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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA
ALLANA PAULINO DA SILVA
INTERAÇÃO GENÓTIPO x AMBIENTE, ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE
DE HÍBRIDOS DE MELÃO CANTALOUPE
MACAÍBA-RN
2019
ALLANA PAULINO DA SILVA
INTERAÇÃO GENÓTIPO x AMBIENTE, ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DE
HÍBRIDOS DE MELÃO CANTALOUPE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Engenharia
Agronômica – Bacharelado, da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como pré-requisito para obteção
do título de Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Profº. Dr. Hailson Alves
Ferreira Preston
MACAÍBA-RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinsk - Escola Agrícola de
Jundiaí - EAJ
Elaborado por Elaine Paiva de Assunção Araújo - CRB-15/492
Silva, Allana Paulino da.
Interação genótipo x ambiente, adaptabilidade e estabilidade de híbridos de
melão Cantaloupe / Allana Paulino da Silva. - 2019. 35 f.: il.
Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade
Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, curso de graduação em Engenharia Agronômica. Macaíba, RN, 2019. Orientador: Prof. Dr. Hailson Alves Ferreira Preston.
1. Cucumis melo - Monografia. 2. BLUP - Monografia. 3. MHPRVG - Monografia.
4. Qualidade do fruto - Monografia. 5. Produtividade - Monografia. I. Preston,
Hailson Alves Ferreira. II. Título.
RN/UF/BSPRH CDU 635.611
ALLANA PAULINO DA SILVA
INTERAÇÃO GENÓTIPO x AMBIENTE, ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DE
HÍBRIDOS DE MELÃO CANTALOUPE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Engenharia
Agronômica – Bacharelado, da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como pré-requisito para obteção
do título de Engenheiro Agrônomo.
Aprovado em: 13/11/2019
Orientador:
___________________________________________________
Prof. Dr Hailson Alves Ferreira Preston
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Banca Examinadora:
___________________________________________________
Profº. Dr. Luiz Eduardo Santos Lazzarini
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
___________________________________________________
Profa. Dra. Damiana Cleuma de Medeiros
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
MACAÍBA-RN
2019
Ao meu avô José Adauto Bondade, a quem eu
tanto amei durante o pouco tempo de vida
convivido, e que deixou um legado de
ensinamentos em minha vida, aos quais irei
levar para todo sempre em meu coração.
Aos meus pais Francisco Adauto da Silva e Arlete
Paulino da Silva, exemplos de amor e honestidade,
pelo esforço dedicado a minha formação
acadêmica e por entenderem minha ausência
durante estes anos. Sem eles nada disto seria
possível.
OFEREÇO E DEDICO
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, por me tornar mais forte e capaz para seguir a diante durante
todo o curso, e por todas as conquistas concedidas.
Aos meus pais, Arlete e Adauto, pelo amor incondicinal, por sempre me incentivarem
a perseverar nos estudos, por toda a educação e por me direcionarem a seguir os caminhos
corretos da vida. Levo em meu coração a responsabilidade de retribuir todo o carinho e amor
que me proporcionaram.
Às minhas avós Maria de Lourdes e Tereza, e meu avô Luiz, por todo o amor,
paciência, e carinho.
Aos meus irmãos, Alisson e Allan, por todos os momentos fraternos divididos durante
esses anos.
À Maria Tereza Gusmão, pela amizade, irmandade, carinho, incentivo a sempre buscar
o melhor, por toda proteção, por todo o apoio pessoal e acadêmico, paciência, e
principalmente por nunca desistir da nossa amizade. Você foi essencial durante todos os
momentos.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo apoio institucional e por
possibilitar a realização de concluir o curso de graduação.
Ao meu orientador Dr. Hailson Alves Ferreira Preston, pela atenção, paciência,
direcionamento e educação, e por todos os ensinamentos adquiridos durante o curso de
graduação.
Ao professor Glauber Henrique de Sousa Nunes, pela oportunidade, apoio
profissional, disposição, e ensinamentos compartilhados.
Ao GERMEV, por disponibilizar suas dependências e materiais para a realização deste
trabalho. E aos integrantes, Roberta, Leandro, Carla, Cynthia, Adriano, Anankia, Andreza e
Cleilson por todo o aprendizado compartilhado.
À Amanda Coutinho e Linara, pelo acolhimento, aprendizado e principalmente por
proporcionarem momentos de alegria.
À Edilayne Sheila, pela amizade, companherismo, e paciência durante a execução do
trabalho.
Ao professor Caio Leal, pelo incentivo em buscar sempre os melhores caminhos
acadêmicos, e amizade.
À Valéria Maria, por toda a ajuda durante o curso, e pelo incentivo acadêmico.
Aos meus amigos de turma, Mayna, Nickson, Geovanna e Talyta, por todos os
momentos de alegrias e tristezas compartilhados, e por fazerem desses anos mais leves.
À Renata, Mikaelly e Marta, pela amizade, momentos de alegria e por todo o
acolhimento quando mais precisei.
Aos professores do Curso de Engenharia Agronômica, pelo aprendizado pessoal e
acadêmico, e por serem o alicerce de minha formação.
À todos aqueles que colaboraram de alguma forma para minha formação.
Muito Obrigada!
RESUMO
SILVA, Allana Paulino. INTERAÇÃO GENÓTIPO x AMBIENTE, ADAPTABILIDADE
E ESTABILIDADE DE HÍBRIDOS DE MELÃO CANTALOUPE. 2019. 35f.
Monografia (Graduação em Engenharia Agronômica) – Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Macaíba, 2019.
O melão (Cucumis melo L.), pertence ao gênero Cucumis da família Cucurbitaceae é uma
olerácea apreciada em todo o mundo, caracterizando-se como uma das mais exportadas. O
Nordeste brasileiro é responsável por mais de 95% da produção e exportação de melão
(Cucumis melo L.) nacional. A posição de destaque da referida região se deve às condições
edafoclimáticas prevalentes para o cultivo do meloeiro e o uso de alta tecnologia de produção
por parte do setor produtivo. O presente trabalho teve como objetivo avaliar oito híbridos de
melão Cantaloupe no Estado de Rio Grande do Norte. Os ensaios experimentais foram
conduzidos nos municípios de Mossoró e Baraúna, pertencentes ao Agropolo Mossoró-Assú
Estudos da adaptabilidade e estabilidade dos valores genotípicos preditos foram realizados
pelo procedimento MHPRVG (Média Harmônica da Performance Relativa dos Valores
Genéticos). Foram avaliados sete híbridos experimentais (CA-01, CA-02, CA-03, CA-04,
CA-05, CA-06 e CA-07) e o híbrido testemunha ‘Torreon’ (Syngenta®). Os caracteres
avaliados foram a produtividade e o teor de sólidos solúveis. Verificou-se interação genótipos
x ambientes para as duas variáveis. Verificou-se predomínio da parte complexa da interação
para as duas características avaliadas, dificultando o processo seletivo. Com relação ao
parâmetro MHVG (Média Harmônica dos Valores Genotípicos), para a produtividade, a
maior estimativa foi observada para o genótipo CA-05 seguido dos genótipos CA-02 e CA-
03. Para sólidos solúveis, também se destacou CA-05 com a maior estimativa enquanto a
menor estimativa foi observada no híbrido ‘Torreon’. Constatou-se que o hibrido CA-05 com
maiores estimativas destacou-se dos demais como mais promissor para o cultivo no Agropolo
Mossoró-Assú por apresentar altas estabilidade, adaptabilidade e elevada produtividade.
Palavras-chave: Cucumis melo; BLUP; MHPRVG; qualidade do fruto; produtividade.
ABSTRACT
SILVA, Allana Paulino. GENOTYPIC X ENVIRONMENT INTERACTION,
ADAPTABILITY AND STABILITY OF CANTALOUPE MELON HYBRIDS. 2019.
35f. Monograph (Degree in Agronomic Engineering) – University of Rio Grande do Norte,
Macaíba, 2019.
The melon (Cucumis melo L.), belongs to the genus Cucumis of the family Cucurbitaceae, is
an appreciated oleracea worldwide and is one of the most exported. The Brazilian Northeast is
responsible for more than 95% of the production and export of domestic melon (Cucumis
melo L.). The prominent position of this region is due to the prevailing edaphoclimatic
conditions for the cultivation of melon and the use of high production technology by the
productive sector. The present work aimed to evaluate eight Cantaloupe melon hybrids in the
state of Rio Grande do Norte. The experimental trials were conducted in the municipalities of
Mossoró and Baraúna, belonging to the Agropolo Mossoró-Assú
Adaptability and stability studies of predicted genotypic values were performed by the
MHPRVG procedure (Harmonic Mean Relative Performance of Genetic Values). Seven
experimental hybrids (CA-01, CA-02, CA-03, CA-04, CA-05, CA-06 and CA-07) and the
control hybrid Torreon (Syngenta®) were evaluated. The evaluated characters were the
productivity and the soluble solids content. Genotype x environment interaction was verified
for both variables. There was a predominance of the complex part of the interaction for the
two characteristics evaluated, hindering the selection process. Regarding the MHVG
(Harmonic Mean Genotypic Values) parameter, the highest estimate for yield was observed
for genotype CA-05 followed by genotypes CA-02 and CA-03. For soluble solids, CA-05 also
stood out with the highest estimate while the lowest estimate was observed in the 'Torreon'
hybrid. It was found that the CA-05 hybrid with higher estimates stood out from the others as
the most promising for cultivation in Agropolo Mossoró-Assú because it has high stability,
adaptability and high productivity.
Key words: Cucumis melo; BLUP; MHPRVG; fruit quality; productivity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Dispersão das estimativas de MHPRVG (Média Harmônica da Performance
Relativa dos Valores Genotípicos) de Cantaloupe avaliados em dois
ambientes do Agropolo Mossoró-Assú .......................................................... 29
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Dados climáticos dos locais nos quais foram conduzidas as avaliações dos
híbridos de Cantaloupe ................................................................................... 21
Tabela 2 Análise química do solo da área experimental do experimento realizado em
Mossoró .......................................................................................................... 21
Tabela 3 Análise química do solo da área experimental do experimento realizado em
Baraúna ........................................................................................................... 22
Tabela 4 Componentes de variâncias, acurácia, coeficiente de variação genotípico e
residual obtidos via REML individual, considerando análise conjunta e
híbridos de melão Cantaloupe em dois municípios do Agropolo Mossoró-
Assú ................................................................................................................ 25
Tabela 5 Estabilidade de valores genotípicos (MHVG), adaptabilidade de valores
genotípicos (PRVG) e Média Harmônica da Performance Relativa dos
Valores Genotípicos (MHPRVG) de híbridos de Cantaloupe avaliados em
dois ambientes do Agropolo Mossoró-Assú ................................................... 27
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 12
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 12
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 12
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 13
3.1 ORIGEM, DOMESTICAÇÃO E BOTÂNICA DO MELOEIRO ............................. 13
3.2 GRUPOS BOTÂNICOS E COMERCIAIS DO MELÃO ......................................... 14
3.2.1 Cucumis melo var. inodorus Jacquin .......................................................................... 14
3.2.2 Cucumis melo var. cantalupensis Naud ...................................................................... 14
3.2.3 Cucumis melo var. reticulatus Séringe ....................................................................... 15
3.3 ASPECTOS ECONÔMICOS DO MELÃO ............................................................... 15
3.4 CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS PARA A CULTURA DO MELOEIRO ....... 17
3.5 INTERAÇÃO GENÓTIPO x AMBIENTE ............................................................... 18
3.6 ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE ................................................................ 19
3.6.1 Tipos de Estabilidade ................................................................................................. 19
3.6. Métodos de Análise da Estabilidade ........................................................................... 20
4 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 21
4.1 GERMOPLASMA ..................................................................................................... 21
4.2 AMBIENTES ............................................................................................................. 21
4.3 CONDUÇÃO EXPERIMENTAL .............................................................................. 22
4.4 CARACTERES AVALIADOS .................................................................................. 22
4.5 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ..................................................................... 23
4.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS .................................................................................... 23
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 25
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 31
10
1 INTRODUÇÃO
O melão (Cucumis melo L.), pertence ao gênero Cucumis da família Cucurbitaceae é
uma olerácea apreciada em todo o mundo, e caracterizando-se como uma das mais
exportadas. Nos últimos anos, o cultivo do melão vem se destacando no mercado agrícola
brasileiro, devido à expansão das áreas cultivadas, aumento da produtividade e adoção de
tecnologias em todo o sistema produtivo. (SEAGRI, 2016).
O fruto do meloeiro apresenta benefícios nutricionais, podendo suprir as exigências
em vitaminas A e C, além de ser fonte significativa de açúcar, fibras, cálcio, iodo, potássio. O
consumo é de forma in natura, como ingrediente de saladas de frutas, combinado com outras
oleráceas, ou na forma de suco. No amadurecimento, o fruto dispõe de propriedades
medicinais, sendo considerado como calmante, refrescante, alcalinizante, mineralizante,
oxidante, diurético, laxante e emoliente. (EMBRAPA, 2017).
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO, 2017), a produção mundial de melões na safra de 2016 foi de 31.254.762
toneladas, produzidas em 1.290.536,58 hectares, o que resulta em um rendimento de
21,31t/ha. O maior produtor mundial é a China, responsável por 54,97% da produção
mundial, sendo também o país que apresenta a maior área cultivada no mundo. O Brasil ocupa
a 13a posição entre os maiores produtores de melões, caracterizando-se como o maior
produtor da América do Sul, com uma produção de 596.930 toneladas, produzidas em 23.166
hectares de terras brasileiras.
O Nordeste brasileiro é responsável por mais de 95% da produção e exportação de
melão (Cucumis melo L.) nacional. A posição de destaque da referida região se deve às
condições edafoclimáticas prevalentes para o cultivo do meloeiro como altas temperaturas
entre 24 e 32ºC, baixa umidade relativa do ar, baixa precipitação pluviométrica (500
mm/ano), a alta luminosidade e o uso de alta tecnologia de produção por parte do setor
produtivo. Ressalta-se que o cultivo do meloeiro proporciona não apenas vantagens
econômicas, mas benefícios sociais por garantir mais de 50 mil empregos diretos e indiretos
envolvidos em toda a cadeia produtiva (NUNES et al., 2015).
A maior parte dos frutos de melão produzidos no Agropolo Mossoró-Assú, no Rio
Grande do Norte, é do tipo Amarelo, pertencente ao grupo botânico inodorus Jacquin. No
entanto, outros tipos de frutos têm sido exportados, dentre eles o melão do tipo Cantaloupe. O
11
referido tipo de melão pertence ao grupo cantaloupensis Naud., sendo caracterizado pela
casca rendilhada, polpa salmão e forte aroma. Este tipo de melão possui elevada qualidade
com teor de sólidos soluveis superior a 12%. (OLIVEIRA et al., 2019).
Para adoção de um determinado genótipo pelo setor produtivo é necessário que sejam
realizados ensaios de valor e Cultivo (VCU) em condições representativas da região na qual o
cultivar será plantado (NUNES et al., 2011a). Por outro lado, ao se avaliar um conjunto de
genótipos em diferentes condições de ambiente, espera-se que ocorra a presença da interação
genótipos x ambientes (G x A) na manifestação fenotípica. A interação G x A dificulta o
trabalho dos melhoristas, exigindo que as avaliações sejam feitas em pelo menos dois
ambientes. A interação genótipos por ambientes é decorrente do comportamento diferente dos
genótipos em ambientes distintos. Uma vez detectada a presença da interação, torna-se
fundamental a adoção de medidas no sentido de atenuar seu efeito. Uma das alternativas mais
utilizadas é uso de genótipos com elevada estabilidade e adaptabilidade (RAMALHO et al.,
2012; NUNES et al., 2011b).
Muitos são os métodos utilizados no estudo da adaptabilidade e estabilidade (LEÓN;
BECKER, 1988). Entretanto, nos últimos anos, têm aumentado estudos com o uso dos
modelos mistos (REML/BLUP – Restricted Maximum Likelihood/Best Linear Unbiased
Prediction). Nesse contexto, o método da Média Harmônica da Performance Relativa dos
valores Genotípicos (MHPRVG) tem tido uma aplicação em diferentes culturas, tanto nas
perenes, quanto nas anuais. São poucos os trabalhos de meloeiro com a aplicação da referida
técnica (OLIVEIRA et al., 2019). A grande vantagem do método é permitir a seleção de
genótipos estáveis com alta adaptabilidade e produção a partir de um único parâmetro
(RESENDE, 2004).
12
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O presente trabalho teve como objetivo geral avaliar o desempenho genotípico de
híbridos de melão Cantaloupe quanto à produção e qualidade do fruto em dois municípios do
Agropolo Mossoró-Assú.
2.2 Objetivos Específicos
Avaliar o híbrido mais promissor para o cultivo no Agropolo Mossoró-Assú;
Avaliar índices de produtividade e teores de sólidos solúveis em Híbridos de Melão
Cantaloupe;
Avaliar o desempenho genotípico dos híbridos de Melão Cantaloupe conforme a
interação Genótipo x Ambiente.
13
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 ORIGEM, DOMESTICAÇÃO E BOTÂNICA DO MELOEIRO
O meloeiro (Cucumis melo L.), do gênero Cucumis, pertence a família Cucurbitaceae.
De acordo com Akashi et al. (2002), o centro de origem da cultura está presente nas regiões
tropicais e subtropicais da África, onde encontram-se ainda muitas das espécies não cultivadas
pertencentes ao gênero Cucumis. (WHITAKER; DAVIS, 1962, Apud ARAGÃO et al., 2019).
Segundo Karchi (2000), a introdução do meloeiro ocorreu na Ásia e Oriente Médio
por volta de 1.500 a 2000 a.C, e sua exploração acarretou na formação de diversos centros de
origem secundários pertencentes aos territórios da Índia, Irã, China, Turquia e repúblicas
asiáticas. A domesticação da espécie aconteceu devido a composição nutricional de suas
sementes com posterior seleção de frutos. A cultura sofreu intenso processo de diversificação,
produzindo centros de diversidade que estão localizados na bacia do Mar Mediterrâneo, Ásia
Central, Índia e Ásia Oriental. (WHITAKER; DAVIS, 1962, Apud ARAGÃO et al., 2019).
De acordo com Jefrey et al. (1980), a espécie Cucumis melo é dividida em duas
subespécies, em razão da presença e do comprimento de pêlos no ovário. A subspécie melo é
caracterizada com ovário de pêlos longos, com dez variedades botânicas (cantalupensis,
reticulatus, adana, chandalak, ameri, inodors, chate, flexuosus, dudaim e chito), e subspécie
agrestis caracteriza-se com ovário de pêlos curtos, e em seis variedades (momordica, tibish,
conomon, chinesis, makuwa e acidulus). (PITRAT, 2008).
A espécie Cucumis melo L. é diploide, de polinização cruzada, e com número de
cromossomos igual a 12 (2x=2n=24). (WANG et al., 1997). Apresenta plantas anuais,
herbáceas, caule prostrado, com número de hastes variável atingindo até três metros,
dependendo da variedade. As folhas são alternadas simples e de limbo inteiro. (KIRKBRIDE,
1993). Possue gavinhas, sistema radicular ramificado, pouco profundo e com pouca
capacidade de regenaração após danos, o que dificulta a propogação da cultura por meio de
transplantes de mudas. (GOMEZ-GIULLAMÓN et al., 1983).
A diversidade morfológica da cultura é mais acentuada nos frutos, devido a variação
de cores, forma e tamanho, que variam de esféricos a extremamente alongados, com peso de
poucos gramas a vários quilogramas, e sabores de polpas de amargo à doce. (LUAN, et al.,
2010);
14
O meloeiro apresenta em geral a expressão sexual andromonoica e monoica.
(PITRAT, 2008). As flores masculinas são axilares e agrupadas na mesma inflorescência tipo
cacho, e as flores hermafroditas são dispostas de forma solitária. (GÓMEZ-GUILLAMÓN et
al., 1983. apud ARAGÃO et. al., 2019). Os frutos podem ser resultado da polinização
cruzada, autopolinização, ou de ambas simultâneamente. (LENZI, et. al., 2005).
3.2 GRUPOS BOTÂNICOS E COMERCIAIS DO MELÃO
A escolha ideal do tipo comercial e da cultivar a ser acatada pelo produtor deve-se dar
preferência a cultivares que tenham características excelentes relacionadas à firmeza de polpa,
crocância e doçura, além de resistência a doenças, proporcionando menor custo de produção
ao produtor, e disponibilidade de frutos saudáveis aos consumidores. (ARAGÃO et al., 2019).
Existem oito tipos comerciais de meloeiro explorados nos sistemas de produção do
país classificados em três variedades botânicas. As variedades cantalupensis, inodorus e
reticulatus são as únicas com interesse comercial global. (ARAGÃO et al., 2019).
3.2.1 Cucumis melo var. inodorus Jacquin
Correspondem à plantas andromonoicas, com frutos em formato variando de redondos
à elíptico, não se desprendem do pedúnculo quando maduros, amadurecimento tardio,
sementes grandes, sem aroma e não climatérios. (PITRAT, 2013). Os melões inodoros
possuem casca lisa ou levemente enrugada com coloração amarela, verde-escura ou branca,
tendo como característica importante à resistência as condições de transportes e vida útil pós-
colheita longa. (ZEBALOS, 2017).
Os melões Amarelo, Pele de Sapo e Honeydew pertencem a este grupo taxonômico.
3.2.2 Cucumis melo var. cantalupensis Naudin
Constituído por plantas andromonoicas e monoicas, com frutos doces, aromáticos,
climatérios, e com baixa resistência ao transporte e manuseio, sementes amarelas de tamanho
médio, além de reduzida vida pós-colheita. (PITRAT, 2008.) Os frutos apresentam superfície
reticulada, verrugosa ou escamosa, podendo apresentar gomos, e têm polpa de coloração
alaranjada ou salmão ou, às vezes, verde, e teor de sólidos soluveis superior a 12%.
(ZEBALOS, 2017).
15
Dentre os tipos comerciais produzidos em sistemas de produção do Brasil, o
Cantaloupe e Gália correspondem à variedade botânica.
3.2.3 Cucumis melo var. reticulatus Sérige
Representam plantas andromonoicas com frutos climatérios e aromáticos, de sabor
adocicado, com forma ligeiramente oval ou arredondada, casca reticulada e coloração
variando de amarela à verde-escura, com polpa de coloração alaranjada, sementes amarelas de
tamanho médio, baixa resistência ao transporte e reduzida vida pós-colheita. (PITRAT, 2013).
Dentre os tipos comerciais produzidos em sistemas de produção do Brasil, o Charentais
corresponde à variedade botânica.
No Brasil, os tipos mais comercializados nos sistemas de produção são o Amarelo,
Pele de Sapo, Honey Dew (inodorus), Charentais (reticulatus) e Cantaloupe e Gália
(cantalupensis) considerando a escala comercial e o mercado de exportações. (ARAGÃO et
al., 2019). O tipo Cantaloupe é de origem americana, considerado como o mais produtivo no
mundo. Caracteriza-se por frutos de formato esférico, superfície com reticulação intensa,
polpa de coloração salmão e aromátco.
No presente momento, os melões Amarelos são os mais cultivados no Nordeste
brasileiro, seguidos pelos tipos Cantaloupe e Pele de Sapo, através da utilização de híbridos
em diversas áreas produtivas, destacando-se os híbridos Goldex, Iracema, Natal, Caribbean
Gold, Grand Prix e Sancho. Os melões Caipira e Net Melons são cultivados no Brasil, mas
com importância econômica restrita a áreas específicas. (ARAGÃO et al., 2019).
3.3 ASPECTOS ECONÔMICOS DO MELÃO
O cultivo do melão é realizado em diversos países, sendo uma olerácea muito
apreciada em todos os continentes. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação (FAO, 2017), a produção mundial de melões na safra de 2016
foi de 31.254.762 toneladas, produzidas em 1.290.536,58 hectares, o que resulta em um
rendimento de 21,31t/ha. O maior produtor mundial é a China, responsável por 54,97% da
produção mundial, sendo também o país que apresenta a maior área cultivada no mundo.
Outros países como Turquia, Irã, Índia, Egito, Estados Unidos, Espanha, Marrocos, Itália,
Guatemala, Paquistão, México, Cazaquistão e Ucrânia se destacam entre os maiores
produtores mundiais do fruto.
16
O Brasil ocupa a 13a posição entre os maiores produtores de melões, caracterizando-
se como o maior produtor da América do Sul, com uma produção de 596.930 toneladas,
produzidas em 23.166 hectares de terras brasileiras. (FAO, 2016).
O Nordeste brasileiro responde por 94,77% da produção do País, seguido pela região
Sul, com 4,34%, e demais regiões com 0,89%. Entre os estados brasileiros, o Rio Grande do
Norte mantém a liderança nacional da produção do melão nos últimos seis anos,
apresentando produtividade acima da média nacional. Em ordem decrescente de produção
vêm os estados do Ceará, Bahia, Pernambuco, Piauí, Alagoas, Maranhão e Paraíba. Entre os
municípios produtores de melão do Rio Grande do Norte destacam-se em ordem decrescente
de produção, Mossoró, Tibau, Baraúna, Governador Dix-Sept Rosado, Apodi, Afonso
Bezerra, Assú, Upanema, Pedra Grande e Galinhos. (IBGE, 2017).
A maior parte da produção de melão no Brasil é exportada, cerca de 60% da produção
da olerácea é destinada para o mercado externo. Segundo o balanço de 2018 das Estatísticas
de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2017 foram embarcados 233,6 mil toneladas de
melão, totalizando mais de US$ 162,9 milhões. Hoje os maiores importadores de melão são
Inglaterra, Holanda, Itália e Espanha.
As estatísticas refletem a importância da produção de melão na economia do país, de
acordo com sua inserção no mercado mundial de frutas. A participação do melão brasileiro no
mercado internacional é resultado das condições favoráveis para o cultivo, ciclo curto do
melão nordestino quando comparado com o de outras regiões produtoras (60 a 65 dias,
diferente da Espanha que chega a 130 dias), localização estratégica dos pólos produtores em
relação aos entrepostos europeus, ganhos de produtividade, adoção de tecnologias avançadas
(cultivo de híbridos com elevado potencial genético), e período de safra coincidente com a
entressafra da Espanha (maior exportador mundial). (LIMA; KHAN, 2019).
Como critério econômico, o cultivo do melão gera empregos e renda para as regiões
produtoras, uma vez que requer mão-de-obra em praticamente todas as etapas do sistema de
cultivo, principalmente na etapa da colheita dos frutos, na qual é realizada manualmente.
(RABELO, 2017).
17
3.4 CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS PARA A CULTURA DO MELOEIRO
O meloeiro é uma cultura muito exigente em relação à condições edafoclimáticas para
o seu desenvolvimento, e assim como outras culturas está sujeito à intempéries climáticas que
podem afetar a produtividade e a qualidade dos frutos. As condições climáticas são fatores
responsáveis por influenciar significativamente a delimitação das regiões produtivas para o
cultivo ao longo do ano.
Fatores climáticos como temperatura, luz, umidade relativa do ar, vento e precipitação
interferem diretamente no crescimemto e desenvolvimento das plantas, sendo caracterizados
como decisivos no sistema de produção, podendo ser limitantes em situações diversas, seja
pelo excesso ou pela falta. (FEITOSA; GUIMARÃES, 2019).
A temperatura é o fator climático que mais afeta a cultura do meloeiro, por ser
limitante em todas as etapas do processo de crescimento e desenvolvimento da cultura. Dias e
noites quentes são considerados como ideais para a cultura, principalmente durante a época de
colheita. Temperaturas inferiores à 15ºC, acarretam em crescimento e atividade de insetos
polinizadores paralisados. Em temperaturas superiores à 35ºC, ocorre a interferência na
abertura estomática e diminuição de produção de fotoassimilados. Considera-se como faixa de
temperatura ideal com amplitudes térmicas diurnas entre 25ºC à 35ºC, e noturnas em 15ºC e
20ºC. (FEITOSA; GUIMARÃES, 2019).
A luminosidade tem importante efeito na produtividade e qualidade dos frutos tanto na
intensidade quanto no tempo de duração. O plantio do meloeiro é recomendado em regiões
que apresentem faixas luminosas entre 2.000 a 3.000 horas luz anuais, com comprimentos de
dias longos. (COSTA, 2007).
A umidade relativa do ar e a precipitação podem favorecer à perda da qualidade dos
frutos do meloeiro. Elevações nos índices favorecem a proliferação de doenças foliares,
produção de frutos com tamanho reduzido e menos adocicados, lixiviação ou percolação de
nutrientes do solo e prejuízos no processo de polinização das flores. As faixas ideais para o
plantio do melão estão entre 60 a 70% para umidade relativa do ar, e precipitações pluviais
baixas. As melhores épocas para o plantio devem ser nos meses mais quentes e secos de cada
região. Ventos com velocidades na faixa de 3,2 a 6,5 km/h são ideais para o cultivo do
meloeiro. Em excesso, os ventos podem provocar ferimentos nas plantas, devido ao atrito, e
causar fechamento estomático devido a intensificação da perda de água pelos
estômatos.(FEITOSA; GUIMARÃES, 2019).
18
O meloeiro têm melhor desenvolvimento em solos de textura média, profundos,
aerados, com elevada saturação por bases e pH entre 6 e 7,5. (GIONGO; CUNHA, 2010).
3.5 INTERAÇÃO GENÓTIPO x AMBIENTE
Ambiente, consiste na associação das condições edafoclimáticas à práticas culturais, à
ocorrência de patógenos e outras variáveis que podem interferir no desenvolvimento das
plantas, contituindo-se de todos os fatores não genéticos que alteram o crescimento e
desenvolvimento das plantas (fenótipo). A alteração no desempenho relativo de genótipo, em
relação à diferentes ambientes, denomina-se interação genótipo x ambiente, em que a resposta
fenotípica de cada genótipo às variações de ambiente é diferente e reduz a correlação entre o
fenótipo e o genótipo. (BORÉM et. al., 2017).
A interação genótipo x ambiente é tida como um importante fenômeno para os
profissionais melhoristas que atuam nos testes comparativos e na recomendação de cultivares
adequadas para o cultivo, em virtude de quanto maior a diversidade genética entre os
genótipos e entre os ambientes, de maior importância será a interação. (BORÉM et. al., 2017).
As respostas diferenciais de genótipos a diferentes ambientes ocorrem por meio de
plasticidade fenotípica, em que as plantas podem apresentar o efeito “tamponante”, ou seja,
quando a cultivar é composta por um determinado número de genótipos e cada um é adaptado
a microambientes particulares, e efeito “tamponado”, em que cada membro da população
possue a característica de se adaptar a vários ambientes. Conforme Bradshaw, (1965 p. 115-
155) “As plantas podem-se ajustar à variação no seu ambiente pela plasticidade fenotípica,
que é inversamente proporcional à sua heterozigose”
Fatores edafoclimáticos podem afetar o desenvolvimento fenológico das plantas.
Dentre os fatotes que favorecem a interação G x A tem-se os previsíveis: fotoperíodo, tipo de
solo, fertilidade do solo, toxicidade por alumínio, época de semeadura, práticas agrícolas, e os
imprevisíveis, distribuição pluviométrica, umidade relativa do ar, temperatura atmosférica e
do solo, patógenos e insetos. Em geral, as cultivares apresentam desempenho diferenciado
quando submetidos a condições edafoclimáticas variadas, dessa forma, cultivares com bom
desempenho produtivo em determinado local podem não se desenvolver bem em outros
ambientes, apresentando expressões fenotípicas distintas conforme o ambiente empregado no
cultivo. (BORÉM et. al., 2017). Dessa forma, cultivares com bons desempenhos produtivos
19
em determinados ambientes podem não expressar às mesmas características em outros. (DO
VALE; GUIMARÃES; ARAGÃO, 2019).
Basenado-se nos efeitos gerados pela interação genótipo x ambiente, as empresas
detentoras das cultivares realizam uma série de ensaios experimentais, com repetições e em
vários ambientes. Desse modo, a recomendação de cultivares adequadas para o
desenvolvimento nos cultivos agrícolas é possibilitada para diversos ambientes. Entretanto,
nem sempre é possível a avaliação de todas as regiões com aptidões para os cultivos, tornando
a recomendação imprecisa. (DO VALE; GUIMARÃES; ARAGÃO, 2019).
3.6 ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE
Adaptabilidade de uma cultivar corresponde à sua capacidade de aproveitar
vantajosamente as variações do ambiente. A estabilidade refere-se à resposta do genótipo à
sua capacidade de se apresentar como organismo altamente previsível, mesmo com variações
ambientais. As cultivares devem apresentar, em diferentes condições de ambiente, alta
produtividade, e sua superioridade deve ser estável. (BORÉM et. al., 2017).
3.6.1 Tipos de Estabilidade
A estabilidade estática corresponde às cultivares que apresentam respostas constantes,
independentemente das variações ambientais, e que não demonstram desvios em relação ao
seu desempenho. Estatísticamente a variância das cultivares é tida como zero. Denominada
também de estabilidade biológica, à estabilidade estática mede todos os desvios em relação à
média geral de cada genótipo. Este tipo de estabilidade é mais utilizado para caracteres como
resistência à doenças, indeiscência de vagens e resistência ao acamamento. (BORÉM et. al.,
2017).
A estabilidade dinâmica corresponde às cultivares que apresentam respostas às
variações ambientais de forma previsível, ou seja, somente os desvios relacionados com a
reação geral do genótipo contribuem para a instabilidade da cultivar. Em relação aos
caracteres quantitativos, os genótipos respondem às variações de ambiente com variações no
fenótipo. Os métodos baseados na interação G x A quantificam a estabilidade dinâmica,
denominada também de estabilidade agronômica, em contraste com a estabilidade biológica.
(BORÉM et. al., 2017).
20
3.6.2 Métodos de Análise da Estabilidade
A análise de variância de um grupo de cultivares avaliado em um série de ensaios
experimentais, envolvendo locais e anos, fornece importantes informações sobre a interação G
x A. Se a interação correspondente for significativa, o melhorista precisa saber se os
genótipos contribuem com a mesma intensidade para essa interação. Diversos tipos de
análises estatísticas foram desenvolvidas com o intuito de caracterizar a estabilidade de
diferentes genótipos. (BORÉM, et. al., 2017). Dentre as medidas utilizadas para medir a
qualidade de um experimento destacam-se o coeficiente de variação (CV) e a acurácia
seletiva.
Resende (2007) desenvolveu o método MHPRVG-BLUP que contempla estudos de
estabilidade e adaptabilidade, empregando dados genotípicos que incorporam em uma única
estatística a estabilidade, a adaptabilidade e a média do caráter de interesse. Nesse método,
são estimados três parâmetros: A MHVG (Média Harmônica dos Valores Genotípicos) que
permite a seleção com base na estabilidade e a produtividade, A PRVG (Performance relativa
dos valores genotípicos) que capitaliza a capacidade de resposta de cada genótipo à melhoria
do ambiente, e MHPRVG (Média Harmônica da Performance Relativa dos valores
Genotípicos) que agrupa em uma única estatística, a estabilidade, a adaptabilidade e a
produtividade.
21
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 GERMOPLASMA
Foram avaliados sete híbridos experimentais de meloeiro (CA-01, CA-02, CA-03,
CA-04, CA-05, CA-06 e CA-07) e o híbrido testemunha ‘Torreon’ (Syngenta®). Todos são do
tipo Cantaloupe, possuem mesocarpo alaranjado e expressão sexual monóica. Todos os
híbridos são derivados do programa de melhoramento genético desenvolvido na Universidade
Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).
4.2 AMBIENTES
Os ensaios foram conduzidos no período de junho a setembro de 2018 nos municípios
de Mossoró (5º 11´ S, 37º 21´ W, altitude: 18) e Baraúna (5º 05´S, 37º 38´ W, altitude: 94),
pertencentes ao Agropolo Mossoró-Assú. Conforme dados climático da tabela 1.
Tabela 1. Dados climáticos dos locais nos quais foram conduzidas as avaliações dos híbridos de Cantaloupe.
Município1
Temperatura máxima
(ºC) Tipo de Solo2
Máxima Mínima
Mossoró 35,1 22,7 Latossolo Vermelho amarelo
Argissólico
Baraúna 33,2 22,3 Argissolo Vermelho-Amarelo
Eutrófico
1Dados obtidos em estações climáticas montadas em cada local do experimento.
2Classificação realizada
conforme EMBRAPA (2013).
Os detalhes relativos à análise química do solo de cada um dos municípios estão nas
tabelas 2 e 3. Para análise química foram retiradas amostras simples na profundidade de 0 a
20 centímetros.
Tabela 2. Análise química do solo da área experimental do experimento realizado em Mossoró.
Ph Ca
+2 Mg
+2 Al
+3 H+Al K
+ P Na
+ M.O
(meq/100ml) (ppm)
6,10 5,10 1,60 0,20 1,30 0,76 24,12 0,34 1,12
22
Tabela 3. Análise química do solo da área experimental do experimento realizado em Baraúna.
pH Ca
+2 Mg
+2 Al
+3 H+Al K
+ P Na
+ M.O
(meq/100ml) (ppm)
6,20 7,60 1,90 0,20 1,50 0,79 10,10 1,40 1,80
4.3 CONDUÇÃO EXPERIMENTAL
Em estufa agrícola, realizou-se a semeadura para a obtenção das mudas sendo esta
realizada em bandejas de poliestireno com 200 células. As células foram preenchidas com
substrato comercial (TopStrato®). A irrigação das bandejas foi realizada duas vezes ao dia por
meio de aspersores invertidos até atingir os 15 dias após semeadura (DAS), tempo hábil para
o transplante das mudas no campo experimental. O transplantio das mudas foi realizado 16 e
17 dias após a semeadura em Mossoró e Baraúna, respectivamente.
Em todos os ensaios, para o preparo do solo foi realizada aração de grade de arrasto
até 20 cm de profundidade e passagem de grade niveladora. Logo após foram levantados os
camalhões com espaçamento de 2 metros e com altura de 20 cm. Na sequência foi instalado
um sistema de irrigação por gotejamento, com gotejadores espaçados em 0,30 m, diâmetro de
16 mm e vazão de 1,7 L h-1
.
As práticas culturais como, aplicações de defensivos agrícolas e capinas foram feitas
de acordo com a necessidade da cultura, obedecendo à recomendação de manejo e práticas
culturais padrões de cultivo de melão no Estado do Rio Grande do Norte (NUNES et al.,
2011a, b).
As colheitas foram realizadas manualmente, sendo os frutos retirados das plantas com
auxílio de canivetes, identificados com marcadores permanentes e colocados em sacos de
ráfia para serem transportados para as análises pós-colheita.
4.4 CARACTERES AVALIADOS
Foram avaliados a produtividade total e sólidos solúveis de frutos, consideradas como
os caracteres mais importantes para a cultura do ponto de vista comercial.
A produtividade total foi obtida pela pesagem de todos os frutos comerciais colhidos
da parcela. O teor de sólidos solúveis totais foi medido pela retirada de uma amostra de
aproximadamente 2/3 da espessura da polpa na região equatorial do fruto, no sentido da
23
cavidade. A amostra foi pressionada manualmente até que uma parte do suco fosse depositada
em um refratômetro digital (Digital Refractometer Palette 100®), onde foi determinado o teor
de sólidos solúveis. Para as medições do teor de sólidos solúveis foram amostrados oito frutos
por parcela.
4.5 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Os experimentos foram realizados em delinemantos de blocos completos casualizados
com três repetições. Cada parcela foi constituída por uma linha 6,0 m de comprimento,
espaçadas por 2 m. O espaçamento entre covas foi 0,3 m, sendo cultivada uma planta por
cova. Cada parcela possuía 20 plantas e as plantas das extremidades da parcela formaram a
bordadura de cabeceira. A área útil foi formada pelas 16 plantas centrais da linha.
4.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
A análise estatística foi realizada conforme o modelo estatístico 54 do software
SELEGEN-REML/BLUP (RESENDE, 2004; RESENDE, 2007). O referido modelo
corresponde a y = Xb + Zg + Wc + e, em que y, b, g, c, e correspondem, respectivamente, aos
vetores de dados, de efeitos fixos (médias de blocos através dos ambientes), de efeitos dos
genótipos (aleatórios), de efeitos da interação genótipo x ambiente (aleatórios) e de erros
aleatórios. Enquanto X, Z e W são as matrizes de incidência para b, e, e c, respectivamente.
As distribuições e estruturas de médias (E) e variâncias (Var) assumidas foram as
seguintes:
E [
ygce
] = [
Xb000
] ; Var [gce
] = [
Iσg2 0 0
0 Iσc2 0
0 0 Iσe2
]
O ajuste do modelo foi obtido a partir das equações de modelo misto:
[X′X X′Z X′WZ′X Z′Z + Iλ1 Z′W
W′X W′Z W′W + Iλ2
] × [bgc
] = [
X′y
Z′y
W′y
]
Onde λ1 = σe
2
σg2 =
1− hg2− c2
hg2 ; em que: hg
2 = σg
2
σg2+σc
2+σe2 corresponde à herdabilidade
individual no sentido amplo no bloco; 𝑐2 = 𝜎𝑐
2
𝜎𝑔2+𝜎𝑐
2+𝜎𝑒2 corresponde ao coeficiente de
24
determinação dos efeitos da interação genótipo x ambiente; 𝜎𝑔2 é a variância genotípica entre
híbridos (genótipos) de melão; 𝜎𝑐2 é a variância da interação genótipo x ambiente; 𝜎𝑒
2 é a
variância residual entre parcelas; 𝑟𝑔𝑙𝑜𝑐 = 𝜎𝑐
2
𝜎𝑔2+𝜎𝑐
2 = ℎ𝑔
2
ℎ𝑔2 +𝑐2
corresponde à correlação genotípica
dos genótipos, através dos ambientes.
Os estimadores interativos dos componentes de variância, por REML, via algoritmo
EM, são: ��𝑒2 =
[𝑦′𝑦−��′𝑋′𝑦− ��′𝑍′𝑦−𝑐′𝑊′𝑦]
[𝑁−𝑟(𝑥)]; ��𝑔
2 = [��′𝑔+��𝑒
2𝑡𝑟𝐶22]
q; σc
2 = [c′c+σe
2trC33]
s; em que C22 e
C33 advêm de C−1 = [
C11 C21 C13
C21 C22 C23
C31 C32 C33
]
−1
= [C11 C12 C13
C21 C22 C23
C31 C32 C33
], sendo C a matriz de
coeficientes das equações de modelo misto; tr o operador traço matricial; r(x) o posto da
matriz X; N, q e s, número total de dados, número de genótipos e número de combinações
genótipo x ambiente, respectivamente.
Por meio desse modelo foram obtidos os preditores BLUP empíricos dos valores
genotípicos livres da interação, dados por μ + g i, em que μ é a média de todos os ambientes e
g i é o efeito genotípico livre da interação genótipo x ambiente. Para cada ambiente j, os
valores genotípicos são preditos por μ + g i + geij, em que µj é a média do ambiente j, gi é o
efeito genotípico e geij é o efeito da interação genótipo x ambiente concernente ao genótipo i.
A seleção conjunta, considerando-se simultaneamente o caráter em questão, a
estabilidade e a adaptabilidade dos genótipos de melão (híbridos) é dada pela estatística média
harmônica da performance relativa dos valores genotípicos preditos MHPRVGi =n
∑1
Vgij
nj=1
, em
que n é o número de locais onde se avaliou o genótipo i, Vgij é o valor genotípico do genótipo
i no ambiente j, expresso como proporção da média desse ambiente.
25
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se efeito de genótipos para os dois caracteres avaliados (Tabela 4). Para
ambos os caracteres, observou-se maior estimativa da variância devida à interação G x A em
relação à variância genotípica, nas proporções de 4,22 e 5,11 para produtividade e sólidos
solúveis, respectivamente.
Tabela 4. Componentes de variâncias, acurácia, coeficiente de variação genotípico e residual obtidos via REML
individual, considerando a análise conjunta de híbridos de melão Cantaloupe em dois municípios do Agropolo
Mossoró-Assú.
Efeito Produtividade (Mg ha-1
) Sólidos solúveis
Deviance LRT ��2 Deviance LRT ��2
Modelo
completo
221,20 93,13
Genótipos (G) 229,17 7,97**
10.77 99,11 5,98* 0,45
G x A 231,13 6,93**
45,55 109,13 16,00**
2,30
Resíduo 56,60 1,40
h2
mg 0,81 0,78
Acg 0,89 0,90
𝑐2 0,55 0,62
��𝑔𝑙𝑜𝑐 0,06 0,01
CVe 14,27 11,51
Média 28,20 10,21
Deviance, LRT: Teste de razão de máxima verossimilhança; Var.: Componente de variância. **,*: significativo
pelo teste de Qui-quadrado a (p<0,01) e (p<0,05), respectivamente. h2
mg: Herdabilidade média; Acg: Acurácia
seletiva; rloc: correlação entre os ambientes; CVe: Coeficiente de variação ambiental.
Observou-se efeito significativo da interação G x A para os dois caracteres com uma
contribuição do referido fator para a manifestação fenotípica de 55% para a produtividade e
62% para sólidos solúveis. A correlação genética entre os dois ambientes foram reduzidas,
inferiores a 0,10 (Tabela 4).
A presença da interação indica o comportamento diferencial dos genótipos em função
dos ambientes (NUNES et al., 2002; RAMALHO et al., 2012). A interação G x A, para
ambos os caracteres, teve maior peso sobre a manifestação fenotípica. Esse fato é corroborado
quando se comparam as estimativas das variâncias genéticas e da interação G x A e,
26
sobretudo, as estimativas do parâmetro c2 que medem quanto que a variação devida a
interação G x A explica da variância fenotípica. Para os dois caracteres, os valores superam
50% da variância fenotípica. A interação genótipos por ambiente em melão tem sido
observada em estudos de avaliação de híbridos de melão no semi-árido brasileiro (GURGEL
et al., 2005; NUNES et al., 2006; FREITAS et al., 2007; NUNES et al., 2011a; NUNES et al.,
2011b) bem como em ensaios de avaliação de famílias (SILVA et al., 2011; ARAGÃO et al.,
2015; GUIMARÃES et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2019). A interação G x A é composta
pelos componentes de simples e complexo. O primeiro, ocorre devido às magnitudes das
diferenças de variabilidade entre os genótipos e o segundo, depende da correlação genética
dos genótipos nos ambientes (CRUZ; CASTOLDI, 1991).
A precisão dos ensaios de Valor e Cultivo (VCA) deve ser a maior possível porque as
diferenças entre os candidatos a cultivares, geralmente, são muito reduzidas para os caracteres
de interesse. Dentre as medidas utilizadas para medir a qualidade de um experimento
destacam-se o coeficiente de variação (CV) e a acurácia seletiva. Considerando o CV,
constatou-se que as estimativas para os dois caracteres avaliados estão dentro da faixa
observada para a cultura em outros trabalhos de avaliação de cultivares realizados no
Agropolo Mossoró-Assú (GURGEL et al., 2005; NUNES et al., 2011a; NUNES et al., 2011b,
OLIVEIRA et al., 2019). Considerando uma classificação inicial proposta por Lima et al.,
(2004) para o meloeiro, os valores verificados podem ser classificados como médios para
produtividade e sólidos solúveis. Com relação à acurácia seletiva, segundo a classificação
adotada por Resende e Duarte (2007), pode-se classificar como muito altas para os dois
caracteres (0,99 ≤ Acg ≤ 0,99). Assim, pode-se considerar que os ensaios apresentaram uma
excelente precisão.
Verificou-se heterogeneidade entre os híbridos avaliados para os dois caracteres
(Tabela 4). Esse fato foi confirmado pelas estimativas das variâncias genéticas e
herdabilidades elevadas. A herdadibilidade é um parâmetro que mede a proporção de
variância fenotípica explicada pela variância genética.
A correlação genotípica média da performance dos híbridos, através dos ambientes
(rloc), fornece a confiabilidade de quão constante é o ordenamento dos híbridos e,
indiretamente, indica a participação da parte complexa na interação. Assim sendo, constatou-
se que a estimativa de rloc foi muito reduzida tanto para produtividade como para sólidos
solúveis, corroborando com as estimativas do componente c2 (Tabela 4), corroborando para o
predomínio da parte complexa da interação para as duas características avaliadas, dificultando
27
o processo seletivo. Estudos anteriores no Agropolo Mossoró-Assú indicaram a
predominância da interação complexa para produtividade e sólidos solúveis, (NUNES et al.,
2006; SILVA et al., 2011; ARAGÃO et al., 2015; GUIMARÃES et al., 2016; OLIVEIRA et
al., 2019). Nunes et al. (2011b) verificaram predomínio da parte simples da interação ao
medir sólidos solúveis em híbridos de melão Galia avaliados em nove ambientes do Rio
Grande do Norte. A identificação de cultivares estáveis e adaptados é uma das maneiras de
atenuar os efeitos da interação genótipos por ambientes.
Para a produtividade, conforme a A MHVG (Média Harmônica dos Valores
Genotípicos) a maior estimativa foi observada para o genótipo CA-05 seguido dos genótipos
CA-02 e CA-03. A menor estimativa foi observada no genótipo CA-06 (Tabela 5). Para
sólidos solúveis, também se destacou CA-05 com a maior estimativa enquanto a menor
estimativa foi observada no híbrido ‘Torreon’, para ambos os caracteres, o hibrido CA-05
apresentou maior destaque (Tabela 5).
Tabela 5. Estabilidade de valores genotípicos (MHVG), adaptabilidade de valores genotípicos (PRVG) e Média
Harmônica da Performance Relativa dos valores Genotípicos (MHPRVG) de híbridos de Cantaloupe avaliados
em dois ambientes do Agropolo Mossoró-Assú.
Híbridos Produtividade (Mg ha-1
)
Sólidos solúveis (ºBrix)
MHVG PRVG MHPRVG
MHVG PRVG MHPRVG
CA-01 25,12 0,94 25,02
10,06 0,99 10,10
CA-02 28,12 1,07 28,46
9,77 1,00 9,95
CA-03 28,67 1,08 28,71
10,11 1,00 10,21
CA-04 26,12 0,98 26,23
9,36 0,93 9,45
CA-05 29,12 1,12 29,92
11,47 1,13 11,52
CA-06 21,65 0,82 21,76
10,52 1,07 10,41
CA-07 26,88 1,00 26,79
10,09 0,99 10,09
‘Torreon’ 26,23 1,00 26,60
8,78 0,89 8,93
A MHVG permite a seleção com base na estabilidade e a produtividade. Os valores da
MHVG são os próprios valores da produtividade ou sólidos solúveis, penalizados pela
instabilidade, o que certamente facilita a seleção dos híbridos mais produtivos e de melhor
28
qualidade de frutos e ao mesmo tempo mais estáveis. A MHVG penaliza a instabilidade,
quando genótipos são avaliados em diversos ambientes, resultando em nova média ajustada
por essa penalização. Segundo o critério de Resende (2007) que contempla os estudos de
estabilidade e adaptabilidade, empregando dados genotípicos que incorporam em uma única
estatística a estabilidade, a adaptabilidade e a média do caráter de interesse.
Os melhoristas do meloeiro visam cultivares com alta adaptabilidade. A
adaptabilidade é a capacidade de um genótipo ser responsivo de forma vantajosa à melhoria
ambiental (MARIOTTI et al., 1976). Para identificar essa característica, é necessário utilizar
métodos apropriados e, dentre os existentes, está a performance relativa dos valores
genotípicos (PRVG) que capitaliza a capacidade de resposta de cada genótipo à melhoria do
ambiente.
Em PRVG, destacou-se o genótipo CA-05 para os dois caracteres estudados com um
desempenho superior à média ambiental de 112 e 113% superior para produtividade e sólidos
solúveis, respectivamente (Tabela 5).
O método da média harmônica da performance relativa dos valores genotípicos
(MHPRVG), baseado em valores genotípicos preditos via modelos mistos, agrupa em uma
única estatística, a estabilidade, a adaptabilidade e a produtividade, facilitando, de modo
singular, a seleção de genótipos superiores (RESENDE, 2004; RESENDE, 2007; RESENDE,
2007). A MHPRVG fornece os valores genotípicos de cada genótipo penalizados pela
instabilidade e capitalizados pela adaptabilidade. Para este critério, os resultados são
exatamente os mesmos para os critérios MHVG e PRVG (Tabela 5), isto é, o híbrido de maior
destaque para a produtividade e sólidos solúveis foi CA-05.
Construiu-se um gráfico Scatter para observar o comportamento de cada genótipo
avaliado considerando as duas estimativas de MHPRVG (produtividade e sólidos solúveis)
(Figura 1).
Constatou-se que o hibrido CA-05 com maiores estimativas destacou-se dos demais
híbridos, por apresentar maiores índices de produtividade aliados com maiores teores de
sólidos solúveis, o que o torna como ideal para produção e comercialização do fruto no
agropólo Mossoró-Assú.
O híbrido CA-06 apresentou-se mais disperso em relação aos demais em razão do
menor índice de produtividade, embora apresente teores de sólidos solúveis apreciáveis para o
consumo.
29
Figura 1. Dispersão das estimativas de MHPRVG (Média Harmônica da Performance Relativa
dos valores Genotípicos) de Cantaloupe avaliados em dois ambientes do Agropolo Mossoró-
Assú.
30
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A identificação de cultivares estáveis e adaptados é uma das maneiras de atenuar os
efeitos da interação genótipos por ambientes. Os híbridos avaliados corresponderam a efeito
significativo da interação G x A para ambos caracteres avaliados.
Considerando os dois caracteres avaliados , o híbrido experimental AC-05 destacou-se
como o mais promissor para o cultivo no Agropolo Mossoró-Assú, pois respondeu em média
para a produtividade e sólidos solúveis respectivamente, 1,12 e 1,13 vezes a média do
ambiente plantado. Este híbrido, considerando todos os resultados, foi superior aos demais
híbridos experimentais e a testemunha, o que o torna ideal para a produção do fruto para a
exportação.
31
REFERÊNCIAS
ARAGÃO, F. A. S.; WELK, E; NUNES, L. P.; BOMFIM, I. G. A.; NUNES, G. H. S.;
QUEIROZ, M. A. Descrição e Classificação Botânica do Meloeiro. Produção de Melão.
Viçosa, MG. Ed. UFV, 2019.
ARAGÃO, F.A.S.; NUNES, G.H.S.; QUEIRÓZ, M.A. Interação genótipo x ambiente de
famílias de melões com base em características de qualidade dos frutos. Raça da
colheita. Applied Biotechnology, Minnesota, Vol.15 n. 2, p. 79-86, Abr./junho, 2015.
BORÉM, A.; MIRANDA, G. V.; NETO, R. F. Melhoramento de Plantas. Viçosa, MG. Ed.
UFV, 2017.
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