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UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL JAQUELINE BRAGA DALLA EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR E DOS FATORES METEOROLÓGICOS NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO DO SUL Projeto de Iniciação Científica apresentado à Coordenadoria de Iniciação Científica da Universidade Municipal de São Caetano do Sul Orientadora: Prof a . Dr a . Brigitte Rieckmann Martins dos Santos 2011

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UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL

JAQUELINE BRAGA DALLA

EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR E DOS FATORES

METEOROLÓGICOS NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO

MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO DO SUL

Projeto de Iniciação Científica apresentado à

Coordenadoria de Iniciação Científica da

Universidade Municipal de São Caetano do Sul

Orientadora: Profa. Dr

a. Brigitte Rieckmann Martins dos Santos

2011

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 1

RESUMO

Introdução: A permanente exposição à poluição atmosférica tem sido responsável pela

crescente morbimortalidade decorrente de doenças respiratórias e cardiovasculares em

todas as faixas etárias. O Município de São Caetano do Sul possui vasta frota veicular,

além de expressivo parque industrial, importantes emissores de poluentes. O estudo da

relação entre poluentes e internações hospitalares por doenças respiratórias e

cardiovasculares pode contribuir para a definição de políticas públicas voltadas para a

melhoria da saúde ambiental e de sua população. Objetivos: Neste estudo, tem-se por

objetivo investigar os efeitos da poluição atmosférica e dos fatores meteorológicos na

morbidade por doenças cardiovasculares, em adultos com idade compreendida entre 45

anos e 79 anos, residentes no Município de São Caetano do Sul, através das internações

no Sistema Único de Saúde (SUS), no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010.

Métodos: Dados diários de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados

às doenças cardiovasculares (CID10 – I00 a I99), serão obtidos junto à Secretaria de

Saúde do município para análise separada de algumas doenças como Doenças

Isquêmicas (CID10 - I20 a I25), em específico o infarto agudo do miocárdio (IM)

(CID10 – I21), e Acidente Vascular Cerebral (AVC) (CID10 - I60 a I67). Os níveis

diários de monóxido de carbono (CO), ozônio (O3), dióxido de enxofre (SO2), dióxido

de nitrogênio (NO2) e material particulado (PM10) serão obtidos junto à Companhia de

Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Os dados de temperatura, umidade,

períodos de inversão térmica, pressão barométrica, intensidade e direção dos ventos

serão obtidos na CETESB como também no Instituto Astronômico e Geofísico da

Universidade de São Paulo (IAG-USP). As doenças cardiovasculares serão

consideradas variáveis dependentes e, como variáveis independentes, serão analisados

os níveis médios diários dos poluentes atmosféricos, bem como temperatura, umidade,

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 2

períodos de inversão térmica, intensidade e direção dos ventos e pressão barométrica.

Como variáveis de controle serão utilizados os dias da semana, internações por

problemas não cardiovasculares e número de dias transcorridos. Será utilizado o modelo

de regressão aditivo generalizado (GAM) para verificar a relação existente entre as

doenças cardiovasculares, poluição do ar e variáveis climáticas. Em seguida, será

calculado o risco relativo utilizando a regressão de Poisson. Por último será calculado o

aumento no número de internações para a diferença interquartil dos poluentes

significativos no modelo de regressão.

Palavras-chave: Poluição atmosférica. Doenças cardiovasculares. Promoção da saúde.

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 3

1. INTRODUÇÃO

Estudos epidemiológicos têm mostrado que os níveis de poluição são danosos à

saúde da população. Foram identificadas associações entre níveis diários de poluentes

atmosféricos e internações por doenças respiratórias na infância (CASTRO et al., 2009;

MOURA et al., 2008; MOURA et al., 2009; NASCIMENTO et al., 2006; MARCILIO

& GOUVEIA, 2007), em idosos (MARCILIO & GOUVEIA, 2007; MUÑOZ &

CARVALHO, 2009), assim como internações e mortes por doenças cardiovasculares

(PEREIRA FILHO et al., 2008; MARTINS et al., 2006; CENDON et al., 2006;

KANNA et al., 2007; BROOK et al., 2010) e efeitos perinatais (DVONCH et al.,

2009). Além das emissões veiculares, as industriais: cerâmica (QUEIROZ,

JACOMINO, MENEZES, 2007), metalúrgica (GIODA et al., 2004), petroquímica

(MORAES et al., 2010) e a queima de biomassa (BRAGA et al., 2007; LOPES &

RIBEIRO, 2006; ROSA et al., 2008; IGNOTTI et al., 2010; MASCARENHAS et al.,

2008), são apontadas como responsáveis pelo aumento de sintomas respiratórios e

internações em adultos e crianças.

As partículas ultrafinas, com diâmetro até 10µm (PM10), denominadas

partículas inaláveis, podem transportar os gases adsorvidos de sua superfície até as

porções mais profundas das vias aéreas, difundindo-se para o sistema circulatório e

contribuindo desta forma para a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares

(NEMMAR et al., 2002).

As consequências cardiovasculares dependem do tempo de exposição e da

quantidade de partículas inaladas. Segundo a literatura, as mais encontradas são: infarto

do miocárdio (KLOT et al., 2005; TONNE et al, 2007), isquemia (BROOK, 2008;

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 4

POPE et al., 2006), aterosclerose (BROOK et al., 2008; POPE et al., 2004), arritmia e

alteração dos níveis pressóricos (BROOK, 2008; FORESTIERE et al., 2005).

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Poluição atmosférica

Considera-se poluente qualquer substância presente no ar e que, pela sua

concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, à fauna e à flora ou

prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da

comunidade (CETESB, 2011).

O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias

presentes no ar. Os poluentes primários são aqueles emitidos diretamente pelas fontes

de emissão e os secundários são formados na atmosfera através da reação química entre

poluentes primários e componentes naturais da atmosfera. O índice de qualidade do ar é

uma ferramenta matemática desenvolvida para simplificar o processo da qualidade do ar

e utilizado pela CETESB desde 1981.

Os parâmetros contemplados pela estrutura da CETESB são: partículas totais em

suspensão, partículas inaláveis (MP10), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono

(CO), ozônio (O3), hidrocarbonetos e os óxidos de nitrogênio (NOx) são os poluentes

encontrados em maior quantidade e adotados universalmente como indicadores da

qualidade do ar.

As partículas inaláveis (MP10) são aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor

que 10 µm. As partículas inaláveis finas cujo (MP2,5) podem atingir os alvéolos. O

dióxido de enxofre (SO2) resulta principalmente da queima de combustíveis que contém

enxofre (óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina). É um dos principais

formadores da chuva ácida. O SO2 pode reagir com outras substâncias na atmosfera e

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 5

formar partículas de sulfato, responsáveis pela redução da visibilidade da atmosfera. O

monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro resultante da queima incompleta

de combustíveis de origem orgânica (combustíveis fósseis, biomassa, etc). É encontrado

em maior quantidade nas grandes cidades por ser emitido pelos automóveis. O ozônio

(O3) surge a partir da mistura de poluentes secundários formados pelas reações entre os

óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar. Além de

ser prejudicial à saúde, o ozônio pode provocar danos à vegetação. Os hidrocarbonetos

são gases e vapores resultantes da queima incompleta e evaporação de combustíveis e

de outros produtos orgânicos voláteis. Diversos hidrocarbonetos, como o benzeno, são

cancerígenos e mutagênicos. Os óxidos de nitrogênio (NO, NO2) formados durante

processos de combustão são encontrados principalmente nas grandes cidades. Sob ação

da luz solar, o NO se transforma em NO2 e contribui para a formação de oxidantes

fotoquímicos como o ozônio (CETESB, 2011).

Para cada poluente medido é calculado um índice do qual se obtém uma

qualificação (quadro 1), sendo que os respectivos índices podem acarretar em danos à

saúde (quadro 2), como se segue:

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 6

Quadro 1 – Qualificação do ar

Qualidade Índice MP10

(µg/m3) O3

(µg/m3) CO

(ppm) NO2

(µg/m3) SO2

(µg/m3)

Boa 0 - 50 0 - 50 0 - 80 0 - 4,5 0 - 100 0 - 80

Regular 51 - 100 50 - 150 80 - 160 4,5 - 9 100 - 320 80 - 365

Inadequada 101 - 199 150 - 250 160 - 200 9 - 15 320 - 1130 365 - 800

Má 200 - 299 250 - 420 200 - 800 15 - 30 1130 - 2260 800 - 1600

Péssima >299 >420 >800 >30 >2260 >1600

Fonte: http://www. cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/22-Padr?es-e-?ndices

Quadro 2 – Efeitos da qualidade do ar na saúde

Qualidade Índice Significado

Boa 0 - 50 Praticamente não há riscos à saúde.

Regular 51 - 100

Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas), podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço. A população, em geral, não é afetada.

Inadequada 101 - 199

Toda a população pode apresentar sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas), podem apresentar efeitos mais sérios na saúde.

Má 200 - 299

Toda a população pode apresentar agravamento dos sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta e ainda apresentar falta de ar e respiração ofegante. Efeitos ainda mais graves à saúde de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas).

Péssima

>299

Toda a população pode apresentar sérios riscos de manifestações de doenças respiratórias e cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em pessoas de grupos sensíveis.

Fonte: http://www. cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/22-Padr?es-e-?ndices

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 7

Além disso, a concentração dos poluentes relaciona-se às condições

meteorológicas. Ventos fracos, baixa altitude, inversões térmicas, particularmente

comuns no inverno paulista, favorecem os elevados índices de poluição (MOREIRA,

TIRABASSI, MORAES, 2008).

2.2 – Associação entre poluição atmosférica e doenças cardiovasculares

A poluição atmosférica, mesmo a níveis abaixo dos permitidos pelos órgãos

competentes, vem afetando de modo significativo a vida dos seres humanos, e isso pode

ser visto tanto na morbidade como na mortalidade, principalmente em duas faixas

etárias específicas, crianças e idosos (SALDIVA et al., 1995; BRAGA et al., 1999;

PEREIRA et al., 1998; SCHWARTZ, 1993).

BURNETT et al. (1997a) em Toronto, Canadá, mostraram que um aumento

equivalente ao valor interquartil de poluentes como O3, SO2 e NO2 correspondiam a

um aumento no número de internações por problemas respiratórios em 11% e por

problemas cardíacos em 13%. Já em um estudo feito em 10 grandes cidades do Canadá

(Montreal, Ottawa, Toronto, Hamilton, London, Windsor, Winnipeg, Edmonton,

Calgary e Vancouver). BURNETT et al. (1997b) encontraram uma associação

significativa entre internações por problemas cardiovasculares e NO2, SO2 e CO, sendo

que o CO é um forte preditor da taxa de internações por problemas cardíacos.

YANG et al. (1998), encontraram uma correlação positiva entre CO e

internações hospitalares por problemas cardiovasculares em Nova York.

Em Sydney, MORGAN et al. (1998), observaram que os níveis de poluentes

atmosféricos estavam associados com aumento no número de internações por problemas

respiratórios e cardíacos. Um aumento do 10th - 90th percentil de NO2, O3 e PM10

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 8

levavam a um aumento no número de internações por problemas cardíacos em 6,71%

(4,25 - 9,23), 2,45% (-0,37 -5,35) e 2,82% (0,90 - 4,77) respectivamente.

WONG et al. (1999), encontraram uma associação positiva entre internações

hospitalares em Hong Kong por doenças respiratórias, doenças cardiovasculares, doença

pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), infarto e poluentes atmosféricos (PM10, NO2, SO2

e O3), mostrando um risco maior para os idosos. A cada aumento de 10µg/m3 para cada

poluente atmosférico o risco de internações por problemas cardiovasculares foi de 1,008

(1,002 - 1,013) para o PM10 , 1,021 (1,010 - 1,032) para o SO2, 1,016 (1,009 - 1,023)

para o NO2 e 1,013 (1,004 - 1,022) para o O3.

BUADONG et al. (2009), em estudo realizado na Tailândia, encontraram uma

associação positiva entre a exposição a poluentes como o PM10 e O3 e a procura por

atendimento hospitalar por doenças cardiovasculares em idosos. A cada aumento de

10µg/m3 para cada poluente, houve um aumento na procura por atendimento hospitalar

em 0,10% (95% IC, 0,03 – 0,19) para o PM10 e em 0.50% (95% IC, 0,19 – 0,81) para o

O3.

No Brasil, no Município de São Paulo, RUMEL et al. (1993), para o período de

1989 a 1991, mostraram uma associação entre infarto do miocárdo (IM) com CO e altas

temperaturas; e entre acidente vascular cerebral (AVC) e altas temperaturas. Das

internações anuais por IM, 2,1% são devidos à poluição atmosférica e 4,9% a altas

temperaturas; das internações anuais por AVC, 2,8% foram devidas a altas

temperaturas. GOUVEIA et al (2006) encontraram resultados que indicam em termos

quantitativos o risco para um aumento no número de hospitalizações de crianças e

idosos de acordo com um aumento no nível de poluição na cidade de São Paulo. Um

aumento de 10µg/m3 no nível de PM10 teve associação com um aumento de 4,6% nas

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 9

internações por asma em crianças, de 4,3% por doença pulmonar obstrutiva crônica

(DPOC) em idosos e 1,5% por doenças isquêmicas do coração também em idosos.

NEGRETE et al. (2010) encontraram associação positiva entre o aumento de

PM10 e aumento nas internações por insuficiência cardíaca congestiva (ICC) no mesmo

dia da exposição e de maneira bifásica também após 10 a 12 dias da exposição no

município de Santo André na região do ABC Paulista. Para um aumento de 24,6 µg/m3

de PM10 observado um aumento de 3,0% (95% IC, 0,3 – 5,7) nas internações por ICC.

2.3 Município de São Caetano do Sul

O município de São Caetano do Sul localiza-se na Região Metropolitana de São

Paulo e na microrregião de São Paulo. Sua população é composta por 149.571

habitantes e área total de 15,3 km2 (IBGE, 2011). É a cidade com o melhor IDH do

Brasil (PNUD, 2011) e também com o maior PIB, à frente de capitais como Natal,

Campo Grande, Cuiabá e Florianópolis (IBGE, 2011).

São Caetano do Sul pertence à região do ABC Paulista, marcada pelo

desenvolvimento industrial e automobilístico.

O clima da cidade é subtropical. Seu verão é pouco quente e chuvoso. O inverno

é ameno e subseco.

Em 2009, o município contava com uma frota de 84.655 automóveis, 2679

caminhões, 6478 caminhonetes, 515 microônibus, 8900 motocicletas e 462 ônibus

(IBGE, 2011).

3. JUSTIFICATIVA

A permanente exposição à poluição atmosférica tem sido responsável pela

crescente morbidade e mortalidade decorrente de doenças cardiovasculares. O

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 10

Município de São Caetano do Sul, caracterizado pelo melhor IDH brasileiro, possui

vasta frota veicular, além de indústrias, que contribuem fortemente para a poluição

atmosférica. Deste modo, o estudo da relação entre poluentes e internações hospitalares

por doenças cardiovasculares pode contribuir para a definição de políticas públicas

voltadas para a redução dos poluentes e consequentemente da morbimortalidade de sua

população.

Observa-se que nos estudos apresentados n levantamento bibliográfico a ênfase

tem sido dada no efeito da poluição nas doenças cardiovasculares sem discutir o papel

que os fatores meteorológicos desempenham neste processo, o que justifica a

apresentação deste projeto de iniciação científica.

4. OBJETIVOS

O presente estudo tem como objetivo investigar a relação existente entre

poluição atmosférica e fatores meteorológicos na ocorrência de doenças

cardiovasculares em pessoas com idade compreendida ente 45 e 79 anos do Município

de São Caetano do Sul, no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010.

4.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Investigar a associação entre os fatores climáticos (temperatura, umidade, pressão

barométrica, intensidade e direção do vento) e as internações por problemas

cardiovasculares, por faixa etária a partir de 45 anos, e, em específico para doenças

isquêmicas, infarto do miocárdio (IM) e acidente vascular cerebral (AVC).

• Investigar a associação entre os poluentes atmosféricos (PM10

, CO, SO2, NO

2 e O

3 )

e as internações por problemas cardiovasculares, por faixa etária a partir de 45 anos,

e, em específico por doenças isquêmicas, IM e AVC.

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 11

• Investigar a associação entre os fatores climáticos (temperatura, umidade, pressão

barométrica, intensidade e direção do vento) e os poluentes atmosféricos (PM10

, CO,

SO2, NO

2 e O

3).

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este projeto é um estudo do tipo ecológico de séries temporais. A unidade de

observação é um grupo de indivíduos (dados agregados), pois a exposição individual é

difícil de ser medida (ROTHMAN, 1993; ROTHMAN & GREELAND, 1998;

MORGENSTERN, 1995). Esse grupo de indivíduos é, geralmente, definido por uma

área geográfica, como por exemplo, a população de um estado, ou uma cidade ou,

mesmo, de um bairro.

5.1 Dados de morbidade

O número de internações diárias por doenças cardiovasculares no Sistema Único

de Saúde (SUS) serão obtidos através da Secretaria de Saúde do município de São

Caetano do Sul, referentes ao período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010, para a

população com idade compreendida entre 45 e 79 anos.

As doenças serão codificadas de acordo com a Classificação Internacional de

Doenças (CID) – 10ª Revisão. Serão incluídos no estudo as internações hospitalares por

doenças cardiovasculares (CID 10 - I00 a I99), e por doenças específicas como as

doenças isquêmicas (CID 9a : 410 - 429, CID 10a : I20 - I25), o infarto agudo do

miocárdio (CID 9a : 410, CID 10a : I21-I21.9) e doenças cerebrovasculares (CID 9a :

430 - 436, CID 10a : I60 - I67).

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 12

5.2 – Dados de poluição atmosférica, temperatura e umidade

Os níveis médios diários dos poluentes atmosféricos (CO, O3, PM10, NO2, SO2)

e os dados de inversão térmica serão obtidos junto a CETESB. A CETESB dispõe de 13

estações fixas na cidade de São Paulo. Apenas as estações do Parque D. Pedro, Moóca e

Congonhas medem todos os poluentes, sendo que as demais medem somente alguns

deles (CETESB, 2011).

Serão obtidos os valores médios diários de temperatura, umidade relativa do ar,

pressão barométrica, intensidade e direção dos ventos na CETESB e no IAG-USP. Será

utilizada a temperatura mínima e máxima e para a umidade a média diária.

Os critérios para o cálculo dos níveis médios dos poluentes atmosféricos será o

mesmo que o utilizado pela CETESB e divulgado em seus relatórios de qualidade do ar,

a saber:

• Critérios de Representatividade para a Rede Automática:

� Para a média diária é necessário que tenha a medição de dados de, no

mínimo, 16 horas no dia.

� Para média horária é necessário que tenham sido medidas 3/4 das médias

válidas na hora.

• Forma de cálculo para os valores diários dos poluentes por estação da CETESB:

� Para o PM10 e SO2 será considerada a média de 24 horas.

� Para o CO será considerada a média móvel de 8 horas (este dado já foi

fornecido em termos de média móvel de 8 horas por estação, não

necessitando ser calculado).

� Para o O3 e NO2 será considerada a maior média horária diária.

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 13

Após o cálculo dos valores médios diários por estação, serão calculadas as

médias diárias dos poluentes atmosféricos, considerando todas as estações que medem

cada poluente estudado.

Os dados de temperatura, umidade, pressão barométrica, inversão térmica,

intensidade e direção dos ventos serão fornecidos em valores diários, já em Excel.

5.3 – Análise estatística

Modelos aditivos generalizados (GAM) de regressão de Poisson serão utilizados

para estimar o logarítimo do número esperado de admissões hospitalares por doenças

cardiovasculares como sendo a soma de funções lineares e de alisamento das variáveis

independentes. Será feito um modelo de regressão para todas as doenças

cardiovasculares, e, separadamente, para AVC, doenças isquêmicas e infarto agudo do

miocárdio (IM).

As variáveis independentes serão os níveis médios diários dos poluentes (CO,

NO2, SO2, PM10, O3) e os fatores meteorológicos (temperatura, umidade, pressão

barométrica, intensidade e direção do vento). Serão utilizadas como variáveis de

controle para sazonalidade de curta duração os dias da semana (1 - Domingo, 2 -

Segunda-feira, 3 - Terça-feira, 4 - Quarta-feira, 5 - Quinta-feira, 6 - Sexta-feira, 7 -

Sábado) e para sazonalidade de longa duração o número de dias transcorridos ( t = 1, 2,

....,N; onde N é o último dia da série). Para controlar possíveis problemas nas

internações no SUS para o período de estudo, tais como greve de funcionários,

problemas de transporte público ou algum outro que impedisse o acesso da população a

este serviço, influindo no número de internações por doenças cardiovasculares, será

considerada como variável de controle o número de internações por problemas não

cardiovasculares (NCV), conforme recomendado por BRAGA (1999).

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 14

Geralmente, dados de contagem apresentam algumas peculiaridades e podem ser

descritos como um processo de Poisson. São eventos raros, ocorrem de forma

independente e aleatória, com valores inteiros e não negativos, distribuídos em períodos

de tempo fixos. O modelo de regressão de Poisson é definido por:

ln λλλλt = αααα + ∑=

m

i 1

ββββiXit

onde: ln λλλλt é o logarítmo natural da variável dependente (doenças cardiovasculares,

doenças isquêmicas, IM, AVC), Xit são as variáveis independentes e αααα e ββββi são os

parâmetros a serem estimados.

O risco relativo (RR) será estimado, e sua fórmula é dada por eββββ, será também

calculado o intervalo de confiança (IC95%) para o RR.

Será estimado o efeito do acréscimo no número de internações hospitalares,

dependendo do aumento nos níveis de poluição do ar utilizando-se a diferença

interquartil do poluente estatisticamente significativo no modelo de regressão, através

da fórmula:

(e(ββββ*∆∆∆∆poluente) - 1) * 100

onde ∆poluente é o valor do poluente no 3° quartil (25% dos dias mais poluídos) menos

o valor do poluente no 1° quartil (25% dos dias menos poluídos).

Será avaliado o efeito dose-resposta dos poluentes significativos obtidos no

modelo de regressão. Os valores das variáveis significativas serão divididos em quintis

de níveis de concentrações e reanalisados através do modelo de regressão de Poisson.

Para se testar o efeito dose-resposta das concentrações crescentes dos poluentes na

variável dependente, será utilizado o teste qui-quadrado para tendência linear.

O efeito dos fatores meteorológicos nos poluentes também será avaliado através

do GAM. Serão estimados 5 (cinco) modelos, um para cada poluente, considerando o

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 15

poluente como variável dependente e os fatores meteorológicos como variáveis

independentes.

Para a análise dos dados serão utilizados pacotes estatísticos, como: o SPSS for

windows versão 17.0 e SPLUS for windows versão 4.0.

5.4 - Análise do risco

O projeto "Efeitos da poluição do ar e dos fatores meteorológicos nas

doenças cardiovasculares na cidade de São Caetano do Sul" é um estudo

retrospectivo, com dados de faturamento hospitalar, para a determinação da contagem

do número de internações por problemas cardiovasculares, utilizando, assim, dados

secundários fornecidos pelo município.

Este protocolo de prevê a coleta de dados em prontuários dos pacientes

hospitalizados no período compreendido entre janeiro de 2009 a dezembro de 2010.

Sabe-se que o prontuário médico é um documento do paciente e somente a ele cabe

autorizar seu uso no hospital. No entanto, é possível que alguns destes pacientes tenham

evoluído para óbito decorrente da doença cardiovascular, o que dificultará a obtenção

do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Sendo assim, os pesquisadores envolvidos solicitam a dispensa da apresentação

do TCLE e posterior obtenção da assinatura junto aos sujeitos da pesquisa.

Os dados pessoais oriundos do levantamento junto aos prontuários serão

utilizados apenas para os fins propostos neste protocolo, de acordo com a Resolução

196/96 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011).

Este estudo contribuirá para a definição de políticas públicas que melhorem a

qualidade do ar do Município de São Caetano do Sul, visando a redução do risco de

morbimortalidade de sua população.

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 16

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, A.L.F.; CONCEIÇÃO, G.M.S.; PEREIRA, L.A.A.; KISHI, H.S.; PEREIRA,

J.C.R.; ANDRADE, M.F.; GONÇALVES, F.L.T.; SALDIVA, P.H.N., LATORRE,

M.R.D.O. Air pollution and pediatric respiratory hospital admissions in São Paulo,

Brazil. J. Environ. Med., v.1, p.95-102,1999.

BRAGA, A.L.F.; PEREIRA, L.A.A.; PROCÓPIO, M.; ANDRÉ, P.A.; SALDIVA,

P.H.N. Associação entre poluição atmosférica e doenças cardiovasculares na cidade

de Itabira, Minas Ferais, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 23, suppl 4., p.S570-S578,

2007.

BRASIL. Resolução 196 de 10 de outubro de 1996. Estabelece as diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Ministério da Saúde,

Conselho Nacional de Saúde, MS/CNS, 10 de outubro de 1996. Disponível em:

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7. CRONOGRAMA

ATIVIDADE 2011 2012

S O N D J F M A M J J A

1. Coleta de dados

2. Tabulação dos dados e análise estatística

3. Levantamento bibliográfico

4. Elaboração de relatórios

5. Redação do artigo científico

8. CUSTOS

Os custos para do desenvolvimento ficará a cargo dos autores.

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 24

ANEXO

Efeitos da poluição do ar e fatores meteorológicos em doenças cardiovasculares Página 25

UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL

São Caetano do Sul, 20 de maio de 2011

Exma Sra

Dra Viviane Torres

Presidente do Centro de Estudos

Complexo Hospitalar de São Caetano do Sul

São Caetano do Sul - SP

Prezada Doutora Viviane,

vimos por meio deste solicitar sua autorização para a coleta de dados junto aos

prontuários dos pacientes internados por doenças cardiovasculares no período

compreendido entre janeiro 2009 e dezembro de 2010 para uso no estudo intitulado

“Efeitos da poluição do ar e dos fatores meteorológicos nas doenças

cardiovasculares no Município de São Caetano do Sul”, cujo projeto encontra-se em

anexo.

Informamos que não haverão custos para a Instituição.

A partir deste estudo poderão ser definidas políticas públicas que visem a

melhora da qualidade do ar e consequentemente a redução de internações e mortes da

população.

Esclarecemos, também, que tal autorização é uma pré-condição bioética para a

execução de qualquer estudo envolvendo seres humanos, sob qualquer forma ou

dimensão, em consonância com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Agradecemos antecipadamente seu apoio e compreensão, certos de sua

colaboração para o desenvolvimento da pesquisa neste município,

Atenciosamente,

____________________________________

Profa Dra Brigitte Rieckmann Martins dos Santos

Docente – Universidade Municipal de São Caetano do Sul