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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS DO CUIDADO EM SAÚDE CÍNTIA RAQUEL DA COSTA DE ASSIS QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM ALZHEIMER: UM ESTUDO DE CORRELAÇÃO NITERÓI 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS DO CUIDADO EM SAÚDE

CÍNTIA RAQUEL DA COSTA DE ASSIS

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM ALZHEIMER: UM ESTUDO DE

CORRELAÇÃO

NITERÓI

2017

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CÍNTIA RAQUEL DA COSTA DE ASSIS

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM ALZHEIMER: UM ESTUDO DE

CORRELAÇÃO

Orientadora:

Prof.ª Dr.ª Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho

Niterói, RJ

2017

Dissertação apresentada ao

programa de Pós-Graduação em

Ciências do Cuidado em Saúde da

Universidade Federal Fluminense

como requisito para obtenção do

título de Mestre em Ciências do

Cuidado em saúde.

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CÍNTIA RAQUEL DA COSTA DE ASSIS

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM ALZHEIMER: UM ESTUDO DE

CORRELAÇÃO

Avaliado em 04 de dezembro de 2017.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho (orientadora)

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - Presidente

_____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Silvia Maria de Sá Basílio Lins

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - 1º Examinador

____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Geilsa Soraia Cavalcanti Valente

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – 2º Examinador

___________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Carlos Magno Carvalho da Silva

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Suplente

__________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Patrícia dos Santos Claro Fuly

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – Suplente

Niterói

2017

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DEDICATÓRIA

À Deus, por ter me amparado e iluminado meus passos nesta trajetória. Por ter estado

presente ao meu lado, restaurando minhas forças a cada manhã. E pela Tua proteção nos

caminhos que percorri em busca dos meus ideais.

À minha mãe Vera Lúcia, minha guerreira, pelo seu amor e carinho, pela sua

determinação, força e coragem ao longo de todos esses anos, sempre batalhando para me

oferecer sempre o melhor, nunca deixando que nada me faltasse. Graças a Deus e a ti minha

querida mãe que cheguei até aqui!

Aos meus avós, Anita (in memorian) e Salvador, por terem me acolhido como filha,

pelo amor, pelo respeito, pelo cuidado.

À minha família, pelo incentivo, apoio e conselhos valiosos.

Ao meu esposo, Leandro, pelo seu amor, companheirismo, paciência, pelo seu apoio

nos estudos, pelas palavras esperançosas e de incentivo quando me sentia desanimada e pela

sua admiração.

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AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Alessandra Camacho pela oportunidade, acolhimento,

paciência. Acreditou na minha capacidade, me conduzindo com sabedoria nas etapas da

pesquisa.

À banca examinadora por aceitarem o convite de participar das etapas do projeto,

pelos seus ensinamentos em sala da Prof. Dr. Geilsa Valente, importantes para o

amadurecimento em minha formação profissional.

À todos os professores do curso de pós graduação stricto-sensu pelos ensinamentos e

esclarecimentos durante as fases de construção do projeto.

Aos idosos e seus cuidadores do Centro de Atenção à saúde do Idoso e seus

cuidadores (CASIC-UFF), pelo respeito e consideração em nos ajudar e por compreender

nossas atividades de pesquisa.

Aos funcionários do CASIC-UFF, em especial para Flávia marques, pelas ajudas nos

prontuários, pelo carinho, respeito, sempre a disposição para nos ajudar.

Às minhas amigas que ganhei no mestrado (Raquel e Eliane), pela incentivo, pela

parceria, apoio e amizade em todas as fases da construção da dissertação.

Aos meus amigos de infância, graduação, profissional, que estão em meu coração, que

me apóiam em cada passo que dou e se alegram com minhas vitórias!

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AQUIETAI-VOS, E SABEI QUE EU SOU DEUS...

SL. 46

TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE.

FIL. 4:13

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RESUMO

A Doença de Alzheimer (D.A.) é a demência mais prevalente no Brasil, sendo conceituada como uma

doença degenerativa, progressiva, irreversível e que resulta da perda de células cerebrais que

compromete o comportamento mental do portador, afetando suas integridades física, mental e social e

sua independência. Com o aumento da população idosa, as demências tornam-se cada vez mais

impactantes, tornando os idosos cada vez mais dependentes, afetando diretamente sua qualidade de

vida, principalmente nas atividades diárias, como também no convívio com outras pessoas. Objetivo

geral: Correlacionar a percepção da qualidade de vida do idoso com Doença de Alzheimer e a

percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador. Objetivos específicos: Caracterizar o perfil

sociodemográfico de idosos com Doença de Alzheimer e dos cuidadores que frequentam as consultas

de enfermagem do CASIC-UFF; Descrever a percepção da qualidade de vida dos idosos com Doença

de Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador; Discutir a possível

correlação entre a percepção da qualidade de vida do idoso com Alzheimer e a percepção da qualidade

de vida do idoso pelo cuidador. Método: Trata-se de um estudo correlacional com abordagem

quantitativa. Com uma amostra de 34 pares de idosos com Doença de Alzheimer leve e/ou moderada

que não apresentavam distúrbios graves de linguagem e seus cuidadores. A coleta dos dados foi

realizada nas consultas de enfermagem localizado no Centro de Atenção a Saúde do Idosos e de seus

cuidadores, Niterói-RJ. Sendo utilizado um instrumento para caracterizar o perfil sociodemográfico do

idoso e de seu cuidador e uma escala de avaliação da qualidade de vida na doença de Alzheimer,

utilizando-se apenas duas das três versões disponíveis para avaliação da qualidade de vida do idoso

com D.A. Resultados: características sociodemográficas entre os 34 idosos com Alzheimer observa-se

a predominância do sexo feminino na população idosa 20 (58,8%), o estado civil a maioria dos idosos

são casados com 14 (41,2%). Quanto à escolaridade 50% dos idosos possuem o ensino fundamental

incompleto. E com relação à renda pessoal os idosos apresentam apenas 1(hum) salário mínimo, atual

18 (53%). O cuidado desse idoso com Alzheimer está submetido ao(a) filho(a) com percentual de

41,2%. Entre os cuidadores, sexo feminino é o principal cuidador 31 (91,2%), com idade entre 40 e 59

anos 15 (44,1%), a maioria casados 20 (58,9%) e com ensino médio completo 14 (41,1%). Das 13

dimensões testadas pela escala de QV os idosos apontaram como negativas (ruim e regular) memória

(55,9%), em ambos com maior percentual; como positivas (bom e excelente), moradia (91,2%),

respectivamente. Já os cuidadores apontaram como negativas (ruim e regular) memória (61,8%) e

disposição (64,7%), respectivamente. E como positivas (bom e excelente) moradia (61,8%) e família

(29,4%). Diante do teste de Pearson, adotando um nível de significância de p≤ 0,05, verificou-se uma

correlação fraca (r = 0,330) entre a correlação dos escores obtidos na escala (versão idoso e versão

cuidador), sendo considerados os dados significativos (p=0,057). Conclusão: foi possível verificar que

idosos com comprometimento cognitivo leve e/ou moderado possuem uma boa percepção de sua

qualidade de vida, mas não deixam de evidenciar um dos principais itens negativos que influenciam

significativamente sua qualidade de vida, a memória. Assim como a boa percepção da qualidade de

vida por parte dos cuidadores, que tendem a subestimar estes idosos, desconsiderando seus

sentimentos pela vida por estarem vivenciando um processo demencial.

Descritores: Idoso. Doença de Alzheimer. Qualidade de Vida. Enfermagem.

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ABSTRACT

Alzheimer's disease (AD) is the most prevalent dementia in Brazil and is considered a degenerative,

progressive, irreversible disease that results from the loss of brain cells that compromises the mental

behavior of the carrier, affecting their physical, mental and social integrity and their independence. As

the elderly population increases, dementias become more and more impacting, making the elderly

more and more dependent, directly affecting their quality of life, especially in daily activities, as well

as in living with other people. Overall objective: To correlate the perception of the quality of life of

the elderly with Alzheimer's Disease and the perception of the quality of life of the elderly by the

caregiver. Specific Objectives: To characterize the sociodemographic profile of elderly people with

Alzheimer's Disease and of the caregivers who attend the nursing consultations of the CASIC-UFF; To

describe the perception of the quality of life of the elderly with Alzheimer's Disease and the perception

of the quality of life of the elderly by the caregiver; To discuss the possible correlations between the

perception of the quality of life of the elderly with Alzheimer's and the perception of the quality of life

of the elderly by the caregiver. Method: This is a quantitative study with a cross-sectional design. With

a sample of 34 pairs of elderly people with mild and / or moderate Alzheimer's disease who did not

present with severe language disorders and their caregivers. Data collection was performed at the

nursing consultations located at the Center for Health Care of the Elderly and their caregivers, Niterói-

RJ. A form was used to characterize the socio-demographic profile of the elderly and their caregiver

and a scale of evaluation of the quality of life in Alzheimer's disease, using only two of the three

versions available to evaluate the quality of life of the elderly with AD Results: the socio-demographic

characteristics among the 34 elderly people with Alzheimer's disease are the predominance of females

in the elderly 20 (58.8%), the marital status of the elderly are married to 14 (41.2%). Regarding

schooling, 50% of the elderly have incomplete elementary education. In relation to personal income,

the elderly have only 1 (minimum) minimum wage, currently 18 (53%). The care of this elderly

person with Alzheimer's disease is 41.2%. Among female caregivers, the main caregiver was 31

(91.2%), aged between 40 and 59 years 15 (44.1%), most married 20 (58.9%) and 14 41.1%). Of the

13 dimensions tested by the QoL scale of the elderly in the CQdV-DA version, the elderly reported

negative (poor and regular) memory (32.3%), as positive (good and excellent), housing (61.8%), in

both with higher percentage; On the other hand, the caregivers reported negative (poor and regular)

memory (61.8%) and disposition (64.7%), respectively. And as positive (good and excellent) housing

(61.8%) and family (29.4%). In the Pearson test, with a significance level of p≤0.05, there was a weak

correlation (r = 0.330) between the correlation of the scores obtained in the scale (elderly version and

caregiver version), considering the data significant (p = 0.057).

Keywords: Elderly. Alzheimer's disease. Quality of life. Nursing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1 - Ano de publicação dos artigos selecionados, p. 20

Tabela 2 – Tipo de estudo encontrado nos artigos selecionados, p. 20

Tabela 3 – Essência dos conteúdos dos artigos selecionados, p. 21

Figura 1- Modelo para a pessoa aproveitar as possibilidades importantes da vida, p. 27

Tabela 4 - Variáveis Sociodemográficas dos Idosos com Alzheimer atendidos na consulta de

Enfermagem de um ambulatório, p. 49

Tabela 5 – Medidas de Tendência Central e Dispersão das variáveis idade e renda pessoal do

idoso, p. 50

Gráfico 1- Grau de parentesco com o Idoso com D.A. atendidos na consulta de enfermagem

de um ambulatório, p. 50

Gráfico 2- Atividades profissionais anteriores dos idosos com Doença de Alzheimer atendidos

na consulta de enfermagem de um ambulatório, p. 51

Tabela 6 - Perfil de Saúde dos Idosos com Doença de Alzheimer atendidos na consulta de

enfermagem, p. 52

Tabela 7- Variáveis Sociodemográficas dos Cuidadores de Idosos com Doença de Alzheimer

atendidos na consulta de Enfermagem de um ambulatório, p. 54

Tabela 8 - Medidas de Tendência Central e Dispersão da variável idade dos cuidadores, p. 55

Tabela 9 - Percepção da Qualidade de vida dos Idosos com Alzheimer – versão Idoso e

Cuidadores, atendidos na consulta de enfermagem de um ambulatório, p. 56

Tabela 10 - Medidas de Tendência Central e Dispersão dos escores obtidos na escala, p. 57

Tabela 11 – Teste t de amostra simples dos escores da escala versão idoso e cuidador, p. 58

Gráfico 3- Escores totais obtidos na Escala versão idoso e versão cuidador, p. 57

Gráfico 4 - Diferença da percepção dos idosos e a percepção dos cuidadores sobre a qualidade

de vida dos idosos (média e desvio padrão), p. 58

Tabela 12-Teste de Correlação de Pearson entre os escores totais da escala (versão idoso e

versão cuidador), p. 59

Quadro 1 - Teste de Normalidade dos escores da escala, p. 59

Gráfico 5 – Dispersão dos escores da escala versão idoso e versão cuidador, p. 60

Gráfico 6 – Método de Bland-Altman, p. 61

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABDs Atividades Básicas de Vida Diária

AVDs Atividades de Vida Diária

BDENF Base de Dados em Enfermagem

BVS Biblioteca Virtual de Saúde

CASIC Centro de Atenção a Saúde dos Idosos e Seus Cuidadores

DA Doença de Alzheimer

DCL Demência dos Corpúsculos de Lewy

DECS Descritores em Ciências da Saúde

DFT

DCNT

Demência Frontotemporal

Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DV Demência Vascular

H0 Hipótese nula

H1

IBECS

IBGE

Hipótese alternativa

Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências de Saúde

Índice Brasileiro de Geografia e Estatística

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da

Saúde

MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

MEEM Mini-Exame do Estado MentaL

OMS Organização Mundial de Saúde

PNSPI Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

PUBMED Publicações Médicas

QV

QdV-DA

Qualidade de Vida

Qualidade de Vida na Doença de Alzheimer

SPSS

WHOQOL

Statistical Package for the Social Science

World Health Organization Quality of Life

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS, p.14

1.2 OBJETO DE PESQUISA, p. 17

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA, p. 17

1.4 HIPÓTESE DE PESQUISA, p. 17

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Geral, p. 18

1.5.2 Específicos, p. 18

1.6 JUSTIFICATIVA, p. 16

1.7 RELEVÂNCIA/CONTRIBUIÇÕES, p. 23

2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA, p. 26

2.1.1 Instrumentos de avaliação de Qualidade de Vida, p. 28

2.2 O IDOSO COM DOENÇA DE ALZHEIMER, p. 30

2.3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE VOLTADAS AO IDOSO, p. 33

2.3.1 Política Nacional do idoso, p. 34

2.3.2 Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer, p. 35

2.3.3 Estatuto do Idoso, p. 36

2.3.4 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, p. 37

2.4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO JUNTO AO IDOSO E CUIDADORES, p. 38

3 MÉTODOS 3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA, p. 41

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO, p. 41

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA, p.42

3.3.1 PARTICIPANTES DO ESTUDO, p. 42

3.4 ASPECTOS ÉTICOS, p. 43

3.4.1 Processo de obtenção do TCLE, p. 43

3.4.2 Risco/benefícios da pesquisa, p. 43

3.4.3 Garantia do sigilo, p. 44

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS, p. 44

3.5.1 Justificativa para escolha da escala de Qualidade de Vida (QdA-DA), p. 45

3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS, p. 45

3.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO, p. 45

3.8 ANÁLISE DOS DADOS, p. 45

4 RESULTADOS

4.1 PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO DA AMOSTRA DE IDOSOS COM DA,

p. 48

4.2 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DA AMOSTRA DOS CUIDADORES, p.

53

4.3 ESCALA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA DOENÇA DE

ALZHEIMER (QdV-DA), p. 55

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4.3.1 Resultados da Escala de Avaliação da Qualidade de vida na Doença de

Alzheimer na versão idoso e versão cuidador, p. 56

4.4 CORRELAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO

COM D.A. NA VERSÃO DO IDOSO E DO CUIDADOR, P. 59

5 DISCUSSÃO

5.1 DISCUSSÃO DOS DADOS, p. 63

6 CONCLUSÃO, p. 74

7 REFERÊNCIAS, p. 77

8 APÊNDICES

8.1 Apêndice A – TCLE (Idoso), p. 91

8.2 Apêndice B – TCLE (Cuidador), p. 92

8.3 Apêndice C – Plano de Orçamento de Pesquisa, p. 93

8.4 Apêndice D – Termo de Compromisso, p. 94

8.5 Apêndice E - Instrumento de Caracterização sociodemográfico do

Cuidador/Familiar, p. 95

8.6 Apêndice F - Instrumento de Caracterização sociodemográfico do Idoso com

D.A., p. 96

9 ANEXOS

9.1 Anexo A - Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, p. 98

9.2 Anexo B - Escala de Qualidade de Vida (QdV- DA) - versão sobre o idoso para

ser respondida pelo familiar, p. 103

9.3 Anexo C- Escala de Qualidade de Vida (QdV- DA) - versão para o idoso/paciente

responder, p. 104

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11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

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1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A aproximação com a população idosa iniciou no ano de 2011, na graduação de

Enfermagem e Licenciatura na Universidade Federal Fluminense, durante o estágio curricular

da disciplina de Fundamentos de Enfermagem e Administração, realizado no Mequinho, local

onde hoje funciona o Centro de Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores – CASIC/UFF.

Durante o estágio nas consultas de enfermagem pude perceber o quanto a qualidade de

vida de idosos com demência é influenciada por diversos fatores, os quais devemos estar

preparados para intervir, a começar pelas alterações das funções cognitivas, a fim de

proporcionar uma assistência direcionada as necessidades específicas de cada idoso.

A inversão da pirâmide populacional, decorrente de vários fatores entre os quais, o

avanço tecnológico, os progressos científicos a redução das taxas de fecundidade, fertilidade,

natalidade e mortalidade infantil, a melhoria nas condições de saneamento e infra-estrutura

básica, têm contribuído para o aumento da longevidade do ser humano (LIMA et al, 2016).

O envelhecimento populacional é um fenômeno natural, irreversível e mundial. No

entanto o mesmo pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo gradativo para uns e mais

rápido para outros que variam conforme os fatores como estilo de vida, condições

socioeconômicas e doenças crônicas (FECHNE ET AL, 2012).

A população idosa brasileira tem crescido de forma rápida e em termos proporcionais.

Dentro desse grupo, os denominados “mais idosos, muito idosos ou idosos em velhice

avançada” (acima de 80 anos), também vêm aumentando proporcionalmente e de maneira

mais acelerada, constituindo o segmento populacional que mais cresce nos últimos anos,

sendo atualmente mais de 12% da população idosa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

Segundo Gasparino (2014), o conceito de idoso está voltado para dois focos, o

biológico e o instrumental. O conceito biológico envolve o processo de envelhecimento,

caracterizado pela população com idade igual ou superior a 60 anos. O conceito instrumental

está voltado para o foco social, associado à situação familiar, o mercado de trabalho e outros

aspectos (BAGNEL, GASPARINO, 2014).

Vale destacar, no entanto, as diferenças existentes em relação ao processo de

envelhecimento entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Enquanto nos países

desenvolvidos, o envelhecimento ocorreu de forma lenta e associado à melhoria nas condições

gerais de vida, nos países em desenvolvimento, esse processo vem ocorrendo de forma rápida,

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sem que haja tempo de uma reorganização social e de saúde eficazes para atender às novas

demandas emergentes (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2010).

O panorama atual do envelhecimento implica na mudança do perfil de adoecimento, as

Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) acometem especialmente os idosos sendo

atualmente o problema de saúde de maior magnitude e respondem por mais de 70% das

causas de mortes no Brasil, estas causam impactos múltiplos em termos de limitação à

qualidade de vida, produtividade e funcionalidade dos pacientes (LIMA et al, 2016).

Dentre estas DCNT, as doenças crônicas degenerativas, são as que provocam

dependência funcional, resultado de um processo que se inicia com o surgimento de um

déficit no funcionamento corporal ou psicológico e, consequentemente, limitações nas

atividades diárias comprometendo a autonomia do idoso exigindo a presença de um cuidador

constante, além das repercussões para atenção e promoção à saúde e para políticas públicas

(LIMA et al, 2016).

As demências, atualmente, são as doenças mais impactantes na população idosa, com

maior incidência a Doença de Alzheimer, responsável por 55% dos casos, tendo um impacto

direto no desempenho das atividades diárias do indivíduo afetado e da pessoa diretamente

envolvida no cuidado do paciente seja familiar e/ou cuidador (BORGHI et al, 2011).

O número total de pessoas com demência no mundo em 2010 foi estimado em 35,6

milhões e está projetado para quase dobrar a cada 20 anos, para 65,7 milhões em 2030 e 115,4

milhões em 2050. No Brasil, as projeções indicam que a prevalência média se encontra mais

alta que a mundial, visto que na população com 65 anos ou mais, este valor passará de 7,6%

para 7,9% entre 2010 e 2020, com 55 mil casos novos por ano (BERTAZONEL et al, 2016).

As síndromes demências são caracterizadas pela presença de declínio cognitivo

progressivo e representam um significativo problema de saúde pública, pela longa extensão e

complexidade de manifestações funcionais, emocionais e consequências sociais (MACHADO

et al, 2011).

O comprometimento cognitivo afeta a capacidade funcional do indivíduo diariamente,

implicando perda de independência e autonomia, a qual varia de acordo com o grau de

gravidade, com consequente comprometimento na qualidade de vida do idoso (MACHADO

et al, 2011). Não devendo ser subestimado o impacto da demência na dinâmica e na relação

familiar e na sociedade.

A Doença de Alzheimer (DA) é a forma de demência mais prevalente no Brasil, sendo

conceituada como uma doença degenerativa, progressiva, irreversível e que resulta da perda

de células cerebrais que compromete o comportamento mental do portador, afetando suas

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integridades física, mental e social e sua independência, sendo necessário, em estágios mais

avançados, cuidados cada vez mais complexos (BAGNEL, GASPARINO, 2014).

A doença afeta de forma distinta cada paciente, ou seja, são diversas formas de

apresentação clínica e de progressão da doença e, provavelmente, de resposta ao tratamento

(CARDOSO et al, 2015).

O portador de DA pode passar por três estágios da doença: o primeiro deles é

caracterizado por perdas cognitivas: formas leves de esquecimento, perda de memória,

descuido com a aparência, dificuldades para executar atividades cotidianas, desorientação no

tempo e no espaço, alterações emocionais. O segundo estágio é caracterizado por acentuação

das perdas cognitivas, como perturbação severa da perda de memória (dificuldade de

reconhecer indivíduos, diminuição do raciocínio lógico. E o terceiro sendo caracterizado pela

perda de peso, delírios e alucinações, mutismo e irritabilidade extrema, sendo o estágio em

que há dependência total de um cuidador (BAGNEL, GASPARINO, 2014).

Segundo Cardoso (2015), os sintomas vão piorando de forma gradual e contínua,

frequentemente, no período de oito a 12 anos. Entretanto, existe uma variabilidade na

velocidade da progressão da doença, podendo ser de dois até 25 anos.

Sendo uma das principais doenças crônico-degenerativas que acomete os idosos,

tornando-os progressivamente incapacitados para seu autocuidado, verifica-se o quanto a

qualidade de vida destes idosos são diretamente afetados mediante evolução dos estágios da

demência, necessitando de auxílio total de cuidadores em suas necessidades mais básicas,

como na higiene, alimentação, administração de medicamentos, controle das finanças.

Santos et al. (2013) afirma que esses idosos devem receber ações educativas e

atendimento singular, de forma que o enfermeiro estimule o autocuidado e a promoção da

qualidade de vida. O cuidado de enfermagem direcionado a esta população possui dimensões

humanísticas, centrada na educação para a saúde, baseado no processo de envelhecimento

através do respeito, solidariedade, dedicação, amor e carinho. O apoio oferecido pelo

enfermeiro pode aflorar potencialidades dos idosos, de seus familiares e de outros envolvidos

no processo de cuidado.

Cabe aos profissionais de saúde transmitir aos familiares e cuidadores informais

orientações e esclarecimentos embasados em sua competência técnica, sem perder a ternura,

os quais possam minimizar o medo de ser um cuidador mediante a uma situação nova e

também ampliar o vínculo do paciente com sua família. Tal atitude trará conforto e

tranqüilidade para aquele que receberá ajuda, pois se sentirá seguro e, quanto maior o grau de

empatia, melhor será a resposta de um paciente com sequelas neurológicas. O cuidador é a

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âncora do idoso e, assim, sua segurança e sua tranquilidade irão depender da compreensão

que o cuidador lhe transmite mediante suas necessidades. (CALDAS, 2006; SMELTZER &

BARE, 2002).

Embora ainda inexista um consenso sobre o conceito de qualidade de vida, há uma

generalidade em considerar a qualidade de vida em saúde como um importante desfecho nas

avaliações em saúde.

Uma das formas mais empregadas de avaliação são os questionários, que tem como

objetivo transformar medidas subjetivas em dados objetivos, que possam ser quantificados e

analisados de forma específica ou global.

A Qualidade de Vida (QV) está ligada à auto-estima e ao bem estar pessoal, entre

outros aspectos como o nível socioeconômico, o estado emocional, o suporte familiar, os

valores culturais éticos, as condições de saúde, e tem como definição a percepção que o

indivíduo tem sobre sua vida, incluindo a sua cultura, expectativas e sistemas de valores

(TRENTINI, 2004).

Portanto, o presente estudo visa correlacionar a percepção da qualidade de vida do

idoso com Alzheimer com a percepção do cuidador sobre a qualidade de vida do idoso, por

meio da escala de avaliação da qualidade de vida na doença de Alzheimer (QdV-DA), um

instrumento específico que avalia de forma individual determinados aspectos da qualidade

devida, a fim de contribuir para novas estratégias de assistência para esta população.

1.2 OBJETO DE PESQUISA

Qualidade de vida de idosos com Doença de Alzheimer.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

A percepção da qualidade de vida do idoso com Doença de Alzheimer tem correlação

com a percepção do cuidador?

1.4 HIPÓTESE DE PESQUISA

H0 Não há correlação entre a percepção da qualidade de vida do idoso com Doença de

Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador.

H1 Há correlação entre a percepção da qualidade de vida do idoso com Doença de Alzheimer

e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador.

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1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Objetivo Geral

Correlacionar a percepção da qualidade de vida do idoso com Doença de Alzheimer e

a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador.

1.5.2 Objetivos Específicos

Caracterizar o perfil sociodemográfico de idosos com Doença de Alzheimer e dos

cuidadores que frequentam as consultas de enfermagem do CASIC-UFF;

Descrever a percepção da qualidade de vida dos idosos com Doença de Alzheimer e a

percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador;

Discutir a possível correlação entre a percepção da qualidade de vida do idoso com

Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador.

1.6 JUSTIFICATIVA

Os princípios fundamentais de um envelhecimento bem sucedido descrevem o idoso

como pró-ativo, definindo seus objetivos e lutando para alcançá-los, reunindo recursos que

são úteis na adaptação à mudança e ativamente envolvidos na manutenção do bem-estar. Os

modelos de QV compreendem desde a "satisfação com a vida" ou "bem-estar social" a

modelos baseados em conceitos de independência, controle, competências sociais e

cognitivas, no entanto com o passar dos anos nem sempre é possível manter o controle destes

determinantes (CAMPOLINA, 2011).

As incapacidades causam ao indivíduo uma condição de dependência, seja à

equipamentos específicos ou ajuda de outros para a realização de atividades cotidianas, visto

que há perda das habilidades funcionais e posteriormente nas básicas de vida diária,

influenciando sua habilidade de manter autonomia e a sua independência (BAPTISTA, 2011).

Com a finalidade de fundamentar o desenvolvimento desta pesquisa foi realizado um

levantamento do estado da arte sobre o tema proposto, para verificar sua relevância, de modo

a contribuir para novas estratégias de cuidado ao idoso e seus familiares.

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O objetivo do estudo foi analisar as produções científicas sobre a qualidade de vida

(QV) dos idosos com doença de Alzheimer, visto que o idoso torna-se dependente

necessitando de cuidados de outra pessoa, familiar ou não, que ofereça assistência para suprir

a incapacidade funcional, temporária ou definitiva.

A pesquisa foi realizada por meio de uma revisão integrativa com período de coleta de

dados de 20 de março de 2015 a 06de abril de 2015, nas bases de dados: Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados em Enfermagem

(BDENF), Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências de Saúde (IBECS), Medical Literature

Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e por meio das Publicações Médicas

(PubMed), entre os anos de 2011 e 2015.

Os critérios de inclusão das referências foram os seguintes: aderência ao objetivo e ao

tema proposto, artigos publicados em português, inglês e espanhol; artigos na íntegra que

retratassem a temática sobre a Doença de Alzheimer e Qualidade de Vida e artigos publicados

e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos cinco anos. E os critérios de exclusão

foram artigos publicados que se repetiram, artigos que não abordavam a demência do tipo

Alzheimer, não estavam publicados na íntegra e nem dentro dos cinco anos.

O instrumento de coleta de dados para a organização dos artigos selecionados e dos

conteúdos obtidos nas referências foram dispostos em um quadro, o primeiro contendo os

seguintes itens: periódico, ano, base de dados, idiomas, título e tipo de estudo; e no segundo a

sínteses dos artigos: título, delineamento do estudo, intervenção, desfecho e implicação para a

prática.

Após o levantamento e a inclusão dos critérios na busca foram selecionados 10

referências oriundas da BVS e 8 referências da base de dados Pubmed.

Os artigos encontrados foi com maior percentual na base de dados Internacional

PUBMED com 8 (44,4%), MEDLINE foram encontrados 6 artigos (33,3%), depois LILACS,

3 artigos (16,6%) e apenas 1 artigo (5,6%) na BDENF. Com relação ao ano de publicação

pode ser verificado na tabela 1.

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Tabela 1 - Ano de publicação dos artigos selecionados.

ANO DE PUBLICAÇÃO PERCENTUAL

2012 33%

2011 22%

2013 22%

2014 22%

Fonte: Próprio autor (2017).

Quanto ao ano de publicação 2012 teve um percentual de 33% (6 artigos), nos anos de

2011, 2013 e 2014 tiveram um percentual de 22% (4 artigos), respectivamente.

Com relação ao idioma que mais foi publicado foi em inglês com 83,3% (15 artigos),

sendo o português com percentual de 11,1% (2 artigos) e na língua espanhola um percentual

de 5,6% (1 artigo).

Ao analisar a abordagem metodológica dos estudos foram em sua maioria Estudos

Transversais com percentual de 44,4% (8 artigos), no entanto houve outros tipos de estudos

como pode ser observado na tabela 2.

Tabela 2 – Tipo de estudo encontrado nos artigos selecionados.

TIPO DE ESTUDO PERCENTUAL

Estudo Experimental 5,6%

Ensaio Randomizado 11%

Estudo Transversal 44,4%

Estudo Descritivo-Exploratório 5,6%

Estudo Longitudinal 22,2%

Estudo Observacional 5,6%

Estudo Exploratório 5,6%

Fonte: Próprio autor (2017).

Como verificado na tabela acima, o Estudo Randomizado com 11% (2 artigos), Estudo

Longitudinal 22% (4 artigos), e os Estudos Exploratório, Descritivo-Exploratório e

Observacional com 5,6% (1 artigo), respectivamente.

Analisando a temática dos estudos, verifica-se que em todos há uma preocupação com

a qualidade de vida dos pacientes/idosos com Doença de Alzheimer, os estudos apresentam

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diferentes maneiras de intervenção de modo a melhorar a qualidade de vida, que vão além das

opções farmacológicas, como pode ser observado na tabela 3.

Tabela 3 – Essência dos conteúdos dos artigos selecionados

CATEGORIAS PERCENTUAL

Programas de Reabilitação 22,2%

Fatores que influenciam na qualidade de

vida dos idosos

77,8%

Fonte: Próprio Autor (2017).

Autores descrevem sobre intervenções através de programas de reabilitação que

melhorem a perspectiva de qualidade de vida desta população, em 4 estudos (22,2%). E um

número de 14 artigos (77,8%), estudos que visam identificar os diferentes fatores que

influenciam na qualidade de vida dos idosos, através do cuidador e do próprio portador da

doença por meio da aplicação de escalas, mais especificamente a escala de avaliação da

qualidade de vida na Doença de Alzheimer, verificando assim sua consistência.

Foi possível evidenciar dados relevantes relatados pelos autores sobre a QV dos idosos

com Doença de Alzheimer, pois ela gera profundas inabilidades e fragilidades afetando

dimensões afetivas, psíquicas e funcionais que intensificam o comprometimento da Qualidade

de Vida, visto que comprometem a adaptação psicossocial e a interação do idoso com o

ambiente (GROOPO et al., 2012), a manutenção do cotidiano já não será o mesma devido às

limitações produzidas pela doença, afetando o domínio físico, os sentimentos e emoções, além

da relação social.

Evidências científicas relacionadas ao tratamento da Doença de Alzheimer atualmente,

vem sendo relacionado não somente às formas de intervenção farmacológica, mas sim com

grande enfoque nas abordagens não-farmacológicas de forma holística e integrada que visa

melhorar o bem-estar geral dos pacientes com Doença de Alzheimer.

As medidas não farmacológicas como a terapia de reminiscência, têm como objetivo

estimular o resgate de informações por meio de figuras, fotos, músicas, jogos e outros

estímulos relacionados à juventude dos pacientes. Cunha et al. (2011), afirma que essa técnica

tem sido muito utilizada para resgatar emoções vividas previamente, gerando maior

sociabilização e entretenimento como parte da terapia.

Técnicas de estimulação cognitiva, de orientação para realidade e de treino de

habilidades específicas são recomendadas, pois, possivelmente, são eficazes no tratamento

cognitivo de pacientes com DA leve a moderada e programas individualizados de atividade

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física, benéficos para a funcionalidade de pessoas com DA leve a moderada (VALE et al.,

2011).

Exercícios físicos ajudam a estimular as funções cognitivas, com o seu efeito

neuroprotetor sobre a atividade do córtex cerebral, o que resulta num aumento da memória de

longo prazo e maior capacidade de aprendizagem completa (MANTOVANI, 2010).

A atividade física vem se mostrando uma alternativa eficaz e de baixo custo com bons

resultados nas esferas cognitivas e afetivas destes pacientes. O ato de exercitar-se pode servir

como uma distração de pensamentos negativos e o domínio de novos hábitos podem ser

importantes. O contato social propiciado pelo contexto da prática da atividade física pode ser

um importante mecanismo, benéfico sobre a depressão, diminuindo a ansiedade, tensão e

estresse (MANTOVANI, 2010).

Estudos acreditam que a perda de autonomia não é causada exclusivamente pela

doença, mas por bradicinesia e sedentarismo. Melhorar a autonomia física e funcional reduz o

risco da tríade, queda-fratura-dependência (SANTOS, 2015).

O nível de incapacidade funcional do sujeito pode ser avaliado por meio das

Atividades de Vida Diária, sendo atualmente este um dos critérios utilizados para

classificação das fases da demência (CUNHA et al., 2011).

Com relação à qualidade de vida, observa-se que ela pode ser avaliada através da

Escala de Qualidade de vida na Doença de Alzheimer, o que foi muito utilizado pelos autores

selecionados, trata-se de um instrumento para avaliação da QV de cuidadores e de idosos com

DA, que possui três versões: uma para o próprio paciente avaliar a sua QV (PQdV-DA), uma

para o cuidador avaliar a QV do idoso (CPQdV-DA) e outra para o cuidador se auto avaliar

(CQdV-DA). Ressaltando sua utilidade na avaliação da qualidade de vida nesta demência.

Os resultados obtidos por meio dos estudos selecionados nesta revisão apontaram

evidências de que a Doença de Alzheimer causa um grande impacto na qualidade de vida de

idosos acometidos por esta enfermidade. Visto que com o agravo da doença o paciente

desenvolve sintomas psicóticos ou alterações comportamentais, muitas vezes disruptivas,

impondo grande desgaste para o próprio paciente e sobrecarga ao cuidador.

Dentre os artigos que utilizaram a Escala de Qualidade de vida na Doença de

Alzheimer apenas 22% (4 estudos) utilizaram a autoavaliação do idoso e do cuidador sobre a

qualidade de vida do paciente.

Como limitação do estudo observou-se, baixo número de artigos selecionados, embora

a quantidade geral das buscas tenha sido com um grande número de artigos, no entanto estes

não obedeciam aos critérios determinados.

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Conclui-se pela necessidade de novas pesquisas que poderão nortear novas abordagens

e serviram de base para o planejamento de cuidados e programas voltados às necessidades

principais desta população, a fim de tornar a qualidade de vida dos idosos mais satisfatória.

1.7 RELEVÂNCIA/CONTRIBUIÇÕES

Ao contrário do que muita gente pensa, velhice não está associada a má qualidade de

vida. A longevidade é intensamente desejada pela maioria dos indivíduos, desde que sob as

condições: de não ficar dependente, o que é bastante compreensível, e, de não ficar velho. No

entanto, não é possível envelhecer, sem ficar velho. Pelo menos no estágio atual do

desenvolvimento tecnológico e científico da humanidade.

A maioria dos indivíduos deseja viver cada vez mais, porém a experiência do

envelhecimento (a própria e a dos outros) está trazendo angústias e decepções, pelo menos em

nosso país, onde uma sociedade debilitada é claramente visível, sobretudo no contexto social,

com pobreza, desigualdades sociais, instituições de saúde pública fragilizadas, além de

políticas públicas pouco comprometidas e que assegurem o bem estar dos idosos,

independente de sua classe social.

Viver cada vez mais tem implicações importantes para a qualidade de vida. A

longevidade pode ser um problema, com consequências sérias nas diferentes dimensões da

vida humana, física, psíquica e social, entretanto nos últimos tempos houve uma alteração nos

padrões de saúde, com o aumento da prevalência das condições crônicas, modificando o

principal objetivo das condutas e políticas públicas, não sendo mais a cura e sim a

manutenção de boa qualidade de vida.

No contexto do envelhecimento humano, mobilizar-se significa criar ambientes

seguros e bem projetados a fim de promover comportamentos saudáveis que irão prevenir

doenças crônicas, e lesões não intencionas, além de apoiar e incentivar a autonomia e

independência, a participação na sociedade, cumprindo papéis sociais significativos,

aumentando a auto-estima e encontrando um sentido para suas vidas.

Qualidade de vida é definida como uma percepção subjetiva, entretanto avaliar a

qualidade de vida do idoso, permite a implementação de propostas de intervenção, tanto em

programas geriátricos quanto em políticas sociais gerais, no intuito de promover o bem-estar

dos que envelhecem e torná-los cada vez mais ativos na sociedade.

Na assistência de enfermagem irá nortear novas abordagens que servirão de base para

o planejamento de cuidados e programas voltados à esta população, sem distinção de seus

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padrões sociais e exclusão de suas reais necessidades. Com isso possibilita ao enfermeiro e

demais profissionais elaborar planos de cuidados específicos a serem repassados aos

cuidadores, a fim de tornar a longevidade mais confortável e satisfatória possível, através da

escuta humanizada destes idosos.

E na perspectiva acadêmica, avaliar a qualidade de vida dos idosos contribuirá para os

estudos do Núcleo de Pesquisa de Fundamentos de Enfermagem e Administração da Escola

de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – UFF, ampliando o desenvolvimento de novas

linhas de pesquisas relevantes para o cuidado da população idosa, favorecendo o

aperfeiçoamento dos profissionais envolvidos neste contexto do envelhecimento.

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2.1 Conceito de Qualidade de Vida

Para Vecchia (2005) embora o termo qualidade de vida ser bastante discutido, não

existe uma única definição. Para o autor qualidade de vida transcende o papel como sinônimo

de saúde, do ponto de vista biomédico, e engloba aspectos relacionados ao bem-estar, à

satisfação com as relações interpessoais, condições de moradia, sucesso profissional e

pessoal, passando pelo campo da subjetividade e outros aspectos, como os princípios

religiosos e culturais.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):

Qualidade de vida é a percepção dos indivíduos de que suas necessidades

estão sendo satisfeitas ou, ainda, que lhes estão sendo negadas

oportunidades de alcançar a felicidade e a auto-realização, com

independência de seu estado de saúde físico ou das condições sociais e

econômicas (OMS, 1998).

A crescente preocupação com questões relacionadas à qualidade de vida vem de um

movimento dentro das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais

amplos que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa

de vida, dependendo da área de interesse é abordado como sinônimo de saúde (PEREIRA,

2012).

Para Nahas (2001, p.05) Qualidade de vida é a “condição humana resultante de um

conjunto de parâmetros individuais e socioambientais, modificáveis ou não, que caracterizam

as condições em que vive o ser humano”.

Gonçalves (2004, p.13) define qualidade de vida como “a percepção subjetiva do

processo de produção, circulação e consumo de bens e riquezas. A forma pela qual cada um de

nós vive seu dia-a-dia”.

Diferentes definições sobre qualidade de vida são apresentadas na literatura, como

exemplo também, ilustra Pereira (2012), na figura 1 o modelo para a pessoa poder aproveitar

as possibilidades da vida.

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Figura 1. Modelo para a pessoa aproveitar as possibilidades importantes da vida.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092012000200007 Acesso em:

20 mai. 2016.

A figura ilustra os Componentes de Qualidade de Vida, o “ser” compreendido como o

ser humano é, efeito de sua nutrição, aptidão física, habilidades individuais, inteligência,

valores, experiências de vida, etc. O “pertencer” refere-se às ligações que a pessoa tem e faz

em seu meio de amizades, casa, trabalho, comunidade, participação em grupos, inclusão em

programas recreativos, sociais, entre outros. E o “tornar-se” remete ao desenvolvimento de

habilidades em estudos formais ou não formais, prática de atividades em trabalhos

voluntários, programas educacionais, participação em atividades relaxantes, entre outros.

Tais componentes se organizam de forma dinâmica entre si, considerando tanto a

pessoa, como o ambiente, assim como as oportunidades e os obstáculos encontrados nesta

qualidade de vida.

Pereira (2012) ainda cita quatro abordagens gerais que classificam a qualidade de vida:

econômica, psicológica, biomédica e geral ou holística. A abordagem econômica tem como

elemento os indicadores sociais. Em 1960 políticos norte-americanos o usaram como

plataforma política, falar de qualidade de vida naquele momento seria como uma indicação

para o sucesso administrativo.

A abordagem psicológica trata de indicadores referentes às reações subjetivas do

indivíduo, experiências, suas vivências, como eles percebem suas próprias vidas. A

abordagem médica visa oferecer melhorias nas condições de vida dos enfermos. E as

abordagens gerais ou holísticas consistem na proposição de que qualidade de vida é

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multidimensional, com uma organização complexa e dinâmica, que difere de pessoa para

pessoa conforme o ambiente e/ou contexto de vida (PEREIRA, 2012).

Na velhice a qualidade de vida depende de muitos elementos em constante interação

ao longo da vida do ser humano.

Incluem-se diversos domínios na qualidade de vida, entre os quais se destacam: o

comportamental, o ambiental, psicológico e a percepção sobre si mesmo. No que se refere ao

comportamental, destacam-se questões sobre a saúde, atividades de vida diária e

instrumentais, funcionalidade, satisfação sexual, cognição, comportamento, relação com a

sociedade e o manejo do seu tempo. O ambiental envolve a relação de espaço que favorece a

qualidade de vida. Já no psicológico, o indivíduo avalia seu aspecto mental nas três áreas

citadas acima. Quanto à autopercepção, se faz presente em todos os domínios na qual a

pessoa define subjetivamente a avaliação que faz de si em relação às outras pessoas, ao

ambiente e a si próprio (RODRIGUES, et al. 2014).

A qualidade de vida na terceira idade pode ser definida como a manutenção da saúde

em seu maior nível possível. Em todos os aspectos da vida humana: físico, social, psíquico e

espiritual que abrange uma série de aspectos como a capacidade funcional, o nível

socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o

autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e a

religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias e o

ambiente em que se vive (RIBEIRO, 2010).

A preservação da autonomia e independência nos idosos, consideradas como

condições essenciais para a qualidade de vida, estão condicionadas pelos níveis de saúde

física e mental dependente de muitos elementos em interação constante ao longo da vida do

indivíduo (RONCON, 2015).

Descobrir virtudes na velhice, prolongar a juventude e envelhecer com qualidade de

vida individual e social têm sido preocupações sistemáticas do ser humano, e a preocupação

com a qualidade de vida na velhice ganhou relevância nas últimas décadas, a partir do

crescimento do número de idosos e da expansão da longevidade (VIEIRA et al. 2012).

2.1.1 Instrumentos de avaliação da Qualidade de Vida

Atualmente, existe uma preocupação em traduzir, de forma eficaz, as dimensões de

qualidade de vida em instrumentos de avaliações confiáveis. Instrumentos com diversas

características têm sido elaborados e testados em suas propriedades psicométricas.

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A OMS constituiu um Grupo de Qualidade de Vida (Grupo WHOQOL) com a

finalidade de desenvolver instrumentos capazes de avaliar a qualidade de vida dentro de uma

perspectiva transcultural elaborou um instrumento World Health Organization Quality of Life

(WHOQOL), para isto reuniu-se estudiosos de várias partes do mundo (GOMES, 2014).

O Grupo WHOQOL define qualidade de vida como sendo "... a percepção do

indivíduo da sua posição na vida no contexto de sua cultura e dos sistemas de valores da

sociedade em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações"

(TRENTINI, 2004).

O WHOQOL-100 é um instrumento genérico constituído de cem perguntas referentes

a seis domínios: físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, meio ambiente e

espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais. Esses domínios são divididos em 24 facetas,

cada uma composta por quatro perguntas. Além dessas específicas, o instrumento tem uma

25ª pergunta geral sobre qualidade de vida (SILVA, 2015).

Tendo em vista a necessidade de um instrumento mais curto, que demandasse pouco

tempo para o preenchimento e que preservasse características psicométricas satisfatórias, fez

com que o Grupo de Qualidade de Vida da OMS desenvolvesse uma versão abreviada do

WHOQOL-100, o WHOQOL-bref composto por 26 perguntas.

O WHOQOL-BREF, instrumento genérico, é constituído por quatro domínios: físico

(dor e desconforto; energia e fadiga; sono e repouso; atividades da vida cotidiana;

dependência de medicação ou tratamentos e capacidade de trabalho); psicológico

(sentimentos positivos; pensar, aprender, memória e concentração; auto estima; imagem

corporal e aparências; sentimentos negativos; espiritualidade, religiosidade e crenças

pessoais); relações sociais (relações pessoais; suporte social e atividade sexual); meio

ambiente (segurança física e proteção; ambiente no lar; ambiente físico: poluição, ruído,

trânsito, clima e transporte) (MARCHIORI, 2013).

No entanto para o presente estudo será utilizada a Escala de Avaliação de Qualidade

de Vida na Doença de Alzheimer.

A escala QdV-DA é genérica que engloba a versão do paciente e do cuidador/familiar

sobre QV do paciente e a versão do cuidador sobre sua própria QV. Tal instrumento foi

traduzido e adaptado para acultura brasileira afim de explorar domínios identificados como

importantes, incluindo funcionamento interpessoal, ambiental, físico e psicológico

(NOVELLI, 2003).

A fim de minimizar o efeito do comprometimento cognitivo oriundo da doença a

escala apresenta linguagem simples, abordando aspectos relacionados à memória,

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relacionamento do paciente com amigos e família, preocupações relativas a finanças,

condição física, humor e avaliação global da QV. Estes devem ser quantificados pelo

participante em uma escala de quatro pontos, a pontuação 1 atribuída para qualificação ruim,

2 para regular, 3 para bom e 4 para excelente (INOUYE, 2008). A pontuação varia de 13 a 52

pontos, em que pontuações mais altas predizem melhor QV (BORGHI et al, 2011).

Os dados podem ser fornecidos pelo próprio paciente, pelo cuidador ou ambos, porém,

o preenchimento da escala deve ser feito separadamente. A escala demora em média 10

minutos para ser administrada nos pacientes e menos de 10 minutos nos cuidadores

(INOUYE, 2009).

O instrumento QdV-DA possui uma confiabilidade elevada nas três versões

disponíveis, e sua escolha é adequada, visto que os sujeitos da pesquisa possuem alterações

cognitivas leves ou moderadas, sendo um instrumento apropriado em termos de rapidez e

facilidade de compreensão (INOUYE, 2008).

Os primeiros estudos sobre a confiabilidade e validade das propriedades psicométricas

da QOL-AD foram publicados em 1999 com uma amostra de 77 pacientes com Doença de

Alzheimer e seus cuidadores e posteriormente em 2002 foi publicado um estudo

complementar com 177 pacientes. Para ambos os estudos, a QOL-AD foi separadamente

avaliada por cuidadores e pacientes. Os resultados apontaram que todos os pacientes com

pontuações do Mini Exame do estado mental (MEEM) acima de 11 (perda cognitiva

moderada) conseguiam responder a todas as questões da escala (INOUYE, 2008; NOVELLI,

2003).

Os dados do estudo demonstraram uma concordância razoavelmente boa entre os

relatos do paciente o do cuidador nos itens: humor, disposição, saúde física e “você em geral”,

no entanto os itens mais afetados pela demência, incluindo memória e habilidades para fazer

tarefas, a correlação foi baixa. Conforme o estudo na pontuação total a concordância foi

adequada, com um coeficiente de correlação de 0,40 (p<0,001) (NOVELLI, 2003).

Percebe-se que a qualidade de vida pode ser mensurada diante de inúmeros

instrumentos existentes na literatura, no entanto qualidade de vida vai além das questões

mensuráveis.

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2.2 O Idoso com Doença de Alzheimer

No Brasil, a lei que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, em seu artigo 2° diz

“considera-se idoso, (...), a pessoa maior de 60 anos de idade” (BRASIL,1994). Assim como

no Estatuto do idoso, Lei n° 10.741, em 03 de dezembro de 2003, também define idoso com a

idade a partir de 60 anos (BRASIL,2003).

O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição

progressiva da reserva funcional dos indivíduos – senescência - o que, em condições normais,

não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga como, por

exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, podem provocar uma condição patológica

que requeira assistência - senilidade. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes do

processo de senescência podem ter seus efeitos diminuídos pela assimilação de um estilo de

vida mais ativo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

As doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) podem afetar a funcionalidade das

pessoas idosas. Estudos mostram que a dependência para o desempenho das atividades de

vida diária (AVD) tende a aumentar cerca de 5% na faixa etária de 60 anos para cerca de 50%

entre os com 90 ou mais anos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

A demência é uma síndrome clínica decorrente de doença ou disfunção cerebral, de

natureza crônica e progressiva, na qual ocorre perturbação de múltiplas funções cognitivas,

incluindo memória, atenção e aprendizado, pensamento, orientação, compreensão, cálculo,

linguagem e julgamento. O comprometimento das funções cognitivas é comumente

acompanhado, e ocasionalmente precedido, por deterioração do controle emocional,

comportamento social ou motivação. A demência produz um declínio apreciável no

funcionamento intelectual que interfere com as atividades diárias, como higiene pessoal,

vestimenta, alimentação, atividades fisiológicas e de toalete. (MINISTERIO DA SAÚDE,

2007).

Estima-se em 35,6 milhões o número de pessoas com demência em 2010, projetando

uma duplicação neste número a cada 20 anos; ou seja, 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões

em 2050. O total de casos novos de demência a cada ano no mundo é de aproximadamente 7,7

milhões, o que significa uma pessoa diagnosticada a cada quatro segundos (BURLÁ, 2013).

A Doença de Alzheimer (DA) foi descrita inicialmente, por Alois Alzheimer, em

1907. Esse neuropatologista alemão relatou o caso de uma paciente de 51 anos que

apresentava declínio da memória, acompanhado de vários déficits cognitivos e distúrbios de

comportamento (MARTELLI, 2014).

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32

Esta demência é a mais prevalente no Brasil, mais de 1,2 milhões de brasileiros, e

pode ser definida como uma doença degenerativa, progressiva, irreversível e que resulta da

perda de células cerebrais que compromete o comportamento mental do portador (BAGNE,

2014). Tendo como característica o declínio cognitivo crescente e irreversível, com inúmeros

déficits cognitivos, afetando principalmente a memória, o suficiente para impactar nas

atividades do dia-a-dia (AMERICAN PHYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).

Estudos apontam que a DA representa de 50 a 60% dos casos de demência,

acometendo de 10 a 20% das pessoas com mais de 65 anos, aproximadamente (BAGNE,

2014).

As características das alterações cerebrais da DA são as placas senis ou neuríticas e os

emaranhados neurofibrilares. As placas senis resultam do metabolismo anormal da proteína

precursora do amilóide (APP), conduzindo à formação de agregados do peptídeo beta-

amilóide. Os emaranhados neurofibrilares formam-se a partir do colapso do citoesqueleto

neuronal, decorrente da hiper fosforilação da proteína Tau. Estas alterações ocorrem, desde o

início da doença, em estruturas do lobo temporal medial, incluindo o hipocampo e o giro para-

hipocampal, consideradas estruturas essenciais para os processos de memória. Com a

evolução da doença, o processo degenerativo se espalha para o neocórtex de associação,

atingindo áreas cerebrais responsáveis por outros processos cognitivos (MARTELLI, 2014).

O primeiro sintoma usualmente observado é o distúrbio progressivo da memória e

outras funções cognitivas, afetando o funcionamento ocupacional e social. Com o declínio da

memória outros processos são afetados como o aprendizado e evocação, com redução na

aquisição de novas informações e uma piora progressiva até que não haja mais nenhum

aprendizado novo.

Embora haja certa preservação da memória remota em estágios iniciais, a perda de

memória é global na evolução da DA. O indivíduo torna-se progressivamente incapaz de

desempenhar atividades da vida diária como trabalho, lazer, vida social e de cuidar de si

mesmo, passando a depender de um cuidador (CARAMELLI; BARBOSA, 2002;

MARTELLI,2014). A DA pode ser classificada em três fases: leve, moderada e grave,

conforme o grau de comprometimento cognitivo e funcional observa-se os seguintes sintomas

(INOUYE,2008):

o Fase Inicial (ou leve): formas leves de esquecimento, dificuldade de memorizar, problemas de

atenção e concentração, dificuldades visuo espaciais; aparecimento de sintomas depressivos

ou agitação, descuido da aparência pessoal e no trabalho, perda discreta de autonomia para as

atividades básicas de autocuidado (AVDs), no entanto ainda se mantêm independente,

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desorientação no tempo e espaço, perda de espontaneidade e iniciativa, alterações de

personalidade e julgamento.

o Fase Intermediária (ou moderada): há um comprometimento mais acentuado da memória e de

outras funções cognitivas, como, dificuldades de reconhecer as pessoas, incapacidade de

aprendizado, incontinências urinária e fecal, irritabilidade, agressividade.

o Fase Avançada (ou grave): o paciente passa a ter uma grande limitação, requerendo de

cuidados integrais. Podendo haver dificuldade de deglutição, perda de peso, mutismo,

restrição ao leito, incapacidade de efetuar o autocuidado, como alimentação, higiene,

vestimentas e comunicação, e variação de humor e irritabilidade.

A confirmação diagnóstica só poderá ser feita com o exame histopatológico do tecido

neural para avaliação de placas senis e fusos neurofibrilares, obtidos a partir de biópsia ou

necrópsia. Como a obtenção desse material em vivo é de difícil acesso, a confirmação da DA,

na maioria dos casos, só é possível ocorrer no post mortem. A confiabilidade desse

diagnóstico pode ser aumentada com a positividade de biomarcadores, comprovação do

prejuízo cognitivo e mutações genéticas típicas da DA, além de relatos e/ou observação

cuidadosa do comprometimento cognitivo, excluindo outras formas de demência ou de outras

doenças que causam prejuízo cognitivo (NITZSCHE, 2015).

As medidas farmacológicas no Alzheimer são focados nos fármacos inibidores da

colinesterase, como donepezila, rivastigmina e galantamina, que alteram a função colinérgica

central ao inibir as enzimas que degradam a acetilcolina, aumentando a capacidade da

acetilcolina de estimular os receptores nicotínicos e muscarínicos cerebrais, melhorando a

transmissão neuronal colinérgica, comprometida na DA. No entanto, com todo o

conhecimento a respeito da fisiopatogenia da DA, estudos não descreveram terapias

completamente eficazes para o tratamento da doença, este fármacos demonstram efeitos sutis

sobre as funções cognitivas e produzem pequeno atraso em sua progressão (KAMADA,

2016).

O aumento da expectativa de vida das pessoas, atualmente, interfere diretamente na

manutenção da saúde e bem estar dos idosos e na preservação de sua permanência junto à

família, devido à complexidade dos problemas sociais.

2.3 As Políticas Públicas de Saúde voltadas ao Idoso

Os idosos se diferenciam conforme sua história de vida, o seu grau de independência

funcional e a demanda por serviços mais ou menos específicos. O preconceito contra a velhice

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e a negação da sociedade quanto a esse fenômeno colaboram para dificultar o

desenvolvimento de políticas específicas para essa população. Ainda há os que pensam que se

investe na infância e se gasta na velhice (ANDRADE, et al, 2013).

No Brasil, o Governo Federal tomou iniciativas em favor das pessoas idosas na década

de 1970, mas, apenas em 1994 que uma política nacional foi estabelecida para esse grupo.

Antes, as ações do governo eram de caridade e de proteção. Na década de 1970, a criação de

prestações não contributivas, como benefícios de aposentadoria para trabalhadores rurais

destacaram-se, bem como a renda mensal ao longo da vida para a população urbana e rural

pobre mais de 70 anos de idade que não receberam qualquer benefício da Previdência Social

(FERNANDES, 2012).

As necessidades de saúde dos idosos exigem uma atenção específica que pode evitar

altos custos para o Sistema de Saúde, assim como proporcionar melhores condições de saúde.

No entanto, estas mesmas necessidades precisam ser adequadamente identificadas e

incorporadas em novas práticas de saúde, as quais requerem a voz e a participação ativa do

idoso no movimento de construção e efetivação das leis e políticas sociais e de saúde que

viabilizem o viver e envelhecer com qualidade (MARTINS, et al. 2007).

Conforme o art. 230 da Constituição Federal do Brasil “A família, a sociedade e o

Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na

comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”

(BRASIL, 1992, p. 103).

O envelhecimento desafia a elaboração de políticas de saúde que respondam às

necessidades das pessoas idosas, visto que a proporção de usuários idosos de todos os

serviços prestados tende a ser cada vez maior, quer pelo maior acesso às informações do

referido grupo etário, quer pelo seu expressivo aumento relativo e absoluto na população

brasileira (ANDRADE, et al. 2013). A Organização Mundial da Saúde define as bases para

um envelhecimento saudável, destacando a equidade no acesso aos cuidados de saúde e o

desenvolvimento continuado de ações de promoção à saúde e prevenção de doenças.

2.3.1 Política Nacional Idoso (PNI) – Lei 8.842

A PNI foi criada em 1994, com o objetivo de “assegurar os direitos sociais do idoso,

criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na

sociedade”. E que de acordo com a lei, considera-se o idoso a partir dos sessenta anos de

idade.

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Esta lei é dividida em seis capítulos: CAPÍTULO I dispõe sobre as finalidades;

CAPÍTULO II os princípios e diretrizes, que se encontra organizados em duas SEÇÕES –

Seção I e II; CAPÍTULO III trata sobre a organização e gestão, tendo alguns artigos vetados;

CAPÍTULO IV trata das ações governamentais; CAPÍTULO V, onde todos os artigos foram

vetados; e o CAPÍTULO VI aborda as disposições gerais (BRASIL, 1994).No CAPÍTULO II,

na seção I dispõe sobre os princípios que a política nacional do idoso deve ser regida

I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os

direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua

dignidade, bem-estar e o direito à vida;II - o processo de envelhecimento diz

respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação

para todos; III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; IV - o

idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem

efetivadas através desta política;V - as diferenças econômicas, sociais, regionais

e,particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão

ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta

lei.

Ainda neste capítulo, a Seção II – refere-se sobre as diretrizes desta lei, com

estratégias que promovam, entre outras, “viabilização de formas alternativas de participação

do idoso, convívio e integração com as demais gerações; participação do idoso, através de

suas organizações representativas, na formulação, implementação e avaliação das políticas,

planos, programas e projetos a serem desenvolvidos; implementação de sistema de

informações que permita a divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos,

programas e projetos em cada nível de governo” (BRASIL, 1994).

No âmbito da saúde, a PNI, destaca em seu Capítulo IV a necessidade de "garantir ao

idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis de atendimento do SUS; prevenir, promover,

proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante programas e medidas profiláticas; incluir a

Geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos federais, estaduais,

municipais e do Distrito Federal; realizar estudos para detectar o caráter epidemiológico de

determinadas doenças do idoso, com vistas à prevenção, tratamento e reabilitação; criar

serviços alternativos de saúde para o idoso" (ANDRADE, 2013).

2.3.2 Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer

A Portaria 703 12 de abril de 2002, tem o intuito de adotar medidas que permitam

melhor organizar a assistência aos portadores da Doença de Alzheimer, em todos os aspectos

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nela envolvidos (BRASIL, 2002). Assegurando ao idoso todos os direitos de cidadania, de

defesa de sua dignidade, seu bem estar e direito à vida.

Considera-se que a Doença de Alzheimer, embora podendo ocorrer em pacientes de

outras faixas etárias, tem sua maior incidência entre a população idosa e que esta doença

compromete severamente a qualidade de vida de seus portadores. Sendo assim no Art 2° desta

portaria define que “o Programa ora instituído será desenvolvido de forma articulada pelo

Ministério da Saúde e pelas Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos

municípios em cooperação com as respectivas Redes Estaduais de Assistência à Saúde do

Idoso e seus Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso” (BRASIL, 2002).

2.3.3 Estatuto do Idoso – Lei 10.741

O Estatuto do Idoso desenvolvido em 1 de outubro de 2003, e em seu Art 1° dispõe

sobre os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos

(BRASIL, 2003).

O Estatuto do Idoso, norteia as ações sociais e de saúde, garantem os direitos das

pessoas idosas e obrigam o Estado à proteção desta população. No entanto para que estas

políticas públicas sejam efetivas é necessário atitudes conscientes, ética e cidadã dos

envolvidos e interessados em viver envelhecendo de modo saudável.

Parágrafo único, Art 1° compreende a garantia de prioridade:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e

privados prestadores de serviços à população; II – preferência na formulação e na

execução de políticas sociais públicas específicas; III – destinação privilegiada de

recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; IV – viabilização

de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais

gerações; V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em

detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de

condições de manutenção da própria sobrevivência; VI – capacitação e reciclagem

dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de

serviços aos idosos; VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a

divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais

de envelhecimento; VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de

assistência social locais. IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto

de Renda (BRASIL, 2003).

No Art. 9o “É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,

mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e

em condições de dignidade” (BRASIL, 2003).

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O Estatuto do idoso garante a proteção da população idosa, agregando-os na condição

de cidadãos que, como os demais, merecem uma atenção digna e com qualidade, considerados

parceiros ativos no desenvolvimento dessas políticas.Assim como o direito a saúde

assegurada no Art 15 “... atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único

de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e

contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde,

incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos”.

2.3.4 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI)

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) aprovada em 1999 e

recentemente atualizada em 2006, reafirmando a necessidade de enfrentamento dos desafios

impostos por um processo de envelhecimento ora caracterizado por doenças e/ou condições

crônicas não-transmissíveis, porém passíveis de prevenção e controle, e por incapacidades que

podem ser evitadas ou minimizadas. Dentre tais desafios ressalta-se a escassez de equipes

multiprofissionais e interdisciplinares com conhecimento em envelhecimento e saúde da

pessoa idosa (MARTINS, 2007).

Esta política tem como finalidade primordial “... recuperar, manter e promover a

autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e

individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema

Único de Saúde” (BRASIL, 2006).

As diretrizes relacionadas à Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa são:

(...) promoção do envelhecimento ativo e saudável; atenção integral, integrada à

saúde da pessoa idosa; estímulo às ações inter setoriais, visando à integralidade da

atenção; provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde

da pessoa idosa; estímulo à participação e fortalecimento do controle social;

formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de

saúde da pessoa idosa; divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde

da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; promoção

de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da

pessoa idosa; e apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL, 2006).

Esta política também visa a Promoção do Envelhecimento Ativo e Saudável,:

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(...) envelhecer mantendo a capacidade funcional e a autonomia, é reconhecidamente

a meta de toda ação de saúde. Ela permeia todas as ações desde o pré-natal até a fase

da velhice. A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no reconhecimento dos

direitos das pessoas idosas e nos princípios de independência, participação,

dignidade, assistência e auto realização determinados pela Organização das Nações

Unidas. Para tanto é importante entender que as pessoas idosas constituem um grupo

heterogêneo. Também será necessário vencer preconceitos e discutir mitos

arraigados em nossa cultura. Os profissionais de saúde e a comunidade devem

perceber que a prevenção e a promoção de saúde não é privilégio apenas dos jovens.

A promoção não termina quando se faz 60 anos e as ações de prevenção, sejam elas

primárias, secundárias ou terciárias, devem ser incorporadas à atenção à saúde, em

todas as idades (BRASIL, 2006).

2.4 A Atuação do Enfermeiro junto ao Idoso e cuidadores

Em um levantamento bibliográfico sobre o cuidado do enfermeiro aos portadores de

síndromes demências, os autores destacaram como objetivo identificar os cuidados prestados

a estes portadores, e aos seus cuidadores pela enfermagem, e suas ações de enfermagem

foram agrupadas em duas categorias: as voltadas para o cuidador-familiar e as voltadas para o

idoso demenciado.

Entre as ações de enfermagem voltadas para os cuidadores-familiares estão a de

orientar e instruir o cuidador-familiar, oferecer suporte psicoterápico de modo a diminuir o

estresse, e ajudá-lo na engenharia doméstica auxiliando-os no planejamento da estrutura

domiciliar do idoso, como: a iluminação do ambiente, a instalação de corrimões de acesso

para facilitar a mobilidade do idoso, além de outros cuidados que previnam as quedas. Já as

ações de enfermagem direcionadas para os idosos, envolvem o cuidado emocional através da

observação, da comunicação verbal e/ou não verbal com o idoso. A expressão corporal do

idoso pode ser um fator importante para o planejamento das ações de enfermagem. Além do

estímulo das funções cognitivas e avaliação da evolução da doença, seguida do incentivo ao

autocuidado (escovar os dentes, pentear os cabelos, alimentar-se, vestir-se) e participação nas

oficinas terapêuticas (SOUZA, 2014).

O fenômeno do envelhecimento deve ser conhecido pela enfermagem como ele se

apresenta para aqueles que o vivenciam, promovendo um cuidado com base nos elementos de

bem-estar no indivíduo que envelhece, e assim ajudá-lo a enfrentar os possíveis elementos de

mal-estar (ELOIA, 2014).

Segundo Gonçalves (2015), a enfermagem realiza um papel determinante na execução

e cumprimento das leis direcionadas aos idosos, promovendo a inclusão social indiscriminada

dos idosos, respeitando suas capacidades e limitações, contemplando a dimensão coletiva

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situando os indivíduos no processo de vida e morte, vislumbrando um olhar que não permita o

isolamento do indivíduo no seu meio e no seu grupo de inserção.

O enfermeiro é o profissional da equipe multidisciplinar que está mais próximo dos

idosos, tendo a oportunidade de observar qualquer alteração que os mesmos apresentem,

sendo assim a atenção da enfermagem na saúde da pessoa idosa tem como finalidade manter o

idoso num bom estado de saúde para que alcance um máximo de vida ativa no ambiente em

que está inserido, juntamente com sua família, com autonomia e independência física,

psíquica e social (ELOIA, 2014).

Por ser ciência, a enfermagem se caracteriza como área de conhecimento sistemática e

tem convivido com situações complexas, não só na prática, como no desenvolvimento de

pesquisas, na busca de elementos essenciais à aquisição e qualificação do corpo de

conhecimento próprio. Estudos fundamentam a relevância da prática assistencial da

enfermagem voltado às pessoas idosas, a humanização do cuidado, seja domiciliar, nos

serviços de saúde ou em instituições de longa permanência, a autonomia que o enfermeiro tem

de criticar e construir uma realidade mais humana e menos hostil para os idosos que

necessitam dos cuidados de enfermagem (DIAS, 2014).

A partir de então, é preciso que os profissionais desenvolvam um plano de intervenção

que tente priorizar a melhoria da qualidade de vida, bem como o envelhecimento ativo,

mantendo a capacidade funcional do idoso.

Para Rinaldi (2010), há a necessidade de ouvir os idosos, respeitar os saberes,

proporcionar-lhes orientações quanto à alimentação, favorecer a autonomia e a autoestima,

contribuindo para a capacidade de desenvolver as atividades diárias e estimulando-os a se

inserirem no contexto familiar, refletindo no seu espaço social.

A assistência de enfermagem ao idoso deve ter como objetivo a manutenção e

valorização da autonomia, para tanto é necessário avaliar o grau de dependência e instituir

medidas voltadas para o alcance do maior grau possível de independência funcional e

autonomia (RINALDI, 2010).

Para tanto, o cuidado em enfermagem deve ser proporcionado de forma humana com

base em uma abordagem integral, que valorize a individualidade do paciente e vislumbre uma

assistência de qualidade, pautada numa relação empática.

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33.. MMÉÉTTOODDOO

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3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

Estudo correlacional com abordagem quantitativa.

Segundo Sousa et al., (2007) os estudos correlacionais envolvem a investigação das

relações ou associações entre as variáveis, ao contrário das relações diretas de causa e efeito.

Ainda afirma que os desenhos correlacionais são tipicamente transversais. Estes desenhos são

utilizados para examinar se mudanças em uma ou mais variáveis estão relacionadas a

mudanças em outra(s) variável(eis). Este efeito é definido como covariância.

De acordo com Dalfovo et al (2008), o método quantitativo é caracterizado pela

quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas

através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas. Tendo como

diferencial a precisão dos trabalhos realizados, conduzindo a um resultado com poucas

chances de distorções. Os estudos quantitativos guiam-se por um modelo de pesquisa onde o

pesquisador parte de quadros conceituais de referência, a partir dos quais formula hipóteses

sobre os fenômenos e situações que quer estudar. Refere ainda como sendo um método

freqüentemente aplicado nos estudos descritivos (aqueles que procuram descobrir e classificar

a relação entre variáveis), os quais propõem investigar “o que é”, ou seja, a descobrir as

características de um fenômeno como tal.

O método quantitativo emprega três fases, são elas: análise do conteúdo, apresentação

do material e o tratamento e interpretação dos resultados. A metodologia quantitativa possui

suas vantagens e desvantagens. As vantagens incluem: precisão e controle; integração dos

métodos de quantificação e qualificação; explicitação dos passos da pesquisa; prevenção da

inferência e da subjetividade do pesquisador. E as desvantagens são: excessiva confiança dos

dados; falta de detalhe do processo e de observação sobre diferentes aspectos e enfoques

(MARCONI, 2011:288).

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO

O cenário do estudo foi o Centro de Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores –

CASIC/UFF, uma unidade ambulatorial geriátrica de assistência ao idoso da Universidade

Federal Fluminense, vinculado ao Departamento de Fundamentos de Enfermagem e

Administração, localizado no município de Niterói no Estado do Rio de Janeiro.

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De acordo com Camacho (2011) o CASIC possui como características: ser um campo

de ensino teórico – prático para as turmas de graduação de Enfermagem; realizar ações de

promoção à saúde e prevenção à doença com o público idoso e seus cuidadores; realizar

Consultas de Enfermagem com os idosos e seus cuidadores; e realizar visitas domiciliares aos

idosos com demência integram o programa. Nessa ocasião é prestada assistência a partir da

Consulta de Enfermagem, ao idoso, familiares e cuidadores, realiza-se orientações para o

cuidado; realiza encontros com os cuidadores de idosos para informações sobre as

Demências; realiza oficinas de estimulação cognitiva com os idosos com demência

pertencentes ao programa; participa de pesquisas interinstitucionais; e está vinculado ao

Grupo de Estudos Interinstitucional de Atenção à Saúde do Idoso.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

De acordo com o levantamento dos prontuários do CASIC, a população da pesquisa

totalizou 90 idosos com Doença de Alzheimer e seus respectivos cuidadores, atendidos nas

consultas de enfermagem do CASIC, sendo que destes 26 idosos não possuíam interesse; 09

se encontravam acamados; 10 não foram encontrados nos telefones cadastrados, não sendo

possível o contato e 09 não estavam dentro dos critérios de inclusão.

Sendo assim o tamanho amostral deste trabalho foi de 34 pares de idosos e cuidadores,

alcançando um poder de 0,81 e com um nível de significância de 0,05.

3.3.1 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os participantes foram idosos com Doença de Alzheimer leve a moderada e seus

cuidadores.

Critérios de inclusão dos idosos: ter 60 anos ou mais, com comprometimento

cognitivo leve ou moderado e/ou MEEM sugestivo de alteração cognitiva

(Analfabetos: ≤19; 1 a 3 anos de escolaridade: ≤ 23; 4 -7 anos de escolaridade:

≤ 27 e mais de 7 anos de escolaridade: <28); ser atendido Centro de Atenção à

Saúde do Idoso e seus Cuidadores – CASIC/UFF;

Critérios de exclusão dos idosos: Possuir comprometimento cognitivo

avançado que impeça a comunicação, apresentar distúrbios de linguagem e os

que não foram encontrados nos endereços cadastrados no prontuário.

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Critérios de inclusão dos cuidadores: ser cuidador formal e/ou informal de

idosos com demência; freqüentar o CASIC; ser o cuidador principal.

Critérios de exclusão dos cuidadores: Ter menos de seis meses de

acompanhamento ao idoso.

3.4 ASPECTOS ÉTICOS

O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense, conforme Resolução nº

466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, obtendo aprovação conforme o número do parecer

1.740.880, em seguida iniciou-se a coleta dos dados. O Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido foi assinado em duas vias tanto para o idoso quanto para o cuidador.

3.4.1 Processo de obtenção do TCLE

Essa etapa foi desenvolvida nas consultas de enfermagem. Estas ocorreram em dias

marcados previamente pela secretária do local, com os idosos com doença de Alzheimer leve

a moderada e seus cuidadores que frequentam a unidade de assistência ao idoso de uma

universidade pública localizada no município de Niterói do Estado do Rio de Janeiro.

Ao término da consulta o pesquisador responsável informou aos idosos e seus

cuidadores sobre a pesquisa, seus objetivos, aspectos éticos, riscos e benefícios. Após tomar

ciência de todos os aspectos relevantes agregados ao desenvolvimento da investigação

científica, optaram se desejavam ou não participar da mesma. A resposta sendo positiva, era

apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para que o cuidador leia

e assine, uma via fica com o participante (idoso e cuidador), respectivamente e a outra na

guarda do pesquisador (Apêndice C) e em seguida as perguntas eram feitas separadamente

para cada um. Os idosos também assinaram o TCLE (Apêndice B), porém os que estiverem

impossibilitados, os seus respectivos cuidadores tomam ciência da realização da pesquisa.

3.4.2 Risco/ benefício da pesquisa

A pesquisa possui o risco mínimo por conta da utilização do emprego de técnicas,

instrumentos, não tendo nenhuma intervenção ou modificação intencional nas variáveis

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fisiológicas ou psicológicas e sociais dos indivíduos que participarão do estudo (idoso e

cuidador). E os benefícios são inúmeros, pois através da identificação das variáveis que

podem interferir na qualidade de vida dos idosos com demência, no cenário do estudo, os

profissionais poderão realizar medidas de promoção, prevenção e tratamento adequados às

peculiaridades do público da pesquisa. Isso contribuirá para uma assistência mais qualificada.

3.4.3 Garantia do sigilo

O sigilo e a confidencialidade dos integrantes do estudo serão preservados. Nos

resultados do trabalho nenhum nome foi citado e muito menos mencionado características que

remetam a identificação dos participantes. Foi utilizado uma representação alfanumérica para

referenciar os dados.

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foram utilizados neste estudo os seguintes instrumentos de coleta de dados:

- Instrumento de Caracterização do perfil sociodemográfico do idoso com DA (Apêndice C):

tem como finalidade a coleta de dados pessoais e sócio demográfico do idoso. Tal formulário

será composto pelas seguintes variáveis: data de nascimento, idade, sexo, estado civil,

escolaridade, raça, renda pessoal, tipo de domicílio, condição de ocupação do domicílio,

atividades profissionais anteriores, medicamentos, início do tratamento, pratica de atividade

física, se fumantes, se consomem bebida alcoólica e o resultado do Mini Exame do Estado

Mental (MEEM).

- Instrumento de Caracterização do perfil sociodemográfico do Cuidador/Familiar (Apêndice

D): tem como finalidade a coleta de dados pessoais e sócio demográfico do cuidador/familiar.

Tal formulário será composto pelas seguintes variáveis: sexo, data de nascimento, idade,

estado civil, escolaridade, grau de parentesco, raça, renda pessoal, ocupação, tipo de

domicílio, condições de ocupação do domicílio, mora junto com o idoso.

- Escala de Avaliação da Qualidade de Vida na Doença de Alzheimer (QdV-DA) (Anexo A e

B): Utilizando-se as versões em que o paciente avalia sua qualidade de vida e a que o

cuidador avalia a qualidade de vida do idoso.

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3.5.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DA ESCALA QdV-DA

Por se tratar de um estudo com participantes com alteração cognitiva leve a moderada,

este é um instrumento de fácil compreensão, com versões que atendem aos propósitos do

estudo por serem específicas para idosos com DA e seus cuidadores.

Segundo Novelli (2006) as três versões da QdV-DA apresenta correlações significativas

com o instrumento WHOQOL-breve, conferindo segurança e confiabilidade nos resultados

que serão obtidos.

3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS

A coleta de dados foi feita durante as consultas de enfermagem, sem prejuízo da

mesma. Após verificação do prontuário, com teste de rastreio MEEM confirmando

comprometimento cognitivo, e a confirmação da participação do idoso e do cuidador, os

mesmos assinaram o TCLE e realizou-se a coleta dos dados através dos instrumentos

descritos tanto para o idoso como para o cuidador/familiar responder sobre o idoso. A leitura

do instrumento foi feita pelo pesquisador tanto para o idoso quanto para o cuidador.

3.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO

Nesta pesquisa forma estudadas as seguintes variáveis: variáveis de caracterização

sociodemográficas (variáveis nominais, ordinais, contínuas e dicotômicas) e referente à escala

de avaliação da qualidade de vida na doença de Alzheimer (variáveis qualitativas nominais).

As variáveis de caracterização sociodemográficas selecionadas dos idosos foram:

idade, sexo, estado civil, reside com o cuidador, grau de parentesco, escolaridade, atividade

profissional, renda pessoal, atividade física, tabagismo e alcoolismo. E as variáveis

sociodemográficas dos cuidadores foram: idade, sexo, estado civil, escolaridade.

3.8 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados foram organizados em uma planilha do Microsoft Excel®2010 e

foram analisados pelo software estatístico Statistical Package for the Social Science (SPSS®)

for Windows versão 21 e apresentados em tabelas ou gráficos.

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As variáveis: idade, sexo, estado civil, reside com o cuidador, grau de parentesco,

escolaridade, atividade profissional, renda pessoal, atividade física, escore da escala QdV-

versão idoso e versão cuidador foram importadas ao programa estatístico Statistical Package

for the Social Science (SPSS®), onde foram realizadas as análises estatísticas. Sendo adotado

para todos os testes o nível de significância de p≤ 0,05.

Na estatística descritiva, as variáveis numéricas foram expressas em média e desvio-

padrão (dp) para os dados paramétricos, as variáveis categóricas expressas com frequência

absoluta e relativa. Para avaliação da normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-

Wilk. O Teste t de amostras simples foi realizado para comparar as médias dos dois grupos

independentes e para verificar a correlação entre os escores da escala QdV-versão idoso entre

o escore na versão cuidador foi utilizada correlação de Pearson, por conta da normalidade dos

dados.

Para Filho; Junior (2009) o coeficiente de correlação de Pearson (r) tem o nome

atribuído a Karl Pearson que desenvolveu o teste estatístico. Esta correlação (r) é uma medida

de associação linear entre variáveis. O coeficiente de correlação Pearson (r) varia de -1 a 1. O

sinal indica direção positiva ou negativa do relacionamento e o valor sugere a força da relação

entre as variáveis. No outro oposto, uma correlação de valor zero indica que não há relação

linear entre as variáveis. Dancey e Reidy (2005) classificação como: r = 0,10 até 0,30 (fraco);

r = 0,40 até 0,6 (moderado); r = 0,70 até 1 (forte). E a correlação exige que as variáveis sejam

quantitativas (contínuas ou discretas).

A correlação de Pearson possui ainda algumas observações, tais como: valores extremos

(0 ou 1) dificilmente são encontrados na prática; não diferencia entre variáveis independentes

e variáveis dependentes. Dessa forma, o valor da correlação entre X e Y é o mesmo entre Y e

X; não muda ao se alterar a unidade de mensuração das variáveis. Por ser tratar de uma

medida padronizada, o valor da correlação entre quilos e litros será o mesmo caso o

pesquisador utilize toneladas e mililitros; e o coeficiente tem um caráter adimensional, ou

seja, ele é desprovido de unidade física que o defina. Não faz sentido interpretar uma

correlação de 0,3 como sendo 30%, por exemplo (FILHO; JUNIOR, 2009).

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4. RESULTADOS

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4.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DA AMOSTRA DE IDOSOS COM DA

A pesquisa é composta por 34 pares de idosos com Doença de Alzheimer e seus

cuidadores. E inicialmente os dados da análise descritiva do perfil sociodemográfico dos

idosos e seus cuidadores, serão apresentados em tabelas e gráficos. E a seguir serão expostos

os testes estatísticos escolhidos.

Com relação às características sociodemográficas entre os 34 idosos com Doença de

Alzheimer observa-se a predominância do sexo feminino na população idosa 20 (58,8%), o

estado civil a maioria dos idosos são casados com 14 (41,2%). Quanto à escolaridade 17

(50%) dos idosos possuem o ensino fundamental incompleto. E com relação a renda pessoal

os idosos apresentam apenas 1 (hum) salário mínimo 18 (53%), atual R$ 937,00. Os dados

podem ser verificados na tabela 4.

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Tabela 4 -Variáveis Sociodemográficas dos Idosos com Doença de Alzheimer atendidos na

consulta de Enfermagem de um ambulatório.

Variáveis Categorias f Fr(%)

Sexo Feminino 20 58,8

Masculino 14 41,2

Idade 60------79 14 41,2

80------89 19 55,9

90------99 1 2,9

Estado Civil Solteira 6 17,6

Casado 14 41,2

Divorciado 1 2,9

Viúvo 13 38,3

Escolaridade Analfabeta 4 11,8

Ensino

Fundamental

Completo 4 11,8

Incompleto 17 50,0

Ensino Médio Completo 6 17,6

Incompleto 1 2,9

Ensino Superior Completo 2 5,9

Incompleto 0 0,0

Renda Pessoal Não Há 4 11,8

1salário mínimo 18 53,0

2 a 3 sals. míninos 9 26,5

+ 3 sals. mínimos 3 8,8

f1 frequencia absoluta simples; fr

2 frequencia relativa

Fonte: Próprio Autor (2017).

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A seguir verificam-se as medidas de tendência central e dispersão das variáveis: idade

e renda pessoal dos idosos com Doença de Alzheimer.

Tabela 5 – Medidas de Tendência Central e Dispersão das variáveis idade e renda pessoal do

idoso.

Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Idade 79,65 6,74 66 93

Renda Pessoal

do Idoso

1267,71 760,95 0,00 2811,00

Fonte: Próprio Autor (2017).

O gráfico abaixo, delineia o grau de parentesco com o idoso, verifica-se que do total

da amostra 34, o cuidado desse idoso com Doença de Alzheimer está submetido ao filho (a)

com percentual de 41,2%. Além disso, a maioria desses idosos residem com os seus

cuidadores 21(61,8%).

Gráfico 1- Grau de parentesco com o Idoso com Doença de Alzheimer atendidos na consulta

de enfermagem de um ambulatório.

Fonte: Próprio autor (2017).

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Referindo-se às atividades profissionais anteriores da aposentadoria, estas se

mostraram diversas entre os idosos com Doença de Alzheimer. No entanto do lar são 33,3%,

mas encontra-se mecânico com 10%, comerciário, costureira, empregada doméstica com

6,6%, respectivamente. O gráfico 2 demonstra essas informações.

Gráfico 2- Atividades profissionais anteriores dos idosos com Doença de Alzheimer

atendidos na consulta de enfermagem de um ambulatório.

Fonte:

Próprio

autor (2017).

Na tabela a seguir, observa-se o perfil de saúde desses idosos com Doença de

Alzheimer, onde 28 (82,4%) dos idosos não praticam atividade física, 29 (85,3%) não fumam,

30 (88,2%) não consomem bebida alcoólica e, além disso, esses idosos possuem uma

tendência a outras doenças crônicas como pode-se verificar através dos medicamentos

informados nas consultas de enfermagem, que vão além dos fármacos para a demência, tendo

uma prevalência de enfermidades no sistema cardiovascular como 15 (44,1%).

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Tabela 6 - Perfil de Saúde dos Idosos com Doença de Alzheimer atendidos na consulta de

enfermagem.

Varáveis Categorias f Fr (%)

Atividade Física Sim 6 17,6

Não 28 82,4

Tabagismo Sim 5 14,7

Não 29 85,3

Alcoolismo Sim 4 11,8

Não 30 88,2

Classe dos

medicamentos

Sistema

Cardiovascular

15 44,1

Sistema

Endócrino

5 14,7

Sistema Nervoso

Central

10 29,4

Sistema Digestivo 4 11,8

f1 frequencia absoluta simples; fr

2 frequencia relativa

Fonte: Próprio autor (2017).

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4.2 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DA AMOSTRA DOS CUIDADORES

Na tabela 7, encontram-se as características principais dos cuidadores de idosos com

Alzheimer atendidos nas consultas de enfermagem uma amostra com 34 cuidadores. Observa-

se que o sexo feminino é o principal cuidador 31 (91,2%), com idade entre 40 e 59 anos 15

(44,1%), no entanto cuidadores com idade entre 60 e 79 anos, já idosos, teve um percentual

significativo 14 (41,2%). Sendo a maioria casados 20 (58,9%) e com ensino médio completo

14 (41,1%).

E na tabela 8, encontra-se as medidas de tendência Central e dispersão da variável

idade dos cuidadores.

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Tabela 7- Variáveis Sociodemográficas dos Cuidadores de Idosos com Doença de Alzheimer

atendidos na consulta de Enfermagem de um ambulatório.

Variáveis Categorias f Fr (%)

Sexo Feminino 31 91,2

Masculino 3 8,8

Idade 20------39 3 8,8

40------59 15 44,1

60------79 14 41,2

80------99 2 5,8

Estado Civil Solteira 11 32,3

Casado 20 58,9

Divorciado 3 8,8

Viúvo 0 0,0

Escolaridade Analfabeto 1 2,9

Ensino Fundamental Completo 5 14,7

Incompleto 3 8,8

Ensino Médio Completo 14 41,1

Incompleto 2 5,8

Ensino Superior Completo 7 20,6

Incompleto 2 5,9

f1 frequencia absoluta simples; fr

2 frequencia relativa

Fonte: Próprio Autor (2017).

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Tabela 8 - Medidas de Tendência Central e Dispersão da variável idade dos cuidadores.

Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Idade 55,85 12,60 24 86

Fonte: Próprio Autor (2017).

4.3 ESCALA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA DOENÇA DE

ALZHEIMER (QdV-DA)

Na tabela a seguir observa-se a percepção do idoso com Doença de Alzheimer sobre

sua qualidade de vida e do seu cuidador com relação às variáveis da escala utilizada.

Das 13 dimensões testadas pela escala de QV dos idosos na versão CQdV-DA, foi

possível identificar que os idosos apontaram como negativas (ruim e regular) memória

(88,2%), em ambos com maior percentual; como positivas (bom e excelente), moradia

(91,2%), respectivamente. Já os cuidadores apontaram como negativas (ruim e regular)

memória (61,8%) e disposição (64,7%), respectivamente. E como positivas (bom e excelente)

moradia (61,8%) e família (29,4%).

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Dimensões da

QV Escala de Avaliação da Qualidade de Vida na Doença de Alzheimer (QdV-DA)

IDOSOS CUIDADORES

RUIM REGULAR BOM EXCELENTE RUIM REGULAR BOM EXCELENTE

N % N % N % N % N % N % N % N %

Saúde física 7 20,6 14 41,2 13 38,2 0 0,0 3 8,8 11 32,4 20 58,8 0 0,0

Disposição 6 17,7 14 41,2 13 38,2 1 2,9 5 14,7 22 64,7 6 17,6 1 2,9

Humor 2 5,9 11 32,3 20 58,9 1 2,9 3 8,8 16 47,1 13 41,2 1 2,9

Moradia 0 0,0 3 8,8 21 61,8 10 29,4 1 2,9 3 8,8 21 61,8 9 26,5

Memória 11 32,3 19 55,9 4 11,8 0 0,0 21 61,8 13 38,2 0 0,0 0 0,0

Família 1 2,9 5 14,7 20 58,8 8 23,5 4 11,8 6 17,6 14 41,2 10 29,4

Casamento 0 0,0 2 5,9 5 14,7 7 20,6 2 5,9 0 0,0 4 14,7 7 20,6

Amigos 1 2,9 12 35,3 19 55,9 2 5,9 8 23,5 7 20,6 14 41,2 5 14,8

Você em Geral 1 2,9 13 38,2 19 55,9 1 2,9 3 8,8 18 53 13 38,2 0 0,0

Cap. para fazer

tarefas

8 23,5 15 44,1 10 29,4 1 2,9 12 35,2 15 44,1 5 14,7 2 5,9

Cap. para fazer

ativ. de lazer

3 8,8 18 53,0 13 38,2 0 0,0 12 35,2 13 38,2 9 26,5 0 0,0

Dinheiro 5 14,7 15 44,1 14 41,2 0 0,0 5 14,7 12 35,3 16 47,0 1 2,9

A vida em geral 1 2,9 15 44,1 15 44,1 3 8,8 4 11,8 11 32,3 19 55,9 0 0,0

Tabela 9 - Percepção da Qualidade de vida dos Idosos com Doença de Alzheimer – versão

Idoso e Cuidadores, atendidos na consulta de enfermagem de um ambulatório.

Fonte: Próprio Autor (2017).

4.3.1 Resultados da Escala de Avaliação da Qualidade de vida na Doença de Alzheimer na

versão idoso e versão cuidador

O gráfico 3, a seguir, representa o escore final obtido na escala de avaliação da

qualidade de vida na doença de Alzheimer na versão idoso e versão cuidador. E em sequência,

no tabela 10, observa-se as medidas de tendência central e de dispersão do escore da escala

tanto na versão do idoso com Doença de Alzheimer quanto na versão do cuidador.

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Gráfico 3- Escores totais obtidos na Escala versão idoso e versão cuidador.

Fonte: Próprio autor (2017).

Tabela 10 - Medidas de Tendência Central e Dispersão dos escores obtidos na escala.

Variáveis Média Desvio Padrão Mínino Máximo

Escores da

escala do Idoso

com D.A.

30,12 5,67 19 41

Escores da

escala do

Cuidador sobre

o idoso com

D.A.

28,94 4,99 17 39

Fonte: Próprio Autor (2017).

Dando seqüencia, na tabela 11, verifica-se o Teste t de amostra simples dos escores da

escala versão idoso e cuidador, onde observa-se estatisticamente a diferença entre as médias

obtidas com o resultado do instrumento. E a seguir estes dados representados em gráficos.

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Tabela 11 – Teste t de amostra simples dos escores da escala versão idoso e cuidador.

Teste de uma amostra Valor do teste = 0

t df Sig. (2

extremidades)

Diferença

média

95% Intervalo de confiança

da diferença

Inferior Superior

QV DOS

IDOSOS COM

ALZHEIMER

30,964 33 ,000 30,118 28,14 32,10

PERCEPÇÃO

DOS

CUIDADORES

SOBRE A QV

DOS IDOSOS

33,774 33 ,000 28,941 27,20 30,68

Fonte: Próprio Autor (2017).

O gráfico de barra da média e do desvio padrão dos escores das versões idoso e

cuidador, ilustra a diferença entre a percepção da qualidade de vida dos idosos e a percepção

dos cuidadores, com uma média entre os idosos de 30,12 e dos cuidadores uma média de

28,94, tendo uma leve diferença, porém não significativa.

Gráfico 4 - Diferença da percepção dos idosos e a percepção dos cuidadores sobre a

qualidade de vida dos idosos (média e desvio padrão).

Fonte: Próprio Autor (2017).

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Shapiro-Wilk

QV DOS IDOSOS COM

ALZHEIMER

PERCEPÇÃO DOS

CUIDADORES SOBRE A

QV DOS IDOSOS

Estatística df Sig.

,983

,970

34 ,865

34 ,469

4.4 CORRELAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO ISOSO COM

DOENÇA DE ALZHEIMER NA VERSÃO DO IDOSO E DO CUIDADOR

Inicialmente foi feito o teste de normalidade dos escores da escala QdV- versão idoso

e cuidador, adotado o teste de Shapiro-Wilk por se tratar de uma amostra com menos de 50

participantes. Apresentando os dados uma distribuição normal.

Quadro 1 - Teste de Normalidade dos escores da escala.

Fonte: próprio Autor (2017).

Na tabela a seguir verifica-se o teste de Correlação de Pearson entre os escores totais

obtidos na escala (versão idoso e versão cuidador).

Tabela 12-Teste de Correlação de Pearson entre os escores totais da escala (versão idoso e

versão cuidador).

CORRELAÇÕES

QV DOS IDOSOS COM

ALZHEIMER PERCEPÇÃO DOS

CUIDADORES SOBRE

A QV DOS IDOSOS

QV DOS IDOSOS

COM ALZHEIMER Correlação de

Pearson

1 ,330

Sig. (bilateral) ,057

N 34 34

PERCEPÇÃO DOS

CUIDADORES SOBRE

A QV DOS IDOSOS

Correlação de

Pearson

,330 1

Sig. (bilateral) ,057

N 34 34

Fonte: Próprio Autor (2017).

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Os resultados acima indicam uma correlação fraca (r = 0,330), sendo considerados os

dados significativos (p=0,057), onde os resultados são diretamente proporcional. Dessa forma,

confirma-se a hipótese alternativa, há correlação entre a percepção da qualidade de vida do

idoso com Doença de Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador.

Tal distribuição dos resultados pode ser observados no gráfico 5, onde evidencia-se

que não existe um relacionamento linear entre as duas variáveis.

Gráfico 5 – Dispersão dos escores da escala versão idoso e versão cuidador.

Fonte: Próprio Autor (2017).

Observa-se que através do coeficiente de determinação ou explicação (R² = 0,108),

que quanto maior o valor mais uma variável se relaciona com a outra, neste caso obteve-se um

valor baixo, não tendo uma relação de causa e efeito entre as variáveis, uma correlação fraca.

Ou seja as variáveis de Y são exclusivamente aleatórias, não sendo explicadas pelas variações

de X.

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20 25 30 35 40 45

15

10

5

0

-5

-10

-15

AVERAGE of QV Idosos and QV Cuidadores

QV

Idos

os -

QV

Cui

dado

res

Mean

1.2

-1.96 SD

-11.0

+1.96 SD

13.3

E no gráfico 6, temos uma comparação entre a percepção do idoso e do cuidador sobre

a qualidade de vida do idoso com Doença de Alzheimer, tendo uma tendência dos idosos

terem uma percepção maior do que os cuidadores (através dos escores da escala), sendo assim

os limites de concordância não indicam uma relação entre as diferenças e as médias das

medidas.

Gráfico 6 – Método de Bland-Altman.

Fonte: Próprio Autor (2017).

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55.. DDIISSCCUUSSSSÃÃOO

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5.1 DISCUSSÃO DOS DADOS

Os resultados obtidos na amostra quanto ao perfil sociodemográfico corroboram

outros estudos já realizados, onde há a predominância do sexo feminino, como pode ser

observado nas pesquisas de Barreira e Ruiz (2015) apresentando 70,6% e Inouye et al., (2010)

com um percentual de 68% e nesta pesquisa, com 58,8% de idosos do sexo feminino, tendo

uma média de idade de 79 anos, sendo a mínima de 66 anos e a máxima 93 anos.

Pelo Censo (IBGE, 2010) existem 95,9 homens para cada 100 mulheres, ou melhor,

3,9 milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. Este quantitativo se dá em detrimento

das mulheres procurarem com mais freqüência os serviços de saúde do que os homens devido

principalmente a fatores de gênero e de cultura relacionados à masculinidade e ao alto índice

de mortalidade do sexo masculino por causa externas (FERREIRA et al, 2016; MOURA et

al., 2015).

Entre os idosos estudados, a maioria possui vínculo conjugal, sendo casados ou

viúvos, com 41,2% e 38,3%, respectivamente, como também estão de acordo com outras

pesquisas, em Borghi et al., (2011), a maioria era viúvos 66% e casados 28%, Luzardo et al.,

(2006), evidenciou 50% casados e 36,1% viúvos e no estudo de Barreira, Ruiz (2015),

evidenciaram 45,2% casados e 43,6% viúvos.

A relação conjugal é um fato muito importante, pois permite o envolvimento do

companheiro no cuidado a saúde (ZORTEA et al., 2015). Entretanto 38,3% dos idosos são

viúvos o que pode comprometer a capacidade funcional para as atividades diárias, pois a

perda do companheiro pode resultar num impacto negativo no cotidiano do idoso (NUNES et

al., 2017).

Com relação à escolaridade, os dados demonstram que a população estudada teve

pouco acesso a escolaridade, considerando- se que a maioria dos idosos possuíam apenas o

ensino fundamental 50,0%, como refere Barreira, Ruiz (2015), o grau de escolaridade

constitui um fator importante no auxilio da demência, para a compreensão da doença e

educação para a saúde o que pode dificultar a apreensão e execução das orientações

fornecidas pelos profissionais da saúde, seja nas oficinas cognitivas ou até mesmo nas

consultas multidisciplinares, além de acarretar menos desempenho nos testes de rastreio,

como o Mini-mental e o Teste do relógio (GRATAO et al., 2015).

Estudos sugerem que ao avaliar o desempenho cognitivo por meio do Mini-mental,

ressalta-se a necessidade de estabelecer pontos de coorte diferenciados pelo tempo de

escolaridade. O grau de instrução é um dos principais fatores que influenciam o desempenho

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dos participantes, sendo de grande relevância na determinação dos escores finais (GOYANNA

et al., 2017).

O baixo poder aquisitivo evidenciado nos resultados, onde 53% dos idosos com

Alzheimer possuem como renda pessoal de um salário mínimo, atual $ 937,00, reflete

negativamente na qualidade de vida e no estado de saúde, visto que eles necessitam de

recursos financeiros para comprar medicamentos, para suprir suas necessidades básicas e

outros custos que os processos limitativos acarretam (ZORTEA et al., 2015).

Devido o grau de dependência que a Doença de Alzheimer causa nos idosos, o

cuidado passa a ser responsabilidade da família, especialmente dos filhos como pode ser

verificado nos resultados com 41,2%. Sendo uma tarefa exaustiva de cuidar, geralmente

repetitiva, contínua e, muitas vezes, uma atividade solitária e sem descanso, que pode trazer

conseqüências variadas, tais físicos, psicológicos ou emocionais, sociais e financeiros para

este cuidador, segundo Santos (2013) e Lindolpho et al., (2014), principalmente pelo fato de

que a maioria destes idosos coabitam com os seus cuidadores, num percentual significativo de

61,8% tornando este cuidador cada vez mais sobrecarregado tanto pelo cuidado como também

pelo acumulo de tarefas designadas a ele (LINDOLPHO et al., 2014).

Além disso, estudos afirmam que a família enfrenta grandes dificuldades, seja pela

falta de assistência especializada, pelo difícil acesso aos serviços públicos de saúde ou pelo

simples desconhecimento de suas necessidades.

Sobre a atividade profissional anterior a Doença de Alzheimer, 33,3% eram do lar

entretanto, as profissões foram diversas o que corrobora muitos estudos (GOYANNA et al.,

2017).

No entanto, os idosos do estudo se encontram aposentados ou afastados devido ao

déficit cognitivo estar consideravelmente baixo e por conta de suas limitações funcionais.

Tratando-se do perfil de saúde desses idosos verifica-se que a prática de atividade

física tem seus inúmeros benefícios, pois gera um efeito positivo na saúde física e mental do

idoso, além de melhorar a disposição para atividades cotidianas, como afirmam os autores

Hillman et al., (2006) e Tanferri et al., (2017), além de representar uma importante

contribuição não farmacológica no sentido de atenuar a taxa de declínio cognitivo e motor em

relação ao envelhecimento, segundo Araujo et al., (2015), no entanto entre os 34 idosos deste

estudo (82,4%) não praticam atividade física.

Complementa Araujo et al., (2015), outro fator que pode estar associado ao

sedentarismo, a baixa renda que pode influenciar na falta de estímulo cognitivo e de incentivo

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à prática de atividade física, uma vez que possuem poucas possibilidades e falta de

informação sobre os benefícios para a saúde.

Com relação ao tabagismo e alcoolismo, estes são considerados um importante fator

de risco de morte para idosos, sendo, atualmente, um problema de saúde pública, o consumo

excessivo de álcool interfere na nutrição equilibrada do idoso, devido à disputa de sítios

metabólicos entre o álcool e os substratos, provocando sobrecarga hepática e prejudicando a

absorção dos nutrientes afirma Oliveira et al., (2016), no entanto, neste estudo (85,3%) e

(88,2%) dos idosos, respectivamente, não possuem este hábito.

Autores afirmam que diversas são as alterações sofridas pelo Brasil e que entre elas

encontram-se a redução das doenças infecciosas e o aumento das doenças crônicas não

transmissíveis que se associam a deficiências e incapacidades funcionais (SILVA et al., 2015).

Neste estudo os idosos informaram nas consultas de enfermagem a associação de fármacos

para a Doença de Alzheimer e para outras doenças crônicas não transmissíveis com 44,1%

direcionada ao sistema cardiovascular e 14,7% para o sistema endócrino.

O aumento na prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) era

esperado, uma vez que se trata de uma condição inerente ao avanço da idade, relacionada com

as alterações anatômicas, fisiológicas e funcionais do envelhecimento (como por exemplo a

redução do peso e do fluxo sanguíneo cerebral), com o aumento da inatividade física e a

alimentação inadequada (MARENGONI et al., 2011).

Uma análise da carga de doenças traduzida pelos anos de vida perdidos mostra, que

apesar de índices ainda preocupantes de doenças infecciosas, desnutrição, causas externas e

condições maternas e perinatais, as doenças crônicas representam em torno de 66% da carga

de morbidades (CAMPOLINA et al., 2013).

Com isso a polifarmácia devido à polimorbidades que os idosos apresentam,

propiciam ao uso inadequado de medicamentos e maior incidência de efeitos adversos

(RAMOS et al., 2016).

Quanto ao perfil sociodemográfico da amostra dos cuidadores desses idosos com

Alzheimer, corrobora-se com outras pesquisas a predominância do sexo feminino, com

91,2%. Estudos apontam que a população feminina, por motivos históricos e culturais, tende a

assumir os cuidados, principalmente nas patologias crônicas, Yamashita et al.,(2010) em sua

pesquisa sobre cuidadores familiares de pacientes dependentes, verificou que 92,5% dos

cuidadores era do sexo feminino. Bianchin et al.,(2015), afirmam à prevalência do sexo

feminino em seu estudo sobre cuidadores de pacientes oncológicos, com 78,6%.

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Avaliando a faixa etária desses cuidadores, observou-se predomínio no intervalo de 40

a 59 anos com 44,1%, entretanto o intervalo de 60 a 79 anos também teve um percentual

significativo de 41,2%, ou seja, idosos cuidando de idosos.

Um fato relevante, pois as consequências mais comuns são problemas sociais, piora da

saúde física e sintomas psiquiátricos, depressão, principalmente, do impacto de cuidar de

outro idoso com demência. Pereira et al.,(2013), em seu estudo verificou um número

significativo com idade avançada (75 anos ou mais), afirmando tal assertiva que pode ser um

fator preocupante no processo de cuidar, visto que estes cuidadores podem apresentar

limitações físicas e funcionais devido ao processo de envelhecimento avançado.

A senescência coopera para o aumento da sobrecarga dos cuidadores, não só pelas

limitações encontradas durante o processo de cuidar, mas por dificultar a percepção das

melhorias alcançadas pelos idosos. Quando esta melhoria não é percebida pelo cuidador, este

cuidado passa a se tornar uma rotina cansativa e frustrante, consequentemente, fazendo o

mesmo tornar-se cansado e sobrecarregado com as diversas ocupações simultaneamente,

referentes ao seu contexto de vida e ao contexto daquele de quem cuidam (PEREIRA et al.,

2013).

Com relação ao estado civil dos cuidadores, a maioria sejam eles filhos ou cônjugue

dos idosos são casados, com 58,9%. Um fator positivo e facilitador quando constitui um apoio

para as atividades desenvolvidas ou negativo quando gera sobrecarga ao cuidador pelo

acúmulo de papéis.

E quanto ao grau de escolaridade houve uma predominância do ensino médio

completo (41,1%) entre os cuidadores. Um determinante que facilita o entendimento e a

cooperação no tratamento, seja farmacológico ou não farmacológico, além do convívio com o

paciente promovendo o bem estar do portador de Alzheimer (CAVALCANTI et al., 2015).

As principais dificuldades de definir qualidade de vida estão relacionadas com a noção

de autopercepção do indivíduo, ou seja, trata-se de significados desiguais, para pessoas

distintas, em diversas ocasiões, ou até mesmo de significados diferentes para uma mesma

pessoa, dependendo do seu estado de espírito ou humor. Na área da saúde, a qualidade de vida

pode ser avaliada por parâmetros objetivos ou subjetivos, baseada na natureza biológica,

clínica e epidemiológica e avaliações de indivíduos e de grupos, respectivamente,

considerando-se parâmetros internos, os quais se referem às normas e às expectativas sociais

de bem-estar (SANTOS, 2013).

A qualidade de vida do idoso com Doença de Alzheimer acaba sendo comprometida

pelo déficit cognitivo causado pela demência, ocasionando sentimentos de impotência,

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desamparo, fragilidade e falta de perspectiva para o futuro. Estes processos mórbidos

degenerativos aceleram a decadência psíquica e funcional (INOUYE, 2010).

A Escala de avaliação da qualidade de vida na doença de Alzheimer é um instrumento

muito utilizado pelas pesquisas para a mensuração da qualidade de vida, uma variável

relevante na avaliação do impacto da Doença de Alzheimer, seja para o paciente quanto para

o cuidador.

Diante dos resultados encontrados nesta pesquisa, utilizando-se deste instrumento,

observou-se que das 13 dimensões avaliadas, destaca-se na percepção do idoso e do cuidador

sobre a qualidade de vida do idoso, como negativas, memória, disposição e positivas, moradia

e família.

Quando se diz a palavra memória, refere-se às experiências individuais dos homens,

que se armazenam no cérebro. Entretanto Chaves (1993) afirma que “uma definição geral de

memória é difícil, já que o processamento de informação não pode ser visto como um ato

isolado, mas como dependente da percepção, influenciado pelas emoções e pela imaginação e

situado em toda a sua seqüência entre percepção e ação. Já Souza (2014), conceitua que “a

memória é vista como a faculdade humana responsável pela conservação do passado, das

experiências vividas”.

Desse modo, a memória pode ser classificada em dois grandes grupos, as declarativas

(eventos, fatos, conhecimentos) e as de procedimentos ou hábitos, que adquirimos e

evocamos de maneira mais ou menos automática (andar de bicicleta, usar um teclado)

(IZQUIERDO et al. 2013).

De acordo com Izquierdo et al. (2013), estão envolvidos na memória declarativa o

hipocampo (uma região cortical filogeneticamente antiga), a amígdala, ambos localizados no

lobo temporal, e várias regiões corticais (pré-frontal, entorrinal, parietal, entre outros), e, nas

memórias de procedimentos ou hábitos, o hipocampo está envolvido apenas nos primeiros

momentos após o aprendizado, sendo elas dependentes basicamente de circuitos subcorticais

que incluem o núcleo caudato e circuitos cerebelares.

Segundo Lemos et al. (2012), na Doença de Alzheimer, a memória é a função

cognitiva mais precocemente prejudicada, estando tal déficit parcialmente associado ao

declínio progressivo e intenso do número e eficiência dos neurônios. A perda da capacidade

de armazenar nova informação, ou de evocar experiências previamente armazenadas, implica

em prejuízo de uma das principais funções da memória, ou seja, a construção e manutenção

do senso de identidade (self), constituindo-se, portanto, em um dos declínios mais trágicos

decorrentes da Doença de Alzheimer.

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Estudiosos afirmam que a base desta doença baseia-se na chamada hipótese

colinérgica da Doença de Alzheimer, segundo a qual a falha de mecanismos colinérgicos no

lobo temporal e outras regiões do cérebro. As fibras colinérgicas têm origem em núcleos

localizados no prosencéfalo basal, especialmente o núcleo basal de Meynert, que se projetam

para extensas áreas corticais e para a formação hipocampal, responsável pela formação de

memórias (PRADO et al., 2007).

As dificuldades apresentadas na demência estão relacionadas ao declínio dos múltiplos

domínios cognitivos e/ou sintomas neuropsiquiátricos, assim como alterações

comportamentais, representados por: perda da memória, confusão mental, prejuízo na

linguagem e no raciocínio, declínio na autonomia para tomar decisões e para completar

tarefas, desorientação no tempo e no espaço, possíveis quadros de agressividade, agitação,

depressão e/ou apatia (BERNARDO, 2017).

A presença de um parente com Doença de Alzheimer no ambiente familiar é uma

situação potencialmente conflituosa, impulsionadora de tensões constantes, acarretando

sobrecarga física e emocional à vida do cuidador, associadas ao comprometimento das

atividades da vida diária do idoso, principalmente no estágio grave.

Essa sobrecarga emocional vivenciada pelo cuidador pode interferir no cuidado

prestado ao paciente, sendo inclusive fator preditor de maior número de hospitalizações entre

os pacientes, aumento de institucionalizações e maior mortalidade entre os cuidadores

(PAVARINI et al., 2008).

Além disso, a falta de memória dificulta a aproximação das pessoas em suas relações

afetivas, sociais e familiares. Sem a lembrança de fatos, lugares e pessoas, o idoso apresenta

dificuldades de interação com o ambiente, perde autonomia para cuidar de si, planejar e

executar tarefas que permitem a adaptação psicossocial e a responsabilidade pelas próprias

ações (INOYE, 2010).

A perda significativa na memória resultante do processo demencial pode ocasionar um

maior aumento das restrições sociais e pessoais do idoso, afetando diretamente em sua

disposição para as atividades de vida diária.

A senescência é uma fase da vida marcada por vários estereótipos como a passividade,

a improdutividade, a assexualidade, a degeneração orgânica e psíquica, além da desvinculação

com o futuro e a alienação (SANTOS, 2008).

Segundo Oliveira (2012) o papel social do idoso será resultado da conjugação de dois

principais fatores: a maneira pela qual a sua história de vida foi estabelecida e as condições

em que ele se encontra na fase do processo demencial.

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Guerra, Caldas (2010) destacam que a aposentadoria pode ser um marco relevante na

vida desta pessoa, pois ao mesmo tempo em que pode oportunizar descanso e lazer, pode

significar um rompimento com aquilo que a representava como indivíduo produtivo e

valorizado na sociedade.

Além de um outro aspecto, não menos importante e recorrente na literatura, é o

sentimento de solidão, identificado nesses idosos, resultado do isolamento social, em razão de

limitações físicas e orgânicas, redução do número de atividades realizadas fora do ambiente

doméstico ou mesmo devido à perda das pessoas com idades semelhantes que faziam parte de

seu convívio (OLIVEIRA, 2012).

Para isso as oficinas de estimulação cognitiva realizadas nos centro de atenção aos

idosos é de suma importância, como acontece no CASIC-Niterói, possibilitando troca de

experiências, interação com pessoas da mesma geração, além do estímulo da memória

passada por meio de fotos, músicas.

Assim como afirmam os autores, a estimulação cognitiva ou oficina terapêutica

permite um retardo no desenvolvimento da doença e/ou a produção de formas de adaptação às

novas situações vivenciadas, estimulando as atividades preservadas e a reabilitação das

funções cognitivas (SOUZA et al., 2008).

Segundo o Estatuto do Idoso, no Art. 37 “o idoso tem direito a moradia digna, no seio

da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o

desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada” (BRASIL, 2003).

Como o envelhecimento não é um processo homogêneo, cada idoso possui suas

necessidades e demandas, sendo necessário fortalecer o trabalho em rede a fim de contemplar

a atenção aos idosos saudáveis e atender aqueles com diferentes graus de dependência ou

enfermidade, inclusive em domicílio (AMTHAUER, 2014).

De acordo com Goyanna et al., (2017) verifca-se o quanto a moradia é importante para

os idosos, manter os laços familiares próximos. Com isso, o ambiente físico onde vive o idoso

deve ser adaptado para manter a máxima autonomia e a mínima dependência possível. Para

isso, torna-se relevante utilizar estratégias que contribuam para que o domicílio tenha uma

influência positiva na qualidade de vida do idoso.

Diante de estudos, idosos com DA apresentam maior risco de quedas, principalmente

estando associado a um declínio cognitivo, sendo assim, torna-se relevante as adaptações e

modificações do lar deste idoso, minimizando agravos a saúde do mesmo.

Mas, a literatura aponta que um dos fatores que afetam o cotidiano da maioria das

famílias cuidadoras é a dificuldade financeira da classe mais pobre da população. Muitos

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cuidadores estão desempregados e a maioria destas famílias sobrevivem dos recursos

provenientes da aposentadoria do idoso que, em muitos casos, são insuficientes para atender

as necessidades básicas do próprio idoso (GONÇALVES et al., 2006).

Apesar da aposentadoria ser uma garantia do direito à inclusão social, entretanto

rendas com valores diminuídos acabam por limitar o acesso dos idosos aos seus cuidados com

a saúde, educação e lazer, comprometendo sua qualidade de vida (AMTHAUER, 2014).

No entanto observa-se que um dos principais motivos que submetem os familiares a

encaminhar os idosos para asilos são, a falta de respaldo familiar relacionado a dificuldades

financeiras, distúrbios de comportamento e precariedade nas condições de saúde, visto que

muitas vezes esse cuidadores não possuem qualquer preparo e conhecimento para lidar com a

doença em si. (OLIVEIRA et al., 2006), restringindo a permanência deste idoso em sua

moradia e o contato com os seus familiares.

Corroborando com a pesquisa de Borghi et al., (2011), a família foi um item positivo,

avaliado pelos cuidadores com 28%, assim como nesta pesquisa com (29,4%). No entanto,

segundo autores, os cuidadores superestimam as dimensões família, moradia e casamento por

fazerem parte desse contexto familiar, corresidirem e se consideram bons para com seus

idosos (INOUYE et al., 2010).

Com o passar do tempo e diante da cronicidade das patologias, modificam-se as

relações entre pais e filhos, os idosos perdem a posição de comando e decisão que estavam

acostumados a exercer, consequentemente esses idosos tornam-se cada vez mais dependentes

e uma reversão de papéis acontece.

Mendes et al. (2005) em seu estudo afirma que o ambiente familiar pode determinar as

características e o comportamento do idoso. Numa família suficientemente sadia, onde se

predomina uma atmosfera saudável e harmoniosa entre as pessoas, possibilita o crescimento

de todos, incluindo o idoso, pois todos possuem funções, papéis, as diferenças de cada um são

respeitadas e levadas em consideração. No entanto, em famílias onde há desarmonia, falta de

respeito e não reconhecimento de limites, o relacionamento é carregado de frustrações, com

indivíduos deprimidos e agressivos. Com isso o idoso torna-se isolado socialmente e com

medo de cometer erros e ser punido.

Dessa forma a escolha do cuidador familiar do idoso dependente, pode ser por iniciativa ou

designação da família, está vinculada ao grau de parentesco, ao sexo e à proximidade física e afetiva.

As atividades desenvolvidas pelo cuidador – em sua maioria, cônjuge, filho e demais parentes

consangüíneos, incluem auxílio na realização de cuidados pessoais, comunicação, medicação,

mobilização e acompanhamento a serviços de saúde (VIDIGAL et al., 2014).

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A família predomina como alternativa no sistema de suporte informal (CALDAS,

2002). A mesma constitui o principal sistema de suporte do idoso, apesar das dificuldades

vivenciadas, são as relações familiares que os idosos vivem com mais intensidade, além de

que a estrutura familiar na sua vida é fundamental, tendo implicações no seu bem-estar e

respectiva qualidade de vida (ANDRADE, 2011).

No estudo de Vidigal et al. (2014), verificou-se em seus resultados que “os

cuidadores relataram prazer em poder proporcionar o bem estar ao ente querido,

foco de seus cuidados”.

Entretanto o cuidador familiar possui grandes preocupações como saber o que fazer ou

até mesmo como intervir no avanço da doença. Eles mencionam que a experiência de assumir

o cuidado a um idoso dependente é uma tarefa exaustiva, tanto no que tange aos aspectos

emocionais, devido ao envolvimento afetivo, quanto às próprias restrições em vários campos

de sua vida, propiciada pela readequação de sua rotina modificada para suprir as necessidades

do seu familiar idoso (PERERIRA, 2015).

Em virtude do agravamento dos sintomas da Doença de Alzheimer, as mudanças

ocorridas nas vidas dos familiares cuidadores desencadeiam sentimentos de raiva, culpa,

dúvidas, incertezas, além de suas atividades serem significativamente alteradas. Esses

familiares, muitas vezes abandonam emprego, abdicam de atividades de lazer, afastam-se de

amigos e de outras pessoas do convívio, fato que contribui para diminuição da qualidade de

vida dos membros familiares (ILHA et al., 2014).

Essa realidade exige dos familiares a busca do conhecimento, não mais de forma

isolada e desconectada do todo, a partir das complexas relações com o meio ao qual o idoso

pertence, através do apoio/suporte multidisciplinar.

No entanto é imprescindível que os cuidadores familiares sejam constantemente

acompanhados e recebam orientações sobre a evolução da doença, bem como sobre os

cuidados necessários em cada fase. Isso se faz necessário para um cuidado eficiente, que

proporcione segurança e apoio, e estimule uma rede de troca de informações capaz de

minimizar o estresse do cuidador familiar (KUCMANSKI et al.,2016).

Portanto, em termos gerais, observa-se uma concordância nos resultados de Qualidade

de Vida (QV) percebidos pelo idoso e pelo cuidador sobre a QV do idoso nos seguintes

domínios: negativos (ruim e regular) memória com um percentual de 55,9% entre os idosos e

61,8% pelos cuidadores; e positivos (bom e excelente), moradia com 91,2% - idosos e 61,8 %

- cuidadores, como pode ser verificado em outros estudos, como no de Borghi et al. (2011),

em que a

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memória aparece no item negativo e moradia como um dos itens positivos nas avaliações dos

cuidadores.

Destaca-se ainda a média dos escores dos idosos e dos cuidadores sobre a QV dos

idosos, foi de 30,1 pontos (± 5,67, Xmin=19, Xmax = 41) e dos cuidadores de 28,9 pontos (±

4,99, Xmin = 17, Xmax = 39). Com isso, diante do escores finais apresentados, ambos possuem

uma boa percepção da qualidade de vida, embora os cuidadores em suas avaliações terem uma

tendência a subestimar a QV dos idosos com Alzheimer de um modo pior do que o mesmo

percebe.

Borghi et al. (2011) em seu estudo afirma que a QV do idoso esta relacionada com a

QV do cuidador, visto que é o cuidador seu principal mediador frente a realidade vivenciada,

tendo mais possibilidade de expor o idoso a condições que altere positiva ou negativamente as

diversas dimensões da QV estudadas. Pois é o cuidador quem está mais próximo do idoso,

sendo responsável por momentos de distração, alimentação saudável, interação com outras

pessoas e cuidados relativos à administração de medicamentos, entre outros.

Embora haja uma correlação entre a percepção da qualidade de vida do idoso com

Doença de Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador, estudos

sugerem que os cuidadores cansados ou deprimidos podem perceber erroneamente o idoso,

que seria cuidado como um indivíduo mais debilitado do que de fato é (TRENTINI et al.

2006).

Os estudos correlacionais são tipicamente transversais sendo utilizados para examinar

se mudanças em uma ou mais variáveis estão relacionadas a mudanças em outra(s)

variável(eis) (SOUSA, 2007), nesta pesquisa obteve-se uma correlação fraca, como também

pode ser verificado no estudo de Inouye et al. (2010), que não houve em algumas variáveis

consistência perfeita, devido ao tamanho reduzido da amostra e da dificuldade de se

entrevistar pacientes e cuidadores separadamente, porém verifica-se que o item disposição é

subestimado pelos cuidadores/ familiares, assim como nesta pesquisa, corroborando com a

literatura.

Na pesquisa de Trentini et al. (2006), com pares de idoso-cuidador, um dos objetivos

foi verificar a extensão da concordância de opinião da díade idoso-cuidador sobre a qualidade

de vida (QV) do idoso, utilizando – se WHOQOL-100 para cuidador e idoso e do WHOQOL-

adaptado para avaliação do idoso pelo cuidador, mostrou que diferenças significativas na

comparação dos grupos foram encontradas nos domínios psicológicos (facetas sentimentos

positivos e auto-estima), relacionamentos sociais (facetas relações pessoais e atividade sexual)

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e QV geral, nas quais o cuidador respondeu médias significativamente mais baixas em

comparação às da percepção do próprio idoso.

Alguns autores tendem a considerar o idoso e o cuidador como indivíduos separados,

desconsiderando as complexas interações no ato de cuidar e ser cuidado. Este cuidado vai

exigir do cuidador um envolvimento intenso e uma parcela significativa de seu tempo, por um

período indeterminado, e essa sobrecarga de trabalho vivenciada pelo cuidador pode tornar o

cuidado ao idoso ineficaz, prestando assistência somente aos cuidados básicos, esquecendo

que este portador necessita também de cuidados baseados na patologia afim de minimizar os

efeitos danosos desta, e consequentemente influenciar de maneira significativa na qualidade

de vida deste idoso (ROCHA; CARLOS; JUNIOR, 2011).

Pois viver mais tempo é um desejo natural e continuamente se desenvolvem esforços

para prolongar a vida humana. No entanto, torna-se essencial oferecer não só anos de vida,

mas também condições adequadas e satisfatórias aos idosos para que estes possuam uma

ótima qualidade de vida e de bem-estar.

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66.. CCOONNCCLLUUSSÃÃOO

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6.1 CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo evidenciaram as principais características

sociodemográficas dos idosos com Doença de Alzheimer e de seus cuidadores, a fim de

conhecer essa população com déficit cognitivo que freqüentam as consultas de enfermagem, e

assim promover um envelhecimento saudável, independência, autonomia, qualidade de vida e

redução da mortalidade, como também dos que estão envolvidos nesse processo de cuidar.

Além disso, a análise dos resultados e da discussão foi possível verificar e concluir

que idosos com comprometimento cognitivo leve e/ou moderado possuem uma boa percepção

de sua qualidade de vida, mas não deixam de evidenciar um dos principais itens negativos que

influenciam significativamente sua qualidade de vida, a memória.

Assim como a boa percepção da qualidade de vida por parte dos cuidadores, que

tendem a subestimar estes idosos, desconsiderando seus sentimentos pela vida por estarem

vivenciando um processo demencial.

Destaca-se a percepção negativa (ruim e regular) memória e disposição e positivas

(bom e excelente) família e moradia; importantes variáveis para o bem estar físico, psico e

social do idoso, especialmente neste processo desgastante enfrentado tanto pelo idoso quanto

pelo seu cuidador.

Apesar da família ter sido um ponto positivo avaliado pelos próprios cuidadores, eles

merecem atenção principalmente na saúde, muitos desses abdicam de sua vida para cuidar do

idoso (mãe, pai, irmão), ficando impedidos de cuidarem de si mesmo, provocando um grande

desgaste físico e emocional.

As ações de cuidados voltadas para os idosos com DA e seus cuidadores, na forma de

intervenções psicoeducacionais, deve enfatizar e intensificar os aspectos positivos

preservados pelos envolvidos, a fim de enobrecer relações de partilha, cooperação, ajuda e

troca que servem de equilíbrio para as dificuldades.

Ressaltando que a pessoa com demência, deve fazer coisas que lhe dêem satisfação,

dando vazão aos sentimentos e emoções, direitos fundamentais de todo indivíduo, vencendo o

isolamento e a discriminação.

Tais achados devem motivar a atenção de profissionais da saúde e de gestores públicos

quanto à necessidade de investigações clínicas com vistas ao diagnóstico precoce das doenças

crônicas não transmissíveis (DCNT), visto o impacto negativo que essas doenças podem

provocar na qualidade de vida da população idosa e na vida dos cuidadores. As ações de

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prevenção das DCNT e promoção da saúde devem evitar ou postergar a manifestação dos

sintomas dessas doenças, reduzindo, de forma satisfatória, gastos com a Saúde Pública.

O compromisso com a promoção da saúde e educação, em suas perspectivas mais

amplas, deve integrar objetivos comuns, ultrapassando a visão simplista de acesso a

internações, medicamentos.

Alem disso, deve-se suscitar a necessidade de repensar ações direcionadas à melhoria

da saúde dos idosos que mantiveram e/ou alteraram negativamente suas condições (aqueles

insuficientemente ativos), além da importância de promover ações para manutenção e/ou

ampliação das condições positivas (auto percepção positiva de saúde, não fumantes, que não

consomem bebida alcoólica, com grau de dependência funcional leve a moderado).

Portanto, tendo em vista que o perfil sociodemográfico e de saúde, além da percepção

da qualidade de vida, os resultados desta pesquisa podem contribuir para o embasamento

científico, desenvolvimento e aperfeiçoamento de ações de promoção da saúde, prevenção e

tratamento de doenças, estratégias individuais e coletivas voltadas às principais necessidades

dos idosos com Doença de Alzheimer e cuidadores.

Embora os pacientes com Doença de Alzheimer apresentarem distúrbios de

comportamento e oscilações de humor, o profissional de saúde não pode contar com a

colaboração do doente em todos os momentos, o que pode resultar em prejuízo para o

tratamento da doença, no entanto esses idosos com comprometimento leve e/ou moderado

devem ser ouvidos e compartilhar do planejamento de seus cuidados.

Considera-se limitante deste estudo o reduzido número de participantes devido às

condições clínicas dos pacientes e a diversos fatores que o impediam de comparecer as

consultas de enfermagem desse ambulatório.

De qualquer forma, os dados obtidos nesta pesquisa mostram que os idosos merecem

uma atenção direcionada e específica independente de sua idade e da presença da demência, a

fim de estimular mais o autocuidado, o interesse em conhecer e desmitificar sobre sua doença

e assim poder ter uma boa qualidade de vida da melhor forma possível, conforme a demanda

de suas necessidades atuais.

E assim recomenda-se outros estudos com um número maior de participantes, afim de

verificar a percepção dos idosos e a avaliação dos cuidadores, utilizando-se de instrumentos

que mensuram objetivamente a qualidade de vida, podendo ser inserido no objetivo a

correlação da qualidade de vida com o perfil sociodemográfico.

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88.. AAPPÊÊNNDDIICCEESS

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APÊNDICE A - TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Qualidade de Vida de Idosos com Alzheimer: um estudo de correlação

Pesquisadores Responsáveis: Profª Drª. Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho e Cíntia Raquel da

Costa de Assis. Tel. para contato: (21) 97041-4394

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Nome do voluntário____________________________________________________

Idade: _______ anos R.G. _____________________

O Sr. (a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa: “Qualidade de Vida de Idosos com

Alzheimer: um estudo de correlação”, de responsabilidade do pesquisador Profª Dr. Alessandra Conceição Leite

Funchal Camacho. Os objetivos desta pesquisa são: Correlacionar a percepção da qualidade de vida do idoso

com Doença de Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador. Caracterizar o perfil

sociodemográfico de idosos com Doença de Alzheimer e dos cuidadores que frequentam as consultas de

enfermagem do CASIC-UFF; Descrever a percepção da qualidade de vida dos idosos com Doença de Alzheimer

e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador; Discutir a possível correlação entre a percepção da

qualidade de vida do idoso com Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador. Nesta

pesquisa serão aplicados três instrumentos, o primeiro identificará o perfil sociodemográfico dos idosos com

demência, o segundo o perfil sociodemográfico dos cuidadores. E o terceiro instrumento uma escala de avaliação

da qualidade de vida na doença de Alzheimer (QdV-DA) - versão para o idoso/paciente responder – aplicados

pelo pesquisador para obtenção dos dados referentes ao idoso e sua qualidade de vida, permanecendo sua

identidade em sigilo. Os resultados da pesquisa serão tornados públicos em trabalhos e/ou revistas científicas. A

retirada do consentimento e permissão de realização do estudo pode ser feita a qualquer momento, sem que isso

traga prejuízos. Você não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras para participar da pesquisa.

Os riscos oferecidos são mínimos, referindo-se apenas a sua disponibilidade e ao tempo dispensado a realização

da pesquisa. Os benefícios relacionados com a sua participação serão de aumentar o conhecimento científico

para a área de enfermagem, proporcionar uma melhoria na assistência de enfermagem e na promoção da

qualidade de vida podendo nortear novas abordagens que servirão de base para o planejamento de cuidados e

programas voltados às necessidades principais da população idosa. Será mantido o caráter confidencial de todas

as informações relacionadas à privacidade da pessoa pela qual sou responsável. Este documento será elaborado

em duas vias, sendo uma retida pelo representante legal do sujeito da pesquisa e uma arquivada pelo

pesquisador. Contando com sua colaboração, obrigado pela atenção.

Caso tenha alguma dúvida, ou queira algum tipo de esclarecimento ou reclamação sobre os procedimentos éticos

deste estudo, por favor, entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal

Fluminense:

Email: [email protected] Tel/Fax: (21) 26299189

Eu, ___________________________________________, RG nº _____________________________, declaro

ter sido informado (a) e concordo em participar como voluntário (a) do projeto de pesquisa acima descrito.

Niterói, _______ de ________________ de 2017.

_________________________________________________

Assinatura do Voluntário

_________________________________ _________________________________

Testemunha Testemunha

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APÊNDICE B - TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Qualidade de Vida de Idosos com Alzheimer: um estudo de correlação

Pesquisadores Responsáveis: Profª Drª. Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho e Cíntia Raquel da

Costa de Assis. Tel. para contato: (21) 97041-4394

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Nome do voluntário____________________________________________________

Idade: _______ anos R.G. _____________________

O Sr. (a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa: “Qualidade de Vida de Idosos com

Alzheimer: um estudo de correlação”, de responsabilidade do pesquisador Profª Dr. Alessandra Conceição Leite

Funchal Camacho. Os objetivos desta pesquisa são: Correlacionar a percepção da qualidade de vida do idoso

com Doença de Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador. Caracterizar o perfil

sociodemográfico de idosos com Doença de Alzheimer e dos cuidadores que frequentam as consultas de

enfermagem do CASIC-UFF; Descrever a percepção da qualidade de vida dos idosos com Doença de Alzheimer

e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador; Discutir a possível correlação entre a percepção da

qualidade de vida do idoso com Alzheimer e a percepção da qualidade de vida do idoso pelo cuidador. Nesta

pesquisa serão aplicados três instrumentos, o primeiro identificará o perfil sociodemográfico dos idosos com

demência, o segundo o perfil sociodemográfico dos cuidadores. E o terceiro instrumento uma escala de avaliação

da qualidade de vida na doença de Alzheimer (QdV-DA) – na versão sobre o idoso para ser respondida pelo

familiar - aplicados pelo pesquisador para obtenção dos dados referentes ao idoso e sua qualidade de vida,

permanecendo sua identidade e a do idoso em sigilo. Os resultados da pesquisa serão tornados públicos em

trabalhos e/ou revistas científicas. A retirada do consentimento e permissão de realização do estudo pode ser

feita a qualquer momento, sem que isso traga prejuízos.Você não terá nenhum custo ou quaisquer compensações

financeiras para participar da pesquisa. Os riscos oferecidos são mínimos, referindo-se apenas a sua

disponibilidade e ao tempo dispensado a realização da pesquisa. Os benefícios relacionados com a sua

participação serão de aumentar o conhecimento científico para a área de enfermagem, proporcionar uma

melhoria na assistência de enfermagem e na promoção da qualidade de vida podendo nortear novas abordagens

que servirão de base para o planejamento de cuidados e programas voltados às necessidades principais da

população idosa. Será mantido o caráter confidencial de todas as informações relacionadas à privacidade da

pessoa pela qual sou responsável. Este documento será elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo

representante legal/cuidador do sujeito da pesquisa e uma arquivada pelo pesquisador. Contando com sua

colaboração, obrigado pela atenção.

Caso tenha alguma dúvida, ou queira algum tipo de esclarecimento ou reclamação sobre os procedimentos

éticos deste estudo, por favor, entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Federal Fluminense:

Email: [email protected] Tel/Fax: (21) 26299189

Eu, ___________________________________________, RG nº _____________________________, declaro

ter sido informado (a) e concordo em participar como voluntário (a) do projeto de pesquisa acima descrito.

Niterói, _______ de ________________ de 2017.

_________________________________________________

Assinatura do Voluntário

_________________________________ _________________________________

Testemunha Testemunha

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93

GASTOS USUAIS

Produto/Serviço Valor

Alimentação/lanche R$ 250,00

Anuidade ABEN R$ 300,00

Assinatura de periódico R$ 500,00

Banner R$ 400,00

Cartuchos de impressão R$ 400,00

Cópias R$ 850,00

Livros R$ 1.000,00

Papel para impressão tamanho A4 R$ 55,00

Transporte R$ 500,00

Total R$ 4.255,00

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS

Produto/Serviço Valor

Alimentação - Evento Nacional R$ 440,00

Estadia hotel - Evento Nacional R$ 1.080,00

Inscrição Evento Local R$ 230,00

Inscrição Evento Nacional R$ 300,00

Transporte - Evento Nacional R$ 640,00

Total R$ 2.690,00

APÊNDICE C - PLANO DE ORÇAMENTO DE PESQUISA – MESTRADO EM

ENFERMAGEM (Período 2016 – 2017)

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APENDICE D – TERMO DE COMPROMISSO

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APÊNDICE E

INSTRUMENTO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-DEMOGRÁFICO DO CUIDADOR/FAMILIAR

GRAU DE PARENTESCO COM O PACIENTE: ___________________________________

TEL. ( )____________________/ ( )_______________________

DATA DE NASC.: _____/_____/_____ IDADE: ______________ SEXO: ( ) F ( ) M

ESTADO CIVIL:( ) SOLTEIRA/O ( ) CASADA/O ( ) DIVORCIADA/O( ) VIÚVA/O FILHOS: ( ) SIM NÃO ( )

ESCOLARIDADE:( ) ANALFABETO/A ( ) ENSINO FUNDAMENTAL ( ) ENSINO MÉDIO ( ) ENSINO

SUPERIOR COMPLETO ( ) INCOMPLETO ( )

RAÇA:( ) NEGRO ( ) PARDO ( ) BRANCO ( ) INDÍGENA/O

OCUPAÇÃO:( ) SIM ( ) NÃO QUAL:_________________________________

RENDA FAMILIAR:( ) ATÉ 1 SALÁRIO MÍNIMO ( ) de 2 a 3 SALÁRIOS MÍNIMOS ( ) MAIS DE 3 SALÁRIOS

MÍNIMOS( ) NÃO HÁ

MORA JUNTO COM O IDOSO:( ) SIM ( ) NÃO

TIPO DE DOMICÍLIO:( ) CASA ( ) APARTAMENTO

CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO DO DOMICÍLIO:( ) PRÓPRIO ( ) ALUGADO ( ) CEDIDO ( ) OUTRA

BAIRRO: ____________________________

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APÊNDICE F

INSTRUMENTO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-DEMOGRÁFICO DO IDOSO COM DA

DATA DE NASC. _____/_____/_____ IDADE: _______________ SEXO:( ) F ( ) M

TEL. ( )______________________/ ( )______________________

ESTADO CIVIL:( ) SOLTEIRA/O ( ) CASADA/O ( ) DIVORCIADA/O( ) VIÚVA/O

ESCOLARIDADE: ( )ANALFABETO/A ( ) ENSINO FUNDAMENTAL ( ) ENSINO MÉDIO ( ) ENSINO

SUPERIOR COMPLETO ( ) INCOMPLETO ( )

RAÇA:( ) NEGRO ( ) PARDO ( ) BRANCO ( ) INDÍGENA/O

RENDA PESSOAL:( ) ATÉ 1 SALÁRIO MÍNIMO ( ) de 2 SALÁRIOS MÍNIMOS ( ) MAIS DE 3 SALÁRIOS MÍNIMOS

( ) NÃO HÁ

TIPO DE DOMICÍLIO:( ) CASA ( ) APARTAMENTO

CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO DO DOMICÍLIO:( ) PRÓPRIO ( ) ALUGADO ( ) CEDIDO ( ) OUTRA

BAIRRO: __________________________

ATIVIDADE PROFISSIONAL ANTERIOR A

APOSENTADORIA:___________________________________________________________________________________

_____________

DIAGNÓSTICO:___________________________________________________________________________________

MEDICAMENTOS:_________________________________________________________________________________

PRATICA EXECÍCIO FÍSICO OU ALGUMA ATIVIDADE: ( ) SIM ( ) NÃO

FUMANTE: ( ) SIM ( ) NÃO

ALCOOLISMO: ( ) SIM ( ) NÃO

RESULTADO DO MEEM:

GRAU DE PARENTESCO COM O CUIDADOR: ___________________________________

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99.. AANNEEXXOOSS

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ANEXO A – APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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ANEXO B

A pontuação varia de 13 a 52 pontos.

ESCALA DE QUALIDADE DE VIDA (QdV- DA)

(Versão sobre o idoso para ser respondida pelo familiar)

SITUAÇÃO ATUAL

1.Saúde Física Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

2.Disposição Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

3. Humor Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

4.Moradia Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

5.Memória Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

6.Família Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

7.Casamento

(relacionamento)

Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

8.Amigos Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

9. Você em Geral Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

10. Capacidade para fazer

Tarefas

Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

11. Capacidade para fazer

atividades de lazer

Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

12. Dinheiro Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

13. A vida em geral Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

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104

ANEXO C

ESCALA DE QUALIDADE DE VIDA (QdV- DA)

(Versão para o idoso/paciente responder)

SITUAÇÃO ATUAL

1.Saúde Física Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

2.Disposição Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

3. Humor Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

4.Moradia Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

5.Memória Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

6.Família Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

7.Casamento

(relacionamento)

Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

8.Amigos Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

9. Você em Geral Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

10. Capacidade para fazer

Tarefas

Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

11. Capacidade para fazer

atividades de lazer

Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

12. Dinheiro Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

13. A vida em geral Ruim

( )

Regular

( )

Bom

( )

Excelente

( )

A pontuação varia de 13 a 52 pontos.