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Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras. Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ 1 Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Biologia Departamento de Biologia Marinha Laboratório de Hidrobiologia QUALIDADE DAS ÁGUAS NO MONA CAGARRAS Aluna: Carolina Linhares Torres Orientador: Rodolfo Paranhos Coorientadora: Marianne Pataro Rio de Janeiro, abril de 2019.

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  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    1

    Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Instituto de Biologia

    Departamento de Biologia Marinha

    Laboratório de Hidrobiologia

    QUALIDADE DAS ÁGUAS NO MONA CAGARRAS

    Aluna: Carolina Linhares Torres

    Orientador: Rodolfo Paranhos

    Coorientadora: Marianne Pataro

    Rio de Janeiro, abril de 2019.

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

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    CAROLINA LINHARES TORRES

    QUALIDADE DAS ÁGUAS NO MONA CAGARRAS

    Monografia apresentada ao

    Departamento de Biologia Marinha

    para obtenção do Diploma de

    Bacharel em Biologia Marinha,

    orientado pelo Prof. Rodolfo Pinheiro

    da Rocha Paranhos.

    Rio de Janeiro, abril de 2019.

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    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

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    QUALIDADE DAS ÁGUAS NO MONA CAGARRAS.

    CAROLINA LINHARES TORRES

    Professor Rodolfo Pinheiro da Rocha Paranhos

    Orientador

    Dra. Ana Paula Moreira

    Dr. Anderson de Souza Cabral

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    Agradecimentos

    Somos gratos ao projeto Ilhas do Rio, patrocinado pela PETROBRAS e

    conduzido pelo Instituto Mar Adentro, pela organização e coordenação de todas

    as 3 fases do projeto.

    Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico,

    pelo período no qual me foi concedido bolsa de iniciação científica.

    Agradeço ao meu orientador, Prof. Rodolfo Paranhos pela oportunidade de

    trabalhar no laboratório de Hidrobiologia e pela confiança depositada em mim na

    realização desse trabalho.

    Agradeço a Marianne Pataro não só por toda atenção e dedicação que ela teve

    comigo, mas por todos os conselhos, pelo apoio e principalmente pela amizade

    e pela motivação. (E até pelos esporros sutis disfarçados de “Tá errado, presta

    atenção”)

    Agradeço a Yamile Lessa por todos os momentos de descontração e por ouvir

    todas as minhas reclamações quando algo dava errado; e a Mariana Lessa pelas

    conversas descontraídas. De uma maneira geral, agradeço a toda equipe do

    Laboratório de Hidrobiologia que contribuíram de alguma forma com meu

    trabalho e que sempre estiveram dispostos a me ajudar.

    Agradeço ao meu irmão, Yago Linhares, por ouvir inúmeras vezes (e prestar

    atenção!) em todos os meus treinos em casa para apresentar esse trabalho.

    Agradeço aos meus pais por sempre acreditarem em mim e por me apoiarem. E

    por todos os chás de camomila que caíram muito bem no período de construção

    desse trabalho.

    Por fim, agradeço ao Tiago Medeiros, por tudo.

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    RESUMO

    Em 2010 o arquipélago das Cagarras tornou-se a primeira unidade de

    conservação marinha do Rio de Janeiro, denominado de Monumento Natural das

    Ilhas Cagarras. É composto por seis ilhas, sendo uma delas a Ilha de Palmas

    que está localizada apenas a 2 km de distância a noroeste do emissário de

    Ipanema. O Emissário Submarino de Esgoto de Ipanema (ESEI), é responsável

    por despejar cerca de 6,0 m³.s-1 de esgoto in natura diretamente no mar. Na

    época de sua construção não havia nenhuma política de licenciamento

    ambiental. Assim, inúmeros questionamentos sobre a real eficiência do

    emissário e seu possível impacto ambiental no seu entorno vem sendo

    discutidos. Este trabalho visa verificar a possível influência do ESEI na região do

    MoNa Cagarras. O presente estudo ocorreu em três fases: Fase 1 (08/2011 à

    07/2012), Fase 2 (01 à 12/2014), e a Fase 3 (02 à 12/2018). As amostras foram

    obtidas em superfície e fundo, em 6 locais do MoNa Cagarras, e analisadas em

    laboratório pelos métodos convencionais da oceanografia. Os pontos P1, P4 e

    Praia foram os mais suscetíveis às fontes de poluição. Os pontos P1 e P4

    apresentaram altas concentrações de amônia e ortofosfato, tendo grande parte

    das amostras enquadradas na classe 2 e 3 do CONAMA, respectivamente. Os

    pontos P2, P3 e Rasa apresentaram altas concentrações de nitrato. A maioria

    das amostras desses pontos foram classificados como classe 1 quanto a camada

    de superfície. Os pontos P2 e Rasa apresentaram grande quantidade de

    amostras sendo classificadas como classe 2 e 3, provável influência da Baía de

    Guanabara. O local foi caracterizado principalmente pela estratificação da coluna

    d’água e pela influência das águas costeiras e fontes de poluição. Além disso,

    foi possível observar que no período chuvoso (fevereiro, março, abril) há uma

    melhor separação nas amostras das camadas de superfície e fundo, enquanto

    que no período seco (maio, junho, julho e setembro) essa estratificação é menos

    evidente. Os únicos pontos que apresentaram condições impróprias para banho

    foram os pontos P4, na boca do emissário e Praia. Diante desses resultados, foi

    constatada a influência da BG nas ilhas Redonda e Rasa e influência do ESEI

    na ilha de Palmas e na praia de Ipanema, sendo essa mais evidente na praia.

    Palavras-chave: emissário submarino de Ipanema, poluição, efluentes, baía de

    Guanabara, balneabilidade, praia, unidade de conservação.

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    ABSTRACT

    In 2010, the Cagarras archipelago became the first marine conservation unit

    in Rio de Janeiro, known as the Cagarras Islands Natural Monument. It is

    composed of six islands, one of which is the island of Palmas, which is located

    only 2 km northwest of the emissary of Ipanema. The Subsea Sewage Emissary

    of Ipanema (ESEI) is responsible for dumping about 6.0 m³.s-1 of raw sewage

    directly into the sea. At the time the project began there was no environmental

    licensing policy. Thus, numerous questions about the real efficiency of the

    emissary and its possible environmental impact in the surroundings have been

    discussed. This work aims to verify the potential influence of ESEI in the region

    of MoNa Cagarras. The present study was carried out in three phases: Phase 1

    (08/2011 to 07/2012), Phase 2 (01 to 12/2014), and Phase 3 (02 to 12/2018). The

    samples were obtained on the surface and bottom, The P1, P4 and Praia points

    were the most susceptible to the sources of pollution, and the P1 and P4 points

    had high concentrations of ammonia and orthophosphate, with a large part of

    them being located at the sites of MoNa Cagarras and analyzed in the laboratory

    by the conventional methods of oceanography. The P2, P3 and Rasa points

    showed high concentrations of nitrate; most of the samples of these points were

    classified as class 1 as the surface layer and of samples being classified as class

    2 and 3, probably influenced by the Guanabara Bay, mainly characterized by the

    stratification of the water column and by the influence of coastal waters and

    sources of pollution. It was observed that in the rainy season (February, March,

    April) there is a better separation of the surface and bottom layers, whereas in

    the dry period (May, June, July, and September) this stratification is less evident.

    The only points that presented unsuitable conditions for bath were the points P4

    and Praia. Given these results, the influence of BG in the Redonda and Rasa

    islands and the influence of the ESEI on the island of Palmas and Ipanema beach

    was verified, being more evident on the beach.

    Keywords: Submarine outfall of Ipanema, pollution, effluents, Guanabara bay,

    bathing, beach, unit of conservation.

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    Sumário

    Agradecimentos .............................................................................................. 4

    RESUMO .......................................................................................................... 5

    ABSTRACT ...................................................................................................... 6

    Lista de Figuras .............................................................................................. 9

    Lista de Tabelas ............................................................................................ 16

    Lista de Abreviações .................................................................................... 17

    1. Introdução ............................................................................................... 19

    2. Hipótese .................................................................................................. 26

    3. Objetivo ................................................................................................... 26

    3.1 Objetivos específicos ...................................................................... 26

    4. Metodologia ............................................................................................ 27

    4.1. Coleta ................................................................................................ 27

    4.2 Análises laboratoriais ...................................................................... 29

    4.3 Análise de dados .............................................................................. 30

    5. Resultados .............................................................................................. 31

    5.1 Parâmetros analisados .................................................................... 31

    5.2 Resultados referentes as Fases: .................................................... 57

    5.2.1 Fase 1 ............................................................................................. 57

    5.2.3 Fase 2 ............................................................................................. 58

    5.2.3. Fase 3 ............................................................................................ 60

    5.3 Integração dos resultados ............................................................... 62

    5.4 Qualidade de água - Classificação segundo a resolução CONAMA

    357/2005 ...................................................................................................... 68

    5.4.1 Ponto P1 – Entrada da Baía de Guanabara .............................. 69

    5.4.2 Ponto P2 – Ilha Redonda ........................................................... 71

    5.4.3 Ponto P3 – Ilha de Palmas ........................................................ 73

    5.4.4 Ponto P4 – Emissário Submarino de Esgoto de Ipanema ...... 75

    5.4.5 Ponto Rasa – Proximidades da Ilha Rasa ................................ 77

    5.4.6 Ponto Praia – Proximidades da praia de Ipanema................... 79

    5.5 Balneabilidade - Classificação segundo a resolução CONAMA

    274/2000 ...................................................................................................... 81

    5.5.1 Ponto P1 ......................................................................................... 81

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    5.5.2 Ponto P2 ......................................................................................... 82

    5.5.3 Ponto P3 ......................................................................................... 83

    5.5.4 Ponto P4 ......................................................................................... 84

    5.5.5 Ponto Rasa ..................................................................................... 85

    5.5.6 Ponto Praia ..................................................................................... 86

    6. Discussão ............................................................................................... 88

    6.1. Classificação segundo a resolução CONAMA 357/2005 ............... 89

    6.2. Classificação segundo a Resolução CONAMA 274/2000 .............. 91

    7. Conclusão ............................................................................................... 92

    8. Referências Bibliográficas ..................................................................... 93

    ANEXOS ......................................................................................................... 98

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    Lista de Figuras

    Figura 1: Emissários submarinos. (A) Esquema de um sistema de disposição

    oceânica ideal (Fonte: CETESB). (B) Detalhe da porção final de um emissário,

    mostrando a descarga de efluentes pelos difusores (Fonte: Feitosa, 2007).......21

    Figura 2: Píer construído na época que se iniciaram as obras do Emissário

    Submarino de Ipanema (Foto: Aurelino Gonçalves)...........................................24

    Figura 3: Visão aérea do Monumento Natural das Ilhas Cagarras. (Foto:

    Fernando Moraes)..............................................................................................25

    Figura 4: Locais de amostragem para qualidade de água: P1 – localizado na

    entrada da Baía de Guanabara; P2 – localizado ao largo da Ilha Redonda; P3 –

    localizado ao lado da Ilha das Palmas; P4 – localizado bem na saída do

    Emissário Submarino de Ipanema (ESEI); Praia – localizado entre a saída do

    ESEI e a Praia de Ipanema; Rasa – localizado ao largo da Ilha Rasa (modificado

    de Van Weerelt et al. 2013)................................................................................28

    Figura 5: Variação da temperatura (°C) na superfície (em vermelho) e fundo (em

    verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto. A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□) e outliers (○).....................................................................33

    Figura 6: Variação da temperatura (°C) na superfície (em vermelho) e fundo

    (verde) no ponto P2, ao longo das três fases de amostragem. A caixa representa

    25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e máximo,

    mediana (□) e outliers (○)...................................................................................33

    Figura 7: Variação da temperatura (°C) nas campanhas de coleta, agrupadas

    em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2

    e o terceiro a Fase 3. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico

    referente à camada de fundo..............................................................................34

    Figura 8: Variação da salinidade na superfície (em vermelho) e fundo (em verde)

    em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa representa

    25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e máximo,

    mediana (□), outliers (○) e valores extremos (*)..................................................35

    Figura 9: Variação da salinidade nas campanhas de coleta, agrupadas em fases.

    O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e o terceiro

    a Fase 3. A linha vermelha horizontal demarcada nos gráficos representa o limite

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    da classificação para águas salobras. (A) Gráfico referente à camada de

    superfície. (B) Gráfico referente à camada de fundo..........................................36

    Figura 10: Variação do oxigênio dissolvido (ml/L) na superfície (em vermelho) e

    fundo (em verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A

    caixa representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores

    mínimo e máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos (*)....................37

    Figura 11: Variação da concentração do OD (ml/L) nas campanhas de coleta,

    agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo

    a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. As linhas horizontais demarcadas nos gráficos

    representam os limites das classificações, sendo a classe 1 representada pela

    linha de cor verde, a classe 2 representada pela linha de cor laranja e a classe 3

    representada pela linha de cor vermelha. Gráfico referente à camada de

    superfície (A) de fundo (B)..................................................................................38

    Figura 12: Variação da amônia (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em

    verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos (*)....................................39

    Figura 13: Variação da concentração da amônia (µM) nas campanhas de coleta,

    agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo

    a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. A linha horizontal demarcada nos gráficos

    representa o limite da classificação do CONAMA, sendo a classe 1 representada

    pela linha de cor verde. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico

    referente à camada de fundo..............................................................................40

    Figura 14: Variação da amônia (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em

    verde) em no ponto P4 ao longo das três fases de amostragem. A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos (*)....................................41

    Figura 15: Variação do nitrito (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em

    verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos (*)...................................42

    Figura 16: Variação da concentração de nitrito (µM) nas campanhas de coleta,

    agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo

    a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. A linha horizontal demarcada nos gráficos

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    representa o limite da classificação do CONAMA, sendo a classe 1 representada

    pela linha de cor verde. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico

    referente à camada de fundo..............................................................................43

    Figura 17: Variação do nitrato (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em

    verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos (*)....................................44

    Figura 18: Variação da concentração de nitrato (µM) nas campanhas de coleta,

    agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo

    a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. A linha horizontal demarcada nos gráficos

    representa o limite da classificação do CONAMA, sendo a classe 1 representada

    pela linha de cor verde. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico

    referente à camada de fundo..............................................................................45

    Figura 19: Variação do nitrato (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em

    verde) no ponto Rasa, ao longo das três fases de amostragem. A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□) e valores extremos (*)......................................................46

    Figura 20: Variação do nitrogênio total (µM) na superfície (em vermelho) e fundo

    (em verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos (*)....................................47

    Figura 21: Variação da concentração de nitrogênio total (µM) nas campanhas

    de coleta, agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1,

    o segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. (A) Gráfico referente à camada de

    superfície. (B) Gráfico referente à camada de fundo..........................................48

    Figura 22: Variação do ortofosfato (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em

    verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□) e outliers (○).....................................................................49

    Figura 23: Variação da concentração de ortofosfato (µM) nas campanhas de

    coleta, agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o

    segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. (A) Gráfico referente à camada de

    superfície. (B) Gráfico referente à camada de fundo..........................................50

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    Figura 24: Variação do fósforo total (µM) na superfície (em vermelho) e fundo

    (em verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□) e outliers (○).....................................................................51

    Figura 25: Variação da concentração de fósforo total (µM) nas campanhas de

    coleta, agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o

    segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. As linhas horizontais demarcadas nos

    gráficos representam os limites da classificação CONAMA, sendo a classe 1

    representada pela linha de cor verde e a classe 2 representada pela linha de cor

    vermelha. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico referente à

    camada de fundo................................................................................................52

    Figura 26: Variação de silicato (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em

    verde) em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa

    representa 25% a 75% dos valores encontrados, as barras os valores mínimo e

    máximo, mediana (□) e outliers (○).....................................................................53

    Figura 27: Variação da concentração de silicato (µM) nas campanhas de coleta,

    agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo

    a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B)

    Gráfico referente à camada de fundo.................................................................54

    Figura 28: Variação da concentração de clorofila (µg/L) nas campanhas de

    coleta, agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o

    segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. (A) Gráfico referente à camada de

    superfície. (B) Gráfico referente à camada de fundo..........................................55

    Figura 29: Analise de componentes principais com a projeção de todas as

    amostras das Fases 1, 2 e 3 (n amostral = 384) identificadas pelos pontos de

    coleta. Círculo marrom: P1, círculo verde: P2, círculo verde escuro: P3, círculo

    preto: P4, círculo cinza: Rasa, círculo bege: Praia..............................................56

    Figura 30: Analise de componentes principais com a projeção de todas as

    amostras das Fases 1, 2 e 3 (n amostral = 384) identificadas pelos pontos de

    coleta. Círculo marrom: P1, círculo verde: P2, círculo verde escuro: P3, círculo

    preto: P4, círculo cinza: Rasa, círculo bege: Praia..............................................69

    Figura 31: Análise de componentes principais com a projeção de todas as

    amostras divididas pelo ponto de coleta. A – Amostras do ponto P1, localizadas

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    na porção negativa do gráfico em relação ao fator 2. B - Amostras do ponto Rasa,

    localizadas na porção positiva do gráfico em relação ao fator 2.........................69

    Figura 32: Análise de componentes principais com a projeção das amostras da

    terceira Fase do projeto separadas pela camada de superfície () e fundo () e

    por período em seco (círculos marrons) e chuvoso (círculos azuis)...................71

    Figura 33: Análise de componentes principais com a projeção das amostras da

    terceira Fase do projeto divididas em período seco () e chuvoso () pelo fator

    1.............................................................................................................. ...........72

    Figura 34: Análise de componentes principais com a projeção das amostras da

    terceira Fase do projeto divididas pelas camadas de superfície () e fundo

    ().....................................................................................................................73

    Figura 35: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de superfície do ponto P1. (A) Classificação

    da qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo

    observado em cada fase do projeto....................................................................74

    Figura 36: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de fundo do ponto P1. (A) Classificação da

    qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo observado

    em cada fase do projeto.....................................................................................75

    Figura 37: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de superfície do ponto P2. (A) Classificação

    da qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo

    observado em cada fase do projeto....................................................................76

    Figura 38: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de fundo do ponto P2. (A) Classificação da

    qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo observado

    em cada fase do projeto.....................................................................................77

    Figura 39: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de superfície do ponto P3. (A) Classificação

    da qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo

    observado em cada fase do projeto....................................................................78

    Figura 40: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de fundo do ponto P3. (A) Classificação da

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    qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo observado

    em cada fase do projeto.....................................................................................79

    Figura 41: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de superfície do ponto P4. (A) Classificação

    da qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo

    observado em cada fase do projeto....................................................................80

    Figura 42: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de fundo do ponto P4. (A) Classificação da

    qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo observado

    em cada fase do projeto.....................................................................................81

    Figura 43: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de superfície do ponto Rasa. (A)

    Classificação da qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B)

    Resumo observado em cada fase do projeto......................................................82

    Figura 44: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de fundo do ponto Rasa. (A) Classificação da

    qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo observado

    em cada fase do projeto.....................................................................................83

    Figura 45: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de superfície do ponto Praia. (A)

    Classificação da qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B)

    Resumo observado em cada fase do projeto.....................................................84

    Figura 46: Variação da classificação da qualidade de água de acordo com o

    CONAMA Nº 357/2005 na camada de fundo do ponto Praia. (A) Classificação da

    qualidade de água ao longo das amostragens realizadas. (B) Resumo observado

    em cada fase do projeto.....................................................................................85

    Figura 47: Classificação do ponto P1 em cada dia de amostragem segundo o

    CONAMA 274/2000. A classe ‘própria está subdividida em excelente (1 ou

    círculos verdes), muito boa (2 ou círculo azul) e satisfatória (3 ou círculos

    amarelos). A classe imprópria está representada pelo círculo vermelho ou pelo

    número 4. (A) Classificação da camada de superfície. (B) Classificação da

    camada de fundo................................................................................................86

    Figura 48: Classificação do ponto P2 em cada dia de amostragem segundo o

    CONAMA 274/2000. A classe ‘própria está subdividida em excelente (1 ou

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    15

    círculos verdes), muito boa (2 ou círculo azul) e satisfatória (3 ou círculos

    amarelos). A classe imprópria está representada pelo círculo vermelho ou pelo

    número 4. (A) Classificação da camada de superfície. (B) Classificação da

    camada de fundo................................................................................................88

    Figura 49: Classificação do ponto P3 em cada dia de amostragem segundo o

    CONAMA 274/2000. A classe ‘própria está subdividida em excelente (1 ou

    círculos verdes), muito boa (2 ou círculo azul) e satisfatória (3 ou círculos

    amarelos). A classe imprópria está representada pelo círculo vermelho ou pelo

    número 4. (A) Classificação da camada de superfície. (B) Classificação da

    camada de fundo................................................................................................89

    Figura 50: Classificação do ponto P3 em cada dia de amostragem segundo o

    CONAMA 274/2000. A classe ‘própria está subdividida em excelente (1 ou

    círculos verdes), muito boa (2 ou círculo azul) e satisfatória (3 ou círculos

    amarelos). A classe imprópria está representada pelo círculo vermelho ou pelo

    número 4. (A) Classificação da camada de superfície. (B) Classificação da

    camada de fundo................................................................................................90

    Figura 51: Classificação do ponto Rasa em cada dia de amostragem segundo o

    CONAMA 274/2000. A classe ‘própria está subdividida em excelente (1 ou

    círculos verdes), muito boa (2 ou círculo azul) e satisfatória (3 ou círculos

    amarelos). A classe imprópria está representada pelo círculo vermelho ou pelo

    número 4. (A) Classificação da camada de superfície. (B) Classificação da

    camada de fundo................................................................................................91

    Figura 52: Classificação do ponto Praia em cada dia de amostragem segundo o

    CONAMA 274/2000. A classe ‘própria está subdividida em excelente (1 ou

    círculos verdes), muito boa (2 ou círculo azul) e satisfatória (3 ou círculos

    amarelos). A classe imprópria está representada pelo círculo vermelho ou pelo

    número 4. (A) Classificação da camada de superfície. (B) Classificação da

    camada de fundo................................................................................................92

    Figura 53: Comparação entre os dados de balneabilidade do INEA e os dados

    de Enterococcus dos pontos P4 e Praia das campanhas dos dias 27/02/2018,

    06/03/2018, 20/03/2018 e 05/04/2018 (A); e dos dias 11/06/2018, 28/06/2018,

    14/08/2018 e 25/09/2018 (B). Os círculos azuis representam praias próprias para

    banho e os círculos vermelhos representam praias impróprias..........................93

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    16

    Lista de Tabelas

    Tabela 1: Média dos parâmetros em cada ponto de coleta, nas camadas de

    superfície (sup) e fundo (fun).............................................................................42

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    17

    Lista de Abreviações

    °C – Graus Célsius

    AA3 – AutoAnalyzer 3

    ACAS - Água Central do Atlântico Sul

    ANOVA – Analysis of Variance

    BG – Baía de Guanabara

    Cd - Cádmio

    CEDAE – Companhia Estadual de Águas e Esgotos

    CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

    cm – Centímetro

    CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

    CTD – Conductivity, Temperature and Depth

    Cu - Cobre

    EPC – Estação de Pré-Condicionamento

    ESEI – Emissário Submarino de Esgoto de Ipanema

    ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade

    INEA – Instituto Estadual do Ambiente

    km – Quilômetros

    L - Litro

    m – Metro

    mm – Milímetro

    MPS – Multiprobe System

    n° - Número

    NT – Nitrogênio Total

    MoNa Cagarras – Monumento Natural das Ilhas Cagarras

    OD – Oxigênio Dissolvido

    ODV – Ocean Data View

    P1 – Ponto 01

    P2 – Ponto 02

    P3 – Ponto 03

    P4 – Ponto 04

    PCA – Análise de Componentes Principais

    PT – Fósforo Total

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    SST – Sólidos em Suspensão Totais

    UC – Unidade de Conservação

    UFC – Unidade Formadora de Colônias

    UV – Ultravioleta

    Vis - Visível

    YSI - Yellow Springs Instrument

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    1. Introdução

    Grande parte da população do Brasil e do mundo está situada nas regiões

    costeiras, que têm mostrado crescimento mais acelerado do que as populações

    que residem no interior dos continentes (Cicin-Sain et al., 1998). Essas regiões

    possuem grande importância ecológica, econômica e social. Segundo Reid e

    Miller (1989) a estimativa para o total de espécies que habitam as regiões

    costeiras ou o seu entorno pode ultrapassar 10 milhões, se levarmos em

    consideração espécies que ainda não foram descritas. A proximidade dessas

    áreas com o mar permite que nos beneficiemos de alguns recursos como

    alimentos, extração de minerais e óleo, sal e materiais úteis em construções

    como areia, pedra e lama. (Constanza et al., 1997). Além disso, a costa também

    fornece proteção contra eventos naturais extremos como furacões e ciclones.

    (Carter, 1988).

    Em um âmbito social, a beleza cênica da costa e todos esses benefícios

    que ela provém são dois fatores que contribuem fortemente com esse aumento

    de pessoas vivendo nessas regiões. (Martínez et al., 2007). O rápido

    crescimento da população tem como consequência a urbanização da costa e o

    desenvolvimento de atividades industriais, portuárias e turísticas. Tais atividades

    resultam na produção de resíduos, como o esgoto doméstico e industrial, que

    quando não recebe o devido tratamento é despejado diretamente nos corpos

    hídricos e acabam por contribuir com a poluição marinha (Clarke e Warwick,

    2001; CETESB, 2018). Uma solução encontrada pela sociedade para lidar com

    essa situação e diminuir o impacto causado pelo despejo inadequado de esgoto

    foi o lançamento desses efluentes no oceano, através dos emissários

    submarinos.

    Os emissários submarinos são sistemas de disposição oceânica

    destinados a lançar esgoto sanitário no ambiente marinho, com o intuito de

    afastá-lo da costa. Eles foram desenvolvidos como alternativa para dar destino

    aos resíduos produzidos e são construídos na maior profundidade e distância da

    costa possíveis, em áreas abertas onde a circulação de água é elevada. O

    esgoto é coletado nas áreas urbanas e bombeado para a estação de

    pré- condicionamento (EPC) onde, idealmente, será feito um tratamento

    preliminar visando a retirada de objetos e grandes partículas, filtração de

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    20

    substâncias como óleos e graxas e desinfecção da água através do uso de cloro.

    A estrutura conta ainda com uma câmara de carga, cuja função é impedir a

    entrada de ar na tubulação e gerar pressão para que o esgoto seja despejado

    em alto mar, garantindo estabilidade no processo de bombeamento da EPC até

    o local exato de lançamento no corpo d’água através dos difusores, que ficam

    nas extremidades finais do emissário (Figura 1).

    Figura 1: Emissários submarinos. (A) Esquema de um sistema de disposição oceânica ideal

    (Fonte: CETESB). (B) Detalhe da porção final de um emissário, mostrando a descarga de

    efluentes pelos difusores (Fonte: Feitosa, 2007).

    B

    A

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    21

    O oceano vem se mostrando, desde o início da humanidade, uma

    alternativa viável para o destino dos resíduos humanos, atuando como depósito.

    Sua eficácia é corroborada pela própria química da água, que em geral não

    sofreu grandes mudanças, visto que permanece essencialmente igual a mais de

    um milhão de anos (Alder, 1973 apud Salas, 1994). Essa alternativa tem se

    mostrado bastante eficiente e isso se deve ao fato dele dispor de um grande

    aporte de água, o que lhe confere alta capacidade de depuração e

    consequentemente promove a diluição da matéria orgânica proveniente dos

    emissários (Botelho et al., 2016). Essa diluição é possível devido à grande

    quantidade de energia gerada pelos movimentos de correntes marinhas e a

    disponibilidade de oxigênio dissolvido (OD). Além disso, o próprio ambiente não

    é favorável à sobrevivência de microrganismos entéricos (Feitosa, 2017). De

    acordo com Salas (1994) um emissário submarino construído e atuando de

    maneira apropriada reduz a concentração de matéria orgânica e de nutrientes a

    níveis que não seriam suficientes para impactar o ambiente marinho.

    Os sistemas de esgotamento sanitário visam melhorar a qualidade da

    saúde pública e preservar o meio ambiente, diminuindo os possíveis impactos

    acarretados pela poluição dos cursos d'água (Ribeiro e Rooke, 2010). Apesar de

    ser uma solução eficiente, quando não há um tratamento prévio do esgoto, o

    descarte gerado pelos emissários acarreta em um input de nutrientes (carbono

    orgânico total, séries nitrogenadas, fósforo orgânico e inorgânico, sulfetos,

    cloretos, etc.) e contaminantes (metais, pesticidas, hidrocarbonetos e outras

    substâncias potencialmente tóxicas), além de possuir altos teores de sólidos

    totais (Rodgers-Gray et al., 2000). Sendo assim, o lançamento dos efluentes

    domésticos-industriais pode gerar uma série de impactos ambientais, como por

    exemplo: a fertilização marinha (Marques Júnior et al., 2006); a poluição de

    praias localizadas no entorno de emissários, o que põe em risco a saúde dos

    banhistas (Roth et al., 2016); o aumento na biomassa de fitoplâncton, podendo

    resultar em florações e o surgimento de espécies tóxicas (Braga et al., 2000;

    Thompson e Waite, 2003) e alteração nas condições biológicas de diversos

    organismos (Rodgers-Gray et al., 2000; Moser et al., 2004; Abessa el al., 2012).

    O uso de emissários submarinos é adotado em diversos países em todo o

    mundo, como na Venezuela por exemplo, que até 2009 possuía mais 39 desses

    sistemas. (CAERN, 2009) O Brasil possui apenas 20 destes sistemas,

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    22

    localizados principalmente em regiões costeiras. O estado de São Paulo

    concentra a maioria desses sistemas (8 no total) (CETESB, 2018). Já o Rio de

    Janeiro possui 4 emissários, sendo eles: Emissário Submarino de Ipanema,

    Emissário Submarino da Barra da Tijuca, Emissário Submarino de Icaraí e o

    Emissário Submarino de Rio das Ostras (CEPERJ, 2013). O emissário situado

    na Barra da Tijuca é o mais extenso do Brasil, possuindo 5.000 m de

    comprimento.

    O Emissário Submarino de Esgoto de Ipanema (ESEI), localizado entre a

    praia de Ipanema e o arquipélago das Ilhas Cagarras, foi o primeiro a ser

    construído no Brasil e começou a operar em 1975 (Figura 2) (Britto et al., 1986).

    Feito de concreto protendido, possui 4.326 m de comprimento e 2,40 m de

    diâmetro, e seus 178 difusores de 170 mm de diâmetro estão localizados nos

    últimos 449 m da estrutura, a 27 m de profundidade (Carvalho et al., 2002) O

    projeto teve início antes de qualquer legislação específica para o assunto e conta

    apenas com um sistema de gradeamento grosseiro, não havendo nenhum

    tratamento para a redução da carga orgânica ou qualquer estrutura de

    peneiramento progressivo (Feitosa, 2017). O diâmetro da única peneira presente

    no ESEI é equivalente a 6,67 cm, o que permite a passagem de pequenos

    objetos como por exemplo: canetas, isqueiros, preservativos e absorventes.

    Os sistemas de disposição oceânica construídos após a lei estadual

    2.661/1996 contam com o tratamento completo dos resíduos, incluindo o

    tratamento primário que ocorre na porção terrestre do emissário. Além da lei, a

    emissão de efluentes domésticos também é regulamentada pelo Protocolo de

    Annapolis e ambos estabelecem regras para a construção e implantação de um

    emissário submarino e seu funcionamento. Ademais, em 2011, entrou em vigor

    a resolução CONAMA 430/2011, que estabelece que o lançamento de efluentes

    pelos sistemas de disposição oceânica deve passar por um tratamento que

    remova, no mínimo, 20% de Sólidos em Suspensão Totais (SST) (Brasil, 2011).

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    23

    Figura 2: Píer construído na época que se iniciaram as obras do Emissário Submarino de

    Ipanema (Foto: Aurelino Gonçalves).

    Atualmente, o ESEI atende toda a zona sul do Rio de Janeiro (Equivalente

    a 17 bairros mais o centro da cidade) , cuja população ultrapassa 2,1 milhões de

    pessoas, e é responsável por descarregar cerca de 8.000 litros por segundo de

    efluentes domésticos diretamente no mar, 5.000 litros por segundo a menos da

    sua capacidade total. (Carvalho et al., 2002; CEDAE, 2018). E há apenas 2 km

    de distância dos difusores do ESEI está localizado a ilha de Palmas que faz parte

    do monumento natural das ilhas Cagarras (MoNa Cagarras).

    O MoNa Cagarras foi criado em 13 de abril de 2010 pela Lei n° 12.229

    (Brasil, 2010) e é a primeira Unidade de Conservação (UC) marinha de proteção

    integral do Rio de Janeiro (Mar Adentro, 2018). O arquipélago abrange as ilhas

    Cagarras, Palmas, Comprida e Redonda e as ilhotas Filhote da Cagarras e

    Filhote da Redonda (Figura 3). Também faz parte do monumento um raio de 10

    m ao redor das mesmas. (ICMBio, 2018).

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    24

    Figura 3: Visão aérea do Monumento Natural das Ilhas Cagarras (Foto: Fernando Moraes).

    A região é alvo constante de atividades recreativas, como o turismo, prática

    de mergulho, caça subaquática e esportes envolvendo a natureza, além de ser

    explorada por atividades pesqueiras. Em contrapartida, o local é responsável por

    abrigar grande diversidade terrestre e marinha, sendo área de descanso,

    alimentação e reprodução para uma série de organismos, como por exemplo,

    aves, peixes, cetáceos e invertebrados. Além disso, 80% da sua vegetação está

    associada a ecossistemas relacionados a Mata Atlântica, que é uma vegetação

    nativa de grande importância (ICMBio, 2018)

    O MoNa Cagarras está sujeito a diferentes fontes de poluição que chegam

    através de ventos e correntes (Carvalho et al., 2002; Mar Adentro, 2018) uma

    vez que está localizada a menos de 2 km a noroeste do ESEI e a 8 km das águas

    poluídas da Baía de Guanabara (BG) (Van Weerelt et al. 2013). Diante desse

    cenário, a criação da UC teve como objetivo preservar os remanescentes do

    ecossistema insular do domínio da Mata Atlântica, os refúgios e áreas de

    nidificação de aves marinhas migratórias, e a beleza cênica do local (ICMBio,

    2018).

    Ilha Redonda

    Ilha Comprida

    Ilha de Palmas Ilha Cagarra

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    A Baía de Guanabara possui cerca de 380 km² e está situada na costa

    nordeste do Rio de Janeiro, uma das áreas urbanas com o maior número de

    habitantes do mundo (28ª, segundo Cox, W., 2018). Sua bacia hidrográfica

    abrange 16 municípios, e concentra mais de 70% da população fluminense, além

    de englobar a porção territorial mais desenvolvida do Estado e grande parte da

    região metropolitana do Rio de Janeiro (Hora et al., 2001). O local abriga uma

    ampla diversidade de espécies com grande importância ecológica, além de

    possuir valiosa importância econômica devido ao seu alto potencial turístico, já

    que em suas águas ocorrem atividades de cunho recreativas e esportivas,

    incluindo competições internacionais (Coelho, 2007; Fistarol et al., 2015).

    Devido ao processo de urbanização, industrialização e ao acréscimo de

    habitantes ao redor, desde 1930 a baía vem sofrendo impactos e mudanças no

    seu ecossistema (Amador, 2012; Fistarol et al., 2015). Suas águas são alvo de

    inúmeras atividades, como navegação, pesca, recreação, abastecimento de

    água e diluição de resíduos (Nixon, 1995). Além disso, a região também sofre

    com o despejo de efluentes domésticos sem o tratamento adequado, o que

    contribui com o aumento de nutrientes e matéria orgânica e consequentemente

    com a eutrofização do local. Um estudo de simulações de correntes realizado

    por Meniconi e colaboradores (2012) mostrou que existe um grande fluxo de

    água indo em direção ao Atlântico Sul, principalmente em estado vazante, em

    maré sizígia. Toda essa intervenção antrópica resultou em riscos ecológicos e

    socioeconômicos: uma grande porção da água da baía é imprópria para o banho,

    a área coberta por manguezais foi reduzida à metade, as atividades de pesca

    foram reduzidas 90% nos últimos anos e a intensa sedimentação forçou um

    aumento dos custos de dragagem para manter canais navegáveis. Os aterros

    forçaram a alteração no padrão de circulação, afetando o equilíbrio ecológico de

    algumas áreas de forma irreversível (Mayr et al., 1989).

    A análise dos parâmetros de qualidade da água no entorno do MoNa

    Cagarras é de extrema importância para o seu plano de manejo, que foi

    finalizado em 2018 e no momento está em tramitação no ICMBio. O presente

    trabalho busca investigar se há influência do ESEI ou da BG na praia de

    Ipanema, que é muito frequentada por turistas e moradores da cidade do Rio de

    Janeiro, e/ou o MoNa Cagarras, que é um arquipélago de grande importância

    ecológica. Os resultados poderão contribuir com o desenvolvimento de ações

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    26

    públicas visando garantir a segurança dos banhistas que utilizam a praia e

    manter a biodiversidade da unidade de conservação.

    2. Hipótese

    O Emissário Submarino de Ipanema e/ou a Baía de Guanabara não

    exercem influência no Monumento Natural das Ilhas Cagarras e/ou na Praia de

    Ipanema.

    3. Objetivo

    O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade da água no

    MoNa Cagarras e a influência dessa qualidade no seu entorno através da análise

    de parâmetros descritores da qualidade das águas (Temperatura, salinidade, pH,

    oxigênio dissolvido, pigmentos, amônia, nitrito, nitrato, nitrogênio total (NT),

    ortofosfato, fósforo total (PT), silicato, clorofila, Escherichia coli e Enterococcus).,

    3.1 Objetivos específicos

    • Avaliar se o emissário submarino de esgoto de Ipanema exerce influência

    no arquipélago do MoNa Cagarras e/ou na praia de Ipanema.

    • Avaliar se a Baía de Guanabara exerce influência no arquipélago do MoNa

    Cagarras.

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    27

    4. Metodologia

    4.1. Coleta

    O presente trabalho foi desenvolvido

    durante o Projeto Ilhas do Rio,

    patrocinado pela PETROBRAS, e

    desenvolvido durante três fases: Fase 1,

    entre agosto de 2011 a julho de 2012;

    Fase 2, entre janeiro de 2014 a dezembro

    de 2014; e Fase 3, entre fevereiro de 2018

    a dezembro de 2018. A área de estudo foi

    amostrada em 6 pontos: Ponto 01 (P1),

    próximo à entrada da Baía de Guanabara

    (BG); Ponto 02 (P2), próximo à ilha

    Redonda; Ponto 03 (P3), próximo à ilha de

    Palmas; Ponto 04 (P4), próximo ao ESEI;

    Rasa, próximo à ilha Rasa (que serviu

    como ponto controle) e Praia, próximo a

    praia de Ipanema (Figura 4).

    Os pontos foram amostrados na

    seguinte ordem: Ponto 01, Rasa, Ponto

    02, Ponto 03, Ponto 04 e Praia, e para

    cada um obtiveram-se amostras de

    superfície e fundo. Os pontos Praia e

    Rasa foram inseridos na segunda Fase do

    pojeto. Apesar da ilha Rasa não fazer

    parte do MoNa Cagarras, o seu

    monitoramento também é importante,

    visto que seus ecossistemas terrestre e marinho interagem com as ilhas no seu

    entorno (Van Weerelt et al. 2013).

    Figura 4: Locais de amostragem para

    qualidade de água: P1 – localizado na

    entrada da Baía de Guanabara; P2 –

    localizado ao largo da Ilha Redonda; P3 –

    localizado ao lado da Ilha das Palmas; P4 –

    localizado bem na saída do Emissário

    Submarino de Ipanema (ESEI); Praia –

    localizado entre a saída do ESEI e a Praia

    de Ipanema; Rasa – localizado ao largo da

    Ilha Rasa (Modificado de Van Weerelt et al.

    2013)

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    28

    Foram realizadas 12 campanhas em cada fase do projeto e as amostragens

    foram realizadas sempre na parte da manhã. As expedições das Fases 1 e 2

    foram realizadas mensalmente. Contudo, durante a Fase 3 por conta da maior

    ocorrência de condições adversas de navegação (chuva e condições de mar

    agitado), tal regularidade não pode ser respeitada. Por isso, visando a proteção

    e a segurança da equipe de coleta, as expedições só foram realizadas em

    períodos nos quais o mar encontrava-se calmo. Com o intuito de observarmos

    se há influência da sazonalidade, apenas os dados das 8 primeiras coletas da

    Fase 3 foram levados em consideração.

    As amostras de água foram recolhidas através de uma garrafa Niskin, com

    volume de 5 L. Até 2014, a temperatura e a salinidade eram obtidas através de

    uma sonda multiparâmetros YSI modelo 556 MPS, previamente calibrada. A

    partir da Fase 3 (ano de 2018) esses valores passaram a ser mensurados por

    um CTD modelo YSI Castway. Do volume total, foram retiradas alíquotas para

    análises de nutrientes, pH, oxigênio dissolvido, clorofila, e coliformes totais (E.

    coli e Enterococcus). As amostras foram colocadas em frascos apropriados para

    cada análise, preservadas adequadamente e transportadas para o Laboratório

    de Hidrobiologia através de caixas térmicas com refrigeração adequada, com

    exceção das amostras para a análise do oxigênio dissolvido que foram fixadas

    logo após sua coleta.

    Medidas de transparência da água foram obtidas através de um disco de

    Secchi, enquanto que a velocidade do vento e a temperatura ambiente foram

    mensurados por um anemômetro. Afim de determinar a clorofila a, foram

    realizadas filtrações a bordo. Posteriormente os filtros foram acomodados em

    tubos para criogenia e imediatamente congeladas em nitrogênio líquido aonde

    ficaram armazenados até o momento da análise.

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    29

    4.2 Análises laboratoriais

    As amostras foram analisadas em triplicata no mesmo dia em que foram

    coletadas. Os nutrientes foram mensurados através dos métodos convencionais

    da oceanografia (Grasshoff et al., 1999; Parsons et al., 1984). Desse modo, o

    ortofosfato foi determinado pelo método fosfomolibídico, assim como o fósforo

    total, sendo este previamente digerido em meio ácido com persulfato de potássio

    (Grasshoff et al., 1999). O nitrito foi determinado através do método de

    diazotação, bem como o nitrato e o nitrogênio total, sendo que o nitrato foi

    reduzido para nitrito anteriormente, por meio de redução em coluna de Cd-Cu

    (Grasshoff et al., 1999). Já o nitrogênio total foi previamente digerido por

    persulfato. O silicato foi determinado pelo método silicomolibídico, o nitrogênio

    amoniacal (amônia) pelo método do azul de indofenol (Parsons et al., 1984). Os

    métodos colorimétricos foram executados em espectrofotômetro UV-Vis. Perkin-

    Elmer Lambda 25 e no AutoAnalyzer 3 - AA3. O oxigênio dissolvido foi obtido

    através do método de titulação de Winkler. O pH foi estimado utilizando-se um

    aparelho medidor de pH de bancada, previamente calibrado com soluções

    padrões certificados de pH Merck com pH 4,01 ± 0,01 (25 ºC), pH 7 ± 0,01

    (25 ºC), e pH 10 com valor 10,00 ± 0,02 (25 ºC). A clorofila foi extraída em

    acetona 90% por 18 horas e, posteriormente, lida tanto em espectrofotômetro

    quanto em fluorímetro. A quantificação de bactérias indicadoras termotolerantes

    foi feita através da técnica de incubação de membrana filtrante. Todos os

    materiais utilizados foram esterilizados com álcool 70% entre uma amostra e

    outra. Os resultados foram reportados em UFC (Unidades formadoras de

    colônias). Os volumes de amostra filtrada variaram em razão da concentração

    de efluentes presentes na amostra. Tipicamente, foram filtrados 400 mL de água

    nas amostras dos pontos da entrada da BG e das Ilhas, enquanto as amostras

    do emissário e da praia de Ipanema precisaram ser diluídas para serem

    quantificadas.

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    30

    4.3 Análise de dados

    Após a validação dos resultados de cada análise, os valores foram

    registrados em um banco de dados, juntamente com outras informações de

    coleta, como a pluviosidade das últimas 72 horas antecedentes às amostragens

    e o estado de maré. A partir do banco de dados, os resultados foram submetidos

    a análises de estatística descritiva básica (mínimo, máximo, média, mediana,

    desvio padrão). Análises multivariadas foram empregadas visando integrar e

    compreender os resultados observados, bem como caracterizar o ambiente

    estudado. Sendo a integração dos resultados abióticos, ou químicos, com os

    resultados biológicos realizada através da Análise em Componentes Principais

    (PCA). Buscando compreender as mudanças observadas ao longo das três

    fases de trabalho foi realizada a ANOVA e gráficos Box Plot. Por fim foram

    gerados mapas integrando os resultados de coliformes obtidos durante as

    expedições do Projeto Ilhas do Rio com os disponibilizados pelo INEA. Para tais

    análises e criações de mapas foram utilizados os softwares Statistica e Ocean

    Data View (ODV).

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    31

    5. Resultados

    Para a realização do presente estudo foram consideradas as 3 fases do

    projeto, totalizando 32 expedições, aonde foram coletadas um total de 384

    amostras. Os resultados das análises dessas amostras foram registrados em um

    banco de dados, que foi utilizado nas análises estatísticas que serão

    apresentadas.

    5.1 Parâmetros analisados

    Temperatura

    A temperatura superficial variou de 14,87 °C a 29,45 °C (Figura 5). O maior

    valor foi observado na coleta do dia 22/01/2014, no ponto Rasa, e o menor valor

    foi observado na coleta do dia 02/12/2014, no ponto P4. A média entre os pontos

    variou de 21,97 °C a 22,97 °C, sendo os dois extremos observados no ponto P4

    (Tabela 1). Na camada de fundo houve variação de 12,57 °C a 26,40 °C, sendo

    o maior valor observado na coleta do dia 06/03/2018, no ponto P1, e o menor

    valor na coleta do dia 02/02/2012, no mesmo ponto. A média entre os pontos

    variou de 17,94 °C a 20,13 °C. A menor média ocorreu no ponto P2 e a maior no

    ponto P3. Os valores de temperatura superficial foram mais elevados na Fase 3,

    fato que pode ser bem observado no ponto P2 (Figura 6). Para a camada de

    fundo não foi observada nenhuma tendência. A variação da temperatura em

    relação às fases do projeto é apresentada na figura 7. Para visualizar a tendência

    de aumento nos outros pontos favor olhar anexo 1.

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    32

    Figura 5: Variação da temperatura (°C) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde) em cada

    ponto de amostragem, nas três fases do projeto. A caixa representa 25% a 75% dos valores

    encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, mediana (□) e outliers (○).

    Figura 6: Variação da temperatura (°C) na superfície (em vermelho) e fundo (verde) no ponto

    P2, ao longo das três fases de amostragem. A caixa representa 25% a 75% dos valores

    encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, mediana (□) e outliers (○).

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    33

    Figura 7: Variação da temperatura (°C) nas campanhas de coleta, agrupadas em fases. O

    primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. (A)

    Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico referente à camada de fundo.

    Salinidade

    Na camada superficial, a salinidade variou de 28,72 a 33,84 (Figura 8). O

    maior valor foi observado na coleta do dia 22/01/2014, no ponto P4, e o menor

    valor foi observado na coleta do dia 02/02/2012, no ponto P1. A média entre os

    pontos variou de 32,97 a 34,16 (Tabela 1), tendo a maior média ocorrido no ponto

    Rasa e a menor no ponto P1. Na camada de fundo a variação foi de 31,01 a

    36,49. O maior valor foi observado na coleta do dia 09/04/2014, no ponto Praia,

    e o menor valor foi observado na coleta do dia 22/05/2014, no ponto P4. A média

    entre os pontos variou de 33,98 a 34,51. A maior média ocorreu no ponto Rasa

    e o menor no ponto P1. O ponto P1 apresentou menores valores de salinidade,

    10

    15

    20

    25

    30

    Tem

    pera

    tura

    da Á

    gu

    a

    ( C

    )

    Superfície

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas Emissário Praia Ilha Rasa

    10

    15

    20

    25

    30

    Tem

    pera

    tura

    da Á

    gu

    a

    ( C

    )

    Fundo

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas Emissário Praia Ilha Rasa

    A

    B

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    34

    principalmente na camada de superfície. A variação da salinidade em relação às

    fases do projeto é apresentada na figura 9.

    Figura 8 Variação da salinidade na superfície (em vermelho) e fundo (em verde) em cada ponto

    de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa representa 25% a 75% dos valores

    encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos

    (*).

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    35

    Figura 9: Variação da salinidade nas campanhas de coleta, agrupadas em fases. O primeiro grupo

    de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. A linha vermelha horizontal

    demarcada nos gráficos representa o limite da classificação para águas salobras. (A) Gráfico

    referente à camada de superfície. (B) Gráfico referente à camada de fundo.

    Oxigênio dissolvido

    Na camada superficial o OD variou de 0,41 ml/L a 8,26 ml/L (Figura 10),

    onde o maior valor foi observado na coleta do dia 21/09/2011 no ponto P3,

    enquanto que o menor valor foi observado na coleta do dia 12/02/2014 no ponto

    Praia. A média entre os pontos variou de 4,14 ml/L a 5,01 ml/L, sendo o maior

    valor observado no ponto Rasa, e o menor valor no ponto P1 (Tabela 1). Já na

    camada de fundo, o OD variou de 0,45 ml/L a 8,10 ml/L. O maior valor também

    foi observado na coleta do dia 21/09/2011, no ponto P3, e o menor valor foi

    observado na coleta do dia 13/02/2014. A média entre os pontos variou de 3,42

    ml/L a 4,29 ml/L. A maior média ocorreu no ponto P3 e a menor no ponto P4.

    28

    30

    32

    34

    36

    Salin

    ida

    de

    (

    S)

    Superfície

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas Emissário Praia Ilha Rasa

    28

    30

    32

    34

    36

    Sa

    lin

    ida

    de

    (

    S)

    Fundo

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas Emissário Praia Ilha Rasa

    A

    B

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    36

    Para os dados da camada de superfície, foi observado que os valores do ponto

    P1 das campanhas dos dias 30/08/2011 e 21/09/2011 ficaram abaixo do

    estipulado para a classe 3 do CONAMA. Já para os dados da camada de fundo,

    foi observado que os valores abaixo do estipulado para a classe 3 do CONAMA

    ocorreram com mais frequência, em todas as fases do projeto (Figura 11).

    Figura 10: Variação do oxigênio dissolvido (ml/L) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde)

    em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa representa 25% a 75% dos

    valores encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, mediana (□), outliers (○) e valores

    extremos (*).

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    37

    Figura 11: Variação da concentração do OD (ml/L) nas campanhas de coleta, agrupadas em

    fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase

    3. As linhas horizontais demarcadas nos gráficos representam os limites das classificações,

    sendo a classe 1 representada pela linha de cor verde, a classe 2 representada pela linha de cor

    laranja e a classe 3 representada pela linha de cor vermelha. Gráfico referente à camada de

    superfície (A) de fundo (B).

    Amônia

    Os dados da camada de superfície variaram de 0,03 µM a 42,35 µM (Figura

    12). O maior valor foi observado na coleta do dia 26/06/2014, no ponto P1. O

    menor valor foi observado nas coletas do dia 21/09/2011 e 06/01/2012, no ponto

    P2. A média entre os pontos variou de 0,77 µM a 10,24 µM (Tabela 1). A maior

    média ocorreu no ponto P1 e a menor no ponto P2. Para a camada de fundo

    observamos variação de 0,03 µM a 32,24 µM. O maior valor foi observado na

    coleta do dia 25/09/2018, no ponto P4. Já o menor valor foi observado na coleta

    do dia 06/01/2012, no ponto P2. A média entre os pontos variou de 0,45 µM a

    7,29 µM. A maior média ocorreu no ponto P4 e a menor no ponto P2. Os pontos

    0

    2

    4

    6

    Oxig

    ên

    io D

    isso

    lvid

    o (

    ml/

    L)

    Superfície

    Entrada da BG - P1 Ilha Redonda - P2 Ilha de Palmas - P3

    Emissário - P4 Ilha Rasa Praia

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    Oxig

    ên

    io D

    isso

    lvid

    o (

    ml/

    L)

    Fundo

    Entrada da BG - P1 Ilha Redonda - P2 Ilha de Palmas - P3

    Emissário - P4 Ilha Rasa Praia

    A

    B

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    38

    P1 e P4 apresentaram concentrações bem mais elevadas do que os outros, em

    todas as fases do projeto. Na camada de superfície foi observado que apenas

    as campanhas realizadas na Fase 2 do projeto apresentaram valores que

    extrapolaram o limite para a classe 1 do CONAMA, e que tal extrapolação

    ocorreu apenas nos pontos P1 e P4 (Figura 13-A). Já na camada de fundo foi

    observado que houve extrapolação do limite para a classe 1 do CONAMA

    apenas para os valores do ponto P4 das coletas dos dias 27/02/2018 e

    25/09/2018, na Fase 3 (Figura 13-B) Além disso, ao longo das três fases

    podemos observar uma clara tendência de aumento nas concentrações de

    amônia, principalmente no ponto P4, aonde esse aumento foi significativo.

    (p=0,01) (Figura 14). Para mais informações a respeito da variação das

    concentrações de amônia nos outros pontos favor olhar anexo 2.

    Figura 12: Variação da amônia (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde) em cada

    ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa representa 25% a 75% dos valores

    encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, (□) - mediana, (○) - outliers e (*) - valores

    extremos.

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    39

    Figura 13: Variação da concentração da amônia (µM) nas campanhas de coleta, agrupadas em fases. O

    primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3. A linha horizontal

    demarcada nos gráficos representa o limite da classificação do CONAMA, sendo a classe 1 representada

    pela linha de cor verde. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico referente à camada de

    fundo.

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Am

    ôn

    ia

    M)

    Superfície

    Entrada da BG - P1 Ilha Redonda - P2 Ilha de Palmas - P3

    Emissário - P4 Ilha Rasa Praia

    A

    B

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    40

    Figura 14: Variação da amônia (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde) em no

    ponto P4 ao longo das três fases de amostragem. A caixa representa 25% a 75% dos valores

    encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, (□) - mediana, (○) - outliers e (*) - valores

    extremos.

    Nitrito

    Os valores da camada de superfície variaram de 0,01 µM (limite de

    detecção) a 3,71 µM (Figura 15). O maior valor foi observado na coleta do dia

    03/07/2012, no ponto P1. Já o menor valor foi observado nas coletas do dia

    22/05/2014, no ponto P2; 02/07/2014, no ponto Rasa; 06/03/2018, nos pontos

    P2, P3 e P4; 05/04/2018, nos pontos P2, P3 e Praia e no dia 25/09/2018, nos

    pontos P2, P3 e Rasa. A média entre os pontos variou de 0,11 µM a 1,32 µM

    (Tabela 1). A maior média ocorreu no ponto P1, e a menor no ponto Rasa. Já na

    camada de fundo os valores variaram de 0,01 µM (limite de detecção) a 2,48 µM.

    O maior valor foi observado na coleta do dia 14/03/2014, no ponto P4. Já o menor

    valor foi observado na coleta do dia 05/04/2018, nos pontos P2 e Rasa. A média

    entre os pontos variou de 0,34 µM a 0,85 µM. A maior média ocorreu também no

    ponto P1, e a menor no ponto P3. O ponto P1 apresentou as maiores

    concentrações de nitrito, principalmente na camada de superfície. A variação do

    nitrito em relação às fases do projeto é apresentada na figura 16.

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    41

    Figura 15: Variação do nitrito (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde) em cada

    ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa representa 25% a 75% dos valores

    encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos

    (*).

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    42

    Figura 16: Variação da concentração de nitrito (µM) nas campanhas de coleta, agrupadas em

    fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase

    3. A linha horizontal demarcada nos gráficos representa o limite da classificação do CONAMA,

    sendo a classe 1 representada pela linha de cor verde. (A) Gráfico referente à camada de

    superfície. (B) Gráfico referente à camada de fundo.

    Nitrato

    Os valores da camada superficial apresentaram variação de 0,01 µM (limite

    de detecção) a 10,09 µM (Figura 17). O maior valor foi observado na coleta do

    dia 02/12/2014, no ponto Praia. O menor valor foi observado nas coletas dos

    dias 27/08/2014, no ponto P2 e 11/11/2014, nos pontos P4 e Praia. A média

    entre os pontos variou de 0,64 µM a 2,60 µM (Tabela 1). A maior média ocorreu

    no ponto P1, já a menor ocorreu no ponto P2. Na camada de fundo, os valores

    variaram de 0,06 µM a 13,44 µM. O maior valor foi observado na coleta do dia

    27/03/2012, no ponto P2. O menor valor foi observado na coleta do dia

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    Nit

    rito

    (

    µM

    )

    Fundo

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas Emissário Praia Ilha Rasa

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    08

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    09

    /11

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    01

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    01

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    02

    /18

    03

    /18

    03

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    06

    /18

    06

    /18

    08

    /18

    09

    /18

    Nit

    rito

    (

    µM

    )

    Superfície

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas Emissário Praia Ilha Rasa

    B

    A

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    43

    22/01/2014, no ponto P3. A média entre os pontos variou de 2,24 µM a 6,16 µM.

    A maior média foi registrada no ponto P2, e a menor no ponto P3. Foi observado

    a formação de um padrão para os dados da camada de fundo, porém o mesmo

    não foi observado na camada de superfície. (Figura 18). As concentrações de

    nitrato começam a decair a partir de abril/maio e voltam a aumentar a partir de

    agosto/setembro. Também foi observada, para a mesma camada, uma

    tendência de diminuição nas concentrações de nitrato em todos os pontos,

    principalmente no ponto Rasa, aonde essa diminuição foi significativa (p=0,01)

    (Figura 19). A camada de fundo apresentou maiores concentrações de nitrato

    porém não foi observado nenhum valor que extrapolasse o limite para a classe

    1 do CONAMA. Para mais informações a respeito da variação das concentrações

    de nitrato nos outros pontos favor olhar anexo 3.

    Figura 17: Variação do nitrato (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde) em cada

    ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa representa 25% a 75% dos valores

    encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, mediana (□), outliers (○) e valores extremos

    (*).

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

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    44

    Figura 18: Variação da concentração de nitrato (µM) nas campanhas de coleta, agrupadas em

    fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3.

    A linha horizontal demarcada nos gráficos representa o limite da classificação do CONAMA, sendo

    a classe 1 representada pela linha de cor verde. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B)

    Gráfico referente à camada de fundo.

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    Nit

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    (

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    )

    Superfície

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas Emissário Praia Rasa

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    Nit

    rato

    (

    µM

    )

    Fundo

    Entrada da Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas

    Emissário Ilha Rasa Praia

    A

    B

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    45

    Figura 19: Variação do nitrato (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde) no ponto Rasa,

    ao longo das três fases de amostragem. A caixa representa 25% a 75% dos valores encontrados, as

    barras os valores mínimo e máximo, (□) – mediana e (*) - valores extremos.

    Nitrogênio total

    Os valores da camada de superfície variaram de 4,02 µM a 61,41 µM

    (Figura 20). O maior valor foi observado na coleta do dia 14/06/2012, no ponto

    P1. O menor valor foi observado na coleta do dia 18/11/2014, no ponto Rasa. A

    média entre os pontos variou de 2,66 µM a 9,12 µM (Tabela 1). A maior média

    ocorreu no ponto P1, e a menor no ponto Rasa. Já para os valores da camada

    de fundo, a variação observada foi de 5,58 µM a 57,28 µM. O maior valor foi

    observado na coleta do dia 29/11/2011, no ponto P1. O menor valor foi

    observado na coleta do dia 28/06/2018, no ponto Rasa. A média entre os pontos

    variou de 3,58 µM a 6,17 µM. A maior média foi registrada no ponto P4, e a

    menor no ponto P3. A concentração de nitrogênio total foi maior no ponto P4 e

    principalmente no ponto P1, com destaque para a camada de superfície. A

    variação do nitrogênio total em relação às fases do projeto é apresentada na

    figura 21.

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    46

    Figura 20: Variação do nitrogênio total (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde)

    em cada ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa representa 25% a 75% dos

    valores encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, mediana (□), outliers (○) e valores

    extremos (*).

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    47

    Figura 21: Variação da concentração do nitrogênio total (µM) nas campanhas de coleta, agrupadas

    em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e o terceiro a Fase 3.

    (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico referente à camada de fundo.

    Ortofosfato

    Os valores da camada de superfície variaram de 0,02 µM a 2,05 µM (Figura

    22). O maior valor foi observado na coleta do dia 29/11/2011, no ponto P4. O

    menor valor foi observado na coleta do dia 22/01/2014, também no ponto P4. A

    média entre os pontos variou de 0,24 µM a 0,95 µM (Tabela 1). A maior média

    foi registrada no ponto P4, e a menor no ponto Rasa. Já na camada de fundo,

    os valores variaram de 0,07 µM a 2,06 µM. O maior valor foi observado na coleta

    do dia 27/02/2018, no ponto P4. O menor valor foi observado na coleta do dia

    06/03/2018, também no ponto P4. A média entre os pontos variou de 0,41 µM a

    0,95 µM. A maior média ocorreu no ponto P4, e a menor no ponto P3. Os pontos

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    io T

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    M)

    Fundo

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas

    Emissário Praia Ilha Rasa

    A

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  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

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    P1 e P4 apresentaram as maiores concentrações de ortofosfato, principalmente

    P4, na camada de fundo. A variação do ortofosfato em relação às fases do

    projeto é apresentada na figura 23.

    Figura 22: Variação do ortofosfato (µM) na superfície (em vermelho) e fundo (em verde) em cada

    ponto de amostragem, nas três fases do projeto, A caixa representa 25% a 75% dos valores

    encontrados, as barras os valores mínimo e máximo, mediana (□) e outliers (○).

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

    49

    Figura 23: Variação da concentração de ortofosfato (µM) nas campanhas de coleta,

    agrupadas em fases. O primeiro grupo de dados representa a Fase 1, o segundo a Fase 2 e

    o terceiro a Fase 3. (A) Gráfico referente à camada de superfície. (B) Gráfico referente à

    camada de fundo.

    Fósforo Total

    Os valores da camada de superfície variaram de 0,12 µM a 2,86 µM (Figura

    24). O maior valor foi observado na coleta do dia 27/02/2018, no ponto P1. O

    menor valor foi observado na coleta do dia 29/10/2014, no ponto P3. A média

    entre os pontos variou de 1,64 µM a 12,17 µM (Tabela 1). A maior média foi

    registrada no ponto P1, e a menor no ponto Rasa. Já os valores da camada de

    fundo apresentaram variação de 0,19 µM a 3,05 µM. O maior valor foi observado

    também na coleta do dia 27/02/2018, porém no ponto P4. O menor valor foi

    observado na coleta do dia 11/11/2014, no ponto P3. A média entre os pontos

    variou de 1,15 µM a 4,80 µM. A maior média ocorreu no ponto P1, e a menor no

    0

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    Ort

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    sfa

    to (µ

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    Superfície

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas Emissário Praia Ilha Rasa

    0

    1

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    Ort

    ofo

    sfa

    to

    (µM

    )

    Fundo

    Entrada Baía Ilha Redonda Ilha de Palmas

    Emissário Praia de Ipanema Ilha Rasa

    A

    B

  • Torres, C. L. 2019. Qualidade das águas no MoNa Cagarras.

    Monografia apresentada ao Departamento de Biologia Marinha – UFRJ

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    ponto P2. Os pontos P1 e P4 apresentaram as maiores concentrações de fósforo

    total. Foi observado na camada de superfície que em todas as fases houveram

    campanhas aonde as concentrações de fósforo total ultrapassaram o limite

    estipulado para a classe 1 do CONAMA, e na camada de fundo foi observado

    que houve extrapolação desse limite apenas na Fase 3, no ponto P4 Além disso,

    o valor mais alto registrado ultrapassou o limite para a clas