UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE ... - monografias… · 2.2 origem e evoluÇÃo dos estudos...

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Um Estudo de Caso na Guarda Municipal do Natal/RN THIAGO AIRES LAURENTINO Natal, junho de 2015.

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:

Um Estudo de Caso na Guarda Municipal do Natal/RN

THIAGO AIRES LAURENTINO

Natal, junho de 2015.

2

THIAGO AIRES LAURENTINO

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:

Um Estudo de Caso na Guarda Municipal do Natal

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do curso de graduação em

Administração da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, com requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientadora: Profª. Maria Teresa Pires Costa, Dra.

Natal, junho de 2015.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:

Um Estudo de Caso na Guarda Municipal do Natal

Monografia apresentada e aprovada em 18/06/2015 pela Banca Examinadora

composta pelos seguintes membros:

Profª. Maria Teresa Pires Costa, Dra.

Orientadora

Prof. Antônio Alves Filho, Dr.

Examinador

Prof. Francenildo Dantas Rodrigues, M.Sc.

Examinador

Natal, junho de 2015.

4

Dedico este trabalho aos meus pais, que

sempre acreditaram em mim e

investiram na minha excelente

formação de cidadão, e a minha filha

Maria Laura que seu nascimento me

inspirou e me transformou em um ser

humano melhor.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade a mim concebida.

Agradeço aos meus pais por toda força, incentivo, amor e compreensão durante toda a

minha vida.

Agradeço a minha companheira, Laiane, pelo carinho, paciência, suporte e

compreensão durante minha caminhada acadêmica.

Agradeço a minha orientadora, professora Maria Teresa Pires Costa, pelo seu apoio,

gentileza e paciência.

Agradeço a presidenta do Sindguardas/RN, Margareth Vieira pela colaboração com

informações de extrema importância para o trabalho, e também toda direção dessa

entidade sindical.

Agradeço aos meus colegas de curso que durante essa trajetória compartilharam bons e

maus momentos que foram determinantes para a minha formação acadêmica.

Agradeço aos professores da UFRN, por todo conhecimento transmitido.

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RESUMO

O objetivo desse trabalho foi descrever a qualidade de vida dos profissionais da Guarda

Municipal do Natal, no Rio Grande do Norte. Para isso, foi usado um questionário

aplicado nos guardas municipais com intuito de identificar os diversos aspectos que

interferem na atuação de suas atividades. Entretanto, para entender o que as respostas

do questionário expressam, foi mencionado no referencial teórico seis dos principais

modelos de qualidade de vida no trabalho para se aprofundar no tema proposto. Com a

coleta dos dados disponíveis no questionário QWLQ-bref, com 20 questões, foi

possível analisar os dados e transformá-los em informações que foram necessárias para

se chegar a uma conclusão. A técnica utilizada ainda dividiu o tema em domínios, que

foram os físicos, psicológicos, pessoal e profissional, entretanto, nenhum desses

domínios obtiveram uma média satisfatória de qualidade de vida no trabalho. Os

resultados da pesquisa exploratória descritiva demonstraram um nível geral de

qualidade de vida no trabalho neutro para nos guardas municipais do Natal, dando

ênfase aos domínios profissional e psicológico que apresentaram nível insatisfatório.

No final, foram feitas recomendações direcionadas para a Gestão da cidade do Natal,

para que junto com a Secretaria Municipal de Defesa Social e o Comando da Guarda

Municipal do Natal seja implementada ações a fim de aumentar o nível de QVT e

consequentemente a satisfação e motivação dos componentes da Guarda Municipal do

Natal gerando maior qualidade no serviço oferecido à população e um maior bem estar

para os servidores estudados.

Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho. Guarda Municipal do Natal. Domínio.

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ABSTRACT

The aim of this study was to describe the quality of life for professionals Municipal

Guard of Natal, in Rio Grande do Norte. For this, we used a questionnaire administered

in the municipal guards in order to identify the various aspects that interfere with the

performance of its activities. However, to understand what the questionnaire answers

express, it was mentioned in six of the main theoretical models of quality of life at

work to deepen the theme. With data collection available in QWLQ-Bref questionnaire

with 20 questions, it was possible to analyze the data and turn it into information that

were necessary to reach a conclusion. The technique used also shared the theme in

areas that were the physical, psychological, personal and professional, however, none

of these areas had a satisfactory average quality of work life. The results of descriptive

exploratory survey showed a general level of quality of life in neutral work for the

municipal guards Natal by focusing on the professional and psychological domains that

showed unsatisfactory level. In the end, recommendations were made directed to the

Town Natal Town Management, so that along with the City Department of Social

Protection and the Command Municipal Guard of Natal is implemented actions to

increase the level of QWL and consequently the satisfaction and Natal motivation of

the Municipal Guard components generating higher quality of service offered to the

population and a greater well-being for the studied servers.

Keywords: Quality of life at work. Municipal Guard of Natal. Domain.

8

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Evolução da QVT 22

Quadro 02: Modelo Biopsicossocial e organizacional 27

Quadro 03: Modelo de QVT de Westley 28

Quadro 04: Modelo de QVT de Walton 28

Quadro 05: Modelo de Belanger 31

Quadro 06: Classificação proposta para o QWLQ – 78 35

Quadro 07: Ampliação das escalas do questionário QWLQ-78 35

Quadro 08: Questões que compõem o QWLQ-bref 36

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Conceitos de QVT 20

Figura 02: Modelo completo de Hanckman 26

10

LISTA DOS GRÁFICOS

Gráfico 1: Sexo dos guardas municipais 37

Gráfico 2: Faixa etária dos guardas municipais 38

Gráfico 3: Estado civil dos guardas municipais 38

Gráfico 4: Escolaridade dos guardas municipais 39

Gráfico 5: Tempo de Serviço na Guarda Municipal 39

Gráfico 6: Avaliação do sono 40

Gráfico 7: Trabalho prejudicado por problemas com o sono 41

Gráfico 8: Necessidades fisiológicas básicas 41

Gráfico 9: Conforto no ambiente de trabalho 42

Gráfico 10: Motivação no Trabalho 43

Gráfico 11: Liberdade de expressão no trabalho 44

Gráfico 12: Orgulho pela profissão 44

Gráfico 13: Sentimento de realização no trabalho 45

Gráfico 14: Qualidade da relação com superiores e/ou subordinados 46

Gráfico 15: Avaliação do trabalho pela família 46

Gráfico 16: Respeito entre colegas e superiores 47

Gráfico 17: Liberdade pra criar coisas novas no trabalho 47

Gráfico 18: Igualdade de tratamento entre os Guardas 48

Gráfico 19: Orgulho da organização 48

Gráfico 20: Nível de participação nas decisões da organização 49

Gráfico 21: Níveis de responsabilidade no trabalho 49

Gráfico 22: Treinamentos dados pela organização 50

Gráfico 23 Variedades de tarefas realizadas 50

Gráfico 24: Camaradagem no trabalho 51

Gráfico 25: Satisfação com a qualidade de vida no trabalho 51

Gráfico 26: Média geral e dos domínios de QVT 52

11

SUMÁRIO

1 PARTE INTRODUTORIA 12

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 13

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA 15

1.3 OBJETIVO DO ESTUDO 16

1.3.1 Objetivo Geral 16

1.3.2 Objetivos Específicos 16

1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO 17

2.1 CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO(QVT) 18

2.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS SOBRE QUALIDADE DE

VIDA NO TRABALHO

20

2.3 MODELOS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 23

2.3.1 Modelo de D. Nadler & Lawler: O Sucesso da QVT nas Organizações 23

2.3.2 Modelo de Hackman e Oldham: Um Modelo Para o Diagnóstico da

Qualidade de Vida no trabalho

24

2.3.3 Modelo de Limongi-França 26

2.3.4 Modelo de William Westley: As Quatro Dimensões da Qualidade de

Vida no Trabalho

27

2.3.5 Modelo de Richard Walton: Uma Proposta para a QVT 28

2.3.6 Modelo de Belanger 30

2.4 O TRABALHO EM SEGURANÇA PÚBLICA: O QUE FAZ A GUARDA

MUNICIPAL

31

3 METODOLOGIA 33

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 33

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 34

3.3 COLETA DE DADOS 34

3.4 ANALISE DE DADOS 36

4 RESULTADOS 37

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 53

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 55

ANEXOS 58

12

1 PARTE INTRODUTORIA

O ser humano, ao longo de sua existência, busca caminhos para alcançar o ápice

do bem estar, também denominado qualidade de vida. Porém, para almejar tal façanha

é necessário ultrapassar algumas barreiras consideradas básicas para o

desenvolvimento como pessoa. Ter saúde, satisfação, consigo mesmo e com seu

trabalho, com sua família e amigos, ter dignidade e moral elevada, dentre outras, pois

estes são apenas alguns desses obstáculos na vida para alcançar a tão sonhada

qualidade de vida.

No contexto atual, marcado por ambientes turbulentos e diante de mudanças que

vêm ocorrendo rapidamente em todos os setores, a situação que está posta é a

preocupação com os indivíduos e que passam a ser, quando comprometidos com a

organização, o diferencial competitivo de onde provém a inovação e conhecimento

capazes de estabelecer este diferencial.

Este trabalho pretende avaliar a qualidade de vida no trabalho (QVT) e satisfação

dos servidores da Guarda Municipal da Cidade de Natal. Nele serão abordados métodos

apropriados de QVT e satisfação, capazes de facilitar e satisfazer as necessidades dos

funcionários, partindo da ideia que as pessoas são mais produtivas quanto mais estiver

satisfeitas e envolvidas com o trabalho. Investigando os servidores da Guarda

Municipal, a respeito das suas percepções sobre os fatores influenciadores da QVT

pretendo buscar solução para melhorar a QVT dos Agentes da Guarda Municipal do

Natal.

O trabalho está dividido em cinco capítulos principais. Primeiramente,

apresenta a parte introdutória do trabalho, constando a caracterização da organização

analisada, a contextualização e o problema da pesquisa, os objetivos geral e específicos

e a justificativa do estudo. Em seguida, encontra-se o referencial teórico, que apresenta

a revisão da literatura. O terceiro capítulo expõe a metodologia utilizada na pesquisa,

abordando a caracterização da pesquisa, o plano de coleta de dados e o plano de análise

dos dados. No capítulo quatro são expostos os resultados. O quinto capítulo mostra a

conclusão e recomendação. E, por fim, relacionam-se as referências utilizadas na

elaboração da pesquisa.

13

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A Guarda Municipal do Natal foi criada pela Lei nº. 4000, de 04 de junho de

1991, com alterações contidas na Lei nº. 4.095, de 12 de junho de 1992, na Lei nº.

4.990, de 28 de maio de 1998 e na Lei nº. 5.499, de 30 de outubro de 2003, para efeito

desta Lei, é uma instituição de caráter civil, uniformizada e armada, composta por

servidores aprovados em concurso público. Seu efetivo inicial foi fixado em 205

componentes entre homens e mulheres e em 1992 aumentou para 508 membros de

acordo com a lei municipal n. 4.095/92.

A partir da Lei municipal 5.829/07, o efetivo da Guarda Municipal passou a ser

de 658 componentes, entre homens e mulheres, sendo: 01 Secretário Adjunto

(Comandante Geral); 02 Subcomandantes, sendo um de Segurança e Trânsito e 01 de

Instrução e Material; 01 Inspetor; 02 Subinspetores; 15 1º Supervisores; 25 2º

Supervisores; 57 Chefes de Grupo de Ação; e 555 Agentes.

Hoje a Guarda Municipal integra a Secretaria de Segurança Pública e Defesa

Social (SEMDES) da Cidade do Natal e opera com um efetivo de 473 membros entre

homens e mulheres, sendo: 01 Secretário Adjunto (Comandante Geral); 02

Subcomandantes, sendo um de Segurança e Trânsito e 01 de Instrução e Material; 08 2º

Supervisores; 36 Chefes de Grupo de Ação; e 429 Agentes. Um número de Guardas

Municipais bem abaixo dos 658 componentes previsto em Lei.

Dentre as atribuições da Guarda Municipal do Natal, estão: exercer, no âmbito

do Município, o policiamento preventivo e comunitário, promovendo a mediação de

conflitos e o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos; prevenir, inibir e reprimir

atos que atentem contra os bens, instalações e serviços municipais;

Na parceria com outros órgãos da Administração Municipal dá apoio de

segurança às atividades desenvolvidas pelos Agentes de Trânsito, Fiscais de

Transporte, Fiscais da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismos SEMSUR no

comércio ambulante nas vias e logradouros públicos, Fiscais da SEMURB nas ações de

fiscalização nas áreas ambiental e urbanística e Fiscais de Vigilância à Saúde, ou ainda,

qualquer outra atividade desenvolvida por servidores públicos no pleno exercício das

suas funções e na garantia do interesse público.

No tocante ao meio ambiente, a Guarda Municipal do Natal, possui como

atribuição proteger o patrimônio ecológico, cultural, arquitetônico e ambiental do

14

Município, adotando medidas coercitivas, educativas e preventivas por este motivo foi

criado o Grupo de Ação Ambiental (GAAM).

Em 08 de dezembro de 2008, foi sancionada a lei complementar nº 104 que

institui meios normativos e regulamentadores para a Guarda Municipal do Natal

(GMN) no tocante às estruturas administrativo-organizacional e funcional, às

atribuições institucionais, às competências funcionais dos cargos e das funções, à

hierarquia, à disciplina, ao provimento dos cargos e das funções, ao regime de trabalho,

e aos direitos, vantagens e prerrogativas dos seus integrantes. Essa lei, conhecida como

“Estatuto da GMN”, foi sancionada na gestão do então prefeito Carlos Eduardo Alves,

quase dezoito anos após a criação da instituição.

A estrutura administrativo-organizacional da GMN tem a seguinte Composição,

conforme a Lei Complementar nº 104/08:

I - Comando da Guarda Municipal, representado pela pessoa do comandante da Guarda

Municipal - DSD; II – Sub-comando de Segurança e Trânsito, representado pelo

Subcomandante de Segurança e Trânsito - SSD; III - Sub-comando de Material e

Instrução, representado pelo Subcomandante de Material e Instrução - SSD; IV -

Núcleo de Planejamento Estratégico, representado pelas pessoas de seus membros; V -

Núcleo de Apoio ao Servidor da Guarda Municipal do Natal, representado pelas

pessoas de seus membros; VI – Núcleo de Pessoal, representado por membros

indicados pelo comandante da GMN; VII – Núcleo Financeiro, representado por

membros indicados pelo comandante da GMN.

A estrutura organizacional funcional, ou Quadro Funcional, da GMN

compreende cargos de provimento em comissão e cargos de provimento efetivo, sendo

eles os seguintes:

I - Cargos de provimento em comissão: Comandante da Guarda Municipal, de símbolo

DSD; Subcomandante de Segurança e Trânsito, de símbolo SSD; Subcomandante de

Instrução e Material, de símbolo SSD;

II - Cargos de provimento efetivo: guarda Municipal (GM), de símbolo GM;

O cargo de Guarda Municipal possibilita o exercício de funções, chamadas

funções de carreira, que compõem parte da carreira desse cargo e que se diferenciam

por seus níveis hierárquicos e competências próprias, sendo elas, em ordem crescente

de nível hierárquico, as seguintes: I - função de Agente, de símbolo AGT; II - função

de Chefe de Grupo de Ação, de símbolo CGA; III - função de 2º Supervisor, de

15

símbolo 2SUP; IV - função de 1º Supervisor, de símbolo 1SUP; V - função de

Subinspetor, de símbolo SINSP; e VI – função de Inspetor, de símbolo INSP

Vale salientar que na atualidade, quase 7 anos depois da lei sancionada, apenas

os três primeiros níveis hierárquicos estão sendo cumpridos e os Núcleos ainda

engatinham sem muita estrutura.

Atualmente os servidores da Guarda Municipal do Natal junto com o

SINDGUARDAS (Sindicato das Guardas Municipais do Rio Grande do Nortel),

entidade sindical que representa os trabalhadores da Guarda Municipal do Natal,

trabalham uma pauta de reivindicações para melhoria da GMN. Dentre elas estão:

concurso público, plano de cargos específico, condições de trabalho e o cumprimento

da Lei Complementar nº104/08 “Estatuto da GMN”.

O plano de cargos próprio com carreira única é a principal reivindicação da

categoria. Atualmente os Guardas Municipais estão inseridos no Plano de Cargos Geral

do município. Mesmo a Lei Complementar nº 104/08 “Estatuto Municipal” e a Lei nº

13.022/14 “Estatuto Federal”, que dão direito ao Guarda de ser enquadrado no “nível

médio” e também ter um Plano de cargos próprio com carreira única”, a Prefeitura

Municipal de Natal insiste em descumprir as Leis e mantém a Guarda Municipal no

Grupo de Auxliares de serviços Gerais (GASG) do Plano Geral. Essas atitudes fazem

com quê atualmente em caso de afastamento da escala de serviço por motivo de doença

ou de aposentadoria os guardas municipais são vítimas de uma redução drástica de

mais de 70% nos salários.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

A preocupação com a qualidade de vida no trabalho teve seu inicio nas

convenções da OIT – Organização Internacional do Trabalho, em que os países

membros resolveram adequar a legislação em seus países para melhorar as condições

do trabalho. Essa atitude procurou resolver a má postura das organizações em relação à

saúde, higiene e segurança do trabalhador.

Muitos pesquisadores se preocuparam e contribuíram para o estudo sobre

satisfação do colaborador no trabalho. Entre eles destacamos Elton Mayo, cujas

pesquisas (principalmente a partir das pesquisas e estudos efetuados na Western Eletric

Company, Hawthorne, Chicago – no inicio dos anos 20.), foram aproveitáveis,

16

ajudando o estudo do comportamento humano, da motivação dos indivíduos para

obtenção das metas organizacionais e da Qualidade de Vida do Trabalhador.

Limongi-França, (2004) afirma que a decisão de melhorar a QVT das

organizações não é suficiente, sendo necessária a identificação de critérios que

sustentem a formulação de modelos de implatação de projetos de QVT.

Alguns modelos descrevem fatores e dimensões que afetam os individuos em

situação de trabalho, porém considera-se que, dependendo do contexto, novos grupos

de critérios poderão ser gerados. Desta maneira, para se obter sucesso na elaboração e

iplementação de projetos e ações de Qualidade de Vida no Trabalho, além da

interpretação de modelos de QVT consolidados, torna-se importante a análise da

cultura organizacional e peculariedades da organização em questão.

Portanto, visando quais os fatores que afetam a QVT dos servidores da Guarda

Municipal do Natal, este trabalho busca o conhecimento em Qualidade de Vida no

Trabalho em organizações públicas, investigando junto aos servidores da Guarda

Municipal, as suas percepções sobre os fatores influenciadores da QVT, pretendendo

responder à seguinte questão: Qual a avaliação dos Guardas Municipais de Natal

sobre sua Qualidade de Vida no Trabalho?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Analisar em que medida a QVT afeta a satisfação no trabalho dos Guardas

Municipais de Natal.

1.3.2 Especificos

Caracterizar o perfil dos guardas municipais de Natal.

Verificar os aspectos relativos à Qualidade de Vida no trabalho.

Identificar as condições de trabalho que afetam, positiva ou negativamente, a

QVT dos trabalhadores da GMN.

Averiguar se a integração social na organização produz satisfação no trabalho.

Verificar os níveis dos Domínios de QVT (Físico, Psicológico, Pessoal e

Profissional), na organização.

17

Propor ações de melhoria, visando atender às expectativas e manifestações

dos trabalhadores.

1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Estudar a QVT é indispensável por se tratar de uma ferramenta que servirá de

termômetro para medir o grau de satisfação dos colaboradores e, ainda, propor

alternativas que ajudará no desenvolvimento profissional, pessoal, da criatividade e

melhorias nos relacionamentos interpessoais, sendo estes fatores de suma importância

para o desempenho de excelência tanto para a instituição, seja ela pública ou privada,

quando aos servidores.

A escolha do tema deve-se ao fato do pesquisador fazer parte da Guarda

Municipal do Natal, e ter conhecimento da atividade. Esta convivencia com

companheiros de trabalho, fez o autor, deste trabalho, pensar em uma busca para

melhorias para a corporação, analisando como se desenvolve a Guarda Municipal em

relação a sua QVT, às suas expectativas e reinvidicações em relação ao trabalho. O fato

do mesmo pertencer a organização facilita o acesso às informações.

Ademais, o autor acredita ser de grande importancia para qualquer Orgão

Público, que os servidores públicos, de modo geral, sejam contemplados com

programas e ações de QVT que atendam ao máximo suas expectativas, levando em

conta as peculariedades intrísecas ao tipo de organização, tais como mudança periódica

de gestão, forma de seleção e estabilidade no emprego. Sendo as organizações públicas

responsáveis pela prestação de serviços à sociedade, a efetividade de programas como

este contribui para elevação do nível de serviços aos cidadãos.

Quanto a bibliografia, existe material disponivel para a fundamentação teórica do

tema proposto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O material apresentado fundamenta-se nas teorias da área organizacional,

especificamente na qualidade de vida no trabalho e nos aspectos relativos da satisfação

no trabalho dos guardas Municipais da cidade de Natal. Para isso será abordado tópicos

18

relevantes para realização do presente trabalho, como, origem e evolução, principais

conceitos e modelos desenvolvidos por estudiosos que trataram do assunto. As teorias e

modelos QVT terão dimensões que partem do trabalho e da motivação como gerador

da satisfação resultando numa maior qualidade de vida. Será abordado o papel da

Guarda Municipal no âmbito nacional.

2.1 CONCEITOS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT)

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é fator de grande importancia para as

organizações, bem estudada pode ser determinante para o desenvolvimento de uma

organização, tornando-se um diferencial competitivo, pois tratará de melhoras para os

colaboradores dentro das empresas.

Pode-se conceituar qualidade de vida no trabalho (QVT) como:

o conjunto das ações de uma empresa que envolvem a implantação de

melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A

construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em

que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de

enfoque biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o

fator diferencial para a realização de diagnóstico, campanhas, criação de

serviços e implantação de projetos voltados para a preservação e

desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho na empresa. ((FRANÇA,

1997. p.80)

A importância das pessoas na organização é refletida na produtividade, onde

estas possibilitam uma maior vantagem competitiva à organização. Segundo Davis e

Newstrom (1996 p.145), “quando as organizações procuram resolver a questão da

QVT, elas sempre obtêm grandes avanços de produtividade”. Quanto maior a QVT,

maior será a produtividade para o empregador. Os programas de QVT contribuem para

ambos os lados.

Davis e Newstrom (1996 p.146) dizem que “A QVT refere-se a pontos favoráveis

e desfavoráveis de um ambiente de trabalho para as pessoas. A proposta básica é

desenvolver ambientes de trabalho que sejam tão bons para as pessoas como para a

saúde econômica da organização”.

Outro conceito de QVT é: a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos,

tecnológicos e sócio-psicológicos, que afetam a cultura e renovam o clima

organizacional da organização, refletindo-se diretamente no bem-estar do trabalhador e

na produtividade da empresa. (FERNANDES, 1996 (apud LÁZARO 2003).

19

Ballesteros 1996 (apud Sampaio, 2004, p.31) afirma que “a Qualidade de Vida

diz respeito justamente à maneira pela qual o individuo interage (com sua

individualidade e subjetividade) com o mundo externo, portanto à maneira como o

sujeito é influenciado e como influencia”.

A QVT, de acordo com Chiavenato (2004, p. 448) “representa o grau que os

membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através

do seu trabalho na organização".

Chiavenato (2004, p. 449) ainda destaca os fatores envolvidos na QVT, que são:

A satisfação com o trabalho executado; as possibilidades de futuro na

organização; o reconhecimento pelos resultados alcançados; o salário

recebido; os benefícios auferidos; o relacionamento humano dentro do grupo

e da organização; o ambiente psicológico e físico de trabalho; a liberdade e

responsabilidade de tomar decisões e as possibilidades de participar.

Ainda para Chiavenato (2004: 448), a organização que quiser atender bem o

cliente externo, ela não poderá esquecer de atender bem o cliente interno. Assim, a

gestão da qualidade total nas organizações depende, fundamentalmente, da otimização

do potencial humano. E isso, por conseguinte, depende de quão bem as pessoas se

sentem trabalhando na organização.

Em fim, Maximiano (2004, p. 89) diz que:

A ideia de QVT baseia-se em uma visão integral das pessoas, que é o

chamado enfoque biopsicossocial. O enfoque biopsicossocial origina-se da

medicina psicossomática, que propõe a visão integrada, ou holística (ou

sistêmica), do ser humano. As teorias convencionais da motivação

preocupam-se predominantemente com a satisfação das pessoas, sem

abordar explicitamente o stress. No entanto, a correlação entre o stress e

trabalho é evidente.

O enfoque biopsicossocial propõe a visão integrada ou holística do ser humano.

Assim, saúde não são apenas ausências de doenças, mas também o completo bem-estar

biológico e social. A seguir os conceitos de QVT ilustrados na Figura 01:

20

Figura 01: Conceitos de QVT

Fonte: Maximiano, 2007, p.63.

Como já foi abordado neste trabalho, toda organização nos dias atuais, deve

buscar maior participação dos seus colaboradores, assim como, deve-se obter uma

maior preocupação organizacional com seus subordinados e ter o entendimento que

QVT vai além dos muros das organizações e que realmente deve estender-se à vida

fora do trabalho.

2.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS SOBRE QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

De acordo com Rodrigues (1994), a qualidade de vida sempre foi objeto de

preocupação na raça humana. Os seres humanos sempre buscaram formas para facilitar

seus trabalhos e trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução das suas

tarefas. Os ensinamentos de Euclides (300 a.C.) de Alexandria sobre os princípios de

geometria serviram de inspiração para melhoria do método de trabalho dos agricultores

à margem do Nilo. Outro exemplo citado é a Lei das Alavancas, de Arquimedes

elaborada em 287 a.C., onde fez com que diminui-se o esforço físico de muitos

trabalhadores.

No século XX muitas pesquisas contribuíram para o desenvolvimento sobre a

satisfação do individuo no trabalho, porém algumas ganharam destaque e são

lembradas até os dias de hoje, como por exemplo, os estudos de Elton Mayo (conforme

já mencionado neste trabalho) e Frederick Herzberg ( realizou um estudo empirico com

21

200 engenheiros e contadores de nove industrias de fabricação de metais de Pittsburgh

e agrupou os fatores capazes de gerar satisfação e insatisfação com o trabalho em

fatores motivadores e higiênicos, afirmando que o oposto de satisfação com o trabalho

não seria insatisfação e sim, nenhuma insatisfação e da mesma forma, o oposto de

insatisfação com o trabalho não seria satisfação e sim, nenhuma satisfação.), ao qual

seus feitos são citados por Hampton (1991), Rodrigues (1994), Fernandes (1996),

Búrigo (1997).

Não podemos esquecer o trabalho de Abrahan H. Maslow, que concebeu a

hierarquia das necessidades, compostas de cinco necessidades fundamentais:

fisiológicas, segurança, amor, estima, e auto-realização. Outro trabalho que merece

crédito é o de Douglas McGregor, autor da Teoria X, ao qual considerava dentre outras

coisas importantes, que o compromisso com os objetivos depende das recompensas à

sua consecução, e que o ser humano não só aprende a aceitar as responsabilidades,

como passa a procurá-las, conforme Ferreira, Reis e Pereira (1999).

No entanto, só podemos ter ligação ao termo atual, a partir da década de 50, em

Londres, com o modelo criado por Eric Trist com a ajuda de seus colaboradores, foram

buscando desenvolver pesquisas para tornar a vida dos trabalhadores menos penosa,

dando inicio a abordagem sócio-técnica em relação à organização do trabalho, tendo

como base a satisfação do trabalhador no trabalho e em relação a ele. A primeira fase

dos estudos teve seu inicio na década de 60, com a criação da National Comission on

Produtivity e da National Center for Produtivity and Quality for Working Life e se

estendeu ate 1974, com a crise energética e a alta inflação que atingiram os países do

Ocidente. No inicio da década de 70, houve uma estagnação em relação ao

desenvolvimento e preocupações com a QVT, retomando apenas em 1979 e na década

de 80, quando houve o desenvolvimento, principalmente no Japão, dos Ciclos de

Controle de Qualidade que se propagaram nas organizações principalmente do

Ocidente.

No ocidente o desenvolvimento da Qualidade de Vida no Trabalho se deu na

década de 70, quando começaram a surgir centros de estudo da QVT nos Estados

Unidos e o sucesso de modelos gerenciais japoneses, que estão geralmente

preocupados em promover a satisfação do trabalhador e, visando tal objetivo, procuram

desenvolver estudos e pesquisas de QVT.

Segundo Chiavenato (2004), o termo “Qualidade de Vida no Trabalho foi

cunhado por Louis Davis, na década de 1970, quando desenvolvia um projeto sobre

22

desenho de cargos”. Para ele, o conceito de QVT refere-se à preocupação com o bem-

estar geral e a saúde dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas. Posteriormente,

alguns autores europeus desenvolveram outras conceituações dentro da abordagem

sociotécnica e da democracia industrial.

Ainda conforme este autor, atualmente, o conceito de QVT envolve tanto os

aspectos físicos e ambientais, como os aspectos psicológicos do local de trabalho.

Assim, a QVT assimila duas posições antagônicas: de um lado, a reivindicação dos

empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho; e, de outro, o interesse das

organizações quanto aos seus efeitos potenciadores sobre a produtividade e a

qualidade.

A qualidade de vida no trabalho vem sendo explorado através de pesquisa de

maneira excessiva em diferentes países. O Quadro 01 mostra esse processo evolutivo

desde a década de 50.

Quadro 01 – Evolução da QVT

Concepções Evolutivas da QVT Características ou Visão

1 – QVT como uma variável (1959 a 1972) Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado como

melhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.

2 – QVT como uma abordagem (1969 a 1974) O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional;

mas, ao mesmo tempo, tendia a trazer melhorias tanto ao

empregado quanto à direção.

3 – QVT como um método (1969 a 1975) Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para

melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais

produtivo e mais satisfatório.

4 – QVT como um movimento (1975 a 1980) Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as

relações dos trabalhadores com a organização. Os termos da

administração participativa e democrática industrial eram

freqüentemente ditos como idéias do movimento de QVT.

5 – QVT como tudo (1979 a 1982) Como panacéia (remédio para todos os males). contra a

competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas

taxas de produtividade, problemas de queixas e outros

problemas organizacionais.

6 – QVT como nada (futuro) No caso de alguns projetos de QVT fracassaram no futuro,

não passarão de apenas um modismo passageiro.

Fonte: Fernandes, 1996 p.42.

23

Campos (1998) afirma que, um dos mais importantes conceitos dos programas de

qualidade está na idéia de que somente se melhora o que se pode medir e, portanto, é

preciso medir para melhorar. Assim, é necessário avaliar de forma sistemática a

satisfação dos profissionais da empresa, pois, nesse processo de autoconhecimento, as

sondagens de opinião interna são uma importante ferramenta para detectar a percepção

dos funcionários sobre os fatores intervenientes na qualidade de vida e na organização

do trabalho.

2.3 MODELOS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

A qualidade de vida é um conjunto de aspectos, que vão desde componentes

físicos, psicológicos, sociais, políticos e econômicos até elementos organizacionais,

ambientais e comportamentais, que fazem com que as organizações e os colaboradores

de forma conjunta e integrada obtenham uma visão holística das necessidades internas

e externas da organização. Assim, com o objetivo de promover um ambiente mais

agradável, seguro e que seja capaz de ampliar as capacidades e habilidades de cada

indivíduo na sua vida profissional e pessoal.

Nessa vertente vários autores montaram modelos para medir a Qualidade de Vida

no Trabalho, dentre elas se destacam os seguintes modelos: modelo de Nadler e Lawler

e Oldhan, Westhey, Werther e Davis e Walton. A seguir analisaremos as características

de cada modelo citado acima.

2.3.1 Modelo de D. Nadler & Lawler: O Sucesso da QVT nas Organizações

Segundo esse modelo, para Nadler & Lawler (apud CHIAVENATO, 2004, p.

450), a Qualidade de Vida no Trabalho está fundamentada em quatro aspectos que, se

utilizados de forma conjunta e harmônica, possibilitarão a melhoria da QVT na

organização. Os quatro aspectos são:

Participação dos funcionários nas decisões; onde à possibilidade de

participação dos funcionários, seja qual for o seu nível hierárquico, buscando soluções

para os problemas e participando nas tomadas de decisão dentro da organização.

Reestruturação do trabalho; mostra a necessidade em criar formas mais

eficientes de realizar o trabalho, com o enriquecimento das tarefas e de grupos

autônomos de trabalho.

24

Inovação no sistema de recompensas; mostra a necessidade constante em criar

novos métodos para recompensar os colaboradores pelo trabalho e/ou resultado

alcançado.

Melhoria no ambiente de trabalho; quanto a condições físicas e psicológicas,

horário de trabalho, etc. Tornando o trabalho mais compatível com as necessidades

individuais e grupais da organização.

2.3.2 Modelo de Hackman e Oldham: Um Modelo Para o Diagnóstico da

Qualidade de Vida no Trabalho

O modelo é baseado no desenho de cargos, Hackman e Oldham (apud

CHIAVENATO, 2004, p. 450) tenta explicar como as interações, as características do

emprego e as diferenças individuais influenciam a motivação, a satisfação e a

produtividade dos trabalhadores. Hackman e Oldham (apud CHIAVENATO, 2004, p.

450) identificaram seis atributos importantes nas dimensões do cargo para a satisfação

no trabalho e avaliação da QVT, apresentadas abaixo:

1. Variedade de habilidades: se refere às diversas habilidades,

conhecimentos e competências que o cargo deve exigir do indivíduo.

2. Identidade da Tarefa: diz respeito à realização do trabalho pela pessoa

do início ao fim para que esta possa se conscientizar que produziu um resultado

consistente.

3. Significado da Tarefa: refere-se à percepção que a pessoa deve ter da

influência e consequência de seu trabalho sobre os de outras pessoas.

4. Autonomia: diz respeito à autonomia que a pessoa deve ter para

desempenhar suas tarefas, desde seu planejamento até sua total execução.

5. Retroação do próprio trabalho: diz respeito à informação de retorno que

a pessoa deve ter das tarefas que executou acerca de seu desempenho.

25

6. Retroação extrínseca: faz referência ao feedback que o indivíduo deve

receber das pessoas com que ele trabalha acerca do seu desempenho.

7. Inter-relacionamento: diz respeito ao contato interpessoal estabelecido

pelo indivíduo ao desempenhar determinada tarefa onde o mesmo lida outras pessoas.

Analisando temos que nas três primeiras dimensões contribuem para a

valorização do trabalho. Para Hackman e Oldham (1975), um trabalho só tem sentido

para uma pessoa quando o ver como importante, útil e legitimo. O primeiro estado

analisado é a relevância percebida, ou o grau em que a pessoa percebe o quanto é

importante e valioso seu trabalho. O segundo é a responsabilidade percebida, onde o

individuo percebe sua importância nos resultados do trabalho. O terceiro estuda o

conhecimento dos resultados alcançados pelo trabalhador, onde os colaboradores

passam a ter certeza que seu trabalho está obtendo resultados. Na organização, a

presença destes fatores é considerada, segundo autores, como um apontador de

motivação. O quarto desenvolve no empregado a percepção do quanto ele é

responsável pelo que executa. Já o penúltimo fator (feedback) permite que o

colaborador seja informado sobre os resultados que ele alcançou com o seu trabalho.

Na dimensão da tarefa vê-se a maneira de como o trabalhador se sente em relação

ao que faz. Nos estados psicológicos críticos, realce o nível de conhecimento individual

sob as características que a empresa possui, como tarefas e atividades realizadas na

organização. E por fim nos resultados pessoais e de trabalho, temos o nível de

envolvimento do colaborador com o trabalho realizado. A Figura 02 ilustra o modelo

completo de Hackman e Oldham (apud RODRIGUES, 1994, p.125):

26

Figura 02: Modelo Completo de Hanckman

Fonte: Rodrigues, 1994, p.125

2.3.3 Modelo de Limongi-França

Limongi-França (2004) apresenta um modelo Biopsicossocial e Organizacional,

que envolve os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e organizacionais, conforme

Quadro 02. expõe que: toda pessoa é um complexo biopsicossocial, isto é, tem

potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que respondem simultaneamente às

condições de vida. Estas respostas apresentam variadas combinações e intensidades

nestes três níveis e podem ser mais visíveis em um deles, embora todos sejam sempre

interdependentes (LIMONGI-FRANÇA (apud BOOG, 2001, p. 237). O fator biológico

refere-se às características físicas herdadas e/ou adquiridas ao nascerem perdurando por

toda a vida, incluindo metabolismo, resistência e vulnerabilidade de órgãos e/ou

sistemas; o fator psicológico evidencia os processos afetivos e emocionais e de

raciocínio, sendo estes conscientes ou inconscientes, formulando a personalidade da

pessoa e seu modo de enxergar e posicionar em situações na sociedade; a dimensão

social caracteriza-se por valores, crenças, o papel na família, trabalho e nos demais

grupos e comunidades em que cada indivíduo esta inserido, participando deste último

também o meio ambiente e a localização geográfica os quais formam a dimensão

social.

27

Quadro 2 – Modelo Biopsicossocial e Organizacional

Área investigada Descrição Programas

específicos

indicadores

Setores que desenvolve

Social

Ações que ofereçam

benefícios sociais

obrigatórios e

espontâneos e criem

oportunidade de lazer

e cultura.

Direitos legais;

Atividades

associadas e

esportivas;

Eventos de turismo e

cultura;

Atendimento à

família.

Serviço social;

Grêmio esportivo;

Fundações específicas.

Psicológica Ações que promovam

a auto-estima e o

desenvolvimento de

capacidades pessoais

e pessoais.

Processo de seleção e

avaliação de

desempenho;

carreira;

Remuneração;

Programas

participativos.

Recrutamento e seleção;

Treinamento de pessoal;

Cargos e salários;

relações industriais e ou

RH.

Biológica Ações que promovam

a saúde, que

controlem os riscos

ambientais e atendam

as necessidades

físicas.

Mapa de riscos;

SIPAT;

Refeições;

Serviço médico;

Melhorias

ergonômicas;

Treinamentos

específicos.

Segurança do trabalho e

medicina ocupacional;

Ambulatório; nutrição.

Relações industriais e ou

RH.

Organizacional Investimento;

Humanismo;

Competitividade.

Clareza nos

procedimentos;

Organização geral;

Contato com o

cliente.

Processo de

produção/tecnologia;

Pressão dos clientes;

Preparo da

documentação.

Fonte: Adaptado de Limongi-França 2004, 2005.

2.3.4 Modelo de William Westley: As Quatro Dimensões da Qualidade de Vida no

Trabalho

Willian Westley (apud FERNANDES, 1996, p.53) identificou quatro problemas

que afetam e dificultam a Qualidade de Vida no Trabalho: o indicador econômico,

político, psicológico e sociológico que provocam no individuo consequentemente: a

insegurança, a alienação, a anatomia e falta de normas socialmente construídas.

Analisando os fatores verificamos que a insegurança e injustiça são os problemas

mais comuns e antigos. O autor acrescenta que a concentração do poder é o maior

responsável, enquanto a concentração dos lucros e a exploração são os responsáveis

pela injustiça. O Quadro 03 apresenta os indicadores de QVT conforme o modelo de

William Westley.

28

Quadro 03 – Modelo de QVT de Westley

ECONÔMICO POLÍTICO PSICOLÓGICO SOCIOLÓGICO - Equidade salarial - Remuneração

adequada - Benefícios - Local de trabalho - Carga horária - Ambiente externo

- Segurança no

emprego - Atuação sindical - Retroinformação - Liberdade de

expressão - Valorização do

cargo - Relacionamento

com a chefia

- realização potencial - nível de desafio - desenvolvimento

pessoal - desenvolvimento

profissional - criatividade - auto-avaliação - variedade de tarefa - identidade com a

tarefa

- participação nas

decisões - autonomia - relacionamento

interpessoal - grau de

responsabilidade - valor pessoal

Fonte: Fernandes, 1996. p, 53

2.3.5 Modelo de Richard Walton: Uma Proposta para a Qualidade de Vida no

Trabalho

Walton estabeleceu critérios para a Qualidade de Vida no Trabalho. Segundo

Walton 1973 (apud RODRIGUES, 1994, p.81) “a QVT tem sido usada com crescente

frequência para descrever certos valores ambientais e humanos negligenciados pelas

sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do

crescimento econômico”. Estes se dividem em oito categorias que afetam a QVT

observados no Quadro 04.

Quadro 04 – Modelo de QVT de Walton CRITÉRIOS INDICADORES DE QVT

1. COMPENSAÇÃO JUSTA E

ADEQUADA

Equidade interna e externa;

Justiça na compensação;

Partilha de ganhos de produtividade.

2. CONDIÇOES DE TRABALHO

Jornada de trabalho razoável;

Ambiente físico seguro e saudável;

Ausência de insalubridade.

3. USO E DESENVOLVIMENTO

DE CAPACIDADE

Autonomia;

Autocontrole relativo;

Qualidades múltiplas;

Informações sobre o processo total do trabalho.

4. OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO E

SEGURANÇA

Possibilidade de carreira;

Crescimento pessoal;

Perspectiva de avanço salarial;

Segurança de emprego.

5. INTEGRAÇÃO SOCIAL NA

ORGANIZAÇÃO

Ausência de preconceitos;

Igualdade;

Mobilidade;

Relacionamento;

Senso comunitário.

6. CONSTITUCIONALISMO

Direitos de proteção ao trabalhador;

Privacidade pessoal;

Liberdade de expressão;

29

Tratamento imparcial;

Direitos trabalhistas.

7. O TRABALHO E O ESPAÇO

TOTAL DE VIDA

Papel balanceado no trabalho;

Estabilidade de horários;

Poucas mudanças geográficas;

Tempo para lazer da família.

8. RELEVANCIA SOCIAL DO

TRABALHO NA VIDA

Imagem da empresa;

Responsabilidade social da empresa;

Responsabilidade pelos produtos;

Práticas de emprego.

Fonte: Fernandes 1996, p.48.

A seguir analisar-se-á cada critério e seus aspectos indicadores de QVT,

conforme Fernandes (1996, p.48):

Compensação justa e Adequada: é uma variável caracterizada pela

remuneração recebida através do salário pelo trabalho realizado, bem como seu

esforço, qualificação, habilidades e responsabilidade que seu cargo exige. Observa-se

que ocorre legalidade na distribuição de compensação quando há adequação entre

remuneração ao trabalho que a pessoa realiza a equidade comparando internamente e

externamente.

Condições de Segurança e Saúde no Trabalho: É Caracteriza pelas condições

de segurança e saúde existentes no local de trabalho. Apresentando a jornada de

trabalho legal, carga de trabalho compatível, ambiente físico em condições dignas para

a realização da atividade e que garanta uma QVT ao trabalhador. Assim como material

e equipamento de qualidade, um ambiente saudável e limpo, com baixos níveis de

estresse.

Utilização e Desenvolvimento de Capacidades: Consiste na possibilidade e

oportunidade do trabalhador utilizar ou desenvolver os seus conhecimentos,

habilidades, atitudes e aptidões profissionais na execução do seu trabalho. Podendo

ampliar e desenvolver a autonomia, significado com a tarefa, identidade da tarefa,

variedade de habilidades e retroação e retroinformação do trabalho (feedback).

Chances de Crescimento Contínuo e Segurança de Emprego: possibilita um

crescimento pessoal com possibilidade de carreira e crescimento profissional na

organização, e maior segurança no trabalho (estabilidade). As sub-variáveis que

compõem a oportunidade de crescimento são: possibilidade de carreira na organização,

crescimento profissional e segurança do emprego na instituição.

Integração Social na Organização: trata do ambiente de trabalho, o clima

organizacional e suas relações interpessoais. Os indicadores que compõem a variável

30

integração social na organização são: igualdade de oportunidade, ausência de

preferências entre os colaboradores, relacionamento interpessoal e grupal, respeito às

individualidades, e o senso comunitário.

Garantias Constitucionais: É relacionada ao cumprimento dos direitos

trabalhistas do empregado conforme as leis vigentes dentro e fora da instituição. Entre

as subvariáveis encontramos o respeito às leis e direitos trabalhistas (normas e regras

da organização), privacidade pessoal, liberdade de expressão (poder expor ideias aos

seus superiores, sem medo de represaria) e normas e rotinas claras da organização.

Trabalho e Espaço Total da Vida: esse fator diz respeito ao equilíbrio que deve

existir entre a vida pessoal de um individuo. O trabalho não deve absorver todo o

tempo do trabalhador. Os apontadores analisados são: o papel balanceado do trabalho e

da vida pessoal e o horário de entrada e saída do trabalho. Ambos é um balanço entre a

jornada de trabalho e o convívio familiar.

Relevância Social na Vida no Trabalho: O trabalhador deve ser uma atividade

social que traga orgulho para a pessoa em participar de uma organização. Destacando a

imagem da empresa, responsabilidade social da instituição, responsabilidade social

pelos produtos e serviços e pelos empregados como fatores de QVT a serem

analisados. Neles a percepção do empregado quanto à instituição, a sua valorização

como elemento da produção, a responsabilidade social dela para com a sociedade e

seus produtos e serviços.

Com o modelo exposto, sua implementação resultará numa melhor QVT, sendo

tais aspectos determinantes dos níveis de satisfação experimentados pelos clientes

internos, repercutindo nos níveis de desempenho. Este modelo é bastante interessante,

porque, satisfaz um complexo de necessidades humanas intrínsecas e extrínsecas

constantes do grupo social e fatores integrantes da estrutura organizacional.

2.3.6 Modelo de Belanger

O modelo de Belanger apud Fernandes (1996) fixa os seguintes aspectos para

análise da QVT: trabalho em si, crescimento pessoal e profissional, tarefas com

significado e funções e estruturas abertas. O Quadro 5 apresenta o modelo de Belanger

para a análise da QVT.

31

Quadro 5 – Modelo de Belanger

1. O TRABALHO EM SI

- Criatividade

- Variabilidade

- Autonomia

- Envolvimento

- Feedback

2. CRESCIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL

- Treinamento

- Oportunidade de crescimento

- Relacionamento no trabalho

- Papéis organizacionais

3.TAREFAS COM SIGNIFICADO

- Tarefas completas

- Responsabilidade aumentada

- Recompensas financeiras / não financeiras

- Enriquecimento

4. FUNÇÕES E ESTRUTURAS ABERTAS

- Clima de criatividade

- Transferência de objetivos

2.4 O TRABALHO EM SEGURANÇA PÚBLICA: O QUE FAZ A GUARDA

MUNICIPAL.

As Guardas Municipais surgiram no Brasil durante o período feudal, ou seja

desde 1550, onde serviam para a proteção das propriedades, e mantinham a função de

zelar pela segurança das cidades até que com o advento do golpe militar e as novas

ameaças fascistas a segurança pública foi militarizada, e sua responsabilidade

transferida aos Estados membros, podendo ser elencadas como as instituições de

segurança públicas mais antigas do Brasil, e sua efetiva função podem ser

principalmente solidária, dinâmica e uma grande prestadora de atendimentos de

excelência em várias áreas de atuação para a população.

Essas Instituições Públicas Municipais devem ser uniformizadas,

hierarquizadas, civis, armadas, de criação constitucional facultativa por iniciativa do

Executivo Municipal, mediante lei, para atuar na prestação de serviços públicos no

âmbito da segurança pública municipal e no contexto da preservação da ordem pública.

Sendo, seus profissionais, Agentes do estado com função policial por isso usam

algemas, bastão, armas de fogo e pratica Atos Administrativos, sendo responsável por

suas consequências.

Podemos definir a Guarda Municipal como: uma Instituição Pública Municipal,

uniformizada, hierarquizada, desmilitarizada, armada ou não, de criação

32

constitucionalmente facultativa, por iniciativa exclusiva do Executivo Municipal.

(Ventris, Osmar. 2007. p. 91),

Em todo o panorama nacional, as guardas municipais se enquadram no contexto

da segurança pública, procurando preencher a lacuna da prevenção. No entanto, nem

todas as guardas municipais caminham para essa realidade por não contarem com esse

novo modelo de polícia definido e por terem suas histórias ainda enraizadas pelo

modelo de polícia tradicional.

Essa conceituação constitucional possibilitou a criação de diversas guardas

municipais pelo Brasil com uma imensidão de atuações que se identificam muito mais

com a política dos gestores de cada localidade, do que com um projeto que unifique a

ação das guardas municipais do Brasil. Mariano (2004) faz uma reflexão sobre o

problema da criação das guardas municipais sem um programa de segurança pública

estabelecido, ou a menos uma Lei ao qual estabeleça função específica, ficando a cargo

dos chefes do executivo que deixaram a administração dessas instituições, muitas

vezes, sob a responsabilidade de militares ativos ou da reserva. Nesta discussão

Mariano afirma:

É prática comum os governos municipais se valerem de policiais da

ativa ou, na maior parte das vezes, de policiais, aposentados em

especial, oficiais das polícias militares, para comandar as guardas civis.

Esses servidores das polícias estaduais trouxeram para as guardas civis

a lógica, as regras e os vícios estruturais de suas instituições de origem,

o que, na prática contribui para que as guardas civis não tivessem

identidade própria como órgão municipal de segurança pública.

(MARIANO, 2004, p. 116)

Alguns estudiosos inserem a ação das guardas municipais dentro do contexto de

um novo modelo de polícia do Brasil, reconhecendo-a como uma polícia preventiva.

A Constituição Federal, por meio da redação do art. 144, §8º, facultou aos

municípios a instituição, no âmbito local, de uma Guarda Municipal voltada para a

proteção do patrimônio e dos serviços públicos e cuja existência vem se solidificado

progressivamente, tendo se tornado um fato irreversível no cenário brasileiro e visa

atender o clamor popular por melhor segurança e pela necessidade de proporcionar

segurança para o cidadão usufruir dos bens, serviços e instalações públicas.

Outrossim, com o advento da Lei Federal Nº 13.022 de 08 de agosto de 2014,

incorporou-se às atribuições da Guarda Municipal, dentre outros fatores, a proteção à

população local mediante o policiamento ostensivo. Logo, após a promulgação da

referida lei, os guardas municipais, além das atribuições a eles conferidas pela

Constituição Federal e repetida no âmbito do município, passaram a possuir

33

responsabilidades ainda mais complexas, submetendo-se a um número maior de riscos

a sua integridade física.

Com a criação da Lei n.º 10.826/2003, que trata do Estatuto do Desarmamento,

ficou disciplinado dois tipos distintos de Porte de Arma, para os guardas municipais,

um tratando-se do porte de arma de uso permitido à pessoa física – Guarda fora do

serviço - e o outro à pessoa jurídica – Guarda em serviço - Sobre a pessoa jurídica,

cabe ressaltar que se trata do porte de arma “funcional”, onde a instituição da Guarda

Municipal tem o direito de adquirir o referido armamento, repassando aos seus

integrantes quando em serviço.

As armas não letais denominadas Taser estão cada vez mais inseridas nas

instituições municipais e trazendo uma segurança a mais para os Guardas Municipais e

comunidade em geral. O armamento é mais um recurso utilizado pelos municípios na

implantação e inovação de equipamentos voltados para a segurança pública e

patrimonial.

A Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP – lançou diretrizes aos

municípios para a formação dos seus agentes e instituiu a Matriz Curricular Nacional

para as Guardas Municipais, cuja intenção é a de fortalecer os municípios com

incentivos para a criação e treinamento qualificado das respectivas corporações, sendo

essa uma realidade e essas medidas visam suprir, de maneira significativa os focos

locais de índices de criminalidade, quando os municípios começarão a ter a sua parcela

de contribuição mais significativa para com a sociedade.

A SENASP quer que os prefeitos formem Guardas Municipais treinados, com

equipamentos adequados ao tipo de atividade para que venham desempenhar.

3 METODOLOGIA

3.1 – CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O presente trabalho teve a pretensão de investigar a realidade dos servidores da

Guarda Municipal do Natal/RN. Portanto, trata-se de uma pesquisa. Segundo Gil

(2008, p.57), o estudo de caso, que pode ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias,

quanto descritivas e explicativas “é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de

um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado.”

34

De acordo com Vergara (2000), a pesquisa descritiva expõe características de

determinada população podendo-se estabelecer correlações entre as variáveis

apresentadas. O autor descreve a pesquisa de caráter exploratório as que são realizadas

em uma área que se pretende trazer mais conhecimento e proporcionar uma visão mais

explicita sobre determinado assunto. Também destaca que o estudo de caso é o meio de

investigação de determinada organização na qual poderá trazer os resultados esperados

da pesquisa. Através da pesquisa exploratória serão diagnosticados os possíveis

problemas organizacionais através da análise dos resultados.

3.2 – POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população dessa pesquisa compreende os Guardas Municipais da cidade de

Natal/RN, O efetivo é constituído de um total de 473 guardas. Como não foi possível

pesquisar todos os Guardas municipais, trabalhou com uma amostra não probabilística

acidental composta por 49 sujeitos de pesquisa, onde os entrevistados responderam o

questionário no período de 10 a 30 de abril de 2015. Essa amostra correspondeu a

10,36% do efetivo.

De acordo com Taglicarne (1999), a amostra é uma reprodução em miniatura do

universo, devendo ser sua fotografia e, como tal, representar fielmente o original.

3.3 – COLETAS DOS DADOS

Os dados foram obtidos através de questionários aplicados pelo pesquisador.

As questões fechadas baseiam-se nas dimensões do modelo de QWLQ-bref, para

aferição de QVT, enquanto as questões abertas buscam proporcionar certo grau de

liberdade aos pesquisados, no sentido de buscar opiniões, sentimentos, percepções ou

peculiaridades de seu contexto.

O instrumento utilizado foi o QWLQ-bref, desenvolvido por Cheremeta, M.; Pedroso,

B.; Pilatti, L. A.; Kovaleski, J. L. (2011), trata-se de uma versão abreviada do questionário

criada por Reis Junior (2008). O instrumento de pesquisa capaz de avaliar a QVT. O

QWLQ-78 (Quality of Working Life Questionnaire- Questionário de Qualidade de Vida

no Trabalho), com setenta e oito perguntas baseadas em quatro grandes domínios:

Físico/Saúde – 17 perguntas; Psicológico – 10 perguntas; Pessoal – 16 perguntas e

Profissional – 35 perguntas. Cada domínio tem um objeto a ser esclarecido. Os aspectos

Físico/saúde são os que se relacionam com a saúde e doenças oriundas do serviço. O

aspecto psicológico relaciona com a satisfação e a motivação no trabalho. O aspecto

Pessoal são os aspectos de crenças, religião e formas de culturas que influenciam a

qualidade de vida dos servidores. O aspecto Profissional são os vindos da organização.

35

Estes também influenciam a QVT. A metodologia aplicada na construção deste

questionário é baseada no famoso questionário criado pela Organização Mundial de

Saúde, o WHOQOL-100(The World Health Organization instrument to evaluate quality

of life- O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da

Saúde). Para obter os resultados, Reis Junior (2008) utilizou o coeficiente de Cronbach

para provar a eficiência do questionário. Dessa forma uma escala foi feita para traduzir

o grau de satisfação com a QVT.

Quadro 06 – Classificação proposta para o QWLQ – 78

Muito

insatisfatório

Insatisfatório Neutro Satisfatório Muito

satisfatório

0 a 22,5 22,5 a 45 45 a 55 55 a 77,5 77,5 a 100

Fonte: Reis Junior, 2008, p.80.

Ainda de acordo com o autor, é preciso ampliar os valores das respostas para

comparar com a classificação acima. O quadro abaixo mostra como deve ser feita esta

ampliação.

Quadro 07 - Ampliação das escalas do questionário QWLQ-78

Escala normal (1 a 5) 1 2 3 4 5

Escala invertida (5 a 1) 5 4 3 2 1

Escala ampliada (0 a 100) 0 25 50 75 100

Fonte: Reis Junior, 2008, p.80.

Nesta escala a pior resposta (1), vale 0, a nota 2 vale 25, a 3 vale 50, a 4 vale 75 e

a melhor, 5, vale 100. Reis Junior (2008, p. 99) diz que “(...), o QWLQ-78 pode ser

utilizado, de forma confiável, em diversos tipos de população, em diferentes tipos de

empresas e diversas culturas socioeconômicas, sempre com o objetivo de avaliar a

QVT dos colaboradores”. Para a construção do QWLQ-bref, forma mais abreviada do

QWLQ-78, foram extraídas 20 perguntas do QWLQ-78. Distribuídas da seguinte

forma: quatro questões de domínio físico/saúde, três de domínio psicológico, quatro de

domínio pessoal e nove de domínio profissional diz (CHEREMETA et al, 2011). O

quadro abaixo detalha as perguntas em faz um paralelo com o QWLQ-78.

36

Quadro 8 - Questões que compõem o QWLQ-bref

(Cheremeta et al, 2011) cita que apesar da compactação, o questionário (anexo)

traduz os resultados com a mesma eficiência do instrumento original e em menor

tempo gasto na aplicação do questionário e na tabulação de dados.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Para análise quantitativa, foram usadas técnicas estatísticas disponíveis no

software Microsoft Office Excel 2007. Para elaborar os gráficos, utilizou-se de notas de

1 a 5 que representavam níveis de satisfação extraídas da tabulação do questionário

QWLQ-bref. que foi aplicado nos Guardas Municipais e ampliadas de acordo com o

autor do questionário. Foi utilizada a rotina para o software Excel proposta por

Pedroso, B. (2011) e disponível em http://www.brunopedroso.com.br/qwlq-bref.html.

DOMÍNIO QWLQ-78 QWLQ-bref

31 4

36 8

69 17

77 19

22 2

32 5

37 9

33 6

38 10

45 11

66 15

20 1

24 3

35 7

46 12

59 13

63 14

67 16

72 18

78 20

Como você avalia o espírito de camaradagem no seu trabalho?

O quanto você está satisfeito com a sua qualidade de vida no trabalho?

Como você avalia sua liberdade de expressão no seu trabalho?

Como você avalia a igualdade de tratamento entre os funcionários?

Em que medida você possui orgulho da organização na qual trabalha?

Em que medida você está satisfeito com o seu nível de participação nas decisões da empresa?

Você está satisfeito com o seu nível de responsabilidade no trabalho?

Você se sente satisfeito com os treinamentos dados pela organização?

Você se sente satisfeito com a variedade das tarefas que realiza?

Em que medida você avalia o orgulho pela sua profissão?

Você se sente realizado com o trabalho que faz?

Como você avalia a qualidade da sua relação com seus superiores e/ou subordinados?

Em que medida sua família avalia o seu trabalho?

Em que medida você é respeitado pelos seus colegas e superiores?

Como você avalia a sua liberdade para criar coisas novas no trabalho?

Domínio Físico

Domínio Psicológico

Domínio Pessoal

Domínio Profissional

QUESTÃO

Em que medida você avalia o seu sono?

Em que medida algum problema com o sono prejudica seu trabalho?

Suas necessidades fisiológicas básicas são satisfeitas adequadamente?

Em que medida você se sente confortável no ambiente de trabalho?

Em que medida você avalia sua motivação para trabalhar?

37

4. RESULTADOS

Os resultados obtidos foram adquiridos a partir do levantamento dos dados e da

tabulação dos dados que foi gerada numa planilha do software Microsoft Excel e

calculados automaticamente pelo software. A primeira parte é a demonstração do perfil

dos guardas municipais da cidade de Natal. A segunda refere-se a análise das respostas

obtidas das quatro variáveis que foram distribuídas em vinte questões do modelo de

questionário QWLQ-bref.

4.1 ANÁLISE DO PERFIL DOS GUARDAS MUNICIPAIS

Sexo dos Guardas Municipais

Conforme gráfico abaixo, observa-se que 80% dos entrevistados são guardas do

sexo masculino. Vale salientar que na população Da instituição estudada havia 94

agentes femininos, que representa 20% do de toda corporação.

Gráfico 01: Sexo dos Guardas Municipais

Faixa Etária dos Guardas Municipais

A faixa etária dos guardas municipais pesquisados apresenta certo equilíbrio,

com exceção da faixa de 25 a 35 anos, onde apenas 20% dos pesquisados se encaixou.

42%, a maioria, tem 46 anos ou mais. 38% dos entrevistados estão na faixa de 36 a 45

anos. Esse dados podem ser explicados pelo fato de o último concurso público com

abertura de vagas para a Guarda Municipal foi no ano de 2006.

81%

19%

Sexo

Masculino

Feminino

38

Gráfico 02: Faixa Etária dos Guardas Municipais

Estado Civil dos Guardas Municipais

O gráfico abaixo demonstra que a grande maioria dos Guardas Municipais são

casados. Um motivo para isto é que a faixa etária da amostra é maior que 25 anos. De

acordo com a estatística de registro civil de 2011 do IBGE, a idade mediana dos

homens na data do casamento é de 28 anos.

Gráfico 03: Estado Civil dos Guardas Municipais

Escolaridade dos Guardas Municipais

A GMN é uma categoria com nível de escolaridade elevada. A maioria, 50% dos

entrevistados, tem o ensino superior completo. Outros 25% estão inseridos no Ensino

Superior incompleto. 20% dos entrevistados tem o ensino médio completo. Outro

índice é o de guardas municipais com mestrados e pós-graduações que são 5% dos

entrevistados.

20%

38%

42%

Faixa Etária

25 a 35

36 a 45

46 ou mais

90%

10%

Estado Civil

Casados

Solteiros

39

Um bom motivo pra esse bom índice de escolaridade, é que apesar dos últimos

concursos para a GMN serem de nível elementar, muitos servidores investiram em seus

estudos para na grande maioria buscarem outros concursos com melhores

remunerações, que na grande maioria são de nível superior.

Gráfico 04: Escolaridade dos Guardas Municipais

Tempo de Serviço na Guarda Municipal

Percebe-se no gráfico 05 que 51% dos entrevistados possuem 20 anos ou mais de

serviço. Uma possível razão para essa porcentagem é que as quatros primeiras turmas

convocadas, de um total de sete turmas, tem 20 anos ou mais.

Gráfico 05: Tempo de Serviço na Guarda Municipal

0% 0%

20%

25% 50%

5%

Escolaridade dos Guardas Municipais

Ensino Fundamental

Ensino MédioIncompleto

Ensino Médio Completo

19%

30%

51%

Tempo de Serviço na Guarda Municipal

0 a 10 anos

11 a 19 anos

20 anos ou mais

40

4.2 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DE QVT CONFORME O MODELO QWLQ-bref

4.2.1 Domínio Físico

Questão 4: Em que medida você avalia o seu sono?

A média obtida nesta questão foi 3,387. Portanto, o nível de QVT é considerado

neutro no nível de satisfação. O gráfico abaixo confirma que 20% dos entrevistados

acham o seu sono ruim ou muito ruim. Enquanto 33% ficaram na nota média e 47%

acharam seu sono bom ou muito bom.

Uma das causas desta média neutra se dá pelo motivo dos horários de trabalho.

As escalas de serviço alternam, sendo um serviço pelo dia com duração de 12 horas e o

outro pela noite que acaba no outro dia, também com 12 horas de duração, tendo um

intervalo de 60 horas de um serviço para o outro, além disso, existem outras escalas de

serviço de 24 horas com 120 horas de intervalo e também de 6 horas diárias durante

horário comercial.

Gráfico 06: Avaliação do sono

Questão 08: Em que medida algum problema com o sono prejudica seu trabalho?

Esta questão possui uma média nas respostas de 2,75. Consequentemente se insere

no nível insatisfatório de QVT. No gráfico 07, Nota-se que 4% dos guardas desta amostra

consideram que os problemas com o sono atrapalham extremamente, 20% disseram que

prejudicavam bastante, 33% acharam mais ou menos, 33% muito pouco e 10% falaram que

problemas com sono não prejudicava em nada o trabalho.

2%

18%

33% 33%

14%

Avaliação do sono

Muito ruim

Ruim

Médio

Bom

Muito Bom

41

Gráfico 07: Trabalho prejudicado por problemas com o sono

Questão 17: Suas necessidades fisiológicas básicas são satisfeitas adequadamente?

A média da questão 17 foi de 3,081. Considerada neutra. No gráfico 08, observa-

se que 55% dos entrevistados consideram que as necessidades fisiológicas são mais ou

menos satisfeitas adequadamente. 22% acham que satisfaz pouco, porém, 22% disse

que satisfaz bastante ou completamente e ninguém acha que as necessidades

fisiológicas em nada são satisfeitas adequadamente.

Uma das razões para esse valor neutro se deve ao comando da Guarda, junto com

a Secretaria Municipal de Defesa Social oferecer poucas condições em termos de

estrutura física, mas ao mesmo tempo, os Guardas Municipais se satisfazem com o

trabalho prestado. Um dos motivos para tanto descaso é a falta de verbas públicas

direcionadas para a Instituição.

Gráfico 08: Necessidades fisiológicas básicas

10%

33%

33%

20%

4%

Trabalho prejudicado por problemas com o sono

Nada

Muito pouco

Mais ou menos

Bastante

Extremamente

0%

22%

55%

14% 8%

Necessidades fisiológicas básicas

Nada

Pouco

Mais ou menos

bastante

Completamente

42

Questão 19. Em que medida você se sente confortável no ambiente de trabalho?

A média extraída do questionário para esta questão foi de 3,204. Esse valor se

encaixa no nível neutro. O gráfico 09 descreve que Ninguém se sente desconfortável.

27% se sentem bastante confortável, a grande maioria, 36% se sentem mais ou menos

confortável, 27% se sentem muito pouco confortável e 10% se sente extremamente

confortável.

O fator segurança contribui para esse nível equilibrado, pois a todo o momento o

Guarda Municipal deve ficar atento a qualquer possível ameaça. Outros fatores que

ajudam a formar este nível equilibrado de QVT são as condições físicas oferecidas para

se trabalhar.

Gráfico 09: Conforto no ambiente de trabalho

4.2.2 Domínio psicológico

Questão 2. Em que medida você avalia sua motivação para trabalhar?

A média desta questão foi de 2,591. É, portanto, insatisfatória. O gráfico 10

informa que apenas 2% dos Guardas Municipais em estudo tem a motivação para

trabalhar muito alta. 14% tem a motivação alta, 37% disseram que tem uma motivação

média, 35% também disseram que sentem baixa motivação para o trabalho e 12%

consideram muito baixa a motivação para se trabalhar.

Podemos citar como exemplo que retrata esse sentimento, o descaso que muitas

vezes o Guarda Municipal passa em seu posto de serviço. Muitas vezes falta condições

mínimas de trabalho, como por exemplo, EPI (Equipamentos de Proteção Individual),

0%

27%

36%

27%

10%

Conforto no ambiente de trabalho

Nada

Muito pouco

Mais ou menos

Bastante

Extremamente

43

coletes balísticos vencidos e falta de comunicação. é no próprio atendimento a

população. Outro exemplo, é que o Guarda Municipal, como agente de segurança

Pública, ao constatar algum flagrante delito os envolvidos são levados à delegacia, o

que faz com que diversas vezes se estenda o horário de trabalho, e o pior, sem que

essas horas sejam remuneradas. Não bastasse isso, o Guarda, muitas vezes, no seu dia

de folga, recebe um ofício para prestar esclarecimentos em fóruns, delegacias e

corregedoria sobre o que aconteceu nas ocorrências.

Gráfico 10: Motivação no Trabalho

Questão 5. Como você avalia sua liberdade de expressão no seu trabalho?

Estão questão resultou numa média de 3,081. Ou seja, neutra para o nível de

QVT elaborado pelo questionário. O gráfico 11 explana que apenas 3% avalia a

liberdade de expressão como muito alta. 12% consideram baixa, 8% consideram muito

baixa, 24% consideram alta e a grande maioria, ou seja, 49% acham que a liberdade de

expressão é normal.

Esses dados refletem o entendimento dos Guardas Municipais que a entidade se

trata de um órgão Civil. Onde, apesar de existir punições, não abrange os mesmas

vertentes do militarismo.

12%

35% 37%

14%

2%

Motivação no Trabalho

Muito baixa

Baixa

Média

Alta

Muito Alta

44

Gráfico 11: Liberdade de Expressão no Trabalho.

Questão 9. Em que medida você avalia o orgulho pela sua profissão?

A média de respostas para esta questão foi de 3,183. Ela está inserida no nível

neutro de QVT. O gráfico 12 explica as porcentagens em relação ao orgulho pela

profissão. 41% sentem um orgulho alto ou muito alto. 39% sentem um orgulho médio e

20% tem baixo ou muito baixo orgulho pela profissão.

Apesar de todos os problemas, o Guarda Municipal sente orgulho pela atividade

exercida. O município dá a eles o dever de proteger bens, Munícipes e de fazer cumprir

a ordem. Isso traz certo sentimento de poder. Analisando a estrutura em que o país se

encontra, ser Agente da Lei torna-se praticamente uma missão bastante gratificante.

Gráfico 12: Orgulho pela profissão

8% 12%

49%

24% 6%

Liberdade de expressão no trabalho

Muito Baixa

Baixa

Normal

Alta

Muito Alta

10% 10%

39%

33%

8%

Orgulho pela profissão

Muito baixa

Baixa

Média

Alta

Muito Alta

45

4.2.3 Domínio Pessoal

Questão 6. Você se sente realizado com o trabalho que faz?

A média de respostas da questão 6 foi de 3,020. Por conseguinte, ela está inserida

no nível neutro de QVT. O gráfico 13 representa o sentimento de realização com o

trabalho. 33% dos Guardas entrevistados estão muito ou completamente realizado com

o trabalho. 34% sentem um nível médio de sentimento de realização e 33% sentem

nada ou muito pouco de realização no trabalho.

Gráfico 13: Sentimento de realização no trabalho

Questão 10. Como você avalia a qualidade da sua relação com seus superiores e/ou

subordinados?

Com um nível de QVT neutro, a média das respostas nesta questão foi de 3,204.

Quase metade da corporação, 49%, têm uma média qualidade na relação com os

companheiros da organização. 37% têm uma relação alta ou muito alta com

companheiro de trabalho e apenas 14% avaliam como baixa ou muito baixa a relação.

O que demonstra que apesar das dificuldades encontradas, o companheirismo

ainda reforça o bom andamento do serviço.

2%

31%

34%

29%

4%

Sentimento de realização no trabalho

Nada

Muito pouco

Médio

Muito

Completamente

46

Gráfico 14: Qualidade da relação com superiores e/ou subordinados

Questão 11. Em que medida sua família avalia o seu trabalho?

A média nesta questão foi de 3,591. Encontra-se no nível neutro de QVT. Nessa

questão foi possível ver que a família tem uma avaliação de médio para boa em relação

ao trabalho do Guarda. Com isso 0% das famílias avaliam como muito ruim a profissão

desses profissionais, 14% consideram ruim, 20% analisam como médio, a grande

maioria avaliou como bom, ou seja, 57% , e apenas 9% como muito bom.

Gráfico 15: Avaliação do trabalho pela família

Questão 15. Em que medida você é respeitado pelos seus colegas e superiores?

A média desta questão foi de 3,367 e foi classificada segunda a pesquisa como

nível neutro. Uma vez que apenas 10% são respeitados completamente pelos seus

colegas e em sua grande maioria, 43%, são respeitados em nível médio, assim como

8% 6%

49%

31%

6%

Qualidade da relação com superiores e/ou subordinados

Muito baixa

Baixa

Média

Alta

Muito alta

0

14%

20%

57%

9%

Avaliação do trabalho pela família

Muito ruim

Ruim

Médio

Bom

Muito Bom

47

33% são muito respeitados e 14% são muito pouco ou pouco respeitados entre os

colegas de trabalho.

Gráfico 16: Respeito entre colegas e superiores

4.2.4 Domínio Profissional

Questão 1. Como você avalia a sua liberdade para criar coisas novas no trabalho?

A média nesta questão foi de 2,632. E foi considerada como insatisfatória frente

os dados da pesquisa, pois um valor de 35% dos guardas consideraram como baixa a

sua liberdade de criar coisas novas no trabalho e 14% como muito baixa, 31% como

média e apenas 20% ficaram entre boa ou muito boa.

Gráfico 17: Liberdade pra criar coisas novas no trabalho

Questão 3. Como você avalia a igualdade de tratamento entre os funcionários?

A média desta questão foi de 2,734 e foi avaliada como insatisfatória, porque

41% dos entrevistados avaliaram como baixa ou muito baixa a igualdade de tratamento

entre os Guardas, 35% como média e 24% entre boa e muito boa.

2% 12%

43%

33%

10%

Respeito entre colegas e superiores

Nada

Pouco

Médio

Bastante

Completamente

14%

35% 31%

14% 6%

Liberdade pra criar coisas novas no trabalho

Muito baixa

Baixa

Média

Alta

48

Gráfico 18: Igualdade de tratamento entre os Guardas

Questão 7. Em que medida você possui orgulho da organização na qual trabalha?

A média desta questão foi de 2,755, ficou ponderada como também insatisfatória,

uma vez que em sua maioria, 43%, sentem pouco ou muito pouco orgulho pela

organização. Já os que sentem bastante orgulho ou estão completamente orgulhosos

com a organização estão nos 26% e os que se enquadram no médio estão nos 31% dos

entrevistados.

Gráfico 19: Orgulho da organização

Questão 12. Em que medida você está satisfeito com o seu nível de participação nas

decisões da empresa?

A média desta questão foi de 2,346, a menor média percebida. Enquadrando-se

no nível insatisfatório. 57% dos entrevistados disseram que tem pouca ou muito pouca

participação nas decisões da organização. 29% acham médio o nível de participação.

14%

27%

35%

20%

4%

Igualdade de tratamento entre os Guardas

Muito baixa

Baixa

Média

Alta

Muito alta

12%

31%

31%

22%

4%

Orgulho da organização

Muito pouco

Pouco

Médio

Bastante

Completamente

49

12% disseram que participam muito e apenas 2% marcaram a opção em que participava

completamente.

Gráfico 20: Nível de participação nas decisões da organização

Questão 13. Você está satisfeito com o seu nível de responsabilidade no trabalho?

A média desta questão foi de 3,163, enquadrando-se no nível neutro de QVT.

37% dos entrevistados disseram que estão completamente ou bastante satisfeitos com o

nível de responsabilidade no trabalho. 43% acham que tem um nível médio de

responsabilidade e 20% acham que tem pouco ou nenhuma responsabilidade no

trabalho.

Gráfico 21: Nível de responsabilidade no trabalho

24%

33%

29%

12% 2%

Nível de participação nas decisões da organização

Muito pouco

Pouco

Médio

Muito

Completamente

4% 16%

43%

33%

4%

Nível de responsabilidade no trabalho

Nada

Pouco

Médio

Bastante

Completamente

50

Questão 14. Você se sente satisfeito com os treinamentos dados pela organização?

A média desta questão foi a segunda mais baixa com 2,42. Estando no nível de

QVT elaborado pelo autor, insatisfatório. Apenas 2% marcou a opção que estava

completamente satisfeito com os treinamentos oferecidos pela organização. 2%,

também disseram que estavam bastante satisfeitos, 37% deram uma resposta mediana,

2% dos guardas disseram que não estão nada satisfeito e a grande maioria, 55%,

disseram que estão pouco satisfeitos com os treinamentos oferecidos.

Gráfico 22: Treinamentos dados pela organização

Questão 16. Você se sente satisfeito com a variedade das tarefas que realiza?

A média desta questão foi de 2,95. Encontra-se no nível de QVT insatisfatório,

porém, com pouca diferença para o nível neutro. 28% entendem que estão bastante ou

completamente satisfeitos com a variedade das tarefas. 31% estão pouco ou nada

satisfeitos e a maioria, 41% marcaram a opção: médio.

Gráfico 23: Variedades de tarefas realizadas

4%

55%

37%

2% 2%

Treinamentos dados pela organização

Nada

Pouco

Médio

Bastante

Completamente

6%

25%

41%

24%

4%

Variedades de tarefas realizadas

Nada

Pouco

Médio

Bastante

Completamente

51

Questão 18. Como você avalia o espírito de camaradagem no seu trabalho?

A média desta questão Foi de 3,36, a melhor média no domínio profissional.

Enquadrando-se no nível neutro de QVT. 43% dos pesquisados disseram que o espírito

de camaradagem e bom ou muito bom. 41% acham que este nível é médio. Apenas

16% disseram que esse espírito é ruim e ninguém avaliou como muito ruim.

Gráfico 24: Camaradagem no trabalho

Questão 20. O quanto você está satisfeito com a sua qualidade de vida no trabalho?

A média desta questão foi de 2,75. Com essa média foi enquadrada no Nível

insatisfatório. Apenas 4% dos entrevistados está extremamente satisfeito. Não muito

distante com 12% estão aqueles que se consideram bastante satisfeitos. 41% disseram

que é média a satisfação com a qualidade de vida no trabalho, outros 41% descreveram

que era pouca a satisfação e apenas 2% declararam nada a satisfação com a qualidade

de vida no trabalho.

Gráfico 25: Satisfação com qualidade de vida no trabalho

0

16%

41%

33%

10%

Camaradagem no trabalho

Muito ruim

Ruim

Médio

Bom

Muito bom

2%

41%

41%

12% 4%

Satisfação com a qualidade de vida no trabalho

Nada

Pouco

Média

Bastante

Extremamente

52

4.2.5 Níveis gerais de QVT

O gráfico abaixo explica os níveis de QVT em todos os domínios criados pelo

método de avaliação QWLQ-bref.

A média geral no domínio físico foi de 3,230, já no domínio psicológico foi de

2,952. Quando esses dois domínios são transformados para o nível de classificação do

QWLQ-bref, suas médias vão para 55,74 e 48,81 respectivamente. Com essas médias é

possível diagnosticar que o domínio físico está enquadrado no nível satisfatório, apesar

de ficar bem próximo do nível neutro de QVT, e o domínio psicológico está encaixado

no nível neutro de QVT. A média do domínio profissional foi de 2,794, que

transformada para o nível de classificação QWLQ-bref sua média fica em 44,84. Sendo

a mais baixa dentre os domínios. Pela classificação proposta por Reis Junior (2008),

encontra-se no nível insatisfatório de QVT. A média total do domínio pessoal foi de

3,296. Na escala oferecida pelo autor transforma-se em 57,40. Com isso o domínio

pessoal, tem o melhor resultado, dentre os quatros domínios, está no nível satisfatório

de QVT.

A média geral de qualidade de vida na Guarda Municipal do Natal é de 3,068.

Transformando na escala de classificação do QWLQ-bref torna-se de 51,70. O que

demonstra que os Guardas Municipais de Natal têm uma qualidade de vida no trabalho

considerada neutra., ou seja, o QVT dos guardas municipais está considerada num nível

médio.

Gráfico 26: Média geral e dos domínios de QVT

55,74

48,81

57,40

44,84

51,70

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Físico/Saúde

Psicológico

Pessoal

Profissional

QVT

53

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

A percepção que os profissionais da Guarda Municipal do Natal tem da qualidade

de vida no trabalho é que esta seja pior que a qualidade de vida fora do trabalho.

Atualmente a Guarda Municipal está atravessando uma situação difícil. A maior

parte dos servidores desta instituição está com idade avançada e se aproximando da

aposentadoria. Como os guardas municipais são vítimas de uma redução drástica de

mais de 70% nos salários quando precisam se afastar da escala de serviço por motivo

de doença ou de aposentadoria, séria necessária uma valorização do profissional

através de um plano especifico que garanta que o servidor não tenha perdas em caso de

sinistro, afastamento ou aposentadoria. Além disso, estes profissionais, atualmente,

trabalham em condições precárias como: coletes que estão vencidos e em número

insuficiente, porque o prefeito não cumpre a lei Municipal nº 395/14, que garante

coletes individuais e nos modelos masculino e feminino; faltam EPI’s (equipamento de

proteção individual); tem guarda sem o porte de arma; há mais de 3 anos os servidores

não recebem o fardamento; e o armamento está obsoleto, pois já têm mais de 20 anos.

Além disso, existe um estatuto da GMN que nunca foi efetivado, causando danos

enormes tanto para instituição como para os trabalhadores, pois com a falta de

cumprimento da hierarquia e também com direitos desrespeitados, resta ao guarda

trabalhar desmotivado e sem perspectiva de melhoras. Por outro lado existe a cobrança

dos deveres, pelo lado da Gestão Municipal, mesmo com os direitos limitados.

No decorrer dos anos sempre houve um numero significativo de desligamentos

na corporação, deixando a GMN com uma grande vacância de guardas na instituição.

Atualmente essa vacância está com um numero de 185 servidores, conforme a Lei

Municipal nº 5.829/07.

É evidente a importância que se deve dar as questões relacionadas à Qualidade de

Vida no Trabalho. Com o intuito de contribuir para uma melhor QVT dentro da Guarda

Municipal do Natal, esta pesquisa foi realizada com o objetivo geral de analisar a QVT

dos profissionais da GMN e sugerir a Gestão Municipal, opções para melhorar a vida

desses entresvistados assim como obter uma resposta positiva por parte dos guardas

municipais dentro dos seus deveres. Ao caracterizar o perfil dos guardas municipais foi

percebido que em sua grande maioria, 79% são homens e que também estão acima de

30 anos e ganham, quando na ativa, cerca de 3 salários mínimos e são maioria casados.

54

O que chama a atenção é o grau de escolaridade que em sua grande maioria, ou

concluiram ou estão vivenciando o ensino superior.

O domínio físico, onde analisa aspectos relacionados à saúde, doenças do

trabalho e hábitos dos guardas, obteve a média, ficou no nível neutro, com 55,74

pontos. O domínio psicológico, que analisa características relacionadas à satisfação

pessoal, motivação no trabalho e auto-estima dos guardas municipais resultou no nível

insatisfatório. O domínio pessoal, que remete as questões familiares, crenças pessoais,

religiosas e aspectos culturais que influenciem o trabalho dos guardas munipais foi o

que indicou maior nota de QVT, com 57,40. Mesmo assim não foi satisfatória. O

domínio profissional, que aborda aspectos do trabalho que influenciem a QVT resultou

no pior resultado, com 44,84. Nível também insatisfatório.

No total de todos os domínios de QVT abordados na pesquisa, nenhum teve nota

considerada satisfatória. Conseqüentemente a nota geral da QVT também não foi

satisfatória, com uma pontuação de 51,87 foi classificada como neutra.

Para melhorar o nível de QVT no domínio físico/saúde sugere-se: reformar os

postos de serviço, proporcionando uma boa satisfação ao atender as necessidades

fisiológicas básicas dos guardas municipais. É necessário também mais investimento

em equipamentos e viaturas adequadas para trazer mais conforto na realização das

tarefas.

Para melhorar o nível de QVT do domínio psicológico recomenda-se: um melhor

acompanhamento dos servidores, bem como uma maior estruturação do Núcleo de

Apoio ao Servidor da Guarda Municipal do Natal.

No domínio pessoal sugere-se: criar programas de assistência à família, assim

como confraternizações para que os guardas tenham mais proximidades com os outros.

No domínio profissional recomenda-se: oferecer treinamento nos diversos tipos

de função; elaborar e aprovar um plano específico para a categoria, pois é um dos

principais motivos de insatisfação e preocupação da categoria; Outra sugestão é a

realização de concurso público para repor a saida dos funcionarios do quadro da GMN;

e buscar slucionar os problemas relacionadas as condições de trabalho (garantir coletes

individuais e nos modelos masculino e feminino; regularizar o o porte de arma de todos

os guardas ; organizar a entrega de fardamento; e adquirir armamento e EPI com bom

funcionamento.

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Editora McGranHill Ltda., 1991.

11. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA, Estatística do

registro civil de 2011. Disponível em:<

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/000000113558121

02012584717441044.pdf> Acesso em: 15 abr. 2015

12. J. HACKMAN & G. OLDHAM: Development of the job diagnostic Survey.

Journal of Applied Psychology, 60, 1975.

56

13. LÁZARO, Antônio Conte. Qualidade de vida no trabalho: funcionários com

QVT são mais felizes e produzem mais. 2003. Disponível em:

<http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n7/rev_fae_business_

07_2003_gestao_10.pdf>. Acesso em: 12 nov 2012.

14. LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho: conceitos e

práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas, 2004.

15. MARIANO, Benedito Domingos. Por um novo modelo de polícia no Brasil: a

inclusão dos municípios no sistema de segurança pública. São Paulo: Ed.

Brasil Urgente, 2004.

16. MARTINES, Maria Carmen; PARAGUAY, Ana Isabel Bruzzi Bezerra.

Satisfação e saúde no trabalho – aspectos conceituais e metodológicos. 2003.

Dispnivel em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/cpst/v6/v6a05.pdf>.

Acesso em: 12 nov 2012.

17. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amarau. Introdução à administração. 6. ed. São

Paulo: Atlas, 2004.

18. NUNES, José Orlando Costa. Qualidade de vida e satisfação no trabalho: Um

Estudo nas Empresas Hoteleiras de Fortaleza. 2003. Disponivel em:

<http://www.liber.ufpe.br/teses/arquivo/20041126101918.pdf>. Acesso em: 12

nov 2012.

19. PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL. Guarda Municipal do Natal - GMN.

Disponível em: <http://assecomgmn.blogspot.com.html>. Acesso em: 12 nov.

2012.

20. PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL. Lei nº 4.000, de 04 de junho de

1991. Dispõe sobre a criação da Guarda Municipal do Natal e dá outras

Providências. Disponível em: <http://www.cmnat.rn.gov.br>. Acesso em 12

nov. 2012.

21. PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL. Lei nº 4.095, de 12 de junho de 1992.

Dá nova redação aos artigos 2º e 3º e acrescenta Parágrafo Único ao artigo

8º, da Lei nº. 4.000, de 04 de junho de 1991. Disponível em:

<www.cmnat.rn.gov.br>. Acesso em: 30 jun. 2010.

22. REIS JUNIOR, D. R. Qualidade de Vida no Trabalho: construção e validação

do questionário QWLQ-78. 2008. 114p. Dissertação (Mestrado). Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de pós-graduação, Programa de

pós-graduação em Engenharia de Produção - PPGEP, Ponta Grossa – PR, 2008.

23. RODRIGUES, Marcus Vinicius Carvalho. Qualidade de vida no trabalho:

evolução e análise no nível gerencial. 5 ed. Petropoles, RJ: Vozes, 1994.

57

24. SAMPAIO, Jáder dos Reis. Qualidade de vida no trabalho e psicologia social.

São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

25. TAGLIACARNE, G. Pesquisa mercadológica. São Paulo: Atlas, 1999.

26. Warken, Karoline. Qualidade de vida no trabalho: Um Estudo de caso na

Guarda Municipal de Porto Alegre. 2009. Disponivel em: <

http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/19147.pdf>. Acesso em: 15 nov 2012

27. Ventris, Osmar. Guarda Municipal poder de Polícia e competência: Ensaios e

Pareceres. Bauru, SP: Canal6, 2007.

28. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São

Paulo: Atlas, 2000.

58

ANEXO

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO –

QWLQ-BREF

Instruções: Este questionário tem como objetivo analisar a qualidade de vida no trabalho

sob o ponto de vista pessoal, de saúde, psicológico e profissional.

Por favor, responda todas as questões. Caso não tenha certeza sobre qual resposta dar,

sugiro escolher entre as alternativas a que lhe parece ser a mais adequada, sendo normalmente

esta a primeira escolha.

Por favor, tenham em mente as duas últimas semanas para responder as questões.

Exemplo:

Quanto você se preocupa com dores ou desconfortos no trabalho?

NADA MUITO POUCO MAIS OU MENOS BASTANTE EXTREMAMENTE

X

Você deve marcar um x na lacuna que melhor corresponde a sua realidade.

Relembrando, por favor, leia com atenção as questões pensando apenas nas últimas duas

semanas e escolha o número que lhe parecer a melhor resposta.

01 - COMO VOCÊ AVALIA A SUA LIBERDADE PARA CRIAR COISAS NOVAS NO

TRABALHO?

MUITO BAIXA BAIXA MÉDIA BOA MUITO BOA

02 - EM QUE MEDIDA VOCÊ AVALIA SUA MOTIVAÇÃO PARA TRABALHAR?

MUITO BAIXA BAIXA MÉDIA ALTA MUITO ALTA

03 - COMO VOCÊ AVALIA A IGUALDADE DE TRATAMENTO ENTRE OS

FUNCIONÁRIOS?

MUITO BAIXA BAIXA MÉDIA BOA MUITO BOA

04 - EM QUE MEDIDA VOCÊ AVALIA O SEU SONO?

MUITO RUIM RUIM MÉDIA BOA MUITO BOM

05 - COMO VOCÊ AVALIA SUA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO SEU TRABALHO?

59

MUITO BAIXA BAIXA MÉDIA ALTA MUITO ALTA

06 - VOCÊ SE SENTE REALIZADO COM O TRABALHO QUE FAZ?

NADA MUITO

POUCO

MÉDIO MUITO COMPLETAMENTE

07 - EM QUE MEDIDA VOCÊ POSSUI ORGULHO DA ORGANIZAÇÃO NA QUAL

TRABALHA?

MUITO POUCO POUCO MÉDIO MUITO COMPLETAMENTE

08 - EM QUE MEDIDA ALGUM PROBLEMA COM O SONO PREJUDICA SEU

TRABALHO?

NADA MUITO POUCO MAIS OU MENOS BASTANTE EXTREMANTE

09 - EM QUE MEDIDA VOCÊ AVALIA O ORGULHO PELA SUA PROFISSÃO?

MUITO BAIXA BAIXA MÉDIA ALTA MUITO ALTA

10 - COMO VOCÊ AVALIA A QUALIDADE DA SUA RELAÇÃO COM SEUS

SUPERIORES E/OU SUBORDINADOS?

MUITO BAIXA BAIXA MÉDIA ALTA MUITO ALTA

11 - EM QUE MEDIDA SUA FAMÍLIA AVALIA O SEU TRABALHO?

MUITO RUIM RUIM MÉDIO BOM MUITO BOM

12 - EM QUE MEDIDA VOCÊ ESTÁ SATISFEITO COM O SEU NÍVEL DE

PARTICIPAÇÃO NAS DECISÕES DA EMPRESA?

MUITO POUCO POUCO MÉDIO MUITO COMPLETAMENTE

13 - VOCÊ ESTÁ SATISFEITO COM O SEU NÍVEL DE RESPONSABILIDADE NO

TRABALHO?

NADA POUCO MÉDIO BASTANTE COMPLETAMENTE

14 - VOCÊ SE SENTE SATISFEITO COM OS TREINAMENTOS DADOS PELA

ORGANIZAÇÃO?

60

NADA POUCO MÉDIO BASTANTE COMPLETAMENTE

15 - EM QUE MEDIDA VOCÊ É RESPEITADO PELOS SEUS COLEGAS E

SUPERIORES?

NADA MUITO POUCO MÉDIO MUITO COMPLETAMENTE

16 - VOCÊ SE SENTE SATISFEITO COM A VARIEDADE DAS TAREFAS QUE

REALIZA?

NADA POUCO MÉDIO BASTANTE COMPLETAMENTE

17 - SUAS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS BÁSICAS SÃO SATISFEITAS

ADEQUADAMENTE?

NADA MUITO POUCO MAIS OU MENOS BASTANTE EXTREMAMENTE

18 - COMO VOCÊ AVALIA O ESPÍRITO DE CAMARADAGEM NO SEU TRABALHO?

MUITO RUIM RUIM MÉDIO BOM MUITO BOM

19 - EM QUE MEDIDA VOCÊ SE SENTE CONFORTÁVEL NO AMBIENTE DE

TRABALHO?

NADA MUITO POUCO MAIS OU MENOS BASTANTE EXTREMAMENTE

20 - O QUANTO VOCÊ ESTÁ SATISFEITO COM A SUA QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO?

NADA POUCO MÉDIO BASTANTE