002.

DONOVAN, M.; DILLON, P.; MCGUIRE, L. Incidence and characteristics of pain in a

sample of medical- surgical inpatients. Pain, v. 30, n. 1, p. 69-78, 1987.

DUMA, A.; URBANEK, B.; SITZWOHL, C. et al. Clonidine as an adjuvant to local

anaesthetic axillary brachial plexus block: a randomized, controlled study. British

Journal of Anaesthesia, v. 94, n. 1, p. 112-116, 2005.

EDWARDS, J. E., MESEQUER, F.; FAURA, C. C. et al. Single dose dipyrone for

acute postoperative pain. The Cochrane Database of Systematic Reviews, 2005.

ELIA, N.; LYSAKOWSKI, C.; TRAMER, M. R. Does multimodal analgesia with

acetaminophen, nonsteroidal antiinflammatory drugs, or selective cyclooxygenase-2

inhibitors and patient- controlled analgesia morphine offer advantages over morphine

alone?: meta-analyses of randomized trials. Anesthesiology, v. 103, n. 6, p. 1296-1304,

2005.

FLETCHER, D.; FERMANIAN, C.; MARDAYE, A. et al. A patient-based national

survey on postoperative pain management in France reveals significant achievements

and persistent challenges. Pain, v. 137, n. 2, p. 441-51, 2008.

GIMBEL, J. S.; BRUGGER, A.; ZHAL, W. et al. Efficacy and tolerability of celecoxib

versus hydrocodone/acetaminophen in the treatment of pain after ambulatory orthopedic

surgery in adults. Clinical Therapeutics, v. 23, n. 2, p. 228-241, 2001.

GORDON, D. B.; DAHL, J. L.; MIASKOWSKY, C. et al. American pain society

recommendations for improving the quality of acute and cancer pain management:

American Pain Society Quality of Care Task Force. Archives of Internal Medicine, v.

165, n. 14, p. 1574-1580, 2005.

GAN, T. J.; JOSHI, G. P.; ZHAO, S. Z. et al. Presurgical intravenous parecoxib sodium

and follow-up oral valdecoxib for pain management after laparoscopic cholecystectomy

surgery reduces opioid requirements and opioid-related adverse effects. Acta

Anaesthesiologica Scandinavica, v. 48, n. 9, p. 1194-1207, 2004.

12

GIFT, A. G. Visual analogue scales: measurement of subjective phenomena. Nursing

Research, v. 38, n. 5, p. 286-288, 1989.

GOZZANI, J. L. Analgesia Pós- Operatória. In: MANICA, J. Anestesiologia:

princípios e técnicas. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1997. p. 763-769.

HAMERSCHLAK, N.; CAVALCANTI, A. B. Neutropenia, agranulocytosis and

dipyrone. São Paulo Medical Journal, v. 123, n. 5, p. 247-249, 2005.

IBÁÑEZ, L.; VIDAL, X.; BALLARÍN, E. et al. Agranulocytosis associated with

dipyrone (metamizol). European Journal of Clinical Pharmacology, v. 60, n. 11, p.

821-829, 2005.

JENSEN, M. P.; KAROLY, P.; BRAVER, S. The measurement of clinical pain

intensity: a comparison of six methods. Pain, v. 27, p. 117-126, 1986.

JENSEN, M. P.; TURNER, J. A.; ROMANO, J. M. What is the maximum number of

levels needed in pain intensity measurement? Pain, v. 58, p. 387- 392, 1994.

JOINT COMMISSION ON ACCREDITATION OF HEALTHCARE

ORGANIZATION. Comprehensive Accreditation Manual for Hospitals: the official

handbook. Oakbrook: Joint Commission Resources , 2008.

KEHLET, H.; DAHL, J. B. The value of “multimodal” or “balanced analgesia” in

postoperative pain treatment. Anesthesia and Analgesia, v. 77, n. 5, p. 1048-1056,

1993.

KEHLET, H. Postoperative pain relief- what is the issue?. British Journal of

Anaesthesia, v. 72, n. 4, p. 375-378, 1994.

KEHLET, H.; RUNG, G. W.; CALLESEN, T. Postoperative opioid analgesia: time for

a reconsideration?. Journal of Clinical Anesthesia, v. 8, n. 6, p. 441-445, 1996.

KEHLET, H. Multimodal approach to control postoperative pathophysiology and

rehabilitation. British Journal of Anaesthesia, v. 78, n. 5, p. 606-617, 1997a.

KEHLET, H. Modification of responses to surgery by neural blockade: clinical

implications. In: COUSINS, M. J. (Ed.); BRIDENBAUGH, P. O. (Ed.). Neural

Blockad, 3th ed. Philadelphia: Lippincott-Raven, 1998b; p. 129-75.

13

KEHLET, H. Acute pain control and accelerated postoperative surgical

recovery. Surgical Clinics of North America, v. 79, n. 2, p. 431-443, 1999c.

KELLY, D. J.; AHMAD, M.; BRULL, S. J. Preemptive analgesia I: physiological

pathways and pharmacological modalities. Canadian Journal of Anaesthesia, v. 48, n.

10, p. 1000-1010, 2001.

KREMER, E.; ATKISON, J. H.; IGNELZI, R. J. Measurement of pain: patient

preference does not confound pain measurement. Pain, v.10, p.241- 248, 1981.

KSIAZEK, J.; GAWORSKA-KRZEMINSKA, A.; WALENSKA, G. et al. The problem

of pain evaluation in the process of nursing care in thoracosurgical patients and in

general surgery. Roczniki Akademii Medycznej w Białymstoku, v. 50, p. 199, 2005.

LAPORTE, J. R. Agranulocitosis y anemia aplásica inducidas por fármacos. Medicina

Clínica, Barcelona, v. 88, p. 555-558, 1987.

LIU, S.; CARPENTER, R. L.; NEAL, J. M. Epidural anesthesia and analgesia: their

role in postoperative outcome. Anesthesiology, v. 82, n. 6, p. 1474-1506, 1995.

LUBENOW, T. R.; IVANKOVICH, A. D.; MCCARTHY, R. J. Management of acute

postoperative pain. In: BARASH, P. G.; CULLEN, B. F.; STOELTING, R. K. Clinical

Anesthesia, 2nd ed. Philadelphia: Lippincott, 1992. p. 1547-1577.

MEISSNER, W.; MESCHA, S., ROTHAUG, J. et al. Quality improvement in

postoperative pain management: results from the QUIPS project. Deutsches Arzteblatt

International, v. 105, n. 50, p. 865-870, 2008.

MENTES, O.; HARLAK, A.; YIGIT, T. et al. Effect of intraoperative magnesium

sulphate infusion on pain relief after laparoscopic cholecystectomy. Acta

Anaesthesiologica Scandinavica, v. 52, n. 10, p. 1353-1359, 2008.

MERSKEY, H.; BOGDUK, N. Classification of chronic pain: IASP Task Force on

Taxonomy, 2nd ed, Seattle: IASP Press, 1994. p. 29-214.

ONG, C. K., SEYMOUR, R. A.; LIRK, P. et al. Combining paracetamol

(acetaminophen) with nonsteroidal antiinflammatory drugs: a qualitative systematic

review of analgesic efficacy for acute postoperative pain. Anesthesia and Analgesia, v.

110, n. 4, p. 1170-1179, 2010.

14

PEREIRA, L. V.; SOUSA, F. A. E. F. Mensuração e avaliação da dor pós-operatória:

uma breve revisão. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 6, n. 3, p. 77-84,

1998.

PIMENTA, C. A. M.; SANTOS, E. M. M.; CHAVES, L. D. et al. Controle da dor no

pós-operatório. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 35, n. 2, p. 180-183,

2001.

ROCHETTE, A.; RAUX, O.; TRONCIN, R. et al. Clonidine prolongs spinal anesthesia

in newborns: a prospective dose-ranging study. Anesthesia and Analgesia, v. 98, n. 1,

p. 56-59, 2004.

SANDHU, T.; PAIBOONWORACHAT, S.; KO-IAM, W. Effects of preemptive

analgesia in laparoscopic cholecystectomy: a double-blind randomized controlled

trial. Surgical Endoscopy, v. 25, n. 1, p. 23-27, 2011.

SCHECHTMANN, G.; WALLIN, J.; MEYERSON, B. A. et al. Intrathecal clonidine

potentiates suppression of tactile hypersensitivity by spinal cord stimulation in a model

of neuropathy. Anesthesia and Analgesia, v. 99, n. 1, p. 135-139, 2004.

SCOTT, P. J.; ANSELL, B. M.; HUSKISSON, E. C. Measurement of pain in juvenile

chronic polyarthritis. Annals of the Rheumatic Diseases, v. 36, n. 2, p. 186-187, 1977.

SENER, M.; YIKMAZER, C.; YILMAZ, I. et al. Efficacy of lornoxicam for acute

postoperative pain relief after septoplasty: a comparison with diclofenac, ketoprofen,

and dipyrone. Journal of Clinical Anesthesia, v. 20, n. 2, p. 103, 2008.

STAHL, S. M. Mechanism of action of α2δ ligands: voltage sensitive calcium channel

(VSCC) modulators. The Journal of Clinical Psychiatry, v. 65, n. 8, p. 1033-1034,

2004.

STROHBUECKER, B.; MAYER, H.; EVERS, G. C. et al. Pain prevalence in

hospitalized patients in a German university teaching hospital. Journal of Pain and

Symptom Management, v. 29, n. 5, p. 498-506, 2005.

SUN, T.; SACAN, O.; WHITE, P. F. et al. Perioperative versus postoperative celecoxib

on patient outcomes after major plastic surgery procedures. Anesthesia and Analgesia,

v. 106, n. 3, p. 950-958, 2008.

15

VALLANO, A.; MALOUF, J.; PAYRULET, P. et al. Analgesic use and pain in the

hospital settings. European Journal of Clinical Pharmacology, v. 63, n. 6, p. 619-

626, 2007.

WHITE, P. F.; SACAN, O.; TUFANOGULLARI, B. et al. Effect of short-term

postoperative celecoxib administration on patient outcome after outpatient laparoscopic

surgery. Canadian Journal of Anesthesia, v. 54, n. 5, p. 342-348, 2007.

WU, C. T.; JAO, S. W.; BOREL, C. O. et al. The effect of epidural clonidine on

perioperative cytokine response, postoperative pain, and bowel function in patients

undergoing colorectal surgery. Anesthesia and Analgesia, v. 99, n. 2, p. 502-509,

2004.

YU, H. P.; HSEU, S. S.; YIEN, H. W. et al. Oral clonidine premedication preserves

heart rate variability for patients undergoing larparoscopic cholecystectomy. Acta

Anaesthesiologica Scandinavica, v. 47, n. 2, p. 185-190, 2003.

ZALON, M. L. Nurses’ assessment of postoperative patients’ pain. Pain, v. 54, n. 3, p.

329-334, 1993.

16

3. Normas para Publicação

3.1. Forma e Preparação de manuscritos

Os artigos para publicação deverão ser encaminhados com exclusividade

à Revista Brasileira de Anestesiologia. Não serão aceitos artigos já publicados em

outros periódicos.

A Revista Brasileira de Anestesiologia classifica os artigos nas seguintes

categorias:

a) Artigos Científicos: Novas informações de pesquisa clínica ou experimental.

b) Revisões: Artigos de síntese, de assuntos bem estabelecidos, com análise crítica das

referências bibliográficas consultadas e conclusões, revisões sistemáticas.

c) Informações Clínicas: Relatos de casos clínicos, apresentação de novas técnicas,

métodos e equipamentos.

d) Artigos Diversos: Aqueles que não se enquadram nas categorias acima, de interesse

para a Anestesiologia.

e) Artigos Especiais: Revisões de assuntos de interesse da especialidade.

f) Cartas ao Editor: Críticas à matéria publicada, de maneira construtiva, objetiva e

educativa. As discussões de assuntos específicos da Anestesiologia serão publicadas a

critério do Editor.

g) Editoriais.

3.2. Aprovação para Publicação

Todos os artigos propostos à publicação serão previamente submetidos à

apreciação de dois ou mais membros do Conselho Editorial ou outros Consultores

Especializados no assunto. Quando aceitos, estarão sujeitos a pequenas correções ou

modificações que não alterem o estilo do autor. Eventuais modificações na forma, estilo

17

ou interpretação só ocorrerão após prévia consulta. Quando recusados, os artigos serão

devolvidos com a justificativa do Editor-Chefe.

OBS: Para aprovação final do artigo o autor e os co- autores deverão assinar Termo de

Cessão dos Direitos Autorais à Sociedade Brasileira de Anestesiologia e à Elsevier

Editora Ltda., cujo teor será enviado pelo Editor- Chefe.

3.3. Correção Final

Os artigos para publicação serão encaminhados ao autor para as correções

cabíveis e devolução no menor prazo possível. Se houver atraso na devolução da prova,

o Editor- Chefe reserva- se o direito de publicar, independentemente da correção final.

Será enviado ao autor cujo endereço eletrônico foi indicado para

correspondência, ficando o mesmo responsável pela apreciação final da matéria, estando

os demais de acordo com a publicação da mesma.

3.4.Formas de Apresentação dos Trabalhos

a) Título: O título do artigo deve ser curto, claro e conciso para facilitar sua

classificação. Quando necessário, pode ser usado um subtítulo.

b) Autor(es): O(s) nome(s) completo(s) do(s) autor(es) e seus títulos e filiações à

Sociedade ou Instituições. Nomes de outros colaboradores podem ser citados no final,

em agradecimentos. Indicar o local onde se realizou o estudo.

c) Resumo Estruturado

Para Artigos Científicos destacar: Justificativa e Objetivos, Método, Resultados e

Conclusões.

Para Informações Clínicas destacar: Justificativa e Objetivos, Relato do Caso e

Conclusões.

Para Artigos de Revisão destacar: Justificativa e Objetivos, Conteúdo e Conclusões.

18

Para todos os artigos, indicar os Unitermos para a classificação bibliográfica,

segundo Greene NM – Key Words in Anesthesiology, 3rd Ed, New York, Elsevier ou

mais recente.

d) Texto: Iniciar o texto, sem indicar o(s) autor(es) nem local onde foi realizado. Os

artigos científicos devem apresentar os seguintes capítulos: Introdução, Método,

Resultados, Discussão, Resumo e Referências.

e) Referências: O artigo deve conter apenas as referências consultadas, numeradas

conforme a entrada no texto. As outras citações de autores já enumerados deverão

indicar exclusivamente o numeral de referência. Evitar a citação do nome do autor em

destaque. Não se recomenda a citação de trabalho não publicado ou apresentado em

Eventos Médicos. Referências com mais de cinco anos, de livros texto e resumo de

congressos, devem limitar-se às que são fundamentais. Incluir referências acessíveis aos

leitores. Quando a citação for de artigo já aceito para publicação, incluir "em processo

de publicação", indicando a revista e o ano. Comunicações pessoais não são aceitas.

Utilize o seguinte modelo:

Revistas: Nome(s) do(s) autor(e, inicial(is) do(s) pré- nome(s) – título do

trabalho. Titulo da revista (abreviado de acordo com o Index Medicus), ano da

publicação; volume: número da primeira e última páginas.

Pereira E, Vieira ZEG – Visita pré- anestésica, responsabilidade intransferível do

anestesiologista. Ver Bras Anestesiol, 1977;27:337-353

Livros: Nome(s) do(s) Editor(es), inicial(is) do(s) pré-nome(s) - título do livro

(iniciais com letra maiúscula), volume e edição, cidade onde o livro foi editado, Editora,

ano de publicação e número(s) da(s) página(s) da citação.

Rigatto M - Fisiopatologia da Circulação Pulmonar, 1ª Ed, São Paulo, Fundo Editorial

Procienx, 1973;53-55.

Capitulos: Nome(s) do(s) autor(es), inicial(is) do(s) pré-nome(s) – título do

capítulo. Em: nome(s) do(s) editor(es), inicial(is) do(s) pré-nome(s) – Título do livro

(iniciais com letra maiúscula), volume e edição, cidade onde foi editado, Editora, ano da

publicação e página(s) da citação.

19

Coelho A - Anatomia do Sistema Específico de Condução, em: Germiniani H -

Diagnóstico e Terapêutica das Arritmias Cardíacas. São Paulo, Fundo Editorial

Procienx, 1972;3-10.

Nota: Não se deve colocar pontuação nos nomes ou abreviaturas dos

periódicos citados. Quando houver menos de três autores, cite-os todos e quando houver

mais de três, cite somente os três primeiros, seguidos de "et al.".

Ilustrações: Enumerar ilustrações de acordo com a ordem de entrada no texto.

Enumerar figuras em algarismos arábicos. Enumerar quadros e tabelas em algarismos

romanos. Indicar, no texto, o local preferencial de entrada de cada ilustração (Entra

Figura x, por exemplo). Usar fotos em branco e preto. O mesmo resultado não deve ser

expresso por mais de uma ilustração.

Uso de Recursos Digitais: Texto em formato DOC (padrão Winword); figuras

em barras ou linhas XLS (padrão Excel); e fotos e figuras, com resolução mínima de

300 dpi, em formato JPG. Não inserir títulos e legendas nas ilustrações. Não inserir

ilustrações no corpo do texto. Cada ilustração deve ter arquivo individual. O nome dos

arquivos deve expressar o tipo e a numeração da ilustração (Figura 1, Tabela II, por

exemplo). Títulos e legendas das ilustrações, devidamente numerados, devem estar no

arquivo de texto. Cópias ou reproduções de outras publicações serão permitidas apenas

mediante a anexação de autorização expressa da Editora ou do Autor do artigo de

origem.

Abreviaturas: As abreviaturas não são recomendáveis, exceto as reconhecidas

pelo Sistema Internacional de Pesos e Medidas, ou aquelas consignadas e consagradas

nas publicações médicas. Quando as abreviaturas forem em grande número e relevantes

utilizar suas definições (Glossário), em nota à parte.

Abreviaturas de termos consagrados pela Medicina deverão seguir as normas

internacionais tradicionalmente em uso, de acordo com as abreviaturas padrões

aprovadas pelo documento de Montreal, publicado no British Medical Journal,

1979;1:532-535.

20

Nomes de Fármacos: Não é recomendável a utilização de nomes comerciais de

fármacos (marca registrada), mas quando a utilização for imperativa, o nome do produto

deverá vir após o nome genérico, entre parênteses, em minúscula, seguido do símbolo

que caracteriza marca registrada, em sobrescrito (®).

3.5. Considerações Éticas e Legais

De acordo com Exigências para Manuscritos Submetidos a Revistas da área

Biomédica (Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas - Fevereiro de 2006):

3.6. Conflito de Interesses

O conflito de interesses existe quando um autor (ou a instituição do autor),

revisor, ou editor tem relações de financiamento ou pessoais que influenciem de forma

negativa (viés) suas ações. Essas relações variam desde aquelas com potencial mínimo

até as de grande potencial de influência sobre o julgamento, e nem todas as relações

representam conflito de interesses verdadeiro. O potencial para conflito de interesses

pode existir se um indivíduo acredita ou não que suas relações afetam ou podem

influenciar negativamente a credibilidade da revista, dos autores, ou da própria ciência.

Entretanto conflitos podem ocorrer por outras razões, como relações pessoais,

competição acadêmica e intelectual.

3.7. Consentimento Livre e Esclarecido

Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser infringida sem

consentimento livre e esclarecido. A identificação de informação, incluindo iniciais dos

nomes dos pacientes, número de registro do hospital, não deve ser publicada através de

descrições no texto, fotografias ou qualquer outra modalidade, a menos que ela seja

essencial para os propósitos científicos e o paciente (ou responsável) forneça

consentimento por escrito para publicação. O consentimento livre e esclarecido para

esta finalidade exige que o paciente veja o manuscrito que será publicado. Os autores

devem identificar indivíduos que deram assistência na elaboração do texto e declarar a

origem dos fundos para essa assistência.

Detalhes que facilitem a identificação devem ser omitidos se não forem

essenciais. O anonimato completo é difícil de ser atingido, entretanto consentimento

livre e esclarecido deve ser obtido se existir qualquer dúvida. Por exemplo, mascarar a

21

região dos olhos em fotografia de pacientes é uma proteção inadequada para o

anonimato. Se características de identificação forem alteradas para garantir o

anonimato, os autores devem garantir que essas alterações não provocarão distorção do

significado científico.

Quando o consentimento livre e esclarecido for obtido esta informação deve

constar da publicação.

3.8. Ética

Quando estudos em humanos são publicados, os autores devem indicar se os

procedimentos obedeceram aos padrões éticos do comitê de pesquisa em humanos

(institucional ou nacional) e a Declaração de Helsinki de 1975, revista em 2000. Se

existirem dúvidas quanto a condução de acordo com os padrões da Declaração de

Helsinki, os autores devem explicar o racional para o procedimento e demonstrar que a

comissão institucional responsável aprovou explicitamente os aspectos duvidosos do

estudo. Quando a publicação for relativa à pesquisa com animais os autores devem

indicar se foram obedecidas as normas de cuidados institucionais ou nacionais e o uso

de animais de laboratório foi seguido.

3.9. Registro de Ensaio Clínico

Ensaios clínicos deverão ser registrados de acordo com orientação da OMS no

endereço www.who.int/ictrp/en/. A OMS considera ensaios clínicos inclusive ensaios

preliminares (fase I), qualquer estudo que recrute prospectivamente sujeitos de pesquisa

para serem submetidos a intervenções relacionadas à saúde (fármacos, procedimentos

cirúrgicos, aparelhos, terapias comportamentais, dietas, modificações nos cuidados de

saúde) com finalidade de avaliar os efeitos sobre desfechos clínicos (qualquer variável

biomédica ou relacionada com a saúde, inclusive medidas farmacocinéticas e efeitos

adversos).

A revista tem o direito de não publicar estudos clínicos que não estejam de

acordo com estes e outros padrões éticos determinados por diretrizes internacionais.

22

3.10. Envio de Manuscritos

A análise e a aprovação de um artigo a ser publicado na Revista Brasileira de

Anestesiologia obedecem a seguinte sequência.

a) O autor encaminha o artigo para o Editor Chefe;

- Da carta de encaminhamento devem constar a exlusividade para a Revista Brasileira

de Anestesiologia e a titulação dos autores;

- Nos casos de artigos de pesquisa clínica e experimental deve constar,

obrigatoriamente, a aprovação pela Comissão de Ética da Instituição do local do estudo

b) O Editor Chefe encaminha uma cópia para dois membros do Corpo Editorial para

análise em formulário(s) próprio(s).

- Ao co-editor cabe a verificação da exatidão das referências bibliográficas.

c) Após a análise, o Editor Chefe recebe a matéria de volta e decide pela possível

aprovação ou não.

d) O Editor Chefe encaminha uma cópia ao autor com o resultado da análise, com

sugestões ou correções no texto.

e) O autor devolve ao Editor Chefe uma cópia do artigo em disquete (Word for

Windows) e uma cópia impressa.

f) O artigo é aprovado. Para aprovação final é obrigatória a Cessão de Direitos Autorais

para a SBA.

g) O texto é vertido para a língua inglesa sendo submetido a aprovação por revisores.

h) O artigo é encaminhado para composição gráfica.

i) Antes da publicação o Editor Chefe e o autor recebem uma cópia para eventuais

correções.

23

OBS: Cabe ao Editor Chefe, ouvido os dois membros do Conselho Editorial e

cumpridas as exigências éticas, a aprovação dos artigos a serem publicados.

3.11. Aspectos éticos das publicações

O Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina estabelece regras

rigorosas que dizem respeito aos trabalhos de pesquisas.

Transcrevemos na íntegra os artigos nº 122 ao 130, que determinam aquilo que

é proibido nas pesquisas científicas.

3.12. É vedado ao médico:

Art. 122 - Participar de qualquer tipo de experiência com fins bélicos, políticos, raciais

ou religiosos.

Art. 123 - Realizar pesquisa no ser humano, sem que este tenha dado consentimento por

escrito, após devidamente esclarecido sobre a natureza e conseqüência da pesquisa.

Parágrafo Único - Caso o paciente não tenha condições de dar consentimento, a

pesquisa somente poderá ser realizada em seu próprio benefício após expressa

autorização do seu representante legal.

Art. 124 - Usar experimentalmente qualquer tipo de terapêutica ainda não liberada para

uso no país, sem a devida autorização dos órgãos competentes e sem consentimento do

paciente ou do seu responsável legal, devidamente informado da situação e das

possíveis complicações.

Art. 125 - Promover pesquisas médicas na comunidade sem o conhecimento dessa

comunidade e sem que o objetivo seja a proteção da saúde pública, respeitadas as

características locais.

Art. 126 - Obter vantagens pessoais, ter qualquer interesse comercial ou renunciar à sua

independência profissional em relação a financiadoras da pesquisa médica da qual

participou.

24

Art. 127 - Realizar pesquisas em ser humano sem submeter a protocolo de aprovação e

acompanhamento da comissão isenta de qualquer dependência em relação aos

pesquisados.

Art. 128 - Realizar pesquisas médicas em voluntários sadios ou não que tenham direta

ou indiretamente dependência ou subordinação relativamente ao pesquisador.

Art. 129 - Executar ou participar de pesquisa médica sem que haja necessidade de

suspender ou deixar de usar terapêutica consagrada e, com isso, prejudicar o paciente.

Art. 130 - Realizar experiências em novos tratamentos clínicos ou cirúrgicos em

pacientes com afecção incurável ou terminal sem que haja esperança razoável de

utilidade para o paciente, não lhe impondo sofrimentos adicionais.

Assim sendo, todos os artigos de pesquisa clínica e experimental devem

necessariamente ser submetidos e a provação pela Comissão de Ética Médica da

Instituição onde foi realizado o estudo.

3.13. Anunciantes

Ao longo dos seus 50 anos a Revista Brasileira de Anestesiologia contou com a

colaboração de laboratórios e firmas de equipamentos de anestesia, apenas anunciando

os seus produtos, não havendo interferência dos mesmos, com relação às publicações

científicas.

3.14. Mantenedora

É necessário salientar que a Revista Brasileira de Anestesiologia é gerenciada

pela própria Sociedade Brasileira de Anestesiologia que tem verba e dever estatutário de

editar a revista sem a necessidade de venda de anúncios. Assim sendo, a periodicidade

da revista independe de numerários provenientes dos anunciantes. A proposta

orçamentária da Sociedade prevê despesas com a publicação dos números regulares da

revista, que é paga com parte da anuidade dos sócios.

25

4. Artigo Original

4.1. FOLHA DE ROSTO

Controle da dor no período pós-operatório de herniorrafias em pacientes

internados em um hospital universitário

Iure Carvalho de Souza1, Marco Antônio Prado Nunes

2

1. Acadêmico do sexto ano de Medicina da Universidade Federal de Sergipe – UFS –

Aracaju (SE), Brasil

2. Professor Assistente da Universidade Federal de Sergipe – UFS – Aracaju (SE),

Brasil

Correspondência:

Marco Antônio Prado Nunes

Endereço: Rua Claudio Batista, S/N, Bairro Santo Antônio, Aracaju-SE, 49060-100

Telefone: (79) 99882862

Email: [email protected]

Instituição: Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Conflito de interesses: Nada a declarar

Fonte financiadora: Não houve

26

4.2. RESUMO

SOUZA IC, NUNES MAP - Controle da dor no período pós-operatório de herniorrafias

em pacientes internados em um hospital universitário

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Analgesia pós-operatória inadequada continua

sendo uma situação frequente durante o internamento hospitalar. Este estudo teve como

objetivo a avaliação do controle da dor pós-operatória de pacientes submetidos à

correção cirúrgica de hérnias da parede abdominal internados na enfermaria de cirurgia

geral de um hospital universitário, analisando o comprometimento na qualidade de vida

e correlacionando com fatores sócio-demográficos e clínicos.

MÉTODO: Estudo transversal com avaliação de 46 pacientes internados na enfermaria

de cirurgia geral do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (UFS)

quanto à analgesia pós-operatória. O grupo “Hérnia” foi composto por 23 pacientes em

pós-operatório imediato e o grupo controle, por 23 pacientes internados em pré-

operatório de outras patologias cirúrgicas. A dor foi quantificada com a Escala

Analógica Visual da Dor (EAV) e o Inventário Breve da Dor (IBD) avaliou

interferência da dor na qualidade de vida.

RESULTADOS: A dor esteve presente em 70% dos pacientes do grupo “Hérnia” e

39% do grupo “Controle” (p = 0,127), foi significantemente mais intensa naquele grupo

(p = 0,027). Não impediu as atividades gerais (p = 0,383), como também a habilidade de

caminhar (p = 0,691) e o sono (p = 0,319). Apenas 13,04 % dos pacientes do grupo

“Hérnia” receberam opióides. Apenas 26% dos pacientes relataram que equipe médica

explicou sobre a dor e somente 17% relataram que isso foi realizado pela equipe de

enfermagem.

CONCLUSÕES: A prevalência de dor no grupo “Hérnia” foi elevada e houve maior

intensidade que no grupo controle. A decisão terapêutica não levou em consideração a

utilização da EAV e foi inadequada às necessidades individuais. A prescrição de

opíoides foi inadequada. O manejo analgésico pós-operatório foi considerado

insatisfatório.

Unitermos: Analgesia, Pós-operatório, Herniorrafia

27

4.3. INTRODUÇÃO

No período pós-operatório, a dor afeta não somente o bem estar geral dos

pacientes, como também aumenta o tempo de internamento hospitalar1. A resposta

sistêmica à dor envolve alterações fisiológicas que se expressam através de

manifestações autonômicas, metabólicas, hormonais e psicológicas que podem implicar

em imunossupressão, aumento do trabalho cardíaco, e alteração da mecânica

respiratória. Estas modificações têm por consequência aumento do catabolismo e

alteração do balanço nitrogenado2.

Dessa forma, o adequado tratamento da dor pós-operatória contribui não

somente para a implementação da qualidade de vida, como também modifica a resposta

ao trauma cirúrgico que compromete a funcionalidade orgânica. A magnitude desta

modificação depende, entretanto, da técnica de analgesia utilizada em cada paciente3-6

.

A despeito dos constantes avanços das técnicas de analgesia, o adequado

tratamento da dor pós- operatória continua sendo um desafio entre as especialidades

cirúrgicas7. Deficiência no controle da dor ainda é uma situação frequente nos centros

médicos e hospitais8, 9

e pode ocorrer inclusive em hospitais universitários10

.

Alguns fatores estão relacionados a condutas analgésicas inadequadas: a crença

de que a dor pós-operatória é aceitável e normal; o temor de que a analgesia mascare

sinais de um evento adverso; tendência a subestimar a variabilidade na percepção da dor

pelos indivíduos; ausência de reavaliações frequentes da dor; o desconhecimento das

técnicas de analgesia e farmacologia dos analgésicos; o acesso restrito e mistificação

acerca do uso dos opióides; a inadequada orientação ao paciente e o receio do mesmo

em solicitar a analgesia4, 11, 12

. Por isso o objetivo deste estudo foi avaliar o controle da

dor no período pós-operatório de hérnias da parede abdominal realizado em um Hospital

Universitário.

28

4.4. MÉTODO

Esse estudo teve um desenho transversal. Foi realizado de acordo com a

resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde; declaração de Helsinque e aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE 0347.0.107.000-11. Os

indivíduos foram informados pelos pesquisadores, no momento da entrevista, sobre os

objetivos do estudo, seus potenciais benefícios/danos e tiveram asseguradas

confidencialidade e privacidade das informações. Foi realizado na enfermaria de

Cirurgia Geral do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe no período

de agosto de 2012 a maio de 2013.

Para o cálculo do tamanho da amostra, supôs- se que a variável que contém a

resposta de interesse (Dor de alta intensidade) apresenta uma proporção de 11% em

indivíduos no pós- operatório imediato13

, uma precisão absoluta de 12,5 e um nível de

significância de 5%. Assim o tamanho da amostra calculado foi de 23 indivíduos para

cada grupo do estudo.

Foram incluídos no grupo “Hérnia” pacientes em pós-operatório imediato de

cirurgias para correção de hérnias da parede abdominal - umbilical, inguinal e

epigástrica - internados na enfermaria de Cirurgia Geral do Hospital Universitário da

Universidade Federal de Sergipe. O grupo “Controle” foi composto por pacientes

internados para realização cirurgias eletivas em fase de pré-operatório. Foram excluídos

os indivíduos menores de 18 anos, portadores de neoplasias e pacientes com histórico

de internamento por transtornos psiquiátricos ou déficits cognitivos.

Foram registradas variáveis sociodemográficas (sexo, idade, estado civil, grau

de escolaridade) bem como variáveis clínicas (diagnóstico, tempo de hospitalização,

doenças associadas e tratamento, classificação ASA (American Society of

Anesthesiologists), tipo de cirurgia realizada, anestesia e analgesia trans-operatória). A

coleta foi realizada por meio de entrevistas e consulta aos prontuários médicos.

Foram avaliadas as características da dor (tipo, duração, localização,

intensidade, qualidade, padrão, sintomas associados) e a prescrição analgésica (drogas,

dosagens, vias de administração) foi deduzida a partir dos registros médicos.

29

Para mensurar a dor foi utilizado o Inventário Breve da Dor (IBD) traduzido e

validado para o português do Brasil14

. É um instrumento composto por 15 itens e

subdividido em duas partes: a primeira, avalia a localização e a intensidade da dor em 8

itens. A intensidade da dor é avaliada pelo paciente com referência nas últimas 24 horas

em uma escala numérica de 0 a 10, onde 0 representa ausência de dor e 10 a dor mais

forte. A segunda parte avalia a interferência da dor relacionada à qualidade de vida do

paciente como: comprometimento da atividade geral, sono, humor, habilidade de

caminhar, trabalho, maneira de apreciar a vida e relacionamento com as pessoas. A

interferência da dor também é avaliada através de escala numérica de 0 a 10, onde 0

representa que não há interferência da dor e 10 mostra que a dor interfere

completamente em alguns aspectos da vida das pacientes. A dor foi considerada de alta

intensidade quando maior que sete.

A análise dos dados foi descrita através das frequências absolutas e relativas no

caso das variáveis categóricas e por meio de medidas de tendência central e

variabilidade no caso das variáveis numéricas. As diferenças entre as proporções foram

analisadas por meio do teste Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fischer. Para a

análise das comparações da média de duas amostras independentes, foi utilizado o teste

estatístico de associação t de Student. Assumindo o nível de significância de 0,05.

30

4.5. RESULTADOS

Foram avaliados 46 pacientes que foram distribuídos em dois grupos - Hérnia e

Controle. Estes grupos foram semelhantes de acordo com as características sócio-

demográficas (tabela 1) e clínicas (tabela 2), exceto pelo gênero em que o feminino

(tabela 1) foi mais frequente no grupo controle, embora não tenha sido significativo (p =

0,074) assim como a história de etilismo (tabela 2) que também foi mais frequente no

grupo controle (p = 0,013). As idades médias foram de 43 anos no grupo submetido à

operação para correção das hérnias e 39 anos no grupo controle (p = 0,384).

A duração média dos procedimentos cirúrgicos para correção de hérnias da

parede abdominal foi de 72 (24,79) minutos. O tempo médio de internamento destes

pacientes foi 2,24 (0,59) dias.

Tabela I: Relação das características sócio demográficas entre o grupo de pacientes submetido

à correção cirúrgica de hérnias e o grupo controle.

Hérnia Controle Total Valor p

Sexo

Feminino 10 (43%) 16 (70%) 26 (57%) 0,074*

Masculino 13 (57%) 7 (30%) 20 (43%)

Baixa escolaridade

Não 14 (61%) 10 (43%) 24 (52%) 0,238*

Sim 9 (39%) 13 (57%) 22 (48%)

Casado

Não 10 (43%) 12 (52%) 22 (48%) 0,555*

Sim 13 (57%) 11 (48%) 24 (52%)

Branco

Não 20 (87%) 21 (91%) 41 (89%) 0,636#

Sim 3 (13%) 2 (9%) 5 (11%)

Procedência

Capital 13 (57%) 12 (52%) 24 (52%) 0,556*

Interior 10 (43%) 11 (48%) 19 (41%)

Total Geral 23 (100%) 23 (100%) 46 (100%)

*Teste do Qui-quadrado ou #Exato de Fischer; Significativo para p < 0,05.

31

O diagnóstico cirúrgico quanto ao tipo de hérnia da parede abdominal

compreendeu: epigástrica (2); inguinal (10); umbilical (11). Relataram dor no pós-

operatório dessas hérnias, 70% (16/23) dos pacientes avaliados (tabela 2) e 22% (5/23)

revelaram uma alta intensidade de dor. A analgesia pós- operatória destes pacientes foi

realizada com a utilização isolada de dipirona em 48% dos casos (12/23). A associação

de Dipirona com Cetoprofeno ocorreu em 39% (9/23) dos pacientes e analgésicos

opióides foram 13% (3/23). Como fatores que pioravam a dor, 61% (14/23) relataram

esforços físicos e movimentação e 48% (12/23) relataram o repouso como fator que

melhorava a dor.

Quando questionados a respeito de orientação sobre a ocorrência de dor no

pós- operatório fornecida pela equipe de saúde, apenas 26% dos pacientes (6/23)

relataram que equipe médica explicou sobre a dor e 17% (4/23) relataram que isso foi

realizado pela equipe de enfermagem. As doenças associadas nesses pacientes foram

infrequentes, porém dois pacientes relataram hipertensão arterial sistêmica e um asma.

Tabela II: Relação das características clínicas entre o grupo de pacientes submetidos a

operação para correção de hérnias e o grupo controle

Hérnia Controle Total Valor p

Doenças associadas

Sim 3 (13%) 6 (26%) 9 (20%) 0,265#

Não 20 (87%) 17 (74%) 37 (80%)

Tabagismo

Não 21 (91%) 19 (83%) 40 (87%) 0,381#

Sim 2 (9%) 4 (17%) 6 (13%)

Etilismo

Não 11 (48%) 19 (83%) 30 (65%) 0,013*

Sim 12 (52%) 4 (17%) 16 (35%)

História anterior de dor

Não 6 (26%) 8 (35%) 14 (30%) 0,522*

Sim 17 (74%) 15 (65%) 32 (70%)

Risco cirúrgico

ASA I 19 (83%) 16 (70%) 35 (76%) 0,300*

ASA II 4 (17%) 7 (30%) 11 (24%)

Dor no 1º dia do pós operatório

Não 7 (30%) 14 (61%) 21 (46%) 0,127*

Sim 16 (70%) 9 (39%) 25 (44%)

Total Geral 23 (100%) 23 (100%) 46 (100%)

*Teste do Qui-quadrado ou #Exato de Fischer; Significativo para p < 0,05.

32

Com relação ao grupo controle, informaram existência de dor durante o

internamento 39% (9/23) dos pacientes (tabela 2) e nenhum relatador dor de alta

intensidade. Os diagnósticos cirúrgicos eletivos que motivaram a internação destes

pacientes foram: acalásia esofágica (1); cirurgias ginecológicas (9); cirurgia para

tireoide (2); cirurgias proctológicas (3); cirurgia de vesícula (3); hérnia epigástrica (3); e

hérnia inguinal (2).

Quando a dor e suas consequências foram comparadas entre os dois grupos

(tabela 3) através da utilização da escala visual analógica, foi observado que foi descrita

como significantemente mais intensa (p = 0,027) no grupo “Hérnia” que no grupo

controle, inclusive era mais intensa no momento da entrevista (p = 0,002). Embora

aparentemente não impedisse as atividades gerais (p = 0,383), como também a

habilidade de caminhar (p = 0,691) e o sono (p = 0,319).

Tabela III: Avaliação da dor no 1º dia do pós operatório da herniorrafia com o grupo controle

através da escala visual analógica

Hérnia Controle

Valor

p

Intensidade da dor 5,19 (2,34) 3,44 (1,33) 0,027

Intensidade mais forte de dor/24h 6,31 (2,39) 4,78 (2,05) 0,107

Intensidade mais fraca de dor/24h 2,00 (2,13) 1,56 (1,51) 0,550

Média de intensidade dor/24h 4,63 (2,19) 3,33 (1,41) 0,087

Intensidade dor atual 4,31 (2,85) 1,11 (1,83) 0,002

Impacto da dor na atividade geral 5,69 (3,65) 4,22 (4,06) 0,383

Impacto da dor no humor 4,06 (3,55) 3,89 (3,92) 0,914

Impacto da dor na habilidade de

caminhar 3,50 (3,78) 2,89 (3,55) 0,691

Impacto da dor no relacionamento 1,88 (2,28) 1,33 (1,94) 0,537

Impacto da dor no sono 2,63 (3,32) 4,44 (4,64) 0,319

Impacto da dor na apreciação da vida 3,06 (3,49) 4,33 (4,56) 0,481

33

4.6. DISCUSSÃO

A alta prevalência (70%) de dor no pós-operatório de hérnias abdominais

detectada neste estudo, inclusive no grupo de pacientes que classificaram como em alta

intensidade (22%) é compatível com a relatada em outras pesquisas13,15

.Mesmo a

frequência de dor no grupo controle que foi formado por pacientes ainda não tinham

sido submetidos ao trauma operatório foi relativamente elevada pois é frequente nas

patologias cirúrgicas e esperado16,17

.

Embora a intensidade média da dor nos pacientes submetidos à cirurgia tenha

sido significativamente maior que nos controles, o impacto sobre a atividade geral, a

habilidade de caminhar, o relacionamento, o sono e a apreciação da vida pelos pacientes

comprometeu igualmente os dois grupos, não havendo diferença estatística entre eles.

A analgesia pós-operatória destes pacientes foi realizada com a utilização

isolada de dipirona em quase a metade dos casos, apesar da recomendação sobre a

abordagem seja multimodal, através da associação de dois ou mais agentes ou técnicas

analgésicas periféricas ou centrais, pois o sinergismo entre os fármacos e as técnicas

analgésicas permite o uso de menores doses, diminuindo seus efeitos colaterais e

aumentando a eficácia18, 19

.

Em apenas 39% observou-se a associação de Dipirona com Cetoprofeno, a

utilização de opióides foi muito baixa e nenhum paciente recebeu anti- inflamatórios

não esteroidais seletivos COX-2 durante o internamento. Pois, embora tenha uma boa

eficácia analgésica20, 21

, tem utilização limitada na instituição devido ao alto custo e por

isto não estando portanto protocolada para utilização nos pacientes internados.

Os pacientes relataram que orientações da equipe médica e de enfermagem

sobre a dor foi infrequente. Isso é preocupante pois orientação a respeito da dor e a

mensuração dos seus níveis com a utilização de instrumentos adequados são estratégias

que garantem a qualidade no seu tratamento e devem abranger a sua monitorização

atenta e reavaliações frequentes dos pacientes após a terapêutica proposta11

. Este dado

reforça a necessidade de melhorar a qualidade da assistência fornecida aos pacientes

internados que em nosso meio ainda é bastante deficiente.

34

A baixa escolaridade dos pacientes pode ter dificultado a aplicação desta escala

visual analógica e pode ter interferido na mensuração da dor nos indivíduos analisados.

Pois a utilização da escala analógica visual (EAV) para mensuração dos níveis de dor é

dependente do poder cognitivo e de abstração dos indivíduos entrevistado22-25

.

Portanto este trabalho demonstra que a dor aguda dos pacientes no primeiro dia

do pós-operatório de hérnias abdominais não foi adequadamente controlada. Isso deve

ser ressaltado pois a dor afeta não somente o bem estar geral dos pacientes, como

também aumenta o tempo de internamento hospitalar e a morbi-mortalidade1.

35

4.7. REFERÊNCIAS

1. Meissner W, Mescha S, Rothaug J et al - Quality improvement in postoperative pain

management: results from the QUIPS project. Dtsch Arztebl Int, 2008; 105: 865-870.

2. Lubenow TR, Ivankovich AD, Mccarthy RJ - Management of acute postoperative

pain, Em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK. Clinical Anesthesia. 2nd ed.

Philadelphia, Lippincott, 1992; 1547-1577.

3. Kehlet, H - Postoperative pain relief-what is the issue? - Br J Anaesth,1994; 72: 375-

378.

4. Kehlet, H - Multimodal approach to control postoperative pathophysiology and

rehabilitation. Br J Anaesth, 1997; 78: 606-617.

5. Kehlet H. Modification of responses to surgery by neural blockade: clinical

implications, Em: Cousins MJ, Bridenbaugh PO - Neural Blockade, 3th ed,

Philadelphia, Lippincott-Raven, 1998; 129-75.

6. Kehlet, H - Acute pain control and accelerated postoperative surgical recovery. Surg

Clin North Am, 1999; 79: 431-443.

7. Sener M, Yilmazer C, Yilmaz I et al - Efficacy of lornoxicam for acute postoperative

pain relief after septoplasty: a comparison with diclofenac, ketoprofen, and dipyrone.

JCA, 2008; 20: 103.

8. Donovan M, Dillon P, Mcguire L - Incidence and characteristics of pain in a sample

of medical-surgical inpatients. Pain, 1987; 30: 69-78.

9. Abbott FV, Gray-Donald K, Sewitch MJ et al - The prevalence of pain in

hospitalized and resolution over six months. Pain, 1992; 50: 15- 28.

10. Strohbuecker B, Mayer H, Evers GC et al - Pain prevalence in hospitalized

patients in a German university teaching hospital. J Pain Symptom Manage, 2005;

29: 498-506.

11. Gordon DB, Dahl JL, Miaskowsky C et al - American pain society

recommendations for improving the quality of acute and cancer pain management:

American Pain Society Quality of Care Task Force. Arch Intern Med, 2005; 165:

1574-1580.

12. Fletcher D, Fermanian C, Mardaye A et al - A patient-based national survey on

postoperative pain management in France reveals significant achievements and

persistent challenges. Pain, 2008; 137: 441-51.

36

13. Dolin SJ, Cashman JN, Bland JM - Effectiveness of acute postoperative pain

management: I. Evidence from published data. Br J Anaesth, 2002; 89: 409-423.

14. Ferreira KA, Teixeira MJ, Mendonza TR et al - Validation of brief pain

inventory to Brazilian patients with pain. Support Care Cancer, 2011; 19: 505-11.

15. Ashburn MA - Future challenges in anesthesia-based acute postoperative pain

management. ASA Refresher Courses in Anesth, 1999; 27: 1-12.

16. Bassanezi BSB, Oliveira Filho AG - Analgesia pós-operatória. Rev Col Bras

Cir, 2006; 33: 116-122.

17. Ribeiro SBF, Pinto JCP, Ribeiro JB et al - Dor nas unidades de internação de um

Hospital Universitário. Rev Bras Anestiol, 2012; 62: 599- 611.

18. Kehlet H, Dahl JB - The value of “multimodal” or “balanced analgesia” in

postoperative pain treatment. Anesth Analg, 1993; 77: 1048-1056.

19. Buvanendran A, Kroin JS - Multimodal analgesia for controlling acute

postoperative pain. Curr Opin Anesth, 2009; 22: 588-593.

20. Gan TJ, Joshi GP, Zhao SZ et al - Presurgical intravenous parecoxib sodium and

follow-up oral valdecoxib for pain management after laparoscopic cholecystectomy

surgery reduces opioid requirements and opioid-related adverse effects. Acta

Anaesthesiol Scand, 2004; 48: 1194-1207.

21. Puura A, Puolakka P, Rorarius M et al – Etoricoxib pre-medication for post-

operative pain after laparoscopic cholecystectomy. Acta Anaesthesiol Scand, 2006;

50: 688-693.

22. Scott PJ, Ansell BM, Huskisson EC - Measurement of pain in juvenile chronic

polyarthritis. Ann Rheu Dis, 1977; 36: 186-187.

23. Kremer E, Atkison, JH, Ignelzi RJ - Measurement of pain: patient preference

does not confound pain measurement. Pain, 1981; 10: 241- 248.

24. Jensem MP, Karoly P, Braver S - The measurement of clinical pain intensity: a

comparison of six methods. Pain, 1986; 27: 117-126.

25. Gift AG - Visual analogue scales: measurement of subjective phenomena. Nurs

Res, 1989; 38: 286-288.

37

5. Anexos

5.1.Anexo 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar da pesquisa “CONTROLE DA DOR

NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO DE HERNIORRAFIAS EM PACIENTES

INTERNADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO”.

A pesquisa terá duração de seis meses, com o término previsto para março de 2012.

Sua participação não é obrigatória e a qualquer momento você pode desistir de

participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o

pesquisador ou com a instituição que forneceu os seus dados.

Os objetivos deste estudo são avaliar o controle da dor em pacientes no período

pós-operatório imediato na enfermaria de clínica cirúrgica do Hospital Universitário de

Aracaju, quantificar a intensidade da dor no pós-operatório, verificar os fatores sócio-

demográficos e clínicos associados e analisar a utilização de analgésicos no controle da dor

nesse período pós-operatório.

Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder às perguntas a serem realizadas

sob a forma de questionário. Você não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras.

Em relação a sua participação na pesquisa, não haverá riscos de qualquer natureza e o benefício

será o de contribuir com o conhecimento científico para a área da Medicina.

Asseguramos sigilo (segredo) sobre sua participação, ou seja, os dados obtidos através

dessa pesquisa não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação.

Você receberá uma cópia deste termo onde constam os contatos dos pesquisadores,

podendo tirar dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento.

______________________________ ________________________________________

Iure Carvalho de Souza Marcos Antônio Prado Nunes (Pesquisador Responsável)

Acadêmico de medicina / UFS Prof. do Departamento de Medicina / UFS

[email protected] / 9990-8382 [email protected]/ 9988-2862

Declaro que entendi os objetivos de minha participação na pesquisa e concordo em participar.

_______________________________________

Sujeito da pesquisa

38

5.2. Anexo 2

FORMULÁRIO PADRONIZADO DE PESQUISA

Identificação do indivíduo: Prontuário:

Nome: _______________________________________________________________________

Sexo: M ( ), F ( ) DN. / / Idade: _____ Naturalidade: ______________________

Escolaridade: Analfabeto ( ), 1ªi ( ), 1ªc ( ), 2ªi ( ), 2ªc ( ), 3ªi ( ), 3ªc ( )

Profissão: ____________, Religião:___________.

Estado Civil: Solteiro ( ), Casado ( ), Outros ( ).

Etnia: Negro ( ), Branco ( ), Mulato ( ), Pardo ( ).

Endereço: ____________________________________________________________________

Cidade__________________ UF____ Telefone________________________

Data de internação: ___/___/___ Diagnóstico Cirúrgico: ____________________

Doenças associados:

HAS ( ), DM ( ), AVC ( ), Cardíacas ( ) ______________Pulmonar ( ) ______________

Câncer ( )______________ Alergias ( ) ______________ Hepática ( ) ______________

Psiquiátricas ( ) ______________ Renal ( ) ______________ Outras ( ) ______________

Tabagista: Sim ( ) Não ( ), Quantidade (Maço-Ano):___________________

Etilismo: Não Bebe ( ), Socialmente ( ), Alcoólatra ( ).

Historia Pregressa de dor? Sim ( ) Não ( )

Frequência: 1x/ semana ( ), 2x/semana ( ), 3x/semana ( ), >3x/semana ( )

Há quanto tempo? < 1 mês ( ), 1-2 meses ( ), > 2 meses ( )

Fez uso de algum analgésico? Sim ( ), Não ( )

Analgésicos Utilizados:

AINH ( ), Dipirona ( ), Paracetamol ( ), Opióide ( ), AINH sel. COX-2 ( ), Outros ( )

Frequência: 1x/ semana ( ), 2x/semana ( ), 3x/semana ( ), >3x/semana ( ).

Há quanto tempo: < 1 mês ( ), 1-2 meses ( ), > 2 meses ( );

Medicação:_____________________________________________________________

Dose:__________________________________________________________________

Variáveis clínicas

História Clínica Pregressa

39

Estado físico ASA: I ( ), II ( ), III ( ), IV ( ), V ( ).

Tipo de cirurgia:___________ Data do procedimento: __/__/__ Tempo de procedimento: ____h

Tipo de Anestesia:

Venosa Total ( ),Venosa + Peridural ( ),Venosa+ Raquianestesia ( ), Peridural c/ Opióide ( ),

Peridural s/ Opióide ( ), Raquianestesia c/ Opióide ( ), Raquianestesia s/ Opióide ( ),

Tipo de Analgesia cirúrgica:

Venosa ( ), Oral ( ), Venosa + Oral ( ), Outros ( )____________________________________

Analgésicos: AINH ( ), Dipirona ( ), Paracetamol ( ), Opióide ( ), AINH sel. COX-2 ( ),

Outros ( ) _______ Prescrição Analgesia:__________________________________________

Analgésicos de Resgate: Sim ( ) Não ( ).

Medicação e Dose utilizadas:_____________________________________________________

Clinica Pós-Cirúrgica:

Náuseas ( ), Vômitos ( ), Depressão Respiratória ( ), Sangramentos ( ), Dispnéia ( )

Sonolência ( ), Alter. Gástrica ( ), Alter. Intestinal ( ), Alt. Urinária ( ), Icterícia ( ). Edema (

), Palpitação ( ), Astenia ( ).

Data da alta: ___/___/___ Tempo de internação: ____ dias.

Avaliação Pré-anestésica e Anestesia

Avaliação pós-operatória

1º DPO 2º DPO 3º DPO

Data

Intensidade da dor (EAV)

Duração da dor

Localização

Fatores que pioram a dor

Fatores que melhoram a dor

Sintomas associados

Necessitou complementar analgesia?

Qual o analgésico complementar?

40

Equipe Médica explicou sobre a dor: Sim ( ) Não ( )

Equipe de Enfermagem explicou sobre a dor: Sim ( ) Não ( )

1º DPO:______________________________________________________________________

2º DPO:______________________________________________________________________

3º DPO:______________________________________________________________________

2. Que tratamentos ou medicações você está recebendo para dor?

3. Nas últimas 24 horas, qual a intensidade de melhora proporcionada pelos tratamentos ou medicações. Circule a percentagem que melhor demonstra o alívio que você obteve. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Sem alívio |----------------------------------------------------------------------------| Alívio completo

4. Circule o número que descreve como, nas últimas 24 horas, a dor interferiu na sua:

Atividade geral 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não interferiu |----------------------------------------------| interferiu completamente

Humor 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não interferiu |----------------------------------------------| interferiu completamente

Habilidade de caminhar 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não interferiu |----------------------------------------------| interferiu completamente

Trabalho 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não interferiu |----------------------------------------------| interferiu completamente

Relacionamento com outras pessoas 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não interferiu |----------------------------------------------| interferiu completamente

Sono 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não interferiu |----------------------------------------------| interferiu completamente

Apreciar a vida 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Não interferiu |----------------------------------------------| interferiu completamente

2. Durante a vida, a maioria das pessoas apresenta dor de vez em quando (cefaléia, dor de dente). Você teve hoje, dor diferente dessas?

1. Sim.......... 2. Não..........

3. Marque sobre o diagrama, com um X, as áreas onde você sente dor, e onde a dor é mais intensa.

4. Circule o número que melhor descreve a pior dor que você sentiu nas últimas 24 horas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sem dor |-----------------------------------------------| Pior dor possível

5. Circule o número que melhor descreve a dor mais fraca que você sentiu nas últimas 24 horas. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Sem dor |-----------------------------------------------| Pior dor possível

6. Circule o número que melhor descreve a média de sua dor. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sem dor |-----------------------------------------------| Pior dor possível

7. Circule o número que mostra quanta dor ocorre agora. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sem dor |-----------------------------------------------| Pior dor possível