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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO Adriana Sanchez Pedrolo Reações emocionais de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio: um estudo sobre ansiedade e depressão São Bernardo do Campo 2006

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

Adriana Sanchez Pedrolo

Reações emocionais de pacientes com Infarto Agudo

do Miocárdio: um estudo sobre ansiedade e depressão

São Bernardo do Campo

2006

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Adriana Sanchez Pedrolo

Reações emocionais de pacientes com Infarto Agudo do

Miocárdio: um estudo sobre ansiedade e depressão

Dissertação apresentada a Universidade Metodista

de São Paulo como pré requisito para a obtenção

do título de mestre em Psicologia da Saúde.

Orientação: Prof. Dr. José Tolentino Rosa.

São Bernardo do Campo

2006

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AGRADECIMENTOS iv

Agradeço primeiramente a Deus, pela minha vida.

Aos meus pais, Bruno e Maria José por todos os ensinamentos diários,

exemplos de luta e dedicação.

A você, Julio Cesar, meu companheiro de todos os momentos...obrigada pelo

amor e compreensão.

Ao Professor José Tolentino Rosa obrigada por me direcionar com calma,

orientar-me oferecendo sempre os seus grandes ensinamentos com a mais pura

humildade.

Aos pacientes da Casa do Cardiopata essenciais a execução desse trabalho.

A Enfª.Vera Lúcia de Laet por me ensinar a ser enfermeira, respeitando os

pacientes e sempre fazendo o melhor a cada dia.

Aos meus colegas de trabalho do Centro Universitário São Camilo, em

especial as amigas Maria Inês Salati e Rosana Pires Russo.

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RESUMO v

O objetivo deste estudo foi avaliar cinco pacientes após infarto agudo

do miocárdio.

As entrevistas dos pacientes da unidade de tratamento coronariano do

Hospital São Paulo analisou o nível de ansiedade e depressão após infarto

agudo do miocárdio,

Este estudo utilizou a Escala de Depressão de Hamilton e a aplicação da

Escala IDATE.

Em conclusão, ambos ansiedade e depressão influenciam no

prognóstico após IAM, e é recomendado o uso de escalas para detectar

sintomas precoces de depressão ou ansiedade, e a aplicação destas escalas na

unidade de tratamento coronariano poderia ser feita pela enfermeira na rotina

diária.

Palavras-chave: ansiedade, depressão, infarto agudo do miocárdio, escalas de

avaliação.

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ABSTRACT vi

The aim of this study was evaluated five cases of patients after acute

myocardial infarction.

The interviews of patients from de Coronary Care Unity of São Paulo

Hospital analyzed the level of anxiety and depression after acute myocardial

infarction.

This study used the Hamilton Depression Rating and the application of

IDATE scale.

In conclusion both anxiety and depression influenced the prognosis

after a myocardial infarction, and it is recommended to use scales to detect

early symptoms of depression or anxiety, and the application of these scales in

the Coronary Care Unity could be done by nurses on daily routine.

Key-word: anxiety, depression, acute myocardial infarction, rating scales.

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SUMÁRIO

Agradecimentos................................................................................................iv

Resumo..............................................................................................................v

Abstract.............................................................................................................vi

1. Apresentação.................................................................................................1

2.Introdução.......................................................................................................2

2.1.Infarto Agudo do Miocárdio........................................................................6

2.2. Ansiedade pós IAM..................................................................................13

2.3.Transtornos depressivos após IAM............................................................18

3.Objetivos.......................................................................................................21

4. Método.........................................................................................................22

4.1.Sujeito........................................................................................................22

4.2. Casuística..................................................................................................22

4.3. Ambiente...................................................................................................22

4.4. Instrumento...............................................................................................23

4.4.1. Escala de Medida de Ansiedade: Inventário de Ansiedade Traço- Estado

(IDATE)..........................................................................................................23

4.4.2. Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton...................................24

4.5.Procedimento.............................................................................................26

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5. Resultados...................................................................................................27

6. Discussão....................................................................................................29

7. Comentários Finais......................................................................................34

8. Referências..................................................................................................36

Anexos

Anexo 1 ..........................................................................................................41

Anexo 2 ..........................................................................................................44

Apêndices

Apêndice 1 .....................................................................................................51

Apêndice 2 .....................................................................................................52

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FICHA CATALOGRÁFICA Pedrolo, Adriana Sanchez. Reações emocionais de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio: um estudo sobre ansiedade e depressão/ Adriana Sanchez Pedrolo - São Bernardo do Campo, 2006. 61f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Metodista de São Paulo. Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia, Curso de Pós Graduação em Psicologia da Saúde. Orientação de: José Tolentino Rosa. 1. Psicologia da Saúde 2. Reações emocionais 3. Ansiedade 4. Depressão 5. Infarto Agudo do Miocárdio

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1. APRESENTAÇÃO

Durante a minha experiência como enfermeira na unidade coronariana, levou-me a

identificar frequentemente questões relacionadas à ansiedade e depressão, junto aos clientes

que eram atendidos pelo serviço de cardiologia em toda esfera de atendimento tanto

hospitalar como ambulatorial, fazendo com que surgisse o interesse em aprofundar os meus

conhecimentos e ajudar esses pacientes a se recuperarem mais rapidamente e prevenirem

novos eventos cardíacos.

Diariamente observava que os pacientes coronariopatas em especial os que haviam

sofrido um Infarto Agudo do Miocárdio encontravam-se muitas vezes ansiosos e também

depressivos, contribuindo dessa maneira para o comprometimento de funções consideradas

básicas, devido a estimulação do sistema nervoso simpático, mediado pela liberação de

neuro-hormônios, levando há um aumento da atividade cardíaca, que exige do sistema

circulatório aumento na oferta de suprimentos básicos como o oxigênio e nutrientes, e que

em pessoas com algum grau de obstrução nas artérias coronarianas, aumenta a

probabilidade de desenvolver um novo evento isquêmico.

Assim, a proposta desse estudo foi determinar os níveis de ansiedade e depressão

nos pacientes pós Infarto Agudo do Miocárdio, vinculados ao serviço de cardiologia e

posteriormente propor intervenções de enfermagem voltadas para a redução da ansiedade e

depressão.

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2. INTRODUÇÃO

Muitas pessoas não têm expectativa de adoecer ou de sofrer acidentes que podem

mudar suas vidas, entretanto, podem enfrentar alterações difíceis e dolorosas em seu estado

de saúde em qualquer momento de suas vidas. A experiência da doença precipita

sentimentos e reações estressantes que incluem quadros de frustração, ansiedade, raiva,

negação, vergonha, depressão e incerteza (Smeltzer ; Bare, 2002).

O termo estado de ansiedade pode ser usado para descrever uma reação emocional

que consiste em sentimentos subjetivos de tensionamento, apreensão, nervosismo e

preocupação, além da intensificação da atividade do sistema nervoso autônomo

(Spielberger, 1981).

O sistema nervoso autônomo é responsável por controlar as funções viscerais do

organismo, tais como o controle da pressão arterial, a motilidade e secreção

gastrointestinal, a sudorese, a temperatura corporal e outras atividades do organismo. Ele é

constituído pelo sistema nervoso simpático e parassimpático, sendo a função do simpático a

resposta ao stress e situações de alarme, já o sistema parassimpático apresenta função

antagônica ao sistema simpático (Guyton, 1989).

Os indivíduos com transtorno de ansiedade podem apresentar um quadro clínico

variável tais como alteração do padrão respiratório, alteração do ciclo sono-vigília,

transtornos de auto-estima, alterações sensório -perceptivas, alteração do processo do

pensamento e isolamento social (Espinosa, 1995).

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é causado pela limitação do fluxo sanguíneo

coronário de tal magnitude e duração que resulta em necrose do músculo cardíaco. A partir

da década de 80 foi demonstrado que em 90% dos casos, a causa da oclusão da artéria

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relacionada ao infarto era secundária a um evento trombótico de uma placa de ateroma. Se

a oclusão ultrapassar um período de 20 minutos a necrose será irreversível, e quanto mais

precoce for a reperfusão, menor será a extensão da necrose ( Knobel et al., 1998).

Os benefícios da reperfusão não se restringem apenas a redução da extensão da

necrose, mas refletem em redução da morta lidade pós IAM. Nas últimas décadas,

importantes avanços na terapêutica do IAM vêm proporcionando diminuição da

mortalidade precoce e tardia, principalmente pela monitorização das arritmias, introdução

das unidades coronarianas e uso de drogas vasoativas ( Knobel et al., 1998).

Nessas situações são impostas ao indivíduo exigências físicas, psicológicas e

emocionais. Os efeitos adversos da tensão sobre a saúde física e o bem estar emocional são

cada vez mais reconhecidos e torna evidente que a tensão gerada pela ansiedade influi em

muitos aspectos da vida, e que enfrentá- la é essencial à saúde física e ao desempenho eficaz

(Spilberger, 1981).

O paciente e seus familiares têm de adaptar-se às exigências dos diferentes estágios

da doença, os sintomas dolorosos e perturbadores exigem exames diagnósticos e tratamento

médico levando o paciente a situações receosas com relação ao prognóstico, as alterações

físicas e as reações das outras pessoas. Além disso, a internação hospitalar provoca um

quadro de stress no indivíduo por estar em um ambiente desconhecido e assustador, onde se

sente vulnerável e descontrolado (Smeltzer ; Bare, 1994).

O paciente pós IAM pode apresentar um quadro clínico instável devido a

significativa disfunção ventricular esquerda e/ou isquemia miocárdica persistente ou

recorrente durante a fase aguda ou subaguda do IAM. O grau da disfunção ventricular

esquerda é um dos fatores de risco mais importantes para a sobrevida destes pacientes.

Cerca de 30% a 50% dos pacientes apresentam sinais de dilatação ventricular, dependendo

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do local e extensão do infarto, da pervibilidade ou não da artéria ocluída, da intensidade da

circulação colateral e dos fatores que aumentam a tensão ventricular (Knobel et al, 1998).

Após o IAM, os objetivos de vida, a família, o trabalho e a renda, a mobilidade, a

imagem corporal e o estilo de vida do paciente podem ser alterados de maneira dramática.

A situação pode transformar-se numa crise para a pessoa, independente de serem tais

alterações temporárias ou permanentes, uma crise que afeta a família, os amigos e os

profissionais que o assistem (Brunner ; Suddarth, 1994).

Há várias décadas tem-se evocado a existência de uma possível relação entre

depressão e doença coronariana. A partir da década de 80, uma série de estudos começaram

a demonstrar que depressão e doença coronariana estariam de fato associadas. (Silva Filho

et al, 1999)

O estudo realizado por Welin et al (2000) na Universidade de Goteborg (Suécia)

mostrou que o sexo feminino, disfunção ventricular esquerda, disritmia ventricular e

depressão aumentam o risco de eventos coronarianos fatais, principalmente em pacientes

que já sofreram um primeiro infarto, porém a limitação deste trabalho encontrou-se no

pequeno número de mulheres que sofreram infarto (45 casos) quando comparando com os

homens (230 casos), no período estudado.

No estudo realizado por Carney (1998), tem sido relacionado a ocorrência de

depressão e ansiedade com os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, sendo que

o tratamento da depressão e ansiedade podem acarretar uma possível redução das doenças

do coração.

Segundo Fornari e Furlanetto (2002), em um estudo com 68 pacientes internados

nas enfermarias de clinica médica do Hospital Universitário de Santa Catarina com história

prévia de IAM, a alta prevalência de sintomas depressivos encontrados (32,2%)

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demonstraram a importância de uma busca ativa destes sintomas nesta população, e

sugerem estudos, que indiquem quais intervenções poderiam colaborar para um melhor

manejo deste grupo, buscando a diminuição das taxas de mortalidade e uma melhora da

qualidade de vida.

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2.1 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

As doenças circulatórias são as principais causas de morbi – mortalidade nos países

mais desenvolvidos e em grande parte dos países em desenvolvimento. Entretanto, nos

países mais desenvolvidos vem sendo detectada uma redução importante na incidência

destas doenças. No Brasil, apesar de ser uma das principais causas de mortalidade, desde a

década de 60 desconhecesse a tendência da mortalidade por doenças circulatórias, doença

isquêmica do coração e doença cerebrovascular (Mansur et al, 2001).

A DAC tem como causa a doença aterosclerótica, sendo caracterizada pela

formação e consequente acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias, levando ao

espessamento evolutivo cada vez maior de gordura, comprometendo o fluxo sanguíneo

pela diminuição da luz arterial (Higuchi; Bezerra; Benvenuti, 2001).

Dentre os fatores de risco para o desenolvimento da DAC, Willerson (1995), relata

que vários estudos epidemiológicos estabeleceram que a hiperlipidemia e a

hipercolesterolemia, constituem fatores de risco para o aparecimento da aterosclerose

prematura.

Vieira (2000), cita em seu estudo a associação de outros fatores de risco como a

hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo, estresse emocional, idade, sexo, diabetes

melittus, história familiar, obesidade, dieta hipergordurosa e ingesta de álcool como fatores

para o desenvolvimento da DAC.

Segundo Vale e Martinez (2000), a doença arterial coronariana é cerca de três a

quatro vezes mais freqüente em homens do que nas mulheres até os 55 anos, porém a partir

dessa idade com o advento da menopausa as incidências se igualam em ambos os sexos.

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Guimarães et al (2000) afirmam que no final do séculoXX, coexistiu uma epidemia

de doenças cardiovasculares no mundo, onde a principal causa de mortalidade foi

decorrente da DAC, o que pernanece até os dias atuais.

Dentre as manifestações mais frequentes da DAC no nosso cotidiano, destaca-se o

Infarto Agudo do Miocárdio, sendo considerado uma das mais importantes doenças

isquêmicas cardíacas, que continua a ser a emergência clínica de maior causa de

mortalidade e morbidade cardiovascular no país e no mundo (Ramos; Magalhães, 2000).

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é causado pela limitação do fluxo coronário de

tal magnitude e duração que resulta em necrose do músculo cardíaco. Em 1980 foi

demonstrado que em 90% dos casos, a causa da oclusão aguda da artéria relacionada ao

infarto era secundária a um evento trombótico sobre uma placa de ateroma (Knobel, 1998).

O termo IAM reflete, portanto, a morte dos miócitos cardíacos devido a isquemia

prolongada, sendo a ateroesclerose coronária a principal causa. A progressão da placa de

ateroma pode ocorrer por diversos fatores, e esta progressão pode ser silenciosa por anos

até a estenose se tornar importante, e a doença arterial coronariana(DAC) se tornar

sintomática (Boersma et al, 2003).

O IAM é responsável por grande número de hospitalizações em todo mundo e por

elevado número de óbitos. Nos últimos anos, novas intervenções terapêuticas foram

introduzidas baseadas nas evidências de grandes ensaios clínicos, que resultaram em

diminuição da morbidade e aumento da sobrevida pós – IAM (Zornoff et al, 2002).

A incidência de doenças cardiovasculares pode ser diminuída conhecendo-se os

principais fatores de risco, associados ao desenvolvimento da ateroesclerose. Estes fatores

de risco podem ser divididos em fatores não modificáveis e modificáveis. Os fato res não

modificáveis são o envelhecimento, hereditariedade, sexo masculino e dislipidemia

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familiar; e os modificáveis englobam uma dieta inadequada, hipertensão arterial sistêmica,

tabagismo, alcoolismo, obesidade, estresse, sedentarismo, período pós - menopausa,

hipertrofia ventricular esquerda, dislipidemia não – familiar, fibrinogênio elevado,

homocisteína elevada, resistência à insulina, diabetes e hiperuricemia (Porto, 1998).

No estudo realizado por Pimenta et al (2001), foram avaliados 600 pacientes em

uma única instituição privada do Rio de Janeiro, sendo constatado que a mortalidade

hospitalar foi 2,3 vezes maior no sexo feminino quando comparada ao sexo masculino, e a

proporção de homens com quadro de IAM era de 2,6 homens para cada mulher. Além

disso, as mulheres apresentavam maior associação a hipertensão arterial sistêmica (HAS).

Os níveis pressóricos acima de 140/90 mmHg estão diretamente relacionados ao

IAM. Existe a dificuldade em se controlar a pressão arterial em hipertensos, e além disso

existe a preocupação de que em determinados pacientes a redução abaixo de certos limites

aumente o risco de complicações, particularmente eventos isquêmicos para o coração

(Lopes et al, 2001).

Segundo a Organização Mundial de Saúde a definição de IAM depende de pelo

menos dois dos três critérios: história característica de dor precordial prolongada,

alterações eletrocardiográficas típicas e elevação enzimática seriada (Ramos & Magalhães,

2000; Boersma et al, 2003).

O tratamento do IAM evoluiu com a introdução das unidades de cuidado intensivo

na década de 60, pela terapia farmacológica de reperfusão na década de 80, e a aplicação de

intervenções como o cateterismo na década de 90, ocorrendo assim queda das taxas de

mortalidade. Por outro lado, o declínio das taxas de óbito por doenças cardíacas corre em

paralelo com o aumento no número de pacientes com quadros crônicos (Boersma et al,

2003).

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O melhor entendimento da fisiopatologia dos eventos clínicos da ateroesclerose

coronariana, o reconhecimento da eficiência das medidas de ordem preventiva primária e

secundária e a introdução de novas condutas terapêuticas tem modificado o perfil evolutivo

da cardiopatia isquêmica (Manfroi et al, 2002).

O IAM pode resultar em algumas complicações tais como: aumento da área

infartada, expansão da área do infarto acompanhada de dilatação cavitária, reinfarto,

instabilidade elétrica, e complicações mecânicas como a comunicação interventricular por

ruptura do septo interventricular ou ainda insuficiência valvular por ruptura dos músculos

papilares (Cintra et al, 2001).

Após o primeiro IAM o indivíduo fica mais propenso a eventos cardíacos

recorrentes e sintomas físicos, tais como dores no tórax, dificuldades respiratórias, e

dificuldade em realizar algumas tarefas do dia a dia. Conseqüentemente, suas atividades

pessoais podem ser associadas a visitas as salas de emergência e hospitalizações por

períodos variáveis (Drory et al, 2002).

Nos Estados Unidos aproximadamente 1.000.000 de pessoas são internadas com

IAM e 300.000 pacientes morrem anualmente antes de chegar ao hospital (Stefanini ;

Herrmann, 2001).

No Brasil, segundo a Organização Pan – Americana de Saúde e a Organização

Mundial de Saúde (1994), as doenças cardiovasculares também são responsáveis por 50,3%

dos óbitos da população com idade superior a 50 anos, sendo o IAM o principal causador

dessa mortalidade (Makdisse, 2002).

Lotufo (1996) mostrou em seu estudo que as doenças cardiovasculares foram causa

de óbito em aproximadamente 300.000 brasileiros ao ano, ou seja nessa ocasião ocorriam

820 óbitos por dia, ou 34 óbitos por hora, ou um evento fatal a cada dois minutos. Sendo

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assim, também é a principal causa de gastos em assistência médica (16,22%), que implica

em 10.74 milhões de dias de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Sanchez (2000) em seu estudo sobre mortalidade precoce por doenças

cardiovasculares no Brasil, demostrou que essas doenças não constituem causa de óbito

importante exclusivamente para os indivíduos encontrados nos grupos mais idosos, onde a

maior parte ocorre antes dos 65 anos de idade, sendo também importante causa de

morbidade entre os jovens. O risco de um jovem de quinze anos morrer antes de completar

60 anos é de 25% para homens e 22% para as mulheres.

Segundo Piegas (2004) o IAM é responsável por 60.080 óbitos no Brasil, sendo

considerado a principal causa isolada de morte no país. Esses dados coincidem com aqueles

encontrados em países desenvolvidos.

Dessa maneira, aprofundar os conhecimentos sobre a distribuição das doenças

cardio vasculares na população, pode contribuir profundamente na prevenção, tratamento,

controle e retardo no aparecimento de suas consequências (Fonseca ; Laurenti, 2000).

Os fatores psicológicos desempenham papéis importantes na saúde e na recuperação

de doenças cardíacas. No IAM, participam de sua origem e influenciam as reações e

resultados da recuperação do paciente. A maioria destes pacientes experimenta a depressão,

a ansiedade, regressão, ira ou negação da doença (Bestetti et al, 1985).

O paciente pode experimentar quatro fases após um evento cardíaco agudo, como

no IAM. Nas primeiras 24 a 48 horas, os pacientes e seus cônjuges experimentam,

tipicamente, choque e descrença. Os pacientes exibem ansiedade e negação, enquanto os

parceiros podem sentir ansiedade e culpa. A segunda fase (fase de convalescença) ocorre

quando o paciente está hemodinamicamente estável e começa a internalizar o significado

do evento cardíaco.

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Depois da alta hospitalar, começa a terceira fase, e esta pode durar até três meses, o

paciente começa se adaptar com o diagnóstico, a tomar decisões em relação ao seu estilo de

vida. O cônjuge pode exibir um comportamento superprotetor para compensar o distúrbio

emocional do paciente. E a última fase (até seis meses após a alta) é um período de

reorganização (Smeltzer ; Bare, 2002).

Coloca-se que a diminuição da incidência do número de casos de IAM depende do

controle dos fatores de risco para doenças circulatórias, entre estes fatores é citada a

necessidade de mudanças no estilo de vida pós IAM, porém não há uma clara conceituação

de estilo de vida, certamente, por que depende de tudo que se relaciona com a maneira de

uma pessoa viver. Os componentes mais evidentes são alimentação, profissão e tipo de

trabalho, lazer, atividades físicas, culturais e religiosas, hábitos como tabagismo, uso de

bebidas alcoólicas e de drogas ilícitas. A estes componentes, até certo ponto facilmente

analisados, podem ser acrescentados o temperamento, as características de personalidade, a

organização familiar e as relações no ambiente de trabalho.

Pode-se dizer de forma simplificada, que a melhor alternativa de reduzir os riscos

de um evento cardíaco é modificar o estilo de vida do indivíduo, fazendo alterações na

alimentação, praticando exercícios, suprimindo o tabagismo, reduzindo ou controlando o

estresse (Mansur et al, 2001; Porto, 1998).

No Brasil, uma redução ainda maior na mortalidade por doenças circulatórias pode

ser obtida se esforços forem realizados no campo da prevenção e na melhoria dos aspectos

técnico-científicos (Mansur et al, 2001).

Existe um crescimento nos estudos que relacionam fatores psicosociais com o

desenvolvimento de doenças coronarianas, e o prognóstico destes pacientes após um evento

coronariano agudo. Entre 17% e 65% dos pacientes pós IAM relatam sintomas

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significantes de depressão, e em pelo menos 15% aparecem sintomas de depressão maior

(Whitehead ; Steptoe, 2005; Rumsfeld et al, 2003).

Finalmente, os transtornos de ansiedade com suas características parecem ter grande

influência no desenvolvimento e curso de doenças cardíacas. Mas deve-se considerar que

definir o termo ansiedade não é fácil uma vez que abrange uma série de quadros (Saes et al,

2001).

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2.2 Ansiedade pós IAM

Espera-se que pessoas adultas, por experiência de vida, reajam às diversas situações

com coragem, bom senso e equilíbrio emocional, porém ao que se refere às cirurgias

cardíacas isso não ocorre freqüentemente.

Embora todos saibam que um dia irão morrer, muitos acreditam que a morte será

sempre um acontecimento distante. Enfrentar uma situação real de possibilidade de morte

pode representar um momento de angústia e insegurança, e se haverá tempo para modificar

erros cometidos no passado (Mello, 1992).

A ansiedade pode tomar várias formas. Ela pode ser experimentada como um

sentimento inexplicável de desgraça iminente, como preocupações infundadas com o futuro

e seu controle: a saúde do filho, o sucesso nos negócios, o destino do casamento, medo

irracional em lugar desconhecido e ataque de animais (Kaplan ; Sadock, 1999).

Campos (1992) descreve em seu estudo as relações entre ansiedade e alterações

cardiovasculares quando afirma que, em situações de ansiedade, há liberação de

catecolaminas e corticóides através do hipotálamo, por ação direta ou indireta do sistema

simpático sobre as supra-renais. A ação dessas substâncias no sistema cardiovascular causa

aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, do débito cardíaco, como consequente

aumento do consumo de oxigênio, da excitabilidade das células cardíacas e decorrente

lesão celular pela entrada de sódio e saída de potássio e magnésio,dentre outras. E com a

liberação excessiva e prolongada de catecolaminas e corticóides poderá desencadear

arritmias, aterosclecose coronária, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial.

A coronariopatia apresenta algumas características que contribuem para o

aparecimento de alterações psicológicas peculiares no paciente. É um processo metabólico

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crônico súbito, e o paciente convive muitas vezes com a doença pelo resto da vida (Mello,

1992).

A ansiedade torna-se, portanto, a resposta psicológica mais rápida e mais intensa

após um evento coronário isquêmico. Em um estudo realizado por Grace et al (2004),

foram avaliados 590 homens e 323 mulheres pós IAM ou quadro de angina em relação aos

sintomas de ansiedade, e estes foram acompanhados por um período de seis meses a um

ano. Dos pacientes avaliados, aproximadamente um terço deles apresentaram quadro de

ansiedade, e em 50% dos casos a ansiedade persistiu por mais de seis meses após o evento.

Em 1980 foi descrito pela primeira vez o diagnóstico de transtorno de estresse pós-

traumático (TETP), e após revisões ele passou a ser definido em seis partes: (1) se a pessoa

vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais eventos que envolveram morte

ou grave ferimento, reais ou ameaçadores, ou uma ameaça à integridade física, própria ou

de outros; (2) se o evento traumático é persistentemente revivenciado na forma de imagens,

pensamentos, percepções, sonhos ou recordações angustiantes, intensa reatividade

psicológica ou fisiológica quando recordado o evento; (3) esquiva persistente de estímulos

associados com o trauma; (4) sintomas persistentes de excitabilidade aumentada presentes

desde o trauma; (5) duração de pelo menos quatro semanas; (6) perturbação causa

sofrimento clinicamente significativo no funcionamento social ou ocupacional ou em

outras áreas importantes na vida do indivíduo (Kaplan ; Sadock, 1999).

Embora a ansiedade não tenha sido objeto de estudo após o IAM, evidências

epidemiológicas indicam que pessoas com ansiedade apresentam maior risco de eventos

isquêmicos e de arritmia cardíaca recorrentes e, como conseqüência, maior risco de morte

(Grace et al, 2004).

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Os transtornos de ansiedade não englobam apenas o quadro de transtorno por

estresse pós traumático (TEPT), mas também transtornos de pânico e agorafobia, fobia

específica e fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo,e transtornos de ansiedade

generalizada e de separação(vertigem, tinito) (Kaplan ; Sadock, 1999).

No transtorno de pânico, a ansiedade se manifesta como ataques de pânico

recorrentes, que são ataques súbitos de pavor acompanhados por numerosos sinais e

sintomas físicos e cognitivos, como taquicardia, tremor, sensações de irritabilidade e medo

de morrer; já no transtorno de ansiedade generalizada, os ataques de pânico são

experimentados como períodos distintos que alcançam um pico de intensidade dentro de

segundos ou minutos e cedem logo em seguida.

Os ataques de pânico diferem da ansiedade fóbica na medida em que não são

sempre previsíveis, pelo menos alguns ataques são inesperados. A fobia específica refere-se

ao medo sugerido pela presença (ou antecipação) de um objeto ou situação específica,

como voar, ver sangue ou tomar uma injeção, é uma ansiedade clinicamente significativa

provocada por exposição a um objeto ou situações específicas.

A fobia social é um medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais

ou de desempenho nas quais o indivíduo é exposto a pessoas estranhas ou a um possível

exame crítico pelos outros, é uma ansiedade significativa provocada pela exposição a

situações de desempenho social (Kaplan ; Sadock, 1999; Tardivo et al, 2001 ).

O transtorno obsessivo compulsivo é caracterizado por obsessões que causam

ansiedade e compulsões que minimizam a ansiedade; o transtorno de estresse pós

traumático é a revivência de um evento extremamente traumático; o transtorno de estresse

agudo são sintomas similares ao pós traumático, que ocorre logo após o trauma; o

transtorno de ansiedade generalizada que leva a pelo menos 6 meses de ansiedade e

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preocupações excessivas e persistentes; o transtorno de ansiedade devido a uma condição

médica geral que são sintomas proeminentes de ansiedade considerados como sendo a

consequência fisiológica direta de uma condição médica geral; e o transtorno de ansiedade

sem outra especificação que são transtornos com esquiva fóbica que não satisfazem os

critérios para qualquer outro transtorno (Tardivo et al, 2001).

Segundo Holmes (2000) estes quadros podem ser resumidos em duas categorias

principais: transtornos fóbicos e estados de ansiedade. No caso dos transtornos fóbicos a

ansiedade é localizada e associada a um objeto ou situação específica, nos estados de

ansiedade ela é difusa , não relacionada a algo específico e experimentada como algo

onipresente ou livremente flutuante.

Em alguns casos a ansiedade é apontada como uma resposta normal, adaptativa e

positiva servindo como um impulso para aumentar esforços e desempenhos, sendo

necessário distinguir a ansiedade normal e patológica ( Saes et al, 2001) .

A ocorrência de ansiedade após o infarto não é uma surpresa pela consciência

pública a respeito das taxas de mortalidade da doença. Às vezes, pode não ser muito

aparente, manifestando-se por nervosismo, falar incessante, projeção de sentimentos e

sonhos ruins (Manfrói et al, 1985).

Como descrito anteriormente, a DAC apresenta associações e comorbidade com

alterações psicológicas do paciente. Na primeira fase de contato com este paciente (e,

principalmente nos casos de pacientes que serão submetidos à cirurgia), elas apresentam

preocupações imediatas à situação que estão vivendo, e estas incluem: medo da morte,

operar o coração e uso de anestésicos, a Unidade de Terapia Intensiva, dor e aumento da

sensibilidade (Kaplan ; Sadock, 1999).

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Desde 1846, quando ocorreu o primeiro ato cirúrgico, com o uso do éter como

anestésico, contínuos progressos foram adicionados ao campo da anestesiologia. A

anestesia é caracterizada pela perda de sensibilidade dolorosa, perda da consciência e certo

grau de amnésia, e os medicamentos anestésicos promovem a depressão da atividade dos

neurônios cerebrais suprimindo assim a sensibilidade dolorosa durante a cirurgia e

propiciando condições ideais para a ação da equipe cirúrgica (Moura, 2000).

Por outro lado, acidentes cirúrgicos devidos à anestesia são amplamente divulgados

na imprensa com conotação depreciativa sobre a atuação médica, e associado a isso o temor

do paciente torna-se maior devido o receio de não acordar mais, além de saber que será

manipulado sem que possa participar ou opinar (Mello, 1992).

A criação das Unidades de Terapia Intensiva surgiu da necessidade de prestar

melhor assistência a pacientes em estado grave passíveis de recuperação, concentrando

recursos humanos e materiais capazes de possibilitar rapidez e eficiência no atendimento

prestado (Zilberstein, 2000).

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode representar ao paciente a imagem de

isolamento e desamparo, e a aceitação do paciente é maior quando é explicado que a UTI é

o único meio de oferecer segurança suficiente no pós - operatório imediato e que sua

permanência será o mais breve possível. Quando o paciente se recupera da anestesia, e se

encontra na UTI, ele toma consciência do seu estado, e inicia-se um processo doloroso de

recuperação pós-cirúrgica, podendo apresentar quadros psicorreativos, como depressão,

agitação e quadros de confusão. A depressão pode manifestar-se por volta do quarto ou

quinto dia, sendo na maioria das vezes ocasionada pelo estresse imposto pela

hospitalização e rotinas de procedimentos (Mello, 1992).

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2.3 Transtornos depressivos após IAM

Na última década, a depressão tem obtido destaque, especialmente na psiquiatria,

através de pesquisas com psico-fármacos antidepressivos que vem sendo lançado no

mercado com maior eficácia terapêutica e menores efeitos colaterais (Rodrigues, 2000).

A elaboração do diagnóstico de depressão e a mensuração da gravidade dos

sintomas da doença são tarefas diferentes. Na primeira situação, o investigador ou clínico

tem como principal objetivo determinar a presença ou ausência, em um dado paciente, de

um conjunto de características clínicas presença e padrão de sintomas, duração dos mesmos

e cursos), que é considerado descritivo daquela condição. Já na segunda situação, o

propósito é estimar quantitativamente a gravidade dos sintomas de um paciente

previamente diagnosticado com depressão ( Calil ; Pires, 1998).

A maioria dos pacientes experimenta depressão após a ocorrência de infarto do

miocárdio. Ela se expressa por uma lentidão, brevidade da fala, desesperança e perda do

apetite que traduzem momentos de pesar pela perda da saúde, medo de uma vida alterada,

não retorno ao trabalho e atividades sexuais e de lazer. a lateração da auto estima é

invariável (Manfrói et al,1985).

As evidências geradas pelos vários trabalhos publicados nos últimos anos são

extremamente consistentes e está bem estabelecida a associação entre depressão, infarto e

mortalidade, porém, várias questões ainda precisam ser respondidas (Filho et al, 1999).

Bush et al 2001 demonstraram em seu estudo com pacientes com idade igual ou

superior a 65 anos, após um episódio de IAM a importante relação entre depressão e

aumento da mortalidade.

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A depressão aparece no momento em que o paciente sente o impacto da sua doença.

Em alguns, manifesta-se em torno do quarto dia, quando diminuem os níveis de ansiedade.

Em outros, surge no momento em que retornam as suas casas. No geral, quanto maiores as

implicações físicas do infarto, maiores os níveis de depressão (Manfrói et al, 1985).

O conhecimento da prevalência da depressão associada com as doenças

cardiovasculares pode orientar medidas de detecção precoce destas enfermidades,

permitindo assim uma evolução clínica destes pacientes (Fornari ; Furlane tto, 2002).

O sofrimento que a depressão por si só inflige, além da piora do prognóstico que

determina aos pacientes infartados, deveria estimular o diagnóstico e tratamento, porém a

realidade é outra, a depressão nestes pacientes não é diagnosticada, nem tratada (Corrêa da

Silva Filho et al, 1999).

Pesquisas recentes sugerem que a depressão seguida ao infarto pode contribuir ao

aumento da morbidade e piora da qualidade de vida. e que a ansiedade pode estar associada

ao aumento da incidência de complicações clínicas pós infarto. Torna-se necessária a

identificação e tratamento da ansiedade e depressão o mais precoce possível após o evento

cardíaco (Martin et al, 2003).

Embora não exista um mecanismo fisiopatológico que explique definitivamente o

aumento da mortalidade após um IAM, um dos fatores está relacionado a variáveis

psicossociais que incluiriam como por exemplo, uma menor aderência ao tratamento em

pacientes deprimidos (Corrêa da Silva et al, 1999).

Por outro lado, a administração de questionários psicológicos é rotina na condução

de estudos que examinam as variáveis psicosociais em pessoas com doença coronariana.

Em muitos estudos, pessoas que foram recentemente diagnosticadas com infarto agudo são

solicitadas a completarem múltiplos questionários com questões sobre depressão,

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ansiedade, percepção de estresse e percepção de saúde. Estes questionários aplicados a

pacientes agudos podem ser psicologicamente estressantes (Cherrington et al, 2002).

Corrêa da Silva et al (1999) mostraram em seu estudo que é de suma importância

passarmos a dar mais valor na anamnese e à história psiquiátrica pregressa dos

coronariopatas, pois é possível que pacientes que tiveram depressão prévia venham a

desenvolver novo episódio após um infarto agudo do miocárdio, ou mesmo, que já estejam

deprimidos antes de infartar.

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3. OBJETIVOS

O presente estudo teve como objetivos: verificar o grau de ansiedade e depressão

após o IAM.

Caracterizar os indivíduos pós infarto agudo do miocárdio quanto as variáveis

psico-sociais.

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4. MÉTODO

4.1 Sujeito

Foram sujeitos deste estudo cinco pacientes adultos pós-infarto agudo do

miocárdio.

Os critérios de inclusão foram: indivíduos maiores de 35 anos que aceitaram fazer

parte do estudo, sem restrição quanto ao sexo, etiologia, tempo de IAM até 1 ano e

formalizaram o termo de consentimento livre e esclarecido da pesquisa.

4.2 Casuística

Foram estudados cinco casos por método descritivo, tendo sido constituída por

acessibilidade e os dados coletados de pacientes atendidos no ambulatório da Casa do

Cardiopata do Hospital São Paulo no mês de Janeiro de 2006, após esclarecimento do

objetivo deste estudo e leitura do termo de consentimento livre e esclarecido e assinatura

do termo de consentimento ( apêndice 1).

4.3 Ambiente

O local eleito para a realização do presente estudo foi o serviço de ambulatório da

Casa do Cardiopata do Hospital São Paulo, justificado pelas características de atendimento

especializado a pacientes com problemas cardiovasculares.

Os sujeitos foram submetidos a investigação (entrevista e aplicação de escalas) e os

dados foram coletados nos consultórios, por ser um local tranquilo, arejado e livre de

ruídos, e após agendamento prévio com os pacientes.

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4.4 Instrumentos

Para a realização desta pesquisa, os dados foram baseados no Inventário de

Ansiedade Traço-Estado proposto por Spielberger – IDATE (anexo 1) e Escala de

Depressão de Hamilton ( anexo 2).

4.4.1 Escala de Medida de Ansiedade: Inventário de Ansiedade Traço-Estado

(IDATE)

Foi utilizado o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) proposto por

Spielberg (1970), traduzido e adaptado para língua portuguesa por Biaggio e Natalício

(1979).

O IDATE é composto por duas escalas distintas, elaboradas para medir conceitos

distintos de ansiedade: estado de ansiedade (A-estado) e traço de ansiedade (A-traço).

A escala A-traço tem como objetivo identificar a propensão à ansiedade manifesta

pela tendência do sujeito em perceber as situações como ameaçadoras, a forma como

responde à pressão psicológica em diferentes graus de intensidade de A-estado.

A escala A-estado tem como objetivo identificar o grau de ansiedade transitória

caracterizada por sentimentos desagradáveis conscientemente percebidos, a qual se

modifica com o tempo e é influenciada por fatores externos.

Essa escala possui 20 itens onde se pede aos indivíduos que descrevam como

geralmente se sentem, para mensuração do traço de ansiedade. Para a mensuração da

ansiedade estado, o inventário é composto por outras 20 afirmações para avaliar como os

indivíduos se sentem em um determinado momento.

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A pontuação do IDATE respeita valores de um a quatro, sendo distribuídos de

forma a não propiciar vício de resposta pelo sujeito e o valor varia entre vinte e oitenta

pontos. Os escores mais altos indicam um maior nível de ansiedade. É solicitado ao

examinado que indique através das respostas como se sente naquele momento.

Sendo assim os níveis de ansiedade são classificados em:

Ansiedade baixa ou branda (de 20 a 34 pontos): pessoa alerta, aumentando sua

percepção; capaz de motivar o aprendizado, produz crescimento e criatividade.

Ansiedade moderada (de 35 a 49 pontos): focalização das preocupações imediatas e

bloqueio das periféricas, estreitando o campo de visão, experimenta desatenção seletiva,

mas preserva a capacidade de focalizar mais áreas caso se disponha a isso.

Ansiedade elevada ou grave (de 50 a 64): reduz muito o campo de percepção,

focalizando um detalhe específico e não pensando a respeito e outros fatos; dirige seu

comportamento para a obtenção de alívio; precisando de muita orientação para focalizar

sua atenção.

Ansiedade muito elevada ou pânico (de 65 a 80): associa -se ao pavor, terror e medo.

Os detalhes são desprezados desproporcionalmente, experimenta-se a perda de controle,

sendo incapaz de desenvolver atividades mesmo com orientação direta. O pânico envolve a

desorganização da personalidade, aumenta a atividade motora, diminui a capacidade de

comunicação, produz percepções distorcidas e perda do pensamento racional; é

incompatível com à vida, resultando em exaustão e morte se for mantido por tempo

prolongado.

4.4.2 Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton

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Existem numerosas escalas e questionários para medir a depressão, entre elas a

Escala de Hamilton, que surgiu como uma forma de medida em estudos de depressão. Uma

virtude da Escala de Hamilton é que ela é rápida, breve e aborda os principais sintomas de

depressão e não omite alguns sintomas que as vezes são considerados relevantes para a

conceituação de depressão (Endicott,1981).

As várias escalas que existem para avaliação de depressão englobam aquelas de

auto-avaliação, as que são aplicadas por observadores, as de avaliação global e as mistas

(auto-avaliação e observador). Dentre as escalas que são aplicadas por um observador, a

primeira a ser utilizada foi a Escala de Hamilton (1960) que nos permite avaliar a gravidade

do quadro depressivo apresentado pelo paciente (Calil; Pires, 1998).

A Escala de Hamilton foi desenvolvida durante a década de 50 em resposta à

necessidade de se medir a fenomenologia da síndrome depressiva.

É a mais utilizada mundialmente das escalas desenvolvidas para a avaliação de

depressão, principalmente quando posteriormente comparadas a ela quanto a

confiabilidade e a validade (Calil; Pires,1998).

Hamilton (1960) identificou originalmente 21 itens, mas concluiu que a avaliação

da depressão deveria incluir somente 17 deles, cuja gravidade é anotada em escalas de 3 ou

5 pontos. Existe um consenso que escores maiores que 25 identificam depressão grave,

escores de 18 a 24 representam a faixa de depressão moderada, escores de 7 a 17 iniciam

depressão leve, e escores menores que 7 definem remissão do quadro ou ausência de

depressão (Endicott, 1981).

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4.5 Procedimento

O projeto desta pesquisa passou pela apreciação do Comitê de ética e foi aprovado

em dezembro de 2005. Com a finalidade de acatar, incondicionalmente, as normas

elaboradas pelo Conselho Nacional de Saúde, pertinentes a Resolução 196/96, no que

tange as pesquisas científicas que envolvem a colaboração de seres humanos, utilizou-se o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A seleção dos pacientes para este estudo foi por conveniência e obedeceu os

critérios de inclusão do estudo.

Primeiramente era realizada uma entrevista individual para saber se o paciente se

adequava aos critérios de inclusão do estudo, e posteriormente a leitura do consentimento

livre e esclarecido, e após esclarecimento das dúvidas do entrevistado e assinatura do termo

a entrevista seguida de um roteiro com perguntas referentes ao sexo, tempo de IAM, fatores

de risco e manifestações clínicas.

Todos os participantes mostraram-se dispostos em responder as perguntas que

foram aplicadas através do inventário IDATE traço-estado e da escala de Hamilton.

As entrevistas foram realizadas no serviço de ambulatório da Casa do Cardiopata do

Hospital São Paulo, através de uma consulta de enfermagem, após agendamento com o

paciente e tiveram duração de aproximadamente uma hora cada uma.

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5. RESULTADOS

Foram entrevistados cinco pacientes atendidos no Ambulatório da Casa do

Cardiopata do Hospital São Paulo, sendo três homens e duas mulheres, com idade entre 52

e 71 anos e média de idade de 61,1 anos, que sofreram infarto agudo do miocárdio.

5.1) Caracterização da amostra

Características sócio - culturais

Tabela 1: Caracterização dos indivíduos da pesquisa

Paciente Idade Sexo Estado Civil

Escolaridade

Caso 1 52,1 M casado ensino médio

Caso 2 57,3 M casado analfabeto

Caso 3 71,2 F casada analfabeta

Caso 4 53,2 M solteiro ensino médio

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Caso 5 71,7 F casada ensino

fundamental

Tabela 2: Caracterização do quadro do IAM

Paciente Fatores de risco Tempo pós IAM Manifestações

clínicas

Caso 1 HAS / DM / menos de 1 mês dor precordial /

sufocamento

tabagismo aperto / sudorese / dispnéia

Caso 2 HAS / DM / até 6 meses dor precordial / sudorese

tabagismo náusea / dispnéia

Caso 3 sem fatores mais de 6 meses dor precordial

Caso 4 tabagismo até 6 meses dor precordial / náusea

vômito

Caso 5 IAM prévio / HAS até 6 meses dor precordial

Tabela 3: Resultado da aplicação do Inventário IDATE (Estado / Traço) e escala de

Hamilton

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Paciente Ansiedade - Estado Ansiedade - Traço Depressão

Caso 1 51 (ansiedade elevada) 37 (ansiedade moderada) 23 (depressão

moderada)

Caso 2 52 (ansiedade elevada) 53 (ansiedade elevada) 19 (depressão

moderada)

Caso 3 60 (ansiedade elevada) 58 (ansiedade elevada) 11 (depressão leve)

Caso 4 43 (ansiedade moderada) 52 (ansiedade elevada) 28 (depressão severa)

Caso 5 53 (ansiedade elevada) 49 (ansiedade moderada) 30 (depressão severa)

6. DISCUSSÃO

A cardiopatia isquêmica continua sendo uma das causas mais frequentes de morte

nos países industrializados, tendo como substrato etiopatogênico, a aterosclerose.

Identificam-se vários fatores relacionados com a gravidade da doença: a hipertensão

arterial sistêmica, tabagismo, idade, sexo, diabetes mellitus, número de artérias

comprometidas e o comprometimento funcional do ventrículo esquerdo (Manfroi et al,

2002).

Os fatores psicológicos desempenham papéis importantes na saúde e recuperação de

doenças cardíacas. No IAM, participam de sua origem e influenciam as reações e

resultados a recuperação do paciente (Bestetti et al, 1985).

Durante a recuperação de um IAM, o paciente e sua família são forçados a fazer um

número de reajustes sociais e psicológicos. A depressão que ocorre após o evento e a

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ansiedade são praticamente universais e podem se cronificar, a menos que sejam previstos

e prevenidos com orientação correta (Martin et al, 2003).

Foram entrevistados cinco pacientes pós IAM, e na aplicação da escala IDATE

todos apresentaram quadros de ansiedade moderada ou elevada, tanto na IDATE – traço

como na IDATE – estado.

As entrevistas ocorreram através de uma consulta de enfermagem, após

agendamento no Ambulatório da Casa do Cardiopata do Hospital São Paulo, e o tempo pós

IAM variou de uma semana até um ano.

A ansiedade é vista como um termo adequado para caracterizar situações e reações

desagradáveis para a pessoa, e o termo é definido na Classificação e transtornos mentais e

de comportamento (CID – 10) e no Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais

(DSM – IV). No transtorno de ansiedade, conforme o CID – 10, há uma variabilidade

grande dos sintomas dominantes, estando entre as queixas comuns e contínuas as de

palpitações, tremores, sudorese, nervosismo, desconforto epigástrico, tensão muscular,

sensação de cabeça leve e tonturas, além de medo relacionados a si mesmo ou de parentes e

adoecer ou de sofrer acidentes e uma série e outros pressentimentos e preocupações.

O DSM – IV traz, como sintomas de ansiedade; irritabilidade, perturbação de sono

ou sono insatisfatório, fatigabilidade, inquietude ou sensação de “estar com os nervos à flor

da pele”, tensão muscular e dificuldade em se concentrar ou sensação e branco na mente.

Sugere, ainda, que a ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos cause sofrimento

clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em

outras áreas importantes da vida do indivíduo (Oliveira ; Sisto, 2004).

O DSM – IV delimita vários tipos de ansiedade, incluindo pânico, ansiedae

generalizada e fobia. A desorem pânico é caracterizada por ataques de pânico que podem

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acompanhar dor no peito, palpitações e alterações respiratórias. A ansiedade generalizada é

caracterizada por preocupação excessiva e persistente. Já a ansiedade fóbica inclui

sintomas relacionados com locais fechados, doença, ficar sozinho, altura (Grace et al,

2004).

Em uma situação de doença a pessoa que procura serviços de saúde experimenta

ansiedade, uma vez que há preocupação com a enfermidade em si e com sua progressão. É

uma situação potencialmente ameaçadora que, quando enfrentada, pode levar o indivíuo a

desenvolver respostas eficientes e luta, fuga ou mecanismo psicológico de defesa para

diminuir a ansiedade (Oliveira ; Sisto, 2004).

Um dos sujeitos entrevistado (caso 5) já havia apresentado um episódio e IAM

prévio, tratava-se de uma senhora e 71,7 anos, que apresentou IDATE – estado de

ansiedade elevada e IDATE – traço e ansiedade moderada. Durante a entrevista a paciente

apresentou-se chorosa e relatou já ter sido submetida a tratamento psiquiátrico

anteriormente. Possivelmente a paciente tenha apresentado ansiedade- estado elevado por

ter conhecimento do risco de novos episódios de IAM .

Em relação aos fatores de risco para o desenvolvimento do IAM, verificou-se que

entre os entrevistados, apenas o caso três não apresentou nehum fator de risco para o

desenvolimento da coronariopatia. Os demais apresentaram história de HAS, DM,

tabagismo, que são fatores predisponentes às doenças cardiovasculares. Pode-se considerar

portanto, que nos casos acima citados existe o risco de novos eventos cardíacos, o que pode

ocasionar uma piora dos índices de ansiedade nesses pacientes.

Deve-se ressaltar que o nível sérico de lipídios, ínice e massa corporal, iagnóstico e

HAS e DM, tabagismo são fatores associados ao risco do desenvolvimento de cardiopatias,

incluindo o IAM (Stewart et al, 2003).

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Uma vez que os sujeitos entrevistados apresentaram fatores de risco associados ao

IAM, e que um os casos avaliados já havia apresentado um IAM prévio, deve-se supor que

a ansiedade nesses sujeitos podem estar elevada não apenas pelo evento atual, mas também

pela possibilidade da recorrência de novos episódios de IAM.

Durante a aplicação da escala ansiedade–estado, todos entrevistados relataram estar

muitíssimo ou bastante preocupados com possíveis infortúnios, essa preocupação pode

apresentar uma relação direta com a preocupação de um novo episódio de IAM.

O retorno ao trabalho após o IAM tem importante efeito psicossocial positivo.

Entretanto, deve ser feita uma acurada avaliação de variáveis envolvidas no ambiente, tais

como a segurança do paciente e de terceiros, os requerimentos metabólicos, o grau de

estresse emocional e análise de outras eventuais condições adversas. A atividade sexual

com o parceiro pode ser permitida após liberação médica, e em caso de disfunção erétil, o

uso de fármacos específicos requer atenção especial devido a possibilidade de efeitos

colaterais (Welin et al, 2000).

Dos pacientes entrevistados, dois referiram ser aposentados e os demais continuam

exercendo sua atividade profissional. Uma das pacientes que é aposentada referiu durante a

entrevista que deixou de trabalhar para ser cuidadora de seu marido devido um acidente

vascular encefálico que o deixou acamado e dependente dela.

Vale a pena ressaltar portanto, que embora o retorno as atividades cotidianas seja

um fator de auxílio a recuperação desses indivíduos, nem sempre isso pode ocorrer, uma

vez que o evento coronariano acomete muitas vezes indivíduos idosos que não conseguirão

retornar a estas atividades, e dessa forma não se beneficiarão desses efeito s psicossocias

positivos.

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No caso acima citado, a paciente apresenta um quadro de ansiedade elevada, deve-

se considerar que além de ter sofrido o IAM, ela é responsável por cuidar de seu marido

que apresenta sequelas físicas e portanto é dependente de seus cuidados. Isso pode

demonstrar que a situação oferece um estresse adicional ao caso, contribuindo para a piora

do quadro de ansiedade.

Os fatores de idade, sexo, escolaridade e estado civil não apresentaram relação

direta com o aumento ou redução dos níveis de ansiedade e depressão.

Em relação a depressão verificou-se que dos cinco pacientes entrevistados, dois

apresentavam sintomas de depressão severa, dois moderada e um paciente depressão leve.

No presente estudo os pacientes podem ter apresentado quadro de depressão devido

a preocupação com o risco de morte ou novos eventos de IAM o que ao encontro da

literatura pesquisada, que citam também uma diminuição na qualidade de vida por parte

desses pacientes.

No caso 3 o índice de depressão foi leve , talvez por ter tido o IAM a mais de seis

meses o que pode demonstrar uma adaptação a nova condição ou seja, o risco inicial de

morte causado pelo IAM pode ter sido superado e o quadro clínico estabilizado.

Um dos pacientes entrevistados (Caso5) apresentou índices de depressão severa,

possivelmente por ter cardiopatia pregressa e responsável por cuidar do marido dependente

de seus cuidados.

O estudo realizado por Perez et al (2005) demonstrou uma prevalência dos

sintomas depressivos mais elevados no sexo feminino, porém em nossa pesquisa, os índices

de depressão foram semelhantes entre os sexos.

Por se tratarem de sintomas subjetivos, é difícil avaliar o que pode estar associado

com sintomas de depressão e ansiedade, uma vez que os sujeitos da pesquisa não eram

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conhecidos antes da entrevista pós IAM, ou seja não se sabe se apresentavam tais sintomas

anteriormente, mas deve chamar a atenção que todos apresentavam quadro de ansiedade e

depressão independente do tempo da lesão e a presença ou não de fatores de risco

associados.

7. COMENTÁRIOS FINAIS

Os sintomas de ansiedade e depressão ou ambos após o IAM tem sido associados

com casos de reinfarto e morte como resultados da doença cardíaca, recuperação

prolongada e perda da habilidade física (Crowe, 1996).

No presente estudo, nossos dados reforçam a importância de se pesquisar os

sintomas de ansiedade e depressão em pacientes coronariopatas, por serem fatores

responsáveis para a piora da evolução e prognóstico desses pacientes, diminuindo os riscos

de não adesão ao tratamento, reincidência de infarto e aumento da mortalidade.

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É de suma importância que os profissionais da saúde tenham conhecimento dos

altos índices dos sintomas depressivos apresentados pelos pacientes coronariopatas e dessa

forma poderem orientar medidas de detecção e tratamento precoce, diminuição dos índices

de mortalidade e melhora da qualidade de vida desses indivíduos.

O sofrimento causado pela depressão trás grandes danos aos pacientes

coronariopatas, sendo indispensável que o profissional enfermeiro e demais profissionais

da saúde, durante a sua anamnese fazer o diagnóstico precoce, podendo dessa forma

solicitar uma consulta com o serviço de psicologia e psiquiatria para iniciar o tratamento

adequado o mais rápido possível.

Os profissionais de saúde devem ter a consciência da importância de conhecerem a

população que estão assistindo, para que dessa forma, possam realizar atos de educação em

saúde, levando-se em conta as particulariedades, limitações e reais possibilidades de

atuação da equipe multiprofissional.

Cabe ao profissional enfermeiro que presta cuidados intensivamente aos pacientes

coronariopatas, o dever de valorizar dados que indiquem que o indivíduo esta evoluindo

com características de ansiedade e depressão e introduzir como rotina em sua unidade de

trabalho protocolos como Inventário de Ansiedade- estado e traço e Escala de depressão de

Hamilton por serem fáceis de aplicar e dessa forma prevenir reincidência do IAM e

proporcionar qualidade de vida.

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ANEXO 1

Escala para medida de Ansiedade – IDATE.

Parte I- Estado

Leia cada pergunta e faça um circulo ao redor do número a direita da afirmação que melhor

indicar como você se sente agora, neste momento. Não gaste muito tempo numa única

afirmação, mas tente dar uma resposta que mais se aproxime de como você se sente neste

momento.

Avaliação

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Muitíssimo............................4

Um pouco.............................2

Bastante................................3

Absolutamente não...............1

1. Sinto-me calmo(a)

2. Sinto-me seguro(a)_

3. Estou tenso(a)

4. Estou arrependido(a)

5. Sinto-me a vontade

6. Sinto-me perturbado(a)

7. Estou preocupado(a) com possíveis infortúnios

8. Sinto-me descansado(a)

9. Sinto-me ansioso(a)

10. Sinto-me ´´em casa` ̀

11. Sinto-me confiante

12. Sinto-me nervoso(a)

13. Estou agitado(a)

14. Sinto-me uma pilha de nervos

15. Estou descontraído(a)

16. Sinto-me satisfeito(a)

17. Estou preocupado(a)

18. Sinto-me super excitado(a) e confuso(a)

19. Sinto-me alegre

20. Sinto-me bem TOTAL:

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Parte II- Traço

Avaliação

Quase sempre........................4

As vezes................................2

Freqüentemente.....................3

Quase nunca...........................1

1. Sinto-me bem

2. Canso-me facilmente

3. Tenho vontade de chorar

4. Gostaria de poder ser tão feliz quanto os outros parecer ser

5. Perco oportunidades porque não consigo tomar decisões rapidamente

6. Sinto-me descansado(a)

7. Sou calmo(a), ponderado(a) e senhor(a) de mim mesmo

8. Sinto que as dificuldades estão se acumulando de tal forma que não consigo

resolver.

9. Preocupo-me demais com coisas sem importância

10. Sou feliz

11. Deixo-me afetar muito pelas coisas

12. Não tenho muita confiança em mim mesmo(a)

13. Sinto-me seguro(a)

14. Evito ter que enfrentar crises ou problemas

15. Sinto-me deprimido(a)

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16. Estou satisfeito(a)

17. As vezes, idéias sem importância me entram na cabeça e ficam me preocupando

18. Levo os desapontamentos tão a sério que não consigo tirá-los da cabeça

19. Sou uma pessoa estável

20. Fico tenso(a) perturbado(a) quando penso em meus problemas do momento

TOTAL:

ANEXO 2

Escala de depressão de Hamilton

Todos os itens devem ser preenchidos. Assinalar o número apropriado.

1. Humor depressivo (tristeza, desesperança, desamparo, inutilidade)

0. Ausente

1. Sentimentos relatados apenas ao ser inquirido

2. Sentimentos relatados espontaneamente com palavras

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3. Comunica os sentimentos não com palavras, isto é, com a expressão facial, a

postura, a voz e a tendência ao choro

4. Sentimentos deduzidos da comunicação verbal e não-verbal do paciente

2. Sentimentos de culpa

0. Ausente

1. Auto-recriminação; sente que decepcionou os outros

2. Idéias de culpa ou ruminação sobre os erros passados ou má ações

3. A doença atual é um castigo

4. Ouve vozes de acusação ou denúncia e/ou tem alucinações visuais ameaçadoras

3. Suicídio

1. Ausente

2. Sente que a vida não vale a pena

3. Desejaria estar morto ou pensa na probabilidade de sua própria morte

4. Idéias ou gestos suicidas

5. Tentativa de suicídio (qualquer tentativa séria, marcar 4)

4. Insônia Inicial

0. Sem dificuldades para conciliar o sono

1. Queixa-se de dificuldade ocasional para conciliar o sono, isto é, mais de meia hora

2. Queixa-se de dificuldade para conciliar o sono todas as noites

5. Insônia intermediária

0. Sem dificuldades

1. O paciente se queixa de inquietude e perturbação durante a noite

2. Acorda a noite – qualquer saída da cama marcar 2(exceto para urinar)

6. Insônia Tardia

0. Sem dificuldades

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1. Acorda de madrugada, mas volta a dormir

2. Incapaz de voltar a conciliar o sono se deixar a cama

7. Trabalho e atividades

0. Sem dificuldades

1. Pensamento e sentimentos de incapacidade, fadiga ou fraqueza relacionada a

atividades, trabalho ou passatempos

2. Perda de interesse por atividades(passatempos ou trabalho) quer diretamente

relatada pelo paciente, quer indiretamente por desatenção, indecisão e

vacilação(sente que precisa esforçar-se para o trabalho ou atividade)

3. Diminuição do tempo gasto em atividades ou queda de produtividade. No hospital,

marcar 3 se o paciente não passar ao menos 3 horas por dia em atividades externas

(trabalho hospitalar ou passatempo)

4. Parou de trabalhar devido a doença atual. No hospital, marcar 4 se o paciente não se

ocupar com outras atividades, além de pequenas tarefas do leito, ou for incapaz de

realiza-las sem ajuda.

8. Retardo (lentidão de idéias e fala; dificuldade de concentração; atividade

motora diminuída)

0. Pensamento e fala normais

1. Leve retardo a entrevista

2. Retardo óbvio a entrevista

3. Entrevista difícil

4. Estupor completo

9. Agitação

0. Nenhuma

1. Inquietude

2. Brinca com as mãos, com os cabelos, etc

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3. Mexe-se, não consegue sentar quieto

4. Torce as mãos, rói as unhas, puxa os cabelos, morde os lábios

10. Ansiedade psíquica

0. Sem dificuldades

1. Tensão e irritabilidade subjetivas

2. Preocupação com trivialidades

3. Atitude apreensiva aparente no rosto ou na fala

4. Medos expressos sem serem inquiridos

11. Ansiedade Somática

Concomitantes fisiológicos de ansiedade, tais como:

Gastrointestinais: boca seca, flatulência, indigestão, diarréia, cólicas, eructação;

Cardiovasculares: palpitações, cefaléia;

Respiratórios: hiperventilação, suspiros, freqüência urinária, sudorese

0. Ausente

1. Leve

2. Moderada

3. Grave

4. Incapacitante

12. Sintomas somáticos gastrintestinais

0. Nenhum

1. Perda de apetite, mas alimenta-se voluntariamente. Sensações de peso no abdômen

2. Dificuldades de comer se não insistirem. Solicita ou exige laxativos ou medicações

para os intestinos ou para sintomas digestivos

13. Sintomas somáticos em geral

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0. Nenhum

1. Peso nos membros, nas costas ou na cabeça. Dores nas costas, cefaléia, mialgias.

Perda de energia e cansaço

2. Qualquer sintoma bem caracterizado e nítido, marcar 2

14. Sintomas Genitais

Sintomas como perda da libido, distúrbios menstruais

0. Ausentes

1. Leves

2. Intensos

15. Hipocondria

0. Ausente

1. Auto-observação aumentada (com relação ao corpo)

2. Preocupação com a saúde

3. Queixas freqüentes, pedidos de ajudam, etc

4. Idéias delirantes hipocondríacas

16. Perda de peso (Marcar A ou B)

A – Quando avaliada pela história clínica

0. Sem perda de peso

1. Provável perda de peso associada a moléstia atual

2. Perda de peso definida ( de acordo com o paciente)

3. Não avaliada

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B- Avaliada semanalmente pelo psiquiatra responsável, quando são medidas de

alterações reais de peso

0. Menos de 0,5 kg de perda por semana

1. Mais de 0.5Kg de perda por semana

2. Mia de 1.0 Kg de perda por semana

3. Não avaliada

17. Consciência

0. Reconhece que está deprimido e doente

1. Reconhece a doença mas atribui- lhe a causa a má alimentação, ao clima, ao excesso

de trabalho, a vírus, a necessidade de repouso, etc

2. Nega estar doente

18. Variação diurna

A- Observar se os sintomas são piores pela manhã ou a tarde. Caso NÃO haja variação,

marcar ´´nenhuma``

0. Nenhuma

1. Pior de manhã

2. Pior a tarde

B. Quando presente, marcar a gravidade da variação. Marcar ´´nenhuma`` caso NÃO

haja variação

0. Nenhuma

1. Leve

2. Grave

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Nota: Caso haja variação diurna, só a contagem referente a sua gravidade (1 ou 2

pontos no item 18B) é que deve ser incluída na contagem final. O item 18 A não deve

ser computado.

19. Despersonalização e perda de noções de realidade

Tais como: sensações de irrealidade, idéias nilistas

0. Ausente

1. Leve

2. Moderadas

3. Graves

4. Incapacitantes

20. Sintomas paranóides

0. Nenhum

1. Desconfiança

2. Idéias de referência

3. Delírio de referência e perseguição

21. Sintomas obsessivos e compulsivos

0. Nenhum

1. Leves

2. Graves

Somar os pontos obtidos em todos os ítens (exceto 18)

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Contagem Total:_________0 - 62

APÊNDICE 1

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE PSICOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,______________________________________________________________________

Consinto em participar do estudo ansiedade e depressão em indivíduos pós infarto agudo

do miocárdio, que ter por objetivo analisar ansiedade e depressão após IAM, verificar o

grau de ansiedade e depressão após IAM, caracterizar os indivíduos quanto as variáveis

psicossociais.

Fui informado que será utilizado para a coleta de dados da pesquisa referente à dissertação

de mestrado da enfermeira Adriana Sanchez Pedrolo e que este estudo tem caráter

acadêmico e será coordenado pelo Prof. Dr. José Tolentino Rosa da Universidade

Metodista de São Paulo. Declaro, ainda, ter compreendido que não sofrerei nenhum tipo de

prejuízo de ordem psicológica ou física e que minha privacidade será preservada. Concordo

que os dados sejam publicados para fins acadêmicos ou científicos, desde que seja mantido

o sigilo sobre minha participação. Estou também ciente de que poderei, a qualquer

momento, comunicar minha desistência em participar do estudo.

São Paulo, _____ de ___________________ de 2005.

Apêndice 2

Caso 1:

J.l.F, 52 anos e um mês, sexo masculino, comerciante, brasileiro, casado, ensino

médio completo. Apresentou quadro de dor precordial por quatro dias, com sensações

de sufocamento, aperto, sudorese intensa e dispnéia, tempo pós IAM de uma semana.

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Antecedentes pessoais: HAS e DM há sete anos, em tratamento regular, e tabagista

há 30 anos.

Dados complementares: Refere ser muito nervoso e ter dificuldade para dormir, em

uso de lorax há 7 anos.

IDATE – Estado: 51 pontos (ansiedade elevada ou grave)

IDATE – Traço: 37 pontos (ansiedade moderada)

Escala de Hamilton: 23 pontos (depressão moderada)

Caso 2:

I.N., 57 anos e três meses, sexo masculino, metalúrgico, brasileiro, casado,

analfabeto. Iniciou quadro de dor precordial em aperto com irradiação para o dorso,

acompanhado de dispnéia, náusea e sudorese, quadro ocorreu há seis meses.

Antecedentes pessoais: HAS há 15 anos, tabagismo há 32 anos e DM há 1 ano.

Dados complementares: Atualmente refere cansaço e dor nos ossos.

IDATE – Estado: 52 pontos (ansiedade elevada ou grave)

IDATE – Traço: 53 pontos (ansiedade elevada ou grave)

Escala de Hamilton: 19 pontos (depressão moderada)

Caso 3:

T.J.S, 71 anos e dois meses, sexo feminino, aposentada, casada, analfabeta.

Apresentou quadro de dor precordial intensa do tipo facada com irradiação para o

braço esquerdo. O IAM ocorreu há 1 ano.

Antecedentes pessoais: Osteoporose e não referiu fatores de risco associados.

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Dados complementares: Refere sentir-se nervosa, muito atarefada por ter que cuidar

a casa sozinha e do marido que apresenta sequelas físicas devido um Acidente

Vascular Encefálico Isquêmico prévio.

IDATE – Estado: 60 pontos (ansiedade elevada ou grave)

IDATE – Traço: 58 pontos (ansiedade elevada ou grave)

Escala de Hamilton: 11 pontos (depressão leve)

Caso 4:

D.M, 53 anos e dois meses, sexo masculino, motorista, solteiro, ensino médio. Iniciou

quadro de dor torácica com irradiação para ambos os membros superiores, náusea e

vômito. O IAM ocorreu há três meses.

Antecedentes pessoais: Tabagista há 31anos.

Dados complementares: Paciente referiu ser muito tenso e ansioso.

Observação: refere que atualmente já acordava cansado, sem vontade de trabalhar e

achava que podia não ter mais ereção.

IDATE – Estado: 43 pontos (ansiedade moderada)

IDATE – Traço: 52 pontos (ansiedade elevada ou grave)

Escala de Hamilton: 28 pontos (depressão severa)

Caso 5:

I.R.P.G, 71 anos e sete meses, sexo feminino, aposentada, casada, ensino fundamental

incompleto. Paciente com história pregressa de IAM e HAS. Foi admitida com

quadro de dor precordial com irradiação para o membro superior esquerdo em

repouso. O IAM ocorreu há quatro meses.

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Antecedentes pessoais: IAM prévio e HAS há 20 anos.

Dados complementares: Paciente refere já ter sido submetia a tratamento

psiquiátrico anteriormente.

Observação: a paciente apresentou-se chorosa durante toda a entrevista.

IDATE – Estado: 53 pontos (ansiedade elevada ou grave)

IDATE – Traço: 49 pontos (ansiedade moderada)

Escala de Hamilton: 30 pontos (depressão severa)

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