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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDO
CAMPUS CAICÓ
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO- DEDUC
CURSO DE PEDAGOGIA
MARA REGIANE MEDEIROS DE LIMA
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: CONTRIBUIÇÕES
PARA A FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE PEDAGOGIA A
DISTÂNCIA DA UFRN
CAICÓ- RN
2017
1
MARA REGIANE MEDEIROS DE LIMA
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: CONTRIBUIÇÕES PARA A
FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DA UFRN
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia do
Centro de Ensino Superior do Seridó, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito parcial para obtenção do título de
Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da
Prof.ª Drª. Christianne Medeiros Cavalcante.
CAICÓ- RN
2017
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof.ª. Maria Lúcia da Costa Bezerra-
CERES-Caicó
Lima, Mara Regiane Medeiros de.
Estágio Curricular Supervisionado: contribuições
para a formação docente no curso de pedagogia a
distância da UFRN / Mara Regiane Medeiros de Lima. -
CAICÓ: UFRN, 2017. 82f.: il.
Orientador: Dr.ª Christianne Medeiros Cavalcante. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Ensino Superior do Seridó - Campus Caicó.
Departamento de Educação. Curso de Pedagogia.
Monografia - Licenciatura em Pedagogia.
1. Estágio Curricular Supervisionado. 2. Formação
Docente. 3. Educação a Distância. I. Cavalcante,
Christianne Medeiros. II. Título.
RN/UF/BS-CAICÓ CDU 37.018.43
3
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À Deus, por ser minha essência, meu guia e protetor nas horas de angústias. Aos meus
amados pais, João Bosco de Lima e Dalvaci Medeiros de Lima, razão da minha existência e
exemplos de amor e determinação.
Com amor, dedico.
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AGRADECIMENTOS
Os nossos sonhos e objetivos são o que nos auxiliam a trilhar os caminhos que
pretendemos percorrer e nos impulsionam à seguir em frente, sempre em busca de êxito.
Nesses caminhos percorridos nunca estamos sozinhos, muitas são as pessoas que caminham
conosco, nos auxiliando e contribuindo para que nossos sonhos e objetivos se concretizem.
Estas pessoas, chamo-as de anjos, enviados com a finalidade de deixar nossa caminhada mais
bonita e prazerosa. Aqui externo com palavras a minha gratidão, pela colaboração de todos na
concretização deste trabalho monográfico.
Primeiramente, quero agradecer a Deus por me permitir existir, por ser minha
essência e fonte de sabedoria, por guiar-me em todos os momentos da minha existência, pelo
amparo e proteção. A Sua presença constante em minha vida, foi o que possibilitou chegar
aonde cheguei. Obrigada meu Deus por esta conquista!
Agradeço e dedico esta conquista, aos meus amados pais, João Bosco de Lima e
Dalvaci Medeiros de Lima, razão da minha existência, por todo carinho e dedicação; por
sempre terem incentivado a nós, seus filhos, a estudar desde a mais tenra idade, acreditando
que a Educação, o conhecimento, a fé e a perseverança são o caminho para o sucesso.
Obrigada pelo apoio e incentivo diário. Essa vitória também é de vocês!
Aos meus irmãos, Reno César, Maria Regina e Maria de Fátima, por toda a
compreensão e paciência, em meio à todos os conflitos e a minha ausência nos mais diversos
momentos, decorrentes da extensa carga de trabalhos acadêmicos.
À Inácio Libânio, meu companheiro, meu amigo, meu amado namorado, por toda a
paciência e compreensão, por estar sempre apoiando-me e incentivando a nunca desistir, por
ser meu refúgio e conforto em meio as aflições. Sua presença e cuidado significou segurança
е a certeza de que não estava sozinha nessa caminhada.
À todos os meus familiares que sempre acreditaram no meu potencial e vibraram
comigo a cada nova conquista. Em especial, aos meus avós, Edilta Maria, Pedro Trajano (in
memoriam), Maria Gomes, por serem exemplos de caráter e sabedoria.
Aos meus afilhados, Rômulo Pierry e Michel Guilherme, pelos momentos de alegria
e afago em meio as aflições para realização das atividades acadêmicas. Madrinha os ama
muito e torce pela felicidade de vocês. Cresçam com sabedoria e conhecimento!
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À Professora Doutora Christianne Medeiros Cavalcante, grande professora e
orientadora, ajudando-me a construir passo a passo a escrita deste trabalho, com sabedoria e
entusiasmo. Suas lições e ensinamentos incluíram compreensão, amizade, generosidade e
mais que tudo, possibilitou-me a consciência do valor da profissão. Sinto-me muito orgulhosa
por ter tido o privilégio de tê-la nessa caminhada e por tudo que contribuiu em minha
formação. Obrigada pela disponibilidade e grande contribuição.
Aos professores, Célia Fonsêca e Djanní Martinho, por terem aceitado o convite para
compor a banca examinadora deste trabalho, e pelas valiosas contribuições tecidas a este feito.
À todos os que estiveram presentes em minha trajetória acadêmica, em especial meus
amigos e colegas do curso de Pedagogia da turma 2013.1, pelos momentos partilhados na
construção do conhecimento, contribuíram com sua força, conselhos e colaborações, jamais
os esquecerei e sentirei muita saudade de todos.
As minhas companheiras, amigas, cúmplices, parceiras, Edilene Medeiros, Shirley
Vale, Elaine Cristina, Samara Kísia; que sem dúvidas foram bênçãos em minha vida, que
junto a mim partilharam momentos difíceis, alegrias, tristezas e hoje celebramos a felicidade
da conquista. Obrigada por vocês existirem, sucesso em suas caminhadas. Nossa parceria será
para sempre!
Aos colegas e amigos companheiros de orientação Claudijane Medeiros, Djaine
Dantas, Edilene Faustina, Elimária Souza e Ícaro Matheus, por todos os conhecimentos
partilhados, pelas conversas e palavras de incentivo, pelas angústias e aflições
compartilhadas. Vocês representam muito para mim!
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ceres/Caicó- RN, ao corpo docente
do curso de Pedagogia, em destaque as queridas professoras, Tânia Cristina, Suenyra
Nóbrega, Christianne Cavalcante, Célia Fonsêca, fontes de inspiração. Sou grata pelo
conhecimento partilhado durante meu processo formativo, têm minha profunda admiração; e
aos demais funcionários da instituição, pelos serviços prestados. Foi uma honra fazer parte do
corpo discente desta instituição de ensino superior.
Enfim, quero agradecer, com o coração cheio de alegria, a todos que contribuíram,
direta ou indiretamente, com a realização deste sonho.
Obrigada, esta conquista também é de vocês!
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“Ninguém começa a ser educador numa certa
terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém
nasce educador ou marcado para ser
educador. A gente se faz educador, a gente se
forma, como educador, permanentemente, na
prática e na reflexão sobre a prática.”
Paulo Freire
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RESUMO
O Estágio Curricular Supervisionado é objeto de estudo e reflexão por contribuir na formação
docente, uma vez que proporciona uma estreita relação entre teoria e prática, além disso,
possibilita ao graduando adotar uma postura de professor frente às questões do exercício da
docência. Dessa forma, este trabalho monográfico tem como objetivo discutir o papel do
Estágio Supervisionado para a formação docente no curso de Pedagogia à Distância do Polo
UAB Caicó-RN, visando contribuir para o debate sobre o estágio como elemento formativo.
Para a realização dessa investigação, utilizou-se como metodologia a pesquisa qualitativa,
quantitativa e bibliográfica, com aporte teórico de autores como Pimenta e Lima (2004),
Garcia e Santos Sobrinho (2014), Ghedin, Oliveira e Almeida (2015), entre outros, buscando
conhecer a problemática estudada. A investigação partiu da análise documental dos relatórios
de estágio produzidos pelos acadêmicos do curso de Pedagogia à distância, visando
compreender como o Estágio Curricular Supervisionado é concebido pelos alunos, quais as
impressões docentes (sentimentos e percepções) construídos no decorrer do estágio, assim
como, as maiores dificuldades enfrentadas e as possibilidades encontradas na realização do
estágio nas escolas. Procurou-se assim, discutir o papel do Estágio Curricular Supervisionado
II no processo formativo do professor da educação básica, debatendo acerca das suas
contribuições para a formação docente. Ao concluir a pesquisa, entende-se que o Estágio
Curricular Supervisionado, enquanto objeto de estudo, contribui de maneira significativa para
a construção de novos saberes do futuro profissional da educação, enquanto pedagogo, além
de promover um grande desenvolvimento na formação docente do acadêmico.
Palavras- Chave: Estágio Curricular Supervisionado. Formação Docente. Educação a
Distância.
10
ABSTRACT
The Supervised Academic Training is an object of study and reflection and contributing in the
education teachers for providing a close relation between the theory and practice, in addition,
enables the students to adopt a teacher's posture to the teaching questions. That way, this
academic paper has the purpose to discuss the role of the Supervised Training for the teacher
training in the Pedagogy's distance learning course of the Polo UAB Caicó-RN, aiming to
contribute the debate about the academic training as formative element. To accomplish this
search, qualitative, quantitative and bibliographic research was used as methodology, with the
theoretical contribution of authors as Pimenta e Lima (2004), Garcia e Santos Sobrinho
(2014), Ghedin, Oliveira e Almeida (2015), among others, seeking to know the set of
questions studied. The research started out from the documentary analysis made in the reports
of supervised training produced by the academic students of Pedagogy's distance learning
course, aiming to understand how the Supervised Academic Training II is thought by
students, the teacher impressions (feelings and perceptions) built during it, and too, the
greatest difficulties faced and the possibilities found in the completion of the supervised
academic training in schools. It is intended discuss the role of the supervised training in the
teacher training of basic education and their contribution. It was concluded that the
Supervised Academic Training, as object of study, contributes to the construction of new
knowledge of the future academic, as a pedagogue.
Key words: Supervised Academic Training. Teacher Education. Distance Course.
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LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS
Quadro 1- Organização das Ênfases de análises para cada questionamento da
pesquisa.....................................................................................................................................40
Gráfico 1- Concepção de Estágio Curricular Supervisionado para os acadêmicos..................45
Gráfico 2 - Impressões Docentes dos sujeitos..........................................................................49
Gráfico 3 - Dificuldades encontradas no Estágio Curricular Supervisionado II......................54
Gráfico 4 - Potencialidades do Estágio Curricular Supervisionado II.....................................59
Gráfico 5- A importância do Estágio Curricular Supervisionado na Concepção dos
acadêmicos...............................................................................................................................65
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AACC – Atividades Acadêmicos-Científico-Culturais
CCSA - Centro de Ciências Sociais Aplicadas
CERES – Centro de Ensino Superior do Seridó
DCN- Diretrizes Curriculares Nacionais
EAD - Educação à Distância
IES- Instituições de Ensino Superior
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
PPC - Projeto Pedagógico do Curso
PROGRAD- Pró- Reitoria de Graduação
SEDIS - Secretaria de Educação a Distância da UFRN
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação
UAB - Universidade Aberta do Brasil
UFRN - Universidade Federal do Rio grande do Norte
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 14
2 DISCUSSÕES SOBRE A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E
NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ...........
17
2.1 O CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE- UFRN.........................................
21
2.2 O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA EAD:
EXPERIÊNCIA DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFRN.............................
27
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................... 31
3.1 ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA DA PESQUISA...................... 32
3.2 A CONSTRUÇÃO DOS DADOS....................................................................... 35
4 REFLETINDO ACERCA DA VIVÊNCIA DOS ALUNOS DE
PEDAGOGIA EM ATIVIDADE DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO.........................................................................................
38
4.1 CONSTRUÇÕES E CONCEPÇÕES DOS SUJEITOS NO DECORRER DO
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO II..........................................
39
4.2 IMPRESSÕES DA DOCÊNCIA- SENTIMENTOS E PERCEPÇÕES
CONSTRUÍDOS EM ATIVIDADE DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO...........................................................................................
45
4.2.1 A vivência do Estágio Curricular Supervisionado II: dificuldades e
potencialidades....................................................................................................
50
4.3 ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: CONTRIBUIÇÕES PARA
A FORMAÇÃO DOCENTE DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE
PEDAGOGIA DA UFRN....................................................................................
60
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 67
REFERÊNCIAS................................................................................................. 71
ANEXOS............................................................................................................. 75
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1 INTRODUÇÃO
A Educação brasileira vem passando por várias mudanças nos últimos anos. Estas
mudanças são resultantes de políticas governamentais que buscam atender os anseios da
população no que se refere a uma escola de qualidade, e também no intuito de repensar pontos
que ainda se fazem presentes na maioria das instituições educativas, neste caso, pode-se
mencionar como exemplo a falta de professores qualificados.
Diante da enorme demanda educacional e da busca por uma educação de qualidade
para o nosso país, surgem vários estudos e discussões, além disso, várias legislações foram
criadas. Nesse contexto, temos a Educação a Distância (EaD), adotada no Brasil, sobretudo
pelas instituições públicas, a partir de 2006, com a criação do sistema Universidade Aberta do
Brasil (UAB), através do Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006. Tal instituição, nasce com o
objetivo de promover o desenvolvimento da modalidade a distância, fomentá-la nas
instituições públicas de ensino superior, bem como apoiar pesquisas em metodologias
inovadoras de ensino respaldadas em tecnologias da informação e comunicação. (NETO e
PAIVA, 2012).
Dessa forma, a EaD surge no cenário brasileiro e nas instituições públicas como
alternativa possível de ensino-aprendizagem, sobretudo no panorama de dificuldades de
acesso ao ensino formal e, além disso, pelos altos índices de defasagem da escolarização e do
analfabetismo, e capacitação e qualificação profissional.
No contexto da EaD, está inserido o Curso de Licenciatura em Pedagogia em sua
modalidade à distância da UFRN com uma carga horária total de 3200 horas, conforme
orienta a Resolução CNE/CP 01/2006. Essa carga horária deve ser cumprida em um período
de quatro anos, distribuídas em 08 semestres, de acordo com uma estrutura curricular flexível
e integradora que articula atividades teóricas e práticas. No tocante ao componente curricular
Estágio Supervisionado, este deve ser cumprido em 300 horas de atividades, de acordo com as
Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia.
Nesse estudo, considerando as determinações legais, as vivências advindas do
Estágio Curricular Supervisionado, e a experiência em um projeto de pesquisa com produções
dos graduandos do curso de Pedagogia na modalidade à distância do Polo UAB Caicó/
UFRN, buscamos compreender por meio de uma análise acurada nos relatórios produzidos
pelos alunos na finalização do Estágio Curricular Supervisionado II quanto a; qual a
concepção de Estágio para os alunos graduandos do curso de Pedagogia a Distância? Quais as
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impressões docentes construídas pelos graduandos no momento do Estágio Curricular
Supervisionado II, bem como as dificuldades e potencialidades encontradas? Qual a
importância do Estágio Curricular Supervisionado para a formação docente dos acadêmicos
do curso de Pedagogia?
Diante das perguntas direcionadoras da pesquisa, delimitamos como principal
objetivo, discutir o papel do Estágio Curricular Supervisionado para a formação docente no
curso de Pedagogia à Distância do polo UAB Caicó- RN, visando contribuir para o debate
sobre o Estágio como elemento formativo. Buscamos ainda, identificar a concepção dos
graduandos acerca do Estágio Curricular Supervisionado, e a sua importância para a formação
docente; bem como descrever as construções conceituais e as impressões da docência
encontradas pelos graduandos no decorrer do Estágio Curricular Supervisionado, destacando
dificuldades e potencialidades, para assim refletir sobre o papel do Estágio Supervisionado
para a formação de professores.
Diante desses objetivos, traçamos a metodologia para coleta de dados por meio da
pesquisa bibliográfica acerca de temas como: Estágio Supervisionado, Formação Docente e
Educação a Distância, o que embasa a fundamentação teórica. Além disso, nos propomos a
investigar o processo de Estágio Curricular Supervisionado, expressão das vivências
registradas em relatórios de estágio pelos alunos concluintes do curso de Pedagogia à
distância.
Constituem-se como fontes de dados da pesquisa: O Projeto Político Pedagógico do
Curso de Pedagogia à distância, o Regulamento dos Cursos a distância da UFRN, sobretudo
do curso de Pedagogia do Polo UAB Caicó- RN; além dos Relatórios de estágio produzidos
pelos sujeitos, na finalização do Estágio Curricular Supervisionado II.
Os sujeitos da pesquisa são os graduandos do curso de Pedagogia a distância, que no
período do Estágio Curricular Supervisionado organizaram seus planos de regência e as
situações de ensino a serem desenvolvidas nas escolas, os quais foram expressos em seus
relatórios de estágio que foram considerados como documentos (APPOLINÁRIO, 2009).
Sendo assim, realizamos uma pesquisa baseada em análise documental, que é considerada
como uma técnica utilizada a partir da exploração de documentos, contemporâneos ou
retrospectivos, considerados de valor científico.
O interesse em discutir sobre o tema surgiu da experiência vivenciada em um Projeto
de pesquisa intitulado: DESVELANDO AS PRÁTICAS DOCENTES: UM ESTUDO
INTRODUTÓRIO, vinculado ao Grupo de pesquisa: Mídias Interativas e Estudos Étnico-
Raciais (LENTE), na linha ESCOLA, ENSINO E PRÁTICAS EDUCATIVAS. O referido
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projeto, visava refletir sobre a experiência dos graduandos no Estágio Curricular
Supervisionado no campo da docência; sobretudo na Educação Infantil.
Dessa forma, a presente pesquisa, caracteriza-se como um desdobramento da
pesquisa inicial e tem por finalidade compreender o desenvolvimento do Estágio Curricular
Supervisionado, evidenciando seu papel na formação docente dos acadêmicos, com foco no
direcionamento do Estágio Curricular Supervisionado II- Educação Infantil no curso de
Pedagogia da modalidade a distância do polo UAB Caicó- RN.
Feitas as considerações preliminares, apresentamos a estrutura do nosso trabalho
monográfico, que está organizado da seguinte forma: Na introdução, discorremos de maneira
sucinta acerca do tema, justificativa, objetivo e abordagem teórico-metodológico da pesquisa.
O capítulo I, intitulado “Discussões sobre a Educação à Distância no Brasil e na Universidade
Federal do Rio Grande do Norte”, traz um debate sobre os aspectos relacionados à formação
de professores, as estratégias criadas ao longo dos anos para suprir as exigências para
formação de professores, bem como, os programas de implementação da Educação à
Distância no Brasil e na Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN.
Ainda nessa seção, abordamos uma discussão sobre os aspectos normativos do curso
de Pedagogia em sua modalidade à distância do polo UAB Caicó/ UFRN, a partir da análise
do Projeto Pedagógico de Curso (PPC), discorrendo alguns detalhes do contexto de
surgimento, objetivos, organização curricular, e por fim, destacamos o Estágio Curricular
Supervisionado como atividade obrigatória no processo formativo dos graduandos, o que
configura-se como objeto principal para realização deste trabalho.
No capítulo II, “Procedimentos Metodológicos”, delimitamos os aportes teórico-
metodológicos da pesquisa, a construção dos dados, referente à coleta de dados e definição do
campo e sujeitos da investigação. O capítulo III, “Refletindo acerca da Vivência dos alunos
em atividade de Estágio Curricular Supervisionado”, versa sobre as análises e interpretação
dos dados obtidos, caracterizando-as a partir das próprias experiências que os sujeitos
dissertaram nos relatórios de estágio. Nesse contexto, é feito uma análise sobre as construções
e concepções sobre o Estágio Curricular Supervisionado II, as impressões docentes atribuídas
em sala de aula, e as dificuldades e potencialidades vivenciadas no decorrer do estágio, bem
como, as suas contribuições para a formação docente.
Por fim, as considerações finais, onde retomamos os pontos centrais de cada capítulo
buscando responder os problemas levantados, apontando também as contribuições a respeito
do Estágio Curricular Supervisionado com elemento formativo e seu papel na formação
docente.
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2 DISCUSSÕES SOBRE A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Considerando nossa discussão sobre Estágio Curricular Supervisionado, entendemos
ser relevante pontuarmos a questão da formação de professores a luz do dispositivo legal, da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9.394/96 de 23 de dezembro de
1996, que em seus artigos 62 e 63 dispõe:
Art. 62 – A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em
nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação
mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco
primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
Art. 63 – Os Institutos Superiores de Educação manterão:
I. cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a educação
infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental;
II. programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de
educação superior que queiram se dedicar à educação básica; III. programas de educação continuada para os profissionais de educação dos
diversos níveis. (BRASIL, 1996).
Tais artigos apontam como se dará a formação de docentes para o nível básico de
ensino, bem como a quem compete à mesma. Dessa forma, a estrutura curricular dos cursos
de formação de professores precisou passar por algumas transformações, iniciando as
primeiras adaptações de currículo a partir da promulgação das Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN), para a Formação de Professores (BRASIL, 2006), e em seguida,
considerando as diretrizes curriculares pertinentes a cada curso de graduação; no caso
particular as DCN para o curso de Pedagogia.
A LDB nº 9.394/96 fixou, em suas disposições, um prazo de dez anos para que os
sistemas de ensino fizessem as devidas adequações à nova norma. A fixação do prazo foi
importante, justificado pela existência de uma significativa parte do professorado ser formado
em nível Médio, no curso de magistério, além da existência de milhares de professores leigos,
sem formação no Ensino Médio como até então era exigido. Dessa forma, seria necessário
muito tempo e financiamentos para chegar à formação desses docentes em nível superior.
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Com essa realidade e amparado pelas exigências de financiamento postas pelos
organismos internacionais que provém das políticas neoliberais implementadas na década de
1990, pelo governo brasileiro, temos a criação de cursos específicos para a formação de
professores como resposta as demandas da referida LDB.
Segundo Marilia Fonseca (2005, p. 46), o Banco Mundial tornou-se um dos
expoentes na questão dos financiamentos a partir da década de 1990,
Esta evolução pode ser explicada pelo papel que o banco desempenha junto
aos países mais pobres, como estrategista do modelo neoliberal de
desenvolvimento e também como articulador da interação econômica entre as nações. (FONSECA, 2005, p. 46).
Além disso, a participação na Conferência Mundial de Educação para todos,
realizada na Tailândia no ano de 1990 foi fator decisivo para sua inserção nas políticas de
cada país signatário da referida conferência. Adquiriu assim, poder de influenciar e determinar
ações no interior dos sistemas educacionais.
Para Neves (2004, p.1),
Os anos de 1990 do século XX e os anos iniciais deste século no Brasil vêm
sendo palco de um conjunto de reformas na educação escolar que buscam
adaptar a escola aos objetivos econômicos e político-ideológicos do projeto da burguesia mundial para a periferia do capitalismo nesta nova etapa do
capitalismo monopolista.
Este contexto é marcado pela implantação de políticas de cunho neoliberal, cujos
princípios básicos têm por metas a redução do,
Papel do estado, via diminuição do investimento do setor público e maior
participação do setor privado; a realização de reformas administrativas; a
estabilização fiscal e monetária e; a redução do crédito interno e das
barreiras de mercado. (FONSECA, 2005, p. 55).
19
Este quadro político que se constrói ao longo dos anos de 1980 e 1990, tem como
consequência a necessidade de reorganização da sociedade em função da própria
reestruturação do trabalho e as exigências que são impostas aos trabalhadores.
A reestruturação produtiva em curso, dessa perspectiva, exige que se
desenvolvam capacidades de comunicação, de raciocínio lógico-formal, de
criatividade, de articulação de conhecimentos múltiplos e diferençados de modo a capacitar o aluno-cidadão a enfrentar sempre novos e desafiantes
problemas. Mais ainda, diante da velocidade das mudanças, as
requalificações tornam-se imperativas e a especialização flexível transforma-se no paradigma de formação exigido pelo mercado. (PACHECO, 2001, P.
186).
A sociedade que temos é marcada pela competitividade e enxerga a educação como
“[...] a alavanca para a sociedade do conhecimento e a da informação” (PACHECO, 2001, p.
186) e continua ainda apontando que,
Como produto, bem ou serviço, a Educação converte-se num alicerce central não confinada ao espaço escolar, mas ampliada para os processos gerais da
educação permanente e do desenvolvimento ao longo da vida, eleita como
fator estratégico na construção desta nova sociedade. A escola tradicional, a educação formal, os antigos parâmetros educacionais, tornaram-se
rapidamente obsoletos. Procura-se, agora, uma nova pedagogia, um projeto
educativo de outra natureza.
Tal realidade exige uma grande demanda de qualificação de profissionais em nível
superior e a amplitude territorial, a partir do qual muitas reflexões e discussões, além de várias
legislações foram criadas, visando melhorar a educação do nosso país. Dentre estas, temos a
Educação a Distância – EaD, como uma alternativa que tornou-se viável. Para definir e
caracterizar a Educação a distância, nos baseamos no Decreto Nº 5. 622, de 19 de dezembro
de 2005:
Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como
modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores
20
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
(BRASIL, 2005).
Nesse contexto e considerando-se a necessidade de qualificar pessoas de diversas
áreas do conhecimento das diferentes regiões do nosso país para atuarem nas redes públicas e
também privadas do ensino, surge em 2005, a Universidade Aberta do Brasil (UAB)1, com a
finalidade de ampliar o ensino de forma gratuita e de qualidade. A UAB atua em parceria com
instituições de Ensino Superior (IES) e a qualificação em nível técnico, de graduação e pós-
graduação na modalidade a distância.
Nesta modalidade de ensino, os alunos e professores estão separados no tempo e
espaço, mas conectados e interligados por meio das tecnologias da informação e comunicação
(TICs), estas por sua vez correspondem a um conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de
maneira integrada para realizar um objetivo comum. Segundo Calderón (2007, p. 38),
As TICs, frutos da revolução técnico-científica, são instrumentos eletrônicos de comunicação, partilha, distribuição e agrupamento de informações,
conhecimentos, sentimentos, valores, etc..., que provocam uma interação e
intercomunicação num tempo e espaço atual e presencial.
Nessa perspectiva, o ensino a distância com o uso das ferramentas disponibilizadas
pelas TICs possibilitam o acesso ao conhecimento e a inclusão de um número maior de
pessoas significando a inserção de diferentes sujeitos ao processo educacional, principalmente
no ensino superior.
O acesso ao ensino superior via EaD, possibilita ao sujeito a apropriação de
diferentes conhecimentos que a partir do seu domínio, oferece ao mesmo o aumento de suas
reais condições de estudos e trabalho. No espaço educacional essa iniciativa veio tanto se unir
as ações voltadas para qualificação profissional, quanto para melhoria da qualidade do ensino
ofertado ao público desde a Educação Básica, perpassando pelo Ensino Médio até o Ensino
Superior e Técnico.
1A Universidade Aberta do Brasil é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação
universitária por meio do uso da metodologia da educação a distância.
21
Inserida neste contexto, temos a experiência da Universidade Federal do Rio grande
do Norte- UFRN, que através da parceria com a UAB criou a Secretaria de Educação a
Distância (SEDIS), através da qual passou a ofertar cursos na modalidade a distância.
Ofereceu inicialmente o curso piloto em Administração para qualificar funcionários de
instituições como Banco do Brasil e Exército Brasileiro, seguidos dos cursos de licenciatura
para formar professores, que de acordo com (GARCIA e SANTOS SOBRINHO, 2014), cujo
objetivo foi contribuir com a profissionalização dos professores nas áreas das ciências físicas
e naturais, como também capacitar os profissionais que estavam em sala de aula e ainda não
possuíam formação em nível superior.
A experiência da UFRN no tocante a implementação da Educação a Distância será
descrita no próximo tópico, no qual trataremos das políticas institucionais responsáveis pelo
estabelecimento da EaD na referida instituição, além disso, faremos um recorte para o curso
de licenciatura em Pedagogia na modalidade a distância, sobretudo no que diz respeito ao
componente curricular Estágio Supervisionado, uma vez que, este configura-se como objeto
principal para a realização do presente trabalho.
2.1 O CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO GRANDE DO NORTE- UFRN
A tônica das iniciativas de ensino a distância foi dada pelo contexto das Políticas
Educacionais que emergiram no final da década de 1990 com o avanço do Neoliberalismo no
Brasil e do desenvolvimento da tecnologia em nível mundial. Além disso, buscamos o
respaldo das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia (BRASIL, 2006),
consolidadas mediante a Resolução do Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno
(CNE/CP) nº 1 de 15 de maio de 2006; bem como, do Regulamento dos cursos de graduação
e do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Pedagogia a Distância, ambos da UFRN.
De acordo com a Resolução nº 171/2013, que aprova o regulamento dos cursos de
graduação da UFRN (2013), em seu Artigo 14, dispõe que: “o Projeto Pedagógico do curso é
o planejamento estrutural e funcional de um curso” (2013, p. 4), dentro do qual são tratados,
“o contexto, a justificativa, os objetivos e os compromissos éticos e sociais do curso, o perfil
do egresso, as competências e habilidades a serem desenvolvidas, a sua estrutura curricular”
(2013, p.4), no que diz respeito aos conteúdos, aos componentes curriculares, as atividades de
22
estágio e atividades complementares; além da metodologia adotada para a execução da
proposta, a sistematização da avaliação do ensino-aprendizagem, e tudo que se refere ao
desenvolvimento do curso, sempre considerando e respeitando as Diretrizes Curriculares
Nacionais, estabelecidas pelo Ministério da Educação, e os parâmetros definidos pelo
Regulamento dos cursos e pela PROGRAD- Pró- Reitoria de Graduação/ UFRN.
Diante disso, percebemos que o projeto pedagógico atua como norteador para o
planejamento e execução do curso, uma vez que, este versa sobre a concepção do curso, os
objetivos, as competências e habilidades almejadas, a estrutura curricular, as ementas,
bibliografias, o perfil profissional do graduando, e todos esses aspectos possibilitam o
conhecimento essencial sobre o curso. Dessa forma, com a finalidade de compreendermos o
campo escolhido para pesquisa, nos delimitamos à estudar a proposta curricular para o curso
de Pedagogia na modalidade a distância da UFRN.
O curso de Pedagogia à distância da UFRN, destaca-se como resultado das Políticas
implementadas através do seu plano de gestão proposto para o período de 2003-2007, que
veio definir três grandes políticas institucionais, as quais foram reiteradas para o período
seguinte de 2007-2011, numa ação de continuidade do trabalho. Tais políticas institucionais, a
saber, foram descritas no projeto pedagógico do curso, da seguinte forma:
a) Política de qualidade acadêmica, tendo como eixo o desenvolvimento, a
expansão e a qualificação das atividades-fim da Universidade; b) Política de inserção social, que tem como um dos seus eixos a busca por
formas de ampliação do acesso a Universidade;
c) Política de gestão Universitária, buscando a modernização administrativa.
(AIRES, ANDRADE, OLIVEIRA, 2010 p. 6).
Frente essas políticas, temos o estabelecimento da EaD como “ação que se propõe a
dar respostas às duas primeiras políticas: expandindo qualificadamente as atividades de
graduação e ampliando o acesso ao ensino superior.” (AIRES, ANDRADE, OLIVEIRA, 2010
p. 6).
Uma iniciativa que coaduna-se a atual tendência mundial quanto ao emprego das
Tecnologias da Informação como meio de eliminar a exclusão educacional dentro de um
contexto mais amplo de exclusão social.
Para suporte das ações em EaD na UFRN, temos em maio de 2003 a criação da
SEDIS, vinculada ao Gabinete do Reitor, que passa a ser responsável pela viabilização dos
23
projetos voltados à Educação a Distância; atualmente, converte-se como um órgão com
espaço próprio e estrutura para suporte aos cursos de graduação em licenciatura e
bacharelado, cursos de pós-graduação e aperfeiçoamento no campo da EaD em parceria com
centros de ensino da própria UFRN e instituições parceiras do sistema UAB. A SEDIS,
possui como missão:
Expandir o acesso àqueles que não podem se deslocar até um dos campi da
UFRN. O objetivo maior da SEDIS é, assim, democratizar o acesso,
eliminando barreiras e criando condições para que populações excluídas
tenham agora a possibilidade de uma educação de qualidade. (AIRES,
ANDRADE, OLIVEIRA, 2010, p. 7).
A SEDIS, ainda tem a finalidade de “fomentar a Educação na sua modalidade a
distância e estimular o uso das tecnologias de informação e comunicação como ferramenta de
ensino e aprendizagem”2, ofertando atualmente, 07 cursos de Extensão, 05 de especialização
lato-sensu, 03 mestrados profissionais, 01 bacharelado, 09 licenciaturas e 01 tecnológico.
Como ofertante de cursos à distância, a UFRN conta com uma estrutura física e de
pessoal, sendo estes, professores do quadro da instituição, técnicos administrativos, entre
outros. Além disso, é mantenedora de quatro polos de apoio presencial (Caicó, Currais Novos,
Nova Cruz e Parnamirim). Referente aos polos de apoio presencial, estes:
São as unidades operacionais para o desenvolvimento descentralizado de
atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas
ofertados a distância pelas instituições públicas de ensino superior no âmbito
do Sistema UAB. [...] os polos oferecem a infraestrutura física, tecnológica e
pedagógica para que os alunos possam acompanhar os cursos à distância.
(GARCIA et al, 2014, p. 59).
Os polos de apoio presencial são espaços físicos, que devem dispor de infraestrutura
física adequada, com laboratórios específicos para os cursos, biblioteca, recursos didático-
pedagógicos e tecnológicos disponíveis e acessíveis ao processo de ensino-aprendizagem.
2Texto retirado da página oficial da SEDIS. Disponível em: http://www.sedis.ufrn.br/index.php/2011-
07-07-08-11-37/conheca.
24
Além disso, é o local onde alunos, professores, tutores e demais sujeitos envolvidos, se
reúnem para dialogar sobre os conteúdos das disciplinas; também os alunos recebem
orientações acadêmicas, realizam as provas presenciais, participam das atividades
acadêmicas, culturais, cientificas e ainda criam laços de amizade. (GARCIA e SANTOS
SOBRINHO, 2014).
Como polo de apoio presencial dos cursos à distância ofertados pela UFRN, temos o
Polo UAB Caicó-RN, localizado no Centro de Ensino Superior do Seridó- CERES, que
segundo Garcia e Santos Sobrinho (2014), deu início as suas atividades no ano de 2005,
inicialmente com o curso de administração, mas atualmente conta com 07 (sete) cursos em
andamento, sendo 06 (seis) cursos de Licenciatura e 01 (um) de Bacharelado em
Administração Pública.
Dentre os cursos ofertados no Polo UAB Caicó-RN, destaca-se o curso de Pedagogia
na modalidade à distância, que caracteriza-se como o campo escolhido para desenvolver a
presente pesquisa, cujo interesse versa sobre o desenvolvimento do Estágio Supervisionado e
o seu papel na formação docente.
O curso de licenciatura em Pedagogia está voltado para formação de professores
integrantes da rede pública e também da demanda social. Sua origem vincula-se:
A partir das demandas dos municípios, demonstradas através da Plataforma
Paulo Freire e do Plano de Ações Articuladas – PAR/MEC, torna-se urgente
e necessária a criação de novos cursos que possam atender a carência de
formação inicial de professores. Ademais, o Estado do Rio Grande do Norte
necessita de mais cursos de pedagogia voltado para formação de professores
da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, tendo em
vista a inclusão da educação infantil no FUNDEB e a recente
obrigatoriedade atribuída ao atendimento das crianças de 4 e 5 anos, além da
expansão do ensino fundamental para 9 anos. Esses fatos geraram a
necessidade de qualificar educadores para exercerem uma prática
pedagógica comprometida com os ideais de uma sociedade inclusiva, justa e
solidária. (AIRES, ANDRADE, OLIVEIRA, 2010, p. 7).
O documento exprime-se como uma construção colaborativa entre a SEDIS, e os
Departamentos de Educação do Centro de Ciências Sociais Aplicadas/CCSA, atualmente
Centro de Educação e o Centro de Ensino Superior do Seridó/ CERES.
25
O curso de Pedagogia em EaD, ofertado pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte- UFRN possui como principal objetivo:
Habilitar professores por meio do curso superior para o exercício da
docência em Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e
para atividades de coordenação e assessoramento pedagógico em escolas, instituições do sistema educacional e projetos educativos em espaços não
escolares. (AIRES, ANDRADE, OLIVEIRA, 2010, p. 13).
Com a Resolução do Conselho Nacional de Educação de 15 de maio de 2006, que
instituiu as Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia, vemos as orientações para
elaboração do currículo do curso. Assim, devem contemplar estudos teórico-práticos, a fim de
proporcionar a investigação e reflexão crítica ao planejar, executar e avaliar atividades
educativas, além da aplicação no campo da educação. Sendo assim, o acadêmico desenvolverá
seus estudos e habilidades por meio de conhecimentos teóricos e práticos durante todo o
curso, estes conhecimentos são adquiridos através da didática, das teorias e metodologias
pedagógicas e do processo de planejamento, organização e execução do trabalho docente.
Esses conhecimentos e habilidades são trabalhados no decorrer do curso, através das
disciplinas curriculares, bem como das atividades de ensino, pesquisa e extensão, que
compõem a carga horária mínima do curso, conforme orienta a Resolução CNE/CP 01/2006:
Art. 7º O curso de Licenciatura em Pedagogia terá a carga horária mínima de
3.200horas de efetivo trabalho acadêmico, assim distribuídas:
I - 2.800 horas dedicadas às atividades formativas como assistência a aulas, realização de seminários, participação na realização de pesquisas, consultas a
bibliotecas e centros de documentação, visitas a instituições educacionais e
culturais, atividades práticas de diferente natureza, participação em grupos cooperativos de estudos;
II - 300 horas dedicadas ao Estágio Supervisionado prioritariamente em
Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, contemplando também
outras áreas específicas, se for o caso, conforme o projeto pedagógico da
instituição;
III - 100 horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento em áreas específicas de interesse dos alunos, por meio, da iniciação científica, da
extensão e da monitoria. (BRASIL, 2006, p. 4).
26
De acordo com o PPC de Pedagogia a Distância (2010), essa carga horária deve ser
cumprida em um período de quatro anos, organizadas em 08 semestres, de acordo “com uma
estrutura curricular flexível e integradora que articula atividades teóricas e práticas” (P.16).
Conforme o citado documento, com respeito a flexibilidade a estrutura curricular
apresenta uma configuração que permite o aluno refletir e assumir uma prática autônoma em
seu processo de formação. Além disso, o curso estabelece uma carga horária de 200 horas
para serem cumpridas em Atividades Acadêmicos Científico-Culturais (AACC), estas são
caracterizadas como um conjunto de atividades desenvolvidas no decorrer do curso, sob
vários formatos independente das disciplinas curriculares obrigatórias. Essa carga horária
compõe parte do núcleo de estudos integradores. “As AACC são classificadas em seis
categorias: atividade didático-pedagógicas; atividades de pesquisa; atividades de extensão;
representação estudantil em diversas instancias da instituição,” entre outras atividades.
(AIRES, ANDRADE, OLIVEIRA, 2010, p. 16).
Quanto à formação acadêmica, 2.700 horas são destinadas a conteúdos curriculares
de natureza científico-cultural e teórico-prática, cujo objetivo é o desenvolvimento da
autonomia, responsabilidade e criticidade do aluno quanto a sua profissionalização. É prevista
a organização de situações de ensino que permitem o aprofundamento e a reflexão dos
conteúdos relacionados aos conhecimentos específicos da área de formação.
Está prevista também a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso – TCC,
que consiste em um,
Trabalho monográfico, artigo científico, produção de vídeo, relato reflexivo da prática docente, com base em um recorte das experiências formativas, no
confronto com a realidade escolar e as concepções pedagógicas estudadas.
(AIRES, ANDRADE, OLIVEIRA, 2010, p. 18).
A estrutura curricular proposta para o curso de Pedagogia em EaD, atende às
exigências explicitadas no Art. 6º. e seus incisos da Resolução CNE/CP no. 01/2006, que
pressupõem a estrutura em três núcleos, ou seja, o núcleo de estudos básicos, de
aprofundamento e diversificação de estudos e de estudos integradoras respeitadas às
especificidades institucionais locais e as escolhas definidas pelos graduandos.
O PPC ainda aponta que os graduandos terão a oportunidade de vivenciar
experiências teóricas e práticas, por meio das disciplinas e das atividades desenvolvidas nas
27
instituições de ensino, futuro campo de atuação profissional do pedagogo. Esta integração
entre teoria e prática possibilita o conhecimento da realidade social, e a associação entre a
teoria estudada no curso e a prática desenvolvida em atividades de observação e até mesmo de
docência em sala de aula, o que permite ao graduando estabelecer um elo entre ambas.
Percebemos, na intenção do curso, que este valoriza as atividades de caráter prático
durante o processo de formação do pedagogo, afirmando que estas permitem vivências em
diversas áreas da educação, assegurando um aprofundamento nos estudos teóricos, além da
experiência no campo onde atuarão e no planejamento e utilização de recursos pedagógicos.
Nessa ótica, uma das atividades que podem promover a relação entre teoria e prática
é o Estágio Curricular Supervisionado, que está organizado em três etapas: a primeira etapa
compreende “A Organização e Gestão dos Processos Educativos”, a qual permite o contato do
sujeito com a organização educacional na educação infantil e nos anos iniciais do ensino
fundamental. A segunda etapa desenvolve-se na Educação Infantil e a terceira nos anos
iniciais do Ensino Fundamental, ambas as etapas caracterizam-se como a docência em sala de
aula.
Considerando como objeto de estudo o Estágio Curricular Supervisionado em EaD,
daremos continuidade ao percurso refletindo sobre sua constituição.
2.2 O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA EAD: EXPERIÊNCIA DO
CURSO DE PEDAGOGIA DA UFRN
O Estágio Supervisionado está previsto na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional nº 9394/96, em seu Artigo 82: “Os sistemas de ensino estabelecerão as
normas para realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio
ou superior em sua jurisdição”. Dessa forma, entendemos o Estágio Curricular
Supervisionado como atividade acadêmica dos cursos de formação de docentes.
Segundo Oliveira e Cunha (2006), o Estágio Curricular Supervisionado é uma
atividade que propicia ao aluno adquirir a experiência profissional que é relativamente
importante para a sua inserção no mercado de trabalho.
Ainda caracteriza-se como uma atividade obrigatória realizada pelos alunos de cursos
de Licenciatura e possui uma carga horária pré-estabelecida pela instituição de Ensino. Este
enquanto atividade obrigatória e supervisionada, está previsto na Lei 11.788/2008 que dispõe
28
sobre o estágio de estudantes.
Art. 1º Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no
ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de
educandos que estejam frequentando o ensino regular, em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional
da educação de jovens e adultos. (BRASIL, Lei 11.788/2008).
Esta prática é o primeiro contato que o futuro professor terá com seu futuro campo de
atuação. Por meio da observação, da participação e da regência, o licenciando poderá
construir ações pedagógicas.
No tocante ao componente curricular Estágio Supervisionado, o projeto pedagógico
do curso de Pedagogia a distância da UFRN (2010), define que:
O Estágio Supervisionado deve ser cumprido em 300 horas de atividades, de
acordo com as Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia. Apoiando-
nos no princípio da flexibilidade, será permitido o aproveitamento de 150
horas de atividades docentes como estágio supervisionado, considerando-se
a particularidade dos alunos que já se encontram em exercício, fazendo
sentido tomar a prática docente como a experiência a ser refletida e a sala de
aula como campo do estágio. Tal decisão se apoia no que foi previsto na Lei
9.394/96, de acordo com o disposto no art. 65, que se aplica a formação de
professores em serviço, os quais estão contemplados no parágrafo único do
Art. 1° da Resolução CNE/CP 2/2002. (AIRES, ANDRADE, OLIVEIRA,
2010, p.17).
Nesse sentido, observa-se a relevância atribuída aos Estágios Curriculares
Supervisionados durante o processo de formação do pedagogo, os quais devem conter no
mínimo 300 horas de atividades em escolas de Educação Infantil e anos iniciais do Ensino
Fundamental e em instituições educativas não-formais.
O trabalho versa sobre o desenvolvimento do Estágio Curricular Supervisionado no
curso de Pedagogia na modalidade a distância, sobretudo a segunda etapa, que corresponde ao
Estágio Curricular Supervisionado II- Educação Infantil, que possui como ementa:
29
Desempenho de atividades de caráter teórico-prático que permitam a
vivência do aluno docente em espaços escolares e não-escolares,
possibilitando ao mesmo a aplicação de conhecimentos, habilidades e
atitudes adquiridos no decorrer do curso e indispensáveis ao exercício da
docência na educação infantil. (AIRES, ANDRADE, OLIVEIRA, 2010,
p.49).
Assim, temos as atividades que são desenvolvidas no decorrer do estágio na Educação
Infantil; o sujeito já possui o conhecimento acerca da organização institucional e educacional
da educação infantil, e nesse momento de vivência da docência, aplica esses conhecimentos
adquiridos no curso em sala de aula da educação infantil, o que permite a consolidação destes,
além do desenvolvimento de habilidades e aprimoramento de competências, já que o sujeito
tem a oportunidade de colocar em prática todos os conhecimentos construídos e assim
aperfeiçoá-los.
O Estágio Curricular Supervisionado pode ser caracterizado como uma experiência
repleta de contradições no que se refere à relação teoria-prática, em qualquer área de
formação. Tendo como objetivo, segundo a Lei 11.788 de 25/09/2008 em seu § 2º “o
aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho”,
isto é, favorecer aos alunos um momento de análise do cotidiano de atuação profissional,
particularmente em nosso caso, no curso de Pedagogia a Distância, propiciar a articulação
entre o estudado e a vivência da experiência docente. De acordo com Cavalcante (2016), o
Estágio Curricular Supervisionado coloca-se como:
Uma responsabilidade das Instituições de Ensino Superior- IES, vinculadas
aos cursos e áreas e constitui-se numa atividade programada, prevista nos
Projetos Pedagógicos dos Cursos, que visa possibilitar a vivência de
situações reais de vida e trabalho. Comporta também a possibilidade de
atualização de conhecimentos, quando da análise das situações reais e o
confronto com os conteúdos teoricamente estudados nas salas de aula. No
contato com as situações, o aluno se defronta com os sujeitos envolvidos o
que gera uma situação de aprendizagem social, aqui definida como aquela
que ocorre mediante o estabelecimento das relações interpessoais.
(CAVALCANTE, 2016, p.6).
30
Assim, o Estágio Curricular Supervisionado caracteriza-se com um momento de
aprimorar a prática em sala de aula, propiciar a aproximação da realidade profissional por
meio da participação em situações reais de trabalho, envolvendo supervisores, estudantes e
campo de estágio. E a partir dessa experiência possibilitar ao graduando utilizar está rica
oportunidade escolar, para desenvolver-se profissionalmente, contribuindo para uma prática
educativa que possibilita formar professores a partir da análise, da crítica e das novas
maneiras de fazer educação, que podem ser construídas.
Para Bianchi, Alvarenga e Bianchi (2002, p. 16) “o estágio é um período de estudos
práticos para a aprendizagem e experiência e envolve ainda, supervisão, revisão, correção e
exame cuidadosos.” Para as autoras a atividade de estagio é útil e vital ao futuro profissional
do graduando, além de proporcionar uma melhoria no processo de ensino e aprendizagem.
Assim, o cerne do estágio se amplia para além da prática docente, para a construção de uma
visão mais ampla de atuação na escola, na organização dos sistemas de ensino, na
comunidade e na sociedade.
O Estágio Curricular Supervisionado é uma atividade acadêmica que irá propiciar ao
aluno adquirir experiência profissional específica e que deverá contribuir, de forma eficaz, na
sua formação e na sua inserção no mercado de trabalho. Ele dará oportunidade ao graduando
de observar, analisar, discutir e vivenciar efetivamente a realidade do seu futuro campo de
trabalho.
Segundo Pimenta e Lima (2004) o estágio é o eixo central na formação de professores,
pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da
construção da identidade e dos saberes do dia-a-dia. O Estágio Curricular Supervisionado
surge como um processo fundamental na formação do aluno estagiário, pois é a forma de
fazer a transição de aluno para professor.
Este é um momento da formação em que o graduando pode vivenciar experiências,
conhecendo melhor sua área de atuação, de tal modo que sua formação tornar-se-á mais
significativa, produzindo discussões, possibilitando uma boa reflexão crítica, construindo a
sua identidade e lançando um novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem e a função do
educador.
31
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para definir pesquisa, nos baseamos em Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p. 24),
que a definem como “busca ou procura. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta
para alguma coisa. Em se tratando de Ciência, a pesquisa é a busca de solução a um problema
que alguém queira saber a resposta”. Assim, ao pesquisarmos estamos produzindo Ciência,
uma vez que a pesquisa é o caminho para se chegar ao conhecimento e este institui a Ciência.
Toda pesquisa, para se processar e se constituir elemento de produção de
conhecimentos necessita de aportes que lhes conceda o status de investigação. Tais aportes
formam o que chamamos de metodologia, que conforme Minayo (2001, p. 16) “[...] inclui as
concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a construção da
realidade e o sopro divino do potencial criativo do investigador.”
Minayo (2001, p. 26), ainda atenta para a vivência do clico de pesquisa, por ela
apresentado como “[...] um processo de trabalho em espiral que começa com um problema ou
uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de dar origem a novas
interrogações.” Dessa forma, a metodologia pode ser considerada como o conjunto de
estratégias e procedimentos que permitem a investigação, análise, organização e interpretação,
descrevendo os materiais e métodos (instrumentos, procedimentos de coleta de dados,
critérios e categoriais de análise dos dados, sujeitos, campo de pesquisa, etc.) a serem
adotados com a finalidade de responder o problema ou pergunta da Pesquisa.
Neste capítulo, nos propomos à evidenciar algumas considerações científicas e
metodológicas relevantes à organização, planejamento e execução desta pesquisa. Este
capítulo tem como finalidade definir a abordagem teórica e metodológica que classifica a
pesquisa, bem como delimitar os procedimentos adotados para a coleta e análise dos dados, e
apontar os sujeitos da pesquisa, os graduandos do Curso de Pedagogia em sua modalidade a
distância, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN, Centro de Educação, polo
UAB Caicó- RN.
32
3.1 ABORDAGEM TEÓRICO- METODOLÓGICA DA PESQUISA
Como forma de fundamentar a metodologia aplicada a este trabalho, nos baseamos nos
ensinamentos e leituras de autores como: André (1995), Bogdan e Biklen (1994), Gil (2002),
Kauark, Manhães e Medeiros (2010), Michel (2015), Minayo (2001), Severino (2007).
Considerando a fala de Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p. 24), citados
anteriormente, que “[...] Pesquisar, [...], é buscar ou procurar resposta para alguma coisa.”
Apresentamos como questões de pesquisa: Qual a concepção de estágio para os alunos
graduandos do curso de Pedagogia à distância? Quais as impressões docentes construídas
pelos graduandos no momento do Estágio Curricular Supervisionado II, bem como as
dificuldades e potencialidades encontradas? Qual a importância do Estágio Curricular
Supervisionado curricular para a formação docente dos acadêmicos do curso de Pedagogia?
Tais questões nos ajudaram a definir melhor nossos objetivos. A partir da análise das
vivências dos alunos, expressas na escrita acadêmica do relatório do estágio, buscamos
discutir o papel do Estágio Supervisionado para a formação docente no curso de Pedagogia a
Distância do polo Caicó- RN, visando contribuir para o debate sobre o Estágio como elemento
formativo.
Como objetivos específicos, temos; identificar qual a concepção de estágio presente
entre os sujeitos, destacando as impressões construídas no momento do estágio, bem como as
dificuldades e potencialidades encontradas. Além disso, detectar a importância do Estágio
Supervisionado Curricular para a formação docente atribuída pelos sujeitos a partir de suas
reflexões sobre a experiência.
Após a definição do tema a ser investigado e das questões apresentadas, iniciamos a
fase exploratória que objetivou uma maior familiaridade com o problema, tornando-o
explícito, e envolveu levantamento bibliográfico. Este serviu para nos localizarmos dentro das
discussões sobre Estágio Curricular Supervisionado, Formação Docente e Educação a
Distância, o que embasou a nossa fundamentação e, auxilio na constituição de nossas fontes
de dados e a definição de campos e sujeitos.
A construção metodológica possibilitou refletir com mais clareza o papel do Estágio
Curricular Supervisionado em relação ao processo de formação inicial do professor, uma vez
que, como afirma André (1995, p. 52), “a escolha de uma determinada forma de pesquisa
depende, antes de tudo, da natureza do problema que se quer investigar e das questões
específicas que estão sendo formuladas”.
33
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, de acordo com Gil (2002, p. 44) “A
pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos e, atualmente, material disponibilizado na
Internet.” Segundo Michel (2015), a pesquisa bibliográfica é entendida como a fase inicial da
pesquisa; pois busca o levantamento bibliográfico acerca do tema, com a finalidade de
identificar informações e elementos para definição dos objetivos, delimitação do problema e
definição dos tópicos da fundamentação teórica. Assim, essa fase caracteriza-se pela busca a
uma resposta ou conhecimento, recorrendo a documentos já publicados, dispensando a
elaboração de hipóteses.
Como forma de responder as questões direcionadoras da pesquisa, percorre-se um
caminho para análises dos dados construído sobre a base da abordagem qualitativa e
quantitativa. A abordagem qualitativa:
[..] se propõe a colher e analisar dados descritivos, obtidos diretamente da
situação estudada; enfatiza o processo mais que o resultado, para o que
precisa e retrata a perspectiva dos participantes. Na pesquisa qualitativa,
verifica-se a realidade em seu contexto natural, tal como ocorre na vida real,
procurando dar sentido aos fenômenos ou interpretá-los de acordo com os
significados que possuem para as pessoas implicadas nesse contexto.
(MICHEL, 2015, p. 40).
A abordagem quantitativa trabalha com números, dados estatísticos, probabilidades e
os resultados podem ser quantificados.
A pesquisa quantitativa refere-se a várias ferramentas e métodos orientados numericamente. Com frequência inclui o uso de estratégias de amostragem
probabilística, investigações cuidadosamente planejadas e modelos
estatísticos. (LANKSHEAR e KNOBEL, 2008, p. 62).
A abordagem quantitativa, centrou-se no sentido de enfatizar de forma clara e
objetiva as análises e interpretações dos dados, os quais foram apresentados e organizados em
gráficos, com a finalidade de ilustrar e sintetizar as informações e análises obtidas, bem como
possibilitar uma visão geral acerca do percentual de sujeitos envolvidos na pesquisa.
34
Entretanto, acreditamos que a abordagem qualitativa é a mais adequada para o
contexto desta pesquisa, uma vez que, caracteriza-se por emitir interpretações e discussões
objetivas sobre o que foi escrito nos relatórios pelos sujeitos. Conforme nos coloca Minayo
(2001); a pesquisa qualitativa,
[..] trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças,
valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das
relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis. (MINAYO, 2001, p. 22).
Entendemos que ao nos definir pelo estudo do Projeto Político Pedagógico do curso
de Pedagogia a distância, o Regulamento dos cursos a distância da UFRN, e os Relatórios
produzidos pelos sujeitos, na finalização do Estágio, realizamos uma pesquisa baseada em
análise documental, que é considerada como uma técnica utilizada a partir da exploração de
documentos, contemporâneos ou retrospectivos, considerados de valor científico. Nas
palavras de Fonseca (2002, apud GERHARDT, SILVEIRA, 2009), a pesquisa documental
caracteriza-se da seguinte forma:
A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem
tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas,
relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas,
tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc.
(FONSECA, 2002, apud GERHARDT, SILVEIRA, 2009, p. 37).
De acordo com Severino (2007, p. 124) a técnica de pesquisa baseada em
documentação caracteriza-se, como:
Toda forma de registro e sistematização de dados, informações, colocando-
os em condições de análise por parte do pesquisador. [...] no contexto da
realização de uma pesquisa é a técnica de identificação, levantamento,
exploração de documentos fontes do objeto pesquisado e registro das
informações retiradas nessas fontes e que serão utilizadas no
desenvolvimento do trabalho.
35
Dessa forma, a pesquisa é classificada como documental, pois os relatórios de
estágio trazem em si uma variedade de dados e vivências, e é por meio destes que os sujeitos
apresentaram suas ações, seus pontos de vista, as posições e concepções acerca do que foi
desenvolvido por eles no decorrer do Estágio Curricular Supervisionado, sendo registrados
em relatórios considerados como documentos, que são entregues aos professores da
universidade.
Oliveira (2007), posiciona-se sobre a análise documental, afirmando que esta:
[...] caracteriza-se pela busca de informações em documentos que não receberam nenhum tratamento científico, como relatórios, reportagens de
jornais, revistas, cartas, filmes, gravações, fotografias, entre outras matérias
de divulgação. (OLIVEIRA, 2007, p. 69).
A fonte de investigação, foram os relatórios de Estágio Curricular Supervisionado II-
Educação Infantil, na condição de “fontes primárias” (LANKSHER e KNOBEL, 2008) no
período 2015.1: “As fontes primárias são dados originais, a partir dos quais se tem uma
relação direta com os fatos a serem analisados, ou seja, é o pesquisador (a) que analisa.” (SÁ-
SILVA; ALMEIDA, GUINDANI, 2009, p. 6). As vantagens em utilizar a pesquisa
documental é que “os documentos constituem fonte rica e estável de dados.” E “não exigir
contato com os sujeitos da pesquisa. É sabido que em muitos casos o contato com os sujeitos
é difícil ou até mesmo impossível.” (GIL, 2002, p. 46).
Dessa forma, procedemos a análise dos relatórios de estágio, destacando que essas
são as primeiras incursões em tal material, os quais não receberam nenhum tratamento
anterior (BOGDAN e BIKLEN, 1994), configurando-se como matéria-prima a partir da qual
desenvolvemos nossa investigação e análise.
3.2 A CONSTRUÇÃO DOS DADOS
A coleta de dados deu-se em duas etapas: a primeira envolveu a busca dos relatórios
com a professora orientadora do Estágio Curricular Supervisionado II- Educação Infantil, a
professora Drª. Christianne Medeiros Cavalcante; também orientadora da presente pesquisa. A
36
segunda etapa envolveu a leitura minuciosa do conteúdo presente nos relatórios, relacionado à
concepção dos sujeitos acerca do papel do Estágio Curricular Supervisionado para a
formação. Após essa análise feita sobre os relatórios, buscamos identificar os relatos que
atendessem aos nossos propósitos, ou seja, os recortes que compreendiam as construções
conceituais e as impressões da docência encontradas pelos sujeitos no decorrer do estágio,
destacando as dificuldades e potencialidades.
Como já explicado, os dados qualitativos sob os quais nos debruçamos foram
originados no âmbito dos registros presentes nos relatórios do Estágio Curricular
Supervisionado II- Educação Infantil e apresentados em relatórios de estágio pelos
graduandos do curso de Pedagogia a distância do Centro de Educação da UFRN, no período
letivo 2015.1.
Os graduandos do curso de Pedagogia a Distância da UFRN foram considerados
como sujeitos da pesquisa, por serem os autores dos referidos relatórios que continham seus
planos de regência e as situações de ensino a serem desenvolvidas nas escolas.
O campo de investigação é a ação do sujeito (estagiário) em sala de aula, lócus que
propicia a prática da docência, a ação reflexiva, o desenvolvimento de habilidades e
competências, pois, é no seu meio de atuação que o sujeito, futuro profissional da Educação é
capaz de construir sua identidade tornando-se autônomo, reflexivo, pesquisador e construtor
de sua própria prática. Nesse sentido, o estágio atua como propiciador dessa realidade, já que
permite a aproximação do sujeito com situações reais de trabalho, e essa experiência
possibilita o desenvolvimento profissional, bem como avanços na formação docente.
Solicitamos à professora responsável pela disciplina o acesso aos relatórios para fins
de investigação e análise na pesquisa monográfica, assegurando-lhe em manter sigilo quanto à
identidade dos sujeitos; os relatórios foram disponibilizados em versão digitalizada,
caracterizando um total de 17 (dezessete) relatórios. Conforme Gil (2002),
A análise dos materiais obtidos não deve ser conduzida a ponto de
possibilitar a identificação dos respondentes. Se as pessoas forem prevenidas
de que sua identidade será preservada, deverão de fato permanecer
anônimas. Isso corresponde a uma importante obrigação moral dos
pesquisadores. (GIL, 2002, p. 132).
37
Além disso, foi assinado pela professora responsável pelos relatórios de estágio, o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido- TCLE,
O TCLE não é apenas um texto jurídico com a assinatura do sujeito da pesquisa afixada. É um instrumento que se usa para facilitar a comunicação
entre pesquisador e sujeito da pesquisa no intuito de firmar parceria entre de
pessoas humanas autônomas” (MARTIN, Caderno de Ética em Pesquisa, julho/02).
Essa postura demanda uma relação de confiança entre pesquisador e professor, além
disso, é necessária uma postura ética, crítica e cuidadosa. Consideramos também o que dispõe
a Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, no que
tange a ética na pesquisa com seres humanos. Dessa forma, a identidade dos atores e autores
dos relatórios foi preservada e para cada relatório foi destinado um código de identificação, a
partir da designação de relato, seguido por um numeral, conforma exemplo: Relato 1, Relato
2, Relato 3, Relato 4, assim por diante.
Esclarecemos que nosso propósito foi identificar nos relatórios, à ação dos sujeitos
em seus momentos em sala de aula como regentes, bem como a experiência vivenciada em
atividade de Estágio Curricular Supervisionado, assim, foram analisadas as construções e
concepções dos sujeitos no decorrer do estágio, identificando o papel do estágio para a
formação dos mesmos, o que propiciou a discussão sobre as impressões da docência, ou seja,
os sentimentos e percepções construídos no momento do Estágio Curricular Supervisionado.
No capítulo seguinte, mostraremos a sistematização e interpretação das informações
encontradas a partir das leituras realizadas nos relatórios de Estágio Curricular
Supervisionado II- Educação Infantil. Nosso propósito é apresentar as análises acerca do que
os sujeitos dissertaram em seus relatórios de conclusão do estágio, frente às construções e
concepções sobre o estágio e as impressões docentes atribuídas em sala de aula.
38
4 REFLETINDO ACERCA DA VIVÊNCIA DOS ALUNOS DE PEDAGOGIA EM
ATIVIDADE DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
No capítulo anterior, apresentamos os passos dados para que a pesquisa fosse
realizada. Nosso objetivo agora foi identificar as ações realizadas durante a regência e
partindo dos recortes feitos nos relatórios de estágio, apresentar as análises e interpretações
dos dados coletados acerca dos aspectos relacionados à ação docente, a construção da
concepção sobre o estágio supervisionado pelos sujeitos (estagiários), e as impressões
docentes, ou seja, os sentimentos e percepções construídos em atividade de estágio, bem
como as dificuldades e potencialidades encontradas pelos graduandos no exercício da
docência.
Como explicado no capítulo anterior, à coleta de dados foi realizada mediante análise
documental feita nos relatórios de estágio produzidos pelos graduandos do curso de
Pedagogia à distância do polo UAB Caicó/RN. O Estágio supervisionado II- Educação
Infantil, ocorreu no semestre letivo 2015.1, mais precisamente no 6º período do curso.
Para dar conta de nosso estudo analisamos 17 (dezessete) relatórios, com um total de
24 (vinte e quatro) estagiários, justificando-se pelo fato de que no estágio de docência em sala
de aula da Educação Infantil foi permitido os alunos estagiarem em duplas, uma vez que, no
contexto das escolas são duas profissionais que assumem o direcionamento da sala de aula ser
uma professora titular e um auxiliar, de acordo com a faixa etária e a demanda de alunos.
A análise e interpretação dos dados foram feitas em todos os relatórios, porém não
alcançamos os objetivos proposto em todos, pelo fato de que, alguns não traziam em si
respostas a todas as perguntas propostas. Após a leitura e análise dos relatórios, fizemos
alguns recortes dos relatos dos estagiários, os quais respondiam as perguntas norteadoras da
presente pesquisa, foram elas: Qual a concepção de estágio para os alunos graduandos do
curso de Pedagogia à distância da UFRN? Quais as impressões docentes construídas pelos
graduandos no momento do estágio, bem como as dificuldades e potencialidades encontradas?
Em seguida, relacionamos os relatos dos sujeitos (estagiários) com as leituras de autores como
Pimenta e Lima (2006), Freire (1996), Ghedin, Oliveira e Almeida (2015); Tardif e Lessard
(2005); Fonseca (2007), entre outros, que contribuíram por fundamentar nossas discussões e
análises, as quais serão descritas a seguir.
39
4.1 CONSTRUÇÕES E CONCEPÇÕES DOS SUJEITOS NO DECORRER DO ESTÁGIO
CURRICULAR SUPERVISIONADO II
Falar de Estágio Curricular Supervisionado na formação docente, implica considerar
os aspectos que caracterizam a atuação do profissional na educação, ou seja, a realidade da
educação básica e as exigências postas pela sociedade científica e tecnológica quanto à
formação.
As experiências obtidas durante a realização do estágio, foi o que permitiu a
construção dos relatórios pelos sujeitos, o que proporcionou um conhecimento em relação ao
dia a dia de uma sala de aula, as metodologias desenvolvidas pelos professores atuantes na
educação, os instrumentos de avaliação utilizados, dentre outros aspectos que a experiência
proporciona ao estagiário. Assim, o Estágio pode ser considerado como um componente
curricular imprescindível na formação inicial do professor, uma vez que, aproxima o sujeito
(estagiário) do ambiente escolar, como seu futuro campo de atuação, para a aprendizagem da
docência. Experiências como estas, originaram a escrita dos relatos pelos sujeitos, os quais
configuram-se com “matéria prima” para nossas discussões e análises.
Cada item analisado parte de um questionamento que direcionou nosso olhar e estão
expressos no que denominamos de ênfases, porque se destacaram nas falas dos sujeitos.
Apresentamos no (Quadro 1) as ênfases de análises para cada questionamento levantado na
pesquisa. As quais serão interpretadas e discutidas no decorrer deste capítulo.
40
Quadro 1: Organização das Ênfases de análises para cada questionamento da pesquisa
QUESTIONAMENTOS DA PESQUISA ÊNFASES DE ANÁLISES
Qual a concepção de Estágio para os
alunos graduandos do curso de Pedagogia
à distância?
Relação Teoria e Prática;
Oportunidade de Pesquisa, Intervenção
e Reflexão;
Oportunidade de Formação continuada
e conhecimento acerca da organização
da instituição e da educação.
Quais as Impressões Docentes construídas
pelos graduandos no momento do Estágio
Curricular Supervisionado II?
Anseios e conflitos;
Reconhecimento, valorização e
realização profissional;
Profissionalização e construção do
plano de trabalho;
Reconhecimento da importância da
formação e atuação profissional.
Dificuldades e Potencialidades
encontradas?
Dificuldades:
Processo de adaptação conturbado e
insegurança;
Precariedade de recursos físicos e
materiais;
Má aceitação e falta de liberdade e
autonomia.
Potencialidades:
União entre teoria e prática;
Aquisição de experiência e
desenvolvimento profissional;
Interação com os alunos e professores;
Oportunidade de observação e reflexão
da prática.
Qual a importância do Estágio Curricular
Supervisionado para a formação docente
dos acadêmicos do curso de Pedagogia?
O Estágio Curricular Supervisionado
como elemento essencial para o
processo formativo;
O Estágio Curricular Supervisionado
como momento de compreensão e
reflexão acerca da profissão.
Fonte: Produção da autora, (2017).
41
A primeira pergunta norteadora de nossa discussão foi: “Qual a concepção de estágio
para os alunos graduandos do curso de Pedagogia à distância?”
Consideramos em nossa análise o que diz a lei 11.788/2008 que dispõe sobre o
estágio, apontando como dito anteriormente, que este é um ato educativo cujo foco é a relação
teoria-prática. Não houve uma construção exata do que seria conceitualmente, estágio, mas
apontaram para a compreensão do que seja. Nessa questão, os escritos dos sujeitos foram
bastante diferentes, e convergiram para uma realidade: a possibilidade do estreitamento entre
a teoria e a prática. Vejamos:
Ênfase 1: Relação Teoria e Prática
Relato 1: O estágio nos propiciou interagir e vivenciar na prática os conceitos aprendidos sobre o modelo didático, a abordagem dos critérios
aplicados nesse mundo encantador e brilhante que é o de sermos futuras
professoras, fazendo com que através desse estágio a gente aumente ainda mais o nosso conhecimento prático e teórico de como lecionar em uma sala
de aula de ensino infantil. (SIC)
Relato 4: Objetivo principal o aprimoramento da formação docente através da realização de atividades práticas. A experiência do estágio tornou-se
bastante proveitoso, pelo fato de propiciar um contato mais direto de nós
estagiários com outras possibilidades de desenvolvimento da prática educativa, desta, com a modalidade da educação infantil. (SIC)
Relato 5: Colocando em prática o que foi estudado durante o tempo de estágio, relacionando na prática o cuidar, educar e brincar para fazer com
que o estágio fosse realizado com qualidade e que pudesse está beneficiando
principalmente o aluno. (SIC)
Relato 6: [...] tem como principal objetivo proporcionar experiência aos
estudantes e aos estagiários na observação e na prática de exercício da
profissão, por meio de participação em situações reais de trabalho. Estágio Supervisionado na Educação Infantil reflete a integração professor/aluno e é
excelente meio para o desenvolvimento da expressão, equilíbrio, autoestima
e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social, a partir da
compreensão do seu contexto. (SIC)
Relato 7: O Estágio tem por objetivo vivenciar e refletir os conhecimentos
teóricos estudados durante o curso de formação, proporcionando ao estudante de pedagogia, futuro profissional da educação uma aproximação a
realidade a qual atuará, para que o mesmo se familiarize com a prática da
sala de aula, conviva com os alunos e professores e habituem-se ao ambiente escolar com seus problemas, desafios, dificuldades, mas também repleto de
alegria, realizações, e, sobretudo, cheios de crianças com vontade de
aprender. (SIC)
Relato 10: Estágio é onde temos a oportunidade de vivenciar tudo aquilo que aprendemos em sala de aula, de refletir sobre quais práticas vamos
escolher futuramente, quais as formas de agir dentro de uma sala com
42
crianças da educação infantil. É tempo de conhecer, analisar e experimentar
as práticas tão sonhadas teoricamente. (SIC)
Relato 13: O período da regência é a oportunidade que temos de entender,
compreender e analisar cada passo na prática pedagógica, concebendo assim
a teoria e a prática vivenciada na escola. De uma forma geral percebemos
que o estágio nos proporciona a análise de que a teoria e prática devem caminhar juntas, possibilitando reflexões acerca da profissão docente e na
construção da identidade profissional de educador. (SIC)
Relato 14: É o momento de aplicar alguns conceitos adquiridos no período
do curso de Pedagogia e que seja um momento de tirar as dúvidas, de
integrar-se ao novo ambiente em que irei trabalhar, e que a partir da
observação da atuação do outros profissionais da área, poder formar o perfil de professor que queremos ser. (SIC)
Partindo disso, percebemos nos escritos dos sujeitos, que estes não conceituam
objetivamente o estágio, mas apresentam os objetivos e finalidades do estágio, inclusive de
docência na educação infantil; destacam sua vivência como forma de aprimorar a prática em
sala de aula, possibilitar a relação entre a teoria estudada no curso de formação e a prática em
regência de sala de aula, propiciar aos estagiários a aproximação com as situações reais de
trabalho no campo de estágio, bem como o aprimoramento da formação docente através da
realização de atividades práticas, e que essa experiência possibilita ao sujeito desenvolver-se
profissionalmente, contribuindo para o processo formativo de professores mais críticos,
reflexivos; capazes de construir sua própria identidade profissional.
Estes aspectos nos mostram de forma evidente que os sujeitos (estagiários) possuem
uma concepção formada acerca do que seja o Estágio Curricular Supervisionado, concepção
esta constituída no decorrer do curso de formação, através das leituras e fundamentos teóricos
estudados e discutidos em sala de aula. Como evidenciado em Pimenta e Gonçalves (1990),
citado por Pimenta e Lima (2006, p. 13) que, “consideram que a finalidade do estágio é a de
propiciar ao aluno uma aproximação à realidade na qual atuará”. Dessa forma, o estágio deixa
de ser compreendido como “a parte prática do curso”, e passa para compreensão de estágio
como momento de reflexão, a partir de situações reais, da prática.
Ainda sobre essa questão, observamos outras visões acerca de como pode ser
caracterizado o Estágio Curricular Supervisionado. Numa compreensão mais ampla, em
direção ao que se tem colocado como objetivo a ser perseguido na formação do professor
pesquisador: a tomada de consciência e de compreensão das possibilidades que o trabalho de
reflexão sobre a prática pode subsidiar o processo e pesquisa do cotidiano escolar.
43
Ênfase 2: Oportunidade de Pesquisa, Intervenção e Reflexão
Relato 2: Objetiva contribuir para a formação docente do pedagogo, de
forma contextualizada na vivência dos educandos, buscando compreender a
dinamicidade do processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil.
(SIC)
Relato 8: Pôde proporcionar momentos de reflexões sobre está prática, onde
através da observação e da regência em sala de aula percebemos a dinâmica de trabalho diário que exige reflexão e prática, para como suporte está
sempre pronto para as mais diversas situações existentes. (SIC)
Relato 9: Tendo como principal objetivo possibilitar a vivência do trabalho
pedagógico, coletivo e interdisciplinar de forma interrogativa e investigativa,
possibilitando assim a construção de saberes e conhecimentos no campo
educacional e práticas educativas significativas que contribuam para a formação docente. [...] O estágio vem a ser a ponte que leva o licenciando ao
contato com o campo de trabalho, proporcionando o reconhecimento do
cotidiano escolar e a rotina da educação infantil. (SIC) Relato 12: [...] visto ser o estágio um trabalho de pesquisa e intervenções de
campo. (SIC)
Diante disso, fica evidente a compreensão do estágio como um ato educativo que
possibilita estreitar o vínculo entre a teoria e a prática profissional, a partir da reflexão sobre a
realidade escolar e docente. Ainda que a finalidade do estágio consiste em proporcionar aos
graduandos uma visão reflexiva e um conjunto de saberes significativos sobre a realidade na
qual atuará. Para tal, os sujeitos (estagiários) devem desenvolver postura e habilidades de
pesquisadores, elaborando planos que lhes permitam compreender, problematizar e intervir
nas situações observadas.
Para desenvolver o Estágio Curricular Supervisionado como pesquisa, é preciso
superar a fragmentação entre teoria e prática, dando lugar à práxis3, “o que aponta para o
desenvolvimento do estágio como uma atitude investigativa, que envolve a reflexão e a
intervenção na vida da escola, dos professores, dos alunos e da sociedade.” (PIMENTA e
LIMA, 2006, p.7).
O Estágio Curricular Supervisionado, ainda foi classificado pelos alunos como,
Ênfase 3: Oportunidade de Formação continuada e conhecimento acerca da organização da
instituição e da educação
3 Cf Marx & Engel.a ideologia Alemã, Teses sobre Feuerbach, 5ª edição, São Paulo, Hucitec, 1986. Práxis é a atitude (teórico-prática) humana de transformação da natureza e da sociedade. Não basta
conhecer e interpretar o mundo (teórico) é preciso transformá-lo (práxis).
44
Relato 11: [...] O estágio passa a ser compreendido como oportunidade de
formação contínua e permanente na sua atuação profissional, o que requer
ampla mediação dos complexos sociais, principalmente daqueles relacionados à educação formal, uma vez que a docência se refere não
apenas ao domínio dos conteúdos nas diversas áreas do saber e do ensino,
mas também à própria prática didático-pedagógica e, acima de tudo, à
compreensão na qual essa prática se insere. (SIC)
Relato 15: [...] formar educadores capazes de colaborarem para o
desenvolvimento do aluno da Educação Infantil, disponibilizando atividades
novas que buscam contribuir no aperfeiçoamento de habilidades motoras, psicológicas e cognitivas, levando às crianças a possibilidade de através da
educação, tornarem-se adultos criativos, críticos e que possam agir com
autonomia, comprometidos com o bem estar social, visto que é durante o
estágio que descobrimos como a teoria deve funcionar na prática ou como
esta não está sendo feita. (SIC)
Relato 16: [...] objetivo verificar o espaço onde as crianças vivem e como é
a relação dos professores com os mesmos, considerando, as dificuldades que
a instituição de ensino se encontra, buscando refletir sobre o sistema em que a educação se organiza, levando em consideração todas as teorias
pedagógicas e os processos envolvidos nas práticas educativas objetivando-
se, dessa forma, alcançar a compreensão da sua importância para a
construção e consolidação das ideias e valores que nossa sociedade vivencia.
(SIC)
Relato 17: [...] do período do estágio, pude perceber como a instituição
educacional funciona, quais seus métodos educativos e pedagógicos. O
objetivo proposto foi realizado, uma vez que adquiri conhecimento em torno do ensino na Educação Infantil. (SIC)
Percebemos com isso que, além dos sujeitos definirem o Estágio Curricular
Supervisionado por meio de seus objetivos e finalidades, bem como, campo de investigação e
de pesquisa, ainda o classificam como oportunidade de formação continuada, uma vez que,
possibilita a atuação profissional e o desenvolvimento da docência, no que diz respeito, ao
domínio dos conteúdos nas diversas áreas do saber e a própria prática didático-pedagógica.
Além disso, compreendem o estágio como possibilidade de verificar o espaço onde a
educação acontece, como a instituição está organizada acerca de métodos educativos e
pedagógicos, além da relação entre professor e alunos, considerando a realidade da
instituição, frente às dificuldades e possibilidades encontradas.
Para Pimenta (2008, apud GHEDIN, OLIVEIRA E ALMEIDA, 2015, p. 197), “é no
estágio dos cursos de formação docente que os futuros professores adquirem a compreensão
da complexidade das práticas institucionais e das alternativas aí praticadas para a inserção em
sua profissão”. No momento em que os estagiários percebem como os profissionais
45
formadores agem no cotidiano das instituições, passam a ter uma visão mais aproximada das
dificuldades da profissão e um olhar mais criterioso acerca do contexto educativo.
Com a finalidade de facilitar o entendimento e a compreensão da análise e
interpretação dos dados, chama-se atenção para o (Gráfico 1), que representa as concepções
de Estágio Curricular Supervisionado para os acadêmicos (estagiários).
Gráfico 1: Concepção de Estágio Curricular Supervisionado para os acadêmicos
Fonte: Produção da autora, (2017).
Diante do exposto, verificou-se que a maioria dos sujeitos (estagiários), no caso 50%
classificam o estágio supervisionado com o estreitamento entre a teoria e a prática,
caracterizando-se como o momento de pôr em prática as concepções teóricas adquiridas ao
longo do curso. 25% indicam o estágio como oportunidade de pesquisa, intervenção e
reflexão, aspectos estes que possibilitam o vínculo entre a teoria e a prática profissional e a
reflexão da realidade escolar. Pôde-se também constatar que 25% compreendem o estágio
supervisionado como espaço de formação continuada e aquisição de conhecimento, os quais
contribuíram para atuação docente.
4.2 IMPRESSÕES DA DOCÊNCIA - SENTIMENTOS E PERCEPÇÕES CONSTRUÍDOS
EM ATIVIDADE DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
50%
25%
25%
Relação Teoria e Prática;
Oportunidade de Pesquisa, Intervenção e
Reflexão;
Formação continuada e aquisição de
conhecimento.
46
Após a leitura e análise dos relatos presentes nos relatórios de estágio, buscamos
responder a segunda pergunta norteadora da pesquisa: Quais as impressões docentes
construídas pelos graduandos no momento do Estágio Curricular Supervisionado II, bem
como as dificuldades e potencialidades encontradas? Assim, inicialmente, apontamos as
impressões docentes dos estagiários, no que diz respeito aos sentimentos e percepções
desenvolvidos; os mesmos foram organizados em ênfases, descritas como: Anseios e
conflitos, reconhecimento e realização profissional, profissionalização e construção do plano
de trabalho, reconhecimento da atuação e formação profissional.
Partindo disso, alguns sujeitos, em sua experiência inicial de Estágio Curricular
Supervisionado II, expressaram em seus relatos, sentimentos de ansiedade e conflitos em
relação a realidade da sala de aula e o relacionamento com os alunos.
Ênfase 4: Anseios e conflitos
Relato 2: Enveredar pelos caminhos da docência a princípio nos parece fácil
e encantador, no sentido de que para o senso comum o magistério pode ser
uma vocação, e dar aula são algo tão normal e rotineiro que qualquer pessoa apaixonada pode realizar. Entretanto, ao adentrarmos em uma sala de aula e
nos deparamos com aqueles rostinhos com personalidades diversas,
realidades distintas, anseios e conflitos tão estranhos a nossa própria
realidade, constatamos que só o suposto “dom”, não é suficiente para nos
fazermos professores.
Relato 17: O dia que foi inesquecível pra mim, foi quando finalmente
assumi a sala de aula para iniciar o desenvolvimento do meu estágio no
papel de professora, fiquei encantada, ao mesmo tempo apreensiva, pois era
a minha primeira experiência numa sala da Educação Infantil. (SIC
Os sentimentos percebidos de ansiedade e conflitos pelos estagiários podem ser
explicados pela entrada dos mesmos em uma situação muitas vezes desconhecida, que é o
exercício da profissão docente e este pode ser um fator desencadeante de tensão e ansiedade,
podendo interferir negativamente no aprendizado. Assim, torna-se imprescindível a atuação
do professor supervisor como colaborador do estágio, atuando sempre com compreensão,
troca de experiências e intervenção quando necessário.
Outro sentimento percebido pelos estagiários foi o reconhecimento, a valorização e a
realização profissional, dessa forma, estes entendem o estágio com um momento de
47
reconhecimento e decisão sobre a escolha da profissão. De modo que é possível demonstrar
por meio dos recortes dos relatos,
Ênfase 5: Reconhecimento, valorização e realização profissional
Relato 4: Ao concluir esse trabalho podemos afirmar que o estágio foi de grande importância para nós, porque além de colocarmos os nossos
conhecimentos em prática, tivemos assim a constatação que é esse caminho
profissional que queremos abraçar e sentimos que estamos prontos para
atuarmos como profissionais para essa etapa de ensino.
Relato 5: O período de observação foi de grande valia para que pudéssemos
criar estratégias e desenvolve-las durante a regência de forma satisfatória e criativa tentando motivar os alunos. (SIC)
Relato 8: A realização do estágio supervisionado na Educação Infantil II,
superou nossas expectativas, no que diz respeito ao exercício da prática educacional, desde o início tivemos o acolhimento da professora e alunos,
que foram muito receptivos, nos acolheu muito bem. (SIC)
Relato 10: A experiência foi fantástica, porque aproxima o aluno da prática
pedagógica, proporcionando-lhe a oportunidade de aprender a teoria e a
prática simultaneamente. A receptividade da equipe da instituição também ajudou para o bom desempenho do estágio e relacionamento entre estagiária,
professora e alunos. (SIC)
Relato 12: [...] a experiência foi satisfatória e enriquecedora para o preenchimento das carências acadêmicas e da realização pessoal, além da
contribuição cientifica. (SIC)
Relato 17: O estágio para mim foi uma experiência maravilhosa, só
confirmei o que já tinha certeza, pedagogia é um sonho que está prestes a
virar realidade, sou completamente consciente das possíveis dificuldades e não me amedronto com isso, descobri convivendo com “meus” pequenos
que eu finalmente encontrei meu lugar no mundo. (SIC)
Percebemos nos relatos dos sujeitos que a experiência do estágio foi muito
importante, enriquecedora e oportunizou colocar em prática os conhecimentos construídos,
além disso, o acolhimento e receptividade por parte da professora e dos alunos foram bastante
significativos, fatores que contribuíram no desenvolvimento do reconhecimento e realização
profissional. O Estágio Curricular Supervisionado caracteriza-se como um momento crucial
para a reconhecimento da profissão, uma vez que, possibilita o contato do acadêmico com seu
futuro campo de trabalho, a escola, sendo assim, a experiência, sendo ela positiva ou não,
atuará de forma decisiva para o caminho profissional que deseja seguir. Dessa forma, o
48
estágio é o momento decisivo de identificação ou não com a sua área de atuação e realização
profissional, oportunizando a reflexão acerca da escolha da profissão docente.
Nestes termos, Pimenta e Lima (2010, p. 43), reforçam esta ideia ao afirmar que o
estágio nos cursos de formação de professores possibilita: “que os futuros docentes
compreendam a complexidade das práticas institucionais e das ações aí praticadas por seus
profissionais como alternativas no preparo para sua inserção profissional”, e seu futuro como
docentes.
O Estágio Curricular Supervisionado II ainda é classificado pelos estagiários como,
um momento muito gratificante e positivo, principalmente no que diz respeito a motivação
das crianças e o interesse no decorrer das aulas, sempre tomando decisões, resolvendo
conflitos e problemas, participando das aulas e das atividades propostas e isto foi muito
satisfatório e motivador para o estagiário, esse desenvolvimento da aprendizagem discente foi
possível por causa da construção do plano de trabalho pelo estagiário, baseado nos
conhecimentos didáticos que este possuía e em sua profissionalização . Essas impressões
docentes são descritas nos relatos, a seguir:
Ênfase 6: Profissionalização e construção do plano de trabalho
Relato 6: Foi muito gratificante e positivo, acreditamos que as crianças
puderam experimentar diversas formas de lidar com o conhecimento. Em
cada momento de nossas aulas, as crianças tornaram-se capazes de tomar decisões, resolver conflitos e problemas entre elas, definir regras e dar
sugestões para o encaminhamento das atividades propostas de sala de aula.
(SIC)
Relato 11: A realização do estágio supervisionado na Educação Infantil II,
foi bastante positivo, principalmente no que diz respeito a motivação das
crianças, o interesse pelas aulas, que foram muito satisfatórios e bem-sucedidos, despertaram nos alunos a procura de tais conhecimentos. (SIC)
Relato 16: [...] o professor desempenha papel fundamental, visto que ele organizará o dia a dia das vivências que as crianças terão acesso na
Educação Infantil, e bem como os procedimentos que as levarão a atingir
maiores níveis de desenvolvimento. (SIC)
O reconhecimento da importância da formação e atuação profissional, também são
classificados como impressões docentes,
Ênfase 7: Reconhecimento da importância da formação e atuação profissional
49
Relato 14: Esse período de contato direto com o espaço educativo, bem
como das relações estabelecidas, possibilitou refletir como se dá a atuação
do pedagogo nos diversos contextos. (SIC)
Relato 15: [...] o período de nossas observações como também de nossa
regência serviu de eixo norteador entre o que é visto na teoria e na prática e
nos levou a perceber a importância de uma boa formação profissional para que nós como educadores em formação. (SIC)
Conforme os depoimentos dos estagiários acima, estes vislumbram o estágio como
uma possibilidade de contato com a sala de aula, futuro local de trabalho; o período das
observações e a própria regência em si, possibilitaram a relação entre a teoria e a prática,
também a organização das vivências e dos procedimentos pedagógicos, o que levou à
percepção da importância da formação profissional, esses aspectos são muito importantes para
os estagiários. Sobre isto, Pimenta e Lima (2010, p. 45) confirmam a finalidade do estágio em
aproximar o estagiário à realidade o qual atuará, mas nos faz uma alerta, enfatizando que:
A aproximação à realidade só tem sentido quando tem conotação de
envolvimento, de intencionalidade, pois a maioria dos estágios
burocratizados, carregados de fichas de observação, é míope, o que aponta
para a necessidade de um aprofundamento conceitual do estágio e das
atividades que nele se realizam.
As impressões docentes relatadas pelos estagiários em seus relatórios de estágios,
foram organizadas no (Gráfico 2):
Gráfico 2: Impressões Docentes dos sujeitos
Fonte: Produção da autora, (2017).
16%
46%
23%
15%
Anseios e conflitos;
Reconhecimento, valorização e realização profissional;
Profissionalização e construção do plano de trabalho;
50
A partir do gráfico 2, constatou-se que 46% dos sujeitos indicam como impressões
docentes o reconhecimento, valorização e realização profissional, reconhecimento no sentido
de, vivência do acadêmico em seu futuro campo de trabalho; a valorização profissional por
parte do professor titular de sala de aula e dos alunos e a realização profissional por meio da
identificação com sua área de atuação, à docência. 23% apontaram a profissionalização e a
construção do plano de trabalho, a profissionalização, com destaque para os conhecimentos
didáticos e a construção do plano de trabalho como fator para o desenvolvimento da
aprendizagem discente.
Ainda foram classificados como impressões docentes o reconhecimento da
importância da formação e atuação profissional, por um percentual de 15% dos estagiários.
16% dos sujeitos relataram como impressões da docência os anseios e conflitos, sentimentos
como estes podem ser explicados pelo fato de que o exercício da profissão docente muitas
vezes caracteriza-se como uma situação desconhecida aos estagiários.
4.2.1 A vivência do Estágio Curricular Supervisionado II: dificuldades e potencialidades
As experiências vivenciadas pelos sujeitos no exercício da docência, e descritas em
seus relatórios de estágio, por vezes consideradas de forma positiva ou não, foram analisadas
e classificadas como dificuldades ou potencialidades encontradas pelos graduandos no
exercício da docência. No decorrer do estágio supervisionado as experiências como um todo,
sejam elas boas ou ruins, contribuem com o processo formativo do acadêmico, uma vez que,
através delas surge a oportunidade de analisar o contexto escolar como futuro ambiente de
trabalho, proporcionando observação, reflexão e intervenção.
DIFICULDADES
O primeiro contato com uma instituição de ensino, sobretudo de Educação Infantil,
pode revelar-se de forma positiva ou não, como evidenciado nas análises feitas nos relatórios
de estágio. Dessa forma, as dificuldades enfatizadas diante da ênfase de análises 8:
Ênfase 8: Processo de adaptação conturbado e insegurança
51
Relato 2: O processo de adaptação foi um pouco conturbado por choros de
algumas crianças e dificuldade de afastamento da família. Isso também
influenciou diretamente na rotina escolar que, por vários dias, não seguiu o planejamento estabelecido.
Relato 6: De início, sentimos insegurança e achamos que não fôssemos dar
conta de tantos trabalhos das outras disciplinas e ainda mais de uma sala de aula, mas fomos deixando as aulas acontecerem, dia após dia, e isso foi nos
surpreendendo. (SIC)
Relato 8: No decorrer do estágio supervisionado II foram vivenciados
alguns desafios, observamos que três alunos ainda enfrentam dificuldade
com a escrita do seu nome, e outro que tinha comportamento individualista,
pouco participa das atividades, mas ao longo do estágio procuramos trabalhar as atividades dando atenção a essas dificuldades enfrentadas pelas
crianças, que aos poucos foram superadas, no decorrer da regência. (SIC)
Inferiu-se com isso que, o processo de adaptação dos estagiários e das crianças no
início do estágio foi um tanto conturbado, uma vez que, os sujeitos4 estavam um pouco
inseguros e inexperientes com o trabalho de sala de aula, o que está evidenciado no relato 6
“sentimos insegurança e achamos que não fôssemos dar conta de tantos trabalhos das outras
disciplinas e ainda mais de uma sala de aula”. Essa insegurança no processo de adaptação
também influenciou na rotina da sala de aula e no planejamento estabelecido pelos
estagiários, outro fator considerado como dificuldade refere-se ao nível de desenvolvimento
que alguns alunos se encontravam, o que exigiu do estagiário um trabalho mais especifico e
direcionado a fim de suprir tal dificuldade.
Diante disso, percebe-se que estes desafios contribuíram para formação da autonomia
profissional, uma vez que, em meio às dificuldades, os estagiários criaram estratégias para
resolver os problemas e superar as angústias. Tais conclusões encontraram respaldo no que
nos colocou Pimenta (2008),
Os conhecimentos e as atividades que constituem a base formativa dos futuros
professores têm por finalidade permitir estes se apropriem de instrumentais
teóricos e metodológicos para a compreensão da escola, dos sistemas de
ensino e das políticas educacionais. Essa formação tem por objetivo preparar o estagiário para a realização de atividades nas escolas com os professores nas
salas de aula, bem como para o exercício de análise, avaliação e crítica que
possibilite a proposição de projetos de intervenção a partir dos desafios e dificuldades que a rotina do estágio nas escolas revela. (PIMENTA, 2008,
p.102).
4 Estagiários
52
Outro fator considerado como dificuldade pelos sujeitos, diz respeito à precariedade
da estrutura física das instituições e também de recursos materiais e pedagógicos,
Ênfase 9: Precariedade de recursos físicos e materiais
Relato 4: [..] dificuldade que encontramos, foi na realização das atividades
recreativas, pelo fato da escola não ter um espaço adequado para esse tipo de
prática. (SIC)
Relato 5: [...] poucos recursos que a escola nos oferece para proporcionar
um ensino e aprendizagem de qualidade. (SIC)
Relato 12: [...] as dificuldades da falta de espaço para locomover uma
cadeira de rodas e atuar como professor estagiário. (SIC)
Relato 14: [...] após uma análise acerca dos trabalhos que pude realizar
nessa instituição pude perceber com e difícil implantar projetos uma vez que
a falta de estrutura física e falta de materiais aos quais são extremantes necessários para obter um pleno desempenho pedagógico e que tal fato
implícita na forma de educar as crianças. (SIC)
Levando em consideração esses desafios encontrados, é possível observar que por
vezes os sujeitos (estagiários) encontravam-se impossibilitados de resolver alguns problemas
que surgiam ao longo do estágio, pelo fato de não estarem providos de recursos físicos e
materiais que os possibilitasse o cumprimento do exercício da docência de maneira mais
adequada e qualificada. Mesmo com as adversidades, a aula foi realizada, ajustando-a com as
disponibilidades encontradas, servindo como ensinamento para improvisar materiais e
espaços para a efetuação do planejamento das atividades.
A má aceitação por parte da escola e seus profissionais com relação a presença do
estagiário na instituição e sobretudo na sala de aula, bem como, a pouca autonomia no
planejamento e elaboração das atividades pedagógicas, também foram consideradas como
dificuldades pelos sujeitos (estagiários), como podemos perceber. Tais achados nos escritos
parecem um paradoxo com as colocações feitas na Ênfase 5: Reconhecimento, Valorização e
Realização profissional.
Ênfase 10: Má aceitação e falta de liberdade e autonomia
Relato 3: Nesse estágio atravessei algumas dificuldades durante sua
realização. Uma delas foi à má vontade da professora efetiva, que não
aceitou muito a ideia de ter alguém em sua sala de aula. Faltou bastante no
53
período da minha regência, ficando a sala de aula por minha conta, inclusive
com uma criança com necessidades educacionais especiais. Foi difícil para
mim e tenho certeza que para as crianças também, ficar com alguém desconhecido. Outra dificuldade enfrentada por mim foi o fato da
dificuldade para planejar as atividades pedagógicas. (SIC)
Relato 9: Pude comprovar então, que um dos maiores desafios tem sido compatibilizar a prática do professor de educação infantil com o que
preconizam os direitos e especificidades da criança, ou seja, as bases legais e
científicas que foram construídas e conquistadas nessa área desde o seu surgimento. (SIC)
Relato 17: A única queixa que tenho a relatar no meu quadro de dificuldades
é o fato da pouca ou quase nenhuma liberdade na elaboração das aulas, uma vez que os temas já eram pré-definidos e que meus planos passavam por
aprovação pedagógica, sujeito a mudanças, caso não fosse considerado
adequado no ponto de vista da equipe pedagógica. Também não pude desenvolver nenhum tipo de projeto, pois o calendário de atividades deve ser
seguido à risca de forma religiosa. (SIC)
Essa má aceitação/recepção da escola concedente, pode ser caracterizado por um
conhecimento restrito do trabalho que os estagiários desenvolvem durante o período do
Estágio Curricular Supervisionado II, o que leva a uma não compreensão de que os estagiários
estão em um processo de formação inicial. A escola precisa entender que aceitar e orientar o
estágio na formação de professores é uma maneira de colaborar com o ato educativo e com a
melhoria da qualidade do ensino e da educação.
Assim, segundo Agostini e Terrazan (2012), as escolas de educação básica acham
que estão concedendo favores ao aceitar esses alunos, portanto, devem impor regras. Santos e
Schmidt (2008), citados por Gondim e Segatto (2015, p. 2), relatam que:
O ideal seria que os educadores oferecessem para todos os jovens uma
escola que formasse homens para o exercício pleno de sua interação com a natureza e com a sociedade. Para isso, a escola precisa oferecer algumas
atividades formativas com grande rigor formal e disciplinar, mas precisa
também oferecer outras para o exercício responsável da liberdade e o desenvolvimento dos talentos individuais.
Ainda notamos que o exercício da docência trouxe para os estagiários algumas
dificuldades com relação ao planejamento e desenvolvimento das atividades propostas. A
principal dificuldade foi a falta de liberdade e autonomia para o planejamento das aulas, já
54
que os temas foram previamente definidos pela equipe da escola, e os planos “passavam por
aprovação pedagógica, sujeito a mudanças, caso não fosse considerado adequado no ponto
de vista da equipe pedagógica” (Relato 17).
Para Freire (1996),
A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a
ser. Não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da
autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e
da responsabilidade, vale dizer, em experiência respeitosas da liberdade.
(FREIRE, 1996, p. 41).
Assim, no que se refere a prática do estágio supervisionado II, a autonomia do
acadêmico, no papel de aprendiz, se encontra em constante processo formativo, onde a troca
de experiências entre estagiários e professor supervisor atua como facilitador para a
construção do conhecimento. Dessa forma, os estagiários devem ter liberdade e autonomia
para o planejamento e execução das aulas, o que não impede que o professor supervisor possa
intervir de maneira à ajudá-los na elaboração deste planejamento.
Estas dificuldades encontradas pelos estagiários no momento do Estágio Curricular
Supervisionado foram resumidas no (Gráfico 3).
Gráfico 3: Dificuldades encontradas no Estágio Curricular Supervisionado II
30%
40%
30%
Processo de adaptação conturbado;
Precariedade de recursos físicos e materiais;
Má aceitação e falta de liberdade e autonomia.
Fonte: Produção da autora, (2017).
55
Diante do exposto no gráfico, a maioria dos estagiários, o que corresponde a um
percentual de 40%, indicaram que a maior dificuldade foi a precariedade de recursos físicos e
materiais disponíveis nas escolas, o que os impossibilitou por vezes de resolver alguns
problemas que surgiram ao longo do estágio. 30% relatou como dificuldade o processo de
adaptação que revelou-se de forma conturbada e causou insegurança o que influenciou de
maneira negativa na rotina da sala de aula e no planejamento dos estagiários. Outra
dificuldade, citada por 30% dos sujeitos, foi a má aceitação por parte das instituições e dos
professores e a falta de liberdade e autonomia para o planejamento e execução das atividades
pedagógicas.
POTENCIALIDADES
Outro aspecto abordado nos relatórios de estágio escritos pelos sujeitos, diz respeito
às potencialidades encontradas durante o estágio em atividade da docência, as quais remetem
a ênfase 1: Relação Teoria e Prática Seguem algumas manifestações dos estagiários com
relação às contribuições do Estágio Curricular Supervisionado II para a sua formação:
Ênfase 11: União entre teoria e prática
Relato 3: Foi uma oportunidade muito proveitosa para mim, pois pude
perceber no trabalho observado e realizado por mim, a aplicabilidade de
alguns conceitos aprendidos com os textos lidos sobre as infâncias, tempos e organização dos espaços educacionais, características de aprendizagem de
cada criança, cada uma com seu ritmo próprio e outros. (SIC)
Relato 8: Foi possível adquirir conhecimento através da rotina da sala de
aula, e da colaboração dos mesmos, durante o período de estágio
vivenciamos o cotidiano da sala de aula, onde tivemos a oportunidade de
colocar em prática a teoria estudada durante o curso, desenvolvendo pequenos projetos que foram de muita importância para o aprendizado das
crianças. (SIC)
Relato 14: Realizar o Estágio Supervisionado na Educação Infantil foi uma
experiência significativa para o processo de formação docente, constituindo-
se como um momento rico e importante em que pode evidenciar no contexto de sala de aula a relação dialética entre teoria e a prática. (SIC)
56
Percebemos nos relatos dos sujeitos que uma das potencialidades do Estágio
Supervisionado é a união entre a teoria, estudada ao longo do curso de formação, e a prática,
experimentada no exercício da docência em sala de aula. E esta união caracteriza-se como
oportunidade proveitosa de observação e realização, baseadas em conceitos aprendidos por
meio de texto lidos e também do debate ocorrido em sala de aula do curso de formação. Além
disso, o estágio possibilita a aquisição e aprimoramento dos conhecimentos e classifica-se
como uma importante experiência para o processo de formação, uma vez que, torna possível a
vivência no cotidiano da sala de aula, pondo em prática os conhecimentos adquiridos.
Pimenta (1994), citado por Pimenta e Lima (2006, p. 14) ao introduzir uma discussão
de práxis, na tentativa de superar a dicotomia entre teoria e prática, acaba por concluir que o
estágio, “não é atividade prática, mas atividade teórica, instrumentalizadora da práxis docente,
entendida esta como a atividade de transformação da realidade.” Assim, o estágio como
atividade curricular é também atividade teórica, pois possibilita a observação, fundamentação
e construção do conhecimento; também o contato e a intervenção na realidade, portanto é no
contexto da sala de aula e da instituição de ensino que a práxis (teoria e prática) acontece.
Outra potencialidade proporcionada pelo estágio é a aquisição de experiência e o
desenvolvimento profissional, como evidenciado a seguir:
Ênfase 12: Aquisição de experiência e desenvolvimento profissional
Relato 1: A experiência nos proporcionou um leque de oportunidade, já que infelizmente nós não atuamos na área de formação, neste caso foi bem
gratificante ver de perto estas experiências. (SIC)
Relato 7: [...] este estágio contribuiu na minha formação como educadora,
ao oportunizar-me um olhar sobre a formação desde frente a esses alunos desde a alfabetização, permitindo-me elaborar a postura e o papel de
educador frente a esses alunos, onde cabe a este promover uma
aprendizagem significativa e autônoma nesses educandos. (SIC)
Relato 10: O estágio supervisionado contribuiu para nossa formação, pois
podemos compreender que o papel do professor de educação infantil é fundamental para a construção das crianças. O estágio foi um momento de
aprendizagem, que me oportunizou estar de frente para a realidade, e assim
enxergar e reconhecer em mim se há necessidade de aprimoramento em minha formação acadêmica e também foi o momento de identificar minhas
aptidões e interesses em relação à escolha profissional. (SIC)
Em nossas análises, a aquisição da experiência e o desenvolvimento profissional,
57
como destacados pelos estagiários, são proporcionados pela vivência em sala de aula, pela
criação de estratégias de intervenção, pelo desenvolvimento da criatividade, da autonomia e
da aprendizagem significativa nas crianças, bem como, pelo momento de aprendizagem frente
a realidade da sala de aula e essa experiência possibilita a reflexão sobre a prática, na
dimensão ação-reflexão-ação, essa reflexão leva ao reconhecimento da necessidade de
aprimoramento do processo formativo e a confirmação dos interesses e aptidões com relação a
profissão escolhida.
Dessa forma, os estágios são importantes, pois iniciam o aluno no mundo
profissional, permitindo que percebam que,
[...] viver uma situação profissional como um revés ou um sucesso não é
apenas uma experiência pessoal. Trata-se também de uma experiência social, na medida em que o revés e o sucesso de uma ação são igualmente
categorias sociais através das quais um grupo define uma ordem de valores e
méritos atribuídos à ação (TARDIF; LESSARD, 2005, p. 53).
Ainda temos como potencialidade a interação com os alunos e com o professor titular
da sala de aula,
Ênfase 13: Interação com os alunos e professores
Relato 11: [...] Analisando o estágio como um todo foi muito prazeroso de realizá-lo, pois se trabalhar educação mesmo se tratando de crianças que
estão com toda energia para gastar, notava-se sempre grande interesse e
atenção em relação as aulas aplicadas o que ajudava a melhorar cada vez mais o trabalho em sala de aula. Devemos destacar também a importância
das metodologias na sala de aula, pois a aula é o momento privilegiado de
encontro entre professor e seus alunos, quanto por meio das metodologias de trabalho que acontecem para trabalhar os conteúdos da proposta curricular
da escola. (SIC)
Relato 13: Com a prática do estágio foi possível contribuir um pouco com o
aprendizado das crianças, e observamos que o objetivo do trabalho foi
alcançado, ficamos satisfeitas com o resultado das atividades e com a participação das crianças e o apoio da professora. Destacamos também a
contribuição deste trabalho para nossa formação, pois foi constatado que este
é um trabalho que exige muita responsabilidade do professor este que deve
ter muita habilidade para realizá-la na heterogeneidade. (SIC)
Relato 15: [...] A interação com a professora e com alunos foi extremamente
enriquecedora, esta experiência nos proporcionou através da regência a
ampliação de nossa visão em relação ao que é ser um profissional da
58
educação infantil, diante de todo o contexto que permeia a nossa atuação
profissional. (SIC)
Diante dessas questões, observamos que a interação entre os estagiários e os alunos,
aconteceu de forma prazerosa, significativa e enriquecedora, uma vez que, foi possível à
aquisição de conhecimentos tanto por parte dos alunos, referentes aos conteúdos curriculares,
quanto pelos estagiários, que através da regência foi possível adquirir e aprimorar o
conhecimento profissional. Sobre isto, Pimenta e Lima (2006), defendem que, “As atividades
materiais que articulam as ações pedagógicas são as interações entre os professores, os alunos
e os conteúdos educativos em geral para a formação do humano” (p. 12).
A interação com o professor supervisor também foi significativa, na medida que a
troca de experiências possibilitou uma visão da realidade e isso contribuiu para a atuação e
formação profissional. Nessa interação entre estagiário e professor supervisor do estágio se
“atualizam os diversos saberes pedagógicos do professor, e nas quais ocorrem os processos de
reorganização e ressignificação de tais saberes”. (PIMENTA e LIMA 2006, p. 12).
A oportunidade de observação e reflexão da prática, também foi considerada como
potencialidade, como mostrado na ênfase 14,
Ênfase 14: Oportunidade de observação e reflexão da prática
Relato 4: Sabemos que o papel da educação é formar o aluno na perspectiva
de torná-lo um sujeito atuante no meio social em que habita. Para isso, as
práticas pedagógicas necessitam de estarem sendo revisadas. E o professor que é a figura de destaque no processo ensino – aprendizagem precisa estar
fazendo sempre o exercício de refletir sobre sua ação de forma crítica. (SIC)
Relato 9: [...] o estágio me proporcionou subsídios para uma visão crítica e
reflexiva de como se apresenta o espaço físico das escolas e como funciona a rotina da educação infantil, contribuindo consideravelmente para uma prática
significativa no âmbito infantil. (SIC)
Relato 12: Acredita-se que essa experiência como um educador possa
contribuir de alguma maneira ao crescimento na formação de cidadãos
críticos e reflexivos, tendo em mente a importância de conviver socialmente
com todas as pessoas. (SIC)
Nesse contexto, entendemos que as práticas pedagógicas devem ocorrer ao longo do
processo formativo como oportunidade de observação dos espaços físicos das escolas, bem
59
como, da rotina da Educação Infantil, e os sujeitos envolvidos, nesse caso alunos e
professores, e essa observação proporciona uma visão crítica e reflexiva acerca do
planejamento e execução da prática em sala de aula. Assim recorremos a Fonseca (2007, p.
152) quando diz:
Uma proposta no decorrer do processo de formação inicial que tenha, como eixo vertebrador, a reflexão na e sobre a prática conduz às transformações
necessárias à produção de saberes e práticas que possibilitam as
incorporações/superações de forma dinâmica e dialética.
Sabemos que o Estágio Curricular Supervisionado, por si só, não garante uma
preparação completa para a formação profissional, mas possibilita que o futuro educador
tenha noções do que é ser professor nos dias atuais, de como é a realidade da escola, dos
alunos que a frequentam, entre outras situações relevantes. E essa oportunidade de observação
e reflexão sobre a prática permitirá que o estagiário reafirme sua escolha pela profissão e
resolva assumir-se como profissional desde o início de sua carreira.
As potencialidades do Estágio Curricular Supervisionado mencionadas pelos
sujeitos, estão apresentados no (Gráfico 4).
Gráfico 4: Potencialidades do Estágio Curricular Supervisionado II
Fonte: Produção da autora, (2017).
A partir da análise do gráfico 4, percebemos que as respostas foram bem equilibradas
no que diz respeito a porcentagem de estagiários, de forma que 25% dos sujeitos relataram
25%
25%25%
25%
União entre teoria e prática;
Experiência e desenvolvimento profissional;
Interação com alunos e professores;
Observação e reflexão da prática.
60
que a potencialidade encontrada no momento do estágio foi a união entre teoria e prática que
caracteriza-se como oportunidade proveitosa de observação e realização. 25% expressaram
que a principal potencialidade que o estágio ofereceu foi a experiência e o desenvolvimento
profissional, estes foram adquiridos pela vivência de sala de aula e a criação de estratégias de
intervenção.
A interação com alunos e professores, foi outra potencialidade do estágio indicada
por um percentual de 25% dos estagiários, e esta interação possibilitou a aquisição de
conhecimentos, tanto pelos alunos, quanto pelos estagiários. Os outros 25% comentam que as
potencialidades encontradas foram a observação e a reflexão da prática, o que oportunizou
uma reflexão acerca do planejamento e execução da prática da docência.
4.3 ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: CONTRIBUIÇÕES PARA A
FORMAÇÃO DOCENTE DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFRN
Neste tópico, buscamos responder a terceira pergunta norteadora de nossa pesquisa:
“Qual a importância do Estágio Curricular Supervisionado para a formação docente dos
acadêmicos do curso de Pedagogia?”, para isso nos baseamos em leituras de autores como
Perrenoud (2002), Pimenta e Lima (2014), Lima (2012), Pimenta (2005), Nóvoa (2009),
Tardif (2002), os quais tecem valiosas contribuições acerca de temas como, o Estágio
supervisionado e Formação docente. Além disso, ao longo de nossa discussão trouxemos
novamente recortes dos relatos descritos pelos sujeitos de nossa pesquisa em seus relatórios
de estágio, como forma à relacionar os constructos teóricos com a vivência do estágio pelos
sujeitos, afim de conferir as contribuições do Estágio Supervisionado para formação docente,
sobretudo no curso de Pedagogia a Distância/UFRN.
A Formação docente e o Estágio Curricular Supervisionado
Pensar sobre a formação docente, significa adentrar no mundo do conhecimento, das
informações, das experiências significativas sobre o trabalho, aqui nos referimos ao trabalho
realizado pelo professor que atua em um ambiente complexo que exige do mesmo, ação,
61
reflexão e um (re)fazer-se constante em meio a vivência no ambiente escolar, de forma mais
direta na sala de aula, a qual atua com lócus de construção de experiências para a ação
profissional e pessoal.
Dessa forma, para atender as exigências da profissão docente, torna-se necessário
uma formação profissional ancorada em concepções e práticas que objetivem a reflexão,
como forma de proporcionar a aquisição de saberes teóricos e práticos, possibilitando ao
futuro pedagogo uma reflexão da ação educativa por meio da investigação e colaboração.
Nesse sentido, como nos mostra Perrenoud (2002), para formar um profissional reflexivo, é
preciso primar por:
[...] formar um profissional capaz de dominar sua própria evolução,
construindo competências e saberes novos ou mais profundos, a partir de suas aquisições e de sua experiência. O saber analisar é uma condição
necessária, mas não suficiente, da prática reflexiva, a qual exige uma
postura, uma identidade e um habitus especifico. (PERRENOUD, 2002,
p.24).
Com base nos aspectos supracitados, é possível pensar acerca da reflexão na prática
do professor, usando a dimensão reflexão na ação, que passa a ser entendida como uma
atitude essencial ao trabalho do professor, a qual objetiva um educação consciente,
contextualizada e transformadora, centrada em um profissional que está em contínuo
desenvolvimento, utilizando-se de sua própria prática como objeto de reflexão.
Assim, cabe um questionamento permanente do docente sobre sua ação para tornar-
se professor reflexivo sobre suas próprias práticas. Podemos constatar essa afirmação em
Nóvoa (2009 apud BATISTA e BITTENCOURT, 2017, p. 206), que defende que, os
professores devem: “criar hábitos de reflexão e de autorreflexão que são essenciais numa
profissão que não se esgota em matrizes científicas ou mesmo pedagógicas, e que se define,
inevitavelmente, a partir de referências pessoais [...]”
Nesse contexto, o Estágio Curricular Supervisionado II é entendido como momento
oportuno para essa reflexão sobre a prática docente, uma vez que, possibilita ao acadêmico
estabelecer uma relação entre o conhecimento teórico adquirido ao longo do curso e a parte
prática, a qual permite o estagiário refletir sobre o exercício da docência por meio da
participação em seu futuro campo de trabalho, a escola. Como forma de afirmar essa
discussão, nos baseamos nos relatos produzidos pelos estagiários, os quais trazem em si a
62
importância do estágio supervisionado para o processo formativo, destaca-se alguns recortes
expressos a seguir:
Ênfase 15: O Estágio Curricular Supervisionado como elemento essencial para o processo
formativo
Relato 2: O estágio supervisionado é de grande relevância para a formação
docente, constituindo-se num veículo que possibilita aprender, apreender e
aprimorar conhecimentos específicos e pedagógicos. (SIC)
Relato 4:A fase do estágio foi um momento de grande relevância para a formação profissional de nós, futuros educadores, pois é a partir deste
período que, além das observações e reflexões que fazemos a respeito da
docência, foi também o período em que foram feitas as intervenções na escola. E assim podemos ter uma compreensão mais aguçada do processo
escolar, e principalmente, do ambiente da sala de aula que será,
provavelmente, o nosso local de trabalho. (SIC)
Relato 5: [...] foi de suma importância para a nossa formação acadêmica,
construção não só profissional, como também pessoal, pois nos possibilitou refletir sobre a importância do papel do professor no processo de mediação
do conhecimento. (SIC)
Relato 6: [...] o aprendizado do ensino/estágio é de grande importância na
formação do docente, uma vez que o acadêmico passa a conhecer, a compreender e a ampliar a união da prática, possibilitando, assim, a
consolidação de sua profissionalização. (SIC)
Relato 7: O estágio II, na educação infantil, foi de fundamental importância
para a constituição da prática pedagógica, já que por meio dessas vivências
possibilitou a nós estudantes de pedagogia e futuros profissionais da educação articular os conhecimentos teóricos aos conhecimentos práticos,
dando um sentido as nossas aprendizagens adquiridas no curso de formação.
(SIC)
Relato 9: [...] o Estágio Supervisionado II veio tornar mais forte a relação teoria e prática, constituindo-se em importante ferramenta de conhecimento
e integração dos graduandos com a realidade profissional. (SIC)
Partindo dos relatos, reafirmamos a importância do Estágio Curricular
Supervisionado para a formação docente, pois é a partir do contato com a sala de aula que o
estagiários fazem as reflexões à respeito da docência, o que contribui para formação
profissional e pessoal. O momento do estágio também possibilita a compreensão e ampliação
da união e articulação dos conhecimentos teóricos aos conhecimentos práticos, como forma
de aprimorar as aprendizagens adquiridas no curso de formação e consolidar a prática
63
profissional.
[...] para uma real aproximação com o futuro campo profissional é
necessário que os estudantes levantem dados, observem a prática de profissionais mais experientes, reflitam, analisem, conceituem, busquem
articular as teorias estudadas com as situações praticas, procurem articular
vários elementos que estão percebendo na realidade observada de modo que avancem no seu desenvolvimento pessoal e na constituição dos seus estilos
de atuação.( PIMENTA e LIMA, 2014, apud NOFS e RODRIGUES,
2016, p. 366).
Assim, o papel do Estágio Curricular Supervisionado é a oportunidade de inserção no
universo escolar, o que possibilita a aproximação com o campo profissional, também permite
a articulação entre a teoria estudada e as ações praticadas, configurando-se como uma
atividade importante para a formação docente. Essa articulação proporciona atividades
complementares de ensino e aprendizagem aos futuros professores por meio da vivência de
situações reais de trabalho em diferentes contextos com acompanhamento de um professor
orientador.
Segundo Tardif (2002):
[...] expressa a vontade de encontrar, nos cursos de formação de professores,
uma nova articulação e um novo equilíbrio entre os conhecimentos
produzidos pelas Universidades a respeito do ensino e os saberes desenvolvidos pelos professores em suas práticas cotidianas [...]. (TARDIF,
2002, p. 23).
Diante disso, a formação docente deve conectar-se entre teoria e prática, no entanto,
esta formação precisa oferecer aos acadêmicos materiais de embasamento teórico para que
assim fortaleça a mediação na prática contribuindo para aproximação entre os conhecimentos
produzidos na universidade e as ações desenvolvidas nas práticas cotidianas do professor.
Defende-se assim, a articulação entre teoria e prática, por compreender como momento
enriquecedor para a sua atuação como professor, buscando analisar e refletir sobre a sua ação
dentro da sala de aula.
Ser professor, também implica compreender os significados da instituição escolar e
integrar sua profissão, criando hábitos de compartilhar informações com os colegas com mais
64
experiência, compreender a organização e o planejamento da instituição de ensino e buscar
por formações qualificadas, para a construção do conhecimento profissional. Partindo disso, o
estágio supervisionado no curso de licenciatura em Pedagogia pode-se denominar como a
experiência mais prática do curso com relação às outras disciplinas do currículo, uma vez que,
possibilita a inserção do acadêmico no ambiente escolar, e essa inserção é o que oportuniza a
experiência em instituições de ensino, agora com olhar de professor e não mais de aluno,
através dessa experiência e vivência o acadêmico desenvolve sua formação profissional.
Inferimos nos relatos produzidos em atividade de Estágio Curricular Supervisionado
pelos sujeitos da pesquisa, que os mesmos também compreendem o estágio como momento
oportuno para, compreender a organização das instituições de ensino, compartilhar
experiências e desenvolver-se profissionalmente, como expresso a seguir:
Ênfase 16: O Estágio Curricular Supervisionado como momento de compreensão e reflexão
acerca da profissão
Relato 8: [...] a concretização do estágio proporcionou uma reflexão acerca da formação do profissional na educação. Alertando-nos que ser professor
exige formação, organização, planejamento e amor e que não se pode ser
educador e entrar no ambiente educacional, sem conhecer a realidade escolar
e os problemas que os cerca no contexto atual. (SIC)
Relato 12: Realizar o Estágio Supervisionado na Educação Infantil foi uma experiência prazerosa para o processo de formação docente. O momento foi
apropriado para desenvolver certas habilidades necessárias, como a regência
em sala, as reuniões de equipe, o planejamento, as intervenções, as observações bem como o convívio social com demais colegas e amigos na
escola. (SIC)
Relato 15: A partir da observação, participação e colaboração efetiva
durante o estágio supervisionado II presenciamos oportunidades e vivências
que são discutidas e demonstradas na faculdade, como experiências fundamentais para os professores aprendizes no percurso de sua formação,
que enriquecem nossa “experiência” diante do desafio de estar à frente de
uma turma, ou já estar atuando. (SIC)
Relato 16: Conclui-se, que esta foi uma nova experiência na qual fez crescer, como educadora, pois acredito que contribuir de alguma maneira na
formação de cidadãos críticos e reflexivos. Sendo que a partir das
experiências vivenciadas, as trocas de saberes, a aproximação com todos os
envolvidos, possa-se acreditar ainda mais, na qual é possível desenvolver um trabalho de parceria, que leve uma educação mais significativa e
contextualizada. (SIC)
65
Diante desses relatos, percebemos que os estagiários compreendem o Estágio
Curricular Supervisionado II como espaço de reflexão acerca da formação profissional, além
do momento apropriado para o desenvolvimento de habilidades e competências, o que
contribui na formação de cidadãos críticos e reflexivos. Além disso, chamam atenção para a
forma como o Estágio Supervisionado está organizado, este acontece por meio da observação,
da participação e da regência de sala de aula.
Segundo Lima (2012, p. 63), “o período de observação tem como objetivo a coleta e
organização do registro de dados”, ou seja, o sistema organizacional da escola, como acontece
à rotina dos alunos e a postura do professor regente de sala.
Em relação à atuação, Pimenta (2005, p. 153) apresenta que “as atividades de
regência/intervenção são muito valorizadas [...] porque nelas têm a possibilidade de ‘praticar’
o manejo da classe, exercitar como ensinar, seja porque têm a visão e o controle do processo
todo (planejamento, execução, avaliação)”. Assim, a regência de sala oportuniza o contato
direto com a realidade da sala de aula e com o ambiente escolar, na companhia de outros
profissionais e dos alunos, contribuindo assim de forma significativa para a formação do
professor, e uma reflexão sobre a prática pedagógica do estagiário.
As concepções dos sujeitos (estagiários), acerca da importância do Estágio Curricular
Supervisionado para a formação docente foram resumidos no (Gráfico 5).
Gráfico 5: A importância do Estágio Curricular Supervisionado na concepção dos
acadêmicos
Fonte: Produção da autora, (2017).
De acordo com o gráfico, a maioria dos estagiários, um percentual de 60%,
compreendem o Estágio Curricular Supervisionado como elemento essencial para o processo
60%40%
O Estágio Curricular Supervisionado como elemento essencial
para o processo formativo,
O Estágio Curricular Supervisionado como momento de
compreensão e reflexão acerca da profissão.
66
formativo, uma vez que o primeiro contato com a sala de aula por meio do estágio possibilita
a reflexão acerca da docência, o que contribui para a formação tanto no âmbito profissional,
quanto pessoal. E 40% dos sujeitos concebem o Estágio Curricular Supervisionado como
momento de compreensão e reflexão acerca da profissão, e isto contribui de forma positiva na
formação de sujeitos críticos e reflexivos de sua própria prática.
Entretanto, a formação tornar-se-á mais significativa quando as experiências forem
socializadas em sala de aula com os colegas, produzindo discussão, possibilitando uma
reflexão crítica. De acordo com Lima (2012, p. 45), “o estágio na formação docente deve
levar em conta que os profissionais da educação se movem nas complexas relações humanas e
sociais, nos regulamentos e tradições que acontecem na escola”. Dessa forma, as experiências
vivenciadas e a troca de saberes tanto nas instituições educacionais, como em sala de aula do
curso de formação, possibilitam a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento da
profissão docente.
Portanto, o Estágio Curricular Supervisionado pode ser considerado como um agente
de grande contribuição na formação docente, caracterizando-se como objeto de estudo e
reflexão. Ao estagiar, o futuro docente em formação passa a enxergar a educação com outro
olhar, procurando entender a realidade e organização da escola, o perfil dos alunos, dos
professores e dos profissionais que a compõem. Fazendo a partir disso, uma nova leitura do
ambiente (escola, sala de aula, comunidade), procurando meios para intervir de forma
positiva.
67
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho monográfico, centrou-se no âmbito de interesse do Estágio
Curricular Supervisionado como objeto de estudo e reflexão, este nos levou às reflexões e
análises de que tal atividade possui um papel fundamental no processo formativo do futuro
pedagogo, uma vez que proporciona uma estreita relação entre teoria e prática, além disso,
possibilita ao graduando adotar uma postura de professor frente às questões do exercício da
docência.
Nosso enfoque partiu dessa realidade, justificando-se pelo fato de acreditarmos que é
durante o exercício da prática docente que o futuro professor adquiri novos saberes e
habilidades indispensáveis à sua formação. Assim, buscou-se discutir o papel do Estágio
Curricular Supervisionado II para a formação docente no curso de Pedagogia à Distância do
Polo UAB Caicó-RN, visando contribuir para o debate sobre o estágio como elemento
formativo, o que caracterizou-se como nosso principal objetivo.
Essa investigação acerca do papel do Estágio Curricular Supervisionado II para a
formação docente, deu origem as três perguntas direcionadoras de nossa pesquisa: Qual a
concepção de Estágio para os alunos graduandos do curso de Pedagogia à Distância? Quais as
impressões docentes construídas pelos graduandos no momento do Estágio Curricular
Supervisionado II, bem como as dificuldades e potencialidades encontradas? Qual a
importância do Estágio Supervisionado Curricular para a formação docente dos acadêmicos
do curso de Pedagogia? Estes questionamentos nos levaram a traçar nossos objetivos
específicos, foram eles: Identificar a concepção dos graduandos acerca do Estágio
supervisionado, e a sua importância para a formação docente; Descrever as construções
conceituais e as impressões da docência encontradas pelos graduandos no decorrer do estágio
supervisionado, destacando dificuldades e potencialidades; e Refletir sobre o papel do Estágio
para a formação de professores.
Nossos objetivos foram alcançados e descritos ao longo dos capítulos deste trabalho
monográfico, sobretudo no capítulo III, “Refletindo acerca da vivência dos alunos em
atividade de Estágio supervisionado”, o qual constitui-se por nossas análises e interpretação
dos dados. Dessa forma, como resposta ao nosso primeiro objetivo “Identificar a concepção
dos graduandos acerca do Estágio supervisionado, e a sua importância para a formação
docente”, percebemos que, os relatos dos estagiários não traziam em si uma definição objetiva
acerca do estágio supervisionado, porém apontavam para uma compreensão formada do que
68
seria estágio, apesar dos escritos serem bastante divergentes, estes convergiam para uma
realidade, o Estágio Curricular Supervisionado II como possibilidade de relação entre teoria e
prática, além de espaço propiciador da aproximação com as situações reais de trabalho e a
realização de atividades práticas, o que contribui para o processo formativo de professores
mais críticos e reflexivos.
Outra concepção acerca do estágio, é o Estágio Curricular Supervisionado com o
oportunidade de pesquisa, intervenção e reflexão, diante dessa concepção o estagiário passa a
ter uma postura de pesquisador, elaborando planos que lhe permite observar, compreender,
problematizar intervir e refletir. Ao compreenderem o Estágio Curricular Supervisionado
como uma possibilidade de inserção na realidade em que atuarão, percebem o quão crucial se
torna esse momento, pois permite a compreensão e análise do campo de trabalho, ou seja, é o
momento oportuno para que eles possam investigar, refletir e intervir na realidade do
ambiente educacional, possibilitando assim que venham a ter uma visão crítica,
transformadora e criativa desse âmbito.
Por fim, os sujeitos da pesquisa ainda conceberam o estágio como oportunidade de
formação continuada e oportunidade de conhecimento acerca da instituição e da educação;
formação continuada no sentido de aprimoramento dos conhecimentos e da própria prática
pedagógica, o que contribui na futura atuação profissional. E o conhecimento da instituição,
quanto a organização curricular e pedagógica da escola e as relações estabelecidas entre
professores e alunos e demais profissionais.
No que diz respeito ao nosso segundo objetivo: Descrever as construções conceituais
e as impressões da docência encontradas pelos graduandos no decorrer do Estágio
Curricular Supervisionado, destacando dificuldades e potencialidades, as principais
impressões docentes, ou seja, os sentimentos e percepções construídos no decorrer do estágio,
que estiveram mais presentes nos relatos dos sujeitos foram, sentimentos de anseios e
conflitos por estarem frente à uma situação muitas vezes desconhecida que é o exercício da
docência de sala de aula e este fator interferiu negativamente no desenvolvimento do estágio e
também na aprendizagem dos alunos.
Outro sentimento desencadeado foi o de reconhecimento, valorização e realização
profissional, este considerado bastante positivo, pois o reconhecimento e valorização
contribuíram para a decisão sobre a escolha da área de atuação e a realização profissional.
Ainda foram considerados como impressões docentes a profissionalização e a construção do
trabalho, embasados nos conhecimentos teóricos que foram postos em prática no momento do
estágio. E também o reconhecimento da importância da formação e atuação profissional, que
69
através dos depoimentos dos estagiários, inferimos que estes compreendem o estágio como
possibilidade de contato com a sala de aula, também que as observações e a regência de sala
oportunizaram a relação entre teoria e prática e a organização dos procedimentos
pedagógicos, os levou a refletirem acerca da importância da formação profissional.
Com relação as dificuldades e potencialidades encontradas em atividade de estágio,
os relatos foram bastante diversificados. Como dificuldades expressaram em seus relatórios
que: o processo de adaptação em sala de aula foi um tanto conturbado e isso desenvolveu um
sentimento de insegurança que interferiu diretamente na rotina da sala de aula e também no
planejamento. Outro desafio foi a precariedade de recursos físicos e materiais disponíveis na
escola, e isto também interferiu no desenvolvimento do estágio; além dos desafios enfrentados
pela má aceitação dos estagiários por parte da instituição e dos professores, e a pouca ou
nenhuma liberdade e autonomia para o planejamento e execução das atividades.
No tocante as potencialidades, encontramos a união entre a teoria e a prática; a
experiência e o desenvolvimento profissional adquiridos através da vivência e intervenção em
sala de aula, também a interação com os alunos e professores o que possibilitou a aquisição de
conhecimentos e por fim também relataram com potencialidades a observação e reflexão
acerca da prática da docência.
Com relação ao terceiro objetivo da presente pesquisa: Refletir sobre o papel do
Estágio para a formação de professores; este foi alcançado por meio da discussão acerca das
contribuições do Estágio Curricular Supervisionado para a formação docente; para definir
estas contribuições, percorremos um caminho baseado nos escritos de autores como
Perrenoud (2002), Pimenta e Lima (2014), Tardif (2002) , além disso, relacionamos estas
leituras aos relatos dos sujeitos de nossa pesquisa, no que diz respeito a vivência e experiência
no Estágio Supervisionado, considerado como lócus de investigação, pesquisa e construção
do conhecimento.
As análises revelaram que os sujeitos (estagiários) refletiram sobre a prática docente;
estavam sempre dispostos à aquisição de novos saberes e habilidades, encontrando assim
outros caminhos. Ainda trocaram experiências com outros profissionais e apesar de algumas
dificuldades e desafios encontrados no caminho, utilizaram-se de estratégias e conhecimentos
adquiridos para resolver os eventuais problemas, e isso caracteriza-se como ponto positivo
para o estágio, uma vez que, contribui no desenvolvimento da autonomia e na realização
pessoal e profissional.
No estudo e análise dos relatórios de estágio pudemos identificar que os sujeitos
(estagiários), entendem que a experiência no exercício da docência construiu um
70
reconhecimento profissional, possibilitando uma visão ampla de sua futura atuação
profissional. Na perspectiva de que a ação docente se constitui como base inicial no encontro
com a vivência, reconhecimento e realização profissional, debruçamos as análises também no
que dissertaram os estagiários sobre a relevância do Estágio Curricular Supervisionado para
suas formações, no que diz respeito às contribuições do estágio como momento oportuno de
vivência em seu futuro campo de trabalho e essa vivência possibilita a construção de
conhecimentos que serão aperfeiçoados durante sua atividade acadêmica e profissional.
Dessa forma, o Estágio Curricular Supervisionado é visto como o momento que
oportuniza aos futuros docentes o contato com a sala de aula, por meio da observação, da
participação e da regência. Assim, durante o estágio, o acadêmico passa a enxergar a
educação com outro olhar, agora de professor, buscando por meio da observação e da
regência, compreender a organização e a realidade da escola e o comportamento dos alunos,
dos professores e dos profissionais que dela fazem parte.
Portanto, ao discutir o papel do estágio no processo formativo do professor da
educação básica, debatendo acerca das contribuições do Estágio Curricular Supervisionado II
para a formação docente, entendemos que o Estágio Curricular Supervisionado, enquanto
objeto de estudo, contribui de maneira significativa para a construção de novos saberes do
futuro profissional da educação, enquanto pedagogo, além de promover um grande
desenvolvimento na formação docente do acadêmico.
Destacamos ainda a importância do presente trabalho monográfico, por entender que o
Estágio Supervisionado como componente curricular em cursos de graduação, sobretudo de
licenciatura, desempenha um papel importante, uma vez que oportuniza ao graduando o
primeiro contato com o seu futuro campo de trabalho, possibilitando-o relacionar a vivência
em sala de aula com os construtos teóricos estudados no curso de graduação.
E embora saibamos da existência de muitas pesquisas relacionadas à formação
docente e as contribuições dos Estágios Supervisionados, acreditamos poder contribuir
também para o aprofundamento das discussões sobre tal temática.
71
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profissão de interações humanas. 4ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
UFRN. RESOLUÇÃO Nº 171/2013-CONSEPE de 5 de novembro de 2013. Ministério da
Educação e Cultura, 2013.
75
ANEXOS
76
ANEXO A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
A pesquisa intitulada: “ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:
CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE PEDAGOGIA A
DISTÂNCIA DA UFRN”, que tem como pesquisador responsável MARA REGIANE
MEDEIROS DE LIMA.
Esta pesquisa pretende DISCUTIR O PAPEL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA A
FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DO POLO
CAICÓ-RN, VISANDO CONTRIBUIR PARA O DEBATE SOBRE O ESTÁGIO COMO
ELEMENTO FORMATIVO.
O motivo que nos leva a fazer este estudo se deu em virtude da tentativa de compreender o
desenvolvimento do Estágio supervisionado, evidenciando seu papel na formação docente dos
acadêmicos. Para isso, busca-se discutir sobre o papel dos estágios curriculares
supervisionados no curso de Pedagogia, com foco no direcionamento do Estágio Curricular
Supervisionado II no curso de Pedagogia da modalidade a distância do polo Caicó- RN. O
interesse em discutir sobre o tema surgiu da experiência vivenciada em um Projeto de
pesquisa intitulado: DESVELANDO AS PRÁTICAS DOCENTES: um estudo introdutório,
vinculado ao Grupo de pesquisa: Mídias Interativas e Estudos Étnico-Raciais (LENTE), na
linha ESCOLA, ENSINO E PRÁTICAS EDUCATIVAS. Dessa forma, o presente trabalho
caracteriza-se como um desdobramento da pesquisa inicial, depois de refletir e analisar acerca
da vivência do estágio e do processo de planejamento dos acadêmicos, surge o interesse em
analisar as construções e concepções dos alunos de graduação em Pedagogia no decorrer do
estágio, identificando o papel do estágio para a formação dos mesmos, e, além disso, discutir
sobre as impressões da docência, ou seja, os sentimentos e percepções que os graduandos
desenvolveram no momento do estágio. Nesse contexto, torna-se pertinente investigar e
compreender Qual a concepção de Estágio para os alunos graduandos do curso de
Pedagogia a Distância? Quais as impressões docentes construídas pelos graduandos no
momento do estágio, bem como as dificuldades e potencialidades encontradas? Qual a
importância do Estágio Supervisionado Curricular para a formação docente dos
acadêmicos do curso de Pedagogia?
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para (MARA
REGIANE MEDEIROS DE LIMA, 98731-3367).
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da
pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe
identificar.
77
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro
e por um período de 5 anos.
____________________________________
(Rubrica do Participante/Responsável legal)
(Rubrica do Pesquisador)
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável MARA REGIANE MEDEIROS DE LIMA.
UFRN-CERES-CAICÓ
Mara Regiane Medeiros de Lima
78
ANEXO B - TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Mediante este termo eu, MARA REGIANE MEDEIROS DE LIMA e meu orientador (a)
CHRISTIANNE MEDEIROS CAVALCANTE, comprometemo-nos a guardar sigilo absoluto
sobre os dados coletados (colocar o nome do setor, se for o caso), os quais serão utilizados
para o desenvolvimento da pesquisa intitulada “ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO
DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DA UFRN” durante e após a conclusão da mesma.
Asseguramos que os dados coletados serão utilizados exclusivamente para a execução do
projeto em questão.
Asseguramos, ainda, que as informações geradas somente serão divulgadas de forma
anônima, não sendo usadas iniciais ou quaisquer outras indicações que possam identificar os
participantes da pesquisa e a Instituição.
Caicó, 04 de Abril de 2017.
Assinatura do pesquisador responsável
_____________________________________________________________________
Assinatura do orientador e de todos os membros da pesquisa
___________________________________________________________________
UFRN-CERES-CAICÓ
Mara Regiane Medeiros de Lima
79
ANEXO C- CARTA DE ANUÊNCIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CARTA DE ANUÊNCIA
Por ter sido informado verbalmente e por escrito sobre os objetivos e metodologia da pesquisa
intitulada “ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: CONTRIBUIÇÕES PARA A
FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DA UFRN”,
coordenada pelo (a) Prof.ª. Drª. CHRISTIANNE MEDEIROS CAVALCANTE, concordo em
autorizar a realização da(s) etapa(s) de ACESSO AOS RELATÓRIOS ESCRITOS PELOS
ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA À DISTÂNCIA DO POLO UAB CAICÓ-RN E A
LEITURA E ANÁLISE MINUCIOSA DESTES, nesta Instituição que represento.
Esta Instituição está ciente de suas corresponsabilidades como instituição coparticipante do
presente projeto de pesquisa, e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-estar
dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura necessária para a garantia
de tal segurança e bem-estar.
Esta autorização está condicionada à aprovação prévia da pesquisa acima citada por um
Comitê de Ética em Pesquisa e ao cumprimento das determinações éticas propostas na
Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS e suas complementares.
O descumprimento desses condicionamentos assegura-me o direito de retirar minha anuência
a qualquer momento da pesquisa.
Caicó, 04 de Abril de 2017.
Assinatura:
______________________________________________________________
Nome do responsável pela Instituição
___________________________________________________________
Carimbo do diretor ou vice-diretor da Instituição
___________________________________________________________
UFRN-CERES-CAICÓ
Mara Regiane Medeiros de Lima
80
ANEXO D- TERMO DE CONCESSÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
TERMO DE CONCESSÃO
Eu, __________________________________________________________,
responsável pelo setor _____________________________ desta instituição, após
ter recebido todos os esclarecimentos sobre os objetivos e procedimentos a serem
seguidos na realização da pesquisa intitulada “ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO
DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DA UFRN”, coordenada pelo Prof. (a)
CHRISTIANNE MEDEIROS CAVALCANTE, autorizo o manuseio dos referidos
RELATÓRIOS FINAIS DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO para coleta de dados
em cumprimento a uma das etapas da citada pesquisa.
Esta autorização está condicionada à aprovação prévia da pesquisa em questão por
um Comitê de Ética em Pesquisa e ao cumprimento das determinações éticas
propostas na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS.
O descumprimento desses condicionamentos assegura-me o direito de retirar minha
concessão a qualquer momento da pesquisa.
Caicó, 04 de Abril de 2017.
Assinatura e carimbo do responsável pelo setor
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UFRN-CERES-CAICÓ
Mara Regiane Medeiros de Lima
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ANEXO E- DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Como pesquisador responsável pelo estudo “ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO
DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DA UFRN”, declaro que assumo a inteira
responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que
foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e
confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei
infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Caicó, 04 de Abril de 2017
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Assinatura do pesquisador responsável
UFRN-CERES-CAICÓ
Mara Regiane Medeiros de Lima