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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária Lucélia Ferreira do Nascimento PRODUÇÃO DE EMBRIÕES IN VIVO EM BOVINAS DA RAÇA BRANGUS CURITIBA 2017

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

Lucélia Ferreira do Nascimento

PRODUÇÃO DE EMBRIÕES IN VIVO EM BOVINAS DA RAÇA

BRANGUS

CURITIBA

2017

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Lucélia Ferreira do Nascimento

PRODUÇÃO DE EMBRÕES IN VIVO EM BOVINAS DA RAÇA

BRANGUS

Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médica Veterinária.

Professor Orientador: Prof. MSc. João Filipi Scheffer Pereira

Orientador Profissional: M.V. MSc Marcelo Z. Costa

CURITIBA

2017

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Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitora Promoção Humana

Prof. Ana Margarida de Leão Taborda

Pró-Reitora

Sra. Camille Rangel

Pró-Reitor Acadêmico

Prof. João Henrique Faryniuk

Pró-Reitor de Planejamento

Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Diretor de Graduação

Prof. João Henrique Faryniuk

Secretário Geral

Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária

Prof. Welington Hartmann

Supervisora de Estágio Curricular

Prof. Jesséa de Fátima França

Campus Barigui

Rua Sydnei A Rangel Santos, 238

CEP: 82010-330 – Curitiba – PR

Fone: (41) 3331-7958

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TERMO DE APROVAÇÃO

Lucélia Ferreira do Nascimento

PRODUÇÃO DE EMBRIÕES IN VIVO EM BOVINAS DA RAÇA

BRANGUS

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médica Veterinária no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná.

Curitiba, ____ de _______ de 2017.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. MSc. João Filipi Scheffer Pereira

Presidente

__________________________________________

Prof.Dr. Odilei Rogério Prado

__________________________________________

Profa. M.V. Liédge Camila Simioni

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida e pela oportunidade de esta concluindo o curso de

Medicina Veterinária, um sonho que esta se tornando realidade. Agradeço

profundamente ao meu marido José Reis pelo amor, carinho, compreensão, apoio,

paciência e incentivo, isso foi essencial para conclusão dessa etapa. Ao professor

orientador MSc. João Filipi Scheffer Pereira pela paciência, prontidão e pelo seu

excelente ensinamento, ao M.V. MSc. Marcelo Z. Costa, orientador profissional que

me deu a oportunidade de aprender muito ao seu lado. A minha família pela torcida

e orações, em especial a minha mãe Rita Ferreira e meu pai Francisco Alves, que

sempre fizeram de tudo por mim enquanto tiveram vida, e acredito que ainda estão

fazendo. Aos amigos que entenderam a minha ausência e me apoiaram durante

todo o tempo Ângela Rogoski, Marlene Rogoski, Caroline Garavelo sem você seria

quase impossível dar conta da faculdade e do meu trabalho. As amigas que

conquistei durante esse período de graduação Adriana Linhares e Letícia Alves. A

Universidade Tuiuti do Paraná pela estrutura, aos excelentes professores que obtive

durante esses 5 anos, agradeço pelos ensinamentos não só profissionais mas

também pessoais e ao mestre coordenador Prof. Welington Hartmann que sempre

esteve a disposição e nos incentivando para que chegássemos ate o fim dessa nova

jornada. Obrigada a todos.

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina

Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti

do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Médica Veterinária, é

composto pelo Relatório de Estágio e análise de dados de superovulação. Na

análise de dados de superovulação é apresentada uma revisão bibliográfica e

análise de dados obtidos de superovulação pertencentes aos registros da empresa.

No relatório são descritas as atividades realizadas durante o período de 13 de

fevereiro a 13 de maio de 2017 na empresa Agricontato Consultoria LTDA,

localizada no município de Presidente Prudente-SP. O desenvolvimento das

atividades práticas ocorreu na região de Umuarama-PR.

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RESUMO

As biotecnologias da reprodução vêm se desenvolvendo cada vez mais

no Brasil. A superovulação (SOV) e transferência de embriões (TE) em bovinos

consiste em colheitar embriões de uma fêmea doadora de alto valor genético e

transferi-lo a fresco ou congelado para fêmeas receptoras de baixo valor, aptas

a levarem a gestação a termo. Aumentando assim o potencial produtivo da

doadora, ou seja, mais filhos são produzidos com menor número de pais,

resultando em maior intensidade de seleção e um aumento do mérito genético

dos filhos.

Os embriões são classificados de acordo com a sua qualidade e grau de

desenvolvimento embrionário segundo a International Embryo Technology

Society (IETS).

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: FÊMEAS DOADORAS DE EMBRIÕES DA RAÇA BRANGUS ..... 31

FIGURA 2: FÊMEAS MESTIÇAS E BRANGUS SELECIONADAS

COMO RECEPTORAS DE EMBRIÕES ........................................................... 32

FIGURA 3: FÊMEAS RECEPTORAS DE EMBRIÕES DAS RAÇAS

JERSOLANDO E HOLANDÊS ......................................................................... 32

FIGURA 4: IMPLANTE DE PROGESTERONA ................................................ 34

FIGURA 5: LAVAGEM UTERINA DA DOADORA ............................................ 35

FIGURA 6: LABORATÓRIO PARA MANIPULAÇÃO DOS EMBRIÕES ........... 36

FIGURA 7: SELEÇÃO DOS EMBRIÕES ......................................................... 37

FIGURA 8: EMBRIÕES VIÁVEIS ..................................................................... 38

FIGURA 9: TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO A FRESCO .............................. 39

FIGURA 10: CONGELAÇÃO DOS EMBRIÕES EM EQUIPAMENTO

TK 1000 ............................................................................................................ 40

FIGURA 11: ULTRASSOM PARA DIAGNOSTICO DE GESTAÇÃO ............... 41

FIGURA 12: PRENHEZ CONFIRMADA ATRAVÉS

DA ULTRASSONOGRAFIA ............................................................................. 42

FIGURA 13: VACINA CONTRA BRUCELOSE ................................................ 43

FIGURA 14: VACINA CONTRA FEBRE AFTOSA ........................................... 44

FIGURA 15: FICHA DE CONTROLE DA VACINA DE FEBRE AFTOSA ......... 44

FIGURA 16: VACINA CONTRA CLOSTRIDIOSE ............................................ 45

FIGURA 17: MARCAÇÃO DA BRUCELOSE A FERRO QUENTE .................. 46

FIGURA 18: FÊMEAS NA SALA DE ESPERA DA ORDENHA ........................ 47

FIGURA 19: ORDENHA MANUAL EM VACA RECÉM-PARIDA ...................... 48

FIGURA 20: ORDENHA CANALIZADA ........................................................... 49

FIGURA 21: SELEÇÃO DE NOVILHAS PARA COMPRAS ............................. 50

FIGURA 22: MARCAÇÃO A FERRO QUENTE ............................................... 51

FIGURA 23: ALTURA DO CAPIM ELEFANTE PARA PRODUÇÃO DE

SILAGEM ......................................................................................................... 52

FIGURA 24: PLANTIO DE SORGO ................................................................. 53

FIGURA 25: PESAGEM DE BEZERRO RECÉM NASCIDO ............................ 54

FIGURA 26: TRATAMENTO DE MIÍSE ........................................................... 55

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FIGURA 27: BEZERRO APRESENTANDO AUMENTO DE VOLUME

ABDOMINAL NO QUADRANTE SUPERIOR ESQUERDO, POSSÍVEL

TIMPANISMO ................................................................................................... 56

FIGURA 28: OBSERVAÇÃO DE PASTAGEM ................................................. 57

FIGURA 29: CONFECÇÃO E CONFERÊNCIA DE PLANILHAS ..................... 58

FIGURA 30: CRV LAGOA LOCAL DO CURSO DE IA ..................................... 59

FIGURA 31: AULA PRATICA DE IA EM PEÇAS DESCONGELADAS ............ 60

FIGURA 32: AULA PRATICA DE IA EM ANIMAIS VIVOS ............................... 60

FIGURA 33: TURMA CRV LAGOA 2017 ......................................................... 61

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LISTA DE TABELAS Tabela 1: COMPARAÇÃO DAS MÉDIAS DO NÚMERO DE OVULAÇÕES,

ESTRUTURAS RECUPERADAS, OÓCITOS NÃO FERTILIZADOS,

EMBRIÕES DEGENERADOS E EMBRIÕES VIÁVEIS PARA VACA E

NOVILHA DA RAÇA BRANGUS SUPEROVULADAS ..................................... 26

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IA- Inseminação artificial

Bi- Blastocisto inicial

Be- Blastocisto não fertilizado

BE- Benzoato de Estradiol

BL- Blastocisto

Bx- Blastocisto degenerado

CL- Corpo lúteo

E2- Estrógeno

FSH- Hormônio folículo estimulante

GnRH- Hormônio liberador de gonadotrofinas

Kg- Kilogramas

LH- Hormônio luteinizante

MO- Mórula

mL- Milílitros

ng- Nanogramas

P4- Progesterona

PGF2ɑ- Prostaglandina 2ɑ

PIV- produção in vitro de embrião

SOV- Superovulação

TE- Transferência de embrião

µm- Micrômetro

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SUMARIO

CAPITULO I: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................ 13

1.INTRODUÇÃO.................................................................................................... 14

2. FOLICULOGÊNESE.......................................................................................... 15

3. CICLO ESTRAL................................................................................................. 15

3.1. MANIPULAÇAO DO CICLO ESTRAL ............................................................. 17

3.2. HORMÔNIOS DA REPRODUÇAO ................................................................ 17

3.2.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) ......................................... 17

3.2.2. Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH). ...... 18

3.2.3. Progesterona (P4). .................................................................................... 18

3.2.4. Prostaglandina (PGF2α). .......................................................................... 19

3.2.5. Estradiol (E2). ........................................................................................... 19

3.3 protocolos hormonais ....................................................................................... 20

3.4. RECUPERAÇAO EMBRIONARIA ................................................................. 20

4. METODOLOGIA................................................................................................ 22

5. RESULTADOS................................................................................................... 26

6. DISCUSSÃO...................................................................................................... 26

7. CONCLUSÃO.................................................................................................... 28

CAPÍTULO II: RELATÓRIO DE ESTÁGIO............................................................ 29

1. LOCAL DE ESTÁGIO........................................................................................ 29

2. ATIVIDADES REALIZADAS.............................................................................. 30

2.1 SELEÇAO E AVALIAÇAO GINECOLÓGICA DE DOADORAS E RECEPTORAS DE EMBRIAO ............................................................................... 31

2.2 ESTAÇÃO REPRODUTIVA ............................................................................. 32

2.3 COLHEITA E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO ............................................. 34

2.4 DIAGNÓSTICOS DE GESTAÇAO ................................................................... 40

2.5 VACINAS E ANTIPARASITÁRIOS .................................................................. 43

2.6 ORDENHA ....................................................................................................... 46

2.7 SELEÇAO DE NOVILHAS PARA COMPRA .................................................... 50

2.8 PASTAGEM ..................................................................................................... 51

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2.9 MANEJO DE BEZERROS ............................................................................... 53

2.10 MANEJO GERAL DAS FAZENDAS ............................................................... 57

2.11 CONFECÇÕES E PREENCHIMENTOS DE PLANILHAS ............................. 58

2.12 CURSO DE INSEMINAÇAO ARTIFICIAL ...................................................... 58

3. CONCLUSÃO.................................................................................................... 61

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA……………………………………………………… 62

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CAPITULO I: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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1.INTRODUÇÃO

Em 2015, rebanho bovino brasileiro alcançou 215,2 bilhões de cabeças,

aumento de 1,3% comparado ao ano de 2014 (IBGE). De acordo com a

Anualpec (2015), o Brasil foi o segundo produtor e exportador mundial de carne

bovina. A demanda produtiva estabelecida no Brasil mostra a importância da

utilização de biotécnicas reprodutivas que visam o melhoramento genético

produtivo, obtido através da intensidade seletiva.

A superovulação e transferência de embrião (SOV-TE) tem como efeito

o aumento do potencial reprodutivo da fêmea. Aumento do número de

progênies produzidas de um mesmo acasalamento, resultando em maior

intensidade de seleção e um aumento do mérito genético dos filhos (ALENCAR

2004).

No Brasil entre 2014 e 2015 foram produzidos um total de 375.894

embriões, entre as subespécies zebuínas e taurinas por metodologia in vivo

(SOV-TE) e in vitro (PIV) (SBTE, 2016).

A SOV consiste em estimular os ovários da doadora bovina com uso de

gonadotrofinas. O objetivo é o crescimento e a maturação de vários folículos

ovarianos simultaneamente (MATTOS 2010) e obter o máximo de embriões

viáveis após a fertilização aumentando a taxa de prenhez (SANTOS, 2010).

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2. FOLICULOGÊNESE

A foliculogênese é controlada por fatores endócrinos, parácrinos e

autócrinos, que são responsáveis pelo crescimento e maturação folicular. Os

oócitos estão presentes no interior dos folículos ovarianos durante o

crescimento folicular. Os folículos participam na produção de hormônios,

principalmente os esteroidais. Já os oócitos, quando prontos para a fertilização

(maturados) são ovulados e destinados para a tuba uterina para que ocorra a

fertilização (SENEDA et al., 2010).

Os folículos são estruturas quiescentes, presentes na superfície

ovariana como estrutura primordial (folículos primordiais). Os oócitos no interior

do folículo primordial encontra-se na fase de profáse I da meiose I, aguardando

a ativação folicular (Hafez e Hafez, 2004).

De toda a população primordial, alguns folículos são ativados e se

desenvolvem até o estágio de folículo primário, que participa do grupo de

folículos recrutados para aquele ciclo da fêmea. Continuando o crescimento

folicular. O folículo primário adquire outras características como o aumento do

oócito, formação da zona pelúcia, primeiras células da teca e pelo menos duas

camadas da granulosa com diâmetro de até 2 mm, sendo agora caracterizado

como folículo secundário em emergência. Os folículos passam a ser

denominados de folículos terciários (divergência e dominância folicular)

atingindo cerca de 5 mm diâmetro e por ultimo formam-se os folículos pré-

ovulatórios com diâmetro próximo a ovulação variando de acordo com a raça

(MELLO et al., 2013).

Quando recrutados, os folículos primários passam por estímulos das

gonadotrafinas com efeito amplo do hormônio folículo estimulante (FSH) até

atingir o estágio de folículo terciário, onde inicia a ação do hormônio

luteinizante (LH). Com o crescimento folicular a cavidade antral é formada

nutrindo o oócito (Hafez e Hafez, 2004).

3. CICLO ESTRAL

A formação da gônada ocorre durante o desenvolvimento do feto,

aproximadamente aos 40 dias de gestação. Nas fêmeas o crescimento folicular

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ocorre desde o nascimento. No entanto, somente ao atingir a puberdade a

fêmea é capaz de desenvolver a gestação, apresentando ciclos férteis. A idade

de puberdade é um fator variável entre as raças e ocorre entre o 10º e 24º mês

após o nascimento (Prata at al.,2010).

Em média a cada 21 dias a vaca demonstra sinais de estro. Esses sinais

podem variar fisiologicamente de 17 a 24 dias, período denominado ciclo estral.

O ciclo é composto por quatro fases: proestro, estro, metaestro e diestro. Cada

fase apresenta a predominância hormonal correspondente aos eventos da fase

(Hafez e Hafez, 2004).

No proestro (com duração de 3 a 4 dias), a fêmea demonstra

inquietação, olhar vivo, anorexia, aumento da frequência de micção, maior

vocalização, não sendo receptível ao touro ou rufião, ela monta nas

companheiras, mas não deixa ser montada. Nessa fase, o corpo lúteo passa

pelo processo de luteólise, reduzindo os níveis de progesterona circulante. A

queda da progesterona associada ao aumento dos níveis de estrógeno liberado

pelo folículo em divergência e dominância permite a liberação de pulsos de LH

que induzirá a ovulação no estro (ALBUQUERQUE, 2004).

No estro ou cio a fêmea deixa ser montada por outro animal seja ele

touro, rufião ou outra fêmea. Nesse período ocorre o crescimento do folículo

pré-ovulatório e o pico do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) para

liberação do LH. O estro tem a duração de 6 a 27 horas sendo influenciado

pela raça, condições sanitárias do animal, idade, temperatura, ambiente e

manejo (PRATA et al., 2014).

No metaestro a fêmea não aceita mais a monta, e a ovulação ocorre

cerca de 12 horas após a finalização do estro e segue a formação do CL. Após

ovulação o nível de progesterona começa a aumentar por volta do terceiro dia

e atinge seu pico mais ou menos no décimo dia já na fase do diestro.

O diestro inicia quando o CL esta formado e se mantém em pleno

funcionamento caracterizado pelo aumento da concentração de progesterona.

O estrógeno encontra-se em baixo nível. Ao 17º dia do ciclo o folículo que não

sofreu atresia evolui para ovulação (SAUMANDE, 2005). De acordo com a

Embrapa (2006) essa fase tem duração de 14 dias. Se não houver gestação, o

ovário sofre influencia hormonal promovendo a luteólise do CL e iniciando um

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novo ciclo estral. Se ocorrer a fertilização a fêmea torna-se gestante (PRATA et

al., 2014)

3.1. MANIPULAÇAO DO CICLO ESTRAL

O ciclo estral resulta na interação coordenada dos tecidos do sistema

nervoso central, hipotálamo-hipófise, ovário e útero. A comunicação entre

órgãos ocorre principalmente mediante os hormônios GnRH (hipotálamo), LH e

FSH (hipófise), estradiol e P4 (ovário) e PGF2α (útero). A sincronização do

estro pode ser obtida separadamente ou em combinação através da inibição da

ovulação, indução da ovulação ou ainda pela indução ou atraso da regressão

do corpo lúteo. Os métodos de sincronização incluem a administração de um

hormônio natural ou sintético via oral, injeção intramuscular, implante e através

do manejo dos animais. (GONZÁLEZ, 2001).

3.2. HORMÔNIOS DA REPRODUÇAO

Hormônios são substâncias químicas sintetizadas e secretadas por

órgãos, em uma porção do organismo, que são levadas pela corrente

sanguínea ou linfática para outra parte do corpo onde regulam a atividade de

orgãos-alvo específicos (ZANELLA, 2006).

3.2.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH)

É um peptídeo que controla a secreção de gonadotrofinas,

principalmente do LH e do FSH que atuam nas gônadas. Sua liberação é de

modo pulsátil, sua freqüência e amplitude variam durante o estágio reprodutivo

nas diferentes espécies. Após sua liberação o GnRH é rapidamente

metabolizado e apresenta uma meia de 7 a 12 minutos, diversos análogos têm

sido sintetizados quimicamente podendo causar aumento ou diminuição de sua

atividade. As principais utilizações destes hormônios sintéticos em bovinos

estão relacionadas com a sincronização do estro e TE para luteinização de

folículos (PRADO 2006).

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3.2.2. Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH).

São hormônios hipofisários gonadotróficos importantes para

reprodução na fêmea. A secreção de LH e FSH é controlado pelo GnRH e são

liberados de forma tônica ou basal. Os níveis tônicos de LH e FSH são

controlados através de um mecanismo de feedback negativo das gônadas

(BRANDÃO, 2012).

Antes da ovulação ocorre a liberação de LH e FSH denominada de

onda pré-ovulatória, essa onda é responsável pela ovulação e a mesma

permanece de 6 a 12. O aumento da concentração de estrógeno circulante da

inicio a onda pré-ovulatória de LH, isso acontece três dias antes da ovulação,

esse efeito é denominado de feedback positivo SOVre o eixo hipotálamo-

hipofisário na indução da liberação de LH e FSH (HAFEZ,1996 ).

O LH é responsável pela ovulação e transformação do folículo

ovariano em CL e a principal função do FSH é promover o desenvolvimento do

folículo de Graaf no ovário, além de atuar precocemente no desenvolvimento

do fólico e na formação do antro do folículo. Uma das atuações mais

importante é a ação sinérgica do FSH com os estrógenos que proporciona a

formação de receptores para FSH e LH nas células granulosas do folículo

(SANTIAGO et al., 1999).

3.2.3. Progesterona (P4).

A progesterona é produzida principalmente pelo CL, é um hormônio

imprenscindível para a regulação do sistema reprodutor das fêmeas

(ZANELLA, 2006). Dentre suas ações fisiológicas atua no crescimento das

glândulas mamarias e uterinas, estimula as glândulas endometriais para a

secreção do fluido endometrial, sendo necessário à nutrição do blastócito antes

da implantação e também a manutenção da gestação pelo menos no terço

inicial da gestação. Sinergeticamente atua com o estrógeno em diversas

funções fisiológicas. Elevados níveis de progesterona inibem o estro e a onda

ovulatória de LH, estabelecendo assim a importância desta na regulação do

ciclo estral (HAFEZ, 1996).

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As concentrações plasmáticas de progesterona nos bovinos

apresentam variações durante o ciclo estral normal, desde valores abaixo de 1

ng/mL até 2,3 ng/mL ao estro para vacas zebuínas (AGARWAL et al., 1977).

BANDIGA et al., (1994) encontraram valores de 16 ng/mL em vacas da raça

holandesa 10º dia. Em animais superovulados, estas concentrações podem

ser superiores a 56,7 ng/mL, e se mantém elevadas ate o inicio da regressão

do CL caso não ocorra a gestação (MORRIS et al., 1988).

Já BORGES et al., (2000) encontraram níveis plasmáticos de

progesterona em novilhas mestiças holandês-zebu, durante um ciclo normal

entre 5 e 6 ng/mL e após o tratamento superovulatório níveis superiores a 60

ng/mL.

3.2.4. Prostaglandina (PGF2α).

A sincronização do estro através da aplicação de PGF2α ou seus

análogos possibilita na observação do cio em um período pré-determinado,

maior números de vacas no cio em um grupo, auxilia no rápido retorno ao cio

pós-parto, ajuda no tratamento de endometrite e cistos luteinizantes,

interrupção da gestação, indução ao parto, eliminação de fetos mumificados,

tratamento da involução uterina retardada e retenção de placenta (González,

2001).

3.2.5. Estradiol (E2).

Os estrógenos são hormônios essenciais para manifestações do

estro na espécie bovina, seu elevado nível caracteriza essa fase. O mais

importante para reprodução dentre todos os estrógenos é o 17β-estradiol que é

produzido a partir da interação entre as células da teca, células da granulosa

de folículo ovariano durante as fases de seleção e dominância folicular no trato

reprodutivo da fêmea e das gonadotrofinas hipofisárias (Wiltbank et al., 1996).

O estradiol também controla a liberação de hormônios hipofisários

sendo mediador no processo que reluga a secreção de FSH, ajuda no

desenvolvimento físico das características sexuais femininas e potencializa o

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efeito da ocitocina e prostaglandina nas contrações uterinas e auxilia no

processo de implantação (Wiltbank et al., 1996).

O pico pré-ovulatório de LH, expressão de estro e ovulação se da na

presença de um folículo pré-ovulatorio e altas concentrações plasmáticas de

estradiol que na ausência de progesterona atua ainda indicando a maturidade

do folículo em crescimento para o sistema hipófise-hipotalamo (Dias et al.,

2002)

3.3 PROTOCOLOS HORMONAIS

Na superovulação (SOV) uma das maiores dificuldades é a observação

e detecção do cio. Isso faz com que o desempenho na reprodução bovina seja

limitante, o que acaba acarretando um período mais longo de serviços,

aumento de intervalos entre partos, taxa de prenhez mais baixas, custo de

Mao-de-obra e custo de manutenção das receptoras (BARUSELLI, 2003).

Hoje no mercado existem vários protocolos disponíveis de

superovulação. O aumento do número fisiológico de ovulação provocada com a

administração de gonadotrofinas é denominado superovulação, juntamente

com uma boa IA, utilizando sêmen de ótima qualidade. Podem ser utilizadas as

gonadotrofinas placentárias (Gonadotrofina Coriônica Humana hCG ou

Gonadotrofina Coriônica Equina eCG), gonadotrofinas hipofisárias (LH e FSH)

ou também o GnRH para aumentar a luteinização dos folículos (Prado 2006).

O objetivo do tratamento de superovulação é alcançar o maior número

de embriões fertilizados e transferidos com alta probabilidade de prenhez

(MAPLETOFT et al., 2002). O tipo de hormônio utilizado e o perfil do animal,

estado dos ovários, dinâmica folicular como, por exemplo, o tamanho, as

condições dos folículos antrais e a distribuição são aspectos relevantes que

podem interferir no tratamento homonal (VISITIN et al., 1999).

3.4 RECUPERAÇAO EMBRIONARIA

A TE é agora comumente utilizada para disseminar a genética de

fêmeas e de touros de elite comprovadas de varias raças, com alto valor

econômico. Vacas doadoras são selecionadas, superovuladas e inseminadas

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com sêmen de touros altamente provados. Através dessa tecnologia é possível

exportar um rebanho inteiro SOV forma de embriões congelados, sem risco de

transmissão de doenças e com custo menor do que exportar um animal in vivo.

A seleção das doadoras além de se basear na sua superioridade genética,

precisa ter capacidade reprodutiva e um alto valor da progênie (MAPLETOFT,

2006).

Existem alguns fatores que interfere na recuperação embrionária,

incluindo a técnica, mão de obra qualificada, qualidade do sêmen, protocolo de

superovulação e esquemas de manejo, raça, condição corporal, condição

nutricional, ambiente, sanidade dentre outros. A palpação retal usada para

diagnosticar e contar os CLs pode ser as vezes enganosa, o ultrassom é uma

ferramenta mais precisa, porem existem limitações quando a doadora esta

fortemente estimulada. O numero de CLs com relação porcentagem de

embrioes viáveis colheitados em ambos os ovários, é um indicador do sucesso

da técnica (HASLER, 2012).

A colheita de embriões geralmente é realizada entre o dia sexto e o

oitavo após a primeira inseminação das doadoras, por meia da técnica de

lavagem dos cornos uterinos se permite sua captação, pois nesse período o

embrião localiza-se SOVrenadando num liquido no lúmen da ponta dos cornos

uterinos. Cuidado com contaminações é de extrema importância no lavado

uterino, ar, pêlos, fezes e urina do próprio animal e suor dos envolvidos. A

utilização de um circuito fechado por via transcervical torna essa técnica mais

pratica e segura, diminuindo o risco de contaminações e perdas dos embriões

(HONORATO at al., 2013).

Ainda Honorato (2013) após a lavagem uterina, os embrioes

recuperados são encaminhados para o laboratório e são submetidos a pelo

menos cinco banhos. As considerações em relação a estruturas e qualidade

são realizadas através da avaliação morfológica, forma esferoide, simetria dos

blastômeros, aparência clara e nítida, tonalidade escura e uniforme,

uniformidade da membrana celular, proporcionalidade entre o embrião e

fragmentos celulares no espaço perivitelíneo, ausência de fragmentos celulares

aderidos à zona pelúcida, compactação dos blastômeros entre si. Os estágios

de desenvolvimento quanto à qualidade do embrião é classificado em Mórula

(MO) considerado excelente, Blastocisto inicial (Bi) considerado bom,

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Blastocisto (BL) considerado ruim, Blastocisto expandido (BX) degenerado e

Blastocisto eclodido (BE) não fertilizado. Após a seleção os embrioes são

congelados ou transferidos a fresco para as receptoras.

4. METODOLOGIA

Entre o ano de 2002 ao inicio de 2017 foram realizadas 1675 colheitas

em vacas e novilhas da raça Brangus, nos estados de MS, SP e PR, os dados

apresentados são pertencentes às atividades da empresa Agricontato,

localizada em Presidente Prudente-SP.

A seleção das doadoras foi baseada nas suas características

morfológicas, genealogia e capacidade reprodutiva, incluindo se eles estavam

ciclando com regularidade, e livres de agentes infecciosos transmissíveis,

apresentavam boa condição corporal e balanço energético positivo.

As fêmeas foram submetidas ao protocolo moderno de superovulação

com IATF amplamente testado por pesquisas cientificas. As dosagens de FSH

foram escolhidas conforme a raça e categorias das doadoras.

Em um dia aleatório, denominado dia 0 (D0) às 7:00 h os animais

receberam um dispositivo intravaginal de P4 (CIDR ®, Zoets) e administrado 2

mL de Benzoato de Estradiol (Estrogin ® Biofarm) pela via intramuscular (IM).

No dia cinco (D5) e no dia seis (D6) foi administrado FSH (Pluset ® Hertape) IM

as 7 h e as 18 h, a dose foi conforme avaliação veterinária.

No dia sete (D7) às 7 h e às 18 h, foi administrado o FSH (Pluset ®

Hertape) e 2 mL Prostaglandina (Veteglan ® Hertape) IM. Às 7:00 h do dia oito

(D8) foi administrado FSH (Pluset ® Hertape) IM e às 18:00 h retirado o

implante de P4 (CIDR ®, Zoets) e aplicado FSH (Pluset ® Hertape) IM.

No dia nove (D9) foi administrado de 2,5 mL de Gonadorrelina (Fertagyl

® MSD saúde animal) IM às 7:00 h e às 18:00 foi realizada a primeira IA, com

sêmen congelados de touros de alto valor genético e econômico escolhido pelo

proprietário. No dia dez (D10) às 7:00 h foi realizada a segunda IA e no dia

dezesseis (D16) foi realizada a colheita de embrião.

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As doadoras foram levadas para o curral e no tronco receberam 0,5 a 2

mL de Acepromazina (Acepran ® Vetnil) IM e submetidas a avaliações do tratro

reprodutivo e respostas ovulatórias através da palpação retal.

Foi realizada as anotações na ficha no campo “colheita” das

observações do veterinário em condições encontradas dos ovários, úteros e

cérvix. Procedeu-se com anestesia epidural baixa com aproximadamente 6 ml

de lidocaína (Lidovet®) para os animais aptos para a colheita. Após foi

realizada a lavagem e higienização da parte externa do aparelho reprodutor

feminino, seco com papel toalha.

Utilizou-se uma sonda de Foley com diâmetro avaliado em relação ao

tamanho da cervix da fêmea, hidratado e lubrificado seu interior com Dulbecco

phosphate buffer solution (DPBS), higienizou-se o mandril e introduziu a sonda

de Foley, depois inserido na vagina da fêmea e atravessando a cervix. A sonda

foi posicionada de modo que o balão inflasse no corpo do útero, em media de 3

a 3 mL para útero fino e media de 5 a 9 mL para útero grosso.

Conectou-se o sistema fechado à sonda de Foley já no útero da fêmea.

O sistema fechado é montado após a lavagem e higienização da fêmea,

utilizando um equipo com mangueira em forma de Y, 1 L de DPBS e um filtro, a

manipulação precisa ser extremamente cuidadosa para não contaminar as

pontas do equipo, contaminando assim os embriões.

Foi iniciada a lavagem com a primeira descida de BPBS diretamente até

o filtro, afim, de realizar a lavagem do equipo e do filtro, essa solução foi

desprezada após a lavagem com objetivo de eliminar possíveis resíduos de

esterilização, evitando possíveis contaminações nos embriões recuperados.

Os procedimentos de lavagem uterina deram continuidade com o

controle dos clipes do equipo, mantendo sempre 1 cm de BPBS no fundo do

filtro e cuidando sempre do estado geral do animal durante o período da

colheita. No final da lavagem após a utilização de 1L de BPBS em ambos os

cornos foi desaclopado o sistema do animal e o balão desinflado retornando

assim o BPBS para seringa. O filtro com os embriões foi levado para o

laboratório e aplicado 50 mL de antibiótico (Gentrin® Ouro Fino) intravaginal e

2 mL Prostaglandina (Veteglan ® Hertape) IM e liberado o animal.

O laboratório precisou foi limpo e retirado o máximo possível de poeira e

sujidades. A bancada preparada antes de começar o procedimento, com

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materiais necessários para avaliação, seleção e acondicionamento dos

embriões colheitados.

Foi utilizada placa de Petri 100x15, as mesmas foram realizados riscos

nas linhas verticais e horizontais, depois de realizado o esgotamento do liquido

do filtro deixado apenas o fundo do filtro com liquido para evitar que os

embriões fiquem aderidos na membrana. A lavagem do filtro foi realizada com

três seringas contendo 15 mL de BPBS e depositado na placa de Petri 100x35

quadriculada. A ultima seringa foi utilizado para preencher o filtro vazio que

ficou repousando para posterior observação.

Em outra placa de Petri de 35mm com Albumina Sérica Bovina (BSA) foi

identificada com o nome da doadora. A placa quadrangular foi levada para a

lupa com auxilio de uma pipeta de 5 µl onde se realizou a varredura em zig-

zag, separando os possíveis embriões e colocando-os na placa de 35mm.

Após a localização e seleção dos embriões viáveis realizou-se cinco banhos

sanitários.

Em uma placa de Petri 100X15 na tampa adicionou os embriões e no

fundo foi dividido em quadrante com as identificações das doadoras, com uma

seringa agulhada contendo 5 mL de BSA foi realizado uma gota de 250 µL em

cada quadrante, a placa contendo os embriões foram avaliados quanto sua

qualidade seguindo as normas da International Embryo Technology Society

(IETS) e da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE).

Os estágios de desenvolvimento quanto à qualidade do embrião

segunda a IETS são divididos em MO considerado excelente, Bi considerado

bom, BL considerado ruim, BX degenerado e BE não fertilizado. De acordo

com as normas da IETS as seguintes estruturas foram descartadas, oócitos

não fertilizados, embriões do grau 3 e embriões degenerados, assim restando

na placa somente embriões viáveis grau 1 e 2, MO e Bi. Em seguida anotou-se

na tampa da placa de 35 mm o numero total de embriões viáveis que vão para

a lavagem.

Outra tampa da placa de Petri 100x15 foi identificada com a doadora,

com uma seringa contendo BSA foi realizado 5 gotas de 250-500 µL, os

embriões foram pipetados com uma ponteira de 5 µL e transferidos para a

primeira gota onde foram homogeneizados repetidamente fazendo um

turbilhamento. Os embriões passaram por todas as gotas em sentido horário,

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sendo que para cada gota foi trocado a ponteira. Após a lavagem foi realizado

a conferencia dos embriões viáveis numa placa de Petri dividida em quadrante.

Iniciou-se o processo de envasamento para a transferência de embriões

a fresco ou congelação. É de extrema importância a identificação das palhetas

com o numero ou nome das doadoras, número e classificação dos embriões.

Para os embriões transferidos a fresco, foram separados e identificados

as palhetas e plug lacradores e deixados organizados em sequência. Uma

nova placa de 35 mm foi identificada com o nome da doadora e quantidade de

embriões viáveis e adicionado 5 mL de BSA.

Os embriões foram transferidos com uma pipeta para a placa e

separados individualmente, sendo uma placa de 35 mm para cada doadora.

Uma seringa de insulina foi conectada na palheta na extremidade que continha

a bucha de vedação e aspirado uma fração de BSA, aspirou-se o embrião e em

seguida outra fração de BSA, de forma que o embrião estivesse acomodado.

No troco as receptoras receberam 0,5 mL de Acepromazina (Acepran®

Vetnil), foi avaliado trato reprodutivo e a resposta de todas através da palpação

retal. Em uma planilha de controle reprodutivo do veterinário, foi anotado o

tamanho do CL e ovários que o mesmo se encontrava e os dados gerais do

trato reprodutivo de cada receptora.

Nas fêmeas aptas á receberem o embrião, deu-se continuidade com a

anestesia epidural baixa e higienização do trato externo reprodutivo o realizado

nas doadoras. Em seguida o aplicador foi montado com a bainha contendo o

embrião entregue ao veterinário que depositou o embrião no corno uterino

ipsilateral ao CL.

O objetivo deste estudo é realizar a comparação da resposta

superovulatória de fêmeas da raça Brangus classificadas nas categorias

novilha e vaca.

Os dados foram analisados através de ANOVA com significância de 5%.

Foram comparados as médias de ovulações, estruturas recuperadas, oócitos

não fertilizados, embriões degenerados e embriões viáveis na comparação

entre as categorias novilha e vaca.

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5. RESULTADOS

Na tabela 1, é possível observar a comparação das médias do número

de ovulações, estruturas recuperadas, oócitos não fertilizados, embriões

degenerados e embriões viáveis para vaca e novilha da raça Brangus.

Tabela 1: Comparação das médias do número de ovulações, estruturas

recuperadas, oócitos não fertilizados, embriões degenerados e embriões

viáveis para vaca e novilha da raça Brangus superovuladas.

Vaca Novilha

Ovulações (n) 12,21a 13,86a

Estruturas recuperadas (n) 13,11a 11,65a

Oócitos não fertilizados (n) 4,64a 5,04a

Embriões degenerados (n) 1,76a 2,85b

Embriões viáveis (n) 9,47a 6,72b

*Letras diferentes na linha indicam diferença estatística (p<0,05).

Não foi observado diferença estatística (p>0,05) para a média de

ovulações, estruturas recuperadas e oócitos não fertilizados entre novilhas e

vacas da raça Brangus superovuladas.

Em novilhas foi possível observar um aumento do número de embriões

degenerados, diferindo estatisticamente (p<0,05) das vacas. O número de

embriões viáveis observado foi maior em vacas, sendo diferente

estatisticamente (p<0,05) do número de embriões viáveis recuperados em

novilhas.

6. DISCUSSÃO

A técnica de superovulação é uma importante ferramenta para a

aceleração do melhoramento genético de rebanhos. Diferentes efeitos podem

estar associados ao sucesso da técnica, entre estes a categoria das doadoras.

Apesar de atualmente representar uma participação de

aproximadamente 15% do número de embriões produzidos no Brasil (SBTE,

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2016), a técnica de superovulação é uma alternativa para propriedades que

apresentam interesse em realizar programas de melhoramento genético sem

depender fisicamente de estrutura laboratorial complexa como a utilizada na

produção in vitro de embriões.

A baixa procura da técnica devido o seu alto custo operacional e a

redução de profissionais especializados na aplicação da superovulação

permitiu o desinteresse dos pesquisadores pela técnica de superovulação,

limitando o número de publicações científicas recuperadas para estadiscussão.

A resposta superestimulatória tem importante contribuição na variação

de resultados obtidos na técnica, sendo dose dependente (Visintin et al,1999),

sendo que para novilhas uma menor dose de gonadotrofinas apresenta melhor

resultado superestimulatório (Visintin et al., 1999). No presente trabalho não foi

possível observar diferenças na resposta superovulatória, no entanto no estudo

a dose de 250 UI foi preconizada para novilhas e 350 UI para vacas.

Oliveira et al. (2007) destaca a ineficiência dos protocolos de

superovulação, indicando a necessidade de individualizar os protocolos de

acordo com as características do indivíduo. Destacamos entre as

características observadas a raça, categoria, idade, escore corporal e peso

para uma melhor compreensão da resposta superovulatória, tornando assim a

dose variável de acordo com o indivíduo como destacado pelo autor.

Martins (2007), mostra em seu experimento que o número de

inseminações não reflete no aumento ou redução de estruturas recuperadas e

não fertilizadas, não sendo este um efeito direto SOVre o processo de

produção de embriões. Utilizando duas inseminações nas doadoras,

independente da categoria, observa-se que o sêmen não é um efeito direto

SOVre a recuperação embrionária, certo de que os padrões mínimos de

qualidade do sêmen foram atendidos ao selecionar o reprodutor no

acasalamento.

Atualmente o início do protocolo não é decisivo para o resultado final,

uma vez que o uso de progestágeno no protocolo permite a sincronização do

ciclo e a indução da resposta superestimulatória durante a emergência de uma

nova onda folicular (Fischdik et al., 2014).

Não foram encontrados relatos que indicam as causas do maior número

de embriões degenerados em novilhas.

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Prado et al. (2007), discuti que o tipo de hormônio, categoria e

subespécie podem ser fatores que influenciam a uma melhor resposta

superovulatória, apresentando dados de inúmeros autores que concordam

observando um maior número de embriões recuperados em vacas Bos taurus.

7. CONCLUSÃO

É possível concluir que um maior número de embriões degenerados

pode ser encontrado em protocolos de superovulação de novilhas. Quanto ao

número de embriões viáveis a superovulação de vacas retornou melhores

índices, sendo indicado a utilização desta categoria como doadora de

embriões. O número de ovulações, estruturas recuperadas e oócitos não

fertilizados não diferiu entre as categorias, indicando que efeitos do sêmen,

dose de gonadotrofina e resposta individual da doadora não são efeitos que

influenciam na aplicação da técnica de superovulação.

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CAPÍTULO II: RELATÓRIO DE ESTÁGIO

1. LOCAL DE ESTÁGIO

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O estágio curricular foi realizado na empresa Agricontato Consultoria

LTDA, localizada na Rua Dom Pedro I, 251 - Presidente Prudente / SP. A

empresa se trata de uma prestadora de serviços veterinários principalmente

nas áreas de produção animal e gestão agropecuária.

A empresa conta com um veterinário que presta consultoria em

planejamento pecuário, desenvolvendo atividades como colheita e

transferência de embriões, diagnóstico de gestação, cursos de

aperfeiçoamento profissional em Gestão Agropecuária, Produção Animal e

Reprodução de Bovinos.

O estágio acorreu de 13 de fevereiro a 12 de maio, totalizando 40 horas

semanais e 440 horas totais. A supervisão foi do médico veterinário MSc.

Marcelo Z. Costa, e o professor orientador MSc João Filipi Scheffer Pereira.

2. ATIVIDADES REALIZADAS

Durante o estágio foram visitadas 3 propriedades no estado do Paraná

onde se tem uma rotina continua de colheita e transferência de embriões e

diagnóstico de gestação. Duas destas fazendas trabalham com animais da

raça Brangus como doadoras e mestiças como receptoras.

A rotina do presente estágio foi norteada pelo cronograma de atividades

agendado pela empresa, geralmente com inicio às 7h30min e término as

18h00min, com exceções ocorridas pela distância até a propriedade atendida,

devido ao tempo para deslocamento.

Durante o estágio diversas atividades foram desenvolvidas (Gráfico 1):

seleção e avaliação ginecológica de doadoras e receptoras de embrião, IATF e

IA, transferência de embrião, diagnóstico de gestação por palpação retal e

ultrassonografia, vacinações contra Aftosa, Carbúnculo e Brucelose,

administração de antiparasitário, manejo geral (ordenha), compra e venda

novilhas para engorda, plantação de sorgo e manutenção de cerca,

acompanhamento do rebanho e pastagem, manejo de bezerros recém-

nascidos, tratamento clinico de hipocalcemia e curso de IA.

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2.1 SELEÇAO E AVALIAÇAO GINECOLÓGICA DE DOADORAS E RECEPTORAS DE EMBRIAO

A seleção dos animais destinado ao programa de SOV-TE é realizada

para determinar se as fêmeas estão aptas para receberem o protocolo. Alguns

fatores são importantes nas avaliações como: ciclicidade, ausência de

gestação, idade, peso e escore corporal, condições nutricionais e sanitárias,

habilidade materna, maior taxa de concepção, conformação no aparelho

mamário e reprodutivo.

Através das fichas dos animais é realizada uma análise de todo histórico

reprodutivo da doadora. Os animais apresentavam identificação através de

brincos e tatuagens.

As fêmeas receptoras selecionadas eram vacinados contra leptospirose

e aguardavam o momento que seria realizada a sincronização para TE. Todas

as informações foram anotadas nas fichas dos animais.

Figura 1: Fêmeas doadoras de embriões da raça Brangus.

As fêmeas utilizadas como doadoras pertencem a raça Brangus com

registros na associação brasileira de criadores de Brangus. Uma raça definida

há mais de 40 anos no Brasil com grau 3/8 de sangue zebu e 5/8 de sangue da

raça Angus, apresentando características como rusticidade, precocidade

sexual, engorda e alta qualidade de carne.

As doadoras são colheitadas no máximo quatro vezes no ano em

intervalos de 45 a 60 dias, depois elas entram no protocolo de IATF e passam

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por uma gestação. Com aproximadamente 60 ou 90 dias após o parto é

iniciado um novo programa de colheitas de embriões.

As fêmeas selecionadas como receptoras variam quanto a raça,

podendo ser mestiça, Brangus, Nelore, Jersolando e Holandesas.

Figura 2: Fêmeas mestiças e Brangus selecionadas

como receptoras de embriões.

Figura 3: Fêmeas receptoras de embriões das raças

Jersolando e Holandês.

2.2 ESTAÇÃO REPRODUTIVA

Foram protocoladas 162 receptoras para realização da transferência do

embrião.

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Os embriões congelados transferidos foram oriundos do acasalamento

de doadoras Brangus utilizando sêmen de touros com alto valor genético e

econômico, como W. Leasd Gun, Hombre, Hulk, Coliseu, F529, Ranger e

Lanin.

Esse tipo de acasalamento proporciona um bezerro com maior peso ao

desmame, além das características maternas e paternas, envolvendo

rusticidade, alto ganho de peso, marmoreio e boa cobertura de gordura na

carcaça.

Os animais nascidos desses cruzamentos quando atingem 1 ano e 8

meses de idade passam pelo processo de DNA para confirmação de

maternidade e paternidade, sendo o padrão racial julgado para a obtenção de

registro. Os machos são vendidos como touros e as fêmeas como doadoras

com valor alto no mercado. Os que não atendem as exigências ficam no plantel

como receptoras ou vão para o abate.

A estação de transferência dos embriões ocorre de setembro a abril,

quando se encerram as transferências e retirando do lote de receptoras os

touros de repasse. De maio a agosto os embriões colheitados são congelados

e armazenados até a próxima estação de transferência.

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Figura 4: Implante de progesterona.

2.3 COLHEITA E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO

O objetivo da TE está baseada no princípio da multiplicação de material

genético, acelerando o melhoramento da progênie, de fêmeas doadoras

consideradas superiores, dentro de cada criatório. Atualmente é a técnica mais

acessível e de melhor aproveitamento de uma doadora, multiplicando seu

material genético.

No decorrer do estágio foram realizadas 27 colheitas de embrião, total

de 280 embriões colheitados, 78 não fertilizados, 29 degenerados, 78

transferidos a fresco e 97 congelados. As doadoras eram encaminhadas para o

curral no início da manhã. No início da atividade por palpação era confirmada

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reposta do protocolo, as responsivas passavam por todo processo de

higienização do períneo, anestesia e colheita do embrião como ilustra a

imagem abaixo.

Figura 5: Lavagem uterina da doadora.

São observados o número de corpos lúteos, duração da colheita, touro

utilizado na IA, para controle das propriedades e do técnico. Após cada colheita

os embrioes eram encaminhados para o laboratório.

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Figura 6: Laboratório para manipulação dos embriões.

A seleção como mostra imagem abaixo, foi realizada baseada na

experiência do técnico que segue as normas da IETS.

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Figura 7: Seleção dos embriões.

Embriões viáveis grau 1 e 2, mórula e blastocisto inicial eram

envasados, transferidos a fresco ou congelado para a próxima estação.

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Figura 8: Embriões viáveis.

Na transferência a fresco como mostra a imagem abaixo, todas

receptoras passavam pelo mesmo processo, curral, tronco, palpação para

confirmar reposta ao protocolo. As fêmeas aptas a receberem os embriões

passavam pelo processo de higienização da região perineal.

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39

Figura 9: Transferência de embrião a fresco.

O técnico depositava o embrião no corno uterino do mesmo lado do

ovário que apresentava o corpo lúteo, esquerdo ou direito. Informações como

lado do ovário que ovulou e dificuldade de ultrapassagem da cérvix eram

anotados. Após todo procedimento os animais eram soltos, e com 30 dias

realizado o diagnóstico de gestação.

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Figura 10: Congelação dos embriões em equipamento TK 1000.

2.4 DIAGNÓSTICOS DE GESTAÇAO

O diagnóstico gestacional permite identificação de fêmeas descartes

(vazias), determinação dos índices reprodutivos, determinação da idade e

viabilidade fetal, planejamento de mão de obra na estação de parição, manejo

nutricional das fêmeas gestantes.

Após 45 dias da transferência de embrião foi realizado o diagnóstico

gestacional, através da palpação retal e ultrassonografia nas propriedades. A

palpação retal era baseada nas modificações morfológicas do aparelho

reprodutor feminino, quanto à simetria dos cornos uterinos e estruturas

ovarianas. Com uso do aparelho de ultrassom procurou-se o fluido cório-

alantóico e extensão da parede uterina confirmando a gestação como mostram

as figuras 12 e 13.

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Figura 11: Ultrassom para diagnostico de gestação.

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Figura 12: Prenhez confirmada através da ultrassonografia.

Todas as informações das receptoras eram anotadas em suas

respectivas fichas de controle dos proprietários. As fêmeas positivas eram

soltas em lotes separados e realizado acompanhamento gestacional. A cada 3

meses pelo menos a palpação retal era repetida para confirmação de possíveis

abortos.

As fêmeas negativas eram separadas em diferentes lotes para inclusão

no protocolo seguinte. As receptoras que não aceitavam o embrião pela

segunda vez eram descartadas do rebanho. No final da estação os

proprietários faziam o repasse com touros da raça Brangus através da monta

natural.

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2.5 VACINAS E ANTIPARASITÁRIOS

O manejo sanitário é um dos mais importantes procedimentos dentro de

uma propriedade. As vacinas têm como função proteger os animais contra

doenças e ocorrem em determinadas regiões. O programa sanitário é

determinado de acordo com a idade, sexo, espécie do animal e a região

geográfica. Existem vários tipos de vacinas para bovinos de corte e leite no

Brasil, onde as mesmas são contra enfermidades causadas por protozoários,

bactérias e vírus.

A vacina da Brucelose é obrigatória em fêmeas de 3 a 8 meses de idade

sendo realizada somente por Médico Veterinário autorizado pelo serviço oficial.

Figura 13: Vacina Contra Brucelose.

A vacina contra Febre Aftosa é obrigatória para todos os animais de 0 a

24 meses, as campanhas acontecem nos meses de maio e novembro.

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Figura 14: Vacina contra Febre Aftosa.

Figura 15: Ficha de controle da vacina de Febre Aftosa.

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A vacina contra Carbúnculo não é obrigatória mais é importante para o

rebanho, devido as endemias em determinadas regiões, com clima favorável

ao desenvolvimento da doença.

No decorrer do estágio obrigatório foram realizadas algumas vacinações

no rebanho das propriedades como: Brucelose, Febre Aftosa e Carbúnculo. As

vacinas foram mantidas refrigeradas em caixa de isopor com gelo. Um total de

19 fêmeas foram vacinadas contra Brucelose com a RB-19 e marcadas na face

do lado esquerdo constando a letra V e o ano 7. 65 animais receberam a

vacina contra a Febre Aftosa entre 0 e 24 meses de idade e 124 a vacina

contra Carbúnculo.

Figura 16: Vacina contra Clostridiose.

Utilizou-se 3 aplicadores em forma de pistola, uma para cada tipo de

vacina. As vacinas foram administradas na tabua do pescoço ou na escapula

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por via subcutânea. Cada vez que o animal era vacinado as agulhas eram

mergulhadas em solução de iodo 10%. As doses utilizadas foram, 5 mL contra

Febre Aftosa, 3 mL de Clostridiose, 2 mL para Brucelose por animal.

Aproveitando os animais no curral foi realizado também a vermifugação

com Cloridrato de levamisol a dosagem é 1 mL pra cada 40 kg de peso vivo e a

pulverização com 40 mL Fipronil, 20 mL de Colosso Pulverização®( Ouro Fino)

em 20 L de água contra moscas e carrapatos.

Figura 17: Marcação da Brucelose a ferro quente.

2.6 ORDENHA

Em uma das propriedades durante o estágio foi acompanhado a rotina

diária da fazenda. Essa propriedade criava algumas vacas de leite das raças

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Holandês, Jersey e Jersolando. As ordenhas eram realizadas 2 vezes ao dia as

5:00 e as 16h00 horas.

Figura 18: Fêmeas na sala de espera da ordenha.

Os animais eram levados para sala de ordenha, onde para o pré dip,

limpeza e higienização dos tetos e observava o aparecimento de alguma

patologia, por exemplo, a mastite que é comum nas vacas leiteiras e problemas

de cascos. As fêmeas recém paridas eram esgotadas na mão e o bezerro

permaneciam com a mãe até o esgotamento do úbere.

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Figura 19: Ordenha manual em vaca recém-parida.

A ordenha era canalizada até o resfriador facilitando o trabalho do

funcionário e minimizando a contaminação do leite e dos tetos das fêmeas

como mostra a figura 20.

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Figura 20: Ordenha Canalizada.

Após cada ordenha era realizado o pós-dip e aplicação de

medicamentos contra eventuais patologias se necessário. O leite era

armazenado no resfriador na temperatura de 4°C até a colheita do laticínio que

acontecia a cada 2 dias na região.

Depois de ordenhar todas as vacas eram realizadas as limpezas,

lavagem da ordenham com detergentes alcalinos clorados todos os dias e com

detergente ácido 2 vezes na semana, lavagem e higienização da sala de

ordenha organização de todos os materiais.

Os animais eram encaminhados para o barracão de trato que recebiam

silagem, casquinha de soja e água a vontade. Depois de 2 horas as fêmeas

eram encaminhadas para o pasto até a próxima ordenha que acontecia ás

16:00 horas.

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2.7 SELEÇAO DE NOVILHAS PARA COMPRA

No decorrer do estágio acompanhamos um dos produtores e o

veterinário na seleção de novilhas para compra, no intuito de fazer a recria. O

proprietário optou por fêmeas, as mesmas tinham entre 9 e 14 meses de idade.

O veterinário fez a seleção baseado na conformação física, escore corporal,

raça, conformação da cabeça, peso ao desmame, profundidade do vazio e

exames clínicos.

Figura 21: Seleção de novilhas para compras.

A negociação durou algumas horas após a seleção, na briga por preços

e prazos de pagamento. O proprietário comprou 59 novilhas mestiça Nelore e

Brahman.

Fechado o negócio os animais foram embarcados em 2 caminhões

boiadeiros e levados ate a propriedade. Na fazenda os animais foram

desembarcados marcados e levados para pastos diferentes, onde

permaneceram por 25 dias onde foi realizado a separação por lote conforme

tamanho e idade e feito a marcação como mostra a figura 22.

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Figura 22: Marcação a ferro quente.

2.8 PASTAGEM

As condições das pastagens e o número de animais por lotes são

informações extremamente importantes para se calcular a total de animais por

Hectare (UA/ha). O valor ideal seria de 1,02 UA/he, dessa forma os nutrientes

do solo e do pasto não serão degradados e estarão prontos para descanso e

recuperação assim que o manejo rotacionar para o outro pasto.

Todas as propriedades, acompanhadas durante a realização das

atividades curriculares criavam seus rebanhos no sistema extensivo com

rotação de pastos divididos em piquetes. Alem de suplementação de sal

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mineral e água a vontade. Os animais eram divididos em lote por tamanho e

peso. No inverno se complementava a alimentação com silagens de cana-de-

açúcar, capim elefante e sorgo.

Figura 23: Altura do capim elefante para produção de silagem.

Todos os dias foram avaliados a altura do pasto e realizado o

rotacionamento de piquetes, deixando assim cada piquete de saída descansar

por mais ou menos 21 dias. O acompanhamento também foi realizado

mensurando a altura do capim elefante para produção de silagem para não

passar do tamanho ideal.

A plantação de sorgo foi realizada para a produção da silagem para o

inverno. A terra foi preparada e no dia da plantação foi avaliado a velocidade e

quantidade de semente e adubo que caiam por metro linear. A plantadeira foi

regulada até alcançar 23 sementes por metro, a conferência foi realizada

desenterrando as sementes das linhas já plantadas e conferindo quantas

sementes caíram por metro. As distâncias entre covas e linhas são importantes

para o desenvolvimento da planta e na hora colheita para produção da silagem.

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Figura 24: Plantio de sorgo.

2.9 MANEJO DE BEZERROS

A criação de bezerros exige boas práticas de manejo e muita atenção a

detalhes, principalmente aos neonatos, pois é uma das atividades mais

complexas da propriedade, sendo comum a ocorrência de doenças infecto

contagiosa e parasitária, com consequente aumento da taxa de mortalidade,

com grandes prejuízos ao produtor.

Todos os animais que nasciam nas propriedades acompanhadas,

apresentavam fichas de controle com dados como: pesagem e cura de umbigo.

A ficha é importante para manter um histórico dos animais durante toda sua

vida produtiva, a pesagem para acompanhar o crescimento e o

desenvolvimento e a cura do umbigo para evitar doenças infecciosas e virais

para o animal e todo o rebanho.

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Figura 25: Pesagem de bezerro recém nascido.

O acompanhamento do peso era realizado para ter a certeza que o

bezerro (a) não estava tendo problemas para se alimentar já que nos primeiros

dias de vida eles se alimentam apenas do leite materno.

No momento em que animal nasce ele precisa ser contido e realizado o

corte do umbigo mais ou menos 2 cm da base e higienizado com solução de

Iodo a 10% diariamente durante 10 dias. Durante o estágio foi acompanhado

um caso de um bezerro com miíase no casco que foi tratado com Cidental ®

liquido 250 mL (Bimeda) durante 5 dias e um bezerro apresentando aumento

de volume de volume abdominal no quadrante superior esquerdo possível

timpanismo como ilustrado nas figuras 25 e 26.

.

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Figura 26: Tratamento de miíse.

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Figura 27: Bezerro apresentando aumento de volume

abdominal no quadrante superior esquerdo, possível timpanismo.

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2.10 MANEJO GERAL DAS FAZENDAS

Durante a estadia nas fazendas eram realizadas as rotinas diarias, como

observação dos animais e pastagens.

Figura 28: Observação de pastagem.

O animal que apresentando algum tipo de sinal clínico era apartado do

rebanho e levado para piquetes próximos para tratamentos e alimentação

diferenciados. O mesmo acontecia para vacas que estavam em pré-parto,

destinadas ao piquete de parição. Os animais debilitados e doentes e recém-

paridos era observados rigorosamente e tratados conforme instruções

passados pelo veterinário.

Durante o período do estágio encontrou-se uma égua mestiça com

aproximadamente 20 anos com um potro de 4 meses de idade e uma vaca

Jersolando com bezerro recém nascido muito debilitados, fracos magros com

escore corporal muito abaixo do desejável e bem desidratados. O tratamento

foi realizado durante 3 dias com soro e cálcio, mas sem resposta. Ambos foram

submetidos à eutanásia.

Os animais zebuínos são considerados mais agitados em questão do

temperamento, sendo o cuidado com as cercas importante para evitar fuga dos

animais para outras propriedades. Cochos para alimentação dos animais foram

inseridos no barracão para trato diário com silagem.

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2.11 CONFECÇÕES E PREENCHIMENTOS DE PLANILHAS

A confecção de planilhas era realizada para a administração e o

planejamento das fazendas, realizadas nas próprias propriedades e depois

transferidas para o computador.

As seguintes informações eram gravadas conforme mostra a figura 29:

número total de cabeças de gado em cada lote, número de mortes, número de

animais que mudaram de lote, pesos obtidos, número de nascimentos, venda

de animais e compra de animais, quantidade de TE realizadas, quantidade de

embrioes transferidos, total de prenhez e total de animais vazios. Esses

números eram armazenados e geravam um relatório ao proprietário, sendo

muito importante assim para a gestão da propriedade.

Figura 29: Confecção e conferência de planilhas.

2.12 CURSO DE INSEMINAÇAO ARTIFICIAL

No final do estágio obrigatório o treinamento em IA foi realiado na CRV

Lagoa empresa especialista em melhoramento genético de bovinos de corte e

de leite localizada na cidade de Sertãozinho-SP.

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59

Figura 30: CRV Lagoa local do curso de IA.

Nas aulas teóricas aprendemos a importância, os objetivos e as

vantagens da IA. Conhecimento anatômico do trato reprodutor feminino.

Escore corporal e fases do ciclo estral das fêmeas bovinas e momento para

realizar a inseminação. Manipulação do botijão de nitrogênio e do sêmen.

Manipulação dos materiais para IA quanto limpeza e higiene e importância da

qualificação da Mao de obra.

As aulas práticas foram iniciadas em peças do trato reprodutor feminino

descongeladas de animais mortos.

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Figura 31: Aula pratica de IA em peças descongeladas.

Depois aprendemos todo o processo de montagem da mesa,

descongelamento do sêmen, montar o aplicador e inseminação artificial,

aprendendo a lavagem e higienização da parte externa do trato reprodutor e IA

utilizando fêmeas da raça Nelore.

Figura 32: Aula pratica de IA em animais vivos.

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Figura 33: Turma CRV Lagoa 2017.

3. CONCLUSÃO

Durante todo o período de estágio, fazendo uma avaliação de todas as

atividades realizadas, é possível concluir que estes foram de grande valia para

o aprendizado e formação profissional. A posição que o médico veterinário se

coloca na área de reprodução animal é decisiva para a continuidade do seu

trabalho. A seleção de quem permanece no mercado é baseado na sua

competência profissional, moral, ética e respeito pelos proprietários, gerentes e

colaboradores das propriedades e principalmente pelos animais.

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