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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA ALESSANDRA ALVES MARTINS HOSPEDEIROS ALTERNATIVOS DE Pantoea ananatis TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 2 Uberlândia MG Agosto - 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE AGRONOMIA

ALESSANDRA ALVES MARTINS

HOSPEDEIROS ALTERNATIVOS DE Pantoea ananatis

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 2

Uberlândia – MG

Agosto - 2014

ALESSANDRA ALVES MARTINS

HOSPEDEIROS ALTERNATIVOS DE Pantoea ananatis

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Agronomia,

da Universidade Federal de

Uberlândia, para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo.

Orientadora: Nilvanira Donizete

Tebaldi

Uberlândia – MG

Agosto – 2014

ALESSANDRA ALVES MARTINS

HOSPEDEIROS ALTERNATIVOS DE Pantoea ananatis

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Agronomia,

da Universidade Federal de

Uberlândia, para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo.

Aprovado pela Banca Examinadora em 01 de agosto de 2014.

Profª. Drª. Maria Amelia dos Santos Eng. Agr. Lara Caroline Borges M. Mota

Membro da Banca Membro da Banca

_____________________________________

Profª. Drª. Nilvanira Donizete Tebaldi

Orientadora

RESUMO

A cultura do milho (Zea mays) tem grande importância econômica e social,

sendo usado em algumas regiões, como fonte energética única para a alimentação

humana. A incidência e severidade de patógenos são os principais fatores limitantes de

produção da cultura. A mancha branca do milho, causada pela bactéria Pantoea

ananatis, é uma doença que afeta a cultura gerando uma perda média de 60% na

produção de grãos. As plantas infestantes podem ser hospedeiras alternativas da

bactéria, atuando como fonte de inóculo e facilitando o crescimento e sobrevivência do

patógeno. O presente trabalho tem como objetivo avaliar possíveis hospedeiros

alternativos da bactéria Pantoea ananatis entre plantas invasoras da cultura do milho.

As plantas infestantes, capim braquiária (Urochloa decumbens), capim colchão

(Digitaria horizontalis), capim colonião (Panicum maximum), capim carrapicho

(Cenchrus echinatus), caruru (Amaranthus deflexus) e guanxuma (Malvastrum

coromandelianum), e as plantas cultivadas, café (Coffea arábica) e milho, foram

inoculadas com isolados de P.ananatis provenientes de café (UFU D3 e UFU D27) e de

milho (UFU B13), na concentração de 108 UFC mL

-1, quando as plantas apresentavam

de duas a três folhas. As plantas foram mantidas em câmara úmida 24 horas antes e após

a inoculação, sendo que esta foi realizada via aspersão, aplicando em ambas as páginas

da folha. As plantas foram avaliadas aos 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 21 dias, quanto a

incidência e severidade da doença através de uma escala de nota. As plantas com

sintomas de mancha branca tiveram a bactéria isolada. Conclui-se que as plantas de

capim braquiária, capim colchão, capim colonião, capim carrapicho e caruru foram

hospedeiros alternativos de Pantoea ananatis, com exceção da guanxuma.

Palavras-chave: diagnose, mancha-branca, etiologia.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5

2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 7

3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 10

3.1. Obtenção do inóculo e preparo de suspensão bacteriana ................................ 10

3.2. Avaliação de hospedeiros alternativos de Pantoea ananatis .......................... 10

3.3. Caracterização bioquímica e fisiológica dos isolados bacterianos .................. 12

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 14

4.1. Avaliação dos genótipos de Pantoea ananatis em hospedeiros alternativos. .. 14

4.2. Índice de doença da mancha branca.............................................................. 17

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 20

6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 21

APÊNDICE A............................................................................................................. 26

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores de milho (Zea mays L.) do mundo,

ocupando a terceira posição no ranking, sendo superado pelos Estados Unidos e a

China. As maiores regiões produtoras são o Sul do país, com cerca de 37,2% da

produção nacional, e o Centro-Oeste, com 30,6% (CONAB, 2013). O estado do Paraná

é o maior produtor (22,5%), seguido pelos estados do Mato Grosso (13,4%) e o estado

de Minas Gerais (11,5%).

A cultura do milho apresenta extrema importância econômica, pois é

caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, abrangendo desde alimentação

animal até as indústrias de alta tecnologia. O uso do milho em grão para alimentação

animal representa a maior parte do consumo deste cereal, sendo destinado de 60 a 80%

da produção no Brasil para esta atividade (EMBRAPA, 2000).

Além da importância econômica, o cultivo do milho está relacionado

diretamente ao aspecto social, pois grande parte de sua produção é destinada à

subsistência. Segundo o IBGE (2012), mais da metade dos produtores de milho

consomem a produção na própria propriedade, sendo que em algumas regiões

brasileiras, como o semiárido nordestino, o milho é usado como fonte energética

exclusiva na alimentação humana.

A necessidade de uma produção intensa da cultura do milho, exige que sejam

feitas semeaduras antecipadas sob irrigação, semeaduras na safra de verão e safrinha

(PEREIRA et al., 2005). Com isso, houve uma modificação na dinâmica populacional

dos patógenos que prejudicam a cultura do milho, tendo um aumento na incidência e na

severidade de doenças nas regiões produtoras da cultura (LANZA, 2009). Segundo

Gonçalves (2012), as principais doenças foliares que afetam a cultura do milho são a

cercosporiose, ferrugem polissora, ferrugem comum, ferrugem tropical ou ferrugem

branca, helmintosporiose, mancha de diplodia e a mancha branca do milho.

A mancha branca, causada pela bactéria Pantoea ananatis (Serrano 1928)

Mergaert et al., 1993 destaca-se como uma das mais importantes doenças que atacam a

cultura do milho.

A doença encontra-se distribuída em praticamente todas as regiões produtoras de

milho do país, sendo que as perdas provocadas por esta podem ultrapassar 60% da

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produção (FERNANDES; OLIVEIRA, 2000). Os sintomas iniciam-se pelo

aparecimento de lesões foliares aquosas com formato circular, do tipo anasarca, de

coloração verde-claro que depois se tornam necróticas de cor palha. Em ataques mais

severos há coalescência de lesões (FERNANDES; OLIVEIRA, 2000).

A bactéria Pantoea ananatis apresenta diversos hospedeiros como o melão,

cebola (WALCOTT et al., 2002), arroz (TABEI et al., 1988), tomate e pode sobreviver

em folhas de plantas daninhas (GONÇALVES et al., 2010), dificultando assim o seu

controle.

Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo verificar hospedeiros

alternativos da bactéria Pantoea ananatis entre plantas invasoras da cultura do milho.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

A cultura do milho (Zea mays L.) é um dos cereais mais produzidos no mundo,

devido à importância na cadeia alimentar (LANZA, 2009). Segundo a CONAB (2013),

no Brasil a produção de milho apresentou um acréscimo de 8,8% em relação ao ano de

2012, tendo assim a produção de 79.077,9 mil toneladas.

Além disso, em 2012 o Brasil exportou, aproximadamente, 20 milhões de

toneladas de milho, alcançando a segunda posição mundial em exportação. Os

principais mercados de destino das exportações foram a China, Estados Unidos e

Argentina (CONAB; ABRAMILHO, 2012).

A produção de milho tem se caracterizado pela divisão de duas épocas de plantio

conhecidas como safra e safrinha, sendo o período de safra feito durante o período

chuvoso e a safrinha entre os meses de janeiro e abril. A safrinha apresenta menor

produção, pois o plantio é realizado em uma época com condições climáticas

desfavoráveis ao crescimento da cultura do milho (EMBRAPA, 2006).

O cultivo intenso da cultura do milho em diversas áreas do Brasil tem

aumentado a incidência de doenças, pois, segundo Lanza (2009), a expansão da

fronteira agrícola, plantio de safra e safrinha, aumento no uso de sistemas de irrigação,

ausência de rotação de cultura e uso de materiais suscetíveis tem causado mudanças na

dinâmica populacional dos patógenos. Com isso, há um aumento expressivo na

incidência e severidade de patógenos que prejudicam a cultura do milho, sendo estes

muitas vezes considerados como o principal fator limitante de produção no milho.

A mancha branca do milho destaca-se como sendo uma das mais importantes

doenças que afetam a cultura, sendo esta encontrada e disseminada em praticamente

todas as regiões onde o milho é cultivado (FERNANDES; OLIVEIRA, 1997; FANTIN,

1994). A doença antes de 1990 não apresentava grande importância, pois geralmente, só

aparecia no final do ciclo da cultura. Mas a mancha branca tem afetado plantas mais

jovens, podendo levá-las à seca prematura e gerar uma perda de cerca de 60% na

produção de grãos (BALMER; PEREIRA, 1987; GODOY et al. 2001).

A bactéria Pantoea ananatis é o agente causal da mancha branca do milho. No

entanto, inicialmente acreditava-se que a doença era causada por um fungo ascomiceto

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Phaeosphaeria maydis (FANTIM, 1994), assim como por outros fungos obtidos em sua

lesão. Através de testes de patogenicidade e reisolamento do patógeno proveniente de

lesões produzidas por inoculação artificial em casa de vegetação, Paccola-Meirelles et

al. (2001) comprovaram que a bactéria é realmente o agente causal da mancha branca

do milho.

Pantoea ananatis é uma bactéria gram negativa, não esporulante, com respiração

do tipo anaeróbica facultativa, ou seja, é uma bactéria fermentativa (GONÇALVES,

2012). Os sintomas da mancha branca caracterizam-se pela presença inicial de anasarcas

circulares, aquosas e verde-claro que com o tempo tornam-se lesões necróticas, sendo

que estas se iniciam na ponta da folha progredindo para a base, e variam de tamanho de

acordo com o nível de resistência do material utilizado (LANZA, 2009; PACCOLA-

MEIRELLES et al., 2002). Em ataques severos, a bactéria pode causar sintomas na

palha da espiga, seca prematura das folhas e redução no tamanho e peso dos grãos

(OLIVEIRA et al. 2004).

Segundo Rocha e Paccola-Meirelles (2008), P. ananatis é uma bactéria epifítica,

com propriedades de nucleação do gelo que é um fenômeno onde há a formação de

cristais de gelo no conteúdo celular, levando ao rompimento e extravasamento deste,

sendo uma propriedade que pode ajudar a esclarecer o progresso do sintoma da doença

desde de lesões anasarcas, com aspecto encharcadas até o tecido vegetal necrótico com

coloração palha. A população da bactéria aumenta á medida que o milho atinge a fase

de pré-florescimento.

Além disso, a bactéria Pantoea ananatis apresenta um mecanismo conhecido

como “quorum – sensing”, que permite uma comunicação intercelular, permitindo a

percepção da densidade populacional entre as bactérias. Este mecanismo influencia na

sobrevivência, patogenicidade, virulência, produção de antibióticos, mobilidade das

bactérias na planta. Estas emitem sinais que permitem reconhecer o tamanho da

população e, caso esta seja diminuta, as bactérias passam a se agrupar, agindo como

único individuo (SAUER, 2010).

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são de umidade

relativa alta, com cerca de 60%, e temperaturas amenas, em torno de 14ºC,

principalmente em épocas chuvosas (FANTIM, 1994). O cultivo do milho no Brasil é

realizado muitas vezes em épocas chuvosas, propiciando condições ideais para o

desenvolvimento da doença (FERNANDES; OLIVEIRA, 1997).

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A bactéria é disseminada pela ação de agentes bióticos, como homem, animais,

insetos, e por abióticos, como chuva, ventos e enxurradas. Quanto à sobrevivência,

P.ananatis é um micro-organismo que reside epifiticamente nas folhas, podendo causar

injúrias em seu hospedeiro (MENDES et al. 2011). Segundo Fernandes e Oliveira

(2000), o inóculo primário da bactéria pode ter origem nos restos culturais do milho, o

que dificulta o seu controle, pois ao realizar a semeadura direta o potencial do inóculo

poderá aumentar, sujeitando as lavouras de milho à ocorrência da doença com maior

severidade.

A P. ananatis causa doenças em diversas culturas como melão, cebola, aveia e

tomate (WEELLS et al., 1987; WATANABE et al., 1996; GITAITIS et al., 1997;

AZAD et al., 2000; COTHER et al., 2004). Na África do Sul, a bactéria foi identificada

causando seca dos ponteiros e manchas foliares em eucalipto (COUTINHO et al.,

2002).

Além destas culturas, foram encontradas lesões de P. ananatis em folhas de

capim-colchão, uma erva daninha que é muito comum em lavouras de milho. Segundo

Rocha e Paccola- Meirelles (2008), estas lesões apresentam uma variabilidade

morfológica semelhante à variabilidade descrita para diferentes genótipos de milho.

Sendo assim, acredita-se que esta erva daninha é um hospedeiro alternativo com alto

potencial para que a bactéria se desenvolva nas áreas de plantio do milho.

Os hospedeiros alternativos podem favorecer a sobrevivência da bactéria e

atuam como fonte de inóculo, tendo assim um papel fundamental no desenvolvimento

de doenças. O manejo integrado de doenças inclui a eliminação de hospedeiros

alternativos do patógeno em áreas produtivas como um dos métodos de controle

(NECHET et al., 2009).

As plantas daninhas, além de ser um dos fatores que mais afetam a agricultura,

competindo diretamente com a cultura por nutrientes, água e luz, se caracterizam como

um hospedeiro alternativo com grande potencial de crescimento para o patógeno

(LEITÃO FILHO, 1972). Bactérias com ampla gama de hospedeiros são de difícil

controle, como é o caso de P. ananatis e Ralstonia solanacearum (YABUUCHI et al.,

1995; LOPES et al., 1994).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em Casa de Vegetação e no Laboratório de

Bacteriologia Vegetal do Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG) da Universidade

Federal de Uberlândia (UFU) no ano de 2014.

3.1. Obtenção do inóculo e preparo de suspensão bacteriana

Os isolados bacterianos de Pantoea ananatis utilizados no experimento, foram

provenientes de plantas de café (UFU D3 e UFU D27) originários de Romaria e

Indianópolis MG e de plantas de milho (UFU B13), originários de Planaltina de Goiás

GO, pertencentes à coleção de trabalho do Laboratório de Bacteriologia Vegetal do

ICIAG/ UFU. Estes isolados foram cultivados em meio 523 (KADO & HESKETT,

1970).

A suspensão bacteriana foi preparada em solução de NaCl 0,85%, sendo ajustada

em espectrofotômetro para OD600=0,3, correspondendo a aproximadamente 1x108 UFC

mL-1

(MIRANDA, 2004).

3.2. Avaliação de hospedeiros alternativos de Pantoea ananatis

O experimento foi conduzido em casa de vegetação onde foi feita a semeadura de

milho, o uso de mudas de café variedade Mundo Novo e seis espécies de plantas

invasoras (Tabela 1) em vasos de 500 mL. As mudas das plantas invasoras foram

coletadas nas entrelinhas de cafezais, na Fazenda Glória, com exceção do capim

colonião e capim carrapicho que foram coletadas as sementes, sendo transplantadas para

vasos em casa de vegetação. Após seis meses do plantio, quando estas plantas estavam

vigorosas e contendo de 2 a 3 folhas foi realizada a inoculação. A temperatura da casa

de vegetação foi mensurando.

Foram utilizados dois isolados de P. ananatis provenientes do café e um isolado

proveniente do milho para inoculação da bactéria nas plantas, descritos anteriormente.

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Tabela 1. Espécies de plantas utilizadas como hospedeiras de Pantoea ananatis.

Nome Comum Nome científico*

Café mundo novo Coffea arabica L

Capim braquiária Urochloa decumbens

Capim colchão Digitaria horizontalis

Capim colonião Panicum maximum

Capim carrapicho Cenchrus echinatus

Caruru Amaranthus deflexus

Guanxuma Malvastrum coromandelianum

Milho Zea mays

*Fonte: Lorenzi, (1990).

As plantas foram mantidas em câmara úmida 24 horas antes e após a inoculação

da bactéria. A inoculação foi feita por aspersão utilizando uma bombinha manual (100

mL) e o inóculo aplicado em ambas as páginas da folha.

O experimento foi realizado em esquema fatorial 8x3x4, onde foram utilizadas

oito espécies de plantas, inoculadas com três isolados de P. ananatis e quatro

repetições.

As plantas foram avaliadas aos 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 21 dias após a inoculação

quanto ao aparecimento de sintomas. Foram avaliadas a incidência e severidade da

doença através de uma escala de notas, onde:

- 0= planta sem sintomas;

- 1= até 25% da área da folha apresentando manchas;

- 2= 25% a 50% da área da folha com manchas;

- 3= mais de 50% da área da folha com manchas;

- 4= planta apresentando desfolha e seca.

Para ponderar a severidade da doença, foi aplicado o índice de McKinney

(1923), descrito pela seguinte fórmula:

ID (%) = ∑ ((f.v)/(n.x)) . 100

Em que:

ID = Índice de doença; f = Número de plantas com determinada nota; v = Nota

observada; n = Número total de plantas avaliadas; x = Grau máximo de infecção.

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Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância através do teste de

Tukey, a 0,05 de significância, e os dados transformados em √x+0,5, por meio do

programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2008).

3.3. Caracterização bioquímica e fisiológica dos isolados bacterianos

Das plantas doentes com sintomas de mancha branca foi feito isolamento da

bactéria em meio de cultura 523 e os isolados caracterizados cultural e bioquimicamente

pelos testes de Gram em KOH 3%, oxidação ou fermentação da glicose e YDC.

3.3.1. Isolamento em meio 523

O isolamento da bactéria Pantoea ananatis foi feito a partir de lesões jovens

(tipo anasarca), em meio de cultura 523. Folhas coletadas foram lavadas e cortadas em

fragmentos de 0,5x 0,5cm desinfectadas com álcool etílico 70%, hipoclorito de sódio

2%, lavadas em água destilada esterilizada (PACCOLA-MEIRELLES et al.,2001) e

colocadas sobre o meio de cultura 523 e incubadas a 28ºC por cerca de 3 dias.

3.3.2. Teste KOH

O teste da reação ao hidróxido de potássio (KOH) é usado para confirmar se a

bactéria é Gram positiva ou negativa. O teste verifica a capacidade da parede bacteriana

da amostra em resistir à ação de lise provocada pelo contato com KOH (OLIVEIRA,

2000). Colocada uma gota de KOH 3% em uma lâmina para microscopia, coletou-se

parte de uma colônia presente em cultura na placa de meio 523 e colocou esta em

contato com a gota de KOH. Após dissolver a alíquota, levantasse-se a alça de

repicagem seguidas vezes por 30 segundos, observando se houve a lise da célula (Gram

negativa) formando um “fio” viscoso (BRASIL, 2010; OLIVEIRA, 2000).

3.3.3. Oxidação ou fermentação da glicose

O teste da oxidação ou fermentação da glicose (O/F) em meio Ágar Hugh &

Leifson permite determinar o uso da via oxidativa ou fermentativa da glicose. Em meio

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composto de 10g de dextrose e 1 mL de glicerol autoclavado, foi semeada a bactéria

oriunda de uma cultura com 24 a 48 horas de idade, com uma alça de platina aberta,

fazendo uma perfuração do meio pela alça, para que fosse feita a inoculação. Os tudo

são direcionados à incubadora, à temperatura de 28 ºC, mantendo estes de 1 a 3 dias na

mesma.

3.3.4. Teste em meio YDC

Para confirmação de que o isolado coletado dos hospedeiros utilizados trata-se de

Pantoea ananatis, foram realizados isolamentos destas em meio YDC. No caso desta

bactéria, as colônias formadas devem ser de coloração amarela e com aspecto liso. Os

isolados foram repicados, fazendo estrias simples sobre o meio e após 48 horas em

estufa à 28ºC, observou-se o crescimento da colônia.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Avaliação de hospedeiros alternativos de Pantoea ananatis

Após 21 dias da inoculação foram observados os sintomas da mancha branca em

café, capim braquiária, capim carrapicho, capim colchão, capim colonião, caruru e

milho, inoculados com os isolados UFU B13, UFU D3 e UFU D27 de Pantoea ananatis

(Tabela 2). Nas plantas de guanxuma não foram observados sintomas da doença.

Tabela 2 – Sintomas da mancha branca observados em diferentes hospedeiros, com

diferentes isolados de Pantoea ananatis. Uberlândia, MG, 2014.

Hospedeiros Isolados

UFU B13 UFU D3 UFU D27

Café - + -

Capim braquiária - + +

Capim carrapicho + - -

Capim colchão - + -

Capim colonião - + -

Caruru + - -

Guanxuma - - -

Milho + + -

(+) Sintomas observados; (-) Ausência de sintomas.

Das plantas com sintomas, os isolados bacterianos, que apresentaram colônias

amarelas brilhante com aspecto liso, com bordos regulares no meio 523, lise celular no

teste KOH, formando “fio viscoso” (Gram negativas), anaeróbica estrita e colônias

amarelas em YDC, foram considerados Pantoea ananatis (APÊNDICE A).

Segundo Lanza (2009), as colônias de Pantoea ananatis apresentam aspecto liso,

com colônias convexas e coloração amarela brilhante com bordos regulares.

As plantas de milho apresentaram sintomas característicos de mancha branca três

dias após a inoculação, com lesões inicialmente amareladas e circulares, tornando-se

necróticas (Figura 1A). Aos 21 dias após a inoculação, as manchas se mostravam com

aspecto palha, em diferentes tamanhos.

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Nas folhas de plantas de café (Figura 1B), os sintomas foram observados a partir

de 3 dias após a inoculação até o 18º dia, como sintomas iniciais de pequenas

pontuações amarelas, seguidas de elevações na face superior da folha.

O capim braquiária (Figura 1C) e capim colonião (Figura 1D) apresentaram

sintomas três dias após inoculação; capim colchão (Figura 1E) e capim carrapicho

(Figura 1F) apresentaram sintomas da mancha branca aos 6 e 9 dias após a inoculação,

respectivamente. Estes quatro capins apresentaram sintomas similares ao descrito para

as plantas de milho.

O hospedeiro caruru (Figura 1G) apresentou sintomas de mancha branca, porém

estes não se mostraram com os sintomas característicos da doença observados na cultura

do milho. Os sintomas apareceram seis dias após a inoculação, sendo pequenas

pontuações translúcidas, que se tornam brancas, com aspecto leitoso, com o passar do

tempo.

Diferente dos demais hospedeiros, a guanxuma não apresentou sintomas com a

inoculação dos diferentes isolados de Pantoea ananatis.

Figura 1. Sintomas da mancha branca, causada por Pantoea ananatis, em plantas de

milho (A), café (B), capim braquiária (C), capim colonião (D), capim

colchão (E), capim carrapicho (F) e caruru (G).

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Gonçalves et al., (2010) isolaram a bactéria Pantoea ananatis de pequenas lesões

foliares em capim colchão, planta típica nos campos de produção de milho; e realizaram

o teste de patogenicidade reproduzindo sintomas semelhantes aos causados na cultura

do milho quando inoculados em capim colchão, sob condições controladas em casa de

vegetação. Em condições de temperatura ideal, cerca de 15ºC e câmara úmida por 24

horas, houve maior incidência da doença.

Segundo Gonçalves (2012), o capim colchão é uma das plantas mais comuns nas

lavouras de milho quando em sucessão com o próprio milho safrinha ou culturas em

plantio direto, sendo um hospedeiro preocupante da bactéria.

Além disso, Silva et al. (2010) verificaram que os isolados de Pantoea ananatis

obtidos de plantas de capim colchão foram patogênicos à diferentes híbridos de milho,

concluindo que o capim colchão é uma fonte de inóculo para a ocorrência de mancha

branca no milho.

Orozco (2004) inoculou Ralstonia solanacearum in vitro em diversas plantas

infestantes como o mastruz maria pretinha (Solanum americanum), beldroega

(Portulaca oleracea L.), caruru (Amaranthus spp.), amendoim-bravo (Euphorbia

heterophylla L.), picão-preto (Bidens pilosa L.), capim colchão (Digitaria horizontalis).

Com exceção do capim colchão, todas as plantas infestantes mostraram potencial de

hospedeiro da bactéria, sendo que as raízes da maioria destas permitiram a colonização

de R. solanacearum, favorecendo a sobrevivência da bactéria com ou sem manifestação

de sintomas.

Além de plantas infestantes, o sorgo (Sorghum bicolor) também, é hospedeiro de

Pantoea ananatis (Silva et al., 2010). Isolados provenientes de milho e de capim

colchão foram inoculados em plantas de sorgo em casa de vegetação, gerando manchas

avermelhadas no limbo foliar que progrediram para lesões necróticas com bordos

vermelhos. Plantas de sorgo foram coletadas em campo, apresentando sintomas

semelhantes aos obtidos na inoculação artificial e, quando isoladas, tiveram crescimento

de colônias amarelas, confirmadas como P. ananatis.

Outras culturas de maior importância econômica também são consideradas

hospedeiras de P.ananatis. Em cebola (Allium cepa L.), a bactéria é transmitida por

tripes, causando podridão central e infectando naturalmente as sementes de cebolas.

Verificou-se também que a bactéria pode sobreviver e colonizar a superfície de plantas

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infestantes nos campos de produção de cebola, especialmente em áreas onde é utilizada

a rotação de culturas com a cultura do milho (GITAITIS et al., 2002).

No Japão, a bactéria foi encontrada na cultura melão, gerando podridão interna,

caracterizada por odor forte e coloração marrom ao redor da placenta dos frutos

cultivados em estufas comerciais (WEELLS et al., 1987).

Além disso, segundo Gonçalves (2012), outras espécies do gênero Pantoea foram

identificadas causando doenças tanto em milho, como em outras espécies cultivadas. A

bactéria Pantoea citrea foi identificada como agente da doença rosa do abacaxi,

formando compostos que tornam a coloração da polpa, suco e frutos rosa e marrom

avermelhada (CHA et al. 1997). Já a P. agglomerans foi relatada no México como

causadora de murchas vasculares e crestamento foliar no milho e sorgo e, nos Estados

Unidos, como causadora de podridão de bulbos e crestamento foliar em cebola (EDENS

et al., 2006).

4.2. Índice de doença da mancha branca

Para o índice de doença da mancha branca do milho (Tabela 3), o isolado UFU

D3, proveniente de plantas de café, foi o mais patogênico em relação aos hospedeiros

analisados. Os hospedeiros, capim colchão e capim colonião (26,56%) apresentaram os

maiores índices de doença, seguido pelas plantas de milho (23,44%).

O isolado D3 de Pantoea ananatis mostrou mais agressivo que os demais, sendo

patogênico há um maior número de hospedeiros, desenvolvendo-se em café, capim

braquiária, capim colchão, capim colonião e milho.

Apesar do isolado UFU D3 ter apresentado maior índice de doença, este não foi

patogênico a todos os hospedeiros. Capim carrapicho e caruru foram identificados como

hospedeiros, porém foram infectados apenas pelo isolado UFU B13. Diante disto, é

importante a utilização de diferentes isolados, provenientes de culturas distintas para a

inoculação de plantas. Cada isolado atua diferentemente no hospedeiro, devido à sua

diversidade genética. Os diferentes isolados bacterianos utilizados proporcionaram

diferentes resultados aos hospedeiros. A restrição de utilizar apenas um isolado poderia

gerar falsos resultados, desconsiderando a espécie como hospedeiro alternativo da

bactéria Pantoea ananatis.

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Tabela 3. Índice de doença da mancha branca do milho, causada por Pantoea ananatis

em diferentes hospedeiros com diferentes isolados. Uberlândia, MG, 2014.

Hospedeiro Isolado Índice de doença (%)

Café UFU D3 17,19 a

Capim braquiária UFU D3 21,88 a

UFU D27 9,38 b

Capim carrapicho UFU B13 3,13 b

Capim colchão UFU D3 26,56 a

Capim colonião UFU D3 26,56 a

Caruru UFU B13 6,25 b

Milho UFU B13 12,50 a

UFU D3 23,44 a

Média dos Isolados UFU B13 UFU D3 UFU D27

2,73 B 14,45 A 1,17 B

CV(%) 61,84

Médias seguidas por letras iguais minúsculas na coluna e maiúsculas na linha não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de significância.

Segundo Gonçalves et al. (2010) os isolados bacterianos utilizados em testes de

agressividade, devem ser selecionados a partir do estudo de variabilidade genética do

patógeno, tendo assim, uma maior representatividade do quanto este é suscetível ao

mesmo em diferentes ambientes de cultivo. Uma das formas de analisar a variabilidade

genética de patógenos é o uso de marcadores moleculares.

Nakatani (2009) analisando a variabilidade genética de Xanthomonas axonopodis

pv. passiflorae observou uma variabilidade na agressividade de diferentes isolados em

relação ao maracujá azedo, recomendando o uso de isolados mais agressivos pelo fato

19

de que assim é proporcionado maior rigor na seleção de genótipos resistentes e

suscetíveis.

Conhecendo os hospedeiros alternativos de mancha branca é possível evitar

rotações de culturas e aumentar o cuidado com a eliminação de plantas infestantes,

impedindo que estas sejam uma fonte de inóculo primário para a próxima estação de

cultivo da cultura hospedeira (NASCIMENTO et al., 2004; SIKIROU; WYDRA, 2004).

20

5. CONCLUSÕES

Plantas de café, capim braquiária, capim colchão, capim colonião, capim

carrapicho e caruru foram hospedeiras alternativas de Pantoea ananatis, enquanto que

guanxuma não comportou-se como hospedeira da bactéria.

21

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26

APÊNDICE A

1. ISOLAMENTO EM MEIO 523

Figura 2: Isolamento das lesões e repicagem de colônias típicas.

2. TESTE KOH

Bactérias Gram-negativas, como Pantoea ananatis formam o fio viscoso e são

consideradas positivas no teste, pois sua parede bacteriana não é resistente a solução de

KOH 3% ocorrendo então lise celular (FIGURA 3). O DNA da bactéria entra em

contato com o reagente, formando o material viscoso evidenciado pela formação do fio.

Bactérias Gram-positivas não formam o fio viscoso e são consideradas negativas no

teste, pois sua parede é resistente à ação do reagente, não ocorrendo assim a lise celular

e seu material genético não é exposto ao KOH 3% (Oliveira, 2000).

Figura 3: Teste KOH positivo.

27

3. OXIDAÇÃO OU FERMENTAÇÃO DA GLICOSE

Pantoea ananatis é uma bactéria fermentativa. Sendo assim, nos tubos onde

houve crescimento bacteriano, houve a produção de ácido a partir da glicose, reduzindo

o pH e fazendo com que o meio adquira coloração amarela, indicando um resultado

positivo para o teste. Os tubos que mantiveram a coloração original do preparo da

mistura foram considerados como amostras com bactérias oxidativas e formam

descartados.

Figura 4: Realização do teste oxidativo/fermentativo, com resultados positivos e

negativos, respectivamente.

4. TESTE EM MEIO YDC

Após 48 horas em estufa observou-se a formação de colônias amarelas de todos os

isolados utilizados (FIGURA 5), indicando que estes são provenientes da bactéria

Pantoea ananatis.

Figura 5: Colônias formadas em meio YDC.