UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO...
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO
DEPARTAMENTO DE TURISMO
ADONAI TELES
Elaborado em julho de 2009
TRANSPORTES & TURISMO 1Parte 1
Turismo
Etimologia
• Tour – francês• Volta
• Tur – hebraico• Viagem de descoberta, exploração,
conhecimento
Turismo
O desenvolvimento do turismo pode ser dividido em quatro
estágios distintos, altamente influenciados pelas mudanças nos meios de transporte, já que o transporte é o principal serviço na atividade que consiste em sair
de casa para um novo destino
“A atividade de pessoas viajando para ou permanecendo em
lugares fora do seu ambiente usual, por não mais do que um
ano consecutivo, a lazer, negócios ou outros objetivos.” (OMT)
Turismo
Turismo
Fases1.Turismo pré-histórico: até início do
século XVII2.A Era das Ferrovias e do Vapor: até
início século XX• Thomas Cook - 1841
3.O período entre Guerras: 1918-19394.A Revolução Tecnológica: 1945 até
hoje
Turismo
Deslocamento de uma massa, constituída por pessoa(s) e/ou bens, de um lugar
a outro no espaço.
Bustamante (2009)
Estruturação do turismo
A demanda por uma estrutura turística como concebida modernamente –
hotéis, restaurantes, transportadores,
intermediários
Rumo à massificação
Período entre as Guerras Mundiais, na Europa
• Florescimento do transporte rodoviário
• Veículos excedentes de guerra e adaptados para transporte de passageiros
Rumo à massificação
•As pessoas se favorecem da liberdade do transporte terrestre mais rápido e flexível
• Automóveis não correm sobre trilhos, • Diversos tipos de viagens com base no
automóvel • Veículos para seu transporte como
balsas e carros ferroviários
•Aviação civil• 1939 já fazia vôos entre EUA e
Inglaterra.
Turismo massificado
Após a 2a. GM o turismo pode ser considerado um fenômeno de massas na Europa e EUA A evolução tecnológica dos transportes rodoviário e aéreo nesse período é um dos fatores primordiais dessa escalada quantitativa do turismo.
Turismo massificado
Evolução tecnológica das técnicas de comercialização do produto turístico
• fornecedores primários • hotéis, restaurantes, guias, transportadores
• fornecedores intermediários • operadores
• pacotes formados com as ofertas dos operadores
Transportes
Velocidade e tamanho do mundo• 1500 - 1840
• Deslocamentos a pé, a cavalo e navios a vela – 15 km/h
• 1850 – 1930• Locomotivas a vapor – até 100 km/h
• Navios a vapor – até 25km/h
• 1950 • Aviões a hélice – 600 km/h
• 1960• Aviões a jato – 1000 km/h
• Trens rápidos – 250 km/h
Turismo e transportes ou vice-versa?
“[...] pois o transporte é um dos três componentes fundamentais do turismo. Os outros dois são o produto turístico (a oferta) e o
mercado turístico (a demanda). Sem o transporte a maioria das formas de turismo não poderia
existir.”
Lamb e Davidson (1996)
Transporte: essencial para o turismo
O transporte é um elemento essencial do produto turístico
• Ele provê meios para alcançar o destino
• Ele provê meios necessários de locomoção no destino
• Em alguns casos, o transporte é a própria atividade ou atração turística.
COOPER et al (2007)
Sistema turístico
Região deorigem
Região dedestino
Saída de turistas
Retorno de turistasRota de trânsito
Contexto físico, tecnológico, social, cultural, econômico e
político
Região deorigem
Região dedestino
Saída de turistas
Retorno de turistasRota de trânsito
Contexto físico, tecnológico, social, cultural, econômico e
político
Lepeir (1979)
Tecnologia, comportamento e transportes
Império Romano, o comércio, as movimentações militares, as estradas e a “pax romana” favoreceram as viagens por toda a Europa
Até o século XIX houve pouco desenvolvimento do transporte de pessoas, pois viajar não era uma atividade disseminada socialmente
Progresso técnico da Revolução Industrial e o advento das máquinas a vapor
• Classe trabalhadora• Alteração nas relações de trabalho• Férias (balneários ingleses)
ESTÁGIO NOME VEÍCULOS VIAGENS INCENTIVOS
1° Os primórdios CavaloGuerras, peregrinações e comerciais
Crescimento industrial
2°A era das ferrovias
Trens e
navios a vaporGrand-tour Indústria de viagens
3° Entre guerrasAutomóveis e ônibus fretados
Turismo socialDesenvolvimento técnico
4°“Decolagem” do Turismo
Avião e carro Trem e navio
Turismo segmentado
Avanços tecnológicos
5° “Nova era”Avião, carro, trem e navio
Turismo de negócios e ecológico
Gerenciamento da mobilidade
FONTE: EDRA, 2005 (ADAPTADO DE LICKORISH E JENKINS,2000)
Viagens e veículos
Tipos e tempos de transportes
• Aproximação• ligação entre origem e destino principais, por exemplo
• Incorporado• até os terminais e destes até locais de hospedagem ou
trabalho, por exemplo
• Trâmites• desembaraço de passageiros e pessoas em terminais
Moradia
Origem
Evento
Destino
Aproximação
IncorporadoIncorporado
Trâmites
Trâmites
Transporte turístico
Transporte é mais do que logística é serviço
Page (2001)
“É o serviço que interliga a origem de uma viagem turística a determinado destino (e vice-versa), que interliga vários destinos turísticos entre si (primário ou secundário) ou que faz com que os visitantes se desloquem
dentro do destino.” Palhares (2005)
Turismo e transporte
Fatores importantes:
• O turista
• O relacionamento integral entre o transporte e a experiência turística geral
• O efeito dos problemas com o transporte na percepção do viajante
• As exigências dos turistas por meios de transporte seguros, confiáveis e eficientes
Page (2002)
11 setembro de 2001
- Retração do turismo no mundo- Cancelamento de reservas - Demissão em grupos hoteleiros (23%)
- Sheraton, Westin, Four Points
- Cruzeiros marítimos - falência da Renaissance- impulso dos negócios
Importância do transporte para o turismo
11 setembro de 2001
- Thomas Cook - fechamento de 10 agências na Europa);
- Soletur- Cias aéreas
- demissões (100 mil postos) nos EUA; concordatas (Swissair, Sabena); Varig.
“Go to Disneyworld” (George C. Bush)
Importância do transporte para o turismo
Evolução conjunta
O sistema de transporte tem exercido um profundo impacto no desenvolvimento de viagens desde os tempos mais remotos
Kaul (1985)
Cada ruptura na tecnologia de transporte, desde o desenvolvimento de estradas pelos Romanos até a construção de jatos tem habilitado viajantes a ir mais longe, à uma maior velocidade, por um menor preço e com maior conforto e segurança
Prideaux (2000)
Sistema de transportes
Características
- fato social- atividade meio
- Exceção: turismo- intangível e perecível- público alvo: ser humano
Elementos
- via- veículo- força motriz- terminal
Classificaçãoaquaviário, terrestre (rodoviário, ferroviário, dutoviário) e aéreo.
Modais e meios de transportes
• Aeroviários• aviões, dirigíveis, balões, helicópteros...
• Rodoviários• carros (particulares, locadoras), ônibus (regulares,
fretamentos), trailers, bicicletas...
• Ferroviários• metrôs, trens (urbanos, interurbanos, internacionais), trens
turísticos...
• Aquaviários• marítimos, lacustres, fluviais, cruzeiros marítimos e
fluviais, barcas, ferries.
Tipos e a visão do turista
• Regular • Não regular
• Internacional • Doméstico
• Público • Privado
• A visão do turista• Tempo• Custo• Nível de serviços• Razão x emoção• Experiência
turística
Infra-estrutura de acesso (terminais e vias)
Aeroportos, rodoviárias, estações ferroviárias, portos• serviços oferecidos no terminal de passageiro• empresas e linhas regulares• capacidade instalada de atendimento dos terminais• fluxo de passageiros;
Rodovias, ferrovias, aerovias, hidrovias • região de trânsito e • dentro do destino
Serviços/facilidades de transportes para o turista
Transporte da residência do turista ao terminal onde inicia-se a viagem
Transporte da região de origem até o destino
Transporte dentro da região de destino
Transporte entre destinos primários e secundários
Serviços seguros, confortáveis, preços competitivos e rápidos
“Lugares em que os turistas passam, visitam ou permanecem durante suas
viagens...podem ser um centro autônomo, vilarejo, cidade, região, ilha
ou mesmo um país inteiro” Palhares (2005)
Destinos turísticos
•Existência de infraestrutura• Vias adequadas• Terminais
•Operações do sistema de transporte
Cinco fatores influenciam o turista na escolha de um destino:
AtraçõesConveniênciaAcessibilidadeImagemPreço (Cho, 2002)
O transporte é um elemento fundamental para atrair turistas a um destino
Palhares (2002)
Atratividade do destino turístico
Uma região, por mais atrativos que tenha, não poderá nunca se desenvolver como destino turístico se carecer deinfraestrutura ou forinacessível para osmeios de transporte.
Atratividade do destino turístico
Infraestrutura de transportes
“A Constituição Brasileira determina que à União compete legislar sobre transporte e trânsito e aos municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local”.
Valente (1997)
• Desafio• Prover infraestrutura capaz de acompanhar o
aumento do fluxo de turismo, de forma sustentável
A relação entre transportes e turismo num destino
• Aparato institucional, políticas públicas e legislação vigente (turismo e transportes)
• Infraestrutura de acesso (terminais e vias);
• Modais disponíveis de transportes (regiões de trânsito e dentro do destino);
• Conhecimento do perfil do turista (pesquisa de demanda)
• Monitoramento/Indicadores de resultado (turismo e transporte)
Diretrizes para uma eficiente gestão do transporte nos destinos
Empresas transportadoras
• Integração com seus respectivos terminais na promoção e divulgação dos destinos; integração com outros equipamentos turísticos (agências), organizadoras de eventos, centro de convenções, parques temáticos, meios de hospedagem para proporcionar ao turista a melhor “experiência turística”.
Vias de acesso
• Conservação, sinalização, centros de informação, provisão de serviços de alimentação e hospedagem nas rotas de trânsito; integração dos planos de desenvolvimento locais aos estaduais e federais.
Diretrizes para uma eficiente gestão do transporte nos destinos
Terminais
• Integração com sua área de influência político-econômica; sinergia com o a indústria do turismo no sentido de promover o destino; integração com outros modais de transportes; diversificação de receitas.
Diretrizes para uma eficiente gestão do transporte nos destinos
C0nhecimento e monitoramento
• Número de passageiros desembarcados; fluxo de carros/ônibus nas rodovias; número de escalas de navios/barcas
• Pesquisa de demanda atual: modal utilizado, gasto médio, tempo de permanência média, origem, próximo destino, motivação da viagem. (adequação da oferta)
• Pesquisa de demanda potencial (projeções)
Os atores (stakeholders) do turismo e transportes
Setor privado• agências de viagens• meios de hospedagens• organizadores de
eventos• bares e restaurantes• transportadoras
Setor Público• Ministério do Turismo e
dos Transportes• ANAC• ANTT• ANTAQ• DNIT• INFRAERO• Órgão e empresas
públicas de turismo
Turista ONGs/OSCIPs – atuam conjuntamente com as organizações públicas e
privadas. Interação dos atores com o meio físico,social, econômico, político,
cultural.
Para a logística de transportes, o tema estende-se desde a esfera local, de conexões intramunicípios de uma mesma região, até a esfera multirregional nas quais os indivíduos passam a deslocar-se para outros pólos de convivência por razões particulares, de lazer ou trabalho
“Traduz–se pela composição de um sistema de relacionamento em que todos aqueles que desfrutam da liberdade de acesso utilizam, para suas necessidades de
mobilidade e exercício da liberdade, um sistema multivariado de saídas e entradas de vários pontos de acesso que compõem
uma rede de transportes”
BARBOSA, M. (2000)
Os atores (stakeholders) do turismo e transportes
Cuidados na composição do produto turístico
“O comprador do produto turístico (o turista) deve experimentar a
viagem para avaliar o produto, a qualidade da experiência do
transporte torna-se um importante aspecto da experiência turística e,
portanto, um critério-chave envolvido na escolha da
destinação.”
Lamb e Davidson (1996) apud Page (2002)
Acesso e tipo de turismo (segmento)
O aumento da acessibilidade em destinos turísticos já estabelecidos pode representar uma alteração no perfil do turista
• Estrada para Visconde de Mauá (RJ)
• Locais de turismo de aventura ou ligados à própria dificuldade de acesso
• Estrada para Visconde de Mauá (RJ)
• Locais de turismo de aventura ou ligados à própria dificuldade de acesso
Tendências
À medida que a demanda turística aumenta, o setor de transporte cresce em importância, assim como toda a infraestrutura a ele inerente.
Desse modo dois fatores são muito importantes e estão interligados:
O desafio está lançado. Como utilizar o transporte para criar um turismo
sustentável?
SUSTENTABILIDADE: práticas e políticas
menos agressivas ao meio ambiente
SUSTENTABILIDADE: práticas e políticas
menos agressivas ao meio ambiente
EFICIÊNCIA: preços baixos, melhor qualidade
e rapidez
EFICIÊNCIA: preços baixos, melhor qualidade
e rapidez
O que fazer para transportar os turistas?
Previsão para 2020: 1,6 bilhão de desembarques
• Quais possíveis gargalos pode-se Quais possíveis gargalos pode-se identificar na maximização da identificar na maximização da importância dos transportes para os importância dos transportes para os destinos turísticos?destinos turísticos?• Terminais inadequadosTerminais inadequados• Falta de integração modal otimizadaFalta de integração modal otimizada• Pouca interlocução dos agentes envolvidos em Pouca interlocução dos agentes envolvidos em
transporte e turismotransporte e turismo• Serviço nivelado por baixoServiço nivelado por baixo• Planejamento estratégico (quem é o cliente?)Planejamento estratégico (quem é o cliente?)• Outros? Quais? Outros? Quais?
Problemas e pendênciasProblemas e pendências
REFERÊNCIAS
COOPER et al . Turismo: Princípios e Práticas. Porto Alegre: Bookman, 2007.
KAUL, R.N. Dynamics of Tourism: A trilogy (Vol. 111) Transportation and Marketing, New Delhi: Sterling Publishers. (1985).
LAMB, B; e DAVIDSON, S. Tourism and Transportation in Ontario, Canada. In L. Harrison, e W. Husbands, Practising responsible tourism: Case studies in tourism planning, policy and development. Chichester:Wiley. (1996)
NELSON, R.; e WALL, G. Transport and Acommodation changing interrelationships on Vancouver Island. Annais of Tourism Research, 13, 239-260.(1986).
PALHARES, Guilherme Lohmann. (2005). Transporte para turistas: conceitos, estado da arte e tópicos atuais. In: Trigo, L. G. G. (Org.). Análises Regionais e Globais do Turismo Brasileiro, pp. 641-669. Roca: São Paulo.
PALHARES, Guilherme Lohmann.(2002). Transportes Turísticos .São Paulo: Aleph. 348 pages.
PAGE, Stephen. Transporte e Turismo. Porto Alegre: Bookman, 2001. BENI, Mário Carlos. Análise estrutural de turismo. São Paulo: Manole,
2001.
REFERÊNCIAS
ANSARAH, Marília Gomes dos Reis. Turismo: como aprender como ensinar, 2. São Paulo: Editora SENAC, 2001.
BARBOSA, Luiz G. M. e ZOUAIN, Deborah M. Gestão em turismo e hotelaria: experiências públicas e privadas. Aleph, São Paulo, 2004.
PAGE, Stephen. Transporte e turismo. Porto Alegre: Bookman, 2001. WORLD TOURISM ORGANIZATION. Tourism and world economy.
Disponível em: <htpp//:www.world-tourism.org/facts & figures>. ACERENZA, Miguel Angel. Administração do turismo. Bauru, SP:
EDUSC, 2002. v.1. BUSTAMANTE, José. Introdução ao transporte. Rio de Janeiro. [s.n.],
2009. LICKORISH, Leonard John. Introdução ao turismo. Rio de Janeiro:
Campus, 2000. PALHARES, Guilherme Lohmann e PANOSSO NETTO, Alexandre. Teoria
do turismo: modelos, conceitos e sistemas. São Paulo: Aleph, 2009 BARBOSA, Márcio C. Modelo de alocação de terminais rodoviários.
COPPE/UFRJ, PTS – RJ:FINEP, 1998.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo / Roteiros do Brasil. Brasília, 2004. Disponível em: http://institucional.turismo.gov.br/regionalizacao/arqreg/doc_download/Diretrizes_Politicas_Programa_Regionalizacao.pdf. Acesso em: 23 out. 2007.
DOWBOR, Ladislau. A intervenção dos governos locais no processo de desenvolvimento. In: BAVA, Silvio Caccia (org.). Desenvolvimento local. São Paulo: Pólis, 1996, nº. 25, p. 29-46.
ESPÍRITO SANTO JUNIOR, Respício A.; COELHO, André M.; PEÇANHA FILHO, Otacílio e OLIVEIRA, Saulo B. Transporte aéreo — Dimensões do desenvolvimento e da integração. In: CARVALHO,Caio L. e BARBOSA, Luiz G. M. (orgs.). Discussões e propostas para o turismo no Brasil: Observatório de Inovação do Turismo. Rio de Janeiro, RJ: Senac Nacional, 2006.
MACULAN FILHO, N.; NETTO, M. Alianças para o desenvolvimento do pensamento logístico e gerenciamento da multimodalidade. In. NASSI, Carlos; BRASILEIRO, Anísio; KAWAMOTO, E.; LINDAU, L.A. Transportes: experiencias em rede. RJ:FINEP, 2001, p. 59-86.