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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA DE UMA SERVENTIA EXTRAJUDICIAL: UM ESTUDO DE CASO GLAUCE CERQUEIRA DE ANDRADE E SANTOS Natal, junho de 2017.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA DE

UMA SERVENTIA EXTRAJUDICIAL: UM ESTUDO DE CASO

GLAUCE CERQUEIRA DE ANDRADE E SANTOS

Natal, junho de 2017.

GLAUCE CERQUEIRA DE ANDRADE E SANTOS

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA DE

UMA SERVENTIA EXTRAJUDICIAL: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Anderson Luiz Rezende Mól, Dr.

Natal, junho de 2017.

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Santos, Glauce Cerqueira de Andrade e.

Avaliação da estrutura financeira de uma serventia extrajudicial: um

estudo de caso/ Glauce Cerqueira de Andrade e Santos. - Natal, 2017.

41f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Anderson Luiz Rezende Mól.

Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do

Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento

de Ciências Administrativas.

1. Gestão financeira – Monografia. 2. Avaliação financeira – Monografia.

3. Índices financeiros - Monografia. 4. Serventia extrajudicial - Monografia.

5. Estrutura financeira - Monografia. I. Mól, Anderson Luiz Rezende. II.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 005.915

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA DE

UMA SERVENTIA EXTRAJUDICIAL: UM ESTUDO DE CASO

GLAUCE CERQUEIRA DE ANDRADE E SANTOS

Monografia apresentada e aprovada em 23/06/2017 pela Banca Examinadora

composta pelos seguintes membros:

________________________________________________________

Prof.º Dr. Anderson Luiz Rezende Mól - UFRN - Orientador

________________________________________________________

Prof.º Ms. Raimundo Marciano de F. Neto - IFRN - Examinador

________________________________________________________

Prof.º Ms. Ruan Rodrigo de Araújo da Costa - IFRN - Examinador

Natal, junho de 2017.

Dedico este trabalho à minha Mãe, dona do meu amor mais puro, que do jeito dela me mostrou o caminho da liberdade através dos estudos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha mãe, meu padrasto e minhas irmãs Gleice e Glicia que

mesmo estando distantes me incentivam e torcem por mim, em especial à minha irmã

Thamise, companheira de alegrias e angústias por quem tenho amor de mãe, irmã e

amiga, à minha cunhada Thayane, com quem sempre pude contar como se fosse

também minha irmã.

Agradeço a Fabiano Pereira, mentor, pai postiço e guardião da minha vida. À

minha segunda mãe e professora, Régia Paulo que, mesmo sem saber, numa

conversa informal, me mostrou que eu podia me realizar profissionalmente na

administração e à Cristiana Cantídio por me apoiar e depositar tanta confiança em

meu trabalho.

Agradeço a todos os professores do Departamento de Ciências administrativas

da UFRN, pelos ensinamentos durante essa trajetória, em especial às professoras

Renata Barreto e Matilde Medeiros pelas aulas divertidas e por tanto amor e zelo aos

alunos, e ao professor Anderson Mól pelo apoio, orientação e inspiração.

Agradeço aos meus colegas, em especial aos amigos Ana Carolina, Claudilane,

Darlan, Elmilene, Isa, Isaac, Ivana, Maria Clara e Richardson, com quem sempre pude

contar e que em todos os momentos estiveram ao meu lado, como uma grande

equipe, tornando maravilhosa essa experiência. E, sobretudo a Rossano Varela, que

nos últimos anos se tornou companheiro da vida e dono do meu coração.

A vocês, pessoas tão especiais, que passaram e deixaram suas marcas em

mim, agradeço e dedico mais esta vitória.

“Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista.”

(Cora Coralina)

RESUMO

A administração financeira trata dos assuntos relacionados às finanças das organizações e dela decorrem as decisões administrativas pertinentes à escolha de ativos e passivos para maximizar o valor da organização. Este trabalho é uma pesquisa não experimental, exploratória descritiva, através do estudo de caso de uma Serventia extrajudicial (cartório) localizada no interior do Estado do Rio Grande do Norte, com o objetivo de fazer o diagnóstico da estrutura financeira da Serventia, no período compreendido de janeiro/2016 a dezembro/2016. O resultado encontrou uma situação excelente, indicando alto nível de liquidez e ciclo financeiro reduzido, além de ter retorno acima da expectativa de investimento e geração de valor à organização.

Palavras-chave: Avaliação financeira. Estrutura financeira. Índices financeiros. Cartório. Serventia extrajudicial.

ABSTRACT

Financial administration addresses matters related to the finances of the organizations and from that, administrative decisions – pertinent to the choice of assets and liabilities to maximize organization value – are derived. The present work is a non-experimental descriptive exploratory research performed through the case study of an Extrajudicial Service (Notary Office) located at inland Rio Grande do Norte, aiming to produce a financial structure diagnosis of the Out-of-court Service in the time period of january/2016 to december/2016. The results showed an excellent situation, indicating high level of liquidity and reduced financial cycle, besides having a payback above investment expectation and generating value to the organization.

Keywords: Financial Assessment. Financial Structure. Financial Indexes. Notary Office. Extrajudicial Service.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9

2 Contextualização e problema ...................................................................... 11

3 Objetivos da pesquisa .................................................................................. 12

3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 12

3.2 Objetivos Específicos................................................................................... 12

4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 13

4.1 Caracterização da empresa ......................................................................... 14

4.2 Diagnóstico Financeiro ................................................................................ 15

4.3 Gestão do Capital de Giro ............................................................................ 16

4.3.1 Indicadores de Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo................................ 17

4.4 Gestão de Valor ............................................................................................ 20

4.4.1 Indicadores da Gestão de Valor .................................................................. 21

5 METODOLOGIA ............................................................................................. 27

5.1 Caracterização da pesquisa ......................................................................... 27

5.2 Dados e instrumento de coleta .................................................................... 27

5.3 Limitações ..................................................................................................... 27

6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............................................. 29

6.1 Cálculo dos Indicadores de Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo .......... 31

6.2 Cálculo dos Indicadores da Gestão de Valor ............................................. 32

7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ........................................................... 37

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 38

1 INTRODUÇÃO

As Serventias Extrajudiciais, também conhecidas como cartórios, são os locais

onde funcionam os serviços notariais (tabelionatos) e de Registro (ofícios de registro),

onde são praticados diversos atos extrajudiciais, por exemplo: escrituras, registros de

imóveis, registros de nascimento, casamento, entre outros (SEFIN, 2016).

Os Tabeliões são particulares reconhecidos como agentes delegados do Poder

Público (ANOREG-BR, 2016). Asseguram segurança jurídica a diferentes atos e são

responsáveis pelo gerenciamento administrativo e financeiro das Serventias, inclusive

pelas despesas de custeio, pessoal e investimentos (ABDRI, 2013).

Ressalta-se que os tabeliões são profissionais do direito, e sua relação com a

administração, via de regra, é intuitiva. Como suporte a essa administração e

buscando a saúde financeira da Serventia objeto desse estudo de caso, realizou-se

uma avaliação da sua estrutura financeira, com o intuito de inaugurar uma série

histórica de dados, que viabilize a análise de valor da organização.

De acordo com Albuquerque (2014), a eficiência do modelo de gestão, o grau

de competitividade, a produtividade dos recursos humanos, a qualidade dos produtos

e os demais fatores críticos de sucesso de uma empresa são expressos no seu

desempenho financeiro. É fundamental, portanto, conhecer em detalhes a saúde

financeira de uma empresa, pois é o que sintetiza todos os demais fatores.

Acompanhar o desempenho financeiro da organização, dá suporte ao gestor

para tomar decisões futuras com uma margem de erro menor. Uma análise

retrospectiva desse desempenho auxilia na compreensão dos resultados da empresa

no presente e, se usada corretamente, impactará no futuro do negócio.

Na pesquisa bibliográfica foram encontrados vários trabalhos versando sobre o

tema abordado neste estudo, tanto em grandes como em pequenas empresas de

serviços e/ou produtos, que chegaram a importantes conclusões para o planejamento

estratégico das organizações. Ocorre que surpreendentemente, no universo desta

pesquisa, não foi encontrado nenhum trabalho avaliando o desempenho financeiro

específico de uma Serventia, destacando a originalidade e contribuição acadêmica

deste estudo de caso.

O trabalho está dividido em cinco capítulos: o primeiro capítulo deste estudo se

destina à contextualização e problema. O segundo exibe os objetivos a serem

alcançados. O terceiro contempla o referencial teórico, caracterizando a Serventia,

9

apresentando a revisão da literatura relacionada ao tema e relatando os conceitos

relacionados ao diagnóstico financeiro. O quarto expõe a metodologia utilizada e as

limitações encontradas na pesquisa. Por fim, o quinto capítulo apresenta as

conclusões acerca dos resultados e algumas recomendações.

10

2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

De acordo com Veras (2015), “Os dados são fatos, valores, observações e

medidas que não estão contextualizados ou organizados”. O movimento financeiro da

organização tem sido registrado em planilhas eletrônicas diárias que controlam as

entradas e saídas de dinheiro em relação aos atos praticados. Essas planilhas geram

um volume de dados útil, porém não contextualizado.

O dado que foi organizado e processado e possivelmente formatado, filtrado,

analisado e resumido, passa a ser informação. Esta é apresentada em forma

significativa e útil para os seres humanos, diferente do dado. Os gestores utilizam a

informação para obter conhecimento (VERAS, 2015).

Segundo Wilker (2013), a criação de valor é o objetivo máximo da

Administração Financeira, e ocorre quando o retorno de seus ativos é maior que o

custo total de seus passivos e patrimônio líquido. Do ponto de vista financeiro, a

contabilidade fornece ao gestor, diversas informações, que se filtradas e analisadas,

podem e devem ser utilizadas como suporte nas decisões estratégicas.

A Serventia funciona sob a administração da tabeliã e oficiala concursada,

desde junho de 2015. Desde então, não houve nenhuma avaliação da estrutura

financeira que se formou. Ela assumiu o cargo, o prédio antigo, os móveis existentes

e começou a prestar os serviços. Não houve tempo para se dedicar a esta análise e

tem tido dificuldades para tomar algumas decisões estratégicas mediante a falta de

informações financeiras.

Nesse sentido, este trabalho se dispõe a responder o seguinte problema:

“Qual o diagnóstico da estrutura financeira da Serventia Extrajudicial?”.

11

3 OBJETIVOS DA PESQUISA 3.1 Objetivo Geral

Fazer o diagnóstico da estrutura financeira da Serventia, no período

compreendido de janeiro/2016 a dezembro/2016.

3.2 Objetivos Específicos

Com o propósito de alcançar o objetivo geral apresentado, enumera-se os

seguintes objetivos específicos:

a) desenvolver os instrumentos contábil-financeiros para análise financeira da

Serventia;

b) avaliar o desempenho financeiro da Serventia;

c) identificar a atratividade da Serventia;

d) propor uma série histórica de índices financeiros para controle de valor da

Serventia.

12

4 REFERENCIAL TEÓRICO

Na Antiguidade, o “Contrato” era celebrado através de uma festa em que as

comunidades tomavam conhecimento de uma negociação. A festa funcionava como

registro do que havia sido combinado e os participantes da festa se convertiam nas

testemunhas. A solução formal encontrada para guardar na história esses contratos,

foi a de registrar tudo em papel e assim surgiram os “Cartórios”, que então se tornaram

os responsáveis pelo registro e manutenção permanente dessas informações

(FRUTUOSO, 2016).

A formalização dos cartórios aconteceu naturalmente com a evolução dos

tempos, a Proclamação da República deu aos Estados Federados a independência

na promulgação de suas normas de justiça com as Organizações Judiciárias e então

a Constituição Federal de 1988 – as anteriores também textualizaram sobre o assunto

– determinou em seu art. 236, que lei ordinária trataria da questão com mais

propriedade.

Assim, a lei 8935, de 18 de novembro de 1994 (BRASIL, 1994), tratou com

modernidade uma instituição mais que secular. Temas como novidades de

comunicação, informatização, formas de arquivamento de documentos,

independência responsável da titularidade do serviço público, prestação de serviço a

contento, foram desenvolvidos no referido diploma legal. Uma das relevantes

novidades dessa lei foi a alteração da nomenclatura de tratamento que permaneceu

por quase 500 anos. A referência "Cartório" mudou para a expressão "Serventia

Extrajudicial", mais adequada ao importante papel social que eles representam. Os

Serviços Notariais e Registrais, conforme dispõe o art. 1º da lei, são os de organização

técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança

e eficácia dos atos jurídicos (NASCIMENTO, 2016).

Neste trabalho, adotou-se a definição oficial “Serventia Extrajudicial”, conforme

determina a lei citada.

13

4.1 Caracterização da empresa

A organização em foco é uma Serventia Extrajudicial localizada no interior do

Estado do Rio Grande do Norte, está em funcionamento desde 1959 e é um Ofício

Único que tem como atribuições:

• Notas;

• Registro Civil das Pessoas Naturais;

• Registro de Imóveis;

• Registro de Títulos e Documentos e Civis das Pessoas Jurídicas.

A tabeliã e Oficiala, responsável pela Serventia, ingressou na atividade através

da habilitação adquirida no primeiro concurso público para delegação de serviços

notariais e registrais do Rio Grande do Norte realizado em 2012, por determinação do

CNJ - Conselho Nacional de Justiça (TJRN, 2015), e assumiu sua função em julho de

2015. Antes a ocupação desses cargos, se dava por alocação pessoal.

Ao contrário dos servidores públicos e outros trabalhadores, os notários e

registradores não têm, assegurado por lei, direito a férias e seu terço, licença-prêmio,

licença-maternidade, 13º salário, previdência especial e outros benefícios trabalhistas.

A atividade não proporciona uma renda fixa ao longo dos meses. As receitas e

despesas são variáveis, podendo ocorrer algumas oscilações em decorrência de

diversos fatores (ANOREG-BR, 2016).

A função notarial e registral tem fundamento na própria Constituição Federal,

em seu artigo 236. Desse fundamento emerge que a natureza jurídica da atividade, é

uma mistura entre o exercício privado de uma atividade que, embora pertença ao

poder público, é delegada ao tabelião (SANTOS, 2014).

Para a execução dos serviços, a organização conta atualmente com cinco

colaboradores, sendo um auxiliar de cartório, dois escreventes, um administrador e

um tabelião substituto, todos sob regime da Legislação do Trabalho (CLT).

A Serventia ainda não dispõe de sistema de gestão informatizado, todos os

serviços realizados são registrados em planilhas eletrônicas, preenchidas

manualmente e os serviços prestados são cobrados com base nas tabelas de

emolumentos em vigor.

Funciona para atendimento ao público de segunda-feira à sexta-feira das 8 às

12h e das 13 às 17h.

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4.2 Diagnóstico Financeiro

A análise econômico-financeira da empresa é um instrumento essencial na

gestão de uma empresa. Ela permite uma melhor otimização dos recursos, e também,

aperfeiçoar o relacionamento da empresa com os parceiros financeiros.

Segundo Albuquerque (2014), o Diagnóstico Financeiro tem como objetivo a

mensuração do desempenho financeiro e do modelo de negócios desenvolvido pela

empresa. A análise financeira pode ser retrospectiva e/ou prospectiva. A retrospectiva

ajuda a compreender como os resultados da empresa se comportaram até o presente.

Esse tipo é realizado por meio da análise de balanços e demonstrativos e de

informações importantes que estejam registrados em planilhas e relatórios gerenciais,

confrontada com os resultados da análise da situação atual. A análise prospectiva

procura antecipar os resultados de um período posterior ao atual, entre um e doze

anos adiante, conforme o objetivo do estudo. Essa análise deve conter os resultados

das estratégias previstas para execução por todo esse período, de acordo com as

informações colhidas no planejamento estratégico da empresa, e também através de

entrevistas com os gestores.

Guimarães (2014), afirma que para a elaboração de um diagnóstico econômico-

financeiro, investigam-se o modelo de negócio da empresa e suas demonstrações

financeiras, focando nos quesitos da mais alta importância em finanças: lucratividade,

rentabilidade, liquidez e risco. Através dele, pode-se fazer uma avaliação de seu

desempenho, assim como identificar os resultados das diversas decisões tomadas em

determinado período (análise retrospectiva, tradicional).

Ribeiro (2007, p. 1), faz a seguinte descrição:

A análise das Demonstrações Financeiras pode ser entendida como um conjunto de técnicas que mostra a situação econômico-financeira da empresa em determinado momento, por meio de indicadores. Observa-se que a análise começa justamente onde termina a contabilidade (nos relatórios contábeis) e tem como principal objetivo extrair informações úteis para ser base para tomada de decisão.

As principais Demonstrações Contábeis que podem ser analisadas são:

Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de

Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração de Fluxo de Caixa e Demonstração

do Valor Adicionado.

15

Como neste trabalho o diagnóstico financeiro será feito baseado nos dados

contábeis do período de janeiro a dezembro/2016, a análise será retrospectiva e

abordará a gestão do capital de giro avaliando os recursos de curto prazo e a geração

de valor com a avaliação dos índices da gestão de valor.

4.3 Gestão do Capital de Giro

Cobrindo geralmente mais da metade dos ativos totais investidos, o Capital de

Giro tem participação relevante no desempenho operacional das organizações.

O termo giro refere-se aos recursos correntes (curto prazo) da empresa, que

são aqueles capazes de serem convertidos em caixa no prazo máximo de um ano

(ASSAF NETO; SILVA, 2012, p. 2).

Os elementos de giro são identificados dentro do Balanço Patrimonial, no ativo

circulante e no passivo circulante, ou seja, no curto prazo. Os ativos circulantes

normalmente são compostos de caixa, títulos negociáveis, contas a receber e

estoques. Os passivos circulantes consistem em contas a pagar, títulos de curto prazo

a pagar, vencimentos circulantes da dívida de longo prazo, imposto de renda

acumulado e outras despesas acumuladas, que são principalmente de salários

(WESTON e BRIGHAM, 2000, p. 51).

Em termos da administração do disponível de uma organização, a gerência

financeira se defronta com a principal questão que é sobre o nível ideal de liquidez

que deve ser mantido. O processo decisório deve levar em consideração dois

aspectos básicos: o custo de manter a liquidez e o custo da provável falta de liquidez.

O custo da manutenção da liquidez é obtido pelo custo de oportunidade do volume de

recursos disponíveis (ASSAF NETO; SILVA, 2012, p. 116).

Wilker (2013), afirma que o resultado operacional é consequência exclusiva dos

ativos da empresa, em outras palavras, é o retorno oriundo das decisões de

investimento. Com base nele, avalia-se o grau de atratividade econômica do

empreendimento e suas condições de continuidade.

O grau de atratividade da organização é encontrado através da taxa mínima de

atratividade que deve refletir a remuneração mínima aceitável para os

acionistas/proprietários diante do risco assumido. Duas variáveis são fundamentais

16

para o cálculo do valor de mercado da empresa: o retorno de caixa esperado e a taxa

de oportunidade envolvida (WILKER, 2013).

A ideia do risco ligado à variabilidade dos resultados é predominante

atualmente e pode ser entendida também como a possibilidade e a intensidade de

que o retorno efetivamente obtido resultante de um investimento se desvie do retorno

esperado. Logo, risco pode ser definido como variabilidade dos retornos possíveis em

relação ao esperado e está associado ao maior ou menor nível de estabilidade dos

rendimentos futuros (VIEIRA, 2008, p. 10).

Desta feita, a taxa de atratividade da organização será encontrada com base

na análise de seu capital de giro através de indicadores.

Sejam de curto ou longo prazo, os indicadores financeiros traduzem a realidade

dos atos praticados pelos gestores e entregam ao analista informação significativa e

útil para o planejamento. Diversas pesquisas versam sobre os indicadores.

Ottoboni e Pamplona (2001) propuseram uma pesquisa visando diagnosticar o

nível de utilização de indicadores de desempenho e analisando quais deles seriam os

mais adequados às Micro e Pequenas empresas.

Duarte e Lamounier (2007) estudaram o desempenho econômico-financeiro

das empresas de construção civil comparando os indicadores de liquidez e

rentabilidade com índices-padrão, reduzindo a indução ao erro devido à eliminação

da subjetividade do analista.

Sejam grandes ou pequenas empresas, os indicadores serão aliados na sua

avaliação financeira. Neste trabalho serão abordados apenas os indicadores que

entregarão informações pertinentes à natureza da organização em foco, descritos a

seguir.

4.3.1 Indicadores de Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo Necessidade de Investimento de Giro (NIG)

Assaf Neto e Silva (2012, p. 68) afirma que quando a atividade operacional da

empresa criar um fluxo de saídas de caixa mais rápido que o da entrada, percebe-se

17

nitidamente uma necessidade permanente de investimento em seu giro, que é

encontrada pela diferença existente entre os ativos e os passivos cíclicos, ou seja:

𝑁𝐼𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (1)

Há também a possibilidade de o investimento de capital de giro ser negativo, e

isso ocorre, por exemplo, quando o prazo para pagamento da compra da mercadoria

do fornecedor, é maior que o prazo da venda e recebimento do consumidor. Segundo

Assaf Neto e Silva (2012, p. 68) esta situação denota, de maneira inversa, que os

passivos circulantes operacionais estão financiando os ativos circulantes operacionais

e também outros elementos do ativo. Ainda segundo o autor, a NIG é uma

necessidade operacional permanente de recursos, devendo, em condições de

equilíbrio, ser financiada com fundos também de longo prazo.

Necessidade Total de Financiamento Permanente (NTFP)

Este indicador apura o montante de recursos de longo prazo necessários para

financiar as atividades da empresa. A equação é a seguinte:

𝑁𝑇𝐹𝑃 = 𝑁𝐼𝐺 + 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 (2)

A NTFP é o montante mínimo de passivo permanente que a empresa deve

manter tendo em vista seus investimentos em giro e fixo, e é um indicador importante

para o equilíbrio financeiro. Se o passivo permanente for inferior à necessidade total

de financiamento permanente, existirão indícios de dificuldades financeiras,

provavelmente decorrentes de desajuste entre os prazos maiores dos investimentos

(ativos) em relação à maturidade dos passivos (ASSAF NETO, 2007 apud

NACHTIGALL, 2008, p. 60).

18

Saldo em Tesouraria (ST)

A necessidade de capital de giro representa uma demanda operacional de

recursos permanentes e de longo prazo, que a empresa precisa financiar enquanto

estiver em operação. Geralmente, a empresa dispõe de recursos de longo prazo do

capital de giro para financiar essas operações. Quando esses recursos não são

suficientes para satisfazer à necessidade de capital de giro, a empresa precisa utilizar

fontes de curto prazo, objetivando complementar o financiamento da sua operação.

Essa fonte de curto prazo é denominada saldo de tesouraria, (VIEIRA, 2008, p. 86).

Esse valor é encontrado através da seguinte equação:

𝑆𝑇 = 𝑃𝑃 − 𝑁𝑇𝐹𝑃 (3)

Onde:

ST = Saldo de Tesouraria

PP = Passivo Permanente

NTFP = Necessidade Total de Financiamento Permanente

Ainda segundo Vieira (2008, p. 88), quando a empresa dispõe de capital de giro

em quantia superior à necessidade de investimento de giro (CDG > NIG), o saldo de

tesouraria se torna positivo. Este quadro é indicação de baixo risco financeiro

decorrente da estrutura de financiamento da empresa. Quando o saldo de tesouraria

for negativo, indica que a empresa financia parte da sua demanda operacional

representada pela necessidade de investimento de giro (NIG) com recursos de curto

prazo.

Capital Circulante Líquido (CCL)

De acordo com Assaf Neto (2014, p. 610) o CCL representa o valor líquido das

aplicações (subtraídas as dívidas de curto prazo) processadas no ativo circulante da

empresa. A forma mais direta de obter o valor do capital circulante líquido é através

da seguinte equação:

𝐶𝐶𝐿 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 (4)

19

O autor afirma ainda que, segundo uma perspectiva mais rigorosa, o capital

circulante líquido representa normalmente a parcela dos recursos de longo prazo

(recursos permanentes) aplicada em ativos de curto prazo (circulantes). Ou seja, o

CCL representa a parcela do financiamento total de longo prazo que extrapola as

aplicações também de longo prazo. Algebricamente, encontra-se o mesmo resultado,

mas agora através da seguinte equação:

𝐶𝐶𝐿 = (𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜) − (𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 +

𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜) (5)

Quando o capital circulante líquido for negativo, significa que os recursos

passivos permanentes da empresa não são suficientes para cobrir as necessidades

de investimentos de longo prazo, nesse caso terá que recorrer aos fundos do passivo

circulante (de curto prazo).

4.4 Gestão de Valor

A criação de valor como objetivo primordial da empresa, e principal

responsabilidade dos gestores, ganhou anuência nos EUA com Alfred Rappaport

(1986 apud CARVALHO, 2008, p. 50), especialmente decorrente do processo de

globalização e à competitividade dos mercados de capitais.

Segundo Vieira (2008, p. 287):

Para criar valor, a empresa precisa alcançar e superar seu custo de capital. Quando isso acontece, significa que os resultados operacionais produzidos pelos investimentos realizados foram mais do que suficientes para cobrir o custo dos capitais próprios e de terceiros utilizados no seu financiamento. Caso os resultados operacionais não consigam pelo menos atingir o custo da capital, a organização terá destruído valor. É interessante observar que os acionistas são o grupo que é beneficiado ou penalizado pelo desempenho da empresa, já que as despesas financeiras são essencialmente fixas em relação ao resultado alcançado.

A gênese de riqueza não é medida pelo valor de mercado de uma empresa,

mas pela diferença encontrada entre seu valor de mercado e o capital investido pelos

proprietários (ASSAF NETO, 2014, p. 191).

20

De acordo com Assaf Neto e Lima (2009, p. 315), uma empresa é considerada

como criadora de valor “quando o resultado gerado pelos negócios superar a taxa de

remuneração exigida pelos proprietários de capital (credores e acionistas) ao

financiarem as decisões de investimento”.

Criar valor para uma empresa está além do objetivo de cobrir os custos

óbvios detectados nas vendas. Esse valor abrange a remuneração dos custos

implícitos (custo de oportunidade do capital investido), não relacionado pela

contabilidade tradicional na apuração dos demonstrativos de resultados, e

consequentemente a quantificação da riqueza dos acionistas. (ASSAF NETO,

1999, p. 1).

A medição da criação de valor é encontrada através de indicadores e são

esses que apontarão quantitativamente os resultados financeiros. Também neste

tópico serão apresentados apenas aqueles indicadores que confiram informações

relevantes à estrutura do negócio.

4.4.1 Indicadores da Gestão de Valor Custos de Capitais

Sanvicente (2010, p. 75), define custo de capital como o preço que a empresa

paga pelos recursos obtidos junto às suas fontes de capital, tendo como tomada de

decisão de investimentos padrão, a aplicação de recursos onde o retorno seja superior

ao custo de capital, para então maximizar os resultados para os seus investidores.

Segundo Mól e Araújo Filho (2008, p. 61), entre as atividades do gestor

financeiro está a decisão sobre o uso das diferentes fontes de capital. O gestor deve

determinar qual tipo de capital irá financiar os projetos de longo prazo da organização

e essa definição virá da comparação entre a rentabilidade de seus investimentos com

o custo do capital utilizado para o financiamento. Para um investimento ser

economicamente viável, o custo do capital investido deve ser abaixo da rentabilidade

esperada.

Para Assaf Neto e Lima (2009, p. 498) “O custo de capital é formado a partir

das informações sobre as expectativas mínimas de retorno exigidas pelas fontes de

21

financiamento (credores e acionista). ” Ou seja, se o custo de oportunidade for fixado

em 13%, assume-se que o investimento deverá gerar um retorno igual ou maior que

esta taxa. Se o retorno for menor do que o custo de capital, o resultado não será capaz

de remunerar esses proprietários e ocorrerá uma destruição de valor.

Segundo Gitman (1984 apud MARTINS, 2001, p. 206), “o custo de capital, que

representa o custo médio de dinheiro da empresa, é um importante insumo no

processo de investimento de capital”.

De acordo com Mól e Araújo Filho (2008, p. 63), há dois tipos de recursos. São

eles:

• Capitais de Terceiros: são as fontes de capitais provenientes de áreas externas às empresas como as dívidas, debêntures, empréstimos bancários, financiamento das atividades por fornecedores, etc.; e

• Capital Próprio: é constituído de fontes próprias de capitais como os lucros retidos, as ações e novas integralizações de capital (representa novo aporte de recursos pelos proprietários das empresas, aumentando o capital social);

O custo de capital próprio segundo Nascimento (1988 apud MARTINS, 2001,

p. 211) “(...) é o custo de oportunidade do investidor, pois representa a expectativa de

retorno do capital que ele possui, e é parâmetro que utilizará para decidir-se entre

aplicar seu capital na empresa ou em outras oportunidades de negócios”.

“O custo de capital de terceiros [Ki] é a remuneração exigida pelos credores de

dívida da empresa. É o custo hoje, geralmente líquido do IR, para se levantar recursos

de empréstimos e financiamentos no mercado”. (ASSAF NETO; LIMA, 2009, p. 498).

Isto posto, o custo total pode ser obtido pela média ponderada dos custos de

cada tipo de capital, também denominado Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC)

ou Weighted Average Cost of Capital (WACC), que pode ser entendido como a taxa

de retorno mínima exigida sobre todos os investimentos da empresa. “As empresas

procuram definir uma composição ótima de seus financiamentos. Esta estrutura de

capital ótima tem por objetivo produzir o menor custo total de capital (WACC) possível,

promovendo assim o incremento da riqueza dos acionistas”. (ASSAF NETO; LIMA,

2009, p. 498).

Mól (2015a) apresenta a seguinte equação matemática para o cálculo do

WACC:

𝑊𝐴𝐶𝐶 = ∑ 𝐾𝑇𝑖 ∗ 𝑊𝑇𝑖𝑛𝑖=1 + ∑ 𝐾𝑃𝑗 ∗ 𝑊𝑃𝑗

𝑛

𝑗=1 (6)

22

Onde:

KT = Custo de capital de terceiros

WT = Percentual de capital de terceiros

KP = Custo de capital próprio

WP = Percentual de capital próprio

Medidas de Retorno

O retorno do capital é o principal orientador das decisões. São ganhos gerados

por um ativo em certo tempo. Compreende as entradas de caixa e valorização do

ativo.

“(...) O retorno em todas as medidas de desempenho é uma proporção do

investimento (capital investido) utilizado para a geração do resultado (lucro

operacional) ”, (ASSAF NETO, 2017, p. 153).

Mól e Araújo Filho (2008, p. 28) afirmam que, genericamente, o risco é uma

medida da variação ou incerteza dos retornos; e retornos são receitas esperadas de

qualquer investimento. O retorno esperado sobre o investimento deve ser proporcional

ao risco envolvido. Logo, quanto maior a volatilidade dos retornos de um investimento,

maior será o seu risco. Então, um baixo risco está associado a baixos retornos e alto

risco com altos retornos.

As medidas para encontrar esse retorno financeiro podem ser obtidas através

de indicadores, tais como: ROA (Return On Assets), ROI (Return On Investment) e

ROE (Return on Equity).

Para Gitman (2010, p. 60, grifo do autor), “O retorno sobre o ativo total (ROA),

muitas vezes chamado de retorno sobre o investimento (ROI), mede a eficácia geral

da administração na geração de lucros a partir dos ativos disponíveis”.

De acordo com Morante (2009, p. 44), o objetivo do ROA é indicar a

lucratividade relativo às aplicações que destinou ao ativo total, ou seja, sobre recursos

próprios e de terceiros, e qual o percentual que representa essa relação.

Para o cálculo usa-se a seguinte equação:

𝑅𝑂𝐴 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜/𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜𝑠 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 (7)

23

Acerca dos resultados, quanto maior, melhor será a performance da empresa

na utilização dos seus ativos.

Gitman (2010, p. 60, grifo do autor) descreve: o “retorno sobre o capital

próprio (ROE) mede o retorno obtido sob o investimento dos acionistas ordinários da

empresa na empresa”.

Já para Morante (2009, p. 45), o objetivo deste índice é assinalar a lucratividade

em relação aos capitais próprios, posicionando esses capitais diante de investimento

alternativos. Seus resultados, para efeito de análise financeira, serão quanto maior

melhor para a segurança do credor.

𝑅𝑂𝐸 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜/𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 (8)

Este índice avalia o retorno unicamente dos investimentos realizados pelo

capital próprio.

EVA

No início dos anos 90, o conceito do Economic Value Added - E.V.A, em

português Valor Econômico Adicionado, foi amplamente divulgado pela consultoria

Stern Stewart & Co., de New York, que começou a utilizar a metodologia de Criação

de Valor ao Acionista com o objetivo de fornecer informações que até então não eram

facilmente mensuráveis.

Mól e Araújo Filho (2008, p. 163) afirmam que o resultado líquido de uma

empresa (lucro líquido), não representa todo ônus de capital da empresa, e, por

conseguinte é uma medida insuficiente para determinar a eficiência de uma empresa

da ótica da geração de valor. Como não existe no demonstrativo de resultado do

exercício (DRE) um item que represente o custo de capital próprio, é perfeitamente

possível que mesmo uma organização tendo apresentado um resultado líquido

contábil positivo, o resultado pode apontar destruição de valor ao acionista.

Versando sobre o EVA, Assaf Neto (2014, p. 199) cita que em toda avaliação

econômica é imprescindível a mensuração do custo do capital próprio, que representa

uma taxa implícita de retorno exigida pelos acionistas baseada no risco do

24

investimento. E afirma, “o lucro genuíno é medido somente com base na cobertura de

todas as despesas incorridas, inclusive a remuneração exigida pelos investidores”.

Mól e Araújo Filho (2008, p. 162) explicam que o EVA é uma medida de

desempenho empresarial considerada por muitos especialistas como a chave genuína

para a formação da riqueza nas empresas. Essa medida é encontrada através da

seguinte expressão matemática:

𝐸𝑉𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 − 𝑊𝐴𝐶𝐶 (9)

Neste caso o EVA será apresentado em formato percentual. Para obter o EVA

monetário usa-se a expressão matemática a seguir:

𝐸𝑉𝐴 = (𝑅𝑂𝐼 − 𝑊𝐴𝐶𝐶) ∗ 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (10)

Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio é aquele onde o lucro é zero, ou seja, a receita total é

igual à soma dos custos fixos e variáveis (SILVA, 2013, p. 546).

Para Sanvicente (2010, p. 193), o ponto de equilíbrio das operações de uma

empresa é o nível ou volume de produção em que o resultado operacional é nulo, isto

é, as receitas operacionais são exatamente iguais ao valor total das despesas

operacionais.

Mól (2015b) enumera três tipos de ponto de equilíbrio: o contábil, o econômico

e o financeiro. No cálculo do ponto de equilíbrio econômico inclui-se o custo de

oportunidade e na determinação do ponto de equilíbrio financeiro despreza-se as

despesas não desembolsáveis (depreciação). A expressão para encontrar o ponto de

equilíbrio é a seguinte:

𝑃𝐸 =𝐺𝐹 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝑀𝐶 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 (11)

Onde:

GF total = Gasto fixo total (sendo Gasto = despesa + custo)

MC unitária = Margem de contribuição unitária

25

Para encontrar a MC unitária, usa-se a seguinte expressão:

𝑀𝐶 = 𝑃𝑣 − 𝐺𝑉 (12)

Onde,

Pv = Preço venda

GV = Gasto variável (sendo Gasto = despesa + custo)

Para encontrar a Receita de equilíbrio, basta multiplicar a quantidade

encontrada no ponto de equilíbrio pelo preço de venda, conforme a equação 13:

𝑅𝐸 = 𝑃𝐸 ∗ 𝑃𝑣 (13)

É também possível visualizar o ponto de equilíbrio graficamente, como ilustrado

na Figura 1, a seguir:

Figura 1 - Gráfico Ponto de Equilíbrio

Fonte: Adaptado de Mól (2015b).

De posse desses índices e do cálculo de cada um deles será então inaugurada

a série histórica de índices da Serventia, para acompanhamento anual e verificação

de crescimento ou decrescimento ao longo do tempo de funcionamento.

26

5 METODOLOGIA 5.1 Caracterização da pesquisa

O presente trabalho pretende avaliar a estrutura financeira da Serventia, no

período de janeiro/2016 a dezembro/2016. Portanto, trata-se de uma pesquisa,

segundo Tripodi, Fellin e Meyer (1981, p. 32-40) exploratória descritiva, subtipo estudo

de caso (BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1977, p. 224-8).

5.2 Dados e instrumento de coleta

Os dados primários foram obtidos através de observação participante, realizada

pela pesquisadora, uma vez que a mesma é a responsável pelo setor e através de

entrevista junto à proprietária. Os secundários foram obtidos junto ao Banco Central.

5.3 Limitações

A natureza da atividade prestada pelas Serventias tem uma peculiaridade

quanto à sua classificação para o regime tributário: Segundo Zampieri e Santos

(2008), a Secretaria da Receita Federal, na solução de consulta 194, de 24 de maio

de 2004 afirma a respeito da natureza jurídica dos serviços prestados por notários e

tabeliões, que esses não podem ser considerados como pessoa jurídica pelo simples

fato de possuir CNPJ, uma vez que não são equiparados a empresas individuais.

Serventia não tem personalidade jurídica. O CNPJ somente é obrigatório para a

contratação de funcionários por imposição do INSS.

Ainda de acordo com Zampieri e Santos (2008), pela legislação do Imposto de

Renda os notários, tabeliões e oficiais de registro recebem tratamento de pessoa

física, sendo tributados como profissionais liberais ou autônomos. Portanto, os

emolumentos cobrados pelos serviços são equiparados à remuneração de pessoas

físicas. Desde que mantenham escrituração das receitas e despesas, poderão deduzir

dos emolumentos recebidos, para efeito de incidência do imposto:

27

I - a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício,

inclusive encargos trabalhistas e previdenciários;

II - os emolumentos pagos a terceiros;

III - as despesas de custeio necessárias à manutenção dos serviços notariais e

de registro.

Diante desses fatos, houve a necessidade de interpretar os dados financeiros

disponíveis, uma vez que o documento contábil que as Serventias dispõem é o “Livro

Diário” que consta basicamente de receitas e despesas, diferentemente das

sociedades empresárias onde os registros contábeis são apresentados através do

Balanço Patrimonial e do Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE).

28

6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Como toda a teoria acerca das análises financeiras remete ao Balanço

Patrimonial e ao DRE, foi necessário confeccionar esses dois demonstrativos,

apresentados nos Quadros 1, 2 e 3, a seguir, para dar início ao cálculo das taxas e

índices e então fazer a avaliação financeira proposta.

Quadro 1 - DRE (janeiro a dezembro/2016)

Conta Descrição 2016

3.01 Receita de Venda de Serviços 435.406,67

3.02 Custo dos Serviços Vendidos (138.810,71)

3.03 Resultado Bruto 296.595,96

3.04 Despesas Operacionais (128.901,77)

3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas (101.790,77)

3.04.05 Outras Despesas Operacionais (27.111,00)

3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos

Tributos

167.694,19

3.06 Resultado Financeiro 0,00

3.06.01 Receitas Financeiras 0,00

3.06.02 Despesas Financeiras 0,00

3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 167.694,19

3.08 Imposto de Renda - carnê-leão (34.199,99)

3.11 Lucro/Prejuízo do Período 133.494,20

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Quadro 2 – Balanço Patrimonial - Ativo

Conta Descrição 31/12/2016

1 Ativo Total 194.975,52

1.01 Ativo Circulante 114.686,52

1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 110.450,28

1.01.02 Aplicações Financeiras 0,00

1.01.03 Contas a Receber 0,00

29

1.01.04 Estoques 4.236,24

1.01.05 Ativos Biológicos 0,00

1.01.06 Tributos a Recuperar 0,00

1.01.07 Despesas Antecipadas 0,00

1.01.08 Outros Ativos Circulantes 0,00

1.02 Ativo Não Circulante 80.289,00

1.02.02 Investimentos 70.500,00

1.02.03 Imobilizado 9.789,00

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Quadro 3 - Balanço Patrimonial - Passivo

Conta Descrição 31/12/2016

2 Passivo Total 194.975,52

2.01 Passivo Circulante 62.056,52

2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 16.040,03

2.01.01.01 Obrigações Sociais 6.264,01

2.01.01.02 Obrigações Trabalhistas 9.776,02

2.01.02 Fornecedores 44.194,74

2.01.03 Obrigações Fiscais 1.821,75

2.01.03.01 Obrigações Fiscais Federais 1.821,75

2.01.03.01.01 Imposto de Renda e Contribuição

Social a Pagar

1.821,75

2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 0,00

2.02 Passivo Não Circulante 0,00

2.03 Patrimônio Líquido 132.919,00

2.03.01 Capital Social Realizado 62.419,00

2.03.02 Reservas de Lucro 70.500,00

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Uma informação importante que deve ser destacada é o que representa o

estoque da Serventia: É formado tão somente pelos selos de segurança que

asseguram a veracidade dos documentos que são expedidos ou autenticados pela

Serventia. De acordo com a pesquisa, é o único elemento, diretamente relacionado

com os serviços, que varia junto com a quantidade de serviço prestado.

30

6.1 Cálculo dos Indicadores de Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo Necessidade de Investimento de Giro (NIG)

NIG = Ativo Circulante Operacional - Passivo Circulante Operacional

NIG = 4.236,24 – 62.056,52

NIG = - R$57.820,28

Necessidade Total de Financiamento Permanente (NTFP)

NTFP = NIG + Ativo Não Circulante

NTFP = -57.820,28 + 80.289,00

NTFP = R$22.468,72

Saldo em Tesouraria (ST)

ST = Passivo Permanente - NTFP

ST = 132.919,00 - 22.468,72

ST = R$110.450,28

Capital Circulante Líquido (CCL)

CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante

CCL = 114.686,52 - 62.056,52

CCL = R$52.630,00

A respeito da Necessidade Total de Financiamento Permanente, para que se

estabeleça o equilíbrio financeiro da empresa, os passivos permanentes devem cobri-

la. Como foi constatado que o total dos passivos permanentes superaram a NTFP,

31

significa dizer que a Serventia mantém um saldo de tesouraria positivo, indicando que

há sobras de recursos financeiros disponíveis para aplicações diversas.

Tomando como referência a reclassificação contábil sugerida pela análise

dinâmica do capital de giro, Marques e Braga (1995) relacionaram as três variáveis

dinâmicas (CCL, NIG e ST) em seis possíveis estruturas (com suas respectivas

situações) que uma organização poderá apresentar na sua gestão de Capital de Giro,

exibidas na Tabela 1, a seguir:

Tabela 1 - Tipos de Estrutura e Situação

Estrutura CCL NIG ST Situação

I + - + Excelente

II + + + Sólida

III - - + Alto risco

IV + + - Insatisfatória

V - - - Muito ruim

VI - + - Péssima Fonte: Marques e Braga (1995, p. 56).

Considerando os resultados encontrados com CCL positivo, NIG negativo e ST

positivo, o cenário se encaixa na estrutura I, que caracteriza uma situação excelente,

indicando alto nível de liquidez e ciclo financeiro reduzido. A Necessidade de

Investimento de giro é negativa porque o passivo operacional (fornecedores) supera

o ativo operacional (clientes e estoques), na medida em que as vendas são

predominantemente à vista.

6.2 Cálculo dos Indicadores da Gestão de Valor Custos de Capitais

Como foi detectado que a Serventia é composta de 100% de capital próprio

(KP), na equação 6 o custo de capital de terceiros será igual a zero e o WACC será

igual ao custo de oportunidade do investidor. Em entrevista com a tabeliã, quando

indagada qual seria a expectativa de retorno de capital mínima que a manteria

32

motivada, lembrando que essa expectativa é composta pela taxa Selic de 10,15%1

mais um prêmio pelo risco do investimento, a mesma respondeu que um retorno de

25% a deixaria confortável para continuar a conduzir o negócio. Sendo assim,

chegamos a um WACC = 0,25.

Medidas de Retorno

ROA = Lucro Líquido / Total dos Ativos

ROA = 133.494,20 / 194.975,52

ROA = 0,6847 = 68,47%

O retorno sobre o ativo total para a Serventia, ou seja, a eficiência da empresa

no uso dos recursos é de 68,47%.

ROE = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido

ROE = 133.494,20 / 132.919,00

ROE = 1,0043 = 100,43%

O retorno sobre o capital próprio para a Serventia, que significa a eficiência de

geração de retorno para a proprietária é de 100,43%.

EVA - Valor Econômico Adicionado

EVA = ROA – WACC

EVA = 0,6847 – 0,25

EVA = 0,4347

Logo,

EVA = (ROA – WACC) × Investimento Total

1 Taxa Selic anualizada em 09/06/2017 (Banco Central do Brasil, 2017).

33

EVA = 0,4347 × 194.975,52 = R$84.755,86

De acordo com o resultado encontrado, a Serventia obteve no ano de 2016

uma taxa de retorno sobre os investimentos maior que a taxa que representa o custo

de capital total da empresa. Esse resultado positivo garantiu a criação de valor à

proprietária.

Ponto de equilíbrio

Elucidando algumas informações para melhor compreensão, os serviços da

Serventia são controlados com a utilização do “selo de segurança” respectivo de cada

serviço. Esses selos são o que compõem o estoque da Serventia. Todos os

documentos expedidos recebem o selo de segurança para controle, autenticidade e

fé pública. Ocorre que os selos têm custo unitário fixo e independente de sua natureza,

seja notarial, registral, certidão, isento, autenticação ou reconhecimento de firma,

todos custaram R$0,24 a unidade.

Para o cálculo do ponto de equilíbrio foi necessário encontrar médias

ponderadas dos preços de venda, uma vez que há uma distância significativa entre

os valores dos serviços notariais e registrais e de certidão quando confrontados com

os serviços de autenticação e reconhecimento de firma que têm valor fixo e bem

abaixo dos demais citados anteriormente. Outro fato é que apesar do volume de

autenticação e reconhecimento de firma ser responsável por mais de 95% do volume

de serviço, quando convertidos a valor essa situação se inverte e o faturamento

relativo aos serviços notariais e registrais tornam-se responsáveis por mais de 87%

da receita total, como é demonstrado a seguir nos gráficos 01 e 02. Então, foi

necessário fazer o rateio do gasto fixo total (GF total) que gerou três margens de

contribuição (MC) e consequentes três pontos de equilíbrio (PE) e receita de equilíbrio

(RE).

34

Gráfico 1 - Número de atos praticados em 2016

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Gráfico 2 - Receita devida por tipo de ato

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

MC = Pv – GV

MC1 = 336,97 – 0,24 = 336,73 (referente a selos notarial/certidão/isento)

MC2 = 2,34 – 0,24 = 2,10 (referente a selos autenticação/rec. firma comum)

MC3 = 4,38 – 0,24 = 4,14 (referente a selos rec. firma veículo)

1133

21657

673

0

5000

10000

15000

20000

25000

1

Número de Atos Praticados em 2016

Notarial + Certidão + Isento Autenticação + Firma comum Firma veículo

R$381.781,55 (87,68%)

R$50.677,38 (11,64%) R$2.947,74

(0,68%) R$-

R$50.000,00

R$100.000,00

R$150.000,00

R$200.000,00

R$250.000,00

R$300.000,00

R$350.000,00

R$400.000,00

R$450.000,00

Receita por Ato

Notarial + Certidão + Isento Autenticação + Firma comum Firma veículo

35

No cálculo do Gasto total, foi considerada a média ponderada através do

montante percentual da receita por ato, ilustrada no Gráfico 2:

PE = GF total / MC unitária

PE1 = (262.081,36*87,68%)/336,73 = 682 unidades

PE2 = (262.081,36*11,64%)/2,34 = 14.526 unidades

PE3 = (262.081,36*0,68%)/4,38 = 429 unidades

RE = PE * Pv

RE1 = 682 * 336,97 = R$229.966,95

RE2 = 14526 * 2,34 = R$33.990,05

RE3 = 429 * 4,38 = R$1.877,17

Receita Total de Equilíbrio = R$265.834,17

O resultado da receita de equilíbrio é considerado viável, visto que é inferior à

receita anual e equivale à 61,05% dela.

Finalizando o trabalho, abaixo no gráfico 3 estão ilustrados os dados de receita,

despesa e lucro líquido do ano de 2016. É possível observar que as despesas têm

acompanhado proporcionalmente a receita e nos meses de abril e setembro o lucro

líquido superou, em valor, a despesa.

Gráfico 3 – Receita x Despesa x Lucro Líquido

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

R$-

R$10.000,00

R$20.000,00

R$30.000,00

R$40.000,00

R$50.000,00

R$60.000,00

R$70.000,00

R$80.000,00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Receita x Despesa x Lucro Líquido

Receita Despesa Lucro líquido

36

7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O diagnóstico financeiro é uma das ferramentas disponíveis ao gestor para

entender como se comporta seu negócio, dar suporte às decisões estratégicas,

permitir o alcance de objetivos e garantir a continuidade das operações da empresa.

Neste estudo foi apresentado o diagnóstico financeiro de uma Serventia

Extrajudicial que funciona há aproximadamente dois anos no interior do Estado do

RN, focando a ótica da Gestão de Capital de Giro e da Gestão de Valor.

Os resultados obtidos sugerem uma operação com bastante folga financeira,

situação excelente, sem endividamento, sem necessidade de investimento de giro,

com saldo de tesouraria positivo, capital circulante líquido positivo, retorno do

investimento bem acima do exigido, gerando valor à proprietária e com ponto de

equilíbrio viável, logo, uma organização com alta atratividade.

Considerando todos esses resultados favoráveis e o fato de que a equipe que

trabalha na Serventia está em constante aprendizado, espera-se que os resultados se

mantenham e que, agora com ciência dos resultados do diagnóstico, sejam

maximizados.

Inaugurada a primeira série de dados, é recomendado que se faça esse

diagnóstico periodicamente, para então alimentar a série histórica que será útil na

comparação anual e no planejamento estratégico financeiro.

37

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Anais do VI Congresso Brasileiro de Custos. São Paulo, jun. 1999. Disponível em: <https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/3142/3142>. Acesso em: 16 set. 2016.

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9. ANOREG-BR, Associação dos Notários e Registradores do Brasil. Conheça os cartórios. Disponível em: <http://anoreg.org.br/cartoriossaibamais/>. Acesso em: 05 mar. 2016.

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11. BRASIL. Lei nº 8935, de 18 de novembro de 1994. Regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro. (Lei dos

38

cartórios). Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 18 nov. 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8935.htm>. Acesso em: 06 mar. 2016.

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