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UNIVERSIDADE DOS AORES DEPARTAMENTO DE CINCIAS AGRRIAS ________________________________________________________________ APONTAMENTOS PARA AS AULAS PRTICAS DE OVINI-CAPRINICULTURA Henrique J. Duarte Rosa ANGRA DO HEROSMO 2010 0 1 AULAS PRTICAS OPERAES DE MANEIO CORRENTE NA EXPLORAO I- MANIPULAO DAS OVELHAS 1- Apanhar 2- Imobilizar 3- Fazer caminhar 4- Transporte de recm-nascido II- PRINCIPAIS INTERVENES 1- Identificao a) Coleira (provisria) b) Brincos c) Tatuagem (orelha e cauda) d) Entalhes nas orelhas e) Marcao a tinta no dorso f) Marcao a fogo nos cornos g) Tinta em spray ou lpis h) Electrnica 2- Aparagem dos cascos 3- Corte da cauda 4- Castrao 5- Descorna 6- Avaliao da condio corporal 7- Induo do cio com esponjas vaginais de FGA 8- Recolha de smen por electro-ejeculao. Observao microscpica de smen colectado de car eiros inteiros e de carneiros vasectomizados. 9- Inseminao artificial 10- Diagnstico de gestao por ultra-sons e com arneses 11-Desparasitaes e vacinaes 12- Determinao da idade pela observao dos dentes 13- Pesagens 14- Colheita de sangue e fezes (anlise coprolgica para despiste parasitrio) 15-Tosquia 16- Ablaco das glndulas de Schietzel 17- Observaes (dentes, unhas, beres,condio corporal, testculos) 2 MANIPULAO DAS OVELHAS Devero ser feitas com calma e suavidade, tendo em conta a vida normal do rebanho, assim como o temperamento nervoso natural destes animais. a) Apanhar - Nunca tentar agarrar uma ovelha isolada. Agrupar o rebanho num espao fechado. D ever esperar-se que a ovelha se junte ao rebanho. Dado o seu forte instinto gregri o, tendem a juntar-se e seguir umas atrs das outras. - Aproximao lenta, suave por detrs e segurar pelo curvilho. - Evitar sempre segur-la pela l (provoca equimoses, hematomas) ou segur-la por uma pata dianteira (como no tem clavcula corre-se o risco de se deslocar a omoplata (l uxao). - Em vez de se segurar com a mo, pode utilizar-se um gravato ou cajado de pastor que prende igualmente pelo curvilho. - Se o animal tiver cornos e no for muito jovem, pode agarrar-se por eles. b) Fazer caminhar

Tendo o animal seguro pelo curvilho com uma mo, pode agarrar-se com a outra na vir ilha e levantando-o da parte de trs, faz-se caminhar como se fosse um carro de mo. c) Imobilizao Depois de estar seguro pelo curvilho, com um movimento rpido coloca-se a outra mo p or debaixo da mandbula segurando esta. Entretanto a mo que segurava o curvilho pass a para a zona da garupa, ficando espalmada por sobre a base da cauda. Quando o a nimal estiver calmo basta segur-lo pela mandbula. Para deixar imobilizado, ata-se os dois membros posteriores e um anterior com um a corda pela canela. Uma das mos deve sempre ficar livre para no prejudicar a resp irao. Pode tambm utilizar-se um imobilizador Gambral. d) Posio de sentado A melhor forma de imobilizar uma ovelha sent-la em equilbrio sobre a coluna verteb ral. Para o efeito a pessoa deve colocar-se ao lado do animal. Com uma mo agarra a mandbula e com a outra o flanco. Roda-se a cabea para trs e pressiona-se o ombro com o joelho at que o animal caia. Depois volta-se, agarrando por baixo da cabea e coloca-se facilmente na posio de sentado. Mantem-se entre as pernas seguro pelos antebraos. 3 e) Transporte de recm-nascido Deve agarrar-se pelos membros anteriores e lev-lo pendurado. Tambm pode ser transp ortado ao colo. Se for borrego leve (5-10 Kg) pe-se a mo esquerda por debaixo do p eito e a direita agarrada ao corvilho direito. O transporte feito na posio de senta do. Se for um animal mais pesado, duas pessoas agarram as mos por debaixo do anim al altura do peito e no ventre altura da soldra (bragada, virilha). f) Carregar num veculo Dever usar-se um animal amestrado. A alternativa obrigar uma ou duas ovelhas a pr osseguir e as restantes acabam por segui-las. PRINCIPAIS INTERVENES 1- Identificao A identificao dos animais do rebanho condio essencial para todo o controlo individua l. A identificao definitiva dever constar de um nmero em que o 1 digito representa o ano de nascimento e o ltimo o tipo de parto ( 0 para parto simples e 1 ou 2 para parto duplo). Os dgitos intermdios representam o n de ordem de nascimento. Ex: o 10 0 borrego nascido em 1990 de parto simples ter o n 01000; o borrego 101 nascido em 1 990 de parto duplo ter o n 01011 e o seu irmo o n 01022. Coleira A coleira com uma chapa numerada pode ser usada temporariamente nos borregos log o aps o nascimento e at se efectuar uma marcao definitiva. Tem o inconveniente de po der ser tirada ou trocada inadvertidamente durante qualquer operao de maneio ou tr atamento dos animais. Brincos Podem ser de metal ou de plstico, havendo grande variedade no mercado. Os de plsti co tm a vantagem de ser mais leves e maleveis e da poderem ter maior dimenso o que f acilita a leitura distncia. Com os brincos metlicos mais frequente rasgar-se o pav ilho auricular e desaparecer a identificao. Tatuagem uma marcao indelvel praticada atravs de uma pina especial em que os nmeros so aplica na face interna do pavilho auricular (numa rea sem pelos) ou na face interna da c auda (caprinos). Deve escolher-se uma zona sem vasos sanguneos aparentes para evi tar hemorragias que tambm prejudicam a eficincia da marcao. Os nmeros na pina so const tudos por uma srie de agulhas que perfuram a pele e sobre essas perfuraes aplica-se uma tinta prpria (pode ser tinta da china). Comea-se por limpar e desengordurar o local da marcao com um pano ou algodo embebidos em lcool ou gua morna. 4 Entalhes nas orelhas So utilizadas pinas prprias em V U e O. Segue-se um cdigo segundo o qual cada local e tipo de corte corresponde a um nmero. Marcao a tinta no dorso uma numerao a tinta sobre a l no dorso, costados ou garupa. um mtodo antigo mas que dura apenas de uma tosquia a outra necessitando por isso de ser renovada anualme

nte logo aps a tosquia. Esta identificao complementar da tatuagem ou brincos e tem a finalidade de permitir uma fcil identificao dos animais distncia. Aplica-se com fe rros com o formato dos nmeros aps serem mergulhados na tinta. A tinta tem de ser e specfica de modo a no desvalorizar a l (esta tinta removida com a lavagem da l). Pod e utilizar-se uma mistura "caseira" composta por anilina (50%) leo de linhaa (25%) e gua raz (25%). Marcao a fogo nos cornos evidentemente um mtodo limitativo mas que assegura uma identificao definitiva. Lpis ou tinta em spray Identifica pela cr ou por nmeros ou por qualquer marca feita no animal. Tem eviden temente uma durao curta mas por vezes muito til (identificao das crias na altura dos partos, distino temporria dos animais etc.) Identificao electrnica Constitui o melhor meio de identificao para o correcto controlo e maneio dos anima is. O sistema constitudo essencialmente por 2 elementos; um reader e um transpond er. O reader emite um sinal de radio-frequncia que activa o transponder (micro-sh ip colocado dentro de um bolo ruminal num brinco ou num implante subcutneo) e est e responde com a emisso de outro sinal radio com a informao codificada que depois r ecebida, armazenada e processada pelo reader. Vantagens: Introduo de um sistema fivel de identificao/controlo, que permanece dentro do animal durante toda a sua vida produtiva. Impossibilidade de duplicao da identificao. A combinao dos dezasseis dgitos de que s ompe o cdigo de identificao faz que a repetio de um cdigo no se produza at passados ntes anos. Impossibilidade de modificao da identificao (cdigo programado em fbrica). Leitura automtica da identificao mediante leitor porttil ou leitor fixo aplicado num a manga de maneio. Recolha de dados rpida e sem erros (no h interveno humana na transmisso de dados). Rapidez do sistema de controlo e da transferncia de informao (entradas e sadas de an imais das exploraes actualizadas automaticamente o que permite um controlo exausti vo do movimento dos animais). Poupana de pessoal de controlo para a automatizao da recolha e transferncia dos dado s de identificao. Acesso imediato base de dados. 5 Rapidez dos trabalhos administrativos. A gesto dos dados informatizados permite u ma fcil acessibilidade e uma economia de tempo no seu processamento para qualquer tarefa administrativa que se deseje (existncias de animais, estatsticas, abates, saneamento, etc.). Melhoria na gesto tcnica das exploraes por parte dos produtores. A identificao perman nte do animal durante toda a sua vida produtiva, permite saber a qualquer moment o quantos animais existem na explorao. Evita perdas de identificao o que permite est abelecer genealogias, facilitando as decises de substituio de animais e consequente mente o aumento do progresso gentico. Automatizao das exploraes. Pesagem com registo automtico de dados de identificao e p agem ao computador, controlo leiteiro automatizado, controlo individual da alime ntao, etc. Controlo do animal para alm do abate, com permanncia do identificador na carcaa at u ma fcil recuperao no final da linha de abate com possibilidade de ligao a identificao as peas a manipular na sala de desmancha). Permite fazer a leitura colectiva dos animais (contagem no campo) e permite loca liz-los. 2- Corte e aparagem dos cascos As unhas tm crescimento contnuo. O corte uma operao necessria se estas no se gastam ( stabulao, pastagem em zonas com solos pouco abrasivos). Em estabulao permanente deve r ser feito com intervalos de 2-3 meses. O corte e aparagem dos cascos indispensvel para manter os animais com bons aprumo s, boa marcha e facilidade na cobrio (machos) e como medida preventiva das afeces po dais (peeira).

feita com uma tesoura de poda e eventualmente com ajuda de uma faca. O animal de ver estar na posio de sentado (pode ser dentro de um pneu ou em aparelho contentor prprio, ficando o animal imobilizado e com as patas para o ar). As unhas devem fi car com a forma de trapzio (a linha horizontal inferior do casco dever ficar paral ela linha da coroa), cortando-se at aparecer a linha branca (ao lado das paredes laterais) eliminando-se todas as partes mortas ou irregulares. 3- Corte da cauda uma operao recomendada como medida higinica geral, do parto, da ordenha e facilita a cobrio. A altura varivel mas dever cobrir os orgos genitais na fmea. Dever ser fei poucos dias aps o nascimento, sempre antes dos 15 dias de modo a evitar stress; - Nas 48 horas que se seguem ao parto. - Na altura do parto se se trata de rebanhos em extensivo (altura em que o corde iro fcil de apanhar). - 8-15 dias de vida se o cordeiro est dbil, doente ou mal adoptado. Processos utilizados: a) Navalha bem afiada 6 b) Pina emasculadora c) Lmina de ferro ao rubro d) Anis de borracha a) Convm fazer um garrote na base da cauda antes do corte, que ser retirado 1-2 ho ras depois (hemstase, laqueao, anastomose). Segue-se uma desinfeco. b) Alicate prprio que faz a laqueao das artrias c) A cauterizao feita pelo calor. Nos trs processos anteriores deve-se repuxar a pele para o lado da base da cauda para que haja melhor cobertura da superfcie do corte (proteco contra infeces, melhor cicatrizao). d) Os anis so colocados com alicate prprio (elastrador). Os anis actuam por compresso permanente conduzindo necrose e consequente queda da cauda.. No h hemorragia. 4- Castrao A castrao visa determinados objectivos: evitar cobries indesejveis (melhoramento genti co, maneio reprodutivo), tornar os animais mais dceis, aumentar a deposio de gordur a (em animais com mais de 6 meses) e fazer desaparecer e mau gosto da carne se s e trata de animais de reforma. uma operao pouco praticada actualmente (os animais so abatidos jovens). Existem essencialmente 4 mtodos: a) cirrgico (com faca); b) po r toro; c) com elastrador; d) com Burdizzo. a) O escroto puxado para baixo e o ltimo tero cortado. A restante parte do escroto puxada em direco ao corpo expondo os testculos. Cada testculo depois puxado at os c rdes se romperem. depois aplicado um desinfectante em p. b) Consiste em fazer a toro dos cordes testiculares empurrando de seguida os testcul os para o canal inguinal. So a mantidos por meio de um cordel que se amarra na par te terminal do escroto. c) aplicado o anel elstico (at aos 2 dias de vida) na parte superior do escroto lo go abaixo dos tetos, envolvendo os cordes. Ambos os testculos ficam abaixo do anel . d) As cordas espermticas so pressionadas individualmente (1 minuto cada) entre as garras do Burdizzo. 5- Descorna Os cornos das cabras adultas representa um perigo constante em estabulao livre j qu e so causas constantes de acidentes graves: eventraes, traumatismos no bere, abortos traumticos etc. A descornagem dos adultos possvel mas traumatizante, difcil de realizar, a hemosta se nem sempre fcil, os cornos renascem muitas vezes e a ocorrncia de sinusite aume nta a seguir a esta interveno. A decornagem dos cabritos assume assim, uma importncia considervel. 7 a) Cabritos ou borregos feita por cauterizao dos botes crneos que aos poucos dias de vida comeam a fazer sali cia de um lado e de outro da testa. O momento mais favorvel logo que os botes apar ecem (primeiros quinze dias de vida). Pode utilizar-se um descornador elctrico ou

um termo cautrio e uma navalha bem afiada. b) Animais adultos feita por meio de um fio serra. O momento apropriado , nas fmeas, no fim da lactao o u durante o perodo seco, nunca em estado de gestao avanada. De preferncia na altura d o ano com menos moscas e com tempo frio e seco. Para serrar o corno, o operador deve ajustar o fio serra mesmo junta base do mes mo e sobre a pele que o cobre. muito importante este detalhe visto que os bordos desta pele tm a particularidade de gerar novo corno, devendo por isso ser elimin ados. O corte deve ser muito raso e recto. A pele neste local muito irrigada por vasos sanguneos, da a hemorragia tender a ser grande. No final da operao, quando o corno est inteiramente serrado e s preso pela pele, um corte com uma faca ou tesou ra completa a separao. 6- Avaliao da condio corporal A avaliao da condio corporal dos ovinos e caprinos extremamente importante pois perm ite por um lado o conhecimento da condio fsica com vista ao estabelecimento do mane io alimentar e reprodutivo e por outro d uma ideia muito prxima do grau de acabame nto dos borregos e consequentemente do teor de gordura da carcaa. Nos ovinos o mtodo baseia-se na palpao da regio lombar, logo atrs da ltima costela (no s caprinos a avaliao essencialmente feita na regio do externo). Conforme a sensao rec olhida pela mo do operador, assim se atribui uma pontuao varivel de 0 a 5. Concretam ente faz-se uma apreciao dos graus de proeminncia das apfises espinhosas e transvers as das vertebras lombares e uma avaliao da extenso dos tecidos musculares e de gord ura existente na zona. A gordura na base da cauda serve tambm de indicativo. O fu ndamento terico do mtodo que existe uma correlao elevada entre a deposio muscular e d gordura na regio lombar e no corpo em geral e por outro lado que a base da cauda o ltima regio de deposio de gordura. As pontuaes so as seguintes: Pontuao 0 Animal muito magro em estado de avanada caquexia. No possvel detectar qualquer mass a muscular ou gordura entre a pele e o osso. Pontuao 1 Sente-se a espinha saliente e aguada. As apfises transversas esto tambm salientes e os dedos passam com facilidade por baixo das suas extremidades e possvel palpar a separao entre estas apfises. As zonas musculares so delgadas e no se sente gordura d e cobertura. 8 Pontuao 2 A espinha dorsal ainda saliente mas no pontiaguda e a separao entre as vertebras pe rceptvel por finas e arredondadas zonas de transio. As apfises transversas so macias e arredondadas e s possvel passar os dedos por baixo das suas extremidades exercen do uma ligeira presso. A zona muscular tem uma profundidade moderada, com muito p ouca gordura de cobertura. Pontuao 3 As apfises espinhosas so detectveis como pequenas elevaes, macias e arredondadas. A s ua individualizao s possvel exercendo uma firme presso. As apfises transversas esto ias e bem cobertas e necessria uma forte presso para passar os dedos por sobre as suas extremidades. Pontuao 4 As apfises espinhosas podem ser detectadas somente com uma forte presso, como uma linha dura de separao entre a zona muscular coberta de gordura. As extremidades da s apfises transversas no se conseguem palpar. A zona muscular est cheia e tem uma e xpessa camada de gordura de cobertura. Pontuao 5 As apfises espinhosas no podem ser detectadas mesmo com forte presso dos dedos e ex iste uma depresso entre as camadas de gordura onde normalmente se palpariam as apf ises espinhosas. As apfises transversas no podem igualmente ser detectadas. As zon as musculares esto cheias com uma muito expessa camada de gordura de cobertura. H normalmente grande deposio de gordura na garupa e na base da cauda. Na prtica a variao do estado de gordura exige uma escala mais espaada pelo que se to rna necessrio pontuar com meios pontos e mesmo 1/4 de ponto.

A condio ptima para as ovelhas entrarem em cobrio corresponde pontuao 3. 7- Induo do cio com esponjas de FGA Os mtodos de induo do cio com progesterona exgena ou com progestagnios permitem fazer um controlo muito efectivo da reproduo da ovelha ou da cabra, quer na poca reprodu tiva quer em contra-estao. Conjuntamente com o elevado grau de sincronizao que provo ca, oferece ainda muitas outras vantagens, tais como: a) Gesto do rebanho mais eficaz quando se pratica a cobrio natural ("Flushing", mel hor atendimento nos partos, lotes homogneos de borregos facilitando o aleitamento artificial e a venda etc.). b) Facilidade na prtica da inseminao artificial. c) Precocidade na cobrio das malatas. 9 d) Induo e sincronizao do cio em anestro de lactao. Dever-se- respeitar um intervalo m mo de um ms entre o parto e o incio do tratamento na estao reprodutiva e de dois mes es na contra-estao e em plena estao de monta. Estes mtodos utilizam como base um composto de aco progestativa cujo tratamento tem a durao de 12 a 14 dias e como complemento a PMSG (Pregnant Mare Serum Gonadotrop hin) aplicada no final daquele tratamento. O tratamento progestativo submete o animal a um estado fisiolgico semelhante fase ltea do ciclo sexual, inibindo a descarga ovulatria, bloqueando os ciclos e imped indo o crescimento folicular. Esta induo artificial termina com o termo do tratame nto progestativo. A PMSG tem uma aco gonadotrfica (FSH e LH mas com FSH predominante) estimulando o c rescimento folicular, avanando o incio do cio e aumentando a taxa de ovulao. Aps o tr atamento progestativo, sincroniza todos os animais no incio da fase folicular. Os progestagnios de sntese so 10 a 20 vezes mais activos do que a progesterona, o q ue lhes permite ser administrados em muito menor quantidade. Tm sido administrado s por injeces mltiplas, implantes subcutneos, aditivos alimentares e esponjas vagina is. As esponjas vaginais tm sido preferidas por se mostrarem mais efectivas e mai s prticas. Os principais progestagnios sintticos comercializados, so o FGA (Acetato de Fluorog estona ou Cronolone), o MAP (Mdroxiprogesterona ou Metilacetoxiprogesterona) e o SC-21009 ou Norgestomet. As designaes comerciais so as seguintes: - FGA; "Chrono-gest" da Intervet. Sob a forma de esponja vaginal. - MAP; "Repromap" da Upjohn. Sob a forma de esponja vaginal. - SC-21009; "Norgestomet". Sob a forma de implante subcutneo. A dose de FGA (esponjas vaginais) que permite obter melhores "performances" repr odutivas varia entre 30 e 40 mg respectivamente para animais em estado de anestr o ou cclicas. A dose de MAP ser ligeiramente superior e da ordem das 60 mg.O Norgestomet (impla nte subcutneo) doseia quantidades bastante inferiores de progestagnio, da ordem de 3 mg. A facilidade de utilizao e as boas "performances" que permitem obter, tornaram o F GA e o MAP (ambos sob a forma de esponjas vaginais) os mtodos mais utilizados. A superioridade na preciso da sincronizao com FGA relativamente a MAP torna vantajosa a sua utilizao, principalmente quando se pratica a inseminao artificial. A progesterona pode ser administrada por injeco intramuscular (12 mg de dois em do is dias e durante doze dias, esponjas vaginais (400 mg durante catorze dias, 500 mg durante doze dias) e por 10 intermdio de um recente dispositivo denominado CIDR1 (Controlled Internal Drug Re lease) doseado em 9-12%. A PMSG pode ser administrada sob a forma de injeco intramuscular, intravenosa ou s ubcutnea. As quantidades a administrar variam um pouco em funo da estao, do estado fi siolgico e da raa. As ovelhas naturalmente prolficas (Romanov e cruzamentos com Fin noise), so mais sensveis PMSG pelo que a dose deve ser diminuida . De todos os mtodos hormonais de induo e sincronizao do cio, o que utiliza o FGA em es ponjas vaginais conjuntamente com a PMSG o que actualmente se encontra mais expa ndido, o de mais fcil aquisio no mercado e provavelmente aquele que oferece maior e

ficincia tcnica e maior facilidade de utilizao (em Frana por exemplo mais de 15% das ovelhas so tratadas anualmente com esta tcnica). Segue-se a sua descrio, segundo as indicaes do fabricante. Designao comercial : Chrono-Gest Fabricante: Intervet Internacional Composio: a) Esponjas de poliuretano contendo: 30 mg de FGA para ovelhas em anestro sazona l 40 mg de FGA para ovelhas cclicas 40 mg de FGA para malatas. b) PMSG em doses que variam de 400- 700 I.U., conforme a idade, a raa e a estao. Dosagem e Aplicao: aplicada uma nica esponja em cada ovelha. Passados doze dias ret irada, e dada uma injeco intramuscular de PMSG, segundo as doses referidas. Cobrio: Em monta natural 48 e 60 horas aps a remoo das esponjas. Se for praticada a Inseminao Artificial, esta dever ter lugar 551 horas aps a remoo da esponjas em ovelhas adultas e 521 horas em malatas com uma nica dose de 400 x 106 EPZs de smen fresco conservado por um perodo mximo de 10 horas numa soluo de leite d e vaca desnatado a 15oC . 8- Recolha de smen por electro-ejeculao A recolha de smen pode ser feita utilizando uma vagina artificial e uma ovelha em cio, mas a forma mais fcil a que utiliza um electo-ejeculador. Este instrumento consiste de uma sonda rectal bipolar que inserida no recto do carneiro (utiliza uma pilha de 9V). O teste ao aparelho consiste em pressionar o boto que deve faze r acender a luz vermelha indicando que a bateria est carregada e que transmite en ergia aos elctrodos da sonda. A posio mais aconselhvel para a recolha a de estao quadrada com o animal encostado de lado a uma parede e o operador posicionando-se no lado contrrio. O carneiro deve r ter estado fora 1 Espiral de silicone desenvolvida na Nova Zelndia 11 de servio pelo menos por 2-3 dias. A recolha pode ser feita num funil prprio (pode ser o da vagina artificial) que verte para um tubo de vidro. O operador de p ou de joelhos empurra a parte lateral esquerda do carneiro com o joelho esquerdo, com a mo esquerda levanta firmemente a cauda do carneiro. Ento a sonda, previamente lubrificada cautelosamente introduzida no recto, dirigida lig eiramente para baixo. Os elctrodos estaro ento muito prximos da vescula seminal e da prstata. Neste momento pressiona-se o boto (a luz deve acender) durante 4-5 segund os. O carneiro reage com distenes musculares nos membros posteriores, ao mesmo tem po que o pnis tende a ficar erecto. A ejeculao acontece normalmente na fase seguint e (fase de relaxao) em que a sonda deve massajar suavemente para a frente e para t rs ao mesmo tempo que o pnis massajado atravs do prepcio. Este processo pode ser rep etido 2-3 vezes depois de intervalos de 4-6 segundos ou mais, at que haja ejeculao. Se aps a terceira tentativa no h ejeculao, faz-se um intervalo de 30 min - 1 hora. S e mesmo assim a recolha no se verifica, aconselha-se um exame ao carneiro e event ualmente nova tentativa 1-2 semanas mais tarde. Por vezes o carneiro ejecula 1-2 min aps a retirada da sonda, de modo que aconselhvel esperar por uma ejeculao tardi a. O carneiro pode servir as ovelhas logo aps a recolha de smen sem qualquer inconven iente. 9- Inseminao artificial O smen recolhido de carneiros treinados para ejecularem em vagina artificial (a e lectro-ejeculao produz smen de fraca qualidade). O smen pode ser usado para insemina r ovelhas 20-30 min. aps a colheita, ou diludo, arrefecido e usado nas prximas 10-1 5 horas. Pode ainda ser congelado em azoto lquido, mas perde muita qualidade, de modo que neste caso apenas utilizado em casos especiais e sempre em inseminao intr a-uterina com necessidade do recurso laparoscopia (o que no acontece em caprinos) . As caractersticas anatmicas, fisiolgicas e biolgicas prprias da espcie ovina determina m um certo nmero de dificuldades no que respeita inseminao artificial. - A actividade sexual sazonal. Se o controlo reprodutivo na fmea em contra-estao se

torna fcil principalmente pelo recurso s esponjas vaginais, no macho esse control o mais difcil (exige tratamentos luminosos e/ou com melatonina). Em raas sazonais a produo de smen na contra-estao cerca de 25% da produo da estao de monta. - Os carneiros produzem ejeculados de reduzido volume (1 ml em mdia), pelo que o n de doses por ejeculado necessariamente limitado (10-12 doses). Na estao reproduti va podem ser feitas cerca de 20 colheitas semanais enquanto que na contra-estao ap enas 4 ou 5. -A durao de conservao do smen reduzida. - A cervix no pode ser atravessada pelo pistolet (como acontece nos bovinos e cap rinos) pelo que o smen s pode ser depositado na vagina ou intracervical (cerca de 1 cm). A inseminao intra-uterina possvel por laparoscopia. 12 Metodologia a) Recolha Os carneiros so excitados diante de uma ovelha em cio e o smen recolhido por meio de uma vagina artificial. Logo de seguida o smen examinado ao microscpio (mobilida de, concentrao, EPZ vivos). b) Diluio O diluidor utilizado base de leite de vaca desnatado ao qual so adicionados antib iticos e sulfamidas.O smen depois arrefecido lentamente at aos 150 C (a durao do pode r fertilizante dos EPZ assim de 10-15 horas). e) Acondicionamento O smen ento acondicionado em palhetas de 0.25 ml. f) Deposio As ovelhas cujo cio foi induzido por esponjas vaginais so inseminadas na altura i ndicada atrs. utilizado um cavalete que permite o levantamento do quarto posterio r da ovelha. O operador procura a cervix utilizando um espculo vaginal e deposita o smen cerca de 1 cm no seu interior. 10- Diagnstico de gestao Pode ser efectuado segundo vrios mtodos: palpao abdominal (a partir do centsimo dia), doseamento de progesterona sangunea (17, 18 ou 19 dia aps fecundao, o que d uma taxa exactido de 100% em ovelhas vazias e de 80-90% em ovelhas cheias), deteco de cio a ps cobrio (utilizando carneiros vasectomizados munidos de arnez) e por intermdio de aparelhos de ultra-sons. Deteco de cio com arnezes Este mtodo apenas funciona na poca reprodutiva. colocado um arnez marcador no peit o do carneiro que ao saltar a ovelha lhe deixa uma marca de tinta na garupa. O m ercado comercializa quatro cores: amarelo, vermelho, azul e verde. As cores vo se ndo trocadas com intervalos inferiores durao do ciclo strico (seja 14 dias) de modo a que no haja a possibilidade da mesma ovelha ser marcada com a mesma cr em dois cios sucessivos o que naturalmente provocaria dvidas quanto ao momento da sada. Al ternativamente aos arnezes e falta destes pode-se pintar o peito do carneiro com leo misturado com anilina. Este processo no utilizado em caprinos porque a manifestao do cio na cabra bastante evidente. Na ovelha o cio no se manifesta na ausncia do carneiro. Deteco de cio com ultra-sons Pode utilizar-se um ecgrafo ou um aparelho de ultra-sons baseado no efeito Dopple r. Enquanto o ecgrafo baseado nas diferentes respostas dos diferentes tecidos ao serem atingidos por ultra-sons, o que permite formar uma imagem num ecran visual izando-se as formas dos fetos, o outro aparelho detecta movimentos e no caso ver tente procurado o movimento dos afluxos sanguneos dos vasos uterinos que durante a gestao so bastante pronunciados. Esses movimentos so recebidos sob a 13 forma de sons em auscultadores ou sob a forma final de uma luz verde que indica gestao (uma luz vermelha indica que a fmea est vasia). Estes aparelhos utilizam uma sonda que emite ultra-sons e que apoiada no ventre da fmea (tambm h sondas rectais), aps a remoo dos plos ou l, sendo obrigatria a apli um leo nessa superfcie a fim de assegurar um contacto perfeito, impedindo a existnc ia de ar, j que os ultra-sons no se transmitem atravs dele. A deteco da gestao por est processo pode ser feita com xito a partir das 6-10 semanas.

11- Desparasitaes e vacinaes So vrios os desparasitantes e vacinas existentes no mercado. Recorre-se ao Ivomec (via subcutnea) para para a desparasitao geral e ao Sistamex p ara a desparasitao interna (endoparasitas). O Asuntol utilizado em banhos de imerso ou por asperso para combater a sarna (ronha), bem como carraas, piolhos, pulgas e moscas picadoras. A utilizao do desparasitante elimina o parasita do corpo do animal mas no impede qu e ele se volte a parasitar novamente passado pouco tempo. Da a importncia da utili zao de "pastagens limpas" a seguir desparasitao (principalmente para os borregos). As desparasitaes so feitas normalmente 2 vezes por ano, uma no Outono e outra na Pr imavera (alturas que melhor permitem quebrar os ciclos dos parasitas). extremamente importante aplicar doses correctas (nunca inferiores s recomendadas) de modo a no permitir que os parasitas se tornem imunes aos produtos. Recorre-se Biovina-S para a vacinao contra as enterotoxmias (clostridiose) e pasteu reloses (septicmia hemorrgica), com aplicao subcutnea. 12- Determinao da idade pela observao dos dentes Os pequenos ruminantes tm dois tipos de dentes ao longo da sua vida. Os dentes de leite (20) e os dentes definitivos (32). No tm dentes incisivos no maxilar (almof ada dentria) nem caninos. A mesa dentria a seguinte: 0 0 3 34 0 3 3 A observao dos dentes d uma ideia aproximada da idade do animal. Essencialmente so o bservados os incisivos. Os incisivos de leite permanecem mais ou menos at 1 ano d e idade. No fim do 1 ano so substituidas as pinas, no fim do 2 ano so substitudos os p rimeiros mdios, no fim do 3 ano so substitudos os segundos mdios e no final do 4 ano s substituidos os cantos. A partir daqui observa-se o desgaste. A partir do 6 ano os dentes crescem bastante em comprimento, separam-se, desgastam-se e caiem. 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26