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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA MARCIA PEREIRA JORGE INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE YOGA SOBRE OS SINTOMAS DA MENOPAUSA NATAL/RN Maio de 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA

MARCIA PEREIRA JORGE

INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE YOGA SOBRE OS SINTOMAS DA MENOPAUSA

NATAL/RN Maio de 2013

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MARCIA PEREIRA JORGE

INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE YOGA SOBRE OS SINTOMAS DA

MENOPAUSA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Psicobiologia (Área Psicologia Fisiológica).

Orientadora: Profa. Dra. Alessandra Mussi Ribeiro Co-orientadora: Profa. Dra. Regina Helena da Silva

NATAL/RN Maio de 2013

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“Eu sou aquela mulher

a quem o tempo muito ensinou.

Ensinou a amar a vida

e não desistir da luta,

recomeçar na derrota,

renunciar a palavras

e pensamentos negativos.

Acreditar nos valores humanos

e ser otimista”.

Cora Coralina

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Esse trabalho foi desenvolvido com auxílio do (1) CNPq, (2) Capes, através da

concessão de uma bolsa de mestrado (3) FAPERN, através da concessão de

financiamento de projetos aprovados em editais específicos e (4) PPg-UFRN,

através do suporte financeiro e logístico dado ao programa de pós graduação

em Psicobiologia, o qual estou vinculada.

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AGRADECIMENTOS

Agradecer é um exercício que fortalece o caráter e estimula nas pessoas

a repetição de atitudes de solidariedade, generosidade e compaixão. A gratidão

é um sentimento que inunda o coração humano e acredito que quando

expressada com sinceridade transforma a quem agradece e transforma a quem

é reconhecido.

Na rica literatura clássica da India, terra original do yoga, o grande épico

milenar Ramayana apresenta Hanuman, personagem mítico descrito como um

macaco que simboliza a inquieta mente humana. Embora dotado de grandes

poderes, muitas vezes subestimava a própria capacidade de realização,

esquecendo-se das incríveis habilidades que possuía. Porém, nas situações

mais importantes, seus companheiros de jornada eram a sua memória e o

lembravam de seu potencial para resolver os mais difíceis desafios.

Então, nesta jornada tão especial pelo universo da construção do

conhecimento, agradeço aqueles que se transformaram em companheiros de

Hanuman e me ajudaram lembrar, acreditar, construir e compartilhar este

trabalho.

Agradeço o apoio de minha família, que mesmo distante muitos

quilômetros, manteve a proximidade protetora e reconfortante, aquietando meu

coração e permanecendo ao meu lado durante todo o tempo. Da mesma forma,

manifesto profunda gratidão a minha grande amiga Giselle Pimentel, fruto

desta terra do sol, que amorosamente me amparou nos momentos mais

importantes dessa jornada, criando e mantendo as condições práticas para que

eu pudesse ter a tranquilidade para produzir.

Agradeço às orientadoras, Professora Alessandra e Professora Regina

pelo acompanhamento competente e afetuoso, e por aceitarem a imensa

responsabilidade deste compromisso.

Agradeço aos colegas do Programa de Psicobiologia, aos alunos de

Iniciação Científica, Mestrandos, Doutorandos e Pós- doutorandos do LEME,

colegas cordiais que se transformaram em amigos prestativos e eficientes na

ajuda e convivência, além de muito divertidos, é claro! Entre eles, o

agradecimento especial a Isabella, colaboradora permanente, cuidadosa e

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capaz em todas as etapas deste trabalho desde o início da coleta de dados.

Ainda agradeço ao colega Raul a ajuda especial no início do mestrado.

Agradeço a todos os professores do Programa de pós-graduação em

Psicobiologia, por compartilharem seu rico conhecimento sobre o

funcionamento do cérebro e o comportamento.

A Patrícia Uchoa, Alícia Cabral, Ronaldo Santos e Danilo Santaella, pela

colaboração intelectual, através de ideias, críticas, elaboração de textos e

muita “mão na massa”. Minha admiração e gratidão a Andréa Aguiar, amiga

querida e tão presente nas reflexões sobre o yoga tradicional e suas

possibilidades como objeto de investigação. A presença de todos vocês

durante os passos técnicos na construção desta pesquisa, desde o seu projeto

até o presente momento, foram muito importantes para garantir a qualidade de

sua realização.

Aos meus alunos de yoga, que na verdade são meus mestres, e aos

amigos queridos, que são meus protetores, digo: obrigada! Obrigada! Aos

amigos, Sr. Xavier e Auana, agradeço o apoio sempre afetuoso e generoso.

Agradeço aqueles que viabilizaram as condições para a coleta de dados

na Área de Lazer do Panatis-Natal-RN, como Dona Luduvina; os agentes de

saúde da Unidade de Saúde Panatis-Natal-RN na intensiva divulgação do

recrutamento, em especial o Sr Adilson. Agradeço com um grande sorriso, as

técnicas de enfermagem Maria dos Prazeres e Maria da Conceição que

exerceram suas atividades com eficácia e muita animação.

Agradeço especialmente às voluntárias, mulheres que doaram sua

presença feminina, suas histórias e seu climatério a esta pesquisa. São

brasileiras, nordestinas e guerreiras como Hanuman, e sem as quais este

trabalho não teria sido produzido.

O sincero agradecimento àqueles que direta ou indiretamente, citados

aqui ou não, colaboraram para o sucesso desta jornada.

A todos vocês digo Namastê! O que há de melhor em mim saúda o que

há de melhor em vocês!

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................. i LISTA DE TABELAS.................................................................................. ii ABREVIATURAS ...................................................................................... iii RESUMO .................................................................................................. iv ABSTRACT ……………………………………………………………………. v 1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 1

1.1. 1.1.Yoga: conceitos ............................................................................. 1 1.2. 1.2. Yoga e saúde................................................................................. 2 1.3. 1.3. Climatério e menopausa ............................................................... 5

1.4. Tratamento e climatério................................................................. 8

2. 2. OBJETIVOS........................................................................................... 12 2.1. 2.1. Objetivo Geral................................................................................ 12

2.2. Objetivos específicos..................................................................... 12

3. 3. MÉTODOS............................................................................................ 13 3.1. Sujeitos e Aspectos Éticos............................................................ 13 3.2. Amostra......................................................................................... 14 3.3. Dados Sociodemográficos............................................................ 15 3.4. Delineamento Experimental.......................................................... 16

3.4. 3.5. Instrumentos................................................................................. 18 3.6 . Determinação dos níveis de Estradiol, FSH, LH e Progesterona. 21

3.7. Determinação dos níveis de medidas bioquímicas....................... 3.8. Determinação dos níveis de Cortisol............................................. 3.9. Análise dos dados.........................................................................

22 22 23

4. RESULTADOS...................................................................................... 24 4.1. Inventários..................................................................................... 24 4.2. Medidas Hormonais...................................................................... 32 4.3. Medidas Bioquímicas.................................................................... 34

5. DISCUSSÃO......................................................................................... 36

6. CONCLUSÃO........................................................................................ 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 44

ANEXOS.................................................................................................... 50

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i

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Delineamento das etapas realizadas durante a execução desse estudo.............................................................................

18

Figura 2: Fluxograma sobre a participação de voluntárias no estudo..... 15

Figura 3: Escores obtidos da análise dos grupos através da Escala de Sintomas da Menopausa..........................................................

24

Figura 4: Escore obtido da análise dos grupos através do inventário dos sintomas de stress para adultos de Lipp............................

27

Figura 5: Escore obtido da análise dos grupos através do Inventário de Depressão de Beck...................................................................

28

Figura 6: Escore obtido da análise dos grupos através WHOQOL abreviado...................................................................................

30

Figura 7: Escore obtido da análise dos grupos através do Inventário de Ansiedade IDATE-Traço...........................................................

31

Figura 8: Escore obtido da análise dos grupos através do escore do Inventário de Ansiedade IDATE-Estado...................................

32

Figura 9: Níveis de cortisol salivar nos diferentes grupos........................ 34

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ii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Aspectos sociodemográficos dos grupos estudados.............. 16

Tabela 2: Freqüências e porcentagem em cada grupo, antes e após 12 semanas em relação aos escores da Escala de Sintomas da Menopausa........................................................................

25

Tabela 3: Freqüências e fases de estresse em cada grupo, antes e após 12 semanas de tratamento de acordo com o Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp......................

27

Tabela 4: Porcentagem dos níveis de depressão em mulheres pós-menopausa (Inventário de Depressão de Beck) em cada grupo, antes e após 12 semanas de prática de yoga e ginástica suave.......................................................................

29

Tabela 5: Média das medidas hormonais de mulheres pós-menopausadas nos diferentes grupos, antes e após 12 semanas.................................................................................

33

Tabela 6: Média das medidas bioquímicas de mulheres pós menopausadas antes e após 12 semanas de prática de yoga, exercício ou sem intervenção.......................................

35

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iii

ABREVIATURAS

BDI - Inventário de Depressão de Beck

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

EIA - Cortisol Enzyme Immunoassay

FSH - Hormônio Folículo Estimulante

HDL - High Density Lipoproteins

HUOL - Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL)

IDATE-Estado - Inventário de Ansiedade Estado

IDATE-Traço - Inventário de Ansiedade Traço

IMC - Índice de Massa Corpórea

ISSL - Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp

LDL - Low Density Lipoproteins (LDL)

LH - Hormônio Luteinizante

MRS - Escala de Avaliação da Menopausa

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TGO - Transaminase Glutâmica Oxalacética

TGP - Transaminase Glutâmica Pirúvica

WHOQOL - Inventário de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde

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iv

RESUMO

O yoga tem sido estudado e praticado há mais de três mil anos e na atualidade tem sido adotado por milhões de pessoas em todo o mundo como instrumento para a manutenção da saúde do indivíduo. Ao seu conjunto de técnicas têm sido atribuídos inúmeros benefícios para a reabilitação da saúde e promoção de melhor qualidade de vida de indivíduos idosos. Na mulher, o processo de envelhecimento é marcado pela suspensão da atividade folicular ovariana (menopausa) caracterizado por uma série de alterações neuroendócrinas que podem ser acompanhadas por sintomas desconfortáveis e às vezes debilitantes. Embora haja numerosas informações clínicas sobre a menopausa, há poucos trabalhos sobre a possível aplicação terapêutica do yoga durante o período do climatério. Assim, o objetivo desta pesquisa foi investigar os efeitos psicofisiológicos de 12 semanas de prática de yoga em 88 mulheres pós-menopausa. As voluntárias foram divididas em grupo controle (sem qualquer intervenção), grupo exercício físico e grupo yoga. Foram aplicados instrumentos para a avaliação da síndrome climatérica, estresse, depressão, qualidade de vida, e ansiedade. Além, da determinação dos níveis hormonais de FSH, LH, estradiol, progesterona2 e cortisol, e dos níveis bioquímicos de glicemia, colesterol, triglicerídeos, HDL, LDL, ureia, creatinina, TGO e TGP. Nossos resultados demonstraram que o grupo yoga apresentou escores significativamente mais baixos após a prática regular de yoga para os sintomas climatéricos. Além de uma diminuição dos níveis de estresse e de depressão, ainda foi observado escores mais altos em relação a qualidade de vida quando comparado com o grupo controle e o grupo exercício. A prática regular também promoveu a manutenção dos níveis de cortisol nas voluntárias, ao contrário do observado no grupo controle que demonstrou um aumento dos níveis de cortisol após 12 semanas. Em relação aos parâmetros bioquímicos observamos que mulheres que praticaram yoga apresentaram uma diminuição dos níveis de LDL no sangue. Estes resultados corroboram estudos prévios que afirmam que a pratica regular de yoga promove uma melhora na qualidade de vida de indivíduos. Nós propomos a partir dos resultados obtidos que o yoga pode ser uma alternativa não farmacológica para o controle de sintomas da menopausa e estresse em mulheres na pós-menopausa.

Palavras Chaves: Yoga, Menopausa, Estresse, Depressão, Qualidade de Vida

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v

ABSTRACT

Yoga has been studied and practiced for over three thousand years and nowadays it is widely adopted as a mean to assist the health of individuals. Additionally, numerous benefits to the health rehabilitation and quality of life of elderly individuals has been attributed to this set of techniques.

In women, the aging process is characterized by the interruption on ovarian follicular activity (menopause) characterized by a number of neuroendocrine and physiologic changes. Those changes are frequently accompanied by uncomfortable and occasionally debilitating symptoms. Although there is profuse clinical information about menopause, studies on the potential therapeutic application of yoga during the climacteric period are scarce. The objective of this research was to investigate the psychophysiological effects of 12 weeks of yoga practice in 88 postmenopausal women. The volunteers were divided into a control group (no intervention), exercise group and yoga group. Instruments were applied for the evaluation of climacteric syndrome, stress, depression, quality of life, and anxiety. In addition, the determination of hormonal levels of FSH, LH, estradiol, cortisol and progesterone, and biochemical levels of glucose, cholesterol, triglycerides, HDL, LDL, urea, creatinine, AST and ALT were conducted. Our results showed that the yoga group had significantly lower scores after the regular practice of yoga for menopausal symptoms. Besides, those changes were accompanied by a statistical significant improvement in the stress levels, decrease in depression scores, and higher scores in quality of life when compared with the control group and the exercise group. As well, the regular practice of yoga promoted the maintenance of cortisol levels compared to control group after 12 weeks. Regarding the biochemical parameters yoga practitioners presented lower levels of LDL in the blood. These results are supported by previous studies which found that regular practice of yoga improves quality of life of subjects, Thus, herein we propose that yoga can be a non-pharmacological alternative to management of menopausal symptoms and stress in postmenopausal women.

Keywords: Yoga, Menopause, Stresse, Depression, Quality of life

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Yoga: conceitos

O yoga é um sistema filosófico e também um sistema prático que utiliza

técnicas para treinamento do corpo e da mente (Desikachar, 2007). Surgiu na

Índia e sua história já percorreu mais de três milênios (Ross & Thomas, 2010).

Entre suas diversas correntes de pensamento o hatha yoga, que surgiu por

volta do século X, é atualmente uma das mais conhecidas no ocidente. O hatha

yoga desenvolveu e aperfeiçoou os conhecimentos milenares da filosofia do

yoga através da utilização de técnicas para superar os efeitos negativos do

ambiente sobre o corpo humano (Souto, 2009)

O hatha yoga é composto de práticas corporais que incluem diversas

técnicas tais como: os asanas, que são exercícios ou posturas corporais

tradicionalmente utilizados como condicionamento físico para longos períodos

de meditação; os pranayamas que são exercícios respiratórios que objetivam

desenvolver consciência corporal e respiratória, além de ampliar a consciência

de estados mentais, como por exemplo, da atenção; os bandhas e kriyas que

compreendem contrações com compressão interna intensa de áreas

específicas do corpo que objetivam auxiliar a prática dos exercícios

respiratórios (Gharote, 1999; Kuvalayanada, 2005); os yoganidras que são

técnicas de relaxamento físico e mental (Saraswati, 1998); e a meditação que é

uma técnica que promove estados alterados da consciência (Danucalov &

Simões, 2006).

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1.2. Yoga e saúde

Muitas pesquisas têm descrito que as técnicas do yoga podem alterar

parâmetros psicológicos e fisiológicos no indivíduo. Os primeiros experimentos

do século XX realizados com yoga ocorreram no Instituto Kaivalyadama na

Índia a partir de 1924, e constataram que durante e após a prática de várias

posturas de exercícios respiratórios ocorreram alterações na pressão arterial e

no desempenho cardíaco de indivíduos. Ademais, estes estudos demonstraram

que praticantes de kriyas (técnicas de manipulação de músculos e esfíncteres)

apresentavam modificações no peristaltismo gastrointestinal (Siegel & Barros,

2010).

Recentemente, inúmeras pesquisas têm apresentado resultados que

mostram que a prática do yoga pode ser um instrumento eficaz de intervenção

sobre a saúde do indivíduo. Neste contexto, um estudo verificou que 10

sessões de caminhada e 60 minutos de prática de hatha yoga duas vezes por

semana foi capaz de promover uma diminuição da intensidade da dor em

pacientes com fibromialgia (Silva & Lage, 2006). Outro estudo também

demonstrou melhora significativa nas medidas padronizadas de sintomas da

fibromialgia (dor, fadiga, humor, aceitação e outras estratégias de

enfrentamento) após uma intervenção de oito semanas através de um

programa de yoga (Carson et al, 2010).

Ainda, uma técnica de relaxamento do yoga com papel complementar a

fisioterapia convencional, quando aplicada em pacientes com dor cervical foi

capaz de reduzir a dor, aumentar a flexibilidade e diminuir o estado de

ansiedade dos pacientes (Yogitha et al, 2010). Pesquisas realizadas em um

centro multidisciplinar de dor no Canadá demonstraram que após uma

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intervenção de oito semanas a prática de yoga promoveu mudanças positivas

em relação à percepção de dor, aumento da consciência corporal e melhora da

qualidade de vida em sete pacientes do sexo feminino (Tul et al, 2010). Bosch

e colaboradores (2009) verificaram que a prática de yoga pode melhorar

significativamente os índices de avaliação de qualidade de vida, o equilíbrio,

percepção de dor e a depressão em pacientes com artrite reumatóide. Um

estudo com pacientes portadores de esclerose múltipla demonstrou aumento

no desempenho da atenção seletiva após 10 semanas de prática de yoga,

sugerindo que a prática do yoga também pode ser um tratamento

complementar não farmacológico para pacientes com esclerose múltipla

(Velikonja et al, 2010).

Em pacientes portadores de insuficiência cardíaca também foi

observado que a prática do yoga pode melhorar parâmetros físicos e

psicológicos, como o aumento de sua resistência cardiovascular, melhora dos

marcadores inflamatórios, da flexibilidade e de referenciais de qualidade de

vida (Pullen et al, 2010). No Brasil, Santaella e colaboradores (2011)

demonstraram que exercícios respiratórios específicos do yoga podem

melhorar a função respiratória e a modulação autonômica cardíaca em idosos

saudáveis retardando a progressão natural da fragilidade do envelhecimento.

Várias pesquisas têm demonstrado também a influência da prática do

yoga sobre o estresse e suas comorbidades. Neste sentido, uma única sessão

de yoga reduziu significativamente os escores de ansiedade de adolescentes

hospitalizados com câncer e também de seus cuidadores (Thygeson et al,

2010). Recentemente, foi descrito que uma intervenção de 8 sessões de

prática de yoga em mulheres sob tratamento para câncer de mama foi capaz

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de diminuir os níveis de ansiedade destas pacientes (Ulger & Yagli, 2010).

Outra pesquisa demonstrou que um programa de respiração do yoga foi capaz

de promover melhora psicológica em indivíduos sobreviventes do tsunami de

2004 no sudeste asiático que sofriam de transtorno de estresse pós-traumático

e depressão (Descilo et al, 2010).

Por outro lado, estes benefícios atribuídos à prática do yoga, em

pacientes com diversas patologias, podem também ser observados em

indivíduos saudáveis. Uma pesquisa realizada com funcionários de uma

universidade demonstrou que um programa de yoga aplicado por seis semanas

é eficaz para aumentar o bem estar emocional e a resiliência destes indivíduos

em relação ao estresse laboral (Hartfiel et al, 2011). Bock e colaboradores

(2010) sugeriram que a utilização das técnicas do yoga como tratamento

complementar para indivíduos fumantes pode contribuir para suspensão do

consumo de tabaco, melhora do controle de peso, redução dos níveis de

estresse e ainda melhora das alterações emocionais provocadas pelo período

de abstinência do consumo de tabaco. Recentemente, nosso grupo de

pesquisa investigou os efeitos do yoga na memória e parâmetros

psicofisiológicos, comparando a pratica de yoga e exercícios físicos em

homens saudáveis. Nossos resultados demonstraram que os praticantes de

yoga apresentavam uma melhora no desempenho em testes de memória, além

de uma diminuição dos escores dos níveis de estresse, ansiedade e depressão

e diminuição dos níveis de cortisol (Rocha et al., 2012).

Alguns pesquisadores sugerem que embora ainda sejam necessários

mais estudos para esclarecer os mecanismos biológicos envolvidos na melhora

da saúde de praticantes de yoga, as pesquisas realizadas até o momento

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apontam para alguns mecanismos fisiológicos como responsáveis por estes

efeitos, como por exemplo, o aumento da produção de substâncias endógenas

antiinflamatórias e antioxidantes (Olivo, 2009).

1.3. Climatério e menopausa

Para a mulher, o processo de envelhecimento é marcado por uma

mudança natural, mas que pode ser acompanhada por várias consequências

muitas vezes desagradáveis para a saúde do indivíduo. Este período é

denominado de climatério e tem como ponto fundamental a ocorrência da

menopausa (Taechakraichana et al, 2002). Apesar dos termos climatério e

menopausa muitas vezes serem utilizados como sinônimos tanto na prática

clínica quanto na literatura científica, são termos que definem dois processos

diferentes, embora interligados.

O climatério é a transição do período reprodutivo feminino para o não

reprodutivo, que ocorre a partir do declínio da atividade ovariana, com início por

volta dos 40 anos de idade. Este período é marcado pela queda acentuada dos

níveis de hormônios ovarianos e outras alterações hormonais. O climatério

termina com a adaptação do organismo à ausência dos hormônios

gonadotróficos, normalmente ocorrendo entre os 60-65 anos de idade. Após os

65 anos ocorrem a adaptação do hipotálamo e do sistema neuro-humoral a

ausência da atividade das gônadas, sem a observação de senescência

acentuada em relação às demais glândulas (Fox, 2008).

Já a menopausa está especificamente relacionada à suspensão da

atividade folicular ovariana que leva a interrupção do fluxo menstrual por um

período mínimo de 12 meses. A menopausa ocorre naturalmente a partir dos

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40 anos de idade, mas pode ser precoce devido à falência ovariana prematura

ou necessidade de remoção cirúrgica dos ovários. A menopausa ainda pode

ser considerada tardia se ocorrer após os 55 anos de idade. Ademais, o

período próximo a ocorrência da menopausa é chamado peri-menopausa e

período anterior e posterior são conhecidos como pré- e pós-menopausa,

respectivamente (Gracia et al, 2005). Portanto, o climatério ocorre dentro de

um longo intervalo, apresentando diferenças de duração e variações de

indivíduo para indivíduo. As consequências desse evento fisiológico sobre a

saúde do indivíduo podem variar devido a diferenças na interação genética e

ambiental (Taechakraichana, 2002).

Durante todo o desenvolvimento e período reprodutivo da vida da

mulher os hormônios ovarianos são responsáveis pelas características sexuais

femininas, agindo sobre as células, anatomia e comportamento do indivíduo. O

ciclo menstrual ocorre devido à secreção alternada de hormônios gonadais

(progesterona e os estrogênios) secretados pelos ovários e os gonadotróficos

(folículo-estimulante/FSH e luteinizante/LH), secretados pela hipófise

estabelecendo o eixo funcional hipotalâmico-hipofisário-gonadal (Guyton &

Hall, 2011). No início do climatério, os ovários têm seu volume reduzido devido

ao término de sua reserva de óvulos, não respondendo mais à estimulação das

gonodotrofinas e apresentando redução progressiva da síntese estrogênica,

associada à elevação dos níveis dos hormônios FSH e LH (Fox, 2008). Quando

acontece falência ovariana, a produção dos estrogênios passa a ocorrer por

conversão periférica, que é a transformação das células do tecido gorduroso

em um tipo de estrógeno, que apresenta uma resposta biológica inferior aos

estrogênios e em níveis insuficientes para manter o equilíbrio endócrino. Esta

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queda repercute sobre os tecidos e órgãos que contém receptores para os

estrogênios, provocando alterações anatomo-funcionais e também

influenciando inúmeros processos metabólicos que necessitam da presença

desses hormônios.

Muitas alterações adversas ocorrem em resposta ao ambiente

hormonal alterado e esta condição caracteriza climatério. Neste período podem

ocorrer diversos sintomas como: sintomas vasomotores e manifestações como

alterações psicológicas e de padrão de sono. O início destes sintomas pode

ocorrer mais intensamente a partir da menopausa, sendo também

acompanhados por outras alterações como atrofia urogenital, transtornos

osteomusculares-osteoarticulares (dores articulares e osteopenia), alterações

cardiovasculares, depressão e alterações cognitivas (Blake, 2006). As

manifestações de sintomas da menopausa apresentadas pela mulher durante o

climatério têm intensidade variável e sofrem influências de fatores biológicos e

socioculturais. Portanto, as causas dos sintomas relatados são multifacetadas,

além disso, não está claro até que ponto estão relacionadas ao processo geral

de envelhecimento coincidindo com a menopausa (Elavsky & Mcauley, 2009).

Neste contexto, vários outros sintomas estão associados direta ou

indiretamente aos descritos acima, tais como irritabilidade, diminuição do

desejo sexual e da auto-estima, além de distúrbios do sono também relatados

em diversos outros estudos (Elavsky, 2007 e 2009). Estas alterações dos

períodos de sono também são sintomas neurogênicos do climatério,

possivelmente relacionadas à hiperatividade simpática (Campos et al, 2005).

Chedraui et al. (2010) sugerem que o cansaço diurno, crises de ansiedade e

alterações de humor podem refletir alterações no ritmo do sono, e ainda que a

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fadiga pode se desenvolver como um resultado de despertares noturnos

frequentes levando à redução da qualidade de vida.

Pesquisas acerca das alterações psicológicas como ansiedade,

irritabilidade, depressão, dificuldade de concentração e déficits de memória

durante o climatério têm revelado o maior risco de desenvolvimento de

transtornos de humor em mulheres durante a perimenopausa (Taebayashi,

2007). Em sua pesquisa, Soares e Zitek (2008) descrevem que o climatério

pode representar um período durante o qual algumas mulheres são mais

vulneráveis ao desenvolvimento de uma primeira manifestação de depressão

ou ainda de apresentar episódios depressivos recorrentes. Outros estudos

sugerem a influência dos hormônios ovarianos na modulação da

neurotransmissão de serotonina e de noradrenalina, num processo que pode

estar associado à fisiopatologia dos sintomas depressivos em mulheres

biologicamente predispostas (Frey et al, 2008). Entretanto, fatores psicológicos

e ambientais também parecem estar correlacionados ao desenvolvimento de

depressão no climatério, como indicam os estudos de Graziottin e Serafini

(2009), sugerindo uma etiologia multifatorial.

1.4. Climatério e Tratamento

A abordagem tradicional de gerenciamento terapêutico para a

menopausa ocorre geralmente através da terapia de reposição hormonal,

embora diversos estudos sugiram o aumento do risco de câncer de mama,

derrame, doenças coronárias e de tromboembolismo venoso (NHI, 2005)

(Hachul et al, 2008).

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9

Por outro lado, os benefícios da atividade física sobre a saúde e

qualidade de vida do indivíduo vêm sendo amplamente investigados (Kokinos &

Kheirbek, 2011). Atividades e exercícios físicos são reconhecidos como

práticas que melhoram a qualidade de vida no período do climatério, como

sugerem os estudos onde mulheres menopausadas que mantêm atividades

regulares apresentam menor incidência de sintomas vasomotores (Daley et al,

2009) e depressão em relação a mulheres sedentárias (Hammar et al, 1990).

Skrzypulec e colaboradores (2010) demonstraram que a atividade física está

associada à menor incidência de sintomas da menopausa, influenciando

positivamente parâmetros psicofisiológicos. Os exercícios físicos também

apresentam benefícios em relação à atenuação da perda de força e massa

muscular em mulheres climatéricas (Zanesco & Zaros, 2009). Assim como

atividade física e terapia de reposição hormonal melhoram disfunções sexuais

relacionadas aos sintomas do climatério na peri-menopausa (Dabrowska et al,

2010). Também um estudo brasileiro revelou que mulheres climatéricas

praticantes de atividades físicas apresentam menor prevalência de disfunção

sexual (Cabral et al, 2012).

Neste contexto, alguns estudos revelam que um número crescente de

mulheres durante o climatério estão optando por utilizar as práticas integrativas

e complementares de saúde como alternativa terapêutica não farmacológica

para diminuição de diversos sintomas do climatério (Daley et al, 2009;

Pinkerton et al, 2009). Algumas pesquisas têm demonstrado a eficiência das

práticas integrativas, e entre elas o yoga, para minimizar os sintomas

vasomotores provocados pela menopausa (Kessel & Kronenberg, 2004; Cohen

et al, 2007).

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10

Mulheres na peri e pós-menopausa apresentaram melhora na

percepção dos sintomas vasomotores, qualidade de sono e qualidade de vida

após 10 semanas de prática de hatha yoga (Booth-LaForce et al, 2007). Ainda,

a prática de yoga por 12 semanas com mulheres na pós-menopausa

demonstrou através de exame de ultra-som com marcador de reabsorção

óssea uma diminuição dos índices de reabsorção, indicando o papel importante

da prática de yoga em reduzir os riscos de osteoporose em mulheres na pós-

menopausa (Poosuwan et al, 2009).

O risco de doença cardiovascular aumenta acentuadamente durante a

menopausa, provavelmente correlacionado ao aumento da resistência à

insulina e alterações aterogênicas. Alguns estudos sugerem que a pratica do

yoga pode ser eficaz em reduzir fatores de risco relacionados com a síndrome

de doenças cardiovasculares em populações mais idosas, incluindo mulheres

pós-menopausa (Manocha et al, 2007; Innes et al, 2008). Os sintomas

vasomotores e qualidade do sono também melhoram em mulheres

sintomáticas na peri e pós-menopausa que participaram de aulas de hatha

yoga durante 10 semanas (LaForce Booth, 2007).

Pesquisas para estudar o efeito do yoga sobre os sintomas climatéricos

em relação à percepção do estresse e personalidade demonstraram que

mulheres na peri-menopausa que praticaram yoga durante 5 aulas semanais

por 8 semanas apresentavam diminuição dos sintomas do climatério, do

estresse percebido e do neuroticismo (Catha et al, 2008). Carson e

colaboradores (2009) relataram que mulheres climatéricas durante o pós-

tratamento do câncer de mama, e com grandes restrições à terapia de

reposição hormonal mostraram mudanças significativamente maiores em

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11

relação aos sintomas vasomotores, dores articulares, fadiga, distúrbio de sono,

melhora do humor e aceitação após três meses de prática de yoga. O recente

estudo realizado no Brasil por Afonso e colaboradores (2012) com mulheres na

pós-menopausa demonstrou a eficácia do yoga para a redução da insônia e

sintomas do climatério.

Assim as transformações fisiológicas decorrentes da menopausa,

frequentemente desconfortáveis e muitas vezes debilitantes para grande parte

das mulheres durante o período do climatério têm recebido crescente atenção

por parte dos profissionais da saúde, além de também estimular um crescente

aumento das pesquisas acerca do assunto. Além disso, nas últimas décadas

tem ocorrido uma tendência mundial de fazer uso de práticas não

convencionais no campo da saúde tais como práticas integrativas e

complementares de saúde, e recentemente tem ocorrido uma tendência de

legitimação do uso destas práticas nos sistemas nacionais de saúde. Contudo,

ainda é reduzido o número de pesquisas adequadamente controladas, que

investigam a ação da pratica de yoga durante o período do climatério e sua

possível aplicação como método para auxiliar na atenuação dos sintomas da

menopausa.

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12

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo foi investigar os efeitos psicofisiológicos

da prática regular de yoga sobre sintomas típicos do climatério apresentados

por mulheres pós-menopausa.

2.2. Objetivos específicos

Avaliar os sintomas da menopausa em mulheres a partir dos 45 anos.

Avaliar o nível de estresse, depressão, qualidade de vida e ansiedade em

mulheres pós-menopausa antes e após a prática regular de yoga.

Verificar os níveis de hormônios sexuais (estradiol, FSH, LH,

progesterona2) e níveis de parâmetros bioquímicos (glicemia, colesterol,

triglicerídeos, HDL, LDL, uréia, creatinina, TGO e TGP) em mulheres pós-

menopausa antes e após a prática regular de yoga.

Verificar os níveis hormonais de cortisol em mulheres pós-menopausa

antes e após a prática regular de yoga.

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13

3. MÉTODOS

3.1. Sujeitos e Aspectos Éticos

O recrutamento de voluntárias foi realizado mediante a divulgação da

pesquisa através de palestras realizadas no Espaço Cultural Francisco das

Chagas Bezerra de Araújo/ Área de lazer do Panatis (Av. Dr. João Medeiros

Filho, Conjunto Panatis I – Natal/RN) nas quais os objetivos da pesquisa foram

esclarecidos, bem como seu método. O estudo foi iniciado com 117 voluntárias

residentes neste município e interessadas em iniciar a prática regular de yoga

de modo voluntário. Ao final do período de coleta somente foram considerados

os dados obtidos das mulheres que participaram da coleta basal e de 12

semanas de pratica regular de yoga ou exercício, além das voluntárias que

participaram como sujeitos do grupo controle, sem participar destas atividades.

Os critérios de inclusão foram baseados em voluntárias saudáveis, sem

limitações físicas para a prática de exercícios físicos, com idade entre 45 a 65

anos. Estas declararam ausência de menstruação há pelo menos 12 meses e

apresentaram níveis de FSH maior ou igual 21,7 U/ml, além de não estarem

em tratamento de reposição hormonal há pelo menos seis meses. Os critérios

de exclusão durante o processo de triagem descartaram voluntárias

previamente praticantes de yoga e/ou de outra prática meditativa, que

estivessem em tratamento psicológico ou psiquiátrico e ainda, que fizessem

uso de substâncias químicas com ação no sistema nervoso ou hormonal.

Foram cumpridas as regras de conduta expressas pelo comitê de ética

local (UFRN/HUOL, n 582/11) (anexo 1) sendo garantida a confidencialidade

das informações pessoais obtidas. A concordância da participação espontânea

das voluntárias foi expressa mediante a assinatura em Termo de

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14

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (anexo 2). O TCLE foi armazenado

fisicamente separado dos questionários. Todas as informações relativas às

voluntárias foram identificadas apenas pelas iniciais de seus nomes e apenas a

equipe de pesquisadores teve acesso às informações e aos bancos de dados.

3.2. Amostra

Um total de 147 mulheres se apresentaram como voluntárias para o

inicio do estudo. Destas, trinta não eram elegíveis porque não preenchiam os

critérios de inclusão. Assim, 117 mulheres iniciaram o estudo, e foram

aleatoriamente distribuídas entre os grupos: Controle (n = 32), Exercício (n =

38) e Yoga (n = 47). Foram consideradas para o estudo apenas as voluntárias

que participaram regularmente das aulas de exercícios e yoga apresentando

frequência igual ou acima de 75% durante as 12 semanas. Assim como

somente a mulheres disponíveis para a coleta de dados, tanto no início quanto

no final do protocolo foram consideradas os grupos Controle, Execício e Yoga

tiveram 13, 9 e 7 desistências, respectivamente. Assim, 19 voluntárias

concluíram o protocolo no grupo Controle, 29 no grupo Exercício, e 40 no grupo

Yoga, permanecendo um total de 88 voluntárias a final da pesquisa (Figura 2).

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15

Voluntárias

n = 147

Início do

protocolo

n = 117

Excluídas Não atenderam os

critérios de inclusão

N = 30

Controle

n = 32

Exercício

n = 38

Yoga

n = 47

Controle

n = 19

Exercício

n = 29

Yoga

n = 40

Desistências

n = 13Desistências

n = 9

Desistências

n =7

Figura 2. Fluxograma sobre a participação de voluntárias no estudo.

3.3. Dados Sociodemográficos

Podemos observar na tabela 1, que a amostra populacional apresentou

uma média de idade para os três grupos de aproximadamente de 55 anos,

além da maioria das voluntárias apresentar uma renda mensal familiar entre

um e três salários mínimos. Em relação a atividade profissional mais de 50%

das voluntárias do grupo controle e do grupo yoga não exerciam atividade

profissional e apenas no grupo exercício mais de 50% das voluntárias exerciam

alguma atividade profissional. Além disso, todos os grupos apresentaram as

maiores porcentagens para o nível de escolaridade de ensino médio completo

e uma porcentagem importante de voluntárias não concluíram o ensino

fundamental. No aspecto estado civil, em todos os grupos, mais de 60% das

voluntárias se declararam casadas.

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16

Tabela 1. Aspectos sociodemográficos dos grupos estudados.

GRUPOS

Controle Exercício Yoga

Idade (Média ± DP) IMC (Média ± DP)

54,47 ± 4,4

55,62 ± 4,9

54,03 ± 6,1

Renda Até 1 salário mínimo 1 a 3 salários 3 a 5 salários

7 (36,8%)

11 (57,8%) 1 (5,2%)

13 (44,8%) 16 (55,2%)

0

8 (20%)

21 (52,5%) 1 (2,5%)

Atividade profissional Sim Não

8 (42,1%)

11 (57,9%)

16 (55,2%) 13 (44,8%)

17 (42,5%) 23 (57,5%)

Escolaridade Nível superior Ensino médio completo Ensino médio incompleto Fundamental completo Fundamental incompleto

0

9 (47,4%) 2 (10,5%) 2 (10,5%) 6 (31,6%)

2 (6,9%)

13 (44,8%) 1 (3,4%) 4 (13,8%) 9 (31,1%)

2 (5%)

18 (45%) 4 (10%) 4 (10%) 12 (30%)

Estado Civil Casada Divorciada Viúva Solteira

12 (63,2%) 2 (10,5%) 5 (26,3%)

0

18 (62,1%) 3 (10,3%) 5 (17,2%) 3 (10,3%)

28 (70%) 6 (15%) 2 (5%) 4 (10%)

3.4. Delineamento Experimental

Após a aprovação do projeto pelo CEP-HUOL, foi realizado o

recrutamento de voluntárias no Espaço Cultural Francisco das Chagas Bezerra

de Araújo/ Área de lazer do Panatis (Av. Dr. João Medeiros Filho, Conjunto

Panatis I – Natal/RN), através de divulgação por faixas afixadas no local,

divulgação através dos agentes de saúde de um centro de saúde da região e

palestras onde as mulheres foram convidadas a participar da pesquisa. A

triagem das voluntárias foi realizada de acordo com os critérios de inclusão e

exclusão já descritos (ver item 3.1). Após o esclarecimento dos objetivos,

responsabilidades e procedimentos, as voluntárias que optaram por ingressar

no estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

28,77 ± 4,3 29,29 ± 5,4 28,31 ± 4,3

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17

Em sala especificamente preparada para a atividade, as 117

voluntárias preencheram um questionário sóciodemográfico (anexo 3);

inventários de síndrome climatérica, depressão, qualidade de vida e ansiedade.

Todos os questionários como descritos anteriormente são auto-aplicáveis, isso

significa que o avaliador (psicólogo responsável) não teve nenhum tipo de

influência sobre a resposta. Quando a voluntária apresentava alguma dúvida, o

avaliador apenas lia pausadamente e integralmente a questão. Por fim, cada

voluntária foi submetida a uma avaliação antropométrica, referente ao peso e

estatura, para a determinação do Índice de Massa Corpórea (IMC) (anexo 12).

No dia seguinte à aplicação dos inventários, foram coletadas amostras de

saliva das voluntárias para determinação dos níveis de cortisol salivar e em

seguida foram coletadas amostras de sangue para dosagem de níveis

hormonais (estradiol, FSH, LH e progesterona) e bioquímicos (glicemia,

colesterol, triglicerídeos, LDL, HDL e creatinina). Após a coleta bioquímica foi

aplicado Inventário de Stress para Adultos de Lipp. Estas coletas foram

realizadas por profissionais técnicos em enfermagem e um biomédico

qualificado.

As 117 voluntárias foram aleatoriamente separadas em três grupos

(controle, exercício e yoga). As voluntárias do grupo controle não executaram

nenhuma atividade física durante o período da pesquisa e para elas foi

oferecida a possibilidade de participar de aulas de yoga com duração de uma

hora durante 12 semanas, com uma frequência de 2 vezes por semana no

mesmo local após o final da pesquisa. As voluntárias do grupo exercício

participaram de aulas de ginástica (anexo 13) caracterizada por exercícios de

resistência muscular localizada de intensidade leve com duração de 60 minutos

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de duração durante 12 semanas, com uma frequência de 2 vezes por semana,

em sala apropriada para a execução da atividade física. As voluntárias do

grupo yoga participaram de aulas de hatha yoga elaboradas de acordo com

modelos tradicionais da técnica (Coulter & McCall, 2001; Silva,2009; Santaella

& Silva,2011) com duração de 75 minutos (anexo 14) durante 12 semanas,

com uma frequência de 2 vezes por semana, também em sala apropriada no

mesmo espaço. Após o período de 12 semanas as mulheres pós foram

reavaliadas em relação aos mesmos parâmetros psicofisiológicos coletados no

início da prática como demonstrado na Figura 1.

Figura 1. Delineamento das etapas realizadas durante a execução desse estudo.

3.5.Instrumentos

3.5.1. Escala de Avaliação da Menopausa – (MRS)

O inventário de avaliação da síndrome climatérica - Escala de

Avaliação da Menopausa - Menopause Rating Scale - MRS (anexo 4) foi

desenvolvido na Alemanha em 1990, para medir a gravidade dos sintomas

Primeira Coleta de Dados

1. Assinatura do TCLE

2. Preenchimento do questionário sóciodemográfico

3. Aplicação Inventário MRS

4. Questionário de qualidade de vida WHOQOL

5. Inventário de depressão de Beck

6. Inventário de ansiedade IDATE-Traço

7. Inventário de ansiedade IDATE-Estado

8. Coleta de amostra de saliva e sangue

9. Aplicação Inventário se sintomas de estresse de Lipp

Segunda Coleta de Dados

1. Aplicação Inventário MRS

2. Questionário de qualidade de vida WHOQOL

3. Inventário de depressão de Beck

4. Inventário de ansiedade IDATE-Estado

5. Coleta de amostra de saliva e sangue

6. Aplicação Inventário se sintomas de estresse de Lipp

12 semanas sema

semanas

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19

associados a menopausa e o impacto destes sintomas na área da saúde e

qualidade de vida. É um instrumento amplamente utilizado internacionalmente,

validado e reconhecido para uso no Brasil (Heinemann et al, 2003), que pode

ser facilmente preenchido pela voluntária. Possui 11 questões distribuídas em

três domínios: sintomas somato-vegetativos, sintomas urogenitais e sintomas

psicológicos. A resposta de cada questão é classificada em uma escala de

severidade que varia de zero (ausência de sintoma) até quatro (sintoma muito

severo). O escore total do MRS é obtido através da soma da pontuação de

cada domínio, quanto maior a pontuação obtida mais severa a sintomatologia e

pior a qualidade de vida. A intensidade geral da sintomatologia climatérica

referida pode ser ainda categorizada segundo a severidade dos sintomas

climatéricos que compõem cada domínio do MRS em: sintomatologia ausente

ou ocasional (0-4 pontos), leve (5-8 pontos), moderada (9-15 pontos) ou severa

(> 16 pontos) (Heinemann et al, 2003).

3.5.2. Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL)

O Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) (anexo

5) identifica o nível de estresse e sua sintomatologia, avaliando se a pessoa

possui sintomas de estresse, a natureza dos mesmos (psicológicos ou

somáticos) e a fase de estresse em que se encontra (Lipp, 2000). Constituído

de uma lista de sintomas físicos e psicológicos, que avalia as fases de alerta,

resistência, quase-exaustão e exaustão, desde o último mês até as últimas 24

horas. Para cada fase de estresse existe um ponto de corte, que é verificado

somando-se os itens assinalados pelo sujeito entrevistado, então classificado

em uma das quatro fases do estresse (Lipp, 2000).

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3.5.3. Inventário de Depressão de Beck (BDI)

Para avaliar o estado de depressão utilizamos o Inventário de

Depressão de Beck (Cunha, 2001) (anexo 6), traduzido e validado (Gorestein &

Andrade, 1996). Este inventário que avalia sintomas e atitudes depressivas é,

provavelmente, a medida de auto-avaliação de depressão mais amplamente

utilizada tanto em pesquisa quanto para diagnósticos (Dunn et al, 1993). É

constituído de 21 itens que avaliam sintomas e atitudes depressivas. A soma

da pontuação dos itens do inventário avalia o estado atual de depressão do

indivíduo classificados em quatro classificações diferentes: depressão mínima

(escores de 0 a 11); depressão leve (12 a 19), depressão moderada (20 a 35) e

depressão grave (36 a 63) (Cunha, 2001).

3.5.4. Inventário de Qualidade de Vida – WHOQOL abreviado

O WHOQOL Abreviado (anexo 7) foi desenvolvido pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) para avaliar a qualidade de vida da população. O

instrumento consta de 26 questões, sendo 2 questões gerais e as demais

representando cada uma das 24 facetas que compõem o instrumento original

(WHOQOL-100). Assim, diferentemente do WHOQOL-100 em que cada uma

das 24 facetas é avaliada a partir de 4 questões, no WHOQOL Abreviado, cada

uma é avaliada por apenas uma questão. Ainda, o WHOQOL Abreviado é

resumido em 4 domínios: físico, psicológico, relações sociais e ambiente (Fleck

et al, 2000).

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3.5.5. Inventários de ansiedade IDATE- Estado e IDATE-Traço

Os Inventários IDATE Traço e Estado (Spilberger et al, 1970) (anexos 8

e 9) foram traduzidos e validados por Biaggio & Natalício (1979). São duas

escalas distintas de ansiedade: Traço de ansiedade (IDATE-Traço) e o estado

de Ansiedade (IDATE-Estado). O IDATE-Traço avalia como o indivíduo

geralmente se sente, e avalia a tendência para reagir à pressão psicológica em

diferentes graus de intensidade. O IDATE-Estado avalia como o indivíduo está

se sentindo durante a aplicação do questionário, sendo possível avaliar o nível

de ansiedade do indivíduo no momento do teste (Biagio & Natalício, 1979). Os

escores variam de 20 a 80 quanto maior o escore mais elevado é a ansiedade

traço ou estado. Cabe salientar que esses testes não são aprovados para uso

em diagnósticos, contudo são ainda amplamente utilizados em pesquisas

(Biaggio & natalício, 1979).

3.6. Determinação dos níveis de Estradiol, FSH, LH e

Progesterona

Os níveis séricos dos hormônios estradiol, FSH e LH foram obtidos a

partir da coleta de uma amostra de sangue (5 ml) dos sujeitos antes e após o

acompanhamento (grupo controle) ou as práticas de exercício e yoga. A

análise foi realizada por kits de imunoensaio. Os resultados foram expressos

como unidades internacionais por litro (UI/L). Os resultados tiveram laudo

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22

emitido por farmacêutica autorizada (Dra. Telma Maria Araújo Moura Lemos) e

foram analisados segundo tabelas de referências (anexo 10).

Esta etapa da pesquisa foi realizada no Laboratório de pesquisa em

Bioquímica Clínica do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas –

Centro de Ciências da Saúde - UFRN.

3.7. Determinação dos níveis de medidas bioquímicas

Os níveis de glicemia, colesterol, triglicerídeos, HDL (High density

lipoproteins), LDL (Low density lipoproteins), uréia, creatinina, TGO

(Transaminase glutâmica oxalacética) e TGP (transaminase glutâmica pirúvica)

foram obtidos a partir da coleta de uma amostra de sangue (5 ml) dos sujeitos

antes e após o acompanhamento ou as práticas de yoga e exercício. Estas

dosagens foram analisadas pelo método de quimioluminescência, no aparelho

Immulite 1000® (Diagnostic Products Corporation, Los Angeles, EUA). Os

resultados tiveram laudo emitido por farmacêutica autorizada (Dra. Telma Maria

Araújo Moura Lemos) e foram analisados segundo tabelas de referências

(anexo 11).

Esta etapa da pesquisa foi realizada no Laboratório de pesquisa em

Bioquímica Clínica do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas –

Centro de Ciências da Saúde - UFRN.

3.8. Determinação dos níveis de Cortisol

As amostras de saliva foram coletadas as 7:00h da manhã e as

voluntárias foram orientadas a não beber, comer e não escovar os dentes por

pelo menos 2 horas antes da coleta. A saliva foi coletada em Salivette®

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(Sarstedt, Alemanha) e os recipientes foram em seguida armazenados a -80ºC

até a análise. Antes da análise, as amostras foram centrifugadas a 10.000 g

durante 20 min e analisadas para a concentração de cortisol usando um kit

disponível comercialmente DSL-10-671000 ACTIVE® cortisol enzyme

immunoassay (EIA).

Esta etapa da pesquisa foi realizada no Laboratório de Medidas

Hormonais do Departamento de Fisiologia – Centro de Biociências – UFRN.

3.9. Análise dos dados

Os dados foram analisados em relação ao teste de normalidade (teste

de Kolmogorov-Smirnov). Em todos os parâmetros foi utilizada a ANOVA de

uma via seguida do teste post hoc de Bonferroni para a comparação entre os

grupos. Para a comparação entre as coletas para cada grupo foi utilizado teste

t pareado. Os resultados receberam tratamento estatístico com nível de

significância estabelecido em p < 0,05. Os dados foram expressos como média

± erro padrão médio. Para as análises estatísticas utilizamos o programa

estatístico SPSS®, versão 18.

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24

4. RESULTADOS

4.1. Inventários

4.1.1. Escala de Avaliação da Menopausa - MRS

Para a avaliação dos escores dos sintomas da menopausa, ANOVA de

uma via mostrou que não havia diferenças significativas entre os grupos na

fase basal da coleta [F(2,85) = 1,363, p = 0,26]. Entretanto, após 12 semanas

ANOVA de uma via mostrou diferença significativa entre os grupos [F(2,85) =

11,296, p < 0,001] (Figura 3). Análise através do teste post hoc de Bonferroni

revelou que o grupo yoga apresenta sintomas mais leves quando comparado

com os grupos controle (p < 0,001) e exercício (p < 0,05) (Figura 3). A análise

através do teste t para amostras pareadas revelou diferença significativa entre

basal e após 12 semanas para o grupo yoga [t(39) = 6,618, p < 0,001] e não

revelou diferenças significativas para os grupos controle [t(18) = 0,150, p =

0,882] e exercício [t(28) = 0,103, p = 0,919] (Figura 3).

0

5

10

15

20

25

Controle Exercício Yoga

Esco

re

Escala de Avaliação da Menopausa

Basal

Após 12 semanas

Figura 3. Escores obtidos da análise dos grupos através da Escala de

Sintomas da Menopausa. Os dados são expressos em Média ± EPM. *p < 0,05

em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma

via). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

#

*

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25

Quando analisamos as porcentagens de participantes em relação a

sintomatologia (Tabela 2) observamos que a maioria das voluntárias

apresentava o nível mais severo da escala de sintomas da menopausa na fase

basal, com 47,4% no grupo controle, 44,8% para o exercício e 45,0% para o

yoga. Após 12 semanas de prática o grupo yoga apresentou uma redução para

15,0%, o grupo exercício para 41,4% e controle apresentou um aumento da

sintomatologia (52,6%).

Tabela 2. Freqüências e porcentagem em cada grupo, antes e após 12 semanas em relação aos escores da Escala de Sintomas da Menopausa.

Controle

(n=19)

Exercício (n=29)

Yoga (n=40)

Basal Após 12 semanas

Basal Após 12 semanas

Basal Após 12 semanas

Escore total

18,8±9,8 18,6±10,4 14,8±7,1 14,9±6,7 15,3±8,9 9,0±6,8*#

Somato-Vegetativo

7,2±3,3 7,1±3,7 5,9±3,1 6,0±2,5 5,8±3,7 3,7±2,3*#

Psicológico

6,8±4,3 6,8±4,5 5,5±3,6 5,2±3,3 5,9±3,7 2.9±2,7*#

Urogenital

4,7±3,6 4,6±3,3 3,4±2,5 3,7±2,5 3,5±3,2 2,4±2,4*#

Sintomas

n(%) n(%) n(%) n(%) n(%) n(%)

Pouco 0-4 0(0) 0(0) 2(6,9) 0(0) 3(7,5) 9 (22,5)

Leve 5-8 2(10,5) 4 (21) 3(10,3) 5(17,2) 8(20,0) 15(37,5)

Moderado 9-15 8(42,1) 5(26,3) 11(37,9) 12 (41,4) 11(27,5) 10(25,0)

Severo ≥16 9(47,4) 10 (52,6) 13(44,8) 12(41,4) 18(45,0) 6(15,0)

*p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

4.1.2. Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp

A amostra estudada foi caracterizada quanto à presença de estresse

de acordo com o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (Tabela 3).

Observamos que a maioria dos indivíduos de todos os grupos se apresentava

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26

na fase de resistência de sintomas do estresse antes do início da intervenção,

sendo controle (42,1%), exercício (58,6%) e yoga (40,0%). Após 12 semanas

de prática o grupo yoga mostrou uma redução para 27,5% de voluntárias na

fase de resistência do estresse, enquanto o grupo exercício (55,2%) e o grupo

controle (42,1%) mantiveram praticamente os mesmos resultados obtidos

durante a coleta basal (Tabela 3).

Quando analisamos as porcentagens médias de cada grupo em

relação a não presença do estresse observamos que o grupo yoga apresentou

um aumento de 25% para 70% de indivíduos sem estresse, ao final da

intervenção, entretanto, o grupo exercício apresentou uma variação de 27,6%

para 34,5% e o grupo controle apresentou uma variação de 42,1% para 31,6%

(Tabela 3).

A ANOVA de uma via não revelou diferenças entre os grupos no basal

[F(2,85) = 0,328, p = 0,72], mas houve diferenças significativas após 12

semanas de prática [F(2,85) = 9,965, p < 0,001]. O teste post hoc de Bonferroni

revelou que o grupo yoga apresentou uma diminuição do escore de estresse

quando comparado ao controle (p < 0,001) e exercício (p = 0,005). Análise

através do teste t para amostras pareadas revelou diferença significativa entre

basal e após 12 semanas para o grupo yoga [t(39) = 5,276, p < 0,001] e não

revelou diferenças significativas para os grupos controle [t(18) = 1,587, p =

0,130] e exercício [t(28) = 0,740, p = 0,466) (Figura 4).

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27

Tabela 3. Freqüências e fases de estresse em cada grupo, antes e após 12 semanas de tratamento de acordo com o Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp.

Controle Exercício Yoga

Fases do Estresse Basal Após 12

semanas Basal Após 12

semanas Basal Após 12

semanas

n(%) n(%) n(%) n(%) n(%) n(%)

Alerta 0 (0) 0 (0) 0(0) 0(0) 5(12,5) 1(2,5)

Resistência 8 (42,1) 8(42,1) 17(58,6) 16(55,2) 16(40) 11(27,5)

Quase-Exaustão 2(10,5) 3(15,8) 4(13,8) 3(10,3) 7(17,5) 0(0)

Exaustão 1(5,3) 2(10,5) 0(0) 0(0) 2(5) 0(0)

Ausente 8(42,1) 6(31,6) 8(27,6) 10(34,5) 10(25) 28(70)

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

Controle Exercício Yoga

Esco

re

Inventário de Sintomas de Stress de Lipp

Basal

Após 12 semanas

Figura 4. Escore obtido da análise dos grupos através do inventário dos

sintomas de stress para adultos de Lipp. Os dados são expressos em Média ±

EPM. *p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas

(ANOVA de uma via). #p < 0,05 em relação ao basal (Teste t para amostras

pareadas).

4.1.3. Inventário de Depressão de Beck

A análise dos resultados em relação à qualidade de vida, de acordo

com o Inventário de Depressão de Beck mostrou através do teste ANOVA de

uma via que não revelou diferenças entre os grupos na fase basal [F(2,85) =

#

*

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28

2,625, p = 0,078]. Entretanto observamos diferença significativa entre os

grupos após 12 semanas [F(2,85) = 8,199, p < 0,001]. O teste post hoc de

Bonferroni revelou que o grupo yoga apresentou menores escores de

depressão quando comparado com o grupo controle (p < 0,001), por outro lado,

não houve diferença quando comparado o grupo yoga com o grupo exercício (p

= 1,0). O teste t para amostras pareadas revelou diferença significativa para o

grupo yoga após 12 semanas [t(39) = 8,570, p < 0,001], não havendo

diferenças para o grupo controle [t(18) = 0,977, p = 0,34] e grupo exercício

[t(28) = 1,445, p = 0,160] (Figura 5).

0

5

10

15

20

25

Controle Exercício Yoga

Esco

re

Inventário de Depressão de Beck

Basal

Após 12 semanas

Figura 5. Escore obtido da análise dos grupos através do Inventário de

Depressão de Beck. Os dados são expressos em Média ± EPM. *p < 0,05 em

relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma

via). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

Análise das porcentagens de mulheres pós-menopausa em relação as

fases de depressão demonstrou que o grupo yoga apresentava no basal uma

porcentagem de 42,5% das voluntárias com nível moderado de depressão e

#

*

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29

após a prática regular de yoga esta porcentagem foi reduzida (10%). Por outro

lado, o grupo controle não apresentou variação entre as porcentagens no basal

(36,8%) e após 12 semanas (36,8). Além disso, o grupo exercício apresentou

13,8% de voluntários com depressão moderada no basal (13,8%) e após 12

semanas este percentual caiu para 6,9% (Tabela 4).

Em relação ao grau mínimo de depressão o grupo yoga também

apresentou a maior variação positiva entre a medida basal (32,5%) e após 12

semanas (65,0%). Para o mesmo grau mínimo de depressão o grupo exercício

presentou uma variação menor entre a medida basal (48,4%) e após 12

semanas (55,2%), enquanto o grupo controle apresentou uma pequena

variação de (36,8%) para (32,5%) entre a fase basal e após 12 semanas,

respectivamente (Tabela 4).

Tabela 4. Porcentagem dos níveis de depressão em mulheres pós-menopausa (Inventário de Depressão de Beck) em cada grupo, antes e após 12 semanas de prática de yoga e exercício

Controle Exercícios Yoga

Depressão

Basal Após 12 semanas

Basal

Após 12 semanas

Basal Após 12 semanas

N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%)

Mínima 7 (36,8) 6(31,5) 14(48,3) 16(55,2) 13(32,5) 26(65,0)

Leve 4(21,0) 4(21,0) 11(37,9) 11(37,9) 9(22,5) 10(25,0)

Moderada 7(36,8) 7(36,8) 4(13,8) 2(6,9) 17(42,5) 4(10,0)

Grave 1(5,2) 1(10,5) 0 0 1(2,5) 0

4.1.4. Inventário de Qualidade de Vida (WHOQOL abreviado)

A análise dos resultados através de ANOVA de uma via em relação ao

domínio qualidade de vida global das participantes de acordo com o Inventário

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30

WHOQOL abreviado não mostrou diferenças entre os grupos na fase basal

[F(2,85) = 0,093, p = 0,91]. Entretanto, houve diferença significativa entre os

grupos após 12 semanas [F(2,85) = 4,589, p < 0,01] (Figura 6). O teste post

hoc de Bonferroni mostrou diferença significativa do grupo yoga quando

comparado ao controle (p < 0,05) e não revelou diferença entre os grupos

exercício e controle. O teste t para amostras pareadas demonstrou diferença

significativa para o grupo yoga quando comparado com o basal e após 12

semanas [t(39) = 3,637, p < 0,01], não revelando diferenças para o grupo

controle [t(18) = 1,287, p = 0,315] e exercício [t(28) = 1,229, p = 0,229] (Figura

6).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Controle Exercício Yoga

Esco

re

Domínio Qualidade de Vida Global

Basal

Após 12 semanas

Figura 6. Escore obtido da análise dos grupos através WHOQOL abreviado. Os dados são expressos em Média ± EPM. *p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

#

*

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31

4.1.5. IDATE- Traço

Considerando os escores obtidos através do inventário de ansiedade

IDATE-Traço (Figura 7) a ANOVA de uma via não demonstrou diferenças

significativas entre os grupos nem no basal [F(2,85) = 0,862, p = 0,42] nem

após 12 semanas [F(2,85) = 0,739, p = 0,481].

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Controle Exercício Yoga

Esco

re

IDATE-Traço

Basal

Após 12 semanas

Figura 7. Escore obtido da análise dos grupos através do Inventário de

Ansiedade IDATE-Traço. Os dados são expressos em Média ± EPM. Não

houve diferença estatística significante entre os grupos antes e após 12

semanas (ANOVA de uma via).

4.1.6. IDATE- Estado

Considerando os escores obtidos através do inventário de ansiedade

IDATE-Estado (Figura 8) a ANOVA de uma via também não demonstrou

diferenças estatisticamente significantes entre os grupos no basal [F(2,85) =

2,191, p = 0,118] e após 12 semanas [F(2,85) = 1,017, p = 0,366].

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0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Controle Exercício Yoga

Esco

re

IDATE-Estado

Basal

Após 12 semanas

Figura 8. Escore obtido da análise dos grupos através do escore do Inventário

de Ansiedade IDATE-Estado. Os dados são expressos em Média ± EPM. Não

houve diferença estatística significante entre os grupos antes e após 12

semanas (ANOVA de uma via).

4.2. Medidas Hormonais

4.2.1. Hormônios sexuais

Para os níveis hormonais de FSH a ANOVA de uma via não revelou

diferença entre os grupos na coleta basal [F(2,85) = 0,665, p = 0,52] e

demonstrou diferença significativa entre os grupos após 12 semanas [F(2,85) =

14,793, p < 0,001]. O teste post hoc de Bonferroni demonstrou diferença

significativa entre o grupo yoga e exercícios quando comparados com o grupo

controle (p < 0,001) (Tabela 5).

Em relação ao hormônio LH não foi observado diferenças entre os

grupos no basal [F(2,85) = 0,282, p = 0,75], mas houve diferenças após 12

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33

semanas [F(2,85) = 5,336, p = 0,007]. Análise post hoc de Bonferroni mostrou

que os grupos exercício e yoga apresentaram níveis menores de LH em

relação ao grupo controle (p < 0,05) (Tabela 5).

Para os níveis de hormônios progesterona e estradiol não foram

detectadas diferenças estatisticamente significativas em nenhuma das coletas

(Tabela 5).

Cabe salientar, que quando analisamos os níveis hormonais de cada

voluntária não há alterações patológicas quando levado em consideração os

valores de referencia clínica.

Tabela 5. Média das medidas hormonais de mulheres pós-menopausadas nos diferentes grupos, antes e após 12 semanas.

Controle Exercício Yoga

Basal Após 12 semanas

Basal Após 12 semanas

Basal Após 12 semanas

Hormônios Média Média Média

FSH 50,26 64,98 43,24 37,91* 41,43 42,51*

LH 18,75 27,83 19,89 20,04* 18,75 20,38*

PG 1,01 1,36 1,08 1,25 1,08 1,23

Estradiol 38,42 28,22 31,30 30,95 28,78 36,08

*p < 0,001 em relação ao grupo controle (ANOVA de uma via).

4.2.2. Cortisol

Para os níveis de cortisol salivar a análise dos resultados através de

ANOVA de uma via revelou que não houve diferença entre os grupos na coleta

basal [F(2,43) = 3,167, p = 0,057]. Por outro lado, após 12 semanas houve

diferença significativa entre os grupos [F(2,43) = 4,639, p = 0,015]. O teste post

hoc de Bonferroni demonstrou diferença significativa entre o grupo yoga

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34

quando comparado ao controle (p < 0,001) e não revelou diferença entre o

grupo exercício e controle (p = 0,638). O teste t para amostras pareadas

demonstrou um aumento significativo do nível de cortisol para o grupo controle

após 12 semanas [t(13) = 5,427; p < 0,001]. Contudo, não foram observadas

diferenças para o grupo exercício [t(15) = 0,887, p = 0,38] e o grupo yoga [t(15)

= 0,421, p = 0,68] (Figura 9).

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

Controle Exercício Yoga

Nív

eis

de

co

rtis

ol s

aliv

ar (

µg/

dL)

Cortisol

Basal

após 12 semanas

Figura 9. Níveis de cortisol salivar nos diferentes grupos. Os dados são

expressos em Média ± EPM. *p < 0,05 em relação aos grupos controle e

exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via seguido por teste de

Bonferroni). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

4.3. Medidas Bioquímicas

A análise de ANOVA de uma via não revelou diferenças

estatisticamente significativas entre os grupos em nenhuma das coletas para

os níveis de glicemia, ureia, creatinina, TGO, TGP, colesterol/triglicerídeos

(Tabela 6).

*

#

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35

Os níveis de HDL apresentaram diferenças estatisticamente

significativas para os grupos no basal [F(2,85) = 3,490, p < 0,05], mas não após

12 semanas [F(2,85) = 0,36, p = 0,70]. Os níveis de LDL também apresentaram

diferenças estatisticamente significativas entre os grupos no basal [F(2,85) =

4,19, p < 0,05], mas não após 12 semanas [F(2,85) = 1,79, p = 0,17]. O teste t

para amostras pareadas revelou diferença do grupo yoga apresentou níveis

mais reduzidos de LDL após 12 semanas de prática regular [t(39) = 2,23, p <

0,05]. O grupo exercício não teve alteração entre o basal e após a prática [t(28)

= 0,24, p = 0,812]. Contudo, o grupo controle demonstrou um aumento dos

níveis de LDL após 12 semanas em relação a medida basal [t(18) = 2,28, p =

0,035] (Tabela 6).

Tabela 6. Média das medidas bioquímicas de mulheres pós menopausadas

antes e após 12 semanas de prática de yoga, exercício ou sem intervenção.

Controle

Exercício

Yoga

Basal Após 12

semanas Basal Após 12

semanas Basal

Após 12 semanas

Medidas

Bioquímicas Média Média Média

Glicemia 80,61 86,50 71,64 81,39 69,45 69,08

Ureia 32,31 27,12 33,95 32,17 34,21 28,77

Creatinina 0,86 0,88 0,90 0,88 0,84 0,85

TGO 18,72 21,06 23,32 20,90 21,86 19,05

TGP 18,28 19,06 18,89 22,30 20,89 19,21

Colesterol 181,61 177,56 190,65 183,93 201,79 166,13

Triglicerídeos 116,72 131,72 111,50 103,61 115,68 110,47

HDL 48,33 45,44 49,92 47,50 43,68 44,66

LDL 97,06 126,44* 117,37 116,00 124,26 107,54*

* em relação ao basal (Teste t pareado)

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36

5. DISCUSSÃO

Nosso estudo mostrou que voluntárias saúdaveis após a prática de 12

semanas de hatha yoga tradicional apresentaram: diminuição dos sintomas da

menopausa, estresse e depressão; melhora nos níveis de qualidade de vida;

não apresentaram alteração nos índices de ansiedade; (4) os níveis hormonais

de cortisol não foram alterados após a prática, entretanto as voluntárias do

grupo controle que não foram submetidas a nenhuma intervenção

demonstraram aumento significativo dos níveis deste hormônio; (5) os níveis

hormonais de FSH e LH diminuíram, enquanto de estrogenio e progesterona

não foram alterados; e (6) níveis bioquímicos de colesterol LDL diminuíram

após a intervenção.

Durante o climatério o impacto psicológico e físico devido as alterações

neuroendócrinas deste período são consideráveis e podem ser responsáveis

por grandes mudanças e prejuízos na qualidade de vida das mulheres (Atwood

et al, 2005; Pai e Manson, 2013). Essas mudanças são expressas por muitos

sintomas, que podem ser medidos por escalas de avaliação da menopausa,

como o MRS, um instrumento amplamente utilizado em pesquisas e que

utilizamos em nosso estudo. Na verdade a qualidade de vida das mulheres

menopausadas tem sido investigada extensivamente na última década e

muitos estudos têm indicado que a adoção de um estilo de vida saudável, que

inclua exercícios físicos e mudanças de comportamento, podem ser uma

abordagem auxiliar na redução da gravidade dos sintomas (Daley et al, 2006;

Ross & Thomas, 2010). Entre tais atividades tem sido incluida a prática de

yoga (Elavsky, 2009; Afonso et al, 2012; Cramer et al, 2012). Neste contexto,

no início de nosso estudo as voluntárias apresentavam níveis elevados em

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37

relação a severidade dos sintomas medidos pela escala de sintomas da

menopausa (MRS). A redução de 30% dos sintomas severos da menopausa

encontrados no grupo de yoga reflete em um aumento na qualidade de vida

relacionada à diminuição desses sintomas, estes achados são corroborados

por outros estudos (Carson, 2009; Cattha, 2008; Joshi, 2011). Por outro lado, o

grupo que realizou a prática de exercício físico não demonstrou a diminuição

dos sintomas da menopausa (Figura 2), o que difere de outros resultados já

descritos por estudos prévios (Skrzypulec et al, 2010; Cabral et al, 2012). Esta

diferença entre os nossos resultados e os relatados por outros estudos pode

estar relacionada com o tipo e intensidade do protocolo de exercício utilizado,

já que a maioria dos estudos que descrevem efeitos significativos utilizaram

exercício aeróbio moderado ou intenso (Moilanen, et al, 2012). Em nosso

estudo utilizamos exercícios de intensidade similar ao da ginástica laboral que

utilizam resistência muscular localizada de intensidade leve, justamente para

aproximar-se da mobilização física realizada durante a execução dos asanas

do yoga, que apresentam caractísticas semelhantes. Além do mais, entre os

três grupos, apenas o grupo yoga apresentou redução nas 3 dimensões da

escala de avaliação de sintomas da menopausa: sintomas somáticos

(incluindo os aspectos seguintes: ondas de calor, sudorese, palpitaçoes,

distúrbios de sono, queixas músculares e articulares); psicológicos (incluindo

os aspectos seguintes: irritabilidade, ansiedade, depressão e exaustão); e

urogenital (incluindo os aspectos seguintes: sexuais, queixas urinárias e

desconforto vaginal). Estes achados indicam efeitos da intervenção yoga, que

podem ser de grande interesse para a administração dos sintomas climatéricos

e manutenção da saúde em mulheres menopausadas.

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38

A presença do estresse manifesta-se complexamente através de

respostas de componentes psicofisiológicos, e quando o estresse é excessivo

promove consequências negativas para a saúde, tanto em relação a aspectos

físicos quanto psicológicos (Lipp, 2000; Pafaro & De Martino, 2004; Minari &

Souza, 2011). Neste contexto, longos períodos de tensão psicológica,

relacionada a experiências negativas como, por exemplo, as geradas por um

climatério sintomático também podem ter um efeito nocivo na qualidade de vida

das mulheres na pós-menopausa (Elavisky, 2007 e 2009). Em nosso estudo,

metade de nossas voluntárias apresentaram resposta de estresse em fase de

resistência no início do estudo (Tabela 3), indicando que essas mulheres

estavam sob condições de estresse por um tempo considerável, e que seu

organismo estava passando por uma tentativa de manter a homeostase (Lipp,

2000). Se o estresse persiste pode evoluir para a fase de quase exaustão, em

que o organismo começa a ficar desequilibrado no seu processo homeostático,

tornando-se propenso a doenças (Lipp, 2000). A maioria das voluntárias que

apresentavam fase de quase-exaustão estava no grupo yoga no início do

estudo, e observamos que após 12 semanas de prática nenhuma delas

permaneceu nesta fase, indicando uma redução de 100% dos casos (Tabela

3). Neste sentido, ocorreu após a intervenção um aumento de mulheres (35%)

nas fases positivas de estresse (alerta, ou sem estresse), enquanto o grupo

controle teve uma diminuição desse percentual, e um aumento da prevalência

dos sintomas nas fases de quase-exaustão e exaustão (Tabela 3). Tais

achados são corroborados por outros estudos que também relatam efeitos

positivos do yoga sobre a redução do estresse (Afonso et al, 2012; Rocha et al,

2012). Além disso, já foi demonstrado que mulheres saudáveis na pós-

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39

menopausa que fazem uso de terapia de reposição hormonal oral não lidam

melhor com o estresse após a terapia com estrogênio, embora os sintomas

vasomotores (fogachos e suores noturnos) sejam tratados com sucesso

(Nedstrand et al, 1998).

Quando consideramos nossos resultados em relação ao hormonio

cortisol observamos que a pratica do yoga foi efetiva em manter os mesmos

níveis deste hormonio tanto antes quanto após a prática (Figura 9). Neste

sentido, embora os nossos resultados não mostrem redução dos níveis cortisol

após o treino de yoga ou também do exercício físico, podemos observar que

houve um aumento dos níveis de cortisol no grupo controle após o período de

espera, corroborando os resultados obtidos no inventário de estresse (Tabela

3). Em resumo, estes resultados associados indicam que a prática do yoga

pode auxiliar na manutenção dos sintomas relacionados ao estresse, ou seja,

estas intervenções podem apresentar efeitos preventivos retardando o

aumento de cortisol em mulheres na pós-menopausa.

Por conseguinte, é possível afirmar que o yoga pode ser considerado

uma excelente intervenção para o desenvolvimento de estratégias de

gerenciamento do estresse, associado ou não aos sintomas da menopausa,

evitando o desequilíbrio homeostático e o desenvolvimento de doenças

relacionadas ao estresse crônico, como por exemplo, a depressão.

Muitos estudos têm abordado a relação entre a redução dos níveis de

estrogênio e a presença de sintomas depressivos (Moilanen, 2012). Porém,

algumas pesquisas afirmam que embora as terapias de substituição hormonal

sejam eficazes na redução de vários sintomas fisiológicos, tais como os

fogachos (vasomotores) e ressecamento vaginal, isto não tem o mesmo efeito

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40

sobre a depressão (Baker, 2012). Em nosso estudo nossos sujeitos

apresentaram 40% de sintomas de depressão moderada ou grave no início do

estudo, tanto no grupo controle quanto no grupo yoga e 38% de depressão leve

no grupo exercício (Tabela 4), sendo que o escore total de depressão e os

níveis de gravidade dos sintomas diminuíram apenas no grupo de yoga após

12 semanas (Figura 5). Embora, alguns estudos indiquem que mulheres no

climatério praticantes regulares de exercícios físicos apresentam níveis mais

baixos de depressão (Pilkington, 2005), nosso estudo não corroborou estes

resultados, o que foi mostrado pela ausência de redução dos níveis de

depressão no grupo que realizou a pratica de exercício físico (Figura 5). Uma

possível explicação para resultado pode ser novamente a intensidade da

modalidade de exercício escolhida, que não é um exercício aeróbico. Além

disso, o grupo yoga foi o único em que a porcentagem de voluntários que

apresentavam ausência de sintomas de depressão aumentou após 12

semanas (Tabela 4).

Outro instrumento utilizado para avaliar a qualidade de vida percebida

foi o questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde.

Esta ferramenta dá acesso a aspectos relacionados com a qualidade de vida

em uma escala de 0 a 100. Os resultados obtidos demonstraram no início do

estudo uma média de escore 55, em todos os domínios (Figura 6), indicando

que os voluntários apresentavam uma qualidade de vida baixa e insatisfatória,

que poderia estar relacionada a variáveis como os sintomas da menopausa.

Após a intervenção, o grupo yoga apresentou um aumento da satisfação com a

qualidade de vida global (percepção da qualidade de vida e satisfação com a

saúde), bem como o aumento no domínio psicológico quando comparados ao

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grupo controle. Para o grupo exercício foi verificado uma melhora na qualidade

de vida apenas no domínio psicológico, sem um impacto maior sobre os outros

aspectos (Figura 6).

No início do estudo, todos os grupos apresentaram baixos a

moderados níveis de ansiedade, tanto para avaliação do traço quanto do

estado (Figuras 7 e 8). Existe uma tendência a menor mudança na resposta

dos indivíduos com relação ao traço de ansiedade por ser uma característica

de personalidade e, portanto menos sensível a alterações ambientais com

tendêndia a permanecer constante ao longo do tempo (Cattell & Scheier, 1961;

Andrade & Gorenstein, 2000; Fioravante et al, 2006), o que pode justificar a

ausência de mudança de resposta após 12 semanas de intervenção. A escala

de avaliação do estado de ansiedade apresentou o mesmo resultado que a

escala de traço, porém a ausência de mudança nos resultados de todos os

grupos pode estar relacionada ao fato de ter sido usada uma escala sem

característica clínida para diagnóstico. Assim como também, diante dos níveis

de estado de ansiedade verificados, consideramos que talvez um período de

treinamento mais longo fosse necessário para que alterações pudessem ser

observadas após a prática de yoga ou de exercícios.

Apesar da diminuição dos níveis de FSH e LH verificada nos grupos

yoga e exercício, seus indices continuaram apresentando características típicas

do período da pós-menopausa (Fox, 2008; Guyton e Hall, 2011).

Entre as medidas de níveis lipídicos no sangue verificamos que o grupo

yoga apresentou diminuição do LDL, considerado um tipo de colesterol

negativo para o organismo, enquanto que o grupo controle apresentou

aumento dos níveis de LDL, corroborando o estudo de Lee et al, (2012) que

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também demonstrou os efeitos positivos da prática de yoga sobre os níveis de

lipídicos, inclusive a redução do LDL e seus benefícios na prevenção de

doenças cardiovasculares em mulheres na pós-menopausa.

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43

3. CONCLUSÃO

Em conclusão, 12 semanas de treinamento de yoga diminui os

sintomas da menopausa, diminui os níveis de estresse e depressão, além

disso, também aumenta a qualidade de vida e evita o aumento de cortisol em

mulheres na pós-menopausa. Assim, nossos resultados confirmam a hipótese

de que o yoga pode promover alterações positivas de longo prazo sobre os

aspectos psicofisiológicos em mulheres na pós-menopausa e contribuir para

melhorar a qualidade de vida global de mulheres nestas condições. É possível

afirmar que a yoga pode ser aplicado como uma terapia complementar para o

tratamento da pós-menopausa.

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ANEXO 1

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ANEXO 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pesquisa: “A influência da prática da yoga sobre os sintomas da menopausa”.

Com este documento, pretendemos esclarecer a você tudo sobre a pesquisa que estamos desenvolvendo.

Objetivo: Essa pesquisa tem como objetivo investigar se a prática de yoga exerce influência sobre sintomas da

menopausa. Verificar se a função psicológica, neuroendócrina e física pode ser alterada através de uma

intervenção de yoga.

Participação: Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento,

retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Caso você decida aceitar o convite, você deverá responder uma ficha com algumas informações clínica e socio-

econônomicas. Neste primeiro encontro você deverá responder mais 5 (cinco) questionários sobre qualidade de

vida, síndrome climatérica, ansiedade, estresse e depressão. Você também será submetida a uma avaliação de

peso e estatura, para que possamos determinar o seu Índice de Massa Corporal (IMC). Esta avaliação será

realizada através de uma balança colocada no chão, que estará na própria sala onde você estará respondendo

os questionários. Posteriormente, será coletada uma amostra de saliva (por um procedimento indolor através de

um “salivette” estéril (peça plástica que contém uma gaze absorvente que deverá ser colocada na boca por dois

minutos) e também será coletada uma pequena amostra de sangue através de punção venosa (utilizando agulha

e seringa estéreis e descartáveis), sendo tais procedimentos realizados por um profissional de saúde qualificado.

Em todas as etapas dos testes, o pesquisador dará todas as explicações possíveis, respondendo a todas as suas

dúvidas que surgirem. Para os prosseguimentos você receberá instruções detalhadas sobre as datas e períodos

que você participará das atividades físicas que serão realizadas durante sua participação na pesquisa.

Riscos e Benefícios: Caso seja de seu interesse, poderemos lhe informar o resultado que você obteve nos

testes, em caráter privado, mas alertamos que estes testes não têm nenhuma função de diagnóstico. Os riscos

de sua participação são mínimos, porém a punção venosa a ser realizada para coleta de sangue pode resultar

temporariamente em dor ou mancha roxa no local da punção. Durante as aulas de yoga ou exercícios físicos os

riscos também serão mínimos e serão asseguradas orientação e assistência permanente por profissionais

qualificados. Nós asseguramos que seu nome nunca aparecerá nos questionários, mas apenas suas iniciais, que

posteriormente serão substituídas por códigos (números). Os dados serão guardados em local seguro, sob a

responsabilidade das pesquisadoras e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar de forma

alguma os voluntários. Como benefício, poderemos verificar se a prática de yoga pode resultar em bem-estar

físico e mental.

Garantias: Sempre estaremos disponíveis para lhe esclarecer dúvidas, qualquer que seja o momento da

pesquisa. Em qualquer momento, você poderá desistir da colaboração, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo

ou penalidade. Todos os dados que você fornecer à pesquisa serão sigilosos, ficarão guardados em segurança e

só serão utilizados para fins de pesquisa. Os resultados serão publicados sem nenhuma identificação dos

voluntários. Caso você tenha algum gasto decorrente da pesquisa, nós faremos o ressarcimento dele e caso você

venha a ter algum dano, comprovadamente decorrente dessa pesquisa, os pesquisadores Profª Dra. Alessandra

Mussi Ribeiro e Marcia Pereira Jorge, juntamente com a UFRN, serão responsáveis por sua indenização. Caso

você tenha alguma dúvida, poderá entrar em contato com os responsáveis pelos telefones: 3215-3409 e

94185035 ou no Departamento de Fisiologia, Centro de Biociências, UFRN, Campus Universitário, s/nº, Lagoa

Nova, Natal-RN ou pelos e-mails: [email protected]; [email protected]. Caso você tenha

alguma dúvida ética da nossa pesquisa, pode entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN –

HUOL pelo fone: 3

Declaro estar ciente e informado sobre os procedimentos de realização da pesquisa, conforme explicitados acima, e aceito participar voluntariamente da mesma. NOME: ____________________________________

Natal, ____/ ____/2011 ASSINATURA:______________________________

Assumo o compromisso de cumprir todos os procedimentos descritos acima respeitando a legislação da ética na pesquisa.

Natal, ____/____/2011

______________________________ Profª Dra. Alessandra Mussi Ribeiro

______________________________

Marcia Pereira Jorge

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ANEXO 3

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ANEXO 4

AVALIAÇÃO DA SÍNDROME CLIMATÉRICA

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ANEXO 5

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ANEXO 6

1. (0) Eu não me sinto triste

(1) Eu me sinto triste uma parte do tempo

(2) Estou triste o tempo todo

(3) Estou tão triste que não posso 55requent

2. (0) Não estou desencorajado a respeito de meu futuro

(1) Sinto-me mais desencorajado a respeito do meu futuro

(2) Não espero que as coisas 55req certo para mim

(3) Sinto que o futuro é sem esperanças e que as coisas somente vão piorar

3. (0) Não me sinto um fracasso

(1) Fracassei mais do que deveria

(2) Ao olhar para trás, vejo muitos fracassos

(3) Sinto que sou um fracasso total como pessoa

4. (0) Obtenho tanto prazer quanto obtinha antes, das coisas que aprecio

(1) Não aprecio coisas tanto como costumava apreciar

(2) Sinto muito pouco prazer com as coisas que eu costumava apreciar

(3) Não consigo obter nenhum prazer com as coisas que eu costumava apreciar

5. (0) Não me sinto especialmente culpado

(1) Sinto-me culpado por muitas coisas que fiz, ou que não fiz e deveria ter feito

(2) Sinto-me bem culpado a maior parte do tempo

(3) Sinto-me culpado o tempo todo

6. (0) Não sinto que estou sendo punido

(1) Sinto que poderei ser punido

(2) Acredito que serei punido

(3) Sinto que estou sendo punido

7. (0) Sinto-me, a respeito de mim mesmo, como sempre me senti

(1) Perdi a confiança em mim mesmo

(2) Estou desapontado comigo mesmo

(3) Não gosto de mim mesmo

8. (0) Não critico me critico ou me culpo mais do que costumava fazê-lo

(1) Estou mais crítico de mim mesmo do que costumava

(2) Critico-me por todos os meus erros

(3) Culpo-me por tudo de mal que acontece

INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO DE BECK

Instruções:

1. Leia atentamente cada grupo e escolha a afirmação que melhor descreve como você vem se sentindo.

2. Faça um círculo ao lado do número da afirmação que você escolher.

3. Se mais de uma afirmação em um grupo se aplicar ao seu caso, assinale aquela de número mais alto.

4. Leia todas as afirmações em cada grupo antes de fazer sua escolha.

5. Não escolha mais de uma afirmação para cada grupo, inclusive no item 16 e no item 18.

COD Hr Data

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9. (0) Não penso em me matar

(1) Tenho pensamentos de me matar, mas não os poria em prática

(2) Gostaria de me matar

(3) Eu me mataria se tivesse a oportunidade

10. (0) Não choro mais do que normalmente

(1) Choro mais do que costumava chorar

(2) Choro o tempo todo agora

(3) Eu costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo mais mesmo quando eu quero

11. (0) Não estou mais inquieto ou ligado do que o habitual

(1) Sinto-me mai inquieto ou ligado do que o habitual

(2) Estou tão inquieto ou agitado que é difícil ficar parado

(3) Estou tão inquieto ou agitado que tenho que ficar me movimentando ou fazendo algo

12. (0) Não perdi o interesse em outras pessoas ou atividades

(1) Estou menos interessado em outras pessoas ou coisas do que antes

(2) Perdi a maior parte do meu interesse em outras pessoas e coisas

(3) É difícil estar interessado em qualquer coisa

13. (0) Tomo decisões tão bem quanto antes

(1) Encontro mais dificuldades em tomar decisões do que o habitual

(2) Encontro mais dificuldades em tomar decisões do que antes

(3)Encontro dificuldades em tomar quaisquer decisões

14. (0) Não sinto que não tenho valor

(1) Não me considero com tanto valor e tão útil quanto antes

(2) Sinto-me com menos valor em comparação a outras pessoas

(3) Sinto-me profundamente sem valor

15. (0) Tenho tanta energia quanto sempre tive

(1) Tenho menos energia do que costumava ter

(2) Não tenho energia suficiente para fazer muita coisa

(3) Não tenho energia suficiente para fazer nada

16. (0) Não experienciei nenhuma mudança em meu padrão de sono

(1ª) Durmo um pouco mais do que o habitual

(1b) Durmo um pouco menos do que o habitual

(2ª) Durmo muito mais do que o habitual

(2b) Durmo muito menos do que o habitual

(3ª) Durmo a maior parte do dia

(3b) Acordo 1-2 horas mais cedo e não consigo voltar a dormir

17. (0) Não estou mais irritado do que o habitual

(1) Estou mais irritável do que o habitual

(2) Estou muito mais irritável do que o habitual

(3) Estou irritável o tempo todo

18. (0) Não experienciei nenhuma mudança em meu apetite

(1ª) Meu apetite está um pouco menor do que o habitual

(1b) Meu apetite está um pouco maior do que o habitual

(2ª) Meu apetite está bem menor do que o habitual

(2b) Meu apetite está muito maior do que o habitual

(3ª) Não tenho nenhum apetite

(3b) Desejo comida o tempo todo

19. (0) Consigo me concentrar tão bem quanto antes

(1) Não consigo concentrar-me tão bem quanto antes

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(2) É difícil concentrar minha atenção em qualquer coisa por muito tempo

(3) Vejo que não consigo concentrar-me em nada

20. (0) Não estou mais cansado ou fatigado do que o habitual

(1) Fico mais cansado ou fatigado mais facilmente do que costumava

(2) Estou cansado ou fatigado demais para muitas das coisas que costumava fazer

(3) Estou cansado ou fatigado demais para fazer a maioria das coisas que costumava fazer

21. (0) Não noto qualquer mudança recente em meu interesse em sexo

(1) Estou menos interessado em sexo do que costumava estar

(2) Estou muito menos interessado em sexo agora

(3) Perdi completamente o interesse em sexo

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ANEXO 7

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

Versão em Português do Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL – ABREVIADO) 1998. Este questionário é como a senhora se sente em relação a sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida nas duas últimas semanas. Eu vou ler cada pergunta com suas respostas, senhora deverá escolher a resposta que lhe parecer mais adequada para o seu caso. Q1 – Como você avaliaria sua qualidade de vida?

Muito ruim Ruim Nem ruim nem boa

Boa Muito boa

1 2 3 4 5

Q2 – Quão satisfeito(a) você está com a sua saúde?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas duas últimas semanas. Q5 – O quanto você aproveita a sua vida?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

Q6 – Em que medida você acha que sua vida tem sentido?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

Q7 – O quanto você consegue se concentrar?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

Q8 – Quão seguro você se sente em sua vida diária?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

Q9 – Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre o quão completamente você tem sido capaz de fazer certas coisas nestas duas últimas semanas. Q10 – Você tem energia o suficiente para o seu dia-a-dia?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

Q11 – Você é capaz de aceitar sua aparência física?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

Q12 – Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

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1 2 3 4 5

Q13 – Quão disponível estão para você as informações que precisa no seu dia-a-dia?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

Q14 – Em que medida você tem oportunidades de atividades de lazer?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5 As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas. Q15 – Quão bem você é capaz de se locomover?

Muito ruim Ruim Nem ruim nem bom

Bom Muito bom

1 2 3 4 5

Q16 – Quão satisfeito(a) você está com o seu sono?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

Q17 – Quão satisfeito(a) você está com a sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

Q18 – Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade para o trabalho?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

Q19 – Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

Q20 – Quão satisfeito(a) você está com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

Q21 – Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

Q22 – Quão satisfeito(a) você está com o apoio que recebe dos seus amigos?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

Q23 – Quão satisfeito(a) você está com as condições do local onde mora?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

Q24 – Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso a serviços de saúde?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

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Q25 – Quão satisfeito(a) você está com o seu meio de transporte?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito Nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que 60requente60 você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas. Q26 – Com que 60requente60 você tem sentimentos negativos, tais como mau humor, desespero, ansiedade e depressão?

Nunca Algumas vezes Freqüentemente Muito freqüentemente

Sempre

1 2 3 4 5

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ANEXO 8

IDATE – ESTADO

Instruções:

Leia cada pergunta e faça um círculo ao redor do número à direita da afirmação que melhor indicar como você se sente agora, neste momento.

Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar uma resposta que mais se aproxime de como você se sente neste momento.

(1) Absolutamente não (2) Um pouco (3) Bastante

(4) Muitíssimo

Cod Hr

Data

1. Sinto-me calmo(a).......................................................................... 1 2 3 4

2. Sinto-me seguro(a)......................................................................... 1 2 3 4

3. Estou tenso(a)................................................................................. 1 2 3 4

4. Estou arrependido(a)...................................................................... 1 2 3 4

5. Sinto-me à vontade........................................................................ 1 2 3 4

6. Sinto-me perturbado(a).................................................................. 1 2 3 4

7. Estou preocupado(a) com possíveis infortúnios............................ 1 2 3 4

8. Sinto-me descansado(a)................................................................. 1 2 3 4

9. Sinto-me ansioso(a)........................................................................ 1 2 3 4

10. Sinto-me “em casa”........................................................................ 1 2 3 4

11. Sinto-me confiante......................................................................... 1 2 3 4

12. Sinto-me nervoso(a)....................................................................... 1 2 3 4

13. Estou agitado(a).............................................................................. 1 2 3 4

14. Sinto-me uma pilha de nervos........................................................ 1 2 3 4

15. Estou descontraído(a).................................................................... 1 2 3 4

16. Sinto-me satisfeito(a)..................................................................... 1 2 3 4

17. Estou preocupado(a)...................................................................... 1 2 3 4

18. Sinto-me superexcitado(a) e confuso(a)........................................ 1 2 3 4

19. Sinto-me alegre.............................................................................. 1 2 3 4

20. Sinto-me bem................................................................................. 1 2 3 4

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ANEXO 9

Cod Hr Data

IDATE – TRAÇO

Instruções:

Leia cada pergunta e faça um círculo ao redor do número à direita da afirmação que melhor indicar como você geralmente se sente.

Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar uma resposta que mais se aproxime de como você se sente geralmente.

(1) Quase nunca (2) Às vezes (3) Freqüentemente (4) Quase sempre

1. Sinto-me bem...................................................................................... 1 2 3 4

2. Canso-me facilmente........................................................................... 1 2 3 4

3. Tenho vontade de chorar.................................................................... 1 2 3 4

4. Gostaria de poder ser tão feliz quanto os outros parecem ser........... 1 2 3 4

5. Perco oportunidades porque não consigo tomar decisões rapidamente.............................................................................................

1 2 3 4

6. Sinto-me descansado.......................................................................... 1 2 3 4

7. Sou calmo(a), ponderado(a) e senhor(a) de mim mesmo.................. 1 2 3 4

8. Sinto que as dificuldades estão se acumulando de tal forma que não as consigo resolver..................................................................................

1 2 3 4

9. Preocupo-me demais com coisas sem importância............................ 1 2 3 4

10. Sou feliz................................................................................................ 1 2 3 4

11. Deixo-me afetar muito pelas coisas.................................................... 1 2 3 4

12. Não tenho muita confiança em mim mesmo(a).................................. 1 2 3 4

13. Sinto-me seguro(a).............................................................................. 1 2 3 4

14. Evito ter que enfrentar crises ou problemas....................................... 1 2 3 4

15. Sinto-me deprimido(a)........................................................................ 1 2 3 4

16. Estou satisfeito(a)................................................................................ 1 2 3 4

17. Às vezes, 62reque sem importância me entram na cabeça e ficam-me preocupando.......................................................................................

1 2 3 4

18. Levo os desapontamentos tão a sério que não consigo tira-los da cabeça.....................................................................................................

1 2 3 4

19. Sou uma pessoa estável...................................................................... 1 2 3 4

20. Fico tenso(a) e perturbado(a) quando penso em meus problemas do momento................................................................................................

1 2 3 4

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ANEXO 10

HORMÔNIOS Referências normais

FSH-

pós menpausa 21,7-153 mIU/mL

LH-

pós menopausa 11,3-39,8 mIU/mL

E2-

pós menopausa <60 pg/mL

PG2-

pós menopausa não detectável - 1ng/mL

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ANEXO 11

BIOQUÍMICOS DO

SANGUE Referências normais

Glicemia 70 - 99 mg/dL

Uréia 10 -50 mg/dL

Creatinina 0,4 – 1,4 mg/dL

TGO/TGP 10-37 /UL

Colesterol >200 mg/dL

HDL ≥60 mg/dL

LDL <100 mg/dL

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ANEXO 12

AVALIAÇÃO DO INDICE DE MASSA CORPÓREA

- PROTOCOLO PARA DETERMINAÇÃO DO INDICE DE MASSA CORPORAL – IMC

Peso: _____________ kg Estatura: ___________ m IMC: ______________ Classificação do IMC:________________ IMC= _peso_ estatura2

Tabela de classificação

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ANEXO 13

MODELO DE AULA DE EXERCÍCIO FÍSICO

Exercícios de resistência muscular localizada de intensidade leve, divididos em:

• Alongamento da coluna cervical (flexão, extensão, inclinação lateral e

rotação) na posição sentada e em pé.

• Alongamento da coluna torácica (flexão, extensão, inclinação lateral e

rotação) na posição sentada e em pé.

• Alongamento da coluna lombar (flexão, extensão, inclinação lateral e

rotação) na posição sentada e em pé.

• Alongamento para a cintura escapular e músculos torácicos (flexão,

extensão, inclinação lateral e rotação) na posição em pé.

• Alongamento para a cintura pélvica e músculos pélvicos (flexão,

extensão, inclinação lateral e rotação) na posição em pé.

• Mobilização das articulações de membros superiores e inferiores (flexão,

extensão e rotação).

• Mobilização de articulações e músculos da face (contrações e

relaxamento de anéis musculares).

(Durante 60 minutos)

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ANEXO 14

MODELO DE AULA DE HATHA YOGA

Ásanas:

Posturas corporais envolvendo os quatro movimentos típicos da coluna

vertebral (flexão, extensão, flexão lateral e rotação); manipulação da

musculatura da boca, laríngea, abdominal, assoalho pélvico (através de

contrações e relaxamento); exercícios de equilíbrio em pé. Com permanência

breve nos asanas iniciais de cada posição e aumento gradual da permanência.

Utilização Bandhas durante as posturas: de contrações do assoalho pélvico e

da musculatura abdominal; compressões da posição da língua no pálato e da

laringe (flexão cervical).

• Posição sentada: Sukhasana com movimentos de rotação com a

cabeça, elevação dos braços, flexão do tronco.

• Posição em pé: Tadasana, Talasana, Chakrasana, extensão da coluna

com os braços elevados, soltura dos braços com balanço do tronco,

Adho-Mukka-Svanasana (com apoio na parede),

Natarajasana,Virabhadrasana e Vrkasana.

• Posição sentada: posturas de abertura pélvica, Navasana,

Paschimotanasa, e Vakrasana.

• Posição em decúbito ventral: Shalabasana e Bhujangasana.

• Posturas Invertidas (com apoio na parede): Viparitakarani.

• Posição em decúbito dorsal: Matsyasana e torções.

(Durante 45minutos)

Relaxamento:

• Shavásana: na posição deitada (decúbito dorsal); pernas com os joelhos

estendidos, pés afastados entre si e pontas naturalmente apontando

para fora; braços soltos no chão, afastados do tronco; o praticante é

orientado a observar as sensações despertadas pelo contado do corpo

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com o chão e a soltar a musculatura (o peso) sobre o chão; sendo

induzido verbalmente a observar sequencialmente a sensação de soltura

em várias áreas do corpo.

(Durante 10 minutos)

Pranayamas:

Exercícios respiratórios específicos do hatha yoga.

• Kapalabhati (utilizado sempre em todas as práticas de pranayama antes

do Pranayama Ujjaayi ou ou Chandra e Srya Bebhana.

• Nadi-Sodhana ou Chandra e Surya Bedhana praticados sem apnéia,

prolongando a entrada de ar e saída de uma maneira confortável,

mantendo a proporção de 1:2 durante a inspiração e expiração,

respectivamente.

(Durante 10 minutos)

Meditação:

Realizada na posição sentada, se necessário com apoio para as costas, com

os olhos fechados e mãos apoiadas sobre os joelhos e sugestão da

observação do próprio movimento respiratório e das sensações de suas

repercussões sobre o corpo, buscando não alterá-la. Em seguida levando a

atenção para a observação das pausas respiratórias naturais.

(Durante 10 minutos)