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Elementos de Máquinas e Transmissões – Prof. Rafael Antônio Comparsi Laranja
ENGRENAGENS
TRANSMISSÃO POR ENGRENAGENS
As engrenagens, também chamadas rodas dentadas, são elementos básicos na
transmissão de potência entre árvores. Elas permitem a redução ou aumento do momento torsor,
com mínimas perdas de energia, e aumento ou redução de velocidades, sem perda
nenhuma de energia, por não deslizarem. A mudança de velocidade e torção é feita na
razão dos diâmetros primitivos. Aumentando a rotação, o momento torsor diminui e vice-versa.
Assim, num par de engrenagens, a maior delas terá sempre rotação menor e transmitirá
momento torsor maior. A engrenagem menor tem sempre rotação mais alta e momento torsor
menor. O movimento dos dentes entre si processa-se de tal modo que no diâmetro primitivo
não há deslizamento, havendo apenas aproximação e afastamento. Nas demais partes do
flanco, existe ação de deslizamento e rolamento. Daí conclui-se que as velocidades
periféricas (tangenciais) dos círculos primitivos de ambas as rodas são iguais (lei fundamental
do dentado).
A figura a seguir mostra o tipo mais comum de engrenagem, chamada de
engrenagem cilíndrica de dentes retos, em inglês “spur gear”. O termo engrenagem, embora
possa ser empregado para designar apenas um dos elementos, normalmente é empregado para
designar a transmissão. Uma transmissão por engrenagens é composta de dois elementos ou
mais. Quando duas engrenagens estão em contato, chamamos de pinhão a menor delas e de coroa
a maior. A denominação não tem relação com o fato de que um elemento é o motor e outro é o
movido, mas somente com as dimensões.
Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos
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A figura mostra uma transmissão por engrenagens cilíndricas de dentes retos. Trata-se
apenas de um arranjo demonstrativo, mas serve para mostrar a forma como os dentes entram em
contato. Quando as manivelas ao fundo giram, o elemento da direita transmite potência para o da
esquerda.
Transmissão por Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos
A expressão “transmite potência” é uma generalização para a lei de conservação de
energia. Significa que um dos elementos executa trabalho sobre o outro, em uma determinada taxa.
Aparentemente, toda a potência é transmitida, mas a realidade mostra que parte dela é perdida
pelo deslizamento entre os dentes. Transmitir potência pode não descrever o objetivo de uma
transmissão por engrenagens na maioria das aplicações de engenharia. O que se deseja é transmitir
um determinado torque, ou seja, a capacidade de realizar um esforço na saída da transmissão.
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Classificação das Engrenagens
As engrenagens podem ser classificadas de acordo com a posição relativa dos eixos de
revolução. Esses eixos podem estar:
• Paralelos;
• Intersecionados;
• Nem paralelo nem intersecionados.
a- Engrenagens para conexão de eixos paralelos:
1. Engrenagens de dentes retos
Contato Interno Contato Externo Engrenagem de dentes retos
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Contato Interno (Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980).
2. Engrenagem helicoidal paralela
3. Engrenagem helicoidal dupla
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4. Pinhão e cremalheira de entes retos evolventes
5. Engrenagem cilíndrica com dentes em V
b- Engrenagens para conexão de eixos intersecionados:
1. Engrenagem cônica de dente reto
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2. Engrenagem cônica espiral
c- Eixos nem paralelos ou intersecionados:
1. Engrenagens helicoidais cruzadas
2. Par coroa e sem-fim
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Terminologia de Engrenagens de Dentes Retos
A figura a seguir mostra alguns dos termos utilizados em engrenagens de dentes retos.
a. Superfície primitiva: a superfície de um cilindro (cone, etc.) imaginário, girante que o
dente de engrenagem pode ser substituído.
b. Circunferência primitiva: uma seção da superfície primitiva.
c. Circunferência de cabeça: um círculo que recobre o topo dos dentes.
d. Circunferência de pé: círculo que passa pela base dos dentes.
e. Altura de cabeça: distância radial entre a circunferência primitiva e a circunferência de
cabeça.
f. Profundidade ou altura de pé: distância radial entre a circunferência primitiva e a
circunferência de pé.
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g. Vão ou folga: diferença entre a altura de pé de uma engrenagem e a altura da cabeça da
outra.
h. Face do dente: parte da superfície do dente que se encontra fora da superfície primitiva.
i. Flanco do dente: parte da superfície do dente que se encontra dentro da superfície
primitiva.
j. Espessura do dente: espessura do dente medida na circunferência primitiva. É o
comprimento de um arco e não co comprimento de uma linha reta.
k. Espaço do dente: distância entre dentes medida na circunferência primitiva.
l. Passo frontal (p): comprimento de um dente e um espaço medido na circunferência
primitiva (veja a figura a seguir).
Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980.
m. “Diametral pitch” (P): é o número de dentes dividido pelo diâmetro primitivo. (A norma
brasileira ABNT TB 81, indica o módulo frontal como sendo o quociente do diâmetro primitivo
pelo número de dentes, expresso em milímetros: D
mN
= ).
D
pN
π=
E
N
PD
=
Assim:
.p P π=
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Sendo: p o passo frontal; P o “diametral picth”; N o úmero de dentes e D o diâmetro
primitivo.
n. Módulo frontal (m): inverso do “diametral picth”, diâmetro primitivo dividido pelo
número de dentes.
o. Filete ou Arredondamento: pequeno raio que conecta o perfil do dente com a
circunferência de pé.
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p. Pinhão: a menor engrenagem de qualquer para. A engrenagem maior é chamada apenas
de engrenagem ou coroa.
q. Relação de velocidade: relação dada pelo número de revoluções da engrenagem motora
pelo número de revoluções da engrenagem movida, em uma unidade de tempo.
r. Ponto primitivo: o ponto que tangencia as circunferências rimitivas de um para de
engrenagens (veja o ponto P da figura).
Fonte: Mabie e Ocvirk, 1980.
s. Tangente comum: a linha tangente da circunferência primitiva no ponto primitivo.
t. Linha de ação: linha normal ao par de dentes no seu ponto de contato.
u. Trajetória de contato: trajetória traçada pelo ponto de contato de um para de dentes.
v. Ângulo de pressão ( )α : ângulo entre a normal comum no ponto de contato dos dentes e
a tangente comum à circunferência primitiva. É também o ângulo entre a linha de ação e a tangente
comum.