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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ELISANGELA TELES HIGUCHI APLICAÇÃO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS NA PREVISÃO DE DEMANDA POR TRANSPORTE COLETIVO NA CIDADE DE CURITIBA CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ELISANGELA TELES HIGUCHI

APLICAÇÃO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS NA PREVISÃO DE

DEMANDA POR TRANSPORTE COLETIVO NA CIDADE DE

CURITIBA

CURITIBA

2014

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ELISANGELA TELES HIGUCHI

APLICAÇÃO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS NA PREVISÃO DE

DEMANDA POR TRANSPORTE COLETIVO NA CIDADE DE

CURITIBA

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Tuiuti do Paraná como parte integrante dos requisitos para a obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Amaro Furtado Neto.

CURITIBA

2014

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RESUMO

O presente trabalho aplica a técnica de Redes Neurais Artificiais à previsão de demanda por transporte coletivo na cidade de Curitiba. Pretende-se desenvolver uma rede neural, através do software MATLAB, capaz de estabelecer relação entre a demanda por transporte coletivo e as variáveis socioeconômicas que a afetam. Foram definidos dois conjuntos de dados para treinamento da rede, o primeiro utilizou todos os padrões de entrada no treinamento, enquanto que o segundo utilizou 2/3 para treinamento e 1/3 para teste. Cada conjunto foi submetido a situações de 100, 400 e 700 iterações, com 5, 10 e 15 neurônios na camada intermediária, assim foi possível encontrar uma arquitetura ótima ao problema. A análise das respostas das redes permitiu inferir que o erro máximo para este problema foi de 3,97%, valor inferior aos erros obtidos com outros métodos. Os resultados indicam que o método pode ser eficiente na resolução deste problema, desde que se obtenham estimativas confiáveis das variáveis socioeconômicas.

Palavras-chave: Rede Neural Artificial, transporte coletivo, demanda, MATLAB.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 – COMPONENTES DO NEURÔNIO BIOLÓGICO ............................. 11

FIGURA 2.2 – NEURÔNIO ARTIFICIAL .................................................................. 14

FIGURA 2.3 – EXEMPLOS DE FUNÇÕES DE ATIVAÇÃO ................................... 15

FIGURA 2.4 – EXEMPLO DE ESTRUTURA DE REDE NEURAL ......................... 16

FIGURA 2.5 – PRINCIPAIS ESTRUTURAS DE REDES.......................................... 17

FIGURA 2.6 – PRINCIPAIS MODOS DE TREINAMENTO DE UMA REDE ........ 19

FIGURA 2.7 – CLASSIFICAÇÃO DE DOIS PADRÕES ATRAVÉS DE UMA

REDE MULTICAMADAS ........................................................................................... 20

FIGURA 2.8 – REDE PERCEPTRON MULTICAMADAS ........................................ 21

FIGURA 2.9 – CÍRCULO VICIOSO DO AUTOMÓVEL E TRANSPORTE

COLETIVO POR ÔNIBUS .......................................................................................... 27

FIGURA 3.1 – REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE DE CURITIBA ................ 35

FIGURA 3.2 – MUNICÍPIOS DA RIT ......................................................................... 37

FIGURA 3.3 – GRÁFICOS DOS DADOS CONSOLIDADOS .................................. 40

FIGURA 3.4 – GRÁFICO DA FUNÇÃO SENO ......................................................... 44

FIGURA 3.5 – GRÁFICO RESPOSTA DA REDE SEM TREINAMENTO .............. 45

FIGURA 3.6 – GRÁFICO RESPOSTA DA REDE COM 100 ITERAÇÕES ............. 46

FIGURA 3.7 – GRÁFICO RESPOSTA DA REDE COM 1000 ITERAÇÕES ........... 47

FIGURA 4.1 – GRÁFICO DE DESEMPENHO DA REDE ........................................ 52

FIGURA 4.2 – GRÁFICOS COMPARATIVOS DOS RESULTADOS ...................... 54

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 2.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS MODOS DE TRANSPORTE URBANO

DE PASSAGEIROS ...................................................................................................... 26

QUADRO 2.2 – MODELOS DE PREVISÃO DE DEMANDA .................................. 30

QUADRO 3.1 – ALTERAÇÕES NA RIT .................................................................... 38

QUADRO 3.2 – DADOS CONSOLIDADOS .............................................................. 40

QUADRO 4.1 – RESULTADO DO CONJUNTO 1 .................................................... 49

QUADRO 4.2 – RESULTADO DO CONJUNTO 2 .................................................... 50

QUADRO 4.3 – ARQUITETURA ÓTIMA CONJUNTO 1 ........................................ 53

QUADRO 4.4 – ARQUITETURA ÓTIMA CONJUNTO 2 ........................................ 53

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................7

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................................7

1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................8

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................8

1.2.2 Objetivo Específico ........................................................................................................8

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................9

2.1 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS ....................................................................................9

2.1.1 Introdução .......................................................................................................................9

2.1.2 Inspiração Biológica .....................................................................................................10

2.1.3 Histórico .......................................................................................................................11

2.1.4 Modelo Artificial ..........................................................................................................13

2.1.5 Estrutura e Treinamento da Rede Neural .....................................................................16

2.1.6 Perceptron Multicamadas ............................................................................................19

2.1.7 O Algoritmo Backpropagation .....................................................................................22

2.2 PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES ......................................................................24

2.2.1 Introdução .....................................................................................................................24

2.2.2 Transporte Urbano ........................................................................................................25

2.2.3 Demanda por Transportes .............................................................................................27

2.2.4 Previsão de Demanda por Transportes .........................................................................28

2.2.5 Modelos de Previsão de Demanda por Transportes .....................................................29

2.2.5.1 Modelos Convencionais ............................................................................................30

2.2.5.2 Modelos Desagregados ..............................................................................................31

2.2.5.3 Modelos Baseados em Novas Tecnologias ...............................................................32

3. MÉTODO E ESTUDO DE CASO .................................................................................33

3.1 PLANEJAMENTO URBANO E O TRANSPORTE COLETIVO DE CURITIBA ......33

3.2 OBTENÇÃO DOS DADOS ............................................................................................38

3.2.1 Dados Operacionais da URBS ......................................................................................38

3.2.2 Dados Socioeconômicos ...............................................................................................39

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3.3 REDES NEURAIS NO MATLAB .................................................................................41

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................................48

4.1 APLICAÇÃO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS ....................................................48

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS .....................................................................................50

5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................56

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 58

APÊNDICES .....................................................................................................................................61

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CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O Plano Diretor de uma cidade é um instrumento básico para o

desenvolvimento, seu principal objetivo é induzir a atuação do poder público e da

iniciativa privada na construção dos espaços urbanos e na oferta dos serviços públicos

essenciais, visando assegurar melhores condições de vida à população e promovendo

um crescimento ordenado da cidade.

O Sistema de Transporte Coletivo de Passageiros deriva do Plano Diretor e é

de extrema importância para o desenvolvimento econômico e social da cidade, pois é

responsável pela interligação da população dos pontos de residência aos locais de

trabalho e de lazer.

A ineficiência deste sistema leva a congestionamentos com altos custos

sociais, o transporte coletivo torna-se mais lento e menos confiável, reduzindo sua

demanda e sua receita. São necessários mais veículos para suprir a demanda pelo

serviço e os custos aumentam. A população de baixa renda é prejudicada, pois tem este

modo como a única opção de deslocamento e aqueles que podem transferem-se para o

transporte individual, aumentando o congestionamento e alimentando um círculo

vicioso.

Segundo a URBS - Urbanização de Curitiba S/A, a primeira regulamentação

do serviço de Transporte Coletivo de passageiros em Curitiba ocorreu em 1955,

quando a cidade era atendida por 50 ônibus e 80 lotações. Hoje a URBS possui uma

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frota de 1945 ônibus que operam em 14 Municípios integrados através da RIT - Rede

Integrada de Transporte, atendendo a população de Curitiba e Região Metropolitana.

A URBS é uma empresa municipal de economia mista, em que a maioria

absoluta das ações pertence à PMC – Prefeitura Municipal de Curitiba, sua

responsabilidade é o planejamento, a regulação, o gerenciamento, a operação e a

fiscalização que envolve o serviço público de transporte coletivo da cidade.

Segundo Campos Filho (1992, apud LEMES, 2005), a implantação e operação

dos Sistemas de Transporte Coletivo são hoje uns dos grandes problemas urbanos do

país. Neste contexto, o presente trabalho apresenta um estudo do Sistema de

Transporte Coletivo da cidade de Curitiba, analisa dados socioeconômicos e

operacionais e aplica a técnica de RNA - Redes Neurais Artificiais à previsão da

demanda, utilizando para isso o software MATLAB.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é desenvolver uma Rede

Neural Artificial, através do software MATLAB, que consiga estabelecer relação entre

a demanda por transporte coletivo e as principais variáveis socioeconômicas que a

afetam. Assim, obter uma ferramenta para a previsão da demanda em diferentes

cenários futuros da cidade de Curitiba.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Coletar dados de operação da URBS do maior período histórico possível

(passageiros transportados e cidades pertencentes à RIT).

• Coletar dados das variáveis socioeconômicas dos municípios que

integram a RIT (população, PIB per capita e frota).

• Construir e treinar uma RNA utilizando o software MATLAB.

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CAPÍTULO II

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

2.1.1 Introdução

Segundo Marchiori (2006) e Rohn (2002), a inteligência do ser humano tem

sido amplamente investigada por pesquisadores. O cérebro é o órgão principal onde se

localiza a inteligência, dentro dele encontram-se entidades básicas chamadas de

neurônios, por sua vez, estas unidades interconectadas em redes permitem a troca de

informação, criando a inteligência biológica. É natural a ambição dos pesquisadores

em desenvolver e implementar, em um computador, modelos que reproduzam as

capacidades naturais do cérebro humano, assim transformando as Redes Neurais

Biológicas em Redes Neurais Artificiais.

Por definição “Redes Neurais Artificiais são técnicas computacionais que

apresentam um modelo matemático inspirado na estrutura neural de organismos

inteligentes e que adquirem conhecimento através da experiência” (MENDES FILHO,

2000, apud RAIA, 2000).

Marchiori (2006) afirma que houve uma proliferação, nos últimos anos, de

aplicações de Redes Neurais Artificiais na resolução de problemas variados, isso

porque esta técnica é bastante apropriada para resolver problemas complexos. A

exemplo cita-se a aplicação de RNA na solução de problemas de reconhecimento de

padrão, otimização combinatorial, modelagem de sistemas, representação de

conhecimento, aproximação de funções, diagnóstico e classificação, monitoramento e

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controle, processamento de voz e imagem, recuperação de informações, previsão,

diagnósticos médicos, composição musical, etc.

2.1.2 Inspiração Biológica

Marchiori (2006) resume as principais características do cérebro humano que

o capacitam a um comportamento inteligente, tais características são simuladas em

uma Rede Neural Artificial e são apresentadas a seguir:

• Robustez e tolerância a falhas: a eliminação de alguns neurônios não afeta a

funcionalidade global.

• Capacidade de aprendizagem: o cérebro é capaz de aprender novas tarefas

que nunca foram executadas antes.

• Processamento de informação incerta: mesmo que a informação fornecida

esteja incompleta, afetada por ruído ou parcialmente contraditória, um raciocínio

correto é possível.

• Paralelismo: um imenso número de neurônios está ativo ao mesmo tempo.

Não existe a restrição de um processador que obrigatoriamente trabalhe uma instrução

após a outra.

O neurônio é uma célula com núcleo e corpo celular, conforme ilustrado na

figura 2.1, nela ocorrem reações químicas e elétricas que representam o processamento

de informação. A saída da informação do corpo celular e transmissão aos neurônios

vizinhos são realizadas por impulsos elétricos que se propagam através do axônio e

chegam ao dentrito do neurônio receptor. Esta ligação entre neurônios é chamada de

sinapse (PABST, 2006).

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FIGURA 2.1 – COMPONENTES DO NEURÔNIO BIOLÓGICO

FONTE: MENDES, 1998, apud ROHN, 2002.

Portanto, “a Rede Neural Artificial assemelha-se com o cérebro em dois

aspectos: o conhecimento é adquirido pela rede, através de um processo de

treinamento ou aprendizado; e as conexões entre os neurônios, conhecidos como pesos

sinápticos, são usados para armazenar o conhecimento” (MARCHIORI, 2006).

Segundo Bocanegra (2002), a grande vantagem da técnica é o fato de não

necessitar de conhecimentos de especialistas na tomada de decisão, pois as Redes

Neurais Artificiais se baseiam unicamente nos exemplos que lhes são apresentados.

2.1.3 Histórico

Em 1943 surge o primeiro neurônio artificial, fruto de estudos publicados pelo

neurofisiologista McCulloch e pelo matemático Pitts. Neste trabalho eles propunham

uma modelagem do neurônio artificial simulando o comportamento do neurônio

biológico e propiciaram um rápido interesse de pesquisadores famosos por modelos

neurais (BOCANEGRA, 2002; HAYKIN, 1994 e MENDES FILHO & CARVALHO,

1997, apud MARCHORI, 2006).

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Rohn (2002) descreve que, na mesma época, o psicólogo Donald Hebb

descobriu a base de aprendizado nas redes neurais biológicas, explicando o que ocorre

a nível celular durante o processo. A lei de aprendizagem de Hebb diz que se um

neurônio A é repetidamente estimulado por outro neurônio B, ele ficará mais sensível

aos estímulos de B e a conexão sináptica de B para A ocorrerá de maneira mais

eficiente, desse modo, B achará mais fácil estimular A para produzir uma saída.

Na década de 50, Rosenblatt desenvolveu o Perceptron, estrutura neural mais

empregada na literatura, que consiste em uma metodologia pela qual a rede poderia

passar por um processo de aprendizagem. Nesse modelo, os neurônios estão

organizados em camada de entrada e saída, e os pesos das conexões são adaptados a

fim de se atingir a eficiência sináptica (RAIA, 2000; TUTORIAL, 2005, apud

MARCHIORI, 2006).

De acordo com Pabst (2006): “devido à profundidade de seus estudos e de

suas contribuições técnicas, Rosenblatt é visto como o fundador da neuro computação

na forma em que a temos hoje”.

Widrow e Hoff desenvolveram em 1960 a rede ADALINE (ADAptive LInear

NEtwork) e a rede MADALINE (Many ADALINE), que utilizava saídas analógicas ou

invés das binárias originalmente propostas por McCulloch e Pitts (BOCANEGRA,

2002).

Segundo Rohn (2002), entre as décadas de 60 e 70, poucas pesquisas foram

publicadas sobre o assunto, fato ocorrido devido à força de um estudo de Minsky e

Papert, em que criticavam seriamente a aplicação do Perceptron de única camada, o

que provocou uma retração no investimento e nos programas de pesquisa para esta

tecnologia.

Novos estudos sobre Redes Neurais Artificiais só voltaram a acontecer na

década de 80, quando alguns problemas da rede Perceptron começaram a ser

resolvidos com a utilização de novos modelos. Em 1982, o físico e biólogo Hopfield

apresentou um modelo computacional neural baseado em muitos elementos de

processamento interconectados, permitindo que todos os pesos da Rede Neural possam

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ser adaptados pelo algoritmo de retropropagação. Em 1986, Rumelhart e Cols

desenvolveram o algoritmo Backpropagation, que permitiu que Redes Neurais

Artificiais com múltiplas camadas apresentassem capacidade de aprendizado em

problemas não lineares, levando esta técnica a um novo estágio de pesquisa

(MARCHIORI, 2006; PABST, 2006; RAIA 2000; ROHN, 2002).

2.1.4 Modelo Artificial

O cérebro humano é composto por bilhões de neurônios, de maneira análoga, a

Rede Neural Artificial também deve ser formada por unidades que simulam o

funcionamento do neurônio biológico. Estas unidades devem funcionar de acordo com

os elementos em que foram inspirados, recebendo e retransmitindo informações

(MARCHIORI, 2006).

O neurônio artificial, figura 2.2, é entendido como uma unidade de

processamento, o qual recebe n entradas (estímulos) xj, transformando-as em saída yi.

As conexões entre neurônios procuram simular as conexões sinápticas biológicas

através de uma variável peso wij, que determina a intensidade de cada entrada. A

função soma acumula os dados recebidos de forma ponderada, resultando num

potencial de ativação (TUBB, 1993, apud BOCANEGRA, 2002; MARCHIORI, 2006;

ROHN, 2002).

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FIGURA 2.2 – NEURÔNIO ARTIFICIAL

FONTE: MARCHIORI, 2006.

Quando o potencial de ativação tem valor superior a um limiar de disparo pré-

estabelecido, µ i, o neurônio produz um sinal de saída de valor igual a 1. Se a ativação é

inferior ao limiar, então a saída gerada tem valor 0. Essa saída será enviada aos demais

neurônios (MARCHIORI, 2006).

Segundo Steiner (1999), apud Pabst (2006), o papel de µ, também chamado de

bias ou vício, é aumentar o número de graus de liberdade disponíveis no modelo,

permitindo que a Rede Neural tenha maior capacidade de se ajustar ao conhecimento a

ela fornecido.

Matematicamente, a saída de um neurônio i pode ser descrito pela equação 2.1

(KARTALOPOULOS, 1996, apud MARCHIORI, 2006):

(2.1)

Onde:

t : instante de tempo em que são observadas as entradas;

wij : peso da conexão de entrada j;

xj : valor da entrada da célula j;

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µ i : limiar de disparo ou bias desta célula;

f : função de ativação degrau definida por:

(2.2)

A função de ativação f serve como uma avaliação dos valores de saída dos

neurônios, restringindo a amplitude dos mesmos, pode ser basicamente dos três tipos

apresentados na figura 2.3 (HAYKIN, 2001, apud AGUIAR, 2004).

FIGURA 2.3 – EXEMPLOS DE FUNÇÕES DE ATIVAÇÃO

FONTE: MARCHIORI, 2006.

Onde:

k : constante qualquer;

λ : inclinação da função sigmoidal;

(a) : função linear por partes;

(b) : função passo;

(c) : função sigmoidal.

As funções do tipo passo são apropriadas a dados binários, enquanto que as

funções sigmoidais podem ser empregadas tanto para dados analógicos como binários.

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Além disso, as funções sigmoidais apresentam adicionalmente a vantagem de serem

diferenciáveis em todos os pontos (KARTALOPOULOS, 1996, apud MARCHIORI,

2006).

2.1.5 Estrutura e Treinamento da Rede Neural

A combinação de diversos neurônios, organizados geralmente em camadas, é

chamada de Rede Neural. A camada de entrada tem a função de armazenar a

informação de entrada e repassá-la a camada seguinte. Algumas redes possuem

camadas escondidas, também chamadas de camadas intermediárias ou ocultas, estas

camadas, por sua vez, são responsáveis pela detecção e captura das características

relevantes dos dados e por realizar um complexo mapeamento não linear entre as

variáveis de entrada e saída (ROHN, 2002).

A figura 2.4 ilustra um exemplo de estrutura de Rede Neural.

FIGURA 2.4 – EXEMPLO DE ESTRUTURA DE REDE NEURAL

FONTE: MENDES, 1998, apud ROHN, 2002.

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Segundo Bocanegra (2002), as Redes Neurais podem ser classificadas em dois

tipos quanto a sua estrutura:

• Redes Neurais Recorrentes – são redes que contém laços de realimentação,

ou seja, contém conexões das saídas de uma determinada camada para a entrada da

mesma ou de camadas anteriores.

• Redes Neurais Não-recorrentes – são aquelas dispostas em camadas, onde

cada camada recebe sinais somente das camadas anteriores, ou seja, não possuem

realimentação.

Marchiori (2006) afirma que as redes que possuem uma estrutura recorrente,

feedback (b), desenvolvem uma memória nos neurônios internos, ao contrário das

redes não recorrentes, feedforward (a), que não possuem memória, sendo que, sua

saída é exclusivamente determinada em função da entrada e dos valores dos pesos. Os

dois tipos de redes descritos são ilustrados na figura 2.5.

FIGURA 2.5 – PRINCIPAIS ESTRUTURAS DE REDES

FONTE: MARCHIORI, 2006.

De todas as características interessantes das Redes Neurais Artificiais, a

capacidade de aprendizado é, com certeza, a que mais se aproxima da capacidade

humana. Ela aprende através de exemplos, os pesos de suas conexões são ajustados, de

forma iterativa, de acordo com a apresentação dos padrões. Portanto, a Rede Neural

passa por um processo de treinamento a partir de casos reais conhecidos, extraindo

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regras básicas, diferindo da computação programada, em que é necessário um conjunto

de regras pré-fixadas e algoritmos (BOCANEGRA, 2002; MARCHIORI, 2006).

Segundo Braga e Brondino (1998 e 1999, apud RAIA, 2000), as redes podem

se diferenciar tanto pela forma com que seus pesos são atualizados (Algoritmo de

Treinamento), tanto quanto pela maneira de se relacionar com o ambiente (Paradigmas

de Treinamento). Nesse contexto, são apresentados abaixo os principais Paradigmas de

Treinamento:

• Treinamento Supervisionado - consiste na apresentação a rede de um

conjunto de entradas acompanhadas de suas respectivas saídas. O ajuste dos pesos das

conexões é feito de forma a minimizar o erro, função da diferença entre saída desejada

e aquela fornecida pela rede.

• Treinamento Não Supervisionado - consiste na apresentação de apenas um

conjunto de entradas. O ajuste de pesos é feito de forma a extrair regularidades e

correlações para agrupar os dados em classes.

• Treinamento Híbrido - parte dos pesos é ajustada através do treinamento

supervisionado, enquanto outras são obtidas através de treinamento não

supervisionado.

A figura 2.6 ilustra os Paradigmas de Treinamentos mencionados.

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FIGURA 2.6 – PRINCIPAIS MODOS DE TREINAMENTO DE UMA REDE

(a) Treinamento supervisionado; (b) Treinamento não supervisionado.

FONTE: MARCHIORI, 2006.

2.1.6 Perceptron Multicamadas

Conforme já mencionado, a rede Perceptron, constituída de apenas duas

camadas (uma de entrada e outra de saída), consegue classificar apenas padrões

linearmente separáveis. Diante deste problema, a solução foi agrupar mais de um

Perceptron, criando assim a rede Perceptron Multicamadas. Esta rede é empregada

para distinguir seções linearmente separáveis da entrada, possibilitando sua aplicação a

problemas não lineares (RAIA, 2000), situação esta ilustrada na figura 2.7.

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FIGURA 2.7 – CLASSIFICAÇÃO DE DOIS PADRÕES ATRAVÉS DE UMA

REDE MULTICAMADAS

FONTE: RAIA, 2000.

De acordo com Cybenko (1988, apud AGUIAR, 2004), foi provado que “uma

rede Multilayer Perceptron (MPL), com uma camada intermediária de neurônios, seria

suficiente para aproximar qualquer função contínua, ao passo que 2 (duas) camadas

intermediárias seriam suficientes para aproximar quaisquer funções matemáticas,

continuas ou não”.

Segundo Bocanegra (2002), as arquiteturas do tipo Perceptron Multicamadas

são os modelos neurais artificiais mais utilizados e conhecidos atualmente. Nesse tipo

de rede os sinais de entrada são propagados camada a camada na direção positiva, ou

seja, da entrada para a saída. A figura 2.8 apresenta um exemplo de arquitetura de

Perceptron Multicamadas com uma camada intermediária.

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FIGURA 2.8 – REDE PERCEPTRON MULTICAMADAS

FONTE: BOCANEGRA, 2002.

O treinamento dessa rede é do tipo Supervisionado e utiliza geralmente o

algoritmo chamado de Retropropagação ou Backpropagation. Este algoritmo é

baseado numa regra de aprendizagem que corrige o erro durante o treinamento e será

apresentado na próxima seção deste trabalho (HAYKIN, 1994, apud BOCANEGRA,

2002).

Segundo Raia (2000), quando um padrão é apresentado a rede pela primeira

vez, este produz uma saída aleatória, isso ocorre porque os pesos iniciais são gerados

aleatoriamente. A diferença entre esta saída e a desejada constitui o erro. Com a

finalidade de minimizar este erro, aplica-se um algoritmo de treinamento, que ajusta o

valor dos pesos de maneira iterativa. O algoritmo backpropagation proporciona que os

pesos da camada de saída sejam os primeiros a serem ajustados e, posteriormente, os

pesos das demais camadas, de trás para frente.

Com relação ao tamanho da rede, Rohn (2002) alerta que, se a rede é muito

pequena, pode ter graus de liberdade insuficientes para capturar completamente todas

as relações inerentes aos dados. Por outro lado, se a rede é grande demais, ela pode

perder sua capacidade de generalização, memorizando eventos dos dados de

treinamento, fenômeno chamado de overfitting. A arquitetura ótima é encontrada

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através de um processo de tentativa e erro, que por vezes pode levar um tempo

considerável.

Ainda segundo a mesma fonte, alguns autores alertam contra a utilização de

mais de duas camadas escondidas, porque acreditam que quanto mais camadas

escondidas existirem, maiores também serão os erros, que vão se propagando.

Com relação ao número de neurônios nas camadas, Eberhart e Dobbins (1990,

apud AGUIAR, 2004) propõem que “o número de neurônios na camada intermediária

é igual à raiz quadrada da quantidade de neurônios na camada de entrada somado com

o número de neurônios da camada de saída”.

2.1.7 O Algoritmo Backpropagation

Segundo Pabst (2006), o comportamento de cada neurônio da rede pode ser

modelado por funções matemáticas simples, conforme visto no item 2.1.4. Com a

aplicação sequencial e iterativa dessas funções tem-se o Algoritmo Backpropagation,

descrito nas seguintes fases e passos:

1ª Fase - Propagação Forward: depois de apresentado o padrão de entrada, a

resposta de uma unidade é propagada como entrada para as unidades na camada

seguinte, até a camada de saída, onde é obtida a resposta da rede e o erro é calculado.

Passo 1. Uma unidade i recebe os sinais de entrada e os agrega baseado na

função de entrada:

(2.3)

Com p = 1,..., m, i = 1,..., ni e j = 1,...,ne, onde ip,i é a entrada da unidade i para

o padrão p, m é o número total de padrões, ne é o número de neurônios de entrada, ni o

número de neurônios intermediários, i é o número de unidades na camada escondida,

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wij é a conexão peso entre as unidades i e j, x p,j são as entradas do padrão p e θi são as

biases das unidades i.

Passo 2. Esta função de entrada gera um sinal de saída, ap,i para o padrão p,

utilizando a função de transferência sigmoidal:

(2.4)

Passo 3. Estes sinais de saída são enviados para as unidades da camada h

(camada de saída), que os agrega em:

(2.5)

Com h = 1,..., ns, onde ns é o número de neurônios na camada de saída.

Passo 4. Nesse passo é gerada a saída através da seguinte equação:

(2.6)

2ª Fase – Propagação Backward: Da camada de saída até a camada de entrada

são alterados os pesos sinápticos.

Passo 5. Inicia-se no cálculo da variação dos pesos whi , através da equação:

(2.7)

A variável γ é denominada taxa de aprendizado, seu valor determina o quão

suave se dará a atualização dos pesos. Quanto maior o valor de γ, maior também será o

∆pwhi, portanto os pesos sofrerão uma alteração mais brusca. Outra variável que pode

ser incluída na atualização de pesos é o termo de momento, representado por α, ela

pode aumentar a velocidade do aprendizado e tem por característica acelerar o

treinamento (RAIA, 2000).

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Passo 6. Considerando a variação dos pesos para o padrão atual t, e a troca de

pesos obtida para o padrão anterior (t-1), obtêm-se os novos valores dos pesos:

(2.8)

Passo 7. Agora, calcula-se a variação dos pesos para os wij :

(2.9)

Passo 8. Considerando a variação dos pesos para o padrão atual t, e a troca de

pesos obtida para o padrão anterior (t -1), obtêm-se os novos valores dos pesos:

(2.10)

Esses oito passos, repetidos para os m padrões de entrada, constituem uma

iteração ou época. Os mesmos devem ser repetidos até que o erro desejado seja

alcançado.

2.2 PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES

2.2.1 Introdução

O Planejamento de Transportes é, atualmente, um dos grandes desafios do

Brasil e do mundo. A tarefa de maximizar a eficiência de sistemas de transportes

multimodais e integrados se tornou um paradigma do transporte para o futuro. O

principal objetivo do planejamento é prover de informações para a tomada de decisões

sobre quando e onde melhorias no sistema deverão ser implementadas, promovendo o

desenvolvimento urbano de acordo com as necessidades da população (LOPES, 2005).

De acordo com Ribeiro (2012), os estudos de demanda por transporte são de

grande importância para o planejamento e gerenciamento urbano, tais estudos

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necessitam da análise de informações socioeconômicas e também sobre os

deslocamentos da população, de maneira a embasar as projeções das demandas para o

futuro. Então, modelos matemáticos são alimentados por essas informações, gerando

prognósticos com certa credibilidade.

2.2.2 Transporte Urbano

Segundo Ferraz e Torres (2004, apud RIBEIRO, 2012), em Física e Geografia

o termo transporte se associa à mudança de entes físicos no espaço, já na área de

engenharia a denominação é empregada ao deslocamento de pessoas e produtos. O

deslocamento de pessoas é denominado transporte de passageiros e o de produtos é

referido como transporte de cargas. Quando os deslocamentos ocorrem no interior das

cidades é empregado o termo transporte urbano.

De acordo Ribeiro (2012), o transporte pode ocorrer de diversos modos. A

palavra modo é empregada para caracterizar a maneira como o transporte é realizado.

No quadro 2.1 são apresentadas classes, características e modos mais utilizados nos

deslocamentos urbanos de passageiros.

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QUADRO 2.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS MODOS DE TRANSPORTE URBANO

DE PASSAGEIROS

FONTE: FERRAZ e TORRES, 2004, apud RIBEIRO, 2012.

Ortúzar e Willumsen (1994, apud LOPES, 2005) apresentam em seu trabalho

uma questão importante relacionada ao Transporte Urbano, o círculo vicioso do

automóvel e transporte coletivo, figura 2.9. O crescimento econômico favorece o

aumento da posse de veículos, assim ocorre à migração do transporte coletivo para o

individual, isto é, menos passageiros para o transporte coletivo, o que provoca

aumento de tarifa, redução do nível de serviço e congestionamentos. Tais fatos tornam

o uso do carro ainda mais atrativo e induzem mais pessoas a comprá-los, fechando

assim o círculo vicioso. O autor cita algumas alternativas para desacelerar ou reverter

esse círculo vicioso, tais como: prioridade para ônibus, subsídios e medidas de

restrição ao uso do automóvel. Ainda destaca que, no contexto de países em

desenvolvimento, o crescimento da população mantém a demanda por transporte

coletivo por mais tempo do que em países industrializados.

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FIGURA 2.9 – CÍRCULO VICIOSO DO AUTOMÓVEL E TRANSPORTE

COLETIVO POR ÔNIBUS

FONTE: ORTÚZAR e WILLUMSEN, 1994, apud LOPES 2005.

2.2.3 Demanda por Transportes

Segundo Mendonça (2008), “a necessidade ou desejo de movimentação de

uma pessoa, de um grupo ou até mesmo de cargas entre diferentes locais, geram uma

demanda por transporte”.

A demanda por viagens é originada das atividades de produção e de consumo

de bens das pessoas. O desenvolvimento da sociedade e consequente crescimento da

atividade econômica são proporcionais à necessidade por deslocamentos. Com a

padronização do uso do solo urbano em grandes cidades, houve a especialização das

diferentes zonas em residenciais, comerciais e industriais, levando a necessidade de

transporte para cobrir as grandes distâncias que separam as pessoas dos seus destinos

(FERRONATO, 2002, apud RIBEIRO, 2012).

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Ribeiro (2012) cita algumas características da demanda por transporte,

descritas abaixo:

• Altamente diferenciada - pode variar com a hora do dia, com o dia da semana,

propósito da viagem, tipo de carga, tipo de transporte oferecido;

• Derivada - as pessoas viajam para satisfazer uma necessidade em seu destino;

• Concentrada - em poucas horas do dia nas áreas urbanas, particularmente nas

horas de pico.

Segundo Manhein (1979, apud RIBEIRO, 2012), os indivíduos fazem escolhas

que os levam a adotar certo padrão de atividades, podem-se citar escolhas relacionadas

ao emprego, moradia, padrões de consumo e atividades sociais. Estas escolhas geram a

necessidade de estar em determinados lugares em determinados momentos,

caracterizando assim a demanda básica por viagens.

Ainda segundo o mesmo autor, conhecer e compreender a demanda por

transporte de uma região é de fundamental importância para o alcance da satisfação da

população e da otimização de recursos, pois dessa forma é possível dimensionar a

oferta, implantar novos sistemas e prever melhores formas de atender a demanda, ou

seja, tomar uma decisão mais eficiente.

2.2.4 Previsão de Demanda por Transportes

O Planejamento de Transportes tem como principal objeto de estudo a

previsão da demanda por transporte, seja de passageiros ou de cargas. A modelagem

da demanda de viagens objetiva produzir estimativas do volume de tráfego futuro, isso

é feito substituindo as variáveis projetadas em uma data futura no modelo de

estimativa. “Ter uma estimativa adequada da demanda existente é um apoio

importante aos que precisam tomar as decisões e também uma forma de prevenir a

possibilidade de não alcançar boas soluções para os problemas existentes” (MEYER e

MILLER, 2001, apud RIBEIRO, 2012).

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Segundo Lopes (2005), para a previsão da demanda por transportes,

inicialmente deve-se realizar estudo detalhado das condições atuais. A região em

estudo pode ser dividida em zonas de tráfego e, a partir daí, são determinados os

movimentos (viagens) realizados entre cada par de zonas. O resultado é uma tabela de

origens e destinos (Matriz O-D), que tem íntima relação com a atração e produção de

viagens.

De acordo com Novaes (1986, apud AGUIAR, 2004), os modelos de demanda

por transporte podem ser utilizados para previsões:

• de curto prazo - com análise da situação presente;

• de médio e longo prazo - com projeções detalhadas de variáveis

socioeconômicas;

• de longo prazo – com envolvimento também de planejamento regional e

de uso do solo.

Segundo Lopes (2005), as variáveis socioeconômicas referentes à população,

postos de trabalho, número de veículos, renda per capita e uso do solo, por exemplo,

podem ser obtidas de estudos específicos ou provir de estatísticas municipais

existentes. Ao final, são estabelecidas relações matemáticas, ou modelos, que

relacionam a atração e produção de viagens com estas características das zonas.

2.2.5 Modelos de Previsão de Demanda por Transportes

Existem várias classificações dos modelos de previsão de demanda por

transporte, neste trabalho usou-se a classificação de acordo com Carneiro (2005, apud

MENDONÇA, 2008), quadro 2.2.

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QUADRO 2.2 – MODELOS DE PREVISÃO DE DEMANDA

FONTE: CARNEIRO, 2005, apud MENDONÇA, 2008.

2.2.5.1 Modelos Convencionais

Segundo Ribeiro (2012), os modelos convencionais, também chamados de

sequenciais ou quatro etapas, recebem estas denominações por seguirem a hipótese

que o processo de decisão de viagem do individuo é sequencial, ou seja, ocorre por

etapas. Presume-se primeiramente que o indivíduo decide exercer uma atividade e o

local onde irá exercê-la, depois escolhe o modo de viagem e, por último, a rota. Estes

modelos estimam viagens entre zonas de tráfego através dos dados referentes ao

zoneamento e ao sistema de redes de transportes. Dessa forma, estes modelos são

compostos de submodelos, apresentados a seguir:

a) Modelo de Geração de Viagens – é o início de todo o processo, as etapas

seguintes se baseiam no seu resultado. O objetivo desta etapa é a previsão do número

de viagens produzidas e/ou atraídas para cada zona de tráfego da área em estudo. Entre

as técnicas utilizadas podem ser citados os modelos de fator de crescimento, taxas de

viagens, classificação cruzada, escolha discreta e regressão linear (ORTÚZAR e

WILLUMSEN, 2001, apud RIBEIRO, 2012).

b) Modelo de Distribuição de Viagens – este modelo tem o objetivo de

relacionar as origens com os destinos encontrados na etapa anterior, determinando o

número de viagens entre um par de zonas de tráfego. Dentre as técnicas, os modelos de

fator de crescimento e distribuição gravitacional são os mais utilizados (NOVAES,

1982, apud MENDONÇA, 2008).

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c) Modelo de Divisão Modal – esta etapa consiste na repartição das viagens

em matrizes para os diferentes modais e para isso são usados modelos matemáticos

baseados no comportamento dos usuários. Os principais fatores que influenciam na

escolha do modo de transporte são: características do usuário, características da

viagem e características do Sistema de Transportes (ORTÚZAR e WILLUMSEN,

1990; MELLO, 1981, apud LEMES, 2005).

d) Modelo de Alocação de Viagens – nesta etapa ocorre a alocação das

viagens, de cada modal, na rede viária, associados com cenários atuais e de

planejamento futuro. Os processos de alocação exigem o conhecimento e mapeamento

da rede viária, a medição do tempo total de viagem e da capacidade de cada trecho da

rede (LEMES, 2005).

De acordo com Mendonça (2008), “umas das principais críticas a esse

processo é em relação à sequência das etapas, visto que elas podem não representar

fielmente as decisões do usuário”. Outra crítica, relatada por Lopes (2005), é com

relação a grande quantidade de dados necessários, o que dificulta o processo.

2.2.5.2 Modelos Desagregados

Segundo Ortúzar (2000, apud MENDONÇA, 2008), os modelos desagregados

se baseiam em teorias comportamentais e usam como dados de entrada informações de

comportamentos e atitudes dos indivíduos. Estes modelos podem ser mais eficientes

no uso destas informações, em comparação aos modelos convencionais, pois permitem

uma representação mais flexível de variáveis relevantes ao estudo (população, renda,

etc.) e tem maior probabilidade de serem estáveis no espaço e no tempo.

Os modelos desagregados são divididos em modelos comportamentais e

atitudinais:

a) Modelos Comportamentais - buscam relação entre as necessidades dos

indivíduos e seus deslocamentos dentro do Sistema de Transporte. Para modelar os

comportamentos individuais devem-se medir quantitativamente suas preferências,

preferências estas vinculadas aos fatores ou atributos que representam o nível de

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serviço. Os conceitos estatísticos e matemáticos mais utilizados neste modelo são

regressão de escolha qualitativa e a análise de discriminante (MENDONÇA, 2008).

b) Modelos Atitudinais - visam identificar atitudes dos indivíduos não

captadas por meio dos modelos convencionais e comportamentais. São métodos que

necessitam de informações mais detalhadas, colhidas em entrevista direta com cada

individuo ou até mesmo indiretamente, por meio de envio de questionário. Isso faz

com que estes modelos sejam mais aplicáveis em análises da operação de sistemas de

transporte já implantados, visando sua melhoria (NOVAES, 1986, apud

MENDONÇA, 2008).

2.2.5.3 Modelos Baseados em Novas Tecnologias

Segundo Mendonça (2008), devido às limitações dos modelos convencionais e

desagregados, modelos baseados em novas tecnologias vêm surgindo nas últimas

décadas. Estes modelos atendem a necessidade por técnicas mais específicas para

coleta de dados e para um melhor entendimento das relações entre as variáveis, pois

possibilitam trabalho com um número maior de variáveis, proporcionando uma melhor

compreensão e representação do fenômeno estudado. Entre as diversas técnicas dos

modelos com base em novas tecnologias, o autor cita as descritas abaixo:

a) Sistema de Informações Geográficas (SIG) - é uma técnica bastante

utilizada na área de transportes, visto que tem como objetivo o armazenamento, a

recuperação e a realização de análises espaciais, tudo com rapidez e confiabilidade.

b) Sistemas Inteligentes (Lógica Fuzzy, Redes Neurais Artificiais,

Mineradores de Dados, Data Warehouse, etc.) – essas técnicas tem o objetivo de

prover as organizações sistematicamente de coleta de dados e transformá-los em

informações de caráter estratégico.

De acordo com Bocanegra (2002), “somente nesta última década as Redes

Neurais Artificiais passaram a ser utilizadas com mais frequência na Engenharia de

Transportes. De acordo com os resultados encontrados na literatura, desde então a

técnica parece ter se mostrado adequada também para aplicações nesta área”.

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CAPÍTULO III

3 MÉTODO E ESTUDO DE CASO

3.1 PLANEJAMENTO URBANO E O TRANSPORTE COLETIVO DE CURITIBA

Segundo o IPPUC – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba,

a história formal do Planejamento Urbano de Curitiba se iniciou em 1943 com o Plano

Agache. Este plano, desenvolvido pelo francês Alfred Agache, previa crescimento

radial da cidade, definição de áreas específicas para as atividades (habitação, serviços

e indústrias), reestruturação viária e medidas de saneamento. Posteriormente, em 1953,

foi aprovada a primeira Lei de Zoneamento de Curitiba.

Em 1965 o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim foi contratado para elaborar

um novo plano urbanístico que norteia a vida da cidade até hoje. O Plano Wilheim

prevê crescimento da cidade de forma linear e as suas principais características são:

indução do crescimento ao longo de eixos estruturais de maneira ordenada e o Sistema

Viário Trinário. A implementação deste plano foi entregue a um grupo local

gerenciado pelo arquiteto Jaime Lerner (FURTADO NETO, 2014).

De acordo com o site do IPPUC, em 1966 foi aprovado o Plano Diretor de

Curitiba, que tem como base três práticas aplicadas de maneira conjunta para o

Planejamento Urbano: Uso do Solo, Sistema Viário e Transporte Coletivo. Este tripé

configura uma cidade com crescimento linear.

O Sistema Viário formatado tem ao centro uma canaleta exclusiva para

transporte coletivo, margeada por uma via de tráfego lento no sentido bairro-centro e

outra no sentido contrário. Paralelamente, existem ainda duas vias de tráfego mais

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rápido, chamadas vias arteriais. Este sistema é chamado de Trinário (CARDOSO,

LOMBARDO e SOBREIRA, [2009?]).

Conforme a mesma fonte, a legislação de Uso do Solo garante ao conjunto de

vias do Sistema Viário a manutenção das condições de circulação referentes à fluidez e

segurança, uma vez que determina os parâmetros da ocupação de acordo com as

características de cada via.

Segundo a URBS - Urbanização de Curitiba S/A, em 1974 foi implantada a

primeira canaleta exclusiva para ônibus, com 20 km de extensão. O sistema na época

transportava 54 mil passageiros por dia e passou a privilegiar o transporte coletivo

sobre o individual. Em 1980 é inaugurada a Rede Integrada de Transporte - RIT, o que

permitiu ao usuário a utilização de mais de uma linha de ônibus com o pagamento de

tarifária única. Na figura 3.1 é apresentado o mapa atual da RIT.

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FIGURA 3.1 – REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE DE CURITIBA

FONTE: URBS.

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Na década de noventa inovações foram implantadas no Transporte Coletivo de

Curitiba, como a introdução das linhas diretas, chamadas de Ligeirinho, que possuíam

maior distância entre estações e o ônibus bi-articulado, com capacidade para 270

passageiros. Nestas duas inovações o embarque passou a ser feito em nível nas

estações tubo e o pagamento da tarifa antecipado (DUARTE, OBA e TANIGUCHI,

2006).

Conforme informações do site da URBS, a primeira regulamentação do

serviço de Transporte Coletivo de passageiros em Curitiba ocorreu em 1955, quando a

cidade era atendida por 50 ônibus e 80 lotações. Hoje a URBS possui uma frota de

1945 ônibus que operam em 14 Municípios integrados através da RIT, figura 3.2,

atendendo a população de Curitiba e Região Metropolitana.

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FIGURA 3.2 – MUNICÍPIOS DA RIT

FONTE: URBS.

A URBS é uma empresa municipal de economia mista, em que a maioria

absoluta das ações pertence à PMC – Prefeitura Municipal de Curitiba, sua

responsabilidade é o planejamento, a regulação, o gerenciamento, a operação e a

fiscalização que envolve o serviço público de transporte coletivo da cidade.

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3.2 OBTENÇÃO DOS DADOS

Terrabuio (2010), em sua dissertação de mestrado, fez uma análise da

demanda por transporte coletivo em quatro cidades do interior de São Paulo. O autor

concluiu que as principais variáveis socioeconômicas que afetam o volume de

passageiros são: população, frota e PIB per capita. Portanto, estes dados foram

escolhidos para compor as variáveis de entrada da Rede Neural Artificial proposta

neste trabalho, enquanto que a saída será a demanda por passageiros transportados em

dia útil.

3.2.1 Dados Operacionais da URBS

A URBS forneceu, através de solicitação formal pelo site, dados referentes a

alterações na RIT desde 1989, quadro 3.1, e a média de passageiros transportados em

dia útil, total da RIT, de 2009 a 2014.

QUADRO 3.1 – ALTERAÇÕES NA RIT

FONTE: URBS.

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Através de pesquisa no site do IPPUC, foi encontrado o resumo operacional da

URBS do período de 2002 a 2008, estes dados foram usados para compor os padrões

de entrada, aumentando assim o número de exemplos apresentados a Rede Neural.

Analisando o quadro 3.1, pode-se verificar que não houve alteração dos

municípios integrantes da RIT a partir do ano 2000, portanto, no período estudado, de

2002 a 2014, mantiveram-se os 14 municípios atuais.

3.2.2 Dados Socioeconômicos

• População - os dados populacionais dos 14 municípios da RIT foram

extraídos do site do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram

utilizados os Censos Demográficos de 2000 e 2010 e a Contagem da População de

2007, nos períodos intermediários a população foi estimada com uma taxa crescente

contínua.

• Frota - os dados referentes à frota de veículos nos municípios da RIT

(automóvel e motocicleta) foram obtidos no site do DENATRAN – Departamento

Nacional de Trânsito.

• PIB per capita - os valores do PIB per Capita, por município da RIT,

foram obtidos no site do IBGE. No momento da elaboração deste trabalho não há

dados para o PIB, por município, para os anos de 2012, 2013 e 2014, portanto foi

necessário restringir o período do estudo.

No quadro 3.2 e na figura 3.3 são apresentados os dados já consolidados da

RIT.

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QUADRO 3.2 – DADOS CONSOLIDADOS

FONTE: DENATRAN, IBGE, IPPUC E URBS.

FIGURA 3.3 – GRÁFICOS DOS DADOS CONSOLIDADOS

FONTE: a própria autora.

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3.3 REDES NEURAIS NO MATLAB

Neste trabalho será utilizado o software MATLAB para a modelagem,

treinamento e simulação da Rede Neural Artificial.

O MATLAB é um software voltado ao cálculo numérico, especialmente para

facilitar o cálculo com matrizes, seu nome vem da junção das palavras MATrix

LABoratory. Pela forma como é estruturado, torna-se possível a utilização de

bibliotecas que expandem suas funcionalidades, as quais são chamadas de toolbox. O

MATLAB possui toolboxes para diversas áreas como: Algoritmos Genéticos, Lógica

Fuzzy, Processamento de Sinais, Otimização e Redes Neurais Artificiais.

Para criar, treinar e simular Redes Neurais Artificiais é utilizada a biblioteca

Neural Network Toolbox (NNT). Ela possui um conjunto de funções e uma interface

gráfica que fornece um grau de liberdade relativamente grande para a alteração dos

parâmetros dessas redes.

De maneira simplificada, são apresentados abaixo os principais comandos no

MATLAB para o tratamento de RNA do tipo Perceptron Multicamadas. Para estes

comandos faremos a seguinte notação:

N: número de variáveis de entrada (X1, X2, ..., XN).

L: número de camadas.

Seja R uma matriz N x 2, onde o número de linhas desta matriz é igual a

quantidade de variáveis de entrada da rede e, cada linha de índice i, indica na primeira

coluna o valor mínimo que a variável Xi pode assumir, enquanto que a segunda coluna

indica o valor máximo.

A função newff cria uma rede Perceptron Multicamadas e guarda na variável

net.

>> net = newff (R, [C1 C2 ... CL], {funcStr1, funcStr2, ..., funcStrL}, trainStr)

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O vetor [C1 C2 ... CL] contém a quantidade de neurônios para cada uma das L

camadas.

Ci : quantidade de neurônio da camada i.

O vetor célula {funcStr1, funcStr2, ..., funcStrL} contém o nome das funções de

ativação de cada uma das L camadas.

funcStri : string que corresponde ao nome da função de ativação da camada i.

A variável trainStr corresponde ao nome do algoritmo de treinamento a ser

utilizado, por exemplo, traingd corresponde ao método Backpropagation, apresentado

anteriormente.

A função newff possui vários outros parâmetros, mas os apresentados aqui são

os mais importantes para o escopo deste trabalho.

Outra função a ser utilizada é a sim, responsável pela simulação da rede.

>> resp = sim (net, P)

Onde:

net : é a estrutura que contém a rede criada pela função newff.

P : é uma matriz de dimensão N x K, onde cada coluna da matriz corresponde

a um vetor de entrada e K corresponde ao número de padrões de entrada.

resp : é a saída dos neurônios da rede contido em net para cada entrada contida

em P.

Sendo assim, resp será uma matriz do tipo M x K, onde cada coluna de índice i

corresponde à saída de cada neurônio para a entrada contida na matriz P. Por isso o

número de colunas de resp é igual ao de P.

As funções train e adapt treinam a rede para executar uma determinada tarefa.

A função train retorna somente a rede treinada, enquanto a função adapt retorna além

da rede treinada a resposta para os padrões e o erro.

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>> netTreinada = train (net, P, T)

>> [net, resp, e] = adapt (net, P, T)

Nos comandos acima, net e P são os mesmos definidos anteriormente. T é uma

matriz M x K onde cada coluna contém a saída desejada para a entrada contida na

mesma coluna em P.

O treinamento é um processo iterativo e contem alguns parâmetros como:

• Número máximo de iterações - pode ser configurado na própria net

através do campo net.trainParam.epochs, basta modificar este campo

para o valor máximo de iterações desejado;

• Erro máximo desejado - pode ser modificado no campo

net.trainParam.goal, o valor deste campo é o máximo que o erro

quadrático pode assumir, ficando entre 0 e 1;

• Taxa de aprendizado - é configurada no campo net.trainParam.lr;

• Termo de momento - é configurado no campo net.trainParam.lm.

Exemplo:

O objeto deste exemplo é treinar uma Rede Neural que se aproxime da função

seno. Primeiramente o gráfico dessa função é criado através dos seguintes comandos:

>> x = -pi:pi/16:pi; % Cria um vetor com números entre –pi e pi.

>> y = sin(x); % Calcula o seno do vetor x.

>> plot(x,y); % Cria o gráfico da figura 3.4.

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FIGURA 3.4 – GRÁFICO DA FUNÇÃO SENO

FONTE: MATLAB.

Agora uma rede com 20 neurônios na camada intermediária e 1 neurônio na

camada de saída é criada, usando-se a função newff.

>> net = newff ([-pi pi], [20 1]); % Cria a rede.

> > resp = sim (net, x); % Simula os valores de x.

>> plot (x, resp); % Cria o gráfico da figura 3.5.

A rede foi iniciada com pesos aleatórios, então o resultado para as entradas

não é o esperado, conforme se verifica no gráfico da figura 3.5.

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FIGURA 3.5 – GRÁFICO RESPOSTA DA REDE SEM TREINAMENTO

FONTE: MATLAB.

A rede deve ser treinada para que se aproxime da função seno.

>> net = train (net, x, y); % Treinamento da rede.

TRAINLM, Epoch 0/100, MSE 0.989654/0, Gradient 39.968/1e-010

TRAINLM, Epoch 25/100, MSE 0.00010485/0, Gradient 0.0712062/1e-010

TRAINLM, Epoch 50/100, MSE 1.53532e-009/0, Gradient 2.83745e-005/1e-

010

TRAINLM, Epoch 75/100, MSE 4.24837e-010/0, Gradient 9.407e-007/1e-010

TRAINLM, Epoch 100/100, MSE 6.50402e-011/0, Gradient 4.08496e-007/1e-

010

TRAINLM, Maximum epoch reached, performance goal was not met.

% Indica que o erro mínimo não foi atingido.

>> resp = sim (net, x);

>> plot (x, resp);

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Observa-se, no gráfico da figura 3.6 a seguir, que o resultado melhorou, mas

ainda não é o esperado.

FIGURA 3.6 – GRÁFICO RESPOSTA DA REDE COM 100 ITERAÇÕES

FONTE: MATLAB.

Aumentando-se o número de iterações para 1000, a rede retornará o resultado

esperado, gráfico da figura 3.7.

>> net= init (net); % Inicializa e rede.

>> net.trainParam.epochs = 1000; % Altera o número de iterações.

>> net = train (net, x, y);

>> resp = sim (net, x);

>> plot (x, resp);

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FIGURA 3.7 – GRÁFICO RESPOSTA DA REDE COM 1000 ITERAÇÕES

FONTE: MATLAB.

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CAPÍTULO IV

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 APLICAÇÃO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

Um dos motivos que incentivaram a aplicação de Redes Neurais Artificiais na

previsão de demanda por transporte coletivo é o fato de esse problema ser não linear e

estar diretamente envolvido com variáveis socioeconômicas. A característica das redes

neurais de aprender a partir de exemplos possibilitaria mapear os dados de entrada e

saída de maneira mais adequada que os métodos lineares e permitiria que fossem

obtidas previsões para qualquer situação futura.

Para implementar a técnica ao problema foi utilizado o software MATLAB,

descrito anteriormente. Em todos os treinamentos foi utilizado o Método de

Levenberg-Marquardt, através da função trainlm, segundo Sperb et al. (1999, apud

ROHN, 2002), este é o algoritmo que obtém melhores resultados no tratamento de

problemas não lineares.

Foram definidos dois conjuntos para treinamento da rede. O primeiro utilizou

todos os padrões de entrada para treinamento, enquanto o segundo utilizou 2/3 dos

padrões para treinamento e 1/3 para teste.

Para cada conjunto foram realizados treinamentos variando os seguintes

parâmetros:

• Quantidade de iterações – cada conjunto utilizado para treinamento da

rede foi submetido às situações de 100, 400 e 700 iterações.

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49

• Quantidade de neurônios intermediários (ou escondidos) – cada

situação de quantidade de iterações foi simulada com arquiteturas de 5,

10 e 15 neurônios na camada intermediária.

O número de neurônios na camada de entrada é igual ao número de variáveis

independentes definidas, sendo elas: ano, população, automóveis, motocicletas e PIB

per capita. Na saída há um único neurônio que corresponde à demanda de passageiros.

Antes de iniciar os treinamentos, é útil normalizar os dados, o que consiste em

adaptar as entradas e saídas a uma escala mais adequada, de modo que estes valores

estejam sempre em um mesmo intervalo. Este procedimento visa simplificar o

processo de treinamento. Assim, foram obtidos valores dentro do intervalo [0, 1]

dividindo todos os valores pelo maior valor de cada variável.

Os resultados obtidos constam nos quadros 4.1 e 4.2. Para cada conjunto é

apresentado o erro mínimo e máximo calculado pela diferença entre o valor de

demanda real e o valor estimado pela rede.

QUADRO 4.1 – RESULTADO DO CONJUNTO 1

FONTE: a própria autora.

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QUADRO 4.2 – RESULTADO DO CONJUNTO 2

FONTE: a própria autora.

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Analisando o quadro 4.1, pode-se verificar que, para o conjunto 1 de

treinamento, o erro atingiu valores muito baixos a partir de 400 iterações e 10

neurônios na camada intermediária, inclusive a rede conseguiu simular até mesmo o

pico de demanda ocorrido no ano de 2008 (ver figura 3.3).

No quadro 4.2, verifica-se que a rede precisou de apenas 100 iterações e 5

neurônios para mapear as informações dos 7 padrões de entrada apresentados no

conjunto 2, por este motivo em todos os testes o erro permaneceu praticamente o

mesmo.

A seguir uma amostra de treinamento para o caso de 400 iterações e 5

neurônios na camada intermediária.

>> R = [0.995525 1; 0.886124 1; 0.564831 1; 0.323556 1; 0.394212 1]

>> P = [0.995525 0.996022 0.996519 0.997016 0.997514 0.998011 0.998508

0.999005 0.999503 1; 0.886124 0.897935 0.909798 0.921715 0.933687

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0.945713 0.960489 0.975321 0.990210 1; 0.564831 0.591803 0.634064

0.681060 0.725460 0.784659 0.837749 0.889640 0.943794 1; 0.323556

0.374599 0.440075 0.516722 0.597623 0.705944 0.811902 0.874241

0.935221 1; 0.394212 0.482892 0.523167 0.535737 0.584704 0.712211

0.769828 0.827332 0.983539 1]

>> T = [0.849743 0.886594 0.881748 0.917575 0.952278 0.978474 1

0.961808 0.968610 0.968335] % R, P e T são as matrizes definidas no

capítulo 3.

>> net = newff (R, [5 1])

>> net.trainParam.epochs = 400

>> net.trainParam.goal = 0

>> net = train (net, P, T)

>> resp = sim (net, P)

>> resp = resp * 2359538 % Desnormaliza os dados.

resp =

1.0e+006 *

Columns 1 through 8

2.005000827283044 2.091952110882886 2.080517832744957

2.165053073261430 2.246936116963304 2.308746623724391

2.359477153616872 2.269422549802812

Columns 9 through 10

2.285472097408381 2.284823232436631

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FIGURA 4.1 – GRÁFICO DE DESEMPENHO DA REDE

FONTE: MATLAB.

Na figura 4.1 está o gráfico de desempenho da rede, apresentado pelo

MATLAB durante o treinamento. Observa-se neste gráfico que o erro diminui à

medida que o número de iterações aumenta. Este é o resultado esperado e ocorreu em

todas as simulações, mas nem sempre acontece devido ao overfitting, ou seja, a rede

em vez de aprender, decora os padrões.

A arquitetura ótima e seus resultados obtidos para cada conjunto de

treinamento são apresentados nos quadros 4.3 e 4.4 a seguir:

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QUADRO 4.3 – ARQUITETURA ÓTIMA CONJUNTO 1

FONTE: a própria autora.

QUADRO 4.4 – ARQUITETURA ÓTIMA CONJUNTO 2

FONTE: a própria autora.

Na figura 4.2 são apresentadas, em forma gráfica, as comparações entre o

valor real e o valor estimado pela rede para as arquiteturas ótimas dos conjuntos de

treinamento. Observa-se que, para o conjunto 2, o valor estimado pela rede ficou um

pouco acima do valor real devido ao pico de demanda ocorrido em 2008.

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FIGURA 4.2 – GRÁFICOS COMPARATIVOS DOS RESULTADOS

FONTE: a própria autora

Variando o número de iterações e de neurônios na camada intermediária, o

erro máximo ficou em torno de 3,97%, o que se mostra um resultado bastante

satisfatório quando comparado com o estudo de Terrabuio (2010), que utilizou a

técnica de regressão linear múltipla ao problema e obteve erro máximo de 10%.

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Assim, a técnica apresentada e trabalhada é de grande utilidade na previsão e

reconhecimento de padrões, podendo ser utilizada como uma ferramenta de auxílio na

tomada de decisões para as empresas do ramo.

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CAPÍTULO V

5 CONCLUSÃO

Como conclusão geral deste trabalho, pode-se afirmar que foi possível atingir

o objetivo principal, ou seja, foi desenvolvida uma rede neural artificial, através do

software MATLAB, que conseguiu estabelecer relação entre a demanda por transporte

coletivo e as variáveis socioeconômicas envolvidas (população, frota e PIB per

capita).

Os dados utilizados foram coletados, em sua maioria, em sites de órgãos

públicos. Para a variável socioeconômica PIB per capita, verificou-se que há uma

defasagem de tempo considerável na divulgação destes valores por município, o que

restringiu o período do estudo. Como para se trabalhar com a técnica proposta a

qualidade e a quantidade de dados é de extrema importância, pode-se dizer que esta foi

uma dificuldade encontrada neste trabalho.

Uma arquitetura adequada para a rede neural foi encontrada através de várias

simulações, onde foram variados os parâmetros de número de iterações e número de

neurônios na camada intermediária. O software utilizado no trabalho permitiu a

alteração destes parâmetros de maneira fácil e rápida.

Os resultados foram considerados satisfatórios, visto que o erro máximo ficou

em torno de 3,97%, erro inferior quando comparado a um estudo que utilizou a técnica

de regressão linear múltipla a problema similar. Estes resultados obtidos comprovaram

a eficiência da técnica na previsão de demanda de passageiros do transporte coletivo,

alcançando o objetivo proposto por este trabalho.

Dentro do contexto trabalhado, a ferramenta de Redes Neurais poderia ser

mais amplamente aplicada com um número maior de padrões, obtendo assim um

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mapeamento mais amplo do problema e a aplicabilidade real estaria condicionada a

obtenção de estimativas dos dados socioeconômicos confiáveis e disponíveis em

tempo.

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REFERÊNCIAS

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dados e redes neurais artificiais para a estimativa da demanda por transporte

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FURTADO NETO, Amaro. Curitiba – Resumo Histórico: Planejamento e Transporte

Urbano. Curitiba: Disciplina de Sistemas de Transportes da UTP, 2014. Notas de Aula.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 27.set.2014.

IPPUC – INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA. Disponível em: < http://www.ippuc.org.br/default.php>. Acesso em: 10.set.2014.

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LEMES, Daniela C. S. Simamoto. Geração e Análise do Cenário Futuro como um

Instrumento do Planejamento Urbano e de Transportes. 126 p. Dissertação (Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2005.

LOPES, Simone Becker. Efeitos da Dependência Espacial em Modelos de Previsão de

Demanda por Transporte. 137 p. Dissertação (Planejamento e Operação de Sistemas de Transportes) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005.

MARCHIORI, Sandra Cristina. Desenvolvimento de um Sistema para Análise da

Estabilidade Transitória de Sistemas de Energia Elétrica via Redes Neurais. 110 p. Tese (Engenharia Elétrica) - Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, 2006.

MENDONÇA, Arley Couto. Desenvolvimento de um Modelo de Previsão da

Demanda de Passageiros do Transporte Rodoviário Interestadual Utilizando

Regressão com Efeitos Espaciais Locais. 123 p. Dissertação (Transportes) – Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

PABST, Daianne. Aplicação de Redes Neurais Artificiais na Previsão de Clientes

Inadimplentes quanto à Renegociação de Débitos Referentes a Cartões de Crédito. 71 p. Monografia (Matemática Industrial) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006.

RAIA, Archimedes Azevedo Júnior. Acessibilidade e Mobilidade na Estimativa de um

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Informações Geográficas. 196 p. Tese (Transportes) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000.

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ROHN, Márian da Costa. Uma Aplicação das Redes Neurais Artificiais à Previsão de

Chuvas de Curtíssimo Prazo. 89 p. Dissertação (Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental) – Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2002.

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TERRABUIO, Dércio Julio Junior. Análise da demanda por transporte coletivo em

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61

APÊNDICES

APÊNDICE A – QUADRO POPULAÇÃO DA RIT

APÊNDICE B – QUADRO PIB PER CAPITA DA RIT

APÊNDICE C – QUADRO AUTOMÓVEIS DA RIT

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APÊNDICE D – QUADRO MOTOCICLETAS DA RIT

APÊNDICE E – TABELA RESULTADOS CONJUNTO 1

CONJUNTO 1 - TREINAMENTO COM TODOS OS PADRÕES

Nº ITERAÇÕES

Nº NEURÔNIOS

TREINAMENTO / TESTE Ano

Valor Real

Valor Rede

Diferença Absoluta

Diferença em %

100

5 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.169 169 0,00843

2003 2.091.952 2.092.120 168 0,00803

2004 2.080.518 2.080.460 -58 -0,00279

2005 2.165.053 2.165.699 646 0,02984

2006 2.246.937 2.245.352 -1.585 -0,07054

2007 2.308.747 2.313.689 4.942 0,21406

2008 2.359.538 2.345.229 -14.309 -0,60643

2009 2.269.422 2.271.293 1.871 0,08244

2010 2.285.472 2.284.339 -1.133 -0,04957

2011 2.284.824 2.285.237 413 0,01808

10 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.001 1 0,00005

2003 2.091.952 2.091.949 -3 -0,00014

2004 2.080.518 2.080.525 7 0,00034

2005 2.165.053 2.165.049 -4 -0,00018

2006 2.246.937 2.246.938 1 0,00004

2007 2.308.747 2.308.756 9 0,00039

2008 2.359.538 2.359.123 -415 -0,01759

2009 2.269.422 2.269.443 21 0,00093

2010 2.285.472 2.284.674 -798 -0,03492

2011 2.284.824 2.285.606 782 0,03423

15 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.951 -1 -0,00005

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.052 -1 -0,00005

2006 2.246.937 2.246.935 -2 -0,00009

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63

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.418 -120 -0,00509

2009 2.269.422 2.269.422 0 0,00000

2010 2.285.472 2.285.472 0 0,00000

2011 2.284.824 2.284.823 -1 -0,00004

400

5 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.477 -61 -0,00259

2009 2.269.422 2.269.422 0 0,00000

2010 2.285.472 2.285.472 0 0,00000

2011 2.284.824 2.284.823 -1 -0,00004

10 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.529 -9 -0,00038

2009 2.269.422 2.269.422 0 0,00000

2010 2.285.472 2.285.472 0 0,00000

2011 2.284.824 2.284.823 -1 -0,00004

15 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.533 -5 -0,00021

2009 2.269.422 2.269.422 0 0,00000

2010 2.285.472 2.285.472 0 0,00000

2011 2.284.824 2.284.823 -1 -0,00004

700 5 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.522 -16 -0,00068

2009 2.269.422 2.269.422 0 0,00000

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64

2010 2.285.472 2.285.472 0 0,00000

2011 2.284.824 2.284.823 -1 -0,00004

10 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.536 -2 -0,00008

2009 2.269.422 2.269.422 0 0,00000

2010 2.285.472 2.285.472 0 0,00000

2011 2.284.824 2.284.823 -1 -0,00004

15 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.536 -2 -0,00008

2009 2.269.422 2.269.422 0 0,00000

2010 2.285.472 2.285.472 0 0,00000

2011 2.284.824 2.284.823 -1 -0,00004

APÊNDICE F – TABELA RESULTADOS CONJUNTO 2

CONJUNTO 2 - TREINAMENTO COM 2/3 E TESTE COM 1/3 DOS PADRÕES

Nº ITERAÇÕES

Nº NEURÔNIOS

TREINAMENTO / TESTE Ano Valor Real

Valor Rede

Diferença Absoluta

Diferença em %

100

5

TREINAMENTO

2002 2.005.000 2.005.001 1 0,00005

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.516 -2 -0,00010

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.933 -4 -0,00018

2007 2.308.747 2.308.749 2 0,00009

2008 2.359.538 2.359.385 -153 -0,00648

TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

2010 2.285.472 2.359.537 74.065 3,24069

2011 2.284.824 2.359.537 74.713 3,26997

10 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.001 1 0,00005

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.518 0 0,00000

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

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65

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.467 -71 -0,00301

TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

2010 2.285.472 2.359.537 74.065 3,24069

2011 2.284.824 2.359.537 74.713 3,26997

15

TREINAMENTO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.518 0 0,00000

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.510 -28 -0,00119

TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

2010 2.285.472 2.359.536 74.064 3,24064

2011 2.284.824 2.359.536 74.712 3,26992

400

5

TREINAMENTO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.052 -1 -0,00005

2006 2.246.937 2.246.935 -2 -0,00009

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.524 -14 -0,00059

TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

2010 2.285.472 2.359.537 74.065 3,24069

2011 2.284.824 2.359.537 74.713 3,26997

10

TREINAMENTO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.535 -3 -0,00013

TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

2010 2.285.472 2.359.537 74.065 3,24069

2011 2.284.824 2.359.537 74.713 3,26997

15 TREINAMEN

TO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.532 -6 -0,00025 TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

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66

2010 2.285.472 2.359.537 74.065 3,24069

2011 2.284.824 2.359.537 74.713 3,26997

700

5

TREINAMENTO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.052 -1 -0,00005

2006 2.246.937 2.246.935 -2 -0,00009

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.533 -5 -0,00021

TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

2010 2.285.472 2.359.537 74.065 3,24069

2011 2.284.824 2.359.537 74.713 3,26997

10

TREINAMENTO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.537 -1 -0,00004

TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

2010 2.285.472 2.359.537 74.065 3,24069

2011 2.284.824 2.359.537 74.713 3,26997

15

TREINAMENTO

2002 2.005.000 2.005.000 0 0,00000

2003 2.091.952 2.091.952 0 0,00000

2004 2.080.518 2.080.517 -1 -0,00005

2005 2.165.053 2.165.053 0 0,00000

2006 2.246.937 2.246.936 -1 -0,00004

2007 2.308.747 2.308.746 -1 -0,00004

2008 2.359.538 2.359.536 -2 -0,00008

TESTE 2009 2.269.422 2.359.537 90.115 3,97083

2010 2.285.472 2.359.537 74.065 3,24069

2011 2.284.824 2.359.537 74.713 3,26997