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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA PROPOSTA PARA O USO PEDAGÓGICO DA LOUSA INTERATIVA ITALO VALERIO PEREIRA GOMES NATAL-RN 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

PROPOSTA PARA O USO PEDAGÓGICO DA LOUSA INTERATIVA

ITALO VALERIO PEREIRA GOMES

NATAL-RN2019

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ITALO VALERIO PEREIRA GOMES

PROPOSTA PARA O USO PEDAGÓGICO DA LOUSA INTERATIVA

Artigo científico apresentado ao Curso dePedagogia da Universidade Federal do RioGrande do Norte como requisito parcial paraobtenção do grau de Licenciado em Pedagogia

Orientador: Prof. Dr. Flávio Boleiz Júnior

NATAL-RN

2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Moacyr de Góes - CE

Gomes, Italo Valerio Pereira.Proposta para o uso pedagógico da lousa interativa / Italo

Valerio Pereira Gomes. - Natal, 2019.38 f.: il.

Artigo (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande doNorte, Centro de Educação, Pedagogia.

Orientador: Prof. Dr. Flávio Boleiz Junior.

1. Lousa Digital - Artigo. 2. Tecnologias Educacionais -Artigo. 3. Ensino público - Artigo. I. Boleiz Junior, Flávio.II. Título.

RN/UF/BS - Centro de Educação CDU 37.091.39

Elaborado por Rita de Cássia Pereira de Araújo - CRB-15/804

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ITALO VALERIO PEREIRA GOMES

PROPOSTA PARA O USO PEDAGÓGICO DA LOUSA INTERATIVA

Artigo científico apresentado ao Curso dePedagogia da Universidade Federal do RioGrande do Norte como requisito parcial paraobtenção do grau de Licenciado em Pedagogia

Orientador: Prof. Dr. Flávio Boleiz Júnior

Aprovado em 03/12/2019

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________Prof. Dr. Flávio Boleiz Júnior (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

_______________________________________________Prof. Dr. Júlio Ribeiro Soares

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

_______________________________________________Profa. Dra. Marcia Cristina Barragan Moraes ToledoInstituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN

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Dedico

À minha mãe, Ilza Alexandre Gomes, que

sobreviveu aos mais difíceis momentos para nos

criar durante a juventude, dificuldades que

causaram adiamento por décadas o sonho de ver

seu filho formado. Por todo apoio, compreensão e

perseverança nos dias que estive ausente quando

precisou, é mais que justo esta dedicatória.

Dedico também à minha companheira, Raquel

Garcia de Araújo, minha filha e meu filho, meu

irmão, demais parentes e amigos que colaboraram

direta ou indiretamente para momentos de inteira

concentração, leituras solitárias, trabalhos da

Universidade, por vezes faltando compromissos de

família.

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Educar é substantivamente formar. Divinizar ou diabolizar a

tecnologia ou a ciência é uma forma altamente negativa e perigosa de

pensar errado. De testemunhar aos alunos, às vezes com ares de quem

possui a verdade, rotundo desacerto. Pensar certo, pelo contrário,

demanda profundidade e não superficialidade compreensão e na

interpretação dos fatos.

Paulo Freire (1996)

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AGRADECIMENTOS

Agora, mais que nunca, é hora de agradecer à todos pedagogos e todas pedagogas que

diariamente saem de suas casas, afastando-se de seus filhos, para nos educar e nos tornar

cidadãos civilizados, aptos a viver em sociedade e profissionalmente realizados.

Agradecimentos à todos(as) professores(as) do Centro de Educação e do Departamento de

Comunicação nas disciplinas eletivas dos(das) quais tive a honra de ser aluno. Sem esquecer

de todo corpo de funcionários, técnicos, auxiliares de serviços gerais que garantiram

atendimento, funcionamento e limpeza impecável durante todo o curso.

À orientadora acadêmica, professora Dra. Cynara Teixeira Ribeiro sempre atenta e

dedicada.

Ao orientador, Dr. Flávio Boleiz Júnior que aceitou o desafio diante de agenda lotada.

À professora Dra. Marcia Cristina Barragan Moraes Toledo e professor Dr. Júlio

Ribeiro Soares por aceitarem o convite para banca e avaliar o trabalho com pertinentes

sugestões que elevaram a qualidade do mesmo.

Aos amigos de turma Ricardo Herculano Cavalcante e Lindemberg de Melo que

participaram ativamente das oficinas desenvolvidas para CIENTEC que abrilhantaram este

trabalho assim como aos amigos da turma 2014.2 e 2015.1, parceiros dessa trajetória.

Aos(às) diretores(as), coordenadores(as), professores(as) das Escolas nas quais

estagiei assim como as crianças e jovens com os quais compartilhamos momentos

inesquecíveis.

Aos professores Me. Jeronimo Freire da Silva, Dr. João Telésforo Nóbrega de

Medeiros pela constante motivação e incentivos.

Ao CIDEPE, empresa sediada no Rio Grande do Sul, e o então coordenador do projeto

Cidepe Digital, Cassiano Zeferino, que viabilizaram meu retorno imediato ao Rio Grande do

Norte para que fizesse a matrícula, confirmasse o vínculo e retornasse ao Rio Grande do Sul,

estudando via Sigaa até conclusão dos trabalhos e consequente retorno ao Rio Grande do

Norte.

Aos(às) gestores(as) que nos últimos dezesseis anos investiram na Educação, na

infraestrutura das Escolas e Universidades sem os(as) quais não teríamos o objeto de estudo

para o desenvolvimento deste trabalho.

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RESUMO

Este artigo representa um Trabalho de Conclusão de Curso e foi produzido com o tema

tecnologias educacionais relacionado à utilização do recurso lousa digital interativa (LDI)

para fins pedagógicos. O objetivo central é refletir a utilização de lousas digitais interativas e

propor metodologia que facilite o planejamento de ensino com uso desse recurso. O artigo

parte das observações na prática discente com o recurso LDI ao longo da formação no curso

de Pedagogia na UFRN de 2014 a 2019, pesquisa qualitativa de publicações com o tema,

experiências desenvolvidas durante duas edições da CIENTEC UFRN, experiências nos

estágios obrigatórios, relatos de gestoras de escolas públicas e estudos extra-curriculares nas

disciplinas em cursos de Comunicação. Espera-se apresentar alternativas que facilitem

projetos de ensino que contemplem uso interativo das LDIs.

Palavras Chave: Lousa Digital. Tecnologias Educacionais. Ensino público.

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ABSTRACT

This article is a completion of coursework and was produced with the theme educational

technologies related to the use of interactive whiteboard feature (IWB) for educational

purposes. The main objective is to reflect the use of interactive whiteboards and to propose

methodology that facilitates the teaching planning using this resource. The article starts from

observations in the student practice with the IWB resource during the training in Pedagogy at

UFRN from 2014 to 2019, qualitative research of publications on the theme, experiences

developed during two editions of CIENTEC UFRN, experiences in the obligatory stages,

reports public school managers and extra-curricular studies in the subjects of Communication

courses. It is expected to present alternatives that facilitate teaching projects that contemplate

interactive use of IWBs.

Keywords: interactive whiteboard. educational technologies. public education.

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INTRODUÇÃO

O tema aqui exposto trata do recurso Lousa Digital Interativa ou Projetor Interativo e

sua utilização em sala de aula no Rio Grande do Norte.

O presente artigo foi motivado a partir da constatação do não aproveitamento ou

utilização de lousas interativas em escolas e universidades em suas diversas áreas do

conhecimento. Com o passar dos semestres, visitando escolas e escrevendo trabalhos sobre o

tema, que culminou, inclusive, na criação e realização de duas edições de oficinas para uso de

lousas digitais na CIENTEC/UFRN (2015 e 2016) e uma no Fórum Educação 4.0 na

UNINASSAU-RN (2018), descobriu-se uma alta demanda por pesquisas e atenção acima das

expectativas ao tema. Este artigo visa a refletir sobre o uso de recursos digitais em sala de

aula, especificamente a utilização de lousa digital aplicada ao ensino, e propor metodologia

que facilite e torne mais robusto um plano de aula ou plano de ensino com uso de softwares

familiarizados pela maioria dos docentes no Brasil .

A problemática parte de ambientes que têm disponibilidade do recurso e as possíveis

razões pelas quais alunos e professores não a utilizam em sua plenitude. Entende-se por

plenitude o funcionamento por toque direto na projeção, interagindo com elementos gráficos,

textuais ou audiovisuais inseridos em metodologia e didática no contexto educacional. Sem

uso otimizado por uma gama de professores e alunos os questionamentos permanecem sem

resposta. Afinal, lousas interativas geram possibilidades com resultados efetivos de

assimilação, desenvolvimento de habilidades, competências e senso crítico? Qual(is) o(s)

motivo(s) que bloqueia(m) o aproveitamento regular do recurso pedagógico em sua plenitude?

Quais softwares conhecidos facilitariam a aplicação da interatividade? Quais autores e teorias

dão adequado suporte à elaboração de planos de aula e projetos de ensino que contemplem o

uso interativo das Lousas Digitais Interativas (LDIs)?

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METODOLOGIA

Como base para o artigo serão utilizadas teorias estudadas durante o curso de

Pedagogia, no que se refere a educação continuada, práticas pedagógicas, de referências a

partir de palestras, projetos e matérias veiculadas na imprensa.e também resultado do estudo

extra curricular nas disciplinas “Direção de Arte em Publicidade e Propaganda”, “Estética e

Publicidade”, “Semiótica e Estética de Comunicação” e “Novas Tecnologias de

Comunicação”.

O relato de experiência terá agregada a pesquisa qualitativa de publicações realizadas

nos últimos anos com relatos e resultados obtidos com a LDI em escolas, a analisar e

confrontar com as observações e experiências feitas durante a formação.

A proposta tem como base a utilização de softwares familiares, de uso popular,

utilizando-se de fundamentação teórica das áreas de Pedagogia e Comunicação para

elaboração de planos de aula que contemplem o ensino com a motivação e compreensão com

ajuda da interatividade.

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Para chegar até aqui, no ano de 2019 com este artigo, percorreu-se o caminho inverso

de uma elaboração de artigo ou TCC. Antes mesmo de iniciar o esboço deste artigo em 2017,

no segundo semestre de 2014, ano de ingresso no curso de Pedagogia, buscaram-se

experimentações, testes, observações sempre que houvesse oportunidade de os utilizar. Nisto

a metodologia deste estudo estava sendo aplicada utilizando-se do tempo e recursos

disponíveis, pelas próprias experiências e realizações utilizando LDIs.

Observou-se que entre as razões de não incorporar na rotina aulas planejadas para LDI

está a indisponibilidade de tempo para se adaptar aos softwares pouco familiares, a

dependência de aulas prontas, que muitas vezes não atendem às necessidades da aula

planejada, fundamentação teórica que justifique a produção de aulas com interatividade e

situações mais urgentes para lidar. Para compreendermos melhor essas razões, veremos dois

relatos em escolas com realidades e estruturas diferentes.

Durante o semestre 2017.1, na disciplina “Planejamento e Avaliação das Instituições

Educativas”, ministrada pelo professor Dr. Moisés Domingos Sobrinho, foi realizada a “Mesa

Redonda sobre a gestão democrática da escola pública”, evento em que a professora e gestora

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Jeana Magalhães Oliveira relatou as condições adversas encontradas na escola que possuía

um IDEB de 2.3 e passou para 4.1 após oito anos de gestão. Contribuíram para com esse êxito

as parcerias com a UFRN, projetos como o Mais Educação, trazer a família para dentro da

escola, reunindo-os também em uma rede social. O trabalho efetivo resultou inclusive na

melhoria da convivência, no resultado das avaliações e até da diminuição da violência. Todo o

empenho exitoso da gestora teve um preço, um sacrifício da vida pessoal, oito anos sem tirar

férias foi uma delas.

Em outro evento naquele mesmo semestre, a professora convidada Maria das Dores

Dutra Xavier – Pedagoga e Mestre em Educação, professora da rede municipal de Natal - 5º

ano - relatou em sua experiência, durante a “Mesa Redonda: Experiências formativas no

contexto escolar: Um olhar sensível à prática” , o espanto com a normalidade das declarações

de crianças relacionadas a crimes na região. “Não é normal” disse. De fato, lidar com

tragédias sociais não poderia estar ao alcance da inocência das crianças. Por outro lado, neste

mesmo relato, a professora explicou que em termos estruturais a escola é excelente. A partir

de sua experiência, ela relatou algumas alegrias e frustrações com o que encontrou ao assumir

a sala de aula, entre elas a “segregação” separando alunos de acordo com suas avaliações,

assunto que foi dialogado com a gestora e a fez voltar a estudar autores e buscar novas

propostas e assim foi aprimorado o projeto “Dia D” que consiste em um dia da semana liberar

os alunos nivelados mais cedo e reforçar os que estão em situação crítica de alfabetização.

Atritos e embates até com pais chegaram a ocorrer diante das revelações dos níveis de

alfabetização, em contradição com quinto ano do Ensino Fundamental que ocupavam. Foi

necessário comprovações do quadro e efetivo resultado alcançado com o tempo para superar

alguns desses conflitos.

NOVOS AUTORES E TEORIAS PARA PEDAGOGIA

A criação e produção de conteúdos para mídias eletrônicas, especialmente no campo

da multimídia, pressupõe a compreensão de conceitos e teorias de diversos autores que

abordem a leitura, interpretação e produção de imagens, símbolos, cores, estética e todos os

conhecimentos que estão envolvidos nos fenômenos de comunicação social.

Para buscar respostas a estas inquietações cursei as disciplinas eletivas em 2016.2,

“Direção de Arte em Publicidade e Propaganda” e “Estética e Publicidade”, em 2017.2

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“Semiótica e Estética de Comunicação” e em 2019.2 “Novas Tecnologias de Comunicação”.

A formação nestas disciplinas trouxe para o espectro da Pedagogia uma gama considerável de

conhecimentos, alguns imprescindíveis, para lidar com uma ferramenta como Lousas Digitais

Interativas ou Projetores Interativos.

Para dentro deste marco teórico destacam-se HURLBURT (1999), DONDIS (2007),

GOMES FILHO (2009), JOLY (1996), MOLES (1975), PEIRCE (2015). Estes autores

trazem consigo teorias da imagem e do objeto que tratam desde a organização do conjunto

imagem e texto até os efeitos visuais que um ponto na tela causa ao espectador.

PRÁTICAS E EXPERIÊNCIAS NOS ESTÁGIOS

No semestre 2018.1 aconteceu o primeiro estágio obrigatório do curso com ênfase no

Ensino Infantil com orientação dentro da disciplina “Estágio Supervisionado de Formação de

Professores I”, ministrada pela professora Dra. Soraneide Dantas. A Escola, onde foi

realizado o estágio, foi o CMEI Kátia Fagundes Garcia que funciona adaptada em uma

residência no conjunto Candelária. Os recursos disponíveis são alguns brinquedos, quadro

branco, caixa de livros, kit de instrumentos musicais, painéis de calendário e painel de

atividades realizadas. Não há computador, projetor ou lousa interativa instalados para uso em

aulas, um aparelho de TV 32 polegadas é utilizado para exibição de vídeos diversos. Por falta

de espaço a TV é instalada em uma sala que também é passagem para o interior da casa além

de compartilhar espaço com mochilas e uma estante de livros. Numa turma com muitos

alunos torna-se difícil passar ou mesmo prender a atenção em alguns momentos diante da

televisão.

Diante das dificuldades apresentadas, uma importante questão que surgiu foi: como

levar metodologias que envolvam uso de tecnologias para uma escola com tais limitações?

Esse foi o desafio do projeto "Jacaré Controle Remoto". A partir do tema em andamento na

turma, Jacaré, criou-se uma série de atividades que passaram pelo eixo de aprendizagem

envolvendo a escuta, fala, linguagem, o eu, o outro, o nós, traços, sons, cores, imagens,

espaços, tempos, quantidades, relações e transformações dentre outras habilidades com

matemática e ciências.

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Figura 01 - Brinquedo construído com carro Figura 02 - Simulação de lousa interativa

Figura 03 - Acessório paraimagem de celular na TV

Figura 04 - Conexão sem fiodo celular com TV via

acessório

Figura 05 - Imagem docelular pronta para aulas

Fonte: Autor

Em uma das aulas ficou previsto abordar "Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação -

Partes do Jacaré". Para essa atividade recorreu-se ao uso da tecnologia utilizando-se um

aplicativo chamado "Quebra-cabeças de crocodilo" e o recurso de espelhamento do celular no

aparelho de TV (fig 03, 04 e 05), de forma que tudo que acontecesse e fosse operado no

celular aparecesse na tela do TV para que todos pudessem acompanhar.

O aplicativo (fig. 06) permite ver como é o quebra-cabeças pronto para memorização e

observação das partes. Por estágios, vai-se tornando mais difícil cada novo quebra-cabeça.

A coordenação da atividade se deu em fila e cada criança movia uma peça com a ajuda

de outras que acompanhavam na tela de TV (fig. 07). Estimava-se que a atividade se tornaria

cansativa ou viesse a gerar dispersão, dadas as condições físicas do lugar. Estimativa

equivocada. Tivemos dificuldade de interromper a atividade, estourando o horário e fomos

cobrados pelas crianças a repetir tal atividade.

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A experiência com este formato revelou curiosidades devido às crianças terem uma

visão muito aguçada e um ótimo raciocínio lógico ao movimentar as peças. É um tanto

complexa a movimentação das peças, inclusive para adultos, devido as muitas texturas e

poucas cores nas imagens, o que faz confundir partes com facilidade. Apenas duas das

crianças apresentaram alguma dificuldade em lidar com o jogo.

Em seguida, junto com a professora titular da turma, Alessandra Souza, aplicamos

uma atividade de pintura para reconhecer palavras que fazem parte de um jacaré (fig. 08).

Figura 06 - aplicativoquebra-cabeças de crocodilo

Fonte: Playstore

Figura 07 - Jogando com a turmaque, em fila, movia partes doquebra-cabeça até errar e passar

para o outro

Fonte: Autor

Figura 08 - Atividadepartes do jacaré

Fonte: Profa Alessandra

Nesta atividade a interatividade foi além da dependência de um projetor interativo.

Toda a turma esteve envolvida em solucionar o quebra-cabeça acompanhando em uma tela

maior, opinando e controlando por toque a identificação e o movimento de peças em um

smartphone, que poderia ser um tablet.

Em outra aula estávamos preparando um projeto para construção de um "jacaré de

controle remoto" com utilização de um carrinho de controle remoto desmontado. Naquela

aula foi utilizada a lousa branca comum e a caneta piloto convencional para nossa "lousa

interativa analógica" (figs. 09 e 10).

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Os preparativos para a atividade compuseram uma "reunião de projetistas". Tínhamos

um objetivo, construir um jacaré de controle remoto que andasse, que funcionasse. Para tornar

a atividade mais colaborativa convidamos todos da sala para virem desenhar na lousa, o que

eles imaginavam que seria esse jacaré de controle remoto. Cada criança foi desenhando sua

versão do projeto enquanto eram questionadas sobre as peças que faltavam.

Como será que se escreve CON-TRO-LE? e RE-MO-TO? PI-LHA? Qual a primeira

letra de CONTROLE? e assim, em grupos, foram-se revelando, pelas observações fonéticas,

como formar as palavras usadas em nosso projeto. Inusitado, as crianças disputaram espaço na

lousa desejando desenhar e escrever as palavras JACARÉ, CONTROLE, PILHA etc. Sem que

fosse necessário pedir, uma fila se formou e todos queriam escrever no quadro.

Piaget, Vygotsky e Wallon tentaram mostrar que a capacidade de conhecer eaprender se constroi a partir das trocas estabelecidas entre o sujeito e o meio.As teorias sociointeracionistas concebem, portanto, o desenvolvimentoinfantil como um processo dinâmico, pois as crianças não são passivas,meras receptoras das informações que estão à sua volta. (CRAIDY, 2001, p.27)

Figura 09 - Desenhando Jacarécontrole remoto coletivamente

Figura 10 - resultado dos desenhos coletivos

Fonte: Autor

Durante o semestre 2019.1 foi a vez do Estágio II, com disciplina “Atividade Especial

Coletiva Estágio Supervisionado de Formação de Professores II”, ministrado pelo professor

Paulo Roberto Lima de Souza. O estágio teve ênfase no Ensino Fundamental.

A Escola Municipal Professora Zeneide Igino de Moura funciona adaptada em uma

residência no bairro de Cidade Nova. No quesito recursos didáticos, a escola possui 2 salas

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com projetor e lousa interativa, um projetor, um notebook, caixa de som de alta potência

compartilhado para as demais salas e livros didáticos.

Chegamos à situação ideal. Uma Escola com lousa digital (fig. 11). Apenas alguns

pequenos problemas, entre eles, a sala do estágio não tem a lousa digital e as duas salas com

lousa digital estariam indisponíveis por todo o período por pertencerem a outras turmas. Em

um pequeno espaço de tempo houve uma tentativa de fazer a conexão do cabo USB que ativa

a interatividade porém o resultado apontou para uma necessidade de instalação de um "driver"

(software destinado a fazer funcionarem periféricos) para dar acesso à calibração.

Figura 11 - Lousa digital na E.M. Professora Zeneide Igino de Moura

Fonte: Autor

Entre as atividades recorreu-se novamente à "lousa interativa analógica" em aula de

geometria em Matemática. O conteúdo deste dia abordou sólidos geométricos e com a

utilização de material concreto, um cubo, revisamos o conteúdo da aula anterior sobre arestas,

vértices e faces.

Chamadas a construir no quadro o cubo, pré-desenhado, foi explicado como foi

representada a parte da profundidade para representação tridimensional do objeto (fig. 12).

Sem que nada fosse revelado, as crianças foram tentando solucionar a ilustração do cubo,

nomeando e contando as partes (fig. 13). A escrita foi uma das observações que as crianças

fizeram na medida em que cada criança fosse ao quadro para, no final, toda indicação estar

gramaticalmente correta (fig. 14).

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Figura 12 - Cubo semlegendas

Figura 13 - construçãocoletiva

Figura 14 - resultado

Fonte: Autor

Cada criança individualmente foi colocada a desenhar seu cubo em seu caderno a

partir do material concreto ou se orientando pelo desenho no quadro. Algumas crianças ainda

não tinham desenvolvido o senso espacial para desenho e, com ajuda, conseguiram passar

para o papel o que visualizavam no concreto como pode ser visto nas figuras 15 a 17.

Ou seja, os conceitos e procedimentos matemáticos são construídos naevolução da sociedade, a partir de necessidades do cotidiano, de demandasde outras áreas do conhecimento e também da própria Matemática.(GITIRANA; CARVALHO p. 69)

Figura 15 - Caderno 1 Figura 16 - Caderno 2 Figura 17 - Caderno 3

Fonte: Autor

No semestre 2019.2, o terceiro e último estágio obrigatório, com ênfase em

Coordenação Pedagógica, foi realizado na Escola Estadual Professor Luis Antônio no bairro

Candelária em Natal. No quesito recursos didáticos a escola possui sala de Matemática com

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material concreto, boa parte de material reciclável, biblioteca, sala de vídeo, laboratório de

Ciências, internet wi-fi, sala de Atendimento para Crianças Especiais (SRM - Sala de

Recursos Multifuncionais) bastante equipada com o que há de mais moderno como

computadores com recursos de tecnologia assistiva como resultado da Política Nacional de

Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008), instrumentos

musicais, computador interativo MEC FNDE 72/2011 - CPU com projetor, linux, som

amplificado embutido, wi-fi, sensor e caneta interativa (figs. 18 e 19).

Figura 18 - Computador Interativo completo Figura 19 - Destaque antena e alto-

falantes

Fonte: Autor

Diferentemente dos estágios de Ensino que lidam com planos de aula bastante

definidos, o estágio em Coordenação Pedagógica lida com o calendário anual, também

definido, porém com demandas que resultam de imprevistos e situações inesperadas

diariamente. Cada pessoa ligada à Escola, pela matrícula ou por contrato, tem suas rotinas e

vidas dentro e fora dela, cada uma com suas alegrias ou angústias, com facilidades ou

dificuldades, com saúde ou problemas com ela, terão na figura do(a) Coordenador(a)

Pedagógico(a) a pessoa a quem reportar. Somado às inúmeras possibilidades de ocorrências

podem surgir casos relativos ao meio material como problemas com internet, um computador

não funcionar, problemas hidráulicos, elétricos ou até com o ônibus que traz os estudantes,

liberar ou não liberar turma na falta de um professor, investigar a razão das notas ainda não

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estarem no sistema de uma disciplina. O dia a dia é uma matriz de todos estes fatores vividos

em apenas 30 horas do estágio.

Embora a Escola possua quatro projetores interativos em funcionamento também não

foi possível colocá-los para funcionar plenamente no modo interativo, por ser necessário uma

forma de fixar o sensor no quadro e tempo hábil para isto.

Como pôde-se observar nos estágios, o fato de a Escola ter uma LDI depende de vários

outros fatores para estar acessível, entre elas o correto suporte técnico para que ao menos

estejam instaladas e testadas além da disponibilidade da sala ou auditório.

PRÁTICAS E EXPERIÊNCIAS NA UNIVERSIDADE

Discreto na sala Multimeios I. Foi assim que encontramos um novíssimo projetor

interativo no Centro de Educação.

Naquela noite de 23 de setembro de 2014, por receio de ligar o projetor interativo,

utilizava-se um projetor convencional em uma mesinha com fios curtos, situação esta que

impedia ter uma projeção grande o suficiente para a sala. Assistimos ao primeiro momento da

aula com o professor Gilmar Guedes assim mesmo. Há pouco tempo instalado, era arriscado

ligar o projetor interativo mesmo que fosse apenas para projeção. Perguntava-se, "e se

queimar?". O temor não correspondia a uma realidade devido ao relato de que estava

concluída a instalação e o suporte técnico havia testado.

Durante o curto intervalo, com cautela, checamos o cabeamento para o estabilizador, o

de vídeo e o USB, conexão chave para que ocorra modo interativo, ligamos e tudo funcionou

corretamente. Alguns testes na interação e, claro, como tudo que é feito pela primeira vez e às

pressas, não tínhamos resposta para, por exemplo, voltar o slide pelo toque, a apresentação

ficou saindo, não sabíamos como voltar, entre tentativas e erros, melhor não atrasar a aula,

estava de bom tamanho o telão. O professor Gilmar Barbosa Guedes conduziu o segundo

momento da aula com uso do mouse normalmente. Assim foi nosso primeiro contato com a

lousa digital interativa por meio de um projetor interativo no Centro de Educação da UFRN.

Durante o restante do semestre tentou-se separar um horário para ensaiar e

experimentar o projetor interativo, mesmo contando com apoio do também Coordenador do

curso Gilmar Barbosa Guedes, o acúmulo de trabalhos e rotina fizeram o tempo passar rápido.

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Foi na última unidade da disciplina “Antropologia e Educação” que o professor João

Batista Cortês apontou para nosso grupo, sabendo de nosso perfil em torno de mídia e

tecnologia, uma pesquisa e elaboração de um trabalho com tema "Cultura Midiática", baseado

em um capítulo do livro "Midia, Cultura, Comunicação" (Anna Maria Balogh, Antonio

Adami, Juan Guillermo Droguett, Haydee D. F. Cardoso), Ed. Arte e Ciência. Tratamos com

o professor de agendar o uso da sala Multimeios I.

O grupo formado pelo autor, Lindemberg de Melo e Ricardo Herculano Cavalcante

teve como desafio a pesquisa e criação de uma apresentação que explorasse o máximo de

interação com toques na tela utilizando o convencional software de apresentação Power Point

da Microsoft. Entre os recursos utilizados estiveram inserção de vídeos, "hiperlink",

"configurar ação" e "gravar narração". Este último visava a experimentar apresentação

automática em que ocorre de forma não presencial.

Começamos a apresentação e digo "é isso aí, até mais", saio da sala, meus colegas

"atores" demonstram espanto "que foi que deu nele?", "alguém fez raiva a ele?", o professor

da disciplina diz "O que foi que aconteceu?", meus amigos atores "bom, resta recorrer ao

digital", o slide seguinte começa a andar sozinho com minha fala nas caixas de som "vejam

senhores, como são os seres humanos, adoecem, tem crises existenciais, então vamos

continuar..." o slide passa sozinho, com tópicos, fotos, ilustrações como se tivesse alguém

operando o slide. No fim sai nas caixas "e aí, será que o rapaz volta?" aí eu abro a porta e todo

mundo cai na gargalhada. As simulações foram contextualizadas no tema proposto "Cultura

Midiática".

Retomamos a apresentação utilizando o que pudemos da hipermídia, desde marcar

textos a abrir animações e documentários a acessos às fontes, tudo sem ter de sair do slide. A

gravação da aula sem cortes pode ser vista em: https://www.youtube.com/watch?v=Oui-

m37jSKg.

Ao notar que muita gente na universidade não conhecia estes avanços nas novas salas

de aula da UFRN foi preparado um release para a Agecom a fim de falar da experiência dos

então calouros. O jornalista John Evangelista entrou em contato conosco em dezembro de

2014 e viu que poderia fazer algo melhor que um boletim diário ou um "curta" (uma nota

simplificada existente nos boletins da Universidade), optou para fazer algo mais completo, um

Especial e assim foi feito (fig 20).

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Figura 20 - Registro pessoal e print da matéria especial de 28/01/2015

Fonte: http://www.sistemas.ufrn.br/portal/PT/imprensa/boletim_especial/14572577. Acessado emmarço de 2015.

A matéria cita nossa experiência em sala.

Sabendo da existência da lousa interativa, o estudante de Pedagogia, ItaloValerio passou a utilizar a ferramenta em seus seminários na Universidade.'Quando descobri que havia essa lousa, comecei a usá-la nas minhasapresentações de trabalho. Depois percebi que esse equipamento deveriaestar em todas as salas de aula, pois o método inspira e estimula estudantes',conta. ( AGECOM, 2015)1.

Nos anos que se seguiram houve boas oportunidades em apresentações de trabalhos.

Nem todas as vezes foi possível reservar uma sala com LDI, paradoxalmente não utilizou-se

na disciplina “Tecnologia e Educação”, no semestre 2018.1.

Como atividade da primeira unidade da disciplina de “Direção de Arte em Publicidade

e Propaganda” (disciplina eletiva) foi solicitado uma análise de peça publicitária de livre

escolha. A apresentação ocorreu no laboratório de informática do Labcom dia 13 de setembro

de 2016. Segundo informações do suporte técnico, esta foi a primeira vez que se fez uso do

projetor interativo naquele prédio. Embora a apresentação não tenha explorado toda

potencialidade da mídia, foram 15 minutos em que alguns presentes tiveram a oportunidade

1 Informação retirada de site.

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de vê-la funcionando (figs. 21 e 22). A apresentação completa pode ser vista em:

https://www.youtube.com/watch?v=moGzMIElum8.

Figura 21 - Objetos animados com toque Figura 22 - Grade de análise do layout

Fonte: Autor

Na disciplina “Ensino de Matemática II”, semestre 2018.2, a sala multimeios 2 no CE

não se encontrava disponível na data agendada para apresentação do trabalho, mas que

tornou-se possível com troca de salas entre as professoras. Foi possível explorar um pouco

mais devido a se tratar de um assunto bastante convidativo ao uso destes recursos que é a

Geometria. Íntegra da apresentação ocorrida em 10 de dezembro de 2018 pode ser vista em:

https://www.youtube.com/watch?v=ObImcGdiZCQ.

De acordo com os conceitos apresentados durante as disciplinas de “Ensino de

Matemática I” e “II”, o plano de Ensino visou a estabelecer o desenvolvimento do letramento

considerando as formas de compreensão das crianças pela exploração do espaço (fig. 23).

formas, distâncias etc. (MORETTI; SOUZA, 2015).

O uso do projetor interativo nessa aula expôs de modo dinâmico as diversas formas

geométricas em duas e três dimensões (fig. 24) mas também visou, em uma situação real com

crianças, a utilizar-se de material concreto reforçando as várias formas analógicas e digitais de

representação.

No momento de interação com discentes (fig. 25), em uma atividade simulada para

avaliação de objetos geométricos assimilados, aleatoriamente eram citadas figuras para que

desenhassem. O momento foi de grande descontração e interesse da turma em participar.

Dúvidas de “como apagar”, “como mudar a cor do lápis”, erros e acertos tornaram o clima

lúdico.

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Figura 23 - Formas naturais Figura 24 - Objetos 3D Figura 25 - Atividade nalousa

Fonte: Autor

Dentre os objetos localizados na internet alguns jogos não abriram, embora exigissem

apenas os chamados “softwares essenciais” que são considerados indispensáveis estarem

instalados nas máquinas como players de vídeo e seus codecs, Flash players, Shockwave

player, Leitor de PDF, ao menos 2 navegadores de internet com seus respectivos plugins

essenciais, além de algum pacote Office. Esta experiência demonstra os relatos ao longo deste

artigo em que ter o equipamento é apenas um dos elementos para aplicação na atividade

docente. Disponibilidade da sala e um suporte técnico atento ajudam na qualidade final dos

trabalhos.

CIENTEC

O grupo formado na atividade da disciplina “Antropologia e Educação” manteve-se

debatendo formas de aplicar pedagogicamente o uso das lousas ou projetores interativos.

Resolvemos desenvolver um projeto para dar uma oficina sobre este tema na CIENTEC que

ocorria anualmente na UFRN.

A primeira chamou-se "Lousa Digital Interativa - Experimentações" e logo que

aprovada pela comissão do evento tratamos de buscar um local com uma lousa ou projetor

interativo e em funcionamento. Apesar de colocar esta necessidade no projeto, a organização

agendou em uma sala convencional. Iniciou-se aí uma saga em busca de salas que tivessem a

estrutura necessária devido ao fato de as salas do Centro de Educação não estarem disponíveis.

Nos foi apresentado um auditório que não conhecíamos no interior da Biblioteca Zila

Mamede. Um modelo antigo mas que foi muito bem vindo devido a nos impor as condições

adversas que todos encontram.

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Para fazer voltar a funcionar a lousa digital da biblioteca foi necessário quase uma

semana de intensa atividade técnica com a equipe de suporte local. Se deveu ao fato de, por

muitos anos, a lousa ser apenas um aparato branco para projeção e com um agravante de

obsolescência: os softwares de instalação não eram mais compatíveis com novos sistemas

operacionais e o site oficial não dispunha de um software atualizado. A solução foi adequar o

computador PC com um sistema operacional mais antigo e assim comportar o CD da lousa

(fig. 26). Não foi fácil mas conseguimos reativar (fig. 27).

Figura 26 - CD de instalação Figura 27 - Testes após reinstalação completa

Fonte: Autor

No dia 21/10/2015, com início às 16h no mini-auditório BCZM durante a XXI

CIENTEC, a palestra "Lousa Interativa Digital - Experimentações" iniciava. Com uma

apresentação que previa encerrar em uma hora avançou para uma hora e meia com boa

participação e debate entre os presentes. Um dos ouvintes, estudante da ECT - Escola de

Ciência e Tecnologia declarou "todos os professores lá, acho que chega perto dos 100, eu só

conheço um que já deu aula usando a lousa digital, que eu não tive aula com ele". O ponto

alto da palestra foi a simulação da aula dada em três versões em torno de um tema, no caso

"aquecimento global", numa Lousa de giz simulada na própria lousa digital (fig. 28), power

point texto (fig. 29) e interativa inserindo objetos animados (fig. 30).

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Figura 28 - Lousa verde naLDI criada em Power Point

Figura 29 - Apresentaçãocomum em

texto

Figura 30 - Hiperlink paraanimação externa interativa

Fonte: Autor

Uma ouvinte questionou aos 20 minutos de apresentação "vocês vão ensinar como a

gente pode fazer isso ou vocês vão só apresentar? Estou curiosa para aprender". A

apresentação fez um resgate de todos os recursos analógicos e digitais aplicados ao Ensino

desde antes do quadro negro até os atuais projetores interativos. Demonstramos uma forma

simples de como planejar, programar e apresentar uma aula utilizando uma lousa interativa.

Durante o debate de encerramento uma professora relatou "inclusive levei meus alunos lá para

o Centro de Educação e eu não sabia que era lousa, pensei que era um projetor de vídeo

normal, e aí quando eu estava apresentando o Power Point e eu bati sem querer, descobri que

era, foi um sucesso, a gente começou usar mas aí até então não tinha muitas informações, mas

a partir de agora vou aproveitar isso aí, bem interessante".

A segunda edição em 19/10/2016 partiu da análise e reflexão da anterior. Observamos

que o formato palestra e nenhum espaço para que ouvintes pudessem experimentar na prática,

deixou a desejar em relação à proposta original. Ao contrário da primeira, nesta, conhecemos

o DECOM - Departamento de Comunicação Social -, onde praticamente todas as salas

possuem projetor interativo. Particularmente nesta sala, a dificuldade esteve na projeção ser

na parede ao invés de superfície lisa, que torna inadequado o uso da caneta, e a rede Wi-Fi

não ter boa cobertura na sala. Problemas que foram contornados nos adaptando à situação.

Um incômodo, de causa externa, causou problemas com uma paralisação de ônibus, o que

impediu que uma parte dos inscritos se fizessem presentes. Entre a primeira e segunda edição

praticamente dobrou o número de inscritos. A íntegra desta apresentação pode ser assistida

em https://www.youtube.com/watch?v=ocssqPCSvlE.

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Trouxemos como novidade uma plataforma online de lousa interativa chamada

"Twiddla" (figs. 31 e 32). A plataforma permite interação entre professor e alunos na projeção

ao vivo além de todos os recursos básicos de riscar, desenhar, escrever, inserir objetos

disponíveis ou autorais como PDF ou páginas da internet, em outras palavras, a frente da sala

passa a ser uma área de exposição controlada por todos. Em sua versão paga o Twiddla

permite transmissão e gravação da voz e posterior reprodução de todos movimentos na tela.

Apesar do problema de conexão de seus smartphones, alguns ouvintes usaram sua rede de

dados móveis para experimentar.

Figura 31 - Twiddlaem smartphone

Figura 32 - Twiddla em PCs/Notebooks

Fonte: Autor

A experiência de trazer os ouvintes para experimentar na prática otimizou a atenção de

todos e tornou muito mais descontraído o ambiente (fig. 33 e 34). Observa-se que, mesmo

utilizando algo diferente como uma LDI, a metodologia citada por Paulo Freire (1997) como

"educação bancária" não surte o mesmo efeito que a participativa em que professor e aluno

colaboram entre si e são acompanhados pelos demais. Paulo Freire diz “quem ensina aprende

ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.” (FREIRE, 1997, p.12).

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Figura 33 - Dúvidas de ferramentas Figura 34 - Praticando jogo múltipla escolha

Fonte: Autor

Entre os debates de encerramento estiveram inquietações sobre a preocupação com o

envelhecimento natural dos equipamentos e não usufruto relacionado a fenômenos sociais de

encantamento ao verem os mesmos equipamentos sendo aproveitados em outros países. Uma

discente, veterana do curso de Comunicação Social, disse frequentar estas salas há anos e não

saber que se tratavam de projetores interativos. Como em todas as vezes, houve necessidade

de intervenção do monitor da CIENTEC para encerrar o evento.

A atividade no Centro de Educação e as duas atividades na Cientec, em equipamentos

totalmente diferentes, permitiram consolidar que a utilização de um software não proprietário,

compatível com múltiplos sistemas operacionais e pacotes Office, geram uma estabilidade de

aprendizado e desenvolvimento para o docente uma vez que não houve necessidade de

readequar a aula, converter arquivos, se readaptar a interfaces diferentes cada vez que

entramos em uma sala com LDI diferente. Como exemplo pode-se citar a lousa da BZCM (fig.

35) que, utilizando o software proprietário, a cor da caneta muda escolhendo uma das 3

disponíveis no estojo, no projetor interativo do DECOM (fig 36), a forma de trocar as cores

são totalmente distintas, é via um menu de opções.

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Figura 35 - Troca de cores na lousa digitaldo mini-auditório da BZCM

Figura 36 - Troca de cores no projetorinterativo do DECOM

Fonte: autor

A utilização de softwares populares diminui efetivamente o tempo necessário que um

docente ou um discente precisariam para compreender, assimilar e se acostumar com a

operação de ambientes específicos e com alto grau de propriedade em que as licenças são

caras para os padrões brasileiros. Apresentações feitas podem ser facilmente readequadas e

redesenhadas para atenderem à interatividade aprimorando conteúdo.

PEDAGOGIA

Para compreender melhor que a discussão simplista que alimenta estereótipos e o

senso comum em torno do uso ou não de tecnologias em sala, seja no ensino privado, seja no

ensino público, não se resume no interesse ou talento do professor, precisamos conhecer que

antes do professor entrar na sala de aula diante de seus alunos houve diversos processos

anteriores de desenvolvimento, desde teorias desenvolvidas por pensadores ao longo dos

tempos até as definições de currículo a ser ministrado baseado nas diretrizes educacionais do

Estado.

Assim, currículo oficial é o que foi planejado oficialmente para sertrabalhado nas diferentes disciplinas e séries de um curso. É o que consta nasPropostas Curriculares do Estado, nas Propostas Curriculares das Secretariasde Educação ou nos livros didáticos elaborados a partir destas. Do mesmomodo, currículo formal abrange todas as atividades e conteúdos planejadospara serem trabalhados na sala de aula. (SANTOS,1996, p. 83).

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Todas as diretrizes e propostas curriculares encontram na escola um outro

planejamento que deve ser desenvolvido de forma compartilhada com a comunidade em que

se encontra, considerando os fatores sociais da localidade, estamos falando do PPP – Projeto

Político Pedagógico.

A disciplina “Planejamento e Avaliação das Instituições Educativas” (FPE5016),

trouxe a importância do planejamento educacional para o dia a dia da escola (não apenas o

planejamento de suas atividades pedagógicas) e a importância de a escola ter um Projeto

Político Pedagógico construído coletivamente mas também viável e exequível que não seja

apenas um documento impresso, às vezes inacabado, guardado em uma gaveta. A cultura

democrática na sociedade brasileira, compreende-se também, é evidente, a instituição escolar.

Por isso, não basta a escola ter um PPP e uma boa equipe gestora. A legislação atual brasileira,

em particular a LDB/1996 (Lei 9.394/96), exige que a gestão seja democrática, portanto cabe

a cada personagem deste tema dedicar-se a compreender os processos para busca de harmonia

e alcance de metas e objetivos desejados.

Repete-se o tempo todo que a tecnologia não é um fim mas um meio, no entanto, o

discurso carrega em si críticas ocultas, simbolizadas através de índice* de que em escolas sem

acesso à tecnologia tanto o aluno quanto os educadores estariam em desvantagem. Diante do

quadro que o Brasil vive após o golpe de 2016, com alguns anos do advento das redes sociais,

portanto meios de comunicação utilizando tecnologias de rede de alta velocidade, bons

computadores, smartphones, tablets, poderosos softwares, o que vemos? Paz? Harmonia?

Respeito e amor ao próximo?

Sherry Turkle, uma famosa psicóloga americana do MIT, em sua palestra “conectados

mas sozinhos” conta sua experiência entre as expectativas na década de 1990 e o que assiste

nos dias de hoje “esperamos mais da tecnologia do que ela nos pode dar” disse. Todo mundo

parece ter corrido para as lojas de eletrônicos buscando sua redenção, medindo sua

capacidade intelectual pelo tamanho da memória e processador de seu computador. Ledo

engano não se mede o nível educacional pelos eletrônicos que se tem em sala.

Por isso, o homem deve pensar sobre o seu passado e o seu presente parapoder definir o seu futuro, sendo essa a realidade inquestionável com a qualo homem tem que se afrontar para poder viver no presente e no futuro.(MENEGOLIA, 2010, p. 10).

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Planejar uma aula é muito mais que preparar um espetáculo de imagens e sons para

seus alunos. A definição apresentada por Martinez (1977, apud MENEGOLIA, 2010, p. 16)

de planejamento é:

Entende-se por planejamento um processo de previsão de necessidades eracionalização de emprego dos meios materiais e dos recursos humanosdisponíveis, a fim de alcançar objetivos concretos, em prazos determinadose em etapas definidas, a partir do conhecimento e avaliação científica dasituação original.

O desafio que se apresenta não é mais usar tecnologia em sala, talvez nunca tenha sido.

O desafio é formar cidadãos conscientes de que são parte de um ecossistema e que não vieram

ao mundo para usufruir dele mas cuidar. O projeto pedagógico da Escola também precisa

estar inserido nesta discussão.

[...] Que alunos temos? Quais são suas necessidades reais, suas crenças, suasexpectativas, seus valores? Que cidadãos queremos formar? Como está aparticipação de pais, alunos, funcionários e professores nos órgãoscolegiados - Conselho de escola, APM, Grêmio etc.? Quais são os índicesde evasão e repetência? Como está a aprendizagem dos alunos? [...]( SILVA,2012, p. 53).

TECNOLOGIA

O uso de quaisquer ferramentas, sejam de quaisquer áreas, exigem, a priori, uma

necessidade e como consequência a formação para utilização de tais ferramentas para

satisfazê-las. Elas se dão geralmente no campo da instrução.

Em se tratando de formação continuada, janela para que educadores tenham acesso a

novos conhecimentos, o professor do Centro de Educação da UFPA, Ronaldo Marcos de

Lima, em seu artigo “Formação de Docentes para a Educação Profissional e Tecnológica: Por

Uma Pedagogia Integradora da Educação” especifica conceitos de educação e instrução, este

último muito ligado à uso de tecnologias.

[...] Instrução é a transmissão e a assimilação da matéria nos aspectos doconhecimento e capacidade. Educação é a formação de padrões, normas ecritérios ideológicos, o desenvolvimento de convicções, propriedades docaráter e modos de conduta. O ensino não é absolutamente um processo deinstrução e educação; é o campo principal da instrução e da educação(KLINBERG, 1972, p. 15 apud ARAÚJO, 2008, p. 58).

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O currículo para formar um programador, um técnico em manutenção de

computadores, um técnico em eletrônica tem como base os princípios da administração

científica, as teorias Tayloristas:

No cerne da pedagogia pragmática a formação profissional foca o trabalhona lógica de mercado em que usufruem dos maiores benefícios do trabalhoos detentores da propriedade privada, enquanto o trabalhador, configuradocomo um tipo de instrumento de produção, é alijado de suas potencialidadeshumanas. (ARAÚJO, 2008, p. 55).

Observa-se para o Ensino que há de se ter atenção para que a utilização das lousas

digitais interativas não sejam apenas demonstrações técnicas de funcionamento, o que pode

dar a sensação de domínio da aula, porém a atenção estar voltada para a novidade em si.

PEDAGOGIA + TECNOLOGIA

Um exemplo de experiência que se tentou concretizar foi o projeto Escola Interativa de

São José dos Campos, município do estado de São Paulo. Pesquisando a origem do projeto

sabe-se que começou por iniciativa da prefeitura2, em 2013, buscou-se especialistas, inclusive

do ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica - para orientar sobre o que há de melhor a ser

implementado nas escolas municipais, entre elas, rede de fibra ótica. Nesta matéria que

apresenta o projeto destaco este trecho:

Esta não é iniciativa da prefeitura pensada para somente informatizar asescolas municipais. É uma política que adapta o projeto pedagógico aosdesafios da contemporaneidade, em que crianças são alfabetizadas ao mesmotempo em que aprendem a manejar computadores, tablets e smartfones. Porisso, uma parte essencial foi o treinamento dos 3.600 professores de toda arede municipal, realizado antes de o equipamento chegar. Os docentestambém receberam um notebook para auxiliar no preparo das aulas. (SÃOJosé dos Campos:..., 2016).

Sampaio e Leite (1999, p. 37) chamam a atenção para os meios de comunicação

potencializados por meio do som e imagens que levam à necessidade de novas interpretações.

O projeto, portanto, vislumbra esta necessidade ao descrever:

2 Titulo: São José dos Campos: prefeitura inova e implementa educação digital Disponível em:http://www.pt.org.br/sao-jose-dos-campos-prefeitura-inova-e-implementa-educacao-digital/ Acessoem: 24 de nov. 2019.

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A ideia é que os tablets não funcionem como uma extensão dos livros depapel, mas sim como uma nova tecnologia para complementar o processo deaprendizado. Os alunos e professores fazem pesquisas na internet durante asaulas e contam com aplicativos desenvolvidos para a realização das tarefas.

Uma das atividades disponíveis é o jogo sobre patrimônio histórico domunicípio. Ele foi desenvolvido especificamente para a Escola Interativa,fruto de um projeto conjunto entre prefeitura, professores, alunos eprofessores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e empresas doParque Tecnológico de São José dos Campos. “Tenho um neto de 4 anos queé viciado em um desses”, conta o prefeito. (SÃO José dos Campos:..., 2016)

Como citado no artigo, o currículo é um elemento crucial para que a implementação de

quaisquer tecnologias tenham de fato efeito. Pode-se, por exemplo citar a matéria do El País3

"Linguagem de programação: o novo curso de idioma das escolas - São José dos Campos

entra na corrida global para atrair alunos para o novo campo". Com estas iniciativas, saindo

das limitações de ter um objeto físico em sala com botão liga-desliga, pode-se observar e

desenvolver-se pesquisas de aprendizado e formação desse novo cidadão, para responder às

principais perguntas que vimos no artigo, que cidadão estamos formando?

A formação cidadã associada ao domínio das tecnologias, voltadas para aplicações

dentro da ética e cidadania, respeito ao próximo e às diferenças não podem estar dissociadas

sob pena de termos ótimos técnicos, porém utilizando a tecnologia para fins negados pela

sociedade em geral.

Como no Brasil as histórias, muitas vezes, não tem final feliz, o projeto Escola

Interativa de São José dos Campos, no que depender dos vídeos retirados do ar e a interrupção

de postagens no site oficial4, parecem ter uma lamentável interrupção.

Na tese de mestrado "A lousa digital interativa: táticas e astúcias de professores

consumidores de novas tecnologias" (ALMEIDA, 2014) são demonstradas as inquietações

aqui apresentadas ao investigar como professores e professoras do Ensino Fundamental II da

rede municipal de São Paulo lidam com as cobranças de usarem as LDIs e aponta:

Os gestores precisam ouvir os seus professores, investigar junto a eles quaisas suas reais necessidades e utilizar essas informações para propor políticaseducacionais que possam ser pensadas e implementadas em parceria com ocorpo docente. Os professores são os responsáveis por colocar em prática as

3 Linguagem de programação: o novo curso de idioma das escolas. Disponível em:https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/14/politica/1468529337_842962.html. Acesso em: 10 dez.2017.4 Escola Interativa - Entenda melhor. Disponível em: http://escolainterativa.sjc.sp.gov.br/#!/entenda-melhor. Acesso em: 10 dez. 2017.

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políticas educacionais adotadas pelos órgãos gestores, são eles que estarão nasala de aula colocando em prática o projeto pedagógico, sem o envolvimentodeles nas decisões que antecedem a implementação dessas novas políticas osucesso desses projetos por ficar comprometido. (ALMEIDA, 2014, p. 74).

Na tese de mestrado "Uso da Lousa Digital na Escola Municipal de Ensino

Fundamental Professor Florentino Menezes/SE" (SANTOS, 2018) confronta situações

adversas dos alunos diante da falta de acesso a bens de consumo em informática como

também instalações precárias das LDIs, falta de manutenção e, como dito na apresentação

deste artigo, o uso pleno da LDI com softwares e aulas planejadas com interatividade na lousa.

A pesquisa mostra a barreira entre ser usada como projetor e como LDI no que reflete

diretamente na opinião de discentes:

Na avaliação dos discentes, “não houve” ou “houve pouco” aprendizado, atéporque, segundo eles, as lousas digitais não estão sendo usadas em sala deaula,“então não tem como falar”. Chama à atenção as respostas dos alunosque dizem não ter aprendido “nada”. (SANTOS, 2018, p.93)

Os fatos demonstrados ao longo deste artigo comprovam que a responsabilidade de

utilização das LDIs não concentra-se no professor. A Pedagogia somada à Tecnologia

compõem uma série de fatores que devem ser analisados e profundamente avaliados. Não faz

sentido, por exemplo, condenar o investimento em tecnologias educacionais partindo de

pressuposto que contradiz a necessidade urgente de investir ainda mais em estruturas,

formação e apoio ao docente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo trouxe à tona discussões acerca dos mitos construídos em torno do uso

indiscriminado de tecnologias na educação e as cobranças indevidas aos educadores que tem

como prioridade a formação de uma pessoa civilizada, apta ao convívio social e

profissionalmente realizada.

Ao retornar às questões iniciais temos que é inconclusivo que as lousas digitais ou

projetores interativos garantem melhor aprendizado ou desenvolvimento educacional, embora

sua utilização, conforme relatado na seção “Cientec” e “Práticas e Experiências na

Universidade”, eleva o nível de atenção e participação. Este é um problema que exige estudo

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e desenvolvimento a longo prazo com apoio mais consistente como foi demonstrado na seção

“Pedagogia + Tecnologia”

Os motivos que dificultam e até impedem o uso regular do recurso é apontado em todo

o artigo através dos diversos pontos de vista distribuídos nas seções. Tendo em vista que o

artigo traz uma mostra das diferentes realidades e, portanto, não é em número suficiente para

uma conclusão, no entanto, indica que a carga horária intensa, dentro e fora da escola, além de

prioridades que estas rotinas impõem, estão entre os motivos que bloqueiam a experimentação

e a dedicar tempo para repensar uma aula com LDI, mesmo ao demonstrar muito interesse no

tema como relatado na seção “Cientec”. O outro mais frequente é a indisponibilidade do

recurso corretamente instalado e em funcionamento ou, conforme vivido pelo autor nos cinco

anos de Universidade e os três estágios, a dificuldade de reservar o espaço.

Atualmente as lousas digitais interativas ou projetores interativos são apenas uma

versão fisicamente ampliada do que temos no bolso e usamos diariamente. Os smartphones e

tablets são telas de toques com softwares adaptados a eles, ou vice-versa, os smartphones são

miniaturas de lousas digitais. Desta forma o artigo desmistifica o “computador com

animações” para o que realmente é, um acessório que permite toque na tela em alternativa ao

mouse e teclado. A resposta ao terceiro problema portanto é que qualquer software que o

professor desejar poderá abrir e utilizar conforme recursos dos mesmos e seu plano de aula.

O quarto e último problema apresentado diz respeito a autores que fundamentam para

o docente como lidar com a comunicação por imagem. A seção “Novos Autores e Teorias

para Pedagogia” indica as principais obras que merecem uma atenção à parte. As teorias ali

apresentadas permitem ao docente uma aguçada visão de como lidar com símbolos, cores,

organização e diagramação do que deseja apresentar em sala. Teorias estas que reunidas às de

didática e metodologia formarão um conjunto potencialmente poderoso em LDIs.

O artigo mostra na seção “Pedagogia” que a formação pedagógica dá plena capacidade

ao professor decidir quais as metodologias e materiais didáticos utilizar para cada turma, de

acordo com faixa etária, meio social em que vive, condições que lhes são dadas e prioridades.

Espera-se que o trabalho possa auxiliar docentes e discentes na desmistificação do

instrumento LDI ao mostrar como utilizá-la com softwares de ampla familiaridade e boa

compatibilidade, tais como MS Office, Libre Office, Free Office ou o WPS Office Free, abrir

discussões para desenvolvimento de novas metodologias que englobem a Semiótica e servir

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de base para romper paradigma de que a LDI é apenas para as áreas de Exatas, estão entre as

expectativas.

Podemos perceber que usar tecnologia por si só não deve ser apenas um marketing

pessoal ou institucional. Sem levar em consideração a eficácia da formação de um ser,

comprometido com uma convivência ética e cidadã em sociedade, capaz de navegar por todos

os meios de comunicação que existam ou venham existir e de lá ser capaz de fazer leituras e

interpretações críticas, com habilidades de checar informações, compreendê-las observando

interesses diversos que venham embalados dentro da ética ou falseados como ética, o uso de

tecnologias não tem utilidade efetiva.

O desafio dos educadores, pesquisadores, alunos e pais é mais que dominar

tecnologias, é dominar a vida harmônica em sociedade.

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