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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI CURSO FISIOTERAPIA MAYARA AYSLA COSTA DE ARAÚJO FUNÇÃO MOTORA GROSSA EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VIRUS SANTA CRUZ RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI

CURSO FISIOTERAPIA

MAYARA AYSLA COSTA DE ARAÚJO

FUNÇÃO MOTORA GROSSA EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VIRUS

SANTA CRUZ – RN 2017

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MAYARA AYSLA COSTA DE ARAÚJO

FUNÇÃO MOTORA GROSSA EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VIRUS

Artigo Científico apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Profº. Drº. Klayton Galante de Sousa.

SANTA CRUZ – RN 2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do

Trairi - FACISA

Araújo, Mayara Aysla Costa de.

Função motora grossa em crianças com microcefalia por Zika Vírus / Mayara Aysla

Costa de Araújo. - 2017. 40f.: il.

Artigo Científico (Graduação em Fisioterapia) - Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi. Santa Cruz, RN, 2017. Orientador: Klayton Galante de Sousa.

Coorientador: Gentil Gomes da Fonseca Filho.

1. Desenvolvimento Infantil - Artigo científico. 2. Microcefalia - Artigo

científico. 3. Atividade Motora - Artigo científico. I. Sousa, Klayton Galante de.

II. Fonseca Filho, Gentil Gomes da. III. Título.

RN/UF/FACISA CDU 613.95

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MAYARA AYSLA COSTA DE ARAÚJO

Função motora grossa em crianças com microcefalia por zika vírus

Artigo Científico apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovado em: _____de___________de______.

BANCA EXAMINADORA

Profº. Drº. Klayton Galante de Sousa - Orientador Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte

Especialista Gentil Gomes da Fonseca Filho Centro de educação e pesquisa em saúde Anita Garibaldi

Prof.º Thaíssa Hamana de Macedo Dantas Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte

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AGRADECIMENTO

À Deus, por Ele ter me dado a sabedoria suficiente de ver que a estrada ia

muito além do que eu pensava, que buscando sempre se encontra aquilo que tanto

almejamos e por não ter me deixado desistir em nenhum momento.

À minha família, por ser minha base e estarem sempre ao meu lado quando

eu precisei, principalmente a minha mãe que não mediu esforços para eu chegar

onde estou hoje, por ter desempenhado seu papel da melhor forma. E meus irmãos

que me ajudaram nos momentos de angustias e desesperos.

Ao Prof.º Klayton Galante Sousa, orientador e mais que isso, uma pessoa que

tenho total admiração, que me ajudou a superar todos os meus medos e obstáculos,

que foi tão paciente e prestativo, me auxiliando de todas as formas para que esse

trabalho tivesse êxito.

Aos participantes da banca, que colaboraram de alguma forma com minha

formação e ajudaram na elaboração desse estudo.

Aos meus amigos (Leilan, Evânia, Karol, Hugo, Robison e Pedro) e

namorado, pela maneira que cada um colaborou e me apoiou, com gestos ou

palavras, pela compreensão em todos os momentos dessa etapa, por me

acompanharem, acreditarem em mim e dividirem comigo mais essa vitória.

Por último, mas não menos importante gostaria de aqui deixar e expressar

minha gratidão à UFRN, mas especificamente a FACISA, por ter me ofertado tantas

formas de crescimento e amadurecimento tanto pessoal como profissional. Por

todas as oportunidades, por cada obstáculo, por cada experiência, que só assim me

fizeram ser mais forte.

À todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para que esse

sonho fosse possível.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 5

2 MÉTODOS ............................................................................................................. 7

3 RESULTADOS ....................................................................................................... 10

4 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 13

5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 16

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17

ANEXO A – Questionário-Formulário de coleta de dados ......................................... 20

ANEXO B – Escala de Bayley ................................................................................... 21

ANEXO C – Termo de Consentimento Livre Esclarecido .......................................... 23

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FUNÇÃO MOTORA GROSSA EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS

Mayara Aysla Costa de Araújo

Resumo

Objetivos: Investigar o desempenho da função motora grossa em crianças com diagnóstico de microcefalia por Zika Vírus (ZIKV) na 5ª região de saúde do estado do RN. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal, com abordagem quantitativa. Amostra foi composta por 8 crianças com microcefalia por ZIKV. Na coleta de dados foram realizadas avaliações antropométricas do perímetro cefálico, estatura e peso, e da atividade motora grossa através da Escala Bayley de desenvolvimento III. Os dados foram analisados utilizando-se o programa estatístico SPSS (versão 20.0). Resultados: Todas as crianças do estudo apresentaram-se abaixo da média para população (P50) no quesito PC, peso e comprimento por idade. E apresentaram valores composto (46,75 ± 2,12) e escalonado (1,12 ± 0,35) abaixo da média, sugerindo um desempenho extremamente baixo na avaliação do componente motor grosso. Conclusão: Todas as crianças encontram-se com baixo desempenho da função motora grossa, que pode estar associado com o atraso do crescimento físico.

Palavras-chave: Microcefalia, Desenvolvimento Infantil, Atividade Motora

1 INTRODUÇÃO

O Zika Vírus (ZIKV) é membro da família Flaviviridae, gênero Flavivirus e foi

isolado pela primeira vez, em abril de 1947, a partir do sangue de macacos rhesus

na floresta Zika em Uganda, por esse motivo recebe esta denominação1.

A sua presença em seres humanos foi relatada inicialmente em 19512. O

primeiro grande surto do ZIKV fora da África ocorreu nas ilhas Yap, Micronésia, no

Oceano Pacífico, onde 108 casos foram confirmados entre abril e agosto de 2007, e

o segundo surto ocorreu na Polinésia Francesa em 2014 com mais de 30.000

casos3. Em virtude de sua manifestação em diversas áreas geográficas presume-se

que este possui uma alta capacidade de adaptação.

No Brasil, os primeiros relatos do vírus foram em maio de 2015, quando a

Organização Panamericana de Saúde (OPAS) emitiu um alerta sobre as primeiras

infecções confirmadas4. Com o aumento, nesse período, do número de novos casos

do vírus, observou-se também a maior incidência de bebês nascidos com

microcefalia congênita.

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O último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de vigilância em

saúde informou na Semana Epidemiológica (28/2017), 14.258 casos suspeitos de

alterações no crescimento e desenvolvimento possivelmente relacionadas à infecção

pelo ZIKV, dos quais 3.063 permanecem em investigação, 2.869 foram confirmados

e 6.248 foram descartados5. A maioria dos casos em monitoramento concentram-se

na região Nordeste do país (46,7%). O estado do Rio Grande do Norte ocupa a 7ª

posição no ranking de notificações, apresentando 512 casos suspeitos de

microcefalia e/ou outras malformações relacionadas às infecções congênitas.

Desses, 126 estão sob investigação, 147 foram confirmados e 239 foram

descartados6.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a microcefalia é

caracterizada por uma condição neurológica, onde o perímetro cefálico do recém-

nascido é menor que menos dois (-2) desvios-padrões abaixo da média específica

para o sexo e idade gestacional. Caso configure medida menor que menos três (-3)

desvios-padrões é definida como microcefalia grave7.

A infecção congênita pelo ZIKV pode ocasionar sérios danos aos recém-

nascidos (RNs) além da microcefalia, como retardo no desenvolvimento cognitivo e

motor, além do comprometimento das funções visuais e auditivas8, disfagia,

artrogripose e achados neurológicos anormais, como espasticidade, hiperreflexia

tremores e convulsões9.

Os exames de neuroimagem disponíveis revelam ainda uma malformação do

desenvolvimento cortical fetal, tais como distúrbios na migração neuronal no 3º-5º

mês de gestação, ventriculomegalia, lissencefalia e calcificações difusas9,10,11.

Geralmente, as lesões não progressivas que ocorreram no sistema nervoso

central (SNC) fetal ou infantil em desenvolvimento resultam em um grupo de

desordens permanentes, entre outras, aquelas relativas ao desenvolvimento e à

postura caracterizado por alterações sensório-motoras, que por sua vez afetam a

aquisição das habilidades motoras típicas e dos marcos do desenvolvimento12.

O desenvolvimento das habilidades motoras se dá principalmente através das

experiências sensório-motoras nos primeiros anos de vida da criança, que abrange o

período de zero a 3 anos. Esse período é considerado crítico para o processo de

maturação do sistema nervoso central e para plasticidade neural, por ser mais

suscetível a transformações provocadas pelo ambiente externo13.

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Diante do impacto ocasionado pela microcefalia, surge a necessidade de um

acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças, e

investigação de suas condições clínicas, para que se possa atuar de forma

preventiva na detecção das alterações fisiológicas relacionadas à doença9.

Para a avaliação do desenvolvimento, existem instrumentos que auxiliam

tanto a triagem quanto no planejamento de intervenções que serão realizadas caso

alguma anormalidade seja detectada. Dentre elas, destacamos a escala de

desenvolvimento infantil de Bayley (BSID) que possui três diferentes versões, sendo

elas a BSID I, BSID II, e a mais atualizada a BSID III14.

A BSID III é indicada para avaliar o desenvolvimento global de crianças de 1 a

42 meses de idade. Sendo dividida em domínios: cognitivo (91 itens); linguagem,

subdividida em comunicação receptiva (49 itens) e comunicação expressiva (48

itens); e motora, subdividida em motora grossa (72 itens) e motora fina (66 itens)14.

Na avaliação da subescala motora grossa, ela irá determinar como a criança

movimenta seu corpo em relação à gravidade, fazendo uma análise sentado, em pé,

de locomoção e equilíbrio15.

No entanto, apesar da BSID III ser reconhecida pela comunidade científica

como uma das ferramentas mais abrangentes para avaliação de crianças nos

primeiros anos de vida, em virtude de avaliar vários domínios do desenvolvimento,

até o momento são escassas as publicações que tem utilizado esta ferramenta15,16.

Devido à importância deste instrumento para avaliar o desenvolvimento da

criança, o objetivo deste estudo foi investigar o desempenho da função motora

grossa em crianças com diagnóstico de microcefalia por Zika Vírus na 5ª região de

saúde do estado do RN.

2 MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal, com abordagem

quantitativa. A pesquisa ocorreu nas dependências da Clínica Escola de

Fisioterapia, na Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), localizada no

município de Santa Cruz – Rio Grande do Norte (RN) entre julho e agosto de 2017.

Na existência de incompatibilidade para a realização da avaliação na faculdade,

optou-se em avaliar na residência dos participantes.

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8

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas (CAAE n°

58715316.3.0000.5568), seguindo as normas estabelecidas pela Resolução nº

466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a pesquisa com seres

humanos. As autorizações foram obtidas por meio do Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE) dos responsáveis por cada criança.

O recrutamento da amostra ocorreu por contato telefônico e visitas

domiciliares para coletas de assinaturas do TCLE dos responsáveis por cada

criança, além de esclarecimento sobre a importância dos dados para o meio

científico e para identificação precoce de atraso no desenvolvimento.

Foram incluídas dez crianças entre 17 e 23 meses de idade, com diagnóstico

confirmado de microcefalia por ZIKV, residentes em municípios que compõem a 5ª

Região de Saúde do Rio Grande do Norte (5ª USARP), a saber, Boa Saúde, Bom

Jesus, Jaçanã, Japi, Santa Cruz, Santa Maria, São José de Campestre e Tangará.

Como critérios de exclusão foi estabelecido a desistência do responsável da criança

em participar do estudo, diagnóstico não confirmado para infecção congênita por

ZIKV e mudança de endereço para outro município que não abrangesse a 5ª

USARP, conforme figura 1.

Figura 1- Fluxograma do monitoramento dos casos de microcefalia

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9

Na coleta de dados foram utilizados questionários socioeconômicos, bem

como todas as crianças foram submetidas a exame antropométrico de peso, altura e

perímetro cefálico (PC), além da coleta das medidas antropométricas ao nascimento

disponíveis na caderneta de saúde da criança.

Para verificação do peso, foi usada balança digital eletrônica (Líder balanças

portátil P150M), na aferição da estatura, foi empregado o antropômetro horizontal de

madeira (Indaiá R1M), e para aferição do PC baseou-se em recomendações da

Organização Mundial de Saúde (OMS), utilizando-se uma fita métrica inelástica

colocada na região anterior do crânio, logo acima dos supercílios, passando pelo

ponto mais proeminente da região occipital do crânio17. A avaliação do crescimento

constituiu posteriormente na interpretação dos gráficos da Organização Mundial da

Saúde (OMS).

Na avaliação da atividade motora grossa foi utilizada a Escala Bayley de

desenvolvimento. Para a classificação do desempenho da criança, uma pontuação

total bruta foi calculada para cada criança, pela soma das pontuações dos itens.

Através do escore bruto, é possível se obter o escore escalonado e o escore

composto usando as tabelas do Manual de Administração Bayley III18.

Os escores escalonados são derivados das pontuações totais brutas em cada

um dos subtestes. Suas pontuações variam de 1 a 19, com um valor de 10

representando a média de desempenho de uma determinada faixa etária. As

pontuações de 7 e 13 são equivalentes a 1 DP abaixo e acima da média,

respectivamente, e as pontuações escalonadas de 4 e 16 equivalem a 2 DPs da

média18.

Já as pontuações compostas são baseadas em várias somas de escores

escalonados que variam entre 40 e 160, classificado como: muito superior (>130),

superior (120-129), médio alto (110-119), médio (90-109), médio baixo (80-89),

limítrofe (70-79) e extremamente baixo (< 69)18.

A avaliação foi realizada durante uma única sessão por quatro avaliadores

proficientes na administração da Escala Bayley de desenvolvimento infantil – III. O

tempo de administração de toda a escala foi de aproximadamente 90 min. Enquanto

um pesquisador aplicava a BSID III, todo o processo foi gravado por outro

pesquisador, para posterior análise inter-examinador.

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Os dados foram analisados utilizando-se o programa estatístico SPSS (versão

20.0). Foi realizada estatística descritiva com distribuição de frequência, medidas de

tendência central e dispersão. A normalidade de todas as variáveis numéricas foi

testada pelo Teste Shapiro Wilk. O nível de significância adotado foi p<0,05, com

intervalo de confiança de 95%.

3 RESULTADOS

A Tabela 1 resume dados do nascimento e da avaliação, bem como os dados

socioeconômicos. A amostra foi composta por oito crianças, sendo duas do sexo

masculino e seis do sexo feminino. As crianças nasceram todas a termo, com idade

gestacional média de 39,84 semanas (DP=1,57), e 56,25% dos pais apresentaram

como grau de escolaridade, ensino fundamental incompleto.

Tabela 1 - Caracterização da amostra do estudo (n=8)

Variáveis Média ± DP

Peso do Nascimento 2780,71 (439,69)

Peso da Avaliação 9198,13 (1084, 238)

PC do Nascimento 31 (1,41)

PC da Avaliação 40,19 (2,235)

Estatura do Nascimento 46 (3,57)

Estatura da Avaliação 77,94 (3,351)

Idade Gestacional 39,84 (1,57)

Idade de avaliação Meses 20,63 (2,11)

PC=Perímetro Cefálico, DP = Desvio padrão Fonte: Dados da pesquisa.

As tabelas 2 e 3, comparam os valores de peso, estatura e perímetro cefálico

do nascimento e da avaliação, a partir dos valores de P50 das curvas de

crescimento disponibilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo

com o sexo.

Tabela 2 - Valores de peso, estatura e perímetro cefálico de crianças do sexo feminino

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11

FEMININO Nascimento Avaliação

PESO kg (p50)

PC cm (p50)

ESTATURA cm (p50)

PESO kg (p50)

PC cm (p50)

ESTATURA cm (p50)

1

3.185kg (3.2)

33cm (33.9)

48cm (49.1)

8.900kg (11.3)

42cm (47)

78,7cm (85.5)

2 2.116kg

(3.2) 29cm (33.9)

38cm (49.1)

9.245kg (10.2)

36,5cm (46.2)

73cm (80.7)

3 2.610kg

(3.2)

32cm (33.9)

47cm (49.1)

9.800kg (11.1)

42cm (46.9)

82cm (84.6)

4 3.020kg

(3.2) 30cm (33.9)

47,5cm (49.1)

9.700kg (10.9)

39cm (46.7)

78,5cm (83.7)

5 3.000kg

(3.2) -

-

7.000kg (10.0)

38cm (46.1)

73cm (79.7)

6 2.344kg

(3.2) 31cm (33.9)

46,5cm (49.1)

8.700kg (10.9)

41cm (46.7)

78cm (83.7)

PC=Perímetro Cefálico, P50 = percentil 50 das curvas de crescimento WHO

Fonte: Dados da pesquisa; WHO, 2017.

Tabela 3 - Valores de peso, estatura e perímetro cefálico de crianças do sexo masculino

MASCULINO Nascimento Avaliação

PESO kg (P50)

PC cm(P50)

ESTATURA cm (P50)

PESO kg (P50)

PC cm(P50)

ESTATURA cm (P50)

1

3.295kg (3.3)

32cm (34.5)

47cm (49.9)

10.730kg (11.8)

43cm (48)

81,3cm (86)

2 2.895kg

(3.3) 30cm (34.5)

48cm (49.9)

9.510kg (10.9)

40cm (47.4)

79cm (82.3)

PC=Perímetro Cefálico, P50 = percentil 50 das curvas de crescimento WHO

Fonte: Dados da pesquisa; WHO, 2017.

De acordo com escore escalonado e o escore composto obtidos nas tabelas

do Manual de Administração Bayley III. No estudo, segundo os valores escalonados,

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todas as crianças apresentaram valores inferiores a 4, com média de 1,12 ± 0,35,

sugerindo um desempenho extremamente baixo, conforme a figura 2.

Figura 2 – Pontuação escalar da motricidade grossa

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com o escore composto, como mostra na figura 3, os dados

indicam que o componente motor apresentou desempenho extremamente baixo,

com valores inferiores a 55 e média de 46,75 ± 2,12.

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Figura 3 – Pontuação composta da motricidade grossa

Fonte: Dados da pesquisa.

4 DISCUSSÃO

A avaliação antropométrica e o uso de gráficos e tabelas são recursos

usualmente utilizados para avaliar o crescimento infantil. Em crianças, é considerado

um dos melhores indicadores de saúde e nutrição, refletindo a interação de

inúmeros fatores intrínsecos e extrínsecos19. No nosso estudo, tais ferramentas

foram utilizadas com intuito de acompanhar como as crianças com microcefalia

estão se desenvolvendo, segundo as curvas de crescimento da Organização

Mundial da Saúde (OMS).

Como visto nas tabelas 2 e 3, tratando-se do perímetro cefálico (PC) ao

nascer, todas as crianças, de ambos os sexos do presente estudo, se mostraram

com média do perímetro cefálico de 31cm, ou seja, abaixo do recomendado para o

percentil 50, que seria de 33,9 cm para meninas e 34,5 cm para os meninos. E após

avaliadas, as mesmas ainda permaneceram abaixo da média (40cm) para idade,

justificando o quadro de microcefalia.

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14

Esse crescimento é bastante pronunciado de acordo com a Organização

Mundial de Saúde. No primeiro ano de vida, os valores adequados para o ganho

esperado do perímetro cefálico são de 2 cm/mês no primeiro trimestre, 1 cm/mês no

segundo trimestre e 0,5 cm/mês no terceiro e quarto trimestre. Já a partir de 1 a 3

anos, o crescimento é de 0,25 cm/mês, de 4 a 6 anos o crescimento é de 1cm/ ao

ano. Esses valores são válidos para crianças nascidas a termo20.

Um estudo de coorte com 35 recém-nascidos com microcefalia, de oito

estados do Brasil, mostraram que 71% das crianças apresentaram microcefalia

grave (circunferência da cabeça > 3 DP abaixo da média para o sexo e idade

gestacional) e 49% tiveram pelo menos uma anormalidade neurológica. Todas as

mães relataram ter vivido ou visitado áreas afetadas pelo ZIKA vírus durante a

gravidez21.

Em relação aos parâmetros estatura e peso para idade, todas as crianças de

ambos os sexos apresentaram no nascimento e na avaliação valores abaixo do

percentil 50, porém no nascimento mais da metade das crianças apresentaram

valores próximos ao padrão ideal, já na avaliação a amostra demonstrou

crescimento reduzido com valores abaixo do percentil 15.

Dentre as avaliadas, duas crianças do sexo feminino apresentaram baixo

peso ao nascer (<2500g). No estudo com recém-nascidos de baixo peso, ele aborda

que esse é o fator de risco mais importante para a morbidade e mortalidade na

infância, podendo inibir o crescimento e o desenvolvimento cognitivo, trazendo

assim surgimento de doenças crônicas ao longo da vida9.

Na avaliação do desenvolvimento, a Bayley-III fornece escore escalonado e o

escore composto para o componente motor. Diante disso, a criança passa a ser

classificada em um dos sete níveis (extremamente baixo, limite, baixa média, média,

alta média, superior e muito superior)22.

Como ainda são escassas as publicações que tem utilizado esta ferramenta

com crianças diagnosticadas com microcefalia, os resultados obtidos foram

comparados a estudos que utilizaram a mesma ferramenta, porém em diferentes

populações.

No presente estudo, todas as crianças de ambos os sexos apresentaram

pontuações média de 46,75 e 1,12 para os escores composto e escalonado,

respectivamente, classificando com desempenho extremamente baixo (figuras 1 e

2). No entanto, estudos que avaliaram o perfil de desenvolvimento de recém-

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15

nascidos prematuros, obtiveram pontuações significativamente maiores, como

demonstrado a seguir.

O estudo realizado por Velikos et al. (2015) apresentou valores médio do

escore composto para componente motor de 88 e para o escore escalonado de

7.823. Já o estudo apresentado por Greene et al. (2012) demostrou pontuações

média de 94 para o componente motor e 7.4 para o escore escalonado da subescala

motora grossa24.

Em outro estudo que compararam o desenvolvimento de crianças pré-termo e

a termo, demostraram pontuações superiores em relação ao presente estudo. Para

as crianças pré-termo os valores do escore composto foram de 94 e escore

escalonado de 8.4, e as crianças a termo foram de 107 o escore composto e 10.5 o

escore escalonado25.

Em um estudo retrospectivo e longitudinal de um coorte de 131 prematuros,

predominantemente de muito baixo peso ao nascer, obtiveram na avaliação em 8

meses escore composto de 93 e escalonado de 7.18, e de 20 meses obtiveram

pontuações de 92.23 e 7.65 para os escores composto e escalonados,

respectivamente26.

Em um estudo proposto por Lee et al. (2013), a versão coreana da escala de

desenvolvimento infantil de Bayley II (BSID-II) demostrou uma ótima correlação com

o instrumento de Medida da Função Motora Grossa (GMFM), indicando a validade

desta medida pra crianças com paralisia cerebral em base clínica27.

A versão de Bayley III foi padronizada em uma população pediátrica

americana28. Diante disso, alguns artigos estão questionando a validade dessa

escala na população australianas29,30, em bebês de extremos baixo peso26 e

crianças prematuras31, sugerindo que esta versão pode estar subestimando o atraso

no desenvolvimento.

O estudo original utiliza uma amostra estratificada de 1.700 crianças (28),

enquanto que no presente estudo foi utilizada uma amostra de conveniência, cujos

participantes tinham que residir em municípios que compõem a 5ª Região de Saúde

do Rio Grande do Norte. Esta é uma das principais limitações do estudo,

especialmente em relação à generalização e comparação de resultados.

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5 CONCLUSÃO

Por meio desta amostra identificou-se que as crianças com microcefalia

congênita por ZIKV apresentam crescimento físico abaixo do esperado para idade. E

os resultados preliminares permitem concluir um severo atraso no desenvolvimento

motor dessas crianças, conforme avaliados pela Bayle - III.

Apesar desse instrumento ser reconhecida pela comunidade científica como

uma das ferramentas mais abrangentes para avaliação de crianças nos primeiros

anos de vida, até o momento são escassas as publicações que tem utilizado esta

ferramenta com crianças diagnosticadas com microcefalia. Dessa forma, seriam

necessários mais estudos com esse público alvo.

Com isso sugere-se como forma de continuidade dessa pesquisa o

acompanhamento longitudinal do desenvolvimento, por meio deste instrumento,

visando auxiliar a equipe de reabilitação na intervenção precoce e,

consequentemente, minimizar as limitações funcionais.

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REFERÊNCIAS

1. Dick GW., Kitchen S., Haddow A. Zika Virus (I). Isolations and serological specificity. Trans R Soc Trop Med Hyg [Internet]. 1952 Sep [cited 2016 Sep 11];46(5):509–20. Available from: http://trstmh.oxfordjournals.org/cgi/doi/10.1016/0035-9203(52)90042-4

2. Hayes EB. Zika virus outside Africa. Vol. 15. 2009. p. 1347–50. 3. Ioos S, Mallet H-P, Leparc Goffart I, Gauthier V, Cardoso T, Herida M. Current

Zika virus epidemiology and recent epidemics. Médecine Mal Infect. 2014;44(7):302–7.

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ANEXO A – Questionário-Formulário de coleta de dados

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ANEXO B – Escala Bayley

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ANEXO C – Termo de Consentimento Livre Esclarecido

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REGRAS PARA FORMATAÇÃO DO ARTIGO, SEGUNDO AS NORMAS DA REVISTA

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